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Revista 19 de Maio - Bertioga Edição Especial Jornal Costa Norte

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Página 4 | Jornal Costa Norte - 19 de Maio de 2009 | Edição especial de emancipação: Bertioga 18 anos

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Editorial

Passos decisivos para o futuroNesse 19 de Maio, a mais jovem cidade do Litoral Paulista atinge sua maioridade.

Bertioga completa 18 anos com todos os sonhos e expectativas naturais dos jovens nessa fase da vida quando se começa a escolher o caminho a seguir, assumir missões e responsabilidades.

A missão da jovem Bertioga é não esquecer um passado rico no cenário histórico nacional por ter sido o primeiro povoado de apoio para a Colonização do Brasil. Afinal, foi aqui que tudo começou...

A responsabilidade é se desenvolver, criar oportunidades para pessoas de todas as idades, cuidar de seus jovens, gerar emprego e renda e fazer tudo isso com a certeza de que existe só um caminho para atingir essa meta: não descuidar do que ela tem de mais importante que são seus recursos naturais, suas matas, praias, rios, manguezais, seus ecossistemas preservados, a vida em sua essência. E como esse caminho é o do desen-volvimento com preservação, não há tempo a perder.

Nessa edição especial mostramos o potencial turístico a ser explorado, os investimen-tos no setor naval que vão influir diretamente na vida econômica de Bertioga e a diretriz para um desenvolvimento sustentável. Mas, para atingir essas metas é preciso, antes de tudo, sair do plano das idéias e partir para a ação.

É preciso planejamento. É urgente revisar o Plano Diretor adequando o município à uma nova realidade, ordenar seu desenvolvimento, qualificar profissionalmente a popu-lação preparando-a para um novo mercado de trabalho.

Nunca as cidades tiveram tantos recursos disponíveis para investimentos em todas as áreas, com maior enfoque para os programas sociais, como nesse momento. Mas existe uma condição para conseguir essas verbas: ter projeto técnico detalhado. Sem projeto, não há recurso. E isso vale em todas as esferas.

É com planejamento, projetos definidos, ações ambientais que a cidade poderá real-mente se transformar no sonho de mais de 44 mil pessoas que têm o privilégio de viver aqui. Cuidar de Bertioga é responsabilidade de todos nós: os que nasceram, os que escolheram essa cidade para viver e todos aqueles que amam esse recanto especial que acolhe a todos com carinho e respeito.

Índice

Jornal Costa NorteEdição especial de emancipação: Bertioga 18 anos - Maio de 2009

Diretor Presidente: Reuben Nagib ZaidanDiretora Administrativa: Dinalva Berlofi ZaidanEdição e Textos: Rosangela Falato ( MTb 12.724)

Fotos: Pedro Rezende (MTb 32.068)Colaboração: Cristiano Pires, Bruno Adriano,

Daniel Gomes, Roberto ZeidanRedação e Publicidade: Av. 19 de Maio, 695,

Jardim Albatroz, Bertioga / SPFone: (13) 3317-1281

E-mail: [email protected]: www.costanorte.com.br

06 - Planejamento

12 - Habitação

16 - Futuro

20 - Gastronomia

expediente

Capa: Vista aérea da Riviera de São Lourenço Foto: Pedro Rezende

22 - Entrevista

26 - Riviera

29 - São Lourenço

30 - Política

34 - Itatinga

36 - Sesc

40 - História

44 - Índios

48 - Memória

54 - Conheça

60 - Pontos Turísticos

62 - Dados

Fotos Pedro Rezende

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Cidade caminha para gestão ambiental compartilhadaDesafio é desenvolver, gerar emprego e renda por meio de atividades que preservem o meio ambiente

As leis são claras e cada vez mais rígidas, Mu-nicípios como Bertioga, com 85 % de seu território em Áreas de Preservação Permanente e que passou por um processo de crescimento desenfreado nos últimos anos, tem só um caminho: aproveitar todos os seus recursos naturais e se desenvolver de for-ma ordenada, controlando ocupações clandestinas, adotando planejamento em todas as suas ações e, principalmente, preparando a população para um novo tempo: o da preservação. E para isso, a Se-cretaria do Meio Ambiente tem papel fundamen-tal ao trabalhar interligada com os demais setores ajudando na implantação dos programas turísticos, sociais, habitacionais e educacionais que levem em consideração os aspectos ambientais da região.

Segundo o secretário do Meio Ambiente, Ma-noel Prieto Alvarez, a atual administração trabalha em três frentes: na adoção do Programa de Gestão Compartilhada em parceria com a Cetesb e Se-cretaria de Estado do Meio Ambiente, no Projeto Areia Limpa e no Programa de Qualidade da Água Litorânea também em convênio com a Cetesb. O projeto Areia Limpa começou a ser efetuado em ja-neiro quando o prefeito Mauro Orlandini, em con-tato com a empresa Monte Azul, responsável pela coleta de lixo e limpeza pública da cidade, instalou, sem ônus à Prefeitura, um equipamento, espécie de trator, que peneira todo o material da praia impe-dindo que plásticos, por exemplo, e demais objetos poluam o ambiente.

O Programa de Qualidade da Água, em con-junto com a Cetesb, tem como meta tornar todas as praias de excelente balneabilidade o maior número possível de dias no ano. “Dos 365 dias do ano, as praias de Bertioga já chegaram a fi-car 13 dias impróprias, mas ainda com bandei-ra verde, pois são consideradas as melhores do Litoral Paulista”, disse Manolo. A idéia é di-minuir cada vez mais esse parâmetro para que as praias fiquem próprias durante todos os dias do ano. O que mais foi estranho, segundo Ma-nolo, é que o problema foi constatado em dois pontos: no centro, onde existe rede coletora de esgoto e, portanto, não poderia estar imprópria, e em Boracéia.

Planejamento

Desenvolver implica em planejar e realizar ações que ajudem a preservar os recursos naturais

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Segundo o secretário do Meio Ambiente, o Programa de Gestão Ambiental está ligado ao Programa Município Verde do qual Ber-tioga faz parte. Trata-se de um programa do Governo do Estado que visa efetivar a agenda ambiental paulista envolvendo o Estado e as cidades. Para isso é preciso ter ações específicas de preservação do meio ambiente para que o município vá ganhando notas a cada pro-grama ou projeto implantado. Só as cidades que atingirem nota 8,0 vão conseguir receber verbas dos governos para realizar seus proje-tos, firmar convênios e poderão ter direito de licenciar parte de suas áreas, ou seja, a cidade vai ter poder de ver o que é bom para ela garantindo a implantação, por exemplo, de indústrias não-poluentes que possam gerar emprego e renda no município.

Para poder atender a alguns critérios estabelecidos no Município Verde, a cidade vai precisar adequar e criar novas legislações munici-pais. Além disso, segundo Manolo, em um programa é possível aten-der vários critérios e pontuar em quase todos. Mas para isso é preciso saber o que o Município Verde propõe. Veja no quadro ao lado.

Gestão passa pelo Município Verde

Manolo: cidade vai precisar criar novas legislações

Critérios do Município Verde Esgoto Tratado:

A cidade tem de desenvolver ações que visem equacionar seu Sistema de Coleta e Tratamento de EfluentesLixo Mínimo:

Ter ações voltadas a coleta seletiva ou reciclagemRecuperação de Mata Ciliar

Proporcional a área de cobertura vegetal – teto 20%. Ter projetos de con-servação ou recuperação de matas ciliares já realizados ou em andamento e programas de recuperação e proteção das nascentesArborização Urbana

Proporcional à área de arborização urbana atual. Teto 12m²/hab. Plano de arborização e existência de viveiros municipais ou consorciadosEducação Ambiental

Existência de instrumento legal instituindo Educação Ambiental como matéria transversal nas escolas públicas municipais; Atestado do Conselho Municipal de Ensino; Realização de eventos ambientais temáticos: Partici-pação nos Mutirões da Secretaria do Meio Ambiente; Ações de capacitação de dirigentes e agentes multiplicadores municipais.Habitação Sustentável

Instrumento legal que favoreça expedir alvarás para construções civis que utilizem madeiras legalizadas e de origem comprovada. Criar ações visando a diminuição na utilização dos recursos naturais.Uso da Água

Ter programa municipal de combate ao desperdício de água; Atuação nos Comitês de Bacias Hidrográficas: Instrumento legal voltado a proteção das águas para abastecimento público (mananciais)Poluição do Ar

Criar instrumento legal que institua a inspeção veicular da frota munici-pal própria e terceirizada: Ações voltadas à redução de emissão de gases do efeito estufa.Estrutura Ambiental

Instrumento legal que estabeleça a estrutura ambiental da Prefeitura; Ca-pacitação dos agentes públicos municipaisConselho Ambiental

Existência do Conselho Municipal do Meio Ambiente (paritário, delibe-rativo e consultivo).

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O envolvimento da Secretaria do Meio Ambiente com outros setores como Edu-cação e Turismo começou em abril, durante o Campeonato Brasileiro de Jet Ski, no Indaiá, com exposição de baneres e material informativo sobre o período que os mate-riais levam para se decompor na natureza e uma ação de limpeza da praia envolvendo funcionários das secretarias e estudantes da rede municipal. A idéia é promover ações do gênero em todos os eventos que serão realizados no município e levar a exposição para as escolas. Porém, a primeira ação contínua desenvolvida pela equipe da Secre-taria aconteceu durante o Festival Nacional da Cultura Indígena, de 18 a 20 de abril. A equipe fez uma avaliação do impacto ambiental que o evento poderia causar como aumento do número de pessoas na cidade, mais carros e ônibus rodando, e o que isso acarretaria ao meio ambiente. Por isso foi desencadeada a ação de neutralização da produção de carbono.

Como compensação ao impacto ambiental, a equipe, junto com estudantes, fará o plantio de cerca de 300 mudas do Palmito Juçara, que está em extinção. As mudas foram adquiridas da Reserva Indígena Ribeirão Silveira, em Boracéia, que faz um trabalho de replantio de espécies em seus projetos de sustentabilidade desenvolvidos na aldeia. As primeiras 14 mudas foram plantadas no Parque dos Tupiniquins pelo prefeito Mauro Orlandini e lideranças indígenas. As outras serão plantadas durante a Semana do Meio Ambiente, em junho.

A destinação final dos resíduos sólidos é outra preocupação. A Secretaria pretende implantar junto às escolas e próprios municipais algumas bases para a coleta seletiva. Além disso, em convênio com o Fehidro, o município pretende contratar uma empresa para elaborar o Plano Municipal de Resíduos Sólidos. E nessa questão, a idéia é criar um Selo Verde aos estabelecimentos comerciais que se integrarem ao programa que poderá reduzir em 50% o volume do lixo coletado hoje.

ações ambientais

Neutralização da produçãodo carbono: primeira ação contínua

Prefeito e líderes indígenas plantam mudas de palmito no Parque dos Tupiniquins

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Retomar o programa de implantação de recifes artificiais na cidade é uma das metas da Adminis-tração Municipal. O projeto, implantado em caráter experimental em Bertioga, nas praias da Enseada, São Lourenço, Guaratuba e Itaguaré, no final dos anos 90, provou ser eficaz para proteger os recur-sos marinhos. Para ser novamente implantado são necessários agora levantamentos técnicos detalha-dos que serão realizados pela Fundespa (Fundação de Estudos e Pesquisas Aquáticas) por meio de contrato com a Prefeitura no valor de R$ 98,8 mil.

Segundo Bolívar Barbanti, diretor de Opera-ções Ambientais da Secretaria do Meio Ambiente, esse levantamento é importante até para definir os tipos de estruturas e locais onde elas poderão ser

lançadas. Com esse estudo, também será possível identificar as espécies da região, fazer análises dos sedimentos, das correntes marítimas e ter um estu-do aprofundado de todo os ecossistemas da região. O objetivo é o ordenamento do uso marinho como previsto por legislações Estadual e Federal dentro do que determina a APA (Área de Proteção Am-biental) Marinha. Além desse levantamento que será feito pela Fundespa, a equipe da Prefeitura está realizando estudos socioambientais dos pes-cadores.

No final dos anos 90, o projeto foi realizado por meio de convênio com o Ministério do Meio Ambiente e coordenação da Secretaria Munici-pal do Meio Ambiente. Nessa fase, após os estu-

dos da Fundespa, será necessário providenciar o licenciamento ambiental e, só depois vem a parte prática com instalação das estruturas, o que de-verá ocorrer no próximo ano.

O que são os recifes artificiaisSão estruturas colocadas no fundo ao mar que

oferecem condições de habitat para vários organis-mos. Assim é criada uma cadeia alimentar nessas estruturas que protegem a área e os peixes da pesca predatória que geralmente utiliza redes de arrasto. O objetivo dos recifes é aumentar a produtividade natural, recuperar a fauna e flora degradada e, entre outras coisas, evitar a pesca comercial em locais onde é praticada a pesca artesanal.

Recifes artificiais: proteção aos recursos marinhos

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Potencial

Outra pesquisa importante também para a implantação dos recifes artifi-ciais foi feita pela Diretoria de Operações Ambientais com apoio da Diretoria de Assuntos Náuticos da Secretaria de Turismo. O levantamento mostra o número de garagens náuticas, píeres, embarcações fundeadas, equipamentos e bóias, entre outros dados de suporte náutico. O estudo detalhou, ainda, o número de barcos registrados e os que dependem de autorização. O objetivo é desenvolver o ordenamento marinho.

Segundo Bolívar Barbanti, Bertioga conta com 9 marinas de médio e grande portes com 534 barcos registrados. A maior é a Acqua Azul, com 130 embarcações, e a menor a do Eco - Center Jaguareguava com 13. Há 11 poitas e 9 píeres alguns com dois atracadouros como o Polygon e de William Woo. Entre barcos de pescadores, pesca esportiva e escunas fun-deadas no canal de Bertioga há 45 embarcações registradas e 51 que não foram catalogadas pela Marinha.

Diante do estudo, a Prefeitura solicitará da Marinha, segundo Bolívar, o zoneamento da região, ou seja, o uso adequado do sistema do canal de Bertioga, além da fiscalização das em-barcações e também das bóias. “Algumas são trocadas aleatoriamente, sem critérios, o que acaba atrapalhando a navegação”, explica Bo-lívar. Segundo ele, esse diagnóstico também é essencial uma vez que a Marinha, junto com o Gaema (Grupo de Atividade Especial do Meio Ambiente), promoverá o controle da velocidade de embarcações no canal de Bertioga.

Pesquisa de suporte náutico

Bertioga tem:9 marinas534 barcos registrados nas marinas11 poitas9 atracadouros45 embarcações registradas51 embarcações sem registro

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Cercada pelas águas. Assim é Bertioga que possui em qualidade e volume a maior riqueza do planeta e que está se tornando um produto escasso : a água. Vale lembrar que apenas 0,7% do volume total da água na Terra é formado por água potável, isto é, pronta para ser consumida. Hoje em dia, quase 2 bilhões de pessoas não dispõem de água potável. Portanto, imaginem a riqueza do manancial hídrico formado pelas três sub-bacias hidrográficas do município, o Itapanhaú, Guaratuba e Itaguaré. “ Na realidade, somos o copo d´água da Baixada Santista”, comenta o secretário do Meio Ambiente, Manoel Prieto Alvarez, ao citar a importância de nossos mananciais.

Das sub-bacias, a do rio Itapanhaú é considerada a mais importante. Suas águas são destinadas ao abastecimento doméstico com a captação para a Sabesp e Sesc nos córregos Pelaes, Furnas e Guaxinduva, e também a captação para o bairro Indaiá pela Sabesp e para a Riviera de São Lourenço. Além disso, o Itapanhaú recebe o despejo de efluentes da Riviera, do Sesc-Bertioga, da Estação de Tratamento de Esgoto da Sabesp, além das águas da Usina Hidrelétrica de Itatinga da Codesp. Um aspecto importante é sua proximidade com a área urbana e de expansão urbana que coloca em risco sua qua-lidade ambiental devido às ocupações irregulares como apontou o Projeto Itapanhaú, realizado em 2002 pelo Instituto de Pesquisas e Ciências Ambientais de Bertioga.

A bacia do Itapanhaú tem área total de 261,5 km² e seu principal afluente é o rio Itatinga (104 km²) e o Jaguareguava (26,4 km²). O Itapanhaú nasce nas encostas da Serra do Mar e deságua no canal de Bertioga. Em trechos superiores, onde o terreno é escarpado, possui regime torrencial com corredeiras e cachoeiras. Na parte interme-diária, após descida das escarpas, possui característica típica de rio de planície com meandros e braços. À medida em que recebe seus afluentes, tem sua cor escurecida, característica da presença de compostos orgânicos de natureza complexa. Próximo a foz, cria condições para os manguezais,fruto do equilíbrio entre o mar e o rio.

A força das águas de BertiogaRio Itapanhaú é o mais importante do município

Rio Itapanhaú é responsável pelo abastecimento doméstico

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Desenvolvimento ordenado passa pelo congelamento de núcleosA contenção de ocupações clandestinas é um trabalho constante

Para que Bertioga possa se desenvolver de forma ordenada é necessário um trabalho árduo para conter novas ocupações clan-destinas e criar mecanismos para congelar os núcleos existentes. Em 2002, Bertioga foi a primeira cidade do Brasil a aplicar o Es-tatuto da Cidade que possibilitou a entrega de títulos de posse para famílias que viviam em assentamentos públicos e o início da regularização fundiária em alguns núcleos. Com uma fiscalização rigorosa feita pela Prefeitura, que envolve equipes por terra e também diagnóstico aéreo, o município diariamente mantém um trabalho intensivo para evitar novas ocupações e, ao mesmo tem-po, iniciou o trabalho de congelamento dos núcleos. Essa tarefa fica com a Diretoria de Operações Ambientais que tem a Guarda Ambiental como responsável por atuar nesses focos, fiscalizar e demolir construções irregulares.

O secretário municipal do Meio Ambiente, Manoel Prieto Ava-rez, comenta que “Bertioga não tem favelas, o que existe são lo-teamentos clandestinos de padrão subnormal” que começaram a

ser criados em função do crescimento da cidade, com a construção civil, e a falta de um trabalho de aprovação de novos loteamentos desde a década de 70. Atualmente o DOA mantém a fiscalização em 12 núcleos, principalmente no Sítio São João, Boracéia, Jardim Rafael e Vicente de Carvalho II para evitar a ocupação de uma área destinada pela Prefeitura para um projeto-modelo iniciado pelo Go-verno do Estado, por meio da CDHU (Companhia de Desenvolvi-mento Habitacional e Urbano).

Orçado em mais de R$ 29 milhões, com recursos do PAC (Pro-grama de Aceleração do Crescimento), dos quais R$ 18 milhões de contrapartida estadual, o projeto visa contemplar todo o loteamento com obras de urbanização e infraestrutura, que tiveram início no final do ano passado, e um programa habitacional para retirada de famílias do mangue e posterior recuperação ambiental dessa Área de Preservação Permanente. Esse programa traz novo conceito em residências populares que serão beneficiadas com sistema de reaproveitamento de energia solar, das águas das chuvas e acessi-

bilidade para atender os mais idosos e pessoas portadoras de necessidades especiais.

Habitação

Bertioga não tem favelas, o que existe são loteamentos clandestinos de padrão subnormal

Conter invasões é um dos trabalhos da

Diretoria de Operações Ambientais

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Desenvolver a cidade de forma ordenada é o grande desafio

Cidade não teve novos loteamentos aprovados desde a década de 70

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Aliás é o novo conceito em habitação que o prefeito Mauro Orlan-dini pretende adotar. Bertioga, que está inserida no Programa Cidade Legal, do Governo do Estado, para regularização fundiária, e no Pro-jeto do Governo Federal, Minha Casa, Minha Vida, adotará projetos diferenciados. O prefeito acredita na parceria com a CDHU que tem programas que lhe agradam. E além desse novo conceito em constru-ção, quer casas maiores, com mais qualidade e conforto e com entorno que possibilite os condomínios a contarem com áreas de lazer, equipa-mentos comerciais e total infraestrutura.

Outro desafio para que o desenvolvimento seja ordenado é a revi-são do Plano Diretor do Município aprovado em 1998 e que precisa ser adequado à nova realidade de Bertioga. Para isso, Orlandini pretende contratar o escritório do urbanista Ruy Ohtake para o estudo dessa revisão que também passará por audiências com a comunidade e dis-cussões na Câmara Municipal. Mas investir em moradias dignas, em congelamento de núcleos e na regularização fundiária não bastam para um desenvolvimento ordenado se ele não tiver, também, comprometi-mento com a preservação do meio ambiente. Por isso a preocupação do Conselho Municipal do Meio Ambiente (Condema) em ter criado uma comissão de técnicos, entre seus membros, que irá analisar os novos empreendimentos sujeitos a aprovação no município para ver se eles atendem as prerrogativas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) e se apresentam projetos e soluções específicas para a destinação de seus efluentes como Estações de Tratamento de Esgoto e toda infra-estrutura em saneamento básico. Quanto aos em-preendimentos pluriabitacionais existentes, que estão em andamento,

a comissão irá fazer uma vistoria e fiscalizar os projetos. O Condema pretende, ainda, promover uma campanha junto a proprietários de resi-dências para que realizem a ligação da rede de esgoto nos locais onde há a rede da Sabesp.

Segundo estimativa do secretário do Meio Ambiente, apesar de o IBGE apontar uma população um pouco superior a 39 mil habitantes, Bertioga tem, seguramente, mais de 44 mil moradores e uma ocupação média/dia de 60 mil, que chega aos 320 mil no Réveillon. “ Temos 44 mil ligações de energia elétrica. Em 1991, quando Bertioga foi eman-cipada, tínhamos 4 mil ligações de água que, com a implantação da rede do Indaiá, passou para 10 mil e hoje são 18 mil”, afirma Manolo sem contar loteamentos particulares. Os números dão uma dimensão da demanda e do crescimento nos últimos anos. Segundo dados da Fundação Seade, Bertioga foi o município, no Estado de São Paulo,

que mais cresceu em termos populacionais, na base de 8,4% ao ano no período entre 2000 e 2005. Portanto, seguir a ordem do prefeito Orlan-dini e desenvolver a cidade de forma ordenada é o grande desafio da atual administração para garantir um futuro sustentável para Bertioga.

Novo conceito em moradias populares

Casas mais amplas, com acessibilidade e aproveitamento da energia solar integram novo conceito

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Jornal Costa Norte - 19 de Maio de 2009 | Edição especial de emancipação: Bertioga 18 anos | Página 17

Bertioga: maior crescimento populacional no Estado de São Paulo registrando 8,4% ao ano de 2000 a 2005

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Caminhos para geração de emprego e rendaInvestimentos da Petrobras criam novas perspectivas no mercado de trabalho

Bertioga é uma das cidades da Região Metro-politana da Baixada Santista que poderá ser bene-ficiada pelos planos de investimentos da Petrobras e a expansão do setor de Petróleo e Gás na região. Durante seminário Gás na Economia, realizado no final de abril, em Santos, na apresentação sobre “Estaleiros no Litoral Paulista - Uma oportunida-de”, o secretário-executivo da Cespeg (Comissão Especial de Petróleo e Gás Natural), José Roberto dos Santos, afirmou que Bertioga está entre as ci-dades litorâneas com vocação para receber estalei-ros, além de São Vicente e Cubatão, na Baixada

Futuro

Santista. Segundo ele, o Governo do Estado de São Paulo tem planos de transformar a região em gran-de pólo naval aproveitando o potencial criado com a exploração de petróleo e gás na Bacia de Santos.

E levando em consideração esse potencial, será necessário investir na criação de um parque tecno-lógico com instalação de fornecedores de equipa-mentos e navipeças, implantação de bases de apoio e, principalmente, oferta de curso na área naval visando a capacitação de mão-de-obra. Segundo estudo da Cespeg, o perfil de Bertioga está voltado para embarcações menores, tipo supply boats, para

transporte de material e equipamentos, com maior valor agregado. Há também oportunidades em ou-tras áreas como cabotagem e embarcações.

O que está sendo feitoA Secretaria de Estado de Desenvolvimento

iniciou um projeto de contratação e elaboração para Avaliação Ambiental Estratégica das áreas particulares identificadas para a instalação de estaleiros. Também está sendo feito um estudo de vocações, vantagens e benefícios econômi-cos e sociais para a região. O passo seguinte é

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Há planos para transformar a

região em grande pólo naval

a assinatura do Termo de Cooperação entre o Governo do Estado, prefeituras e áreas identificadas que inclui Bertio-ga. Segundo o secretário-executivo da Cespeg, José Roberto dos Santos, a estimativa é de que até julho seja apresentado o relatório final com o projeto para o pólo naval.

Investimentos da PetrobrasO presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli de Azevedo,

explicou durante o seminário realizado em Santos, que a indús-tria do gás no Brasil está em crescimento e a principal mudança está ligada à Bacia de Santos. Até o ano que vem, a rede de ga-soduto será aumentada em 2.332 km e a capacidade energética alcançará 7 mil MW. A Petrobras investirá US$ 29 bilhões no de-senvolvimento da produção do pré-sal até 2013. Desse total, US$ 18,6 bilhões serão destinados à Bacia de Santos. Para o gerente geral da Unidade de Negócios, Exploração e Produção da Bacia de Santos, José Luiz Marcusso, além dos recursos financeiros, é preciso capacitar profissionais para atuar nesse novo mercado.

Saiba o que é Pré-Sal É o nome dado para a faixa de petróleo de alta qualida-

de encontrada na costa marinha entre os estados do Espí-rito Santo e Santa Catarina. Essa faixa fica abaixo de uma camada de sal, a cerca de 7 mil metros de profundidade. De uma maneira simples, o Pré-Sal é um conjunto de re-servatórios mais antigos que a camada de sal (halita e ani-drita) neoapitiniano que se estende nas Bacias de Campos e Santos desde o Alto Vitória até o Alto de Florianópolis respectivamente. A espessura da camada de sal na porção centro-sul da Bacia de Santos é de aproximadamente 2.000 metros, enquanto na porção norte da Bacia de Campo está em torno de 200 metros.

A área de ocorrência conhecida desses reservatórios, segun-do a Petrobras (2008), é de 112.000 km² dos quais 41.000 km² (38%) já foram licitados e 71.000 km² (62%) ainda por licitar. Este sal foi depositado durante a abertura do oceano Atlântico, após a quebra do Gondwana (Jurássico Superior-Cretáceo).

Gabrielli: Petrobras investirá US$ 18,6 bilhões na Bacia de Santos

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A geração de emprego na cidade passa também pelos investi-mentos no potencial turístico do município principalmente do setor náutico e na retomada do ecoturismo como saídas para reativar a economia local e resolver o problema da sazonalidade. Como afir-ma o prefeito Mauro Orlandini, a cidade tem de ser viável o ano inteiro e não somente no verão. Por esse motivo, a Prefeitura está investindo em um calendário com atividades variadas que envolvem esportes náuticos, eventos culturais e gastronômicos, e também o turismo inclusivo. Exemplo foi o programa de canoagem realizado no último dia 16 com deficientes visuais. Segundo o secretário de Turismo, Comércio e Assuntos Náuticos, Luis Henrique Cepellini, o turismo inclusivo fará parte do calendário com a realização de atividades diversas para portadores de necessidades especiais.

Os eventos tradicionais do calendário nas áreas gastronômi-ca e cultural estão sendo remodelados e são mantidos como as tradicionais Festa da Tainha, em julho, e do Camarão na Mo-ranga, em agosto. Eventos culturais também passam por transfor-mações como o Festival Nacional da Cultura Indígena realizado em novo formato este ano, explica Capellini. Sobre os eventos náuticos como o Campeonato Brasileiro de Jet Ski que poderá

ter uma prova internacional no município, eles são importantes por atrair públicos diferenciados. O mesmo vale para eventos em várias modalidades esportivas e na retomada do ecoturismo que envolve parceria entre as secretarias do Meio Ambiente e Turismo explica Capellini.

O trabalho no ecoturismo começou com a equipe da Direto-ria de Operações Ambientais que está iniciando o levantamen-to das trilhas ecológicas do município. Elas serão catalogadas pela equipe que vai pesquisar o suporte, condições e infraes-trutura, aparelhamento para seu uso e efetuar a fiscalização e monitoramento dessas trilhas, explica Bolívar Barbanti, dire-tor de Operações Ambientais. A operacionalização das trilhas ficará por conta da Secretaria de Turismo. Esse é um campo que atrai grupos de todas as faixas etárias, grupos de empre-sas, estudantes, amantes de caminhadas pois há trilhas com todos os graus, desde as mais fáceis até as mais complicadas para os que gostam de se aventurar, mas com total seguran-ça. O desenvolvimento do turismo ecológico aproveitando o grande potencial de Bertioga é uma das soluções econômicas para o futuro da cidade, afirma o secretário de Turismo.

Turismo é outro grande fator de desenvolvimentoAproveitamento do setor náutico e exploração do ecoturismo são algumas das opções para gerar empregos e atrair turistas

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Desenvolvimento do turismo ecológico é uma das soluções para o futuro

Opções vão desde cenários deslumbrantes como o encontro do rio com a praia de

Itaguaré até aventuras por trilhas

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Delícias da culinária caiçaraResista, se puder.....

Não há como resistir aos sabores da cozinha caiçara. Desde pratos sofisticados encontra-dos nos melhores restaurantes da cidade até os mais simples e típicos, as delícias da culinária caiçara também atraem turistas. E não faltam excelentes restaurantes em Bertioga onde é possível saborear deliciosos camarões, tainhas, robalos, lula, ostras, enfim, os mais gostosos frutos do mar e pratos especiais, como o típico de nossa região, que é o azul marinho.

Alguns desses pratos especiais integram o cardápio de festas tradicionais que atraem pessoas de todos os lugares para Bertioga. Não há como falar da cidade sem comentar as famosas festas da Tainha e do Camarão na Moranga, cativas do Calendário de Eventos do Município. A Festa da Tainha de Bertioga é a mais antiga da Região Metropolitana da Baixada Santista, sendo a atração principal nas férias de julho.

É comum, nessa época do ano, encontrar velhos amigos, fazer novos e se reunir com a família no espaço simples e aconchegante da Praça de Eventos, em frente à praia da Enseada, no centro da cidade. É nesse mesmo espaço que o mês de agosto vira atração com a tradicio-nal Festa do Camarão na Moranga realizada pela Colônia de Pescadores Z-23 que coloca à disposição do visitante várias opções de pratos com camarão e outros frutos do mar.

Mas os sabores de Bertioga não são somente os pratos da cozinha caiçara. Afinal ela também é conhecida como a “Cidade do Pastel” que acabou virando atração até no Calendário de Eventos. São pastéis doce, salgado, com todos os tipos de ingredientes e nos mais diferentes tamanhos. O certo é que não é preciso esperar uma data específica para experimentar essas delícias. Elas estão nos cardápios de Bertioga o ano inteiro e em todos os lugares. É pedir e se deliciar...

Gastronomia

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Festa da Tainha nasceu no IndaiáA Festa da Tainha de Bertioga, a mais antiga da Baixada Santista, aconteceu

pela primeira vez em 1974, no Jardim Indaiá, com os moradores que eram em sua maioria pescadores que tiravam seu sustento do mar. Foi no Dia de São Pe-dro, em 29 de Junho, que tiveram a idéia de realizar uma confraternização. Eles se reuniam na praia e comemoravam a saída e chegada dos pescadores em seus barcos. O peixe pescado era assado na hora e envolto em folha de bananeira. A área usada para a reunião ficava em frente ao bar do Sr. Antonio Rodrigues, um dos pioneiros no Indaiá.

Nessa época, em 1974, ainda não havia luz elétrica em Bertioga. Então eram usados bambus cortados, abaixo dos nós, e completos com querosene que quei-mavam feito tochas a noite toda. Em 1978, o Lions Clube levou a idéia para o centro da cidade e a festa, que antes era ligada a São Pedro, passou a ser realizada ao lado do Forte São João. Em 1993, o Indaiá voltou a promover sua Festa da Tai-

nha procurando resgatar aquele mesmo clima que a originou. Duplas saiam ao mar com picaré e aquela que trouxesse o maior peixe ganhava troféus e medalhas. Porém o evento não prosseguiu no bairro.

A Festa da Tainha passou por algumas reformulações há cerca de três anos e foi aberta para participação de entidades como Apae, igrejas, Colô-nia de Pescadores em realização com apoio da Prefeitura. Elas passaram a oferecer pratos variados da tainha assada na brasa e servida na telha, frita, aberta e fechada, a gosto do cliente. A partir dessa mudança, até 2008 foram realizadas duas festas, uma pelo Lions Clube na sede da entidade, na avenida 19 de Maio, e outra na Praça de Eventos. A festa, que é uma tradição, acontece durante todo o mês de julho.

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Em busca de um novo tempo12 anos depois Orlandini volta à Prefeitura com a meta de levar Bertioga ao desenvolvimento

Com 11.473 habitantes em 1991, Bertioga deixa de ser distrito de Santos e ganha sua autonomia após o plebiscito de 19 de Maio. Dois anos depois, Mauro Orlandini é eleito o primeiro prefeito do mais novo município da Baixada Santista. Passados 12 anos de sua primeira administração, ele assume novamente o comando da Prefeitura com a meta de administrar uma cidade com cerca de 45 mil habitantes e que teve seu crescimento con-siderado um dos maiores entre os municípios do Estado de São Paulo. A cidade chega à sua maioridade com grandes desafios a serem encarados pelo atual prefeito que é firme ao declarar: “ chega de crescer, agora é hora de Bertioga se desenvolver”.

E esse desafio só pode ser vencido com planejamento, com ações voltadas à pre-servação dos recursos naturais do município, com programas que evitem ocupações irregulares como a adoção do congelamento dos núcleos existentes, um trabalho que já começou a ser feito pela Secretaria do Meio Ambiente por meio de monito-ramento da equipe da Diretoria de Operações Ambientais (DOA). Paralelamente, Bertioga também foi inscrita em programas como Cidade Legal, do Governo do Estado de São Paulo, que possibilita a regularização fundiária de imóveis, e no projeto do Governo Federal, Minha Casa, Minha Vida para construção de mora-dias populares.

Mas a meta de Orlandini é rever o conceito dos programas habitacionais para oferecer à população melhor qualidade de vida. “ Bertioga cresceu em número de habitações, mas com qual qualidade? Morar é proporcionar um lar à família e não só um teto”. Com esse propósito, ele afirma que já entrou em contato com a Secretaria Estadual da Habitação e a Companhia de Desenvolvimento Habi-tacional e Urbano (CDHU) que tem vários projetos que lhe agradam. “Eles

DesaFio

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Em busca de um novo tempo

“A gente tem de ter sustentabilidade, credibilidade junto à comunidade e administrar com os pés no chão”

possibilitam o reuso da água das chuvas, energia solar, acessibilidade para atender os portadores de necessidades especiais”.

Revisão do Plano DiretorPara colocar os projetos em prática e promover o desenvolvi-

mento de forma sustentável é necessária uma revisão do Plano Di-retor, aprovado em 1998, para que contemple a nova realidade do município. “Desde a década de 70, Bertioga não teve mais nenhum loteamento aprovado e não conseguimos coibir as ocupações irre-gulares. A gente tem de ter sustentabilidade, credibilidade junto à comunidade e administrar com os pés no chão”. Para que as mudan-ças no Plano Diretor se adequem às necessidades e às legislações, o prefeito pretende contratar o escritório do conceituado arquiteto Ruy Ohtake para que ele faça a revisão do Plano Diretor junto com a Associação dos Engenheiros e Arquitetos do Município.

Driblando a criseEntre as mudanças na estrutura administrativa que Orlandini

considera necessárias constam a criação de duas secretarias: de Es-portes e outra de Desenvolvimento Empresarial para fomentar duas atividades importantes no município. Ele também entende que seria importante criar a Secretaria de Pla-nejamento des-vinculando essa pasta da Secreta-ria de Habitação, uma vez que o planejamento responde pela elaboração de projetos de todos os seto-res administrativos.

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Mas essas propostas deverão esperar mais um pouco. Apesar de ter assumido a administração com um orçamento de aproximadamente R$ 200 milhões, a crise financeira internacional também atingiu Bertioga com redução de impostos e de repasses como no caso dos royalties pela Petro-brás. “A criação das secretarias geraria despesas e precisamos economizar. Estamos driblando a crise com qualidade de gestão”. A reforma administra-tiva iniciada pela Prefeitura visa superar o proble-ma da defasagem e distorções salariais e readequar toda a estrutura. Os estudos estão sendo feitos pelo escritório de advocacia de Ivan Rigolin, profissional que em 1993, na primeira legislatura, preparou a es-trutura administrativa do município.

“O meio ambiente é a nossa galinha dos ovos de ouro”

É inegável a importância da preservação do meio ambiente para o desenvolvimento sustentável de Bertioga. Nesse sentido, todas as secretarias estão interligadas promovendo ações no turismo, na educação, saúde, obras, habitação voltadas aos cui-dados básicos com os recursos naturais do município e com um trabalho de conscientização não somente junto aos estudantes, mas também à comunidade.

A retomada de projetos como o da implantação

de recifes artificiais, programas de educação am-biental, ações de neutralização da produção do car-bono são alguns exemplos do trabalho que começa a ser desenvolvido. Por outro lado, a exploração do potencial náutico, por parte da Secretaria de Turis-mo, com a adoção de novos eventos esportivos e da retomada do ecoturismo em parceria com a Direto-ria de Operações Ambientais, mostram a preocupa-ção em desenvolver a cidade fomentando um setor que pode se transformar na alternativa para o futuro, uma vez que o turismo é a indústria que mais cresce no mundo. “ O meio ambiente é a nossa galinha dos ovos de ouro. Por isso temos de ser práticos e buscar essa sustentatibilidade”, afirma Orlandini.

No entanto, ele acredita que nada é possível se não houver investimento em capacitação de mão-de-obra qualificada na cidade, atendendo aos comerciantes, rede hoteleira, moradores, pos-sibilitando também geração de emprego e renda e ocupação aos jovens. Paralelamente é preciso envolver toda a comunidade para que ela conhe-ça Bertioga, suas praias, trilhas, belezas naturais e tenha orgulho de sua história para poder ser um agente multiplicador junto aos visitantes. Para Orlandini, “Bertioga é um paraíso, um lugar para se ter qualidade de vida e que está em busca de um novo tempo”.

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Bertioga, uma cidade em busca de quali-dade de vida para a sua população

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Riviera, projeto em expansão nos próximos 20 anosImplantado em etapas desde 1979, empreendimento é referência em qualidade ambiental

Com uma estrutura de dar inveja a muitas cidades por oferecer equipamentos de lazer, comércio, rede gas-tronômica, espaços culturais e esportivos e empreendi-mentos de alto padrão, a Riviera de São Lourenço atrai também pelos cuidados em preservar todo o empreendi-mento e os 4,5 km de praias em seu trecho de ocupação. A Riviera, que parece uma cidade dentro de Bertioga, começou a ser implantada em 1979 em parceria entre as empresas Sobloco Construtora S/A, Praias Paulistas e Fazenda Acaraú em uma área total de 9 milhões de m² entre os bairros Indaiá e Jardim São Lourenço. O em-preendimento tem sido realizado em etapas atendendo a demanda de crescimento do próprio município, mas está em fase de expansão. A previsão é a de que o projeto seja totalmente implantado nos próximos 20 anos, como explica o diretor de Marketing da Sobloco, Luis Augusto Pereira de Almeida.

CN- Quais os projetos de expansão da Riviera?Luis Augusto: Temos um programa de continui-

investimentos

dade do projeto aprovado no início dos anos 80 e que se consubstancia na venda de novos lotes residen-ciais. Hoje temos 2 mil casas e pretendemos cons-truir de 800 a mil casas no módulo 1 onde também está previsto um hotel em uma área de 25 mil m², e cerca de 35 prédios no módulo 9. A Riviera sempre foi implantada por etapas. Primeiro fazemos toda infraestrutura, as obras de saneamento para depois, efetivamente, investir nas construções. Acho que dentro de uns 20 anos, a Riviera estará implantada totalmente.

Temos outros programas de ampliação no Shopping da Riviera, a construção da marina e das áreas comer-ciais. Acabamos de fazer o campo de golfe, que fica atrás do shopping com acesso pela avenida da orla, aberto aos interessados. Ainda não temos sede e o funcionamento é provisório, mas para as pessoas que querem tomar con-tato com o esporte, há um profissional que dá aulas de sexta a domingo.

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CN – Qual a capacidade da Riviera hoje?Luis Augusto: A Riviera é um projeto muito sa-

zonal como a própria cidade de Bertioga. Fora da temporada temos uma população equivalente a 1/5 da que freqüenta a Riviera no verão. Nossa estima-tiva hoje é de 7 mil pessoas nos finais de semana normais, número que sobe para cerca de 15 mil a 20 mil nos feriados. Na alta temporada chega a 45 mil e até 60 mil pessoas. Com os imóveis que exis-tem, a capacidade de absorção é de 60 a 65 mil, mas ainda temos outras áreas para a construção de imóveis residenciais

CN – E como está o projeto da marina?Luis Augusto: Essa marina é o maior sonho

da Riviera e acho que de Bertioga também. O projeto vem desde os anos 80 e tem sido apro-fundado. Agora vamos submetê-lo a aprovações ambientais e será objeto de um EIA-Rima, um estudo de impacto ambiental. Vamos percorrer esse caminho primeiro para depois, se aprovado, realizarmos a obra. Esse equipamento não será da Riviera. Será um equipamento público que to-dos terão acesso, inclusive as pessoas de outras cidades. Será um ponto de serviços náuticos e atrativo turístico. O município vai ganhar imen-samente em termos de mão-de-obra, impostos, projeção internacional. Pretendemos construir na marina um boulevard com restaurantes, lojas, enfim, um modelo internacional.

O Brasil tem muito potencial náutico e estamos querendo fazer uma marina ecológica, dentro dos conceitos modernos de atendimento nas questões de combustíveis, esgotamento sanitário, lixo. To-das essas questões estão sendo estudadas dentro de critérios detalhados e com o padrão da Riviera. As leis ambientais hoje são mais exigentes, mas não é um problema para nós porque acabamos nos adap-tando e aperfeiçoando o projeto.

CN – A consciência empresarial está voltada para a sustentabilidade?

Luis Augusto: A Riviera se tornou referência em modelo de sustentabilidade. Sempre tivemos essa preocupação. O mundo caminha para esse empreendedor mais consciente. Aquele empresário predador é coisa do passado porque esse tipo de empresário não tem mais vez e não é mais aceito. Cabe também à municipalidade se entender com esse empresário consciente que está disposto a in-vestir e cobrar dele as melhores soluções em rela-ção às questões ambientais.

Hoje realizamos o maior programa de flora e fauna do Brasil como compensação ambiental. Compramos 2 milhões de m² fora da Riviera para fazer a compensação das áreas que vamos utilizar nos novos lotes. Aprovamos uma área de soltura de toda a fauna e estamos expandindo esse trabalho. Temos 180 pessoas catalogando todas as espécies da flora e fauna. É o maior projeto de manejo da

Projeto da Riviera inclui insta-lação de uma marina de porte internacional

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comPromisso

Mata Atlântica no Brasil que tem acompanhamento do Ibama e Deprn. Já gastamos muito no projeto, cerca de R$ 10 milhões, e o retorno ao empreendimento é a perpe-tuação da gestão de sustentabilidade.

Qualidade de Vida: aspecto fundamentalA preocupação com a preservação ambiental levou a Sobloco Construtora a investir em

equipamentos de última geração e em obras de infraestrutura de saneamento básico tornan-do-a pioneira na implantação de inúmeros projetos. Entre eles, o sistema de tratamento de água, monitorado pelo Laboratório de Controle Ambiental que garante a eficiência de todo o processo. Merece cuidado especial também a Estação de Tratamento de Esgoto que fica a quatro quilômetros da praia para onde é destinado o esgoto coletado na Riviera. A estação é formada por lagoas anaeróbicas e facultativas e utiliza um processo 100% natural que resulta da simbiose entre bactérias e algas.

Já o Programa de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos reduz a quantidade de resíduos gerados destinados ao aterro sanitário de Bertioga. O programa de reciclagem do lixo envolve a comunidade local. Para garantir a eficiência dos serviços, do atendimento e até da segurança, inclusive patrimonial, a ação da Sociedade Amigos da Riviera de São Lourenço tem sido fundamental para aju-dar a manter a qualidade ambiental do empreendimento.

A preocupação com as áreas verdes fez a Sobloco lançar em 1984 o Manual de Convivência com a Flora e Fauna da Riviera de São Lourenço, a criar seu Viveiro de Mudas em uma área de 20 mil m² que garante a ornamentação de praças e ruas com o cultivo da vegetação local. Além de trabalhos com capacitação de mão-de-obra e atividades culturais e recreativas pela Fundação 10 de agosto, a Riviera investe mui-to na educação ambiental em programas realizados junto à comunidade escolar de Bertioga. Os projetos têm envolvido milhares de crianças e jovens que passaram a entender e respeitar o meio ambiente e a se tornarem multiplicadores na luta pela preservação da natureza.

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Novos empreendimentos prometem valorizar o Jardim São Lourenço que tem atraído investidores por vários mo-tivos. O principal é sua localização em uma praia belíssima, em uma área cercada por muito verde e tendo como vizi-nha a Riviera de São Lourenço que prima pela qualidade ambiental. Esses fatores estão transformando o Jardim São Lourenço que passa por processo de crescimento aliado a investimentos de infarestrutura, saneamento básico e segu-rança para atender todos os moradores do bairro.

Há 9 anos na presidência da Sociedade Amigos do bairro, Osmar Alves de Moura explica que há interesse dos empre-endedores em assumir compromissos com a questão da pre-servação e da qualidade ambiental do bairro em seus projetos. Como exemplo cita o trabalho da Camargo Correa Desenvol-vimento Imobiliário que lançou seu primeiro empreendimento residencial no Litoral Norte, no Jardim São Lourenço. O Penín-sula de São Lourenço prevê a construção de 60 unidades distri-buídas em 3 edifícios de 10 andares com áreas privativas de 153 a 243 m². Com infraestrutura e proposta inovadoras, o projeto visa integrar natureza, sofisticação e rusticidade.

Entre os compromissos da empresa com a cidade e principalmente com o bairro constam ações como arbori-zação das ruas, a pavimentação asfáltica que já foi feita na entrada do Jardim São Lourenço em parceria com a Prefei-tura, o portal da entrada com área para posto policial e ao setor administrativo e um dos mais importantes projetos: a construção da Estação de Tratamento de Esgoto que aten-

Jardim São Lourenço: crescimento com comprometimentoderá todo o loteamento. Segundo Osmar, boa parte da primeira etapa da rede coletora de esgoto na Gleba 1 está pronta e a proposta é dotar todo o bairro de saneamento básico.

Apesar de ainda estar em fase de projeto, a Construtora Phoenix, de Santos, contribuiu financeiramente com a Sociedade Amigos para garantir a segurança ao Jardim São Lourenço. O portal já conta com sistema interligado de câmaras que faz o monitoramento do bairro. Diretor-executivo da Phoenix, Mário Celso Pereira de Alcântara ex-plica que é preciso investir não só nessa questão da segurança, que é importante, mas também em projetos com soluções ambientais.

Essa é uma das preocupações da empresa que adquiriu uma área de 10 mil m², antiga sede do Sindicato dos Despachantes Aduaneiros, onde pretende construir um condomínio de aparta-mentos com 9 andares com todo conforto e excelente padrão. O projeto está em fase de elaboração e o lançamento do empreen-dimento está previsto para o próximo verão. Em fevereiro deste ano também foi lançado o empreendimento Costa Azure, da SRW Engenharia e Frieman Participações, que prevê a construção, em área na Avenida 1, de duas torres com total de 55 apartamentos de 2 e 3 dormitórios com áreas privativas de 78 a 97 m².

“Acreditamos muito no Jardim São Lourenço. É um lugar tranqüilo, com praias maravilhosas como a de São Lourenço e Itaguaré”

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Rodrigues: orgulho em participar da históriade BertiogaEm seu quinto mandato, Toninho Rodrigues se sente honrado por ter vivenciado todo o processo político do município

Único vereador a assumir a Câmara Munici-pal por cinco vezes consecutivas, acompanhando, portanto, o crescimento e as decisões políticas de Bertioga desde sua primeira legislatura, Antonio Rodrigues Filho diz que o segredo é ser simples, leal e não esquecer os verdadeiros valores de res-peito, amor à família e à sua cidade que recebeu de seu pai e que norteia seu caminho até hoje. Nascido em Bertioga, ele se diz um verdadeiro caiçara que sente saudade da vida pacata da antiga vila onde todos se conheciam e podia, de criança, brincar e correr pela praia da Enseada, no Indaiá, onde a fa-mília reside até hoje.

Eleito em 1992, assumiu a vaga de vereador no ano seguinte, na administração de Mauro Orlandi-ni com quem volta a trabalhar procurando a me-

lhor direção para o futuro da cidade. Como atual presidente da Câmara conta com o apoio de seus colegas e tem como lema atuar em parceria com o Executivo para atingir o desafio de ajudar no desenvolvimento sustentável de Bertioga. De seu primeiro mandato, no período de 1993 a 1996, ele lembra de algumas conquistas. “Começamos sem orçamento, sem saber o que era ser um vereador, um prefeito, mas trabalhamos para que Bertioga tivesse um futuro melhor”.

Foi naquela época que Bertioga conseguiu sua primeira clínica, construída no Indaiá, com a ajuda do empresário Antonio Ermírio de Moraes que tam-bém cedeu todos os equipamentos. “Era uma clínica modelo que atraia gente de todos os municípios”. Foi nesse período também que a cidade ganhou o asfalto

Toninho: adequar legislações é um dos desafios da atual gestão

Política

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da Avenida Anchieta, do Indaiá até o centro, e a pri-meira escola em Boracéia. São conquistas do início da história de Bertioga que lembro com saudade”.

Turismo, indústria do presenteCom o crescimento natural advindo de inves-

timentos da construção civil, principalmente de-pois da implantação da Riviera de São Louren-ço, Bertioga tornou-se uma cidade migratória. Hoje, mesmo com a crise no setor em função, inclusive, das novas legislações ambientais que são mais restritas em relação a liberação de no-vos empreendimentos, o vereador, que também atua no ramo imobiliário com sua família, afir-ma, com certeza, que a construção civil ainda é a alavanca de Bertioga. Segundo Rodrigues, o setor responde pela absorção de cerca de 60% dos empregos gerados na cidade. Porém, é o po-tencial turístico que desponta como grande ge-rador de empregos e renda. “ Eu achava que o turismo seria a indústria do futuro em Bertioga, mas ele é a indústria do presente que precisa ser implementada urgentemente”.

Para o vereador, “Bertioga é uma cidade co-biçada por todo mundo. Ficamos na Baixada Santista e somos porta de entrada para o Lito-ral Norte. É a única cidade em toda a região que ainda consegue se desenvolver dentro de um planejamento ambiental”. Mas para isso, um dos

desafios da atual gestão é adequar as legislações municipais às exigências ambientais, criar novas leis dentro do que preconiza o Programa Muni-cípio Verde, do Governo do Estado, que coloca condições para que o município possa, inclusive, receber verbas dos governos Estadual e Federal e até formalizar convênio para ser responsável por seu próprio licenciamento ambiental.

Novos investimentosToda essa adequação também passa pela revi-

são do Plano Diretor que, em 1998, quando foi aprovado, previa que o município atin-giria 15% de seu território com a ocupação urbana, uma vez que 85% estão em Áreas de Preservação Permanente. Mas para ter um ganho ainda melhor na área ambiental, Rodri-gues acredita que a cidade tem como se desenvol-ver e chegar até 13% dessa ocupação aumentando sua capacidade de áreas verdes. “Com a cidade preservada, podemos atrair investimentos diferen-ciados nas áreas do turismo ecológico, de negócios, esportes náuticos e radicais e ter competições em níveis nacional e internacional. Precisamos ter a

consciência de desenvolver Bertioga como um todo assegurando-lhe o que é mais importante que é o trato na questão ambiental”.

Nessa linha de atuação, uma das propostas de Rodrigues é criar, por exemplo, um Ecopátio, um local para indústrias não-poluentes que poderiam ser atraídas ao município por meio de uma política de isenção de taxas municipais por um determinado período. Elas teriam o compromisso de contratar funcionários na Bolsa de Empregos do município. Outra possibilidade são projetos envolvendo a Par-

ceria Públi-co Privada (PPP) prin-cipalmente na área de eventos e turismo.

Para o vereador, é preciso ter em mente que Bertioga é uma cidade possível, que tem condições de se de-senvolver dentro de um planejamento. Afinal, se-gundo Rodrigues, Bertioga tem tudo o que precisa: mar, rios, matas, história, com o Forte São João, o mais antigo do País, e a Vila de Itatinga, um santuá-rio ecológico onde funciona, desde 1910, a primei-ra usina hidrelétrica do Brasil que ainda abastece o porto de Santos. “Temos tudo aqui. Basta ter a certeza e consciência de trabalhar certo”.

“ Eu achava que o turismo seria a indústria do futuro em Bertioga,

mas ele é a indústria do presente”

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Itatinga, patrimônio a ser preservadoVila abriga a primeira Usina Hidrelétrica do Brasil que em 2010 completará 100 anos em atividade

Considerada um verdadeiro santuário ecológico, a Vila de Itatinga conta com uma rica variedade de ecossistemas por estar localizada em plena Mata Atlântica e encrustada no Sopé da Serra do Mar. Construída pelos ingleses no século XIX, ela ain-da mantém as características originais e também abriga a primeira Usina Hidrelétrica do Brasil que, em 10 de outubro de 1910, passava a gerar energia para o Porto de Santos, o que acontece até hoje, com seus equipamentos e instalações em perfeitas condições.

A preocupação em manter intacto esse patri-mônio histórico, cultural e ambiental desencadeou manifestação popular e de autoridades municipais e estaduais que resultou no pedido de tombamento de toda a área que tramita no Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo (Condephaat). A abertura do procedimento, chamado “guichê” e protocolado sob o número 00725/99, em 29 de de-zembro do mesmo ano, já assegura a preservação da Vila que foi tema de audiência pública no último dia 11, na Faculdade Bertioga, quando o objetivo foi debater o futuro desse patrimônio.

A boa notícia para a comunidade veio do pró-prio presidente da Companhia Docas do Estado de São Paulo, José Roberto Serra, que anunciou: “ não faz parte dos planos da Codesp privatizar Ita-tinga”. Por sua importância histórica e ambiental, a vila mantida pela estatal também será beneficiada com obras de recuperação das casas em estilo in-glês e de todo o entorno como aconteceu com a usina. Nos últimos dois anos, a Codesp investiu R$ 10 milhões na reforma do sistema para geração e distribuição de energia dentro do programa de modernização que prevê aumentar a capacidade da usina de 15 para até 18 megawatts. E, junto com o município e a comunidade, a Codesp espera que sejam desenvolvidas ações e projetos ambientais e ecoturísticos que visem, acima de tudo, manter preservado esse patrimônio de Bertioga.

Paraíso escondidoConstruída para abrigar a usina, a Vila de Ita-

tinga encanta por suas casas, tipicamente inglesas, todas iguais e dispostas ao longo de uma única rua. Entre as construções com características do século XIX está a Capela Nossa Senhora da Conceição.

Riqueza

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No local não entram carros e o acesso é feito por barco e um bondinho que percorre 7,5 quilômetros, cortando mangues e riachos até chegar à vila.

No caminho para Itatinga, que começa no por-tinho após a travessia de barco pelo rio Itapanhaú, é possível observar as ruínas da Capela de Nossa Senhora dos Pelaes que datam do século XVIII. Porém, as principais atrações ficam por conta da natureza e das inúmeras trilhas ecológicas que le-vam a verdadeiros paraísos cercados pela flora e fauna da Mata Atlântica. Muitos desses caminhos viraram roteiros turísticos que só podem ser ex-plorados por agências credenciadas pela Codesp e Prefeitura de Bertioga..

Entre os roteiros, há várias trilhas como a dos Três Poços, que leva a piscinas naturais de águas cristalinas depois de uma caminhada que não é muito complicada. Passando por uma ponte locali-

zada atrás da usina hidrelétrica, chega-se, também, às margens do rio Itatinga com suas águas límpidas e pedras brancas que formam um cenário especial. O próprio caminho feito pelo bondinho é uma atra-ção à parte passando por riachos em trechos que cortam a Mata Atlântica.

Em atividade desde 1910 Em Itatinga, impressiona os turistas a constru-

ção da usina hidrelétrica que está ligada à história do Porto de Santos. Em 1903, a Companhia Do-cas de Santos, administrada pelas famílias Guinle e Gaffrée, comprou a Fazenda Pelaes, no sopé da Serra do Mar, em Bertioga. O objetivo era através da construção de uma usina própria, poder dar se-qüência às melhorias técnicas do Porto de Santos. Projetada pelo engenheiro Guilherme Benjamin Weinschenk, a usina começou a ser construída em

agosto de 1905 e foi inaugurada em 10 de outubro de 1910.

Sua energia destinava-se a eletrificação das ins-talações do porto, iluminação geral do cais, arma-zéns e escritórios. Basicamente a água que abaste-ce a usina vem do rio Itatinga, localizado no limite entre os municípios de Bertioga e Mogi das Cruzes. A captação da água é feita a uma altura superior a 900 metros na curva do rio onde antes existia uma cachoeira. A Usina de Itatinga sempre foi operada pela empresa administradora do porto, inicialmen-te a concessionária particular Companhia Docas de Santos e, a partir de 1981, pela sucessora a Compa-nhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) res-ponsável pela manutenção da vila até hoje.Desde sua construção, a usina vem operando ininterrupta-mente e sua capacidade possibilita a Codesp man-ter o funcionamento das instalações portuárias.

Bondinho leva até a vila; usina abastece o Porto de Santos até hoje

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Sesc-Bertioga fortalece parceria em educação ambientalNova ação começará a ser desenvolvida com estudantes da rede municipal

Com um trabalho voltado também à preserva-ção do meio ambiente, a Colônia de Férias Ruy Fonseca, o Sesc-Bertioga, tem sido importante parceira da administração municipal e da popu-lação em apoios a programas culturais, abrindo seu espaço para a comunidade e no trabalho de orientação e educação ambiental desenvolvido há vários anos. Inaugurada em 1948, a maior co-lônia de férias da América Latina, com 4 milhões e 400 mil m² de área é responsável também por atrair turistas do Brasil inteiro e sua direção faz questão que eles conheçam as belezas naturais e a rica história da cidade.

A mais nova parceria entre o Sesc e a Prefeitu-ra está sendo formatada junto à Secretaria de Edu-cação e Desenvolvimento Cultural para ser colo-cada em prática, oficialmente, a partir do segundo semestre, explica Marcos Laurenti, gerente do Sesc-Bertioga desde janeiro deste ano. A proposta

é abrir o espaço do Centro de Atividades Ambien-tais para visitação dos alunos da rede municipal de ensino que terão aulas práticas envolvendo vários temas relacionados ao meio ambiente. De-verão ser atendidas cerca de 200 crianças por dia que passarão todo o período na colônia. Uma par-te do dia participarão das atividades monitoradas e na outra vão poder usufruir dos equipamentos do Sesc-Bertioga

Os agentes de educação ambiental serão os res-ponsáveis pelo atendimento aos alunos em traba-lho que terá apoio da Prefeitura, escolas e profes-sores. A primeira ação a ser desenvolvida com as crianças terá como tema o Biomapa. O objetivo é que elas aprendam a se localizar, entendam onde estão, o ambiente em que vivem e conheçam ri-quezas naturais como a flora e fauna de Bertio-ga. “É importante que o aluno deixe um pouco o ambiente escolar para vivenciar conteúdos que

ConsCientização

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também fazem parte de sua grade curricular e que participem de atividades em espaços abertos”, ex-plica o gerente do Sesc.

ProgramaçõesEntre as parcerias realizadas com a Prefeitura, há

8 anos o Sesc-Bertioga desenvolve, com sucesso, o projeto Música é Cultura junto com a Secretaria de Educação. Grupos de Música de Câmara contratados pelo Sesc apresentam-se nas noites de sábado, a partir

das 20 horas, na Casa da Cultura (avenida Thomé de Souza, 130, praia da Enseada) mostrando o melhor da música de todos os tempos. Com entrada franca, as apresentações começaram a atrair o público enrique-cendo as noites de sábado da comunidade.

Outro exemplo de parceria são os espetáculos que acontecem no Ginásio do Sesc como apresen-tações de grupos teatrais, de dança e música que são abertos à população. Para participar, basta re-tirar o convite na portaria. “O Sesc-Bertioga é um

centro de férias que recebe as pessoas para hospe-dagem. Mas isso não impede a realização de ativi-dades que possam atender a comunidade”, afirma Marcos Laurenti. Ele também explica que o Sesc tem como filosofia mostrar Bertioga a seus visi-tantes, fazer com que eles se envolvam mais com a cidade. Por isso, faz parte da extensa programação aos hóspedes roteiros turísticos com visitação ao Forte São João, Parque dos Tupiniquins e trilhas ecológicas, entre outras atividades.

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GerênciaSetor responsável pela total assistência aos clientes, realizando visitas periódicas para administrar diver-sas tarefas, visando o bom andamento administra-tivo e social.

Depto. de Relações PúblicasA ponte entre empresa e cliente. Atendimento person-alizado sempre observando os prazos a serem cum-pridos, a entrega de documentos entre outras ações.

Depto. Financeiro e ContábilOrganiza a contabilidade, emite boletos, balancetes, monta livros caixa, solicita previsões fi nanceiras, encerra balanços e processos de abertura de Ong’s. Trabalha de forma integrada junto a outros setores.

ValoresCredibilidade/Confi ançaDedicação/Comprometimento

MissãoPrestar serviços nas áreas de assessoria contábil, fi scal trabalhista e societária com o mais alto nível de qualidade.

RecepçãoTem como o melhor atendimento da cidade. Setor responsável pelas anotações de todos os recados e um bom atendimento ao cliente.

Depto. ComercialCuida da abertura, encerramento, alterações, certidões negativas e alvará da empresas.Garantindo conforto e agilidade a seus clientes.

Depto. PessoalSetor de pagamentos em folha, homologação e rescisão con-tratual, FGTS, INSS, seguro desemprego entre outros. Informatizando com cartão de ponto, cartão magnético ou via internet. Os relatórios anuais, Rais, Dirf, IRPF e outros, são atualizados dentro do prazo estabelecido pelo cliente.

Depto. FiscalÉ responsável pelo setor tributário a pagar e receber. Onde são feitas as escriturações de entradas, saídas, ICMS, PIS, COFINS, contribuição social, ISS, INSS, IRPJ, IRPF, livros fi scais e toda documentação para o fi sco.

Depto. FiscalSetor onde o cliente pode fazer suas consultas quantas vezes for necessário. Assessoria já inclusa nos honorári-os pagos pela empresa, auxiliando os clientes na área civil, comercial e trabalhista.

Parabéns Bertioga pelos

18 anos de emancipação

político-administrativa

Valores

Missão

Recepção

Depto. Fiscal

Depto. Fiscal

Depto. Pessoal

Depto. Comercial

jr_79.indd 1 14/5/2009 22:58:01

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GerênciaSetor responsável pela total assistência aos clientes, realizando visitas periódicas para administrar diver-sas tarefas, visando o bom andamento administra-tivo e social.

Depto. de Relações PúblicasA ponte entre empresa e cliente. Atendimento person-alizado sempre observando os prazos a serem cum-pridos, a entrega de documentos entre outras ações.

Depto. Financeiro e ContábilOrganiza a contabilidade, emite boletos, balancetes, monta livros caixa, solicita previsões fi nanceiras, encerra balanços e processos de abertura de Ong’s. Trabalha de forma integrada junto a outros setores.

ValoresCredibilidade/Confi ançaDedicação/Comprometimento

MissãoPrestar serviços nas áreas de assessoria contábil, fi scal trabalhista e societária com o mais alto nível de qualidade.

RecepçãoTem como o melhor atendimento da cidade. Setor responsável pelas anotações de todos os recados e um bom atendimento ao cliente.

Depto. ComercialCuida da abertura, encerramento, alterações, certidões negativas e alvará da empresas.Garantindo conforto e agilidade a seus clientes.

Depto. PessoalSetor de pagamentos em folha, homologação e rescisão con-tratual, FGTS, INSS, seguro desemprego entre outros. Informatizando com cartão de ponto, cartão magnético ou via internet. Os relatórios anuais, Rais, Dirf, IRPF e outros, são atualizados dentro do prazo estabelecido pelo cliente.

Depto. FiscalÉ responsável pelo setor tributário a pagar e receber. Onde são feitas as escriturações de entradas, saídas, ICMS, PIS, COFINS, contribuição social, ISS, INSS, IRPJ, IRPF, livros fi scais e toda documentação para o fi sco.

Depto. FiscalSetor onde o cliente pode fazer suas consultas quantas vezes for necessário. Assessoria já inclusa nos honorári-os pagos pela empresa, auxiliando os clientes na área civil, comercial e trabalhista.

Parabéns Bertioga pelos

18 anos de emancipação

político-administrativa

Valores

Missão

Recepção

Depto. Fiscal

Depto. Fiscal

Depto. Pessoal

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Bertioga, primeiro povoado de apoio para a colonizaçãoA história está presente em cada parte da cidade que foi ponto de partida para a fundação de São Vicente e Rio de Janeiro

Quem visita Bertioga e encontra uma cidade em pleno desenvolvimento não consegue imaginar que ela já foi cenário do início da colonização do Brasil.

Praticamente foi na antiga Buriquioca – que na língua tupi-guarani significa “Morada dos Macacos – que tudo

começou. Antes da chegada dos portugueses, em 1531, a região era habitada pelos tupiniquins. Mas bem antes, por

volta de 2000 a.C, tribos primitivas viviam na região e conse-guiram deixar um testemunho de sua passagem por vestígios estudados até hoje como os sambaquis, montes artificiais de conchas com várias formas, encontrados na região.

A história oficial do povoado de apoio começou com a chegada, em 1531, de Martim Afonso de Souza que aportou com suas

naus nas águas de Buriquioca. Em 22 de janeiro de 1532 ele saiu da região para fundar a Vila de São Vicente. Nesse mesmo ano foi erguida, em Bertioga, a primeira fortaleza do Brasil, feita em paliçada de madeira, denominada na época Forte São Tiago, levantada por cinco irmãos mamelucos: João, Diogo, Domingos,

Francisco e André, filhos do português Diogo Braga.Em 12 de janeiro de 1545, Bertioga foi doada a João Pires e,

dois anos depois, a fortaleza erguida no estratégico canal ganhava muros de alvenaria de pedra e cal. Nesse mesmo ano, em 1547, ela seria a defesa do ataque de 70 índios que chegaram em canoas para assaltar a fortificação, mas foram repelidos pelos soldados que to-mavam conta do forte. Nessa época, todo o povoado ocupava um trecho à beira-mar defendido pelo Morro da Senhorinha.

Foi dessa mesma fortaleza, construída também para defen-der a região dos ataques de inimigos, piratas e outras tribos in-dígenas, que a esquadra de Estácio de Sá saiu, em 27 de janeiro de 1565, para fundar a cidade do Rio de Janeiro. Em 1699, a fortificação ganhava suas características atuais sendo rebatiza-da, em 1765, como forte São João.

Retrato da históriaO Forte São João abrigou vários personagens da história do Bra-

sil como os jesuítas José de Anchieta e Manoel da Nóbrega em sua missão de catequizar os índios. Também foi morada do artilheiro alemão Hans Staden, responsável pelos primeiros relatos da vida

HistóRia

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das comunidades indígenas que habitavam o país. O monumento, que já foi palco de guerras e atrocidades, ainda era conhecido como Forte São Tiago quando teve sua construção substituída por alvenaria de cal e pedras em 1547.

No entanto, foi em 1765 que passou a chamar-se Forte São João devido à restauração da capela erguida em louvor ao santo. Em 1940, foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), época em que foi iniciado seu processo de recuperação que acabou sendo inter-rompido nos anos 60. Em 2001, depois de fechado

ao público por mais de 5 anos, foi reaberto com a primeira edição da Festa Nacional do Índio.

O forte passou a ser repovoado com armas do período colonial, salas temáticas que retratam pas-sagens dos jesuítas José de Anchieta e Manoel da Nóbrega, uma oca recriando como vivia uma fa-mília tupiniquim no século XVI, artefatos indíge-nas e imagens que relatam a história do artilheiro alemão Hans Staden e sua aventura ao viver como prisioneiro por 9 meses dos tupinambás. Depois de libertado, voltou à Europa e, em 1555, publicou os primeiros relatos dos índios no Brasil.

Parque dos Tupiniquins Em 22 de abril de 2004, quando o Brasil comemorou

504 anos de descobrimento, Bertioga recebeu, de presen-te, o seu sítio histórico, com a inauguração do Parque dos Tupiniquins. Passear pelo parque é uma forma de voltar ao passado, às aventuras do período colonial, pois ele mantém instalações, com estátuas em tamanho natural, do líder tupi-nambá, Cacique Cunhambebe, a única do Brasil, um cenário retratando os jesuítas Manoel de Nóbrega e José de Anchieta catequizando uma família tupiniquim e as figuras de Hans Staden e do índio Carijó. Totalmente reflorestado, o parque possui várias espécies de árvores e plantas típica da região.

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Os moradores de Bertioga acreditavam que o então distrito de Santos somente cresceria depois de ser emancipado. Esse era o sonho de muita gen-te que lutou arduamente para atingir esse objetivo. Era também o sonho de Licurgo Mazzoni que fa-leceu em 1993, dois anos após a população ter de-clarado o sim tornando Bertioga independente de Santos após o plebiscito de 19 de Maio de 1991.

Mas a luta pela emancipação não foi fácil. Fo-ram quase nove anos entre guerras de poderes, pressões políticas e um grande esforço da comu-nidade que começou em 1982. Nessa luta, algumas pessoas foram fundamentais como todos os inte-grantes da Comissão Organizadora da Emancipa-ção, presidida por Licurgo Mazzoni, e o deputado federal Maurício Najar. Na época, ele foi o respon-sável pela apresentação, na Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo, do projeto que resultou no processo de emancipação de Bertioga. A comissão também era integrada por Antonio Duarte, Antonio Purita, Gerônimo de Souza Lobato, Eunice Lobato, Irene Vaz de Pinto Lyra, Pérsio Dias Pinto, Abelar-do de Araújo Barros e os conselheiros José Nunes

Emancipação: o sonho de uma comunidadeApós lutas e pressões políticas, que duraram cerca de nove anos, a população bertioguense deu seu grito de independência.

Conquista

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Viveiros (Zéca do Gás), Paulo Sérgio Martinez, Sérgio Pastori e mais 129 fundadores.

Houve muita pressão, em âmbito federal, pois existia uma lei que impedia os distritos paulistas de se emanciparem exigindo que, para isso, deveriam ter cinco milésimos de arrecada-ção de impostos do Estado, o que era inviável. A própria Prefeitura de Santos tentou impedir a emancipação. Isso fez com que em 1987 Pér-sio Dias Pinto e Eunice Lobato levassem a Bra-sília, aos representantes da Subcomissão de As-suntos Municipais da Assembléia Constituinte, uma minuta de lei, elaborada por Diógenes Gasparini – responsável pela Lei Orgânica dos Municípios – solicitando que questões relacio-nadas à emancipação dos distritos passassem para a alçada do Governo do Estado. Em 31 de dezembro de 1991, o governador, na época, Luis Antonio Fleury Filho assinava o Decreto Lei 7664 oficializando a criação do município que teve sua primeira administração em 1993 quando foi eleito prefeito Mauro Orlandini.

Primeira tentativa em 1956Em 1956 uma tentativa de emancipação foi

liderada por Aldo Moraes e a família Costábili, mas o movimento não surtiu efeito. Novo le-vante aconteceu em 1972 que não deu certo, pois Santos ficou sob intervenção militar. Dez

anos depois, a luta pela autonomia foi recon-quistada e tomou força com as construções das rodovias Rio-Santos e Mogi-Bertioga facilitan-do o acesso ao distrito. Porém, o movimento ganhou impulso com a criação da Associação Comercial e Industrial de Bertioga em 1981.

O primeiro plebiscito, marcado para 1989, não aconteceu por intervenção da Prefeitura e da Câmara Municipal de Santos que aprovou, de um dia para outro, uma lei restringindo as divisas do então distrito de Bertioga de seus 480 km² para 270 km². Essa medida foi apro-vada apesar de a Constituição Federal de 1988, em seu parágrafo 2º, das Disposições Transi-tórias, atestar que todo distrito em processo de tramitação de emancipação não poderia ter suas divisas alteradas a partir dessa data.

A prefeita de Santos na época, Telma de Souza (PT), recorreu ao Supremo Tribunal Federal, pois queria que essa determinação fosse invalidada. Porém, houve nova pres-são da Comissão Organizadora e da Frente Distrital Paulista de Emancipação criada em 1987 e presidida por Pérsio Dias Pinto de 1989 a 1992. Eles provaram ao governo que uma determinação municipal não po-deria se sobrepor às próprias constituições Estadual e Federal, o que garantiu a vitória aos representantes da entidade.

Primeira eleição municipal aconteceu em 1992: era o início da independência

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Respeito à Cultura Indígena“A força indígena vem da cultura, espiritualidade e da sua terra. Um povo que não tem cultura, não tem identidade. Um povo sem espiritualidade, não conhece a natureza. Um povo que não tem terra, morre”.

Para respeitar, é preciso, antes de tudo, conhecer. E isso vale para nossa história, nos-sa terra, nossas riquezas naturais, nossas diversidades culturais. Um povo que não tem cultura, não tem identidade, afirma o líder indígena, Marcos Terena, presidente do Co-mitê Intertribal – Memória e Ciência Indígena, membro da Cátedra Indígena Itinerante e articulador dos direitos dos povos indígenas na ONU (Organização das Nações Unidas). A cultura indígena está intimamente ligada à origem de Bertioga, a antiga Buriquioca, que foi o primeiro povoado de apoio para a Colonização do Brasil no século XVI onde viviam, na época, os tupiniquins.

Muito tempo se passou, mas a história, sempre latente, fez com que indígenas de todo o Brasil voltassem a pisar em solo bertioguense em uma confraternização com seus irmãos e representantes da etnia guarani, que vivem na Reserva Indígena Ribeirão Silveira, em Boracéia, divisa entre Bertioga e São Sebastião. Mas, mais do que isso,

(Marcos Terena, presidente do Comitê Intertribal – Memória e Ciência Indígena)

DiReitos

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fez com que fosse resgatada a rica diversidade cultural desses povos mostrando aos não-índios parte de sua cultura, tradições, rituais, seus esportes, o artesanato, a arte plumária e também as principais questões que afligem hoje as comunidades indígenas em todo o País: o direito à saúde, à educação, à terra.

Todas essas questões começaram a fazer parte de Bertioga por meio da Festa Nacional do Índio criada em 2001 e que se projetou nacionalmente atraindo, também, estudiosos e turistas estrangeiros. Este ano ela foi transformada em Festival Nacional da Cultura Indígena ganhando novo formato, com a realização de novos seminários, palestras onde temáticas de in-teresse dos povos dividiram espaço na programação realizada de 18 a 20 de abril.

O contato sempre enriquecedor com nossos ir-mãos indígenas trouxe a Bertioga, este ano, repre-sentantes dos povos Karajá e Xerente (Tocantins), Meninako (Parque Indígena do Xingu) em Mato Grosso, estado também dos povos Manoki, Tere-na, Paresi, além da presença de um grupo Pataxó, de Porto seguro, sul da Bahia. Entre as novidades deste ano, apresentações culturais como do grupo paulista Mawaca, que faz uma pesquisa sobre sons rupestres, e peças teatrais proporcionaram inter-câmbio e troca de experiências culturais.

Durante o evento, no dia 19 de Abril, quando se co-memora o Dia do Índio, o líder Marcos Terena, em sua mensagem à população lembrou que essa confraterni-

zação cultural, essa mistura de raças e culturas é fun-damental. “Esse é o Brasil do sonho indígena: negros, brancos, povos indígenas. Esse é o verdadeiro pro-grama de índio”. E, ao citar as dificuldades enfrenta-das pelos povos indígenas em todo o Brasil afirmou que a maior ameaça “ nasce do desconhecimento dos valores indígenas humanos e ambientais. Nesse Dia do Índio exigimos que os direitos indígenas se-jam respeitados e que o homem branco aprenda de novo a conversar com os índios como vocês estão fazendo aqui em Bertioga”

Tradição guarani está presente na cidade

Uma comunidade que vive da plantação, do artesanato típico e preserva danças e can-tos sagrados provando que é possível viver em harmonia com a natureza. É assim que aproximadamente 400 habitantes da Reser-va Indígena do Ribeirão Silveira mantêm suas tradições, apesar de estarem tão pró-ximos da cidade. Localizada em Boracéia, a cerca de 25 km da Riviera de São Lou-renço, a aldeia tupi-guarani é considera-da um exemplo entre todas do Estado de São Paulo e recebe apoio das prefeituras de Bertioga e São Sebastião nas áreas de saúde e educação.Na escola da reserva, as crianças têm aulas em português e

Artesanato é uma das fontes de renda das comunidades

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tupi-guarani e a comunidade também comemora o fato de registrar o maior índice de crescimento de natalidade do Brasil.

No Ribeirão Silveira, os índios dão exemplo de como é possível se adaptar aos novos tempos, sem perder a identidade cultural. Um tra-balho importante foi a participação desse grupo no CD lançado pelo projeto Memória Viva Guarani, com cantos sagrados apresentados por aldeias de São Paulo e Rio de Janeiro. Na reserva, a Prefeitura de Ber-tioga construiu a escola e mantém os professores da rede municipal, de 1ª a 4ª séries, inclusive de formação indígena, responde pela merenda escolar e entregou, no último ano, mais duas salas para aulas de 5ª a 8ª séries mantidas com professores estaduais.

A Prefeitura de Bertioga também construiu um posto médico sendo que os serviços na área de saúde são oferecidos por São Sebastião que cons-truiu as casas típicas dentro dos padrões da cultura guarani e também ajuda com projetos de subsistência. Com o replantio do palmito Pupunha, Juçara e plantio de mudas de espécies de plantas ornamentais nativas da região como helicônia, a reserva dá exemplo de sustentabilidade.

Rituais sagradosDanças, cantos e rituais sagrados para os guaranis falam basicamente da

relação entre o homem e a natureza e tudo o que ela representa espiritu-almente para a comunidade. Hoje crianças e jovens, que ainda falam em tupi-guarani, se unem para representar e mostrar essa cultura por meio de um trabalho que resgata essa tradição. A reserva também mantém sua principal festa religiosa que acontece anualmente em janeiro, entre os dias 9 e 10, quando as crianças que nasceram no ano anterior são “batizadas” e recebem a denominação em guarani. Trata-se de um ritual especial que envolve o pajé e a família, uma vez que o nome tem importância vital nos destinos dessa criança. Além disso, todas as noites, as crianças se reúnem com suas famílias na Casa de Reza onde participam de orações com o pajé.

Contato com as etnias proporciona conhecimento da rica diversidade cultural dos povos indígenas

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Boa viagem....MeMóRia

As próximas páginas propõem uma viagem no tempo por imagens que, por si só, retratam o clima bucólico de Bertioga quando ainda era distrito de Santos. As praias extensas e deser-tas que deixam saudade, a antiga vila com a vista do canal, no centro da cidade, que era muito procurado pelos banhistas.

Imagens do Forte São João, o monumento mais antigo do Brasil e também o primeiro de arquitetura militar, que registram visitas de autoridades importantes, enquanto outras relembram como era a área do Forte e que hoje abriga o Parque dos Tupini-quins, sítio histórico de Bertioga.

Um tempo que deixou saudade nos antigos moradores, em

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MeMóRia

todos que encararam as dificuldades de acesso, na época, para desfrutar desse paraíso. O único meio de locomoção entre Santos e Bertioga era pela barca da Companhia Santense que guarda muitas histórias. Nossa proposta com essas páginas é fazer com que as lembranças venham à tona, as emoções sejam re-vividas e a memória cultuada. E, para quem não vi-veu aquela época, que as imagens possam mostrar as belezas e a simplicidade de uma Bertioga que ainda esbanja charme, cenários exuberantes e faz com que as pessoas se sintam à vontade em contato com esse ambiente natural. Boa viagem....

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Forte São João é também o mais antigo do

Brasil em arquitetura militar

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MeMóRia

Praia da Enseada, próximo ao canal de Bertioga, uma imagem rara nos dias de hoje

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A aventura na travessia Santos - Bertioga nas barcas da Companhia Santense

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DaDos

Conheça Bertioga

Origem do nomeNome: BertiogaGentílico: BertioguenseOrigem: Indígena (Tupi-Guarani)Denominação: Buriquioca (Morada dos Macacos)

LocalizaçãoBertioga está localizada entre o Litoral Norte e a Região Metropolitana da Baixada Santista.

LimitesNorte: Salesópolis, Biritiba Mirim e Mogi das CruzesLeste: São SebastiãoOeste: SantosSul: Guarujá e Oceano Atlântico

Localização TopográficaAltitude: 3mLatitude: 23 º51´17” Sul (S)Longitude: 046º08´03” (W)

Área TerritorialBertioga tem 491,70 km² (Dados de 2009 da Fundação Seade – Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados). Desse total, 85% em Áreas de Preservação Permanente. Seu território correspon-de a 20,31% da área da Região Metropolitana da Baixada Santista sendo o segundo maior muni-cípio da Baixada. Tem 33,1 km de extensão de praias e um limite aquático de 46,15 km ( linha de água da divisa com Santos-Caruara/Caiubura no canal de Bertioga) até Boracéia, divisa com São Sebastião.

Densidade Demográfica86,89 habitantes/km² (Dado Fundação Seade relativo a 2008)

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PopulaçãoOficial: 39.091 habitantes (contagem do IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – referente à população residente em 1º de abril de 2007) Desse total, 18.890 são homens e 20.201 mulheres.Estimada: De acordo com a Fundação Seade (Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados) a população estimada em 2008 era de 42.724 habitantes.Flutuante: Estimada em 350 mil pessoas na temporada de verão

População em:1991 :11.4731996: 17.0022000: 30.093 (Censo IBGE)

ClimaTropical temperado com ventos de quadrante leste. Nas áreas de Mata Atlântica, o clima é subtropical e o ar sempre úmido.

Temperatura média anual: 24ºC

FloraA Mata Atlântica abriga espécies importantes de árvores como o jequitibá-rosa, mas destacam-se também figueiras, ipês, braúna, pau-brasil e plantas como a samambaiaçu e outras espécies de samambaias, helicônias (bico de tucano), orquídeas, bromélias, manacá-da-serra, lírio-do-brejo, caminho-do-brejo, entre outras espécies da floresta tropical. A Helicônia Brasiliensis é prima da bananeira e considerada símbolo da flor tropical.Típica da região, a caminho-do-brejo tem sua flor nas cores bran-ca, lilás ou vermelha. Espécie nativa da região de Bertioga é a Erythrina Speciosa, mais conhecida como Suinã, Facãozinho ou Corticeira. Era usada como bóia para redes de pesca e tem poder cicatrizante. Sua casca fornece produto de cor avermelhada pró-prio para tintura de tecidos. Ela floresce de julho a setembro.

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Hino de BertiogaInstituído pela Lei 186/96Autor: Miguel Roberto Moure

Progressista BertiogaÉs recanto acolhedorLindas praias, verdes matasPreservadas com amor

Entre a serra e o oceanoE em teu belo litoralVivem fauna, flora, humanidadeEm equilíbrio natural

Teus encantos, que são tantosA natureza esculpiuCom as águas e os ventosNo teu solo tão gentil

És vibrante, BertiogaDe futuro promissorCom a fé e a ciênciaDos teus filhos, o labor

E da gente hospitaleiraFibra, raça e coraçãoTeus valentes pescadoresSão heróis e tradição

A beleza, a naturezaQue se vem admirarPara tantos é BertiogaPara nós, é nosso Lar

BrasãoCriado em 22 de janeiro pela Lei Munici-

pal 001/93, o Brasão de Armas de Bertioga retrata uma fortaleza de prata, o sol, duas

estrelas e um peixe. O monumento no ícone é uma referência ao Forte São João, Na base, encontra-se o nome da cidade entre as datas 1547, ano da fundação do povoado, e 1993,

quando começa a primeira administração municipal.

BandeiraCriada pela Lei 027/93 e oficializada em 14 de setembro do mesmo ano. As cores verde, branco e azul são dispostas na vertical, sendo a primeira parte verde, equivalente a um quarto, seguida da parte branca, equivalente a dois quartos; e a última parte (um quarto) na cor azul. No centro da parte branca está a figura do Brasão do Município.

DaDos

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FaunaA região de Bertioga concentra várias espécies de animais como onças, veados, bichos-preguiça, tatus, bem como aves e peixes que formam a fauna local. Uma espécie típica é a garça-branca-pequena que vive em pequenos grupos e alimenta-se em rios, lagos, manguezais e nas praias onde procura peixes, sapos e caranguejos.

ManguezaisConsiderados berçários naturais da procriação de espécies marinhas, os manguezais são ecossistemas costeiros de transição entre os ambientes terrestre, fluvial e marinho e ocorre em regiões costeiras abrigadas e sujeitas aos regimes das marés. Nos Manguezais há caranguejos de várias espécies, aves aquáticas e gamboas que são braços de rios com fluxo e refluxo das marés. Os mangues estão entre os ecossistemas de maior produtividade, pois ga-rantem alimentos, proteção e condições de reprodução para animais de várias espécies.

Bacias HidrográficasBertioga é formada por três sub-bacias hi-drográficas: Itapanhaú, Guaratuba e Itaguaré, sendo que a do rio Itapanhaú é considerada a mais importante do município. Itapanhaú: Com área de drenagem de 261,5 km² (nascentes também em Mogi das Cruzes e Biritiba Mirim) desemboca no canal de Bertioga e tem como seus principais afluentes: rios Itatinga (área de drenagem de 104 km²) e Jaguareguava (área de drenagem de 26,4 km²). Guaratuba: Tem área de drenagem de 128,7 km² ( cabeceira do alto da Serra do Mar) e desembocadura no mar, na praia de Guaratuba. Itaguaré: Tem área de drenagem de 85,3 km², nasce na Serra do Mar e desemboca também no mar.

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PraiasBertioga possui 33,1 km de extensão de praiasEnseada: Cerca de 12 kmSão Lourenço: 5,5 kmItaguaré: 2,9 kmGuaratuba: 8 kmBoracéia: 4,7 km

RiosBertioga poderia ser chamada a cidade das águas cortada pelos

rios Itapanhaú, Itaguaré e sua foz, Guaratuba e sua barra,

Jaguareguava, Itatinga e canal de Bertioga. Além da pesca, os

rios também são caminhos para o turismo com passeios de barcos e

escunas e prática de esportes.

Forte São JoãoA primeira fortaleza construída

no Brasil, erguida em paliçada de madeira em 1532, é um dos pontos

turísticos mais visitados junto com o Parque dos Tupiniquins

Vila de ItatingaLocalizada na encosta da

Serra do Mar, é um santuário ecológico que detém uma das maiores biodiversidades do

Planeta.

Sesc-BertiogaInaugurada em 1948, a Colônia de Férias Ruy

Fonseca, Sesc-Bertioga, é a maior da América Latina.

Trilhas EcológicasBertioga oferece inúmeras

opções de passeios ecológicos. Cerca de 10 trilhas são cadas-tradas pelo município, embora

ainda existam inúmeras a serem identificadas e exploradas.

Canal de Bertioga Cartão - Postal da cidade

Aldeia IndígenaLocalizada em Boracéia, divisa com São Sebastião, a Reserva Indígena Ribeirão Silveira abriga cerca de 400 índios da etnia guarani que mantém suas tradições culturais.

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Taxa de CrescimentoA projeção feita pelo IBGE em 1996 apontava que a população chegaria a 19.534 pessoas em 2000, número que extrapolou bastante. Segundo análise populacional dos municípios paulistas feita pela Fundação Seade, Bertioga foi a cidade que registrou o maior crescimento populacional entre 2000 e 2005 correspondente a 8,4% ao ano.

Distâncias:Guarujá: 30 kmSão Sebastião: 100 kmSão Paulo: 115 kmRio de Janeiro: 510 km

Obs: O marco zero de Bertioga fica junto ao Forte São João

TransporteLiga-se com o Planal-to pela Rodovia Mogi-Bertioga –SP-98 (ao nor-te), com a ilha de Santo Amaro (Guarujá) por meio de um serviço de ferry-boat (ao sul), com Santos (a oeste) e São Sebastião (a leste) pela Rodovia Manoel Hipóli-to do Rego, a Rio-Santos (SP-55/BR 101)

Dados econômicos e sociaisProduto Interno Bruto (PIB) em milhões de reais correntes R$ 445,54 milhões (2006)Renda Per Capita * R$ 10.180,71 (2006)Indíce de Desenvolvimento Hu-mano (IDH) 0,792 (PNUD – 2000)Taxa de Alfabetização 91.7%Índice Paulista de Responsabi-lidade Social – Dimensão Riqueza: 74 (2006)Índice Paulista de Responsabi-lidade Social – Dimensão Escolaridade 59 (2006)

Obs: O índice escolaridade não acompanhou o crescimento no índice riquezas do município

Principais atividadesA construção civil ainda é a principal atividade com predominância do setor turístico envolvendo redes hoteleira e gastronômica, agências de turismo. A pesca é atividade presente o ano inteiro.

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