revisÃo aduaneira e seguranÇa jurÍdicaarquivos.intelectosolucoes.com.br/revisao-aduaneira.pdf ·...

16
REVISÃO ADUANEIRA E SEGURANÇA JURÍDICA

Upload: phamthu

Post on 19-Jan-2019

218 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

REVISÃO ADUANEIRA E SEGURANÇA JURÍDICA

© 2016 by INTELECTO EDITORA

Produção editorial: Demes BritoDiretor editorial: Demes Brito

Diagramação e revisão: Formato Serviços

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Fernandes, Rodrigo MineiroRevisão aduaneira e segurança jurídica / Rodrigo Mineiro

Fernandes. – – São Paulo: Intelecto Editora, 2016.

Bibliografia.ISBN 978-85-5827-000-7

1. Comércio exterior 2. Direito aduaneiro – Brasil 3. Direito tri-butário – Brasil 4. Garantia (Direito) 5. Lançamento tributário 6.

Segurança jurídica 7. Tarifas alfandegárias – Legislação – Brasil 8. Valor aduaneiro I. Título.

16-00270CDU-34:339.543

Índices para catálogo sistemático:

1. Direito aduaneiro 34:339.543

TODOS OS DIREITOS RESERVADOS – É proibida a reprodução total ou parcial, de qualquer forma ou por qualquer meio. A violação dos

direitos de autor (Lei no 9.610/98) é crime estabelecido pelo artigo 184 do Código Penal.

Impresso no Brasil/Printed in Brazil

Nota: O Acordo Ortográfico foi aplicado integralmente nesta obra.

INTELECTO EDITORA

Rua Turiaçu, 390, 5o andar

Perdizes

05005 000 São Paulo SP

011 2592 8003

intelectosolucoes.com.br

Apresentação, ix

Prefácio, xi

Introdução, 1

1 Notas Introdutórias sobre o Direito Aduaneiro, 7

1.1 O Direito Aduaneiro e o comércio internacional, 8

1.1.1 A evolução histórica do comércio internacional, 8

1.1.2 O Direito Aduaneiro e a regulação do comércio

internacional, 14

1.2 Os elementos essenciais do Direito Aduaneiro, 15

1.3 As funções da Aduana, 20

1.3.1 O controle aduaneiro, 20

1.3.2 A aplicação de restrições, 22

1.3.3 A tributação aduaneira, 23

1.4 A Aduana e as medidas de facilitação comercial, 25

1.5 O Direito Aduaneiro no ordenamento jurídico brasileiro, 30

1.5.1 A Previsão Constitucional das atividades aduaneiras, 30

1.5.2 Histórico da Legislação Aduaneira, 34

1.5.3 Tratados e Convenções internacionais, 37

1.5.4 Código Aduaneiro do Mercosul, 38

SUMÁRIO

vi Fernandes

1.6 A relação entre o Direito Aduaneiro, Direito Tributário e

Direito Econômico, 39

2 Procedimentos Aduaneiros na Importação: o Desembaraço de Mercadorias, o Lançamento Tributário Aduaneiro e a Revisão Aduaneira, 43

2.1 A importação de mercadorias, 43

2.2 O despacho aduaneiro de importação, 45

2.2.1 O registro da Declaração de Importação – DI, 46

2.2.2 A parametrização da Declaração de Importação, 47

2.2.3 A Conferência aduaneira, 53

2.2.4 O Desembaraço das mercadorias, 56

2.3 A Revisão Aduaneira, 57

2.3.1 Previsão legal e regulamentar, 57

2.3.2 A Revisão Aduaneira e o princípio da autotutela, 63

2.3.3 A Revisão Aduaneira dentro do modelo de Aduana do

século XXI, 65

2.4 O lançamento dos tributos aduaneiros, 68

2.4.1 O desembaraço aduaneiro como homologação expressa

do lançamento, 73

2.4.2 A Revisão Aduaneira como homologação expressa do

lançamento, 76

2.5 A Revisão Aduaneira e a revisão do lançamento tributário-

aduaneiro: procedimentos distintos, 80

3 A Segurança Jurídica na Tributação, 83

3.1 A segurança jurídica na evolução do Estado de Direito, 83

3.1.1 A segurança jurídica no Estado Liberal, 84

3.1.2 A segurança jurídica no Estado Social, 87

3.1.3 A segurança jurídica no Estado Democrático de

Direito, 89

3.2 A segurança jurídica como princípio-garantia, 93

3.3 A segurança jurídica e a solidariedade, 97

3.4 O conteúdo da segurança jurídica, 101

3.4.1 Cognoscibilidade ou determinabilidade, 101

vii

3.4.1.1 Legalidade e Juridicidade, 102

3.4.1.2 Tipicidade, 105

3.4.1.3 Argumentação, 108

3.4.2 Confiabilidade, 110

3.4.3 Calculabilidade, 112

3.5 A segurança jurídica na extrafiscalidade, 113

3.6 Os limites da segurança jurídica, 118

4 A Segurança Jurídica e a Proteção da Confiança, 123

4.1 A confiança e a proteção da confiança, 123

4.1.1 A confiança como redutora da complexidade social, 123

4.1.2 A proteção da confiança, 130

4.2 A proteção da confiança e a boa-fé, 137

4.3 Mecanismo de aplicação da proteção da confiança, 139

4.3.1 A base da confiança, 139

4.3.2 O exercício da confiança, 144

4.4 Limites à proteção da confiança, 146

5 A Proteção da Confiança nos Procedimentos Revisionais Aduaneiros, 151

5.1 A concretização da proteção da confiança no sistema tributário

brasileiro: os artigos 100 e 146 do CTN, 151

5.2 A mudança de critério jurídico, o erro de direito e a hipótese

prevista no artigo 146 do CTN, 156

5.3 A revisão do lançamento por erro: análise do artigo 149 do

CTN, 162

5.3.1 A revisão do lançamento por ilegalidades, 164

5.3.2 Análise do art. 149 do CTN, 170

5.4 A Revisão Aduaneira e a proteção da confiança, 180

5.4.1 A proteção da confiança na Revisão Aduaneira e o canal

verde de parametrização, 181

5.4.2 A proteção da confiança na Revisão Aduaneira e os

canais amarelo e vermelho de parametrização, 183

viii Fernandes

6 Análise Crítica da Jurisprudência, 189

6.1 Acórdãos do Supremo Tribunal Federal, 190

6.1.1 Fatos anteriores a 01/01/1967, 190

6.1.2 Fatos posteriores a 01/01/1967, 194

6.1.3 Conclusões sobre a jurisprudência selecionada do STF

em matéria de Revisão Aduaneira, 197

6.2 Súmula 227 do antigo Tribunal Federal de Recursos, 202

6.3 Acórdãos do Superior Tribunal de Justiça, 206

6.3.1 REsp 65.858, Relator Ministro Cesar Asfor Rocha, 207

6.3.2 REsp 171.119, Relatora Ministra Eliana Calmon, 208

6.3.3 REsp 412.904, Relator Ministro Luiz Fux, 209

6.3.4 REsp 202.958, Relator Ministro Franciulli Netto, 212

6.3.5 AgRg 478.389, Relator Ministro Humberto Martins,

215

6.3.6 Ag 918.833, Relator Ministro José Delgado, 216

6.3.7 AgRg 1.033.299, Relatora Ministra Denise Arruda, 218

6.3.8 REsp 1.112.702, Relator Ministro Luiz Fux, e Agravo

Regimental, Relator Ministro Humberto Martins, 220

6.3.9 AgRg no REsp 942.539, Relator Ministro Humberto

Martins, 224

6.3.10 AgRg no REsp 1.366.536, Relator Ministro Humberto

Martins, 228

6.3.11 Conclusões sobre a jurisprudência selecionada do STJ

em matéria de Revisão Aduaneira, 232

7 Conclusões, 241

Referências, 253

A adequação da Aduana brasileira às demandas con-

temporâneas é um tema que desperta interesse em todos

os operadores de comércio exterior e nos profissionais do

direito ligados à matéria. A adoção de modernas técnicas

de fiscalização e controle, como a gestão de risco, uso de

ferramentas tecnológicas, intercâmbio de informações e,

principalmente, de auditorias a posteriori, já são uma realidade

em nosso sistema aduaneiro, e tendem a ter maior destaque

com as medidas aprovadas no Acordo sobre Facilitação de

Comércio da Organização Mundial de Comércio.

Neste cenário do século XXI, os procedimentos revisio-

nais aduaneiros são extremamente relevantes, por repre-

sentarem uma mudança de paradigma na fiscalização das

operações de comércio exterior. Passamos daquele modelo

histórico de verificação da operação no ato do desembaraço

aduaneiro, para um modelo de gestão de risco e verificações

posteriores da operação, de forma a minimizar o tempo do

trâmite aduaneiro na entrada e saída do país, sem perder o

necessário controle das operações.

APRESENTAÇÃO

x Fernandes

Ocorre que dentro do Estado Democrático de Direito,

destaca-se o princípio da segurança jurídica. Considerado

como um princípio-garantia de proteção dos direitos funda-

mentais de todos os cidadãos, a segurança jurídica deve ser

aplicada de forma conjunta com a legalidade e a igualdade,

conjugando os objetivos constitucionais de liberdade e so-

lidariedade, na busca pela justiça.

Diante deste contexto, apresentamos a presente obra

que investiga os procedimentos revisionais aduaneiros à

luz da segurança jurídica, a partir da interpretação do sis-

tema aduaneiro, com considerações doutrinárias e análise

jurisprudencial.

Pretende-se, com o trabalho apresentado, ressaltar as

especificidades da matéria aduaneira, suas interseções e

diferenças com o Direito Econômico e o Direito Tributário,

de forma a avaliar o instituto da Revisão Aduaneira, sua

diferenciação da revisão do lançamento tributário nas ope-

rações aduaneiras, e sua adequação à segurança jurídica e

proteção da confiança.

Este trabalho de Rodrigo Mineiro Fernandes, intitulado de

“Revisão Aduaneira e Segurança Jurídica”, pela sua densidade

teórica e profundidade expositiva irá surpreender tanto as

expectativas dos mais otimistas quanto a dos mais céticos no

tocante às possibilidades de inovação teórica da dogmática

jurídica, especialmente, nas províncias especializadas do

Direito Aduaneiro, onde se manifesta com maior nitidez a

carência de estudos doutrinários inovadores e fundamenta-

dos em vasta pesquisa e sólidos conhecimentos jurídicos.

No geral, grande parte das obras jurídico-dogmáticas sobre

essa temática, praticamente, repetem os mesmos e velhos

ensinamentos doutrinários. Assim, o que já foi exposto é

repetido sem questionamento ou refutação, o que dificulta

a ampliação do conhecimento científico na área.

Esta obra rompe com esse imobilismo e, de forma corajo-

sa, o jovem e promissor doutrinador oferece aos seus leitores

um denso e profundo estudo sobre o instituto jurídico da

revisão aduaneira, assunto em evidência na jurisprudência

PREFÁCIO

xii Fernandes

administrativa e judiciária, recheado de relevantes controvér-

sias, mas pouco conhecido e explorado pelos doutrinadores.

No presente estudo, o tema é apresentado sob a perspec-

tiva das influências que o instituto recebe dos princípios da

segurança jurídica e da proteção da confiança.

Indubitavelmente, trata-se de um trabalho denso e rico,

fruto da ampla experiência prática do autor na área adua-

neira, que inclui desde a sua participação direta na atividade

de controle e fiscalização aduaneira, como Auditor-Fiscal

da Receita Federal do Brasil, até sua atividade de julgador

das questões aduaneiras submetidas ao crivo do Conselho

Administrativo de Recursos Fiscais (CARF), onde exerceu

com brilhantismo o cargo de Conselheiro.

Aliada a essa rica experiência na atividade prática, certa-

mente, o leitor surpreender-se-á com o elevado conhecimento

jurídico do autor sobre Direito Econômico, Direito Tributário

e Direito Aduaneiro, bem como o profundo conhecimento

extrajurídico sobre teoria geral do direito, filosofia em geral,

filosofia jurídica em especial, comércio exterior, acordos

internacionais sobre comércio exterior e sobre a matéria

aduaneira em especial. Todos esse cabedal de conhecimento

teórico, associado ao conhecimento pragmático, embasaram

a construção teórica da presente obra, conferindo-lhe ares

de cientificidade.

A partir do estudo das funções, características e insti-

tutos do Direito Aduaneiro, conjugado com o estudo dos

princípios da segurança jurídica e da proteção da confiança,

o autor respondeu com firmeza e robusto embasamento

teórico questões que a doutrina nacional ou ainda não ou-

xiii

sara manifestar-se a respeito, ou não se manifestara com a

profundidade e o embasamento teórico necessário.

Com efeito, no presente estudo, o leitor encontrará res-

postas para questões relevantes e que tem suscitado grande

controvérsia na doutrina e na jurisprudência, tais como: o

instituto de revisão aduaneira é equivalente ao instituto de

revisão do lançamento tributário-aduaneiro? A revisão do

lançamento tributário é admitida somente na hipótese de

ocorrência de erro de fato? O desembaraço aduaneiro é con-

siderado ato de homologação do lançamento tributário? Qual

implicação do princípio da segurança jurídica e da proteção

da confiança na definição do conteúdo do instituto da revi-

são aduaneira? A jurisprudência do STJ acerca da revisão do

lançamento tributário-aduaneiro levou em consideração as

especificidades dos procedimentos e institutos aduaneiros?

O estudo foi bem exposto ao longo dos 6 capítulos que

integram o livro. No primeiro capítulo, o leitor é introdu-

zido na seara do Direito Aduaneiro e toma conhecimento

da sua diferença em relação aos ramos do direito que lhe

são mais próximos ou afins: o Direito Tributário e o Direito

Econômico. Nele, é demonstrado o caráter multidisciplinar

e intervencionista do Direito Aduaneiro e o seu objeto de

estudo, as normas de direito positivo aduaneiro que dispõem

sobre (i) a atividade de controle aduaneiro, fundamentado no

poder de polícia aduaneiro e no poder soberano do Estado,

(ii) as restrições e proibições de importação e exportação,

com vista a à proteção da economia e da sociedade e (iii) a

atividade de tributação aduaneira.

No capítulo 2, o leitor tomará conhecimento dos prin-

cipais procedimentos aduaneiros, referentes à operação de

importação, especificamente, o procedimento de despacho

xiv Fernandes

aduaneiro, o ato de desembaraço aduaneiro e o procedimento

de revisão aduaneira, ponto central do estudo. Também co-

nhecerá a diferença entre o instituto da revisão aduaneira e o

instituto da revisão do lançamento dos tributos aduaneiros.

Neste capítulo, dentre outras, duas conclusões relevantes

foram apresentadas: a) o ato de desembaraço aduaneiro põe

termo a fase de conferência da mercadoria com liberação da

mercadoria, mas não representa ato de homologação expressa

do lançamento, exceto nas declarações de importação para-

metrizadas para o canal cinza de conferência e sujeitas ao

procedimento especial de controle; e b) o ato que representa

a homologação expressa do lançamento é o ato de conclusão

da revisão aduaneira.

No terceiro capítulo, o autor apresenta robusta análise

sobre o princípio da segurança jurídica na tributação, desde o

Estado Liberal até o Estado Democrático de Direito. Analisa

ainda a implicação desse princípio sobre os atos de revisão

aduaneira e de lançamento tributário. No quarto capítulo,

é apresentado o princípio da proteção da confiança ou prin-

cípio da confiança legítima (vertente subjetiva do princípio

da segurança jurídica) e os limites para sua aplicação, consi-

derando a igualdade, a solidariedade e institutos de Direito

Econômico e o princípio da legalidade.

No quinto capítulo, foi analisada a implicação do princí-

pio da proteção da confiança no âmbito dos procedimentos

de revisão aduaneira e de revisão do lançamento tributário,

com destaque para a concretização do referido princípio no

direito positivo brasileiro, por meio dos arts. 100 e 146 do

CTN, e a compreensão do alcance dos institutos da “mudança

de critério jurídico” e da “revisão do lançamento em caso

de erro”. Neste capítulo, dentre outras, foram apresentadas

xv

as seguintes conclusões relevantes: (i) o lançamento eivado

de erro, quer de direito, quer de fato, deve ser revisto, pela

aplicação direta do princípio da legalidade; (ii) o CTN não

faz distinção expressa entre erro de fato e erro de direito;

(iii) o CTN prestigia o princípio da proteção da confiança

legítima nos seus arts. 100, parágrafo único, e 146, sendo que

o artigo 100 do CTN versa sobre uma situação de ilegalidade

e o artigo 146 trata de mudança na interpretação dentro da

legalidade; e (iv) a mudança de critério jurídico, prevista no

artigo 146 do CTN, não se confunde com o erro de direito.

Enfim, no sexto e último capítulo, o autor apresenta uma

análise crítica da jurisprudência dos tribunais superiores

acerca da revisão do lançamento tributário, desde a antiga

jurisprudência do STF, passando pela jurisprudência do antigo

Tribunal Federal de Recursos (TFR), que culminou com a

edição da Súmula 227, até a atual jurisprudência dominante

no âmbito do STJ.

Essas são apenas referências a alguns poucos aspectos

e conclusões relevantes da obra, feitas de forma arbitrária,

diante da impossibilidade de mencionar todos os demais

aspectos e conclusões apresentados no presente livro.

Decerto, a temática versada na presente obra já foi objeto

de outros estudos, porém, no presente, cabe reconhecer a

capacidade crítica que o autor revela e a seriedade com que

o estudo foi empreendido. Sabidamente, trata-se de tema

de difícil exposição pela carência de estudos doutrinários

relevantes e do desconhecimento da temática por grande

parte dos operadores do direito. Por todas essas circunstân-

cias, o desafio teórico do autor, certamente, foi grande, mas

o resultado, inequivocamente, foi compensador e o autor

xvi Fernandes

saiu-se a contento. A confirmação do asseverado pode ser

obtida com a leitura do livro.

Por todas essas razões é que prazerosamente tive a honra

de prefaciar esta obra, e convido a todos a mergulhar em

sua leitura.

Brasília, 5 de janeiro de 2016

HENRIQUE PINHEIRO TORRES

Presidente Substituto do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais – CAR