revisão acafe – revoltas populares na república velha : cidadania e ação política

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Revisão Acafe – Revoltas populares na República Velha: cidadania e ação política Módulo: História Professor: Martin Kreuz e-mail: [email protected]

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Revisão Acafe – Revoltas populares na República Velha : cidadania e ação política. Módulo: História Professor: Martin Kreuz e-mail: [email protected]. Por que?. O tema das revoltas populares na História do Brasil é recorrente nas provas Acafe : - PowerPoint PPT Presentation

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Revisão Acafe – Revoltas populares na República

Velha:cidadania e ação política

Módulo: HistóriaProfessor: Martin Kreuze-mail: [email protected]

Por que?

O tema das revoltas populares na História do Brasil é recorrente nas provas Acafe:

2013/1: Revoltas na História Colonial e Guerra do Contestado;

2012/1: Revolta do Forte de Copacabana (Tenentismo) e Guerra do Contestado;

2011/2: Revoltas no período Imperial; 2011/1: Revoltas na República Velha; 2010/2: Revoltas no período colonial; 2010/1: Revolução Farroupilha

Por que?

As jornadas de Junho/2013 colocam novamente no mapa as ações e demandas por direitos sociais, civis e políticos;

Revoltas na República Velha

Os primeiros anos da República são marcados por disputas políticas em torno do modelo de governo a ser construído no país, que opunham projetos de poder centralizador e de uma república federativa descentralizada, e interesses das classes médias e industriais urbanas e oligarquias agrárias.

Revolta da Armada Em novembro de 1891, Deodoro da Fonseca buscou

enfrentar a oposição parlamentar fechando o Congresso; Unidades da Armada na baía de Guanabara, sob a liderança

do almirante Custódio de Melo, ameaçaram bombardear a capital, Rio de Janeiro, o que levou à renúncia de Deodoro;

O vice-presidente, Floriano Peixoto assume, mas sofre contestações à legalidade de sua posse;

A essa contestação, soma-se o descontentamento dos setores militares com a ascensão política de civis, a radicalização da perseguição a setores monarquistas, patrocinada por Peixoto, e divergências políticas à forma como Floriano governava.

Revolta da Armada Em setembro de 1893, uma revolta de comandantes da

Marinha exige a renúncia de Floriano, e bombardeiam o Rio de Janeiro;

O governo reage, adquire navios de guerra dos EUA e contrata mercenários daquele país para engrossar as forças legalistas; em março de 1894, a revolta foi reprimida.

Revolta Federalista No RS, dois grupos disputavam o controle do estado: os

republicanos (pica-paus), que apoiavam um governo federal centralizado, e os federalistas (maragatos), grupo formado pela antiga elite imperial, que almejava maior autonomia do estado frente ao governo federal;

Júlio de Castilhos, republicano, fora eleito governador (Presidente do estado, na terminologia da época) por voto direto, e passou a sofrer oposição dos federalistas;

Os atritos entre os dois grupos evoluiu para a guerra civil, que durou de fevereiro de 1893 a agosto de 1895;

A luta estendeu-se a Santa Catarina, Paraná e Uruguai;

Revolta Federalista Os revoltosos da Armada juntaram-se às forças

federalistas sul-rio-grandenses; o governo Peixoto socorreu os republicanos com o envio de tropas ;

Revolução das Degolas: os prisioneiros eram comumente degolados pelas tropas de ambos os lados;

Cerca de 10 mil mortos são contabilizados no conflito.

Guerra de Canudos Canudos: movimento popular com características sócio-

religiosas, localizado no interior da Bahia; Concentração de terras, desemprego, coronelismo,

secas constantes; O povoado fundado por Antônio Conselheiro reunia ex-

escravos e sertanejos pobres; Caráter autônomo do vilarejo,

messianismo de Conselheiro edecisão política de não pagar osimpostos criados pelaRepública. Antônio Conselheiro

rechaça a República (Revista Ilustrada, c. 1896)

Guerra de Canudos “[Conselheiro] Chegou a Canudos em 1893, tornando-se

líder do arraial e atraindo milhares de pessoas. Acreditava que a República, recém-implantada no país, era a materialização do reino do Anti-Cristo na Terra, uma vez que o governo eleito seria uma profanação da autoridade da Igreja Católica para legitimar os governantes. A cobrança de impostos efetuada de forma violenta, a celebração do casamento civil e a separação entre Igreja e Estado eram provas cabais da proximidade do ‘fim do mundo’.”

O clero e latifundiários da região pressionaram o governo a intervir; a imprensa construiu junto à opinião pública um estereótipo de Canudos como reduto de fanáticos, monarquistas e perigosos à ordem pública.

Guerra de Canudos A partir de rumores de uma expedição armada de

Canudos contra cidades vizinhas, são enviadas expedições militares contra o Arraial, em novembro de 1896;

As primeiras incursões são vencidas pelos sertanejos, que adotavam táticas de guerrilha;

Em abril de 1897, é enviada a quarta expedição contra Canudos, que resiste até outubro. O povoado foi destruído, e os prisioneiros degolados.

Calcula-se que 20 mil sertanejos foram mortos. Sugestão: “A Matadeira”, curta de Jorge Furtado (1994)

- http://www.youtube.com/watch?v=sYNchdMkfe4

Guerra do Contestado

Disputas territoriais entre o Paraná e Santa Catarina pelo controle da região;

Presença de posseiros (ocupantes da terra, sem escrituração que ateste a propriedade), sertanejos e indígenas; pressão sobre essas terras dos coronéis da região, interessados na exploração madeireira e da erva-mate;

Construção da Estrada de Ferro São Paulo-Rio Grande, e posterior doação do Estado à Brazil Railway Company de glebas de terras intensifica a pressão sobre as terras de posseiros e sua expulsão;

Guerra do Contestado

As tensões sociais aumentam ainda mais após a conclusão da ferrovia: muitos trabalhadores que atuaram em sua construção tinham sido trazidos de diversas partes do Brasil e ficaram desempregados com o fim da obra, permanecendo na região sem qualquer apoio por parte da construtora ou do governo;

Atuação de José Maria, o terceiro monge, aglutina a massa de sertanejos, nativos e desempregados em torno de uma comunidade;

Vida comunitária, messianismo, anti-republicanismo e organização de um grupo armado

Guerra do Contestado

Governo federal preocupa-se com o discurso messiânico e monarquista dos sertanejos e teme a repetição de Canudos;

Em outubro de 1912, os sertanejos dirigem-se a Irani, no Paraná; tropas paranaenses buscam expulsá-los de volta a Santa Catarina;

No confronto, José Maria é morto, mas os sertanejos contestados conquistam a vitória;

Em fevereiro de 1914, o exército brasileiro é enviado à região; sertanejos praticam técnicas de guerrilha e a “guerra santa”

Guerra do Contestado

Uso inédito no Brasil de aviões para fins militares; Aos poucos, os revoltosos são cercados e

enfraquecidos e muitos redutos são destruídos; Em dezembro de 1915, o último reduto contestado é

destruído, mas o líder, Adeodato, consegue fugir; seria capturado somente em agosto de 1916, quando se encerraria oficialmente a guerra;

Calcula-se entre 5 mil e 8 mil o número de mortos entre os rebeldes.

Cangaço

Fenômeno social produzido no contexto de pobreza, desemprego, opressão política e concentração de terras;

Cangaço remonta ao século XVIII, onde bandos armados a serviço de fazendeiros adentravam o sertão nordestino para expulsar indígenas e instalar fazendas de gado;

Os cangaceiros eram mercenários e jagunços contratados por coronéis para proteger suas fazendas, eliminar inimigos e cobrar dívidas;

No final do século XIX, molda-se o cangaço independente dos fazendeiros;

Cangaço

Esse novo cangaço caracteriza-se por tomar como alvos preferenciais fazendeiros e comerciantes: saques, sequestros para obtenção de resgates e cobrança de impostos;

O bando de Lampião (Virgulino Ferreira da Silva) foi o mais conhecido, atuando entre os anos 1920-1930; durante o Estado Novo, a perseguição policial se intensificou;

O governo Vargas buscou eliminar todos os focos de desordem pública no território nacional;

Lampião e seu bando foram emboscados, em 1938, degolados e suas cabeças expostas.

Cangaço

Bando de Lampião. (Foto: Benjamin Abrahão)

Sugestão: Banditismo Por Uma Questão de classe, música de Chico Science & Nação Zumbi: http://www.youtube.com/watch?v=YmXUQ1-6f9c

Revolta da Chibata

Permanência de punições corporais que remetiam à escravidão: chibatadas, humilhação pública e pena da solitária;

Grande número demarinheiros eramafrodescendentes,enquanto que osoficiais, em suamaioria, brancos ede famílias ricas;

Revolta da Chibata

Em novembro de 1910, as 250 chibatadas desferidas no marinheiro Marcelino Rodrigues Menezes motivaram a revolta;

Liderados por João Cândido, os revoltosos dominaram os oficiais e assumiram o controle de dois navios de guerra ancorados no Rio de Janeiro;

Com os canhões apontados para a cidade, os rebeldes fizeram uma série de exigências: o fim dos castigos corporais, aumento de soldos e anistia para os rebeldes.

Revolta da Chibata

O governo concordou com as exigências, e os marinheiros devolveram os navios aos oficiais;

Alguns dias depois, o governo passa a perseguir os revoltosos: decreto que autoriza expulsão da Marinha e prisão dos líderes revoltosos.

Sugestão: http://chibatas.blogspot.com.br/ Sugestão: O mestre-sala dos mares, música

interpretada por Elis Regina, sobre João Cândido - http://www.youtube.com/watch?v=n6-i_XQsxCE

Revolta da Vacina

Projeto de modernização e higienização da cidade do Rio de Janeiro, conduzido pelo prefeito Pereira Passos;

Demolição de casarões e casebres no centro, habitado principalmente por setores empobrecidos da sociedade, expulsos para os morros e periferias;

Ao mesmo tempo, as precárias condições sanitárias vulnerabilizava os habitantes a epidemias de varíola, febre amarela e peste bubônica

Revolta da Vacina

Para enfrentar essas epidemias, o médico Osvaldo Cruz foi incumbido de realizar uma reforma sanitária na cidade;

Em 1904, é aprovado projeto de vacinação obrigatória, compulsória para todos os brasileiros a partir de seis meses de idade;

O descontentamento com o autoritarismo estatal desencadeou a Revolta da Vacina, que tomou as ruas da cidade entre 10 e 16 de novembro;

Conflitos violentos entre a população civil e as forças policiais;

Revolta da Vacina

Incêndio de bondes e destruição de trilhos, depredação de lojas;

O governo ordenou aos navios de guerra o bombardeio dos bairros litorâneos; a obrigatoriedade da vacinação foi suspensa, e a revolta, desarticulada; os líderes da revolta foram deportados ao Acre, então recém-incorporado ao país.