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Jornal laboratório do curso de Comunicação Social da Universidade de Uberaba. 15 à 21 de outubro de 2002

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2 15 a 21 de outubro de 2002

Newton Luís Mamede

Jornal-laboratório do curso de Comunicação Social, produzido e editado pelos alunos de Jornalismo e Publicidade & Propaganda da Universidade de Uberaba

Supervisora da Central de Produção: Alzira Borges Silva ([email protected]) • • • Edição: Alunos do curso de Comunicação Social • • • Secretário de Redação: André Azevedo ([email protected])Diretor do Curso de Comunicação Social: Edvaldo Pereira Lima ([email protected]) • • • Coordenador da habilitação em Jornalismo: Raul Osório Vargas ([email protected]) • • •Coordenadora da habilitação em Publicidade e Propaganda: Érika Galvão Hinkle ([email protected]) • • • Professoras Orientadores: Norah Shallyamar Gamboa Vela ([email protected]),Neirimar de Castilho Ferreira ([email protected]) • • • Técnica do Laboratório de Fotografia: Neuza das Graças da Silva • • • Suporte de Informática: Cláudio Maia Leopoldo ([email protected])• • • Reitor: Marcelo Palmério • • • Ombudsman da Universidade de Uberaba: Newton Mamede • • • Jornalista e Assessor de Imprensa: Ricardo Aidar • • • Impressão: Gráfica do Jornal da ManhãFale conosco: Universidade de Uberaba - Curso de Comunicação Social - Jornal Revelação - Sala L 18 - Av. Nenê Sabino, 1801 - Uberaba/MG - CEP 38055-500 • • • Tel: (34)3319-8953http:/www.revelacaoonline.uniube.br • • • Escreva para o painel do leitor: [email protected] - As opiniões emitidas em artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores

Prezado André Azevedo,

Quero agradecer-lhe o exemplar de“Escombros da Memória Coletiva”, quetive o privilégio de receber, em nossorápido encontro, em Uberaba. Trata-se denotável realização: uma reportagem quenos faz caminhar pelo centro de Uberabae refletir sobre os desafios do patrimôniocultural, a partir de experiências atésobrenaturais vivenciadas no decorrer dajornada. Você aborda questões importantes,através do prisma jornalístico, de modo afacilitar a comunicação de conceitoscruciais e instigar a tomada de posição doleitor/cidadão, despertado para a atitudeconservacionista (que não é conserva-dora!). É um exemplo que constato comentusiasmo, aplaudindo a premiação quelhe foi atribuída no “Estímulo àCidadania”.

Essa iniciativa e as demais matérias

estampadas no jornal-laboratório“Revelação” são testemunho vibrante doseu talento para a comunicação e de suasensibilidade face aos temas fundamentaisda cidadania e da vida social. Patrimônio équestão primordial para a melhoria daqualidade do espaço urbano no Brasil, atépara o combate à violência (que é tambémestética e cultural).

Muito grato pela consideração deoferecer-me o material, envio-lhe saudaçõescordiais, juntamente com o texto* no qualprocurei fixar idéias que pude desenvolverna Sala Cecília Palmério, durante oseminário sobre patrimônio cultural.

Angelo Oswaldo de Araújo SantosSecretário de Estado da Cultura deMinas Gerais

(*) O texto está disponível no endereço

http://www.intermega.com/andreazevedo/1010pc.html

A expressão acima já constitui umchavão nos meios intelectuais epedagógicos, tal o seu emprego para evocara antítese dos respectivos conceitos emsituações que buscam discernir e estabelecervalores. Todavia, sua atualidade justifica seuuso. É uma expressão nunca ultrapassadaou obsoleta, está presente na história dohomem, na cultura intelectual e naafirmação de valores éticos, em todos ostempos. Já adquiriu foros de universalidade.

Já uma fábula de Monteiro Lobato, sobo mesmo título, conta que um macaco,metido a sábio,aproximou-se de umgrupo de eminentesintelectuais e tentavaparticipar da conversa,dos assuntos, dosdebates. Mas logo foienxotado. Ofendido,ele reagiu e disse queiria provar que também era um sábio, e seuvalor iria ser reconhecido pelos intelectuaisque o repudiaram. E dirigiu-se imediata-mente a uma praça pública onde se apinhavaenorme multidão de beócios. Sentindo-secom platéia, o símio subiu a uma pipa ecomeçou a discursar. E regurgitou umbestialógico digno de uma antologia depatetices, como narra o autor: disse asneirascomo nunca, tolices de duas arrobas,besteiras de dar com um pau. Mas, comogesticulava e se empolgava com a própriaeloqüência, foi longamente aplaudido pelosotários que o ouviam e carregado em triunfo.Ao passar diante dos sábios, o macoco-oradorprovocou-os: “Viram a minha importância?Reconhecem o meu talento? Que diz aopinião de vocês diante dessa manifestaçãopopular?” Um dos sábios serenamenteretrucou: “A opinião da qualidade desprezaa opinião da quantidade.”

A sabedoria das fábulas é, também,universal. Esopo, Fedro e La Fontaine, e onosso citado Monteiro Lobato, todos são

mestres em extrair delas os conceitosuniversais da sabedoria humana. E, hoje,podemos aproveitar a fábula queexpusemos, para nossas reflexões sobre osaber científico e sua essência elegitimidade.

É comum, nos meios acadêmicos eculturais, a sustentação de determinadosconceitos com base na quantidade deadeptos ou de “simpatizantes”. Mais: aafirmação de validade dos conceitos éproclamada, muitas vezes, com base nocritério de “maioria”. E, daí, extrai-se o que

se convencionachamar de “verdade”.

Ora, a essência doconhecimento, dosaber científico, dacultura responsável eséria fundamenta-senaquilo que o ser é emsi mesmo e que, da

mesma forma, é visto e conhecido pelocientista, pelo estudioso, pelo sábio, enfim,pelo sujeito cognoscente. Fundamenta-se naqualidade intrínseca do ser. Esseaprofundamento e penetração no íntimo doser, do objeto conhecido, para o ver tal comoele é, constitui tarefa exaustiva, trabalhopersistente, exercício constante eprogressivo da inteligência e da razão. E issoé privilégio de poucos, de alguns eleitos denotável inteligência. Não é a maioria de“opinadores” que torna legítimo umconceito ou uma afirmação de “verdade”.

Igualmente deve proceder o estudiosode nível universitário, que é um agente doconhecimento científico. Estudantes eprofessores, e todos os titulados nosdiversos graus universitários, são osustentáculo do saber coerente e sério, comfundamento na verdade, na essência do ser.Critério de qualidade. Garantia da ciência.

Newton Luís Mamede é Ombudsman daUniversidade de Uberaba

Quantidade equalidade

Não é a maioria de“opinadores” que tornalegítimo um conceito ouuma afirmação de “verdade”

Qual é a importância dos Jogos PovosIndígenas brasileiros? Para cada um de nós,estes jogos deveriam ter um significadomuito importante. Para os desportistas porexemplo, podem significara harmonia da força hu-mana natural associadadiretamente ao seu signi-ficado. Para os cientistassociais estes jogos podemrevelar incontáveis objetosde pesquisa, cujos objetivospodem variar desde adescoberta de uma novafilosofia de vida até algumas novidadessobre a formação do povo brasileiro.

Para quem gosta de números osregistros destes jogos são bastanteexpressivos: são 1.100 atletas

representantes de 55 etnias. Perde poucopara as tradicionais olímpiadas mundiais.É uma infinidade de significados quepodem ou poderiam ser importantes. E

para a equipe do curso deComunicação Social o sãodois os significados maismarcantes: 1) Os povosindígenas brasileiros estãose organizando com oobjetivos de preservaremsuas culturas (isto é bompara todo o país) e 2)Nossos alunos estão

sensibilizados com todas as causas sociaise buscando seus próprios recursos parabuscarem melhorias para o exercício daprofissão que escolheram e pararevelarem o Brasil ao brasileiros.

A importância dosjogos indígenas

Para os cientistassociais estes jogospodem revelarincontáveis objetosde pesquisa,

“A imaginação é mais importante que o conhecimento”Albert Einstein

PARA REFLETIR

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André Azevedo2º período de Jornalismo

Os meios de comunicação podem serinstrumentos para um futuro melhor edevem contribuir para a construção de ummundo novo através de imagens positivas.Esse tema foi discutido por Rosa Alegria,mestre em Estudos do Futuro pelaUniversidade de Houston e coordenadorado movimento Mídia da Paz, em conversacom estudantes de Comunicação Social,durante a Semana de Seminários daUniversidade de Uberaba.

Rosa Alegria observou que, em geral, oconteúdo veiculado na mídia tem semostrado, por um lado, sobrecarregado deinformações pessimistas e, por outro,deixado de apresentar projeções cons-trutivas, soluções e esperança. Para ela, essacultura que privilegia a disseminação dosproblemas e despreza a repercussão dasperspectivas favoráveis é prejudicial para oconjunto da sociedade. “Essa capacidadeque temos de sonhar é a grande dinâmicada vida. Sociedades que idealizam umfuturo melhor são capazes de projetar oamanhã e conseguem vencer crises, guerras,epidemias e revoluções.”

Ela acredita que a mídia estásobrecarregada de passado, de problemas,e não tem discutido prognósticos quesuperem essas cri-ses. Como exem-plo, citou aqueletipo de noticiárioeconômico que secontenta unica-mente em anun-ciar que nada dácerto, que o paísnão tem jeito, queo Brasil está permanentemente caminhandopara o abismo. “Quando o futuro vai sernotícia? Quando vai haver espaço nosjornais para as possibilidades positivas dasociedade?”, perguntou.

Imagens e vozes da esperança“Nós temos uma capacidade imensa de

sonhar, mas o contexto social em quevivemos nem sempre permite”, afirmou.Rosa Alegria citou estudos de Fred Polaksobre os processos da imaginação do futuro,

e de David Cooperrider, que trata da açãopositiva através das imagens positivas, paraexplicar o projeto Images and voices of hope(Imagens e vozes da esperança), uma

parceria do Institutefor AdvancedA p p r e c i a t i v eInquiry, da organi-zação espiritualBrahma Kumaris e afundação Visions ofa Better World.

Essa iniciativapropõe um diálogo

internacional sobre o impacto das imagens emensagens da mídia nas pessoas, famílias,comunidades e culturas do planeta. Oobjetivo é chamar a atenção para o enormepoder – e, portanto, responsabilidade – queos profissionais de comunicação têm paratransformar a sociedade, assim como para osperigos de vulgarizá-la. Ela afirmou que,dependendo das escolhas editoriais, a mídiapode criar um momento de descrença, ou umprocesso de esperança. “As pessoas precisamestar em contato com as possibilidades.”

Para ela, a mais importante imagem dofuturo criada na história é a obra Utopia, deThomas Morus. Esse escritor criou aalegoria para sugerir que, num lugardistante, existe a possibilidade de umasociedade ideal. Nolivro, um viajanteconsegue alcançaresse lugar e passa acompará-lo com suaprópria sociedade.Rosa Alegria lem-brou que muitaspessoas preferem sercínicas e encarar o mundo através da idéiada distopia, ou seja, de que não é possívelnada melhor do que a realidade atual.

Segundo ela, a lógica industrial dosmeios de comunicação não favorece areflexão dos profissionais para o sentidodo que estão fazendo. “Nessa correria deredigir matéria, editar, vender anúncio econcluir jornal no prazo estipulado, oscomunicadores esquecem de pensarsobre o impacto que seu trabalho terá nasociedade.” Ela afirmou que esses

profissionais devem tem urgência embuscar o significado das coisas. “O queé ser bem sucedido na carreira? Umprêmio que se ganha é mais importantedo que o trabalho com a comunidade?”,provocou.

FuturoSegundo ela, a idéia de assumir a

responsabilidade de encarar os meios decomunicação como instrumento detransformação social é uma propostaconcreta, e não um romantismo ingênuo.“Ter essa postura não significa publicardevaneios, não é uma forma de escapismo.Mas temos que entender que onde hádesastre, há reconstrução; onde hádesarmonia encontramos tambémharmonia; onde há tragédia, encontramostambém esperança.”

Ela lembrou grande parte dosjornalistas tido como engajadoscostumam insistir exclusivamente nadenúncia como forma de mudar asociedade. “Não devemos ocultar averdade, mas é necessário dar as devidasproporções aos fatos violentos, e nãoexplorá-los comercialmente, como se vêhoje em dia.” Ela argumentou que grandeparte da indignação nos textosjornalísticos perde sua força deconvencimento e mobilização porque “aspessoas estão exaustas de violência, as

pessoas não aguen-tam mais ouvir de-núncia”. Para ela, aimprensa tem odever de participarna busca de alterna-tivas para resolvero problema daviolência.

Rosa Alegria observou que a mídiadeveria trabalhar não só o que é, mas oque poderia ser. “Se as nossas elites nãosabem sonhar e roubam os nossossonhos, a mídia pode sim, trazerimaginação e positividade”. Ela afirmouque as perguntas têm o poder de mudançae, em muitos momentos, é mais impor-tante buscar questionamentos do queansiar pelas respostas. “As nossas vidastomam o rumo de nossas curiosidades”,concluiu.

“Sociedades que idealizamum futuro melhor são capazesde projetar o amanhã econseguem vencer crises,guerras, epidemias e revoluções”

“Temos que entender que ondehá desastre, há reconstrução;onde há tragédia, encontramostambém esperança”

Movimento ao futuro: “As nossas vidas tomam o rumo de nossas curiosidades”

André Azevedo

Rosa Alegria propõemídia da esperançaMestre em Estudos do Futuro convida estudantes para pensaros meios de comunicação como instrumentos de transformação social

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4 15 a 21 de outubro de 2002

Da Redação

O Chefe do Estado Maior daAeronáutica Comandante da Aeronáutica,Tenente Brigadeiro do Ar, Marcos Antôniode Oliveira, visitou Uberaba na sexta-feira11/10. A convite do Reitor da Universidadede Uberaba, MarceloPalmério, ele participou dasolenidade de colação degrau da primeira turma deformandos do curso deCiências Aeronáuticas.

O evento aconteceu as 15h, no CentroCultural Cecília Palmério, no Campus I.Marcos Antônio de Oliveira já visitou aInstituição em 26 de julho de 1999 quandoda implantação do curso, oportunidade emque proferiu a aula inaugural para osintegrantes da primeira turma.

Durante a solenidade de formatura, umrepresentante da CENIPA – Centro deInvestigação e Prevenção de AcidenteAeronáutico fez a entrega da Carteira deElemento Credenciado em Prevenção deAcidentes aos formandos. De acordo como diretor do curso de Ciências Aeronáuticas,Wander Montandon, o documento mostraque a Universidade de Uberaba estáhabilitando para o mercado de trabalho

Ciências Aeronáuticas formaprimeira turma

Da Redação

Em comemoração ao dia do TerapeutaOcupacional, alunos e professores do cursoofereceram à comu-nidade, orientaçõesquanto às melhoresopções de brinquedoe presentes paracada faixa etária, de0 a 12 anos.

Durante toda aSemana da Criança, est iveram noquiosque da Universidade, no interior doShopping Uberaba, oferecendo à

profissionais preocupados com a segurançae a prevenção.

Aos formandos foi entregue também odiploma do curso de Simulador Avançadoem “JET TRAINER” realizado nosimulador de vôo de Boeing 737-200 daVasp. Das mãos do Reitor Marcelo

Palmério os novosprofissionais da aviaçãocivil receberam o Brevê deBacharel em CiênciasAeronáuticas.

O cursoO curso de Ciências Aeronáuticas da

Universidade de Uberaba, destinado aformação do piloto de linha aérea, tem aduração de seis semestres e foi o terceiro aser implantado no Brasil. Além de umpiloto com sólida formação técnica ehumanística, a abordagem pedagógicabusca privilegiar, durante a formaçãoprofissional, diversas habilidades ecompetências, entre elas a estabilidadeemocional, autonomia na tomada dedecisões, saber atuar com eficiência,discernimento e maturidade em situaçõesde risco e ainda capacidade para trabalharem equipe.

Segundo Wander Montandon, neste

novo século esse profissional deveapresentar não só um completo domínio damáquina aérea, mas também de todas asatividades inerentes à realização da função

Semana da criança

comunidade informações sobre osmarcos de desenvolvimento infantil – oque é esperado ao longo do de-senvolvimento nas diversas idades –

possíveis atrasosou defasagens ecomo procedernesses casos.

Além disso,tendo em vista o Diada Criança, alunos eprofessores do curso

ofereceram ainda, orientações sobre obrinquedo ou atividade ideal para cadaidade, e como cada brinquedo/atividade

Solenidade de colação de grau ocorreu no Centro Cultural Cecília Palmério

Curso foi o terceiroimplantado no Brasil

Estudantes e profissionais discutiram opções de brinquedo e presentes para cada faixa etária

Terapia Ocupacional orientou pais

Durante toda a Semanada Criança, estiveram noquiosque da Universidade, nointerior do Shopping Uberaba

pode contribuir para o desenvolvimentosaudável das crianças.

A Terapia Ocupacional é uma profissãoda área da saúde e da educação, que utilizaa atividade humana como recursoterapêutico e está em franco desen-volvimento, com mercado de trabalhodiversificado e promissor.

O curso de Terapia Ocupacional daUniversidade de Uberaba foi reconhecidoem 2000 com conceito A pelo MEC. Temduração de 4 anos, funciona em regimemultiperiódico. O Dia do TerapeutaOcupacional é comemorado no dia 13 deoutubro.

transporte aéreo. “Por isso a preocupaçãodo curso em oferecer uma formação queatenda plenamente a estas exigências”,acrescentou Montandon.

reprodução

Curso atende a todas as exigências necessárias para a formação do bom piloto

reprodução

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3515 a 21 de outubro de 2002

Gilberto Lacerda Rodrigues4º Período - Jornalismo

A prostituição infantil tem sido um dosprincipais temas discutidos no últimosanos. Os paises em desenvolvimento sãoos que mais sofrem com este problema.As classes C e D são as mais atingidas.Vários são os motivos que levam as pré-adolescentes a venderem o próprio corpo.O principal deles é sem dúvida a drogaconhecida como crack.

O Crack é uma mistura de váriassubstâncias viciantes. Uma variação muitoforte de cocaína e heroína. Causa imediatadependência química aos seus usuários.Em Uberaba muitas jovens com idadeentre 12,13 e 14 anos já fizeram uso dessadroga. Para conseguí-la geralmente váriasmeninas têm que vender o corpo. C.T.A.tem 13 anos e há um ano e meio édependente da pedra, como ela mesmacostuma chamar o crack.

Segundo a garota tudo começou porinfluência de uma amiga. Essa amiga erauma das muitas “concubinas” de umtraficante. A primeira vez que fumousentiu o que os viciados chamam debaque. Uma forte dor de cabeça. Precedidade náuseas consequentemente vômitossucessivos. Pensou em nunca mais usar,mas a influência do grupo falou mais altoe em pouco tempo se viciou.

Preço altoA droga é cara. Cada pedra custa de

cinco a 10 reais. Opreço varia de acor-do com o tamanho.Manter o vício não éfácil. A garota de 13anos conta que noprincípo ela compra-va a pedra com odinheiro dado pelafamília. Esse dinhei-ro passou a não ser suficiente com o passardo tempo. Para saciar o vício crescentecomeçam a furtar pequenos objetos dafamília, como sons e CDs. C.T.A. conta quechegou ao extremo de furtar uma televisãoque a mãe nem terminara de pagar.

Para o traficante, aparelhos comorádio, TV, utensilios domésticos, bicicletasentre outros, servem como moeda detroca, só que valem menos do quedinheiro. Um rádio com toca CDs furtadovale cinco pedras. C. “fumou a TV de suamãe em três dias. Passado pelo período

de furtos familiares, o próximo passo doviciado é o roubo, na maioria das vezes à mãoarmada. Alguns utilizam armas de verdade,outros réplicas, pois são mais baratas.

O assalto rende mais dinheiro que o furtofamiliar, mas é muito mais perigoso.Algumas amigas pegas pela polícia foramlevadas ao coneselho tutelar de proteção aomenos e ao adolescente. Depois de umlongo e burocrático processo, foramencaminhadas a uma casa de assistência aomenor infrator. O próximo passo da menorviciada é a prostituição. Segundo elas é maisfácil e menos perigoso do que o assalto.

O dia de trabalho das menores começano período vespertino. Por volta das quinzehoras, pois deitam tarde e dormem mais de

nove horas por dia. A BR050 é o local preferidodas meninas.

Os caminhoneirosestão entre os seusprincipais clientes. Oprograma na maioria dasvezes custa cinco reais,com sorte dez. Tododinheiro é cosumido na

pedra. Não compram preservativos para oprograma, a pedra é mais importante, se ocaminhoneiro tem usa, caso contrário fazemsem nenhuma proteção. C.T.A. semprecompra a pedra no final da tarde. Nãoprecisa ir até a boca de fumo. Umaviãozinho –entregador - do traficante levaaté o cliente.

O dinheiro na maioria das vezes só dápara duas pedras. É pouco. Quer mais. Paraisso faz uma permuta com o entregador.Ganha mais uma pedra pelos serviçosprestados.

A drogaO preparo da droga é totalmente

artesanal. O cachimbo geralmente é umcano de plástico ou de ferro. Hoje a jovemde 13 anos só usa o de plástico. O de ferrocausa queimaduras na boca, o que geraconsequências desagradáveis. Por isso elausa o cachimbo de plástico.

Na extremidade menor do cano colocao papel alumínio picotado com vários furos.A pedra é moida com paciência. Com oisqueiro queima-se o pó. O uso contínuo doisqueiro causa queimaduras, comoconsequência, pequenas bolhas nas bordasdos pequenos e frágeis dedos de menina.

A fumaça entra pelos orifícios do papelalumínio. Na extremidade maior suga-se afumaça que vaidireto para o pulmão,entra na circulaçãosanguínea e sobepara o cérebro alte-rando todos ossentidos. A garotanão fica eufóricanem expansiva. Pelocontrário, eclode em seus pensamentos edevaneios. Nada fala. Transe. Passado oefeito volta para a batalha. Quase nadacome, apenas trabalha e fuma. Não pensano futuro, nem no passado. Só pensa napedra.

ConsequênciasSegundo a psicóloga clínica Cláudia

Maria Mazão Guizzoni, o crack a drogamais perigosa que existe, pois causadependência imediata. O usuário decrack mata rapidamente. O viciado podemorrer de overdose ou mesmo por causa

Escravas da PedraCrack leva menores de idade à ao roubo e prostituição

de uma simples gripe. O usuário perdepor completo as noções de higiene ealimentação, comprometendo o sistemaimunológico. Qualquer doença, pormais inofensiva possa parecer, podelevá-lo a morte.

Na opinião da psicóloga otratamento não pode ser gradativo, temque ser radical. Cortar imediatamente adroga, deixando o paciente em totalabstinência. A abstinência causaparanóia no viciado. Ele começa a sesentir perseguido por tudo e por todos.Em seguida vem as alucinações. Por fimo comportamento exageradamenteagressivo. Cláudia descreve como sériaesta crise: “a pessoa fica muitoagressiva, agitada, inconformada, gritae, em muitos casos tenta se matar. Adependência é muito grande,dependência psíquica e física no sistemanervoso central. Existe uma necessidadeorgânica. O corpo começa a tremer,passa por sudoreses extremas, dores decabeça constantes e náuseas”.

Cláudia comenta que a grandepreocupação dos pais com as drogas, namaioria das vezes esteja ligada à falta dediálogo. “A maioria dos pais por nãoconseguirem dialogar partem logo para osataques verbais”, diz. Para ela esste tipode atitude só serve para afastar ainda maisos filhos. Ela lembra que a linguagemcorporal revela muito mais que a verbal.Os pais devem ficar atentos aocomportamento dos filhos. “Se de repente

o filho começa asumir de casa cons-tantemente, mataraulas, perder peso,alterar o horário dedormir e ficar agres-sivo sem um motivoaparente, pode serque o mesmo esteja

usando algum tipo de droga”, alerta apsicóloga.

A prevenção seria o melhor remédio,orienta Cláudia. Ela cobra das autoridadesuma melhor elaboração das campanhascontra as drogas. Segundo a psicóloga osresultados das campanhas seriam maispositivos se elas fossem mais informativase não discriminassem o usuário, rebaixando-o à condição de bandido. Cláudia finalizaalertando que o diálogo, o amor, o apoionos momentos difícieis, e o carinho dos pais,são os melhores remédios para manter osfilhos longe do uso de qualquer droga.

O próximo passo da menorviciada é a prostituição.Segundo elas é maisfácil e menos perigosodo que o assalto

Resultados das campanhasseriam mais positivos se elasfossem mais informativas enão discriminassem o usuário

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Drogas

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6 15 a 21 de outubro de 2002

Leonardo Boloni8° período de Jornalismo

Foi realizado entre os dias 14 e 21 de se-tembro, o V Jogos dos Povos Indígenas, nacidade de Marapanim, nordeste do Pará. Oevento reuniu 55 etnias de várias partes doBrasil, com aproximadamente 1.100 atletasque participaram das diversas modalidades es-portivas, a maioria tradicionais da cultura in-dígena. Os jogos foram realizados através deparceria entre a Funai (Fundaçåo Nacional deApoio ao Índio), Ministério do Esporte e Tu-rismo, e Secretaria Executiva de Esporte eLazer do Estado do Pará.

O intuito dos jogos é proporcionar ainteração étnico-cultural entre as várias tribosbrasileiras. É a oportunidade também das tri-bos discutirem os problemas enfrentados nasáreas da saúde, educação e preservação cultu-ral. De acordo com o cacique Mahu, da triboAikewara é um reencontro tribal: “é bom nósencontrarmos com parentes”, diz. O encontroserve também para fortalecer a necessidade depreservação cultural dos indígenas. Algumastribos, que enfrentam avançado processo deaculturação, como os Pataxó, da Bahia, tem umgrande exemplo a ser seguido pelos “parentes”.

Para muitos, a viagem foi longa. OsKaiowá, de Dourados –MS, viajaram por 4dias de ônibus até a Praia do Crispim, ondeuma estrutura foi montada para alojar e dar

V Jogos dos Povos Indígenas reúnemais de 50 tribos no ParáO evento foi palco de muito esporte e intercâmbio étnico-cultural

suporte a todos aqueles que iriam participardos jogos: 28 ocas, refeitório, sala de impren-sa, posto médico, exposição fotográfica,videoteca, instalações sanitárias e uma arenapara receber um público de mais de 4.000pessoas.

Apesar dadistância, chega-ram muito dis-postos a mostrarseus valores etradições. Asapresentaçõesculturais mostra-ram ao público,uma cara do Brasil que muitos desconheci-am. Danças e cantos animavam a arena, queno final de cada dia, era lotada pela platéiaque se misturava com os índios. Muitos apro-veitavam para pedir autógrafos e tirar foto-grafias. O evento atraiu a atenção de pesqui-

sadores, alguns veículos de imprensa nacio-nal e internacional.

Para os admiradores de artesanato indí-gena, foi dada a oportunidade de comprarembelas cerâmicas Karajá, colares Pataxó, flau-

tas dos Enawenê-Nawê, entre mui-tas pulseiras, co-lares, cocares earcos e flechasdas diferentesetnias. Algunscomerciantes degrandes centroscomo Rio de Ja-

neiro, São Paulo e Brasília foram ao localpara enfeitar suas vitrines nas capitais. Umdeles revela “um colar que compro por R$30,00, vendo por mais de R$ 300,00 tranqüi-lamente, principalmente se o freguês for es-trangeiro”.

Evento tem o intuito de interaçãoétnico-cultural entre as váriastribos brasileiras, além de ser umespaço de discussão dos problemasenfrentados por algumas tribos

fotos: Leonardo Boloni

Índias Kayapó mostram toda a sua força em competição de cabo de guerra durante os jogos

Revesamento na corrida de toras simboliza a união da sociedade Xavante

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715 a 21 de outubro de 2002

Futebol e forçaEntre as várias práticas desportivas, se

destacam a corrida de toras, arco e flecha,arremesso de lança, cabo de guerra, atletis-mo, e é claro, o futebol. Todas as manhãseram destinadas ao futebol masculino e fe-minino. O time masculino Xavante, que eratetra campeão desde a primeira edição dosjogos, perdeu para os Terena nas eliminató-rias, que levaram o título deste ano.

Também houve corridas de 50 metros,natação e o Xikunahity, praticada pelos Pa-reci e Enawenê-Nawê uma espécie de fute-bol nativo, bem brasileiro. A bola - feita daseiva da mangabeira – só pode ser tocada coma cabeça. Os homens não pensam duas vezesna hora de se jogarem de cabeça no chão, oque vale é fazer pontos. Os Kuikuro, tam-bém tem um esporte pa-recido, só que jogadocom o joelho, é oKatulaywa. A cada pon-to feito, o líder do timetoma do adversário al-gum ornamento de seucorpo. Os Kayapó tam-bém tem seu esporte debola, é o Ronkrã, ondecada time usa bastõespara tocar na bola, uma espécie de hockey.

As tardes aconteciam as demonstraçõesde força e trabalho em equipe. Desta vezquem ganhou foram as mulheres Xavante,que após muito esforço e enfrentandoadversárias peso-pesado, conquistaram o pri-meiro lugar no cabo de guerra. Independentedos resultados, é impressionante ver a forçae perseverança das mulheres indígenas. Oshomens também participaram, quem levou amelhor foram os Xicrin, do Pará.

Outra demonstração de força e união é acorrida de toras. As tribos que participaramdesta modalidade foram aquelas que a prati-cam tradicionalmente em suas aldeias. Sãoos Xavante, Xerente, Gavião, Kanela eKrahô. Cada tribo usa um tipo diferente demadeira, que pode chegar a pesar até 120quilos. Geralmente são disputadas entre clãsda mesma tribo e em forma de revezamento.

As lutas corporais também atraíram opúblico à arena. São lutas masculinas e fe-mininas, cada qual com seu significado. Nocaso dos Xavante, o padrinho de um rapaz

iniciado chama o jovem no centro do círculoformado pelos rapazes que ficam sentados decabeça abaixada. O padrinho desfere um gol-

pe de varinha de madei-ra na perna do rapaz,marcando o início daluta. Modesto, o padri-nho, se esqueceu que eraapenas uma demonstra-ção, não economizouforça no golpe e nem naluta, jogou o afilhado nochão. Geralmente é opadrinho quem vence,

ensinando - literalmente pela força física -uma lição de obediência e respeito aos maisvelhos. É importante ressaltar que o sistema

de educação Xavante não é baseado neste tipode tratamento. Esta luta só é praticada em umperíodo de vida do adolescente e faz parte deinclusão e posicionamento social dos jovensde acordo com a faixaetária.

Os Kuikuro, um dospovos do Parque Indígenado Xingu - MT, praticam oHuka-Huka, uma luta cor-poral que faz parte do ceri-monial Kuarup, que entreoutros significados, tam-bém homenageiam os mortos. Enquanto seenfrentam, emitem um som grave, inspirado nosom dos animais, quase parecido com o nomeda luta. Apesar da feminilidade e beleza das

mulheres Xinguanas - Kuikuro, elas tambémentram na disputa. Esta demonstração de forçae valentia foi boa para alertar alguns engraça-dinhos que estavam de olho nelas.

Arco e flecha:demonstração deexperiênciaA arma mais usada

nos períodos de coloniza-ção, e de vez em quandoainda hoje, teve um papeldiferente nestes jogos. O

que antes era usado para proteger seu povo eabater caças, foi usado para demostrar aopúblico, que apesar de enfrentarem o fortevento contra no local, ainda possuem adestreza e habilidade dos ancestrais . Otradicional arco e flecha foi demostrado portodas as tribos participantes. Cada uma comsua técnica e formas de confeccionar sua arma.Os Gavião dominam uma técnica onde a flechaé atirada em direção a uma folha de palmeirano chão, quando a flecha atinge a folha, rico-cheteia ganhando impulso, caindo longe dolocal disparado. Esta técnica é chamada Kaipy.Destaque também para Turu, membro da triboWaiãpi, que indiferente às ordens daorganização, esperou que o vento diminuíssepara que pudesse fazer um tiro certeiro.

Os Matis, que habitam o Vale do Javari,no Amazonas, demostraram suas habilidadesde caça com a zarabatana, um comprido canode madeira - que pode chegar até 3,5 metros- por onde é soprado o dardo. Este dardo,quando usado em caça, é molhado com umveneno. Os Kokama, também do Amazonas,usam uma zarabatana menor.

Entre as várias praticasdesportivas, se destacama corrida de toras, arco eflecha, arremesso de lança,cabo de guerra, atletismo,e é claro, o futebol

A arma mais usada nosperíodos de colonizaçãoteve um papel diferentenestes jogos

segue

Índio Bororo demonstra habilidade na demonstração de arco e flecha

Para os Krahô, os filhos são sementes que devem ser plantadas com carinho e cultivadas com amor

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Apesar das demonstrações esportivas,pontuações e premiações, o evento não visaa competição. De acordo com um dosidealizadores dos jogos, Carlos Terena, ocaráter deste evento não tem nada a vercom disputas, mas sim “unir e celebrar asvárias culturas indígenas do país”, afirma.

Desta forma, eles criam um espaço deintegração de índios e não índios. É fácilnotar que, apesar doconvívio culturalentre os povos, osíndios têm maiorcapacidade de assi-milar a cultura dosnão índios do quevice-versa. O caci-que Awãroí, da triboTapirapé, já estevealgumas vezes no exterior divulgando acultura de seu povo. Ele diz que o brasileiroainda não tem a sensibilidade de olhar parasua própria cultura. Ao invés de olhar paraos povos indígenas como seres folclóricos,devemos enxergá-los como seres humanoscomo nós, que sentem e pensam. “Aqui po-

demos aprender muito com nossosparentes, inclusive coisas que podemosestar levando em benefício para a própriacomunidade”, esclarece. Os não índiospoderiam pegar esta carona e tentarenxergar os valores humanos de cada tribo.Não é apenas colocar um cocar na cabeçae ficar desfilando por aí, mas conversar,conhecer e aprender um pouco com estes

povos.Para os visitantes

e moradores da re-gião, ficou a boalembrança e a sau-dade destas pessoasde hábitos e costu-mes tão diferentes,mas nossos seme-lhantes. João Ba-

tista Alves, o vigia que ficava na ocados Xavante para controlar a entrada deturistas ficou com os olhos cheiosd’água na hora de se despedir, “este foio maior evento que as cidades deMarapanim e Marudá já testemunha-ram”, afirma. (L.B.)

*Esta reportagem faz parte do TCC – Trabalho deConclusão de Curso para o habilitação de Jornalismona Universidade de Uberaba e contou com opatrocínio das empresas Mercalar, Rosa Color,Transentulho Coleta Seletiva e Sak´s, de Sacramento.

A exposição fotográfica deste trabalho estará noShopping Uberaba dos dias 23/10 a 03/11, na praçade eventos e na Universidade de Uberaba dos dias04/11 a12/11, no hall da biblioteca, Campus II.

Jogos promovemintegraçãocultural

“Aqui podemos aprendermuito com nossos parentes,inclusive coisas que podemosestar levando em benefíciopara a própria comunidade”

Evento possibilitou convivência entre brasileirosde diferentes hábitos e costumes

Índia Kaiapó acompanhou sua tribo e foi participar dos jogos no Pará

fotos: Leonardo Boloni

Índios mostraram toda a sua habilidade no manejo de instrumentos tradicionais, como o arco e flecha

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Fernanda Ribeiro7º período de Jornalismo

Brincar, correr, pular são exercícioscomuns para uma criança de cinco anos. Nocaso de Lucas Gabriel Britos, esta realidadesó pode se concretizar com a ajuda daPastoral da Criança. O menino que hoje tirao fôlego de qualquerum, com sua energia,por pouco não estariaaqui para contar ahistória.

Gabriel nasceupesando três quilos emeio, até então nadade anormal, pois este é o peso ideal de umacriança sadia. Mas os problemas começarama surgir depois, com três meses de vida nãohavia conseguido aumentar nenhumagrama, e isto foi preocupando sua família.

A avó do garoto, Maria LurdesRodrigues Brito, 43, conta que seusofrimento crescia a cada dia fazendo com

que utilizasse todos os métodos que lheseram ensinados, mas de nada adiantou. “Deia ele mingau de farinha de trigo, maizenatorrada e tudo que diziam ser bom e oresultado não apareceu, mas foi com a ajudada Pastoral da Criança que Lucas serecuperou ganhou peso e hoje é saudável ”.Acrescenta a avó responsável por Gabriel.

A coordenadora daPastoral da Criançaem Delta, LauzitaRezende da Costa,acompanhou asituação de Lucas, efoi através dela que aavó do pequeno teve

consciência da importância do projeto. Apastoral é uma entidade filantrópica e foifundada no Brasil em maio de 1982. Tendocomo missão prioritária as ações deprevenção, promoção e recuperação dasaúde da criança de forma integral econtínua. E na cidade esta parceria se iniciouem 1997.

Lauzita menciona que após o início daPastoral, há cinco anos, o índice demortalidade infantil passou a ser zero, e omunicípio é sempre lembrado, em reuniões,por sua capacitação. A equipe é constituídapor 52 voluntários, estes se dividem porsetores e cada setor possuí seu lider, tendoa função de olhar os problemas que estãoao seu lado. As famílias são visitadasmensalmente e é feito uma avaliação doandamento do trabalho.

O acompanhamento é feito a partir domomento em que a mãe está grávida. As

Mortalidade infantil zeroPastoral da Criança desenvolve um papel importante na cidade de Delta

futuras mães recebem dicas básicas para umaboa gestação. Depois que a criança nasce oacompanhamento é mensal coma a pesagemdo bebê. Uma das dificuldades enfrentadaspela Pastoral é a falta de compromisso dealgumas mães. Elasquerem um resultadoinstantâneo e nãoseguem a risca asrecomendações dosagentes.

Outras parceriasA mortalidade de menores de 1 ano nas

comunidades onde há Pastoral da Criançachega a ser 50% menor do que naquelas

onde a Pastoral não está presente, mencionaa coordenadora Lauzita Rezende. Estes sãoresultados que impulsionam a cidade a criarnovas parcerias como a existente entre aPastoral da Criança e o Programa de Saúde

da Família.Os agentes fazem a

visita e ao verificaralgum problema com acriança, ela é direcio-nada ao médico doPSF para que seja feitoo diagnóst ico. Em

alguns casos, a multimistura é compostapor produtos naturais, é indicada pelomédico.

Uma das dificuldadesenfrentadas pela Pastoralé a falta de compromissode algumas mães

Os agentes fazem a visita eao verificar algum problemacom a criança, ela édirecionada ao médico

Acompanhamento mensal da saúde das criançaspossibiliou erradicação da mortalidade infantil

Equipe constituída por 52 voluntários orientam mães e garantem saúde das crianças

fotos: Fernanda Ribeiro

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Danielle Dezope7º período de Publicidade

28 de dezembro de 1895, Grand Cafédo Boulevard des Capucines, Paris. Osirmãos Louis e Auguste Lumière projetamimagens ampliadas numa tela, graças aocinematógrafo. Exibem pela primeira vezao público filmes como “La sortie desouvries de I’usine Lumière” (A saída dosoperários da fábrica Lumière) e “L’Arrivéed’un train en gare” (Chegada de um trem àestação), breves testemunhos da vidacotidiana.

De lá pra cá, muita coisa mudou. Ocinema deixou de ser simples curiosidadetecnológica para tornar-se umempreendimento altamente lucrativo.

Contagiados pela magia do cinema, osalunos do 7º período de Publicidade ePropaganda apresentaram, de forma muitocriativa, uma série de trabalhos para adisciplina de Rádio TV & Cinemaministrada pela professora Blueth Sabrina.

LUZES, CÂMERA, AÇÃOEstudantes encarnam estrelas de Hollywoodpara contar história do cinema americano

A glamourosa noite aconteceu no anfiteatroC01, dia 8 de outubro.

O grupo que apresentou a história docinema americano roubou a cena. Paracontar a trajetória do cinema de Hollywood,as estudantes encenaram todos os exagerosda cerimônia de entrega do Oscar. Em meioa flashes fotográficos, desfile das atrizesmais badaladas e apresentação da cantora“Madonna”, as alunas, fielmentecaracterizadas de estrelas do cinemaamericano – como Marylin Monroe eWoopy Goldberg – encarnaram aspersonagens e fizeram a maior onda parafalar sobre o assunto.

O grupo encerrou a “noite glamourosa”com a entrega da estatueta do Oscar -reproduzida pela aluna Tatiana – a todos osmembros do grupo e aos colegas de sala queparticiparam evento com muitoenvolvimento e alegria.

Aplausos para as alunas CarolinaPacheco, Danielle Dezope, RobertaCamargos e Tatiana do Nascimento.

Estudantes de Publicidade e Propaganda posam para foto oficial da “Noite do Oscar”

Miriam Lins Caetano6º período de Jornalismo

Programação dosCinemas em Uberaba

São LuizHorários: 14:30, 19:30, 21:30Filme: Scooby-Doo (dublado)Categoria: Comédia/ Aventura

MetrópoleHorários: 14:30, 19:30, 21:30Filme: Loucuras na Idade MédiaCategoria: Comédia

Vera CruzHorário: 20:00Filme: SinaisCategoria: Ficção

Cine Astor 1(Shopping Urbano Salomão)Horário: 20:20Filme: InsôniaCategoria: Suspense

Cine Astor 2Horários: 15:00 e 20:00Filme: Retratos de uma obsessãoCategoria: Drama

Cinemais 1(Shopping Uberaba)Horários: 2ª a 6ª: 14:40, 19:00 e 21:10 Sáb., Domingos e feriados: 14:40,16:50, 19:00 e 21:10Filme: SinaisCategoria: Ficção

Cinemais 2Horários: 2ª a 6ª: 15:00, 19:10 e 21:20Sáb., Domingos e feriados: 15:00,17:00, 19:10 e 21:20Filme: Fora de ControleCategoria: Ação

Cinemais 3Horários: 2ª a 6ª: 14:50, 18:50 e 20:50Sáb., Domingos e feriados: 14:50,16:50, 18:50, e 20:50Filme: Scooby-Doo (dublado)Categoria: Comédia/Aventura

Agenda CulturalProgramação daFundação Cultural

Teatro de MarionetesNa Idade do PlásticoPara crianças de 7 a 12 anosData: 17/10Local: SescHorário: 14hCoordenação: Mizac Limírio

Show MusicalCantora e Tecladista: Eva Kênia(Revelação do Circo do Povo)Data: 20/10Local: Mercado MunicipalHorário: 10h às 11h

divulgação

Scooby-Doo é uma das atrações da semana

Divulgação

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Fernando Machado5º período de Jornalismo

As queimadas configuram além deincômodo e prejuízo para a saúde de muitosum crime ambiental. Uma grandequantidade de nosso verde já foi e vem sidoconsumido pelo fogo. Um exemplo é aSerra da Canastra, onde praticamente todoano ocorrem incêndios. A maioria écausada por tocos de cigarro e latinhasjogadas no mato. Em Uberaba acontecemdiversas queimadas diariamente, com achegada do inverno aumenta o número decasos. Dentro da cidade, a fumaçaproduzida causa intoxicações, alergias eoutros males, suja as roupas nos varais eas cinzas adentram as residências. Sofásvelhos, eletro-domésticos estragados,restos de comida, animais mortos sãocombustível para as chamas colocarem emrisco as linhas de distribuição e transmissãode energia elétrica. Outro risco é o fogo seespalhar até outras casas, como jáaconteceu. No campoe nas beiradas darodovia, se não sãotomadas as precau-ções cabíveis, o fogopode se alastrar e afumaça dificultar avisibilidade dos mo-toristas. Uma leipouco respeitada é aque proibe as quei-madas numa faixa de15 metros de cada lado de rodovias federais

e estaduais e também de ferrovias.As usinas de cana-de-açúcar fazem a

queima da cana-de-açúcar mas, como nosexplicou o coman-dante do Corpo deBombeiros de Ube-raba primeiro-tenenteRicardo Marisguia, deforma vigiada. Aqueimada monitoradasegue as normas desegurança como, porexemplo, a construção

de aceiro de no mínimo 3 metros de larguraem torno da área a ser queimada e é feita

por pessoal treinado e com os equipamentosadequados.

O primeiro-tenente Marisguia aconselhaque o melhor é queseja feita a capina dosterrenos baldios, não aqueima de lixo e matocomo é feito normal-mente. Ele relatou queé comum que pessoascoloquem fogo noslotes e depois, de umtelefone público, liguem para o Corpo deBombeiros dizendo que existe um incêndio,na espera de que os militares vão até o sítio

Uma lei pouco respeitada éa que proibe as queimadasnuma faixa de 15 metros decada lado de rodoviasfederais e estaduais etambém de ferrovias

No ano passado ocorreram285 incêndios na área deresponsabilidade do Corpode Bombeiros de Uberaba

Queimadasapagar o fogo que eles mesmos fizeram.Nesse caso, a pessoa está cometendo umcrime ambiental por fazer a queimada eoutro por denunciar um crime ou acidenteque não ocorrera. Ele lembra ainda que oCB possui apenas duas viaturas paracombater o fogo. Um carro está com vinteanos e o outro com dezesseis, ambos comultrapassados sistemas de abastecimento deágua. Quando são chamados para combaterum incêndio têm que abastecê-los e esse nãoé um processo rápido nem pouco trabalhoso.As pessoas que fazem as ligaçõescomunicando incêndios inexistentes estãoatrapalhando o serviço do CB e impedindoque incêndios reais sejam atendidos. No anopassado ocorreram 285 incêndios na áreade responsabilidade do Corpo de Bombeirosde Uberaba e, nesse semestre, até agoraocorreram 143 casos de incêndio. Tudo ocombate feito pelas duas viaturas.

O lixo nos terrenos é de responsa-bilidade dos donos. O correto seria que elesmesmos fizessem a capina e a limpeza do

sítio ou chamassem asecretaria de planeja-mento e meio-ambien-te para que o entulhofosse removido. Umadas principais, senão aprincipal causa dasqueimadas é a desin-formação a respeito de

como se relacionar com o lixo seja nosparques ecológicos, seja dentro da cidadeou em beiras de rodovia.

Artigo

reprodução

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