reuniões públicas - palestras das reuniões dezembro 2010 ... · pregado na sua confecção....

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Seara Espírita Joanna de Ângelis Rua Dr. João Keating, nº107 - Botafogo Campinas/SP - CEP 13070-230 Tel.: (19) 3213-7856/3213-0809 [email protected] Núcleo Assistencial Espírita Jerônimo Mendonça Rua 11, nº514 Jd. Campo Belo II Campinas/SP - CEP 13012-970 Fone (19) 3225-9935 [email protected] Reuniões Públicas - Palestras das Reuniões Quarta feira 20H00 Assistência Espiritual - Passes Atendimento Fraterno (Entrevistas) Quintafeira as 20H00 - Estudo Sistematizado Sábado 10H00 Assistência Espiritual - Passes Atendimento Fraterno (Entrevistas) Palestras - Domingo as 10:00h 5/12 SERGINHO GRANDE “ATITUDES RENOVADAS” 12/12 19/12 AUGUSTO CANTUSIO “PAULO e ESTÊVÃO” Dezembro 2010 Ano 4, edição 46 Preparando o Natal Está chegando o Natal. Co- mo todos os anos, a mesma correria às lojas superlota- das, para a compra de pre- sentes. Enfeita-se a casa com objetos natalinos. Pre- param-se ceias fartas e gran- diosas, até exageradas. To- dos se cansam, se esfalfam, em preparativos para o Natal. Porém, quantos se lembram do real significado do Natal e se voltam para o Aniversariante? Quantos realmente sabem o que estão comemorando com tanto frenesi? Quantos dedicam nem que seja apenas um momento, para reflexão, a imaginar o que teria sido da Humanidade, se não tivesse nascido aquele Menino especial? Ao longo do caminho fomos perdendo a simplici- dade com que se comemoravam os Natais, cada qual fazendo o presente com que agraciar os amigos: bis- coitos, geléias, bolos, trabalhos manuais, enfim, o que sabia fazer de melhor, doando não apenas um objeto material, mas o tempo e o amor que havia em- pregado na sua confecção. Embora as exigências e atribulações da vida mo- derna já não nos deixem tempo, ou vontade, para estas gentilezas de antigamente, façamos este ano um Natal um pouco diferente. Enfeitemos, sim, nossas casas, preparemos a ceia para familiares e amigos, compremos pequenas lem- branças para eles. Mas... Além de todos estes preparativos, preparemos nossos corações para que neles penetre um convida- do especial: Jesus. Esta festa, vamos preparar com calma, sem pres- sa nem correria. Não precisaremos gastar nem um centavo para engalanar a alma e o coração. Para fazer a festa em grande estilo, só precisaremos de uma coisa: a vontade de realizá-la. Para a decoração, a oração, os bons pensamen- tos, a boa-vontade, a indulgência, a caridade. Escolhamos os presentes de que Jesus gosta, mas que não se encontram à venda nas lojas, nem mesmo nas mais sofisticadas. Quais são eles? O perdão para quem nos magoou. A compreensão fraterna para com as atitudes menos felizes de famili- ares ou amigos que estão passando por momentos difíceis. O não julgar. A ausência de preconceito. O sorriso amigo aos que nos cercam. A palavra de cari- nho para superiores como para inferiores. Estejamos prontos para receber em festa Aquele que, mesmo sendo perfeito, aceitou o sacrifício de encarnar neste planeta para nos ensinar o Amor, o Perdão, a Fraternidade e a Paz. Feliz Natal! Lúcia E. Narbot Ermetice Seara Espírita Joanna de Ângelis EDITORIAL Ao término de mais um ano de muita atividade na Seara e no Núcleo, a primeira sensação que brota do nosso íntimo é a satisfação de plena consciência de todos os ganhos e alegria conquistada. Deixa registrado o agradecimento a nossa men- tora Joanna de Ângelis e toda a equipe espiritual de apoio aos nossos trabalhos. Rogo aos céus que nos proporcione a oportuni- dade de continuarmos com nossas tarefas com mui- to entusiasmo e responsabilidade. A todos ofertamos a mensagem de Natal como conclusão dos nossos agradecimentos. MENSAGEM DE NATAL Desejava, Jesus ter as palavras certas para exal- tar-te o luminoso dia!... Do pouso humilde às man- sões opulentas, tudo é festa de Paz e de Alegria. Recordamos Belém, na noite em que surgiste. A estrela ...o vento frio...as casas às escuras e as vo- zes cristalinas que cantavam: -“O enviado nas- ceu!...Glória a Deus nas Alturas!...” Entretanto, depois de Teus ensinos, veio o dra- gão de ódio, armando a guerra, e separou, em fúria, os grupos e as nações, marcando a sangue e pranto os caminhos da Terra... Passam conquistadores inclementes, reclaman- do o poder, no ouro que os seduz; matam, furtam, mas morrem esquecidos e a multidão prossegue: “Ampara-nos Jesus!...” É por isso que hoje repetimos, enquanto vinte séculos se vão: -“Fica, Jesus, guardando-nos a vida, Celeste Amor de nosso coração...” (Maria Dolores) Elcio Luiz Menni - Presidente

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Page 1: Reuniões Públicas - Palestras das Reuniões Dezembro 2010 ... · pregado na sua confecção. Embora as exigências e atribulações da vida mo- ... casa eterna, Oleiro Cuidadoso,

Seara Espírita Joanna de Ângelis

Rua Dr. João Keating, nº107 - Botafogo Campinas/SP - CEP 13070-230

Tel.: (19) 3213-7856/3213-0809

[email protected]

Núcleo Assistencial Espírita Jerônimo Mendonça

Rua 11, nº514 Jd. Campo Belo II

Campinas/SP - CEP 13012-970 Fone (19) 3225-9935

[email protected]

Reuniões Públicas - Palestras das Reuniões

Quarta

feira

20H00

Assistência Espiritual - Passes

Atendimento Fraterno (Entrevistas)

Quinta–feira as 20H00 - Estudo Sistematizado

Sábado

10H00

Assistência Espiritual - Passes

Atendimento Fraterno (Entrevistas)

Palestras - Domingo as 10:00h

5/12 SERGINHO GRANDE “ATITUDES RENOVADAS”

12/12

19/12 AUGUSTO CANTUSIO “PAULO e ESTÊVÃO”

Dezembro 2010

Ano 4, edição 46

Preparando o Natal

Está chegando o Natal. Co-mo todos os anos, a mesma correria às lojas superlota-das, para a compra de pre-sentes. Enfeita-se a casa com objetos natalinos. Pre-param-se ceias fartas e gran-diosas, até exageradas. To-dos se cansam, se esfalfam,

em preparativos para o Natal. Porém, quantos se lembram do real significado do

Natal e se voltam para o Aniversariante? Quantos realmente sabem o que estão comemorando com tanto frenesi? Quantos dedicam nem que seja apenas um momento, para reflexão, a imaginar o que teria sido da Humanidade, se não tivesse nascido aquele Menino especial?

Ao longo do caminho fomos perdendo a simplici-dade com que se comemoravam os Natais, cada qual fazendo o presente com que agraciar os amigos: bis-coitos, geléias, bolos, trabalhos manuais, enfim, o que sabia fazer de melhor, doando não apenas um objeto material, mas o tempo e o amor que havia em-pregado na sua confecção.

Embora as exigências e atribulações da vida mo-derna já não nos deixem tempo, ou vontade, para estas gentilezas de antigamente, façamos este ano

um Natal um pouco diferente. Enfeitemos, sim, nossas casas, preparemos a ceia

para familiares e amigos, compremos pequenas lem-branças para eles. Mas...

Além de todos estes preparativos, preparemos nossos corações para que neles penetre um convida-do especial: Jesus.

Esta festa, vamos preparar com calma, sem pres-sa nem correria. Não precisaremos gastar nem um centavo para engalanar a alma e o coração. Para fazer a festa em grande estilo, só precisaremos de uma coisa: a vontade de realizá-la.

Para a decoração, a oração, os bons pensamen-tos, a boa-vontade, a indulgência, a caridade.

Escolhamos os presentes de que Jesus gosta, mas que não se encontram à venda nas lojas, nem mesmo nas mais sofisticadas. Quais são eles?

O perdão para quem nos magoou. A compreensão fraterna para com as atitudes menos felizes de famili-ares ou amigos que estão passando por momentos difíceis. O não julgar. A ausência de preconceito. O sorriso amigo aos que nos cercam. A palavra de cari-nho para superiores como para inferiores.

Estejamos prontos para receber em festa Aquele que, mesmo sendo perfeito, aceitou o sacrifício de encarnar neste planeta para nos ensinar o Amor, o Perdão, a Fraternidade e a Paz.

Feliz Natal! Lúcia E. Narbot Ermetice

Seara Espírita Joanna de Ângelis

EDITORIAL

Ao término de mais um ano de muita atividade na Seara e no Núcleo, a primeira sensação que brota do nosso íntimo é a satisfação de plena consciência de todos os ganhos e alegria conquistada.

Deixa registrado o agradecimento a nossa men-

tora Joanna de Ângelis e toda a equipe espiritual de apoio aos nossos trabalhos.

Rogo aos céus que nos proporcione a oportuni-

dade de continuarmos com nossas tarefas com mui-to entusiasmo e responsabilidade.

A todos ofertamos a mensagem de Natal como

conclusão dos nossos agradecimentos.

MENSAGEM DE NATAL

Desejava, Jesus ter as palavras certas para exal-

tar-te o luminoso dia!... Do pouso humilde às man-sões opulentas, tudo é festa de Paz e de Alegria.

Recordamos Belém, na noite em que surgiste. A estrela ...o vento frio...as casas às escuras e as vo-zes cristalinas que cantavam: -“O enviado nas-ceu!...Glória a Deus nas Alturas!...”

Entretanto, depois de Teus ensinos, veio o dra-gão de ódio, armando a guerra, e separou, em fúria, os grupos e as nações, marcando a sangue e pranto os caminhos da Terra...

Passam conquistadores inclementes, reclaman-do o poder, no ouro que os seduz; matam, furtam, mas morrem esquecidos e a multidão prossegue: “Ampara-nos Jesus!...”

É por isso que hoje repetimos, enquanto vinte séculos se vão: -“Fica, Jesus, guardando-nos a vida, Celeste Amor de nosso coração...”

(Maria Dolores)

Elcio Luiz Menni - Presidente

Page 2: Reuniões Públicas - Palestras das Reuniões Dezembro 2010 ... · pregado na sua confecção. Embora as exigências e atribulações da vida mo- ... casa eterna, Oleiro Cuidadoso,

Jesus e Nós

As circunstancias não podiam ser piores. A ignorân-cia predominava triunfante, conclamando as forças da barbárie e do crime que ainda dominavam e dominam os que seguem sufocados pelos instintos primitivos. A vila-nia se refugiava nos redutos de aparência respeitável, onde era aceita a traição, a mentira, a sexolatria e os desregramentos morais de todo matiz. As aparências exteriores ditavam as regras e os valores efêmeros im-postos pela sociedade de então, eram buscados com avidez a preço da retidão e do caráter que já não mais existiam ou raramente se faziam presentes. O homem era examinado pelo poder, pelos desmandos, pela força bruta e pelas pegadas de sangue e lágrimas que deixa-va em derredor de seus passos nas conquistas munda-nas. As paisagens políticas caracterizavam-se pelos jogos de interesse subalternos, pelos conchavos e pelos métodos administrativos escusos, em total desrespeito aos interesses do povo sofrido e esfaimado que estorce-gava ante a carga dos impostos aos correligionários de César. A violência campeava sem limites e a esperança escorria junto às lágrimas daqueles que eram espoliados nos seus haveres mais preciosos. a moral e a alegria de viver. Em suma, eram dias tormentosos bem semelhan-tes aos de hoje.

Mas foi justamente em tais circunstâncias que nas-ceu Jesus.

Veio à Terra em uma noite clara de luar onde os diamantes estelares rutilavam como nunca dantes se houvera visto. Mergulhou na convivência humana, tendo como albergue modesta habitação de animais, porque assim viveria entre nós, sem uma pedra onde recostar a cabeça. Nunca se queixou, temeu ou recuou, carregan-do o fardo das dores em incomparável silêncio e resig-nação, pois sabia em verdade que o Pai Nele habitava e que por isso mesmo Ele era uno com o Criador que sempre o sustentava. Cantou as Bem Aventuranças em

um poema de Luz que inauguraria para todo sempre as diretrizes para a conquista da verdadeira paz e da real felicidade, as quais asseverou situarem-se dentro de cada um de nós, nos palácios radiosos do “Eu” profundo que cabe a todos conquistar pelo auto-descobrimento e renovação íntima. Demonstrou que os sofrimentos, as dificuldades, os obstáculos e dores de hoje, são as oportunidades engendradas por nós mesmos ao longo da atual e de recuadas reencarnações onde a ignorância nos presidia os atos fazendo-nos semear o erro que ora resgatamos pelos tribunais da própria consciência em dolorosas, mas passageiras situações. Nasceu e viveu para nos mostrar que além das sombras da morte física, florescem as esperanças da vida imperecível que a to-dos nos aguarda após o reto cumprimento dos labores por nós esposados. Ressurgiu vivo e rutilante após a cruz de ignomínia para nos confortar, mostrando que aqueles que retornaram antes de nós para a pátria espi-ritual, continuam vivos, nos amando e sentido os nossos eflúvios e vibrações de amor. E ninguém foi e jamais será igual a Ele!

Conforme propõe irmã Joanna de Ângelis em uma de suas obras: recordando que estes são dias onde as circunstâncias evocam aquelas já passadas, façamos uma pausa na alucinação que campeia avassaladora, facultando o nascimento ou o renascimento em nós do sêmen sublime do amor, em nome do Amor de todos os Amores que, não obstante ter vindo há mais de vinte séculos, se demora ignorado, esperando a bendita opor-tunidade de vicejar em nossos corações e mentes ainda entorpecidos pelo orgulho e pela vaidade.

Abramo-nos assim, a Jesus de Nazaré, deixando que neste Natal Ele celebre por nosso intermédio a epo-péia festiva da paz e do amor, para que na acústica da alma possamos senti-Lo vir ter conosco, não apenas na época em que o mundo convencionou para o seu nasci-mento, mas por todos os dias e momentos de nossas vidas.

Evandro Toledo Piza Seara Espírita Joanna de Ângelis

“Senhor, ensina-nos a receber as bênçãos do

serviço! Ainda não sabemos, Amado Jesus, compreender

a extensão do trabalho que nos confiaste! Permite, Senhor, possamos formar em nossa

alma a convicção de que a Obra do Mundo te perten-ce, a fim de que a vaidade não se insinue em nossos corações com as aparências do bem!

Dá-nos, Mestre, o espírito de consagração aos nossos deveres e desapego aos resultados que per-tencem ao teu amor!

Ensina-nos a agir sem as algemas das paixões, para que reconheçamos os teus santos objetivos!

Senhor amorável, ajuda-nos a ser teus leais ser-vidores,

Mestre Amoroso, concede-nos, ainda, as tuas lições,

Juiz Reto, conduze-nos aos caminhos direitos, Médico Sublime, restaura-nos a saúde,

Pastor Compassivo, guia-nos à fonte das águas vivas,

Engenheiro Sábio, dá-nos teu roteiro, Administrador Generoso, inspira-nos a tarefa, Semeador do Bem, ensina-nos a cultivar o campo

de nossas almas, Carpinteiro Divino, auxilia-nos a construir nossa

casa eterna, Oleiro Cuidadoso, corrige-nos o vaso do cora-

ção, Amigo Desvelado, sê indulgente, ainda, para com

as nossas fraquezas, Príncipe da Paz, compadece-te de nosso espírito

frágil, abre nossos olhos e mostra-nos a estrada de teu Reino!”

Oração de Aniceto- Orientador espiritual de

André Luiz em “Os Mensageiros” Psicografia de Francisco Cândido Xavier

Terezinha S. Bortoluzo De Lorenzo Seara Espírita Joanna de Ângelis

O Presente dos Magos

Um dólar e oitenta e sete centavos. Era tudo. E ses-senta centavos eram em moedas. Moedas economizadas uma a uma, pechinchando com o dono do armazém, o dono da quitanda, o açougueiro. Um dólar e oitenta e sete centavos Amanhã seria Dia de Natal e ela tinha apenas um dólar e oitenta e sete centavos para comprar o presente de Jim. Estivera a economizar tostão por tostão havia meses, e esse era o resultado. As despesas tinham sido maiores do que calculara. Apenas um dólar e oitenta e sete centa-vos para comprar o presente de Jim. O seu Jim. Subita-mente, afastou-se da janela e postou-se diante de um espelho. Num gesto rápido, soltou o cabelo e o deixou desdobrar-se em toda a sua extensão. Ora, os James Dillingham Youngs tinham dois haveres de que muito se orgulhavam. Um era o relógio de ouro de Jim, que perten-cera a seu pai e a seu avô. O outro era o cabelo de Della. O cabelo de Della, pois, caiu-lhe pelas costas, ondulando e brilhando como uma cascata de águas castanhas. Ela então o prendeu de novo, célere e nervosamente. Vestiu o velho casaco marrom; pôs o velho chapéu marrom. Des-ceu rapidamente a escada que levava à rua. Parou onde havia um letreiro anunciando: “Mme Sofronie, Artigos de Toda Espécie para Cabelos”. Della subiu a correr um lance de escada e se deteve no alto, arquejante para recompor-se. Madame, corpulenta, alva demais,fria. -Quer comprar meu cabelo? – perguntou Della. - Eu compro cabelo – disse Madame. – Tire o chapéu e vamos dar uma olhada no seu. Despenhou-se, ondulante, a cascata de águas castanhas.- Vinte dólares – ofereceu Madame, erguendo a massa com mão prática. -Dê-me o dinheiro depressa – pediu Della. Oh, as duas horas seguintes voaram com asas róseas. Della se pôs a vasculhar as lojas à procura de um presente para Jim. Encontrou-o por fim. Fora feito para ele e para ninguém mais. Era uma corrente de plati-na, curta, simples e de modelo discreto, proclmando ade-quadamente seu valor por sua mesma substância e não por qualquer ornamentação espúria. Era digna até do reló-gio. Tão logo a viu, soube que tinha de ser de Jim. Vinte e um dólares cobraram-lhe por ela, e Della correu para casa com os oitenta e sete centavos. Com aquela corrente no relógio, Jim poderia preocupar-se decentemente com o tempo na frente de qualquer pessoa. Grande como era o relógio, ele às vezes o consultava meio envergonhado devido à velha tira de couro que usava em lugar de corren-te.

Às sete horas, o café estava preparado e uma frigidei-ra quente no fogão esperava o momento de fritar as coste-letas. Jim nunca se atrasava. Della dobrou a corrente no côncavo da mão e sentou-se a um canto da mesa, perto da porta pela qual ele sempre entrava. Ouviu então seus passos no primeiro lance da escada..- Oh, Deus, fazei-o

por favor achar-me ainda bonita! A porta se abriu, Jim entrou e a fechou. Pobre sujeito, apenas vinte e dois anos e já responsável por uma família! Jim Avançou alguns passos. Seus olhos estavam fitos em Della e havia neles uma expressão que ela não conseguia ler e que a aterrori-zava. Não era raiva, nem surpresa, nem desaprovação, nem horror; não era nenhum dos sentimentos para os quais ela estava preparada. Della esgueirou-se para fora da mesa e se encaminhou para ele. - Jim, querido – gritou – não me olhe desse jeito! Mandei cortar o cabelo e o vendi porque não poderia passar o natal sem dar um pre-sente a você. Ele crescerá de novo… não se aborreça, por favor. - Mandou cortar o cabelo? – perguntou Jim a custo, como se não tivesse ainda compenetrado desse fato pa-tente após o mais árduo esforço mental. - Cortei-o e vendi-o – disse Della. – Você não continua a gostar de mim do mesmo jeito, então?. É véspera de Natal, querido. Seja bonzinho comigo, fiz isso por sua causa. Ninguém poderá jamais avaliar o meu amor por você. Posso fritar as coste-letas, Jim? Emergindo do seu transe, Jim pareceu desper-tar rapidamente. Abraçou a sua Della. Jim tirou um pacote do bolso e atirou-o sobre a mesa. - Não me interprete mal, Della – disse. – Não acho que haja alguma coisa, corte de cabelo, raspagem ou xampu, capaz de fazer-me gostar menos da minha mulherzinha. Mas se você abrir este pa-cote, poderá ver por que fiquei abalado no princípio. Alvos dedos ligeiros desfizeram o atilho e o embrulho. Ouviu-se então um grito extático de alegria, e depois, ai!, uma súbita mudança feminina para as lágrimas e os gemidos. Pois sobre a mesa jaziam Os Pentes – o jogo de pentes para cabelos que Della adorara havia muito numa vitrine. Belos pentes, de tartaruga legítima, orlados de pedraria. Eram pentes caros, ela o sabia, e seu coração se limitara a de-sejá-los e a suspirar por eles sem a menor esperança de vir um dia a possuí-los. E agora pertenciam-lhe. Ela, os apertou contra o peito e, por fim, pode erguer os olhos nublados, sorrir e dizer: - Meu cabelo cresce tão depressa, Jim! Jim ainda não vira o seu belo presente. Ela lho esten-deu ansiosamente na palma da mão aberta. O fosco metal precioso parecia brilhar com o reflexo do seu jubilante e ardente espírito. – Não é uma beleza, Jim? Vasculhei a cidade toda para achá-lo. Doravante, você terá de ver as horas uma centena de vezes por dia. Dê-me o seu relógio. Quero ver como fica nele. Em lugar de obedecer, Jim deixou-se cair no sofá, pôs as mãos atrás da cabeça e sorriu: – Della – disse -, vamos por os nossos presentes de Natal de lado e deixá-los por algum tempo. São lindos demais para poderem ser usados agora. Vendi o relógio para comprar os seus pen-tes. Que tal se você fritasse as costeletas agora?

Ana Maria Bacchi

Seara Espírita Joanna de Ângelis

Dia 18, sábado chegada do Papai Noel no

Entrega de presentes e almoço das crianças.