retrato desolador

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C NT ENTREVISTA COM O PRESIDENTE-EXECUTIVO DA ANIP ALBERTO MAYER TRANSPORTE ATUAL Retrato desolador EDIÇÃO INFORMATIVA DA CNT Pesquisa CNT de Rodovias 2013 mostra que, do total da extensão avaliada, 63,8% apresentam alguma deficiência, contra 62,7% em 2012 ANO XIX NÚMERO 218 NOVEMBRO 2013 Pesquisa CNT de Rodovias 2013 mostra que, do total da extensão avaliada, 63,8% apresentam alguma deficiência, contra 62,7% em 2012

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Edição 218 - Pesquisa CNT de Rodovias 2013 mostra que, do total da extensão avaliada, 63,8% apresentam alguma deficiência, contra 67,7% em 2012.

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Page 1: Retrato desolador

CNT

ENTREVISTA COM O PRESIDENTE-EXECUTIVO DA ANIP ALBERTO MAYER

T R A N S P O R T E A T U A L

Retrato desolador

EDIÇÃO INFORMATIVADA CNT

Pesquisa CNT de Rodovias 2013 mostra que, do total da extensão avaliada,63,8% apresentam alguma deficiência, contra 62,7% em 2012

ANO XIX NÚMERO 218NOVEMBRO 2013

Pesquisa CNT de Rodovias 2013 mostra que, do total da extensão avaliada,63,8% apresentam alguma deficiência, contra 62,7% em 2012

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CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 20134

REPORTAGEM DE CAPA

ANO XIX | NÚMERO 218 | NOVEMBRO 2013

CNTT R A N S P O R T E A T U A L

CAPA PESQUISA CNT DE RODOVIAS 2013

Alberto Mayer falasobre destinaçãocorreta de pneus

PÁGINA 8

ENTREVISTA

Transportadoresse mostram maispessimistas

PÁGINA 36

SONDAGEM

Seminário discutesoluções para amobilidade urbana

PÁGINA 42

PASSAGEIROS

Montadoras veemmercado no Brasilem expansão

PÁGINA 30

FENATRAN 2013

TAXISTAS • Dilma Rousseff sanciona MP quegarante a transferência da licença aos herdeirosem caso de falecimento do titular

PÁGINA 18

Pesquisa CNT de Rodovias 2013 mostra que no último ano a situação piorou. Do total da extensão avaliada, 63,8% apresentam alguma deficiência no pavimento, na sinalização ou na geometria da via. Em 2012, o índice havia sido de 62,7%.

Página 20

CONSELHO EDITORIALBernardino Rios PimBruno BatistaEtevaldo Dias Tereza PantojaVirgílio CoelhoWesley Passaglia

EDITORA RESPONSÁVEL

Vanessa Amaral

[[email protected]]

EDITOR-EXECUTIVO

Americo Ventura

[[email protected]]

FALE COM A REDAÇÃO(61) 3315-7000 • [email protected] SAUS, quadra 1 - Bloco J - entradas 10 e 20 Edifício CNT • 10º andar CEP 70070-010 • Brasília (DF)

ESTA REVISTA PODE SER ACESSADA VIA INTERNET:www.cnt.org.br | www.sestsenat.org.br

ATUALIZAÇÃO DE ENDEREÇO:[email protected]

Publicação da CNT (Confederação Nacional do Transporte), registrada no Cartório do

1º Ofício de Registro Civil das Pessoas Jurídicas do Distrito Federal sob o número 053.

Tiragem: 40 mil exemplares

Os conceitos emitidos nos artigos assinados não refletem necessariamente a opinião da CNT Transporte Atual

EDIÇÃO INFORMATIVA DA CNT

Page 5: Retrato desolador

Falta embarcaçãonacional nosoceanos

PÁGINA 52

AQUAVIÁRIO

Brasil é destaque na 4ª edição do BcnRail

PÁGINA 56

FERROVIAS

Estudo da Abralogrevela a evoluçãodos profissionais

PÁGINA 60

LOGÍSTICA

Unidades alertaramdo risco da misturaálcool e direção

PÁGINA 66

EDUCAÇÃO NO TRÂNSITO

Alexandre Garcia 6

Duke 7

Mais Transporte 12

Assembleia da CIT 39

Sest Senat 64

Boletins 70

Tema do mês 78

Opinião 81

Cartas 82

Seções

TECNOLOGIA • Estudantes brasileiros vencem concurso internacional da Airbus com solução paraagilizar a carga e a descarga das bagagens

PÁGINA 48

Este mês, a CNT lança a nova newsletter.Com layout moderno, o boletim semanalé uma produção da Agência CNT de Notí-cias, com edição da Coordenação de In-ternet e da Superintendência de Comuni-cação da confederação. Os assinantes re-cebem, por e-mail, uma newsletter cadavez mais atraente, com acesso a conteú-dos textuais e audiovisuais atualizados eum espaço dedicado a infográficos. As cores assumem papel ain-da mais relevante, fortalecendo a identidade visual da confede-ração. Participe e envie sugestões. Cadastre-se no site da CNT ereceba notícias semanalmente!

O portal disponibiliza todas as ediçõesda revista CNT Transporte Atual

www.cnt.org.br

Programa Despoluir• Conheça os projetos• Acompanhe as notícias sobre

meio ambiente

Canal de Notícias• Textos, álbuns de fotos, boletins

de rádio e matérias em vídeosobre o setor de transporte no Brasil e no mundo

Escola do Transporte• Conferências, palestras e

seminários• Cursos de aperfeiçoamento• Estudos e pesquisas• Biblioteca do Transporte

Sest Senat• Educação, Saúde, Lazer

e Cultura• Notícias das unidades• Conheça o programa de

Enfrentamento à ExploraçãoSexual de Crianças e Adolescentes

E MAIS

ACESSE A PÁGINA DA PESQUISA CNT DE RODOVIAS 2013

A 17ª edição da PesquisaCNT de Rodovias conta comuma nova página, repleta denovidades, no site da CNT.Os transportadores e inte-ressados podem acessar,pela primeira vez, o mapainterativo e o álbum com-pleto das fotos classificadaspor Estados e rodovias.Além disso, o internautatem à disposição o rankingdas 10 melhores e piores ro-dovias brasileiras. Confira!

NEWSLETTER DE CARA NOVA

Page 6: Retrato desolador

rasília (Alô) - Depois do nazismo, fascismo ecomunismo terem chegado ao fim na balançado poder mundial, filósofos e cientistas políti-cos têm sugerido que o jogo do poder, hoje,tem, numa ponta, a eficiência de governos epaíses e, na outra ponta, a incapacidade de

governos e países lidarem com os seus problemas. AChina é um exemplo típico. No fundo, o chinês sem-pre foi mais Confúcio e menos Marx. Na administra-ção Deng, o comunismo ficou reduzido a um rótulo, ea eficiência passou a ser o motor na nova China. Há20 anos, quando o Rio de Janeiro já tinha uma linhade metrô, Xangai não tinha um só metro de subterrâ-neo. Hoje, Xangai tem uma malha de metrô que supe-ra Tóquio, Londres e Paris, e o Rio continua avançan-do seu metrô a passos de tartaruga.

Neste país tropical, parece que conseguimoscombinar duas forças negativas, sem que isso re-sulte em algo positivo. Estamos juntando inefi-ciência com ideologia. Queremos, por exemplo,nas concessões, que a atividade econômica priva-da não gere lucro. No Rio Grande do Sul, o gover-no do Estado acabou com as concessões nas rodo-vias estaduais. Sumiram os pedágios – e sumiramas ambulâncias de plantão, os auxílios de emer-gência, e reapareceram os buracos. O cenário é deabandono das RS. Se a ideologia considera a em-presa privada como vilã egoísta, exploradora eusurpadora, fica difícil o país crescer e gerar em-prego, já que a ineficiência do Estado não tem co-mo substituir a iniciava de empresa e indivíduos.

O setor público brasileiro sempre teve umaideologia: a burocracia – que também contaminagrandes empresas privadas. Quando a burocraciaé comandada por autos de fé partidários ou ideo-lógicos, aí mesmo é que o Estado tropeça em sipróprio, ensimesmado e existindo para a sua pró-pria sobrevida, agindo pela manutenção do poder.Aí os serviços públicos despencam e os tributossobem. Os da minha geração se lembram de tem-pos em que o Brasil era um país mais adiantadoque a China e a Coreia. Foi logo ali, 50, 60 anosatrás. Sim, fizemos rodovias, mas a maioria é umarremedo disso. E abandonamos o transporte fer-roviário. Desprezamos nossas águas como meiode transporte. E não conseguimos administrarcom eficiência os aeroportos. Não deslindamosum trem-bala. A China comprou cem de uma vez.

Os arautos da eficiência recebem, de temposem tempos, uma acolhida às vezes sincera, às ve-zes fingida. Mas, nesse país ciclotímico, logo apa-rece um barulho mais forte do que essas vozes, eelas são emudecidas. Não bastam exemplos nomundo inteiro de que é a eficiência, não a ideolo-gia, que contém a fórmula óbvia da paz social, dobem-estar e da prosperidade – não é mesmo, FrauMerkel? Parece tão óbvio que a riqueza da terra doCentro-Oeste deva sair pelo porto mais próximo.Mas o agronegócio, para a ideologia, é pecamino-so. Apenas fica salvando a balança comercial deum vexame, e, no entanto, é submetido a um es-coamento que é um vexame.

B

“O setor público brasileiro sempre teve uma ideologia: a burocracia – que também contamina grandes empresas privadas”

Ideologia e eficiência

ALEXANDRE GARCIA

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CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 2013 7

Duke

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ENTREVISTA

Acada ano, aumenta afrota de veículos emmuitas cidades e,com isso, cresce tam-

bém a necessidade de ofere-cer a destinação ambiental-mente adequada para diversosmateriais de carros, ônibus,caminhões e motocicletas. Co-letar e destinar pneus correta-mente são medidas fundamen-tais para evitar danos ao meioambiente. No ano passado, fo-ram mais de 338 mil toneladasde pneus inservíveis coletadose destinados pela Reciclanip –entidade ligada à Anip (Asso-ciação Nacional da Indústriade Pneumáticos). De acordocom o presidente-executivo daassociação, Alberto Mayer, a

maior parte dos pneus quenão têm mais condições decircular (67%) é destinada pa-ra as cimenteiras, servindo co-mo combustível para os for-nos. Mas os pneus inservíveistêm também outras aplica-ções, inclusive para a indús-tria de calçados. Um dos desa-fios é conscientizar as distri-buidoras e os consumidorespara fazerem o descarte deforma correta. E, em relação àsegurança, também é impor-tante que os motoristas brasi-leiros fiquem mais atentoscom os riscos dos pneus quenão têm mais condições decircular. Leia a seguir a entre-vista com o presidente-execu-tivo da Anip.

A frota de veículos das ci-dades tem aumentado cons-tantemente. A cada ano, qualo volume de pneus que preci-sa ser descartado no Brasil?

Usando dados do relatóriodo Ibama (Instituto Brasileirodo Meio Ambiente e dos Recur-sos Naturais Renováveis), publi-cado recentemente – o relatóriode pneumáticos, que é de 2013,mas tem dados de 2012, são cer-ca de 50 milhões de unidadesde pneus no Brasil descartadasanualmente. Isso é muito. Emvolume, é mais do que em 2011,quando foram descartados 46,4milhões de pneus. Mas, em rela-ção a peso, é menor. Em 2012,foram 62,7 mil toneladas e, em2011, 66,9 mil. Isso significa que

o volume cresceu em relação apneus leves. São mais pneus deautomóveis e de motocicletas.

E como a indústria temtrabalhado para destinar ospneus inservíveis?

Há uma obrigatoriedade, dofabricante e do importador, dedar a destinação ambiental-mente adequada e prevista nalei. A Anip (Associação Nacionalda Indústria de Pneumáticos) éuma associação que existe há53 anos e se preocupa com adestinação dos pneus. Com aresolução nº 416 do Conama(Conselho Nacional do Meio Am-biente), de 2009, as indústriasse valeram de um instrumentoimplantado pela Anip. Foi criado

“Do total de pneus destinados, 67% acabam em fornos de cimene usados como combustível; outros têm destinações até mesmo

Destinação adPOR CYNTHIA CASTRO

ALBERTO MAYER - PRESIDENTE-EXECUTIVO DA ANIP

Page 9: Retrato desolador

teiras e são queimadoscomo solados de sapatos”

um programa nacional de cole-ta e destinação de pneus inser-víveis, e constituímos a Recicla-nip – entidade que tem a missãode assegurar a sustentabilidadedo processo de coleta e a desti-nação dos pneus inservíveis.

A Política Nacional de Re-síduos Sólidos trouxe mudan-ças para esse setor?

A lei que trata dos resíduossólidos adotou o que já estavaprevisto em relação à coleta edestinação de pneus. Essa polí-tica está alinhada com a resolu-ção do Conama de 2009.

Como é feita a coleta des-se material?

Hoje, temos 819 municí-

pios conveniados com pon-tos de coleta espalhados pordiferentes regiões do Brasil.A Reciclanip recolhe ospneus e encaminha parauma destinação final am-bientalmente adequada. Sãoempresas que já estão auto-rizadas e licenciadas pelosórgãos ambientais reconhe-cidos pelo Ibama.

Quais são atualmente asprincipais aplicações dospneus inservíveis?

Do total destinado, 67%acabam em fornos de cimen-teiras. Lá, os pneus são quei-mados e usados como com-bustível nos fornos para pro-dução do clínquer, que é a fa-

se inicial do cimento. É umcombustível alternativo, utili-zado no lugar de carvão e dosóleos combustíveis. O pneutem um poder calorífico altís-simo e é muito eficiente nes-ses fornos. Mas há tambémdestinação para uso em asfal-to, borracha, gramados sinté-ticos e solados de sapatos.

Com o total de 50 mi-lhões descartados anual-mente, a destinação queocorre é suficiente?

Como fabricante, a meta édestinar e reciclar cerca de

70% do que se produz. Cumpri-mos essa meta em abundância.Sempre superamos a meta obri-gatória. Já os importadores nãoconseguem ou não querem.Combatemos muito a importa-ção que não cumpre as exigên-cias. Isso gera um passivo am-biental grave.

Qual o investimento pre-visto neste ano para a exe-cução da logística reversana indústria de pneus? Háprevisão de aumento depontos de coleta?

Para recolher esses pneus e

FOTOS ANIP/DIVULGAÇÃO

equada

Page 10: Retrato desolador

levar para a cimenteira é comose 65 caminhões trabalhassem24 horas durante 365 dias porano. A Reciclanip faz gestão dacoleta para o encaminhamentoe destinação. São dez empresasassociadas, com 16 fábricas noBrasil. Por ano, são cerca 67 mi-lhões de unidades produzidas e,em 2013, a previsão é de 66 mi-lhões de pneus. Devemos gas-tar, em 2013, R$ 83 milhões, va-lor que inclui toda a logísticapara o recolhimento.

Como são feitos os “pneusverdes” e quais os benefí-cios?

Pneu verde é um apelido,porque, na realidade, ele con-tinua preto. É um apelido parao pneu fabricado a partir denovos processos. São utiliza-das misturas diferentes dematérias-primas, com baixoimpacto ambiental e menorresistência ao rolamento. Elessão mais eficientes, gerameconomia de combustível e re-duzem as emissões. São osbiopneus. Ele é uma evoluçãodo pneu convencional.

O Brasil tem produzido es-ses “pneus verdes”?

Eles já estão sendo intro-duzidos no Brasil. Mas aindaestá em um processo inicial. Evem com outras medidas, co-mo a etiquetagem de veículose outras ações, com o objeti-vo de se buscar a maior efi-ciência energética. Fabrican-

tes de automóveis que que-rem melhorar sua eficiênciaestão investindo em pneusverdes. E essa será uma ten-dência. Primeiro, pela parteambiental, que está cada vezmais sendo difundida entreos consumidores e as autori-dades públicas. Então, issopode se adequar a uma políti-ca de governo. É uma exigên-cia dos consumidores e domercado o investimento emalternativas mais eficientesenergeticamente.

É possível comparar os ga-nhos dos “pneus verdes” emrelação ao pneu convencio-nal? Há também diferença nopreço?

Como eles oferecem menorresistência ao rolamento, pos-suem maior vida útil e maioraderência à pista molhada. Seessa redução de resistênciachegar a 30%, há uma econo-mia de combustível de cercade 3,5%, a uma velocidadeconstante. E essa redução decombustível leva à menoremissão de ruídos, a menosemissões, entre outras vanta-gens. Mas ainda não dá parasaber exatamente qual será adiferença de preço. O pneuverde ainda é uma novidadeno mundo. No Japão, foi intro-duzido há menos de cincoanos. Nós, no Brasil, estamosalinhados com essa introdu-ção no mercado mundial. Masainda é tudo muito novo.

É possível comparar a des-tinação de pneus, de formageral, no Brasil com o queocorre em outros países?

Na Alemanha, foram desti-nados, em 2012, 483 mil tone-ladas de pneus para a reci-clagem. No Brasil, somente aReciclanip reciclou 338 miltoneladas. A França reciclou323 mil toneladas. O ReinoUnido, 279 mil.

E os distribuidores desti-nam corretamente?

Os distribuidores deve-riam sempre levar o pneu in-servível para um ponto de co-leta. Mas o que acontece éque, muitas vezes, o pneuque é deixado pelo consumi-

RECICLAGEM Em 2012, foram mais de 338 mil toneladas de pneus

“Hoje, temos819 municípiosconveniadoscom pontos de coleta

espalhados por diferentes

regiões doBrasil”

Page 11: Retrato desolador

processo acontece de formamais natural. Quem paga pe-la reciclagem é o usuário, oconsumidor. Quando compraum pneu, ele paga um pe-queno valor, na Europa e noJapão, destinado à futurareciclagem. Na Alemanha,por exemplo, assim que opneu precisa ser trocado, oconsumidor já está levandopara a destinação correta.

Como o brasileiro (moto-rista) se comporta em rela-ção à destinação dos pneusque não têm mais condiçõesde circular?

No Brasil, por ser um paíscontinental, o comportamen-to não é uniforme. No Sul e

no Sudeste, há uma maiorconsciência ambiental. Ospróprios motoristas deixamos pneus inservíveis na dis-tribuidora. Não há tantospneus desperdiçados. No res-tante do Brasil, há situaçõesmenos cuidadosas.

Em relação ao uso segurodo pneu, também falta cons-cientização no Brasil?

Falta sim. Mas nos outrospaíses há uma fiscalizaçãomaior do que no Brasil. Se opneu atinge o limite de des-gaste, ele precisa ser troca-do porque a fiscalização vaicobrar isso. As pessoas sa-bem que são passíveis demulta e já fazem a troca porconta própria. No Brasil, écomum os pneus circularemcarecas para depois seremrecauchutados. Não deveriaexistir recauchutagem parapneus de veículos leves noBrasil devido à questão dasegurança.

Qual dica você daria paraos motoristas em relação àimportância do pneu para asegurança?

Para grande parte dosconsumidores, a última preo-cupação no carro é com opneu. Muitos se esquecemque os pneus são um dositens mais importantes nãosó para o desempenho doveículo, como também para asegurança. É necessário

criar hábitos, criar umaconsciência sobre a necessi-dade de cuidar melhor. Evitarsobrecarga, fazer manuten-ção. Isso é importante, inclu-sive, para a questão econô-mica. Calibragem correta éfundamental. Também é ne-cessário fazer rodízio a cada10 mil quilômetros. Ficaratento ao alinhamento, usaros pneus certos. Se você temum pneu desbalanceado ouse houver vibrações no car-ro, tem que rever e realinhar.O pneu careca vai derrapar,não vai frear corretamente evai aquaplanar.

Qual é um desafio impor-tante atualmente da indús-tria de pneus no Brasil?

É fazer com que o Estadobrasileiro ofereça condiçõespara se melhorar a competiti-vidade. O Brasil poderia me-lhorar bastante a sua produ-ção de pneus, gerar mais em-pregos nessa indústria, se aimportação fosse feita ape-nas com uma concorrêncialeal. Muitas vezes, enfrenta-mos uma concorrência des-leal. Muitas importadoras nãofazem a reciclagem, confor-me deveriam fazer. Em 2007,por exemplo, o Brasil expor-tava 47% da produção e, em2012, passou para 25%. A im-portação passou de 27%, em2007, para 38% em 2012. Issoé o resultado da falta de com-petitividade. l

inservíveis coletados pela Reciclanip

dor em uma distribuidoranem sempre tem a destina-ção correta. Há um valor resi-dual no pneu inservível emuitos acabam vendendo pa-ra borracharias ou para ou-tras finalidades. Esse é umproblema de país pobre eacontece muito no Brasil. Dequalquer forma, o melhor ca-minho para o consumidordescartar o pneu é deixá-loem alguma distribuidora eessa distribuidora deve fazero encaminhamento para oponto de coleta.

Nesse caso, como ocorre adiferença em relação aos paí-ses mais ricos?

Nos países ricos, esse

“O pneu careca vai

derrapar, nãovai frear

corretamentee vai

aquaplanar”

Page 12: Retrato desolador

CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 201312

MAIS TRANSPORTE

A bicicleta elétrica Villagio, deorigem italiana, está sendocomercializada nas concessionárias da rede Forddo Brasil. O produto é montadoem São Paulo pela GeneralWings, com componentes

nacionais e chineses. A bikepesa 24 kg, dos quais 2,8 kgcorrespondem à bateria bivolt delítio-íon de 36 volts. A autonomiaaproximada é de 40 km. O valorpode chegar a R$ 4.500, dependendo dos componentes. EQUIPAMENTO Simulador de condução da MRS

MRS/DIVULGAÇÃO

Bike elétrica na concessionária

FORD/DIVULGAÇÃO

Mais um terminal privado noanexo da unidade ferroviária daFerroeste, em Guarapuava (PR),começa a ser construído. O projeto da Lustoza Agrologísticaterá um custo total de R$ 9,3milhões. De acordo com aFerroeste, parte da obra, no valorde R$ 1,3 milhão, incluindo oramal ferroviário, já está pronta.“A capacidade de estocagem degrãos será de 25,2 mil toneladasquando o empreendimento estiver concluído, em 2016”,

disse o presidente da concessionária, João VicenteBresolin Araújo. A obra, construída com capital privado,faz parte da reestruturação dasoperações no pátio ferroviário de Guarapuava. A construção do novo ramal permite um ganho no giro das locomotivas no retorno a Cascavel (PR). Até então, para fazê-lo, os trens tinham que se deslocar por 10 km fora do pátio de manobras.

Novo ramal na Ferroeste

O simulador de condução de trens adquirido pela MRS, em 1998, completou 15 anos. Nesse período, a ferramenta capacitou10 mil colaboradores. O

simulador desenvolve conceitos da condução detrens, incluindo vários tipos de trens e perfis de linha, com inúmeras formações de locomotivas e vagões vazios ou carregados. Ele é usado tanto na formação de novos

maquinistas quanto no desenvolvimento de maquinistas experientes. Antes da chegada do simulador, todo treinamento da MRS era feito no posto de trabalho, o que não permitia a repetição imediata dos conceitos. Sem o equipamento, a formação ou o desenvolvimentooperacional dos colaboradoresnecessitava de um tempomaior, além de demandar custos mais elevados.

Simulador completa 15 anos

FERROESTE/DIVULGAÇÃO

REDE FORD Bicicleta elétrica pode custar até R$ 4.500

INVESTIMENTO Projeto tem custo total estimado em R$ 9,3 milhões

Page 13: Retrato desolador

CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 2013 13

Ônibus menos poluentes transportam turistas nas Cataratas

Otransporte de turistasno interior do ParqueNacional do Iguaçu, no

Paraná, começou a ser feitopor ônibus panorâmicos híbri-dos, veículos com tração elétri-ca, a diesel, e menos poluentesque os convencionais. Da frotade 15 veículos que prestam oserviço, cinco já foram substi-tuídos e começaram a rodarem outubro.

A tecnologia, que reduz aemissão de gases poluentes,foi desenvolvida pela Volvo e échamada “híbrida em parale-lo”, porque o motor elétrico e omotor a diesel podem funcio-nar juntos ou independentes.Conforme o coordenador daEngenharia de Vendas da VolvoLatin America, Fábio Lorençon,se comparado com os padrõesmais recentes de fabricaçãodos ônibus no Brasil, de 2012,os híbridos emitem até 50%menos gases poluentes e noci-vos à saúde, além de materialparticulado, a fumaça. Na com-paração com a maior parte dafrota em circulação no país, fa-bricada até 2011, a reduçãochega a 90%. A redução tam-bém é observada no consumode combustível, que chega aser 35% menor.

O sistema funciona da seguin-te maneira: ao ser ligado, acelera-do e até atingir os 20 km/h, a tra-ção do ônibus funciona por meiode uma bateria. A partir disso, é

acionado o motor a diesel. A bate-ria também alimenta equipamen-tos do veículo e é recarregada pormeio da energia gerada na desa-celeração, durante a frenagem.Apesar da exigência de maior po-tência, o equipamento pesa 200kg e mantém a capacidade paratransportar até 90 passageiros.

O presidente da Volvo na Amé-rica Latina, Luis Carlos Pimenta,explica que, além disso, a reduçãode ruído será outro benefício nota-do pelos passageiros: “Nos inter-valos em que sai do ponto ou re-duz a velocidade para uma parada,o sistema elétrico é que está emfuncionamento. Nesses momentos,não há qualquer emissão de gasesou barulho.” No transporte de pas-

sageiros nas cidades, por exemplo,o modelo é considerado adequadopara linhas que fazem muitas para-das ou enfrentam o trânsito carre-gado. Segundo Pimenta, enquantoos convencionais consomem com-bustível e emitem poluentes mes-mo parados, o híbrido, a velocida-des baixas, funciona apenas com osistema elétrico.

O investimento da empresaque opera o serviço de transportede passageiros no parque, a Cata-ratas do Iguaçu, foi de R$ 4,5 mi-lhões. Os ônibus são os primeirosdo modelo double deck híbridos acircularem no país. A carroceria,produzida pela Marcopolo, tevede ser adaptada à tecnologia. Ocusto chega a ser 50% maior que

de um ônibus convencional. Mas,para a empresa, o maior tempo devida útil (dois anos a mais que osveículos a diesel), a economia docombustível e a redução do im-pacto ambiental garantem o re-torno do investimento.

O chefe da unidade de con-servação, Jorge Pegoraro, afir-ma que toda a frota deve ser re-novada, mas isso ainda dependede uma autorização do ICMBio(Instituto Chico Mendes de Con-servação da Biodiversidade ICM-Bio). No ano passado, o parquerecebeu 1,5 milhão de visitantes.

(Natália Pianegonda)

A repórter viajou a conviteda Volvo

SUSTENTABILIDADE Da frota de 15 veículos que transportam turistas, cinco já foram substituídos

VEÍCULOS HÍBRIDOS

VOLVO/DIVULGAÇÃO

Page 14: Retrato desolador

CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 201314

MAIS TRANSPORTE

Despoluindo sobre TrilhosNa visão do autor, o Brasil possui uma má logística detransporte de cargas, calcada no transporte sobre pneus, em detrimento dos mais econômicos e ecológicos transportes sobre trilhos e o aquaviário.De: José Manoel FerreiraGonçalves, Ed. Sendas, 250págs., R$ 50

A Smart, marca da alemã Daimler, lançou a edição limitada “Nightstyle” exclusivamente para o mercadobrasileiro. Assim como os outros modelos Smart Turbo, essa edição também traz de série itens comocomputador de bordo e piloto automático, entre outros. Preços sugeridos de R$ 68,9 mil a R$ 73,2 mil.

Edição exclusiva

SMART/DIVULGAÇÃO

Frotas e Fretes VerdesA 2ª edição do SeminárioFrotas e Fretes Verdes acontece nos dias 11 e 12 dedezembro no Rio de Janeiro(RJ). Realizado pelo InstitutoBesc de Humanidades eEconomia e pelo InstitutoNacional de EficiênciaEnergética, o tema principal do evento será a discussão das técnicas de aumento

de eficiência no uso de combustível para reduzir a poluição e os custos notransporte de passageiros e de cargas. O seminário tambémvai propor a análise de açõesfocadas na redução do con-sumo no transporte rodoviário,como: melhoria na aerodinâmica dos veículos; uso de pneus com menor

resistência de rolamento; monitoramento do desempenhodos veículos; treinamento de motoristas; entre outras iniciativas. As inscrições podem ser feitas no site doevento. Para estudantes, ocusto é de R$ 150, e para os profissionais, R$ 300. Mais informações: http://frotasefretesverdes.com.br/2013/

Políticas de transporte noBrasil: a construção da mobilidade excludenteAutor analisa e resume ahistória das políticas de transporte no Brasil, buscando tanto suas virtudes quanto suas limitações.De: Eduardo Alcântara deVasconcellos, Ed. Manole,306 págs., R$ 86,25

Page 15: Retrato desolador

CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 2013 15

ABTI completa 40 anos de trabalho

AABTI (Associação Bra-sileira de Transporta-dores Internacionais)

completou, no início de outu-bro, 40 anos de atuação nosetor. A entidade trabalha di-retamente na defesa dos in-teresses e dos direitos dostransportadores rodoviáriosinternacionais de cargasdentro do alicerce infraes-trutura, agilização nas fron-teiras e imagem do setor.

A cerimônia de comemo-ração foi realizada em Uru-guaiana (RS) e contou com apresença de representantesda categoria, autoridades eentidades internacionais queatuam na área do transporte.No evento também foi lança-do o novo vídeo institucionalda associação.

Nessas quatro décadas, otrabalho da ABTI esteve pau-tado por ações relacionadasà precificação dos combus-tíveis, à fiscalização, à regu-lamentação social, à políticalaboral, à modernização em-presarial e à regulação daconcorrência e do acesso aomercado.

De acordo com José Car-los Becker, presidente da en-tidade, uma das grandesconquistas da ABTI foi a re-dução do tempo gasto peloscaminhões nas fronteiras.“Se antes os veículos fica-

vam até cinco dias paradosaguardando os trâmites bu-rocráticos, hoje, esse tempofoi reduzido para 36 horas naimportação e seis na expor-tação. Ainda não é o ideal.Queremos reduzir mais essetempo, mas já evoluímosmuito”, afirma.

Segundo ele, um dos tra-balhos que vai continuar pau-tando a atuação da ABTI nospróximos anos é a integraçãodas fronteiras nos países quefazem parte do Mercosul (Ar-gentina, Brasil, Paraguai, Uru-guai e Venezuela). A entidadedefende a unificação dasfronteiras, em um modelo se-melhante ao que já acontecena União Europeia.

“Nosso objetivo é possi-bilitar que um caminhãorealize a viagem entre SãoPaulo (SP) e Buenos Aires,na Argentina, sem parar emnenhuma fronteira. Precisa-mos fazer valer o conceitode mercado comum”, desta-ca o presidente.

A ABTI foi fundada em 1973,no Rio de Janeiro (RJ), por umgrupo de oito empresáriosque buscavam uma represen-tação para o setor. A entidadejá teve suas sedes localizadasem São Paulo (SP) e em Brasí-lia (DF). Em 1998, foi transferi-da para Uruguaiana, ondepermanece instalada.

“A presença em Uru-guaiana se justifica pelogrande fluxo de transporterealizado nas fronteiras. AABTI precisava de uma re-presentação mais próxima,que atuasse diretamentecom os transportadores in-ternacionais. Ao estar próxi-

ma das fronteiras, a asso-ciação consegue mapear osavanços e os problemas deforma mais pontual”, afirmaBecker. Atualmente, 700 em-presas brasileiras, com umafrota de 80 mil caminhões,atuam no transporte inter-nacional.

CERIMÔNIA José Carlos Becker, presidente da ABTI, durante o evento

ABTI/DIVULGAÇÃO

COMEMORAÇÃO

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CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 201316

MAIS TRANSPORTE

IVECO/DIVULGAÇÃO

O presidente da Fetcemg(Federação das Empresas deTransportes de Carga do Estadode Minas Gerais), Vander Costa,oficializou, em outubro, a assinatura de um convênio com o governo de Minas, por meio da Polícia Civil, para o estabelecimento de base de cooperação mútua e administrativaentre a entidade, a Polícia Civil e

a Delegacia Especializada deRepressão ao Furto, Roubo eDesvio de Cargas. A Fetcemg será responsável pelo imóvel destinado ao funcionamento dadelegacia, em um esforço paraque a polícia possa desenvolver eaprimorar o sistema de segurança,no combate aos crimes de furto,roubo e desvio de cargas emMinas Gerais.

Combate ao roubo de cargas

PARCERIA Assinatura de acordo para combater crimes

EMERSON ELEUTÉRIO

A Iveco venceu licitação daSecretaria de Meio Ambientedo Estado de São Paulo e vaifornecer 232 caminhões VertisHD para mais de 200 prefeituraspaulistas. São 200 unidades daversão de 13 toneladas e 32modelos da de 9 toneladas. OsVertis HD foram equipados comimplementos de carga seca ecompactadores de lixo e estão

sendo adquiridos para os serviços de gestão de resíduossólidos. Os recursos sãoprovenientes das administraçõesmunicipais. De acordo com aIveco, durante a adaptaçãopara a tecnologia Euro 5, osmotores ganharam redução deaté 5,5% no consumo de combustível, em relação à versão anterior, o Euro 3.

Caminhões para resíduos

A DHL lançou um serviço parafacilitar o desenvolvimento, a produção e o lançamento denovos veículos, com foco em trêsestágios. Na fase de pesquisa edesenvolvimento, oferece suporteà pré-produção para desenvolvermodelos, como acondicionamento especializado de protótipos,desembaraço alfandegário e

transporte. Na fase de manufatura,a DHL organiza toda a logística domaterial, reduzindo os riscos dacadeia de suprimentos e protegendo o processo de produção. Na fase de lançamento,ela disponibiliza a cobertura na comunicação, como distribuiçãode mala-direta e circulação de carros em eventos de testes.

Serviço personalizado A Aliança Navegação e Logística ea Hamburg Süd foram as campeãsdo “Prêmio Guia Marítimo 21 anos”realizado em São Paulo. Juntas,as duas levaram oito troféus.A Aliança foi eleita a melhor transportadora de contêineres nacabotagem. A Hamburg Süd sedestacou em outras sete categorias: melhor agência de

navegação, melhor transportadora decontêineres para a América do Sul,para o Golfo do México, para aAmérica do Norte, para o Norte daEuropa, para a Europa/Mediterrâneoe como a melhor transportadorade contêineres na categoria Geral.O prêmio homenageia as melhores companhias com atuação em comércio exterior.

Prêmio Guia Marítimo

VENDA Iveco fornecerá caminhões para São Paulo

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CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 2013 17

GRUPO PIEX/DIVULGAÇÃO

O Grupo Piex, que atua no setorrodoviário, incrementou seusnegócios e apresentou ao mercado sua nova empresa com foco no transporte aéreo de cargas. A ALP Aero Táxidemandou investimentos deaproximadamente R$ 5 milhões.Com base administrativa e operacional em Porto Alegre eem São Paulo, respectivamente, a

nova companhia nasce comestrutura aérea própria e estáhomologada pela Anac (AgênciaNacional de Aviação Civil) desdeoutubro deste ano. Duas aeronaves Cessna vão atendertodo o país. Para 2014, estão previstas novas aquisições deaeronaves, operações noMercosul e incremento dos serviços de transporte aéreo.

Nova empresa aérea

O novo Boeing 777F da LufthansaCargo começa a voar a partir denovembro deste ano. A aeronave,que voará para Atlanta, Chicago eNova York, precisa apenas de doismotores para conectar a Europaaos Estados Unidos ou à Ásia. O777F cargueiro é capaz de ficar noar por dez horas e meia com umacarga de 103 toneladas. Em todo

esse tempo, pode voar 9.000 kmsem escalas. A aeronave atendeaos padrões da aviação civil internacional de proteção contraruídos. A Lufthansa adquiriu cinco777F, cujo preço de lista é de US$ 270 milhões cada. Dois delesserão inicialmente usados parasubstituir os cargueiros MD11Fmais antigos da frota.

Lufthansa Cargo troca Boeing

CARGAS A ALP Táxi Aéreo foi homologada em outubro

Aerovale ganha forma

Oprojeto Aerovale estána fase final de terra-plenagem. O empreen-

dimento da Construtora Peni-do oferece um total de 117 lo-tes aeronáuticos de até 13,5mil metros quadrados. Elesvão ter acesso direto à pistade pouso com extensão de1.550 metros. O condomíniocom a área aeronáutica, in-dustrial e comercial já tem30% dos lotes vendidos. Osespaços serão entregues nofim de 2014, mas, segundo osempreendedores, a pista depouso vai entrar em operaçãoem maio do próximo ano.

O objetivo é que ela sejauma alternativa para a avia-ção executiva durante os jo-gos da Copa do Mundo. Empre-sas de manutenção de aero-naves, táxi aéreo, hangares,entre outros, devem se insta-

lar no condomínio. Os lotes in-dustriais e comerciais devemabrigar empresas de presta-ção de serviços, entre elas:restaurantes, bancos, hotéis econveniências. O Aerovale es-tá a 107 km de São Paulo (SP)e será conectado com o Cam-po de Marte na capital paulis-ta, por meio de um serviço detáxi aéreo já anunciado pelaHelivale, empresa de táxi aé-reo do mesmo grupo empre-sarial do empreendimento.

O Aerovale está sendo cons-truído em Caçapava, no Vale doParaíba (SP), a 23 km de SãoJosé dos Campos. O acesso ro-doviário é feito pela Via Du-tra/SP-60 (km 127) e pela Rodo-via Carvalho Pinto (Estrada Ca-çapava Velha), que tem previ-são de ser concluída em de-zembro deste ano. A obra é deresponsabilidade da Ecopistas.

LOGÍSTICA

TERRENO Área onde está sendo erguido o empreendimento

EGOM/DIVULGAÇÃO

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CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 201318

Apresidente DilmaRousseff sancionou,em outubro, artigo damedida provisória nº

615 que garante a transferênciada licença de taxista aos seusherdeiros em caso de faleci-mento do titular. A lei permitetambém a transferência paraterceiros desde que satisfaça asexigências da legislação vigen-te. A cerimônia aconteceu noSinpetaxi (Sindicato dos Permis-sionários de Táxi e Motoristas

Auxiliares do Distrito Federal),em Brasília, e contou com a pre-sença do presidente da CNT, se-nador Clésio Andrade. Os taxis-tas de todo o país foram repre-sentados por diversos sindica-tos estaduais.

A legislação é uma reivindi-cação antiga do setor. “Umagrande vitória dos taxistas, donosso pessoal do transporte,um grande trabalho do Senado,do Congresso, que levou a presi-dente Dilma Rousseff a sancio-

nar a medida provisória nº 615”,afirmou o senador e presidenteda CNT, Clésio Andrade.

Segundo Clésio Andrade, amedida resgata um sonho, umdireito do taxista, do transpor-tador autônomo de táxi. “Essamedida provisória é de grandeimportância. Todos nós, que so-mos transportadores, estamosmuito gratos por essa grandedecisão da presidente”, afirmouo presidente da CNT.

A presidente disse na soleni-

dade que o texto sancionadopor ela dá segurança jurídicaaos taxistas. “Este é um direitode sucessão, não uma transfe-rência de permissão, portanto,não há que ser questionada. Alei significa que a família do tra-balhador pode sucedê-lo na ati-vidade, garantindo o sustentopara sua família”, destacou, emseu pronunciamento. SegundoDilma Rousseff, a nova legisla-ção atende a uma reivindicaçãohistórica: “Os taxistas, agora,

Vitória dostaxistas

DA REDAÇÃO

PASSAGEIROS

Dilma Rousseff sanciona MP que garante a transferência da licença para terceiros e para os

herdeiros em caso de falecimento do titular

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CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 2013 19

podem ter certeza de que aque-le medo de deixar uma dívidapara a família, agora passa a sera segurança de que será deixa-do trabalho e renda”.

A mudança foi aprovadapelo Senado, no começo desetembro, como parte da me-dida provisória nº 615/2013,que tratava de mais de 20 te-mas. Depois, foi transformadaem Projeto de Lei de Conver-são e, com isso, alterou o arti-go 12 da lei nº 12.587/2012, que

trata da Política Nacional deMobilidade Urbana.

O mesmo tema já havia sidoaprovado duas vezes pelo Con-gresso Nacional, mas vetado pe-la presidente Dilma. Em 2011, porexemplo, o item estava previstona lei 12.468, que regulamentoua profissão de taxistas, mas nãoteve o aval do Palácio do Planal-to, que esperava adequaçõespara garantir mais segurançajurídica por meio do texto.

A nova redação prevê que a

outorga será repassada aos su-cessores legítimos do permis-sionário, com autorização dopoder público municipal e des-de que sejam seguidos requisi-tos de segurança, conforto, hi-giene e qualidade do serviço.

A legislação que regulamentao serviço de taxista estabeleceque, para exercer a atividade, osprofissionais têm que fazer cur-sos de primeiros socorros, rela-ções humanas, direção defensiva,mecânica e elétrica básica de veí-

culos. Eles também necessitam deinscrição na Previdência Social.

A presidente do Sinpetaxi,Maria do Bonfim, conhecida porMariazinha, destacou a impor-tância da medida para a catego-ria: “Os trabalhadores que, porvezes, até perdem a vida durantea atividade em razão da violên-cia, agora, poderão deixar um le-gado para suas famílias”, disse.

Estimativas oficiais apontamque 600 mil pessoas atuem comotaxistas no Brasil. l

ROBERTO STUCKERT FILHO/PR/DIVULGAÇÃO

BRASÍLIA Presidente Dilma Rousseff cumprimenta o senador Clésio Andrade durante cerimônia de sanção da MP nº 615

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REPORTAGEM DE CAPA

rodovias coGestão ineficiente eGestão ineficiente eGestão ineficiente eGestão ineficiente eGestão ineficiente eGestão ineficiente eGestão ineficiente e

GO-174 (GOIÁS)

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m p roblemas

FOTOS PESQUISA CNT DE RODOVIAS 2013

Pesquisa da CNT aponta deficiênciasem 63,8% da extensão avaliada;

foram registrados 250 pontos críticos

Pesquisa da CNT aponta deficiênciasem 63,8% da extensão avaliada;

foram registrados 250 pontos críticos

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CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 201322

Ocrescimento econô-mico do Brasil de-pende do modal ro-doviário, que hoje é

responsável por pelo menos66% do transporte de cargasno país e por 95% da movi-mentação de passageiros.Entretanto, as condições dasrodovias comprometem o de-senvolvimento, trazendo ris-co de um apagão logístico,além de contribuírem parareduzir a segurança de quemviaja. A Pesquisa CNT de Ro-dovias 2013, divulgada no fimde outubro, mostra que no úl-timo ano a situação piorou.Do total da extensão avalia-da, 63,8% apresentam algu-ma deficiência no pavimento,na sinalização ou na geome-tria da via. Em 2012, o índicehavia sido de 62,7%.

A Pesquisa avaliou 96.714km em 30 dias de coleta emcampo e também identificouum aumento nos pontos críti-cos, que passaram de 221 pa-ra 250. São consideradas co-mo pontos críticos situaçõesque trazem graves riscos àsegurança dos usuários, co-

PREJUÍZOS Problemas no pavimento das rodovias aumentam o custo operacional do

POR CYNTHIA CASTRO

RESULTADOS

BR-150 (PARÁ)

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da (88%) é formada por pis-tas simples e de mão duplae 40,5% não possuem acos-tamento. Outro dado preo-cupante é que em 56,7% daextensão percorrida, ondehá ocorrência de curvas pe-rigosas, não há placas deadvertência nem defensascompletas, comprometendoainda mais a segurança dosusuários. E na maior partedas rodovias pavimentadas,a pintura da faixa centralestá desgastada ou inexis-tente (55,8%) e não há fai-xas laterais ou a pintura es-tá desgastada em 63,2% daextensão.

De acordo com o presiden-te da CNT, senador Clésio An-drade, os números mostram anecessidade urgente de au-mentar os investimentos nasrodovias brasileiras, principal-mente em duplicação. Ele con-sidera que o governo não teminvestido adequadamente. “Háum problema gerencial gravís-simo. Muitos projetos nãosaem do papel. Há um excessode burocracia. Os investimen-tos precisam ser ampliados defato para que o Brasil possamelhorar sua competitivida-de”, diz o senador.

mo erosões na pista, buracosgrandes, quedas de barreiraou pontes caídas. Em relaçãoà sinalização, foram detecta-dos problemas em 67,3% daextensão pesquisada. Em2012, o percentual foi de66,2%. E também houve pio-ra no pavimento, com 46,9%da extensão avaliada apre-sentando algum tipo de defi-ciência. No ano passado, era45,9%.

O estudo avalia toda amalha federal pavimentadae as principais rodovias es-taduais do país. A maiorparte da extensão pesquisa-

transporte no país, em média, em 25%

CARACTERÍSTICASVeja algumas variáveis analisadas na pesquisa

PAVIMENTO

SINALIZAÇÃO

GEOMETRIA DA VIA

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investir todo o recurso auto-rizado para a infraestruturarodoviária e, de forma geral,o total de recursos previstosainda é muito baixo para anecessidade do Brasil. Desde1975, o investimento públicofederal em infraestrutura detransporte caiu de 1,84% doPIB (Produto Interno Bruto)para 0,29% em 2012 (veja ográfico na página).

Custo operacionalA qualidade das rodovias

é um fator determinante pa-ra o custo do transporte. Viasconservadas, sinalizadas ebem planejadas têm impactopositivo no custo operacio-

tido ao longo dos últimosanos, com base na tabela decustos médios gerenciais doDnit (Departamento Nacionalde Infraestrutura de Trans-portes). Conforme informa-ções da Pesquisa, poderiamter sido reconstruídos maisde 29 mil km de rodovias nopaís ou então seria possívelduplicar mais de 8.000 km derodovias, incluindo a cons-trução de pista nova, comduas faixas, restauração dapista existente e do canteirocentral. Outra possibilidadeseria a implantação e a pavi-mentação de 15,4 mil km depista simples.

O governo não consegue

Clésio Andrade cita que,em 2013, o total autorizadopelo governo federal para in-vestimentos em rodovias éde R$ 12,7 bilhões, mas ape-nas 33,2%, ou R$ 4,2 bilhões,foram pagos até o início deoutubro. “Esse valor é muitobaixo, perto dos R$ 355,2 bi-lhões que a CNT estima queas rodovias do país preci-sam”, considera. Em 2012, dototal autorizado (R$ 18,7 bi-lhões), foram pagos R$ 9,4 bi-lhões (50,3%).

De acordo com informa-ções da Pesquisa CNT de Ro-dovias, de 2002 até setem-bro de 2013, o total pagoacumulado pelo governo fe-

RECURSOS Até outubro deste ano, do total autorizado para as rodovias

RECURSOS

deral em infraestrutura ro-doviária (R$ 64,2 bilhões) re-presentou apenas 60,7% detodo o valor autorizado parao período (R$ 105,9 bilhões).“Ou seja, o governo deixoude investir R$ 41,7 bilhõesque já estavam autorizadosnos orçamentos de cadaano”, diz a Pesquisa, ao citarainda que o fato evidenciaque, apesar de dispor de re-cursos para melhorar e ex-pandir a malha rodoviária, ogoverno federal tem dificul-dade em executar e geren-ciar os investimentos.

A Pesquisa da CNT indicao que poderia ter sido feitocom esse recurso não inves-

BR-498 (BAHIA)

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nal dos veículos utilizadospara o transporte de cargase de passageiros e reduzema possibilidade de ocorrênciade acidentes relacionadoscom as condições de infraes-trutura.

Entretanto, de acordo coma Pesquisa CNT de Rodovias,no caso brasileiro, os benefí-cios de uma infraestrutura ro-doviária adequada são restri-tos. As deficiências constata-das no pavimento, na sinaliza-ção e na geometria da via con-tribuem para aumentar o con-sumo de combustível e de lu-brificantes, para desgastarmais os freios, para elevar osgastos com reposição de pe-

em 2013, somente 33,2% foram pagos

Concessões precisam ser atrativasALTERNATIVA

A Pesquisa CNT de Rodo-vias 2013 também faz umacomparação entre as condi-ções das rodovias públicase das concedidas à iniciati-va privada e mostra que asmaiores dificuldades estãonas rodovias mantidas pe-los governos federal e esta-duais. Em relação ao estadogeral, apenas 2,7% da ex-tensão sob gestão públicafoi considerada ótima e24%, boa. Já em relação aoestado geral das concedi-das, os percentuais de clas-sificação de extensão ótimae boa são de 48,5% e de35,9%, respectivamente.

A CNT tem indicado quea participação da iniciativaprivada no setor de trans-porte é uma boa alternativapara suprir os deficits deinvestimento. Entretanto,de acordo com o presidenteda confederação, senador

Clésio Andrade, é necessá-rio criar alternativas paratornar o investimento atra-tivo para o setor privado.“As parcerias público-priva-das precisam ser atrativas.O governo precisa avançarnessas concessões. O trans-portador brasileiro preferepagar o pedágio e ter boasrodovias. O sistema, da for-ma como está, gera muitosprejuízos”, afirma ClésioAndrade.

Conforme informaçõesda Pesquisa, para atrair oinvestidor privado, é preci-so garantir um ambienteeconômico seguro, de for-ma que os riscos envolvi-dos sejam reduzidos. “Oscontratos devem garantirestabilidade ao longo doprazo da concessão ou PPPe apresentar definições eobjetivos adequados, alémde metas de cobertura e

alocação de risco”, diz aPesquisa.

RankingA Pesquisa CNT de Rodovias

faz o ranking de 109 ligações ro-doviárias. São trechos forma-dos por uma ou mais rodoviasfederais ou estaduais pavimen-tadas, com grande importânciasocioeconômica e volume signi-ficativo de veículos de cargase/ou de passageiros, interligan-do territórios de uma ou maisUnidades da Federação.

As dez melhores ligaçõessão formadas por rodovias con-cedidas e todas passam pelo Es-tado São Paulo. A que ocupa oprimeiro lugar é a São Paulo (SP)- Limeira (SP), formada pelas ro-dovias: SP-310/BR-364, SP-348.Já a pior classificada é a Belém(PA) – Guaraí (TO), formada pelasseguintes rodovias: BR-222, PA-150, PA-151, PA-252, PA-287, PA-447, PA-475, PA-483, TO-336.

MALHA PAVIMENTADA

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CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 201326

ças e de manutenção. Tambémelevam o tempo de viagem. Notransporte de cargas, porexemplo, tudo isso leva ao au-mento do preço do frete.

Considerando somente ascondições do pavimento, a Pes-quisa CNT de Rodovias aponta oacréscimo médio no país do cus-to operacional em 25%. A regiãoque apresenta o maior incre-mento nesse custo devido ao pa-vimento é a Norte (39,5%), se-guida pela Centro-Oeste (26,8%),Nordeste (25,5%) e Sudeste(21,5%). O menor acréscimo decusto ocorre no Sul (19%).

“Esse aumento de custo émuito elevado e dificulta o de-senvolvimento. Percebemosque a situação das rodoviastem piorado a cada ano, cor-

SEGURANÇA

COMPARAÇÃO

EXTENSÃOMalha rodoviária brasileira

SP-300 (SÃO PAULO)

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rendo o risco de haver um apa-gão logístico no país”, afirmaClésio Andrade. O presidenteda CNT cita, por exemplo, o au-mento no número de veículoscirculando no Brasil, o cresci-mento do agronegócio, espe-cialmente com a safra recordede grãos, e a necessidade decirculação de outros produtospelas rodovias.

“O sistema rodoviário não es-tá conseguindo manter nem oque existe. Em algum momento,não vamos ter somente as filasnos portos, vamos ter quilôme-tros de caminhões parados emtodo o sistema rodoviário brasi-leiro sem conseguir escoar a pro-dução”, diz o presidente da CNT.Clésio Andrade lembrou tambémdo risco gerado pelos pontos crí-

ticos, que tiveram aumento nesteano, de 221 para 250.

Meio ambienteAlém dos prejuízos econô-

micos e da maior probabili-dade de acidentes, rodoviasem estado de conservaçãoruim são mais prejudiciaisao meio ambiente. A Pesqui-sa da CNT aponta que 46,9%das rodovias possuem pavi-mento considerado regular,ruim ou péssimo. Esse fatorepresenta um aumento doconsumo de combustível dosveículos que por elas trafe-gam, gerando reflexos dire-tos não somente nos custosdas viagens, mas tambémnas emissões de poluentes.

Rodovias com estado de con-

Pesquisa mostra que rodovias concessionadas oferecem maior qualidade

CONCEDIDAS E PÚBLICAS Veja a comparação entre a situação das rodovias sob gestão concedida (lado esquerdo) e sob gestão pública (lado direito)

Estado geral

Pavimento

Sinalização

Geometria da via

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SINALI

ESTADO GERALSituação por região e por Unidade Federativa (%)

servação adequado proporcio-nam uma economia no consumode combustível de até 5% nacomparação com rodovias queapresentam alguma deficiência.Se for considerado o consumo deóleo diesel no Brasil, em 2013, porexemplo, com a melhoria das con-dições do pavimento, seria possí-vel uma economia de 661 milhõesde litros do combustível. Isso re-presenta cerca de R$ 1,39 bilhão euma redução da emissão de 1,77megatonelada de gás carbônico, oprincipal gás de efeito estufa.

MalhaA necessidade de aumen-

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CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 2013 29

ZAÇÃO Foi detectada alguma deficiência em 67,3% da extensão pesquisada

tar a malha pavimentada noBrasil é outra questão im-portante levantada pela Pes-quisa. De 2004 a 2013, houveum crescimento de apenas12,1% na extensão das rodo-vias federais. Segundo da-dos do Sistema Nacional deViação, há no país 1.713.885km de rodovias, dos quaisapenas 202.589 km são pavi-mentados. Ou seja, apenas11,8% da malha.

E entre as rodovias pavi-mentadas, 64.921 km são fe-derais. Desse total, apenas8% são de pista dupla (5.203km) e 2,1% (1.376 km) são vias

em fase de duplicação. A Pes-quisa destaca que embora apresença de pista dupla nãoseja um pressuposto essen-cial ao adequado nível deserviço de uma via, rodoviasduplicadas proporcionam au-mento na capacidade de trá-fego e um grau mais elevadode segurança.

O estudo da CNT tambémidentifica a infraestrutura deapoio disponível aos usuá-rios, existente às margensdas rodovias, como postosde abastecimento, borracha-rias, concessionárias e ofici-nas mecânicas de caminhões

ou ônibus, restaurantes elanchonetes.

Banco de dadosA íntegra da Pesquisa pode

ser encontrada no sitewww.cnt.org.br. O estudo, quechega à sua 17ª edição neste ano,é uma ferramenta para se co-nhecer melhor o perfil da malharodoviária, para saber quais sãoos principais problemas e, assim,incentivar a implementação depolíticas públicas e o aumentodos investimentos. A PesquisaCNT de Rodovias também contri-bui para que o transportadorplaneje melhor suas viagens. Ro-

dovias com melhor qualidadeauxiliam no desempenho opera-cional e reduzem os custos.

De acordo com Clésio Andra-de, ao longo de todos essesanos, a CNT solidificou a quali-dade da Pesquisa. “Há um rigorem relação à metodologia apli-cada, ao trabalho realizado emcampo e à consolidação e aná-lise dos dados pela equipe téc-nica. Tudo para que esse rela-tório sobre as condições dasrodovias brasileiras seja umareferência para os transporta-dores, para o poder público, pa-ra a comunidade acadêmica epara a sociedade em geral.” l

PONTOS CRÍTICOSOcorrências encontradas na extensão total pesquisada

ABRANGÊNCIA

BR-174 (RORAIMA)

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Safra recorde degrãos projetada pa-ra 2013/2014 – 190milhões de tonela-

das, segundo a Conab (Com-panhia Nacional de Abasteci-mento), aumento de 12% emrelação ao mesmo períododo ano passado – economiaem crescimento e obras de

infraestrutura nas principaisrodovias do país, que devemmelhorar as condições detráfego nas estradas. Essessão alguns motivos que colo-cam o Brasil na rota dosprincipais mercados paravenda de caminhões no mun-do para os próximos anos.

Dados da Anfavea (Asso-

ciação Nacional dos Fabri-cantes de Veículos Automo-tores) confirmam que o mer-cado de veículos pesados es-tá aquecido – as vendas de-vem aumentar, em média, até10%, em relação a 2012. Ossegmentos de mercado quemais adquirem implementosrodoviários são agronegócio,

construção civil, infraestru-tura e transporte de combus-tíveis e de produtos perecí-veis. Em 2012, o setor faturouR$ 8 bilhões e gerou mais de70 mil empregos diretos e in-diretos.

Esse clima de otimismoestava presente na 19ª Fena-tran (Salão Internacional do

POR ROSALVO STREIT

FENATRAN 2013

Foco noBrasil

País desponta como um dos principais mercados para a venda de caminhões e chama a atenção dosfabricantes, que investem cada vez mais em tecnologia

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CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 2013 31

estrategicamente escolhida.Segundo o presidente da DAFBrasil, Marco Antonio Dávila,a região é de fácil acesso àsprincipais rodovias do país eestá próxima ao porto de Pa-ranaguá. “Nossas concessio-nárias terão o mesmo pa-drão europeu, e queremosoferecer um serviço de pon-

FOTOS VITAMINA/DIVULGAÇÃO

Transporte). Realizado no fimde outubro e início de no-vembro, o evento reuniuquase 380 expositores, de 15países, em São Paulo. Maisde 60 mil pessoas visitarama feira – número recorde depúblico - e conheceram o quehá de mais moderno à dispo-sição na área de veículos e

serviços destinados aostransportadores de cargas eoperadores logísticos.

As fabricantes de cami-nhões apostam alto no mer-cado brasileiro. A DAF, tradi-cional montadora europeia,anunciou que, a partir de ou-tubro, entrou oficialmenteno mercado brasileiro. Foram

investidos R$ 320 milhões naconstrução da fábrica emPonta Grossa (PR), a primeirafora do continente europeu.A meta dos empresários éambiciosa: produzir 10 milcaminhões por ano e domi-nar 10% do mercado em cin-co anos.

A cidade paranaense foi

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ríodo do ano passado – 88mil unidades para 99 mil. Obom resultado é um contras-te com a queda de 7% dasvendas nos Estados Unidos.No Brasil, a meta é fechar2013 com crescimento de10%, enquanto na Europa,por exemplo, a queda devechegar a 5%.

Para continuar com a ex-pansão dos negócios no país,a Mercedes-Benz anunciouque irá investir aproximada-mente R$ 1 bilhão no biênio2014-2015 em suas fábricas decaminhões e ônibus no Brasil.Os recursos serão destinados

ta aos brasileiros, um produ-to robusto, de excelente qua-lidade, com tecnologia e con-fiabilidade”, explicou o diri-gente da empresa, em refe-rência ao caminhão XF-105, oprincipal modelo que seráoferecido aos motoristasbrasileiros.

A Mercedes-Benz já come-mora o aumento das vendasem 2013. Segundo o presi-dente mundial da compa-nhia, Stefan Buchner, a pro-cura por produtos da compa-nhia aumentou 12% de janei-ro a agosto deste ano, emcomparação ao mesmo pe-

à pesquisa e ao desenvolvi-mento de novos produtos etecnologias, nacionalizaçãoda linha de caminhões extra-pesados, otimização de pro-cessos e modernização deáreas de produção. Tambémcompõem o plano de investi-mentos projetos de cunho so-cial e ambiental.

TecnologiaA Volvo também afirma

que trouxe ao Brasil o quehá de mais moderno em tec-nologia. De acordo com opresidente da companhia naAmérica Latina, Roger Alm, a

Frota de caminhões precisa ser renovada para transporte crescerFUTURO

Para o transporte rodoviáriode cargas crescer com sustenta-bilidade e eficiência, a importân-cia da elaboração de projetos pa-ra renovar a frota de caminhõesno país foi o centro das discus-sões da cerimônia de aberturada Fenatran. Todas as autorida-des presentes destacaram a ne-cessidade de aprofundar os de-bates sobre o tema, com a elabo-ração de projetos por parte dogoverno federal e dos Estados.

O presidente da CNT (Confe-deração Nacional do Transpor-te), senador Clésio Andrade,destacou que essa é uma dasprincipais preocupações da en-tidade, que lançou, em 2009, oRenovAR (Plano Nacional de Re-novação de Frota). Segundo ele,o projeto foi desenvolvido porfatores, como a idade avançadada frota de caminhões, o que

diminui o rendimento e aumen-ta os custos de manutenção.

Além dos prejuízos ambien-tais e econômicos causados pe-los caminhões antigos em circu-lação, o presidente da CNT desta-cou a importância de promoveresforços para superar as dificul-dades de financiamento dos ca-minhoneiros autônomos que, namaioria dos casos, têm poucoacesso ao crédito. “Contamoscom a boa vontade do governofederal e dos Estados para de-senvolvermos programas efi-cientes de renovação de frota”,afirmou Clésio Andrade.

O RenovAr prevê que, a par-tir de uma faixa de idadepreestabelecida, o transporta-dor entregue seu caminhãoantigo aos centros de recicla-gem e, em troca, receba umbônus para ser usado na com-

pra de um caminhão novo oude idade inferior ao antigo.

“A implantação de um pro-grama de renovação de frotade caminhões no Brasil trazinúmeros benefícios, não sóambientais, como econômicose sociais, uma vez que retira decirculação veículos que já nãotêm mais condições de opera-ção”, disse Clésio Andrade.

O presidente da NTC&Logís-tica (Associação Nacional doTransporte de Carga & Logísti-ca), Flávio Benatti, concordouque a criação de um programade renovação de frota, em nívelnacional, é urgente. “A idademédia da frota brasileira de ca-minhões é de 18 anos. Precisa-mos mudar esse quadro, o quevai trazer ganhos em seguran-ça no trânsito e economia decombustível”, destacou.

Benatti elogiou as iniciati-vas de Estados, como São Pau-lo, Rio de Janeiro e Minas Ge-rais, que estão discutindo e im-plantando programas voltadosà renovação da frota. No entan-to, acrescentou que é precisoexistir sintonia entre os proje-tos. “Precisamos discutir umasolução integrada e buscar ascorreções adequadas em cadaprograma. Não queremos quecada Estado trabalhe indivi-dualmente e, no futuro, isso setorne uma guerra fiscal.”

O presidente da Anfavea(Associação Nacional dos Fa-bricantes de Veículos Automo-tores), Luiz Moan, colocou aentidade à disposição da CNT eda NTC&Logística para discutirprogramas e alternativas paraa renovação da frota de veícu-los pesados no Brasil.

“Temos plenaconfiança no

mercadobrasileiro e

queremos estarentre as

três maiores fabricantes do país”

CHRISTIAN GONZALEZ, IVECO

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CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 2013 33

empresa vai investir pesadopara desenvolver caminhõesseguros e com baixo consu-mo de combustível, além defacilitar a compra dos pro-dutos por meio de financia-mento e consórcios. “Somoslíderes absolutos em segu-rança veicular e soluçõessustentáveis.”

O maior lançamento daVolvo na Fenatran foi o ex-trapesado modelo FH16. Se-gundo Alm, “um caminhãoque levará o transporte decargas brasileiro a novos pa-tamares”. Indicado para otransporte de cargas indivi-

síveis, a fabricante diz queele tem o motor mais poten-te do mundo. “Com a expan-são econômica brasileira e oinício da construção de gran-des obras nos últimos anos,o mercado necessita de veí-culos com mais força, tor-que, durabilidade e produti-vidade”, disse Bernardo Fe-dalto, diretor de caminhõesda montadora.

Outra inovação que valo-riza o comércio brasileirode veículos pesados no Bra-sil vem da Iveco. Fabricantedo Hi-Way, a montadoratrouxe a tecnologia de pro-

dução do veículo para a fá-brica instalada em Sete La-goas (MG). Foram mais de150 mil horas de trabalho eR$ 100 milhões investidosna produção. “Fizemos umesforço para nacionalizar oproduto e adaptá-lo à reali-dade brasileira. Foram reali-zados testes em mais de 2milhões de quilômetros nasestradas do país”, explicouo diretor de marketing,Christian Gonzalez.

De acordo com Gonzalez, ameta é trazer o que há de maismoderno para os transportado-res brasileiros. “Nossas vendas

DEMANDA Anfavea estima crescimento de 10% no segmento de veículos pesados este ano em relação a 2012

MARCO ANTONIO DÁVILA, DAF BRASIL

“Nossas concessionáriasterão o mesmopadrão europeu,

e queremos oferecer umserviço de ponta aos

brasileiros”

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CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 201334

ção de caminhões cada vezmais sustentáveis – menospoluentes e com menor con-sumo de combustível. A Re-nault saiu na frente e fechouuma parceria com a FedEx Ex-press, filial da maior empresade transporte expresso domundo. A partir de janeiro de2014, seis veículos elétricos,modelo Kangoo Maxi Ze, comzero emissão de gás carbôni-co, irão circular nas cidadesde São Paulo e Rio de Janeiro.

Maior feira de transporteda América Latina e uma das

tentabilidade, eficiência e lucra-tividade. Ele elogiou a posturados consumidores brasileiros,cada vez mais exigentes. A em-presa lançou 14 novos produtosna Fenatran 2013. “Os clientesquerem veículos adaptados àrealidade do país, principalmen-te ao clima. Isso nos ajuda a me-lhorar a qualidade de nossosserviços no mundo todo.”

SustentabilidadeAlém das melhorias em

tecnologia, a tendência paraos próximos anos é a produ-

cinco maiores do mundo, o su-cesso da Fenatran comprovaque o mercado brasileiro decaminhões entrou definitiva-mente na rota das grandesmontadoras. Outro dado im-portante, que justifica o po-tencial desse setor, é o fatode a matriz de transporte doBrasil ser predominantemen-te rodoviária – 66% da movi-mentação de cargas é feitapor esse modal. l

O repórter viajou a conviteda Anfavea

PERSPECTIVA Clima de otimismo dominou a Fenatran este ano

estão acima das expectativas.Toda a produção de 2013 do Hi-Way foi vendida em apenas doismeses. Temos plena confiançano mercado brasileiro e quere-mos estar entre as três maioresfabricantes do país”, afirmou.Além da linha de caminhões, aIveco desenvolve veículos paratransporte de passageiros eveículos de defesa em parceriacom o Exército Brasileiro.

Para o presidente da MAN naAmérica Latina, Anders Nielsen,três pilares sustentam o traba-lho da montadora no Brasil: sus-

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CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 201336

Ocenário econômiconacional, com taxasde crescimento abai-xo do esperado e

evolução dos juros e do câm-bio, tem afetado as perspecti-vas de crescimento no setorde transporte. Apesar deacreditarem no aumento dovolume de cargas e de passa-geiros em 2013, os transporta-dores estão mais cautelososem relação a seus investimen-tos e preocupados com o cus-to dos insumos.

De acordo com a Sonda-gem Expectativas Econômicasdo Transportador 2013 – Fase2, divulgada pela CNT no iní-cio de outubro, a maior partedos transportadores (40,6%)espera pela manutenção donível de crescimento da eco-nomia nacional. Outros 30,3%apostam em crescimento e,25,8%, em redução. No iníciodo ano, os percentuais eramde 41,9%, 42,9% e 10,9%, res-pectivamente.

O levantamento, realizadocom 488 transportadores (436do modal rodoviário - cargas epassageiros - e 52 do modalaquaviário - navegação maríti-ma e interior), tem como obje-tivo identificar as perspectivasde quem atua no setor para te-mas como macroeconomia, in-vestimentos em infraestruturae atividade empresarial.

O estudo teve início em2012. A cada ano são realizados

dois levantamentos. No primei-ro semestre, são apresentadasas expectativas dos transpor-tadores para os próximos me-ses. No segundo semestre, asmesmas são reavaliadas.

Segundo as avaliações daCNT, essa redução no otimismopode ser atribuída ao desem-penho da economia brasileiranos primeiros meses do ano.Entre os entrevistados, 71,3%atribuem a perda de dinamis-

mo à política econômica quevem sendo adotada. Além dis-so, a Sondagem revelou umacrise de credibilidade em rela-ção à capacidade do governode gerir a economia. A maiorparte dos transportadores(95%) afirmou que seu grau deconfiança na gestão do gover-no é baixo ou moderado.

Em relação à inflação, hou-ve aumento significativo entreos transportadores que acre-

Redução dootimismo

POR LIVIA CEREZOLI

ECONOMIA

Em novo estudo realizado pela CNT, transportadoresse mostram mais pessimistas quanto ao crescimento

econômico e à evolução dos custos do setor

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CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 2013 37

ditam na alta do índice. No iní-cio de 2013, 62,6% esperavampor uma inflação superior a de2012. Agora, são 72,2%.

A CNT avalia esse cenário,de certa forma, como preocu-pante, já que 56% dos entre-vistados afirmam que a infla-ção tem impacto elevado emsuas operações. “Com a con-cretização de uma inflaçãomais alta, os custos totais po-dem ser aumentados. Isso re-duz o dinamismo do setor egera impacto em todos os pro-dutos transportados”, afirmao presidente da confederação,senador Clésio Andrade.

Após os reajustes no preçodos combustíveis no começodo ano e a especulação de umnovo aumento ainda em 2013,79,3% dos transportadoresafirmaram temer nova eleva-ção do principal insumo dosetor. Para 18,2%, os preçosatuais do diesel e do bunker(combustível utilizado nasembarcações) devem sermantidos. Quanto ao óleo lu-brificante, 79% esperam poraumento e apenas 1,8%, porredução.

Para 80,8% dos transpor-tadores do setor rodoviário

EXPECTATIVAS DOS TRANSPORTADORESVeja dados da sondagem

CRESCIMENTO DA ECONOMIA (%)

50

101520253040

4535

Aumento

Março/13 Outubro/13

Manutenção Redução Não sabe

42,9

30,3

41,9 40,6

10,910,9

25,8

4,3 3,3

IMPACTO DA INFLAÇÃO NA ATIVIDADE (%)

ÍNDICE DE INFLAÇÃO (%) CAUSA DA PERDA DO DINAMISMO ECONÔMICO (%)

10

0

20

30

40

50

60

70

80

Aumento

Março/13 Outubro/13

Manutenção Redução Não sabe

62,6

72,2

30,1

20,1

5,0 6,12,3 1,6

CUSTO DOS INSUMOS (%)

10

20

30

40

50

60

70

80

Aumento

Combustível

Não são capazes de solucionar 75,9São capazes de solucionar 18,2Não sabe 5,9 Fonte: Sondagem Expectativas Econômicas do Transportador 2013

Óleo lubrificante

Manutenção Redução Não sabe

79,3 79,0

18,2 18,2

2,3 1,8 0,2 1,0

Elevado

56,0 38,7

4,1

1,2

Moderado Baixo Não sabe

Não sabe

Política econômica adotada pelo governo brasileiro

71,3 26,0

2,7

Reflexos das crises econômicas internacionais

Não sabe

0

CONDIÇÕES DA INFRAESTRUTURA (%)

Vai melhorar

48,6

Vai manter

Vai piorar

30,50,4

20,5

INVESTIMENTOS PARA SOLUCIONAR OS PROBLEMAS DE INFRAESTRUTURA (%)

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CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 201338

de cargas e de passageiros,os pneus também ficarãomais caros. Quanto às taxasportuárias, 44,2% dos trans-portadores aquaviários acre-ditam em manutenção do va-lor. Já o custo da praticagemdeve sofrer elevação para30,8% dos entrevistados.

A sondagem também apon-ta que o impacto do câmbio éelevado na atividade de trans-porte para 37,5% dos transpor-tadores entrevistados. Apenas18,4% acreditam que o impactoé baixo. O dólar já ultrapassoua marca de R$ 2,40 em 2013 e,diante dessa elevação, 76,5%dos entrevistados acreditamque um novo aumento poderáafetar a economia brasileiraainda este ano, enquanto 18%acreditam que não.

O levantamento ainda fazreferência aos investimentospúblicos aplicados na infra-estrutura de transporte. Para75,9% dos entrevistados, osR$ 16,4 bilhões disponíveispara investimento não serãocapazes de solucionar osproblemas logísticos do país.O índice dos que acreditavamem uma melhora das condi-ções da infraestrutura caiude 38,8%, no início de 2013,

UNIVERSO Levantamento ouviu 488 transportadores do modal rodoviário e do modal aquaviário

JÚLIO FERNANDES/CNT

para 20,5% neste segundosemestre.

“Essa descrença na aplica -ção dos recursos e na melhorada infraestrutura está relacio-nada à dificuldade que o go-verno federal tem de geren-ciar o orçamento disponível eem realizar as concessõesanunciadas no ano passado”,ressalta o presidente da CNT,senador Clésio Andrade.

A Sondagem também questio-nou os transportadores do setor

rodoviário de cargas e do aqua-viário sobre as novas legislaçõesque regem as atividades. Em re-lação à Lei do Caminhoneiro, osnúmeros da Sondagem revelamque as novas regras, em vigordesde o ano passado, exigiramnovos investimentos em mão deobra e equipamentos. Entre ostransportadores rodoviários,57% afirmaram ter contratadonovos profissionais e 38,6% ad-quiriram novos veículos paracumprir os prazos depois da lei.

No setor aquaviário, a Leidos Portos é aprovada por84,4% dos empresários entre-vistados, gerando expectativade melhoria no nível de servi-ço para 78,1% deles. Entre osmaiores avanços da nova le-gislação, 43,7% citaram o au-mento da participação da ini-ciativa privada na infraestru-tura portuária.

A íntegra do relatório estádisponível no site da CNT(www.cnt.org.br). l

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A20ª Assembleia Geral daCIT (Câmara Interameri-cana de Transportes),realizada nos dias 10 e 11

de setembro, na sede da ONU (Or-ganização das Nações Unidas), emNova York (EUA), contou com apresença de 16 países, entre enti-dades membros da Câmara, repre-sentantes governamentais e deorganismos internacionais.

O evento foi aberto pelo secre-tário-geral da CIT, Paulo VicenteCaleffi, e pelo chefe da Seção deFacilitação de Comércio da Unctad(Conferência das Nações Unidaspara Comércio e Desenvolvimen-to), Jan Hoffmann.

Durante o encontro, foram discu-tidos, entre outros temas, o impactodas políticas dos governos sobre osetor e a situação nas fronteiras dospaíses do continente, consideradoum dos principais desafios ao trans-porte internacional nas Américas.

Sobre o assunto, foi aprovadauma resolução que pretende con-vencer os governos da região amanter os serviços de liberação decargas nas fronteiras por 24 horas

diárias, durante os sete dias na se-mana, de maneira ininterrupta.

Além disso, a proposta sugerea revisão dos feriados, uma vezque eles interrompem os fluxosinternacionais de bens e de pes-soas. Hoffmann, da Unctad, enfa-tizou a importância dos transpor-tes e da facilitação dos fluxos“transfronteiriços” para o desen-volvimento das nações.

Na seção dedicada ao Brasil, Ro-drigo Vilaça, diretor-executivo daANTF (Associação Nacional dos

Transportadores Ferroviários), fezuma apresentação sobre o trans-porte ferroviário brasileiro.

A 20ª edição da assembleia foimarcada pela aprovação do statusda CIT como entidade observadorajunto à Unctad/ONU. De acordocom a Câmara, esse é um aconte-cimento importante para a entida-de, que já mantém relações com aOEA (Organização dos EstadosAmericanos), Aladi (Associação La-tino-Americana de Integração) eoutros organismos internacionais.

As assembleias da CIT são aber-tas ao público e ocorrem duas ve-zes ao ano, sempre em um dos paí-ses nos quais a Câmara tem repre-sentação ou onde estão sediadasorganizações parceiras.

A 21ª edição do evento temrealização prevista para abrilde 2014, em Genebra, na Suíça,sede da IRU (União Internacio-nal de Transportadores Rodo-viários), com a qual a CIT man-tém um acordo de cooperaçãodesde 2012. l

ConquistarelevanteEntidade ganha status como entidade

observadora junto à Unctad/ONU

POR LETICIA SIMÕES

ASSEMBLEIA DA CIT

CIT/

DIVU

LGAÇ

ÃO

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RepensanCom o rápido processo de urbanização da população

Écada vez maior o nú-mero de pessoas quevivem em centros ur-banos. Com o inchaço

das cidades, os problemas es-truturais ficam mais evidentes.Uma população maior significaaumento de demanda nas áreasde transporte, de moradia, desaneamento e de educação.

Estimativas apontam que,até 2050, 70% da populaçãoglobal viverá nas cidades. NoBrasil, os índices de urbaniza-ção são ainda maiores. A pre-visão é que esse percentualchegue a 95%. Números doCenso 2010, divulgados peloIBGE (Instituto Brasileiro deGeografia e Estatística), mos-tram que a população urbanado país já atingiu 84,3%.

Diante dessa realidade, es-pecialistas em transporteafirmam que repensar as ci-dades a partir da questão damobilidade é essencial paraoferecer mais qualidade de vi-da a quem vive nos centrosurbanos.

gamos a um ponto que elasestão doentes e precisam sertratadas.”

Leite engrossa o coro dosque defendem a não prioriza-ção do uso do automóvel eacredita que as cidades preci-sam ter centralidades com-pactas, onde as pessoas pos-

Para o arquiteto e urbanis-ta Carlos Leite, professor daUniversidade PresbiterianaMackenzie, no século 20, ascidades se expandiram e seesgotaram. Agora, no século21, é preciso reinventá-las.“No Brasil, nunca fizemos ci-dades para as pessoas, e che-

sam morar, trabalhar e se di-vertir em um pequeno espaçosem a necessidade de utilizarveículos motorizados para selocomover o tempo todo.

O urbanista questiona co-mo o carro pode ser umagrande invenção para os des-locamentos se na maior parte

POR LIVIA CEREZOLI

TRANSPORTE COLETIVO

Page 43: Retrato desolador

do as cidadesmundial, é fundamental pensar em soluções de mobilidade urbana

do dia ele fica parado. “Aspessoas usam os automóveispara ir até algum lugar e dei-xam ele lá, ocupando espaçospúblicos. Que invenção é essafeita para transportar cinco e,às vezes, até sete pessoas,mas na maior parte do tempocircula com apenas uma ou no

máximo duas? O carro é a in-venção do século 20 e a burri-ce do século 21”, afirma ele.

O problema da mobilidadefoi o tema central do 19º Con-gresso Brasileiro de Transpor-te e Trânsito, realizado pelaANTP (Associação Nacional deTransportes Públicos), no iní-

cio de outubro, no Centro deConvenções Ulysses Guima-rães, em Brasília.

“Entendemos que por meiodo transporte público pode-mos qualificar a vida urbana.A urbanização brasileira nãoaconteceu da maneira comodeveria. Insistimos, há muitos

anos, que o automóvel parti-cular não é a melhor forma delocomoção dos indivíduos.Ocupamos as cidades de ma-neira errada, fizemos tudoque não deveríamos, e, hoje,nossas cidades pagam umpreço alto por isso”, destacouo presidente da associação,

ANPT

RILH

OS/D

IVUL

GAÇÃ

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CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 201344

Ailton Brasiliense, durante aabertura do evento.

De acordo com ele, a socie-dade civil tem papel funda-mental nessa nova organiza-ção das cidades que se propõeporque ela é a grande benefi-ciada. Brasiliense destaca anecessidade de planejar as ci-dades daqui para frente lem-brando que, em breve, a popu-lação brasileira deve alcançar230 milhões de pessoas.

A experiência de Londres

GRANDES EVENTOS

Depois da Jornada Mundialda Juventude, realizada emjulho deste ano, a cidade doRio de Janeiro se preparaagora para os Jogos Olímpi-cos de 2016. E mesmo que aavaliação tenha sido positiva– apesar dos problemas exis-tentes – algumas ações po-dem ser aprimoradas a partirda experiência de Londres,sede da Olimpíada de 2012.

Mais do que oferecer servi-ços de qualidade para evitarproblemas de mobilidade du-rante o maior evento esporti-vo do mundo, a capital inglesase propôs a deixar um legadopara a população depois darealização das competições.

De acordo com AntoninoLetteriello, gerente de mobili-dade dos Jogos Olímpicos deLondres 2012 da empresa TfL(Transport for London), foraminvestidos R$ 7 bilhões na am-pliação e na modernizaçãodos sistemas de trens e demetrô na cidade. Também fo-ram criados 82 km de ciclo-vias. “Nossa ideia era assegu-rar que 100% das pessoas pu-dessem se movimentar portransporte público, a pé ou debicicleta durante os dias dosjogos, mas mais do que isso,

queríamos deixar um legadopara a cidade. Essa era a pro-posta principal”, diz ele.

Todas as obras de infraes-trutura foram entregues umano antes do início das com-petições, permitindo assimque a população e os gesto-res se familiarizassem com osnovos equipamentos. Segun-do Letteriello, esse períodofoi fundamental para realizaras adaptações necessáriasantes do início do evento. “Seexiste uma lição de toda a ex-periência que vivemos, é quequanto mais cedo melhor”,afirma o gerente.

Além de melhorias na in-fraestrutura dos sistemas, acidade também adotou me-didas para reduzir o impactoque um grande número devisitantes poderia causar nodia a dia da população. “Pre-cisávamos garantir que a ci-dade continuasse funcio-nando em sua totalidade”,explica Letteriello.

Londres elaborou umplano de deslocamento emque propôs a alteração dohorário de trabalho daspessoas, incentivando o tra-balho em casa e a realiza-ção de entrega de mercado-

rias em horário alternativo,já que esse serviço é reali-zado pelas linhas do metrôque estariam sendo utiliza-das por atletas, turistas ejornalistas de todo o mun-do. De acordo com o geren-te, essa experiência permi-tiu que a cidade solucionas-se, inclusive, alguns proble-mas de congestionamentos.“As empresas aceitaramnossas propostas, e o trân-sito, hoje, funciona melhor.”

Durante a Jornada Mundialda Juventude, o Rio de Janei-ro recebeu 300 mil pessoasde 165 países. De acordo como diretor regional da ANTP eresponsável pela mobilidadena jornada, William Aquino, onúmero de pessoas que visi-taram o Rio na semana doevento foi cinco vezes maiordo que a população que a ci-dade recebe no Réveillon.

Segundo Aquino, para ospróximos eventos, a cidadedeve levar em conta a possi-bilidade do deslocamentode pessoas a pé e, para isso,deve trabalhar melhor aquestão das calçadas e alargura das vias de circula-ção de pedestres.

(Com Ana Rita Gondim)

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CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 2013 45

ter mobilidade de qualidade.”Para garantir níveis razoá-

veis no serviço de transportecoletivo, o Brasil precisariainvestir R$ 92 bilhões. Issosignifica ampliar, nos próxi-mos oito anos, em quase seisvezes, o volume de recursosque é destinado ao setor. En-tre 2011 e 2014, a previsão deinvestimentos é de apenas0,05% do PIB (Produto Inter-no Bruto), mas o ideal seria

De acordo com JoaquimAragão, professor do Departa-mento de Engenharia Civil eAmbiental da UnB (Universi-dade de Brasília), ter bonsserviços de transporte temseu custo, mas é muito maiscaro pagar pela ausência de-le. “Fala-se muito no custo lo-gístico para escoar a produ-ção agrícola, mas e nas cida-des? Não ter mobilidade, comcerteza, é mais caro do que

“No Brasil,nunca

fizemoscidades paraas pessoas”

um percentual de 0,27%, se-gundo cálculos do técnico dePlanejamento e Pesquisa doIpea (Instituto de PesquisaEconômica Aplicada), CarlosHenrique Ribeiro Carvalho.

De acordo com ele, o Brasiltem 2 milhões de habitantespara cada 10 km de metrô, to-talizando 308 km. Enquantoisso, no México, onde a exten-são chega a 541 km, a propor-ção é de 1 milhão de habitan-tes para cada 10 km de linhas.“Para atingirmos o mesmo ní-vel do México, seria necessá-rio investir R$ 58 bilhões naampliação da nossa rede me-troferroviária. A esse valor,soma-se a necessidade de in-vestir mais R$ 34 bilhões nosistema de ônibus das princi-pais cidades brasileiras, che-gando ao valor de R$ 92 bi-lhões”, explica o técnico.

Para alavancar recursospara o setor, Carvalho defen-de a criação de um processode financiamento do trans-porte público no qual a popu-lação mais rica, usuária dotransporte individual, contri-buiria com o pagamento depedágios urbanos ou de esta-cionamentos privados. “Nãopodemos apenas ampliar aoferta do coletivo, é precisorestringir o uso do individual

DEBATE ANTP reuniu especialistas para discutir o futuro das cidades

ANTP/DIVULGAÇÃO

CARLOS LEITE, URBANISTACARLOS LEITE, URBANISTA

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CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 201346

em fase de elaboração deprojetos ainda.” O PAC MédiasCidades foi lançado no segun-do semestre de 2012.

O presidente da NTU (Asso-ciação Nacional das Empre-sas de Transportes Urbano),Otávio Vieira da Cunha Filho,afirma que a realidade viven-ciada hoje nas cidades é umacrise anunciada. “Sabíamosque, com a forma como oscentros urbanos estavam

porte e Mobilidade do Minis-tério das Cidades, JúlioEduardo dos Santos, poucascidades têm projetos prontospara executar de imediato.“As obras não saem do papelpela falta de projetos. Dasobras previstas no programaque contempla municípiosentre 250 mil e 700 mil habi-tantes, apenas uma, o VLT deSantos (SP), está em execu-ção. Todas as demais estão

tros R$ 40 bilhões fazem par-te de investimentos anuncia-dos anteriormente no PACGrandes Cidades e no PACMédias Cidades.

Porém, só a liberação dosvalores não soluciona o pro-blema. As dificuldades do se-tor também esbarram na fal-ta de projetos que contem-plem os sistemas de trans-portes coletivos. Segundo osecretário Nacional de Trans-

também. Dessa maneira, osmais ricos também se benefi-ciariam porque teriam umtrânsito mais livre para circu-lar com seus carros.”

Operadores do sistematambém defendem a criaçãode alternativas para financiaro transporte. De acordo comLélis Marcos Teixeira, presi-dente da Fetranspor (Federa-ção das Empresas de Trans-portes de Passageiros do Es-tado do Rio de Janeiro), é pre-ciso inverter os volumes dossubsídios oferecidos ao trans-porte individual e ao coletivo.“É inadmissível que o trans-porte particular tenha 90% deincentivos fiscais, com a redu-ção do IPI (Imposto sobre Pro-dutos Industrializados) e ocancelamento da Cide (Contri-buição de Intervenção no Do-mínio Econômico) para regu-lar o preço da gasolina, e o co-letivo tenha apenas 10%, co-mo acontece hoje. Em outrospaíses, temos cidades comsubsídios que ultrapassam os60%, como é o caso de Ams-terdã, com 62%, e Berlim, com69%”, destaca ele.

Depois das manifestaçõespopulares de junho, a presi-dente Dilma Rousseff anun-ciou a criação de um Pactoda Mobilidade e a destinaçãode R$ 50 bilhões ao setor. Ou-

“O carro não é a melhor

maneira delocomoçãoindividual”

DECISÃOAILTON BRASILIENSE, ANTP

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CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 2013 47

também pensar no futuro. Épreciso estabelecer diretrizese dar prioridade ao transpor-te público, fazer planos demobilidade, construir redesintegradas e estabelecer umapolítica tarifária justa.”

SegurançaAlém de solucionar os pro-

blemas da mobilidade urbana,investir em sistemas de trans-porte coletivos também pode

contribuir para a redução demortes no trânsito. Dados doITF (Fórum Internacional deTransporte, da sigla em in-glês) revelam que 80% dasmortes ocorrem em países derenda média, onde a popula-ção tem riquezas suficientespara comprar carros, mas ascidades não têm infraestrutu-ra para organizar seus siste-mas de transportes públicos.

O ITF é formado por repre-

sendo planejados, estaríamosdiante de um grave problemade transporte.”

De acordo com ele, o trans-porte público nunca foi priori-dade para as diversas instân-cias do governo, e o assuntoganhou fôlego somente apósas manifestações registradaspelo país no mês de junho.“Precisamos de um planoemergencial para responderàs demandas das ruas, mas

“Não termobilidadeé mais carodo que termobilidade

de qualidade”

sentantes dos ministérios dosTransportes de 54 paísesmembros, a maioria localiza-da no hemisfério norte. NaAmérica Latina, somente oChile integra o grupo.

De acordo com José Vie-gas, secretário-geral do fó-rum, o Brasil ainda não con-seguiu elencar as prioridadesno trânsito e, por isso, man-tém índices bastante eleva-dos de acidentes fatais. “Nãoadianta fazer planos paracumprir inúmeras metas semações efetivas. O país precisaentender que esse problemado trânsito é um problemanacional.”

Viegas ressalta a impor-tância da valorização dos di-reitos dos pedestres e a ne-cessidade de se repensar aengenharia das vias urbanas,além de campanhas paraconscientizar sobre os riscosdo excesso de velocidade. Es-tudos mostram que veículos a30 km/h podem provocar aci-dentes graves ou com mortesse os envolvidos forem pe-destres ou ciclistas, a 50km/h, o risco de morte acon-tece nas colisões laterais en-tre veículos, e a 70 km/h, nascolisões frontais. l

(Com Rosalvo Streit eNatália Pianegonda)

Priorizar o uso do transporte coletivo é a solução para congestionamentos

ARQUIVO/NTU

JOAQUIM ARAGÃO, PROFESSOR DA UNB

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CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 201348

AVIAÇÃO

Aterceira edição doconcurso internacio-nal universitário FYI(Fly Your Ideas), rea-

lizado pela fabricante de aero-naves comerciais Airbus, con-sagrou cinco alunos da FAU-USP (Faculdade de Arquiteturae Urbanismo da Universidadede São Paulo). A equipe Levarfoi o primeiro grupo de estu-

dantes brasileiros a ser sele-cionado para a fase final dacompetição. O projeto vence-dor propõe um sistema rápidode carga e descarga de baga-gens nos porões dos aviões,reduzindo o tempo da opera-ção em até 30%.

Formada pelos alunos doquarto ano do curso de designda FAU, Marcos Philipson, Leo-

nardo Akamatsu, Adriano Fur-tado, Caio Reis e Henrique Co-razza, a equipe apostou no te-ma Crescimento do Tráfego,um dos seis propostos pelaAirbus para desenvolver o sis-tema de carga e descarga.

Os outros tópicos para adisputa deste ano da FYI eramEnergia, Eficiência, Crescimen-to Sustentável, Experiência

dos Passageiros e Políticas pa-ra a Comunidade. Para a Air-bus, esses são os principaisdesafios do século 21 para umaindústria de aviação mais sus-tentável.

As duas últimas tempora-das do desafio (2009 e 2011)atraíram mais de 200 partici-pantes da América Latina. Naprimeira etapa dessa edição,

POR LETICIA SIMÕES

Asas aofuturoAlunos brasileiros vencem concurso

internacional da Airbus com solução para agilizar a carga e a descarga das bagagens

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CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 2013 49

os brasileiros concorreramcom outras 618 equipes deuniversidades de todos oscontinentes. Para a segundafase, foram selecionados 102grupos.

A Levar trouxe para o Brasilum prêmio no valor de 30 mileuros. Além da premiação emdinheiro, a Airbus oferece àequipe campeã uma semana

de workshops, com especialis-tas da companhia, no campusda universidade. A atividadeconhecida como Semana deInovação deve ser realizada naUSP, em novembro, segundoexpectativas da fabricante.

O segundo lugar ficou coma equipe CLiMA, do Royal Mel-bourne Institute of Technolo-gy, da Austrália, que recebeu

15 mil euros. A proposta foi de-senvolver uma aeronave movi-da por uma mistura de biome-tano liquefeito, produzido deforma sustentável, e gás na-tural liquefeito (Bio-GNL).

Chamado de Sistema Rápi-do de Carga e Descarga paraCompartimentos de Carga doAvião, o projeto dos alunos daUSP utiliza uma plataforma

com colchões de ar infladosautomaticamente, criando umdeclive no compartimento debagagens do avião. Esse de-clive, somado à base curvaque reduz o atrito, permiteque as malas sejam carrega-das e descarregadas com aajuda da gravidade.

“A proposta reduz o tempode operação e também a carga

AIRBUS DIVULGAÇÃO

Page 50: Retrato desolador

CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 201350

de inovação demonstrado pe-las equipes.

A banca avaliadora da últi-ma etapa contou com a pre-sença de Charles Champion,vice-presidente executivo deEngenharia da Airbus. Cincoequipes foram selecionadaspara a última fase dessa edi-ção da FYI.

“A proposta da Levar é ino-vadora. A equipe adotou umavisão ampla de como melho-rar a indústria da aviação,sem limitar suas ideias à

te no que tange ao extravio edanificações de bagagem. Otempo mínimo e máximo paraque as companhias aéreas em-barquem e desembarquem abagagem também está, confor-me o professor, adequado aoatual momento da aviação.

A apresentação dos brasi-leiros foi o ponto alto da gran-de final, segundo o júri da Air-bus. Mais de 60 avaliadores dafabricante examinaram as pro-postas quanto à qualidade, osbenefícios ambientais e o nível

sua bagagem com maior agilida-de e com menos danos; a compa-nhia aérea, que passa a ter reco-nhecimento por sua postura so-cialmente responsável e, conse-quentemente, menores registrosde reclamações com relação àsbagagens; e o colaborador, quetem sua tarefa facilitada.

Robinson Salata, professorda FAU-USP e orientador daequipe, destaca que a propostado grupo se encaixa com a rea-lidade observada atualmentenos aeroportos, principalmen-

de trabalho dos funcionáriosque lidam com as bagagensnos aeroportos. A solução sebaseia em um estofamento dear inspirado pelas mesas dehóquei. A redução no tempo daoperação pode chegar a, apro-ximadamente, seis minutos”,afirma Marcos Philipson, líderda equipe campeã.

De acordo com ele, a ideiade desenvolver o sistema sur-giu no fim de 2011, durante au-las da disciplina projeto de pro-duto. “O grupo realizou pesqui-sas em aeroportos, entrevistouaeroviários e tripulação paraencontrar um problema quefosse importante ser solucio-nado. Um funcionário nos con-tou sua rotina, e percebemosque a questão da carga e des-carga nos porões podia ser me-lhorada. Então, decidimos rea-lizar um projeto voltado paraessa demanda”, diz Philipson.

O estudante afirma ainda queo grupo observou a insatisfaçãodos passageiros com relação àdemora para receber as malasquando embarcam ou desem-barcam nos aeroportos. A partirdaí, o foco foi dar celeridade aomanuseio das bagagens.

O projeto, segundo o grupo,beneficia as três partes do pro-cesso: o passageiro, que recebe

VENCEDORES

“A propostareduz o tempode operação e

a carga detrabalho dosfuncionários

que lidam comas bagagens

nos aeroportos”

MARCOS PHILIPSON, ESTUDANTE

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CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 2013 51

aeronave, mas considerandotambém as operações em ter-ra”, diz Champion.

A apresentação final foirealizada em junho, na linhade montagem do modeloA380, em Toulouse, na França.O anúncio do vencedor acon-teceu durante a Feira Le Bour-get, uma das maiores e maisimportantes exposições inter-nacionais do modal aeroviá-rio, realizada nos arredoresde Paris. Já o prêmio foi en-tregue na capital francesa, na

sede da Unesco, entidade queapoia o concurso.

Philipson diz que o gruporecebeu treinamentos em in-glês para melhorar a entona-ção e convencer na apresenta-ção. “Antes da disputa, a sen-sação era que o Brasil não ti-nha equipes capazes de fazerfrente às universidades de ou-tros países. A Levar mostrou ocontrário”, afirma o líder.

O grupo brasileiro estudapatentear o projeto. “A USP de-ve encaminhar esse processo.

O grupo está conversando coma universidade, mas ainda nãohá nada definido.”

De acordo com ele, a Air-bus ainda não se manifestouquanto à viabilidade comer-cial do sistema rápido de car-ga e descarga. “Não sei se jáhá interesse de empresas na-cionais e internacionais. De-sejo que a ideia se torne rea-lidade, pois os benefíciosatingem colaboradores e pas-sageiros, uma vez que atenuao tempo de operação das ba-gagens e diminui o risco delesão dos funcionários queatuam com as malas.”

A Airbus afirma que o FlyYour Ideas foi lançado para es-timular ideias e a troca entre afabricante e a comunidadeacadêmica de todos os conti-nentes para inspirar futurosengenheiros e profissionaisque podem vir a atuar no setor.

Ainda conforme a companhia,o propósito do FYI é oferecer aosalunos participantes a oportuni-dade de desenvolver o trabalhoem equipe, além de melhorar acriatividade e propor a inovaçãode habilidades, como a gestãode projetos e a desenvoltura naapresentação das propostas.

A fabricante afirma aindaque um dos objetivos é fazer

com que estudantes e univer-sidades de todo o mundo com-partilhem informações sobreseus projetos e, desse modo,estimulem a discussão sobreas inovações e também sobreos principais desafios do setorpara moldar o futuro da indús-tria da aviação, tanto durantea competição quanto depois.

A próxima edição do FYI se-rá em 2015. A Airbus afirmaque a divulgação da disputa éfeita por meio de comunicadosde imprensa, campanhas de di-vulgação em mídias sociais enotificações em seu site.

Apesar de não confirmar seestuda a possibilidade de in-vestir comercialmente no pro-jeto do grupo brasileiro, a Air-bus ressalta que cerca de3.000 pessoas trabalhamatualmente, direta ou indireta-mente, em mais de cem proje-tos de pesquisa e tecnologiada companhia.

Ainda conforme a Airbus, aempresa arquiva mais de 500patentes a cada ano e mais de90% do investimento anualem pesquisa e desenvolvi-mento (aproximadamente 2bilhões de euros) estão liga-dos a benefícios ambientaispara as aeronaves atuais e fu-turas da marca. l

Brasileiros recebem premiação em concurso universitário promovido pela Airbus

AIRBUS/DIVULGAÇÃO

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CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 201352

Há pelo menos 20 anos,embarcações de ban-deira brasileira deixa-ram de cruzar os ocea-

nos. Desde então, qualquer pro-duto que chegue ou saia do paísé transportado apenas por na-vios estrangeiros.

Ao todo, o Brasil tem umafrota registrada de 155 embar-cações, mas praticamente ne-nhuma delas percorre distân-cias maiores do que os trajetosaté a Argentina ou o Chile.

Segundo informações do Syn-

darma (Sindicato Nacional dasEmpresas de Navegação Maríti-ma), na década de 1970, o frete ge-rado no comércio exterior brasi-leiro pela Marinha Mercante nacio-nal chegou a 52% do total (comembarcações próprias e afreta-das), contra 48% das embarca-ções estrangeiras.

No fim desse período, no en-tanto, a participação da bandeirabrasileira no volume de fretescomeçou a diminuir e a da ban-deira estrangeira, aumentar. Nofim dos anos 1980, esse percen-

tual já havia baixado para 17%.Atualmente, os navios de bandei-ra estrangeira têm participaçãosuperior a 90% na receita gera-da pelos fretes no transportemarítimo internacional no Brasil.

A navegação marítima de lon-go curso é responsável por 95%do comércio exterior brasileiro.Dados da Antaq (Agência Nacionalde Transportes Aquaviários) mos-tram que, no primeiro trimestredeste ano, foram movimentados231,1 milhões de toneladas nosportos marítimos nacionais. O vo-

AQUAVIÁRIO

POR LIVIA CEREZOLI

Desde a década de 1990, o Brasil praticamentenão tem embarcações de bandeira nacional

operando na navegação de longo curso

Fora de rota

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CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 2013 53

RETOMADA Brasil precisa ter novamente embarcações nacionais na navegação de longo curso

CNT/DIVULGAÇÃO

RETOMADA Brasil precisa ter novamente embarcações nacionais na navegação de longo curso

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CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 201354

o Brasil deixa de ganhar entre R$8 bilhões e R$ 10 bilhões em va-lores de frete que compõem abalança comercial. “A arrecada-ção com esses fretes gira em tor-no de R$ 20 bilhões. Como nãoexiste mais a garantia da partici-pação dos 40% da bandeira bra-sileira, deixamos de arrecadarum montante significativo.”

A volta da operação de naviosbrasileiros no longo curso aindatraria vantagens para a navega-ção costeira, afirmam os repre-

eram realizadas por meio da Con-ferência de Fretes, um acordo queregulava as operações no setor.Pela conferência, os valores dosfretes eram distribuídos entre osoperadores envolvidos, sendo40% para a empresa brasileira,40% para o país de destino damercadoria e 20% para outrasbandeiras que realizassem a rota.

Para o vice-presidente da CNTdo transporte aquaviário, ferro-viário e aéreo, Meton Soares,sem operar com navios próprios,

lume é 1,6% superior ao registra-do no mesmo período de 2012.

Sem impor críticas à presençade empresas estrangeiras no Bra-sil, representantes do transporteaquaviário nacional ressaltam anecessidade de o país voltar a teruma frota própria para podercompetir com outros mercados.

De acordo com o empresárioWashington Barbeito, presidenteda Transroll Navegação, empre-sa que chegou a operar com cin-co navios porta-contêineres emanos anteriores, é essencial queo país volte ao transporte marí-timo internacional para gerarmais empregos, reduzir o déficitde fretes e, inclusive, reduzir otão falado custo-Brasil. “Nin-guém é contra estrangeiros, masé mais do que salutar se disporde frota própria para ao menoscompetir”, afirma ele.

De acordo com Barbeito, ainexistência de embarcaçõesbrasileiras na navegação de lon-go curso faz com que o país per-ca competitividade, principal-mente entre os outros emergen-tes, como a China, que tem gran-des estaleiros, armadores comfrotas significativas e cresci-mento anual nas exportações.“O Brasil não pode ser a únicapotência emergente a não con-tar com navios porta-contêine-res nos portos do mundo.”

Até o início da década de 1990,as rotas marítimas de longo curso

sentantes do setor. Atualmente,por lei, somente embarcações debandeira brasileira podem operarna cabotagem. Os afretamentosde bandeiras estrangeiras sãopermitidos apenas quando nãoexistem embarcações nacionaisem número suficiente para reali-zar as operações.

“Armadores brasileiros pode-riam, na ida e no retorno, trans-portar cargas de cabotagem, ga-nhando economia de escala e re-dução de custos. Por lei, os na-

CONSTRUÇÃO Maior parte da produção dos estaleiros

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CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 2013 55

vios estrangeiros que hoje che-gam a Recife (PE), por exemplo,não podem pegar cargas destina-das a Santos (SP), o que nacio-nais poderiam fazer, racionali-zando o transporte, com reduçãode custos”, destaca Barbeito.

Na visão de Nelson Carlini,engenheiro naval e presidentedo Conselho de Administraçãoda Logz Logística Brasil, existeuma série de condicionantesque impedem a operação comnavios de bandeira brasileira.

“Para operar com embarcaçõesnacionais, a tripulação tambémprecisa ser nacional e, compa-rando com o restante do mun-do, nossos encargos trabalhis-tas são muito altos.”

Segundo ele, para permitir avolta da bandeira brasileira nasoperações de longo curso, é preci-so criar atrativos, como algunspaíses da Europa já fizeram. Entreas medidas que deveriam ser apli-cadas, ele defende a isenção deuma série de tributos que incidem

sobre as companhias, além deuma flexibilização das leis traba-lhistas que regem o sistema.

“O que não pode acontecer é avolta da reserva de mercado. A va-lorização da atividade não podepassar pela proibição da atuaçãode empresas estrangeiras. Issonão é saudável e não traz compe-titividade”, destaca Carlini.

Além dessas questões, a reto-mada da participação de embar-cações brasileiras na navegaçãode longo curso também esbarrana dificuldade da construção denavios. Atualmente, a indústria na-val brasileira está voltada para omercado offshore, com foco naatividade petroleira.

O Sinaval (Sindicato Nacio-nal da Indústria de Construçãoe Reparação Naval e Offshore)afirma que, mesmo estandopreparados para atender à de-manda de navios mercantes, osestaleiros não têm recebido en-comendas de navios porta-con-têineres, por exemplo.

Um dos motivos para essa faltade pedidos é o preço das embar-cações. De acordo com Carlini, asembarcações nacionais têm custode aquisição 70% superior às es-trangeiras. “Enquanto lá fora osnavios são vendidos a US$ 35 mi-lhões, aqui, o valor chega a US$100 milhões. O país necessita deuma política que valorize a indús-tria naval e, ao mesmo tempo,possibilite a redução de custos. O

mercado não se sustenta dessamaneira”, afirma ele.

O Sinaval reconhece que asgrandes operadoras da navega-ção de longo curso preferem con-centrar suas encomendas em es-taleiros da Ásia. Segundo o sindi-cato, em países como China, Co-reia do Sul e Singapura, os gover-nos são proprietários, total ouparcialmente, dos estaleiros e, poresse motivo, grandes incentivossão concedidos ao setor.

“Esses países reconhecem quea construção naval tem grandeimportância na geração de em-prego e na qualificação de recur-sos humanos, gerando dinamismoeconômico. O debate sobre aquestão do custo da construçãolocal necessita, portanto, ser reali-zado dentro desse contexto, casocontrário não será um debate sé-rio”, afirma o presidente da enti-dade, Ariovaldo Rocha.

O Sinaval tem aproximadamen-te 50 associados, entre estaleirose empresas acionistas. No segun-do trimestre deste ano, 373 pedi-dos faziam parte da carteira deencomendas de embarcações na-cionais. No mundo todo, segundoestatística da Clarksons ShippingInteligence, analista internacionaldo setor de transporte marítimo,existem, aproximadamen te, 4.500navios de médio e grande porte(incluindo plataformas de petró-leo) em construção. O Brasil de-tém 8% desse total. l

AGÊNCIA PETROBRAS/DIVULGAÇÃO

está voltada para o setor de petróleo

“O Brasil não pode

ser a únicapotência

emergente a não tergrandes

navios nomundo”

WASHINGTON BARBEITO, EMPRESÁRIO

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CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 201356

OBrasil se prepara pa-ra marcar presençaem um dos mais im-portantes eventos do

setor ferroviário – o BcnRail(Salão da Indústria Ferroviá-ria), que acontece entre os dias19 e 21 de novembro, em Barce-lona, na Espanha. O país serárepresentado pela ANPTrilhos(Associação Nacional dosTransportadores de Passagei-ros sobre Trilhos) e pela Abifer

(Associação Brasileira da In-dústria Ferroviária). O objetivoé apresentar o cenário do mo-dal ferroviário brasileiro eatrair novos negócios para osprojetos em andamento e osque ainda serão executados.

Abifer e ANTF (AssociaçãoNacional dos TransportadoresFerroviários) estiveram pre-sentes na última edição doBcnRail, há dois anos. De acor-do com Vicente Abate, presi-

dente da Abifer, a participação,neste ano, será uma continui-dade do trabalho iniciado noSalão de 2011. “A parceria entreempresas espanholas e brasi-leiras vem de muito tempo. OBrasil recebeu, por diversas ve-zes, delegações espanholas emeventos realizados aqui.”

Segundo Abate, o modal fer-roviário nacional tem procura-do se expor para o mundo.“Dessa maneira, é possível via-

bilizar e promover o desenvol-vimento tecnológico, atraindomais negócios para o país.”

Esta será a quarta edição doBcnRail. O Salão reúne as maio-res companhias internacionaise realiza, paralelamente, con-gressos e exposições de proje-tos das principais empresas dosetor. Serão mais de 50 exposi-tores presentes.

“Durante todo o evento, osconvidados participam dos

Brasil é um dos países em destaque naquarta edição do Salão da Indústria

Ferroviária, em novembro, na EspanhaPOR LETICIA SIMÕES

FERROVIAS

Oportunidade denovos negócios

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CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 2013 57

seminários e das rodadas denegócios entre operadores einstituições convocadas parao Salão”, destaca FranciscoOrjales, diretor do BcnRail noBrasil.

Além do Brasil, Uruguai, Ar-gélia e Turquia também foramconvidados pela organizaçãopara apresentar seus proje-tos. Essas delegações vãocontar com um pavilhão ex-clusivo. “Todos foram convo-

cados devido ao volume denegócios ferroviários que es-tão desenvolvendo. O Brasil éo principal convidado destaedição”, afirma Orjales. Alémdelas, missões comerciais daRússia e do Reino Unido tam-bém vão estar presentes.

Segundo o diretor, a organi-zação seleciona as delegaçõese instituições com foco no in-cremento do volume de negó-cios que podem surgir com as

FOTOS ABIFER DIVULGAÇÃO

empresas europeias durante oevento. “Os projetos de moder-nização de seus respectivossistemas ferroviários tambémsão levados em conta.”

Orjales afirma que a reali-zação do 2º Seminário Brasil-Europa dentro da programa-ção do salão também funcio-na como uma plataforma deinvestimentos para fortalecere incrementar os negóciosentre o Brasil e os investido-res europeus.

“Além da presença da dele-gação no pavilhão, o seminá-rio favorece as rodadas de ne-gócios e os acordos comer-ciais.” O 2º Seminário Brasil-Europa será coordenado pe-las entidades brasileiras pre-sentes no salão.

O Brasil conta com 15 opera-dores ferroviários do transpor-te de passageiros. A ANPTri-lhos, que congrega 13 filiados,espera levar a Barcelona, aomenos, um representante decada operador.

De acordo com Roberta Mar-chesi, gerente-executiva daANPTrilhos, além do panoramado mercado, os diretores brasi-leiros vão destacar alguns dos

”O Brasil éo principal convidado

destaedição”

FRANCISCO ORJALES,DIRETOR DO BCNRAIL NO BRASIL

Page 58: Retrato desolador

CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 201358

projetos em andamento ou queainda serão executados, comoa Linha 3 do metrô do Rio deJaneiro, e os projetos dos me-trôs de Porto Alegre (RS) e deCuritiba (PR), que vão contarcom novas extensões.

No bojo das propostas fer-roviárias brasileiras, desta-cam-se ainda os projetos deVLT (veículo leve sobre trilhos).Brasília, Rio de Janeiro, Goiânia(GO) e Cuiabá (MT) têm proje-

tos para a implantação do mo-do. “O Brasil tem um mercadoaquecido para a área metrofer-roviária”, diz Roberta.

Uma série de materiais es-pecíficos para o evento estásendo confeccionada. “Essesinformativos vão apresentar asempresas brasileiras presentesnos pavilhões e os respectivosnegócios de cada uma delas”,afirma a gerente da ANPTrilhos.

De acordo com ela, não é

possível mensurar um volumede investimento a ser fechadopelos brasileiros durante oBcnRail. “Mas a expectativa ébastante positiva.”

Rodrigo Vilaça, diretor-executivo da ANTF, vai apre-sentar os projetos ferroviá-rios brasileiros dentro da pro-gramação geral do evento. Jáa Abifer vai mostrar aos parti-cipantes o atual cenário da in-dústria nacional.

4º BcnRail – Salão da Indústria Ferroviária

PERSPECTIVA Salão

“Existe a possibilidadereal de atraira instalação

de novasindústriasno Brasil”

Quando: de 19 a 21 de novembroOnde: em Barcelona, Espanha

O quê • Mais de 50 expositores entre as maiores empresas do modal ferroviário global• Simpósios e seminários são realizados paralelamente às rodadas de negócio• Destaque para o 2º Seminário Brasil-Europa, coordenado pela ANPTrilhos e

pela Abifer

Brasil no evento: a delegação brasileira espera levar, pelo menos, um representante de cada uma das 13 companhias do transporte ferroviário de passageiros filiadas à ANPTrilhos, além de representantes da indústriaferroviária nacional

VICENTE ABATE, PRESIDENTE DA ABIFER

Page 59: Retrato desolador

CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 2013 59

De acordo com Roberta, daANPTrilhos, expor o Brasil nomercado mundial, destacandoo potencial do país para o se-tor ferroviário, é fundamentalpara o êxito dos projetos na-cionais.

“O BcnRail é uma oportuni-dade muito especial para fe-char negócios e iniciar parce-rias para a concretização daspropostas. O Brasil tem uma in-dústria ferroviária concreta

que pode atender de formaadequada aos projetos. Esseêxito não impede que parce-rias sejam feitas e que novastecnologias sejam absorvidaspara os negócios brasileiros.”

Para Abate, da Abifer, apresença do país no Salão deBarcelona pode representarnovas fronteiras para o mer-cado ferroviário. “Existe apossibilidade real de atrair ainstalação de novas indús-trias no Brasil. Esses eventospermitem o intercâmbio tec-nológico. E é possível que, aoinvés de uma companhia cogi-tar exportar seu produto, aca-be se interessando em produ-zi-lo no Brasil.”

De acordo com o dirigente,tal probabilidade aumenta o ní-vel de competição na indústrianacional, além de gerar empre-go e renda. “Essa aproximaçãocom os negócios internacio-nais traz ganhos para a indús-tria brasileira, principalmenteem termos tecnológicos. O paístem capacidade para atender àdemanda e avançar, mas o co-

nhecimento e a troca de expe-riências abrem o leque paranovos negócios.”

O BcnRail deste ano tem umextenso programa de works-hops técnicos. Entre os semi-nários, destacam-se ainda o 2ºFórum Internacional, confe-rência organizada pelo Colégiode Engenheiros de Caminhos,Canais e Portos de Catalunha,e a 11ª Conferência de Manu-tenção no Setor de Transporteda AEM (Associação Espanholade Manutenção).

Outra atração é o espaçochamado Canto Novo do Tri-lho. Nele, por 25 minutos, to-dos os expositores vão apre-sentar suas inovações, in-cluindo os projetos ferroviá-rios espanhóis.

A realização do salão coinci-de com outros dois eventos dedestaque que vão acontecerem Barcelona no mesmo perío-do: a terceira edição do SmartCity Expo (Exposição das Cida-des Inteligentes, na traduçãolivre) e o Simpósio Mundial so-bre Carros Elétricos. l

da Indústria Ferroviária é uma oportunidade de atrair investidores para o setor

Serãomais de

50 expositores

em Barcelona

Page 60: Retrato desolador

CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 201360

Aatuação operacionaldeu lugar à estratégi-ca e, hoje, o profissio-nal que atua na área

de logística de pequenas, mé-dias e grandes empresas temcada vez mais voz e vez nasdecisões das organizações.

Essa é uma das principais

conclusões da pesquisa Perfildo Profissional de Logística, di-vulgada em setembro pelaAbralog (Associação Brasileirade Logística). O levantamento,que está em sua quarta edição,tem como objetivo identificar aevolução da atividade logísticadentro das empresas.

Na edição 2013, foram ouvi-dos 946 profissionais queatuam na área. A pesquisa éuma parceria da associaçãocom a Fundação Vanzolini, aFatec (Faculdade de Tecnolo-gia do Estado de São Paulo), oSenai e a Universidade Cru-zeiro do Sul.

De acordo com FabianoStringher, coordenador do es-tudo e professor da FundaçãoVanzolini e do Cislog (Centrode Inovação e Sistemas Logís-ticos) da USP (Universidadede São Paulo), a ideia da im-plantação desse levantamen-to surgiu no DepartamentoAcadêmico da Abralog. “A en-tidade precisava conhecer osprofissionais que atuam naárea, quais são suas expecta-tivas, para poder desenvolvereventos, cursos e outras ativi-dades para esse público.”

De acordo com os dados dapesquisa, a maioria das empre-sas (36%) tem profissionais delogística ocupando cargos dediretores - 24% são presiden-tes e 21%, gerentes. Em 2012,os percentuais eram de 34%,17% e 26%, respectivamente.Entre os profissionais que res-ponderam ao questionário, amaioria (24%) afirmou ocuparcargos na gerência das empre-sas, seguido pelo cargo de ana-lista, com 16%.

“A cada ano do estudo, épossível perceber uma evolu-ção do profissional de logísti-

Atuaçãoestratégica

POR LIVIA CEREZOLI

PESQUISA

Levantamento realizado pela Abralog revela a evolução da atuação dos profissionais

de logística dentro das empresas

Page 61: Retrato desolador

ca. Ele está ocupando cadavez mais cargos estratégicosdentro das empresas, ligadosàs áreas de planejamento, deanálise e de inteligência. Issocomprova como vem aumen-tando o grau de importânciaque a logística tem nos negó-cios como item primordial de

competitividade”, afirma ocoordenador.

Os salários pagos tambémregistraram evolução ao lon-go dos anos. O percentual deprofissionais que recebementre R$ 6.000 e R$ 12 milpassou de 17%, em 2012, para20% neste ano. A maioria

(24%) mantém a média sala-rial entre R$ 3.000 e R$ 6.000.Entre os entrevistados, 14%declararam receber saláriosentre R$ 12 mil e R$ 24 mil, e4%, acima de R$ 24 mil.

Essa ascensão profissionaltem relação direta com a qua-lificação de quem atua na

FOTO

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S/CN

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área. Além de uma formaçãoespecífica em logística - 56%dos entrevistados declararamser formados na área - amaioria dos profissionais(44%) tem pós-graduação e7% têm mestrado. Os profis-sionais que atuam no setor delogística também têm forma-

Page 62: Retrato desolador

ção em administração (22%),em engenharia (11%) e naárea de humanas (3%).

Segundo o coordenador do le-vantamento, o profissional de lo-gística sabe da importância da ca-pacitação e investe de forma cres-cente nesse aspecto. “Ele tem in-teresse em ampliar seus conheci-mentos, estar mais bem prepara-do. É por isso que esse profissionalganha mais e é mais disputado pe-lo mercado”, avalia Stringher.

CARGO ATUAL (%)

TEMPO NO CARGO (%)

Fonte: Abralog

Conheça o perfil de quem atua no setor

LOGÍSTICA NO BRASIL

25

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2 24 6

20 19

2723

11

79 9 9 12

16

24

20151050

SETOR DE ATUAÇÃO DA EMPRESA (%)

60 53

2616

5

50403020100

FORMAÇÃO ACADÊMICA (%)

45

Ensin

oméd

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Douto

rado

4 6

3944

71

4035302520151050

Menos de 1 ano Entre 1 e 2 anos Entre 3 e 4 anos

Entre 5 e 7 anos Mais que 7 anos

TEMPO DE ATUAÇÃO EM LOGÍSTICA (%)8 19

16

43

Menos de 1 ano De 1 a 3 anos De 4 a 6 anos

De 7 a 9 anos 10 anos ou mais

INTERFERÊNCIA EM DECISÃO DE CONTRATAÇÃODE SERVIÇOS LOGÍSTICOS(%)

88 5

38

41

Decisora Influenciadora direta

Influenciadoraindireta

Não influencia, mas coleta informações

Nenhuma

CARGO DO EXECUTIVO DE LOGÍSTICA (%)

64 2 3

5

PresidênciaVice-presidênciaDiretoriaGerênciaCoordenação

Supervisão

AnalistaOperacional

ÁREA DE FORMAÇÃO (%)

3LogísticaAdministraçãoEngenhariaHumanasOutras

REMUNERAÇÃO MENSAL (%)Até R$ 750 1De R$ 750 até R$ 1.500 12De R$ 1.500 até R$ 3.000 20De R$ 3.000 até R$ 6.000 24De R$ 6.000 até R$ 12 mil 22De R$ 12 mil até R$ 24 mil 14Acima de R$ 24 mil 4Outra 3

Serviços Indústria Comércio Educação

2421

36

ATRIBUIÇÕES DA ÁREA (%)

Transporte 78

Armazenagem 71

Gestão de materiais/estoque 62

Serviço ao cliente 55

Planejamento de demanda 41

Compras/suprimentos 37

Comércio exterior 25

811

22 56

14

Page 63: Retrato desolador

CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 2013 63

Mesmo que 80% delesatuem em empresas nacio-nais e apenas 20% tenhamexperiência internacional, amaior parte dos profissionaistem domínio de um segundoidioma. Quarenta e seis porcento sabem se comunicar eminglês e 32%, em espanhol.Com relação à idade, a maio-ria dos profissionais (48%)tem entre 27 e 40 anos. Os da-dos ainda revelam que 43%

Dentro do setor de serviços,as áreas mais tradicionais comatribuições logísticas são otransporte (78%) e a armazena-gem (71%), no entanto, a área demaior crescimento nos últimosanos foi a de serviços ao cliente,passando de 49% da participa-ção, em 2012, para 55%, nesteano. “Essa é uma área que temganhado força dentro das em-presas. Ela é diferente do SAC(Serviço de Atendimento aoCliente) e está mais direcionadaà integração empresa-cliente. Éuma área que oferece serviçosde monitoramento, planejamen-to e rastreamento de produtos”,explica Stringher.

A Abralog estima que exis-tam, aproximadamente, 15 mi-lhões de profissionais de lo-gística distribuídos em todo opaís, atuando em atividadesde transporte, de armazena-gem, de suprimentos e de pla-nejamento. A logística corres-ponde a 20% do PIB (ProdutoInterno Bruto) brasileiro.

Depois da divulgação dos re-sultados de 2013, a Abralog já ini-ciou o cadastramento dos profis-sionais que querem participar daquinta edição da pesquisa, comprevisão para ser apresentadano próximo ano. Os interessadospodem acessar o site da institui-ção (www.abralog.org.br) e infor-marem seus dados. l

deles atuam na atividade hádez ou mais anos.

A pesquisa também identi-ficou o setor de atuação dasempresas e as principais atri-buições da área. O setor deserviços é o ramo da econo-mia em que a atuação das em-presas de logística é maior(53%). Na indústria, a atuaçãoé de 26%, seguida pelo co-mércio, com 16%, e a educa-ção, com 5%.

PARTICIPAÇÃO O setor de transporte tem 78% das atribuições logísticas, segundo a pesquisa

“Cresce ograu de

importânciaque a logística

tem nos negócios”

FABIANO STRINGHER, FUNDAÇÃO VANZOLINI

Page 64: Retrato desolador

CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 201364

Desde o dia 17 de outubro,os trabalhadores dotransporte, seus depen-dentes e a comunidade

de Blumenau e região contam comuma nova unidade do Sest Senat.

A unidade oferece cursos dequalificação profissional na áreade transporte, serviços de saúdee odontológicos e completa áreapara a prática de esportes, ativi-dades artísticas, sociais, educa-tivas e de lazer.

“É sempre com grande alegriaque o transportador brasileirocoloca à disposição do trabalha-dor em transporte, do caminho-neiro e do taxista e de seus fami-liares dependências como essa,destinada ao aprimoramentoprofissional, ao acesso perma-nente a cuidados odontológicos,aos esportes, à cultura e ao la-zer”, afirmou o presidente da CNTe do Conselho Nacional do SestSenat, senador Clésio Andrade.

Com essa unidade, já são 146inauguradas em todo o territórionacional, das quais 10 em SantaCatarina. “Assim, contribuímoscom o desenvolvimento do Es-tado”, disse Clésio Andrade.

De acordo com o presidente daFetrancesc (Federação das Empre-sas de Transportes de Cargas e Lo-gística no Estado de Santa Catari-na) e do Conselho Regional do SestSenat Santa Catarina, Pedro Lopes,a nova unidade é um empreendi-

mento que tem importância fun-damental não só para o trabalha-dor em transporte, mas para a co-munidade porque está localizadaem uma área carente na oferta deoportunidades na qualificaçãoprofissional. Nos 20 anos de exis-tência, o Sest Senat realizou maisde 100 milhões de atendimentos,nas diversas especialidades deserviços odontológico, fisiotera-pêutico, psicológico, oferecidosnas unidades, e nos diferentes

Blumenauganha nova

unidadePOR KATIANE RIBEIRO

SEST SENAT

Trabalhadores do transporte, seus dependentes e a comunidade contam agora com uma novaestrutura de atendimento em Santa Catarina

INAUGURAÇÃO Pre

Page 65: Retrato desolador

CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 2013 65

cursos de formação, qualificaçãoe aperfeiçoamento profissionaldisponibilizados, que abrangeminúmeras áreas do transporte.

Para o diretor da unidade deBlumenau, Maurício Dalpiaz, “a ci-dade está em festa, pois a unidadedo Sest Senat veio não apenasaperfeiçoar a qualificação profis-sional dos trabalhadores emtransporte, mas contribuir parauma melhor qualidade de vida,que, com certeza, irá refletir na

realização de um bom trabalho, nodia a dia desses profissionais”.

A padronização de suas estru-turas físicas e administrativas,aliada ao modelo de gerenciamen-to, inovador no Brasil, no qualocorre a centralização orçamen-tária e a descentralização dos ser-viços operacionais, faz com quetoda a rede Sest Senat ganhe emeficiência, aumentando a qualida-de dos serviços prestados.

“A chegada dessa unidade é

muito importante, pois a cidadeestá localizada em uma regiãoestratégica. Graças ao Sest Senate os seus serviços oferecidos, apopulação da região vai ter umaoportunidade ímpar de se qualifi-car e, consequentemente, de me-lhorar de vida”, afirmou o prefei-to do município de Blumenau, Na-poleão Bernardes.

Com uma infraestrutura com-pleta para a realização de cursos,a unidade possui sete salas de au-las, um laboratório de informáticae uma biblioteca. Conta tambémcom um auditório com capacidadepara acomodar 149 pessoas. OSest Senat é responsável pelotreinamento para motoristas dotransporte de passageiros, dotransporte coletivo, da movimen-tação de produtos perigosos, deemergência, de carga indivisível etransporte escolar, obrigatório pe-lo Conselho Nacional de Trânsito.

A nova unidade do Sest Senatde Blumenau conta também comuma equipe de profissionais forma-da por psicólogo, fisioterapeuta,nutricionista e odontólogos.

Para as atividades de lazer eesportivas, a unidade mantémum ginásio poliesportivo cober-to, um parque infantil, quatrochurrasqueiras, duas quadraspoliesportivas e dois camposde futebol soçaite.

O secretário de Estado de Co-municação, Nelson Santiago, queesteve no evento representando

o governador de Santa Catarina,Raimundo Colombo, ressaltouque a unidade do Sest Senat “éuma grande conquista e veio emboa hora para atender aos traba-lhadores em transporte e a co-munidade de Blumenau”.

O novo empreendimento re-cebeu o nome do líder empresa-rial, que foi presidente do Set-cesc (Sindicato das Empresasde Transportes de Carga e Logí-sitca no Estado de Santa Catari-na) e um dos fundadores e pri-meiro presidente da Fetrancesc,Edgar Thomsen. A viúva do ho-menageado, Adelaide Thomsen,esteve no evento. Para ela, foiuma satisfação muito grandereceber a homenagem. “Comcerteza, meu marido ficariamuito feliz de ver esse grandeempreendimento, que trará tan-tos benefícios para toda a nossapopulação”, afirmou Adelaide.

Também estiveram presentesna inauguração o presidente daCâmara de Vereadores de Blume-nau, Wanderlei Oliveira, o presi-dente da Fetcemg (Federação dasEmpresas de Transportes de Car-ga do Estado de Minas Gerais),Vander Costa, e o presidente doSetcesc, Osmar Ricardo Labes.

O Sest Senat Blumenau está lo-calizado na rua Ricardo Georg, 777– bairro Itoupava Central. Paramais informações, o telefone daunidade é (47) 3378-5005. Acessetambém www.sestsenat.org.br l

GIOVANNI SILVA

sidente da CNT, senador Clésio Andrade, participa de solenidade em Blumenau

Page 66: Retrato desolador

CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 201366

Otrânsito brasileiro ma-ta mais de 40 mil pes-soas por ano e, dessetotal, grande parte é

resultado do consumo de álcoole drogas antes de dirigir. Regrascada vez mais rígidas tentam al-terar essa realidade, mas aconscientização ainda é funda-mental para reduzir o número

de pessoas que perdem a vidanos acidentes.

Com o tema “Lei Seca. É horade levar a sério”, as unidades doSest Senat de todo o país desen-volveram ações no período daSemana Nacional de Educaçãodo Trânsito. Entre os dias 18 e 25de setembro, foram realizadaspalestras de conscientização

nas empresas e nas unidades,distribuição de panfletos e blit-ze educativas para alertar moto-ristas e passageiros sobre osriscos da combinação álcool,drogas e trânsito. A campanhanacional é coordenada pelo Con-tran (Conselho Nacional de Trân-sito), órgão do Denatran (Depar-tamento Nacional de Trânsito).

Trânsito écoisa séria

POR LIVIA CEREZOLI

SEST SENAT

Unidades desenvolveram ações voltadas para a educação no trânsito e alertaram sobre o

risco da combinação álcool, drogas e direção

Page 67: Retrato desolador

CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 2013 67

De acordo com o presiden-te da CNT e do Sest Senat, se-nador Clésio Andrade, a inten-ção de campanhas desse tipoé alertar os trabalhadores dotransporte e toda a comuni-dade sobre os perigos do usode álcool e de outras drogasao volante. “É importante res-saltar que o principal objetivoda Lei Seca não é combater ouso de álcool e drogas, e simsalvar vidas. Estudos apon-tam que cerca de 29 mil vidasseriam poupadas, por ano, seas pessoas não conduzissemveículos enquanto estão sobefeito dessas substâncias”,destaca Clésio Andrade.

Em Campo dos Goytacazes(RJ), o Sest Senat levou o tra-balho de conscientização paradentro da 1ª Festa do Caminho-neiro, realizada pela CoobraNorte (Cooperativa Brasileirade Transportadores Rodoviá-rios Autônomos de Bens doNorte Fluminense) e pela As-cam (Associação dos Motoris-tas Autônomos do Estado doRio de Janeiro).

Profissionais de diversasáreas apresentaram palestrase distribuíram materiais edu-

FOTOS SEST SENAT

UBERLÂNDIA (MG) Mais de 900 pessoas foram atendidas nas ações realizadas em parceria com outras entidades

Page 68: Retrato desolador

CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 201368

cativos que destacam a im-portância do comprometimen-to da população na reduçãodos acidentes no trânsito pro-vocados pelo consumo de ál-cool e drogas. Aproximada-mente, 3.000 pessoas partici-param das atividades e de pa-lestras com temas voltadospara segurança, direção de-fensiva e mobilidade urbana.

De acordo com o psicólogodo Sest Senat de Campo dosGoytacazes, Marcos AntonioVieira Peres, as orientações sãoimportantes para esclarecer queo uso de álcool e drogas reduz asensibilidade de percepção detempo e de espaço, afetando acapacidade de julgamento. “Ummotorista alcoolizado é menosatento ao que acontece a suavolta, tem o poder de decisãoreduzido e pode, inclusive, terum comportamento mais agres-sivo no trânsito”.

Pesquisa do Ministério daSaúde revela que o álcool estápresente no sangue de quasemetade das vítimas fatais dosacidentes de trânsito. As princi-pais vítimas são homens comidade entre 20 e 39 anos.

No início deste ano, as re-gras da Lei Seca ficaram maisrígidas. Desde então, não é to-lerada nenhuma quantidadede álcool no sangue. Motoris-tas que demonstrarem qual-quer dificuldade psicomotora

podem ser punidos, mesmo senegarem a realizar o teste dobafômetro. As autoridades detrânsito podem ainda compro-var a infração por meio deexame clínico, de perícia, devídeo ou do depoimento detestemunhas.

Em caso de confirmação deembriaguez ao volante, o condu-tor perde sete pontos da cartei-ra e deve pagar multa de R$1.915,40. Em caso de reincidênciano prazo de um ano, o valor édobrado. O veículo é retido até a

apresentação de outro condutorhabilitado para dirigir.

Em João Pessoa, na Paraíba,a unidade do Sest Senat realizoumuitas atividades, durante a Se-mana de Educação no Trânsito,para o público infantil. “Traba-lhar com as crianças é essencialpara a conscientização. Tudoaquilo que elas aprendem deforma lúdica contribui para aformação enquanto cidadãos.Além disso, as crianças são mul-tiplicadoras porque repassam oque aprenderam para os pais e

outros familiares”, explica a téc-nica de formação profissional deJoão Pessoa, Juliana Luna.

Um ônibus articulado, cedidopelo Grupo A. Cândido, serviu decenário para diversas atividadesna unidade. Foram realizadaspalestras sobre primeiros socor-ros e teatro de fantoches comorientações sobre o trânsito. Atradicional brincadeira da pes-caria trazia frases de alerta so-bre as regras que devem ser res-peitadas por motoristas e pe-destres.

CAMPO GRANDE (MS) Palestras orientaram profissionais de empresas da cidade

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CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 2013 69

pessoas com deficiência devemter no trânsito, e uma simulaçãode resgate mostrou os riscoscausados pelos acidentes envol-vendo veículos. O evento foi en-cerrado com uma caminhadapelo centro da cidade que pediua paz no trânsito.

No Pará, as palestras organi-zadas pela unidade de Marabáassociaram as orientações so-bre a Lei Seca à responsabilida-de da atividade profissional decada motorista dentro das em-presas do setor. Instrutores doSest Senat falaram da importân-cia da mudança de comporta-mento no trânsito e da necessi-dade de espalhar essa mensa-gem para os demais motoristas.Durante a semana, a unidadetambém recebeu alunos de di-versas escolas públicas que par-ticiparam de debates e pales-tras sobre o tema.

“Encerramos a Semana deEducação no Trânsito certosde que, mais uma vez, o SestSenat contribuiu para o apren-dizado e para a mudança decomportamento de muitosmotoristas, profissionais ounão. Sabemos que a campanhanão se encerra aqui e todas asdemais ações devem tambémestar focadas na segurança dotrânsito”, destaca Ioná da Sil-va, coordenadora de desenvol-vimento profissional do SestSenat Marabá. l

A unidade também participoude ação desenvolvida pela Supe-rintendência Executiva de Mobi-lidade Urbana em que voluntá-rios se passaram por pessoasacidentadas para chamar aatenção da população. “Essa ati-vidade foi realizada durante to-do o dia em uma praça de bas-tante movimento. As pessoasque passavam pelo local perce-biam como um acidente podeser violento. O impacto foi gran-de, e o resultado, muito positi-vo”, afirma Juliana.

As ações do Sest Senat Cam-po Grande (MS) foram realiza-das no auditório da unidade enas sedes de diversas empre-sas da cidade. Mais de 450 pes-soas assistiram às palestrasque tiveram como foco princi-pal o tema da campanha.

Profissionais do Sest Senatpassaram orientações para mo-toristas profissionais e funcio-nários de outras áreas das em-presas, que também são moto-ristas no dia a dia. As ações in-cluíram ainda os motociclistas

que diariamente enfrentam otrânsito nas grandes cidades.

Em Uberlândia (MG), mais de900 pessoas estiveram envolvi-das nas ações desenvolvidas pe-lo Sest Senat. Em parceria com aSecretaria Municipal de Trânsitoe Transporte, as polícias Militar eRodoviária Federal e o Corpo deBombeiros, foram realizadas pa-lestras voltadas para o públicoinfantil e para motoristas de em-presas de transporte da cidade.Blitze educativas alertaram so-bre os cuidados que idosos e

JOÃO PESSOA (PB) Programação ofereceu atividades educativas para crianças

Page 70: Retrato desolador

Estatístico, Econômico, Despoluir e Ambiental

Page 71: Retrato desolador

BOLETIM ESTATÍSTICO

RODOVIÁRIO

MALHA RODOVIÁRIA - EXTENSÃO EM KM

TIPO PAVIMENTADA NÃO PAVIMENTADA TOTAL

Federal 65.320 12.662 77.981Estadual Coincidente 18.032 4.778 22.810Estadual 110.842 111.334 222.176Municipal 26.827 1.234.918 1.261.745Total 221.020 1.363.692 1.584.712

MALHA RODOVIÁRIA CONCESSIONADA - EXTENSÃO EM KMAdminstrada por concessionárias privadas 14.768Administrada por operadoras estaduais 1.195

FROTA DE VEÍCULOSCaminhão 2.442.861Cavalo mecânico 520.707 Reboque 1.022.171Semi-reboque 759.350Ônibus interestaduais 17.309Ônibus intermunicipais 57.000Ônibus fretamento 23.489Ônibus urbanos 105.000

Nº de Terminais Rodoviários 173

INFRAESTRUTURA - UNIDADES

Terminais de uso privativo misto 122

Portos 37

FROTA MERCANTE - UNIDADES

Embarcações de cabotagem e longo curso 155

HIDROVIA - EXTENSÃO EM KM E FROTA

Vias Navegáveis 41.635

Vias economicamente navegadas 20.956

Embarcações próprias 1.864

AQUAVIÁRIO

FERROVIÁRIO

MALHA FERROVIÁRIA - EXTENSÃO EM KM

Total Nacional 30.129Total Concedida 28.692Concessionárias 11Malhas concedidas 12

MALHA POR CONCESSIONÁRIA - EXTENSÃO EM KMALL do Brasil S.A. 11.816FCA - Ferrovia Centro-Atlântica S.A. 8.066MRS Logística S.A. 1.674Outras 7.136Total 28.692

MATERIAL RODANTE - UNIDADESVagões 104.931Locomotivas 3.212Carros (passageiros urbanos) 1.670

PASSAGENS DE NÍVEL - UNIDADES Total 12.289Críticas 2.659

VELOCIDADE MÉDIA OPERACIONALBrasil 25 km/h EUA 80 km/h

AEROVIÁRIO

AERÓDROMOS - UNIDADESAeroportos Internacionais 29Aeroportos Domésticos 34Outros aeródromos - públicos e privados 2.527

AERONAVES REGISTRADAS NO BRASIL - UNIDADESTransporte regular, doméstico ou internacional 669 Transporte não regular: táxi aéreo 1.579Privado 8.825Outros 8.328Total 19.401

MATRIZ DO TRANSPORTE DE CARGAS

MODAL MILHÕES (TKU) PARTICIPAÇÃO (%)

Rodoviário 485.625 61,1

Ferroviário 164.809 20,7

Aquaviário 108.000 13,6

Dutoviário 33.300 4,2

Aéreo 3.169 0,4

Total 794.903 100

Page 72: Retrato desolador

CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 201372

BOLETIM ECONÔMICO

Investimentos em Transporte da União(Orçamento Fiscal)

(dados atualizados setembro/2013)

Orçamento Fiscal da União eOrçamento das Estatais (Infraero e Cia Docas)

* Veja a versão completa deste boletim em www.cnt.org.br

Autorizado* Total PagoValores Pagos do ExercícioObs.: O Total Pago inclui valores pagos do exercício atual e restos a pagar pagos de anos anteriores

2015

R$

bilh

ões

1050

25

0,96

16,40

8

INVESTIMENTOS FEDERAIS EM INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES*

Evolução do Investimento Federal em Infraestrutura de Transporte

Observações:

(1) Expectativa de crescimento do PIB para 2013.

(2) Taxa Selic conforme Copom 08/10/2013.

(3) Inflação acumulada no ano e em 12 meses até agosto/2013.

(4) Posição dezembro/2012 e setembro/2013 em US$ bilhões.

(5) Câmbio de fim de período divulgado em 02/10/2013, média entre compra e venda.

Fontes: Receita Federal, SIGA BRASIL - Senado Federal, IBGE e Focus (Relatório de Mercado27/09/13), Banco Central do Brasil.

Fonte: Orçamento Fiscal da União (SIGA BRASIL - Senado Federal);Orçamento de Investimentos das Empresas Estatais (DEST-MPOG).

Investimentos em transporte da União por Modal (total pago acumulado - até setembro/2013 (R$5,50 bilhões)

1,12(20,4%)

CONJUNTURA MACROECONÔMICA - SETEMBRO/2013

2012 acumuladoem 2013

últimos12 meses

expectativapara 2013

PIB (% cresc a.a.)1 0,9 2,6 1,9 2,40

Selic (% a.a.)2 7,25 9,50 9,75

IPCA (%)3 5,84 3,43 6,09 5,82

Balança Comercial 19,43 -1,61 2,08 2,00Reservas Internacionais4 373,14 376,04 -

Câmbio (R$/US$)5 2,04 2,25 2,30

Restos a Pagar Pagos

Rodoviário Ferroviário Aquaviário Aéreo

Autorizado União 16.407,27Dotação das Estatais (Infraero e Cia Docas) 3.331,26Total de Recursos Disponíveis 19.738,52

Rodoviário 4.231,97Ferroviário 1.124,29Aquaviário (União + Cia Docas) 309,69Aéreo (União + Infraero) 977,05

Investimento Total (Total Pago) 6.642,99

Investimento Total

2008

7,3 10,6 14,8 15,0 12,7

Rodoviário 5,1 7,8 10,3 11,2 9,4Ferroviário 0,9 1,0 2,5 1,6 1,1

Aquaviário (União + Cia Docas) 0,8 1,3 1,3 1,0 0,8Aéreo (União + Infraero) 0,5 0,5 0,7 1,2 1,4

2009 2010 2011 2012

Nota sobre a CIDE: Até o boletim econômico de março de 2013, a CNT realizava o acompanhamento da arrecadação edo investimento com recursos da CIDE-combustíveis, Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico, criada pelaLei 10.336, de 19/12/2001. Esse acompanhamento deixou de ser realizado, já que a alíquota da CIDE foi reduzida a zeropelo Decreto nº 7.764, de junho de 2012. Os recursos da CIDE eram destinados aos seguintes fins: (a) ao pagamento desubsídios a preços ou transporte de álcool combustível, gás natural e seus derivados e derivados de petróleo; (b) aofinanciamento de projetos ambientais relacionados com a indústria do petróleo e do gás; e (c) ao financiamento deprogramas de infraestrutura de transportes.

Nota (A) Dados atualizados até 28.09.2013 (SIGA BRASIL). (B) Em 18 de junho de 2013 foram excluídos R$ 6 bilhõesdo valor autorizado para investimento em transporte no Orçamento Fiscal. Esses recursos eram referentes a créditosextraordinários autorizados pela MP nº 598 de 27/12/2012. Findo o prazo para a apresentação do Projeto de DecretoLegislativo para a MP, esta perdeu a validade e os créditos previstos foram devidamente retirados do orçamento.

RECURSOS DISPONÍVEIS EINVESTIMENTO FEDERAL (ATÉ SETEMBRO DE 2013)

Orçamento Fiscal e Estatais (Infraero e Cia Docas)(R$ milhões correntes)

ORÇAMENTO FISCAL DA UNIÃO E ORÇAMENTO DAS ESTATAIS (INFRAERO E CIA DOCAS)

(valores em R$ bilhões correntes)

5,504,544,23

(76,8%)

8,06,0

R$ b

ilhõe

s co

rren

tes

4,02,0

0

10,0

16,014,012,0

Rodoviário Ferroviário Aquaviário AéreoInvestimento Total

2008 2009 2010 2011 2012

Fonte: Orçamento Fiscal da União (SIGA BRASIL - Senado Federal) e Orçamento de Investimentos dasEmpresas Estatais (DEST-MPOG).

Recursos Disponíveis

Investimento Realizado

0,09(1,7%)

0,06(1,1%)

Page 73: Retrato desolador

INVESTIMENTO PÚBLICO FEDERAL EM INFRAESTRUTURADE TRANSPORTE POR ESTADOS E REGIÕES

(VALORES EM R$ MILHÕES CORRENTES)1

ORÇAMENTO FISCAL (TOTAL PAGO2 POR MODAL DE TRANSPORTE)Rodoviário Ferroviário Aquaviário Aéreo Total

Acre 35,88 0,00 0,00 0,00 35,88Alagoas 269,61 0,00 0,00 0,00 269,61Amazonas 21,47 0,00 3,49 0,00 24,95Amapá 27,29 0,00 0,00 0,00 27,29Bahia 136,03 456,28 0,14 0,00 592,46Ceará 222,75 0,00 2,95 0,00 225,69Distrito Federal 4,78 0,00 0,00 0,00 4,78Espírito Santo 50,65 0,00 10,03 0,00 60,69Goiás 309,57 478,19 0,00 0,00 787,76Maranhão 182,67 0,00 16,21 0,00 198,88Minas Gerais 411,96 70,57 0,00 0,00 482,53Mato Grosso do Sul 68,54 5,33 0,00 0,00 73,87Mato Grosso 187,17 0,00 0,00 0,00 187,17Pará 187,92 0,00 0,36 0,00 188,28Paraíba 111,47 0,00 0,00 0,00 111,47Pernambuco 120,82 0,00 0,00 0,00 120,82Piauí 83,79 0,00 0,00 0,00 83,79Paraná 192,78 4,60 0,00 0,00 197,38Rio de Janeiro 278,65 17,28 0,20 0,00 296,13Rio Grande do Norte 63,57 0,00 0,00 0,00 63,57Rondônia 178,65 0,00 0,00 0,00 178,65Roraima 18,64 0,00 0,00 0,00 18,64Rio Grande do Sul 663,12 0,14 3,93 0,00 667,20Santa Catarina 218,55 0,13 0,88 0,00 219,56Sergipe 93,75 0,00 0,00 0,00 93,75São Paulo 9,57 68,44 11,27 0,00 89,27Tocantins 34,61 0,36 0,00 0,00 34,98Centro Oeste 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00Nordeste 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00Norte 0,00 0,00 3,35 0,00 3,35Sudeste 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00Sul 0,00 0,00 0,47 0,00 0,47Nacional 47,69 22,98 6,30 92,56 169,53Total 4.231,97 1.124,29 59,58 92,56 5.508,39

Elaboração: Confederação Nacional do Transporte* Dados atualizados até 28/09/2013 (siga Brasil)

Notas:(1) Foram utilizados os seguintes filtros: função (26), subfunção (781=aéreo, 782=rodoviário, 783=ferroviário, 784=aquaviário), GND (4=investimentos). Para a subfunção 781 (aéreo), não foi aplicado nenhum filtro para a função. Fonte: SIGA BRASIL (Execução do Orçamento Fiscal da União).(2) O total pago é igual ao valor pago no exercício acrescido de restos a pagar pagos.(3) O valor investido em cada região não é igual ao somatório do valor gasto nos respectivos estados. As obras classificadas por região são aquelas que atendem amais de um estado e por isso não foram desagregadas. Algumas obras atendem a mais de uma região, por isso recebem a classificação Nacional.

A partir de janeiro de 2013, a CNT passa a utilizar o SIGA BRASIL como fonte de dados da execução do Orçamento Fiscal da União. Até então, eram utilizados os bancos de dados elaborados pelaCOFF (Consultoria de Orçamento e Fiscalização Financeira) disponibilizados pela Câmara dos Deputados. O SIGA BRASIL é um sistema de informações sobre orçamento público, que permite acessoamplo e facilitado ao SIAFI e a outras bases de dados sobre planos e orçamentos públicos, por meio de uma única ferramenta de consulta . Por ser atualizado periodicamente, o SIGA BRASILpermite uma análise mais dinâmica da execução orçamentária federal. Além disso, o SIGA BRASIL disponibiliza na mesma base de dados os valores pagos no exercício e os restos a pagar pagos.Esta característica confere ao sistema maior precisão e segurança no acompanhamento dos investimentos em infraestrutura de transporte. Os dados de execução orçamentária para investimentoem infraestrutura de transporte são divulgados mensalmente pela Confederação Nacional do Transporte por meio de seu Boletim Econômico disponível na revista CNT Transporte Atual e nosite da instituição (www.cnt.org.br).

Esta

dos

REGI

ÕES3

Para consultar a execução detalhada, acesse o link http://www.cnt.org.br/Paginas/Boletim-economico.aspx

Mudança de fonte de dados de investimentos públicos federaisNota técnica CNT

Page 74: Retrato desolador

CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 201374

DESPOLUIR

A Confederação Nacional do Transporte (CNT) e o Sest Senat lançaram em 2007 o Programa Ambiental do Transporte - DESPOLUIR,com o objetivo de promover o engajamento de empresários, caminhoneiros autônomos, taxistas, trabalhadores em transporte e da sociedade na construção de um desenvolvimento verdadeiramente sustentável.

PROJETOS

• Redução da emissão de poluentes pelos veículos

• Incentivo ao uso de energia limpa pelo setor transportador

• Aprimoramento da gestão ambiental nas empresas, garagens e terminais

de transporte

• Cidadania para o meio ambiente

INSTITUIÇÕES PARTICIPANTES

Para participar do Projeto Redução da Emissão de Poluentes pelos Veículos,entre em contato com a Federação que atende o seu Estado.

NÚMEROS DE AFERIÇÕES ESTRUTURA

RESULTADOS DO PROJETO DE REDUÇÃO DAS EMISSÕES DE POLUENTES PELOS VEÍCULOS

820.587AGOSTOATÉ JULHO

20132007 A 2012 TOTAL

Aprovação no período

132.440 17.947 970.974

88,18% 90,30% 90,03% 88,61%

Federações participantes 20

Unidades de atendimento 68

Empresas atendidas 9.921

Caminhoneiros autônomos atendidos 11.159

O governo brasileiro adotou o biodieselna matriz energética nacional, atravésda criação do Programa Nacional de Pro-dução e Uso de Biodiesel e da aprovaçãoda Lei n. 11.097. Atualmente, todo o óleodiesel veicular comercializado ao consu-midor final possui biodiesel. Essa mistu-ra é denominada óleo diesel B e apresen-ta uma série de benefícios ambientais,estratégicos e qualitativos. O objetivodesta publicação é auxiliar na rotinaoperacional dos transportadores, apre-sentando subsídios para a efetiva ado-ção de procedimentos que garantam aqualidade do óleo diesel B, trazendo be-nefícios ao transportador e, sobretudo,ao meio ambiente.

A pesquisa “Caminhoneiros noBrasil - Relatório Síntese de Infor-mações Ambientais” apresenta arealidade e as necessidades de umdos principais agentes do setor detransporte. Informações econômi-cas, financeiras, sociais e ambien-tais, além de dados relacionados àfrota, como distribuição e idademédia; características dos veícu-los e dos deslocamentos; intensi-dade de uso e autonomia (km/l) dafrota permitem aprofundar os co-nhecimentos relativos ao setor detransporte rodoviário.

PUBLICAÇÕES DO DESPOLUIRConheça abaixo duas das diversas publicações ambientais que estãodisponíveis para download no site do DESPOLUIR:

Carga

FETRANSPORTES

FETRABASE

FETCESP

FETRANCESC

FETRANSPAR

FETRANSUL

FETRACAN

FETCEMG

FENATAC

FETRANSCARGA

FETRAMAZ

FETRANSPORTES

FETRABASE

FETRANSPOR

FETRONOR

FETRAM

FEPASC

CEPIMAR

FETRAMAR

FETRANORTE

FETRASUL

FETERGS

ES

BA e SE

SP

SC

PR

RS

AL, CE, PB, PE, PI, RN e MA

MG

DF, TO, MS, MT e GO

RJ

AC, AM, RR, RO, AP e PA

ES

BA e SE

RJ

RN, PB, PE e AL

MG

SC e PR

CE, MA e PI

MS, MT e RO

AM, AC, PA, RR e AP

DF, GO, SP e TO

RS

27.2125-7643

71.3341-6238

11.2632-1010

48.3248-1104

41.3333-2900

51.3374-8080

81.3441-3614

31.3490-0330

61.3361-5295

21.3869-8073

92.2125-1009

27.2125-7643

71.3341-6238

21.3221-6300

84.3234-2493

31.3274-2727

41.3244-6844

85.3261-7066

65.3027-2978

92.3584-6504

62.3598-2677

51.3228-0622

Passageiros

FEDERAÇÃO UFs ATENDIDAS TELEFONESETOR

Para saber mais: www.cntdespoluir.org.br

8

BOLETIM DO DESPOLUIR

Page 75: Retrato desolador

CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 2013 75

EMISSÕES DE CO2 POR MODAL DE TRANSPORTE

SETOR CO2 t/ANO PARTICIPAÇÃO (%)Mudança no uso da terra 1.202,13 76,35Industrial* 140,05 8,90Transporte 136,15 8,65Geração de energia 48,45 3,07Outros setores 47,76 3,03Total 1.574,54 100,00

MODAL CO2 t/ANO PARTICIPAÇÃO (%)Rodoviário 123,17 90,46Aéreo 7,68 5,65Outros meios 5,29 3,88Total 136,15 100,00

EMISSÕES DE CO2 NO BRASIL(EM BILHÕES DE TONELADAS - INCLUÍDO MUDANÇA NO USO DA TERRA)

EMISSÕES DE CO2 POR SETOR

*Inclui processos industriais e uso de energia

NÃO-CONFORMIDADES POR NATUREZA NO ÓLEO DIESEL - AGOSTO 2013

Corante 4,1%

80%70%60%50%40%30%20%

Aspecto 45,1%

Pt. Fulgor 24,0%

Enxofre 10,2%

Teor de Biodiesel 14,2%Outros 2,4%

QUALIDADE DO ÓLEO DIESELTEOR MÁXIMO DE ENXOFRE (S) NO ÓLEO DIESEL (em ppm de s )*

Japão 10EUA 15Europa 10 a 50

Brasil 10**

CE: Fortaleza, Aquiraz, Horizonte, Caucaia, Itaitinga, Chorozinho, Maracanaú, Euzébio, Maranguape, Pacajus, Guaiúba, Pacatuba, São Gonçalo doAmarante, Pindoretama e Cascavel.PA: Belém, Ananindeua, Marituba, Santa Bárbara do Pará, Benevides e Santa Isabel do Pará.PE: Recife, Abreu e Lima, Itapissuma, Araçoiaba, Jaboatão dos Guararapes, Cabo de Santo Agostinho, Moreno, Camaragibe, Olinda, Igarassu, Paulista,Ipojuca, Itamaracá e São Lourenço da Mata.Frotas cativas de ônibus dos municípios: Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Curitiba, Salvador, Porto Alegre e São Paulo.RJ: Rio de Janeiro, Belford Roxo, Nilópolis, Duque de Caxias, Niterói, Guapimirim, Nova Iguaçu, Itaboraí, Paracambi, Itaguaí, Queimados, Japeri, São Gonçalo, Magé, São João de Meriti, Mangaratiba, Seropédica, Maricá, Tanguá e Mesquita.SP: São Paulo, Americana, Mairiporã, Artur Nogueira, Mauá, Arujá, Mogi das Cruzes, Barueri, Mongaguá, Bertioga, Monte Mor, Biritibamirim, NovaOdessa, Caçapava, Osasco, Caieiras, Paulínia, Cajamar, Pedreira, Campinas, Peruíbe, Carapicuíba, Pindamonhangaba, Cosmópolis, Pirapora do BomJesus, Cotia, Poá, Cubatão, Praia Grande, Diadema, Ribeirão Pires, Embu, Rio Grande da Serra, Embuguaçu, Salesópolis, Engenheiro Coelho, SantaBárbara d’ Oeste, Ferraz de Vasconcelos, Santa Branca, Francisco Morato, Santa Isabel, Franco da Rocha, Santana de Parnaíba, Guararema, SantoAndré, Guarujá, Santo Antônio da Posse, Guarulhos, Santos, Holambra, São Bernardo do Campo, Hortolândia, São Caetano do Sul, Igaratá, São Josédos Campos, Indaiatuba, São Lourenço da Serra, Itanhaém, São Vicente, Itapecerica da Serra, Sumaré, Itapevi, Suzano, Itaquaquecetuba, Taboão daSerra, Itatiba, Taubaté, Jacareí, Tremembé, Jaguariúna, Valinhos, Jandira, Vargem Grande Paulista, Juquitiba e Vinhedo.

10%0%

Automóveis Comerciais Leves (Otto) GNVMotocicletas CaminhõesPesados

Caminhõesmédios

Comerciais Leves(Diesel)

ÔnibusRodoviários

CaminhõesLeves

ÔnibusUrbanos

60%

50%

40%

30%

20%

10%

0%

NOxNMHcCOCH4

CO2

NOxCONMHcMP

CO2

AL AM

% N

C

AP BA CE DF ES GO MA MG MS MT PA PB PE PI PR RJ RN RO RR RS SC SE SP TO Brasil

3,8

0,00,02,8

4,8

0,0 1,4

4,5

0,5 2,0 2,9 3,1

AC3,0 11,0 2,1 1,9 6,4 0,9 2,1 0,0 0,3 3,8 0,0 6,9 3,7 5,3 2,8 4,8 2,1 2,9 2,3 0,0 4,5 1,4 0,5 2,0 2,9 0,0 3,10,02,3 11,2 4,0 3,8 2,6 3,5 0,0 2,0 3,9 0,0 6,9 4,7 3,3 3,1 3,8 1,6 3,0 3,9 0,0 3,3 1,2 0,9 1,0 2,9 0,0 3,20,0

Trimestre Anterior

Trimestre Atual

0,90.3

3,7

1,92,13,0

0,00

12108

20

1618

14

642

2,10,0

Percentual relativo ao número de não-conformidades encontradas no total de amostras coletadas. Cada amostra analisada pode conter uma ou mais não-conformidades.

6,4

2,9

6,9

2,1

ÍNDICE TRIMESTRAL DE NÃO-CONFORMIDADES NO ÓLEO DIESEL POR ESTADO - AGOSTO 2013

11,0

Diesel 44,76 44,29 49,23 52,26 55,90 38,44

Gasolina 25,17 25,40 29,84 35,49 39,69 26,87

Etanol 13,29 16,47 15,07 10,89 9,85 6,72

CONSUMO DE COMBUSTÍVEIS NO BRASIL

CONSUMO DE ÓLEO DIESEL POR MODAL DE TRANSPORTE (em milhões de m3)

CONSUMO TOTAL POR TIPO DE COMBUSTÍVEL (em milhões de m3)*

* Inclui consumo de todos os setores (transporte, indústria, energia, agricultura, etc).** Dados atualizados em 01 de outubro de 2013.

Rodoviário 38,49 97% 34,46 97% 36,38 97%

Ferroviário 0,83 2% 1,08 3% 1,18 3%

Hidroviário 0,49 1% 0,14 0% 0,14 0%

Total 39,81 100% 35,68 100% 37,7 100%

2009VOLUMEMODAL % VOLUME % VOLUME %

2010 2011

* Em partes por milhão de S - ppm de S** Municípios com venda exclusiva de S10. Para ver a lista dos postos que ofertam o diesel S10, consulte o site do DESPOLUIR: www.cntdespoluir.org.br*** A partir de 2013, 59% do chamado diesel interiorano passam a ser S500. Para mais informações, consulte a seção Legislação no Site do DESPOLUIR:

www.cntdespoluir.org.br

Demais estados e cidades 500 ou 1800***

TIPO 2008 2009 2010 2011 2012 2013**

* Inclui veículos movidos a gasolina, etanol e GNV** Dados fornecidos pelo último Inventário Nacional de Emissões Atmosféricas por Veículos Automotores Rodoviários – MMA, 2011.

EMISSÕES DE POLUENTES - VEÍCULOS CICLO OTTO* - 2009** EMISSÕES DE POLUENTES - VEÍCULOS CICLO DIESEL - 2009**

5,3

4,9

BOLETIM AMBIEN TAL

(agosto)

24,0%

2,3

10,2%

14,2%2,4% 4,1%

45,1%

Page 76: Retrato desolador

Para saber mais: www.cntdespoluir.org.br

8

EFEITOS DOS PRINCIPAIS POLUENTES ATMOSFÉRICOS DO TRANSPORTE

POLUENTES PRINCIPAIS FONTES CARACTERÍSTICASEFEITOS

SAÚDE HUMANA1 MEIO AMBIENTE

Resultado do processo decombustão de fonte móveis2

e de fontes fixas industriais3.Gás incolor, inodoro e tóxico.

Diminui a capacidade do sangue em transportar oxigênio. Aspirado em grandesquantidades pode causar a morte.

Dióxido deCarbono

(CO2)

Resultado do processo decombustão de fonte móveis2

e de fontes fixas industriais3.Gás tóxico, sem cor e sem odor.

Provoca confusão mental, prejuízo dos reflexos, inconsciência, parada das funções cerebrais.

Metano(CH4)

Resultado do processo decombustão de fontes móveis2

e fixas3, atividades agrícolas e pecuárias, aterros sanitários e processos industriais4.

Gás tóxico, sem cor, sem odor.Quando adicionado a águatorna-se altamente explosivo.

Causa asfixia, parada cardíaca,inconsciência e até mesmo danosno sistema nervoso central, se inalado.

Compostosorgânicosvoláteis(COVs)

Resultado do processo decombustão de fonte móveis2

e processos industriais4.

Composto por uma grandevariedade de moléculas a basede carbono, como aldeídos,cetonas e outroshidrocarbonetos leves.

Causa irritação da membrana mucosa, conjuntivite, danos na pele e nos canaisrespiratórios. Em contato com a pele podedeixar a pele sensível e enrugada e quandoingeridos ou inalados em quantidades elevadas causam lesões no esôfago,traqueia, trato gastro-intestinal, vômitos,perda de consciência e desmaios.

Óxidos denitrogênio

(NOx)

Formado pela reação do óxido denitrogênio e do oxigênio reativopresentes na atmosfera e queima de biomassa e combustíveis fósseis.

O NO é um gás incolor, solúvel.O NO2 é um gás de cor acastanhada ou castanho avermelhada, de cheiro forte eirritante, muito tóxico. O N2O éum gás incolor, conhecidopopularmente como gás do riso.

O NO2 é irritante para os pulmões ediminui a resistência às infecçõesrespiratórias. A exposição continuada oufrequente a níveis elevados pode provocartendência para problemas respiratórios.

Causam o aquecimento global,por serem gases de efeito estufa.Causadores da chuva ácida5.

Ozônio(O3)

Formado pela quebra dasmoléculas dos hidrocarbonetos liberados por alguns poluentes,como combustão de gasolina ediesel. Sua formação éfavorecida pela incidência deluz solar e ausência de vento.

Gás azulado à temperaturaambiente, instável, altamentereativo e oxidante.

Provoca problemas respiratórios,irritação aos olhos, nariz e garganta.

Causa destruição e afeta o desenvolvimento de plantas e animais, devido a sua naturezacorrosiva. Além de causar o aquecimento global, por ser um gás de efeito estufa.

Dióxido de enxofre(SO2)

Resultado do processo decombustão de fontes móveis2

e processos industriais4.

Gás denso, incolor, não inflamávele altamente tóxico.

Provoca irritação e aumento naprodução de muco, desconforto narespiração e agravamento deproblemas respiratórios ecardiovasculares.

Causa o aquecimento global, porser um gás de efeito estufa.Causador da chuva ácida5, quedeteriora diversos materiais, acidifica corpos d'água e provocadestruição de florestas.

Materialparticulado

(MP)

Resultado da queimaincompleta de combustíveise de seus aditivos, deprocessos industriais e dodesgaste de pneus e freios.

1. Em 12 de junho de 2012, segundo o Comunicado nº 213, o Centro Internacional de Pesquisas sobre o Câncer (IARC, em inglês), que é uma agência da Organização Mundial da Saúde (OMS), classificou a fumaça do diesel comosubstância cancerígena (grupo 1), mesma categoria que se encontram o amianto, álcool e cigarro.

2. Fontes móveis: motores a gasolina, diesel, álcool ou GNV.3. Fontes fixas: Centrais elétricas e termelétricas, instalações de produção, incineradores, fornos industriais e domésticos, aparelhos de queima e fontes naturais como vulcões, incêndios florestais ou pântanos.4. Processos industriais: procedimentos envolvendo passos químicos ou mecânicos que fazem parte da fabricação de um ou vários itens, usualmente em grande escala.5. Chuva ácida: a chuva ácida, também conhecida como deposição ácida, é provocada por emissões de dióxido de enxofre (SO2) e óxidos de nitrogênio (NOx) de usinas de energia, carros e fábricas. Os ácidos nítrico e sulfúrico

resultantes podem cair como deposições secas ou úmidas. A deposição úmida é a precipitação: chuva ácida, neve, granizo ou neblina. A deposição seca cai como particulados ácidos ou gases.

Conjunto de poluentes constituídode poeira, fumaça e todo tipo dematerial sólido e líquido que semantém suspenso. Possuemdiversos tamanhos emsuspensão na atmosfera. Otamanho das partículas estádiretamente associado ao seupotencial para causar problemasà saúde, quanto menores,maiores os efeitos provocados.

Incômodo e irritação no nariz egarganta são causados pelaspartículas mais grossas. Poeirasmais finas causam danos aoaparelho respiratório e carregamoutros poluentes para os alvéolospulmonares, provocando efeitoscrônicos como doençasrespiratórias, cardíacas e câncer.

Altera o pH, os níveis depigmentação e a fotossíntesedas plantas, devido a poeiradepositada nas folhas.

Causam o aquecimento global,por serem gases de efeito estufa.

Monóxido decarbono

(CO)

Page 77: Retrato desolador
Page 78: Retrato desolador

timento privado, que requer aremuneração do investimentosob a forma de lucro, o que éjusto, considerando o custo deoportunidade do capital.

Por outro lado, muito se falana ineficiência do Estado, tra-zendo a atuação da iniciativaprivada como forma de suprirtal disfunção. Há de se conside-rar dois aspectos. Infraestrutu-ra pública é, sem dúvida, ativi-dade exclusiva de Estado, poisdeve contemplar políticas pú-blicas de desenvolvimento, en-tre outros fatores fundamen-tais de soberania de uma na-ção. Porém, a centralização es-tatal da operação dos serviçostem demonstrado produtivida-de aquém do desejado.

A participação do capitalprivado na infraestrutura, emgeral, e, particularmente no se-tor de transportes, tem atendi-do mais satisfatoriamente aexecução dos serviços. Emcontrapartida, experiênciastêm demonstrado que a faltade acompanhamento e de ins-trumentos que impeçam queinteresses particulares se so-breponham ao público é omaior questionamento que asociedade deve impor.

Por exemplo, é consensoque o crescimento do modorodoviário, em detrimento doferroviário, só ocorreu devi-do a interesses de atores pri-vados, montadoras de veícu-los, produtores de petróleo,entre outros, e, como conse-quência, o Brasil tem hojegrande ônus financeiro, am-biental, econômico e socialdecorrente do abandono dasferrovias para o transportede pessoas e cargas.

Assim, evidentemente nãoé apenas o investimento dosetor privado que proverá demelhorias a infraestrutura detransporte. O Estado não po-de prescindir de sua atribui-ção de atuar na infraestrutu-ra pública como instrumentode gestão social e econômi-ca. A melhoria virá à medidaque o acompanhamento esta-tal e o gerenciamento do go-verno sobre o investimentoprivado, na operação dosserviços de transporte, pro-porcione a remuneração jus-ta que mantenha a atrativi-dade para o setor privado,mas faça prevalecer comopremissa básica da obser-vância do interesse público.

TEMA DO MÊS O caminho para melhorar a infraestrutura de transportes no

MARTHA MARTORELLIPresidente da Aneinfra (AssociaçãoNacional dos Analistas e Especialistas em Infraestrutura)

“O Estado não pode prescindir de sua atribuição de atuar na infraestruturapública como instrumento de gestão social e econômica”

A premissa básica deveser o interesse público

Comprovadamente, oprocesso de indus-trialização do perío-do pós-guerra trouxe

consigo significativo aumentodo investimento na infraes-trutura nacional até o fim dosanos 70. Da década de 80 atéo fim do século, crises diver-sas abrem espaço para o au-mento nas privatizações, in-crementando a participaçãoda iniciativa privada nas prin-cipais áreas de infraestrutura.No início do século 21, a redu-ção no investimento públicodo setor já havia sido reduzi-do pela metade.

Não há mais quem questio-ne que infraestrutura é fatorde desenvolvimento econômi-co e social. Inúmeros autoresjá comprovaram cientificamen-te que o capital público investi-do em infraestrutura produzmais retorno produtivo para asociedade quando comparadocom o mesmo investimento docapital privado. Isso é facil-mente justificado pelo fato denão haver remuneração pelocapital, no caso público, ou se-ja, o retorno seria todo aplica-do internamente à estruturapública, ao contrário do inves-

MARTHA MARTORELLI

Page 79: Retrato desolador

Brasil é apenas o investimento do setor privado?

Ocrescimento popula-cional do país no úl-timo século e o con-sequente aumento

da demanda por deslocamen-to de cidadãos e produtosnão foram acompanhadoshistoricamente por uma polí-tica de investimentos unifica-da em nível nacional que per-mitisse a sua adequada estru-turação. Diante desse cenário,o deficit do ultrapassado sis-tema de transporte brasileiroacarreta uma série de prejuí-zos para o desenvolvimentosocioeconômico nacional.

Em sua configuração ma-cro, o transporte é um garga-lo para a competitividadebrasileira, no momento emque transcende a ideia dosmeios propriamente utiliza-dos, mas envolve um conjun-to de questões referentes àmobilidade urbana e à infra-estrutura. O transporte públi-co não pode ser planejado deforma isolada da lógica urba-na, como se configura o inefi-ciente modelo atual, sobretu-do nas grandes metrópoles,que concentram a maior par-te da população do país.

Essa ineficiência operacio-

vanca a sétima maior econo-mia do mundo.

Para sanar o gargalo, épreciso pensar o transportebrasileiro como um robustosistema integrado, e o Estadotem papel central nisso. Nocontexto atual, atrair um vo-lume maior de investimentosnão é o suficiente. A chave dosucesso é realizar investi-mentos com foco em médio elongo prazo, baseados emmodelos de gestão e transpa-rência para potencializar osresultados alcançados paraos setores público e privado.

Como parte desse choquede gestão proposto pelo MBC(Movimento Brasil Competiti-vo), deve-se considerar umconjunto de ferramentas etécnicas de monitoramentode gastos e de gerenciamentode processos, visando gerarmaior eficiência para o país ereduzir desperdícios. O cami-nho para gerar o verdadeirosalto de desenvolvimento nosetor de transportes e prestarserviços de qualidade aos ci-dadãos, portanto, é investir nagovernança e naqueles fato-res que geram um ambientemais inovador e competitivo.

ABÍLIO DOS SANTOS BRAGADiretor-presidente do MBC(Movimento Brasil Competitivo)

A chave do sucesso é investir e focar em médio e longo prazo

“É na infraestrutura que está um dos maiores desafios paraalcançar o crescimento sustentado e elevar a competitividade”

nal, que pode ser percebidaem diferentes níveis nas re-giões brasileiras, gera prejuí-zos diretos tanto para a so-ciedade como para a indús-tria nacional. É na infraestru-tura que está um dos maioresdesafios para alcançar ocrescimento sustentado dopaís. O Brasil fica atrás depaíses emergentes e mesmodos vizinhos em quesitos bá-sicos: dentro do territóriobrasileiro, por exemplo, ocusto de logística chega acustar 15% do valor do pro-duto. Sem investir em estru-tura de transporte e inova-ção, o país não elevará suacompetitividade.

Apesar dos investimentosem função do PAC (Programade Aceleração do Crescimen-to), do pré-sal e de eventosesportivos, como a Copa doMundo e as Olimpíadas, o rit-mo desse processo ainda élento. No momento em quefor entregue, essa infraes-trutura irá atender à deman-da atual e imediatamenteaparecerão novas necessida-des modais. Esse é o tipo deequívoco que não pode maisse repetir no país que ala-

ABÍLIO DOS SANTOS BRAGA

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CLÉSIO ANDRADEOPINIÃO

ntre os mais importantes segmentos de transportede pessoas estão os serviços de táxi que, com otransporte rodoviário coletivo urbano, realizam odeslocamento de milhares de pessoas com as maisvariadas finalidades. Assim, além de desempenharum papel indispensável ao dinamismo das cidades e

na mobilidade das pessoas, os serviços de táxi tambémapoiam a atividade turística, transportando para o tu-rismo de negócios, de lazer, religioso ou ecológico.

O taxista é uma espécie de cartão de visitas vi-vo, já que ele é o primeiro contato de quem chega auma determinada localidade, que transmite infor-mações essenciais e úteis ao visitante, oferece asmelhores dicas da cidade para quem está fora decasa, seja a lazer ou a trabalho, e, algumas vezes,até mesmo para os residentes. Circular pela cidadefaz com que o taxista seja aquele que conhece me-lhor do que qualquer outro cidadão o melhor localpara se hospedar, visitar, comer ou fazer compras.

No último mês de outubro, esses valorosos profis-sionais foram beneficiados pela medida provisória nº615/2013, que admite que a concessão da licença de ta-xista seja tratada como patrimônio, permitindo a suatransferência para terceiros ou para os herdeiros, emcaso de falecimento do titular. Essa medida contoucom meu total empenho para sua aprovação e foi commuita satisfação que participei - com a presidente Dil-ma Rousseff e com representantes dos taxistas - dasolenidade que sancionou aquele instrumento legal.

Essa foi realmente uma grande vitória para osnossos taxistas e para o setor de transporte. Trata-sede um importante trabalho do Senado e do Congres-so Nacional em prol dessa categoria profissional que,sendo de autônomos, na grande maioria dos casos,luta incessantemente para garantir uma vida dignapara seus familiares, sempre na incerteza do que se-rá deles em caso de seu falecimento. Muitas lideran-ças de taxistas têm expressado para mim a sua ale-

gria porque essa medida resgata um sonho antigodesses profissionais, que seria garantir, de algumaforma, o futuro sustento de sua família.

O dia a dia de trabalho dos taxistas é árduo. Eles en-frentam os congestionamentos, a falta de segurança,especialmente nos grandes centros urbanos, e o estres-se do trânsito caótico de muitas cidades, provenientedas dificuldades modernas de mobilidade urbana. Comtudo isso, era urgente que fosse feita justiça e que osdescendentes dessa categoria de profissionais pudes-sem se sentir mais seguros.

Muitas vezes, são os taxistas os únicos responsáveispelo sustento de suas famílias. E na ausência do titular,não fazia sentido que, além da dor da perda, os familia-res ficassem também sem a única fonte de renda. Aofim, o mais importante é o direito legítimo à sucessãoque esposas, filhos e herdeiros passam a ter, garantin-do a manutenção da renda, na ausência permanente dotitular. Rompe-se, com a lei, o trauma financeiro que re-presentava para a família a morte do provedor taxista.

A CNT recebe com entusiasmo a nova lei da heredi-tariedade de concessão para os taxistas, com a com-preensão de que se faz justiça a um profissional im-prescindível ao bom funcionamento das cidades e me-recedor de mais atenção em suas reivindicações pelopoder público. Porém, acima de tudo, os transportado-res acreditam que os novos direitos aos motoristas detáxis representam aperfeiçoamento e melhores condi-ções de prestação do serviço, especialmente às véspe-ras dos grandes eventos mundiais esportivos que serãorealizados no Brasil no ano que vem e em 2016. Portan-to, torna-se ainda mais imprescindível que esses profis-sionais sejam devidamente valorizados. Na Copa doMundo e nas Olimpíadas, o trabalho dessa categoria se-rá fundamental para o bom acolhimento dos milharesde turistas de todo o mundo que estarão no Brasil.

Parabéns a todos os taxistas por essa vitória agoraconquistada.

EValorização do taxista

“Era urgente que fosse feita justiça e que os descendentes dessacategoria de profissionais pudessem se sentir mais seguros”

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DOS LEITORES

Escreva para CNT TRANSPORTE ATUALAs cartas devem conter nome completo, endereço e telefone dos remetentes

SUCATA

É louvável a parceria da Ferroestecom o Dnit para a recuperação eposterior utilização dos equipamentos que pertenceramà extinta Rede Ferroviária Federal,como bem mostrou a reportagempublicada na edição nº 216 darevista CNT Transporte Atual. Estão de parabéns os protagonistasdessa iniciativa. Não há motivospara que essas peças se percamse elas podem ser reaproveitadas.

Joaquim SimãoConselheiro Lafaiete/MG

CONTEÚDO DA REVISTA

Conheci a revista CNT TransporteAtual por meio de um amigo taxista e gostei muito do conteúdodas reportagens. Elas abordamassuntos diversos e de interessepara pessoas que, como eu, estão atrás de oportunidadesnos setores de transporte e delogística. Tenho acompanhado ocrescimento brasileiro nessasáreas, e acredito que a tendênciaé que a cada dia elas ofereçammais chances de trabalho. Queroparabenizar toda a equipe dessa publicação.

César ArrudaFeira de Santa/BA

MAIS TRANSPORTE

Gosto muito de ler as notas quesão publicadas na seção “Mais

Transporte” da revista. Elas trazem um panorama das novidades e tendências notransporte de cargas e de passageiros, além de notíciassobre os setores aquaviário, ferroviário e o de aviação. Sempre de forma clara e objetiva. As fotos são semprebem interessantes, o que valoriza ainda mais a seção.Continuem nos informando desta forma.

Joana KarlaAnápolis/GO

REPORTAGEM DE CAPA

São vários os motivos que determinam o sucesso ou ofracasso dos leilões de obras deinfraestrutura no Brasil. Mas, semdúvida, a falta de planejamento, de regras claras e a morosidadeimposta pela burocracia aos processos estão entre osprincipais. A reportagem de capada revista nº 216 vai direto ao ponto. É preciso eliminar as incertezas que cercam as concessõesou veremos os interessados investindo em outros países.

João CalixtoTeresina/PI

CARTAS PARA ESTA SEÇÃO

SAUS, quadra 1, bloco JEdifício CNT, entradas 10 e 20, 11º andar70070-010 - Brasília (DF)E-mail: [email protected]

Por motivo de espaço, as mensagens serão selecionadas e poderão sofrer cortes

CNTCONFEDERAÇÃO NACIONAL DO TRANSPORTE

PRESIDENTE Clésio Andrade

VICE-PRESIDENTES DA CNTTRANSPORTE DE CARGAS

Newton Jerônimo Gibson Duarte RodriguesTRANSPORTE AQUAVIÁRIO, FERROVIÁRIO E AÉREO

Meton Soares JúniorTRANSPORTE DE PASSAGEIROS

Jacob Barata FilhoTRANSPORTADORES AUTÔNOMOS, DE PESSOAS E DE BENS

José Fioravanti

PRESIDENTES DE SEÇÃO E VICE-PRESIDENTES DE SEÇÃOTRANSPORTE DE PASSAGEIROS

Marco Antonio Gulin Otávio Vieira da Cunha Filho TRANSPORTE DE CARGAS

Flávio BenattiPedro José de Oliveira LopesTRANSPORTADORES AUTÔNOMOS, DE PESSOAS E DE BENS

José da Fonseca LopesEdgar Ferreira de Sousa

TRANSPORTE AQUAVIÁRIO

Glen Gordon Findlay

Paulo Cabral Rebelo

TRANSPORTE FERROVIÁRIO

Rodrigo Vilaça

Júlio Fontana Neto

TRANSPORTE AÉREO

Urubatan Helou

José Afonso Assumpção

CONSELHO FISCAL (TITULARES)

David Lopes de Oliveira

Éder Dal’lago

Luiz Maldonado Marthos

José Hélio Fernandes

CONSELHO FISCAL (SUPLENTES)

Waldemar Araújo

André Luiz Zanin de Oliveira

José Veronez

Eduardo Ferreira Rebuzzi

DIRETORIA

TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE PASSAGEIROS

Luiz Wagner Chieppe

Alfredo José Bezerra Leite

Lelis Marcos Teixeira

José Augusto Pinheiro

Victorino Aldo Saccol

José Severiano Chaves

Eudo Laranjeiras Costa

Antônio Carlos Melgaço Knitell

Eurico Galhardi

Francisco Saldanha Bezerra

Jerson Antonio Picoli

João Rezende Filho

Mário Martins

TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE CARGAS

Luiz Anselmo Trombini

Urubatan Helou

Irani Bertolini

Pedro José de Oliveira Lopes

Paulo Sérgio Ribeiro da Silva

Eduardo Ferreira Rebuzzi

Oswaldo Dias de Castro

Daniel Luís Carvalho

Augusto Emílio Dalçóquio

Geraldo Aguiar Brito Viana

Augusto Dalçóquio Neto

Euclides Haiss

Paulo Vicente Caleffi

Francisco Pelúcio

TRANSPORTADORES AUTÔNOMOS, DE PESSOAS E DE BENS

Edgar Ferreira de Sousa

José Alexandrino Ferreira Neto

José Percides Rodrigues

Luiz Maldonado Marthos

Sandoval Geraldino dos Santos

Éder Dal’ Lago

André Luiz Costa

Diumar Deléo Cunha Bueno

Claudinei Natal Pelegrini

Getúlio Vargas de Moura Bratz

Nilton Noel da Rocha

Neirman Moreira da Silva

TRANSPORTE AQUAVIÁRIO, FERROVIÁRIO E AÉREO

Hernani Goulart Fortuna

Paulo Duarte Alecrim

André Luiz Zanin de Oliveira

Moacyr Bonelli

George Alberto Takahashi

José Carlos Ribeiro Gomes

Roberto Sffair

Luiz Ivan Janaú Barbosa

José Roque

Fernando Ferreira Becker

Raimundo Holanda Cavacante Filho

Jorge Afonso Quagliani Pereira

Alcy Hagge Cavalcante

Eclésio da Silva

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