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Página - 1 CEI-AGU/PGFN 1ª RODADA - 22/07/2015 1ª RODADA - 22/07/2015 RETA FINAL CEI - AGU/PGFN RECADO IMPORTANTE: é proibida a reprodução deste material, ainda que sem fins lucrativos. O CEI possui um sistema de registro de dados que marca o material com o seu CPF ou nome de usuário. O descumprimento dessa orientação acarretará na sua exclusão do Curso. Agradecemos pela sua gentileza de adquirir honestamente o curso e permitir que o CEI continue existindo. PREPARATÓRIO PARA A ADVOCACIA GERAL DA UNIÃO E PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA NACIONAL

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1ª RODADA - 22/07/2015

RETA FINALCEI-AGU/PGFN

RECADO IMPORTANTE: é proibida a reprodução deste material, ainda que sem fins lucrativos. O CEI possui um sistema de registro de dados que marca o material com o seu CPF ou nome de usuário. O descumprimento dessa orientação acarretará na sua exclusão do Curso. Agradecemos pela sua gentileza de adquirir honestamente o curso e permitir que o CEI continue existindo.

PREPARATÓRIO PARA A ADVOCACIA GERAL DA UNIÃO E PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA NACIONAL

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PROFESSORES

CAROLINA BLUM. Professora de Direito Econômico, Financeiro e Empresarial e coordenadora do curso.Procuradora do Banco Central, lotada em Curitiba – PR (aprovada em 10º lugar – concurso 2013/2014). Graduada em Direito pela Universidade de Passo Fundo/RS. Pós graduando em Direito Empresarial. Aprovada também no concurso de Procurador Federal (2013/2014).

PAULO HENRIQUE LOPES DE LIMA. Professor de Direito Ambiental e coordenador do curso.Advogado. Graduado em Direito pelo Centro Universitário UNIEURO. Exerceu o cargo de Assessor de Procurador Regional da República de 2008 a 2010. Pós graduando em Direito Ambiental. Aprovado nos concursos de Procurador Federal (2013/2014) e Procurador do Estado da Bahia (2013/2014).

SADI TOLFO JUNIOR. Professor de Direito Constitucional e Administrativo.Advogado da União, lotado em Brasília (concurso de 2012/2013). Especialista em Direito Público. Graduado em Direito pela Universidade Federal de Santa Maria/RS. Assistente da Coordenação-Geral de Assuntos Estratégicos da Consultoria Jurídica do Ministério da Integração Nacional.

CAMILLO PIANA. Professor de Direito Processual Civil e Tributário.Procurador da Fazenda Nacional, lotado em Canoas – RS (concurso 2012/2013). Graduado em Direito pela Universidade de Passo Fundo/RS (2011/2012). Aprovado também nos concursos de Advogado da Caixa Econômica Federal (2012), Procurador e Assessor Jurídico do Município de Novo Hamburgo/RS (2012).

CARLOS HENRIQUE BENEDITO NITÃO LOUREIRO. Professor de Direito Civil, Penal e Processo Penal.Procurador Federal, lotado em Boa Vista/RR – Concurso 2013/2014, onde atua na Procuradoria Federal Especializada junto ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Roraima/IFRR. Graduado em Direito pela Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas – FACISA – Campina Grande/PB. Pós-Graduando em Direito Administrativo pela Universidade Estácio de Sá e Complexo de Ensino Renato Saraiva. Aprovado também nos concursos de Analista e Técnico do TJPE; Advogado da Câmara Municipal de João Pessoa; Procurador da Assembléia Legislativa da Paraíba; Procurador do Município de Maceió; Advogado do DETRAN/PB..

VINÍCIUS DE AZEVEDO FONSECA. Professor de Internacional Público e Internacional Privado.Advogado da União, lotado na Procuradoria da União no Estado de Mato Grosso, onde atua no grupo de patrimônio público e probidade administrativa. Membro do Grupo Permanente de Atuação Proativa da Procuradoria-Geral da União. Integrante da Comissão Executiva da Escola da AGU no Estado de Mato Grosso. Bacharel em Direito pela Universidade de Caxias do Sul, com extensão universitária em Direito Internacional Público, Direito Internacional Privado e Direito Comunitário pela Universidade de Coimbra. Aprovado nos concursos para Advogado da União 2012/2013 (3° lugar) e Procurador do Estado do Rio Grande do Sul 2011/2012 (8° lugar).

JOÃO EULÁLIO DE PÁDUA FILHO. Professor de Direito do Trabalho, Direito Processual do Trabalho e Seguridade Social.Advogado da União, lotado em Manaus (concurso 2012/2013). Foi Procurador do Estado de São Paulo (concurso 2012/2013). Graduado em Direito pela Universidade Federal do Piauí. Pós-Graduado em Direito Público pela Universidade Federal do Piauí, em convênio com a Escola Superior da Magistratura do Piauí – ESMEPI. Pós-Graduado em Direito Privado pela Universidade Federal do Piauí, em convênio com a Escola Superior da Magistratura do Piauí – ESMEPI.

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INSTRUÇÕES GERAIS

Caros alunos,

Sejam bem vindos ao CEI – Círculo de Estudos pela Internet.

Como divulgado em nossas redes sociais, a proposta do CEI-AGU/PGFN Reta Final é oferecer uma preparação simultânea e objetiva para os concursos de Advogado da União e de Procurador da Fazenda Nacional. Nesse intuito, buscamos distribuir o número de questões de cada disciplina conforme a relevância das matérias em relação aos últimos certames das duas carreiras. Na próxima rodada, que será ao “estilo CESPE”, vocês receberão: 3 questões de Direito Administrativo e 4 de Direito Constitucional, 2 de Direito Financeiro, 2 de Direito Econômico, 4 de Direito Tributário e 4 de Direito Ambiental (Grupo I). No Grupo II, serão 3 questões de Direito Civil, 3 de Direito Processual Civil, 2 de Direito Empresarial, 2 de Direito Internacional Público e 2 de Direito Internacional Privado. Finalmente, em relação ao Grupo III, ofertaremos 3 questões envolvendo Direito Penal e Processual Penal, 2 questões de Direito do Trabalho, 2 de Direito Processual do Trabalho e 2 de Direito da Seguridade Social.

Observem que, em atenção à crescente e aprofundada cobrança de Direito Internacional nos últimos concursos de Advogado da União — e diante da similitude do conteúdo programático do edital da PGFN —, optamos por aprofundar o estudo dessa matéria apresentando aos senhores mais questões também nas Rodadas “estilo ESAF”. De outro lado, não olvidando da importância do Direito Tributário para os concursos da Procuradoria da Fazenda Nacional, teremos sempre 4 questões da matéria em todas as nossas Rodadas. Direito Constitucional e Administrativo, matérias de base, se revezarão, ora em 3, ora em 4 questões. Ainda, no tocante ao Direito Processual Civil, sempre teremos 3 questões em cada rodada, assim como Direito Civil. As demais matérias também estarão todas distribuídas em medida tal que seja suficiente e eficaz para a sua preparação nessa reta final.

Desejamos a todos bons estudos!

Vamos juntos rumo à aprovação!!!

Att.,

Equipe CEI-AGU/PGFN Reta Final

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SUMÁRIO

QUESTÕES OBJETIVAS SEM O GABARITO COMENTADO...........................................................................5DIREITO CONSTITUCIONAL....................................................................................................................5DIREITO TRIBUTÁRIO................................................................................................................................6DIREITO FINANCEIRO...............................................................................................................................9DIREITO ECONÔMICO.............................................................................................................................10DIREITO ADMINISTRATIVO...................................................................................................................12DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO..................................................................................................14DIREITO EMPRESARIAL...........................................................................................................................16DIREITO CIVIL.............................................................................................................................................18DIREITO PROCESSUAL CIVIL................................................................................................................20DIREITO PENAL E PROCESSO PENAL.................................................................................................22DIREITO DO TRABALHO.........................................................................................................................24DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO.............................................................................................25DIREITO DA SEGURIDADE SOCIAL.....................................................................................................26

GABARITO DAS QUESTÕES OBJETIVAS.........................................................................................................28QUESTÕES OBJETIVAS COM O GABARITO COMENTADO........................................................................29

DIREITO CONSTITUCIONAL..................................................................................................................29DIREITO TRIBUTÁRIO..............................................................................................................................34DIREITO FINANCEIRO.............................................................................................................................46DIREITO ECONÔMICO............................................................................................................................49DIREITO ADMINISTRATIVO...................................................................................................................51DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO..................................................................................................58DIREITO EMPRESARIAL..........................................................................................................................62DIREITO CIVIL............................................................................................................................................65DIREITO PROCESSUAL CIVIL.................................................................................................................81DIREITO PENAL E PROCESSO PENAL.................................................................................................91DIREITO DO TRABALHO........................................................................................................................101DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO...........................................................................................103DIREITO DA SEGURIDADE SOCIAL...................................................................................................109

MAPEAMENTO DA BANCA CESPE.................................................................................................................113

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QUESTÕES OBJETIVAS SEM O GABARITO COMENTADO

ORIENTAÇÃO: procure responder todas as questões com agilidade, sem consulta a nenhum material, a fim de simular a situação encontrada em prova.

DIREITO CONSTITUCIONAL

1. Acerca das competências constitucionais, assinale a alternativa correta:

a) É inconstitucional Lei estadual que determine o número máximo de alunos por sala de aula em escolas públicas e particulares daquele ente, por usurpar a competência da União para legislar sobre normas gerais de educação.

b) Pode o Município indiscriminadamente criar, organizar e suprimir distritos, por expressa disposição constitucional.

c) É competência privativa da União legislar sobre comércio exterior, e concorrente da União e dos Estado legislar sobre comércio interestadual.

d) É formalmente inconstitucional a lei estadual que cria restrições à comercialização, à estocagem e ao trânsito de produtos agrícolas importados no Estado, ainda que tenha por objetivo a proteção da saúde dos consumidores diante do possível uso indevido de agrotóxicos por outros países.

e) Em determinado Estado da federação, os postes de sustentação à rede elétrica estavam causando transtornos e impedimentos aos proprietários de terrenos. Em vista disso, pode o ente editar lei estadual determinando a remoção destes postes, já que é competência comum entre a União e os Estados promover a melhoria das condições habitacionais.

2. Acerca do Tribunal de Contas da União, assinale o item incorreto:

a) De acordo com recente precedente do STF, o TCU ostentaria a condição de órgão independente na estrutura do Estado brasileiro, deixando de ser órgão do Parlamento para tornar-se da sociedade, representando um dos principais instrumentos republicanos destinados à concretização da democracia e dos direitos fundamentais, na medida em que o controle do emprego de recursos públicos propiciaria, em larga escala, justiça e igualdade.

b) Assiste ao TCU um poder geral de cautela, que se consubstancia em prerrogativa institucional decorrente das próprias atribuições que a Constituição expressamente lhe outorga para seu adequado funcionamento e alcance de suas finalidades. Inclusive, admite-se, ainda que de forma excepcional, a concessão, sem audiência da parte contrária, de medidas cautelares, por deliberação fundamentada daquela Corte, sempre que necessárias

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à neutralização imediata de situações de lesividade ao interesse público ou à garantia da utilidade prática de suas deliberações finais.

c) Conforme precedente do STF, o BNDES não pode ser constrangido a enviar documentos específicos alusivos a operações realizadas entre a entidade e determinado grupo empresarial, solicitadas pelo TCU em auditoria instaurada por solicitação da Comissão de Controle Externo da Câmara dos Deputados, já que ao TCU é vedada a quebra de sigilo bancário e fiscal.

d) O Tribunal de Contas da União, detectando ilegalidade em licitação e contrato administrativo, não pode, de plano, determinar a sua anulação pelo ente celebrante.

e) O TCU tem competência para declarar a inidoneidade de empresa privada para participar de licitações promovidas pela Administração Pública.

3. Acerca do processo legislativo, assinale o item correto:

a) Uma lei não pode ser revogada durante o período de vacatio legis.

b) O exercício do treaty-making power pelo Estado brasileiro está sujeito à necessária observância das limitações jurídicas impostas pelo texto constitucional.

c) Deve ser reapreciada pela Câmara dos Deputados expressão suprimida pelo Senado Federal em texto de projeto que, na redação remanescente, aprovada de ambas as Casas do Congresso, não perdeu sentido normativo, por expressa disposição constitucional.

d) A proposta de Emenda Constitucional será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos membros. O lapso temporal entre os turnos não pode superar o período de uma sessão legislativa.

e) Se o Presidente da República considerar projeto de lei, no todo ou em parte, inconstitucional ou contrário ao interesse público, vetá-lo-á total ou parcialmente, no prazo de quinze dias corridos, contados da data do recebimento, e comunicará, dentro de quarenta e oito horas, ao Presidente do Senado Federal os motivos do veto.

DIREITO TRIBUTÁRIO

4. Em relação às imunidades em matéria tributária, à luz da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, todas as alternativas a seguir estão corretas, exceto:

a) Não é admitida a aplicação retroativa da imunidade recíproca em havendo sucessão

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tributária.

b) A imunidade da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos é ampla, assim alcançando as atividades por ela desempenhadas sob o regime concorrencial com as empresas privadas, como é o caso do transporte de bens e mercadorias.

c) A imunidade dos livros, jornais e periódicos abrange os filmes e papéis fotográficos necessários à publicação dos mesmos.

d) Estão excluídas da imunidade constitucional do art. 150, VI, d, da CF, as publicações que cuidam de informações genéricas ou específicas, sem caráter noticioso, discursivo, literário, poético ou filosófico, como é o caso das listas telefônicas.

e) Ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU o imóvel pertencente à instituição de assistência social, sem fins lucrativos e que atenda os requisitos da lei, desde que o valor dos aluguéis seja aplicado nas atividades para as quais a entidade foi constituída.

5. Quanto às contribuições, assinale a alternativa correta:

a) O valor do imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN ou ISS) integra o conceito de receita bruta ou faturamento, devendo assim compor a base de cálculo do PIS e da COFINS.

b) Segundo recente entendimento do STF, considerando que as contribuições são tributos finalisticamente vinculados a determinado propósito, a desvinculação da aplicação de seus recursos macula a relação jurídico-tributária e assim autoriza a repetição dos valores a tal título recolhidos pelo contribuinte.

c) A competência para a instituição das contribuições, na vigência da atual Constituição, pertence exclusivamente à União.

d) Após a vigência da Lei 11.457/2007, o INSS possui legitimidade passiva nas demandas em que se questione a exigibilidade das contribuições ditas previdenciárias recolhidas em momento anterior ao advento daquela lei.

e) As receitas decorrentes de exportação são imunes à incidência das contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico, não sendo assim elas passíveis de tributação pela CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido).

6. Relativamente ao processamento dos embargos do executado no processo judicial para a cobrança da Dívida Ativa da Fazenda Pública, julgue as alternativas a seguir:

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I. Com a reforma da Lei nº 11.382/2006 no Código de Processo Civil, tais embargos passaram a possuir efeito suspensivo ex lege.

II. Para o STJ, viola a garantia do acesso à justiça a decisão terminativa que, diante da insuficiência da penhora, extingue os embargos sem antes conceder ao executado a possibilidade de proceder ao reforço da garantia à luz de sua capacidade econômica.

III. Reconhecida a hipossuficiência econômica do embargante com o deferimento, em seu favor, do beneplácito da AJG, dispensa-se a garantia do juízo para o processamento de eventuais embargos que venha ele a oferecer.

IV. As questões decididas anteriormente em exceção de pré-executividade podem ser posteriormente reabertas em sede de embargos à execução.

a) Todos os itens estão corretos.

b) Apenas 1 dos itens está correto.

c) Apenas 2 dos itens estão corretos.

d) Apenas 3 dos itens estão corretos.

e) Nenhum dos itens está correto.

7. Acerca do arrolamento administrativo de bens e direitos do sujeito passivo, assinale a alternativa correta:

a) A autoridade fiscal competente procederá ao arrolamento de bens e direitos do sujeito passivo sempre que o valor dos créditos tributários de sua responsabilidade for superior a trinta por cento de seu patrimônio conhecido e a R$ 10.000.000,00 (dez milhões de reais).

b) O arrolamento recairá com prioridade sobre bens móveis, podendo o sujeito passivo postular a substituição do bem ou direito arrolado por outro de valor igual ou superior, desde que respeitada a ordem de prioridade de bens a serem arrolados, e mediante avaliação da autoridade fazendária.

c) A partir da data da notificação do ato de arrolamento, o proprietário dos bens e direitos arrolados, ao transferi-los, deve comunicar o fato à unidade do órgão fazendário competente, de modo que a transferência, a qualquer título, sem o cumprimento de tal formalidade, autoriza o requerimento de medida cautelar fiscal contra o sujeito passivo.

d) O arrolamento, com a redução a termo da indicação de bens do sujeito passivo

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capazes de garantir o crédito tributário, será levado a registro, tendo o efeito de implicar a indisponibilidade dos mesmos.

e) O STJ reputa inválido o arrolamento efetuado anteriormente à constituição definitiva do crédito tributário.

DIREITO FINANCEIRO

8. Julgue os itens a seguir, relativamente às disposições constitucionais sobre as finanças públicas, assinalando a única alternativa correta:

a) Quando a transferência obrigatória da União, para a execução das emendas individuais ao projeto de lei orçamentária aprovadas no limite de 1,2% (um inteiro e dois décimos por cento) da receita corrente líquida prevista no projeto encaminhado pelo Poder Executivo, for destinada a Estados, ao Distrito Federal e a Municípios, independerá da adimplência do ente federativo destinatário, mas integrará a base de cálculo da receita corrente líquida para fins de aplicação dos limites de despesa de pessoal.

b) O orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto, e o orçamento da seguridade social, compatibilizados com o plano plurianual, terão entre suas funções a de reduzir desigualdades inter-regionais, segundo critério populacional.

c) A concessão de garantias pelas entidades públicas, a emissão e resgate de títulos da dívida pública e as operações de câmbio realizadas por órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, são exemplos de matérias às quais a Constituição reservou o tratamento através de lei complementar.

d) Os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou rejeição do projeto de lei orçamentária anual, ficarem sem despesas correspondentes, poderão ser utilizados, conforme o caso, mediante créditos especiais ou suplementares, independentemente de autorização legislativa.

e) A concessão de qualquer vantagem ou aumento de remuneração, a criação de cargos, empregos e funções ou alteração de estrutura de carreiras, bem como a admissão ou contratação de pessoal, a qualquer título, pelos órgãos e entidades da administração direta ou indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo poder público, só poderão ser feitas se houver prévia dotação orçamentária suficiente para atender às projeções de despesa de pessoal e aos acréscimos dela decorrentes e se houver autorização específica na

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lei de diretrizes orçamentárias, inclusive nas empresas públicas e as sociedades de economia mista.

9. Acerca do Conselho Monetário Nacional, criado pela Lei nº 4.595/1964 com a finalidade de formular a política da moeda e do crédito nela previstas, objetivando o progresso econômico e social do País, julgue as assertivas abaixo:

I. Compete ao Conselho Monetário Nacional, segundo diretrizes estabelecidas pelo Banco Central do Brasil, autorizar as emissões de papel-moeda.

II. Compete ao Conselho Monetário Nacional, segundo diretrizes estabelecidas pelo Presidente da República, determinar a percentagem máxima dos recursos que as instituições financeiras poderão emprestar a um mesmo cliente ou grupo de empresas.

III. O Conselho Monetário Nacional é presidido pelo Ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

IV. Os membros do Conselho Monetário Nacional, nomeados pelo Presidente da República, após aprovação do Senado Federal, serão escolhidos entre brasileiros de ilibada reputação e notória capacidade em assuntos econômico-financeiros, e devem ser escolhidos levando-se em atenção, o quanto possível, as diferentes regiões geo-ecônomicas do País.

Estão corretas:

a) Apenas I.

b) Apenas I e II.

c) Apenas II e IV.

d) Apenas III e IV.

e) Todas as alternativas estão corretas.

DIREITO ECONÔMICO

10. Julgue os itens a seguir, à luz das disposições constitucionais e da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal concernentes aos princípios gerais da atividade econômica e à política agrícola e fundiária e reforma agrária, assinalando a alternativa incorreta.

a) A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios dispensarão às microempresas e às empresas de pequeno porte, assim definidas em lei, tratamento jurídico diferenciado,

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visando a incentivá-las pela simplificação de suas obrigações administrativas, tributárias, previdenciárias e creditícias, ou pela eliminação ou redução destas por meio de lei.

b) A alienação ou a concessão, a qualquer título, de terras públicas com área superior a dois mil e quinhentos hectares a pessoa física ou jurídica, ainda que por interposta pessoa, dependerá de prévia aprovação do Congresso Nacional, exceto no que concerne às alienações ou as concessões de terras públicas para fins de reforma agrária.

c) Ofende o princípio da livre concorrência lei municipal que impede a instalação de estabelecimentos comerciais do mesmo ramo em determinada área.

d) Em atenção ao postulado da soberania nacional, que se constitui em princípio da ordem econômica, constante do inciso I do Art. 170 da Constituição, é vedada a remessa de lucros ao exterior.

e) Conforme entende o Supremo Tribunal Federal, em face da atual constituição, para conciliar o fundamento da livre iniciativa e do princípio da livre concorrência com os da defesa do consumidor e da redução das desigualdades sociais, em conformidade com os ditames da justiça social, pode o Estado, por via legislativa, regular a política de preços de bens e de serviços, abusivo que é o poder econômico que visa ao aumento arbitrário dos lucros. Entretanto, a fixação de preços em valores abaixo da realidade e em desconformidade com a legislação aplicável a determinado setor configura empecilho ao livre exercício da atividade econômica, com desrespeito ao princípio da livre iniciativa.

11. Conforme o Art. 1º, caput, da Lei nº 12.529/11, referida Lei estruturou o Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência – SBDC, dispondo sobre a prevenção e a repressão às infrações contra a ordem econômica, orientada pelos ditames constitucionais de liberdade de iniciativa, livre concorrência, função social da propriedade, defesa dos consumidores e repressão ao abuso do poder econômico. Nesse contexto, julgue os itens a seguir, à luz da legislação de regência.

I. O SBDC é formado pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica - CADE e pela Secretaria de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda.

II. O Cade é entidade judicante com jurisdição em todo o território nacional, que se constitui em autarquia federal, vinculada ao Ministério da Justiça, com sede e foro no Distrito Federal, sendo composto pelo Tribunal Administrativo de Defesa Econômica, pela Superintendência-Geral e pelo Departamento de Estudos Econômicos.

III. Membro do Ministério Público Federal, designado pelo Procurador-Geral da República, ouvido o Conselho Superior, será designado para, de ofício ou a requerimento do Conselheiro-Relator, emitir parecer vinculante nos processos administrativos para imposição de sanções

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administrativas por infrações à ordem econômica.

IV. Compete à Procuradoria Federal junto ao CADE proceder à apuração da liquidez dos créditos da autarquia, inscrevendo-os em dívida ativa para fins de cobrança judicial. A cobrança administrativa, por sua vez, constitui incumbência da Secretaria de Acompanhamento Econômico.

V. Compete à Secretaria de Acompanhamento Econômico promover a concorrência em órgãos de governo e perante a sociedade, cabendo-lhe, dentre outras atribuições, elaborar estudos setoriais que sirvam de insumo para a participação do Ministério da Fazenda na formulação de políticas públicas setoriais nos fóruns em que este Ministério tem assento.

Estão corretas:

a) Todas as assertivas estão corretas.

b) Apenas as assertivas I, II e III estão corretas.

c) Apenas as assertivas II, III e IV estão corretas.

d) Apenas as assertivas I, II e V estão corretas.

e) Somente as assertivas III, IV e V estão corretas.

DIREITO ADMINISTRATIVO

12. Acerca das entidades integrantes do terceiro setor, assinale a alternativa incorreta:

a) A qualificação como organização social surgiu da necessidade de o Poder Público desburocratizar e otimizar a prestação de serviços à coletividade em determinadas áreas de sua atuação, tal como o ensino, pesquisa científica, desenvolvimento tecnológico, proteção e preservação do meio ambiente, cultura e saúde.

b) Segundo a jurisprudência do STF, a despeito dos serviços sociais autônomos possuírem natureza jurídica de direito privado e não integrarem a Administração Pública, por desempenharem atividade de interesse público em cooperação com o ente estatal, o regime jurídico privado a ser-lhe aplicado deve ser temperado com regras de direito público, como a necessidade de observância da regra de concurso público para contratação de seu pessoal.

c) As cooperativas não são passíveis de qualificação como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público.

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d) De acordo com a jurisprudência do STF a celebração do contrato de gestão com organizações sociais deve ser conduzida de forma pública, objetiva e impessoal, com observância dos princípios do “caput” do art. 37 da CF.

e) Para fins de enquadramento como fundação de apoio não pode ser caracterizado como desenvolvimento institucional os serviços administrativos na área de informática.

13. Acerca dos princípios administrativos, assinale o item correto:

a) A concessão a servidor de uma gratificação ilegal autoriza que a Administração suprima unilateralmente essa verba sem necessidade de garantia do contraditório, com base no poder de autotutela.

b) Embora legítima a publicação, inclusive em sítio eletrônico mantido pela Administração Pública, do valor correspondente aos vencimentos e vantagens pecuniárias dos servidores públicos, não se admite que essa publicação contenha os nomes destes servidores.

c) A vedação ao nepotismo proíbe que servidor público sirva sob a direção imediata de cônjuge, independente da natureza do provimento destes cargos.

d) Segundo o princípio da eficiência, expresso originalmente na Constituição, a administração pública e seus agentes devem realizar suas atribuições com rapidez, perfeição e rendimento, além, por certo, de observar outras regras, a exemplo do princípio da legalidade.

e) Segundo entendimento do STF é necessário observar o devido processo legal, o contraditório e a ampla defesa no tocante à inscrição de entes públicos nos cadastros federais de inadimplência.

14. Acerca dos bens públicos, assinale o item correto:

a) As terras devolutas são áreas que, integrando o patrimônio das pessoas federativas, não são utilizadas para quaisquer finalidades públicas específicas. Nelas compreendem todas as faixas de terras existentes no território nacional que não se incorporaram ao domínio particular, ou as incorporadas ao domínio público, mas não afetadas a uma finalidade pública. Pertencem, em regra, à União, classificando-se como bens de uso comum.

b) A ausência de transcrição no registro imobiliário induz a presunção de que o imóvel sob litígio constitui terra devoluta.

c) As margens dos rios navegáveis são de domínio público, insuscetíveis de expropriação e, por isso mesmo, excluídas de indenização.

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d) É assegurada, nos termos da lei, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, bem como a órgãos da administração direta e indireta da União, participação no resultado da exploração de petróleo ou gás natural, de recursos hídricos para fins de geração de energia elétrica e de outros recursos minerais no respectivo território, plataforma continental, mar territorial ou zona econômica exclusiva, ou compensação financeira por essa exploração.

e) As praias fluviais constituem bens dos Estados.

15. Acerca da improbidade administrativa, assinale o item incorreto:

a) Caso o magistrado constate a existência de fortes indícios da prática de ato ímprobo capaz de lesar o Erário, é despicienda a comprovação de efetiva dilapidação patrimonial pelo réu ou da iminência de fazê-la para que haja o deferimento da medida de indisponibilidade de bens prevista na Lei de Improbidade Administrativa.

b) A posse e o exercício de agente público ficam condicionados à apresentação de declaração dos bens e valores que compõem o seu patrimônio privado, a fim de ser arquivada no serviço de pessoal competente. A declaração compreenderá imóveis, móveis, semoventes, dinheiro, títulos, ações, e qualquer outra espécie de bens e valores patrimoniais, localizado no País ou no exterior, e, quando for o caso, abrangerá os bens e valores patrimoniais do cônjuge ou companheiro, dos filhos e de outras pessoas que vivam sob a dependência econômica do declarante, excluídos apenas os objetos e utensílios de uso doméstico.

c) A prática de assédio moral configura de ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública.

d) Na ação de improbidade administrativa o Ministério Público, se não intervir no processo como parte, atuará obrigatoriamente como fiscal da lei, sob pena de nulidade.

e) Para configuração de ato de improbidade administrativa que atente contra os princípios da administração pública é necessária a prova do dano cometido pelo agente.

DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO

16. Sobre a interpretação dos tratados, é correto afirmar que:

a) A interpretação de um tratado deve ser realizada de acordo com o seu contexto, estando inseridos nesse o seu texto e anexos, mas não o seu preâmbulo.

b) Também é considerado parte do contexto de um tratado qualquer acordo relativo ao tratado e feito entre todas as partes em conexão com a sua conclusão.

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c) Os termos de um tratado sempre devem ser interpretados de acordo com o seu sentido comum, tomados de acordo com o contexto e à luz do objetivo e da finalidade do tratado, sendo vedada a interpretação de um termo em sentido especial.

d) Os trabalhos preparatórios e as circunstâncias da conclusão de um tratado devem ser utilizados como regra geral na interpretação de tratados.

e) Quando um tratado for autenticado em duas ou mais línguas, havendo divergência em sua interpretação, decorrente da diferença entre os idiomas, prevalecerá o texto escrito na língua oficial do país em que foi celebrado.

17. Sobre a formulação de reservas em tratados internacionais, assinale a alternativa incorreta:

a) Em regra, uma reserva expressamente autorizada por um tratado não requer qualquer aceitação posterior pelos outros Estados contratantes.

b) Quando se infere do número limitado dos Estados negociadores, assim como do objeto e da finalidade do tratado, que a aplicação do tratado na íntegra entre todas as partes é condição essencial para o consentimento de cada uma delas em obrigar-se pelo tratado, uma reserva requer a aceitação de todas as partes.

c) Quando o tratado é um ato constitutivo de uma organização internacional, a reserva exige a aceitação do órgão competente da organização, a não ser que o tratado disponha diversamente.

d) Em regra, a objeção feita a uma reserva por outro Estado contratante não impede que o tratado entre em vigor entre o Estado que formulou a objeção e o Estado autor da reserva, a não ser que uma intenção contrária tenha sido expressamente manifestada pelo Estado que formulou a objeção.

e) Em regra, uma reserva pode ser retirada a qualquer momento, sendo necessário, para tanto, o consentimento dos Estados que a tenham aceitado.

18. Sobre o sistema de integração regional do Mercosul, assinale a alternativa incorreta:

a) O Mercosul se baseia nos princípios da gradualidade, da flexibilidade e do equilíbrio, os quais estão expressamente previstos no Tratado de Assunção de 1991.

b) A personalidade jurídica de direito internacional do Mercosul foi expressamente conferida pelo Protocolo de Brasília de 1991.

c) O Tribunal Permanente de Revisão do Mercosul foi criado pelo Protocolo de Olivos de

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2002.

d) A estrutura institucional do Mercosul foi disciplinada e ampliada pelo Protocolo de Ouro Preto de 1994.

e) Através do Protocolo de Ushuaia, de 1998, os Estados Partes do Mercosul afirmaram que a manutenção da democracia é condição essencial para o desenvolvimento do processo de integração.

19. Assinale a alternativa correta de acordo com a Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar:

a) O mar territorial é a zona de mar adjacente ao território, sobre a qual o Estado exerce a sua soberania e cuja largura é fixada pela Convenção de Montego Bay em 12 milhas marítimas.

b) Os navios de qualquer Estado, costeiro ou sem litoral, têm direito à passagem inocente pelo mar territorial, incluída nessa o direito à atividade de pesca.

c) A zona contígua é a área adjacente ao mar territorial, cuja extensão não pode ultrapassar 24 milhas marítimas, contadas das linhas de base que servem para medir o mar territorial, e sobre a qual o Estado costeiro pode tomar medidas de fiscalização.

d) A zona econômica exclusiva é uma área situada além do mar territorial e adjacente a este, cuja extensão máxima é de 200 milhas marítimas, contadas das linhas de base que servem para medir o mar territorial, sujeita a um regime jurídico estabelecido pela Convenção de Montego Bay, pelo qual todos os Estados têm nela o direito de navegação e sobrevoo, mas não de colocação de cabos e dutos submarinos.

e) As perfurações na plataforma continental de um Estado costeiro, por outro Estado, para fins de pesquisa, independem de autorização.

DIREITO EMPRESARIAL

20. Assinale a única alternativa correta, à luz da Teoria Geral do Direito Empresarial.

a) A competência para conceder a autorização, nas sociedades que dela dependam para funcionar, é do Congresso Nacional.

b) Um grupo de estrangeiros, desejando exercer atividade empresarial no Brasil, estabeleceu sede no país e constituiu seu capital social com recursos estrangeiros, observando o que dispõe a legislação brasileira no que se refere à organização. É correto afirmar que, sob

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o ponto de vista da legislação brasileira, foi constituída uma empresa estrangeira, a qual necessita de autorização do governo federal para funcionar.

c) A sociedade estrangeira autorizada a funcionar no Brasil é obrigada a ter, permanentemente, representante no Brasil, com poderes para resolver quaisquer questões e receber citação judicial pela sociedade. O representante, tão logo seja nomeado, poderá agir perante terceiros, desde que apresente o instrumento de sua nomeação.

d) É facultada ao adquirente do estabelecimento comercial adquirir também o nome da empresa, desde que utilize o nome do alienante precedido do seu próprio, com a qualificação de sucessor.

e) Considera-se gerente o preposto permanente no exercício da empresa, na sede desta, ou em sucursal, filial ou agência e, quando a lei não exigir poderes especiais, considera-se o gerente autorizado a praticar todos os atos necessários ao exercício dos poderes que lhe foram outorgados. Na falta de estipulação diversa, consideram-se solidários os poderes conferidos a dois ou mais gerentes.

21. Julgue as assertivas abaixo, à luz da jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça e da legislação de regência sobre os contratos empresariais.

I. A cobrança antecipada do valor residual garantido (VRG) não descaracteriza o contrato de arrendamento mercantil. Nesse contexto, nas ações de reintegração de posse motivadas por inadimplemento de arrendamento mercantil financeiro, quando o resultado da soma do valor residual garantido (VRG) quitado com o valor da venda do bem for maior que o total pactuado como VRG na contratação, não será direito do arrendatário receber a diferença.

II. O contrato de abertura de crédito, ainda que acompanhado de extrato da conta-corrente, não é título executivo. Contudo, acompanhado do demonstrativo do débito, constitui documento hábil ao ajuizamento da ação monitória.

III. Nos contratos bancários, na impossibilidade de comprovar a taxa de juros efetivamente contratada - por ausência de pactuação ou pela falta de juntada do instrumento aos autos -, aplica-se a taxa média de mercado, divulgada pelo Bacen, praticada nas operações da mesma espécie, mesmo que a taxa cobrada seja mais vantajosa para o devedor.

IV. No caso de inadimplemento ou mora nas obrigações contratuais garantidas mediante contrato de alienação fiduciária celebrado no âmbito do mercado financeiro e de capitais, bem como em garantia de créditos fiscais e previdenciários, o proprietário fiduciário ou credor poderá vender a coisa a terceiros, independentemente de leilão, hasta pública, avaliação prévia ou qualquer outra medida judicial ou extrajudicial, salvo disposição expressa

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em contrário prevista no contrato, devendo aplicar o preço da venda no pagamento de seu crédito e das despesas decorrentes e entregar ao devedor o saldo apurado, se houver, com a devida prestação de contas.

Estão corretas:

a) Apenas o item I está correto.

b) Apenas os itens I e II estão corretos.

c) Apenas os itens II e III estão corretos.

d) Apenas os itens I, III e IV estão corretos.

e) Apenas os itens II e IV estão corretos.

DIREITO CIVIL

22. De acordo com a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, assinale a assertiva correta.

a) A lei começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada. Nos Estados, estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando admitida, se inicia três meses depois de oficialmente publicada. Se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer nova publicação de seu texto, destinada a correção, o prazo para obrigatoriedade começará a correr da nova publicação. As correções a texto de lei já em vigor consideram-se lei nova.

b) Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue. A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando seja com ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior. A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes, não revoga nem modifica a lei anterior. A lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência.

c) Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com os costumes, a analogia, e os princípios gerais de direito.

d) Para qualificar os bens e regular as relações a eles concernentes, aplicar-se-á a lei do país em que estiverem situados. Aplicar-se-á a lei do país em que for domiciliado o proprietário, quanto aos bens moveis que ele trouxer ou se destinarem a transporte para outros lugares.

e) De acordo com a Lei de Introdução das Normas do Direito Brasileiro, o Brasil adotou o

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critério do lex foro, de modo que o nome, a capacidade e o direito de família são disciplinados pela lei do país do local do nascimento.

23. Sobre fatos jurídicos, ato jurídico e negócio jurídico, assinale a assertiva correta.

a) Negócio jurídico unilateral consiste em ato ou negócio no qual a declaração de vontade procede de apenas uma pessoa, com um único objetivo. O negócio jurídico bilateral envolve duas partes, com interesses coincidentes no plano jurídico, a exemplo do contrato de compra e venda. O negócio jurídico plurilateral consiste na manifestação de vontade de mais de dois agentes, criando entre eles uma relação jurídica, a exemplo do contrato de sociedade empresarial.

b) A fraude contra credores consiste em atuação maliciosa do devedor, que se encontra em estado de insolvência ou na iminência de assim tornar-se, que dispõe de maneira gratuita do seu patrimônio, com o objetivo de afastar a responsabilidade de seus bens responderem por obrigações assumidas em momento anterior à transmissão. Esse tipo de fraude torna nulo o negócio jurídico, e somente pode ser atacado por meio de ação pauliana ou revocatória, proposta por quaisquer dos credores, no prazo decadencial de 5 anos, contados do dia da ciência da fraude.

c) Ocorre lesão quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou por inexperiência, se obriga a prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta. Ocorrendo a lesão, deve-se buscar a anulação do contrato, diante da desproporcionalidade existente nas prestações assumidas pelas partes. A lesão é um vício social que acarreta anulabilidade do negócio jurídico, que pode ser pleiteada no prazo prescricional de 5 anos.

d) A condição é elemento acidental do negócio jurídico, que, derivando exclusivamente da vontade das partes, subordina o efeito do mesmo a um evento futuro e incerto. Desta forma, para que haja configuração de uma condição é preciso que haja declaração de vontade positiva das partes envolvidas, futuridade do evento e incerteza do acontecimento.

e) O dolo consiste no emprego de artifício ardiloso pelo agente com o objetivo de enganar outra pessoa. Desta forma, o dolo é vício de consentimento que conduz invariavelmente à anulação do negócio jurídico, que pode ser requerida mediante a propositura de ação judicial no prazo decadencial de 4 anos.

24. Sobre o instituto da posse, marque a alternativa correta.

a) O Código Civil brasileiro de 2002 adotou a teoria objetiva ou objetivista da posse, que teve como principal expoente Rudolf von Ihering, para quem é certo que a constituição da posse decorre da disposição física da coisa por alguém, ou que este detenha a mera

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possibilidade de exercer este contato. Assim, para aferição do conceito de posse, é irrelevante a perquirição de elemento subjetivo, ou seja, a intenção de ser dono da coisa, que é um dos elementos da teoria subjetiva ou subjetivista, que tem como principal idealizador o jurista Friedrich Carl von Savigny.

b) É justa a posse, se o possuidor ignora o vício, ou o obstáculo que impede a aquisição da coisa. É de boa-fé a posse que não for violenta, clandestina ou precária. A posse de boa-fé só perde este caráter no caso e desde o momento em que as circunstâncias façam presumir que o possuidor não ignora que possui indevidamente.

c) O possuidor de boa-fé tem direito à indenização das benfeitorias necessárias, úteis e voluptuárias, podendo levantá-las se não lhe forem pagas, quando o puder sem detrimento da coisa, e poderá exercer o direito de retenção pelo valor das benfeitorias realizadas. Ao possuidor de má-fé serão ressarcidas as benfeitorias úteis e necessárias, assistindo-lhe o direito de retenção pela importância destas, no entanto, não pode levantar as voluptuárias.

d) O instituto do constituto-possessório, espécie de tradição real da posse, sendo, desta forma, modo de aquisição originária da posse, segundo o qual o possuidor possuía a coisa em nome alheio, passando a possuí-la em nome próprio, havendo transferência no mundo jurídico, preservando-se a situação fática, enquanto vigente a cláusula constituti.

e) O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação, restituído no de esbulho, e segurado de violência iminente, se tiver justo receio de ser molestado. Assim, no caso de ameaça caberá ação de manutenção de posse, no caso de turbação caberá ação de interdito proibitório, e para o caso de esbulho a correspondente ação de reintegração de posse. São legitimados para tanto, o possuidor ou proprietário, que devem apresentar justo título. Não obsta à manutenção ou reintegração na posse a alegação de propriedade, ou de outro direito sobre a coisa.

DIREITO PROCESSUAL CIVIL

25. Sobre o instituto da coisa julgada, todas as assertivas a seguir estão corretas, exceto:

a) Se o tribunal de origem, ao reformar a sentença, omite-se quanto à condenação da parte vencida em honorários advocatícios, não é possível depois voltar ao tema na fase de execução, buscando a condenação da parte vencida ao pagamento de referida verba, sob pena de ofensa à coisa julgada.

b) Embora a divergência doutrinária existente em relação ao conflito entre sentenças transitadas em julgado, o entendimento mais recente do Superior Tribunal de Justiça inclina-se por dar prevalência à última decisão, a qual tem o condão de substituir a primeira.

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c) O reexame necessário é condição de eficácia da sentença proferida em desfavor do ente público, de modo que a decisão não transitará em julgado até que os autos sejam remetidos para reexame e confirmação do julgamento pelo Tribunal competente.

d) Admite-se a possibilidade de correção ex officio de erro material da decisão, mesmo após o seu trânsito em julgado.

e) Quanto ao seu modo de produção, diz-se que a coisa julgada é secundum eventum probationis na hipótese em que ela só será formada em havendo esgotamento das provas produzidas no processo, o que ocorre, por exemplo, nas ações coletivas que versem sobre direitos difusos ou direitos coletivos em sentido estrito.

26. Cumprindo a sua função enquanto instância uniformizadora da interpretação da lei federal, o STJ tem firmado importantes teses e entendimentos acerca da fase de cumprimento de sentença prevista nos arts. 475 e seguintes do Código de Processo Civil, dentre os quais é possível destacar os seguintes:

I. São devidos honorários advocatícios no cumprimento de sentença, haja ou não impugnação, depois de escoado o prazo para pagamento voluntário, que se inicia após a intimação do advogado da parte executada.

II. A impugnação ao cumprimento de sentença somente será cabível uma vez regularmente o juízo; e, com a sua rejeição, não haverá condenação do executado/impugnante ao pagamento de honorários à parte adversa.

III. É admitida a imposição da multa prevista no art. 475-J do CPC no caso de sentença ilíquida quando, após a liquidação da obrigação, o devedor, intimado na figura de seu advogado, deixar escoar o prazo de 15 dias para pagamento do quantum final acertado.

IV. Independentemente de ter sido formalizado pedido de satisfação do crédito em contestação, pode o réu pleitear o cumprimento da sentença de improcedência em ação declaratória de nulidade de nota promissórias que, ao reconhecer subsistente a obrigação cambial entre as partes, ateste a liquidez, certeza e exigibilidade da obrigação.

V. Na impugnação ao cumprimento de sentença, é indispensável que o executado/impugnante, alegando excesso de execução, aponte com exatidão as incorreções encontradas nos cálculos apresentados pelo credor, ônus que não é aplicado quando for executada a União.

a) Todos os itens estão corretos.

b) 1 dos itens está incorreto.

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c) 2 dos itens estão incorretos.

d) 3 dos itens estão incorretos.

e) 4 dos itens estão incorretos.

27. Julgue as assertivas a seguir, assinalando aquela que estiver correta:

a) Destinando-se o pedido à obtenção de certeza quanto à exata interpretação de cláusula contratual, afigura-se inadmissível a ação declaratória.

b) A Lei da Arbitragem (Lei nº 9.307/96) não pode retroagir para ser aplicada a contratos celebrados, com a previsão de cláusula arbitral, anteriormente ao seu advento.

c) Cabe recurso especial quando a causa decidida, em única ou última instância, por Tribunal, violar a enunciado sumular.

d) O INSS, enquanto entidade autárquica federal, deve efetuar o pagamento do preparo recursal.

e) Faz jus ao benefício da justiça gratuita a pessoa jurídica, ainda que com fins lucrativos, que demonstre satisfatoriamente a sua impossibilidade de arcar com os encargos do processo.

DIREITO PENAL E PROCESSO PENAL

28. Sobre o concurso de pessoas assinale a assertiva correta.

a) Concurso de pessoas é a colaboração empreendida por vários agentes, agindo com identidade de propósitos, mediante colaboração recíproca, para a prática de um crime ou de uma infração penal. Segundo o Código Penal, quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade. Assim, a norma insculpida no Código Penal aplica-se, como regra, aos delitos de concurso eventual.

b) Segundo a doutrina, existem várias teorias para fornecer o conceito de autor, dentre as quais podemos citar a teoria objetiva ou dualista, que realiza distinção nítida entre autor e partícipe. A referida teoria subdivide-se em duas espécies, objetivo-formal, segundo a qual autor é aquele que presta a contribuição objetiva mais relevante para o tipo penal, não necessariamente realizando o núcleo do tipo penal, enquanto na teoria objetivo-material o autor é aquele que realiza o verbo do tipo, ou seja, a conduta descrita no preceito primário da norma incriminadora.

c) Em tema de concurso de agentes, a autoria pode se revelar de diversas maneiras, assim, é

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possível que o autor exerça o domínio final do fato, corrente de natureza objetiva, executando o núcleo do tipo penal, ou seja, senhor do fato é aquele que realiza materialmente a conduta descrita no preceito incriminador primário. Ademais, tem a capacidade de fazer continuar ou impedir a conduta penalmente ilícita.

d) A doutrina penalista brasileira não admite a coautoria nos crimes culposos, uma vez que não há liame subjetivo quanto ao resultado e quanto à conduta, necessários para a caracterização da infração penal, de modo que em tais delitos, em virtude de sua natureza, a violação do dever de cuidado ocorre de forma individualizada, tendo em vista a inexistência de reciprocidade de desígnios para a produção do resultado naturalístico.

e) De acordo com a doutrina penalista brasileira, não se admite a coautoria nos crimes próprios, admitindo-a nos crimes de mão própria, uma vez que quanto a este, o sujeito ativo descrito pode ser substituído por outrem, não exigindo situação fática ou jurídica diferenciado do indivíduo.

29. Sobre o delito de “lavagem de dinheiro”, marque a alternativa correta.

a) A introdução e a integração são as fases do delito de lavagem de dinheiro, sendo, desta forma, as fases de operação utilizadas para ocultar a origem ilícita dos recursos financeiros obtidos.

b) A Lei n. 9.613/1998 tem como bem jurídico tutelado a ordem econômica e o sistema financeiro nacional. O delito de “lavagem de dinheiro” absorve a infração penal antecedente.

c) O processo e julgamento dos crimes previstos na Lei n. 9.613/1998 dependem do processo e julgamento das infrações penais antecedentes, ainda que praticados em outro país, cabendo ao juiz competente para os crimes antecedentes a decisão sobre a unidade de processo e julgamento.

d) As medidas assecuratórias sobre bens, direitos e valores oriundos dos crimes tipificados no art. 1º, da Lei n. 9.613/1998, praticados no estrangeiro, podem ser determinadas pelo juiz quando existir tratado ou convenção internacional autorizando a sua adoção, ou a promessa de reciprocidade no caso de ausência daqueles, e houver solicitação da autoridade estrangeira competente.

e) A alienação antecipada será decretada pelo juiz apenas nos casos em que há requerimento do Ministério Público, tendo em vista o caráter constritivo da medida, que apresentará petição indicando os bens suspeitos de terem sido adquiridos com recursos de origem ilícita.

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30. Sobre o Inquérito Policial, marque a alternativa correta.

a) A persecutio criminis consiste na atuação estatal para investigar e punir as infrações penais, tem natureza pré-processual, sendo desenvolvida pela autoridade policial por meio do correspondente inquérito, para coletar elementos relacionados a autoria e a materialidade do delito.

b) A autoridade policial não tem atribuição para determinar o arquivamento do inquérito. O arquivamento da investigação é ato composto que decorre de determinação judicial após requerimento do Ministério Público. No entanto, quando o arquivamento é determinado por juízo incompetente, ainda que no caso de atipicidade de conduta, é possível o seu desarquivamento no caso de novas provas.

c) O Ministério Público poderá requerer a devolução do inquérito policial para novas diligências consideradas essenciais ao oferecimento da denúncia. Neste caso, se o indiciado estiver preso, deverá ser colocado em liberdade, uma vez que não há fundamento para justificar a imediata denúncia.

d) O inquérito, peça administrativa e de natureza inquisitorial, deve ser sigiloso, não submetendo-se ao princípio da publicidade, no entanto, é direito do defensor ter amplo acesso aos elementos de provas necessários e essenciais ao exercício do direito de ampla defesa.

e) No Distrito Federal e nas demais comarcas do país, a autoridade com exercício em uma delas poderá, nos inquéritos a que esteja procedendo, poderá ordenar diligências em circunscrição de outra, nos casos de precatórias ou requisições a autoridade com atribuição naquela circunscrição, sobre qualquer fato que ocorra em sua presença, noutra circunscrição.

DIREITO DO TRABALHO

31. Assinale a assertiva correta:

a) Ao empregador é vedado transferir o empregado, sem a sua anuência, para localidade diversa da que resultar do contrato, é vedado, inclusive, a transferência que não acarretar necessariamente a mudança do seu domicílio.

b) A possibilidade de transferência dos empregados cujos contratos tenham como condição, implícita ou explícita, a transferência prescinde da comprovação da real necessidade do serviço.

c) Nos casos de transferência dos empregados que exerçam cargo de confiança e aqueles cujos contratos tenham como condição, implícita ou explícita, a transferência, não será

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devido o adicional de transferência.

d) Mesmo em caso de transferência definitiva, é devido o adicional de transferência.

e) É licita a transferência, independentemente da anuência do empregado, quando ocorrer extinção do estabelecimento em que trabalhar o empregado.

32. São hipóteses de interrupção do contrato de trabalho, exceto:

a) Férias.

b) Pelo tempo que se fizer necessário, quando tiver que comparecer a juízo.

c) Nos dias em que estiver comprovadamente realizando provas de exame vestibular para ingresso em estabelecimento de ensino superior.

d) Repouso semanal remunerado.

e) Greve.

DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO

33. Acerca da execução das contribuições previdenciárias na justiça do trabalho, assinale a assertiva incorreta:

a) A competência da justiça do trabalho para execução de ofício das contribuições previdenciárias alcança apenas a execução das contribuições relativas ao objeto da condenação constante da sentença que proferir.

b) Compete à Justiça do Trabalho a execução, de ofício, da contribuição referente ao Seguro de Acidente de Trabalho (SAT), que tem natureza de contribuição para a seguridade social, pois se destina ao financiamento de benefícios relativos à incapacidade do empregado decorrente de infortúnio no trabalho.

c) Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar as ações relativas às penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos órgãos de fiscalização das relações de trabalho.

d) É atribuição da Procuradoria-Geral Federal representar judicial e extrajudicialmente a União, nos processos da Justiça do Trabalho relacionados com a cobrança de contribuições previdenciárias, independente de delegação da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional.

e) A Justiça do Trabalho não possui competência para executar as contribuições sociais

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destinadas às entidades de serviço social e formação profissional.

34. Assinale a assertiva correta:

a) Na justiça do trabalho, o termo de conciliação homologado judicialmente valerá como decisão irrecorrível, inclusive para a Previdência Social em relação às contribuições sociais que lhe forem devidas.

b) Para desconstituição pelas partes de termo de conciliação homologado judicialmente pelo juízo de 1º grau, é cabível a ação rescisória.

c) Na Reclamação Trabalhista, quando o acordo for celebrado e homologado após o trânsito em julgado, o valor a ser pago a título de contribuição previdenciária deve ser calculado a partir do valor originalmente concedido em sentença.

d) Caso o acordo homologado em juízo não reconheça o vínculo de emprego, não haverá incidência de contribuição previdenciária.

e) A homologação de acordo constitui direito da parte, assim, em caso de negativo pelo juízo é cabível a impetração de Mandado de Segurança.

DIREITO DA SEGURIDADE SOCIAL

35. Acerca do salário-de-contribuição, assinale a assertiva incorreta:

a) Segundo o Superior Tribunal de Justiça, estão sujeitas à incidência de contribuição previdenciária as parcelas pagas pelo empregador a título de horas extras e seu respectivo adicional.

b) Segundo o Superior Tribunal de Justiça, estão sujeitas à incidência de contribuição previdenciária as parcelas pagas pelo empregador a título de adicional noturno e de periculosidade.

c) Segundo o Superior Tribunal de Justiça, estão sujeitas à incidência de contribuição previdenciária as parcelas pagas pelo empregador a título de adicional de transferência.

d) Não incide contribuição previdenciária sobre aposentadoria paga pelo Regime Geral de Previdência Social.

e) Não incide contribuição previdenciária sobre aposentadoria paga pelo Regime Próprio de Previdência Social.

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36. Acerca do salário-de-contribuição, assinale a assertiva incorreta:

a) Segundo o Superior Tribunal de Justiça, não há incidência de contribuição previdenciária sobre o vale transporte pago em pecúnia, considerando o caráter indenizatório da verba.

b) Segundo o Superior Tribunal de Justiça, incide contribuição previdenciária a cargo da empresa sobre os valores pagos a título de salário-maternidade.

c) Segundo o Superior Tribunal de Justiça, incide contribuição previdenciária a cargo da empresa sobre os valores pagos a título de salário paternidade.

d) Segundo o Superior Tribunal de Justiça, incide contribuição previdenciária a cargo da empresa sobre o valor pago a título de aviso prévio indenizado.

e) Não integram o salário-de-contribuição o abono do Programa de Integração Social-PIS e do Programa de Assistência ao Servidor Público-PASEP.

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GABARITO DAS QUESTÕES OBJETIVAS

QUESTÃO 1 ALTERNATIVA DQUESTÃO 2 ALTERNATIVA CQUESTÃO 3 ALTERNATIVA BQUESTÃO 4 ALTERNATIVA DQUESTÃO 5 ALTERNATIVA AQUESTÃO 6 ALTERNATIVA BQUESTÃO 7 ALTERNATIVA CQUESTÃO 8 ALTERNATIVA CQUESTÃO 9 ALTERNATIVA CQUESTÃO 10 ALTERNATIVA DQUESTÃO 11 ALTERNATIVA DQUESTÃO 12 ALTERNATIVA BQUESTÃO 13 ALTERNATIVA EQUESTÃO 14 ALTERNATIVA CQUESTÃO 15 ALTERNATIVA EQUESTÃO 16 ALTERNATIVA BQUESTÃO 17 ALTERNATIVA EQUESTÃO 18 ALTERNATIVA BQUESTÃO 19 ALTERNATIVA CQUESTÃO 20 ALTERNATIVA EQUESTÃO 21 ALTERNATIVA EQUESTÃO 22 ALTERNATIVA DQUESTÃO 23 ALTERNATIVA DQUESTÃO 24 ALTERNATIVA AQUESTÃO 25 ALTERNATIVA BQUESTÃO 26 ALTERNATIVA AQUESTÃO 27 ALTERNATIVA EQUESTÃO 28 ALTERNATIVA AQUESTÃO 29 ALTERNATIVA DQUESTÃO 30 ALTERNATIVA CQUESTÃO 31 ALTERNATIVA EQUESTÃO 32 ALTERNATIVA EQUESTÃO 33 ALTERNATIVA DQUESTÃO 34 ALTERNATIVA BQUESTÃO 35 ALTERNATIVA EQUESTÃO 36 ALTERNATIVA D

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QUESTÕES OBJETIVAS COM O GABARITO COMENTADO

PROFESSOR: SADI TOLFO JUNIOR

DIREITO CONSTITUCIONAL

1. Acerca das competências constitucionais, assinale a alternativa correta:

a) É inconstitucional Lei estadual que determine o número máximo de alunos por sala de aula em escolas públicas e particulares daquele ente, por usurpar a competência da União para legislar sobre normas gerais de educação.

b) Pode o Município indiscriminadamente criar, organizar e suprimir distritos, por expressa disposição constitucional.

c) É competência privativa da União legislar sobre comércio exterior, e concorrente da União e dos Estado legislar sobre comércio interestadual.

d) É formalmente inconstitucional a lei estadual que cria restrições à comercialização, à estocagem e ao trânsito de produtos agrícolas importados no Estado, ainda que tenha por objetivo a proteção da saúde dos consumidores diante do possível uso indevido de agrotóxicos por outros países.

e) Em determinado Estado da federação, os postes de sustentação à rede elétrica estavam causando transtornos e impedimentos aos proprietários de terrenos. Em vista disso, pode o ente editar lei estadual determinando a remoção destes postes, já que é competência comum entre a União e os Estados promover a melhoria das condições habitacionais.

COMENTÁRIO

Com relação ao item “a”, sabe-se que o art. 24, IX, estabelece a competência concorrente da União, Estados e Distrito Federal para legislar sobre educação. No âmbito da legislação concorrente, compete à União estabelecer normas gerais, podendo os Estados suplantar essa legislação. No tema educação, as normas gerais estão presentes na Lei nº 9.394/96 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional). Entretanto, no julgamento da ADI nº 4.060, entendeu o STF que “a competência legislativa do Estado-membro para dispor sobre educação e ensino (CRFB, art. 24, IX) autoriza a fixação, por lei local, do número máximo de alunos em sala de aula, no afã de viabilizar o adequado aproveitamento dos estudantes. O limite máximo de alunos em sala de aula não ostenta natureza de norma geral, uma vez que dependente das circunstâncias peculiares a cada ente da federação, tais como o número de escolas colocadas à disposição da comunidade, a oferta de vagas para o ensino, o quantitativo de crianças em idade escolar para o nível fundamental e médio, o número de professores em oferta na região, além de aspectos ligados ao desenvolvimento tecnológico nas áreas de educação e ensino”. Assim, incorreto o item “a”.

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Com relação ao item “b”, a Constituição autoriza aos municípios criar, organizar e suprimir distritos. No entanto, devem observar a legislação estadual (art. 30, IV, da CF/1988). Assim, incorreto o item “b”.

Quanto ao item “c”, compete privativamente à União legislar sobre comércio exterior e interestadual, nos termos do art. 22, VIII, da Constituição Federal. Assim, incorreto o item.

A assertiva do item “e” está incorreta de acordo com o entendimento do STF na ADI nº 4.925. Naquela ocasião, entendeu o STF que “as competências para legislar sobre energia elétrica e para definir os termos da exploração do serviço de seu fornecimento, inclusive sob regime de concessão, cabem privativamente à União, nos termos dos art. 21, XII, “b”; 22, IV e 175 da Constituição”. Entendeu ainda o Tribunal que ao criar, para as empresas que exploram o serviço de fornecimento de energia elétrica no Estado, obrigação significativamente onerosa, a ser prestada em hipóteses de conteúdo vago (“que estejam causando transtornos ou impedimentos”) para o proveito de interesses individuais dos proprietários de terrenos, referida lei imiscuir-se-ia indevidamente nos termos da relação contratual estabelecida entre o poder federal e as concessionárias.

O item correto, portanto, é o “d”. No julgamento da ADI nº 3.813, entendeu o STF que é formalmente inconstitucional a lei estadual que cria restrições à comercialização, à estocagem e ao trânsito de produtos agrícolas importados no Estado, ainda que tenha por objetivo a proteção da saúde dos consumidores diante do possível uso indevido de agrotóxicos por outros países. No entender do Tribunal, a matéria é predominantemente de comércio exterior e interestadual, sendo, portanto, de competência privativa da União (CF, art. 22, inciso VIII). Ressaltou ainda, que a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal é firme no sentido da inconstitucionalidade das leis estaduais que constituam entraves ao ingresso de produtos nos Estados da Federação ou a sua saída deles, provenham esses do exterior ou não.

GABARITO: LETRA “D“

2. Acerca do Tribunal de Contas da União, assinale o item incorreto:

a) De acordo com recente precedente do STF, o TCU ostentaria a condição de órgão independente na estrutura do Estado brasileiro, deixando de ser órgão do Parlamento para tornar-se da sociedade, representando um dos principais instrumentos republicanos destinados à concretização da democracia e dos direitos fundamentais, na medida em que o controle do emprego de recursos públicos propiciaria, em larga escala, justiça e igualdade.

b) Assiste ao TCU um poder geral de cautela, que se consubstancia em prerrogativa institucional decorrente das próprias atribuições que a Constituição expressamente lhe outorga para seu adequado funcionamento e alcance de suas finalidades. Inclusive, admite-se, ainda que de forma excepcional, a concessão, sem audiência da parte contrária, de medidas cautelares, por deliberação fundamentada daquela Corte, sempre que necessárias à neutralização imediata de situações de lesividade ao interesse público ou à garantia da utilidade prática de suas deliberações finais.

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c) Conforme precedente do STF, o BNDES não pode ser constrangido a enviar documentos específicos alusivos a operações realizadas entre a entidade e determinado grupo empresarial, solicitadas pelo TCU em auditoria instaurada por solicitação da Comissão de Controle Externo da Câmara dos Deputados, já que ao TCU é vedada a quebra de sigilo bancário e fiscal.

d) O Tribunal de Contas da União, detectando ilegalidade em licitação e contrato administrativo, não pode, de plano, determinar a sua anulação pelo ente celebrante.

e) O TCU tem competência para declarar a inidoneidade de empresa privada para participar de licitações promovidas pela Administração Pública.

COMENTÁRIO

Muita atenção com esse tema, já que em épocas de operação lava-jato a atuação do TCU tem sido muito comentada.

A assertiva do item “a” está correta, e reflete entendimento exarado no MS nº 33.340, vinculado no informativo nº 787 cujo excerto reproduzo abaixo:

O Colegiado, inicialmente, afirmou que o TCU ostentaria a condição de órgão independente na estrutura do Estado brasileiro, cujas principais funções se espraiariam pelos diversos incisos do art. 71 da CF. Seus membros possuiriam as mesmas prerrogativas que as asseguradas aos magistrados, tendo suas decisões a natureza jurídica de atos administrativos passíveis de controle jurisdicional. Tratar-se-ia de tribunal de índole técnica e política que deveria fiscalizar o correto emprego de recursos públicos. As Cortes de Contas implementariam autêntico controle de legitimidade, economicidade e de eficiência, porquanto deveriam aferir a compatibilidade dos atos praticados pelos entes controlados com a plenitude do ordenamento jurídico, em especial com a moralidade, eficiência, proporcionalidade. Assim, no atual contexto juspolítico brasileiro, em que teria ocorrido expressiva ampliação de suas atribuições, a Corte de Contas deveria ter competência para aferir se o administrador teria atuado de forma prudente, moralmente aceitável e de acordo com o que a sociedade dele esperasse. Ademais, o TCU, ao deixar de ser órgão do Parlamento para tornar-se da sociedade, representaria um dos principais instrumentos republicanos destinados à concretização da democracia e dos direitos fundamentais, na medida em que o controle do emprego de recursos públicos propiciaria, em larga escala, justiça e igualdade.

Com relação ao item “b”, a assertiva reflete entendimento do STF no MS nº 33.092 que questionava a indisponibilidade dos bens do ex-presidente da Petrobrás, determinada pelo TCU. Na ocasião, ressaltou o STF que essa medida tem abrigo no art. 44, §2º, da Lei nº 8.443/92 (Lei Orgânica do TCU), que admite a decretação, por prazo não superior a um ano, da indisponibilidade de bens do responsável, tantos quantos considerados bastantes para garantir o ressarcimento dos danos em apuração. O STF ratificou a

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constitucionalidade do dispositivo.

Com relação ao item “d”, o art. 71, X, atribui competência ao TCU para sustar, se não atendido, a execução de ato que fora impugnado perante o Tribunal, comunicando a decisão à Câmara dos Deputados e ao Senado Federal. Entretanto, tratando-se de contrato, o §2º determina que o ato de sustação será adotado diretamente pelo Congresso Nacional, que solicitará, de imediato, ao Poder Executivo as medidas cabíveis. Assim, correto o item “d”.

Com relação ao item “e”, entendeu o STF no MS nº 30.788 que essa competência está insculpida no art. 46 da Lei 8.443/1992 (Lei Orgânica do TCU), ao prever que “verificada a ocorrência de fraude comprovada à licitação, o Tribunal declarará a inidoneidade do licitante fraudador para participar, por até cinco anos, de licitação na Administração Pública Federal”. Ressaltou o Tribunal que não se confunde com o dispositivo da Lei das Licitações (art. 87), que - dirigido apenas aos altos cargos do Poder Executivo dos entes federativos (§ 3º) - é restrito ao controle interno da Administração Pública e de aplicação mais abrangente”. Lembrou também que o parágrafo único do art. 70 da CF submete essa competência material do TCU não apenas as pessoas de direito público, mas também as pessoas jurídicas de direito privado e até mesmo as pessoas naturais. Portanto, correto o item “e”.

O item incorreto, portanto, é o “c”. Como justificativa colaciono trecho do informativo nº 787 do STF, elucidativo sobre o assunto:

Em decorrência dessa premissa, o que se vedaria ao TCU seria a quebra do sigilo bancário e fiscal, “tout court”, consoante decisões proferidas no MS 22.801/DF (DJe de 14.3.2008) e no MS 22.934/DF (DJe 9.5.2012) no sentido de que a LC 105/2001, que dispõe sobre o sigilo das operações de instituições financeiras, não poderia ser manejada pelo TCU para que fosse determinada a quebra de sigilo bancário e empresarial. O caso em comento, entretanto, seria diferente dos referidos precedentes, porquanto a atuação do TCU teria amparo no art. 71 da CF e se destinaria, precipuamente, a controlar as operações financeiras realizadas pelo BNDES e pelo BNDESPAR. Cuidar-se-ia de regular hipótese de controle legislativo financeiro de entidades federais por iniciativa do Parlamento, que o fizera por meio da Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara dos Deputados. Nesse particular, o referido órgão determinara ao TCU que realizasse auditoria nas operações de crédito envolvendo as citadas instituições financeiras, com fundamento no art. 71, IV, da CF. Ademais, não se estaria diante de requisição para a obtenção de informações de terceiros, mas de informações das próprias instituições, que contrataram terceiros com o emprego de recursos de origem pública. A pretensão do TCU seria o mero repasse de informações no seio de um mesmo ente da federação, e isso não ostentaria a conotação de quebra de sigilo bancário. Essa diferença seria relevante para legitimar a atuação da Corte de Contas, sob pena de inviabilizar o pleno desempenho de sua missão constitucionalmente estabelecida. O BNDES atuaria como banco de fomento com características muito próprias, sendo um banco de fomento econômico e social, e não uma instituição financeira privada comum. Por mais que ele detivesse a natureza de pessoa de direito privado da Administração Indireta, também sofreria intensa influência do regime de Direito Público. Nessa senda, ressoaria

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imperioso destacar que o sigilo de informações necessárias para a preservação da intimidade seria relativizado quando se estivesse diante do interesse da sociedade de se conhecer o destino dos recursos públicos.

GABARITO: LETRA “C“

3. Acerca do processo legislativo, assinale o item correto:

a) Uma lei não pode ser revogada durante o período de vacatio legis.

b) O exercício do treaty-making power pelo Estado brasileiro está sujeito à necessária observância das limitações jurídicas impostas pelo texto constitucional.

c) Deve ser reapreciada pela Câmara dos Deputados expressão suprimida pelo Senado Federal em texto de projeto que, na redação remanescente, aprovada de ambas as Casas do Congresso, não perdeu sentido normativo, por expressa disposição constitucional.

d) A proposta de Emenda Constitucional será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos membros. O lapso temporal entre os turnos não pode superar o período de uma sessão legislativa.

e) Se o Presidente da República considerar projeto de lei, no todo ou em parte, inconstitucional ou contrário ao interesse público, vetá-lo-á total ou parcialmente, no prazo de quinze dias corridos, contados da data do recebimento, e comunicará, dentro de quarenta e oito horas, ao Presidente do Senado Federal os motivos do veto.

COMENTÁRIO

Conforme já entendeu o STF no HC 72.435, as leis, ainda que em período de vacatio legis, não se revelam imunes à possibilidade jurídica de sua revogação por diploma legislativo que, sendo editado posteriormente, apresente-se em relação de conflito antinômico com elas. Vale dizer, inexiste qualquer obstáculo de índole jurídico-constitucional que impeça a revogação de uma determinada lei por outra, ainda que a superveniência desta última tenha formalmente ocorrido durante o prazo de vacatio legis. Por isso, incorreto o item “a”.

Quanto ao item “c”, com efeito, o art. 65, parágrafo único, da Constituição Federal, dispõe que o projeto de lei aprovado por uma Casa será revisto pela outra, em um só turno de discussão e votação, e enviado à sanção ou promulgação, se a Casa revisora o aprovar, ou arquivado, se o rejeitar; sendo o projeto emendado, voltará à Casa iniciadora. Entretanto, decidiu o STF na ADI 3.367 que não precisa ser reapreciada pela Câmara dos Deputados expressão suprimida pelo Senado Federal em texto de projeto que, na redação remanescente, aprovada de ambas as Casas do Congresso, não perdeu sentido normativo.

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O erro do item “d” está ao fixar lapso para que os turnos de votação da Emenda Constitucional ocorram. Conforme decidiu o STF na ADI nº 4.425, a Constituição Federal de 1988 não fixou um intervalo temporal mínimo entre os dois turnos de votação para fins de aprovação de emendas à Constituição (CF, art. 60, § 2º), de sorte que inexiste parâmetro objetivo que oriente o exame judicial do grau de solidez da vontade política de reformar a Lei Maior. Portanto, incorreto o item “d”.

O erro do item “e” está ao afirmar que o prazo de 15 dias para o veto são corridos, quando na verdade são dias úteis. Nesse sentido é o art. 66, §1º, da Constituição Federal.

O item correto, então, é o “b”. A expressão treaty-making power já foi utilizada pelo STF, como por exemplo no julgamento da ADI 1.480, e constitui-se no poder de celebrar tratados. Nessa ocasião, explicou o STF que no sistema jurídico brasileiro, os tratados ou convenções internacionais estão hierarquicamente subordinados à autoridade normativa da Constituição da República. Em consequência, nenhum valor jurídico terão os tratados internacionais, que, incorporados ao sistema de direito positivo interno, transgredirem, formal ou materialmente, o texto da Carta Política. O exercício do treaty-making power, pelo Estado brasileiro está sujeito à necessária observância das limitações jurídicas impostas pelo texto constitucional. Já no Ag.Reg. no MI nº 772, explicou o STF que “o exercício do “treaty-making power”, pelo Estado brasileiro, está sujeito à observância das limitações jurídicas emergentes do texto constitucional. Os tratados celebrados pelo Brasil estão subordinados à autoridade normativa da Constituição da República. Nenhum valor jurídico terá o tratado internacional, que, incorporado ao sistema de direito positivo interno, transgredir, formal ou materialmente, o texto da Carta Política”.

GABARITO: LETRA “B“

PROFESSOR: CAMILLO PIANA

DIREITO TRIBUTÁRIO

4. Em relação às imunidades em matéria tributária, à luz da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, todas as alternativas a seguir estão corretas, exceto:

a) Não é admitida a aplicação retroativa da imunidade recíproca em havendo sucessão tributária.

b) A imunidade da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos é ampla, assim alcançando as atividades por ela desempenhadas sob o regime concorrencial com as empresas privadas, como é o caso do transporte de bens e mercadorias.

c) A imunidade dos livros, jornais e periódicos abrange os filmes e papéis fotográficos necessários à publicação dos mesmos.

d) Estão excluídas da imunidade constitucional do art. 150, VI, d, da CF, as publicações que cuidam de informações genéricas ou específicas, sem caráter noticioso, discursivo, literário,

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poético ou filosófico, como é o caso das listas telefônicas.

e) Ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU o imóvel pertencente à instituição de assistência social, sem fins lucrativos e que atenda os requisitos da lei, desde que o valor dos aluguéis seja aplicado nas atividades para as quais a entidade foi constituída.

COMENTÁRIO

Letra a. Correta, pois o STF já teve a oportunidade de assentar que a imunidade tributária recíproca (art. 150, VI, a, CF) não tem lugar quando o ente político figure na condição de sucessor tributário. Vale dizer, a imunidade tributária recíproca não exonera o sucessor das obrigações tributárias relativas aos fatos jurídicos tributários ocorridos antes da sucessão (aplicação “retroativa” da imunidade tributária). Nesse sentido o RE 599.176, com repercussão geral, julgado em 05/06/2014, o qual discutia a aplicação da imunidade tributária recíproca de créditos tributários já constituídos e transferidos à União por sucessão da extinta Rede Ferroviária Federal S.A. – RFSSA: “A imunidade tributária recíproca (CF, art. 150, VI, a) não afasta a responsabilidade tributária por sucessão, na hipótese em que o sujeito passivo era contribuinte regular do tributo devido. [...] O Tribunal afirmou que a imunidade tributária recíproca é norma constitucional de competência que proí be a instituição de impostos sobre o patrimônio, a renda ou os serviços dos entes federados. Con signou que essa imunidade é instrumento de preservação e calibração do pacto federativo, des tinado a proteger os entes federados de eventuais pressões econômicas, projetadas para induzir escolhas políticas ou administrativas da preferência do ente tributante. Nesse contexto, a Corte realçou que a imunidade tributária recíproca é inaplicável se a atividade ou a entidade tributa da demonstrar capacidade contributiva; se houver risco à livre iniciativa e às condições de justa concorrência econômica; ou se não houver risco ao pleno exercício da autonomia política que a Constituição confere aos entes federados. Assinalou que a RFFSA, por ser sociedade de economia mista, constituída sob a forma de sociedade por ações, apta, portanto, a cobrar pela prestação de seus serviços e a remunerar o capital investido, não tem direito à imunidade. Registrou que, com a liquidação da pessoa jurídica e com a já mencionada sucessão, a União se tornou responsável tributária pelos créditos inadimplidos, nos termos dos artigos 130 e seguintes do CTN. O Colegia do ressaltou que a União não pode afastar a responsabilidade tributária ao alegar simplesmente que o tributo é devido por sociedade de economia mista, tampouco ao sugerir a aplicação de regra constitucional que protege a autonomia política de entes federados. Sublinhou que a res ponsabilidade tributária dos sucessores protege o erário de um tipo de inadimplência bastante específica, consistente no desaparecimento jurídico do contribuinte, conjugado com a transfe rência integral ou parcial do patrimônio a outra pessoa jurídica. Assim, a desconstituição da pessoa jurídica faz com que o crédito tributário não possa mais ser exigido contra o contribuinte original, que deixa de existir juridicamente. Salientou, por fim, que o sucessor, ainda que se trate de um ente federado, deve arcar com a dívida”.

Letra b. Correta, conforme importante entendimento do STF no RE 627051, Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI, Tribunal Pleno, julgado em 12/11/2014: “Recurso extraordinário com repercussão geral. Imunidade recíproca. Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos. Peculiaridades do Serviço Postal. Exercício de atividades em regime de exclusividade e em concorrência com particulares. Irrelevância. ICMS. Transporte de encomendas.

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Indissociabilidade do serviço postal. Incidência da Imunidade do art. 150, VI, a da Constituição. Condição de sujeito passivo de obrigação acessória. Legalidade. 1. Distinção, para fins de tratamento normativo, entre empresas públicas prestadoras de serviço público e empresas públicas exploradoras de atividade econômica. 2. As conclusões da ADPF 46 foram no sentido de se reconhecer a natureza pública dos serviços postais, destacando-se que tais serviços são exercidos em regime de exclusividade pela ECT. 3. Nos autos do RE nº 601.392/PR, Relator para o acórdão o Ministro Gilmar Mendes , ficou assentado que a imunidade recíproca prevista no art. 150, VI, a, CF, deve ser reconhecida à ECT, mesmo quando relacionada às atividades em que a empresa não age em regime de monopólio. 4. O transporte de encomendas está inserido no rol das atividades desempenhadas pela ECT, que deve cumprir o encargo de alcançar todos os lugares do Brasil, não importa o quão pequenos ou subdesenvolvidos. 5. Não há comprometimento do status de empresa pública prestadora de serviços essenciais por conta do exercício da atividade de transporte de encomendas, de modo que essa atividade constitui conditio sine qua non para a viabilidade de um serviço postal contínuo, universal e de preços módicos. 6. A imunidade tributária não autoriza a exoneração de cumprimento das obrigações acessórias. A condição de sujeito passivo de obrigação acessória dependerá única e exclusivamente de previsão na legislação tributária. 7. Recurso extraordinário do qual se conhece e ao qual se dá provimento, reconhecendo a imunidade da ECT relativamente ao ICMS que seria devido no transporte de encomendas”.

Letras c e d. Consoante o magistério do Prof. Leandro Paulsen (Curso de Direito Tributário, 5ª Ed, 2013, p. 106/107), comentando a imunidade dos livros, jornais, periódicos e papel destinado a sua impressão (art. 150, VI, d, CF):

Cuida-se de imunidade objetiva, e não subjetiva, não se estendendo às empresas jornalísticas ou de publicidade, editoras e autores. [...] A CF, ao instituir esta benesse, não fez ressalvas quanto ao valor artístico ou didático, à relevância das informações divulgadas ou à qualidade cultural de uma publicação. Assim, alcança, também, apostilas, fascículos semanais e lista telefônica. Até mesmo álbuns de figurinhas restam abrangidos. Cabe destacar, ainda, que a veiculação de anúncios e de publicidade nos livros, jornais e periódicos não afasta a imunidade em questão, constituindo, inclusive, muitas vezes, instrumento para a viabilização da publicação e da sua independência. Aliás, o STF chegou a decidir no sentido de que a imunidade abrange os próprios serviços prestados pela empresa jornalística na transmissão de anúncios e propaganda. Quanto à pura e simples distribuição de encartes de propaganda de terceiros por jornais e periódicos, contudo, entendeu ausente a imunidade. [...] Quanto aos insumos, estão abrangidos pela imunidade o papel e assimiláveis: papel para impressão, papel fotográfico, papel telefoto e outros tipos de papel.

Nesse norte, correta a letra c, conforme inclusive o teor da Súmula nº 657 do STF: “A imunidade prevista no art. 150, VI, d, da CF abrange os filmes e papéis fotográficos necessários à publicação de jornais e periódicos”.

De outro giro, incorreta a letra d, pois, como visto, mesmo as listas telefônicas encontram-se albergadas pela regra imunizante: “Orientação jurisprudencial do STF, no sentido de que não estão excluídos da

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imunidade constitucional as publicações ‘que cuidam de informações genéricas ou especificas, sem caráter noticioso, discursivo, literário, poético ou filosófico, mas de inegável utilidade pública, como e o caso das listas telefônicas’ (RE 134071, Relator(a): Min. ILMAR GALVÃO, Primeira Turma, julgado em 15/09/1992).

Letra e. Correta. A previsão do art. 150, VI, c da CF consagra imunidade que veda a instituição de impostos sobre “patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei”. O Supremo Tribunal, por seu turno, com a recente edição da Súmula Vinculante nº 52, consolidou entendimento no sentido de que: “Ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU o imóvel pertencente a qualquer das entidades referidas pelo art. 150, VI, “c”, da Constituição Federal, desde que o valor dos aluguéis seja aplicado nas atividades para as quais tais entidades foram constituídas”.

GABARITO: LETRA “D“

5. Quanto às contribuições, assinale a alternativa correta:

a) O valor do imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN ou ISS) integra o conceito de receita bruta ou faturamento, devendo assim compor a base de cálculo do PIS e da COFINS.

b) Segundo recente entendimento do STF, considerando que as contribuições são tributos finalisticamente vinculados a determinado propósito, a desvinculação da aplicação de seus recursos macula a relação jurídico-tributária e assim autoriza a repetição dos valores a tal título recolhidos pelo contribuinte.

c) A competência para a instituição das contribuições, na vigência da atual Constituição, pertence exclusivamente à União.

d) Após a vigência da Lei 11.457/2007, o INSS possui legitimidade passiva nas demandas em que se questione a exigibilidade das contribuições ditas previdenciárias recolhidas em momento anterior ao advento daquela lei.

e) As receitas decorrentes de exportação são imunes à incidência das contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico, não sendo assim elas passíveis de tributação pela CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido).

COMENTÁRIO

Letra a. Correta. O PIS e a COFINS são contribuições que se destinam a financiar a seguridade social, tendo como fato gerador “o faturamento mensal, assim entendido como o total das receitas auferidas pela pessoa jurídica, independentemente de sua denominação ou classificação contábil. Quanto ao regime não cumulativo, o PIS é regido pela Lei nº 10.637/2002 e a COFINS pela Lei 10.833/2003; quanto

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ao regime cumulativo, ambos são regidos pela Lei nº 9.718/98. Anota-se, nessa toada, que o STJ, em importante julgado representativo da controvérsia (Tema 634, REsp 1.330.737, julgado em 10.06.2015), teve a oportunidade de assentar a legitimidade da inclusão do valor do ISS (Imposto Sobre Serviços) na base de cálculo das contribuições do PIS e da COFINS, pois o valor atribuído ao serviço e prestado pelo beneficiário incrementa o patrimônio da entidade prestadora. Na ocasião, consignou-se que, admitir a tese de que o ISS não constitui receita porque não pertence à empresa prestadora de serviço, mas ao município, apenas transitando em sua contabilidade sem acrescentar patrimônio, seria o mesmo que considerar o consumidor sujeito passivo do tributo e a empresa, por sua vez, apenas um “substituto tributário”, que recolheria aos cofres públicos o que seria devido pelo consumidor, o que não se deve admitir.

Letra b. Incorreta. Embora parte da doutrina até sustente a tese veiculada no enunciado, o STF acabou por não acolhê-la, pois “não é possível concluir que, eventual inconstitucionalidade da desvinculação parcial da receita das contribuições sociais, teria como consequência a devolução ao contribuinte do montante correspondente ao percentual desvinculado, pois a tributação não seria inconstitucional ou ilegal, única hipótese autorizadora da repetição do indébito tributário ou o reconhecimento de inexistência de relação jurídico-tributária” (RE 566007, Relator(a): Min. CÁRMEN LÚCIA, Tribunal Pleno, julgado em 13/11/2014).

Letra c. Incorreta, vez que, embora a União atualmente detenha grande parcela da competência para a instituição das contribuições (art. 149, CF), é possível de tal regra ressalvar: (a) A contribuição dos demais entes políticos para o custeio de seus regimes próprios de previdência (Art. 149, §1º, CF. Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão contribuição, cobrada de seus servidores, para o custeio, em benefício destes, do regime previdenciário de que trata o art. 40, cuja alíquota não será inferior à da contribuição dos servidores titulares de cargos efetivos da União); e (b) a CIP/COSIP (Art. 149-A. Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na forma das respectivas leis, para o custeio do serviço de iluminação pública, observado o disposto no art. 150, I e III.).

Letra d. Incorreta, pois mesmo que as contribuições objeto do pedido de restituição/repetição digam respeito ao período em que as mesmas eram cobradas e administradas pelo INSS, a legitimidade passiva, com a Lei nº 11.457/2007 (popular lei da Super-Receita), passou a pertencer unicamente à União. Nesse sentido: “De fato, da leitura dos arts. 2º, 16 e 23 da Lei 11.457/2007, infere-se que as atividades referentes à tributação, fiscalização, arrecadação, cobrança e recolhimento das contribuições sociais vinculadas ao INSS foram transferidas à Secretaria da Receita Federal do Brasil, órgão da União, cuja representação, após os prazos estipulados no art. 16 da Lei 11.457/2007, ficou a cargo exclusivo da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional” (REsp 1.355.613-RS, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 24/4/2014, Informativo nº 539).

Letra e. Incorreta. De fato, o art. 149, §2º, I, da Constituição consagra a seguinte imunidade específica: § 2º As contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico de que trata o caput deste artigo: I - não incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001. Nada obstante, considerando a distinção ontológica entre os conceitos de receita e lucro, o STF entende que a referida regra imunizante não alcança à CSLL: “Recurso extraordinário. 2. Contribuições sociais. Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) e Contribuição Provisória sobre Movimentação

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ou Transmissão de Valores e de Créditos e Direitos de Natureza Financeira (CPMF). 3. Imunidade. Receitas decorrentes de exportação. Abrangência. 4. A imunidade prevista no art. 149, § 2º, I, da Constituição, introduzida pela Emenda Constitucional nº 33/2001, não alcança a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), haja vista a distinção ontológica entre os conceitos de lucro e receita. 6. Vencida a tese segundo a qual a interpretação teleológica da mencionada regra de imunidade conduziria à exclusão do lucro decorrente das receitas de exportação da hipótese de incidência da CSLL, pois o conceito de lucro pressuporia o de receita, e a finalidade do referido dispositivo constitucional seria a desoneração ampla das exportações, com o escopo de conferir efetividade ao princípio da garantia do desenvolvimento nacional (art. 3º , I, da Constituição). 7. A norma de exoneração tributária prevista no art. 149, § 2º, I, da Constituição também não alcança a Contribuição Provisória sobre Movimentação ou Transmissão de Valores e de Créditos e Direitos de Natureza Financeira (CPMF), pois o referido tributo não se vincula diretamente à operação de exportação. A exação não incide sobre o resultado imediato da operação, mas sobre operações financeiras posteriormente realizadas. 8. Recurso extraordinário a que se nega provimento”. (RE 474132, Relator(a): Min. GILMAR MENDES, Tribunal Pleno, julgado em 12/08/2010)

GABARITO: LETRA “A“

6. Relativamente ao processamento dos embargos do executado no processo judicial para a cobrança da Dívida Ativa da Fazenda Pública, julgue as alternativas a seguir:

I. Com a reforma da Lei nº 11.382/2006 no Código de Processo Civil, tais embargos passaram a possuir efeito suspensivo ex lege.

II. Para o STJ, viola a garantia do acesso à justiça a decisão terminativa que, diante da insuficiência da penhora, extingue os embargos sem antes conceder ao executado a possibilidade de proceder ao reforço da garantia à luz de sua capacidade econômica.

III. Reconhecida a hipossuficiência econômica do embargante com o deferimento, em seu favor, do beneplácito da AJG, dispensa-se a garantia do juízo para o processamento de eventuais embargos que venha ele a oferecer.

IV. As questões decididas anteriormente em exceção de pré-executividade podem ser posteriormente reabertas em sede de embargos à execução.

a) Todos os itens estão corretos.

b) Apenas 1 dos itens está correto.

c) Apenas 2 dos itens estão corretos.

d) Apenas 3 dos itens estão corretos.

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e) Nenhum dos itens está correto.

COMENTÁRIO

Item I. Incorreto, pois o STJ tem entendimento pacífico (REsp 1.272.827/PE, Rel. MAURO CAMPBELL MARQUES, julgado em 22/05/2013, acórdão submetido ao regime do art. 543-C, do CPC) no sentido da aplicabilidade, ao rito da LEF, do disposto no art. 739-A do CPC, o qual exige que o embargante/executado demonstre, para obter efeito suspensivo aos embargos, a presença cumulativa dos seguintes requisitos: (i) postulação expressa nesse sentido ao órgão judicial, bem como (ii) demonstração da relevância de seus fundamentos e (iii) que o prosseguimento da execução manifestamente possa lhe acarretar grave dano de difícil ou incerta reparação. Tem-se assim que a concessão do efeito suspensivo opera-se “ope judicis”.

Item II. Correto. Embora por previsão expressa do art. 16, §1º da LEF, a garantia do juízo seja pressuposto inarredável para o próprio processamento dos embargos à execução fiscal, o STJ tempera o rigorismo da lei quando a garantia por parcial e o executado demonstre a impossibilidade de prestá-la integralmente, admitindo nessas hipóteses o recebimento dos embargos. Nesse sentido, o seguinte recurso especial representativo da controvérsia:

“[...] 9. A insuficiência de penhora não é causa bastante para determinar a extinção dos embargos do devedor, cumprindo ao magistrado, antes da decisão terminativa, conceder ao executado prazo para proceder ao reforço, à luz da sua capacidade econômica e da garantia pétrea do acesso à justiça [...] Nesse sentido, in verbis: “Caso o devedor não disponha de patrimônio suficiente para a garantia integral do crédito exequendo, cabe-lhe comprovar inequivocamente tal situação. Neste caso, dever-se-á admitir os embargos, excepcionalmente, sob pena de se violar o princípio da isonomia sem um critério de discrímen sustentável, eis que dar seguimento à execução, realizando os atos de alienação do patrimônio penhorado e que era insuficiente para garantir toda a dívida, negando ao devedor a via dos embargos, implicaria restrição dos seus direitos apenas em razão da sua situação de insuficiência patrimonial. Em palavras simples, poder-se-ia dizer que tal implicaria em garantir o direito de defesa ao “rico”, que dispõe de patrimônio suficiente para segurar o Juízo, e negar o direito de defesa ao “pobre”, cujo patrimônio insuficiente passaria a ser de pronto alienado para a satisfação parcial do crédito. Não trato da hipótese de inexistência de patrimônio penhorável pois, em tal situação, sequer haveria como prosseguir com a execução, que restaria completamente frustrada.” (Leandro Paulsen, in Direito Processual Tributário, Processo Administrativo Fiscal e Execução Fiscal à luz da Doutrina e da Jurisprudência, Ed. Livraria do Advogado, 5ª ed.; p. 333/334)” (REsp 1127815/SP, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 24/11/2010, DJe 14/12/2010)

Item III. Incorreto, pois mesmo que o embargante/executado esteja a litigar sob o pálio da assistência judiciária gratuita (Lei nº 1.060/50), tal circunstância, por si só, não tem condão de afastar a necessária garantia do juízo para os seus embargos:

“[...] Nos termos da jurisprudência do STJ, a garantia do pleito executivo fiscal é condição de

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procedibilidade dos embargos de devedor nos exatos termos do art. 16, § 1º, da Lei n. 6.830/80. O 3º, inciso VII, da Lei n. 1.060/50 não afasta a aplicação do art. 16, § 1º, da LEF, pois o referido dispositivo é cláusula genérica, abstrata e visa à isenção de despesas de natureza processual, não havendo previsão legal de isenção de garantia do juízo para embargar. Ademais, em conformidade com o princípio da especialidade das leis, a Lei de Execuções Fiscais deve prevalecer sobre a Lei n. 1.060/50” (REsp 1437078/RS, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 25/03/2014, DJe 31/03/2014).

Item IV. Incorreta, pois se tem aí típico caso de preclusão consumativa, vedando a reabertura da discussão:

“[...] Extremamente relevante o fundamento, pois pacífica a jurisprudência do STJ de que ‘as questões decididas anteriormente em exceção de pré-executividade, sem a interposição do recurso cabível pela parte interessada, não podem ser posteriormente reabertas em sede de embargos à execução. Configurada, pois a preclusão consumativa” (AgRg no REsp 1531565/CE, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 18/06/2015, DJe 26/06/2015)” “As questões decididas definitivamente em exceção de pré-executividade não podem ser renovadas por ocasião dos embargos à execução, em razão da preclusão. Precedentes” (AgRg no AREsp 514.870/SP, Rel. Ministro OG FERNANDES, SEGUNDA TURMA, julgado em 18/06/2014, DJe 25/06/2014).

GABARITO: LETRA “B“

7. Acerca do arrolamento administrativo de bens e direitos do sujeito passivo, assinale a alternativa correta:

a) A autoridade fiscal competente procederá ao arrolamento de bens e direitos do sujeito passivo sempre que o valor dos créditos tributários de sua responsabilidade for superior a trinta por cento de seu patrimônio conhecido e a R$ 10.000.000,00 (dez milhões de reais).

b) O arrolamento recairá com prioridade sobre bens móveis, podendo o sujeito passivo postular a substituição do bem ou direito arrolado por outro de valor igual ou superior, desde que respeitada a ordem de prioridade de bens a serem arrolados, e mediante avaliação da autoridade fazendária.

c) A partir da data da notificação do ato de arrolamento, o proprietário dos bens e direitos arrolados, ao transferi-los, deve comunicar o fato à unidade do órgão fazendário competente, de modo que a transferência, a qualquer título, sem o cumprimento de tal formalidade, autoriza o requerimento de medida cautelar fiscal contra o sujeito passivo.

d) O arrolamento, com a redução a termo da indicação de bens do sujeito passivo capazes de garantir o crédito tributário, será levado a registro, tendo o efeito de implicar a indisponibilidade dos mesmos.

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e) O STJ reputa inválido o arrolamento efetuado anteriormente à constituição definitiva do crédito tributário.

COMENTÁRIO

Os arts. 64 e 64-A da Lei nº 9.532/97 determinam à autoridade fiscal que proceda ao arrolamento de bens e direitos do sujeito passivo sempre que houver dívida vultosa. Importante, nesse sentido, ao candidato do certame da PGFN, ler e conhecer tais dispositivos.

Dívida vultosa para esse fim considera-se aquela de valor superior a 30% do patrimônio conhecido do devedor e superior a R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais), estando assim incorreta a letra a:

Art. 64. A autoridade fiscal competente procederá ao arrolamento de bens e direitos do sujeito passivo sempre que o valor dos créditos tributários de sua responsabilidade for superior a trinta por cento do seu patrimônio conhecido.

(...) § 7º O disposto neste artigo só se aplica a soma de créditos de valor superior a R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais).

§ 10. Fica o Poder Executivo autorizado a aumentar ou restabelecer o limite de que trata o § 7o deste artigo.

Com base no permissivo do §10º, editou-se o Decreto nº 7.573, de 2011, que elasteceu o limite do §7º para R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais):

Art. 1o O limite de que trata o § 7o do art. 64 da Lei no 9.532, de 10 de dezembro de 1997, passa a ser de R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais).

Embora seja possível ao sujeito passivo postular a substituição do bem ou direito arrolado (sempre por outro de valor igual ou superior, respeitada a ordem de prioridade e realizada a avaliação do bem arrolado e do bem a ser substituído), tem-se que o arrolamento recairá sobre bens e direitos suscetíveis de registro público, com prioridade para aos imóveis, o que torna incorreta a letra b:

Art. 64, § 12. A autoridade fiscal competente poderá, a requerimento do sujeito passivo, substituir bem ou direito arrolado por outro que seja de valor igual ou superior, desde que respeitada a ordem de prioridade de bens a serem arrolados definida pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, e seja realizada a avaliação do bem arrolado e do bem a ser substituído nos termos do § 2o do art. 64-A.

Art. 64-A. O arrolamento de que trata o art. 64 recairá sobre bens e direitos suscetíveis de registro público, com prioridade aos imóveis, e em valor suficiente para cobrir o montante do crédito tributário de responsabilidade do sujeito passivo.

§ 1o O arrolamento somente poderá alcançar outros bens e direitos para fins de complementar o valor referido no caput.

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§ 2o Fica a critério do sujeito passivo, a expensas dele, requerer, anualmente, aos órgãos de registro público onde os bens e direitos estiverem arrolados, por petição fundamentada, avaliação dos referidos ativos, por perito indicado pelo próprio órgão de registro, a identificar o valor justo dos bens e direitos arrolados e evitar, deste modo, excesso de garantia.

O arrolamento, ou seja, a redução a termo da indicação de bens do sujeito passivo capazes de garantir o crédito tributário, não tem o efeito legal de implicar indisponibilidade, mas é levado a registro, de modo que inibe eventuais interessados, além do que o proprietário, ao aliená-los ou onerá-los, deve comunicar o fato à unidade do órgão fazendário, sob pena de requerimento e deferimento de medida cautelar fiscal:

§ 3º A partir da data da notificação do ato de arrolamento, mediante entrega de cópia do respectivo termo, o proprietário dos bens e direitos arrolados, ao transferi-los, aliená-los ou onerá-los, deve comunicar o fato à unidade do órgão fazendário que jurisdiciona o domicílio tributário do sujeito passivo.

§ 4º A alienação, oneração ou transferência, a qualquer título, dos bens e direitos arrolados, sem o cumprimento da formalidade prevista no parágrafo anterior, autoriza o requerimento de medida cautelar fiscal contra o sujeito passivo.

Lei nº 8.397/1992. Art. 2º A medida cautelar fiscal poderá ser requerida contra o sujeito passivo de crédito tributário ou não tributário, quando o devedor: VII - aliena bens ou direitos sem proceder à devida comunicação ao órgão da Fazenda Pública competente, quando exigível em virtude de lei.

Correta assim a alternativa da letra c, e incorreta a de letra d, pois o arrolamento não implica indisponibilidade patrimonial:

PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. ARROLAMENTO DE BENS. LIMITAÇÃO AO DIREITO DE PROPRIEDADE. INEXISTÊNCIA. 1. O arrolamento de bens, instituído pelo art. 64 da Lei 9.532/1997, gera cadastro em favor do Fisco, destinado apenas a viabilizar o acompanhamento da evolução patrimonial do sujeito passivo da obrigação tributária. Este último permanece no pleno gozo dos atributos da propriedade, tanto que os bens arrolados, por não se vincularem à satisfação do crédito tributário, podem ser transferidos, alienados ou onerados, independentemente da concordância da autoridade fazendária. 2. Agravo Regimental não provido. (AgRg no AREsp 289.805/SC, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 06/08/2013, DJe 12/09/2013)

Por fim, anota-se que o STJ admite a validade do arrolamento mesmo antes da constituição definitiva do crédito tributário, podendo ser feito com a mera formalização/constituição do crédito (p.ex.: apresentação de declaração pelo contribuinte, lançamento de ofício notificado ao contribuinte), ainda que de forma não definitiva:

TRIBUTÁRIO. ARROLAMENTO DE BENS E DE DIREITOS (LEI 9.532/97, ART. 64). EXIGÊNCIA DE PRÉVIA CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO, QUE OCORRE, QUANDO PELA VIA

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DE LANÇAMENTO, COM A NOTIFICAÇÃO DO SUJEITO PASSIVO, APÓS REALIZADAS AS ATIVIDADES DESCRITAS NO ART. 142 DO CTN.

1. O art. 64 da Lei 9.532/97 autoriza o “arrolamento de bens e direitos do sujeito passivo sempre que o valor dos créditos tributários de sua responsabilidade for superior a trinta por cento do seu patrimônio conhecido” (caput) e “superior a R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais)” (§ 7º). Depreende-se do texto legal que os créditos cuja existência justifica o arrolamento devem estar constituídos (“formalizados”, na expressão do § 1º), pois somente com a constituição é que se podem identificar o sujeito passivo e o quantum da obrigação tributária, informações indispensáveis para que se verifique a presença ou não de tais requisitos de fato. 2. Importa, então, precisar o momento em que se tem por constituído o crédito tributário, quando a constituição ocorrer, como no caso, por via de lançamento. 3. “Encerrado o lançamento, com os elementos mencionados no art. 142 do CTN e regularmente notificado o contribuinte, nos termos do art. 145 do CTN, o crédito tributário estará definitivamente constituído (...) sendo evidente que, se o sujeito passivo não concordar com ele, terá direito de opor-se à sua exigibilidade, que fica administrativamente suspensa, nos termos do art. 151 do CTN (...). A suspensão da exigibilidade do crédito tributário constituído, todavia, não tira do crédito tributário as suas características de definitivamente constituído, apenas o torna administrativamente inexigível” (Ives Gandra Martins). No mesmo sentido, com apoio na doutrina clássica, Mary Elbe Gomes Queiroz Maia. 4. No caso dos autos, portanto, realizado, ao fim do procedimento fiscalizatório, o lançamento de ofício, e regularmente notificado o contribuinte, tem-se por constituído o crédito tributário. Tal formalização faculta, desde logo — presentes os demais requisitos exigidos pela lei —, que se proceda ao arrolamento de bens ou direitos do sujeito passivo, independentemente de eventual contestação da existência do débito na via administrativa ou judicial (salvo, evidentemente, nessa última hipótese, se, logrando convencer o juiz da verossimilhança de seu direito e do risco de dano grave, obtiver provimento liminar determinando a sustação daquela medida). Precedente: Resp 689472, 1ª T., Min. Luiz Fux, DJ de 13.11.2006. 5. Recurso especial a que se nega provimento. (REsp 770.863/RS, Rel. Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI, PRIMEIRA TURMA, julgado em 01/03/2007, DJ 22/03/2007, p. 288)

TRIBUTÁRIO. PROCESSUAL CIVIL. ARROLAMENTO DE BENS. LEI N. 9.532/97. ACÓRDÃO A QUO. HARMONIA COM A JURISPRUDÊNCIA DO STJ. 1. Cinge-se a questão em verificar a legalidade de o Fisco proceder ao arrolamento de bens do sujeito passivo para garantia do crédito fiscal, antes de sua constituição definitiva; ou seja, antes do julgamento de todos os recursos administrativos interpostos em face do lançamento. 2. O arrolamento de bens disciplinado pelo art. 64 da Lei n. 9.532 de 1997 revela-se por meio de um procedimento administrativo, no qual o ente estatal efetua levantamento de bens dos contribuintes, arrolando-os sempre que o valor dos créditos tributários de sua responsabilidade for superior a trinta por cento do seu patrimônio conhecido e superar R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais). Finalizado o arrolamento, providencia-se o registro nos órgãos próprios, para efeitos de dar publicidade. 3. Não viola o art. 198 do CTN, pois o arrolamento em exame almeja, em último ratio, a execução do crédito fiscal, bem como

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a proteção de terceiros, inexistindo, portanto, suposta violação do direito de propriedade, do princípio da ampla defesa e do devido processo legal. 4. A medida acautelatória, sob a ótica do interesse público, tem o intuito de evitar o despojamento patrimonial indevido, por parte de contribuintes. 5. Precedentes: (AgRg no REsp 726.339/SC, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, julgado em 10.11.2009, DJe 19.11.2009, REsp 770.863/RS, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, Primeira Turma, julgado em 1º.3.2007, DJ 22.3.2007) Agravo regimental improvido. (AgRg nos EDcl no REsp 1190872/RJ, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 12/04/2012, DJe 19/04/2012)

TRIBUTÁRIO. ARROLAMENTO DE BENS E DIREITOS DO CONTRIBUINTE EFETUADO PELA ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA. ARTIGO 64, DA LEI 9.532/97. INEXISTÊNCIA DE GRAVAME OU RESTRIÇÃO AO USO, ALIENAÇÃO OU ONERAÇÃO DO PATRIMÔNIO DO SUJEITO PASSIVO. DESNECESSIDADE DE PRÉVIA CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. LEGALIDADE DA MEDIDA ACAUTELATÓRIA. 1. O arrolamento de bens e direitos do sujeito passivo da obrigação tributária pode ocorrer: 1) por iniciativa do contribuinte, para fins de seguimento do recurso voluntário interposto contra decisão proferida nos processos administrativos de determinação e exigência de créditos tributários da União (Decreto nº 70.235/72) ou, em se tratando de Programa de Recuperação Fiscal - Refis, para viabilizar a homologação da opção nos termos da Lei nº 9.964/00; e 2) por iniciativa da autoridade fiscal competente, para acompanhamento do patrimônio passível de ser indicado como garantia de crédito tributário em medida cautelar fiscal. 2. O arrolamento de bens de iniciativa da Administração Tributária encontra-se regulado pela Lei 9.532/97, na qual foi convertida a Medida Provisória nº 1.602, de 14 de novembro de 1997, podendo ocorrer sempre que a soma dos créditos tributários exceder 30% (trinta por cento) do patrimônio do contribuinte e, simultaneamente, for superior a quantia de R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais). A finalidade da referida medida acautelatória é conferir maior garantia aos créditos tributários da União, assegurando a futura excussão de bens e direitos do sujeito passivo suficientes à satisfação do débito fiscal. 3. Efetivado o arrolamento fiscal, deve o mesmo ser formalizado no registro imobiliário, ou em outros órgãos competentes para controle ou registro, ficando o contribuinte, a partir da data da notificação do ato de arrolamento, obrigado a comunicar à unidade do órgão fazendário a transferência, alienação ou oneração dos bens ou direitos arrolados. O descumprimento da referida formalidade autoriza o requerimento de medida cautelar fiscal contra o contribuinte. 4. Depreende-se, assim, que o arrolamento fiscal não implica em qualquer gravame ou restrição ao uso, alienação ou oneração dos bens e direitos do contribuinte, mas apenas, por meio de registro nos órgãos competentes, resguarda a Fazenda contra interesses de terceiros, assegurando a satisfação de seus créditos. 5. Ademais, a extinção do crédito tributário ou a nulidade ou retificação do lançamento que implique redução do débito tributário para montante que não justifique o arrolamento, imputa à autoridade administrativa o dever de comunicar o fato aos órgãos, entidades ou cartórios para que sejam cancelados os registros pertinentes. 6. Tribunal de origem que entendeu desarrazoado o arrolamento de bens procedido pela Fazenda Pública, enquanto pendente de recurso o processo administrativo

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tendente a apurar o valor do crédito tributário, uma vez que não haveria crédito definitivamente constituído. 7. A medida cautelar fiscal, ensejadora de indisponibilidade do patrimônio do contribuinte, pode ser intentada mesmo antes da constituição do crédito tributário, nos termos do artigo 2º, inciso V, “b”, e inciso VII, da Lei nº 8.397/92 (com a redação dada pela Lei nº 9.532/97), o que implica em raciocínio analógico no sentido de que o arrolamento fiscal também prescinde de crédito previamente constituído, uma vez que não acarreta em efetiva restrição ao uso, alienação ou oneração dos bens e direitos do sujeito passivo da obrigação tributária, revelando caráter ad probationem, e por isso autoriza o manejo da ação cabível contra os cartórios que se negarem a realizar o registro de transferência dos bens alienados. 8. Recurso especial provido. (REsp 689.472/SE, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 05/10/2006, DJ 13/11/2006, p. 227).

GABARITO: LETRA “C“

PROFESSORA: CAROLINA BLUM

DIREITO FINANCEIRO

8. Julgue os itens a seguir, relativamente às disposições constitucionais sobre as finanças públicas, assinalando a única alternativa correta:

a) Quando a transferência obrigatória da União, para a execução das emendas individuais ao projeto de lei orçamentária aprovadas no limite de 1,2% (um inteiro e dois décimos por cento) da receita corrente líquida prevista no projeto encaminhado pelo Poder Executivo, for destinada a Estados, ao Distrito Federal e a Municípios, independerá da adimplência do ente federativo destinatário, mas integrará a base de cálculo da receita corrente líquida para fins de aplicação dos limites de despesa de pessoal.

b) O orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto, e o orçamento da seguridade social, compatibilizados com o plano plurianual, terão entre suas funções a de reduzir desigualdades inter-regionais, segundo critério populacional.

c) A concessão de garantias pelas entidades públicas, a emissão e resgate de títulos da dívida pública e as operações de câmbio realizadas por órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, são exemplos de matérias às quais a Constituição reservou o tratamento através de lei complementar.

d) Os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou rejeição do projeto de lei

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orçamentária anual, ficarem sem despesas correspondentes, poderão ser utilizados, conforme o caso, mediante créditos especiais ou suplementares, independentemente de autorização legislativa.

e) A concessão de qualquer vantagem ou aumento de remuneração, a criação de cargos, empregos e funções ou alteração de estrutura de carreiras, bem como a admissão ou contratação de pessoal, a qualquer título, pelos órgãos e entidades da administração direta ou indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo poder público, só poderão ser feitas se houver prévia dotação orçamentária suficiente para atender às projeções de despesa de pessoal e aos acréscimos dela decorrentes e se houver autorização específica na lei de diretrizes orçamentárias, inclusive nas empresas públicas e as sociedades de economia mista.

COMENTÁRIO

a) A assertiva está errada, eis que contraria o disposto no §13 do Art. 166 da Constituição Federal, incluído recentemente através da Emenda Constitucional nº 86/2015, segundo o qual o montante transferido pela União aos demais entes federativos para a execução das emendas individuais ao projeto de lei orçamentária aprovadas no limite de 1,2% (um inteiro e dois décimos por cento) não integrará a base de cálculo da receita corrente líquida para fins de aplicação dos limites de despesa de pessoal.

b) A assertiva está errada, na medida em que o preceito do §7º do Art. 165 da CF não menciona o orçamento da seguridade social como dotado da função de reduzir desigualdades inter-regionais, segundo critério populacional (cita somente os orçamentos fiscal e de investimento).

c) Está correta, correspondendo às hipóteses mencionadas, respectivamente, nos incisos III, IV e II do Art. 163 da Constituição. Atentem também para as outras hipóteses, previstas nos demais incisos. Não esquecer que, segundo o STF, as matérias previstas nos incisos do Art. 163 podem ser disciplinadas por mais de uma lei complementar (ADI 2238).

d) A assertiva está incorreta, pois os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou rejeição do projeto de lei orçamentária anual, ficarem sem despesas correspondentes poderão ser utilizados, conforme o caso, mediante créditos especiais ou suplementares, mas desde que haja autorização legislativa, que deverá ser PRÉVIA e ESPECÍFICA (Art. 166, §8º, da CF).

e) A assertiva está incorreta, pois, conforme Art. 169, §1º, inciso II, da CF, as empresas públicas e sociedades de economia mista estão dispensadas da necessidade de autorização específica na lei de diretrizes orçamentárias para concessão de qualquer vantagem ou aumento de remuneração, criação de cargos, empregos e funções ou alteração de estrutura de carreiras, bem como a admissão ou contratação de pessoal.

GABARITO: LETRA “C“

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9. Acerca do Conselho Monetário Nacional, criado pela Lei nº 4.595/1964 com a finalidade de formular a política da moeda e do crédito nela previstas, objetivando o progresso econômico e social do País, julgue as assertivas abaixo:

I. Compete ao Conselho Monetário Nacional, segundo diretrizes estabelecidas pelo Banco Central do Brasil, autorizar as emissões de papel-moeda.

II. Compete ao Conselho Monetário Nacional, segundo diretrizes estabelecidas pelo Presidente da República, determinar a percentagem máxima dos recursos que as instituições financeiras poderão emprestar a um mesmo cliente ou grupo de empresas.

III. O Conselho Monetário Nacional é presidido pelo Ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

IV. Os membros do Conselho Monetário Nacional, nomeados pelo Presidente da República, após aprovação do Senado Federal, serão escolhidos entre brasileiros de ilibada reputação e notória capacidade em assuntos econômico-financeiros, e devem ser escolhidos levando-se em atenção, o quanto possível, as diferentes regiões geo-ecônomicas do País.

Estão corretas:

a) Apenas I.

b) Apenas I e II.

c) Apenas II e IV.

d) Apenas III e IV.

e) Todas as alternativas estão corretas.

COMENTÁRIO

Item I: a assertiva está incorreta, pois quem dita as diretrizes para a emissão de papel moeda é o Presidente da República, e não o Banco Central do Brasil (Art. 4º, inciso I, da Lei nº 4.595/64).

Sobre o tema, vamos relembrar:

De quem é a competência para emitir moeda? É da União (Art. 21, VII, da CF);

Quem exerce a competência da União para emitir moeda? O Banco Central do Brasil, com exclusividade (Art. 164, caput, da CF).

Item II: está correto, reproduzindo o teor do Art. 4º, inciso X, da Lei nº 4.595/64.

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Item III: está incorreto, pois quem preside o Conselho Monetário Nacional é o Ministro da Fazenda (Art. 6º, I, da Lei nº 4.595/64).

Item IV: está correto, consubstanciando a soma dos preceitos do Art. 6º, IV, e §6º do mesmo artigo.

ATENÇÃO para a composição e atribuições do Conselho Monetário Nacional, previstas no edital. Recomendo, nesse ponto, a leitura dos Arts. 2º a 6º da Lei nº 4.595/64.

GABARITO: LETRA “C“

PROFESSORA: CAROLINA BLUM

DIREITO ECONÔMICO

10. Julgue os itens a seguir, à luz das disposições constitucionais e da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal concernentes aos princípios gerais da atividade econômica e à política agrícola e fundiária e reforma agrária, assinalando a alternativa incorreta.

a) A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios dispensarão às microempresas e às empresas de pequeno porte, assim definidas em lei, tratamento jurídico diferenciado, visando a incentivá-las pela simplificação de suas obrigações administrativas, tributárias, previdenciárias e creditícias, ou pela eliminação ou redução destas por meio de lei.

b) A alienação ou a concessão, a qualquer título, de terras públicas com área superior a dois mil e quinhentos hectares a pessoa física ou jurídica, ainda que por interposta pessoa, dependerá de prévia aprovação do Congresso Nacional, exceto no que concerne às alienações ou as concessões de terras públicas para fins de reforma agrária.

c) Ofende o princípio da livre concorrência lei municipal que impede a instalação de estabelecimentos comerciais do mesmo ramo em determinada área.

d) Em atenção ao postulado da soberania nacional, que se constitui em princípio da ordem econômica, constante do inciso I do Art. 170 da Constituição, é vedada a remessa de lucros ao exterior.

e) Conforme entende o Supremo Tribunal Federal, em face da atual constituição, para conciliar o fundamento da livre iniciativa e do princípio da livre concorrência com os da defesa do consumidor e da redução das desigualdades sociais, em conformidade com os ditames da justiça social, pode o Estado, por via legislativa, regular a política de preços de bens e de serviços, abusivo que é o poder econômico que visa ao aumento arbitrário dos lucros. Entretanto, a fixação de preços em valores abaixo da realidade e em desconformidade com a legislação aplicável a determinado setor configura empecilho ao livre exercício da atividade econômica, com desrespeito ao princípio da livre iniciativa.

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COMENTÁRIO

a) O item está correto, conforme Art. 179 da CF. Sobre esse ponto, não esqueçam de revisar os termos da Lei Complementar 123, que “estabelece normas gerais relativas ao tratamento diferenciado e favorecido a ser dispensado às microempresas e empresas de pequeno porte no âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios”. Referida Lei está contemplada no item 28 do programa de Direito Tributário do Edital da PFN e é de extrema relevância na atuação do Procurador da Fazenda Nacional.

b) O item está correto, correspondendo ao teor dos parágrafos do Art. 188 da CF.

c) Trata-se da reprodução da Súmula nº 646 do STF.

d) A assertiva está errada, pois a Constituição Federal não veda a remessa de lucros ao exterior, estabelecendo, entretanto, que “a lei disciplinará, com base no interesse nacional, os investimentos de capital estrangeiro, incentivará os reinvestimentos e regulará a remessa de lucros” (Art. 172).

e) Está correta a assertiva, já que reproduz o quanto decidido pelo Supremo Tribunal Federal na ADI 319-QO, Rel. Min. Moreira Alves, julgamento em 3-3-93, Plenário, DJ de 30-4-1993; e no RE 422.941-2, Rel. Min. Carlos Velloso, DJ de 06-12-2005.

GABARITO: LETRA “D“

11. Conforme o Art. 1º, caput, da Lei nº 12.529/11, referida Lei estruturou o Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência – SBDC, dispondo sobre a prevenção e a repressão às infrações contra a ordem econômica, orientada pelos ditames constitucionais de liberdade de iniciativa, livre concorrência, função social da propriedade, defesa dos consumidores e repressão ao abuso do poder econômico. Nesse contexto, julgue os itens a seguir, à luz da legislação de regência.

I. O SBDC é formado pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica - CADE e pela Secretaria de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda.

II. O Cade é entidade judicante com jurisdição em todo o território nacional, que se constitui em autarquia federal, vinculada ao Ministério da Justiça, com sede e foro no Distrito Federal, sendo composto pelo Tribunal Administrativo de Defesa Econômica, pela Superintendência-Geral e pelo Departamento de Estudos Econômicos.

III. Membro do Ministério Público Federal, designado pelo Procurador-Geral da República, ouvido o Conselho Superior, será designado para, de ofício ou a requerimento do Conselheiro-Relator, emitir parecer vinculante nos processos administrativos para imposição de sanções administrativas por infrações à ordem econômica.

IV. Compete à Procuradoria Federal junto ao CADE proceder à apuração da liquidez

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dos créditos da autarquia, inscrevendo-os em dívida ativa para fins de cobrança judicial. A cobrança administrativa, por sua vez, constitui incumbência da Secretaria de Acompanhamento Econômico.

V. Compete à Secretaria de Acompanhamento Econômico promover a concorrência em órgãos de governo e perante a sociedade, cabendo-lhe, dentre outras atribuições, elaborar estudos setoriais que sirvam de insumo para a participação do Ministério da Fazenda na formulação de políticas públicas setoriais nos fóruns em que este Ministério tem assento.

Estão corretas:

a) Todas as assertivas estão corretas.

b) Apenas as assertivas I, II e III estão corretas.

c) Apenas as assertivas II, III e IV estão corretas.

d) Apenas as assertivas I, II e V estão corretas.

e) Somente as assertivas III, IV e V estão corretas.

COMENTÁRIO

I- A assertiva está correta, conforme Art. 3º da Lei nº 12.529/11.

II- A assertiva está correta, conforme Arts. 4º e 5º da Lei nº 12.529/11.

III- A assertiva reproduz o Art. 20 da Lei nº 12.529/11 e estaria correta não fosse a inclusão do termo “vinculante”, já que o parecer do membro do Ministério Público designado constitui uma opinião, que não vincula os julgadores.

IV- À Procuradoria Federal junto ao CADE compete, nos moldes do Art. 15, IV, da Lei nº 12.529/11, proceder à apuração da liquidez dos créditos do Cade, inscrevendo-os em dívida ativa para fins de cobrança administrativa ou judicial. Logo, a segunda parte da assertiva traz informação equivocada, motivo pelo qual está errada.

V- A assertiva está correta, conforme Art. 19, V, da Lei nº 12.529/11.

GABARITO: LETRA “D“

PROFESSOR: SADI TOLFO JUNIOR

DIREITO ADMINISTRATIVO

12. Acerca das entidades integrantes do terceiro setor, assinale a alternativa incorreta:

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a) A qualificação como organização social surgiu da necessidade de o Poder Público desburocratizar e otimizar a prestação de serviços à coletividade em determinadas áreas de sua atuação, tal como o ensino, pesquisa científica, desenvolvimento tecnológico, proteção e preservação do meio ambiente, cultura e saúde.

b) Segundo a jurisprudência do STF, a despeito dos serviços sociais autônomos possuírem natureza jurídica de direito privado e não integrarem a Administração Pública, por desempenharem atividade de interesse público em cooperação com o ente estatal, o regime jurídico privado a ser-lhe aplicado deve ser temperado com regras de direito público, como a necessidade de observância da regra de concurso público para contratação de seu pessoal.

c) As cooperativas não são passíveis de qualificação como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público.

d) De acordo com a jurisprudência do STF a celebração do contrato de gestão com organizações sociais deve ser conduzida de forma pública, objetiva e impessoal, com observância dos princípios do “caput” do art. 37 da CF.

e) Para fins de enquadramento como fundação de apoio não pode ser caracterizado como desenvolvimento institucional os serviços administrativos na área de informática.

COMENTÁRIO

A afirmação contida no item “a” reflete trecho do julgamento pelo STJ do MS nº 10.527. Com efeito, as organizações sociais nascem num contexto de reforma do Estado, com o implemento de uma administração gerencial, no intuito de desburocratizar o Estado mediante ações como a diminuição da máquina administrativa e aumento da eficiência nas áreas consideradas imprescindíveis. Com isso, criaram-se entidades paraestatais, integrantes do chamado “terceiro setor”, composto por entidades privadas, sem fins lucrativos, que prestam atividades de interesse social, dentre as quais as organizações sociais. Junto a estas entidades se somam as organizações da sociedade civil de interesse público, os serviços sociais autônomos, e as entidades de apoio. Portanto, correto o item “a”.

Com relação ao item “c”, a proibição está contida no art. 2º, X, da Lei 9.790/1990, que dispõe acerca da qualificação de pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público. Portanto, correto o item “c”.

O item “d” também está correto. Conforme define o art. 5º da Lei 9.638/1998, que dispõe sobre a qualificação da entidade como organização social, entende-se por contrato de gestão o instrumento firmado entre o Poder Público e a entidade qualificada como organização social, com vistas à formação de parceria entre as partes para fomento e execução de atividades relativas ao ensino, à pesquisa científica, ao desenvolvimento tecnológico, à proteção e preservação do meio ambiente, à cultura e à saúde. O contrato de gestão discriminará as atribuições, responsabilidades e obrigações do Poder Público e da

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organização social, e deve ser submetido, após aprovação pelo Conselho de Administração da entidade, ao Ministro de Estado ou autoridade supervisora da área correspondente à atividade fomentada. De acordo com o art. 7º da Lei, na elaboração do contrato de gestão devem ser observados os princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, economicidade. Conforme entendeu o STF no julgamento da ADI nº 1.923, a celebração desse contrato de gestão deve ser conduzida de forma pública, objetiva e impessoal, com observância dos princípios do “caput” do art. 37 da CF. Recomendável a leitura desse julgado!

Quanto ao item “e”, as fundações de apoio se constituem em pessoas jurídicas de direito privado criadas com a finalidade de dar apoio a projetos de pesquisa, ensino, extensão e de desenvolvimento institucional, científico e tecnológico, de interesse das instituições federais de ensino superior (IFES) e também das instituições de pesquisa. O art. 1º, §3º, I, da Lei 8.958/1994, com redação dada pela Lei 12.349/2010, veda expressamente o enquadramento no conceito de desenvolvimento institucional atividades como manutenção predial ou infraestrutural, conservação, limpeza, vigilância, reparos, copeiragem, recepção, secretariado, serviços administrativos na área de informática, gráficos, reprográficos e de telefonia e demais atividades administrativas de rotina, bem como as respectivas expansões vegetativas, inclusive por meio do aumento no número total de pessoal, assim como outras tarefas que não estejam objetivamente definidas no Plano de Desenvolvimento Institucional da instituição apoiada. Assim, correto o item “e”.

O item incorreto, portanto, é o “b”. O entendimento do STF no julgamento do RE nº 789.874 foi justamente pela desnecessidade de observância da regra constitucional do concurso público pelos Serviços Sociais Autônomos. Entendeu o STF que “os serviços sociais autônomos integrantes do denominado Sistema “S”, vinculados a entidades patronais de grau superior e patrocinados basicamente por recursos recolhidos do próprio setor produtivo beneficiado, ostentam natureza de pessoa jurídica de direito privado e não integram a Administração Pública, embora colaborem com ela na execução de atividades de relevante significado social. Tanto a Constituição Federal de 1988, como a correspondente legislação de regência (como a Lei 8.706/93, que criou o Serviço Social do Trabalho – SEST) asseguram autonomia administrativa a essas entidades, sujeitas, formalmente, apenas ao controle finalístico, pelo Tribunal de Contas, da aplicação dos recursos recebidos. Presentes essas características, não estão submetidas à exigência de concurso público para a contratação de pessoal, nos moldes do art. 37, II, da Constituição Federal.”

GABARITO: LETRA “B“

13. Acerca dos princípios administrativos, assinale o item correto:

a) A concessão a servidor de uma gratificação ilegal autoriza que a Administração suprima unilateralmente essa verba sem necessidade de garantia do contraditório, com base no poder de autotutela.

b) Embora legítima a publicação, inclusive em sítio eletrônico mantido pela Administração Pública, do valor correspondente aos vencimentos e vantagens pecuniárias dos servidores

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públicos, não se admite que essa publicação contenha os nomes destes servidores.

c) A vedação ao nepotismo proíbe que servidor público sirva sob a direção imediata de cônjuge, independente da natureza do provimento destes cargos.

d) Segundo o princípio da eficiência, expresso originalmente na Constituição, a administração pública e seus agentes devem realizar suas atribuições com rapidez, perfeição e rendimento, além, por certo, de observar outras regras, a exemplo do princípio da legalidade.

e) Segundo entendimento do STF é necessário observar o devido processo legal, o contraditório e a ampla defesa no tocante à inscrição de entes públicos nos cadastros federais de inadimplência.

COMENTÁRIO

Com efeito, o poder de autotutela autoriza que a Administração anule seus próprios atos, quando ilegais, ou os revogue, quando inconvenientes ou inoportunos. Isso é ratificado pelas Súmulas 346 e 437 do STF. Entretanto, quando a invalidação do ato repercutir na esfera dos interesses individuais do administrado, é necessário que seja instaurado prévio processo administrativo, no qual se garanta ao administrado o exercício do contraditório e ampla defesa. Ressalta-se que a aplicação destes princípios em âmbito administrativo é ratificada pelo art. 5º, LV, da Constituição Federal. Esse entendimento foi ratificado pelo STF no MS nº 25.399. Portanto, incorreto o item “a”.

Dentro desse contexto, o STF entendeu correta a assertiva do item “e”, conforme excerto do informativo 779 abaixo colacionado:

(...) A inscrição nos cadastros federais de inadimplência teria sido lançada, ademais, sem que o autor tivesse pleno conhecimento dos elementos necessários à apresentação de defesa. No caso, com a notícia de reprovação de contas alusivas ao mencionado convênio ante a perda acidental da documentação, o órgão estadual solicitara ao FNDE o fornecimento de cópia da prestação de contas que fora destruída, pedido este que fora atendido em parte, pois não teriam sido fornecidos dados essenciais à reapresentação da prestação de contas. Assim, seria impróprio categorizar ao ente federado a condição de inadimplente no tocante ao citado convênio. A respeito, o Colegiado reafirmou entendimento no sentido de ser necessário observar o devido processo legal, o contraditório e a ampla defesa no tocante à inscrição de entes públicos nos cadastros federais de inadimplência. O Plenário reputou que os outros convênios em comento, por sua vez, não estariam atingidos por violação aos mencionados princípios, pois não estariam diretamente relacionados ao evento configurador de força maior. ACO 1995/BA, rel. Min. Marco Aurélio, 26.3.2015. (ACO-1995).

Com relação ao item “b”, o STF reconheceu como legítima a publicação, inclusive em sítio eletrônico mantido pela Administração Pública, dos nomes dos seus servidores e do valor dos correspondentes

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vencimentos e vantagens pecuniárias. Tal se deu no julgamento do ARE nº 652.777, no qual foi assentado que a divulgação tem arrimo no princípio constitucional da publicidade. Assim, incorreto o item “b”.

Com relação ao item “c”, o erro está em vedar a direção independente da natureza do provimento destes cargos. A proibição ao nepotismo alcança servidores investidos em cargo de provimento em comissão, função gratificada, cargos de direção e assessoramento. Assim, não alcança os servidores admitidos mediante prévia aprovação em concurso público, sob pena de violação ao artigo 37, I e II, da Constituição. Esse entendimento foi recentemente ratificado pelo STF na ADI nº 524. Portanto, incorreto o item “c”.

Por fim, o item “d”, embora traga um conceito correto do princípio da eficiência, erra ao afirmar que esse princípio foi expresso originalmente na Constituição. Sua inclusão no texto Constitucional se deu com a Emenda Constitucional nº 19/1998.

GABARITO: LETRA “E“

14. Acerca dos bens públicos, assinale o item correto:

a) As terras devolutas são áreas que, integrando o patrimônio das pessoas federativas, não são utilizadas para quaisquer finalidades públicas específicas. Nelas compreendem todas as faixas de terras existentes no território nacional que não se incorporaram ao domínio particular, ou as incorporadas ao domínio público, mas não afetadas a uma finalidade pública. Pertencem, em regra, à União, classificando-se como bens de uso comum.

b) A ausência de transcrição no registro imobiliário induz a presunção de que o imóvel sob litígio constitui terra devoluta.

c) As margens dos rios navegáveis são de domínio público, insuscetíveis de expropriação e, por isso mesmo, excluídas de indenização.

d) É assegurada, nos termos da lei, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, bem como a órgãos da administração direta e indireta da União, participação no resultado da exploração de petróleo ou gás natural, de recursos hídricos para fins de geração de energia elétrica e de outros recursos minerais no respectivo território, plataforma continental, mar territorial ou zona econômica exclusiva, ou compensação financeira por essa exploração.

e) As praias fluviais constituem bens dos Estados.

COMENTÁRIO

Com relação ao item “a”, o art. 3º da Lei Imperial de 1890, de fato, classifica as terras devolutas como as áreas que, integrando o patrimônio das pessoas federativas, não são utilizadas para quaisquer finalidades públicas específicas. Também é certo que as terras devolutas constituem um conceito residual, abrangendo as faixas de terras existentes no território nacional que não se incorporaram ao domínio particular, ou as

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incorporadas ao domínio público, mas não afetadas a uma finalidade pública. Entretanto, em vista da não afetação a uma finalidade pública, as terras devolutas são classificadas como bens dominicais. Além disso, em regra, sua titularidade pertence aos Estados, somente pertencendo à União quando indispensáveis à defesa das fronteiras, das fortificações e construções militares, defesa das vias federais de comunicação, e preservação ambiental. Portanto, incorreto o item “a”.

Quanto ao item “b”, o STJ, ao julgar litígio em que se pretendia usucapir determinador bem, entendeu que a inexistência de registro imobiliário do bem objeto de ação de usucapião não induz presunção de que o imóvel seja público (terras devolutas), cabendo ao Estado provar a titularidade do terreno como óbice ao reconhecimento da prescrição aquisitiva. Assim, incorreto o item “b”.

A assertiva do item “d” corresponde parcialmente ao texto do art. 20, §1º, da Constituição Federal. Entretanto, nesse dispositivo, não se assegura aquele benefício aos órgãos da administração indireta da União.

Já o item “e” erra ao classificar como bem do Estado as praias fluviais, quando na verdade são bens da União, nos termos do art. 20, III, da CF.

O item correto, então, é o “c”, de acordo com entendimento sumulado do STF (Súmula nº 479). De acordo com o art. 11 do Decreto nº 24.643/1934 (Código das Águas), são bens públicos dominicais, se não estiverem destinados ao uso comum, ou por algum título legítimo não pertencerem ao domínio particular, os terrenos reservados nas margens das correntes públicas de uso comum. Assim, os terrenos marginais, via de regra, presumem-se de domínio público, caso não estejam comprovadamente na propriedade de particular, por meio de título legítimo. Sendo bens públicos, são inalienáveis e insuscetíveis de usucapião, não cabendo indenização.

GABARITO: LETRA “C“

15. Acerca da improbidade administrativa, assinale o item incorreto:

a) Caso o magistrado constate a existência de fortes indícios da prática de ato ímprobo capaz de lesar o Erário, é despicienda a comprovação de efetiva dilapidação patrimonial pelo réu ou da iminência de fazê-la para que haja o deferimento da medida de indisponibilidade de bens prevista na Lei de Improbidade Administrativa.

b) A posse e o exercício de agente público ficam condicionados à apresentação de declaração dos bens e valores que compõem o seu patrimônio privado, a fim de ser arquivada no serviço de pessoal competente. A declaração compreenderá imóveis, móveis, semoventes, dinheiro, títulos, ações, e qualquer outra espécie de bens e valores patrimoniais, localizado no País ou no exterior, e, quando for o caso, abrangerá os bens e valores patrimoniais do cônjuge ou companheiro, dos filhos e de outras pessoas que vivam sob a dependência econômica do declarante, excluídos apenas os objetos e utensílios de uso doméstico.

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c) A prática de assédio moral configura de ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública.

d) Na ação de improbidade administrativa o Ministério Público, se não intervir no processo como parte, atuará obrigatoriamente como fiscal da lei, sob pena de nulidade.

e) Para configuração de ato de improbidade administrativa que atente contra os princípios da administração pública é necessária a prova do dano cometido pelo agente.

COMENTÁRIO

O art. 7º da Lei de Improbidade Administrativa (Lei nº 8.429/1992) determina que quando o ato de improbidade causar lesão ao patrimônio público ou ensejar enriquecimento ilícito caberá à autoridade administrativa responsável pelo inquérito representar ao Ministério Público, para a indisponibilidade dos bens do indiciado. Ou seja, trata-se de indisponibilidade a ser decretada pelo juiz, a pedido do Ministério Público. Conforme entendeu o STJ no REsp nº 1.366.721, nas ações regidas pela Lei de Improbidade Administrativa, a indisponibilidade de bens não está condicionada à comprovação de que o réu esteja dilapidando seu patrimônio, ou na iminência de fazê-lo, tendo em vista que o periculum in mora encontra-se implícito no comando legal que rege, de forma peculiar, o sistema de cautelaridade na ação de improbidade administrativa, sendo possível ao juízo que preside a referida ação, fundamentadamente, decretar a indisponibilidade de bens do demandado, quando presentes fortes indícios da prática de atos de improbidade administrativa. Assim, correto o item “a”.

O item “b” também está correto, nos termos do art. 13, e §1º, da Lei de Improbidade Administrativa.

Com relação ao item “c”, entendeu o STJ no REsp nº 1.286.466 que a prática de assédio moral enquadra-se na conduta prevista no art. 11, caput, da Lei de Improbidade Administrativa, em razão do evidente abuso de poder, desvio de finalidade e malferimento à impessoalidade, ao agir deliberadamente em prejuízo de alguém. Assim, correto o item “c”.

O item “d” está correto, nos termos do art. 17, §4º, da Lei de Improbidade Administrativa.

O item incorreto, portanto, é o “e”. Conforme já decidiu o STJ em precedentes como o REsp nº 1.286.466 e nº 1.192.758, o ilícito previsto no art. 11 da Lei 8.249/1992 (ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública) dispensa a prova de dano. De outro norte, a jurisprudência do STJ entende que a configuração dos atos de improbidade administrativa previstos no art. 10 da Lei de Improbidade Administrativa (atos de improbidade administrativa que causam prejuízo ao erário), exige a presença do efetivo dano ao erário (critério objetivo) e, ao menos, culpa. Afasta-se a exigência nos tipos previstos nos arts. 9º e 11 da mesma Lei (enriquecimento ilícito e atos de improbidade administrativa que atentam contra os princípios da administração pública), os quais se prendem ao elemento volitivo do agente (critério subjetivo), exigindo-se o dolo. Portanto, incorreto o item “e”.

GABARITO: LETRA “E“

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PROFESSOR: VINÍCIUS DE AZEVEDO FONSECA

DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO

16. Sobre a interpretação dos tratados, é correto afirmar que:

a) A interpretação de um tratado deve ser realizada de acordo com o seu contexto, estando inseridos nesse o seu texto e anexos, mas não o seu preâmbulo.

b) Também é considerado parte do contexto de um tratado qualquer acordo relativo ao tratado e feito entre todas as partes em conexão com a sua conclusão.

c) Os termos de um tratado sempre devem ser interpretados de acordo com o seu sentido comum, tomados de acordo com o contexto e à luz do objetivo e da finalidade do tratado, sendo vedada a interpretação de um termo em sentido especial.

d) Os trabalhos preparatórios e as circunstâncias da conclusão de um tratado devem ser utilizados como regra geral na interpretação de tratados.

e) Quando um tratado for autenticado em duas ou mais línguas, havendo divergência em sua interpretação, decorrente da diferença entre os idiomas, prevalecerá o texto escrito na língua oficial do país em que foi celebrado.

COMENTÁRIO

Antes de adentrar às respostas, quero deixar claro aqui que, seguindo o intuito do curso, meu objetivo nesse espaço será tentar abordar questões com maiores chances de serem cobradas nos concursos para Procurador da Fazenda Nacional e Advogado da União.

Com isso, é possível que um mesmo tema seja tratado mais de uma vez, como, por exemplo, direito dos tratados, que só nessa rodada tem duas questões.

A última prova para o cargo de Procurador da Fazenda Nacional dedicou duas questões a Direito Internacional Público (não há cobrança de Direito Internacional Privado na PFN), explorando temas “clássicos”, com nível de dificuldade médio. Assim, explorarei aqui, em regra, temas similares (clássicos), sem abordar questões laterais ou exóticas.

Já a última prova para o cargo de Advogado da União trouxe vinte, das suas duzentas, assertivas versando sobre temas de Direito Internacional Público e Privado, com grau de dificuldade que surpreendeu os candidatos, o que tornou tais matérias as vilãs da primeira fase do último concurso.

Por essa razão, optou-se pela manutenção de quatro questões de Direito Internacional (apenas Público) mesmo nas rodadas cujo modelo seguirá o padrão ESAF/PFN, pois o peso de tais matérias na prova para Advogado da União/CESPE foi consideravelmente acima da média, o que justifica um reforço no estudo

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nessa reta final.

Com a finalidade de tentar antever questões que possam ser cobradas na prova de Advogado da União, abordarei temas mais específicos, aprofundados e que tenham aplicação na rotina do desempenho do cargo.

Pois bem, sem mais delongas (o que se deu apenas nessa primeira rodada), passemos objetivamente (pois esse é o escopo do curso) às respostas.

A questão toda pode ser respondida com base nos artigos 31, 32 e 33 da Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados de 1969.

A resposta correta era a letra B, que traz a regra prevista no artigo 31, parágrafo 2, alínea “a”, da Convenção de Viena.

Vamos então aos erros das demais opções:

a) O preâmbulo de um tratado também faz parte do seu contexto, para fins interpretativos, conforme artigo 31, parágrafo 2, da Convenção de Viena;

c) A parte inicial está correta, pois de acordo com o artigo 31, parágrafo 1, da Convenção. Porém, o parágrafo 4 do mesmo artigo permite a atribuição de sentido especial a um termo, desde que esteja estabelecido, no tratado, que essa era a intenção das partes;

d) Os trabalhos preparatórios e as circunstâncias da conclusão de um tratado são meios suplementares de interpretação – e não regra geral – nos termos do artigo 32 da Convenção de Viena;

e) Conforme o artigo 33, parágrafos 1 e 4, da citada Convenção, um tratado autenticado em duas ou mais línguas faz igualmente fé em cada uma delas, somente prevalecendo, em caso de divergência, um determinado texto, se as partes assim acordarem ou o tratado assim dispuser. Do contrário, deverá ser atribuído o sentido interpretativo que melhor concilie os textos em conflito.

GABARITO: LETRA “B“

17. Sobre a formulação de reservas em tratados internacionais, assinale a alternativa incorreta:

a) Em regra, uma reserva expressamente autorizada por um tratado não requer qualquer aceitação posterior pelos outros Estados contratantes.

b) Quando se infere do número limitado dos Estados negociadores, assim como do objeto e da finalidade do tratado, que a aplicação do tratado na íntegra entre todas as partes é condição essencial para o consentimento de cada uma delas em obrigar-se pelo tratado, uma reserva requer a aceitação de todas as partes.

c) Quando o tratado é um ato constitutivo de uma organização internacional, a reserva

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exige a aceitação do órgão competente da organização, a não ser que o tratado disponha diversamente.

d) Em regra, a objeção feita a uma reserva por outro Estado contratante não impede que o tratado entre em vigor entre o Estado que formulou a objeção e o Estado autor da reserva, a não ser que uma intenção contrária tenha sido expressamente manifestada pelo Estado que formulou a objeção.

e) Em regra, uma reserva pode ser retirada a qualquer momento, sendo necessário, para tanto, o consentimento dos Estados que a tenham aceitado.

COMENTÁRIO

A assertiva incorreta está na letra E, uma vez que, nos termos do artigo 22, parágrafo 1, da Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados de 1969: “A não ser que o tratado disponha de outra forma, uma reserva pode ser retirada a qualquer momento, sem que o consentimento do Estado que a aceitou seja necessário para sua retirada”.

As demais alternativas estão corretas, encontrando fundamento no artigo 20, parágrafos 1, 2, 3 e 4, alínea “b”, da Convenção de Viena de 1969.

GABARITO: LETRA “E“

18. Sobre o sistema de integração regional do Mercosul, assinale a alternativa incorreta:

a) O Mercosul se baseia nos princípios da gradualidade, da flexibilidade e do equilíbrio, os quais estão expressamente previstos no Tratado de Assunção de 1991.

b) A personalidade jurídica de direito internacional do Mercosul foi expressamente conferida pelo Protocolo de Brasília de 1991.

c) O Tribunal Permanente de Revisão do Mercosul foi criado pelo Protocolo de Olivos de 2002.

d) A estrutura institucional do Mercosul foi disciplinada e ampliada pelo Protocolo de Ouro Preto de 1994.

e) Através do Protocolo de Ushuaia, de 1998, os Estados Partes do Mercosul afirmaram que a manutenção da democracia é condição essencial para o desenvolvimento do processo de integração.

COMENTÁRIO

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Deveria ser assinalada como incorreta a letra B, uma vez que a personalidade jurídica de direito internacional do Mercosul foi expressamente conferida pelo Protocolo de Ouro Preto (artigo 34), de 1994, e não pelo Protocolo de Brasília.

No mais, correta a letra A, pois tais princípios, que norteiam o Mercosul, estão colocados no preâmbulo do Tratado de Assunção de 1991.

Correta também a letra C, pois o Tribunal Permanente de Revisão foi criado pelo Protocolo de Olivos para a Solução de Controvérsias no Mercosul, de 2002.

Certa a letra D, eis que, embora o Tratado de Assunção tivesse previsto a estrutura institucional do Mercosul durante o período de transição (artigo 9º - Conselho do Mercado Comum e Grupo do Mercado Comum), foi o Protocolo de Ouro Preto, de 1991, que trouxe à tona a estrutura institucional definitiva do bloco e sua disciplina, com a criação de órgãos até então não previstos, como a Comissão de Comércio do Mercosul e a Comissão Parlamentar Conjunta (hoje o Parlamento do Mercosul).

Por fim, correta a letra E, pois, como se lê do artigo 1 do Protocolo de Ushuaia: “A plena vigência das instituições democráticas é condição essencial para o desenvolvimento dos processos de integração entre os Estados Partes do presente Protocolo”.

GABARITO: LETRA “B“

19. Assinale a alternativa correta de acordo com a Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar:

a) O mar territorial é a zona de mar adjacente ao território, sobre a qual o Estado exerce a sua soberania e cuja largura é fixada pela Convenção de Montego Bay em 12 milhas marítimas.

b) Os navios de qualquer Estado, costeiro ou sem litoral, têm direito à passagem inocente pelo mar territorial, incluída nessa o direito à atividade de pesca.

c) A zona contígua é a área adjacente ao mar territorial, cuja extensão não pode ultrapassar 24 milhas marítimas, contadas das linhas de base que servem para medir o mar territorial, e sobre a qual o Estado costeiro pode tomar medidas de fiscalização.

d) A zona econômica exclusiva é uma área situada além do mar territorial e adjacente a este, cuja extensão máxima é de 200 milhas marítimas, contadas das linhas de base que servem para medir o mar territorial, sujeita a um regime jurídico estabelecido pela Convenção de Montego Bay, pelo qual todos os Estados têm nela o direito de navegação e sobrevoo, mas não de colocação de cabos e dutos submarinos.

e) As perfurações na plataforma continental de um Estado costeiro, por outro Estado, para

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fins de pesquisa, independem de autorização.

COMENTÁRIO

A alternativa A está errada porque a Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar não fixa a largura do mar territorial em 12 milhas marítimas, mas sim estabelece que esse é o limite máximo a ser respeitado pelos Estados ao proceder a fixação. Conforme dispõe o artigo 3 da Convenção firmada em Montego Bay, fixar a largura do seu mar territorial é um direito do Estado.

Quanto à alternativa B, de fato, todo Estado tem direito à passagem inocente pelo mar territorial (artigo 17 da Convenção de Montego Bay), porém, tal não é considerada a passagem que inclua atividade de pesca, a qual é reputada prejudicial à paz, à boa ordem ou à segurança do Estado costeiro, nos termos do artigo 19, parágrafo 2, alínea “i”, da citada Convenção.

A alternativa C é a correta, que deveria ser assinalada como resposta, tratando-se de um resumo das regras sobre zona contígua constantes no artigo 33 da Convenção de Montego Bay.

A assertiva da letra D vai correta até a última vírgula, dali em diante, entretanto, está equivocada, uma vez que, segundo o artigo 58, parágrafo 1, da Convenção em comento, todos os Estados também têm o direito à colocação de cabos e dutos submarinos na zona econômica exclusiva.

Por fim, a alternativa E está incorreta, ao passo que o artigo 81 da Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar outorga ao Estado costeiro “o direito exclusivo de autorizar e regulamentar as perfurações na plataforma continental, quaisquer que sejam os fins”.

GABARITO: LETRA “C“

PROFESSORA: CAROLINA BLUM

DIREITO EMPRESARIAL

20. Assinale a única alternativa correta, à luz da Teoria Geral do Direito Empresarial.

a) A competência para conceder a autorização, nas sociedades que dela dependam para funcionar, é do Congresso Nacional.

b) Um grupo de estrangeiros, desejando exercer atividade empresarial no Brasil, estabeleceu sede no país e constituiu seu capital social com recursos estrangeiros, observando o que dispõe a legislação brasileira no que se refere à organização. É correto afirmar que, sob o ponto de vista da legislação brasileira, foi constituída uma empresa estrangeira, a qual necessita de autorização do governo federal para funcionar.

c) A sociedade estrangeira autorizada a funcionar no Brasil é obrigada a ter, permanentemente, representante no Brasil, com poderes para resolver quaisquer questões

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e receber citação judicial pela sociedade. O representante, tão logo seja nomeado, poderá agir perante terceiros, desde que apresente o instrumento de sua nomeação.

d) É facultada ao adquirente do estabelecimento comercial adquirir também o nome da empresa, desde que utilize o nome do alienante precedido do seu próprio, com a qualificação de sucessor.

e) Considera-se gerente o preposto permanente no exercício da empresa, na sede desta, ou em sucursal, filial ou agência e, quando a lei não exigir poderes especiais, considera-se o gerente autorizado a praticar todos os atos necessários ao exercício dos poderes que lhe foram outorgados. Na falta de estipulação diversa, consideram-se solidários os poderes conferidos a dois ou mais gerentes.

COMENTÁRIO

a) A assertiva está incorreta, pois, conforme Art. 1.123 e seu parágrafo único, do Código Civil, a competência será sempre do Poder Executivo Federal, e não do Congresso Nacional.

b) A assertiva está incorreta, pois a legislação brasileira, para fins de determinação da nacionalidade da empresa, desconsidera a nacionalidade dos sócios e a origem do capital, atentando, para este fim, a dois fatores: sede no Brasil e organização de acordo com a legislação pátria. A regra segundo a qual “é nacional a sociedade organizada de conformidade com a lei brasileira e que tenha no País a sede de sua administração” está prevista no Art. 1.126 do Código Civil.

c) A primeira parte da assertiva está correta; contudo, a segunda parte está incorreta, pois, conforme parágrafo único do Art. 1.138 do Código Civil, o representante somente pode agir perante terceiros depois de arquivado e averbado o instrumento de sua nomeação.

d) Está incorreta, já que, nos moldes do caput do Art. 1.164 do Código Civil, o nome empresarial não pode ser objeto de alienação. É de se ressaltar, contudo, que o adquirente de estabelecimento, por ato entre vivos, pode, se o contrato o permitir, usar o nome do alienante, precedido do seu próprio, com a qualificação de sucessor (conforme parágrafo único do Art. 1.164 do Código Civil).

e) A assertiva está correta, representando a conjugação dos Arts. 1.172 e 1.173 do Código Civil.

GABARITO: LETRA “E“

21. Julgue as assertivas abaixo, à luz da jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça e da legislação de regência sobre os contratos empresariais.

I. A cobrança antecipada do valor residual garantido (VRG) não descaracteriza o contrato de arrendamento mercantil. Nesse contexto, nas ações de reintegração de posse motivadas por inadimplemento de arrendamento mercantil financeiro, quando o resultado da soma do

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valor residual garantido (VRG) quitado com o valor da venda do bem for maior que o total pactuado como VRG na contratação, não será direito do arrendatário receber a diferença.

II. O contrato de abertura de crédito, ainda que acompanhado de extrato da conta-corrente, não é título executivo. Contudo, acompanhado do demonstrativo do débito, constitui documento hábil ao ajuizamento da ação monitória.

III. Nos contratos bancários, na impossibilidade de comprovar a taxa de juros efetivamente contratada - por ausência de pactuação ou pela falta de juntada do instrumento aos autos -, aplica-se a taxa média de mercado, divulgada pelo Bacen, praticada nas operações da mesma espécie, mesmo que a taxa cobrada seja mais vantajosa para o devedor.

IV. No caso de inadimplemento ou mora nas obrigações contratuais garantidas mediante contrato de alienação fiduciária celebrado no âmbito do mercado financeiro e de capitais, bem como em garantia de créditos fiscais e previdenciários, o proprietário fiduciário ou credor poderá vender a coisa a terceiros, independentemente de leilão, hasta pública, avaliação prévia ou qualquer outra medida judicial ou extrajudicial, salvo disposição expressa em contrário prevista no contrato, devendo aplicar o preço da venda no pagamento de seu crédito e das despesas decorrentes e entregar ao devedor o saldo apurado, se houver, com a devida prestação de contas.

Estão corretas:

a) Apenas o item I está correto.

b) Apenas os itens I e II estão corretos.

c) Apenas os itens II e III estão corretos.

d) Apenas os itens I, III e IV estão corretos.

e) Apenas os itens II e IV estão corretos.

COMENTÁRIO

Item I: A primeira parte está correta (Súmula 293 do STJ). Contudo, a segunda parte está errada, pois, nas ações de reintegração de posse motivadas por inadimplemento de arrendamento mercantil financeiro, quando o resultado da soma do valor residual garantido (VRG) quitado com o valor da venda do bem for maior que o total pactuado como VRG na contratação, SERÁ direito do arrendatário receber a diferença (STJ, REsp 1.099.212-RJ (repetitivo), Segunda Seção - Informativo n.º 517).

Item II: Está correto, representando a conjugação das Súmulas nº 233 e 247 do STJ.

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Item III: Está incorreto, pois contraria o enunciado da Súmula nº 530 do STJ, segundo o qual “Nos contratos bancários, na impossibilidade de comprovar a taxa de juros efetivamente contratada - por ausência de pactuação ou pela falta de juntada do instrumento aos autos -, aplica-se a taxa média de mercado, divulgada pelo Bacen, praticada nas operações da mesma espécie, SALVO SE a taxa cobrada for mais vantajosa para o devedor.

Item IV: Está correto, pois corresponde ao Art. 2º do Decreto-Lei 911/65, com redação dada pela Lei nº 13.043/2014. No ponto, é preciso esclarecer que, conforme o Art. 8º-A Decreto-Lei, “o procedimento judicial disposto neste Decreto-Lei aplica-se exclusivamente às hipóteses da Seção XIV da Lei nº 4.728, de 14 de julho de 1965, ou quando o ônus da propriedade fiduciária tiver sido constituído para fins de garantia de débito fiscal ou previdenciário. Nos demais casos (alienação fiduciária de bem imóvel, disciplinada pela Lei 9.514/97), caberá ao credor fiduciário promover leilão público para a venda do bem (Art. 27 da Lei 9.514/97).

GABARITO: LETRA “E“

PROFESSOR: CARLOS HENRIQUE BENEDITO NITÃO LOUREIRO

DIREITO CIVIL

22. De acordo com a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, assinale a assertiva correta.

a) A lei começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada. Nos Estados, estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando admitida, se inicia três meses depois de oficialmente publicada. Se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer nova publicação de seu texto, destinada a correção, o prazo para obrigatoriedade começará a correr da nova publicação. As correções a texto de lei já em vigor consideram-se lei nova.

b) Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue. A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando seja com ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior. A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes, não revoga nem modifica a lei anterior. A lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência.

c) Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com os costumes, a analogia, e os princípios gerais de direito.

d) Para qualificar os bens e regular as relações a eles concernentes, aplicar-se-á a lei do país em que estiverem situados. Aplicar-se-á a lei do país em que for domiciliado o proprietário, quanto aos bens moveis que ele trouxer ou se destinarem a transporte para outros lugares.

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e) De acordo com a Lei de Introdução das Normas do Direito Brasileiro, o Brasil adotou o critério do lex foro, de modo que o nome, a capacidade e o direito de família são disciplinados pela lei do país do local do nascimento.

COMENTÁRIO

O Decreto n. 4.657/1942, denominado de Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro – LINDB, trata-se de uma norma de sobredireito, isto é, uma norma jurídica que tem como objetivo regulamentar outras normas (lei sobre leis), aplicando-se no âmbito do Direito Privado, do Direito Público e na seara do Direito Internacional, neste caso, na ausência de qualquer outro preceito.

Pois bem, de acordo com a LINDB, art. 1º, uns dos artigos do referido diploma normativo que dispõe sobre a vigência das normas jurídicas, pode a lei consignar em seu próprio texto a data de sua vacância, de modo que assim não fazendo, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco dias após a data de sua publicação oficial, razão pela qual a “alternativa a” está incorreta, uma vez que a própria lei pode conter disposição estabelecendo prazo para duração de sua “vacatio legis” , ou seja, período de tempo no qual a lei existe, mas não poderá ser aplicada, ou seja, a lei não tem obrigatoriedade, aplicando-se, durante o prazo de vacatio a norma contida no art. 8º, §1º, da LC n. 95/1998.

LINDB

Art. 1º Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada.

LC n. 95/1998

Art. 8º A vigência da lei será indicada de forma expressa e de modo a contemplar prazo razoável para que dela se tenha amplo conhecimento, reservada a cláusula “entra em vigor na data de sua publicação” para as leis de pequena repercussão.

§ 1º A contagem do prazo para entrada em vigor das leis que estabeleçam período de vacância far-se-á com a inclusão da data da publicação e do último dia do prazo, entrando em vigor no dia subsequente à sua consumação integral.

A LINDB em seu art. 2º, consagra o princípio da continuidade, segundo o qual a partir de sua entrada em vigor, a norma é destinada a ter eficácia contínua até que outra a revogue ou a modifique. Nesta seara, o instituto da revogação se apresenta como sendo o instrumento mais comum para retirar a eficácia de uma norma jurídica, sendo classificada de acordo com sua extensão em: (i) revogação total ou ab-rogação: a norma é substituída por outra com disposições diferentes ou pela simples supressão das normas existentes; (ii) revogação parcial ou derrogação: parte da lei se extingue, enquanto outra parte continua em vigor. Lembrando que a revogação pode ser expressa ou tácita.

LINDB

Art. 2º Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou

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revogue [Princípio da Continuidade]

§1º A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare [revogação expressa], quando seja com ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior [revogação tácita].

Nos termos da LINDB, como regra, a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência, em outras palavras, desde que previsto na norma revogadora, admite-se o fenômeno da repristinação, segundo o qual uma lei revogada volta a valer no caso de revogação da sua lei revogadora. Portanto a “alternativa b” está incorreta.

LINDB

Art. 2o [...]

§ 3º Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência.

Por fim, importante lembrar a existência do efeito repristinatório, que pressupõe atuação do Supremo Tribunal Federal, no exercício do controle abstrato de constitucionalidade das leis, que se opera quando aquela Corte declara a inconstitucionalidade de uma lei, julgando o mérito, ou deferindo medida cautelar, nos termos do art. 11, §2º, da Lei n. 9.868/1999.

[...] relativa ao tema do denominado efeito repristinatório (que resulta da declaração de inconstitucionalidade “in abstracto” ou que decorre da mera suspensão cautelar de eficácia do ato estatal impugnado em sede de controle concentrado de constitucionalidade). STF ADIn n. 2.215-PE – Medida Cautelar.

A atividade legislativa não consegue prever e normatizar todas as relações sociais, de modo que em determinadas situações estaremos diante de lacunas que deverão ser colmatadas pelo operador do direito, no exercício da atividade interpretativa, que utilizará, para tanto, a norma contida no art. 4º, da LINDB, segundo o qual:

Art. 4º Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito.

Desta forma, observa-se que a “alternativa c” está errada, pois inverte a ordem de utilização dos meios de integração pelo operador do direito, fugindo da sequência definida na norma, que deve ser observada para fins de prova objetiva.

Neste ponto, é importante lembrar que há celeuma doutrinária quanto à obrigatoriedade de se obedecer a ordem prevista no dispositivo normativo citado, surgindo duas correntes: (i) escola do direito civil clássico a qual está vinculada Sílvio Rodrigues1, segundo o qual: “no silêncio da lei, portanto, deve o julgador, na ordem mencionada, lançar mão desses recursos, para não deixar insolvida a demanda”; (ii)

1 RODRIGUES, Sílvio. Direito Civil. 24. ed. São Paulo: Saraiva, 1994. v. 1, p. 23.

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escola do direito civil constitucional que tem como um dos defensores Flávio Tartuce, para quem: “em síntese, compreendemos que aqueles que seguem a escola do Direito Civil Constitucional, procurando analisar o Direito Civil a partir dos parâmetros constitucionais, realidade atual do Direito Privado brasileiro, não podem ser favoráveis à aplicação obrigatória da ordem constante do art. 4.º da Lei de Introdução de forma rígida e incontestável. Esse último entendimento é o que deve prevalecer na visão contemporânea do Direito Civil Brasileiro”.

Assim, não havendo norma prevista no ordenamento jurídico para determinado caso, utiliza-se da ANALOGIA, que pode ser legal, quando se utiliza de uma norma próxima a caso semelhante que não possua norma específica; jurídica, ou seja, consiste na aplicação de um conjunto de normas próximas, mediante interpretação sistemática do ordenamento jurídico.

Noutra banda, exsurgem os COSTUMES, que podem ser praeter legem/costumes na falta da lei, ou seja, são aplicados subsidiariamente quando há lacuna na lei; ou secundum legem/costumes segundo a lei, a sua aplicação decorre de determinação do legislador. Importante lembrar que o ordenamento jurídico brasileiro não admite a aplicação de costumes contra legem.

Segundo Nelson Nery Jr. e Rosa Nery2: “PRINCÍPIOS GERAIS DE DIREITO. São regras de conduta que norteiam o juiz na interpretação da norma, do ato ou negócio jurídico. Os princípios gerais de direito não se encontram positivados no sistema normativo. São regras estáticas que carecem de concreção. Têm como função principal auxiliar o juiz no preenchimento das lacunas”.

Por fim, vale destacar que a equidade se apresenta como sendo elemento auxiliar ao processo de colmatação das lacunas, sendo assim classificada: legal: ou seja, quando a sua aplicação está prevista no próprio texto legal – ex: art. 413, CC; judicial: a lei determina que o magistrado deve decidir o caso concreto por equidade - ex: art. 127, CPC.

A “alternativa d” está correta, repetindo a literalidade da lei:

LINDB

Art. 8º Para qualificar os bens e regular as relações a eles concernentes, aplicar-se-á a lei do país em que estiverem situados.

§ 1º Aplicar-se-á a lei do país em que for domiciliado o proprietário, quanto aos bens moveis que ele trouxer ou se destinarem a transporte para outros lugares.

Quanto a assertiva, é importante destacar que se aplica, ao regime de bens, de origem legal ou convencional, a lei do local onde os cônjuges tenham domicílio. No caso de divergência quanto aos domicílios, prevalece o primeiro domicílio conjugal.

A LINDB trata a questão dos bens determinando a aplicação da regra do lex rei sitae, ou seja, “lei do país em que estiverem situados”. No entanto, quando se trata de bens móveis que o proprietário “trouxer ou

2 NERY JR., Nelson; NERY, Rosa Maria de Andrade. Código Civil anotado. 2. ed. São Paulo: RT, 2003. p. 141.

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se destinarem a transporte para outros lugares”, estaremos diante de situação na qual não será aplicada à regra do lex rei sitae, incidindo a “a lei do país em que for domiciliado o proprietário”.

Importante destacar a existência de aparente contradição entre as normas previstas no art. 9º, da LINDB e no art. 435, do Código Civil. No entanto, a doutrina entende que, no caso, aplica-se o princípio da especialidade, de modo que prevalece a disposição normativa do Código Civil.

LINDB

Art. 9º Para qualificar e reger as obrigações, aplicar-se-á a lei do país em que se constituírem.

§ 1º Destinando-se a obrigação a ser executada no Brasil e dependendo de forma essencial, será esta observada, admitidas as peculiaridades da lei estrangeira quanto aos requisitos extrínsecos do ato.

§ 2º A obrigação resultante do contrato reputa-se constituída no lugar em que residir o proponente.

Código Civil

Art. 435. Reputar-se-á celebrado o contrato no lugar em que foi proposto.

Por fim, a “alternativa e” também está incorreta, conclusão a que chegamos da simples leitura do art. 7º, da LINDB, segundo o qual:

LINDB

Art. 7º A lei do país em que domiciliada a pessoa determina as regras sobre o começo e o fim da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família.

Assim sendo, percebe-se que a LINDB elegeu o critério do lex domicilii, adotando o Brasil o princípio do domicílio, isto é, o local onde a pessoa reside com ânimo definitivo. Ainda, destaque-se que o Código Civil adota o domicílio plúrimo, nos termos do art. 71, no entanto, na seara do Direito Internacional Privado, adota-se o princípio da unidade domiciliar.

GABARITO: LETRA “D“

23. Sobre fatos jurídicos, ato jurídico e negócio jurídico, assinale a assertiva correta.

a) Negócio jurídico unilateral consiste em ato ou negócio no qual a declaração de vontade procede de apenas uma pessoa, com um único objetivo. O negócio jurídico bilateral envolve duas partes, com interesses coincidentes no plano jurídico, a exemplo do contrato de compra e venda. O negócio jurídico plurilateral consiste na manifestação de vontade de mais de dois agentes, criando entre eles uma relação jurídica, a exemplo do contrato de sociedade empresarial.

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b) A fraude contra credores consiste em atuação maliciosa do devedor, que se encontra em estado de insolvência ou na iminência de assim tornar-se, que dispõe de maneira gratuita do seu patrimônio, com o objetivo de afastar a responsabilidade de seus bens responderem por obrigações assumidas em momento anterior à transmissão. Esse tipo de fraude torna nulo o negócio jurídico, e somente pode ser atacado por meio de ação pauliana ou revocatória, proposta por quaisquer dos credores, no prazo decadencial de 5 anos, contados do dia da ciência da fraude.

c) Ocorre lesão quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou por inexperiência, se obriga a prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta. Ocorrendo a lesão, deve-se buscar a anulação do contrato, diante da desproporcionalidade existente nas prestações assumidas pelas partes. A lesão é um vício social que acarreta anulabilidade do negócio jurídico, que pode ser pleiteada no prazo prescricional de 5 anos.

d) A condição é elemento acidental do negócio jurídico, que, derivando exclusivamente da vontade das partes, subordina o efeito do mesmo a um evento futuro e incerto. Desta forma, para que haja configuração de uma condição é preciso que haja declaração de vontade positiva das partes envolvidas, futuridade do evento e incerteza do acontecimento.

e) O dolo consiste no emprego de artifício ardiloso pelo agente com o objetivo de enganar outra pessoa. Desta forma, o dolo é vício de consentimento que conduz invariavelmente à anulação do negócio jurídico, que pode ser requerida mediante a propositura de ação judicial no prazo decadencial de 4 anos.

COMENTÁRIO

Segundo a doutrina civilista no negócio jurídico “as partes interessadas, ao manifestarem sua vontade, vinculam-se, estabelecem, por si mesmas, normas regulamentadoras de seus próprios interesses”3.

Assim, quanto à vontade dos agentes envolvidos, o negócio jurídico pode ser unilateral, ou seja, há apenas a manifestação de vontade de um agente, com um único objetivo. Nesta seara, podem ser negócios unilaterais receptícios, isto é, para que possa produzir efeito, a manifestação de vontade deve ser levada ao conhecimento do seu destinatário – ex: promessa de recompensa; negócios unilaterais não receptícios, ou seja, aquele em que o conhecimento pelo destinatário é irrelevante - ex: testamento.

Diz que o negócio jurídico é bilateral quando envolve a manifestação de vontade de dois sujeitos, criando entre eles uma relação jurídica, há, desta forma, duas manifestações de vontade que incidem sobre o mesmo objeto, v.g.: casamento; contrato. Noutra banda, o negócio jurídico plurilateral envolve mais de duas partes com interesses coincidentes no plano jurídico, v.g.: contrato de consórcio, contrato de sociedade.

3 AZEVEDO, Álvaro Villaça. Teoria geral do Direito Civil. Parte Geral. São Paulo: Atlas, 2012. p. 169.

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Portanto, a “alternativa a” está incorreta.

Segundo o Código Civil, art. 158, “os negócios de transmissão gratuita de bens ou remissão de dívida, se os praticar o devedor já insolvente, ou por eles reduzido à insolvência, ainda quando o ignore, poderão ser anulados pelos credores quirografários, como lesivos dos seus direitos”.

Ainda, art. 159, “serão igualmente anuláveis os contratos onerosos do devedor insolvente, quando a insolvência for notória, ou houver motivo para ser conhecida do outro contratante”.

Portanto, a fraude contra credores consiste na atuação maliciosa do devedor insolvente ou prestes a assim tornar-se que, de maneira gratuita ou onerosa, dispõe de seu patrimônio, com o objetivo de afastar a responsabilidade de seus bens pelas obrigações contraídas em momento anterior à transmissão.

Dois sãos os elementos que caracterizam o referido vício social, quais sejam: (i) elemento objetivo – eventus damni: prejuízo causado ao credor; (ii) elemento subjetivo – consilium fraudis: colusão, má-fé, intenção das partes (daquele que aliena e daquele que adquire) vocacionada a prejudicar o credor.

Quanto aos negócios jurídicos gratuitos ou remissão de dívidas (perdão), o Código Civil dispensa a presença do elemento subjetivo, exigindo, tão somente, a existência de dano para o credor.

O art. 159, do Código Civil, consagra a presunção relativa [iuris tantum] do conluio fraudulento, nos negócios jurídicos de disposição onerosa.

Diante da ocorrência de fraude contra credores, estes, desde que quirografários, ou seja, aqueles que não têm garantias suficientes para resguardar o crédito, à época da alienação, dispõe da ação pauliana ou revocatória para requerer a ANULAÇÃO da fraude, que, nos termos do art. 178, II, do Código Civil, deve ser proposta no PRAZO DECADENCIAL de 4 anos, contados da celebração do negócio jurídico.

Código Civil

Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio jurídico:

II - por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores.

Art. 178. É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear-se a anulação do negócio jurídico, contado:

I - no caso de coação, do dia em que ela cessar;

II - no de erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo ou lesão, do dia em que se realizou o negócio jurídico;

Importante destacar que “igual direito assiste aos credores cuja garantia se tornar insuficiente” - §1º, do art. 158, CC.

Nesse sentido:

Enunciado n. 151 da III Jornada de Direito Civil:

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Art. 158. O ajuizamento da ação pauliana pelo credor com garantia real (art. 158, § 1.º) prescinde de prévio reconhecimento judicial da insuficiência da garantia.

Ainda:

Enunciado n. 292 da IV Jornada de Direito Civil:

Art. 158. Para os efeitos do art. 158, § 2.º, a anterioridade do crédito é determinada pela causa que lhe dá origem, independentemente de seu conhecimento por decisão judicial.

A ação pauliana é uma ação de natureza pessoal, logo, dispensa a outorga conjugal para o seu exercício. Os legitimados passivos estão presentes no art. 161, do Código Civil.

Art. 161. A ação, nos casos dos arts. 158 e 159, poderá ser intentada contra o devedor insolvente, a pessoa que com ele celebrou a estipulação considerada fraudulenta, ou terceiros adquirentes que hajam procedido de má-fé.

Segundo o STJ a ação pauliana não alcança o terceiro de boa-fé, em clara aplicação da teoria da aparência e do princípio da boa-fé:

RECURSO ESPECIAL. AÇÃO PAULIANA. SUCESSIVAS ALIENAÇÕES DE VEÍCULO QUE PERTENCIA AO DEVEDOR. ANULAÇÃO QUE NÃO ALCANÇA OS TERCEIROS DE BOA-FÉ.

1.- Em consonância com o art. 109 do CC/1916 (com redação correspondente no art. 161 do CC/2002), tendo havido sucessivos negócios fraudulentos, cabe resguardar os interesses dos terceiros de boa-fé e condenar tão somente os réus que agiram de má-fé, em prejuízo do autor, a indenizar-lhe pelo valor equivalente ao do bem transmitido em fraude contra o credor. 2.- Recursos Especiais providos. (REsp 1145542/RS, Rel. Ministro SIDNEI BENETI, TERCEIRA TURMA, julgado em 11/03/2014, DJe 19/03/2014).

Assim sendo, a “alternativa b” está incorreta.

Consigna o Código Civil que “ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou por inexperiência, se obriga a prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta” – [art. 157].

A lesão está inserida no rol dos vícios do consentimento, sendo inovação do Código Civil de 2002, e tem como objetivo evitar o enriquecimento sem causa, fundado em negócio jurídico desproporcional e patrimonialmente danoso para umas das partes.

“Aprecia-se a desproporção das prestações segundo os valores vigentes ao tempo em que foi celebrado o negócio jurídico” - §1º, do art. 157, do Código Civil.

Neste ponto, é importante perceber que caso o desequilíbrio contratual decorra de fato imprevisível posterior a sua celebração, será aplicada a revisão contratual por imprevisibilidade e onerosidade excessiva, nos termos dos arts. 317 e 478, do Código Civil.

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Para a caracterização da lesão é preciso a presença de um elemento objetivo, qual seja, prestações desproporcionais, aptas a gerar onerosidades excessiva, causando prejuízos a uma das partes; elemento subjetivo, isto é, premente necessidade ou inexperiência.

Segundo o Enunciado n. 290, da IV Jornada de Direito Civil, a desproporção entre as prestações assumidas não se presume, deve, portanto, ser provada.

Art. 157. A lesão acarretará a anulação do negócio jurídico quando verificada, na formação deste, a desproporção manifesta entre as prestações assumidas pelas partes, não se presumindo a premente necessidade ou a inexperiência do lesado.

Quanto ao dolo ou má-fé da parte que se beneficiou temos que “a lesão de que trata o art. 157 do Código Civil não exige dolo de aproveitamento” – Enunciado n. 150, da III Jornada de Direito Civil, ou seja, dispensa-se a verificação de tais elementos de natureza subjetiva.

No que tange a inexperiência no momento da celebração do negócio jurídico, destaca-se o Enunciado n. 410, da V Jornada de Direito Civil, segundo o qual “a inexperiência a que se refere o art. 157 não deve necessariamente significar imaturidade ou desconhecimento em relação à prática de negócios jurídicos em geral, podendo ocorrer também quando o lesado, ainda que estipule contratos costumeiramente, não tenha conhecimento específico sobre o negócio em causa”.

De acordo com o Código Civil “não se decretará a anulação do negócio, se for oferecido suplemento suficiente, ou se a parte favorecida concordar com a redução do proveito” – [§2º, art. 157, do Código Civil]. Assim, a parte tem a faculdade de pleitear a revisão judicial ou extrajudicial do negócio, afastando, inicialmente, a anulabilidade do pacto.

Nessa mesma linha, destacamos o Enunciado n. 149, da III Jornada de Direito Civil, segundo o qual a anulação do contrato será a última solução a ser almejada pela parte, promovendo, assim, a conservação dos negócios jurídicos.

Art. 157. Em atenção ao princípio da conservação dos contratos, a verificação da lesão deverá conduzir, sempre que possível, à revisão judicial do negócio jurídico e não à sua anulação, sendo dever do magistrado incitar os contratantes a seguir as regras do art. 157, § 2º, do Código Civil de 2002.

Ainda, ratificando a tese de que a revisão do negócio jurídico é a regra, foi editado o Enunciado n. 291, na IV Jornada de Direito Civil, dispondo que:

Art. 157. Nas hipóteses de lesão previstas no art. 157 do Código Civil, pode o lesionado optar por não pleitear a anulação do negócio jurídico, deduzindo, desde logo, pretensão com vistas à revisão judicial do negócio por meio da redução do proveito do lesionador ou do complemento do preço.

Portanto, concluímos que, na luz do Princípio da Conservação e da Função Social dos Contratos, na lesão a regra é a revisão do contrato e não sua anulação.

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No entanto, caso a parte almeje a anulação do negócio jurídico deverá propor a respectiva ação anulatória, no prazo decadencial de quatro anos, contados do dia em que se realizou o negócio jurídico, nos termos do art. 178, II, CC.

Código Civil

Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio jurídico:

II - por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores.

Art. 178. É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear-se a anulação do negócio jurídico, contado:

I - no caso de coação, do dia em que ela cessar;

II - no de erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo ou lesão, do dia em que se realizou o negócio jurídico;

Desta forma, a “alternativa c” está incorreta.

Na lição de Vicente Ráo4 a condição é “a modalidade voluntária dos atos jurídicos que lhes subordina o começo ou o fim dos respectivos efeitos à verificação, ou não verificação, de um evento futuro e incerto”.

Insta destacar que a condição, ao lado do termo e do encargo, são elementos acidentais do negócio jurídico, ou seja, aqueles que podem ser adicionados para modificar uma ou algumas de suas consequências naturais. Desta forma, tais elementos estão situados, como regra, no plano de eficácia do negócio jurídico, sendo de presença desnecessária.

Quanto à classificação das condições, importante destacar aquela que toma os efeitos para fins classificatórios, segundo o referido critério temos condições suspensivas, ou seja, “enquanto esta se não verificar, não se terá adquirido o direito, a que ele visa” – art. 126, Código Civil – v.g.: se você for aprovado no concurso da AGU, dou-lhe um carro de presente; condições resolutivas, isto é, “enquanto esta se não realizar, vigorará o negócio jurídico, podendo exercer-se desde a conclusão deste o direito por ele estabelecido” – art. 127, Código Civil – v.g.: pagarei suas despesas até você ser aprovado no concurso da AGU.

Desta forma, percebe-se que com o implemento da condição suspensiva o negócio jurídico passa a produzir seus efeitos regulares, no entanto, o advento da condição resolutiva extingue os direitos que a ela se opõe.

Por fim, é importante trazer à baila as seguintes observações: (i) reputa-se verificada, quanto aos efeitos jurídicos, a condição cujo implemento for maliciosamente obstado pela parte a quem desfavorecer, considerando-se, ao contrário, não verificada a condição maliciosamente levada a efeito por aquele a quem aproveita o seu implemento – art. 129, CC; (ii) ao titular do direito eventual, nos casos de condição

4 RÁO, Vicente. Ato jurídico. São Paulo: RT, 1994. p. 244.

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suspensiva ou resolutiva, é permitido praticar os atos destinados a conservá-lo – art. 130, CC.

Desta forma, está correta a “alternativa d”.

Por fim, o dolo é vício de consentimento consistente no emprego de artificio ardiloso pelo agente para enganar outra pessoa, levando este a prática de ato que o prejudica, beneficiando aquele ou um terceiro, em virtude da obtenção de vantagem, geralmente com vistas ao enriquecimento sem causa (dolo principal/essencial/substancial ou dolus causam dans).

Código Civil

Art. 145. São os negócios jurídicos anuláveis por dolo, quando este for a sua causa.

Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio jurídico:

II - por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores.

Noutra linha, exsurge o dolo acidental/dolo incidens, ou seja, aquele que não é a causa essencial para a realização do negócio, de modo que a seu despeito o negócio jurídico seria realizado, embora por outro modo, presente ou não o artifício malicioso.

Destarte, não sendo o dolo causa determinante para a concretização do negócio, não pode aquele gerar a anulabilidade deste, assim, “o dolo acidental só obriga à satisfação das perdas e danos” – art. 146, CC.

Portanto, o dolo nem sempre causará invariavelmente a anulação do negócio jurídico. Diga-se que a ação anulatória deverá ser proposta pela parte, caso assim queira, no prazo decadencial de 4 anos, nos termos do art. 178, II, do Código Civil.

GABARITO: LETRA “D“

24. Sobre o instituto da posse, marque a alternativa correta.

a) O Código Civil brasileiro de 2002 adotou a teoria objetiva ou objetivista da posse, que teve como principal expoente Rudolf von Ihering, para quem é certo que a constituição da posse decorre da disposição física da coisa por alguém, ou que este detenha a mera possibilidade de exercer este contato. Assim, para aferição do conceito de posse, é irrelevante a perquirição de elemento subjetivo, ou seja, a intenção de ser dono da coisa, que é um dos elementos da teoria subjetiva ou subjetivista, que tem como principal idealizador o jurista Friedrich Carl von Savigny.

b) É justa a posse, se o possuidor ignora o vício, ou o obstáculo que impede a aquisição da coisa. É de boa-fé a posse que não for violenta, clandestina ou precária. A posse de boa-fé só perde este caráter no caso e desde o momento em que as circunstâncias façam presumir que o possuidor não ignora que possui indevidamente.

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c) O possuidor de boa-fé tem direito à indenização das benfeitorias necessárias, úteis e voluptuárias, podendo levantá-las se não lhe forem pagas, quando o puder sem detrimento da coisa, e poderá exercer o direito de retenção pelo valor das benfeitorias realizadas. Ao possuidor de má-fé serão ressarcidas as benfeitorias úteis e necessárias, assistindo-lhe o direito de retenção pela importância destas, no entanto, não pode levantar as voluptuárias.

d) O instituto do constituto-possessório, espécie de tradição real da posse, sendo, desta forma, modo de aquisição originária da posse, segundo o qual o possuidor possuía a coisa em nome alheio, passando a possuí-la em nome próprio, havendo transferência no mundo jurídico, preservando-se a situação fática, enquanto vigente a cláusula constituti.

e) O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação, restituído no de esbulho, e segurado de violência iminente, se tiver justo receio de ser molestado. Assim, no caso de ameaça caberá ação de manutenção de posse, no caso de turbação caberá ação de interdito proibitório, e para o caso de esbulho a correspondente ação de reintegração de posse. São legitimados para tanto, o possuidor ou proprietário, que devem apresentar justo título. Não obsta à manutenção ou reintegração na posse a alegação de propriedade, ou de outro direito sobre a coisa.

COMENTÁRIO

Duas escolas ou correntes clássicas foram desenvolvidas para justificar a posse como categoria jurídica. São elas: (i) teoria subjetiva ou subjetivista; (ii) teoria objetiva ou objetivista.

A teoria subjetiva tem como principal expoente o jurista Friedrich Carl von Savigny, para quem a posse resulta da conjunção de dois elementos, um de ordem objetiva – corpus, isto é, a detenção física ou disponibilidade da coisa, outro de natureza subjetiva – animus domini, ou seja, a intenção de ter a coisa para si, de sobre ela exercer o direito de propriedade. Portanto, a posse seria o poder físico que se exerce sobre o bem com a intenção de ser proprietário.

No que tange a teoria objetiva tem em Rudolf von Ihering seu principal idealizador, segundo o qual a posse é constituída apenas por um elemento objetivo – o corpus, elemento a ser analisado objetivamente, dispensando a intenção de ser dono. Para esta teoria, dentro do conceito de corpus está uma intenção, não o animus de ser proprietário, mas de explorar a coisa com fins econômicos. Logo, a posse é constituída pela disposição física da coisa ou pela mera possibilidade de exercer esse contato.

Segundo a doutrina civilista, o Código Civil de 2002 adotou a teoria objetiva da posse, nos termos do art. 1.196, segundo o qual:

Art. 1.196. Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade.

Art. 1.228. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de

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reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha.

Importante destacar o Enunciado n. 236 da III Jornada de Direito Civil, que reconhece os entes despersonalizados como sendo possuidores, para os efeitos legais – v.g.: o espólio, massa falida:

Arts. 1.196, 1.205 e 1.212. Considera-se possuidor, para todos os efeitos legais, também a coletividade desprovida de personalidade jurídica.

Portanto, a “alternativa a” está correta.

O Código Civil consigna que “é justa a posse que não for violenta, clandestina ou precária”, sendo, portanto, uma posse limpa, sem qualquer vício jurídico externo, adquirida legitimamente. Em sentido contrário temos a posse injusta, isto é, aquela que foi adquirida viciosamente em relação ao legítimo possuidor, entretanto, é suscetível de proteção em face à terceiros, mediante a utilização das ações possessórias.

Assim, a posse violenta é aquela adquirida com uso da força física ou grave ameaça/violência moral. A posse clandestina é a obtida na calada da noite, às ocultas, às escondidas. A posse precária é obtida com abuso de confiança ou de direito. É importante ressaltar que a posse será injusta na presença de qualquer um desses elementos, não havendo exigência de cumulação.

“É de boa-fé a posse, se o possuidor ignora o vício, ou o obstáculo que impede a aquisição da coisa” – art. 1.201, CC. Nesse contexto, é de suma importância a confiança do possuidor no sentido de que se encontra em uma situação legítima.

“O possuidor com justo título tem por si a presunção de boa-fé, salvo prova em contrário, ou quando a lei expressamente não admite esta presunção” - §1º, art. 1.201, CC – presunção relativa de boa-fé.

Em sentido contrário verificamos a caracterização da posse de má-fé, ou seja, o possuidor tem ciência do vício inerente à aquisição da posse, mas, mesmo assim pretende exercer o domínio de fato e os poderes inerentes à propriedade sobre a coisa.

Insta colacionar:

Código Civil

Art. 1.202. A posse de boa-fé só perde este caráter no caso e desde o momento em que as circunstâncias façam presumir que o possuidor não ignora que possui indevidamente.

Desta forma, a “alternativa b” está incorreta.

Benfeitorias são bens acessórios que são introduzidos em um bem móvel ou imóvel, visando a sua conservação ou melhora de sua qualidade. De acordo com o Código Civil, art. 96, as benfeitorias podem ser úteis, necessárias e voluptuárias.

Art. 96. As benfeitorias podem ser voluptuárias, úteis ou necessárias.

§1º São voluptuárias as de mero deleite ou recreio, que não aumentam o uso habitual do bem,

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ainda que o tornem mais agradável ou sejam de elevado valor.

§2º São úteis as que aumentam ou facilitam o uso do bem.

§3º São necessárias as que têm por fim conservar o bem ou evitar que se deteriore.

A relação de efeitos entre a posse e as benfeitorias é tema importante e costuma ser cobrado nas provas de concurso público, assim, inicialmente, cabe destacar que “o possuidor de boa-fé tem direito à indenização das benfeitorias necessárias e úteis, bem como, quanto às voluptuárias, se não lhe forem pagas, a levantá-las, quando o puder sem detrimento da coisa, e poderá exercer o direito de retenção pelo valor das benfeitorias necessárias e úteis” - art. 1.219, CC.

Assim, o possuidor de boa-fé tem: (i) direito a indenização das benfeitorias necessárias e úteis, caso não indenizado, tem direito de retenção até receber o que lhe é devido; (ii) direito de pagamento das voluptuárias, não sendo realizado, tem direito de levantar, desde que não gere prejuízo à coisa.

Noutra banda, ao possuidor de má-fé, “serão ressarcidas somente as benfeitorias necessárias; não lhe assiste o direito de retenção pela importância destas, nem o de levantar as voluptuárias”.

Por conseguinte, o possuidor de má-fé não tem qualquer direito de retenção ou de levantamento. Quanto à indenização, assiste-lhe o direito apenas em relação às necessárias.

O particular que ocupa área pública tem direito a indenização pelas benfeitorias realizadas? NÃO, segundo entendimento firmado no Superior Tribunal de Justiça, diante da impossibilidade de se reconhecer a posse sobre bem público, cuja ocupação configura-se mera detenção.

CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO REIVINDICATÓRIA. TERRACAP. BENS PÚBLICOS INSUSCETÍVEIS DE USUCAPIÃO. INDENIZAÇÃO POR BENFEITORIAS. MERA DETENÇÃO. INAPLICABILIDADE. AGRAVO REGIMENTAL QUE NÃO ATACA FUNDAMENTO DA DECISÃO IMPUGNADA. SÚMULA N. 182/STJ. INOVAÇÃO RECURSAL. INADMISSIBILIDADE. FALTA DE PREQUESTIONAMENTO. DECISÃO MANTIDA.

2. A indevida ocupação de bem público descaracteriza posse, qualificando mera detenção, de natureza precária, que inviabiliza a pretensa indenização por benfeitorias. Precedentes.

(AgRg no REsp 851.906/DF, Rel. Ministro ANTONIO CARLOS FERREIRA, QUARTA TURMA, julgado em 04/12/2014, DJe 11/12/2014).

PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. REINTEGRAÇÃO DE POSSE. OCUPAÇÃO DE TERRA PÚBLICA. BENFEITORIAS REALIZADAS. INDENIZAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. OCUPAÇÃO REGULAR. REVISÃO. SÚMULA N. 7/STJ. DECISÃO MANTIDA.

1. A jurisprudência desta Corte firmou entendimento de não ser possível o reconhecimento de posse sobre terra pública, cuja ocupação configura mera detenção.

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2. A impossibilidade de se reconhecer a posse de imóvel público afasta o direito de retenção pelas benfeitorias realizadas.

Precedentes. (AgRg no AgRg no AREsp 66.538/PA, Rel. Ministro ANTONIO CARLOS FERREIRA, QUARTA TURMA, julgado em 18/12/2012, DJe 01/02/2013).

DIREITOS REAIS. RECURSO ESPECIAL. POSSE DE BEM PÚBLICO GERIDO PELA TERRACAP OCUPADO SEM PERMISSÃO. IMPOSSIBILIDADE. DIREITO À RETENÇÃO E INDENIZAÇÃO POR BENFEITORIAS. INVIABILIDADE.

2. A jurisprudência firme desta Corte entende não ser possível a posse de bem público, constituindo a sua ocupação sem aquiescência formal do titular do domínio mera detenção de natureza precária.

3. Os artigos 516 do Código Civil de 1916 e 1.219 do Código Civil em vigor estabelecem a posse como requisito para que se possa fazer jus ao direito de retenção por benfeitoria.

(REsp 841.905/DF, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 17/05/2011, DJe 24/05/2011)

Finalizando o tema, destacamos que “o reivindicante, obrigado a indenizar as benfeitorias ao possuidor de má-fé, tem o direito de optar entre o seu valor atual e o seu custo; ao possuidor de boa-fé indenizará pelo valor atual” – art. 1.222, CC.

Portanto, a “alternativa c” está incorreta.

Dispõe o que Código Civil que “adquire-se a posse desde o momento em que se torna possível o exercício, em nome próprio, de qualquer dos poderes inerentes à propriedade”. Desta forma, observa-se que a codificação vigente não elencou o rol de hipóteses de aquisição da posse, como acontecia no Código Civil de 1916, isto porque o código vigorante adota, como essência, um sistema de princípios, de cláusulas gerais e de conceitos legais indeterminados.

Assim sendo, a posse pode ser adquirida de forma originária, de modo que não há vícios anterior que maculem a sua essência, v.g.: usucapião, ou derivada, logo, é possível que esteja contaminada por defeitos em sua origem, v.g.: compra e venda.

Nessa seara, “salvo prova em contrário, entende-se manter a posse o mesmo caráter com que foi adquirida” – art. 1.203, CC.

A posse pode ser adquirida pelo sujeito que a apreende, desde que capaz; por seu representante legal ou convencional; ou por terceiro sem mandato, desde que haja confirmação posterior, com efeitos retroativos ou ex tunc.

O constituto possessório ou cláusula constituti, isto é, modalidade ficta de aquisição da posse, seja a coisa móvel ou imóvel, ocorre quando o possuidor possuía algo EM NOME PRÓPRIO e passa a possuir em nome alheio. Insta destacar que a referida cláusula deve constar de forma expressa no

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contrato ou no ato de estipulação. Ex: “A” é proprietário de uma motocicleta e a venda para B, estipulando que continuará na posse do referido bem móvel.

Ainda que pese a inexistência de previsão normativa específica no Código Civil, a respeito do constituto possessório, chamamos atenção para o art. 421, CC, que delineia os limites para atuação das partes em virtude da liberdade para contratar.

Art. 421. A liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da função social do contrato.

Enunciado n. 77 da I Jornada de Direito Civil

Art. 1.205: A posse das coisas móveis e imóveis também pode ser transmitida pelo constituto possessório.

Assim sendo, a “alternativa d” está incorreta.

Enuncia o Código Civil em seu art. 1.210 que “o possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação, restituído no de esbulho, e segurado de violência iminente, se tiver justo receio de ser molestado”. Logo, os interditos possessórios são ações possessórias diretas, que podem ser propostas pelo possuidor, ainda que não tenha título, observando as regras processuais do art. 920, do Código de Processo Civil.

Destarte, três são as situações concretas que autorizam a propositura das ações correspondentes, logo: (i) para o caso de ameaça, caberá ação de interdito possessório; (ii) para o caso de turbação, caberá ação de manutenção da posse; (iii) para o caso de esbulho, caberá ação de reintegração de posse.

Segundo Flávio Tartuce5, “como se pode perceber, no caso de ameaça, a ação de interdito proibitório visa à proteção do possuidor de perigo iminente. No caso de turbação, a ação de manutenção de posse visa a sua preservação. Por fim, no caso de esbulho, a ação de reintegração de posse almeja a sua devolução”.

Quanto ao procedimento a ser adotado para a propositura das ações possessórias é importante atentar/relacionar com a classificação da posse quanto ao tempo, ou seja, (i) ação de força nova, rito especial, cabe liminar, quando a ameaça, a turbação e o esbulho forem novos, ou seja, tiverem menos de um ano e dia; (ii) ação de força velha, rito ordinário, não cabe liminar, se a ameaça, a turbação e o esbulho forem velhos, ou seja, com pelo menos um ano e dia – ver art. 924, CPC.

Por fim, destaque-se o Enunciado n. 79 da I Jornada de Direito Civil:

Art. 1.210: A exceptio proprietatis, como defesa oponível às ações possessórias típicas, foi abolida pelo Código Civil de 2002, que estabeleceu a absoluta separação entre os juízos possessório e petitório.

Dito em outras palavras, a posse tem na ação possessória a via adequada para sua discursão, enquanto

5 Tartuce, Flávio. Manual de Direito Civil. Volume único. GEN. Edição 2015. Pág. 733/734.

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que a discursão sobre propriedade e domínio deve ser feita na via da ação petitória.

Por fim, “é inadmissível o interdito proibitório para a proteção do direito autoral”, nos termos da Súmula 228 do Superior Tribunal de Justiça.

GABARITO: LETRA “A“

PROFESSOR: CAMILLO PIANA

DIREITO PROCESSUAL CIVIL

25. Sobre o instituto da coisa julgada, todas as assertivas a seguir estão corretas, exceto:

a) Se o tribunal de origem, ao reformar a sentença, omite-se quanto à condenação da parte vencida em honorários advocatícios, não é possível depois voltar ao tema na fase de execução, buscando a condenação da parte vencida ao pagamento de referida verba, sob pena de ofensa à coisa julgada.

b) Embora a divergência doutrinária existente em relação ao conflito entre sentenças transitadas em julgado, o entendimento mais recente do Superior Tribunal de Justiça inclina-se por dar prevalência à última decisão, a qual tem o condão de substituir a primeira.

c) O reexame necessário é condição de eficácia da sentença proferida em desfavor do ente público, de modo que a decisão não transitará em julgado até que os autos sejam remetidos para reexame e confirmação do julgamento pelo Tribunal competente.

d) Admite-se a possibilidade de correção ex officio de erro material da decisão, mesmo após o seu trânsito em julgado.

e) Quanto ao seu modo de produção, diz-se que a coisa julgada é secundum eventum probationis na hipótese em que ela só será formada em havendo esgotamento das provas produzidas no processo, o que ocorre, por exemplo, nas ações coletivas que versem sobre direitos difusos ou direitos coletivos em sentido estrito.

COMENTÁRIO

Letra a. Correta. Dispõe o Enunciado nº 453 da Súmula da Jurisprudência do STJ no sentido de que: “Os honorários sucumbenciais, quando omitidos em decisão transitada em julgado, não podem ser cobrados em execução ou em ação própria”. Destaca-se que a exegese do aludido Enunciado foi recentemente rememorada no REsp 1285074/SP (Rel. Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, TERCEIRA TURMA, julgado em 23/06/2015), ocasião na qual constou que, em havendo omissão do Tribunal quanto à condenação da parte vencida em honorários, deve a parte vencedora opor os necessários embargos declaratórias para que então seja suprida tal omissão e arbitrada a verba honorária. Nesse norte, “tendo o Tribunal

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determinado a inversão dos ônus de sucumbência no processo de conhecimento, não se pode entender que os honorários advocatícios estão implicitamente incluídos, pois se estará constituindo direito até então inexistente, também se afastando o direito da parte adversa de se insurgir contra referida condenação”.

Letra b. Incorreta. Um tema bem interessante e controvertido atualmente nos domínios do processo civil moderno diz com o conflito entre duas sentenças transitadas em julgado. Exemplificativamente: no processo 1, a sentença condena a parte B a pagar à parte A determinado valor, transitando em julgado; no processo 2, posteriormente intentado, com tríplice identidade em relação ao processo 1 (partes, pedido e causa de pedir), desconhecendo-se a existência da anterior coisa julgada, é proferida sentença que conclui que a parte B nada deve à parte A, advindo aí o trânsito em julgado. Pergunta: Qual das decisões deve prevalecer? Segundo o mais recente entendimento do STJ (Informativo nº 557/2014, REsp 1.354.225-RS, julgado em 24/2/2015) deve na hipótese prevalecer a primeira das decisões passada em julgado, reputando-se inexistente a segunda decisão proferida ao arrepio de tal pressuposto processual negativo, sendo igualmente possível, na fase de execução da segunda demanda, acolher a alegação de coisa julgada por meio de exceção de pré-executividade:

“[...] Diante da ausência de disposição específica no CPC, cabe ao intérprete colmatar essa lacuna legislativa, sempre tomando como norte a CF. Nessa tarefa integrativa, a primeira questão que se coloca é saber se a ausência de uma condição da ação causaria a invalidade ou a inexistência da sentença proferida. Consoante parte da doutrina, não há atividade jurisdicional autêntica nesse caso, mas apenas aparência de jurisdição - ou a forma externa de jurisdição -, de modo que a carência de ação conduziria à própria inexistência da sentença. Firmada essa premissa, tem-se por inexistente a segunda sentença proferida em demanda idêntica a outra já transitada em julgado, tendo em vista que o autor na segunda demanda careceria de interesse jurídico em provocar a jurisdição. A propósito, reforça essa conclusão o fato de a coisa julgada ser um pressuposto processual negativo (ou extrínseco). Ressalte-se, ademais, que persiste o entendimento de que deve prevalecer a primeira sentença também quando se tem em foco o plano da validade, ou seja, ainda que se admita o ingresso da segunda sentença no mundo jurídico como ato judicial existente. Isso porque a segunda sentença traz em si as máculas da inconstitucionalidade e da ausência de boa-fé. Superada a polêmica acerca de qual das sentenças deve prevalecer, há controvérsia também em torno do instrumento processual adequado para se alegar o vício coisa julgada. Em que pese a existência de dissenso a respeito do tema, firmada a premissa de que a segunda sentença é inexistente, cabe concluir que não há necessidade de ação rescisória, podendo-se obter a declaração de inexistência perante o próprio juízo de origem, por meio de ação ou objeção, esteja ou não transcorrido o prazo decadencial do art. 495 do CPC”.

Letra c. Correta. Com efeito, prevalece em doutrina a posição que afasta natureza recursal ao reexame necessário, assentando ser ele, em verdade, condição de eficácia da sentença proferida em desfavor do ente público. Anota-se, inclusive, que o instituto do reexame necessário encontra-se previsto na Seção do CPC relativa à coisa julgada, especificamente no art. 475 (leitura importante pelo candidato). Deste modo,

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não havendo reexame necessário, e consequentemente não transitando em julgado a sentença, incabível será o manejo de eventual ação rescisória. Nesse sentido o entendimento cristalizado na Súmula nº 423 do STF, segundo a qual:

“Não transita em julgado a sentença por haver omitido recurso ex officio, que se considera interposto ex lege”.

Letra d. Correta, vez que:

“O magistrado pode corrigir de ofício, mesmo após o trânsito em julgado, erro material consistente no desacordo entre o dispositivo da sentença que julga procedente o pedido e a fundamentação no sentido da improcedência da ação. Isso porque o art. 463, I, do CPC permite ao magistrado a correção de erros materiais existentes na sentença, ainda que a decisão já tenha transitado em julgado, sem que se caracterize ofensa à coisa julgada” (STJ, Informativo nº 547).

Letra e. Correta. Consoante os ensinamentos do Prof. Fredie Didier (Curso de Direito Processual Civil, volume II, 2013, p. 483), quanto ao modo de produção, há três diferentes tipos de coisa julgada que podem ser assim esquematizadas:

(a) Coisa julgada pro et contra: Aquela que se forma independentemente do resultado do processo e do teor da decisão judicial proferida. Pouco importa se de procedência ou improcedência, a decisão definitiva ali proferida será apta a produzir coisa julgada. Trata-se da regra geral do CPC.

(b) Coisa julgada secundum eventus litis: Aquela que somente é produzida em um dos possíveis resultados da demanda: procedente ou improcedente. Ex.: o legislador determina que apenas nos casos de procedência haverá coisa julgada material. Este regime não é bem visto pela doutrina, pois trata as partes de forma desigual, colocando uma delas em posição de flagrante desvantagem. O doutrinador aponta como exemplo a coisa julgada no processo penal, pois a sentença condenatória sempre pode ser revista em favor do réu; aduz, nada obstante, inexistir exemplo de tal modalidade no processo civil.

(c) Coisa julgada secundum eventum probationis: Forma-se em caso de esgotamento de provas, ou seja, se a demanda for julgada procedente, que é sempre com o esgotamento de prova, ou improcedente com suficiência de provas a decisão só produzirá coisa julgada se forem exauridos todos os meios de prova. Se a decisão proferida no processo julgar a demanda improcedente por insuficiência de provas, não formará coisa julgada. No regime geral (pro et contra), a improcedência por falta de provas torna-se indiscutível pela coisa julgada. O autor cita como exemplos de coisa julgada secundum eventum probationis: a) ações coletivas que versem sobre direitos difusos ou direitos coletivos em sentido estrito (art. 103, I e II, CDC); b) ação popular (art. 18 da Lei Federal n. 4.717/1965); c) o mandado de segurança, individual ou coletivo (art. 19 da Lei Federal n. 12.016/2009).

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GABARITO: LETRA “B“

26. Cumprindo a sua função enquanto instância uniformizadora da interpretação da lei federal, o STJ tem firmado importantes teses e entendimentos acerca da fase de cumprimento de sentença prevista nos arts. 475 e seguintes do Código de Processo Civil, dentre os quais é possível destacar os seguintes:

I. São devidos honorários advocatícios no cumprimento de sentença, haja ou não impugnação, depois de escoado o prazo para pagamento voluntário, que se inicia após a intimação do advogado da parte executada.

II. A impugnação ao cumprimento de sentença somente será cabível uma vez regularmente o juízo; e, com a sua rejeição, não haverá condenação do executado/impugnante ao pagamento de honorários à parte adversa.

III. É admitida a imposição da multa prevista no art. 475-J do CPC no caso de sentença ilíquida quando, após a liquidação da obrigação, o devedor, intimado na figura de seu advogado, deixar escoar o prazo de 15 dias para pagamento do quantum final acertado.

IV. Independentemente de ter sido formalizado pedido de satisfação do crédito em contestação, pode o réu pleitear o cumprimento da sentença de improcedência em ação declaratória de nulidade de nota promissórias que, ao reconhecer subsistente a obrigação cambial entre as partes, ateste a liquidez, certeza e exigibilidade da obrigação.

V. Na impugnação ao cumprimento de sentença, é indispensável que o executado/impugnante, alegando excesso de execução, aponte com exatidão as incorreções encontradas nos cálculos apresentados pelo credor, ônus que não é aplicado quando for executada a União.

a) Todos os itens estão corretos.

b) 1 dos itens está incorreto.

c) 2 dos itens estão incorretos.

d) 3 dos itens estão incorretos.

e) 4 dos itens estão incorretos.

COMENTÁRIO

Item I. Correto. Com o advento da Lei nº 11.232/2005, as sentenças condenatórias ao pagamento de

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quantia certa são cumpridas por execução forçada nos termos do art. 475-J e seguintes do CPC, em procedimento nominado de “cumprimento de sentença”. Nesse sentido, não mais são necessários dois processos distintos e autônomos para a prestação de uma única tutela do direito à parte. Dentro do mesmo processo (que mistura as atividades cognitivas e executivas – sendo portanto sincrético/misto), o juiz reconhece o direito da parte (fase de conhecimento) e, sendo o caso, atua para que a sua decisão seja cumprida (fase de cumprimento). Apesar de ter existido inicialmente certa controvérsia, prevaleceu no STJ a posição acerca da possibilidade do arbitramento de nova e distinta verba honorária na fase de cumprimento da sentença:

“[...] A alteração da natureza da execução de sentença, que deixou de ser tratada como processo autônomo e passou a ser mera fase complementar do mesmo processo em que o provimento é assegurado, não traz nenhuma modificação no que tange aos honorários advocatícios. A própria interpretação literal do art. 20, § 4º, do CPC não deixa margem para dúvidas. Consoante expressa dicção do referido dispositivo legal, os honorários são devidos “nas execuções, embargadas ou não”. O art. 475-I, do CPC, é expresso em afirmar que o cumprimento da sentença, nos casos de obrigação pecuniária, se faz por execução. Ora, se nos termos do art. 20, § 4º, do CPC, a execução comporta o arbitramento de honorários e se, de acordo com o art. 475, I, do CPC, o cumprimento da sentença é realizado via execução, decorre logicamente destes dois postulados que deverá haver a fixação de verba honorária na fase de cumprimento da sentença. Ademais, a verba honorária fixada na fase de cognição leva em consideração apenas o trabalho realizado pelo advogado até então. Por derradeiro, também na fase de cumprimento de sentença, há de se considerar o próprio espírito condutor das alterações pretendidas com a Lei nº 11.232/05, em especial a multa de 10% prevista no art. 475-J do CPC. Seria inútil a instituição da multa do art. 475-J do CPC se, em contrapartida, fosse abolida a condenação em honorários, arbitrada no percentual de 10% a 20% sobre o valor da condenação” (REsp 1028855/SC, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, CORTE ESPECIAL, julgado em 27/11/2008, DJe 05/03/2009). Esse entendimento atualmente encontra-se estampado na Súmula 517 do STJ (DJe 02/03/2015), a qual dispõe: “São devidos honorários advocatícios no cumprimento de sentença, haja ou não impugnação, depois de escoado o prazo para pagamento voluntário, que se inicia após a intimação do advogado da parte executada”.

Observa-se, portanto, que assim fica estruturado o procedimento de cumprimento de sentença:

1. Fase inicial: a possibilidade do cumprimento voluntário:

- Transitada em julgado e tornada líquida, certa e exigível a obrigação de pagar quantia estampada na sentença condenatória, ao devedor/condenado deve ser oportunizada a possibilidade de pagamento voluntário da condenação;

- Para tanto, deve ser ele especificamente intimado para, no prazo de 15 dias, efetuar tal pagamento (vale dizer, o prazo não flui automaticamente com o advento do trânsito em julgado!). Ademais, essa intimação não precisa ser pessoal, podendo ser efetuada na pessoa do advogado do demandado (por meio de

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publicação no diário oficial/nota de expediente);

- Sobrevindo o pagamento voluntário e integral do quantum exequendo, extingue-se a obrigação e o próprio processo, sem a condenação do executado em novos honorários que não aqueles antes fixados na fase de conhecimento.

2. Segunda fase: execução forçada:

- Contrariamente, na inexistência do pagamento, e somente a partir daí, incidirá a multa de 10% sobre o valor em cobrança e, a requerimento do credor, passa-se à fase de execução forçada da obrigação, com penhora de bens do devedor e demais atos executórios. É justamente no momento em que o juiz aprecia o requerimento da execução forçada, tendo aí já havido o escoamento do prazo para pagamento voluntário, que serão então fixados novos honorários advocatícios.

Perceba = na fase inicial, em que se intima o devedor para cumprimento voluntário, não há fixação de nova verba honorária, a qual somente será imposta se for instaurada a fase de execução forçada.

Item II. Correto. Consoante entendimento hoje pacífico no STJ a garantia do juízo é pressuposto necessário para o processamento da impugnação ao cumprimento de sentença. Nesse sentido, no REsp 1.265.894-RS, consignou-se que “Conforme o art. 475-J, § 1º, do CPC, o executado será intimado, de imediato, do auto de penhora e de avaliação, podendo oferecer impugnação no prazo de quinze dias. Da interpretação desse dispositivo legal, tem-se por inequívoca a necessidade da prévia garantia do juízo para que seja possível o oferecimento de impugnação. Reforça esse entendimento o teor do art. 475-L, III, do CPC, que admite, como uma das matérias a serem alegadas por meio de impugnação, a penhora incorreta ou avaliação errônea”. A segunda parte do enunciado também está correta, vez que espelha o teor Súmula nº 519 do STJ (DJe 09/03/2015), no sentido de que:

“Na hipótese de rejeição da impugnação ao cumprimento de sentença, não são cabíveis honorários advocatícios”. Isso porque “a impugnação ao cumprimento de sentença, prevista na parte final do art. 475-J, § 1º, do CPC, reveste-se de ‘mero incidente processual’ semelhante à ‘exceção de pré-executividade’ e que, de consequência, sua rejeição não enseja a fixação de verba honorária. [...]” (EDcl no AREsp 170707 RJ, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 11/09/2012). “Apenas no caso de acolhimento da impugnação, ainda que parcial, serão arbitrados honorários em benefício do executado, com base no art. 20, § 4º, do CPC. [...]” (REsp 1134186 RS, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, CORTE ESPECIAL, julgado em 01/08/2011).

Item III. Correto. STJ, Informativo nº 0560. Recurso Repetitivo (Tema 380):

“No caso de sentença ilíquida, para a imposição da multa prevista no art. 475-J do CPC, revela-se indispensável (i) a prévia liquidação da obrigação; e, após o acertamento, (ii) a intimação do devedor, na figura do seu advogado, para pagar o quantum ao final definido no prazo de 15 dias. Para as sentenças condenatórias ao cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer e para aquelas que tenham por objeto a entrega de coisa, a execução do julgado far-se-á na forma

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dos arts. 461 e 461-A do CPC; para aquelas em que determinado o pagamento de quantia em dinheiro ou na qual a obrigação possa assim ser convertida, o procedimento é o previsto no art. 475-J do CPC. Neste último caso, a finalidade da multa imposta para o caso de não pagamento foi a de mitigar a apresentação de defesas e impugnações meramente protelatórias, incentivando a pronta satisfação do direito previamente reconhecido. Todavia, a própria legislação define que, no caso de condenação a prestação em dinheiro, a multa em caso de inadimplemento somente poderá incidir sobre título judicial representativo de quantia certa ou já fixada em liquidação, e depois de passado o prazo ali estipulado. Isso porque a liquidez da obrigação é pressuposto para o pedido de cumprimento de sentença. A doutrina firma textualmente que a incidência da multa subordina-se à liquidez da condenação. O art. 475-J alude à quantia certa ou já fixada em liquidação. Então, se a condenação é desde logo líquida (incluindo-se nessa hipótese aquela que depende de determinação do valor por mero cálculo aritmético), é o que basta para que já possa incidir a multa. Caso contrário, apenas depois da fase de liquidação, terá vez a multa. Assim, apenas quando a obrigação for líquida pode ser cogitado, de imediato, o arbitramento da multa para pronto pagamento. Se ainda não liquidada ou se para a apuração do quantum ao final devido for indispensável cálculos mais elaborados, o prévio acertamento do valor faz-se necessário, para, após, mediante intimação, cogitar-se da aplicação da referida multa, o que parece de muito obviedade, considerando que não se pode penalizar aquele que ainda não sabe o quê ou quanto pagar. No contexto das obrigações ilíquidas, pouco importa que tenha havido depósito da quantia que o devedor entendeu incontroversa ou a apresentação de garantias, porque, independentemente delas, a aplicação da multa sujeita-se à condicionante da liquidez da obrigação definida no título judicial. A sentença líquida deve ser entendida como aquela que define uma obrigação determinada (fazer ou não fazer alguma coisa, entregar coisa certa, ou pagar quantia determinada). Na hipótese de condenação ao pagamento em dinheiro, que espelha a mais comum e clássica espécie de sentença condenatória, considera-se líquida a obrigação quando o valor a ser adimplido está fixado no título ou é facilmente determinável por meio de cálculos aritméticos simples, que não demandem grandes questionamentos e nem apresentem insegurança para as partes que litigam. Afirma a doutrina, ademais, ser ilíquida a sentença que não fixa o valor da condenação ou não lhe individua o objeto, condição incompatível com a índole do processo executivo que pressupõe, sempre, a lastreá-lo um título representativo de obrigação, certa, líquida e exigível (art. 586). Destarte, se já há valor fixado na sentença, cuidando-se apenas de adicionar-lhe os acréscimos legais (correção monetária a partir de índices oficiais conhecidos e juros de mora), não se pode imputar-lhe a condição de ilíquida, posto que do contrário não haveria uma única sentença com o atributo da liquidez; igualmente, não é a existência de impugnação, com alegação de excesso, que tornará ilíquida a obrigação, devendo-se perquirir a certeza a partir do comando sentencial de que resulta o pedido de cumprimento. Precedente citado: REsp. 1.262.933-RJ, Corte Especial, DJe 20/8/2013. REsp 1.147.191-RS, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, Segunda Seção, julgado em 4/3/2015, DJe 24/4/2015”.

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Item IV. Correto, vez que plenamente possível o cumprimento da sentença de improcedência de pedido declaratório, sendo assim ela dotada de força executiva: “No caso em que, em ação declaratória de nulidade de notas promissórias, a sentença, ao reconhecer subsistente a obrigação cambial entre as partes, atestando a existência de obrigação líquida, certa e exigível, defina a improcedência da ação, o réu poderá pleitear o cumprimento dessa sentença, independentemente de ter sido formalizado pedido de satisfação do crédito na contestação.

Nos termos do art. 475-N, I, do CPC, considera-se título executivo judicial “a sentença proferida no processo civil que reconheça a existência de obrigação de fazer, não fazer, entregar coisa ou pagar quantia”. Assim, as sentenças que, mesmo não qualificadas como condenatórias, ao declararem um direito, atestem de forma exauriente a existência de obrigação certa, líquida e exigível, serão dotadas de força executiva. Esclareça-se que o referido dispositivo processual aplica-se também às sentenças declaratórias que, julgando improcedente o pedido do autor da demanda, reconhecem a existência de obrigação desse em relação ao réu da ação declaratória, independentemente de constar pedido de satisfação de crédito na contestação. Nessa vertente, há legitimação do réu para o cumprimento de sentença. Na hipótese em foco, a sentença de improcedência proferida nos autos da ação de anulação de notas promissórias, declarou subsistente a obrigação cambial entre as partes. Desse modo, reconhecida a certeza, a exigibilidade e a liquidez da obrigação cambial, deve-se dar prosseguimento ao pedido de cumprimento de sentença formulado pelo réu da ação declaratória, ante a aplicação do disposto no art. 475-N, I, do CPC. Precedentes citados: REsp 1.300.213-RS, Primeira Turma, DJe 18/4/2012; e AgRg no AREsp 385.551-RJ, Primeira Turma, DJe 11/2/2014”. (REsp 1.481.117-PR, Rel. Min. João Otávio de Noronha, julgado em 3/3/2015, DJe 10/3/2015, Informativo nº 557).

Item V. Correto. Dentre as matérias passíveis de serem levantas pelo executado/impugnante quando da apresentação da impugnação ao cumprimento de sentença está o excesso de execução, cuja definição é prevista pelo art. 743 do CPC, dispositivo que, embora topograficamente localizado no capítulo referente aos embargos à execução contra a Fazenda Pública, também é aplicável às demais espécies de execução. Versando a impugnação sobre tal matéria, dispõe o §2º do art. 475-L, do CPC: “Art. 475-L, §2º. Quando o executado alegar que o exeqüente, em excesso de execução, pleiteia quantia superior à resultante da sentença, cumprir-lhe-á declarar de imediato o valor que entende correto, sob pena de rejeição liminar dessa impugnação”. Trata-se da chamada exceptio declinatoria quanti, exigência que o legislador, atento aos reclamos da tão buscada efetividade e celeridade da fase de cumprimento de sentença, fez constar expressamente quando da reforma processual, evitando assim que a satisfação do crédito reconhecido ao autor, em regra após ampla instrução processual submetida ao contraditório, fique sujeita a eventuais impugnações infundadas do devedor. A exigência da impugnação específica, pelo executado, quanto aos valores postulados pelo exequente, tem sido amplamente reafirmada na jurisprudência, tanto no caso da impugnação ao cumprimento de sentença quanto na hipótese dos embargos à execução, tudo por previsão expressa dos indigitados dispositivos legais (art. 475-L, §2º e art. 739-A, §5º, respectivamente). O STJ, nessa trilha, sequer admite a possibilidade de emenda à inicial da impugnação ao cumprimento de sentença fundada em excesso de execução quando desacompanhada da indicação precisa do valor

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que o executado/impugnante entende devido: “Na hipótese do art. 475-L, § 2º, do CPC, é indispensável apontar, na petição de impugnação ao cumprimento de sentença, a parcela incontroversa do débito, bem como as incorreções encontradas nos cálculos do credor, sob pena de rejeição liminar da petição, não se admitindo emenda à inicial”. (REsp 1387248/SC, Rel. Ministro PAULO DE TARSO SANSEVERINO, CORTE ESPECIAL, julgado em 07/05/2014, DJe 19/05/2014, Recurso Especial Representativo da Controvérsia – Tema 673). Ressalta-se que, embora não tenha constado da ementa do acórdão acima estudado, cabe destacar que o seu respectivo inteiro teor revela que a tese na ocasião firmada não se aplica aos embargos à execução contra a Fazenda Pública (art. 741, do CPC), isto é, quando ela for embargar à execução que em seu desfavor é movida. Deste modo, figurando a Fazenda Pública como ré em processo executivo, no rito que tramita sob a sistemática do art. 730 do CPC, e em havendo insurgência do ente público por meio de embargos no qual alegue a ocorrência de excesso de execução, a ele não se aplica a exceptio declinatoria quanti e o ônus daí decorrente. Os fundamentos que a Corte adotou para se chegar a tal conclusão foram, basicamente, a indisponibilidade do interesse público (a impedir julgamento por presunção em desfavor dos entes públicos), bem como o fato de que a exigência contida no §2º do art. 475-L não encontra similar na parte do CPC que cuida dos embargos à execução contra a Fazenda Pública, especificamente no art. 741 (em numa espécie de “silêncio eloquente“ por assim dizer). Isso se deveu a importante e pontual intervenção da União no julgamento (daí também o destaque para o tema!), por meio da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, na condição de amicus curiae, oportunidade na qual trouxe à compreensão da Corte a existência de inúmeros casos nos quais “os credores de títulos executivos judiciais em desfavor da Fazenda Nacional promovem o cumprimento do julgado, indicando o valor que entendem devido, com base em documentos imprescindíveis à feitura dos cálculos que sequer constam dos autos”. Suscitou-se, assim, “a possibilidade de o credor juntar documentos aleatoriamente, transferindo para o devedor o ônus de obter, no prazo exíguo da impugnação/embargos, os documentos necessários para correta elaboração dos cálculos”. A inaplicabilidade, à Fazenda Pública, do que é regra para o particular, foi objeto de severas críticas por parte da doutrina (por todos, Leonardo Carneiro da Cunha - http://www.leonardocarneirodacunha.com.br/opiniao/opiniao-38-execucao-contra-a-fazenda-publica-exceptio-declinatoria-quanti-entendimento-do-stj-de-que-a-fazenda-publica-nao-se-sujeita-ao-onus-da-indicacao-do-valor-quando-alegar-excesso-de/), nada obstante, tratando-se de entendimento favorável à Fazenda, somado ao fato de ter sido proferido, ainda que em espécie de “obiter dictum“, pela Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça, deve ser tido como válido quando objeto de questionamento em provas de concurso público.

GABARITO: LETRA “A“

27. Julgue as assertivas a seguir, assinalando aquela que estiver correta:

a) Destinando-se o pedido à obtenção de certeza quanto à exata interpretação de cláusula contratual, afigura-se inadmissível a ação declaratória.

b) A Lei da Arbitragem (Lei nº 9.307/96) não pode retroagir para ser aplicada a contratos

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celebrados, com a previsão de cláusula arbitral, anteriormente ao seu advento.

c) Cabe recurso especial quando a causa decidida, em única ou última instância, por Tribunal, violar a enunciado sumular.

d) O INSS, enquanto entidade autárquica federal, deve efetuar o pagamento do preparo recursal.

e) Faz jus ao benefício da justiça gratuita a pessoa jurídica, ainda que com fins lucrativos, que demonstre satisfatoriamente a sua impossibilidade de arcar com os encargos do processo.

COMENTÁRIO

Pessoal, todas as alternativas do questionamento são respondidas com base nos entendimentos consolidados em Súmulas do STJ. Eventual modificação no texto foi meramente redacional, mantendo-se a interpretação e a conclusão do enunciado sumular (recurso que geralmente é utilizado pelas bancas, quando as transcrevem ipsis literris). Fiz questão de trazer este tipo de questionamento para ressaltar a importância da leitura e compreensão, pelos Srs., das Súmulas dos nossos Tribunais Superiores (mais ainda considerando que ultimamente virou moda ser editada mais de uma nova Súmula por mês ou mesmo semana). Essa dica vale para todas as matérias do edital. O STJ, por exemplo, em seu site, possibilita a consulta às súmulas (http://www.stj.jus.br/SCON/sumanot/), seja por ramo do direito, seja por ordem cronológica. Não esqueçam assim de, juntamente com a leitura da lei seca e dos informativos, ler as Súmulas. Seguem, nesse sentido, os seguintes enunciados sumulares, todos do STJ, com os quais se responde a questão ora proposta:

Súmula 181 - É admissível ação declaratória, visando a obter certeza quanto à exata interpretação de cláusula contratual.

Súmula 485 - A Lei de Arbitragem aplica-se aos contratos que contenham cláusula arbitral, ainda que celebrados antes da sua edição.

Súmula 518 - Para fins do art. 105, III, a, da Constituição Federal, não é cabível recurso especial fundado em alegada violação de enunciado de súmula.

Súmula 481 - Faz jus ao benefício da justiça gratuita a pessoa jurídica com ou sem fins lucrativos que demonstrar sua impossibilidade de arcar com os encargos processuais.

Súmula 483 - O INSS não está obrigado a efetuar depósito prévio do preparo por gozar das prerrogativas e privilégios da Fazenda Pública.

GABARITO: LETRA “E“

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PROFESSOR: CARLOS HENRIQUE BENEDITO NITÃO LOUREIRO

DIREITO PENAL E PROCESSO PENAL

28. Sobre o concurso de pessoas assinale a assertiva correta.

a) Concurso de pessoas é a colaboração empreendida por vários agentes, agindo com identidade de propósitos, mediante colaboração recíproca, para a prática de um crime ou de uma infração penal. Segundo o Código Penal, quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade. Assim, a norma insculpida no Código Penal aplica-se, como regra, aos delitos de concurso eventual.

b) Segundo a doutrina, existem várias teorias para fornecer o conceito de autor, dentre as quais podemos citar a teoria objetiva ou dualista, que realiza distinção nítida entre autor e partícipe. A referida teoria subdivide-se em duas espécies, objetivo-formal, segundo a qual autor é aquele que presta a contribuição objetiva mais relevante para o tipo penal, não necessariamente realizando o núcleo do tipo penal, enquanto na teoria objetivo-material o autor é aquele que realiza o verbo do tipo, ou seja, a conduta descrita no preceito primário da norma incriminadora.

c) Em tema de concurso de agentes, a autoria pode se revelar de diversas maneiras, assim, é possível que o autor exerça o domínio final do fato, corrente de natureza objetiva, executando o núcleo do tipo penal, ou seja, senhor do fato é aquele que realiza materialmente a conduta descrita no preceito incriminador primário. Ademais, tem a capacidade de fazer continuar ou impedir a conduta penalmente ilícita.

d) A doutrina penalista brasileira não admite a coautoria nos crimes culposos, uma vez que não há liame subjetivo quanto ao resultado e quanto à conduta, necessários para a caracterização da infração penal, de modo que em tais delitos, em virtude de sua natureza, a violação do dever de cuidado ocorre de forma individualizada, tendo em vista a inexistência de reciprocidade de desígnios para a produção do resultado naturalístico.

e) De acordo com a doutrina penalista brasileira, não se admite a coautoria nos crimes próprios, admitindo-a nos crimes de mão própria, uma vez que quanto a este, o sujeito ativo descrito pode ser substituído por outrem, não exigindo situação fática ou jurídica diferenciado do indivíduo.

COMENTÁRIO

Nas palavras de Rogério Sanches6 “entende-se por concurso de pessoas a reunião de vários agentes

6 Sanches, Rogério. Manual de Direito Penal. Edição 2015. Pág. 357.

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concorrendo, de forma relevante, para a realização do mesmo evento, agindo todos com identidade de propósitos”.

No direito penal positivo brasileiro, como regra, as infrações penais podem ser praticadas apenas por um sujeito ativo, v.g.: furto; homicídio; em outros tipos penais a pluralidade de agentes é circunstância elementar do tipo penal, v.g.: formação de quadrilha ou bando. Estes são classificados como crimes plurissubjetivos/plurilaterais (delitos de concurso necessário), aqueles crimes unissubjetivos. Pois bem, a norma contida no art. 29, do Código Penal, aplica-se, como regra, aos delitos de concurso eventual (crimes unissubjetivos).

Para a caracterização do concurso de pessoas é indispensável a presença dos seguintes requisitos: (i) pluralidade de agentes e condutas; (ii) relevância causal da conduta; (iii) liame subjetivo entre os agentes – atuação consciente para a prática da mesma infração. É o que se convencionou chamar de princípio da convergência; (iv) identidade de infração penal.

Quanto à punibilidade dos agentes que atuam em concurso de pessoas, cabe destacar que o Código Penal adotou a teoria monista ou unitária, segundo a qual todos os que concorreram para a prática do crime incidem nas penas a estes cominadas, na medida de sua culpabilidade. Para a referida teoria existe um único crime, sendo todos os agentes responsáveis pela produção do resultado.

Importante trazer às lições de Rogério Greco7: “embora o Código Penal tenha adotado como regra a teoria monista ou unitária, na verdade, como bem salientou Cezar Bitencourt, “os parágrafos do art. 29 aproximaram a teoria monística da teoria dualística ao determinar a punibilidade diferenciada da participação”, razão pela qual Luiz Regis Prado aduz que o Código Penal adotou a teoria monista de forma “matizada ou temperada””.

Por fim, importante apontar que em sede doutrinária ainda despontam outras duas teorias: (i) pluralista: haveria tantas infrações quantos fossem o número de autores e partícipes, isto é, a cada agente corresponde uma conduta própria, um elemento psicológico próprio e um resultado igualmente particular; (ii) teoria dualista: haveria uma infração penal para os autores e outra para os partícipes.

Portanto, a “alternativa a” está correta.

A doutrina penalista desenvolveu várias teorias para fornecer o conceito de autor, são elas: (i) teoria subjetiva ou unitária: não há distinção entre autor e partícipe, assim, aquele que contribuir de alguma forma contribuir para a produção do resultado penalmente relevante é considerado autor; (ii) teoria extensiva: igualmente não distingue autor de partícipe, mas, admite causas de diminuição de pena para estabelecer graus diversos de autoria; (iii) teoria objetiva ou dualista: há distinção entre autor e partícipe; subdivide-se em: a) objetivo-formal: autor é aquele que realiza o núcleo do tipo; partícipe é quem, sem praticar o verbo do tipo, concorre de qualquer modo para o crime; b) objetivo-material: autor é quem contribui de forma objetiva e efetiva para a produção do resultado, sem, necessariamente, praticar o núcleo do tipo penal; o partícipe é aquele que, ainda que realize o núcleo do tipo, concorre de

7 Greco, Rogério. Curso de Direito Penal. Edição 2015. Pág. 482.

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forma menos relevante para o desdobramento causal.

Segundo a doutrina majoritária o art. 29, do Código Penal brasileiro adotou a teoria objetiva, sob o prisma objetivo-formal.

Dica: a doutrina tem adotado, cada vez mais, a Teoria do Domínio do Fato, seguida pelos Tribunais Superiores.

Assim sendo, a “alternativa b” está incorreta.

A teoria do domínio do fato, desenvolvida por Hans Welzel, com feição finalista, concilia as teorias objetiva e subjetiva, para esta teoria autor é aquele que tem o controle sobre o domínio final do fato, controlando finalisticamente o trâmite do crime, decidindo a respeito da sua prática, suspensão, interrupção e condições. Partícipe é quem ainda que colabore dolosamente para a prática da infração penal, não exerce domínio sobre a ação, nem pratica o núcleo do tipo penal, sendo, portanto, um colaborador, não tendo o domínio finalista do crime.

Insta destacar que a teoria do domínio do fato alarga o conceito de autor, assim, temos: (i) autor propriamente dito – executa o núcleo do tipo; (ii) autor intelectual; (iii) autor mediato – utiliza como seu instrumento, para executar o crime, um não culpável ou pessoa que atua sem dolo ou culpa; (iv) coautores – núcleo penal é realizado por mais de um agente.

A referida teoria tem aplicação somente nos delitos dolosos.

Segundo o Superior Tribunal de Justiça “cumpre ressaltar, por relevante, que, em tema de concurso de agentes, a autoria pode se revelar de diversas maneiras, não se restringindo à prática do verbo contido no tipo penal. Assim, é possível, por exemplo, que um dos agentes seja o responsável pela idealização da empreitada criminosa; outro, pela arregimentação de comparsas; outro, pela obtenção dos instrumentos e meios para a prática da infração; e, outro, pela execução propriamente dita. Assim, desde cada um deles - ajustados e voltados dolosamente para o mesmo fim criminoso - exerça domínio sobre o fato, responderá na medida de sua culpabilidade”. (HC 191.444/PB, Rel. Ministro OG FERNANDES, SEXTA TURMA, julgado em 06/09/2011, DJe 19/09/2011).

Por fim, cabe lembrar que alguns Ministros do Supremo Tribunal Federal, no julgamento da Ação Penal n. 470 – Caso do Mensalão, filiaram-se à teoria do domínio do fato.

Portanto, a “alternativa c” está incorreta.

A doutrina nacional admite de forma tranquila a coautoria em crimes culposos, isto é, quando dois ou mais agentes atuando conjuntamente violam dever objetivo de cuidado a todos imposto, produzindo o resultado naturalístico, agindo com imprudência, negligência e imperícia. A doutrina não admite a participação em crimes culposos.

Ora, o crime culposo, como regra, é definido em um tipo penal aberto, nele se encaixando toda conduta que viola o dever objetivo de cuidado, de modo que é autor todo aquele que desrespeita este dever e

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contribui para a produção do resultado naturalístico.

É importante perceber que o vínculo subjetivo entre os agentes na coautoria nos crimes culposos não envolve o resultado, naturalmente, mas a própria conduta imperita, imprudente ou negligente, de modo que a inobservância do dever de cuidado é o substrato da coautoria.

Portanto, a “alternativa d” está incorreta.

Crimes próprios são aqueles que nos quais o tipo penal exige uma situação fática ou jurídica diferenciada por parte do sujeito ativo – exemplo clássico: crime de peculato que exige a qualidade de funcionário público. Tais crimes podem ser puros, ou seja, a ausência da condição imposta pelo tipo penal conduz a atipicidade do fato, v.g.: crime de prevaricação que tem como elementar a qualidade de “funcionário público”, ou seja, somente este pode ser sujeito ativo do referido tipo penal; impuros, isto é, a exclusão daquela condição especial exigida do sujeito ativo conduz a desclassificação para outro delito, v.g.: peculato doloso, sem a qualidade de funcionário público, o fato poderá constituir o tipo penal de furto, por exemplo.

Crimes de mão própria somente podem ser praticados pelo agente expressamente indicado no tipo penal, v.g.: delito de falso testemunho.

Assim sendo, admite-se a coautoria nos delitos próprios, não se admitindo nos crimes de mão própria, uma vez que nestes delitos a atuação do sujeito é pessoal e intransferível, de modo que não se admite a divisão de tarefas. O delito, desse modo, só pode ser praticado pessoalmente pelo agente previsto no tipo penal.

Portanto, a “alternativa e” está incorreta.

GABARITO: LETRA “A“

29. Sobre o delito de “lavagem de dinheiro”, marque a alternativa correta.

a) A introdução e a integração são as fases do delito de lavagem de dinheiro, sendo, desta forma, as fases de operação utilizadas para ocultar a origem ilícita dos recursos financeiros obtidos.

b) A Lei n. 9.613/1998 tem como bem jurídico tutelado a ordem econômica e o sistema financeiro nacional. O delito de “lavagem de dinheiro” absorve a infração penal antecedente.

c) O processo e julgamento dos crimes previstos na Lei n. 9.613/1998 dependem do processo e julgamento das infrações penais antecedentes, ainda que praticados em outro país, cabendo ao juiz competente para os crimes antecedentes a decisão sobre a unidade de processo e julgamento.

d) As medidas assecuratórias sobre bens, direitos e valores oriundos dos crimes tipificados

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no art. 1º, da Lei n. 9.613/1998, praticados no estrangeiro, podem ser determinadas pelo juiz quando existir tratado ou convenção internacional autorizando a sua adoção, ou a promessa de reciprocidade no caso de ausência daqueles, e houver solicitação da autoridade estrangeira competente.

e) A alienação antecipada será decretada pelo juiz apenas nos casos em que há requerimento do Ministério Público, tendo em vista o caráter constritivo da medida, que apresentará petição indicando os bens suspeitos de terem sido adquiridos com recursos de origem ilícita.

COMENTÁRIO

A lavagem de dinheiro consiste na atividade revestida de objeto ilícito, que tem como objetivo transformar recursos financeiros obtidos de forma ilícita em recursos lícitos, sendo operacionalizadas mediante as fases da introdução (placement), dissimulação (layering) e integração (integration), a fim de ocultar aquela origem ilícita.

A introdução consiste na separação física entre o agente e o produto auferido com a atividade criminosa, como por exemplo a aquisição de imóveis com valores superfaturados, aplicações financeiras diversas, entres outras condutas. A dissimulação é a “lavagem” propriamente dita, ou seja, busca-se atribuir uma origem lícita, legítima ao dinheiro, mediante condutas para impedir a descoberta da procedência ilícita dos valores, disseminando-o nas mais variadas operações financeiras. Na integração, os recursos com aparência de lícitos são formalmente integrados ao sistema econômico.

Portanto, a “alternativa a” está incorreta.

A ordem econômica, a ordem tributária, o sistema financeiro nacional, a administração da justiça, a administração da justiça, a paz pública e toda a ordem socioeconômica em geral, são os bens jurídicos tutelados pela Lei n. Lei n. 9.613/1998.

O delito de “lavagem” de dinheiro é crime assessório e depende da prática de uma infração penal antecedente, no entanto, não absorve esta infração, em virtude da autonomia entre a “lavagem” e a infração que o antecedeu, mormente porque não há entre elas uma relação de dependência.

Por fim, importante apontar que o delito de “lavagem” de dinheiro é autônomo, não constituindo mero exaurimento do crime antecedente, respondendo o sujeito em concurso material com a infração penal antecedente.

Portanto, a “alternativa b” está incorreta.

A Lei n. 9.613/1998, em seu art. 2º, II, consagra a denominada autonomia processual do delito de “lavagem” de dinheiro, segundo o qual:

Art. 2º O processo e julgamento dos crimes previstos nesta Lei:

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II - independem do processo e julgamento das infrações penais antecedentes, ainda que praticados em outro país, cabendo ao juiz competente para os crimes previstos nesta Lei a decisão sobre a unidade de processo e julgamento; (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012).

Desta forma, para a instauração de processo para apuração do delito de “lavagem” de dinheiro basta a existência de prova da infração, sendo irrelevante a instauração de processo para apuração da infração penal antecedente, ainda que esta tenha sido praticada em outro país. Neste caso, exige-se a observância do princípio da dupla tipicidade, ou seja, se o fato não for considerado infração penal em ambos os países, não haverá o delito de “lavagem” de dinheiro.

Por fim, o juiz competente para o crime de “lavagem” de dinheiro decidirá sobre a unidade de processo e julgamento. Destaque-se que tais crimes são de competência da Justiça Federal.

Portanto, a “alternativa c” está incorreta.

A Lei n. 9.613/1998, art. 8º e seus parágrafos apresentam os requisitos que devem ser atendidos para determinação de medidas assecuratórias sobre bens, direitos e valores procedentes de crimes praticados no estrangeiro, vejamos:

Art. 8º O juiz determinará, na hipótese de existência de tratado ou convenção internacional e por solicitação de autoridade estrangeira competente, medidas assecuratórias sobre bens, direitos ou valores oriundos de crimes descritos no art. 1o praticados no estrangeiro. (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)

§ 1º Aplica-se o disposto neste artigo, independentemente de tratado ou convenção internacional, quando o governo do país da autoridade solicitante prometer reciprocidade ao Brasil.

Portanto, a “alternativa d” está correta.

“A alienação antecipada para preservação de valor de bens sob constrição será decretada pelo juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público ou por solicitação da parte interessada, mediante petição autônoma, que será autuada em apartado e cujos autos terão tramitação em separado em relação ao processo principal” – art. 4-A, da Lei n. 9.613/1998.

Assim sendo, será decretada: (i) de ofício pelo juiz; (ii) mediante requerimento do MP; (iii) solicitação da parte interessada. Destaque-se que o pedido de alienação antecipada tramitará em separado em relação ao processo principal, sendo autuado em apartado.

“O requerimento de alienação deverá conter a relação de todos os demais bens, com a descrição e a especificação de cada um deles, e informações sobre quem os detém e local onde se encontram” – §1º, do art. 4-A, da Lei n. 9.613/1998.

Logo, o pedido de alienação para a preservação de valor de bens não deve ser genérico, ao contrário, deve conter a indicação dos bens, a descrição e a especificação de cada um deles.

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Portanto, “a alternativa e” está incorreta.

GABARITO: LETRA “D“

30. Sobre o Inquérito Policial, marque a alternativa correta.

a) A persecutio criminis consiste na atuação estatal para investigar e punir as infrações penais, tem natureza pré-processual, sendo desenvolvida pela autoridade policial por meio do correspondente inquérito, para coletar elementos relacionados a autoria e a materialidade do delito.

b) A autoridade policial não tem atribuição para determinar o arquivamento do inquérito. O arquivamento da investigação é ato composto que decorre de determinação judicial após requerimento do Ministério Público. No entanto, quando o arquivamento é determinado por juízo incompetente, ainda que no caso de atipicidade de conduta, é possível o seu desarquivamento no caso de novas provas.

c) O Ministério Público poderá requerer a devolução do inquérito policial para novas diligências consideradas essenciais ao oferecimento da denúncia. Neste caso, se o indiciado estiver preso, deverá ser colocado em liberdade, uma vez que não há fundamento para justificar a imediata denúncia.

d) O inquérito, peça administrativa e de natureza inquisitorial, deve ser sigiloso, não submetendo-se ao princípio da publicidade, no entanto, é direito do defensor ter amplo acesso aos elementos de provas necessários e essenciais ao exercício do direito de ampla defesa.

e) No Distrito Federal e nas demais comarcas do país, a autoridade com exercício em uma delas poderá, nos inquéritos a que esteja procedendo, poderá ordenar diligências em circunscrição de outra, nos casos de precatórias ou requisições a autoridade com atribuição naquela circunscrição, sobre qualquer fato que ocorra em sua presença, noutra circunscrição.

COMENTÁRIO

A persecução criminal, perseguição do crime ou persecutio criminis, consiste no poder-dever do Estado para investigar e punir as infrações penais, compreendendo uma fase pré-processual e outra processual.

Na fase pré-processual, isto é, àquela na qual são praticados os atos investigatórios na seara criminal, e tem como objetivo a coleta de subsídios da materialidade delitiva, ou seja, da existência do crime, e indícios da autoria ou participação na infração penal.

Nesta fase, além do inquérito policial, que é a principal modalidade de investigação criminal, podemos destacar os inquéritos Parlamentares, as famosas Comissões Parlamentares de Inquérito - CPI, o Inquérito

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Policial Militar – IPM, a investigação realizada pelo Ministério Público, através do respectivo inquérito civil e o inquérito da Polícia Legislativa da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.

Importante destacar o teor da súmula 397 do Supremo Tribunal Federal:

O poder de polícia da câmara dos deputados e do senado federal, em caso de crime cometido nas suas dependências, compreende, consoante o regimento, a prisão em flagrante do acusado e a realização do inquérito.

Assim, a Polícia Legislativa de cada uma das Casas do Congresso Nacional tem atribuição, ou seja, poder de polícia para instaurar inquérito para investigação de crime cometido nas suas respectivas dependências.

Pois bem, quanto aos poderes de investigação atribuídos ao Ministério Público, ainda que haja celeuma doutrinária a esse respeito, o STJ e o STF encampam a referida tese, ademais, entendem que não há suspeição ou impedimento de membro do Parquet que participou da fase investigatória.

Súmula 234 do STJ

A participação de membro do Ministério Público na fase investigatória criminal não acarreta o seu impedimento ou suspeição para o oferecimento da denúncia.

Julgado

5. A orientação desta Corte Superior é pela legalidade do poder investigatório do Parquet, sem qualquer limitação, não havendo, em consequência, impedimento de que seus membros que tenham participado da fase investigatória deem início à ação penal (enunciado n. 234 de sua Súmula). (HC 271.477/ES, Rel. Ministro REYNALDO SOARES DA FONSECA, QUINTA TURMA, julgado em 11/06/2015, DJe 17/06/2015)

Supremo Tribunal Federal

1. Ao concluir o julgamento do RE 593.727/MG, com repercussão geral reconhecida, o Plenário desta Corte assentou a seguinte tese: “o Ministério Público dispõe de competência para promover, por autoridade própria, e por prazo razoável, investigações de natureza penal, desde que respeitados os direitos e garantias que assistem a qualquer indiciado ou a qualquer pessoa sob investigação do Estado, observadas, sempre, por seus agentes, as hipóteses de reserva constitucional de jurisdição e, também, as prerrogativas profissionais de que se acham investidos, em nosso País, os Advogados (Lei 8.906/94, artigo 7º, notadamente os incisos I, II, III, XI, XIII, XIV e XIX), sem prejuízo da possibilidade – sempre presente no Estado democrático de Direito – do permanente controle jurisdicional dos atos, necessariamente documentados (Súmula Vinculante 14), praticados pelos membros dessa instituição”. 2. A jurisprudência do STF é no sentido de que a participação de membro do Ministério Público na fase investigatória não acarreta, por si só, seu impedimento ou sua suspeição para o oferecimento da denúncia, e nem poderia ser diferente à luz da tese firmada pelo Plenário, mormente por ser ele o dominus litis e sua atuação estar voltada exatamente à formação de sua convicção. HC

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85011 / RS - RIO GRANDE DO SUL. Julgamento: 26/05/2015. Órgão Julgador: Primeira Turma.

Portanto, a “alternativa a” está incorreta.

Dispõe o Código de Processo Penal que “a autoridade policial não poderá mandar arquivar autos de inquérito” – art. 17, logo, percebe-se que a autoridade policial não pode dispor da investigação, assim, somente o Ministério Público, titular da ação penal, destinatário final do inquérito, poderá requerer seu arquivamento, que será determinado pelo juiz. Desta forma, estamos diante de um ato complexo, ou seja, aquele que se forma com a conjugação de vontade de órgãos diversos (requerimento do MP + determinação do juiz), diferentemente do ato composto, que constitui um único ato principal, mas que somente ganha exequibilidade com a realização de um ato assessório, cujo conteúdo é somente a aprovação do primeiro.

Insta destacar que o magistrado não está obrigado a determinar o arquivamento diante do requerimento do MP – ato complexo: duas vontades autônomas -, adotando, em sendo o caso, o procedimento do art. 28, do Código de Processo Penal, quando entender que inexiste fundamento plausível para o arquivamento, na luz do princípio da obrigatoriedade da ação penal.

Art. 28. Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar a denúncia, requerer o arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer peças de informação, o juiz, no caso de considerar improcedentes as razões invocadas, fará remessa do inquérito ou peças de informação ao procurador-geral, e este oferecerá a denúncia, designará outro órgão do Ministério Público para oferecê-la, ou insistirá no pedido de arquivamento, ao qual só então estará o juiz obrigado a atender.

Portanto, após remessa dos autos ao Procurador-Geral de Justiça, este poderá adotar uma das três seguintes posições: (i) oferecer denúncia; (ii) designar membro do MP para oferece-la; (iii) insistir no arquivamento, neste caso, o magistrado é obrigado a atender o pedido de arquivamento.

O pedido de arquivamento pode ter como fundamento uma das seguintes situações: (i) ausência de pressuposto processual ou condição da ação; (ii) falta de justa causa; (iii) excludente de tipicidade; (iv) excludente de ilicitude; (v) excludente de culpabilidade, salvo a inimputabilidade; (vi) extinção da punibilidade.

Por fim, segundo o Superior Tribunal de Justiça “a decisão de arquivamento do inquérito policial no âmbito da Justiça Comum, em virtude de promoção ministerial no sentido da atipicidade do fato e da incidência de causa excludente de ilicitude, impossibilita a instauração de ação penal perante a Justiça Especializada, uma vez que o Estado-Juiz já se manifestou sobre o fato, dando-o por atípico (precedentes). Ainda que se trate de decisão proferida por juízo absolutamente incompetente, deve-se reconhecer a prevalência dos princípios do favor rei, favor libertatis e ne bis in idem, de modo a preservar a segurança jurídica que o ordenamento jurídico demanda”. (HC 173.397/RS, Rel. Ministra Maria Thereza de Assis moura, sexta turma, julgado em 17/03/2011, DJe 11/04/2011).

Logo, a “alternativa b” está incorreta.

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O inquérito policial objetiva a coleta de elementos de prova da autoria e da materialidade da infração penal, com a finalidade de formar a opinião delitiva do Ministério Público, titular da ação penal, fornecendo informações aptas ao embasamento do exercício da ação penal, ou que, sendo o caso, justifique o pedido de arquivamento do procedimento administrativo preliminar.

Assim sendo, se o membro do Ministério Público ainda não formou sua opinio delicti, entendendo que, para tanto, se faz necessária a realização de alguma diligência essencial/fundamental, pode requerer o retorno dos autos para a continuidade das investigações.

Importante destacar que o requerimento de devolução passará pelo magistrado, que fixará prazo, de acordo com a complexidade dos pedidos Ministerial, para que a autoridade policial cumpra as diligências. Nessa seara, não cabe ao magistrado indeferir o requerimento apresentado, uma vez que a análise da imprescindibilidade é competência do titular da ação penal.

Caso haja obstáculo judicial, com eventual indeferimento, nada impede que o MP requisite a diligência diretamente ao delegado, nos termos do art. 13, II, do Código de Processo Penal.

Art. 13. Incumbirá ainda à autoridade policial:

II - realizar as diligências requisitadas pelo juiz ou pelo Ministério Público;

Pois bem, caso o MP requeira ou juiz ou requisite diretamente a autoridade policial a realização de novas diligencias fundamentais, razão não há para o caso de indiciado preso, assim permanecer, uma vez que não há elementos aptos a fundamentar o oferecimento da denúncia, carecendo, ainda, de justa causa, ou seja, não há lastro probatório mínimo para o exercício da ação.

Assim, a “alternativa c” está correta.

O Código de Processo Penal prevê em seu art. 20 que “a autoridade assegurará no inquérito o sigilo necessário à elucidação do fato ou exigido pelo interesse da sociedade”.

Assim, percebe-se que uma das características do inquérito policial é o sigilo, estando a publicidade mitigada no curso da investigação preliminar, em virtude da sua natureza inquisitorial e do seu caráter administrativo.

Neste ponto, a doutrina faz “distinção entre o sigilo externo, que é aquele extensível aos terceiros desinteressados, com o objetivo de que o vazamento de informações não exponha o indiciado ao julgamento social, já que é presumivelmente inocente; e o sigilo interno, que abrange os interessados na persecução penal”8.

Nesse contexto, insta colacionar o enunciado 14 da Súmula Vinculante do Supremo Tribunal Federal:

É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência

8 Távora, Nestor. Código de Processo Penal para Concursos. Edição 2015. Editora JusPodivm. Pág. 51

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de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa.

Desta forma, caso a autoridade policial obste o acesso do advogado aos autos da investigação, ou, sendo decretado sigilo absoluto pelo magistrado, em evidente ilegalidade, impedindo o acesso aos elementos de prova já documentados, o mandado de segurança é o remédio a ser manejado, nos termos do art. 103-A, §3º, da Constituição Federal.

Diga-se que em algumas situações os Tribunais Superiores têm admitido a impetração de habeas corpus, diante do perigo de cerceamento da liberdade de locomoção do suspeito/cliente do advogado, que foi impedido de acessar os autos.

Portanto, a “alternativa d” está incorreta.

Ensina-nos a doutrina penalista especializada que “sendo a circunscrição a delimitação territorial de atividade da autoridade policial, objetivando evitar burocracia e perda desnecessária de tempo, nada impede a realização de diligências em circunscrição distinta pelo próprio delegado, ou por seus a gemes, dispensando-se precatórias ou requisições9”.

Prevê o Código de Processo Penal que “no Distrito Federal e nas comarcas em que houver mais de uma circunscrição policial, a autoridade com exercício em uma delas poderá, nos inquéritos a que esteja procedendo, ordenar diligências em circunscrição de outra, independentemente de precatórias ou requisições, e bem assim providenciará, até que compareça a autoridade competente, sobre qualquer fato que ocorra em sua presença, noutra circunscrição” – art. 22.

Portanto, a “alternativa e” está incorreta.

GABARITO: LETRA “C“

PROFESSOR: JOÃO EULÁLIO DE PÁDUA FILHO

DIREITO DO TRABALHO

31. Assinale a assertiva correta:

a) Ao empregador é vedado transferir o empregado, sem a sua anuência, para localidade diversa da que resultar do contrato, é vedado, inclusive, a transferência que não acarretar necessariamente a mudança do seu domicílio.

b) A possibilidade de transferência dos empregados cujos contratos tenham como condição, implícita ou explícita, a transferência prescinde da comprovação da real necessidade do serviço.

c) Nos casos de transferência dos empregados que exerçam cargo de confiança e aqueles

9 Távora, Nestor. Código de Processo Penal para Concursos. Edição 2015. Editora JusPodivm. Pág. 53.

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cujos contratos tenham como condição, implícita ou explícita, a transferência, não será devido o adicional de transferência.

d) Mesmo em caso de transferência definitiva, é devido o adicional de transferência.

e) É licita a transferência, independentemente da anuência do empregado, quando ocorrer extinção do estabelecimento em que trabalhar o empregado.

COMENTÁRIO

Alternativa “A”: Incorreta – A assertiva contraria o art. 469 da CLT que aduz que não se considera transferência a que não acarretar necessariamente em mudança do seu domicílio.

Alternativa “B”: Incorreta – O art. 469, §1º, da CLT, estabelece que:

Art. 469 - Ao empregador é vedado transferir o empregado, sem a sua anuência, para localidade diversa da que resultar do contrato, não se considerando transferência a que não acarretar necessariamente a mudança do seu domicílio.

§ 1º - Não estão compreendidos na proibição deste artigo: os empregados que exerçam cargo de confiança e aqueles cujos contratos tenham como condição, implícita ou explícita, a transferência, quando esta decorra de real necessidade de serviço.

Por sua vez a Súmula 43 do TST determina que:

Presume-se abusiva a transferência de que trata o § 1º do art. 469 da CLT, sem comprovação da necessidade do serviço.

Alternativas “C” e “D”: Incorretas– Os enunciados contrariam a OJ nº 113 da SBDI-1:

O fato de o empregado exercer cargo de confiança ou a existência de previsão de transferência no contrato de trabalho não exclui o direito ao adicional. O pressuposto legal apto a legitimar a percepção do mencionado adicional é a transferência provisória.

Alternativa “E”: Correta – Conforme art. 469, §2º, da CLT.

GABARITO: LETRA “E“

32. São hipóteses de interrupção do contrato de trabalho, exceto:

a) Férias.

b) Pelo tempo que se fizer necessário, quando tiver que comparecer a juízo.

c) Nos dias em que estiver comprovadamente realizando provas de exame vestibular para ingresso em estabelecimento de ensino superior.

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d) Repouso semanal remunerado.

e) Greve.

COMENTÁRIO

A interrupção do contrato de trabalho ocorre quando há suspensão da realização dos serviços pelo empregado, contudo ainda há o pagamento regular da remuneração. Já na suspensão do contrato de trabalho, há a suspensão dos serviços e da remuneração.

Assim, não restam dúvidas que as férias e o descanso semanal remunerado são hipóteses de interrupção. Da mesma forma com o comparecimento a juízo e a realização de provas de exame vestibular, uma que o art. 473 da CLT estabelece que são hipóteses que o empregado poderá deixar de comparecer ao serviço sem prejuízo do salário.

No caso da greve, o art. 7º, da Lei nº 7.783/89 estabelece que:

Art. 7º Observadas as condições previstas nesta Lei, a participação em greve suspende o contrato de trabalho, devendo as relações obrigacionais, durante o período, ser regidas pelo acordo, convenção, laudo arbitral ou decisão da Justiça do Trabalho.

Nessa seara, por expressa determinação legal a greve consiste em suspensão do contrato de trabalho. Assim, a assertiva a ser assinalada é a “E”.

GABARITO: LETRA “E“

PROFESSOR: JOÃO EULÁLIO DE PÁDUA FILHO

DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO

33. Acerca da execução das contribuições previdenciárias na justiça do trabalho, assinale a assertiva incorreta:

a) A competência da justiça do trabalho para execução de ofício das contribuições previdenciárias alcança apenas a execução das contribuições relativas ao objeto da condenação constante da sentença que proferir.

b) Compete à Justiça do Trabalho a execução, de ofício, da contribuição referente ao Seguro de Acidente de Trabalho (SAT), que tem natureza de contribuição para a seguridade social, pois se destina ao financiamento de benefícios relativos à incapacidade do empregado decorrente de infortúnio no trabalho.

c) Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar as ações relativas às penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos órgãos de fiscalização das relações de

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trabalho.

d) É atribuição da Procuradoria-Geral Federal representar judicial e extrajudicialmente a União, nos processos da Justiça do Trabalho relacionados com a cobrança de contribuições previdenciárias, independente de delegação da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional.

e) A Justiça do Trabalho não possui competência para executar as contribuições sociais destinadas às entidades de serviço social e formação profissional.

COMENTÁRIO

Alternativa “A”: Correta – A Emenda Constitucional nº 20/98 aumentou a competência da justiça do trabalho ao incluir dentre sua competência a execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no art. 195, I, a, e II, e seus acréscimos legais, decorrentes das sentenças que proferir. Tal alteração foi mantida na reforma realizada pela Emenda Constitucional nº 45/2004 através do art. 114, VIII.

O dispositivo constitucional deu margem a duas interpretações: a primeira defendia a possibilidade de execução das contribuições em caso de sentenças condenatórias ou de sentenças declaratórias; já a segunda interpretação admitia a execução de ofício em caso de sentença condenatória.

Nessa seara, o TST inicialmente firmou posicionamento, com a edição da Súmula 368, I, que a execução poderia advir de sentença declaratória ou condenatória. Todavia, ainda em 2005, alterou a súmula que passou a possuir a seguinte redação:

A Justiça do Trabalho é competente para determinar o recolhimento das contribuições fiscais. A competência da Justiça do Trabalho, quanto à execução das contribuições previdenciárias, limita-se às sentenças condenatórias em pecúnia que proferir e aos valores, objeto de acordo homologado, que integrem o salário de contribuição.

Destaca-se que o Supremo Tribunal Federal, em julgamento com repercussão geral também afasta qualquer pretensão de execução das contribuições previdenciárias pela Justiça do Trabalho em caso de sentença declaratória (RE 569056, Relator(a): Min. MENEZES DIREITO, Tribunal Pleno, julgado em 11/09/2008, REPERCUSSÃO GERAL; RE 569056, Relator(a): Min. MENEZES DIREITO, Tribunal Pleno, julgado em 11/09/2008, REPERCUSSÃO GERAL).

Dessa sorte, o enunciado encontra-se correto, já que encontra consonância na jurisprudência sumulada do TST e em decisão, em sede de repercussão geral, do Supremo Tribunal Federal.

Alternativa “B”: Correta, trata-se de entendimento já sedimentado pelo TST desde a edição da OJ nº 414 da SBDI-1, recém convertida (em maio de 2014) na Súmula 454:

Súmula nº 454 do TST

COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO. EXECUÇÃO DE OFÍCIO. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL REFERENTE AO SEGURO DE ACIDENTE DE TRABALHO (SAT). ARTS. 114, VIII, E 195, I, “A”, DA

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CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. (conversão da Orientação Jurisprudencial nº 414 da SBDI-1) – Res. 194/2014, DEJT divulgado em 21, 22 e 23.05.2014

Compete à Justiça do Trabalho a execução, de ofício, da contribuição referente ao Seguro de Acidente de Trabalho (SAT), que tem natureza de contribuição para a seguridade social (arts. 114, VIII, e 195, I, “a”, da CF), pois se destina ao financiamento de benefícios relativos à incapacidade do empregado decorrente de infortúnio no trabalho (arts. 11 e 22 da Lei nº 8.212/1991).

Destaca-se que o tema foi cobrado no último concurso para Procurador da Fazenda Nacional.

Alternativa “C”: Correta - Até a edição da Emenda Constitucional nº 45/2004, a competência para o julgamento das ações relativas às penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos órgãos de fiscalização das relações de trabalho era da justiça comum. Todavia, tal emenda incluiu dentre as competências da justiça do trabalho o julgamento de tais demandas, conforme percebe-se pelo art. 114, VII, da Constituição Federal:

“Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar:

(...)

VII as ações relativas às penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos órgãos de fiscalização das relações de trabalho;”.

Assim, qualquer que seja o instrumento processual, seja anulatória ou mandado de segurança, a União estando no polo passivo ou ativo, a competência é da justiça do trabalho, conforme bem expõe o professor Rogério Neiva:

Nesse sentido, o mecanismo processual é irrelevante, ou seja, se envolve a mobilização de mandado de segurança ou ação anulatória. Inclusive, naturalmente que as execuções fiscais, decorrentes das aludidas sanções, inclusive por derivação, também se insere na competência da justiça do trabalho.

(NEIVA, Rogério. Direito e Processo do Trabalho aplicados à Administração Pública e Fazenda Pública. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: Método, 2012, pg. 122).

A CLT, nos artigos 626 ao 634, regulamenta a atuação dos Auditores-fiscais do Trabalho e a necessidade de lavratura do auto de infração.

Para efeito de curiosidade e para melhor entendimento da questão, destaca-se que, conforme uma interpretação do art. 12 da LC 73/1993 e do art. 23 da Lei 11.457/2007, internamente, através do Parecer PGFN/CRJ/Nº 2059/2009, consolidou-se o entendimento que os Advogados da União devem atuar nas lides em que o débito ainda não foi inscrito em dívida ativa e os Procuradores da Fazenda Nacional atuam nas demandas em que o débito já se encontra inscrito em dívida ativa.

Alternativa “D”: Incorreta – A representação judicial e extrajudicial dos entes federais, conforme o art.

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131 da Constituição Federal, da LC nº 73/93 e Lei nº 10.480/02, é atribuição de três órgão distintos: a) Procuradoria-Geral da União; b) Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional; c) Procuradoria-Geral Federal.

Resumidamente, à Procuradoria-Geral Federal compete a representação judicial e extrajudicial das autarquias e fundações públicas federais, já a Procuradoria-Geral da União representa a União. Por sua vez, a Procuradoria-Geral da Fazenda representa a União na execução da dívida ativa de natureza tributária.

Nesse contexto, passa-se a analisar a atribuição para representar a União na execução das contribuições previdenciárias na justiça do trabalho: a Lei nº 11.457/2007 que criou a chamada “Super Receita”, em seu art. 2º, transferiu a titularidade do crédito das contribuições sociais do INSS à União.

Assim, em tese faleceria atribuição à Procuradoria-Geral Federal para executar as contribuições previdenciárias na justiça do trabalho, entretanto, o art. 16, II, §3º, da referida Lei, dispõe que:

§3o Compete à ProcuradoriaGeral Federal representar judicial e extrajudicialmente:

(...)

II - a União, nos processos da Justiça do Trabalho relacionados com a cobrança de contribuições previdenciárias, de imposto de renda retido na fonte e de multas impostas aos empregadores pelos órgãos defiscalização das relações do trabalho, mediante delegação da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional.

Assim, a assertiva está errada ao estabelecer que compete à Procuradoria-Geral Federal representar judicial e extrajudicialmente a União, nos processos da Justiça do Trabalho relacionados com a cobrança de contribuições previdenciárias, independente de delegação da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional.

Destaca-se que a delegação foi realizada pela Portaria PGF/PGFN nº 433/2007, assim, atualmente, quem atua em tais demandas é a Procuradoria-Geral Federal. Por fim, ressalta-se que tal Portaria também delega à PGF a execução do Imposto de Renda retido na fonte nos processos em trâmite na Justiça do Trabalho.

Alternativa “E”: Correta – Conforme o já visto, compete à justiça do trabalho a execução das contribuições da seguridade social das sentenças que proferir. Todavia, tal dispositivo constitucional englobou apenas as contribuições sociais previstas no art. 195, I, a, e II, e seus acréscimos legais, não abrangendo, destarte, as contribuições para o chamado “Sistema S”.

É o entendimento consolidado do TST, conforme os seguintes arestos: E-RR - 134300-50.1998.5.15.0025, Relator Ministro: Lélio Bentes Corrêa, DEJT 21/10/2011, (Subseção I Especializada em Dissídios Individuais); RR - 14800-50.2009.5.09.0096, Relator Ministro: Walmir Oliveira da Costa, DEJT 09/03/2012 (1ª Turma); (RR - 1000-90.2007.5.08.0115, Relator Ministro: Guilherme Augusto Caputo Bastos, DEJT 16/03/2012.

Que fique clara a diferenciação: o TST entende que a contribuição referente ao Seguro de Acidente de Trabalho (SAT) tem natureza de contribuição para a seguridade social (arts. 114, VIII, e 195, I, “a”, da CF), assim a competência de sua execução é da justiça do trabalho.

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Ressalta-se que a Advocacia-Geral da União corrobora com tal entendimento através de sua Súmula nº 64.

GABARITO: LETRA “D“

34. Assinale a assertiva correta:

a) Na justiça do trabalho, o termo de conciliação homologado judicialmente valerá como decisão irrecorrível, inclusive para a Previdência Social em relação às contribuições sociais que lhe forem devidas.

b) Para desconstituição pelas partes de termo de conciliação homologado judicialmente pelo juízo de 1º grau, é cabível a ação rescisória.

c) Na Reclamação Trabalhista, quando o acordo for celebrado e homologado após o trânsito em julgado, o valor a ser pago a título de contribuição previdenciária deve ser calculado a partir do valor originalmente concedido em sentença.

d) Caso o acordo homologado em juízo não reconheça o vínculo de emprego, não haverá incidência de contribuição previdenciária.

e) A homologação de acordo constitui direito da parte, assim, em caso de negativo pelo juízo é cabível a impetração de Mandado de Segurança.

COMENTÁRIO

Alternativa “A”: Incorreta – A Consolidação das Leis Trabalhistas é peremptória ao afirmar que o termo de conciliação homologado judicialmente valerá como decisão irrecorrível, salvo para a Previdência Social, conforme seu art. 831:

Art. 831 - A decisão será proferida depois de rejeitada pelas partes a proposta de conciliação.

Parágrafo único. No caso de conciliação, o termo que for lavrado valerá como decisão irrecorrível, salvo para a Previdência Social quanto às contribuições que lhe forem devidas.

Analisando o artigo 831 da CLT, percebe-se que a decisão (sentença) que homologar o acordo apresentado pelas partes, independentemente de ter sido firmado nos autos ou extra-autos, será irrecorrível. Tal fato ocorre pela ausência de interesse recursal das partes, pois a homologação somente tornou jurisdicional o entendimento havido entre as partes. Se não há sucumbência, pois a sentença apenas reconheceu o que foi convencionado, não há interesse recursal. (KLIPPEL, Bruno. Direito Sumular Esquematizado – TST. 4 ed – São Paulo: Saraiva, 2014, pg. 254-255)

Alternativa “B”: Correta – Conforme o visto acima, o art. 831 da CLT afasta o cabimento de qualquer recurso pelas partes, com base em tal premissa, o Tribunal Superior do Trabalho firmou o entendimento

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de que o meio processual cabível para impugnar o termo de conciliação é a ação rescisória:

Súmula nº 259 do TST

TERMO DE CONCILIAÇÃO. AÇÃO RESCISÓRIA (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003

Só por ação rescisória é impugnável o termo de conciliação previsto no parágrafo único do art. 831 da CLT.

O TST foi além ao firmar o entendimento de que o prazo da ação rescisória já se inicia com a homologação do acordo, uma vez que não há prazo para recurso, diante da irrecorribilidade da decisão:

Súmula 100 – (...)

V - O acordo homologado judicialmente tem força de decisão irrecorrível, na forma do art. 831 da CLT. Assim sendo, o termo conciliatório transita em julgado na data da sua homologação judicial. (ex-OJ nº 104 da SBDI-2 - DJ 29.04.2003)

Alternativa “C”: Incorreta – Tal enunciado contraria a Orientação Normativa nº 376 da SBDI-1:

É devida a contribuição previdenciária sobre o valor do acordo celebrado e homologado após o trânsito em julgado de decisão judicial, respeitada a proporcionalidade de valores entre as parcelas de natureza salarial e indenizatória deferidas na decisão condenatória e as parcelas objeto do acordo.

Ademais, a Advocacia-Geral da União corrobora com tal entendimento através de sua Súmula nº 74.

Alternativa “D”: Incorreta – Tal enunciado contraria as Orientações Normativas nº 368 e 398 da SBDI-1:

368. DESCONTOS PREVIDENCIÁRIOS. ACORDO HOMOLOGADO EM JUÍZO. INEXISTÊNCIA DE VÍNCULO EMPREGATÍCIO. PARCELAS INDENIZATÓRIAS. AUSÊNCIA DE DISCRIMINAÇÃO. INCIDÊNCIA SOBRE O acordoVALOR TOTAL. (DEJT divulgado em 03, 04 e 05.12.2008)

É devida a incidência das contribuições para a Previdência Social sobre o valor total do acordo homologado em juízo, independentemente do reconhecimento de vínculo de emprego, desde que não haja discriminação das parcelas sujeitas à incidência da contribuição previdenciária, conforme parágrafo único do art. 43 da Lei nº 8.212, de 24.07.1991, e do art. 195, I, “a”, da CF/1988.

398. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. ACORDO HOMOLOGADO EM JUÍZO SEM RECONHECIMENTO DE VÍNCULO DE EMPREGO. CONTRIBUINTE INDIVIDUAL. RECOLHIMENTO DA ALÍQUOTA DE 20% A CARGO DO TOMADOR E 11% A CARGO DO PRESTADOR DE SERVIÇOS. (DEJT divulgado em 02, 03 e 04.08.2010)

Nos acordos homologados em juízo em que não haja o reconhecimento de vínculo empregatício, é devido o recolhimento da contribuição previdenciária, mediante a alíquota de 20% a cargo do tomador de serviços e de 11% por parte do prestador de serviços, na qualidade

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de contribuinte individual, sobre o valor total do acordo, respeitado o teto de contribuição. Inteligência do § 4º do art. 30 e do inciso III do art. 22, todos da Lei n.º 8.212, de 24.07.1991.

Alternativa “E”: Incorreta – Tal enunciado contraria a Súmula nº 418 do Tribunal Superior do Trabalho:

A concessão de liminar ou a homologação de acordo constituem faculdade do juiz, inexistindo direito líquido e certo tutelável pela via do mandado de segurança.

GABARITO: LETRA “B“

PROFESSOR: JOÃO EULÁLIO DE PÁDUA FILHO

DIREITO DA SEGURIDADE SOCIAL

35. Acerca do salário-de-contribuição, assinale a assertiva incorreta:

a) Segundo o Superior Tribunal de Justiça, estão sujeitas à incidência de contribuição previdenciária as parcelas pagas pelo empregador a título de horas extras e seu respectivo adicional.

b) Segundo o Superior Tribunal de Justiça, estão sujeitas à incidência de contribuição previdenciária as parcelas pagas pelo empregador a título de adicional noturno e de periculosidade.

c) Segundo o Superior Tribunal de Justiça, estão sujeitas à incidência de contribuição previdenciária as parcelas pagas pelo empregador a título de adicional de transferência.

d) Não incide contribuição previdenciária sobre aposentadoria paga pelo Regime Geral de Previdência Social.

e) Não incide contribuição previdenciária sobre aposentadoria paga pelo Regime Próprio de Previdência Social.

COMENTÁRIO

Alternativas “A” e “B” - Corretas, conforme o elucidativo Informativo de Jurisprudência nº 540 do Superior Tribunal de Justiça:

DIREITO TRIBUTÁRIO. INCIDÊNCIA DE CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA SOBRE VERBAS TRABALHISTAS. RECURSO REPETITIVO (ART. 543-C DO CPC E RES. 8/2008-STJ).

Estão sujeitas à incidência de contribuição previdenciária as parcelas pagas pelo empregador a título de horas extras e seu respectivo adicional, bem como os valores pagos a título de adicional noturno e de periculosidade. Por um lado, a Lei 8.212/1991, em seu art. 22, I, determina que a contribuição

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previdenciária a cargo da empresa é de “vinte por cento sobre o total das remunerações pagas, devidas ou creditadas a qualquer título, durante o mês, aos segurados empregados e trabalhadores avulsos que lhe prestem serviços, destinadas a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo tempo à disposição do empregador ou tomador de serviços, nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho ou sentença normativa”. Por outro lado, o § 2° do art. 22 da Lei 8.212/1991, ao consignar que não integram o conceito de remuneração as verbas listadas no § 9° do art. 28 do mesmo diploma legal, expressamente exclui uma série de parcelas da base de cálculo do tributo. Com base nesse quadro normativo, o STJ consolidou firme jurisprudência no sentido de que não sofrem a incidência de contribuição previdenciária “as importâncias pagas a título de indenização, que não correspondam a serviços prestados nem a tempo à disposição do empregador” (REsp 1.230.957-RS, Primeira Seção, DJe 18/3/2014, submetido ao rito do art. 543-C do CPC). Nesse contexto, se a verba trabalhista possuir natureza remuneratória, destinando-se a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma, ela deve integrar a base de cálculo da contribuição. Desse modo, consoante entendimento pacífico no âmbito da Primeira Seção do STJ, os adicionais noturno e de periculosidade, as horas extras e seu respectivo adicional constituem verbas de natureza remuneratória, razão pela qual se sujeitam à incidência de contribuição previdenciária. Precedentes citados: REsp 1.098.102-SC, Primeira Turma, DJe 17/6/2009; e AgRg no AREsp 69.958-DF, Segunda Turma, DJe 20/6/2012. REsp 1.358.281-SP, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 23/4/2014.

Alternativa “C”: Correta, conforme a lição do informativo acima colacionado, incide contribuição previdenciária sobre verbas que possuem natureza remuneratória. Nessa seara, o STJ considera que a o adicional de transferência previsto no art. 469, § 3º, da CLT tem natureza salarial:

TRIBUTÁRIO. ADICIONAL DE TRANSFERÊNCIA. ART. 469, § 3º, DA CLT. NATUREZA SALARIAL. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. ART. 22, I, DA LEI N. 8.212/91. INCIDÊNCIA.

1. O adicional de transferência previsto no art. 469, § 3º, da CLT tem natureza salarial. Precedentes.

2. Desse modo, admite-se a incidência da contribuição previdenciária patronal por ocasião do seu pagamento ao trabalhador, uma vez que essa situação fática se enquadra na hipótese tributária correspondente a prevista no art. 22, I, da Lei n. 8.212/91.

3. Agravo regimental a que se nega provimento.

(AgRg no REsp 1475892/RS, Rel. Ministro OG FERNANDES, SEGUNDA TURMA, julgado em 23/10/2014, DJe 21/11/2014)

Alternativa “D”: Correta, há imunidade sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de previdência social no art. 195, II, da Constituição:

Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do

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Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais:

(...)

II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de previdência social de que trata o art. 201.

Alternativa “E”: Incorreta, diferente da imunidade prevista para o Regime Geral, a Constituição expressamente prevê a incidência de contribuição previdenciária sobre aposentadorias e pensões concedidas pelo Regime Próprio que superem o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social.

Art. 40 – (...)

§ 18. Incidirá contribuição sobre os proventos de aposentadorias e pensões concedidas pelo regime de que trata este artigo que superem o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201, com percentual igual ao estabelecido para os servidores titulares de cargos efetivos.

GABARITO: LETRA “E“

36. Acerca do salário-de-contribuição, assinale a assertiva incorreta:

a) Segundo o Superior Tribunal de Justiça, não há incidência de contribuição previdenciária sobre o vale transporte pago em pecúnia, considerando o caráter indenizatório da verba.

b) Segundo o Superior Tribunal de Justiça, incide contribuição previdenciária a cargo da empresa sobre os valores pagos a título de salário-maternidade.

c) Segundo o Superior Tribunal de Justiça, incide contribuição previdenciária a cargo da empresa sobre os valores pagos a título de salário paternidade.

d) Segundo o Superior Tribunal de Justiça, incide contribuição previdenciária a cargo da empresa sobre o valor pago a título de aviso prévio indenizado.

e) Não integram o salário-de-contribuição o abono do Programa de Integração Social-PIS e do Programa de Assistência ao Servidor Público-PASEP.

COMENTÁRIO

Alternativa “A”: Correta – Conforme jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (RE 478410, Relator(a): Min. EROS GRAU, Tribunal Pleno, julgado em 10/03/2010) e do Superior Tribunal de Justiça (REsp 1498234/RS, Rel. Ministro OG FERNANDES, 2ª Turma, julgado em 24/02/2015, DJe 06/03/2015).

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Ademais, a Advocacia-Geral da União corrobora com tal entendimento através de sua Súmula nº 60.

Acerca das Súmulas da AGU, destaco que o edital do concurso de Procurador da Fazenda Nacional expressamente, no item 10.1.1, previu a possibilidade de cobrança de tais súmulas.

Alternativa “B”: Correta – O Superior Tribunal de Justiça, através do rito dos recursos repetitivos, pacificou o tema dentro do Tribunal no REsp 1.230.957/RS, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 26/2/2014, DJe 18/3/2014.

A fundamentação foi exposta no informativo de jurisprudência nº 536:

“(...)Posto isso, deve-se observar que o salário-maternidade, para efeitos tributários, tem natureza salarial, e a transferência do encargo à Previdência Social (pela Lei 6.136/1974) não tem o condão de mudar sua natureza.

(...) O fato de não haver prestação de trabalho durante o período de afastamento da segurada empregada, associado à circunstância de a maternidade ser amparada por um benefício previdenciário, não autoriza conclusão no sentido de que o valor recebido tenha natureza indenizatória ou compensatória, ou seja, em razão de uma contingência (maternidade), paga-se à segurada empregada benefício previdenciário correspondente ao seu salário, possuindo a verba evidente natureza salarial. Não é por outra razão que, atualmente, o art. 28, § 2º, da Lei 8.212/1991 dispõe expressamente que o salário maternidade é considerado salário de contribuição.”.

Alternativa “C”: Correta – O Superior Tribunal de Justiça, através do rito dos recursos repetitivos, pacificou o tema dentro do Tribunal no REsp 1.230.957/RS, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 26/2/2014, DJe 18/3/2014.

Destaca-se que o salário paternidade, conforme o noticiado no Informativo de Jurisprudência nº 536, é licença remunerada prevista constitucionalmente, não sendo, benefício previdenciário. Assim, o ônus do pagamento é do empregador.

Alternativa “D”: Incorreta – O Superior Tribunal de Justiça, através do rito dos recursos repetitivos, pacificou o tema dentro do Tribunal no REsp 1.230.957/RS, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 26/2/2014, DJe 18/3/2014.

O próprio nome aviso prévio indenizado já é uma premissa da não incidência da contribuição previdenciária, uma vez que a natureza jurídica da verba é o que determina ou não a incidência da contribuição, se possuir natureza remuneratória há a incidência, já se possuir natureza indenizatória não há incidência.

Alternativa “E”: Correta – Conforme o art. 28, §9º, l), da Lei nº 8.212/91. Desde já indico a leitura de todo artigo 28, da Lei nº 8.212/91, uma vez que é de grande incidência em concursos públicos.

GABARITO: LETRA “D“

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CEI-AGU/PGFN1ª RODADA - 22/07/2015

MAPEAMENTO DA BANCA CESPE

A seguir, apresentamos o exclusivo MAPEAMENTO da banca CESPE, elaborado pelo professor Paulo Henrique Lopes de Lima, e já atualizado com o conteúdo programático do Edital n.º 1 – AGU, de 13 de julho de 2015, com os temas mais cobrados em cada matéria. Antes, porém, para facilitar o estudo daqueles que se preparavam para a AGU com base no Edital n.º 10 – AGU, de 7 de maio de 2012, destacamos os pontos que agora são novidade.

COMPARATIVO DOS EDITAIS CESPE AGU/2012 x AGU/2015 – ADVOGADO DA UNIÃO

DISCIPLINA O que NÃO PERMANECE do Edital de 2012? O que é NOVIDADE no Edital de 2015?

DIREITO ADMINISTRATIVO

No ponto referente às Licitações e Contratos (item 26 de ambos os Editais), não são mais cobrados o Decreto n° 6.170, de 25/07/07 e a Portaria Interministerial MP/MF/MCT nº 507, de 24/11/2011.

No ponto relativo à organização da Advocacia-Geral da União (item 63 do Edital de 2012 e item 1 do Edital de 2015) deixa de ser exigido o estudo do Ministério da Fazenda, da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional e do Decreto-Lei nº 147, de 3/02/1967.

No ponto relativo à organização da Advocacia-Geral da União (item 63 do Edital de 2012 e item 1 do Edital de 2015) passa-se a exigir como parte do conteúdo programático as Leis 9.028/1995 e 9.469/1997, além do Decreto nº 7.392/2010, alterado pelo Decreto nº 7.526/2011. Também é novidade a cobrança dos Enunciados das súmulas da Advocacia-Geral da União, das Orientações Normativas do Advogado Geral da União e das Instruções Normativas do Advogado-Geral da União que autorizam a desistência ou não interposição de recurso.

Ponto 36: Bens da União. Legislação patrimonial.

Ponto 50: Judicialização das Políticas Públicas.

Ponto 51: Implementação das Políticas Públicas. Instrumentos e alternativas de implementação, como fundos, consórcios e transferências obrigatórias.

Ponto 53: Jurisprudência e Súmulas do TCU. No edital de 2012 cobravam-se os “Entendimentos com caráter normativo exarado por tal Cortes de Contas”.

Ponto 61: Responsabilização administrativa e civil de pessoas jurídicas pela prática de atos contra a Administração Pública, nacional ou estrangeira.

Ponto 67: Direito de acesso à informação.

DIREITO CONSTITUCIONAL

O ADCT foi exigido no Edital de 2012 (ponto 51), mas não foi cobrado no Edital n.º 1 – AGU, de 13 de julho de 2015.

Ponto 3: Constitucionalismo. Espécies; Constitucionalismo Social. Constitucionalismo do Futuro. Constitucionalismo Transnacional. Transconstitucionalismo. Neoconsti-tucionalismo.

Ponto 8: Princípios e regras jurídicas. Ponderação. Modelos e críticas.

Ponto 12: O papel do Advogado-Geral da União no controle de constitucionalidade.

Ponto 19: Direitos Políticos. Processo Eleitoral. Condições de elegibilidade e inelegibilidade. Condutas vedadas aos agentes públicos em campanhas eleitorais. Partidos Políticos.

Ponto 45: Ativismo judicial.

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DIREITO

FINANCEIRO---------------

No ponto tocante à Lei de Responsabilidade Fiscal (item 3 do Edital de 2012 e 4 do Edital de 2015), foi incluída a exigência dos “Instrumentos de efetivação da Lei de Responsabilidade Fiscal. Sistemas de controle de repasse de verbas.”

No que toca à Dívida Ativa da União (item 5 do Edital de 2012 e 6 do Edital de 2015), passou a constar o “Protesto”.

DIREITO AMBIENTAL --------------- Acerca do SNUC (ponto 6 de ambos os editais), foi incluída a exigência da “Política Energética”.

DIREITO CIVIL --------------- Em Direito Civil foi acrescentado o item 37, que trata

do “Marco Civil da Internet”.

DIREITO

PROCESSUAL

CIVIL

Os “requisitos e efeitos da sentença” constavam do Edital de 2012 (ponto 20) e não são mais exigidos expressamente no Edital de 2015 (ponto 21).

No Edital anterior constava no item 23, ao lado da Ação Rescisória, a cobrança da “Querela Nullitatis”, o que não se repete no Edital do concurso atual (ponto 27).

Do mesmo modo, no Edital de 2012 constava do conteúdo programático a “impugnação ao cumprimento de sentença” (ponto 26), o que também não se repete no Edital do concurso atual (ponto 30).

No ponto 27 do Edital do concurso passado constou expressamente “fraudes do devedor”, na parte que trata da execução. No Edital de 2015 foi retirada essa cobrança.

Foi excluído integralmente do conteúdo programático do concurso atual o item 29 do Edital de 2012: “Execução de títulos extrajudiciais: conceito, espécies, pressupostos, partes, competência e procedimento.”

Não foi repetido, no Edital de 2015, o ponto 42 do Edital anterior: “Recurso Repetitivo no STJ (Lei nº 11.672/08), Repercussão Geral no STF (Lei nº 11.418/06) e Súmula Vinculante (Lei nº 11.417/06).”

Em Processo Civil são diversas as novidades, a começar pelos pontos 1 e 2, não constantes do Edital de 2012: “Aplicação da lei processual no tempo. Princípios constitucionais e infraconstitucionais do processo.”

Ponto 7: Procedimento sumaríssimo, em vez do Procedimento Sumário.

Passou a constar expressamente no ponto 24 a exigência das “Tutelas de urgência”.

Ponto 56: Meios alternativos de solução de litígios ( judicial e extrajudicial). Arbitragem, Conciliação, Mediação e Negociação.

Passou a constar expressamente a cobrança das “Prerrogativas da Fazenda Pública em Juízo” (ponto 58).

DIREITOINTERNACIONAL

PÚBLICO--------------- Incluído no item 13 a cobrança das “Imunidades de

jurisdição e de execução”.

DIREITOPENAL

Deixa de ser exigido no Edital de 2015 “crimes de imprensa” (item 16 do Edital de 2012).

Passa a ser cobrado, no item 11, “crimes contra a honra”.

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DIREITODA SEGURIDADE

SOCIAL---------------

Pontos 12 a 12.4: “Assistência social. Assistência social na Constituição Federal. Lei Orgânica da Assistência Social. Sistema Único de Assistência Social (SUAS). Índice de Gestão Descentralizada do SUAS. Programas de transferência de renda e Programa Bolsa Família (PBF). Índice de Gestão Descentralizada do PBF. Segurança Alimentar e Nutricional (SAN) e Direito Humano à Alimentação Adequada. Programas de SAN: Programa de Aquisição de Alimentos, Programa Cisternas e Programa de Fomento às Atividades Produtivas Rurais.”

Em relação ao edital da PGFN, também constatamos algumas alterações:

COMPARATIVO DOS EDITAIS ESAF PGFN/2012 x PGFN/2015 – PROCURADOR DA FAZENDA

DISCIPLINA O que NÃO PERMANECE do Edital de 2012? O que é NOVIDADE no Edital de 2015?

DIREITO TRIBUTÁRIO Ponto 20: Lei 7.711/88

Passa a constar do ponto 20 a cobrança do “FUNDAF”.

No ponto 23, do Parcelamento Especial, que já constava do Edital anterior, passam a ser expressamente cobrados os “Parcelamentos Ordinário e Extraordinário - PAEX.”

DIREITO FINANCEIRO E ECONÔMICO

Deixa de ser expressamente exigido o ponto relacionado à “Fiscalização e controle interno e externo dos orçamentos.” (ponto 2)

No ponto da Despesa Pública (ponto 3), deixa de ser expressamente cobrado o “Princípio da Legalidade.”

No tocante à Receita Pública (ponto 4), foi suprimido “Ingressos e Receitas.”

Não se repetem no Edital de 2015 os seguintes pontos do Edital de 2012: 9. Ordem jurídicoeconômica. Conceito. Ordem econômica e regime político. 11. Sujeitos econômicos.

No ponto 2, sobre a Lei Orçamentária, é novidade a cobrança expressa das suas características e dos temas: “Elaboração de normas orçamentárias” e “Créditos Adicionais”.

No ponto da Despesa Pública (ponto 4), passa a ser expressamente cobrado “Execução orçamentária e financeira” e “Restos a pagar”.

No tocante à Receita Pública (ponto 3), passa a constar “Royalties.”

Em relação ao Sistema Financeiro Nacional (ponto 7), o edital especifica a cobrança do “Disciplinamento legal e Conselho de Recursos. Conselho Monetário Nacional: composição e atribuições.”

Ponto 11: Modalidades de Atividade Econômica.

No item relacionado à Ordem Econômica Internacional e Regional (ponto 13), passam a fazer parte do programa: “Acordo Geral sobre Tarifas Aduaneiras e Comercio (GATT). OMC. Infrações ao comércio internacional. Instrumentos de Defesa. MERCOSUL: normas e instituições.”

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DIREITO

ADMINISTRATIVO---------------

Ponto 6: Terceiro setor (Leis 8.958/94, 9.790/1999 e 13.019/2014 e respectivas alterações.)

No ponto 11, relativo às licitações, entram: “Capítulo V da Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006 e alterações” e “Contratações sustentáveis (Decreto n 7.746/2012).”

No item 20, sobre o Tribunal de Contas da União e suas atribuições, passa a ser cobrado o tema “Tomada de contas ordinária e especial.”

Ponto 31: Processo Administrativo de Responsabilização - PAR (Lei nº 12.846/2013 e Decreto nº 8.420/2015).

Ponto 32: Acesso à informação no âmbito da Administração Pública (Lei nº 12.527/2011 e Decreto nº 7.724/2012).

DIREITO EMPRESARIAL --------------- Passa a ser cobrada EIRELI (item 2)

Conteúdo programático do EDITAL Nº 1 – AGU, DE 13 DE JULHO DE 2015 e MAPEAMENTO da banca CESPE

(Temas reincidentes nas últimas provas da AGU – Advogado da União)

DIREITO ADMINISTRATIVO

1 Advocacia-Geral da União. Organização Administrativa. Lei Complementar nº 73/1993. Lei nº 9.028/1995. Lei nº 9.469/1997. Decreto nº 7.392/2010, alterado pelo Decreto nº 7.526/2011. Enunciados das súmulas da Advocacia-Geral da União. Orientações Normativas do Advogado Geral da União. Instruções Normativas do Advogado-Geral da União que autorizam a desistência ou não interposição de recurso. (NOVO)

2 Os diferentes critérios adotados para a conceituação do direito administrativo. Direito administrativo como direito público. Objeto do direito administrativo. Conceito de Administração Pública sob os aspectos orgânico, formal e material.

3 Fontes do direito administrativo: doutrina e jurisprudência na formação do direito administrativo. Lei formal. Regulamentos administrativos, estatutos e regimentos; instruções; princípios gerais; tratados internacionais; costume.

4 Relação jurídico-administrativa. Personalidade de direito público. Conceito de pessoa administrativa.

5 Teoria do órgão da pessoa jurídica: aplicação no campo do direito administrativo.

6 Classificação dos órgãos e funções da Administração Pública.

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7 Competência administrativa: conceito e critérios de distribuição. Avocação e delegação de competência.

8 Ausência de competência: agente de fato.

9 Hierarquia. Poder hierárquico e suas manifestações.

10 Centralização e descentralização da atividade administrativa do Estado. Administração Pública direta e indireta.

11 Concentração e desconcentração de competência.

12 Autarquias. Agências reguladoras e executivas.

13 Fundações públicas.

14 Empresa pública e sociedade de economia mista.

15 Consórcios Públicos.

16 Terceiro setor.

17 Fatos da Administração Pública: atos da Administração Pública e fatos administrativos. Formação do ato administrativo: elementos; procedimento administrativo.

18 Validade, eficácia e auto-executoriedade do ato administrativo.

19 Atos administrativos simples, complexos e compostos.

20 Atos administrativos unilaterais, bilaterais e multilaterais.

21 Atos administrativos gerais e individuais.

22 Atos administrativos vinculados e discricionários. Mérito do ato administrativo, discricionariedade.

23 Ato administrativo inexistente. Teoria das nulidades no direito administrativo.

24 Atos administrativos nulos e anuláveis. Vícios do ato administrativo. Teoria dos motivos determinantes.

25 Revogação, anulação e convalidação do ato administrativo.

26 Licitações, contratos e convênios. Fundamento constitucional. Conceito e modalidades. O regime de licitações e alterações. Dispensa e inexigibilidade. Revogação e anulação, hipóteses e efeitos. Pregão e consulta. Contratos administrativos: conceito e características. Invalidação. Principais espécies de contratos administrativos. Inexecução e rescisão dos contratos administrativos. Lei nº 8.666/1993 e alterações. Instrução Normativa/STN nº 01, de 15/01/1997. Lei nº 10.520/2002 e demais disposições normativas relativas ao pregão.

27 Sistema de Registro de Preços.

28 Poder de polícia: conceito; polícia judiciária e polícia administrativa; liberdades públicas e poder de polícia. Limites, extensão e controle. Poder de polícia e regulação. Distinções.

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29 Principais setores de atuação da polícia administrativa. Poder Regulamentar. Regulamentos administrativos de execução e autônomos. O poder normativo não legislativo e o princípio da legalidade. Regulamentação e regulação. Análise do art. 84 da CF/1988 quanto aos limites do poder regulamentar.

30 Serviço público: conceito; caracteres jurídicos; classificação e garantias. Usuário do serviço público.

31 Concessão de serviço público: natureza jurídica e conceito; regime jurídico financeiro.

32 Extinção da concessão de serviço público; reversão dos bens.

33 Permissão e autorização.

34 Parcerias Público-Privadas.

35 Bens públicos: classificação e caracteres jurídicos. Natureza jurídica do domínio público.

36 Bens da União. Legislação patrimonial. (NOVO)

37 Domínio público hídrico: composição; regime jurídico das águas públicas.

38 Domínio público aéreo.

39 Domínio público terrestre: evolução do regime jurídico das terras públicas no Brasil: terras urbanas e rurais; terras devolutas. Vias públicas; cemitérios públicos; portos.

40 Recursos minerais e potenciais de energia hidráulica: regime jurídico.

41 Utilização dos bens públicos: autorização, permissão e concessão de uso; ocupação; aforamento; concessão de domínio pleno.

42 Limitações administrativas: conceito. Zoneamento. Polícia edilícia. Zonas fortificadas e de fronteira. Florestas. Tombamento.

43 Servidões administrativas.

44 Requisição da propriedade privada. Ocupação temporária.

45 Desapropriação por utilidade pública: conceito e fundamento jurídico; objeto da desapropriação e competência para desapropriar; procedimentos administrativo e judicial; indenização.

46 Desapropriação por zona. Direito de extensão. Retrocessão. “Desapropriação indireta”.

47 Desapropriação por interesse social: conceito, fundamento jurídico e espécies; função social do imóvel rural. Evolução do regime jurídico no Brasil.

48 Controle interno e externo da Administração Pública.

49 Sistemas de controle jurisdicional da Administração Pública: contencioso administrativo e sistema da jurisdição una.

50 Controle jurisdicional da Administração Pública no Direito Brasileiro. Judicialização das Políticas

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Públicas. (NOVO)

51 Implementação das Políticas Públicas. Instrumentos e alternativas de implementação, como fundos, consórcios e transferências obrigatórias. (NOVO)

52 Controle da atividade financeira do Estado: espécies e sistemas.

53 Tribunal de Contas da União e suas atribuições. Jurisprudência e Súmulas. (NOVO)

54 Responsabilidade patrimonial do Estado por atos da Administração Pública: evolução histórica e fundamentos jurídicos. Teorias subjetivas e objetivas da responsabilidade patrimonial do Estado.

55 Responsabilidade patrimonial do Estado por atos da Administração Pública no Direito Brasileiro.

56 Agentes públicos: servidor público e funcionário público; natureza jurídica da relação de emprego público; preceitos constitucionais.

57 Funcionário efetivo e vitalício: garantias; estágio probatório. Funcionário ocupante de cargo em comissão.

58 Direitos, deveres e responsabilidades dos servidores públicos civis.

59 Lei nº 8.112/1990 e alterações.

60 Improbidade administrativa.

61 Responsabilização administrativa e civil de pessoas jurídicas pela prática de atos contra a Administração Pública, nacional ou estrangeira. (NOVO)

62 Formas de provimento e vacância dos cargos públicos.

63 Exigência constitucional de concurso público para investidura em cargo ou emprego público. Regime previdenciário do servidor estatutário. Normas e princípios constitucionais. As regras de transição. O sistema de previdência complementar.

64 Procedimento administrativo. Instância administrativa. Representação e reclamação administrativas.

65 Pedido de reconsideração e recurso hierárquico próprio e impróprio. Prescrição administrativa.

66 Advocacia Pública Consultiva. Hipóteses de manifestação obrigatória. Aspectos de responsabilidade do parecerista pelas manifestações exaradas, e do administrador público, quando age em acordo, e quando age em desacordo com tais manifestações.

67 Direito de acesso à informação. (NOVO)

Temas recorrentes nas últimas provas objetivas da Advocacia da União (AGU.2012, AGU.2008, AGU.2006, AGU.2004, AGU.2002):

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MUITOIMPORTANTE*

Ponto 1:

Organização Administrativa (AGU.2012, AGU.2008, AGU.2006, AGU.2002)

Pontos 5 e 6:

Órgãos Públicos (classificação e teorias) (AGU.2012, AGU.2006, AGU.2004, AGU.2002)

Pontos 7 e 8:

Competência administrativa (avocação e delegação) (AGU.2012, AGU.2006, AGU.2002)

Ponto 12:

Autarquias (agências reguladoras e executivas) (AGU.2012, AGU.2008, AGU.2002)

Pontos 17 a 25:

Atos administrativos (classificação, anulação e revogação, convalidação, requisitos, parecer x ato de aprovação, motivação) (AGU.2012, AGU.2006, AGU.2004, AGU.2002)

Pontos 26 e 27:

Licitações e contratos (inabilitação, rescisão contratual – Teoria da Imprevisão, dispensa e inexigibilidade) (AGU.2012, AGU.2008, AGU.2006, AGU.2004)

Pontos 30 a 34:

SERVIÇOS PÚBLICOS:

- Lei 8.987/95 (responsabilidades da concessionária, formalização e natureza do contrato, modalidades de extinção) (AGU.2012, AGU.2004, AGU.2002)

- PPP (Lei 11.079/04) (AGU.2012, AGU.2008, AGU.2006)

Pontos 35 a 41:

BENS PÚBLICOS:

- Classificação (AGU.2008, AGU.2006, AGU.2002)

Ponto 43:

Servidão Administrativa (AGU.2008, AGU.2004, AGU.2002)

Pontos 45 a 47:

Desapropriação (modalidades, juros, indenização, retrocessão, desapropriação por zona) (AGU.2012, AGU.2008, AGU.2006, AGU.2004, AGU.2002)

Pontos 48 a 53:

Controle pelo TCU (anulação/revisão de aposentadoria) (AGU.2008, AGU.2006, AGU.2004)

Pontos 54 e 55:

Responsabilidade civil do estado (teorias, incidência de juros na condenação da FP) (AGU.2008, AGU.2004, AGU.2002)

Pontos 56 a 65:

Cargos públicos (formas de provimento, cargo em comissão, SV13) (AGU.2008, AGU.2006)

PAD (AGU.2012, AGU.2008, AGU.2006)

Improbidade administrativa (AGU.2012, AGU.2008, AGU.2002)

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RELEVANTE*

Ponto 2:Conceito de Direito Administrativo (AGU.2008, AGU.2002)Pontos 10 e 11:Desconcentração e descentralização (AGU.2006, AGU.2002)Ponto 14:Empresas Estatais (EP e SEM) (AGU.2012, AGU.2002)Ponto 15:Consórcios Públicos (LEI 11.107/05) (AGU.2012, AGU.2008)Ponto 16:Terceiro Setor (oscip, entidades de apoio e SSA) (AGU.2012, AGU.2008)Ponto 28:Poder de polícia (AGU.2012, AGU.2002)Ponto 29:Poder Regulamentar e Poder Normativo (AGU.2012, AGU.2006)

RELEVANTE*

Pontos 35 a 41:BENS PÚBLICOS:- Tombamento (AGU.2008, AGU.2002)- Recursos minerais e potenciais de energia hidráulica: regime jurídico (AGU.2006, AGU.2004)Ponto 42:Limitações Administrativas (AGU.2012, AGU.2002)Pontos 56 a 65:Processo administrativo federal (Lei 9.784/99) (AGU.2006, AGU.2004) Ponto 66:Responsabilidades do parecerista e do administrador público (AGU.2008, AGU.2006)

RESIDUAL*

Ponto 2:Objeto do Direito Administrativo (AGU.2008)Conceito de Administração Pública (AGU.2006)Ponto 3:Fontes do Direito Administrativo (AGU.2002)Ponto 9:Poder Hierárquico (AGU.2002)Ponto 13:Fundações Públicas (AGU.2002)Pontos 26 e 27:Contratos administrativos (conceito e características) (AGU.2002)Pregão (DEC. 5.450/05) (AGU.2012)Convênios e contratos de repasse (DEC. 6.170/07) (AGU.2008)Pontos 56 a 65:Agentes públicos (AGU.2002)

DIREITO CONSTITUCIONAL

1 História Constitucional do Brasil.

2 Constituição: conceito e classificação.

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3 Constitucionalismo. Espécies; Constitucionalismo Social. Constitucionalismo do Futuro. Constitucionalismo Transnacional. Transconstitucionalismo. Neoconstitucionalismo. (NOVO)

4 Normas constitucionais: classificação.

5 Preâmbulo, normas constitucionais programáticas e princípios constitucionais.

6 Disposições constitucionais transitórias.

7 Hermenêutica constitucional.

8 Princípios e regras jurídicas. Ponderação. Modelos e críticas. (NOVO)

9 Poder constituinte.

10 Controle de constitucionalidade: direito comparado.

11 Controle de constitucionalidade: sistema brasileiro. Evolução histórica.

12 O papel do Advogado-Geral da União no controle de constitucionalidade. (NOVO)

13 Inconstitucionalidade: normas constitucionais inconstitucionais.

14 Inconstitucionalidade por omissão.

15 Ação direta de inconstitucionalidade: origem, evolução e estado atual.

16 Ação declaratória de constitucionalidade.

17 Arguição de descumprimento de preceito fundamental.

18 Declaração de direitos: histórico; teoria jurídica e teoria política.

19 Direitos Políticos. Processo Eleitoral. Condições de elegibilidade e inelegibilidade. Condutas vedadas aos agentes públicos em campanhas eleitorais. Partidos Políticos. (NOVO)

20 Direitos e garantias individuais e coletivos. Processo eleitoral.

21 Princípio da legalidade.

22 Princípio da isonomia.

23 Regime constitucional da propriedade. Função social da propriedade.

24 Habeas corpus, mandado de segurança, mandado de injunção e habeas data.

25 Liberdades constitucionais. Jurisdição constitucional no Direito Brasileiro e no direito comparado.

26 Direitos sociais e sua efetivação. 27 O Direito à saúde na ordem constitucional e legal. 28 Direito à saúde como direito humano. 29 Sistema Único de Saúde. Atribuições da União, dos Estados e dos Municípios.

30 Princípios constitucionais do trabalho.

31 Estado federal: conceito e sistemas de repartição de competência; direito comparado.

32 Federação brasileira: características, discriminação de competência na Constituição de 1988. Intervenção Federal nos Estados-membros. Lei n.º 12.562/2011.

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33 Estado Democrático de Direito: fundamentos constitucionais e doutrinários.

34 Organização dos Poderes: mecanismos de freios e contrapesos.

35 Da União.

36 Estado-membro; poder constituinte estadual: autonomia e limitações.

37 Estado-membro: competência e autonomia.

38 Administração Pública: princípios constitucionais.

39 Servidores públicos: princípios constitucionais.

40 Poder Legislativo: organização; atribuições; processo legislativo.

41 Poder Executivo: presidencialismo e 31 parlamentarismo; ministro de Estado.

42 Presidente da República: poder regulamentar; medidas provisórias.

43 Crimes de responsabilidade do presidente da República e dos ministros de Estado.

44 Poder Judiciário: organização; estatuto constitucional da magistratura.

45 Ativismo judicial. (NOVO)

46 Supremo Tribunal Federal: organização e competência.

47 Superior Tribunal de Justiça: organização e competência. Justiça federal: organização e competência.

48 Justiça do trabalho: organização e competência.

49 Ministério Público: princípios constitucionais.

50 Advocacia-Geral da União: representação judicial e extrajudicial da União; consultoria e assessoramento jurídico do Poder Executivo; organização e funcionamento. Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional.

51 Representação judicial e consultoria jurídica dos estados e do Distrito Federal.

52 Limitações constitucionais do poder de tributar.

53 Ordem econômica e ordem financeira: princípios gerais.

54 Princípios constitucionais da ordem econômica.

55 Intervenção do Estado no domínio econômico.

56 Meio ambiente.

57 Direitos e interesses das populações indígenas.

58 Interesses difusos e coletivos.

Temas recorrentes nas últimas provas objetivas da Advocacia da União (AGU.2012, AGU.2008, AGU.2006, AGU.2004, AGU.2002):

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MUITO

IMPORTANTE*

Pontos 1 a 7:Normas e princípios constitucionais (classificação, interpretação e métodos) (AGU.2012, AGU.2006, AGU.2004)Ponto 9:Poder constituinte (AGU.2012, AGU2008, AGU.2006, AGU.2004, AGU.2002)Pontos 10 a 17:Controle de constitucionalidade (AGU.2012, AGU.2008, AGU.2006, AGU.2004) – em especial:- Evolução histórica do controle no Brasil; - ADI, ADC, ADPF, ADO; - MS e ACP no controle de constitucionalidade;- Legitimidade para as ações do controle concentrado; - Objeto do controle; - Eficácia das decisões proferidas no âmbito do controle de constitucionalidade; - Modulação dos efeitos da decisão; - Atuação do AGU nos processos objetivos. Pontos 18 a 30:PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS. DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS:- Habeas Corpus (AGU.2006, AGU.2004, AGU.2002)Pontos 31 a 37:Organização político-administrativa (disposições gerais, federalismo) (AGU.2008, AGU.2006, AGU.2004)Competência legislativa dos entes da Federação (aspectos jurisprudenciais e doutrinários) (AGU.2012, AGU.2008, AGU.2006, AGU.2004)Competência material dos entes da Federação (AGU.2012, AGU.2008, AGU.2006, AGU.2004)Pontos 38 e 39:ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA:- Princípios Gerais da Administração Pública (nepotismo, SV13) (AGU.2008, AGU.2004, AGU.2002)- Concurso Público (AGU.2008, AGU.2006, AGU.2002)Pontos 41 a 48:ORGANIZAÇÃO DOS PODERES:- PODER LEGISLATIVO:- Competência do SF e da CD ( julgamento dos crimes de responsabilidade) (AGU.2012, AGU.2008, AGU.2006, AGU.2004, AGU.2002)- Do Processo Legislativo (MPv, leis de iniciativa privativa do PR, reapresentação de matéria rejeitada, processo legislativo sumário, PEC e limitações à emenda, cláusulas pétreas) (AGU.2012, AGU.2008, AGU.2006, AGU.2004, AGU.2002)- PODER JUDICIÁRIO:- Precatórios (AGU.2012, AGU.2002)- Da Competência Originária do STF (AGU.2012, AGU.2006, AGU.2004)Pontos 49 a 51:FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA:- Da Advocacia Pública (AGU.2012, AGU.2008, AGU.2004)Ponto 52:Limitações ao poder de tributar (princípios, imunidades, concessão de benefícios fiscais, CIDEs, CIP, normas constitucionais do ICMS) (AGU.2012, AGU.2008, AGU.2006, AGU.2004, AGU.2002)Pontos 53 a 55:ORDEM ECONÔMICA E FINANCEIRA:- Dos Princípios Gerais da Atividade Econômica (princípios, exploração direta pelo Estado, monopólio da União) (AGU.2012, AGU.2008, AGU.2004, AGU.2002)- Da Política Agrária, Fundiária e da Reforma Agrária (AGU.2006, AGU.2004, AGU.2002)

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RELEVANTE*

Pontos 1 a 7:

Constituição (conceito, objeto, elementos e classificações) (AGU.2012, AGU.2002)

Pontos 18 a 30:

PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS. DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS:

- Princípio da Isonomia (AGU.2008, AGU.2006)

- Legalidade e Reserva Legal (AGU.2008, AGU.2006)

- Mandado de Injunção (AGU.2006, AGU.2002)

- Ação Popular (AGU.2008, AGU.2004)

- Irredutibilidade do salário (AGU.2006, AGU.2004)

Pontos 41 a 48:

ORGANIZAÇÃO DOS PODERES:

- TCU (revisão judicial e execução de suas decisões, controle interno e externo) (AGU.2012, AGU.2008)

PODER EXECUTIVO:

- Das Atribuições do Presidente da República (competências privativas do PR) (AGU.2012, AGU.2008)

PODER JUDICIÁRIO:

- Disposições Gerais (AGU.2012, AGU.2004)

- Competência do STJ (AGU.2006, AGU.2004)

Ponto 56:

Meio Ambiente (AGU.2012, AGU.2004)

RESIDUAL*

Pontos 1 a 7:

Evolução histórica das Constituições brasileiras (AGU.2004)

Pontos 18 a 30:

PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS. DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS:

- Inviolabilidade do domicílio (AGU.2006)

- Sigilo das Comunicações (AGU.2006)

- Direito de propriedade e impenhorabilidade da pequena propriedade rural (AGU.2006)

- MS Coletivo (legitimidade) (AGU.2012)

- Habeas Data (AGU.2006)

- Efetivação de Direitos Sociais e reserva do possível (AGU.2004)

Pontos 31 a 37:

Bens da União, dos Estados, do DF e dos Municípios (AGU.2006)

Intervenção (AGU.2004)

Pontos 38 e 39:

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA:

- Administração Indireta (AGU.2006)

- Aposentadoria do Servidor (AGU.2006)

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RESIDUAL*

Pontos 41 a 48:

ORGANIZAÇÃO DOS PODERES:

- PODER LEGISLATIVO:

- Das Comissões (AGU.2012)

- PODER EXECUTIVO:

- Do PR e do Vice (AGU.2006)

- Dos Crimes de Responsabilidade (AGU.2006)

- PODER JUDICIÁRIO:

- Competência da JT (AGU.2006)

Pontos 49 a 51:

FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA:

- Do Ministério Público (AGU.2006)

Ponto 57:

Índios (AGU.2004)

DIREITO FINANCEIRO

1 Finanças públicas na Constituição de 1988.

2 Orçamento. Conceito e espécies. Natureza jurídica. Princípios orçamentários. Normas gerais de direito financeiro. Fiscalização e controle interno e externo dos orçamentos.

3 Despesa pública. Conceito e classificação. Princípio da legalidade. Técnica de realização da despesa pública: empenho, liquidação e pagamento. Disciplina constitucional e legal dos precatórios. 4 Lei de Responsabilidade Fiscal. Instrumentos de efetivação da Lei de Responsabilidade Fiscal. Sistemas de controle de repasse de verbas. (NOVO)

5 Receita pública. Conceito. Ingressos e receitas. Classificação: receitas originárias e receitas derivadas. Preço público e sua distinção com a taxa.

6 Dívida ativa da União de natureza tributária e não-tributária. Protesto. (NOVO)

7 Crédito público. Conceito. Empréstimos públicos: classificação, fases, condições, garantias, amortização e conversão. Dívida pública: conceito, disciplina constitucional, classificação e extinção.

Temas recorrentes nas últimas provas objetivas da Advocacia da União (AGU.2012, AGU.2008, AGU.2006, AGU.2004, AGU.2002):

MUITOIMPORTANTE*

Pontos 1 e 2:

Finanças públicas na Constituição de 1988. Orçamento. Princípios orçamentários (AGU.2012, AGU.2008, AGU.2006, AGU.2004, AGU.2002)

Ponto 3:

Despesa pública:

- Disciplina constitucional dos precatórios (AGU.2012, AGU.2004)

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RELEVANTE*

Ponto 2:

Normas gerais de direito financeiro - Lei n.º 4.320/64 (classificação das receitas e despesas, execução do orçamento) (AGU.2004, AGU.2002)

Fiscalização e controle interno e externo dos orçamentos (AGU.2012, AGU.2009)

Ponto 3:

Despesa pública (Lei Complementar n.º 101/2000):

- Da geração da despesa (AGU.2008, AGU.2006)

- Despesa obrigatória de caráter continuado (AGU.2008, AGU.2004)

RESIDUAL*

Ponto 3:

Despesa pública (Lei Complementar n.º 101/2000):

- Do controle da despesa total com pessoal (AGU.2008)

- Definições e limites das despesas com pessoal (AGU.2004)

Ponto 5:

Receita pública. Conceito. Ingressos e receitas. Classificação: receitas originárias e receitas derivadas. Preço público e sua distinção com a taxa (AGU.2004)

Ponto 7:

Crédito público. Conceito. Empréstimos públicos: classificação, fases, condições, garantias, amortização e conversão. Dívida pública: conceito, disciplina constitucional, classificação e extinção (AGU.2004)

DIREITO ECONÔMICO

8 Ordem constitucional econômica: princípios gerais da atividade econômica. Política agrícola e fundiária e reforma agrária.

9 Ordem jurídico-econômica. Conceito. Ordem econômica e regime político.

10 Ordem econômica internacional e regional. Aspectos da ordem econômica internacional. Definição. Normas: direito econômico internacional. Aspectos da ordem econômica regional. Definição. Normas: direito econômico regional – MERCOSUL.

11 Sujeitos econômicos.

12 Intervenção do Estado no domínio econômico. Liberalismo e intervencionismo. Modalidades de intervenção. Intervenção no direito positivo brasileiro.

13 Lei Antitruste. Disciplina jurídica da concorrência empresarial. Princípios. Infrações contra a ordem econômica. Concorrência ilícita e desleal. Repressão do poder econômico pelo Estado. Abuso do poder econômico. Práticas desleais de comércio. Disciplina das medidas de salvaguarda.

Temas recorrentes nas últimas provas objetivas da Advocacia da União (AGU.2012, AGU.2008, AGU.2006, AGU.2004, AGU.2002):

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MUITO IMPORTANTE*

Ponto 8:

Ordem constitucional econômica:

- Princípios gerais da atividade econômica (AGU.2012, AGU.2008, AGU.2004, AGU.2002)

- Política agrícola e fundiária e reforma agrária (AGU.2006, AGU.2004, AGU.2002)

RELEVANTE*

Ponto 9:

Ordem econômica internacional e regional. Aspectos da ordem econômica internacional. (AGU.2006)

Direito econômico regional – MERCOSUL (AGU.2012)

Ponto 12:

Intervenção do Estado no domínio econômico. Liberalismo e intervencionismo. Modalidades de intervenção. Intervenção no direito positivo brasileiro (AGU.2012)

Ponto 13:

Lei Antitruste. Disciplina jurídica da concorrência empresarial. Princípios. Infrações contra a ordem econômica. Concorrência ilícita e desleal. Repressão do poder econômico pelo Estado. Abuso do poder econômico. Práticas desleais de comércio. Disciplina das medidas de salvaguarda (AGU.2004)

DIREITO TRIBUTÁRIO

1 O Estado e o poder de tributar.

2 Direito tributário: conceito e princípios. Tributo: conceito e espécies. Código Tributário Nacional. Normas gerais de direito tributário.

3 Norma tributária: espécies; vigência e aplicação; interpretação e integração; natureza.

4 Obrigação tributária: conceito; espécies; fato gerador (hipótese de incidência); sujeitos ativo e passivo; solidariedade; capacidade tributária; domicílio tributário.

5 Crédito tributário: conceito; natureza; lançamento; revisão, suspensão, extinção e exclusão; prescrição e decadência; repetição do indébito.

6 Responsabilidade tributária. Responsabilidade por dívida própria e por dívida de outrem. Solidariedade e sucessão. Responsabilidade pessoal e de terceiros. Responsabilidade supletiva.

7 Garantias e privilégios do crédito tributário.

8 Sistema Tributário Nacional: princípios gerais. Limitações do poder de tributar. Imunidades. Impostos da União. Impostos dos estados e do Distrito Federal. Impostos dos municípios. Repartição das receitas tributárias.

9 Dívida ativa e certidões negativas.

10 Lei Complementar nº 118/2005.

Temas recorrentes nas últimas provas objetivas da Advocacia da União (AGU.2012, AGU.2008, AGU.2006, AGU.2004, AGU.2002):

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MUITO IMPORTANTE*

Ponto 3:

Vigência, aplicação, interpretação e integração da legislação tributária (AGU.2008, AGU.2006, AGU.2004, AGU.2002)

Ponto 4:

OBRIGACAO TRIBUTÁRIA:

- Fato Gerador (AGU.2004, AGU.2002)

Ponto 5:

CREDITO TRIBUTÁRIO:

- Extinção do Crédito Tributário (pagamento, imputação do pagamento, repetição do indébito tributário, ação anulatória, prescrição e decadência) (AGU.2008, AGU.2006, AGU.2002)

Ponto 6:

RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA (redirecionamento da EF e desconsideração da PJ, substituição tributária, responsável e contribuinte, responsabilidade pessoal e de terceiros) (AGU.2012, AGU.2008, AGU.2006, AGU.2004, AGU.2002)

Ponto 7:

GARANTIAS E PRIVILÉGIOS DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO (AGU.2006, AGU.2004, AGU.2002)

Ponto 8:

SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL:

- Limitações ao poder de tributar (princípios, imunidades, concessão de benefícios fiscais, CIDEs, CIP, normas constitucionais do ICMS) (AGU.2012, AGU.2008, AGU.2006, AGU.2004, AGU.2002)

- Impostos da União:

.IPI (aspectos jurisprudenciais e normas constitucionais) (AGU.2008, AGU.2004, AGU.2002)

RELEVANTE*

Ponto 4:

OBRIGACAO TRIBUTÁRIA:

- Disposições Gerais (AGU.2006, AGU.2002)

- Competência e capacidade tributaria (AGU.2008, AGU.2002)

Ponto 5:

CREDITO TRIBUTÁRIO:

- Lançamento (AGU.2008, AGU.2002)

- Exclusão do Crédito Tributário (AGU.2006, AGU.2002)

Ponto 8:

SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL:

- Impostos dos Estados e do Distrito Federal:

.ICMS (aspectos jurisprudenciais e normas constitucionais) (AGU.2008, AGU.2002)

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RESIDUAL*

Ponto 1:

O Estado e o poder de tributar (AGU.2002)

Ponto 2:

Tributo (conceito, natureza jurídica, espécies) (AGU.2006)

Ponto 4:

OBRIGACAO TRIBUTÁRIA:

- Solidariedade (AGU.2004)

Ponto 5:

CREDITO TRIBUTÁRIO:

- Disposições Gerais (AGU.2006)

Ponto 8:

SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL:

- Impostos da União:

.ITR (aspectos jurisprudenciais e normas constitucionais) (AGU.2004)

- Repartição das receitas tributárias (AGU.2002)

DIREITO AMBIENTAL

1 Princípios do Direito Ambiental.

2 A Constituição Federal e o meio ambiente.

3 Repartição de competências em matéria ambiental.

4 Poder de polícia e Direito Ambiental. Licenciamento ambiental. Biossegurança. Infrações ambientais.

5 Responsabilidade ambiental. Conceito de dano. A reparação do dano ambiental.

6 Sistema nacional do meio ambiente. Política nacional do meio ambiente. Política Energética. (NOVO)

7 Estudo de impacto ambiental. Conceito. Competências. Natureza jurídica. Requisitos.

8 Biodiversidade. Principais instrumentos de proteção internacional. Acesso. Política nacional. Proteção jurídica do conhecimento tradicional associado.

9 Proteção às florestas.

10 Áreas de preservação permanente e unidades de conservação.

11 Crimes contra o meio ambiente.

Temas recorrentes nas últimas provas da Advocacia da União e da Procuradoria Federal (nos concursos AGU.2002, AGU.2004, AGU.2006 e PGF.2002 não foi cobrada a matéria Direito Ambiental).

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MUITO IMPORTANTE*

Ponto 2:

A Constituição Federal e o meio ambiente (AGU.2012-2ªFASE, PGF.2010)

Ponto 3:

Repartição de competências em matéria ambiental (PGF.2013, AGU.2012, AGU.2008)

Pontos 4 e 7:

Poder de polícia e Direito Ambiental. Licenciamento ambiental. Infrações ambientais. Estudo de impacto ambiental. Conceito. Competências. Natureza jurídica. Requisitos (PGF.2013, AGU.2012, PGF.2010, AGU.2008, PGF.2007)

Ponto 5:

Responsabilidade ambiental. Conceito de dano. A reparação do dano ambiental (AGU.2012-2ªFASE, AGU.2012, PGF.2010, PGF.2007, AGU.2004, PGF.2002)

Ponto 11:

Crimes contra o meio ambiente (LEI 9.505/98):

- Da Aplicação da Pena (PGF.2013, AGU.2012, AGU.2008)

RELEVANTE*

Ponto 1:

Princípios do Direito Ambiental (PGF.2010, PGF.2007)

Ponto 10:

Áreas de preservação permanente e unidades de conservação:

CÓDIGO FLORESTAL (LEI 12.651/2012):

- Das APPs (AGU.2012, PGF.2010, PGF.2007)

SNUC (LEI 9.985/2000):

- Da Criação, Implantação e Gestão das Unidades de Conservação (AGU.2012, AGU.2008)

Ponto 11:

Crimes contra o meio ambiente (LEI 9.505/98):

- Dos Crimes Contra o Meio Ambiente:

. Crimes contra a Fauna (excludentes) (PGF.2010)

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CEI-AGU/PGFN1ª RODADA - 22/07/2015

RESIDUAL*

Ponto 4:

Biossegurança (Lei 11.105/05) (AGU.2012)

Ponto 6:

Sistema nacional do meio ambiente. Política nacional do meio ambiente:

-Política Nacional do Meio Ambiente (PGF.2010)

-Instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente (PGF.2013)

Ponto 9:

Proteção às florestas (Lei 11.284/06) (PGF.2013)

Ponto 10:

Áreas de preservação permanente e unidades de conservação:

CÓDIGO FLORESTAL (LEI 12.651/2012):

-Da Supressão da Vegetação para Uso Alternativo do Solo (PGF.2013)

-Da Agricultura Familiar (PGF.2013)

SNUC (LEI 9.985/2000):

- Disposições Preliminares (conceitos) (AGU.2012)

- Categorias de Unidades de Conservação (PGF.2013, PGF.2010)

Ponto 11:

Crimes contra o meio ambiente (LEI 9.505/98):

- Competência para Julgamento dos Crimes Ambientais (PGF.2007)

- Dos Crimes Contra o Meio Ambiente:

. Crimes contra a Administração Ambiental (AGU.2008, PGF.2007)

DIREITO CIVIL

1 Aplicação da lei no tempo e no espaço.

2 Interpretação e integração da lei.

3 Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro.

4 Pessoas naturais e jurídicas: capacidade; começo da personalidade e da existência legal; extinção; domicílio.

5 Bens considerados e si mesmos; reciprocamente considerados; considerados em relação ao titular da propriedade.

6 Bens quanto à possibilidade de comercialização.

7 Bens de família legal e bem de família convencional.

8 Fato jurídico stricto sensu.

9 Ato jurídico em sentido estrito.

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10 Negócio jurídico: elementos essenciais gerais e particulares; elementos acidentais; defeitos; forma e prova; nulidade e anulabilidade.

11 Ato ilícito.

12 Prescrição e decadência.

13 Posse: conceito, classificação, aquisição, perda; efeitos e proteção.

14 Aquisição e perda da propriedade móvel e imóvel.

15 Usucapião especial urbana e rural.

16 Modalidade de Condomínio.

17 Direitos reais sobre coisa alheia: de fruição, de garantia e de aquisição.

18 Obrigações: modalidades; modos de extinção (pagamento direto e pagamento indireto); extinção da obrigação sem pagamento; execução forçada por intermédio do Poder Judiciário; consequências da inexecução da obrigação por fato imputável ao devedor (mora, perda e danos e cláusula penal); transmissão (cessão de crédito, cessão de débito e cessão do contrato).

19 Contratos em geral: requisitos de validade, princípios, formação, classificação; efeitos em relação a terceiros; efeitos particulares (direito de retenção, exceptio nom adimpleti contractus, vícios redibitórios, evicção e arras; extinção da relação contratual.

20 Compra e Venda.

21 Troca.

22 Doação.

23 Locação de coisa móvel e imóvel.

24 Prestação de Serviços.

25 Empreitada.

26 Empréstimo: mútuo e comodato.

27 Depósito.

28 Mandato.

29 Seguro.

30 Fiança.

31 Obrigação por declaração unilateral de vontade: promessa de recompensa, gestão de negócios, pagamento indevido e enriquecimento sem causa e títulos de crédito.

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CEI-AGU/PGFN1ª RODADA - 22/07/2015

32 Obrigações por ato ilícito.

33 Responsabilidade civil: conceito, pressupostos, espécies e efeitos.

34 Responsabilidade civil do fornecedor pelos produtos fabricados e pelos serviços prestados.

35 Responsabilidade civil por dano causado ao meio ambiente e a bens diretos de valor artístico, estético, histórico e paisagístico.

36 Registros públicos.

37 Marco Civil da Internet. (NOVO)

Temas recorrentes nas últimas provas objetivas da Advocacia da União (AGU.2012, AGU.2008, AGU.2006, AGU.2004, AGU.2002):

MUITO IMPORTANTE*

Ponto 10:

Negócio jurídico (validade, existência e interpretação de negócios Jurídicos) (AGU.2012, AGU.2004)

Ponto 12:

Prescrição e decadência (AGU.2012, AGU.2008, AGU.2004)

Ponto 19:

Contratos:

- Extinção da relação contratual (AGU.2012, AGU.2008, AGU.2006)

Pontos 33 a 35:

Responsabilidade civil (AGU.2012, AGU.2008, AGU.2006, AGU.2004)

Ponto 36:

Registros públicos (AGU.2008, AGU.2006, AGU.2004)

RELEVANTE*

Pontos 1 a 3:

Aplicação da lei no tempo e no espaço. Interpretação e integração da lei. Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro (AGU.2008, AGU.2004)

Ponto 13:

Posse: conceito, classificação, aquisição, perda; efeitos e proteção (AGU.2008, AGU.2006)

Ponto 14:

Aquisição e perda da propriedade móvel e imóvel (AGU.2008, AGU.2004)

Ponto 19:

Contratos:

- Fiança (AGU.2006, AGU.2004)

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CEI-AGU/PGFN1ª RODADA - 22/07/2015

RESIDUAL*

Ponto 4:

Pessoas naturais (personalidade e capacidade, nascituro) (AGU.2012)

Pontos 5 a 7:

Bens públicos e bem de família (AGU.2008)

Ponto 17:

Direitos reais sobre coisa alheia:

- Servidões (AGU.2008)

- Usufruto (AGU.2004)

- Direito do promitente comprador (AGU.2004)

- Hipoteca (AGU.2004)

Ponto 18:

Obrigações:

- Modalidades (AGU.2002)

- Adimplemento, inadimplemento e modos de extinção (AGU.2006)

- Transmissão (cessão de crédito, cessão de débito e cessão do contrato) (AGU.2008)

Ponto 19:

Contratos:

- Prestação de Serviços (AGU.2012)

- Empréstimo: mútuo e comodato (AGU.2004)

- Depósito (AGU.2004)

- Mandato (AGU.2012)

Ponto 31:

Obrigação por declaração unilateral de vontade: promessa de recompensa, gestão de negócios, pagamento indevido e enriquecimento sem causa e títulos de crédito (AGU.2008)

DIREITO PROCESSUAL CIVIL

1 Aplicação da lei processual no tempo. (NOVO)

2 Princípios constitucionais e infraconstitucionais do processo. (NOVO)

3 Jurisdição: contenciosa, voluntária, individual e coletiva.

4 Órgãos da jurisdição.

5 Ação: conceito e natureza jurídica. Condições da ação. Classificação das ações.

6 Processo. Conceito. Natureza jurídica. Princípios fundamentais. Pressupostos processuais.

7 Procedimento ordinário e sumaríssimo. (NOVO)

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CEI-AGU/PGFN1ª RODADA - 22/07/2015

8 Competência: absoluta e relativa.

9 Competência internacional. Homologação de sentença estrangeira. Carta rogatória.

10 Partes. Capacidade e legitimidade. Substituição processual.

11 Litisconsórcio. Assistência. Intervenção de terceiros: oposição, nomeação à autoria, denunciação da lide e chamamento ao processo. Ação regressiva.

12 Formação, suspensão e extinção do processo.

13 Petição inicial. Requisitos. Inépcia da petição inicial. 14 Pedido. Cumulação e espécies de pedido.

15 Atos processuais. Tempo e lugar dos atos processuais.

16 Comunicação dos atos processuais. Citação e intimação.

17 Despesas processuais e honorários advocatícios.

18 Resposta do réu: exceção, contestação e reconvenção. Revelia. Efeitos da revelia.

19 Julgamento conforme o estado do processo.

18 Audiência de instrução e julgamento.

20 Prova. Princípios gerais. Ônus da prova.

21 Sentença. Coisa julgada formal e material. Preclusão.

22 Duplo grau de jurisdição.

23 Recursos.

24 Tutelas de urgência. (NOVO)

25 Incidentes de uniformização de jurisprudência e de inconstitucionalidade.

26 Reclamação e correição.

27 Ação rescisória.

28 Ação monitória.

29 Liquidação de sentença.

30 Cumprimento de sentença.

31 Execução. Regras gerais. Partes. Competência. Responsabilidade patrimonial.

32 Título executivo judicial e extrajudicial.

33 Execução por quantia certa contra devedor solvente e contra devedor insolvente.

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CEI-AGU/PGFN1ª RODADA - 22/07/2015

34 Execução para entrega de coisa.

35 Execução de obrigação de fazer e de não fazer.

36 Execução contra a fazenda pública.

37 Embargos à execução.

38 Ministério Público no processo civil.

39 Ação popular e ação civil pública.

40 Mandado de segurança.

41 Mandado de injunção.

42 Habeas data.

43 Ação declaratória. Declaratória incidental.

44 Ação discriminatória.

45 Ação de usucapião.

46 Ação de consignação em pagamento.

47 Ação de despejo e renovatória.

48 Ação de desapropriação.

49 Ações possessórias.

50 Embargos de terceiro.

51 Ação cível originária nos tribunais.

52 Tutela antecipada e tutela específica.

53 Medidas cautelares.

54 Juizados especiais.

55 Execução Fiscal.

56 Meios alternativos de solução de litígios ( judicial e extrajudicial). Arbitragem, Conciliação, Mediação e Negociação. (NOVO)

57 Suspensão e sustação de eficácia dos provimentos de urgência.

58 Prerrogativas da Fazenda Pública em Juízo. (NOVO)

Temas recorrentes nas últimas provas objetivas da Advocacia da União (AGU.2012, AGU.2008, AGU.2006, AGU.2004, AGU.2002):

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CEI-AGU/PGFN1ª RODADA - 22/07/2015

MUITO IMPORTANTE*

Ponto 8:

Competência (AGU.2008, AGU.2006, AGU.2004, AGU.2002)

Ponto 11:

Litisconsórcio. Assistência. Intervenção de terceiros: oposição, nomeação à autoria, denunciação da lide e chamamento ao processo. Ação regressiva. (AGU.2004, AGU.2002)

Ponto 12:

Formação, suspensão e extinção do processo (AGU.2008, AGU.2006)

Ponto 21:

Sentença. Coisa julgada formal e material. Preclusão. (AGU.2006, AGU.2002)

Ponto 23:

RECURSOS:

- Princípios Recursais, disposições gerais, efeitos recursais (AGU.2012, AGU.2006, AGU.2004)

- Recurso Adesivo (AGU.2006, AGU.2004, AGU.2002)

- Agravo de Instrumento (AGU.2012, AGU.2004, AGU.2002)

Ponto 27:

Ação rescisória. Querela nullitatis (AGU.2012, AGU.2008, AGU.2006)

Ponto 28:

Ação monitória (AGU.2012, AGU.2006)

Pontos 36 e 37:

Execução contra a fazenda pública (efeitos dos embargos à execução e reexame necessário, execução da parte incontroversa, precatórios, exceção de pré-executividade) (AGU.2012, AGU.2002, AGU.2006)

Ponto 40:

Mandado de segurança (AGU.2012, AGU.2008, AGU.2004)

Pontos 52 e 53:

Antecipação de tutela, efeitos, tutela específica, distinção entre tutela antecipada e medida cautelar, tutela antecipada contra a Fazenda Pública (AGU.2012, AGU.2006, AGU.2002)

RELEVANTE*

Ponto 5:

Ação (Teorias da ação, condições) (AGU.2008, AGU.2002)

Pontos 13 e 14:

Petição inicial. Requisitos. Inépcia da petição inicial. Pedido. Cumulação e espécies de pedido (pedido e causa de pedir) (AGU.2008, AGU.2002)

Ponto 23:

RECURSOS:

- Embargos de Declaração (efeitos infringentes) (AGU.2008, AGU.2006)

Ponto 31:

Execução. Regras gerais. Partes. Competência. Responsabilidade patrimonial e fraudes do devedor. (AGU.2006, AGU.2004)

Ponto 39:

Ação popular e ação civil pública (AGU.2008, AGU.2004)

Ponto 50:

Embargos de terceiro (AGU.2012, AGU.2008)

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Página - 139

CEI-AGU/PGFN1ª RODADA - 22/07/2015

RESIDUAL*

Ponto 10:

Partes. Capacidade e legitimidade. Substituição processual (AGU.2002)

Ponto 20:

Prova (distribuição do ônus da prova, prova emprestada) (AGU.2008)

Ponto 23:

RECURSOS:

- Apelação (AGU.2002)

- Embargos Infringentes (AGU.2006)

- Recurso Especial e Recurso Extraordinário (repercussão geral) (AGU.2008)

Ponto 26:

Reclamação e correição (AGU.2012)

Ponto 30:

Cumprimento de sentença (AGU.2008)

Ponto 44:

Ação discriminatória (AGU.2008)

Ponto 45:

Ação de usucapião (AGU.2008)

Ponto 57:

Suspensão e sustação de eficácia dos provimentos de urgência. (AGU.2012)

DIREITO EMPRESARIAL

1 O estabelecimento: conceito e natureza, fundo de comércio e sucessão comercial.

2 Nome empresarial: natureza e espécies.

3 Registro de empresas.

4 O Empresário: requisitos necessários, impedimentos, direitos e deveres em face da legislação vigente.

5 Atos de comércio.

6 Livros comerciais obrigatórios auxiliares: espécies e requisitos e valor probante dos livros comerciais.

7 Contratos de Empresas: noções, requisitos, classificação, formação, meios de provas, contratos de compra e venda e de prestação de serviços, contratos de conta corrente, de abertura de crédito, de alienação e contrato de leasing.

8 Responsabilidade dos sócios e administradores. Doutrina da desconsideração da personalidade jurídica.

9 Títulos de crédito.

10 Sociedades Empresárias: classificação, características, distinções: sociedades não personificadas, sociedade comum e em conta de participação; sociedades personificadas, sociedade simples, em nome coletivo, em comandita simples, limitada, anônima, em comandita por ações, cooperativa e coligadas

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CEI-AGU/PGFN1ª RODADA - 22/07/2015

– liquidação, transformação, incorporação, fusão e da cisão das sociedades sociedade dependente de autorização.

11 Falência e Recuperação de Empresas. Intervenção e Liquidação extrajudicial.

Temas recorrentes nas últimas provas objetivas da Advocacia da União (AGU.2012, AGU.2008, AGU.2006, AGU.2004, AGU.2002):

MUITO IMPORTANTE*

Ponto 1:

ESTABELECIMENTO (AGU.2012, AGU.2008, AGU.2006)

Ponto 2:

NOME EMPRESARIAL (AGU.2012, AGU.2008, AGU.2006)

Ponto 3:

REGISTRO DE EMPRESAS (LEI 8.934/94) (AGU.2008, AGU.2006, AGU.2002)

Ponto 4:

EMPRESÁRIO E SOCIEDADE EMPRESÁRIA (caracterização e inscrição, capacidade) (AGU.2012, AGU.2008, AGU.2006)

Ponto 7:

CONTRATOS DE EMPRESAS:

- Arrendamento Mercantil (Leasing) (AGU.2012, AGU.2008, AGU.2006)

Ponto 9:

TÍTULOS DE CRÉDITO:

- Endosso e cessão de crédito (AGU.2008, AGU.2006, AGU.2004, AGU.2002)

Ponto 11:

FALÊNCIA E RECUPERAÇÃO DE EMPRESAS (Pessoas sujeitas à Lei de Falências, efeitos da decretação da falência e do deferimento do processamento da recuperação judicial, ineficácia e revogação de atos praticados antes da falência) (AGU.2012, AGU.2006, AGU.2004)

RELEVANTE*

Ponto 6:

LIVROS COMERCIAIS (AGU.2012, AGU.2006)

Ponto 7:

CONTRATOS DE EMPRESAS:

- Contratos bancários (caracterização, contrato de conta-corrente) (AGU.2008, AGU.2006)

Ponto 8:

Responsabilidade dos sócios e administradores. Doutrina da desconsideração da personalidade jurídica (AGU.2012, AGU.2008)

Ponto 9:

TÍTULOS DE CRÉDITO:

- Letra de Câmbio (aval, aceite, vencimento) (AGU.2012, AGU.2002)

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CEI-AGU/PGFN1ª RODADA - 22/07/2015

RESIDUAL*

Ponto 9:

TÍTULOS DE CRÉDITO:

- Título à Ordem e Título Nominativo (AGU.2012)

- Cheque (AGU.2002)

Ponto 10:

SOCIEDADE EM CONTA DE PARTICIPAÇÃO (AGU.2012)

SOCIEDADES ANÔNIMAS:

- AÇÕES (Espécies e Classes) (AGU.2012)

- Sociedades coligadas, controladoras ou controladas (AGU.2002)

DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO

1 História e fontes de direito dos tratados.

2 Obrigações e compromissos internacionais.

3 Produção de tratados.

4 Negociação e competência negocial.

5 Modelos de internalização de tratados.

6 Processo de formação e incorporação dos tratados no Brasil.

7 Hierarquia.

8 Acordo Executivo.

9 Costume internacional.

10 Entes de direito internacional.

11 Estados.

12 Organizações internacionais.

13 Imunidades de jurisdição e de execução. (NOVO)

14 Indivíduo.

15 Responsabilidade internacional do Estado.

16 Reparação: restituição, indenização e satisfação.

17 Responsabilidade internacional objetiva.

18 Direito Internacional Tributário.

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CEI-AGU/PGFN1ª RODADA - 22/07/2015

19 Direito do mar.

20 Direito internacional da navegação marítima e da navegação aérea.

21 Direito internacional ambiental.

22 Direito internacional do trabalho.

23 Direito de integração.

24 Direito do MERCOSUL.

25 Direito comunitário.

26 Conflitos internacionais.

27 Solução pacífica de controvérsias: conceito, natureza e origem.

28 Segurança coletiva e manutenção da paz.

29 Direito de guerra e neutralidade.

30 Serviço diplomático e consular.

31 Direito internacional penal.

32 Direito internacional econômico.

33 Organização Mundial de Comércio: origem, estrutura institucional e Órgão de Solução de Controvérsias.

34 Proteção internacional dos direitos humanos: história e evolução do regime internacional de proteção dos direitos humanos.

35 A teoria das “gerações” de direitos.

36 Direitos civis e políticos e direitos econômicos, sociais e culturais.

37 Universalidade dos direitos humanos e o relativismo cultural.

38 Declaração Universal dos Direitos Humanos.

39 Os Pactos Internacionais da ONU de 1966.

40 Hierarquia dos tratados de direitos humanos no Direito Brasileiro.

41 Sistemas de monitoramento multilateral de violação de direitos humanos: relatórios periódicos, comunicações interestatais, petições individuais e investigações motu proprio.

42 Procedimentos especiais no âmbito do Conselho de Direitos Humanos da ONU.

43 Sistema interamericano de direitos humanos.

44 A Declaração Americana dos Direitos e Deveres do Homem.

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CEI-AGU/PGFN1ª RODADA - 22/07/2015

45 Comissão Interamericana de Direitos Humanos: origem, composição e competências.

46 Corte Interamericana de Direitos Humanos: composição e competências.

47 Exequibilidade doméstica das decisões da Corte.

48 Direito à democracia e obrigação de sua promoção.

49 Direito à autodeterminação dos povos.

50 Povos indígenas e comunidades tradicionais em face do Direito Internacional. 51 Anistia.

52 Anistias auto-concedidas no direito internacional.

è A disciplina DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO somente passou a ser cobrada no último concurso de Advogado da União (2012), razão pela qual não foi possível “filtrar” temas passíveis de cobrança no próximo certame.

Temas recorrentes nas últimas provas objetivas da Advocacia da União (AGU.2012, AGU.2008, AGU.2006, AGU.2004, AGU.2002):

MUITO IMPORTANTE*

Ponto 1:

Historia e fontes de direito dos tratados (AGU.2012, AGU.2008, AGU.2002)

Pontos 26 a 28:

Conflitos internacionais. Solução pacifica de controvérsias: conceito, natureza e origem. Segurança coletiva e manutenção da paz (AGU.2012, AGU.2008)

Pontos 34 a 47:

(AGU.2012, AGU.2008, AGU.2006, AGU.2004, AGU.2002) – em especial:

- Proteção internacional dos direitos humanos: historia e evolução do regime internacional de proteção dos direitos humanos.

- Declaração Universal dos Direitos Humanos.

- Hierarquia dos tratados de direitos humanos no direito brasileiro.

- Sistema interamericano de direitos humanos.

- Comissão Interamericana de Direitos Humanos: origem, composição e competências.

- Corte Interamericana de Direitos Humanos: composição e competências.

RELEVANTE*

Ponto 15:

Responsabilidade internacional do Estado (AGU.2012, AGU.2004)

Ponto 19:

Direito do mar (AGU.2012, AGU.2008)

Ponto 21:

Direito internacional ambiental (AGU.2008, AGU.2004)

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Página - 144

CEI-AGU/PGFN1ª RODADA - 22/07/2015

RESIDUAL*

Pontos 4 a 6:

Negociação e competência negocial. Modelos de internalizarão de tratados. Processo de formação e incorporação dos tratados no Brasil (AGU.2002)

Ponto 9:

Costume internacional (AGU.2006)

Ponto 10:

Entes de direito internacional (AGU.2002)

Pontos 23 e 24:

Direito de integração. Direito do MERCOSUL (AGU.2008)

Ponto 31:

Direito internacional penal (AGU.2008)

DIREITO PENAL

1 Aplicação da lei penal. Princípios da legalidade e anterioridade. Lei penal no tempo e no espaço.

2 Crime. Conceito. Relação de causalidade. Superveniência de causa independente. Relevância da omissão. Crime consumado, tentado e impossível. Desistência voluntária e arrependimento eficaz. Arrependimento posterior. Crime doloso, culposo e preterdoloso. Tipicidade (tipo legal do crime). Erro de tipo e erro de proibição. Coação irresistível e obediência hierárquica.

3 Exclusão de ilicitude.

4 Imputabilidade penal.

5 Concurso de pessoas.

6 Efeitos da condenação e da reabilitação.

7 Pena de multa criminal.

8 Ação penal pública e privada.

9 Extinção da punibilidade.

10 Crimes contra a Administração Pública e Lei n.º 8.429/1992.

11 Crimes contra a honra. (NOVO)

13 Crimes contra a organização do trabalho.

14 Crimes contra a fé pública.

Temas recorrentes nas últimas provas da Advocacia da União (AGU.2012, AGU.2008, AGU.2006, AGU.2004, AGU.2002):

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Página - 145

CEI-AGU/PGFN1ª RODADA - 22/07/2015

MUITO IMPORTANTE*

PARTE ESPECIAL DO CÓDIGO PENAL

Ponto 10:

Dos Crimes Contra a Administração Pública:

Praticados por particulares contra a administração em geral:

- Descaminho (AGU.2012-2ªFASE)

Ponto 14:

Dos Crimes Contra a Fé Pública:

- Falsidade Documental (AGU.2012, AGU.2008, AGU.2006, AGU.2004)

RELEVANTE*

PARTE GERAL DO CÓDIGO PENAL

Ponto 1:

Da aplicação da lei penal (AGU.2008, AGU.2004)

Ponto 6:

Das Penas:

- Efeitos da Condenação (AGU.2012, AGU.2008)

Ponto 9

Da Extinção da Punibilidade:

- Prescrição (AGU.2008, AGU.2004)

- Renúncia ao Direito de Queixa e Perdão (AGU.2006, AGU.2002)

PARTE ESPECIAL DO CÓDIGO PENAL:

Ponto 10:

Dos Crimes Contra A Administração Pública:

Praticados por funcionários públicos:

- Peculato (AGU.2012, AGU.2008)

Ponto 13:

Dos Crimes Contra a Organização do Trabalho (AGU.2006, AGU.2002)

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Página - 146

CEI-AGU/PGFN1ª RODADA - 22/07/2015

RESIDUAL*

PARTE GERAL DO CÓDIGO PENAL

Ponto 2:

Do Crime:

- Relação de Causalidade (AGU.2002)

- Do Crime Impossível (AGU.2006)

Ponto 3:

Do Crime:

- Excludentes de Ilicitude (AGU.2004)

Ponto 6:

Das Penas:

- Reabilitação (AGU.2008)

Ponto 9:

Da Extinção da Punibilidade:

- Disposições gerais (AGU.2008)

PARTE ESPECIAL DO CÓDIGO PENAL

Ponto 10:

Dos Crimes Contra a Administração Pública:

- Aplicação do Princípio da Insignificância (AGU.2012)

Praticados por Funcionários Públicos:

- Concussão (AGU.2004)

- Corrupção Passiva (AGU.2006)

Contra a Administração da Justiça:

- Denunciação caluniosa (AGU.2002)

Ponto 14:

Dos Crimes Contra a Fé Pública:

- Moeda Falsa (AGU.2002)

- Falsidade de Títulos e outros Papéis Públicos (AGU.2006)

DIREITO PENAL (Legislação específica)

12 Crimes relativos à licitação.

15 Crimes de abuso de autoridade.

16 Crimes contra a ordem econômica, as relações de consumo e a economia popular.

17 Crimes de preconceito.

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CEI-AGU/PGFN1ª RODADA - 22/07/2015

18 Crime organizado.

19 Suspensão condicional do processo.

20 Interceptação telefônica.

21 Lavagem de dinheiro.

22 Crimes contra o sistema financeiro nacional. 23 Crimes contra a saúde pública no Código Penal, Lei Federal nº 8.080/1990, Lei Federal nº 9.434/1997 e Lei Federal nº 9.263/1996.

Temas recorrentes nas últimas provas da Advocacia da União (AGU.2012, AGU.2008, AGU.2006, AGU.2004, AGU.2002):

MUITO IMPORTANTE*

Ponto 12:

Crimes relativos a licitações (Lei 8.666/93) (AGU.2012, PGF.2010, AGU.2008, AGU.2002)

Ponto 16:

Crimes contra a ordem econômica, as relações de consumo e a economia popular (Lei 8.137/90; art. 34 da Lei n.º 9.249/95; Lei n.º 8.176/91) (AGU.2012-2ªFASE, AGU.2012, AGU.2002)

Ponto 19:

Suspensão condicional do processo (Lei n.º 9.099/95) (AGU.2012, AGU.2006, AGU.2004, AGU.2002)

Ponto 20:

Interceptação telefônica (Lei n.º 9.296/96) (AGU.2012-2ªFASE, AGU.2012, AGU.2008, AGU.2006)

Ponto 22:

Crimes contra o sistema financeiro nacional (Lei n.º 7.492/86) (AGU.2012, AGU.2012-2ªFASE, AGU.2006)

RELEVANTE*

Ponto 17:

Crimes de preconceito (Lei n.º 7.716/89) (AGU.2012, AGU.2002)

Ponto 18:

Crime organizado (Lei n.º 9.034/95 Lei 12.850/2013 LEI NOVA!) (AGU.2012)

Ponto 21:

Lavagem de dinheiro (Lei n.º 9.613/98) (AGU.2012, AGU.2008)

RESIDUAL*

Ponto 10:

Lei n.º 8.429/92 (AGU.2002)

Ponto 15:

Crimes de abuso de autoridade (Lei n.º 4.898/65) (AGU.2002)

DIREITO PROCESSUAL PENAL

24 Princípios constitucionais e gerais do Direito Processual Penal.

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CEI-AGU/PGFN1ª RODADA - 22/07/2015

25 Inquérito Policial; notitia criminis.

26 Ação penal; espécies.

27 Jurisdição; competência.

28 Assistência no processo penal.

29 Prova. Sigilo bancário e sigilo fiscal.

30 Prisão em flagrante.

31 Prisão preventiva.

32 Prisão temporária.

33 Processos dos crimes de responsabilidade dos funcionários públicos.

34 Habeas corpus.

35 Busca e apreensão. Interceptação das comunicações.

36 Efeitos civis da sentença condenatória.

37 Restituição das coisas apreendidas. Perdimento de bens.

38 Relações jurisdicionais com autoridade estrangeira. Cooperação internacional na investigação de crimes.

Temas recorrentes nas últimas provas da Advocacia da União (AGU.2012, AGU.2008, AGU.2006, AGU.2004, AGU.2002):

MUITO IMPORTANTE*

Ponto 26:

Ação penal:

- Justa causa para a ação penal (AGU.2012-2ªFASE)

Ponto 27:

Competência:

- Da definição da competência JF x JE (nos crimes de racismo, contra a organização do trabalho, contra o sistema financeiro e a ordem econômico-financeira, contra silvícolas, nos crimes de desvio de verbas públicas) (AGU.2012, AGU.2004, AGU.2002)

Ponto 38:

Relações jurisdicionais com autoridade estrangeira. Cooperação internacional na investigação de crimes (AGU.2012-2ªFASE, AGU.2008)

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RELEVANTE*

Ponto 24:

Princípios constitucionais e gerais do Direito Processual Penal (AGU.2008, AGU.2004)

Ponto 26:

Ação penal:

- Denúncia e queixa (Oferecimento, recebimento, aditamento, “denúncia anônima”...) (AGU.2012, AGU.2002)

Ponto 36:

Efeitos civis da sentença condenatória (AGU.2012, AGU.2008)

RESIDUAL*

Ponto 25:

Inquérito Policial; notitia criminis (AGU.2004)

Ponto 26:

Ação penal:

- Ação Civil Ex Delicto (AGU.2002)

Ponto 27:

Competência:

- Competência por conexão (AGU.2002)

Ponto 31:

Prisão preventiva (AGU.2012)

Ponto 34:

Habeas corpus (hipóteses de cabimento) (AGU.2002)

Ponto 37:

Restituição das coisas apreendidas. Perdimento de bens (AGU.2008)

DIREITO DO TRABALHO

1 Direito do trabalho. Conceito. Fontes: classificação, hierarquia e solução de conflitos. Princípios do direito do trabalho.

2 Renúncia e transação no direito do trabalho. Comissões de conciliação prévia.

3 Relação de trabalho. Relação de emprego. Distinção.

4 Sujeitos da relação de emprego. Empregado. Espécies. Distinção dos demais trabalhadores (eventual, autônomo, de empreitada). Empregador. Grupo de empresas. Responsabilidade solidária e subsidiária. Sucessão. Desconsideração da personalidade jurídica.

5 Contrato individual do trabalho: conceito, elementos e modalidades. Contrato de trabalho e contratos afins (locação de serviços, prestação de serviços, empreitada, sociedade, mandato, representação comercial e parceria rural). Cooperativas. Contratos especiais e profissões regulamentadas.

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6 Remuneração e salário. Conceito. Componentes do salário. Modalidades. Parcelas nãosalariais. 13º salário. Participação nos lucros e resultados. Equiparação salarial.

7 Alteração do contrato de trabalho. Efeitos. Suspensão e interrupção do contrato de trabalho.

8 Paralisação temporária ou definitiva do trabalho em decorrência do factum principis.

9 Força maior no direito do trabalho.

10 Extinção do contrato de trabalho. Espécies. Justas causas de despedida do empregado. Culpa recíproca. Despedida indireta. Dispensa arbitrária. Direitos do empregado decorrentes da extinção. Aviso prévio. Programas de demissão voluntária.

11 FGTS.

12 Estabilidade. Garantia no emprego. Despedida do empregado estável. Reintegração, readmissão e indenização.

13 Duração do trabalho. Jornada de trabalho. Intervalos. Trabalho extraordinário e trabalho noturno. Sistemas de prorrogação e compensação de horas. Trabalho em regime de tempo parcial. Adicionais.

14 Férias. Direitos do empregado, épocas de concessão e remuneração.

15 Descanso semanal remunerado.

16 Segurança e higiene do trabalho. Insalubridade e periculosidade.

17 Trabalho da mulher.

18 Trabalho do menor.

19 Direito coletivo. Organizações sindicais: natureza jurídica, criação, administração e dissolução de sindicatos. Acordos e convenções coletivas de trabalho. Mediação e arbitragem. Direito de greve. Serviços essenciais. Condutas antissindicais e consequências.

Temas recorrentes nas últimas provas objetivas da Advocacia da União (AGU.2012, AGU.2008, AGU.2006, AGU.2004, AGU.2002):

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CEI-AGU/PGFN1ª RODADA - 22/07/2015

MUITO IMPORTANTE*

Ponto 4:

Sujeitos da relação de emprego (Empregado e empregador. Grupo de empresas. Responsabilidade solidaria e subsidiaria. Sucessão) (AGU.2012, AGU.2006, AGU.2004)

Ponto 6:

Remuneração e salário (AGU.2012, AGU.2006, AGU.2002)

Ponto 7:

Alteração do contrato de trabalho. Suspensão e interrupção do contrato de trabalho (AGU.2012, AGU.2006, AGU.2004)

Ponto 12:

Estabilidade (estabilidades provisórias) (AGU.2008, AGU.2006, AGU.2004)

Ponto 19:

Direito coletivo (criação de sindicatos, acordos e convenções coletivas de trabalho, direito de greve) (AGU.2012, AGU.2008, AGU.2006)

RELEVANTE*

Ponto 5:

Contrato individual do trabalho (conceito, elementos e modalidades. Cooperativas) (AGU.2012, AGU.2006)

Ponto 13:

Duração do trabalho (AGU.2008, AGU.2006)

Ponto 16:

Segurança e higiene do trabalho. Insalubridade e periculosidade (AGU.2008, AGU.2006)

RESIDUAL*

Ponto 1:

Direito do trabalho (fontes) (AGU.2004)

Ponto 14:

Férias (AGU.2006)

Ponto 17:

Trabalho da mulher (AGU.2006)

DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO

20 Direito processual do Trabalho. Fontes. Princípios. O jus postulandi.

21 Justiça do Trabalho. Organização. Competência. As alterações introduzidas pela Emenda Constitucional nº 45/2004.

22 Processo do trabalho. Atos processuais. Formas de comunicação dos atos processuais. Procedimentos. Nulidades no processo do trabalho. Decisões judiciais. Termo de conciliação e sua eficácia.

23 Recursos no processo do trabalho: princípios gerais, prazos, pressupostos, requisitos e efeitos. Recursos em espécie: recurso ordinário, agravo de petição, agravo de instrumento, recurso de revista, embargos no TST e embargos de declaração. Agravo regimental. Recurso adesivo.

24 Liquidação de sentença. Execução provisória e definitiva no processo trabalhista. Meios de defesa. Execução contra a Fazenda Pública.

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25 Execução das contribuições sociais na Justiça do Trabalho. Competência. Legitimidade. Procedimento. Lei nº 10.035/2000. Prerrogativas do Fisco.

26 Ação rescisória no processo do trabalho.

Temas recorrentes nas últimas provas objetivas da Advocacia da União (AGU.2012, AGU.2008, AGU.2006, AGU.2004, AGU.2002):

MUITO IMPORTANTE*

Ponto 23:

Recursos no processo do trabalho:

- Recurso de revista (AGU.2008, AGU.2006, AGU.2004, AGU.2002)

Ponto 26:

Ação rescisória no processo do trabalho (AGU.2012, AGU.2008, AGU.2006, AGU.2004, AGU.2002)

RELEVANTE*

Ponto 23:

Recursos no processo do trabalho:

- Prazos (AGU.2012, AGU.2002)

- Pressupostos e requisitos (AGU.2006, AGU.2002)

- Recurso ordinário (AGU.2012, AGU.2004)

- Agravo de petição (AGU.2004, AGU.2002)

- Embargos no TST (AGU.2008, AGU.2006)

Ponto 24:

Meios de defesa (AGU.2006, AGU.2004)

RESIDUAL*

Ponto 20:

Direito processual do Trabalho:

- Princípios (AGU.2008)

Ponto 21:

Justiça do Trabalho (AGU.2012)

Ponto 22:

Processo do trabalho:

- Atos processuais e formas de comunicação (AGU.2006)

- Procedimento sumaríssimo (AGU.2004)

Ponto 23:

Recursos no processo do trabalho:

- Efeitos (AGU.2012)

- Embargos de declaração (AGU.2008)

- Prerrogativas da Fazenda em matéria de recursos (AGU.2012)

Ponto 24:

Execução no processo trabalhista (AGU.2008)

Execução contra a Fazenda Publica (AGU.2004)

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DIREITO DA SEGURIDADE SOCIAL

1 Seguridade social: origem e evolução legislativa no Brasil; conceito; organização e princípios constitucionais.

2 Regime Geral da Previdência Social: beneficiário, benefícios e custeio.

3 Salário-de-contribuição: conceito, parcelas integrantes e excluídas, limites mínimo e máximo; salário-base, enquadramento, proporcionalidade e reajustamento.

4 Planos de benefícios da previdência social: espécies de benefícios e prestações, disposições gerais e específicas, períodos de carência, salário-de-benefício, renda mensal do benefício, reajustamento do valor do benefício.

5 PIS/PASEP.

6 Entidades de previdência privada: conceito e finalidades, constituição, organização, funcionamento e fiscalização.

7 Entidades abertas: regulamentos, requisitos essenciais, vinculação ao Sistema Nacional de Seguros Privados (órgãos normativo e executivo); operações; disposições especiais.

8 Entidades fechadas: posição em relação à seguridade social oficial; entes patrocinadores e supervisão das atividades das entidades fechadas; Ministério da Previdência Social: competência em relação às entidades fechadas; operações; entidades fechadas de previdência privada e suas patrocinadoras no âmbito da administração pública federal.

9 Previdência privada versus previdência pública.

10 Fundos de pensão.

11 Legislação acidentária. 11.1 Regulamento do seguro de acidentes do trabalho (urbano e rural). 11.2 Moléstia profissional.

12 Assistência social. 12.1 Assistência social na Constituição Federal. 12.2 Lei Orgânica da Assistência Social. Sistema Único de Assistência Social (SUAS). Índice de Gestão Descentralizada do SUAS. 12.3 Programas de transferência de renda e Programa Bolsa Família (PBF). Índice de Gestão Descentralizada do PBF. 12.4 Segurança Alimentar e Nutricional (SAN) e Direito Humano à Alimentação Adequada. Programas de SAN: Programa de Aquisição de Alimentos, Programa Cisternas e Programa de Fomento às Atividades Produtivas Rurais. (NOVO)

Temas recorrentes nas últimas provas objetivas da Advocacia da União (AGU.2012, AGU.2008, AGU.2006, AGU.2004, AGU.2002):

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MUITO IMPORTANTE*

Ponto 1:

Seguridade social:

- Normas constitucionais sobre a Seguridade Social, princípios correlatos e repercussões da EC 20/98 (AGU.2012, AGU.2006, AGU.2004, AGU.2002)

Ponto 4:

Espécies de benefícios e prestações:

- Salário-maternidade (AGU.2012, AGU.2006, AGU.2004)

Períodos de carência (AGU.2012, AGU.2006, AGU.2004)

Pontos 6 a 10:

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR (AGU.2012, AGU.2008, AGU.2006, AGU.2004)

RELEVANTE*

Ponto 2:

Regime Geral da Previdência Social:

- Beneficiário (AGU.2006, AGU.2004)

Ponto 3:

Salário-de-contribuição:

- Parcelas integrantes e excluídas, (AGU.2006, AGU.2004)

Ponto 5:

PIS/PASEP (AGU.2006, AGU.2004)

Ponto 11:

Acidentes do trabalho (caracterização e aspectos sobre a indenização) (AGU.2012, AGU.2004)

RESIDUAL*

Ponto 1:

Seguridade social:

- Origem e evolução legislativa (AGU.2006)

Ponto 4:

Espécies de benefícios e prestações:

- Auxílio-reclusão (AGU.2006)

Reajustamento do valor do benefício (AGU.2012)

* A classificação da relevância de cada tema leva em consideração a reincidência do assunto nas provas anteriores do CESPE para a carreira de Advogado da União e a repetição do assunto em diversos itens de uma mesma prova, o que sugere certa preferência da banca. Alguns pontos do edital, de cobrança esporádica, não foram incluídos na tabela, o que não significa, contudo, dispensa do seu estudo por parte do candidato.

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