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ECONOMIA & TECNOLOGIA Revista ISSN [ impresso ] 2238-4715 ISSN [ on-line ] 2238-1988
http://www.economiaetecnologia.ufpr.br
http://www.ser.ufpr.br/ret
Editores Coordenao Executiva
Joo Baslio Pereima Luiz Carlos Ribeiro Neduziak
Fernando Motta Correia Equipe Tcnica
Alexandre Alves Porsse Felipe Gomes Madruga
Andr Duarte de Novais
Joaquim Israel Ribas Pereira
Fernanda Hauptmann de Almeida
Dalila Aparecida Durau
Pedro Amrico Vieira
Mercosul ou Aliana do Pacfico?
Poltica fiscal com vlvula de escape
Esta e outras edies da Anlise Mensal esto disponveis para
download em: http://www.economiaetecnologia.ufpr.br
ANLISE MENSAL N 19 - Julho de 2013
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ECONOMIA & TECNOLOGIA Revista ISSN [ impresso ] 2238-4715 ISSN [ on-line ] 2238-1988
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Apresentao
A Anlise Mensal uma publicao realizada pela equipe tcnica da Revista Economia & Tecnologia (RET), divulgada toda ltima semana de cada ms e esta disponvel para download no endereo: http://www.economiaetecnologia.ufpr.br.
O objetivo da Anlise Mensal tratar de dois temas relevantes de conjuntura macroeconmica que estejam em evidncia nas agendas nacional e internacional. Todo o contedo debatido e escrito coletivamente pela equipe tcnica da RET, sendo que as opinies emitidas so de responsabilidade dos Editores.
Os artigos desta edio da Anlise Mensal tratam de dois temas, um de relevncia nacional e outro internacional Mercosul ou Aliana do Pacfico assinala o baixo grau de integrao do bloco do MERCOSUL o qual se encontra em uma etapa de unio aduaneira incompleta. Comparado a outros esforos de integrao, o Mercosul parece no avanar em direo etapa de um mercado comum, de fato. O segundo artigo trata da situao fiscal brasileira e da necessidade do governo anunciar um corte adicional nos gastos, tendo em vista o cumprimento da meta de supervit primrio. O artigo argumenta em favor da adoo de na poltica fiscal de modo a construir um ambiente de maior certeza e credibilidade em relao ao comportamento da autoridade fiscal, garantindo, desse modo, maior sustentabilidade trade da poltica monetria, formada por supervit primrio, regime de metas de inflao e cmbio flutuante.
Boa Leitura!
Joo Basilio Pereima Editor Chefe (E-mail: [email protected])
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Chamada de Artigos Maio/2013
Desenvolvimento Regional e Inovao
A Revista de Economia & Tecnologia (RET), editada na UFPR, estar
debatendo no vol . 9(3) jul -set/2013, temas relevantes sobre o desenvolvimento regional
com a organizao do simpsio . A revista
editada pelo Programa de Ps -Graduao em Desenvolvimento Econmico (PPGDE)
da UFPR em parceria com a Secretaria de Cincia e Tecno logia do Estado do Paran
(SETI).
Na condio de editor da revista, convid o professores e pesquisadores a
submeterem artigo s abordando o tema sob a perspectiva que considerar em mais
adequada. O artigo poder conter at 20 pginas em fonte 12, espao 1,5 e dever ser
enviado at 30/08/2013 para o e-mail [email protected]. Os artigos selecionados sero
publicados no Vol. 9, n 3, jul -set /2013.
Sobre o tema: Dentre os desafios econmicos que o Brasil est enfrentando, um dos principais
a sua capacidade de crescer baseado em inovao. O atraso das polticas
educacionais e a timidez dos programas de inovao esto fazendo que o pas no
consiga convergir para padres de renda per capita mais altos, nem para nveis de
desenvolvimento huma no melhores, embora algumas modificaes em indicadores
sociais apontem melhorias em alguns segmentos. Do ponto de vista espacial diversos
indicadores de desenvolvimento tem se modificado lentamente, de modo que ainda
persistem altos nveis de desigualdade e de concentrao de renda no espao nacional.
Alm disto, a reduzida capacidade de inovao tambm altamente concentrada. Esse
fenmeno implica que se leve em considerao a dimenso espacial na formulao e
implementao das polticas de desenvolvimen to socioeconmico. Este simpsio tem
por objetivo discutir o papel da inovao na construo de uma sociedade mais
desenvolvida e harmnica no espao subnacional. So temas de especial interesse do
Simpsio aqueles vinculados definio de marcos regulat rios para sistemas
regionais de inovao, mensurao e avaliao de impactos regionais de polticas de
inovao, tecnologia e conhecimento, redes de cooperao em inovao, tecnologia e
conhecimento e seus efeitos sobre o desenvolvimento, dentre outros.
Mais informao sobre a RET pode ser obtida pelo e -mail [email protected] .
Visite tambm o site da RET: www.economiaetecnologia.ufpr.br.
Desde j, agradecemos o interesse. Joo Basilio Pereima
Universidade Federal do Paran
Editor
mailto:[email protected]
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ANLISE MENSAL N 19 - Ju lho de 2013.
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E
Mercosul ou Aliana do Pacfico?
nquanto a maioria dos pases procura integra r-se na economia
global, amplia ndo mercados, interligando infraest rutura e estabelecendo
mecanismos de cooperao em diversos nveis, alguns pases da Amrica
Latina parecem seguir um caminho oposto, incapazes de ultrapassar o
histrico comportamento que os mantm afastados, em nome de ideais polticos
assumidos por governos transitrios . Recentemente as quatro economias mais
dinmicas atualmente da regio, Chile, Peru, Colmbia e Mxico se uniram
atravs da criao da Aliana do Pacfico, na
busca da eliminao de tarifas entre si e a
possibilidade de ampliao de mercad os
externos atravs de acord os com outros pases
ou blocos. Seguindo em rota oposta, assistimos
a decadncia do Mercosul e de suas propostas
de integrao , sendo o episdio da expulso
temporria do Paraguai para a entrada da
Venezuela, um claro sinal de q ue a integrao
econmica e comercial est recuando motivada por interesses antagnicos
sustentados por posies ideolgicas. A Amrica Latina e em especial os pases
do cone Sul continuam reproduzindo seu isolamento histrico, avanando
muito pouco na con solidao de um bloco econmico ou at mesmo uma unio
econmica mais slida.
A integrao latino americana est estagnada nas propostas iniciais de
um Mercosul que mal e mal se caracteriza como um arremedo de rea de livre
comrcio com unio aduaneira, e que na prtica no nem uma coisa, nem
outra. A integrao econmica de uma regio qualquer pode se dar em
distintos graus, indo do mais simples ao mais comple to e complexo: a.) rea de
livre comrcio , com iseno de taxas de importao e diminuio das
burocracias e como consequncia um aumento do fluxo de comrcio; b.) Unio
Aduaneira pelo adoo de regras comuns para comrcios com pases que no
fazem parte d o bloco; c.) Mercado Comum com integrao maior entre as
economias, com livre passagem de mercadorias, pessoas e capital; d.) Unio
econmica com a criao de uma moeda comum e algum grau de coordenao
A integrao latino americana est estagnada nas propostas
iniciais de um Mercosul que mal e mal se caracteriza como um arremedo de rea de livre
comrcio com unio aduaneira, e que na prtica no nem uma coisa, nem
outra.
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de polticas macroeconmicas; e.) Unio total com construo de instituies
econmicas e polticas que coordenam e tomam decises nestas duas
dimenses. A Unio Europia, por exemplo, uma unio econmica com vrias
instituies que caminham, aos percalos e com recuos e avanos, para uma
unio total, inte grada politicamente. O Mercosul, uma fantasia entre uma rea
de livre comrcio e unio aduaneira, onde os pases signatrios agem
discricionariamente a despeito dos acordos firmados.
A questo essencial para os destinos da Amrica Latina e para cada
membro em particular as vantagens e desvantagens de criar uma integrao
econmica e poltica maior na regio. A Europa unificada, a despeito dos
problemas econmicos de alguns pases membros, obteve grandes vantagens
na economia internacional, reduziu enormem ente custos de transaes e custos
monetrios, integrou mercados de trabalho, facilitou a vida de milhes de
pequenas e mdias empresas e tornou -se mais competitiva na economia
internacional.
A Amrica Latina segue caminho inverso e isso pode ser observad o no
comportamento do comrcio exterior entre os pases da regio. O s grficos 1 e 2
mostram a participao das exportaes e importaes em relao ao PIB para
o perodo de 1991, data de criao do Mercosul, at 2012. Pode -se perceber no
caso dos pases do Mercosul que seus membros, ao longo de duas dcadas, com
exceo do Paraguai, prati camente pouco avanaram para tornarem -se mais
abertos ao comrcio internacional, inclusive com quedas nos ltimos anos da
participao da soma de exportaes e importaes em relao ao seus PIB s. J
nos pases que recentemente criaram a Aliana do Pacfic o, nota-se que ao
longo do mesmo perodo praticamente todos os pases, com exceo do Chile
com um crescimento mais moderado, aumentaram o peso em suas economias
do setor externo em comparao aos pases do Mercosul.
O caso brasileiro chama muito ateno, pois dentre os pases observados,
tanto do Mercosul quanto da Aliana do Pacfico, o que apresenta a menor
proporo de exportaes e importaes em relao ao PIB, pouco avanando
nesse perodo, mesmo sendo conhecido o aumento de comrcio entre os seus
membros. Alm disso, as constantes reclamaes por parte de empresrios e
autoridades brasileiras sobre um aumento do protecionismo por parte de
outros membros, em especial a Argentina, faz com que o bloco perca ainda
mais o encanto.
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Grfico 1 - Particip ao das exportaes e
importaes no PIB - Mercosul
Grfico 2 - Participao das exportaes e
importaes no PIB - Aliana do Pacfico
Fonte: FMI.
O aumento do protecionismo pode ser percebido por meio dos grficos 3 e
4 os quais mostram a TMFI (Tarifa mais favorvel de importao) de cada
pas, isto , a menor tarifa que o pas oferece para importao. No grfico 3
selecionou-se os 4 membros do Mercosul e a TMFI de cada um durante o
perodo 1991 a 2011. O grfico 4 mostra a TMFI entre os m embros da Aliana
do Pacfico.
Dividindo o perodo em trs fases possvel discernir mudanas na
poltica comercial externa em momentos distintos do tempo, os quais coincidem
com mudanas de governo: um primeiro momento com certa tendncia de
crescimento das TMFI; um perodo intermedirio de queda das tarifas e um
terceiro momento, ps 2006, com relativa elevao das tarifas. O que os
grficos 3 e 4 mostram um comportamento diferente entre os pases do
Mercosul e da Aliana do Pacfico , em relao evoluo de suas respectivas
TMFI, entre o perodo de 1995 a 2007.
Fica claro que no Mercosul, com exceo do Brasil, nenhum pas durante
o perodo mostrou evoluo na abertura comercial. Ainda s egundo os dados da
Organizao Mundial do Comrcio, os produtos n o agrcolas brasileiros so
tarifados em mdia pela Argentina em 14,3%, Uruguai 16,6% e Paraguai
17,5%. Entretanto, parceiros no integrantes do Mercosul como o Mxico
tarifam os produtos no agrcolas do Brasil em mdia em 13,3%.