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Resumos TRibuTáRios iob

Benefícios fiscais de iPi

Volume iX

Sumário

1. Introdução Sobre benefícIo fIScal .................................... 7

1.1. Benefícios Fiscais nas Exportações de Mercadorias .................... 7

2. ProdutoS contemPladoS com a ImunIdade trIbutá-rIa ................................................................................................ 9

2.1. Papel Imune ................................................................................ 9

2.2. RIPI - Imunidades ....................................................................... 10

3. ISenção ou redução .................................................................... 15

3.1. Processo Produtivo Básico ........................................................... 15

3.2. Bens de Informática e Automação ............................................... 15

3.3. RIPI - Bens de Informática .......................................................... 18

3.4. Isenções - Portador de Deficiência .............................................. 27

3.5. Isenção - Taxista .......................................................................... 27

3.6. Isenções - RIPI ............................................................................. 27

4. SuSPenSão ......................................................................................... 35

4.1. Suspensão do RIPI ....................................................................... 35

5. Zona franca de manauS ............................................................ 55

6. amaZônIa ocIdental ................................................................... 57

6 Luciana Souza Leite

7. áreaS de lIvre comércIo ............................................................ 59

7.1. RIPI - ZFM, Amazônia Ocidental e ALC ..................................... 60

8. regImeS fIScaIS SetorIaIS - IPI .................................................. 69

8.1. Reporto ........................................................................................ 69

8.2. Repetro ........................................................................................ 70

8.3. Recof ............................................................................................ 70

8.4. Repenec ....................................................................................... 71

8.5. Retaero ......................................................................................... 71

8.6. Recopa ......................................................................................... 72

8.7. Renuclear ..................................................................................... 74

8.8. Retid ............................................................................................ 75

8.9. Recine .......................................................................................... 75

8.10. Recomp ........................................................................................ 76

8.11. REPNBL - Redes .......................................................................... 76

8.12. Reif .............................................................................................. 78

8.13. Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016 .................................. 78

8.14. Inovar-Auto ................................................................................. 80

9. Drawback .......................................................................................... 83

9.1. Drawback Integrado Isenção ....................................................... 83

9.2. Drawback Restituição .................................................................. 86

9.3. Drawback Integrado Suspensão ................................................... 86

10. rtu (regIme de trIbutação unIfIcada) ............................... 91

11. da redução e majoração do ImPoSto ................................. 93

12. doS ProdutoS claSSIfIcadoS noS códIgoS noS 71.13, 71.14, 71.16 e 71.17 da tIPI ............................................................. 95

13. doS ProdutoS deStInadoS ao PdtI e ao Pdta .................... 97

14. tratado de ISenção - braSIl e ucrânIa ............................... 99

1. introdução Sobre benefício fiScaL

Benefício fiscal é um regime especial de tributação, que envolve uma isenção ou redução do respectivo ônus tributário sobre o regime normal de tributação.

1.1. BEnEfÍCIOS fISCAIS nAS ExPORtAçõES DE MERCADO-RIAS

São imunes à incidência do IPI os produtos destinados ao exterior, conforme artigo 150 da Constituição Federal, VI, “d”, e no RIPI/2010, artigo 18, I.

Esta imunidade alcança todos os produtos, quer de origem nacional ou estrangeira.

A destinação do produto ao exterior será comprovada com a sua saída do território nacional.

Se a imunidade estiver condicionada à destinação do produto, e a este for dado destino diverso, ficará responsável pelo fato sujeito ao paga-mento do IPI e da penalidade cabível como se a imunidade não existisse, conforme artigo 18, § 4º, do RIPI/2010.

A empresa produtora e exportadora de mercadorias nacionais fará jus a crédito presumido do imposto, como ressarcimento do valor do PIS e da Cofins incidente sobre a aquisição no mercado interno de insumos empregados em produtos exportados.

8 Luciana Souza Leite

O direito ao ressarcimento não se aplica às pessoas jurídicas sub-metidas ao regime não cumulativo do PIS e da Cofins, definido como Lucro Real.

Tal benefício foi instituído pela Lei nº 9.613/1996, incorporada aos artigos 241 a 250 do RIPI/2010, e sua forma de cálculo, definida na Por-taria MF nº 93/2004.

2. ProdutoS contemPLadoS com a imunidade tributária

São imunes à incidência do IPI:

a) os livros, jornais, periódicos e o papel destinado à sua impressão;

b) o ouro, quando definido em lei como ativo financeiro ou ins-trumento cambial;

c) a energia elétrica, os derivados de petróleo, os combustíveis e os minerais do País.

(RIPI/2010, artigo 18)

No entanto, para alguns casos, existe uma condição atrelada à imu-nidade tributária.

No IPI, para a exportação de mercadorias, seria a efetiva saída do pro-duto ao exterior, tornando-se responsável aos que desatenderem as normas e requisitos a que estiver condicionada à imunidade (RIPI, artigo 25, VI).

Para os papeis, a Solução de Consulta RFB nº 10/2008 dispõe que são obrigados ao pagamento do imposto como contribuinte responsável os que consumirem ou utilizarem em outra finalidade, ou remeterem a pessoas diferentes de empresas jornalísticas e editoras, o papel destinado à impressão de livros, jornais e periódicos.

2.1. PAPEL IMunE

As pessoas jurídicas que exercem a atividade de comercialização e de importação de papel imune, destinado à impressão de livros, jornais

10 Luciana Souza Leite

e periódicos, e as que adquirem o papel para a utilização na impressão desses produtos devem manter Registro Especial na Secretaria da Recei-ta Federal (RFB), determinado pela Lei nº 11.945/2009 e pela Instrução Normativa RFB nº 976/2009.

São obrigados à inscrição no Registro Especial os fabricantes, os dis-tribuidores, os importadores, as empresas jornalísticas ou editoras e as grá-ficas que realizem operações com papel destinado à impressão de livros, jornais e periódicos, não podendo promover o despacho aduaneiro, a aqui-sição, a utilização ou a comercialização do papel sem a sua inscrição prévia.

As pessoas jurídicas obrigadas ao Registro Especial ficam também obrigadas à apresentação da Declaração Especial de Informações Relativas ao Controle de Papel Imune - DIF Papel Imune.

2.2. RIPI - IMunIDADES

Basicamente, a diferença entre a imunidade e a isenção está em que a primeira atua no plano da definição da competência, e a segunda opera no plano do exer-cício da competência. Ou seja, a Constituição, ao definir a competência, excep-ciona determinadas situações que, não fosse a imunidade, quedariam dentro do campo de competência, mas, por força da norma de imunidade, permanecem fora do alcance do poder de tributar outorgado pela Constituição. Já a isenção atua noutro plano, qual seja, o do exercício do poder de tributar: quando a pessoa po-lítica competente exerce esse poder, editando a lei instituidora do tributo, essa lei pode, usando a técnica da isenção, excluir determinadas situações, que, não fosse a isenção, estariam dentro do campo de incidência da lei de tributação, mas, por força da norma isentiva, permanecem fora desse campo.AMARO, Luciano. Direito Tributário Brasileiro. 15. ed. São Paulo: Saraiva, 2009. p. 152.

As imunidades estão mencionadas no artigo 18 do Regulamento do IPI - Decreto nº 7.212 de 2010, conforme descrevemos abaixo:

Art. 18. São imunes da incidência do imposto:

I - os livros, jornais, periódicos e o papel destinado à sua impressão (Consti-tuição Federal, art. 150, inciso VI, alínea “d”);

II - os produtos industrializados destinados ao exterior (Constituição Federal, art. 153, § 3º, inciso III);

Resumos Tributários IOB • Benefícios Fiscais de IPI - Volume IX 11

* Direito ao crédito sobre as saídas para o exterior - ver artigos 238 e 251, §§ 1º e 2º

* Solução de Consulta nº 233 de 2011 - PRODUTO IMPORTADO. CRÉDITO. DESEMBARAÇO. SALDO CREDOR. UTILIZAÇÃO. Estabelecimento que importa produto de procedência estrangeira deve aplicá-lo como matéria-prima, produto intermediário ou material embalagem na industrialização de produto tributado, para que o crédito relativo ao IPI pago no desembaraço aduaneiro desse produto, registrado e mantido em sua escrita fiscal, possa compor o saldo credor do IPI acumulado no trimestre-calendário a ser utilizado na forma de ressarcimento e compensação, de que trata o art. 256, § 2º, do RIPI/2010. O crédito relativo ao IPI pago no desembaraço de produto que foi importado para simples revenda (seja ao mercado interno, seja ao externo) pelo próprio importador, no mesmo estado em que foi importado e nacionalizado, não pode compor o saldo credor do IPI acumulado no trimestre-calendário a ser utilizado sob a forma de ressar-cimento e compensação com outros débitos administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, por falta de previsão legal. Desta forma, na importação de aparelhos de telefonia celular para simples revenda ao exterior, no mesmo estado em que foram importados e nacionalizados, o crédito relativo ao IPI pago no desembaraço desses aparelhos, registrado e mantido na escrita fiscal do esta-belecimento importador, deve ser utilizado na própria escrita fiscal do estabele-cimento mediante dedução dos débitos do próprio imposto em outras operações, não podendo ser utilizado na forma de ressarcimento e compensação, de que trata o art. 256, § 2º, do RIPI/2010.

III - o ouro, quando definido em lei como ativo financeiro ou instrumento cam-bial (Constituição Federal, art. 153, § 5º); e

IV - a energia elétrica, derivados de petróleo, combustíveis e minerais do País (Constituição Federal, art. 155, § 3º).

§ 1º A Secretaria da Receita Federal do Brasil poderá estabelecer obrigações acessórias específicas a serem observadas pelas firmas ou estabelecimentos que realizarem operações com o papel referido no inciso I, bem como para a comprovação a que se refere o § 2º, inclusive quanto ao trânsito, dentro do ter-ritório nacional, do produto a ser exportado (Lei nº 9.779, de 1999, art. 16).

§ 2º Na hipótese do inciso II, a destinação do produto ao exterior será compro-vada com a sua saída do território nacional.

§ 3º Para fins do disposto no inciso IV, entende-se como derivados do petróleo os produtos decorrentes da transformação do petróleo, por meio de conjunto de processos genericamente denominado refino ou refinação, classificados qui-micamente como hidrocarbonetos (Lei nº 9.478, de 6 de agosto de 1997, art. 6º, incisos III e V).

12 Luciana Souza Leite

§ 4º Se a imunidade estiver condicionada à destinação do produto, e a este for dado destino diverso, ficará o responsável pelo fato sujeito ao pagamento do imposto e da penalidade cabível, como se a imunidade não existisse (Lei nº 4.502, de 1964, art. 9º, § 1º, e Lei nº 9.532, de 1997, art. 37, inciso II).

* Ver regulamento, artigos 226, IX, 25, VI, 36, VII.

* Solução de Consulta nº 270/2008 - A imunidade concedida aos templos de qualquer culto, pelo artigo 150, inciso VI, alínea “b” da Constituição Federal, não abrange o IPI.

* Solução de Consulta nº 21/2009 - Cadernos de provas escolares, não se caracte-rizam como periódicos.

* Solução de Consulta nº 168/2009 - Entidades Sindicais dos Trabalhadores - A imunidade concedida pelo artigo 150, inciso VI, alínea “c”, da Constituição Fede-ral, não abrange o IPI incidente nas saídas de produtos industrializados.

* Solução de Consulta nº 4/2011 - A simples qualificação de uma associação civil sem fins lucrativos, não implica necessariamente gozo do benefício da imunidade de que trata o artigo 150, VI, “c” da CF.

* Lei nº 10.753, de 30 de outubro de 2003 - Institui a Política Nacional do Livro.

* Imunidade - Livro eletrônico - ‘CD-ROM’ - Alcance - Imposto - Imunidade tri-butária - Obra produzida em ‘CD-ROM’ - Expressão ‘livros’ do artigo 150, inc. VI, letra “d”, da CF, que deve ser entendida como gênero, que tem por espécies tanto o livro convencional impresso em papel, como o chamado livro eletrônico - Apli-cabilidade - Embargos acolhidos.” (Ac. da 8ª C. de Direito Público do TJSP - m. v. - EI 28.579-5/8-02 - Rel. Des. Paulo Travain - j. 1º.09.1999 - DJSP I 22.09.1999, p. 42 - ementa oficial)

* REGISTRO ESPECIAL - As pessoas jurídicas que exercem as atividades de comer-cialização e importação de papel imune, destinado à impressão de livros, jornais e periódicos, e as que adquirirem esse papel para a utilização na impressão desses produtos devem manter Registro Especial na Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB) (Lei nº 11.945/2009, artigos 1º e 2º; Instrução Normativa RFB nº 976/2009)

* DIF PAPEL - IMUNE - As pessoas jurídicas obrigadas ao Registro Especial ficam obrigadas à apresentação da Declaração Especial de Informações Relativas ao Controle de Papel Imune (DIF-Papel Imune), que será realizada pelo estabeleci-mento matriz, contendo as informações referentes a todos os estabelecimentos da pessoa jurídica que operarem com papel destinado à impressão de livros, jornais e periódicos. (IN nº 976/2009, artigos 10 a 13)

A DIF-Papel Imune deverá ser apresentada, por meio da Internet, mediante utiliza-ção do programa gerador, versão 2.0, aprovado pela Instrução Normativa RFB nº 1.064/2010, nos seguintes prazos:

Resumos Tributários IOB • Benefícios Fiscais de IPI - Volume IX 13

• Prazos de apresentação:1º semestre - último dia útil do mês de agosto;2º semestre - último dia útil do mês de fevereiro.

Art. 19. A exportação de produtos nacionais sem que tenha ocorrido sua saí-da do território nacional somente será admitida, produzindo todos os efeitos fiscais e cambiais, quando o pagamento for efetivado em moeda estrangeira de livre conversibilidade e a venda for realizada para (Lei nº 9.826, de 23 de agosto de 1999, art. 6º, e Lei nº 10.637, de 2002, art. 50):

* Ver regulamento, artigo 50 da Lei nº 10.637/2002 - A exportação de produtos nacionais sem que tenha ocorrido sua saída do território brasileiro.

* Instrução Normativa nº 369/2003 - Dispõe sobre o despacho aduaneiro de ex-portação sem exigência de saída do produto do território nacional, nas situações que especifica.

I - empresa sediada no exterior, para ser utilizado exclusivamente nas ativi-dades de pesquisa ou lavra de jazidas de petróleo e de gás natural, conforme definidas na Lei nº 9.478, de 1997, ainda que a utilização se faça por terceiro sediado no País;

II - empresa sediada no exterior, para ser totalmente incorporado a produto final exportado para o Brasil; e

III - órgão ou entidade de governo estrangeiro ou organismo internacional de que o Brasil seja membro, para ser entregue, no País, à ordem do comprador.

§ 1º As operações previstas neste artigo estarão sujeitas ao cumprimento de obrigações e formalidades de natureza administrativa e fiscal, conforme esta-belecido pela Secretaria da Receita Federal do Brasil (Lei nº 9.826, de 1999, art. 6º, § 1º).

§ 2º Nas operações de exportação de que trata o caput, com pagamento a prazo ou a prestação, os efeitos fiscais e cambiais, quando reconhecidos pela legislação vigente, serão produzidos no momento da contratação, sob condi-ção resolutória, aperfeiçoando-se pelo recebimento integral em moeda de livre conversibilidade (Lei nº 10.833, de 2003, art. 61).

§ 3º O disposto no § 2º aplica-se também ao produto exportado sem saída do território nacional, na forma disciplinada pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, para ser (Lei nº 10.833, de 2003, art. 61, parágrafo único):

14 Luciana Souza Leite

I - totalmente incorporado a bem que se encontre no País, de propriedade do comprador estrangeiro, inclusive em regime de admissão temporária sob a responsabilidade de terceiro;

II - entregue a órgão da administração direta, autárquica ou fundacional da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, em cumprimento de contrato decorrente de licitação internacional;

III - entregue, em consignação, a empresa nacional autorizada a operar o re-gime de Loja Franca;

IV - entregue, no País, a subsidiária ou coligada, para distribuição sob a forma de brinde a fornecedores e clientes;

V - entregue a terceiro, no País, em substituição de produto anteriormente ex-portado e que tenha se mostrado, após o despacho aduaneiro de importação, defeituoso ou imprestável para o fim a que se destinava;

VI - entregue, no País, a missão diplomática, repartição consular de caráter permanente ou organismo internacional de que o Brasil seja membro, ou a seu integrante, estrangeiro; e

VII - entregue, no País, para ser incorporado a plataforma destinada à pes-quisa e lavra de jazidas de petróleo e gás natural em construção ou conversão contratada por empresa sediada no exterior, ou a seus módulos.

Art. 20. Cessará a imunidade do papel destinado à impressão de livros, jornais e periódicos quando este for consumido ou utilizado em finalidade diversa da prevista no inciso I do art. 18, ou encontrado em poder de pessoa que não seja fabricante, importador, ou seus estabelecimentos distribuidores, bem como que não sejam empresas jornalísticas ou editoras (Lei nº 9.532, de 1997, art. 40).

3. iSenção ou redução

A isenção ou redução é uma forma de incentivar setores privados da economia. É a dispensa de tributo por meio de Lei.

“Apenas para ilustrar: a isenção depende exclusivamente da lei, e a imunidade depende exclusivamente da Constituição”SILVA, Edgard Neves da. Imunidade e Isenção. In: Curso de Direito Tributário. 13. ed. coord. Ives Gandra da Silva Martins. São Paulo: Saraiva, 2011. p. 314.

3.1. PROCESSO PRODutIvO BáSICO

Definida pela Lei nº 8.248, de 1991, e artigos 140 a 149 do RIPI/2010, que dispõe sobre a capacitação e a competividade do setor de informáti-ca e automação, as empresas de desenvolvimento ou produção de bens e serviços de informática e automação que investirem em atividades de pesquisa e desenvolvimento em tecnologia da informação fazem jus ao benefício de redução ou isenção do IPI.

O pleito para habilitação à concessão de isenção ou redução do IPI será apresentado ao Ministério da Ciência Tecnologia e Inovação, pela empresa fabricante de bens de informática e automação, conforme instru-ções fixadas em conjunto pelo Ministério da Ciência e Tecnologia e pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, mediante proposta.

3.2. BEnS DE InfORMátICA E AutOMAçãO

As empresas que invistam em atividades de pesquisa e desenvolvi-mento em tecnologia da informação poderão pleitear isenção ou redu-

16 Luciana Souza Leite

ção do IPI para bens de informática e automação, nos termos do Decreto nº 5.906, de 2006.

São considerados bens e serviços de informática e automação:

a) componentes eletrônicos a semicondutor, optoeletrônicos, bem como os respectivos insumos de natureza eletrônica;

b) máquinas, equipamentos e dispositivos baseados em técnica digital, com funções de coleta, tratamento, estruturação, ar-mazenamento, comutação, transmissão, recuperação ou apre-sentação da informação, seus respectivos insumos eletrônicos, partes, peças e suporte físico para operação;

c) programas para computadores, máquinas, equipamentos e dis-positivos de tratamento da informação e respectiva documenta-ção técnica associada (software);

d) serviços técnicos associados aos bens e serviços;

e) os aparelhos telefônicos por fio com unidade auscultador-mi-crofone sem fio, que incorporem controle por técnicas digitais, código 8517.11.00 - NCM;

f) unidades de saída por vídeo (monitores), classificadas nas sub-posições 8528.41 e 8528.51 da NCM, desprovidas de interfa-ces e circuitarias para recepção de sinal de radiofrequência ou mesmo vídeo composto, próprias para operar com máquinas, equipamentos ou dispositivos baseados em técnica digital da Posição 8471 da NCM (com função de coleta, tratamento, es-truturação, armazenamento, comutação, transmissão, recupe-ração ou apresentação da informática).

Os bens de informática estão relacionados no Anexo I do Decreto nº 5.906, de 2006.

Os bens não relacionados como bens de informática, estão no Ane-xo II do Decreto nº 5.906, de 2006.

Para os microcomputadores, quando produzidos na Região Centro--oeste e nas regiões de influência da Sudam e Sudene, serão isentos do IPI até 31 de dezembro de 2014 e, a partir de 2015, com reduções entre 60 e 95% até 2019.

Resumos Tributários IOB • Benefícios Fiscais de IPI - Volume IX 17

Aplica-se redução de 100% do imposto devido, de 15 de dezembro de 2010 até 31 de dezembro de 2014, aos bens desenvolvidos no País que sejam incluídos na categoria bens de informática e automação, sucessi-vamente redução de 90% do imposto devido de 1º de janeiro até 31 de dezembro de 2015 e redução de 70% do imposto devido de 1º de janeiro de 2016 até 31 de dezembro de 2019, quando será extinto.

Os benefícios incidirão somente sobre os bens de informática e au-tomação produzidos de acordo com processo produtivo básico definido pelo Poder Executivo, condicionados à apresentação de proposta de pro-jeto ao Ministério da Ciência e Tecnologia.

Para fazer jus aos benefícios, as empresas de desenvolvimento ou produção de bens e serviços de informática e automação deverão investir, anualmente, em atividade de pesquisa e desenvolvimento em tecnologia da informação a serem realizados no País, no mínimo 5% do seu fatura-mento bruto no mercado interno decorrente da comercialização de bens e serviços de informática, incentivados, deduzidos os tributos correspon-dentes a tais comercializações, bem como o valor das aquisições de pro-dutos incentivados na forma da Lei nº 8.248, de 1991.

Para os beneficiários, são asseguradas a manutenção e a utilização do crédito de IPI sobre as matérias-primas, produtos intermediários e ma-teriais de embalagem empregados na industrialização dos bens.

Nas aquisições de insumos, sairão do estabelecimento industrial com suspensão do IPI as matérias-primas, os produtos intermediários e os materiais de embalagem adquiridos por estabelecimentos industriais fabricantes, preponderantemente, de bens de informática de que trata o artigo 144, que gozem do benefício da isenção ou redução do imposto na forma do artigo 140 do RIPI/2010.

As empresas adquirentes dos produtos de informática deverão:

a) atender aos termos e às condições estabelecidas pela RFB; e

b) declarar ao vendedor, de forma expressa e sob as penas da lei, que atendem a todos os requisitos.

A Instrução Normativa RFB nº 948 de 2009, disciplina o requisito à suspensão nas aquisições de insumos por beneficiários do PPB.

18 Luciana Souza Leite

3.3. RIPI - BEnS DE InfORMátICA

Transcrevemos abaixo, o regulamento do IPI, artigo 140.

Direito ao benefício

Art. 140. As empresas de desenvolvimento ou produção de bens e serviços de informática e automação que invistam em atividades de pesquisa e desenvol-vimento em tecnologia da informação poderão pleitear isenção ou redução do imposto para bens de informática e automação (Lei nº 8.248, de 1991, art. 4º, e Lei nº 10.176, de 2001, artigo 1º).

§ 1º Para fazer jus aos benefícios previstos no caput, as empresas de desen-volvimento ou produção de bens e serviços de informática e automação de-verão investir, anualmente, em atividades de pesquisa e desenvolvimento em tecnologia da informação a serem realizadas no País, conforme definido em legislação específica (Lei nº 8.248, de 1991, artigo 11, e Lei nº 11.077, de 2004, artigo 1º).

§ 2º As empresas beneficiárias deverão encaminhar anualmente ao Ministério da Ciência e Tecnologia demonstrativos do cumprimento, no ano anterior, das obrigações a que estão sujeitas para gozo da isenção ou redução do imposto, mediante apresentação de relatórios descritivos das atividades de pesquisa e desenvolvimento previstas no projeto elaborado e dos respectivos resultados alcançados (Lei nº 8.248, de 1991, artigo 11, § 9º, e Lei nº 10.176, de 2001, art. 2º).

* Lei nº 8.248, de 23 de outubro de 1991 - Dispõe sobre a capacitação e competi-tividade do setor de informática e automação, e dá outras providências.(...)Art. 4º As empresas de desenvolvimento ou produção de bens e serviços de infor-mática e automação que investirem em atividades de pesquisa e desenvolvimento em tecnologia da informação farão jus aos benefícios de que trata a Lei nº 8.191, de 11 de junho de 1991. (Redação dada pela Lei nº 10.176, de 2001)

* Solução de Consulta nº 93/2011 - Bens de Informática e Automação. Redução do IPI. Conceito de empresa e estabelecimento. A redução do IPI prevista no ar-tigo 4º da Lei nº 8.248, de 1991, contempla a empresa fabricante de produtos de informática e automação. Para esse fim, não se pode confundir empresa com estabelecimento, que possuem conceitos distintos a teor do artigo 609, incisos I e III, do RIPI/2010. Os produtos fabricados sob o abrigo das condições previstas no artigo 4º da Lei nº 8.248, de 1991, poderão sair do estabelecimento industrial,

Resumos Tributários IOB • Benefícios Fiscais de IPI - Volume IX 19

titular da portaria interministerial, com suspensão do IPI, com destino a outro es-tabelecimento atacadista da mesma firma. A posterior saída desses produtos do estabelecimento filial atacadista, obrigatoriamente equiparado a industrial, poderá ocorrer com a redução do IPI.

Art. 141. Para fins do disposto nesta Seção, consideram-se bens de informática e automação:

I - componentes eletrônicos a semicondutor, optoeletrônicos, bem como os res-pectivos insumos de natureza eletrônica (Lei nº 8.248, de 1991, artigo 16-A, e Lei nº 10.176, de 2001, art. 5º);

II - máquinas, equipamentos e dispositivos baseados em técnica digital, com funções de coleta, tratamento, estruturação, armazenamento, comutação, transmissão, recuperação ou apresentação da informação, seus respectivos in-sumos eletrônicos, partes, peças e suporte físico para operação (Lei nº 8.248, de 1991, artigo 16-A, e Lei nº 10.176, de 2001, art. 5º);

III - os aparelhos telefônicos por fio, com unidade auscultador-microfone sem fio, que incorporem controle por técnicas digitais, classificados no Código 8517.11.00 da TIPI (Lei nº 8.248, de 1991, artigo 16-A, § 4º, Lei nº 10.176, de 2001, art. 5º, e Lei nº 11.077, de 2004, artigo 1º);

IV - terminais portáteis de telefonia celular, classificados no Código 8517.12.31 da TIPI (Lei nº 8.248, de 1991, artigo 16-A, § 2º, inciso I, e Lei nº 10.176, de 2001, art. 5º); e

V - unidades de saída por vídeo (monitores), classificados nas Subposições 8528.41 e 8528.51 da TIPI, desprovidas de interfaces e circuitarias para re-cepção de sinal de rádio frequência ou mesmo vídeo composto, próprias para operar com máquinas, equipamentos e dispositivos baseados em técnica digi-tal da Posição 84.71 da TIPI, com funções de coleta, tratamento, estruturação, armazenamento, comutação, transmissão, recuperação ou apresentação da in-formação (Lei nº 8.248, de 1991, artigo 16-A, § 2º, inciso II, Lei nº 10.176, de 2001, art. 5º, e Lei nº 11.077, de 2004, artigo 1º).

§ 1º O Poder Executivo, respeitado o disposto no caput e no § 2º, definirá a relação dos bens alcançados pelo benefício de que trata o artigo 140 (Lei nº 8.248, de 1991, art. 4º, § 1º, e Lei nº 10.176, de 2001, artigo 1º).

§ 2º O disposto no artigo 140 não se aplica aos produtos dos segmentos de áu-dio, áudio e vídeo, e lazer e entretenimento, ainda que incorporem tecnologia

20 Luciana Souza Leite

digital, incluindo os constantes da seguinte relação, que poderá ser ampliada em decorrência de inovações tecnológicas, elaborada conforme a TIPI (Lei nº 8.248, de 1991, artigo 16-A, § 1º, e Lei nº 10.176, de 2001, art. 5º):

I - aparelhos de fotocópia, por sistema óptico ou por contato, e aparelhos de termocópia, da Subposição 8443.39;

II - aparelhos de gravação de som, aparelhos de reprodução de som, aparelhos de gravação e de reprodução de som, da Posição 85.19;

III - aparelhos videofônicos de gravação ou de reprodução, mesmo incorporan-do um receptor de sinais videofônicos, da Posição 85.21;

IV - partes e acessórios reconhecíveis como sendo exclusiva ou principalmente destinados aos aparelhos das Posições 85.19, 85.21 e 85.22;

V - discos, fitas, dispositivos de armazenamento não volátil de dados à base de semicondutores e outros suportes para gravação de som ou para grava-ções semelhantes (exceto os produtos do Código 8523.52.00), mesmo gra-vados, incluídos as matrizes e moldes galvânicos para fabricação de discos, da Posição 85.23;

VI - câmeras de televisão, câmaras fotográficas digitais e câmeras de vídeo, da Subposição 8525.80;

VII - aparelhos receptores para radiodifusão, mesmo combinados, num mesmo invólucro com um aparelho de gravação ou de reprodução de som, ou com um relógio, da Posição 85.27;

VIII - aparelhos receptores de televisão, mesmo incorporando um aparelho receptor de radiodifusão ou um aparelho de gravação ou de reprodução de som ou de imagens; monitores, exceto os relacionados no inciso V do caput, e projetores, da Posição 85.28;

IX - partes reconhecíveis como exclusiva ou principalmente destinadas às câ-meras da Subposição 8525.80, referidas no inciso VI, e aos aparelhos das Po-sições 85.27, 85.28 e 85.29;

X - tubos de raios catódicos para receptores de televisão, da Posição 85.40;

XI - câmeras fotográficas; aparelhos e dispositivos, incluídos as lâmpadas e tubos, de luz-relâmpago (flash), para fotografia, da Posição 90.06;

XII - câmeras e projetores cinematográficos, mesmo com aparelhos de grava-ção ou de reprodução de som incorporados, da Posição 90.07;

Resumos Tributários IOB • Benefícios Fiscais de IPI - Volume IX 21

XIII - aparelhos de projeção fixa; câmeras fotográficas, de ampliação ou de redução, da Posição 90.08; e

XIV - aparelhos de relojoaria e suas partes, do Capítulo 91.

§ 3º Para os aparelhos do inciso III do caput, os benefícios previstos no artigo 140 não estão condicionados à obrigação de realizar os investimentos de que trata o § 1º do mesmo artigo (Lei nº 8.248, de 1991, artigo 16-A, § 5º, e Lei nº 11.077, de 2004, artigo 1º).

Isenção e redução

Artigo 142. Os microcomputadores portáteis (Códigos 8471.30.11, 8471.30.12, 8471.30.19, 8471.41.10 e 8471.41.90 da TIPI) e as unidades de processamen-to digitais de pequena capacidade, baseadas em microprocessadores (Código 8471.50.10 da TIPI), de valor até R$ 11.000,00 (onze mil reais), bem como as unidades de discos magnéticos e ópticos (Códigos 8471.70.11, 8471.70.12, 8471.70.21 e 8471.70.29 da TIPI), circuitos impressos com componentes elé-tricos e eletrônicos montados (Códigos 8473.30.41, 8473.30.42, 8473.30.43 e 8473.30.49 da TIPI), gabinetes (Código 8473.30.1 da TIPI) e fontes de alimentação (Código 8504.40.90 da TIPI), reconhecíveis como exclusiva ou principalmente destinados a tais produtos, os bens de informática e automa-ção desenvolvidos no País (Lei nº 8.248, de 1991, art. 4º, §§ 5º e 7º, Lei nº 10.176, de 2001, artigo 11, §§ 1º e 4º, Lei nº 10.664, de 2003, artigo 1º, e Lei nº 11.077, de 2004, arts. 1º e 3º):

I - quando produzidos na Região Centro-Oeste e nas regiões de influência da Sudam e da Sudene (Lei nº 10.176, de 2001, artigo 11, §§ 1º e 4º, e Lei nº 11.077, de 2004, art. 3º):

a) até 31 de dezembro de 2014, são isentos do imposto;

b) de 1º de janeiro até 31 de dezembro de 2015, as alíquotas do imposto ficam sujeitas à redução de noventa e cinco por cento; e

c) de 1º de janeiro de 2016 a 31 de dezembro de 2019, as alíquotas do imposto ficam sujeitas à redução de oitenta e cinco por cento;

II - quando produzidos em outros pontos do território nacional, as alíquotas do imposto ficam reduzidas nos seguintes percentuais (Lei nº 8.248, de 1991, art. 4º, § 5º, Lei nº 10.664, de 2003, artigo 1º, e Lei nº 11.077, de 2004, artigo 1º):

a) noventa e cinco por cento, de 1º de janeiro de 2004 até 31 de dezembro de 2014;

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b) noventa por cento, de 1º de janeiro até 31 de dezembro de 2015; e

c) setenta por cento, de 1º de janeiro de 2016 até 31 de dezembro de 2019.

Parágrafo único. O Poder Executivo poderá atualizar o valor fixado no caput (Lei nº 8.248, de 1991, art. 4º, § 6º, e Lei nº 11.077, de 2004, artigo 1º).

Artigo 143. As alíquotas do imposto, incidentes sobre os bens de informática e automação, não especificados no artigo 142, serão reduzidas:

I - quando produzidos na Região Centro-Oeste e nas regiões de influência da SUDAM e da SUDENE, em (Lei nº 10.176, de 2001, artigo 11, e Lei nº 11.077, de 2004, art. 3º):

a) noventa e cinco por cento, de 1º de janeiro de 2004 a 31 de dezembro de 2014;

b) noventa por cento, de 1º de janeiro até 31 de dezembro de 2015; e

c) oitenta e cinco por cento, de 1º de janeiro de 2016 a 31 de dezembro de 2019, quando será extinta a redução; e

II - quando produzidos em outros pontos do território nacional, em (Lei nº 8.248, de 1991, art. 4º, § 1º-A, Lei nº 10.176, de 2001, artigo 1º, e Lei nº 11.077, de 2004, artigo 1º):

a) oitenta por cento, de 1º de janeiro de 2004 até 31 de dezembro de 2014;

b) setenta e cinco por cento, de 1º de janeiro até 31 de dezembro de 2015; e

c) setenta por cento, de 1º de janeiro de 2016 até 31 de dezembro de 2019.

Artigo 144. A isenção ou redução do imposto somente contemplará os bens de informática e automação relacionados pelo Poder Executivo, produzidos no País conforme PPB, estabelecido em portaria conjunta dos Ministros de Estado do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e da Ciência e Tecnologia (Lei nº 8.248, de 1991, art. 4º, §§ 1º e 1º-C, e Lei nº 10.176, de 2001, artigo 1º).

* PPB - Redução de 100% do imposto devido relativo a bens ou produtos com tecnologia desenvolvida no País conforme artigo 4º, § 7º, I, 1 da Lei nº 8.248/1991 na redação dada pela Lei nº 12431/2011.

* Portaria MCT nº 950, de 12.12.2006 - Caracteriza bens ou produtos com tecno-logia desenvolvida no País, para efeito do disposto na Lei nº 8.248, de 23.10.1991 e no Decreto nº 5.906, de 26.09.2006.

* Solução de Consulta nº 93/2011 - Bens de informática e automação. Redução do IPI. Conceito de empresa e estabelecimento. A redução do IPI prevista no artigo 4º