resumos de leitura obrigatória aula 24 - 13/05/2019 · 2019-06-03 · modalidade por...
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• Apesar da obrigação Tributária ter o seu nascimento com a prática do fato gerador,
é necessário que o crédito tributário seja constituído através do lançamento tributário,
conforme determina o Artigo 142 do CTN.
• O Crédito Tributário poderá ser constituído por meio de 03 modalidades:
1) Lançamento de Ofício – Artigo 149, CTN
- A Autoridade é quem verifica a ocorrência do Fato, calcula o tributo, identifica o sujeito,
e enviar o tributo para o contribuinte efetuar o pagamento. Exemplo: IPTU, IPVA, Taxas,
Contribuição de Melhoria.
- O entendimento sumulado do STJ, é que o contribuinte passa a ser notificado do
lançamento pelo envio do carnê ao seu endereço – Sumula 397. Sobre este tema temos o
julgamento do Resp 1.111.124/PR em que o STJ firmou a compreensão no sentido de que
a remessa ao endereço do contribuinte do carnê do pagamento é ato suficiente para a
notificação do lançamento tributário e que, milita em favor do fisco, a presunção de que
a notificação foi entregue ao contribuinte.
2) Lançamento por Declaração – Artigo 147, CTN
- A autoridade precisa receber informações do Sujeito Passivo da obrigação sobre a
ocorrência do Fato Gerador. Exemplo: ITBI (quem recolhe é o comprador do imóvel). O
ITCMD em muitos estados é por declaração. Em outros estados já tem sido feito na
modalidade por homologação, como, por exemplo os estados do PR, SP e SC.
3) Lançamento por Homologação – Artigo 150, CTN
- A Lei determina que o próprio contribuinte que verifica a ocorrência do Fato Gerador,
calcula e faz o pagamento. Ele antecipa o pagamento, e a autoridade em até 05 anos
homologa ou não o lançamento. Essa modalidade de lançamento representa para a
autoridade competente um menor custo na arrecadação e fiscalização do ônus tributário.
- De acordo com o CTN essa homologação pode ser feita de forma expressa ou tácita:
i) Expressa: Ocorrerá nos casos em que até 05 anos a contar da ocorrência do fato gerador
o fisco se manifestar homologando o mencionado tributo.
ii) Tácita: Expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado,
considera-se homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito tributário,
salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação.
- Exemplo: IPI, ICMS, PIS, COFINS, IR, ITR, ITCMD.
Importante reforçar o conteúdo da Sumula 436 do STJ que determina: “a entrega de
declaração pelo contribuinte reconhecendo débito fiscal constitui o crédito tributário,
dispensada qualquer outra providência por parte do fisco”.
DECADÊNCIA
• Decadência é o instituto jurídico que demarca a perda do direito subjetivo de
constituição do crédito tributário pelo lançamento. O STJ possui entendimento que temos
02 prazos para contagem da decadência, a depender da espécie de lançamento:
Como se trata de um tributo lançado por homologação declarado e pago, assim, deve
respeitar a regra especial de contagem. O lançamento só poderá ser feito até 09.08.2016.
Não só a Administração Fazendária pode como deve formalizar o crédito em discussão
(lançar), sob pena de decadência do direito de fazê-lo, mesmo estando em curso a ação
judicial de sentença preventiva (anterior ao lançamento) com o condão de suspender a
exigibilidade do crédito (seja por depósito, caução, ou por qualquer decisão judicial para
tanto eficiente, liminar, sentença ou acórdão). (Direito Processual Tributário Brasileiro -
administrativo e judicial / James Marins).
No presente caso, apenas foi feito o deposito em juízo, mas não o efetivo lançamento.
Deve respeitar a regra geral de contagem. O lançamento só poderá ser feito até
31.12.2015.
ITCMD judicial - lançamento declaração ou misto
Súmula 112 do STJ: O imposto de transmissão "causa mortis" é devido pela alíquota
vigente ao tempo da abertura da sucessão.
Análise do RESP 1.668.100:
https://dizerodireitodotnet.files.wordpress.com/2019/01/s%C3%BAmula-622-stj.pdf
AULA 24 - 15/05/2019
(...) DECADÊNCIA
Vicio formal: aqueles referentes as procedimento e ao documento que tenha formalizado
a existência do crédito tributário. Pode ser convalidado – anulável.
A título de exemplo, imagine-se que, no dia 22 de maio de 2007, tenha ocorrido o fato
gerador de determinada taxa sujeita a lançamento de ofício. Nesta situação, por conta da
regra geral, o prazo decadencial começaria a fluir no primeiro dia do exercício seguinte
(1.º de janeiro de 2008). Admita-se que, no dia 23 de abril de 2011, um agente público
incompetente promova o lançamento do tributo e que, posteriormente, o sujeito passivo
impugne o lançamento realizado, resultando na anulação de lançamento em virtude do
vício formal decorrente da incompetência da autoridade lançadora. Se a declaração de
nulidade se tornar definitiva no dia 20 de novembro de 2013, a partir desta data começará
a fluir quinquênio legal para a realização de novo lançamento. (Direito tributário
esquematizado / Ricardo Alexandre. – 10. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro:
Forense; São Paulo: MÉTODO, 2016).
O parágrafo único do art. 173 do CTN prevê uma antecipação do termo inicial do prazo
decadencial, ou seja, o dies a quo é deslocado, antecipadamente, do primeiro dia do
exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado para a data da
medida preparatória do lançamento. Caso o prazo decadencial já tenha sido iniciado por
força do inc. I do art. 173, não será possível aplicar o dispositivo, provocando alteração
no prazo decadencial já iniciado (nesse sentido: Eurico Marcos Diniz de Santi, Sacha
Calmon Navarro Coelho, Alexandre Barros Castro, Hugo de Brito Machado, entre
outros). (Código Tributário Nacional Comentado / Eduardo Sabbag. – 2. ed. rev., atual. e
ampl. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2018).
PRESCRIÇÃO
• Prescrição é o instituto jurídico que demarca a perda do direito a pretensão
executória. Ocorrendo a prescrição, o crédito tributário estará extinto, em razão da perda
da força executória do Estado. Conforme determina o artigo 174 do CTN, a ação
prescreve em 05 anos contados da data da sua constituição definitiva.
• Perda do direito subjetivo de exigir o crédito tributário (execução fiscal).
• 05 anos da constituição definitiva do crédito tributário.
• Constituído definitivamente:
- Lançamento já vencido (boleto)
- Não cabe mais recurso no âmbito administrativo. (30 dias para recurso, da ciência da
decisão)
Decreto 70.235/72, Art. 15. A impugnação, formalizada por escrito e instruída com os
documentos em que se fundamentar, será apresentada ao órgão preparador no prazo de
trinta dias, contados da data em que for feita a intimação da exigência.
Súmula 106 do STJ: Proposta a ação no prazo fixado para o seu exercício, a demora na
citação, por motivos inerentes ao mecanismo da Justiça, não justifica o acolhimento da
arguição de prescrição ou decadência.
Suspensão e interrupção da prescrição
• Suspensão: Deixa de fruir o prazo, e quando volta a contar, contínua de onde parou
→ Art. 151 do CTN.
• Interrupção: para a contagem, e retorna desde o início → Art. 174. P.U. I a IV do
CTN.
Súmula Vinculante 21: É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios
de dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso administrativo.
Súmula Vinculante 28: É inconstitucional a exigência de depósito prévio como requisito
de admissibilidade de ação judicial na qual se pretenda discutir a exigibilidade de crédito
tributário.
Deve-se verificar a Lei do programa de parcelamento que pode:
I) Confissão da dívida – art. 174, Parágrafo único, IV, CTN - SUSPENDE
II) Adesão ao parcelamento - art. 151, VI, CTN – INTERROMPE
AULA 26 - 20/05/2019
Solidariedade tributária e contagem da prescrição
Art. 125. Salvo disposição de lei em contrário, são os seguintes os efeitos da
solidariedade:
III – a interrupção da prescrição, em favor ou contra um dos obrigados, favorece ou
prejudica aos demais.
Na solidariedade tributária, os devedores solidários respondem pelo todo, sem que haja
um necessário benefício de ordem. Ela pode ser natural ou legal. Na solidariedade natural,
há indivíduos que têm interesse comum no fato que desencadeia a constituição do fato
gerador da obrigação tributária principal. Exemplo: irmãos coproprietários de uma
fazenda quanto ao ITR. Na solidariedade legal, há expressa determinação legal para a sua
ocorrência. Importante é mencionar que a solidariedade tributária passiva não comporta
benefício de ordem, ou seja, o Estado pode escolher qualquer um dos devedores para
assumir totalmente o cumprimento da obrigação tributária (art. 124, parágrafo único, do
CTN). Dessa forma, o Fisco não está adstrito a uma ordem de preferência, e nenhum dos
coobrigados pode ser contemplado pelo chamado “benefício de ordem”. O art. 125 do
CTN, por sua vez, dispõe sobre os efeitos da solidariedade. (Código Tributário Nacional
Comentado / Eduardo Sabbag. – 2. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense; São
Paulo: MÉTODO, 2018).
3. Interrupção da prescrição e responsabilidade de sócios-gerentes – “De acordo com o
art. 125, III, do CTN, em combinação com o art. 8º, § 2º, da Lei nº 6.830/80, a ordem de
citação da pessoa jurídica interrompe a prescrição em relação ao sócio, responsável
tributário pelo débito fiscal” (STJ, 2a T., REsp 717.250/SP, Rel. Min. Eliana Calmon, j.
em 26/4/2005, DJ de 6/6/2005, p. 294, REPDJ 6.4.2006 p. 260). Assim, caso seja citada
a pessoa jurídica (ou proferido o despacho determinando sua citação, após a LC nº
118/2005), e depois disso transcorram-se mais de cinco anos sem que sejam citados os
sócios-gerentes eventualmente corresponsáveis (ou seja proferido o despacho
determinando a citação destes, relativamente ao período posterior à LC nº 118/2005),
considera-se prescrita a pretensão da Fazenda de executar estes últimos. “O
redirecionamento da execução fiscal contra os sócios co-obrigados, após decorridos 5
(cinco) anos desde a citação da pessoa jurídica autoriza a declaração da ocorrência da
prescrição” (STJ, 2a T., REsp 234.547/SP, Rel. Min. Francisco Peçanha Martins, DJ de
20/5/2002, p. 119). (Código Tributário Nacional: anotações à Constituição, ao Código
Tributário Nacional e às Leis Complementares 87/1996 e 116/2003 / Hugo de Brito
Machado Segundo. – 6. ed. rev., atual. e ampl. – São Paulo: Atlas, 2017).
PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE – Lei de execução fiscal
Art. 40 - O Juiz suspenderá o curso da execução, enquanto não for localizado o devedor
ou encontrados bens sobre os quais possa recair a penhora, e, nesses casos, não correrá o
prazo de prescrição. INICIALMENTE O JUIZ APENAS SUSPENDERÁ A
EXECUÇÃO
§ 1º - Suspenso o curso da execução, será aberta vista dos autos ao representante judicial
da Fazenda Pública. INTIMAÇÃO FAZENDA
§ 2º - Decorrido o prazo máximo de 1 (um) ano, sem que seja localizado o devedor ou
encontrados bens penhoráveis, o Juiz ordenará o arquivamento dos autos.
§ 3º - Encontrados que sejam, a qualquer tempo, o devedor ou os bens, serão
desarquivados os autos para prosseguimento da execução.
§ 4o Se da decisão que ordenar o arquivamento tiver decorrido o prazo prescricional, o
juiz, depois de ouvida a Fazenda Pública, poderá, de ofício, reconhecer a prescrição
intercorrente e decretá-la de imediato.
§ 5o A manifestação prévia da Fazenda Pública prevista no § 4o deste artigo será
dispensada no caso de cobranças judiciais cujo valor seja inferior ao mínimo fixado por
ato do Ministro de Estado da Fazenda.
Súmula n. 409 do STJ: Em execução fiscal, a prescrição ocorrida antes da propositura da
ação pode ser decretada de ofício (art. 219, § 5º, do CPC).
A regra vale para as dívidas em geral, não, porém, para as de natureza tributária. Para
estas prevalece a regulamentação do CTN, que é lei de natureza complementar e não pode
ser alterada por lei ordinária.
Súmula 555 do STJ: Quando não houver declaração do débito, o prazo decadencial
quinquenal para o Fisco constituir o crédito tributário conta-se exclusivamente na forma
do art. 173, I, do CTN, nos casos em que a legislação atribui ao sujeito passivo o dever
de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa.
Prescrição no redirecionamento da execução fiscal ao sócio da empresa.
Súmula 430 do STJ: O inadimplemento da obrigação tributária pela sociedade não gera,
por si só, a responsabilidade solidária do sócio-gerente
Prescrição no redirecionamento da execução fiscal ao sócio da empresa.
REDIRECIONAMENTO DE DÍVIDA A SÓCIOS - REsp 1.201.993
1- O prazo de redirecionamento da execução fiscal, fixado em cinco anos contados da
citação da pessoa jurídica, é aplicável quando o referido ato ilícito previsto no artigo 135,
III, do Código Tributário Nacional (CTN), for precedente a esse ato processual.
2- A citação positiva do sujeito passivo devedor original da obrigação tributária por si só
não provoca o início do prazo prescricional quando o ato de dissolução irregular for a ela
posterior, uma vez que em tal hipótese inexistirá, na aludida data da citação, pretensão
contra o sócio gerente. O termo inicial do prazo prescricional para cobrança do crédito
dos sócios gerentes infratores nessas hipóteses é a data da prática de ato inequívoco
indicador do intuito de inviabilizar a satisfação do crédito tributário já em curso de
cobrança executiva promovida contra a empresa contribuinte, a ser demonstrado pelo
fisco.
3- Em qualquer hipótese, a decretação da prescrição para o redirecionamento impõe seja
demonstrada a inércia da Fazenda Pública ou ato inequívoco mencionado no item
anterior, respectivamente nos casos de dissolução irregular, precedente ou superveniente
à citação da empresa, cabendo às instâncias ordinárias o exame dos fatos e provas
atinentes à demonstração da prática de atos concretos no sentido de cobrança do crédito
tributário no decurso do prazo prescricional.(REsp 1.201.993,1ª Seção, julgado em
09/05/2019).
Importante! “Termo inicial” para redirecionar. Antes ou depois da citação?
Palavra-chave: Prática de ato inequívoco.
Antes desse precedente, que não foi divulgado o voto, a prescrição era contada: “a partir
da citação do contribuinte, independentemente de a dissolução irregular acontecer antes
ou após esse marco processual”.
Interpretação da norma: O reconhecimento da ocorrência da prescrição ou da decadência
acarreta o julgamento da ação pela improcedência liminar do pedido, abrigando-se no art.
330 somente as situações em que o indeferimento da petição inicial ocorre através da
prolação de sentença terminativa. O parágrafo único do art. 487 estabelece que, ressalvada
a hipótese do § 1º do art. 332, a prescrição e a decadência não serão reconhecidas sem
que antes seja dada às partes oportunidade de manifestar-se. (Novo Código de Processo
Civil comentado / Misael Montenegro Filho. – 3. ed. rev. e atual. – São Paulo: Atlas,
2018).
A Lei n. 12.514/2011, ao tratar das contribuições devidas aos Conselhos profissionais em
geral, assim dispõe: (...) Art. 8º Os Conselhos não executarão judicialmente dívidas
referentes a anuidades inferiores a 4 (quatro) vezes o valor cobrado anualmente da pessoa
física ou jurídica inadimplente. Parágrafo único. O disposto no caput não limitará a
realização de medidas administrativas de cobrança, a aplicação de sanções por violação
da ética ou a suspensão do exercício profissional. (Grifo nosso) Em 26 de março de 2014,
a 1ª Turma do STJ (REsp 1.404.796/SP, rel. Min. Mauro Campbell Marques) entendeu
que esse art. 8º é inaplicável às execuções ficais propostas antes da vigência do referido
diploma legal, ou seja, antes de 31 de outubro de 2011. Vale dizer que, nesse perío do
anterior, os Conselhos não estavam impedidos de executar judicialmente dívidas
referentes a anuidades inferiores a 4 (quatro) vezes o valor cobrado anualmente da pessoa
física ou jurídica inadimplente (Manual de direito tributário / Eduardo Sabbag. – 9. ed. –
São Paulo: Saraiva, 2017).
- Art. 2 § 3º da LEF: A regra não vale para as dívidas de natureza tributária.
- Prescrição intercorrente em 10/02/2015
Dicas:
ADVOCACIA TRIBUTÁRIA - TESE PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE
https://www.youtube.com/watch?v=yATDi38e9W4&t=1836s
PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA no Crédito Tributário
https://www.youtube.com/watch?v=2xpwRlChE8A&t=919s
PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA (TRIBUTÁRIO)
https://www.youtube.com/watch?v=54jEPXQsn4Q
Ementa:
- Crédito tributário
- Decadência
- Prescrição
- Suspensão e interrupção da prescrição
- Solidariedade tributária e contagem da prescrição
- Prescrição intercorrente
- Redirecionamento de dívida a sócios
BONS ESTUDOS!!!!
MONITOR: ZOZIMAR RAMONDA