resumos cirurgia

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Distúrbios hidroeletrolíticos Para se entender os distúrbios, é necessário conhecer o que é normal Fisiologicamente, nosso organismo funciona sempre de modo tendendo a uma homeostase Conhecer a composição corporal habitual, é fundamental para se conhecer os distúrbios 1) Água: - corresponde, em média, a 60% do peso corporal total. 0bs: há variações de idade e sexo - está dividida em 2 compartimentos, basicamente: intra-celular (40%) e extra- celular (intra-vascular – 5%; intersticial – 15%) - considerações sobre esses compartimentos: são separados por membranas semi- permeáveis (soluto não passa; osmolaridade dos dois compartimentos é igual); permeáveis à água (mesma osmolaridade; pressão osmótica efetiva depende das partículas que não passam pelas membranas semi-permeáveis; todas as vezes que há um distúrbio, há uma redistribuição de água e solutos tendendo a alguma compensação); responsáveis por essas pressões (entre plasma e líquido intersticial proteínas; entre líquido intracelular e extra-celular sódio) - fisiologicamente há uma neutralidade elétrica (soma dos cátions é igual à soma dos ânions em cada espaço) e há uma tendência a um equilíbrio osmótico entre os compartimentos. 2) Osmolaridade - plasma varia entre 280 e 295mOsm/L (principal responsável = sódio) - há mecanismos fisiológicos que são despertados quando há um distúrbio e que tendem à regularidade: osmorreceptores (neurônios no hipotálamo; detectam

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distúrbios hidro-eletrolíticos e ácidos-básicos

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  • Distrbios hidroeletrolticos

    Para se entender os distrbios, necessrio conhecer o que normal

    Fisiologicamente, nosso organismo funciona sempre de modo tendendo a uma

    homeostase

    Conhecer a composio corporal habitual, fundamental para se conhecer os

    distrbios

    1) gua:

    - corresponde, em mdia, a 60% do peso corporal total.

    0bs: h variaes de idade e sexo

    - est dividida em 2 compartimentos, basicamente: intra-celular (40%) e extra-

    celular (intra-vascular 5%; intersticial 15%)

    - consideraes sobre esses compartimentos: so separados por membranas semi-

    permeveis (soluto no passa; osmolaridade dos dois compartimentos igual);

    permeveis gua (mesma osmolaridade; presso osmtica efetiva depende das

    partculas que no passam pelas membranas semi-permeveis; todas as vezes que

    h um distrbio, h uma redistribuio de gua e solutos tendendo a alguma

    compensao); responsveis por essas presses (entre plasma e lquido intersticial

    protenas; entre lquido intracelular e extra-celular sdio)

    - fisiologicamente h uma neutralidade eltrica (soma dos ctions igual soma

    dos nions em cada espao) e h uma tendncia a um equilbrio osmtico entre os

    compartimentos.

    2) Osmolaridade

    - plasma varia entre 280 e 295mOsm/L (principal responsvel = sdio)

    - h mecanismos fisiolgicos que so despertados quando h um distrbio e que

    tendem regularidade: osmorreceptores (neurnios no hipotlamo; detectam

  • variaes de at 1 miliosmol); mecanismo de sede; liberao de ADH que age no

    tbulo contorcido distal (impermevel agua na ausncia de ADH)

    - o rim consegue eliminar urina com osmolaridade de 50mOsm/L at 1200 a

    1400mOsm/L; at 600mOsm diariamente; pelo menos 500ml de diurese por dia;

    - o clculo da osmolaridade plasmtica (devida, principalmente ao sdio) feito

    atravs da equao: Osm = 2Na + glicose/18 + uria/5,6

    3) Alteraes dos lquidos corporais:

    - perdas por: dficits de gua; dficits de gua e sdio

    - excessos por: excesso de gua; excesso de gua e sdio;

    3.1) dficit de gua:

    - ocorre quando h perda de gua livre, sem ons; perda de lquidos hipotnicos

    (diabetes insipidus; baixa ingesta de gua; perdas digestivas crnicas tratadas com

    lquidos hipotnicos diarreia, vmitos, fstulas; hipoaldosteronismo primrio;

    perdas salinas em nefropatias; febre; aumento de frequncia respiratria)

    - sinais e sintomas: sintomas de depleo do volume EC so minimizados ate que a

    perda seja significativa; sede; aumento da osmolaridade plasmtica

    hipernatremia com urina concentrada;

    - como calcular o dficit (a partir de Na plasmtico): paciente de 60kg e sdio de

    150 gua estimada = 36L; C1V1 = C2V2; 150X36 = 140Xvolume final; volume

    final = 38,55L; volume de gua a ser oferecido = 2,55L

    - tratamento: reposio de gua, preferencialmente pelo TGI (ou via endovenosa);

    utilizao de soro glicosado 5% quando no se puder utilizar o TGI (pois evita lise

    de hemcias, leso endotelial, etc.)

    3.2) dficit de gua e sdio:

    - perda de lquidos isotnicos

    - podem ser internas, externas ou ambos

    - externas: vmitos, drenagem gstrica, fstulas

    - internas: sequestro ou 3 espao (ex.: perda de lquido em local de trauma

    tecidual; acmulo de lquido na luz e parede intestinal obstruo intestinal;

    exsudao de lquidos nos processos inflamatrios e infecciosos pancreatite;

    exsudao e transudao em cavidades peritonites)

    - caractersticas: perda isotnica (desidratao isotnica); contrao do VEC sem

    repercusso no compartimento IC; ativao dos mecanismos de reteno de gua

    e sdio.

    - manifestaes clnicas: relacionada com a gravidade e velocidade da depleo de

    volume; perdas agudas sede, sonolncia, apatia, diminuio de reflexos

    tendinosos e apatia; hipotenso postural (>20%); piora do quadro oligria,

    diminuio de turgncia jugular, hipotermia (colapso circulatrio); reduo de

    turgor, mucosas ressecadas, olhos encovados, lngua sulcada...; aumento de HTC

    com aumento de concentrao de protenas plasmticas; cada 500ml de volume

    plasmtico perdio, h um aumento de 3% no HTC; Na geralmente est normal.

    TOTAL BANCOSNotaperda de lquido hipotnica, mas a desidratao hipertnica

    TOTAL BANCOSNotadesidratao isotnica

  • - correo: estimativa de perda difcil de ser feita; levar em conta grau de

    depleo, velocidade da perda, composio do lquido perdido e condies

    clnicas; geralmente 1kg = 1L (OBS: cuidado com perdas para o 3 espao);

    reposio cuidadosa com solues isotnicas (1/2 do dficit calculado com

    reavaliaes e reposio de ons quando necessrio); dbito urinrio est

    restaurado quando em 30 a 50ml/hora; PVC (10) e PAP (15) com Swan Ganz;

    3.3) excesso de gua:

    - administrao excessiva de gua sem eletrlitos (geralmente soro glicosado 5%

    em excesso)

    - manifestaes clnicas: sintomas de hiponatremia edema cerebral, edema de

    papila, cefaleia, astenia, convulses e coma.

    - tratamento: restrio hdrica, administrao de lquidos hipertnicos; correo

    de distrbios pr-existentes;

    3.4) Excesso de gua e sdio:

    - hiper-hidratao isotnica (aumento de soluo salina); edema tecidual, edema

    pulmonar; diminuio de hemoglobina, hematcrito; obs: sem alterao em sdio;

    4) Alteraes eletrolticas:

    4.1) sdio:

    - hiponatremia (

  • antagonismo dos efeitos txicos sobre o corao (gluconato), aumento da

    captao intra-celular de potssio (polarizantes, b-agonista e NaHco3); eliminao

    de potssio do organismo (resina de troca e dilise)

    5) Balano hdrico:

    - refere-se troca hidro-eletroltica diria do organismo frente s ingestas e perdas

    hdricas

    - balano de perdas e ganhos de gua e ons

    - fisiologicamente (dirio): ganho gua endgena (300 a 400ml/dia), gua dos

    alimentos e ingesto oral (2000ml/dia); perdas sensveis diurese (800 a

    1500ml/dia) e fezes (100 a 250ml/dia); perdas insensveis respirao e pele (500

    a 1000 ml)

    Obs: a cada 1 de aumento acima de 37 em 24 horas, h uma perda de

    aproximadamente 500ml

    Necessidades por dia:

    Na 1,5 mEq/Kg

    K 1 mEq/Kg

    gua 30 a 40 ml/kg

    Ca 0,2 a 0,3 mEq/Kg

    Mg 0,3 a o,4mEq/Kg

    OBS: no h necessidade de sempre repor cada um desses ons, todos os dias, em

    paciente mais estvel.

    - necessidade de glicose para inibir processos de gliconeognese (processo caro

    e mais lesivo) e fornecimento para SNC; 100 gramas em 24h j inibem a protelise

    - pacientes cirrgicos so susceptveis distrbios hidro-eletrolticos vrios

    fatores interferindo

    - importncia: REPOSIO

    - para quem repor? Pacientes com VO insuficiente, em que a no administrao de

    soro leva a distrbios hidro-eletrolticos; pacientes com perdas significativas, sem

    possibilidade de utilizao do TGI para reposio

    6) Disponibilidade no mercado: solues com glicose, NaCl, KCl, sulfato de magnsio,

    gluconato de clcio, fosfato de potssio, NaHCO3, com volumes e concentraes

    distintas.

    - soros com glicose: 5% ou 10% (bolsas de 500ml); 5g ou 10g de glicose em 100ml;

    25 ou 50 gramas de glicose em 500ml; 100 ou 200 calorias em 500ml.

    - NaCl: isotnica com o plasma (0,9%); 0,9 gramas de sal em 100 ml; 4,5 gramas de

    sal em 500ml

    - NaCl 10%: ampolas de 10ml 17,1 mEq/ampola

    - NaCl 20%: 34,2 mEq em 10ml por ampola

    - KCl 19,1%: 25 mEq por ampola

    - KCl 10%: 13,5 mEq por ampola

  • 7) Exemplo: paciente de 60Kg submetido a cirurgia torcica e no 2 dia PO no

    consegue ingerir nada devido a dor e nuseas. Como prescrever soro?

    - clculos: 100 a 200g de glicose; 30 a 40ml/kg/dia de gua; 60x40 = 2400ml (5

    esquemas de soro glicosado 5% de 500ml); sdio: 60x1,5 = 90mEq (5 ampolas de

    10%) ; potssio: 60x1 = 60 mEq (5 ampolas de 10%); OBS: soro glicosado 50%

    50g em 100ml (vem em ampolas de 20ml)

    Distrbios cido-bsico:

    Fisiologicamente o pH 7,35 a 7,45

    Sistemas de compensao:

    - tampo de protenas plasmticas

    - tampo fosfato

    - tampo hemoglobina

    - tampo NaHCO3/cido carbnico

    Equao de dissociao:

    - H + CO3 H2CO3 H20 + CO2

    Equilbrio dinmico: compensao imediata pelo sistema respiratrio, no entanto,

    somente em alguns dias nos sistema renal

    Como avaliar? Gasometria arterial!

    - pH 7,35 a 7,45

    - PaCO2: 38 a 42

    - HCO3: 22 a 26

    - BE: -1 a +1

    - PO2: 75 a 100

    Distrbios:

    - acidose metablica; acidose respiratria; mista

    - alcalose respiratria, metablica ou mista

    Hiato aninico:

    - neutralidade eltrica

    - mEqNa = mEqCl + mEqHCO3 + hiato aninico

    - hiato aninico so nions habitualmente no medidos pelos mtodos de laboratrio

    (sulfato, fosfato, protenas plasmticas, citratos, lactatos)

    - valor habitual inferior a 10

    - acima de indicativo de acidose metablica

    - acima de 20 confirmatrio

    1) Acidose metablica:

    - diminuio de HCO3- e de BE com aumento da concentrao de H+

    - hiato aninico aumentado (aumento de nions no dosados, reduo na

    excreo de cidos orgnicospor falncia renal)

    - aumento de cidos endgenos como cido lctico, cetoacidose diabtica e

    acidose alcoolica.

    - ingesto de cidos exgenos

  • - diminuio da contrao e dbito cardaco

    - hiperventilao (compensao) e maior gasto energtico

    - distrbio mais importante no PO

    - fadiga, mal estar, hiperventilao

    - TTO: causa de base; uso de bicarbonato em situaes emergenciais; vrias

    situaes clnicas

    2) Acidose respiratria:

    - ocorre em processos que limitam a eliminao de CO2 pelos pulmes

    (hipoventilao)

    - obstruo de VA, obesidade, distrbios neuromusculares, cirurgia laparoscpica

    (insuflar de CO2 na cavidade peritoneal)

    - confisso mental, sonolncia, letargia e coma; aumento da PIC e dilatao dos

    vasos sanguneos

    - diminuio de PO2 e aumento de PCO2

    - tto: corrigir causa ventilatria

    3) Alcalose metablica:

    - cloro urinrio divide as alcaloses metablicas em salina responsiva (20)

    - causa mais comum: vmitos repetidos, drenagem gstrica constante e volumosa,

    uso de diurticos com perda de H+;

    - letargia, debilidade muscular e confuso mental

    - hipoventilao mecanismo compensatrio

    - aumento de HCO3- e de BE

    - tto: acetazolamida e correo de base

    4) Alcalose respiratria:

    - pode ocorrer por hiperventilao

    -muitas vezes associada com hipoxemia

    - no requer, habitualmente, abordagem especfica do distrbio cido-bsico

    - diminuio de CO2

    Interpretao da gasometria:

    - acidemia metablica: espera-se que para cada 1mEq de diminuio no HCO3- ocorra

    diminuio de 1,2 na PCO2

    - alcalemia metablica: aumento de 1mEq em HCO3- leve a um aumento de 0,6 na

    PCO2.

    - acidemia/alcalemia respiratria: 1mmHg de aumento na PCO2 leve a um aumento de

    0,4 no HCO3-.

    Resposta neuro-endcrina e metablica ao trauma

    Inflamao no deve ser considerada doena;

  • A resposta considerada normal ao trauma, mas a partir do momento em que no

    haja mais benefcios, deve ser interrompida;

    A resposta visa manter uma homeostase (aporte de oxignio, fluxo sanguneo; garantir

    a homeostase, restaurar estabilidade cardiovascular, corrigir os distrbios

    hidroeletrolticos, criar fontes alternativas de energia, por meio da neoglicognese,

    por exemplo, preservar substratos calricos, principalmente carboidratos, preservar

    rgos nobre crebro e corao com redistribuio do fluxo sanguneo:

    vasoconstrio renal com diminuio da diurese, vasoconstrio cutnea palidez e

    gastrointestinal; )

    A resposta tem uma relao direta com a extenso do trauma;

    Leses maiores com risco de morte levam a um caos biolgico (dis-homeostase)

    (distrbio da homeostase);

    So 4 as fases do trauma:

    - fase de leso: 2 5 dias, dependendo ada extenso do trauma;

    - ponto crtico: desativao da resposta por 1 a 2 dias;

    - fase anablica: 3 a 12 semanas, ganho de fora muscular, balano nitrogenado

    positivo

    - anabolismo tardio: ganho de peso e tecido adiposo; balano calrico positivo, dura

    meses a anos

    Fase 1:

    - ansiedade, medo e dor do incio resposta (+ comum em cirurgias eletivas)

    - inanio, imobilizao e drogas anestsicas aumentam essa resposta;

    - trauma causa perda sangunea, leso tecidual, reduz volume do lquido extra e intra-

    vascular

    - vias de estimulao (sinais neurais e mediadores): nociceptores ativam SNS

    resposta ao estresse; tratos espinotalmicos crtex e tlamo; hipotlamo

    resposta neuro-endcrina (hormnios); barorreceptores no arco artico e seio

    carotdeo; receptores venosos em AE e AD (diminuem liberao PNA); ferida (resposta

    inflamatria aguda) mediadores, prioridade do reparo, ativao do fgado, centro

    de controle da temperatura (ativao de macrfagos, moncitos); infeco da ferida

    (perpetuao da resposta inflamatria); mediadores produzidos = citocinas, fatores de

    complemento, fatores de ativao plaquetria, cininas, cascata de coagulao,

    endorfinas, histaminas...

    - alteraes maiores: hormnios de estresse aumentados (cortisol, catecolaminas,

    glucagon hiperglicemia); hormnios de controle de volume aumentados (renina-

    angiotensina; aldosterona; arginina; vasopressina); hormnios sexuais e t3 diminudos;

    mediadores de feridas aumentados;

    - resultados: hipermetabolismo, protelise, cicatrizao de feridas tem incio (apesar

    do balano negativo), liplise, ganho de gua extra-celular, produo aumentada de

    glicose para clulas anaerbicas da cicatrizao da ferida

    - correlatos fisiolgicos: compensao cardiovascular (aumento de PA, FC e RVP);

    reteno de sal e gua (aumento de ADH e aldosterona); aumento no consumo de O2,

    demanda circulatria e produo de calor febre discreta (sntese de glicose no fgado

    o maior responsvel pelo aumento no consumo de O2) hipermetabolismo nas 1s

    24 horas; resistncia insulina; secreo de glucagon; catabolismo excessivo; balano

  • nitrogenado negativo; decomposio e liberao de fatores intracelulares da massa

    corporal no adiposa

    Fase 2 (fase de supresso da atividade adren-cortical):

    - se no ocorrer no tempo certo, deve-se procurar algum fator que ainda prende o

    paciente na fase 1 (ex.: foco de infeco)

    - alcanado quando o paciente est estabilizado e sem complicaes; com homeostase

    adequada

    - cessao da fase 1

    - cicatrizao da ferida continua, mas com menor resposta inflamatria

    - clinicamente: o paciente parece se recuperar, o pulso retorna ao normal, diurese

    abundante, j um aumento de insulina com controle de glicemia

    Fase 3:

    - fase de anabolismo protico

    - ocorre imediatamente aps o ponto crtico

    - h recuperao de fora e balano nitrogenado, mas de forma lenta.

    - ganho de peso cerca de 3 a 8 vezes amis lento que sua perda

    Fase 4:

    - pode confundir com fase 3

    - reposio de reservas lipdicas

    - balano nitrogenado zero

    Estratgias para reduo da resposta:

    - cuidados pr-operatrios

    - tcnica adequada com procedimentos minimamente invasivos (a percepo de um

    menor trauma pelo organismo, leva a menor resposta com menor liberao hormonal)

    - boa analgesia

    - nutrio enteral precoce (impedir que o paciente se comporte como no jejum;

    permite menor resistncia insulina, como a que ocorre na fase 1 do trauma e no

    DM2 diminuio dessa resposta)

    OBS: outros objetivos dessas estratgias: induzir percepo de normalidade;

    diminuio da resposta e estimulao imunolgica do intestino (A funo imune do

    intestino depende de trs componentes: barreira intestinal, sistema imune associado

    ao tecido linfide - GALT, plasmcitos, linfcitos, imunoglobulina A - e microflora

    intestinal. A nutrio pode influenciar o sistema imune intestinal, destacando a

    participao de nutrientes especficos. Mudanas na largura das microvilosidades,

    vilosidades e altura so importantes indicadores das mudanas induzidas pelo jejum. A

    nutrio parenteral est associada a mudanas morfolgicas, translocao bacteriana,

    perda de barreira e diminuio da expresso de MAdCAM-1. Entretanto, as frmulas

    enterais renovam as clulas do GALT. A microbiota intestinal um importante

    estimulador do sistema imune. As bactrias probiticas ocupam os receptores de

    ligao na mucosa intestinal, formando um tipo de barreira fsica s bactrias

    patognicas. As fibras probiticas aumentam o nmero de linfcitos e leuccitos no

    GALT, e os simbiticos promovem aumento de IgA e das clulas natural killer).

  • Puno venosa perifrica, central, disseco de veia e puno arterial

    Puno venosa perifrica:

    - infuso de soro, medicamentos, exames...

    - jelco 14 e/ou 16 preferenciais para infuses de grande volume (para procedimento

    de longa durao 72h; OBS: para procedimentos de curta durao, preferir jelcos

    mais finos)

    - tcnica: bisel para cima; aspirao delicada da seringa (para observar se houve o

    retorno espontneo de sangue indica estar no lugar correto);

    - acesso rpido

    - facilidade de obteno

    - alto fluxo (devido ao raio do cateter dimetro menor)

    - complicaes: pequenos hematomas, puno inadequada, trmboflebite...

    Acesso venoso central jelco 18, 22...:

    - indicaes: hemodilise (alto fluxo sanguneo; via temporria at 30 dias ou se

    houver infeco no local ou febre; dilatao da veia cateter calibroso); nutrio (alta

    concentrao das solues); veia cava superior marcapasso provisrio;

    monitorizao de tratamento de IC; PO de cirurgia cardaca; medida de PVC (6 a 10cm

    na linha axilar mdia); cateter da artria pulmonar (swan ganz); reposio volmica;

    acesso perifrico ruim; necessidade de via com mais de uma via (para dois

    procedimentos ao mesmo tempo, por exemplo).

    - obs: cuidado para no formar fstula artrio-venosa; o RX de trax importante para

    controle; fazer assepsia adequada; aps retirada cultura da ponta

    - o melhor mtodo/local de acesso venoso central, depende de qual o cirurgio tem

    mais habilidades

    - contra indicaes: absolutas alteraes anatmicas trauma ou radiao, infeco

    local; relativas paciente no cooperativo, distrbio de coagulao, paciente obeso

    extremo, DPOC v. subclvia;

    - tcnica: veia subclvia (infra ou supraclavicular); veia jugular interna; veia femoral

    leve aspirao com sangue de colorao mais escura; tcnica de SELDINGER (fio guia

    metlico);

    - veia jugular interna: antissepsia rigorosa; anestesia com lidocana 2%; posio de

    trendelemburg 10 ou 15; rotao cervical contra-lateral; puno no vrtice da

    bifurcao do msculo esternocleidomastideo (mirando para mamilo ipsilateral)

    - complicaes: hematoma, embolia gasosa, pneumotrax (fazer RX aps toda

    puno), lacerao da veia, transfixao da veia (60% com residentes);

    - obs: na puno da veia subclvia, importante identificar a linha coracoclavicular e o

    tringulo deltopeitoral, principalmente quando for realizada a tcnica infraclavicular

    mirar no mamilo contralateral; a puno da veia subclvia tem como vanyagem, ter

    uma anatomia mais fixa em relao anatomia da VJI; localizao aproximada

    ponto Mdio do tero mdio da clavcula;

    - na puno arterial, d-se preferncia para a artria radial, pois de menor

    importncia para a irrigao do MS (mais importante a ulnar!) e mais superficial;

    importante fazer leve anticoagulao.

  • Obs: puno venosa cervical posterior menos comum! Puno de femoral est mais

    relacionada puno inadequada de artria, hematoma, trombose e maior risco total

    de complicaes. Puno de jugular tem maior risco de puno arterial, trombose (a,

    inclusive que da femoral) e maior risco relativo total que de subclvia; puno de

    subclvia tem maior risco de pneumotrax e hemotrax que das outras punes e

    maior risco de hematoma que da jugular, tem menor risco relativo total quando

    comparada s outras tcnicas;

    Jugular interna Subclvia Femoral

    Puno arterial 6,3 a 9,1% 3,1 a 4,9% 9 a 15%

    Hematoma 0,1 a 2,2% 1,2 a 2,1% 3,8 a 4,4%

    Hemotrax NA 0,1 a 0,6% NA

    Pneumotrax 0,1 a 0,2% 1,5 a 3,1% NA

    Trombose 7,6% 1,9% 21,5%

    total 6,3 a 11,8% 6,2 a 10,7% 12,8 a 19,4%

    Cicatrizao de feridas

    Independente da leso, os mesmos eventos, na mesma ordem, ocorrem desde que

    haja um processo de cicatrizao ocorrendo.

    - IAM

    - lceras duodenais

    - AVE

    - fraturas de ossos longos

    - feridas cirrgicas...

    Ferida: interrupo da estrutura anatmica normal e, mais importante da sua funo.

    Cicatrizao: a reorganizao perfeita sacrificada em benefcio da funo (deposio

    de tecido conjuntivo, evitar perda de lquidos, limitar entrada de MO, restabelecer

    fluxos sanguneos e linfticos).

    Regenerao: restaurao perfeita, sem deixar cicatriz. Ex.: fgado

    OBS: a acurcia da regenerao trocada pela velocidade de reparo da funo

    cicatrizao

    Sempre que h um processo cicatricial, h as mesmas etapas bsicas

    Feridas agudas: processo reparador ordenado e tempestivo

    Feridas crnicas: no avanam para integridade funcional (param na fase inflamatria

    e no fecham)

    Tipos de fechamento:

    - primrio (1 inteno) pouca fase proliferativa (fase 2)

    - secundrio (inteno espontnea) composto principalmente pela fase 2

    - tercirio (primrio retardado)

    Fases da cicatrizao:

    - resposta imediata (fase inflamatria/reativa): objetivo de limitar quantidade de leso

    e prevenir leso adicional; hemostasia e inflamao, plaquetas e fibrinas, linfcitos,

    macrfagos e neutrfilos...

  • - fase proliferativa/reparadora/regenerativa: processo reparados com reepitelizao,

    sntese da matriz e neovascularizao; linfcitos T e macrfagos

    - fase maturacional/remodelao: contrao da cicatriz ligao cruzada de colgeno;

    retrao e perda do edema

    - obs: essas fases so quase que simultneas; nos momentos certos, h o predomnio

    de uma sobre a outra;

    - umas mesma ferida pode apresentar os 3 processos ocorrendo simultaneamente:

    escara de decbito (exsudato fibrinoso fase 1; tecido de granulao fase2; margem

    de contrao fase 3)

    1) Fase inflamatria/reativa:

    Hemostasia e inflamao

    Cessar sangramento, selar superfcie e retirar necrose

    Alta permeabilidade vascular

    Quimiotaxia das clulas

    Citocinas e fatores de crescimento

    Dura de 1 a 4 dias (feridas no complicadas)

    Leso do tecido e vasos sanguneos colgeno IV e V subendotelial e plaquetas

    ativa cascata de coagulao (intrnseca e extrnseca) agregao plaquetria

    aumento de permeabilidade vascular tamponamento de capilares por eritrcitos e

    plaquetas fator de Von Willebrand e glicoprotenas IIb/IIIa plaquetas ativadas

    liberam citocinas que orquestram o reparo tecidual (principais mediadores: fator de

    crescimento derivado de plaquetas; TGF beta principal; IGF-1)

    Aps hemostasia migrao de PMN (atrados por quimiotaxia, vasodilatao

    serotonina e histamina facilitam a migrao) fagocitose liberao de proteases,

    radicais livres de O2 e bactericidas (quanto mais PMN, maior resposta inflamatria

    desbridamento precoce fechamento mais rpido e resultado esttico melhor)

    Moncitos macrfagos (limpeza da ferida, liberao de diversas citocinas

    modulam o processo inflamatrio)

    Linfcitos (surgem, principalmente quando h grande contaminao bacteriana)

    apresentao de antgenos por macrfagos, produo de citocinas

    2) Fase proliferativa:

    Respostas agudas (hemostasia e inflamao) comeam a resolver arcabouo

    derrubado para reparo da ferida com angiognese, fibroplasia e epitelizao tecido

    de granulao (fibroblastos, macrfagos, colgeno frouxo, fibronectina e cido

    hialurnico)

    Angiognese: processo de formao de novo vaso manter ambiente de cicatrizao;

    estimulado por citocinas

    Fibroplasia: sob ao de citocinas fibroblastos (sintetizam colgeno; clulas

    mesenquimais demoram a se diferenciar em fibroblastos 3 a 5 dias), tecido

    conjuntivo adjacente, colgeno, matriz extracelular (cido hialurnico, colgeno tipos I

    e III sntese estimulada por TGF beta e IGF1)

    TOTAL BANCOSNotahemostasia

    TOTAL BANCOSNotainflamao

  • Modificao bioqumica da MEC, aproximando-se da derme normal, diminuio de

    colgeno tipo III em relao ao I (fenmeno mais intenso na cicatrizao por 2

    inteno)

    Epitelizao: minutos aps a leso, j a ativao de queratincitos na borda da ferida;

    proliferao da camada basal com migrao dos queratincitos sobre a MEC;

    sintetizao de colgeno tipo IV, formando membrana basal ; os ceratincitos

    comeam a migrar da periferia para o centro

    3) Fase de maturao

    Tecido cicatricial

    Pouco organizado e pouco vascularizado; composto por colgeno

    Remodelamento: equilbrio entre sntese e degradao do colgeno, diminuio da

    vascularizao e da infiltrao de clulas inflamatrias

    Processo longo

    3 semana atinge 30% da fora tnsil

    6 semana atinge 80% da fora tnsil

    Aps estabilizao, nunca voltar a ser pele normal

    Contrao da ferida: movimento centrpeto da pele circundante, reduzindo a

    quantidade de cicatriz desorganizada (miofibroblastos); cura rpida; visa um melhor

    resultado esttico, mas pode ser inimiga (queimaduras e traumas extensos)

    Contratura da ferida: constrio fsica ou limitao da funo, resultante da contrao

    da ferida (resultado ruim da contrao)

    Os neutrfilos aparecem primeiro e esto presentes, principalmente na fase de

    inflamao, os macrfagos (24 a 48h da leso), linfcitos (5 dia da leso 7 dia

    aumentam muito) e fibroblastos (principalmente na fase 2), iniciam na fase 1 e vo at

    a fase 3.

    TOTAL BANCOSNotacomea geralmente a partir do 7 - 8 dia de leso

  • Cicatrizao anormal fatores envolvidos:

    - infeco

    - isquemia

    - respirao

    - circulao

    - tenso local

    - DM, drogas exgenas, dexorrubicina

    - radiao ionizante

    - idade avanada

    - desnutrio

    - deficincia de vitaminas A e C

    - deficincia de minerais, zinco e ferro

    Cicatriz hipertrfica:

    - deposio excessiva de colgeno

    - excesso de TGF beta

    - diminuio de metaloproteinases

    - elevada, mas que se mantm nos limites da ferida original

    - pode regredir

    - podem ocorrer em qualquer lugar do corpo

    Queloide:

    - cresce alm dos limites da ferida

    - raramente regridem

    - pele escura; gentica; acima das clavculas, face, MMSS; no h como prevenir;

    aumento da expresso de TGF beta 1 e 2

    Fatores que interferem na cicatrizao:

    - infeco: causa mais comum; 105 colnias de bactrias; prolonga fase inflamatria

    (interfere com epitelizao, contrao, deposio de colgenos)

    - desnutrio: associada com catabolismo protico, o que retarda o processo;

    albumina < 2 maior chance de deiscncia; diminuio de vitamina C sntese de

    colgeno; diminuio de vitamina A diminui moncitos e TGF beta; falta de zinco

    diminui epitelizao;

    - perfuso tecidual de O2: anemia com volemia normal no interfere, mas HTC < 15%,

    desidratao, sutura muito apertada, insuficincia arterial e outros fatores que levem

    hipoxemia interferem

    inflamao

    proliferao

    maturao Linha vermelha:

    fibronectina

    Linha azul: colgeno

    tipo II

    Linha preta: colgeno I

    Linha laranja: quebra

    de fora da ferida

    li

    4d 8d

  • - DM e obesidade: todas as fases so afetadas; defeitos em microcirculao; aumenta

    degradao do colgeno; mais susceptveis infeco; obesidade tb tem a questo do

    comprometimento perfusional da ferida

    - radiao ionizante: leso da clula endotelial e endoarterite; no tem incio a

    angiognese; age principalmente em clulas nas fases G2 e M, clulas que se dividem

    rapidamente so mais afetadas (fibroblastos e ceratincitos)

    - envelhecimento: colgeno muda (fica mais frouxo), diminuio da atividade de

    macrfagos

    - glicorticides e quimioterpicos: interferem em todas as fases; fase inflamatria e

    sntese de colgeno; impede proliferao dos fibroblastos, endotelicitos... pois

    interferem na diviso celular

    Cicatrizao fetal:

    - quanto mais novo, melhor o resultado

    - fase inflamatria menos intensa e no h acmulo de colgeno no feto (menor

    cicatriz)

    - operaes in-tero: deixam pouca ou nenhuma cicatriz

    Puno abdominal/laparotomias/laparoscopias

    Laparotomia (celiotomia):

    - abertura cirrgica da cavidade abdominal

    - teraputica (apendicite, colecistectomia...)

    - propedutica (investigao de ascite, irritao peritoneal...)

    - OBS: incises medianas tm menor chance de hrnia do que incises paramedianas

    - princpios fundamentais: acessibilidade; flexibilidade (ex.: permitir possibilidades

    diagnsticas durante procedimento, se necessrio); segurana (acesso amplo, mas

    apropriado para a proposta cirrgica; possibilidade de ampliao da inciso; rapidez

    em sua realizao e menor dano possvel parede abdominal; respeito aos planos

    antomocirrgicos)

    - tipos de incises: verticais; transversa (comum em crianas); oblqua (FID, FIE, regio

    lombar, pode ser retroperitoneal e extraperitoneal sem violar o peritnio

    permitir melhor recuperao do paciente); toracoabdominal (cirurgia de adrenais,

    fgado...); retroperitoneal; extraperitoneal;

    - escolha da inciso: depende do rgo de interesse, da familiaridade do cirurgio com

    o acesso, da urgncia (comum incises medianas supra e infra umbilicais para controle

    de dano), da presena de incises prvias.

    - principais incises: vertical (mediana, para-mediana ou lateral); transversa; Mc

    Burney, Gibson; Pfannenstiel; subcostal ou Kocher; combinadas;

    Mediana:

    - inciso rpida e til no trauma

    - tambm realizada em gastrectomias, cirurgias de retroperitnio (rins, pncreas e

    vias biliares)

    - permite ampliao, se necessrio e, acesso a praticamente toda a cavidade

    abdominal

  • - supra, infra ou mdia umbilical

    - relativamente fcil de fechar

    - virtualmente sem sangramento

    - excelente acesso para cavidade abdominal e retroperitnio

    - supra-umbilical: linha mdia; processo xifoide at 1cm acima do umbigo; pele, TSC,

    linha alba, gordura pr-peritoneal e peritnio (OBS: gordura pr-peritoneal mais

    vascularizada superiormente; ateno ao ligamento falciforme)

    - infra-umbilical: linha alba estreita, podendo lesar msculo reto abdominal; em

    geral, o peritnio aberto superiormente (bexiga); rgos plvicos, apndice,

    sigmoide e reto.

    Inciso subcostal de kocher: 2,5cm do rebordo costal; acesso para fgado e vias

    biliares, adrenal, rim, bao, flexura heptica do clon, duodeno...

    - geralmente, faz-se uma inciso na musculatura e, por isso, a chance de ocorrerem

    hrnias maior que a inciso anterior.

    - subcostal direita: biliar; obs pode ser esquerda (esplenectomia, em desuso);

    pode ser bilateral (heptica); 12cm, em mdia; aps inciso pele (a inciso da pele

    comea 2,5 a 5 cm abaixo da costela), TSC, msculo reto (dividido de acordo com a

    inciso); OBS incises de Mercedes (ampliao da subcostal) so pouco usadas

    Mcburney Gridiron (A) + Rocky-Davis (B mais transversal)

    - Apendicectomia (palpao pode ajudar) B

    - Centralizer no ponto de Mcburney A

    - Bom resultado esttico, mas pode dificultar a cirurgia

    - FID: inciso de escolha; centrada no ponto de Mcburney; a aponeurose do

    msculo oblquo externo dividida no sentido de suas fibras menor incidncia

    de hrnia e/ou deiscncia de suturas (pode ter infeco)

    Pfannenstiel:

    - 5cm acima da snfise pbica

    - cesrea

    - cirurgias ginecolgicas, prstata e bexiga;

    - inciso na linha curva interespinhosa

    - ateno bexiga esvazi-la, iniciar inciso do peritnio superiormente

    - no deve ser realizada para alm das dimenses plvicas

    - vantagem da esttica

    - mais difcil no homem afastamento de musculatura

    Toracoabdominal:

    - cirurgia indicada para retirada de tumores de andar superior do abdome com

    metstase para pulmo

    Lombotomia:

    - adrenal, rins

    - paciente em decbito lateral

    - ocorre seco de msculo, podendo gerar parestesia e dor.

    Sntese: restaurar funo da parede abdominal; razoalvelmente esttica; minimizar a

    frequncia de ruptura da parede abdominal, hrnias, infeco de stio cirrgico; obs

    peritnio, no suturar! (aumenta dor, no promove qualquer benefcio e pode causar

    aderncia); aponeurose sutura contnua com fio inabsorvvel ou de absoro lenta

  • (as chances so semelhantes de deiscncia, hrnia, infeco e dor se utilizar sutura

    interrompida; o fio monofilamentar diminui chance de infeco); TSC sntese

    pouco recomendada (obesidade aproximao quando espessura > 2cm; evitar

    espao morto); pele considerar a tenso e a situao clnica antes da realizao da

    sntese.

    2) Paracentese:

    Peritnio: normal ter um pouco de lquido; ascite acmulo anormal de fluidos na

    cavidade peritoneal; paracentese abdominal/puno peritoneal; manobra invasiva

    destinada a fins teraputicos (esvaziamento) e fins diagnsticos (retirada do lquido

    para anlise).

    Indicaes: investigao diagnstica de ascite; investigao diagnstica de peritonite;

    alvio da dor e desconforto causado por ascite tensa; alvio de dispneia

    Tcnica: ter certeza de bexiga vazia; posio do paciente DDH (dificuldade quando o

    paciente possui IRp); fazer coagulograma; exame fsico (piparote, percusso macia);

    identificar o stio de puno (infra-umbilical cuidado com bexiga; fossas ilacas

    evitar prximo ao umbigo); antissepsia; enviar material para exame citolgico,

    bacteriolgico e/ou bioqumico;

    Complicaes: perfurao intestinal e de rgos intraperitoneais; hemorragia;

    hematoma de parede abdominal; perda contnua de lquido asctico pelo local da

    puno; peritonite; infeco do local da puno.

    3) Laparoscopia (cirurgia endoscpica)

    Complicaes do pneumoperitnio:

    - pulmonar: diminuio da complacncia pulmonar e deslocamento superior do

    diafragma

    - circulatrio: aumento de PVC, PAM e resistncia vascular com diminuio do fluxo

    renal

    - CO2: depresso miocrdica, dilatao arteriolar; obs importante a colocao de

    um filtro de CO2 pelo anestesista pode ser aquecido

    - SNC: aumento de pic

    - arritmia e embolia gasosa

    - puno: sangramento e perfurao de vscera

    - 30% tm dor no ombro (estmulo do n. frnico)

    Cuidados:

    - insuflao lenta do gs (1l/min)

    - presso em cerca de 12 a 15mmHg

    - trocarte sob viso

    Maior preciso espacial, tridimensional; mais confiveis, especialmente para

    movimentos repetitivos; muito mais precisos; OBS 3D = cirurgia robtica

    0bs: alm do CO2, coloca-se uma fonte de luz dentro do abdome

    Porque fazer cirurgia laparoscpica?

    - curiosidade cientfica, benefcios estticos, lucros acadmicos, glria pessoal, inveja,

    medo de concorrncia, dinheiro...

  • Reduo da morbidade e de custos

    - menor morbidade: diminui internao, sequelas e complicaes; mantm ndices de

    cura; no eleva mortalidade; menor sangramento e repercusses ruins.

    - custos: mantm ou at reduz custos globais; menos tempo de afastamento laboral

    Laparoscopia Cirurgia aberta

    No altera indicao cirrgica A escolha do acesso est ligada capacidade do mdico

    O mdico deve aprimorar continuamente seus conhecimentos e usar o melhor progresso cientfico em benefcio dos seus pacientes;

    A laparoscopia no para todos os mdicos e pacientes

    No se trata de modismo; O conhecimento da cirurgia aberta fundamental para a laparoscopia e o padro ouro ainda a cirurgia aberta em muitos casos

    Centrada na equipe Centrada no cirurgio

    Curva de aprendizado longa Curva de aprendizado breve

    Pneumoperitnio:

    - CO2 endgeno total = 120 litros

    - acrscimo de CO2: endgeno (200l/min) + absoro (15 a 50l/min)

    - reservatrios de CO2: sangue + msculos + ossos + gorduras

    - aumento desse CO2 acidose respiratria

    - efeitos nos diversos aparelhos: broncodilatao; diminuio de contratilidade

    miocrdica; vasodilatao; TSV; extrassstoles e arritmias; altera limiares de

    excitabilidade neuronal e convulso com vasodilatao em SNC;