resumo sobre varias aves

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A FORMAO DO PLANTELJoo F. Basile da Silva

Quando o criador principiante se depara com o grande mundo da canaricultura domstica, sua primeira reao de espanto e surpresa. A maioria no imagina que por traz daquele canrio que viu numa exposio, ou mesmo cantando na varanda de alguma casa, exista um mundo to rico em cores, cincia e beleza. O descobrimento disso gera no criador iniciante, o desejo de entrar de cabea nesse grande mundo, o que pode fazer com que decises precipitadas e erradas sejam tomadas. Os passos que transformaro o principiante num criador de sucesso devem ser dados com cautela, e o ingrediente necessrio e indispensvel nessa fase a informao. A formao do plantel um desses primeiros passos e significa mais do que apenas se perguntar: Que cores devo criar? O criador principiante deve, inicialmente ter informaes, ou ao menos noes de como adquirir pssaros em condies de criar, sanitariamente falando, e que lhes daro a satisfao que espera obter do novo hobbie. O auxlio de um criador experiente interessante nessa fase. O principiante deve saber que um pssaro sadio apresenta caractersticas que devem ser avaliadas como plumagem, estado das patas, olhos, respirao, etc. Um pssaro sadio tem a plumagem brilhante, limpa e aderente (com algumas excees em raas de porte). As patas tambm devem ser limpas, sem escamaes ou ulceraes. As unhas devem estar perfeitas. O abdmen tambm deve ser examinado (a famosa assoprada) e deve se apresentar liso, brilhante, sem manchas ou veias aparentes, e com leve acmulo de gordura. Nos machos, o espigo (local que abriga os rgos sexuais) deve estar proeminente, nas fmeas o abdome deve ser plano e liso. Os olhos tambm devem ser examinados e devem ser brilhantes, sem apresentar lacrimejamento ou mesmo falta de penas ao seu redor, indicativo seguro em caso positivo que o pssaro no est em perfeitas condies de sade. A respirao do pssaro tambm um fator importante, e deve ser

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compassada sem chiados ou espirros. O comportamento geral do pssaro tambm deve ser avaliado. Um pssaro sadio movimenta-se constantemente, emite piados e os machos cantam. Um pssaro quieto, aptico e embolado (com as penas arrepiadas) um indicativo seguro de que o mesmo est doente, e, portanto sem condies de criar. A muda de penas deve estar completa e terminada, pois existem molstias e disfunes que provocam muda de pena crnica, e um pssaro em muda no cria. Para que essa avaliao seja bem feita, os pssaros devem ser adquiridos numa poca em que a muda normal de penas esteja completada, ou seja, nos meses de maio a agosto. Os pssaros a serem adquiridos, devem ser preferencialmente filhotes do ano. A aquisio de pssaros adultos tarefa para criadores mais experientes. A aquisio de pssaros em perfeitas condies de sade condio necessria para que uma criao tenha sucesso. Alm das informaes acima, o criador iniciante deve procurar se filiar a um clube ornitolgico mais prximo, e obter junto aos seus dirigentes mais informaes a esse respeito. A F.O.B. e OBJO atravs de seu site www.fob.org.br tambm fornece informaes importantes sobre esse e outros assuntos. Sabedor disso, o principiante dever escolher as cores ou raas que deve criar, e para isso so necessrias novas informaes. O manejo de criao uma experincia que se adquire com o tempo. Com isso, o iniciante deve procurar comear com pssaros menos exigentes nesse aspecto. Manejo nesse caso significa no apenas a conduo da criao em si (acasalamento, postura, alimentao), mas tambm o manejo gentico (acasalamentos visando melhores resultados) sabe-se que existem cores e raas de porte que apresentam dificuldades que s podem ser contornadas por criadores com bastante experincia. Ningum aconselharia um novato a comear com Frisado Parisiense

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ou com acetinados com fator, s para citar dois exemplos. O iniciante deve estar ciente que o primeiro ano deve ser de aprendizado, principalmente em relao ao citado manejo. Para isso existem cores e raas de porte com caractersticas mais adequadas ao criador que comea. Entre os canrios de cor, temos a linha clara clssica sem fator (srie litocrmicos clssicos sem fator) e mesmo a linha escura clssica sem fator (verdes, azuis, gatas e isabelinos). So sries normalmente proliferas e de manejo gentico simplificado. (Sugerimos apenas os canrios sem fator vermelho, uma vez que o manejo dos corantes um passo que, acreditamos, deva ser dado posteriormente). Entre os canrios de porte podemos citar os fife fancy, raa espanhola e outras raas de porte pequenas, indicadas pelos mesmos motivos citados acima. Finalizando, caso o objetivo do criador principiante seja se desenvolver tecnicamente e participar de concursos, deve tambm visitar criadores com experincia e que participam dos campeonatos, com o objetivo de aprender a dirigir sua criao na direo da cor ou raa que mais lhe agrada.REVISTA BRASIL ORNITOLGICO N 58, Pgina 13

NOVO INQUILINOAntonio Carlos Lemos

H meses estou enrolando para escrever estas poucas palavras sobre essas maravilhosas aves que nos visitam a todo o momento. Estes acontecimentos merecem registro. Em meados de setembro do ano passado, percebemos bastante terra no piso do nosso quiosque, logo abaixo de um vaso de orqudeas. Durante alguns dias, aps a limpeza, esta sujeira aparecia novamente. A princpio no entendemos o que estava ocorrendo, mesmo porque no havia nada sobre o vaso alm do talo da orqudea, chegamos a pensar que a pomba amargosinha estava tentando fazer seu ninho novamente. S tivemos certeza de que estava acontecendo quando vimos o ninho totalmente pronto dentro do vaso que fica pendurado no madeiramento do quiosque. Um ninho diferente do anterior, da amargosinha. Este era mais profundo e bem acabado se comparado aos poucos gravetos do ninho da pombinha. Era o ninho do sabi que cantarolava o dia

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todo em nosso quintal. Que maravilha! O primeiro pensamento que veio a mente foi o comentrio que provavelmente irei escutar novamente do meu colega Osvaldo Brasileiro l de Poos: - carlito! Outro passarinho fez ninho l na sua casa? Agora ta provado que voc mora no meio do mato mesmo, tudo quanto passarinho faz ninho l s! Pois senhor Osvaldo, mas alm desse casal de sabis, tambm est chocando, no coqueiro, uma pomba do ar como a chamamos por aqui, pena que ela um pouco arisca e no deixa chegar muito perto para fotografar, e tambm outra amargosinha que j fotografei o nico filhote, j grandinho. Mas o nosso encantamento pelo sabi que fez o ninho no vaso que fica no lado oposto do antigo ninho da amargosinha, bem no baixo, ao alcance das mos. Foi um bom perodo sem churrasco, pois, ficamos receosos em acender as luzes e espantar a fmea. Um dia fizemos um churrasco no jantar, era poca de besouros, no deu outra, lotou de besouro voando nas lmpadas e a fmea saiu do ninho. E agora? Vai abandonar? Ih, fizemos besteira! Que nada, ela saiu do ninho piando alto, foi para debaixo da lmpada e comeou a comer os besouros que caiam no cho. Andou pela grama, sempre piando e em poucos minutos voltou para o ninho, nem se importando com o cheiro da fumaa ou com as pessoas que ali estavam a menos de 2 metros do seu ninho. Na verdade s ficavam bravos quando amos, durante o dia, fotografar o ninho e os seus filhotes. Davam rasantes e piavam bem alto. Eram dois filhotes enormes desde o nascimento, muito fortes, de colorao amarelo queimado. Cresceram bem rpido e de repente j saram do ninho. Ficaram andando pela grama durante vrios dias aprendendo a voar. Os pais sempre junto, tratando-os a todo o

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momento. Que dedicao! Um belo dia desapareceram e s voltamos a ver o casal vrios dias depois, chocando novamente, agora bem no alto, no p de amora que fica em frente ao criadouro dos canrios. Tudo se repetiu, mais dois filhotes, as andanas pelo quintal e o que melhor, repetindo seu maravilhoso canto. A propsito, o casal de soldadinhos chocou novamente, mas, na rvore da rua, em frente de casa. Espero poder registrar novamente outros acontecimentos como este.REVISTA BRASIL ORNITOLGICO N 58, Pginas 28 e 29

REVELANDO AS ARTIMANHAS DA CRIAOJos Olvio de Almeida

Conceituado criador de pssaros deixa os segredos de lado e expe suas tcnicas e habilidades no tratamento dos azules. Ele apesar da pouca idade, j se tornou uma referncia na criao de azules. Essa fama se deve ao fato de se dedicar criao de pssaros desde os tempos de criana. Jos Olvio de Almeida, hoje tem uma modesta, como ele mesmo define, criao de azules, trinca-ferros e coleiras Papa Capim. Crio pssaros desde os seis anos de idade, comecei como a maioria dos garotos, com um coleiro Papa Capim, mas sempre tive muita admirao por azules, declara Jos. O criador diz que so muitas as dificuldades para se reproduzir tais pssaros, mas ele acredita que por meio do compartilhamento de informaes e com um pouco de fora de vontade, por parte dos passarinheiros interessados, os objetivos sero alcanados, e como resultado esses criadores obtero uma criao bem sucedida e de qualidade. Jos comenta que muitos passarinheiros que se iniciam

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na criao de azules no alcanam sucesso por no terem muita experincia e ainda serem considerados amadores, mas ele mesmo ressalta que essas dificuldades podem ser superadas por meio do contato com criadores que j tm maior vivncia e tato com essa espcie de pssaros. A escolha das matrizes De acordo com Jos um dos maiores erros na criao de azules acontece porque alguns criadores acham que o sucesso em seu plantel est garantido por possuir um macho fogoso ou uma fmea que pede gala a todo o momento. A presena de aves com essas caractersticas so muito comuns nos plantis. Mas esses pssaros representam somente um sinal de que o comeo de um possvel sucesso est prximo. Sempre que nos deparamos com alguma matria sobre criao de azules, quase certo que os autores faam descries sobre a escolha de matrizes de boa procedncia, diz Jos. O criador alerta os passarinheiros para o fato de que as boas matrizes so cada vez mais raras. Isso, segundo ele prova que quem as tm dificilmente abre mo delas. No sendo possvel adquiri-las, deve-se ento utilizar o que se tem em mos. Passo a passo Em primeiro lugar recomendado que se escolha um azulo macho que apresente boa plumagem, canto agradvel e de preferncia muita fibra. O segundo passo a escolha das fmeas. Assim como na do macho os aspectos da plumagem e do porte so fundamentais. Esses processos de escolha mostram que o trabalho rduo, mas resultar em filhotes com boa linhagem. A fase do acasalamento Os azules so pssaros extremamente territorialistas, portanto se faz necessrio evitar mais de um macho no recinto. Quanto s fmeas, estima-se que um nmero perfeito para se iniciar uma criao amadora de trs fmeas por macho. O ms ideal para o acasalamento setembro. Porm, a partir de agosto o criador j pode comear a mostrar o macho para as fmeas. Essa exibio deve ser feita duas vezes ao

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dia, em intervalos de uma hora para cada fmea. O macho tambm deve ser colocado para cantar prximo a elas, mas sem que sejam vistos. Muitas fmeas acasalam com um azulo, somente ao escut-lo cantar. As fmeas tambm no devem ter nenhum tipo de contato para que seja evitado qualquer tipo de estresse. A maioria dos iniciantes na criao de azules comete um erro clssico ao acasalar o macho pelo simples fato de a fmea estar pedindo gala. Durante alguns anos e por que no dizer alguns fracassos, Jos diz ter constatado que o melhor seria reproduzir o azulo seguindo os procedimentos adotados pelos criadores de bicudos e curis. Esses criadores colocam a fmea num gaiolo que possui uma diviso. Quando a fmea comea a carregar ciscos para o ninho, o macho colocado no lado menor do gaiolo e quando a fmea comea a pedir gala, a diviso da gaiola retirada para que a gala seja consolidada. Esse processo deve ser praticado nos horrios da manh por volta das 8:30h e tarde s 16:00h. necessrio que se observe se o macho conseguiu xito em sua gala para que seja feita a separao no gaiolo. Passados alguns minutos dessa operao ele deve ser retirado e levado para a sua gaiola. Costumo deixar o macho em torno de uma hora junto com a fmea, explica Jos. Gaioles e ninhos O criador diz que em sua criao costuma utilizar gaioles com diviso, com a medida de 60cm de comprimento, 45cm de largura e 45cm de altura, do lado da fmea. Para o macho ele recomenda 50cm de comprimento, 45cm de largura e 45cm de altura. A gaiola deve estar num local amplo com boa ventilao, sem corrente de ar. Deve-se evitar deix-la rente a paredes, para que as aves fiquem protegidas da ao da umidade e do ataque de formigas. O ideal coloc-la sobre uma prateleira. No necessrio retirar a gaiola no local para trato do pssaro. Quanto menos se mexer na gaiola melhor. O ninho deve ser composto de corda na parte externa, e a parte interna confeccionada com bucha vegetal. A medida para o ninho deve ser de aproximadamente 7cm de dimetro por 5cm de profundidade. Deve-se oferecer

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como material para a confeco do ninho a fibra de sisal ou rama, facilmente encontrada em casas especializadas. Os primeiros ovos Na fase que antecede a gala, o casal deve receber algumas gotas de Vitamina E, que sero aplicadas diretamente nos bebedouros, feitas trs dias na semana, durante duas semanas. A vitamina E excelente para a fecundao dos ovos. Quando a fmea botar o primeiro ovo, no existe mais a necessidade de se passar o macho para galar, uma vez que todos os ovos que ainda esto por vir estaro fecundados. A fmea geralmente botar um ovo por dia, totalizando o mximo de trs ovos. Geralmente as fmeas entram em estado de choco aps botarem o ltimo ovo e somente saem do ninho para se alimentar. O primeiro filhote nasce ao 13 dia. Os demais viro consecutivamente um a cada dia. Ao 17 dia costumam abandonar o ninho e se aventurar aos primeiros saltos e vos. Os filhotes podero ser separados da me assim que observamos que este esto se alimentando sozinhos. Eles chegam a esse estgio numa mdia de 35 dias. Caso a me comece a bater nos filhotes, eles devem ser separados e colocados no outro lado da gaiola. Isso acontecendo a me os alimentar por meio de grade de separao. Ao 5 dia de vida recomenda-se que seja feito o anilhamento, utilizando anilhas inviolveis com dimetro de 2,8mm, fornecidas pelo IBAMA. Preveno Acontece muito de os filhotes virem a bito entre o 7 e 10 dia de vida. A preveno, de algumas patologias, deve ser feita sempre para que no levem as aves morte. Recomendo que o interessado procure um veterinrio, a fim de administrar um vermfugo e outros produtos que possam controlar a coccidiose, assim como salmonela e microorganismos que so responsveis pelos ataques aos filhotes. Estes males esto quase sempre relacionados falta de higiene, refora o criador. Deve-se lavar diariamente o fundo das gaiolas para assim evitar contaminao pelas fezes. Meses antes da reproduo necessrio administrar

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tais medicamentos com a finalidade de livrar os pais da contaminao, para que estes no transmitam tais doenas para seus filhotes. Durante a fase de desenvolvimento os filhotes devem ser tratados com gua limpa e fresca acrescida de polivitamnico. Carta na manga Mesmo com tantos detalhes e cuidados talvez voc ainda diga que tudo foi em vo, uma vez que no obteve sucesso algum. Tal decepo quase sempre se refere morte dos filhotes antes mesmo deles abandonarem o ninho. Contrariando o que muitos criadores dizem, devo informar que nem todas as fmeas de azules so boas mes, complementa Joo. Existem fmeas que no tratam os filhotes regularmente e outras que saem do ninho com muita freqncia, provocando a baixa demasiada na temperatura dos filhotes, ocasionando ento a morte dos mesmos. Outras ainda, simplesmente abandonam seus filhotes sem motivo aparente. Levando-se em conta que estamos comeando a criao, deveremos ter uma carta na manga para que surpresas desagradveis sejam evitadas. Ento o melhor a fazer conhecer o nosso plantel identificando assim quais as fmeas que no esto correspondendo ao que realmente esperamos delas. Para estas fmeas devemos utilizar a continuao da criao com amas secas. Os criadores devem adquirir, antecipadamente, ao incio da criao dos azules, no mnimo dois casais ou mais de canrios comuns (canrios do reino). Devemos esperar a postura das fmeas de azulo, e cada ovo posto deve ser separado e guardado. Os ovos normalmente so guardados em local fresco e sem umidade por um prazo de 10 dias. Assim que tivermos uma das fmeas de canrios em fase de postura, feita a substituio dos ovos dela pelos ovos de azulo. A semelhana entre os ovos de canrios e azules grande. Porm os filhotes so bem diferentes. Por conta dessa diferena poder acontecer de a canria no aceitar os filhotes, mas este um fato que no acontece com muita freqncia. Caso isso acontea bom que se tenha em mos uma estufa eltrica. Esse equipamento facilmente encontrado pela internet ou em casas especializadas.

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A estufa utilizada normalmente quando as fmeas tanto do azulo como do canrio abandonam seus filhotes. Conforme o aumento da plumagem dos filhotes, a temperatura da estufa deve ser diminuda seguindo as orientaes da tabela do fabricante. Deve-se observar na aquisio desta se a mesma possui um reservatrio de gua, uma vez que o calor retira a umidade dos filhotes e tambm pode causar a morte. Alimentao para filhotes Mistura em gros 50% Alpiste, 20% de paino, 10% de aveia, 10% de arroz em casca e 10% de nger. Mistura farelo 50% Milharina, 30% Aminopan, 10% papa de ovo, 10% casca de ostra (clcio). Larvas de tenbrio Oferea s mes, nove larvas, trs vezes ao dia. Esse alimento uma tima fonte de protena para os filhotes. Orosol Adicione ao bebedouro de 50ml, 3 gotas de Orosol, trs vezes por semana. Para os filhotes que esto sendo tratados na estufa, deveremos oferecer pequenas doses de papa prontas para filhotes, facilmente encontradas em casas especializadas, recomendo a Megazoo. Para levar a papa at o bico do filhote, utilize um palito sem ponta e sem farpas. O tratamento deve ser feito em intervalos de uma hora e meia. Deve-se observar o papo dos filhotes para no deix-los muito cheios. Na ocorrncia de fezes moles, devese utilizar uma gota do medicamento Neo Sulmetina SM, aplicado diretamente no bico do filhote, duas vezes ao dia. Podemos tambm ajudar no trato dos filhotes, mesmo quando estes ainda estiverem no ninho com suas mes, fornecendo pequenas doses de papa trs vezes ao dia. Dica Caso nasa algum filhotes em chocadeira ou se por infelicidade alguma fmea o abandonar no primeiro dia de vida, evite aliment-lo durante as primeiras 48 horas. Deve-se oferecer apenas um

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hidratante, utilizo uma gota de Orosol, trs vezes ao dia. Aps as 48 horas deveremos proceder com a alimentao base de papa.REVISTA PASSARINHEIROS & CIA N 28, Pginas 10 a 13

O PEITO SECOFernando Vasta A denominao tcnica ou cientfica para peito seco caqueixa ou emaciao. Pois est relacionado a um estado de fraqueza, mal-estar, desgaste, perda de apetite, prostrao, podendo evoluir at a morte quando no tratado imediamente, que extremamente comum nas aves. Est relacionado com a falncia e a diminuio a eficincia do sistema imunolgico.

Vale a pena ressaltar que o peito-seco no uma doena e sim um sintoma de alguma doena j instalada, que leva a ave a ter essa sndrome. Falar que uma ave morre de peito seco a mesma coisa que falar que uma pessoa morre de tosse. Uma caracterstica evidente e que originou o nome da patologia, a reduo da musculatura peitoral com a exposio proeminente do externo ou quilha. O peito-seco pode ter vrias etiologias ou seja causas, que podem variar desde um parasitismo, infeco fngica, bacteriana ou virais, tumores, coccidiose, problemas nutricionais, doenas metablicas ou problemas de manejo como instalaes inadequadas, falta de higiene e m qualidade da gua que favoream a queda da imunidade da ave e possa instalar alguma doena, e etc. O peito seco instala-se porque ocorre uma injria que leva a ave a ter o seu consumo alimentar reduzido, conseqentemente reduz o seu aproveitamento energtico da alimentao, com isso o animal comea a repor as energias utilizando-se de suas reservas de gordura (que no caso da ave pouca) para suprir as necessidades; esgotandose a gordura utilizado o glicognio e por fim a sua ltima reserva de energia que o consumo das protenas musculares, principalmente onde se encontra a maior parte que a musculatura peitoral. Alm da visualizao da quilha, outra caracterstica que encontrada uma poliria (excesso de urina) e poliuratos (excesso de uratos por degradao protica), caracterizando a diarria branca.

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Para realizar o tratamento a primeira coisa a ser feita identificar a causa o mais rpido possvel, uma vez que o peito seco instalado, ele ser a fase terminal na vida de uma ave onde est utilizando sua ltima fonte de energia. O sucesso do tratamento ir depender do estado geral da ave, da possibilidade de administrao da medicao, diagnstico preciso da doena e dedicao intensa do criador. A Plumas oferece como sugesto de tratamento do peito seco causado por bactrias e coccidiose as medicaes respectivamente: Sade ampolas, e Coquetel. Vale sempre ressaltar que sempre que o proprietrio encontrar em seu plantel aves com esses sintomas, sempre procure ajuda a um mdico veterinrio especialista na rea para diagnosticar o problema do seu plantel.REVISTA PASSARINHEIROS & CIA N 28, Pgina 25

PARTICIPAO POR DE DIREITO

QUEMAlosio Pacini Tostes

A agenda 21 brasileira um compromisso assumido pelo Brasil durante a Eco92 Conferncia sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento que consiste num planejamento estratgico de desenvolvimento sustentvel para o Pas, envolvendo a sociedade civil e o setor pblico. Um de seus trechos diz exatamente: Agenda 21 Brasileira tem por objetivo avaliar os fatores e as potencialidades para instituir um modelo de desenvolvimento sustentvel para o Brasil, determinando estratgias e linhas de ao cooperadas ou partilhadas entre a sociedade civil e o setor pblico. A comisso constituda por representantes do governo e por representantes da sociedade civil, do setor produtivo, das ONGs e do setor acadmico. A inteno de tudo isso, para ns, est claro, o texto est objetivando preparar a melhor poltica pblica para tratar do meio ambiente, extrada de uma ampla negociao, onde democraticamente os grupos tenham podido emitir e registrar as respectivas opinies. Inteligente e perfeita proposio, seria uma forma de participao de todos aqueles que tem interesse na rea e que poderiam, cada um a seu modo de dizer, gestionar e defender os seus legtimos interesses. A rigor seria ento, para a questo de animais silvestres, em especial de aves/passeriformes: Representantes do Governo: Tcnicos do IBAMA,

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Oficiais das Polcias Ambientais. Da Sociedade Civil: Segmento de Ornitofilia e Zoolgicos. Do Setor Produtivo: Representantes dos Criadores Legalizados e Cooperativos de Produo. Das Ongs: Organizaes No Governamentais. Do Setor Acadmico: Prof. ligados rea de meio ambiente, em especial Zootecnia e Biologia. Agora, porm, surgem as dvidas. Como chegar l? Primeiramente, como participar? Quem teria esse legtimo direito? Alm do mais, esses representantes deveriam passar por um sistema de rodzio para que no haja o perigo de se criarem ranos. Dito isto, falamos pelo nosso segmento, pelos ornitofilistas, aqueles que se dedicam a criar/manter passeriformes, um uso e costume de nosso povo de h muito, e que no pode ser contestado a bem da razo e da prpria preservao, inclusive porque h muitos que esto realizando um eficiente trabalho de reproduo domstica. E o mais importante, so cerca de oito milhes de pessoas por todo esse Brasil que possuem aves em seu domiclio. E o pior, nunca tiveram nenhum tipo de representao ou voz, so em grande parte, desinformados, humildes e pobres. Nunca se falou claramente de como se resolver o grave problema que temos com essa importante constatao que muito envolve uma desejada relao saudvel com a natureza. Somos, no entanto, plenamente conscientes que a grande maioria est fora da legalidade, visto que possuem pssaros provindos do trfico ou capturados na natureza. Um problema gravssimo e que tem que ser resolvido. Inclusive porque muitos dos indivduos (pssaros) no tem mais condio de serem soltos na natureza, o que se faria com eles? Lev-los para depsitos, centro de triagens? E o patrimnio gentico que representam? Estamos sempre falando nisso porque um problema que at hoje est se tornando insolvel, ningum at agora fez ou sugeriu propostas decentes que encaminhassem a questo e que as aves envolvidas fossem tratadas com dignidade, tendo presente que oferecer maus tratos aos animais crime. Dessa forma, no adianta fazerem-se reunies, discutir e no se efetivar nada de importante. O que se tem visto a mdia falar algumas vezes, faz-se conferncias, alguns renem pessoas, discutem, elaboram-se propostas, e nada mais do que isto. Por fim, uma responsabilidade muito grande de toda a sociedade, se quisermos fazer um Brasil melhor, se quisermos realmente proteger o meio ambiente temos que efetivar propostas racionais exeqveis e que sejam produto de sugestes extradas de reunies formais e que tenha havido a participao por quem de direito.ATUALIDADES ORNITOLGICAS N 118, Pgina 12

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PERIQUITO ONDULADO E SUAS MUTAESDr. Angel Martin Minano

Periquito ondulado e o canrio so muito similares

O periquito ondulado (Melopsittacus undulatus) um pequeno Psitacdeo que foi apresentado, pela primeira vez no Shaw. Mas, anteriormente, foi John Gould o primeiro que descreveu, com preciso, suas caractersticas e seu comportamento e que introduziu na Europa, em 1840, os primeiros espcimes. Rapidamente o periquito ondulado se adaptou e comeou a se reproduzir em cativeiro e assim comeou uma das mais notveis expanses em ornitologia que atingiu seu apogeu com a presena do periquito ondulado no mundo inteiro. Creio que muito importante estudarmos, em primeiro lugar, as caractersticas do periquito selvagem o que permitir melhor explicao das variaes de cor, da forma e do tamanho que apareceram num tempo relativamente curto (a primeira mutao, o periquito amarelo clssico, data somente de 1872) variaes devidas em parte a mutaes aparecidas espontaneamente, mas observadas e melhoradas pelo trabalho atencioso de amadores, graas a verdadeiros prodgios da cincia e pacincia. Do pequeno indgena ao periquito de concurso, h a mesma distncia que entre o canrio selvagem e o frisado parisiense, no que diz respeito da forma da postura (porte) ou ento ao Mosaico isabelino acetinado no que se refere cor. Pode-se dizer que os caminhos percorridos pelo periquito ondulado e o canrio so muito similares, com mutaes comparveis ao ponto que pelo alto nvel da canaricultura, ns estabelecemos comparaes entre esses pssaros para melhor entender. I O periquito selvagem. Mede mais ou menos 17 cm. De costumes gregrios (vive em bandos) encontra-se em todo o continente Australiano. O macho adulto de cor verde escuro, na nuca, nos lados da cabea, na parte alta das costas e na cobertura das asas. Nessas regies apresentam estrias ou ondulaes em amarelo e preto, mais juntas sobre a cabea e nas costas e mais espaadas sobre os ombros e nas asas que apresentam tambm fios brancos. A parte baixa dos ombros, na rabadilha (croupion) da ave, debaixo da cauda, o peito, o ventre e debaixo das asas a cor verde esmeralda claro. A grandes plumagens das asas e algumas remiges tm alguns traos azul claro. A cauda, longa em proporo ao corpo,

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de um azul profundo com uma lista larga transversal. A fronte, a face, o pescoo cujo conjunto constitui e forma a mscara so amarelo limo. As bochechas so ornamentadas com manchas ovaladas de cor azul roxeado, chamadas manchas auriculares e, no pescoo, observa-se 6 manchas pretas redondas chamadas, spots ou prolas, formando um colar na parte inferior da mscara. O bico, de cor cinza esverdeado apresenta na base, contornando as narinas, uma regio chamada cera, azul no macho e marrom na fmea. As patas so de cor azul-ao. Os olhos mostram como no homem, um crculo branco (erradamente chamado de ris) e no aparece nos filhotes. Vemos que afinal de contas, a cor do periquito ondulado pode ser comparado ao canrio verde; como ele, pertence ao tipo negro-marrom, pois ele combina um pigmento (carotenide) amarelo, um pigmento melnico negro, oxidao do marrom e a cor azul resultam da infleco dos raios luminosos pela estrutura das penas. Que um ou outro destes elementos seja modificado e a cor troca; ali aparece um novo fentipo. A soma dos genes transmissveis nos descendentes o gentipo, o fentipo corresponde ao conjunto dos genes (ou fatores hereditrios) que se manifestam visivelmente. Como pode haver modificaes do lipocromo (caratenide) ou da melanina, ou dos dois, iremos ver primeiramente as alteraes possveis. II Modificaes referentes ao lipocromo. Pode haver: Variaes na intensidade do verde. O verde pode ser mais ou menos escuro. Admita-se a presena de um fator de intensidade, podendo existir em simples ou duplo exemplar, em at trs possibilidades, dando a srie verde: 1 verde claro (sem fator de intensindade) 2 verde mdio, verde louro (com um s fator de intensidade) 3 verde oliva (com dois fatores de intensidade) Este fator tambm chamado fator escuro. Desaparecimento do verde. Com a diminuio do verde pela razo da persistncia da melanina conduz ao cinza, pode-se definir uma srie de verde cinza: 1 cinza-verde claro (sem fator escuro) 2 cinza-verde mdio (com um s fator escuro) 3 cinza-verde profundo (com dois fatores escuros)

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Se o desaparecimento do verde completo, teremos a srie cinza. Aqui as regies do corpo que eram amarelas na srie verde, tornam-se brancas notadamente a mscara. A se distinguir ainda: 1 cinza claro normal (sem fator escuro) 2 cinza mdio (com um s fator escuro) 3 cinza profundo (com dois fatores escuros) Pode-se juntar a esta srie considerada normal (ou cinza australiana) o cinza ingls (cor ardosia) que tem manchas auriculares de cor violeta (como na srie verde), ao invs de serem acinzentadas como nos outros periquitos cinzas. Nos periquitos cinza ingls esta caracterstica est ligada ao sexo: so muito raras. Desaparecimento do amarelo: Se o lipocromo amarelo desaparece, a persistncia das melaninas e do azul (produzido por inflexo), torna-se a srie azul. Pode-se distinguir: 1 azul claro, normal, sem fator escuro; o periquito de cor azul celeste. 2 azul mdio, com fator simples; o periquito azul cobalto. 3 azul profundo, com duplo fator escuro; o periquito considerado de cor malva. Pode-se juntar o roxo que no uma cor, mas uma impresso tica que dar o mximo de beleza da srie azul, mas que tambm poder existir tanto na srie verde como na srie cinza. Srie mscara amarela: Quando desaparece o lipocromo amarelo que caracteriza a transformao da srie verde srie cinza ou azul, no ser total, haver uma persistncia no amarelo localizado: segundo sua extenso distingue-se tipo I: somente a mscara amarela; - tipo II: um amarelo atenuado sobre todo o corpo. Ao primeiro tipo pertencem diversos indivduos de sries cinza ou azul e pode-se chegar a aves azuis com mscara amarelo tendo branco ao invs do amarelo sobre todo o corpo. Ao segundo tipo se prende a escala das nuances e dos tons ditos marinhos, pois a sobra do lipocromo amarelo se dilui delicadamente na mscara, assim como no resto do corpo. Este fenmeno aparece nas diversas variedades do cinza e do azul, quaisquer que sejam as caractersticas melnicas, para a presena de sujeitos creme ou marfim, no caso de melaninas bem atenuadas. Bicolores (ou Half-sides). Trata-e de sujeitos que renem simultaneamente na plumagem, caractersticas da srie verde e da srie azul, teoricamente separadas

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simetricamente por uma linha longitudinal, donde uma metade do corpo pertence srie verde e a outra metade srie azul. Na realidade, a separao no ntida, isto muito raro e, segundo Cyril Rogers (nico estudo conhecido), haveria esterilidade porque trata-se de uma aberrao. Pessoalmente durante trs anos, fiz pesquisas com um exemplar bicolor e nunca obtive um ovo fecundado. III Modificaes abrangendo as melaninas. As modificaes atingem as melaninas e podem influenciar sobre a cor no conjunto, sobre aquela do manto ou do corpo; podem ser divididas em trs grupos: - modificao referente cor da melanina; - modificao de intensidade da melanina com possibilidade de seu desaparecimento; - modificao da distribuio da melanina. Bem entendido, estas trs modificaes podem abranger o mesmo sujeito e de se combinar to bem, que a quantidade de variedades enorme. Segundo Switzers que fez o clculo das probabilidades, atingia 294.912 para 884.736 gentipos diferentes. Vamos tomar em conta o fato que, assim que h uma diluio das melaninas, no sero s as melaninas aparentes que se diluem, mas tambm as cores que tm componentes melnicos. Assim, na srie verde a cor tem tendncia para o amarelo e teremos amarelo quando as melaninas desaparecem ou quase. E o mesmo fenmeno que permite ir do canrio verde ao canrio amarelo explicando o verde diludo de gata. Na srie azul temos os mesmos resultados; aparece o azul celeste claro, o azul cobalto claro e o malva claro e chegaremos plumagem branca, quando as melaninas desaparecem totalmente ou quase. Modificaes referentes cor da melanina. As melaninas, normalmente de cor negra (vimos que o periquito ondulado inicialmente do tipo negro-marrom como o canrio), pode ser unicamente marrom, isto corresponde a uma oxidao mnima. Resultar nas possibilidades comparveis s observadas para o canrio. 1) no havendo oxidao: a melanina permanece marrom. Temos dois tipos: - Asa marrom, com manto totalmente marrom com olhos negros sem ris;

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- A canela. O manto totalmente marrom mas os olhos, com ris, so avermelhados no nascimento e tornam-se cor ameixa (amarronzado) quando adulto e h a persistncia de uma ligeira diluio melnica no olho. H pouca modificao na cor do corpo. O fenmeno comparvel ao que se d com o canrio marrom; o carter ligado ao sexo. 2) com fatores de diluio: a melanina marrom aparece mais ou menos atingida, assim como na cor do corpo. Segundo o grau de diluio dois casos podem se apresentar: a) Fallow. A diluio atinge pouco a melanina marrom, o desenho marrom ligeiramente diludo, enquanto que o corpo torna-se verde diludo ou azul diludo. Distingue-se: - O Fallow alemo, com olhos vermelhos escuros e ris. - O Fallow ingls, com olhos vermelho vivo (a melanina do olho mais atingida), sem ris. Para estes dois tipos, a hereditariedade recessiva, pode-se comparar com o canrio rubino. b) Asa rendada ou Lacewing. Aqui a diluio atinge igualmente a melanina marrom, donde h traos de melanina marrom nas asas, veremos que o corpo tornase amarelo na srie azul e creme com mscara amarela. Aparentemente teremos um albino, um lutino ou uma mscara amarelo com restos de melanina marrom nas asas, mais aparentes nas fmeas. Os olhos so vermelhos com ris. E ainda um carter ligado ao sexo. Pode-se comparar com o canrio acetinado. Modificao da intensidade das melaninas. Isso refere-se aos sujeitos apresentando uma diluio mais ou menos marcada das melaninas, podendo afetar a cor do corpo, os desenhos ou os dois juntamente. a) sufuso. A diluio geral, atingindo o corpo, os desenhos e as localizaes melnicas (patas, manchas auriculares, prolas). Resulta em uma cor do corpo amarelo, diluindo na srie verde, branco com sufuso azul, cobalto, roxo, cinza ou malva, com ao mximo de 15% e brancos ou creme nos sujeitos a mscara amarela; b) corpo claro, a diluio atinge somente a cor do corpo e no se refere ao desenho. O corpo da mesma cor que a mscara (amarela na srie verde, branca na srie cinza, azul ou com mscara amarela tipo I e creme em mscara amarela tipo II).

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c) asas cinzas. A diluio afeta o desenho melnico. Ele diz respeito das melaninas pretas e marrom. A cor resultante de um cinza fum que se manifesta tambm nas localizaes melnicas. Isto faz pensar no canrio gata. Mas pode-se ter duas possibilidades: - asa cinza tpica, onde a diluio afeta tambm a cor do corpo. - asa cinza de cor profunda, donde a cor do corpo fica a mesma que nos sujeitos no diludos. d) asas claras. Aqui a diluio do manto quase total, dando as asas e uma cabea praticamente da mesma cor que a mscara, mas observa-se restos na ondulao. A cor do corpo normal; conserva as cores vivas. Segundo a srie a qual pertence, teremos trs tipos de sujeitos: - asas brancas, para as sries cinza, azul ou com mscara amarela. asas amarelas, para os sujeitos da srie verde. - asas creme, para aqueles da srie amarela. Isto nas diversas coloraes de cada srie. A hereditariedade recessiva. e) branco e amarelo com olhos negros. A diluio completa das melaninas chega a uma cor completamente branca, amarela, mscara amarela ou creme, tanto para as costas como no resto do corpo. Mas como h melanina dentro do olho, este negro sem ris. Hereditariedade recessiva. Pode-se comparar este resultado com o que se refere ao canrio lipocromo, com a diferena que para este ltimo, a hereditariedade co-dominante. f) lutino, albino, creme. A diluio, ainda mais intensa afeta tanto a plumagem como o olho. Este vermelho, devido presena de vasos sangneos. O lutino refere-se srie verde, o albino srie cinza ou azul, e tambm mscara amarela. Hereditariedade ligada ao sexo, como com o canrio acetinado. Um macho lutino cruzado com uma fmea verde dar fmeas lutinas. Pode-se tambm incluir dentro deste grupo as variedades Fallow e asas rendadas, pela razo da diluio das melaninas, mas ns os colocamos dentro das modificaes de cor. IV - Modificaes da distribuio das melaninas. Pode haver uma alterao do desenho formado de ondulaes regulares. Localmente, ele pode desaparecer. Pode-se distinguir: a) Opalino. Um fator opalino, fator de mutao abrangendo as ondulaes fazem-nas desaparecer da cabea, donde a extenso da cor da mscara que toma conta da cabea, da parte posterior do pescoo e no comeo

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das asas, dando entre elas um espao lipocromo em forma de V. A caracterstica ligada ao sexo. Segundo a extenso da ausncia das ondulaes distingue-se: - opalino normal, o qual acabamos de descrever. - opalino esplndido, onde no h ondulaes na parte central das asas, teremos um desenho em forma de W. O desenho s se v na periferia das asas. Bem entendido, o opalino pode ser observado em todas as sries. b) Arlequim. Tambm chamado Pga (ave da famlia de corvos) as aves apresentam zonas onde as melaninas so normais e outras onde elas so totalmente ausentes. A ausncia das ondulaes e o carter hereditrio permitem distinguir dois casos: - o arlequim dinamarqus ou recessivo, com patas cor de rosa, olhos negros sem ris, com herana recessiva; - arlequim holands, com manchas irregulares; - arlequim australiano, onde a ausncia das melaninas referentes a regio, mediana no corpo, onde haver uma faixa larga branca, amarela ou creme, de acordo com a srie. O caso mais interessante diz respeito a aves recentes obtidas por M. Pawlik (USA) so periquitos chamados (a collier) de colar onde as melaninas desapareceram, salvo numa s regio em meia lua, acompanhando a mscara, donde haver as aves praticamente amarelas com colar verde ou branco com colar azul, segundo a srie. c) As penas claras. O desaparecimentos das melaninas abrange as sete remiges primrias, as duas longas retrizes e uma zona rodeando a nuca, onde amarelo na srie verde, azul na srie branca ou mscara amarela I, creme na srie mscara amarela II. d) Escamadeira. a ltima mutao observada. H a inverso da localizao das melaninas. Sendo que nas diferentes variedades de periquitos ondulados, as penas de cobertura mostram melanina negra com beirada de branco ou de amarelo (mesma cor que a mscara), nos equameuses ou caills, o contrrio; a parte central da pena da cor da mscara, ento o listado negro. Igualmente as ondulaes so invertidas na cabea, no pescoo e nas costas. V Modificaes da plumagem. Pode-se observar: a) topete, devido a modificao da disposio das penas na cabea. Segundo os casos temos: - um topete ereto (ou vertical) composto de um pequeno grupo de penas

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para a frente da cabea; - um topete semicircular, semelhante a do canrio Lancashire; - um topete circular como tem o Gloster. A transmisso do topete livre; d-se preferncia cruzar topetado x no topetado. b) frisados. As penas de cobertura das asas sendo frisadas, tem-se a impresso que elas foram implantadas pelo avesso. O carter recessivo. c) penas filiformes. Mais longas que as normais, elas tomam um aspecto de fios. uma anomalia, no transmissvel, e os sujeitos, pela razo de problemas de sobrevivncia, so estreis. d) botas como acontece com certos galinceos, h penas sobre as patas. Combinao dos diferentes fatores. Como eu j havia comentado, as diversas mutaes podem se combinar, o que leva a uma grande quantidade de variaes. Pode-se citar, por exemplo, o caso do periquito arco-ris, muito lindo combinando os fatores opalina, azul, branco e mscara amarela II, que o sonho de muitos criadores. Lista do aparecimento das diferentes mutaes, segundo Marcel Duvivier Amarelo Clssico, 1872 (Inglaterra) Azul Celeste, 1878 (Blgica) Lutino, 1879 (ustria) Verde Louro, 1915 (Frana) Verde Oliva, 1916 (Frana) Asas Cinzas, 1919 (Inglaterra) Branco, 1920 (Inglaterra) Cobalto, 1923 (Frana) Salsa, 1924 (Inglaterra) Fallow Alemo, 1929 (Sua) Canela, 1931 (Inglaterra) Albino, 1932 (Alemanha) Opalino, 1933 (Inglaterra) Cinza Ingls, 1934 (Inglaterra e Austrlia) Fallow Ingls, 1935 (Inglaterra) Cinza Verde, 1936 (Inglaterra e Austrlia) Arlequim Dominante, 1937 (Holanda) Mscara Amarela, 1937 (Holanda) Violeta, 1939 (Inglaterra) Asas Claras, 1939 (Austrlia) Arlequim Recessivo, 1940 (Sua) Arlequim Australiano, 1952 (Austrlia)

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Cinza Australiano, 1952 (Austrlia) Lacewing, 1956 (USA) Fallow Escocs, 1960 (Irlanda) Corpo Claro, 1962 (USA, Califrnia) Squameuse, 1976 (Austrlia)REVISTA PSSAROS N 45, Pginas 5 a 8

CURIS E BICUDOSManejo para canto e fibraJeromar A. Ribeiro

Alguns pssaros no precisam que uma fmea fique em uma gaiola prxima at a hora do torneio de fibra, outros pssaros podem ser preparados por um outro Curi ou bicudo macho denominado Chia. Em relao a Bicudos aqui no Rio de Janeiro observa-se que os bicudos de bico preto e rajado, esto na frente daqueles bico claro, isto , fazendo uma estatstica nota-se que entre campees de fibra, a maioria de bico preto ou rajado. preciso fazer um estudo mais apurado sobre isso. Ser que os bicudos de bico escuro so melhores na fibra? De fato existe a necessidade de estudar melhor esse pssaro, h muito a esclarecer, qual as raas puras que habitam ou habitavam nosso pas? O passarinheiro comum distingue a grosso modo, trs tipos de bicudos, com diferenas morfolgicas marcantes: o pequeno de bico arroxeado denominado Parazinho, um outro maior cabeudo conhecido como Pantaneiro e o bicudo tradicional. (Maximiliani) mas pela classificao toxno mica de L. Peters ou seja Oryzo borus crassiotris (Gmelin 1789), da Amrica do Sul Amrica do Central, ocorrem 8 raas distintas de bicudos, dessas por volta de 6 habitam ou habitavam nosso pas, ento h a necessidade de caracterizar bem essas raas, divulgar e orientar aos criadores que faam cruzamentos entre exemplares de mesma raa com objetivo de preservao de raa pura. O que acontece hoje, que os criadores por desconhecimento (me incluo nisso) misturam todas as raas, com exceo do Parazinho que bastante inferior em canto ou fibra, hoje se mistura todas as raas, inclusive orizoborus C. maximiliani, que uma das melhores raas. Como conseqncia no futuro s teremos bicudos mestios. Ser uma perda lamentvel! Para que

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isso no ocorra preciso fazer urgente um trabalho de divulgao e caracterizao das raas puras, junto aos criadores. Com relao a canto, os melhores e mais preferidos so o Flauta GoianoGo e o Alta Mogiana-SP, outrossim existem em Minas Gerais, pelo menor dois cantos bonitos, um deles o Barbacena, que precisa ser melhor divulgado. A nvel de Brasil existe outros tantos cantos regionais, menos apreciados. Voltando aos curis lamentvel que cantos bonitos como o Paracambi S. Jos do Rio de Janeiro e cantos como Sorocaba e Piracicaba em So Paulo, tenham se perdido no tempo. Poderemos recuperar essa perda? Todo canto bonito deve ser gravado, registrando para a posteridade, isso o mnimo que se pode fazer. Voltando aos modelos de criadores o tipo artesanal, bastante usado por amadores, um criatrio compacto de pouco espao, utilizando pequeno nmero de matrizes, onde o manejo individualizado, com pequeno nmero de filhotes por temporada, dependendo da procedncia gentica das matrizes se pode obter filhotes de altssima qualidade. Por outro lado os criatrios comerciais abrangem reas bem maiores, em geral so formados dois ou mais galpes, nesse criatrio compromisso com a qualidade deve ser constante. Cabe ao criador planejar o tipo de criatrio, levando-se em conta o espao disponvel, seguindo as regras bsicas e fazendo o manejo correto, poder a curto prazo obter excelentes resultados, produto de trabalho racional.REVISTA PSSAROS N 45, Pgina 26

PAPA

ARROZGeraldo Pereira Filho e Edilson Guarnieri

Apesar de delicados e altamente simpticos, quando submetidos a determinadas situaes os coleiras podem se transformar em aves valentes e um tanto agressivas.

Por ser um pssaro de fcil aquisio e por ser dono de uma simpatia sem igual o Coleira se consagrou como um dos pssaros mais cultivados em todo o territrio nacional. Ele pertence espcie das sporophilas que possui algumas sub-espcies, no entanto todas elas apresentam praticamente a mesma linha comportamental. A seguir voc confere uma srie de informaes que revelam algumas das principais caractersticas dos Coleiras em

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ambiente domstico e em sua vida selvagem. Confira! Comportamento Ele se destaca por ser um pssaro extremamente higinico e tambm por seu porte e por sua delicadeza. A fibra e a valentia de um coleirinha so excees espcie, isso se deve ao fato de sempre ter, nas matas, uma populao bastante numerosa e no ser um pssaro completamente territorialista. Ento aqueles que freqentam as rodas so pssaros que fogem regra geral dos coleiras. Por conta disso, pode-se dizer que um pssaro que no defende seu territrio. No entanto, em determinadas regies do pas, devido diminuio dessa populao, acontece de eles se tornarem territorialistas. E por serem encontrados em grande nmero na natureza mais difcil encontrar fibra nesses pssaros. Curiosidades De vez em quando possvel encontrar aves desse tipo que possuem um dedal com gua e linha, acoplados em sua gaiola. Para beber a gua a ave tem de puxar o dedal para cima. Essa situao, considerada por muitos criadores como opresso, passou a ser condenada pelos mesmos, pois sacrifica a ave submetendo-a a maus tratos. Na opinio de especialistas no assunto, apesar de ela ser uma ave que possui uma grande inteligncia o que facilita o aprendizado, ainda assim para que chegue ao estgio de puxar a gua para consumi-la passa por uma fase de muita sede, at que seja condicionada a esse movimento. Alimentao A base de sua alimentao em ambiente domstico constituda de alpiste, paino, milho verde, verduras e legumes amargos.

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Comportamento do coleira na roda Antes que o coleira chegue roda, ele provavelmente, j passou por uma pr-seleo que identificou se tem ou no condies e qualidade para ser submetido a ela. J foram feitos testes em badernas, em casa, em demandas com amigos que fez com que o criador conclu-se se o pssaro tem fibra ou no. Quando inicialmente colocado nas rodas ele quase sempre se apresenta como bastante briguento. Nesse momento quando pega um pssaro estranho a ele imediatamente mantmse em posio de ataque. Normalmente aps s 10:00h da manh que os criadores costumam ver a fibra de seus pssaros. Nesse horrio o calor da fmea quase sempre j se esgotou, o que indica que tambm acabar o combustvel que a fmea colocou no coleira macho, o que faz com ele fique com sua fibra natural. O pssaro tende a manter sua performance e entra dando cerca de 20/ 30 cantos, cai para 10/15 por minuto que o seu mximo e mantm esse desempenho. Uma das principais caractersticas desses passarinheiros de roda cortar o canto, pois ele normalmente tem um canto de 7 8 notas, mas na roda tende a cortar esse canto principalmente na nota Tui, Tui Tui. O regulamento prev que se a ave fizer Tui ele j estar emitindo um canto e se ele der um canto completo de 8 notas, um canto longo, tambm ser marcado como um canto. Porm, ele estar em desvantagem frente quele que s deu uma nota. Ento dificilmente um coleirinha de canto longo se dar bem numa roda. Porque a quantidade de notas com certeza o prejudicar. Desempenho Os coleiros mais maduros so os que se desempenham melhor e conseguem finalizar a roda com xito. Na roda permitido qualquer tipo de coleirinha, o Baiano Peito Amarelo, o Laranjeira Peito Branco. Quanto ao

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canto tambm no h distino, tanto Canto de fibra ou Canto Livre (leva-se em conta a quantidade de cantadas o que der mais nos 5 minutos ganha) como o Canto Clssico (qualidade de canto). Comportamento do Coleira na natureza Normalmente o perodo de criao no coleira, em sua vida selvagem, vai do dia 15 de novembro a meados do ms de abril. Nesse perodo eles costumam ser territorialistas. Os indivduos que no tm tanta fibra acabam por no conseguir um acasalamento com a fmea e por fim no procriam. J pde ser observada por um estudioso a situao de um macho criar com trs fmeas. E nos meses de inverno esse mesmo estudioso se deparou com bandos de coleira junto aos lagos que ficam no alto das montanhas do Peru. Isso porque aquela regio apresenta fartura de alimento nessa poca do ano. Contrrio ao que pode ser presenciado, na mesma poca, em nosso territrio quando h escassez de chuva, baixa temperatura e dias mais curtos. As sementes somem, a oferta de alimentao se torna reduzida ou quase nula e ento essas aves migram para o norte da Amrica do Sul que so regies mais quentes. Esses pssaros tambm se agrupam em bandos para se defender dos predadores e costumam ficar em regies beira de rios e margem de lagos. Ao trmino desse perodo eles retornam s suas regies de origem para o acasalamento. Os ninhos Na vida selvagem os ninhos dos Coleiras, na opinio de diversos criadores, so muito mal feitos, pois so constitudos de pouqussimos capins traados, so bastante transparentes e tm muita ventilao, dando a impresso que os ovos vo cair por seus orifcios. So confeccionados em lugares baixos e se adaptam bem em rvores frutferas e em bambuzais comuns nos quais essas aves tambm utilizam as sementes dessas rvores para se alimentar. Alimentam-se tambm nas plantaes de arroz, da a origem do nome popular que se d a eles em algumas regies do

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pas: Papa Arroz. Alimentao na poca de reproduo Basicamente feita de sementes. Essas aves tambm absorvem protenas de pequenos insetos como siris, cupins ou aleluias justamente por ser grande, na natureza, a oferta desses bichinhos na poca de calor. Mutaes O coleirinha apresenta mutaes de cor. As que pudemos observar so as cores toda preta, toda branca, cor canela e tambm amarela. Por ser um sporophila o coleirinha tambm possibilita a chance de se tirar mestios hbridos como Bigodinho, sporophila Lineola, at mesmo com o Pixox e tambm com o Patativa Azul, sporophila Plmbea, sporophila Albogularis, com os Caboclinhos e outros sporophilas. Uma coisa importante no estudo do comportamento dos Coleiras o Inprinting que quer dizer na criao das aves que os filhos normalmente se espelham em seus pais. No entanto, os criadores da espcie tm a certeza de que com o passar do tempo o comportamento dessas aves tende a mudar fazendo com que elas deixem de herdar aquelas informaes genticas que os pais e seus antepassados lhes passaram como, por exemplo, o ato de como se defender de predadores. A presena de predadores quando percebida pela ave gera um comportamento de descarga e trincado de canto. Eles do uns Pius de alerta aos outros indivduos e essa comunicao sempre assimilada por todos os tipos de pssaros. Esse Piu de alerta todos entendem e a tendncia deles ficarem estticos, pois se no se movimentarem se tornam presas mais difceis para seus predadores. Na roda comum de vem em quando eles emitirem um sinal de alerta que indicar a presena de um predador. Muitas vezes neste instante toda a roda pra at perceber que o alerta se trata de um alarme falso. Outra caracterstica de coleira em roda o cessar de suas foras. Neste momento ele arrepia as penas do topete, baixa as asas e chora, emitindo pialados moles no som de Tch. Com esse comportamento ele simplesmente est informando aos outros coleira que no quer mais duelar e que no participa mais da disputa por aquele territrio. Alguns mais fracos chegam a se debater na gaiola sentindo que pode

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haver uma luta corporal. Antes de isso acontecer eles praticamente avisam que esto entregando os pontos em conseqncia da perda de suas foras e assim ficam batendo as asas no poleiro. Outro anncio que indica que ele no est mais agentando pode ser percebido quando a ave d um pulo mais lento. A hora H Os coleiras machos que pedem gala fazem um sinal igual ao que a fmea faz quando est pedindo o acasalamento de outro macho. Por que concluise que eles pedem gala? Por dois motivos: 1 - Para intimidar o outro macho que chega cantando; 2 - Para atrair para perto de si a fmea que lhe dar novas foras; Toda ave que faz isso d um sinal que tem muita fora, pois nem todos os Coleiras agem desta maneira. A fmea sempre procura um macho mais jovem e mais forte. No calor de uma disputa a descarga de adrenalina muito grande. A ave fica sujeita a diversas reaes qumicas e talvez no pice dessas alteraes em seu organismo, que se apresenta inclusive como um anestsico, pode haver um comprometimento do comportamento da ave que far com que ela mate seus filhotes. Por isso, com todas as aves territorialistas o melhor sistema a ser adotado a poligamia. Ambientes Os melhores locais que escolhem para a reproduo so: pomares ao redor de stios e lagos, ou seja, ambientes que tenham muita oferta de gua, sementes e insetos. O coleira no um pssaro de mata fechada e no gosta de muita sombra. Como anda a criao Devido criao em ambiente domstico a reproduo do Coleirinha ainda no se tornou to divulgada. Ainda so poucas as pessoas que se propem a reproduzi-lo em grande escala.REVISTA PASSARINHEIROS N 31, Pginas 37 a 41

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DICAS: UTILIZAO DE PSSAROS AMASPara facilitar ainda mais a criao domstica, irei abordar a utilizao de outro gnero de pssaros, que ir funcionar, como amas ou pais adotivos, para criar o canrio-da- terra, fato este que j ocorre amas para prestar auxlio suoletivo, seja na incubao, seja na alimentao dos filhotes, um grande passo foi dado para o sucesso da criao de aves em cativeiro, livrando-as do risco de estino na Natureza. O lema, portanto, CRIAR PARA NO EXTINGUIR. H muitos anos, j se usa o manon (Lonchura domstica) e o canriodo-reino, e/ou canrio belga, roller, de cor (Serinus canarius), como aves-ama para criao de outros gneros e de outras espcies de pssaros. muito conhecida a prtica de empregar o manon como ama para chocar ovos e criar filhotes do Diamante-de-Gould (Chloebia gouldiae), do Diamente Sparrow (Emblema guttata) e de muitos outros pssaros exticos. O manon, todavia, no se presta para servir de ama do canrio-da-terra. o canrio-do-reino, porem, pode ser usado para esta finalidade. Eu j utilizo esta prtica, h vrios anos, no s para criar canrio-daterra, tipo (Sicalis luteola), como tambm o pintassilgo-do-centro-sul ou de cabea preta (Carduelis (Spinus) magellanicus ictericus). De outro lado tive notcia de um amigo que aproveitou uma canria roller (que, numa gaiola, havia botado ovos sem a presensa de um macho de sua espcie), para chocar os ovos e criar dois filhotes de tico-tico comum (Zonotrichia capensis). O Prof. LUIZ OCTAVIO MARCONDES MACHADO cita, em sua tese de doutorado, que fez experincias satisfatrias neste sentido, demonstrando que o canrioda-terra pode ser criado pelo canrio-belga, utilizado como ama. (cf. Alguns Aspectos do Comportamento e da Biologia de Sicalis flaveola - S.P., 1980, fls. 90). A possibilidade de utilizar fmeas de outros passarinhos, como mes de adoo de outras espcies, abre um leque de alternativas para muitos criadores. Na criao do canrio-de-terra, por exmplo, muitas vezes existe a pretenso de se obter muitos filhotes de um determinado casal. Para acelerar o processo, pode-se tirar o proveito usando as fmeas amas. O recurso simples: retira-se os ovos da fema do canrio-da-terra, transferindo-os para serem chocados e criados pela me-adotiva, no caso a fmea do canrio-belga. Com este estratagema, a fmea do canrio-da-terra acaba sendo forada a botar novos ovos e, assim, sem o esforo de chocar e criar os filhotes, ela acaba tirando um nmero maior de filhotes, com a ajuda da me-de-adoo, que encarrega-se do esforo maior. Outras vezes existem casos anormais ou comportamentos estranhos e/ou expcionais que foram o criador a utilizar as amas, quando ocorrem, entre outras, as seguintes hipteses mais comuns: a)

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fmeas que bicam e quebram seus prprios ovos; b) outras que botam seus fora dos ninhos; c) outras que botam, mas n~`ao incubam seus ovos; d) outras que lanam seus filhotes fora dos ninhos; e) outras que no alimentam adequadamente seus filhotes; f) outras que bicam e acabam matando seus filhotes. Nestas circunstncias adversas, quase necessrio transferir os ovos para serem chocados pelas amas, as quais ficam, tambm, incumbidas de alimentar e criar os filhotes nascidos. Porm, alerte-se, que nem todas as fmeas se prestam a este mistr especfico. O criador deve selecionar as melhores fmeas alimentadoras, ou seja, aquelas que so as mais aptas criadeiras. Uma boa fmea criadeira j um meio caminho para o sucesso. Os reprodutores do sexo masculino tambm no podem ser desprezados, pois a grande maioria dos machos de canrio-do-reino tambm alimentam os fihotes e, assim, o ornitlogo precisa escolher o casal certo que ir servir aos seus interesses. A ttulo de informaes suplementar pode-se mencionar que, na criao de bicudos (Oryzoborus maximiliani), j vem sendo utilizadas fmeas de azulo (Cyanocompsa brissonni) para servirem de amas, coadjuvando o processo criatrio e ajudando as fmeas de bicudo a produzirem mais filhotes. Certas fmeas de azulo, muito mansas e de boa ndole, esto imbudas de forte apelo para alimentarem filhotes, tanto seus, como os de bicudo. Se, por acado, o criador tiver uma boa fmea-criadeira de azulo, poder utiliz-la para criar os filhotinhos de bicudo, quando acontece algum problema, como os acima relacionados. Os filhos da bicuda (de preferncia aqueles que j saram do ninho) so transferidos para a gaiola da azulona, para que esta ltima passe a tratar os filhotes adotivos, como se fossem seus prprios filhos. Quando a fmeaama boa, ela passa imediatamente a alimentar os filhotinhos, to logo estes peam comida. quase um ato compulsivo destas fmeas privilegiadas. Uma fmea desse quilate no tem preo para um criador consciente e jamais devem ser descartadas, porque valem ouro. Finalizando, importante abordar um assunto interessante, muitas vezes desconhecido pela maioria dos criadores de pssaros de gaiola. Trata-se do processo natural designado por imprinting ou estampagem, o comportamento dos filhotes se espelharem nos prprios pais ou, no caso objeto deste artigo, nos pais adotivos. A respeito do imprinting convm dizer que o processo natural de aprendizado e aceitao, que acontece logo aps o nascimento dos filhotes, definindo e fixando a interao que estes jovens-filhotes tero, no futuro e durante a vida toda com o meio ambiente onde iro viver, bem como as interrelaes que iro ocorrer com os demais membros de sua espcie ou de espcies diversas. sabido que os animais, logo depois do nascimento e nas primeiras horas de vida ainda no possuem o instinto de auto-defesa. Assim sendo, os recm-nascidos (como os jovens canarinhos-da-terra) dependem e necessitam dos pais para sobrevivncia.

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Nesta fase da vida, os ninhegos esto extremamente receptivos a estmulos e aprendizados que lhes sero ministrados. Por isso mesmo, logo que abrem os olhos, eles procuram se estampar nos pais, no s para aprenderem as lies da vida, como garantir a sobrevivncia. Com esta estampagem vo aprendendo a fugir, esconder e evitar qualquer sinal de perigo (especialmente contra inimigos e predadores); aprendem a conviver com pssaros de sua prpria espcie ou de espcies diferentes; quando cativos aprendem a conviver (aceitando ou temendo) a presena do homem; observando os pais aprendem a se auto-alimentar; aprendem a hierarquia e dominncia de outros indivduos; aprendem a ouvir e memorizar o canto do pai e de outros pssaros, alm de uma srie de outros aprendizados que iro, pouco a pouco, formar a sua futura identidade. Em nosso criadouro-avirio domstico, para evitar o problema, de eventualmente, os canrios-da-terra estamparem-se nos canrios-do-reino (quando estes funcionaram como pais adotivos) e; qui, no se acasalarem, no futuro, com indivduos da mesma espcie, ou seja, com outros canrios-da-terra, utilizo a ttica de, logo aps o trmino do perodo de dependncia alimentar dos filhotes (o que ocorre por volta dos 30, 35/40 dias depois de nascidos), transfer-los para um viveiro grande (3 metros de comprimento) e reun-los em bando para, da para a frente, conviverem e interagirem somente com indivduos da mesma espcie (outros filhotes) e inclusive com outros pssaros adultos, do plantel de reprodutores. O articulista, Paulo Rui de Camargo, advogado e criador amador de pssaros silvestres do Brasil, especializando-se no canrio-da-terra. Brevemente ir lanar um livro sobre a criao do canrio-da-terra em cativeiro.REVISTA PASSARINHEIROS N 12 Pgina 08

SUCESSO SEM PRECEDENTE NO MUNDO DA CONSERVAO: REPRODUO DA ARARINHA-AZULDE-SPIX CYANOPSITTA SPIXIIRafael Zamora Padrn

Durante anos o Loro Parque Fundacin, em Tenerife, tem mantido um casal de ararinha-azul (Cyanopsitta spixii) no seu centro de conservao de criao. Esta a espcie mais importante do centro que, com 350 espcies e

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subespcies de psitacdeos, tem a coleo mais diversa do mundo. Na Bahia, no nordeste brasileiro, a ararinha-azul-de-Spix est extinta desde 2000. Um casal foi cedido pelo governo brasileiro Fundao Loro Parque para tentar sua reproduo. Sem dvida, desde 1992 no se tinha sucesso de criao e o exame realizado pelos veterinrios do Loro Parque mostrou que o macho de Spix era 95% infrtil. Por esta razo o veterinrio chefe do Loro Parque, o Dr. Lorenzo Crosta, viajou no final de novembro de 2003 para o Zo de So Paulo para examinar minuciosamente os trs machos considerados para um intercmbio. Levou com ele o suposto macho infrtil para ver da possibilidade de que a infertilidade pudesse se reverter em ambiente distinto. Baseando-se em resultados de endoscopia o Dr. Lorenzo Crosta se decidiu por um macho de ararinha de oito anos, que trouxe para Tenerife no incio de dezembro de 2003. O novo macho ficou em quarentena e em 8 de janeiro de 2004 foi juntado a uma fmea de Spix em um novo e grande viveiro. Em pouco tempo se acasalaram e mostraram sinais de vnculo de casal. Sob a superviso cientfica de dois reconhecidos bilogos Matthias Reinschmidt, Rafael Zamora e toda uma equipe com mais de 20 anos de experincia no tratamento e manejo de psitacdeos decidiram variaes na dieta, um correto enriquecimento ambiental e muitos outros suplementos que conseguiram estimular o casal recm-formado a iniciar o ciclo reprodutivo. Desde meados de maro ambas ararinhas examinaram com todo detalhe as diferentes possibilidades de aninhamento instalados em seu viveiro. As caixas de ninho e o viveiro esto equipados com cmaras coloridas e de infra-vermelho, de forma que todas as atividades destes psitacdeos podem ser monitoradas perfeitamente distncia sem serem molestados. Quando o casal completou a fase de encontrar um ninho, se decidiu por um s, as outras caixas-ninhos foram ignoradas por completo. Durante trs semanas o casal esteve trabalhando em forrar o ninho. Na tera-feira, 11 de maio, entre as 6 e 7 horas da tarde, sob atenta olhada da cmara de vdeo, o ovo mais importante do ano foi posto. importante destacar logo que ambos se adaptaram bem, um ou outro, estando juntos to somente desde 8 de janeiro. Como eram criadores inexperientes, os dois ovos foram colocados aos cuidados de um casal de maracan-guau Ara severa. Este casal foi um verdadeiro exemplo de boa incubao. Ao casal de ararinha-de-Spix foram dados dois ovos de outra espcie diferente para que incubassem durante uns dias. Depois

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de 10 dias esses ovos foram retirados para estimular uma ninhada seguinte das ararinhas-azuis-de-Spix, que permaneceram formando este casal. Puseram um total de dois ovos, mas somente o segundo ovo resultou frtil. Toda a equipe da Fundao Loro Parque esperava com ansiedade o dia da ecloso. Finalmente, no dia 9 de junho ocorreu o grande acontecimento. Durante um controle foi descoberto a nova ararinha eclodindo no ninho dos pais adotivos, com peso de 12,5gr e uma estupenda aparncia. Embora o ninho fosse controlado diariamente pela manh, por razes de segurana, o filhote foi retirado do ninho. Apesar do filhote ser alimentado, ele no tinha calor suficiente. No quarto dia ele j pesava 15,4g. Este filhotinho est sendo criado mo desde ento somente por Matthias Reinschmidt e Rafael Zamora, que cuidam com esmero e supervisionam atentamente todas as suas evolues. O Dr. Lorenzo Crosta realiza um peridico controle veterinrio do pequeno e toda a sua equipe vigila com constncia sua sade. O nascimento deste filhote serve de estmulo a muitos outros programas de conservao que, felizmente, contam com exemplares na natureza. Sem dvida todo um feito na avicultura que traz o esforo e o amor que, toda a equipe de cuidadores, duplamente encarregados, e a viso cientfica de Matthias Reinschmidt e Rafael Zamora, tm conseguido. Uma nova esperana para a ararinha-azul-de-Spix; confiemos que este seja o comeo de uma grande famlia.ATUALIDADES ORNITOLGICAS N 119, Pginas 11 e 12

UNIO DE ESFOROSNo basta criar, o importante se dedicar. Plantel de uma dupla de criadores se consagra como o verdadeiro nascedouro de bicudos campes.

Nesta edio, mostraremos como se formou uma conhecida e impecvel criao de bicudos. Pssaros que despertam a ateno e o interesse de qualquer bicudeiro e com certeza, de todo passarinheiro que seja apreciador do canto clssico. a criao se fez no municpio de Santo Andr, na grande So Paulo e

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seus scios-proprietrios so Joo Maioralli (Joo Pre) e Jos Jader Amorim (Cear). O plantel foi montado ao longo dos anos com machos e fmeas, que foram selecionados em criatrios e em torneios. A dupla de criadores no mediu esforos para conquistar o destaque e nem parou para fazer contas. Segundo eles, talvez se tivessem feito isso, com certeza teriam desanimado e desistido no conseguindo alcanar o que alcanaram. Os bicudos campees foram sendo adquiridos com o passar dos anos em torneios. Na seqncia foram introduzidos como reprodutores no criatrio. Passaram por esse processo estrelas como Pavarotti, Sadam, e Presidente. O mesmo procedimento foi feito com as fmeas. Onde havia uma fmea que comprovadamente originava bons filhotes, l estava a dupla para adquiri-la, um exemplo a 15. Ela tem esse nome porque na poca, h mais de 10 anos atrs, foi adquirida numa transao no valor de U$ 15.000,00. So resultantes do cruzamento desta fmea com o bicudo Barato, as fmeas 21, 24, 45, (no lugar de um nome as fmeas receberam como identificao o nmero dos viveiros) que so destaque do criatrio. O plantel formado por 70 fmeas e 8 machos, que originam uma mdia de 100 filhotes por temporada. E para a prxima temporada a dupla prev a criao com 120 fmeas objetivando chegar a um total de 200 filhotes. Se no bastasse a excelncia na qualidade das matrizes, os criadores adotaram tambm um sistema inovador de reproduo. Preocupados em otimizar o resultado da prole no que se refere ao aprendizado e repetio de canto Alta Mogiana e Goiano Clssico, os filhotes agora nascem e crescem, ouvindo somente o CD, em nenhum momento eles tm contato com o macho galador. E como isso possvel? As fmeas botam, chocam e os filhotes nascem num criatrio na casa de Joo Pre. No 4 dia de vida ele so retirados das mes e levados a um segundo criatrio, no qual so submetidos a um

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tratamento manual por meio de seringas nas quais so inseridos como alimento uma papa especial para filhotes, chamada Alcon. Todo esse processo se d dentro de uma estufa que est no interior de uma cabine acstica onde eles escutam a gravao. Essa cabine s aberta para o tratamento dos filhotes. No 13 dia, quando os filhotes saem do ninho que acontece o mais curioso! Eles so colocados todos juntos num gaiolo de aproximadamente 2m de cumprimento com 8 fmeas de azulo que se encarregam de tratar at 30 filhotes simultaneamente. As cenas que presenciamos so incrveis. Duas azulonas, uma de cada lado do filhote tratando o acomodado bicudinho. Essas aves tm demonstrado um maravilhoso instinto materno, pois chegam a tratar de filhotes de outras espcies, como coleirinhas, curis, canrios e outros. Elas deveriam ser observadas com mais ateno pelos criadores de todos os itpos de pssaros pela eficincia demonstrada, caracterstica esta que pode ser comparada a de uma ama-seca ou de uma enfermeira. So separados no trigsimo quinto dia de vida. essa altura j possvel saber o sexo dos filhotes por meio do exame de sexagem feito pelo laboratrio Unigem. Tal exame fundamental para o bom andamento de todo o processo, pois todos os filhotes machos vo para uma cabine acstica individual e continuam escutando somente o CD. O desprezo do exame de sexagem poderia trazer prejuzos ao criatrio. Imaginem um filhote muito churreador acomodado numa cabine durante meses e depois descoberto que se trata de uma fmea. Com certeza, o tempo perdido jamais seria recuperado, daquele espao ocupado pela fmea poderia ter sido extrado um campeo. Foi uma chance desperdiada! As fmeas filhotes por sua vez so devolvidas casa de Joo Pre e os machos que se destacaram vo para a casa do Cear para fazer companhia a um

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time de bicudos campees como os que se destacaram na temporada passada. Tomemos como exemplo o Alta Mogiana clssico com Ronaldo e Kak, e tambm nos pretos com os bicudos Fantasia, Estrela Solitria e Mister. Com todo esse processo de tratamento manual e isolamento em cabines, o trabalho dessa dupla , reconhecidamente, muito srio e intenso, mas os benefcios e os resultados alcanados por esses criadores so enormes, pois como j dissemos as melhoras na quantidade e na qualidade so significativas. Numa s temporada a dupla tirou 17 pardos cantando e repetindo a fita do Batuque. No gostamos de vender filhotes novinhos, preferimos esperar o tempo necessrio para que soltem o canto, diz Cear. Esperamos que o capricho demonstrado pelos criadores e os procedimentos expostos nesta matria sirvam de exemplo a outros criadores que se disponham a fazer uso das idias aqui demonstradas, originando assim, muitos outros renomados criatrios de canto clssico.REVISTA PASSARINHEIROS N 27, Pginas 20 e 21

TRI li li li... Li li li liConhea algumas peculiaridades dos pintassilgos metlicos clssicos um canto de extrema beleza considerado cada vez mais raro.

O criador Marco Passos de Carvalho h algum tempo se dedica criao dos pintassilgos. Ele se classifica como um verdadeiro apaixonado pelo canto metlico clssico e muito se orgulha de citar as conquistas que obteve com os pintassilgos que j passaram por suas mos. o atual campeo brasileiro e bicampeo paulista com seu pintassilgo metlico canto clssico. Foi campeo brasileiro e paulista no ano 2002/2003 com o Tinga. Com Divino que j de sua criao conquistou o campeonato paulista da categoria em 2004. Carvalho nos falou um pouco sobre o manuseio dos pintassilgos e das habilidades de aprendizado que eles possuem. Acompanhe. P&C Como voc descreveria a capacidade de aprendizado dos

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pintassilgos? JMPC Eles so bastante inteligentes e tm uma extrema facilidade de assimilar inclusive o canto de outros pssaros. Eu, como mantenedor de aves com canto metlico clssico, consegui obter resultados bastante significativos a partir do momento que comecei a criar com o mestre metlico. s vezes voc consegue fazer com que outros pssaros, que no so filhos de metlico, mas esse aprendizado no surte o mesmo efeito, pois eles no apresentam o mesmo timbre de voz. Quando voc passa a criar com o passarinho que metlico nato, mesmo que a me no seja, a possibilidade de voc ter um pssaro verdadeiramente metlico muito grande. Tive de criar com o Tinga que um pssaro fantstico e que tem os requisitos necessrios tanto para torneio como para criao. E os resultados foram o Divino e o Bailarino, que hoje so dois pssaros consagrados. P&C Como est a criao de pintassilgos canto metlico clssico nos dias de hoje? JMPC Infelizmente so pouqussimos os criadores que tm a preocupao de fazer canto. Na criao de pintassilgo tem muita gente que est criando com resultados excelentes em termos de plantel, mas em se tratando de metlico realmente no tem surgido nada. P&C H quanto tempo so promovidos os torneios de pintassilgos? JMPC Esse tipo de torneio bem recente, eles so realizados h cerca de uns 4 anos. Infelizmente essa modalidade encontra-se em extino. Para o passarinho cantar metlico no h nenhum problema, a questo ele ser um metlico puro, sem defeitos. Ns at temos acompanhado alguns, mas eles no so puros. O pintassilgo metlico apresenta como principal caracterstica a batida de canto. Ele sai de Tri li li li ou de li li li li. O que sair disso faz com que ele perca ponto na estaca. Todas essas duas notas so identificadas e reconhecidas em termos de julgamento. Existe tambm o metlico com alteada, mas eles so raridades nos dias de hoje. P&C Quantos filhotes voc pretende tirar esse ano? JMPC Penso em tirar uma mdia de doze filhotes. Uso dois equipamentos de CD e tambm tenho dois mestres. Desde o momento do nascimento eles s escutam o CD. Eles so filhos de um metlico que nunca

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perdeu um 1 lugar e alm do mais uma referncia entre os passarinhos. Estou criando com duas fmeas e admito estar muito preocupado com a qualidade, pois o pintassilgo se no for metlico no me interessa. Regulamento da FEBRAPS (Federao Brasileira dos Criadores de Pssaros) para o Canto metlico clssico de pintassilgo Participao Podem participar desses torneios qualquer ave do tipo pintassilgo, sejam elas de procedncia nacional ou estrangeira, desde que haja vnculo do criador com alguma associao oficial, na qual conste o registro do criador junto Federao. Os pssaros classificados como hbridos ficam impedidos de participar. Julgamento Para que um pssaro seja julgado como clssico ele necessariamente deve apresentar notas de canto corridas e a entrada tem de ser nota tri ou li, sendo que o tri sempre tem a preferncia. O restante das notas tem de ser desenvolvido com as notas li. Ento ficaria assim: tri li li li li li podendo variar o tom, porm a pronncia da nota tem de ser li. Quaisquer notas diferentes das descritas so consideradas defeitos de canto. Cantadas Para que seja julgado o pintassilgo precisa dar no mnimo 10 cantadas. Tambm so analisadas a coeso, a harmonia das corridas, a repetio e a apresentao em si. A voz tem de ser aguda, pois se ele tiver voz mdia ou grave haver desconto na pontuao. Defeitos de canto O pintassilgo que cantar com voz rouca, chiada ou com sotaque de outros pssaros que no sejam pintassilgo, apresenta defeitos. Vcios, deficincias, notas estranhas ou perdidas (com ausncia de tom correto dentro

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do prprio canto) tambm so consideradas defeito. O que apresentar a corrida longa com maior nmero de notas leva vantagem sobre o que apresenta corridas mais curtas. Existem, ainda, os pintassilgos repetidores que repetem a corrida na mesma frase, na mesma cantada. Esse pssaro j considerado extinto, pois h muitos anos que no encontrado. Eles saa na corrida do li li li, mudava para um tom mais agudo e logo em seguida voltava para o primeiro tom. Isso acontecia dentro de uma mesma frase, aproximadamente uma duas ou trs vezes. Por Dentro O pintassilgo da categoria Cardoelis que considerado um dos pssaros mais requisitados do mundo. Eles existem no mundo inteiro. E os torneios desses pssaros tm sido realizados com a iniciativa da Serca. Por conta disso, muito clubes tm aderido essa idia e j esto promovendo torneios com essa espcie. Hoje j existe at um torneio brasileiro de canto de pintassilgo. O pintassilgo metlico clssico considerado uma verdadeira raridade, pois est quase entrando para a lista das aves em extino. Ento, recomendado aos passarinheiros que gostem de pintassilgos buscar mais informaes sobre esse canto para que possam reconhecer mais sobre o assunto. Comprar um CD, tocar fita para os filhotes, pois eles tm facilidade para o aprendizado, por se tratar de um canto curto, podem ser algumas alternativas. s fazer um trabalho contnuo que consiste em cri-los escutando s o CD. Ele tambm um pssaro que apresenta um fcil processo de reproduo e seu sistema de criao semelhante ao de um canrio do reino, pois eles so criados em casais. Ele no considerado territorialista. importante ressaltar que todo o passarinheiro seja ele curiozeiro, bicudeiro, tincaferrista, coleirista, todos tm muita afeio aos pintassilgos.REVISTA PASSARINHEIROS N 30, Pginas 28 e 29

MINHA EXPERINCIA CRIANDO POMBAS DE FRUTASDionsio Damiani Filho Criadouro Damiani

A primeira vez que as vi, na casa de Sinzio, em Jundia/SP, foi amor primeira vista. Nessa visita conheci alguns casais e fiquei boquiaberto. Para que no as conhece, sempre as defino como: voc conhece um diamante

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de gould? Ento imagine um pombo com as cores de um diamente! Em 1997 adquiri o meu primeiro casal de Ptilinopus pulchellus, em So Paulo, de um comerciante. Pesquisei na pouca bibliografia existente e s encontrei informaes sobre o seu habitat, sua cor e seu canto. Assim sendo, parti para a criao. A experincia mostra que so aves resistentes, pem apenas um ovo por postura e, dependendo da espcie, chocam num prazo de 18 a 23 dias. O macho choca durante o dia, cedendo o lugar para a fmea ao entardecer. Nascido o filhote, este leva aproximadamente uma semana para sair do ninho e, ainda, com poucas penas. No inverno, os filhotes s vezes morrem por estarem pelados no peito e no resistirem ao frio, pois ficam no poleiro. Eles no voltam mais para o ninho a partir do momento em que saem. A alimentao a base de frutas picadas em pequenos cubos ou frutinhas silvestres. No meu caso tenho 4 casais pico 10 bananas diariamente em pequenos cubos e mistura na farinhada, ficando um prato tipo milanesa. uma alimentao fantstica e no perdi nenhum filhote ainda. Na medida do possvel, dou tambm algumas frutinhas silvestres (bagas). Existem diversas informaes sobre o perodo para a reproduo. Com os meus casais percebi a parada s na poca da muda de penas. Com a Ptilinopus pulchellus consegui cirar, at agora, 14 filhotes; com a Ptilinopus melanospila (cabecinha branca), 10 filhotes; com a Ptilinopus superbus, 1 filhote; e com a Ptilinopus porphyreus, nenhum filhote, sendo que esta j chocou duas vezes sem xito. Pelas informaes que sei, s existem dois casais de Ptilinopus porphyreus no Brasil. Num viveiro de 2m de comprimento x 1m de largura x 1,5m de altura e algumas plantas, distribui-se duas ou trs cestas pequenas de palha com alguns gravetos dentro para o ninho. Voc tem que ter pacincia at eles escolherem o ninho. Uma vez escolhido, vo sempre chocar ali. So pssaros que no andam, no ficam no cho. Por isso, coloca-se a comida meia altura, em uma parte coberta do viveiro. Alis, nos dias de chuva eles preferem e adoram at dormir nessa rea. So pssaros muito interessantes e com um colorido muito bonito e especial. Vale a pena cri-los, se voc tem espao.REVISTA PSSAROS N 44, Pgina 36

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CALOPSITAUma Ave Fascinante Jos Martins texto e fotos Originria da Austrlia, a calopsita (Nymphicus hollandicus) foi introduzida na Europa em meados do sculo passado, por volta de 1840, e rapidamente obteve sucesso junto dos avicultores. A sua reproduo em cativeiro remonta a cerca de 1850, altura em que dois Jardins Zoolgicos alemes registraram a primeira reproduo em cativeiro. A partir da esta ave foi aumentando de popularidade ao ponto de atualmente ser o segundo psitacdeo mais criado em todo o mundo, logo a seguir ao periquito australiano (Melopsittacus undulatus). Esta popularidade resultante da sua beleza, carter dcil, facilidade de manuteno e de reproduo.

A sua facilidade de reproduo e o fato de tanta gente criar facilitou o aparecimento de mutaes de cor, as quais foram fixadas. Os indivduos selvagens so basicamente cinzentos (conhecidos como cinzentos normais). A partir destes foram obtidas mutaes de cor (canela, lutino, prateada fulva, face-branca e albino) e de padro (prola e malhado), bem como vrias combinaes de cores e padres (p. ex., prola canela). Embora hoje em dia sejam bastante comuns, estas mutaes s foram fixadas recentemente (se atendermos ao incio da reproduo em cativeiro destas aves): a mutao malhada surgiu na Califrnia nos anos 40; todos os lutino descendem de uma ave criada na Flrida por um avicultor de nome Moon em 1958; a mutao perla surgiu na Alemanha em 1967, os facebranca foram criados nos Estados Unidos em 1985. Caractersticas As calopsitas so aves com um comprimento de cerca de 30cm. A sua longevidade ronda aos 18 anos (de 15 a 20 anos). Esta espcie apresenta dimorfismo sexual, o qual mais evidente numas mutaes que noutras. No caso dos cinzentos normais os machos apresentam as marcas faciais mais intensas, assim como as penas da cauda negras, ao contrrio das fmeas que as tm riscadas. Reproduo Estas aves uma vez acasaladas estabelecem laos muito fortes:

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acariciam-se mutuamente, dormem juntos e se separados chamam incessantemente pelo outro. Embora possam criar em qualquer altura do ano, deve evitar-se a reproduo nos meses mais frios j que as temperaturas baixas se refletem negativamente na prolificidade das aves. O estmulo desencadeador do comportamento reprodutivo o fotoperodo. Estas aves respondem pelo aumento do nmero de horas de luz por dia, comeando a acariciar-se mutuamente e procura de um local para fazer o ninho. As fmeas em postura tem necessidades maiores de clculo e protenas, para produzirem os ovos. Uma ninhada mdia composta por cinco ovos, postos dia sim dia no. A incubao levada a cabo pelos dois membros do casal e dura cerca de 18 dias. Este trabalho em equipe continua depois da ecloso e, se tudo correr bem, cerca de 28 dias depois os filhotes saem do ninho. Alimentao As calopsitas gostam e necessitam de uma dieta variada, incluindo uma mistura de sementes de boa qualidade, vegetais e uma papa. Existem no comrcio especializado misturas de sementes apropriadas para estas aves e outros periquitos de grande porte. Caso no as encontre pode improvisar uma combinando, em partes iguais, misturas de sementes para papagaios e periquitos. Os vegetais, ricos em minerais e vitaminas, devem estar sempre disponveis. No se esquea que elas gostam de fruta (p. ex., ma). Existem papas para psitacdeos, que pode fornecer a estas aves. Estas papas so especialmente teis na poca reprodutiva, altura em que as necessidades da aves so maiores. Tenho obtido bons resultados misturando, em partes iguais, papa para psitacdeos e papa de criao de canrios. No se esquea que deve mudar diariamente a papa, jogando fora a que no tiver sido ingerida durante o dia. ALOJAMENTO: As calopsitas, embora aves dceis necessitam de espao. Ao comprar uma gaiola escolha uma que seja espaosa e mais comprida que alta, permitindo ave voar e saltar. Ela precisa desse exerccio. Tenha em ateno o espao entre as grades. Algumas gaiolas, dimensionadas para papagaios, permitem s aves introduzir a cabea entre as grades. Se esse for o caso, assegure-se que elas consigam tambm retirar a cabea. Certifique-se que os poleiros da gaiola no esto colocados por cima dos bebedouros ou comedouros. As aves no olham para onde fazem as suas

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necessidades. Se possvel, adquira uma gaiola com uma grade no fundo. Desta forma as aves no tero acesso aos restos de alimentos misturados com os dejetos que esto no fundo da gaiola. Se procura uma ave bela e dcil e com personalidade, a calopsita um bom candidato. Deixe-se seduzir por estas catatuas em miniatura.REVISTA PSSAROS N 44, Pginas 44 e 45

CANRIO

DA

TERRA

Introduo Reproduo Em contato com passarinheiros no dia-a-dia tenho notado as dificuldades, dvidas e equvocos daqueles que tentam reproduzir o Canrio da terra em gaiola. Assim, pensei em agrupar as informaes que, quando tenho oportunidade, procuro passar para os colegas criadores.

No pretendo ser modesto nas pr-intenes. Uma vez que sou canarista, dirijo-me para quem tem o mesmo propsito de s-lo. Sabemos que alm do canto, algo que se destaca no Canrio da Terra a irreverncia e a valentia. Talvez algumas pessoas possam sentir-se ofendidas, mas o propsito maior que em nossa regio saiamos do primitivismo e buscando evolues de nossas aes, no conjunto, possamos triunfar com melhores tcnicas de reproduo. Portanto, tenho como pr-inteno contribuir e desafiar os canaristas a reproduzir o Canrio da Terra na gaiola e deixar livre os poucos que ainda podemos encontrar na natureza. Para este propsito, acredito que a melhor contribuio a ser dada tomar pblicas as: tcnicas de manejo que pratiquei at agora. Basicamente os procedimentos que estarei abordando no foram desenvolvidos por mim, mas por experientes criadores que, ao longo de quase 50 anos vm aprimorando-os. O que fiz foi ser suficientemente inteligente para, ao invs de permanecer repetindo procedimentos ineficazes ou reinventando a roda, coloquei-a para girarem meu favor. Meu av sempre dizia que importante que saibamos dividir o bsico para disputar na excelncia. Assim, estou convencido de que precisamos aprimorar as tcnicas de reproduzir cada vez mais e melhor nossos canrios. E para aqueles que costumam participar de competies, venam apenas pela qualidade do plantel que conseguirem formar. No decorrer destas notas, tudo o que abordarei ser voltado para o sistema

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de reproduo em poligamia, onde apenas um macho usado para cobrir vrias fmeas. Este processo est centralizado no manejo e nas estratgias voltadas para que fmea desenvolva todo o trabalho, desde a preparao do ninho at a alimentao dos filhotes. O folclore da reproduo O fato do Canrio da Terra ser um pssaro de fcil manejo e ter uma incrvel capacidade de adaptao a qualquer ambiente faz com que muitos passarinheiros no procurem estabelecer um procedimento adequado na reproduo. Isso nos leva a um resultado tal que, se fosse bom, dispensaria a necessidade que sinto de escrever estas notas. O viveiro Muitos passarinheiros afirmam que o local ideal para reproduo do Canrio da Terra o viveiro, o que eu concordaria se fosse para ser levado em considerao somente fatores de estresse, os quais os pssaros que esto na gaiola acabam sendo submetidos. Mas, para o sucesso na reproduo, existem fatores muito mais importantes a ser considerados, os quais esto associados s dificuldades de manejo e de higiene: > o viveiro ocupa muito espao; > difcil manter a higiene e asseio pois, para construir um viveiro de fundos e poleiros removveis, torna o projeto mais complexo; > dificulta a identificao das anormalidades com respeito prpria sade dos reprodutores; > prximo dos 13 dias de idade, quando os filhotes saem do ninho, eles podem descer ao fundo e no conseguir voltar para o poleiro; > usando apenas um macho para cobrir vrias fmeas, o resgate do macho (aps cobertura) torna a operao mais trabalhosa; > por fim, sabemos que ningum em s conscincia coloca um bom pssaro no viveiro, ocupando o mesmo espao na verdade com um cheba e imagine a qualidade dos filhotes que criaro. Outros tantos folclores ...o macho precisa ficar, pelo menos, cinco dias galando a fmea para que ela bote cinco ovos. Uma nica galada, desde que o macho tenha tido espao para atingir a cloaca da fmea, o suficiente para serem fecundados todos os ovos associados quela postura. Por isso importante verificar se no momento da gala eles estavam num poleiro com espao para o macho posicionar-se adequadamente.

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Alis, descobri recentemente que quando o macho gala a fmea, ele injeta uma grande quantidade de espermatozides, os quais sobrevivero alguns dias no tero da fmea e o nmero de ovoso ser determinado pela quantidade de vulos que a fmea se encontra capaz de gerar naquele perodo. ...esta fmea boa, pois ela j botou ovos (botadeira!), ou aquele macho bom, pois ele j galou fmea (galador!). Estas afirmaes contrariam o senso comum, pois o que raro encontrar um macho ou uma fmea que no sejam frteis. Parece que o que obvio para a natureza (inclusive para os seres humanos), torna-se exceo na passaricultura. Por isso, insisto em afirmar que qualquer macho ou fmea so frteis para a reproduo. ...no necessria tanta preocupao com a alimentao do Canrio da Terra, pois ele come qualquer coisa. Ora! Tambm sabemos da existncia de seres humanos que, infelizmente, tm como opo alimentar somente farinha e feijo e, mesmo sobrevivendo, todos sabemos que no a dieta diria mai