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RESUMO
A Participação das micro e pequenas empresas nas licitações públicas após o advento
da Lei Complementar nº 123/2006, passaram a ter tratamento diferenciado. Em face ao
advento, a Administração Pública promove a valorização das micro e pequenas empresas,
enquanto proporciona melhores benefícios na via da competitividade, importante para o
desenvolvimento local e regional. As vantagens legais aumentam a capacidade das empresas
licitantes e ensejam motivação por parte dos empresários em cobrar dos órgãos públicos o
cumprimento de cláusulas que rendem desenvolvimento no País, haja vista que as micro e
pequenas empresas são as maiores empregadoras na atualidade. Reflexão sobre a vantagem
competitiva requer pesquisa no eixo das Ciências Sociais Aplicadas à Administração,
melhorando a competitividade enquanto aperfeiçoa a Tomada de Decisão que assegure o
retorno esperado pelos micro e pequenos empresários licitantes.
Este artigo aborda as vantagens competitivas em favor das referidas decisões no
campo da competitividade. São tratados aqui três aspectos junto à população dos micros e
pequenos empresários do município de Ji-Paraná: o novo critério de desempate adotado, o
benefício fiscal e a garantia da Administração Pública; por amostragem dos que participam e
dos que não participam de licitações. Verificando as percepções sobre os benefícios ora
tratados e possíveis ajustes a estes, explanação sobre a forma pelas quais os benefícios
estimulam a participação dos concorrentes interessados, tratando de forma interpretativa sobre
o estado da matéria por meio de pesquisa de campo.
Palavras-chave: Licitação. Administração Pública. Estratégia. Decisão. Competitividade.
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1. INTRODUÇÃO Nas sessões de licitação pública têm ocorrido significativos debates, tanto no que
se refere à constitucionalidade da Lei Complementar 123/2006, que trata do novo estatuto
geral da micro e pequena empresa, em face da legislação em vigor, na seara das generalidades
da aplicação uniforme entre empresas licitantes. O tema oferece riscos de erro na aplicação da
norma, com graves conseqüências; por isso, que o Tribunal de Contas da União decidiu e
publicou para conhecimento dos interessados, que cometem ilegalidade quando deixa de
reconhecer o direito de preferência às micro e pequenas empresas, mesmo quando o edital não
explicitar tal preceito previsto na norma reguladora.
A controvérsia reflete diretamente na estratégia empresarial dos possíveis
beneficiários da referida Lei. Por isso é exigível estudo e pesquisas no eixo das Ciências
Sociais Aplicadas à Administração, no campo da estratégia e competitividade, que venham
favorecer a Tomada de Decisão, de modo a assegurar o retorno esperado pelos micro e
pequenos empresários licitantes. Por esta razão é que se propõe a construção de um artigo
científico de conclusão de curso, focalizando os fatos para, mediante uma metodologia
compatível, proporcionar conhecimento e agregação de valor à informação situada no entorno
da questão em pauta. Portanto, está decidido pela abordagem do tema intitulado: Estratégia
Competitiva - Um Estudo de Caso Focalizando a Micro e Pequena Empresa no Âmbito da
Licitação Pública Após o Advento da Lei Complementar 123/2006.
2. PROBLEMATIZAÇÃO Com advento da legislação focalizada, inúmeras foram as vantagens concedidas
as micro e pequenas empresas. O propósito deste diploma legal é inserir os pequenos
empreendimentos nos negócios de fornecimento de bens e serviços para os organismos
governamentais. No entanto trouxe modificações relevantes nos procedimentos das Licitações
públicas, com tais inovações, existem problemas como divergências e outros conflitos no que
se refere às Licitações Públicas. Ademais, é do domínio geral que diversos micros e pequenos
empresários deixam de participar de certames licitatórios por desconhecerem os benefícios e a
prática da correta aplicação da referida lei.
Antes, na concorrência, era difícil competir preços e vencer determinadas
licitações quando o concorrente era uma empresa de grande porte, isto por que as médias e as
grandes empresas, por terem economia de escala e acesso a mercados, podiam ofertar
menores preços. Com o advento da Lei Complementar 123/2006, as condições de
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competitividade das micro e das pequenas empresas aumentaram. No geral, eram mínimas
possibilidades e vantagens no julgamento das propostas das Pessoas Jurídicas de menor porte.
São essas garantias e benefícios que precisam ser esclarecidas, exemplificadas e tratadas; seja
esta a fórmula encontrada pelos micro e pequenos empresários na busca de uma visão para
competir em certames públicos. Diante desta problemática, é lançada uma questão: Poderiam
os benefícios previstos na legislação ora focalizada, serem adotados como vantagem
competitiva em favor dos micros e dos pequenos empresários?
3. OBJETIVOS DESTA PESQUISA A referida pesquisa considera a justificativa apontada em campo próprio deste
trabalho; por outro lado, a solução do problema investigativo está diretamente vinculada aos
propósitos a serem atingidos ao longo desta tarefa. Um norte se faz fundamental, razão pela
qual se levanta os objetivos. Propõe-se, desta forma, um objetivo geral e três objetivos
específicos.
3.1 OBJETIVO GERAL Tratar três vantagens competitivas introduzidas pela Lei Complementar
123/2006, em favor das decisões dos micros e pequenos empresários nas licitações
promovidas pelos órgãos governamentais, cujo foco é a competitividade.
3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 3.2.1 Apontar soluções para desempate entre a micro e pequena empresa com as demais em
face da legislação ora focalizada.
3.2.2 Identificar benefícios fiscais que gerem a competitividade em favor das micro e
pequenas empresas.
3.2.3 Analisar garantias oferecidas pela Administração Pública como instrumento de decisão
no processo de licitação.
4. DELIMITAÇÃO DA ABORDAGEM Foram pesquisados a população dos micro e pequenos empresários do município
de Ji-Paraná, por amostragem composta de 20 (Vinte) empresas: 50%(Cinqüenta por Cento) s
participantes de licitações e 50%(Cinqüenta por Cento) da amostra composta pelos que não
concorrem, verificando junto aos que participam, o conhecimento e tratamento dos três
benefícios concedidos em seu favor, que viabilize a tomada de decisão. Propõe-se também,
estimular a participação dos que ainda não concorrem, apontando que os benefícios podem ser
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usados como estratégia que aumenta a competitividade, uma forma de manter-se no mercado
e obter receitas provenientes de contratos para execução de serviços ou fornecimento de
produtos licitados. A pesquisa foi desenvolvida nos seis últimos meses do ano de 2008, no
município de Ji-Paraná, com a participação direta e indireta desta amostra.
6. JUSTIFICATIVA A escolha por este tema decorre da conveniência e da oportunidade de tratamento
acerca de uma matéria de significativa importância para os envolvidos em estratégia de
competitividade. A experiência vivenciada durante a participação em certames licitatórios,
ensejou anotações, leituras e questionamentos com representantes de micro e pequenas
empresas que participam de licitações, a respeito de vantagens legais, que não eram
consideradas, durantes as licitações. O tratamento sobre a abordagem vinha sendo realizado
em entendimentos informais com aqueles que ainda não participam de licitações, em períodos
anteriores a formalização deste artigo científico. Os fatos não poderiam deixar de serem
tratados no ponto de vista das Teorias da Administração, sendo o preparo do Artigo de
Conclusão de Curso, o momento de oferecer uma contribuição social aos interessados nos
temas vinculados à estratégia competitiva. Esta é a justificativa pela qual formula-se o
interesse por esta pesquisa.
7. REFERENCIAL TEÓRICO. Levantamento apropriado junto a edições oferecidas por folhas jornalísticas
regionais em Rondônia vem trazendo indicativo de que a competitividade é uma das questões
empresariais da atualidade no Brasil; os atores apelam para alternativas de participação e
diferenciação no mercado para competir com qualidade; não há como negar que esta é uma
estratégia fundamental para concorrência. E com base neste foco, que se oferece neste artigo,
os conceitos: decisão, estratégia, competitividade e estratégia competitiva; como o ambiente
onde se travará a pesquisa é a administração pública, é importante também tratar do seu
conceito, bem como as definições para que se compreenda micro e pequena empresa. É neste
ambiente onde se defronta a competitividade através de um processo denominado licitação,
requerendo portanto, o seu conceito para fechar um tratado teórico e conceitual. Segue o
tratamento.
Para CHIAVENATO (2003), decisão é um processo de análise que resulta na
escolha entre várias alternativas possíveis no curso de uma ação a seguir. Como em todas as
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escolhas, a decisão é imprescindível; e diante do cenário licitatório, a decisão é o fator que
melhora competitividade entre as concorrentes. Portanto, a decisão é uma medida formal para
mensurar riscos e oportunidade para os envolvidos. O ponto de partida de qualquer gestor é
decidir pelo que é mais atraente em termos de vantagens na oferta de produtos ou serviços;
seja essa a lógica para se admitir o conceito oferecido pelo referido autor.
Uma das preocupações do gestor de empresas é a tomada de decisão,
oportunidade que deverá basear-se sempre em uma estratégia; relevante foco da ciência da
Administração. Por isso, faz-se necessário a apresentação deste conceito nesta pesquisa, uma
vez que, a organização para se tornar competitiva mesmo que tenha benefícios previstos em
lei, deve adotar uma posição estratégica. Seguindo estudos de CHIAVENATO (2003), foi
possível trazer conceitos sobre estratégia; para o mesmo, a estratégia são os meios utilizados
pela administração para que os propósitos sejam alcançados com eficácia, no ambiente da
concorrência.
Convém trazer o conceito de competitividade conforme oferece o mesmo autor
citado neste tópico. Para ele, competitividade é a capacidade da oferta de produtos e serviços
por uma empresa com qualidade, menor custo e preço razoável, de modo a atrair mercados,
mediante soluções inovadoras. Este conceito é útil nesta pesquisa porque abre entendimentos
sobre as condições que uma concorrente poderá obter vantagem nos seus custos perante outra
no certame licitatório. É imprescindível avançar pelo entendimento de outros autores que se
volta para a competitividade.
PORTER (2004) conceitua vantagem competitiva como forma pela qual a
empresa pode desenvolver suas estratégias para alcançar uma vantagem competitiva, como
por exemplo vantagem de custo, diferenciação da concorrência ou escolha de um segmento
para desenvolver uma estratégia de enfoque. O autor focaliza a indústria, porém é possível
afirmar que o conceito é válido também para as demais atividades empresariais, como
comércio e serviços. A Lei Complementar nº 123/2006, poderá ser um artifício para a micro
e pequena empresa alcançar uma posição estratégica para atuar junto à Administração
governamental.
Segundo CARVALHO FILHO (2008), a Administração Pública, trata-se da
própria gestão dos interesses públicos executados pelo estado, seja através da prestação de
serviços públicos, por sua organização interna, ou ainda pela intervenção no campo privado,
alguma vezes até de forma restrita. É importante trazer este conceito para esta pesquisa, uma
vez que, é a administração pública que através da licitação, cede mediante a formalização de
contrato, o direito de uma empresa fornecer e executar serviços em seu nome. È neste
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momento, que o campo da estratégia empresarial começa a ser desenvolvido pela empresa,
podemos sugerir como exemplo, a importância da micro e pequena empresa para a
administração pública funcionando como um fornecedor, e/ou pensando mais adiante, como
um agente econômico influente para o país. Tudo ocorre em um cenário de interação da
empresa no mercado das licitações, com o aumento da competitividade baseando-se em
estratégia na utilização de possíveis benefícios previstos em lei. E esta matéria, enseja
estudos, não só no campo das Ciências Jurídicas, mas também no campo das ciências sociais
aplicadas à administração, nos ramos da estratégia e competitividade.
Cabe nesta revisão, trazer conceitos de micro e pequena empresa, merecendo
reflexão sobre o pensamento do Senador da república pelo Estado de Rondônia Valdir Raupp
que afirma, por meio de editorial não catalogado, que a microempresa ou empresa de pequeno
porte, caracteriza-se por uma sociedade empresária, sociedade simples e o empresário
definidos em lei, devidamente registrados no registro de empresas mercantis ou no registro
civil das pessoas jurídicas, em que auferir receita bruta anual igual ou inferior a R$
240.000,00 no caso do micro, e superior a R$ 240.000,00 até 2.400,000,00 no caso das de
pequeno porte.
Ao pesquisar uma amostra de micro e pequenas empresas, para tratar de possíveis
benefícios em favor destas que gerem maior competitividade diante das demais em processos
licitatórios, não poderíamos deixar de caracterizá-la pelo seu conceito, uma vez, que o
processo licitatório só sofrerá alterações nos julgamento das propostas somente quando
envolvê-las. Por isso é que se faz necessário estudo no eixo das ciências sociais aplicadas para
a validação de possíveis benefícios que geram maior competitividade em favor da micro e
pequena empresa; validação esta através da aplicação de questionários para a classe,
entrevistas, observações dentre outros.
Esta revisão teórica, traz licitação conceituada por Andrade (2007), como o
mecanismo legal que as entidades governamentais devem promover a fim de proporcionar
uma disputa entre os interessados em celebrar negócios com a administração pública. Seu
objetivo é escolher a proposta mais vantajosa às conveniências públicas, para adquirir bens
e/ou serviços destinados a sua manutenção e expansão.
Termos técnicos da licitação poderão ser tratados sob o aspecto conceitual,
substanciando as novas regras adotadas. O governo tem sido visto como uma barreira de
entrada, no entanto precisa ser reconhecido como uma influência potencial em favor das
empresas. Segundo PORTER, (2007), o governo é um comprador e pode influenciar a
concorrência com as políticas adotadas. As novas regras para as licitações trouxeram consigo
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vantagens competitivas para as micro e pequenas empresas em relação às de médio e grande
porte nos certames licitatórios.
Para a classe pesquisada, a estratégia poderia ser a cada dia aumentar sua participação
neste segmento e vencer licitações, isto implicaria no aumento de receita e confiabilidade
diante dos órgãos governamentais a qual fornecer seus produtos ou prestar serviços. Desta
forma o conceito de vantagem competitiva está diretamente relacionado à estratégia e a
competição, como destaca Porter (1989). Segundo este autor, o desenvolvimento de uma
estratégia competitiva tem como finalidade básica a definição do modo como a empresa irá
competir no mercado. A estratégia tem por objetivo definir uma posição, baseada em
vantagens competitivas, que sejam lucrativas e ao mesmo tempo sustentáveis, contra o ataque
de concorrentes.
É por isso, que se faz necessário que o micro e pequeno empresário, defina o
modo com o qual a empresa irá competir no mercado das licitações, quando o objeto a ser
contratado for nos valores em que a legislação destine preferência a estes. Uma posição
diferente a ser adotada pela empresa poderia ser extrair o máximo dos benefícios previstos,
cobrando correta aplicabilidade por parte do pregoeiro, de forma que torne competitiva em
relação às demais.
7.1 O BENEFÍCIO FISCAL CONCEDIDO.
Na fase de habilitação, com o advento da Lei Complementar nº 123/2006, a
comprovação de regularidade fiscal das micro e pequenas empresas será exigida somente para
efeito da assinatura do contrato. Além da postergação do momento para apresentação da
prova de regularidade fiscal para a participação no certame licitatório, também passaram a ser
toleradas determinadas restrições concernentes a tal regularidade.
Em seu Artigo 43 parágrafo primeiro, a Lei Complementar nº 123/2006 fixa que,
quando houver alguma restrição na comprovação da regularidade fiscal, será assegurado o
prazo de 2 (dois) dias úteis, cujo termo inicial corresponderá ao momento em que o
proponente for declarado o vencedor do certame, prorrogáveis por igual período, a critério da
Administração Pública, para a regularização da documentação, pagamento ou parcelamento
do débito, e emissão de eventuais certidões negativas ou positivas com efeito de certidão
negativa.
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A competitividade não pode ser vista como uma característica intrínseca da
empresa, pois advém de fatores internos e externos, que podem ser controlados ou não por
ela. A problemática da pesquisa é um fator externo que pode ser usado como ferramenta
competitiva a favor da empresa, neste cenário o advento da Lei Complementar 123/2006,
caracteriza-se como um fator externo benéfico em favor das mesmas.Portanto o ambiente
concorrencial das licitações, está favorecendo as estas, mesmo que esteja em débitos com a
receita federal, condições para que possam participar de certames licitatórios. Portanto, a
micro e pequena empresa jamais deixará de participar de um certame, apenas porque possui
uma restrição fiscal.
7.2 VANTAGENS NO JULGAMENTO DAS PROPOSTAS, COM O
CRITÉRIO DE DESEMPATE ADOTADO.
Alterou-se a configuração de empate das propostas de preço e o critério de
desempate previstos até então pela lei n.º 8.666/1993. Antes da instituição da Lei
Complementar n.º 123/2006, o certame somente era considerado empatado caso duas ou mais
empresas apresentassem propostas com valores nominais absolutamente idênticos. A nova
legislação entende-se por empatada a licitação quando as propostas apresentadas pelas micro
ou pequenas empresas (somente quando as envolvê-las) forem iguais ou até 10% (dez por
cento) superiores à proposta “mais bem classificada”. Na modalidade de Pregão, este
percentual é reduzido para até 5% (cinco por cento).
È válido lembrar que existem três peculiaridades no chamado empate fictício: a
primeira, é que a nova proposta apresentada somente poderá inovar no que diz respeito ao
preço; em segundo, é que não existirá valor mínimo para a nova proposta – um único centavo
abaixo do preço proposto pela empresa de grande porte melhor classificada, garante a vitória
do certame; e terceira, é que o empate é valido apenas para beneficiar micro e pequenas
empresas. Neste sentido, somente haverá o empate fictício na hipótese da melhor oferta inicial
ter sido apresentada por uma empresa de médio ou grande porte. Estas peculiaridades
identificadas permitem a formulação de estratégia.
O micro e pequeno empresário sabem ou já ouviram falar em licitação, no entanto
poucos se interessam em inserir-se neste mercado, que tem como cliente o governo que
realiza compra ou aquisições de bens e serviços diariamente, talvez não se manifestam pela
exigência de documentos comprobatórios e/ou por serem regulamentadas por editais. É neste
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momento que a inteligência competitiva deve ser explorada; primeiro em ter na empresa
alguém que disponha de conhecimento em certame licitatório para avaliar os editais
publicados, verificando a modalidade, objeto de aquisição, valor, datas de entregas das
propostas dentre outras informações referente ao certame, e decidir se a empresa irá participar
ou não de determinada licitação. Também quando estiver ocorrendo o certame, fazer uma
avaliação junto aos usuários(demais participantes) do sistema, cobrando do pregoeiro caso
este venha a desviar-se do que determina a lei, fazendo acontecer os resultados práticos
obtidos com o uso do produto gerado pelo sistema que regulam as licitações, no caso dos
micro e pequenos empresários em especial a Lei Complementar nº 123/2006.
Quando o representante da micro ou pequena empresa participante do certame
licitatório possui esclarecimentos dos benefícios previstos pela referida lei, ele estará apto a
requerer que o pregoeiro tome as decisões com fundamentações adequadamente embasadas;
desta forma, o propósito da legislação, estará produzindo o resultado contido no espírito na
norma, que é inserir os pequenos empreendimentos nos negócios de fornecimento de bens e
serviços para os organismos governamentais. Portanto, é necessário sempre por parte do
representante da empresa durante o certame, manter o foco na correta aplicabilidade da lei
ora mencionada.
7.3 GARANTIAS DA ADMINISTRAÇÃO ÀS MICRO E PEQUENAS
EMPRESAS
A Administração passou a garantir às micro e pequenas empresas titulares de
direitos creditórios dos órgãos e entidades da União, Estados, Distrito Federal e Municípios,
que não forem pagos até 30 (Trinta) dias contados da data de liquidação, o direito de emitir
Cédula de Crédito Micro empresarial. Esta cédula ainda está pendente de regularização pelo
Poder Executivo. Porém, a Lei Complementar já sinalizou que deverá ser uma espécie de
título de crédito, regido subsidiariamente pela legislação prevista para cédulas de crédito
comercial, tendo como lastro o empenho do poder público.
A Lei Complementar123/2006, em seu artigo 46, estabelece que a microempresa e
a empresa de pequeno porte titular de direitos creditórios decorrentes de empenhos liquidados
por órgãos e entidades da União, Estados, Distrito Federal e Município não pagos em até 30
(trinta) dias contados da data de liquidação poderão emitir cédula de crédito microempresária.
No parágrafo único deste artigo na Lei, está esclarecido que a cédula de creditícia micro
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empresarial é Título de Crédito regido, subsidiariamente, pela legislação prevista para as
cédulas de crédito comercial; tem como garantia o empenho do poder público, coube ao poder
Executivo a regulamentação no prazo de 180 (cento e oitenta) dias a contar da publicação da
referida lei.
A cédula creditícia é uma cédula em que o micro e pequeno empresário que
venceu uma licitação, já executou o serviço ou já entregou o produto, e se passaram trinta dias
e ainda não recebeu, este por sua vez pode emitir tal cédula para uma instituição financeira
como garantia na obtenção de um empréstimo no valor do objeto licitado, ou seja, é a garantia
dada pelo o governo quando formaliza um contrato mediante vencimento de certame
licitatório, por uma micro ou pequena empresa, e a garantia se estende somente no valor em
que se tem para receber do governo. Um exemplo seria a execução de uma ponte para o
município na área rural da cidade no valor de R$ 50.000,00, se decorrido trinta dias após a
data prevista para recebimento, não houve nenhum sinal de pagamento, a micro ou pequena
empresa pode recorrer a um empréstimo de tal valor em uma instituição financeira e emitir tal
cédula tendo como uma espécie de fiador a dívida que tem para receber do poder público. Sua
característica é que só serve para micro e pequena empresa em que ocorrer este tipo de
evento; esgotadas as fases de negociação, a empresa precisará de numerário para a quitação de
dívidas contraídas para a execução de serviço ou aquisição de produtos objetos de licitação.
8 METODOLOGIA.
A presente pesquisa é de natureza exploratória e descritiva, com enfoque
qualitativo, em sua abordagem. A caracterização da pesquisa, é do tipo exploratória pelo fato
de que exigiu do pesquisador num primeiro momento, a familiarização com a realidade
investigada. Também descritiva no momento em que descreveu os fundamentos teóricos
expressos na lei complementar 123/2006, sem a mínima intenção de modificá-los, na tentativa
apenas de instruir os micros e pequenos empresários do município, que participam e os que
ainda não participam de licitações, a ter uma percepção acerca de possíveis benefícios
tratados e adota-los como vantagem competitiva para vencer licitações LAKATOS, (2007).
Conforme orientação obtida entre autores diversos, toda pesquisa se inicia com
algum tipo de problema ou indagação; não foi diferente no presente trabalho. Entretanto, ao se
afirmar isto, torna-se conveniente esclarecer o significado desse termo. Uma acepção bastante
corrente identifica problema com questão, o que dá margem a uma série de desencontros e
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equívocos sobre a natureza dos problemas verdadeiros e dos falsos problemas. Outra acepção
identifica o problema como algo que provoca desequilíbrio, mal-estar, constrangimento às
pessoas. Contudo, na acepção científica, problema é qualquer situação não resolvida e que é
objeto de discussão, em qualquer domínio do conhecimento. Quando tratamos de conceituar o
que é um problema de pesquisa, foi preciso levar em conta de antemão que nem todo
problema é passível de tratamento científico. Isto significa que, para realização desta pesquisa
foi feito, em primeiro lugar, uma verificação se o problema cogitado se enquadrava na
categoria de científico. E, por ser um problema que envolveu variáveis que poderão ser
testadas e observadas tornou evidente que este é de natureza científica. Isto porque, foi um
problema de pesquisa que pode ser determinado por razões de ordem prática e de ordem
intelectual. Foram diversas as razões de ordem prática e intelectual que conduziram à
formulação do problema e a escolha metodológica. É uma forma de contribuir com a
sociedade rondoniense, principalmente no Município de Ji-Paraná; terá a classe dos micros e
pequenos empresários, por intermédio deste produto investigativo uma inovadora abordagem
para focalizar a competição, sendo o Método do Estudo de Caso o método mais adequado
para tratamento da situação.
Um Estudo de Caso é a descrição de uma situação de gerenciamento. A análise de
um estudo de caso em administração pode ser entendido, como o equivalente em negócios de
uma empresa Quando usado no estudo de uma situação administrativa, o estudo de caso
oferece ao estudante e ao consultor um legítimo veículo de aprendizagem, além de ser uma
útil ferramenta de pesquisa para o aluno. O “paciente”, no caso da administração, é
freqüentemente um ator fictício, que formalmente chamamos de corporação, entretanto, uma
simples divisão, departamento, ou gerência na organização pode ser o foco do caso. As
preocupações percebidas pelos indivíduos envolvidos em um caso administrativo são tão
variadas quanto as que direcionam um paciente á um médico. Contudo, diferente da analogia
médica, elas também incluem, especialmente, estudos adicionais quanto a excelência da saúde
administrativa nos aspectos mais problemáticos. E, também diferentemente da analogia
médica, o consultor mais freqüentemente procura a organização do que a organização procura
um redator de caso LAKATOS, (2007)
O Estudo de Caso é uma categoria de pesquisa cujo objeto é uma unidade que se
analisa profundamente. Pode ser caracterizado, como um estudo de uma entidade bem
definida, como um programa, uma instituição, um sistema educativo, uma pessoa ou uma
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unidade social. Visa conhecer o seu “como” e os seus “porquês”, evidenciando a sua unidade
identidade própria. É uma investigação que se assume como particularística, debruçando-se
sobre uma situação específica, procurando descobrir, o que há nela de mais essencial e
característico. LAKATOS, (2007)
Com referência às técnicas de coleta e de tratamento dos dados, a natureza da
pesquisa foi predominantemente qualitativa com alguns aspectos quantitativos, pelo fato de
tratar questões, a fim de transmitir a classe pesquisada, a percepção de como os benefícios
previstos na lei ora focalizada podem ser uma ferramenta para aumentar a competitividade de
sua empresa, e, através de uma amostra, saber quais as percepções dos que participam de
licitação em relação ao uso de suas ferramentas, visando maior competitividade na
participação em certames licitatórios . Propondo uma gama de informações a estes, através de
um conjunto de vantagens que os tornam mais competitivos como o benefício fiscal
concedido, o novo critério de desempate adotado e as garantias da administração pública para
com estes, vantagens estas, que quando usadas estrategicamente, aumenta e muito a
probabilidade de vencer as licitações que derem preferência a micro e pequenas empresas.
Desta forma, os objetivos propostos foram tratados do ponto de vista funcional, onde
contribuíram e incentivaram ainda mais aqueles que participam e também os que ainda não
participaram de certame licitatório no município e região.
As técnicas para a coleta dos dados que foram utilizadas no desenvolvimento e
tratamento dos problemas desta pesquisa, foram: o estudo de caso, observação, análise
documental, pesquisa bibliográfica da lei complementar 123/2006, entrevistas com
perguntas abertas, gravações de conversas informais, e aplicação de questionários com a
classe dos micro e pequenos empresários do município de Ji-Paraná. Os praticantes
entenderam o campo da administração e aprenderam a administrar eficazmente, através do
estudo de sucesso e insucessos nos diversos casos analisados ao longo da história. A
observação tornou-se relevante no processo de investigação da realidade, para identificação
do quanto os micro e pequenos empresários da amostra pesquisada sabem da sua força
competitiva gerada pelos benefícios previstos na lei ora focalizada, evidenciando que, quando
cobram a sua correta aplicabilidade, por parte dos pregoeiros na hora do certame, possuem
chances, por exemplo: reformular suas propostas quando ocorrer empate, participar da
licitação na certeza de que irá receber, porque existem possíveis garantias da administração
pública para pagamentos de itens licitados; quando estes não forem pagos dentro do prazo
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estabelecido pelo edital, e que mesmo se estiverem com débitos perante a receita federal
poderão apresentar a certidão negativa e somente no ato da assinatura do contrato é que
deverão comprovar a sua regularidade perante aquele órgão. Para os que ainda não participam
de licitação, neste momento passaram a ter outra visão e estímulo para participar de certames
licitatórios, deixando de ter a visão de que licitação é algo apenas para empresas grandes, uma
vez que, foram esclarecidos apenas três benefícios que a lei concede, porém, podem torná-
los competitivo como os demais.
A pesquisa bibliográfica possibilitou uma visão do que a lei trouxe em favor das
micro e pequenas empresas, e como isto pode será transformado em uma ferramenta
competitiva, usado como estratégia para aumentar suas receitas, através de vendas de
produtos ou serviços para o governo, mediante a formalização de contratos. Pois este é o
objetivo da estratégia empresarial; tornar a empresa cada dia mais estabelecida no mercado,
gerando lucros, auferindo maiores resultados.
A análise documental foi extremamente importante tanto quanto útil para a
obtenção das informações, conhecimento sobre as peculiaridades e identificação do que pode
ser adotado após o advento da lei complementar 123/2006 como estratégia de competitividade
pelos possíveis beneficiários. Imprescindível ressaltar, que esta pesquisa assim como outras
apresenta suas limitações, por que o universo dela foi somente o município de Ji-Paraná, e foi
esclarecido nos objetivos propostos a abordagem de apenas três benefícios trazidos pela lei
ora focalizada, como forma de favorecer discussões sobre o que se está sendo pesquisado.
9. ANÁLISE CRÍTICA DOS RESULTADOS DA PESQUISA.
A pesquisa analisou uma amostra da população da classe empresarial focalizada,
considerando o segmento de atuação, tempo de atividade das empresas no mercado, sexo dos
gestores, participantes de licitações, não participantes, formas de acesso ao conteúdo que
prevê tais benefícios, quais dos benefícios tratados neste artigo julgam importante e relevante,
identificação de sugestões e ajustes nestes benefícios. Os ramos de atividades das empresas
dessa amostra são produtos de higiene e limpeza, refrigeração, móveis e eletrodomésticos,
suprimentos para informática, materiais de construção, gráfica, supermercado e construtoras.
Todos os questionários foram respondidos na presença do pesquisador que teceu comentários
e esclarecimentos sobre cada uma das perguntas e respostas. Os gráficos abaixo consideram
dados obtidos na aplicação dos questionários e das entrevistas que foram gravadas e redigidas.
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Gestao das Empresas Pesquisadas
75%
25%
15 Homens
5 Mulheres
Figura 1 – Entrevistados por Sexo na Gestão das Empresas pesquisadas. Fonte: Elaborado pelo Autor.
Analisando o gráfico acima, verifica-se que da amostra pesquisada 75% das empresas são geridas por homens, e o restante é gerido por mulheres, esta variável deve ser considerada, uma vez que apesar de existir diferenças nos percentuais em relação ao gênero, todas as empresas que participam de licitações são geridas por homens. Todavia, as empresas que não participam que são geridas por mulheres tem interesse em atuar nesse mercado, faltando apenas incentivo e motivação para passarem a concorrer. Então, assim como os homens, as mulheres também têm a percepção do tamanho da oportunidade para a empresa ao decidir atuar nesse mercado.
Tempo de Atuação no Mercado
4 a 860%
2 a 430%
0 a 210%
4 a 82 a 40 a 2
Figura 2 – Tempo de Atuação no Mercado das Empresas Pesquisadas Fonte: O Autor.
O tempo de atuação no mercado das empresas pesquisadas também deve ser
considerado como uma variável que de certa forma evidencia alguns fatos, nota-se nas
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empresas que já concorrem, que todas atuam no mercado a mais de quatro anos, isto
evidencia que atuam no mercado e participavam de licitações antes do advento da Lei
Complementar nº 123/2006, fortaleceram ainda mais com benefícios concedidos, assumindo
uma posição mais competitiva. Todas que participam, isto é 50% da amostra e mais 10%(Dez
por Cento) estão atuando no mercado antes do advento da lei, todavia o restante que são os
10% não atuam por falta de estímulo e de fatores que os motivem, como exposto por esses
empresários em entrevistas, onde até serem esclarecidos sobre os benefícios abordados e
tratados nesta pesquisa, viam licitação como um mercado apenas para empresa grande.
Porém após esclarecimentos sobre o direito de preferência previsto em lei como uma
vantagem competitiva, benefício fiscal caso esteja em débito com a receita federal,
configuração de empate caso seu preço esteja até 10% a mais do valor ofertado por uma
média ou grande, e garantia da Administração Pública para o pagamento, despertaram
interesse em concorrerem.
Formas de Acesso ao Conteúdo
35%
65%
Leitura
Palestras SEBRAE
Figura 3 – Forma de acesso do empresário ao conteúdo da norma. Fonte: O Autor. Todas as empresas já tiveram acesso ao conteúdo, porém alguns gestores das empresas que concorrem em certames tem dúvidas e afirmam que talvez ajuste a esses benefícios melhoraria atenderia sua necessidade, o restante 15% que tiveram acesso ao conteúdo no código não participam de licitação, dentre outros motivos por falta de orientação e motivação, já as empresas que não concorrem, também já tiveram acesso através de palestras, todavia sem execção, quando indagados a esta forma de acesso, afirmaram que nas palestras ministradas pelo SEBRAE são abordados mais a questão da tributação para estas empresas no advento da L.C. nº 123/2006, e que os palestrantes deixam a parte tocante a licitações, fazendo apenas breves comentários. Foram desenvolvidas poucas palestras no tocante a participação em licitações, realizadas em poucos municípios, como é o caso de Porto-Velho que no final do mês de junho deste ano o SEBRAE ministrou palestra para os interessados sobre o conteúdo “ Participação em Licitações”.
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Obtenção de Informações
50%40%
10%Não dispõe de funcionário
Falta de acessoramento
Falta de Incentivo dos orgãoscompetentes
Figura 4 – Demonstrativo da busca por informação pelos empresários. Fonte: O Autor.
Considerando toda amostra pesquisada, que foram 20(vinte) empresas, grande parte
daquelas que participa de licitações, salientam a falta de assessoramento, isto é, escassez de
pessoas que compreenda a matéria, atue junto com estas mesmo sem possuir vínculo
empregatício, poderia buscar editais, preparar a documentação de habilitação, elaborar
planilhas de propostas de preço, e ser credenciado a ofertar, recebendo um percentual em
cima do valor da licitação ou itens ganhos, a títulos de honorários. Não são diferentes essas
afirmações por parte dos gestores das empresas que ainda não participam de licitações, que
muitos por centralizarem todas as decisões em seu poder não dispõem de tempo para buscar
informações sobre realização de licitações, e também não encontram pessoas com domínio e
capacidade para representar a empresa nesses atos.
Neste sentido, nota-se que os benefícios concedidos a esta classe empresária, também
traz oportunidades para quem interessa em exercer atividades de suporte para estas empresas
em processo licitatórios, recebendo por tais serviços.
9.1 SOLUÇÃO PELO DESEMPATE ENTRE A MICRO E PEQUENA EMPRESA COM AS DEMAIS LICITANTES.
A nova legislação entende-se por empatada a licitação quando as propostas
apresentadas pelas micro ou pequenas empresas (somente quando as envolvê-las) forem
iguais ou até 10% (dez por cento) superiores à proposta “melhor classificada”. Na
modalidade de Pregão, este percentual é reduzido para até 5% (cinco por cento).
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Entendimento sobre o critério de desempate
50%
30%
20%
Entendem totalmenteNão souberam responderEntendem parcialmente
Figura 5 – Entendimentos sobre critérios de desempate. Fonte: O Autor.
Apenas quem concorre em certames é que compreende a caracterização do empate e o
critério a ser adotado pelo pregoeiro nesta decisão, porque estão familiarizados com o
ambiente concorrencial e vivenciaram situações em que usufruíram do benefício, porém estes
tem dúvidas em relação a outros benefícios, como o fiscal ou a garantia da administração. O
restante que não souberam responder e/ou muitas vezes tinham noção mas se omitiram e
preferiram não responder, justificaram que não estão familiarizados com o assunto e não
vivenciam esta realidade, no entanto, foi esclarecido pelo pesquisador como funciona tal
benefício, para saber mesmo daqueles que não participam a sua percepção sobre a viabilidade
deste benefício, como forma de evidenciar a estes caso interesse em atuar nesse mercado, que
este benefício e um dos que gera a competitividade.
Percepção sobre a Viabilidade do Critério Adotado
70%
10%
20%Solução ideal para licitação cujo objetode contratação é mais de um item
Viável na oferta de determinadosprodutos
Favorecimento para tomada de decisão
Figura 6 – Demonstrativo de proporcionalidade mediante critério de desempate. Fonte: O Autor.
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Das empresas que participam em licitações 7 (70%) julgam como solução para
licitações em que o objeto de contratação for mais de um item, e 7 empresas que não
concorrem após esclarecimento deste benefício, tem a mesma percepção, desta forma
perfazendo 70% da amostra com esta visão. Das empresas que participam 3 (30%) e 1 (10%)
das que não participam, entendem que esta solução adotada como critério de desempate pela
legislação, é viável na oferta de apenas determinados objetos, porém na contratação para a
execução de obras, este percentual é baixo, por que as algumas construtoras consolidadas, tem
condições de na proposta inicial levar um preço que não vai entrar na margem de
configuração de empate, desta forma perfazendo um total de 20% da amostra. Os restantes da
amostra vêem como um favorecimento para a tomada de decisão em determinadas
modalidades de licitação e produtos.
9.2 TRATAMENTO FUNCIONAL DOS BENEFÍCIOS FISCAIS EM FACE À COMPETITIVIDADE DAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS.
A comprovação de regularidade fiscal das microempresas e empresas de pequeno
porte somente deve ser exigida para efeito de assinatura do contrato. Caso haja problema com
algumas das certidões pertinentes à regularidade fiscal, a Administração não deve inabilitá-
las. Porém se for declarada vencedora da licitação, a Administração deve conceder a ela, a
partir do momento em que é declarada vencedora, o prazo de dois dias úteis para regularizar a
sua situação, para que apresente novas certidões, sanadas da irregularidade constatada
inicialmente.
Solução para Formulação de Benefícios Fiscais
50%40%
10%Julgam a integração da classe, setorpúblico e instituições de educação
Mobilização da classe mediantereferendo
Mobilização do SEBRAE
Figura 7 – Demonstrativo sobre a Formulação de Benefícios fiscais. Fonte: O Autor.
20
Em busca de solução para a concessão de benefícios fiscais, metade da amostra
incluindo os que concorrem e quem não concorre, ambos julgam necessária a integração da
classe empresarial, órgãos responsáveis pela promoção do desenvolvimento e as instituições
de educação, como atores indispensáveis para a formulação de benefícios fiscais. As empresas
por uma diferença de 10% dividem sua percepção, julgando que a classe deveria se mobilizar
mediante referendo para decidir sobre reformulação de um benefício fiscal mais consistente e
preciso, para atender algumas necessidades importante para a empresa concorrente.
Sugestão de Benefícios Fiscais
35%
45%
20%Abatimento do Imposto de Renda
Isenção parcial no ICMS
Vencedor de licitação 50% deabatimento na dívida
Figura 8 – Demonstrativo sobre sugestões do empresário sobre benefícios fiscais. Fonte: O Autor.
Dentre várias sugestões de benefícios fiscais que atendam suas necessidades, 45%
da amostra sugerem a insenção no ICMS de produtos destinados às entregas de licitações
contempladas, importante ressaltar que este percentual obteve unanimidade nas empresas
comerciais, que na maioria das vezes estas tem que comprar produtos de fornecedores para
entregar a administração, caso este, por exemplo, das empresas de suprimento de informática.
As empresas que evidenciaram o abatimento no imposto de renda sobre receitas provenientes
de licitações, julgam esta alternativa como uma das soluções, principalmente as empresas do
ramo de construção civil e materiais de construção. O restante aceita a permanência do
benefício atual, apenas modificado em conceder um desconto de 50% do valor do débito
junto a Receita Federal.
.9.3 CRÍTICA SOBRE AS GARANTIAS O tratamento diferenciado, que pode estar previsto no edital e compreende a
possibilidade de impor a subcontratação de micro ou pequena empresa para a execução do
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objeto licitado, desde que o percentual subcontratado não exceda a 30%(trinta por cento) do
total licitado. O que chama mais atenção neste tratamento em particular refere-se ao fato de
que os pagamentos e empenhos dos órgãos ou entidades da Administração poderão ser
destinados diretamente às micro ou pequenas empresas. Isso porque, até a entrada em vigor
deste dispositivo, as pessoas jurídicas que executavam a parcela do bem ou serviço mediante
subcontratação sequer figuravam no contrato firmado com a Administração, instrumento que
ampara os respectivos pagamentos.
Ao conceder vantagens para às micro e pequenas empresas em relação às
grandes e médias empresas, não podemos deixar de mencionar uma possível dificuldade a ser
enfrentada na aplicabilidade da lei: A utilização de pequenas empresas de fachada para que as
grandes possam se beneficiar das regras direcionadas às pequenas, mas não vem ao mérito,
uma vez que a pesquisa enfoca somente as vantagens concedidas pela lei às micro e pequenas
empresas, que podem ser usadas como estratégia que aumente a competitividade. As
microempresas e as empresas de pequeno porte, titulares de direitos creditórios decorrentes de
empenhos liquidados pelo Poder Público, porém, não honrados em trinta dias contados da
data de liquidação, poderão emitir cédula de crédito microempresarial.
Ajuste na Garantia da Administração Pública
30%
35%
35%
Pagamentos de multa e mora diária
Falta de pagamento na data emhipótese alguma
Extremamente importante, desde quenão exceda o prazo
Figura 9 – Demonstrativo das sugestões dos empresários sobre ajuste na Garantia da Administração Pública. Fonte: O Autor.
Um dos benefícios mais questionados entre os tratados nesta pesquisa foi a Garantia
da Administração para a classe pesquisada, fato notório nas entrevistas em que alguns
afirmavam este critério como favorecimento em primeiro lugar da Administração, que em
hipótese alguma poderia haver atraso no pagamento, e que é desvantagem para a empresa
receber da Administração em atraso, uma vez que mesmo ao emitir cédula de creditícia em
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uma instituição financeira ira pagar juros e a Administração não paga juro a este em caso de
atraso, apenas garante o direito de pagamento. Vejamos que no gráfico acima 30% da amostra
sugere pagamento de multa e mora caso ocorra esta eventualidade, por outro lado 35% não
concorda com esta garantia confirmando o que foi comentado anteriormente, e 35% julgam
extremamente importante, porque apesar não de pagar multa é uma receita certa de receber, e
desde que a empresa não exceda a prazo permitido para atraso.
Sugestão de Percentuais nas Multas e Moras Diárias
50%
35%
15% 8% ao mês
10% ao mês
6% ao mês
Figura 10 – Demonstração de percentual sugerido pelo empresário sobre multas por atraso no pagamento. Fonte: O Autor.
Para aqueles que sugerem pagamentos de multa e mora por atraso, e até aqueles que
não sugerem isto, considera alguns percentuais justos a serem cobrados da Administração ao
atrasar pagamentos, prevalecendo em média um percentual de 8% de juros ao mês. Fato
importante é que aqueles que não adotam cobranças de juros como solução foram os que
sugeriram os percentuais mais altos, talvez seja porque não admitem em hipótese alguma
atraso no pagamento.
Percepção sobre a Garantia da Administração Pública
35%
45%
20% Extremamente importante
Deveria haver incidência de Multa eMora em caso de atrazo
Apenas uma maneira de estender oprazo de pagamento
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Figura 11 – Proporção da percepção dos entrevistados sobre a garantia da Administração Pública. Fonte: O Autor.
Apenas um terço da amostra pesquisada está satisfeito com a garantia e, neste
momento da pesquisa, quando indagados de modo geral a satisfação relacionada a este
benefício, prevaleceu o ajuste como medida de solução, acrescido da multa e mora em caso de
atraso; outros são mais radicais ao julgar um benefício apenas para a Administração.
CONCLUSÃO De tudo quanto exposto, é possível mensurar que existe universo significativamente
vasto a ser investigado a respeito das transformações introduzidas pela LC n. 123/2006 no
campo das vantagens competitivas, referente aos seus propósitos de estimular a participação
de empresas de pequeno porte nos procedimentos licitatórios abertos pela Administração
Pública. No entanto é possível usar os benefícios previstos na legislação ora focalizada em
favor das decisões do micro e pequeno empresário, fator que pode ser adotado como uma
vantagem competitiva.
São indispensáveis para o processo de acompanhamento, desenvolvimento e maior
compreensão da matéria, a atuação dos órgãos como o SEBRAE e Junta Comercial, união da
classe empresária com instituições de educação, funcionando como atores integrados para a
formulação de novos benefícios que aumentam a competitividade em favor destes. A pesquisa realizada foi de grande importância para os micros e pequenos
empresários de Ji-Paraná, principalmente para os que participaram da pesquisa, haja vista, que
alguns por centralizarem as decisões da empresa sob sua responsabilidade, não dispõem de
tempo ou de colaboradores (funcionário) para verificar benefícios que estão previstos em lei,
para análise de editais. Para os que não concorrem, por que desconheciam que alguns
processos licitatórios têm que dar preferência a estes, podem através dos benefícios e
garantias previstas em lei, sentiram-se motivados e interessados por este mercado.
Encerrando este Estudo de Caso, foi possível a conciliação de entendimento
sobre competitividade e estratégia no contexto da licitação de micro e pequenas empresas. Os
acompanhados dos casos de sucesso e insucesso de micro e pequenas empresas em certames
licitatórios realizados no município de Ji-Paraná foram significativos para interpretação e
tratamento científico. Prevaleceu à experiência daqueles que por estarem atualizados e
familiarizados com a legislação que os ampara e exige que determinadas licitações sejam
destinadas a esta classe, geralmente quando ocorria uma oferta igual ou maior em até 10% do
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preço ofertado pelo seu concorrente, no ato da oferta das propostas, o representante da micro
ou pequena empresa verificava se o concorrente se enquadrava como ME ou EPP, caso este
não se enquadrasse, o pregoeiro era comunicado e abria uma nova oportunidade de oferta de
preço para o representante da ME ou EPP contra a proposta do concorrente, e este verificava
se era viável ou não ofertar um novo preço, caso fosse viável, ao ofertar um novo preço com
apenas 1(um) centavo a menos do preço do concorrente, era declarado o vencedor do item
licitado.
Mereceu destaque a Carta Convite 68/2008 SEMOSP, no referido Município de Ji-
Paraná, onde as empresas concorrentes no ramo de materiais de construção disputavam a
oferta de areia lavada e cimento; a proposta da primeira era de R$ 20,50 para o cimento e R$
16,00 para cada metro de areia, enquanto a segunda oferecia ao preço de R$ 22,50 para o
cimento e R$ 15,00 para cada metro de areia; neste caso caracterizou empate nos dois itens
porque ficaram na margem dos 10% acima do preço ofertado pela primeira concorrente. Neste
caso caberia ao pregoeiro declarar a primeira como vencedora dos dois itens. Neste momento
foi interrompido o certame pelo representante da segunda concorrente, que passou a afirmar
que conforme cópias apresentadas nos envelopes da documentação de habilitação o contrato
social não informava que o concorrente se enquadrava como ME ou EPP; por isso propôs,
fazer uma nova oferta para um item, que foi a areia, ofertando ao preço de R$ 15,99, no
entanto não iria oferta uma nova proposta para o cimento porque este item poderia sofrer um
reajuste na fábrica até a data da entrega do mesmo, a secretaria municipal de obras e serviços
públicos do município (SEMOSP), uma vez que ao adquirir este produto antecipado a
empresa compra valor monetário na fábrica e não quantidade, portanto era inviável fazer uma
nova proposta e decidiu em deixar este item para o concorrente.
O enquadramento mencionado acima, consta na cópia do contrato social da empresa
que está na relação de documentos exigidos e que são vistados por todos os participantes na
apresentação da documentação que ocorre antes da abertura dos envelopes com a proposta de
preços, no caso da modalidade de licitação carta convite.
11. REFERÊNCIAS.
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Base na L.C. nº 101/00 e nas Classificações Contábeis advindas da SOF e STN”. São Paulo:
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25
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Abrangente da Moderna Administração das Organizações. Rio de Janeiro:Elsevier, 2003.
FILHO, José dos Santos Carvalho. Manual de Direito Administrativo. Rio de Janeiro:Lumen
Júris, 19ª edição, 2008.
GOMES, Elisabeth; BRAGA, Fabiane. Inteligência Competitiva: Como Transformar Informação em um Negócio Lucrativo: Rio de Janeiro: Editora Campus, 2004. LAKATOS, Eva Maria. Metodologia Científica: Ciência e Conhecimento Científico, Métodos
Científicos; Teoria, Hipóteses e Variáveis; Metodologia Jurídica. São Paulo: Atlas, 2007.
PASSOS, Alfredo:Inteligência Competitiva: Como Fazer I.C. Na sua empresa. São Paulo:
LTCE Editora, 2005.
PINA, Vitor Manuel Dias Castro. Inteligência Estratégica nos Negócios:São Paulo: Atlas,1994. PORTER, Michael E. Estratégia Competitiva: Técnicas para Análise de Indústrias e da
Concorrência. Rio de Janeiro: campus, 2ª Tiragem(2007).
PORTER, Michael E. Vantagem Competitiva: Criando e Sustentando um Desempenho
Superior. Rio de Janeiro: Campus, 2004.
PRESCOTT. J .E; MILHER, S. H. Inteligência Competitiva da Prática. Rio de Janeiro:
Campus, 2002.
RAUPP, Valdir. Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas, Brasília – 2007.