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SmartWood e Imaflora – Relatório de Avaliação de Certificação FSC - Grupo Pedro Guimarães 1 Resumo Público de Certificação FSC Programa SmartWood Grupo Pedro Guimarães em Imbaú, PR, Brasil Certificado: SW-FM/COC-1820 Data da Certificação: 08 de março de 2006 Data do Resumo Público de Certificação: 08 de março de 2006 Este documento foi elaborado segundo as regras do Conselho de Manejo Forestal (Forest Stewardship Council - FSC) e do Programa SmartWood Nenhuma parte deste relatório pode ser publicada em separado Certificador: SmartWood Program 1 C/o Rainforest Alliance 65 Bleecker Street, 6 th Floor New York, New York 10012 U.S.A. TEL: (212) 677-1900 FAX: (212) 677-2187 Email: [email protected] Website: www.smartwood.org Em parceria com: Instituto de Manejo e Certificacação Florestal e Agrícola – IMAFLORA Rua Chico Mendes, 185 – Caixa Postal 411 CEP 13400.970 Piracicaba, SP, Brasil Tel/Fax: 55–19-34244015 Email: [email protected] Website: www.imaflora.org Para receber uma certificação SmartWood, uma operação de manejo florestal deve submeter-se a uma avaliação de campo. Este relatório resume a informação contida no Relatório Inicial Avaliação baseado nos dados coletados durante a avaliação de campo. São realizadas auditorias anuais para monitorar as atividades da operação de manejo forestal, para revisar o progresso da operação para o cumprimento de suas condições de certificação e para verificar se continua trabalhando de acordo aos padrões do SmartWood. A informação atualizada obtida durante essas auditorias anuais é incluida como anexo ao Resumo Públlico. 1 O Programa SmartWood é executado em nível mundial através dos membros institucionais (todos sem fins de lucro) da Rede SmartWood. A Rede SmartWood é coordenada pela Rainforest Alliance, uma organização conservacionista sem fim de lucro com sede nos Estados Unidos de América. Rainforest Alliance é o possuidor legal da marca SmartWood. Todos usos promocionais da marca SmartWood têm que ser especificamente aprovados pela Rede SmartWood. A certificação SmartWood se aplica unicamente às práticas florestais das empresas certificadas; não implica aprovação nem certificação de outras qualidades das operações certificadas (por exemplo, rendimento financeiro, uso do produto florestal, etc). O Programa SmartWood é aprovado pelo Conselho de Manejo Florestal Mundial (Forest Stewardship Council - FSC) para a certificação do manejo de floresta natural, plantações florestais e cadeia de custodia).

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SmartWood e Imaflora – Relatório de Avaliação de Certificação FSC - Grupo Pedro Guimarães 1

Resumo Público de Certificação FSC Programa SmartWood

Grupo Pedro Guimarães em

Imbaú, PR, Brasil Certificado: SW-FM/COC-1820

Data da Certificação: 08 de março de 2006 Data do Resumo Público de Certificação: 08 de março de 2006

Este documento foi elaborado segundo as regras do Conselho de Manejo Forestal

(Forest Stewardship Council - FSC) e do Programa SmartWood Nenhuma parte deste relatório pode ser publicada em separado

Certificador: SmartWood Program1 C/o Rainforest Alliance 65 Bleecker Street, 6th Floor New York, New York 10012 U.S.A. TEL: (212) 677-1900 FAX: (212) 677-2187 Email: [email protected] Website: www.smartwood.org

Em parceria com: Instituto de Manejo e Certificacação Florestal e Agrícola – IMAFLORA Rua Chico Mendes, 185 – Caixa Postal 411 CEP 13400.970 Piracicaba, SP, Brasil Tel/Fax: 55–19-34244015 Email: [email protected] Website: www.imaflora.org

Para receber uma certificação SmartWood, uma operação de manejo florestal deve submeter-se a uma avaliação de campo. Este relatório resume a informação contida no Relatório Inicial Avaliação baseado nos dados coletados durante a avaliação de campo. São realizadas auditorias anuais para monitorar as atividades da operação de manejo forestal, para revisar o progresso da operação para o cumprimento de suas condições de certificação e para verificar se continua trabalhando de acordo aos padrões do SmartWood. A informação atualizada obtida durante essas auditorias anuais é incluida como anexo ao Resumo Públlico.

1 O Programa SmartWood é executado em nível mundial através dos membros institucionais (todos sem fins de lucro) da Rede SmartWood. A Rede SmartWood é coordenada pela Rainforest Alliance, uma organização conservacionista sem fim de lucro com sede nos Estados Unidos de América. Rainforest Alliance é o possuidor legal da marca SmartWood. Todos usos promocionais da marca SmartWood têm que ser especificamente aprovados pela Rede SmartWood. A certificação SmartWood se aplica unicamente às práticas florestais das empresas certificadas; não implica aprovação nem certificação de outras qualidades das operações certificadas (por exemplo, rendimento financeiro, uso do produto florestal, etc). O Programa SmartWood é aprovado pelo Conselho de Manejo Florestal Mundial (Forest Stewardship Council - FSC) para a certificação do manejo de floresta natural, plantações florestais e cadeia de custodia).

SmartWood e Imaflora – Relatório de Avaliação de Certificação FSC - Grupo Pedro Guimarães 2

CONTEÚDO

SIGLAS E ABREVIAÇÕES .................................................................................................... 3

INTRODUÇÃO.................................................................................................................. 4

1. ALCANCE DO CERTIFICADO................................................................................... 5 1.1. ABRANGÊNCIA DO CERTIFICADO........................................................................................ 5 1.2. EXCLUSÃO DE ÁREAS DO ESCOPO DO CERTIFICADO ................................................................ 5 2. PROCESSO DE AVALIAÇÃO..................................................................................... 7 2.1. PADRÕES DE CERTIFICAÇÃO UTILIZADOS.............................................................................. 7 2.2. EQUIPE DE AVALIAÇÃO E QUALIFICAÇÕES ............................................................................. 7 2.3. REVISORES DO RELATÓRIO............................................................................................... 7 2.4. CRONOGRAMA DA AVALIAÇÃO.......................................................................................... 7 2.5. ESTRATÉGIA DA AVALIAÇÃO ............................................................................................. 8 2.6. PROCESSO DE CONSULTA A PARTES INTERESSADAS............................................................... 10 3. CONCLUSÕES E OBSERVAÇÕES DA AVALIAÇÃO.................................................... 11 3.1. COMENTÁRIOS RECEBIDOS DAS PARTES INTERESSADAS .......................................................... 11 3.2. PRINCIPAIS PONTOS FORTES E FRAGILIDADES ...................................................................... 11 3.3. NÃO-CONFORMIDADES IDENTIFICADAS E AÇÕES CORRETIVAS................................................. 12 3.4. AÇÕES DE SEGUIMENTO DESENVOLVIDAS PELO CLIENTE PARA A SUA CERTIFICAÇÃO...................... 16 3.5. OBSERVAÇÕES ............................................................................................................ 16 3.6. RECOMENDAÇÃO DE CERTIFICAÇÃO................................................................................. 16 4. INFORMAÇÕES ESPECÍFICAS SOBRE O CLIENTE ..................................................... 17 4.1. DESCRIÇÃO DA PROPRIEDADE E POSSE DA TERRA ................................................................ 17 4.2. CONTEXTO LEGAL E DE REGULAMENTAÇÃO GOVERNAMENTAL................................................ 17 4.3. CONTEXTO AMBIENTAL................................................................................................. 17 4.4. CONTEXTO SOCIOECONÔMICO ....................................................................................... 18 ANEXO I: Formulário para o FSC: Informações Detalhadas da OMF ................................. 20

ANEXO II: Resumo Público do Plano de Manejo .............................................................. 22

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SIGLAS E ABREVIAÇÕES ABPM Associação Brasileira de Produtores de Madeira ADA Ato Declaratório Ambiental APEF Associação Paranaense de Engenheiros Florestais APP Área de Preservação Permanente APRE Associação Paranaense de Reflorestadores CAR Corrective Action Request CEP Código de Endereçamento Postal CIPA Comissão Interna de proteção de Acidentes CITES Convenção sobre o Comércio de Espécies Ameaçadas COC Cadeia de Custódia (Chain of Custody) CUT Central Única dos Trabalhadores EMBRAPA Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária EPI Equipamento de Proteção Individual ESALQ Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” FAVC Floresta de Alto Valor para Conservação FM Manejo Florestal (Forest Management) FSC Conselho de Manejo Florestal (Forest Stewardship Council) FUPEF Fundação de Pesquisas Florestais do Paraná Ha Hectare IAP Instituto Ambiental do Paraná IBAMA Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IMAFLORA Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola Ltda. Limitada N/A Não Aplicável NR Norma Regulamentadora OIT Organização Internacional do Trabalho OMF Operação de Manejo Florestal ONG Organização Não Governamental. P&C Princípios e Critérios PR Paraná RL Reserva Legal RPPN Reserva Particular do Patrimônio Natural S/A Sociedade Anônima

SLIMF Florestas pequenas e com baixa intensidade de manejo (em inglês, Small and Low Intensity Managed Forest)

SPVS Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental SW Programa Smartwood de Certificação Florestal UEL Universidade Estadual de Londrina UFPR Universidade Federal do Paraná UMF Unidade de Manejo Florestal USP Universidade de São Paulo

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INTRODUÇÃO

Este relatório apresenta as conclusões de uma avaliação independente para a certificação, conduzida por uma equipe de especialistas que representam o Programa SmartWood da Rainforest Alliance. O propósito da avaliação foi medir a sustentabilidade ecológica, econômica e social do manejo florestal do Grupo Pedro Guimarães, conforme define o Conselho de Manejo Florestal (FSC - Forest Stewardship Council).

O presente relatório contém quatro seções principais de informações e conclusões,

além de diversos anexos. Todo o relatório e os Anexos I e II constituirão informação pública acerca da operação de manejo florestal, que poderão ser distribuídas pelo SmartWood ou pelo Forest Stewardship Council (FSC) a pessoas ou entidades interessadas. Os demais anexos são confidenciais, a serem revisados somente por pessoas autorizadas do SmartWood e FSC e revisores, limitados por contratos de confidencialidade.

O propósito do Programa SmartWood é reconhecer o manejo responsável dos

recursos mediante avaliações independentes e certificação de práticas florestais. As Operações Florestais que obtiverem a certificação SmartWood poderão utilizar os selos SmartWood e FSC para campanhas de publicidade, propaganda e mercado.

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1. ALCANCE DO CERTIFICADO

1.1. Abrangência do certificado

O grupo Pedro Guimarães, tendo como responsável o Engenheiro Florestal que lhe empresta o nome, é formado por empreendedores florestais da região de Telêmaco Borba. São associados ao Grupo Pedro Guimarães: a Agro Florestal Lageado, o Grupo Santa Tereza, e os produtores florestais Marina e Celso Lafer, Pedro e Maurício Guimarães e Carlos Montenegro Gomes. A associação se mobilizou para entrar com seus produtos no mercado de madeira certificada pelo FSC, que atualmente vem sendo liderado pela Klabin S/A. As florestas estão concentradas na região de Telêmaco Borba, Paraná.

A OMF é responsável pelo manejo de 5.158 ha. Desse total, 5.056 ha (98%) estão

regularizados e 102 ha (2%) estão em pendência de regularização. Não foram observados conflitos extrajudiciais pela posse ou propriedade da terra.

Nas áreas da UMF a destinação do solo distribui-se entre reflorestamento, infra-

estrutura, áreas de conservação e, em escala reduzida, atividades agropecuárias.

Composição das áreas:

Associado Municípios Área Total (ha)

Plantio (ha)

APPs (ha)

Reservas Legais (ha)

Outros (ha)

Santa Tereza Faxinal, Imbaú, Mauá da Serra e Ortigueira.

3.640,34 1.669,63 273,46 679,99 1.017,26

Antonio Carlos Montenegro Gomes

Imbaú. 123,46 92,45 8,11 22,45 0,45

Celso e Marina Lafer Telêmaco Borba. 831,66 476,88 65,55 281,43 7,80

Agro Florestal Lageado

Imbaú, Ortigueira e Tibagi. 280,21 179,21 44,96 56,04 0,00

Pedro Guimarães Imbaú e Ortigueira. 116,11 73,80 19,09 23,22 0,00 Maurício de Oliveira Guimarães e outros

Imbaú e Reserva 166,07 110,70 22,16 33,41 0,00

TOTAL ----- 5.158,05 2.602,67 433,33 1.096,54 1.025,51

Veja mais informações detalhadas sobre a OMF e áreas cobertas pelo certificado nos

Anexos I e II.

1.2. Exclusão de áreas do escopo do certificado

Não houve exclusão de áreas do escopo do certificado.

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2. PROCESSO DE AVALIAÇÃO

2.1. Padrões de certificação utilizados

Como não existem padrões regionais para plantações acreditados pelo FSC Internacional, nesta avaliação foi utilizado um Padrão Interino SmartWood, composto pela versão 9.0 (outubro de 2004) dos Padrões desenvolvidos pelo Grupo de Trabalho do FSC no Brasil para Certificação de Florestas Plantadas, resultado de 4 anos de consultas com as partes interessadas no País, versão esta que encontra-se em processo de aprovação pelo FSC Internacional, com adição de alguns indicadores da versão de junho de 2005 dos padrões genéricos SmartWood para manejo florestal. Esses padrões podem ser obtidos no IMAFLORA (www.imflora.org).

2.2. Equipe de avaliação e qualificações Flavio Murillo Machado Guiera – Engenheiro Florestal com experiência em plantações florestais e na implantação de sistemas de gestão ambiental em empresas florestais; participou de diversas avaliações IMAFLORA/SW para certificação do Manejo Florestal e de Cadeias de Custódia.

Antonio Carlos Antiqueira – Antonio Carlos Antiqueira, Engenheiro Florestal, Consultor Independente, com experiência de trinta anos em planejamento e manejo florestal de florestas plantadas e nativas, especialista em sistemas de colheita florestal mecanizada; trabalha há quatro anos como auditor na certificação florestal FSC, tanto em florestas nativas como plantações, inclusive como auditor líder.

2.3. Revisores do Relatório Credenciais do Revisor 1: Engenheiro Florestal formado na ESALQ/USP em 1997,

trabalha desde 2000 na coordenação técnica de um programa cooperativo em silvicultura e manejo entre as empresas do setor florestal e instituição de pesquisa vinculada à Universidade de São Paulo. Atua como auditor em treinamento na área de silvicultura e manejo para o Imaflora/SW desde Junho de 2004. Está terminando o mestrado em recursos florestais com ênfase em silvicultura no Departamento de Ciências Florestais da ESALQ/USP.

Credenciais do Revisor 2: Engenheiro Florestal formado na ESALQ/USP em 1981, com mais de 23 anos de experiência em plantações florestais no setor privado, tendo atuado nas áreas de planejamento, controles legais e ambientais, implantação, manejo, colheita e transporte de madeira e na implantação das certificações ISO 14.000 e FSC.

2.4. Cronograma da avaliação

Data Localização Geral* (sítios principais) Principais atividades

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San Fernando

Áreas de corte raso, baldeio e carregamento Áreas de preservação permanente Preparo de solo Plantios novos e antigos

Imbaú

Áreas de corte raso, baldeio e carregamento Áreas de preservação permanente Manutenção de estradas Preparo de solo Áreas de conservação

Sítio Facão Terceiro desbaste e resinagem APP e áreas de conservação

04/08/04

Ilhabela Moradia do caseiro, criação de gado

Mumbuca

Áreas de preservação permanente Plantio novo Moradia do caseiro, criação de gado Áreas de conservação

Santa Tereza

Áreas de corte raso, baldeio e carregamento. Áreas de preservação permanente Preparo de solo Plantios novos e antigos (pinus e eucalipto) Manutenção de estradas

Brasília I

Manutenção mecânica (roçada) Manutenção de estradas Áreas de preservação permanente Áreas de conservação

05/08/04

Brasília II

Plantios novos Poda Áreas de preservação permanente Áreas de conservação

06/08/04 Sede da Agro Florestal Lageado

Análise de documentos Reunião de fechamento

Imbaú Operações de preparo de solo, plantio e regeneração natural de pinus. 11/07/05

(visita extra) Sede da Agro Florestal Lageado Revisão de documentos.

Número total de pessoas-dia usados para a avaliação: 07. = número de auditores participando (02) multiplicado pelo total de dias gastos na avaliação (03) + (01) auditor multiplicado por (01) dia gasto em visita extra. * Detalhes dos sítios visitados estão no Anexo VI.

2.5. Estratégia da avaliação

A UMF conta com uma área total de 5.158,05 ha localizada nos municípios de

Faxinal, Imbaú, Mauá da serra, Ortigueira, Tibagi, Reserva e Telêmaco Borba, PR. A sede do Grupo está localizada em Imbaú, PR. Todos os documentos de interesse da equipe de auditoria foram examinados no escritório de Imbaú, PR.

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Foram visitadas as diferentes operações existentes na UMF a fim de analisar as técnicas e equipamentos empregados pela empresa nas diferentes atividades do manejo, bem como entrevistar funcionários do Grupo Pedro Guimarães.

Foram analisados documentos relativos à saúde e segurança ocupacional, registros

e pagamentos de funcionários e recolhimentos de encargos da empresa e dos prestadores de serviço diretamente contratados pelo Grupo Pedro Guimarães. Foram cruzadas informações de campo com as informações documentais.

Foi efetuada uma visita de campo adicional, em 11 de julho de 2005, completando a

avaliação das atividades de preparo de solo e plantio, esta última não contemplada na avaliação principal. A visita técnica incluiu uma análise adicional de procedimentos operacionais e a avaliação de uma área de regeneração natural de pinus.

Aspectos do manejo revisados pela equipe de avaliação:

Tipo de sitio Sítios visitados

Terceiro desbaste e resinagem Sítio Facão

Análise de documentos Sede da Agro Florestal Lageado

APP e áreas de conservação Sítio Facão

Áreas de corte raso, baldeio e carregamento San Fernando

Áreas de conservação Imbaú, Mumbuca, Brasília I e Brasília II

Áreas de corte raso, baldeio e carregamento. San Fernando

Áreas de preservação permanente San Fernando, Imbaú, Mumbuca, Santa Tereza, Brasília e Brasília II I

Manutenção de estradas Imbaú, Santa Tereza e Brasília I

Manutenção mecânica (roçada) Brasília I

Moradia do caseiro, criação de gado Ilhabela e Mumbuca

Plantio novo Mumbuca e Brasília II

Plantios novos e antigos (pinus e eucalipto) San Fernando e Santa Tereza

Poda Brasília II

Preparo de solo San Fernando, Imbaú e Santa Tereza

Reunião de fechamento Sede da Agro Florestal Lageado

Operação de plantio Imbaú

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Regeneração natural de pinus Imbaú

2.6. Processo de consulta a partes interessadas O propósito da estratégia de consulta a partes interessadas para essa avaliação foi: 1) Assegurar que o público esteja consciente e informado sobre a avaliação e seus

objetivos; 2) Auxiliar a equipe de avaliação na identificação de tópicos potenciais; e 3) Fornecer diferentes oportunidades ao público para discussão e participação no

processo de levantamento de evidências da avaliação. Esse processo não é somente uma notificação, mas sim, sempre que possível, uma

interação detalhada e significativa com as partes interessadas. O processo não se encerra após as visitas de campo, podendo ter continuidade inclusive após a decisão de certificação. O IMAFLORA/SmartWood recebe, a qualquer momento, comentários sobre operações certificadas e utiliza-se de tais comentários, se aplicáveis, em avaliações de campo.

No caso do Grupo Pedro Guimarães, antecedendo ao atual processo de avaliação, foi

preparado e distribuído, por e-mail, fax e via postal, um documento para consulta pública a diferentes partes interessadas. Por meio de consultas a listas de partes interessadas nos processos de outras OMF certificadas na região, e de contribuições da OMF candidata e de outras partes interessadas, foi desenvolvida uma lista inicial de partes interessadas, a quem foram distribuídos os anúncios públicos. Essa lista também forneceu uma base para que a equipe de avaliação pudesse selecionar pessoas para entrevistas pessoais na fase de avaliação de campo.

Tipo (ONGs, agências do governo,

moradores locais, prestador de serviços, etc.).

Número pessoas/entidades

informadas

Pessoas/entidades consultadas ou que forneceram algum insumo

Organizações sociais 06 00 Organizações do trabalho 03 00 Instituições privadas 07 00 Órgãos públicos 02 00 Associações 03 00 Pesquisa 08 00 Organizações ambientais 02 00

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3. CONCLUSÕES E OBSERVAÇÕES DA AVALIAÇÃO

3.1. Comentários recebidos das partes interessadas Embora as atividades de consulta às partes interessadas tenham sido organizadas

para dar aos participantes a oportunidade de fornecer comentários sobre o processo de avaliação e a OMF avaliada, não foram registradas quaisquer contribuições.

3.2. Principais pontos fortes e fragilidades

Principio FSC Pontos Fortes Fragilidades P1: Compromisso com o FSC e Conformidade Legal

Atendimento ao princípio como um todo.

Análise de aplicabilidade de acordos e tratados internacionais (ver OBS #01/2006).

P2: Posse & Direitos de Uso & Responsabilidades

Atendimento ao princípio como um todo.

N/A.

P3 – Direitos dos Povos Indígenas

Ausência de conflitos. Identificação das reservas em mapas, croquis ou documentos escritos (ver CAR #01/2006). Estabelecimento de canais de diálogo com as comunidades indígenas da região (ver CAR #01/2006).

P4: Relações com a Comunidade & Direitos dos Trabalhadores

Incentivo à alfabetização de funcionários. Condições de segurança no trabalho. Avaliação positiva da OMF pelas comunidades locais.

Local para a realização de refeições no campo (ver CAR #02/2006). Organização do plano de treinamentos (ver CAR #03/2006). Treinamentos em ergonomia e certificação FSC (ver CAR #03/2006 e OBS #02/2006). Sinalização de segurança (ver CAR #04/2006). Procedimento escrito de identificação de casos de impactos sociais negativos sobre a comunidade local (ver OBS 03/2006). Elaboração de atas para comprovação do diálogo interno (ver OBS 03/2006). Controle da circulação e permanência de menores nas áreas de operação (ver CAR #05/2006). Eficiência do monitoramento de terceiros (ver CAR #06/2006).

P5: Benefícios da Floresta

Comercialização de diferentes produtos florestais.

Análise econômica de máquinas novas e antigas junto aos prestadores de serviços (ver OBS #04/2006).

P6: Impacto Ambiental

Conservação de remanescentes nativos.

Levantamentos da fauna e flora locais e medidas de proteção a espécies

SmartWood e Imaflora – Relatório de Avaliação de Certificação FSC - Grupo Pedro Guimarães 12

Uso reduzido de agro-químicos. Manuseio e disposição final de resíduos.

raras, ameaçadas ou em perigo de extinção (ver CAR #07/2006). Informações sobre a biodiversidade aos trabalhadores (ver OBS #05/2006). Ações preventivas e de mitigação de impactos ambientais (ver CAR #08/2006). Aperfeiçoamento dos padrões de construção e manutenção de estradas (ver CAR #08/2006). Teste de uso de formicidas orgânicos para situações de baixa infestação (ver OBS #06/2006).

P7: Plano de Gestão

Plano de prevenção de incêndios. Descrição dos objetivos do manejo.

Aperfeiçoamento dos padrões de construção e manutenção de estradas (ver CAR #08/2006). Levantamentos da fauna e flora locais e medidas de proteção a espécies raras, ameaçadas ou em perigo de extinção (ver CAR #07/2006). Organização do plano de treinamentos (ver CAR #03/2006). Divulgação do resumo do plano de manejo (ver OBS #07/2006).

P8: Monitoramento & Avaliação

Registros de produtividade da colheita. Sistema de controle de custos e produtividade.

Aperfeiçoamento dos relatórios de monitoramento (ver CAR #09/2006). Registros de alterações da flora e fauna (ver CAR #10/2006). Inclusão de resultados do monitoramento no resumo público (ver CAR #11/2006).

P9: Manutenção de Florestas de Alto valor de Conservação

N/A. N/A.

P10 - Plantação

Descrição dos objetivos do manejo. Disposição dos plantios. Adequação das espécies utilizadas. Procedimentos de compra de terra.

Diretrizes para manutenção e construção das estradas e ramais de arraste (ver CAR # 08/2006). Teste de uso de formicidas orgânicos para situações de baixa infestação (ver OBS #06/2006).

Cadeia de Custódia Mecanismos de controle. N/A.

3.3. Não-conformidades identificadas e ações corretivas

Uma não-conformidade é uma discrepância ou falha identificada durante a

avaliação, entre algum aspecto do sistema de gestão da OMF e um ou mais dos requisitos do FSC. Dependendo da gravidade da não-conformidade, a equipe de avaliação diferencia entre uma não-conformidade maior ou menor.

SmartWood e Imaflora – Relatório de Avaliação de Certificação FSC - Grupo Pedro Guimarães 13

• Não-conformidade Maior é resultante de uma falha fundamental para atingir o

objetivo do critério. Uma série de não-conformidades menores de um requerimento pode ter um efeito cumulativo e ser considerada uma não-conformidade maior.

• Não-conformidade Menor é uma não-conformidade não usual, temporária ou não

sistemática, para a qual os efeitos são limitados.

Não-conformidades Maiores devem ser corrigidas antes que o certificado seja concedido. Não-conformidades Menores não proíbem a cessão do certificado, devendo ser cumpridas no prazo estipulado para a manutenção do certificado.

Cada uma das não-conformidades é abordada pela equipe de avaliação, aplicando-se uma pré-condição para não-conformidades maiores ou uma ação corretiva (CAR) para não-conformidades menores. As pré-condições e as CARs são exigências com as quais as operações candidatas devem estar de acordo e que devem ser cumpridas nos prazos estipulados.

CAR #01/2006 Referência ao padrão: 3.1.2. Não conformidade: Maior: Menor:

As reservas indígenas na região de Ortigueira são demarcadas e não apresentam interface direta com o manejo florestal da OMF; as passagens utilizadas pelos indígenas, no entanto, não estão identificadas em mapas, croquis ou documentos escritos. Não foram evidenciados impactos das atividades da OMF sobre as comunidades indígenas da região; faltam, não obstante, evidências de que a OMF mantenha um canal de diálogo.

Solicitação de Ação Corretiva: a OMF deverá: - indicar nos mapas da UMF as áreas de passagem das comunidades indígenas da região; - estabelecer um canal permanente de diálogo com essas comunidades. Data limite para Cumprimento: data do próximo monitoramento. CAR #02/2006 Referência ao padrão: 4.2.B. Não conformidade: Maior: Menor:

Embora existam boas condições ambientais de trabalho, evidenciou-se que os trabalhadores não possuem um local adequado para a realização das refeições no campo.

Solicitação de Ação Corretiva: a OMF deverá disponibilizar locais adequados para a realização das refeições, propiciando maior conforto e higiene na alimentação dos trabalhadores. Data limite para Cumprimento: data do próximo monitoramento. CAR #03/2006 Referência ao padrão: 4.2.D e 7.3.1. Não conformidade: Maior: Menor:

Os trabalhadores da OMF são periodicamente treinados e reciclados; no entanto, o plano de treinamentos não possui um cronograma de eventos e uma previsão de conteúdo para cada treinamento a ser aplicado e foram observados problemas ergonômicos no campo, em especial na operação de derrubada de árvores.

Solicitação de Ação Corretiva: a OMF deverá: - formular um plano completo de treinamentos que contenha um cronograma dos eventos e uma previsão dos conteúdos a serem tratados; - incluir treinamentos específicos sobre temas de ergonomia, aplicáveis às diferentes operações.

SmartWood e Imaflora – Relatório de Avaliação de Certificação FSC - Grupo Pedro Guimarães 14

Data limite para Cumprimento: data do próximo monitoramento. CAR #04/2006 Referência ao padrão: 4.2.F. Não conformidade: Maior: Menor:

As sinalizações evidenciadas no campo não são suficientes para garantir a segurança.

Solicitação de Ação Corretiva: a OMF deverá adequar a sinalização visual nas frentes de trabalho, garantindo a identificação de riscos à segurança. Data limite para Cumprimento: data do próximo monitoramento. CAR #05/2006 Referência ao padrão: 4.9.2. Não conformidade: Maior: Menor:

Embora a OMF não empregue menores em suas atividades, foram constatadas falhas no controle da circulação e permanência de menores nas fazendas.

Solicitação de Ação Corretiva: a OMF deverá restringir a circulação e/ou permanência de menores de idade em áreas de operação florestal. Data limite para Cumprimento: data do próximo monitoramento. CAR #06/2006 Referência ao padrão: 4.12.1. Não conformidade: Maior: Menor:

Existem verificações periódicas efetuadas pela OMF; estas não garantem, não obstante, o cumprimento da legislação trabalhista por parte dos prestadores de serviços que atuam no grupo.

Solicitação de Ação Corretiva: - a OMF deverá rever sua estrutura de monitoramento de campo, abrangendo todos os terceiros e sub-contratados; - deve haver um aperfeiçoamento das análises efetuadas sobre os dados de monitoramento, documentais e de campo, de forma a garantir a constatação de eventuais irregularidades como pagamentos por fora, irregularidades no recolhimento de encargos etc. Data limite para Cumprimento: data do próximo monitoramento. CAR #07/2006 Referência ao padrão: 6.1.1, 6.2.2, 6.2.4 e 7.1.9. Não conformidade: Maior: Menor:

Embora os impactos do manejo sejam reduzidos, não foram evidenciados levantamentos e estudos sobre a fauna e a flora locais, incluindo a identificação e proteção de espécies raras, ameaçadas ou em perigo de extinção.

Solicitação de Ação Corretiva: a OMF deverá promover um levantamento da flora e fauna locais, identificando e catalogando espécies raras, ameaçadas ou em perigo de extinção e promovendo medidas para a proteção integral de seus habitat. Data limite para Cumprimento: data do próximo monitoramento. CAR #08/2006 Referência ao padrão: 6.5.1, 6.5.5, 6.5.7, 7.1.3 e 10.6.1. Não conformidade: Maior: Menor:

Nos procedimentos operacionais existentes não estão especificadas as ações preventivas e de mitigação dos impactos ambientais. Embora o ciclo longo da plantação e a área máxima de corte, escolhidos como regime de manejo pelo grupo, reduzam impactos sobre a paisagem, estradas e qualidade da água, faz-se necessário que as diretrizes para manutenção e construção das estradas e ramais de arraste sejam aprimoradas para reduzir os impactos de erosão e sedimentação dos solos. Foram observadas estradas traçadas em locais de relevo acentuado e com saídas de água em número menor que o necessário, provocando sedimentação de materiais nas baixadas.

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Solicitação de Ação Corretiva: a OMF deverá: - reformular o procedimento operacional de construção e manutenção de estradas e ramais de arraste, especificando critérios para a elaboração de obras de proteção (saídas de água, caixas secas, lombadas, bueiros etc) e divulgando-o aos funcionários próprios e aos terceiros; - elaborar um manual de procedimentos para prevenção e mitigação de impactos ambientais que possa ser utilizado como guia de campo para os técnicos na execução do plano de manejo. Data limite para Cumprimento: data do próximo monitoramento. CAR #09/2006 Referência ao padrão: 8.1.2 e 8.1.3. Não conformidade: Maior: Menor:

Existem diversos registros de acompanhamento das operações da OMF; não foram apresentados, entretanto, relatórios estruturados de análise periódica do desempenho da OMF e os registros de monitoramento existentes não indicam como as prescrições do manejo devem ser mudadas com base nas informações levantadas.

Solicitação de Ação Corretiva: a OMF deverá elaborar relatórios periódicos com a análise dos resultados dos monitoramentos e as modificações de manejo aplicáveis. Data limite para Cumprimento: data do próximo monitoramento. CAR #10/2006 Referência ao padrão: 8.2.4. Não conformidade: Maior: Menor:

Embora existam diversos registros informais na OMF, não foram evidenciados registros de alterações observadas na flora e fauna.

Solicitação de Ação Corretiva: a OMF deverá desenvolver um método de avaliação e registro dos efeitos das atividades florestais sobre a flora e a fauna nativas. Data limite para Cumprimento: data do próximo monitoramento. CAR #11/2006 Referência ao padrão: 8.1.5. Não conformidade: Maior: Menor:

Existe um resumo público do plano de manejo, com algumas informações sobre o crescimento e a produtividade da floresta, mas falta um capítulo que explicite os resultados de outros monitoramentos.

Solicitação de Ação Corretiva: adicionar um capítulo específico no resumo público do Plano de Manejo para explicitar os resultados não confidenciais dos indicadores de monitoramento. Data limite para Cumprimento: data do próximo monitoramento. CAR #12/2006 Referência ao padrão: requisitos CG 5, 8 e 9. Não conformidade: Maior: Menor:

Embora o grupo apresente organização satisfatória, não há procedimentos claros de entrada e saída de membros do grupo, nem mecanismos definidos para informar ao SW sobre eventuais mudanças em sua composição. Existe um sistema constante de monitoramento, aplicável isoladamente a cada membro do grupo. Não foi apresentado, no entanto, um documento formal que explicite as práticas de monitoramento das propriedades que integram o grupo. O gerente do grupo possui toda a documentação legal, técnica e cartográfica das propriedades que fazem parte da UMF. Faltam, não obstante, os registros das vistorias realizadas e das não-conformidades e ações corretivas aplicadas.

Solicitação de Ação Corretiva: O grupo deverá: - formular procedimento para associação, saída e expulsão de membros no grupo, além de mecanismos para informar qualquer mudança ao SW; - formalizar a política de vistorias de rotina e outras visitas às áreas de seus componentes, de forma a garantir o atendimento às regras do manejo e da certificação FSC;

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- estabelecer registros das vistorias realizadas e das não-conformidades e ações corretivas aplicadas. Data limite para Cumprimento: data do próximo monitoramento.

3.4. Ações de seguimento desenvolvidas pelo Cliente para a sua certificação

Não foram apontadas pré-condições.

3.5. Observações

Observações são ações voluntárias sugeridas pela equipe de avaliação, não tendo

caráter obrigatório.

Observações Referencia aos Padrões OBS #01/2006: recomenda-se uma análise de aplicabilidade de acordos e tratados internacionais.

1.3.

OBS #02/2006: é recomendável a inclusão de temas sobre a certificação FSC nos treinamentos efetuados com os trabalhadores das UMFs do grupo.

4.2.D.

OBS #03/2006: a OMF pode documentar de forma escrita seus procedimentos para a identificação de impactos sociais negativos sobre a comunidade local e formalizar, por meio de atas, seu diálogo com as comunidades e os trabalhadores internos.

4.5.1 e 4.7.2.

OBS #04/2006: uma análise econômica para comparação de custos operacionais de máquinas novas e antigas pode ser incentivada junto aos prestadores de serviço.

5.3.1.

OBS #05/2006: os treinamentos e palestras ministrados aos trabalhadores podem incluir o tema da conservação da biodiversidade.

6.2.8.

OBS #06/2006: o uso de formicidas orgânicos é recomendado como uma alternativa para situações de baixa infestação.

6.6.8; 10.7.5.

OBS #07/2006: a OMF pode promover a distribuição do resumo de seu plano de manejo a lideranças locais, empresários e entidades representativas.

7.4.2.

3.6. Recomendação de Certificação

Com base em uma completa análise, revisão de campo e compilação de evidências

efetuadas pela equipe de avaliação IMAFLORA/SW, constatou-se pela recomendação da OMF para a certificação conjunta FSC/SmartWood para o Manejo Florestal e a Cadeia de Custódia (FM/COC) de suas florestas.

A avaliação de campo não constatou não-conformidades maiores, passíveis de

aplicação de pré-condições. Ocorreram tão-somente constatações de não-conformidades menores, distribuídas pelos Princípios 3, 4, 6, 7, 8, e 10 do padrão de manejo florestal e pelos Requisitos 5, 8 e 9 de certificação em grupo.

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4. INFORMAÇÕES ESPECÍFICAS SOBRE O CLIENTE

4.1. Descrição da Propriedade e Posse da Terra

As fazendas que compõem o grupo possuem uma área total de 5.158 hectares, com 2.603 hectares de plantações de Pinus taeda, Pinus elliottii, Eucalyptus grandis e Araucaria angustifolia, 1.530 hectares dedicados à conservação (APPs e RLs) e 1.025 ha utilizados para outras finalidades (infra-estrutura etc.).

As atividades do grupo concentram-se no manejo de plantações florestais de pinus

e eucalipto com vistas ao aproveitamento madeireiro para múltiplos usos, como serraria, laminação, processo e energia.

As fazendas que compõem o grupo são de propriedade dos associados, estando em

sua maioria registradas nos cartórios de registro de imóveis competentes, conforme estabelece a legislação fundiária aplicável.

Não existem conflitos evidentes relativos à posse ou à propriedade das áreas pela

OMF. 4.2. Contexto Legal e de Regulamentação Governamental As propriedades do grupo candidato à certificação situam-se no Estado do Paraná. A União detém competência legislativa privativa quanto ao direito do trabalho.

União, Estados e Municípios possuem capacidade legislativa tributária relativa aos impostos de sua competência.

Sobre as matérias florestais e ambientais, a OMF obedece, concorrentemente, à

legislação emitida pelos poderes legislativos da União e do Estado em que se situam suas propriedades. Submete-se, além disso, a eventuais legislações municipais sobre o tema, desde que versem sobre assuntos de interesse local.

A OMF deve obedecer, ainda, às determinações emitidas pelas diferentes esferas do

Poder Executivo, desde que legitimadas por alguma das leis acima citadas. O IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis),

órgão executivo Federal, mantém atuação restrita. As incumbências administrativas relativas aos temas florestais e ambientais vêm sendo executadas, portanto, pelo órgão ambiental estadual (IAP – Instituto Ambiental do Paraná), com o auxílio da Polícia Florestal (ou Ambiental) estadual nas atividades de fiscalização.

4.3. Contexto Ambiental

A região onde estão inseridas as florestas dos componentes do grupo é

originalmente composta por Floresta Ombrófila Mista (IBGE, 1992), a mais importante

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formação florestal da região sul do Brasil, de ocorrência entre as altitudes de 400 e 1.000 metros. Este tipo florestal também é conhecido como “Mata de Araucária” devido à predominância da Araucaria angustifolia no dossel superior da floresta. Na atualidade, esta espécie está representada por poucos indivíduos nos remanescentes florestais nativos ou em pequenos plantios homogêneos.

O clima predominante na região, segundo a classificação de Köeppen, é o

subtropical (Cfa), com temperatura média maior que 22ºC e precipitação média de 1.500 mm/ano. O relevo é suave ondulado com declives variando entre 0 e 20%.

Anteriormente à década de setenta, em que se iniciou a destinação da terra para

manejo florestal, as áreas foram utilizadas para a produção agropecuária e para a exploração madeireira nativa, com a retirada de espécies nobres como Araucária, Canela, Imbuia, Cedro, Peroba, entre outras. Atualmente os remanescentes de floresta natural são mantidos como áreas de proteção aos recursos naturais da região.

Em termos de ocupação do solo, a região está caracterizada como um pólo florestal

importante, pela presença das áreas próprias, arrendadas e fomentadas pela ação direta ou indireta da Klabin S/A. O uso da terra predominante é o florestal, na forma de florestas plantadas, ou florestas naturais de conservação, com a presença, em menor escala, de atividades agropecuárias.

4.4. Contexto Socioeconômico

As florestas administradas pelo grupo se inserem em uma região com grande

vocação madeireira. Em Telêmaco Borba, cidade com maior estrutura de saúde, educação e comércio da

região, vem se consolidando um pólo de indústrias de produtos madeireiros certificados, com vendas principalmente ao mercado externo.

A mão de obra local é bastante especializada para serviços florestais e grande parte

dos trabalhadores já conhece os conceitos da certificação FSC. Nas áreas da UMF a destinação do solo distribui-se entre reflorestamento, infra-

estrutura, áreas de conservação. Desenvolvem-se em algumas fazendas, em escala reduzida, atividades de pecuária extensiva e cultivo de soja.

Embora existam reservas indígenas no município de Ortigueira, as mesmas estão

demarcadas e não possuem qualquer interface com o manejo florestal do grupo. Não se observam quaisquer conflitos significativos com as comunidades locais.

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Trabalhadores no grupo:

Tempo Total Tempo Parcial

Tipo de Empregado Homem Mulher Homem Mulher

Próprios 151 - - -

Contratados (terceiros) 24 - - -

175 - - -

175 - Totais

175

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ANEXO I: Formulário para o FSC: Informações Detalhadas da OMF

ESCOPO DO CERTIFICADO Tipo do certificado: Certificação em grupo. Status SLIMF: Não é SLIMF. Número de membros no grupo: 06. Número total de UMFs: 06.

Divisão das UMFs dentro do escopo: UMFs Número de UMFs Área florestal total nesse grupo de UMFs 100 – 1000 ha 05 1.517,71 ha 1000 – 10 000 ha 01 3.640,34 ha Lista de cada UMF incluída no Certificado: UMF Proprietário UMF Área Tipo de Floresta

Santa Tereza Grupo Santa Tereza 3.640,34 ha Plantações de pinus e eucalipto

Antonio Carlos Montenegro Gomes

Antonio Carlos Montenegro Gomes 123,46 ha

Plantações de pinus e eucalipto

Celso Lafer Celso Lafer 831,66 ha Plantações de pinus e eucalipto

Agro Florestal Lageado Agro Florestal Lageado 280,21 ha Plantações de pinus e

eucalipto

Pedro Guimarães Pedro Guimarães 116,11 ha Plantações de pinus e eucalipto

Maurício Guimarães Maurício Guimarães 166,27 ha Plantações de pinus e

eucalipto Categorias de produtos incluídos no escopo do certificado: Tipo de produto: Descrição Toras para serraria Toras com diâmetro maior que 18 cm. Toretes para processo Toretes com diâmetro entre 08 e 18 cm. Outro: madeira para energia Toretes com diâmetro entre 03 e 08 cm.

INFORMAÇÃO SOBRE A OMF

Localização das florestas certificadas

Latitude: 23 graus e 45 minutos a 24 graus e 40 minutos Sul. Longitude: 50 graus e 30 minutos a 51 graus e 20 minutos oeste.

Zona florestal Floresta Ombrófila Mista.

Responsabilidade do manejo: De cada associado, sob a coordenação do Engenheiro Florestal Pedro Guimarães.

Numero de empregados da OMF: 151 Número de trabalhadores florestais (incluindo terceiros) trabalhando na floresta dentro da área florestal incluída no escopo do certificado:

175

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Espécies e corte permitido anual

Nome Botânico Nome comercial comum Corte anual permitido Colheita projetada 2006

Pinus taeda e Pinus elliottii pinus 46.000,00 m3 21.386,00 m3

Produção estimada anual de toras: Produção estimada anual de PFNM:

46.000,00 m3 N/A.

CLASSIFICAÇÃO DA ÁREA FLORESTAL Área total certificada 5.158,05 ha Área total florestal coberta pelo escopo do certificado 4.132,54 ha

Área florestal que tem: Manejo privado 4.132,54 ha Manejo público 0,0 ha Manejo comunitário 0,0 ha

-

Área de florestas de produção (áreas onde a Madeira vai ser colhida) 2.602,67 ha Área sem qualquer colheita ou atividades de manejo (reservas absolutas) 1.529,87 ha Área sem colheita de madeira e atividades de manejo apenas para PFNM ou serviços N/A.

Área classificada como plantação2 2.602,67 ha Área ou parte da área de floresta de produção regenerada naturalmente 215,09 ha

Área ou parte da área de floresta de produção regenerada por plantio ou semeadura 2.387,58 ha

Área ou parte da área de floresta de produção regenerada por outro método ou mistos (descrever) 0 ha

Valores de Conservação presentes na floresta (FAVC) e respectivas áreas N/A (ver comentários ao princípio 9).

2 De acordo com a definição do FSC, “plantações”, neste contexto são áreas florestais onde não existe a maioria das principais características e elementos chaves de ecossistemas naturais como definido pelos padrões nacionais e regionais do FSC, que resultam da atividade humana por plantios, tratamentos silviculturais intensos etc.

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ANEXO II: Resumo Público do Plano de Manejo

Os principais objetivos do plano de manejo são: Prioridade principal: produção florestal de toras para desdobro em serraria. Prioridade secundária: produção de toretes e lenha para processo industrial e/ou energia. Composição da floresta: Eucalyptus e Pinus: 2.602,67 ha. Descrição dos sistemas silviculturais usados: o sistema silvicultural utilizado na empresa segue os padrões normais de cultivo e manejo de pinus e eucalipto no Brasil, com etapas de preparo do solo, plantio de mudas ou condução de regeneração natural, combate a formigas, desramas e desbastes e corte raso entre vinte e vinte e cinco anos.

Sistema Silvicultural % de floresta nesse sistema de manejo

Manejo de pinus e eucalipto para produção de toras: 2.602,67 ha. 63 % Métodos de colheita e equipamentos usados: colheita manual com motosserra, retirada com tratores, agrícolas ou florestais, e tração animal. Estimativa do rendimento máximo sustentável para as principais espécies comerciais: 46.000,00 m3 Fundamentos para as estimativas e fontes dos dados: índices regionais de crescimento. Estrutura organizacional e responsabilidades gerenciais no nível operacional: Engenheiro Florestal responsável pelo manejo: Pedro Guimarães. Estrutura das unidades de manejo florestal (divisão da área florestal em unidades gerenciais): Seis UMF, correspondentes às áreas de cada associado do grupo. Procedimentos de monitoramento: monitoramento constante e correção de diretrizes em tempo real, se possível. Medidas de proteção ambiental e de proteção para espécies raras, ameaçadas e em perigo de extinção e seus habitats: ver CAR # 07/2006 e CAR # 10/2006