resumo produção de maquetes i encontro pibid sc

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(I Encontro Catarinense do PIBID: O fortalecimento da iniciação à docência na educação básica) Florianópolis, 29 e 30 de outubro de 2012 A PRODUÇÃO DE MAQUETES COMO FORMA DE COMPREENSÃO DO RELEVO: UMA EXPERIÊNCIA COM OS SEXTOS ANOS Bruno de Matos Casaca 1 (ID), Cristiane Santin 1 (ID), Angélica Rotava 2 (SU), Wagner Batella 1 (CO), Ederson Nascimento 1 (CO). Universidade Federal da Fronteira Sul Curso de Geografia Licenciatura. Rua Fernando Machado, 108-E, Centro, Chapecó-SC. CEP: 89.803-112 Palavras Chave: Ensino de Geografia; Cartografia; Maquetes. 1 Universidade Federal da Fronteira Sul campus Chapecó-SC. 2 Escola de Educação Básica Marechal Bornann. Introdução A geografia é uma ciência consolidada que estuda as relações inclusas no espaço. Ela aborda conceitos, sendo os principais o de lugar, região, território, paisagem, natureza, espaço e sociedade, sendo que cada conceito se interliga um com o outro. Ou seja, não é possível haver território sem a sociedade, da mesma forma que não se pode haver lugar sem espaço. No ensino, a geografia tem um papel fundamental no que se refere à formação de cidadãos críticos, pensantes. Por muitas vezes, as metodologias de ensino enfrentam diversos entraves, dentre eles a falta de motivação, tanto de professores e como de estudantes, desta maneira faz-se necessário renovar e criar novas metodologias para alcançar os objetivos propostos e motivar os alunos. Uma maneira de fazer valer esta proposta é o uso de maquetes, um instrumento 3D chamativo, onde desperta o interesse dos educandos. Com a sua utilização o aluno tem a possibilidade de interpretar o espaço, além de fazer uma leitura mais dinâmica do mundo, enfatiza a relevância da construção dos assuntos cartográficos e didáticos em conciliação ligada ao professor e aluno, sobretudo para que predomine a concepção técnica do educador que cria e adere seus conhecimentos e vivências ligadas ao seu trabalho na sala de aula (CASTROGIOVANNI; CALLAI; KAERCHER, 2003 1 ). Deste modo, o presente trabalho refere- se a uma experiência de atividade realizada sob a supervisão da professora que ministrava as aulas de geografia em conjunto com dois dos bolsistas do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação a Docência (PIBID) do Subprojeto Geografia da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), Campus Chapecó, na Escola de Educação Básica Marechal Bormann. Resultados e Discussão O relato tem como objetivo uma avaliação da representação feita pelos estudantes das formas básicas do relevo em maquetes como ferramenta diferenciada nas aulas de geografia. A escolha do tema, formas básicas do relevo, deu-se com base no plano de ensino desenvolvido pela professora, conforme a Proposta Curricular do Estado de Santa Catarina. Duas turmas do sexto ano do ensino fundamental foram os sujeitos que realizaram essa atividade. Como essa atividade faz parte do plano de aula da disciplina de geografia, a professora, anteriormente a realização da atividade, ministrou uma aula sobre o relevo, onde foram apresentadas as quatro formas básicas do relevo. A partir deste primeiro contato com o conteúdo, foi apresentada a proposta de representação do relevo em maquetes. Embora sejam quatro formas básicas de relevo (Planície, Planalto, Depressão e Montanha), para essa atividade foram acrescidas as formas de Serras, Morros e Chapadas (todas como um único tema), devido ao fato de que, diferente de montanhas, essas são formações que estão presentes na realidade dos estudantes. No caso, em Santa Catarina, não formação de Montanha, mas uma grande presença de Serras, Morros e Chapadas. Com essa nova divisão, foram estabelecidos cinco temas para serem representados, e esses temas foram sorteados aos estudantes, que já haviam sido separados em grupos de até cinco estudante cada grupo. Ainda antes do inicio da produção das maquetes, em uma aula foram feitos planejamentos, visto que esse processo é importante para concretização de qualquer ação. A primeira parte do planejamento foi em conjunto com todos os estudantes e os bolsistas. Nesta fase foram apresentadas possíveis maneiras

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Page 1: Resumo produção de maquetes   i encontro pibid sc

(I Encontro Catarinense do PIBID: O fortalecimento da iniciação à docência na educação básica)

Florianópolis, 29 e 30 de outubro de 2012

A PRODUÇÃO DE MAQUETES COMO FORMA DE COMPREENSÃO DO RELEVO: UMA EXPERIÊNCIA COM OS SEXTOS ANOS

Bruno de Matos Casaca1 (ID), Cristiane Santin

1 (ID), Angélica Rotava

2 (SU),

Wagner Batella1 (CO), Ederson Nascimento

1 (CO).

Universidade Federal da Fronteira Sul – Curso de Geografia – Licenciatura. Rua Fernando Machado, 108-E,

Centro, Chapecó-SC. CEP: 89.803-112

Palavras Chave: Ensino de Geografia; Cartografia; Maquetes.

1 Universidade Federal da Fronteira Sul – campus Chapecó-SC. 2 Escola de Educação Básica Marechal Bornann.

Introdução

A geografia é uma ciência consolidada

que estuda as relações inclusas no espaço. Ela aborda conceitos, sendo os principais o de lugar, região, território, paisagem, natureza, espaço e sociedade, sendo que cada conceito se interliga um com o outro. Ou seja, não é possível haver território sem a sociedade, da mesma forma que não se pode haver lugar sem espaço. No ensino, a geografia tem um papel fundamental no que se refere à formação de cidadãos críticos, pensantes. Por muitas vezes, as metodologias de ensino enfrentam diversos entraves, dentre eles a falta de motivação, tanto de professores e como de estudantes, desta maneira faz-se necessário renovar e criar novas metodologias para alcançar os objetivos propostos e motivar os alunos. Uma maneira de fazer valer esta proposta é o uso de maquetes, um instrumento 3D chamativo, onde desperta o interesse dos educandos. Com a sua utilização o aluno tem a possibilidade de interpretar o espaço, além de fazer uma leitura mais dinâmica do mundo, enfatiza a relevância da construção dos assuntos cartográficos e didáticos em conciliação ligada ao professor e aluno, sobretudo para que predomine a concepção técnica do educador que cria e adere seus conhecimentos e vivências ligadas ao seu trabalho na sala de aula (CASTROGIOVANNI; CALLAI; KAERCHER, 2003

1). Deste modo, o presente trabalho refere-

se a uma experiência de atividade realizada sob a supervisão da professora que ministrava as aulas de geografia em conjunto com dois dos bolsistas do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação a Docência (PIBID) do Subprojeto Geografia da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), Campus Chapecó, na Escola de Educação Básica Marechal Bormann.

Resultados e Discussão

O relato tem como objetivo uma

avaliação da representação feita pelos

estudantes das formas básicas do relevo em

maquetes como ferramenta diferenciada nas

aulas de geografia. A escolha do tema, formas

básicas do relevo, deu-se com base no plano de

ensino desenvolvido pela professora, conforme a

Proposta Curricular do Estado de Santa Catarina.

Duas turmas do sexto ano do ensino

fundamental foram os sujeitos que realizaram

essa atividade. Como essa atividade faz parte do

plano de aula da disciplina de geografia, a

professora, anteriormente a realização da

atividade, ministrou uma aula sobre o relevo,

onde foram apresentadas as quatro formas

básicas do relevo. A partir deste primeiro contato

com o conteúdo, foi apresentada a proposta de

representação do relevo em maquetes. Embora

sejam quatro formas básicas de relevo (Planície,

Planalto, Depressão e Montanha), para essa

atividade foram acrescidas as formas de Serras,

Morros e Chapadas (todas como um único

tema), devido ao fato de que, diferente de

montanhas, essas são formações que estão

presentes na realidade dos estudantes. No caso,

em Santa Catarina, não há formação de

Montanha, mas uma grande presença de Serras,

Morros e Chapadas. Com essa nova divisão,

foram estabelecidos cinco temas para serem

representados, e esses temas foram sorteados

aos estudantes, que já haviam sido separados

em grupos de até cinco estudante cada grupo.

Ainda antes do inicio da produção das

maquetes, em uma aula foram feitos

planejamentos, visto que esse processo é

importante para concretização de qualquer ação.

A primeira parte do planejamento foi em conjunto

com todos os estudantes e os bolsistas. Nesta

fase foram apresentadas possíveis maneiras

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(I Encontro Catarinense do PIBID: O fortalecimento da iniciação à docência na educação básica)

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para representar cada formação, bem como cada

representação deve ser constituída, levando

sempre em conta a proporcionalidade dos

atributos a serem representados, fazendo uma

referência, principalmente, para a vegetação,

aspecto de bastante caracterização no relevo. A

segunda parte deu-se pelo planejamento

individual de cada grupo, neste momento, os

estudantes deveriam discutir entre eles o que

cada um ficaria responsável, por parte dos

materiais, e como seria disposto no isopor,

material escolhido para base da maquete, as

formações. Depois de todos os

encaminhamentos realizados, iniciou-se a

produção das maquetes pelos estudantes, tanto

a professora como os bolsistas somente

realizaram um auxílio na construção, para que

não influenciassem os trabalhos. De forma

generalizada, os materiais utilizados pelos

estudantes foram: folha de isopor, base da

maquete; argila, para o relevo; tinta guache, para

colorir as representações; gel de cabelo, para

representar rios (quando presentes). A

vegetação, dita importante no planejamento, foi

representada ora por plantas sintéticas, muitas

vezes desproporcionais para a maquete, ora por

plantas colhidas nos pátios da escola. Ambas as

turmas ficaram com mesma divisão de temas, ou

seja, ao todo foram feitas duas maquetes de

cada tema, no entanto, essa característica vale

para fazer uma análise comparando os materiais.

Com base na observação feita no trabalho pelos

alunos na construção das maquetes, notou-se

que alguns alunos tinham dificuldades tanto no

envolvimento da elaboração, quanto no

entendimento da proposta da atividade.

Conclusões

As maquetes, quando analisadas em

pares de tema, apresentaram poucas diferenças:

o tema planície foi bem representado; nos

planaltos encontraram-se as maiores

dificuldades, principalmente no como

representar/diferenciar da planície, bem como

nas características desta forma; as montanhas

foram bem caracterizadas, sem grandes

dificuldades, neste caso, os estudantes foram

fieis ao planejamento; nas depressões, os

estudantes somente se prenderam na

representação da depressão relativa, pois não

tinham consciência do formato do fundo

oceânico, bem em como representá-lo; nos

Morros/Serras/Chapadas a maior dificuldade foi

na disposição das formações ao longo da

maquete, sem que se prejudicasse a maquete

como um todo. No que diz respeito à

representação da vegetação, que varia de acordo

com a altitude, estando diretamente relacionados

à formação morfológica do relevo, os estudantes

tiveram dificuldades em fazê-la, no sentido de ser

fieis à proporcionalidade do relevo, além disso,

embora solicitado aos estudantes para se aterem

aos elementos constituintes em uma paisagem,

muitos deles fizeram a maquete no intuito de

deixa-la bonita, fugindo assim, um pouco da

realidade. No entanto, essa é uma característica

já era esperada devido à idade dos estudantes,

que tentam ver o mundo embelezado. Além da

proporcionalidade observada na vegetação,

muitos estudantes dispuseram sobre a maquete,

animais (domésticos), esses bem maiores do

que os que seriam recomendados, nessas

maquetes, o relevo tornou-se menos

evidenciado, contundindo o objetivo da atividade.

Uma característica bastante marcante na maioria

das maquetes foi à inserção de cercas,

representando fronteiras, tanto para isolar os

animais, como para isolar paisagens distintas.

Essa característica demonstra um apontamento

para a influência humana sobre o meio. Embora

com críticas as produções foram boas, e

alcançaram um resultado esperado. Para

finalizar a atividade, as maquetes foram expostas

em uma Feira de Ciências desenvolvida pela

Escola de Educação Básica Tancredo Almeida

Neves, também no município de Chapecó, onde

alguns estudantes explicaram ao público cada

forma básica do relevo, diferenciando-as umas

das outras. A realização de atividades

diferenciadas potencializa o aprendizado, e

principalmente o interesse dos estudantes pela

disciplina, embora não seja uma proposta a ser

realizada sempre, devido o tempo gasto e aos

materiais utilizados, a experiência serve como

base para a realização de outros experimentos

práticos (FRANCISCHETT, 20022).

1 CASTROGIOVANNI, Antonio Carlos; CALLAI, Helena

Copetti; KAERCHER, Nestor André. Ensino de geografia: práticas e textualizações no cotidiano. 3. ed. Porto Alegre: Mediação, 2003. 172 p. 2 FRANCISCHETT, Mafalda N. A cartografia no

ensino da geografia: construindo os caminhos do cotidiano. Rio de Janeiro: Kroart, 2002.