resumo pacto elaine

2

Click here to load reader

Upload: elaine-cefapro-juara

Post on 09-Jul-2015

63 views

Category:

Education


0 download

DESCRIPTION

Relato referente ao trabalho de formação de 2013

TRANSCRIPT

Page 1: Resumo pacto elaine

PACTO: IMPACTOS E DESAFIOS

Elaine Cristina da Silva MoreiraProfessora Formadora Alfabetizadora do CEFAPRO e Orientadora de estudos do PACTO

Juara – MT e-mail: [email protected]

O objetivo desse trabalho é apresentar um breve relato de minha experiência enquanto professora orientadora do PACTO – Programa Nacional de Alfabetização na Idade Certa. Atuo no CEFAPRO – Centro de Formação e Atualização de Professores, enquanto professora formadora, há cinco anos. E este ano assumi também a responsabilidade de trabalhar com uma turma de professoras alfabetizadoras do município de Juara os encontros formativos do PACTO. O planejamento pedagógico é algo fundamental no trabalho docente, pois, é a partir dele que traçamos um caminho a percorrer em busca de aprendizagens significativas. Tendo como desafio a elaboração de um planejamento que considere os diferentes perfis dos educandos e colabore para alfabetização de todas as crianças, conhecer o que as crianças já sabem é fundamental. A sondagem é um importante instrumento pedagógico para conhecer as hipóteses que os alunos ainda não alfabetizados possuem sobre o sistema de escrita alfabética. A partir desse perfil é possível planejar atividades de leitura e escrita, agrupamentos produtivos e escolher os recursos didáticos adequados. O PACTO não proporcionou uma receita, mas um caminho possível. A necessidade de uma sondagem inicial com as crianças para identificar quais hipóteses sobre a escrita as crianças têm parece algo óbvio, mas não é. Quando no início dos encontros, as professores cursistas foram solicitadas a realizar a sondagem com os educandos, imaginei que fosse ser tranquilo, pois, enquanto professora formadora do CEFAPRO já havia trabalhado (com basicamente este mesmo grupo) em anos anteriores a importância da sondagem, como fazê-lo e como interpretá-lo tendo como parâmetro as etapas de construção da escrita elucidadas pelos trabalhos de Emília Ferreiro. Entretanto, para minha surpresa, não só apareceram muitas dúvidas (antes, no como fazê-lo e depois, para interpretá-la), como ouvi relatos de que “só agora colocamos em prática, pois foi nos solicitado”. Precisou de uma “exigência”, para que as professoras se dispusessem a colocar em prática algo tão importante como a sondagem periódica das hipóteses de escrita que as crianças já possuem. Após retornarem com os dados, e o mapeamento da turma, foi o momento de pensarmos intervenções, agrupamentos produtivos, atividades adequadas, e, nesse caso o material do Pacto enriqueceu as discussões, tanto no embasamento teórico, quanto no prático. Quando às defasagens de aprendizagem eram muito distante do esperado, pensávamos em atendimentos no contraturno com o professor regente ou o articulador. Quanto a essas decisões, para maioria das escolas foi tranquilo, pois mesmo não realizando a sondagem (tendo como parâmetro a psicogênese), organizavam esse atendimento às crianças que apresentavam dificuldade (tendo como parâmetro os conhecimentos que já deveriam estar consolidados em determinada fase), com base em observações e aplicação de avaliações diagnósticas. Em contrapartida, algumas articuladoras, que também participavam dos encontros, me relatavam situações que foram colocando em dúvida a necessidade ou não de algumas crianças estarem participando da sala de articulação, uma vez que estas apresentavam dificuldades que, conforme relatavam as professoras, se tratava de dificuldades inerentes ao processo, ou seja, poderiam ser trabalhadas em sala. As articuladoras estavam atendendo um número muito grande de crianças, o que dificultava atender as crianças em nível de alfabetização mais de uma vez por semana. Outra dificuldade constatada é que num mesmo horário eram atendidas crianças com idades e níveis muito diferentes. Chegamos então num impasse. Como garantir a alfabetização de todas as crianças quando as professoras articuladoras estão sobrecarregadas atendendo crianças que talvez nem precisassem de apoio pedagógico? Como

Page 2: Resumo pacto elaine

conciliar um planejamento coerente entre professora regente e articuladora, se não planejam juntas, mais que isso, nem mesmo coadunam da mesma opinião quanto às necessidades dessas crianças? Como também acompanho as escolas, enquanto professora formadora do CEFAPRO foi possível trabalhar com esse problema mais de perto, ou seja, na escola. Realizando encontros semanalmente com as articuladoras inicialmente, e depois com as professoras regentes. Elaboramos algumas atividades diagnósticas para os alunos que, com base nas considerações das professoras articuladoras, não precisariam de apoio pedagógico. Também propus uma reunião com o coletivo da escola, para trabalharmos a função da professora articuladora, a importância do diagnóstico e principalmente a importância de ter claro o perfil de aprendizagem desejado para cada fase/Ciclo. Apesar dos impasses e resistências, principalmente do grupo de professores do 2º e 3º ciclo, os encontros foram proveitosos. As crianças foram remanejadas, e algumas até dispensadas desse atendimento no contraturno. As articuladoras, em posse de um perfil mais claro dos educandos, puderam reagrupá-los e pensar estratégias e intervenções mais adequadas para o desenvolvimento dos mesmos. Desse modo, os impactos do programa não se restringiram apenas aos professores e educandos do primeiro ciclo. Foram muitos os obstáculos. A incerteza de como iria prosseguir os estudos, a troca de professores regentes de turma, a incompatibilidade de horários, a resistência a “mais um programa”, enfim, não foi muito tranquilo, encontramos alguns obstáculos. Porém, observar a satisfação dos educadores quando comparavam estes perfis (realizados em períodos diferentes do ano), e percebiam a evolução dos educandos, visualizando quais conhecimentos foram construídos e quais ainda precisam construir, atesta que muito mais que desafios, vivenciamos em momentos de formação continuada, com e além do Pacto, avanços significativos.

Palavras chave: planejamento, diagnóstico, intervenção pedagógica