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RESUMO IGREJA UNIVERSAL DO REINO DE DEUS: ANTECEDENTES HISTÓRICOS, ANÁLISE DE DOUTRINAS DISTINTIVAS E PROPOSTA EVANGELÍSTICA por Josimir Albino do Nascimento Orientador: Renato Stencel

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RESUMO

IGREJA UNIVERSAL DO REINO DE DEUS: ANTECEDENTES HISTRICOS, ANLISE DE DOUTRINAS DISTINTIVAS E PROPOSTA EVANGELSTICA

por

Josimir Albino do Nascimento Orientador: Renato Stencel

RESUMO DE PESQUISA DE PS-GRADUAO Tese de Doutorado em Teologia Pastoral

Seminrio Adventista Latino-Americano de Teologia Centro Universitrio Adventista de So Paulo

Campus Engenheiro Coelho

Ttulo: I G R EJA UNI V E RSA L D O R E IN O D E D E US: A N T E C E D E N T ES H IST RI C OS, A N L ISE D E D O U T RIN AS DIST IN T I V AS E PR OPOST A E V A N G E L ST I C A Nome do pesquisador: Josimir Albino do Nascimento Nome e ttulo do orientador: Renato Stencel, Ed. D. Data do trmino: dezembro de 2010

Tpico

A pesquisa analisou os movimentos reavivalistas que antecederam e contriburam

para a formao e o desenvolvimento da Igreja Universal do Reino de Deus e apresentou

uma proposta de abordagem aos seus membros em forma de estudos bblicos.

Propsito

A pesquisa tem cunho pastoral, pois procura oferecer uma sugesto de abordagem aos

neopentecostais iurdianos atravs de oito estudos bblicos com temas de sua predileo, de

maneira que entendam biblicamente qual o plano divino para os que vivem nesta gerao

ps-moderna.

Fontes

Este estudo foi fundamentado em pesquisa bibliogrfica que investigou as anlises

de historiadores, socilogos, antroplogos e telogos que abordaram o tema sob a

perspectiva de sua rea de especializao; em informaes adquiridas por observaes

pessoais aos cultos e a programas iurdianos via rdio e TV; e em investigao bblica.

Concluses

Durante a era crist ocorreram diversas manifestaes reavivalistas marcadas por

milagres. Reavivamentos extticos eclodiram desde os dias ps-apostlicos at o presente,

embora j ocorressem nos dias de Paulo. A nfase na experincia em detrimento de slida

exegese bblica para nortear a sua vivncia religiosa caracterizou os reavivamentos

esprios.

O bero do pentecostalismo moderno foi marcado por manifestaes extticas com

a agravante de que nele se constatou a participao de hipnotizadores, espiritualistas e

mdiuns de numerosas sociedades secretas nos cultos dirigidos por William Seymour em

Los Angeles.

O culto pentecostal/neopentecostal pretende ser uma verso moderna das

manifestaes de milagres ocorridas no dia de Pentecostes, conforme relatada em Atos 2.

Mas, particularmente no que tange ao dom de lnguas e ao batismo com o Esprito Santo,

equacionando o que ocorreu naqueles dias com as manifestaes extticas atuais.

Depois de seu surgimento e desenvolvimento nos Estados Unidos da Amrica, o

pentecostalismo moderno chegou ao Brasil. Evoluiu para o neopentecostalismo iurdiano,

tambm a partir de elementos herdados dos diversos ramos do carismatismo norte-

americano, cujo principal foi, a confisso positiva.

Os seus pressupostos lanaram as bases para a teologia da prosperidade, a cura de

considerao a soberania divina em relao a cada situao especfica na experincia dos

seres humanos.

O exame das caractersticas e das doutrinas da Igreja Universal do Reino de Deus

demonstrou que ela representa uma adaptao do pentecostalismo gerao ps-moderna,

vida pelo bem-estar fsico e pelo consumo de bens seculares. Uma religiosidade que no

exige mudanas substanciais no estilo de vida.

Levando-se em considerao o rpido crescimento do neopentecostalismo iurdiano

e a infiltrao dos seus pressupostos nos diversos seguimentos religiosos da atualidade, se

fez necessrio confrontar os seus ensinos com as proposies das Sagradas Escrituras. E

fornecer sugestes estratgicas para uma abordagem esclarecedora aos iurdianos sobre as

verdades bblicas. Alm disso, equipar a IASD com instrumentos adequados para realizar a

misso de divulgar as mensagens do advento tambm para esse importante seguimento da

comunidade religiosa brasileira.

ABSTRACT OF GRADUATE STUDENT RESEARCH

Doctor of Pastoral Theology Dissertation

Seminrio Adventista Latino-Americano de Teologia Centro Universitrio Adventista de So Paulo

Campus Engenheiro Coelho

Ttulo: UNI V E RSA L C H UR C H O F T H E K IN G D O M O F G O D: H IST O RI C A L A N T E C E D E N TS, A N A L ISYS O F DIST IN T I V E D O C T RIN ES A ND O U T R E A C H APPR O A C H

Name of researcher: Josimir Albino do Nascimento Name and degree of the advisor: Renato Stencel, Ed. D. Date completed: December, 2010

Topic

The research has analyzed the revival movements that came before and contributed

to the formation and development of the Universal Church of the Kingdom of God

presenting how to outreach its members throughout bible studies.

Purpose

The research has a pastoral stamp, because it seeks to offer a suggestion to approach

to iurdian neo-pentecostal throughout eight bible studies with subjects valued to them, in

order that they can understand biblically what it is the divine plan to those who live in this

post-modern age.

Sources

This study was based on bibliographical research that analyzed the historians,

sociologists, anthropologists and theologians content who made it under the perspective of

his or her area of specialization; on obtaining informations through personal observations to

the services of worship and the iurdian programs via radio and TV; and on biblical

investigation.

Conclusions

During the Christian Era many reviving manifestations marked by miracles

happened. Ecstatic revivals emerged since the post-apostolical days up to the present, even

though they had happened

biblical exegesis to regulate its religious behavior, characterized the spurious revivals.

The modern Pentecostalism cradle was marked by ecstatic manifestations worsing

the fact that in it, it was verified the participation of hypnotizers, spiritualists and mediums

of numerous secret societies in the worshipping services conducted by William Seymour in

Los Angeles.

The Pentecostal/Neo-pentecostal worship service pretend to be a modern version of

miracles manifestation occurred on the Day of Pentecost, as it is reported in Acts 2. But,

particularly in what concerns to tongues gift to the baptism of the Holy Spirit, equating

what happened on those days to the present ecstatic manifestations.

After its arising and development in the United States of America, the modern

Pentecostalism arrived in Brazil. Evolved to the iurdian Neo-pentecostalism, inherited also

elements from diverse charismatic north-american branches, whose chief was the positive

confession.

Its presuppositions lay the foundation to the Theology of Prosperity, the healing of

all sickness and the exorcism of all without to take in consideration

the divine sovereignty relating to each specific situation in human beings experience.

Taking into consideration the fast growing of the iurdian Neo-pentecostalism and the

infiltration of its presuppositions in todays diverse religious branches, it was necessary to

to a clear approach to the iurdians about Bible truths. Besides, to equip the SDAC with

fitting tools to accomplish the mission of propagate the Adventist messages to this

important branch of the Brazilian religious community also.

Seminrio Adventista Latino-Americano de Teologia Centro Universitrio Adventista de So Paulo

Campus Engenheiro Coelho

I G R EJA UNI V E RSA L D O R E IN O D E D E US: A N T E C E D E N T ES H IST RI C OS,

A N L ISE D E D O U T RIN AS DIST IN T I V AS E PR OPOST A E V A N G E L ST I C A

Tese Doutoral Apresentada em Cumprimento Parcial

dos Requisitos para o Programa de Doutorado em Teologia Pastoral

por Josimir A. do Nascimento

Novembro de 2010

9

Copyright por Josimir Albino do Nascimento Todos os direitos reservados

iv

I G R EJA UNI V E RSA L D O R E IN O D E D E US: A N T E C E D E N T ES H IST RI C OS, A N L ISE D E D O U T RIN AS DIST IN T I V AS E PR OPOST A E V A N G E L ST I C A

Tese Apresentada em Cumprimento Parcial

dos Requisitos para o Programa de Doutorado em Teologia Pastoral

por

Josimir Albino do Nascimento

C O M ISS O D E APR O V A O

______________________________ ______________________________ Dr. Renato Stencel Dr. Roberto Pereyra Surez Orientador da tese Professor de Teologia Bblica Diretor do Centro White - Brasil Diretor do Programa de Ps-Graduao ______________________________ ______________________________ Dr. Alberto Ronald Timm Dr. Wilson H. Endruveit Examinador Externo Examinador Externo Reitor do SALT Professor de Teologia Sistemtica ______________________________ _____________________________ Dr. Ozeas Caldas Moura Data de Aprovao Examinador Interno Professor de Teologia Bblica

v

SU M RI O Lista de Abreviaturas ...................................................................................................xi Glossrio ..................................................................................................................... xv Agradecimentos .........................................................................................................xxi I. INTRODUO ......................................................................................................... 1

Definio do Problema .............................................................................................. 8 Propsito do Estudo ................................................................................................. 11 Delimitaes ............................................................................................................ 11 Reviso de Literatura ............................................................................................... 12 Metodologia ............................................................................................................. 24

II. ABORDAGEM HISTRICA DOS PRINCIPAIS MOVIMENTOS REAVIVAMENTISTAS DA ERA APOSTLICA IURDIANA ....................... 26

Antecedentes Histricos ........................................................................................... 26

Primrdios .................................................................................................... 29 Reavivamentos na Era Ps-apostlica ................................................... 30

Vestgios de Fervor nos Dias de Joo............................................. 31 Manifestaes Extticas no Montanismo ....................................... 33 Reavivamentos na Europa do segundo sculo at o sculo xv ....... 34 Reavivamentos no Perodo da Reforma ......................................... 36 Manifestaes Msticas no Perodo da Reforma ............................ 37

Reavivamentos na Era Puritana ............................................................. 39 Aumento de Ocorrncias de Reavivamento em Toda a Europa ..... 39

O Grande ou Primeiro Reavivamento ................................................... 41 Protagonistas do Primeiro Grande Avivamento ............................. 42

O Segundo Grande Reavivamento ........................................................ 43 Protagonistas do Segundo Grande Avivamento ............................. 43

Reavivamentos do Sculo XIX ............................................................. 47 O Pregador Itinerante Charles G. Finney ....................................... 47

As Primeiras Manifestaes Extticas ................................................... 48 Desdobramentos que Conduziram ao Fenmeno de 1906 ............. 49

O Movimento de Santidade ................................................................... 51 O Conceito de Santidade em John Wesley ..................................... 51 O Conceito de Santidade em John Fletcher .................................... 52 A Perfeio Crist e a Cruzada de Santidade ................................. 54 A Influncia de Phoebe Palmer ...................................................... 56 Responsveis Pela Propagao do Movimento de Santidade ......... 57

Desenvolvimento .......................................................................................... 58 O Pentecostalismo Norte-Americano .................................................... 58

Condies Scio-Econmicas ........................................................ 59 Charles Parham e o Pioneirismo Pentecostal .......................... 60

vi

William J. Seymour e o Movimento Pentecostal .................... 65 Espiritualistas no Culto de Azusa ............................................ 68 A Expanso Pentecostal Depois de Azusa .............................. 73

O Pentecostalismo Brasileiro .............................................................. 75 Condies Scio-Econmicas ........................................................ 75

Consolidao ................................................................................................ 78 As Igrejas da Primeira Onda .................................................................. 78

Da Amrica do Norte Para o Brasil ................................................ 78 Congregao Crist no Brasil ......................................................... 80 Assemblia de Deus ....................................................................... 82 Concluso ....................................................................................... 83

As Igrejas da Segunda Onda .................................................................. 83 Da Amrica do Norte Para o Brasil ................................................ 84 Igreja do Evangelho Quadrangular ................................................. 84 Igreja Brasil para Cristo.................................................................. 85 Igreja Deus Amor ........................................................................ 88

As Igrejas da Terceira Onda .................................................................. 89 Da Amrica do Norte Para o Brasil ................................................ 90 Igreja de Nova Vida........................................................................ 90 Igreja Universal do Reino Deus ..................................................... 93

O Lder da Igreja Universal ..................................................... 98 Uma Igreja Reavivamentista do Momento ............................ 104

Caractersticas de Um Verdadeiro Reavivamento ............................... 106 O Mais Proeminente Reavivamento desde o Pentecostes ............ 113

Origem e Desenvolvimento das Doutrinas Neopentecostais Brasileiras ............. 123 Razes Norte-Americanas ........................................................................... 123

O Reavivamento de Libertao Neopentecostal .................................. 127 Pregadores Independentes ................................................................... 130 A Era do Carismatismo ....................................................................... 133 Filhos do Movimento Carismtico ...................................................... 134

Os Manifestos Filhos de Deus ...................................................... 135 O Movimento de Jesus ................................................................. 137 O Movimento da Confisso Positiva ............................................ 144 A Teologia do Domnio ................................................................ 157

O Reconstrucionismo Cristo e a Teologia do Reino Agora 158 O Movimento das ltimas Chuvas ....................................... 163 O Movimento do Discipulado ............................................... 168 O Restauracionismo Cristo .................................................. 171 Batalha Espiritual .................................................................. 176 A Influncia do Amlgama de Diversas Correntes na Formao do Neopentecostalismo ......................................... 202

Concluso .................................................................................................................. 206 III. ABORDAGEM DESCRITIVA DAS DOUTRINAS DISTINTIVAS DA IURD .................................................................................................................. 209

Igreja Universal do Reino de Deus ...................................................................... 209

vii

Abordagem Iurdiana Contra a Teologia ..................................................... 213 Doutrinas Fundamentais ............................................................................. 222 Ensinos Fundamentais da Igreja Universal do Reino de Deus ................... 226

As Escrituras Sagradas ........................................................................ 229 A Criao ............................................................................................. 230 A Natureza do Homem ........................................................................ 233 O Tormento Eterno .............................................................................. 235 O Conflito Csmico ............................................................................. 238 A Experincia da Salvao .................................................................. 241 A Doutrina da F e a Confisso Positiva ............................................. 244

A Cura Pela F.............................................................................. 245 Dzimos e Ofertas, Manifestao de F ........................................ 246 A Descida de Jesus ao Inferno...................................................... 248 O Batismo ..................................................................................... 249 A Santa Ceia ................................................................................. 249 Exorcismo e Demonismo ............................................................. 250 Catolicismo e Cultos Afro-Brasileiros ......................................... 252 Maldio Hereditria .................................................................... 254 Maldio Proferida ....................................................................... 254 Rituais de Libertao .................................................................... 255

Os Dons e Ministrios Espirituais ....................................................... 255 O Batismo no Esprito Santo e o Dom de Lnguas ....................... 258

A Doutrina do Domnio ....................................................................... 261 Dispensacionalismo ...................................................................... 266 A Volta de Jesus ........................................................................... 268

A Lei de Deus ...................................................................................... 270 A Observncia do Domingo ................................................................ 272

Tcnicas de Abordagem Evangelstica ....................................................... 275 Conceito Missionrio da IURD ........................................................... 276 Mudanas na Estratgia ....................................................................... 278 Hierarquia e Evangelizao ................................................................. 280 Capacidade de Adaptao ao Meio ..................................................... 282 A Comunicao na Evangelizao ...................................................... 286 A Assistncia Social Iurdiana .............................................................. 287 O Perfil do Pastor e do Membro Iurdiano ........................................... 290

Fenmeno de Crescimento ......................................................................... 292 A Capacidade de Inculturao ............................................................. 293 A Ocupao de Espao ........................................................................ 296 Liturgia e Linguagem Adaptadas Moldura Popular ......................... 298 Moldura Scio-Econmica, Poltica e Religiosa ................................. 300 A Influncia Miditica no Crescimento da IURD ............................... 301

IV. RESPOSTAS BBLICAS S DOUTRINAS DO NEOPENTECOSTALISMO IURDIANO ..................................................................................................... 302

Resposta s Doutrinas Fundamentais da IURD ................................................... 302

A Doutrina das Escrituras Sagradas ........................................................... 303

viii

A Questo da Resistncia aos Estudos Doutrinrios ........................... 303 A Questo do Cumprimento Imediato das Promessas divinas ............ 305 A Questo da Substituio da Bblia Pelo Esprito Santo ................... 308

A Doutrina da Criao ................................................................................ 311 A Questo da Teoria da Reconstruo ou Reconstituio ................... 312 A Questo da Queda de Lcifer no Perodo da Lacuna ...................... 314 A Questo do Significado da Palavra Cus em Gnesis Um .............. 318

A Doutrina da Natureza do Homem ........................................................... 322 A Questo da Promessa de Jesus ao Ladro na Cruz .......................... 322 A Questo da Pontuao de Lucas 23:43 ............................................ 328 A Questo da Entrada Imediata do Justo no Cu Aps a Morte ......... 332

A Doutrina do Tormento Eterno ................................................................. 343 A Questo da Natureza do Inferno como Lugar de Tormento ............ 343

A Doutrina do Conflito Csmico ................................................................ 376 A Questo da Citao Exagerada do Diabo......................................... 376 A Questo da Atribuio ao Demnio de todos os Males que Envolvem a Humanidade ...................................................................................... 377 A Questo da Natureza do Conflito Csmico ..................................... 378 A Questo da Identidade de Miguel no Conflito Csmico .................. 382 A Questo das Causas do Sofrimento ................................................. 385

O ensino da obedincia ................................................................. 385 A participao no conflito csmico .............................................. 386 Para a glria de Deus .................................................................... 390 Causas Naturais ............................................................................ 391 Pela ao direta de Satans ........................................................... 392 O aperfeioamento da f ............................................................... 392

A Doutrina da Experincia da Salvao ..................................................... 396 A Questo da Justificao de Abel pelo seu Dzimo e Oferta ............. 396 A Questo de a Queda Ter Sido o Roubo do Dzimo e a Condio da Salvao a Sua Devoluo ................................................................... 399

A Doutrina da F e a Confisso Positiva .................................................... 406 A Questo da F .................................................................................. 407 A Questo do Batismo e da Santificao ............................................ 422 A Questo do Exorcismo e Demonismo.............................................. 427 A Questo do Catolicismo e Cultos Afro-Brasileiros ......................... 431 A Questo da Maldio Hereditria .................................................... 437 A Questo da Maldio Proferida ....................................................... 443

A Doutrina dos Dons e Ministrios Espirituais .......................................... 448 A Questo da Divindade ...................................................................... 449 A Questo do Envolvimento de Maria pelo Esprito Santo ................ 450 A Questo da afirmao de que Maria e os irmos de Jesus teriam falado em outras lnguas no Pentecostes ............................................. 452 A Questo do Batismo no Esprito Santo e o Dom de Lnguas ........... 453 A Questo do Dom de Lnguas e as Falsificaes Demonacas .......... 466 A Questo do Transe ........................................................................... 473 A Questo da Hermenutica Pentecostal ............................................. 478 A Questo do Esprito Santo e a Teologia da Prosperidade ................ 479

ix

A Doutrina do Domnio .............................................................................. 481 A Questo do Plano de Poder de Deus ................................................ 482 A Questo da Conscincia Evanglica e a sua Suposta Poltica ................................................................................................. 488 A Questo de Jos e o Plano de Poder de Deus................................... 490 A Questo de que a Parbola das Minas trata da Cidade, do Estado e da Poltica ............................................................................................ 494 A Questo do Literalismo .................................................................... 499

A Doutrina da Lei de Deus ......................................................................... 502 A Questo do Suposto Adultrio de Abrao ....................................... 503 A Questo da Lei Moral ...................................................................... 505 A Questo das Leis da Sade .............................................................. 508 A Questo do Plano de Salvao ......................................................... 515

A Doutrina da Observncia do Domingo ................................................... 517 A Questo do Sbado como Instituio Judaica e do Domingo como Sinal Cristo ........................................................................................ 517 A Questo da Identificao de uma Seita ............................................ 529

V. RESPOSTA S TCNICAS DE ABORDAGEM EVANGELSTICA DA IURD ............................................................................................. 534

Sobre o Conceito de Evangelho .................................................................. 534 Sobre as Mudanas de Estratgia ............................................................... 536 Sobre a Hierarquia para a Evangelizao ................................................... 538 Sobre a Capacidade de Adaptao ao Meio ............................................... 540 Sobre a Comunicao na Evangelizao .................................................... 541 Sobre a Assistncia Social Iurdiana ............................................................ 543 Sobre o Perfil do Pastor e do Membro Iurdiano ......................................... 544

Resposta ao Fenmeno de Crescimento da IURD ............................................... 546 Sobre o Crescimento Rpido ...................................................................... 546 Sobre a Capacidade de Inculturao ........................................................... 547 Sobre a Ocupao de Espao ...................................................................... 550 Sobre a Liturgia e a Linguagem Adaptada Moldura Popular .................. 551 Sobre a Moldura Scio-Econmica, Poltica e Religiosa ........................... 552 Sobre a Influncia Miditica no Crescimento da IURD ............................. 553

Propostas de Abordagem Evangelstica aos Iurdianos......................................... 554 Temas de Interesse dos Iurdianos ............................................................... 555

A Relao Com a Bblia ...................................................................... 555 A Relao Com a F ............................................................................ 556 A Relao Com a Liderana da Igreja ................................................. 557 A Relao Com o Sacrifcio ................................................................ 558 A Relao Com as Ofertas e Dzimos ................................................. 559 A Relao Com os Milagres ................................................................ 559 A Relao Com a Prosperidade ........................................................... 560 A Relao Com a Misso .................................................................... 562

Formas de Abordagem aos Iurdianos ......................................................... 564 A Averso Iurdiana Pela Religio ....................................................... 565

x

Sugestes da Teologia Prtica de Floristan ......................................... 566 A Ao Pastoral ao Neopentecostal..................................................... 572

Levando os Iurdianos Deciso Pela Verdade .......................................... 574 Estudos Bblicos Para os Iurdianos ..................................................... 574

Consolidando os Iurdianos na Verdade Bblica ......................................... 578

VI. CONCLUSES, SUGESTES E PROPOSTAS DE ESTUDO .................. 580

Resumo ............................................................................................................ 580 Concluses ....................................................................................................... 590 Sugestes ......................................................................................................... 593 ANEXO ........................................................................................................... 594

Anexo: A: O Legado Morvio Metodologia de Wesley ................... 595 Anexo: B: Srie de Estudos, Os Ensinos de Jesus .............................. 596

Lio 1 Ensinos de Jesus Sobre a Bblia ................................... 596 Lio 2 Ensinos de Jesus Sobre a F ......................................... 599 Lio 3 Ensinos de Jesus Sobre a Liderana da Igreja .............. 601 Lio 4 Ensinos de Jesus Sobre Sacrifcio Pessoal, Bno e

Maldio ...................................................................... 605 Lio 5 Ensinos de Jesus Sobre Ofertas e Dzimos ................... 608 Lio 6 Ensinos de Jesus Sobre os Milagres ............................. 611 Lio 7 Ensinos de Jesus Sobre a Prosperidade ........................ 614 Lio 8 Ensinos de Jesus Sobre a Misso ................................. 616

BIBLIOGRAFIA ............................................................................................. 619 VITA ............................................................................................................. 659

xi

LISTA DE ABREVIATURAS

ABC Associao Beneficente Crist

AD Assemblia de Deus

ADHONEP Associao de Homens de Negcio do Evangelho Pleno

AGLR The Analytical Greek Lexicon Revised

AHCL The Analytical Hebrew and Chaldee Lexicon

ARA Joo F erreira de Almeida, Revista e Atualizada no Brasil, 1 edio

ARC Joo F erreira de Almeida, Revista e Corrigida no Brasil

AT Antigo Testamento

BLH Bblia na Linguagem de Hoje

BPC Brasil Para Cristo

CBM Comentrio Bblico Moody

CCHLA Centro de Cincias Humanas Letras e Artes

CDAP Coordenadoria de Desenvolvimento Acadmico e Profissional

CNBB Conferncia Nacional dos Bispos do Brasil

CJNT Comentrio Judaico do Novo Testamento

COMIBM Cooperacin Missionera Iberoamericana

DAEXXI Dicionrio Aurlio Eletrnico Sculo 21

DEA Deus Amor

DELLP Dicionrio Escolar Latino/Portugus

DITAT Dicionrio Internacional de Teologia do Antigo Testamento

DITNT Dicionrio Internacional de Teologia do Novo Testamento

DMP Dicionrio Movimento Pentecostal

http://www.unb.br/administracao/diretorias/daia/cdap

xii

DRCS Daniel and Revelation Committee Series

DTEB Dicionrio de Teologia Edio de Bolso

EHTIC Enciclopdia Histrico-Teolgica da Igreja Crist

FAPE Faculdade Pernambucana

HSDAT Handbook of Seventh-day Adventist Theology

IASD Igreja Adventista do Stimo Dia

IECLB Igreja Evanglica de Confisso Luterana no Brasil

IEQ Igreja do Evangelho Quadrangular

IIGD Igreja Internacional da Graa de Deus

INTERCOM Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicao

IPB Igreja Presbiteriana do Brasil

IPDA Igreja Pentecostal Deus Amor

ISER Instituto de Estudos da Religio

IUPERJ Instituto Universitrio de Pesquisas do Rio de Janeiro

IURD Igreja Universal do Reino de Deus

JOCUM Jovens Com Uma Misso

LNTGP Lxico do Novo Testamento Grego/Portugus

LOTERJ Loteria do Estado do Rio de Janeiro

MM Meditaes Matinais

NDTB Novo Dicionrio de Teologia Bblica

NER Sistema Eletrnico de Editorao de Revistas

NIDCC The New International Dictionary of the Christian Church

NT Novo Testamento

NTGA O Novo Testamento Grego Analtico

http://www.google.com.br/url?sa=t&source=web&cd=1&ved=0CBcQFjAA&url=http%3A%2F%2Fwww.iuperj.br%2F&ei=VXvmTOW5NIPGlQf8rt3ACQ&usg=AFQjCNEGTMQQ7GWjSvbW1pdQwH-eFZXn6g

xiii

NTLH Nova Traduo na Linguagem de Hoje

NVI Nova Verso Internacional

PA Pentecostalismo Autnomo

PPCIS Programa de Ps-Graduao em Cincias Sociais

PPGCR Programa de Ps-Graduao em Cincias das Religies

PTB/RJ Partido Trabalhista Brasileiro/Rio de Janeiro

PUC-SP Pontifcia Universidade Catlica de So Paulo

RCC Renovao Carismtica Catlica

SALT-IANE Seminrio Adventista Latino-Americano de Teologia - Instituto

Adventista de Ensino do Nordeste

SDABC Seventh - day Adventist Bible Commentary

SDABE Seventh - day Adventist Bible Encyclopedia

TB Traduo Brasileira, Sociedade Bblica do Brasil, 3 edio

TCGNT A Textual Commentary on the Greek New Testament

TEB Traduo Ecumnica da Bblia

TEV Today English Version

TP Teologia da Prosperidade

UERJ Universidade do Estado do Rio de Janeiro

U FMG Universidade F ederal de Minas Gerais

U FPB Universidade F ederal da Paraba

U FRJ Universidade F ederal do Rio de Janeiro

UMESP Universidade Metodista de So Paulo

UnB UnB - Universidade de Braslia

http://www.google.com.br/url?sa=t&source=web&cd=1&ved=0CBcQFjAA&url=http%3A%2F%2Fwww.ppcis.uerj.br%2F&rct=j&q=PPCIS&ei=m37mTMK1OcTflgel4qHHCw&usg=AFQjCNFSmEqYIlc25iB5ikgpEfPm9ygWCQ&cad=rjahttp://www.metodista.br/http://www.unb.br/

xiv

UNESP Universidade Estadual Paulista

Unicamp Universidade Estadual de Campinas

UNINOVE Universidade Nove de Julho

UNIVERSO Universidade Salgado de Oliveira

USP Universidade de So Paulo

http://www.usp.br/

xv

GLOSSRIO

Algaravia - Linguagem confusa e ininteligvel.

Amilenialismo - Cr que Apocalipse 20 no representa um perodo especfico entre o primeiro e o segundo advento.

Anabatistas - Pertencentes ao movimento do perodo da Reforma que requeria que seus adeptos fossem batizados novamente por no aceitarem o batismo infantil.

Antittico - Que contm ou constitui anttese.

A rminianismo - Enfatiza a livre escolha humana para a salvao.

Asctico - Mstico, devoto, contemplativo, religioso austero.

Autctone - Da prpria terra, no importado.

Axioma - Premissa admitida como verdade sem exigncia de demonstrao, uma mxima, uma sentena.

Calvinismo - Enfatiza os decretos divinos. Entende que Deus no deixou a escolha da salvao ao homem falvel.

Carismticos - Definio genrica para descrever os que crem em curas, milagres, profecias e na fala exttica.

Cincia motivacional - Ou novo evangelho do otimismo, defendido pela teologia do domnio, segundo o qual a igreja deve se aperfeioar e conquistar o mundo antes do regresso de Cristo.

Concomitantemente - Simultaneamente.

Confisso positiva - Tambm conhecida como Movimento da F . Refere-se atitude mental positiva que tem o poder de criar a sua prpria realidade, sade e prosperidade.

Consubstanciar - Ligar, unificar, consolidar.

Contrafao - Falsificao.

Corolrio - Deduo imediata depois de uma proposio demonstrada.

Cosmogonia - Refere-se origem ou a formao do mundo.

Cosmoviso - Viso do mundo.

xvi

Dessectarizao - Abandono da postura sectria ferrenha por outra mais aberta.

Deuteropentecostalismo - Nome dado ao pentecostalismo de segunda gerao que chegou ao Brasil na dcada de 1950, com distines evangelsticas e nfases doutrinrias prprias.

Digresso - Desvio de rumo ou de assunto, afastamento do tema.

Dispensacional - Refere-se a um perodo especfico da histria sagrada com suas caractersticas prprias, como o Pentecostes de Atos 2.

Epistemolgico - O que se refere ao saber ou ao conhecimento.

Escorchante - Que queima, tosta, intenso.

tica situacional - De acordo com ela o nico cdigo absoluto o amor. Dependendo da situao, a quebra de qualquer preceito moral justificada.

Ex-nihilo - Expresso do idioma latino que significa do nada. Refere-se Criao do mundo realizada sem matria preexistente, apenas pela Palavra de Deus.

F igura pictrica - Imagens vistas pelos profetas enquanto em viso.

Glossolalia - Termo derivado do grego do Novo Testamento e significa .

Gospel beat - Msica em que a letra sacra cantada ou tocada em ritmo batido no estilo .

H eresia fr igia - Heresia originria da Frigia, sia antiga, onde viviam povos no helnicos no territrio da atual Turquia.

H ermenutica - Disciplina que estuda os princpios e teorias de como os textos devem ser interpretados, inclusive o texto bblico.

H ermenutica pragmtica - Em relao interpretao do texto Bblico, a atitude de obedecer ao que pode ser encarado literalmente e espiritualizar, alegorizar, ou tornar devocional ao restante.

H eterodoxo - Contrrio aos princpios de uma religio ou ortodoxia.

Hiperblica - Refere-se ao que exagerado.

Hodierno - De hoje em dia, atual.

Ideologia da interioridade - O que define a postura religiosa o interior, em detrimento de evidncias externas, tais como a forma de se expressar ou vestir.

xvii

Idioma vernculo - O mesmo que idioma materno ou nativo.

Imiscuir - Intrometer-se, tomar parte de alguma situao, envolver-se.

Imprecao - Praga, maldio.

Inculturao - O mesmo que contextualizao acrtica, isto , aceitar as prticas tradicionais dos grupos evangelizados acriticamente na igreja.

Isomorfismos - Condio em que indivduos de religio, espcie e raa diferentes tm forma e aparncia similar.

Jesus freak - Um apelido dado aos hippies no cristos e se aplicava aos que adotavam um estilo de vida no convencional.

L ngua exttica - Modo da fala sob o estado de xtase, de maneira ininteligvel.

L inguagem hermtica - Peculiar a um grupo de pessoas e apenas por este identificvel.

Maldio hereditria - Compreende a incidncia das consequncias dos pecados dos pais na vida dos filhos.

Maldio proferida - Antiga crendice popular brasileira, em que um improprio arremessado verbalmente contra algum.

Manifestaes extticas - Refere-se ao transe religioso como resultado da busca humana pelo sobrenatural.

Melodramtico - Comportamento que manifesta situaes de realce atitude cnica, espetacular ou dramtica.

Monasticismo - Relativo vida monstica ou solitria maneira de monge.

Movimentos sectrios - Afastamento da ortodoxia, inconformidade com princpios e doutrinas.

Morvios - Grupo pietista alemo exilado de seu lar paterno no sculo 17 e abrigado por um nobre alemo, o Conde Zinzendorf que os recebeu e os liderou.

Negrosmo - A maneira de ser do negro norte-americano do sculo 19.

Neocatolicismo - O formato da religio catlica aplicado liturgia neopentecostal.

Neopentecostalismo - O pentecostalismo adaptado ao pblico religioso ps-moderno.

Onomstica - Investigao etimolgica e morfolgica dos nomes prprios de lugares e pessoas.

xviii

Ostracismo - Banimento, envio para o exlio, desterro, excluso.

Otimismo leibniziano - Termo atribudo doutrina de Leibniz, segundo a qual a inteligncia criadora escolhera, entre os diversos mundos possveis, o que associava o mximo de bem e o mnimo de mal, criando, pois, o melhor dos mundos possveis.

Parclito - Expresso grega que se refere ao Esprito Santo no Seu carter de Consolador dos discpulos de Cristo.

Para-eclesisticas - Atividades ou organizaes que auxiliam s igrejas, um bom exemplo a ADHONEP.

Parses - Partidrios do Zoroastrismo ou Masdesmo.

Pensamento construtivo - Representa as possibilidades infinitas quando o senso espiritual aberto, segundo a Aliana Internacional do Novo Pensamento.

Pietismo - Forma de ver a vida crist orientada pela Bblia e com base na experincia, ressaltando a apropriao da f e o estilo de vida de santidade .

Pneumatocntrico - Centralizado no Esprito Santo.

Ps-milenialismo - A crena de que a segunda vinda ocorrer depois do milnio.

Pr-milenialismo - A crena de que a segunda vinda ocorrer antes do milnio.

Primevo - Relativo aos tempos primitivos.

Quacres - Grupo confessional que viveu entre os anos de 1624 e 1691, cujo objetivo era reagir contra a rigidez e o formalismo da Igreja oficial.

Reconstrucionismo cristo - Ps-milenista, afirma que enquanto Cristo no vem, a igreja deve dominar as instituies seculares e convert-las ao cristianismo.

Restauracionistas - Grupo carismtico norte-americano que aderiu ao ecumenismo e ala poltica direitista dos Estados Unidos para lutar contra o comunismo.

Rockabilly - Msica pop marcada pelas caractersticas do Rock e do estilo Country ou sertanejo americano.

Sabelianista - Referente ao sabelianismo que ensina a revelao de Deus sucessivamente na histria da salvao, pois havia apenas uma pessoa divina, no trs.

Sectrio - Adepto de uma seita, intolerante, intransigente.

Secretismo - Refere-se s religies de mistrios baseadas em segredos clticos.

xix

Seitas metafsicas - Seitas no crists que se popularizaram no sculo 19 e que forneceram os elementos constitutivos e a cosmoviso estrutural da teologia da prosperidade.

Shakers - Seita que remonta ao meado do sculo 18 e que recebeu este apelido por que os seus integrantes tremiam pela excitao do poder espiritual.

Simul Justus et peccator - Pecador e justo ao mesmo tempo.

Sindoque - Figura de linguagem que consiste no uso do todo pela parte, do plural pelo singular, do gnero pela espcie.

Sola Scriptura - Somente as Escrituras como regra de f e prtica.

Soteriolgica - salvao.

Taumaturgia - A ao de realizar milagres.

T eogonia - Doutrina mstica relativa criao do mundo e o conjunto de divindades cujo culto constitui o sistema religioso dos povos politestas.

T eologia da Prosperidade - Ensina que Deus gratifica ao que tem f lhe dando prosperidade, pois prometeu e, portanto, fica obrigado a abenoar com sade fsica e bem estar aos que Lhe determinam.

T eologia do domnio - O pressuposto bsico o domnio da igreja sobre os negcios seculares para o estabelecimento do Reino de Deus antes da segunda vinda.

T eologia do reino agora - Enfatiza a preeminncia da igreja agora antes mesmo do Reino ser definitivamente estabelecido na segunda vinda.

T eoria da Lacuna - Ensina a existncia de uma lacuna entre o 1 e o 2 versculos do relato da Criao em Gnesis 1.

T eoria da Reconstruo ou Reconstituio - Segundo a qual o primeiro versculo do Gnesis conteria o relato da Criao, ento, devido queda de Lcifer, um juzo teria se abatido sobre a Terra e ela se tornou sem forma e vazia, como descrito no verso 2. Depois disso, Deus teria reconstrudo a Terra em seis dias.

T eoria da Runa e Restaurao - sinnima da Teoria da Reconstruo ou Reconstituio.

xx

T ranscendentalismo - Escola filosfica norte-americana, caracterizada por certo misticismo pantesta.

T rusmo - Verdade trivial, to evidente que no necessrio ser enunciada.

Ulterior - O que ocorre depois ou est situado alm.

Ultramontana - Referente ao sistema dos que defendem a autoridade absoluta do Papa em matria de f e disciplina.

Unitarianismo - Antitrinitarianismo, cuja base se encontra na negao ariana da doutrina da Trindade.

Urdida - Tramada, enredada, maquinada.

Venervel Beda - Homem culto, gentil e erudito que viveu entre os anos 673 e 735 a.D., e foi um grande historiador da Alta Idade Mdia.

Xenoglassia - Falar em lngua estrangeira sem prvio conhecimento da mesma atravs do poder sobrenatural do Esprito Santo.

xxi

A G R A D E C I M E N T OS

A principal motivao na escolha do tema foi prover Igreja um instrumento que

tornasse possvel estender a mensagem adventista atual gerao. A direo divina na

consecuo desta obra notabilizou-se por flagrantes evidncias e concedeu uma

oportunidade mpar de inter-relacionamento entre o Senhor e o servo. Pela conduo no

gerenciamento deste trabalho sou profundamente grato a Deus.

Pela sbia direo do programa de ps-graduao, ao Dr. Roberto Pereyra Surez.

Gratido especial ao meu orientador, Dr. Renato Stencel pelas inestimveis sugestes. Aos

examinadores, Dr. Wilson H. Endruveit e Dr. Ozeas Caldas Moura que prontamente

cederam o seu tempo e ateno. Contudo, sou profundamente agradecido ao Dr. Alberto R.

Timm que proveu a oportunidade para materializar este sonho.

Diviso Sul-Americana pela elaborao e manuteno deste programa, e Unio

Central Brasileira por acolh-lo. Ao Centro Universitrio Adventista Campus Engenheiro

Coelho e de forma peculiar, Unio Este Brasileira e Associao Rio Fluminense pelo

apoio ministerial e pecunirio, atravs de seus administradores, pastor Gustavo Roberto

Schumann, pastor Aroldo Ferreira de Andrade e professor Roseilton Santana Santos.

Ao pastor Arilton Cordeiro de Oliveira por ter orado e auxiliado na escolha do tema,

ao pastor Jos Silvio Ferreira pela antecipao aos fatos, indicando os caminhos para torn-

lo realidade. Ao pastor Paulo Godinho pelo companheirismo e auxlio tcnico na

formulao dos estudos bblicos.

s irms Rita Soares e Dbora Gmez pelo apoio tcnico, pacincia, prontido e

agilidade na conduo das atividades de secretaria, aos funcionrios e alunos bolsistas da

xxii

Biblioteca Universitria Dr. Enoch de Oliveira e do Centro de Pesquisa Ellen G. White pela

constante solicitude.

Aos amigos que se tornaram irmos, Moiss e Ana Cardoso pela carinhosa acolhida

durante os anos de labores acadmicos. Ao distrito de Itaipu, no Rio de Janeiro, pelo

desprendimento e resignao durante os perodos em que precisei me ausentar para cumprir

as atividades estudantis. Pelo apoio nos momentos de dificuldades, aos irmos Brulio e

Adriana Valente, Sandra e Felipe Pedrosa e Jos Ralfe.

minha me Mirtes (in memorian) que, apesar do adventismo solitrio, conquistou

para Cristo em tempos desafiadores, os filhos, os netos e ao meu pai, Josias (in memorian)

que fomentou entre os filhos, um esprito de fraternal e perene amizade. Aos meus sogros,

Jernimo e Doralice (in memorian) pela constante lembrana de que o alvo o Cu. Aos

meus cinco irmos, Jairo, Jarbas, Jair, Jailton, Jlio e respectivas famlias que sempre

participaram com incentivos da minha carreira ministerial. Aos meus cunhados, cunhadas,

sobrinhos e aos demais familiares, todos amados e comprometidos, tornando o nosso

parentesco mais do que terreno, um vnculo celeste.

Por terem compreensivelmente aceitado a minha ausncia, nos perodos em que

deveria estar ao seu lado, aos meus filhos: Ellen, Cleverson, Laryssa e Clayson. Ao meu

genro Arimatia, a minha nora Alanna e aos meus netos Evelyn e Joo Gabriel. Mas, no

teria chegado a este laureado momento sem a colaborao e renncia de minha sempre

amada esposa, Deliane.

SOLI DEO GLORIAE!

1

CAPTULO I

INTRODUO

O Neopentecostalismo, como fenmeno religioso contemporneo, vem mudando a

face do Brasil nos ltimos anos, de tal forma que no se pode deix-lo de fora de

abordagens que se refiram configurao religiosa do povo brasileiro, particularmente aps

a dcada de 1970 quando ocorreu a transio da incipiente Teologia da Prosperidade

brasileira, da Igreja de Nova Vida para a Igreja Universal do Reino de Deus1. Hoje,

comum encontrarmos igrejas neopentecostais nos bairros da cidade, sejam ricos ou pobres,

ou nas zonas rurais do territrio nacional. Contudo, o movimento neopentecostal brasileiro

relativamente novo e apresenta caractersticas distintas do neopentecostalismo norte

americano:

No Brasil, o neopentecostalismo tem significado diferente do que ocorre nos

Estados Unidos. Ali, o movimento neopentecostal, ou renovao carismtica, refere-se

recepo e institucionalizao das idias pentecostais dentro das novas denominaes

crists no pentecostais nos anos de 1960, incluindo a Igreja Catlica. Essa espcie de

movimento ocorreu no Brasil sob a categoria de renovao carismtica resultando nos

cismas que produziram os batistas e metodistas renovados, etc., e mais tarde, a renovao

1 Eric W. Kramer, Possessing Faith. Commodification, Religious Subjectivity, and Collectivity in a

Brazilian Neo-Pentecostal Church (Faculty of the Division of the Social Sciences, Degree of Doctor of

Philosophy, The University of Chicago, Illinois, 2001), 45-47; Ricardo Mariano, Neopentecostais: sociologia

do novo pentecostalismo no Brasil (So Paulo, SP: Edies Loyola, 1999), 51.

2

carismtica da Igreja Catlica. No solo brasileiro, o neopentecostalismo tem origem recente

em obras acadmicas sobre o pentecostalismo.

Em relao ao novo pentecostalismo, o termo tornou-se comum na mdia brasileira

e vem causando impacto tambm dentro da comunidade evanglica. O termo conota um

pentecostalismo que, como ocorre com a Igreja Universal, promove a cura e a prosperidade

imediatas enquanto enfatiza a batalha espiritual. 2

A histria e a doutrina da Igreja Universal, que constitui o grande fenmeno atual

do pentecostalismo nacional,3 esto entrelaadas com as mudanas no panorama da

religiosidade brasileira. Como afirmam Andr Corten, Jean-Perre Dozon e Ari Pedro Oro,

no se trata somente de um fenmeno considervel em relao ao Brasil; um fenmeno

que ajuda a compreender as novas formas do religioso no atual mundo transnacional.4

Na Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), h um expressivo aumento em

nmero de membros, a ponto de haver contradies entre os pesquisadores. No fosse esse

crescimento fenomenal, no haveria qualquer discrepncia estatstica. Segundo Leonildo

Silveira, os nmeros do crescimento de membros da IURD so:

Contraditrios e variam de uma fonte para outra. Por exemplo: a revista Veja (17.7.91)

atribua, no ano da compra da Record, l,5 milho de seguidores e um total de 2,7 mil

pastores, enquanto a revista Isto (17.11.93) informava, dois anos depois, que era cinco milhes o nmero de membros e 1.435 o de pastores. Em 9.8.95 a Veja publicava outros

nmeros: trs milhes de seguidores.5

2 Kramer, 13.

3 Mariano, Neopentecostais: sociologia do novo pentecostalismo no Brasil, 53.

4 Ari Pedro Oro, Andr Corten, Jean-Pierre Dozon, IntroduoA Igreja Universal do Reino de

Deus: os novos conquistadores da f, org., Oro, Corten, Dozon (So Paulo, SP: Paulinas, 2003), 14.

5 Leonildo Silveira Campos, Cultura, Liderana e Recrutamento em Organizaes Religiosas o Caso da Igreja Universal do Reino de Deus, Organizaes em Contexto, ano 2, n 3, (junho, 2006), 29.

3

Nmeros mais recentes so encontrados na biografia de Edir Macedo publicada no

ano 2007, na qual os autores computam 4.748 templos e 9.660 pastores apenas no Brasil.

E no momento em que fizeram o fechamento da biografia, a igreja j tinha se instalado em

172 pases de quatro continentes.6 E citam as naes ricas onde a IURD penetrou: em

Toronto no Canad, onde a igreja funciona em prdio de trs andares que abriga 400

pessoas; No Japo, h 1.800 membros reunindo-se em 15 igrejas. Na Espanha, a IURD

possui 16 templos. Nos Estados Unidos, 39 ncleos e 133 igrejas, sendo a maior de todas

em Los Angeles com 2.300 lugares. Em relao a Portugal, dizem os autores, Edir Macedo

prev para breve a abertura de uma superigreja em Lisboa para 3.500 pessoas... No Porto,

outra catedral para 3 mil fiis... No Reino Unido, a Universal rene 32 espaos de culto... A

igreja, que rene 5 mil freqentadores aos domingos, foi cenrio de uma das primeiras

apresentaes dos Beatles na Inglaterra.7

Outra maneira de aferir o crescimento da IURD apurando a progresso nos

nmeros ocorrida desde o incio da dcada de oitenta em relao quantidade de templos,

construdos dentro e fora do Brasil, enquanto se verifica o seu crescimento de ano para ano,

at que, finalmente, a TV Record adquirida, conotando outro marco de expanso e de

desenvolvimento patrimonial da denominao:

Em julho de 1980, quando completou trs anos, tinha apenas 21 templos em cinco Estados.

Em 1982, dobrou de tamanho, passando a contar com 47 templos em 8 Estados. Em abril de 1983, chegou a 62 templos e alcanou mais um Estado. Em agosto de 1984, avanou para 85

templos em 10 Estados. No mesmo ms do ano seguinte, saltou para 195 templos em 14

Estados e no Distrito Federal. Em agosto de 1986, ano em que Macedo se mudou para os

6 Douglas Tavolaro e Christina Lemos, O bispo: a histria revelada de Edir Macedo (So Paulo, SP:

Larousse, 2007), 243.

7 Ibid., 252.

4

EUA, a igreja avanou para 240 templos em 16 Estados. No final de 1987, com 356 templos

em 18 Estados, 2 em Nova York... Em agosto de 1988... possua 437 templos em 21 Estados

e Braslia, 3 deles fincados nos EUA e 1 no Uruguai. Em abril de 1989, ano em que

negociaria a compra da TV Record, somava 571 templos.8

O nmero de templos fora do Brasil tambm aumentou em rpida progresso, pois,

em 1998, j presente em pelo menos 50 pases, a Universal estava fundando um templo por

dia em mdia e possua mais de trs mil deles.9 Os autores da biografia de Edir Macedo,

lder e fundador da Igreja Universal, relatam que os nmeros aumentam a cada instante.

No exagero. Fomos obrigados a atualizar diversas vezes o tamanho da estrutura

comandada pelo bispo Macedo. E os mesmos autores ainda sugerem que, no momento

em que este texto estiver sendo lido, esses dados certamente j estaro desatualizados.10

Um dos fatores que podem explicar a razo desse crescimento a forte campanha de

marketing veiculada pelo rdio e televiso que fomenta a atrao, principalmente de

pessoas em busca de respostas para as desventuras da vida. Outro fator reside na premissa

de que no neopentecostalismo, de maneira geral, os mtodos de fazer proselitismo vo

desde a promessa de uma vida melhor, livre da pobreza e da doena, at a realizao de

cultos voltados para o exorcismo. Prtica bastante atraente em um pas cujo pluralismo

religioso compreende pessoas experimentadas nas crenas do catolicismo popular, do

pentecostalismo e dos cultos afro-brasileiros, bem como do exerccio sincrtico envolvendo

a todos esses simultaneamente. E o sincretismo se define como o encontro de universos

simblicos diferentes...: um processo muito geral, que faz cada grupo se redefinir

8 Mariano, Neopentecostais: sociologia do novo pentecostalismo no Brasil, 64-65.

9 Ibid., 65.

10 Tavolaro e Lemos, 243.

5

constantemente em funo do encontro com o Outro.11

No caso brasileiro, esse encontro

se d entre o catolicismo, o protestantismo e o espiritismo umbandista-kardecista, fato

admitido pelo prprio Edir Macedo:

O povo brasileiro herdou, das prticas religiosas dos ndios nativos e dos escravos oriundos

da frica, algumas religies que vieram mais tarde a ser reforadas com doutrinas

espiritualistas, esotricas e tantas outras que tiveram mestres como Franz Anton Mesmer, Allan Kardec e outros mdiuns famosos. Houve, com o decorrer dos sculos, um sincretismo

religioso, ou seja, uma mistura de mitologia africana, mitologia indgena brasileira,

espiritismo e cristianismo, que criou ou favoreceu o desenvolvimento de cultos fetichistas, como a Umbanda, a Quimbanda e o Candombl.

12

As igrejas neopentecostais, detentoras desse sincretismo, ensinam aos fiis que estes

devem tomar posse da bno que lhes inerente, uma vez que, pela f adquiriram essa

prerrogativa, e que para isso, devem reivindic-la de Deus. Contudo, esses mesmos fiis s

podem apropriar-se dessa bno aps demonstrarem, pelo seu despojamento em entregar-

Lhe os dzimos e as ofertas, atravs da igreja. Os males de sua vida so exorcizados, assim

eles podero desfrut-la plenamente aqui e agora:

Com alto grau de proselitismo, a Igreja da Graa, assim como a Universal do Reino de Deus,

centraliza seu discurso e sua prtica no s na idia de libertao, mas tambm na de que o converso deve tomar posse da bno de Deus. Gomes (1994, p.231) explica a posse como

elemento teolgico entre os neopentecostais: Os fiis devem tomar posse daquilo que

necessrio para uma vida feliz. (...) Prosperidade, sade e amor inerem essencialmente

existncia humana, enquanto so sinais da realizao do destino que Deus deu ao homem; s em gozo destes bens o homem vive conforme o desejo do criador.

Pode-se ver claramente que esse grupo neopentecostal concentra a fora de sua doutrina

religiosa em questes do tempo presente. Para que os conversos possam usufruir, no aqui e

11 Pierre Sanchis, O campo religiosos ser ainda hoje o campo das religies, em Histria da Igreja

na Amrica Latina e no Caribe. 1945-1995: o debate metodolgico, org., Eduardo Hoornaert, (Petrpolis:

Vozes, 1995), 96-97. Ver tambm: Rangel de Oliveira Medeiros, Igreja Universal do Reino de Deus: a Construo Discursiva e da Excluso Social 1977-2004 (Ed. ps-graduao em Histria, Universidade

federal de santa Catarina Centro de Filosofia e Cincias Humanas, Florianpolis, 2005), 33.

12 Edir Macedo, Orixs, caboclos e guias: deuses ou demnios (Rio de Janeiro, RJ: Unipro, 17 ed,

2008), 19.

6

agora, da sade e da prosperidade preciso que os demnios, responsveis pelos mais

diversos problemas na vida desses conversos, sejam exorcizados.13

Com isso, verifica-se o aumento do patrimnio e da riqueza das denominaes

neopentecostais, como o caso da Igreja Universal, pois at mesmo no Congresso Nacional

surgiu o pedido de CPI para investigar como a IURD se enriqueceu. Estimava-se na

poca, que seu faturamento girava em torno de 800 milhes de dlares, comparado a

empresas de grande porte como Pirelli e Alcoa.14

tambm notrio o enriquecimento dos

principais lderes15

do movimento, e a falta de conhecimento sistemtico das doutrinas

bsicas da Bblia por parte daqueles que se afiliam a essa nova modalidade de religio. Fato

reconhecido por diversos pesquisadores do tema,16

outro fator preponderante para explicar

o seu crescimento.

13 Ana Keila Pinezi, Presente, Futuro e Esperana Entre Dois Grupos Evanglicos, [web page]

(acessada em 23 de julho de 2008); disponvel em http://www.naya.org.ar/miembros/congresos/contenido/XJornadas/pdf/5/5-pinezi.pdf.

14 Joo Flvio Martinez, Veja, ano 28, n 43, [web page] (acessada em 24 de julho de 2008);

disponvel em www.cacp.org.br/iurd/indexmenu.aspx?menu=18&submenu=1.

15 Dinheiro a Jato, Veja on-line, 20 de julho de 2005, [web page] (acessada em 24de julho de

2008); disponvel em http://veja.abril.com.br/200705/p_090.html.

16 Renato Vargens, A Influncia do Sincretismo Religioso no Neopentecostalismo Brasileiro, [web

page] (acessada em 23 de julho de 2008); disponvel em http://renatovargens.blogspot.com/2008/03/influncia-

do-sincretismo-brasileiro-no.html; Valdir Pedde, Apontamentos sobre o surgimento do Movimento

Carismtico (Movimentos de Renovao Espiritual) na IECLB, Estudos Teolgicos, 42 (3) (2002): 29-51;

Augustus Nicodemus, Deus, o Trabalho e a Prosperidade, Actualidade, Espiritualidade, Religio, Teologia,

Reflexes, [web page] (acessada em 23 de julho de 2008); disponvel em

http://www.palavraprofetica.com/2008/02/deus-o-trabalho-e-prosperidade-augustus.html; Ari Pedro Oro, Neopentecostalismo: Dinheiro e Magia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, s.d., 4; Rodrigo

Barbosa Lopes e Paulo Roberto de Almeida, Olhares Sobre a Cidade: Igreja Universal, o

Neopentecostalismo e o Desenvolvimento desses no Espao Urbano, Faculdade de Histria (Universidade

Federal de Uberlndia, MG, pesquisa realizada no perodo de 2005/2006).

http://pt.wordpress.com/tag/actualidade/http://pt.wordpress.com/tag/espiritualidade-religiao-teologia/http://pt.wordpress.com/tag/reflexoes/

7

Conforme apurao realizada por Ricardo Mariano, o pentecostalismo se

desenvolveu em trs momentos na histria eclesistica contempornea brasileira:17

1. No

primeiro momento, em 1910 com a chegada de missionrios ao Brasil, provenientes dos

Estados Unidos, se originaram a Congregao Crist e a Assemblia de Deus,

caracterizadas pelo ascetismo e rigorismo religioso. 2. No segundo momento, nos anos

cinquenta e sessenta, com a Igreja do Evangelho Quadrangular (IEQ). Ela d incio a novas

correntes pentecostais menos rigorosas, como o caso da Igreja Brasil Para Cristo (BPC)

em 1955 e da Igreja Pentecostal Deus Amor (IPDA) em 1962 que manteve o rigorismo

das primeiras, contudo, exibindo algumas inovaes. 3. E, no terceiro momento, com o

aparecimento da Igreja Universal do Reino de Deus em 1977, trazendo definitivamente o

formato neopentecostal, a Igreja Internacional da Graa de Deus (IIGD) em 1980,18

a

Comunidade Evanglica Sara Nossa Terra em 1976, a Renascer em Cristo em 1986,19

bem

como outras congregaes que no pararam de aflorar at o presente.

No entanto, preciso enfatizar que a Igreja de Nova Vida, fundada em 1960 pelo

missionrio canadense Walter Robert McAlister,20

embora pequena, genealogicamente

pertencente ao deuteropentecostalismo, ... desempenhou destacado papel como formadora e

17 No Brasil, o socilogo Paul Freston foi o primeiro a dividir o movimento pentecostal em ondas.

Ver: Paul Freston, Breve Histria do Pentecostalismo Brasileiro, em Nem anjos nem demnios:

interpretaes sociolgicas do Pentecostalismo, 2 ed. (Petrpolis, RJ: 1996), 70-71.

18 Jos Querino Tavares Neto, O Neopentecostalismo como Alternativa ao Poder na Igreja

Presbiteriana do Brasil, [web page] (acessada em 23 de julho de 2008); disponvel em http://www.naya.org.ar/religion/XJornadas/pdf/5/5.

19 Para um estudo das trs ondas do pentecostalismo brasileiro, ver: Mariano, Neopentecostais:

sociologia do novo pentecostalismo no Brasil, 28-49, 99-107.

20 Ibid., 51.

8

provedora de quadros de liderana das duas maiores igrejas neopentecostais do pas:

Universal do Reino de Deus e Internacional da Graa de Deus,21

sendo, portanto,

precursora do Neopentecostalismo desenvolvido pela liderana dessas igrejas. Tendo em

vista esses importantes fatores, a pesquisa proposta neste trabalho ganha contornos de

relevncia fundamental.

Definio do Problema

Existe certa suscetibilidade do pblico ps-moderno em incorporar conceitos

neopentecostal experincia religiosa, conforme praticados pela Igreja Universal. Por outro

lado, esta se adaptou ao pblico alvo atravs de um processo de contextualizao acrtica,

ou seja, abraou o formato cltico das religies sincrticas populares onde atua.

Alm disso, a inclinao para a expresso exttica na adorao no uma propenso

peculiar ao brasileiro ou ao sul americano. Atravs da verificao da histria sagrada

possvel se constatar a presena de xtase religioso no culto cristo em diferentes regies e

pocas do mundo.

Esses cultos, normalmente esto associados carncia, doena e pobreza.

Oferecem solues rpidas e sobrenaturais muito atraentes para os que esto procurando

dirimir as suas dificuldades sem uma viso crtica quanto fonte dessas manifestaes.

Enquanto esse formato se agiganta, medida que transcorre o tempo, tambm se

torna um embarao legtima pregao do evangelho bblico, que ensina: 1) o

21 Ibid.

9

contentamento (1Tm 6:8)22

; 2) a mais acariciada expectativa da existncia voltada, no

simplesmente para as consecues presentes, mas para o mundo vindouro que ser

inaugurado com o retorno de Cristo (Tt 2:12-13); 3) a vida singela que no seja pautada

para os bens materiais (Lc 12:15); 4) a responsabilidade pessoal como causa de algumas

enfermidades, problemas conjugais, familiares, profissionais, etc. A concepo bblica no

atribui todos os malefcios da vida ao direta dos demnios. H parmetros que precisam

ser rigorosamente considerados. 5) Os pastores neopentecostais, especialmente da Igreja

Universal no tm como prtica comum o exorcismo apenas em caso de possesso

demonaca, conforme o modelo bblico, mas como soluo nica para todos os problemas

humanos sem a preocupao de realizar a devida manuteno dos atos desencadeadores dos

mesmos (Gl 6:7).

Alm disso, aqueles que se afiliam aos movimentos neopentecostais: 1) deixam de

usufruir o conhecimento das verdades bblicas 2) e at aprendem a combat-las. 3) Os seus

propagadores usam textos isolados que melhor se adaptem argumentao, a fim de atrair,

atravs dos meios de comunicao de massa, ao pblico em geral e; 4) apelam para os

sentimentos mais profundos das pessoas com frases do tipo: pare de sofrer.

Quem no fiel ser instigado a entrar em os templos localizados em ruas de grande

movimentao, com portas permanentemente abertas; frases chamativas (pare de sofrer!), falando de problemas pessoais em vez de repetir o discurso religioso ("um lugarzinho no

cu", das demais religies); um culto que apresenta os problemas de cada um e a maneira de

solucion-los; e a falta de obrigaes com a Igreja, desde que haja uma compensao

pecuniria. 23

22 Salvo indicao contrria, todas as referncias bblicas citadas neste trabalho so da Edio

Almeida Revista e Atualizada no Brasil (ARA), Sociedade Bblica do Brasil ed., (So Paulo: Bblia Online,

2002), 3.0, 1CD-Rom.

23 Eduardo Refkalefsky, Comunicao e posicionamento da Igreja Universal do Reino de Deus: um

estudo de caso do marketing religioso, Escola de Comunicao da Universidade Federal do Rio de Janeiro

10

Essa forma de abordagem suscita as seguintes perguntas: Quais as fundamentaes

histricas que teriam gerado esse comportamento religioso na atualidade: Que caminhos

foram percorridos pelo Neopentecostalismo para alcanar tanta popularidade, ainda que

utilizando mtodos heterodoxos? E como a IURD se imps como denominao que

convence, pelo menos at certo ponto, s pessoas que aceitam os seus apelos? Estaria

oferecendo a esses crentes aquilo que almejam como seres humanos imersos em uma

sociedade secular: sade, prosperidade material, sucesso e felicidade, ao invs do que

precisam como membros de uma instituio crist: conhecimento experimental de Deus,

submisso Sua vontade, resignao e esperana de felicidade plena com o retorno de

Cristo, mesmo sem se importar com os conceitos bblicos que contrariam o que ensina aos

fiis? As perguntas do antroplogo Ari Pedro Oro so pertinentes: At onde lcito, ou

eticamente aceitvel, algumas igrejas utilizarem mtodos heterodoxos, por vezes refinados,

num forte contexto emocional, para motivar os seus fiis, majoritariamente pobres, a serem

generosos em seus votos..., condicionando a eles as bnos e os milagres? At que ponto

moralmente vlido algumas denominaes religiosas explorarem as carncias e

necessidades dos seus fiis, pressionando-os e forando-os a efetuarem ofertas financeiras,

arrecadando somas fantsticas que lhes permitem construir verdadeiros imprios

econmicos?24

(UFRJ), Intercom Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicao XXIX Congresso

Brasileiro de Cincias da Comunicao UnB (6 a 9 de setembro de 2006), 8.

24 Oro, Neopentecostalismo, Dinheiro e Magia, 6

11

Propsito do Estudo

A presente pesquisa tem como propsito a anlise histrica dos movimentos que

lanaram as bases para a formao do neopentecostalismo como evidenciado pela IURD. A

fim de formular uma metodologia apropriada de abordagem a esse pblico, sero analisadas

algumas das principais doutrinas da Igreja Universal do Reino de Deus. O surgimento e o

desenvolvimento histrico do neopentecostalismo nos Estados Unidos e no Brasil sero

estudados para oferecer uma resposta bblica aos mtodos proselitistas, s doutrinas

fundamentais, s tcnicas de abordagem evangelstica e ao fenmeno de crescimento.

Sero propostas algumas formas adequadas de aproximao aos neopentecostais, a

fim de lhes apresentar o que as Sagradas Escrituras ensinam sobre questes de seu

interesse, tais como: a maneira adequada de enfrentar as dificuldades da vida quotidiana,

problemas familiares, o tema dos milagres, do exorcismo e da prosperidade, entre outros. E

demonstrar biblicamente que Deus no est alheio ao sofrimento humano, mas h um

propsito definido para ele no plano da redeno. A fim de faz-lo, uma srie de oito

estudos bblicos contendo temas de interesse dos iurdianos propem confrontar os seus

ensinos com a doutrina bblica.

Delimitaes

Ainda que existam outras igrejas neopentecostais de projeo social como a Igreja

Internacional da Graa de Deus, Sara Nossa Terra e Renascer em Cristo, alm de outras, o

presente estudo objetiva analisar as razes e algumas doutrinas daquele que se transformou

12

no maior e mais surpreendente fenmeno religioso25

no Brasil, que mais transcende

fronteiras e mais cresce hoje no mundo26

, a Igreja Universal do Reino de Deus.

Reviso de Literatura

Alguns trabalhos merecem destaque por descreverem o desenvolvimento histrico,

teolgico e eclesiolgico de movimentos neopentecostais, dos quais sero destacados os

trabalhos de Ana Keila Pinezi e Geraldo Romanelli,27

artigo que examina como a IIGD

organiza suas prticas de cura e soluo de problemas imediatos de seus fiis e como

rituais de cura, associados ao exorcismo, possuem a marca da exterioridade e so

impregnados de emocionalismo religioso, que chega ao limite da catarse, postura que se

contrape idia de cura divina entre os protestantes histricos; de Ari Pedro Oro, Andr

Corten, Jean-Pierre Dozon,28

que renem pesquisas de diversos estudiosos no campo da

sociologia sobre o movimento religioso que mais transcende fronteiras e mais cresce hoje

no mundo.

Karla Regina Macena Pereira Patriota e Sara Helena Granja,29

abordam sobre o ato,

o lugar da fala e anlise do discurso da igreja na mdia, e especificamente sobre a IURD; os

25 Ricardo Mariano, A Igreja Universal no Brasil, em A Igreja Universal do Reino de Deus: os

novos conquistadores da f, 53.

26 Ibid, 7.

27 Ana Keila Pinezi e Geraldo Romanelli, O Mal Exorcizado: Cura Divina Entre os Neopentecostais

da Igreja Internacional da Graa De Deus, Impulso, Piracicaba, 14(34) (2003): 65-74.

28 Ari Pedro Oro, Andr Corten, Jean- Pierre Dozon, A Igreja Universal do Reino de Deus: os novos

conquistadores da f (So Paulo, SP: Edies Paulinas, 2003).

29 Karla Regina Macena Pereira Patriota e Sara Helena Granja, Os Atos de Fala e o Lugar de Fala

no Show da F, Universidade Federal de Pernambuco, Universidade Catlica de Pernambuco,

Universidade Salgado de Oliveira (UNIVERSO) e Faculdade Pernambucana (FAPE) XXVIII Congresso

Brasileiro de Cincias da Comunicao Intercom (2005).

13

trabalhos de Anders Ruuth, 30

tese que descreve a origem e o desenvolvimento

eclesiolgico da IURD no Brasil, discorre sobre a sua teologia e peculiaridades como um

novo tipo de igreja; a tese de Etiane Caloy Bovkalovski,31

se caracteriza por estudar a

literatura denominacional da IURD; a anlise de Ricardo Mariano32

um trabalho de

pesquisa sociolgica sobre as igrejas neopentecostais brasileiras, incluindo a IURD, que

estuda as principais transformaes teolgicas, estticas e comportamentais que vem

ocorrendo no movimento pentecostal; o artigo de Wander de Lara Proena,33

uma anlise

histrica do neopentecostalismo brasileiro, tendo como pano de fundo o sincretismo no

qual esto envolvidos legados da religiosidade popular catlica, das crenas afro e

elementos da tradio evanglica.

Pablo Semn,34

analisa no seu artigo o trabalho de Oro, no qual tenta responder

como pensar a atuao da Igreja Universal do Reino de Deus em relao sociedade

brasileira contempornea; Eduardo Rangel Guerra,35

no seu trabalho, aborda sobre a

30 Anders Ruuth, The Universal Church of the Kingdom of God (Tese doutoral, Uppsala

Universitet [Sweden], 1995).

31 Etiane Caloy Bovkalovski, Homens e mulheres de Deus: modelos de conduta tica da Igreja

Universal do Reino de Deus [1986-2001] (Tese, Curitiba, Universidade Federal do Paran, Doutorado em

Histria), 2005.

32 Mariano, Neopentecostais: sociologia do novo pentecostalismo no Brasil.

33 Wander de Lara Proena, Fontes para Estudo do Neopentecostalismo Brasileiro: O Caso da Igreja

Universal do Reino de Deus, UNESP FCLAs - CDAP, vol. 1, n 1, (2005).

34 Pablo Semn, A Igreja Universal do Reino de Deus: Um Ator e as Suas Costuras da Sociedade Brasileira Contempornea, Debates do NER, Porto Alegre, ano 2 n 3, (setembro de 2001).

35 Eduardo Rangel Guerra, Vinde a Mim os Sofredores: Tolerncia e Prticas, Pluralismos - I

Simpsio Internacional de Cincias das Religies (Ed. Ps-Graduao em Cincias das Religies PPGCR,

UFPB-CCHLA, Joo Pessoa 16 a 18 de julho de 2007).

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14

conduta divergente de alguns membros da IURD; Julio Cezar Benedito36

aborda em seu

trabalho, quanto aos fatores, entre os quais, a espetacularizao e o conflito com seitas afro-

brasileiras que contribuem para a expanso da IURD; a anlise de R. Adrew Chesnut,37

verifica as condies scio-econmicas do Brasil no momento em que nele se desenvolve o

pentecostalismo, analisando aspectos relevantes como crise, cura, aflio, xtase,

exorcismo, sade e moralidade; a revista Parousia38

faz um esboo histrico das trs

ondas pentecostais, analisa as razes para o crescimento do Pentecostalismo no Brasil, a

Teologia da Prosperidade e oferece sugestes para a ao evangelstica voltada para esse

grupo; Marcelo Rodrigues de Oliveira,39

na sua dissertao de mestrado estuda a Teologia

da Prosperidade (TP) luz da Teologia da Gratuidade; a tese de Elias Dantas Filho tem

como principal foco a histria do movimento pentecostal no Brasil; em Douglas Tavolaro e

Christina Lemos,40

informaes importantes sobre a IURD e o seu fundador so fornecidas

na biografia de Edir Macedo.41

36 Julio Cezar Benedito, Religio e Religiosidade Populares: O Conflito Religioso e a Simbiose de

Ritos e Performances entre Neopentecostais e Afro-Brasileiros, Universitas Humanistica, Pontificia

Universidad Javeriana, Bogot, Colmbia, (2006).

37 R. Adrew Chesnut, Born Again in Brazil: The Pentecostal Boom and the Pathogens of Poverty

(New Brunswick, New Jersey, and London: Rutgers University Press), 1997.

38 Edilson Valiante, ed., Pentecostalismo Moderno, Parousia, ano 1, n 1 (1 semestre, 2000).

39 Marcelo Rodrigues de Oliveira, Retribuio e prosperidade:gnese, percurso histrico e confronto com a teologia da graa (Belo Horizonte, Faculdade Jesuta de Filosofia e Teologia), 2006.

40 Tavolaro e Lemos.

41 Elias Dantas Filho, O movimento pentecostal brasileiro: sua historia e influencia sobre as

denominaes tradicionais no Brasil (Fuller Theological Seminary, School of World Mission, 1988).

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15

Dentre as pesquisas voltadas para a Teologia da Prosperidade no movimento

neopentecostal destacam-se, a tese doutoral de Wania Amlia Belchior;42

a dissertao de

mestrado de Renata Apgaua,43

a tese doutoral de Carlos Tadeu Siepierski,44

pesquisa que

tambm discorre sobre a guerra espiritual.

Trabalhos que tratam sobre algum aspecto particular da Teologia da Prosperidade

tambm so destacados nesta pesquisa: em relao ao mercado da msica Gospel e a

estratgia de marketing, a pesquisa de Jacqueline Ziroldo Dolghie;45

sobre a questo do

marketing religioso especificamente na Igreja Universal, a publicao de Ubirajara ndio do

Brasil Mendes de Morais, Larissa Zeggio Perez Figueredo e Egydio Barbosa Zanotta;46

sobre o protestantismo brasileiro e a estruturao de igrejas e a mercantilizao do sagrado,

o estudo de Antonio Roberto Coelho Serra;47

quanto ao experiencial no universo

42 Wania Amlia Belchior Mesquita, Em busca da prosperidade: trabalho e empreendedorismo entre

neopentecostais (Tese, Instituto Universitrio de Pesquisas do Rio de Janeiro, Doutorado em Cincias Humanas: Sociologia, 2003).

43 Renata Apgaua, A ddiva universal (Dissertao de M. em Sociologia, Faculdade de Filosofia e

Cincias Humanas da UFMG, Belo Horizonte, MG, 1999).

44 Carlos Tadeu Siepierski, De bem com a vida: o sagrado num mundo em transformao (Tese,

Universidade de So Paulo, Doutorado em Antropologia Social, Faculdade de Filosofia, Letras e Cincias

Humanas, 2001).

45 Jacqueline Ziroldo Dolghie, A Igreja Renascer em Cristo e a Consolidao do Mercado de

Msica Gospel no Brasil: Uma Anlise das Estratgias de Marketing, Universidade Mackenzie e UMESP-

Brasil, Ciencias Sociales y Religin/Cincias Sociais e Religio, ano 6, n 6, 201-220 (outubro de 2004).

46 Ubirajara ndio do Brasil Mendes de Morais, Larissa Zeggio Perez Figueredo e Egydio Barbosa

Zanotta, Igreja Universal do Reino de Deus e Marketing Religioso, Revista Gerenciais, vol. 3, UNINOVE

(outubro de 2004): 53-62.

47 Antonio Roberto Coelho Serra, A Mercantilizao do Sagrado: Um Estudo sobre a Estruturao

de Igrejas dos Protestantismos Brasileiros, Centro de Estudos Sociais, Faculdade de Economia,

Universidade de Coimbra, VIII Congresso Luso-Afro-Brasileiro de Cincias Sociais, Coimbra (16, 17, 18 de

2004).

16

neopentecostal brasileiro, a pesquisa de Gerson Leite de Moraes;48

em relao ao sistema

de ddivas e o uso do dinheiro no neopentecostalismo, o trabalho de Drance Elias da

Silva,49

e ainda sobre prosperidade e dinheiro nos novos movimentos urbanos;50

o trabalho

de Ari Pedro Oro,51

circunscreve-se ao pentecostalismo surgido no Brasil a partir da dcada

de sessenta, apresentando a IURD como uma das mais representativas desse movimento; a

pesquisa de Alexandre Brasil Fonseca,52

analisa a adoo de conceitos da Nova Era pelos

evanglicos; na sua pesquisa, Wnia Amlia Belchior Mesquita,53

faz um levantamento

histrico, bem como esboa algumas consideraes acerca da organizao institucional do

grupo evanglico ADHONEP (Associao de Homens de Negcio do Evangelho Pleno), e

no artigo, Um P no Reino e Outro no Mundo: Consumo e Lazer entre Pentecostais,54

analisa como os elementos doutrinrios orientam a vida dos fiis da IURD, como

interpretam e cumprem as prescries religiosas e o seu direcionamento para o consumo e

48 Gerson Leite de Moraes, A Reduo Experiencial no Universo Neopentecostal Brasileiro (Tese,

doutorando em Cincias da Religio, PUC-SP, [email protected])

49 Drance Elias da Silva, A sagrao do dinheiro no neopentecostalismo: religio e interesse luz do

sistema da ddiva (Tese Doutoral, em Sociologia, Universidade Federal de Pernambuco, Centro de Filosofia

e Cincias Humanas, Recife, 2006).

50 Ibid., Ddiva, Prosperidade e Dinheiro nos Novos Movimentos Religiosos Urbanos, Revista de

Teologia e Cincias da Religio, ano 2, n especial (janeiro, 2003).

51 Ari Pedro Oro, Neopentecostalismo: Dinheiro e Magia, Universidade Federal do Rio Grande do

Sul, [web page] (acessada em 23 de novembro de 2008); disponvel em

http://www.unesco.org.uy/shs/fileadmin/templates/shs/archivos/anuario2002/articulo_14.pdf.

52 Alexandre Brasil Fonseca, Nova Era Evanglica, Confisso Positiva e o Crescimento dos Sem

Religio (Tese, doutorado em Sociologia, USP, So Paulo, 22 a 25 de setembro de 1998).

53 Wnia Amlia Belchior Mesquita, O Empresrio e a F: Homens de Negcio e Expanso

Pentecostal, IUPERJ (22 a 25 de setembro de 1998).

54 Ibid., Um P no Reino e Outro no Mundo: Consumo e Lazer entre Pentecostais, Horizontes

Antropolgicos, ano 13, n 28 (julho/dezembro de 2007): 117-144.

mailto:[email protected]

17

lazer; Diana Nogueira de Oliveira Lima,55

aborda em seu estudo sobre a relao da

implementao do mercado livre no Brasil pelo governo Collor, com o aumento de nmero

de fiis da Igreja Universal do Reino de Deus, defensora da Teologia da Prosperidade, e

ainda examina informaes colhidas entre os fiis da IURD no Rio de Janeiro, a fim de

compreender as aspiraes, disposies e experincias destes como fatores importantes na

escolha dessa f religiosa;56

em sua pesquisa, Charmayne E. Patterson,57

trata da Teologia

da Prosperidade, do Evangelho Social e das Mega Igrejas no ambiente afro-americano.

Estudos histricos, tais como o de Kevin e Dorothy Ranaghan,58

tratam sobre as

razes histricas do pentecostalismo catlico, a sua ligao com o pentecostalismo

evanglico e a experincia carismtica hoje; a pesquisa de Richard M. Riss,59

estuda as

razes histricas dos movimentos reavivamentistas no mundo e o seu desenvolvimento, os

primeiros despertamentos pentecostais e o seu incremento at o sculo vinte; James

Rudolph Goff, Jr,60

estuda a origem missionria do Pentecostalismo na perspectiva de um

55 Diana Nogueira de Oliveira Lima, Trabalho, Mudana de Vida e Prosperidade entre Fiis da

Igreja Universal do Reino de Deus, Religio e Sociedade, (2007):132-155.

56 Ibid., Prosperidade na Dcada de 1990: Etnografia do Compromisso de Trabalho entre Deus e o

Fiel da Igreja Universal do Reino de Deus, Revista de Cincias Sociais, vol. 51, n 1, (2008): 7-35.

57 Charmayne E. Patterson, Give Us This Day Our Daily Bread: The African American Megachurch

and Prosperity Theology (Tese, Doctor of Philosophy, College of Arts and Sciences Georgia State University,

Georgia, GA, 2007).

58 Kevin e Dorothy Ranaghan, Catlicos pentecostais, 2 ed. (So Paulo: Imprensa Metodista), 1972.

59 Richard M. Riss, A Survey of 20th Century Revival Movements in North America, 2 imp. (Peabody, Massachusetts: Hendrickson Publishers, Inc), 1995.

60 James Rudolph Goff, Jr., Fields White Unto Harvest: Charles F. Parham and the Missionary

Origins of Pentecostalism (Arkansas, AR: University of Arkansas, for the degree of doctor of philosophy),

1987.

18

pentecostal; a tese de Joanne L. Pepper,61

discute o desenvolvimento histrico do

Pentecostalismo, contudo, no nordeste do Brasil, destacando a contribuio das mulheres

no estabelecimento do movimento pentecostal em Belm do Par.

Pesquisas teolgicas, tais como a de Donald W. Dayton,62

que analisa as razes

teolgicas do Pentecostalismo, discorre sobre as suas razes metodistas, o reavivamento

americano da perfeio crist, a ascenso do movimento de cura e o batismo com o Esprito

Santo pentecostal; ensaios como o de Russell P. Spittler,63

contendo anlises histrico-

teolgica do pentecostalismo transdenominacional, atravs de vrios pesquisadores; a

dissertao de John C. Moore,64

trabalho voltado para o neopentecostalismo dentro da

Igreja Catlica Norte Americana; a pesquisa de Han Ho Doh,65

anlise destinada a

descrever o movimento carismtico contemporneo luz da perspectiva histrica e

teolgica, contudo, na Coria.

Estudos de carter bblicos so encontrados em pesquisas como a de Michael G.

Moriarty,66

que faz uma anlise bblica e histrica do movimento carismtico e demonstra

61 Joanne L. Pepper, The Historical Development of Pentecostalism in Northeastern Brazil, with

Specific Reference to Working Class Women in Recife (England, UK: University of Warwick, 1991).

62 Donald W. Dayton, Theological Roots of Pentecostalism (Peabody, Massachusetts: Hendrickson

Publishers, s.d.).

63 Russell P. Spittler, ed., Perspectives on the New Pentecostalism (Grand Rapids, MI: Baker Book

House Company, 1976).

64 John C. Moore, A Critical Examination of Neo-Pentecostalism Within the American Roman

Catholic Church (Dissertao de M. Th., Theological Seminary, Dallas, TX, 1977).

65 Han Ho Doh, An Historical and Theological Analysis of the Charismatic Movement in Korea

(Tese, Mid-America Baptist Theologi