resumo esquistossomose

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C.D.U.: 616-036.21 (812.1) CONSTATAÇÕES SOBRE A IMPORTÂNCIA DOS ROEDORES SILVESTRES(Holoehilus brasiliensis nanus Thomas , 1897) NA EPIDEMIOLOGIA DA ESQUISTOSSOMOSE MANSÕNICA PR6p·RtA DA PRÉ-AMAZÔNIA, MARANHÃO - BRASIL* inha Ve i d(l) Terezl a Velga-Borgeau Raimundo Carlos Lemos Neto(3) . (2) FranC1S Peter Othon de Carvalho Bastos(3) RESlM) Roedores silvestres foram capturados mensalmente, durante dois anos de trabalhos, em oito diferentes localidades, distribuídas em 12 hectares, no Lago da Cidade de são Bento, situado na Região da Baixada Maranhense, ao Noroeste do Estado do Maranhão, Brasil. Esta Região pertence ã Pré-Amazônia. Foi demonstrado que a espécie Holochilus brasiliensis nanus Thomas, 1897 era a que predominava nas localidades trabalhadas, e que se constituía em importante elemento da ca deia epidemiológica do Schistosoma mansoni por albergar grande número de vermes: eliminar ovos viaveis do parasita, reproduzir-se em grande intensidade, ser en contrado infectado durante todo o ano e por apresentar-se com uma extraordinária densidade populacional. Foram acrescidos dados da bio-ecologia destes roedores. UNlTEffi.üS: Roedores silvestres. Esquistossomose. Pré-Amazônia. 1 INTRODUÇÃO ~ . A esquistossomose mansonlca é uma das endemias que existe no Esta do do Maranhão, desde 1920~ com desta que para a Região da Baixada, localiza da ao Noroeste do Estado, por acometer 20% aproximadamente da população de 285.236 habitantes, distribuída em 17.138km 2 (dados da SUCAM).Trata-se de uma Região rica em sua fauna e flora, constituída de um misto das Regiões Norte e Nordeste: a prê-Amazônia. A população sobr~vive às cus tas do grande Lago Natural. A caça e a pesca servem para sua nutrição e econo mia, motivo da esquistossomose ser con siderada como urna"endemia .profissi~ nal", nesta localidade. A prevalência maior da parasitose ocorre em adultos dos dois sexos, sendo que a forma gra ve é mais freqUente em homens(SUCANQ. A participação de pelo menos 'k Pesquisa financiada pelo CNPq. . (1) Bolsista de Desenvolvimento·Regional-CNpq. (2) Museu Nacional de Historia Natural de Paris-França (3) Programa de Pesquisa e Pôs-Graduação em Imuno1ogia-UFMA. 86 Cad. Pesq. São Luís, ~ (2): 86 - 99, ju1./dez. 1986

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Page 1: Resumo esquistossomose

C.D.U.: 616-036.21 (812.1)

CONSTATAÇÕES SOBRE A IMPORTÂNCIA DOS ROEDORES SILVESTRES(Holoehilus brasiliensis

nanus Thomas , 1897) NA EPIDEMIOLOGIA DA ESQUISTOSSOMOSE MANSÕNICA PR6p·RtA

DA PRÉ-AMAZÔNIA, MARANHÃO - BRASIL*

inh a Ve i d(l)Terezl a Velga-BorgeauRaimundo Carlos Lemos Neto(3)

. (2)FranC1S PeterOthon de Carvalho Bastos(3)

RESlM)

Roedores silvestres foram capturados mensalmente, durante dois anos detrabalhos, em oito diferentes localidades, distribuídas em 12 hectares, no Lagoda Cidade de são Bento, situado na Região da Baixada Maranhense, ao Noroeste doEstado do Maranhão, Brasil. Esta Região pertence ã Pré-Amazônia. Foi demonstradoque a espécie Holochilus brasiliensis nanus Thomas, 1897 era a que predominavanas localidades trabalhadas, e que se constituía em importante elemento da cadeia epidemiológica do Schistosoma mansoni por albergar grande número de vermes:eliminar ovos viaveis do parasita, reproduzir-se em grande intensidade, ser encontrado infectado durante todo o ano e por apresentar-se com uma extraordináriadensidade populacional. Foram acrescidos dados da bio-ecologia destes roedores.

UNlTEffi.üS:Roedores silvestres. Esquistossomose. Pré-Amazônia.

1 INTRODUÇÃO~ .A esquistossomose mansonlca

é uma das endemias que existe no Estado do Maranhão, desde 1920~ com destaque para a Região da Baixada, localizada ao Noroeste do Estado, por acometer20% aproximadamente da população de285.236 habitantes, distribuída em17.138km2 (dados da SUCAM).Trata-se deuma Região rica em sua fauna e flora,constituída de um misto das Regiões

Norte e Nordeste: a prê-Amazônia.A população sobr~vive às cus

tas do grande Lago Natural. A caça e apesca servem para sua nutrição e economia, motivo da esquistossomose ser considerada como urna "endemia .profissi~nal", nesta localidade. A prevalênciamaior da parasitose ocorre em adultosdos dois sexos, sendo que a forma grave é mais freqUente em homens(SUCANQ.

A participação de pelo menos

'k Pesquisa financiada pelo CNPq. .(1) Bolsista de Desenvolvimento·Regional-CNpq.(2) Museu Nacional de Historia Natural de Paris-França(3) Programa de Pesquisa e Pôs-Graduação em Imuno1ogia-UFMA.

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dois hospedeiros definitivos na cadeiaepidemiológica do Schistosoma mansoni

na Baixada Maranhense,. o homem e oro~dor silvestre, vem sendo demonstrada empublicações anteriores 4 •

As altas percentagens de infecção, freqUentemente e~contradas nosroedores silvestres da Baixada,levarama.equipe de pesquisadores do ProgTtarnade Pesquisa e Pós-Graduação em Imunol~gia, da UFMa, a proje~ar a constataçãoda importância destes animais .cornoagente disseminador daparasitose naRegião. Para isto, foi solicitada aajuda de expertos em bio-taxionornia depequenos mamíferos, em outros Centrosde Pesquisa.

Os resultados que apresentamos formQ obtidos durante doze mesesde trabalho no campo, os quais ?emonstram a prevalência da parasitose nestes pequenos mamíferos, habitantes dolago da Cidade de São Bento, tomada como representativa da Região. Foram adlcionados com aí guns dados sobre a Hist.§.ria Natural do Hol.ooh i l.us braei.l.ieneie,- .especle de roedor silvestre que pred~mina na area cornohospedeiro :não hurnano do venne.

2 MATERIAL E MÉTODOS:

2.1 - Local de Trabalho

A cidade de São Bento foi tomada cornorepresentativa para o nossoestudo, pelas suas ...característicasgeo-eco-epiderniológicas,que são· comW1S a todas as outras cidades localizadas na Região da Baixada Maranhense.

.. Este municÍpio,é caracterizado por se encontrar ladeado por umgrande lago natural, que serve para apopulação exercer suas atividades domésticas, profissionais e de lazer, como lavagem de roupas, caça, pesca e b~nho no lago, principalmente as crianças.

Este lago, devido a sua gra~de extensão, recebe nomes diversos emseus diferentes pontos, freqUentementeassociados a sua utilização pelo homemdo campo.

Das várias localidades situadas no lago, foram estabelecidos 08(olto) pontos estratégicos para a realiz~ção dos trabalhos propostos: Ferrugem,Juçara, Carnaubal, Lago Redondo, Serrao, Igarapé do Meio, primeira Cornpo~ta e Lago Grande. A diferença básicaentre elas deve-se à freqUência dospescadores e caçadores, com maior oumenor intensidade, o que leva a consj.derar o homem epiderniologicamente importante, já que funciona corno poluidor de águas, através de se~. dejetosde fezes, lançados durante as atividades de campo.Outro ponto levado em co~sideração foi a vegetação que,dependendo da localidade, torna-se mais densa,beneficiando o abrigo de maior numerode roedores. (FIG~l).2.2 Método de Captura

Em janeiro de 1984, quandoforam iniciadas as atividades de campopara captura de roedores vivos " foramutilizadas armadilhas tipo"chuavancy",adaptadas em latas de utilização domés

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tica. Sendo a captura dos pequenos ~míferos realizada em campos alagados,tornou-se extremamente difícil o manuseio dessas armadilhas.

Em fevereiro do mesmo ano,houve mudança na estratégia de capturados roedores silvestres, que passarama ser coletados diretamente no ninho,agolpe de bastão ou tiro de espingarda.Os roedores assim capturados, quandomortos, eram imediatamente colocados emsacos plásticos,devidamente etiquet~dos e conservados em isopor com gelo(± 49 C).

No laboratório, montado na cidade de são Bento, os anlmalS eram necropsiados para a constatação de suasposi tividades para »crn.etioeoma mansoni.

2.3 Reprodução

Os animais capturados tinhamsuas medidas externas(cabeça-corpo,ca~da, pés e orelhas) anotadas e eram observados seus pesos e sexos. Eram anotados os numeras de embriões implant~dos, nas fêmeas. Nos machos, observava-se a posição dos testículos.

2.4 Constatação da Infecção

Por ato cirúrgico, os roedores tinham suas cavidades abdomiria'isabertas e seus principais órgãos acometidos pela infecção eram retirados.Do intestino foram obtidos segmentosde O,5cm de comprimento, para a execução de 00grama , segundo técnica dePRATA (1957)7. O fígado foi prensadoentre duas lâminas de vidro, com vis

tas a verificar a presença de vermes egranulomas 9. Foram observados , também,vermes no plexo porta.

2.5 Coleta de MOluscos

Mo1uscos da espécie Biomph~

laria glabrata foram coletados em localidades de captura de roedores, emquantidades aleatórias, de modo a termos uma boa mostragem(200 caramujos emmédia) sobre o índice de infecção ne~tes animais.

3 RESULTADOS

3.1 Área de Trabalho

As localidades trabalhadas ,no lago da Cidade de são Bento, em numero de oito, ocuparam uma área de 12hectares, que margeavam a Sede do Município. A vegetação aquática retirada p~ra estudos ecológicos era Gomumentedenominadas de guarimã, orelh2 de onça, arroz do campo, água-ré, planta dejunco e rabo de raposa. A altura da 1âmina d'água variou de SOem, na epocada seca, para aproximadamente 100cm,na estação chuvosa.

3.2 Reprodução e índice defecção.

In

De janeiro a dezembro de1984, foram capturados 228 filhotes deroedores silvestres, da espécie Rolo

chilus brasiliensis nanus Thomas~1897,em 50 ninhos. O número máximo ,mínimo emédio de filhotes encontrados durante12 meses de trabalho estão demonstra

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dos na TABELAI, onde !U~'verifica quea presença deases.anímaí.s fdi;' ' as.i.L '

nalada no período compreendido de ma!.ço a julho, consãderadó intenso perí.e.

do reprodutivo. rIo mês de março em diante, o

número 'de récem-nasci.dos'\cresceu gr~

dativamente, atingindo o máximode 90

jovens, distribuídos em 20 ninhos, nomês de julho, comuma m;;dia de 05 fi.

lhotes por ninho. O máximo de filhotesretirados foi .de 11, e o mínimo de OL

De agosto a dezembro, prat i

camente nenhumaninhada foi encontrada.

~Quanto ao numero de animai~adul tos, fêmeas grávidas ou não e número de embriões encontrados, estão apr~

sentados na TABELAn. Anotou-se em fevereiro que 47% das fêmeas capnuradascestavam prenhas, e que números mai.s

significativos ocorreram nos meses demarço (77%) e abril (60%). Em setembro, ocorreu baixa nestas taxas (13%),chegando a ser praticamente nula nosmeses de novembro erdezembro (FIG. 2) .0

número de embriões variou de 03 a 08

por animal.

3'.3 Infe.cção EsquistossomóticaEmtodas as localidades p~

viamente selecionadas para o es tudo proposto, foram identificados Holochilusbrasiliensis nanus positivos paraSchistosoma maneoni.: Foram necrops iados 598 animais, distribuídos mensal

mente nas diferentes localidades C lABE.

LAH.I}, A captura, de roedores em al

c,

gtills 'locais dapesquí sa ; como Primeira

"C0mpQ+"ta.",Lago Grande e Igarapé do~io, ficou prejudicada devido ã gr~

de dificuldade de penetraçao nestas ~

giões. ~ interessante acentuar que,me~mo em capturas comnUmeroreduzido de

animais, foram encontrados animais fortemente parasitados.

O índice mensal de .infecçãoesquistossomótica mostrou que o númerode animais infectados está na dependencia da variação sazonal: do mês de j aneiro ao mês de maio,a taxa média de i!!.

divíduos parasitados não ultrapassou21%, e do mês de junho em diante ,houve

(fumento significativo desta taxa, chegando a 80% dos animais capturados ( T~BELAl l I) .

Entre as looalidades de captura dos roedores, a que se apresentoufreqUentemente com índice de infecção

mais baixo, foi Serrão. Somente em outubro, 40% dos animais estavam positlvos, e isto demonstra que, mesmoas 10calidades de índices mais baixos, emdeterminadas epocas do ano ,tOTIlarn-seregiões potencialmente infectantes,principalmente porque foram coletados,também, vários moluscos da espeCleBiomphal.ax-ia ql.abratoi, .el iminando grél!!.de níime'ro de cercárias de Schistosoma

maneorn: (TABELAIV) .A localidade denominada Car

naubal foi a que apresentou uma constância no ndice mais elevado de infecção em roedores, de fevereiro a .de

,zembro .

Os meses de outubro a dezem

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Page 5: Resumo esquistossomose

bro constituíram-se épocas em que foram observados os maiores índices deinfecção. Foram assinalados 100% deinfecção nestes pequenos mamíferos capturados na região denominada Juçara,

3.4 Infecção em

glabra ta

Biomphalaria

o número de moluscos coletados por localidades e a percentagem deinfecção esquistossomótica encontradanestes animais estão transcritos na TABELA IV. Estes resultados foram possiveis de obter, a partir de novembro.

3.5 NÚmero de vermes adultosovos de Schistosoma mansoni

As anotações dos numeros de vermes adultos encontrados no-fígado e mesentério de 34 roedores, assim cornoa presença de ovos de Schistosoma mansoni em seus intestinos, estãodispostos na TABELA V. Verifica-se queestes animais albergam grande ~úmerode esquistossomo.

4 DISCUSSÃO E CONCLUSÃO

Segundo Ávila-Pires (1974),os roedores silvestres podem ser enco~trados em locaisúrnidos e nas prox~dades de águas, vá~zeas, ao longo decorregos e valas, nos canaviais e campos pr oxmos de coleções líquidas.

Existem informações .sobre hábitos semi-aquáticos e atividades qu~se que exclusivamente noturnas destesanirnais~

~Verificamos que a unlca esp~

e

cie de roedor encontrada nas localidades trabalhadas do lago.de água doce.da Cidade de são Bento foí.o Holoehi.bue ·

hraei l-ienei.e nanus Thomae , 1897. Ent.re

tanto, acreditamos que, nesta região,os roedores tenham tarnbérnatividade diurna, não só pela grande freqUência dohomem (pescador e caçador) no lago, c~mo também pela necessidade da .feiturade seus ninhos sobre a vegetação aquática e por sua sobrevivência em locaisonde a terra firme fica muito distante.

Podemos citar, ainda a favordesta afirmação, o grande ~::ilúmero deanimâi s paras itados comparado .com osencontrados em outras cidades, corno-lporexemplo São José dos Campos ,em são Pau10' ,_e a constante identificação dealimerrtos frescos ingeridos.

As capturas efetuadas diretamente nos ninhos permitiram observar ocomportamento solitário desses animais,justificado pela presença das mães j~to à ninhada somente em épocas de amamentação ..

o ciclo reprodutivo do Holochi. Lue b. nanus e semelhente ao, 'de varios outros pequenos mamíferos' da Região Tropical. O seu ritmo de reprod~ção é máximo durante a estação chuvosa(inverno) e menos intenso, ou pratic~mente nulo, durante a estação 'seca( TABELASil e II e FIG. 2)8,10.

A captura sistemática, realizada mensalmente nas mesmas localidades, evidenciou:

a importância dos roedores silvestres como elemento portador e difu

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sor da esqúistossomose mansônica na R!gião da Baixa .Maranhense, haja vistoque foram encontrados HoZoahiZus b.

nanue portando grande quantidade devermes .e de ovos viáveis (TABELA V) ,osquais são depositados em águas propicias ao seu desenvolvimepto, c~ntendovetor de grande suscetibilidade ã infecção - a BiomphaZaria gZabrata;

-- que foram encontrados animais lnfectados durante todo.o ano de observação (TABELA IV) ,chegando a índicesaltos, como 100% de parasitados;-- que estes animais se reproduzem comgrande intensidade (FIG. 2, TABELAS.'IeII ); e,-- que se apresentam em uma extraordinária densidade populacional.

.Cabe acrescentar. aqui, comoreforço para esta última conclusao,queestes animais continuaram em observaçao durante nove meses de 1985: janeiro, fevereiro, março, abril, maio, j~nho, outubro, novembro e dezembro. (naofoi ppssíve1 trabalhar na área nos meses de julho, agosto e setembro), apr~sentando índices de infecção altos, de50 a 90%.

Além destas observações acre~ce ainda o fato de ter sido isolada alinhagem silvestre de S.mansoni~ oriunda de Holoahilus desta Região, discutido'cornoconseqííénci.ade contato. estreito entre estes roedores e as pop~lações de moluscos3

EVIDENCE ABOUT mE IMPORTANCEI

Cad. Pesq. São Luís, ~ (2): 86 - 99, jul;jc

HoZoahiZis brasiZiensis. nanus Thomas~

1897, IX '1'HE EPIDEMIOLOGIK OF

SCHISTOSOMIASIS YROM LOWER AMAZONIA ;

, '.

Wild rodents were monthlycatched, during one year, in eigthdifferent localites that occuped 12hectares, from Lowland Region of StateMaranhao, Brazil. It was show thatHoZoahiZus brasiZiensis nanus Thomas~

Z897~ was the predominant specie inthis Region and the important elementof the epidemiologic chain ofSahistosoma mansoni because to contain~ig number of worms; to elirninateviab1eeggs of parasites; high degree ofreproducitibility; to enclose theinfection during alI the year and toshow a high populational density.Bio-ecologic data from this rodentswere increased.

UNITERMS: Wild rodents. Schistosomiasis.Lower Amazonia

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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ENDEREÇO DO AUTOR

ornON DE CARVAlliOBÀSTOSPrograma de Pesquisa ePós-Graduação em Imuno 1ogia - UFMa.Campus Universitário-BacangaTe1.: (098) 222-152965.000 SÃO LU!S MA

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92 Cad. Pesq. são Luís, l (2): 86 - 99, jul./dez. 1986

Page 8: Resumo esquistossomose

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Fig. 1 - Localização da Cidade de São Bento, Estado do Maranhão,sil, e dos pontos de captura de roedores silvestres ecos: -Primeira Compor tat L? C); Ferrugem(F) ;Juçara(Juç) ;rão(S); Lago Redondo (LR); Carnaubal(CR) e Igarapé do(IM)

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Cad. Pesq. Sao Luís, ~ (2): 86 - 99, jul./dez. 1986 93

Page 9: Resumo esquistossomose

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Jan. Fe«. Mar. Abr. Mai. Jun. Jul. Agt. Set. Qut. Nov.

-- ROEDORES INFECTADOS

ROEDORES FÊME AS GRÁVIDAS

ANO 19B4

Fig. 2 - fndices de infecção esquistossomótica e de fêmeas gravidas encontrados em roedores silvestres, capturados mensalmente nolago da Cidade de São Bento, Estado do Maranhão, Brasil.

94 Cad. Pesq. São Luís, ~ (2): 86 - 99, jul.jdez. 1986

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Page 10: Resumo esquistossomose

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TABELA I

Filhotes de HoZochiZus b. nanus recolhidos diretamente no ninho, no período 'de janeiro a dezembro de 1984no Lago de São Bento, Região da Baixada Maranhense, Maranhão - Brasil.

MEs NOMERO DE NINHOS TOfAL DE FIlliOTES NOMERO MEDro NOMERO DE FIlliarESCOM FIlHOTES FIIHOTES/NINHO ' ~IM) M!NIMJ

Janeiro 00 00 00 00 00Fevereiro -00 00 00 00 00Mlrço 01 03 03 00 00Abril 06 30 05 07 02Mlio 09 37 05 06 02Junho 14 68 05 11 01Julho 20 90 05 09 01Agosto 00 00 00 00 00

"

Setembro 00 00 00 00 00Outubro 00 00 00 00 00

Novembro 00 00 00 00 00 -.,

Dezembro 00 00 00 00 00

TOTAL 0623 3350 228

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TABEtA 11

Percentua1 de fêmeas grávidas e número ; médio de embriões implantados por f~ .

mea restante de Holochilus b. nanus , capturados de janeiro a dezembro de 1984,na Baixada Maranhense ,Cidade de São Bento, Maranhão - Brasil.

..MESES 00

A\JO

ANlMi\ISADULTAS (A)

FEMEAs NGGRÁVIDAS (G) (%)

EMBRIOES E/G

Janeiro 02 00 00 00 00Fevereiro 42 20 47 84 04Março 40 31 77 179 06Abril 35 21 60 117 05Maio 31 15 48 121 08Junho 24 12 50 98 08Julho 28 14 50 155 04Agosto 24 10 41 59 06Setembro 29 04 13 24 06Outubro 17 03 17 24 08Novembro 13 00 00 00 00Dezembro 15 01 06 03 03

TOTAL 300 131 409 864 58

96 Cad. Pesq. São Luís, 2 (2): 86 - 99, j u l v Zde z . 1986

Page 12: Resumo esquistossomose

TABELAIII

Indice de infecção esquistossoIDÔtica resultante de (12} capturas sucessivas deroedores silvestres Holochi l.ue braei l.ieneie , na Cidade de SâoBento , Região daBaixada Maranhense.Período: janeiro a dezembro/84

1984MESES

ROEIX)RES SILVESTRESCAPTIJRAOOS

TOTAL Õ Q (g)INFECfAIn3TOTAL O

%

O (G)

JANEIRO 10 07 03(0) 01 01 (O) 10FEVEREIRO 109 66 43(21) 17 09 08 (03) 15MARÇO 79 39 40(31) 10 06 04 (04) 13ABRIL 77 42 35(20) 02 01 01 (01) 03MAIO 53 22 31(15) 11 08 03 (03) 21JUNHO 31 07 24(12) 11 04 07 (04) 35JUIHO 40 12 28(14) 13 06 07 (03) 33AGOSTO 46 22 24(11) 21 13 08 (03) 46SETEMBRO 35 16 19(04) 14 09 05 (03) 40OlJI1JBRO 29 12 17(03) 21 09 12 (01) 72l'DVEMBRO 38 26 12(0) 15 11 04 (O) 39DEZEMBRO 51 36 15(01) 41 29 12 (01) 80

"",

TOTAL 598 307 291(132) 177 105 72 (25) 407-c

MEDIA 49,83 25,58 24,25(11) 14,75 8,75 06(2,08) 29,6

Cad. Pesq. são Luís, 2 (2): 86 - 99, ju1./dez. 1986 97

Page 13: Resumo esquistossomose

TABELA IV

índice de infecção esquistossomática encontrado em Biomphalaria glabrata coletada no Lago de São Bento, Região da Baixada Maranhense, Pré-Arnazônia- Brasil.

CAPTURA ~VLUSCOS(Biomphalaria glabrata)

Capturados InfectadosMês Local Vivos fvIortos Total Total !ndice(%)

Nov/84 Mangue 413 21 434 06 1.4Juçara 176 08 184 03 1.7Ferrugem 147 51 198 02 1.3r Fundo 149 21 170 00 0.0L..

L. Grande 141 17 158 00 0.0L. Redondo 131 15 146 01 0.7Jacaré 208 07 215 00 0.0Serrão 81 09 90 00 0.0Carnauba1 286 13 299 04 1.3

Dez/84 Mangue 76 00 76 08 10.5Juçara 18l 04 185 02 1.1Ferrugem 95 15 110 06 6.3C. Fundo 98 04 102 02 2.0L. Grande 168 11 179 06 3.5L. Redondo 231 12 243 04 1.7Jacaré 231 18 249 03 1.2Serrão 161 04 165 08 4.9Camaubal 116 05 121 04 3.4

Jan/8S Mangue 86 31 117 04 4.6Juçara 102 08 110 06 5.8

.-Ferrugem 136 04 140 02 1.4C. Fundo 85 18 103 04 4.7L. Grande 141 13 154 03 2.1L. Redondo 201 08 209 06 2.9Jacaré 251 11 262 09 3.5Serrão 158 13 171 01 0.6Camaubal 92 16 108 00 0.0

ruTAL GERAL 4341 357 4698 94 3.0

98 Cad. Pesq. São Luís, 2 (2): 86 - 99, jul.jdez. 1986

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~

nÇl)o,

TABELA V'1j(!J(fi Números. médios de ovos em diferentes estágios de desenvolvimento e de esquistossomos encontrados em intestinos, fíg~.D

(fl do e mesentério de 34 roedores (Holochilus brasiliensis) naturalmente infectados com S. mansoni no Lago da Cidade de>DIo São Bento - Região da Baixada Maranhense, Pré-Amazônia - Brasil.rc1--',(fi~

Iw,-.., ELEMENTO PARASITÁRIO OVOS VIÁVEIS EM DIFERENTES ESTÁGIOS VERMES ADULTOSN'--' Mortos19 29 39 49 Maduros e Total Macho Fêmea Acasalados Totalco Cascas0\

I

1O1O 6RGÃOS PARASITADOS

Ll.

cf-' INTESTINO'-- 16 40 32 24 13 144o, Delgado 19(D

'.N

32 25 18 11 112Grosso 12 14f-I

381O Reto 02 02 08 10 10 06oo0\

30 294Total 33 32 80 67 52

F!GAlX) - - - - - - - 04 05 02 13MESE~RIO - - - - - - - 17 09 06 38

TOTAL GERAL 66 64 160 134 104 60 588 21 14 08 51

- nãoquantificados$