resumo economia c 2º periodo

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Mundialização económica fenómeno caracterizado pela livre circulação de bens, serviços e capitais, pela mundialização das empresas, pela existência de um mercado financeiro global e pelo enfraquecimento da regulação dos mercados e da atividade económica. Elementos da mundialização económica - Mundialização das trocas A abertura das economias aos mercados externos e o crescimento do comércio internacional, baseado na livre circulação de bens, serviços, capitais e pessoas, é uma das características deste fenómeno. A expansão das trocas alcança assim, uma dimensão mundial. - Mundialização das empresas A definição das estratégias a nível dos mercados e das atividades produtivas é concebida à escala mundial: as empresas mundializadas realizam investimentos fora do território da sede, implantando os segmentos do processo produtivo em diferentes países. - Globalização financeira O financiamento das empresas mundializadas e a realização do I&D inerente às mesmas, traduziu-se na intensificação da livre circulação de capitais e na criação de um mercado financeiro mundial. - Enfraquecimento das regulações estatais nacionais A função reguladora dos mercados e da atividade económica, vai sendo transferida para entidades plurinacionais de índole regional ou mundial, como o BCE (banco central europeu entidade a quem cabe regular a organização e o funcionamento do mercado monetário na zona euro) e a OMC (organização mundial do comércio a quem foi atribuída a regulação dos mercados de bens a nível mundial). O processo de mundialização A mundialização enquanto fenómeno do mundo contemporâneo está necessariamente ligada ao processo de evolução tecnológica dos meios de transporte e das novas tecnologias de informação e comunicação. A mundialização iniciou-se no século XVI e na época dos Descobrimentos, que se caracterizou pelo desenvolvimento de trocas mercantis e dos movimentos migratórios que se seguiram, atingindo várias partes do mundo. O movimento das trocas à escala mundial é posteriormente, incentivado pelas inovações introduzidas pela revolução industrial. A divisão internacional do trabalho (do século XVI ao século XIX) Neste período, a divisão internacional do trabalho assenta no comércio mundial entre três polos: - África fornecedora de mão-de-obra escrava para plantações na América;

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Unidade II e III de economia c

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Page 1: Resumo economia c 2º periodo

Mundialização económica – fenómeno caracterizado pela livre circulação de bens, serviços e

capitais, pela mundialização das empresas, pela existência de um mercado financeiro global e

pelo enfraquecimento da regulação dos mercados e da atividade económica.

Elementos da mundialização económica

- Mundialização das trocas

A abertura das economias aos mercados externos e o crescimento do comércio

internacional, baseado na livre circulação de bens, serviços, capitais e pessoas, é uma das

características deste fenómeno. A expansão das trocas alcança assim, uma dimensão mundial.

- Mundialização das empresas

A definição das estratégias a nível dos mercados e das atividades produtivas é

concebida à escala mundial: as empresas mundializadas realizam investimentos fora do

território da sede, implantando os segmentos do processo produtivo em diferentes países.

- Globalização financeira

O financiamento das empresas mundializadas e a realização do I&D inerente às

mesmas, traduziu-se na intensificação da livre circulação de capitais e na criação de um

mercado financeiro mundial.

- Enfraquecimento das regulações estatais nacionais

A função reguladora dos mercados e da atividade económica, vai sendo transferida

para entidades plurinacionais de índole regional ou mundial, como o BCE (banco central

europeu – entidade a quem cabe regular a organização e o funcionamento do mercado

monetário na zona euro) e a OMC (organização mundial do comércio – a quem foi atribuída a

regulação dos mercados de bens a nível mundial).

O processo de mundialização

A mundialização enquanto fenómeno do mundo contemporâneo está

necessariamente ligada ao processo de evolução tecnológica dos meios de transporte e das

novas tecnologias de informação e comunicação.

A mundialização iniciou-se no século XVI e na época dos Descobrimentos, que se

caracterizou pelo desenvolvimento de trocas mercantis e dos movimentos migratórios que se

seguiram, atingindo várias partes do mundo. O movimento das trocas à escala mundial é

posteriormente, incentivado pelas inovações introduzidas pela revolução industrial.

A divisão internacional do trabalho (do século XVI ao século XIX)

Neste período, a divisão internacional do trabalho assenta no comércio mundial entre

três polos:

- África – fornecedora de mão-de-obra escrava para plantações na América;

Page 2: Resumo economia c 2º periodo

- América – produtora, com base no trabalho escravo, de matérias-primas, como o algodão e o

açúcar, que fornece à Europa.

- Europa – possuidora de capital (proveniente do comercio de escravos) e transformadora de

matérias-primas (por exemplo, a industria têxtil), que vende para a América e África.

O tráfico de escravos constitui o fator central no desenvolvimento do comércio

mundial controlado pela Europa, constituindo um marco do processo de mundialização.

Os efeitos da divisão internacional do trabalho

África

O tráfico de escravos, gerador de muitos lucros para os intervenientes no negócio, afastou a

possibilidade de desenvolvimento de outras atividades produtivas internas que pudessem ser

exportadas, já que nenhuma, por comparação, seria mais rentável. Contribuiu também, para o

abandono das atividades agrícolas e artesanais tradicionais em África, devido ao crescimento

da entrada de mercadorias europeias, recebidas em troca dos escravos.

América

1ª Fase – fornecimento de matérias-primas baratas e procura de produtos alimentares e

manufaturados.

2ª Fase – colonização dos territórios por parte de franceses e ingleses conduziu à

reorganização da economia, em função da combinação dos interesses dos mercados externo e

interno – para além das produções destinadas à exportação e baseadas na mão-de-obra

escrava africana, foram desenvolvidas atividades agrícolas, industriais e comerciais para

satisfação das necessidades do mercado interno. As colónias norte-americanas, principalmente

as inglesas, procuraram através de uma economia virada para a autossuficiência, afirmar os

seus interesses próprios, recusando a sujeição aos interesses das suas metrópoles.

Europa

O tráfico de mão-de-obra escrava africana e as matérias-primas provenientes da américa,

originaram ganhos elevados para a Europa, que estimularam o desenvolvimento da atividade

bancária e industrial e a dinamização da criação de indústrias. As exportações de produtos

para os outros continentes originaram também acumulação de capitais.

--

O comércio entre a Europa, África e a América contribuiu de forma decisiva para o

desencadear da Revolução Industrial, ao proporcionar as condições necessárias ao

desenvolvimento industrial.

Revolução Industrial assentou num conjunto de transformações profundas a nível da

produção, ocorridas na Europa, no final do século XVIII: aumento da produção industrial, do

investimento e da população, utilização de novas fontes de energia, novos meios de produção

e de transporte, mecanização, nova organização do trabalho e aumento dos níveis de

consumo.

Page 3: Resumo economia c 2º periodo

Os fatores centrais da 1ª Revolução Industrial (séculos XVIII e XIX)

Do lado da oferta:

A inovação tecnológica foi essencial para a revolução industrial, pois as novas técnicas

apoiaram o aumento da produção. Mas, para a uma inovação produtiva foi necessário:

acumular capitais (proveniente do tráfico de escravos), dispor de matérias-primas

(provenientes do continente americano) e fontes de energia, para além de mão-de-obra

disponível (liberta da atividade agrícola).

Fornecimento de capitais – o capital acumulado pela Europa, resultante do comércio de

escravos e mercadorias possibilitou o financiamento de grande parte das inovações técnicas e

dos investimentos industriais necessários para o processo de industrialização.

Fornecimento de matérias-primas – a obtenção de matérias-primas nos mercados coloniais

favoreceu o desenvolvimento das indústrias europeias (foi o que aconteceu com o algodão

que veio da américa, que proporcionou o desenvolvimento da industria têxtil europeia, neste

caso a inglesa).

A oferta de fatores de produção possibilitou as inovações tecnológicas e a sua

implementação nas atividades industriais.

Do lado da procura:

No processo de industrialização, a procura de bens é também um fator indispensável – a

procura crescente do mercado interno europeu e dos mercados externos coloniais, em

resultado do crescimento demográfico, da melhoria dos rendimentos e do consequente

aumento dos níveis de consumo, estimulou a produção e, por arrastamento, incentivou as

inovações tecnológicas (como a máquina a vapor e o caminho de ferro).

A conjugação dos mercados internos e externos

No processo da Revolução industrial os países tiveram uma intervenção diferente, cada um:

- Na Grã-Bretanha, o mercado interno foi o principal impulsionador da revolução industrial;

- Nos EUA, após a independência, o modelo de industrialização baseou-se na produção de

bens para o mercado interno devido a sua dimensão, resultado do elevado crescimento

populacional e dos rendimentos provenientes de uma agricultura bastante produtiva. A industria

norte-americana deixou de ser dependente da importação de produtos da Grã-Bretanha,

deixando de recorrer ao comercio externo, acabando por beneficiar das medidas

protecionistas. No inicio do seculo, afirmaram se como potencia industrial (os capitais

acumulados, provenientes das exportações, foram investidos na mecanização das industrias e

a elevada procura foi suprida pela produção interna).

- Em França, o motor da revolução industrial foi a combinação do mercado externo e interno, à

volta de um produto têxtil de elevada qualidade (a seda) dirigido aos mercados inglês e

francês.

- Em Portugal, e em outros pequenos países, a reduzida dimensão dos mercados internos e a

incipiente industrialização levaram à exploração de áreas complementares aos grandes

mercados, através da especialização em produtos agrícolas e indústrias concorrenciais.

Page 4: Resumo economia c 2º periodo

- Na Alemanha, o fraco poder da população levou o país a apostar na industrialização de

produtos intermédios, virados para as exportações e para o mercado interno.

Revolução industrial e a mundialização

Durante a revolução industrial, verificou-se uma partilha de mercados entre a Grã-Bretanha e a França. Tinham uma estrutura de comércio própria de um país industrializado. (importavam matérias-primas e exportavam bens manufaturados) As colónias eram o seu principal mercado de venda e simultaneamente o seu lugar de obtenção de matérias-primas. A produção externa e interna estimularam a produção industrial que levou simultaneamente a mecanização e modernização das atividades produtivas. A modernização alargada aos transportes ferroviários e marítimo incentivou o aumento da procura e contribuiu para uma maior produtividade e redução de custos. A revolução industrial está associada a um processo de mundialização económica – as

matérias-primas, os capitais, as técnicas e os produtos circulam no espaço internacional. A

circulação alarga-se ao trabalho: inicialmente com o trafego dos escravos de áfrica e, mais

tarde, com as migrações.

A mundialização na segunda metade do século XIX e a 2ª Revolução Industrial

A revolução nos transportes e nas comunicações e a intensificação das trocas comerciais

Na segunda metade do século XIX, a introdução da eletricidade como fonte de energia

e do aço como um novo material, proporcionaram uma revolução nas comunicações e nos

transportes. O desenvolvimento dos caminhos-de-ferro, da frota marítima e a abertura de

novas rotas, originaram uma intensificação das trocas comerciais à escala mundial, integrando

também as regiões periféricas no comércio.

Aumento dos movimentos migratórios

Neste período, verificou-se também um aumento das migrações de europeus, devido

ao desemprego e subemprego causados pela modernização das indústrias.

Saída de capitais

A emigração europeia foi acompanhada pela saída de capitais da Europa, que se

concentraram nos países de destino dos europeus, localizando-se junto das matérias-primas,

de forma a fazer diminuir os custos de produção das indústrias europeias e financiando

infraestruturas e atividades complementares à sua exploração (caminhos de ferro, minas,

bancos). Por sua vez, estes investimentos geravam rendimentos que regressavam aos países

de origem.

A segunda metade do século XIX é marcada pela circulação de mercadorias, pessoas e

capitais, entre a Europa e outras regiões do planeta, o que traduz a expansão da economia

europeia no mundo.

Consequências da expansão da economia europeia no mundo: convergência e fragmentação

Para uns autores, a integração das regiões menos desenvolvidas no espaço económico

internacional traduziu-se num processo de convergência, tanto a nível dos preços dos bens,

como a nível dos rendimentos. Os investimentos realizados em alguns destes países

Page 5: Resumo economia c 2º periodo

conduziram ao crescimento das suas exportações, cujas receitas reverteram a favor do seu

desenvolvimento.

Para outros autores, a expansão da economia europeia produziu, pelo contrário, uma

fragmentação do mundo em centro e periferias e o estabelecimento de relações de dominação

e dependência. A integração das regiões menos desenvolvidas no sistema de trocas realizou-se

em função das necessidades do centro: as produções tradicionais dessas regiões foram

abandonadas, em favor de uma especialização em produtos de base para exportar em troca de

produtos manufaturados. Foi o que aconteceu com o Egipto, que deixou de produzir bens

alimentares para produzir algodão para a Grã-Bretanha, tendo, em troca, de importar carne e

trigo; e com o Líbano, que se especializou na extração mineira para exportação, atividade essa

da iniciativa de empresas estrangeiras.

A primeira metade do século ­ o recuo XX da mundialização

A primeira metade do século XX foi marcada por políticas económicas protecionistas,

em resultado da devastação originada pela I Guerra Mundial (1914-1918) e pela Grande

Depressão económica dos anos 30. O comércio internacional apresentou taxas de crescimento

quase nulas, os movimentos de capitais foram bloqueados e o movimento migratório sofreu

fortes restrições. Gerando assim um recuo da mundialização.

A necessidade de crescimento foi, neste período, traduzida numa expansão territorial

europeia, pela via da intensificação da exploração e ocupação das colónias (casos da Grã-

Bretanha, da França ou da Bélgica) ou pela guerra, no caso da Alemanha.

A III Revolução Industrial

A II GUERRA Mundial, com as suas necessidades a nível de armamento e

comunicações, incentivou a pesquisa e o aparecimento de inovações, como a tecnologia

nuclear e informática. (ex. Aparecimento do primeiro computador e da bomba atómica nos

EUA)

A aplicação da eletrónica e da informática, rapidamente se alargou das indústrias

militares a outras indústrias, contribuindo para o crescimento da competitividade das

empresas e para o processo de terciarização da economia.

Nos finais dos anos 70, a sociedade entrou na era da informação, baseada na eletrónica e na

aplicação dos seus produtos nas atividades económicas, como é o caso: da automação, da

robotização e das telecomunicações.

O desenvolvimento das TIC, considerado a base da 3ª Revolução Industrial e, a sua

aplicação na área económica (em particular nos serviços financeiros), na comunicação e no

audiovisual, contribuem para a maior circulação e difusão de produtos e processos a escala

global, favorecendo o processo de mundialização.

Page 6: Resumo economia c 2º periodo

O crescimento das exportações

O fim da II guerra Mundial e a reconstrução das economias europeia e japonesa criaram

condições para o renascimento do comércio internacional, através de uma maior abertura das

economias ao exterior e consequente crescimento das exportações.

A substituição do princípio da especialização pelo princípio da concorrência

A redução do peso da especialização nas trocas mundiais fez-se sentir, em primeiro lugar,

nos produtos primários, devido à sua menor procura, por terem sido substituídos por outros

bens (bens sucedâneos) e, posteriormente, nos produtos manufaturados, devido à forte

concorrência dos novos países industrializados, que produzem a um custo mais reduzido que

os desenvolvidos, porque tem mão-de-obra muito mais barata.

O comércio mundial é, atualmente, cada vez menos baseado na troca de produtos

decorrentes da especialização, em resultado dos diferentes recursos de cada interveniente

(recursos naturais, tecnologia, especialização da mão-de-obra) e cada vez mais assente na

concorrência, no sentido da conquista das atividades melhor remuneradas e, portanto, mais

lucrativas.

No contexto da atual mundialização uma parte significativa das trocas mundiais baseia-se

na troca de produtos similares, o que evidencia a forte concorrência entre países e regiões.

A liberalização do comércio mundial – o BIRD, a CEE/EU e o GATT/OMC

Na primeira metade do seculo XX, a intensificação do processo de mundialização foi

interrompida pela grave crise da economia mundial, que levaram os estados a adotar politicas

protecionistas.

A consequente devastação levou à necessidade de reconstrução económica dos países

afetados e do relançamento do comércio mundial, tendo assim sido criados organismos

internacionais, como o Banco Geral sobre a Redução das Tarifas Aduaneiras (BIRD), o Acordo

Geral sobre a Redução das Tarifas Aduaneiras (GATT), e a Comunidade Económica Europeia

(CEE).

O Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD)

Este banco foi criado para a reconstrução económica da Europa, e tinha como missão

conceder empréstimos para financiar a reconstrução das economias devastadas. Esta função,

foi posteriormente complementada pelo Plano Marshall, que consistiu numa ajuda direta

(donativos e empréstimos) dos EUA aos países que sofreram dos efeitos negativos da Guerra e

que precisavam de apoio financeiro para o relançamento das suas economias.

No processo de reconstrução e de crescimento das economias, a liberalização das

trocas comerciais desempenho um papel revelante. Existiu assim um abandono do

protecionismo e a defesa da celebração de acordos comerciais para a redução recíproca das

tarifas alfandegárias. Para atingir esse objetivo era necessário criar uma organização para

regular o comércio internacional (GATT).

Page 7: Resumo economia c 2º periodo

O Acordo Geral sobre a Redução das Tarifas Aduaneiras (GATT)

Foi criado para negociar a redução das tarifas aduaneiras.

A CEE e a EFTA

O processo de liberalização das trocas foi intensificado na Europa Ocidental com a

criação de duas organizações económicas: a Comunidade Económica Europeia (CEE – atual UE)

e a Associação Europeia do Comércio Livre (EFTA). Estas organizações de âmbito regional

promoveram a livre circulação de bens dentro dos seus espaços respetivos e estabeleceram

entre si acordos comerciais. A liberalização beneficiou particularmente os países europeus

pertencentes às duas organizações, pois relativamente aos produtos de países terceiros,

mantiveram-se taxas aduaneiras, mecanismo protetor da economia europeia mas contraria os

princípios do livre-cambismo.

Nos anos pós Guerra, a Europa registou um forte crescimento económico e uma

melhoria significativa do bem-estar das suas populações, reafirmando o seu poder no mundo.

Organização Mundial do Comércio (OMC)

O crescimento das trocas mundiais foi acompanhado de uma concorrência cada vez

maior entre os EUA e a UE, agravada com a entrada de novos países industrializados no

comércio mundial. Esta situação criou dificuldades adicionais às negociações no seio do GATT,

o que conduziu à sua extinção e substituição pela OMC.

A OMC constitui, numa economia mundial cada vez mais globalizada, o fórum para a

eliminação dos obstáculos ao comércio através de negociações comerciais multilaterais e para

definição e aplicação de regras que permitiram aos importadores e exportadores desenvolver

a sua atividade num quadro de estabilidade e segurança.

Princípios da OMC:

Da não discriminação – todos os países deverão ter o mesmo regime aduaneiro, em

relação ao mesmo produto

Da previsibilidade – as regras do comércio internacional devem ser conhecidas de

todos

Da concorrência leal – para garantir um comércio justo não se admitem práticas

desleais

Da proibição de restrições quantitativas – forma de impedir o protecionismo no

comércio internacional

Do tratamento especial e diferenciado para os países em desenvolvimento – os PVD

beneficiam de medidas favoráveis ao seu caso específico.

Objetivos – criar a harmonia, a equidade, a liberdade e a previsibilidade nas trocas entre os

países-membros.

Funções:

Estabelecer as regras para o comércio internacional

Page 8: Resumo economia c 2º periodo

Firmar acordos para o comércio internacional

Gerir os acordos do comércio internacional

Supervisionar a aplicação dos acordos

Dar apoio técnico aos países membros

Dar formação aos PVD

Cooperar com outras organizações internacionais

A globalização do mundo atual

Mundialização – é um conceito essencialmente económico: trocas comerciais à escala

mundial, livre circulação de capitais, de tecnologias e de pessoas e localização das atividades

produtivas no espaço internacional.

Globalização - As transações económicas (bens, serviços e capitais) entre países

estendem-se às transações sociais e culturais, padrões de consumo e estilos de vida

universalizam-se, atingindo a dimensão global. A globalização é assim o reflexo, no plano

social, do fenómeno da mundialização económica.

Mundialização das trocas

O consumo de bens e serviços, produzidos em várias partes do mundo, mostra que nenhum

país vive isolado dos outros, necessitando de estabelecer troca, de forma a obter produtos que

não produz, ou que não produz em quantidade suficiente. Estabelecem-se relações de troca

que se caracterizam pela interdependência entre as regiões importadoras (necessitam de bens

que não têm) e países exportadores (necessitam de vender os bens que produzem em

excesso). A interdependência significa que todos necessitam uns dos outros.

Os movimentos internacionais de fatores produtivos

Os movimentos internacionais de capitais integram vários tipos de investimentos,

entre eles, os investimentos diretos e os investimentos financeiros.

Os investimentos diretos traduzem-se na aquisição e a abertura de filiais. Países

desenvolvidos como o Japão, a Alemanha, a Grã-Bretanha e os EUA localizam a sua atividade

produtiva junto das matérias-primas e dos recursos naturais, ou em países que apresentem

baixos custos salariais e ofereçam políticas de apoio ao investimento, entre outros fatores

atrativos, de forma a obterem lucros mais elevados, aumentando assim a sua competitividade.

Constitui assim um fator determinante na competição internacional.

As empresas multinacionais constituem um exemplo da localização dos investimentos

diretos em países e regiões onde os recursos naturais e o trabalho são baratos, através a

abertura de filiais com a finalidade de produzir para exportar. As maiores empresas

multinacionais têm as suas sedes localizadas nos EUA, Europa e Japão – Tríade. O poder das

multinacionais tem, todavia, sido confrontado com o aparecimento de novos concorrentes no

mercado global, com destaque para as empresas chinesas e indianas, que aliam o baixo custo

do trabalho com elevadas competências a nível da ciência e tecnologia, o que lhes permite

colocar no mercado produtos altamente competitivos. Mais recentemente, as multinacionais

Page 9: Resumo economia c 2º periodo

foram dando lugar a empresas transnacionais, que se caracterizam pela distribuição das

atividades produtivas por vários países, tornando-se empresas globais.

Movimentos da População

A liberalização da circulação de bens, serviços e capitais tem-se estendido aos movimentos da

população pelo mundo, com particular relevância para os movimentos migratórios. A procura

de melhores condições de vida, de refúgio, asilo ou segurança constituem os principais fatores

explicativos dos movimentos da população.

Os movimentos migratórios

Os movimentos migratórios estão muito associados ao mercado de trabalho e às

condições de vida. Na história do processo de mundialização, de que a europa foi protagonista,

a expansão do comércio internacional foi mais tarde acompanhada (segunda metade do século

XIX) da saída maciça de populações europeias em direção às antigas colónias. Na segunda

metade do século XX e início do século XXI, os movimentos migratórios têm-se caracterizado

pela saída de populações dos países em desenvolvimento em direção aos países

desenvolvidos, à procura de melhores condições de vida. Estes trabalhadores são muitas vezes

ilegais, e vão ocupar, na maioria dos casos, postos de trabalho menos qualificados e com

baixas renumerações, mas que lhes proporcionam maiores possibilidades de futuro,

comparativamente com os seus países de origem. Mais recentemente, tem-se verificado um

fluxo migratório de trabalhadores mais qualificados, provenientes de países desenvolvidos

(onde a criação de emprego não tem sido suficiente para compensar o aumento do

desemprego) para países cujas economias têm registado maiores taxas de crescimento, e que

oferecem renumerações elevadas e boas condições de vida.

Os fluxos do turismo

Vários fatores estão na origem do crescimento do turismo: o aumento do poder de

compra das famílias, o direito a férias, a melhoria dos transportes e vias de comunicação, os

preços acessíveis das viagens, entre outros. O turismo representa uma importante atividade

económica geradora de empregos, lucros e de desenvolvimento das infraestruturas, é também

um meio de aproximação dos povos e das culturas, favorecendo a capacidade compreensão e

aceitação das diferenças e, consequentemente, gerando um menor etnocentrismo. O turismo

é uma atividade própria dos países desenvolvidos e das camadas sociais que têm rendimentos

suficientes para gastar em viagens e lazer.

Os fluxos de informação

O desenvolvimento tecnológico operado na área da eletrónica permitiu o surgimento de

inovações como a televisão, o computador, o cabo, a transmissão por satélite e a internet, que

vieram modificar radicalmente o processo de transmissão e de acesso à informação. A internet

e a transmissão por satélite são as inovações que se destacam, na medida em que criaram a

possibilidade de aceder a uma enorme diversidade de informação e de comunicar, de forma

instantânea, com as regiões mais longínquas: a informação produzida numa região circula de

imediato pelo mundo; o acesso à informação é universal; os acontecimentos que ocorrem em

Page 10: Resumo economia c 2º periodo

certas zonas do mundo podem ser vistos, em tempo real, em toda a parte; a informação

globaliza-se.

A polarização regional do comércio mundial:

De um único centro, o comércio mundial passou a estar concentrado em três grandes

polos regionais: a europa ocidental, américa do norte e japão, que no seu conjunto constituem

a já referida Tríade. Entre estes três polos estabelecem-se os maiores fluxos comerciais em

termos mundiais.

A crescente importância dos mercados asiáticos no comércio mundial:

Com a industrialização dos países asiáticos assente num modelo exportador e a

elevada competitividade dos seus produtos manufaturados, verifica-se um crescimento do

peso das suas exportações no mercado mundial, em detrimento das exportações dos países

europeus e norte-americanos.

A regionalização e a formação de zonas de influência:

Os três grandes polos económicos do mundo criaram as suas zonas de influência

específica em seu redor: a América latina, juntamente com os EUA, os países da ásia oriental e

do sul com o japão, e os países da europa de leste, do norte de africa e do próximo oriente

com a Europa Oriental. Dentro de cada zona verifica-se uma intensidade das trocas e dos

movimentos de capital, o que reforça o poder económico dos três grandes polos a nível

mundial.

A necessidade de diferenciação – as marcas

As marcas, sendo objeto de registo, funcionam como um título de propriedade

industrial que confere ao seu detentor a possibilidade de penetrar no mercado e de defender a

imagem do seu produto. A marca assume uma enorme importância na manutenção e

conquista dos mercados. Produto e marca andam a par pois os consumidores associam a

marca a um produto, ou vice-versa. Ex: esferográficas e BIC, bebida cola e Coca-Cola

Num mercado globalizado os produtos e as marcas a eles associados circulam pelo

mundo, sendo reconhecidos e consumidos por milhões de pessoas. Os produtos e as marcas

tornam-se globais.

A transnacionalização da produção

Consiste na localização dos processos produtivos em diferentes espaços geográficos,

em função dos níveis de rendibilidade oferecidos. O processo de transnacionalização pode ser

realizado pela abertura de filiais, ou pela subcontratação de empresas locais que se

especializem na produção de determinados produtos ou componentes do produto.

Fatores atrativos do investimento estrangeiro:

Mão-de-obra barata

Redução dos custos

Page 11: Resumo economia c 2º periodo

Produtividade acrescida

Acesso aos mercados

Infraestruturas de transporte e de comunicação

Apoio ao investimento e economias de escala

Os investimentos diretos estrangeiros e as multinacionais

Os investimentos diretos no estrangeiro que deram origem às empresas multinacionais

caracterizam a primeira fase do processo de transnacionalização, muito subordinado à

obtenção e controlo das fontes de matérias-primas, de que as grandes empresas petrolíferas

norte-americanas e europeias são exemplo. Numa fase posterior, as empresas multinacionais

alargaram os seus interesses às atividades industriais e de serviços, implantando filiais em

países com fatores atrativos, cuja produção se destinava, em primeiro lugar, à exportação, e

complementarmente aos mercados locais.

Os investimentos diretos estrangeiros e as empresas transnacionais

A transnacionalização da produção tem sido caracterizada pela decomposição dos

processos produtivos e a sua implantação em diversos territórios: cada empresa especializa-se

numa determinada componente do produto.

Transnacionalização da produção

A atividade produtiva e cada segmento é instalado num determinado país, em função

das vantagens competitivas que ofereça. O mesmo se verifica a nível dos processos de

produção, parcializados em diferentes subprocessos, localizados nos países que ofereçam os

melhores níveis de rendibilidade.

As empresas transnacionais (ETN) – a atuação em rede

A segmentação dos processos produtivos e a sua localização em diversos países dá,

origem à constituição de empresas geograficamente distantes, mas que operam em rede,

dadas as ligações e interesses comuns. Este modo de funcionamento só é possível devido:

desenvolvimento das novas tecnologias de informação e comunicação que tornaram possível a

coordenação eficiente das atividades (informações/decisões tomadas em tempo real, linhas de

produção controladas à distância, capitais movimentados por via eletrónica, videoconferência)

A transnacionalização da produção e a regulação

A descentralização e o carácter de alguma forma supranacional das atividades

económicas globalizadas conduzirão, à necessidade de regulações regionais supranacionais

(como acontece no espaço da UE), ao desenvolvimento das agências técnicas de regulação, à

definição de normas internacionais relacionadas com a qualidade e a segurança, e ao reforço

do poder de controlo e regulação a cargo de organizações internacionais. Nestas possíveis

formas de regulação os estados têm um papel essencial em termos de iniciativa, colaborando

no desenvolvimento de mecanismos da regulação coordenada.

Page 12: Resumo economia c 2º periodo

A globalização financeira

As necessidades de financiamento internacionais, decorrentes da mundialização das

trocas e da globalização das atividades económicas, criaram as condições para o surgimento de

um mercado financeiro global.

A liberalização dos movimentos de capitais e a globalização financeira associada é a

facilitada pela introdução e desenvolvimento das novas tecnologias de informação e

comunicação que possibilitaram transações financeiras de elevados montantes em qualquer

parte do mundo bastando um computador.

A globalização financeira pode ser identificada por três elementos:

Descompartimentação dos mercados – extinção da especialização das atividades entre

bancos de investimento e bancos comerciais (depósitos e crédito), e entre atividade

bancária e seguradora.

Desregulação da atividade financeira – supressão de entraves à concorrência

(concessão de credito sem garantias, de créditos a descoberto ou taxas de juro de

depósitos acima da média do mercado) o que atrai clientes, mas representa maior

risco para a atividade.

Desintermediação – retirada da atividade de financiamento dos bancos, através da

conversão dos créditos na sua pose em títulos, e a sua venda ao público em geral, que

neles aplicam as suas poupanças.

Globalização cultural

A globalização cultural é um fenómeno que representa a difusão de culturas por todo

o mundo. Fatores:

1) Aumento dos fluxos migratórios;

2) Turismo;

3) Aumento das trocas comerciais entre países;

4) Empresas Transnacionais;

5) Maior abertura do mercado (liberalização económica)

Globalização da informação

As novas tecnologias da informação e comunicação, associadas aos modernos meios

de transporte, vieram reduzir as distâncias geográficas entre os países e os seus povos. Assim a

globalização da informação permitiu o acesso à informação em tempo real e a facilidade de

comunicação entre diferentes povos.

Inovação dos Transportes

A inovação dos transportes permitiu uma grande diminuição das relações

distancia\tempo e distancia\custo. A facilidade das trocas criou um aumento dos fluxos

migratórios e uma maior propensão para as trocas internacionais.

Page 13: Resumo economia c 2º periodo

Aldeia Global

Vemos e sabemos tudo o que se passa no mundo, tomamos contacto com povos e

culturas diferente, as distâncias físicas e culturais reduzem-se.

Aculturação

Processo de aquisição, troca e reinterpretação entre duas culturas diferentes sem que

nenhuma de imponha completamente sobre outra, embora a troca de elementos culturais

possa ser desigual. Acontecem mudanças nos padrões culturais de ambos os grupos.

Consumo e Estilos de Vida

A mundialização das trocas e a eliminação dos entraves à livre circulação originaram

um crescimento de riqueza no mundo que se tem refletido no aumento do consumo. O

aumento da produção (devido ao desenvolvimento tecnológico e alargamento dos mercados),

associados ao aumento de rendimentos, criou um aumento do consumo que viria a melhorar a

qualidade de vida, devido às várias possibilidades de escolha que conduzem a estilos de vida

diferentes. Embora a mundialização das trocas tenha originado um crescimento da riqueza no

mundo, subsistem grandes disparidades de consumo a nível global.

Consequências da globalização cultural:

Estilos de vida mais homogéneos

Difusão do consumismo

Consumo em massa de produtos uniformizados

Internacionalização das marcas

Vantagens:

Aumento do contacto entre pessoas de diferentes lugares

Maior facilidade em investimentos externos

Trocas comerciais internacionais facilitadas

Difusão de produtos

Aumento da circulação de informação

Desvantagens:

Desvalorização da cultura nacional

Medo da perda de identidade cultural

Maior interdependência entre países

Potencial perda de segurança

Globalização e os países em desenvolvimento

Desigualdade do peso nas regiões de comércio mundial

A desigualdade pode ser verificada nos dias de hoje devido ao fenómeno mundialização. Cada

região geográfica tem um peso diferente assistindo-se um grande dominó por parte dos países em

desenvolvimento nomeadamente pelos gigantes desta categoria Africa e Asia. A Ásia é um país cuja

Page 14: Resumo economia c 2º periodo

economia têm vindo a crescer rapidamente durante o século XXI. A indústria automóvel, as novas

tecnologias, as fábricas de vestuário e de outros produtos da China e de Taiwan, a pesca, a agricultura, o

turismo... Num continente como a Ásia, com a segunda maior economia do mundo em Tóquio, existem

muitas formas de rendimentos para a sua população e para as suas diferentes regiões. O continente

africano tem sido alvo de grandes investimentos por parte de do mundo exterior, mas africa do sul

continua a ser o grande impulsionador desta evolução devido há produção de ouro e diamantes.

Produto interno

A circulação de mercadorias, serviços, capitais e pessoas pelo mundo conduziu a uma maior

interdependência entre os países e integração na economia produzindo assim efeitos a longo e curto

prazo, quer nas economias quer nas sociedades. Mas os efeitos da globalização não são idênticos,

existindo países e sociedades que têm recolhido maiores benefícios do que em comparação com outros

(em termos de crescimento e desenvolvimento). Assim um dos efeitos da globalização é a redução da

pobreza, o aumento do bem-estar e um maior crescimento das economias.

Problema da Divida externa

É o somatório dos débitos de um país, resultantes de empréstimos e financiamentos contraídos

no exterior pelo próprio governo, por empresas estatais ou privadas. Depois de uma fase inicial em que

os credores proclamam que a solução do problema da dívida externa dos países em desenvolvimento,

era através da adoção das medidas de política económica que lhes permitisse obter os recursos

necessários ao cumprimento das suas obrigações para com os credores. Assim a dívida externa

representa para muitos o abandono de programas de melhoramento das condições de saúde, educação,

e do bem-estar.

Políticas de Desenvolvimento

A política desenvolvimento económico consiste no conjunto de ações governamentais que são

planeadas para atingir determinadas finalidades relacionadas com a situação econômica de um país,

uma região ou um conjunto de países. Estas ações são executadas pelos agentes de política econômica,

a saber: nacionalmente, o Governo, o Banco Central e o Parlamento e internacionalmente por órgãos

como, por exemplo, o FMI, o Banco Mundial.

Politica fiscal: conjunto de decisões e ações relacionadas com as despesas e receitas; define o

orçamento e os seus componentes (os gastos públicos e impostos para garantir e manter a

estabilidade económica).

Politica Externa: é o conjunto de objetivos políticos que um determinado Estado pretende

alcançar nas suas relações com os variados países no mundo; a conceção de tais objetivos pode

ser obtida por meios pacíficos (cooperação internacional) ou violentos (guerras)

Política de Rendas: é o conjunto de medidas visando a redistribuição de renda e justiça social. É

um dos instrumentos da política económica governamental juntamente com a política fiscal,

política externa.

Política monetária: é a atuação de autoridades monetárias sobre a quantidade de moeda em

circulação, crédito e taxas de juros controlando assim a liquidez do sistema global; controlo da

oferta da moeda é realizado pelo Banco Central em diferentes formas, sendo a compra e venda

de obrigações do tesouro nacional a mais comum.

Desigualdade na distribuição do rendimento

A globalização no crescimento de economias conduziu à redução da pobreza absoluta. Um dos

efeitos da globalização prende-se com a maior ou menor desigualdade na distribuição do rendimento.

Page 15: Resumo economia c 2º periodo

Positivamente os efeitos da globalização, para alguns países, em termos de distribuições de rendimento

mais justa, para os outros a globalização permitiu uma maior desigualdade na distribuição dos

rendimentos. Nos países desenvolvidos a globalização e as políticas de desenvolvimento têm conduzido

ao aumento de desigualdades entre grupos socias, criando um maior fosso de pobreza.

A regionalização económica mundial

Integração económica

O período a seguir à II Guerra Mundial contribuiu, para a liberalização do comércio

mundial, à qual esteve associada um processo de regionalização, traduzida na criação de

espaços geográficos e económicos onde não há barreiras à livre troca de produtos. Os acordos

de integração regional (CEE, EFTA) reúnem vários mercados nacionais num só mercado de

maior dimensão, com o objetivo de aumentar as trocas entre economias pertencentes à região

e estimular o seu crescimento. Assim a integração económica, consiste numa reunião de vários

mercados nacionais num só mercado de maior dimensão.

Formas de Integração económica

a) Sistema de preferências aduaneiras: os países do sistema concedem vantagens

aduaneiras uns aos outros.

b) Zona Comercio Livre: Livre circulação de produtos entre os países-membros,

mantendo cada país a sua pauta aduaneira no comércio com terceiros.

c) União Aduaneira: A livre circulação de produtos é acompanhada pelo estabelecimento

de uma pauta aduaneira comum no comércio com países terceiros.

d) Mercado Comum: A livre circulação de produtos estende-se aos capitais, aos serviços e

às pessoas.

e) União económica: às quatro liberdades de circulação, os países acrescentam a adoção

de políticas económicas e sociais comuns.

f) União politica: as politicas tendem a tornar-se comuns, substituindo-se ás politicas

nacionais, sendo as decisões de carácter económico, social e politico tomadas por

entidades supranacionais.

Efeitos do processo de integração regional

a) Crescimento das economias integradas- mercado de maior dimensão; aumento das

trocas; crescimento do investimento e da produção; preços mais baixos; aumento do

rendimento e níveis do consumo.

b) Crescimento das economias fora das regiões integradas- obtenção de produtos mais

baratos em resultados dos baixos preço e economias de escala; crescimento das

exportações devido à maior procura por parte das regiões integradas.

c) Intensificação dos acordos multilaterais e regras OMC- trocas fora do âmbito regional

são objeto de acordos entre regiões e restante economias; esses acordos são

facilitados pela redução do número de parceiros.

Integração informal - A integração informal resulta nos países menos desenvolvidos que

estabelecem entre si relações comerciais, de forma a incentivarem o crescimento da sua

produção e a tornarem-se mais competitivas nos mercados externos.

Page 16: Resumo economia c 2º periodo

Unidade III

Progresso tecnológico e evolução da população mundial- a forma de como uma população se

comporta em termos de crescimento é o resultado de diversos fatores que, direta ou

indiretamente, a influenciam. A Revolução Demográfica na Europa ocorre na sequência de

fenómenos diversos que possibilitaram esse crescimento positivo. Entre os seculos XV e XVIII,

a Europa passa por inúmeras mudanças em campos diversos (nomeadamente atividade

agrícola) que permite o aumento significativo da produção e o aumento da população. Assim,

a população europeia cresceu porque a tecnologia utilizada na produção mudou, permitindo a

realização de excedentes capazes de alimentar uma população em crescimento.

Transformações na agricultura:

Supressão da rotação bienal e a sua substituição pela rotação de quatro culturas;

Introdução do cultivo de novas espécies que a rotação de quatro culturas exigia;

Aperfeiçoamento das ferramentas agrícolas já existentes e a introdução de outras;

Seleção de sementes que proporcionam um aumento da produção agrícola;

Utilização do cavalo nos trabalhos agrícolas.

Crescimento demográfico - Mudança positiva do número de uma população em determinado

período de tempo.

As inovações que ocorreram (fabrico, produção, aproximação de povos) concretizaram

um saldo fisiológico crescente que acompanhou a evolução da população europeia até ao

princípio do seculo passado, altura em que esta tendência diminuiu devido:

Saúde pública (o aumento de epidemias, criou um aumento das taxas de mortalidade)

Políticos (efeitos negativos das guerras numa população)

Económicos (crescimento económico negativo instala um sentimento de insegurança

na população, afetando o seu ritmo de crescimento)

Transição demográfica - alteração no modelo de crescimento que se caracteriza por uma

diminuição de taxas de mortalidade e de natalidade com uma diminuição mais rápida da

primeira do que da segunda, originando um grande acréscimo de população.

Quebra acentuada das taxas de mortalidade - Causas:

Conquistas médicas

Quebra de taxas de natalidade

Alterações dos padrões culturas e de consumo

Quebra acentuada das taxas de natalidade – Causas:

Práticas anticoncetivas

Planeamento familiar

Casamento tardio e sem filhos

Liberalização do aborto

Page 17: Resumo economia c 2º periodo

Crescimento da população - De acordo com as observações realizadas pelo Warren Thompson

acerca das mudanças nas sociedades industrializadas, afirma que uma sociedade pré-industrial

passa por quatro fases que são:

Fase 1: taxa de natalidade evolui de forma descontrolada. Porém, a taxa de

mortalidade apresenta também valores muito altos, devido a vários fatores (crises,

epidemias, baixas condições sanitárias, etc)

Fase 2: Índices de mortalidade descem significativamente, devido a diferentes factores

(melhoria das condições sanitárias, evolução da medicina aumentando a expectativa

da vida.) mas os índices de natalidade não acompanham esta tendência, causando um

rápido crescimento populacional.

Fase 3: ocorre queda na taxa de natalidade devido ao acesso generalizado de métodos

anticoncepcionais e à sua educação.

Fase 4: Índices de natalidade e mortalidade voltam a estabilizar, levando um

crescimento populacional pequeno.

Crescimento natural - Indica a diferença entre o número de nascimentos e o número de

mortes, numa determinada população, no período de um ano.

Estrutura demográfica - indica a forma como uma população, num determinado período e

lugar, é constituída, em função de diversos factores, como o sexo ou idade.

Envelhecimento da população - processo que, em resultado de grande quebra das taxas de

natalidade e de mortalidade, se caracteriza pelo facto de os grupos etários adultos e velhos

superarem largamente o grupo que constitui a população jovem.

Nos países em que se atingiu um estado de riqueza tal que a sua população se dedica

fundamentalmente a actividades terciarias, onde as políticas de planeamento familiar estão

completamente naturalizadas, em que a entrada no mercado de trabalho se faz cada vez mais

tarde devido a um processo educativo progressivo mais longo, caracterizam o processo de

transição de uma população pré-industrial numa sociedade pós-industrial.

Explosão demográfica - é o aumento elevado e repentino de uma população. A explosão

demográfica é resultado de uma revolução tecnológica que conduz a uma queda brusca das

taxas de mortalidade.

Consequências económicas da questão demográfica

Persistência dos movimentos migratórios - o ser humano move-se entre locais, regiões,

cidades, países com o objectivo de melhorar as suas condições de vida, do ponto de vista

económico, religioso, cultural, politico. Nesse sentido, os movimentos migratórios fazem parte

da história da Humanidade, forçada que sempre foi procurar melhores condições de vida,

condições essas que o advento e desenvolvimento da tecnologia estimulam.

Segurança social - apoia os trabalhadores nas situações de carência financeira e riscos

profissionais. Estes apoios são financiados pelos empresários e pelos trabalhadores que

entregam uma percentagem do valor do salario mensal ao organismo coordenador dos apoios

sociais aos trabalhadores.

Page 18: Resumo economia c 2º periodo

Consequências económicas da questão demográfica

Para o país de origem:

A emigração pode constituir uma válvula de escape para a tensão social resultante das

assimetrias da distribuição da riqueza, diminuição do número de pobres previne o

risco de problemas sociais e políticos graves.

A emigração permite um maior equilíbrio da distribuição da riqueza, em virtude das

remessas que o emigrante envia para a sua família.

As remessas de emigrantes vão ainda constituir um novo recurso financeiro para um

país pobre.

A importação de novos padrões dos países ricos, acabam por “invadir” os países de

saída em virtude da disseminação da informação.

Em termos demográficos, a aproximação de culturas e tecnologias contribuirá para

novas políticas de nascimento, que conduzirá a uma diminuição da taxa de natalidade

e envelhecimento da população do país de emigração.

A diminuição da população ativa no país pode conduzir a um maior equilíbrio entre a

oferta de mão-de-obra e a sua procura, e como tal, à possibilidade de novas politicas

salarias, de emprego, de segurança social.

Efeitos negativos para o país de origem:

Problemas de natureza social e cultural com que o emigrante se depara, ao ser

confrontado com uma nova cultura. Problemas de ressocialização, de assimilação e

discriminação.

Para a família emigrante, são evidentes os problemas que poderão advir de estruturas

familiares desestruturadas, da dificuldade de adaptação e de inserção do emigrante e

respectivas famílias.

Para o país dador, poderão ocorrer processos de envelhecimento de mão-de-obra, não

acompanhados pelo desenvolvimento socioeconómico; diminuição da população

ativa; mudança nos padrões de consumo; alterações estruturais das economias;

aceleramento da inflação.

Efeitos positivos para o país de chegada

Rejuvenescimento da população.

Emigrante vem ajudar o país recebedor a manter o seu padrão de produção e de

consumo, uma vez que ocupará os inúmeros postos de trabalho que a população

natural não consegue, ou não quer, preencher.

População emigrante nem sempre é constituída em grande parte por mão-de-obra

com baixo nível de qualificação. O pessoal altamente qualificado, que sai do país de

origem em busca de posições adequadas no mercado de emprego.

Efeitos negativos para o país de chegada

Uma das consequências mais problemáticas dos processos relacionados com as

migrações internacionais nos nossos dias diz respeito ao choque de padrões culturais muito

diferenciados. De facto, as culturas e tradições que se confrontam hoje, são muito diferentes e

Page 19: Resumo economia c 2º periodo

por vezes afectadas por sentimentos de forte intolerância, levando a que a insegurança se

tenha intensificado e se tenha tornado num dado “adquirido”, no mundo.

A questão da Segurança Social

Os países desenvolvidos habituaram-se a caracterizar-se, como democracias

representativas no quadro do Estado-providência. E como tal houve necessidade de

estabelecer um estado intervencionista, que permitisse precaver o mundo para situações de

crise social e económica, tão avassaladoras como ocorreu na década de 30. Como forma de

prevenir tais situações, os estados passaram e intervir directamente na economia, com o fim

de prevenir crises globais de desemprego e ao mesmo tempo foram criadas estruturas de

serviços que garantiam ao trabalhador, mesmo em situação de desemprego, um mínimo

rendimento que permitisse a sua sobrevivência. Assim surgiu a Segurança social, que se tornou

responsável pelas suas situações de reforma, de subsídio de desemprego, doença, etc.