resumo de história para estudo

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ENSINO MÉDIO 3ª. Série RESUMO PARA ESTUDO HISTÓRIA ANTIGA A teoria sobre o surgimento do homem que prevalece hoje é a teoria da evolução de Darwin. De acordo com as descobertas recentes os primeiros ancestrais humanos viveram no Leste africano há cinco milhões de anos. Fóssil mais antigo encontrado Toumai, encontrado no deserto do Chade em 2002. Crânio e fragmento de mandíbula com idade entre 6 e 7 milhões de anos. Tem cérebro igual ao de um chimpanzé moderno e mandíbula pouco proeminente, menor que a dos hominídeos posteriores. Achado na área de Baringo no Quênia em 25/10/2000, pela equipe do palentólogo Martin Pickford do Collége de France, o Homem do Milênio - O Orrorin tugenensis, tem idade estimada de 6 milhões de anos. A criatura estaria em um estágio evolutivo superior ao dos hominídeos mais recentes.(Revista Veja, 13/12/2000, p. 88-90). Depois existe enorme lacuna fóssil até os 4 milhões de anos com o Australopitecus ramidus de 4,4 milhões de anos. Esqueleto mais completo encontrado Lucy aproximadamente 3,18 milhões de anos. Ao longo do tempo surgiram várias espécies que competiram mutuamente: austrolopithecus africanos, afarensis, garhi, bolsei, robustus, Homo rudolfensis, ergaster, habilis, antecessor, helderberg e erectus. Mais recentemente surgiu o homo sapiens neandertalensis que viveu de 600.000 a 30.000 anos, tendo convivido com a espécie humana, mas sem cruzamento aparente. O homo sapiens sapiens atual apareceu por volta de 200.000 anos. Duas teorias explicam o povoamento da terra ARCA DE NOÉ a mais aceita defende a idéia de que a população atual surgiu de uma única população que viveu na África Austral entre 200 e 100.000 anos atrás. CANDELABRO defende a tese de que os seres humanos surgiram simultaneamente em diversas partes do globo. Recentemente antropólogo australiano Alan Thorne afirmou que o fóssil australiano O Homem de Mongo, com idade entre 58 e 68.000 anos é geneticamente diferente do homo sapiens africano. Por outro lado, pesquisadores da universidade de Michigan afirmam que o homem é produto do cruzamento entre várias espécies de hominídeos. POVOAMENTO DAS AMÉRICAS Nas Américas, a teoria mais aceita situa o povoamento iniciado há 15.000 anos quando tribos do sul da China chegaram na América do Norte pelo Estreito de Bering. A antropóloga Niéde Guidon defende a tese do povoamento no Brasil há 50.000 anos. NEOLÍTICO OU IDADE DA PEDRA POLIDA período recente mais significativo pela Revolução Neolítica, descoberta da agricultura que permitiu a sedentarização dos

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Page 1: Resumo de história para estudo

ENSINO MÉDIO 3ª. Série RESUMO PARA ESTUDO HISTÓRIA ANTIGA A teoria sobre o surgimento do homem que prevalece hoje é a teoria da evolução de Darwin. De acordo com as descobertas recentes os primeiros ancestrais humanos viveram no Leste africano há cinco milhões de anos. Fóssil mais antigo encontrado Toumai, encontrado no deserto do Chade em 2002. Crânio e fragmento de mandíbula com idade entre 6 e 7 milhões de anos. Tem cérebro igual ao de um chimpanzé moderno e mandíbula pouco proeminente, menor que a dos hominídeos posteriores. Achado na área de Baringo no Quênia em 25/10/2000, pela equipe do palentólogo Martin Pickford do Collége de France, o Homem do Milênio - O Orrorin tugenensis, tem idade estimada de 6 milhões de anos. A criatura estaria em um estágio evolutivo superior ao dos hominídeos mais recentes.(Revista Veja, 13/12/2000, p. 88-90).

Depois existe enorme lacuna fóssil até os 4 milhões de anos com o Australopitecus ramidus de 4,4 milhões de anos. Esqueleto mais completo encontrado Lucy – aproximadamente 3,18 milhões de anos. Ao longo do tempo surgiram várias espécies que competiram mutuamente: austrolopithecus africanos, afarensis, garhi, bolsei, robustus, Homo rudolfensis, ergaster, habilis, antecessor, helderberg e erectus. Mais recentemente surgiu o homo sapiens neandertalensis que viveu de 600.000 a 30.000 anos, tendo convivido com a espécie humana, mas sem cruzamento aparente. O homo sapiens sapiens atual apareceu por volta de 200.000 anos. Duas teorias explicam o povoamento da terra – ARCA DE NOÉ – a mais aceita defende a idéia de que a população atual surgiu de uma única população que viveu na África Austral entre 200 e 100.000 anos atrás. CANDELABRO – defende a tese de que os seres humanos surgiram simultaneamente em diversas partes do globo. Recentemente antropólogo australiano Alan Thorne afirmou que o fóssil australiano O Homem de Mongo, com idade entre 58 e 68.000 anos é geneticamente diferente do homo sapiens africano. Por outro lado, pesquisadores da universidade de Michigan afirmam que o homem é produto do cruzamento entre várias espécies de hominídeos. POVOAMENTO DAS AMÉRICAS – Nas Américas, a teoria mais aceita situa o povoamento iniciado há 15.000 anos quando tribos do sul da China chegaram na América do Norte pelo Estreito de Bering. A antropóloga Niéde Guidon defende a tese do povoamento no Brasil há 50.000 anos. NEOLÍTICO OU IDADE DA PEDRA POLIDA – período recente mais significativo pela Revolução Neolítica, descoberta da agricultura que permitiu a sedentarização dos

Page 2: Resumo de história para estudo

grupos humanos (antes vivendo como nômades da caça, coleta e extrativismo), e a formação dos primeiros núcleos urbanos e civilizações. ANTIGUIDADE ORIENTAL - Estudo das sociedades asiáticas, civilizações hidráulicas ou de regadio – Egito, Mesopotâmia, Oriente Médio e Mediterrâneo. Características gerais: comunidades de aldeia agrícolas, estado despótico controlando a produção e a sociedade, atividade agrícola predominante, trabalho escravo. EGITO ANTIGO Civilização fascinante. Intensa produção artística. Beneficiada pelo isolamento

geográfico – deserto da Líbia a Oeste e do Sinai e Arábia a Leste. Agricultura produtiva graças a enchentes regulares do Nilo. Rio transborda de julho a novembro, depositando húmus fertilizante em suas margens". O Egito é uma dádiva do Nilo" Heródoto.

PERÍODO PRÉ-DINÁSTICO – comunidades rudimentares chamadas de Nomos que se agruparam , por volta de 3.500 ªC. formando dois reinos Alto Egito ao sul e Baixo Egito ao Norte . PERÍODO DINÁSTICO – Menés unificador do Egito e primeiro faraó em 3200 ªC . Monarquia teocrática , faraó como deus. Estado proprietário das terras. ANTIGO IMPÉRIO – 3200 a 2300 aC., fato mais importante – construção das três pirâmides. Política pacífica. Enfraquecimento do poder do faraó no final, fortalecimento dos Nomarcas. MÉDIO IMPÉRIO – 2000-1580 ªC., novo fortalecimento do faraó até invasão dos Hicsos, povo da Ásia entre 1788 e 1580 a.C., fim do isolamento e Egito conheceu pela primeira vez a dominação estrangeira . Hicsos introduziram cavalo, diversos armamentos .

NOVO IMPÉRIO – 1580-525 a.C. – APOGEU. Expulsão dos Hicsos. Escravização dos

Hebreus até êxodo com Moisés em 1250. Imperialismo com Tutmés III e Ramsés II. Conquista da Síria e Palestina. Reforma religiosa fracassada com Amenófis IV, numa tentativa de enfraquecer os sacerdotes, com substituição do deus Amon por Aton – culto monoteísta e círculo solar. Sacerdotes vencem coroando Tutankhamon. Construídos os templos de Luxor e Karnac. Após Ramsés III declínio até domínio Assírio de 670 a 663 a.C.. RENASCIMENTO SAÍTA de 663 a 525 a.C., liderado por Psamético, governador da cidade de Saís, que expulsou os assírios. Construído por Necao, canal de Ramsés II, ligando o Mediterrâneo ao Mar Vermelho. Em 525 domínio persa até 332, domínio macedônio de 332 a 30 e em seguida domínio romano.

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ECONOMIA – Agricultura em torno do rio Nilo. Estado controlava sociedade de castas formada pela elite – faraó, sacerdotes, nobreza, militares. Camada média - escribas, comerciantes e artesãos e pelo povo: camponeses, e escravos. RELIGIÃO - elemento fundamental na vida egípcia, base da religião era o culto local, o que colocava cada cidade sob a proteção de um deus e fazia dos sacerdotes o grupo de maior poder e prestígio da sociedade. Politeísta com deuses com forma humana e animal – Anúbis (antropozoomorfismo), só forma humana – Ísis (antropomorfismo), deuses animais – boi, crocodilo, leão, gato, etc, (zoomorfismo) e elementos da natureza como o sol e a lua - Rá. Crença em vida pós morte, daí mumificação. Escrita desenvolvida em 3 tipos – Hieroglífica (sagrada), Hierática (documentos) e Demótica (popular), decifrada por Champollion na pedra de Roseta . MESOPOTÂMIA Localizada no atual Iraque, região do Crescente Fértil (que compreende também os vales do Nilo e Jordão), entre os rios Tigre e Eufrates (que nascem nas montanhas da Armênia e desembocam no Golfo Pérsico), com enchentes menos regulares que o Nilo, sem as proteções naturais do Egito, daí região muito agitada historicamente. Dividida, a grosso modo em Alta ao norte, região da Assíria (árida e montanhosa) e Baixa, ao sul, a Caldéia, pantanosa e alagadiça. Horóscopo tão comum hoje em dia já era intensamente consultado na mesopotâmia. SUMÉRIOS – Cidades Estado comandadas pelo Patesi. Base cultural da civilização mesopotâmica. Criadores da escrita cuneiforme. Precursores do código de Hamurábi com o Código de Dunji. Lei do Talião. Avanço da astrologia.

ACÁDIOS – Semitas vindos do deserto da Arábia, dominaram os Sumérios,

destacando-se Sargão I, responsável pela unificação da região. I IMPÉRIO BABILÔNICO – Amoritas criaram primeiro império na região. Destaque Hamurábi, dominou Assíria e Golfo Pérsico e criou Código Hamurabi, composto de 282 leis , maior ordenamento jurídico da antiguidade oriental, cuja base é a pena do talião .

IMPÉRIO ASSÍRIO – Império militar famoso por sua crueldade. Com Sargão II, dominaram reino de Israel. Sob Tiglatfalasar dominaram a Babilônia. Senaqueribe transferiu a capital de Assur para Nínive e Assurbanipal construiu em Nínive a maior biblioteca da antiguidade antes de Alexandria com 22.000 tábuas e venceu o Egito. Após sua morte houve decadência. II IMPÉRIO BABILÔNICO – auge com Nabucodonosor. Conquistou a Palestina, escravizando os judeus do reino de Judá, no “Cativeiro da Babilônia”. Construiu os jardins suspensos da Babilônia, uma das sete maravilhas do mundo antigo e o Zigurate (torre de Babel). Aniquilou os fenícios. Agricultura atividade principal, mas comércio altamente desenvolvido. Estado teocrático, menos religioso que o Egito. Religião

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politeísta contém a Epopéia de Gilgames, narração do dilúvio por outra fonte que não a Bíblia.

HEBREUS

Povo de origem semita que se instalou na Palestina (terra de Canaã ou terra

prometida) no século XVIII a.C.. Norte, fronteira com a Síria, ao sul com o Sinai, a leste com a Arábia desértica e oeste o Mediterrâneo. No interior destaca-se o rio Jordão e o Mar Morto, possibilitando a agricultura em uma região árida. História contada na Bíblia, no Antigo Testamento.

ERA DOS PATRIARCAS – início da ocupação com luta contra Cananeus e Filisteus,

sob o comando dos patriarcas, chefes dos clãs: Abraão que conduziu seu povo de Ur na Caldéia, para a Terra Prometida, Isaac e Jacó ou Israel que teve 12 filhos dos quais se originaram as 12 tribos de Israel. Secas obrigaram judeus em 1800 a.C. a migrar para o Egito, sendo escravizados após expulsão dos Hicsos em 1580 a.C.. Na Bíblia este processo é narrado pela história de José, um dos 12 filhos de Jacó que vendido como escravo, acabou ministro do faraó e chamou seus irmãos. Moisés em 1250 a.C. libertou o povo, voltando à Palestina após 40 anos, o êxodo, recebendo no caminho as tábuas da Lei, os Dez Mandamentos (decálogo) e a confirmação dos hebreus como povo escolhido de Javé.

JUÍZES – Com Josué, chegaram á Palestina, lutando contra os Filisteus. Gideão,

Sansão e Jefté e Samuel. REIS – Saul primeiro rei e depois Davi que derrotou Golias e conquistou Jerusalém.

Auge com Salomão construtor do Templo de Jerusalém, estabilidade e crescimento comercial. Instituídas várias festas religiosas: Sabat (dia de descanso), Páscoa (êxodo), Pentecostes (recebimento do Decálogo), etc.

CISMA – A morte de Salomão gerou disputa que criou dois reinos – Israel e Judá. Judeus se enfraqueceram. Em 701, reino de Israel conquistado pelos Assírios. Em 586 reino de Judá, conquistado pelos Babilônios – Cativeiro da Babilônia. Em 539 retornam à Palestina como província persa, na região de Judá, daí o nome de judeus. Em 332 domínio macedônico. Em 63 protetorado romano. Em 70, revolta levou o Imperador Tito a destruir Jerusalém. Em 135 nova revolta levou á diáspora judaica. Judeus se dispersaram pelo mundo. Única religião monoteísta da Antiguidade. Crença no Messias. Estado só volta a existir em 1948 criado pela ONU.

RELIGIÃO - principal contribuição. Religião monoteísta, única do período e que contribuiu para a formação do islamismo e do cristianismo. Predominou o patriarcalismo e a poligamia. Economia pastoril e posterior desenvolvimento comercial pelas rotas de caravanas.

FENÍCIOS

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Norte da Palestina – região do Líbano atual. Forte comércio e navegação marítima. Predomínio de cidades Estado – Biblos, Sidon e Tiro, dominadas pelos ricos comerciantes – Talassocracia. Fundaram Cartago. Criaram alfabeto de 22 letras, que deu origem aos alfabetos modernos. PERSAS

Leste da Mesopotâmia, no atual Irã. Fusão dos Medos e Persas, povos arianos. Maior império da Antiguidade Oriental. Despotismo de direito divino unificado por Ciro (559-529 a.C.) que dominou o Império Babilônico e libertou os judeus. Cambises (529-522 a.C.) dominou o Egito. Dario I (52-484 a.C.) dividiu o império em satrápias, construiu estrada real de 2400 km e adotou dáricos (moeda). Com Dario e depois Xerxes, os persas atacaram os gregos, nas Guerras Médicas, mas foram derrotados tendo início decadência até o domínio dos macedônios com Alexandre Magno. Religião dualista – Zoroastrismo – duas divindades Ahura Mazda deus do bem, da luz e Ahriman deus do mal, das trevas. Crença na vinda do messias e ressurreição dos mortos tendo influenciado o judaísmo e o cristianismo. Livro sagrado Zend-Avesta .

ANTIGUIDADE CLÁSSICA -Geografia da Península Balcânica com relevo acidentado,

montanhoso, dificultando comunicações internas, facilitando autonomia das cidades. Solo pouco fértil, bons portos e conhecimento de navegação, favorecendo o comércio marítimo. Três regiões: Continental – norte da península; Peninsular – sul e Insular - ilhas do Mar Egeu (leste) e Mar Jônio (oeste). CRETA O destaque para a questão geográfica (uma ilha que foi ocupada por volta de 3000 a.C tornaram-se notáveis pelo comércio marítimo, pelo artesanato e pela influência que exerceram sobre os gregos. A partir de 2200 a.C., diversas cidades prosperaram por causa das atividades com metais e da relação comercial com a Fenícia, Egito e Síria. Período de grande desenvolvimento urbano. Por volta de 1750 a.C., uma catástrofe desconhecida destruiu parte das construções cretenses. Em 1700 a.C., palácios foram construídos e CNOSSOS se torna a cidade mais importante, com uma frota bem aparelhada que garante a segurança e o desenvolvimento do comércio marítimo. As festas ao ar livre estimulavam as competições esportivas. A arquitetura era o destaque em Creta e a mulher tinha um papel de destaque na sociedade. A grande divindade cultuada em Creta era uma mulher, a Grande Mãe, símbolo da terra e da fecundidade. Por volta de 1400 a.C., os Aqueus, invadiram Creta, Cnossos foi destruída,

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dando origem a Civilização Creto-Micênica. ORIGEM DOS GREGOS Período Pré-homérico (2000-1200 a.C.) Sucessivas migrações de povos arianos que ocuparam a Península Balcânica a partir do ano 2000 a.C., formaram o povo grego. Os AQUEUS se estabeleceram na região do Peloponeso e fundam as vilas de Tirinto e Micenas, permitindo desenvolvimento comercial e urbano. Micenas assimila o modo de vida e as artes cretenses surgindo a Civilização Creto-micênica. No início do século XII a.C., invasores jônios e eólios, se estabeleceram na região, seguidos pelos dórios, superiores militarmente e com uma sociedade em estágio inferior aos creto-micênicos, dominaram os povos na península, impondo sua cultura, levando a primeira diáspora grega. Período Homérico (1200-800 a.C.) Conhecido por meio das obras de Homero (Ilíada e a Odisséia). Organizados em genos (comunidades agropastoris formadas por pessoas ligadas por laços familiares a um chefe comum – o pater). Propriedade da terra comum, certo grau de igualdade, os parentes mais próximos ao pater tinha maior importância social. Período Arcaico (800-600 a.C.) A geografia interfere (influência) na formação social, política e cultural da Grécia. O continente era montanhoso, com vales férteis, porém isolados entre si, contribuindo para a formação das polis (cidades-estados). O litoral extenso e recortado estimulou a navegação e o comércio externo. A população crescia e a produção agrícola não, gerando insatisfação e discórdia. A terra comum foi dividida e surge à hereditariedade pela posse da terra, os genos se desintegraram e grande parte da população ficou a margem da sociedade. Os genos levam as fatrias que levam as tribos e logo depois ao surgimento das polis ou cidades-estados, independentes embora ligadas por laços culturais comuns. Os EUPÁTRIDAS monopolizavam o conselho e escolhia o rei, o povo era excluído. Período Clássico (600-400 a.C.)

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Esparta fundada pelos dórios na região fértil no Peloponeso precisava de terras para produzir alimentos, levando a conquista da Messênia. Os escravos eram a base produtiva e para manter o domínio a educação espartana era rígida, com ênfase nas práticas físicas e militares. O jovem se dedica a defender o Estado. Dos sete aos setenta anos serviam ao exército e logo em seguida formavam o conselho dos Anciãos, em uma sociedade que não ocorria discussão ou debate. A sociedade era formada pelos ESPARCIATAS, dórios detentores do poder; militares e funcionários públicos; os chamados iguais; PERIECOS, homens livres, descendentes dos aqueus; cultivavam terras periféricas ou cuidavam do comércio; não tinham direitos políticos; HILOTAS, escravizados nas guerras, pertenciam ao Estado, trabalhavam nas terras públicas e nos lotes dos espartanos. O sistema político era conhecido como GERONTOCRACIA, com órgãos como a Diarquia; Ápela (assembléia dos cidadãos); Gerúsia (conselho de anciãos); Eforado (cinco magistrados) fiscalizava a vida em Esparta, exercia o poder na prática. Atenas fundada pelos jônios na região da Ática, também tinha colônias na região do Mar Negro e Egeu, após a primeira diáspora. Sociedade formada pelos DEMIURGOS, comerciantes enriquecidos; EUPÁTRIDAS, proprietários de terras-Aristocracia; GEORGÓIS, pequenos proprietários de terras - endividados podiam perder a liberdade; THETAS, artesãos. No século VI a.C., Atenas passou por profundas transformações. As camadas populares não aceitavam ser excluídas do poder e pressionou por reformas. Os reis foram substituídos por nove arcontes (magistrados), mas, as agitações prosseguiram. Em 621 a.C., o aristocrata Drácon assume o poder e elabora leis severas escritas (pena de morte). Em 549 a.C., o político e legislador Sólon, realiza uma ampla reforma político-social, cujas principais medidas estabeleciam uma República censitária; o fim da escravidão por dívida; devolução de terras aos antigos proprietários; estímulo ao comércio e artesanato; criação de três instituições: Bulé, Eclésia e Helieu, desagradando aristocratas e ao povo. Atenas entra em uma guerra civil por trinta anos, levando a insatisfação popular e a tirania. Em 561 a.C., Psístrato, promoveu a pacificação política e realizou reformas importantes; com a morte de Psístrato, seus filhos Hípias e Hiparco assumiram o poder. Hípias foi assassinado e Hiparco deposto. Seguiu-se uma fase de reação dos aristocratas. Em 507 a.C., o aristocrata Clístenes, conhecido como o “pai” da democracia, assumindo o poder. Dividiu a população em dez tribos, cada formada por três demos, havia um conselho, um tribunal e uma assembléia e a instituição do OSTRACISMO.

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O crescimento econômico ateniense e o expansionismo territorial persa ameaçavam-se mutuamente. Quando as cidades gregas da Ásia Menor se rebelaram contra o domínio persa, os atenienses enviaram ajuda. Se iniciava as guerras greco-pérsicas (490-448 a.C.). Os gregos tiveram importante vitória em Maratona (490 a.C.), sendo derrotados nas Termópilas, quando Atenas foi incendiada (480 a.C.), logo em seguida os gregos derrotaram os persas no estreito de Salamina, em Platéia e Mícole (479 a.C.). Após as seguidas vitórias gregas sobre os persas, sob o comando de Atenas foi formada a Confederação ou Liga de Delos, Esparta e outras cidades do Peloponeso não participavam. Fortalecida com a liga, os gregos destruíram o poderio naval de Xerxes em Eurimedonte (448 a.C.). A paz foi firmada com o Tratado de Susa, a liga não fazia mais sentido. Mas, Atenas, decide mantê-la, possibilitando o seu fortalecimento e formação do Império Ateniense. Este período foi marcado pelo governo de Péricles (444-429 a.C.), democracia para os cidadãos, período de apogeu da cultura e, em particular, das artes: teatro (Ésquilo, Eurípedes e Sófocles); escultura (Policleto, Fídias); ciências (Demócrito, Hipócrates). Esparta liderava a oposição das cidades do Peloponeso contra Atenas, a Liga do Peloponeso. Em 431 a.C., se inicia o conflito entre Atenas e Esparta, Atenas superior no mar e Esparta em terra. Epidemias, fome, cercos, mortes, minaram a resistência ateniense. Em 404 a.C., os espartanos e seus aliados derrotaram Atenas e dissolveram a Confederação de Delos, era o fim do império ateniense. Esparta se torna hegemônica. Tebas lidera uma revolta contra Esparta com apoio ateniense e em 371 a.C., os espartanos são derrotados. Tebas conquista a hegemonia e em 362 a.C., é derrotada por uma coligação militar ateniense-espartana. Os tebanos aceitaram a paz com base no equilíbrio entre as cidades. Em Atenas a aristocracia volta ao poder e os conflitos sociais também. As cidades-estados gregas enfraquecidas acabaram cedendo ao domínio macedônico. CULTURA GREGA RELIGIÃO – Politeísta antropomórfica. Religião sem dogmas ou códigos de conduta.

Deuses moravam no Olimpo, estavam no mundo, faziam parte do mundo e eram imortais. Não há separação entre sagrado e profano. Não havia culto à parte, a religião era parte do cotidiano. Oferendas não eram para expiar pecados, mas para agradar deuses e obter favores. Além dos deuses: Zeus, Hestia, Demeter, Poseidon, Afrodite, havia os heróis – Perseu, Jasão, Édipo, Hércules. Os oráculos eram locais de consulta aos deuses do futuro. Jogos eram realizados em homenagem aos deuses: ístimicos, neméios, píticos e olímpicos. Vitória nos jogos significava favorecimento dos deuses.

ARTES – três estilos arquitetônicos – Dórico, Jônico e Coríntio. O teatro grego inventou o drama. Encenação feita somente com homens usando máscaras

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(persona) em papéis femininos. Ésquilo – Persas, Prometeu Acorrentado, Sete contra Tebas; Sófocles – Antígona, Édipo Rei e Electra; Eurípides – Alceste, Medéia, Mulheres Troianas; Aristófanes (comédias) As Rãs, Os cavaleiros, As nuvens.

FILOSOFIA – Pré-socráticos. ESCOLA DE MILETO – Abandonam a mitologia em

busca da explicação racional do mundo. Tales de Mileto, Anaximandro, Anaxímenes. PITAGÓRICOS – Busca da essência das coisas não em uma substância material, mas em um princípio abstrato, o número. Pitágoras, Parmênides e Heráclito. SOFISTAS – Reflexão para fins imediatos, inclusive comerciais. Humanismo e relativismo. Protágoras, Górgias. SÓCRATES – Felicidade e virtude só com o conhecimento. Criou a Maiuêutica ou parturição de idéias, onde através de perguntas e respostas tirava do próprio interlocutor á verdade. Condenado à morte Frases - "Conhece-te a ti mesmo"; "Só sei que nada sei". PLATÃO – livros Apologia de Sócrates, Críton, Banquete, Fédon, A República. Defendia governo de sábios. Desenvolveu doutrina das idéias ou tipos ideais. A realidade percebida pelos sentidos apenas cópia imperfeita das realidades supremas – as idéias. ARISTÓTELES – maior filósofo grego. Autor de Política. Defendia a virtude no governo. Real existe independente das idéias e para conhecê-lo usa-se a lógica. HISTÓRIA – Heródoto pai da História e Tucídides, fundamentos da História Científica.

CIVILIZAÇÃO HELENÍSTICA – Fusão da cultura helênica e cultura oriental (persa e

egípcia). Centro deixa de ser a Grécia e passa a ser Alexandria, Antioquia e Pérgamo. Governo despótico com divinização dos governantes. Comércio em larga escala. EPICURISMO – individualidade e materialismo. ESTOICISMO – firmeza de espírito e indiferença à dor. CETICISMO - nada podemos provar, impossível alcançar a verdade. CIÊNCIA – grande desenvolvimento. Biblioteca de Alexandria – com mais de 400.000 volumes. Aristarco (heliocentrismo), Euclides (geometria), Hiparco (trigonometria), Eratostenes (circunferência da terra). Grande avanço da medicina.

ROMA Península Itálica - localização central entre penínsulas balcânica e ibérica. Solo mais fértil que a península Balcânica, relevo simples. Costa menos recortada. Norte Alpes, centro Apeninos. Povos autóctones – ligures, sículos. Povos arianos – italiotas, sabinos, umbrios, latinos, etruscos, gregos. Origem lendária de Roma narrada em Eneida do poeta Virgílio. Gêmeos Rômulo e Remo, netos do rei Numítor, atirados ao Tibre, amamentados por Loba e criados por pasto. Adultos, vingaram o avô e fundaram Roma. Os dois teriam se desentendido e Rômulo matado Remo e se transformado no primeiro rei de Roma. Origem histórica, Roma acampamento militar fundado por volta de 1.000 a.C., às margens do rio Tibre, por latinos e sabinos, contra ataques dos etruscos. MONARQUIA – Período baseado em interpretação de lendas, apresentados por Virgílio e Tito Lívio. Quatro primeiros reis latinos e três últimos etruscos. Fim da monarquia golpe dos patrícios para expulsar etruscos. Classes: patrícios – elite, grandes proprietários; clientes – parentes pobres, prestavam serviços aos patrícios;

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plebeus – maioria da população, trabalhadores livres sem direitos políticos, em geral estrangeiros; escravos – pouco numerosos, instrumentos de trabalho sem nenhum direito. Rei chefe supremo e Senado composto pelos patrícios propunha leis e administrava a cidade. Assembléia Curiata, elegia rei e podia vetar suas decisões, composta pelos patrícios divididos em três tribos. REPÚBLICA – Estado voltado para a coisa pública, modelo romano. Patrícios recuperaram o poder, porém criaram mecanismos para evitar sua concentração e manter a plebe afastada do poder, daí tornar-se modelo de governo, como a democracia. Sincretismo como modelo de governo: Magistrados (elemento monárquico), eleitos pela assembléia para cargos de um ano com funções executivas – Cônsul (chefes), Pretores (justiça), Censores (censo), Questor (tesouro), Edis( conservação pública), Pontífice (culto religioso). Senado – (elemento aristocrático), sob domínio dos patrícios, tornou-se principal

órgão de governo. Designava cônsules para as províncias, nomeava embaixadores, fiscalizava os questores, decidia pela guerra. Assembléia Centuriata (elemento democrático), reunia centúrias, divisões do exército que eram dominadas pelos patrícios. Elegia os magistrados e votava leis. Aristocrática no início, a República com as revoltas da plebe foi se democratizando. Plebe, maior parte da população mas, marginalizada politicamente, revoltou-se por cinco vezes de 494 a 286 a.C.. Criaram tribuno da Plebe (vetar leis do Senado), Lei das 12 Tábuas – primeiras leis escritas; Lei Canuléia – casamento entre patrícios e plebeus; Lei Licínia Sextia – proibia escravidão por dívidas e Lei Hortênsia – decisões da Assembléia da Plebe ou Plebiscito, passam a ter validade legal. Estado continuou forte, mas houve equilíbrio de poderes entre patrícios e plebeus.

Expansão territorial – inicialmente romanos dominaram os vizinhos, depois as

colônias gregas no Sul da Itália. Em 275 a.C. criada confederação liderada por Roma. Cartago colônia fenícia no norte da África era grande rival comercial de Roma e sua conquista indispensável para a continuidade da expansão .

Guerras Púnicas - Houve três guerras e Roma venceu todas elas. Na primeira Roma

anexou a Sicília, Córsega e Sardenha. Na segunda revanche de Cartago, Aníbal invadiu a Itália, mas romanos atacaram Cartago, obrigando-o a recuar. Espanha ocupada e Cartago perdeu sua frota. Terceira Guerra, foi provocada pelos romanos que arrasaram a cidade e escravizaram seus habitantes. Guerras Macedônicas submeteram Grécia, Península Ibérica em 133 a.C.. Júlio Cesar dominou a Gália em 55 a.C e o Egito foi conquistado em 30 a.C.. Mar Mediterrâneo tornou-se mare nostrun, ou seja, mar romano. Repercussões das Conquistas – imperialismo e militarismo, ruína dos pequenos produtores que migraram para as cidades. Grande afluxo de riquezas e escravos – desvalorização do trabalho e baixa produtividade. Surge nova classe social os Homens Novos ou cavaleiros. Exército profissional, valorização do luxo e ócio. Crise das instituições republicanas, território muito grande.

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Crise república – conflito entre patrícios e plebeus, os cavaleiros e o exército.Como tentativa de solução para a marginalização dos plebeus buscaram-se reformas, sem sucesso. TIBÉRIO GRACO – Tribuno da Plebe propôs reforma agrária com limite de 125 hectares por cidadão. Resto seria redistribuído pelo estado, 7,5 hectares para cada um. Foi assassinado com mais 300 adeptos. CAIO GRACO – Lei Frumentária – reduziu o preço do trigo. Tentativa de controlar o poder contra os patrícios o levou ao suicídio em 121 a.C.

Fracasso das reformas, fortaleceu o exército. Generais apoiados pelos soldados

passaram a ser identificados como os únicos que poderiam resolver a situação. MÁRIO – general vitorioso, eleito Cônsul seis vezes o que era proibido. Reformulou o exército que era privilégio dos cidadãos em exército de assalariados criando o soldo, participação nos espólios e após vinte e cinco anos de carreira, um pedaço de terra. Homem novo era detestado pelo Senado. SILA – General patrício, tornou-se ditador. Expulsou e perseguiu violentamente os partidários de Mário, desarticulando os grupos populares. Procurou restaurar o poder senatorial.

IMPÉRIO - após Mário e Sila, crise do modelo republicano continua, apesar de calmaria aparente. Novo líder aristocrático, Pompeu consegue abafar na Espanha revolta popular comandada por Sertório ( 78-72 a.C.). Crasso obtém prestígio após liquidar a revolta de escravos comandada por Espártaco (73-71 a.C.) e Júlio Cesar faz fama com suas vitórias militares. Catilina, um patrício fracassado tenta tomar o poder político, desmascarado por Cícero, homem novo e orador destacado, sendo a saída à formação dos triunviratos. Poder foi dividido entre três generais, ficando cada um responsável por parte do território romano. Primeiro Triunvirato – Crasso, Pompeu e Júlio Cesar. Crasso morreu na Pérsia e

Pompeu em 52 a.C. obteve o título de Cônsul único e destituiu César do comando da Gália. Ás margens do rio Rubicão, César profere a famosa frase: "a sorte está lançada". Parte para Roma, para enfrentar Pompeu, vencendo-o somente em Farsálias (49 a.C.), na Grécia. César desembarcou em seguida em Alexandria e apoiou Cleópatra como rainha do Egito contra o faraó Ptolomeu. Posteriormente na Ásia Menor aniquilou as tropas sírias, pronunciando outra frase famosa: "Vim, vi e venci". Retornando a Roma foi proclamado ditador vitalício com a oposição do Senado. Fez várias reformas e obras públicas, deu cidadania aos gauleses e espanhóis. Distribuiu trigo gratuitamente, reformou calendário (mês julho). Desejo de se tornar rei e poderes hereditários, levou-o a ser assassinado no Senado em 15 de março de 44 a.C., a punhaladas em uma conspiração dirigida por Caio, Cássio e Marcus Brutus.

Segundo Triunvirato – três políticos ligados a César: Lépido, Marco Antonio e Otávio. Perseguiram e eliminaram os opositores de César. Otávio aproveitou-se da ausência de Marco Antonio, que se encontrava no Egito junto a Cleópatra, para ampliar seu poder. Afastou Lépido em 36 a.C. e declarou guerra a Marco Antonio, vencendo-o na batalha naval de Actium em 31 a.C. e tornou-se único senhor de

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Roma. Principado - período de transição da República para o Império. Otávio recebeu do

Senado o título de Príncipe (primeiro cidadão da República). Passou a concentrar todo o poder, sendo comandante do Exército e tendo o poder de veto sobre as decisões do Senado e o controle da religião. Em 27 a.C. recebeu o título de Augusto (divino e sagrado), até então reservado aos deuses. Período mais próspero e glorioso de Roma. Apaziguou conflitos sociais, ampliou política republicana de pão e circo. Exército permanente formado por soldados profissionais. Arrecadação direta de impostos, consolidou fronteiras, cidadãos divididos pelo critério censitário: ordem senatorial, eqüestre e plebéia. Embelezou Roma, criou a Guarda Pretoriana para proteger o imperador, apoiou as artes e escritores como Horácio, Virgílio, etc.

ALTO IMPÉRIO – DINASTIA JÚLIO CLAUDIANA (14-68) - Muitos imperadores tiranos e brutais como Tibério (morte de Cristo) Calígula e Nero. DINASTIA DOS FLÁVIOS (69-95) – Exército passou a participar da escolha do Imperador, antes privilégio da guarda pretoriana. Teve bons imperadores, Vespasiano, Tito e Domiciano, que morreu assassinado. DINASTIA DOS ANTONINOS (96-192) - Apogeu do Império. Maior extensão territorial (Trajano), grande prosperidade econômica (Adriano e Antonino), progresso cultural (Marco Aurélio). DINASTIA DOS SEVEROS (193-235) – Início da decadência. Problemas - queda na produção agrícola, crise escravismo (fim das guerras ofensivas), cristianismo (crescimento e oposição á escravidão), exército (rivalidades e interferência na vida política, uso de soldados bárbaros e menor treinamento), invasões dos bárbaros germânicos, revoltas dos povos dominados; saída de metais preciosos na importação de produtos do oriente, levando à diminuição do conteúdo metálico das moedas, causando inflação. Com a crise generalizada, iniciou-se a ruralização da economia. Estado criou o colonato, prendendo o camponês à terra, impedindo-o de abandoná-la. BAIXO IMPÉRIO – De 235 a 284 predominou anarquia militar. De vinte e um imperadores, só um não teve morte violenta. Alguns imperadores tentaram reverter à decadência. DIOCLECIANO – 284-305. Implantou a Tetrarquia - dois Augustos e dois Césares. Império dividido em quatro regiões. Decretou Edito Máximo em 301, tentando tabelar os preços. Tetrarquia não sobreviveu ao seu criador. CONSTANTINO (313-337) - Edito de Milão, deu liberdade de culto aos cristãos. Transferiu capital para Constantinopla. TEODÓSIO (379-395) – Tornou o cristianismo religião oficial do Império. Dividiu Império em Ocidental (capital Milão) e Oriental (capital Constantinopla). Pressão dos “bárbaros” aumentou. “BÁRBAROS” - para os romanos eram todos os que não falavam latim, os não romanos. Celtas - indo-europeus, da Europa Central e Oriente; Eslavos - russos, poloneses, tchecos, sérvios, etc; Tártaro- mongóis - hunos, turcos, búlgaros, etc; Germanos - visigodos, ostrogodos, hérulos, anglo-saxões, francos, etc. Imperadores romanos no século IV permitiram que povos “bárbaros” se fixassem nas fronteiras do

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Império como "aliados". Roma tomada em 410 pelos Visigodos, em 455 pelos Vândalos e em 476 pelos Hérulos que depuseram o Imperador Rômulo Augústulo pondo fim ao Império Ocidental. CULTURA ROMANA - DIREITO – Mais evoluído da antiguidade. Uma das maiores contribuições para a época moderna. Jus Civile – regulamenta vida dos cidadãos romanos. Éditos pretoriais, decretos imperiais e costumes. Jus Gentium – aplicado aos demais e Jus Naturale – direitos dados pela natureza e comuns a todos os homens. LITERATURA – Influenciada pelos gregos – Virgílio (Eneidas), Horácio, Ovídio (Arte de Amar), Tito Lívio (História de Roma). Fase final poesia satírica com Petrônio (Satyricon). Cícero maior orador romano. RELIGIÃO – cópia da grega politeísta, ajustada às condições romanas, antropomórfica e contratual. Antepassados cultuados em cerimônias feitas pelo pater famílias. Principais deuses: Júpiter (Zeus), principal deus; Juno (Hera) protetora da família, Diana (Artemis) deusa da caça, Baco (Dionísio), deus do vinho, Vênus (Afrodite), deusa da beleza. A FORMAÇÃO DO FEUDALISMO A partir do final do século III, com o enfraquecimento do poderio de Roma, alguns

povos que habitavam nas fronteiras do Império começaram a se instalar pacificamente no território como colonos e, sobretudo, como soldados. No final do século IV, os Hunos, praticamente empurram os povos germânicos para dentro do Império Romano, invadindo e pilhando as cidades do Império. O processo de desagregação do Império durou cerca de duzentos anos, vários reinos bárbaros surgiram a partir de 410, e o golpe definitivo foi quando Odoacro, chefe dos Hérulos, destronou o último imperador romano em 476.

As cidades se despovoaram, enquanto o comércio e a produção artesanal entrava em

declínio. Sem dinheiro o império não dava para manter o seu exército e a integridade do território. A população abandonava as cidades, os latifúndios que tinham base escravista, perderam importância. Surge as Vilas, propriedades que se tornam gradativamente auto-suficientes, tendo como mão-de-obra principal os colonos, que trocavam parte da produção e trabalho nas terras do Senhor (latifundiário) por segurança e o uso da terra. Com o passar do tempo os pequenos proprietários de terras entregariam suas propriedades para os latifundiários em troca de proteção. Essas Vilas e as relações nelas estabelecidas contribuíram para a formação do Feudalismo.

A intensificação das invasões germânicas na Europa Ocidental acrescentou novos

elementos e acentuou mudanças na sociedade que se formava. Os Germanos tinham um padrão de justiça, baseado na tradição e noções de honra e lealdade, que fundamentavam as relações entre o chefe guerreiro e seus comandados. A prática de conceder terras como recompensa aos homens que se destacavam nos combates,

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tornavam os guerreiros em senhores de terra à medida que avançavam em território romano. A união entre os guerreiros e seus comandantes baseava-se na lealdade e na palavra, levando a independência dos guerreiros nos seus domínios, que viriam a ser os senhores feudais, tendo uma administração descentralizada.

A Igreja Católica representou papel fundamentou na formação e na consolidação do

feudalismo. O Cristianismo era o que unia os povos da Europa, a igreja era a instituição sólida e que controlava a fé e influenciava nas vidas das pessoas. A religião era o mais importante na vida das pessoas, grande parte da sociedade acreditava que os acontecimentos diários eram uma vontade divina. A Igreja Católica se fazia sentir na política legitimando o poder dos senhores feudais e contribuindo para a conversão dos bárbaros ao cristianismo.

Diversos reinos bárbaros foram formados dentro do antigo território romano, dentre

eles, o que mais se destacou foi o dos Francos. Com Clóvis (481-511), os francos se converteram ao cristianismo, estabelecendo uma aliança com a Igreja Católica. Com isso a população romanizada e cristianizada passa a aceitar os Francos. Com a morte de Clóvis, lutas internas e o afastamento de suas funções, levaram os reis a perderem gradativamente o seu poder (639). O poder passou a ser exercido pelos “administradores do palácio”, líder dos nobres, destacando-se Carlos Martel, vencendo os árabes, em 732, interrompendo o seu avanço pela Europa.

O filho de Carlos, Pepino, O Breve, fortaleceu sua aliança com a Igreja Católica,

afastando os Lombardos da Península Itálica e cedendo o território central, formando os Estados Pontifícios, sob o controle do Papa até o século XIX. O papa consagra Pepino, O Breve, rei dos Francos. O seu filho Carlos Magno empreendeu batalhas com a intenção de obter terras e doar aos nobres, garantindo o seu domínio através das regras da suserania e vassalagem. A força militar de Carlos Magno atraiu a atenção do Papa que precisava proteger os territórios da Igreja Católica e disseminar a fé cristã entre os povos conquistados pelos Francos. Assim, em 800,Carlos Magno foi aclamado Imperador pelo Papa Leão III, representante de Deus, cabendo a ele defender a igreja, manter a paz e a ordem. Carlos Magno governou utilizando a divisão do território em províncias (Condados), governados por nobres (Condes) que recebiam as funções de administrador, juiz e chefe militar. Fiscalizados pelos missi dominici. O governo de Carlos Magno incentivou à cultura, ensino, conhecimento e artes.

A centralização do poder alcançada por Carlos Magno dependia, em grande parte, de

sua autoridade pessoal e não sobreviveu após a sua morte (814). Seu filho, Luís, O Piedoso, governou até 840, morto, seus três filhos entraram em guerra pelo controle do Império. Através do Tratado de Verdun (843) a paz foi selada e o império dividido em três partes, levando a Dinastia Carolíngia a um processo contínuo de enfraquecimento, em conseqüência das disputas pelo poder, das invasões vikings,eslavas e húngaras. Esse processo coincidiu com o fortalecimento do poder dos Senhores Feudais, contribuindo para a descentralização do poder.

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1. As mudanças ocorridas durante os séculos IV e IX, formaram e consolidaram o

sistema feudal que tinha como características: 1. Na sociedade feudal, a palavra e a honra eram fundamentais, desse modo, os senhores feudais ligavam-se entre si por meio de um sistema de obrigações e tradições, a vassalagem. 2. Com o processo de ruralização as cidades perderam importância, portanto as vilas, futuros feudos, deveriam produzir até mesmo o que antes era feito nas cidades. Ou seja, eram auto-suficientes, produziam quase tudo que seus moradores precisavam. A terra era a principal riqueza, a economia era de base agrária e tinha a agricultura de subsistência como principal atividade econômica. Como as técnicas utilizadas eram simples e os principais instrumentos eram de madeira, a produção era limitada, acentuando a retração das atividades comerciais e artesanais. 3. O feudo era o núcleo da sociedade e a terra a principal fonte de sobrevivência e poder. As terras eram distribuídas em Manso Senhorial, Manso Servil e Terras Comunais. Os servos deviam obrigações aos senhores feudais, como: a talha, a corvéia, a banalidade, o censo, a capitação e a mão-morta. 4. A sociedade feudal tinha rígidas tradições e vínculos jurídicos que determinavam a posição social de cada indivíduo a partir do nascimento. A mobilidade social praticamente não existia, era uma sociedade estamental, composta por três ordens: o clero, que cuidava da fé cristã; os nobres, responsáveis pela segurança e os servos, que trabalhavam para sustentar toda a população. 5. O poder político fragmentado entre os reis e os senhores feudais, todos subordinados as obrigações do sistema de suserania e vassalagem. O poder do rei era reconhecido e legitimado pela Igreja: ele era “rei pela graça de Deus”. Mas, não tinha poderes para interferir nas terras de seus vassalos (Senhores Feudais). 6. A cultura feudal sofria influência da Igreja Católica, que era intermediária entre os Homens e Deus, detendo o monopólio da salvação. Não se limitando a vida espiritual, a igreja tornou-se a grande proprietária de terras e riquezas do período, graças as doações feitas por aqueles que queriam a salvação. Controlavam o saber erudito e condenavam todos aqueles que questionassem os dogmas da Igreja Católica. A CRISE FEUDAL A partir do século X, a diminuição das invasões e o número menor de epidemias, fez com que a população crescesse. O aumento populacional não foi acompanhado pelo crescimento da produção agrícola, gerando a necessidade de se ocupar mais terras para a produção de alimentos (pântanos e florestas) e a introdução de algumas inovações

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tecnológicas (rotação de culturas, charrua, arado de ferro e ferradura). Em alguns feudos, isto gerou, o aumento da produção agrícola, ocorrendo o surgimento do excedente de produção (sobra). Entretanto, a população continuava a crescer, muitos senhores feudais começavam a expulsar o excedente populacional e muitos saiam por conta própria (fuga). Muitos servos procuravam as cidades, alguns não obtendo sucesso, voltavam para os feudos, outros tornavam-se mendigos e saqueadores nas estradas. Até os senhores feudais para garantir suas posses instituíram a primogenitura, levando a um clima de disputas entre os nobres. Esse ambiente favoreceu o movimento das Cruzadas. O domínio dos Turcos na Palestina, somado a interesses materiais e culturais dos cristãos europeus, incentivou o movimento cruzadista. O discurso do Papa Urbano II aos cristãos europeus, apelando para libertação da Terra Santa, deu inicio a primeira cruzada. Os nobres viam nas cruzadas a possibilidade de enriquecimento, a igreja riqueza e prestígio e os mais pobres a possibilidade de fortuna “fácil”. As Cruzadas levaram a vitórias cristãs, mas o domínio da região permanecia nas mãos dos Turcos. Apesar disso, como conseqüência tivemos a reabertura do Mar Mediterrâneo, contatos culturais e comerciais entre oriente e ocidente, o aumento populacional das cidades e o fortalecimento do comércio. Somado as conseqüências das Cruzadas, o excedente da produção, levou ao renascimento comercial e urbano. As feiras que eram incipientes, tornam-se periódicas e logo depois, permanentes, permitindo o aparecimento de núcleos urbanos (burgos). As cidades atraíam servos, camponeses, homens livres e artesãos, que passavam a realizar seus ofícios. As relações comerciais restabelecem o uso da moeda, diferentes em cada região ou feudo, essa variedade cria o câmbio (troca de moedas). No inicio os cambistas só trocavam moedas, passaram com o tempo a emprestar dinheiro, surgindo futuramente os Bancos. As cidades estavam vinculadas aos senhores feudais que cobravam pesados impostos (taxas). Com o aumento do comércio e fortalecimento da burguesia, alguns burgos conseguiram deixar de pagar tributos, outros tiveram que lutar, unindo-se aos Reis. Com o aumento da produção artesanal e comercial, muitos que se dedicavam a essas atividades passaram a se organizar em associações que regulavam suas atividades (Corporações de Ofício e Guildas). A Igreja Católica pregava a noção de justo preço, condenavam a usura considerando-a pecado. As mudanças em curso permitem ao aparecimento de um novo sistema econômico: o capitalismo. A dissolução do feudalismo foi apressada por uma sucessão de acontecimentos que geraram a chamada “crise do século XIV”. A produção de alimentos sempre deficiente no sistema feudal se agravou e provocou surtos de fome por vários pontos da Europa. Associada a fome, a falta de estrutura das cidades, provocou uma série de epidemias a pior delas, a Peste Negra (1348 a 1350). Inúmeras guerras também contribuíram para aumentar a mortandade e a crise européia, entre elas, a Guerra dos Cem Anos (1337

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-1453). A população diminuía e a mão-de-obra se tornava escassa, levando os senhores feudais a aumentar a exploração sobre os camponeses. Em conseqüência, houve inúmeras revoltas camponesas contra os senhores feudais, destruindo propriedades e assassinando nobres. Além de motins e desordens nas cidades. O poder descentralizado não conseguia resolver os problemas que surgiam em uma sociedade que ganhava complexidade. Essas mudanças passam a fortalecer o poder dos reis. FORMAÇÂO DAS MONARQUIAS NACIONAIS Na Europa medieval, o poder político estava fragmentado, tendo cada feudo suas próprias leis, impostos e moedas. Além de estradas ruins e inseguras, pedágios e territórios não definidos. Essa situação trazia enormes entraves às atividades mercantis. Um poder forte e centralizado poderia resolver esses problemas. Interessados nessas mudanças, comerciantes e banqueiros forneceram ao rei apoio financeiro para derrotar os Senhores Feudais. Gradativamente se formava o Estado, com uma burocracia profissional e exército permanente. Aos poucos, o rei impôs sua autoridade, estabelecendo fronteiras, ganhando sentido político, fiscal e militar, mesmo com a resistência inicial da Igreja Católica. Surgiam as Monarquias Nacionais, Estados Nacionais ou Estados Modernos, com características próprias, de forma diversa em cada região da Europa, com longos e sangrentos conflitos (Portugal, Espanha, França e Inglaterra). ESTADO NACIONAL MODERNO ↓ ↓ ↓ Instituição que NAÇÃO Novo deve manter a ↓ infraestrutura da Cultura sociedade. Costumes Tradição Na Europa Medieval, o poder fragmentado era um obstáculo para o desenvolvimento das atividades econômicas (diversas moedas, impostos e leis não definidas, cobrança de pedágios, insegurança, território não definido). Características do Estado Moderno: . Definição dos limites territoriais; . Moeda única; . Leis e impostos definidos; . Exército Nacional; . Idioma nacional. Formação do Estado Moderno na Inglaterra Em 1066, com a conquista da atual Inglaterra pelo normando Guilherme, o

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Conquistador, à atual Inglaterra viveu uma espécie de “feudalismo centralizado”. Até 1215 as relações foram tensas entre nobres e reis, com João “Sem Terra” e suas imposições autoritárias. Os nobres após a derrota de João na França se reuniram e aprovaram um documento que limitava o poder do rei, determinando que aumentar impostos só com a aceitação do Grande Conselho, formado pela nobreza e clero. Este documento também estabelecia outros pontos favoráveis não só a nobreza como também ao povo em geral (MAGNA CARTA). Em 1265, os nobres, com o apoio popular, cria uma assembléia (PARLAMENTO), contendo os representantes do Clero, Nobreza e Burguesia, incorporado às instituições do Estado inglês em 1295. No século XV, com a Guerra das Duas Rosas (1455 – 1485), entre os YORK e LANCASTER, levou a ascensão da família Tudor. Henrique VII chega ao poder (1485) e restaura e amplia o poder do rei, unificando o país e as bases do Estado Moderno na Inglaterra. Formação do Estado Moderno na França A partir do século XII com o crescimento comercial e urbano, o poder real começou a controlar a cobrança de impostos e a fortalecer os tribunais de leis reais. Com Filipe IV, o Belo (1285 - 1314), o atrito com a Igreja Católica e Ordens Religiosas foi inevitável com a cobrança de impostos a estes. A Guerra de Cem Anos (XIV) foi decisiva para a centralização do poder nas mãos dos reis, com a criação de um exército permanente, a criação de um imposto fixo, um idioma nacional e a unificação econômica. No início do século XVI, Francisco I (1515 – 1547) tornou a Monarquia Francesa absoluta. Formação do Estado Moderno na Espanha A luta contra os árabes (GUERRA DE RECONQUISTA) foi inicialmente travada pelos reinos cristãos de Astúrias e Leão, logo depois, os reinos de Aragão e Castela, passam também a lutar. No século XI, o rei, Afonso VI, dos reinos unificados de Leão e Castela, teve o apoio de Henrique de Borgonha (vassalo francês). Para recompensar Henrique, Afonso VI, ofereceu-lhe o Condado Portucalense como feudo. Em 1212, o domínio muçulmano, ficou restrito à região de Granada. Em 1469, com o casamento de Fernando, rei de Aragão, e, Isabel, rainha de Castela, os “reis católicos” venceram os senhores feudais impondo a autoridade real e consolidando a Monarquia Espanhola derrotando os árabes em Granada. Formação do Estado Moderno em Portugal O Condado Portucalense em 1139, rompeu vínculo com o reino de Leão e Castela e Afonso Henriques (filho de Henrique de Borgonha) se proclamou rei de Portugal, iniciando a dinastia de Borgonha e a história de Portugal como reino independente. A consolidação da Monarquia Portuguesa se deu com a Revolução de Avis (1383 – 1385), aclamando dom João (mestre de Avis), como rei português. A Revolução de Avis

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fortaleceu a burguesia que apoiou o rei na luta contra os castelhanos. Graças a essas mudanças, Portugal se tornou o primeiro Estado Nacional Europeu. EXPANSÃO MARÍTIMA E COMERCIAL Até o século XV, os povos da terra viveram isolados uns dos outros. Viviam com suas práticas, modelos ou tradições culturais sem sofrer nenhuma influência externa. A mentalidade do período. A partir do século XV os europeus foram impelidos a empreender as Grandes Navegações. Misto de espírito aventureiro, necessidades econômicas, fervor religioso e ambições pessoais. Duas razões econômicas levaram os europeus a expansão marítima e comercial: 1. A expansão do comércio: a necessidade de mercador consumidor e matéria-prima barata. Desde o tempo das Cruzadas os europeus eram fascinados pelos produtos orientais: especiarias (temperos), seda, perfumes, tapetes, etc. Essas mercadorias eram trazidas por terra pelos árabes até a costa do Mar Mediterrâneo, vendidas para comerciantes italianos e depois, revendidas em toda Europa. Para acabar com o monopólio dos italianos e árabes era necessário encontrar um novo caminho para as índias (contornar a África e atingir as Índias por mar). 2. Obter grandes quantidades de metais preciosos. A expansão do comércio acarretava uma necessidade crescente desses metais para cunhagem de moedas. As minas europeias estavam esgotadas forçando a procura por novas fontes fora da Europa. Além das razões econômicas, a Igreja Católica, buscava propagar a fé cristã pelo mundo, fortalecendo o seu poder. A classe burguesa ambicionava aumentar os seus lucros com o aumento da circulação de mercadorias e à aquisição de novos produtos. Não esquecendo o interesse do Estado de aumentar suas rendas e fortalecer o seu poder. As conquistas marítimas foram possibilitadas pelos avanços efetuados nas técnicas de navegação em alto-mar. O uso da bússola, do astrolábio, das cartas náuticas, da caravela e da carraca, permitiram as expedições marítimas. O uso dos canhões e da pólvora, por sua vez, possibilitou a conquista das terras. Por que um país tão pequeno foi o primeiro a se lançar no processo das Grandes Navegações?

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1. Com a guerra dos Cem Anos (1337-1453) as rotas comerciais terrestres foram perdendo importância. Os progressos na arte de navegar permitiram a utilização de rotas marítimas entre o mar do Norte e o mar Mediterrâneo, fortalecendo as regiões costeiras do oceano atlântico, como por exemplo, Lisboa e Porto (cidades portuguesas), que se tornaram prósperas. 2. A atividade pesqueira contribuiu para que os pescadores que buscavam bacalhau em alto-mar aprendessem a enfrentar o mar aberto. 3. A Escola de Sagres reunia inúmeros cartógrafos, navegadores e astrônomos para desenvolver estudos e discutir suas experiências náuticas. 4. A formação do Estado Moderno Português constituindo apoio fundamental para as Grandes Navegações. A expansão portuguesa começou em 1415 com a tomada de Ceuta, importante centro comercial dominado pelos muçulmanos, no norte da áfrica. Os lusitanos tomaram e saquearam Ceuta, mostrando que a mentalidade econômica portuguesa ainda tinha influência medieval (enriquecer pela guerra) em vez de aplicar o modo capitalista de produzir (investir capital). A expansão continuou nas ilhas de Madeira, Açores e Cabo Verde, no Oceano Atlântico. Implantando o cultivo de cana-de-açúcar como forma de ocupar as terras. A expansão estendeu-se ao longo do continente africano, sempre percorrendo a costa africana, reconhecendo o território, criando novos mapas e relatórios, logo depois enviando outra expedição. Os portugueses iam conquistando novas terras, obtendo mercados consumidores e matérias-primas, ocupando entrepostos comerciais e escravizando os africanos. Em 1487 Bartolomeu Dias contornou o Cabo das Tormentas permitindo a Vasco da Gama chegar a Calicute (Índias), dez anos depois, em 1497. Depois de setenta anos após a conquista de Ceuta, os portugueses atingiram o objetivo de alcançar a Índia. Na primeira viagem, Vasco da Gama, levou para a Europa muitas mercadorias, atingindo um lucro de 6000%. As viagens portuguesas permitiram a intensificação do comércio de especiarias, o enfraquecimento das cidades mercantis italianas e colocou Portugal entre os Estados mais poderosos da Europa. A espanhola foi comandada pelo genovês Cristovão Colombo, que acreditava atingir o Oriente navegando em direção ao Ocidente. Ele acreditava que a terra era redonda. Com o apoio dos reis de Espanha ele chegou em 1492 em um novo continente: a América. O feito de Colombo criou um problema com Portugal. Supõe-se que os portugueses já desconfiassem da existência desse território. Para tentar solucionar foram feitos tratados de limites: a bula intercoetera e logo depois o tratado de Tordesilhas.

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Em 1500, o rei dom Manuel, organizou uma nova expedição que tinha o objetivo de dominar o comércio dos produtos orientais. Comandada por Pedro Álvares Cabral ela tomou o rumo direto para as Índias. Seguiu ao mar aberto e chegou em 22 de abril ás terras que viriam a se chamar Brasil. Após tomar posse da terra seguiu viagem para as Índias. A chegada de Cabral a Índia garantiu á Portugal o comércio das especiarias. Ocorria assim o processo de Acumulação Primitiva do Capital. Encontrando o mundo dividido entre Espanha e Portugal pelo Tratado de Tordesilhas, Inglaterra, Holanda e França, desconheceram o acordo e procuraram atuar contra as colônias e os navios ibéricos. ABSOLUTISMO Os interesses dos grupos envolvidos (BURGUESIA e NOBREZA) contribuíram para tornar o poder do rei absoluto. 1. Nobreza – acabar com as revoltas camponesas que ameaçavam a vida, as propriedades e o poder dos nobres; 2. Nobreza – garantir seus privilégios através de leis; 3. Burguesia – acabar com a concorrência desleal através de leis. A visão do poder absoluto dos reis encontrava sua legitimidade teórica nas obras de diversos pensadores e filósofos. Entre eles: 1. Jean Bodin (1530-1596) – o rei detinha o poder absoluto (SOBERANIA) de criar ou

revogar leis, tendo o poder supremo sobre seus súditos. Agindo a partir de sua consciência.

2. Thomas Hobbes (1588-1679) – autor de Leviatã, no qual o poder conferido ao rei pela sociedade é em troca de segurança, ordem, paz, crescimento econômico. A idéia do Contrato Social. 3. Jacques Bossuet (1627-1704) – bispo, autor da obra Política Tirada da Sagrada Escritura; defendia a Teoria da Origem Divina do Poder Real. Logo o rei só devia satisfação de seus atos apenas ao Criador (DEUS).

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Com a concentração do poder nas mãos dos reis, os privilégios do Clero e da Nobreza forma mantidos, permanecendo a sociedade estamental. O Terceiro Estado permanecia explorado e desprovido de privilégios. O maior analista do Estado Moderno foi o italiano Nicolau Maquiavel (1469-1527), que a partir de intensa investigação concluiu que a unidade nacional era fundamental para a grandeza de um povo. Ele defendia que os Homens não agem a todo o momento baseados de uma moral cristã, “não vivemos no Céu ideal, mas, na Terra real”. Um crítico do poder absoluto dos reis foi o inglês Thomas Morus (1478-1535), que em seu livro A Utopia (1516), questionou a pobreza dos camponeses e as guerras provocadas pela ambição. Então, concluiu, que “onde a propriedade for um direito individual, onde as coisas se medem pelo dinheiro, não será possível organizar a justiça”. Ele descreveu uma sociedade ideal, não existiriam classes sociais diferentes e nem a propriedade privada. A Utopia de Thomas Morus despertou homens e mulheres que buscaram, sonharam e lutaram por uma sociedade mais justa e digna. MERCANTILISMO A economia neste período reunia aspectos feudais e capitalistas. 1. Feudais: o sistema de Corporações de Ofício; as formas de trabalho servil no campo, mantendo a corvéia, talha, dízimo. 2. Capitalistas: produção realizada segundo o sistema doméstico, depois de algum tempo, surgiriam as manufaturas; difusão do trabalho assalariado; surgimento de novas formas de organização econômica (sociedade anônima, bancos, documentos de crédito). Neste período desenvolveu-se o capitalismo comercial realizando a acumulação primitiva do capital. O Estado nacional estabeleceu princípios e orientações para fortalecer os governos e as atividades econômicas. O Estado precisava de dinheiro para manter a infra-estrutura

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das cidades, pagar funcionários públicos, manter os privilégios e o luxo do Clero e da Nobreza. O Estado passou a determinar o que as pessoas podiam e o que não podiam fazer no comércio, na agricultura, no artesanato e em outras atividades. As normas e os regulamentos do Estado absolutistas para a vida econômica da nação são chamados de mercantilismo, a partir do século XIX. Os reis e ministros governavam de acordo com as idéias mercantilistas, entre elas, se destacam: o metalismo - a riqueza de um país é medida pela quantidade de metal precioso (ouro e prata) por ele armazenada; a balança comercial favorável, ou seja, fazer com que o valor das exportações fosse sempre maior do que as importações; o protecionismo alfandegário buscava garantir a balança comercial favorável através da cobrança de taxas (impostos) sobre os produtos importados; o monopólio, buscava ampliar as exportações, favorecendo as manufaturas, através de concessões “vendidas” pelo estado aos burgueses. Houve inúmeras variações no modo de aplicar o mercantilismo, resultando diferentes tipos: 1. Metalismo – países como a Espanha adotavam o acúmulo de metais preciosos como fonte de renda; 2. Comercialismo – forma de mercantilismo adotada nos Países Baixos, onde o comércio marítimo e a intermediação nas relações comerciais entre diversos Estados constituíram a formação de grandes companhias de comércio, protegidas pelos privilégios concedidos pelo Estado; 3. Colbertismo – criado na França, valorizava a criação de manufaturas reais, onde o Estado passava a agir como empresário;

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4. A Inglaterra praticou um tipo de mercantilismo que combinava o incentivo à produção de bens manufaturados e a atividade comercial; 5. Em Portugal o tipo de mercantilismo adotado variou de acordo aos acontecimentos. Com o comércio de especiarias se adotou o fortalecimento do comércio marítimo; com a produção de açúcar no Brasil se adotou a prática de monopólios; com a descoberta de metais preciosos no Brasil, a prática metalista. Beneficiada com o protecionismo concedido pelo ESTADO, a burguesia aceitou a intervenção do ESTADO na economia, apoiando os reis e garantindo a lucratividade de seus negócios. No século XVIII, setores da burguesia européia, afastada dos monopólios, passaram a se opor à política mercantilista e ao absolutismo dos reis. Surge uma nova doutrina política e econômica: o LIBERALISMO. RENASCIMENTO CULTURAL Nos séculos XV e XVI, os europeus começaram a viver experiências novas e excitantes. O desenvolvimento das atividades comerciais, a ascensão da burguesia, as descobertas geográficas e o contato com outros povos, permitiram uma mudança no modo de ver o mundo. O movimento renascentista influenciado pelos valores da cultura greco-romana buscava uma nova maneira de pensar, ver a política, a ciência e a religião. O Homem passa a ser o centro das atenções (ANTROPOCENTRISMO), representando oposição ao Teocentrismo. O Homem passa a ser o centro das preocupações e indagações (HUMANISMO). Nas cidades surgiam inúmeras profissões (comerciantes, banqueiros, alfaiates, ferreiros) que enfrentavam a concorrência e para sobreviver só contavam com os seus próprios esforços. Uma nova sociedade, em que o dinheiro se tornava importante, se formava, cheia de competição, estimulando o INDIVIDUALISMO. Uma sociedade que buscava superar a idéia de pecado e buscava o prazer nas coisas da vida (HEDONISMO).

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As Grandes Navegações despertaram a curiosidade e o espírito de aventura no Homem, permitindo uma nova maneira de ver a verdade. A verdade no período medieval estava na tradição, na Igreja Católica. O Homem de mentalidade renascentista acreditava que a verdade era encontrada por meio da EXPERIÊNCIA e da OBSERVAÇÃO. Através da Razão (RACIONALISMO) pode-se compreender o universo e a natureza. Conhecer a natureza era a melhor maneira de conhecer o Homem, dominá-la e obter lucros. A razão deve ser separada da fé, cada pessoa deveria ter sua própria maneira de se aproximar de Deus, de interpretar a Bíblia. O Renascimento Cultural surgiu na Península Itálica e foi nela que se alcançou sua maior expressão devido às atividades comerciais que se desenvolveu na região, aos homens enriquecidos que financiavam e apoiavam os sábios e artistas (os MECENAS), aos sábios bizantinos que fugiram para a Península Itálica levando conhecimento greco-romanos e a presença das obras do Antigo Império Romano. O movimento renascentista permitia novas descobertas na Álgebra e na Geometria. A matemática com a sociedade moderna ganhava força prática para a vida das pessoas. Surge a teoria Heliocêntrica superando o Geocentrismo. Os médicos renascentistas passavam a utilizar a experiência e a observação (ANATOMIA) do corpo humano. Os principais representantes do renascimento: Pintores – Giotto di Bondone (1266-1337), pintor e arquiteto italiano. Um dos precursores do Renascimento. Obras principais: O Beijo de Judas, A Lamentação e Julgamento Final. Michelangelo Buonarroti (1475-1564) - destacou-se em arquitetura, pintura e escultura. Obras principais: Davi, Pietá, Moisés, pinturas da Capela Sistina, Juízo Final é a mais conhecida). Rafael Sanzio (1483-1520) - pintou várias madonas (representações da Virgem Maria com o menino Jesus). Leonardo da Vinci (1452-1519) - pintor, escultor, cientista, engenheiro, físico, escritor, etc. Obras principais: Mona Lisa, Última Ceia.

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Sandro Botticelli (1445 - 1510) - pintor italiano, abordou temas mitológicos e religiosos. Obras principais: O nascimento de Vênus e Primavera. Escritores – Dante Alighieri (1265-1321) em sua obra A Divina Comédia trata de tema religioso com características renascentistas. Boccaccio (1313-1375) na sua obra Decamerone ele valoriza o hedonismo. Giordano Bruno (1548-1600) acreditava que o Universo é infinito, que Deus é a alma universal do mundo e que todas as coisas materiais são manifestações deste principio infinito. Rabelais (1483-1553) em sua principal obra foi Gargântua e Pantagruel, o tema central da obra é a vida dos gigantes comilões e exagerados, mas de coração bondoso. Concomitantemente aos ácidos ataques à elite dominante francesa. Michel de Montaigne (1533-1592) em sua única obra Os Ensaios analisou as instituições, as opiniões e os costumes, debruçando-se sobre os dogmas da sua época e tomando a generalidade da humanidade como objeto de estudo. É considerado um cético e humanista. Miguel de Cervantes (1547-1616) parodiou os romances de cavalaria em sua grande obra, (Dom Quixote de La Mancha: 1605 - Parte1 e 1615 - Parte 2), que gozaram de imensa popularidade no período medieval e, naquela altura, já se encontravam em declínio. A história é apresentada sob a forma de novela realista. William Skakespeare (1564-1616) fala em suas obras sobre a natureza humana em toda a sua complexidade (amor, ódio, ciúme, dor, dúvida,...). Autor de obras como: Romeu e Julieta, Hamlet, Rei Lear, Macbeth, entre outras. Erasmo de Roterdã (1466-1536), sua obra O Elogio da Loucura é considerado um dos mais influentes livros da civilização ocidental e um dos catalisadores da Reforma Religiosa. É a Loucura quem fala, sendo assim, faz apelos incessantes ao homem para que este faça sua definitiva preferência à liberdade, ao prazer, à flexibilidade, à fuga dos valores tradicionais impostos por um sistema moral religiosamente rígido e complicado.

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REFORMAS RELIGIOSAS Num período de tantas transformações era previsível que ocorressem mudanças na esfera espiritual. Uma sociedade cada vez mais humanista buscava valorizar a consciência individual. A partir do século XV as críticas aos abusos cometidos pela Igreja Católica e a corrupção de seus membros ficou mais freqüente. A venda de indulgências e de relíquias sagradas, o comportamento imoral do clero e a intervenção política em problemas internos dos reinos, contribuíam para reforçar tais críticas. Embora os motivos religiosos tenham sido os mais evidentes, houve outras motivações para as REFORMAS. Por exemplo, a Igreja Católica condenava o lucro, o objetivo central do capitalismo, era preciso uma visão mais tolerante em relação a isso. Para muitos a Igreja Católica deveria assumir uma posição mais humilde e desvinculada da vida material, conforme os ensinamentos dos Evangelhos. A primeira reforma a ser bem sucedida ocorreu na atual Alemanha, liderada pelo monge católico Martinho Lutero (1486-1546), que discordava da postura da Igreja Católica. Escreveu panfletos denunciando esses abusos. Foi expulso da Igreja pelo Papa. Sua proposta consistia em: - a fé salva; - a livre interpretação da Bíblia; - a relação direta com Deus; - abolição do celibato para os sacerdotes; - a rejeição da hierarquia do clero católico; - a substituição do latim pelas línguas nacionais nas cerimônias religiosas; - a eliminação dos sacramentos, exceto, batismo e eucaristia. Com suas propostas reformistas divulgadas, Lutero conquistou a adesão de grande parte da população da atual Alemanha, camponeses, nobres e burgueses. Muitos burgueses esperavam mais apoio às atividades comerciais. Muitos príncipes germânicos passaram a confiscar terras da Igreja católica e a reivindicar autonomia religiosa. A pregação de Lutero foi interpretada equivocadamente pelos camponeses germânicos como uma luta contra a nobreza e por melhores condições de vida. Liderados por Thomas Muntzer, incendiaram castelos e mosteiros. Forma reprimidos

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com extrema violência pelos nobres, com o apoio de Lutero. Diante dos conflitos, Carlos V, imperador católico, convocou uma assembléia que manteve a hegemonia da Igreja Católica na maior parte do território germânico. Revoltados nobres e burgueses protestaram violentamente. O conflito se prolongou até 1555, quando foi celebrada a Paz de Augsburgo, concedendo a cada príncipe o direito de escolher a religião de seu principado. Não significando o respeito a uma liberdade religiosa. Com a sua obra Instituição da Religião Cristã (1536), João Calvino, estabelecido em Genebra, Suíça, levou ainda mais longe as propostas de Lutero, conquistando um número maior de adeptos. De modo sintético, o Calvinismo, apresenta os seguintes aspectos: aceitação exclusiva das Sagradas Escrituras como instrumento para conhecer a verdade divina; predestinação, as pessoas estão destinadas por Deus à salvação ou a condenação eterna, independentemente de suas obras no mundo material; eliminação das imagens de santos e das cerimônias pomposas no culto, que deveria se limitar à leitura e discussão de trechos da Bíblia. Com a teoria da predestinação, Calvino, passa a ser admirado pelos burgueses, que eram vistos pela igreja católica, como pecadores por buscar o lucro e emprestar a juro. Para Calvino aqueles que são protegidos por Deus serão salvos. São aqueles que trabalham duro, poupam dinheiro que recebem e estão sempre preocupados com o crescimento dos seus negócios. O Calvinismo propagou-se rapidamente, principalmente, por aquelas regiões em que as atividades mercantis se desenvolviam. Foi o incentivo ideológico ao desenvolvimento capitalista. Na Inglaterra, o rei Henrique VIII, agindo por razões políticas e pessoais, rompeu com o Papa Clemente VII em 1534 e publicou o Ato de supremacia, estabelecendo as bases da Igreja Anglicana. O rei buscava afastar a Igreja Católica das questões políticas e romper com a Espanha, fortalecendo o absolutismo inglês. O Anglicanismo tinha vestígios do catolicismo, levando muitos protestantes ingleses (PURITANOS), a lutar pela “purificação” do anglicanismo. Como, isso

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não ocorreu, o reino sofreu violentas lutas de caráter político-religioso, levando as Revoluções Inglesas do século XVII e a fuga para a América de muitos puritanos, formando colônias na América do Norte, futuro Estados Unidos da América do Norte. A reação da Igreja Católica, após o Concílio de Trento (1545-1563), ficou conhecida como Contra-reforma, coordenando e orientando o movimento. Buscou moralizar o clero e fortalecer a autoridade da hierarquia católica. Algumas medidas foram tomadas: a criação de Seminários; a criação do Tribunal de Santo Ofício, a Santa Inquisição; a publicação do INDEX - Index Librorvm Prohibithorvm (lista dos livros proibidos); o reconhecimento da Companhia de Jesus. Como conseqüência das Reformas Religiosas temos: o fim do monopólio espiritual da Igreja Católica; o estímulo ao desenvolvimento capitalista; impulso a alfabetização; a intolerância religiosa por parte de católicos e protestantes.

ENSINO MÉDIO 3ª. Série Eletromecânica e Informática RESUMO PARA ESTUDO BRASIL COLONIAL De 1500 a 1532, os portugueses demonstraram desinteresse pelo território brasileiro, devido à ausência de metais preciosos, a falta de atividade comercial e os lucros obtidos com o comércio de especiarias. Durante este período a exploração do pau-brasil, através do uso do trabalho indígena e da prática do escambo, foi a única atividade econômica. A exploração da madeira era monopólio da Coroa Portuguesa. Sem uma

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ocupação mais efetiva, as novas terras sofreram à ação de piratas e negociantes de outros países. Portugal realizou expedições guarda-costas e de reconhecimento do litoral. A partir de 1532 com medo de perder a posse das terras e a diminuição dos lucros com o comércio de especiarias, Portugal decidiu implementar a colonização do Brasil. Para colonizar o Brasil. Portugal escolheu realizar o plantio da cana-de-açúcar. A escolha do açúcar como produto a ser explorado foi devido ao seu alto preço de venda, a existência de um mercado consumidor, ao clima e ao solo propício e as experiências anteriores portuguesas. A ocupação e as primeiras mudas de cana chegaram com Martim Afonso de Sousa, que fundou em 1532 a vila de São Vicente. A relação entre portugueses e indígenas, que era amistosa iria mudar, afinal as terras indígenas eram invadidas, e, havia a imposição do trabalho compulsório. O êxito da expedição de Martim Afonso de Sousa estimulou a Coroa Portuguesa a promover a ocupação do território. Portugal não tinha dinheiro para ocupar as terras do atual Brasil, sendo assim, transferiu a responsabilidade para particulares através das Capitanias Hereditárias. O donatário tinha apenas a posse e o usufruto da capitania, devendo ocupar, defender, e administrar. Eles poderiam ainda doar terras, conhecidas como, sesmarias.O resultado das capitanias não surtiu efeito desejado, muitas não foram ocupadas pela ausência de capital necessário, a falta de colonos, a distância com a metrópole e os conflitos com os indígenas. Com o objetivo de auxiliar as capitanias a cumprir o seu papel, foi criado em 1548, os Governos-Gerais. Foi construída a cidade de Salvador para ser a sede do Governo-Geral, o governador era auxiliado pelo Provedor-Mor, Capitão-Mor e pelo Ouvidor-Mor. Com o primeiro governador, Tomé de Sousa, chegou ao território funcionários públicos civis e militares, religiosos e colonos. Implementou a pecuária e a lavoura açucareira na Bahia, distribuiu terras e mandou vir africanos escravos. Em 1551, instituiu-se o primeiro bispado no Brasil e os primeiros jesuítas se dedicavam á catequese. O segundo governador, Duarte da Costa (1553), enfrentou conflitos entre jesuítas, colonos e ele próprio, além da invasão ao Rio de Janeiro pelos franceses. (França Antártica). O sucessor de Duarte da Costa, Men de Sá (1558-1572), impulsionou a colonização, combateu os indígenas, expulsou os franceses. A partir de 1534, muitas vilas surgiram, tendo como principal instituição (Órgão), a Câmara Municipal, que tinha os membros escolhidos entre os grandes proprietários locais, os homens bons. A ECONOMIA DO AÇÚCAR

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A estrutura da exploração econômica na colônia portuguesa foi claramente mercantilista. O açúcar chegou a Europa pelos árabes, passou a ser apreciado e as primeiras mudas foram plantadas nas ilhas do Atlântico pelos portugueses. No Brasil ele terá como principais zonas produtoras, Pernambuco, Bahia, Rio de Janeiro e São Vicente. Algumas circunstâncias econômicas, históricas, geográficas e ecológicas se combinaram para que isso se tornasse possível. Entre elas: 1. a experiência portuguesa; 2. as condições do clima tropical e o solo propício; 3. a obtenção de créditos de banqueiros holandeses dispostos a financiar a produção e o transporte do açúcar até os portos europeus; 4. o interesse de capitalistas holandeses em refinar o açúcar na Holanda. O destino de uma colônia não tem nada haver com o povo que a colonizou. Tem haver com o tipo de colonização. A colonização do Brasil estava inserida no contexto mercantilista. É possível verificar como: 1. o fornecimento de metais preciosos pelas colônias americanas (metalismo); 2. as colônias forneciam gêneros tropicais que mantinham a balança comercial favorável; 3. a prática do monopólio comercial; 4. os impostos cobrados aos colonos iam direto para a metrópole. A colonização do Brasil, do Caribe e da América Espanhola foi baseada na grande propriedade rural (latifúndio), produção de gêneros tropicais de exportação (monocultura) e a utilização do trabalho escravo. A escravidão foi à saída que os colonizadores encontraram para resolver a falta de mão-de-obra para colonizar as atuais terras do Brasil. No inicio se utilizou o indígena como trabalhador escravo. A partir do século XVII, os portugueses passaram a utilizar escravos africanos no lugar dos indígenas. Tal mudança era de forma preconceituosa justificada pela fraqueza e do indígena para o trabalho pesado e pela sua preguiça. Na verdade era um grande preconceito tais afirmativas, o real interesse da substituição do índio pelo negro foi os lucros obtidos com o tráfico negreiro. Desde o século XV, os comerciantes portugueses obtinham escravos na costa africana. Os lucros do tráfico negreiro ajudaram a enriquecer a burguesia européia. Tudo isso em nome da fé, do sentimento religioso. Mais da metade de todo o tráfico de escravos da África para o atual Brasil era realizada por traficantes brasileiros. A Igreja Católica defendia a escravização negra, como castigo pelas suas crenças. Viam nos indígenas a possibilidade de torná-los católicos, por isso, eram contra a sua escravidão. Mesmo assim, os colonos pobres continuavam a utilizar o indígena, cujo preço chegava a ser cinco vezes menor que a de um escravo negro. Gerando constantes conflitos com os jesuítas, contrários a escravidão indígena.

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Os escravos eram originários de várias partes da África, com manifestações culturais, organização social e etnias diferentes. Povos que conheciam agropecuária, o comércio, o trabalho com metais, o artesanato. A escravidão já existia na África antes da chegada dos europeus, embora só a guerra levasse um povo escravizar outro. A exploração européia levou povos africanos a se especializar em escravizar outros. No inicio, o comércio de escravos africanos era feito por meio de escambo nas feitorias construídas em diversos pontos do litoral africano. A partir do século XVI, o tráfico se tornou mais complexo, mobilizando chefes locais, que trocavam seus prisioneiros de guerra por diversas mercadorias, como aguardente e o fumo produzido na América. Os escravos eram transportados em navios negreiros ou tumbeiros, com até 400 pessoas, 15% do total não chegavam. Ao chegar a América, o escravo africano se deparava com um mundo que em tudo lhe era estranho e hostil. Nada restava da sua comunidade de origem. Os homens enfrentavam os canaviais, os engenhos, o trabalho de ganho, braçal, as mulheres cabia fazer o serviço doméstico, atender as necessidades das esposas e filhos do senhor e satisfazer sexualmente os seus donos brancos. O referencial da sociedade açucareira era o escravo, o número de escravos definia o status de um branco. Sem escravo, nenhum homem era realmente livre. Mesmo os mais pobres tinham seu escravo, que muitas vezes garantiam seu sustento. Os escravos africanos reagiram à escravidão tão quanto os escravos indígenas. Planejavam fugas, assassinavam os capatazes, incendiava as casa do senhor. Nunca se rendiam. Os quilombos foram uma das formas de resistência negra. Neles se encontravam a maioria de escravos fugitivos, mas, também, outras minorias perseguidas na colônia (judeus, índios, mestiços pobres, outros). O mais importante quilombo foi o de Palmares, tendo como líder Ganga Zumba e Zumbi. Os escravos sofriam inúmeros castigos, aqueles que tinham “melhor comportamento” recebiam algumas vantagens. Muitos recebiam ou compravam sua liberdade, eram libertos ou forros. Continuavam trabalhando até conquistar a liberdade definitiva. A maior parte dos escravos estava nas lavouras dos grandes proprietários, alguns escravos podiam até receber uma parte da terra para plantar, melhorando sua alimentação e podendo até vender sua produção. Havia escravos que auxiliavam ferreiros, alfaiates, açougueiros e o trabalho doméstico. Uma das figuras mais interessantes eram os escravos de ganho. Com autorização do dono, ele saía em busca de um emprego. A escravidão marcou a sociedade brasileira. Os sentimentos racistas e a discriminação

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contra a população negra continuam existindo no Brasil. A unidade de produção do açúcar era o engenho, no início apenas o maquinário que moía a cana-de-açúcar era assim chamado, com o tempo, passou a incluir também o canavial, as pastagens e as edificações (a casa-grande, a capela, a senzala). A produção do açúcar era uma operação complexa que passava por várias fases: o corte, a moagem, o caldo fervido na caldeira, o melaço depois de frio na casa de purgar (drenagem e secagem do açúcar) era depositado em fôrmas de barro por dois meses, depois de seco o açúcar era separado de acordo a qualidade, colocado em caixas de madeira e embarcado para a Europa. O ritmo do trabalho no período da safra (08 a 12 meses) era exaustivo (das 04 horas da tarde até 10 horas da manhã), levando á morte muitos escravos. Muitos trabalhadores livres ganhavam salário para exercer funções especializadas, como as de feitor, mestre-de-açúcar, marceneiro e outros, muitos europeus, mestiços e índios. Havia dois tipos de engenho, o trapiche movido por animais e raramente força humana e o Real, maior e movido por força d’ água. Como subprodutos da cana se extraíam a aguardente, a rapadura, o vinagre. O bagaço da cana servia para combustível nas caldeiras ou ração animal. Aqueles que não tinham dinheiro para construir um engenho, apenas plantavam a cana e depois vendiam a um dono de engenho, ou pagavam para moê-la. Dada a necessidade de alimentar a população colonial, era preciso produzir alguns gêneros de primeira necessidade, como a mandioca, o arroz, o milho e o feijão. Entretanto, a produção para subsistência era problemática, muitos latifundiários não queriam diminuir seus lucros cedendo parte de suas terras para plantar produtos para subsistência. A conseqüência disso foram crises de fome que ocorreram na Bahia (1638 e 1750) e no Rio de Janeiro (1660, 1666, 1680 a 1682). A Coroa Portuguesa teve de estabelecer normas obrigando os colonos a plantar gêneros alimentícios. Entre o século XVII até a metade do século XVIII, a produção de açúcar cresceu, seu consumo e preço. O açúcar era exportado para Portugal e de lá seguia para a Holanda, onde era refinado e distribuído pela Europa. Os senhores de engenho gozavam de prestígio, mas, viviam constantemente endividados, pois compravam quase tudo que precisavam da metrópole e os custos

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para manter o engenho e obter mão-de-obra escrava eram altos. Os comerciantes coloniais e metropolitanos eram aqueles que mais lucravam com o sistema colonial, junto com os traficantes de escravos. Ao lado da produção de açúcar, outras atividades de importância secundária foram desenvolvidas na colônia. O fumo passou a ser produzido para exportação, principalmente, no recôncavo baiano, utilizado também como escambo, na troca por escravos. O algodão passou a ser cultivado como matéria-prima na produção de panos rústicos para vestir os escravos. A pecuária até o século XVI era praticada nos próprios engenhos, o gado movimentava a moenda, transportava a cana e o próprio açúcar e servia como alimento nos engenhos. Com o crescimento da lavoura da cana, faltava espaço para a pastagem, a criação de gado se deslocou para o interior do continente. Através dos rios São Francisco, Jaguaribe e Parnaíba, garantiram a ocupação de vasto território. A sociedade que se formou com a pecuária era mais flexível e teve sua ampliação e importância reconhecida com a descoberta de ouro na região das Gerais. UNIÃO IBÉRICA Em 1578, o jovem rei português D. Sebastião partiu à frente de um exército para guerrear na África. Perdeu a batalha e a vida. Como era solteiro e não tinha filhos, a Coroa passou para seu tio-avô, o cardeal D. Henrique. Este morreu dois anos depois, em 1580, pondo fim a Dinastia Avis e deixando o trono vago. O parente mais próximo que poderia reivindicar o trono era Filipe II, rei de Espanha. Alguns setores em Portugal eram contrários à Filipe assumir o trono (a população mais pobre, alguns setores da burguesia e da nobreza) mas, a força do exército espanhol colocou no trono o novo rei. Em 1581, pelo Tratado de Tomar, instaurava-se a União Ibérica que duraria até 1640. Com a União Ibérica, na prática, significaria o fim do Tratado de Tordesilhas, permitindo a livre circulação luso-brasileira em terras espanholas e vice-versa. Por meio dos avanços dos bandeirantes, os limites do Brasil se expandiram para oeste, norte e sul. Isso permitiu aos portugueses ampliar seu território colonial. Ao mesmo tempo, sob o domínio espanhol, passou a ser hostilizado por algumas potências europeias inimigas da Espanha. No Brasil uma das primeiras medidas da mudança foi à criação de dois Estados na colônia: do Maranhão, capital São Luis e do Brasil, capital Salvador. A inimizade entre Holanda e Espanha provocou em 1621 o fechamento dos portos da União Ibérica aos barcos holandeses. Os comerciantes e empresários holandeses

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resolveram reagir criando a Companhia das Índias Ocidentais, que através de uma frota poderosa invadiu Salvador (BA) em 1624, ocupando a cidade sem resistência. Um ano depois uma esquadra luso-espanhola expulsaria os holandeses. Os holandeses passaram a planejar a invasão de Pernambuco, mais rica produtora de açúcar e com menor capacidade de defesa e, em 1630, depois de vários dias de combates, Olinda, Recife e povoados próximos, foram tomados. Seriam sete anos de guerra até a vitória definitiva dos holandeses, comprometendo a produção açucareira. Mais tarde, os holandeses já dominavam praticamente todo o litoral nordestino. As primeiras ações da Holanda foram violentas, incluindo saque de igrejas e destruição de imagens. Mas, em 1635, após a consolidação da conquista, eles perceberam que, sem o apoio da população local, a dominação seria inviável. Assim, a primeira medida foi a de estabelecer a tolerância religiosa, admitindo-se os cultos católicos e a permanência dos padres, com exceção dos jesuítas, que foram expulsos. A segunda medida foi oferecer empréstimos aos senhores locais ou leiloar os engenhos cujos donos tinham fugido. Em 1637, com a chegada de João Mauricio de Nassau, fidalgo nomeado pela CIA das Índias Ocidentais, inaugurou-se uma nova fase na história da dominação holandesa. Ele chegou ao Recife e determinou a realização de inúmeras obras, como a construção da cidade de Maurícia, na outra banda do rio Capibaribe, onde foi erguido um palácio e criado um jardim botânico. Patrocinou a vinda de artistas holandeses, que retrataram a paisagem e a vida colonial como nunca até então se havia feito no Brasil. Foi também nessa época que os judeus portugueses residentes em Amsterdã foram autorizados a imigrar para Pernambuco. Foram importantes para a dominação holandesa, falavam português e holandês, alcançando destaque na economia regional. As conquistas holandesas continuavam, alcançando o Maranhão em 1641. O nordeste era holandês, exceto a Bahia. No mesmo ano, os holandeses tomaram a cidade de Luanda, em Angola, na África, e passaram a controlar o tráfico de escravos. Durante a ocupação do nordeste pelos holandeses, em 1640 Portugal conseguiu se livrar do domínio espanhol sob a liderança do Duque de Bragança que sobe ao trono com o titulo de Dom João IV, dando inicio a Dinastia de Bragança em Portugal. A revolta põe fim a União Ibérica. Portugal tenta negociar com os holandeses a devolução dos territórios conquistados no tempo da União Ibérica, mas os holandeses não cederam. Em 1644, acusado de extrema tolerância com os que deviam a Holanda, Maurício de Nassau é substituído. O novo governador cobra as dívidas atrasadas aos senhores de

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engenho e os lavradores de cana que insatisfeitos lideram a Insurreição Pernambucana. As elites locais, índios e negros forros se unem contra os holandeses. A vitória definitiva só ocorreu em 1654, com a tomada do Recife. Em 1661, Países Baixos (Holanda e Bélgica) assinaram um tratado de paz, pelo qual os portugueses pagariam quatro milhões de cruzados a título de indenização. A União Ibérica, a Restauração e o acordo de paz definitivo, tiveram um preço muito alto para o reino português. Os holandeses levaram suas técnicas de plantio da cana e de produção do açúcar para as suas colônias na Antilhas. Dominavam o refino. A concorrência antilhana foi outro duro golpe na abalada economia portuguesa. Também isolado politicamente, Portugal, procurou se aproximar dos inimigos espanhóis, procurando se adaptar a nova realidade europeia, que tinha Holanda e Inglaterra como principais potências, firmando tratados de comércio com a Inglaterra que asseguravam as mercadorias inglesas os mesmos direitos reservados aos produtos lusitanos no comércio com a sua colônia, o Brasil (1654) e o tratado de Methuen (1703), reduzindo as tarifas dos tecidos ingleses e vinhos portugueses. Essas concessões buscavam a proteção militar inglesa à Portugal e suas colônias. Como consequência prejuízo a indústria têxtil portuguesa e a transferência do ouro brasileiro para a Inglaterra como forma de pagar o déficit comerciais portugueses. Em 1642, com o Conselho Ultramarino, toda a administração colonial estava nas mãos de representantes da metrópole na colônia. Aumenta a fiscalização sobre o comércio no Brasil, criando a Companhia de Comércio do Maranhão que detinha o monopólio comercial. Essas medidas levaram a conflitos na colônia como a Revolta de Beckman no Maranhão e a Guerra dos Mascates em Recife, Pernambuco. EXPANSÃO TERRITORIAL Na América portuguesa, desde o século XVI, colonos e aventureiros dirigiam-se em expedições rumo ao interior do continente em busca de riquezas minerais. As constantes informações das minas da América espanhola alimentavam os sonhos dos luso-brasileiros. No entanto passaram-se quase dois séculos para que as áreas mineradoras fossem descobertas pelos conquistadores, ligados diretamente à história da vila de São Paulo. Havia dois tipos de expedição, que se confundiam, seja nos objetivos, seja na composição de seus membros. As Entradas, expedições patrocinadas pela Coroa Portuguesa ou pelos governadores, mais utilizadas nos casos de repressão de rebeliões e de exploração territorial. As Bandeiras, expedições de iniciativa particular, tinham como principal objetivo o apresamento dos indígenas em tribos ou em aldeamentos

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organizados por religiosos. Conciliando a atividade com a busca pelos metais preciosos. Os participantes dessas expedições, fossem entradas ou bandeiras, eram em geral chamados de bandeirantes. O caráter heroico com que impregnaram a imagem desses aventureiros e as homenagens que se prestam a eles ainda nos dias de hoje dificultam a compreensão do funcionamento da sociedade colonial. Mercenários, caçadores de gente numa sociedade escravista, eram responsáveis pela “ordem social”, ou seja, pela manutenção da escravidão e por seu tráfico interno. Seu papel na estruturação da Colônia foi muito mais complexo. As buscas pelo interior intensificaram-se a partir da União Ibérica, rompendo, na prática, as imprecisas demarcações do Tratado de Tordesilhas (1494). As fronteiras internas da América foram transpostas não só por paulistas, mas também por luso-brasileiros das regiões Norte e Nordeste, expandindo, assim, os limites das possessões lusitanas no continente. Ao longo do século XVII, o trabalho dos bandeirantes na exploração do sertão, os jesuítas e membros de outras ordens religiosas (as missões) e a pecuária, alargaram os domínios portugueses na América, que ultrapassaram a linha divisória estabelecida pelo Tratado de Tordesilhas, em 1494. MINERAÇÃO As entradas e bandeiras após muito procurar acabaram por encontrar ouro e, mais tarde, diamantes na colônia, transformando o perfil econômico, social, político e cultural da colônia. Com a atividade mineradora, a economia passou a contar com um novo polo dinâmico, organizado em função da prospecção, extração e comercialização dos metais preciosos. A notícia da descoberta do ouro se espalhou, e, a ausência de órgãos do Estado português fiscalizadores, facilitou o acirramento das disputas por lotes de terras (datas) para explorar os minérios. Em 1708 e 1709, paulistas, os primeiros a chegar a região mineradora e maioria, entraram em conflito com os aventureiros que chegavam à região, chamados de Emboabas. O conflito inevitável conhecido como Guerra dos Emboabas foi causado por que os paulistas se achavam no direito de explorar a região, sem a presença de intrusos. Após muitas batalhas sangrentas os paulistas se retiraram da região, decidindo ir para o oeste, onde descobriram novas jazidas de ouro nos atuais territórios de Goiás e de Mato Grosso.

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Em 1709, o governo português criou a Capitania de São Paulo e Minas do Ouro, sendo em 1720 desmembrada, dando origem as capitanias de São Paulo e Minas Gerais. Em 1702, o governo português criou a Intendência das Minas, órgão encarregado da administração da zona mineradora, e, instituiu o regimento das Minas do Ouro. A circulação de mercadorias, riquezas e comércio cresceram; surgiram novos grupos sociais; as capitanias se integraram, formando uma rede de abastecimento entre nordeste, sudeste e sul. Abriram estradas, cidades surgiram e o intercâmbio cultural era intenso. A região com ouro seria dividida em Datas (lotes), sendo o descobridor da jazida o primeiro a escolher dois lotes, o terceiro pertenceria a Coroa que o leiloava e os demais distribuídos entre os mineradores que demonstrassem interesse em explorá-los. O ouro na região na sua maioria era de aluvião e a garimpagem mais simples dava-se o nome de faisqueira, as unidades de maior produção chamavam-se lavras. A Coroa Portuguesa buscava aumentar suas receitas por meio da arrecadação de impostos na região mineradora (1735-1750). Os principais eram o quinto e a capitação. Após o ápice verificado na década de 1730, a extração dos metais e pedras preciosas diminuía. A mudança econômica coincidiu com alterações políticas. Em Portugal, Sebastião José de Carvalho e Melo, Marques de Pombal, assume o ministério com o objetivo de recuperar as finanças do império, com amplos poderes. A balança comercial deficitária, a concorrência no trafico negreiro, o terremoto que destruiu parte de Lisboa (1755) e a sonegação de impostos e o contrabando de ouro no Brasil tornando-se práticas comuns, levaram Pombal a empreender uma série de reformas, combinando os princípios mercantilistas com orientações de caráter iluminista. Em 1719 a Coroa proibiu a circulação de ouro em pó e determinou a instalação de Casas de Fundição, que transformava o ouro em barras que recebiam o selo real, ao mesmo tempo que se cobrava o quinto. Em 1734, a Coroa portuguesa exigia mais impostos para pagar os déficits com a Inglaterra, determinando uma quantia mínima de 100 arrobas anuais (1500 quilos). No entanto, depois de 1770, a produção de ouro começou a declinar, ficou mais difícil cumprir a exigência portuguesa. Diante do impasse, a Coroa instituiu a derrama, arrecadação forçada do ouro que faltasse.

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ENSINO MÉDIO 3ª. Série Formação Geral RESUMO PARA ESTUDO A REVOLUÇÃO CIENTÍFICA Desde a pré-história a humanidade descobriu muitas “coisas” importantes. Nenhuma dessas descobertas foi realizada por cientistas mas, por pessoas “comuns”, que procuravam resolver os problemas práticos do seu dia-a-dia da sua comunidade. A ciência moderna nasceu na Europa do século XVII. Os principais responsáveis pelas novas idéias sobre a natureza foram os filósofos e cientistas (Galileu Galilei, René Descartes, Francis Bacon, Isaac Newton, outros). A revolução cientifica do século XVII criticou as teorias dos gregos antigos Aristóteles e Ptolomeu, que a inda predominavam nas universidades. A visão aristotélica se preocupava em descrever a natureza do que explicá-la. Os “novos” pesquisadores só confiavam nos conhecimentos que pudessem ser comprovados pelas experimentações. O método científico descreve e explica os fatos. Toda pesquisa científica parte de algum problema a ser resolvido. Por exemplo: O que causa as ondas do mar? O cientista utiliza os seus conhecimentos para formular uma hipótese (tentativa de explicação). Para testar suas hipóteses, os cientistas fazem experiências e observações, pegam os dados e procuram ver como ele se relacionam. Tudo pode ser questionado; nenhum conhecimento é definitivo; sempre é possível se aprender mais sobre o mundo. A importância da matemática é medir quantidades; as leis da ciência deveriam ser descritas com fórmulas matemáticas. Galileu Galilei questionava a idéia da Terra ser o centro do universo e depois de descobrir que o Sol apresentava manchas e que a Lua tinha vales e crateras, reforçou a teoria heliocêntrica de Copérnico. A Igreja Católica o perseguiu e para dar continuidade aos seus estudos, reconheceu que estava errado. O pensador francês René Descartes (1596-1650) demonstrou como a matemática poderia ser utilizada para descrever as formas e os movimentos dos corpos. Ele inventou a Geometria Analítica e a Lógica Dedutiva. A partir da célebre frase: “Penso, logo existo”, acreditava que tinha encontrado a primeira e definitiva verdade. A partir daí, usando o raciocínio matemático, deduziria outras verdades. Utilizando apenas a sua razão (raciocínio), o Ser humano é capaz de descobrir todas as verdades sobre a vida e o

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Universo, era o Racionalismo Cartesiano. Francis Bacon (1561-1626) mostrou a importância da experimentação para a aquisição dos conhecimentos científicos, utilizando a Lógica Indutiva. Uma verdade obtida através das experiências é Empírica. Surge a Filosofia Empírica. O inglês Isaac Newton (1642-1727) foi um dos maiores gênios da humanidade. Matemático e principalmente físico, utilizou-se da matemática para descobrir as principais leis da física – F=m.a; a lei da gravitação universal; as propriedades da luz; a idéia de compreender o Universo como um grande relógio – MECANICISMO. RAZÃO E DEVOÇÃO Período que mantém fortes traços da sociedade feudal e aspectos típicos do novo sistema capitalista, ainda em formação. A cultura pode ser dividida em renascimento, barroco e o que mais a frente chamaremos de iluminismo, não existindo uma separação muito nítida entre eles. O renascimento exaltava o humanismo e o racionalismo – retorno a Antiguidade Clássica. Sua fase final se deu com a Contra-Reforma Católica, iniciada pelo Concílio de Trento (1545-1563). As mudanças nas artes plásticas e na cultura passava a afirmar-se a partir do pensamento religioso da Contra-Reforma, que exaltava a emoção no lugar da razão, a fé mais do que a experiência científica. Surge o Barroco. Entretanto, nem toda a Europa aderiu. O Barroco coexistia com o Classicismo. Predominava a visão racionalista de mundo. A produção cultural se deslocou do domínio da Igreja (SAGRADO) para o das pessoas comuns (PROFANO,LEIGO). Era a LAICIZAÇÃO CULTURAL ou DESSACRALIZAÇÃO. No âmbito político o avanço se manifesta com a formação de uma burocracia racional. Na ciência, resulta no triunfo do método experimental. KEPLER, NEWTON, DESCARTES, PASCAL, TORRICELLI e outros, combinam razão matemática com método experimental. Formulam novas leis. Era o pensamento cartesiano. As mudanças ocorriam no campo filosófico, político e literário. AS GUERRAS E O EQUILÍBRIO EUROPEU

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No início do século XVII, os países europeus tinham forças equivalentes, disputavam a hegemonia do continente e o controle de mercados e territórios. A situação provocava instabilidade e guerras constantes. A guerra era um recurso utilizado com freqüência. A Espanha era uma potência, dominava vasto território e controlava rotas comerciais entre a América e a Europa. A Holanda era a maior potência comercial da Europa. Na França imperava o absolutismo e o país sofria com constantes conflitos entre católicos e protestantes. Na Inglaterra ocorria um grande acúmulo de capital graças ao comércio colonial. O Sacro Império era fragmentado entre diversos governos autônomos. Disputas pelo controle dos mercados mundiais e as lutas religiosas, deixavam o equilíbrio entre as nações frágil. Suécia, Dinamarca, Polônia e Rússia desentendiam-se por questões territoriais. O Império Turco Otomano ameaçava regiões do Sacro Império Germânico e da Península Itálica. A França e o Sacro Império Germânico se rivalizavam, dando origem a GUERRA DOS TRINTA ANOS (1618-1648). A dinastia HABSBURGO procurava unificar os territórios autônomos, a partir da imposição do catolicismo. Os protestantes reagiram organizando a Liga Evangélica, em resposta, os príncipes católicos se uniram na Liga Sagrada. A questão do Sacro Império tornou-se, então, um problema internacional. França X Sacro Império apoio apoio

Holanda Espanha Portugal e Península Itálica dominados pela Espanha se revoltavam. Espanha se enfraquecia e os Habsburgos entravam em negociações para terminar a guerra. O Tratado de Westfália marcou o fim da guerra. A França vencedora incorporou a seu território a Alsácia e outros domínios. Começa a hegemonia francesa na Europa. O Sacro Império perdeu territórios, a Holanda se tornou independente (assegurou-se a liberdade de culto, confiscou-se as terras da Igreja Católica). A Espanha perdeu territórios para França. Em 1667 eclodiu a Guerra da Devolução entre França e Holanda, motivada pelo desenvolvimento econômico da França e sua política protecionista. A França vence e anexa territórios. A supremacia francesa e a anexação de territórios provocaram reações. Em 1681, Espanha, Inglaterra, Países Baixos e regiões do Sacro Império se

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uniram na Liga de Augsburgo, venceram os franceses (1697), que tiveram de devolver territórios. REVOLUÇÃO INGLESA Durante mais de um século, as guerras, foi à forma de afirmação dos Estados Modernos Europeus. O estado buscava assegurar o domínio de seu território e de suas colônias, consolidava o controle de rotas comerciais, garantia sua influência em lutas dinásticas e disputava com outros estados a hegemonia na Europa. Com tantos interesses em jogo, a Europa se transformou em um grande barril de pólvora. os conflitos ocorreram, e, a Inglaterra, emergiria deles como a grande potência européia, pronta para conquistar a hegemonia mundial. Antes disso, a Inglaterra passou no plano interno por duas graves agitações. No plano externo, em 1618, a eclosão da Guerra dos Trinta Anos deu inicio a um novo equilíbrio europeu. O enfraquecimento dos Habsburgos (Espanha e Sacro Império), o fim da União Ibérica, a independência dos Países Baixos. Durante o século XVI, a economia inglesa teve um grande desenvolvimento comercial, com o surgimento de grandes empresas monopolistas que impediam a livre concorrência e barravam o acesso das pequenas e médias empresas ao mercado. A burguesia inglesa se dividiu em relação à política econômica do governo. Os grandes comerciantes apoiavam o monopólio, os pequenos e médios empresários lutavam pela liberdade de comércio. No contexto político a Magna Carta estabelecia a limitação do poder do rei, que governa junto ao Parlamento. Em 1603, a morte da rainha Elisabeth deixou vago o trono da Inglaterra. Jaime Stuart, rei da Escócia, assumiu o trono, com o objetivo de restaurar o absolutismo de origem divina e perseguir os puritanos. Jaime I entrou em colisão com amplos setores da sociedade inglesa. O estabelecimento de novos impostos levou ao choque com o Parlamento, sendo o mesmo dissolvido em 1618. Com a dinastia Stuart, os problemas se agravaram, a política mercantilista favorecia a grande burguesia e a nobreza em detrimento dos pequenos e médios empresários. A política absolutista dos Stuart exigia grande recursos financeiros, que só seria possível com o aumento dos impostos.

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Em 1625, Carlos I, filho de Jaime I, assume o poder tentando impor o anglicanismo aos calvinistas escoceses, dissolveu o parlamento e restaurou antigos impostos. Criando um clima de guerra entre o rei e o parlamento. Em 1628, o rei dissolve o parlamento. Em 1640, os calvinistas escoceses invadem o território inglês, rebelando-se contra Carlos I, que tentava impor a eles a religião anglicana. Buscando superar a crise, o rei convoca o parlamento após 12 anos. As tropas inglesas derrotam os escoceses e o rei continua mantendo o exército em prontidão. O parlamento e a burguesia proíbem o rei de manter o exército convocado, mas, não são atendidos. Em 1642, começa a guerra civil, de um lado, as forças fiéis ao rei, os cavaleiros (antiga nobreza católica e anglicana), de outro, partidários do parlamento, os cabeças redondas (pequena e média nobreza, burguesia e população ligada aos ofícios urbanos – em geral, calvinistas puritanos), liderados por Oliver Cromwell. As tropas do parlamento vencem o conflito conhecido com Revolução Puritana, sendo o rei preso, julgado e decapitado em 1649. A Inglaterra passou a ser governada pelo parlamento, sob a liderança de Oliver Cromwell. A monarquia foi extinta, mas, na prática, os ingleses viviam sob a ditadura de Oliver Cromwell. O governo de Cromwell caracterizou-se por adotar uma política agressiva de fortalecimento do comércio internacional. Em 1651, o parlamento aprovou o Ato de Navegação (estabelecia que todas as mercadorias importadas por qualquer país europeu fossem transportadas por navios ingleses ou de seus próprios países, sendo o Capitão e pelo menos três quartos da tripulação dos navios britânicos), provocando uma guerra com a Holanda (1652-1654). Vitoriosa, a Inglaterra torna-se a grande potência naval da Europa. Cromwell esmagou os seus opositores e estabeleceu a supremacia da burguesia. Só os proprietários deveriam deter o poder político, desprezando as camadas populares. Oliver Cromwell morreu em 1658 e foi sucedido pelo filho, Richard, que ficou menos de um ano no poder. Sem habilidade política foi destituído do cargo pelo parlamento. Em 1660, o trono passou as mãos de Carlos II, filho de Carlos I. É o retorno dos Stuarts ao poder (RESTAURAÇÃO). Carlos II e, principalmente, seu sucessor Jaime II, insistiram em adotar as políticas semelhantes às de seus antecessores. Centralizaram o poder, favoreceram os católicos e anglicanos e se aproximaram dos franceses. Em 1688, o parlamento decidiu depor o rei e escolheu Guilherme de Orange para governar. Era a Revolução Gloriosa. O novo rei se comprometia a respeitar e cumprir o BILL OF RIGHTS (Declaração de Direitos), votado pelo Parlamento.

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A Revoluções Inglesas permitiram a formação da Monarquia Parlamentar que ampliava a participação da sociedade no poder, principalmente da classe burguesa, que organizaria as condições para o desenvolvimento do capitalismo na Inglaterra. A SUPREMACIA INGLESA Em 1700, morreu Carlos II da Espanha. Como não tinha herdeiros diretos, legou por testamento a Espanha e todos os seus territórios ao neto de Luís XIV, rei da França, o duque de Anjou, Filipe. Coroado com Filipe V, foi reconhecido por todos os soberanos da Europa, exceto, pelo Imperador do Sacro Império. Tudo mudou quando Luís XIV concedeu ao seu neto direito à coroa francesa. A possibilidade de que Espanha e França viesem a se unir sob a mesma coroa assustou os demais países europeus. Inglaterra, Holanda e o Sacro Império, se aliaram contra os Bourbon (Espanha e França). Em 1702, ocorre as hostilidades, desencadeando a Guerra de Sucessão da Espanha. A guerra prolongou-se por vários anos, levando ambos os lados ao esgotamento. A paz foi negociada a partir de 1713 pelos tratados de Utrecht e Ramstadt. Filipe V só governaria a Espanha, a Inglaterra obteve o território de Gibraltar e Minorca da Espanha e dos franceses territórios na América do Norte. Além dos territórios, os ingleses conquistaram o monopólio do tráfico de escravos para as colônias espanholas e a permissão de enviar um navio por ano cheio de mercadorias para a região. A supremacia inglesa viria com a Guerra dos Sete Anos (1756-1763), envolvendo Inglaterra, Prússia e Sacro Império contra a França, Rússia e Espanha. A vitória inglesa permitiu com o Tratado de Paris (1763), anexar parte do atual Canadá (França), a Flórida (Espanha) e a Índia. Essas conquistas permitiram a Inglaterra acesso as fontes de matérias-primas e aos mercados consumidores. REVOLUÇÃO INDUSTRIAL o conceito; as invenções como fruto da necessidade. As transformações ocorridas desde a Baixa Idade Média, com o aparecimento das Corporações de ofício e do renascimento das cidades e do comércio, resultaram no desenvolvimento de uma mentalidade voltada para o enriquecimento e para a acumulação: uma mentalidade capitalista que resultou na Revolução Industrial. As Grandes Navegações (XV e XVI) expandiram as atividades econômicas, surgindo

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novos produtos e aumentando o mercado europeu. Para atender a demanda crescente por produtos, surgiram métodos mais eficientes de produção. A produção manual que antecede à Revolução Industrial conheceu duas etapas bem definidas, dentro do processo de desenvolvimento do capitalismo: o artesanato foi a forma de produção característica da Baixa Idade Média, durante o renascimento urbano e comercial, sendo representado por uma produção de caráter familiar, na qual o produtor (artesão) possuía os meios de produção (era o proprietário da oficina e das ferramentas) e trabalhava com a família em sua própria casa, realizando todas as etapas da produção, desde o preparo da matéria-prima, até o acabamento final; ou seja não havia divisão do trabalho ou especialização para a confecção de algum produto. Em algumas situações o artesão tinha junto a si um ajudante, porém não assalariado, pois realizava o mesmo trabalho pagando uma “taxa” pela utilização das ferramentas. É importante lembrar que nesse período a produção artesanal estava sob controle das corporações de ofício, assim como o comércio também se encontrava sob controle de associações, limitando o desenvolvimento da produção. A manufatura, que predominou ao longo da Idade Moderna e na Antiguidade Clássica resultou da ampliação do mercado consumidor com o desenvolvimento do comércio monetário. Nesse momento, já ocorre um aumento na produtividade do trabalho, devido à divisão social da produção, onde cada trabalhador realizava uma etapa na confecção de um único produto. Era a especialização do trabalhador. A fabricação de cada mercadoria passou a ser dividida em várias etapas, num processo conhecido como produção em série. Essas mudanças permitiram mercadorias mais baratas, aumentando a margem de lucro e o mercado consumidor. A ampliação do mercado consumidor relaciona-se diretamente ao alargamento do comércio, tanto em direção ao oriente como em direção à América. Outra característica desse período foi à interferência do capitalista no processo produtivo, passando a comprar a matéria-prima e a determinar o ritmo de produção. A transformação mais importante no modo de produção, porém, foi causada pelo emprego de máquinas movidas a vapor nas unidades fabris, o que selou a passagem da produção artesanal domiciliar para a produção em grande escala. Surgiam as indústrias modernas. O trabalhador perdia o controle de suas atividades, tornou-se apenas uma parcela da produção geral. Os técnicos sob o comando dos empresários controlavam a produção. As fábricas modificaram as sociedades, tornando-se símbolo da Revolução Industrial. Alteraram as relações de trabalho e a paisagem. As fábricas foram responsáveis pelo

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desenvolvimento de grandes cidades. Um cenário dominado por chaminés e por multidões de trabalhadores, marcado por sério desequilíbrio ambiental. A Inglaterra foi o primeiro país a reunir as condições necessárias para o desenvolvimento do sistema fabril. Entre os seus aspectos destaca-se: 1. O controle de vasto mercado consumidor externo com as Grandes Navegações e o aumento do mercado interno; 2. A acumulação de capital (dinheiro e equipamentos) ligados ao comércio marítimo, ao tráfico de escravos, à exploração colonial, tratados comerciais e outros. 3. A disponibilidade de mão-de-obra e matéria-prima com os cercamentos dos campos (ENCLOSURES) e a demanda de artesãos que não podiam competir com o crescimento da produção fabril. 4. O advento da Monarquia Parlamentar que permitia aos burgueses representação no Parlamento 5. A disponibilidade de carvão e ferro, matérias-primas necessárias para a indústria e uma ideologia (calvinista) que valorizava o enriquecimento e o trabalho. Na Inglaterra, a produção de tecidos, por uma série de razões, foi um dos primeiros setores a desenvolver o sistema fabril, com forte mecanização. Não havia controle pelas Corporações de Ofício, o preço do algodão era mais barato, havia mercado consumidor, condições que permitiram aos tecidos de algodão expandir seu mercado. Mas, para competir com o produto indiano, mais barato e de melhor qualidade, precisaram aperfeiçoar os métodos de produção. As invenções foram fundamentais para o desenvolvimento da indústria. O desenvolvimento industrial têxtil incentivou outros setores. O desenvolvimento da metalurgia do ferro, a locomotiva e o barco a vapor. No âmbito social, surgiu o proletariado, com baixos salários, exploração do trabalho feminino e infantil, com longas jornadas e péssimas condições de trabalho e vida. ILUMINISMO

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A Revolução Inglesa impressionou os europeus, especialmente franceses. Ficaram maravilhados pela liberdade política, religiosa e econômica. No século XVIII, o regime político inglês e as idéias liberais de John Locke serviram de base para os pensadores iluministas. Os iluministas buscavam como objetivo livrar os seres humanos da ignorância, da irracionalidade do Antigo Regime (Absolutismo, Mercantilismo, Sociedade Estamental, Intolerância da Igreja Católica). Os princípios mercantilistas projetavam socialmente os burgueses, mas, os privilégios estavam com o clero e nobreza, respaldados em uma organização social justificada pela vontade divina. Os iluministas acreditavam que deveriam esclarecer os outros indivíduos, valorizando a razão (RACIONALISMO), a experimentação e a investigação do conhecimento, buscando conhecer a verdade para conquistar a liberdade e a plena autonomia intelectual. Um governo só seria justo quando garantisse a liberdade e a igualdade de todos perante a lei. Os intelectuais procuravam destacar a importância das iniciativas individuais e das leis naturais para o estabelecimento das relações sociais, políticas, econômicas e religiosas. Só a luz da razão poderia acabar com o preconceito, a ignorância e as superstições, assim a humanidade conhecerá o progresso e a felicidade. A razão se tornava um instrumento para modificar o mundo. A maioria das pessoas aceitavam a opressão do Antigo Regime, diziam os iluministas que os homens são produto da educação e da sociedade em que vivem. O Estado defendido pelos iluministas fundamentava-se na idéia de Contrato Social, preservando os direitos dos indivíduos. A filosofia iluminista fortalecia as reivindicações burguesas. Muitos filósofos eram Deístas, acreditavam em Deus (EXISTÊNCIA), entretanto Ele só agiria indiretamente sobre a realidade, por intermédio das leis da natureza. Amar a Deus é amar a natureza. As leis da mecânica de Newton eram apreciadas pelos filósofos. O universo funcionava como se fosse um imenso mecanismo de relógio e Deus era chamado de Supremo Relojoeiro. Essa maneira de ver o universo é chamada de MECANICISMO. Os teóricos iluministas eram contra a intervenção do Estado na economia que limitava o desenvolvimento das atividades econômicas. Os FISIOCRATAS defendiam que a agricultura constituía a principal fonte geradora de riqueza, seu principal representante foi François Quesnay. Outro representante fisiocrata consagrou o lema “laissez faire, laissez passer” (deixe fazer, deixe passar), um dos princípios do LIBERALISMO ECONÔMICO. Essas idéias influenciaram Adam Smith, fundador do Liberalismo Econômico, que defendia o trabalho como base de toda riqueza e que eram contra o

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protecionismo e defendiam o trabalho assalariado. Entre os principais pensadores iluministas, destacam-se: 1. John Locke (1632-1704) – filosofo inglês, que não acreditava nas idéias inatas (idéias que, nascidas conosco, são como que a marca do criador no ser criado à sua imagem e semelhança). Formulou a teoria do Estado Liberal e da propriedade privada. 2. Voltaire(1694-1778), defendeu a tolerância e a Monarquia Constitucional e criticava ferozmente o clero (Anticlericalismo). Defendeu uma forma de governo em que um déspota se fosse esclarecido, poderia instaurar em seu país, a tolerância e a liberdade religiosa, destruir a servidão, instruir povos e modernizar o Estado (DESPOTISMO ESCLARECIDO). Na prática, os filósofos perceberam seu engano, um déspota é sempre um déspota. 3. Montesquieu (1689-1755) – defendeu a organização do Estado em três poderes autônomos: legislativo, executivo e judiciário. 4. Diderot e D’ Alembert, foram os responsáveis pela Enciclopédia, obra que reunia todo o conhecimento existente naquele período. 5. Jean-Jacques Rousseau (1712-1778), buscou analisar as razões das desigualdades sociais. Segundo ele, o ser humano é naturalmente bom, mas, a sociedade o corrompe, gerando desigualdade social, escravidão e tirania. Questionava a crença no progresso contínuo da humanidade. Defensor da soberania popular, suas idéias influenciaram os revolucionários franceses em 1789. AS 13 COLÔNIAS INGLESAS DA AMÉRICA DO NORTE

A colonização inglesa na América do Norte não foi realizada pelo Estado, mas, por empresas privadas. O processo de ocupação desde o começo do século XVII, teve enorme fluxo de europeus (500 mil) em busca de oportunidades nas novas terras. As razões para que tantos europeus, principalmente ingleses, deixassem suas terras foram diversas. O desemprego, a miséria social, as perseguições políticas e religiosas dos séculos XVI e XVII.

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A ocupação de fato só se deu a partir de 1607, quando um grupo de colonos ingleses fundou a Virgínia. Com a chegada de grande afluxo de colonos, a região, logo se transformou em principal exportadora de fumo. Ao sul da colônia da Virgínia, surgiram depois a Carolina do Norte, a Carolina do sul e a Geórgia. O clima e solo da região permitiram o plantio de produtos tropicais de exportação, como o arroz, algodão e fumo. O cultivo, conhecido como plantation, era realizado em grandes propriedades monocultoras sob o regime de trabalho escravo, semelhante à América Portuguesa. Estabelecia-se na região uma sociedade aristocrática, aonde uma minoria tinha o poder. Ao norte da Virgínia, surgiu outro conjunto de colônias com características diferentes. Em 1620, um grupo de Puritanos ingleses desembarcou do navio Mayflower e fundou a colônia de Massachusetts. Logo depois surgiram outras três colônias, formando a Nova Inglaterra. Um solo rochoso com poucas planícies férteis, um clima semelhante ao europeu e com colonos, em sua maioria, sem recursos financeiros para administrar extensas propriedades, fez surgir um sistema econômico baseado na pequena propriedade familiar da terra e no trabalho livre. A existência de madeira em florestas vizinhas, estimulou a construção de navios e a atividade pesqueira. Estabelecia-se na região uma sociedade de classes. A Coroa Inglesa estava mais interessada em explorar os produtos tropicais no sul das Treze Colônias, não impondo a Nova Inglaterra, a política de monopólios. A chamada Negligência Salutar Inglesa permitiu liberdade político-econômica para as colônias do centro-norte da América do Norte. Envolvida em disputas internas e externas, a Inglaterra não exercia um controle rígido sobre as colônias. Mesmo, assim, a Coroa financiava a ida de muitos imigrantes, concedendo-lhes direito de se reunir em assembléias e votar suas próprias leis e impostos. Ao chegar à nova terra, as pessoas estabeleceram formas de poder político coerente com suas concepções e experiências. Surgia à política do auto governo (self-government). Mesmo o rei nomeando governadores para as colônias, com poder de veto, as assembléias, com representantes eleitos pelos próprios colonos, impuseram uma tradição de respeito às decisões da assembléia. Em algumas colônias, muitos governadores, chegaram a ser eleitos pelos colonos. Era a gênese da cidadania norte-americana. Processo de independência A exploração colonial na América foi regida pelo pacto-colonial. A metrópole detinha o controle das atividades econômicas da colônia como forma de manter a balança

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comercial favorável. Nas Treze colônias apenas a região sul seguiu essa regra, o norte com poucos atrativos para a metrópole, fez surgir núcleos coloniais com relativa independência, criando organização política própria, intenso comércio com outras regiões e um incipiente processo de industrialização. Essa situação se alterou a medida que a Inglaterra foi se tornando a maior potência européia, desencadeando a revolução industrial. Para sustentar o desenvolvimento econômico, os ingleses, decidiram ampliar a exploração colonial, buscando mais matéria-prima e mercados consumidores. Com as mudanças, os colonos perceberam que seus interesses eram muito diferentes dos interesses da metrópole, influenciados pelas idéias iluministas. A Guerra dos sete anos (1756-1763) entre França e Inglaterra, permitiu aos ingleses o domínio do comércio ultramarino e de diversas regiões coloniais, apoderando-se de vários territórios na América do Norte e Índia. Mesmo, com a vitória, os cofres públicos ingleses estavam vazios. Era necessário recuperar as finanças como forma de organizar e fortalecer a economia do país. Como primeira medida, em 1763, o rei inglês Jorge III, proibiu os colonos ingleses na América de ocupar as terras do interior do continente, tomadas da França e destinadas à reserva indígena. Em 1764, foi criada a Lei do Açúcar, que criava taxas adicionais às importações de vários produtos, entre os quais, o melaço. Em 1765, a Lei do Selo, obrigava os colonos a afixar selos em toda a produção impressa (jornais, folhetos, documentos legais, etc). O rei Jorge III justificava essas leis argumentando que os colonos deveriam ajudar a pagar as dívidas com a guerra, contraídas, também, a favor dos interesses deles. Os norte-americanos não aceitaram essas leis, alegando que eram impostos disfarçados e como cidadãos ingleses, só poderiam aceitar impostos aprovados por seus representantes no Parlamento Inglês. Como não tinham representação, julgavam que não deveriam pagar impostos votados pelo Parlamento. Com a reação dos colonos, o governo britânico ficou sem saída e suspendeu a lei do selo e do açúcar, adotando outras medidas. Uma delas criada em1773, a Lei do Chá, concedia à Companhia das Índias Orientais a exclusividade na venda do chá inglês na América. Os colonos reagiram e promoveram a Festa do Chá, em Boston. Em represália, a Inglaterra decretou, em 1774, um conjunto de leis, chamadas pelos norte-americanos de LEIS INTOLERÁVEIS (fechamento do porto de Boston, cerceamento da liberdade dos colonos, etc). A situação ficou insustentável, levando os colonos a se reunirem no Primeiro

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Congresso da Filadélfia, decidindo não aceitar nenhuma taxação sem representação política e boicotando qualquer relação econômica com a Inglaterra. A tensão levou em 1775 ao conflito armado, ocorrendo os primeiros combates entre ingleses e norte-americanos. Em maio de 1775, ocorre, o Segundo Congresso de Filadélfia, decidindo os colonos pela separação. Em 04 de julho de 1776, foi aprovada a Declaração de Independência, redigida pelo jurista Thomas Jefferson. A guerra estava em franca evolução. Foi enviado a Europa para conquistar aliados e o reconhecimento da causa norte-americana o político Benjamin Franklin. O Marquês de La Fayette reuniu um exército e partiu para a América do Norte. Em 1778, França, Espanha e Holanda, ajudavam as tropas dos colonos. Em 1781, o exército inglês foi derrotado, sendo assinado em Paris (1783), o Tratado de Versalhes, concedendo territórios nas Antilhas e África à França e a Flórida aos espanhóis. As Treze Colônias da América do Norte estendeu seu território até o rio Mississipi. Inicialmente as ex-colônias se organizaram na forma de uma Confederação com Treze Estados Independentes. Os norte-americanos convocaram uma Convenção e concordaram em se organizar em uma União dirigida por um poder central forte. Com alguma resistência de Estados membros constituísse em Estados Unidos da América do Norte. Inovador por ser uma República Federativa Presidencialista e por adotar o sistema de divisão e equilíbrio entre os poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, inspirando uma Constituição a partir das idéias de Montesquieu e John Locke. Entretanto, o comando de uma elite de comerciantes e senhores de terras e escravos no processo de independência, fez a todo custo preservar a estrutura existente, não por acaso a escravidão foi mantida e a escolha do presidente da república era através de um complicado sistema eleitoral. Apesar de seus limites, a Independência das Treze Colônias, transformou-se numa ameaça ao sistema colonial e contribuiu para a eclosão da Revolução Francesa. REVOLUÇÃO FRANCESA No final do século XVII, a situação econômica e social da França era gravíssima. Os camponeses formavam 85% da população francesa, submetidos a terríveis obrigações feudais. Passavam fome e viviam em condições subumanas. Nas cidades os chamados Sans-culottes (artesãos, operários e pequenos lojistas) sofriam com os altos preços dos alimentos e dos impostos cobrados pelo Estado. Os burgueses pagavam altos impostos e dispunham de pouco capital para investir em seus negócios.

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O Estado francês empregava o dinheiro dos impostos para sustentar o luxo da corte e da nobreza. Não havia incentivo ao crescimento das atividades comerciais e industriais. A nobreza e o clero recebiam “gordas” pensões do Estado e praticamente não pagavam impostos. Ou seja, o Terceiro Estado, o povo francês (desde os famintos camponeses até os ricos burgueses) arcava com os impostos para sustentar o Estado e os privilégios do Clero (Primeiro Estado) e da nobreza (Segundo Estado). A insatisfação era geral. O descontentamento popular se juntou as idéias iluministas, que pregavam igualdade e liberdade. Sucessivas enchentes, secas e nevascas, levaram a queda da produção agrícola e o aumento dos preços dos alimentos. Para complicar o Estado gastava mais do que arrecadava. O Estado estava falido e alguns ministros sugeriam ao rei Luís XVI que os nobres deveriam pagar impostos. A nobreza não aceita e Luís XVI convoca a Assembléia dos Estados Gerais. A Assembléia reunia 900 deputados que representavam os três Estados da sociedade francesa. A assembléia era meramente consultiva, o rei não tinha obrigação de segui - lá. A burguesia representava o Terceiro Estado, a maioria na Assembléia, sugerindo que não suportavam mais a tirania da Nobreza, do clero, do Absolutismo. A nobreza deixou claro sua intransigência e chegaram a propor que o Terceiro estado pagasse mais impostos. Diante da intransigência da nobreza, os deputados do Terceiro Estado resolveram se reunir em outro salão, se declaram em Assembléia Nacional, com o objetivo de criar uma Constituição para França. A idéia era implantar uma nova ordem sem tumultos. O problema é que nem o rei, nem os nobres, estavam dispostos a perder seus privilégios. Reagiram com violência. A fase pacífica da revolução tinha terminado. O rei tentou com a força das armas dissolver a Assembléia, no entanto, a revolução estava nas ruas. Os sans-culottes invadiram os arsenais e marcharam em direção à Bastilha, antiga prisão, símbolo do absolutismo francês. A queda da Bastilha, no dia 14 de julho de 1789, marcou o início simbólico da Revolução Francesa. No interior os camponeses se rebelavam, invadiam castelos, tomavam terras. Na Assembléia Nacional decretavam o fim de todos os privilégios feudais (NOITE DO GRANDE MEDO-1789). E, em agosto de 1789, a Assembléia aprovou a célebre, Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, que foi a base da Constituição de 1791, que estabelecia a igualdade civil, a divisão do poder em três (executivo, legislativo e judiciário) e a adoção da Monarquia Constitucional. Todos pagariam impostos e os

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bens da Igreja Católica foram confiscados pelo Estado. A revolução tinha sido feita pelo Terceiro Estado, mas, a burguesia tinha sido a principal beneficiada com a liberdade de mercado e a inviolabilidade da propriedade privada. As camadas populares se sentiam prejudicadas. Os camponeses não tinham terra, o voto era censitário (metade dos franceses votavam) e os trabalhadores não podiam formar associações para defender seus direitos. Exigiam mudanças. Contavam com o apoio de deputados radicais da pequena burguesia (Robespierre) que estavam dispostos a aprofundar a revolução. A nobreza e os reis absolutistas de outras nações européias temiam as idéias da Revolução Francesa e com a ajuda de nobres “emigrados” invadiram a França. No início, as tropas invasoras venceram inúmeras batalhas, mas, os franceses com bravura se uniram e derrotaram os invasores. Desconfiava o povo francês que o rei Luís XVI ajudava os invasores com informações importantes. Desconfiança confirmada, Luís tentou fugir. Preso, foi mandado para prisão a espera de julgamento. A França tinha se tornado uma República, quem governava era uma Assembléia chamada Convenção, eleita com sufrágio universal masculino. Três partidos formavam a Convenção: a Gironda, alta burguesia que não queriam novas mudanças, temiam que a agitação popular prejudicasse os negócios, defendiam a propriedade privada e o liberalismo econômico; a Planície ou Pântano, representavam a alta burguesia, eram de centro e tentavam moderar os conflitos e a Montanha ou Jacobinos, representavam a pequena burguesia e defendiam os interesses dos sans-culottes e dos camponeses, o bem estar social e o controle da economia pelo Estado. O rei Luís XVI é julgado e executado, levando os aristocratas e os regimes absolutistas europeus a temerem a difusão das idéias da revolução. As maiores potências da Europa formaram uma nova coligação (Inglaterra, Áustria e Prússia) e atacaram a França. Os exércitos inimigos venceram batalhas e avançaram com rapidez. Os jacobinos propuseram tomar “emprestado” dos ricos uma grande fortuna para equipar o exército e limitar o aumento dos preços dos cereais. Os girondinos foram contra e os jacobinos denunciaram a moderação dos girondinos como responsáveis pelas derrotas francesas. Dezenas de milhares de sans-culottes armados invadiram a Convenção e prenderam os deputados girondinos. Agora, o poder estava nas mãos dos jacobinos. A contra-revolução avançava. Monarquistas e girondinos estimulavam rebeliões contra a Convenção. Sabotagem, aumento de preços e o assassinato de Marat (líder jacobino). Para a revolução ser salva deveria contar com o apoio popular. Implantou-se a lei do máximo, uma nova Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão foi elaborada, também uma nova Constituição (1793), com direito ao voto, ao trabalho e à educação

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para todos. Ocorre uma reforma agrária, criou-se impostos para os ricos. A formação do Comitê de Salvação Pública, liderado por Robespierre, realizou uma repressão implacável aos “inimigos” da revolução. Foi o período do Terror. A nação inteira foi mobilizada para guerra. O exército era formado por “soldados-cidadãos”. A revolução saiu vencedora e a grande burguesia se preparava para retornar ao poder. O clima de terror levava os jacobinos a discordarem uns dos outros, ficaram divididos e enfraquecidos. Robespierre queria que seu poder controlasse toda a sociedade. Robespierre ficou isolado e os jacobinos perderam o apoio dos sans-culottes e atraíram a raiva da burguesia e da Planície. A grande burguesia reassumiu o controle da revolução com um golpe chamado de Reação Termidoriana. A repressão contra os simpatizantes dos jacobinos foi implacável. A Convenção ficou dominada pelos políticos do Pântano. Ela fechou organizações jacobinas e ordenou que o povo entregasse suas armas para a Guarda Nacional. Uma nova Constituição foi elaborada: o governo agora era exercido por uma Assembléia denominada Diretório, eleita com voto censitário. As medidas sociais dos jacobinos foram anuladas: o governo parou de dar assistência aos desempregados e a Lei do máximo foi abolida. Os preços subiram e muitos burgueses enriqueceram com a especulação. O Diretório era considerado revolucionário pelos países europeus que ainda viviam o Antigo Regime. Não por acaso a França continuava em guerra. O problema é que o Diretório não conseguiu firmar sua autoridade sobre o país. A burguesia queria a estabilidade política. PERÍODO NAPOLEÔNICO Após 10 anos do início da Revolução, a França estava longe da estabilidade política, econômica e social. De um lado as camadas populares exigiam medidas capazes de acabar com a pobreza e a miséria, do outro lado, a burguesia, via seus negócios sucumbirem em função das constantes crises econômicas e políticas. Além de vários países europeus conspirarem contra o regime revolucionário francês. Surgia com o respeito e a fama adquiridos nos combates, a figura de um jovem general, Napoleão Bonaparte. Era a alternativa política para solucionar os problemas franceses. Visto como herói, considerado como líder pela burguesia e respaldado por tanta popularidade, comandou em 1799 um golpe de Estado contra o Diretório, tomando o poder (GOLPE 18 BRUMÁRIO). Um mês depois Napoleão colocou em vigor uma nova Constituição e criou o Consulado.

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Apoiado pela população e com amplos poderes, Napoleão procurou restabelecer a ordem interna, reorganizar a administração pública e reduzir a inflação. A economia voltou a crescer, as relações com a Igreja Católica se restabeleceram e foi criado o Código Civil (Código Napoleônico), reunindo princípios do Direito Romano, das Ordens Reais, da legislação civil e criminal, vigente durante a Revolução Francesa. No plano externo, Napoleão conseguiu estabelecer a paz através de vitórias militares e de negociações diplomáticas. O acordo de paz assinado com a Inglaterra pôs fim a anos de conflitos. Isto aumentou o prestígio de Napoleão que em 1804 através de um plebiscito torna-se Imperador. A paz firmada com a Inglaterra durou pouco. Em 1803, a Inglaterra aliou-se a Rússia e Áustria para combater a França. As guerras napoleônicas geraram mudanças no mapa da Europa, o Sacro Império Romano-Germânico deu lugar a Confederação do Reno. Napoleão obtinha vitórias e anexava territórios, mas, a grande ameaça era a Inglaterra. Napoleão tentando minar as forças inglesas, em 1806, impôs o Bloqueio Continental. Com o objetivo de fazer cumprir o bloqueio, Napoleão invadiu a Espanha e logo depois Portugal (1807). Como conseqüência desta invasão à península ibérica, a Família Real Portuguesa fugiu para sua colônia na América (Brasil), escoltada por navios ingleses. A queda do rei de Espanha e a fuga da Família Real, contribuíram para a independência das colônias latino-americanas. Apesar do domínio de grande parte da Europa Ocidental, o Império começava a se esgotar. O prestígio de Napoleão na frança estava abalado em conseqüência de seu poder autoritário e da continuidade das guerras. No plano externo, Napoleão não conseguia vencer os ingleses e a Rússia rompe com a França e se aproxima dos ingleses. Em represália, Napoleão e suas tropas invadiram a Rússia, em 1812. A invasão foi um desastre para o exército francês, que quase foi aniquilado pelo inimigo, retornando a França. A derrota de Napoleão fortaleceu a Inglaterra e levou o mesmo a renunciar ao trono e se exilar, em 1814, na ilha de Elba. É restabelecida a Dinastia Bourbon e sobe ao trono Luís XVIII. Com o retorno dos Bourbons ao poder, muito nobres voltaram para França, e, buscaram recuperar antigos direitos, gerando grande insatisfação popular. Aproveitando o momento político, Napoleão consegue fugir, em 1815, retornando ao poder. Forma um novo governo que dura cem dias, derrotado na batalha de Waterloo, na Bélgica, em 1815, é exilado na ilha de Santa Helena, no Oceano atlântico, onde morre, em 1821.

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CONGRESSO DE VIENA E A SANTA ALIANÇA Os países europeus vencedores e seus aliados, organizaram o Congresso de Viena com o objetivo de traçar e decidir os destinos da Europa, refazer o mapa europeu e restabelecer os governos anteriores à Revolução Francesa ( princípio da legitimidade), repartindo os territórios sem se preocupar com os anseios dos povos que os habitavam. Mesmo com o retorno dos governantes do período do Antigo Regime, os mesmos foram obrigados a adotar constituições. Mas, se ignorava os anseios propagados com as revoluções burguesas, por essa razão, uma onda de revoluções ocorreu na Europa derrubando governantes. A primeira medida para conter os movimentos revolucionários futuros foi a criação da Santa Aliança (força militar). A participação britânica em um congresso eminentemente absolutista como o de Viena era contraditória. No entanto, os representantes ingleses defendiam os interesses dos produtores de seu país, influindo nas decisões na medida em que elas ameaçassem o acesso aos mercados mundiais. O governo britânico opôs-se à intervenção da Santa Aliança na América e articulou o fechamento do Atlântico com os norte-americanos, que editaram a Doutrina Monroe (“a América para os americanos”). O interesse britânico era preservar a independência das ex-colônias espanholas na América, pois a ruína do sistema colonial abria vastos mercados para a indústria inglesa. PROCESSO DE INDEPENDÊNCIA DO BRASIL Em 1806, com a decretação do Bloqueio Continental por Napoleão Bonaparte, Portugal se viu diante de um dilema. O decreto exigia que as nações européias deixassem de comerciar com a Inglaterra. Só havia um problema: Portugal e Inglaterra eram parceiros comerciais e acatar o bloqueio levaria à Inglaterra invadir as colônias portuguesas. Não aceitá-lo, porém, levaria a França a invadir Portugal. Durante dois anos, Portugal ganhou tempo enganando Napoleão, em 1807, com a paciência esgotada, Napoleão ordenou a invasão de Portugal. Dom João e sua corte bateram em retirada embarcando para a sua colônia na América, o Brasil. A fuga foi previamente combinada com a Inglaterra, que via nessa mudança a

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oportunidade de ampliar seus negócios. Com a Família Real chegou ao Brasil, também funcionários públicos, membros da nobreza, seus familiares e criados. Cerca de 15 mil pessoas, com móveis, jóias, prataria, roupas luxuosas, obras de arte e metade do dinheiro em circulação no reino português, chegava a colônia injetando recursos no mercado colonial. Em Salvador, dom João decretou a abertura dos portos às nações amigas (1808). Na prática, essa política abolia o pacto-colonial e introduzia a liberdade de comércio na colônia do Brasil. Para os ingleses ainda era pouco. Em 1810, foram firmados acordos que concedia aos produtos ingleses tarifa preferencial de 15%, enquanto Portugal tinha tarifa de 16% e outras nações 24%. Sua conseqüência imediata foi o crescimento do comércio exterior brasileiro, e, logo depois, o comércio interno. Apesar da suspensão do Alvará de 1875, que proibia a criação de indústrias no Brasil, a presença de artigos ingleses bem elaborados e a preços menores impediam o crescimento da produção nacional. Em outra medida tomada logo após a chegada da Corte ao Brasil, foi declarar guerra à França e com o auxílio dos ingleses, ocuparem a Guiana Francesa (1809). A política externa da Coroa Portuguesa estava atrelada aos interesses ingleses. Além das concessões de ordem econômica, os tratados de 1810 com a Inglaterra estabeleciam privilégios particulares a cidadãos ingleses em territórios luso-brasileiros e determinava a extinção gradual do tráfico negreiro no Brasil. Com a ocupação do atual Uruguai (Província Cisplatina), dom João reafirma a soberania lusitana, tem acesso ao rio da Prata e ao interior do continente e desagrada os ingleses. Com a derrota de Napoleão na Europa, em 1814, a política portuguesa entraria em choque com os ingleses. O Congresso de Viena visava restaurar os antigos governos europeus, exigia o retorno da família real a Portugal para reassumir o trono e colocar fim ao exílio na colônia. Resistente a idéia, dom João resolveu elevar o Brasil à categoria de Reino Unido a Portugal e Algarves. A burocracia brasileira; as transformações na cidade do Rio de Janeiro e as mudanças na colônia; A Revolução Pernambucana (1817), eclodiu no Recife, com a participação de senhores de terra, padres, militares, comerciantes e as camadas populares. O movimento se propagou rapidamente pela cidade e pôs em fuga o governador de Pernambuco. O rápido êxito da revolta decorreu da difusão das idéias iluministas, liberais e republicanos entre as elites e a insatisfação popular com o aumento dos impostos para financiar a política externa do governo. No dia 08 de março, os revolucionários formaram um governo provisório, republicano,

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que estabelecia a liberdade de consciência, de opinião e de imprensa. O trabalho escravo, entretanto, foi mantido. Apesar de buscar apoio à causa em outras províncias, em alguns países e ter apoio da população, ela durou apenas 74 dias. A repressão foi brutal. Os principais líderes do movimento foram presos e sumariamente executados. Com a Revolução do Porto, alguns presos foram anistiados. Entre eles, Frei Caneca e Antonio Carlos Ribeiro de Andrade, eleito representante do Brasil nas Cortes de Lisboa. Em 1818, devido à morte de sua mãe, dom João continuava no Brasil, enquanto Portugal passava por difícil situação. Desde o fim do período napoleônico, Portugal passou a ser dirigido por tropas inglesas. A população estava insatisfeita e em agosto de 1820, a guarnição militar do Porto rebelou-se e no dia 15 do mês seguinte, a rebelião chega a Lisboa. Com o apoio popular, as lideranças rebeldes, constituem um governo provisório e convoca as Cortes de Lisboa (Parlamento), para votar uma constituição e criar uma Monarquia Constitucional. A Revolução do Porto de 1820, buscava recuperar o poder em Portugal, manter as estruturas econômicas, políticas e sociais, com o retorno de D. João VI e a recolonização do Brasil. As Cortes determinaram o regresso de dom João VI a Portugal, que ocorreu em 1821, mas, deixou em seu lugar o príncipe regente, dom Pedro. Não aceitavam os órgãos públicos instalados no Brasil, restabeleciam os privilégios portugueses no comércio brasileiro e exigiam o retorno de Pedro à Portugal. O retorno de D. João VI à Portugal esvaziou os cofres públicos. E significou, o interesse dele, em tornar Pedro, futuro imperador do Brasil. Haviam três correntes políticas no Brasil que já estabeleciam um futuro governo. O Partido Português que queria a recolonização do Brasil, representado pelos grandes comerciantes portugueses, altos funcionários e militares. O Partido Brasileiro representava os interesses dos grandes proprietários rurais, comerciantes brasileiros e funcionários e militares brasileiros, com o interesse de manter as vantagens já adquiridos com o Reino Unido. Os Liberais Radicais, reunia setores populares, que pregava a imediata independência do Brasil e a instalação no país de uma república semelhante à dos E.U.A.. Em fim de 1821, quando às Cortes exigiam a recolonização do Brasil, os liberais radicais se uniram ao Partido Brasileiro e já falavam em Monarquia Constitucional.

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I Império – Brasil: a construção do Estado Nacional Proclamada a independência, o príncipe regente dom Pedro foi aclamado Imperador Constitucional do Brasil. Restavam ainda as tarefas de organizar a administração pública, as leis e conseguir o reconhecimento das outras nações em relação a autonomia recém conquistada. A resistência poderia ser vencida com o argumento de que o país tinha com dirigente um representante legítimo da dinastia de Bragança, o que garantia a continuidade da ordem econômica, social e política brasileira. A questão residia como legitimar o poder frente a população brasileira. As primeiras nações a reconhecer a independência foram à Argentina, os E.U.A. e o México, nações americanas a pouco independentes. Portugal só aceitou reconhecer a independência do Brasil após a mediação da Inglaterra, tendo o Brasil de pagar 02 milhões de libras de indenização a Portugal, dinheiro tomado de empréstimo da Inglaterra (29/08/1825). Em 1826, o Tratado de Aliança, Comércio e Amizade, definiu o reconhecimento da independência mantendo as tarifas preferenciais de 15% aos produtos ingleses e garantindo que só Portugal poderia ter tarifas mais baixas. Também, o compromisso do governo em extinguir o tráfico negreiro no prazo de 03 anos. A tarifa alfandegária de 15% seria estendida a outros países europeus, visando reconhecer a autonomia brasileira. Tal condição acabou gerando dificuldades financeiras ao governo brasileiro. A independência ocorreu sem a participação popular. Entretanto, dois grupos muito distintos se envolveram no processo. Um deles, mais radical, defendia uma ideologia liberal democrática que apontava na direção da República ou de uma Monarquia Constitucional controlada pelo poder legislativo. Outro grupo reunia os liberais conservadores, formado por funcionários públicos e comerciantes portugueses, que defendiam que a fonte de legitimidade do Estado Brasileiro deveria ser o imperador. As divergências surgiam entre monarquistas centralizadores e os liberais radicais em torno da legitimidade do poder monárquico. A questão social não foi discutida, já que todos pareciam concordar com a escravidão, o latifúndio e a monocultura. José Bonifácio defendia a manutenção da unidade da nação, com uma monarquia forte, sob a autoridade do Imperador. Em 03 de maio de 1823, a Assembléia Constituinte, se reuniu

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restringindo o número de eleitores conforme a renda, ou seja, só os ricos teriam vez. Os integrantes da Assembléia se dividiram em dois grupos: o Português e o Brasileiro. O grupo brasileiro dominava a constituinte e propunha um projeto de constituição que restringia o poder do imperador e o impedia de aceitar a Coroa de outro reino, mantinha o trabalho escravo, o latifúndio e só poderiam votar os maiores de 21 anos com uma renda mínima, medida em alqueires de mandioca. Tal projeto valorizava o poder legislativo em prejuízo do Imperador (Constituição da Mandioca). Vendo seu poder absoluto ameaçado, Pedro fecha a Assembléia Constituinte e manda prender vários deputados. Pedro I nomeou um Conselho de Estado de dez membros com a tarefa de elaborar um novo projeto de constituição. Em 25 de março de 1824, Pedro I outorga a primeira constituição do Brasil. Tínhamos uma Monarquia Constitucional, hereditária e vitalícia, tendo no poder executivo o Imperador. A Câmara dos Deputados e o senado compunham o poder legislativo. Os deputados eleitos por 03 anos e os senadores tinham cargo vitalício. O voto era censitário e os candidatos deveriam ser católicos e possuir uma renda anual de 400 mil-réis (deputado) e 800 mil-réis (senador). O poder judiciário era exercido por um Supremo tribunal, com juízes nomeados pelo imperador. Havia ainda um quarto poder, o Moderador, exercido pelo imperador, que poderia interferir nos três poderes e dissolver a Câmara. O catolicismo era a religião oficial e a Igreja Católica era subordinada ao estado. A constituição estabelecia igualdade perante a lei. Essa constituição com poucas modificações vigoraria até 1889, na Proclamação da República. Na verdade apesar de uma Monarquia Constitucional no papel, na prática o Brasil era uma Monarquia Absolutista. A dissolução da constituinte e a imposição de uma carta constitucional sem consulta a nação levou a uma onda de protestos entre as elites e as camadas médias urbanas de diversas províncias. Em Pernambuco, sob a liderança de Frei Caneca, com apoio de setores liberais da sociedade, foi proclamada a República, era a Confederação do Equador. Logo depois, a província teve o apoio do Ceará, Rio Grande do Norte e Paraíba. A repressão se fez sentir com a chegada das tropas do exército prendendo os líderes e condenando-os a morte. As elites liberais queriam mais liberdade para as províncias e as camadas médias criticavam o autoritarismo de Pedro I. A morte de D. João VI complicou a situação de D. Pedro I que demonstrou insatisfação por seu irmão Miguel, ter assumido o trono português. Após 03 anos de guerra com o Brasil a Província Cisplatina (atual Uruguai) proclamou a sua independência, acentuando as dificuldades financeiras do Brasil. A

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retirada de D. João VI, os gastos com a guerra da Cisplatina, a repressão em Pernambuco e a queda dos preços dos produtos agrícolas exportados pelo Brasil, colocavam o país em uma grave crise econômica. As críticas a Pedro I estavam no Legislativo e na imprensa. Em novembro de 1830, o assassinato do jornalista Líbero Badaró foi tido como resultado do absolutismo de Pedro I. Em março de 1831, manifestantes portugueses, estudantes e populares entraram em choque no Rio de Janeiro. As agressões duraram dias e em 07 de abril, sem apoio político, militar ou popular, Pedro I renunciou ao trono, abdicando em favor do seu filho, Pedro de Alcântara. Regências (1831-1840) Em 1831, não havia mais rei, nem uma organização militar eficaz, nem uma organização político-jurídica do estado, e, principalmente, não havia elementos de identidade nacional que integrasse os habitantes de seu vasto território. Os grupos políticos: os liberais exaltados (Cipriano Barata, Gonçalves Ledo e Borges da Fonseca), buscavam mais autonomia para as províncias; os liberais moderados defendiam a manutenção da Monarquia, com um parlamento forte: os caramurus defensores de D. Pedro I, queriam restituir-lhe o trono, “sobreviveram” até 1834, quando Pedro I morreu, passando eles para o grupo dos liberais moderados. A formação da Regência Trina Provisória; A Regência Trina Permanente (Brigadeiro Francisco de Lima e Silva, Costa Carvalho e Braúlio Muniz), o ministério da justiça ficou com Padre Feijó. Era preciso resolver dois problemas de imediato: dar continuidade ao processo de construção do Estado Nacional e manter a unidade territorial do país, evitando movimentos separatistas. Estabelecer um estado nos moldes europeus só seria possível quando o poder público fizesse aplicar as leis a todos os cidadãos, sem distinção. Superar práticas cotidianas que conflitavam com o poder público, como, as diferenças políticas tratadas como questão de honra pessoal, afirmação de prestigio social, o mandonismo local, obstáculos ao estabelecimento de regras a serem seguidas por toda a sociedade. A prática de troca de favores, a proximidade com um poderoso proprietário gerava status – “Você sabe com quem esta falando? - Sou compadre de fulano de tal!” Por serem homens livres, poderoso e cliente, partilhavam de certa

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igualdade. Se estabelecia a relação de compadrio e a prática de chamar as pessoas pelo diminutivo (Joãozinho, Zezinho, Andrezinho, etc.). A ideologia do favor encobria a relação de poder dos grandes proprietários sobre os homens livres pobres. A fusão do poder público com o poder privado, a manutenção do regime escravista e as restrições a cidadania com a constituição de 1824, criavam uma situação curiosa, grande parte da população era considerada o contrário, os inimigos internos. A lógica estava em conter pela força, através do instrumento do Estado Nacional, o exército. Em 1832, a criação do Código de Processo Criminal, que estabelecia o Tribunal do Júri nas localidades e a Mesa de Qualificação. Nada mudou, os órgãos continuavam nas mãos do poder local. Em 1831, o governo central cria a Guarda Nacional buscando diminuir o poder do exército e agradar as elites regionais. Em 1834, foram criadas as Assembléias Provinciais, concedendo alto grau de autonomia para as províncias. Formavam-se as OLIGARQUIAS. O jogo era conciliar os interesses locais com os interesses do governo central. As revoltas regenciais: Cabanagem, Balaiada, Sabinada e Farroupilha. As tropas do império mostraram-se indispensáveis para combater as revoltas nas quais a população pobre tentava conquistar melhorias no seu nível de vida e os escravos lutando pela sua liberdade. O governo central garantia a ordem interna. Os Liberais Exaltados perdem sua importância e os Liberais Moderados se dividem cada vez mais. Em 1835, é eleito para a Regência Una, o padre Feijó. Em 1837, o fortalecimento dos Conservadores leva a renúncia de padre Feijó e ele é substituído por Araújo Lima. Surgem duas tendências: o Partido Liberal e o Partido conservador. O golpe da maioridade.