resumo - 1º prova de patologia (4º período)

34
PATOLOGIA Degenerações Celulares e Transformações do Interstício: Patologia: é o estudo das doenças. Portanto nenhuma doença é uma ‘’patologia’’. Homeostasia: Equílibrio do Organismo com o Meio Ambiente. Estado de completa saúde e significa perfeito equilíbrio hidroeletrolítico (água e sais) do Organismo. É a capacidade dos seres vivos em regular o seu ambiente interno para manter uma condição estável. Doença: resulta da perturbação desse equilíbrio homeostático, estado este que pode ser causado devido a infecções, traumas, isquemias, modificações genéricas, disfunções nutricionais, restrições de oxigênio e etc. Resposta Celular: As células são participantes ativos em seu ambiente, ajustando constantemente a sua estrutura e função para se adaptarem ás demandas de alterações e de estresse extracelular. As células tendem a manter seu meio intracelular dentro de uma faixa razoavelmente estreita dos parâmetros fisiológicos. Isto é, elas mantém a homeostase normal. Quando encontram um estresse fisiológico ou um estímulo patológico, podem sofrer uma adaptação, alcançando um novo estado constante preservando sua viabilidade e função. Se a capacidade adaptativa é excedida ou se o estresse externo é inerentemente nocivo, desenvolve- se a lesão celular. Dentro de certos limites a lesão é reversível as células retornam a um estado basal estável, entretanto, um estresse grave ou persistente resulta em uma lesão irreversível e morte de células afetadas. A morte celular é dos muitos eventos cruciais na evolução de uma doença em um tecido ou órgão. Se uma forma específica de estresse induz adaptação ou causa lesão reversível ou irreversível, vai depender não apenas da natureza e gravidade do estresse, mas também de várias outras variáveis que incluem o metabolismo celular, o suprimento sanguíneo e o estado nutricional. Causas gerais de Dano Celular: Trauma Físico (Mecânico, Térmico ou Químico) Microorganismos Restrição de Oxigenio Agentes Químicos Reações Imunes Disturbios Genéticos Distúrbios Nutricionais

Upload: eduvaldo-junior

Post on 22-Oct-2015

328 views

Category:

Documents


76 download

TRANSCRIPT

PATOLOGIA

Degenerações Celulares e Transformações do Interstício:

Patologia: é o estudo das doenças. Portanto nenhuma doença é uma ‘’patologia’’.

Homeostasia: Equílibrio do Organismo com o Meio Ambiente. Estado de completa

saúde e significa perfeito equilíbrio hidroeletrolítico (água e sais) do Organismo. É a

capacidade dos seres vivos em regular o seu ambiente interno para manter uma

condição estável.

Doença: resulta da perturbação desse equilíbrio homeostático, estado este que pode

ser causado devido a infecções, traumas, isquemias, modificações genéricas,

disfunções nutricionais, restrições de oxigênio e etc.

Resposta Celular:

As células são participantes ativos em seu ambiente, ajustando constantemente a sua

estrutura e função para se adaptarem ás demandas de alterações e de estresse

extracelular. As células tendem a manter seu meio intracelular dentro de uma faixa

razoavelmente estreita dos parâmetros fisiológicos. Isto é, elas mantém a homeostase

normal. Quando encontram um estresse fisiológico ou um estímulo patológico, podem

sofrer uma adaptação, alcançando um novo estado constante preservando sua

viabilidade e função. Se a capacidade adaptativa é excedida ou se o estresse externo é

inerentemente nocivo, desenvolve- se a lesão celular. Dentro de certos limites a lesão

é reversível as células retornam a um estado basal estável, entretanto, um estresse

grave ou persistente resulta em uma lesão irreversível e morte de células afetadas. A

morte celular é dos muitos eventos cruciais na evolução de uma doença em um tecido

ou órgão. Se uma forma específica de estresse induz adaptação ou causa lesão

reversível ou irreversível, vai depender não apenas da natureza e gravidade do

estresse, mas também de várias outras variáveis que incluem o metabolismo celular, o

suprimento sanguíneo e o estado nutricional.

Causas gerais de Dano Celular:

Trauma Físico (Mecânico, Térmico ou Químico)

Microorganismos

Restrição de Oxigenio

Agentes Químicos

Reações Imunes

Disturbios Genéticos

Distúrbios Nutricionais

Adaptação Celular: é a capacidade da célula de se ajustar constantemente sua

estrutura e função para se adaptarem as demandas de alterações de estresse celular.

Desgaste Celular: Perda da capacidade de resposta da célula. Isso acontece

normalmente ao longo do tempo com o envelhecimento mas pode ser acelerado de

acordo com os danos celulares. Dessa forma a célula vai perdendo a capacidade de se

adaptar permitindo o aparecimento de lesões.

Definição da Resposta Celular:

Agressão: Célula:

Tipo Tipo

Duração Capacidade Adaptativa (genética/ desgaste)

Intensidade Estada funcional

Doenças Agudas:São aquelas em que há um tempo curto entre o estímulo e o

aparecimento da Doença. Doí como maior intensidade.

Doenças Crônicas:São aquelas em que há um tempo longo entre o estímulo e o

aparecimento da doença. Dói com menor intensidade.

Mecanismos que podem causar Lesão Celular:

1) Esgotamento de ATP:

Causas:

Anóxia – ausência completa de oxigênio

Hipóxia – ausência parcial de oxigênio

Isquemia – falta de Oxigênio

Intoxicação

Danos Mitocondriais

O esgotamento de ATP a menos que 5 a 10% dos níveis normais tem amplos efeitos

em muitos sistemas celulares críticos.

Efeitos (Consequências possíveis):

A atividade da Bomba de sódio e potássio é dependente da energia para ser

realizada, como está reduzida, há como resultado um acúmulo de sódio

intracelular e efluxo de potássio para o meio extracelular. O ganho de soluto é

acompanhado de um ganho isoosmótico de água, causando tumefação celular

e dilatação do RE.

Há um aumento compensatório da glicólise anaeróbica, na tentativa de manter

as fontes de energia celular. Como consequência, os estoques de glicose

intracelular são rapidamente depletados e o ácido láctico se acumula, levando

a diminuição do Ph intracelular e a atividade muitas enzimas celulares.

A falência da bomba de cálcio ocasiona influxo de cálcio que por sua vez ativa

enzimas que degradam a própria célula.

Rompimento estrutural do aparelho de síntese proteica por isso há redução de

síntese proteica.

Acúmulo intracelular de lipídios.

Menor atividade enzimática: proteína imatura

2) Dano Mitocontrial:

Causas:

Hipóxia

Isquemia

Substâncias Quimícas/ toxinas

Aumento citosólico de Cálcio

Estresse oxidativo

Degradação de lipídios

Produtos de degeneração de lipídios.

Efeitos (Consequências possíveis):

Queda da produção energética (ATP)

Aumento de permeabilidade da mitocôndria: as mitocondrias contém várias

proteínas que ativam as vias apoptóticas incluindo o citocromo c (principal

proteína envolvida no transporte de elétrons). O aumento da permeabilidade

da membrana mitocondrial pode resultar em extravasamento dessa proteína

para o citosol e morte por apoptose. Assim o citocromo C exerce papel duplo

na sobrevivência e na morte, poie ele é essencial para a geração de energia

mas quando a célula é danificada tao gravemente a ponto do citocromo c

extravasar ele sinaliza morte celular.

Apoptose

3) Homeostasia do Cálcio:

Causa:

Isquemia

Certas Toxinas

Efeitos (Consequências possíveis):

O Aumento do cálcio citosólico ativa um número de enzimas, com efeitos

celulares potencialmente prejudiciais. Essa enzimas incluem as FOSFOLIPASES

(que causam danos á membrana), as PROTEASES (que clivam as proteínas de

membrana e do citoesqueleto), as ENDONUCLEASES (responsáveis pela

fragmentação das cromatinas e do DNA), as TRITOSFATASES DE ADENOSINA

(ATPases; acelerando a depleção de ATP ou esgotamento de ATP).

4) Estresse Oxidativo: acúmulo de radicais livres derivados do Oxigenio:

Causas:

Respiração aeróbica

Energia Radiante

Substâncias Químicas

Metais de Transição

Óxido Nítrico

Efeitos (Consequências Possíveis):

Os radivais livres são espécies químicas que têm um único eletron não pareado em

uma órbita externa. Tais estados químicos são muito instáveis e reagem prontamente

com químicos orgânicos e inorgânicos; quando gerados nas células, atacam com avidez

os ácidos nucleicos assim como uma variedade de proteínas e lipídios celulares. Além

disso , os radicais livres iniciam reações auto-catalíticas , as moléculas que reagem com

ele são convertidas em radicais livres propagando assim a cadeia de danos.

Normalmente são produzidos durante a respiração e geração de energia mitocondrial

mas são degradados e removidos pelos sistemas de defesa. Quando a produção de

espécies reativas de oxigênio (ERO) aumenta e os sistemas de remoção são

insuficientes o resultados do excesso desse radicais livres é chamado de extresse

oxidativo.

Hiperreatividade (lipídios e DNA): (peroxidação lipídica das membranas e

fragmentação do DNA) As interações lipídio radical geram peróxidos que são

instáveis e reativos e sobrevem uma reação em cadeia auto-catalítica. As

reações radicais livres com timina no DNA mitocondrial e nuclear produzem

quebra no filamento único no DNA. Essa lesão no DNA foi implicada na morte

celular, no envelhecimento, e na transformação maligna das células.

Ligação cruzada das proteínas: fragmentação de polipeptídeos.

Capacidade auto-catalítica

Sistemas Antioxidantes Celulares:

Proteínas Receptoras (trasnportadoras/neutralizadoras)

Transferrina,ferritina, lactoferina

Ceruloplasmina

Metalotionína

Enzimas Neutralizadoras:

Catalase

Superoxido desmutase

Glutaionas Peroxidase

Vitaminas E, A E C:

Vitamina E e A: são lipossolúveis, vão estar presentes nas membranas

citoplámaticas. Protegem contra ação dos radicais livres (a nível de lipídios)

Vitamina C: protege contra mutação no DNA pelos radicais livres.

5) Defeitos de Membrana:

Causas:

Estresse oxidativo

Esgotamento de ATP

Fosfolipases dependentes de Ca2+

Toxinas

Agentes químicos

Agentes físicos

Efeitos (Consequencias Possiveis):

Danos as membranas Lisossômicas(rompimento dos lisossomos): resultam em

extravasamento de suas enzimas para o citoplasma que contém RNAases,

DNAases, proteases, glicosidades, e outras enzimas. A ativação dessas enzimas

leva digestão enzimática dos componentes celulares e a célula morre por

necrose.

Disfunção mitocondrial (dano a membrana mitocondrial): Isso resulta em

decréscimo na produção de ATP culminando em necrose e liberação de

proteínas que disparam a morte por apoptose.

Disfunção Citoesquelética

Desequílibrio hidroeletrolítico

Inflamação: toda vez que a membrana é degrada isso causa uma resposta

inflamatória.

Danos a membrana plasmática: perda de equilíbrio osmótico e influxo de

fluidos e íons, bem como a perda de conteúdos celulares.

Ponto de Não-Retorno: Não se sabe exatamente quando ocorre, mas sabe –se que é

passagem de uma lesão reversível para uma lesão irreversível.

Degenerações Celulares:

Respostas intracelulares reversíveis, não adaptativas, as agressões através de

acúmulos intracelulares (substancia normal ou anormal, endógena ou exógena, lesiva

ou inócua)

Agua (eletrólitos)

Gordura

Proteína

Glicogênio

Pigmentos

1) Degeneração Hidrópica ou Oncose:

Refere-se ao acúmulo de água no interior da célula. Pode ser Normal, Leve ou Intensa.

Em um estado de hipóxia: haverá falta de ATP que por sua vez causará falência das

bombas eletrolíticas principalmente da bomba de sódio e potássio, assim uma grande

quantidade de sódio ficará no interior da célula e de potássio no exterior da célula

dessa forma o influxo de sódio para o interior do citoplasma trará também uma grande

quantidade água por osmose.

Exemplos:

Leucoedema: Se trata de um problema genético e congênito, clinicamente

representada por uma área esbranquiçada difusa na mucosa bucal (jugal-

bilateralmente). É causado pelo inchaço das células devido ao acúmulo de

água. Não se trata de uma condição patológica, não precisando de um

tratamento. Acontece principalmente em pessoas de pele negra.

Isquemia Renal: Túbulos renais com células inchadas de água devido a falta de

oxigênio e consequente falta de ATP.

2) Degeneração Gordurosa :

Refere-se a qualquer acúmulo de gordura dentro das células.

Acúmulo de triglicerídeos:

Causas:

Toxinas

Desnutrição proteica

Diabetes melito

Obesidade

Anoxia

É mais observada no fígado pois esse é o maior órgão envolvido no metabolismo de

gordura. Porém pode ocorrer também no coração, no músculo esquelético, no rim ou

em outros órgãos.

Esteatose: A esteatose hepática consiste no acúmulo de vários tipos de gorduras,

principalmente triglicérides, nas células do fígado (hepatócitos). Atualmente, é

considerada a doença hepática crônica mais comum. Nos casos leves,

aproximadamente 5% do peso do fígado é composto pela infiltração de gordura, sendo

que este percentual pode chegar a 40% nos casos mais graves. Grande parte dos

indivíduos obesos apresentam esteatose hepática, sendo que o mecanismo através

pelo qual a gordura se infiltra nas células do fígado envolve a resistência à ação da

insulina, sendo que esta última está associada ao aparecimento do diabetes mellitus

tipo 2. Consequentemente, existe um elo entre a obesidade, o diabetes mellitus tipo 2

e a degeneração gordurosa no fígado. Outras causas de esteatose hepática incluem o

consumo excessivo e crônico de álcool, a desnutrição grave e as hepatites virais

crônicas, especialmente a hepatite C. em grande quantidade pode ocasionar

insuficiência hepática.

Acúmulo de Colesterol/Fosfolipídios:

As células fagocíticas como os macrófagos podem tornar-se sobrecarregadas de

colesterol, em casos de inflamação intensa onde os macrófagos não conseguem

degradar o colesterol causando acúmulo intracelular. Esses macrófagos tornam-se com

diminutos vacúolos de lipídios revestidos por membrana conferindo uma aparência

espumosa ao seu citoplasma.

Xantogranuloma: acúmulos de lipídios no interior do macrófago, devido a uma

resposta inflamatória.

Xantomas: agrupamento desses macrófagos contendo acúmulo de lipídios no

seu interior.

Xantelasma: também chamado de xanteloma, é uma doença na pele, que se

apresenta como um conjunto de pequenas bolsas amareladas ligeiramente

salientes, situadas nas pálpebras e constituídas por depósito de colesterol. É

um indicador importante de insuficiência hepática.

3) Degeneração Proteica:

Acúmulo de proteínas intracelular.

Causas:

Reabsorção Excessiva

Síntese Excessiva

Defeitos Conformacionais

Exemplos:

Proteinúria: eliminação de proteína Urina

Corpúsculos de Russel: Plasmócito super-estimulado que não consegue jogar

anticorpo(proteína) pra fora. Acúmulo de proteínas por excesso de produção.

Corpúsculos de Mallory: acumulo de proteínas nas células do fígado, devido a

mudança de conformação dessas proteínas. Característica marcante da doença

hepática alcoólatra.

Doença de Tay-Sachs

Encefalopatia Espingiforme

4) Degeneração por acúmulo de Carboidratos:

Glicogêneo:

Diabetes (sobrecarga): no diabete melitus pouco controlada o exemplo clássico

de metabolismo anormal da glicose faz com que o glicogênio se acumule no

epitélio, nos túbulos renais, nos miócitos cardíacos,e nas células beta das

ilhotas de langerhans.

Glicogenoses (deficiência enzimática): armazenamento excessivo de glicogênio

em células do fígado, rins, músculos esqueléticos, e coração. Tem como causa a

deficiência de enzimas que atuam na sua degradação. Deposita-se nos

lisossomos ou no citosol.

Glicosaminoglicanas:

Mucopolissacaridoses: depósito anormal de poliglicanas ou proteoglicanas

decorrente de doenças enzimáticas.

5) Degeneração por acúmulo de pigmentos:

Endógenos

Exógenos

Transformações do Interstício:

Alterações dos componentes da matriz extracelular. Critério de classificação: Tipo de

substância a ser depositada:

1) Transformação Hialina:

Depósito hialino no interstício formado por proteínas do plasma, que exsudam e

depositam no interstício. Na hialinização as fibras colágenas e a substância

fundamental se tornam acidófilas.

Exemplo:

Vaso sanguíneo (arteríola). Em um estado de hipertensão arterial o sangue se

choca com tanta pressão nas paredes dos vasos que as proteínas chamadas

hialinas vão se acumulando adjacente as paredes dos vasos no interstício.

2) Transformação Fibrinóide:

Depósito de fibrina no interstício.

Exemplos:

Afta

3) Transformação Mucóide:

Caracterizada por aumento da substância fundamental. Há dissociação(afastamento)

das fibras colágenas que ficam dispersas dando aspecto de tecido mucoso.

Exemplo:

Mucocele (transformação e degeneração mucóides)

4) Tranformações amiloides (Amiloidoses)

Representa um grupo de doença que tem em comum a deposição de substancias

amiloide no interstício(substâncias proteicas semelhantes ao amido)

5) Transformação Basofílica:

Acúmulo patológico de fibras elásticas degeneradas

Exemplos:

Elastose Solar: Principal fator de degeneração de fibras elásticas é o sol.

6) Transformação Fibrosa:

Acúmulo de colágeno no interstício.

Exmplos:

Fibrose: Inflamação Crônica. O fibroblasto produz dimais TGFb acelerando a

produção de colágeno e deixa de produzir mmp que por sua vez é responsável

pela degradação deste.

Quelóides: cicatrização aberrante, devido a produção de colágeno muito maior

do que o normal. Pode ser por mutação genética. Não ocorre na boca.

Nódulos Fibrosos: causados por traumas (hiperplasia fibrosa).

Aderências (cinéquia): união da pálpebra ao globo ocular. Pode ocorrer na boca

Cirrose: Subtituição do parênquima por tecido colágeno. Ocorre em alcóolatras

e pessoas com hepatite C. Glândulas salivares também podem sofrer esse

processo.

Fibromatose: Devido ao uso de convulsivantes de anti-hipertensivo.

Fibroblastos ficam mais propensos a produzir muito colágeno principalmente

quando se tem inflamação.

Ateroma: são placas compostas especialmente de lipidíos e tecido fibroso que se

formam nas paredes dos vasos. Levam progressivamente a diminuição do diâmetro

do vaso a obstrução total do mesmo.

Aterosclerose: é a doença inflamatória crônica na qual há formação de ateromas

dentro dos vasos sanguíneos.

Arteriosclerose: é a situação médica na qual existe o endurecimento e o

espessamento das paredes das artérias.

Pigmentações Patológicas:

Pigmentos e Discolorações:

Distúrbios pigmentares endógenos:

Hemoglobina

Melanina

Lipídios

Distúrbios pigmentares exógenos:

Ingeridos

Inoculados - Tatuagens

Aspirados – Pneumoconioses

Pigmentos Biológicos (Características)

Apresentam cor

São insolúveis (por isso são retidos facilmente)

Possuem baixa toxidade

E apresentam funções específicas

Pigmentos Fisiológicos Normais:

Melanina: Produzida pelos Melanócitos, possui a função de proteção contra a

Radiação Solar.

Hemoglobina: Molécula responsável pelo transporte de oxigênio

Citocromo: se trata de um pigmento verde que está relacionado com o

processo de Respiração Celular.

Pigmentos Patológicos:

Formação, acúmulo ou degradação anormais de substâncias pigmentadas.

Importância Clínica: a presença do pigmento por si só não causa a doença, mas sim a

CAUSA que levou a alteração na formação, acúmulo ou degradação dos pigmentos

anormais.

Geneticas ou Ambientais

Exógenas ou Endógenas

Pigmentações patológicas endógenas:

Hemoglobina

Melanina

Citocromo

Lipofuscina

Melanina:

É uma proteína que dá pigmentação a pele e aos olhos. É produzida por uma célula

denominada melanócito localizada na camada basal da epiderme, em função do

hormônio MSH e da radiação ultra-violeta.

Função: Proteger o Organismo contra a radiação

Como a melanina protege?

Radiação Indireta: a radiação ultra-violeta quebra a molécula de água gerando

radicais livres que por sua vez vão atuar no DNA. A melanina portanto liga-se

aos radicais livres impedindo que eles atuem no DNA.

Radiação Direta: a radiação ultra-violeta atua diretamente no DNA. A melanina

atua portanto absorvendo essa radiação.

Existem dois tipos de melanina:

Eumelanina: Castanho-negro

Feomelanina: Amarelo-vermelho

Melaninogênese :

Fenilalanina ---(fenilalanina tiroxidase)--- Tirosina ---(tirosinase + cobre)---

Dopaquinona---Hidroxindol---Quinonas---Eumelanina

Ou

Fenilalanina ---(fenilalanina tiroxidase)--- Tirosina ---(tirosinase + cobre)---

Dopaquinona---Cisteinildopa---Feomelanina

Distúrbios da Melanina:

Aumento Localizado x Aumento Generalizado

Deficiência Localizada x Deficiência Generalizada

1) Aumento localizado de Pigmentação Melânica

Efélides (mácula melanótica)

Melanoses

Nevos

Melanomas

Síndromes

Efélides: as sardas ou efélides são pequenas máculas pigmentadas na pele que ocorre

pincipalmente em pessoas de pele clara. São manchas devido há um maior produção

de melanina por melanócitos existentes. Não são palpáveis e não é uma doença. É

genético.

Mácula Melanótica: é uma pigmentação plana e marrom da mucosa produzida pelo

aumento localizado de melanina. Pode estar presente na gengiva, na língua, no palato,

ou no lábio. Não cresce e está presente há muito tempo na cavidade oral. Possui

margem gengival definida. É genético e é causado por uma maior produção de

melanina. Não é uma doença. A mácula melanótica não tem tendência de malignidade,

porém um melanoma inicial pode ser semelhante clinicamente á macula. Portanto

todas as máculas pigmentadas, grandes, com pigmentação irregular, duração

desconhecida ou aumento de tamanho recente devem ser submetidos ao exame

histológico.

Melanoses:

Melanose Tabagística: Pode ser causada por dois fatores: Calor de fumaça, e

Compostos Químicos. É causada por uma produção maior de melanina. Não

causa câncer.

Melanose Cicatrizal: produção maior de melanina provocada por traumas.

Hiperpigmentação induzida por Drogas:

Fenitoína

Clorpromazina

Quinolona

Neurofribromatose: defeito genético que leva a formação de tumores, pode ser

isolado, ou pode ser desde o momento que a pessoa nasce, sendo que nesse caso

todas as células vão estar alterada. Existe também uma maior produção de melanina,

principalmente nas axilas e até algumas manchas na Íris. É genética ou adquirida. São

portanto tumores benignos mas que podem se transformar em tumores malignos.

Doença de Addison: doença na qual há uma diminuição da produção dos hormônios

adrenais (adrenocorticotrópicos) que por sua vez tem função de inibir o hormônio

MSH. Quando os hormônios adrecorticotropicos caem há uma maior produção de

MSH nesse sentido há um aparecimento de manchas, inclusive na cavidade bucal.

Síndrome de Peuts-Jeghers: produz mais MSH que o normal, produzindo manchas

desfocadas que aumentam com o decorrer do tempo. Indica que o paciente pode

desenvolver tumores gastro-intestinais.

Nevo melanocítico: são pintas escuras formadas pelo acumulo anormal de melanocitos

em determinadas regiões de pele. Aparecem muito precocemente, ou até mesmo nas

primeiras semanas de nascimento. (Nevo Intraoral e Nevo Azul)

Melanoma: é um tipo de câncer que se desenvolve nos melanócitos. Trata-se de uma

lesão maligna potencialmente grave, que pode surgir na pele, nas membranas

mucosas, nos olhos e no sistema nervoso central com grande risco de produzir

metástases e com altas taxas de mortalidade nos estágios mais avaçandos. Consiste na

ploriferação dos melanócitos juntamente com alta produção de melanina.

Melanoma amelanótico: tumor maligno com coloração clara o que dificulta o

diagnóstico clínico. Nesse caso não há produção de melanina, apenas ploriferação do

melanócitos.

2) Aumento Generalizado de Pigmentação Melânica

Melanodermias Secundárias:

Exposição á Radiação

Gestação

Medicamentos

Hipoadrenalismo(Doença de Addison)

Melasma Gestacional: é um distúrbio de pigmentação da pele caracterizado por

manchas de cor marrom-clara a escuras que surgem predominantemente em áreas do

rosto (maça do rosto, nariz lábio superior) expostas ao sol. Existem diversas causas

dentre elas as que tem destaque são o fator genético e alterações hormonais como

gravidez por exemplo. Por isso é muito importante que o médico recomende as

mulheres gestantes a evitar o sol e sempre se proteger. Não causa nenhum problema

ao organismo, apenas interfere na estética.

3) Deficiências Localizadas de Pigmentação Melânica:

Vitiligo: caracteriza-se pela diminuição ou falta de melanina em certas áreas do corpo,

gerando manchas brancas nos locais afetados. As lesões que podem ser isoladas ou

espalhar-se pelo corpo atingem principalmente os genitais,cotovelos,joelhos, faces e

extremidade dos membros inferiores e superiores. Patologicamente se caracteriza pela

redução do numero ou função dos melanócitos.

Acromia Cicatricial: Manchas brancas de diversos formatos, causado pela ausência de

melanina.

Acromotriquia: Cabelos Brancos, devido ao envelhecimento que por sua vez causa

diminuição da produção de melanina.

4) Deficiência Generalizada de Pigmentação Melânica:

Albinismo: é um distúrbio congênito caracterizado pela ausência completa ou parcial

de pigmenta na pele, cabelo e olhos devido á ausência ou defeito de uma enzima

envolvida na produção de melanina. É uma doença genética recessiva.

Acromia senil/nutricional:

Fenilcetonúria: é uma doença genética caracterizada pelo defeito ou ausência da

enzima fenilalanina tiroxidaze, enzima responsável por transformar fenilalanina em

tirosina. A fenilalanina é tóxica para os fenilcetonútricos porque apesar de presente

normalmente nos alimentos, ela deve ser transformada por uma enzima especifica

chamada fenilalanina tiroxidase, sendo uma parte utilizada em forma de aminoácidos

chamado de tirosina. Nos fenilcetonuricos a falta de enzima para digerir a fenilalanina

faz com que seu excesso se transforme no ác pivúrico, um componente encontrado na

urina ou no suor, que no sangue impede que outros metabólicos que inibem a

produção de certas gorduras e que por fim afeta o desenvolvimento neurológico do

indivíduo. Tratamento: dieta pobre em fenilalanina. Possuem níveis baixos de

melanina.

Hemoglobina:

É uma molécula composta de quatro cadeias polipeptídicas unidas de forma não

covalente. Cada cadeia possui um complexo heme-ferro. São compostos heterocíclicos

de quatro anéis pirrolicos(4C E 1N). Os quatro pirróis estão ligados por pontes

metilênicas para formar um anel tetrapirrólico.

1) Distúrbio na formação da Hemoglobina:

Podem ser congênitas ou adquiridas

Porfiria: trata-se de um grupo de distúrbios raros provocados por deficiências das

enzimas envolvidas na síntese do heme (composto químico que transporta o oxigênio

e confere cor vermelha ao sangue, componente fundamental para a produção das

hemoproteinas como no caso da hemoglobina).Normalmente o corpo produz heme

em um processo com diversas etapas, os portadores de porfirinas tem deficiência de

certas enzimas necessárias para esse processo, isso causa acumulo de quantidades

anormais de porfirina e outros precursores químicos do heme, principalmente na

medula óssea e no fígado. Existem varias formas diferentes de porfirinas. Drogas,

infecções, álcool e hormônios como estrogênio podem desencadear ataques de certos

tipos de porfirina. Essses precursores os quais incluem acido-delta aminolevulinico, o

porfobilinogênio e as porfirinas aparecem então no sangue e são excretados na urina

ou nas fezes. O excesso de porfirinas causa FOTOSSENSIBILIDADE na qual o indíviduo

torna-se francamente sensível a luz solar. Isto ocorre por que as porfirinas quando

expostas a luz e ao oxigênio, gerem uma forma de oxigênio carregada e instável que

pode lesar a pele. As três porfirinas mais frequentes são porfirina cutâneas tardia, a

porfirina aguda intermitente, e a protoporfiria eritropoiética. Em alguns poucos casos

de porfiria congênita há ainda o acúmulo de anel porfirico na dentina, alterando a

coloração do dente de branca para uma rosa suave.

2) Distúrbios na degradação da Hemoglobina:

Catabolismo da Hemoglobina: após sua vida média de 120 dias as hemácias têm um

esgotamento das enzimas eritrocitárias, pois não possui núcleo para poder renovar seu

estoque de enzimas. Logicamente diminui o metabolismo da glicose que é

proporcional ao ATP e a respectiva energia necessária para sobreviver. Com tudo isto

sua membrana é alterada o que faz o BAÇO reconhecer sua ineficiência e cápturá-la

pelo axílio dos MACRÓFAGOS. Este é responsável pela fagocitose da hemácia e sua

destruição. As partes destruídas das hemácias tem destinos diferentes. A globina é

matabolizada dando origem a aminoácidos e o GRUPAMENTO HEME(VERMELHO) que

por sua vez com a abertura do anel protoporfirrina libera o ferro e forma a

BILIVERDINA(VERDE). Esta nova estrutura de coloração verde é a biliverdina que

sofrerá uma redução saturando sua dupla ligação formando a BILIRRUBINA(AMARELA)

(INSOLUVEL). Esta será transportada pela albumina na corrente sanguínea até o

hepatócito. Estando no fígado o hepatócito capta a bilirrubina que sofre a ação da

enzima Glucoronil-transferase, formando o glucoronato de bilirrubina ou bilirrubina2

que por sua vez é hidrossolúvel. Este segue para o duodeno como parte da bili, é

absorvido no intestino, cai na corrente sanguínea e depois é excretado no rim.

Hemorragia Interna:

Primeiramente é vermelha devido ao grupo heme, depois verde devido a biliverdina,

depois amarela devido a bilirrubina. Com o tempo a hemorragia passa, voltando a

coloração normal.

Produtos da degradação da Hemoglobina:

Fisiológicos:

Biliverdina

Bilirrubina ( conjugada e não conjugada)

Estercobilinogênio

Urobilinogênio

Patológicos:

Hematoidina

Hematina

Hemossiderina

Acúmulo de Bilirrubina: Icterícia

Icterícia é uma síndrome caracterizada pela coloração amarelada da pele e mucosas

devido a uma acumulação de bilirrubina no organismo. Existem dois tipos de

bilirrubina a não conjugada ou bilirrubina 1 (INSOLUVEL) e a conjugada ou bilirrubina

2(HIDROSSOLÚVEL).

Pré-Hepática: Hemólise

Aumento na produção de bilirrubina 1 (não conjugada)

Hepáticas:

Redução na captação de bilirrubina 1

Defeitos na conjugação de bilirrubina 1

Defeitos na excreção de bilirrubina 2

Pós-Hepática: Obstrução

Obstrução intra ou extra-hepática de bilirrubina 2

Fisiopatologia:

Bilirrubina 1: (não conjugada)

Insolúvel/Não Excretável

Não ligada: promove toxidade ao SNC

Bilirrubina 2: (conjugada)

Hidrossolúvel

Atóxica e Excretada na Urina

Produtos Patológicos da degradação da Hemoglobina:

Hematoidina:

Pigmentos Ferruginosos:

Hematina:

Hematina ácida formolínica

Hematina ácida hidroclorídrica

Hemozoína esquistossomótica

Hemozoína malárica

Hemossiderina: A hemossiderina é um pigmento anormal microscópico de origem

endógena, encontrado no corpo humano e no de outros animais. Possui uma

coloração acastanhada, sendo resultante da degradação de hemácias. É composto de

óxido de ferro e pode se acumular em diferentes órgãos em diversas doenças.

Hemorragias

Doenças hemolíticas

Hemocromatose

Coagulação in vitro

Pigmentos derivados de Lipídios:

Lipofuscina:

Pigmento de origem lipídica

Resistente a solventes

Sudanofílicos

Formado a partir da membrana plasmática

É um acúmulo de degradação da membrana plasmática, portando vai estar

presente em células envelhecidas.

É considerado um tipo de Degeneração.

Pigmento de Desgaste

Dimetilaminoetanol: remédio para retardar o envelhecimento mantendo a

saúde da membranas plasmáticas.

Pigmentações Patológicas Exógenas:

Ingeridos

Argirismo

Plumbismo (saturnismo)

Medicamentos (crisíase)

Carotenose

Linhas de Burton: margem gengival escura azulada, devido a contaminação

com metal pesado como chumbo por exemplo.

Inoculados – Tatuagens

Tatuagens por amálgama: A tatuagem pelo amálgama é uma condição

iatrogênica comum causada principalmente pela implantação traumática de

partículas da liga de amálgama nos tecidos moles da cavidade bucal. Com o

desenvolvimento de motores rotatórios mais eficientes,procedimentos

traumáticos se tornaram mais frequentes, durante por exemplo a remoção de

restaurações de amálgama. Após sua implatantação ocorre uma reação

inflamatória discreta composta sobretudo por macrófagos que tentam

fagocitar as partículas da liga. Com o tempo alguns elementos da liga (como o

mercúrio) são eliminados, porém outros, como a prata permanecem

depositados nos tecidos e levam a impregnação de fibras elásticas e colágenas.

As lesões ocorrem especialmente na mucosa alveolar , gengival e jugal, e sua

identificação clínica pode ocorrer algum depois do episodio traumático. Em

alguns casos, observa radiograficamente imagem compatível com a presença

da liga de amálgama, nestas situações a biópsia não é necessária. Não há

necessidade de tratamento, pois não é patológico;

Aspirados – Pneumoconioses: é uma doença pulmonar ocupacional causada

pela inalação de poeiras.

Antracose: é uma lesão pulmonar caracterizada por pigmentação por partículas

de carvão, observada em mineiros,populações de grandes centro urbanos ou

de áreas poluídas, além de fumantes. Tém caráter inócuo, porém sua evolução

pode originar disfunções pulmonares graves, principalmente em profissionais

que constantemente entram em contato com a poeira do carvão. As partículas

ficam por toda a vida no tecido pulmonar, porém de forma excessiva pode

causa fibrose pulmonar.

Silicose: é uma forma de pneumoconiose causada pela inalação de finas

partículas de sílica cristalina e caracterizada por inflamação e cicatrização em

forma de lesões nodulares nos lóbulos superiores do pulmão.

Asbestose: é uma doença causada pela aeração do pó de amianto, também

chamado de asbesto. É uma tentativa de cicatrização do tecido pulmonar causada

pelas fibras minerais de silicatos de asbestos. A asbestose é uma formação extensa de

tecido cicatrizal nos pulmões causada pela aspiração do pó de amianto.

Pigmentações extrínsecas:

Pigmentos Vegetais

Desnaturação Proteica

Precipitação de Metais

Exemplos:

Clorexidina

Tabagismo

Língua Pilosa

Morte Celular:

Necrose e Apoptose:

Vias de Resposta Celular:

A célula sofre um estímulo, e busca de adaptar a ele de forma a manter a homeostase.

Se a capacidade adaptativa é excedida, desenvolve-se a lesão celular que pode ser de

caráter reversível (degenerações) ou irreversíveis como a Morte Celular que pode ser

por Necrose ou Apoptose. Necrose e Apoptose ocorre em Organismo vivo. Em

cadáveres ocorre Morte Somática.

Necrose:

A necrose é a maior via de morte celular na maioria das lesões encontradas, como as

que resultam de isquemia, de exposição a toxinas,várias infecções e traumas. O termo

necrose descreve uma série de alterações que acompanham a morte celular

(Alterações morfológicas que sucedem a morte celular no tecido vivo).

Pode acontecer por Ação enzimática ou Acidose Celular.

Etiopatogênese diversa: isquemia, de exposição a toxinas,várias infecções,

traumas, distúrbio metabólico, reação auto-imune.

É sempre um processo patológica.

Afeta grande área tecidual: não existe necrose de uma única célula.

Sempre promove Resposta Inflamatória

Ação Enzimática:

As células necróticas são incapazes de manter a integridade da membrana e os seus

conteúdos sempre extravasam. As enzimas responsáveis pela digestão da célula são

derivadas dos lisossomos das próprias células que estão morrendo ou dos lisossomos

dos leucócitos. Contém lípases, proteases, várias outras enzimas que vão degradar

todo o conteúdo celular.

Acidose Celular:

Causada por queda do Ph da célula, causando a desnaturação das proteínas, que por

sua vez, se coagulam, promovendo morte ceular.

Muitas vezes sabemos que a célula já está morta, mas não podemos ainda caracterizar

como necrose, porque ainda não há alterações citoplasmáticas que caracterize a

necrose como por exemplo: degradação de membranas e proteínas. Primeiro a célula

perde a função e só depois de um tempo é que vemos as alterações causadas pelas

enzimas ou pela queda do Ph, assim só depois desse tempo é que podemos confirmar

que a célula teve ou não Necrose. Esse tempo varia de célula pra célula.

1 - Lesão Isquemica (Falta sangue – Mais Grave – Há falta de glicose e Oxigenio) /

Hipóxia (Falta Oxigênio):

Toda lesão Isquemica ou Hipóxia, é predominante Necrose por Acidificação.

Principal exemplo: Isquemia do Coração

Primeira alteração quando a célula não tem acesso ao Oxigenio, é a degeneração

hidrópica, ou seja, a célula incha devido ao acumulo de água causado pela deficiência

das bombas de sódio e potássio. É o que chamamos de Oncose. Assim a célula para

obter energia começa a realizar Glicólise Anaeróbia, quebra do glicogênio presente na

célula, o que vai produzir também Ác.Láctico. O Ác. Láctico vai portanto diminuir o ph,

desnaturar as proteínas, que por sua vez, perdem sua conformação e coagulam,

fazendo com haja expulsão de água da célula fazendo com que esta fique mais densa

(aumento generalizado da eosinofilia- célula escurecida) promovendo morte celular.

(Necrose por Acidose Celular – Mecanismo Predominante)

1) Alterações Citoplásmáticas: aumento generalizado da eosinofilia- célula

escurecida, devido a condensação das proteínas.

2) Alterações Nucleares: Picnose- condensação das proteínas do núcleo

3) Alterações Nucleares: Cariorrexe – Fragmentação do Núcleo - com o passar do

tempo essas proteínas ficam tão condensadas que começam a se quebrar.

4) Alterações Nucleares: Cariólise – Lise do Núcleo – devido a fragmentação

intensa das proteínas.

Muitas vezes juntamente com a Oncose há também a liberação de enzimas, por que

com a falta de energia não há renovação de fosfolipídio, de citoesqueleto e nem de

proteínas estruturais, o que vai fragilizar as membranas celulares promovendo o

rompimento das membranas plasmáticas, da membrana nuclear, e da membrana dos

lisossomos, estas quando rompidas liberam enzimas como proteases, lípases que por

sua vez vão degradar toda a célula (Necrose por Enzimas). Esse mecanismo não é

importante em caso de hipoxia e Isquemia.

Em outros tipos de lesão é predominante a Necrose por Enzimas, ou seja, há a

liberação primeiramente das enzimas, não ocorrendo todo esse processo de

acidificação assim as proteínas vão ser degradas diretamente sofrendo liquefação e

não coagulação.

2- Lesão Infeciosa/Inflamatória:

Predomina Necrose por Enzimas.

Principal Exemplo: Infecção por Bactérias.

Infecção causada por microorganismo, que promove uma resposta imunológica que

irá promover degradação das membranas celulares de células infectadas pelo

patógeno, provocando a liberação de enzimas das própria célula e a consequente

morte celular. (Autólise)

Quando o Neutrófilo não conseguem fagocitar a bactéria, ele se rompe liberando

enzimas que são extremamente potentes, liquefazendo a célula (Heterólise)

Mecanismo Básicos da Necrose:

1) Necrose por Acidose – coagulação de proteínas.

2) Necrose por Enzima – Liberação de Enzimas – liquefação de proteínas.

São dois processos antagônicos quando acontece uma a outra não acontece.

Padrões Morfológicos da Necrose:

1) Necrose Coagulativa:

É a forma de necrose tissular na qual as células componentes estão mortas, mas a

estrutura básica do tecido é preservada por pelo menos alguns dias. Os tecidos

afetados adquirem um textura firme. Supostamente a lesão desnatura não apenas as

proteínas estruturais como também as enzimáticas bloqueando assim a proteólise. É

caracterizada de Infartos (áreas de necrose isquêmica) em todos órgãos sólidos exceto

o cérebro.

Causada por Necrose por Acidose ( Principal Exemplo: Isquemia do Coração)

Não existe dissolução tecidual imediata, ou seja não há liquefação do tecido.

Na verdade há coagulação das proteínas, formando um tecido denso, consistente,

devido a desnaturação da proteínas causada pela queda do PH.

Trata-se de um tecido rico em proteína.

E apresenta um aspecto amarelado, devido a perda de hemoglobina.

� Aspectos microscópicos:

Manutenção do arcabouço tecidual – Arquitetura do Orgão é preservada.

Ausência de detalhe morfológico

Deposição de material protéico eosinófilo – citoplasma escurecido

Nucleo sofre Picnose, cariorrexe ou cariólise

2) Necrose Liquefativa:

É observada em infecções bacterianas, porque esses microorganismos promovem

resposta imunológica que promoverá rompimento de membranas que causará

liberação de enzimas que provocará liquefação tecidual (dissolução tecidual precoce),

no sentido que antecede qualquer outra atividade.

Causada por Necrose por Liberação de Enzimas (Principal Exemplo: Infecção por

Bactérias(PRIMÁRIA) ou Liquefativa do Cérebro – AVC (SECUNDÁRIA – OUTRA

DOENÇAS ORIGINOU ESTA)

Explosão de Neutrófilos

Ação enzimática Intensa

Predomina em Orgãos com grande conteúdo Lipídico (Fígado, Pâncreas e SNC)

Padrões Morfológicos Específicos da Necrose:

1) Necrose Caseosa:

É encontrada com mais frequência em focos de infecção tuberculosa. O termo

‘’caseoso’’ (semelhante a queijo) é derivado da aparência friável branco-amarelada, da

área de necrose. Ao exame microscópico, o foco necrótico exibe uma coleção de

células rompidas ou fragmentadas, com aparência granular amorfa. Ao contrário do

que ocorre com a necrose coagulativa a estrutura do tecido é completamente

obliterada e os contornos celulares não podem ser distinguidos.

É uma forma bastante distinta de necrose de coagulação. Macroscopicamente o tecido

se torna esbranquiçado, granuloso, amolecido, com aspecto de queijo friável. Esta

necrose é encontrada em tecidos infectados com o bacilo da tuberculose, e sua

formação é fortemente mediada pelo sistema imune do indivíduo, que participa da

formação de granulomas no tecido infectado.

2) Necrose Gordurosa

Refere-se a área focais de destruição gordurosa, tipicamente resultante da liberação

de lípases pancreáticas ativadas na substância do pâncreas e na cavidade peritoneal.

Isso ocorre em pancreatite aguda.

3) Gangrena

É um tipo de Necrose coagulativa que ocorre nas extremidades do corpo. Em geral, é

aplicado a um membro, coagulativa envolvendo varias camadas de tecido. Quando

uma infecção bacteriana se surpepoe, a necrose coagulativa é modificada pela ação

liquefativa das bactérias e dos leucócitos atraídos, a chamada gangrena úmida.

Aquelas proteínas coaguladas vão se desidratando, promovendo um reação de

mumificação. Ex: Diabetes causa isso.

Gangrena é uma complicação de uma necrose isquémica (falta de suprimento

sanguineo, e consequente falta de oxigénio) das extremidades (braço, mão, perna, pé),

e seguida de invasão bacteriana e putrefação. Clostridium perfringens é a espécie mais

comum e envolvida na gangrena, mas outros clostrídios e várias outras bactérias

também podem crescer nos ferimentos ou em qualquer parte do corpo que tenha sua

circulação interferida ou impedida.

Noma: também conhecido por "cancrum oris" ou cancro oral, é uma inflamação

gangrenosa fulminante dos tecidos orais e faciais que atinge mais frequentemente

pacientes debilitados e gravemente desnutridos, em particular crianças. Tem como

etiologia bactérias anaeróbias orais e Borrelia vincentii. Ocorre com frequência na

Africa sub-saariana.Clinicamente apresenta-se como uma ulceração dolorosa da

gengiva ou mucosa jugal, que evolui para necrose extensa com envolvimento ósseo.

Seu tratamento é feito com doses elevadas de penicilina e terapia de suporte

Evolução das Necroses (Reação Inflamatória):

A necrose sempre promove uma resposta Inflamatória.

Regeneração

Cicatrização

Encistamento

Eliminação

Calcificação

Infecção Secundária

Apoptose:

A apoptose é uma via de morte celular induzida por um programa de suicídio

rigorosamente regulado, no qual as células destinadas a morrer ativam enzimas

capazes de degradar o seu próprio DNA e as proteínas nucleases e citoplasmáticas. Os

fragmentos da células apoptóticas, então se separam, gerando uma aparência

responsável pelo nome apoptose “caindo fora”. A membrana plasmática da célula

apoptótica permanece intacta, mas é alterada de tal maneira que a célula e seus

fragmentos tornam-se alvo para ávidos fagócitos. Rapidamente a célula morta é

removida antes que seu conteudo extravase e , por isso a morte celular por essa via

não induz uma reação inflamatória no hospedeiro. Portanto a apoptose difere da

necrose que é caracterizada pela perda de integridade da membrana, digestão

enzimática das células, extravasamento dos conteúdos celulares, e com frequência

uma reação no hospedeiro. Entretanto, em alguns casos a apoptose e a necrose

coexistem, e a apoptose induzida por alguns estímulos patológicos progride para a

necrose.

Em geral, a apoptose ocorre em muitas situações e funciona para eliminar células

potencialmente prejudiciais e células que tenham sobrevivido mais que a utilidade. É

também um evento patológico quando as células são lesadas além do reparo,

sobretudo quando a lesão afeta o DNA ou as proteínas da célula, nessas situações as

células lesadas de modo irreparavel é eliminada.

Ocorrem em células Individuais

Depende de mecanismos genéticos da própria Célula

Pode ser causada por um estímulo Endógeno ou Exógeno

Causada por Estímulos fisiológicos, patológicos e adaptativos.

Eliminar ou Aumentar dimais a apoptose pode resultar em Doença.

Ocorrencia de Apoptose:

Embriogênese – separação dos dedos das mãos e dos pés.

Involução por carência hormonal

Hipotrofia de parênquima por obstrução ductal

Ausência de estímulos de sobrevivência

Eliminação de linfócitos auto-reativos

Morte celular mediada por linfócitos T

Morte de neutrófilos

Regressão da inflamação

Lesão celular viral

Agressão física discreta

Agressão química discreta

Contrapartida de proliferação aumentada

Morte celular em tumores

Mecanismo de Apoptose (Fases da Apoptose):

1. Disparo por sinais externos e, ou, internos – quando a célula sabe que ela vai ter que

entrar em aptose.

2. Fase de integração – a célula se prepara para morrer

3. Fase de execução – a célula começa a ser desmontada

4. Remoção de células e corpos apoptóticos

1) Sinalização ( disparo por sinais internos e externos) �

Carência (falta) de estímulo externo:

Fatores de crescimento

Hormônios

Oxigenação

Nutrição

Estímulos pró-apoptóticos exógenos e endógenos:

Linfócitos T citotóxicos (endógeno)

Toxinas (exógeno)

Glicocorticóides (exógeno)

Infecção viral (exógeno)

p53 (endógeno) – proteína que tem como função varrer o DNA na procura de

mutações. Assim quando ela sabe que a célula sofre uma mutação ela não

permite que esta sofra mitose e ativa outras proteínas que vão corrigir aquela

mutação. Agora quando essa correção não é suficiente, a p53 induz a apoptose.

Se o gene da p53 for alterado isso pode resultar em aparecimento de tumores

no organismo.

2)Fase de Integração:

Estímulo Externo ativa a Via de ‘’Fas’’:

Fas é uma proteína transmenbrana, ou seja ela tem um dominio intra e extra

celular. O domínio extra-celular terá contato por exemplo com um glicocorticoide,

ou antinflamatorio. Quando ela é ativada o domínio intra-citoplasmático dela

chamado de domínio da morte ele vai ativar uma classe de moléculas chamadas de

caspazes que é uma enzima que quebra o ácido aspártico, ou seja qualquer

molécula ou proteína que contenha esse acido será quebrada pelas caspazes,

provocando apoptose. A caspaze é um Zimogeneo, ou seja é uma enzima que está

inativada e que precisa de um fator externo para ser ativada.

Estímulo Endógeno ativa a Via Bcl-2:

Bcl 2 é uma molécula que forma portões na parede mitocondrial externa, fechando

poros, e esses poros são muitos seletivos, e a bcl2 fecha esses poros não

permitindo a saída de nada. Dentros das moléculas que existem na mitocôndria,

tem o citocromo C, que quando sai da mitocôndria ativa as caspazes que por sua

vez, ativa a apoptose. Dessa forma o estimulo endógeno inativa a Bcl2.

3)Fase de Execução:

Uma caspase ativa outra, que ativa outra até chegar em caspases proteolíticas

que vão começar a degradar todas as proteínas das nossas células.

Ativação enzimática

Fragmentação internucleossômica do DNA

Alterações de citoesqueleto

4)Sinal para Fagocitose:

Moléculas que sinalizam a fagocitose: Filipases

Reconhecimento e fagocitose

Macrófagos

Células vizinhas

Caracteristicas Bioquímicas:

Clivagem ativa e específica de proteínas

Transativação protéica (cascata)

Quebra internucleossomal do DNA

Sinalização para reconhecimento fagocítico

Morfologia:

Células isoladas

Retração celular

Condensação de cromatina

Corpúsculos apoptóticos

Fagocitose

Resumo:

Apoptose Necrose

Ocorrencia Células individuais Áreas teciduias

Adesão intercelular Perda Precoce Perda Tardia

Organelas citoplasmaticas Tumefação discreta Tumefação precoce e

intensa

Liberação de enzimas Ausente Presente

Cromatina Compactação junto a

membrana

Grumos grosseiros e de

limite imprecisos

Fagocitose por células

vizinhas

Presente Ausente

Inflamação Não é estimulada Estimulo Intenso

Formação de cicatrizes Inexistente Possível

Fragmentação do DNA Internucleossômica Aleatória

CALCIFICAÇÕES PATOLÓGICAS:

Fisiologia dos tecidos calcificados.

• Calcificações distróficas e metastáticas

– Patogênese

– Manifestações principais

• Litíases

– Patogênese

– Fisiopatologia e manifestações principais

Tecidos Calcificados: Ossos e Dentes

Compostos de Hidroxiapatita:(calcificação normal - minerais) + Matriz Orgânica

(colágeno)

Cálcio(forma a hidroxiapatita) e Vitamina D( pode ser produzida ou pode ser

ingerida e tem que ser ativada pela radiação) são dois importantes fatores para

a calcificação.

Calcificações Fisiológicas:

Celulares: Osteoblastos e Osteocitos, Odontoblastos e Ameloblastos,

Osteoclastos

Tissulares: Matriz Organica e Fosfatase alcalina (importante para união de de

hidroxiapatita com a matriz orgânica)

Humorais: Subsaturação de fosfato de cálcio e Metaestabilidade e nucleação.

Componente fibrilar: Colágeno I

Substância fundamental:

Ácido hialurônico.

Proteoglicanas: Sialoproteína óssea,Sulfato de condroitina,Sulfato de queratana.

Glicoproteínas: Osteocalcina e Osteonectina.

Tipos de Calcificações Patológicas:

1)Calcificações Distróficas

Calcificação mais comum.

Vai acontecer em tecido necrótico. Primeiro haverá necrose tecidual e depois

deposição de minerais. Isso acontece porque todas as vezes que há lesão celular a

mitocôndria celular acumula muita quantidade cálcio, sofrendo um processo de

supersaturação, antes da célula estar morta, e quando ela morre efetivamente, a

membrana se rompe liberando a fosfotidilserina das vesículas fosfolipidicas que por

sua vez tem a capacidade de se ligar ao cálcio, formando o fosfato de cálcio que

cristaliza e assim irá se formar por aposição mais e mais minerais. Terá aspecto de

cebola devido ao crescimento em camadas, isso é chamado de corpo sanomatoide.

Qualquer tecido necrótico, que não tenha sido eliminado da devida forma, na maioria

das vezes sofre calcificação.

Exemplos:

Calcificações Pulpares

Aterosclerose

Endocartite

2)Calcificações Metásticas:

Calcificação rara.

Mecanismos:

É uma calcificação que acomete várias partes do corpo por isso o nome de

metastáticas. Se não for controlado, pode calcificar o corpo inteiro do paciente. Não é

necessário ter a necrose, ela depende de outros fatores como:

• Hipersecreção de paratormônio

• Destruição massiva de osso

• Desordens associadas à vitamina D

• Insuficiência renal

Hiperparatireoidismo Primário – Insuficiencia Renal

Hiperparatireoidismo Secundário – causada por aumento de Ca

Resumo:

Tecido Ca sérico Depósitos

Distrofica Necrotico Normal Localizados

Metastatica Sadio Elevado Generalizados

3)Litíases:

São Cálculos e Concrescências. A diferença da litíase com as outras calcificações é que

estas ocorrem dentro dos tecidos, enquanto as litíases ocorrem em cavidades que

pode ser um órgão oco, vesículas biliares, cavidade toráxica, peritônio, no interior de

vasos sanguíneos. É formada por supersaturação de algum mineral promovendo a

cristalização e formação de cálculos ou concrescências.

Exemplos:

Os cálculos biliares: podem ser claros, que são formados por supersaturação de

gorduras (colesterol). E podem ser escuros.

Cálculo Renal: causado por hipercalciuria na urina.

4)Colelitíase/Coledocolitíase:

• Colesterol (80%)

– Supersaturação da bile

– Hipomobilidade da vesícula biliar

– Hipersecreção mucosa

• Pigmentados (20%)

– Hemólise / infecção

– Bilirrubina não-conjugada

5)Urolitíase:

• Fosfato e oxalato de cálcio (70%)

Hipercalciúria e, ou, hipercalcemia

• Estruvirato (15 a 20%)

Infecção bacteriana

• Ácido úrico (5 a 10%)

• Cistina (2%)

5) Sialolitíase:

Presente na glandulas salivares.

Calcificações Normais Patológicas

Arcabouço Matriz Núcleo

Mecanismo Enzimático Precipitação

Composição Hidroxiapatita Complexa