resumo - 1º prova de patologia (4º período)
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PATOLOGIA
Degenerações Celulares e Transformações do Interstício:
Patologia: é o estudo das doenças. Portanto nenhuma doença é uma ‘’patologia’’.
Homeostasia: Equílibrio do Organismo com o Meio Ambiente. Estado de completa
saúde e significa perfeito equilíbrio hidroeletrolítico (água e sais) do Organismo. É a
capacidade dos seres vivos em regular o seu ambiente interno para manter uma
condição estável.
Doença: resulta da perturbação desse equilíbrio homeostático, estado este que pode
ser causado devido a infecções, traumas, isquemias, modificações genéricas,
disfunções nutricionais, restrições de oxigênio e etc.
Resposta Celular:
As células são participantes ativos em seu ambiente, ajustando constantemente a sua
estrutura e função para se adaptarem ás demandas de alterações e de estresse
extracelular. As células tendem a manter seu meio intracelular dentro de uma faixa
razoavelmente estreita dos parâmetros fisiológicos. Isto é, elas mantém a homeostase
normal. Quando encontram um estresse fisiológico ou um estímulo patológico, podem
sofrer uma adaptação, alcançando um novo estado constante preservando sua
viabilidade e função. Se a capacidade adaptativa é excedida ou se o estresse externo é
inerentemente nocivo, desenvolve- se a lesão celular. Dentro de certos limites a lesão
é reversível as células retornam a um estado basal estável, entretanto, um estresse
grave ou persistente resulta em uma lesão irreversível e morte de células afetadas. A
morte celular é dos muitos eventos cruciais na evolução de uma doença em um tecido
ou órgão. Se uma forma específica de estresse induz adaptação ou causa lesão
reversível ou irreversível, vai depender não apenas da natureza e gravidade do
estresse, mas também de várias outras variáveis que incluem o metabolismo celular, o
suprimento sanguíneo e o estado nutricional.
Causas gerais de Dano Celular:
Trauma Físico (Mecânico, Térmico ou Químico)
Microorganismos
Restrição de Oxigenio
Agentes Químicos
Reações Imunes
Disturbios Genéticos
Distúrbios Nutricionais
Adaptação Celular: é a capacidade da célula de se ajustar constantemente sua
estrutura e função para se adaptarem as demandas de alterações de estresse celular.
Desgaste Celular: Perda da capacidade de resposta da célula. Isso acontece
normalmente ao longo do tempo com o envelhecimento mas pode ser acelerado de
acordo com os danos celulares. Dessa forma a célula vai perdendo a capacidade de se
adaptar permitindo o aparecimento de lesões.
Definição da Resposta Celular:
Agressão: Célula:
Tipo Tipo
Duração Capacidade Adaptativa (genética/ desgaste)
Intensidade Estada funcional
Doenças Agudas:São aquelas em que há um tempo curto entre o estímulo e o
aparecimento da Doença. Doí como maior intensidade.
Doenças Crônicas:São aquelas em que há um tempo longo entre o estímulo e o
aparecimento da doença. Dói com menor intensidade.
Mecanismos que podem causar Lesão Celular:
1) Esgotamento de ATP:
Causas:
Anóxia – ausência completa de oxigênio
Hipóxia – ausência parcial de oxigênio
Isquemia – falta de Oxigênio
Intoxicação
Danos Mitocondriais
O esgotamento de ATP a menos que 5 a 10% dos níveis normais tem amplos efeitos
em muitos sistemas celulares críticos.
Efeitos (Consequências possíveis):
A atividade da Bomba de sódio e potássio é dependente da energia para ser
realizada, como está reduzida, há como resultado um acúmulo de sódio
intracelular e efluxo de potássio para o meio extracelular. O ganho de soluto é
acompanhado de um ganho isoosmótico de água, causando tumefação celular
e dilatação do RE.
Há um aumento compensatório da glicólise anaeróbica, na tentativa de manter
as fontes de energia celular. Como consequência, os estoques de glicose
intracelular são rapidamente depletados e o ácido láctico se acumula, levando
a diminuição do Ph intracelular e a atividade muitas enzimas celulares.
A falência da bomba de cálcio ocasiona influxo de cálcio que por sua vez ativa
enzimas que degradam a própria célula.
Rompimento estrutural do aparelho de síntese proteica por isso há redução de
síntese proteica.
Acúmulo intracelular de lipídios.
Menor atividade enzimática: proteína imatura
2) Dano Mitocontrial:
Causas:
Hipóxia
Isquemia
Substâncias Quimícas/ toxinas
Aumento citosólico de Cálcio
Estresse oxidativo
Degradação de lipídios
Produtos de degeneração de lipídios.
Efeitos (Consequências possíveis):
Queda da produção energética (ATP)
Aumento de permeabilidade da mitocôndria: as mitocondrias contém várias
proteínas que ativam as vias apoptóticas incluindo o citocromo c (principal
proteína envolvida no transporte de elétrons). O aumento da permeabilidade
da membrana mitocondrial pode resultar em extravasamento dessa proteína
para o citosol e morte por apoptose. Assim o citocromo C exerce papel duplo
na sobrevivência e na morte, poie ele é essencial para a geração de energia
mas quando a célula é danificada tao gravemente a ponto do citocromo c
extravasar ele sinaliza morte celular.
Apoptose
3) Homeostasia do Cálcio:
Causa:
Isquemia
Certas Toxinas
Efeitos (Consequências possíveis):
O Aumento do cálcio citosólico ativa um número de enzimas, com efeitos
celulares potencialmente prejudiciais. Essa enzimas incluem as FOSFOLIPASES
(que causam danos á membrana), as PROTEASES (que clivam as proteínas de
membrana e do citoesqueleto), as ENDONUCLEASES (responsáveis pela
fragmentação das cromatinas e do DNA), as TRITOSFATASES DE ADENOSINA
(ATPases; acelerando a depleção de ATP ou esgotamento de ATP).
4) Estresse Oxidativo: acúmulo de radicais livres derivados do Oxigenio:
Causas:
Respiração aeróbica
Energia Radiante
Substâncias Químicas
Metais de Transição
Óxido Nítrico
Efeitos (Consequências Possíveis):
Os radivais livres são espécies químicas que têm um único eletron não pareado em
uma órbita externa. Tais estados químicos são muito instáveis e reagem prontamente
com químicos orgânicos e inorgânicos; quando gerados nas células, atacam com avidez
os ácidos nucleicos assim como uma variedade de proteínas e lipídios celulares. Além
disso , os radicais livres iniciam reações auto-catalíticas , as moléculas que reagem com
ele são convertidas em radicais livres propagando assim a cadeia de danos.
Normalmente são produzidos durante a respiração e geração de energia mitocondrial
mas são degradados e removidos pelos sistemas de defesa. Quando a produção de
espécies reativas de oxigênio (ERO) aumenta e os sistemas de remoção são
insuficientes o resultados do excesso desse radicais livres é chamado de extresse
oxidativo.
Hiperreatividade (lipídios e DNA): (peroxidação lipídica das membranas e
fragmentação do DNA) As interações lipídio radical geram peróxidos que são
instáveis e reativos e sobrevem uma reação em cadeia auto-catalítica. As
reações radicais livres com timina no DNA mitocondrial e nuclear produzem
quebra no filamento único no DNA. Essa lesão no DNA foi implicada na morte
celular, no envelhecimento, e na transformação maligna das células.
Ligação cruzada das proteínas: fragmentação de polipeptídeos.
Capacidade auto-catalítica
Sistemas Antioxidantes Celulares:
Proteínas Receptoras (trasnportadoras/neutralizadoras)
Transferrina,ferritina, lactoferina
Ceruloplasmina
Metalotionína
Enzimas Neutralizadoras:
Catalase
Superoxido desmutase
Glutaionas Peroxidase
Vitaminas E, A E C:
Vitamina E e A: são lipossolúveis, vão estar presentes nas membranas
citoplámaticas. Protegem contra ação dos radicais livres (a nível de lipídios)
Vitamina C: protege contra mutação no DNA pelos radicais livres.
5) Defeitos de Membrana:
Causas:
Estresse oxidativo
Esgotamento de ATP
Fosfolipases dependentes de Ca2+
Toxinas
Agentes químicos
Agentes físicos
Efeitos (Consequencias Possiveis):
Danos as membranas Lisossômicas(rompimento dos lisossomos): resultam em
extravasamento de suas enzimas para o citoplasma que contém RNAases,
DNAases, proteases, glicosidades, e outras enzimas. A ativação dessas enzimas
leva digestão enzimática dos componentes celulares e a célula morre por
necrose.
Disfunção mitocondrial (dano a membrana mitocondrial): Isso resulta em
decréscimo na produção de ATP culminando em necrose e liberação de
proteínas que disparam a morte por apoptose.
Disfunção Citoesquelética
Desequílibrio hidroeletrolítico
Inflamação: toda vez que a membrana é degrada isso causa uma resposta
inflamatória.
Danos a membrana plasmática: perda de equilíbrio osmótico e influxo de
fluidos e íons, bem como a perda de conteúdos celulares.
Ponto de Não-Retorno: Não se sabe exatamente quando ocorre, mas sabe –se que é
passagem de uma lesão reversível para uma lesão irreversível.
Degenerações Celulares:
Respostas intracelulares reversíveis, não adaptativas, as agressões através de
acúmulos intracelulares (substancia normal ou anormal, endógena ou exógena, lesiva
ou inócua)
Agua (eletrólitos)
Gordura
Proteína
Glicogênio
Pigmentos
1) Degeneração Hidrópica ou Oncose:
Refere-se ao acúmulo de água no interior da célula. Pode ser Normal, Leve ou Intensa.
Em um estado de hipóxia: haverá falta de ATP que por sua vez causará falência das
bombas eletrolíticas principalmente da bomba de sódio e potássio, assim uma grande
quantidade de sódio ficará no interior da célula e de potássio no exterior da célula
dessa forma o influxo de sódio para o interior do citoplasma trará também uma grande
quantidade água por osmose.
Exemplos:
Leucoedema: Se trata de um problema genético e congênito, clinicamente
representada por uma área esbranquiçada difusa na mucosa bucal (jugal-
bilateralmente). É causado pelo inchaço das células devido ao acúmulo de
água. Não se trata de uma condição patológica, não precisando de um
tratamento. Acontece principalmente em pessoas de pele negra.
Isquemia Renal: Túbulos renais com células inchadas de água devido a falta de
oxigênio e consequente falta de ATP.
2) Degeneração Gordurosa :
Refere-se a qualquer acúmulo de gordura dentro das células.
Acúmulo de triglicerídeos:
Causas:
Toxinas
Desnutrição proteica
Diabetes melito
Obesidade
Anoxia
É mais observada no fígado pois esse é o maior órgão envolvido no metabolismo de
gordura. Porém pode ocorrer também no coração, no músculo esquelético, no rim ou
em outros órgãos.
Esteatose: A esteatose hepática consiste no acúmulo de vários tipos de gorduras,
principalmente triglicérides, nas células do fígado (hepatócitos). Atualmente, é
considerada a doença hepática crônica mais comum. Nos casos leves,
aproximadamente 5% do peso do fígado é composto pela infiltração de gordura, sendo
que este percentual pode chegar a 40% nos casos mais graves. Grande parte dos
indivíduos obesos apresentam esteatose hepática, sendo que o mecanismo através
pelo qual a gordura se infiltra nas células do fígado envolve a resistência à ação da
insulina, sendo que esta última está associada ao aparecimento do diabetes mellitus
tipo 2. Consequentemente, existe um elo entre a obesidade, o diabetes mellitus tipo 2
e a degeneração gordurosa no fígado. Outras causas de esteatose hepática incluem o
consumo excessivo e crônico de álcool, a desnutrição grave e as hepatites virais
crônicas, especialmente a hepatite C. em grande quantidade pode ocasionar
insuficiência hepática.
Acúmulo de Colesterol/Fosfolipídios:
As células fagocíticas como os macrófagos podem tornar-se sobrecarregadas de
colesterol, em casos de inflamação intensa onde os macrófagos não conseguem
degradar o colesterol causando acúmulo intracelular. Esses macrófagos tornam-se com
diminutos vacúolos de lipídios revestidos por membrana conferindo uma aparência
espumosa ao seu citoplasma.
Xantogranuloma: acúmulos de lipídios no interior do macrófago, devido a uma
resposta inflamatória.
Xantomas: agrupamento desses macrófagos contendo acúmulo de lipídios no
seu interior.
Xantelasma: também chamado de xanteloma, é uma doença na pele, que se
apresenta como um conjunto de pequenas bolsas amareladas ligeiramente
salientes, situadas nas pálpebras e constituídas por depósito de colesterol. É
um indicador importante de insuficiência hepática.
3) Degeneração Proteica:
Acúmulo de proteínas intracelular.
Causas:
Reabsorção Excessiva
Síntese Excessiva
Defeitos Conformacionais
Exemplos:
Proteinúria: eliminação de proteína Urina
Corpúsculos de Russel: Plasmócito super-estimulado que não consegue jogar
anticorpo(proteína) pra fora. Acúmulo de proteínas por excesso de produção.
Corpúsculos de Mallory: acumulo de proteínas nas células do fígado, devido a
mudança de conformação dessas proteínas. Característica marcante da doença
hepática alcoólatra.
Doença de Tay-Sachs
Encefalopatia Espingiforme
4) Degeneração por acúmulo de Carboidratos:
Glicogêneo:
Diabetes (sobrecarga): no diabete melitus pouco controlada o exemplo clássico
de metabolismo anormal da glicose faz com que o glicogênio se acumule no
epitélio, nos túbulos renais, nos miócitos cardíacos,e nas células beta das
ilhotas de langerhans.
Glicogenoses (deficiência enzimática): armazenamento excessivo de glicogênio
em células do fígado, rins, músculos esqueléticos, e coração. Tem como causa a
deficiência de enzimas que atuam na sua degradação. Deposita-se nos
lisossomos ou no citosol.
Glicosaminoglicanas:
Mucopolissacaridoses: depósito anormal de poliglicanas ou proteoglicanas
decorrente de doenças enzimáticas.
5) Degeneração por acúmulo de pigmentos:
Endógenos
Exógenos
Transformações do Interstício:
Alterações dos componentes da matriz extracelular. Critério de classificação: Tipo de
substância a ser depositada:
1) Transformação Hialina:
Depósito hialino no interstício formado por proteínas do plasma, que exsudam e
depositam no interstício. Na hialinização as fibras colágenas e a substância
fundamental se tornam acidófilas.
Exemplo:
Vaso sanguíneo (arteríola). Em um estado de hipertensão arterial o sangue se
choca com tanta pressão nas paredes dos vasos que as proteínas chamadas
hialinas vão se acumulando adjacente as paredes dos vasos no interstício.
2) Transformação Fibrinóide:
Depósito de fibrina no interstício.
Exemplos:
Afta
3) Transformação Mucóide:
Caracterizada por aumento da substância fundamental. Há dissociação(afastamento)
das fibras colágenas que ficam dispersas dando aspecto de tecido mucoso.
Exemplo:
Mucocele (transformação e degeneração mucóides)
4) Tranformações amiloides (Amiloidoses)
Representa um grupo de doença que tem em comum a deposição de substancias
amiloide no interstício(substâncias proteicas semelhantes ao amido)
5) Transformação Basofílica:
Acúmulo patológico de fibras elásticas degeneradas
Exemplos:
Elastose Solar: Principal fator de degeneração de fibras elásticas é o sol.
6) Transformação Fibrosa:
Acúmulo de colágeno no interstício.
Exmplos:
Fibrose: Inflamação Crônica. O fibroblasto produz dimais TGFb acelerando a
produção de colágeno e deixa de produzir mmp que por sua vez é responsável
pela degradação deste.
Quelóides: cicatrização aberrante, devido a produção de colágeno muito maior
do que o normal. Pode ser por mutação genética. Não ocorre na boca.
Nódulos Fibrosos: causados por traumas (hiperplasia fibrosa).
Aderências (cinéquia): união da pálpebra ao globo ocular. Pode ocorrer na boca
Cirrose: Subtituição do parênquima por tecido colágeno. Ocorre em alcóolatras
e pessoas com hepatite C. Glândulas salivares também podem sofrer esse
processo.
Fibromatose: Devido ao uso de convulsivantes de anti-hipertensivo.
Fibroblastos ficam mais propensos a produzir muito colágeno principalmente
quando se tem inflamação.
Ateroma: são placas compostas especialmente de lipidíos e tecido fibroso que se
formam nas paredes dos vasos. Levam progressivamente a diminuição do diâmetro
do vaso a obstrução total do mesmo.
Aterosclerose: é a doença inflamatória crônica na qual há formação de ateromas
dentro dos vasos sanguíneos.
Arteriosclerose: é a situação médica na qual existe o endurecimento e o
espessamento das paredes das artérias.
Pigmentações Patológicas:
Pigmentos e Discolorações:
Distúrbios pigmentares endógenos:
Hemoglobina
Melanina
Lipídios
Distúrbios pigmentares exógenos:
Ingeridos
Inoculados - Tatuagens
Aspirados – Pneumoconioses
Pigmentos Biológicos (Características)
Apresentam cor
São insolúveis (por isso são retidos facilmente)
Possuem baixa toxidade
E apresentam funções específicas
Pigmentos Fisiológicos Normais:
Melanina: Produzida pelos Melanócitos, possui a função de proteção contra a
Radiação Solar.
Hemoglobina: Molécula responsável pelo transporte de oxigênio
Citocromo: se trata de um pigmento verde que está relacionado com o
processo de Respiração Celular.
Pigmentos Patológicos:
Formação, acúmulo ou degradação anormais de substâncias pigmentadas.
Importância Clínica: a presença do pigmento por si só não causa a doença, mas sim a
CAUSA que levou a alteração na formação, acúmulo ou degradação dos pigmentos
anormais.
Geneticas ou Ambientais
Exógenas ou Endógenas
Pigmentações patológicas endógenas:
Hemoglobina
Melanina
Citocromo
Lipofuscina
Melanina:
É uma proteína que dá pigmentação a pele e aos olhos. É produzida por uma célula
denominada melanócito localizada na camada basal da epiderme, em função do
hormônio MSH e da radiação ultra-violeta.
Função: Proteger o Organismo contra a radiação
Como a melanina protege?
Radiação Indireta: a radiação ultra-violeta quebra a molécula de água gerando
radicais livres que por sua vez vão atuar no DNA. A melanina portanto liga-se
aos radicais livres impedindo que eles atuem no DNA.
Radiação Direta: a radiação ultra-violeta atua diretamente no DNA. A melanina
atua portanto absorvendo essa radiação.
Existem dois tipos de melanina:
Eumelanina: Castanho-negro
Feomelanina: Amarelo-vermelho
Melaninogênese :
Fenilalanina ---(fenilalanina tiroxidase)--- Tirosina ---(tirosinase + cobre)---
Dopaquinona---Hidroxindol---Quinonas---Eumelanina
Ou
Fenilalanina ---(fenilalanina tiroxidase)--- Tirosina ---(tirosinase + cobre)---
Dopaquinona---Cisteinildopa---Feomelanina
Distúrbios da Melanina:
Aumento Localizado x Aumento Generalizado
Deficiência Localizada x Deficiência Generalizada
1) Aumento localizado de Pigmentação Melânica
Efélides (mácula melanótica)
Melanoses
Nevos
Melanomas
Síndromes
Efélides: as sardas ou efélides são pequenas máculas pigmentadas na pele que ocorre
pincipalmente em pessoas de pele clara. São manchas devido há um maior produção
de melanina por melanócitos existentes. Não são palpáveis e não é uma doença. É
genético.
Mácula Melanótica: é uma pigmentação plana e marrom da mucosa produzida pelo
aumento localizado de melanina. Pode estar presente na gengiva, na língua, no palato,
ou no lábio. Não cresce e está presente há muito tempo na cavidade oral. Possui
margem gengival definida. É genético e é causado por uma maior produção de
melanina. Não é uma doença. A mácula melanótica não tem tendência de malignidade,
porém um melanoma inicial pode ser semelhante clinicamente á macula. Portanto
todas as máculas pigmentadas, grandes, com pigmentação irregular, duração
desconhecida ou aumento de tamanho recente devem ser submetidos ao exame
histológico.
Melanoses:
Melanose Tabagística: Pode ser causada por dois fatores: Calor de fumaça, e
Compostos Químicos. É causada por uma produção maior de melanina. Não
causa câncer.
Melanose Cicatrizal: produção maior de melanina provocada por traumas.
Hiperpigmentação induzida por Drogas:
Fenitoína
Clorpromazina
Quinolona
Neurofribromatose: defeito genético que leva a formação de tumores, pode ser
isolado, ou pode ser desde o momento que a pessoa nasce, sendo que nesse caso
todas as células vão estar alterada. Existe também uma maior produção de melanina,
principalmente nas axilas e até algumas manchas na Íris. É genética ou adquirida. São
portanto tumores benignos mas que podem se transformar em tumores malignos.
Doença de Addison: doença na qual há uma diminuição da produção dos hormônios
adrenais (adrenocorticotrópicos) que por sua vez tem função de inibir o hormônio
MSH. Quando os hormônios adrecorticotropicos caem há uma maior produção de
MSH nesse sentido há um aparecimento de manchas, inclusive na cavidade bucal.
Síndrome de Peuts-Jeghers: produz mais MSH que o normal, produzindo manchas
desfocadas que aumentam com o decorrer do tempo. Indica que o paciente pode
desenvolver tumores gastro-intestinais.
Nevo melanocítico: são pintas escuras formadas pelo acumulo anormal de melanocitos
em determinadas regiões de pele. Aparecem muito precocemente, ou até mesmo nas
primeiras semanas de nascimento. (Nevo Intraoral e Nevo Azul)
Melanoma: é um tipo de câncer que se desenvolve nos melanócitos. Trata-se de uma
lesão maligna potencialmente grave, que pode surgir na pele, nas membranas
mucosas, nos olhos e no sistema nervoso central com grande risco de produzir
metástases e com altas taxas de mortalidade nos estágios mais avaçandos. Consiste na
ploriferação dos melanócitos juntamente com alta produção de melanina.
Melanoma amelanótico: tumor maligno com coloração clara o que dificulta o
diagnóstico clínico. Nesse caso não há produção de melanina, apenas ploriferação do
melanócitos.
2) Aumento Generalizado de Pigmentação Melânica
Melanodermias Secundárias:
Exposição á Radiação
Gestação
Medicamentos
Hipoadrenalismo(Doença de Addison)
Melasma Gestacional: é um distúrbio de pigmentação da pele caracterizado por
manchas de cor marrom-clara a escuras que surgem predominantemente em áreas do
rosto (maça do rosto, nariz lábio superior) expostas ao sol. Existem diversas causas
dentre elas as que tem destaque são o fator genético e alterações hormonais como
gravidez por exemplo. Por isso é muito importante que o médico recomende as
mulheres gestantes a evitar o sol e sempre se proteger. Não causa nenhum problema
ao organismo, apenas interfere na estética.
3) Deficiências Localizadas de Pigmentação Melânica:
Vitiligo: caracteriza-se pela diminuição ou falta de melanina em certas áreas do corpo,
gerando manchas brancas nos locais afetados. As lesões que podem ser isoladas ou
espalhar-se pelo corpo atingem principalmente os genitais,cotovelos,joelhos, faces e
extremidade dos membros inferiores e superiores. Patologicamente se caracteriza pela
redução do numero ou função dos melanócitos.
Acromia Cicatricial: Manchas brancas de diversos formatos, causado pela ausência de
melanina.
Acromotriquia: Cabelos Brancos, devido ao envelhecimento que por sua vez causa
diminuição da produção de melanina.
4) Deficiência Generalizada de Pigmentação Melânica:
Albinismo: é um distúrbio congênito caracterizado pela ausência completa ou parcial
de pigmenta na pele, cabelo e olhos devido á ausência ou defeito de uma enzima
envolvida na produção de melanina. É uma doença genética recessiva.
Acromia senil/nutricional:
Fenilcetonúria: é uma doença genética caracterizada pelo defeito ou ausência da
enzima fenilalanina tiroxidaze, enzima responsável por transformar fenilalanina em
tirosina. A fenilalanina é tóxica para os fenilcetonútricos porque apesar de presente
normalmente nos alimentos, ela deve ser transformada por uma enzima especifica
chamada fenilalanina tiroxidase, sendo uma parte utilizada em forma de aminoácidos
chamado de tirosina. Nos fenilcetonuricos a falta de enzima para digerir a fenilalanina
faz com que seu excesso se transforme no ác pivúrico, um componente encontrado na
urina ou no suor, que no sangue impede que outros metabólicos que inibem a
produção de certas gorduras e que por fim afeta o desenvolvimento neurológico do
indivíduo. Tratamento: dieta pobre em fenilalanina. Possuem níveis baixos de
melanina.
Hemoglobina:
É uma molécula composta de quatro cadeias polipeptídicas unidas de forma não
covalente. Cada cadeia possui um complexo heme-ferro. São compostos heterocíclicos
de quatro anéis pirrolicos(4C E 1N). Os quatro pirróis estão ligados por pontes
metilênicas para formar um anel tetrapirrólico.
1) Distúrbio na formação da Hemoglobina:
Podem ser congênitas ou adquiridas
Porfiria: trata-se de um grupo de distúrbios raros provocados por deficiências das
enzimas envolvidas na síntese do heme (composto químico que transporta o oxigênio
e confere cor vermelha ao sangue, componente fundamental para a produção das
hemoproteinas como no caso da hemoglobina).Normalmente o corpo produz heme
em um processo com diversas etapas, os portadores de porfirinas tem deficiência de
certas enzimas necessárias para esse processo, isso causa acumulo de quantidades
anormais de porfirina e outros precursores químicos do heme, principalmente na
medula óssea e no fígado. Existem varias formas diferentes de porfirinas. Drogas,
infecções, álcool e hormônios como estrogênio podem desencadear ataques de certos
tipos de porfirina. Essses precursores os quais incluem acido-delta aminolevulinico, o
porfobilinogênio e as porfirinas aparecem então no sangue e são excretados na urina
ou nas fezes. O excesso de porfirinas causa FOTOSSENSIBILIDADE na qual o indíviduo
torna-se francamente sensível a luz solar. Isto ocorre por que as porfirinas quando
expostas a luz e ao oxigênio, gerem uma forma de oxigênio carregada e instável que
pode lesar a pele. As três porfirinas mais frequentes são porfirina cutâneas tardia, a
porfirina aguda intermitente, e a protoporfiria eritropoiética. Em alguns poucos casos
de porfiria congênita há ainda o acúmulo de anel porfirico na dentina, alterando a
coloração do dente de branca para uma rosa suave.
2) Distúrbios na degradação da Hemoglobina:
Catabolismo da Hemoglobina: após sua vida média de 120 dias as hemácias têm um
esgotamento das enzimas eritrocitárias, pois não possui núcleo para poder renovar seu
estoque de enzimas. Logicamente diminui o metabolismo da glicose que é
proporcional ao ATP e a respectiva energia necessária para sobreviver. Com tudo isto
sua membrana é alterada o que faz o BAÇO reconhecer sua ineficiência e cápturá-la
pelo axílio dos MACRÓFAGOS. Este é responsável pela fagocitose da hemácia e sua
destruição. As partes destruídas das hemácias tem destinos diferentes. A globina é
matabolizada dando origem a aminoácidos e o GRUPAMENTO HEME(VERMELHO) que
por sua vez com a abertura do anel protoporfirrina libera o ferro e forma a
BILIVERDINA(VERDE). Esta nova estrutura de coloração verde é a biliverdina que
sofrerá uma redução saturando sua dupla ligação formando a BILIRRUBINA(AMARELA)
(INSOLUVEL). Esta será transportada pela albumina na corrente sanguínea até o
hepatócito. Estando no fígado o hepatócito capta a bilirrubina que sofre a ação da
enzima Glucoronil-transferase, formando o glucoronato de bilirrubina ou bilirrubina2
que por sua vez é hidrossolúvel. Este segue para o duodeno como parte da bili, é
absorvido no intestino, cai na corrente sanguínea e depois é excretado no rim.
Hemorragia Interna:
Primeiramente é vermelha devido ao grupo heme, depois verde devido a biliverdina,
depois amarela devido a bilirrubina. Com o tempo a hemorragia passa, voltando a
coloração normal.
Produtos da degradação da Hemoglobina:
Fisiológicos:
Biliverdina
Bilirrubina ( conjugada e não conjugada)
Estercobilinogênio
Urobilinogênio
Patológicos:
Hematoidina
Hematina
Hemossiderina
Acúmulo de Bilirrubina: Icterícia
Icterícia é uma síndrome caracterizada pela coloração amarelada da pele e mucosas
devido a uma acumulação de bilirrubina no organismo. Existem dois tipos de
bilirrubina a não conjugada ou bilirrubina 1 (INSOLUVEL) e a conjugada ou bilirrubina
2(HIDROSSOLÚVEL).
Pré-Hepática: Hemólise
Aumento na produção de bilirrubina 1 (não conjugada)
Hepáticas:
Redução na captação de bilirrubina 1
Defeitos na conjugação de bilirrubina 1
Defeitos na excreção de bilirrubina 2
Pós-Hepática: Obstrução
Obstrução intra ou extra-hepática de bilirrubina 2
Fisiopatologia:
Bilirrubina 1: (não conjugada)
Insolúvel/Não Excretável
Não ligada: promove toxidade ao SNC
Bilirrubina 2: (conjugada)
Hidrossolúvel
Atóxica e Excretada na Urina
Produtos Patológicos da degradação da Hemoglobina:
Hematoidina:
Pigmentos Ferruginosos:
Hematina:
Hematina ácida formolínica
Hematina ácida hidroclorídrica
Hemozoína esquistossomótica
Hemozoína malárica
Hemossiderina: A hemossiderina é um pigmento anormal microscópico de origem
endógena, encontrado no corpo humano e no de outros animais. Possui uma
coloração acastanhada, sendo resultante da degradação de hemácias. É composto de
óxido de ferro e pode se acumular em diferentes órgãos em diversas doenças.
Hemorragias
Doenças hemolíticas
Hemocromatose
Coagulação in vitro
Pigmentos derivados de Lipídios:
Lipofuscina:
Pigmento de origem lipídica
Resistente a solventes
Sudanofílicos
Formado a partir da membrana plasmática
É um acúmulo de degradação da membrana plasmática, portando vai estar
presente em células envelhecidas.
É considerado um tipo de Degeneração.
Pigmento de Desgaste
Dimetilaminoetanol: remédio para retardar o envelhecimento mantendo a
saúde da membranas plasmáticas.
Pigmentações Patológicas Exógenas:
Ingeridos
Argirismo
Plumbismo (saturnismo)
Medicamentos (crisíase)
Carotenose
Linhas de Burton: margem gengival escura azulada, devido a contaminação
com metal pesado como chumbo por exemplo.
Inoculados – Tatuagens
Tatuagens por amálgama: A tatuagem pelo amálgama é uma condição
iatrogênica comum causada principalmente pela implantação traumática de
partículas da liga de amálgama nos tecidos moles da cavidade bucal. Com o
desenvolvimento de motores rotatórios mais eficientes,procedimentos
traumáticos se tornaram mais frequentes, durante por exemplo a remoção de
restaurações de amálgama. Após sua implatantação ocorre uma reação
inflamatória discreta composta sobretudo por macrófagos que tentam
fagocitar as partículas da liga. Com o tempo alguns elementos da liga (como o
mercúrio) são eliminados, porém outros, como a prata permanecem
depositados nos tecidos e levam a impregnação de fibras elásticas e colágenas.
As lesões ocorrem especialmente na mucosa alveolar , gengival e jugal, e sua
identificação clínica pode ocorrer algum depois do episodio traumático. Em
alguns casos, observa radiograficamente imagem compatível com a presença
da liga de amálgama, nestas situações a biópsia não é necessária. Não há
necessidade de tratamento, pois não é patológico;
Aspirados – Pneumoconioses: é uma doença pulmonar ocupacional causada
pela inalação de poeiras.
Antracose: é uma lesão pulmonar caracterizada por pigmentação por partículas
de carvão, observada em mineiros,populações de grandes centro urbanos ou
de áreas poluídas, além de fumantes. Tém caráter inócuo, porém sua evolução
pode originar disfunções pulmonares graves, principalmente em profissionais
que constantemente entram em contato com a poeira do carvão. As partículas
ficam por toda a vida no tecido pulmonar, porém de forma excessiva pode
causa fibrose pulmonar.
Silicose: é uma forma de pneumoconiose causada pela inalação de finas
partículas de sílica cristalina e caracterizada por inflamação e cicatrização em
forma de lesões nodulares nos lóbulos superiores do pulmão.
Asbestose: é uma doença causada pela aeração do pó de amianto, também
chamado de asbesto. É uma tentativa de cicatrização do tecido pulmonar causada
pelas fibras minerais de silicatos de asbestos. A asbestose é uma formação extensa de
tecido cicatrizal nos pulmões causada pela aspiração do pó de amianto.
Pigmentações extrínsecas:
Pigmentos Vegetais
Desnaturação Proteica
Precipitação de Metais
Exemplos:
Clorexidina
Tabagismo
Língua Pilosa
Morte Celular:
Necrose e Apoptose:
Vias de Resposta Celular:
A célula sofre um estímulo, e busca de adaptar a ele de forma a manter a homeostase.
Se a capacidade adaptativa é excedida, desenvolve-se a lesão celular que pode ser de
caráter reversível (degenerações) ou irreversíveis como a Morte Celular que pode ser
por Necrose ou Apoptose. Necrose e Apoptose ocorre em Organismo vivo. Em
cadáveres ocorre Morte Somática.
Necrose:
A necrose é a maior via de morte celular na maioria das lesões encontradas, como as
que resultam de isquemia, de exposição a toxinas,várias infecções e traumas. O termo
necrose descreve uma série de alterações que acompanham a morte celular
(Alterações morfológicas que sucedem a morte celular no tecido vivo).
Pode acontecer por Ação enzimática ou Acidose Celular.
Etiopatogênese diversa: isquemia, de exposição a toxinas,várias infecções,
traumas, distúrbio metabólico, reação auto-imune.
É sempre um processo patológica.
Afeta grande área tecidual: não existe necrose de uma única célula.
Sempre promove Resposta Inflamatória
Ação Enzimática:
As células necróticas são incapazes de manter a integridade da membrana e os seus
conteúdos sempre extravasam. As enzimas responsáveis pela digestão da célula são
derivadas dos lisossomos das próprias células que estão morrendo ou dos lisossomos
dos leucócitos. Contém lípases, proteases, várias outras enzimas que vão degradar
todo o conteúdo celular.
Acidose Celular:
Causada por queda do Ph da célula, causando a desnaturação das proteínas, que por
sua vez, se coagulam, promovendo morte ceular.
Muitas vezes sabemos que a célula já está morta, mas não podemos ainda caracterizar
como necrose, porque ainda não há alterações citoplasmáticas que caracterize a
necrose como por exemplo: degradação de membranas e proteínas. Primeiro a célula
perde a função e só depois de um tempo é que vemos as alterações causadas pelas
enzimas ou pela queda do Ph, assim só depois desse tempo é que podemos confirmar
que a célula teve ou não Necrose. Esse tempo varia de célula pra célula.
1 - Lesão Isquemica (Falta sangue – Mais Grave – Há falta de glicose e Oxigenio) /
Hipóxia (Falta Oxigênio):
Toda lesão Isquemica ou Hipóxia, é predominante Necrose por Acidificação.
Principal exemplo: Isquemia do Coração
Primeira alteração quando a célula não tem acesso ao Oxigenio, é a degeneração
hidrópica, ou seja, a célula incha devido ao acumulo de água causado pela deficiência
das bombas de sódio e potássio. É o que chamamos de Oncose. Assim a célula para
obter energia começa a realizar Glicólise Anaeróbia, quebra do glicogênio presente na
célula, o que vai produzir também Ác.Láctico. O Ác. Láctico vai portanto diminuir o ph,
desnaturar as proteínas, que por sua vez, perdem sua conformação e coagulam,
fazendo com haja expulsão de água da célula fazendo com que esta fique mais densa
(aumento generalizado da eosinofilia- célula escurecida) promovendo morte celular.
(Necrose por Acidose Celular – Mecanismo Predominante)
1) Alterações Citoplásmáticas: aumento generalizado da eosinofilia- célula
escurecida, devido a condensação das proteínas.
2) Alterações Nucleares: Picnose- condensação das proteínas do núcleo
3) Alterações Nucleares: Cariorrexe – Fragmentação do Núcleo - com o passar do
tempo essas proteínas ficam tão condensadas que começam a se quebrar.
4) Alterações Nucleares: Cariólise – Lise do Núcleo – devido a fragmentação
intensa das proteínas.
Muitas vezes juntamente com a Oncose há também a liberação de enzimas, por que
com a falta de energia não há renovação de fosfolipídio, de citoesqueleto e nem de
proteínas estruturais, o que vai fragilizar as membranas celulares promovendo o
rompimento das membranas plasmáticas, da membrana nuclear, e da membrana dos
lisossomos, estas quando rompidas liberam enzimas como proteases, lípases que por
sua vez vão degradar toda a célula (Necrose por Enzimas). Esse mecanismo não é
importante em caso de hipoxia e Isquemia.
Em outros tipos de lesão é predominante a Necrose por Enzimas, ou seja, há a
liberação primeiramente das enzimas, não ocorrendo todo esse processo de
acidificação assim as proteínas vão ser degradas diretamente sofrendo liquefação e
não coagulação.
2- Lesão Infeciosa/Inflamatória:
Predomina Necrose por Enzimas.
Principal Exemplo: Infecção por Bactérias.
Infecção causada por microorganismo, que promove uma resposta imunológica que
irá promover degradação das membranas celulares de células infectadas pelo
patógeno, provocando a liberação de enzimas das própria célula e a consequente
morte celular. (Autólise)
Quando o Neutrófilo não conseguem fagocitar a bactéria, ele se rompe liberando
enzimas que são extremamente potentes, liquefazendo a célula (Heterólise)
Mecanismo Básicos da Necrose:
1) Necrose por Acidose – coagulação de proteínas.
2) Necrose por Enzima – Liberação de Enzimas – liquefação de proteínas.
São dois processos antagônicos quando acontece uma a outra não acontece.
Padrões Morfológicos da Necrose:
1) Necrose Coagulativa:
É a forma de necrose tissular na qual as células componentes estão mortas, mas a
estrutura básica do tecido é preservada por pelo menos alguns dias. Os tecidos
afetados adquirem um textura firme. Supostamente a lesão desnatura não apenas as
proteínas estruturais como também as enzimáticas bloqueando assim a proteólise. É
caracterizada de Infartos (áreas de necrose isquêmica) em todos órgãos sólidos exceto
o cérebro.
Causada por Necrose por Acidose ( Principal Exemplo: Isquemia do Coração)
Não existe dissolução tecidual imediata, ou seja não há liquefação do tecido.
Na verdade há coagulação das proteínas, formando um tecido denso, consistente,
devido a desnaturação da proteínas causada pela queda do PH.
Trata-se de um tecido rico em proteína.
E apresenta um aspecto amarelado, devido a perda de hemoglobina.
� Aspectos microscópicos:
Manutenção do arcabouço tecidual – Arquitetura do Orgão é preservada.
Ausência de detalhe morfológico
Deposição de material protéico eosinófilo – citoplasma escurecido
Nucleo sofre Picnose, cariorrexe ou cariólise
2) Necrose Liquefativa:
É observada em infecções bacterianas, porque esses microorganismos promovem
resposta imunológica que promoverá rompimento de membranas que causará
liberação de enzimas que provocará liquefação tecidual (dissolução tecidual precoce),
no sentido que antecede qualquer outra atividade.
Causada por Necrose por Liberação de Enzimas (Principal Exemplo: Infecção por
Bactérias(PRIMÁRIA) ou Liquefativa do Cérebro – AVC (SECUNDÁRIA – OUTRA
DOENÇAS ORIGINOU ESTA)
Explosão de Neutrófilos
Ação enzimática Intensa
Predomina em Orgãos com grande conteúdo Lipídico (Fígado, Pâncreas e SNC)
Padrões Morfológicos Específicos da Necrose:
1) Necrose Caseosa:
É encontrada com mais frequência em focos de infecção tuberculosa. O termo
‘’caseoso’’ (semelhante a queijo) é derivado da aparência friável branco-amarelada, da
área de necrose. Ao exame microscópico, o foco necrótico exibe uma coleção de
células rompidas ou fragmentadas, com aparência granular amorfa. Ao contrário do
que ocorre com a necrose coagulativa a estrutura do tecido é completamente
obliterada e os contornos celulares não podem ser distinguidos.
É uma forma bastante distinta de necrose de coagulação. Macroscopicamente o tecido
se torna esbranquiçado, granuloso, amolecido, com aspecto de queijo friável. Esta
necrose é encontrada em tecidos infectados com o bacilo da tuberculose, e sua
formação é fortemente mediada pelo sistema imune do indivíduo, que participa da
formação de granulomas no tecido infectado.
2) Necrose Gordurosa
Refere-se a área focais de destruição gordurosa, tipicamente resultante da liberação
de lípases pancreáticas ativadas na substância do pâncreas e na cavidade peritoneal.
Isso ocorre em pancreatite aguda.
3) Gangrena
É um tipo de Necrose coagulativa que ocorre nas extremidades do corpo. Em geral, é
aplicado a um membro, coagulativa envolvendo varias camadas de tecido. Quando
uma infecção bacteriana se surpepoe, a necrose coagulativa é modificada pela ação
liquefativa das bactérias e dos leucócitos atraídos, a chamada gangrena úmida.
Aquelas proteínas coaguladas vão se desidratando, promovendo um reação de
mumificação. Ex: Diabetes causa isso.
Gangrena é uma complicação de uma necrose isquémica (falta de suprimento
sanguineo, e consequente falta de oxigénio) das extremidades (braço, mão, perna, pé),
e seguida de invasão bacteriana e putrefação. Clostridium perfringens é a espécie mais
comum e envolvida na gangrena, mas outros clostrídios e várias outras bactérias
também podem crescer nos ferimentos ou em qualquer parte do corpo que tenha sua
circulação interferida ou impedida.
Noma: também conhecido por "cancrum oris" ou cancro oral, é uma inflamação
gangrenosa fulminante dos tecidos orais e faciais que atinge mais frequentemente
pacientes debilitados e gravemente desnutridos, em particular crianças. Tem como
etiologia bactérias anaeróbias orais e Borrelia vincentii. Ocorre com frequência na
Africa sub-saariana.Clinicamente apresenta-se como uma ulceração dolorosa da
gengiva ou mucosa jugal, que evolui para necrose extensa com envolvimento ósseo.
Seu tratamento é feito com doses elevadas de penicilina e terapia de suporte
Evolução das Necroses (Reação Inflamatória):
A necrose sempre promove uma resposta Inflamatória.
Regeneração
Cicatrização
Encistamento
Eliminação
Calcificação
Infecção Secundária
Apoptose:
A apoptose é uma via de morte celular induzida por um programa de suicídio
rigorosamente regulado, no qual as células destinadas a morrer ativam enzimas
capazes de degradar o seu próprio DNA e as proteínas nucleases e citoplasmáticas. Os
fragmentos da células apoptóticas, então se separam, gerando uma aparência
responsável pelo nome apoptose “caindo fora”. A membrana plasmática da célula
apoptótica permanece intacta, mas é alterada de tal maneira que a célula e seus
fragmentos tornam-se alvo para ávidos fagócitos. Rapidamente a célula morta é
removida antes que seu conteudo extravase e , por isso a morte celular por essa via
não induz uma reação inflamatória no hospedeiro. Portanto a apoptose difere da
necrose que é caracterizada pela perda de integridade da membrana, digestão
enzimática das células, extravasamento dos conteúdos celulares, e com frequência
uma reação no hospedeiro. Entretanto, em alguns casos a apoptose e a necrose
coexistem, e a apoptose induzida por alguns estímulos patológicos progride para a
necrose.
Em geral, a apoptose ocorre em muitas situações e funciona para eliminar células
potencialmente prejudiciais e células que tenham sobrevivido mais que a utilidade. É
também um evento patológico quando as células são lesadas além do reparo,
sobretudo quando a lesão afeta o DNA ou as proteínas da célula, nessas situações as
células lesadas de modo irreparavel é eliminada.
Ocorrem em células Individuais
Depende de mecanismos genéticos da própria Célula
Pode ser causada por um estímulo Endógeno ou Exógeno
Causada por Estímulos fisiológicos, patológicos e adaptativos.
Eliminar ou Aumentar dimais a apoptose pode resultar em Doença.
Ocorrencia de Apoptose:
Embriogênese – separação dos dedos das mãos e dos pés.
Involução por carência hormonal
Hipotrofia de parênquima por obstrução ductal
Ausência de estímulos de sobrevivência
Eliminação de linfócitos auto-reativos
Morte celular mediada por linfócitos T
Morte de neutrófilos
Regressão da inflamação
Lesão celular viral
Agressão física discreta
Agressão química discreta
Contrapartida de proliferação aumentada
Morte celular em tumores
Mecanismo de Apoptose (Fases da Apoptose):
1. Disparo por sinais externos e, ou, internos – quando a célula sabe que ela vai ter que
entrar em aptose.
2. Fase de integração – a célula se prepara para morrer
3. Fase de execução – a célula começa a ser desmontada
4. Remoção de células e corpos apoptóticos
1) Sinalização ( disparo por sinais internos e externos) �
Carência (falta) de estímulo externo:
Fatores de crescimento
Hormônios
Oxigenação
Nutrição
Estímulos pró-apoptóticos exógenos e endógenos:
Linfócitos T citotóxicos (endógeno)
Toxinas (exógeno)
Glicocorticóides (exógeno)
Infecção viral (exógeno)
p53 (endógeno) – proteína que tem como função varrer o DNA na procura de
mutações. Assim quando ela sabe que a célula sofre uma mutação ela não
permite que esta sofra mitose e ativa outras proteínas que vão corrigir aquela
mutação. Agora quando essa correção não é suficiente, a p53 induz a apoptose.
Se o gene da p53 for alterado isso pode resultar em aparecimento de tumores
no organismo.
2)Fase de Integração:
Estímulo Externo ativa a Via de ‘’Fas’’:
Fas é uma proteína transmenbrana, ou seja ela tem um dominio intra e extra
celular. O domínio extra-celular terá contato por exemplo com um glicocorticoide,
ou antinflamatorio. Quando ela é ativada o domínio intra-citoplasmático dela
chamado de domínio da morte ele vai ativar uma classe de moléculas chamadas de
caspazes que é uma enzima que quebra o ácido aspártico, ou seja qualquer
molécula ou proteína que contenha esse acido será quebrada pelas caspazes,
provocando apoptose. A caspaze é um Zimogeneo, ou seja é uma enzima que está
inativada e que precisa de um fator externo para ser ativada.
Estímulo Endógeno ativa a Via Bcl-2:
Bcl 2 é uma molécula que forma portões na parede mitocondrial externa, fechando
poros, e esses poros são muitos seletivos, e a bcl2 fecha esses poros não
permitindo a saída de nada. Dentros das moléculas que existem na mitocôndria,
tem o citocromo C, que quando sai da mitocôndria ativa as caspazes que por sua
vez, ativa a apoptose. Dessa forma o estimulo endógeno inativa a Bcl2.
3)Fase de Execução:
Uma caspase ativa outra, que ativa outra até chegar em caspases proteolíticas
que vão começar a degradar todas as proteínas das nossas células.
Ativação enzimática
Fragmentação internucleossômica do DNA
Alterações de citoesqueleto
4)Sinal para Fagocitose:
Moléculas que sinalizam a fagocitose: Filipases
Reconhecimento e fagocitose
Macrófagos
Células vizinhas
Caracteristicas Bioquímicas:
Clivagem ativa e específica de proteínas
Transativação protéica (cascata)
Quebra internucleossomal do DNA
Sinalização para reconhecimento fagocítico
Morfologia:
Células isoladas
Retração celular
Condensação de cromatina
Corpúsculos apoptóticos
Fagocitose
Resumo:
Apoptose Necrose
Ocorrencia Células individuais Áreas teciduias
Adesão intercelular Perda Precoce Perda Tardia
Organelas citoplasmaticas Tumefação discreta Tumefação precoce e
intensa
Liberação de enzimas Ausente Presente
Cromatina Compactação junto a
membrana
Grumos grosseiros e de
limite imprecisos
Fagocitose por células
vizinhas
Presente Ausente
Inflamação Não é estimulada Estimulo Intenso
Formação de cicatrizes Inexistente Possível
Fragmentação do DNA Internucleossômica Aleatória
CALCIFICAÇÕES PATOLÓGICAS:
Fisiologia dos tecidos calcificados.
• Calcificações distróficas e metastáticas
– Patogênese
– Manifestações principais
• Litíases
– Patogênese
– Fisiopatologia e manifestações principais
Tecidos Calcificados: Ossos e Dentes
Compostos de Hidroxiapatita:(calcificação normal - minerais) + Matriz Orgânica
(colágeno)
Cálcio(forma a hidroxiapatita) e Vitamina D( pode ser produzida ou pode ser
ingerida e tem que ser ativada pela radiação) são dois importantes fatores para
a calcificação.
Calcificações Fisiológicas:
Celulares: Osteoblastos e Osteocitos, Odontoblastos e Ameloblastos,
Osteoclastos
Tissulares: Matriz Organica e Fosfatase alcalina (importante para união de de
hidroxiapatita com a matriz orgânica)
Humorais: Subsaturação de fosfato de cálcio e Metaestabilidade e nucleação.
Componente fibrilar: Colágeno I
Substância fundamental:
Ácido hialurônico.
Proteoglicanas: Sialoproteína óssea,Sulfato de condroitina,Sulfato de queratana.
Glicoproteínas: Osteocalcina e Osteonectina.
Tipos de Calcificações Patológicas:
1)Calcificações Distróficas
Calcificação mais comum.
Vai acontecer em tecido necrótico. Primeiro haverá necrose tecidual e depois
deposição de minerais. Isso acontece porque todas as vezes que há lesão celular a
mitocôndria celular acumula muita quantidade cálcio, sofrendo um processo de
supersaturação, antes da célula estar morta, e quando ela morre efetivamente, a
membrana se rompe liberando a fosfotidilserina das vesículas fosfolipidicas que por
sua vez tem a capacidade de se ligar ao cálcio, formando o fosfato de cálcio que
cristaliza e assim irá se formar por aposição mais e mais minerais. Terá aspecto de
cebola devido ao crescimento em camadas, isso é chamado de corpo sanomatoide.
Qualquer tecido necrótico, que não tenha sido eliminado da devida forma, na maioria
das vezes sofre calcificação.
Exemplos:
Calcificações Pulpares
Aterosclerose
Endocartite
2)Calcificações Metásticas:
Calcificação rara.
Mecanismos:
É uma calcificação que acomete várias partes do corpo por isso o nome de
metastáticas. Se não for controlado, pode calcificar o corpo inteiro do paciente. Não é
necessário ter a necrose, ela depende de outros fatores como:
• Hipersecreção de paratormônio
• Destruição massiva de osso
• Desordens associadas à vitamina D
• Insuficiência renal
Hiperparatireoidismo Primário – Insuficiencia Renal
Hiperparatireoidismo Secundário – causada por aumento de Ca
Resumo:
Tecido Ca sérico Depósitos
Distrofica Necrotico Normal Localizados
Metastatica Sadio Elevado Generalizados
3)Litíases:
São Cálculos e Concrescências. A diferença da litíase com as outras calcificações é que
estas ocorrem dentro dos tecidos, enquanto as litíases ocorrem em cavidades que
pode ser um órgão oco, vesículas biliares, cavidade toráxica, peritônio, no interior de
vasos sanguíneos. É formada por supersaturação de algum mineral promovendo a
cristalização e formação de cálculos ou concrescências.
Exemplos:
Os cálculos biliares: podem ser claros, que são formados por supersaturação de
gorduras (colesterol). E podem ser escuros.
Cálculo Renal: causado por hipercalciuria na urina.
4)Colelitíase/Coledocolitíase:
• Colesterol (80%)
– Supersaturação da bile
– Hipomobilidade da vesícula biliar
– Hipersecreção mucosa
• Pigmentados (20%)
– Hemólise / infecção
– Bilirrubina não-conjugada
5)Urolitíase:
• Fosfato e oxalato de cálcio (70%)
Hipercalciúria e, ou, hipercalcemia
• Estruvirato (15 a 20%)
Infecção bacteriana