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RESUMÃO DE HISTÓRIA

BRASIL COLÔNIA

� PRÉ-COLÔNIA

Após a chegada de Pedro Álvares Cabral ao Brasil, o país entrou

num período de relativo abandono, entre 1500 e 1530, no qual a Coroa

portuguesa concentrou-se no reconhecimento e defesa da costa,

frequentemente atacada por incursões europeias, sobretudo corsários franceses, assim como extração do pau-brasil, produto largamente utilizado na Europa para tintura de tecidos, a partir da mão de obra indígena e instalação de feitorias.

O desinteresse dos lusos em efetivar a colonização do Brasil logo que

chegaram deu-se porque não encontraram metais preciosos que tanto

desejavam, nem tampouco especiarias obtidas no Oriente até então.

Sendo assim, os portugueses dedicaram-se unicamente à extração do

pau-brasil, descoberto em 1501 por Gaspar de Lemos, empregando mão de obra livre, indígena, que carregava a madeira para as feitorias,

onde era armazenada.

Os lusos adquiriram a colaboração dos índios nos primeiros anos a partir do escambo, pelo qual a força de trabalho indígena era trocada

por quinquilharias como canivetes e espelhos, caracterizando o período

pré-colonial.

Entretanto, após 1530, com o declínio do comércio com o Oriente e a ameaça do domínio lusitano na colônia frente aos ataques corsários, D. João III, então rei de Portugal, decidiu efetivar o controle da colônia por

meio da fixação de colonos à terra, organizando expedições que levavam

homens, plantas, sementes, ferramentas e animais domésticos para o Brasil, a primeira delas chefiada pelo capitão-mor Martim Afonso de Souza, em 1531.

� CAPITANIAS HEREDITÁRIAS

Como colonizador, Martim Afonso de Souza iniciou a distribuição de

lotes de terra, as sesmarias, a quem estivesse disposto a cultivá-las, assim como a plantação da cana-de-açúcar, criando o primeiro engenho

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da colônia, o Engenho do Governador, além da primeira vila, São Vicente, situada no atual estado de São Paulo, expulsando os franceses

do litoral.

Procurando implantar uma atividade econômica duradoura e

lucrativa na sua colônia americana, a Coroa lusitana buscou cultivar

um gênero de alto valor e de fácil comércio no mercado europeu, a cana-de-açúcar. Para viabilizar a colonização e evitar gastos para a

metrópole, que não dispunha de muitos recursos, D. João III resolveu

adotar o sistema da divisão do território em grandes faixas de terra, as

capitanias, doadas a fidalgos portugueses, os donatários, isentando-se

dos gastos com a colônia.

Assim, a Coroa lusitana doou 15 extensas faixas de terra, que

formavam 14 capitanias que iam do litoral ao limite de Tordesilhas, a

12 donatários, atraídos pelo direito de explorar as suas capitanias e

transferi-las aos filhos.

Os sistemas de capitanias eram regulamentados pelas cartas de doação e forais, instrumentos jurídico-administrativos que

assinalavam os direitos e deveres dos donatários.

O sistema estabeleceu os estrangeiros no território brasileiro, mas

fracassou quanto a estimulo de colonização, devido à falta de recursos e, muitas vezes, de interesse dos donatários, grande distância da

colônia a metrópole e frequentes revoltas indígenas contra o trabalho

escravo nas lavouras. Apesar do fracasso, duas capitanias obtiveram

significativo progresso: a de São Vicente, no sul, de Martim Afonso de

Souza, e a de Pernambuco, no norte, de Duarte Coelho.

São Vicente prosperou devido ao relativo sucesso com a cana-de-

açúcar, entretanto o maior progresso verificado na colônia foi o da

capitania de Duarte Coelho, principalmente pelos fatores favoráveis ao

cultivo da cana, como clima adequado e solo propício, chamado de massapé, pacificação dos índios, fundação de vilas, como Igarassu e

Olinda, e a localização mais próxima da capital, o que barateava o

transporte dos produtos.

� GOVERNO-GERAL

Devido ao fracasso econômico das capitanias hereditárias, D. João III

decidiu centralizar a administração para coordenar a defesa contra

ataques de índios e piratas e efetivar a colonização, adotando o sistema de governos-gerais, mantendo, no entanto, as capitanias, oficializado

em 1548 por um documento denominado Regimento.

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Os auxiliares do governador eram o provedor-mor, encarregado das

finanças; o capitão-mor, responsável pela defesa da costa; e o ouvidor-mor, a quem cabia a aplicação da justiça.

Para ser a sede do governo-geral no Brasil, a Coroa comprou a

capitania da Bahia e dedicou-se à construção de casas, fortes e edifícios

públicos que permitiram inaugurar a primeira cidade e capital

brasileira, Salvador, em 1549.

Tomé de Souza [1548-53], o primeiro governador-geral, trouxe

centenas de colonos ao Brasil, a quem doou sesmarias para a

montagem de fazendas, engenhos e estaleiros, gado bovino das Ilhas de

Cabo Verde, e novas ferramentas, desenvolvendo a agricultura e a

pecuária. Também vieram para a colônia escravos africanos, as

primeiras mulheres e um grupo de jesuítas liderados por Manuel da Nóbrega, cujo objetivo era catequizar os índios, criando aldeamentos e

civilizando-os.

Duarte da Costa [1553-58], o segundo governador-geral, trouxe para o Brasil mais colonos, órfãs para casamento com os colonos brancos e

jesuítas, dentre eles, José de Anchieta, que, com Nóbrega, fundou o

Colégio de São Paulo, em 1554. Seu governo foi conturbado, marcado

por conflitos entre colonos e jesuítas, que não aceitavam a escravização

dos indígenas, e ataques corsários, como a invasão francesa ao Rio de Janeiro.

Mem de Sá [1558-72], o terceiro governador-geral, buscou

restabelecer o completo domínio luso na colônia e resolver as dificuldades nascidas no governo de seu antecessor. Suas primeiras

medidas foram juntar os aldeamentos indígenas com os dos jesuítas, formando as missões, a fim de reduzir os conflitos entre jesuítas e

colonos, e expulsar os franceses do Rio de Janeiro, contando para isso

com o auxílio dos jesuítas, Nóbrega e Anchieta, que, junto aos tamoios, romperam a aliança com os franceses, e os reforços vindos da Europa,

chefiados por seu sobrinho, Estácio de Sá.

Em 1570, a Coroa portuguesa nomeou um novo governado-geral

para a colônia, que, entretanto, não chegou ao Brasil, pois foi vítima de

ataques piratas franceses em alto-mar. Dois anos mais tarde, doente,

Mem de Sá falece na Bahia.

� UNIÃO IBÉRICA

Após a morte de D. João III, em 1557, e posteriormente a de seu

neto, D. Sebastião, em 1578, a Dinastia de Avis chegava ao fim, sem

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descendentes, em 1580, com a morte do cardeal D. Henrique, seu

último remanescente.

Foi nesse contexto que o rei da Espanha, Filipe II, neto de D.

Manuel, o Venturoso, invadiu Portugal com suas tropas e assumiu o

trono lusitano, unindo Portugal e Espanha e iniciando conhecido como

União Ibérica.

Pelo Juramento de Tomar, em 1581, Filipe II assumiu

compromissos para com Portugal, como preservar relativa autonomia

do país e manter as colônias unidas e não submetidas à Espanha.

Assegurou também sua disposição em respeitar usos, costumes, leis e

administração portuguesas.

Para o Brasil, como colônia, o domínio espanhol trouxe poucas

mudanças políticas significativas, efetuando-se apenas uma

substituição da metrópole que exercia o monopólio comercial e o controle administrativo. Territorialmente, entretanto, o domínio

espanhol aboliu os limites de Tordesilhas, permitindo o avanço

português para o interior, estimulado pela busca de metais preciosos.

Porém, em ralação a economia lusitana no Brasil, como a Espanha

estava envolvida em diversos conflitos na Europa, o domínio espanhol

atraiu, contra o Brasil, seus inimigos, como Inglaterra, França e

Holanda, que realizaram várias invasões no território da colônia.

Insatisfeitos com os conflitos que enfraqueceram a sua economia em

função da União Ibérica, os lusos iniciaram um movimento pela restauração da autonomia portuguesa, liderada pelo duque de

Bragança, que terminou sendo coroado rei de Portugal com título de D. João IV, inaugurando o governo da Dinastia de Bragança.

� O SÉCULO DO AÇÚCAR

Durante o século XVII, o cultivo da cana-de-açúcar foi o pilar da economia da colônia portuguesa, que se tornou o maior produtor de

açúcar do mundo, gerando imensas riquezas para os senhores de

engenho, para Portugal e, sobretudo, para os holandeses.

Conhecedor das técnicas de produção do açúcar desde o século XIII

e possuidor do financiamento dos holandeses, responsáveis pelo

transporte e refino do produto, Portugal também detinha a solução para o problema da mão de obra para instalação da empresa canavieira no

Brasil.

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Inicialmente, para suprir a carência de uma mão de obra

compulsória e abundante, dada a extensão do território brasileiro,

foram utilizados os nativos, que em seguida, foram substituídos pelos africanos. A substituição deu-se pelo empreendimento altamente

lucrativo que o tráfico negreiro tornou-se para a Coroa e mercadores

portugueses, e desaparecimento da população indígena.

Coube à região do Nordeste, essencialmente o litoral de Pernambuco

e Bahia, o papel de principal produtora de açúcar na colônia. A

agricultura praticada no Brasil tinha caráter exclusivamente

exportador, de acordo com o Pacto Colonial, baseando-se na

monocultura em latifúndios a partir da mão de obra escrava, modelo

conhecido como plantation.

O engenho era constituído por áreas extensas de florestas,

fornecedoras de madeira; plantações de cana; a residência do

proprietário, sua família e agregados; a sede da administração, conhecida como casa grande; a capela e a senzala, normalmente um

grande barracão onde se alojavam os escravos. Eram chamados de engenhos reais aqueles movimentados pela força hidráulica,

considerados os mais produtivos, e de engenhos trapiches, os

movimentados pela tração animal ou pela força humana.

A aristocracia dessa sociedade era formada pelos senhores de engenho, fidalgos de grande prestigio e poder. Logo abaixo vinham os

feitores e capatazes, padres, militares e funcionários públicos. Os

escravos, considerados mercadoria, constituíam a base da economia

dessa sociedade sem mobilidade. A maioria deles trabalhava de sol a sol na lavoura sob a atenta vigilância de feitores e debaixo de constantes

castigos físicos.

Devido à destribalização dos nativos a partir das missões jesuíticas,

os indígenas foram acometidos por epidemias trazidas pelos europeus, causando mortes e fugas das tribos para o interior. Nesse contexto, cada vez mais a presença dos negros fazia-se necessária. Os escravos

eram então trazidos da África em navios negreiros, chamados tumbeiros, em cujos porões eram amontoados, ficando sujeitos a

condições insalubres durante toda viagem.

A exploração do negro africano foi sempre acompanhada de atos de

rebeldia, como tentativas de assassinato dos feitores, fugas e até mesmo

suicídio. Os escravos que conseguiam fugir refugiavam-se em comunidades negras livres, os quilombos, como o Quilombo dos Palmares, o mais importante foco da resistência negra, situado na serra

da Barriga, em Alagoas.

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O apogeu da economia açucareira deu-se ainda no início do século

XVII. Entretanto, em razão de fatores externos, a empresa açucareira

começou a dar sinais de declínio. Contribuiu para essa situação a união

das Coroas portuguesa e espanhola e a consequente guerra entre

Espanha e Holanda. Nesse contexto, os holandeses começaram a

produzir açúcar em suas colônias, nas Antilhas, a partir da beterraba,

fazendo uso da técnica adquirida no Brasil, e concorrendo vantajosamente com o açúcar da colônia portuguesa, levando-a a uma

séria crise econômica.

No início do conflito, o rei da Espanha, Filipe II, proibiu o comércio

com a Holanda e suas colônias, o que incluía o embargo a participação

holandesa na empresa açucareira do Brasil. Em resposta, os

holandeses fundaram, em 1602, a Companhia das Índias Orientais,

destinada a manter suas relações comerciais com os domínios ibéricos.

Sua atuação incluiu saques na costa brasileira, sobretudo no Nordeste.

Avariada, a Espanha propôs uma trégua, a Trégua dos Doze Anos,

assinada em 1609, o que permitiu a continuidade e até intensificação das atividades holandesas no Brasil. Encerrada a trégua, os holandeses

retomaram a ofensiva militar, em 1621, fundando a Companhia das Índias Ocidentais, com o objetivo de manter o controle sobre o

comércio do açúcar brasileiro e se apossar dos domínios ibéricos na

costa americana, invadindo Salvador em 1624.

Os holandeses acabaram sendo expulsos de Salvador em 1625,

quando os portugueses organizaram uma poderosa esquadra, a Jornada dos Vassalos, liderada por Fradique de Toledo Osório. No entanto, recuperados dos reveses, os holandeses organizaram uma nova

expedição invasora, atacando, em 1630, as cidades de Olinda e Recife.

Os holandeses estabeleceram seu domínio no Brasil e nomearam um

governador, o conde Maurício de Nassau [1637-44]. Este, preocupado em normalizar a produção açucareira, conseguiu a colaboração de muitos senhores de engenho, para quem fora adotada uma política de

concessão de empréstimos que permitiu o aumento da produtividade.

Nassau ainda destacou-se por suas realizações urbanísticas e culturais, saneando e modernizando a cidade de Recife, a qual se converteu num centro urbano repleto de obras arquitetônicas. Até

mesmo no aspecto religioso, o Brasil sofreu influência dos holandeses,

com a implantação da liberdade de credo, com o objetivo de evitar

possíveis atritos com os luso-brasileiros.

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Em 1640, quando Nassau governava o Nordeste brasileiro, Portugal

restaurava sua autonomia frente à Espanha, contando para isso com o

apoio econômico e militar da Holanda e da Inglaterra. Diante da

resistência à separação das Coroas ibéricas e ameaçado pela

continuação da guerra, Portugal buscou reforçar suas alianças na

Europa, assinando em 1641 a Trégua dos Dez Anos com a Holanda.

Diante dos gastos com as guerras na Europa, a Companhia das

Índias Ocidentais adotou uma rigorosa política financeira para a região

nordestina, restringindo despesas, sobretudo com os senhores de

engenho. Descontente com a administração, Nassau foi destituído de

seu cargo e voltou à Holanda em 1644.

As relações entre holandeses e a população colonial se deterioraram

rapidamente, acrescidas agora pela saída de Nassau, impulsionando a

retomada do confronto com a Companhia das Índias Ocidentais,

culminando no movimento que expulsou os invasores da região, a

chamada Insurreição Pernambucana.

Graças à aliança entre Portugal e Inglaterra, a principal concorrente

da Holanda no comércio internacional, os holandeses foram obrigados a

concordar com a Paz de Haia, assinada em 1661, reconhecendo os

domínios coloniais lusos. Dessa forma, os vínculos entre portugueses e

ingleses estreitavam-se progressivamente, reforçando a dependência de Portugal com a Inglaterra, culminando no Tratado de Methuen, em

1703, um dos principais fatores da supressão da indústria portuguesa.

� O SÉCULO DO OURO

Embora que no período colonial do Brasil o açúcar tenha sido o principal produto da política colonizadora, havia outras atividades

complementares realizadas na colônia, como o cultivo de algodão, mandioca e rapadura, além da prática da pecuária. A ocupação do

norte, por exemplo, na Amazônia, foi impulsionada pela coleta de recursos florestais, chamadas drogas do sertão, como o cacau,

baunilha, guaraná, pimenta, dentre outros, em que se destacaram os

jesuítas, usando a mão de obra indígena.

Enquanto a economia do Nordeste se desenvolvia, graças ao sucesso dos empreendimentos açucareiros, na região de São Vicente, próspera

nos primeiros anos após a chegada dos portugueses, praticava-se a

agricultura de subsistência, reduzindo à pobreza a sua escassa população. Nesse contexto, foram organizadas nos núcleos urbanos

expedições, as bandeiras, cujo objetivo principal era encontrar riquezas

no interior.

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As primeiras bandeiras eram voltadas para o apresamento de

indígenas e captura de negros fugitivos através de contratos com

senhores de engenho, destacando-se entre elas a de Domingos Jorge Velho, que destruiu o Quilombo dos Palmares, em fins do século XVII.

As expedições destinadas à procura de metais preciosos, conhecidas

como entradas, eram financiadas pela metrópole devido ao declínio da economia açucareira no Nordeste a partir da segunda metade do século

XVII. O financiamento das expedições paulistas desembocou na

descoberta de ouro em Minas Gerais, dando início a uma nova atividade

econômica na colônia, a mineração.

As descobertas auríferas provocaram um grande aumento

demográfico no Brasil, sobretudo na região centro-sul, o novo eixo

econômico da colônia, provocando a ocupação e o povoamento do

território com o surgimento de vilas e cidades, assim como a

transferência da capital de Salvador para o Rio de Janeiro, alterando o

caráter rural da colônia para o urbano.

No início da atividade mineradora, predominavam as técnicas de faiscação ou garimpagem, isto é, a retirada do ouro de aluvião

encontrado no leito de rios e barrancos, a partir da utilização de

ferramentas rudimentares e mão de obra livre, contrastando com o

caráter elitista da produção açucareira. Mais tarde, quando se consolidou a mineração no Brasil, estruturavam-se grandes unidades

exploradoras, as lavras, utilizando-se de mais capital e mão de obra

escrava.

Para administrar a região mineradora, a metrópole criou, em 1702, a

Intendência das Minas, visando controlar de perto a exploração aurífera. Era responsável pela distribuição dos lotes a serem

explorados, chamados de datas, e pela cobrança de 20% do ouro

encontrado pelos mineradores, imposto conhecido como quinto.

Apesar do controle da metrópole, o contrabando era intenso e, para

coibi-lo, a Coroa proibiu a circulação de ouro em pó e em pepitas, criando, em 1720, as casas de fundição, onde todo o ouro extraído era

quintado e transformado em barras.

Aprofundando mais o controle fiscal, foi instituída a derrama: a

cobrança dos impostos à população seria feita por soldados

portugueses, chamados dragões, que estavam autorizados a invadir

casas e tomar tudo que tivesse valor.

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A partir do século XVII, surgiram no Brasil os primeiros movimentos

de contestação aos domínios e abusos da metrópole sobre a colônia,

conhecidos como rebeliões nativistas e rebeliões separatistas.

� NOTAS

1. Em 1504, ainda no governo de D. Manuel, fora cedida isoladamente, a Fernão de

Noronha, o que se considera a primeira capitania hereditária do Brasil, correspondente

ao arquipélago que atualmente leva o seu nome.

2. O Tratado de Tordesilhas, assinado entre Portugal e Espanha, em 1494, na cidade

espanhola de Tordesilhas, garantia a Portugal o controle sobre o corredor Atlântico,

situado na região entre as Ilhas de Cabo Verde e 370 léguas a leste.

3. O Brasil foi invadido duas vezes pelos franceses. A primeira, em 1555, deu origem, no

Rio de Janeiro, à colônia chamada de França Antártica. A segunda, em 1612, deu

origem à colônia chamada de França Equinocial, no Maranhão, a partir de uma

expedição sob o comando de Daniel de La Touche, que fundou o forte de São Luís

[nome escolhido em homenagem ao rei francês Luís XIII].

4. O Tratado de Methuen, também conhecido como Tratado de Panos e Vinhos, foi um

acordo reacionário às leis pragmáticas do conde de Ericeira [as leis proibiam o uso de

certos produtos estrangeiros, reduzindo as exportações e buscando equilibrar a

balança comercial lusa] , pelo qual Portugal abria seu porto aos manufaturados

ingleses, enquanto a Inglaterra fazia o mesmo com o vinho português, favorecendo

alguns círculos sociais lusitanos, atrelando Portugal à Inglaterra e oficializando uma

completa dependência econômica.

5. Apesar de o açúcar brasileiro ter perdido sua competitividade no mercado europeu,

sempre foi o principal produto das exportações da colônia. No século XVIII, por

exemplo, no auge da exploração do ouro, o açúcar representava metade das

exportações brasileiras, cujos principais centros produtores eram a Bahia, Pernambuco

e Rio de Janeiro.