resumão - classificações e modalidades de obrigações

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Direito Civil II - Direito das Obrigações I Professora Lucimara Deretti Resumo e roteiro de estudos da Unidade II Das Modalidades e Classificações das Obrigações Página 1 Unidade II Das Modalidades e Classificações das Obrigações DAS OBRIGAÇÕES DE DAR Obrigação de dar coisa certa: Vínculo jurídico pelo qual o devedor se compromete a entregar ao credor determinado bem móvel ou imóvel, perfeitamente individualizado . O devedor compromete-se a entregar algo. Confere ao credor somente o direito pessoal e não o direito real. Ou seja, o contrato cria obrigações, mas não opera a transferência da propriedade, que somente se concretiza com a tradição (bens móveis) ou pelo registro (bens imóveis). Coisa Certa: O devedor se obriga a entregar coisa (móvel ou imóvel) certa e determinada, com características previamente ajustadas (objeto específica e individualizado). Somente se desonera da obrigação com a entrega do bem pactuado. Importante: incluem acessórios, ainda que não mencionado no contrato, salvo se as partes estipularem diversamente. Características: o que vai caracterizar a obrigação de dar coisa certa é porque o objeto da prestação é coisa única e preciosa. EX: a raquete de Guga, o capacete de Ayrton Senna, a camisa dez de Pelé, etc. (235). O devedor obrigado a dar coisa certa não pode dar coisa diferente, ainda que mais valiosa, salvo acordo com o credor (autonomia da vontade). A obrigação não geral direito real ( = sobre a coisa), mas apenas direito pessoal ( = sobre a conduta). E se a obrigação não gera direito real, o que vai gerar? Resposta: a tradição para as coisas móveis e o registro para as coisas imóveis.

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Classificações e Modalidades de Obrigações

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  • Direito Civil II - Direito das Obrigaes I

    Professora Lucimara Deretti

    Resumo e roteiro de estudos da Unidade II Das Modalidades e Classificaes das Obrigaes Pgina 1

    Unidade II Das Modalidades e Classificaes das Obrigaes

    DAS OBRIGAES DE DAR

    Obrigao de dar coisa certa: Vnculo jurdico pelo qual o devedor se compromete a entregar ao credor

    determinado bem mvel ou imvel, perfeitamente individualizado. O devedor compromete-se a entregar algo. Confere ao credor

    somente o direito pessoal e no o direito real. Ou seja, o contrato cria obrigaes, mas no opera a transferncia da propriedade, que somente se concretiza com a tradio (bens mveis) ou pelo registro (bens imveis).

    Coisa Certa: O devedor se obriga a entregar coisa (mvel ou imvel) certa e determinada, com caractersticas previamente ajustadas (objeto especfica e individualizado).

    Somente se desonera da obrigao com a entrega do bem pactuado. Importante: incluem acessrios, ainda que no mencionado no contrato,

    salvo se as partes estipularem diversamente. Caractersticas: o que vai caracterizar a obrigao de dar coisa certa

    porque o objeto da prestao coisa nica e preciosa. EX: a raquete de Guga, o capacete de Ayrton Senna, a camisa dez de

    Pel, etc. (235). O devedor obrigado a dar coisa certa no pode dar coisa diferente, ainda

    que mais valiosa, salvo acordo com o credor (autonomia da vontade).

    A obrigao no geral direito real ( = sobre a coisa), mas apenas direito pessoal ( = sobre a conduta).

    E se a obrigao no gera direito real, o que vai gerar? Resposta: a tradio para as coisas mveis e o registro para as

    coisas imveis.

  • Direito Civil II - Direito das Obrigaes I

    Professora Lucimara Deretti

    Resumo e roteiro de estudos da Unidade II Das Modalidades e Classificaes das Obrigaes Pgina 2

    Tradio e registro so assuntos de Direitos Reais. Mas preciso saber o conceito:

    Tradio a entrega efetiva da coisa mvel (1226 e 1267), ento quando compro uma geladeira, pago a vista e aguardo em casa sua chegada, s serei dono da coisa quando receb-la.

    Ao contrrio, se compro um celular a prazo e saio com ele da loja, o aparelho j ser meu embora no tenha pago o preo (237).

    Eventual perda/roubo da geladeira/celular trar prejuzo para o dono, seja ele a loja ou o consumidor, a depender do momento da tradio.

    a confirmao do brocardo romano res perit domino (= a coisa perece para o dono), seja o comprador ou o vendedor, at a tradio (492).

    Se o devedor danificar a coisa antes da tradio, ter que indenizar o comprador por perdas e danos (239).

    O registro a inscrio da propriedade imobiliria no Cartrio de Imveis, de modo que o dono do apartamento no quem mora nele, no quem pagou o preo ou quem tem as chaves. O dono da coisa imvel aquele cujo nome est registrado no Cartrio de Imveis (1245 e 1).

    Portanto, para resumir, os efeitos so:

    a) Antes da Tradio: Perecimento (perda ou destruio total):

    Sem culpa do devedor: resolve-se a obrigao para ambas as partes, que voltam a situao primitiva. Se o vendedor j recebeu o preo, deve devolv-lo com correo monetria.

    Com culpa do devedor: indenizao pelo valor da coisa (equivalente em dinheiro) mais perdas e danos.

    Deteriorao (perda ou destruio parcial): Sem culpa do devedor: resolve-se a obrigao, com restituio do

    preo e correo monetria. O credor pode aceitar a coisa no estado que se encontrar, com abatimento proporcional no preo.

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    Com culpa do devedor: o credor pode extinguir a obrigao, pagando o devedor o equivalente em dinheiro, mais perdas e danos, ou receber a coisa no estado que se encontrar, recebendo indenizao pelos prejuzos causados.

    b) Aps a tradio: A coisa j pertence ao credor. Se ela se perder, o prejuzo ser suportado pelo credor (comprador),

    salvo se tiver ocorrido negligncia ou fraude do vendedor. Ex.: venda de animal doente.

    OBRIGAO DE RESTITUIR:

    tambm chamada de obrigao de devolver. Difere da obrigao de dar, pois nesta a coisa pertence ao devedor at

    a tradio, enquanto na obrigao de restituir a coisa pertence ao credor, apenas sua posse que foi transferida ao devedor.

    Posse e propriedade: quando se aluga um filme, a locadora continua sendo proprietria do filme, apenas a posse que se transfere ao cliente.

    Ento na locao o cliente/devedor tem a obrigao de restituir o bem ao locador aps o prazo acertado (569, IV).

    Como se v, na obrigao de restituir a prestao consiste em devolver uma coisa cuja propriedade j era do credor antes do surgimento da obrigao.

    Igualmente se eu empresto um carro a meu vizinho, eu continuo dono/proprietrio do carro, apenas a posse que transferida, ficando o vizinho com a obrigao de devolver o veculo aps o uso.

    Locao e emprstimo so exemplos de obrigao de restituir, ficando a coisa em poder do devedor, mas mantendo o credor direito real de propriedade sobre ela

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    Diferenas: Como a coisa do credor, seu extravio antes da devoluo trar

    prejuzo ao prprio credor (240), enquanto na obrigao de dar o extravio antes da tradio traz prejuzo ao devedor.

    Concluso A obrigao de dar coisa certa confere ao credor simples direito pessoal

    e no real. O contrato de compra e venda, por exemplo, tem natureza obrigacional. O vendedor apenas se obriga a transferir o domnio da coisa certa ao

    adquirente; e este, a pagar o preo. A transferncia do domnio depende de outro ato: a tradio, para os

    mveis (CC, arts. 1.226 e 1.267); e o registro, que uma tradio solene, para os imveis (arts. 1.227 e 1.245).

    DAR COISA INCERTA

    Conceito: Nesta modalidade, o objeto no considerado em sua individualidade, mas no gnero a que pertence.

    Por exemplo: 10 sacas de caf. Determinou-se apenas o gnero e a quantidade. 243 CC.

    Caractersticas: A obrigao possui objeto indeterminado e genrico, no incio da relao, mas indicado ao menos gnero e quantidade. Falta determinar a qualidade.

    Obs.: Coisa incerta, no quer dizer qualquer coisa. Ela indeterminada, mas suscetvel de determinao futura.

    As partes podem indicar uma das partes que far a escolha do objeto, ou um terceiro. Na omisso, a escolha pertence ao devedor (244).

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    Perda ou deteriorao da coisa Antes da escolha no pode o devedor alegar perda ou deteriorao da

    coisa, ainda que por fora maior ou caso fortuito. Realizada a escolha: acaba a incerteza. A obrigao de dar coisa

    incerta, transforma-se em dar coisa certa, com todas as regras j expostas.

    DAS OBRIGAES DE FAZER

    Conceito: Conduta humana que tem por objeto um servio. Espcie de obrigao positiva pela qual o devedor se compromete a

    praticar algum servio lcito em benefcio do credor. Este vincula a um ato ou um servio seu ou de terceiro, em benefcio do

    credor ou de terceiros.

    A impossibilidade do devedor de cumprir a obrigao de fazer, ou a recusa em executa l acarreta o inadimplemento, e a responsabilidade, ficar desta maneira:

    Sem culpa do devedor (caso fortuito ou fora maior): resolve-se a obrigao, sem indenizao, volta tudo ao estado primitivo.

    Com culpa do devedor: Responde por perdas e danos:

    o Obrigao fungvel: a obrigao pode ser realizada pelo devedor ou por terceiro. No se exige capacidade especial (pintar um muro). Se o devedor no cumprir, o credor determina que a obrigao seja realizada por outrem, a cargo do devedor.

    o Obrigao infungvel: (personalssima). Nesse caso o no cumprimento da obrigao resolve-se em perdas e danos, pois no se pode constranger fisicamente o devedor a execut-la.

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    Diferenas: Na obrigao de dar o objeto da prestao uma coisa. Na obrigao de fazer o objeto da prestao um servio. Ex: professor ministrar uma aula, advogado redigir uma petio, cantor

    fazer um show, pedreiro construir um muro, mdico realizar uma consulta.

    Problema: E se eu quero comprar um quadro e encomendo a um artista, a

    obrigao ser de fazer ou de dar? Resposta: Se o quadro j estiver pronto a obrigao ser de dar, se

    ainda for confeccionar o quadro a obrigao ser de fazer.

    Portanto, para fixar o contedo e no errar na prova: a obrigao de fazer tem duas espcies (em relao em a pessoa e no a coisa):

    Fungvel: quando o servio puder ser prestado por uma terceira pessoa, diferente do devedor. O devedor for facilmente substituvel, sem prejuzo para o credor, a obrigao fungvel (ex: pedreiro, eletricista, mecnico, caso no possam fazer o servio e mandem um substituto, a princpio para o credor no h problema).

    Infungvel: ao credor s interessa que o devedor, pelas suas qualidades pessoais, faa o servio (ex: mdico e advogado so profissionais de estrita confiana dos pacientes e clientes). Chama-se esta espcie de obrigao de personalssima ou intuitu personae ( = em razo da pessoa). So as circunstncias do caso e a vontade do credor que tornaro a obrigao de fazer fungvel ou no.

    Por conta dessas obrigaes que podem ser fungveis ou infungveis, na inexecuo da obrigao de fazer o credor s pode exigir perdas e danos (247),

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    Afinal, viola a dignidade humana constranger o devedor a fazer o servio por ordem judicial, de modo que na obrigao de fazer no se pode exigir a execuo forada como na obrigao de dar coisa certa (disposio tbm do art. 475).

    Imaginem um cantor se recusar a subir no palco, no razovel o Juiz mandar a polcia para for-lo a trabalhar, o coerente o credor do show exigir perdas e danos (389).

    Ningum pode ser diretamente coagido a praticar o ato a que se obrigara.

    Portanto, para gravar e no esquecer mais, havendo recusa do Devedor, 248 E essa recusa decorre de um caso fortuito (ex: o cantor gripou e perdeu a voz), extingue-se a obrigao.

    Se ocorrer recusa do devedor de executar obrigao fungvel, o credor pode pedir a um terceiro para fazer o servio, s custas do devedor (249).

    Havendo urgncia, o credor pode agir sem ordem judicial, num autntico caso de realizao de Justia pelas prprias mos (p. do 249, ex: consertar o telhado de casa ameaando cair).

    OBRIGAO DE NO-FAZER

    Conceito: Obrigao negativa cujo objeto da prestao uma omisso ou absteno.

    Vnculo jurdico pelo qual o devedor se compromete a se abster de fazer certo ato, que poderia livremente praticar, se no tivesse se obrigado em benefcio do credor.

    O devedor vai ter que sofrer, tolerar ou se abster de algum ato em benefcio do credor.

    Exemplos: O engenheiro qumico que se obriga a no revelar a frmula do perfume

    da fbrica onde trabalha. O condmino que se obriga a no criar cachorro no apartamento onde

    reside.

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    O professor que se obriga a no dar aula em outra faculdade. O comerciante que se obriga a no fazer concorrncia a outro.

    Detalhe: Pode haver limite temporal para a obrigao. Ou tornar-se impossvel 250

    Importante:Como na autonomia privada a liberdade grande, as obrigaes negativas podem ser bem variadas, mas obrigaes imorais e anti-sociais, ou que sacrifiquem a liberdade das pessoas, so proibidas.

    Ex: obrigao de no se casar, de no trabalhar, de no ter religio, etc. uma questo de bom senso, ou de razoabilidade.

    Violao da obrigao negativa: Resolve-se em perdas e danos. Se o engenheiro divulgar a frmula do perfume ter que indenizar a

    fbrica. Mas, lembrem-se: se for vivel, o credor poder exigir o desfazimento

    pelo devedor: Ex: Jos se obriga a no subir o muro para no tirar a ventilao do seu

    vizinho Joo, caso Jos aumente o muro, Joo poder exigir a demolio, 251. No caso do perfume no h como desfazer a revelao do segredo,

    ento uma indenizao por perdas e danos a soluo (389).

    Portanto, quando lhe for perguntado sobre a Inadimplncia: O devedor que pratica o ato que se comprometeu a no praticar, torna-

    se inadimplente. E assim, o credor pode exigir o desfazimento do que foi realizado, sob pena de desfaz-lo a sua custas, exigindo perdas e danos.

    Porm, quando no possvel o desfazimento, s resta a indenizao.

    Concluses: So vrias modalidades, mas que sempre iro corresponder a uma das

    trs espcies de dar, fazer ou no-fazer.

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    OBRIGAES CUMULATIVAS

    Tambm chamadas de conjuntivas. e. Devedor se compromete a realizar duas ou mais prestaes. So duas

    ou mais prestaes decorrentes da mesma causa. O inadimplemento de uma prestao envolve o descumprimento total da

    obrigao. Ex: Obrigao de entregar um veculo e um cavalo.

    OBRIGAES ALTERNATIVAS

    Tambm chamadas de disjuntivas 252 a 256. ou. Multiplicidade de prestaes , em que pode haver duas ou mais opes. O devedor se desonera com o cumprimento de qualquer uma das

    prestaes. Ex.: Obrigao de entregar um veculo ou um cavalo.

    Importante (vai cair na prova): A escolha pertence ao devedor, em regra geral. 252.

    Pois, pode ser estipulado de outra forma no contrato: cabendo a escolha ao credor ou a um terceiro.

    Detalhe: se uma das prestaes no puder ser objeto de obrigao, ou se tornar inexequvel, substitusse pela outra.

    Se houver impossibilidade de todas as prestaes sem culpa do devedor, resolve-se a obrigao sem indenizao.

    Havendo culpa do devedor: Se a escolha pertencia ao devedor: fica obrigado a pagar o valor da ltima que se impossibilitou + perdas e danos.

    Se a escolha pertencia ao credor: poder este exigir o valor de qualquer das prestaes + perdas e danos. 254.

    Ex.: Obrigao de entregar um veculo ou um cavalo.

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    OBRIGAES FACULTATIVAS

    No h possibilidade de escolha, mas sim, de substituio da prestao por outra diferente.

    Obrigao com faculdade de substituio do objeto pelo devedore. (Se) Ex.: Agncia de viagens que oferece determinado brinde, mas se

    reserva o direito de substitu-lo por outro (caso o estoque terminar).

    OBRIGAES SOLIDRIAS:

    Solidariedade no se presume; resulta de lei. Art. 264-285 Pluralidade de credores e\ou devedores. Que possuem direitos ou obrigaes pelo total da dvida, como se

    houvesse um s credor ou um s devedor. Ou seja: cada credor tem direito totalidade da prestao, como se fosse credor nico; ou, Cada devedor obrigado pela dvida toda, como se fosse o nico devedor.

    Artigo 264, Cdigo Civil. H solidariedade, quando na mesma obrigao concorre mais de um

    credor, ou mais de um devedor, cada um com direito, ou obrigado, dvida toda. Obrigao solidria ativa qualquer um dos credores pode exigir a

    obrigao por inteiro. Obrigao solidria passiva a dvida pode ser paga por qualquer um

    dos credores Caractersticas das obrigaes solidrias A) Pluralidade de sujeitos ativos ou passivos; B) Multiplicidade de vnculos; C) Unidade de prestao; D) Corresponsabilidade dos interessados. O pagamento da prestao efetuado por um dos devedores extingue a

    obrigao dos demais, embora o que tenha pago possa reaver dos outros as quotas de cada um.

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    Princpios comuns solidariedade Artigo 265, Cdigo Civil. A solidariedade no se presume; resulta da lei

    ou da vontade das partes IMPORTANTE: A solidariedade no pode ser presumida, devendo

    resultar da lei (solidariedade legal) ou da vontade das partes (solidariedade contratual).

    Artigo 266, Cdigo Civil. A obrigao solidria pode ser pura e simples para um dos cocredores ou codevedores, e condicional, ou a prazo, ou pagvel em lugar diferente para o outro.

    Obrigao solidria pura ou simples aquela que no contm condio, termo ou encargo.

    Obrigao solidria condicional aquela cujos efeitos esto subordinados a um evento futuro e incerto (condio).

    Obrigao solidria a termo aquela cujos efeitos esto subordinados a evento futuro e certo (termo)

    SOLIDARIEDADE ATIVA

    Mais de um credor. Regra 1 Qualquer um dos credores pode exigir a prestao integral. Ex.: Conta bancria conjunta qualquer um dos correntistas pode

    movimentar a conta e exigir do banco a entrega de todo o numerrio. Obs.: O devedor deve pagar a prestao toda ao credor que lhe exigir. Solidariedade Ativa Regra 2: Qualquer um dos credores pode promover medidas para

    constituir o devedor em mora, sem concurso dos demais credores. Regra 3: Qualquer credor pode ingressar em Juzo visando a satisfao

    patrimonial. Regra 4: Enquanto no for demanda por um dos credores, o devedor

    pode pagar a qualquer deles extinguindo inteiramente a dvida. Solidariedade Ativa Regra 5: O credor que receber pagamento responde perante os demais.

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    Regra 6: O perdo da dvida por um dos credores, no alcana os demais.

    Regra 7: Se a ao entre um dos credores solidrios e o devedor for julgada procedente, a deciso extensvel aos demais credores.

    Porm, se o credor perdeu a demanda, a deciso no alcana os demais credores, evitando assim, a pouco diligncia ou inpcia do credor acionante.

    Extino da solidariedade Ativa

    Credores desistem da solidariedade por livre conveno. Um dos credores falece: seu crdito ento, passa a seus herdeiros sem

    a solidariedade. Estes tero direito apenas quota do crdito correspondente a seu quinho hereditrio. Salvo: se a prestao for indivisvel (ex.: cavalo).

    SOLIDARIEDADE PASSIVA

    Mais de um devedor. Regra 1: Cada um dos devedores responde pela dvida toda Regra 2: O credor pode demandar tanto o devedor principal como seus

    avalistas, pois so devedores solidrios. Regra 3: O pagamento parcial feito por um devedor ou o perdo obtido

    por um devedor, s aproveita os demais pelo valor pago ou perdoado.

    Impossibilidade da prestao na Solidariedade Passiva: Sem culpa dos devedores: extingue a obrigao. Com culpa de um devedor: a solidariedade permanece para todos, que

    continuam obrigados, respondendo pelo equivalente em dinheiro. No entanto, s o devedor culpado responder pelas perdas e danos.

    Observaes importante da Solidariedade passiva O devedor que paga a dvida toda, tem direito de regresso.

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    As quotas dos devedores pressupe-se iguais, salva disposio em contrrio (por exemplo avalista, tem direito a ao reembolso total, haja vista que era garantidor da obrigao).

    Se apenas um devedor for demandado em processo de conhecimento, poder acionar os demais, por meio do chamamento ao processo, para que a sentena atinja a todos.

    Extino da Solidariedade passiva Morte de um dos devedores: desaparece a solidariedade e, relao a seus herdeiros, embora continue a existir quanto aos demais coobrigados. A dvida se transmite aos herdeiros, mas cada um s responde por sua quota, salvo se a obrigao for indivisvel. Neste caso todos os herdeiros reunidos so considerados como um devedor solidrio em relao aos demais.

    Renncia total do credor: difere da remisso, pois neste a liberao do vnculo de solidariedade, mas ainda persiste a dvida, porm, cada devedor com sua quota parte.

    Remisso.

    OBRIGAES DIVISVEIS E INDIVISVEIS

    OBRIGAES DIVISVEIS Art. 257 - Comporta fracionamento sem prejuzo de sua substncia ou

    de seu valor (super fcil).

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    OBRIGAES INDIVISVEIS Art. 258 CC - A prestao s pode ser cumprida por inteiro, por

    conveno das partes.

    Pluralidade de devedores - Artigo 259, CC. (Parte passiva) Se, havendo dois ou mais devedores, a prestao no for divisvel,

    cada um ser obrigado pela dvida toda. Pargrafo nico. O devedor, que paga a dvida, sub-roga-se no direito do

    credor em relao aos outro coobrigados. Trata - se de sub-rogao legal, automtica enquadrada no art.346, III,

    Cdigo Civil. Regra: Cada devedor obrigado pela dvida toda Exemplo: Credor (A) e trs devedores (B, C e D) que devem entregar

    um touro reprodutor, que custa R$ 30.000,00. Se B entrega o touro, poder exigir, em sub-rogao, R$ 10.000,00 de

    cada um dos demais devedores, ou seja, as suas quotas-partes correspondentes.

    IMPORTANTE: O devedor, demandado por obrigao indivisvel, no pode exigir que o credor acione conjuntamente todos os co-devedores.

    Qualquer deles, escolha do autor, pode ser demandado isoladamente pela dvida inteira.

    Pois: todos os devedores so obrigados pela dvida toda.

    Pluralidade de credores (parte ativa) Art. 260: Se a pluralidade for dos credores, poder cada um destes

    exigir a dvida inteira; mas o devedor ou devedores se desobrigaro, pagando: I a todos conjuntamente; II - a um, dando este cauo de ratificao dos outros credores Cada credor tem direito de reclamar a prestao por inteiro e cada

    devedor responde tambm pelo todo. Sendo indivisvel a obrigao o pagamento deve ser oferecido a todos

    conjuntamente.

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    O devedor pode se exonerar pagando a dvida integralmente a um dos credores, desde que autorizado pelos demais, ou que, na falta dessa autorizao, d esse credor cauo de ratificao dos demais credores.

    Exemplo: Se um s dos credores receber sozinho o cavalo, poder cada um dos demais exigir desse credor a parte que lhe competir em dinheiro.

    Assim, sendo 03 os credores e valendo R$ 3.000,00, o animal recebido por um dos credores, ficar o que recebeu obrigado, junto aos outros dois, ao pagamento, a cada um deles, da soma de R$ 1.000,00.

    Cauo de ratificao = garantia de que ir repassar as quotas dos demais.

    Artigo 262, Cdigo Civil - Se um dos credores remitir a dvida, a obrigao no ficar extinta para com os outros; mas estes s a podero exigir, descontada quota do credor remitente.

    Remitir = perdoar Se um dos credores remitir a dvida, no ocorrer a extino da

    obrigao com relao aos demais credores. Porm, os demais credores s podem exigir a obrigao, descontada a

    quota do credor remitente.

    Exemplo: A, B e C so credores de D quanto entrega do famoso touro reprodutor, que vale R$ 30.000,00.

    A perdoa (remite) a sua pare na dvida, correspondente a R$ 10.000,00. B e C podem ainda exigir o touro reprodutor, desde que paguem a D os

    R$ 10.000,00 que foram perdoados.

    Perda da indivisibilidade: Artigo 263, Cdigo Civil- Perde a qualidade de indivisvel a obrigao que se resolver em perdas e danos.

    1. Se, para efeito do disposto neste artigo, houver culpa de todos os devedores, respondero todos por partes iguais.

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    2. Se for de um s a culpa, ficaro exonerados os outros, respondendo s esse pelas perdas e danos.

    No cumprida a obrigao Indivisvel:

    Por culpa dos devedores: surge a responsabilidade para todos de indenizar: o equivalente em dinheiro mais perdas e danos. Porm, neste momento a obrigao passa a ser divisvel. Cada um dos devedores ser responsvel apenas por sua quota parte.

    Sendo culpa de um s: este responde pelas perdas e danos.

    Portanto, para no errar na prova: A indivisibilidade origina-se da natureza da prestao. A obrigao indivisvel perde seu carter se convertida em obrigao de pagar perdas e danos, que uma obrigao de dar divisvel.

    Obs.: A obrigao solidria no perde sua natureza se convertida em perdas e danos

    Concluses: S interesse em saber se a obrigao divisvel ou indivisvel quando a

    multiplicidade de credores e devedores. Caso contrrio, pouca diferena faz. Exemplo: Jos obrigou-se a entregar a Joo duas sacas de caf. O mesmo acontece quando o objeto for divisvel.

    DISTINO ENTRE SOLIDARIEDADE E INDIVISIBILIDADE A solidariedade baseia-se em relao jurdica subjetiva, resultante

    da lei ou da vontade das partes; a indivisibilidade, em relao jurdica objetiva, em razo da natureza indivisvel do objeto da prestao.

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    Professora Lucimara Deretti

    Resumo e roteiro de estudos da Unidade II Das Modalidades e Classificaes das Obrigaes Pgina 17

    Ocorrendo a perda da coisa, na obrigao indivisvel, h converso da prestao em dinheiro e a indivisibilidade deixa de existir: cada devedor responde apenas por sua quota parte.

    Na solidariedade, a responsabilidade continua para todos os devedores, mesmo que a prestao se converta em perdas e danos.

    A solidariedade cessa com a morte, na se transmitindo aos sucessores. A indivisibilidade se transmite aos sucessores como tal.

    OBRIGAO NATURAL

    A obrigao civil produz todos os efeitos jurdicos, mas a obrigao natural no, pois corresponde a uma obrigao moral.

    H autores que a chamam de obrigao degenerada. Exemplos: obrigao de dar gorjeta, obrigao de pagar dvida prescrita

    (205), obrigao de pagar dvida de jogo (814), etc.

    Importante: A obrigao natural no pode ser exigida pelo credor, e o devedor s vai pagar se quiser, bem diferente da obrigao civil.

    Na obrigao natural, o credor no ter a pretenso para executar o devedor e tomar seus bens (189).

    A dvida natural existe, mas no pode ser judicialmente cobrada, no podendo o credor recorrer Justia.

    Conceito: Obrigao natural aquela a cuja execuo no pode o devedor ser constrangido, mas cujo cumprimento voluntrio pagamento verdadeiro.

    Por que a obrigao natural interessa ao Direito se corresponde a uma obrigao moral?

    Porque a obrigao natural, mesmo sendo moral, possui um efeito jurdico: soluti retentio ou reteno do pagamento.

    Mesmo tratando-se de uma obrigao moral, o pagamento de obrigao natural pagamento verdadeiro e o credor pode ret-lo.

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    Se Joo paga dvida prescrita e depois se arrepende no pode pedir o dinheiro de volta, pois o credor tem direito reteno do pagamento (882).

    Diferente de obrigao inexistente (Preste ateno na diferena) Se Joo paga dvida inexistente o credor no pode ficar com o dinheiro,

    e Joo ter direito repetio do indbito. Devoluo do indbito; em direito repetir significa devolver, e

    indbito o que no devido. Ento quem efetua pagamento indevido pode exigir a devoluo do

    dinheiro para que outrem no enriquea sem motivo. O credor de obrigao natural tem direito, porque a dvida existe. Mas

    quem recebe dvida inexistente no.

    OUTRAS MODALIDADES DE OBRIGAES

    Quanto ao Contedo: de resultado, de meio e de garantia; Quanto a independncia: principal e acessria; Quanto a liquidez: lquida, ilquida; Quanto ao momento do cumprimento: instantnea, diferida, trato sucessivo.

    De resultado Tambm chamada de fim: exige-se a obteno de um resultado,

    geralmente oferecido pelo prprio devedor. Ex: transporte. O devedor responde independente de culpa (responsabilidade objetiva). No entanto possvel a demonstrao de que o resultado no foi

    alcanado em razo de fator alheio a sua atuao (caso fortuito, fora maior, culpa exclusiva do credor).

    De meio Tambm chamada: de diligncia. O devedor obrigado a empenhar-se para conseguir o resultado,

    mesmo que este no seja alcanado.

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    Se o resultado final no for alcanado, s se considera o inadimplemento se provada a falta de diligncia (culpa responsabilidade subjetiva).

    Ex: o advogado, no se obriga a ganhar a causa, mas a esforar-se ao mximo para ganh-la.

    De garantia: Se contedo eliminao de um risco que pesa sobre o credor. Ex: a fiana.

    Principal: Independe de qualquer outra para ter validade.

    Acessria: Sua existncia est subordinada a outra relao jurdica: Ex: fiana, hipoteca, multa contratual. A extino, ineficcia, nulidade, prescrio da obrigao principal, atinge

    a obrigao acessria. O inverso no verdadeiro, pois vcio na obrigao acessria no afeta

    a obrigao principal.

    Lquida: Certa quanto a existncia e determinada quanto ao objeto. Constitui o devedor em mora de pleno direito, se no for cumprida no

    prazo. Ilquida: Incerta quanto quantidade; dependendo de uma apurao prvia,

    posto que o momento da prestao ainda indeterminado. Para que seja cobrado necessrio que se torne lquida (certa e

    determinada). Essa apurao realizada pela liquidao de sentena: que fixar o

    valor exato a ser pago ao credor.

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    Professora Lucimara Deretti

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    Instantnea: Cumprida quando o negcio celebrado; consuma-se em um ato

    apenas.

    Diferida: A execuo realizada em um nico ato, mas em momento posterior ao

    surgimento da obrigao.

    Trato Sucessivo Peridica ou de execuo continuada. Resolve-se em intervalos de tempo, de forma reiterada. Ex: Aluguis.

    Referncias:

    GAGLIANO, Pablo Stoze; Novo curso de direito civil; volume 2; 15 ed; So Paulo; Saraiva; 2014

    QUEIROZ, Mnica; Direito Civil: direito das obrigaes e responsabilidade civil - So Paulo; Atlas; 2010

    GONALVES, Carlos Roberto; Direito civil esquematizado; volume 1; 3 ed.; So Paulo; Saraiva; 2013