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“Ressuscitou como disse!” (Mt 28,6) A importância das visitas pastorais de Dom José às comunidades da Diocese Diocese de Blumenau CNBB Regional Sul 4 ANO XI - nº 115 - Abril de 2011 - Leia mais: www.diocesedeblumenau.org.br pág. 7 Diocese de Blumenau Jornal da “Seus olhos se abriram e eles O reconheceram” (Lc 24,31) ul 4

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“Ressuscitoucomo disse!” (Mt 28,6)

A importância das visitas pastorais de Dom José às comunidades da Diocese

Diocese de BlumenauCNBB Regional Sul 4

ANO XI - nº 115 - Abril de 2011 - Leia mais: www.diocesedeblumenau.org.br

pág. 7

Diocese de BlumenauJornal da

“Seus olhos se abriram e eles O reconheceram” (Lc 24,31)

ul 4

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www.dioceseblumenau.org.br Abril de 2011 . Jornal da Diocese de Blumenau

Opinião “Tomem e comam, isto é meu corpo”

(Mt 26,26)

2

Neste tempo de Quaresma, sente-se mais intensamente a necessidade de uma conversão radical. Em nossa terra de Santa Cruz, este tempo forte do calen-dário cristão suscita nas pessoas um profundo desejo de mudança de vida e de transformação. O convite que nos foi oferecido por Cristo, na Quarta-feira de Cinzas – “convertei-vos e crede no evan-gelho” –, parece ecoar no íntimo das nossas almas. As caminhadas penitenciais e as vias sacras que se rezam em nossas comunida-des, neste período, são oportuni-dades para nos colocarmos diante

da verdade de nós mesmos. O cru-cifi cado está aí para nos dizer que se encontra pronto novamente para dar a vida por nós e fazer, mais uma vez, com que cada gota de seu sangue nos resgate do pecado e da morte.

Diante disso tudo, alguém se sentirá tocado e dirá para si mes-mo: “Está na hora, chegou a hora de mudar o rumo da minha vida!”. No momento dessa decisão, um raio de sol iluminará a nossa vida e descobriremos que, finalmente, chegou o momento de abrirmos o nosso coração.

Deus esperava esse momento

na cruz, com Jesus, e que ape-lou à misericórdia do Filho de Deus bem no último momento de sua vida, foi a porta do Paraí-so aberta para nós.

Por isso, convido a todos para que, neste tempo de pre-paração para a Páscoa, trans-formemos as nossas igrejas em lugares que possam simbolizar o coração do Pai, onde os nos-sos fiéis possam abrir seus co-rações e derramar as lágrimas dos próprios pecados em uma confi ssão e encontrar a graça da misericórdia.

Que Cristo Ressuscitado nos dê a graça de morrermos ao nosso pecado e de podermos ressuscitar com Ele em uma nova vida.

O sacramento da misericórdia

Arti

go

Jesus diz “o pão que eu darei é a minha carne para a vida do mundo” (Jo 6,51b). E “Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna e eu o ressusci-tarei no último dia” (Jo 6,54). A Eucaristia serve, já neste mundo, para dar a vida.

Mas, o que é a vida? Jesus o disse: “Eu sou a vida” (Jo 11,25) e “Eu o ressuscitarei no último dia” (Jo 14,6). Então, esse pão nutre-nos d’Ele, neste e no outro mundo.

O que é a ressurreição? Jesus também disse: “Eu sou a ressurreição” (Jo 11,25). É Ele que dá início em nós a sua vida imor-tal, aquela que não é interrompida com a morte. A ressurreição é um mistério para os homens que raciocinam com critérios humanos.

Mas existe um modo no qual o misté-rio se torna menos incompreensível. Pelo prisma da unidade, experimentamos que, atuando o Mandamento Novo de Jesus, o amor recíproco leva à unidade fraterna en-tre os homens, que supera o amor humano. Esta conquista é efeito da vontade de Deus.

Jesus sabia que se nós correspondês-semos aos seus dons já não seríamos ser-vos ou amigos, mas seus irmãos, nutridos

da Sua vida. Para mostrar que esta família é de outra natureza, o evangelista usa a imagem da videira e dos ramos (cf. Jo 15). A mesma seiva (sangue), a mesma vida, o mesmo amor com o qual o Pai ama o Filho é nos comunicado (cf. Jo 17,23-26) e circu-la entre Jesus e nós.

Tornamo-nos consanguíneos, concor-póreos com Cristo. E é, pois, no sentido mais verdadeiro e mais profundo que Je-sus, depois de sua ressurreição, chama os seus discípulos de irmãos. Uma vez construída essa família do Reino dos Céus, como poderíamos imaginar uma morte que possa interromper a obra de Deus? Ele não nos podia colocar diante de uma sepa-ração absurda, mas dar-nos uma resposta.

E o fez revelando-nos a verdade da ressurreição da carne, que não é mais, para quem crê, um mistério obscuro de fé, mas uma consequência lógica da vivência da vida cristã. Ela é portadora da imensa alegria de sabermos que nos encontrare-mos todos com aquele Jesus que nos uniu.

Chiara Lubich

Eucaristia e ressurreição da carneO Senhor ressuscitou e ainda está conosco“Ainda que o corpo seja corruptível, a vida – Cristo – permanece, tanto na alma como no corpo, como princípio de imortalidade”

O mês de abril deste ano é privile-giado com a data da mais importante celebração católica cristã: a Ressurrei-ção de Cristo, no dia 24. Jamais esgo-taremos o signifi cado desse aconteci-mento em nossa evangelização.

Desejamos, também, nesta edi-ção, evidenciar o Ano da Liturgia, especialmente da Eucaristia, que a Diocese de Blumenau planejou. Seu encerramento está previsto para o mês de outubro. Detalhes poderão ser encontrados nesta edição do nosso jornal.

Com certeza, será um momento forte de vivência eucarística e eclesial para toda a nossa Diocese. O evento está sendo preparado com carinho e dedicação em todos os seus detalhes.

Espera-se deste abençoado ano, todos aqueles frutos característicos da presença do Senhor no meio do seu povo, pois Deus não muda. “É o mes-mo ontem, hoje e sempre” (Hb 13,8).

Nosso povo católico traz em si as marcas de uma piedade voltada para o Cristo sofredor. É o coração bom, solidário, compassivo, sem dúvida,

que leva as pessoas às procissões do Domingo de Ramos e da Sexta-feira Santa. Trata-se de profunda e cultural riqueza espiritual dos brasileiros e de outros povos. Não podemos, todavia, contentar-nos com essa atitude.

A Páscoa e a Eucaristia manifes-tam o Senhor Ressuscitado, vitorioso sobre toda a dor e o mal. Precisamos também, desta energia para dar o ou-tro passo, além do compadecimento. É a adoração, o louvor eucarístico, a ação de graças, o gesto de entrega, de disponibilidade em fazer a vontade do Senhor.

Os santos, adorando Jesus na Eu-caristia, não permaneciam inativos. Os que mais adoravam deixaram para a Igreja e para o mundo, mais numero-sas e consistentes obras de fé.

Com a presença eucarística de Jesus, colocada no centro de nossa vida, de nossos trabalhos, pastorais, movimentos, alegrias e sofrimentos, possamos colaborar efetivamente com Deus na construção do novo céu e da nova terra, já preanunciados pelo Pro-feta Isaías (Is 65,17).

Edito

rial

Dom

Jos

é

“O crucificado está aí para nos dizer que se encontra pronto novamente para dar a vida por nós, e fazer, mais uma vez, com que cada gota de seu sangue nos resgate do pecado e da morte”

do retorno do seu filho e da sua fi lha – pelo nosso retorno. Nas pa-lavras do fi lho mais novo do evan-gelho do Pai misericordioso, en-contramos esta frase: “Vou voltar para meu pai” (Lc 15,18). Como é forte essa frase! Depois de ter pas-sado por tantas experiências de pecado, o filho sente saudade de casa, sente saudade do Pai.

Somente quem se conside-ra filho pode ousar o retorno, a volta para casa. Somente quem não tem medo do Pai pode apos-tar que a bondade dele será bem maior que o castigo e a ira. A re-compensa do ladrão que estava,

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DioceseAbril de 2011. Jornal da Diocese de Blumenau www.dioceseblumenau.org.br

“Não estava o nosso coração ardendo quando ele nos falava pelo

caminho e nos explicava as Escrituras?” (Lc 24,32)

3

O encontro com Cristo Ressuscitado

EUCARISTIA

Cristo, no contexto de Emaús, de-monstra que não nos quer deixar sozi-nhos, abandonados na tristeza e aos nossos subjetivismos. Como fez com os dois discípulos, Ele se aproxima e começa a caminhar conosco. Faz-se nosso cate-quista e Mestre.

Os discípulos se perguntam quem era aquele que fazia seus corações arderem? Eles O reconhecem somente na fração do pão. Lucas, referindo-se aos discípulos de Emaús, sublinha: “seus olhos se abriram”, mostrando que é possível viver uma vida inteira com Jesus, mas com os olhos fe-chados. Significa que podemos ficar na escuta da Palavra e comer com Ele, sem reconhecê-lo.

Nesse caminho é possível reconhe-cer que Jesus Ressuscitado é aquele Crucificado que confiou ao Pai a própria vida, que conformou sua vontade à von-tade do Pai. Aceitou perder a vida na cruz para cumprir a missão de proclamar ao homem que o Pai não quer abandoná-lo e não o rejeita, mesmo que Ele próprio tenha sido rejeitado. Com esse propósito Ele nos doou o próprio Filho, para mostrar que nem o pecado impede Deus de amar o homem e de atraí-lo a si, num gesto de perdão que vence o pecado e a morte.

Comendo com os discípulos, Jesus manifesta sua capacidade e a vontade de comunicar o amor do Pai que salva. Ao comer com eles, assume uma atitude hu-mana e a carrega com prodigiosas poten-cialidades. Lembremo-nos da última ceia.

Lembremo-nos do encontro de Jesus Ressuscitado com os pescadores, à bei-ra do Lago Tiberíades e das orientações, para que a pescaria tivesse sucesso. Es-ses gestos carregados de simbolismos nos ensinam a buscar uma convivência real e a comunhão com o Senhor, pre-sente na Eucaristia, transformando pão e vinho na viva e misteriosa realidade do corpo doado e do sangue derramado.

Pão da unidade

O XVI Congresso Eucarístico Nacional de Brasília apontou um entre os muitos desafios que provêm da vivência da Eu-caristia: a construção da unidade. Como poderemos nos saciar do mesmo Corpo de Cristo e viver em desunião? A prática parece confi rmar que existem comunida-des divididas e que as experiências de comunhão que vivemos estão sempre sob ameaças, parecendo que as divisões nas-cem justamente dentro dos próprios núcle-os eclesiais.

Essa desunião refl ete o que acontece em outros níveis da sociedade, alcançan-do as famílias e a harmonia entre esposo e esposa, pais e fi lhos e irmãos. A oposi-ção e a ruptura do relacionamento refle-tem um drama profundo: a divisão presen-te no coração do homem e da mulher, que o Concílio Vaticano II coloca em relevo: “O homem está dividido em si mesmo. Toda a vida humana, individual e coletiva, apresenta-se como luta dramática entre o

bem e o mal, a luz e as trevas”. O texto do Concílio nos diz quem poderá tirar-nos desse dilema da luta entre o bem e o mal, do perigo da divisão: “o próprio Senhor veio para libertar e confortar o homem, renovando-o interiormente”.

João Paulo II, na encíclica sobre a Eucaristia e sua relação com a Igreja, afi r-mava que a “Eucaristia cria a comunhão e educa para a comunhão”. São Paulo, dirigindo-se aos fi éis de Corinto, fazia-lhes ver como as suas divisões, que se davam nas assembléias eucarísticas, estavam em contraste com o que celebravam: a Ceia do Senhor. E convidava-os a refl etir sobre a verdadeira realidade da Eucaristia, para fazê-los voltar ao espírito de comu-nhão fraterna.

Aproveitemos este ano para reforçar e fortalecer os nossos vínculos de unida-de e de comunhão. Pelas veias do Cor-po Místico de Cristo, nutrido pelo pão da Eucaristia, corre a mesma vida, o mesmo sangue, o mesmo amor de Jesus. Uma mesa e um alimento indicam e revigoram a identidade da família dos fi lhos e fi lhas de Deus.

Cultivemos a unidade nos vários seg-mentos eclesiais: na Diocese com as suas paróquias, nos grupos de reflexão, nas pastorais, nos movimentos, organismos e associações. Abramos os horizontes para lançar pontes com os líderes e membros das outras pastorais e movimentos que não sejam os nossos. Empenhemo-nos neste ano em apresentar ao Pai uma Igre-

ja mais unida e em comunhão, atentos às palavras de Santo Agostinho “Cristo Se-nhor consagrou na sua mesa o sacramen-to da nossa paz e unidade. Quem recebe o sacramento da unidade, sem conservar o vínculo da paz, não recebe um sacra-mento para o seu benefício, mas uma condenação”.

Espiritualidade

Em 2007, o Santo Padre publicou uma Exortação Apostólica sobre a Euca-ristia como “Sacramento da Caridade”, fruto dos trabalhos do Sínodo dos Bispos, que tinha a Eucaristia como temática. Convido as comunidades a reler esse texto, que poderá enriquecer-nos ao lon-go do Ano Eucarístico.

Ele explica a importância da adoração eucarística fora da Missa e afi rma que “o ato de adoração fora da Santa Missa pro-longa e intensifica aquilo que se fez na própria celebração litúrgica. Com efeito, somente a adoração pode maturar um acolhimento profundo e verdadeiro. Pre-cisamente nesse ato pessoal de encon-tro com o Senhor, amadurece também a missão social, encerrada na Eucaristia e deseja romper as barreiras, não apenas entre o Senhor e nós mesmos, mas, so-bretudo, as barreiras que nos separam uns dos outros”.

(Continuação do texto do Bispo Diocesano Dom José Negri para o Ano Eucarístico)

CURTASCOLETA SOLIDÁRIA

ADORAÇÃO DO SANTÍSSIMO

No mês de janeiro, a coleta da missa de um dos domingos em todas as paróquias e comunidades da Diocese de Blume-nau foi destinada à campanha solidária em favor das ví t i -mas das enchentes e enxurradas no Rio de Janeiro. Foram arrecadados R$ R$ 38.548,13, deposita-dos nas contas das duas dioceses mais atingidas: Petrópolis e Nova Friburgo.

A partir da Quinta-feira Santa, dia 21 de abril, na Catedral de Blumenau, terá início a Adoração Perpétua da Eucaristia, das 8 às 12 horas e das 13 às 19 horas. As Irmãs Car-melitas Missionárias do Espírito Santo são as responsáveis pela adoração, que será conduzida por diversos grupos de pastorais e movimentos que se re-vezarão a cada hora. A iniciativa se inspira na refl exão para o Ano da Liturgia, que tem como tema, “Eucaristia, fonte e cume da vida e mis-são da Igreja”. Todos são convidados a ado-rar o Santíssimo.

Como fez com os discípulos de Emaús, Ele se Como fez com os discípulos de Emaús, Ele se aproxima e começa a caminhar conoscoaproxima e começa a caminhar conosco

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“Pai, se queres, afasta de mim este cálice. Contudo, não se faça a minha vontade, mas a tua!”

(Lc 22,42)

4 www.dioceseblumenau.org.br Abril de 2011. Jornal da Diocese de Blumenau

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Santa Maria de Cleofas

SANTO DO MÊS

Num dos grandes momentos da Reden-ção, sobre o Calvário, um coro si-lencioso de piedosas mulheres aguarda que tudo seja cumpri-do. Estavam junto à cruz de Jesus sua mãe, a irmã de sua mãe, Maria de Cléo-fas e Maria de Magdala. Era o grupo das que o seguiam desde quando estava na Galiléia, para servi-lo. Entre elas está a santa que aqui lembramos, que pela sua presença ao lado do Salvador e o seu parentesco com a Família de Nazaré, mereceu a devoção dos cristãos.

Maria de Cleofas é chamada assim por causa do marido, Cleopa (ou Cleo-fas). É considerada a mãe dos irmãos do Senhor (termo semítico para indicar os primos Tiago Menor e José). Alguns historiadores dizem que Cleofas era ir-mão de São José e pai de Judas Tadeu e de Simão. Assim, Maria de Cleofas era cunhada de Nossa Senhora e mãe de três apóstolos.

Cleofas é um dos discípulos de Emaús, que no dia da ressurreição fo-ram alcançados acompanhados por Jesus ao partir o pão. Enquanto o ma-rido se afastava de Jerusalém com o coração angustiado, Maria de Cleofas apressava-se para ir ao túmulo do Re-dentor, no domingo bem cedo, prestar-lhe a última homenagem, a unção com unguentos. Junto com suas companhei-ras, foi comunicada pelo mensageiro di-vino: “não está mais aqui. Ressuscitou!”. A elas toca o privilégio do testemunho: “Porque buscais entre os mortos aquele que está vivo?”

Se Cristo não ressuscitou, dirá São Paulo “a nossa fé não vale nada e nós seremos mentirosos. Mas Cristo ressus-citou e tornou-se o primeiro daqueles que agora dormem e ressuscitarão”. Esta alegre notícia foi dada também a Maria de Cleofas.

Piero Bargalini, com tradução de Pe. Raul Kestring

IgrejaSEMANA SANTA

Celebrar os mistérios da redenção da humanidade

A liturgia do tempo pascal nos coloca mais perto de Cristo, através de sua dor e de seu amor

A Semana Santa é assim chama-da porque nela se recorda e se cele-bra os mistérios centrais da redenção da humanidade, ou seja, a paixão, morte e ressurreição de Jesus Cristo, o Salvador.

Este período especial do Ano Li-túrgico é de intensa oração e refl exão, que se inicia no Domingo de Ramos e culmina com o Domingo da Páscoa. Para melhor viver cada passo dessa caminhada rumo à salvação, é preciso compreender o signifi cado dos rituais da Semana Santa.

Domingo de Ramos

Celebra a entra-da triunfal de Jesus na cidade de Je-

rusalém. Qualifica-se essa entrada de

“triunfal” porque, como narram os evangelhos, foi algo de ex-traordinário pela calorosa acolhida da multidão. Em muitos lugares, encena-se esta passagem do evangelho. O sacerdote ou outra pessoa monta num burrico, como fez Jesus, e é acompa-nhado pelo povo, rumo à igreja, para, em seguida, celebrar-se a missa pró-pria daquele domingo.

A denominação “Domingo de Ra-mos” deriva da narrativa evangélica. As pessoas acolheram Jesus agitando ramos cortados das árvores. O ramo signifi ca vitória (a vitória de Cristo so-bre a morte), paz, alegria e vida. O povo leva e guarda em casa os ramos abençoados nesse dia, reconhecendo neles o sinal da vitória do cristão sobre o mal, o pecado e a morte.

Também o burrico, no qual Jesus montou, é símbolo de paz, em con-traste com os fortes e ágeis cavalos de guerra dos dominadores romanos que, naquele tempo, colonizavam a Palestina.

Triduo PascalFaz parte da

Semana Santa, o Tríduo Pascal, que abrange a Quinta-feira Santa, a Sex-

ta-feira Santa e o Sábado Santo.

Na Quinta-feira Santa celebra-se a instituição da Eucaristia, a instituição do sacerdócio católico e o mandamen-to novo. Normalmente, na parte da manhã celebra-se a Missa dos San-tos Óleos, na qual, sob a presidência do Bispo Diocesano, são abençoados os óleos do Batismo, dos Enfermos e do Crisma. A Missa do Lava-pés é ofi ciada à noite, relembrando a Última Ceia do Senhor. Logo após, recorda-se a prisão de Jesus pelos soldados de Pôncio Pilatos. Por isso, o povo de Deus permanece em adoração ao Santíssimo Sacramento até a meia-noite.

A Sexta-feira Santa é também chamada de Sexta-feira da Paixão, porque nela Jesus padeceu a morte na cruz pela salvação da humanida-de. Nesse dia o povo de Deus, com o jejum e a abstinência de carne, faz o silêncio do respeito, da meditação, da oração, da profunda gratidão.

Às 15 horas o ritual romano sugere a celebração da Morte do Senhor, di-vidida em quatro partes principais: as leituras bíblicas (entre elas a leitura da Paixão segundo São João), as preces universais da Igreja, a Adoração da Cruz e a distribuição da Comunhão. Depois, reza-se a Via-Sacra ou ence-na-se a Paixão de Cristo.

O Sábado Santo é chamado Dia do Grande Silêncio. A liturgia con-centra toda a sua alegria na celebra-ção da Vigília Pascal, com a bênção do fogo novo, o canto da Ressurreição (Exsultet), a bênção da água batismal, a renovação das promessas batis-

mais, a proclamação da ressurreição através do solene Aleluia e a celebra-ção da santa missa.

Domingo de Páscoa

É ce lebrado com missas jubilo-sas, manifestando a alegria do povo

de Deus, do céu e da terra, pela ressurrei-

ção do Senhor. As celebrações eu-carísticas desse dia, preparadas pelas equipes de liturgia, transmitem a todos a experiência de Jesus, que encoraja e reanima os discípulos à fé, ao amor, à esperança e à missão.

Celebremos, pois, com a atenção, penitência e entusiasmo que cada ocasião sugere, esse grande momen-to da fé cristã, que nos leva experi-mentar que o Senhor está vivo no meio de nós.

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Catequese“A nossa capacidade vem de Deus, que nos tornou

capazes de exercer o ministério da aliança nova, não da letra, mas do Espírito”

(2Cor 3,5b-6a)

5Abril 2011. Jornal da Diocese de Blumenau www.dioceseblumenau.org.br

VOCAÇÃO

O ministério da catequese ocu-pa um lugar relevante no conjunto dos ministérios da Igreja Particular e oferece ampla refl exão sobre a necessidade da formação inicial e continuada dos que se dedicam à catequese.

Ser catequista é ser chama-do, é uma vocação, dom de Deus para a plenitude e os serviços no mundo como discípulo missioná-rio. A alegria do discípulo não é um sentimento de bem-estar ego-ísta, mas uma certeza que brota da fé, que serena o coração e ca-pacita para anunciar a boa nova do amor de Deus (Cf. DAp 29).

Para exercer este ministério é necessário que o catequista te-nha formação inicial e continuada (como destaca o Diretório Nacio-nal de Catequese, nº 261) nas três dimensões: ser, saber e saber fa-zer. Dimensões que o tornam ca-pacitado para desempenhar com efi ciência e efi cácia sua missão na comunidade eclesial.

Compromisso

As pessoas responsáveis pela catequese nas paróquias e comu-nidades têm o compromisso de dinamizar a ação catequética, situ-ando-a no contexto global da mis-são evangelizadora da Igreja. O Vaticano II assim se expressa em

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CURTASENCONTRO

Aconteceu o encontro da equipe de Co-ordenação Diocesana de Catequese, com a participação parcial das comarcas de Nave-gantes, Blumenau Norte, Blumenau Sul e Timbó. Houve formação e troca de experi-ências sobre o andamento da catequese nas comarcas. Tratou-se também da celebração das assembléias comarcais e seus respecti-vos tema e assessoria.

Alerta: Quem não participa vai ficando desatualizado e prejudica todo o processo de caminhada de catequese da nossa diocese!

relação às tarefas da catequese: “a formação catequética ilumina e fortalece a fé, alimenta a vida se-gundo o Espírito de Cristo e leva à constante e ativa formação litúr-gica e dá alento à missão” (RICA 19; CIC 788).

A missão do catequista exige alicerces firmes com pressupos-tos básicos que devem ser leva-dos em conta na sua formação. Ninguém nasce pronto. Cada pessoa vai adquirindo experiên-cias no processo de crescimento. É o princípio do aprender fazendo (DNC 256a).

O discípulo é alguém apaixo-nado por Jesus, a quem reco-nhece como Mestre que o conduz e acompanha (DAp 277). O perfi l do catequista é um ideal a ser conquistado no dia a dia, espelhando-se em Jesus, modelo de Mestre, de servidor e de catequista. Quan-do uma pessoa sente o chamado e o aceita de cora-ção aberto, toma consciência de sua opção pelo segui-mento de Jesus, para fazer ecoar sua Palavra no coração das crianças, dos jovens e adultos.

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A catequese e o perfi l do catequistaO que se espera do discípulo escolhido para a missão da primeira evangelização

A pedagogia do processo catequético

Em síntese, queremos salientar que a pedagogia que se emprega na formação dos catequistas deve ser coerente com a pedagogia própria do processo catequético. Cumpre destacar os aspectos próprios da pedagogia da fé de modo que possam:✗ Experimentar a gratuidade da fé e de

seu chamado a ser catequista.✗ Desenvolver seus valores pessoais em

consonância com os valores evangéli-cos.

✗ Interiorizar o mistério cristão no hoje de sua situação e de sua história.

✗ Aproximar-se da realidade de Deus e da salvação por meio da linguagem sim-bólica.

✗ Convencer-se de que a formação ajuda no “SER” e a olhar na fé a vida como ela é, ajuda a descobrir a passagem de Deus pelos homens e mulheres de nosso tempo e, especialmente, sua presença no meio dos mais pobres, mais fracos, mais desprovidos do ne-cessário para uma vida digna e no resgate da vida em abundância para todos e todas.

(Irmã Anna Gonçalves, coordenadora diocesana de catequese)

[+] O ser do catequista, seu rosto humano e cristão

✗ 1. Pessoa que ama vive se sente feliz e ama o que faz. Assume seu chamado com entusiasmo e como realização de sua vocação ba-

tismal. Dedica sua vida em benefício de mais vida para os irmãos e irmãs.✗ 2. Pessoa que assume, corajosa-

mente, o Batismo e quer vivenciá-lo na comunidade cristã. É mergu-lhar em Jesus e proclamar o reinado de Deus, em atitude de pertença fi lial à Igreja. Para isso, o processo de forma-ção continuada lhe dará possibilida-

des de amadurecer na fé como pes-soa, como cristão e discípulo/a (DGC 238).

✗ 3. Pessoa de equilíbrio humano e psi-cológico. Com base numa inicial maturidade humana, o ministério da catequese será constan-temente reconsiderado e avaliado, possibilitando assim, o crescimento no equilíbrio afetivo, no senso crítico, na unidade interior, na capacidade de relações e de diálogo, no espírito construtivo e no trabalho de grupo (DGC 239).

✗ 4. Pessoa de profunda espiritualidade que deseja crescer na fé. O catequista coloca-se na escola do Mestre e faz com Ele uma experiência de vida e de fé. Alimenta-se das inspirações do Espírito Santo para transmitir a mensagem, com entusiasmo e ardor. Nutre-se da Palavra de Deus, da vida de oração, da Eucaristia e da devoção mariana. Um critério muito impor-tante é o testemunho de vida na comunidade. A fé é a acolhida de Jesus como Messias, enviado do Pai (Jo 20,31). A fé é uma nova disposição interior, que se traduz em um estilo de vida, uma forma

de viver, regida pela lei do Espírito, que nos faz filhos e filhas de Deus (Gl 4,6-7).

✗ 5. Pessoa que sabe ler a presença de Deus nas atividades humanas. Descobre o rosto de Deus nas pessoas, nos pobres, na comunidade, nos gestos de justiça, de partilha e nas realidades do mundo (DGC 87).

✗ 6. Pessoa integrada no seu tempo e identi-fi cada com sua gente. Aberta aos problemas reais e com sensibilidades cultural, social e política e com conhecimento, sendo sensível com a defesa da vida e com as lutas do povo. “Olha o mundo com os mesmos olhos com que Jesus contempla-va a sociedade de seu tempo” (DGC 16).

✗ 7. Pessoa que busca constante formação, participando de encontros, cursos na comunidade e mesmo fora dela, objetivando aprender mais, atualizar-se em todos os sentidos, tornar-se assim mais capacitada e efi ciente no seu agir catequéti-co. Fica por dentro das mudanças que estão ocor-rendo no mundo e as propostas da Igreja, estuda os documentos da Igreja e os relacionados com a catequese, que são importantes no exercício da catequese. Requer também uma grande intimi-dade com a Palavra de Deus, com a doutrina e a refl exão da Igreja (CMM 38, p.55).

✗ 8. Outra questão muito importante é a par-ticipação nos encontros de formação conti-nuada que acontecem na diocese e nas paróquias, para conhecer a proposta de Iniciação à Vida Cristã, catequese de estilo catecumenal que está sendo iniciada gradativamente em nossa diocese.

✗ 9. Pessoa de comunicação, capaz de construir comunhão. O catequista é pessoa que cultiva amizades e presta atenção nas pessoas com quem convive, nos pequenos gestos que alimen-tam relacionamentos positivos. “Uma verdadeira comunicação evangélica, na catequese, supõe

uma experiência de fé e de vida, capaz de chegar ao coração

daquele a quem se cate-quiza” (CR 147).

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Fone: (47) 3342-7075

“Eu nasci e vim ao mundo para dar testemunho da verdade. Todo aquele que está com a verdade, ouve a minha voz”

(Jo 18,37)

CONIC

Bispo de Chapecó preside a entidade nacional

O bispo da Diocese de Cha-pecó, dom Manoel João Francis-co, é o novo presidente do Con-selho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (CONIC). Ele foi eleito durante a 14ª Assembleia Geral do Conselho, que ocorreu em março, no Rio de Janeiro. Dom Manoel sucede o pastor sinodal Carlos Augusto Möller, da Igreja Evangélica de Confissão Lute-rana no Brasil (IECLB), no cargo desde 2006.

Fundado em 1982, em Porto Alegre, o CONIC é uma associa-ção que reúne cinco Igrejas cris-tãs: Católica Apostólica Romana, Episcopal Anglicana do Brasil, Evangélica de Confi ssão Lutera-na no Brasil, Sirian Ortodoxa de Antioquia e Presbiteriana Unida. Com sede em Brasília, tem en-tre seus objetivos, a promoção das relações ecumênicas entre as Igrejas cristãs e o testemunho das Igrejas membros na defesa dos direitos humanos.

O papa Bento XVI diz que é equivo-cada a ideia de que os judeus são os culpados pela morte de Jesus Cristo. A declaração está num livro recém-lança-do, onde o pontífi ce esclarece que essa versão sobre a morte de Jesus provo-cou uma brutal perseguição contra os judeus, culminando com o Holocausto, durante a 2ª Guerra Mundial.

No livro, o papa analisa o julgamento de Jesus Cristo descrito por João como “acusado pelos judeus”. “Devemos nos perguntar: quem exatamente foram os acusadores de Jesus? Ora, como po-deria estar todo o povo judeu ali para condená-lo?”. Para o pontífice, quem condenou Jesus representa apenas um pequeno grupo de líderes do Templo de Jerusalém e seus aliados, presentes na ocasião.

Conforme o papa, esses são os ju-deus a que João se refere, e não à co-munidade judaica como um todo. Com relação a outro trecho polêmico dos Evangelhos, em que o apóstolo Ma-teus diz “que Seu sangue esteja sobre nós e nossos descendentes”, Bento XVI responde que o sangue de Jesus “não clama por vingança e punição, mas traz reconciliação. “Ele não foi derramado contra ninguém, mas a favor de muitos, de todos”.

Bento XVI isenta judeus de culpa por morte de Jesus

Eleição e posse de dom Manoel Francisco ocorreu em março, durante assembleia no Rio de Janeiro

Dom Manoel foi eleito em março para presidir o CONIC

Evento

O atual primeiro vice-presi-dente do Conselho, dom José Alberto Moura, presidente da Comissão Episcopal para o Ecu-menismo e Diálogo Inter-religioso da CNBB, presidiu a celebração de abertura da Assembleia, que discutiu o tema “Unidade e com-promisso com o povo de Deus”.

Participaram da reunião, 30 pes-soas das cinco igrejas que com-põem o CONIC.

“A Assembleia foi marcada por uma atitude de diálogo e convivên-cia entre os delegados das Igrejas membros”, disse o assessor da Comissão Episcopal para o Ecu-menismo e Diálogo Inter-religioso da CNBB, padre Elias Wolff. Ele ressaltou a esperança no futuro do

CONIC. “Não obstante as dificul-dades atuais no mundo ecumêni-co, é de se esperar que esse Con-selho de Igrejas, com o apoio das Igrejas membro, consiga fortalecer seus projetos de ação, favore-cendo sempre mais o diálogo e a cooperação ecumênica no Brasil”, observou.

Nova diretoriaAlém de dom Manoel (da Igreja

Católica Romana), foram eleitos o 1º vice-presidente dom Francisco de Assis da Silva (bispo da Igreja Episcopal Anglicana do Brasil) e a 2ª vice-presidente Elinete Wan-derlei Paes Muller, presbítera da Igreja Presbiteriana Unida. Como secretária foi eleita Zulmira Inês Lourena Gomes da Costa, da Igre-ja Sirian Ortodoxa de Antioquia e para a tesouraria, o pastor sinodal Altermir Labes, da Igreja Evangéli-ca de Confi ssão Luterana no Bra-sil. O mandato da nova diretoria vai até 2015.

Núcleo Ecumênico defi ne agenda

O Núcleo Ecumênico de Blumenau definiu a agenda de reuniões da dire-toria para 2011. Conforme ata da enti-dade, os encontros devem ocorrer nos dias 24 de maio, 30 de agosto, 25 de outubro e 29 de novembro, sempre às 9 horas, tendo como sede a Diocese de Blumenau. A primeira reunião ocor-reu no dia 29 de março.

Na agenda do NEB foram incluí- Diretoria do Núcleo Ecumênico prepara ações para 2011

das também algumas atividades de mobilização das igrejas cristãs integrantes para este ano. A ce-lebração da Semana de Oração pela União dos Cristãos foi mar-cada para 31 de maio, às 19h30, na Igreja Nossa Senhora Apare-cida, na Itoupava Norte. O Semi-nário do CIER para a preparação da Semana de Oração será nos dias 21 e 22 de março, em Lages. A celebração do Dia Nacional de Ação de Graças será no dia 23 de novembro.

Fones: (48) 3365.9296 3365.9288

Peregrinação a TERRA SANTA, pelos caminhos

de Jesus em Israel

Rua Felipe Schmidt, 649 - Sala 1001 - Centro - Florianópolis - [email protected]

Saída dia 09 de junho 201109 dias

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Enfoque Pastoral7Abril de 2011. Jornal da Diocese de Blumenau www.dioceseblumenau.org.br

Irmãs CatequistasIrmãs Catequistas

Nosso Contato:Nosso Contato:

FranciscanasTransforme seu sonho Transforme seu sonho em projeto de vida! em projeto de vida! Atuamos nas áreas de: Educação, Catequese, Grupos de Refl exão, CEBs, formação de lideranças, movimentos populares, trabalhos com indígenas e afro descendentes, mulheres, economia solidária, juventudes, ecologia, saúde popular...

Província Imaculado Coração de Maria - Tel: (0..47) 3323-1789Correio eletrônico: Irmã Marlene Eggert: [email protected] Visite nosso site: www.cicaf.org

“Vão pelo mundo inteiro e anunciem a Boa Notícia para toda a humanidade. Quem acreditar e for batizado será

salvo. Quem não acreditar será condenado”(Mc 16,15-16)

INTEGRAÇÃO

Neste primeiro semestre de 2011, Dom José Negri está cumprindo um calendário de visitas pastorais às paró-quias da comarca de Gaspar. Desde fe-vereiro, estão sendo programadas reu-niões, celebrações e encontros do bispo diocesano nas comunidades Sagrado Coração de Jesus (Belchior), Nossa Senhora da Glória (Braço do Baú), Ima-culada Conceição (Bela Vista), São Pio X (Ilhota), Nossa Senhora do Rosário (Barracão) e São Pedro (Gaspar).

As visitas pastorais são um com-promisso episcopal programado com antecedência, permitindo que as comu-nidades se organizem e se preparem para receber a mensagem do bispo, bem como para levar ao líder espiritual seus anseios e difi culdades no trabalho

Paróquias da comarca de Gaspar recebem a plenitude do ministério apostólico do bispo diocesano

A importância das A importância das visitasvisitas pastorais para as comunidadespastorais para as comunidades

Na Paróquia São Pio X, em Ilhota, Dom José fez a visita em duas etapas. Nos dias 11, 12 e 13 de março foi recebido com coque-tel pelos coordenadores das cape-las. Discutiu o desafi o da falta da participação dos fi éis e conheceu a ação da comunidade com es-colas e empresas para coletar pi-lhas, celulares, baterias, óleo de cozinha e eletrônicos, na proposta da Campanha da Fraternidade. Houve, também, encontros com os movimentos e as pastorais, missas e um café.

Na Paróquia Sa-grado Coração de Jesus, no Belchior, a visita pastoral ocorreu nos dias 18, 19 e 20 de fevereiro. Após a Santa Missa de aco-lhida e de uma apre-sentação do bispo à comunidade, cada pastoral e movimento teve um espaço reser-vado na agenda para ouvir e falar. Depois, Dom José visitou as capelas, conversando com as pastorais e os grupos engajados.

Na ocasião, ocor-reu a abertura da ca-tequese de 2011, com a presença de pais, catequizandos e catequistas. Para a coordenadora, Tarcísia Maria Schmitt, essa coinci-dência foi muito importante na paró-quia, para estimular a participação mais efetiva de todos os envolvidos na catequese.

“Especialmente para nós, da cate-quese, a visita serviu para ressaltar a importância de que todas as comuni-dades da diocese trabalhem integra-das e unificadas, falando a mesma língua e adotando os mesmos crité-rios e regras, que era uma difi culda-de aqui”, afi rma.

Mobilização

Outra visita que ocorreu em feve-reiro (dias 25, 26 e 27) foi à Paróquia Imaculada Conceição, no Bairro Bela Vista, em Gaspar. Nas três comu-nidades que integram a paróquia, o bispo foi recebido de forma bem criativa, afetiva e carinhosa. De acor-do com o pároco Everaldo Alves, a participação superou as expectativas. Além de celebrar a missa e se en-contrar com os Conselhos Pastorais, Dom José visitou doentes, num ges-

Nos dias 18, 19 e 20 de março Dom José presidiu uma celebração penitencial, visitou o Colégio Mar-cos Konder e a catequese, cele-brou, almoçou com os cursilistas e se reuniu com a Pastoral Familiar.

Para a coordenadora da Liturgia da paróquia, Rosângela Burille, a visita foi uma oportunidade de pro-mover a integração entre Igreja e população. “Essa proximidade com o bispo vai estimular o trabalho de evangelização que, além de atender às diretrizes da Igreja, se fortalece com a celebração do Ano da Litur-

missionário cotidiano. Nestas ocasiões, as comunidades cristãs testemunham a plenitude do ministério apostólico do bispo, sentindo-o como pastor e primei-ro anunciador da Palavra, fonte sacra-mental da graça e expressão viva do amor de Deus pelo seu povo. O bispo é o princípio visível e fundamento da unidade e da comunhão da Igreja a que preside.

Refl exos

Nas paróquias, os reflexos das vi-sitas pastorais não poderiam ser mais positivos, envolvendo não apenas os

religiosos, mas especialmente os inte-grantes dos diversos movimentos, as equipes de liturgia e de catequese, além dos fi éis. De acordo com o padre Idoni-zete Krüger, pároco da Nossa Senhora da Glória, no Braço do Baú, este evento gera uma expectativa muito grande, por-que promove uma aproximação entre a comunidade e seu pastor.

“É diferente de quando o bispo vem para uma celebração, porque na visita pastoral ele conhece suas ovelhas mais de perto, reforça as mensagens que já estão no nosso meio, dá importância a cada movimento e incentiva as pessoas à participação”, ressalta o padre, lem-brando que é a primeira vez que o bispo estará em visita na comunidade, o que gera uma grande alegria entre todos.

Dom José estará no Braço do Baú nos dias 1º, 2 e 3 de abril e depois re-torna nos dias 16 e 17 de abril. Irá visitar cada uma das oito comunidades que integram a Paróquia Nossa Senhora da Glória e participará de reuniões com as pastorais e movimentos eclesiais, além de presidir à celebração de missas.

gia”, disse.A agenda de visitas pastorais

às paróquias da Comarca de Gas-par inclui ainda, as comunidades das paróquias Nossa Senhora do Rosário (Barracão) e São Pedro (Gaspar).

Promover a unidade da mensagem e da ação

Visita em duas etapas

to que marcou signifi cativamente a vida dessas pessoas e também de suas famílias e vizinhos.

O padre Everaldo analisa que a visita pastoral permitiu que o bispo conhecesse a realidade da comuni-dade e a comunidade percebesse como é a vida do bispo. “Dom José percorreu os três bairros, percebeu a realidade difícil e desafi adora que não aparece, quando se passa pela rodovia. As lideranças e pessoas de toda comunidade puderam cumpri-mentá-lo e conhecê-lo. Essa proxi-midade trouxe um conforto e maior sentido da presença do bispo na Igreja. O pastor conhecendo o seu rebanho e as ovelhas podendo sen-tir o carinho e o zelo do pastor pelo seu rebanho”, destacou o pároco.

Após a visita, durante a semana, todos na comunidade comentavam como foram bons os momentos de convivência com Dom José. Res-saltavam sua simplicidade e ternura, o seu jeito atencioso e interessado. “Foi uma injeção de ânimo para as lideranças e para as comunidades, nesse começo do ano da Liturgia e da Eucaristia”.

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o essencial à fé cristã

PÁSCOA

Eucaristia, ecologia perene

O que signifi ca o termo bíblico “dominar”

São Francisco de Assis, no século XIII, entendeu a fraternidade universal também do ponto de vista ecológico.

Foi declarado padroeiro da natureza. Passados 800 anos da sua morte,

o exemplo e os ensinamentos que deixou continuam gerando atitudes e gestos de amor à na-

tureza até os nossos dias.

São Paulo dis-se: “Não sou mais eu que vivo. É Cristo que vive em mim” (Gl

2,20). Guiado por estas palavras, Francisco deixou-se transformar totalmente pela Eucaristia. Pois Jesus na Euca-

ristia é um alimento diferente. Se

verificarmos no cabrito, por exemplo, a erva ingerida transforma-se no ani-mal. Comparando com a Eucaristia, esse alimento divino tem o poder de nele transformar o homem e a mulher. Acontece, portanto, processo inverso: somos transformados no alimento que recebemos.

Assim, depois da nossa morte, con-tinuamos transformando a terra porque nosso corpo todo, com os ossos, mús-culos e sangue, tornou-se outro Jesus neste mundo. A terra e o universo co-mungam Cristo dessa forma.

Como São Francisco e tantos ou-tros santos, aqueles que conhecemos e também os milhares que não conhe-cemos, alimentando-nos verdadeira-mente de Jesus Cristo Eucarístico, se-

jamos a Eucaristia do mundo. Um ano dedicado à Eucaris-

tia poderá incentivar-nos nessa viagem santa da nossa vida terrena, rumo às promessas di-vinas de vida plena, de alegria e de felicidade eternas. Podere-mos nos encorajar em perpetu-ar nossa missão de sermos a Eucaristia da terra, da história, do mundo. Ressuscitado, viven-do eternamente conosco, Jesus Cristo, o Onipotente, pode, com a nossa generosa cola-boração, realizar essa obra de libertação de todos os nossos males e de salvação eterna.

Após ter criado to-dos os seres inanimados, Deus criou o homem e a mulher, dando-lhes a ordem: “Dominai a ter-ra” (Gn 2,8). As diversas traduções bíblicas diver-sif icam também esse termo. Utilizam outros

verbos para expressar esse mandato divino, que signifi-ca submeter e aperfeiçoar. A estes poderíamos acrescen-tar outros verbos vizinhos de significado, inclusive afetos ao linguajar bíblico: governar, administrar. O seu sentido, porém, distancia-se da explo-ração, da opressão, do uso abusivo.

O verbo “dominar” tem origem latina, vem de “domi-nus”, que significa “senhor”. Diz-se também que o ho-mem é o rei da criação. São palavras que não podem ser interpretadas na ótica monar-quista da Idade Média, por exemplo. Nem cabe essa vi-são, que reconhecemos em regimes monarquistas, totali-taristas, teocráticos e funda-mentalistas dos nossos dias.

Quem é o rei e o que ele faz? O rei é aquele que con-duz, guia e orienta. A mis-

são do rei é cuidar, cultivar, proteger, promover a vida em todas as suas manifesta-ções. É este “domínio” que o homem e a mulher devem (re)descobrir para que não estejam fora do seu lugar, na perspectiva da fraternidade universal de todos os seres criados por Deus. Daí decor-rerão as atitudes corretas, construtivas, amorosas, que farão novo o planeta terra.

O onipotente

A fé na capacidade do ho-mem e da mulher é indispen-sável no projeto da recupera-ção da vida no planeta terra. Deus os fez capazes de amar e amar sempre, nas facilida-des e dificuldades, na saú-de e na doença, na alegria e na dor. Essa maravilhosa capacidade de amar precisa expandir-se, dinamizar-se em gestos benfazejos e concre-tos relativamente às pessoas, a todos os seres criados.

Diz a liturgia da Igreja, na versão ofi cial, latina: “Ubi amor et caritas ibi Deus est”. Quer dizer que “onde existe o amor e a caridade, Deus aí está”. Nossos pequenos e

grandes gestos de amor têm esse poder de gerar a pre-sença de Deus.

“A Deus nada é impossí-vel”, disse o Arcanjo Gabriel a Maria, quando lhe anunciou que seria a mãe de Jesus. Essa consciência de que fa-zemos o pouco que pode-mos ajuda-nos a entender a importância do pouco que podemos fazer relativamente à imensa obra da renovação da vida no planeta terra. No pequeno gesto de atenção à pessoa que está do nos-so lado naquele momento presente da nossa vida. No consolo que damos a alguém que sofre. No acondiciona-mento cuidadoso do lixo em nossa casa. Na presença e participação da reunião de Grupo de Reflexão, onde se reflete, se reza, se escuta a Palavra de Deus, se defi nem atitudes comunitárias sobre a rua e o bairro.

Enfi m são tantas as ocasi-ões que temos para externar o amor que o Espírito Santo vai derramando em nosso coração (Cf. Rm 5,5) e que garantem o imenso dom da presença e da ação do Oni-potente no nosso meio.

“Eis que faço novas todas as coisas” (Ap 21,5)O corpo doutrinal do cristianismo

tem um fundamento: a ressurreição de Jesus Cristo, o Messias. O Após-tolo Paulo afirma: “se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa fé” (1Cor 15,13). Ser cristão/católico não se resume a alguns atos de culto, por mais dignos e importantes que se-jam. Também não se reduz nem mesmo a rígidas regras morais. O cristão/católico é portador desta novi-dade: Jesus Cristo ressuscitou e vive eternamente. Presente entre nós pela Eucaristia.

A forma que, na sua fantasia di-vina de amor, ele escolheu para per-manecer vivo no mundo é a Eucaris-tia. Todos os sacramentos são “sinais visíveis da graça”. Mas a forma euca-

rística da sua presença distingue-se dos demais.

Liturgia

Celebrando em nossa Diocese o Ano da Liturgia, especialmente da Eu-caristia, desejamos voltar o nosso pen-samento acentuadamente sobre esta verdade em que Cristo ressuscitado continua vivo e atuante entre nós e no mundo.

Primogênito

Sobre este assunto, importa que logo evidenciemos uma premissa: a ressurreição do Senhor não é um fato pessoal, só referente ao Emanuel,

Deus Conosco. Como “imagem do Deus Invisível e Primogênito de toda criatura” (Cl 1,15), a sua ressurreição atinge toda a criação. Privilegiando o homem e a mulher, tudo envolve em misterioso processo de renovação para a glória do Pai, pela força trans-formadora do Espírito Santo.

Planeta

A Campanha da Fraternidade deste ano, mais do que resgatar o cuidado pela natureza - condição de vida saudável para todos os seres vivos, deseja recuperar essa verda-de escatológica: todos os homens e mulheres e toda a criação somos objeto de amor eterno de Deus Pai

e nele adquirimos o sentido da nossa existência e missão. Assim expressa São Paulo: “Nele somos, nos movemos e existimos” (At 17,28).

Fraternidade

A partir do momento em que o homem e a mulher inserem-se nes-ta fraternidade universal de origem, de convivência e destino, descobrem também o seu lugar, a sua missão. São distinguidos dos demais seres criados pela sua inteligência, cons-ciência e liberdade. Mas justamente por isso são comprometidos mais profundamente com o cuidado de toda a criação.

Cântico das Criaturas, de São Francisco de Assis

Louvado sejas, meu SenhorCom todas as tuas criaturas. Especialmente o senhor irmão SolQue clareia o diaE com sua luz nos iluminaE ele é belo e radiante,Com grande esplendor:De ti, Altíssimo, é a imagem.

Louvado sejas, meu Senhor Pela irmã Lua e as Estrelas Que no céu formaste claras E preciosas e belas.

Louvado sejas, meu SenhorPelo irmão Vento.Pelo ar, nubladoOu sereno, e todo o tempoPelo qual às tuas criaturas dás sustento.

Louvado sejas, meu SenhorPela irmã ÁguaQue é muito útil e humildeE preciosa e casta.

Louvado sejas, meu SenhorPelo irmão FogoPelo qual iluminas a noiteE ele é belo e jovialE vigoroso e forte

Louvado sejas, meu SenhorPor nossa irmã, a mãe TerraQue nos sustenta e governaE produz frutos diversosE coloridas fl ores e ervas.

Ressurreição,

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o essencial à fé cristã

PÁSCOA

Eucaristia, ecologia perene

O que signifi ca o termo bíblico “dominar”

São Francisco de Assis, no século XIII, entendeu a fraternidade universal também do ponto de vista ecológico.

Foi declarado padroeiro da natureza. Passados 800 anos da sua morte,

o exemplo e os ensinamentos que deixou continuam gerando atitudes e gestos de amor à na-

tureza até os nossos dias.

São Paulo dis-se: “Não sou mais eu que vivo. É Cristo que vive em mim” (Gl

2,20). Guiado por estas palavras, Francisco deixou-se transformar totalmente pela Eucaristia. Pois Jesus na Euca-

ristia é um alimento diferente. Se

verificarmos no cabrito, por exemplo, a erva ingerida transforma-se no ani-mal. Comparando com a Eucaristia, esse alimento divino tem o poder de nele transformar o homem e a mulher. Acontece, portanto, processo inverso: somos transformados no alimento que recebemos.

Assim, depois da nossa morte, con-tinuamos transformando a terra porque nosso corpo todo, com os ossos, mús-culos e sangue, tornou-se outro Jesus neste mundo. A terra e o universo co-mungam Cristo dessa forma.

Como São Francisco e tantos ou-tros santos, aqueles que conhecemos e também os milhares que não conhe-cemos, alimentando-nos verdadeira-mente de Jesus Cristo Eucarístico, se-

jamos a Eucaristia do mundo. Um ano dedicado à Eucaris-

tia poderá incentivar-nos nessa viagem santa da nossa vida terrena, rumo às promessas di-vinas de vida plena, de alegria e de felicidade eternas. Podere-mos nos encorajar em perpetu-ar nossa missão de sermos a Eucaristia da terra, da história, do mundo. Ressuscitado, viven-do eternamente conosco, Jesus Cristo, o Onipotente, pode, com a nossa generosa cola-boração, realizar essa obra de libertação de todos os nossos males e de salvação eterna.

Após ter criado to-dos os seres inanimados, Deus criou o homem e a mulher, dando-lhes a ordem: “Dominai a ter-ra” (Gn 2,8). As diversas traduções bíblicas diver-sif icam também esse termo. Utilizam outros

verbos para expressar esse mandato divino, que signifi-ca submeter e aperfeiçoar. A estes poderíamos acrescen-tar outros verbos vizinhos de significado, inclusive afetos ao linguajar bíblico: governar, administrar. O seu sentido, porém, distancia-se da explo-ração, da opressão, do uso abusivo.

O verbo “dominar” tem origem latina, vem de “domi-nus”, que significa “senhor”. Diz-se também que o ho-mem é o rei da criação. São palavras que não podem ser interpretadas na ótica monar-quista da Idade Média, por exemplo. Nem cabe essa vi-são, que reconhecemos em regimes monarquistas, totali-taristas, teocráticos e funda-mentalistas dos nossos dias.

Quem é o rei e o que ele faz? O rei é aquele que con-duz, guia e orienta. A mis-

são do rei é cuidar, cultivar, proteger, promover a vida em todas as suas manifesta-ções. É este “domínio” que o homem e a mulher devem (re)descobrir para que não estejam fora do seu lugar, na perspectiva da fraternidade universal de todos os seres criados por Deus. Daí decor-rerão as atitudes corretas, construtivas, amorosas, que farão novo o planeta terra.

O onipotente

A fé na capacidade do ho-mem e da mulher é indispen-sável no projeto da recupera-ção da vida no planeta terra. Deus os fez capazes de amar e amar sempre, nas facilida-des e dificuldades, na saú-de e na doença, na alegria e na dor. Essa maravilhosa capacidade de amar precisa expandir-se, dinamizar-se em gestos benfazejos e concre-tos relativamente às pessoas, a todos os seres criados.

Diz a liturgia da Igreja, na versão ofi cial, latina: “Ubi amor et caritas ibi Deus est”. Quer dizer que “onde existe o amor e a caridade, Deus aí está”. Nossos pequenos e

grandes gestos de amor têm esse poder de gerar a pre-sença de Deus.

“A Deus nada é impossí-vel”, disse o Arcanjo Gabriel a Maria, quando lhe anunciou que seria a mãe de Jesus. Essa consciência de que fa-zemos o pouco que pode-mos ajuda-nos a entender a importância do pouco que podemos fazer relativamente à imensa obra da renovação da vida no planeta terra. No pequeno gesto de atenção à pessoa que está do nos-so lado naquele momento presente da nossa vida. No consolo que damos a alguém que sofre. No acondiciona-mento cuidadoso do lixo em nossa casa. Na presença e participação da reunião de Grupo de Reflexão, onde se reflete, se reza, se escuta a Palavra de Deus, se defi nem atitudes comunitárias sobre a rua e o bairro.

Enfi m são tantas as ocasi-ões que temos para externar o amor que o Espírito Santo vai derramando em nosso coração (Cf. Rm 5,5) e que garantem o imenso dom da presença e da ação do Oni-potente no nosso meio.

“Eis que faço novas todas as coisas” (Ap 21,5)O corpo doutrinal do cristianismo

tem um fundamento: a ressurreição de Jesus Cristo, o Messias. O Após-tolo Paulo afirma: “se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa fé” (1Cor 15,13). Ser cristão/católico não se resume a alguns atos de culto, por mais dignos e importantes que se-jam. Também não se reduz nem mesmo a rígidas regras morais. O cristão/católico é portador desta novi-dade: Jesus Cristo ressuscitou e vive eternamente. Presente entre nós pela Eucaristia.

A forma que, na sua fantasia di-vina de amor, ele escolheu para per-manecer vivo no mundo é a Eucaris-tia. Todos os sacramentos são “sinais visíveis da graça”. Mas a forma euca-

rística da sua presença distingue-se dos demais.

Liturgia

Celebrando em nossa Diocese o Ano da Liturgia, especialmente da Eu-caristia, desejamos voltar o nosso pen-samento acentuadamente sobre esta verdade em que Cristo ressuscitado continua vivo e atuante entre nós e no mundo.

Primogênito

Sobre este assunto, importa que logo evidenciemos uma premissa: a ressurreição do Senhor não é um fato pessoal, só referente ao Emanuel,

Deus Conosco. Como “imagem do Deus Invisível e Primogênito de toda criatura” (Cl 1,15), a sua ressurreição atinge toda a criação. Privilegiando o homem e a mulher, tudo envolve em misterioso processo de renovação para a glória do Pai, pela força trans-formadora do Espírito Santo.

Planeta

A Campanha da Fraternidade deste ano, mais do que resgatar o cuidado pela natureza - condição de vida saudável para todos os seres vivos, deseja recuperar essa verda-de escatológica: todos os homens e mulheres e toda a criação somos objeto de amor eterno de Deus Pai

e nele adquirimos o sentido da nossa existência e missão. Assim expressa São Paulo: “Nele somos, nos movemos e existimos” (At 17,28).

Fraternidade

A partir do momento em que o homem e a mulher inserem-se nes-ta fraternidade universal de origem, de convivência e destino, descobrem também o seu lugar, a sua missão. São distinguidos dos demais seres criados pela sua inteligência, cons-ciência e liberdade. Mas justamente por isso são comprometidos mais profundamente com o cuidado de toda a criação.

Cântico das Criaturas, de São Francisco de Assis

Louvado sejas, meu SenhorCom todas as tuas criaturas. Especialmente o senhor irmão SolQue clareia o diaE com sua luz nos iluminaE ele é belo e radiante,Com grande esplendor:De ti, Altíssimo, é a imagem.

Louvado sejas, meu Senhor Pela irmã Lua e as Estrelas Que no céu formaste claras E preciosas e belas.

Louvado sejas, meu SenhorPelo irmão Vento.Pelo ar, nubladoOu sereno, e todo o tempoPelo qual às tuas criaturas dás sustento.

Louvado sejas, meu SenhorPela irmã ÁguaQue é muito útil e humildeE preciosa e casta.

Louvado sejas, meu SenhorPelo irmão FogoPelo qual iluminas a noiteE ele é belo e jovialE vigoroso e forte

Louvado sejas, meu SenhorPor nossa irmã, a mãe TerraQue nos sustenta e governaE produz frutos diversosE coloridas fl ores e ervas.

Ressurreição,

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www.dioceseblumenau.org.br Abril 2011. Jornal da Diocese de Blumenau

Variedades10

CONTOCONTO

Um jovem e uma jovem se amavam. À expectativa do matrimônio, rezavam assim: “Senhor, nós gostaríamos muito de que também tu estivesses presente na nossa festa!” E lhe enviaram o convite de participação. E Deus fez-se presente às núpcias, que com Ele tornaram-se mais belas.

Dois esposos se amavam e rezavam assim: “gostaríamos muito de que estivesses presente no nosso amor, hóspede agradável na nossa casa, primeiro amigo dos nossos fi lhos”. E o Senhor esteve presente, foi hóspede agradável, primeiro amigo dos fi lhos.

Dois cônjuges se amavam e rezavam assim: “Senhor, gostaríamos muito de que tu acompanhasses os nossos fi lhos na vida e nós dois na nossa idade avançada”. E o Senhor guiou os fi lhos como amigo, acompanhou os pais no entardecer da sua vida.

E quando chegou a hora, convidou-os com alegria ao banquete eterno do seu amor.

Sabedoria popular: “sem sofrimento não existe conhecimento” (provérbio russo).

“Existe uma coisa mais importante do que a tua ação: a oração. Existe uma força mais efi caz do que a tua palavra: o amor” (Carlos Carretto).

Deus gosta de convite

DESAFIO

“Pai, glorifica-me junto a ti, com a glória que eu tinha junto de ti antes que o mundo existisse”

(Jo 17,5

DESAFIO BÍBLICO RESPOSTA DO ÚLTIMO TESTE BÍBLICO

1. Quais foram os quatro jovens que se tornaram mais famosos pela dieta de vegetais?A) Sadraque, Mesaque, Abdenego e Daniel B) Pedro, Paulo, João e Mateus C) Daniel, Hananias, Misael e Azarias D) Pedro, Paulo, João e SilasE) Sansão, Golias, Davi e Salomão

2. Qual o nome do bisavô de Davi?A) Faraó

B) Boaz C) Saulo D) JesséE) José

3. Quem fez bolos ázimos para um anjo?A) Abraão B) Sara C) Tamar D) GideãoE) Quir-Haresete

4. Qual foi o jovem que sofreu por adormecer durante um longo sermão?A) Êutico B) Samuel C) Davi

D) SauloE) Timóteo

5. Quem encontrou um reino, quando procurava as jumentas pertencentes ao seu pai?A) José B) Quis C) Salomão D) JaféE) Saul

6. Quem perdeu sua liberdade por haver perdido o cabelo?A) Paulo B) Sansão

C) João D) GileadeE) Daniel

7. Quem fez uma festa que durou 180 dias?A) Assuero B) Sansão C) Davi D) DarioE) Noé

8. Quem ganhou uma esposa por matar 200 homens?A) Herodes B) Davi C) Golias D) SansãoE) Melquisedeque

9. Quem, pela oração, teve sua vida aumentada em 15 anos?A) Jó B) Ana C) Jesabel D) EzequiasE) Moisés

10. Qual dos apóstolos foi mordido por uma cobra?A) Pedro B) Paulo C) João D) MateusE) Lucas

Neste mês, trazemos no Desafio Bí-blico, uma série de curiosidades sobre episódios do Antigo e do Novo Testamen-

to. Pense bem, responda às perguntas e envie até 10 de abril para o email jornal@diocesedeblumenau,org.br ou pelo Correio

para a Cúria Diocesana de Blumenau, aos cuidados do Padre Raul Kestring (Rua XV de Novembro, 955 / Blumenau-SC / CEP 89010-

003). Informe seu nome completo, telefone e endereço. Se acertar a todas as questões, você estará concorrendo a uma bíblia.

Teste seus conhecimentos sobre a BíbliaTrazemos novas questões sobre episódios bíblicos, esperamos suas respostas

RECORDAÇÃO

Deus é caridadeContinuamos a série de matérias

que recordam assuntos interessantes de edições passadas do nosso Jornal da Diocese. Julgamos importante, des-ta vez, destacar o escrito sobre a Cá-ritas, publicado na edição de fevereiro 2002.

A matéria intitula-se simplesmente “Cáritas”, escrito em encorpadas letras. Essa palavra é carregada de signifi ca-do profundo no universo da teologia e da espiritualidade. Vem da língua grega e traduz-se por caridade. “Deus é cari-dade”, escreve o Apóstolo João. Paulo evidencia que sem a caridade na vida

VOCÊ SABE?No último teste bíblico, quando falamos sobre Moisés, ninguém acertou todas as perguntas e, portanto, não tivemos ganhadores. Veja as res-postas corretas abaixo. Esperamos que nossos leitores tenham mais sorte neste mês.1. A bíblia diz que Deus encontrou Moisés e o quis matar por quê?C) não colocou no fi lho o sinal da aliança do seu povo

2. Deus deixou claro que Moisés não entraria na terra:B) quando o povo atravessou o mar vermelho

3. A causa principal pela qual Moisés não entrou na terra prometida foi:C) incredulidade

4. Moisés, quando se encontrou com o seu sogro Jetro, teve a seguinte atitude:D) inclinou-se e o beijou

5. Moisés esteve na terra prometida quando:B) no monte da transfi guração com Jesus

o mesmo artigo: “É promo-ver e animar o serviço da solidariedade ecumênica libertadora, participar da defesa da vida, da organi-zação popular e da cons-trução de um projeto de sociedade a partir dos ex-cluídos, contribuindo para a conquista da cidadania ple-na para todas as pessoas, a caminho do Reino de Deus”.Prossegue dizendo que, “no

âmbito internacional a Cáritas conta com 146 organizações-membros e atua em 194 países. Está presente em 22 países da América Latina e Caribe e seus trabalhos são articulados pelo Se-cretariado Latinoamericano-caribenho

de Cáritas (SELACC)”.Voltando-nos, agora, para a nossa

atual Cáritas Diocesana, informamos que ela está reestruturada e em reinício de caminhada. Uma boa equipe, sobretudo de leigos conscientes e engajados, forma a nova diretoria. Para o próximo número do Jornal da Diocese de Blumenau te-mos programada uma primeira apresen-tação da nova realidade deste projeto evangelizador, eclesial e humanitário.

Vale referir ainda a conclusão da pu-blicação acima recordada, porque con-tinua válida para a Cáritas de hoje: “Va-mos ser uma força capaz de mobilizar os cristãos e todas as pessoas de boa vontade para agirmos em favor dos mais desfavorecidos, organizando a prática da solidariedade”.

cristã, nada tem valor. Pela virtude teologal da caridade podemos san-tifi car-nos.

Longe, porém de manter-se nesse hori-zonte espiritual, bíblico ou teológico, o referido texto apresenta um projeto pastoral de relevante consideração local, estadual, nacional e internacional. Diz-se apenas “Cáritas”, mas traz em si a perspectiva, o sonho, que abrange todo o braço social da Igreja.

Qual a missão da Cáritas? Responde

ztscconaca

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11Abril 2011. Jornal da Diocese de Blumenau www.dioceseblumenau.org.br

Nossa História

Cama- Mesa - Banho - Calçados - Uniformes escolaresConfecções em geral - Roupas para Toda a Família

Fone/ Fax: (047) 3323 3339

Anacleto Dagnoni e Isolde B. Dagnoni

Rua Bahia, n° 136 – Itoupava Seca – Blumenau – SC

Direção Geral:Dom José Negri PIME

Diretor Geral:Pe. Raul Kestring

Diretor Comercial:Pe Almir Negherbon

Textos e edição:New Age Comunicação

Rua Sete de Setembro, 2587 – sala 202 - Centro – Blumenau/SC

(47) 3340-8208

Jornalista Responsável:Marli Rudnik (DRT 484)

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Fotografi as:Acervo da Diocese de Blumenau,

e Divulgação

Editoração:Job Designer

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Revisão:Pe Raul KestringRaquel ResendeAlfredo Scottini

Impressão:Jornal de Santa Catarina

Tiragem:20 mil

Periodicidade:Mensal

Distribuição gratuitaCorrespondência

Cúria Diocesana de BlumenauRua XV de Novembro, 955 -

Centro(47) 3322-4435Caixa Postal 222CEP: 89010-003

Blumenau/SC

comunicacoes@diocesedeblumenau.org.brwww.diocesedeblumenau.org.br

ExpedienteJornal da Diocese

de Blumenau

A demolição da antiga Matriz, na década de 1990

A antiga Igreja Matriz, fundada em 1953

Paróquia atual de Santa Maria,

inaugurada em 1996

“Vão e anunciem: o Reino do Céu está próximo”

(Mt 10,7)

Dom Pio de Frei-tas, bispo de Join-ville, no seu decreto assinado em 25 de março de 1953, de-terminou: “Fazemos saber que, tendo em vista o maior in-cremento da vida religiosa em nossa Diocese pela mais frequente e mais intensa assistência espiritual aos fi éis, resolvemos executar a criação e estabele-cimento da Paróquia de Santa Maria, des-membrada da Paró-quia de Rodeio”.

A Paróquia criada fazia parte do Distrito de Doutor Pedrinho (hoje Benedito Novo) com as capelas já existentes e futuras. Ficou confi rmado que Nossa Senhora Imaculada de Lour-des fosse a padroei-ra principal da Matriz e da paróquia e que sua festa fosse cele-brada com solenida-de e fervor religioso.

PARÓQUIAS

Desmembrada da Paróquia de Rodeio, nasce a igreja no Distrito de Doutor Pedrinho

Uma nova comunidade em Santa Maria História da capela

Os padres franciscanos de Rodeio, passando por Benedito Novo, subiam por Ribeirão do Tigre, para dar assistência à capela de Santo Estanislau. Os Missionários aproveitavam e iam até Santa Ma-ria, celebrando a missa em casas particulares.

De 1909 até 1950, os franciscanos de Rodeio prestaram assistência espiritual e pastoral. As Irmãs Catequistas Franciscanas se fi zeram presentes em várias comunidades, dando apoio e orientação, na assistência dos trabalhos pastorais e educacionais.

No ano de 1949, a localidade de Barra de For-cação foi elevada à categoria de Vila, chamando-se Doutor Pedrinho. Fabriqueiros de Santa Maria via-jaram para Joinville com o objetivo de obter, junto à Diocese, um padre residente.

O Padre José Backes foi, então, designado para Santa Maria e é criada a Paróquia Nossa Senhora de Lourdes, que passa a dar assistência a Doutor Pedrinho e outras comunidades da região. O reli-gioso prestou valioso serviço durante 20 anos, re-tornando então para a Alemanha, onde faleceu no ano de 1987.

Em setembro de 1969 a Paróquia deixou de per-tencer à Diocese de Joinville e passou para a recém-criada Diocese de Rio do Sul. Os frades da Terceira Ordem Regular assumiram os trabalhos na comuni-dade. Junto com as irmãs catequistas franciscanas, conseguiram melhorias na Igreja, nos trabalhos pas-torais e na área de educação.

De 1979 a 1990, frei Antônio Carlos Rechia, com o apoio da comunidade, iniciou a construção da nova Matriz. Neste período foi inaugurada a Casa do Noviciado da Terceira Ordem Regular de São Francisco de Assis.

Em 1996 foi inaugurada a nova Matriz. Durante esses anos, tanto os párocos como as lideranças das comunidades se empenharam nas construções e nos trabalhos pastorais. Promoveram o surgimen-to de inúmeras vocações sacerdotais, religiosas e ministeriais. No ano 2000, com a criação da Diocese de Blumenau, a Paróquia foi a ela anexada.

Pe. AntônioFrancisco Bohn

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12 Abril de 2011. Jornal da Diocese de Blumenau

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“De fato, esse homem era mesmo o Filho de Deus”

(Mc 15,39)

VISITAS

Movimentos

O trabalho das visitas vocacionais às paróquias está sendo retomado na Diocese de Blumenau. Todas as co-marcas estão contempladas e neste ano devem ser visitadas 19 paróquias. A Pastoral Vocacional integra um gru-po da comunidade eclesial que auxilia para o surgimento, acompanha e faci-lita o encaminhamento das vocações sacerdotais, religiosas, missionárias e laicais.

Entre os objetivos está dinamizar a comunidade eclesial, integrando todas as pastorais, promovendo atividades que auxiliem os fi éis - em especial os jovens - a descobrir, assumir e desen-volver a vocação a que Deus os cha-mou.

Como ocorre

As visitas serão realizadas aos fi-nais de semana, pelos seminaristas da Diocese e padres formadores. A paró-quia receberá uma etapa da formação: seminário menor, fi losofi a ou teologia.

Pastoral auxilia na descoberta de aptidões para o trabalho em comunidade

Vocação para Vocação para ajudarajudar o próximo o próximoFRANCISCANISMO

Quando se leem algumas bio-grafi as de São Francisco, até pa-rece que a conversão, mudança de vida e vocação foram momen-tos leves de lazer e alegrias. São Francisco estava sempre alegre e combatia a tristeza com orações e penitências. O desânimo não o vencia, nunca, em nenhum mo-mento.

Ao se ler uma biografia mais detalhada e analítica, como a de Inácio Larrañaga, fi camos surpre-sos com as inúmeras difi culdades enfrentadas, até alcançar uma po-sição de santidade e pleno conví-vio com Deus. Deus o escolheu, mas, deixou-o trilhar os próprios passos sempre.

Francisco lutou contra as pes-soas que o viam como louco, ou-tros que o viam desviar as pesso-as de famílias ricas e dar tudo aos pobres. Estes temiam perder os bens e o sustento fácil. Surgiram empecilhos de toda espécie. Ele fi -cou inabalável, com muita cortesia, conversou com as pessoas, com noites inteiras de oração se refu-giou em Jesus. A pouco e pouco, foi vencendo as barreiras e cons-tituiu a Ordem Franciscana dos Menores, a Ordem das Clarissas e a Ordem Terceira – hoje – Ordem Franciscana Secular.

Lutou muito e com denodo, pois, recebeu as graças divinas, todavia, devia de fazer a sua parte. Toda conversão demanda muitas horas de luta e batalhas longas e cansativas. Ao fi nal, fi rme na Graça de Deus, brilhou a santidade que o consagrou como o Homem do se-gundo milênio. Foi uma caminhada intensa e que frutificou uma san-tidade impressionante. Ele soube usar os carismas recebidos e a se-mente deu cem por cento de frutos. Pregou e praticou a Paz e colheu o Bem entre todas as criaturas.

Alfredo Scottini

Sobre o Congresso na Costa Rica

Além da formação e do trabalho interno, seminaristas participam de ações nas comunidades, para conhecer o dia a dia da vida religiosa

Padre Marcelo Martendal (terceiro da esquerda para a direita) representou o Regional Sul 4 da CNBB na Costa Rica

Cerca de 500 pessoas participa-ram do 2° Congresso Continental La-tinoamericano de Vocações, de 31 de janeiro a 5 de fevereiro, na cidade de Cartago, na Costa Rica. A delegação brasileira foi composta por 51 integran-tes, representando as Regionais da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e diversas instituições que atuam no campo da animação vo-cacional. O Regional Sul IV foi repre-sentado pelo Padre Marcelo Marten-dal, coordenador regional da Pastoral Vocacional.

Para Martendal, o contato com a

realidade latinoamericana foi enrique-cedor. Ele pontua que todas as refle-xões sobre a questão vocacional, an-tes de tudo, levaram a um olhar sobre a própria vocação. “Afi nal, só pode ser um animador vocacional aquele que é feliz, que se encontrou em sua voca-ção”.

Ele completa que as luzes das re-fl exões e as orientações que virão pelo documento final deverão dinamizar a animação vocacional. “Tenho a missão de fazê-las chegar a cada diocese, por meio dos coordenadores vocacionais de cada uma delas”.

A programação será organizada pela paróquia juntamente com o coordena-dor diocesano da Pastoral Vocacional, padre Marcelo Martendal, vigário paro-quial da Catedral São Paulo Apóstolo, em Blumenau.

Ele explica que o foco é falar de vocação, chamar. “Constatamos que fala-se pouco deste assunto. Entre os trabalhos que serão feitos está o de encontros com crianças, adolescentes e jovens, coroinhas, catequisandos e grupos de jovens”. A Pastoral também marcará presença nas comunidades participando das missas e celebra-ções.

Para Martendal, as visitas permi-tirão um contato mais específico dos seminaristas com a realidade da Dio-cese, através do conhecimento de suas várias paróquias e do povo que nelas vive. “A partir desta presença e atuação, com divulgação da ques-tão vocacional, esperamos que mais jovens respondam ao chamado que Deus faz”.

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Na modernidade, certas práticas de-vocionais parecem perder espaço para os atropelos da vida e a sensação de “falta de tempo”. Por outro lado, cresce a procu-ra por uma maior espiritualidade. A Via-Sa-cra, na Quaresma, é a expressão de uma prática que readquire força e vigor. Nela e por ela, somos chamados a fazer o cami-nho do discipulado, refazendo os passos do Senhor.

Solidários

A Via-Sacra é uma oração (exercício de piedade). Medita os momentos da do-lorosa Paixão de Jesus e ganha destaque nas sextas-feiras da Quaresma e na Sex-ta-Feira Santa. O Caminho da Cruz repre-senta a vida terrena de Jesus, existência consumada pelo amor. Caminhada reno-vada todos os dias, pela dor dos sofredo-res, doentes e abandonados, de todos os tempos e lugares.

Espiritualidade

Quaresma é penitência e desperta a renovação espiritual. Tempo de arrepen-dimento e perdão, conversão e renúncias, oração e sacrifícios, fraternidade e solida-riedade. Tempo favorável de penitência (São Clemente), de caridade e contempla-ção (São Leão Magno), de buscar a Deus (Santo Ambrósio) e de gloriar-se Nele (São Basílio Magno). Tempo em que a oração pede, o jejum alcança e a misericórdia recebe (São Pedro Crisólogo), tempo de compaixão (São Gregório), de misericórdia (Santo Agostinho), de aproximação do Se-nhor (Santo Atanásio) e de procurar Deus e seu perdão (São Fulgêncio de Ruspe).

Paróquias13Abril de 2011. Jornal da Diocese de Blumenau www.dioceseblumenau.org.br

“Eram as nossas doenças que ele carregava,eram as nossas dores que ele levava em suas costas”

(Is 53,4)

VIA SACRA Encenações revivem o caminho do Calvário

Na Semana Santa, os grupos de teatro e liturgia se revestem de espiritualidade para representar os passos de Cristo em sua paixão e morte. As encenações acon-tecem com mais intensidade na Sexta-Feira Santa, com-plementando as celebrações da data.

Uma das apresentações é a da Catedral São Paulo Apóstolo, coordenada pelo movimento da Lareira e que envolve mais de 90 pessoas. A encenação da “Paixão de Cristo Segundo São João” é dirigida por Henrique Afon-so Schmitt e tem música e teatro. Schmitt participa da encenação desde 1994 e a considera uma cateque-se, uma oração verdadeira. “Os participantes acreditam no que fazem. É preciso ter convicção do que se inter-preta”, afi rma.

O grupo de atores e a equipe técnica estão en-saiando desde o início de março, semanalmente, para que no dia da apresentação, possam transmitir toda a es-piritualidade dessa passa-

gem evangélica ao público.

Santuário No Santuário Nossa Se-

nhora Aparecida, o Grupo de Teatro São Francisco de Assis prepara a encenação da Paixão e Glorificação de Cristo, que será apresenta-da na paróquia e em outras comunidades. O grupo tem ensaiado uma vez por se-mana e, mais próximo das apresentações, reúne-se diariamente. O trabalho é co-ordenado pelo Frei Pascoal Fusinato, que também elabo-ra o texto, defi ne os persona-gens, arranja os figurinos e prepara os atores.

O Grupo faz apresenta-ções teatrais durante todo o ano, conforme o tempo litúr-gico. De acordo com o frei Pascoal, é um trabalho digni-fi cante pois, à medida que os jovens estão levando o evan-gelho à comunidade, tam-bém estão sendo evangeliza-dos. O grupo é formado por jovens de até 18 anos e se estrutura no tripé da oração, formação e ação.

[+] AGENDA DE ENCENAÇÕES NA DIOCESE

✗ Catedral São Paulo Apóstolo (Centro)

✗ Paixão de Jesus Cristo segundo o evangelho de São João

✗ Sexta-feira Santa, dia 22 de abril, às 19 horas

✗ Paróquia São José Operário (Itoupava Central)

✗ Encenação da Paixão de Cristo✗ Sexta-feira Santa, dia 22 de abril, às

18 horas

✗ Santuário Nossa Senhora Aparecida✗ Encenação da Paixão e Glorificação

de Cristo✗ Sexta-feira Santa, dia 22 de abril, às

19 horas✗ Apresentações também nas

comunidades da Capela São José/Nova Esperança (dia 16 de abril, às 18 horas), Paróquia São João Batista/Badenfurt (dia 19 de abril, às 10 horas – para alunos do Colégio Wigang Gelhard, aberto à comunidade).

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Aproveitemos para reviver o caminho da cruz, existência terrena de Jesus, consumada pelo amor

Paixão de Cristo, paixão do mundo

Penitência

O pecador toma consciência de sua culpa e confessa que não passa de pó e cinza (Gn 18,27). Com ela cobre a sua cabeça (Ez 27,30). O ser humano se re-conhece pecador e frágil, sendo convida-do à penitência.

Para Jesus, o que conta é a revira-volta do coração (Mt 18,3) e o esforço contínuo em buscar o Reino de Deus e a sua justiça (Mt 6,33). É o pastor que sai à procura da ovelha perdida (Lc 15,4). É o pai misericordioso, cuja bondade tudo alcança (Lc 15,11-32).

Cada passo, gesto, lágrima, queda de Jesus é uma referência à paixão hu-mana: “eram nossos pecados que ele levava e nossas dores que ele suporta-va”. No caminho percorrido por Jesus, lembramos nossos erros e limitações, pedindo que o Senhor nos perdoe, assim como nos comprometemos a perdoar.

Fraternidade

A Campanha da Fraternidade renova o compromisso cristão na direção de uma verdadeira adesão ao projeto de Jesus. Ela faz parte de um pro-cesso que tem como objetivos:

✗ celebrar a qua-resma de forma criati-va, convidando à con-versão por atitudes cristãs coerentes;

✗ ajudar os cris-tãos a fazer refl exões que liguem a fé à vida cotidiana e seus pro-blemas;

✗ proclamar e tes-temunhar em ações concretas a disposi-ção cristã de luta pela justiça e pelo bem; ✗ const ru i r uma

cultura de fraternidade e solidariedade.

Redescobrir

Senhor Jesus, queremos, em cada via-sacra, seguir vossos passos no caminho para o Calvário. Neste trajeto suportastes dores, injúrias e humilha-ções. Ajudai-nos a meditar estas es-tações com muita fé e devoção. Que-remos aprender de vós a fi delidade a Deus, mesmo diante das difi culdades que nos cercam. A “via dolorosa” é es-sencialmente um exercício de piedade e devoção, um caminho que nos per-mite purifi car nossos passos no vosso seguimento. Que em cada via-sacra que participarmos, aumente em nós o amor a Deus e aos irmãos.

(Pe. Antônio Francisco Bohn)

Encenações da Paixão de Cristo, realizadas por grupos da Diocese, retratam a Via Sacra nas celebrações da Sexta Feira Santa

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Vida Missionária14 www.dioceseblumenau.org.br Abril de 2011. Jornal da Diocese de Blumenau

“Subo para junto do meu Pai, que é Pai de vocês, do meu Deus, que é o Deus de vocês”

(Jo 20,17)

JOVENS

Nos dias 19 e 20 de março a Pas-toral da Juventude de Santa Catarina – Regional Sul 4 da CNBB realizou a Pré-missão Jovem, encontro para formação e planejamento dos 30 missionários que atuarão como líderes da III Missão Jo-vem da Pastoral da Juventude.

Os jovens da paróquia São Domin-gos de Gusmão, na Comarca de Nave-gantes, acolheram com muita alegria, afeto e esperança os participantes que vieram de diversas dioceses do Estado, representando as lideranças comunitárias, diocesanas e regionais. A coordenação foi do secretário esta-dual da PJ Santa Catarina, Rodrigo da Silva.

O encontro teve início com a ora-ção do Oficio Divino da Juventude, preparada pelos jovens da Diocese de Rio do Sul. Em seguida, iniciou-se a formação, com assessoria de Pau-lo Francisco Junior, que motivou os jovens a refletirem sobre os funda-mentos bíblicos da missão, à luz do Evangelho de Mateus, Marcos, Lucas e João, bem como a missão retratada nos Atos dos Apóstolos.

Prática

Os trabalhos da tarde de sábado

foram direcionados para o estudo dos aspectos práticos da Missão Jovem, onde os líderes missionários puderam discutir, analisar e simular situações diversas que envolvem a visitação, a acolhida e os cuidados que devem ter quando estiverem nas comunidades.

À noite, os jovens líderes foram enviados para as comunidades da pa-róquia, onde se reuniram com o Con-selho Diocesano Pastoral, a fim de realizar o planejamento para que a

Representantes de várias dioceses do Estado participaram do encontro, organizado pela Pastoral da Juventude

Comarca de Navegantes sedia Pré-missão

A necessidade de evangelizar

No dia 18 de março o padre Paulo De Coppi celebrou o 50º aniversário de sacerdócio. Seu exemplo nos convence ainda mais de que, sem impor, mas sem deixar de propor, nós cris-tãos devemos responder com urgência à necessidade de evan-gelizar. A Igreja, diante das pro-blemáticas da sociedade atual, constantemente nos repete que anunciar o Evangelho é missão de todo cristão, por natureza, um missionário.

O Papa Bento XVI, ao falar da “Nova Evangelização” nas sociedades e culturas seculariza-das, assim se expressou durante sua visita a Portugal: “o cristão é, na Igreja e com a Igreja, um missionário de Cristo, enviado ao mundo... Se não fordes vós as suas testemunhas no próprio ambiente, quem o será em vosso lugar?”

Essa é uma tarefa inadiável e não somente das instituições missionárias, mas de toda a co-munidade eclesial e de cada cris-tão. O Papa continua dizendo: “... todos devem receber de Deus e oferecer ao mundo, o Cristo ressuscitado, para que todas as situações de quedas e morte se transformem, pelo Espírito, em ocasiões de crescimento e vida”.

É mais que urgente também a Missão “ad gentes”. O Papa afirmou que a humanidade tem experimentado grandes mudan-ças que precisam de uma res-posta: “Hoje a Igreja é chamada a enfrentar desafios novos e a estar pronta a dialogar com as

culturas e religiões mais diversas, procurando construir, juntamente com cada pessoa de boa von-tade, a pacífi ca convivência dos povos”.

O mundo espera pelo Evan-gelho. Seja você também mis-sionário da Boa Nova que Jesus nos trouxe. É por Jesus que to-dos esperam. De fato, as expec-tativas mais profundas do mundo e as grandes certezas do Evan-gelho se cruzam na irrecusável missão que nos compete. Sem Deus, o ser humano não sabe para onde ir. Nós somos chama-dos a servir a humanidade do nosso tempo, confiando unica-mente em Jesus e deixando-nos iluminar por sua palavra.

“A vocação missionária nos desafia a avançar para águas mais profundas. Inquieta-me ver muitos cristãos e até con-sagrados se fecharem sobre a sua vida privada e não viverem sua catolicidade. É nosso dever animar os cristãos e as comu-nidades para que reassumam aquele ardor missionário que im-pulsionou os primeiros cristãos. Não se trata de fanatismo, mas daquele entusiasmo que prova a existência de uma fé consciente e vivida, que impulsiona a levar adiante a Boa Nova do Salvador. Muitos e muitas esperam por nós” (padre Paulo De Coppi).

Padre Alcimir José Pillotto

missão ocorra. Neste encontro foi ela-borado um questionário com questões práticas sobre os aspectos demográfi -cos, econômicos e sociais, históricos e pastorais que envolvem a vida da comunidade, para que assim seja feito um diagnóstico da realidade e o plane-jamento mais efetivo.

Os jovens também celebraram e ou-viram as expectativas da comunidade em relação à Missão. Pernoitaram nas próprias comunidades e, no domingo, às 11 horas, retornaram para fazer a partilha de como foi sua experiência em cada comunidade, as dúvidas, as dificuldades e o sentimento que ficou desse primeiro contato.

A Missão A missão acontecerá nos dias 23

a 26 de junho, sendo que no encer-ramento, no domingo, os jovens e a comunidade farão a Marcha Estadu-al contra a Violência e o Extermínio de Jovens, uma das ações que a Pastoral da Juventude de SC assu-me a partir da Campanha Nacional Conta a Violência e o Extermínio de Jovens. No final acontecerá um show com o Grupo Musical Mensa-geiros de Cristo, de Araranguá.

Os líderes já iniciaram a missão. Voltaram para suas comunidades com a responsabilidade de mobili-zar, motivar e formar os missionários que se preparam para ir ao encontro do outro. Pois como disse Dom Hél-der Câmara: “Missão é partir, cami-nhar, deixar tudo, sair de si, quebrar a crosta do egoísmo que nos fecha no nosso eu”.

Que os jovens missionários abram-se, descubram e encontrem os outros como irmãos.

Encontro em Navegantes reuniu os jovens líderes das dioceses do Regional Sul 4 da CNBB para preparar a Missão Jovem, que acontece em junho

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“Mulheres de Jerusalém, não chorem por mim! Chorem por vocês mesmas e por seus filhos”

(Lc 23,28)Espaço da Família15

REFLEXÃO

A Pastoral Familiar é imprescindível

Se nos detivermos numa análise mais ampla a respeito do tema “família” acabaremos por nos conscientizar da impor-tância e da necessidade de fo-mentar e incentivar a Pastoral Familiar em todas as comunida-des de nossa diocese.

É visível e quase consenso que um grande número de fa-mílias está em dificuldade, não sabendo superar os conflitos, ou vencer os obstáculos que se criam internamente ou ocasionados por pres-sões externas, em suas vivências fami-liares.

A família, ao invés de jogar flores e exalar perfume para a sociedade - sendo pelo testemunho e pela ação indutora da vivência do amor, solidarie-dade, lealdade, fi delidade, religiosida-de, respeito e cidadania a este mundo conturbado – está permitindo que esta mesma sociedade jogue lixo em seu quintal, na forma do individualismo, do materialismo, dos relacionamentos su-perfi ciais, do mau uso da sexualidade, do amor livre, do desrespeito à vida, sem falar dos fatores desagregadores,

Abril de 2011. Jornal da Diocese de Blumenau www.dioceseblumenau.org.br

Quando o carpinteiro faz uma mesa, ele entende de-talhadamente a sua obra e é capaz de restaurá-la se surgir essa necessidade. O Divino Arquiteto fez a famí-lia. Na sua infi nita sabedo-ria, dotou a família da sua imagem trinitária, a mais alta qualifi cação que se po-deria imaginar.

A instituição familiar, en-tão, ganhou configurações precisas. E só assim ela preencherá sua missão de perpetuar a espécie huma-na, de gerar e educar no-vos seres humanos para se associarem a seu plano de amor e salvação. Colabo-radores do Criador, os es-posos são seus primeiros parceiros na construção do seu reino de paz e justiça, inclusive na restauração de todas as coisas em Jesus Cristo, o Salvador (Cf At 3,20).

Quando a Igreja, no Brasil, através da Campa-nha da Fraternidade, se mobiliza para sensibilizar as pessoas e a socieda-de para o cuidado com a criação, que “geme e so-fre dores de parto”, nesse processo de recuperação não se pode absolutamen-te prescindir da família, conforme os planos do Di-vino Arquiteto. Do contrá-rio, esse urgente empenho será frustrado. Quem é ca-paz de profanar o verdadei-ro “santuário da vida” será capaz de vencer a tentação de profanar a vida animal, biológica, onde igualmente Deus imprimiu sua ima-

gem?Nem é preciso analisar

muito para perceber como o berço da vida, a família, está poluída. Percebe-se a olho nu sua desagrega-ção. A sexualidade, criada para tornar-se dom e, nes-se dom, tornar-se criadora, descamba para o egoísmo, o subjetivismo, gerando os desequilíbrios sociais a que estamos assistindo. O aborto, a eutanásia, o homossexualismo e outros desvios morais e éticos do nosso tempo ferem mortal-mente a instituição familiar.

Dom José Negri, em sua homilia da Quarta-feira de Cinzas, na Catedral São Paulo Apóstolo, citou o Papa Bento XVI sobre essa necessidade da ecologia da família para uma eco-logia global. Assim fala o Santo Padre em sua men-sagem para a abertura da Campanha da Fraternidade deste ano: “a primeira eco-logia a ser defendida é a ecologia humana (cf. Ben-to XVI, Encíclica Caritas in veritate, 51). Ou seja, sem uma clara defesa da vida humana, desde sua con-cepção até a morte natural; sem uma defesa da família baseada no matrimônio en-tre um homem e uma mu-lher; sem uma verdadeira defesa daqueles que são excluídos e marginalizados pela sociedade (...) nunca se poderá falar de uma au-têntica defesa do meio am-biente”.

Padre Raul Kestring

Uma ecologia da família

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Movimento deve ser estimulado nas paróquias, pelos religiosos e leigos, para a salvação dessa instituição valiosa

como a violência, as drogas, alcoolis-mo, miséria e tantos outros.

Compromisso

A Igreja não pode ausentar-se deste contexto de difi culdades que as famílias vivem nos dias de hoje. So-mos convocados e é urgente a neces-sidade de promover a dignidade do matrimônio e da família. Para que isso aconteça, um dos caminhos é apoiar e permitir uma Pastoral Familiar orga-nizada e atuante, em todos os níveis: diocesano, comarcal e paroquial.

Para que a Pastoral Familiar se tor-ne uma realidade forte e atuante em nossa Diocese, pedimos o apoio e o

incentivo de todos os párocos e vigários, o empenho, dedicação e serviço da Família Diaconal, dos diáconos permanentes e dos alunos da Escola Diaconal São Lourenço, juntamente com suas digníssimas esposas.

È nosso desejo poder con-tar com todas as forças vivas da Igreja Diocesana. Os movimentos eclesiais são presença real, efe-tiva e encorajadora, ao levar ao coração da Igreja sua riqueza es-

piritual, educadora e missionária.Como o tema “família” é abrangente

e presente em todos os espaços ecle-siais, não se pode pensar em Pastoral Familiar sem a presença deles. A inte-gração e a presença orgânica são im-portantes e se fazem necessárias, sem que cada movimento perca sua carac-terística ou seu carisma, mas, genero-samente abertos aos valores familiares que também, em maior ou menor grau, lhes dizem respeito. A Pastoral Familiar precisa dos movimentos e reconhece seu forte valor e presença.

Diácono João Francisco Zimmermann

Rua: XV de Novembro, 810 e 866 – Centro – Blumenau – Telefone 33267000 Aristiliano Ramos, 211 - Centro - Gaspar - Telefone 33180100

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CNBB Regional Sul 4

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EVENTOS

A celebração da Quarta-feira de Cinzas, as visitas pastorais de Dom José às comunidades da Comarca de Gaspar, reuniões paroquiais, preparação da Catequese e o encontro Queremos Deus, da Arca da Aliança, foram alguns dos eventos que movimentaram a Diocese de Blumenau no último mês. Con-fi ra algumas imagens que selecionamos.

Registramos alguns momentos importantes da mobilização dos cristãos nas comunidades da Diocese

Fé, penitência e participação

A Paróquia Santa Cruz, na Velha Central, preocupada com a qualidade da Catequese, promoveu o 1º Encontro de Forma-ção para Novos Catequistas, no dia 12 de março.

Nos quatro dias que antecederam o início da Quaresma, a comunidade católica Arca da Aliança promoveu o 12º En-contro Queremos Deus, na Cidade de Deus - bairro Itoupa-va Central, em Blumenau. Feito de pregação da Palavra de Deus, cantos, coreografi as, adorações e missas, o evento contou com a participação de 1.500 pessoas.

Nos dias 25, 26 e 27 de fevereiro Dom José realizou a visi-ta pastoral à Paróquia Imaculada Conceição, no Bairro Bela Vista, em Gaspar.

Na Quarta-feira de Cinzas, Dom José presidiu à missa na Catedral, na qual abençoou e distribuiu as cinzas, sinal de penitência e conversão, próprias do tempo quaresmal. Na mesma celebração foi dado ênfase à abertura da Campanha da Fraternidade 2011, que tem por tema: “Fraternidade e a vida no planeta” e o lema: “A criação geme em do-res de parto” (Rm 8,22).

O Conselho Diocesano de Pastoral, formado por 50 repre-sentantes de pastorais, movimentos, paróquias e comunida-des religiosas da Diocese, presidido por Dom José, reuniu-se no dia 26 de fevereiro, no Salão Paroquial São Francisco de Assis, no Bairro Fortaleza, em Blumenau.

O Conselho de Pastoral do Regional Sul IV da CNBB realizou seu primeiro encontro de 2011 na Casa de Encontros Dom An-selmo Pietrulla, em Tubarão, nos dias 3 e 4 de março. Da Dio-cese de Blumenau, participaram o bispo, Dom José Negri, os padres João Bandoch, Almir Negherbon, Marcelo Martendal e Raul Kestring, além da Irmã Anna Gonçalves.

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