responsabilidade social empresarial: estudo em … · quais ações de natureza social praticadas...

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[ Antonia Mascênia Rodrigues Sousa ]

RESPONSABILIDADE SOCIAL EMPRESARIAL:

ESTUDO EM UMA EMPRESA DO SETOR CALÇADISTA

Maria do Socorro Silva MesquitaLúcio Gemaque Souza

Licia Santos Buhaten Gemaque

Introdução

A temática sobre responsabilidade social empresarial é recente, polêmica e dinâmica, pois envolve desde a geração de lucros pelos empresários, em uma visão bastante simplifi cada, indo até a implantação de ações sociais no plano de negócios das empresas, em contexto abrangente e complexo. Segundo Passos (2008, p.164), “agora as organizações produtivas começam a pensar sobre suas obrigações sociais, conscientes que são de uma rede que envolve seres humanos, indo desde seus acionistas, empregados, clientes, fornecedores até a comunidade”. Desta forma, o assunto passa a ganhar maior visibilidade com ações práticas.

Conforme Melo e Froes (2001), ocorreu uma alteração na consciência social dos empresários, estes perceberam que os problemas sociais difi cultavam o desenvolvimento de suas empresas. Foi a partir deste ponto que as empresas começaram a identifi car os ganhos expressivos de imagem ao desenvolverem suas ações sociais, sendo que estas eram inicialmente de forma fi lantrópica. Aos poucos, estas foram evoluindo para um novo nível de ações sociais.

Outro argumento, na visão de Toro (1997), Caravedo (1998), é de que as empresas saudáveis e lucrativas não podem existir em sociedades pobres e enfermas. Ou seja, admite-se que a empresa, além de produzir bens, serviços e gerar lucros aos acionistas, atenda a uma demanda social, reconhecendo a necessidade da redefi nição de padrões

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[ Tendências Na Gestão Contemporânea ]

de comportamento e da adoção de práticas de sustentabilidade para ser sustentável. Em decorrência dessa evolução os empresários abandonaram as práticas fi lantrópicas tradicionais e começaram a adotar modelos de empreendedorismo social e de fi lantropia de alto desempenho.

Há um surgimento de uma nova era de responsabilidade social das corporações. Empresas que antes praticavam fi lantropia hoje praticam a responsabilidade social corporativa. Promovendo desta forma cidadania e o desenvolvimento social, consequentemente as ações sociais das empresas adquiriram uma inusitada dimensão.

Nesse sentido, um diverso conjunto de iniciativas, como o desenvolvimento de indicadores e ferramentas de gestão, certifi cações, prêmios, programas de formação, debates, reportagens e pesquisas acadêmicas, evidenciam o papel de destaque que esse tema passou a ocupar no debate contemporâneo (KREITON, 2004). Tornaram-se ações de natureza estratégica, com focos defi nidos, centrados nos clientes, na economia e no mercado.

A adoção dessas ações traz benefícios internos, pois elas aumentam a produtividade no trabalho, criam motivação, auto-estima e orgulho entre os funcionários, melhorando a qualidade de vida destes, desta forma podendo até reduzir o nível de faltas, afastamentos por motivo de doença e outras reduções.

Externamente, o exercício da responsabilidade social corporativa gera retorno para a empresa no âmbito social, institucional, tributário-fi scal, de mídia e econômico, aprimorando os relacionamentos com seus diversos públicos e promovendo o desenvolvimento sustentável do local e região. A empresa socialmente responsável insere-se na comunidade que existe em sua vizinhança e passa a introduzir um elemento novo na sociedade que é a cidadania empresarial, a responsabilidade social corporativa.

Assim, as empresas que desempenham sua função social de forma correta e divulgam transparentemente as ações empreendidas, que ultrapassam o registro e o desempenho de natureza econômico-


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fi nanceiro, apresentam consistência ao trabalhar diversas dimensões na busca pela sustentabilidade. Em decorrência da divulgação das ações sociais empresariais, ocorre também uma análise dessas ações por meio de informações divulgadas, mediante a utilização de indicadores específi cos, desenvolvidos por entidades e pesquisadores preocupados com o tema.

Dentre os modelos usados para analisar a Responsabilidade Social Corporativa, há o desenvolvido pelo pesquisador inglês Michael Hopkins, em 1997. Os indicadores de Hopkins são subdivididos em três níveis envolvendo análise atinente aos Princípios de Responsabilidade Social; Processos de Capacidade de Resposta Social; e Resultados e Ações de Responsabilidade Social.

A partir do cenário delineado acima este estudo buscou discutir e responder os seguintes problemas:

Quais ações de natureza social praticadas pela Grendene são evidenciadas através de Demonstrações Contábeis, Balanços Sociais e demais informações divulgadas em meio impresso e no site institucional, segundo o modelo de Hopkins? Qual a contribuição da Responsabilidade Social Corporativa para elevar a imagem de uma organização?

Partiu-se dos seguintes pressupostos:

a) Empresas que atuam em mercados consumidores modernos

tendem a ampliar o propósito da responsabilidade social para além das

responsabilidades legais e econômicas, procurando desenvolver ações

sociais e ambientais mais amplas nas comunidades em que exercem suas

atividades.

b) A empresa sob análise adota práticas de responsabilidade social,

que se aproximam das propugnadas no modelo de Hopkins, segundo

evidenciado em suas Demonstrações Contábeis e Balanço Social e demais

informações divulgadas em meio impresso e nos sites institucionais.

c) A empresa estudada incorpora as questões ambientais e sociais ao

planejamento estratégico.


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A relevância do tema vem a partir do crescente despertar empresarial em atividades de responsabilidade social, fato que se observa com vasta clareza, não obstante estar o debate a merecer verticalização, principalmente no âmbito acadêmico, meio em que se propaga vigorosa ressonância do saber teórico para o ambiente empresarial e social.

O presente artigo apresenta, primeiramente, um referencial teórico sobre responsabilidade social empresarial e fi lantropia. Após descrição da metodologia da pesquisa, a apresentação e análise dos dados. Finalmente, as considerações fi nais encerram o conteúdo deste trabalho.

Responsabilidade social empresarial

Na visão de Melo e Froes (2001), no passado, no auge da fi lantropia tradicional, a prática de doações era uma constante no mundo das empresas de maior porte. Neste contexto, com inúmeras mudanças e o aumento dos problemas sociais o exercício da responsabilidade social ganhou visibilidade e nova forma. Agora as organizações produtivas começam a pensar sobre suas obrigações sociais, conscientes de que são uma rede que envolve seres humanos, indo desde seus acionistas, empregados, clientes, fornecedores até a comunidade (PASSOS, 2008).

Neste sentido passa a ocorrer a ordem de mudança organizacional que, segundo Ashley (2005), inicia com mudanças conservadoras e fi naliza com mudanças radicais, está diretamente relacionada ao grau de amplitude de inclusão e de consideração pela empresa quanto a sua relação com seu público. A Figura 1 ilustra o contexto histórico para quem a empresa era responsável.


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Figura 1 – Tendência história de ética e responsabilidade social corporativaFonte adaptada de Ashley (2005).

Sendo assim Corrêa et al (2004) citam que o despertar da responsabilidade social das empresas não tem um histórico cronologicamente defi nido. Há, na verdade, uma evolução da postura das organizações em face da questão social, provocada por uma série de acontecimentos sócio-políticos determinantes e, também, por aqueles que foram consequência da inovação tecnológica.

Para Torres (2003), a realização de ações de caráter social não é uma prática tão recente no meio empresarial. Porém, somente no fi nal dos anos 1960 e início da década de 1970, tanto nos Estados Unidos da América (EUA), quanto em parte da Europa, a atuação voltada para o social ganhou destaque, basicamente como resposta às novas reivindicações de alguns setores da sociedade que levaram para o universo das empresas diversas demandas por transformação, na atuação corporativa tradicional voltada estritamente para o econômico.

No Brasil, os indícios de que uma mudança de mentalidade empresarial estava acontecendo, são percebidos desde meados da década de 1960, quando novas ideias começam a serem discutidas e é criada a Associação dos Dirigentes Cristãos de Empresas (ADCE), sendo publicada a “Carta de Princípios do Dirigente Cristão de Empresas”, em 1965. A difusão dessas ideias, no entanto, tomou impulso a partir da segunda metade dos anos 1970, quando mereceram destaque como ponto central do 2° Encontro Nacional de Dirigentes de Empresas.


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Um dos princípios da ADCE Brasil baseava-se na aceitação por seus membros de que as empresas, além de produzir bens e serviços, deveriam possuir função social que se realiza em nome dos trabalhadores e do bem-estar da comunidade em geral. A consciência de responsabilidade social do empresariado brasileiro teve certas instituições como protagonistas desta história e como catalisadores importantes e diretamente responsáveis pelo despertar desta consciência.

O pioneiro dessas instituições foi o Grupo de Instituições, Fundações e Empresas (GIFE), surgiu em 1989, mas somente institucionalizado e formalizado em 1995 (CORRÊA et al, 2004). A Responsabilidade Social Empresarial (RSE) às vezes está associada à prática fi lantrópica, pois é muito comum ver empresários e empresas divulgando nos meios de comunicação a participação ou o apoio a projetos sociais, por meio de doações. No entanto, a questão da responsabilidade social abrange muito mais do que simples doações fi nanceiras ou materiais.

Silva (2001) apresenta a defi nição de fi lantropia como sendo a amizade do homem para com outro homem. Signifi ca ajuda e possui um caráter assistencialista. Trata-se de uma ação externa à empresa, tendo como benefício à comunidade, tornando-se um paliativo para uma grave conjuntura social. Para Grajew (1999), RSE trata-se da relação ética em todas suas ações, políticas, e práticas, sejam elas com o seu público interno ou externo. A Figura 2 faz uma diferenciação entre a fi lantropia e a responsabilidade social.

Filantropia Responsabilidade Social

Ação individual e voluntária Ação coletiva

Fomento da caridade Fomento da cidadania

Base assistencialista Base estratégica

Restrita a empresários fi lantrópicos e abnegados

Extensivo a todos

Prescinde de gerenciamento Demanda gerenciamento

Decisão individual Decisão consensual

Figura 2 - As diferenças entre a fi lantropia e a responsabilidade social.Fonte adaptado - Melo Neto (2001).


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Para Oliveira (2005), não existe uma lista rígida de ações que uma empresa deve fazer para ser socialmente responsável, ou seja, não existe uma defi nição consensual. Responsabilidade social envolve uma gestão empresarial mais transparente e ética e a inserção de preocupações sociais e ambientais nas decisões e resultados das empresas. Responsabi l idade social pauta-se num relacionamento ético e transparente da organização com todas as partes interessadas, visando ao desenvolvimento sustentável da sociedade, preservando recursos ambientais e culturais para gerações futuras, respeitando a diversidade e promovendo a redução das desigualdades sociais (FPNQ, 2005).

Cherques (2003) enfatiza que as empresas estão sendo chamadas à responsabilidade porque, havendo se equivocado sistematicamente sobre o futuro da economia e da sociedade, veem-se na contingência de reavaliar o peso dos efeitos das suas atividades e corrigir a sua conduta.

Para Melo Neto (2001) a responsabilidade social é uma ação estratégica da empresa que busca retorno econômico social, institucional, tributário-fi scal. A fi lantropia não busca retorno nenhum, apenas o conforto pessoal e moral de quem a pratica.

Dentre as atitudes possíveis para enfrentar esse desafi o, a mais sábia parece ser a de sacudir a letargia e tentar dar conta do que está evidentemente errado. Trata-se de buscar uma nova identidade para as empresas. Uma identidade que integre a responsabilidade social às áreas estratégica, logística, operacional, fi nanceira e comercial. (CHERQUES, 2003). De acordo com Melo Neto e Froes (2001, p.78), a Responsabilidade Social das Empresas consiste na sua “decisão de participar mais diretamente das ações comunitárias na região em que está presente e minorar possíveis danos ambientais decorrentes do tipo de atividade que exerce”.

Para Ashley (2003) a responsabilidade social empresarial pode ser defi nida como o compromisso que uma organização deve ter para com a sociedade, expresso por meio de atos e atitudes que afetem positivamente, de modo amplo, ou a alguma comunidade, de modo específi co, agindo


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proativamente e coerentemente no que tange a seu papel específi co na sociedade e na prestação de contas para com ela.

O termo Responsabilidade Social implica uma forma de as empresas conduzirem seus negócios “de tal maneira que as tornem parceiras e co-responsáveis pelo desenvolvimento social” (INSTITUTO ETHOS, 2002). A empresa socialmente responsável é aquela que possui a capacidade de ouvir os interesses das diferentes partes envolvidas no negócio (stakeholders): acionistas, funcionários, fornecedores, consumidores, comunidade, governo e meio ambiente, de forma a conseguir incorporá-los no planejamento de suas atividades, buscando atender às demandas de todos.

De acordo com Silva (2001), responsabilidade social empresarial é o comprometimento permanente dos empresários em adotar em comportamento ético e contribúir em o desenvolvimento econômico, melhorando, simultaneamente, a qualidade de vida de seus empregados e de suas famílias, da comunidade local e da sociedade como um todo. Para Cherques (2003), do ponto de vista ético, não há limite de responsabilidade para os danos sociais que uma empresa possa causar. A ideia de limite de responsabilidade vem do direito civil e do comercial. Os proprietários de empresas de responsabilidade limitada só respondem pelo seu patrimônio social. Mas esta é uma fi gura econômica e jurídica. Moralmente não há limite para a nossa responsabilidade. O que existe é a não-responsabilização sob determinadas condições.

Neste sentido Melo Neto (2001, p.35) caracterizou o que seria uma empresa com cidadania empresarial:

- alto comprometimento com a comunidade;

- atua em parceria com o governo, demais empresas e entidade em programas e projetos sociais;

- apresenta progressão de investimentos nas áreas sociais;


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- viabiliza projetos sociais independentemente dos benefícios fi scais existentes;

- realizam ações sociais, cujo principal objetivo não é o marketing, mas um comprometimento efetivo com a comunidade;

- seus funcionários, conscientes da responsabilidade social da empresa, atuam como voluntários em campanhas e projetos sociais;

- os valores e princípios empresarias, além de sua missão e visão estratégica, incorporam responsabilidades diversas, envolvendo o seu relacionamento com o governo, clientes fornecedores, comunidades, sociedade, acionistas e demais parceiros.

A responsabilidade social das empresas compreende o conjunto de deveres morais que as empresas, na pessoa dos que as dirigem, têm com a sociedade. Esses deveres são de caráter preventivo, por exemplo, quando a empresa se esforça por não deteriorar o meio ambiente, e de caráter reparador, quando, por exemplo, a empresa restaura o meio ambiente depois de um vazamento de efl uentes.

Modelo de responsabilidade social – indicadores Hopkins.

As discussões sobre a motivação, as diferentes abordagens conceituais relativas a Responsabilidade Social Empresarial, sobretudo a pressão da sociedade sobre as empresas, impulsionaram a formulação de indicadores para mensurar a sustentabilidade do desenvolvimento e das organizações.

Hopkins (1997) propôs indicadores para avaliar os perfi s de responsabilidade social das empresas, baseado na dimensão e nos indicadores evidenciados por Donna Wood, no modelo de Desempenho Social das Empresas (Corporate Social Performance). As organizações e a sociedade são sistemas interdependentes, por esta razão é legítimo que as


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empresas cumpram a sua função social (WOOD, 1991). Ele argumenta que é natural o interesse da sociedade em conhecer o comportamento e os resultados corporativos.

Ashley (2005) enfatiza que os indicadores fornecem uma base para a realização da auditoria social de uma empresa, sendo possível alimentar um sistema geral de ranking que permita comparar o desempenho das empresas, organizações não lucrativas e ONGs entre si no que diz respeito ao grau de responsabilidade social.

De acordo com Queiroz (2000), Hopkins buscou garantir que os indicadores fossem simples e que tivessem uma aplicabilidade universal. Ao construí-los, teve em mente algumas questões:

• Em que medida o indicador é útil para outros pesquisadores na tarefa

de defi nir uma empresa socialmente responsável através de pesquisa

empírica? De que forma os indicadores propostos se relacionam com

o modelo de Desempenho Social das Empresas?

Qual deve ser a base para a inclusão de um indicador? Como isso pode ser validado?

• De que forma o indicador poderia ganhar aceitação e infl uência?

O modelo utiliza dados extraídos das demonstrações contábeis tradicionais e informações socioeconômicas e ambientais complementares, como aquelas obtidas das demonstrações do valor adicionado e no balanço social.


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O Quadro 1 apresenta a estrutura do modelo de indicadores de responsabilidade social desenvolvido por Michael Hopkins, subdivididos em três níveis.

Nível I - Princípios de responsabilidade social

Elemento do modelo de empresa

socialmente responsável

Indicador

Legitimidade • Código de ética

Responsabilidade pública

• Litígios envolvendo violação das leis pela empresa

• Penalidade em consequência de atividades ilegais

• Contribuição para inovações

• Criação de empregos

Árbitro dos executivos• Código de ética

• Executivos condenados por atividades ilegais

Nível II - Processos de capacidade e resposta social

Percepção do ambiente

• Mecanismo para examinar as questões sociais relevantes para a empresa

Gerenciamento dos stakeholders

• Corpo analítico para as questões sociais como parte integrante da elaboração de políticas (continua)

• Existência de auditoria social

• Existência de relatório de prestação de contas sobre ética

Administração de questões

Políticas elaboradas tendo como base de análise as questões sociais.


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Nível III - Resultados/ações de responsabilidade social



Stakeholders grupos (assumidos)

Efeitos nos stakeholders internos

• Proprietários, acionistas• Lucratividade/valor• Irresponsabilidade corporativa ou atividades

ilegais• Bem-estar da comunidade• Filantropia corporativa• Código de ética• Executivos• Código de ética• Funcionários• Relações sindicato/empresa• Questões de segurança• Pagamento, subsídios e benefícios• Demissões• Funcionários proprietários• Políticas para mulheres e minorias

Nível III - Resultados/ações de responsabilidade social

Efeitos nos stakeholders externos

• Clientes, consumidores• Código de ética• Recalls de produtos • Litígios• Controvérsia pública sobre produtos ou serviços• Propaganda enganosa• Meio ambiente• Poluição• Lixo tóxico• Reciclagem e uso de produtos reciclados• Utilização etiqueta ecológica nos produtos • Comunidade• Doações corporativas para programas

comunitários• Envolvimento direto em programas comunitários• Controvérsias ou litígios com a comunidade


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Quadro 2 – Indicadores segundo o modelo Hopkins – Continua.Adaptado – Ashley (2005).



Stakeholders grupos (assumidos)

Efeitos nos stakeholders

externos

Fornecedores

Código de ética da empresa

Código de ética dos fornecedores

Litígios/penalidades

Controvérsias públicas

Efeitos institucionais externos

• Código de ética

• Litígios genéricos

• Processos pro ações classistas

• Melhorias nas políticas públicas e na legislação em decorrência de pressões da empresa

Quadro 2 – Indicadores segundo o modelo Hopkins – Continuação.Adaptado – Ashley (2005).

No modelo analítico sugerido por Hopkins, foram defi nidos nove elementos, de onde foi extraído e classifi cado certo número de indicadores

de responsabilidade social, com características genéricas para todas as empresas,

adotando uma forma de medi-los (ASHLEY, 2005).

Percebe-se que os indicadores são importantes instrumentos para a visualização das dimensões e do envolvimento da empresa com as questões relativas à responsabilidade social. Aprofundar o conhecimento sobre os indicadores de sustentabilidade deve ser útil aos tomadores de decisões, em particular, e a sociedade civil, em geral, para utilizar essas ferramentas de forma mais adequada e consciente (BELLEN, 2007).


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Aspectos metodológicos

O estudo trata-se de uma pesquisa social de cunho exploratório de natureza qualitativa tendo por objetivo principal discutir aspectos práticos e teóricos relacionados à adoção de práticas de Responsabilidade Social Corporativa e análise das ações adotadas e divulgadas pela empresa selecionada, envolvendo as relações sociais, estabelecidas no ambiente interno e externo, com o intuito de compreender o contexto em que ocorre e do qual é parte.

Quanto ao delineamento, este estudo trata-se de pesquisa bibliográfi ca, documental e estudo de caso, utilizando-se dados extraídos dos Relatórios da Administração e dos Balanços Sociais da corporação analisada. Tais documentos institucionais têm caráter público e são colocados à disposição do mercado após o encerramento de cada exercício fi scal. Foram utilizadas como categorias de análise das ações adotadas pela empresa investigada os parâmetros propostos no modelo analítico de responsabilidade social de Hopkins.

Considerando a complexidade da vida organizacional, o estudo foi conduzido de forma a mostrar as várias dimensões presentes no contexto, fundamentando-se na lógica e na argumentação do referencial teórico.

A estratégia de pesquisa foi conduzida através de estudo de caso. Gil (2006, p. 43) afi rma que,

As pesquisas exploratórias são desenvolvidas com o objetivo de proporcionar visão geral, de tipo aproximativo, acerca de determinado fato. Este tipo de pesquisa é realizado especialmente quando o tema escolhido é pouco explorado e torna-se difícil sobre ele formular hipóteses precisas e operacionais.


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Segundo Yin (2001, p. 35), o estudo de caso é uma estratégia de pesquisa “que representa uma maneira de se investigar um tópico empírico, seguindo um conjunto de procedimentos pré-especifi cados”. Com este propósito foram escolhidas como forma de coleta de dados as seguintes fontes:

a. Coleta de fontes secundárias (documentais e bibliográfi cas);

b. Coleta de fonte primária (entrevista estruturada)

As fontes documentais foram oriundas das publicações de livros, artigos científi cos e de pesquisas disponíveis na internet.

A última fonte, a entrevista estruturada foi aplicada com quatro profi ssionais do setor de RH e um profi ssional de segurança e meio ambiente, utilizando-se um roteiro de entrevista com o objetivo de verifi car os indicadores de Holpkins, detectando-se que a empresa publica o balanço social.

O questionário aplicado foi estruturado e dividido em três níveis, constituídos de perguntas abertas e fechadas, seguindo o modelo de Michael Hopkins, defi nindo nove elementos um modelo analístico nessa ordem: Legitimidade, Responsabilidade Pública, Arbítrio dos Executivos, Percepção do Ambiente Gerenciamento dos Stakeholders, Administração de Questões, Efeitos nos Stakeholders Internos, Efeitos nos Stakeholders

Externos e Efeitos Institucionais Externos. Todos os níveis totalizaram quarenta e seis itens.

Denke e Da Via (2001 apud Bezerra 2007, p.100) entendem que a “análise dos dados sempre deverá ser efetuada em função do referencial teórico que serviu de base para o pesquisador formular e operacionalizar os conceitos e as variáveis defi nidas para a observação no decorrer da pesquisa”.

Analisaram-se vários tipos de dados considerando-se as perspectivas da empresa e dos diversos stakeholders na implementação e continuidade das ações que caracterizam a responsabilidade socioempresarial, de acordo com os indicadores de Hopkins, permitindo a compreensão da dinâmica do fenômeno.


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Apresentação e análise dos dados

A utilização do método de coleta de dados, apresentados neste

artigo, foi fundamental para descrever de maneira detalhada como os

valores éticos e a responsabilidade social são incorporados na cultura

organizacional. Possibilitando um maior entendimento das relações entre

os diversos stakeholders.

A empresa está em processo de implantação do código de ética, embora

a organização possua uma carta de valores pautada em ética, agilidade,

inovação/competitividade e lucratividade que norteie sua conduta e as

ações de responsabilidade sócio-ambientais.

Princípio da legitimidade

O código de ética já está validado pela alta gestão, e constam no

planejamento da empresa atividades para sua disseminação, utilizando-

se uma linguagem clara, de fácil compreensão, sendo algumas delas:

teatro, palestras, banners, divulgação no portal RH (intranet), dentre

outros. É importante ressaltar que as ações de disseminação do código

de ética estão previstas para acontecerem no mesmo instante em todas

as unidades da empresa no país, primeiramente com gerentes e num

segundo momento com os demais colaboradores e stakeholders. Isto

refl ete a preocupação institucional em comunicar a necessidade e

o valor do código de ética a todos os membros da organização, com

o intuito de garantir sua aprovação e apoio na implementação nas

práticas do cotidiano. Cabe destacar que a empresa adota uma postura

clara e transparente em relação aos seus objetivos, missão e ações de

responsabilidade social empresarial, que funcionam como um indicador

de fortalecimento da legitimidade social.


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Princípio da responsabilidade pública

De acordo com o Balaço Social publicado em 2007, a empresa considera a responsabilidade social como um dos pontos mais importantes no desenvolvimento e na qualidade de vida da comunidade em que está inserida. Assim, a empresa realiza gastos de pesquisa e desenvolvimento em processos de produção mais efi cientes com menor quantidade de resíduos industriais e reciclagem de materiais, bem como tecnologias de produção mais limpas e gerenciamento de riscos operacionais e ambientais, além de viabilizar a participação dos seus colaboradores em feiras nacionais e internacionais. Os custos em investimentos em tecnologia e inovação, e os gastos com pesquisa e desenvolvimento não foram quantifi cados, considerando que são decisões oriundas da sede da Empresa Grendene, em Farroupilha/RS.

Outro exemplo é a geração de 16.962 empregos diretos, promovendo, ainda, a oportunidade de inclusão social a 857 defi cientes, inserindo-os em programas de educação e capacitação relacionados às estratégias de negócios, a ética, a responsabilidade social proporcionando desenvolvimento profi ssional e pessoal, no sentido de que eles realizem e sejam disseminadores de boas práticas.

Em relação às questões sobre litígio, a empresa informou que não há ocorrências, nem existências de processos, penalidades e multas envolvendo a organização e seus colaboradores.

Processos de capacidade de resposta social

Quanto à existência de mecanismos para examinar as questões sociais relevantes, destacam-se visitas institucionais e domiciliares, reuniões multidiciplinares, nas quais a Grendene se torna parceira de instituições públicas e privadas em campanhas educativas e preventivas, como a campanha contra a dengue, planejamento familiar, meio ambiente, segurança do trabalho, qualidade de vida, hipertensão, diabetes, AIDS, saúde bucal, saúde auditiva e hábitos alimentares.


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Embora a empresa não disponha de um corpo analítico para defi nir as questões sociais como parte integrante das políticas estabelecidas, algumas ações foram observadas conforme quadro a seguir:

TREINAMENTOS N° Turmas

N° Participantes

Carga Horária

Total

HHT

Prevenção de Acidentes 26 1.880 1,2 2.256

Incêndio 7 208 20,00 4.160

Ergonomia 7 447 1,0 447

Operação em Máquinas de Manutenção e Utilização de EPI`s 32 700 1,0 700

Eletricidade 3 135 7,3 989

Manuseio de Produtos Químicos 6 172 1,3 228

Meio Ambiente 8 887 1,0 877

Higiene 10 497 1,3 646

Outros Treinamentos de Segurança 13 5.377 35,1 10.764

Quadro 2 - Treinamentos

Fonte : adaptação Jornal Correio da Semana.

Os programas sociais algumas vezes são de iniciativa dos colaboradores, que, identifi cando uma demanda no bairro em que residem ou as necessidades de um determinado grupo, solicitam o apoio da organização. Esta atitude é resultado coerente de uma política de desenvolvimento fundamentada na ética, na responsabilidade social e nas estratégias de negócios da organização, que acredita tornar o colaborador num multiplicador de boas práticas. Ressalte-se que a empresa não estimula o voluntariado, as iniciativas são exclusivas dos colaboradores.

A empresa não faz auditoria para analisar as questões sociais, mas são realizadas auditorias pelos principais clientes que adotam práticas legais em relação ao mercado, às condições do trabalho, consolidadas na legislação trabalhista e nos padrões da OIT (Organização Internacional do Trabalho), assim como, ao respeito ao meio ambiente. Entretanto, é através da auditoria realizada de forma independente entre os stakeholders

que se pode avaliar de fato se a estrutura e os processos organizacionais


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estão congruentes com o crescimento econômico, proteção ambiental e o equilíbrio social.

As políticas de benefícios da empresa são defi nidas de acordo com as necessidades dos colaboradores e da comunidade, considerando a cultura local, ao mesmo tempo, em que existe uma preocupação em manter uma orientação social e o foco no desenvolvimento empresarial. Neste aspecto, foi possível identifi car a autonomia da empresa em relação à matriz, para defi nir o público-alvo, o tipo de ação e implementação. Dentre as várias ações sociais desenvolvidas está o programa de visitas à empresa, incentivando uma maior integração com a comunidade, com as organizações governamentais e do terceiro setor. O balanço social de 2007 divulgou que a Grendene recebeu como visitantes a Universidade Federal do Ceará- UFC, a Universidade de Brasília- UNB, a Universidade Estadual Vale do Acaraú-UVA, a Wall Mart, Disney, C&A, Corpo de Bombeiros, além de grupos da terceira idade, de escolas, e dos familiares dos seus colaboradores. Em 2008, a empresa inseriu no mercado de trabalho 87 estudantes de nível médio e superior com idade entre 16 e 24 anos, através do Programa Jovem Aprendiz. Outro projeto que tem alcançado resultados positivos é a Central Ilha Bela de Ginecologia e Planejamento Familiar que agrega várias ações voltadas à saúde, envolvendo o Planejamento Familiar, Pré-Natal, à prevenção às DST`s/AIDS, ao câncer do Cólo de Útero, à Saúde Bucal e àssistência Social, através de atendimentos médicos realizados por uma equipe de profi ssionais - formada por ginecologista, enfermeiros, técnicos de enfermagem, dentistas, assistentes sociais e nutricionista - nos 2 postos internos da fábrica e em visitas domiciliares, sem nenhum ônus para os colaboradores.

Percebe-se que a organização está compreendendo a necessidade do mercado, da população em desenvolver novas formas de fazer negócios, de conceber, de comercializar produtos, em relação aos desafi os econômicos, sociais e ambientais do planeta, impostos pela globalização.


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Resultados/ações de responsabilidade social

A empresa não dispõe de instrumentos de medição sobre o retorno dos investimentos.

Existe um relacionamento maduro com o sindicato, em que as negociações são equilibradas visando solucionar as demandas coletivas. Na maioria das vezes as reuniões são solicitadas pelos colaboradores. Isto refl ete transparência nas relações sindicato/colaborador. Verifi cou-se ainda, a existência de programas de subsídios e benefícios. No entanto, não foi possível identifi car o ranking em relação ao percentual de gastos com empresas similares, nem obter informações referentes aos pagamentos de salários.

Nas demissões dos colaboradores, ainda que sejam contratados temporariamente, são conduzidos a uma entrevista de desligamento.

Quanto à participação acionária dos colaboradores não há um programa voltado especifi camente para esse fi m, mas com a abertura de capital, alguns colaboradores investiram nas ações.

Um aspecto que reforça o compromisso com a responsabilidade social é a existência de políticas específi cas para mulheres e minorias, valorizando a diversidade e promovendo a inclusão social.

A avaliação da responsabilidade social da empresa com seus clientes e consumidores está relacionada com a qualidade dos serviços de atendimento, na existência de ouvidorias e na realização de auditoria social, procedimentos adotados por alguns dos clientes da Grendene.

Há envolvimento direto com a comunidade explicitado nas parcerias estabelecidas com a sociedade civil e instituições nacionais e internacionais com o objetivo de garantir a sustentabilidade da empresa, dos negócios e da comunidade, procurando satisfazer as necessidades do presente sem comprometer a capacidade de desenvolvimento das gerações futuras.

O balanço social de 2007 destaca algumas das parcerias realizadas pela Grendene:


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• Instituto Ayrton Senna e Prefeitura Municipal de Sobral, num

projeto de desenvolvimento educacional, que alcançou resultados

positivos e teve reconhecimento nacional;

• Instituto Sócio-Ambiental - ISA e WWF- Brasil, num projeto pela

preservação da água;

• Hemoce, na campanha de sensibilização para doação voluntária de

sangue, através de palestras educativas junto aos colaboradores;

• Santa Casa de Misericórdia de Sobral, com o projeto Casa da Mamãe,

abrigando mães carentes cujos bebês necessitam de um tratamento

de saúde prolongado. Incluindo, ainda, a doação de 84 cestas básicas.

• Nutrinor, responsável pela administração do restaurante da

Grendene, no fornecimento de alimentação às pessoas carentes

que procuram apoio na Casa do Bom Samaritano, no Albergue

Municipal e na Congregação das Irmãs Josefi nas do Bairro Dom

José, em Sobral, no período de segunda a sexta-feira. Indentifi cou-

se, ainda, que a Casa do Bom Samaritano e o Albergue Municipal

são instituições vizinhas e compartilham suas doações.

Os projetos em parceria são um dos mecanismos de ação comunitária, mas o envolvimento com a comunidade começa no momento em que são ofertadas condições de infra-estrutura e capital social- empregados e parceiros – para a viabilização e continuidade do negócio.

A dimensão de ações de interesse público e caráter social da empresa não só infl uenciam a sociedade, como ganham o reconhecimento nacional e internacional de várias instituições, revelados pelos prêmios recebidos, segundo o balanço social de 2007, a saber:

• 2° lugar no ranking do índice Brasil de inovação tecnológica, da

Revista Inovação Uniemp (maio/2007);

• As empresas mais admiradas do Brasil 2007, 1° lugar no segmento

calçados – Revista Carta Capital/ TNS InterScience (Out/2007);

• Prêmio Delmiro Goveia (2006).


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Considerações fi nais

O avanço tecnológico e o aumento nos canais de comunicação são alguns dos fatores que contribuíram para a crescente conscientização da sociedade sobre a importância da responsabilidade social, que as empresas possuem com o ambiente em que ela esta inserida. As empresas; por sua vez, descobriram que uma das formas de se tornarem competitivas e aumentar sua lucratividade, em um mercado cada vez mais acirrado ,está associado a fazer o bem, ou seja, promover ações sociais, desta forma devemos banir o conceito ultrapassado de fi lantropia e passarmos a visualizar o bem desenvolvido pelas empresas de forma muito mais abrangente, relacionando o compromisso com o ambiente em que está inserida e o desenvolvimento da satisfação das partes interessadas.

Pelo apresentado foi possível evidenciar, através do modelo Hopkins, as ações adotadas pela empresa, onde é possível considerar que a Responsabilidade Social de Empresas é uma forma de gestão estratégica que vai muito além da obrigatoriedade legal e do marketing social, é na verdade um comprometimento permanente da empresa com a sociedade. Isto tem infl uenciado no aumento da qualidade de vida dos funcionários, nas parcerias com a comunidade local, entre outros benefícios. Com essas ações a empresa também passa a contribuir para disseminação da importância da responsabilidade social para sociedade, contribuindo para elevação de sua imagem reputacional.

Dentre as principais vantagens observadas, destacam-se: objetividade dos colabores em fornecer as informações e o cuidado em transmitir dados confi áveis; a disponibilidade dos responsáveis dos setores para transmitir os mesmos, além de uma descrição detalhada de como os valores éticos e a responsabilidade social são disseminadas, possibilitando um melhor entendimento do tema em questão.


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