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Responsabilidade do ContadoR

pRevenção e ContRole à lavagem de dinheiRo

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Aldenir Ortiz rOdriguesContabilista, advogado, especialista em tributos direitos, contribuição para o PIS/Cofins e legislação societária. Coautor de livros das áreas contábil e tributária.

Cleber MArCel busChContador, bacharel em direito, especialista em tributos diretos, contribuições para o PIS/Cofins e legislação societária. Coautor de livros das áreas contábil e tributária.

edinO ribeirO gArCiAContador, bacharel em direito, especialista em tributos diretos, contribuições para o PIS/Cofins e legislação societária, professor e palestrante. Coautor de livros das áreas contábil e tributária.

WilliAM hAruO tOdAContabilista, advogado formado pela FMU, especialista em tributos diretos, contribui-ções para PIS/Cofins e legislação societária, pós-graduado em Gestão da Comunicação e Marketing Institucionais pela UCB com cátedra da Unesco e pós-graduado em Gestão Pública pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Coautor de livros das áreas contábil e tributária

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Sumário

ApresentAção ......................................................................................... 11

CApítulo I - AspeCto GerAl ............................................................... 13

1. SISTema JUríDIcO ................................................................................ 13

1.1. Tratado ou convenção Internacional .............................................. 13

1.2. Pessoas sujeitas ao tratamento da Lei antilavagem ......................... 14

1.3. Identificação e manutenção dos registros ....................................... 16

1.4. comunicação ................................................................................... 17

1.5. responsabilidade administrativa ..................................................... 19

1.6. Do processo e julgamento ............................................................... 20

1.6.1. ..............................................................................................competência para julgamento .............................................. 20

1.6.2. requisitos para o juiz ............................................................ 20

1.6.3. Denúncia ............................................................................... 21

1.6.4. alienação ............................................................................... 21

1.6.5. Leilão ..................................................................................... 22

1.6.6. Destinação do depósito judicial ............................................ 23

1.6.7. recursos ................................................................................ 23

1.6.8. Ordem de prisão .................................................................... 23

1.6.9. Nomeação de administradores dos bens ............................... 23

1.7. Das penas......................................................................................... 24

1.7.1. Tentativa ................................................................................ 25

1.8. efeitos da condenação ..................................................................... 25

1.9. Outras disposições .......................................................................... 25

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6 Responsabilidade do ContadoR - pRevenção e ContRole à lavagem de dinheiRo

Aldenir Ortiz Rodrigues • Cleber Marcel Busch • Edino Ribeiro Garcia • William Haruo Toda

2. meDIDaS PreveNTIvaS ....................................................................... 26

2.1. Procedimentos utilizados na lavagem de dinheiro .......................... 27

3. cONSeLhO De cONTrOLe De aTIvIDaDe FINaNceIra (cOaF) . 30

4. SIScOaF .................................................................................................. 31

4.1. Instruções para o cadastro de comunicantes ................................... 34

4.1.1. Setores obrigados ................................................................... 34

4.1.2. Pessoas obrigadas .................................................................. 35

4.1.3. credenciar no Siscoaf ............................................................ 35

5. caSOS ...................................................................................................... 38

6. PergUNTaS e reSPOSTaS .................................................................... 47

6.1. Perguntas e respostas do coaf ........................................................ 47

6.2. Perguntas e respostas do conselho Federal de contabilidade ....... 53

7. LegISLaçãO ........................................................................................... 58

Decreto-Lei nº 9.295/1946 com alterações da Lei nº 12.249/2010 .......... 58

Lei complementar nº 105/2001 ............................................................... 59

Lei nº 7.170/1983 ..................................................................................... 59

Lei nº 7.560/1986 ..................................................................................... 59

Lei nº 8.072/1990 ..................................................................................... 60

Lei nº 9.034/1995 ..................................................................................... 60

Lei nº 10.217/2001 ................................................................................... 60

Lei nº 10.744/2003 ................................................................................... 60

Decreto nº 2.799/1998 ............................................................................. 60

CApítulo II - responsAbIlIdAde do ContAdor e orGAnIzA-ções ContábeIs ...................................................................................... 61

1. aLcaNce ................................................................................................ 61

2. POLíTIca De PreveNçãO ................................................................... 63

2.1. Órgãos de combate .......................................................................... 64

3. caDaSTrO De cLIeNTeS e DemaIS eNvOLvIDOS NaS OPeraçõeS 65

3.1. Procedimentos adicionais ................................................................ 66

3.2. Identificação do beneficiário final ................................................... 67

3.3. Operações realizadas ou serviços prestados .................................... 67

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sumáRio

Responsabilidade do Contador - Prevenção e Controle à Lavagem de Dinheiro7

3.4. Pessoas Politicamente expostas (PPe) ............................................ 68

3.4.1. PPe brasileiras ....................................................................... 69

3.4.2. PPe estrangeiras .................................................................... 69

4. regISTrO DaS OPeraçõeS ................................................................. 70

5. cOmUNIcaDO aO cOaF ...................................................................... 71

5.1. atividades consideradas suspeitas que devem ser comunicadas ao coaf ................................................................................................. 71

5.2. Operações e propostas a serem comunicadas independente de análise ou de qualquer outra consideração ..................................... 73

5.3. Serviços de auditoria ....................................................................... 73

5.4. Serviços de assessoria ...................................................................... 73

5.5. Forma de comunicação ................................................................... 74

5.6. ausência de ocorrência ................................................................... 74

5.7. acesso ao sistema coaf (Siscoaf) ..................................................... 74

5.7.1. cadastro de comunicantes .................................................... 76

5.7.2. Login no Siscoaf ..................................................................... 76

5.8. comunicação a demais órgãos além da coaf .................................. 77

5.9. comunicações ao Banco central do Brasil ...................................... 78

5.10. comunicações à cvm ..................................................................... 89

5.11. comunicações à Susep .................................................................... 90

5.12. comunicações à Previc (nova denominação da Secretaria de Pre-vidência complementar) ................................................................. 91

5.13. comunicações ao coaf .................................................................... 92

6. gUarDa DOS regISTrOS e DOcUmeNTOS ...................................... 93

7. PeNaLIDaDeS aOS PrOFISSIONaIS e OrgaNIzaçõeS cONTáBeIS 94

7.1. Penalidades ético-disciplinares ........................................................ 94

7.2. Penalidades administrativas e pecuniárias ...................................... 96

7.3. Penalidades penais .......................................................................... 97

7.4. Tentativa .......................................................................................... 98

7.5. efeitos da condenação ..................................................................... 99

7.6. ementas judiciais ............................................................................ 99

7.7. Outras disposições .......................................................................... 103

CApítulo III - AspeCtos preventIvos e penAIs ........................... 105

1. ParaíSO FIScaL ..................................................................................... 105

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8 Responsabilidade do ContadoR - pRevenção e ContRole à lavagem de dinheiRo

Aldenir Ortiz Rodrigues • Cleber Marcel Busch • Edino Ribeiro Garcia • William Haruo Toda

2. PreçO De TraNSFerêNcIa ................................................................ 109

2.1. conceito de pessoas vinculadas ...................................................... 111

2.2. Bens, serviços e direitos adquiridos no exterior .............................. 113

2.3. regras comuns aplicáveis aos custos na importação ....................... 113

2.4. Preço parâmetro .............................................................................. 114

2.5. métodos na importação ................................................................... 114

2.5.1. Preços Independentes comparados (PIc) ............................ 114

2.5.2. Preço de revenda menos Lucro (PrL) - a partir de 1º.01.2013 ............................................................................. 118

2.5.3. custo de Produção mais Lucro (cPL) .................................. 122

2.5.4. Preço sob cotação na Importação (PcI) ............................... 123

2.6. exportações ..................................................................................... 124

2.6.1. regras comuns às receitas de exportações ............................ 125

2.6.2. Preço de venda nas exportações (Pvex) .............................. 128

2.6.3. Preço de venda por atacado no País de Destino, Diminuído do Lucro (Pva) ..................................................................... 129

2.6.4. Preço de venda a varejo no País de destino, diminuído do lucro (Pvv) ........................................................................... 129

2.6.5. custo de aquisição ou de Produção mais tributos e lucro (caP) .................................................................................... 130

2.6.6. Preço sob cotação na exportação (Pecex) ............................ 130

2.7. Operações back to back .................................................................... 132

2.8. Opção pelo método ......................................................................... 132

2.9. conceito de similaridade ................................................................. 133

2.10. elementos complementares de prova .............................................. 134

2.11. Operações atípicas ........................................................................... 134

2.12. alteração de percentuais ................................................................. 135

2.13. Dispensa de comprovação ............................................................... 136

2.14. margem de divergência.................................................................... 138

2.15. País com tributação favorecida ou cuja legislação interna oponha sigilo ................................................................................................ 138

2.16. Procedimentos de fiscalização ......................................................... 139

2.17. conclusão ........................................................................................ 140

3. SIScOServ .............................................................................................. 141

3.1. Quem deve efetuar registro no Siscoserv ........................................ 142

3.1.1. Quem deve efetuar registro no módulo venda ...................... 143

3.1.2. Quem deve efetuar registro no módulo aquisição ................ 145

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sumáRio

Responsabilidade do Contador - Prevenção e Controle à Lavagem de Dinheiro9

3.2. estrutura da NBS - Informações a serem prestadas ......................... 146

3.3. Siscoserv .......................................................................................... 148

3.3.1. registros - módulo venda ..................................................... 149

3.3.2. registros - módulo aquisição ............................................... 150

3.4. cronograma de registro ................................................................... 150

4. aUDITOrIa ............................................................................................. 152

4.1. Documentação de auditoria ............................................................ 152

4.1.1. Finalidades adicionais ........................................................... 153

4.1.2. Preparação da documentação ................................................ 154

4.1.3. Forma, conteúdo e extensão ................................................. 154

4.1.4. Formas de registro ................................................................. 154

4.2. a postura do auditor diante das fraudes ......................................... 155

4.3. avaliações de riscos nas fraudes ...................................................... 158

4.4. Precauções básicas diante das fraudes ............................................. 161

4.5. exemplos ......................................................................................... 163

4.5.1. Depreciação não contabilizada ou registrada por valores insuficientes .......................................................................... 163

4.5.2. estoques com valor muito significativo ................................ 164

4.6. Identificação dos riscos diante de fraudes ....................................... 165

4.7. riscos de controles alterados pela administração ........................... 168

4.8. responsabilidade dos auditores ...................................................... 169

5. reSPONSaBILIDaDe SOLIDárIa DO cONTaDOr ............................. 172

5.1. responsabilidade civil ..................................................................... 173

5.2. a responsabilidade e o contrato de prestação de serviços contábeis 174

5.3. a responsabilidade do contabilista e a Decore ................................ 175

6. crImeS cONTra a OrDem TrIBUTárIa .......................................... 177

6.1. Praticados por particulares .............................................................. 177

6.1.1. Pena de detenção ................................................................... 177

6.1.2. Suspensão .............................................................................. 178

6.1.3. Obrigações acessórias ............................................................ 179

6.1.4. Jurisprudência ....................................................................... 179

6.2. Dos crimes praticados por funcionários públicos ........................... 180

6.2.1. Demissão do servidor ............................................................ 181

6.3. Das multas ....................................................................................... 181

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10 Responsabilidade do ContadoR - pRevenção e ContRole à lavagem de dinheiRo

Aldenir Ortiz Rodrigues • Cleber Marcel Busch • Edino Ribeiro Garcia • William Haruo Toda

6.4. Das disposições gerais ..................................................................... 182

6.4.1. agente do crime .................................................................... 182

6.4.2. agravamento da pena ............................................................ 182

6.4.3. ação penal ............................................................................. 183

6.4.4. crimes praticados por quadrilha ........................................... 183

6.4.5. Perda de incentivos e benefícios ............................................ 183

7. reSPONSaBILIDaDe PeNaL DO cONTaDOr .................................... 184

7.1. responsabilidade penal do perito judicial e do contador ............... 184

7.2. responsabilidade penal do contabilista perante a legislação fali-mentar brasileira.............................................................................. 185

7.2.1. Fraude a credores .................................................................. 185

7.2.2. violação de sigilo empresarial ............................................... 186

7.2.3. Divulgação de informações falsas .......................................... 186

7.2.4. Indução a erro ....................................................................... 186

7.2.5. Favorecimento de credores .................................................... 187

7.2.6. Desvio, ocultação ou apropriação de bens ............................ 187

7.2.7. aquisição, recebimento ou uso ilegal de bens ....................... 187

7.2.8. habilitação ilegal de crédito .................................................. 187

7.2.9. exercício ilegal de atividade .................................................. 188

7.2.10. violação de impedimento .................................................... 188

7.2.11. Omissão dos documentos contábeis obrigatórios ............... 188

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Apresentação

Um crime que tem gerado inúmeras discussões no mundo inteiro é o da lavagem de dinheiro. Trata-se de um recurso pelo qual o criminoso, por meio ardiloso, consegue transformar recursos oriundos de atividades ilegais, em ativos com aparente legalidade.

Dissimular é, portanto, o núcleo da operação de lavagem, pois envolve dinheiro proveniente de atos ilícitos, revestindo-o de tal forma, que parece ter sido adquirido legalmente.

O tema é relevante e mereceu toda a atenção da sociedade, inclusive internacional, e o Brasil não podia ficar de fora dessa questão, razão pela qual vem cumprindo os compromissos assumidos desde a assinatura da convenção de viena de 1988, com a aprovação, em março desse ano, da Lei nº 9.613, que tipifica o crime de lavagem de dinheiro e institui medidas que conferem responsabilidade a intermediários econômicos e financeiros, com a criação do conselho de controle de atividades Financeiras (coaf).

Diante desse quadro, coube aos profissionais de contabilidade exe-cutar um papel importante no combate ao crime de lavagem de dinheiro e, para tanto, algumas alterações foram introduzidas pela Lei nº 12.683/2012, que ampliou o conceito dos crimes de “Lavagem” ou Ocultação de Bens, Direitos e valores, aplicando-se às pessoas físicas e jurídicas elencadas no art. 9º da Lei e, mais especificamente, no inciso XIv, onde estão inseridos os profissionais e organizações contábeis no rol de responsáveis pela prestação de informações ao coaf.

Por sua vez, o conselho Federal de contabilidade (cFc), que tem por finalidade, entre outras, disciplinar e regular o exercício da profissão

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Aldenir Ortiz Rodrigues • Cleber Marcel Busch • Edino Ribeiro Garcia • William Haruo Toda

contábil por intermédio dos conselhos regionais de contabilidade, foi impelido a providenciar a regulação e a aplicação dos dispositivos da Lei nº 12.683/2012 por parte dos profissionais e organizações contábeis e, assim, instituiu a resolução cFc nº 1.445/2013.

com isso, a partir de 1º.01.2014, contadores, auditores e organizações contábeis devem comunicar de forma eletrônica ao coaf as movimentações contábeis com indícios de lavagem de dinheiro ou suspeitas de ligação ao terrorismo, o que tem causado enorme polêmica no meio contábil, pois es-barra na discussão sobre a quebra do sigilo profissional em relação ao cliente.

Destacamos ainda, um capítulo especialmente desenvolvido para mos-trar os meios que já existem para evitar a lavagem de dinheiro, envolvendo questões tributárias, auditoria e responsabilidade solidária do contador, e também os crimes contra a ordem tributária e tipificação penal.

Neste sentido, a receita Federal trabalha para elevar a percepção de risco e a presença fiscal, com o intuito de intensificar a atuação da fiscali-zação de tributos internos e de comércio exterior. esse processo se dá por meio da automatização do tratamento de informações, do aprimoramento, desenvolvimento e uso intensivo de técnicas de seleção de contribuintes, das atividades de inteligência e repressão aos ilícitos tributários e aduaneiros e à lavagem de dinheiro e da atuação padronizada, integrada, abrangente, focada e tempestiva, primando pela qualidade e pela manutenção do crédito tributário.

Diante desse cenário, publicamos a presente obra, desenvolvida por profissionais de larga experiência, com o objetivo de esclarecer o assunto e orientar os profissionais e organizações contábeis quanto à aplicação da Lei nº 9.613/1998 e da própria resolução cFc nº 1.445/2013, nos aspectos da prevenção aos crimes de lavagem de dinheiro, facilitando dessa forma o melhor entendimento da questão.

Os autores

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Capítulo

I

Aspecto GerAl

1. SIStEmA JuRÍDICO

O crime de Lavagem de Dinheiro foi regulamentado no Brasil em 1998 por meio da Lei nº 9.613/1998 com alterações produzidas pela Lei nº 12.683/2012, chamada de Lei antilavagem.

esta lei tem como finalidade coibir as transações que envolvem bens, direitos ou valores provenientes, direta ou indiretamente, de infração penal em relação a:

a) ocultação;

b) dissimulação;

c) conversão;

d) transferência;

e) aquisição;

f) posse e uso.

1.1. tratado ou Convenção Internacional

Na hipótese de existência de tratado ou convenção internacional e por solicitação de autoridade estrangeira competente, o Juiz determinará medidas assecuratórias sobre bens, direitos ou valores oriundos de crimes de lavagem de dinheiro.

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Aldenir Ortiz Rodrigues • Cleber Marcel Busch • Edino Ribeiro Garcia • William Haruo Toda

Independentemente de tratado ou convenção internacional, quando o governo do país da autoridade solicitante prometer reciprocidade ao Brasil, serão aplicadas medidas assecuratórias sobre o caso.

Quando não houver tratado ou convenção, os bens, direitos ou valores privados sujeitos a medidas assecuratórias por solicitação de autoridade estrangeira competente ou os recursos provenientes da sua alienação serão repartidos entre o estado requerente e o Brasil, na proporção de metade, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa-fé.

1.2. Pessoas sujeitas ao tratamento da Lei Antilavagem

estão sujeitas ao mecanismo de controle as pessoas físicas ou jurídicas do quadro a seguir:

Pessoas Físicas ou Jurídicas

características oPeração

Caráter permanente ou eventual, como atividade principal ou acessória, cumu-lativa ou não

A captação, intermediação e aplicação de recursos financeiros de terceiros, em moeda nacional ou estrangeira

A compra e venda de moeda estrangeira ou ouro como ativo financeiro ou instru-mento cambial

A custódia, emissão, distribuição, li-quidação, negociação, intermediação ou administração de títulos ou valores mobiliários

As bolsas de valores, as bolsas de merca-dorias ou futuros e os sistemas de nego-ciação do mercado de balcão organizado

As seguradoras, as corretoras de seguros e as entidades de previdência comple-mentar ou de capitalização

As administradoras de cartões de cre-denciamento ou cartões de crédito, bem como as administradoras de consórcios para aquisição de bens ou serviços

As administradoras ou empresas que se utilizem de cartão ou qualquer outro meio eletrônico, magnético ou equivalente, que permita a transferência de fundos

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Capítulo i - aspeCto geRal

Responsabilidade do Contador - Prevenção e Controle à Lavagem de Dinheiro15

características oPeração

As empresas de arrendamento mercan-til (leasing) e as de fomento comercial (factoring)

As sociedades que efetuem distribuição de dinheiro ou quaisquer bens móveis, imóveis, mercadorias, serviços ou, ainda, concedam descontos na sua aquisição, mediante sorteio ou método assemelhado

As filiais ou representações de entes estrangeiros que exerçam no Brasil qual-quer das atividades listadas neste artigo, ainda que de forma eventual

As demais entidades cujo funcionamento dependa de autorização de órgão regula-dor dos mercados financeiro, de câmbio, de capitais e de seguros

As pessoas físicas ou jurídicas, nacionais ou estrangeiras, que operem no Brasil como agentes, dirigentes, procuradoras, comissionárias ou por qualquer forma representem interesses de ente estran-geiro que exerça qualquer das atividades referidas neste artigo

As pessoas físicas ou jurídicas que exer-çam atividades de promoção imobiliária ou compra e venda de imóveis

As pessoas físicas ou jurídicas que comer-cializem joias, pedras e metais preciosos, objetos de arte e antiguidades

As pessoas físicas ou jurídicas que comer-cializem bens de luxo ou de alto valor, intermedeiem a sua comercialização ou exerçam atividades que envolvam grande volume de recursos em espécie

As juntas comerciais e os registros pú-blicos

As pessoas físicas ou jurídicas que pres-tem, mesmo que eventualmente, serviços de assessoria, consultoria, contadoria,

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16 Responsabilidade do ContadoR - pRevenção e ContRole à lavagem de dinheiRo

Aldenir Ortiz Rodrigues • Cleber Marcel Busch • Edino Ribeiro Garcia • William Haruo Toda

características oPeração

auditoria, aconselhamento ou assistên-cia, de qualquer natureza, em operações:a) de compra e venda de imóveis, esta-belecimentos comerciais ou industriais ou participações societárias de qualquer natureza;b) de gestão de fundos, valores mobiliá-rios ou outros ativos;c) de abertura ou gestão de contas ban-cárias, de poupança, investimento ou de valores mobiliários;d) de criação, exploração ou gestão de sociedades de qualquer natureza, fun-dações, fundos fiduciários ou estruturas análogas;e) financeiras, societárias ou imobiliárias;f) de alienação ou aquisição de direitos sobre contratos relacionados a atividades desportivas ou artísticas profissionais

Pessoas físicas ou jurídicas que atuem na promoção, intermediação, comerciali-zação, agenciamento ou negociação de direitos de transferência de atletas, artistas ou feiras, exposições ou eventos similares

As empresas de transporte e guarda de valores

As pessoas físicas ou jurídicas que co-mercializem bens de alto valor de origem rural ou animal ou intermedeiem a sua comercialização

As dependências no exterior das entida-des mencionadas neste artigo, por meio de sua matriz no Brasil, relativamente a residentes no País

1.3. Identificação e manutenção dos registros

as pessoas físicas ou jurídicas sujeitas ao mecanismo de controle da lei antilavagem (relacionadas no subitem 1.2):

a) identificarão seus clientes e manterão cadastro atualizado, nos termos de instruções emanadas das autoridades competentes;