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CONSELHO SUPERIOR DO MINISTÉRIO PÚBLICO RESOLUÇÃO N.º 006/2015-CSMP DISCIPLINA a tramitação dos procedimentos extrajudiciais civis e criminais no âmbito do Ministério Público do Estado do Amazonas, na área dos interesses ou direitos difusos, coletivos, individuais homogêneos e individuais indisponíveis, o compromisso de ajustamento de conduta e a recomendação, e dá outras providências. O CONSELHO SUPERIOR DO MINISTÉRIO PÚBLICO, no exercício das atribuições que lhe são conferidas pelo art. 34 da Lei Complementar Estadual n. 11/1993; CONSIDERANDO o disposto no art. 129, III e VI, da Constituição de 1988; CONSIDERANDO o que dispõem os arts. 25, IV e 26, I, da Lei n. 8.625/1993, a Lei n.º 7.347/85 e as Resoluções n. 13/2006 e 23/2007, com as modificações posteriores, do Conselho Nacional do Ministério Público – CNMP; CONSIDERANDO a padronização taxonômica levada a efeito pelas Tabelas Unificadas do Conselho Nacional do Ministério Público – CNMP; CONSIDERANDO a proposta formulada pelo Dr. José Roque Nunes Marques, Corregedor-Geral do Ministério Público do Estado do Amazonas; CONSIDERANDO manifestação da Comissão Especial composta pelos Conselheiros do CSMP, Dr. JOSÉ ROQUE NUNES MARQUES, Dra. JUSSARA MARIA PORDEUS E SILVA, Dr. PÚBLIO CAIO BESSA CYRINO e Dra. ANTONINA MARIA DE CASTRO DO COUTO VALLE; CONSIDERANDO a decisão, à unanimidade Resolução n.º 006.2015.CSMP.947958.2015.9367 Página 1

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CONSELHO SUPERIOR DO MINISTÉRIO PÚBLICO

RESOLUÇÃO N.º 006/2015-CSMP

DISCIPLINA a tramitação dosprocedimentos extrajudiciaiscivis e criminais no âmbito doMinistério Público do Estado doAmazonas, na área dosinteresses ou direitos difusos,coletivos, individuaishomogêneos e individuaisindisponíveis, o compromisso deajustamento de conduta e arecomendação, e dá outrasprovidências.

O CONSELHO SUPERIOR DO MINISTÉRIOPÚBLICO, no exercício das atribuições que lhe sãoconferidas pelo art. 34 da Lei Complementar Estadual n.11/1993;

CONSIDERANDO o disposto no art. 129, III eVI, da Constituição de 1988;

CONSIDERANDO o que dispõem os arts. 25,IV e 26, I, da Lei n. 8.625/1993, a Lei n.º 7.347/85 e asResoluções n. 13/2006 e 23/2007, com as modificaçõesposteriores, do Conselho Nacional do Ministério Público –CNMP;

CONSIDERANDO a padronização taxonômicalevada a efeito pelas Tabelas Unificadas do ConselhoNacional do Ministério Público – CNMP;

CONSIDERANDO a proposta formulada peloDr. José Roque Nunes Marques, Corregedor-Geral doMinistério Público do Estado do Amazonas;

CONSIDERANDO manifestação da ComissãoEspecial composta pelos Conselheiros do CSMP, Dr. JOSÉROQUE NUNES MARQUES, Dra. JUSSARA MARIAPORDEUS E SILVA, Dr. PÚBLIO CAIO BESSA CYRINO eDra. ANTONINA MARIA DE CASTRO DO COUTO VALLE;

CONSIDERANDO a decisão, à unanimidade

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dos presentes, em reunião extraordinária do colendoConselho Superior do Ministério Público, realizada no dia 20de fevereiro de 2015;

RESOLVE:

CAPÍTULO I

DO ÂMBITO DE APLICAÇÃO E DAS NORMAS GERAIS

Seção I

Do âmbito de aplicação

Art. 1o. Esta resolução disciplina a Notícia deFato, Procedimento Preparatório, Inquérito Civil,Procedimento Administrativo, Procedimento de InvestigaçãoCriminal, Termo de Ajustamento de Conduta, AudiênciaPública e Recomendação, bem como a tramitação dosautos extrajudiciais no âmbito do Ministério Público doEstado do Amazonas, na área dos interesses ou direitosdifusos, coletivos, individuais homogêneos e individuaisindisponíveis.

Parágrafo único. Todos os autos extrajudiciaisdeverão obrigatoriamente observar as definições dastabelas unificadas estabelecidas pelo Conselho Nacional doMinistério Público.

Art. 2o. Além dos princípios constitucionais daAdministração Pública e do Ministério Público, osprocedimentos extrajudiciais descritos nesta resoluçãodevem respeitar os princípios da máxima efetividadepossível, da complementariedade, da participação e damínima formalidade necessária.

Seção II

Das atribuições para a instauração

Art. 3o. Deverá atuar em notícia de fato ou emprocedimento extrajudicial regulamentado por estaresolução o órgão de execução do Ministério Público doEstado do Amazonas com atribuições descritas em lei ouem ato normativo correspondente.

Art. 4o. É admitida a atuação conjunta de maisde um órgão do Ministério Público do Estado do Amazonas,

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inclusive de graus diversos da carreira, ou com órgãos doMinistério Público da União e de Estados-membros.

Art. 5o. Se entender que não possuiatribuições para atuar em notícia de fato recebida, omembro do Ministério Público deverá providenciar a suaremessa direta ao órgão de execução interno ou externoque entenda possuir atribuições para tanto.

Art. 6o. Configura-se o conflito positivo ounegativo de atribuições quando dois ou mais órgãos deexecução do Ministério Público entenderem possuir ou não,simultaneamente, atribuição para a prática de determinadoato, indicando-se reciprocamente, um e outro, como sendoaquele que deverá atuar.

Art. 7o. Compete ao Procurador-Geral deJustiça dirimir os conflitos positivos e negativos deatribuições no prazo de 15 (quinze) dias ou em prazo menore suficiente para a manifestação tempestiva do Membroindicado.

§1º. O conflito de atribuições seráencaminhado pelo órgão suscitante ao Procurador-Geral deJustiça, nos próprios autos ou em petição fundamentada,com cópias dos documentos necessários à prova doconflito.

§2º - O Procurador-Geral de Justiça mandaráouvir o Promotor de Justiça suscitado, no prazo de 3 (trêsdias) para, querendo, prestar as informações.

§3o. Nas demandas de urgência, o Procurador-Geral de Justiça designará um dos Membros para atuar nacausa até que o conflito esteja dirimido.

§4o. O recurso contra a decisão do Procurador-Geral de Justiça em conflito de atribuições seráencaminhado ao Colégio de Procuradores de Justiça e nãoterá efeito suspensivo.

Seção III

Do impedimento e da suspeição

Art. 8o. O Membro do Ministério Públicodeclarará, em qualquer momento do curso do procedimento,seu impedimento ou sua suspeição.

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§1o. Durante a tramitação da investigação, ointeressado poderá arguir o impedimento ou a suspeição dopresidente do inquérito civil.

§2o. Para os fins deste artigo, considera-seinteressado aquele que requereu a investigação ou contraquem se requereu a investigação.

Art. 9o. A arguição de suspeição ou deimpedimento será formalizada em peça própria,acompanhada das respectivas razões, e instruída com aprova do fato constitutivo alegado, sob pena de nãoconhecimento.

Art. 10. Recebida a arguição, será autuada emapartado e apensada aos autos principais.

Art. 11. O Membro do Ministério Públicopresidente do procedimento lançará manifestaçãofundamentada nos autos da exceção, no prazo de 5 (cinco)dias, na qual:

I – recusará a suspeição ou o impedimento,remetendo os autos, em 3 (três) dias, ao Conselho Superiordo Ministério Público para deliberação;

II – concordará com a alegação, remetendo osautos, imediatamente, ao seu substituto automático, sehouver.

Parágrafo único. No caso do inciso I desteartigo, o Procurador-Geral de Justiça poderá, sendorelevante o fundamento da arguição de suspeição ou deimpedimento, suspender a tramitação do inquérito civil atéseu pronunciamento final do Colegiado, dando ciência aopresidente do procedimento e ao excipiente.

Art. 12. As normas referentes ao impedimentoe suspeição aplicam-se às demais espécies de autosextrajudiciais tratadas nesta resolução.

Seção IV

Da publicidade do procedimento

Art. 13. Aplica-se aos procedimentos previstosnesta resolução o princípio da publicidade dos atos, comexceção dos casos em que haja sigilo legal ou em que apublicidade possa acarretar prejuízo ao interesse público ou

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à investigação, hipóteses em que a decretação do sigilodeverá ser motivada.

§1o. Nos requerimentos que objetivam aobtenção de certidões ou extração de cópia de documentosconstantes dos autos de inquérito civil, os interessadosdeverão fazer constar esclarecimentos relativos aos fins erazões do pedido, nos termos da Lei n. 9.051/95.

§2o. A publicidade consistirá:

I – na divulgação no Diário Oficial Eletrônico doMinistério Público (DOMPE);

II – na expedição de certidão e na extração decópias, mediante requerimento fundamentado e pordeferimento do presidente dos autos;

III – na prestação de informação ao público emgeral, a critério do presidente dos autos;

IV – na concessão de vista dos autos naprópria Promotoria ou Procuradoria de Justiça, medianterequerimento fundamentado do interessado ou procuradorlegalmente constituído, por deferimento total ou parcial deseu presidente.

§3o. A certidão será fornecida no prazo máximode 15 (quinze) dias, contados da data de seu requerimento.

§4o. As despesas decorrentes da extração decópias correrão por conta de quem as requereu.

§5o. A restrição à publicidade deverá serdecretada em decisão motivada, para fins do interessepúblico ou para conveniência da investigação e poderá ser,conforme o caso, limitada a determinadas pessoas, provas,informações, dados, períodos ou fases, cessando quandofor extinta a causa que a motivou.

§6o. No caso do parágrafo anterior, estádispensada a divulgação do procedimento sigiloso no DiárioOficial Eletrônico do Ministério Público (DOMPE).

§7o. Os documentos resguardados por sigilolegal deverão ser autuados em separado e mantidos emlugar apropriado.

Art. 14. Em cumprimento ao princípio dapublicidade das investigações, o membro do MinistérioPúblico poderá prestar informações, inclusive aos meios decomunicação social, a respeito das providências adotadaspara apuração de fatos em tese ilícitos, abstendo-se,

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contudo, de externar ou antecipar juízo de valor a respeitode apurações ainda não concluídas.

CAPÍTULO II

DA NOTÍCIA DE FATO

Art. 15. Notícia de fato é qualquer demandadirigida aos órgãos da atividade-fim do Ministério Público,submetida à apreciação das Procuradorias e Promotorias deJustiça, conforme as atribuições das respectivas áreas deatuação, podendo ser formulada presencialmente ou não,entendendo-se como tal a realização de atendimentos, bemcomo a entrada de notícias, documentos, requerimentos ourepresentações.

§ 1º - O Promotor ou o Procurador de Justiça,no limite de suas atribuições, ao tomar conhecimento defato determinado deverá registrá-la como Notícia de Fato eadotar as medidas previstas neste Capítulo,independentemente de requerimento ou representação dointeressado, comunicando a Coordenação do Centro deApoio Operacional respectiva para efeito de compensação.

§ 2º A notícia de fato anônima não implicará aausência de providências, desde que forneça, por meiolegalmente permitido, informações sobre o fato e seuprovável autor, bem como a qualificação mínima quepermita sua identificação e localização.

Art. 16. A notícia de fato deverá,preferencialmente:

I - ser formulada por pessoa natural ou jurídica,devidamente identificada e qualificada, com indicação deseu endereço;

II - conter a descrição dos fatos a sereminvestigados e a indicação do seu autor, quando conhecido.

§1o. Na notícia de fato, o noticiante poderáapresentar as informações necessárias para esclarecimentodos fatos, bem como indicar meios para obtenção da provae documentos pertinentes e requerer sigilo da fonte.

§2o. O membro do Ministério Público poderásolicitar ao noticiante que complemente a notícia de fatocom novas informações ou novos documentos.

§3o. As notícias de fato verbais deverão ser

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tomadas por termo ou registradas em ficha de atendimentoao público.

Art. 17. A notícia de fato deverá ser registradaem sistema informatizado de controle, distribuída eencaminhada ao órgão de execução que deverá, de plano,avaliar suas atribuições para apreciá-la na forma do art. 3o.e seguintes.

§1o. Na hipótese de a notícia de fato ingressarno Ministério Público pela Central de Atendimento aoPúblico, denúncia on line, pela Ouvidoria-Geral do MinistérioPúblico ou por qualquer outro órgão interno exclusivamenteadministrativo, este deverá encaminhá-la à Promotoria ouProcuradoria de Justiça com atribuição para apreciá-la ou àdistribuição.

§2o. Quando o fato noticiado for objeto deprocedimento em curso, a notícia de fato será distribuídapor prevenção.

Art. 18. Em caso de indeferimento da notíciade fato, de natureza cível ou criminal, o noticiante serácientificado da decisão de indeferimento.

§1o. A cientificação será realizada,preferencialmente, por meio eletrônico, podendo tambémser efetivada por carta com aviso de recebimento ounotificação pessoal, ou, na hipótese de não localização, porpublicação no Diário Oficial Eletrônico do Ministério Público(DOMPE).

§2o. A cientificação é facultativa no caso de anotícia de fato ter sido encaminhada ao Ministério Públicopor órgão público em face de dever de ofício.

§3o. Se a notícia de fato for anônima, acientificação será efetivada pela publicação no Diário OficialEletrônico do Ministério Público (DOMPE).

Art. 19. O indeferimento de notícia de fatoprescinde de sua remessa ao Conselho Superior doMinistério Público.

Parágrafo único. É facultado ao membro doMinistério Público submeter o indeferimento de notícia defato anônima ou de grande repercussão social a reexamevoluntário pelo Conselho Superior do Ministério Público.

Art. 20. Do indeferimento da notícia de fato

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caberá recurso administrativo ao Conselho Superior doMinistério Público, devidamente fundamentado e com asrespectivas razões, no prazo de 10 (dez) dias.

§1o. Caso o noticiante apresente recursocontra a decisão de indeferimento da notícia de fato, orecurso será protocolado na secretaria do órgão queindeferiu a instauração de procedimento e juntado aosrespectivos autos extrajudiciais, que deverão ser remetidos,no prazo de 3 (três) dias, ao Conselho Superior doMinistério Público, para apreciação, caso não hajareconsideração.

§2o. Não havendo recurso, os autos serãoarquivados na própria origem, registrando-se no sistemarespectivo e cientificado imediatamente o Centro de ApoioOperacional correspondente.

Art. 21. O membro do Ministério Público,verificando que o fato requer apuração ouacompanhamento, ou vencido o prazo do caput do art. 20,instaurará o procedimento próprio.

Seção I

Da notícia de fato de natureza cível

Art. 22. A notícia de fato de natureza cívelserá apreciada no prazo de 30 (trinta) dias, contado da datada sua apresentação, podendo este prazo ser prorrogado,fundamentadamente, por até 90 (noventa) dias.

Parágrafo único. No prazo do caput, o membrodo Ministério Público poderá colher informaçõespreliminares imprescindíveis para deliberar sobre ainstauração do procedimento próprio, incluindo a expediçãode ofícios e de convites, sendo vedado expedir notificaçõese requisições.

Art. 23 O membro do Ministério Públicoindeferirá a notícia de fato de natureza cível:

I - caso os fatos narrados não configuremlesão ou ameaça de lesão aos interesses ou direitostutelados pelo Ministério Público;

II - se o fato já tiver sido objeto de investigaçãoou de ação judicial;

III - se os fatos apresentados já seencontrarem solucionados;

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IV – se, mesmo após as diligênciaspreliminares, não houver sequer indícios de provassuficientes para a instauração de procedimento.

Seção II

Da notícia de fato de natureza criminal

Art. 24. Na hipótese de notícia de fato denatureza criminal, o órgão de execução deverá darandamento, no prazo de 30 (trinta) dias a contar de seurecebimento, às representações, requerimentos, petições epeças de informação que lhes sejam encaminhadas,podendo este prazo ser prorrogado, fundamentadamente,por até 90 (noventa) dias, nos casos em que sejamnecessárias diligências preliminares para a investigação dosfatos para formar juízo de valor.

Art. 25. Se o membro do Ministério Público seconvencer da inexistência de fundamento para ainstauração de procedimento investigatório criminal,indeferirá a notícia de fato, fazendo-o fundamentadamente.

§1o. O membro do Ministério Público indeferiráa instauração de procedimento de investigação criminal.

I - se faltar justa causa ou condição deprocedibilidade à futura ação penal;

II - se os fatos narrados não configurem crimeou contravenção penal;

III - se o fato já tiver sido objeto deinvestigação ou de ação penal;

IV - se, mesmo após as diligênciaspreliminares, não surgirem quaisquer provas suficientes decrime ou de contravenção penal.

§2o. O indeferimento da notícia de fato denatureza criminal, na forma do parágrafo anterior, dispensaa remessa ao Poder Judiciário e será arquivada na própriaPromotoria de Justiça de origem.

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CAPÍTULO III

DO PROCEDIMENTO PREPARATÓRIO E DO INQUÉRITOCIVIL

Seção I

Do Procedimento Preparatório

Art. 26. O membro do Ministério Público,diante da notícia de fato que, em tese, constitua lesão aosinteresses ou direitos mencionados nesta Resolução,poderá, antes de iniciar o inquérito civil, instaurarformalmente procedimento preparatório, visando obterelementos para identificação dos investigados oudelimitação do objeto, que deverá ser concluído no prazo de90 (noventa) dias, prorrogável por igual prazo, uma únicavez, em caso de motivo justificável.

§1o. A portaria de instauração do procedimentopreparatório observará, no que couber, o disposto nosartigos 28 e 31 desta Resolução.

§2o. Vencido o prazo previsto no caput desteartigo, o membro do Ministério Público promoverá seuarquivamento, com ou sem Termo de Ajustamento deConduta, ajuizará a respectiva ação civil pública ou oconverterá em inquérito civil.

§3o. A conversão de procedimento preparatórioem inquérito civil será feita mediante a confecção de novaportaria, que conterá os investigados e o objeto delimitado,além dos demais requisitos previstos nesta Resolução.

Seção II

Do Inquérito Civil

Art. 27. O inquérito civil, de natureza unilaterale facultativa, é procedimento investigatório e seráinstaurado para apurar fato que possa autorizar a tutela dosinteresses ou direitos difusos, coletivos e individuaishomogêneos, nos termos da legislação aplicável, servindopara o exercício das atribuições inerentes às funçõesinstitucionais do Ministério Público.

Parágrafo único. O inquérito civil não écondição de procedibilidade para o ajuizamento das ações

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de titularidade do Ministério Público, nem para a realizaçãodas demais medidas de sua atribuição própria.

Art. 28. O inquérito civil poderá ser instaurado:

I – de ofício;II – em decorrência de notícia de fato

apresentada por qualquer pessoa ou autoridade, desde queforneça, por meio legalmente permitido, informações sobre

o fato e seu provável autor, bem como a qualificaçãomínima que permita sua identificação e localização;

III – por determinação do Conselho Superiordo Ministério Público, nas hipóteses regimentais, paraapuração de fatos específicos e/ou cumprimento de metasinstitucionais.

Art. 29. O Procurador-Geral de Justiça poderádelegar, total ou parcialmente, suas atribuições originárias amembro do Ministério Público.

Art. 30. Após a instauração do inquérito civil oudo procedimento preparatório, quando o membro que opreside concluir ser atribuição de outro Ministério Público,Órgão ou Instituição Pública, este deverá submeter suadecisão ao referendo do Conselho Superior do MinistérioPúblico, no prazo de 03 (três) dias úteis.

Parágrafo único. Deixando o órgão revisorcompetente de referendar a declinação de atribuição,deliberará pelo prosseguimento do procedimentoextrajudicial na respectiva Promotoria de Justiça, indicandoos fundamentos de fato e de direito de sua decisão,observado o princípio da legalidade.

Art. 31. A portaria de instauração do inquéritocivil conterá:

I – o fundamento legal que autoriza a ação doMinistério Público e de sua Promotoria de Justiça e adescrição do fato objeto da investigação e suasdelimitações;

II – o nome e a qualificação possível donoticiante, quando necessário;

III – o nome e a qualificação possível dapessoa jurídica e ou física a quem o fato é ou possa seratribuído;

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IV – a designação do secretário e adeterminação de diligências iniciais, se não houver prejuízoàs investigações;

V – a determinação de afixação da portaria nolocal de costume e de publicação no Diário Oficial Eletrônicodo Ministério Público (DOMPE);

VI – a data e o local da instauração.

Art. 32. Verificado, no curso do inquérito civil,que a complexidade dos fatos ou a amplitude do objetopossa comprometer a eficiência da apuração, o presidentedeterminará o desmembramento da investigação, expedindoas portarias correspondentes, mantendo-se asinvestigações sob sua presidência.

Parágrafo Único – Na hipótese prevista nocaput deste artigo, o Presidente do Inquérito Civil deverácomunicar a respectiva Coordenação para efeito o registro ea necessária compensação.

Art. 33. Se, no curso da investigação, novosfatos indicarem a necessidade de apuração de objetodiverso, o membro do Ministério Público deverá aditar aportaria inicial, em caso de fatos conexos, ou extrair peçaspara instauração de novo inquérito civil, respeitadas asregras de divisão de atribuições.

Art. 34. É permitida a atuação conjunta dedistintos órgãos de execução para a instauração econdução de inquérito civil, na hipótese de o fatoinvestigado estar diretamente relacionado com asrespectivas atribuições.

Parágrafo único. O registro e a tramitação doinquérito civil, em tal caso, ocorrerão no órgão a queprimeiro foi distribuída a notícia de fato.

Art. 35. A instrução do inquérito civil seráconduzida por seu presidente, nos termos da lei.

§1o. O esclarecimento do fato objeto deinvestigação será feito por todos os meios admitidos peloordenamento jurídico, com a juntada das peças em ordemcronológica de apresentação, devidamente numeradas emordem crescente.

§2o. Todas as diligências serão formalizadasmediante termo ou auto circunstanciado.

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§3o. As notificações para comparecimentoconterão o número de registro dos autos e o assunto,devendo ser feitas com antecedência mínima de 48(quarenta e oito) horas, ressalvadas as hipóteses dejustificada urgência.

§4o. Se o destinatário da notificação for agentepúblico, considerar-se-á recebida a notificação seprotocolada na repartição em que tenha exercício.

Art. 36. O Membro do Ministério Públicopoderá expedir notificações, das quais deverãoobrigatoriamente constar o objeto da notificação; a naturezado procedimento e do fato investigado; a data, o local e ahora em que será realizado o ato e eventuaisconsequências advindas do não atendimento; assinatura doPresidente.

§1o. Em caso de desatendimento injustificado ànotificação, o órgão do Ministério Público poderá requisitar acondução coercitiva de pessoa convocada a testemunhar.

§2o. As declarações e os depoimentos serãotomados pelo presidente por registro audiovisual ou portermo assinado pelos presentes ou, em caso de recusa, porduas testemunhas.

§3o. Durante a instrução, qualquer pessoapoderá apresentar ao Ministério Público documentos ousubsídios para melhor apuração dos fatos.

§4o. Para a realização da instrução, opresidente poderá valer-se do apoio administrativo eoperacional dos demais órgãos do Ministério Público.

§5o. O Ministério Público poderá deprecar,diretamente, a qualquer órgão de execução, a realização dediligências necessárias para a investigação.

§6o. As requisições ou notificações destinadasa instruir inquérito civil que tiverem como destinatários oPresidente da República, o Vice-Presidente da República,Governador do Estado, Senador da República, DeputadoFederal e Estadual, Ministro de Estado, Ministro deTribunais Superiores, Conselheiro do Conselho Nacional deJustiça e do Conselho Nacional do Ministério Público,Conselheiro dos Tribunais de Contas, Chefe de MissãoDiplomática de caráter permanente, Desembargador,Secretários de Estado e Prefeitos da Capital serãoencaminhadas no prazo de 10 (dez) dias pelo Procurador-Geral de Justiça, não cabendo a este a valoração do seuconteúdo, ressalvadas aquelas que não contenham os

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requisitos legais ou que não empreguem o tratamentoprotocolar devido ao destinatário, caso em que será opresidente do procedimento comunicado para a necessáriaretificação.

§7o. A requisição de informações e dedocumentos que tenha por objetivo instruir inquérito civildeverá ser fundamentada e acompanhada da portariainaugural dos respectivos autos ou da indicação precisa doendereço eletrônico oficial em que tal peça estejadisponibilizada.

§8o. O prazo fixado para resposta àsrequisições do Ministério Público será de 10 (dez) dias úteis,a contar do recebimento, salvo em caso decomplementação de informações.

§9o. A critério exclusivo do Promotor deJustiça, a requisição não atendida poderá ser, em caráterexcepcional, reiterada por uma única vez.

Art. 37. O inquérito civil deverá ser concluídono prazo de 1 (um) ano, prorrogável pelo mesmo prazo equantas vezes forem necessárias, respeitado o princípio darazoabilidade e por decisão fundamentada de seupresidente, à vista da imprescindibilidade da realização ouconclusão de diligências, dando-se ciência ao ConselhoSuperior do Ministério Público.

Parágrafo único. O vencimento dasprorrogações de prazo terá como base a data dainstauração do inquérito civil, independentemente do dia emque proferido o correspondente despacho.

Art. 38. A cientificação do Conselho Superiordo Ministério Público acerca da prorrogação de prazo para aconclusão do inquérito civil será feita por ofício contendoinformação do número dos autos, da data de suainstauração e das prorrogações anteriores, devendo seracompanhado de cópia do despacho motivado do seupresidente.

§1o. O Conselho Superior do Ministério Públicopoderá estabelecer prazo inferior para a conclusão doinquérito civil, bem como limitar a prorrogação, quandopresente o interesse público e a relevância social.

§2o. Não se convencendo da justificativaapresentada e sendo verificada possível prática de infraçãodisciplinar, o Conselho Superior do Ministério Públicocomunicará os fatos à Corregedoria-Geral.

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Art. 39. O inquérito civil será arquivado:

I – diante da inexistência de fundamento paraa propositura da ação civil pública, depois de esgotadastodas as diligências possíveis;

II – parcialmente, na hipótese de a ação civilpública não abranger todos os fatos investigados, referidosna portaria inaugural;

III – quando celebrado compromisso deajustamento de conduta, na forma do art. 71 e seguintes.

§1o. O arquivamento de que trata o caput

deverá ser observado em relação a cada fato investigado,não sendo admitido o arquivamento implícito.

§2o. Os autos do inquérito civil, juntamentecom a promoção de arquivamento, deverão ser remetidosao Conselho Superior do Ministério Público, no prazo de 03(três) dias, contado da comprovação da efetiva cientificaçãodos interessados.

§3o. Quando a ação civil pública não abrangertodos os fatos e pessoas investigados no inquérito civil, serápromovido, em decisão fundamentada, o arquivamentoparcial em relação a eles, enviando-se cópia dos autos,ainda que em formato digital, ao Conselho Superior doMinistério Público, no prazo de 03 (três) dias, contado dacomprovação da efetiva cientificação dos interessados.

§4o. A cientificação dos interessados poderáser pessoal, por meio de carta com aviso de recebimento,correio eletrônico ou, quando não for possível, porpublicação no Diário Oficial Eletrônico do Ministério Público(DOMPE).

§5o. Não ocorrendo a remessa no prazoprevisto nos §§ 2º e 3º deste artigo, o Conselho Superior doMinistério Público poderá requisitar, de ofício ou a pedido delegítimo interessado, os autos do inquérito civil parareexame e deliberação, comunicando o fato à Corregedoria-Geral do Ministério Público.

§6o. Até a sessão do Conselho Superior doMinistério Público, para que seja homologada ou rejeitada apromoção de arquivamento, poderão as demais pessoaslegitimadas apresentar razões escritas ou documentos, queserão juntados aos autos do inquérito civil.

§7o. O Conselho Superior do Ministério Públicosomente conhecerá da promoção de arquivamento noscasos em que o objeto investigado estiver contempladodentre os interesses ou direitos previstos nesta Resolução.

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§8o. Se houver notícia de infração penal,independentemente da remessa dos autos ao ConselhoSuperior do Ministério Público, o presidente doprocedimento encaminhará cópia ou mídia digital das peçaspertinentes ao órgão do Ministério Público detentor de talatribuição, por meio da respectiva Coordenação.

§9o. Deixando o Conselho Superior doMinistério Público de homologar a promoção dearquivamento, adotará uma das seguintes providências:

I - converterá o julgamento em diligência paraa realização de atos imprescindíveis à sua deliberação,especificando-os e remetendo os autos ao membro doMinistério Público que determinou o arquivamento;

II - deliberará pelo prosseguimento dainvestigação, para que seja expedida recomendação, paraser proposto compromisso de ajustamento de conduta oupara que seja ajuizada ação, indicando os fundamentos defato e de direito de sua decisão, especificando ainda asdiligências necessárias, e adotando as providênciasrelativas à designação, em qualquer hipótese, de outromembro do Ministério Público para atuação,preferencialmente o substituto automático.

§10. Convertido o julgamento em diligência naforma do inciso I do parágrafo anterior, reabre-se aoPromotor de Justiça que tenha promovido o arquivamentodo inquérito civil a oportunidade de reapreciar o caso,podendo manter sua posição favorável ao arquivamento oupropor a ação judicial respectiva.

§11. Será pública a sessão do ConselhoSuperior do Ministério Público para apreciação daspromoções de arquivamento, salvo no caso de haver sidodecretado o sigilo.

Art. 40. Não oficiará nos autos do inquéritocivil ou da ação civil pública o membro do Ministério Públicoresponsável pela promoção de arquivamento nãohomologado pelo Conselho Superior do Ministério Público.

Art. 41. O inquérito civil, quandodefinitivamente arquivado, deverá ser mantido no órgão deexecução pelo prazo estabelecido na tabela detemporalidade de documentos do Ministério Público,podendo ser transformado em formato digital.

Parágrafo único. Expirado o prazoestabelecido no caput, os autos deverão ser encaminhados

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para o arquivo permanente do Ministério Público, após suadigitalização pelo órgão competente.

Art. 42. O desarquivamento do inquérito civil,diante do surgimento de novas provas, poderá ocorrer noprazo máximo de 12 (doze) meses após o arquivamento.Transcorrido esse lapso, será instaurado novoprocedimento, sem prejuízo das provas já colhidas.

Parágrafo único. Uma vez desarquivado oinquérito civil na hipótese prevista no caput, e não sendo ocaso de ajuizamento de ação civil pública, deverá havernova promoção de arquivamento e sua remessa aoConselho Superior do Ministério Público, na forma do art. 33desta Resolução.

Art. 43. Os autos do inquérito civil instruirãoparcial ou integralmente a ação civil pública.

§1o. Proposta a ação civil pública em processoeletrônico, os autos originais do inquérito civil devemreceber baixa e encerramento, com registro no livrorespectivo e arquivamento na própria Promotoria de Justiçade origem, com ciência do ajuizamento da ação aoConselho Superior do Ministério Público e ao Centro deApoio Operacional respectivo.

§2o. Os autos dos inquéritos civis que serviremde fundamento à ação civil pública devem permanecerarquivados em formato físico ou digital na Promotoria deJustiça até o trânsito em julgado.

Art. 44. Aplicam-se as disposições destecapítulo, no que couber, ao procedimento preparatório.

CAPÍTULO IV

DO PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO

Art. 45. O procedimento administrativo é oinstrumento próprio da atividade-fim destinado a:

I – acompanhar o cumprimento das cláusulasde termo de ajustamento de conduta celebrado emprocedimentos extrajudiciais do Ministério Público ou deoutros órgãos;

II – acompanhar e fiscalizar, de formacontinuada, políticas públicas ou instituições;

III – apurar fato que enseje a tutela deinteresses individuais indisponíveis;

IV – embasar outras atividades não sujeitas ainquérito civil.

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§1º. Nas hipóteses previstas nos incisos I, II eIV, o procedimento administrativo não tem caráter deinvestigação cível ou criminal de determinada pessoa, emfunção de um ilícito específico.

§2º. A Coordenação do Centro de ApoioOperacional respectiva deverá acompanhar os

Procedimentos Administrativos destinados aoscumprimentos de metas institucionais.

Art. 46. O procedimento administrativo seráinstaurado por portaria sucinta, com delimitação de seuobjeto e publicação de extrato no Diário Oficial Eletrônico doMinistério Público (DOMPE).

Art. 47. Se no curso do procedimentoadministrativo surgirem fatos que demandem apuraçãocriminal ou sejam voltados para a tutela dos interesses oudireitos difusos, coletivos ou individuais homogêneos, omembro do Ministério Público deverá instaurar oprocedimento de investigação pertinente ou encaminhar anotícia do fato e os elementos de informação a quem tiveratribuição.

Art. 48. O procedimento administrativo deveráser concluído no prazo de 01 (um) ano, prorrogável pelomesmo prazo e quantas vezes forem necessárias, pordespacho fundamentado, à vista da imprescindibilidade darealização de outros atos.

Parágrafo único. É dispensado dar ciência aoConselho Superior do Ministério Público da prorrogação doprocedimento administrativo.

Art. 49. O procedimento administrativo previstonos incisos I, II e IV, do art. 45, deverá ser arquivado nopróprio órgão de execução, não havendo necessidade deremessa dos autos ao Conselho Superior do MinistérioPúblico para homologação do arquivamento.

Art. 50. No caso de procedimentoadministrativo relativo a direitos individuais indisponíveis,previsto no inciso III do art. 45, o noticiante será cientificadoda decisão de arquivamento, da qual caberá recurso aoConselho Superior do Ministério Público, no prazo de 10(dez) dias.

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Parágrafo único. O arquivamento doprocedimento administrativo e a cientificação dosinteressados serão realizados, no que couber, nos termosdo art. 39, §4o.

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CAPÍTULO V

DO PROCEDIMENTO DE INVESTIGAÇÃO CRIMINAL

Art. 51. O procedimento investigatório criminalé instrumento de natureza administrativa e inquisitorial,instaurado e presidido pelo membro do Ministério Públicocom atribuição criminal, e terá como finalidade apurar aocorrência de infrações penais de natureza pública,servindo como preparação e embasamento para o juízo depropositura, ou não, da respectiva ação penal.

Parágrafo único. O procedimentoinvestigatório criminal não é condição deprocedibilidade ou pressuposto processual para oajuizamento de ação penal e não exclui a possibilidade deformalização de investigação por outros órgãos legitimadosda Administração Pública.

Art. 52. Em poder de quaisquer peças deinformação de notícia de fato de natureza criminal, omembro do Ministério Público poderá:

I – promover a ação penal cabível;II – instaurar procedimento investigatório

criminal;III – encaminhar as peças para o Juizado

Especial Criminal, caso a infração seja de menor potencialofensivo;

IV – promover fundamentadamente orespectivo arquivamento;

V – requisitar a instauração de inquéritopolicial.

Art. 53. O procedimento investigatório criminalpoderá ser instaurado de ofício, por membro do MinistérioPúblico, no âmbito de suas atribuições criminais, ao tomarconhecimento de infração penal, por qualquer meio, aindaque informal, ou mediante provocação.

§1o. O procedimento deverá ser instauradosempre que houver determinação do Procurador-Geral deJustiça, diretamente ou por delegação, nos moldes da lei,em caso de discordância da promoção de arquivamento depeças de informação.

§2o. A designação a que se refere o §1o.deverá recair sobre membro do Ministério Público diversodaquele que promoveu o arquivamento.

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§3o. A distribuição de peças de informação denotícia de fato de natureza criminal deverá observar asregras internas previstas no sistema de divisão de serviços.

§4o. No caso de instauração de ofício, omembro do Ministério Público poderá prosseguir napresidência do procedimento investigatório criminal até adistribuição da denúncia ou promoção de arquivamento emjuízo.

§5o. O procedimento investigatório criminalpoderá ser instaurado por grupo de atuação especialcomposto por membros do Ministério Público, cabendo suapresidência àquele que o ato de instauração designar.

Art. 54. O procedimento investigatório criminalserá instaurado por portariafundamentada, devidamente registrada e autuada, com aindicação dos fatos a serem investigados e deverá conter,sempre que possível, o nome e a qualificação do autor darepresentação e a determinação das diligências iniciais.

Parágrafo único. Se, durante a instrução doprocedimento investigatório criminal, for constatada anecessidade de investigação de outros fatos, o membro doMinistério Público poderá aditar a portaria inicial oudeterminar a extração de peças para instauração de outroprocedimento.

Art. 55. Da instauração do procedimentoinvestigatório criminal far-se-á comunicação imediata eescrita ao Conselho Superior do Ministério Público.

Art. 56. Sem prejuízo de outras providênciasinerentes à sua atribuição funcional e legalmente previstas,o membro do Ministério Público, na condução dasinvestigações, observadas as prerrogativas legais, poderá:

I – fazer ou determinar vistorias, inspeções equaisquer outras diligências;

II – requisitar informações, exames, perícias edocumentos de autoridades, órgãos e entidades daAdministração Pública direta e indireta, da União, dosEstados e dos Municípios;

III – requisitar informações e documentos deentidades privadas, inclusive de natureza cadastral;

IV – notificar testemunhas e vítimas erequisitar sua condução coercitiva, nos casos de ausênciainjustificada, ressalvadas as prerrogativas legais;

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V – acompanhar buscas e apreensõesdeferidas pela autoridade judiciária;

VI – acompanhar cumprimento de mandadosde prisão preventiva ou temporária deferidas pelaautoridade judiciária;

VII – expedir notificações e intimaçõesnecessárias;

VIII – realizar oitivas para colheita deinformações e esclarecimentos;

IX – ter acesso incondicional a qualquer bancode dados de caráter público ou relativo a serviço derelevância pública;

X – requisitar auxílio de força policial.

§1o. Nenhuma autoridade pública ou agente depessoa jurídica no exercício de função pública poderá oporao Ministério Público, sob qualquer pretexto, a exceção desigilo, sem prejuízo da subsistência do caráter sigiloso dainformação, do registro, do dado ou do documento que lheseja fornecido.

§2o. O prazo mínimo para resposta àsrequisições do Ministério Público será de 10 (dez) dias úteis,a contar do recebimento, salvo hipótese justificada derelevância e urgência e em casos de complementação deinformações.

§3o. Ressalvadas as hipóteses de urgência, asnotificações para comparecimento devem ser efetivadascom antecedência mínima de 48 (quarenta e oito) horas,respeitadas, em qualquer caso, as prerrogativas legaispertinentes.

§4o. A notificação deverá mencionar o fatoinvestigado, salvo na hipótese de decretação de sigilo, e afaculdade do notificado de se fazer acompanhar poradvogado.

§5o. As correspondências, notificações,requisições e intimações do Ministério Público quandotiverem como destinatário o Presidente da República, oVice-Presidente da República, membro do CongressoNacional, Ministro do Supremo Tribunal Federal, Ministro deEstado, Ministro de Tribunal Superior, Ministro do Tribunalde Contas da União ou chefe de missão diplomática decaráter permanente, Governador do Estado, os membros doPoder Legislativo, os Desembargadores, Conselheiros doTribunal de Constas e Secretários de Estado e Prefeitos daCapital serão encaminhadas e levadas a efeito pelo

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Procurador-Geral Justiça ou outro órgão do MinistérioPúblico a quem essa atribuição seja delegada.

§6o. As autoridades referidas no §5o. e no §6o.poderão fixar data, hora e local em que puderem serouvidas, se for o caso.

§7o. O membro do Ministério Público seráresponsável pelo uso indevido das informações edocumentos que requisitar, inclusive nas hipóteses legais desigilo.

Art. 57. O autor do fato investigado seránotificado a apresentar, querendo, asinformações que considerar adequadas, facultado oacompanhamento por advogado.

Art. 58. As diligências serão documentadas emauto circunstanciado.

Art. 59. As declarações e depoimentos serãotomados por termo, podendo ser utilizados recursosaudiovisuais.

Art. 60. As diligências que devam serrealizadas fora dos limites territoriais da unidade em que serealizar a investigação, serão deprecadas ao respectivoórgão do Ministério Público local, podendo o membro doMinistério Público deprecante acompanhar a(s) diligência(s),com a anuência do membro deprecado, ressalvados oscasos de investigação sob a responsabilidade de GrupoEspecial.

§1o. A deprecação poderá ser feita porqualquer meio hábil de comunicação, devendo serformalizada nos autos.

§2o. O disposto neste artigo não obsta arequisição de informações, documentos, vistorias, perícias aórgãos sediados em localidade diversa daquela em quelotado o membro do Ministério Público.

Art. 61. A pedido da pessoa interessada seráfornecida comprovação escrita decomparecimento.

Art. 62. O procedimento investigatório criminaldeverá ser concluído no prazo de 90 (noventa) dias,permitidas, por igual período, prorrogações sucessivas,

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respeitado o princípio da razoabilidade e por decisãofundamentada do membro do Ministério Público responsávelpela sua condução, comunicando ao Conselho Superior doMinistério Público.

§1o. Na hipótese de réu preso, o membro doMinistério Público deverá observar os prazos previstos noCódigo de Processo Penal e Leis Especiais.

§2º. O Promotor de Justiça, manterá, paraconhecimento dos órgãos superiores, controle atualizado,preferencialmente por meio eletrônico, do andamento deseus procedimentos investigatórios criminais.

Art. 63. Os atos e peças do procedimentoinvestigatório criminal são públicos, nos termos destaResolução, salvo disposição legal em contrário ou porrazões de interesse público ou conveniência dainvestigação.

Art. 64. O presidente do procedimentoinvestigatório criminal poderá decretar o sigilo dasinvestigações na forma do art. 13 e seguintes destaResolução.

Art. 65. Se o membro do Ministério Públicoresponsável pelo procedimentoinvestigatório criminal se convencer da inexistência defundamento para a propositura de ação penal pública,promoverá o arquivamento dos autos, fazendo-ofundamentadamente.

Parágrafo único. A promoção dearquivamento será apresentada ao juízo competente, nosmoldes do art. 28 do Código de Processo Penal.

Art. 66. Se houver notícia de outras provasnovas, poderá o membro do Ministério Público requerer odesarquivamento dos autos.

Art. 67. No procedimento investigatóriocriminal serão observados os direitos egarantias individuais consagrados na Constituição daRepública Federativa do Brasil, aplicando-se, no quecouber, as normas do Código de Processo Penal e alegislação especial pertinente.

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CAPÍTULO VI

DO COMPROMISSO DE AJUSTAMENTO DE CONDUTA

Art. 68. Desde que o fato esteja devidamenteesclarecido, o Promotor de Justiça poderá, em qualquerfase do inquérito civil ou do procedimento preparatório, ouainda no curso de ação civil pública, firmar compromisso deajustamento de conduta com o responsável pela ameaça oulesão aos interesses ou direitos tutelados pelo MinistérioPúblico, visando à reparação do dano, à adequação daconduta às exigências legais ou normativas e, ainda, àcompensação e/ou à indenização pelos danos que nãopossam ser recuperados.

§1o. O compromisso de ajustamento deconduta é título executivo extrajudicial, tendo eficácia apartir de sua celebração.

§2o. Havendo processo judicial em curso, ocompromisso de ajustamento de conduta deverá serhomologado por sentença, nos termos da lei processual.

§3o. É vedada a celebração de compromissode ajustamento de conduta em autos de inquérito civil ou deprocedimento preparatório sobre improbidadeadministrativa.

Art. 69. O compromisso de ajustamento deconduta deverá conter:

I - nome e qualificação do responsável;II - descrição das obrigações assumidas;III - prazo para cumprimento das obrigações;IV - fundamentos de fato e de direito;V - previsão de multa cominatória no caso de

descumprimento.

§1o. O compromisso será assinado pelo órgãodo Ministério Público e pelo compromitente, que deveráestar devidamente qualificado e, quando for o caso,representado legalmente nos autos.

§2º. Quando o objeto do Termo deAjustamento de Conduta envolver serviços ou bens denatureza pública deverá figurar como compromitente,também, a pessoa jurídica de direito público interessada.

§3o. É vedado a dispensa, total ou parcial, deobrigações legais e constitucionais reclamadas para aefetiva satisfação do interesse ou direito lesado, devendo o

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ajuste restringir-se às condições e estipulações decumprimento das obrigações.

§4o. As obrigações previstas no compromissode ajustamento de conduta devem ser certas, quanto à suaexistência, e determinadas, quanto ao seu objeto.

§5o. O compromisso de ajustamento deconduta deverá conter sanção cominada para a hipótese deinadimplemento das obrigações acordadas.

§6o. O extrato do termo de ajustamento deconduta será, obrigatoriamente, publicado no Diário OficialEletrônico do Ministério Público.

Art. 70. O termo de compromisso deverá serelaborado em pelo menos duas vias, devidamenteassinadas e rubricadas pelo presidente do procedimento epelo compromitente, devendo uma das vias instruirprocedimento administrativo regularmente instaurado para oacompanhamento e fiscalização do cumprimento dasobrigações acordadas, juntando-se cópia autenticada dosdocumentos comprobatórios da qualidade erepresentatividade legal do compromitente.

Parágrafo único. Caberá ao órgão deexecução que tomou o compromisso a responsabilidade defiscalizar o seu efetivo cumprimento mediante procedimentoadministrativo na forma do art. 45, I, desta Resolução.

Art. 71. Celebrado ajustamento de condutaque englobe integralmente o objeto do procedimentoinvestigatório, deverá o membro do Ministério Públicoefetivar a correspondente promoção de arquivamento,submetendo-a ao Conselho Superior do Ministério Público,no prazo de 03 (três) dias, contado da efetiva cientificaçãodos interessados.

§1o. Quando o ajustamento de conduta nãoabranger todo o objeto investigado, será promovido, emdecisão fundamentada, o arquivamento em relação ao quefoi acordado, enviando-se, por meio de autossuplementares, cópia ou mídia digital do procedimentoinvestigatório ao Conselho Superior do Ministério Público,no prazo e forma estabelecidos no caput.

§2o. A promoção de arquivamento decorrenteda celebração de termo de ajustamento de conduta seráacompanhada de certidão comprobatória da instauração deregular procedimento administrativo voltado ao

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acompanhamento do cumprimento das cláusulas do ajustefirmado.

Art. 72. A formalização de compromisso deajustamento de conduta entre o autor de dano ou ameaça ainteresses difusos ou coletivos e órgão público colegitimadopermite o arquivamento do inquérito civil, desde que o termoatenda à defesa dos bens tutelados e contenha todos osrequisitos de título executivo extrajudicial.

Art. 73. Não haverá intervenção do ConselhoSuperior do Ministério Público quando houver acordo judicialpelo Promotor de Justiça no curso de ação civil pública ouação coletiva.

CAPÍTULO VII

DA AUDIÊNCIA PÚBLICA

Art. 74. Audiências públicas são reuniõesorganizadas e presididas pelo Membro do MinistérioPúblico, de caráter informativo, realizadas no âmbito doProcedimento Preparatório, do Inquérito Civil ou doProcedimento Administrativo, abertas a qualquer do povo,para discussão de situações das quais decorra ou possadecorrer lesão a interesses difusos, coletivos, individuaishomogêneos ou de interesse institucional.

§1o. As audiências públicas serão precedidasda expedição de edital de convocação, com ampladivulgação pelos meios de comunicação disponíveis, comantecedência mínima de 10 (dez) dias antes de suarealização, contendo a data e o local da reunião, o objetivo,a disciplina e a respectiva pauta.

§2o. Poderá ser disponibilizado material paraconsulta dos interessados na participação da audiência.

§3o. Da audiência será lavrada ata, cujo extratoserá publicado no Diário Oficial Eletrônico do MinistérioPúblico (DOMPE) e poderá instruir o inquérito civil, oprocedimento preparatório e o procedimento administrativo.

CAPÍTULO VIII

DA RECOMENDAÇÃO

Art. 75. O Ministério Público, nos autos doinquérito civil, de seu procedimento preparatório ou doprocedimento administrativo, poderá expedirrecomendações por escrito e devidamente fundamentadas,visando à melhoria dos serviços públicos e de relevância

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pública, bem como à defesa dos demais interesses, direitose bens tutelados pelo Ministério Público.

Parágrafo único. É vedada a expedição derecomendação como medida substitutiva de investigação deeventuais ilícitos, do compromisso de ajustamento deconduta ou da ação civil pública.

Art. 76. Será requisitada ao destinatário darecomendação sua divulgação adequada e imediata.

Art. 77. Na recomendação, o Membro doMinistério Público poderá fixar prazo razoável para oatendimento do recomendado ou para a apresentação deresposta escrita.

Art. 78. Aplica-se ao disposto neste capítulo,no que couber, o disposto no Capítulo VI, que disciplina osTermos de Ajustamento de Conduta.

CAPÍTULO IX

DAS DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 79. A partir da data da vigência destaResolução, todas as espécies de procedimentosextrajudiciais a serem instaurados no âmbito do MinistérioPúblico do Estado do Amazonas deverão seguir as regrasconstantes da presente norma.

Art. 80. Os órgãos de execução comprocedimentos extrajudiciais já em tramitação na data davigência desta Resolução terão o prazo de 06 (seis) mesespara adequação às exigências suas exigências.

Art. 81. Os procedimentos extrajudiciaisdisciplinados por esta Resolução serão registrados econtrolados no sistema eletrônico oficial do MinistérioPúblico do Estado do Amazonas.

§1o. Deverá ser anexado ao sistema eletrônicoo conteúdo de todos os atos praticados nos autosextrajudiciais, estando ainda facultada a inserção nosistema dos demais documentos que compõem os autos, demodo a ter sua versão eletrônica armazenadaintegralmente.

§2o. Até a implantação total do sistemaeletrônico do Ministério Público do Estado do Amazonas, os

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procedimentos extrajudiciais descritos nesta Resoluçãopoderão manter-se em autos físicos.

Art. 82. A inobservância dos prazos e dadisciplina estabelecidos nesta Resolução configura infraçãodisciplinar, nos termos da Lei Orgânica do Ministério doAmazonas.

Art. 83. Esta resolução entra em vigor na datada sua publicação, revogadas as disposições em contrário,em especial a Resolução n.º 548.2007.CSMP.

Dê-se ciência, registre-se, cumpra-se e publique-se.

SALA DE REUNIÕES DO C. CONSELHOSUPERIOR DO MINISTÉRIO PÚBLICO, em Manaus (Am.),20 de fevereiro de 2015.

CARLOS FÁBIO BRAGA MONTEIRO

Presidente do c. CSMP

RITA AUGUSTA DE VASCONCELLOS DIAS

Membro

ALBERTO NUNES LOPES

Membro

JOSÉ ROQUE NUNES MARQUES

Membro

JUSSARA MARIA PORDEUS E SILVA

Membro

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PÚBLIO CAIO BESSA CYRINO

Membro e Secretário

* Republicada, com correções da versão publicada em 17.04.2017.

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