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21 DE SETEMBRO DE 2014 PAVILHÃO DA ASSOCIAÇÃO DE MORADORES DO BACELO | ÉVORA RESOLUÇÃO POLÍTICA

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8ª Assembleia da Organização Regional de Évora do PCP

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Page 1: Resolução Política

21 DE SETEMBRO DE 2014PAVILHÃO DA ASSOCIAÇÃO DE MORADORES DO BACELO | ÉVORA

RESOLUÇÃOPOLÍTICA

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O DISTRITO DE ÉVORA HOJE Introdução

Situação Política Actual

Caracterização Económica e Social do Distrito População Emprego, Tecido Produtivo A Crise Social

O Movimento Sindical, a Luta dos Trabalhadores e as suas Organizações de Classe

Organização de Massas e Movimento Associativo Popular Comunistas, os Movimentos Unitários

e os Democratas A Agricultura e o Movimento

dos Agricultores. Uma Nova Reforma Agrária

Movimento Associativo, Cultura, Recreio e Desporto

A Juventude o Movimento Juvenil e a JCP

A Situação das Mulheres e o Movimento das Mulheres Situação dos Reformados e o Movimento

dos Reformados, Pensionistas e Idosos Movimento dos Micro,

Pequenos e Médios Empresários Movimento pela Paz e Cooperação Movimentos das Pessoas com Deficiência O Movimento de Utentes

e a Luta pelos Serviços Públicos Movimento em defesa da Escola Pública Defesa do Ambiente.

A Água como bem público

Correlação de forças no plano eleitoral Análise Geral – Eleições:

Assembleia da República, Autárquicas, Presidenciais e Parlamento Europeu Eleições Autárquicas Participação nas Instituições Parlamento Europeu, Assembleia da República e Autarquias Locais Extinção de Freguesias

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O PARTIDO Balanço da Actividade do Partido na Região O Partido

Balanço da Actividade do Partido no Distrito Direcção, Organização e Estrutura O Trabalho de Direcção Quadros Organização do Partido A intervenção do Partido nas Empresas e Locais de Trabalho A Organização do Partido no Local de Residência Informação, Propaganda e Imprensa do Partido A Festa do Avante! Os Fundos

LUTA E PROPOSTAS PARA O DESENVOLVIMENTO REGIONAL Defesa do Emprego e dos Direitos dos Trabalhadores

Defesa e recuperação dos Serviços Públicos

Concretização da Regionalização

Defesa da Água Pública

Desenvolvimento do Distrito de Évora Uma Agricultura Sustentável,

Diversificada e Moderna Uma Indústria que traduza uma Estratégia de Especialização do Distrito Uma Actividade Turística assente na Cultura e no Património Uma Economia para a Produção de Bens e Serviços Uma Economia Ambientalmente Integrada

Posicionamento Geoestratégico, Acessibilidades e Localização de Estruturas

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1 Introdução

Passados cerca de quatro anos da 7ª Assembleia de Organização Regional de Évora, chegou o momento de prestar contas e nos debruçarmos sobre a realidade política e so-cial do distrito de Évora. Fazemo-lo, tendo como base a degradação económica e social em resultado das políticas de direita do PS / PSD / CDS-PP na qual se integra o pacto de agressão e a necessidade imperiosa do reforço da organização e intervenção do Partido, a elevação da luta de massas para derrotar a política de direita e abrir caminho a uma po-lítica e a um governo patriótico e de esquerda.

Fazemo-lo, discutindo e aprofundando de forma sistematizada o complexo período político que estamos a atravessar, avaliando o trabalho realizado, o estado da nossa orga-nização partidária no distrito, procurando os caminhos e as medidas necessárias para o seu reforço e perspectivando o trabalho futuro.

2 SItuação PolítIca actual

Assistimos hoje à acentuação dos traços mais exploradores e opressores do capitalis-mo a nível mundial, prosseguindo o avanço do militarismo como instrumento de impo-sição da opressão e exploração dos trabalhadores e dos povos.

Neste período multiplicaram-se as guerras e os ataques à soberania dos povos, com os EUA a tentar impor ao mundo a sua hegemonia imperialista.

No Plano da União Europeia – expressão do processo de integração capitalista – foi dado um passo de gigante para a intensificação do neoliberalismo e do militarismo pa-ra uma maior exploração dos trabalhadores. Isto através da entrada em vigor do Tratado de Lisboa, rejeitado em referendo em vários países da UE, mas que o capital decidiu im-por, impedindo o nosso povo de se pronunciar. Com o apoio do PS, PSD e CDS avançou o Tratado Orçamental, o semestre Europeu, a governação económica, condicionando as-sim a nossa soberania e subjugando os povos aos interesses e estratégias do imperialismo.

O fascismo e as forças que o suportam no plano político tentam ganhar novos espaços.

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Apesar de todos estes desenvolvimentos, no plano mundial e europeu, a luta e a resis-tência dos trabalhadores e dos povos em todo o mundo tem sido uma constante, constituin-do um importante “travão” a esta agressão, e concretizando valiosos processos de soberania e progresso social, como na América Latina.

Apesar dos atrasos e insuficiências, os esforços de cooperação em que se destaca os En-contros Internacionais dos Partidos Comunistas e Operários e a acção dos partidos Co-munistas em vários pontos do mundo, têm sido também um importante contributo para o desenvolvimento da luta de massas.

A nível nacional, o país atravessa uma grave crise tendo como causa 37 anos de política de direita de que o governo do PSD / CDS se tenta desresponsabilizar, usando a “crise in-ternacional” como “bode expiatório”.

Nos últimos quatro anos, acentuou-se a política de destruição da nossa indústria, agri-cultura e pescas, dos baixos salários, dos ataques aos direitos dos trabalhadores e do apro-fundamento da desigualdade na distribuição da riqueza.

Com os Pactos de Estabilidade e Crescimento (PEC’s) do PS e o Pacto de Agressão/Memorando de Entendimento assinado entre PS / PSD / CDS e o Banco Central Europeu (BCE), Comunidade Europeia (CE), Fundo Monetário Internacional (FMI) acelerou-se o processo de exploração, de roubo nos salários e pensões, de destruição de emprego, de in-solvências e falências de pequenos e médios empresários e agricultores, de cortes nas pres-tações sociais, de encerramento e redução de serviços públicos, de aumento da pobreza e da miséria, em confronto com o enriquecimento de uns quantos e a submissão dos interesses nacionais aos interesses dos grandes grupos económicos e financeiros, demonstrados pelos lucros escandalosos do sector financeiro e dos grandes grupos económicos.

A esta ofensiva, responderam os trabalhadores e as populações, com uma ampla luta de massas e de resistência à política de direita, com algumas das maiores manifestações de protesto. Resistência e luta que evitou medidas mais gravosas e conquistou vitórias, em vá-rias empresas e sectores como é exemplo as 35 horas de trabalho semanais no poder local.

3 caracterIzação económIca e SocIal do dIStrIto

3.1 PoPulação

Em termos populacionais registou-se entre 2001 e 2011 (período censitário, segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), uma diminuição da taxa bruta de natalidade (pas-sou de 8,6% para 8,2%), o índice de dependência dos jovens com idades inferiores ou iguais a 14 anos, no distrito situava-se (Censos de 2011 – INE), em 21,2% e no que respei-ta aos reformados, com idades inferiores ou iguais a 65 anos em 38,4 %, ou seja mais cer-ca de 3% do que 2001.

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Verificou-se igualmente a continuada quebra da população residente em cerca de 4% (segundo os Censos de 2011, comparativamente com 2001), sendo que no Alentejo Cen-tral (distrito de Évora), a população passou de 173.654 habitantes para 166.726 habitan-tes, segundo dados do INE.

Os concelhos onde se registaram maiores perdas populacionais foram, por ordem cres-cente: Mourão; Mora; Alandroal; Portel e Estremoz sendo que apenas se registou cresci-mento da população residente em 3 dos 14 concelhos do distrito: Évora, Vendas Novas e Viana do Alentejo.

3.2 EmPrEgo, TEcido ProduTivo

No distrito de Évora não houve aumento de emprego, pelo contrário, aumentou o emprego precário e o cresceu o desemprego. A política de direita, conduziu à situação dramática que vivemos, com mais injustiça, mais desemprego, com mais de 10 000 de-sempregados registados nos centros de emprego, 13,11% da população activa (1º trimestre de 2014), com mais precariedade, mais desigualdades, e com a pobreza a crescer dia a dia. O número de desempregados jovens (com idade inferior a 35 anos) era em idêntico perío-do de cerca de 4.000 jovens ou seja, mais de 5% da população activa.

Temos indicadores de desenvolvimento económico dos mais baixos do país e graves problemas de envelhecimento e desertificação da população. Por outro lado, o desinves-timento público foi no último ano o mais acentuado, com as verbas atribuídas a sofrerem uma redução significativa. O encerramento generalizado de serviços públicos (centros de saúde, tribunais, escolas…) debilitou-nos ainda mais.

O aumento do desemprego teve como uma das causas a declaração de insolvência de cerca de 150 empresas de 2012 a 2014.

3.3 a crisE social

O rumo imposto conduziu o País a uma situação de dependência, endividamento, in-justiça e desigualdades sociais que, no distrito de Évora, como em todo o Alentejo, se fa-zem sentir de forma agravada.

A política de direita dos últimos 37 anos conduziu o distrito a um processo continuado de empobrecimento económico com implicações sociais graves. O distrito vive, há muitos anos, um processo continuado de empobrecimento económico com implicações sociais graves. A pobreza relativa e absoluta no distrito assume proporções preocupantes. Na origem des-te fenómeno está a contínua política de direita dos sucessivos governos do PS, PSD e CDS, com a desvalorização do trabalho e dos trabalhadores, a destruição massiva de emprego, os baixos salários, reformas e pensões e a ausência de investimentos públicos por parte do poder central.

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A destruição dos sectores produtivos, os cortes no investimento público, a degradação e o encerramento de serviços públicos e o ataque directo ao poder de compra e às condi-ções de vida dos trabalhadores e dos reformados são problemas nacionais que no distrito se acentuam.

Os valores médios do poder de compra, dos salários, das pensões, das prestações sociais registados no distrito são inferiores à média nacional, mantendo-se a taxa de desemprego estruturalmente superior.

A redução drástica do investimento público pelo governo do PS, agravado com as im-posições da troika e do governo PSD / CDS, particularmente no Programa de Investimen-tos Públicos que sofreram cortes sistemáticos nas transferências do OE para as autarquias, impedindo estas de realizar obra pública e conduziram a uma situação de quase paralisia.

Agrava-se a desertificação do território e da perda demográfica, e o encerramento pelo governo de serviços de saúde, escolas, repartições finanças e tribunais assumem particular gravidade com negativas repercussões sociais.

Eterniza-se o adiamento dos projectos estruturantes para o distrito, assim como o seu aproveitamento. É o caso da construção do novo Hospital Central de Évora, da construção de vias rodoviárias circulares às sedes de concelho e a ausência de uma estratégia agro-in-dustrial para o Complexo de Alqueva.

É uma política que compromete o nosso futuro, que tem uma população envelhecida acima da média nacional e que assiste impotente à fuga de novas gerações em busca de em-prego e melhores condições de vida.

A situação social é agravada pela ausência de medidas que combatam a degradação das condições ambientais, a fragilidade do sistema de transportes, a insuficiência de equipa-mentos escolares, de saúde e de apoio à infância, à juventude e à terceira idade.

A situação do sector da saúde, na região, caracteriza-se por gritantes e generalizadas ca-rências em médicos de família e outros profissionais de saúde, pelo encerramento de Ser-viços de Atendimento Permanente, pelas más condições de atendimento nos Centros de Saúde e a degradação da capacidade de resposta dos Serviços Hospitalares, resultantes da política de direita do governo PSD / CDS.

Na educação, o ataque à Escola Pública, gratuita e de qualidade tem-se feito sentir nas escolas e na comunidade educativa de forma generalizada, sendo que a criação dos mega-agrupamentos, o encerramento de escolas, a falta de trabalhadores não docentes e a preca-rização laboral com o recurso aos Contratos de Emprego de Inserção Social (CEI) e a outras formas precárias de relação laboral e a precariedade e desemprego docente, têm sido as fa-ces mais visíveis desta ofensiva.

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4 o movImento SIndIcal, a luta doS trabalhadoreS e aS SuaS organIzaçõeS de claSSe

No ano em que se comemora o 40º Aniversário da Revolução do 25 de Abril, a classe operária e todos os trabalhadores, continuam a poder contar com o seu movimento sindical de classe, de massas, unitário, democrático, independente e solidário, consubstanciado nos seus sindicatos filiados na gloriosa Central Sindical (CGTP – Intersindical Nacional).

A União dos Sindicatos do Distrito de Évora (USDE / CGTP-IN), a estrutura da CG-TP-IN que dirige e coordena a actividade sindical no nosso distrito constitui um pilar fun-damental da intervenção e luta pelos interesses dos trabalhadores na região.

Os sindicatos representam milhares de trabalhadores, e uma rede de dirigentes, delega-dos e activistas sindicais de diversas opções políticas, ideológicas, partidárias e confissões religiosas, agindo sempre na defesa firme e coerente dos seus interesses e direitos, garan-tia da ligação aos trabalhadores, de capacidade de intervenção e mobilização sem paralelo com qualquer outra organização social. No que diz respeito à sua caracterização, importa referir que se acentuam as dificuldades das organizações sindicais do sector privado, cada vez mais visíveis na sua estrutura, quadros e, naturalmente, intervenção. Continua a as-sentar nos sindicatos representativos do sector público, a maior capacidade de organização e mobilização de trabalhadores, nomeadamente, na administração local, função pública, professores e enfermeiros.

O papel dos comunistas no movimento sindical e nas organizações dos trabalhadores é de grande importância. Resulta do reconhecimento por parte dos trabalhadores que os comunistas agem na defesa firme e coerente dos seus interesses e direitos. A intervenção dos comunistas concretiza-se com todos aqueles que, tendo diversas opções políticas, ide-ológicas e partidárias ou confissões religiosas, agem na defesa dos interesses de classe dos trabalhadores.

Passados 4 anos desde a última Assembleia de Organização, a classe operária e todos os trabalhadores estiveram confrontados com uma enorme ofensiva aos seus direitos indi-viduais e colectivos, duramente conquistados ao longo de anos. Primeiro com o Governo PS, nas alterações ao código de trabalho, legislação laboral da administração pública e os PEC’s, depois com o pacto de agressão assinado pelo PS, PSD e CSD com o FMI, BCE e UE e concretizado pelo actual governo PSD / CDS, sempre com a conivência e o compro-metimento do Presidente da República.

A classe operária e todos os trabalhadores do distrito viram agravadas, de forma expo-nencial, a sua situação económica e social, pela destruição do emprego e aumento da pre-cariedade, pela redução dos salários e o empobrecimento das famílias, pela diminuição da protecção social dos trabalhadores, dos reformados, pensionistas e desempregados, pela distribuição, cada vez mais desequilibrada, do rendimento nacional, pelo aumento da ex-clusão social, pobreza e miséria.

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A política de direita tem sido desenvolvida sempre em confronto com as conquistas da Revolução de Abril e com o próprio regime democrático que emanam da Constituição da República. O objectivo central do sistema capitalista é aumentar o lucro, acentuando a ex-ploração, destruindo os direitos dos trabalhadores e recuperando parcelas perdidas pela luta.

Apesar dos avanços na destruição de direitos e conquistas, ainda não conseguiram des-trui-los completamente e a esse facto não é alheia, a resistência e a luta dos trabalhadores e das suas organizações de classe, sindicatos filiados na CGTP-IN.

Tem sido com determinação, confiança e intensa luta que os trabalhadores têm dado a res-posta que se exige e impõe, e com isso conseguiram aumentar salários, rejeitar despedimentos colectivos, defender o direito ao trabalho e horários, valorizar e promover a contratação colec-tiva, dinamizar a acção reivindicativa aos vários níveis, combater a precariedade e desemprego.

Desde a última AOREV, o movimento sindical tem desenvolvido centenas de lutas, a nível local, distrital e nacional, respondendo energicamente às ofensivas do patronato e dos governos do PS e PSD CDS e à sua política de direita, entre as quais se referem:

Desde 2010 realizaram-se no distrito inúmeras greves, manifestações, acções de luta, concentrações como:

• GrevesnaKemet,emÉvora,peloaumentodesalários; • TribunaPúblicadaFCSAP,emÉvora; • DiaNacionaldeProtestoeLuta/NãoaoDesempregoeàPrecariedade Concentração em Évora – Largo Luís de Camões / Rua João de Deus, com deslocação ao Governo Civil; • ManifestaçãoemÉvora“ContraoCortenasCredenciaisdeTransportedeUtentes

do Serviço Nacional de Saúde (SNS)” Praça do Giraldo / Sede ARS / Alentejo – Movimento de Utentes da Saúde Pública;

• GreveconvocadapelosindicatodostrabalhadoresdaConstrução,Mármores,Madeira e cortiças do Sul nas empresas MARMETAL, S.A. / MARGRIMAR, S.A. (DO GRUPO OPWAY) – Pelo pagamento dos Salários em divida;

• ConcentraçãoemÉvoradoSTALcomtrabalhadoresdasjuntasdefreguesia;• DiadoTrabalhador–ComemoraçõescommanifestaçõesemÉvora, Montemor-o-Novo, Vendas Novas; • GreveconvocadapelosindicatodostrabalhadoresdaConstrução,Mármores, Madeira e cortiças do Sul na empresa Marmoz – Pelo pagamento dos Salários em divida; • GreveconvocadapelosindicatoCerâmicadoSulnaempresaRTSMontemor-o-Novo com manifestação em Évora até à ACT – Pelo pagamento dos Salários em divida;

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• Marchacontraodesemprego!Trabalhocomdireitos!PorumPortugalcomfuturo!–Tribuna pública em Portel com manifestação, na rotunda da Lagril, em Évora e com manifestação para a praça do Giraldo, na zona industrial de Arraiolos manifestação até ao largo da Câmara; na zona industrial da Adua em Montemor com manifestação até ao IEFP; Montemor e zona industrial Vendas Novas com manifestação até caixa agrícola;

• ConcentraçãoemÉvora,naPraçadoGiraldo,“PorumPoderLocalForteaoServiçodas Populações! Em Defesa das Freguesias e dos Serviços Públicos! Não ao roubo dos Salários! Pela criação de emprego! Olhar para o futuro que os Portugueses têm direito, repondo os valores de Abril!”;

• GreveGeral–CGTP-IN–ContraaExploraçãoeoEmpobrecimento!• PorumPortugalcomFuturo!commanifestaçãoemÉvora;• ManifestaçãoNacional/manifestaçãoemÉvorasobolema”ContraaExploração

e o Empobrecimento! Saúde, Educação e Segurança Social para Todos!”; • ConcentraçãodaInter-Reformadosintegrada

na “Semana de Luta de Reformados 19 a 26 de Março”, em Évora; • MarchaContraoEmpobrecimento–Marcha/Manifestação

com 3 concentrações em Évora.

Estas lutas integraram-se numa acção de uma política alternativa às políticas desenvol-vidas pelos os governos PS e PSD/CDS, realizada por milhares de trabalhadores, reforma-dos, jovens, desempregados e população em geral que nela participaram activamente no distrito e em Lisboa, em greves e em várias manifestações e concentrações nacionais de grande importância para derrotar a política de direita.

A 8ª Assembleia de Organização coloca como tarefas e prioridades do trabalho, dos co-munistas dirigentes e delegados sindicais:

1º O Reforço da unidade dos trabalhadores e da luta pelo aumento geral de salários e o aumento do Salário Mínimo Nacional;

2º O prosseguimento da acção reivindicativa nas empresas e locais de trabalho e a resposta aos problemas imediatos dos trabalhadores, indissociáveis da importância estratégica das acções de massas de âmbito distrital e nacional;

3º O reforço da organização sindical nas empresas e locais de trabalho, através da sindicalização e da eleição de dirigentes e delegados sindicais, numa lógica de acção integrada e permanente;

4º A reestruturação administrativa e financeira, implicando orientação e tomada de medidas, de modo a disponibilizar meios e recursos, para a acção sindical;

5º A afirmação da liberdade de organização e acção sindical, confrontando, resistindo, intervindo e agindo, contra o condicionamento e impedimento do grande capital.

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5 organIzação de maSSaS e movImento aSSocIatIvo PoPular

5.1 os comunisTas, os movimEnTos uniTários E os dEmocraTas

Muitos portugueses já venceram a resignação e a manipulação fatalista da política de di-reita e afirmam o seu inconformismo e denunciam as opções, os conteúdos e as consequên-cias de uma orientação política que vem arrastando o país para o desastre. Está em causa a defesa e a afirmação do projecto que a Constituição da República Portuguesa consagra e, cujos valores e dinâmica transformadora assumem um sentido de progresso civilizacional.

Muitos militantes do PCP integram estruturas e movimentos unitários que têm uma forte ligação à defesa dos interesses e direitos do povo. A intervenção e o reforço dessas estruturas unitárias, a que se juntam muitos democratas e patriotas, exige a intervenção organizada dos comunistas para que se crie uma ampla base social de apoio à luta pela de-mocracia e uma efectiva ligação às massas e à sua luta.

A intervenção dos militantes do PCP nos movimentos unitários deve ter como suporte organismos do Partido que abordem a situação destas estruturas e aprofundem as formas mais eficazes de intervenção.

5.2 a agriculTura E o movimEnTo dos agriculTorEs.

uma nova rEforma agrária

Duma forma geral, poderemos caracterizar a nossa agricultura em 3 grandes áreas com importância económica e geograficamente assim distribuídas: a sul com o latifúndio, em geral absentista, vivendo da floresta essencialmente de sobro e da exploração extensiva de animais, e claro dos subsídios da PAC, no centro e norte o minifúndio instalado, assente na exploração de pequenos ruminantes, fruteiras, hortícolas, vinha, pequenas explorações florestais e explorações leiteiras e, também, a norte, zonas de Baldio, dedicadas no funda-mental à exploração pecuária e florestal.

Em números poder-se-á caracterizar a situação mais ou menos desta forma: 75% das ex-plorações agrícolas portuguesas têm menos de 5ha, mas ocupam mais de 90% da mão de obra agrícola Nacional, ou seja, mais de 300 mil explorações dão trabalho a mais de 800 mil pessoas no sector, enquanto dessas 300 mil cerca de 100 mil não recebem qualquer subsi-dio ou apoio comunitário ou Nacional. 58% da Superfície Agrícola Útil (SAU) é ocupada por explorações agrícolas familiares, enquanto os apoios em nome da malfadada competiti-vidade são assim distribuídos: os 2 mil maiores “negociantes” da terra (latifúndios, muitas vezes sob disfarce de sociedades agrícolas), agro-negócios e indústrias agrícolas ou a ela li-gadas, recebem mais que os restantes 200 mil agricultores pequenos e médios todos juntos.

No Alentejo verifica-se que aqui a terra deixou há muito de ser um instrumento de pro-dução e transformou-se num instrumento de negócio, à volta da PAC escorrem muitos mi-lhões para o absentismo, que agora na nova PAC se travestem de Greening e sequestro de

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carbono, mas o resultado final é igual. Verifica-se que esta região, por via dos perímetros de rega, e muito especialmente por via de Alqueva, se está a transformar numa platafor-ma a partir da qual grandes agro-negócios se instalam e chegam a novos mercados, ou pela compra ou pelo arrendamento de terras, nesta fase muito à volta do olival super-intensi-vo e do milho, mas com a ameaça de alargamento a outras culturas como o amendoim, por exemplo, e que podem pôr em causa muitos milhares de pequenos agricultores nestas zo-nas, por via do sufoco financeiro e dificuldades de escoamento de produções, por falta de dimensão segundo eles (agro-negócios e governo). Mesmo assim, ainda por aqui labutam mais de 30 mil pequenos e médios agricultores, debatendo-se com políticas agrícolas di-tas comuns e Organização Mundial do Comércio OMC’s que são as mães dessas políticas agrícolas, e que tudo farão para exterminar todos estes pequenos agricultores, por via da fis-calidade, e falta de mercados em circuito curto, onde sempre escoaram as suas produções.

Portugal precisa, nos campos do Alentejo de uma nova Reforma Agrária que no espí-rito da histórica consigna “A Terra a quem a trabalha”, nas novas condições da actualida-de, entregue a terra quem a queira trabalhar, garanta o aproveitamento agrícola dos solos, potencie a produção agrícola, aumente o emprego com direitos, e promova o desenvol-vimento regional, como forma de contribuir para um Portugal soberano e desenvolvido.

5.3 movimEnTo associaTivo, culTura, rEcrEio E dEsPorTo

O Movimento Associativo de Cultura, Recreio e Desporto tem no distrito cerca de 700 associações, clubes e colectividades com milhares de associados e centenas de dirigentes constituindo o maior espaço de intervenção social e de trabalho voluntário do distrito, que se vem afirmando como um poderoso movimento de cultura, recreio e desporto e uma ine-quívoca resposta social e de desenvolvimento local. O movimento associativo tem nas au-tarquias de maioria CDU um importante elemento de estímulo, cooperação e apoio ao seu crescimento e desenvolvimento. Os ataques ao poder local e as políticas de direita do go-verno, sobretudo pelo estrangulamento financeiro, na área da cultura, do desporto e da re-creação estão a colocar em risco o movimento associativo e as estruturas de criação artística e cultural que se encontram à beira do colapso.

As dificuldades de organização do Partido e a descontinuidade na responsabilização de quadros por esta frente têm dificultado levar por diante as orientações traçadas nesta área. Esta fragilidade do trabalho partidário contrasta com a forte presença de militantes comu-nistas no movimento associativo.

A par desta situação verifica-se que é maior a consciência para lutar contra estes ataques ao movimento associativo e às estruturas de criação artística e cultural, tendo sido realizadas várias acções nacionais, regionais e locais, assumindo relevo o Movimento de reivindicação e luta de 1% do OE para a cultura. Tem sido crescente a convergência na acção e interven-ção social e nas acções de luta social e política com outros movimentos populares de massas.

Neste quadro é necessário a criação de espaços de participação e integração aos diver-sos níveis da estrutura partidária para os camaradas que participam nesta frente de luta e

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as estruturas do movimento associativo que estejam em condições de intervir na defesa do movimento associativo e contribuir para o reforço da organização e intervenção do Partido.

5.4 a JuvEnTudE o movimEnTo JuvEnil E a JcP

A juventude tem sido uma força social e dinâmica, com valores de solidariedade, parti-lha e participação, que transporta em si um potencial transformador, de alegria e criativi-dade, combatividade e com capacidade para se organizar e resistir. A juventude organiza-se em torno dos seus interesses, direitos e aspirações, resistindo às manobras da ideologia do “pensamento único” para a afastar da luta pelo acesso aos seus direitos.

Ao longo dos anos, os jovens do distrito têm-se unido em torno de questões como a lu-ta pela educação pública, gratuita, democrática e de qualidade para todos, pelo direito ao emprego e ao emprego com direitos, pelo direito à habitação, à cultura e ao desporto e, entre outras questões, em acções como as comemorações do 25 de Abril e do 1º de Maio.

É de valorizar a presença de largas centenas de jovens do distrito nas várias lutas contra as políticas de direita do PS e PSD / CDS que têm afundado o país e o nosso distrito.

A JCP, a organização revolucionária da Juventude, juntamente com o PCP, tem estado de forma coerente e independente da influência da ideologia e da política das forças do ca-pital, junto do povo e da juventude. Assente no objectivo da transformação da sociedade, tendo em conta os desejos e aspirações da juventude, a JCP pela sua participação e ligação às massas juvenis, reafirma diariamente a sua identidade intervindo nas escolas e nos lo-cais de trabalho, mostrando o seu ideal e projecto de uma sociedade mais justa e mais igua-litária e um mundo solidário e de paz.

A JCP está convicta de que com o PCP a intervenção junto da juventude reforçará a lu-ta pelos direitos dos jovens, contra as inevitabilidades e a sociedade sem futuro que a direi-ta e o grande capital querem impor ao país, comprometendo o futuro das gerações jovens.

5.5 a siTuação das mulhErEs E o movimEnTo das mulhErEs

Na actual conjuntura as mulheres têm vindo a ser duramente atingidas pelas políticas de direita. O aumento do desemprego feminino, o crescente número de jovens mulheres com formação académica superior sem trabalho compatível com a sua formação, a desqua-lificação profissional, os baixos salários, a cada vez maior precariedade laboral e a desre-gulação dos horários a que crescentemente estão sujeitas, impedindo-as de conciliar a sua vida laboral com a familiar.

Neste quadro o movimento unitário de mulheres deverá assumir-se como um importan-te meio de mobilização da força social feminina, apelando para que cada vez mais mulheres defendam os seus direitos e contestem as políticas do governo.

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Saliente-se o importante papel assumido pelo MDM que, nos últimos anos, tem desen-volvido, em alguns concelhos do nosso distrito, projectos no âmbito da saúde das mulhe-res e da violência doméstica, conseguindo mobilizar muitas mulheres e estabelecer ligações com diversas organizações. A par destes projectos o MDM realiza outras iniciativas como as comemorações do Dia Internacional da Mulher.

É importante o reforço efectivo deste movimento, onde a participação das mulheres comunistas deve ter como objectivo o alargamento da capacidade realizadora e de mobili-zação em torno de iniciativas relacionadas com os seus problemas específicos, designada-mente de denúncia e combate à discriminação salarial existente.

5.6 siTuação dos rEformados

E o movimEnTo dos rEformados, PEnsionisTas E idosos

Os reformados, os pensionistas e os idosos são um dos alvos preferenciais das políti-cas de direita onde o governo e a política de submissão ao capital violam direitos humanos, roubam nas pensões de reforma e provocam o empobrecimento. Assistimos ao aumento es-candaloso das desigualdades, com as constantes ofensivas, consubstanciadas no roubo de direitos constituídos ao longo de muitos anos, colocando muitos que trabalham uma vida inteira, à beira da pobreza e exclusão social.

O número de reformados e de associações tem vindo a aumentar no distrito e, neste contexto, existe contestação à política de direita com um papel importante do MURPI e da Inter-Reformados que têm uma intervenção importante.

O número de militantes reformados nas organizações unitárias de reformados e os gra-ves problemas sociais que as atingem, colocam ao Partido potencialidades de dar novas res-postas no plano orgânico que permitam reforçar a ligação do Partido a esta área.

A criação de organismos de reformados na estrutura do Partido, em cada concelho, é um contributo importante para intervir nas estruturas e para a ligação destas à luta de massas.

Nesse sentido, apontam-se como linhas de trabalho:

1º A dinamização das associações de reformados, do MURPI e da Inter-Reformados;2º A responsabilização de camaradas em cada freguesia e concelho

por esta área de trabalho; 3º A criação de uma comissão regional que integre os membros do Partido no MURPI

e uma crescente articulação da luta dos reformados com a luta mais geral dos trabalhadores e da luta de massas em geral.

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5.7 movimEnTo dos micro, PEquEnos E médios EmPrEsários

É no contexto da grave crise do capitalismo que os micros, pequenos e médios empre-sários se vêm apercebendo do antagonismo de classe que os separa do grande empresário, dos monopolistas, dos empresários supranacionais e da empresa globalizada.

Sendo a micro, pequena e média empresa, a esmagadora maioria das empresas portu-guesas (99,7%) esta crise repercute-se na vida nacional com o encerramento de milhares de empresas e o consequente aumento do número de desempregados. No distrito de Évo-ra, no que respeita às empresas aqui sedeadas, excluídas as empresas agrícolas, entre 2008 e 2011, desapareceram cerca de 500 empresas de 2012 a 2014 entraram em insolvência cer-ca de 150 empresas.

Excluídas as empresas agrícolas, existiam em 2008 cerca de 16.400 empresas e em 2011 eram já cerca de 15.900, ou seja, em quatro anos desapareceram cerca de 500 empre-sas, sendo a construção e o comércio e reparação de veículos dos ramos mais afectados. O número de trabalhadores também diminuiu, neste período, em cerca de 500, muito em resultado da diminuição da actividade económica.

A Confederação Portuguesa dos micros, pequenos e médios empresários (CPPME) é uma organização que, em Portugal, se assume como defensora exclusiva dos micros, peque-nos e médios empresários.

A CPPME realizou em Évora, no passado mês de Fevereiro, um encontro debate sobre a profunda crise económica e social que afecta o País e particularmente o distrito de Évora onde 99,9% são micros, pequenas e médias empresas. Contou com a participação de cer-ca de 40 empresários entre os quais alguns dos mais destacados empresários do concelho.

Esta situação aponta para a necessidade de dinamizar o movimento deste importante sector da vida local, através da criação de um organismo de empresários comunistas do dis-trito de Évora.

5.8 movimEnTo PEla Paz E cooPEração

Face à agudização da crise do capitalismo e ao reforço da NATO como instrumento de ingerência e agressão da mais séria e significativa ameaça à segurança e à Paz no Mundo, há que desenvolver, relativamente a Portugal, todos os esforços para denunciar e desenvolver uma consciência nacional que permita combater a degradação da sociedade e obstar à ins-titucionalização de quaisquer formas de agressão, denúncia e exploração que ponham em causa o progresso do País e a paz no Mundo.

A agressão militar imperialista tem vindo a agravar-se ultimamente, com várias cam-biantes, mas mantendo os seus traços essenciais de retirar o direito aos povos de decidirem o seu futuro e roubar as suas riquezas naturais e humanas.

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A par, surgem desenvolvimentos progressistas em países que se opõem ao domínio dos EUA / UE, num momento em que se agrava já profundamente a crise do capitalismo. Cres-ce a luta contra os ataques imperialistas no Médio Oriente, na Síria, na América Latina – Venezuela, El Salvador, em África – Líbia, Níger, Mali, República Centro Africana, Sudão e, mais recentemente, na Ucrânia, no Iraque e na Síria, estes últimos dois, relacionados com o chamado “Estado Islâmico”.

Foi constituído, no ano passado, o Núcleo de Évora do Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC) que tem desenvolvido várias iniciativas e esteve representado na 24ª Assembleia da Paz realizada em Lisboa em 7 de Dezembro e realizou diversos colóquios-debate sobre: A evolução do Capitalismo, a União Europeia e a situação na Ucrânia; o Médio Oriente e a Paz no Mundo; os conflitos no Sudão e na República Centro-Africana.

A 8ª AOREV coloca como tarefa importante a acção e luta, envolvendo as organizações unitárias e os democratas no distrito, dinamizando iniciativas no sentido de uma efectiva participação na defesa da paz e da soberania do nosso País.

5.9 movimEnTos das PEssoas com dEficiência

No distrito de Évora as pessoas com deficiência representam, na sua maioria, cida-dãos com graves carências económicas e muitas das vezes vítimas de exclusão social. Si-tuação agravada com as medidas de austeridade implementadas pelos últimos governos. É o caso da dificuldade no acesso aos serviços de saúde devido ao aumento brutal das ta-xas moderadoras e da dificuldade na compra de medicamentos por serem demasiado caros.

No distrito a existência de uma delegação da APD tem-se mostrado de elevada impor-tância, lutando pela defesa da pessoa com deficiência, um vítima fácil da política de auste-ridade do governo PSD / CDS.

O desemprego, crescente no distrito, é ainda mais grave para os cidadãos com deficiên-cia que têm diminutas possibilidades de se integrar no mercado de trabalho.

É importante incentivar a formação de movimentos de pessoas com deficiência, para criar uma força de resistência à política de direita, sobretudo contra a destruição dos direi-tos inalienáveis dos deficientes e a sua substituição por políticas assistencialistas e carita-tivas que atentam contra a própria dignidade humana.

5.10 o movimEnTo dE uTEnTEs E a luTa PElos sErviços Públicos

Os Movimentos de Utentes têm assumido um importante papel na defesa dos Serviços Públicos, existindo já na maioria dos concelhos do distrito, sendo de assinalar a realização de dezenas de iniciativas, em vários locais, envolvendo centenas de pessoas que estiveram na rua contra o encerramento dos serviços públicos e com abaixo assinados na defesa da Escola Pública, do Serviço Nacional de Saúde e contra o encerramento de outros serviços públicos.

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Têm sido desenvolvidas semanas de protestos, com acções de informação junto das po-pulações, muito direccionadas para os utentes dos serviços públicos, dos trabalhadores e re-formados, com o objectivo de alertar e mobilizar para uma luta que se prevê cada vez mais intensa.

A luta engloba acções de rua como vigílias, debates, concentrações e tribunas públicas para esclarecer e mobilizar os vários sectores da população das aldeias, freguesias e sedes dos concelhos do distrito.

Estes Movimentos são também uma ponte de ligação entre as populações e o poder po-lítico que “desgoverna” o nosso País, uma forma de fazer chegar a voz das populações àque-les que são responsáveis por todas as medidas que agravam a vida das pessoas.

O encerramento constante de serviços públicos essenciais, bem como, o encerramento de escolas, postos dos CTT, serviços de finanças, tribunais, para além do violento ataque contra o Poder Local Democrático, que visa a sua destruição e eliminação.

Importa salientar as vitórias obtidas pelas populações de freguesias e concelhos do dis-trito, assim como, a luta da população de Alqueva, das Silveiras, de Borba, de Estremoz, de Montemor-o-Novo e Vendas Novas, entre outras.

Na direcção destes movimentos estão comunistas e outros democratas que, em conjun-to, têm definido formas de luta, contando muitas vezes com o apoio das autarquias locais e do movimento sindical.

Importa continuar a dar atenção a estes movimentos, continuando a dinamizá-los, alargando-os a outros sectores da população e concelhos, vocacionando-os para dar uma resposta abrangente a todas as necessidades de luta pelos diferentes Serviços Públicos, con-trariando a sua “especialização” em determinada área, defendendo a sua autonomia e con-trariando a sua institucionalização.

É urgente continuar com a participação activa e decisiva nas lutas dos trabalhadores e das populações. É preciso engrossar o caudal do protesto porque é possível uma vida melhor.

5.11 movimEnTo Em dEfEsa da Escola Pública

No período que mediou entre a VII e esta VIII AOREV, acentuaram-se os recuos na so-ciedade portuguesa e na Educação.

Num claro ataque à Constituição da Republica Portuguesa e desrespeito pela Lei de Ba-ses do Sistema Educativo, os sucessivos governos do PS e do PSD / CDS concretizaram uma estratégia marcada pela desvalorização e desfiguração da Escola e Ensino Públicos de qua-lidade, com o objectivo da sua elitização e privatização.

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A pretexto da situação de “crise” e da necessidade de honrar compromissos junto da-queles que nos “ajudam”, as medidas que concretizam as políticas educativas de direita têm vindo a tornar-se cada vez mais duras e violentas.

A direita no seu ajuste de contas com as conquistas, que na área da Educação, o 25 de Abril tornou possíveis, colocou a Escola Pública, a par de outras conquistas democráticas da sociedade, no centro dos seus ataques. E foi nesse quadro que lhe impôs fortes cortes orçamentais, reduziu drasticamente os seus recursos humanos, criou mega-agrupamen-tos que desumanizam e desorganizam as escolas, empobreceu o currículo escolar, estreitou aprendizagens, reduziu competências e eliminou formação cívica, isto enquanto o ministro Crato esgotava a sua acção “pedagógica” na criação de exames, factor importante de apu-ramento da selectividade. A estas medidas outras se juntam.

No distrito de Évora a população escolar concentra-se em maior número em Évora, Es-tremoz, Montemor-o-Novo e Vendas Novas, a imposição destas políticas de direita traduz-se num parque escolar com edifícios requalificados mas com problemas, numa rede escolar cada vez mais concentrada nas sedes dos concelhos, cursos vocacionais e profissionais que não abriram por não terem sido autorizados; agregação de escolas e agrupamentos – mega-agrupamentos –, turmas do 1ºciclo com 26 e mais alunos e do Secundário com mais de 30 e com mais de 2 alunos com necessidades educativas especiais, entre outras situações graves, menos recursos humanos docentes e falta de técnicos operacionais.

Na Universidade de Évora os cortes orçamentais, o aumento das propinas, a diminui-ção dos apoios sociais aos estudantes, criaram e continuam a criar dificuldades de funcio-namento, nomeadamente a redução do corpo docente, a não renovação de contratos, a não substituição dos que se aposentam, a degradação das condições de ensino, a interrupção ou a desistência de muitos estudantes, por motivos financeiros.

Neste quadro de ataque aos valores de Abril, o caminho só podia ser o da acção e lu-ta a vários níveis:

O movimento sindical unitário, quer em acções gerais, quer nas acções específicas dos docentes, como a greve ao registo às avaliações ou a greve à vigilância da prova de avalia-ção de conhecimentos e capacidades; as autarquias; os movimentos de pais e encarregados de educação contra o fecho de escolas e a constituição dos mega-agrupamentos; a realiza-ção de debates de âmbito distrital promovidos pelo PCP e pela CDU em defesa da Escola Pública de Qualidade, do Ensino Superior, da Revisão Curricular; a nível da Assembleia da República com intervenções e iniciativas legislativas diversas.

Neste quadro é decisivo lutar contra as políticas executadas na área da educação, pug-nando por uma Escola Pública, Gratuita e de Qualidade para Todos.

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5.12 dEfEsa do ambiEnTE. a água como bEm Público

O ambiente tem sido, também, uma das vítimas da agressão das políticas neoliberais facto que tem expressão no aprofundar dos instrumentos que querem aplicar ao ambien-te as regras de funcionamento do capitalismo. No distrito de Évora, entre outras, o aban-dono das terras, por um lado, e, por outro, a cultura intensiva da oliveira que leva os solos ao esgotamento e quase à morte orgânica, são exemplo graves que revelam a total ausên-cia de políticas ambientais que se juntam à inexistência de políticas de desenvolvimento da agricultura, de soberania alimentar, de dinamização do aparelho produtivo e de desenvol-vimento regional. Alqueva é paradigmática para perceber os objectivos das políticas de di-reita que PS e PSD / CDS têm para o Alentejo.

No Portugal de Abril, coube ao Poder Local Democrático a importante tarefa de dotar o país de redes de abastecimento de água, de saneamento de águas residuais e de recolha de resíduos.

Tal como noutros domínios, na água, no saneamento e nos resíduos a melhoria da qua-lidade de vida das populações e a valorização ambiental dos territórios, foram objectivos, no fundamental, alcançados pelas populações, através das suas autarquias locais, num pro-cesso que rapidamente nos tirou do nível zero para patamares de satisfação das necessida-des para o mais alto nível internacional.

Neste quadro, e mais propriamente em relação à água, a CDU tem lutado contra a pri-vatização da água, com as Câmaras e Assembleias Municipais e com as populações. A cria-ção da parceria pública, pública que envolve 21 municípios do Baixo Alentejo e Alentejo Central que é uma parceria pública entre Autarquias e o Estado, que tem por base a defesa da gestão pública da água e as campanhas em defesa da Água Pública. Esta situação preser-va a competência dos municípios nas decisão sobre o abastecimento de água às populações, salvaguarda o direito dos municípios a caducarem a parceria, caso o governo decida priva-tizar a água e assegurarem preços socialmente justos.

É importante ter presente que a criação do sistema multimunicipal, no Alentejo Cen-tral e Norte Alentejano, a que aderiram a maioria dos municípios PS, abriu as portas para afastar as Câmaras Municipais dos processos de decisão, para uma situação dramática de ruptura financeira do sistema e das empresas, para preços incomportáveis da água para a população e para a privatização do sistema.

Esta é uma luta que tem de continuar pois o governo prepara-se entregar a gestão da água ao sector privado, fundindo empresas e sistemas e impondo a concessão do forneci-mento em alta e baixa. Uma luta para que o PCP convoca os trabalhadores e o povo alen-tejano para impedir que o governo PSD / CDS concretize a privatização da água.

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6 correlação de forçaS no Plano eleItoral

As forças políticas com expressão eleitoral no distrito são o PCP, PS e o PSD, no entanto com uma actividade regular e permanente apenas o PCP existe. O PS tem uma actividade que resulta da acção dos seus membros nos órgãos institucionais, assente em posições dema-gógicas e contraditórias com as suas promessas eleitorais. A arrogância e desonestidade inte-lectual e as atitudes provocatórias é aquilo que caracteriza a prática de muitos eleitos do PS no distrito. O PSD que elegeu um deputado não tem actividade regular na região, nem mos-tra ter opinião sobre os problemas do distrito. Outros partidos não têm qualquer expressão

6.1 análisE gEral – ElEiçõEs: assEmblEia da rEPública,

auTárquicas, PrEsidEnciais E ParlamEnTo EuroPEu

As eleições são consideradas como parte integrante da luta de massas, a luta eleitoral adquiriu neste quadro particular relevo como elemento de resistência e luta. A intervenção eleitoral para a Presidência da Republica, para a Assembleia da Republica e a intervenção autárquica, encaramo-las na luta mais geral, numa relação dialéctica entre a intervenção institucional e a luta de massas, enquanto instrumentos de intervenção para alargar a in-fluencia social, politica e eleitoral do PCP.

Desde a 7.ª Assembleia realizaram-se quatro actos eleitorais: Presidência da Republi-ca, Assembleia da Republica, Parlamento Europeu e Autarquias Locais. Em todas elas o PCP, no quadro da CDU, teve uma intervenção própria e as organizações do Partido e mui-tas centenas de independentes corresponderam às necessidades de empenho e mobiliza-ção nas batalhas eleitorais.

No período em analise e nos actos eleitorais concretos, também a ofensiva ideológica tem sido muito forte, levando a que alguns sectores da sociedade, embora contestando no plano social as politicas de direita, alguns mesmo que estiveram na luta, no momento do voto o PCP não recebeu o apoio necessário para concretizar a mudança para uma politica patriótica e de esquerda.

Nas eleições Presidenciais a reeleição de Cavaco e Silva candidato da direita, além de ser eleito pela mais baixa votação de sempre, foi um elemento muito negativo, aliás que se veio a traduzir como elemento de destabilização na politica nacional, pelo apoio dado ao actual governo do PSD / CDS-PP.

As eleições Presidenciais mostraram a importância do PCP ter ido às urnas com o seu próprio candidato no caso Francisco Lopes, usando uma linguagem própria e autónoma que muito contribuiu para o debate, para o esclarecimento sobre o País e centrou a discus-são na importância politica sobre o papel e os poderes exigidos ao Presidente da Republi-ca e na importância politica da defesa da Constituição da Republica.

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A Candidatura do camarada Francisco Lopes teve no distrito 13.962 votos (21,67%) e é justo dizer que foi um resultado significativo, foi o candidato mais votado em quatro con-celhos (Montemor-o-Novo; Mora; Arraiolos e Portel) e em 23 freguesias do distrito.

As eleições para a Assembleia da Republica realizadas em 5 de Junho de 2011, num clima de bipolarização incrível, mas numa ânsia de mudança muito grande por parte dos trabalhadores e do povo, elementos que contribuíram para um ligeiro recuo eleitoral no dis-trito de Évora por parte do CDU / PCP, passando de segunda força politica para 3º lugar, embora com apenas menos 0,26%, cerca de menos 1.400 votos.

O PS mantendo-se como primeira força perde cerca de 7 000 votos e 9,69% do seu elei-torado, o eleitorado do distrito penalizou e bastante o Partido Socialista que sofreu uma pesada derrota.

A direita em resultado da ânsia de mudança obtém no distrito 26.503 votos ou seja mais 100% do que em 2009. Nos votos da direita apenas estão contabilizados os votos do PSD+CDS-PP, beneficiando assim da bipolarização que existiu.

Nestas eleições legislativas três observações: a diminuição do número de votantes me-nos 8.338 pessoas a votar, existindo para o mesmo período menos 2.000 eleitores o que in-dicia um substancial aumento da abstenção; o MRPP mantém na prática a sua votação no distrito sabendo nós que muitos desses votos são votos de pessoas que se enganam a votar; a subida significativa dos votos brancos e nulos exige medidas para combater essa tendência.

As eleições para o Parlamento Europeu de 25 de Maio de 2014 confirmaram a CDU no plano eleitoral, com um importante resultado da CDU e o isolamento político e social do Governo PSD / CDS-PP. No distrito de Évora, a direita teve uma estrondosa derrota per-dendo 38% da sua massa eleitoral. O PS / PSD / CDS-PP, com os PEC’s do PS e com o Pac-to de Agressão, conduziram a região à gravíssima situação de desertificação, isolamento das populações, abandono, encerramento de serviços públicos, fome, miséria e morte prematura de centenas de alentejanos por falta de assistência, vêem a sua política condenada nas urnas.

No distrito de Évora os resultados positivos obtidos acompanham a tendência nacio-nal, sendo importante referir as vitórias eleitorais nos concelhos de Arraiolos, Alandroal, Montemor-o-Novo, Mora, Vendas Novas e Viana do Alentejo, entre estes é significativo o resultado da CDU em Vendas Novas.

6.2 ElEiçõEs auTárquicas

Como foi afirmado na 7.ª Assembleia da Organização “A mobilização das populações, será seguramente o melhor e mais seguro caminho para afirmar a credibilidade dos quadros e criar condições para perspectivarmos um poder local mais forte e uma intervenção insti-tucional do PCP maioritária no distrito” e foi partindo desta consigna, e alicerçados na fir-meza do projecto autárquico do PCP, que foi possível demonstrarmos quanto era prejudicial

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ao distrito a gestão ruinosa do PS em muito municípios, o que contribuiu para que a CDU fosse em 2013 a força politica mais votada.

Nas eleições autárquicas de 29 de Setembro de 2013, verificou-se numa vitória da CDU, traduzida na maior expressão eleitoral, obteve mais votos e mais câmaras municipais.

A CDU atingiu um dos seus objectivos ser a força politica mais votada, contudo não atingiu ser a força com mais eleitos nas Câmaras, nas Assembleia Municipais e de Freguesia.

A manutenção das Câmaras de Arraiolos, Montemor, Mora e a conquista de Alandro-al, Évora e Vila Viçosa, a eleição de mais um vereador em Mora reveste-se de particular im-portância para o trabalho no distrito. Entre as vitórias salienta-se que, passados 12 anos, voltámos a ganhar Évora, pelo significado político que tem e pela sua importância para o distrito e para a região.

O não termos conseguido manter a câmara de Vendas Novas, foi sem duvida um revés na vitoria alcançada no distrito. Havendo causas de natureza diversa para a perda desta Câmara, importa agora prosseguir a reflexão e sobretudo considerar desde já medidas com vista à sua recuperação.

A CDU manteve os vereadores nas Câmaras de Borba, Portel, Reguengos de Monsaraz e Viana do Alentejo e conquista de novo o vereador na Câmara do Redondo e, apesar de ter perdido a Câmara de Vendas Novas, elege três vereadores. A CDU reforça as suas po-sições em minoria, contudo não consegue eleger vereadores para a Câmara Municipal de Estremoz e Mourão.

Apesar da redução de 22 Freguesias, a CDU ganha 27 Juntas de Freguesia entre elas estão as com mais população. Contudo as junções que entretanto se formaram prejudica-ram eleitoralmente a CDU.

Os resultados obtidos evidenciam o reconhecimento de que o Projecto Autárquico do PCP e a prática política da CDU são os que melhor servem as populações, elegendo a par-ticipação, a democracia e a solidariedade enquanto vectores centrais, tendo a centralidade no trabalho, na honestidade e na competência.

6.3 ParTiciPação nas insTiTuiçõEs

O distrito elege três deputados, um do PCP, um PS e um PSD. A actividade regular de contacto directo com as populações, presença e participação nas lutas dos trabalhadores, propostas regulares na AR apenas o deputado do PCP as tem. O deputado do PS limita a sua intervenção aos problemas nacionais e uma crónica num jornal local, num desprezo total pelo eleitorado do distrito e o do PSD não sendo do distrito nem aqui vivendo não se dá pela sua presença em coisa nenhuma.

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6.4 ParlamEnTo EuroPEu, assEmblEia da rEPública E auTarquias locais

O Poder Local, tal como define a Constituição da Republica não é um prolongamen-to ou instrumento do Poder Central (como era no tempo do fascismo e que hoje de novo a direita pretende que seja) mas uma emanação e uma expressão popular directa da vonta-de popular. É uma afirmação de carácter progressista e avançado eminentemente popular do regime democrático instaurado com a revolução de Abril. O Poder Local é uma verda-deira conquista de Abril.

Como conquista de Abril e elemento estrutural da democracia portuguesa e parte inte-grante do poder politico, o poder local é sujeito a uma ofensiva das forças da direita, que o actual governo PSD / CDS-PP desenvolve contra todas as conquistas da revolução de Abril e contra o regime democrático. A direita não suporta a descentralização, a autonomia, a de-mocraticidade do Poder Local e por isso procura por todos os meios atingir esses direitos e com isso empobrecer a intervenção do Poder Local.

No distrito de Évora e no Alentejo as populações e os trabalhadores sabem a importân-cia e o resultado da gestão democrática e participada e como ela foi e é importante para o desenvolvimento das Freguesias e dos Concelhos. No período entre a 7.ª e a 8.ª Assem-bleia, desenvolveu-se e intensificou-se uma brutal ofensiva contra o Poder Local. O Parti-do Socialista desenvolveu essa ofensiva e a mesma foi prosseguida depois das eleições pela direita que ganhou as eleições legislativas de 2011. Uns e outros têm um elemento comum, não aceitam um Poder Local como está consignado na Constituição da Republica, pois ele permitiu que pela primeira vez na nossa história o povo e os trabalhadores tivessem aces-so a participar no Poder.

Neste período intensificou-se a pressão no sentido da transferência de competências para as Autarquias, sem as contrapartidas financeiras para tal, nas áreas da educação, saú-de e acção social, nalgumas situações facilitadas pela “contratualização” feita à peça, forma que os sucessivos governos encontraram para ultrapassar a resistência que as autarquias têm demonstrado neste processo.

Os governos do PS e do PSD / CDS-PP continuaram a rejeitar uma discussão seria so-bre a institucionalização das regiões administrativas, como sabemos o PCP é o único Par-tido que tem uma proposta para a região mantendo-a como uma região polinucleada, sem capital, no respeito pela diversidade mas mantendo a unidade da mesma, será com a regio-nalização que se pode fazer uma ponderação séria das competências dos três níveis da ad-ministração pública – o central, o regional e o local.

Esta ofensiva em muitos momentos contou com o apoio dos chamados grupos de ci-dadãos, os quais emergiram por projectos de afirmação pessoal dos seus protagonistas, os apoios deste a José Sócrates no almoço da Serra de Ossa, o apoio dado a Cavaco e Silva, são sinais evidentes que apenas divergem da direita na forma mas no conteúdo tem sido no distrito um apoio tanto das politicas do PS como do PSD / CDS.

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A direita desenvolveu uma criminosa ofensiva contra os direitos dos trabalhadores da Administração Local, produziu um conjunto de leis que visam desvirtuar as autarquias e as suas funções, assim como asfixiaram financeiramente o Poder Local, tanto pela via dos PEC’s no tempo do PS, a nova leia das finanças locais, diversas medidas contidas nos su-cessivos Orçamentos do Estado e o roubo às populações de mais de 1000 Freguesias, das quais 22 no distrito de Évora. Em parte desta ofensiva direita contou com o apoio ou o si-lêncio do PS.

6.5 ExTinção dE frEguEsias

Os eleitos da CDU desenvolveram uma intensa actividade contra esta sinistra lei, que contribuiu para aumentar o isolamento das populações do distrito e afastar o poder das pessoas.

A intervenção dos eleitos da CDU é ainda mais dificultada porque no distrito de Évora quem tem expressão eleitoral nas autarquias é a CDU e o PS, como o PS nas questões es-senciais da ofensiva faz o frete à direita, a luta mostra-se bem mais complexa. A esta ofen-siva responderam os trabalhadores com a luta, para a qual contaram sempre com os eleitos comunistas e dos seus aliados no quadro da CDU.

Também as autarquias realizaram diversas acções no distrito contra o roubo das fre-guesias, contra os ataques ao poder local, encerraram as autarquias, participaram massi-vamente nas acções nacionais junto á Assembleia da Republica e junto á Presidência da Republica, em todas as lutas em defesa do Poder Local teve no distrito de Évora uma par-ticipação massiva.

As populações, os trabalhadores, os eleitos das autarquias sempre contaram nestas ac-ções de massas com o apoio do PCP e dos eleitos da CDU, sem o seu esforço e empenho as lutas não teriam tido a dimensão que tiveram.

O PCP não se limitou ao protesto, avançou na Assembleia da Republica e nos diversos órgãos autárquicos com propostas, propostas que sempre tiveram o voto contra da direita e em muitos momentos o do PS. Contudo nunca desistimos e foi assim que em 2013 por ini-ciativa dos eleitos da CDU todos os trabalhadores das autarquias receberam em, Junho o subsidio de ferias quando o governo se preparava para deslocalizar o mesmo para Novem-bro, foi por iniciativa dos eleitos da CDU que se encontrou um caminho para evitar a apli-cação das 40 horas e lutar pela manutenção das 35 horas.

Estamos perante uma continuada ofensiva ideológica muito forte, um anticomunismo primário, que por vezes tem criado ilusões em alguns sectores e tem dificultado um cresci-mento eleitoral ao PCP e CDU que contribua de forma mais célere para ruptura e mudan-ça, por uma politica patriótica e de esquerda.

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Os eleitos comunistas desenvolvem a sua acção em três eixos fundamentais:

Desenvolver uma gestão assente em opções politicas determinadas por critério de clas-se, a qual se distingue de outras, pela relação que mantêm com os trabalhadores, nos cri-térios de uso do solo e da sustentabilidade ambiental, na definição de investimentos, na relação com o movimento associativo e popular, na defesa e valorização do serviço publico, no conteúdo das politicas culturais e desportivas, na defesa e valorização do serviço publi-co, sempre, mas sempre, com a participação das populações e no incentivo à participação e luta popular e se afirme numa pratica politica que dê corpo ao Projecto Autárquico do PCP.

Os eleitos Comunistas desenvolvem a sua acção institucional assente também no prin-cípio estatutário de não ser prejudicados nem beneficiados no exercício de cargos públi-cos. É necessário um maior rigor no cumprimento deste princípio e uma maior exigência em prestar contas às organizações respectivas da sua aplicação, para a afirmação da CDU no distrito de Évora, e para que o distrito dê um contributo importante para o trabalho mais geral do Partido em diversas áreas de intervenção especifica a nível do Poder local.

No plano do Partido e a nível local a 8ª AOREV define como linhas fundamentais pa-ra o reforço do nosso trabalho de direcção nesta frente:

1º A integração e inserção dos eleitos comunistas na actividade e trabalho colectivo partidário é a condição maior para garantir uma acção distintiva nas autarquias;

2º Reforçar a participação dos eleitos comunistas no trabalho do Partido e para uma melhor a articulação do funcionamento entre órgãos autárquicos. É fundamental continuar o trabalho de reforço orgânico de acompanhamento político dos eleitos da CDU criando espaços próprios para debater os diversos problemas da área, onde os camaradas possam dar conta das suas tarefas. Para além do organismo distrital é importante que a nível concelhio os colectivos funcionem para articular e reforçar o trabalho.

3º Aperfeiçoar e reforçar o trabalho colectivo e o funcionamento regular das células de eleitos das Câmaras Municipais, células dos eleitos em Juntas de Freguesia. É necessário que os responsáveis dos concelhos observem com maior rigor o funcionamento regular destes organismos;

4º Concretizar de forma generalizada as reuniões de preparação das sessões dos órgãos deliberativos e dar regularidade e conteúdo político às reuniões das Assembleia Municipais e de Freguesia. Para o efeito devem ser constituídos organismos próprios;

5º Coordenar o trabalho entre eleitos dos diferentes órgãos autárquicos, bem como a coordenação entre células de eleitos e células dos trabalhadores das autarquias;

6º Tomar medidas para articular a acção entre comunistas eleitos nas autarquias e comunistas eleitos nas estruturas do movimento associativo e popular.

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1 balanço da actIvIdade do PartIdo na regIão

1.1 o ParTido

O Partido Comunista Português é o partido da classe operária e de todos os trabalha-dores, que defende os interesses das classes e camadas antimonopolistas, independente da influência dos interesses, da ideologia e da politica das forças do capital. O Partido tem co-mo objectivo imediato a ruptura com a política de direita, uma política e um governo pa-triótico e de esquerda, no caminho de uma Democracia Avançada – os valores de Abril no futuro de Portugal, ponte constitutiva do seu objectivo supremo de construção do socialis-mo e do comunismo na pátria portuguesa. É o partido que tem como base teórica o mar-xismo-leninismo, concepção materialista e dialéctica, instrumento de análise, guia para a acção, ideologia critica e transformadora. É o partido que tem princípios de funcionamen-to decorrentes do desenvolvimento criativo do centralismo democrático, assentes numa profunda democracia interna, numa única orientação geral e numa única direcção central. É um partido patriótico e internacionalista.

2 balanço da actIvIdade do PartIdo no dIStrIto

O período que decorreu entre a 7ª e a 8ª Assembleia da OREV a fortíssima ofensiva do grande capital contra os trabalhadores e o povo colocou ao Partido grandes exigências, no combate travado na resistência a essa ofensiva mas também na afirmação do projecto al-ternativo do PCP de ruptura com a política de direita e de construção de uma política e de um governo patrióticos e de esquerda, junto dos trabalhadores e do povo. A OREV este-ve na primeira linha da defesa da soberania nacional e na luta contra o Pacto de Agressão. Realizou um grande número de acções de natureza e dimensão diversas, como comícios, sessões, debates, tribunas públicas, de onde se destaca o grande desfile realizado na cidade de Évora, em 18 de Abril de 2013.

A OREV esteve sempre ao lado dos trabalhadores e das populações do distrito nas mui-to e fortes lutas travadas neste período, greves, manifestações e concentrações, nas quais o Partido teve um papel importante.

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Todas as lutas realizadas no distrito foram importantes, quer pela participação dos tra-balhadores, activistas sindicais e população em geral, quer pelos objectivos que cada uma representou, conseguindo nalguns casos vitórias para os trabalhadores e contribuindo sem-pre para o alargamento da luta mais geral.

O PCP esteve também ao lado da luta dos reformados por melhores pensões e reformas que se realizou em Évora, em 26 de Março de 2013, e participou de uma forma combativa nas acções comemorativas do 25 de Abril e do 1º de Maio e na luta da população do distri-to, no dia 12 de Junho de 2014, em mais de uma dezena de iniciativas de rua, contra o en-cerramento dos serviços públicos e abaixo assinados na defesa da Escola Pública, do Serviço Nacional de Saúde e contra o encerramento de outros serviços públicos.

A realização de eleições para Assembleia da República, Presidente da Republica, Autar-quias Locais e Parlamento Europeu, exigiu da OREV uma intervenção empenhada e cujo resultado se traduziu num reforço da presença do Partido no plano institucional nomeada-mente nas autarquias locais.

A OREV comemorou, de forma ampla e diversificada, o centenário do camarada Álva-ro Cunhal que decorreu sobre o lema “Vida, pensamento e luta” – exemplo que se projecta na actualidade e no futuro – e participou de forma activa e empenhada nas comemorações de âmbito Alentejo e na Festa do Avante, contribuindo assim para o seu êxito.

2.1 dirEcção, organização E EsTruTura

2.1.1 O TRABALHO DE DIRECÇÃO

A degradação acelerada das condições de vida da grande maioria dos portugueses devi-do à brutal ofensiva do grande capital a par da extraordinária resposta dada tanto ao nível da acção política como da luta de massas, criou fortíssimas exigências organizativas ainda assim o trabalho de direcção da OREV cumpriu o seu papel e esteve ao nível das exigências.

A DOREV exerceu plenamente as suas responsabilidades de direcção do Partido no dis-trito de Évora, realizou 23 reuniões, foi eleita com 49 camaradas, saíram entretanto 11 ca-maradas por razões da sua vida profissional ou alteração de tarefas, foram cooptados sete, ou seja conta actualmente com 45 camaradas. A DOREV discutiu e tomou posição sobre as principais questões da vida politica e social da região ainda assim consideramos insufi-ciente para as exigências presentes.

A DOREV a eleger na 8ª Assembleia da OREV deverá manter as mesmas caracterís-ticas da actual, nomeadamente, de corresponder às necessidades políticas e ideológicas na intervenção do Partido, assim como manter as suas competências e dimensão.

Em relação à sua composição a nova DOREV deverá manter uma larga maioria de ope-rários e empregados, com uma forte componente operária e, nela deverão estar quadros com dedicação, disponibilidade, firmeza politica e ideológica, com uma forte ligação à vida

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do distrito, às empresas e locais de trabalho, funcionários e não funcionários do Partido. No quadro da renovação e do rejuvenescimento, deverá assegurar a combinação adequada de quadros experimentados com a responsabilização de quadros jovens.

Os organismos executivos da DOREV – secretariado e executivo da DOREV – revela-ram-se adequados à necessidade futura de uma melhor adaptação no quadro da sua com-posição ao seu funcionamento.

O organismo intermédio de direcção que é o secretariado de autarquias funcionou de forma positiva.

O sector sindical enquanto estrutura intermédia funciona de forma regular embora se-ja urgente a criação do secretariado do sector sindical.

As comissões concelhias e os seus organismos executivos embora a realidade no distrito não seja idêntica de concelho para concelho cumpriram o seu papel no que toca à profun-da ligação às populações, aos seus problemas e anseios, ainda assim é necessário melhorar o seu funcionamento, considerar um número de membros suficiente largo para desempe-nharem as suas funções, mas não demasiado alargado para evitar excessiva acumulação de responsabilidades em organismos intermédios e favorecer o contributo para o fortaleci-mento das organizações de base – as células.

As estruturas de apoio à DOREV (coordenadoras, comissões e grupos de trabalho) são fundamentais para o melhoramento do trabalho e intervenção política da DOREV no nos-so distrito e nem sempre deste a 7ª Assembleia da OREV isso foi conseguido, devemos procurar regularizar o seu funcionamento, envolver mais quadros nessas tarefas e priori-zando as principais áreas das quais se destacam: Organização, Fundos, Reformados e Tra-balho Político Unitário com democratas.

2.1.2 quadros

Relativamente aos quadros tem sido preocupação da DOREV e dos vários organismos de Direcção a responsabilização de mais camaradas por tarefas concretas, assim como a sua preparação política e ideológica. Constatamos, todavia, que estamos ainda aquém de res-ponder às exigências que se colocam ao Partido.

2.1.3 organização do ParTido

A Organização Regional de Évora do PCP conta com 3592 membros (dados de 31 de Dezembro de 2013) ou seja mantém no essencial o mesmo número de militantes em com-paração com os existentes na 7ª Assembleia da OREV. A composição social da OREV 49,70% são operários, 28,20% empregados, 0,90% agricultores, 5,80% quadros técnicos e intelectuais, 4,50% micro, pequenos e médios empresários 1,40% são estudantes e 9,50% são diversos. A nível da composição etária: 0,20% dos inscritos tem menos de 21 anos;

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3,20% tem entre 21 e 30 anos; 9,30% entre 31 e 40 anos; 11,90% tem entre 41 e 50 anos; 25,60% tem entre 51 e 64 anos; e 49,70% tem mais de 64 anos. Já em relação à sua compo-sição de género 70,40% são homens e 29,60% são mulheres do total de militantes da OREV.

Em relação à estruturação partidária e comparativamente com a existente aquando da realização da nossa 7ª OREV (Outubro\2010) ela sofreu muito pequenas variações. Exis-tem neste momento 198 organismos, incluindo organizações não estruturadas que reúnem em plenário e comissões para as diversas frentes de trabalho e o número de camaradas in-tegrados em organismos é de 613. O número de organismos a partir do local de residência é de 77, já em relação aos organismos a partir das empresas e locais de trabalho ele é de 20.

Desde a 7ª Assembleia da OREV (Outubro / 2010) realizaram-se na totalidade dos 14 concelhos do distrito as respectivas Assembleias de Organização Concelhias, traduzindo o resultado do trabalho das 14 Comissões Concelhias do Partido, realizaram-se também 31 Assembleias de Organização de base, de freguesias e de células de empresas, é ainda de sa-lientar o recrutamento de 245 novos militantes nos anos de 2011\2012\2013, a responsa-bilização de 83 novos militantes nos últimos 3 anos dos quais 37 tem menos de 35 anos.

2.1.4 a inTErvEnção do ParTido nas EmPrEsas E locais dE Trabalho

O XIX Congresso sublinhou como prioridade do trabalho para o reforço da organização do Partido, a intervenção junto da classe operária e dos trabalhadores, nas empresas e lo-cais de trabalho. Desde a 7ª Assembleia OREV e na sequência do trabalho anteriormente realizado, foram dados passos, que importa dar consistência. Foram constituídos sectores operários nos concelhos de Arraiolos, Vendas Novas, sector operário e serviços de Évora eSectordasIndústriasEléctricas(trabalhadoresdaTyco,Kemet,LoboseMagicMetal).Constituiu-se o organismo distrital de empresas, para definição e coordenação do traba-lho, o qual não cumpriu, completamente, a tarefa. Ainda assim, e contrariando as muitas dificuldades, avançou-se na definição e interiorização de prioridades, responsabilização de quadros e recrutamento de novos militantes.

Actualmente estão organizados 576 (32% dos membros com menos de 64 anos) por empresa e local de trabalho, assentando a sua estruturação essencialmente, no sector da administração local e função pública. Pretendemos chegar à 9ª Assembleia com 700 cama-radas organizados por empresa e local de trabalho. Nesse sentido, a 8ª Assembleia OREV define como linhas de trabalho para o reforço e intervenção do Partido nas empresas e lo-cais de trabalho:

1º Aprofundar a discussão em toda a organização do Partido, sobre a importância do trabalho de reforço e criação de células de empresa;

2º Discutir em cada organização a criação de organismos de empresa ou local de trabalho, a partir do recrutamento e da transferência dos membros do Partido com menos de 55 anos;

3º Consolidar as organizações de base criadas, dinamizar o trabalho de direcção, a definição de prioridades, a responsabilização de quadros;

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4º Reforçar o trabalho de recrutamento de trabalhadores no local de trabalho, estabelecendo metas e responsáveis pelo seu acompanhamento, de modo a chegar à 8ª Assembleia com 200 novos militantes organizados nas células de empresa e sectores;

5º Estabelecer como critério geral a integração dos novos membros do Partido nos Organismos de empresa, sector ou local de trabalho;

6º Reforçar o recrutamento de dirigentes, delegados e activistas sindicais no âmbito do aumento da influência e reforço do Partido;

7º Reforçar e sistematizar a intervenção do Partido nas empresas e locais de trabalho prioritários, Parque Industrial de Vendas Novas, Sector das Indústrias Eléctricas, Parque Industrial de Arraiolos, Sector dos Mármores, Operários Agrícolas, sectores serviços, Administração Local e Função Pública. Potenciar o funcionamento do organismo distrital de empresas, em estreita ligação com as concelhias, de modo a dinamizar o seu importante papel, na responsabilização e execução das linhas de trabalho assumidas;

8º Intensificar a tomada de posições específicas do Partido sobre os problemas de cada empresa e sector, articulando este trabalho com a acção institucional – órgãos do Poder Local, Assembleia da República e Parlamento Europeu.

2.1.5 a organização do ParTido no local dE rEsidência

As organizações por local de residência integram cerca de 70% dos militantes no con-junto da OREV, assumindo particular importância as organizações de freguesia e locais.

Estão organizados por local de residência 2.592 membros do Partido, desenvolvendo aí, a sua actividade partidária, na dinamização de acções de luta das populações, nas batalhas eleitorais e trabalho autárquico, no movimento associativo e popular.

As Comissões de Freguesia têm um papel muito importante na intervenção e dinamiza-ção da luta em torno dos problemas e anseios das populações e trabalhadores da sua área. A sua acção, por um conjunto de dificuldades, não tem sido potenciada, inibindo que mais militantes participem activamente na vida do Partido, se responsabilizem por tarefas con-cretas, reúnam regularmente. É necessário tomar medidas para melhorar a organização, a partir do local de residência. É necessário, e no seguimento da orientação de transferir para as organizações por local de trabalho todos os militantes com menos de 55 anos, contrariar alguma resistência aferida na concretização dessa prioridade. É ainda necessário, no que diz respeito aos eleitos nas autarquias, particularmente nas freguesias, considerar-se que sejam as comissões de freguesia a fazer o seu acompanhamento, criando organismos espe-cíficos, que enquadrem os camaradas eleitos e possibilitem ao Partido um maior conheci-mento dos problemas e da actividade das autarquias.

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2.1.6 informação, ProPaganda E imPrEnsa do ParTido

Num quadro em que se acentuam as tentativas de silenciamento e deturpação da mensa-gem do PCP, o trabalho da informação, propaganda e imprensa, reveste-se de uma crescente importância, merecendo profunda reflexão por parte da organização. É necessário estrutu-rar, coordenar e organizar as tarefas de propaganda e informação, construindo a partir desse instrumento, uma eficaz ligação do Partido às massas. Em balanço, as iniciativas, propostas e posições, chegaram às populações e trabalhadores, num esforço que valorizando-se, não deve esconder as dificuldades na concretização da linha de trabalho definida na última assembleia de organização. Não se conseguiu criar e garantir o funcionamento de um grupo central pa-ra a comunicação e propaganda, que ramificasse a sua influência para os organismos conce-lhios. Não se conseguiu garantir a edição regular de boletins de célula ou sector. Ainda assim concluir, que a afirmação do Partido se cumpriu nas diversas campanhas sectoriais, campa-nhas eleitorais e distribuições nas empresas e locais de trabalho. Se cumpriu no âmbito das tecnologias de informação, na criação e dinamização do sítio distrital do Partido na internet. Se cumpriu na responsabilização de quadros por tarefas concretas, cuja reflexão e aprofunda-mento nas áreas do multimédia e internet, garantiram o aumento da influência do Partido.

De modo a reforçar o trabalho do Partido, a 8ª AOREV aponta como linhas de traba-lho a concretizar:

1º Potenciar os meios existentes, estruturas, carros de som, e outros materiais, e a sua cuidada utilização;

2º Aprofundar a discussão nas organizações, sublinhando-se a necessidade de responsabilizar quadros pelo acompanhamento da tarefa;

3º Reforçar a edição própria, de cartazes e faixas em torno de problemas concretos das populações e trabalhadores, bem como, comunicados específicos de empresas e locais de trabalho, tomadas de posição de comissões de freguesia e concelhias;

4º Dinamizar e divulgar a utilização do sítio distrital na internet, enquanto instrumento para a projecção de informação e conteúdos do Partido;

5º Criar e garantir o funcionamento de um grupo de trabalho regional para a comunicação e propaganda e de organismos concelhios com essa tarefa específica;

6º Aprofundar o trabalho da organização do Partido com a comunicação social local e regional, no tratamento atempado da promoção e balanço das iniciativas, na produção de notas de imprensa regulares, no envio para a comunicação social de elementos que possam suportar notícias sobre a actividade do Partido, designadamente resumos escritos e fotos das iniciativas;

7º Promover a ampla difusão do Avante! e do “O Militante”, instrumentos essenciais à vida e actividade do Partido. Elevar a compreensão do seu papel como precioso instrumento de formação e informação na luta das ideias; Fomentar a sua leitura, tomando medidas de responsabilização de mais camaradas pela sua divulgação nos organismos, criando comissões que apoiem esse trabalho; Acompanhar a estrutura de distribuição, dinamizando a organização de vendedores e a rede de assinantes, animando a constituição de bancas, a venda nas empresas, e uma activa e organizada presença da nossa imprensa nas iniciativas do Partido.

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2.1.7 a fEsTa do avanTE!

A Festa do Avante! a maior realização politica e cultural constitui uma grande demons-tração da capacidade colectiva dos comunistas e do seu Partido. É um momento privilegia-do de convívio, festa e luta. A Organização Regional manteve uma elevada participação política, assim com um contributo valioso para a realização da Festa, na sua construção, di-vulgação, venda da EP e funcionamento. Dando seguimento ao trabalho realizado, impor-ta definir como linhas de trabalho:

1º Aprofundar a discussão nas organizações de modo a aumentar e alargar a participação nas jornadas de trabalho;

2º Promover encontros anuais de trabalho e convívio para os construtores da Festa;3º Reforçar a venda de EP`S, a partir da atempada descentralização pelas organizações

e distribuição pelos camaradas; 4º Alargar a participação a mais camaradas e amigos nas diversas tarefas durante a Festa;5º Melhorar os aspectos da decoração e da exposição politica no espaço regional;6º Desenvolver um trabalho de preparação e controle de despesas que incida no espaço,

equipamentos e materiais.

2.1.8 os fundos

O financiamento da actividade do Partido na Organização Regional de Évora é assegu-rado, tal como a nível nacional, através de meios próprios, condição fundamental para o Partido manter a sua independência politica e ideológica.

A organização tem tido capacidade de realização de iniciativas de angariação de fundos quer por via da participação num conjunto de Festas Populares / Feiras / Festa do Avante quer por via da realização / concepção de diversas iniciativas de comemoração do aniversá-rio do Partido que constituem importante fonte de receita, mas também inestimável con-tributo de ligação do Partido às massas.

A nível financeiro a OREV avançou positivamente nas sucessivas campanhas “Um dia de salário para o Partido” e nas verbas provenientes das senhas de presença nas mesas de voto nos diversos actos eleitorais que se realizaram desde Outubro de 2010, já no que to-ca à recolha de quotas e às verbas provenientes dos eleitos na maioria dos concelhos te-mos vindo a regredir, situação que tem de ser corrigida. A percentagem de membros do Partido a pagar quotas é de 46% e apesar de se terem registado avanços subsistem dificul-dades ideo lógicas em alguns quadros em compreenderem a importância do cumprimento do princípio de não ser prejudicado nem beneficiado nas diversas funções institucionais.

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A 8ª AOREV define como orientações para o nosso trabalho de fundos:

1º Prosseguir a luta pela revogação da Lei de Financiamento dos Partidos, denunciando os seus aspectos gravosos de ingerência na vida do Partido que, ao impor limites ao valor resultante da angariação de fundos e ao conjunto das contribuições recebidas em numerário, representa um ataque sem precedentes à Festa do Avante e à liberdade de acção e iniciativa do PCP;

2º Alargar a compreensão sobre a importância decisiva dos fundos do Partido colocando a sua discussão nas organizações, como parte integrante da discussão política e ideológica e o reforço orgânico do Partido, fazendo com que se concretize um funcionamento regular de uma comissão regional de fundos onde a grande maioria dos concelhos estejam representados;

3º A prestação de contas por parte das organizações, atempadamente e zelando pelo cumprimento das normas legais e ao mesmo tempo avançar com o controlo financeiro como instrumento essencial na gestão dos meios, responsabilizando camaradas e constituindo as respectivas comissões, formar comissões de fundos e iniciativas;

4º Privilegiar a via orgânica para recebimento de quotas responsabilizando mais quadros para esta tarefa tendo como referencia 1 para cada 20 militantes do Partido, mas ao mesmo tempo estimular outras formas de pagamento nomeadamente a transferência bancária;

5º Aumentar a verba recolhida pelo recebimento da quotização, aumentando o número de camaradas a pagar regularmente a quota ao Partido, trabalhar para que o valor da quota tenha como referência 1% do vencimento;

6º Dar maior atenção e acompanhar com maior rigor as contribuições dos eleitos e membros do Partido em cargos públicos, quer na definição do montante quer no cumprimento do princípio estatutário do Partido de não ser beneficiado, nem prejudicado;

7º A campanha eleitoral de fundos para a compra de novo terreno para a Festa do Avante, bem como o sucesso de todas as tarefas que envolvem os fundos do Partido, implica uma importante atenção e dedicação das organizações do Partido;

8º Aumentar a difusão do Avante! e do Militante; 9º Dar uma especial atenção e destaque à Festa do Avante

e à venda antecipada e militante da EP.

Estas são linhas e orientações de trabalho que contribuirão para um aumento susten-tado de receitas.

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A 8ª Assembleia da Organização Regional do Distrito de Évora do PCP, realiza-se num momento de particular importância para a vida dos trabalhadores, das populações, dos jo-vens e dos reformados e idosos que resulta do agudizar da situação económica e social deri-vada das políticas prosseguidas pelos sucessivos Governos do PS e do PSD/CDS, partidos responsáveis pela governação do País, nos últimos 37 anos.

Nos últimos quatro anos de governação, com os PEC’s I, II, III e com a assinatura e execução do “Memorando da troika”, cuja responsabilidade é da “troika de governação na-cional: PS e PSD/CDS”, assistimos à execução de um “Pacto de Agressão” contra a demo-cracia e a Constituição da República Portuguesa e as conquistas alcançadas no 25 de Abril de 1974, nela consignadas.

A 8ª AOREV reafirma que só uma política patriótica e de esquerda pode criar no distri-to de Évora uma estratégia de desenvolvimento que tenha como ponto de partida a concre-tização da Regionalização e como objectivos dinamizar a actividade económica, garantir a sustentabilidade ambiental e promover o emprego. Assim, considera-se determinante que as áreas prioritárias de intervenção tenham como base a fixação das pessoas no território, combatendo a desertificação, o desenvolvimento de actividades económicas que sejam sus-tentáveis, diversificadas e com progressiva especialização, preservando a identidade cultu-ral das populações e que dinamizem a criação de emprego.

1 defeSa do emPrego e doS dIreItoS doS trabalhadoreS

A luta contra a política de direita que desferiu um ataque violento contra os salários, os postos de trabalho, as pensões, o poder de compra e os direitos dos trabalhadores em geral, constitui uma prioridade e uma condição determinante para o desenvolvimento do distrito de Évora. O fim dos despedimentos e do trabalho precário, as condições de trabalho e de remuneração, o aumento do salário mínimo para 600 euros e a reposição do dinheiro rou-bado, nos salários e pensões, são prioridades que exigem uma resposta firme e determina-da, assente na luta dos trabalhadores e da população.

LUTA E PROPOSTAS PARAO DESENVOLVIMENTO REGIONAL

LUTA E PROPOSTAS PARA O DESENVOLVIMENTO REGIONAL

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2 defeSa e recuPeração doS ServIçoS PúblIcoS

Exigir uma política de defesa e recuperação dos serviços públicos, em particular nas funções sociais do Estado (saúde, educação e segurança social), reforçando os seus meios humanos e materiais, como elemento essencial à concretização dos direitos do povo e ao desenvolvimento do distrito. A luta contra o encerramento de escolas, de tribunais, de ser-viços de finanças, de postos médicos, entre outros, e a exigência da construção no novo Hos-pital Central de Évora, enquanto equipamento estruturante para a região, são prioridades.

3 concretIzação da regIonalIzação

Exigir o fim do boicote que PS, PSD e CDS têm promovido face ao cumprimento da Constituição no que respeita à instituição em concreto das regiões administrativas. Afirmar a proposta do Partido de criação de uma região polinucleada, sem capital, abrangendo os 47 concelhos alentejanos e que defenda a identidade e a unidade cultural e territorial do Alentejo.

4 defeSa da água PúblIca

Exigir o fim da política de privatização do abastecimento de água às populações e recla-mar o reconhecimento da água como bem público. A água constitui uma questão central para as populações, para o desenvolvimento do distrito, para o alargamento das potencia-lidades agrícolas, para a criação de emprego e para o aumento da produção. A sua gestão, aponta como traço comum a perspectiva da defesa dos interesses dos trabalhadores e do po-vo e o uso de um recurso que deve servir uma política de desenvolvimento e de progresso.

5 deSenvolvImento do dIStrIto de Évora

A situação que o distrito e o Alentejo vivem não é uma inevitabilidade. Existem re-cursos e a população é factor determinante para o seu desenvolvimento. Consideramos que o investimento público e a utilização de fundos comunitários, enquadrados em políti-cas públicas que robusteçam as estruturas da região, constituem aspectos essenciais. Nes-te quadro, propomos que, nomeadamente, se lute para que o distrito de Évora possa ter:

LUTA E PROPOSTAS PARA O DESENVOLVIMENTO REGIONAL

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5.1 uma agriculTura susTEnTávEl, divErsificada E modErna

Os campos do Alentejo precisam de uma nova Reforma Agrária que, nas condições ac-tuais e tendo presente o que afirma a histórica consigna “A Terra a quem a trabalha”, en-tregue a terra quem a queira trabalhar, garanta o aproveitamento agrícola dos solos, com relevo para a valorização do montado e da cultura tradicional da oliveira, potencie a pro-dução agrícola, aumente o emprego com direitos, e promova o desenvolvimento regional, como forma de contribuir para um Portugal soberano e desenvolvido.

O aproveitamento do Plano de Rega do Alqueva, assim como dos pequenos perímetros de rega são fundamentais para atingir estes objectivos, para o que é decisivo ter uma polí-tica efectiva de apoios à produção, introduzir novas tecnologias, produzir novos produtos, aumentar a produção agrícola e agro-alimentar, tecnologicamente evoluída e de alta pro-dutividade, uma produção ambientalmente sustentável que dinamize a indústria transfor-madora e que esteja orientada para a exportação.

5.2 uma indúsTria quE Traduza uma EsTraTégia

dE EsPEcialização do disTriTo

As potencialidades e as estruturas existentes no distrito permitem que apontemos algu-mas áreas que são fundamentais para estruturar uma estratégia: a cadeia industrial agro-alimentar, ancorada no potencial do empreendimento do Alqueva e no sector vitivinícola; as actividades associadas ao ambiente e recursos naturais, com destaque especial para as pedras naturais e as rochas ornamentais (sobretudo os mármores) e para a cadeia de valor associada ao sistema agro-silvo-pastoril multifuncional do Montado; as actividades basea-das na cultura e no património assentes no património cultural e natural, com relevância para o centro histórico de Évora e outros valores patrimoniais do distrito, com relação es-treita para o crescimento da cultura e do turismo; as actividades emergentes, baseadas em tecnologia, em inovação e em criatividade, em sectores como a aeronáutica e as TIC, as in-dústrias culturais e criativas e alguns serviços turísticos inovadores.

5.3 uma acTividadE TurísTica assEnTE

na culTura E no PaTrimónio

As potencialidades existentes neste sector apontam para a valorização e promoção do acesso e fruição turística do Património, incluindo roteiros para o Património Cultural Imaterial; para a criação e requalificação de Produtos turísticos e apoio à sua comerciali-zação e ao desenvolvimento de ofertas integradas de pacotes de turismo – natureza, gas-tronomia, vinhos e roteiros culturais; para acções de informação e divulgação e para a elaboração de um Plano de Promoção Integrada do Turismo com outros sectores regionais.

LUTA E PROPOSTAS PARA O DESENVOLVIMENTO REGIONAL

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5.4 uma Economia Para a Produção dE bEns E sErviços

A produção de bens e serviços diversos tem como objectivo o desenvolvimento econó-mico e a promoção do bem-estar social, e não a obtenção de lucro. A par dos sectores pri-vado e público, reúne as empresas e instituições que se dedicam a actividades económicas específicas, como as instituições de solidariedade social, organizações não governamentais e outras que prestam apoio social, mas também criam empregos, criam riqueza e movimen-tam a economia do distrito.

Tem por isso um papel fundamental na sociedade, devendo ser devidamente reconhe-cida, estimulada e apoiada.

5.5 uma Economia ambiEnTalmEnTE inTEgrada

O objectivo de afirmação da qualidade ambiental responsabiliza o distrito na manuten-ção e melhoramento de parâmetros ambientais perspectivando-se, igualmente, opções de intervenção ao nível da ecoeficiência do ciclo urbano da água. A preservação e conservação da natureza, a sua compatibilização com a ocupação humana e o desenvolvimento de acti-vidades económicas deve perspectivar-se também como uma área de intervenção. A gestão de sistema ambiental pode mesmo constituir uma das componentes da Estratégia de Espe-cialização Inteligente da Região.

O Sistema de Montado, enquanto sistema agro-silvo-pastoril complexo e único, o Mon-tado faculta um uso multifuncional. A sua paisagem encontra-se enraizada na identidade regional e os produtos que dele derivam são valorizados pela sua qualidade e especificidade.

6 PoSIcIonamento geoeStratÉgIco, aceSSIbIlIdadeS e localIzação de eStruturaS

Para o desenvolvimento do distrito de Évora juntam-se, a estas acções e actividades, o posicionamento geoestratégico, no eixo Lisboa – Madrid, as acessibilidades rodo e fer-roviárias existentes ou que se perspectivam, onde tem relevo uma ferrovia de média velo-cidade para transporte de mercadorias, a localização de destacadas estruturas associadas ao sistema científico e tecnológico, designadamente, o principal centro de ensino supe-rior da região, a Universidade de Évora e o Parque de Ciência e Tecnologia do Alentejo.

LUTA E PROPOSTAS PARA O DESENVOLVIMENTO REGIONAL

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