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O Informativo Ambiental é um periódico preparado por profissionais de Tauil & Chequer Advogados associado a Mayer Brown e possui caráter meramente educacional. Qualquer consulta ou questão legal deve ser discutida diretamente com seus advogados.
1 TAUIL & CHEQUER ADVOGADOS ASSOCIADO A MAYER BROWN | Informativo Ambiental
23 de outubro de 2017 | Ano 07 nº 54
Resolução do CONAMA disciplina queima controlada emergencial em poluição por óleo no mar
No dia 6 de outubro de 2017, foi publicada a
Resolução nº 482 do Conselho Nacional do Meio
Ambiente, que dispõe sobre a utilização da
técnica de queima controlada emergencial como
ação de resposta a incidentes de poluição por
óleo no mar. A elaboração de tal Resolução já era
prevista no Decreto Federal nº 8.127/2013, que
instituiu o Plano Nacional de Contingência para
incidentes de poluição no mar.
A Resolução CONAMA nº 482 dispõe que a
técnica de queima controlada poderá ser
utilizada quando a não intervenção ou a
aplicação de técnicas mecânicas de contenção,
recolhimento e dispersão se mostrarem não
efetivas, inaplicáveis ou insuficientes para os
casos de: (i) incidentes de poluição por óleo no
mar considerados de significância nacional; (ii)
incidentes de poluição por óleo no mar de
descarga contínua com volumes relevantes ou
(iii) incidentes de poluição por óleo onde a
mancha estiver se deslocando ou puder se
deslocar para áreas designadas como
ambientalmente sensíveis.
Em determinadas áreas, há restrições à queima
controlada como, por exemplo, na área entre 1 e
3 milhas náuticas de unidades de conservação
marinhas, que só poderá ser realizada com prévia
autorização do IBAMA.
Além de tratar das áreas restritas, a Resolução
CONAMA nº 482 vedou o uso de queima
controlada em algumas áreas, quais sejam:(i) a
menos de 1 milha náutica da linha de costa,
inclusive ilhas; (ii) a menos de 3 milhas náuticas
da linha de costa, inclusive ilhas, com presença
de instalações de carga, descarga e
armazenamento de petróleo e derivados e outros
materiais inflamáveis; (iii) a menos de 3 milhas
náuticas da linha de costa, inclusive ilhas, onde
se verifique a existência de locais designados
como alvos militares; (iv) a menos de 3 milhas
náuticas de formações de recifes de coral, com
lâmina d'água inferior a 30 m, quando
devidamente especificadas pelas autoridades e
(v) enquanto houver a presença de mamíferos
marinhos, tartarugas marinhas, pinguins e outras
aves no local escolhido para a ignição e seu
entorno.
Vale destacar que a queima controlada só poderá
ser utilizada se a técnica estiver inserida no Plano
de Emergência Individual (“PEI”) ou Plano de
Área (“PA”). Para os casos em que não houver
obrigação de apresentação prévia de PEI ou de
sua inserção em PA, a técnica de queima
controlada só poderá ser utilizada mediante
prévia autorização do IBAMA.
Ressalte-se que nos casos em que o PEI e PA já
tenham sido aprovados pelo órgão ambiental
competente antes da publicação da Resolução
CONAMA nº 482, o empreendedor poderá
solicitar a inclusão da utilização da queima
controlada nos referidos planos, por meio de
aditivo a ser submetido ao IBAMA.
A Resolução CONAMA nº 482, assim como a
Resolução CONAMA nº 472/2015, que dispõe
sobre o uso de dispersantes químicos em
incidentes de poluição por óleo no mar, utiliza o
termo “respondedor” que é definido como o
“poluidor ou agente responsável pelas operações
de resposta ao incidente de poluição por óleo no
mar”, de forma a ampliar explicitamente a
responsabilidade para atuação nos casos de
emergência, que não é só do poluidor, mas de
qualquer agente responsável pelas operações.
O Informativo Ambiental é um periódico preparado por profissionais de Tauil & Chequer Advogados associado a Mayer Brown e possui caráter meramente educacional. Qualquer consulta ou questão legal deve ser discutida diretamente com seus advogados.
2 TAUIL & CHEQUER ADVOGADOS ASSOCIADO A MAYER BROWN | Informativo Ambiental
Há diversos pontos polêmicos em relação à
técnica de queima controlada, como, por
exemplo, a possibilidade de emissão de materiais
particulados danosos ao meio ambiente e à
saúde. Seja como for, a discussão sobre a
regulamentação da queima controlada já estava
em pauta há pelo menos cinco anos e o texto da
Resolução confirma o caráter excepcional da
técnica.
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