residuos hospitalares trabalho

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Curso de Engenharia Ambiente Disciplina: Gestão de Resíduos Resíduos Hospitalares Docente: Prof. José Manuel Carvalho Discente: Paulo Arroteia Nº 100321020 2013/2014

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Curso de Engenharia Ambiente

Disciplina: Gestão de Resíduos

Resíduos Hospitalares

Docente: Prof. José Manuel Carvalho

Discente: Paulo Arroteia Nº 100321020

2013/2014

Página 2

Resíduos Hospitalares

Índice

Introdução ........................................................................................................................................ 3

Enquadramento legal ........................................................................................................................ 4

Produtores de Resíduos Hospitalares ................................................................................................10

Etapas da gestão dos resíduos hospitalares .......................................................................................13

Registo ............................................................................................................................................17

Tratamento dos resíduos hospitalares ...............................................................................................18

Transporte e destino final dos resíduos hospitalares ..........................................................................22

Conclusão ........................................................................................................................................25

Bibliografia e Webgrafia ..................................................................................................................26

Página 3

Resíduos Hospitalares

Introdução

Este trabalho insere-se na disciplina de Gestão de Resíduos e está focado para os

Resíduos Hospitalares.

“Qualquer substância ou objecto de que o ser humano pretende desfazer-se por não

lhe reconhecer utilidade. A produção de resíduos é causadora de poluição e tem vindo a

aumentar com o desenvolvimento socioeconómico e tecnológico das sociedades.” Conceito

de resíduo em http://polution_in_almada.blogs.sapo.pt/1541.html

Existe uma variedade de resíduos e a sua tipologia é classificada quanto à sua origem

(e.g. domésticos, industriais, agrícolas, hospitalares, nucleares, resultantes de construções e

demolições; à sua composição química (e.g. Inorgânicos, orgânicos); tipos de materiais

constituintes (e.g. papel, vidro, plásticos); propriedades faces aos sistemas (e.g.

compostáveis, combustíveis, recicláveis); grau de perigosidade (e.g. corrosivos, tóxicos,

explosivos); utilizações dadas aos materiais (e.g. resíduos de embalagens, resíduos de

demolições).

Os resíduos hospitalares (RH), são produzidos nas várias unidades de saúde,

englobando as unidades de saúde humana e veterinária. Em qualquer destas unidades de

saúde são feitos vários tipos de resíduos, desde os resíduos equiparados a urbanos, aos

resíduos específicos e perigosos.

Em Portugal existe legislação específica para o tratamento de resíduos e

especificamente para os resíduos hospitalares (RH). Uma boa gestão implica uma correta

separação dos resíduos nos vários grupos existentes, um transporte e armazenamento

adequados, bem como a valorização e eliminação dos mesmos.

No presente trabalho, vão ser mostrados vários processos de tratamento e eliminação

dos resíduos hospitalares e o seu destino final.

Página 4

Resíduos Hospitalares

.

Enquadramento legal

Segundo o Decreto-Lei n.º 73/2011, de 17 de junho, os resíduos hospitalares “são

os resíduos resultantes de atividades de prestação de cuidados de saúde a seres humanos

ou a animais, nas áreas da prevenção, diagnóstico, tratamento, reabilitação ou

investigação e ensino, bem como de outras atividades envolvendo procedimentos

invasivos, tais como acupuntura, piercings e tatuagens.”

No entanto, a classificação dos Resíduos Hospitalares é feita com base no

Despacho do Ministério da Saúde n.º 242/96, de 13 de agosto de 1996. Este diploma

legislativo classifica-os, de acordo com a sua tipologia, perigosidade, local de produção e

tipo de tratamento.

Os grupos I e II representam os grupos não perigosos, enquanto aos grupos III e IV

correspondem os resíduos perigosos, sendo necessário, nestes, um tratamento especial.

Grupos de Residuos Hospitalares

Despacho Conjunto n.º 761/99 e Despacho do Ministério da

Saúde n.º 242/96, de 13 de Agosto

Códigos da Lista Europeia de Residuos

Portaria n.º 209/2004, de 3 de Março

Saúde Humana Saúde Animal

Gru

po I

– Re

síduo

s eq

uipa

rado

s a u

rban

os a) Residuos provenientes de serviços gerais (gabinetes,

salas de reuniões, salas de convivio, instalações sanitárias, vestiários, etc.)

200301 Outros residuos

urbanos e equiparados,

incluindo misturas de residuos

200301 Outros residuos urbanos

e equiparados, incluindo

misturas de residuos

b) Residuos provenientes de serviços de apoio (como oficinas, jardins, armazéns e outros) c) Embalagens e invólucros comuns (como papel, cartão, mangas mistas e outros de natureza idêntica) d) Residuos provenientes da hotelaria, resultantes da confeção e restos de alimentos servidos a doentes, não incluidos no Grupo III

Gru

po II

– R

esid

uos

hosp

itala

res n

ão

perig

osos

e) Material ortopédico: talas, gessos, ligaduras gessadas não contaminadas e sem vestigios de sangue. f) Fraldas e resguardos descartáveis não contaminados e sem vestigios de sangue. g) Matrial de proteção individual utilizado nos serviços gerais de apoio, com exceção do utilizado na recolha de residuos h) Embalagens vazias de medicamentos ou de produtos de uso clinico ou comum, com exceção dos incluidos no Grupo III i) Frascos de soro não contaminados, com exceção dos do Grupo IV

Tabela 1: Grupos I e II

Página 5

Resíduos Hospitalares

GRUPO I

Os tipos de resíduos que pertencem ao Grupo I são designados por resíduos

equiparados a urbanos, sendo maioritariamente constituídos pelos resíduos mais comuns,

tais como: embalagens e invólucros comuns como o papel, o cartão oriundos dos

escritórios e gabinetes, os metais ferrosos e os não ferrosos, provenientes das oficinas de

apoio às unidades de saúde e, ainda, os restos de comida, vidros e embalagens, resultantes

da confeção de alimentos e cantinas existentes.

Os resíduos deste grupo não apresentam qualquer exigência especial no seu

tratamento e seguem o tratamento igual ao dos RSU.

Figura 1: Resíduos equiparados a urbanos

GRUPO II Ao grupo II pertencem os resíduos hospitalares não perigosos e que podem, tal

como os resíduos do grupo I, ser equiparados aos resíduos urbanos.

Deste grupo fazem parte os materiais ortopédicos não contaminados e sem

vestígios de sangue (como ligaduras, talas e gessos), as fraldas e resguardos descartáveis,

que, naturalmente, não estão contaminadas nem têm vestígios de sangue, frascos de soro

não contaminados (figura 2 e 3), embalagens ou invólucros vazios de medicamentos ou

de produtos de uso clínico ou comum não contaminados e, por fim, o material de

proteção individual não contaminado que é utilizado nos serviços gerais de apoio como

as luvas, as máscaras e os aventais).

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Resíduos Hospitalares

GRUPO III

Grupos de Residuos Hospitalares

Despacho Conjunto n.º 761/99 e Despacho do Ministério da

Saúde n.º 242/96, de 13 de Agosto

Códigos da Lista Europeia de Residuos

Portaria n.º 209/2004, de 3 de Março

Saúde Humana Saúde Animal

Gru

po II

I – R

esid

uos h

ospi

tala

res d

e R

isco

Biol

ógic

o

a) Todos os residuos provenientes de quartos de enfermarias de doentes infeciosos ou suspeitos, de unidades de hemodiálise, de blocos operatórios, de salas de tratamento, de salas de autópsia e de anatomia patológica, de patologia clinica e de laboratórios de investigação, com exceção dos do Grupo IV

180103 (*) Resíduos cujas

recolha e eliminação estão

sujeitas a requisitos específicos

tendo em vista a prevenção de

infeções

180202 (*) Resíduos cujas

recolha e eliminação estão

sujeitas a requisitos específicos

tendo em vista a prevenção de

infeções

b) Todo o material utilizado em diálise c) Peças anatómicas não identificáveis d) Residuos que resultem da administração de sangue ou

derivados e) Sistemas utilizados na administração de soros e

medicamentos com exceção dos do Grupo IV f) Sacos coletores de fluidos orgânicos e respetivos sistemas g) Material ortopédico: talas, gessos e ligaduras gessadas

contaminadas ou com vestigios de sangue: material de prótese retirado.

h) Fraldas e resguardos descartáveis contaminados ou com vestigios de sangue

i) Material de proteção individual utilizado em cuidados de saúde e serviços de apoio geral em que haja contacto com produtos contaminados (luvas, máscaras, aventais e outros)

A este grupo pertencem todos os resíduos hospitalares de risco biológico, ou seja,

são considerados resíduos do grupo III:

Todos os resíduos provenientes de quartos de enfermarias de doentes

infecciosos ou suspeitos, de unidades de hemodiálise, de blocos operatórios, de salas de

tratamento, de salas de autópsia e de anatomia patológica, de patologia clínica e de

laboratórios de investigação, com exceção dos do IV.

Figura 3: Frascos de soro

Tabela 2: Grupo III

Figura 2: Material de gesso

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Resíduos Hospitalares

Todo o material utilizado em diálise.

Peças anatómicas não identificáveis.

Resíduos que resultem da administração de sangue e derivados.

Sistemas utilizados na administração de soros e medicamentos, com exceção

dos do grupo IV.

Sacos coletores de fluidos orgânicos e respetivos sistemas.

Material ortopédico: talas, gessos e ligaduras gessadas contaminados ou com

vestígios de sangue; material de prótese retirado a doentes.

Fraldas e resguardos descartáveis contaminados ou com vestígios de sangue.

Material de proteção individual utilizado em cuidados de saúde e serviços de

apoio geral em que haja contacto com produtos contaminados (como luvas, máscaras,

aventais e outros).

Os resíduos de risco biológico (grupo III) são sujeitos a pré-tratamento por

autoclavagem, em unidade licenciada para o efeito, e posterior deposição em aterro de

resíduos industriais banais.

Fonte: http://www.fc.ul.pt/pt/pagina/3964/res%C3%ADduos-hospitalares-de-risco-biol%C3%B3gico

Figura 4: Símbolo dos riscos biológicos Figura 5: Compressas contaminadas com sangue

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Resíduos Hospitalares

GRUPO IV

Grupos de Residuos Hospitalares

Despacho Conjunto n.º 761/99 e Despacho do Ministério da

Saúde n.º 242/96, de 13 de Agosto

Códigos da Lista Europeia de Residuos

Portaria n.º 209/2004, de 3 de Março

Saúde Humana Saúde Animal

Gru

po IV

– R

esid

uos h

ospi

tala

res

espe

cífic

os

a) Peças anatómicas identificáveis, fetos e placentas 180102 – Partes anatómicas e orgãos, incluindo sacos de

sangue e sangue conservado (exceto 180103)

180202 (*) Residuos cujas recolhas e eliminação estão

sujeitas a requisitos específicos tendo em vista a prevenção de

infeções. b) Cadáveres de animais de experiência laboratorial c) Materiais cortáveis e perfurantes: agulhas, catéteres e

todo o material invasivo 180101 – Objetos cortantes e perfurantes (exceto 180103)

180201 – Objetos cortantes e perfurantes (exceto 180202)

d) Produtos quimicos e fármacos rejeitados, quando não sujeitos a legislação específica

Para produtos quimicos: 180106 (*) Produtos quimicos contendo ou compostos por substâncias perigosas Para fármacos rejeitados: 180109 Medicamentos não abrangidos em 180108

Para produtos quimicos: 180205 (*) Produtos quimicos contendo ou compostos por substâncias perigosas Para fármacos rejeitados: 180208 Medicamentos não abrangidos em 180207

e) Citostáticos e todo o material utilizado na sua manipulação e administração.

180108 (*) Medicamentos citotóxicos e citostáticos

180207 (*) Medicamentos citotóxicos e citostáticos

O grupo IV é constituído por resíduos hospitalares específicos, isto é, por todo o

tipo de materiais cortantes e perfurantes (figura 8), produtos químicos e fármacos,

cadáveres de animais de experiências laboratoriais (figura 11), peças anatómicas

identificáveis como fetos e placentas (figuras 9 e 10) e todo o material utilizado em

quimioterapia. Tal como o grupo III, os resíduos colocados no grupo IV têm como

principais locais de produção salas de tratamento e diagnóstico, enfermarias, quartos de

doentes infeciosos e laboratórios.

Tabela 3: Grupo IV

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Resíduos Hospitalares

Figura 8: Cateteres, agulhas e perfurantes

Figura 9: Fetos e placentas

Figura 10: Órgãos Figura 11: Cadáver de animal

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Resíduos Hospitalares

Produtores de Resíduos Hospitalares

São vários os produtores de resíduos hospitalares. No tratamento de seres humanos,

estes podem ser hospitais, centros de saúde, centros de enfermagem, centros de tratamento

de toxicodependência, laboratórios de hemodiálise e de análises clínicas e consultórios

médicos. No entanto, laboratórios e consultórios veterinários também produzem resíduos

idênticos.

Existem unidades de saúde que têm implementado políticas interna de gestão de

resíduos de modo a evitar e reduzir a sua produção bem como o seu carácter nocivo

reduzindo os riscos para a saúde e para o ambiente. Estes dados são disponibilizados pelo

Centro Hospitalar de Leiria.

Ano 2009 2010 2011

Quantidade Produzida (t) 706,4 625,6 617,7

Var. Ano Anterior 12,9% -11,4% -1,3%

Tabela 4: Tabela correspondente à quantidade de resíduos produzidos em 2009,2010 e 2011.

Tabela 5: Tabela correspondente à evolução de produção de resíduos em 2009,2010 e 2011.

Página 11

Resíduos Hospitalares

2011

Tipo de Resíduo Quantidade Produzida (t) %

Resíduos urbanos e equiparados 255,0 41,3

Resíduos Hospitalares do Grupo III 183,0 29,6

Resíduos Hospitalares do Grupo IV 29,5 4,8

Papel e cartão 67,2 10,9

Embalagens de plástico 59,0 9,5

Pilhas 0,2 0,0

Tinteiros e toners 0,9 0,1

Outros Resíduos Perigosos 22,2 3,6

Outros Resíduos Não Perigosos 0,8 0,1

Tabela 6: Tabela correspondente à diferenciação de resíduos em 2011.

Gráfico 1: Correspondente à diferenciação de resíduos em 2011.

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Resíduos Hospitalares

2011

Destino Final Quantidade Enviada (t) %

Deposição em aterro 257,9 41,8

Desinfecção e deposição em aterro 183,0 29,6

Incineração 47,6 7,7

Reciclagem/Valorização 129,2 20,9

Tabela 7: Correspondente ao destino final dos resíduos produzidos em 2011.

Gráfico 2: Correspondente ao destino final dos resíduos produzidos em 2011.

Após observação e análise dos dados disponibilizados pelo Centro Hospitalar de

Leiria Pombal (Chlp), onde estão inseridas três unidades de saúde, as Urgências Hospital de

Santo André, a Urgência Hospital Distrital de Pombal e a Urgência Hospital

Bernardino Lopes de Oliveira – Alcobaça, conclui-se que existe uma crescente

preocupação por parte desta entidade em reduzir os resíduos, a correcta separação dos

mesmos e o cumprimento dos requisitos de tratamento dos resíduos dos grupos III e IV. A

diversidade de resíduos deve-se ao facto de existirem diversos serviços existentes no Chlp,

desde serviços administrativos, cantina e serviços de bar. Fonte: http://www.chlp.pt/nos-e-a-comunidade/-/residuos-8/

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Resíduos Hospitalares

Etapas da gestão dos resíduos hospitalares

De acordo com o Despacho n.º 242/96, de 13 de agosto, cada unidade de saúde

deve possuir um local de armazenamento devidamente sinalizado e específico para os

resíduos hospitalares.

Triagem

A triagem é um dos processos mais importantes na Gestão de Resíduos

Hospitalares. A triagem é a etapa correspondente à separação dos resíduos e se for

mal feita pode comprometer todas as fases seguintes de gestão de resíduos, uma vez

que os resíduos não poderão voltar a ser colocados no contentor certo, pelo que todos os

funcionários das unidades de saúde devem ter formação e ter consciência do quão é

importante uma boa prática da triagem. “ Uma vez mal triado e depositado

incorrectamente num saco/contentor, um RH não será mais daí retirado para ser colocado

no saco/contentor correcto.” Fonte : Manual_Gestao_Residuos_Hospitalares_para_UCCI_ Jan_2011

Acondicionamento “O Regime Geral da Gestão de Resíduos, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 178/2006, 5

de Setembro, confere especial destaque à questão da triagem, deposição selectiva e devido

encaminhamento para reciclagem dos resíduos passíveis de valorização, tais como

embalagens (plástico, metal, esferovite,…), cartão e papel, vidro, pilhas, entre outros. O n.º

3 do artigo 7.º - Princípio da hierarquia das operações de gestão de resíduos – expõe o

seguinte: “Os produtores de resíduos devem proceder à separação dos resíduos na origem

de forma a promover a sua valorização por fluxos e fileiras”.

Nos grupos I e II os produtores podem e devem fazer uma recolha selectiva dos

resíduos equiparados a urbanos, sendo recolhidos pelo colector municipal, para futura

valorização.

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Resíduos Hospitalares

Figuras 12 e 13: Diferentes ecopontos

Grupos de Resíduos Contentores

Grupos I e II Cor preta

Grupo III Cor branca (com indicativo biológico)

Grupo IV Cor vermelha (à exceção dos materiais cortantes e perfurantes que

devem ser colocados em recipientes não perfurantes) Tabela 8: Indicação do acondicionamento dos resíduos.

Grupo III:

Acondicionamento no local de produção em sacos de cor branca, dentro de

recipientes de bancada.

Os sacos brancos, depois de cheios a 2/3 ou sempre que se verifique

necessidade de remoção, devem ser encerrados com atilho ou nó duplo e acondicionados

nos contentores verdes de 60 L ou 30 L.

O contentor verde deve ser forrado com um saco transparente antes da sua

utilização. Este saco transparente deve ficar bem aberto e com uma aba de cerca de 20

cm visível no exterior do contentor.

Depois do contentor verde se encontrar cheio, o saco transparente deve ser

totalmente acondicionado dentro do contentor e a tampa devidamente encerrada com o

auxílio das roscas.

Página 15

Resíduos Hospitalares

Para os laboratórios onde a produção de resíduos do Grupo III é tão reduzida

que não justifica a existência de um contentor verde, podem ser fornecidos recipientes de

bancada, que devem ser forrados com saco de cor branca.

Os sacos, depois de devidamente encerrados com atilho ou nó duplo serão

entregues em local combinado, onde exista um contentor verde comum de 60 L

destinado a estas recolhas. Fonte: http://www.fc.ul.pt/pt/pagina/3964/res%C3%ADduos-hospitalares-de-risco-biol%C3%B3gico

Grupo IV

Os resíduos hospitalares específicos (Grupo IV) são sujeitos a tratamento por

incineração.

Acondicionamento no local de produção em sacos de cor vermelha, dentro

de recipientes de bancada.

Os sacos vermelhos, depois de cheios a 2/3 ou sempre que se verifique

necessidade de remoção, devem ser encerrados com atilho ou nó duplo e acondicionados

nos contentores vermelhos de 60 L ou 30 L.

Figura 15: Contentor verde para resíduos Grupo III Figura 14: Sacos Brancos com símbolo de Risco Biológico

Página 16

Resíduos Hospitalares

O material cortante e perfurante é acondicionado em recipientes específicos

imperfuráveis (amarelos).

Depois de cheios e encerrados, os recipientes são colocados nos contentores

vermelhos de 60 L ou 30 L.

Os fármacos rejeitados são acondicionados no local de produção em frascos

devidamente identificados ou em sacos de cor vermelha, dentro de recipientes de

bancada.

Para os laboratórios onde a produção de resíduos do Grupo IV é tão reduzida

que não justifica a existência de um contentor vermelho, podem ser fornecidos

recipientes de bancada, que devem ser forrados com saco de cor vermelha.

Os sacos, depois de devidamente encerrados com atilho ou nó duplo, serão

entregues em local combinado, onde exista um contentor vermelho comum de 60 L

destinado a estas recolhas.

Os resíduos devem ser entregues juntamente com a respetiva requisição. Fonte: http://www.fc.ul.pt/pt/pagina/3965/res%C3%ADduos-hospitalares-espec%C3%ADficos

Os contentores com resíduos do grupo III e IV devem ser de fácil manuseamento,

resistentes e devem estar bem tapados, no caso de serem,

ainda, de uso múltiplo, deverão ser com características

laváveis e desinfetáveis.

Figura 16: Sacos vermelhos Figura 17: Contentores vermelhos e recipientes imperfuráveis

Página 17

Resíduos Hospitalares

Armazenamento

Cada unidade de saúde deve ter um local específico devidamente sinalizado para

armazenamento dos resíduos dos grupos III e IV, de forma a manter os resíduos do

grupo I e II separados. Este local deve estar interdito a pessoal não autorizado. O

local de armazenamento não deve estar localizado junto a áreas de armazenamento de

alimentos e deve estar separado de áreas de armazenamento de material clínico, de

medicamentos, de consumo e vestuário, no sentido de evitar infeções cruzadas.

Registo

A Portaria nº 178/97, de 11 de Março, que aprovou o mapa anual de registo de

resíduos hospitalares, foi revogada pelo Decreto – Lei nº 178/2006, de 5 de Setembro -

Regulamento Geral de Gestão de Resíduos.

Foi nessa altura substituído pelo SIRER – Sistema Electrónico de Registo Integrado

de Resíduos e mais recentemente novamente substituído pelo Sistema Integrado de Registo

da Agência Portuguesa do Ambiente, vulgarmente chamado de SIRAPA.

O objectivo deste registo é o de haver um organismo que consegue agregar toda a

informação relativa aos resíduos produzidos no território nacional, bem como todas as

entidades que operam neste sector.

Todos os produtores são obrigados a fazer os registos dos resíduos perigosos.

Os Resíduos Hospitalares de grupos III e IV pertencem à classificação de perigosos,

logo fazem parte do processo de registo, mas de acordo com o Manual Gestão de Resíduos

Hospitalares para UCCI de Janeiro de 2011 “Os Serviços deverão manter um registo mensal

de quantitativos de resíduos produzidos, de todas as tipologias (Grupos I, II, III e IV), para

que no final de cada ano, possa aferir de forma fidedigna a quantidade total de resíduos

produzida e facilitar o registo das quantidades anuais na plataforma SIRAPA.

Página 18

Resíduos Hospitalares

Tratamento dos resíduos hospitalares

No caso dos RH os do Grupo III, são alvo de processos de tratamento como a

autoclavagem, desinfecção química ou outros processos de descontaminação, para posterior

deposição em aterro sanitário.

Autoclavagem

“A autoclavagem (desinfecção com calor húmido) é um tratamento bastante usual que

consiste em manter o material contaminado a uma temperatura elevada e em contacto com

vapor de água, durante um período de tempo suficiente para destruir potenciais agentes

patogénicos ou reduzi-los a um nível que não constitua risco.

O processo de autoclavagem inclui ciclos de compressão e de descompressão de

forma a facilitar o contacto entre o vapor e os resíduos.

Os valores usuais de pressão são da ordem dos 3 a 3,5 bar e a temperatura atinge

valores os 135ºC. Este processo tem a vantagem de ser familiar aos técnicos de saúde, que o

utilizam para esterilizar diversos tipos de material hospitalar.”

Vantagens do uso do autoclave:

Baixo custo operacional;

Redução de volume até 20%;

Processo considerado limpo, não necessitando de avaliação de impacte

ambiental.

Desvantagens do uso da autoclave:

Utilização restrita a resíduos de risco biológico;

Produção de efluentes líquidos e gasosos, embora pouco significativa

Fonte: ftp://ftp.fe.up.pt/pub/Demm/.../Despacho%20n.º%20242-96.doc

Página 19

Resíduos Hospitalares

Desinfecção Química

“O tratamento químico consiste numa série de processos em que os resíduos são

envolvidos e/ou injectados com soluções desinfectantes e germicidas, tais como hipoclorito

de sódio, óxido de etileno e formaldeído, embora recentemente estejam a ser desenvolvidos

esforços para utilizar desinfectantes menos poluentes. Os processos podem ser

complementados com uma trituração, prévia ou posterior, e/ou com compactação,

necessitando sempre de tratamento dos efluentes líquidos e gasosos. Este tratamento é

utilizado principalmente na descontaminação de resíduos de laboratórios de microbiologia,

de resíduos com sangue e líquidos orgânicos, assim como de cortantes e perfurantes. “

Fonte: ftp://ftp.fe.up.pt/pub/Demm/.../Despacho%20n.º%20242-96.doc

Microondas

A irradiação por microondas é uma tecnologia mais recente de tratamento de RH e

consiste na desinfecção dos resíduos a uma temperatura elevada (entre 95 e 105ºC), os quais

são triturados antes ou depois desta operação. O aquecimento de todas as superfícies é

assegurado pela criação de uma mistura água-resíduos.

Fonte: ftp://ftp.fe.up.pt/pub/Demm/.../Despacho%20n.º%20242-96.doc

Ionização

A ionização engloba duas formas de tratamento (HOLMES et al., 1993) - a radiação

gama e a radiação de electrões.

A radiação gama faz uso da radiação gerada pelo radioisótopo Cobalto-60 para

descontaminação dos resíduos hospitalares.

A radiação de electrões envolve a utilização de um acelerador linear ou gerador de

raios de electrões, sendo que os microrganismos presentes nos resíduos hospitalares são

destruídos através de dissociação química e da ruptura das paredes celulares.

Página 20

Resíduos Hospitalares

A aplicação desta tecnologia é limitada devido aos elevados custos que comporta, ao

equipamento de protecção dispendioso, aos requisitos de operadores altamente qualificados e

às questões relacionadas com a eliminação da fonte radioactiva (Tavares, 2004). Os resíduos

tratados por estes processos mantêm a sua aparência após o tratamento. Fonte: PERH_2011_2016.pdf

Em relação ao Grupo IV, uma vez que são RH de elevado risco, estes são incinerados. Incineração

O processo tecnológico da Central de Incineração é uma oxidação seca, realizado a

temperaturas elevadas, que transforma combustível (os RH perigosos, orgânicos e

combustíveis) em matéria inorgânica e incombustível, reduzindo significativamente o peso e

volume dos resíduos mas também a sua perigosidade, visto que elimina os agentes

patogénicos e destrói resíduos de medicamentos e outras substâncias químicas. Desta

combustão resultam gases e produtos do respectivo tratamento, assim como cinzas e

escórias.

A incineração dos RH perigosos é efectuada a uma temperatura entre 850 e 950 ºC e

em depressão (50 Kpa). Processo chamado de Pirólise.

Esta câmara é horizontal, estática e possui três patamares de combustão desnivelados,

com empurradores móveis temporizados, assistidos hidraulicamente, que garantem o

deslocamento dos resíduos sólidos durante a sequência do processo até ao extractor

automático de escórias. As escórias são os resíduos de incineração provenientes da câmara de

combustão. Depois de separadas automaticamente pelo extractor de escórias, são arrefecidas

em água, retiradas do cinzeiro por uma cadeia transportadora motorizada e acondicionadas

em contentores. Não sendo um resíduo perigoso, as escórias são depositadas em aterro de

resíduos industriais normais.

Página 21

Resíduos Hospitalares

Sistema de plasma

“Processo tecnológico idêntico ao Incineração, mas é um processo efectuado sem

combustão.É um sistema semelhante ao da incineração mas sem combustão (HOLMES et al.,

1993). Neste processo são utilizados arcos eléctricos e decorre na ausência de oxigénio,

sendo o resíduo transformado em plasma. Para tal, o material tem de estar a baixa pressão e a

elevada temperatura: 7000:C a 12000:C. As temperaturas elevadas conduzem à destruição da

matéria orgânica e não permitem a formação de poluentes atmosféricos. O produto final é um

inerte vitrificado (SEIÇA, 1998).

Actualmente, para além das tecnologias referidas têm surgido outros processos de

tratamento que são aplicados aos resíduos hospitalares.

O tratamento térmico por trituração realiza-se por ciclos numa câmara onde o

resíduo é aquecido por vapor, sendo a descontaminação atingida pelo efeito da trituração com

lâminas rotativas de alta resistência que elevam, por fricção, a temperatura aos 155ºC. No

final do ciclo, o resíduo tratado apresenta-se na forma de granulado seco de 2 a 3 mm de

diâmetro. O equipamento inclui uma torre de arrefecimento da água que sai da câmara, a qual

poderá ser reutilizada no processo.

No tratamento químico com trituração os resíduos são previamente destroçados no

interior do equipamento e posteriormente é adicionado um biocida diluído na água, que entra

em contacto com as componentes dos resíduos, tendo como objectivo retirar a sua carga

microbiológica. O processo permite uma redução de 90% do volume inicial dos resíduos.

A esterilização gasosa consiste na exposição dos resíduos a um gás esterilizante (ex:

óxido de etileno ou formaldeído).

À utilização do óxido de etileno e do formaldeído estão associados vários riscos,

existindo evidência clara de que estes produtos químicos são potenciais cancerígenos. Os

referidos produtos químicos são lentamente libertados dos resíduos após o tratamento,

havendo risco de exposição. Por outro lado, trata-se de uma técnica com elevados custos

associados.

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Resíduos Hospitalares

Estão a surgir no mercado tecnologias inovadoras no tratamento e eliminação de

resíduos, que funcionando in loco, próximas dos locais de produção de resíduos reduzem o

tempo de transporte, de manuseamento e a perigosidade dos resíduos e contribuem para a

diminuição de emissões. Estas tecnologias promovem a redução do volume de resíduos, se

possível, transformando-os logo em matérias-primas.

Um destes processos, para reciclagem de fraldas, passa pela desinfecção e posterior

separação de todos os componentes dos produtos de higiene absorventes, como pasta de

papel, plástico, e SAP (Polímeros Super Absorventes).

Outra tecnologia emergente, consiste num processador de resíduos de plástico e

outros resíduos em geral, com a característica de extrair líquido e compactar numa simples

operação, higienizar o material durante o processo e ser limpo e de fácil uso.” Fonte: PERH_2011_2016.pdf

Transporte e destino final dos resíduos hospitalares

A responsabilidade dos RH é do produtor até ao seu destino final mas, pode fazer

acordos ou protocolos com outras unidades de saúde ou empresas prestadores deste tipo de

serviços, desde que devidamente licenciadas, quando não tiverem capacidade para fazer o

tratamento aos seus próprios resíduos.

Cada grupo de resíduos tem um destino final diferente:

Grupos I e II têm como destino os aterros sanitários ou a sua

valorização;

Os resíduos do grupo III, são submetidos a um processo de

descontaminação seja ele a autoclavagem, desinfecção química ou a

descontaminação e, passado este tratamento serão depositados em aterros sanitários;

Os resíduos do grupo IV, passado o processo de incineração, retiram-

se as escórias e as cinzas para serem depositados em aterros.

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Resíduos Hospitalares

A – Autoclavagem e armazenamento temporário de resíduos do G. IV e de outros resíduos hospitalares perigosos; B – Central de incineração de resíduos hospitalares; C – Armazenamento temporário de resíduos dos G. III e IV e de outros resíduos hospitalares perigosos; D – Reembalagem e armazenamento temporário de resíduos do G. III tratados com germicida e armazenamento temporário de resíduos do G. IV e de outros resíduos hospitalares

Figura 18: Distribuição das unidades de tratamento em Portugal Continental e respectivo tipo de instalação

Figura 19: Previsão do PERH para o tratamento do Grupo III até 2016

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Resíduos Hospitalares

Figura 20: Previsão do PERH para o tratamento do Grupo IV até 2016

Nas unidades hospitalares, deve haver um responsável pela gestão destes resíduos.

Estas devem ter, também, um Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde

(PGRSS). O PGRSS é um documento que irá apontar e descrever as necessárias ao manejo

de resíduos gerados nas instituições de saúde. É da competência de todos os geradores de

resíduos, dos vários serviços de saúde preencher o seu PGRSS.

Quando encaminhadas a empresas de recolha e tratamento de RH, devemos ter em

conta a sua especialização e competência adquirida, tendo em conta a sua capacidade de

resposta ao tratamento de certas quantidades de Resíduos hospitalares.

Empresas, como a SUCH e Valorhospital, a Ambimed, a Biovia, a Tratospital e

Cannon Hygiene, são empresas a laborar nesta área à algum tempo e que são devidamente

licenciadas.

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Resíduos Hospitalares

Conclusão

Com a realização deste trabalho pude constatar que o tema de resíduos hospitalares

é um tema complexo e de melhoria continua. Melhorar no sentido de um correcto

manuseamento por parte dos operadores quando fazem a Triagem, Acondicionamento,

Armazenamento, Transporte, Tratamento e Deposição Final dos Resíduos Hospitalares.

O não tratamento destes resíduos constitui um grave problema de saúde pública e

ambiental.

Neste momento existe uma preocupação para assegurar as condições de segurança

no tratamento dos RH, havendo directamente normas e planos de previsão de melhorias,

por parte da Agência Portuguesa do Ambiente, Direcção Geral de Saúde e pela Direcção

Geral de Veterinária.

Refletindo sobre o papel do engenheiro ambiental neste âmbito, deve este

trabalhar num conjunto integrado de soluções que visam a obtenção dos melhores

resultados na minimização de custos financeiros, ambientais e de saúde pública,

garantindo simultaneamente todas as exigências de segurança e do normativo legal.

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Resíduos Hospitalares

Bibliografia e Webgrafia http://polution_in_almada.blogs.sapo.pt/1541.html http://www.fc.ul.pt/pt/pagina/3964/res%C3%ADduos-hospitalares-de-risco-biol%C3%B3gico http://www.chcbeira.pt/?cix=463&lang=1 http://www.chlp.pt/nos-e-a-comunidade/-/residuos-8/ http://www.netresiduos.com/ResourcesUser/Fluxos_de_residuos/Legislacao/Hospitalares/RH_Circular_DGS_Correspondencias_Codigo_LER.pdf http://estagiovrsa.blogspot.pt/2012/11/gestao-dos-residuos-hospitalares.html http://residuos-hospitalares.dashofer.pt/?s=modulos&v=capitulo&c=5267 http://www.arsalgarve.min-saude.pt/site/images/centrodocs/Manual_Gestao_Residuos_Hospitalares_para_UCCI_%20Jan_2011.pdf http://www.apambiente.pt/_zdata/Politicas/Residuos/Planeamento/PERH/PERH_2011_2016.pdf