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Reservas Marinhas Instituto de Ciências Biomádicas Abel Salazar Licenciatura Ciências do Meio Aquático Políticas e Gestão do Meio Aquático Ana Catarina Reis Junho 2009

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Definição de reservas marinhas (diferente de áreas marinhas protegidas), qual a legislação vigente, quais os organismos responsáveis pela sua monitorização e alguns exemplos de reservas marinhas de sucesso.

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Page 1: Reservas Marinhas

Reservas Marinhas

Instituto de Ciências Biomádicas Abel SalazarLicenciatura Ciências do Meio Aquático

Políticas e Gestão do Meio AquáticoAna Catarina Reis

Junho 2009

Page 2: Reservas Marinhas

Conservação do Meio MarinhoQual o objectivo?

"As actividades comerciais no mar estão a expandir-se rapidamente (...) Já se verifica pesca em mares profundos, bioprospecção,

desenvolvimento de energia e investigação científica a 2000 metros de profundidade ou mais"

Kristina M. Gjerde (União para a Conservação da Natureza)

90% da biomassa do planeta encontra-se nos

oceanos

Mais de 60% do mundo marinho encontra-se em

situação vulnerável

Mais de metade (52 %) das reservas mundiais de

peixes encontram-se em plena exploração

Page 3: Reservas Marinhas

Classificação de Áreas Marinhas Protegidas

Áreas de protecção estrita• Reservas Científicas• Parques Naturais

Zonas de extracção protegidas

• Zonas de pesca e caça controladas

Page 4: Reservas Marinhas

Reservas marinhasO que são?

Definem-se por áreas do oceano que estão completamente protegidas de actividades que incluam a remoção de animais e plantas ou alteração de

habitats, excepto em casos de monitorização científica.Oceano

Áreas marinhas protegidas (0,6%)

Reservas Marinhas (0,01%)

Page 5: Reservas Marinhas

Biomassa

Densidade

Tamanho

Diversidade de espécies

Efeitos das reservas marinhas

Truta coral de 60cm produz 10 vezes mais juvenis que

uma com 40 cm de comprimento

Page 6: Reservas Marinhas

Efeitos: quanto tardam?

Disponibilidada de indivíduos maduros e quantidade de gâmetas produzidos

Taxa de crescimento e idade de maturação das espécies

Ciclo de vida das espécies

Interacções entre espécies

Impactos das actividades humanas antes do estabelecimento das reservas

Impactos continuados e a longo prazo

Capacidade de recuperação do habitat

Nível de protecção da reserva

Page 7: Reservas Marinhas

BenefíciosNas reservas os peixes vivem mais tempo, atingem

tamanhos maiores e produzem mais ovos

Reserva Marinha

Área explorada para pesca

Ocorre um fenómeno de “spillover”, os peixes saem da reserva para procurar novos

habitats

Ganhos para a pesca

Ciência

Educação

Conservação

Turismo

Page 8: Reservas Marinhas

Legislação de âmbito Nacional

Convenção das Nações Unidas sobre os direitos do Mar

Convenção OSPAR

Convenção da Conservação da Biodiversidade (COP 9)

Legislação

Page 9: Reservas Marinhas

Decreto-Lei n.º 19/93 de 23 de JaneiroArtigo 10ºA

Reservas Marinhas

As reservas marinhas têm por objectivo a adopção de medidas dirigidas para a protecção das comunidades e dos habitats marinhos sensíveis, de

forma a assegurar a biodiversidade marinha.

Parques Marinhos

Os parques marinhos têm por objectivo a adopção de medidas que visem a protecção, valorização e uso sustentado dos recursos marinhos, através

da integração harmoniosa dos recursos humanos.

Page 10: Reservas Marinhas

Organismos responsáveis

Comissão directiva

Conselho consultivo

Presidente e dois vogais nomeados pelo Ministro

das Cidades, Ordenamento do Território e Ambiente

•Representa a Área protegida•Dirige os serviços e o pessoal•Fiscaliza as actividades da área•Cobra receita e autoriza despesas

15 elementos, representantes designados por instituições

científicas, especialistas com mérito, representantes de

orgãos locais•Apreciação das actividades desenvolvidas•Eleição do próprio presidente e regulamento interno•Emitem um parecer prévio às autorizações de actividades a desenvolver na Área

Page 11: Reservas Marinhas

Convenção das Nações Unidas sobre os direitos do Mar

Parte V Zona económica exclusiva

Artigo 56ºDireitos, jurisdição e deveres do Estado costeiro na zona económica exclusiva

1 – Na zona económica exclusiva, o Estado costeiro tem:a) Direitos de soberania para fins de exploração e aproveitamento, conservação e gestão dos recursos naturais, vivos ou não vivos, das águas sobrejacentes ao leito do mar, do leito do mar e seu subsolo (...)

b) Jurisdição (...)ii) Investigação científica marinha;iii) Protecção e preservação do meio marinho.

Page 12: Reservas Marinhas

Convenção OSPARInstrumento guia da cooperação internacional na protecção do ambiente

marinho do Atlântico Nordeste.

Comissão OSPAR

Protecção e Conservação da Biodiversidade Marinha e dos Ecossistemas

Criar uma rede de Áreas Marinhas Protegidas

Estratégia

Objectivo

Agência Portuguesa do Ambiente é o

ponto focal nacional da Comissão OSPAR

Page 13: Reservas Marinhas

Convenção da Conservação da Biodiversidade

A 9ª Conferência das Partes (COP 9), decorreu de 19 a 30 de Maio de 2008, em Bona, na Alemanha, sob o lema: “One Nature – One World – Our Future”. Esta Conferência foi a última antes de 2010, ano estabelecido como meta para se reduzir significativamente a

perda da biodiversidade.

Critérios Científicos dos Açores

Para identificação de áreas marinhas ecológica ou biologicamente significativas e

concepção de redes representativas de áreas marinhas protegidas em oceano aberto e

mar profundo

Page 14: Reservas Marinhas

Zoneamento e Gestão das AMPsZonas desenvolvid

as

Goat Island, Reserva Marinha próxima de Leigh, Northland, Nova Zelândia

Page 15: Reservas Marinhas

Zoneamento e Gestão das AMPs

Pesca

Actividades CientíficasLazer

•Utilização múltipla implica uma divisão de poder.

•Educação de todos os usuários deste espaço (compreensão da política ambiental).

Page 16: Reservas Marinhas

DimensionamentoTeoricamente as redes de reservas marinhas

deveriam cobrir cerca de 20-40% de todo o oceano

Limites

As grandes reservas têm uma melhor change de recuperar de uma catástrofe (derrames, furacões, etc.)

Para proteger migradores as reservas devem localizar-se em locais significativos para estes (fontes de alimentação, locais onde estão mais vulneráveis)

Espaço entre reservas

As reservas marinhas devem estar suficientemente perto para permitir que as populações, que abandonem a reserva de origem, se possam estabelecer noutra

Considerações a nível ecológico, também

devemos ter em conta o aspecto socioeconómico

Page 17: Reservas Marinhas

Reservas NaturaisPortugal

Page 18: Reservas Marinhas

Reserva Natural Parcial do GarajauRegião Autónoma da Madeira

Primeira reserva marinha exclusiva criada em Portugal em 1986

Nesta reserva é proíbido fazer caça-submarina e os mergulhadores com escafandro autónomo têm que pagar uma taxa para mergulhar.

O fundo do mar é rochoso até à batimétrica dos 22m, a partir da qual passa a ser composto por areia negra e restos conchas moídas.

Page 19: Reservas Marinhas

Nova ZelândiaReserva marinha de Leigh

Estabelecida em 1975

Nos anos 70 as densas florestas de Kelp estavam a desaparecer devido ao “grazing” por parte dos ouriços.

Causas:Sobrepesca de “Snapper” e Lagosta, predadores naturais dos ouriços-do-mar

Page 20: Reservas Marinhas

Reserva marinha de Leigh

Ouriços

sobrevivem

mais em áreas

exploradas

para a pesca

Page 21: Reservas Marinhas

Podem as reservas marinhas constituir um elemento-chave na conservação da

biodiversidade?

?

Page 22: Reservas Marinhas

Bibliografia•Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar•Convenção OSPAR•Convenção da Conservação da Biodiversidade (COP 9)•http://www.igp.pt/main.php?Id=52&Lingua=PT&Press_Id=453&Pesquisa=•“The Science of Marine Reserves”, PISCO •Callum Roberts, “The role of marine protected areas in sustaining fisheries”, University of York, UK