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1 RESERVA INDÍGENA RAPOSA SERRA DO SOL: uma análise geopolítica preliminar GISLENE DE FÁTIMA ALVES* RESUMO Várias vozes levantaram-se contra ou a favor da demarcação contínua da reserva Raposa Serra do Sol, em Roraima. Que foi homologada, em 15 de abril de 2005, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, dando início ao entrave geopolítico. Na reserva existem grupos indígenas de etnias, culturas e línguas iguais aos indígenas brasileiros, tanto na República Comunitária das Guianas, como na Venezuela. Assim, o objetiva-se analisar se a demarcação contínua da reserva, Raposa Serra do Sol, facilitará a violação do Território Nacional. A apreciação será proporcionada através de compilação de mapas, pesquisas sobre as riquezas minerais, a formação vegetal e do relevo, na reserva em questão, e análise da posição do Centro Brasileiro de Estudos Estratégicos (CEBES). Possibilitando o debate sobre uma possível formação de um espaço internacional, contribuindo para a constituição de um novo Estado Soberano Indígena. Pois, coincidentemente, há grandes reservas minerais nessas terras indígenas (TIs) e atuação de várias Organizações não Governamentais (ONGs), o que pode aumentar os interesses internacionais na Reserva Raposa Serra do Sol e facilitar a violação do Território Nacional. Palavras-Chaves: Raposa Serra do Sol; Estado; Nação; Território; Soberania. ABSTRACT Several voices rose against or in favor of the continuous demarcation of Raposa Serra do Sol in Roraima. Which was approved in April 15, 2005, by President Luiz Inacio Lula da Silva, beginning the geopolitical barrier. In the reserve there are groups of indigenous ethnic groups, cultures and languages equal to indigenous Brazilians, both Community in the Republic of Guyana, and Venezuela. Thus, the objective is to examine whether the continuous demarcation of the reserve, Raposa Serra do Sol, facilitate the violation of the National Territory. The assessment will be offered through the compilation of maps, research on the mineral riches, the vegetation and relief, in the reserve in question, and the position of the Brazilian Center for Strategic Studies (CEBES). Allowing the debate on a possible formation of an international space, contributing to the formation of a new sovereign state Indigenous. Well, coincidentally, there are large reserves of minerals such Indian Lands (TIs) and performance of several nongovernmental organizations (NGOs), which could increase international interests in the Raposa Serra do Sol reservation and facilitate the violation of the National Territory. Key Words: Raposa Serra do Sol, state, nation, territory, sovereignty. *Formada, em 2006, em Geografia pela UFPR, professor do Ensino Fundamental da rede estadual e privada de ensino. Cursando especialização em Geografia e Relações Internacionais na UTP. Endereço eletrônico: [email protected] . Orientador: Prof. Doutor – Sandro Briski

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RESERVA INDÍGENA RAPOSA SERRA DO SOL: uma análise

geopolítica preliminar

GISLENE DE FÁTIMA ALVES*

RESUMO

Várias vozes levantaram-se contra ou a favor da demarcação contínua da reserva Raposa Serra do Sol, em Roraima. Que foi homologada, em 15 de abril de 2005, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, dando início ao entrave geopolítico. Na reserva existem grupos indígenas de etnias, culturas e línguas iguais aos indígenas brasileiros, tanto na República Comunitária das Guianas, como na Venezuela. Assim, o objetiva-se analisar se a demarcação contínua da reserva, Raposa Serra do Sol, facilitará a violação do Território Nacional. A apreciação será proporcionada através de compilação de mapas, pesquisas sobre as riquezas minerais, a formação vegetal e do relevo, na reserva em questão, e análise da posição do Centro Brasileiro de Estudos Estratégicos (CEBES). Possibilitando o debate sobre uma possível formação de um espaço internacional, contribuindo para a constituição de um novo Estado Soberano Indígena. Pois, coincidentemente, há grandes reservas minerais nessas terras indígenas (TIs) e atuação de várias Organizações não Governamentais (ONGs), o que pode aumentar os interesses internacionais na Reserva Raposa Serra do Sol e facilitar a violação do Território Nacional. Palavras-Chaves: Raposa Serra do Sol; Estado; Nação; Território; Soberania.

ABSTRACT

Several voices rose against or in favor of the continuous demarcation of Raposa Serra do Sol in Roraima. Which was approved in April 15, 2005, by President Luiz Inacio Lula da Silva, beginning the geopolitical barrier. In the reserve there are groups of indigenous ethnic groups, cultures and languages equal to indigenous Brazilians, both Community in the Republic of Guyana, and Venezuela. Thus, the objective is to examine whether the continuous demarcation of the reserve, Raposa Serra do Sol, facilitate the violation of the National Territory. The assessment will be offered through the compilation of maps, research on the mineral riches, the vegetation and relief, in the reserve in question, and the position of the Brazilian Center for Strategic Studies (CEBES). Allowing the debate on a possible formation of an international space, contributing to the formation of a new sovereign state Indigenous. Well, coincidentally, there are large reserves of minerals such Indian Lands (TIs) and performance of several nongovernmental organizations (NGOs), which could increase international interests in the Raposa Serra do Sol reservation and facilitate the violation of the National Territory. Key Words: Raposa Serra do Sol, state, nation, territory, sovereignty.

*Formada, em 2006, em Geografia pela UFPR, professor do Ensino Fundamental da rede estadual e

privada de ensino. Cursando especialização em Geografia e Relações Internacionais na UTP.

Endereço eletrônico: [email protected].

Orientador: Prof. Doutor – Sandro Briski

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1 INTRODUÇÃO

No presente trabalho discute-se a problemática sobre a demarcação contínua

da reserva indígena Raposa Serra do Sol, no que se refere à possível facilidade da

violação do Território Nacional.

Este estudo se faz necessário, pois, contribuirá para o conhecimento de

estudantes, de professores e da sociedade brasileira sobre a polêmica que esse tipo de

reserva acarretará.

De modo que a homologação das terras indígenas em área de fronteira

Brasil/Guiana possibilita o debate sobre uma possível formação de um espaço

internacional, contribuindo para a constituição de um novo Estado Soberano Indígena.

Assim, conhecedora de todas essas problemáticas, a nação brasileira poderá

exigir das autoridades competentes explicações e estratégias de proteção ao Território

Nacional.

Muitas vozes levantaram-se a favor ou contra a demarcação contínua da

Reserva Indígena Raposa Serra do Sol. Dentre todas, duas destacam-se: a posição de

Aziz Ab’Saber (2009) favorável e a de Fabiano F. Machado e André Luiz Sarante

(2009), contra a demarcação contínua. Estes dois últimos procuram demonstrar em seu

trabalho “Reserva Indígena Raposa Serra do Sol: uma questão geopolítica” que devido

à formação de fixação, a soberania brasileira pode ser colocada em xeque.

Como se observa nas questões levantadas por Machado e Sarantes (2009),

pois há etnias indígenas iguais, existentes tanto no território brasileiro como na Guiana

e Venezuela. O que poderia levar a fragmentação do Território Nacional, a

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internacionalização da Amazônia, através das transnacionais e ONG(s), que atuam na

reserva. Afetando a Soberania Nacional.

Por sua vez, AB’SABER (2009, p. 165), afirma que o problema com a

demarcação é a falta de planejamento adequado. E em seu trabalho “A região da

Reserva Indígena Raposa/Serra do Sol: prévias para seu entendimento”, procura

demonstrar:

As aplicações e objetivos, das “zonas tampões”, que favorecem, segundo o

autor, a cultura indígena. E levanta, também, a questão: “do atual governador do

Estado de Roraima defender a idéia de uma demarcação descontínua, nunca falando

no fato de que com essa demarcação se pretende consolidar a posse cartorial de terras

da Reserva Indígena” (2009, p. 171).

Mesmo sendo favorável a demarcação contínua e apresentado “modelos”

apropriados de organização da reserva, há pontos em comum entre as ideias, tanto de

AB’SABER como a de Machado e Sarante:

a) A existência de grupos indígenas de etnias, cultura e língua iguais aos

indígenas brasileiros na República Comunitária das Guianas e também na

Venezuela;

b) E a facilidade da violação do Território brasileiro através das rasas colinas

do lavrado.

Assim, analisar-se-á se a demarcação contínua da reserva, em questão,

facilitará a violação do Território Nacional, afetando a Soberania brasileira. Para tanto,

faz-se necessário delimitar a área de ocorrência da Reserva Indígena Raposa Serra do

Sol; analisar a formação vegetal, do relevo e das riquezas minerais; e verificar se a

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capacidade de defesa do Território Nacional será afetada pela demarcação continua da

reserva em área de fronteia.

2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Para realização do trabalho foi necessária a compilação do mapa de

localização da Reserva Indígena Raposa Serra do Sol, através de pesquisa no site do

Instituto Socioambiental (ISA). De pesquisa sobre as riquezas minerais da reserva e do

estado de Roraima, através dos sites do Instituto de Terras e Colonização de Roraima

(ITERAIMA) e no da Fundação Ecoamazônia. Para determinar a formação vegetal e do

relevo da área em questão, pesquisou-se em livros e periódicos. Por meio da

Fundação Nacional do Índio (FUNAI), verificaram-se os grupos indígenas existentes na

Reserva Indígena Raposa Serra do Sol (Venezuela e Guiana). Sobre o narcotráfico, a

pesquisa ocorreu no site ECOAMAZÔNIA; quanto à possibilidade de violação do

Território Nacional a pesquisa ocorreu no site do Centro Brasileiro de Estudos

Estratégicos (CEBRES). E por fim, realizou-se pesquisa documental (“Subsídios a

discussão de um Plano de Desenvolvimento Sustentável para o Estado de Roraima.”) e

em jornais eletrônicos (Brasil de Fato e Fato Real), para levantamento dos agricultores

que tiveram suas terras desapropriadas.

As hipóteses levantadas devido à demarcação contínua da Reserva Raposa

Serra do Sol, foram: se a existência de grupos indígenas, no país vizinho, cujas etnias,

culturas e línguas são iguais aos dos indígenas brasileiros possa trazer a

desagregação do Território Nacional. Que a demarcação na área de fronteira possa

facilitar o “transito” na reserva, ou ainda se o tipo de relevo e vegetação da face oeste

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da reserva pode facilitar a violação do Território Nacional e por fim, levanta-se a

hipótese da constituição geológica local vislumbrar interesses internacionais, nesta

área.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Enfim, constatou-se a existência dos mesmos grupos étnicos indígenas, tanto

no Brasil como nos países vizinhos, fronteiriços (Venezuela e Guiana). Bem como, uma

facilidade de penetração, no Território Nacional, devido às rasas colinas e sopés das

serranias. E as contendas relacionadas a essas terras vêm de longa data, como pode

ser observado no quadro 1.

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QUADRO 1: Processo de reconhecimento oficial da Terra Indígena

Raposa Serra do Sol.

ANO EVENTO 1917 É editada a Lei Estadual n. 941, designando terras para a ocupação e

usufruto dos índios Macuxi e Jaricuna. 1919 É iniciada a demarcação da área, pelo Serviço de Proteção ao Índio

(SPI), invadida por fazendeiros. O trabalho não é finalizado. 1977 A FUNAI estabelece um Grupo de Trabalho (GT) Interministerial para

identificar os limites da Terra Indígena. 1979 É formado um novo GT, porém, sem estudos antropológicos e nem

historiográficos; que propõe uma demarcação provisória de 1,34 milhão de hectares.

1984 Cinco áreas contíguas de reservas são identificadas, totalizando 1,57 milhão de hectares.

1988 Outro GT Interministerial efetiva classificação fundiária e cartorial, não há conclusão.

1992 FUNAI forma pela última vez novos GT(s).

1993 Em 21 de maio, é publicado no Diário Oficial da União o parecer dos GT(s), propondo ao Ministério da Justiça o reconhecimento da extensão contínua de 1,67 milhão de hectares.

1996 Em janeiro, o Decreto 1.775, insere o principio do colidente no procedimento de reconhecimento das terras indígenas, aceitando a disputa por parte dos atingidos.

1996 46 contestações administrativas são apresentadas contra a Raposa Serra do Sol, por não índios e pelo governo de Roraima. Nelson Jobim, ministro da Justiça, assina o Despacho 80, rejeitando os pedidos de contestação.

1998 Renan Calheiros, ministro da Justiça, assina o Despacho 050/98, que revogou o Despacho 080/96, e a Portaria 820/98, que declara a Reserva Indígena Raposa Serra do Sol posse permanente dos povos indígenas.

1999 O governo de Roraima impetra mandado de segurança no Superior Tribunal de Justiça (STJ), com pedido de anulação da Portaria 820/98. E é concedida liminar parcial ao mandado de segurança do governo de Roraima.

2002 O STJ nega pedido do mandado de segurança 6210/99, impetrado pelo governador de Roraima e que solicitava a anulação da Portaria 820/98.

FONTE: ISA, Instituto Socioambiental. Disponível em: WWW.socioambiental.org

Acesso em: 21/01/2010.

A demarcação da terra indígena Raposa Serra do Sol foi finalmente concluída

com sua homologação através do Decreto de 15 de abril de 2005.

Mesmo com as divergentes posições, contra ou a favor, da demarcação

contínua, as informações geográficas sobre a reserva, em questão, são imprescindíveis

e para melhor entendimento pode-se observar as figuras 1 e 2.

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FIGURA 1: Roraima/Raposa Serra do Sol.

Disponível em: WWW.brasildefato.combr

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3. 1 LOCALIZAÇÃO DE RORAIMA.

Extremo Norte do Território brasileiro. Área: 224 298,98 quilômetros quadrados, 4%

Amazônia Legal e 2,6% da superfície do Brasil.

3. 1.1 Limites territoriais.

Norte: Venezuela e República da Guiana.

Sul: Estado do Amazonas.

Leste: República da Guiana e Estado do Pará.

Oeste: Estado do Amazonas e Venezuela.

3. 1. 2 Limites internacionais.

Venezuela – 958 Km; República da Guiana – 964 Km.

3. 1. 3 Limites nacionais.

Amazonas – 1.375 Km; Pará – 160 Km.

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FIGURA 2: Terra indígena Raposa Serra do Sol.

Fonte: Instituo Socioambiental – ISA. 2005.

A reserva Raposa Serra do Sol abrange uma área de 10.700 quilômetros

quadrados; localiza-se no nordeste do Estado de Roraima. O relevo predominante, na

divisa do Brasil com a Venezuela e as Guianas é o Planalto, tem a forma de áreas

serranas descontínuas e constituídas de rochas cristalinas, coberta por cerrado e

floresta. Habitado por grupos étnicos Macuxi, Taurepang, Patamonas, Ingarikó,

Wapixana, tanto no território brasileiro como nos países que se limitam

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internacionalmente com Roraima. As reservas indígenas, em Roraima, abrangem

104.018.00 quilômetros quadrados, conforme o quadro 2.

QUADRO 2: Distribuição das Terras do estado de Roraima

KM2 Ha %

Roraima 224.298,98 22.429.898.0000 100.00

Reserva Indígena FUNAI

104.018,00 10.401.800.0000 46.37

Área de Preservação

IBAMA

18.879,99 1.887.999.0112 8.42

Área do Estado 22.411,80 2.241.180.000 9.99

Área da União 76.242,18 7.624.218.0888 33.99

Área do Exército 2.747,00 274.700.0000 1.22

FONTE: Instituto de Terras e Colonização do Estado de Roraima – ITERAIMA.

Disponível em: WWW.senado.gov.br/.../Ap_20071121 Estrutura Agrária Roraima.

3.2 ECONOMIA DE RORAIMA.

A economia de Roraima está ligada a atividade agrícola e pecuária

(agroindústria), extrativismo, mineração, serviços e a indústria. Roraima representa o

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menor PIB (Produto Interno Bruto) do país, ou seja, a Unidade da Federação que

menos contribui com a produção de riqueza no Brasil, Conforme FREITAS, E. (2004).

3.2.1 Base produtiva do estado de Roraima.

A produtividade do estado está baseada na agricultura, com o cultivo de arroz,

feijão, milho, mandioca e banana; na pecuária bovina, suína e de aves, a qual fica

prejudicada, pois restam, aproximadamente, apenas 6% da área geográfica do Estado

para a atividade econômica; e no extrativismo vegetal e mineral.

Esta última atividade econômica, provavelmente, representa uma grande

riqueza mineral, concentrada na Amazônia Brasileira, porém não há estudos recentes.

Somente os elaborados, entre 1970 e 1980, pelo Projeto RADAMBRASIL (Radar na

Amazônia) e estudos do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM)

juntamente com o Serviço Geológico do Brasil (CPMR).

Os minerais encontrados em Roraima são: ouro, diamantes, cassiterita,

nióbio/tântade, nolibdêneio, titânio, além de índices de minerais radioativos, petróleo e

gás, o que pode ser observado na Figura 3.

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FIGURA 3: Mapa de Minério de Roraima.

FONTE: Blog GPS do Agronegócio.

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3. 3 NARCOTRÁFICO

A apreensão de drogas, pela Polícia Federal, em Roraima, demonstra que o

narcotráfico vem crescendo, na região. E segundo, AGOSTINHO, J. (1993) os fatores

que contribuem para isto, são:

(...)“desativação do garimpo com suas aeronaves ociosas e pistas de pouso estrategicamente localizadas por todo o Estado; localização geográfica de Roraima, a menos de 500 quilômetros das áreas produtoras de cocaína da Colômbia e também a menos de 500 quilômetros do Suriname, atual porta de saída de drogas que demandam `a Europa; ausência até o momento de sistema de vigilância de tráfego aéreo eficiente; mau aparelhamento e número reduzido de agentes da Polícia Federal no Estado; etc.”

O principal embate ao longo de todos esses anos: é criar uma reserva com

área contínua (favorável aos índios e aprovada pela Fundação Nacional do Índio), pois

facilitaria o acesso aos rios, da região, bem como a caça. Por outro lado os rizicultores,

madeireiros, garimpeiros, ou seja, os não índios teriam que deixar a área em questão e

o que dificultaria, com a saída dos rizicultores, o crescimento econômico e a defesa do

território nacional; facilitaria as ações de ONG(s) e a internacionalização da Amazônia.

Já a demarcação em forma de “ilha” permitiria, conforme MACHADO e

SARANTE (2009, p. 2) maior contato com os não-índios e maior integração entre as

populações, facilitando o comércio.

Para melhor entendimento das ideias expostas, se faz necessário desenvolver

alguns conceitos como território, nação, Estado e soberania.

Tendo em vista uma abordagem geopolítica, esta engloba os interesses

relativos aos territórios e as relações de poder, econômico e social que as envolvem.

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Para Magnoli, aput Kj’ellen (1994, p.12):

“A geopolítica, entretanto, não concerne unicamente à soberania dos Estados. Ela concerne aos direitos civis, às liberdades públicas, à vida dos homens e mulheres que residem nos espaços delimitados pelas fronteiras.”

No que tange ao território faz-se necessário explicar que, segundo Souza

(1996, p.2) “território significa uma das dimensões singulares do espaço geográfico, ele

se constitui como base operacional, histórica (...) do processo de globalização.”

Já Azambuja (2001, p. 36) refere-se ao território como “a base física, a porção

do globo por ele ocupada, que serve de limite à sua jurisdição e lhe fornece recursos

materiais”, devendo distingui-lo de povo, nação e Estado.

A abordagem do território por Raffestin merece ênfase, na obra Por uma

geografia do poder, observa-se um caráter político do território e o conceito de espaço

geográfico é compreendido como substrato, um palco, pré-existente ao território.

Segundo Raffestin (1993, p. 143):

“É essencial compreender bem que o espaço é anterior ao território. O território se forma a partir do espaço, é o resultado de uma ação conduzida por um ator sintagmático (ator que realiza um programa) em qualquer nível. Ao se apropriar de um espaço, concreta ou abstratamente (...) o ator “territorializa” o espaço.”

Assim, o território é tratado com uma ênfase político-administrativa, ou seja,

como o território nacional, espaço físico onde se localiza uma nação; em espaço onde

se delimita uma ordem jurídica e política; espaço medido e marcado pela projeção do

trabalho humano com suas linhas, limites e fronteiras.

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Percebe-se que a construção do território revela relações marcadas pelo poder.

Logo, é relevante pontuar uma categoria primordial para o entendimento do território,

que é o poder exercido por pessoas ou grupos sem o qual não se define o território.

Poder e território são enfocados conjuntamente para consolidação do conceito

território.

No que se refere ao Estado, pode-se defini-lo como “a realidade invisível que

se eleva por trás dos espaços assimétricos visíveis no planisfério político,

impropriamente chamados países”, segundo Magnoli (1994, p.10).

Para Filomeno (1997, p.17) o Estado “é um tipo especial de sociedade, sendo

fundamental analisá-lo nos aspectos sociológico, político e jurídico.”

A palavra Estado emana do grego polis (cidade-estado). De polis incide o conceito de

política, que é a ciência de governar a cidade.

E Azambuja (1971, p. 18) explica que o Estado é fundamental a “proteção” das

fronteiras (faixas que constitui uma zona, muitas vezes bastante povoada, onde

habitantes de Estados vizinhos podem desenvolver intenso intercâmbio). Estas

fronteiras marcam o limite territorial onde o Estado-nação exerce a sua soberania.

Dallari (1995, p.43) diz “que a palavra tem origem latina, status, que significa

estar firme, está ligada à sociedade política, aparecendo pela primeira vez em O

príncipe, de Maquiavel, escrito em 1513, logo, uma definição moderna.”

Para Azambuja (2001, p.4) o Estado moderno compreende “uma sociedade à

base territorial, dividida em governantes e governados, e que pretende, nos limites do

território que lhe seja reconhecido, a supremacia sobre todas as demais instituições.”

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O Estado possui o poder adquirido por um estilo hierárquico sobre os indivíduos e as

sociedades independentes dos outros Estados, isto é a soberania.

Etimologicamente falando, o termo soberania decorre de superanus,

supremias, ou super omnia, configurando-se definitivamente através da formação

francesa souverainete’, ou seja, o poder absoluto e perpétuo de uma República.

Para Rousseau (Rousseau apud Oliveira, 2001), a titularidade da soberania do

governante é transferida para o povo, sendo equivalente a instância comum.

A soberania do Estado é considerada sob dois aspectos: interno e externo. A

primeira refere-se ao poder do Estado, segundo Azambuja (2001, p. 50):

“O poder do Estado, nas leis e ordens que edita para todos os indivíduos que habitam seu território e as sociedades formadas por esses indivíduos, predomina sem contraste, não pode ser limitado por nenhum outro poder.”

Já a soberania externa, para o mesmo autor significa: “que nas relações

recíprocas entre os Estados, não há subordinação nem dependência e sim igualdade”

(2001, p. 50).

Para os escritores clássicos a soberania está ligada a nação ou povo, uma vez

que, o termo Estado é de uso recente, juridicamente falando.

Já os escritores modernos abancaram a trocar o termo nação por Estado. E

“nas teorias constitucionais modernas, nação e Estado são a cada momento

empregados como sinônimos” (AZAMBUJA, 2001, p. 68). Logo, o Estado torna-se a

nação politicamente organizada.

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É nesta afirmação que se pauta o presente trabalho, pois se há uma nação

com seu território, em área de fronteira, essa nação poderá se organizar politicamente,

caracterizando um Estado, enfim trazendo entraves a Soberania Nacional.

Pois, a Declaração do Direito dos Povos Indígenas, tornada pública pelas

Organizações das Nações Unidas (ONU) arranha o conceito de Soberania.

3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Segundo, o Centro Brasileiro de Estudos Estratégicos (CEBRES), pode-se

observar alguns aspectos da declaração da ONU sobre o Direito dos Povos Indígenas,

como:

a) O Artigo 3 que concede direito de autodeterminação às “nações unidas”.

b) O Artigo 4 “Os povos indígenas, no exercício de seu direito de livre

determinação, têm direito à autonomia (sic) ou ao autogoverno (sic)... a

reforçar suas instituições políticas, jurídicas, econômicas, sociais, culturais”.

c) O Artigo 9 “Os povos indígenas têm direito a pertencer a uma comunidade

ou nação (sic) indígena”.

d) O Artigo 26 “Os povos indígenas têm direito às terras, território e recursos

que tradicionalmente tenham possuído, ocupado ou utilizado”.

e) O Artigo 30 “Não se desenvolverão atividades militares (sic) nas terras ou

territórios dos povos indígenas, a menos que tenham solicitado”.

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f) O Artigo 34 que, de forma indireta, institui a universalização da nação

indígena...

Percebe-se, com esses artigos a vulnerabilidade da área em questão, pois, é

uma é área muito extensa, com baixa densidade demográfica. Há facilidade de

mobilidade fronteiriça entre os grupos indígenas e não indígenas. E a

existência de grande riqueza mineral, justamente nas TIs, pode vislumbrar

interesses internacionais de ONG(s), que já operam na reserva indígena

Raposa Serra do Sol, e de transnacionais.

As críticas que são levantadas contra a demarcação, de forma contínua, da

reserva são pertinentes, pois, na reserva em questão, há pouca densidade

demográfica, uma vasta extensão fronteiriça (Brasil/Venezuela/Guiana) e com as

mesmas etnias indígenas, relevo que favorece a penetração, grande reserva mineral,

controle limitado do Estado-Nação e atuação de grupos não governamentais

internacionais, como:

• Conselho Indigenista Missionário (CIMI);

• União Nacional para a Conservação da Natureza (UNIC);

• Fundo Mundial para a Natureza (WWF);

• Conselho Indígena de Roraima (CIR).

Assim, conforme MACHADO, F. F.;SARANTE, A. L. (2009, p.8):

“Tais artigos seriam irrelevantes à realidade brasileira se em 2004 o Congresso Nacional não tivesse inserido no texto constitucional, na Emenda 45, o dispositivo que determina que serão equivalentes à emendas constitucionais os tratados internacionais sobre os direitos humanos aprovados na Câmara e no Senado federal. Ou seja, leis e manifestos inferidos em entidade internacionais

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o qual o Brasil faz parte (como as ONU), terão efeitos constitucionais dentro do Estado soberano brasileiro.”

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

No que se refere, a reserva indígena Raposa Serra do Sol, em questão de

defesa nacional é relevante observar:

• A pretensão de a Venezuela em alargar sua fronteira até o rio Essequibo,

na Guiana;

• A existência das mesmas etnias indígenas na região de fronteira

Brasil/Venezuela/Guiana;

• O comprometimento do crescimento econômico de Roraima, sem a

produção de arroz, (na área da reserva essa produção não é afetada pelo

“efeito” sazonal), e o governo do estado, alega que 7% do seu PIB vêm das

plantações de arroz na TI;

• E por fim, a coincidência das Terras Indígenas (TIs) encontrarem-se nas

áreas de jazidas minerais. Como se pode observar na figura 4. Segundo

AGOSTINHO (1993).

FIGURA 4: Roraima: potencial mineral e áreas indígenas.

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FONTE: Organizado por Jaime de Agostinho – 1993

Logo, essas premissas abrem espaço ao crescimento do narcotráfico,

garimpagem ilegal e surgimento de movimentos separatistas, na área em questão.

Pois, como a CEBRES pondera a reserva homologada de forma contínua, dificulta os

mecanismos de defesas do Território Nacional. Facilitando a ação do narcotráfico e a

exploração ilegal dos recursos minerais, coincidentemente localizados, na área da

Reserva Indígena Raposa Serra do Sol. Uma vez que, o acesso a essa área é

facilitado pelo relevo e tipo de vegetação.

Observa-se, ainda, que a demarcação da área indígena de forma contínua ,

sendo que há grupos de mesma nação indígenas em terras brasileiras e nos países

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vizinhos (Venezuela e Guiana), poderá levar a concepção de novos Estados

soberanos.

Assim, faz-se necessário repensar as estratégias de defesa do Território

Nacional, a fim de garantir a manutenção da soberania e do próprio território brasileiro,

já que a homologação da reserva indígena foi realizada de forma contínua.

REFERÊNCIAS

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