resenha do livro - morte e vida de grandes cidades - jane jacobs

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ – UNIVALI CENTRO DE GRADUAÇÃO DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO PLANEJAMENTO URBANO Docentes: Jânio Vicente Rech Luciana Noronha Pereira Discentes: Caroline Ward Blakeney Daniele Cristina Weber Herbst Debora Regina Weber Herbst Leticia Fernanda Fontana Luciana Vanzuita Sayas Rúbia Moura de Ávila RESENHA CRÍTICA MORTE E VIDA DE GRANDES CIDADES Jane Jacobs

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJA UNIVALICENTRO DE GRADUAO DE BALNERIO CAMBORICURSO DE ARQUITETURA E URBANISMOPLANEJAMENTO URBANODocentes:Jnio Vicente RechLuciana Noronha PereiraDiscentes: Caroline Ward BlakeneyDaniele Cristina Weber HerbstDebora Regina Weber HerbstLeticia Fernanda FontanaLuciana Vanzuita SayasRbia Moura de vila

RESENHA CRTICA MORTE E VIDA DE GRANDES CIDADESJane Jacobs

A autora define o livro como uma tentativa de induzir novos princpios no planejamento urbano e na reurbanizao. Para tanto, ela escreve sobre coisas comuns e cotidianas: quais tipos de ruas so seguros e quais no so, porque certos parques so maravilhosos e certos so selvagens, em suma, escreve sobre o funcionamento prtico das cidades, pois esta a nica maneira de saber quais princpios de planejamento conseguem promover a vitalidade socioeconmica nas cidades e quais prticas inviabilizam.Na primeira parte do livro, a autora enfoca principalmente no comportamento social da populao urbana. Essa parte imprescindvel para entender o restante da obra. Nesta parte, a autora fala da importncia da segurana nas caladas e como os usos influenciam para essa segurana. A importncia dos olhos que vigiam a rua, os olhos dos comerciantes, dos moradores, dos visitantes, dos desconhecidos, olhos a todos os horrios, mantendo a rua segura. Porm, se no h atrativos nessa rua, h poucas pessoas circulando, e quanto menos pessoas h nas ruas, menos olhos observam das residncias, e desta forma a rua se torna insegura.A segunda parte aborda principalmente o desempenho econmico das cidades. Neste ponto, a autora destaca que a diversidade fundamental para garantir que as cidades no morram.E, para se obter uma diversidade vivaz nas ruas, distritos e cidades, a autora entende Indispensvel examinar quatro condies simultaneamente (este considerado o ponto mais importante do livro): a) a necessidade de usos principais combinados o distrito precisa atender a mais de uma funo principal para garantir determinado nmero de pessoas nas ruas em qualquer horrio do dia (as pessoas devem sair de casa em horrios diferentes e buscar os lugares por motivos diferentes e precisam ser capazes de utilizar boa parte da infra-estrutura);b) a necessidade de quadras curtas as oportunidades de virar as esquinas devem ser frequentes;c) a necessidade de prdios antigos O distrito deve ter uma combinao de edifcios com idades e estado de conservao variada;d) a necessidade de concentrao determinada densidade fundamental para o florescimento da diversidade. Isso , grande concentrao de pessoas que tenham o propsito de morar na cidade.De acordo com Jacobs, Todas as quatro, associadas, so necessrias para gerar diversidade urbana; a ausncia de qualquer uma delas inutiliza o potencial do distrito.Na terceira parte da obra, a autora aborda as foras de decadncia e de recuperao das cidades. De acordo com ela, a autodestruio inicia com uma combinao diversificada de usos em determinado local da cidade que se torna nitidamente atraente e prspera como um todo. Em virtude do sucesso do lugar, desenvolve-se nessa localidade uma concorrncia acirrada por espao. Os vencedores de espao vo representar apenas uma pequena parcela dos muitos usos que ajudaram a gerar o sucesso conjuntamente.A partir da, a localidade ser abandonada pelas pessoas que a utilizam com fins outros que no os que venceram a concorrncia pois esses fins no existem mais. Tanto visual quanto funcionalmente, o lugar torna-se montono. As ruas s vezes conseguem resistir reproduo dos usos bem-sucedidos, ou ainda recuperar-se voluntariamente depois de uma decadncia e uma estagnao breve. Essas sadas sero possveis se o bairro conseguir manter uma mistura robusta e vigorosa de diversidade. Com isso, possvel concluir que preciso todos os tipos de diversidade, intrincadamente combinados e mutuamente sustentados. Isso se torna necessrio para que a vida urbana funcione adequada e construtivamente.Com relao a maldio das zonas de fronteira desertas, a autora destaca que os usos nicos de grandes propores nas cidades tm entre si uma caracterstica comum: eles formam fronteiras, e zonas de fronteira na cidade, e geralmente criam bairros decadentes.O problema bsico das fronteiras, como vizinhas da cidade, que elas costumam formar becos sem sada para a maioria das pessoas que utilizam as ruas. Para a maioria das pessoas, elas representam, na maioria das vezes, barreiras. Uma maneira de combater os vazios nesses casos dispor de foras contrrias extraordinariamente intensas nas proximidades, vale dizer, a concentrao populacional teria de ser deliberadamente alta e diversificada perto das fronteiras, que as quadras prximas deveriam ser particularmente curtas e que as combinaes de usos principais deveriam ser abundantes.A autora trata tambm da problemtica dos cortios, os quais atuam como crculos viciosos, que, com o tempo, enredam todas as atividades da cidade. Para solucionar o problema dos cortios, preciso encarar seus habitantes como pessoas capazes de compreender seus interesses pessoais e lidar com eles. fcil perceber em quais lugares novos cortios esto se formando espontaneamente hoje em dia e quo montonas, sombrias e uniformes so as ruas em que eles costumam se formar. Os motivos da formao dos cortios e o processo que faz com que se formem mudaram surpreendentemente pouco ao longo das dcadas. No momento em que as zonas de cortios se formam, sua populao pode crescer assustadoramente. Isso, porm, no um sinal de atratividade. Ao contrrio, significa que as moradias esto ficando superlotadas; isso ocorre porque as pessoas com menos opes, foradas a amontoar-se devido pobreza e discriminao, mudam-se para uma rea desprezada. O ponto de partida para a recuperao o cortio ser suficientemente ativo para desfrutar a vida urbana e a segurana das ruas. Na terceira parte da obra, tambm tratado do capital convencional e do capital especulativo.Neste passo, o dinheiro tem o poder de contribuir tanto para a decadncia quanto para a revitalizao das cidades. O capital especulativo despejado em alguma rea de forma concentrada, produzindo mudanas drsticas; em contrapartida, esse capital apenas goteja em localidades no encaradas como prioridade. O tipo de dinheiro que permite capitalizar, aprimorar e suplementar o que existe o capital convencional. No entanto, esse recurso indispensvel est em falta. muito fcil atribuir a decadncia do trnsito, aos imigrantes, aos caprichos da classe mdia. Os motivos da decadncia das cidades so mais profundos e complexos. O dinheiro pode ser usado nas obras urbanas como um instrumento de recuperao, passando de um instrumento que financia alteraes drsticas a um instrumento que financia mudanas contnuas, graduais, complexas e mais suaves.A autora inicia a parte quatro da obra abordando a subveno de moradias.As tticas para subveno de moradias, a resposta aceitvel para isso era a que se precisa para atender ao segmento da populao que no pode ser abrigado pela iniciativa privada. As moradias subsidiadas devem incorporar e demonstrar os princpios da boa moradia e do bom urbanismo. Porm, est uma resposta terrvel e equivocada. Na vida real, as necessidades podem ser supridas pela iniciativa privada sim, e a peculiaridade simplesmente que as pessoas no podem pagar por tais. Precisa-se de metas como esta para recuperar os cortios e manter a diversidade populacional, tambm, nos lugares em que no h mais cortios. As metas precisam ter tticas prprias e inteiramente diferentes das j existentes. Em relao eroso das cidades ou reduo dos automveis, a Autora destaca que, nos dias atuais, as artrias virias, juntamente com estacionamentos, postos de gasolina, drive-ins, so instrumentos de destruio urbana poderosos e persistentes e o culpado por isso so os automveis. Com isso, os urbanistas no conseguem pensar em outra coisa que no projetos de renovao para solucionar congestionamentos. O Problema que est por trs disse a considerao de pedestres, e tambm por trs das dificuldades do transito urbano, como reduzir o nmero de veculos nas ruas e fazer com que o restante seja mais eficaz.A dependncia excessiva dos automveis particulares e a concentrao urbana de usos so incompatveis. Um ou outro tem que ceder. Dependendo, do qual tem mais sucesso, ocorrer eroso das cidades pelos os automveis ou reduo dos automveis pelas cidades. No entanto, a seletividade, que deveria integrar uma estratgia bem-sucedida de presso sobre os veculos, onde quer que a disputa entre eles a justifique, significa muito pouco isoladamente. Ela s ter significao se fizer parte de uma estratgia ampla de reduzir o nmero total de veculos nas cidades.Outro ponto abordado pela autora diz respeito a ordem visual: limitaes e potencialidades. Para ela, a arte necessria tanto na organizao das cidades quanto em outras esferas da vida, para ajudar a explicar a vida para as pessoas, esclarecer a interao entre a vida de cada um.No entanto, embora arte e vida estejam ligadas, a autora observa que elas no so a mesma coisa. A confuso sobre elas , em parte, a razo de as iniciativas do planejamento urbano ser to decepcionantes. importante desfazer essa confuso para obter melhores tticas e estratgias de desenho urbano. A estrutura real das cidades consiste na combinao de usos, de modo que se aproxima de seus segredos estruturais quando se lida com as condies que geram a diversidade. As variadas tticas de obteno de uma ordem visual urbana dizem respeito a detalhes das cidades, os quais se entrelaam numa estrutura urbana de usos cuja trama seja o mais contnuo e fechado possvel. Mas a nfase nos detalhes fundamental que se complementem e se sustentam mutuamente.Na sequncia, a autora aborda o tema projetos de revitalizao. Segundo ela, os princpios fundamentais de revitalizao do prprio terreno do conjunto e de suas fronteiras que precisam ser reintegradas ao distrito so os mesmos que os princpios do auxlio a qualquer rea urbana de baixa vitalidade. Deste tema, extrai-se que os planejadores precisam diagnosticar que condies capazes de gerar diversidade esto faltando. Os projetos mais urgentes so os conjuntos habitacionais de baixa renda, so perigosos, degradantes e instveis. Esses projetos precisam ser recuperados, fazendo com que os seus moradores neles permaneam por livre escolha. Devem ser seguros e viveis para vida urbana. Precisam entre outras coisas, de personagens pblicas informais, espaos pblicos vivos, bem vigiados e usados, ou seja, precisam ser sadios.O nvel do piso tem que ser junto das ruas, tendo o pavimento praticamente desobstrudo e vazio. Acima prdios de apartamentos. Novos usos e novas ruas, quadras pequenas e reas verdes de lazer. O planejamento para a vitalidade deve visar recuperao de cortios, criando condies para convencer uma grande porcentagem dos moradores, sejam quais forem, a permanecer por livre escolha, de modo que a diversidade de pessoas aumente sempre, mantendo os j residentes e os novos. Precisa-se transformar a autodestruio da diversidade e outros usos indiscriminados do dinheiro em foras construtivas, impedindo, por um lado, que haja possibilidade de degradao e, por outro, estimulando um bom ambiente econmico para os projetos pessoais numa rea mais ampla da cidade. Deve-se combater as zonas de fronteiras desertas e propiciar uma interao contnua com a vizinhana mantendo a segurana dos espaos pblicos. Por fim, a autora leciona que as cidades no apresentam um problema de complexidade organizada que, se compreendido, a explicao de tudo. Elas podem ser analisadas sob vrios desses problemas ou segmentos que, esto inter-relacionados.De acordo com ela, as variveis so diversas, mas no so desordenadas; tornou-se possvel criar mapas de planos diretores para a cidade esttica, e as pessoas levam mais a srio, pois se acredita que os mapas e a realidade esto necessariamente relacionados ou, se no estiverem, pode-se fazer com que estejam mudando a realidade. 3