resenha do filme as duas faces da lei
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA
CAMPUS CACOAL
TIAGO ARAUJO SILVA
RESENHA DO FILME “AS DUAS FACES DA LEI
CACOAL/RO
2012
TIAGO ARAUJO SILVA
RESENHA DO FILME “AS DUAS FACES DA LEI
Resenha apresentada à disciplina Filosofia Geral, ministrada pela professora Edilene Tavares Pessoa Santiago, para obtenção de parcial de nota no curso de graduação em Direito, da Universidade Federal de Rondônia – UNIR.
CACOAL/ RO
2012
RESENHA DO FILME “AS DUAS FACES DA LEI”
(TÍTULO ORIGINAL: “RIGHTEOUS KILL”, ANO: 2008, DIRETOR:
JON AVNET)
Dois condecorados detetives do Departamento de Polícia de Nova York,
David Fisk (Al Pacino) e Thomas Cowan (Robert De Niro), demonstram certa
insatisfação com as falhas do sistema jurídico, ao descobrirem que alguns
inocentados são de fato os autores dos crimes que lhes acusaram.
O detetive Thomas Cowan passa a ser o principal suspeito de uma série de
assassinatos, os quais representam uma forma de justiça paralela, ao mesmo tempo
em que o detetive David Fisk é visto como seu único cúmplice.
Duas questões podem ser analisadas sobre o filme dirigido por Jon Avnet. A
primeira é a de um personagem que, ao se deparar com situações onde a justiça do
Estado se demonstra ineficiente ao julgar (ou ao menos conhecer) praticantes de
crimes hediondos, decide fazer sua própria justiça, transformando-se num serial
killer de criminosos. A partir de então, este “justiceiro” não só faz seu próprio
julgamento acerca dos considerados por ele criminosos, como também executa suas
próprias punições, assassinando-os ou incriminando-os através de falsas provas
alocadas, afim de que os mesmos recebam penas maiores pelo Estado por crimes
que não cometeram para compensar os outros crimes que erradamente foram
inocentados.
Neste contexto, com um sistema jurídico falho, o autor nos leva a refletir sobre
os valores éticos e morais relacionados com a aceitação ou realização de justiça por
conta própria, onde um indivíduo ou grupo assume os poderes do Estado de julgar e
executar, colocando em dúvida a validade e confiabilidade de uma justiça paralela.
A todo o momento o filme nos leva a crer que o serial killer justiceiro trata-se
do policial Thomas Cowan (Robert De Niro), que realiza sua própria justiça
inconformado com a justiça comum a todos.
No entanto, com o desenrolar da trama, descobre-se que o justiceiro é na
realidade o policial David Fisk (Al Pacino), parceiro de Thomas. David até então
aparentava ser apenas cúmplice, e não propriamente o assassino em série.
Esta mudança repentina proposital representa não somente o elemento
surpresa da trama deste filme, mas também o segundo objeto de análise. O
julgamento precipitado de um fato pode nos levar a resultados que não condizem
com a realidade, ou seja, na prática de uma justiça paralela, ou justiça com as
próprias mãos, corre-se o risco de errar, causando mais injustiças e danos
irreparáveis.
Podemos concluir então que os dilemas apresentados pelo autor do filme
dizem respeito primeiramente ao sentimento de justiça paralela, e
conseqüentemente, a inconsistência e subjetividade deste método e os possíveis
danos a serem causados pela sua prática.
Tiago Araujo Silva é acadêmico do curso de Direito da Universidade Federal
de Rondônia – UNIR – campus Cacoal.