resenha de filosofia da caixa preta

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  • 8/17/2019 Resenha de Filosofia Da Caixa Preta

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    Resenha de “Filosofa da Caixa Preta”, de Vilém Flusser

    Igor Gaviole

    Neste livro o autor traça um paralelo entre a ação do fotógrafo e o funcionamento dasociedade pós-industrial, convocando a urgência de uma loso a da fotogra a. Elafala de um período no início da d cada de !" em #ue a ind$stria fotogr% ca &aviaintrodu'ido, recentemente, inovaç(es tecnológicas, nas #uais microprocessadorespassaram a permitir a automati'ação do funcionamento das c)meras fotogr% cas.

    *lusser sugere #ue com o advento da imprensa e da escola o+rigatória, se constituiuuma cultura ocidental fragmentada em três ramos o pensamento conceitual

    &erm tico , inacessível ao senso comum/ o pensamento conceitual +arato ,consumido pelo proletariado/ e a imaginação marginali'ada pela sociedade,constituída pelas imagens reunidas em museus e e0posiç(es. 1 função da imagem

    t cnica reuni car essa cultura, reintrodu'indo as imagens no cotidiano, tornandoimagin%veis os te0tos &erm ticos e tornando visível a magia so+ os te0tos +aratos.Entretanto, para *lusser, as imagens t cnicas têm falseado o con&ecimento cientí co2&erm tico3, su+stituído as imagens tradicionais ao inv s de reintrodu'i-las/ e nãotornado visível a magia su+liminar dos te0tos +aratos, su+stituindo-a por outra. 4o5e,tudo tende a se tornar imagem t cnica o ato cientí co, artístico e político eterni'a-sepela fotogra a ou o lme.

    6ara pensar essa transição no universo da fotogra a o autor fala de instrumentos,próprios de um terreno industrial, #ue servem para simular prolongaç(es de órgãos docorpo e para o tra+al&o, mas di' #ue os aparel&os, como o+5etos pós-industriais, nãotra+al&am. 7s produtos dos aparel&os não servem para serem consumidos comoprodutos puramente industriais, mas para informarem. 7 fotógrafo não se interessapelo aspecto instrumental do aparel&o, mas sim pelo seu aspecto +rin#uedo. Ele ageem prol do esgotamento do programa e em prol da reali'ação do universo fotogr% co.Esforça-se por desco+rir potencialidades ignoradas. 8rinca com o aparel&o.

    9e o fotógrafo não o+tiver con&ecimento do interior da cai0a preta ir% simplesmenteservir ao programa, ou se5a, ser% um funcion%rio. Ele deve encontrar-se no interior doaparel&o, ser parte dele, des+ravar suas potencialidades. 1 pretidão da cai0a seudesa o, por#ue, em+ora se perca, pode conseguir, curiosamente, domin%-la. 7

    aparel&o então funcionar% em função da sua intenção. :as ele só pode fotografar ofotograf%vel , o #ue est% inscrito no aparel&o, não podendo fotografar processos.

    Entretanto, recorre a crit rios al&eios ao aparel&o est ticos, políticos,epistemológicos, manipulando seu output. Isso se d% pelo gesto t cnico, #ue o+riga ofotógrafo a transcodi car sua intenção em conceitos, codi cados em imagens. ;ogo,fotogra a um ato conceitual, por#ue t cnico/ imagem de conceitotranscodi cado em cena. 7 motivo do fotógrafo reali'ar cenas 5amais vistas,

    informativas .

    *lusser de ne o gesto de fotografar como um gesto caçador , onde aparel&o efotógrafo são uma unidade. 6ara ele, o fotógrafo contesta as intenç(es de sua cultura/logo, decifrar fotogra as pressup(e decifrar condiç(es culturais dri+ladas, #ue nãoestão na superfície da imagem.

  • 8/17/2019 Resenha de Filosofia Da Caixa Preta

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    6or m, o autor termina seu livro levantando uma #uestão se tudo determinado ,onde &% espaço para a li+erdade< E assim conclui #ue uma loso a da fotogra aserviria como agente li+ertador do &omem de um mundo programado, no #ual seencontra preso a regras e o+rigaç(es, permitindo #ue o fotógrafo possa #ue+rar oaparel&o , #uer di'er, su+verter o sistema para criar novas linguagens.