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RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS: ÓLEO SATURADO DE FRITURAS – O QUE

FAZER?

Autor: Leonira Maria Ferreira Marques1

Orientadora: Mariana Aparecida Bologna Soares de Andrade2

Resumo

Para realizar com sucesso as ações ambientais é fundamental a participação de órgãos importantes, a escola é o espaço mais preparado para realizar essa intervenção, através de ações articuladas de educação ambiental, conduzindo os alunos às práticas e costumes de forma crítica sobre meio ambiente. Com isso, o objetivo deste artigo foi o de compreender a importância da coleta dos resíduos sólidos na Comunidade, visando melhorar as condições de saúde das famílias grandesrienses, reconhecendo que educação ambiental é um bem coletivo de toda a população urbana e rural de ordem pública, política e social. Para tanto, foi necessário reconhecer os hábitos de vida das famílias que levam a produção dos resíduos sólidos e semi-sólidos domésticos; desenvolver um trabalho com os alunos visando o conhecimento e o processo de reutilização desses resíduos; promover a percepção sobre os resultados dos resíduos no ambiente e como reutilizá-los. Conclui-se assim que, durante a realização do projeto, valorizou-se o sentido da parceria, cooperação e integração para a problemática do óleo saturado de frituras, promovendo o incentivo da necessidade organizacional dos elementos envolvidos, desenvolvendo o sentido investigatório das realizações modificadas, bem como prover as ações de interesses ambientais.

Palavras-chave: Ciências. Ambiente. Óleo Saturado. Resíduos Sólidos. Reciclagem.

1 Introdução

Mediante a uma causa de impacto ambiental e social, torna-se necessário

providências no sentido de amenizar os impactos na natureza e, consequentemente,

de todos que a habitam. A problemática dos rejeitos lançados no ambiente pode ser

contornada com o reaproveitamento dos resíduos3 sólidos (óleo de frituras).

Para realizar com sucesso as ações ambientais é fundamental a participação

de órgãos importantes, a escola é o espaço mais preparado para realizar essa

1 Graduada em Ciências, Professora do Colégio comendador Geremias Lunardelli – Ensino

Fundamental e Médio. 2Pós Graduação, Graduação, IES, disciplina ou cargo que ocupa...

3Resíduo pode ser considerado qualquer material que sobra após uma ação ou processo produtivo.

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intervenção, através de ações articuladas de educação ambiental, conduzindo os

alunos às práticas e costumes de forma crítica sobre meio ambiente.

[...] Os problemas ambientais, suas origens e formas de intervenção em sua solução ou prevenção, se encontram articulados com os conteúdos e práticas escolares cotidianas; no reconhecimento desses problemas haja a participação dos alunos, a partir de seus pontos de vista e valorações; na decisão sobre as medidas a adotar para participar, os alunos, assim como os pais, tenham a oportunidade de expressar suas próprias prioridades e elas sejam levadas em conta. (ALBA; GAUDIANO, 1997, p. 25).

Neste contexto, é possível trabalhar este projeto, pois há uma necessidade

de realizar, visando melhorar o conceito crítico dos alunos e por estar dentro das

normas da Educação Ambiental.

O problema de resíduos sólidos tornou-se uma questão de ordem social,

política e de saúde pública no mundo todo, e em especial no Brasil, com o processo

da industrialização e a produção dos rejeitos sólidos produzidos e colocados em

espaços inadequados.

Com o agravamento da questão de saneamento básico, nas pequenas e

grandes cidades, motivadas pela falta de esgotos, má coleta do lixo, falta de

gerenciamento no reaproveitamento dos rejeitos, todo o volume da produção é

lançado nos lixões, aterros sanitários e, às vezes, colocado a céu aberto ou nas

instalações sanitárias das residências (banheiros e pias).

O problema de resíduos nas cidades é que com o processo de

industrialização e com a crescente concentração da população urbana e o incentivo

ao consumo como características básicas da sociedade moderna os problemas

sociais e ambientais e de saúde pública se agravam.

Os resíduos sólidos urbanos devem ser compreendidos como um problema

de saúde pública e que as consequências de seu manejo e disposição inadequados

acabam refletindo direta ou indiretamente na saúde da população (SISINNO, 2002).

À medida que compreendermos que o problema não se resolverá apenas

com novas tecnologias reconhece a importância de trabalharmos por uma nova

mentalidade, que produza atitudes diferentes, que eduque, modifique hábitos,

através de um trabalho processual em que as pessoas possam ir além das ações,

transformando velhos paradigmas criando uma forma mais responsável de

relacionar com o meio ambiente (TORRES, 2003).

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Os alunos vêem o problema dos resíduos como um baixo nível de

prioridade, entretanto, podem iniciar atividades de reciclagem ou coleta de resíduos

como propostos de educação ambiental para que os alunos assumam novas

atitudes e mudanças de hábitos de consumo.

A escola mediante as práticas de ensino, priorizando a pesquisa consciente

do educando, aliando conhecimentos com os princípios éticos de coletividade

humana, buscando enfatizar que a natureza e o homem são parceiros na busca do

bem comum; preservar a natureza é construir um marco da ciência para o bem de

todos.

[...] “A escola pode gerar conscientização, pois é o espaço das práticas morais, práticas essas que contribuem para o desenvolvimento e a aquisição de cursos de acontecimentos valiosos, capacidades morais, virtudes, conceitos de valor e idéias éticas, sentido de pertinência à coletividade e a identidade pessoal” (PUIG, 2004, p.83).

Para tanto, considera-se necessário reconhecer os hábitos de vida das

famílias que levam a produção dos resíduos sólidos e semi-sólidos domésticos;

desenvolver um trabalho com os alunos visando o conhecimento e o processo de

reutilização desses resíduos; promover a percepção sobre os resultados dos

resíduos no ambiente e como reutilizá-los.

Com isso, o objetivo deste artigo foi o de compreender a importância da

coleta dos resíduos sólidos na Comunidade, visando melhorar as condições de

saúde das famílias de Grandes Rios, reconhecendo que educação ambiental é um

bem coletivo de toda a população urbana e rural.

1.1. CIÊNCIAS

Segundo Krasilchik (1987), “o Encaminhamento Metodológico para o Ensino

de Ciências propõe uma prática pedagógica que leve à integração dos conceitos

científicos e valorize o pluralismo metodológico”. É necessário superar práticas

pedagógicas, centradas num único método.

A realização de projetos que visam o desenvolvimento de atividades de

Educação Ambiental é: promover no aluno e comunidade uma formação de

conscientização ambiental como proposta de cidadania e proteção à vida.

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Segundo Torres (2008, p. 563), é necessário avaliar até que ponto a nossa

geração tem direito de se apropriar das reservas de recursos, comprometendo a

qualidade de vida e até mesmo a possibilidade de sobrevivência de gerações

futuras.

[...] Não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino. Esses fazeres se encontram um no corpo do outro. Enquanto ensino continuo buscando, reprocurando. Ensino porque busco, porque indaguei, porque indago e me indago. Pesquiso para constatar, constatando intervenho, intervindo educo e me educo. Pesquiso para conhecer o que ainda não conheço e comunicar ou anunciar a novidade (FREIRE, Paulo. 1996. p. 29).

A pesquisa, a leitura científica, a atividade experimental, atividades em grupo

- no caso deste trabalho, atividades que enfoquem a reutilização de óleos saturados

de frituras - visam à integração dos conceitos científicos e valorize os vários métodos

que os alunos adquirem a aprendizagem e melhore as atitudes em relação ao meio.

Para contextualizar o Encaminhamento Metodológico no Ensino de Ciências

é necessário ações compartilhada de toda a equipe de ensino, na busca incessante

de saberes de ciência socialmente construídos em benefício dos excluídos nos

diversos rumos que leva o educando em aprender, entre outros os tópicos que os

conduzam ao censo crítico no tema ao espaço natural e as consequências que o

homem pode causar no seu habitat, visando melhorar as condições ambientais, no

uso de princípios básicos de saneamento, reciclagem, preservação natural e

práticas à consciência no uso racional das riquezas naturais capaz de gerar a

exploração do meio ambiente sustentável, na área rural e urbanas, das pequenas,

médias e grandes cidades.

[...] Ensinar exige respeito aos saberes do educando. Por isso mesmo pensar certo coloca o professor ou mais amplamente, à escola, o dever de não só respeitar os saberes com que o educando, sobretudo os das classes populares, chegam a ela saberes socialmente construídos na prática comunitária – mas também, como há mais de trinta anos venho sugerindo, discutir com os alunos a razão de ser de alguns desses saberes em relação com o ensino dos conteúdos. Por que não aproveitar a experiência que tem os alunos de viver em áreas da cidade descuidadas pelo poder público para discutir, por exemplo, a poluição dos riachos e córregos e baixos níveis de bem estar das populações, os lixões e os riscos que oferecem à saúde das gentes. Por que não há lixões no coração dos bairros ricos e mesmo puramente remediados dos centros urbanos? (FREIRE, 1996, p.30).

Quando nos referimos à educação ambiental, situa-se em contexto mais

amplo, o da educação para a cidadania, configurando-a como elemento

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determinante para a consolidação de sujeitos cidadão [...] O principal eixo de

atuação da educação ambiental deve buscar, acima de tudo, a solidariedade, a

igualdade e o respeito à diferença através de formas democráticas de atuação

baseadas em práticas interativas e dialógicas (JACOVI, 2003, p. 197).

1.2 Educação Ambiental

A partir da década de 1940, os ambientalistas produziram obras importantes

sob o enfoque da ruptura do equilíbrio natural. O relatório “Limites do Crescimento”,

publicado de 1972, teve o mérito de conscientizar a sociedade sobre os limites da

exploração do planeta (TOMAZELLO, 2001, p. 200).

Até os meados de 1950, em todo o Brasil, muito pouco foi feito em defesa da

natureza, muito embora os ambientalistas e órgãos no mundo todo já aclamavam

por melhores cuidados com os bens naturais.

Em 1960, cientistas preocupados com as mudanças climáticas reuniram em

Roma, na Itália. Este encontro de ambientalistas do mundo todo ficou conhecido

como “Clube de Roma”. Os ambientalistas alertaram os povos sobre uma forma

racional e sustentável de exploração do planeta.

Nos anos 50-60, o meio ambiente era utilizado como expediente pedagógico que possibilitava o envolvimento ativo dos alunos. Já na década de 70, com o reconhecimento da importância da ecologia, a educação ambiental passou a ser ensinada junto com as outras ciências naturais. Mais tarde, no final dos anos 70, com o descobrimento dos riscos ambientais, com os desastres ecológicos, noções sobre a importância dos recursos naturais e os prejuízos causados pela poluição foram introduzidas nos livros didáticos (MAYER, 1998, Apud, TOMAZELLO, 1999).

No Brasil a educação ambiental começou com envolvimento dos alunos nas

décadas de 50-60, com aplicação nas escolas do tema Ecologia, marcando

historicamente a nova fase das questões ambientais no país. Tais mudanças

ocorreram na década de 1970, e passou a ser objeto de ensino junto com outras

ciências naturais.

No início da década de 1980, com os riscos ambientais eminentes, a mídia

denunciando os desastres ecológicos causados pelo descaso do homem com os

bens naturais, esses assuntos foram incorporados as temáticas de livros de ciências

e biologia em países da Europa e Estados Unidos.

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No Brasil, esse processo só entrou em pauta como uma questão de notável

importância a partir da 2ª Conferência Mundial sobre o meio ambiente, realizada no

Rio de Janeiro em 1992, onde mais de 150 países, realizaram debates, que

culminou com a 1ª Carta de Intenção sobre o meio ambiente: a ECO-92, e levou o

país a uma mobilização nacional criando a Agenda 21, como uma estratégia para

garantir a sobrevivência do Brasil e dos povos no mundo inteiro para o século XXI, a

partir das intenções, surge no país de norte a sul um novo paradigma: a preservação

ambiental, a melhoria da qualidade da natureza, visando de forma sustentável a vida

na Terra, as dimensões sociais, a preservação racional e todo manejo dos recursos

naturais (TOMAZELLO, 1999).

[...] Após a Conferência de Estocolmo (Suécia) sobre Meio Ambiente, em 1972, as nações começaram a estruturar seus órgãos ambientais e estabelecer suas legislações, visando o controle da poluição ambiental e, na década de 80, os resíduos perigosos passaram a ocupar lugar de destaque nas discussões sobre contaminação ambiental com o propósito de se garantir a qualidade de vida, o bem estar da comunidade (TOMAZELLO, 1999, p. 200).

Para tanto, o primeiro passo em benefício do meio ambiente no Brasil, foi

através da Educação, às escolas de todo o país se mobilizaram no sentido de levar

o tema para dentro do processo das Diretrizes da Educação, na esfera do Ensino

Fundamental. Já no final do século XX, o tema já havia contagiado milhares de

escolas e alunos, todos tiveram acesso à aprendizagem de Educação Ambiental,

através de Temas Transversais – Educação Ambiental o projeto sobre a

preservação ambiental tornou-se realidade em nosso país (RIPPLINGER, 2009).

Segundo Tomazello (1999), na última década, a educação ambiental tem

experimentado, no Brasil, um grande crescimento. Recentemente na era do Meio

Ambiente foi incluída como um dos temas transversais nos Parâmetros Curriculares

Nacionais-PCN, centrando-se o trabalho pedagógico, “no desenvolvimento de

atitudes e posturas éticas e, no domínio de procedimentos, mais do que na

aprendizagem de conceitos” (PCN, 1998, p. 201).

Ainda que de forma incipiente, muitos professores têm dedicado parte e seu

trabalho em sala de aula às questões ambientais, isso sem contar as inúmeras

iniciativas nesta área tomadas por organizações não governamentais, centros

comunitários, empresas, mídia, dentre outros.

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Quando um pesquisador, interessado pelas questões ambientais, consulta

um acervo em busca de novo conhecimento, logo vê que o meio ambiente pode ser

considerado como tema novo, pois são valores indispensáveis aos cidadãos.

Desse modo, no Brasil e em diversos países do mundo, houve um destaque

na criação de áreas de preservação ambiental; às vezes como forma de

embelezamento de uma área, sem confrontar o contexto da importância da

preservação com fins de combinar a vida natural em benefício humano e a

sustentabilidade da biosfera.

[...] a educação ambiental na escola ou fora dela continuará a ser uma concepção radical de educação, não porque prefere ser a tendência rebelde do pensamento educacional contemporâneo, mas sim porque nossa época e nossa herança histórica e ecológica exigem alternativas radicais, justas e pacíficas (REIGOTA, 1998, p. 43).

Faz-se necessário, neste início de século, assegurar uma educação

ambiental capaz de promover o bem estar coletivo da humanidade com propostas

coerentes, contemplando os valores da natureza priorizando as questões

ambientais, favoráveis para um mundo em constantes transformações, que a busca

do homem moderno pelo lucro financeiro, não lhes acabe com a consciência de

preservação racional em favor de si mesmo, da Natureza e de toda humanidade.

1.3 Resíduos Sólidos e Reciclagem

Considerada um dos setores do saneamento básico, a gestão dos resíduos

sólidos não tem merecido a atenção necessária por parte do poder público. Com

isso, compromete-se cada vez mais a já combalida saúde da população, bem como

degradam-se os recursos naturais, especialmente o solo e os recursos hídricos

(RESOL, 2012).

A Associação Brasileira de Normas e Técnicas (ABNT) define resíduos

sólidos como os “resíduos no estado sólido e semissólido que resultam de atividade

da comunidade de origem: industrial, domiciliar, hospitalar, comercial, agrícola e

serviços de varrição (ABNT, 1987, p.1).

Os resíduos sólidos são materiais heterogêneos (inertes, minerais e orgânicos), resultantes das atividades humanas e da natureza, os quais podem ser parcialmente utilizados, gerando entre outros aspectos, proteção à saúde pública e economia de recursos naturais. Os resíduos sólidos

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constituem problemas sanitários, econômico e principalmente estético (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 1999, p. 203).

As informações a seguir auxiliarão na distinção e definição da situação local

dos resíduos sólidos, segundo Brasil (2012):

a) Resíduos Sólidos Domiciliares: corresponde aos resíduos originários

de atividades domésticas em residências urbanas;

b) Resíduos de Limpeza Pública: dizem respeito à varrição, capina, podas

e atividades correlatas; limpeza, de escadarias, monumentos, etc.;

c) Resíduos da Construção Civil e Demolição: predominam materiais

trituráveis como restos de alvenarias, argamassas, concreto e asfalto,

além do solo;

d) Resíduos Volumosos: móveis e utensílios domésticos inservíveis,

grandes embalagens, podas e outros resíduos de origem não industrial e

não coletados pelo sistema de recolhimento domiciliar convencional;

e) Resíduos dos Serviços de Saúde: potencialmente infectante; químicos;

rejeitos radioativos; resíduos comuns; e perfuro cortantes;

f) Resíduos de Óleos Comestíveis: gerados no processo de preparo de

alimentos.

Atualmente, os resíduos de óleos comestíveis vêm recebendo mais atenção

e já existem algumas estimativas sobre: a taxa de geração entre 0,1 e 0,5 litros

mensais por família das Classes A e B e taxa de geração entre 1 e 1,5 litros mensais

por família das Classes C e D (INSTITUTO PNBE, 2011 Apud RESOL, 2012).

RECICLÁVEL NÃO RECICLÁVEL

PAPEL

Jornais e revistas Folhas de caderno Papéis de computador Fotocópias Envelopes Provas/apostilas/rascunhos Cartazes velhos/folhetos Papéis toalha Papelões/caixa em geral Aparas de papel

Papéis verdes ou engordurados Papel higiênico/guardanapo Papéis metalizados/alumínio Papéis parafinados/picolé Papéis plastificados/capa de caderno Papel carbono Fotografia Toco de cigarro Papéis de fax

METAL

Latas de folha de flandre Clips

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Óleo, leite, enlatado em geral Lata de alumínio Sucatas de automóveis

Grampos Esponja de aço Canos

VIDRO

Garrafas em geral Recipientes em geral Copos Frascos (perfumes, remédios, etc.)

Espelhos Lâmpadas Cerâmicas ou barro Porcelana Tubos de TV Vidro temperado, faróis, cristal, pirex Ampolas de remédios

PLÁSTICO

Copo plástico Copinhos de café Sacos plásticos Embalagem de margarina Embalagem de material de limpeza Garrafas Pet Canos e tubos Vasilha plástica

Cabo de panela Tomada Embalagem de biscoito Embalagem de leite de caixa Fibra de vidro Acrílico

Figura 1: Recicláveis e Não Recicláveis Fonte: <http://www.coelba.com.br/ARQUIVOS_EXTERNOS/ENERGIA0ESPECIAIS/cartilha2004.pdf>

Os Resíduos Sólidos Urbanos (RSU), mais conhecidos como lixo,

constituem uma preocupação ambiental mundial, especialmente em grandes centros

urbanos de países subdesenvolvidos (RÊGO; BARRETO; KILLINGER, 2002).

Os resíduos sólidos tornam-se uma problemática de ordem ambiental a

partir do desenvolvimento industrial na sociedade contemporânea. O que fazer numa

sociedade que só visa o lucro em detrimento da ação prejudicial à natureza?

A participação da comunidade na busca de soluções para problemas como

esses é um dado positivo, e a coleta seletiva configura-se como alternativa que

merece estudo minucioso (FRUZARO; RIBEIRO, 2005, p. 8).

A partir da conjuntura de produção de resíduos, cabe levar ao conhecimento

de nossos alunos a necessidade de realizar pesquisas em grupos, visando facilitar a

aprendizagem bem como desenvolver atividades socioambientais de maneira crítica

e promover mudanças de atitudes de preservação ambiental enquanto sociedade,

promovendo o bem comum, garantindo as novas gerações um gesto de

desenvolvimento, reciclando no sentido de aproveitar melhor os recursos naturais,

coletar resíduos e levando aos locais corretos de armazenamento.

Dentro desse contexto está a coleta seletiva, pois, os materiais descartados

(Figura1) são aqueles que realmente não apresentam potencial de reaproveitamento

para a comunidade e certamente assim são considerados para a coleta seletiva

(FUZARO; RIBEIRO, 2005).

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2 METODOLOGIA DA PESQUISA

Para Lüdke e André (1986), o que vai determinar a escolha da metodologia é

a natureza do problema. Na pesquisa qualitativa, segundo tais autoras, “sua

linguagem escrita aparece de maneira informal, num estilo de narração, transmitindo

claramente o caso estudado”.

Assim, o estudo de caso tem por objetivo diferentes propósitos, ou seja (GIL,

2002, p. 54):

a) Explorar situações da vida real cujos limites não estão claramente

definidos;

b) Descrever a situação do contexto em que esta sendo feita determinada

investigação; e

c) Formular hipóteses ou desenvolver teorias.

Foi elaborada uma atividade na qual os alunos colocaram em prática o que

aprenderam nas aulas em sala, fazendo na cozinha da escola sabão liquido com

sobra de óleo que trouxeram de casa, com objetivo de discutir atividades que

envolvem a educação ambiental e conscientização dos alunos.

O projeto foi desenvolvido no Colégio Estadual Comendador Geremias

Lunardelli – Ensino Fundamental e Médio, no município de Grandes Rios-Pr, com

alunos da 5a série, no período de agosto a outubro de 2011, num total de 32 horas.

Foram realizados oito encontros. Nestes encontros objetivava-se apresentar o

projeto aos alunos, conscientizando-os quanto a importância da temática dos

resíduos; levantar o modo de vida das famílias do entorno; aproximar o aluno da

realidade e contextualizar com outras disciplinas; conhecer o aterro sanitário da

localidade; realizar pesquisas e responder a questionamentos para que pudessem

se apropriar dos conceitos de aprendizagem de forma mais significativa.

3 APRESENTANDO O PROJETO

3.1 Primeiro Encontro: Apresentação

No primeiro dia de atividade foi apresentado aos alunos o Projeto de

Intervenção Pedagógica e a Proposta de Implementação contida na Unidade

Didática, para a Direção, Equipe Pedagógica e Professores, explicando

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primeiramente o que é Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE) e que o

trabalho a ser realizado com eles faz parte de uma das exigências desse curso.

Foi distribuída uma ficha aos alunos para que preenchessem, na qual pode

ser feita toda uma identificação pessoal, assim como o levantamento inicial da

percepção dos alunos acerca do tema resíduos sólidos.

RESPONDA: 1) Qual o seu nome completo? 2) Qual a sua idade? 3) Onde mora? (rua, bairro, etc.) 4) Com quem você mora? 5) Qual o nome de sua escola? 6) Em que série você estuda? 7) Você gosta de estudar a matéria de Ciências? Por quê? 8) Qual é o assunto que chama mais a sua atenção na matéria de Ciências? 9) O que você vai querer ser quando terminar o curso superior? Por quê? 10) Qual é o seu maior desejo? 11) O que você entende sobre a reutilização dos resíduos sólidos?

Pode-se verificar que a maioria dos alunos mora na zona sul; o meio

ambiente foi considerado o assunto que mais chamou a atenção dos alunos na

matéria ciências; os alunos entenderam que a reutilização de resíduos sólidos está

relacionada com:

___Fazer novos produtos (R.C.J.R.).

___Reciclar (J.A.L.).

___Quase tudo como o óleo para fazer sabão, caixas de leite, fantoche, etc.

(B.F.L.O.).

Nesse dia, também, foi feita a leitura da apostila do “Programa

Agrinho/Senar4”, que relata e orienta sobre a questão dos resíduos de forma prática

e colorida e numa linguagem acessível ao aluno.

Foi feita uma leve discussão do assunto e realizadas as atividades em forma

de questões que se encontram inseridas dentro da Apostila.

a) A natureza pode ser considerada uma inesgotável fonte de recursos: ___ b) A poluição ambiental é o único problema sério que a humanidade enfrenta hoje __ c) A explosão demográfica traz problemas relacionados com alimentação, abrigo e

remoção de resíduos: ___ d) A prática correta da agricultura e da pecuária protege o solo contra a erosão: ___ e) A derrubada das matas afeta o ambiente: ___

4 Programa de Responsabilidade Social do Sistema FAEP e seus parceiros, sobre Meio Ambiente,

Saúde, Cidadania e Trabalho e Consumo.

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f) A preservação de ambientes naturais é importante para a manutenção do equilíbrio ecológico no mundo: ___

g) O homem é o principal agente de deterioração do ambiente e também a sua principal vítima: ___

A maioria dos alunos respondeu negativamente apenas para a pergunta “b”,

por acreditarem que a poluição não é o único problema enfrentado pela

humanidade.

Organizados em grupos, foi pedido que lessem e preenchessem uma “Ficha

de Acompanhamento”.

FICHA DE ACOMPANHAMENTO Aluno: Pai: Mãe: ( ) reutiliza o óleo de frituras ( ) não reutiliza o óleo de frituras Responda: 1) O que é um resíduo sólido? 2) O que entendem sobre a reutilização dos resíduos sólidos? 3) Qual é a importância para o meio ambiente da reutilização de algum resíduo sólido?

Pode perceber pelas respostas dos alunos que existe uma noção sobre o

papel da reutilização de resíduos sólidos, assim como apresentado nas respostas as

questões 2 e 3.

___O ambiente ficará mais limpo (T.S.S.); ___Vai utilizar menos matéria prima, menos energia, menos água e vai ficar

mais barato (A.E.L.); ___O meio ambiente vai ficar mais limpo e terá mais animais na natureza

(E.R.C.).

Na sequência, foi apresentado um cartaz com a figura de óleo jogado pelo

ralo. No início eles ficaram sem entender, mas aos poucos foram familiarizando e

interando do assunto.

Sobre a possibilidade de uma coleta de óleo em suas residências, a maioria

disse que suas mães já fazem sabão em casa. Em se tratando de resíduos (lixo) a

maioria acha que é responsabilidade do poder público. A coleta e seleção do mesmo

em casa são da empregada ou da mãe e na escola é trabalho das zeladoras.

Foi aproveitado para falar do respeito para com o meio e com as outras

pessoas. No trabalho em grupo, há muitas divergências e diversidade de opiniões e

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é difícil controlar e desenvolver as atividades. Por isso, é preciso incentivá-los

sempre.

Vários alunos, falaram de emissoras de TV, que incentivam e conscientizam

sobre a questão dos resíduos, mostrando a necessidade que a comunidade tem em

coletar e classificar os resíduos.

3.2 Segundo Encontro: Resíduos no Meio Ambiente

No início de agosto foi conversado sobre a questão dos resíduos no meio

ambiente. Um aluno levantou a mão e disse que sempre joga os resíduos no fundo

da casa. Outro, que mora no sítio, joga tudo dentro de um buraco no meio do pasto.

Outros que moram na cidade, já deixam na rua de forma irregular.

Diante do exposto, foi distribuída a apostila “Degradação ambiental” (Anexo

1) e feito reflexão.

Foi pedido para ler o texto e responder com as próprias palavras as

seguintes perguntas:

a) Qual é um dos responsáveis pela degradação ambiental?

b) Cite uma consequência desastrosa devido ao processo de acúmulo de lixo?

c) Toda agressão e interferência que desequilibrem a natureza causam degradação

ambiental. Justifique:

d) Cite exemplos de agressão à natureza praticada pelo homem (pessoal)

e) Relate um caso de agressão à natureza que provocou um grave desequilíbrio

ecológico.

Os alunos foram unânimes em afirmar que o acúmulo de resíduos é o

responsável pela degradação ambiental, mas também citaram:

___Desmatamento e queimadas (G.G.S.) e poluição (T.C.S.).

Como exemplos de agressão a natureza praticada pelo homem

mencionaram:

___Os recursos não renováveis como o Petróleo, carvão de pedra e os minérios estão sendo consumidos em quantidade cada vez maiores e alguns tem suas reservas calculadas para umas poucas dezenas de anos (G.G.S.).

___ Desmatamento, desperdício de água, etc. (T.C.S.).

Os alunos fizeram uma visita em uma rua próxima da escola e observaram

quantos resíduos jogados de forma irregular. Um aluno observando a quantidade de

resíduos disse:

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___Que coisa feia e nojenta! Ao ver pedaços de ossos sendo disputados e devorados por vários cães.

3.3 Terceiro Encontro: Vídeo “A Ilha das Flores”

Na segunda semana de setembro, os alunos assistiram ao vídeo “A Ilha das

Flores”.

Com uma duração de 13 minutos, o filme é considerado um dos melhores

documentários em curta-metragem do cinema brasileiro, o filme, de 1989, fala sobre

a pobreza do povo brasileiro de forma única e irônica, através da Ilha das Flores,

que serve como depósito de comida que a classe média não consome e banquete

para os necessitados (RESOL, 2002).

Foi feita uma breve discussão em torno do vídeo. Os alunos observaram os

problemas e soluções trazidas pelos resíduos. Perceberam o quanto as pessoas que

lá trabalham, sofrem e não querem este tipo de vida para eles.Na nossa cidade são

poucas as pessoas que fazem a reciclagem e quando o fazem só separam o lixo

seco (inorgânico) do lixo molhado (orgânico).

Houve uma reflexão sobre a proposta do filme e eles responderam as

atividades propostas na apostila – Reciclar e Reutilizar os resíduos.

Reciclar e reutilizar são formas de reaproveitamento de materiais que revelam bom senso e melhoram a qualidade de vida do planeta. Para implantar a reciclagem, o governo, empresários e toda a população deverão se unir, começando por você, sua família e seus vizinhos. Quando se trata de melhorar a qualidade de vida e proteger o ambiente, devemos pensar em nós mesmos. Se cada comunidade de um bairro, escola ou cidade se unir, os resultados começarão a aparecer. Exercícios Relacione, quando possível, as situações a seguir aos quatros “R”s: reduzir (1): Reutilizar (2): Reciclar (3) e Repensar (4), relativos ao problema do lixo. a) Usar cascas de frutas para fazer doces e sucos. b) Consertar uma bolsa rasgada. c) Comprar livros novos no início do ano letivo, em vez de comprá-los usados ou pedi-los

emprestado Transformar os restos de comida em adubo para usar no jardim. d) Escolher uma embalagem feita com materiais que se decompõem mais facilmente. e) Usar filtros, guardanapos e toalhas de pano. f) Preferir suco natural a suco vendido em embalagem longa vida. g) Preferir comer em locais em que o lanche é servido em embalagem de papel, e não de

isopor. h) Guardar vidros, jornais e latas para fornecer aos catadores de papel e sucateiros. i) Doar livros. j) Comprar vassouras feitas com garrafas de refrigerante usadas. Uma das funções do prefeito de um município é coletar e dispor corretamente os resíduos sólidos, ou seja, o lixo. A coleta seletiva de lixo aumenta os gastos da prefeitura. Ela em geral é oito vezes mais cara que a coleta tradicional, porém tem vantagens sociais e ambientais. Sua cidade ou seu bairro tem um programa de coleta seletiva de lixo? Se não

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tem, escreva uma carta ao prefeito, defendendo essa idéia e tentando convencê-lo a instalar esse sistema no município.

Foi distribuída uma revista doada pela UNIMED, “Vamos Cuidar do Nosso

Planeta!” que faz parte do programa de Responsabilidade Social da empresa, onde

os alunos leram e comentaram sobre a questão dos resíduos de forma significativa,

ajudando-os a conscientizar com mais eficácia.

RESPONDA: 1) O que você sabe sobre a poluição do ar? 2) O que pode ser feito para diminuir a poluição do ar? 3) Como acontece a poluição das águas? 4) O que pode ser feito para diminuir esse tipo de poluição? 5) Você sabe quais as causas de poluição do solo? 6) O que pode ser feito para diminuir esse tipo de poluição? 7) Você consegue identificar algum tipo de poluição sonora? 8) O que pode ser feito para diminuir esse tipo de poluição? 9) Você considera o lixo um problema? 10) O que pode ser feito para acabar com esse problema?

Entenderam, em resumo, que simples gestos do dia a dia são muito

importantes quando somados em longo prazo, ou seja, que suas ações repercutirão

efeitos positivos no meio ambiente e na qualidade de vida das pessoas no presente

e principalmente no futuro, para as próximas gerações.

3.4 Quarto Encontro: Vídeo “Como Fazer Sabão”

Na terceira semana de setembro, a atividade dada em sala foi o vídeo

acessado no youtube: “Como fazer sabão liquido caseiro”, que ensina tal atividade

passo a passo. Como complemento foi lido o texto “Óleo Saturado de Frituras na

Produção de Sabão” e a partir de então, as atividades foram feitas em forma de

perguntas.

Óleo saturado de frituras na produção de sabão

Durante as festas juninas na escola, os professores preparam centenas de salgadinhos:

coxinhas, pastéis, sonhos. Enquanto fritam em óleo de soja, outros professores recheiam com doces.

Ao final da festa, começam a limpar os utensílios, deixando por último as panelas com o óleo ainda

quente, devido às frituras. Surge a pergunta: O que fazer com esse óleo? Uns jogam o óleo na pia,

ralo ou num terreno baldio. Alguém disse que sua avó utilizava o óleo de fritura para fazer sabão.

RESPONDA:

1- O que fazer com tanto óleo (lixo, resíduo) guardado?

16

2- Onde depositar esses resíduos (óleos frituras)

3- Quais os impactos provocados por esse resíduo se jogados no aterro sanitário?

4- Só a reciclagem resolve o problema desses resíduos?

5- Existem recursos suficientes para reutilizar o óleo reciclado?

6- Existe em nossa cidade fábrica de fazer sabão?

7- Quem já reutiliza esse óleo de frituras fazendo sabão em casa?

8- Esses resíduos (óleo de fritura) prejudicam o meio ambiente, se jogados em

qualquer lugar?

Pode-se perceber que os alunos compreenderam que só a reciclagem não

resolve o problema dos resíduos sólidos.

___Precisamos utilizar esse resíduo para fazer outro produto (D.S.S.). ___O óleo jogado em qualquer lugar vai prejudicar o meio em que vivemos

(T.G.C.). ___E preciso evitar jogar esses resíduos no aterro sanitário para que não

aconteça de impedir a infiltração das águas (D.S.S.).

Também foi possível observar que os alunos já possuem o hábito de guardar

e reaproveitar o óleo de cozinha, utilizado em frituras, para fazer sabão líquido e em

pedaços.

Durante a implementação da atividade, foi incentivado os alunos a trazer

óleo para a escola para fazer sabão. A maioria não trouxe porque sua mãe utilizava

para fazer sabão em casa, porém, alguns se encarregaram de separar um pouco do

óleo para desenvolver a atividade no colégio.

Antes foi pedido que pesquisassem, na internet, receitas usadas para fazer

sabão. Várias receitas foram trazidas por eles e foi escolhida a de sabão de óleo por

não precisar cozinhar e ser mais fácil de conseguir os ingredientes, e, ainda, porque

é importante abordar as questões relacionadas aos problemas que o óleo pode

causar ao ambiente.

RECEITA: SABÃO DE ÁLCOOL

Ingredientes:

6 litros de água morna

1 kg de soda

4 kg de sebo derretido

3 litros de óleo coado

4 litros de álcool (etanol)

Modo de Fazer:

Em uma bacia grande, dissolver a soda na água mexendo com um cabo de vassoura ou pá.

Acrescentar o sebo derretido e quente e o óleo, mexendo sempre. Acrescentar o álcool

devagar mexendo até o líquido começar a espumar e ficar transparente e brilhoso. Estará

pronto quando erguer a pá e o líquido ficar com consistência pastosa na ponta. Deixar

endurecer e cortar no dia seguinte.

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Os alunos levaram os ingredientes ao pátio, e juntamente com um

funcionário da escola, fizeram o sabão com um pouco de óleo reciclado.

Foi explicada aos alunos a função de cada componente na reação química,

a importância da utilização do óleo, os problemas que ele pode causar ao ambiente,

na saúde e a economia que o sabão pode representar na renda da família.

Os alunos ficaram entusiasmados com as transformações que ocorrem com

o óleo ao ser incorporado com os outros elementos. No dia seguinte com tamanha

curiosidade, cortaram o sabão e cada um levou um pedaço para casa.

3.5 Quinto Encontro: O Aterro Sanitário Municipal

Na última semana de setembro, os alunos foram conhecer o Aterro Sanitário

Municipal, no intuito de serem envolvidos nesta temática de que quanto menos

descartar melhor, pois assim o aterro terá maior tempo de utilização.

Um funcionário (agente sanitário) acompanhou os visitantes e explicou a

forma como se faz um aterro; os tipos de lixo que são levados para lá; se há animais

que vivem por perto; o que são valas compactadas; como ocorre a condução do

chorume5 e os cuidados necessários para a sua utilização, além de mencionar a

maneira adequada de depositar os resíduos.

Os alunos ficaram assustados com o que viram. Interessante que eles

acreditam que o lixo da casa deles não vai para lá. Só que uma aluna achou, jogado

no meio de tantos resíduos, um trabalho da escola que ela fez e disse:

___Nossa professora! Achei o meu trabalho aqui!

Ela percebeu o quanto erramos não reciclando. Já na sala de aula, foi lido

um texto sobre aterros sanitários e preenchido um questionário, para

conscientização sobre a questão dos descartes.

5Significa o líquido poluente, de cor escura e odor nauseante, originado de processos biológicos,

químicos e físicos da decomposição de resíduos orgânicos. Esses processos, somados com a ação da água das chuvas, se encarregam de lixiviar compostos orgânicos presentes nos lixões para o meio ambiente. Também é uma mistura de água e resíduos da decomposição do lixo.Pode infiltrar-se no solo dos lixões e contaminar a água subterrânea.

18

RESPONDA:

1- Em que consiste o esgoto?

2- Qual é o maior problema do esgoto?

3- Onde deve ser lançado o esgoto?

4- Como deve ser conduzido o esgoto para não contaminar às vizinhanças?

5- Que providências devemos tomar quando não existe rede de esgoto por perto?

6- Você pode defecar no chão, quando não existir rede de esgoto e nem fossas?

7- Porque construir a privada e os currais longe do poço?

8- Por que não devemos jogar creolina no buraco da privada?

9- O que devemos fazer para evitar o mau cheiro das privadas?

10-Quais os inimigos do homem em relação aos resíduos?

Os alunos compreenderam que o maior problema do esgoto é a

contaminação:

___ A contaminação da água dos rios com grande quantidade de detergentes que acabam matando os peixes, acumulando-se em seu organismo (P.C.M.L.).

___ A contaminação das águas dos rios (T.S.S.). ___ Contaminação do solo, da água, dos animais (A.E.L.).

E também, em relação aos resíduos, entendem que os maiores inimigos do

homem são:

___Vermes, baratas, micróbios” (P.C.M.L.). ___Lixo orgânico (C.D.S.). ___Insetos, baratas, moscas, etc. (J.A.L.). ___Barata, ratos, moscas (R.C.J.R.).

Ficou claro para os alunos que, se reciclarmos, vai contribuir para a

diminuição dos resíduos no aterro, a melhoria da limpeza e higiene da cidade,

redução da poluição e de doenças.

3.6 Sexto Encontro: Exercendo a Cidadania

Na primeira semana de novembro foi entregue um questionário aos alunos

para pesquisa elaborada pela professora PDE e um folder como classificar e separar

o lixo.

QUESTIONARIO

1) Você sabe que o óleo reutilizado causa sérios danos a saude? 2) Você já teve problemas de saude após a reutilização desse óleo saturado?

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3) Você faz sabão caseiro ou outros produtos com esse óleo reutilizado? 4) O que você faz com o óleo de frituras? 5) O que o óleo reutilizado causa no meio ambiente? 6) Quais as vantagens que temos ao fazer o sabão caseiro usando óleo reutilizado?

Foram distribuídos sacos plásticos que doaram para os vizinhos, para um

início de coleta, dando o primeiro passo para exercer a sua cidadania. Alguns

alunos, sem compromisso ao pegar o saco, disseram que iam fazer pipa.

Dos questionários enviados foram devolvidos 50 preenchidos e pode ser

levantado o seguinte resultado:

Gráfico 1: O que a comunidade faz com o óleo comestível Fonte: Pesquisa 2012

O resultado mostra que a comunidade está consciente da importância da

reciclagem do óleo comestível e da utilização do sabão como meio de reduzir os

gastos com materiais de higiene.

3.7 Sétimo Encontro: Vídeo “Lixo que Não é Lixo”

Na segunda semana de novembro os alunos assistiram ao vídeo “Lixo que

não é lixo” e verificou o quanto a criatividade faz com que se reutilizem esses

materiais descartados.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Sabe que óleo reutilizado causa

sérios danos à saude

Já teve problemas de

saúde após utilização

Faz sabão caseiro e outros

produtos

Óleo reutilizado causa dano ao meio ambiente

O sabão fica mais barato

75%

90%

55%

40%

55%2

20

Os alunos trouxeram para a sala de aula: caixas de ovos, garrafas Pet e

garrafinhas de refrigerantes e fizeram vários brinquedos com esses materiais

descartados. Fizeram o cartaz: “Lixo que não é lixo” e colocados na sala de aula

para visitação pública.

Os alunos ficaram entusiasmados e quando colocaram a mão na massa

perceberam o quanto é legal construir novos brinquedos.

2.8 Oitavo Encontro: Encerramento

Na última semana de novembro, aconteceu o encerramento do Projeto de

Implementação. Houve um diálogo importante da população sobre a conscientização

acerca do descarte de resíduos sólidos.

Ao final, houve uma confraternização com alunos, o diretor, a equipe

pedagógica e os demais professores.

4 CONSIDERAÇÕES

Hoje, através de processos educativos adequados de Educação Ambiental,

nossos alunos têm inúmeros estudos de preservação do meio ambiente nos mais

variados sistemas de aprendizagem na sala de aula.

Quase todos os conceitos das questões ambientais são instrumentalizados

na escola e chegam até as famílias de nossos alunos desde o processo da

reutilização dos resíduos sólidos, à preservação da natureza.

Os contrastes ambientais na área rural e urbana é o verdadeiro

comprometimento do homem para a preservação da Terra com todo respeito à vida,

através do contexto de cidadania e ética.

Devemos orientar nossos alunos para uma nova realidade, ensinando-os

através de leituras, coletas, atividades, reutilização, gincanas etc., enfatizando os

paradigmas do conhecimento a novas atitudes em defesa das questões ambientais,

propiciando novos costumes de preservação, culminando com uma mudança radical

de atitudes em relação aos resíduos, que é tão natural quanto escovar os dentes.

Assim, durante a realização do projeto, valorizou-se o sentido da parceria,

cooperação e integração para a problemática do óleo saturado de frituras,

promovendo o incentivo da necessidade organizacional dos elementos envolvidos,

21

desenvolvendo o sentido investigatório das realizações modificadas, bem como

prover as ações de interesses ambientais.

22

REFERÊNCIAS

ALBA, A., GAUDIANO. E. G. Evaluación de programas de Educación, Ambiental. México: Universidade Nacional Autônoma do México, 1997. Associação Brasileira de Normas e Técnicas. Fórum Nacional de Normatização: NBR 10.004 Resíduos Sólidos, Rio de Janeiro, 1987. BRASIL. Ministério de Educação. Parâmetros Curriculares Nacionais. Temas transversais. Ética. Brasília: MEC/SEF, 1997. BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Planos de gestão de resíduos sólidos: manual de orientação, Brasília, 2012. FERNANDES, L. Napoleão e Carvalho, B. Odair. Estudando o meio ambiente. Ciências, recursos naturais, solo, ar, água, 5ª série, IBEP. 1986. FREIRE, P. Pedagogia da Autonomia. Saberes necessários à prática educativa. Não há docência sem discência. São Paulo: Paz e Terra, 1996. p. 21-30. FERNANDES, L. N.; CARVALHO, B. O. Estudando o meio ambiente. Ciências, recursos naturais, solo, ar, água, 5ª série. IBEP, 1986. FUZARO, J. A.; RIBEIRO, L. T. Coleta Seletiva para prefeituras. 4a ed. São Paulo: SMA/CPLEA, 2005. GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002. GOWDAK, D. Ciências: O universo e o homem, 8ª série: In: MATTOS, S. N.; FRANÇA, V. São Paulo: FTD, 1994. JACOBI, P. Educação ambiental, cidadania e sustentabilidade. Cadernos de Pesquisa, n. 118, p. 189-205, mar., 2003. KRASILCHIK, M. O professor e o Currículo das Ciências. A construção do Currículo de Ciências. São Paulo. EPU: USP, 1987. LÜDKE, Menga e ANDRÉ, Marli E. D. A. Pesquisa em educação: abordagens qualitativas. São Paulo: EPU, 1986. MAYER. M. Evaluation the outcomes of environment and schools initiatives. CEDE. Centro Europeo Dell Educazione, 1989. PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação do Paraná. Diretrizes Curriculares da Educação Básica – DCEs, Curitiba. Paraná, 2008. PUIG, J. M. P. M. In: ANTUNES, C. Uma abordagem sociocultural da educação moral. São Paulo: Casado Psicólogo, 1998. (Coleção educação em pauta).

23

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ANEXO

DEGRADAÇÃO AMBIENTAL A degradação ambiental resulta das alterações introduzidas no ambiente pela atividade humana há

algumas dezenas de anos; essas modificações eram limitadas ás áreas mais densamente povoadas, mas atualmente atingem toda a biosfera.

Um dos principais responsáveis pela degradação ambiental é o acúmulo de resíduos. A necessidade cada vez maior de consumir obriga o homem a produzir continuamente novos bens. Isso leva a um processo crescente de industrialização em todo o mundo e, em conseqüência; a um aumento das sobras e dos detritos.

Outros fatores que contribui para a deterioração ambiental é a explosão demográfica. O crescimento exagerado da população exige cada vez mais áreas urbanizadas, industrializadas e modificadas, por exemplo; torna-se cada vez maior; mas as áreas cultiváveis são limitadas. Ocorre; então; uma intensificação da agricultura nas áreas de cultivo. As práticas e técnicas que aumentam agridem e degradam o ambiente.

São vários os sintomas da degradação ambiental; o esgotamento dos recursos naturais; a poluição e as alterações da biosfera a médio e longo prazo.

São considerados recursos naturais os materiais e organismos produzidos pela natureza. Eles dividem-se em recursos renováveis como os gases da atmosfera, a água, o solo, as plantas e os animais e recursos não renováveis como o petróleo, o carvão – de – pedra e os minérios. Os primeiros são repostos, desde que haja tempo suficiente e os últimos não podem ser repostos.

A quantidade de oxigênio na atmosfera está sob dupla ameaça de redução, tanto pela diminuição das fontes produtoras quanto pelo aumento do consumo. As fontes produtoras são as plantas terrestres e as algas marinhas, que tem sido destruída por queimadas e desmatamento e pela contaminação da água do mar. O aumento de consumo tem-se verificado principalmente pela combustão dos motores de veículos e as máquinas das fábricas. O gás carbônico vem aumentando muito nos últimos anos, pois ele é produzido pelos mesmos processos que consomem o oxigênio. Esse aumento é um dos responsáveis pelo efeito estufa a água; quando mal utilizada; escasseia em várias regiões do planeta ou torna-se contaminada com resíduos industriais e domésticos e com agrotóxicos.

Os solos cultiváveis também se reduzem pelo mau uso; sofrendo erosão; mineralização e desertificação.As queimadas e os desmatamentos sem critérios destroem grande quantidade de espécies vegetais; com prejuízo para o próprio homem; visto que as plantas são fontes de madeira; fibras; essências e princípios ativos utilizados em remédios, também muitos animais já foram extintos ou encontram-se á beira da extinção; antes de serem devidamente estudados e conhecidos

Os recursos não renováveis; como o petróleo; o carvão-de-pedra e os minérios; estão sendo consumidos em quantidades cada vez maior e alguns suas reservas calculadas para umas poucas dezenas de anos.A poluição é causada por elementos que modificam as condições ambientais; tornado-as prejudiciais aos seres vivos. Ela poda apresentar vários aspectos; dependendo do tipo de poluentes e da parcela do ambiente mais afetada. Portanto pode-se falar em poluição sonora, radiativa, os do ar, da água, do solo etc.

Pode-se medir a poluição pelos seus efeitos sobre o organismo humano e os seres vivos em geral. A maioria dos poluentes tem efeitos tóxicos sobre os organismos. A ação tóxica vai depender da concentração do poluente no organismo e da sensibilidade. Uma substância pode ser inócua em baixas concentrações tornar-se progressivamente tóxica em concentrações maiores. A sensibilidade do organismo humano aos poluentes também varia, devido a condições intrínsecas, como idade, tamanho etc.

Entrando no organismo; uma substancia tóxica vai ser metabolizada isto é; vai ser transformada para que seu efeito tóxico seja eliminado. O órgão encarregado dessa transformação é o fígado; dependendo da concentração do poluente e das condições do fígado; toxicidade do poluente pode ser reduzida ou neutralizada. A seguir; ocorre eliminação dos resíduos através dos rins. Entretanto; se a substância tóxica vence a barreira oferecida pelo fígado; cai na circulação e pode afetar qualquer órgão.

Nas intoxicações agudas; as manifestações mais freqüentes são mal-estar; náusea e vomito; nas intoxicações crônicas; o fígado principalmente e; muitas vezes; os rins podem ser os órgãos mais danificados. As alterações da biosfera a médio e longo prazo podem ser conseqüência indiretas de diferentes fatores de degradação como o efeito estufa e o aumento de raios ultravioleta.

O homem é o principal agente da deterioração do ambiente e, também sua principal vítima. Os recursos naturais esgotam-se muito rápido; principalmente os não renováveis; e os poluentes acumulam se no ar; na água e no solo; comprometendo toda a biosfera.

A qualidade de vida pode ser muito afetada; sobretudo nos países subdesenvolvidos e em desenvolvimento. Esses países enfrentam não somente problemas econômicos, mas também socioculturais.

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Dentre os fatores mais comuns no rebaixamento da qualidade de vida podem ser citados a fome; a esterilidade do sol; a seca as intoxicação pelos poluentes; as pragas e as epidemias.

A fome é um dos piores problemas que assolam o mundo. Calcula-se que, atualmente, mais de 600 milhões de pessoas são subnutridas. As populações mais carentes são as dos países subdesenvolvidos e em desenvolvimento. A fome resulta tanto da falta de alimento quanto da sua distribuição desigual

O solo pode tornar-se estéril pelas queimadas; culturais intensivas e mal programada e pela utilização exagerada de adubos e agrotóxicos.

As secas prolongadas ocorrem com maior freqüência em áreas desmatadas; pois a vegetação contribui para a retenção da umidade e influi no regime de chuvas. O contato das pessoas com os poluentes se faz pelas vias respiratórias e digestivas. Além dos problemas que acarretam nos órgãos esse contato prolongado com os poluentes pode prejudicar outros órgãos, provocar alterações e até levar à morte.

As epidemias também são manifestações de desequilíbrio ambiental. Elas ocorrem quando parasitas proliferam devido à alteração das condições ambientais. Em conseqüência muitas pessoas ficam doentes em pouco tempo. Em condições normais, as populações de parasitas e hospedeiros mantêm-se dentro de certos limites.

O desenvolvimento de uma consciência ecológica e com a mudança de hábitos, é o caminho para impedir a degradação ambiental e o rebaixamento da qualidade de vida. É preciso que se aprenda a respeitar a biosfera, deixando-se de considerar a natureza como uma fonte inesgotável de bens.

Medidas de preservação e cuidados com o ambiente podem ser tomado pelo governo, pela sociedade como um todo e individualmente pelas pessoas. Em cada um desses níveis, três regras podem ser observadas: economizar, reciclar e respeitar.

Economizar significa não somente reduzir gastos e poupar dinheiro, mas também preservar os bens diminuir o consumo de energia e buscar alternativas menos poluentes.

Pode-se aprender a poupar água e energia e a evitar o desperdício de alimento. A água deve ser poupada mesmo em tempo de abundância, pois ela é muito importante para a biosfera. A energia pode ser economizada tomando-se pequenos cuidados como não deixar lâmpadas acesas ou televisor ligado quando não há ninguém no local. Na cozinha pode haver aproveitamento mais racional dos alimentos, como a utilização de talos de verduras e cascas de frutas, geralmente jogados fora.

Reciclar é sinônimo de reaproveitar ou reutilizar objetos e coisas. Materiais como papel, papelão, vidro, lata, plástico e óleo de frituras são recicláveis, isto é, podem ser processados e transformados em novos produtos. A reciclagem representa economia de energia e de matéria-prima além da diminuição na quantidade de resíduos.

Respeitar significa não agredir e não interferir em lugares e ocorrências naturais. Toda agressão e interferências que desequilibrem a natureza causam degradação ambiental. Como conseqüência, a própria qualidade de vida do homem se deteriora.

Uma boa ou má qualidade devida e a possibilidade ou não de sobrevivência da humanidade, nas próximas décadas, podem ser decididas agora. As causas e os sintomas da deterioração ambiental já são conhecidas e, depende de cada um começar e aplicar os remédios.

Demétrio Gowdak