RESÍDUOS DOS SERVIÇOS DE SAÚDEATUAÇÃO DA PRODEMA

Promotoria de Defesa do

Meio Ambiente e

Patrimônio Cultural

PRODEMA - MPDFT

Marta Eliana de Oliveira

Promotora de Justiça

Considerações Iniciais

Explosão populacional:

1 bilhão de hab (1850) para 6 bilhões (2000); Padrão de consumo excede a capacidade de

fornecimento e reposição da Terra em 25%

As desigualdades

Os 18% mais ricos consomem 80% dos recursos do planeta

Há crise de energia, escassez de água, aquecimento global, extinção de espéciese lixo ... Muito lixo – doméstico, comercial, industrial, hospitalar, tóxico, nuclear ...

Nosso Futuro

• Depende de um modo de vida compatível com o que a Terra oferece e com sua capacidade de recarga

• Da consciência de que depende de nós a manutenção dos recursos para nossos filhos e netos viverem

• Desenvolvimento Sustentável

Desenvolvimento Sustentável

Responde às necessidades do presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras de responderem às suas necessidades.

Conceito de MEIO AMBIENTE

“Meio ambiente é o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas” (Ar. 3º, inciso I, Lei 6.938/81).

Um dos direitos Fundamentais

• O direito ao meio ambiente sadio e equilibrado é reconhecido como um direito fundamental do homem;

• Juntamente com os direitos da fraternidade e da solidariedade, tem por destinatária a humanidade como um todo, exigindo o esforço de todos para sua efetivação.

O Artigo 225 da CF

• “Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”.

O Homem e seus Resíduos

Os seres humanos produzem lixo em suas atividades – alimentação; construções; lazer; consumo, etc .

O tipo e a quantidade variam histórica e geograficamente

O Brasil

• O Brasil gera 154 mil t/dia de resíduos

• Os RSS não excedem a 2% do total

• De 75% a 95% dos RSS têm riscos equivalentes ao do resíduo domiciliar

• Entre 10 a 25% exige cuidados especiais (risco biológico – microrganismo capaz de transmitir infecção)

A forma de lidar com os resíduos

• Da geração ao destino final, é variável• Desde o simples lançar no entorno (rios, mar)

ou em lixões a céu aberto;• A modernas tecnologias – aterros sanitários,

usinas de triagem e compostagem, incineradores, pré-tratamento

• MDL e crédito de carbono• 63% dos Municípios coletam o RSS em

separado. Destes, 26% promovem destinaçãofinal específica

Regulamentação Específica

• Lixões – contaminação: solo e água; doenças; • Regulamentação específica para resíduos que

oferecem risco ocupacional, à saúde, ao meioambiente – como os RSS

RDC 306/04, ANVISA Resolução 358/05, CONAMA

• RDC 306 aprova o Regulamento Técnico para o gerenciamento de RSS

• Resolução 358 disciplina o tratamento e a disposição final dos RSS

• Compatibilizam a regulamentação federal ambiental com a da vigilância sanitária

• Gerenciamento dos riscos sanitários pelos geradores

• Redução – Reutilização – Reciclagem

- O princípio do poluidor ou gerador/pagadorresponsabilidade dos geradores

- Compartilhada com o Poder Público – a captaçãoe tratamento dos resíduos urbanos é serviçoessencial de responsabilidade do Município

O Distrito Federal

• Lixo Domiciliar – 53.000 toneladas/mês

• Lixo Hospitalar – 500 toneladas/mês

• Entulho – 80.000 toneladas/mês

O sistema do DF

1. Um lixão (aterro controlado) – Estrutural –Parque Nacional de Brasília

2. Duas usinas de compostagem (Asa Sul e Ceilândia)

3. Um único incinerador de Lixo Hospitalar4. Áreas de Transbordo insuficientes e precárias5. Excesso de Entulho de Obras 6. Inclusão Social dos Catadores7. Coleta Seletiva Incipiente

Sistema e Legislação ObsoletosCausam o caos em 2005• RSS - Incineração obrigatória• Incinerador instalado no início dos anos 80• Setembro 2005 – quebra do incinerador• RSS a céu aberto; chorume; vala• RSS sem destino • Audiência pública – PGRSS e Redução• Ausência de política pública – Plano Diretor• Impossibilidade de integração das ações

A Legislação (LC/DF 17/97) e a Ação Civil Pública

• “Art. 36. Para o cumprimento dos objetivos e estratégias do Plano Diretor de Ordenamento Territorial, o Distrito Federal, por meio de seus órgãos e com a colaboração do setor privado, promoverá os seguintes programas … :

• XVII - Programa de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos, destinado à identificação, quantificação e qualificação dos resíduos sólidos produzidos e à definição das localidades para a sua disposição final, no Distrito Federal;

Objetivos

• Elaboração do Plano Diretor de Resíduos Sólidos

• Impedir nova contratação por mais 5 anos

• Adotar o regime de concessão no novo aterro – projeto MDL que inclua desinfecção de RSS

A lei nacional de saneamento básico

• Lei 11.445, de 05/01/07 - obrigatoriedade dos Planos de Saneamento Básico.

O gerenciamento integrado é uma política pública obrigatória. Dela depende a eficiência

da coleta, reciclagem, tratamento e disposição final dos resíduos sólidos

SITUAÇÃO ATUAL

• O Edital da licitação foi revogado• Novo Edital que promove uma fase de

transição foi publicado• Plano Diretor em fase final• TAC com MPF prevê desativação do

incinerador em 02 anos• Empresa particular está licenciando

centro de desinfecção

“Eu gosto de ser gente precisamente por causa da minha responsabilidade ética e política em face do mundo e dos outros. Não posso ser se os outros não são; sobretudo não posso ser, se proíbo que os outros sejam” - Paulo Freire