resÍduos de construÇÃo: gestÃo e reciclagem … · 2020-03-30 · hewerton paula bartoli...

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HEWERTON PAULA BARTOLI RESÍDUOS DE CONSTRUÇÃO: GESTÃO E RECICLAGEM SUSTENTÁVEL Monografia apresentada ao PECE Programa de Educação Continuada em Engenharia da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo como parte dos requisitos para conclusão do curso de MBA em Gestão Integrada de Resíduos Sólidos. São Paulo 2019

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HEWERTON PAULA BARTOLI

RESÍDUOS DE CONSTRUÇÃO:

GESTÃO E RECICLAGEM SUSTENTÁVEL

Monografia apresentada ao PECE –

Programa de Educação Continuada em

Engenharia da Escola Politécnica da

Universidade de São Paulo como parte

dos requisitos para conclusão do curso

de MBA em Gestão Integrada de

Resíduos Sólidos.

São Paulo

2019

HEWERTON PAULA BARTOLI

RESÍDUOS DE CONSTRUÇÃO:

GESTÃO E RECICLAGEM SUSTENTÁVEL

Monografia apresentada ao PECE – Programa de Educação Continuada em Engenharia da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo como parte dos requisitos para a conclusão do curso de MBA em Gestão Integrada de Resíduos Sólidos.

Orientador: Prof. Dr. Ronan Cleber Contrera

São Paulo

2019

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a Jesus, por ser uma fortaleza na

minha vida; aos meus pais, por serem o meu alicerce; aos

professores, pelo conhecimento transmitido; à ABRECON

por me ajudar a cumprir o meu propósito.

AGRADECIMENTOS

Agradeço, em primeiro lugar, a Deus, que me deu forças durante toda essa

jornada com saúde, força e determinação. Sou eternamente grato aos meus pais

por acreditarem nos meus sonhos e me apoiarem. Todos os professores que

fizeram parte deste MBA, em especial a coordenadora Tereza e ao orientador

Ronan, e aos meus colegas de classe, por toda a amizade, paciência, troca de

conhecimento e suporte que me deram. Em especial à ABRECON, associação a

qual ajudei na fundação e me orgulho de contribuir para o seu desenvolvimento. E

a todos que de alguma forma participaram desta conquista em minha vida, o meu

muito obrigado.

RESUMO

A construção civil é fundamental para o desenvolvimento econômico do Brasil, contudo, ela causa um grande impacto ambiental devido ao alto consumo de recursos naturais e pela grande geração de resíduos. Dessa maneira, buscou-se por meio de uma análise bibliográfica, compreender e analisar a atual situação dos tipos de resíduos e suas classificações, além da evolução da legislação, normas técnicas e políticas públicas. Também foi aprofundada a importância da sustentabilidade dentro da cadeia da construção com o viés da gestão e reciclagem de resíduos, abordando aspectos relevantes sobre a viabilidade preliminar de uma recicladora. Palavras Chaves: Resíduos de Construção e Demolição, Recicladora, Sustentabilidade.

ABSTRACT Civil construction is fundamental to Brazil's economic development, but it has a major environmental impact due to the high consumption of natural resources and the large generation of waste. Thus, you can search through a bibliographic analysis, understand and analyze the current situation of waste types and their variations, as well as the evolution of legislation, technical standards and public policies. The importance of sustainability within the construction chain with waste management and recycling capabilities, addressing relevant aspects of the preliminary viability of a recycler, was also deepened. Keywords: Construction and Demolition Waste, Recycler, Sustainability.

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Pág.

Figura 1 - Pilha de entulho (resíduos inertes)........................................................50

Figura 2 - Linha de triagem em planta fixa de reciclagem.....................................55

Figura 3 - Bica corrida reciclada............................................................................59

Figura 4 - Britador móvel primário de mandíbulas.................................................60

Figura 5 - Sucata ferrosa proveniente de demolição.............................................61

LISTA DE TABELAS

Pág.

Tabela 1 - Quantidade de RSU coletado por região do Brasil...............................24

Tabela 2 – Geração de empregos pelo setor de limpeza urbana..........................27

Tabela 3 – Estimativa da situação de reciclagem de RCD no país.......................52

Tabela 4 – Passos do método SLP........................................................................54

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT Associação Brasileira de normas Técnicas

CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente

CPDS Comissão de Política de Desenvolvimento Sustentável

IDH Índice de Desenvolvimento Humano

NBR Normas Brasileira Registrada

ODS Objetivos do Desenvolvimento Sustentável

ONU Organização das Nações Unidas

PIB Produto Interno Bruto

PNRS Política Nacional de Resíduos Sólidos

RCC Resíduo de Construção Cívil

RCD Resíduo de Construção e Demolição

RSU Resíduo Sólido Urbano

SEMA Secretaria Especial de Meio Ambiente

SUMÁRIO

Pág. 1 INTRODUÇÃO....................................................................................................10

1.1 Objetivos Gerais...............................................................................................12

1.2 Objetivos Específicos.......................................................................................12

2 IMPACTO AMBIENTAL DA CONSTRUÇÃO CIVIL..........................................13

2.1 Consumo de energia e recursos naturais........................................................19

2.2 Desperdícios e geração de resíduos...............................................................24

2.3 Características e classificação dos resíduos...................................................30

2.4 Legislação, normas técnicas e políticas públicas............................................34

3 SUSTENTABILIDADE E A RECICLAGEM NA CONSTRUÇÃO......................42

3.1 Os resíduos de construção no âmbito da gestão ambiental...........................43

3.2 A reciclagem e o reaproveitamento dos resíduos de construção...................46

3.3 O agregado reciclado e suas aplicações........................................................48

4 A VIABILIDADE PRELIMINAR DE UMA RECICLADORA DE RCD................51

4.1 Tipos de plantas para beneficiamento de RCD...............................................53

4.2 Pesquisa de mercado......................................................................................56

4.3 Modelos de Negócio........................................................................................58

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................62

5.1 Contribuições do Trabalho...............................................................................64

5.2 Trabalhos Futuros............................................................................................65

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................67

10

1 INTRODUÇÃO

O contexto social ao longo do processo histórico tem utilizado a natureza

de diversas formas e transformado as paisagens naturais em paisagens artificiais,

sendo que os centros urbanos são locais que necessitam de uma atenção

especial, um vez, que necessita proporcionar melhorarias na qualidade

habitacional, pois é preciso que as políticas públicas incentivem ações nas

construções que possam desenvolver a manutenção dos recursos naturais.

No âmbito da sociedade contemporânea a presença de materiais como

resíduos sólidos de construção civil tem se desenvolvido muito no decorrer do

tempo, sendo que a aceleração do processo de industrialização e consumismo

desenfreado na sociedade capitalista tem gerado uma realidade onde os resíduos

sólidos estão causando sérios problemas ambientais, dessa forma

desenvolveram-se diversas discussões sobre como gerenciar os resíduos sólidos

na sociedade de forma que estes possam colaborar para uma realidade

sustentável diante do processo de urbanização crescente e a necessidade de

desenvolver ambientes mais próximos dos naturais (LOBODA, 2003 p.20).

“Entende-se por educação ambiental os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade” (BRASIL, 1999, p.1).

Na geração sem controle dos resíduos sólidos de construção nas últimas

décadas deve-se ao fato do crescimento desordenados dos centros urbanos

alinhado ao aumento da produção industrial em todo o território brasileiro, sendo

necessário elaborar políticas públicas voltadas para controlar e reaproveitar os

resíduos sólidos no contexto social (NANI, 2008).

O ser humano na sociedade contemporânea no contexto direcionado ao

gerenciamento dos resíduos sólidos da construção vivencia a perspectiva

sustentável que é considerada um problema na sociedade brasileira, tendo em

vista a falta de planejamento dos municípios brasileiros referentes ao

gerenciamento da produção dos resíduos sólidos.

11

O desenvolvimento de estratégias sustentáveis para se relacionar com

resíduos sólidos na construção se iniciou com implantação de Política Nacional de

Resíduos Sólidos que foi implantada com lei número 12.305 em uma realidade

federal e determina que os municípios devem principalmente em regiões turísticas

devem providenciar ações que possam favorecer o gerenciamento de resíduos

sólidos por meio de parcerias dos municípios para cuidar dos resíduos sólidos e

descartá-los corretamente.

O gerenciamento de resíduos sólidos na construção civil torna-se possível

de ser identificado com a necessidade de se praticar a coleta seletiva como forma

de colaborar para efetivação do controle sobre os resíduos produzidos além de

descartar corretamente os resíduos da construção, sendo importante destacar a

presença dos servidores que trabalham diretamente com o resíduo neste

processo, além do envolvimento de toda a sociedade para o sucesso desta ação

que busca tornar possível o controle e o descarte correto dos resíduos produzidos

pela sociedade frente à urbanização (NANI, 2008).

Nas cidades existe uma crescente quantidade de locais que estão

tornando-se verdadeiros depósitos de resíduos e gerando sérios problemas de

saúde e ambientais, pois o homem ao livrar-se do seu resíduo considera que seus

problemas foram resolvidos, porém constrói-se um problema de dimensões

sociais que impactam indiretamente a sociedade como um todo.

A destruição ambiental com crescente destaque nas áreas urbanas é uma

conseqüência das transformações sofridas ao longo do tempo onde o homem tem

elevado radicalmente o consumo dos recursos naturais e provocado efeitos

indesejados no meio ambiente e isto ocorre de forma mais grave nos grandes

centros urbanos de todo o mundo (LOBODA, 2003).

A sobrevivência humana está fortemente ligada aos recursos naturais e os

ambientes das cidades podem ser melhorados seguindo as orientações da

educação ambiental, pois quando o homem consegue compreender que suas

atitudes de cuidado com o meio ambiente são responsáveis traz equilíbrio e

melhoria da sua vida cotidianamente (LIMA, 2002).

O desenvolvimento industrial e comercial tem levado o homem a deixar a

zona rural para viver nas cidades e dessa forma os centros urbanos têm crescido

vertiginosamente e de maneira desordenada causando sérios problemas na

12

ocupação e qualidade de vida da sociedade, sendo que áreas naturais quase não

são encontradas em muitas realidades e assim devem existir alternativas de

intervenção neste cenário urbano.

A sociedade que vive atualmente na zona urbana necessita bastante que

os gestores públicos desenvolvam atividades de intervenções na melhoria da

estrutura do ambiente das cidades, sendo importante ação de reciclagem dos

resíduos de construção de forma que venha construir espaços para o bem estar

humano e sustentabilidade ambiental.

A abordagem direcionada ao gerenciamento de resíduos sólidos nas

construções e sua sustentabilidade justificam-se diante do crescimento

populacional e habitacional consolidado nas últimas décadas que em paralelo ao

desenfreado processo de produção industrial produz a cada dia mais resíduos .

Tais resíduos necessitam, portanto, serem destinados corretamente em favor da

sociedade e do meio ambiente.

1.1 Objetivo Geral

No decorrer deste trabalho busca-se por meio de uma análise bibliográfica

compreender a importância do processo de gestão dos resíduos sólidos na

construção civil com a perspectiva de colaborar com uma realidade social

sustentável, tendo como problemática saber como são desenvolvidas as políticas

de gestão de resíduos sólidos na construção civil da sociedade brasileira.

1.2 Objetivos Específicos

Os objetivos específicos deste trabalham são:

● Compreender as ações humanas no contexto social que causam impactos

ambientais com base na construção civil;

● Analisar as práticas de reaproveitamento e reciclagem de resíduos sólidos

na construção civil em âmbito social no Brasil que desenvolve uma gestão

sustentável eficiente;

● Entender o processo de reciclagem de RCD e as razões que precisam ser

analisada na implantação da recicladora dos resíduos na construção civil.

13

2 IMPACTO AMBIENTAL DA CONSTRUÇÃO CIVIL

A construção civil no âmbito social tem provocado uma série de impactos

ambientais, sendo que no campo de visão sobre o tão discutido mecanismo para

o desenvolvimento sustentável encontram-se muitos que se detém a preservação

do meio ambiente, sendo que continuam com métodos que assegurem a melhoria

da vida em sociedade e proporcione o desenvolvimento econômico nas camadas

urbanas, mais se apresentam como grandes desafios para as políticas públicas

por mais que se considere a participação social no gerenciamento de resíduos

sólidos, pois necessitam de intervenções sobre os resíduos produzidos pela

construção civil caracterizam-se como uma realidade essencial (VEIGA, 2005).

Os impactos ambientais no momento em que se visa à necessidade de

execução das diversas ações, programas e atividades a ser desenvolvida direta

ou indiretamente pelo Estado com contribuições de entidades públicas ou

privadas, são compreendidos como atores sociais, sendo com a visão de

promover e assegurar a cidadania, seja na maneira difusa e pode também ser de

acordo com algum segmento social, cultural, étnico ou econômico.

No segmento desse contexto é possível se deparar, com uma bem

conhecida e clara ausência na instituição das políticas públicas com adequação

de serviços para saneamento básico nas cidades brasileiras, onde resíduos

sólidos urbanos (RSU) e os restos deixados a céu aberto como também nos

aterros dos quais muitos são irregulares, fato pelo qual impede o empoderamento

dos agentes sociais, “invisíveis” no desenvolvimento do manejo de RSU onde vale

destacar as diversas presenças de sobras de materiais da construção civil.

Na sociedade contemporânea, ao proceder uma avaliação da definição

sobre o espaço urbano, verifica-se que diferentemente do meio rural ou

campesino no qual é responsável pela maior parte da degradação ambiental da

atualidade e que se resulta da presença do capitalismo e da alta industrialização

que provoca o consumismo e o desenvolvimento de obras que não respeitam as

normas ambientais (VEIGA, 2005).

A sociedade diante da eminente necessidade da gestão de resíduos da

construção e sustentabilidade depara-se no processo da globalização que se

14

apresenta favorável a estimulação de produção em larga escala de produtos

industrializados além de incentivar ao consumo acelerado, e um tanto quanto

desnecessário, pois tem provocado um crescimento de vários tipos de resíduos

sólidos em meio ao contexto social.

Os diversos cenários com características culturais provocam na sociedade

pós-industrial estímulos para a produção de enormes quantidade dos resíduos

sólidos cotidianamente, sendo que muitos municípios não têm condição estrutural

e econômica para realizá-las da maneira descrita na Política Nacional de

Resíduos Sólidos (PNRS), tendo enfrentado o conceito de gestão integrada dos

resíduos sólidos conforme especificado no artigo terceiro, XI, da Lei federal

n.12.305/2010, que em um aglomerado de atividades que tem a finalidade nas

alternativas dos RSU, levando a compreensão de todas as dimensões como as

sociais, econômicas, ambientais e culturais discutidas pelo desenvolvimento

sustentável, onde conta-se ainda com o apresentado resolutivamente pela lei

número 307/2002 junto ao Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) onde

se destinam mais especificamente os resíduos da construção.

Segundo apresentado no artigo desta Resolução do CONAMA de 2002

com Nº 307, entende-se por resíduos sólidos na construção civil todos os:

“Resíduos da construção civil: são os provenientes de construções, reformas, reparos e demolições de obras de construção civil, e os resultantes da preparação e da escavação de terrenos, tais como: tijolos, blocos cerâmicos, concreto em geral, solos, rochas, metais, resinas, colas, tintas, madeiras e compensados, forros, argamassa, gesso, telhas, pavimento asfáltico, vidros, plásticos, tubulações, fiação elétrica etc., comumente chamados de entulhos de obras, caliça ou

metralha“(CONAMA 307 de 2002).

Na busca para solucionar essa questão ambiental de acordo com Veiga

(2005) analisa criticamente esse tema na sua obra “Desenvolvimento Sustentável:

o desafio do século XXI”, sendo assim no entendimento de Veiga ele deixa bem

claro que existe um equívoco na compreensão do desenvolvimento como

crescimento econômico apresentado como renda per capita (PIB), do qual quando

se leva para o contexto do RSU, fica sem correspondência na sociedade

complexa com a emersa na carências do saneamento básico.

15

O cumprimento da Resolução CONAMA 307 de 2002 é um grande desafio,

pois seria uma forma de reduzir os impactos ambientais, no entanto, ainda

encontra-se grande rejeição por parte de muitos indivíduos no contexto social e a

fiscalização ainda deixa muito a desejar, portanto a forma de fazer com que os

resíduos de construção sejam descartados corretamente necessita:

“Tornar a construção sustentável, com redução do consumo de matérias-primas, da emissão de gases de efeito estufa e da energia de produção e de utilização, torna-se necessária a implementação de inovações radicais, tanto no processo como nos materiais e componentes. Deve-se deixar a prática de melhorias gradativas, muito importantes, mas insuficientes para o objetivo de alterar os índices de consumo da nossa indústria num prazo exíguo (10 a 20 anos) ”. (AGOPYAN; JOHN, 2011, p.79,).

O contexto ambiental encontra algumas controvérsias sobre o recente

indicador referente ao desenvolvimento divulgado por meio da ONU como IDH

(Índice de Desenvolvimento Humano) em 1990, pois esse não atingia os quesitos

de qualidade de vida nesta nação dita “desenvolvida” no cenário econômico.

Nesse mesmo contexto se debate muito questões referentes ao

saneamento básico e redução de resíduos na construção, no entanto para ser

debatido corretamente é necessário entender o que ele representa, de acordo

com o artigo terceiro, da lei nº 11.445/2007 ao dizer que abrange a limpeza

urbana e cuidados com os resíduos sólidos, enfrentando a discrepância com a

realidade socioambiental em quase todos os municípios do Brasil.

No contexto social necessita-se conceituar ou perceber o saneamento

básico levando em consideração a limpeza referente aos resíduos da construção

como complemento de controle dos resíduos sólidos como sendo uma alternativa

para o desenvolvimento, levando em conta os avanços tecnológicos e políticas

públicas contra a miséria social, no entanto, a ausência de lei na execução por

parte do Poder Público na esfera executiva, legislativa e judiciária (SEN, 2010).

De acordo com (Sen, 2010, p. 16), enxergar o processo para o

desenvolvimento sendo um crescimento de liberdades substantivas direciona-se

para fins que o tornam essenciais, ao invés de limitá-los a alguns dos meios ao se

aliarem e desempenham uma função importante quanto nesse contexto.

A presença de resíduos de construção em terrenos baldios representa uma

realidade em que se vê ausência da liberdade nos indivíduo sem vários cenários

16

referente ao saneamento básico e exemplificando cita-se a pobreza econômica,

das quais essas pessoas não tem o direito de saciarem sua fome, e de serviços

de saúde pública de qualidade entre outros pontos importantes de direito do

cidadão, o que distancia a realidade da qualidade de vida no contexto social(SEN,

2010).

A sociedade convive no contexto socioambiental bastante conturbado,

sendo que existem orientações legais para desenvolver práticas sustentáveis,

porém na realidade cotidiana encontra-se o cenário totalmente contrário ao que

se apresenta nas conferências e discursos dos gestores públicos, pois realidades

como rios sendo aterrados por restos de material de construção são realidades

bastante presente nas cidades.

A poluição das cidades e a destruição das vegetações na zona rural tem se

intensificado diante do capitalismo industrial agressivo que estimula o

consumismo e favorece a extração de recursos naturais de maneira desenfreada

produzindo ainda o aumento da produção de resíduos considerando a reduzida

existência dos métodos para reaproveitar e reutilizar os resíduos sólidos com

destaque os das construções civis (SEN, 2010).

O meio ambiente tem pedido socorro diante dos problemas direcionado aos

resíduos de construção que nos centros urbanos são propícios a causar doenças,

favorecer a interrupção dos esgotos possibilitando a maior freqüência de

alagamentos e conseqüentemente destruição de casas e entre outros transtornos

para o cotidiano socioambiental (LIMA, 2002).

A gestão ambiental voltada para redução dos impactos ambientais diante

de resíduos na construção civil que se apresenta na sociedade contemporânea

em realidade bastante complexa e que necessita de um olhar especial para que

seja possível desenvolver a forma correta de relacionar-se com a gestão destes

resíduos.

No contexto socioambiental contemporâneo existe uma grande diversidade

de formas para se desenvolver a gestão, sendo que algumas situações podem

ser favorecidas ou dificultadas pelo método empregado, mais é importante

destacar a necessidade do envolvimento da sociedade frente ao gerenciamento

de resíduos na construção civil (LIMA, 2002).

17

Na grande parte das cidades em todo o território nacional tem-se a

prevalência da gestão convencional, onde os gestores por meio de ações

ambientais, financeiras, estratégicas e institucionais organizam e orientam de

forma bastante simplificada as pessoas do serviços direcionado a limpeza urbana,

sendo assim a sociedade nesta situação pouco se envolve na gestão de resíduos

sólidos de construção no cotidiano das suas cidades.

No Brasil em poucas cidades funcionam ainda deixando a desejar a gestão

participativa que envolve a sociedade no processo da gestão dos resíduos

produzidos e descartados irregularmente em diversos ambientes urbanos desde o

momento de realizar o planejamento orçamentário até a aplicação das ações

planejadas direcionadas a limpeza urbana onde as práticas para diminuir os

problemas referente a presença de resíduos sólidos no cotidiano de forma que

evite danos ao meio ambiente (LIMA, 2002).

Na sociedade brasileira existe uma crescente busca dos municípios por

realizar a gestão dos resíduos de forma compartilhada, sendo que cada município

desenvolve sua política diante do gerenciamento do resíduo e no momento do

descarte une-se a outras cidades para manter o aterro sanitário de forma

compartilhada diante da perspectiva de reduzir as despesas com o destino correto

do resíduo, pois além do descarte desenvolvem-se práticas de reutilização dos

resíduos sólidos de diversas naturezas (SEN, 2010).

De acordo com Lima (2002) diante da inquietude da sociedade em relação

a gestão ambiental e também sobre os recursos naturais surge a necessidade de

repensar os métodos desenvolvidos diante da eminente precisão para preservar

do meio ambiente.

“[...] se caracteriza pela realização de ações centradas na tomada de decisões sobre casos particulares, mediando conflitos de interesses inerentes à utilização de recursos naturais para o atendimento das demandas socioeconômicas e as ações de conservação e de prevenção natural, envolvendo todos os paradigmas relacionados a resíduos sólidos versus conservação ambiental”. (LIMA, 2002 p. 27).

Na tentativa de diminuir a geração dos resíduos sólidos, incluindo-se os

resultantes da construção civil necessita-se de ações que diante de uma

perspectiva em longo prazo busque realizar de forma pensada a gestão de

18

geração e origem destes resíduos juntamente com empresários comerciais,

cidadãos comuns, empresários de serviços e empresários industriais.

“Quando se avaliam os danos determinados pela atividade construtiva, estes são normalmente classificados quanto a: gradativo esgotamento de matérias-primas; dano ecológico causado pela extração destes materiais; consumo de energia em todos os estágios de produção (incluindo transporte); consumo de água; poluição por ruídos e odores; emissões danosas, entre as quais aquelas diretamente relacionadas à redução da camada de ozônio; aquecimento global e chuvas ácidas; aspectos relativos à saúde humana; risco de desastres; durabilidade e manutenção; reuso e desperdícios” (SATTLER, 2006).

Os cidadãos devem vivenciar uma gestão que possa ser voltada para o

descarte dos resíduos de construção em um contexto que permitam serem

esclarecidos sobre a grande necessidade de desenvolver corretamente ações

para descartar os resíduos sólidos, sendo que não necessariamente atendam-se

as demandas dos programas idealizados sobre educação ambiental, mas que

possibilite a sociedade ser alertada e conhecer as vantagens de descarte eficiente

evitando impactos ambientais (SATTLER, 2006).

Na construção civil considera-se como uma realidade negativa que impacta

em relação ao ambiente e o processo para retirada da matéria prima que

posteriormente é utilizado na edificação das mais variadas obras no âmbito

mundial, sendo assim um fator relevante e preocupante para gestão sustentável.

“Em todo o mundo, a mineração e o processamento de minerais desempenham um importante papel na determinação de problemas do meio ambiente como o desmatamento, a erosão do solo e a poluição do ar e da água. Globalmente, o setor minerário é um dos maiores usuários de energia, contribuindo assim para a poluição do ar e o aquecimento global” (YOUNG apud SCHNEIDER, 2003).

No contexto da gestão dos resíduos de construção existe uma enorme

necessidade de conscientização por parte dos cidadãos quanto a sua

colaboração no descarte correto deste resíduo para que seja destinado

corretamente evitando agravamento dos impactos ambientais (SATTLER, 2006).

Na gestão participativa tem-se uma realidade que permite um maior

comprometimento dos indivíduos com a gestão dos resíduos, pois estes são

envolvidos no processo de planejamento por meio de instituição que são não

19

governamentais e públicas que lançam estratégias ambientais com

direcionamentos econômicos (SATTLER, 2006).

2.1 Consumo de energia e recursos naturais

O consumo da energia na construção civil é uma realidade que tem

crescido bastante onde se emprega energias de diversas naturezas, sendo que

no centro do processo de revolução tecnológica, observa-se que o meio ambiente

se vê cada vez mais ameaçado com os problemas que se mostram de forma mais

intensa nos centros urbanos, com isso os estudos realizados para saber qual a

qualidade do ambiente urbano se tornam formas que possam vir a contribuir para

a melhoria do planejamento por meio da criação de políticas que proporcionem o

uso das terras nas cidades de maneira reduzida e impactante no meio ambiente,

fazendo a população vivenciar melhoria na qualidade de vida, pois para isso

precisam de um ambiente ecologicamente organizado onde possibilite mesmo

diante das construções reservarem áreas de ambientação natural em favor o

excessivo índices de consumo energético cotidiano, (FERNANDES, 2004).

O agravamento da questão ambiental se torna cada vez mais discutido com

o processo de expansão das cidades que tomam posse exageradamente dos

recursos naturais, pois diante de ser a parte em que se encontra a maior

quantidade da população mundial e aparecendo numa realidade vinda como

conseqüência a transformação do espaço natural, além do alto índice de consumo

energético (LIMA, 2002).

O cenário urbano apresenta-se formado pelos aspectos naturais, ou seja,

características física e biológica além do sistema antrópico, que se constitui da

sociedade e suas atividades, portanto a funcionalidade dessa não se consagra

como um ambiente fechado em que tudo que a sociedade necessita se encontra

lá, porém como uma organização aberta que depende das contribuições vindas

ambiente em seu estado natural, (FERNANDES, 2004).

No processo de ocupação e utilização do ambiente direcionado a

construção de cidades ou aumento destas, a sociedade acaba por provocar

alterações no meio natural, como a redução da proteção vegetal destinada a

20

construção das estradas, moradias e espaços públicos sem haver nenhum

planejamento com o espaço que está sendo alterado, (SEN, 2010).

A retirada da vegetação das áreas urbanas representa um dos meios pelo

qual o homem consome os recursos naturais que nos espaços públicos servem

de espaços de lazer e recreação da população, se consagra como sendo também

um problema que tem reflexo diretamente na qualidade do ambiente nos espaços

urbanos, sendo do mesmo modo que atinge a qualidade de vida humana

(FERNANDES, 2004).

“Dentre muitos outros problemas socioambientais existentes nas cidades, também devem ser mencionados os serviços públicos insuficientes; a distribuição desigual de equipamentos urbanos e comunitários; falta de áreas verdes; os padrões inadequados de uso do solo; e a baixa qualidade técnica das construções”.(FERNANDES, 2004 p. 101)

A junção desses problemas em conjunto com diversos outros aspectos são

os pontos contribuintes para que a qualidade ambiental nas cidades venha a cair

diante do aumento do consumo energético e dos recursos naturais, sendo que se

relaciona em muitas vezes com o planejamento inadequado e a falta de

consciência quanto à preservação dos recursos que constrói o ambiente urbano,

na qual a ausência de ordenação tem como resultado muitas mudanças que

colabora diretamente ou indiretamente com a qualidade de vida dos habitantes

nos centros urbanos.

O cotidiano e atividades de seus habitantes não são os únicos que têm

interferência na má qualidade ambiental nas cidades, visto que ao se levar em

consideração os desgastes ambientais podem vir a colaborar ou alterar o espaço

em visão local e já que os centros urbanos se encontram no contexto regional,

estadual e nacional, sendo que afirma-se os problemas que existem fazem

referência ao ambiente, são a adição de diversos impactos locais em variados

segmentos, tanto na cidade como nas áreas rurais, pois esse é um processo que

cada vez torna-se mais rápido e o meio ambiente não consegue superar na

mesma medida em que o homem consome seus recursos naturais (SEN, 2010).

Nas cidades os espaços naturais assumem papéis muito importantes nos

centros urbanos referente a qualidade presente no ambiente, visto que este serve

para equilibrar a vida na cidade como também no meio ambiente desde que

21

sejam utilizados de maneira reservada com segurança para este fim, pois esses

espaços precisam ter um único objetivo que seria então destinado à recreação e

lazer para a população que convivem nos centros urbanos (LIMA, 2002).

Há muitos anos atrás as áreas naturais e os jardins tinham como finalidade

o de proporcionar locais para passeios, exposição de luxo e repouso, sendo que

com os processos que vêm ocorrendo no mundo, as dificuldades construídas por

meio das cidades modernas e posteriormente pelas contemporâneas, onde os

jardins e parques são formas utilizadas não apenas como meio de ornamentação,

mas para promover as necessidades básicas do homem como a recreações e

especificamente método de defesa do meio ambiente contra a devastação

causada pelo aumento das cidades e o consumo dos recursos naturais e

energéticos (FERNANDES, 2004).

A proteção dos recursos naturais nas cidades são formas de permitir que o

verde urbano exista, além de ser indicado com alta potência da qualidade

ambiental. O processo de troca das áreas naturais por extensões de concreto na

construção das cidades altera muitos os fatores naturais referentes a percolação

das águas como, por exemplo, transformando as áreas urbanas em sinônimos de

desequilíbrios do ecossistema e processos de erosão facilmente perceptível

(LOBODA, 2003).

As áreas naturais também são introduzidas como forma de proporcionar o

equilíbrio do espaço urbano e dos locais destinados ao lazer, pois além de dar

uma coloração a cidade e adaptabilidade ao ambiente permite que os cidadãos

convivam em um ambiente mais saudável (SEN, 2010).

A arborização das vias públicas é outro fator importante desempenhado

pelos parques e jardins, aos quais assumem papéis de filtros que sugam as

impurezas do ar, retém o pó, faz a reoxigenação do ar, trazendo a sensação de

frescor com a possibilidade de mais sombras (LIMA, 2002).

A realidade crescente da construção civil tem gerado um maior consumo

energético e provocado a ausência dos recursos naturais como as vegetações,

sendo que assim provoca inúmeras conseqüências ruins no meio ambiente da

zona urbana e as alterações no clima enchentes, local, deslizamentos, faltam de

espaços para a prática dos exercícios, corrida, caminhadas e lazer para a

22

população, além do mais as chances de provocar erosões nessas áreas e nos

terrenos em volta são reduzidas (LOBODA, 2003).

A preservação das áreas naturais na cidade se encaixa nos processos

históricos e/ou culturais, dos quais muitas das vezes se tornam restritos a as

decisões dos órgãos e da administração pública, porém a população deve busca

construir espaço verdes nas cidades (SATTLER, 2006).

Existem muitos locais aos quais são destinados à manutenção e/ou

construção de áreas naturais que são inapropriados, em especial áreas que se

encontrem próximos aos cursos d'águas, que são consideradas por lei que

deveriam ser direcionado a preservação ambiental permanentemente (LOBODA,

2003).

A realidade satisfatória do ambiente urbano está ligado com vários

aspectos das quais destacam-se o incentivo da presença verde na cidade. O

cenário com falta dos espaços verdes está relacionado a aspectos estéticos,

sociais, lazer, políticos e culturais entre vários agentes, pois apresenta-se como

forma de diminuir os efeitos que as construções provocam no ambiente urbano

com consumo energético e conseqüentemente o elevado índice de consumo dos

recursos naturais (SEN, 2010).

Existe certa relação entre sociedade e a natureza das quais modelam o

ambiente físico urbano por meio das necessidades e atividades do ser humano,

sendo que tem como resultado as inúmeras transformações e apropriações no

meio natural por necessidade humana (LIMA, 2002).

As transformações são quantitativas, mas também são qualitativas, e a

cidade se transforma cada dia mais em um meio artificial, que são fabricadas com

os restos da natureza primitiva que se torna a cada dia encoberta pelas obras do

homem que realizada sem respeito a sustentabilidade provoca sérios problemas

ambientais.

Os fatos mencionados são realidades que influenciam de forma negativa no

aspecto qualidade de vida dos indivíduos, contudo se estes estiverem

relacionados com a falta de planejamento que considera os elementos naturais

sem prioridade irá ocasionar sérios problemas urbanos.

É notado que na sociedade atual existe uma mudança nos valores naturais

por resíduos, concretos, edificações, máquinas e poluição, sendo que outra

23

análise a população desconhece a importância da vegetação como sendo fator

potencializado da realidade ambiental na zona urbana.

“A qualidade de vida urbana está diretamente atrelada a vários fatores que estão reunidos na infraestrutura, no desenvolvimento econômico-social e àqueles ligados à questão ambiental. No caso do ambiente, constitui-se elemento imprescindível para o bem-estar da população, pois a influência diretamente na saúde física e mental da população”. (LOBODA, 2003 p.20)

O cenário da legislação no Brasil afirma que os municípios possam dividir-

se em zona rural e urbana. O espaço da zona considerada urbana tem a sua

delimitação decretada por uma lei municipal, por mais que essas não estejam

decretadas na legislação, e estando constituída de três sistemas que são os

ambientes com construções habitacional, industrial, comercial, hospitais, escolas,

etc.) como também os espaços livres de construção que são praças, parques,

águas superficiais, etc. além dos espaços de integração urbana como rede

rodoviária e ferroviária (Cavalheiro et al.1999. apud NUCCI et al, 2003).

Os espaços naturais devem ser entendidos em espaços livres que tem

como principal objeto a composição vegetação, pois essas precisam atender a

três principais objetivos que é o ecológico ambiental, estético e de lazer. De

acordo com o autor abaixo citado essas áreas têm três critérios importantes a

serem analisados, tais como:

“Vegetação e solo permeável devem ocupar, pelo menos, 70% da área verde; devem servir a população, propiciando um uso e condições para recreação. Canteiros, pequenos jardins de ornamentação, rotatórias e arborização não podem ser considerados áreas verdes, mas sim "verde de acompanhamento viário", que com as calçadas (sem separação total em relação aos veículos) pertencem à categoria de espaços construídos ou espaços de integração urbana”(Cavalheiro et al. 1999 apud NUCCI, 2003)

No contexto acima o autor considera que a cobertura vegetal em sua

definição faz referência ao cenário de crescimento dos espaços verde em cartas

planimétricas, das quais podem ser identificadas por meio de imagens aéreas,

sem a necessidade de estereoscópica.

A área vegetal existente é considerada nos sistemas em triplo espaço

construído, sendo ambientes livres e de integração podendo ser verificada em

24

área de preservação que em diversas realidades limita-se ao acesso público, com

mais especificidades nas áreas rurais, portanto a zona urbana em sua estrutura

deve apresentar áreas verdes para minimizar os efeitos que as construções

exercem com o consumo energético e desgastes ambientais (LIMA, 2002).

2.2 Desperdícios e geração de resíduos

No contexto social contemporâneo para fala de desperdícios e geração de

resíduos exige compreender que os resíduos sólidos são os restos materiais que

se resultam das atividades humanas, sendo que sua denominação de resíduo

sólido é utilizada para denominar a existência do resíduo com origem no latim,

que conceitua “cinza”. De acordo com Branco (1995) e Lopes (2003 p. 87), a

maneira antes descrita sobre a forma como se entende a definição da palavra

resíduo, é vindo de um período onde a maioria dos resíduos das cozinhas era

formada por cinzas e os restos das lenhas que eram carbonizadas nos fogões e

fornos da época.

A definição da palavra resíduo se apresenta com várias respostas, pois já

no entendimento de Rocha (1993), a palavra resíduo, vem do latim lix, que

denomina-se cinza e lixívia, além disso, pode ser também se derivar do verbo

lixare, no latim da idade média que nada mais é do que o ato de polir, sendo que

referindo-se a construção de resíduos das construções de acordo com Daltro

Filho et al.(2006, p. 3) destaca que “os geradores potenciais dos resíduos da

construção civil são os executores de obras, reformas ou demolições. Entre estes

geradores estão empreiteiras, órgãos públicos e as obras particulares”. Na tabela

1 se apresenta o quantitativo de resíduos sólidos coletados em cada região

brasileira.

25

TABELA 1 – QUANTIDADE DE RSU COLETADO POR REGIÃO DO BRASIL

FONTE: ABRELPE 2017

O homem gera muitos resíduos e na medida em que se faz uma análise

em alguns dicionários, um desses é o dicionário Aurélio (2000, p. 430) o

significado da palavra resíduo é descrito como sendo tudo “o que se varre da

casa, da rua e se joga fora” ou “coisa imprestável”, portanto a palavra resíduo ou

o termo resíduo sólido refere-se ao material produzido pelas ações humanas que

são descartados.

No processo de desenvolvimento de muitos trabalhos e pesquisas, o

resíduo foi considerado como sendo “aquilo que é descartado sem que seus

valores sociais, econômicos e ambientais sejam preservados”. (LOGAREZZI,

2006 p. 96) onde se descartado de forma incorreta produz sérios problemas para

a sociedade.

De acordo como já mencionado pelos autores acima o resíduo é uma

forma pela qual se chama os resíduos do qual se entende tudo que resta de uma

ação qualquer, porém deve-se ter o entendimento de que nas atividades humanas

há a geração de resíduos e não de resíduos. Os resíduos são materiais que

apresentam valores desde os sociais, econômicos até os ambientais, dos quais

podem ser preservadas, por meio do descarte, coletas e o envio para a

reciclagem e/ou reaproveitamento, podendo ainda ser utilizado para a geração de

energia, contudo se esses são descartados de uma maneira comum os resíduos

passam a se tornarem resíduos.

26

O termo lixo não é bem considerado pelos estudiosos para se tratar nos

tempos de hoje, visto que por volta da década de 70 os resíduos sólidos sofreram

generalização identificada como resíduos, o que despreza qualquer valor

econômico que esses tivessem, sendo por esse motivo de desconsideração do

seu valor econômico, que no meio científico se utiliza muito o termo resíduo, do

qual se ver a possibilidade de extração da matéria-prima para produção de novos

produtos, pois resíduos podem ser aproveitados ou não diante da produção deste

pelo homem nas mais variadas atividades cotidianas (LOGAREZZI, 2006).

No seguimento da concepção da Associação Brasileira de Normas

Técnicas (ABNT, 1987, p.1) por meio da NBR (Norma Brasileira Registrada)

10004, destaca que os resíduos sólidos e semi sólidos podem ser definidos como

o resultado final do processo de atividades das comunidades de origem

doméstica, industrial, do serviços de saúde, agrícola, comercial, construção civil,

de serviços e de limpeza pública, porém considera nesse mesmo contexto os

lodos que são resultantes do trabalho de tratamento de água, os que provêm de

materiais instalações para controle da poluição e também determina os líquidos

dos quais em suas particularidades os tornem incapazes de serem jogados sobre

as redes públicas de esgotos e na água, o que para isso esses necessitem de

soluções técnicas e economicamente que sejam viável em questão a

disponibilização de uma melhor tecnologia.

A forma de análise da origem de resíduos sólidos possibilita que seja

definida como de característica industrial, doméstica, comercial, hospitalar,

agrícola, construção civil, de serviço e a varrição, sendo que os resíduos sólidos

recebem sua classificação em dois grupos que fundamentam estes em Resíduos

Sólidos Urbanos e Resíduos Sólidos Especiais no contexto social e ambiental

(LOGAREZZI, 2006).

Na análise realizada em uma de suas obras que trata das “Políticas

Públicas: Resíduo e Cidadania para um desenvolvimento sustentável” de Araújo

(2008) realiza sua interpretação sobre de que forma os cidadãos podem contribuir

para uma realidade sustentável ao dizer que:

“De acordo com a Constituição Cidadã, de 1988, ser cidadão, em sua essência, é se respeitar e participar das decisões propostas por uma sociedade para melhorar sua qualidade de vida e das outras pessoas. É

27

nunca se esquecer das pessoas que mais necessitam. A cidadania deve ser divulgada através de instituições de ensino e, dos meios de comunicação para promoção do bem-estar comum e do desenvolvimento de uma nação”. (ARAÚJO, 2008)

A princípio de tudo a humanidade ainda incluída no contexto nômade dos

quais viviam em cavernas, tendo como meios de sobrevivência apenas a pesca e

a caça, com vestimentas de pele, formando entre eles uma população minoritária

sobre o planeta, sendo que esses não tinham locais fixos para morar, visto que a

escassez de comida era um dos fatores que faziam com que o ser humano

tivesse que procurar moradas em outros locais, quando essa população saia do

local acabava por deixar os resíduos no ambiente, porém esses eram

rapidamente decompostos pela ação do tempo. Nos dias atuais o grande

problema referente ao resíduo é que muitos acham que apenas depositar nos

recipientes adequados vai resolver o problema da sujeira, ponto de onde se inicia

o problema (LOGAREZZI, 2006).

No contexto civilizatório crescente o homem necessitou produzir

ferramentas para aumentar o seu conforto como instrumentos, peças de cerâmica

e materiais para o plantio, roupas adequadas, além de dar início a vários

processos como a construção de moradias, criação de animais, cultivo, e com

isso passando a fixar-se em um único local e produzir cada vez com maior

intensidade de resíduos resultantes também do desperdício de materiais

(ARAÚJO, 2008).

A realidade da produção de resíduos sólidos na área urbanos proporcionou

a necessidade de intervenções governamentais para controle deste resíduo,

portanto de acordo com a Tabela 2 o setor de limpeza urbana tem aumentado o

número de oportunidades de emprego com base na quantidade de resíduos

produzido na sociedade contemporânea.

28

TABELA 2 GERAÇÃO DE EMPREGOS PELO SETOR DE LIMPEZA URBANA

FONTE: ABRELPE 2017

A realidade apresentada na Tabela 2 confirma que a sedentarização teve

consequências que foram o crescente aumento dos resíduos, do qual não

aconteceumodificações no problema mundial, porém esse desenvolvimento

cresceu bastante no decorrer dos tempos. O aumento significativo da população

humana, e com o advento da Revolução Industrial, a qual deu a possibilidade

para o crescimento na produção dos bens de consumo, com isso a produção e

descarte de resíduos deu um grande passo, no entanto, esse fator não causou

nenhum problema, visto que se tinha em mente era o desenvolvimento e não as

conseqüências que esse iria trazer (ARAÚJO, 2008).

Os desperdícios em atividades como construções e entre outras tem

elevado a produção de resíduos, sendo que o que está em falta nesse contexto é

a procura por parte da população de maneiras de exploração dos recursos

naturais que não venham a prejudicar o meio ambiente, caso isso não venha a

acontecer todos irão sofrer as conseqüências de modos desumanos, e afundados

em seus próprios resíduos.

“A educação ambiental deve proporcionar ao homem a oportunidade de

conhecer-se como cidadão; estimular, proporcionando ao outro, a

mesma condição; reconhecer no mundo o mundo de todos; caracterizar

o tempo e o espaço de todos como sendo os mesmos; admitir que as

gerações futuras devam ter a qualidade de vida que merecem. Para isso,

é necessário que se julguem os homens iguais, em tempo e lugar, com

29

as mesmas necessidades essenciais e referenciais que permitam, na

consciência e responsabilidade das alternativas das posturas, as

relações ambientais que indiquem a atuação de um sujeito realmente

ético, no meio em que vive”(Oliveira 1999 apud Ruscheinsky, 2002, p.

82)

No decorrer dos tempos tudo foi acontecendo e as mudanças trágicas

ocorrendo, com isso por volta da segunda metade do século XX aconteceu uma

espécie de transformação. A população tomou conhecimento dos danos que

vinham sendo causado ao planeta, passando a se preocuparem com o futuro,

contudo, isso não ocorreu por acaso precisou-se de acontecimentos que fizessem

com que a população despertasse sobres os males causados ao meio ambiente

dentre esses estão o desgaste da camada de ozônio e o aquecimento global,

sendo que quando a população acordou, muito foi discutido e mencionado, a

realidade da geração e destinação final do resíduo, mesmo assim até os dias

atuais essa questão não vem sendo visualizada com urgência necessária,

(Oliveira,1999).

De acordo com Araújo (2008) deixa bem claro em uma de suas mais

conhecidas obras, “Políticas Públicas: Resíduo e Cidadania para um

desenvolvimento sustentável”, que:

“A cidadania no Brasil está diretamente interligada ao seu estudo

histórico através de sua evolução constitucional. Desde a Constituição

Imperial, de 1824 e da primeira Constituição republicana, de 1891, que a

cidadania era consagrada com essa expressão. Mas, foi a partir de 1930,

observa Wilba Bernardes, que ocorreu uma nítida distinção nos

conceitos acerca da cidadania, da nacionalidade e da naturalidade.

Houve um codificador mais esclarecedor com relação a essa tríade, pois,

nacionalidade refere-se à qualidade de quem participa como membro de

um país, naturalidade de uma cidade ou município e o termo cidadania,

ficou reservado apenas para definir a condição daqueles que exercem

seus direitos sociais e políticos” (ARAÚJO, 2008).

Um ponto bem interessante, porém trágico nesse contexto é que o resíduo

simboliza um alto significado quanto ao crescimento de uma nação, pois quanto

mais poder tem maior será a economia do país, porém mais resíduo esse irá

produzir, sendo que Isso é significado de que a população está crescendo e de

30

que as pessoas cada vez mais estão aumentando o consumo e assim gerando

resíduos que em diversas realidades surge do desperdício.

A geração de resíduos é um problema que tem ganhado uma dimensão

perigosa, pelo fato do perfil do resíduo está um tanto quanto diferente, pois por

meio de uma análise observou-se que em meados do século, a presença do

resíduo era maior predominância os materiais orgânicos, de restante de

alimentos, no entanto o progresso tecnológico dos materiais como isopores,

pilhas, plásticos, baterias de celulares e as lâmpadas se tornam bem freqüentes

nas coletas como também a presença dos entulhos de construções (LIMA, 2002).

No desenvolvimento de sua cidadania o indivíduo deve agir ciente das suas

obrigações e responsabilidades. É visto como um componente de um vasto e

complexo composto que é a comunidade, sendo que os indivíduos da nação ou o

estado, e para que essa venha a andar com desempenho se faz necessário à

contribuição destes, sendo que essa cidadania tem um objetivo do qual interage e

se integra com a justiça no seu sentido mais amplo, isto é, o bem comum, pois é

por meio desta conduta que se consegue alcançar a cidadania e levá-la para o

caminho do desenvolvimento sustentável de um país, pelo fato de a educação de

um povo ser o ponto forte para o caminho do progresso (LOBODA, 2003).

31

2.3 Características e classificação dos resíduos

A caracterização dos resíduos de construção civil está entre os setores

mais importantes da sociedade é também responsável por geração da maioria de

resíduos sólidos produzidos no âmbito social. Um problema bem mais agravante

nos grandes centros urbanos, onde esta é responsável por uma porcentagem de

geração estimada em 61% de entulhos produzidos. Segundo Noronha et al.

(2005) e de acordo com os estudos realizados por Pinto (1999) este afirma esses

dados após ter encontrado de 41% a 70% dos resíduos da construção.

No âmbito da produção de Resíduos de Construção e Demolição (RCD)

nos municípios brasileiros dos anos 1999, John e Agopyan (2003) evidenciam que

os resultados encontrados por Pinto (1999) eram de 0,51 toneladas por habitante

no ano, para encontrar esse resultado, ele considerou o ano com trezentos dias

úteis, e tomou por base dados do IBGE em relação a população no ano de 1996.

Em outra realidade estudada foi realizado pelo Departamento de Limpeza Urbana

(Limpurb) na cidade de São Paulo, modificaram alguns dados colocaram um

índice de 0,50 tonelada por habitantes no ano na zona urbana, adotado com base

no ano de trezentos e treze dias úteis (FILHO et al, 2007).

No contexto existia nesse uma margem de erro de 2% dos resultados

anteriores, pois por meio de uma pesquisa realizada por meio da Europian Union

em 1999 revelaram números onde 0,32 ton/hab.ano e 0,40 ton/hab.ano em

Portugal e Suécia nesta ordem (AGOPYAN, 2003).

Na existência da variação a respeito da quantidade de entulhos gerados

por uma população no ano, de acordo com países e também com as estimativas

que os autores adotam, onde estas consideram a remoção de solos no

quantitativo e que entre outros autores podem não incluí-las o que gera a

diferença entre as fontes (FILHO et al, 2007).

No centro urbano sempre o número de construção é crescente, e cada vez

mais os centros urbanos vem aumentando sua área, o que conseqüentemente

torna a realidade da RCD no âmbito da construção civil e os descartes em locais

inapropriados são o resultado da falta centros de reaproveitamento (AGOPYAN,

2003).

32

A reciclagem desses materiais seria uma solução para diminuir a poluição

e o desmatamento, assim proporcionando uma redução no custo da matéria

prima, contudo ainda iria contribuir com novas gerações de emprego em setores

de reciclagem. (PINTO, 1999).

O processo de construção desde seu início até o seu término é marcado

por criação de entulhos, esses se prolongam em todas as fases do período de

construção, estas etapas são a partes da construção ou canteiro de obra, sendo

que na etapa das manutenções e reformas na fase de demolição de edifícios

(AGOPYAN, 2003).

Em uma definição dada pelo CONAMA Nº 307, o RCD era entendido em

um todos onde os resíduos eram resultados de construções, reformas, reparos,

demolições de obras, e de escavação de terrenos, estes eram conhecidos como

entulhos de obras, caliça ou metralha (BRASIL, 2002).

No contexto conforme a capacidade de reaproveitamento de cada um

desses resíduos, é que eles podem ser classificados:

“a) Classe A – resíduos reutilizáveis ou recicláveis como agregados, tais como solos de terraplanagem, tijolos, blocos, telhas, placas de revestimento, argamassa, concreto, tubos, meios-fios, etc; b) Classe B – resíduos recicláveis para outras destinações, tais como plásticos, papel/papelão, metais, vidros, madeiras etc; c) Classe C – resíduos ainda sem tecnologia ou aplicações economicamente viáveis para a sua reciclagem/recuperação, tais como os produtos oriundos do gesso. d) Classe D – resíduos perigosos, tais como tintas, solventes, óleos e outros ou aqueles contaminados” (BRASIL, 2002).

Dos resíduos gerados nas obras avaliou-se que os RCD produzidos pelas

reformas, manutenção e demolição, representam de 42% a 80% deste total e

variada de acordo com as particularidades de cada cidade brasileira. Os RCD são

as características de um exagero nos gastos com materiais nos locais das obras,

pois conforme compra for feita de acordo com o número realmente utilizada com a

quantidade necessária, sendo que a pesquisa constou um índice de 50% de

desperdício (PINTO, 1999).

O grande desperdício que acontece desde o início do processo de retirada

da matéria prima, é uma das explicações diante do aumento no volume de RCD,

além disso, segundo um estudo realizado pela Associação Brasileira de

33

Empresas de Limpeza Públicas e Resíduos Especiais – (ABELPRE, 2017) cita

ainda, o transporte e uso inadequado do canteiro de obras, ficando sobre a

sociedade a responsabilidade de remover e tratar do entulho.

A forma de caracterização das etapas referente a construção civil conforme

apresentado no trecho abaixo na etapa de produção a geração de entulhos pode

ser classificada dentro de quatro critérios:

“a) Segundo suas formas de manifestação que podem citar a argamassa saindo por rasgos na embalagem; sacos de cimento empedrados; areia carreada do estoque pela chuva; pontas de aço não reaproveitáveis; argamassa endurecida ao pé da parede revestida; gesso endurecido na caixa de manuseio etc; b) Segundo sua etapa de produção poderá ser observada por meio de materiais recebidos e inspecionados, estocados, processados e, por fim, aplicados, sendo transportados entre cada etapa; c) Segundo suas causas podem ter o transporte inadequado desse material, isso de ferramentas impróprias, desmoronamento de um estoque por choque com um equipamento de transporte, entre outros; d) Segundo sua origem, com a falta de coordenação modular entre as dimensões das paredes e dos blocos, que é relativa à etapa de projeto, ou a não disponibilização de equipamentos adequados, associada à etapa de Produção” (Souza et al 2004).

A questão de tratamento do entulho sempre foi uma falha a ser resolvida,

se visto que o tratamento com esses não poderiam ser os mesmos do resíduo. O

mesmo pode ser vendido se houver interessados por tal, ou até mesmo ser pago

para que esse seja retirado de certo espaço, no entanto as preocupações quanto

o local que essa será despejado não são muito grandes. O trabalho citado acima

sempre ficou com os transportadores de resíduos, que acabavam por deixar

esses materiais em ambientes muita das vezes não autorizados (AGOPYAN,

2003).

No âmbito de despejos de resíduos em locais irregulares se enfatizam que

dentre todas as responsáveis, as transportadoras privadas são as que mais

causam esse problema. Estas colocam irregularmente em ruas, jardins e parques

públicos até mesmo nas proximidades dos locais onde foram produzidos visando

um custo menor onde essas garantem um preço menor para as organizações

empresariais que os contratam e conseguem ter um lucro melhor (PINTO,1999).

No contexto a distância entre as obras e locais de despejo de resíduos são

fatores de muita significância, visto que quanto mais distante do local, maior será

34

o custo de transporte, ocasionando o despacho em ambientes irregulares. Sobre

isso no Brasil em cinco cidades o despejamento irregular de RCD está com média

entre 10% e 47% do total (AGOPYAN, 2003).

Na realização de um estudo com os responsáveis pelas construtoras, Lima

(2005) visualizou que a maior preocupação destes no momento de contratação de

empresas transportadoras é de caráter financeiro, estes não se preocupam com

os licenciamentos das mesmas. Em muito dos casos os contratantes

desconhecem os locais que os resíduos estão sendo colocados.

A sociedade brasileira muda esse cenário, onde as empresas geradoras de

resíduos contam com as prefeituras para despejar os resíduos sólidos em locais

adequados. No entanto ainda existem muitas falhas nesse sistema, (FILHO et al

2007) faz uma severa observação sobre a cidade de São Paulo, a respeito da

relação de comunicação e associação que não tem sido visto no contexto dos

condutores da produção como transporte dos resíduos, fator que vem

aumentando os números de locais como terrenos baldios com empilhamentos de

entulhos, a falta de políticas públicas que desempenhe papel de evitar esses

casos é uma das falhas.

Nas cidades brasileiras onde o descarte de resíduos em locais

inapropriados é marca da realidade, um exemplo claro da cidade de Salvador

onde foram encontrados cerca de 220 pontos de descarte irregular de RCD em

locais como, terrenos baldios, córregos, encostas, praias, valas,

conseqüentemente agindo na criação de lixões responsáveis pelo surgimento de

doenças, inundações, os deslizamentos, além de inúmeras outras conseqüências

impondo obstáculos sobre o trabalho de drenagem de Salvador na Bahia em 1997

como também no Distrito Federal, a colaboração por parte do governo é um

quesito em falta quanto a reciclagem e despejo de RCD onde existe um local;

Qualix Serviços ambientais, onde todo o resíduo produzido pela capital brasileira

é destinado (SILVA, 2006).

A construção civil está na lista de principais degradadoras de recursos

naturais e destruição ambiental, colocando em risco o ambiente das próximas

gerações de todos os recursos naturais do planeta cerca de 14% a 50% é de

responsabilidade deste setor. Observando assim o quanto precisa buscar formas

35

rápidas e específicas para solucionar quanto a gestão de obras por meio da

criação de programas, focadas na escassez desses impactos (AGOPYAN, 2003).

2.4 Legislação, normas técnicas e políticas públicas

A realidade das políticas públicas desenvolve abordagens referentes ao

tema gestão de resíduos sólidos urbanos (RSU), assim como os diversos tipos de

ações públicas ambientais que fazem parte de alguns programas, ações e

atividades governamentais desde o ano de 1973, fazendo com que naquela

época fosse criada a primeira Secretaria Especial de Meio Ambiente (SEMA), pois

essa tem sua legitima atuação constitucional fixada no ano de 1988 (art. 225), no

momento em que essa deixa clara a atenção e as responsabilidades com o

espaço ambiental em caráter natural, cultural e artificial, sendo que isto é,

colocam os trabalhos das políticas públicas a com a participação da sociedade

civil e do poder público como aglomerado de direitos difusos sobre as coisas,

bens materiais ou imateriais no meio ambiente.

As normas brasileira referente a Resíduo da Construção e Demolição

(RCD) ou Resíduo da Construção Civil (RCC) apresenta-se por meio da

Resolução CONAMA nº 307, de 5 de julho de 2002 que passou a vigorar a partir

de janeiro do ano 2003 colocando para os municípios brasileiro os prazos para

adaptar-se a esse contexto evitando possíveis enquadramentos (BRASIL, 2002).

De acordo com Resolução CONAMA de número 307/2002 prevê que:

“a) O Programa Municipal de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil será elaborado, implementado e coordenado pelos municípios e pelo Distrito Federal, e deverá estabelecer diretrizes técnicas e procedimentos para o exercício das responsabilidades dos pequenos geradores, em conformidade com os critérios técnicos do sistema de limpeza urbana local. b) Os Projetos de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil serão elaborados e implementados pelos geradores não enquadrados no artigo anterior e terão como objetivo estabelecer os procedimentos necessários para o manejo e destinação ambientalmente adequados dos resíduos. c) O Projeto de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil, de empreendimentos e atividades não enquadrados na legislação como objeto de licenciamento ambiental, deverá ser apresentado juntamente com o projeto do empreendimento para análise pelo órgão competente do poder público municipal, em conformidade com o Programa Municipal de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil. d) O Projeto de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil de atividades e empreendimentos sujeitos ao licenciamento ambiental

36

deverá ser analisado dentro do processo de licenciamento, junto ao órgão ambiental competente. e) Os Projetos de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil deverão contemplar as seguintes etapas: caracterização: nesta etapa o erador deverá identificar e quantificar os resíduos; triagem: deverá ser realizada, preferencialmente, pelo gerador na origem, ou ser realizada nas áreas de destinação licenciadas para essa finalidade, respeitadas as classes de resíduos estabelecidas no art. 3º desta Resolução; acondicionamento: o gerador deve garantir o confinamento dos resíduos após a geração até a etapa de transporte, assegurando em todos os casos em que seja possível, as condições de reutilização e de reciclagem; transporte: deverá ser realizado em conformidade com as etapas anteriores e de acordo com as normas técnicas vigentes para o transporte de resíduos; destinação: deverá ser prevista de acordo com estabelecido nesta Resolução (Brasil, 2002) Ainda: a) Ficou estabelecido o prazo máximo até janeiro de 2004 para que os municípios e o Distrito Federal elaborem seus Planos Integrados de Gerenciamento de Resíduos de Construção Civil, contemplando os Programas Municipais de Gerenciamento de Resíduos de Construção Civil oriundos de geradores de pequenos volumes, e o prazo máximo de dezoito meses para sua implementação. b) Ficou estabelecido o prazo máximo de janeiro de 2005 para que os geradores incluam os Projetos de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil nos projetos de obras a serem submetidos à aprovação ou ao licenciamento dos órgãos competentes c) Ficou estabelecido o prazo até junho de 2004 que os Municípios e o Distrito Federal deverão cessar a disposição de resíduos de construção civil em aterros de resíduos domiciliares e em áreas de "bota fora" (BRASIL, 2002).

No contexto das normas e legislações brasileira sobre os resíduos vale

destacar o resultado das várias discussões do ECO-92, no princípio da década de

1990, quando se expande para a instituição da Agenda 21, esse evento que

culminou na criação da agenda foi um momento ocorrido na cidade do Rio de

Janeiro (RJ) no Brasil em 1992, sendo um destaque no combate as realidades

normativas referente aos resíduos sólidos do país, tendo em vista não apenas os

processos administrativos do problema, mas também os pontos mais profundos,

com a geração descontrolada desses resíduos, resultado de uma sociedade

altamente consumista e industrial, pois este documento no qual fora mencionado,

acordado por mais de 175 países promove programas dentre esses de práticas,

princípios e diretrizes com vias direcionadas à sustentabilidade em nível global,

cuja ação se dá em nível local e de forma cotidiana (AGENDA 21,1995).

O caminho traçado aumenta a quantidade de políticas públicas, organizada

conforme as legislações programáticas, no contexto das atividades ambientais no

Brasil, como exemplos têm a Política Nacional do Meio Ambiente (Lei federal n.

37

6.938/1981), as Diretrizes Gerais da Política Urbana (Lei federal n.10.257/2001),

as Diretrizes Nacionais para o Saneamento Básico (Lei federal n.11.445/2007) e a

Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei federal n. 12.305/2010), que

colaboram com a normatização referente a proteção ambiental em relação a ação

humana na geração de resíduos, (AGENDA 21,1995).

No contexto de discussões sobre a sustentabilidade surge a PNRS, que é

um programa de cunho normativo que tem por objetivo criar ações políticas

correspondentes as diretrizes e metas focadas na redução de ambientes

utilizados em caráter de lixões e aterramento de rios por resíduos de obras e

entre outros, contudo, incentivando ainda o desenvolvimento das regiões e gerar

os empregos e renda conforme artigo sexto, porém com mais especificação, a Lei

nº 12.305 apresenta como normas legais no artigo nono que a falta de geração,

redução, reutilização como também tratar os resíduos sólidos, destinados a

disposição final ambientalmente apropriada dos rejeitos e a diminuição do uso dos

recursos naturais.

A legislação depara-se com uma crescente preocupação geral na produção

de resíduos sólidos que manifesta na Lei federal nº 12.305, onde se observa a

necessidade de uma nova política a qual tenha por objetivo o desenvolvimento

regional, onde esta seja suficiente o detalhamento com rico propósito de atender

as demandas heterogêneas na realidade do país.

O contexto do desenvolvimento regional seria o ponto de atendimento às

medidas concretas que precisam ser desenvolvidas dentro das macrorregiões,

pois de acordo com as suas especificidades territoriais, de modo a vir introduzir

nos municípios, sendo propícias a promover condições semelhantes de vida e

oportunidades de emprego às diferentes populações. É com isso, que a PNRS,

assim como é de costume nas mais diversas políticas públicas ambientais,

conforme a organização das leis específicas para os locais nos planos estaduais,

distrital e municipais, com objetivo de acolher as características heterogêneas dos

fatores sociais, econômicos e políticos, buscando o desenvolvimento das regiões

do país.

No entendimento das atividades políticas se torna perceptível que estas se

centram ao entorno de algumas instituições governamentais específicas como

casas legislativas que são as Câmara Municipais, Assembléia Legislativas,

38

Câmara Legislativas e Congresso Nacional, executivo no Município, Estado e

Distrito Federal e União além do judiciário com juízos, tribunais e tribunais de

superposição. O fator que mostra as características do institucionalismo no Brasil

com uma percepção tradicionalista, no entanto durante os anos de 1980 e 1990,

ou seja, período da redemocratização nacional se consagrou uma nova visão

referente a essas atividades levando ao denominado neoinstitucionalismo, do qual

tem uma atenção multidisciplinar, assim abrangendo as diferentes disciplinas da

área de ciências humanas, por meio de estudos seja sincrônica quanto históricos.

O neo-institucionalismo histórico deixa claro o desenvolvimento de ações

públicas inclusivas dos agentes sociais como gestores públicos, catadores de

resíduos sólidos, empresários, industriais, legisladores aos quais seguem as

diretrizes e normas impostas na sociedade e a sua ligação com ao estado,

tornando-se cada vez mais distante do isolamento clássico do início do século XX,

(AGENDA 21,1995).

No momento em que se considerarem todas as experiências recentes

quanto ao desenvolvimento das políticas públicas no Brasil, existe um sentimento

entre os pesquisadores a respeito de se pensar em um nível “intermunicipal” de

articulação com intuito de operacionalizar as propostas de desenvolvimento, vindo

a ter o reconhecimento dos atores sociais que estão inseridos nesse projeto

político.

De acordo com o apresentado pela NBR-10004, os resíduos sólidos

apresentam, conforme sua composição, riscos ao meio ambiente em diversos

níveis de potencialidade que atingirão também a saúde pública, portanto é

necessário desenvolver estratégias para seu manuseio e sua destinação correta

evitando tais problemas (ARAÚJO, 2008).

No cenário das normas técnicas a agenda 21 se define como sendo um

documento pelo qual é estabelecido a importância que é de cada país ter

compromisso com a reflexão, de cunho global e local, a respeito da maneira como

as empresas, organizações governamentais e as não governamentais e todos os

setores que fazem parte da sociedade poderiam vir a contribuir para com o estudo

de soluções para os problemas socioambientais.

No contexto apresenta pela Agenda 21 como um documento desenvolvido

por todos os países, no Brasil que fica responsável pela coordenação desta

39

equipes de Políticas de Desenvolvimento Sustentável, servindo também para a

Agenda 21 nacional (CPDS). A agenda 21 é entendida por muitos como sendo

um forte meio de reconversão da sociedade industrial em busca de novos

paradigmas, dos quais necessitam do entendimento e interpretação a respeito da

definição de progresso, proporcionando um elevado bem estar e equilíbrio entre

todas as partes, proporcionando a melhoria e não apenas no total de

desenvolvimento.

É de suma importância destacar alguns aspectos históricos sobre a educação ambiental. Entre eles, a Conferência de Tbilisi, na Geórgia, caracterizada pela busca de uma nova ética fundamentada no respeito à natureza: ao homem e à sua dignidade, ao futuro e a sua exigência, esse enfoque tão é relacionado à qualidade de vida, esta deve ser acessível a todos, com um espírito geral nessa participação. (ARAÚJO, 2008).

O meio de reflexão e compreensão a respeito dessa nova relação

estabelecida entre os indivíduos participantes dessa ação social surgem por meio

da necessidade de uma urgência no quesito de educação ambiental, sendo que

com isso o Brasil vem por meio do Capítulo sexto da Constituição cidadã de 1988,

consubstancia este rol na qual introduz no artigo 225, § 1 inciso VI onde

proporciona a educação ambiental, em diversos os níveis de ensino,

acompanhada da conscientização pública para a preservação do meio ambiente,

(ARAÚJO, 2008).

“Para atender o desejo de todos, quanto a preservação ambiental, a Comunidade Internacional, em 1992, tinha por meta equacionar o problema da manutenção dos recursos naturais para usufruto das gerações futuras, por sua vezes, fato culminando na Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento no Rio de Janeiro, onde estavam representantes de diversos países e estes, por sua vez, reuniram-se para estabelecer princípios e, desenvolver instrumentos sobre a sustentabilidade dos recursos naturais. Assim, as Agendas Globais, Nacionais, Regionais e Locais, nasceram nesse evento, constituindo em seus autos convergências de procedimentos voltados ao equilíbrio ecológico consubstanciado no desenvolvimento socioeconômico da sociedade”. (AGENDA 21, 1995).

A Agenda 21 torna possível ver que essas refletem em relação ao contexto

legal na edificação da Educação Ambiental, na sociedade brasileira, deixando

clara a necessidade do cumprimento da Lei no 9.795/99, regularizada por meio do

Decreto no 4.281, de 25 de junho de 2002, da qual institui a Política Nacional de

40

Educação Ambiental, fazendo esse se tornar uma obrigatoriedade no sistema de

ensino, da qual já traz em seu artigo o conceito, dos princípios e os fundamentos

da Educação Ambiental (ARAÚJO, 2008).

Os artigos cinco e seis, institui a Política Nacional de Educação Ambiental,

passando a definir objetivos essenciais ao desenvolvimento na visão de uma

entendimento integrado ao meio ambiente em suas diversas e complexas

relações, sendo que a respeito de sua participação, seja essa coletiva ou

individual, responsável e permanente, em relação à conservação e equilíbrio ao

meio ambiente.

Na sociedade contemporânea o sentido de Educação Ambiental é tida

como um instrumento fundamental na educação em seu nível nacional nos artigos

três e treze, sendo que em uma previsão feita pelo artigo dez, da Agenda 21

mencionava-se que:

“A Educação Ambiental deve ser desenvolvida como prática educativa integrada, contínua e permanente; em todos os níveis e modalidades do ensino formal, com a seguinte diretriz: a educação ambiental não deve ser implantada como disciplina específica no currículo de ensino; nos cursos de pós-graduação e de extensão e nas áreas voltadas ao aspecto metodológico da educação ambiental, quando se fizer necessário, se faz facultar como criação de disciplina específica; nos cursos de formação e especialização técnico-profissional, e em todos os níveis, deve ser incorporada como conteúdo que trate a matéria como ética ambiental, nas atividades profissionais específicas a serem desenvolvidas” (Agenda 21).

No âmbito da educação ambiental vai além de que apenas ser uma parte

do processo educacional referente às questões ambientais, têm uma significativa

interação com os mais variados aspectos como: socioeconômicos, políticos,

culturais e históricos pelo fato de esse estão direto ou indiretamente ligado com o

meio ambiente (ARAÚJO, 2008).

Nas questões referentes às reorganizações dos programas educacionais, a

Lei no 9.795/99 se mostra como sendo fundamental nesse quesito, programas

que estejam incluídos na educação formal, dentre os demais estados

participantes dessa problemática ambiental.

Nos trâmites da educação ambiental fica claro que essa precisa ser

superior, sendo um ato político, que esteja centrado na transformação social em

um processo contínuo de aprendizagem, cabendo a si no seu envolvimento ter a

41

valorização das mais variadas formas do conhecimento, a respeito de formar

cidadãos com uma ampla consciência global. Mais recentemente, durante a

Cúpula das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável em setembro

de 2015 foram criados os ODS – Objetivos do Desenvolvimento Sustentável. Até

2030 todos os países do mundo devem implantar os 17 objetivos e 169 metas.

Os ODS têm um imenso impacto para as empresas e governos, pois a

conservação dos recursos naturais passa a integrar os objetivos sociais e

econômicos, aliando ecologia e economia, mudando a noção de progresso e

desenvolvimento. Hoje já não é mais razoável que se destine os resíduos a

aterros, por exemplo. Deve-se pensar em soluções que reduzam a geração ou

reaproveite os resíduos conservando a natureza.

Somos todos dependentes de boas condições ambientais, seja para a

qualidade de vida, para a oferta de insumos produtivos ou para a redução de

resíduos. A implantação dos ODS é fundamental, já que é notória a limitação dos

governos em conseguirem, sozinhos, resolver todas as questões.

A Política Nacional Dos Resíduos Sólidos é um instrumento legal que

colabora para isso, que tem sido amplamente discutido pela sociedade com

grande avanço, estabelecendo princípios, estratégias, instrumentos e objetivos

que criam obrigações e deveres para todos os atores públicos (Governo Federal,

Governos Estaduais e Municipais) e com o setor privado (Fabricantes,

Comerciantes e Importadores) promovendo assim uma enorme transformação

que deve ocorrer nesse setor.

A aplicação das medidas da PNRS, trazem um novo sistema de gestão de

resíduos no país, principalmente pela introdução de tecnologia de recuperação

dos resíduos, impondo uma série de novas atividades que devem ser

implementadas de curto a médio prazo, para adequar as práticas dentro das

bases dessa Lei.

Esse novo marco legal sinaliza uma mudança de paradigma na questão do

conceito de Resíduo em substituição a antiga terminologia usada para a

expressão Lixo, dando o real significado de valorização desse elemento como um

novo produto ou matéria prima de um subproduto, que terá conseqüentemente

valor comercial e deverá ter sua destinação final ambientalmente adequada.

42

A chamada gestão compartilhada nada mais é do que induzir cada elo das

cadeias produtivas a assumirem suas responsabilidades. Por exemplo, o setor

industrial além de cuidar da destinação correta dos seus rejeitos industriais,

deverá criar programas de redução gradativa do volume de suas embalagens,

com o objetivo de reduzir o volume final dos resíduos descartáveis. Indústrias de

bens que exigem cuidados especiais, como baterias e pneus, deverão

implementar seus próprios esquemas de coleta e destinação final. Na construção

civil o proprietário do empreendimento, a construtora e os transportadores dos

materiais descartados nas obras serão solidariamente responsáveis por sua

correta destinação final.

“A nova Política firmou alternativas e prazos para que as indústrias, dentro de seus respectivos setores, apresentem propostas ao Governo Federal para que possamos ter os chamados acordos setoriais para a implantação da Logística Reversa, através do comitê “ Orientador para a implantação da Logística Reversa”, instituído em 2011 tendo sido também criados grupos de trabalhos através do “Comitê Interministerial para acompanhamento da Política Nacional”, que deverá pensar entre outras coisas sobre um sistema nacional para monitorar e acompanhar como um grande banco de dados nacional, e ainda promover a recuperação energética dos resíduos, fomentar linhas de financiamento e crédito tributário para produtos recicláveis e reutilizáveis, determinar práticas de gerenciamento de resíduos perigosos e descontaminação de áreas, e ainda instituir a educação ambiental.” (LEITE.2015).

A importância de escolher a alternativa de reaproveitamento destes

resíduos é respaldada pela Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS),

instituída pela Lei 12.305/2010, que propõe como princípios e objetivos a não

geração, redução, reutilização e tratamento dos Resíduos Sólidos, assim como

disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos.

O setor da construção civil é atualmente um dos maiores geradores de

resíduos. Quase a totalidade dos processos produz um volume considerável de

material com o potencial de reciclagem (SILVA, 2006).

43

3 SUSTENTABILIDADE E A RECICLAGEM NA CONSTRUÇÃO

A sustentabilidade e reciclagem na construção civil são fatores que

desenvolvem ações com um olhar visando melhorias no futuro da população

brasileira e tem proporcionando novos caminhos aos RCD, utilizando esses em

várias funções.

“a) Pavimentação que são empregadas na reutilização de resíduos reciclados como base, sub-base, revestimento primário, na forma de brita corrida ou em mistura de resíduo com o solo; b) Agregado para concreto não estrutural que são resíduos processados pelas usinas de reciclagem podendo ser utilizados a partir da substituição dos agregados convencionais (areia e brita); c) Agregado para confecção de argamassa que são originados após o processado por equipamentos denominados argamasseiras, que moem o entulho na própria obra, em granulometrias semelhantes as da areia, ele pode ser utilizado como agregado para argamassas de assentamento e revestimento” (SILVA, 2006).

O emprego dos materiais de construção reciclados ainda é introduzido em

vários outros campos, como para os cascalhos nas estradas, complemento de

espaços nas construções, valas de instalações e reforços para os aterros,

portanto desenvolvem ações sustentáveis. Uma forma de diminuir a quantidade

de produção de entulhos, e que gera menores custos nas etapas de construção

das edificações promovendo uma maior rapidez é a utilização das estruturas pré-

moldadas (SILVA, 2006).

A construção civil ainda utiliza de vários materiais, ao quais ainda não se

desenvolveram estratégias de reciclagem, um exemplo do gesso que é

empregado na forma de revestimento e placas, já que de acordo com o CONAMA

número 307 este é um tipo de resíduo que não se desenvolveu métodos

tecnológicos ou aplicações viáveis, (ARAÚJO, 2008).

O contexto descrito acima, esse fator de análise de resíduos recicláveis é

necessário para diminuição reutilização de materiais contaminados. Uma grande

parcela de RCD foi classificada como inativo quanto o seu pH e resistência da

água absorvida, sendo o outro restante se apresenta contaminação tidas como

responsáveis a colocar a qualidade técnica do produto reciclado em perigo,

(SILVA, 2006).

44

Na medida em que qualquer política que venha ser adotada com objetivo

na redução do impacto ambiental proporciona a diminuição da matérias primas.

Por conseguinte, reduzindo o uso dos aterros, o livrando-se dos resíduos em

locais inapropriados diante do exagero de utilização dos recursos naturais não

renováveis (PINTO, 1999).

Segundo o IBGE, por meio da Pesquisa Nacional de Saneamento Básico –

2008, (IBGE, 2010): aproximadamente 99,9%dos municípios brasileiros possuem

os serviços de manejo de resíduos sólidos, apenas 50,5% deles dispõem seus

resíduos em vazadouros; 22% em aterros controlados; 27,5% em aterros

sanitários. A pesquisa indica ainda que 3,8% dos municípios têm unidade de

compostagem de resíduos orgânicos, 11,5% contam com unidade de triagem de

resíduos recicláveis e 0,6% com unidade de tratamento por incineração.

O descarte inadequado dos resíduos traz consequências problemáticas à

saúde pública e ao meio ambiente. As famílias excluídas socialmente encontram

nos “lixões” uma forma de sustento, através da coleta de recicláveis visando sua

comercialização (LEITE, 2015).

Segundo descrito no Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos

Sólidos de Cachoeirinha (2012). A Gestão Integrada de Resíduos Sólidos é a

maneira de conceber, sistematizar, implementar e manter os sistemas de

administração de resíduos sólidos. Para cada situação é necessário identificar as

características dos resíduos e as peculiaridades da cultura local, para implantar e

implementar ações adequadas e compatíveis com a situação (PEREIRA, 2014).

No Brasil existem municípios sem preocupações com a reciclagem, porém

há uma pequena parcela que estão sendo destaques no cenário da reutilização

de RCD na construção civil, sendo que vale destacar Belo Horizonte em Minas

Gerais na década de 90 e atualmente Jundiaí no interior de São Paulo.

3.1 Os resíduos de construção no âmbito da gestão ambiental

Ao fala-se em sustentabilidade deve-se considerar que o meio ambiente

tem seu impacto reduzido por meio do trabalho de reaproveitamento e reciclagem

dos resíduos, sendo que a natureza terá reduzida a extração de matéria prima

gerando sobre a energia e água uma economia que reduzo número de resíduo no

45

meio ambiente, pois esse resíduo gera uma renda para diversos catadores na

sociedade brasileira, tornam-se resíduos sólidos pela sua capacidade econômica

no contexto social, valendo destacar que esse resíduo na construção civil tem

crescido bastante e também podem ser reaproveitados e/ou destinados

corretamente em cada construção.

“No Brasil, apesar da grande demanda de material que pode ser reciclado, o uso na fabricação de concretos ou de outros elementos da construção civil é pouco ou quase inexistente, sendo esses materiais utilizados em sub-bases de vias e rodovias, na sua grande maioria. A escassez dos recursos naturais é um problema que, aparentemente, não afeta o país” (VASQUEZ, 2001 apud HOLDERBAUM, 2009).

As pessoas por meio de suas vivências diárias podem transformar a

realidade do excesso de resíduo e/ou entulhos em aproveitamento deste que

podem ser considerada então como resíduos sólidos, sendo que se cada um fizer

sua parte podemos mudar a realidade sobre o meio ambiente, pois a prática de

reciclar e destinar corretamente os materiais que não possui utilidades torna

sustentável a realidade da sociedade que nas áreas urbanas depara-se com

terrenos baldio cheio de resíduos, rios sendo aterrados pelo depósito de restos de

materiais de construções e entre outras realidades.

A presença dos resíduos sólidos de construção é bastante evidente no

cotidiano social e cabe a cada um de nós organizarmos, sendo que o resíduo

produzido em nossas casas é nossa responsabilidade, portanto facilitar a

organização em locais de reaproveitamento e destino correto é responsabilidade

cidadã, pois os rejeitos quando chega aos locais de destino apropriados desafoga

os lixões a partir da reutilização desses resíduos sólidos, (SCHENINI et al., 2004).

O resíduo reciclado tem uma renda para os catadores onde esses resíduos

bem separados ajudam na sobrevivência dos catadores, sendo que essa

população depende dessa reciclagem para sua sobrevivência, uma vez que

muitos indivíduos arriscam-se em diversos lixões pelo Brasil, valendo destacar

que os resíduos de construção também devem ser vistos como materiais que

podem ser reutilizados e assim reduzir os impactos ambientais que estes exercem

na natureza (SILVA, 2006).

No Brasil são aproveitados em torno de cento e oitenta mil toneladas dos

materiais considerados resíduos sólidos, sendo o resultado dos trabalhos

46

urbanos, industriais rurais e serviço de saúde, pois a fonte de energia atividades e

matérias primas de diversos produtos, quando isso não ocorre esse material que

é jogado a céu aberto poluindo a natureza e causando danos a população e ao

meio ambiente.

No contexto social contemporâneo ainda é muito pouca a quantidade de

cidades nessa luta pelo meio ambiente, apenas 18% faz parte dessa coleta

seletiva de resíduo, segundo as pesquisas são recolhidas 180 mil toneladas

diárias, para nossa realidade e muito pouca o recolhimento, pois somos um país

muito grande e de muito consumo, portanto precisamos repensar essa realidade.

“A preocupação com o desenvolvimento sustentável na construção civil iniciou-se a partir da RIO 92. A Agenda 21, documento resultante da RIO 92, avaliou toda a cadeia produtiva da construção, preocupando-se com a diminuição da geração de resíduos, extração de matérias primas e redução da poluição nos processos da construção civil” (SCHENINI et al., 2004).

No cotidiano são diversos os desafios mais esta realidade vem sendo

mudada com esses primeiros passos, onde a separação de resíduos estes sendo

possível com a reutilização e reciclagem desse resíduo, dando origem a esse

material e melhor condições aos catadores e recicladores, sendo assim estamos

valorizando esse trabalhador que não deixa de ser um trabalho digno e

valorizando o nosso bem mais precioso a natureza, ou melhor, nosso meio

ambiente, porém quando verifica-se a realidade desses resíduos sólidos nas

construções civis encontramos ainda um desafio mais intenso (SILVA, 2006).

Um dos maiores problema atualmente no nosso país são os resíduos

sólidos, sendo que sua quantidade apresenta-se expandindo a cada dia que

passa passando a ser muito preocupante, pois a maioria das cidades descarta de

forma muito errada em seus resíduos, a céu aberto e muitas vez esse são

queimados devido a quantidade ser muito grande e não ter espaço para tanto

resíduo, essa queimada além de poluir o nosso meio ambiente é muito prejudicial

a saúde, valendo destacar que alguns resíduos utilizados em construções

apresentam composições tóxicas e não são aconselhados que sejam queimados,

(SCHENINI et al., 2004).

Atualmente um dos maiores problema do nosso planeta terra é o nosso

meio ambiente, antes de tudo cabe a cada cidadão fazer sua parte dentro de casa

47

para começar contribuir fora e ensinar a seus filhos a importância do meio

ambiente. A forma errada como descartamos nossos resíduos sólidos vem

prejudicando dia a dia nosso meio ambiente chegando aos lençõis freáticos,

sendo que essas queimadas de resíduos poluem muito o ar e os restos de

materiais das obras jogados a céu abertos apresentam riscos à saúde da

população (SAVI, 2005).

Ao mesmo tempo em que as áreas para a disposição dos resíduos de

construção e demolição estão cada vez mais escassas nos grandes centros, o

volume gerado desses materiais só vem aumentando, ano após ano. Como

consequência, a poluição ambiental e a qualidade de vida da população nessas

regiões têm sido constantemente afetadas. O estudo pretende mostrar que o

reaproveitamento desses materiais é perfeitamente possível e essencial (SILVA,

2004).

A responsabilidade da sustentabilidade na sociedade contemporânea é de

cada entidade pública e/ou privada ter compromisso sobre esse assunto que

requer muito atenção, pois se as entidades dentro do seu setor fizer sua parte

economizando materiais e ajudando bastante o trabalho de gerenciamento de

resíduos sólidos que se apresentam com muita freqüência na vida das pessoas

na sociedade brasileira, sendo importante a contribuição dos cidadãos,

instituições privadas e/ou públicas.

O processo de utilização de resíduos sólidos de forma que produza

rentabilidade e evite a poluição do meio ambiente torna-se um contexto de

sustentabilidade e o resíduo produzido pelo homem recebe o descarte correto

evitando prejuízos econômicos, ambientais e na qualidade de vida dos cidadãos,

(PINTO, 1999).

3.2 A reciclagem e o reaproveitamento dos resíduos de construção

As Pesquisas revelam a realidade onde Brasil em matéria de desperdício

dos materiais de construção pode chegar a vinte por cento, isso no cenário de

construção convencional, destacando nesse meio o material argamassa e seus

elementos como os principais vilões sendo responsáveis por uma parcela de 60%

de todo entulho gerado, sendo que outros componentes que são indicados como

48

outras fontes de desperdício são os materiais de vedação, administrando uma

quantia de 30% do entulho. Ao analisar o desperdício no Brasil, verifica-se que

esse é bastante grande em relação a outras nações, segundo Picchi (1993) a

presença do desperdício ligado a realidade dos entulhos produzido quando

estimado na forma de porcentagem chega a atingir 5% do custo da obra.

Os incentivos brasileiros para implantação das usinas da reciclagem de

resíduos da construção ainda se encontram abaixo da média e as produtoras de

entulhos ainda com todas as preocupações colocadas em pauta, continuam

despejando esses em estradas, nas margens de rios e lagos. Um passo dado diz

respeito ao surgimento dos caçambeiros, mudando um pouco desse quadro

construindo locais de pré-determinados, por mais que estes fossem em muitos

dos casos inapropriados para o depósito (PICCHI, 1993).

No contexto algumas prefeituras espalhadas pelo Brasil tiveram

conhecimento dos impactos causados e criaram ambientes apropriados para

destinação dos resíduos. Existe um site com manual onde é descrito as

recomendações de licenciamento das áreas adequadas para o manejo e despejo

de resíduos, site esse que faz parte do MMA (Ministério do Meio Ambiente). Este

manual foi feito tomando por base no CONAMA (Conselho Nacional do Meio

Ambiente) a qual discute em relação ao caminho com destino deste material. A

Secretaria de Qualidade Ambiental nos Assentamentos Humanos, do MMA, na

parceria conjunta do Ministério das Cidades fez sua estruturação (SILVA, 2006).

No cotidiano com resíduos provenientes de construção não são muito

perigosos ao meio ambiente, porém várias cidades têm sofrido por conta do

descarte irregular de resíduos da construção e demolição. Na realidade do Brasil

o início do trabalho para planejamento de locais destinados ao despejo de

entulhos é um acontecimento datado do ano de 2002, por meio da criação de

políticas públicas, no entanto foram áreas que receberam a normatização a pouco

tempo assim os órgão ambientais precisam se preparar para se licenciar e

fiscalizar procurando estabelecer formas visíveis no suprir das necessidades que

cada vez tem aumentado por empreendimentos desse tipo (PICCHI, 1993).

Uma das esperas para MMA está nesse manual podendo vir resultar nos

preceitos e propósitos dos órgãos ambientais estaduais visando o licenciamento

de espaços de manejo desses materiais, na forma de Resoluções, Instruções

49

Normativas, Instruções Técnicas ou em outras ferramentas que estejam

enquadrados com melhores soluções técnicas, de acordo com as variadas

realidades das regiões brasileiras, em seguimento às políticas ambientais dos

municípios dos estados e dos governos federais, este manual é uma forma de

deixar os estados informados e para o tipo de licenciamento e fiscalização desse

tipo de resíduos.

No decorrer deste material alguns trabalhos são abordados dentre eles:

“-Procedimentos propostos para licenciamento; -Licenciamento de áreas de transbordo e triagem para resíduos da construção civil e resíduos volumosos (ATTs); -Licenciamento de áreas de reciclagem de resíduos sólidos da construção civil; -Licenciamento de aterros de resíduos sólidos da construção civil e resíduos inertes; -Procedimentos para casos específicos; -Procedimentos propostos para fiscalização, entre outros” (CONAMA nº. 307).

No cenário brasileiro por meio do estabelecimento pelo CONAMA nº. 307,

citando critérios, procedimentos e diretrizes voltadas para o gerenciamento dos

resíduos de construção, essa está buscando a:

“- A responsabilidade ambiental dos profissionais na elaboração dos projetos por meio da redução e minimização do desperdício de materiais, exigência de manejos para a eliminação dos impactos ambientais, diminuição dos custos finais dos empreendimentos; - A responsabilidade ambiental dos profissionais nos canteiros de obras por meio da limpeza do canteiro, segregação dos resíduos gerados e garantia de controle sobre o destino dos resíduos em agentes legalmente licenciados, resultando numa maior limpeza e organização, maior economia e segurança para o trabalhador, assim como facilitação da triagem dos resíduos e seu aproveitamento; - A responsabilidade ambiental dos transportadores por meio de um correto manejo e destinação dos resíduos, obedecendo a legislação municipal e aos dispositivos que regulamentam as questões do meio ambiente; - A responsabilidade ambiental dos receptores dos RCD por meio de áreas receptoras definidas como: área de transbordo e triagem – licenciada pelo poder público municipal, área de reciclagem e aterros de RCD e resíduos inertes –licenciados pelos órgãos estaduais do meio ambiente” (PINTO e GONZÁLEZ, 2005).

No âmbito mundial desde os anos de 1984 a Holanda disponibiliza

regulamentações baseadas na CUR-VB 4, estas regulamentações eram de

50

testes a respeito do limites e comando a ser aceito pelos agregados do elementos

do concreto. Segundo as recomendações do CUR-VB 4 são estabelecidos que

dentro os elementos constituintes, o agregado britado precisa estar representando

uma parcela de mais de 95% do total. os outros 5% deve ser de materiais do tipo

secundário como concreto leve, tijolos de argila, tijolos de areia calcária, concreto

espumoso, argamassa de alvenaria e materiais cerâmicos, dentro desses

elementos é excluído material do tipo gesso e os que contêm gesso. Uma parcela

de menos de 1% do agregado de britador de concreto deve ser de: madeira,

papel, vidro, têxteis, materiais betuminosos, etc.

Os entulhos que podem ser usados sem um outro ou misturado ao solo,

podem ser processados com o auxílio de equipamentos de britagem, este

processo deve ser feito até o entulho alcance o nível de granulometria desejada, a

contaminação desse pode existir porém essa não pode exceder a taxa de 50% do

seu peso (PICCHI, 1993).

A realidade com resíduos podem vir a serem utilizados como uma sub-

base da pavimentação desde que esta seja feita seguindo os passos como a

abertura e preparação da caixa ou regularização mecânica da rua, para o uso

como revestimento primário corte e/ou escarificação e destorroamento do solo

local, secagem ou umedecimento da camada, homogeneização e compactação.

Ao todo o entulho que é processado por indústrias de reciclagem, pela qual a sua

fração mineral é britada por meio de britadores de impacto, é usado como

agregado de concreto, vindo a ser um substituto da areia e da brita (PINTO,

2005).

3.3 - O agregado reciclado e suas aplicações

A análise dos agregados no concreto que podem ser reciclados diante de

suas características que apresentam o teor de quarenta a cinqüenta por cento do

seu volume composto por argamassa, sendo assim o desempenho deste concreto

tende a não ser bastante satisfatório caso seja reutilizado pela reciclagem devido

os seus agregados (CABRAL, 2007).

O resultado conforme CABRAL, 2007 torna-se positivo e satisfatório na

reciclagem quando se direciona aos agregados graúdos, pois na análise realizada

51

os resultados foram de desempenho satisfatório no tocante ao fator água cimento,

pois se destaca pelo baixo valor que também apresenta o concreto com maior

densidade, embora apresente deficiências referente a permeabilidade,

compressão e resistência (HOOD, 2006).

Os materiais de construção quando sofrem aplicações de acordo com as

especificidades de sua composição onde a porosidade dos materiais é

identificada em uma realidade elevada resultante dos concretos estruturais,

argamassa e cerâmica vermelha é possível que apresente menores propriedades

mecânicas, portanto os agregados terão sua resistência prejudicada de forma

bastante significativa onde a absorção por parte da água pode ser percolada

(AGOPYAN et al., 1998). Na figura 1 se encontra retratado a presença de uma

pilha de entulho que é considerado como resíduos inertes e tem crescido

significativamente no Brasil.

FIGURA 1 - PILHA DE ENTULHO (RESÍDUOS INERTES)

FONTE: O Autor

Os resíduos de construção são resultantes de diversas atividades e neste

contexto os materiais de construção buscando melhorar os agregados reciclados

para sua utilização que possibilitam desenvolver uma composição incluindo

agregados neste material, sendo que para sãs realizadas diversas pesquisas

onde os RCD’s são estudados para essa viabilidade principalmente em grandes

rodovias por ser um campo bastante técnico (AGOPYAN et al., 1998).

Os métodos empregados na construção registram o histórico de em países

com os Estados Unidos da América ao construir pistas ou rodovias utiliza-se de

52

agregados das próprias pistas, pois foi dessa maneira que o material reciclado foi

utilizado pela primeira vez na construção de grandes rodovias, sendo uma

realidade impactante (MEHTA, 1994).

A presença dos agregados reciclados na argamassa necessita submeter-

se ao processo de tratamento bastante intenso que prepara para que ao

desenvolver o produto não venha registrar falhas na composição final com

indesejáveis características que podem surgir em conseqüência dos agregados

apresentar propriedades más para aproveitamento, mais mesmo assim existe

uma agradável aceitação da argamassa reciclada por parte dos pedreiro (LEVY,

1997).

A confecção com blocos de concreto destinados a serem utilizados nos

agregados reciclados precisa ser analisado com uma realidade relevante ao caso

das características fundamentais para atender a necessidades, sendo que no

momento em que forem colocado nas solicitações dos trabalhos, portanto cita-se

realidades como a taxa de resistência no entendimento onde é observado quando

os materiais são introduzidos no material de pavimentação, assim ao analisar os

índices da absorção de água e abrasão. No uso de blocos para vedação, os mais

importantes dados são avaliados e precisam ser tanto a compressão, além da

absorção de água medindo conseqüentemente as suas taxas (HOOD, 2006).

4 A VIABILIDADE PRELIMINAR DE UMA RECICLADORA DE RCD

O processo de análise preliminar para implantação de uma recicladora em

centrais de concreto de pequeno porte exige uma reflexão e domínio sobre os

fatores econômicos, pois as fábricas de pré-moldados ao serem adaptadas ao

modelo conceitual devem passar por um rigoroso esquema de análise de

viabilidade nos aspectos que envolvem sua implantação respeitando as

características financeiras de centrais de reciclagem (RCC) (NUNES, 2004).

Os resíduos de construção civil quando submetido a reciclagem apresenta-

se como uma prática bastante importante e que proporciona vantagens

ambientais no contexto social, pois desenvolve uma redução na extração de

matéria prima, os entulhos são reduzidos e evita-se assoreamentos causado com

as enchente, redução e preservação dos aterros inertes além de outros, sendo

53

importante mesmo diante da vantagens considerar a viabilidade da recicladora

(PINTO,1999).

O trabalho de instalação da recicladora dos Resíduos de Construção e

Demolição precisa passar por uma relevante análise da viabilidade econômica

levando em consideração o local de implantação, fatores ambientais,

investimentos, demanda de resíduos de construção e entre outros fatores

essenciais na estruturação de uma recicladora deste porte (AGOPYAN et al.,

1998).

A busca por instalar uma recicladora de Resíduos da Construção e

Demolição deve-se levar em consideração o custo benefício, ou seja, desenvolver

uma análise prévia dos gastos econômicos com a implantação e manutenção da

recicladora e comparar com os benefícios que esta trará para a região (LEVY,

1997).

Na tabela 03 é possível verificar a estimativa dos resíduos de construção e

demolição a serem reciclados em território brasileiro onde analisando se percebe

que o país tem um grande potencial a ser aproveitado frente a elevada produção

de resíduos e o baixo número de usinas em funcionamento.

TABELA 3: ESTIMATIVA DA SITUAÇÃO DE RECICLAGEM DE RCD NO PAÍS

FONTE: MIRANDA (2017)

54

O resultado da análise do custo benefício mostra se é válido incentivar e

promover o processo de reciclagem de resíduos de construção na cidade ou pode

apresentar como não viável na concepção governamental que deve investir nas

despesas estruturais para que tenha se início as operações da recicladora,

(NUNES, 2004)

4.1 Tipos de plantas para beneficiamento de RCD

A decisão sobre como organizar os Resíduos da Construção e Demolição

faz parte de conceituação ao definir a planta deste tipo de beneficiamento levando

em consideração como serão colocadas as máquinas, recursos de transformação,

as pessoas, equipamentos além de outros aspectos que definem o layout de uma

beneficiadora, (SLACK et al.1997).

A operação produtiva tem seu mapeamento como determinante do seu

layout nos aspectos como a forma que os recursos são transformados e sua

aparência que possibilita que as operações possam fluir, portanto apresenta-se

em evidência diante destas características, sendo que a eficiência da produção e

os custos podem ser alterados de ter esses fatores agravados com pequenas

mudanças na estrutura física do beneficiamento (ABRECON 2017/2018).

As mudanças na beneficiadora devem interagir em harmonia para que a

sequência lógica possa ser estabelecida conforme o planejamento e mapeamento

que fundamenta todo o layout de funcionamento, pois o planejamento precisa

receber uma especial atenção para que seja realizado o investimento na

estruturação e nas possíveis mudanças que seja necessário realizar, pois dessa

forma futuramente teremos uma redução nas perdas que estão relacionadas ao

planejamento de implantação (SLACK et al.1997).

De acordo com Muther (1978) é possível desenvolver o mapeamento

levando em consideração basicamente três princípios fundamentais para o projeto

de layout, sendo que estes são “(i) Determinar inter-relações, (ii) Verificar o

espaço e (iii) Ajustar o novo layout”, pois primeiro refere-se ao nível de

proximidade em relação as áreas ou equipamentos, sendo que segundo a

tipologia, forma e número das áreas e materiais que compõem o layout e o

55

terceiro, ao posicionamento dos itens da melhor forma como nos passos do

método SLP (MUTHER, 1978).

TABELA 4 – PASSOS DO MÉTODO SLP

FONTE: CORRÊA E CORRÊA (2012)

No mapeamento é necessário estabelecer os materiais de fluxo onde as

movimentações do processo estabelecem uma seqüência além do volume que

entre os departamentos desenvolve a movimentação dos materiais, sendo que a

inter-relação é utilizada pelo diagrama para que a área de produção seja alinhada

ao apoio integrado e assim seja por proximidade definido as necessidades de

cada um destes elementos estruturais (EVANGELISTA, 2009),

O trabalho de mapeamento para reciclar os resíduos da construção deve-

se se orientar conforme o processo em caráter primário e secundário, sendo que

o desenvolvimento das práticas que reciclam quando acontece a transformação

ainda no canteiro de obras e quando direcionado as usinas temos uma reciclagem

em caráter secundário (MUTHER, 1978).

De acordo com Evangelista (2009), o trabalho onde recicla os resíduos de

construção quando ocorrem nos locais de obras desenvolve-se o processo de

modo geral por meio do emprego de recicladoras móveis que são equipadas com

britador de mandíbula e peneira, sendo que os procedimentos para favorecer

esse processo devem ser organizados em etapas.

Na primeira etapa do processo da recicladora móvel de canteiro de obras o

panorama inicial da construção passa pela compreensão global da edificação,

buscando localizar as possíveis aplicações no agregado de reciclagem, avaliação

do cronograma físico e layout da obra, conceituando o trabalho de divisão do

resíduo da classe A e apontando o responsável pela prática da reciclagem no

56

ambiente da obra por meio da linha de triagem em planta fixa de reciclagem

(EVANGELISTA, 2009).

FIGURA 2 - LINHA DE TRIAGEM EM PLANTA FIXA DE RECICLAGEM

FONTE: O Autor

Na segunda etapa a conceituação das misturas do Agregado Reciclado

passa pelo direcionamento da aplicação do agregado reciclado das obras de

pavimentação viária ou preparo de concreto sem função estrutural e as

granulometrias necessárias (EVANGELISTA, 2009).

Na terceira e quarta etapa a estruturação do trabalho de reciclagem e

conceituação da implantação da área central para reciclagem com equipamentos,

layout e aparato necessário é efetuado o planejamento com a caracterização do

Resíduo da Classe A pela análise gravimétrica do resíduo da classe A da obra

que consiste na determinação do percentual de cada material constituinte na

composição geral do resíduo (MUTHER, 1978).

Na quinta etapa têm-se o Monitoramento do Processo de Reciclagem; na

sexta a Caracterização do Agregado Reciclado; na sétima etapa Produção Piloto

do Material com Agregado Reciclado; na oitava a Avaliação do Desempenho do

Material com Agregado Reciclado; na nona a Aplicação do Material e

Rastreabilidade; e na décima etapa a Avaliação do Processo de Reciclagem para

assim fundamentar a usina recicladora móvel (SLACK et al.1997).

As centrais de reciclagem, as recicladoras, estações de reciclagem são

áreas com espaços físicos que se caracterizam pelos equipamentos específicos

compostos conforme a triagem, processamento da produção dos agregados e

57

resíduos, a classificação e artefatos nas usinas de reciclagem RCC

(EVANGELISTA, 2009).

As usinas fixas beneficiam diversos tipos de produtos que se diferenciam

entre os simples e complexos, sendo que o tipo bica corrida é uma compactação

de material ideal para estrada onde se torna possível base e sub-base e

concertos de erosão que pode apresentar características complexas. Nas usinas

fixas o ideal é agregar valor ao produto fazendo uma triagem dos entulhos para

que seja feito o beneficiamento e seguir com a separação das cinzas para que

possa ser vendido separado dos artefatos de concretos separado da fábrica,

(MUTHER, 1978).

As usinas conforme sua caracterização tipológica necessita ser estudada

em seu universo de atuação, sendo que em 2017/2018 uma pesquisa setorial

analisou-se e classificou essas em usinas moveis, fixas ou híbrida considerando

fatores que permitem caracterizar os tipos de usinas

Usinas móveis referem-se às instalações industriais que possuem alta capacidade de mobilidade (sob rodas ou baixo peso e tamanho) e são montadas temporariamente nos pontos de geração de RCD (canteiros de obras usualmente). Usinas fixas se referem às instalações industriais situadas em uma determinada área, cuja linha de produção encontra-se fixada no local e não possui flexibilidade de movimentação. Usinas híbridas ou semi móveis são aquelas que possuem pelo menos um equipamento móvel que pode se mover para operar fora da planta industrial fixa. (ABRECON, 2017/2018).

No contexto de implantação e desenvolvimento das usinas o relatório de

pesquisa apresentou que as usinas do tipo híbridas tem sido a que mais cresce

no cenário brasileiro embora 77% das usinas existentes seja da tipologia fixa,

portanto surge um potencial crescente no mercado das usinas.

4.2 Pesquisa de mercado

No âmbito de resíduos da construção os agregados são reciclados e estão

em um mercado que deve ser dimensionado por meio da substituição dos

agregados por meio do potencial natural e o nível de potencialidade dos

agregados reciclados presentes no concreto estrutural, na argamassa, concreto

58

não estrutural e pré-moldados de concreto e seus artefatos que deve ser

comparado ao volume de RCC como resultado final gerado na cidade.

O concreto em seu volume anual apresenta um determinado valor que

deve ser considerado também na argamassa, sendo que para isso deve-se

considerar as declarações das centrais de concreto e fábricas de pré-moldados

por meio dos técnicos que apresentam se teve sucesso na alteração dos

agregados de caráter natural por meio de reciclados de artefatos e concretos.

De acordo com a resolutiva 307 / 2002, CONAMA no artigo 10

estabelecemos resíduos da construção civil da Classe A, sendo que precisam ser

utilizados ou reciclar na forma de agregados ou direcionado aos aterros de RCC,

sendo colocado na forma a possibilitar a sua reciclagem futura, sendo que as

usinas de reciclagem tem como concorrente a ideia de utilização dos aterros

sanitários que já funcionam em diversas cidades.

O desenvolvimento de uma análise que possibilite fazer uma estimativa da

quantidade de RCC que a cidade está gerando permite desenvolver um

levantamento da utilização dos agregados de resíduos de construção civil

reciclado para fundamentar os levantamentos necessários na pesquisa de

mercado.

Na reciclagem dos resíduos de construção civil as receitas apresentam-se

pela utilização conforme o modelo de reciclagem empregado no âmbito da cidade,

sendo que se podem gerar as receitas de recepção e a partir da diminuição dos

custos por meio da substituição dos agregados naturais por reciclados que será

aplicado na argamassa, concreto e artefatos dos pré-moldados a serem

considerados na pesquisa de mercado.

A análise da receita de recepção deve ser estimada segundo o produto da

taxa de recepção fundamentado no número dos resíduos de construção civil que

será processado na usina de reciclagem, sendo que o objetivo é atrair os

direcionamentos dos resíduos de construção civil até a empresa da reciclagem.

A pesquisa de mercado realiza-se para permitir a estimativa de custos com

fornecedores de equipamentos para reciclagem conforme a associação de classe,

sendo que os equipamentos por meio de seu custo favorecem ou não o reciclar

de resíduos de construção civil.

59

O contexto do relatório na Pesquisa 2017/2018 da ABRECON verifica-se

que os produtos que mais se destaca neste mercado das usinas são areia

reciclada, Bica corrida reciclada, Pedra Reciclada, Rachão reciclado, Pedrisco

reciclado, Cavaco reciclado, Artefatos de concreto e Pó de pedra.

A utilização de material granular para bases e sub-bases de pavimento

destaca-se como excelente potencial por meio da bica corrida reciclada, sendo

que esta aceita material cerâmico para composição do produto que consegue

consumir grande volume de material e é competitivo no aspecto econômico (NBR

15116/04).

4.3 Modelos de Negócio

A abordagem referente ao tipo de negócio na área das usinas de RCD

apresenta uma realidade em que a média de faturamento destas no Brasil não

ultrapassa os cem mil reais mensal, portanto pode-se verificar que o país é

caracterizado por usinas de pequeno e médio porte no cenário econômico de

resíduos de construção e demolição (ABRECON, 2017/2018).

As grandes usinas de reciclagem de RCD, que conseguem ter

mensalmente quinhentos mil reais de faturamento, estão localizadas em zonas

urbanas com mais de quatrocentos mil cidadãos e com alto índice de produção

dos resíduos e compra de agregados.

No cenário acadêmico a realidade de análise e reflexão sobre o mercado

tem se intensificado por meio dos modelos de negócios, sendo que executivos,

consultores e acadêmicos iniciaram a utilização deste termo com bastante

frequência a partir da disseminação dos negócios que tem a internet como base

para sustentação de suas operações (OSTERWALDER e PIGNEUR, 2002).

Os estudos referentes a plano de negócios ainda necessitam de

aprofundamentos, pois a expressão plano de negócio ainda não possui uma

conceituação inequívoca e clara mesmo diante das transformações de esse termo

tem passado na população contemporânea (OSTERWALDER e PIGNEUR,

2002).

No âmbito econômico e social existem diversas conceituações plano de

negócio, sendo que se busca desenvolver um constructo que possa se adequar a

60

realidade empresarial em suas práticas onde a definição para esse contexto

aplica-se a modelos e estratégias na área (OSTERWALDER e PIGNEUR, 2002).

O plano de negócio direciona-se a forma como as companhias conceituam

seus clientes e caracterizam seus serviços e/ou produtos além de determinar a

terceirização das tarefas, determinar o mercado de atuação, os recursos e os

novos produtos e/ou serviços a serem lançados para conseguir lucros, portanto é

complexo o cenário assertivo para um plano de negócio é bastante complexo,

(OSTERWALDER e PIGNEUR, 2002).

O desenvolvimento de modelos de negócios tem enfrentado o desafio de

conceituação devido a pluralidade de interpretações que se atribui ao termo,

sendo que se apresenta uma dissonância cognitiva direcionada a significado do

construtor para desenvolvimento de um plano de negócio (OSTERWALDER e

PIGNEUR, 2002).

O modelo de negócio conforme sua estruturação deve organiza-se para

reutilização dos resíduos sólidos como forma de proporcionar ganhos financeiros

e preservar os recursos naturais, sendo que vale considerar a utilização de

materiais reciclados, como a bica corrida, conforme se apresenta na Figura 3.

FIGURA 3 - BICA CORRIDA RECICLADA

FONTE: O Autor

61

O processo de reciclagem do concreto nas usinas desenvolve-se com base

na devolução do material que não tenha sido utilizado nos canteiros de obras,

sendo que o lastro é a primeira forma impregnada que fica no interior das

betoneiras conforme acontece a descarga do concreto ou por meio da sobra que

fica de forma residual que não é descarregado, portanto é devolvido à concreteira.

No modelo de negócio é preciso considerar que existem duas formas de

reciclar o concreto que são os endurecidos e os frescos, sendo que o processo de

reciclar em sua primeira fase tem que por meio do aditivo estabilizador diminui o

processo de velocidade que hidrata o concreto possibilitando expandir o tempo do

concreto no estado fresco (OSTERWALDER e PIGNEUR, 2002).

O processo de reciclar em sua segunda fase utiliza-se dos equipamentos

mecânicos entendido na utilização de recicladores que desenvolve a lavagem do

material de forma forçada na pressão da água que divide os agregados do

cimento, pois os agregados resultantes desse método são reconhecidos como

agregados recuperados.

O trabalho de reciclagem como modelo de negócio no processo de

reciclagem do concreto endurecido utiliza-se especificamente um britador que

tritura o material com finalidade específica, pois “por se tratar de britador de

mandíbula ou de impacto, de grande porte, é usual que seja operado nas

instalações das recicladoras ou em canteiro de obras maiores, como as de

infraestrutura, onde há espaço físico para o equipamento”, portanto o britador

móvel primário de mandíbula é uma excelente opção conforme se apresenta na

figura 4 (BRITO, 2010).

FIGURA 4 - BRITADOR MÓVEL PRIMÁRIO DE MANDÍBULAS

FONTE: O Autor

62

A sobra de concreto endurecido no processo de britagem desenvolve no

modelo de negócio o resultado que é conhecido como agregado reciclado, sendo

que este por meio da ABNT NBR 15116 é normalizado para ser utilizado no

concreto que não seja estrutural, pois “neste momento, a norma está em revisão

para ampliar o aproveitamento do material em concretos estruturais, como já

ocorre no exterior”.

Os resíduos mistos fazem parte do modelo de negócio que desenvolvem a

reciclagem dos componentes de construção e/ou entulho caracterizado como

metais, inerte, papel, madeira, plástico, papel e entre outros que podem ser

reutilizado ou recuperado por meio da utilização da tecnologia magnética e

presença dos sensores em seu sistema de classificação, BRITO, (2010).

No contexto dos resíduos mistos vale destacar a Sucata ferrosa

proveniente de demolição que se apresenta na figura 5.

FIGURA 5 - SUCATA FERROSA PROVENIENTE DE DEMOLIÇÃO

FONTE: O Autor

O modelo de negócio que processa a reciclagem dos resíduos mistos

utiliza-se dos extratores de sucata para desenvolver a separação dos mais

variados metais, por exemplo, chapas, parafusos e entre outros, sendo que conta

com um separador de metais não ferroso que se destaca no polo excêntrico que

pela flexibilidade possibilita recuperar materiais como peças de bronze, perfis de

alumínio, tubo de cobre e entre diversos outros não ferrosos(BRITO, 2010).

63

5 CONCLUSÕES

A administração pública brasileira, com raras exceções, enfrenta

dificuldade na sua gestão, muitas vezes, associadas à falta de recursos que vão

além do financeiro, como humanos e técnicos. O primeiro porque não há em seus

quadros de recursos humanos, mão-de-obra qualificada para diversos assuntos e,

em especial, a gestão de resíduos de uma forma geral, inclusive os da construção

civil. Da mesma forma acontece com recursos técnicos necessários para uma boa

gestão, que vai desde planos de manejo até equipamentos e profissionais para

operar determinados equipamentos, principalmente a aplicação dos produtos

gerados com uma boa gestão técnica e política ao mesmo tempo.

Na gestão de resíduos da construção civil encontramos a transferência de

responsabilidade entre os atores envolvidos com o tema. Normalmente, o gerador

transfere sua responsabilidade para empresa de transporte e locação de

caçamba, que por sua vez transfere sua responsabilidade para o poder público e,

este último, não detendo conhecimento técnico e com a escassez de recursos de

todas as ordens, acaba por achar um local, de preferência, distante dos grandes

centros e com isso faz uma verdadeira “desova” desses materiais. Com isso, o

gerador acaba pagando por um serviço que é prestado pela metade, visto que a

destinação acaba sendo incorreta, em local isolado, não aflorando a devida

importância para o problema pela sociedade.

Quando o poder público não tem ou não encontra locais para a “desova”

dos materiais (chamo de desova porque não se trata nem sequer de um

descarte), esse problema vai aflorar nas esquinas e calçadas da cidade,

invadindo praças e canteiros centrais e até mesmo áreas de preservação

permanente. É aqui que começa o problema da falta de vontade política para com

o problema da gestão de resíduos da construção civil.

Não adianta pensarmos em decisões compartilhadas entre os entes

federados, porque Estados e União pouco ou nada fazem com relação esse

problema. Quem deve encontrar soluções são os poderes públicos municipais, ou

seja, as prefeituras, que precisam fazer uma divisão orçamentária para as

necessidades que a cidade tem, levando em consideração a divisão obrigatória

do orçamento municipal que deve priorizar a Saúde, Educação, Folha de salários,

64

Dívidas, Obras, Cultura, Lazer, Esporte e se sobrar, vai destinar para

investimentos e depois ainda para a gestão de resíduos sólidos e ainda assim

depois para os resíduos da construção civil. Porém, infelizmente, a grande

maioria deixa em segundo plano. Ainda acreditam que esse problema é das

construtoras e dos caçambeiros, que o poder público deve apenas fiscalizar, e aí

já podemos imaginar o resultado desse tipo de decisão que vem acompanhado de

uma clara falta de vontade política para com o tema.

A vontade política não nasce simplesmente de um desejo individual do

gestor público. Situações e circunstâncias colaboram para surgimento de uma

vontade política que encontre eco na administração pública e principalmente que

comprometa os atores com a solução do problema, criando alternativas e

soluções inovadores e economicamente viáveis para o poder público, onde a

responsabilidade deve ser sempre compartilhada, mas o poder público é quem

deve chamar a responsabilidade para com o tema e jamais transferir para os

atores isoladamente, porque se isto acontecer, cada um fará o que melhor lhe

convier, seja financeiramente ou simplesmente se livrando do problema.

No cenário atual tomando por base a pesquisa setorial da ABRECON em

seu relatório 2017/2018 percebe-se que o setor privado tem registrado uma

presença significativa no âmbito da administração da reciclagem RCD onde as

usinas deste setor têm crescido, uma vez que em 2013 tinha 80% de

representação e elevou-se esse numero em 2017 para 90% das usinas. Dessa

forma, confirma-se que o setor público está tendo dificuldades em gerenciar e

manter o setor de RCD e o que o a iniciativa privada tem feito o seu papel.

Verifica-se também que o setor de reciclagem de RCD tem uma

expectativa de crescimento considerável no Brasil, sendo que as usinas

vivenciam uma previsão de elevar os negócios diante do percentual baixo de RCD

reciclado no país atualmente.

O Brasil tem vivenciado um crescimento das usinas de RCD, sendo que

69% delas concentram-se na região sudeste do país e nos últimos dois anos das

novas usinas com até dois anos de operação temos 70% nesta mesma região

onde vale destacar que o Estado de São Paulo registra 40% do total destas novas

usinas que nestes dois últimos anos entram em operação no Brasil.

65

No Brasil mesmo diante da crise que se tem atravessado nos últimos anos

verifica-se que existem diversas usinas paralisadas de forma temporária e a

implantação de novas usinas com índice de implantação com certa redução,

porém em termos gerais existem um crescimento nas usinas operando

plenamente nos últimos anos.

A sociedade contemporânea está vivenciando um verdadeiro dilema

direcionado ao gerenciamento de resíduos sólidos da construção no contexto

social, pois a sociedade em sua maioria ver estes materiais como resíduos

desprovidos de utilidade e valores econômicos no contexto social, portanto não

realiza ações de cuidado com a reutilização e descarte correto destes materiais.

Conclui-se com este trabalho que as ações humanas direcionadas a

gerenciamento de resíduos sólidos da construção em uma perspectiva para

colaborar com uma sociedade sustentável é muito importante, sendo então

necessário que ações como coleta de resíduos, a reciclagem, os aterros

sanitários, usinas de reciclagem e entre outros possa contar com a participação

mais proativa da administração pública e da sociedade, favorecendo o

desenvolvimento das políticas públicas mais efetivas para o gerenciamento e

reciclagem dos resíduos sólidos da construção civil.

5.1 Contribuições do Trabalho

O presente trabalho realizou uma reflexão com base nos caminhos

percorrida pelos resíduos sólidos de construção na sociedade contemporânea e a

forma como se realiza o processo de gestão sustentável neste setor, sendo que

as usinas de reciclagem tem apresentado um crescimento nestes últimos anos

principalmente em cidades com numero inferior a duzentos mil habitantes embora

registre queda nas cidades com numero de habitantes superiores a duzentos mil,

portanto no decorrer deste trabalho confirmamos que existe viabilidade para

instalar e operar usinas mesmo em regiões com um número populacional que

caracterize como uma cidade pequena.

O protagonismo no processo de sustentabilidade envolve a

conscientização de que a educação ambiental busca desenvolver práticas de

consumo que possibilite ações de reciclagem para diminuir os danos dos resíduos

66

sólidos na construção como no meio ambiente para assim desenvolver uma

gestão de recursos naturais sustentável.

O modelo para assegurar os direitos de cada cidadão passa pelo desafio

das políticas públicas que se tornam imprescindível para assegurar o diálogo em

poder público e sociedade civil em favor do gerenciamento dos resíduos sólidos

na construção de caráter civil, pois o monitoramento das políticas públicas é

necessário para que decisões sejam tomadas com segurança e garanta o

prosseguimento das ações em favor dos indivíduos e conseqüentemente do

ambiente em que vivemos.

No contexto possivelmente verifica que existe uma forte ligação entre o

gerenciamento dos resíduos sólidos da construção civil e a sustentabilidade,

portanto as políticas públicas devem ser direcionadas para atender esse processo

voltado para fortalecimento dos cuidados com o meio ambiente por meio de

coletas dos resíduos, reciclagem, redução na produção de resíduo, descarte

correto dos dejetos e entre outras práticas essenciais para favorecer a qualidade

de vida da sociedade.

Na discussão realizada nesse trabalho traz como contribuição a realidade

que torna possível compreender a possibilidade de instalação de usinas em

diversas realidades, sendo que os municípios com número inferior a quatrocentos

mil habitantes têm registrado renda que não ultrapassa os cinqüenta mil reais,

portanto o faturamento destas usinas depende da demanda e a classificação

destas regiões que são fatores determinantes no processo.

O poder público e o setor privado podem instalar usinas em diversas

realidades, porém é necessário realizar um levantamento de demanda na região

de RCD para que se tenha uma perspectiva de faturamento que tem relação com

a quantidade de habitante, tipo de usina e entre outros fatores, portanto com base

na demanda de destinação dos RCD e compra de agregados na região torna-se

possível implantar ou não o negócio.

5.2 Trabalhos Futuros

Os trabalhos a serem desenvolvidos futuramente devem considerar que a

sustentabilidade se depara com o meio ambiente vivendo uma realidade onde

67

está acontecendo verdadeiras agressões aos recursos naturais, sendo que os

governantes precisam desenvolver política que conscientize a sociedade para se

envolver nas ações na gestão de resíduos sólidos na construção.

Os trabalhos futuros podem considerar a Pesquisa Setorial 2017/2018 da

ABRECON para fundamenta-se nos planos de ampliação dos negócios nos

próximos anos, sendo que 63% das usinas que foram entrevistadas pelos

pesquisadores manifestaram interesse em realizar investimento de ampliação dos

serviços realizados.

No âmbito da atenção se deve focar no fato de que a educação precisa

estruturar-se de forma que possa colaborar com o processo de conscientização

dos cidadãos referente à responsabilidade e importância de ações conjuntas em

favor de práticas sustentáveis desenvolvidas com a participação da sociedade de

forma bastante ativa e responsável colaborando para eficiência no gerenciamento

de resíduos sólidos na construção com caráter civil no cotidiano das pessoas.

68

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Engenharia de Construção Civil, Escola Politécnica da USP 1998.

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set. 2019.

69

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