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REPUBLICA FEDERATIVA DO BRASIL

El

iii Piano NacionaldeDesenvolvimentoEconöm Ico

1980/85

Presidents da RepublicsJoao Baptiste do Oliveira Figueiredo

Vice.Presidonte da RepublicaAntonio Aureilano Chaves de Mendonça

Ministro .Che(e do Gabineto CivilGolbery do Couto e Silva

Minisiro-Chofo do Gebinote MilderDanilo Venturinj

Ministro-Chets de Secretaria do PlanojarnentoAntonio Deltim Naito

Ministro-Chefe do Sorvico Necional de IntormecôesOclavio Agular do Medeiros

Miniatro-Chefe do Estado-Maior des Forces ArmadasJosé Ferrez da Roche

Ministro Extraordinario pare a OesburocretizeçâoHello Marcos Perna Beltrâo

a

REPUBLICA FEDERAtIVA DO BRASIL

MINISTER lOS

Just içaIbrahim Abi-Acket

Ma nfl heMaxlmlano Eduardo da Silva Fonseca

ExercitoWalter Pires do Carvalho e Albuquerque

Relaçôes ExterioresRamiro Elyslo Saraiva Guerreiro

FazendaErnane Galvéas

Trans p0 rtesEliseu Resende

AgricultureAngelo Amaury Stabile

Educegao 0 CultureRubem Carlos Ludwig

TrebathoMurillo Macedo

Aero n Auti CaDéllo Jardim de Mattes

SaUdoWaldyr MoSes Arcoverde

IndUstrie e do ConlérciaJoAo CamIlo panne

Mines e EnergieCesar Cale de Oliveira Filbo

InteriorMario David Andreazza

Coniunica gOes;k10 r ..rea do Mattos

'istOncie Socialire Scares

PRESIDENCIA DA REPUBLICASECRETARIA DE PLANEJAMENTO

III Piano Nacional deDesenvoivimento-1980/85

Marco de 1981

CN/N.° 48 Senado Federal, ern20 de maio de 1980

ExcelentIssimo SenhorGeneral-de-Exército JOAO BAPTISTA DE OLIVEIRAFIGUEIREDOPresidente da Repiblica Federativa do Brash,Tenho a honra de participar a Vossa Exceléncia quepromulguei, conforme autógrafo junto, a Resolução n.° 01,de 1980, aprovada pelo Congresso Nacional, nos termosdo § 2.0 do art. 2.0 do Ato Complementar n.° 43, que"aprova as partes reformuladas do III Piano Nacional deDesenvolvimento (PND), para os exercIcios de 1980a 1985".Aproveito a oportunidade para renovar a VossaExceléncia os protestos de alta consideraçao e apreco.

SENADOR Luiz VIANA

Presiderite

Faço saber que o CONGRESSO NACIONAL aprovou,nos termos do § 2.0 do art. 2.0 do Ato Complementar n.° 43,de 29 de janeiro de 1969, e eu, LUIZ VIANA, Presideritedo Senado Federal, promulgo a seguinte

Resolução n.0 01, de 1980

Aprova as partes ref ormuladas doIII Piano Nacional de Desenvolvimento(PND), para os exercicios de1980 a 1985.

Artigo.nico - São aprovadas as partes reformuladás doIII Piano Nacional de Desenvolvimento (PND), paraOs exercIcios de 1980 a 1985, publicadas no Suplementodo Diário Oficial n.° 31, de 13 de fevereiro do correnteano.

SENADO FEDERAL, EM 20 DE MAIO DE 1980SENADOR Luiz VIANA

Presidente 3

.4

Indice

Capitulo I - FUNDAMENTOS . 5CapItulo II - Os GRANDES OBJETIVOS NACIONAIS

8

CapItulo III - ESTRATEGIA ........................... 12CapItulo IV - POLITICAS MACROECONOMICAS ....... 19Secao 1 - PolItica Antiinflacionária 19Seçao 2 - Politica Financeira do Governo ................... 27Seção 3 - Poiltica deComércio Exterior .................... 34Secao 4 - Mercado de Capitals, Seguros e Previdéncia Privada 39CapItulo V - POLITICAS SETOIUAIS, REGIONAL E

URBANA ................................. 41

Seção 1 - Politicas Setoriais ................................. 41i - Setor de Agricultura e Abastecimento . . .............. 41ii - Setor Energético 44iii - Setores Soclais ................................... 47

- Educaçao e Cultura .................................... 48

- Sa2de e Previdncia Social ............................... 50- Trabaiho ................................................. 52

- Saneamento Básico e Ambiental .......................... 54

- Habitacao Popular ......................................... 55

- Seguranca Ptblica ........................................ 55

- Desenvolvimento Comunitário .............................. 56iv - Indñstria ......................................... 56

v - Setores de Infra-Estrutura .......................... 58- Transportes 58- Comunicaöes 59

vi - Outros Setores .................................... 61

- .Mineracao e Pesquisa Mineral ............................ 61-. Comércio .............................................. 62- Turismo ............................................... 62

Seção 2 - PolIticas Regional e Urbana ....................63

CapItulo VI - OUTRAS POLITICAS GOVERNAMENTAIS 70

Secao 1 - Temas Especiaisi - Ciência e Tecnologia ...............................ii - Meio Ambiente e Recursos Naturals ................

iii - Descentrallzaçao Administrativa e Desburocratizaçaoiv - Recreaçao, Lazer e Desportos ........ . .; ............

Seção 2 - Forças ArmadasSeçâo 3 - Relacoes Exteriores ............................

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7577

CapItulo I

FUNDAMENTOS

Este Piano explicita os principals objetivos e linhas deatuação governamental para o perlodo 1980/85 e estabeleceorientaçöes para os setores privados.

Sua elaboracao em nenhum momento perdeu de vistaque o planejamento do desenvolvimento é urn processodinâmico, condicionado pela própria evolucao dasociedade e da econornia do Pals.

Uma das principais caracterIsticas do documento é suaflexibilidade. Esta é indispensável para que o Governo .etodos os setores da sociedade possam permanentementeadaptar e ajustar seu comportamento e suas açOes aconjuntura existente, sempre em beneflcio dos objetivos dodesenvolvimento nacionai.

A plena execução da poiltica nacional de desenvolvimento- para realizar o objetivo major de construir umasociedade democrática e desenvolvida - exige a motivaçãoe o engajamento dos três Poderes de Governo e dapopulacao no amplo esforço de mobiiizaçäo das grandespotencialidades do Pals.

As definicOes e opcôes deste Piano Nacional deDesenvolvimento para 1980/85 têm por base:

I - a certeza de que a sociedade brasiieira está plenamentecapacitada e motivada para enfrentar e veneer os desafiosadicionais que a economia mimdiai acrescentou ao jánterionnente árduo esforço nacional de construçäo de

uma sociedade desenvolvida e livre, o que é sustentadopeio incontestável desenvolvimento econômico e social 5

já alcançado, a capacidade de realizacão historicamentedemonstrada pelo povo brasileiro - inclusive em perlodosde crise mundial - e as reconhecidamente vastaspotencialidades econômicas do Brasil;

II - a evidncia de que é imperioso enfatizar certos prazosdo desenvolvimento brasileiro recente, reajustando-osN s modificacoes e incertezas decorrentes da criseenergética e de seus reflexos;

III - o reconhecimento de que urn pals em desenvolvimentocorn tantas potencialidades e problemas como o Brasilnão pode renunciar ao crescimento, seja por legItimasaspiracOes de seu povo por major prosperidade, sejapelo alto custo social da estagnaçâo ou do retrocesso;

IV - a necessidade imperiosa de concentrar esforcosgovernamentais na promocao da distribuicao mais justados frutos do desenvolvimento econômico, dirigindo-seprioritariamente para a melhoria das condicOes de vida dossegrnentos menos favorecidos da populacao brasileira;

V - o respeito ao incontestável arnadurecimento politicoda sociedade brasileira e ao histórico compromisso daRevoluçao de 1964 corn sua vocação e seu idealdernocrático;

VI - o reconhecimento tarnbérn da opcão brasileira pelaeconornia de mercado, onde o planejarnento dodesenvolvimento e toda a atuacão governarnental devemvoltar-se para a orientaçao, apoio e estIrnulo aos setoresprivados, lirnitando-se o Governo, corno produtor einvestidor, aos campos e ativldades exigidos pelo interessee seguranca nacionais e aos projetos ñao desejados ouinviáveis pela livre iniciativa;

VII - a evidência de que o planejamento nacional deveconcentrar esforços na forrnulaçao de poilticas exeqüIveise sociahnente pertinentes, pois as incertezas dos temposatuais obrigam a nâo fazer do uso das técnicas quantitativas

6 de planejarnento fonte de compromissos ou de fixacao

de metas rIgidas a alcancar, cabendo apenas v&-las comorecursos técnicos para facilitar a formulaçao deestratégias; e

VIII - o objeto do esforco nacional é a vaiorizaco dohomem brasileiro. Isto ganha particular expressao natentativa de a ele garantir condicOes dignas de trabaiho eremuneração adequada It satisfacao de suasnecessidades básicas.

Assim, este Piano Nacionai de Desenvolvimento é sobretudourn documento qualitativo que explicita a poiltica dedesenvoivimento adotada e seus desdobramentos. Defineobjetivos, diretrizes, critérios, medidas e instrurnentos deação. Estes säo válidos enquanto perduraremcondicionantes como os seguintes:

I - permanência e desdobramento da crise energética;

ii - persisténcia do baianço de pagamentos comorestriço critica;

iii - crescentes pressOes sobre o nivel e custo da dividaextema;

iv - substanciai pressao inflacionária de origem interna eexterna;

v - necessidade de crescer para criar o maior niImeropossIvél de empregos.

7

CapItulo II

OS GRANDES OBJETIVOS NACIONAIS

o objetivo-sIntese deste III PND é a construção desociedade desenvolvida, livre, equilibrada e estável, embenefIcio de todos os brasileiros, no menor prazo posslvel.

Para tanto, a acâo governarnental procurará realizar,prioritariamente, os seguintes objetivos nacionais:

I - Acelerado crescirnento da renda e do emprego:

Dentro das lirnitaçôes fixadas pela poiltica de combate ainflacao e de equilIbrio do balanco depagamentos,buscar-se-á alcançar urna elevada taxa de crescimento queassegure a criação de oportunidades de emprego emnIvel suficiente para ocupar de forma produtiva os novoscontingentes de mão-de-obra que afluem ao mercado,e bern assim para absorver progressivamente oscontingentes de desempregados e subempregadosatualmente existentes.

o acelerado crescimento que se pretende para a sociedadebrasileira deverá assentar-se, preferencial e prioritariamente,na empresa privada nacional, através do seu efetivofortalecimento.

II - Meihoria da distribuiçao da renda, corn reducaodos niveis de pobreza absoluta e elevacao dos padroes debern-estar das classes de menor poder aquisitivo:

fato reconhecido qiie a acelerada expansao econômicada i'iltima década beneficiou de forma desigual asdiferentes classes sociais do Pals, pois a renda media daspopulacôes de menor poder aquisitivo foi a que cresceu

8 corn menor rapidez.

Não obstante, esta constataçao näo invalida a opcäo decrescer rápido. Uma das razöes que fundamentam estaopcLo é exatamente a necessidade de criação de maisempregos, de modo a proporcionar a democratizaçao dasoportunidades de trabaiho e a meihoria da qualidade devida das populacoes de baixa renda ou em regime depobreza absoluta.

o rápido crescimento da economia pode e deve, portanto,ser conjugado corn o objetivo de melhor distribuir a rendagerada. Dentro deste princlpio, a poiltica de distribuicaoda renda sera' coerente corn a manutenção das liberdadesdernocráticas, inclusive corn respeito as negociacôesalariais. Praticará a legItima discriminaçao do uso dos

instrumentos fiscais em beneflcio da justiça social, e sera'orientada para a obtencao de crescente disponibilidade eacesso aos serviços de educacao, sa(ide, saneamento eprevidncia social, bern como de moradia, alimentaçaoe transportes.

Assim, a polItica de distribuiçao da renda deverá apoiar-senão so na democratizaçao das oportunidades de emprego,como também na alteracao do perfil de investimentosnacionais, privilegiando setores de major efeitoredistributivo corno a agricultura; na ampliacao doesforço corn vistas ao desenvolvimentodo Nordeste, pois,ali se encontra a major parcela de pobreza do Pals; noapoio as pequenas e médias empresas; em uma eficientee justa poiltica salarial; ern uma agressiva poiltica sociale em uma adequada modificaçao da poiltica tributária.

III - Reduçao das disparidades regionais:

Uma polItica adequada de distribuiçao da renda exige,ainda, que se privilegie o desenvolvimento das areasdensamente habitadas e carentes de recursos - caso doNordeste; assirn corno as grandes areas que exigem cautelae disciplina na sua efetiva incorporacao a economianacional, a exemplo da desejada ocupacao naopredatória da Amazonia. 9

IV - Contençao da inflacao:

Desorganizando o sistema de precos, a inflaçao destrói osmecanismos de mercado que garantem a gestao eficientede uma economia competitiva, ao mesmo tempo em queinfluencia, de forma perversa, o padrão de distribuicaoda renda, penalizando as farnllias de mais baixa renda.

Por isso, o controle da inflação é condicäo essencial paraassegurar a eficincia, a estabilidade e o crescimentocontinuado da econornia brasileira e a meihoria dosnIveis de bern-estar de nossa populacao.

V - EquilIbrio do balanco de pagamentos e controledo endividamento externo:

As transformacOes da economia mundial, decorrentes dacrise do petróleo, a partir de 1973, impuseram pesadotributo a economia brasileira, fazendo ressurgir oestrangulamento externo corno uma das restriçôes maisseveras ao desenyolvirnento do Pals. Crescentes deficitsde transaçöes correntes exigirarn o recurso cada vez maisintenso ao endividamento externo.

Por isso, a expansão das exportacoes continuará sendouma condicao fundamental para assegurar o crescimentodo Pals.

VI - Desenvolvimento do setor energe'tico:

A crise do petróleo pôs em relevo o papel estratégico dosetor de energia, como urna das restriçöes mais importantesaos objetivos de desenvolvimento do Pals. A poiltica doGoverno, nesse campo, visa a definir urn novo modeloenergético, com menor dependéncia externa, através dasubstituiçao de fontes importadas de energia por fontesnacionais. Dar-se-a' prioridade a substituiçao dos derivadosde petróleo (por carvão e álcool, por exemplo), aintensificacao dos prograrnas de pesquisa e exploracao

10 da PETROBRAS, a aceleracâo do Programa Nacional

do Alcool, ao aumento da geracao de energia hidrelétrica,A incorporaçao da tecnologia da energia nuclear, apesquisa para aproveitamento do xisto e de fontes näoconvencionais (energia solar, eólia, maremotriz ou oriundado hidrogênio e fontes vegetais) e, de urn modo geral,buscar-se-á alcançar major economia e racionalizaçao nouso de energia de diferentes origens (através da pesquisatecnológica e da substituicao do transporte individualpelo transporte coletivo, por exemplo).

VII - Aperfeicoam.ento das instituiçöes politicas:

Além do progresso material, a execuço deste Piano visaa obtençao de padroes dignos de vida e convivência social,dentro de urn verdadeiro estado de direito que assegurea maior representatividade possivel as diversas correntesde opinião existentes no Pals.

Para o Governo, o objetivo democrático é indissociável daidéia básica de meihorar a qualidade de vida de todosos brasileiros; de democratizar as oportunidades; e deeliminar quaisquer discriminaçoes ou preconceitos entreos brasileiros.

11

CapItulo ifi

ESTEATEGIA

o planejamento é urn instrumento que auxilia a sociedadea ordenar os seus esforcos no sentido de atender as suasaspiracOes. A sociedade brasileira tern mostrado quesuas aspiracoes fundarnentais correspondern, no pianoeconôrnico, a elevaçao persistente dos niveis de bem-estar,e, no piano politico, a construção de urna sociedadeaberta e dernocrática.

A rnanutenção de crescirnento acelerado é condicaonecessária e indispensável a clevacao dos nIveis debern-estar. A taxa de crescimento da popuiacao, conjugadaN s legItimas aspiracOes de todos os segmentos da sociedadepor meihores padröes de vida, irnpOe por sua vez niveismInirnos de geracao de emprego e crescimento deprodutividade, sornente viável a partir de urn certo ritmode crescimento.

Desse modo, o grande desafio identificar uma estratégiade crescimento que conduza a reducao das desigualdadessociais e a correção, ainda que gradual, dos desequiiibriosdo balanco de pagarnentos e das pressoes inflacionáriasinternas.

A reducao dos desequilIbrios sociais deverá permear todaa estratégia, no sentido de que se caracterize urn padrãode desenvoivirnento compatIvel corn a meihor distribuicoda renda. Esta inclui expressarnente a apiicacao de urnsignificativo volume de recursos pib1icos nos setoressociais. Esse programa irnpiicará a rápida ampliacao naoferta de alirnentos, habitacao, sailide e sanearnento,

12 visando a beneficiar a popuiacao de baixa renda.

Numa visão de longo prazo existem sólidas razöes parauma atitude otirnista quanto a viabilidade do crescimentoacelerado. Essa atitude nãO resulta do desconhecirnentodo fato de que o Brasil e outros palses em desenvolvirnentoe não produtores de petróleo cornpOern urn grupo dosmais afetados pelos desequillbrios subsequentes a crisedo petróleo. Ela é conseqüência da consideraçao dascondicoes especificas da economia brasileira no contextointernacional.

Urn elemento cornum nas avaliaçöes de perspectivasmundiais de rnédio e longo prazos corresponde aobservaçao de que as tendncias observadas de crescimentopopulacional, conjugadas corn o ritmo de ocupacäo dasfronteiras agrIcolas e perspectivas de exaustão das maisimportantes fontes não renováveis de energia, fazern Fevero agravamento das condiçOes de atendimento das demandasde alimentos e de energia. Nessa perspectiva é quaseimpossIvel ignorar as vantagens comparativas apresentádaspela econornia brasileira. A existência de urn importantepotencial de energia hidrelétrica ainda por explorar,conjugada a disponibilidade de solos e condicoes climáticasfavoráveis, a par do dinarnismo revelado pelodesenvolvimento econômico já realizado, coloca o Palsem condiçoes particularmente favoráveis nurn niundoem que a escassez de alimentos e de energia assumeampla importância.

No curto prazo, para viabilizar . o .objetivo de crescirnento,é indispensável avaliar corretarnente as possibilidades dealterar de modo significativo os fluxos de receita e despesa.em moeda estrangeira. Assirn, ainda qué necessáriós, osesforços redobrados no sentido de reduzr as importacoestm tido sua eficácia limitada pelas dificuldades desubstituiçao rápida do petróleo e outros insumos básicos.Consequentemente, a imediata expansäo das exportacôesdeverá constituir uma taref a de fundamental iinportânciana ruptura do estrangulamento externo. 13

Reconhecidamente, o setor privado tern revelado grandecapacidade de resposta as poilticas de incentivo asexportacoes implementadas na iiltima década. As vendasexternas de manufaturados tm apresentado comportamentosatisfatório mesmo no perlodo posterior a elevaçäo dosprecos do petróleo. Na atual conjuntura, caracterizadapela existncia de capacidade ociosa em vários segmentosda indi'istria nacional, parcela significativa das exportacöesadicionais poderá ser obtida mediante utilizaçäo maisintensiva do capital fIsico existente.

As perspectivas de expansão das exportacöes ficam maisfavoráveis quando se considera a contribuico que poderáser dada pelo setor primário. Por ser uma atividade queutiliza mais intensamente fatores de que a economiabrasileira dispöe em major abundância relativa, aagricultura certamente detém a lideranca em termos devantagens comparativas internacionais. A adequadautilizacao de instrurnentos de politica econômica voltadapara o setor agropecuário, conjugada a uma politicacomercial estimulante, deverá conduzir a rápida ampliacaodas exportacOes desse setor.

Certamente, a ampliacao da producão para atender ademanda interna e ao crescimento das exportacöesimplicará alguma elevaçäo do fluxo de importacöes.Entretanto, existem alguns fatores, inclusive de naturezaconjuntural, que garantem urn resultado positivo daestratégia para a balanca comercial.

Seth possivel ampliar a exportacão de manufaturados,no curto prazo, corn impacto relativamente pequeno sobrea demanda de equipamentos importados em face daexisténcia de capacidade ociosa no parque industrial.

Do lado das necessidades adicionais de matérias-primase componentes de origem externa, a experiéncia recenteindica que o crescirnento das vendas externas demanufaturados produz saldo positivo em divisas. Não se

14 deve ignorar, por outro lado, o aumento da capacidade

de producão de insumos bsicos nos i'iltimos anos e o fatode que parcela substancial dos manufaturados exportadosé constitulda de produtos que utilizam matérias-primasde origem agricola.

Consideraçoes análogas se aplicam no caso da exportacãode produtos primários, cujo coeficiente de importacaode insumos é reconhecidamente mais baixo.

Finalmente, o resultado positivo da balança comercial sera'ainda reforçado mediante adequada programação dasimportacOes do setor governamental, inclusive dasempresas pi'iblicas. 0 critério básico de selecao nesse casodiscriminará os projetos de acordo corn seu impacto decurto prazo para o reequilIbrio das contas externas.

Ao lado desse esforco de ampliacão de exportacôes, acompatibilizaçao do crescimento corn razoável equilIbrioexterno exigirá a implantacão de urn programa desubstituiçao de importacoes, desta vez concentradoprincipalmente na arnpliacao da producao nacional desubstitutos do petróleo. 0 desenvolvimento de fontesalternativas de energia a partir da agricultura, a busca deoutras fontes nao tradicionais de energia e a intensificaçaoda pesquisa e prospeccão doméstica de insumos nãorenováveis são instrumentos complementares parareducao das importacöes.A viabilidade dessa poiltica dependerá também dacornpatibilizacão do crescirnento corn o controle daspressöes inflacionárias. A experiência da economiabrasileira nas ililtimas décadas mostra que nao ha umarelacao causal e estável entre inflacao e crescimento.Durante todo esse perIodo identifica-se uma extraordináriaexpansão da econornia, sirnultaneamente corncomportamentos diferenciados dos precos. No perlodoentre 1961/65 e pós-1973, observa-se rápida aceleracâodas taxas de inflacao acompanhada de queda nas taxasde crescimento do produto, enquanto no intervalo de 1968a 1973 ocorre a elevaçao da taxa de crescimento nosindices de inflaçao. 15

Desse modo, a experincia brasileira sugere que apossibilidade de compatibilizar elevadas taxas decrescimento corn inflacaO sob controle está muito ligadaN conducao da poiltica econômica, de modo a mantercondiçoes estirnulantes do lado da oferta.

A análise do comportarnento da agricultura brasileira nai1tirna década revela que, estimulada por polIticas

adequadas de precos, crédito e insumos, ela terndernonstrado grande capacidade de resposta no curtoprazo. Interessa ressaltar nesse contexto o tempoextremarnente curto de maturação do investimento naagricultura, bern como o nivel relativarnente elevado deproduto gerado por unidade de capital utilizado.

Pelo menos nas fases iniciais da execução da estratégia, osetor industrial apresentará também caracterIsticassemethantes quanto ao tempo de maturação dosinvestimentos e a capacidade de resposta, na medida emque parcela substancial de aurnento da producaocorresponde a rnelhOr utilizacao da capacidade instalada.Não se deve ignorar, por outro lado, o significativo avancona criação de capacidade intema de producao demáquinas e equiparnentos nos iiltimos anos e cujasubutilizaçao constitui preocupacão.

Deve-se adicionar que o aumento da producao agricola, eparticularmente da producao de alimentos, contribuirá demodo significativo no combate a inflacao.

Paralelamente, os dernais instrurnentos de polticaeconôrnica serão utilizados de modo coerente visando auma reducao do ritmo de crescimento dos precos. Comoparte desse esforco, buscar-se-á implantar o sistema decontrole consolidado do setor governamental, inclusiveernpresas piib1icas, no sentido de regularizar seus fluxos dedispêndio e minirnizar seus impactos sobre o mercadofinanceiro.

Existern, pois, razöes para acreditar na compatibilizacão16 entre a estratégia de crescimento perseguida corn a

contencao do processo inflacionário, e o controle dodesequilIbrio externo.

Entretanto, essas caracterIsticas não seriam suficientespara justificar a poiltica aqui sugerida. 0 crescimentoeconômico almejado deverá satisfazer também aspiracOessociais como é ø caso da reducao das disparidades pessoaise regionais de renda, hem como do atendirnento dasnecessidades básicas daqueles segmentos da populacaoque ainda não desfrutarn de urn padrao minimodesejável de bern-estar.

Independentemente dos programas especIficos deinvestimentos piThlicos para o atendirnento das necessidadesdas populacoes carentes, já mencionados anteriormente,é importante verificar as implicacôes distributivas daestratégia tracada. Isto é, sera importante que a estratégiadelineada caracterize urn padrao de desenvolvimentoque conduza a urna meihor distribuicao dos beneficiosdo crescimento.

Nesse sentido, tudo indica que a énfase atribuIda aocrescimento da producao agrIcola sera' fator importantena correçao do perfil de distribuiçao pessoal da renda. Defato, além dos aspectos positivos da ampliacao da ofertade alimentos, a expansão da producao agricola conduz auma intensa absorçao de mão-de-obra no meio rural,exatamente onde se localiza o major contingente defamIlias de baixa renda. Indubitavelmente, nenhurnaoutra atividade econômica se posiciona de modo thofavorável como instrumento de reduçao dos ulveis desubemprego e desemprego.

Do lado da distribuiçao regional da renda, as atividadesespecialmente incentivadas também tern implicacoesfavoráveis. Tanto os investimentos ptblicos nos setoressociais quanto as atividades voltadas para a producao deprodutos primários - alimentos e substitutos para opetróleo - poderão ser importantes instrumentos deelevaçao dos niveis de emprego e renda nas regioesmenos desenvolvidas, notadamente no Nordeste. 17

Finalmente, é preciso estimular a ampliacao deinvestimentos em setores em que predominam asempresas privadas nacionais, inclusive as de pequeno emédio porte. Os investimentos piib1icos voltar-se-ão paraatender necessidades sociais e para a criação dainfra-estrutura indispensável a ampliacao da ofertainterna e das exportacöes.

Certamente a materialização dessa polItica, bern como acaracterização de urn padrão de desenvolvimentoadequado as novas realidades impostas pela situaçãointernacional e ao atendimento das necessidades dosgrupos mais carentes da populacao, exigirá urn amploengajamento de toda a coletividade e, em especial, altonIvel de eficácia na conducao do setor piib1ico e dapolitica econômica, de modo a extrair o máximo benefIciodos recursos disponIveis. Nesse sentido, sera' indispensávelorientar os gastos piThlicos - na forma de investimentos,subsIdios, e despesas correntes - em obediência estritaas linhas de prioridades definidas aqui.

A estratégia aqui exposta representa urn caminho viávelpara a sociedade brasileira e que nao passa pelasdificuldades da recessão. Trata-se de uma proposta desuperacão dos obstáculos atuais, mantendo-se o dinamismoda economia brasileira.

18

CapItulo IV

POLITICAS MACROECONOMICAS

Secão 1

Poiltica Antiinflacionária

A evoluçao da economia brasileira no pós-guerra nosensina que não ha urna relaçao causal e estável entreinflacao e crescimento.

Durante todo o perlodo que se estende do pós-guerra ateo presente, a econornia brasileira evidenciou urncrescirnento economico medio elevado - da ordern de7% ao ano -, ao lado de uma inf1ac.o persistente ebastante instável. Em dois subperIodos desta fase histórica,o primeiro entre 1961 e 1965, e o segundo estendendo-sede 1974 ate os dias de hoje, observou-se uma rápida eerrática aceleração da taxa de inflacao, ao lado de umaqueda no ritmo de crescimento econôrnico, abaixo damedia do perIodo mais amplo. No subperIodo de 1968

a 1973, ocorreu urn crescimento do produto interno ataxas elevadas, ao lado de uma queda persistente da taxade inflaçao.

Parece possIvel, portanto, administrar a poilticaeconômica de forma a, simultaneamente, estabelecercondicoes propIcias a expansao dos investimentos, daproducao e do nIvel de emprego, assirn como reverter asexpectativas inflacionárias. Este é o ensinamento básicoque orientará a politica antiinflacionâria do Governo.

Por certo nLo se podem minimizar os riscos de talestratégia A experiência do pós-guerra também nos 19

indica que instabilidade inflacionária é sempre urnfenômeno multifacetado, que espeiha urn estado dedesorganizacao do sisterna econômico e é acompanhado de:

- estrangulamentos setoriais, a exemplo do que ocorreucorn a descapitalizacao do setor exportador e das empresasde utilidade piib1ica no pássàdo;- expansao desordenada dos meios de pagamentos;- expansao do deficit efetivo do setor pi'iblico;- desorganizacao do sistema financeiro; e- flutuaçoes substanciais dos precos relativos,particularmente de taxas reals de juros, taxa de câmbio,taxa de salários, precos de matérias-primas e alimentosbásicos, em funçao de ini.meros subsidios expilcitos e/ouimplIcitos.

o Govemo está perfeitarnente consciente das ineficiénciaseconômicas e sociais advindas da instabilidadeinflacionária, o que dá a dimensão dos benefIcios a obtercorn o sucesso da estratégia a perseguir. Acredita nacapacidade de trabaiho dos assalariados e dos empresáriospara superar as crises e transformá-las em oportunidadesde crescirnento. Isto já ocorreu irnimeras vezes em nossahistória. Na década de 30, no pós-guerra e no perlodopós-1964.

Esta estratégia precisa estar orientada por urn diagnósticoseguro da situação da econornia. 0 Governo ternconsciência das limitacOes impostas pela crise internacionaldeflagrada em outubro de 1973, da inflacao generalizadanospaIses do Mundo Ocidental, da elevacao das taxasde desemprego, da desordem rnonetária, da escassez deenergia e das tendéncias protecionistas que dominamparte dos palses desenvolvidos.

Tais dificuldades, por outro lado, abrem novasoportunidades e desafios a imaginacão criadora doernpresário e do trabaihador brasileiros. 0 Governo ternconvicção de que as precondicoes para o sucesso dessa

20 opcao estão presentes na realidade econôrnica do Pals.

Primeiro, porque existem amplas oportunidades deinvestimentos em importantes setores da economiabrasileira, particularmente na agropecuária e nos setoressociais - sobretudo nas areas de saneamento urbano ehabitaç.o popular. Investir nestas areas significa expandira producao - principalmente a de alirnentos para omercado interno - conseqüentemente exercendo pressôesbaixistas sobre o Indice do custo de vida urbano.

Segundo, porque estes SO os setores que tm capacidadede rapidamente elevar o emprego, o produto e rendapor unidade de capital investido sem pressionar fortementeas irnportacoes.

Terceiro, porque ha importantes setores industrials -principalmente o de máquinas e equipamentos - tambémem condicoes de expandir a producao sem grandesexigéncias de investirnento, obtendo, assirn, importantesganhos de produtividade - condiçao indispensável paraimpor pressOes baixistas sobre o nIvel geral de precos.

Duas restriçöes básicas deverão ser superadas

A primeira é dada pela crise energética e peloendividamento externo. Superá-la exige grandes esforços deproducao, de urn lado, para desenvolver fontes alternativasde energia (hidrelétrica, álcool, carvão, e, eventualmente,aproveitamento de madeira), e, de outro, para gerar urnexcedente exportável - compativel corn a expansão daoferta de alimentos para o mercado interno - a fim demanter sob controle, estabilizar e finalmente reduzira dIvida externa.

A segunda restrição diz respeito ao uso adequado dosinstrurnentos de polItica econémica. Nesta area devem-seenfrentar dois desafios básicos: dar coerência aos reajustesdos precos relativos (taxa de câmbio, salarios, taxa dejuros e precos das matérias-primas e alimentos básicos)de modo a estimular os setores estratégicos sem 21

comprometer as prioridades sociais; e administrar osinstrumentos monetários, creditIcios e fiscais de forma a:

- aumentar a eficincia dos gastos pi'iblicos e orientá-losde modo a criar a infra-estrutura necessária para expansãodos setores prioritários;

- conduzir uma poiltica de crédito que evite osdesperdIcios oriundos do crédito subsidiado, e queirnponha major disciplina a execução do Orçamentoda União;

- dar estabilidade a expansão da liquidez para satisfazeras necessidades do sistema econômico; e

- estabelecer regras que permitam eliminar os efeitosinibidores do excessivo custo financeiro sobre osinvestimentos produtivos.

Repercussöes da Inflação

A inflaçao elevada desestimula os investimentos de longamaturação e o aumento de produtividade do sistemaeconOmico. Prejudica o funcionamento dos mercados eincentiva a especulacao, especialmente nos mercadosfinanceiros e de capitais. Igualmente danosos são osefeitos sobre a administraçao das financas doTesouro Nacional.

A inflacao provoca ainda efeitos adversos sobre adistribuiçao da renda. Em primeiro lugar, como aparticipacão dos salários na renda tende a cair nosperlodos de aceleracão da inflaçao, em funcao deperiodicidades desiguais nos reajustes de salários e precos,as classes assalariadas são sempre as maiores prejudicadasem qualquer processo inflacionário. Em segundo, porinibir a expansao do emprego a inflaçao impOe sacrifIciosmaiores ainda aos assalariados.

Esses e outros efeitos negativos da inflacao, que já sãodo conhecimento de toda a Nação, conferem prioridade a

22 polItica antiinflacionária.

o Governo näo desconhece nern subestima as dificuldadesdecorrentes de politicas de estabilizaçao dos precos.

Tendo em vista estas constataçOes, o objetivo prementede crescimento econôrnico requer:- reduzir a taxa de inflacao a niveis equivalentes aosregistrados no inIcio da atual década; e- minimizar os custos sociais associados a politica deestabilizacao de precos e contribuir para a meihoria dadistribuiçao da renda nacional, dando especial ênfaseN expansão do nivel de emprego.

Alérn dos instrumentos especIficos da poilticaantiinflacionária, as prioridades setoriais fixadas(agricultura e abastecimento, energia e area social)deverão, igualmente, contribuir para a desaceleraçao dainflacao. Nesse sentido, vários instrumentos serãoacionados pelo Governo no combate a inflação, uma vezque a finalidade iiltima é a meihoria do bern-estar social,em particular das camadas de baixa renda. Dentreesses instrumentos destacam-se:

A Politica Monetária

Este é urn instrurnento essencial no combate ao processoinflacionário, tendo como tarefa principal suprir de liquidezadequada o sistema econômico.

E importante ter presente que taxas de inflacao elevadase expansão dos meios de pagamentos ocorrem

Fparalelamente nurn processo de causaçäo circular. Dessa

controlar a taxa de inflacao equivale a disciplinar,a expansão dos meios de pagamentos.Para que se possa, portanto, administrar corn firmeza aconducäo dessa polItica, torna-se inadiável introduziralguns aprimoramentos e eliminar algumas distorçoes,a saber:- incluir no Orçamento da Uniäo os encargos referentesao serviço da dIvida piib1ica interna e a cobertura dosdispéndios corn subsIdios; 23

- atuar sobre os niveis das taxas de juros; e- disciplinar o deficit efetivo do Tesouro Nacionalatravés da unificaçao de seu orçarnento de forma a abrangertodas as fontes e usos de recursos de responsabilidadeda União.

Nestas condiçoes, os instruméntos convencionais decontrole monetário - particularmente as operacôes demercado aberto - serão utilizados corn o objetivo deminimizar as oscilaçOes do grau de liquidez do sistemaeconômico.

A Poh'tica Crediticia

Os instrumentos de polItica creditIcia serão utilizadospara induzir a reducao das taxas de juros no segmentolivre do mercado, para restringir gradativamente ossubsIdios que provoquem efeitos regressivos sobre adistribuicao da renda e comprometam a boa conducao dapoiltica monetária, e, portanto, para aumentar a eficiênciaalocativa e operacional do crédito oficial e privado,propiciando desta forma aumento da produtividade naeconomia brasileira.

Em particular, dar-se-á ênfase a:

- facilitar o acesso da pequena, media e microempresaas linhas usuais de crédito, corn a finalidade de diminuiro peso dos encargos financeiros nos custos de producao;

- estimular a atuação do Banco do Brasil nas areas dedesenvolvimento da producao rural, de apoio a pequena,media e microempresa, de desenvolvimento do cornércioexterior e de manutençâo de urn adequado fluxo derecursos extemos;

- incrementar o papel a ser desempenhado pela CaixaEconômica Federal, cuja funco de banco social sera'ampliada através da dinamizaço de programas queatinjam grandes segrnentos de populacao nas suas

24 necessidades básicas;

- aperfeicoar a sisternática do crédito rural tendo emvista elevar o nIvel técnico e a major capacitacäo daatividade agropecuária, o aumento da producao, daprodutividade e a expansao da fronteira agricola;

- utilizar as agéncias setoriais de crédito - particularmenteBNDE e BNH - corn o objetivo de conciliar a expansäode setores prioritários (habitacao popular, saneamentoe hens de consumo popular) corn as necessidades decontrolar o aumento do custo de vida do setor urbano; e

- utilizar os hancos regionais - BNB e BASA - corn oobjetivo de ajustar suas poilticas creditIcias aspeculiaridades de suas areas de atuaçäo.

A Poiltica Fiscal

Em consonância corn os dernais instrumentos de politicaantiinflacionária, os de natureza fiscal serãoutilizados para:

- redefinir e simplificar a incidncia do Imposto sobreProdutos Industrializados (IN), corn a finalidade, entreoutras, de reduzir os precos relativos dos produtosmanufaturados de amplo consumo popular;

- direcionar o dispndio piThlico no sentido de aurnentara eficincia do sistema de infra-estrutura de serviçospiiblicos de forma consistente corn as prioridadesatribuldas a agropecuária, energia, setores sociais eexportacao, dirninuindo desta forma as pressOes altistassobre custos e precos; e

- adrninistrar e eventualmente ajustar as tarifas aduaneirase depósitos compulsórios sobre importacOes de forma adirninuir pressOes de custos no rnercado doméstico,respeitadas as restriçöes do balanço de pagarnentos.

A Poh'tica de Controle de Preços

Em uma econornia corn inf1aço crónica e forte cornponenteindexado, a poiltica de controle de precos deve ser urn 25

instrumento voltado fundamentalmente para evitar quetensöes temporárias de custos se transformem emelevacäo permanente da taxa de inflaçao.

Como instrumento auxiliar no combate ao processoinflacionário, a poiltica de controle de precos sera'condicionada pelos seguintes aspectos:

- compatibilidade corn as prioridades setoriais, no querespeita tanto a precos relativos quanto a rentabilidade;

- as formas particulares de competicao nos diferentesmercados;

- atendimento as necessidades especificas de autogeracaode recursos no.mbito das empresas; e

- relevância do produto para o consumidor final oucomo insumo para outros setores.

As politicas de controle dos reajustes de salários, taxa decâmbio e taxas de juros seräo conduzidas de modocompatIvel corn os demais aspectos da poiltica de controlede precos, respeitadas as prioridades sociais. A esterespeito é importante salientar a polItica salarial. Pelamaior frequência dos reajustes salariais buscar-se-áeliminar os efeitos nocivos da inflaçao sobre o salárioreal do trabathador.

Os instrumentos acima enumerados nada mais são quecoadjuvantes em urn esforco a ser empreendido pelaeconomia no sentido de sua reorganizacão, de forma aampliar a producao de alimentos para o mercado doméstico,encontrar solucao para as restriçöes impostas pela criseenergética, e efetivamente expandir sua producao debens e servicos corn a finalidade de integrar as camadasmais carentes da populacão brasileira no processo de

26 desenvolvimento econômico e social.

Seção 2

Poiltica Financeira do Govemo

A evolucao das atribuiçOes econômicas do Governo exigeque os problemas de financas ptb1icas sejarn encaradossob uma perspectiva bern ampla.

Ao atuar como regulador da atividade econôrnica e agentede promocao do desenvolvimento, o Estado intensificousua participacão como investidor e produtor de hens eserviços corn o objetivo de aurnentar a renda interna,reduzir as disparidades regionais, gerar rnaioresoportunidades de emprego, prornover as exportacôes emeihorar a distribuicao da renda.

o tradicional objetivo de arrecadar recursos para atenderas despesas orçarnentárias do Governo tern sidosatisfatoriarnente atingido, corno comprovarn as sucessivastaxas de crescimento da receita. Entretanto, os repetidossuperávits contábeis do Orçamento verificados nosrespectivos exercIcios financeiros nao foram suficientespara contrabalançar os subsIdios ao crédito, subsIdios aosconsurnidores, incentivos fiscais, o giro da dIvida piThlicainterna e os deficits das empresas do Governofinanciados corn empréstirnos externos.

Observou-se ainda descompasso entre o Orçarnento daUnião, que cobre apenas as atividades da administracaodireta do Governo Federal, e o total dos dispéndios ereceitas do Governo. Assirn, nern sempre se observou anecessária disciplina e entrosarnento entre as operacOesexplicitadas no Orçamento da Uniäo e no OrçarnentoMonetário.

Ao mesrno tempo as ernpresas, fundacOes e dernaisórgãos da administracao indireta executavarn polIticasfinanceiras próprias não necessariamente cornpatIveis cornos dois orçarnentos citados. 27

Necessário então se faz reorganizar e disciplinar as açôesdo Governo Federal - entidades diretas e indiretas - demodo a compatibilizar as açöes ao five! de:

Orçamento Monetário;Orçamento da União; e

- Orçamento das Empresas Estatais, inclusive osfinanciamentos extemos.

A reorganizacäo e meihor coordenaçäo das atividades doGovemo na area financeira propiciarão visão maisabrangente e clara dos usos e fontes de fundos, e suasinter-relacoes, criando bases favoráveis para a execuçäode uma politica financeira adequada, corn beneficiosglobais para a poiltica antiinflacionária, desenvolvimentoeconômico e equidade social.

Orcamento Monetário

o Orçamento Monetário, que consiste ern previsóes anuaisda evoluçao das contas consolidadas das Autoridades.Monetárias, traduz, em ultima análise, a própria situaçäodas finanças do Governo Federal. Se estas estiveremequilibradas não haverá, em conseqüência, desajustemonetário, e o crescimento da base monetária e dos meiosde pagamentos sera' moderado. Urn Orçamento Monetárioque contemple, por outro lado, elevada expansaoprimária do estoque de moeda refletirá, por definiçao,desequilIbrio nas financas governamentais em seusentido mais amplo.Desequilibrios acentuados seräo sinônimos de elevadasemissöes primárias de moeda e altas taxas de inflacao.Assim, a reducao do processo inflacionário sera' obtida,dentre outras medidas, através da diminuicao gradual dodesequilibrio no Orcarnento Monetário.

Orcaniento da União

o Orçamento da Uniäo sera' ajustado, ao longo do tempo,de modo a prever todos os encargos e fontes de recursos

28 da União.

Na nova sisternática cabe destacar, especialmente, osseguintes pontos a serem observados:

- serão incluldos na despesa orçamentária todos ossubsIdios (inclusive ao crédito e ao abastecimento), berncomo os encargos da dIvida piThlica federal;

- serão reduzidas substancialmente as vinculacoes dereceita, de modo a dotar o orçamento de majorflexibilidade;

- como regra geral, o saldo da dIvida pib1ica poderácrescer, em termos reais, para cobrir eventuais deficits noOrçamento da União ou para permitir acumulacao dereservas internacionais pelo Banco Central; e

- serão eliminados os deficits das empresas pi'tblicaspresentemente financiados corn recursos provenientesdo exterior.

Politica Orcamentária

São orientaçôes básicas nessa area:

- reduzir, na primeira fase, e posteriormente eliminar,o deficit do Tesouro Nacional explicitado pela inclusão dosencargos da divida piThlica interna e subsIdios, hojealocados no Orçamento Monetário;

- utilizar o orçamento como instrumento de planejarnento,alocando anualmente recursos, de modo que o Orcamentoda União reflita a polItica de desenvolvirnento adotada;

- a administração federal deve dar o exemplo deausteridade nos seus gastos, na programacão de seusdispêndios e na pontualidade de seus pagarnentos.Consequentemente, os recursos destinados a realizaçãode cada programa serão definidos a priori, por ocasião daelaboraçao do Orçamento da União, dos das empresaspüblicas e do Orçamento Monetário. Não se admitirá oinIcio da execução de programas corn base emrecursos a definir; 29

- so iniciar programas novos após a aprovacäo preliminar,pelo Presidente da RepiThlica, quanto a prioridade,oportunidade, conveniência, disponibilidade de recursose previsao de desembolsos;

- iniciar a execucão dos programas somente apósaprovacão de demonstraçoes minuciosas e realistas decustos prováveis e da inclusão dos recursos correspondentesno Orçamento da União ou da entidade interessada;- prever a receita a partir de critérios realistas,especialmente quanto as receitas vinculadas;- diminuir a vinculação de receitas pi'iblicas a setoresda economia e a certos tipos de despesas, para facilitara efetiva prática de prioridades eleitas;- evitar o uso do crédito piibllco ou do crédito externopara o financiamento de despesas de custeio;

- usar o gasto piThlico como forma de redistribuirrendimentos, privilegiando os dispéndios - em custeio e,principalmente, investimento - notadamente nas regiôesNorte e Nordeste; e- limitar os subsIdios de crédito e os incentivos fiscaisaos setores e projetos prioritários, evitando-se excessos quelevem a distorçOes na alocacao de recursos e naredistribuiçao da renda.

Poiltica Tributria

o Setor Pib1ico terá sua acâo primordialmente voltadapara a infra-estrutura econômica e social, limitando suaparticipacao nos demais setores ao indispensável eperseguindo a desburocratizaçao administrativa e adescentralizaçao de decisôes. Como resultante de taisprincipios, cabe atribuir ao setor privado crescenteresponsabilidade na conducao do desenvolvimento.

Desta forma, a poiltica tributária do Governo para operlodo de vigéncia do III PND continuará a ser

30 implementada em funcao de dois objetivos:

- fiscal - assegurar o financiamento dos gastos pib1icosprogramados, em particular dos projetos prioritários; e

- social - meihorar a distribuicao pessoal e regional darenda e da riqueza.

A poiltica tributária sera' executada visando a:

simplificacäo do sistema de tributaçao dos pequenoscontribuintes;

- aumento da racionalidade e eficácia da administraçãotributária, corn consolidaçao e simplificacao das leisfiscais, visando a promover major equidade social dosistema;

- ampliacao do uso de tributos corno estImulo a producäoagrIcola, meihor utilizacao da propriedade fundiária eprodutividade no campo;

- amparo as classes de baixa renda pela tributac.ofavorecida dos hens de consumo considerados de primeiranecessidade;

- aplicacao as regiOes menos desenvolvidas, em particularo Norte e o Nordeste, de poiltica tributária estimulanteao desenvolvimento;- disciplinamento e coordenacao do uso de subsIdios eisençöes fiscais como elementos de promocäo dasatividades econômicas, em benefIcio da meihor utilizacaodos fatores de producao, particularmente damo-de-obra;

- aperfeicoamento do Imposto sobre a Renda de modoa meihorar sua funcionalidade e torná-lo mais eqüitativo;- realizacao de continuos esforcos para aumentar aeficiência da máquina de arrecadacao dos impostos;-- utilizaçao da polItica tributária como instrurnento daexpansao do comércio exterior;- prosseguimento na poiltica de acordos internacionaisde elirninaçao de bitributacao; e 31

- aprimoramento das formulas de opcao e mecanismos decoleta de incentivos fiscais da pessoa jurIdica, de modo aassegurar a promocão do major crescimento relativo eo fortalecimento de empresas das RegiOes Nordeste eAmazônica.

No campo das relacöes corn Os contribuintes seräoinvariavelmente promovidas pela Administração Federal adesburocratizacao e o aperfeicoamento das relaçOesfisco-contribuinte, através de iniciativas como asseguintes:- simpllficacãodinamizaçao dosdos tributos;

das formalidades administrativas esistemas relacionados corn a cobrança

32

- reformulaçao do regime de penalidades, visando aadequá-lo a realidade atual;- reciclagem periódica do pessoal fazendário;

- desenvolvirnento de atividades voltadas para omeihorarnento e a sisternatização dos métodos dearrecadacao e fiscalizacao; e

- modernizacao dos procedirnentos referentes aojulgarnento de processos adrninistrativo-fiscais.

Por fim, promover-se-á o fortalecimento dos Estados eMunicIpios, mediante o aperfeicoamento da atual politicatributária, revertendo-se a tendéncia centralizadora,dando-ihes major autonomia financeira.

Orcamento das Empresas do Governo

o Estado nurna economia moderna, além de suastradicionais funcôes normativas, tern irnportante papela desempenhar no campo da producao, circulacao edistribuiçao de hens e serviços. No Brasil esta açäo se fazsentir em diversos setores da atividade econémica, emalguns casos corn elevado destaque. E preciso, entretanto,ordenar e disciplinar a participacâo do Governo, emparticular de suas empresas, na economia nacional.

Os principais objetivos a serern alcançados corn oaprirnorarnento dessa ordenacao podem ser resumidos em:

- compatibilizar os programas de investimento dasestatais corn o Piano Nacional de Desenvolvirnento;

- garantir o born desempenho do setor piiblico quanto aexecução de seus prograrnas de investimento, dandoseguranca ao setor privado no planejamento de suasatividades;

- concluir os projetos em andamento e conservar osinvestimentos em nIvel de inteira compatibilidade corn ocontrole da inflaçao e do balanço de pagarnentos;

- reorientar a poiItica financeira das empresas do Governopara a intensificaçao do uso de recursos próprios,reduzindo a dependência em reiaçao aos recursos deterceiros e transferências do Tesouro;

- estabeiecer critérios para fixacao de tarifas, objetivandoassegurar, de urn lado, as condicoes necessárias a solidezfinanceira das empresas e, de outro, adequacao asprioridades de combate a inflaçao e demais objetivos dapoiltica econôrnica;

- manter e aperfeicoar os atuais mecanismos de orientaçaodas empresas governarnentais, assirn como o controle assuas importacOes visando a reduzir o impacto sobre abalança comercial e a estimular o setor privado nacional; e

- estabelecer critérios objetivos capazes de aferir aeficiência econôrnica das administraçoes, bern comoavaliar o fiel cumprimento dos programas fixados pelosrespectivos Ministérios.

O controie dos dispéndios das ernpresas estatais deveráser estabelecido a partir:

- dos critérios e épocas para os reajustes dos precos dosbens e serviços por elas produzidos;

- dos recursos do Orçamento da União destinados acada entidade; 33

- do montante de empréstimos internos e externos quecada entidade sera' autorizada a contratar, durante oexercIcio financeiro; e

- dos recursos a serem reciclados para outros prograrnasdo Governo, quando for o caso.

No tocante aos empréstimos externos das empresaspiib1icas, manter-se-á a disciplina da dernanda, buscando:

- evitar pressOes no mercado que possam vir apressionar as taxas de juros, prazos e dernais condicöes;- evitar que o fluxo de recursos externos erie pressoesindesejáveis sobre a liquidez interna; e- evitar que os recursos externos sejam destinados acobertura de deficits operacionais.

A adequada conjugacão de esforcos entre as entidadesda administracao direta e indireta será fundamental paraa realizaçao dos objetivos governamentais em toda suaplenitude: os econômicos, os politicos e os sociais.

Secào S

PolItica de Comércio Exterior

o setor externo sempre teve urn papel importante naevolucao da economia brasileira. AlteracOes nas relacôeseconômicas internacionais traduzem-se inicialmente emdesequilibrios na organizacäo econômica interna. Nomomento seguinte, contudo, a reorientação adequada dapolItica econômica interna tern conseguido transformaro desafio interriacional em fator de dinamizaçao docrescimento brasileiro.

A perturbacao atual, advinda da brusca alteracao dopreco relativo do petróleo, inflacao e aumento do

34 desemprego ao nivel internacional, impoe severas

restricöes a evolucao da economia brasileira. Oferecetambém a oportunidade para, mais uma vez, o Palstransformar esses desafios em estimulos a expansaoda producao doméstica.

A análise da evolucao recente do balanco de pagamentosdo Brasil mostra urn aumento brusco do deficit emtransacöes correntes de 1,7 bilhão de dólares em 1978para 7,1 bilhOes em 1974, devido, sobretudo, ao aumentodo deficit comerciaL Posteriormente, observa-se umalenta queda do deficit em transaçOes correntes, porque ameihoria da balauca comercial foi, em grande parte,compensada peo aumento do deficit de serviços.

Este aurnento do deficit em conta corrente no Brasil e osubsequente aumento da dIvida externa a partir de 1974retratam também as profundas modificacoes na distribuicaointernacional dos saldos de transaçôes correntes. Noqüinqüénio 1974/1978 o superávit dos palses da OPEPtotalizou 185 bilhöes de dólares, corn apenas pequenaparcela desse montante aplicada em investimentos diretos,o que acarretou substancial aumento do endividamentoexterno do resto do mundo, particulannente dos palsesem desenvolvimentd importadores do petróleo, aexemplo do Brasil.

Entretanto, se é certo que a situação brasileira externareflete uma configuracao que se tomou generalizada,não é menos verdade que está a merecer cuidados especiais.Os indicadores básicos da situacão do endividamentoimpoem uma atitude de cautela e näo se pode deixar quea restrição externa venha a cornprometer o esforco dedesenvolvimento do Pals.

E evidente que a compatibilizacao da reducao dos deficitsem contas correntes corn a decisäo de fazer crescer aeconomia a taxas mais elevadas se dará através de urnesforço interno para aurnentar as exportacoes já que,dada a composicão de nossa pauta de importacoes,qualquer compressào adicional nesta area refletir-se-á nocomprometirnento do crescirnento econôrnico. Entretanto, 35

para a superacão da restrição externa, nao se dispensaráo concurso da disciplina da poiltica de importacOes edo ordenarnento do endividamento externo.

A viabilizaçao do aumento das exportacöes fundamenta-se:

- na já provada capacidade de expandir as exportacOesde manufaturados nosiltirnos cinco anos, a despeito dacrise internacional;

- na inequlvoca vantagern comparativa do Pals naproducao agrIcola face a abundância relativa do solo; e

- na ampliacao do mercado internacional para produtosagrIcolas brasileiros, face as pressôes inflacionárias denossos parceiros cornerciais e do elevado custo unitário daproducao agrlcola nesses paIses em funcao da altaintensidade relativa ao uso de derivados do petróleo naproducao destes produtos.

Na area da prornocao das exportacOes, o objetivo sera'obter urna taxa media de crescimento das exportacöessignificativamente superior a das importacOes e a dosjuros pagos ao exterior. Para tanto, serão linhas básicasde ação:

- apoiar a exportacao de setores industriais competitivos,por sua importância no desenvolvimento do Pals e porseus efeitos na geracao de urna oferta mais estávelde divisas;

- criar condicOes favoráveis para incentivar o empresárionacional a voltar-se para o mercado externo nas areasindustrials, de cornércio e de serviços;

- ampliar e abrir novos mercados. Tern sido significativoo aumento do comércio corn a Africa, America Latina,Oriente Médio, Extremo Oriente e COMECON, tendénciaesta que deverá ser mantida ou mesmo acelerada,inclusive pela posicäo do Brasil de grande comprador

36 junto aos maiores fornecedores de petróleo;

- dar apoio as exportacoes de serviços peloaperfeicoamento de diretrizes setoriais para aumento dasexportacOes de fretes, seguros, e particularmente paraos servicos de consultoria e engenharia, tendo em vistaainda seus efeitos futuros sobre o aumento dasexportacöes de manufaturados; e

- methorar as condiçoes de comercializacäo dos produtosbrasileiros no exterior, principalmente através dereorganizacão da oferta, dinamizaçao do seguro setoriale prestacao de garantias para concorrncias internacionais.

No que tange a polItica de importacOes, destacam-se asseguintes medidas:

- substituicao de importacOes de petróleo por fontesrenováveis de energia, o que estimulará não S6 osinvestimentos no setor agrIcola como também nos setoresindustriais produtores de equipamentos; e

consolidaçao dos projetos em andamento desubstituiçao de irnportacoes de insumos básicos,notadamente onde já foi realizada parcela substancial dosinvestimentos.

No que diz respeito a polItica de endividamento externorespeitar-se-do os seguintes princIpios:

- subordinaçao da entrada de recursos extemos,especialmente os empréstimos em moeda, as exigénciasda administracao da dIvida externa e as prioridadesda poiltica econômica; e

- rIgido controle sobre as operacOes de crédito dasinstituiçöes e empresas do Governo.

Os Instrumentos da Folitica de Comércio Exterior

Visando aos objetivos e prioridades acima delineados,serão utilizados os instrumentos da poiltica de comércioexterior da forma como se segue. 37

Politica Cambial

A instrumentaçâo da polItica cambial deverá estarestreitamente vinculada as polIticas monetária, tributáriae de cornércio exterior, de modo a contribuir para asolução dos problemas do balanço de pagamentos do Pals.

Dar-se-a' continuidade a prática de minidesvalorizaçoes,visando a assegurar a justa rernuneração ao exportador,bern corno a permanente atualizaçao do custo dasimportacoes.

Poiltica de Incentivos Fiscais e Financeiros a Exportacão

Ter-se-a' em vista ajustar o sistema de incentivos fiscaisN s exportacôes, adaptando-o ao novo código internacionalde subsidios.

o sistema financeiro servirá de efetivo apoio ao esforcode exportacao, tanto no que se refere a producao comoa exportacao propriarnente dita e, além disso, sera'fortalecido o sistema de seguro de crédito e dinamizadaa atuação da rede externa dos bancos nacionais no exterior,como mecanismo adicional de apoio aos exportadores.

PolItica Aduaneira e de Contencão das Iinportacôes

A marnitenção da atual poiltica de contenção através degravames fiscais e financeiros é necessária em urnprimeiro estágio a fim de que se cumpra o objetivo decrescimento das importacoes a taxas significativamenteinferiores as de expansão das exportacOes, corn issomantendo-se o controle almejado sobre o processo deendividamento extemo. Em urn segundo estágio, porérn,alguns gravames poderão ser gradualrnente desativados, umavez que o desernpenho das exportacôes acabará porpermitir major liberalizaçao das importacOes.

Outros Instrumentos

No tocante aos aspectos institucionais, dar-se-á estImuloa formaçao de estruturas empresariais dimensionadas de

38 acordo corn a concorrência internacional, de forma a

permitir a agilizacao do comércio externo, reduzindogradualmente a dependência de concessOes e dasupervisäo do Estado.

Os investimentos na infra-estrutura de apoio asexportacoes deverão ser considerados corno prioritários.

Cabe finalinente mencionar a reorganizacão do ConseihoNacional de Cornércio Exterior (CONCEX), visando aoferecer apoio mais amplo e eficiente ao setor, notadamentenos aspectos norrnativos e técnicos da poiltica deexportacOes, bern como envidar esforcos paradesburocratizaçao do comércio exterior.

Seção 4

Mercado de Capitais, Seguros ePrevidncia Privada

A polItica de mercado de valores rnobiliários visará aoestimulo do mercado de capitais, perrnitindo-lhe assurnirdecisivo papel na capitalizacao da empresa privada nacional,na reparticao social dos resultados do desenvolvimentoe na dispersão da propriedade.

Corn esses objetivos, procurar-se-á:

- estirnular o aurnento do fluxo de poupanca a seralocada através do mercado, em funcao da decisão decrescente rnirnero de indivIduos e entidades, e criarcondicoes de liquidez através de urn ativo e ordenadornercado secundário;- prornover urn rnercado eficiente, pelo aprimoramentoda intermediacao, estImulo a competitividade eaurnento da confiabilidade e protecao ao piThlicoiiivestidor, notadamerite 0 pequeno; e- utilizar a regulacao como mecanismo auxiliar dodesenvolvirnento, sem inibir as livres forcas do mercado, 39

propiciando a elevação do padrao ético e técnico deseus intervenientes.

Area de Seguros e Previdéncia Privada

A poiltica de seguros e previdncia privada visaprincipalmente:

- a expanso do mercado interno e sua crescente integracãono processo econômico e social;

- a manutençao de fluxo favorável de receita em divisas;

a preservaçao da liquidez e solvência das sociedadesseguradoras; e

- a coordenaçao da polItica de aplicacao de recursosfinanceiros do sistema segurador corn a politica econômicae social do Governo.

Nesse sentido, são projetos prioritários:

- implantaçao de urn sistema nacional de seguro rural,tendo em vista a nfase assumida pela producao agricolana atual poiltica econômica do Governo;

- criação de empresa especializada de seguros de créditoa exportacão, visando a aumentar o apoio do seguro aoincremento das exportacOes; e

- criação de estimulos aos seguros de pessoas.

A regularizacao das entidades de previdncia privadasera grande passo no sentido de expandir os segurosde pessoas, além de mant&-los na area de ação dainiciativa privada.

40

CapItulo V

POLITICAS SETORIAIS, REGIONAL EURBANA

Seçao 1

Politicas Setoriais

Antes de tudo, este Piano tern presente que a definicãode setores prioritários é imposicão das exigncias doprocesso de desenvolvimento e dos objetivos antesmencionados.

Sern definir e hierarquizar prioridades aiternativas de usode recursos é impossIvel administrar corretamente epraticar a poiltica de desenvolvimento que o interessesocial recornenda para o perlodo.

Por outra parte, a própria definiçao das prioridadessetoriais não pode ser entendida senão como parte de urnconjunto rnais amplo, que envolve as estabelecidas anIvel geral, regional e urbano.

No perlodo deste III PND, os setores prioritários são ode agricultura e abastecimento, o energético e o social.Obviamente, ha urna programacão de atividades paraos demais setores (indistria, infra-estrutura e outros)cuja implantacao é decisiva para a reaiizacão do III PND.Resumern-se a seguir as politicas dos diversos setores.

i - Setor de Agricultura e Abastecimento

Além de sua defasagern em cornparacao corn o intensoprocesso de crescimento e modernizaçao recente daeconomia brasileira, a prioridade decorre do papel 41

fundamental que a mobilizacão de suas vastaspotencialidades the permite. Esse potencial torna possivelconciliar abundante abastecimento interno, contribuiçãoao programa energético (fontes renováveis), substancialelevacao das exportacOes, substituicao de importacöese ampla geracão de empregos. Esta potencialidade éfundamental para methorar a qualidade de vida nascidades e no próprio meio agrIcola, especialmente dasfamilias mais pobres.

São as seguintes as principals definiçoes da politica dedesenvolvimento para o setor:

- conceder Anfase aos alirnentos básicos e produtos deexportacão, com preferência para as pequenas e médiasunidades;

- descentralizar ao máximo a execução da politica dedesenvolvimento do setor, de modo a ampliar a participacãoe as responsabilidades dos setores privados e dosgovernos estaduais e municipais;

- aumentar a disponibilidade de produtos agropecuáriosbásicos para torná-los acessIveis, a menores precos, asfamilias de menor renda;

- ampliar e intensificar as pesquisas de solos, espéciese sementes e estimular o consumo de fertilizantes e outrosinsumos modernos, visando a adocão de tecnologiasapropriadas;

- criar sistema integrado de producão, armazenagem,transporte e comercialização, de forma a tomar mInimosos desperdicios e perdas e assegurar o escoamento regularpara o abastecimento interno e exportacoes, inclusivemediante corredores de exportacão e abastecimento eamplo apoio ao desenvolvimento das agroindistrias; e

- estabilizar as margens de comercialização, evitando-seexcessos que prejudiquem ou comprometam oabastecimento a precos adequados para o consumidor

42 e o produtor.

Para tornar possIveis os objetivos acima, dever-se-ápossibilitar e disciplinar o armazenamento no circuitoproducao-intermediacao-consurno interno-exportacão e,da mesma forma, incentivar:

- a padronizacao e classificacao, para permitir ampliacaodas negociacöes em bolsa;

- a forrnacao de estoques reguladores;

- a integracao dos transportes desde a abertura de novasfronteiras agricolas ate o aparethamento dos portos;

- o sistema cooperativo;

- o desenvolvimento do mercado futuro, corn oaperfeicoamento de sistemas de informacoes agropecuáriasque alcancem os produtores; e

- os serviços de abastecimento as populacOes da periferiados grandes e médios centros urbanos, a exemplo dascadeias voluntárias.

Recomenda-se, ainda:

- utilizar efetivamente todos os pertinentes instrumentosde poiltica econômica que sejam iiteis aos objetivossetoriais: polItica fundiária, precos mInimos, crédito eseguro rural, pesquisa, assistência técnica e extensãorural, defesa animal e vegetal e pesquisa florestal;

- desenvolver, corn relacao ao trabaihador rural,integradamente, todas as açOes possIveis para meihorar eregularizar a renda familiar e os serviços de saiide,educacao, assisténcia e previdência social e habitacao,garantindo-the major seguranca e bem-estar;

- ampliar as atividades de defesa sanitária, visando aoaumento da produtividade e a qualidade de vida' no meiorural, conciliando, o mais possIvel, o combate as pragase doencas com controle dos efeitos perniciosos de algunsdefensivos agrIcolas a saiide humana; 43

aumentar a producao e a produtividade da atividadepesqueira, conjugando os incentivos e a meihoria dainfra-estrutura de terra corn o treinamento de mão-de-obra,reforco e meihoria do equiparnento de captura, pesquisase modernizacao do sistema de distribuicao da producao;- enfatizar, nas atividades florestais, os programas deagrossilvicultura que mais contribuam para a oferta dealimentos e para a geracao de energia, cuidando emespecial da protecao dos recursos naturais e paisagIsticosde interesse cultural, cientIfico e ecológico;- acionar a polItica fundiária no sentido de premiar ouso intensivo das terras e onerar as propriedades exploradasde modo inadequado ou inexploradas. Para isto, a poilticafiscal deverá ser utilizada. Sera' também acelerado oprocesso de discrirninacao e regularizacao fundiária,principalmente nas areas de migracôes voluntárias; e- orientar a ação do Governo quanto a pecuária e aavicultura, para os interesses de seu desenvolvimento amédio e longo prazos, sobretudo para ajustar o desfrutedos rebanhos ao objetivo de aumentá-los e meihorar suaqualidade e producao.

ii - Setor EnergéticoA prioridade decorre de sua óbvia essencialidade para oequacionamento do desenvolvimento brasileiro e paraO próprio funcionamento do sistema econômico nacional.Este, inclusive, sujeito a vulnerabilidade tanto maiorquanto mais dependente do suprirnento externo de energia.Atualmente, mais de 40% da energia consumida no Brasilprovém de fontes externas, respondendo o petróleoimportado pela quase totalidade.A escalada de seus precos - a que se associa crescenteincerteza quanto ao próp rio suprimento, tendo em vistao panorama internacional - prejudica a balanca comercialbrasileira nao apenas pelo aumento da conta petróleo:pressiona também a inflaçao internacional e induzretracao dos mercados mundiais, assim encarecendo as

44 importacöes e dificultando as exportacOes nacionais.

Paralelarnente, é fácil perceber as imensas possibilidadesdo Pals em desenvolver alternativas de suprirnentoenergético, corn as solucöes rnais variadas, muitas vezesregionalizadas, bastando a economia privada que oGoverno apresente o quadro de decisOes para longo prazo.

Ainda que a descoberta de novos carnpos petroilferosno território nacional seja urna alternativa promissora,sua incerteza impOe a polItica energética do Pals a adocaode urn elenco de instrumentos e de açöes complementares.Urna poiltica realista deve levar em consideracao ainexorável exaustão das fontes de energia não renováveis,de que resultam elevacôes contlnuas dos precosinternacionais e dificuldades crescentes para se conseguirregularidade de suprimento.

Consequentemente, as principais indicacoes de poilticaenergética para o perlodo 1980/85 são as seguintes:

- desestimular via precos o uso de fontes de energiaprimária importada (petróleo e carvão mineral);

- estabelecer urn quadro indicativo, de precos relativos,das principais fontes de energia sob controle govemamental(petróleo e derivados, carvão mineral, álcool e energiaelétrica), corn urn horizonte de rnédio prazo tendo emvista o objetivo de induzir a economia brasileira aacomodar-se num novo modelo energético, semdependéncias extemas;

- conceder prioridade e apoio integral a substituicãodo uso de derivados do petróleo. Os respectivos programasdevem concentrar-se nas soluçöes já testadas ecomprovadamente viáveis, a exemplo do carvão comosubstituto da nafta para gas, do oleo combustIvel paraa indiistria cimenteira, aliado ao alcatrão oriundo dobabacu, do álcool como substituto dos autornotivos;

- os projetos devem contemplar, de preferéncia, regiOesadrede escoihidas, onde as condicôes ecológicas esócio-econôrnicas propiciem maior rapidez de respostaao problema, resguardem aceitáveis niveis de eficiência 45

privada, evitem pontos de estrangularnento ou excessos nãocomercializáveis de produtos energéticos e, acima de tudo,facilitem a poillica de correço dos desnIveis regionais;

- alocar, através da PETROBRAS, a major proporcäopossIvel de recursos aos projetos de pesquisa e exploracaode petróleo, bern como expandir as areas abertas aoscontratos de serviço corn cláusula de risco;

- acelerar o Programa Nacional do Alcool, mediantedesenvolvimento de pesquisas no campo de sua producao,transporte, conservacäo e uso, para incorporar 0 respectivoprogresso tecnológico, alérn do indispensável estimulo eapoio aos respectivos programas agroindustriais;

- privilegiar o equacionarnento e a execucão de projetosvoltados para o aumento da capacidade de geracãohidrelétrica;

- promover a economia e a racionalizaçao do uso defontes energéticas, particularrnente de derivados dopetróleo;

- estimular o uso dos transportes coletivos, em substituicäoao individual, orientados os respectivos investimentose esforços de pesquisa tecnológica e sua incorporacãopara a economia de combustIveis, inclusive por ajustese progressiva substituicao dos modelos de elevadoconsurno, ainda em USO;

incorporar a geracão nuclear, adotados processos dereacao que maximizem a capacidade de producaoenergética do urânio;

- intensificar a pesquisa quanto ao aproveitarnento doxisto e de fontes não convencionais, a exemplo da energiasolar, eólia, maremotriz, hidrogénio e combustIveis extraldosda rnadeira e outros vegetais, sernpre considerando-se aspoilticas de protecäo e de preservacão dos recursos naturalsdo Pals; e

- o Governo deverá patrocinar o estabelecimento de uma46 PolItica Nacional de Recursos HIdricos.

iii - Setores Sociais

A prioridade para seu desenvolvimento é decorrênciada realidade social existente e do objetivo-sintese dedesenvolver e democratizar a sociedade brasileira. As acöesque beneficiem diretarnente a expansäo e a meihoriada educacao e cultura, saiide e saneamento, previdnciasocial, habitacao popular e desenvolvimento comunitáriose conjugam corn o objetivo básico de progressivaredefiniçao do perfil da distribuicäo da renda em benefIcioda populacao mais pobre.

E importante que o esforço no perIodo do III PND váalém da simples canalizaçao de mais recursos para essessetores. E urgente e fundamental meihorar a relacaobenefIcio/custo nas diversas areas, a fim de atender aoobjetivo de tornar acessIveis a populacao meihoresserviços sociais.

A eficaz atuaçao governamental nessas areas exige bonsinstrurnentos e regras de poiltica salarial, rigorososcritérios de seleçao de investimentos e de tecnologias eopcoes coerentes quanto ao desenvolvimento agrIcola eurbano. Requer, enfirn, que se atue integradamente sobretodos os aspectos envolvidos no esforço nacional dedesenvolvirnento.A responsabilidade pela formaçao de urna sociedadecorn oportunidades democratizadas, particularmentecorn relacao a populaçao de baixa renda, pertencesociedade e ao Governo como urn todo, comprometendo,de igual forma, a dimensão econômica, social e politica dodesenvolvirnento.Para a superacão das tendéncias assisteilcialistas, residuaise seletivas das politicas sociais, é preciso que näo se percade vista a participacao econômica e polItica da populacäopobre.Nesse contexto a polItica social visará a reducao dasdesigualdades sociais, concretizadas na obtencão de urnritmo acelerado e sustentado de diminuicao dos nIveis dapobreza. 47

Simultaneamente promover-se-á a harmonizaçao econvergência dos setores sociais, para a consecução deun-ia poiltica de redistribuicao de renda e de meihoriade emprego.

Educaçao e Cultura,

Em termos amplos, a polItica para o setor está assimesquematizada:

A politica de educaçao, cultura e desportos, corno parteda poiltica social, se compromete a colaborar na reducaodas desigualdades sociais, voltando-se, preferentemente,para a populacao de baixa renda. Procura ser parceirado esforco de redistribuiçao dos benefIcios do crescimentoeconómico, hem como fomentadora da participacao poiltica,para que se obtenha uma sociedade democrática, na qualo acesso as oportunidades não seja apenas funcao daposse econômica e do poder. Educacao é direitofundamental e ação basicamente mobilizadora, encontrando,especialmente em sua dimensäo cultural, o espacoadequado para a conquista da liberdade, da criatividadee da cidadania.

Nas areas da educacao, cultura e desportos assim sedescortinam cinco prioridades fundamentais:

- educa cáo no meio rural, buscando adequaçao majoras necessidades básicas da populacao carente rurIcola;

- educa cáo nas periferias urbanas, procurando condicOesmais efetivas de democratizacão das oportunidades, hemcomo visando a reducao de tendências seletivas contráriasN s populacoes pobres urbanas, especialmente quandomigrantes;

- desenvolvimento cultural, inclusive como ambientepróprio da educacao em sua dimensäo permanente,privilegiando-se as manifestaçoes da criatividade

48 comunitária de estilo nao elitista;

- plane/amento participativo, também em sua dimensãotécnica e administrativa, hem como no que se refere avalorizaçao dos recursos humanos, principalmente aquelesempenhados na educacäo fundamental; e

- aperfeicoamento da captacao e alocacao de recursos.

Sern desmerecer outras areas componentes do setor deeducacao, cultura e desportos, as prioridades se concentrarnna educacão básica e na promocão cultural.

Alérn disso, a poiltica para o setor:

- sera vista e administrada como atividade comprometidacorn a cultura brasileira, instrumento de democratizaçaode oportunidades e de meihoria da distribuicao da renda,corn sua énfase voltada para os objetivos de universalidadedo ensino básico e qualificacao de recursos hurnanos parao desenvolvimento nos diversos nlveis e areas;

- a programacão das atividades e projetos e o uso dosrecursos disponIveis estarão orientados para a articulacaodos diversos graus de ensino, corn destaque para o ensinodo primeiro grau, o profissionalizante, a alfabetizacäo e oajustamento e dimensionamento das universidades ao mer-cado de trabalho e sua evolucao, sem perda de suas demaisresponsabilidades na formaçao humanlstica e poiltica dajuventude brasileira;

- o apoio as atividades e projetos culturais e artIsticos -inclusive artesanais - deverá ser intensificado,particularmente no que se refere ao teatro, cinema,literatura, mi'isica nacional e artes pásticas;

- apoio ao desenvolvimento das pesquisas, notadamentetecnológicas, corn vistas as necessidades do Pals;

- apoio a valorizaçao do Professor; e

- definiçao do papel da escola privada no desenvolvirnentoda educaçao e da cultura no Pals. 49

Satde e Previdência Social

A orientação básica é a de ampliar e meihorar osserviços de satde püblica, intensificando-se o combate asendemias e fortalecendo as atividades relacionadas corn amedicina preventiva. Paralelamente, far-se-a' vasto esforcopara reduzir os custos, agilizar e expandir as atividadesprevidenciárias e de assistência social, inclusive as dosetor privado.

Mantidas as funcOes do Ministério da Sai'ide em termosde definicao e coordenacao da polItica nacional dorespectivo setor, sera' realizada a descentralizaçao dasrespectivas atividades, transferindo-se, no possivel, asatribuiçoes de planejamento e prestaçao dos serviços aosEstados e MunicIpios, na medida em que possam serapareihados para. assumi-las.

São prioritárias as açôes nas regiOes e areas de majordensidade de pobreza, especialmente as destinadas asuperacão de deficincias alirnentares, combate asendemias e esforços de prevenção das enfermidades demajor significacao sócio-sanitárias.

O esforço principal sera' dirigido a reorientação e aoredimensionamento dos serviços de sai'ide, dentro deuma concepção integrada de sistema, através da cooperacãointerinstitucional e intersetorial. Tal orientaçao irnplicaráimpor, através do Ministério da Sai'ide, urn esquemacoordenado a nIvel nacional de todas as açOes de sai'ide.

Tal poiltica, estabelecida através de uina concepcão e umaorientaçao descentralizada do planejamento e de execuçãoda polItica, incorporando todo o potencial de ação daUnião, do Estado e do MunicIpio, inclusive aproveitandoo potencial de apoio das instituiçôes privadas, poderáresultar em maior eficácia e eficincia das acöes de saádeno Pals.

Além da postulacao do aurnento da cobertura cornatendimento hierarquizado, desde cuidados primários ate

50 a internação hospitalar, a nova poiltica de saide devera

ajustar-se as condicoes nosológicas e sócio-econOmicas.das várias regiöes do Pals. Adicionalmente, trespreocupacöes deveräo estar presentes na implementacaodas açôes do setor:

- programaco de atendirnento a toda. a populacaobrasileira, corn projetos especiais para as rnegalópoles, paraoutras areas urbanas e para as populacoes rurais dispersas;

- garantia de adequadas dirnensOes, extensão e abrangênciaao Programa de Interiorizaçao das AçOes de Sai'ide eSanearnento (PIASS), corn vistas a levá-lo a todo o Pals; e

- adequaco da indi'istria farmacutica ao perfilnosologico brasileiro e as condicoes e exignciassócio-econômicas do Pals.

Na area previdenciária, desenvolver-se-á intenso esforçode desburocratizaçäo e racionalizaçao do sistema dearrecadacao, objetivando tomar poss Ivel a universalizacaoda protecao social e a meihoria dos pianos de benefIcios.

Corn este propósito, promover-se-á:

- equalizaco dos benefIcios a serem prestados aos,trabaihadores urbanos e rurais, operando tal providência,entre outros efeitos, o de assentar o ruricola ao seuambiente natural de trabaiho;

- incorporaçäo ao regime geral da Previdncia Socialde categorias laborais ainda näo integradas;

- racionalizaçao dos recursos postos I disposicao do setorde sai'ide e da assisténcia rnédica, através daimplantaco de urn sistema regionalizado, hierarquizadoe integrado, contando corn o apoio do Ministério daSaide e dos Estados e MunicIpios; e

- fortalecirnento do programa de apoio a execuçäo dapolItica nacional do bem-estar do menor. 51

Trabaiho

A prioridade a area do trabatho na estratégia dedesenvolvirnento social fundarnenta-se nas seguintesrazöes:

- as acöes no campo do emprego, treinamento, proteçãoao trabaihador e outras são essenciais para meihorar suaqualidade de vida e elevar o nivel da renda e da riquezanacional; e

- a polItica de emprego e renda não deve ser paternalistanem assistencialista, mas sirn valorizar o homem e estirnularo desenvolvirnento individual, a mobilidade e aparticipacão social.

Em grandes linhas, SO os seguintes os desdobramentosda poiltica de desenvolvimento em relaçao ao trabaiho:

- a politica de emprego parte do princlpio de que osproblemas ocupacionais do Pals relacionam-seprofundamente com o crescimento e a composicão doproduto interno, corn as tecnologias adotadas para aproducao de bens e serviços nos diferentes setoreseconômicos e corn as historicamente altas taxas deexpansao demográfica; e

- as acOes nessa area voltar-se-ão para a expansão donIvel de emprego e a reduçao do desemprego esubemprego, de forma coerente corn os objetivos eprioridades da estratégia nacional de desenvolvirnento.

Resulta óbvio, portanto, que as responsabilidades e acöesrelacionadas corn os objetivos ocupacionais nao envolvernapenas o Ministério do Trabaiho, rnas todas as esferasde Govemo e os setores privados.

A remuneração do trabatho assalariado deverá observaras seguintes diretrizes:

- promover reajustarnentos salariais de tal forma que,de urn lado, reflitam os ganhos de produtividade daforca de trabaiho e, de outro, não prejudiquern a absorçao

2 de mao-de-obra; e

- admitir que essa poiltica näo substitui as forcas dosmercados de trabaiho, mas é importante para assegurarganhos reals aos estratos de salários mais baixos e demenor poder de barganha.

As seguintes medidas seráo introduzidas:

- aumento da frequência de reajustes salariais visando areduzir a perda de renda real dos assalariados provocadapela inflacao e a disciplinar as práticas de adiantarnentossalariais, facilitando as relaçoes entre trabaihadorese empregadores;

- negociacoes coletivas diretas entre empregadores eempregados, referentes a parcela do aumento daprodutividade e sua distribuiçao entre os integrantes decada categoria profissional reduzindo-se, portanto, aintervenção administrativa do Poder Executivo eaumentando-se o espaco normativo pam a Justica doTrabaiho;

- fixacao do salário mlnimo e rateio dos ganhos deprodutividade entre os servidores piiblicos da administraçaopiIblica direta e indireta nao sindicalizados;

- meihoria da distribuicao dos salários, mediantegeneralizacao, para o servidor estatutário e os empregadosregidos pela CLT do setor privado, do sistema de reajustesregressivos que atualmente apenas alcança os servidoresdas entidades federals não subordinados a administracaodo pessoal civil da União, verificando-se, sistematicamente,a convenincia de manutençao ou alteraçao das taxasde aumentos diferenciados, associados aos niveis deremuneração;

- manutençao da polItica em vigor para o salário mInimoque, ao lado da preocupacäo corn a meihoria do seupoder aquisitivo, visa a anular gradualmente as diferencasentre Os maiores e menores nIveis salariais minimosdo Pals; e

- atualizacao e aprirnoramento da legislacao dos sindicatose sobre greves. 53

Sera' estirnulada e apoiada a criaçâo de organizacôesde trabaihadores para a producao artesanal mais eficientee rentável.

Seräo também estimuladas medidas que se julgue poderemassegurar meihores condicoes financeiras ao servidor porocasiâo da inatividade.

A polItica de protecao ao trabaihador objetiva assegurar-iliemaior estabilidade no emprego, condicOes de trabaihoseguras, protecao e assisténcia social a sua farnIlia emcaso de riscos e acidentes e regulamentacáo profissionalpara garantir os benefIcios da legislacao trabaihista eprevidenciária as várias categorias.

A poiltica de participacäo social incluirá aperfeicoamentodas formas tradicionais de organizacäo e participacào dostrabaihadores (sindicatos, cooperativas) e a promocäo deoutras formas legItimas de associativismo, aprimoramentodo sistema de relaçoes entre empregados e empregadores,dos processos de negociacäo e das formas departicipacâo dos trabaihadores nas atividades das empresas.

Saneamento Bdsico e Ambiental

A prioridade nesse campo será a de dotar as cidadesbrasileiras de serviços regulares de abastecimento de água,de obras de prevencão de enchentes e de projetosdestinados a instalar, completar ou expandir serviços deesgoto, corn énfase nas areas urbanas mais densamentehabitadas.

Como regra básica, os projetos de sanearnento,especialmente no que Se refere ao esgotamento sanitário,devern voltar-se para as soluçoes mais simples e viáveis,adaptadas as condicoes e situação de cada area do Pals.

Essa orientaçâo é indispensávelpara antecipar adisponibilidade dos serviços, sobretudo nos casos emque os problemas já se rnostram graves, corno na periferia

54 das metrópoles.

Terão preferncia Para execução também projetos Paraprevenir ou combater problemas atuais ou iminentesrelacionados corn a poluicao das Aguas e do ar, sobretudono interesse da populacao dos maiores rn'icleos industrials

urbanos, e Para erradicar doencas endémicas. -

Habitação Popular

A orientaçäo fundamental da poiltica neste setor sera' ade reduzir ao máximo o deficit atual e potencial dehabitaçOes, especialrnente Para as faixas de renda familiarmensal igual ou inferior a cinco salários mInimos. Corneste propósito, o Governo criará condicOes Para que hajapossibilidade de obtençao de areas urbanas onde seinstalem as populacoes de baixa renda.

preciso, em termos do atendimento prioritário apopulacao mais pobre, ajustar os diversos tipos de padraode rnoradia e os respectivos esquemas de financiamento asverdadeiras possibilidades dos rnutuários.

De fato, a prioridade Para o atendimento as famlilasurbanas de menor renda e Para moradias populares nomeio rural torna imperioso reduzir o custo real daconstruçäo e dos financiamentos imobiliários, inclusivemediante subsIdios govemamentais.

Seguranca Ptblica

Em decorréncia dos reflexos negativos Para a qualidadede vida do rápido crescimento urbano, destacadamentenas rnaiores areas metropolitanas, torna-se premente ameihoria qualitativa e quantitativa dos serviços deseguranca nessas metrópoles, inclusive Para facilitar aaceleraçao das atividades a cargo do Poder Judiciário.As orientaçöes fundamentais Para a ação governamentalserão:

- adoçao de rigorosos critérios de seleçao, recrutamento,treinamento e reciclagem de recursos humanos; 55

- apoio federal a programas de meihoria e ampliacaode instalacOes policiais e equipamentos dos Estados;

- expansao e meihoria do sistema penitenciário; e

estimulo a todas as medidas que beneficiem adinamizacao das açöes judiciárias.

Desenvolvimento Comunita'rjo

As açôes comunitárias consideradas preferenciais são:atenção a saüde e assistência social matemo-infantil,atendirnento ao menor, ao idoso, ao excepcional e aoscarentes em geral.

A atuaçao do Governo Federal neste campo sera'desenvolvida através de instituiçôes como a Legião Brasileirade Assistncia, o Programa Nacional de Centros SociaisUrbanos, o Movimento Brasileiro de Alfabetizaça&, aCaixa Econômica Federal, a Fundaçao SESP e as própriasuniversidades.

iv - Indi'istria

A expansao do setor industrial é fundamental para tornarpossIveis os objetivos gerais e os próprios objetivos dossetores prioritários, quais sejam o de agricultura eabastecirnento, o de energia e os sociais.

Da mesma forma, cabe registrar que essa orientaçãose deve a situaçao e perspectivas do desenvolvimentobrasileiro e ao novo quadro internacional. Vale tambémobservar que a indüstria é ø mais amadurecido e modernodos principals setores da economia nacional. Nos ültimosanos, respondeu por mais de urn terço da renda internae comandou o crescimento da economia brasileira.

Assim, o III PND não 56 reconhece a inviabilidade desua própria estratégia de desenvolvimento sem o adequadodesempenho e reformulação do setor industrial, mastambém não ignora que sua importância determina énfasesdentro do próprio setor, que muitas vezes superam outras

56 prioridades.

Os principais traços da poiltica industrial para o perlododo III PND serão os seguintes:

- elevar seus Indices de produtividade e estirnular seucrescimento e transformacao, de forma compativel cornas exigências do rnercado interno e inteinacional;

- introduzir medidas capazes de tornar o setor menosvulnerável e dependente de práticas protecionistas,estimulando a meihoria dos processos produtivos, daprodutividade da mao-de-obra e da gestão empresarial,de forma a ampliar os ganhos de escala e reduzir custos;

- conceder preferncia ao desenvolvimento das pequenas,médias e microempresas nacionais, especialmente asagroindustriais, as produtoras de bens de consumoessenciais e populares e as que incorporem os resultadosdos esforcos nacionais de pesquisa cientifica etecnológica;

- procurar, corn relacao as indi'istrias de base,assegurar-ilies, em todo o perlodo, urn mmnimo de demandaque propicie sua operacão em nIvel satisfatório, inclusivemediante apoio e estImulo a exportacao de seus produtos;

- promover e apoiar a reorientaçao espacial dos novosinvestimentos, de modo compatIvel corn os interesses maisamplos da poiltica nacional de desenvoivirnento: adescentralizacao industrial não é entendida neste Pianocomo transferéncia de atividades das areas maisindustrializadas para outras, mas como privilegiarnentorelativo dos atrativos locacionais de novas areas e pólos;

- dar preferéncia a execuçäo dos projetos viáveis. jádecididos ou em execução, tendo permanente prioridadeno perlodo os que substituarn importacôes ou ampliemexportacôes, os que apresentern alto coeficiente deabsorcao de mão-de-obra, os que permitam eievar ospadrOes de consumo e bem-estar das popuiacöes demenor renda e os que beneficiem a poiltica antiinfiacionária;

- conceder prioridade as iniciativas e projetos industriaisque contribuarn significativamente para a polItica 57

energética, particularmente para a substituiçâo e aeconomia de derivados do petróleo; e

- coordenar a aclministração dos. instrumentos de açâo go-vernamental - Os financeiros, os fiscais, as facilidadesde infra-estrutura e outros - em função dos objetivose das prioridades da poiltica nacional de desenvolvimento,inclusive para lirnitar a atuaçao do setor pi'iblico, comoprodutor e investidor, somente as atividades e projetosindustriais estratégicos que o setor iv do não possa ounäo queira realizar e aos que atendam a interesses dasegurança nacional.

Nesse campo, cabe destacar que sera permanente oapoio e estimulo govemamental ao fortalecimento domercado de valores rnobiliários, visando a democratizacãodo capital das empresas e ao seu crescirnento emodernizaçao a menores custos.

v - Setores de Infra-Estrutura

Transportes

A polItica adotada objetiva a maxima integração dosistema nacional de transportes, a diversificacão eampliacao das fontes energéticas e a poupanca eracionalizacao do uso de combustIveis, especialmente o dederivados do petróleo, onde o setor responde por cercade 60% do consumo nacional.

São as seguintes as principais linhas de ação:

- aproveitamento das linhas natiirais de circulaçao,preferencialmente, corno corredores de transportes;.

- prioridade para os rneios de menor consumo relativo deenergia propulsora, corn solucöes de transporte queprivilegiem, sempre que técnica e economicamente viável,as modalidades menos onerosas em termos de consumoenergético; e

- racionalizaçao dos transportes e de seu uso, visando a -58 economia de combustIveis.

A programacao de investimentos dará preferncia- aos programas e projetos de manutençâo, restauraçäoe reapareihamento da infra-estrutura, existente,principalmente da rede viária e das instalacOes terminais,mas corn &ifase na rede ferroviária (conservação, renovacäode material rolante e de traçao), geral e de subi'irbio, e osistema portuário e seus equipamentos;

- aos investimentos indispénsáveis a ampliacao dacapacidade de vias ou terrninais saturados ou próximosN saturaçao, corn destaque para os já decididos ou emexecução;

- aos. projetos do Programa de Corredores de Exportacaoe Abastecimento, compreendendo a integracäo das diversasmodalidades de transportes, a implantacao de estradasvicinais pelos Municipios e Estados para alimentacao dosgrandes eixos rodoviários, hidroviários e ferroviários,realizando-se, também nesses eixos, obras indispensáveisa rap convergéncia das cargas em portos realmenteaptos a transferi-las corn eficiênçia e menores custos asembarcacoes de longo curso; e- aos projetos que beneficiem substancialmente ostransportes urbanos, especialmente nas areasmetropolitanas e cidades de porte médio, merecendoregistro especial a prioridade aos que mais beneficiem aspopulacöes de menor renda, favoreçam o uso adequadodo solo e contribuam expressivamente para a reducao doconsumo de derivados do petróleo.o Governo deverá proceder a criação do Fundo Nacionalde Transportes, corn vistas ao financiamento adequado etempestivo dos projetos especiais do Setor.

ComunicaçöesAs principais orientaçöes, no setor; serâo as seguintes:

Telecomunicaçöes:- dar prioridade ao atendimento de dernandas especificasde caráter social: usuários residenciais de baixo tráfego, 59

I reas urbanas periféricas e comunidades rurais,preferencialmente através de unidades de uso piThlico;

- praticar polltica tarifária compativel corn a necessidadede expansão do setor, corn o aumento de sua eficiénciaoperacional e corn os objetivos e orientaçôes da politicaantiinflacionária adotada; e

- conceder preferéncia a implantacao de infra-estruturade cornunicaçOes nos conjuntos habitacionais financiadospelo Sistema Financeiro de Habitacäo.

Serviços Postais e de Telegramas

A orientaçäo básica é atender ao crescimento da dernanda,conforme padroes de qualidade aceitáveis. Para tal,dar-se-á preferéncia:

- a expansão da base fisica das redes postal e telegráfica,para propiciar a extensäo da distribuico regular amaior numero de cidades e as areas rurais;

- ao treinarnento e reciclagern dos recursos humanos,visando a menores custos e a rnaior eficiência da prestacäode serviços; e

- a implantacao da triagem autornática nos pontos demajor concentraçao de tráfego e a meihoria nos centrosde triagern manual.

Radiodifusao

A diretriz fundamental é estimular a formaço econsolidaçao de redes nacionais privadas para apoiar aintegracao nacional, inclusive no tocante a interiorizaçäoda televisão, observada a diretriz de preservacão evalorizaçao das tradiçoes e manifestaçOes culturais das

60 regiOes do Pals.

vi Outros Setores

Mineração e Pesquisa Mineral

As principals orientaçöes para o setor estão assimesquematizadas :

- expandlr e diversificar a producao, intensificando apesquisa geológica e tecnológica e a exploracao, objetivandoo aumento damtegracao horizontal e vertical dasatividades;

- mobilizar ao máximo as potencialidades, inclusivenas regioes Norte e Centro-Oeste, onde a eliminaçao dosestrangulamento!i oriundos das deficiências deinfra-estrutura econômica e social é imperativa para aviabilidade da exploracao;

- meihorar a posicão brasileira no que respeita aoabastecimento interno de produtos minerais,particularmente dos que são fontes energéticas (aexemplo do urânio e carvão) e dos que mostrem boasperspectivas de exportação ou que substituam irnportacOesde minerals estratégicos de que o Pals ainda é carente,como o cobre e o niquel;

- conciliar o desenvolvimento das atividades corn osinteresses de proteção ao melo ambiente;

- apoiar e estimular as pesquisas e estudos dos recursosdo mar e do subsolo e o desenvolvimento cientificoe tecnológico adaptado a dotaçao de recursos mineraisdo Pals;

- promover e apoiar a participacao da empresa privadanacional nas atividades do setor;

- aumentar a produtividade das atividades existentes,corn vistas a meihores precos internos e a rnaiorcompetitividade internacional;

dar preferência aos projetos de investimentos jádecididos ou em execução, ajustando-se suas metas e

61prazos as efetivas disponibiidades de recursos;

- apoiar o pequeno e médio produtor, corn o obletivo dethe proporcionar remuneraçäo adequada e abrirperspectivas de crescimento e modemização da respectivaatividade (merece destaque a nfase a meihor organizacâoda producão e dos mercados dos produtos de altadensidade de valor, a exemplo do ouro, pedras preciosase semipreciosas das várias regiöes); e- adequar a legislacao do setor a moderna realidadebrasileira e suas perspectivas.

Comércio

A ação setorial do Governo estará voltada para as micro,

Nequenas, e médias empresas comerciais, a grande maioriae capital nacional, incluindo medidas que permitam

aumento de eficiéncia do setor, crescente capacitacaogerencial, agilizacao dos sistemas de distribuicao e dosprocessos burocráticos e participação representativa docornércio nas exportacôes.Para tanto, seräo acionados instrumentos de politica fiscale financeira, de assisténcia técnica e gerencial,estimulando-se e aperfeicoando-se a atuaçäo coordenadados órgaos piblicos - federais, estaduais e municipais -e privados que interferem no setor.

Corn ênfase nas empresas de menor porte e naquelaslocalizadas em areas e regiöes menos desenvolvidas, seräoimplementados prograrnas visando a estimular formasassociativas de comércio, centrais de compra, treinamentode pessoal, protecão do consumidor e prevencão deabusos do poder econômico, além de atividades que sedestinem a prornocão do comércio em geral.

Turismo

A orientação essencial é compatibilizar a expanso doturismo corn os problemas oriundos da situação do balanço

62 de pagamentos e da crise energética, procurando obter

vantagens econômicas para o Pals e benefIcios para aqualidade de vida dos brasileiros.

Assim, o esforço do Governo sera' orientado paramobilizar as potencialidades do turismo nacional, corn vistasa maior geracao [Iquida de divisas e de empregos possivel,contribuindo, ainda, para atenuação das disparidadesregionais de desenvolvimento.

Essas orientaçöes exigern atuaçao integrada dos setorespiThlico e privado, destacando-se programas visando aoaperfeicoamento do sistema institucional tun'stico,sob coordenaçao da EMBRATUR; dinamizaçao dos fluxosturIsticos interno e externo, corn especial atenção para asareas do Nordeste e da Amazônia; aprimoramento dainfra-estriitura hoteleira básica, corn nfase na meihoriado padrao de atendimento; continuidade das medidas deapoio financeiro; e controle e fiscalizaçao dos precos deliospedagem e dos serviços de hotéis e similares.

Seço 2

Foh'ticas Regional e Urbana

Prevalecem no Brasil fortes desequilIbrios regionais eintra-regionais de renda, de atividades econôrnicas ede qualidade de vida. Por outro lado, o vertiginosoprocesso de urbanizacao que acomparihou odesenvolvimento industrial das t'iltimas décadas redefiniue tornou complexo o quadro urbano nacional.

Na atualidade, cerca de 60% dos brasileiros residern emcidades. Vivem nas nove regioes metropolitanas,oficialmente reconhecidas, quase 30% da populacao.

Essas areas continuarn subrnetidas a uma forte pressãodernográfica, que afeta negativamente a qualidade devida que oferecern. 63

Deverá proceder a União a profundo reexame da atualorganizacão poiltica e divisão territorial do Pals, cornvistas ao pleno atendirnento do objetivo de correção dasdisparidades regionais e sub-regionais.

Este Piano supöe que são de ampio interesse para apoiltica de desenvolvimento urbano e regional a questäomigratória, a desconcentraçao industrial, a reforrnuiaçaoe intensificacão do desenvolvimento agrlcola, a poilticaenergética, a poiltica dos setores sociais e a descentralizaçaoadministrativa para fortalecer os órgaos regionais eurbanos e os governos estaduais e mimicipais. Supoe,enfim, que a polltica espacial reiaciona-se corn todos osdernais aspectos do projeto nacional de desenvolvirnento.

No Ambito do processo urbano-rural brasileiro, cabereconhecer como fundamentais:

- o desenvolvimento da agropecuária, para atenuar oprocesso de hipertrofia urbana e, particularmente, ametropolitana - corn reducao do charnado êxodo rural;

- o meihor equiilbrio da disponibilidade deinfra-estrutura econôrnica e social entre as regiôes; e

- a meihor adequacao funcional das cidades de pequenoernédio portes e da periferia das rnetrópoles.

Também nesse campo do desenvolvimento é precisoconjugar esforcos de todas as esferas de Governo e dossetores privados. No particular, .o Governo Federal estaráempenhado ern coordenar o uso e fortalecer osinstrumentos de açao regional e urbana. Cornpreenderneies: privilégios fiscais para investimentos privados noNordeste e na Amazônia; instrumentos financeiros,como o Fundo Nacional de Desenvoivimento Urbano(FNDU), os recursos do PIN e PROTERRA, etc.;mecanismos institucionais, corno, por exemplo, o ConseihoNacional de Desenvolvimento Urbano e assuperintendéncias eoutros órgãos regionais e urbanosde desenvoivimento, cuja funcao de planejar e de

64 executar deverá ser fortalecida.

A poiltica de desenvolvimento urbano e regional doIII PND sera' assiin esquernatizada:

- ênfase a integracao nacional e meihor equilIbrioespacial do processo brasileiro de desenvolvimento;

- reducao das disparidades econôrnicas e de qualidadede vida entre as regiOes do Pals e dentro delas;

- 0 pleno aproveitarnentocada regiao deve voltar-secomparativas;

do potencial de recursos depara o uso de suas vantagens

- a adequada e expilcita definicao do papel de cadaregião brasileira no contexto do desenvolvimentonacional;

- a orientação do esforco e do apoio da União a cadaregião, segundo a dimensão de seu mais relevante eurgente problema. Assim, se o mais drarnático problemado Nordeste é o desemprego, que a nfase da poilticafederal, Sara a area, seja orientada a patrocinar talprioridade; e

- o sacrifIcio de parte do crescimento nacional, em favorde bern mais acelerada expansão das areas econôrnica esocialmente mais deprimidas, representa condicaofundamental a estabilidade politico-social do Pals.

Assim, os instrumentos básicos de apoio ao desenvolvimentoregional poderao situar-se nas seguintes linhas:

- efetiva implernentacao de ampla revisão da estruturatributária nacional, corn vistas a diminuir a excessivaconcentração de recursos na União, e meihor e mais justadistribuiçao de rendas piblicas entre os Estados;

- implementaçao da regionalizacao dos orçarnentos daadministraçao direta e indireta do Governo Federal, dandoefetivo sentido de eqflidade, pelo menos no que respeitaaos orçarnentos sociais. Tal implementacao deve basear-seno prmclpio de que a distribuiçao regional dos gastossociais deve tender a aproximar-se da distribuiçao regionalda populacao brasileira; 65

- definicäo, por parte da Uniäo, do critério segundo oqual qualquer projeto de iniciativa e responsabilidade doGoverno Federal, em uma regiao, deve ser consideradocorno apoio da Uniäo ao desenvolvimento daquela regiäo.Assim, os projetos de carvão, ferrovia do aço, etc., sãoprojetos que devem ser caracterizados como apoio daUnião ao desenvolvimento das respectivas regiOes;- estabelecimento de incentivos efetivamentediferenciadores por regiöes, assirn considerados osincentivos fiscais, financeiros, os subsidios, a poiltica deprecos de insumos básicos controlados peloGoverno, dentro do objetivo de proceder, efetivamente,a descentralizacão econôrnica, a descornpressão urbana e areducão de disparidades regionais; e- estabelecimento, pela União, do princIpio de que todavez que for instituIdo ou manipulado urn instrurnentode polItica econômica, deverá ele conter, em seu bojo,mecanismos compensatórios dos possiveis efeitos adversosou prejudiciais que possam causar aos objetivos regionais.Quanto ao Nordeste, a orientação básica sera' desenvolveraçôes capazes de estimular seu crescimento a ritmo maisintenso que a media nacional, sirnultaneamente commajor elevaçao relativa da renda e nIvel de bern-estardas familias mais pobres e reduçao da pobreza no rneiourbano e rural.Estirnular-se-á, especialmente, o desenvolvimentoagropecuário, agroindustrial e industrial, bern como apesquisa comprometida corn a realidade regional,estimulando-se, ainda, o aumento de atividades terciáriaspara oferecer novas oportunidades de trabaiho, cornindicacao do "corredor de exportacão" que propicie ainversão do tráfego do Sul para o Nordeste.Da mesma forma, far-se-a' intenso esforco para odesenvolvimento da infra-estrutura e dos setores sociais,corn destaque para as atividades previdenciárias e deassistência social, energia, comunicaçöes, transportes efacilidades para implantacao ou consolidaçao de novas

66 areas industriais.

Serão ampliados e fortalecidos os programas especiaisde desenvolvimento regional já existentes(POLONORDESTE, Projeto Sertanejo e os Programas deIrrigacao e de Agroindi'istri). Sera'fortalecida aSUDENE, bern como ampliadas as transferênciasfinanceiras da Uniäo e intensificada a atuaçao federalna area.

Corn relaç.o ao setor urbano, alérn da prioridade parao fortalecimento das cidades de pequeno e rnédio portes,é essencial o desenvolvimento de amplo esforco paradisciplinar o crescirnento de suas areas metropolitanas -especialmente as de Salvador, Fortaleza e Recife - edas cidades de rnaior porte, inclusive para prevenirproblemas e prejuizos a qualidade de vida, que já seevidenciam em outras areas do Pals.

Na Regiao Amazônica, o esforço de desenvolvimento seconcentrará na gradativa ocupacao e integracao da area,respeitadas suas caracterIsticas e vocaçöes, particularmentequanto a compatibilizacao dos projetos e atividadespüblicos e privados corn a exploracao não predatória deseus recursos naturais e corn o respeito rigoroso de seuequillbrio ecológico e da populacao autóctone.

Os 6rgos federais que atuarn na area serão fortalecidos,particularmente a SUDAM, e ampliado o apoio direto eindireto da União no desenvolvirnento da regiao.

A progressiva ocupaçäo da regi.o e a consolidaçao dainfra-estrutura econôrnica e social das areas que apresentamgrande potencial econôrnico - especialmente para geracaode energia e atividades agrominerais, agropecuárias,agroindustriais e pesqueiras - deverão considerar anecessidade de diversificar, ampliar e fortalecer aeconomia regional e absorver fluxos migratórios. Aselecao de novas areas deve levar em conta, tambérn, serindispensável não concentrar nem dispersar excessivamenteas açöes e realizaçOes na regiao, sempre presente apreocupacao corn sua ocupacão racional e espacialmenteequilibrada. 67

Corn relaçao ao setor urbano, o grande crescimento dealgumas cidades - corno Manaus, por exemplo - e seupapel fundamental na ocupacão da area tornamprioritários o disciplinamento de sua expansão e ofortalecimento da respectiva infra-estrutura.

No Centro-Oeste, o esforco de desenvolvimento privilegiaráas açöes voltadas para a máxirna mobilizaçao posslvelde seu vasto potencial agropecuário e agroindustrial,inclusive nas areas dos cerrados. Buscar-se-á conjugara atuaçäo das diferentes esferas de Governo -Particularmente o alargamento das fronteiras doPOLOCENTRO e dos outros programas existentes -para o apoio direto a diversificação e expansäo dasatividades produtivas e para a arnpliacão e consolidaçaoda infra-estrutura econômica e social, particularmente dostransportes, energia, cornunicaçOes e sistema dearmazenagem e silos.Em observância as disposicöes da Lei Cornplementarn.° 31, continuará prioritário o apoio do Governo Federala implantacâo do Estado do Mato Grosso do Sul e aconsolidacao do Estado do Mato Grosso.

Dever-se-á, ao mesmo tempo, disciplinar o desenvolvimentoda Regiao Geoeconômica de Brasilia, visando aofortalecimento de sua já densamente habitada periferia,tanto pela qualidade de vida das respectivas populacöescomo para proteger e perservar as caracteristicas daCapital Federal, alocando, quando possIvel, as verbasdo POLOCENTRO e dos outros prograrnas em realizaçao.Analogamente, dever-se-á enfatizar a adoçao de medidaspara disciplinar o desenvolvimento e a expansão dasprincipais cidades.

No Sul e Sudeste, a nfase sera' dada as medidas quepossam promover o meihor equilIbrio geoeconômico egeopolItico. Apesar de sua melhor posicâo relativa noPals, não se subestimará a presenca nela dosubdesenvolviinento e suas manifestacôes, mesmo nassuas areas que concentram atividades produtivas - como

68 as metropolitanas, que abrigam 20% de sua populacão.

Nesse sentido, far-se-a' esforço particularmente acentuadocorn o objetivo de disciplinar o rápido crescimento dasprincipais cidades, principalmente mediante poilticas dedescentralizacao industrial e de agropecuária eabastecimento - esta iiltima essencial para reduzir ointenso fluxo migratório rural-urbano - e pelo apoioao desenvolvimento das cidades de pequeno e médjo portes.

Simultaneamente, serão intensificadas as açöes preventivase corretivas no campo do planejarnento urbano e suaefetiva execução, particularmente nas areas maisdensamente habitadas ou sujeitas a intenso crescimentopopulacional, como as metropolitanas do Rio de Janeiro,São Paulo, Belo Horizonte, Curitiba e Porto Alegre.

A orientação básica, respeitadas as prioridades ediretrizes deste III PND, sera' a de conciliar o progressoeconômico corn o objetivo de elevar a qualidade devida dos habitantes e corn o respeito ao patrimônionatural, arquitetônico e cultural nelas existente.

Para os territórios federais, serão formulados programasespecificos de desenvolvimento. Eles considerarão aspeculiaridades; problemas e potencialidades dessas areas,devendo ser plenarnente compatIveis corn o III PND.

69

CapItulo VI

OUTRAS POLITICAS GOVERNAMENTAIS

Secao 1

Temas Especiais

A se1eco dos temas especiais inciuIdos neste III PND foitambém ditada pelos interesses do projeto brasileiro deconstruçao de uma sociedade desenvolvida e dernocrática.

As orientaçöes do Piano relativarnente a temas especiaisabrangem todos os setores, aplicam-se a poiltica dedesenvolvimento urbano e regional e devem estarpresentes em todas as decisOes pertinentes a execuçãoda polItica geral de desenvoivimento:

i - Cincia e Tecnologia

E dispensável destacar a relevância da pesquisacientIfica e tecnológica e sua aplicacao para odesenvolvimento nacional.

o objetivo final é dirninuir a dependéncia cientIficae tecnológica do Pals. No perlodo do III PND,procurar-se-á compatibilizar as açôes - tanto em termosde transferência como de criacão de conhecimentos etecnologias - corn os objetivos e prioridades nacionaisnos diversos carnpos do desenvolvimento, a exemplo dossetores energético, agrIcola, industrial, de educacao,

70 trabaiho, habitacao e transportes.

As linhas gerais de açao seräo as seguintes:

- desenvolver e ampliar a capacidade de absorcao egeracao de tecnologia das empresas nacionais, dotando-asde meios para negociar adequadamente corn osfornecedores externos de tecnologia, para dorninar osprincIpios da tecnologia que utilizam e, assirn, assegurarseu manejo de forma completa;

- apoiar as pesquisas que visern ao desenvolvimento defontes alternativas de energia;

- apoiar as instituiçôes de pesquisa já existentes, deforma a aproveitar e reforcar a sua capacitacao, nosentido do major desenvolvimento tecnológico da empresanacional;

- estirnular a demanda de tecnologias nacionaisadequadas as necessidades sócio-econômicas e culturaisdo Pals, inclusive pela orientação dos investimentosgovernamentais e utilizando o poder de compra dasempresas estatais;

- fortalecer e ampliar o domlnio do conhecimentocientifico, especialmente através da eliminaçao decaréncias e estrangularnentos nos programas depós-graduacao e pesquisa das universidades; e- tornar acessIvel, no que for cabIvel, esse conhecimentoa outros nlveis, através do ensino em nIvel de graduacaoe dos cursos de formacao técnica especializada.

ii - Meio Ambiente e Recursos NatnraisA énfase na preservacäo do patrimônio histórico,artlstico e cultural e dos recursos naturals do Brasil, berncomo na prevencao, controle e combate da poluicao emtodas as suas formas, estará presente em todos osdesdobrarnentos da poiltica nacional de desenvolvirnentoe na sua execuçào.

A expansao brasileira no campo da própria integracãonacional, o crescimento econôrnico industrial e geral, aurbanizacao acelerada e a concentração populacional, 71

a producâo e uso de novas fontes de energia (a exemploda nuclear), a massificaçao do uso de velculos e outrosaspectos e reflexos do desenvolvimento brasileiro tornaramprioritárias medidas e açôes em beneflcio da protecäodos ecossistemas e do rneio ambiente, como sejam:

- compatibilizar a expanso do Pals corn a defesae meihoria ambientais e equacionar os problemas jáexistentes;

- enfatizar a atuação preventiva, mas valorizar tambémas açOes corretivas em regiôes já crIticas, corno diversasareas da Grande So Paulo e do Grande Rio, onde aindustrializaçao e a expansão dos serviços, a concentraçãopopulacional, o frequente uso inadequado do solo e asdeficiéncias de infra-estrutura econômica e social tendema comprometer crescenternente o nlvel de bem-estarsocial;

- promover a exploracao racional e nao predatória denovas areas - como, por exemplo, da Amazonia;

- identificar, acompanhar e fiscalizar as atividades eprocessos produtivos particularmente poluidores daágua e do ar, tanto para sua adequada localizaçao comovisando a adocao de processos de controle e reducao deseus prejulzos para o meio ambiente;

- aprimorar as regras contidas na pertinente legislacaobrasileira;

- criar ou fortalecer os órgaos e mecanismosespecificarnente incumbidos de zelar por sua efetivaobservância; e- valorizar e difundir ensinamentos relativos apreservacäo e protecão do meio ambiente e dos recursosnaturais, especialmente no sisterna educacional básico.

Ao Governo Federal caberão, basicamente, atribuiçoesnormativas e de definicao de pollticas especIficas. AosEstados - e eventualmente aos MunicIpios - competirá

72 seu detaihamento e execuço e as atividades de fiscalizaçao.

iii - Descentralizaçâo Administrativa eDesburocratizaçao

A nfase nesse terna relaciona-se corn a necessidade de1 • 1 • 1 .1 1 . •rnocterrnzar e ciar maior veiociaaae e ericieAncia ao

processo de tomada de decisôes em todos os campos, embenefIcio do desenvolvimento e do bem-estar social dapopulacao, sem prejuIzo do curnprimento de regras epadrôes sadios de gestäo e controle das atividadesgovernamentais.

Deve-se, ainda, proceder a decisão de simplificar e dedescentralizar o processo de tornada de decisöes efortalecer os Estados, MunicIpios e os próprios órgosexecutores da esfera federal na sua funcao de tomarrealidade os programas, projetos e atividades de interesseda populacao, combatendo-se os excessos da burocracia.

o objetivo sera' melhorar o desempenho da máquinaadministrativa especialmente pela simplificacao, adocaode técnicas e métodos modernos, treinamento e reciclagernde recursos humanos, valorizaçao cia confianca, dadelegacao de competéncia e do combate ao formalismodispensável.

Para simplificar o relacionamento do cidadão comumcorn as esferas do Governo, e destas corn o setor empresarial,atuar-se-á também sobre os focos de crescimento daburocracia.

Analogamente, seräo adotadas rotinas administrativassimples e operacionais, procurando-se eliminar exigénciaslegais e regulamentares dispensáveis.

o fortalecimento da capacidade de execução peladescentralizaçao que se revele conveniente fundamenta-sena evidéncia de que a populacao o que interessa é disporde bons serviços e dos benefIcios dos projetos, não theimportando a esfera ou órgao do Governo que as realizaou mantém. 73

iv - Recreação, Lazer e Desportos

o vigoroso processo de urbanizaço do Pals, ainsuficiência de espacos livres e de equipamentos, acomercializaçao dos respectivos serviços, as dificuldadesde acesso as areas de lazer e as formas de "culturade massa" são fatores preponderantes na formulaçaoda poiltica de recreação, lazer e desportos voltadapara o aumento do bem-estar das populacOes, sobretudodos estratos mais carentes.

No que tange a recreaçäo e lazer, a aço do Governocontemplará: a expansão de areas e equipamentos,especialmente as próximas de concentraçöes urbanas; aadaptacao de areas urbanizadas a prática do lazer;normas para a reserva de areas e instalacão deequipamentos nos prograrnas habitacionais; a organizacãoe rnotivação das comunidades para recuperacao,desenvolvimento e intensificaçao de formas tradicionaisde lazer e de uso de equipamentos; e apoio a programasde lazer associados a programas sociais, como os dosCentros Sociais Urbanos, os da LBA e outros.

Relativamente ao desporto, destacam-se quatro areas:o desporto vinculado ao lazer e a recreacão, importantepara os grupos de baixa renda; o desporto como componenteda poiltica educacional; o esporte competicão; e odesporto corno instrurnento da poiltica de sai'ide.

As açôes a desenvolver seräo coerentemente diferenciadase concentradas no aumento das areas disponiveis e nairitensificaçao do uso de instalaçoes e equipamentos,na articulacao corn outros programas congêneres, nodesenvolvimento da legislacao, do ensino e dasmodalidades de cornpeticao, bern como no intercârnbiocorn outros centros, na protecão adequada aos atletasprofissionais e em açöes que contribuam para major

74 autonoinia financeira dos clubes.

Secäo 2

Forças Armadas

As Forças Armadas - Marinha, Exército e Aeronáutica -historicamente desempenharam papel expressivo noesforco nacional de desenvolvimento, além de cumprirsuas tarefas especificas.

As respectivas polIticas setoriais buscarão atender assuas finalidades essenciais - defesa da Pátria e garantiados poderes constituldos, da lei e da ordem - e asaçöes corn plementares, estas no campo do desenvolvimentonacional, principalmente através da atuaçao nas esferasde educacao, transportes, cartografia, meteorologia,prospeccao geofIsica, oceanografia, tráfego aéreo,colonizaçao, pesquisa e desenvolvimento e acäocIvico-social.

Destacam-se, entre suas contribuicôes ao desenvolvimentonacional:

- orientar o ensino dos estabelecimentos militares, demodo a permitir, sempre que possIvel, o seu aproveitamentopor pessoal nao militar nos nIveis superior, médio eprimario;

- prosseguir e ampliar os trabaihos relativos aostransportes maritimos, terrestres e aéreos e as atividadesde construção de estradas em areas em desbravamento -os grandes espacos vazios do território nacional - deforma a exercer, também, ação catailtica para ainteriorizaçao do progresso, intensificando igualmenteos esforcos de desenvolvimento da infra-estruturaaeronáutica e da Aviacao Civil;

- continuar os trabalhos de levantamento e mapeamentodo território nacional, de prospeccão geofIsica, oceanografia,meteorologia e cartografia náutica; 75

- contribuir para a viabilizacao e apoio ao desenvolvimentoinicial de regioes vitais nas fronteiras Norte e Oeste,através de postos e de colônias militares;

- acompanhar e estimular a adoçao de tecnologiasavancadas que atendam ao interesse nacional e promovera adequacao de tecnologia civil aos fins militares, corndesenvolvimento de projetos, materials e processos,componentes e conjuntos de aplicaçao nas ForçasArmadas;

- incentivar a producao e a criatividade nacionais noscampos da cincia e da tecnologia militar, colaborandocorn os setores civis e o Govemo nessa area;

- fomentar e apoiar a indiistria civil no atendimento desua demanda de tecnologia, inclusive no que se refereN obtencao de adequados niveis de qualidade;

- adquirir a indi'istria nacional o material necessárioao reaparelhamento das Forças Armadas, assimestirnulando seu desenvolvimento, e fortalecer,particularmente, a recérn-implantada indiistria bélica,como fundamento da própria seguranca nacional e reducaoda dependéncia externa;

- prosseguir e intensificar as atividades civico-sociais,principalmente as destinadas a prestar assisténciaeducacional e médico-sanitária a populacoes carentes; e

- apoiar as campanhas de civismo das universidades,escolas de nIvel médio, governos estaduais ou municipaise outras entidades.

Também merecerá destaque especial, tendo em vista oseu vasto potencial já confirmado, as atividades no marterritorial brasileiro. E prioritário prornover, apoiar eestimular estudos e pesquisas dos recursos do mar, visandoa identificaçao e viabilizaçao de projetos que mais

76 contribuarn para o esforco nacional de desenvolvimento.

Secao 3

Relaçöes Exteriores

No campo das relaçoes internacionais, a açao do Govemointensificará esforcos no sentido de consolidar e aprofundara participacäo independente do Pals na comunidademundial.

No piano politico, o diálogo e as açôes seräo conduzidospara afirmar as aspiracöes pacificas do povo brasileiro,o seu desejo de manter relacionamentos mutuamenteproveitosos corn todas as naçöes, em particular corn asvizinhas, a sua luta em prol de uma ordern internacionalmais justa e democrática, no âmbito da qual os paisesem desenvolvimento possarn realizar seus ideais de

rogresso econômico e social, e o seu respeito aos direitossundarnentais do homern.

No piano econômico, o Itarnaraty concentrará suasrealizacoes corn vistas a consolidar e alargar as fronteirascomerciais do Pals, incrementando o relacionarnentocorn parceiros tradicionais e buscando novos mercadospara os produtos brasileiros, a combater oprotecionismo comercial, especialmente contra asexportacOes brasileiras de manufaturados, e a arnpiiar oescopo da cooperacão técnico-cientlfica, visando a diminuiras dificuldades de acesso integral do Pals as tecnoiogiasde ponta. Na presente conjuntura intemacional,dar-se-á nfase as açöes destinadas a facilitar a solucâodos problemas energético e do balanço de pagamentos.

77

Composto e impresso noCentro de Servicos Gráficosdo IBGE, Rio de Janeiro, Ri