reprodução de bovinos leiteiros - agência embrapa … · 1 reprodução de bovinos leiteiros...

27
1 Reprodução de Bovinos Leiteiros Reprodução é a multiplicação da espécie pelo acasalamento ou pela inseminação artificial. Uma boa eficiência reprodutiva permite maior vida útil dos animais e mais nascimentos de bezerros. As novilhas estarão aptas para a reprodução ao atingirem determinado peso vivo conforme mostrado na Tabela 1. A idade para se atingir o peso ideal vai depender do nível de manejo, alimentação e cuidados sanitários. Tabela 1. Peso vivo de novilhas aptas para reprodução. Liberar para reprodução 1 o Parto Peso(Kg) Idade(meses) Peso(Kg) Idade(meses) Holandesa 330-340 kg 15-18 meses 500-550 kg 24-27 meses Mestiça HZ 320 kg 20-24 meses 450-500 kg 31-33 meses Jersey 230-240 kg 15 meses 360 kg 24 meses Mestiça JZ 270-280 kg 20-22 meses 420 kg 29-31 meses Os reprodutores quando bem alimentados, ao atingirem 16 meses de idade, estarão aptos para efetuar duas coberturas por semana. As vacas leiteiras devem ser cobertas ou inseminadas, no primeiro cio, a partir de 45 dias após a parição. 1. Processos de Reprodução Para a reprodução dos bovinos adota-se um dos seguintes processos: monta natural; monta controlada; inseminação artificial. 1.1. Monta Natural É quando o macho e a fêmea realizam a cópula em liberdade, sem a interferência do homem. a) Vantagens da monta natural: economiza mão-de-obra; possibilita melhor aproveitamento de cios. b) Desvantagens da monta natural: dificulta a anotação do dia de cobertura; diminui a vida útil do touro pelo excesso de montas; aumenta a possibilidade de acidente com o touro; favorece a transmissão de doenças da reprodução, como: viroses, triconomose e campilobacteriose; utiliza baixo número de fêmeas por reprodutor, que serve aproximadamente 30 vacas por ano.

Upload: nguyendat

Post on 21-Sep-2018

214 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Reprodução de Bovinos Leiteiros - Agência Embrapa … · 1 Reprodução de Bovinos Leiteiros Reprodução é a multiplicação da espécie pelo acasalamento ou pela inseminação

1

Reprodução de Bovinos Leiteiros

Reprodução é a multiplicação da espécie pelo acasalamento ou pela inseminaçãoartificial. Uma boa eficiência reprodutiva permite maior vida útil dos animais e maisnascimentos de bezerros.

As novilhas estarão aptas para a reprodução ao atingirem determinado peso vivoconforme mostrado na Tabela 1. A idade para se atingir o peso ideal vai depender donível de manejo, alimentação e cuidados sanitários.

Tabela 1. Peso vivo de novilhas aptas para reprodução.

Liberar para reprodução 1o PartoPeso(Kg) Idade(meses) Peso(Kg) Idade(meses)

Holandesa 330-340 kg 15-18 meses 500-550 kg 24-27 mesesMestiça HZ 320 kg 20-24 meses 450-500 kg 31-33 mesesJersey 230-240 kg 15 meses 360 kg 24 mesesMestiça JZ 270-280 kg 20-22 meses 420 kg 29-31 meses

Os reprodutores quando bem alimentados, ao atingirem 16 meses de idade,estarão aptos para efetuar duas coberturas por semana.

As vacas leiteiras devem ser cobertas ou inseminadas, no primeiro cio, a partir de45 dias após a parição.

1. Processos de Reprodução

Para a reprodução dos bovinos adota-se um dos seguintes processos:• monta natural;• monta controlada;• inseminação artificial.

1.1. Monta Natural

É quando o macho e a fêmea realizam a cópula em liberdade, sem a interferênciado homem.

a) Vantagens da monta natural:• economiza mão-de-obra;• possibilita melhor aproveitamento de cios.b) Desvantagens da monta natural:• dificulta a anotação do dia de cobertura;• diminui a vida útil do touro pelo excesso de montas;• aumenta a possibilidade de acidente com o touro;• favorece a transmissão de doenças da reprodução, como: viroses, triconomose

e campilobacteriose;• utiliza baixo número de fêmeas por reprodutor, que serve aproximadamente 30

vacas por ano.

Page 2: Reprodução de Bovinos Leiteiros - Agência Embrapa … · 1 Reprodução de Bovinos Leiteiros Reprodução é a multiplicação da espécie pelo acasalamento ou pela inseminação

2

1.2. Monta natural controlada

A monta controlada é quando há interferência do homem, que leva a fêmea em cioao macho para acasalamento programado. O macho permanece separado do rebanho.

a) Vantagens da monta natural controlada:• facilita a anotação do dia de cobertura;• aumenta a vida útil do touro;• diminui a possibilidade de acidente com o touro;• possibilita o controle de reprodução, com a programação das coberturas e

parições, e maior identificação de problemas reprodutivos;• possibilita melhor aproveitamento do touro que serve aproximadamente 100

vacas por ano.b) Desvantagens da monta natural controlada:• aumenta gastos com mão-de-obra;• acarreta maior perda de cios;• requer maiores gastos com instalações.

1.3. Inseminação Artificial

É um processo de reprodução em que o sêmen é colocado no útero da vaca em ciopelo homem, usando equipamentos especiais, visando a sua fecundação.

As vacas para serem inseminadas devem estar bem nutridas, saudáveis e semproblemas de reprodução. O sucesso da inseminação artificial depende também domáximo cuidado de higiene.

Quando a vaca aparece em cio pela manhã, deve ser inseminada à tarde, equando aparece em cio à tarde, deve ser inseminada na manhã do dia seguinte. O melhormomento para se fazer a inseminação é quando a fêmea não monta mais nascompanheiras do rebanho, e não se deixa montar nem mesmo pelo rufião.

A vaca não deve ser inseminada até uma hora após a ordenha, e a inseminaçãoartificial deve ser feita em brete coberto.

a) Vantagens da inseminação artificial:• possibilita o uso de sêmen de touros provados;• economiza na manutenção do rebanho pela ausência do reprodutor na

propriedade;• possibilita baixo investimento em relação à aquisição de um bom reprodutor;• evita a transmissão de doenças pelo touro;• valoriza o rebanho pela qualidade dos animais;• permite o cruzamento alternado de raças diferentes;• possibilita a melhoria de certos caracteres desejáveis;• facilita anotações e registros;• estimula o produtor a aprimorar o manejo do rebanho.a) Limitações da inseminação artificial:• necessita de pessoal habilitado;• necessita de assistência técnica periódica por técnico especializado;• acarreta maior perda de cios;• aumenta gastos com mão-de-obra e equipamentos (botijão, pipeta, luvas etc.;• acarreta gastos com reabastecimento periódico de nitrogênio.

Page 3: Reprodução de Bovinos Leiteiros - Agência Embrapa … · 1 Reprodução de Bovinos Leiteiros Reprodução é a multiplicação da espécie pelo acasalamento ou pela inseminação

3

a) Procedimentos para a Inseminação Artificial• Selecionar as fêmeas para inseminação artificial. Todas as fêmeas do rebanho

em idade de reprodução devem ser submetidas a exame ginecológico, para selecionar osanimais aptos para o programa;

• Identificar a vaca em cio. Consulte a ficha da vaca e verifique⇒ se está parida há mais de 45 dias;⇒ se os cios têm intervalos normais (18 a 24 dias);⇒ se não foi inseminada mais de três vezes.

Caso essas condições estejam atendidas, insemine; caso contrário, comunicar aoMédico - Veterinário.

• Conduzir a vaca em cio para o local da inseminação artificial;• Higienizar a vulva da vaca. A vulva deve ser limpa com papel-toalha ou

higiênico. Estando muito suja, lavar com água e enxugar com papel toalha ou higiênico;• Examinar o aspecto do muco uterino. O muco normal é límpido e cristalino,

semelhante à clara de ovo. Havendo presença de pus, não insemine. A vaca estando emcondições, insemine.

c.1) Separar o material a ser utilizado:⇒ botijão de nitrogênio com sêmen;⇒ bainha plástica;⇒ aplicador universal;⇒ luvas plásticas;⇒ papel higiênico ou toalha;⇒ tesoura e pinça hemostática;⇒ recipiente para água, termômetro e aquecedor.⇒ Abrir a tampa do botijão e localizar o sêmen a ser usado;⇒ Levantar o caneco (canister) até o nível do gargalo. O caneco pode ser

mantido nesta posição no máximo até dez segundos;⇒ Suspender o copinho, pinçando a palheta, que contém o sêmen escolhido;⇒ Fechar o botijão de nitrogênio;⇒ Descongelar o sêmen. A palheta que contém o sêmen é descongelada em

água a 35oC por 15 a 20 segundos;⇒ Enxaguar a palheta com papel toalha ou higiênico e confirmar se a palheta é

do touro desejado;⇒ Montar o aplicador de sêmen;⇒ Cortar a ponta da palheta em ângulo reto, com uma tesoura;⇒ Montar a palheta na bainha plástica;⇒ Encaixar o aplicador universal na bainha.c.2) Inseminar a vaca⇒ Levar o aplicador de sêmen na boca, até o local de inseminação, mantendo

as mãos livres. O aplicador não deve tocar no tronco, na vaca ou em outro objeto. Oinseminador deve estar com as mãos livres para abrir a porta do tronco, calçar as luvas eoutras operações necessárias;

⇒ Colocar a luva plástica para inseminar;⇒ Introduzir a mão e braço com luva no reto da vaca. Caso as fezes existentes

no reto estejam atrapalhando a manipulação da cérvix, devem ser retiradas;⇒ Limpar bem a vulva com papel toalha ou higiênico. Caso esteja muito suja,

lavar com água e, depois, enxugar com papel -toalha ou higiênico;⇒ Abrir os lábios da vulva, de preferência com a ajuda de um auxiliar;

Page 4: Reprodução de Bovinos Leiteiros - Agência Embrapa … · 1 Reprodução de Bovinos Leiteiros Reprodução é a multiplicação da espécie pelo acasalamento ou pela inseminação

4

⇒ Introduzir suavemente o aplicador na vagina da vaca até próximo ao fundodo saco vaginal. Quando da introdução, a ponta do aplicador não deve ser direcionadapara baixo, pelo risco de atingir o meato urinário;

⇒ Localizar e fixar a cérvix com a mão introduzida no reto;⇒ Trazer a ponta do aplicador para o orifício de entrada da cérvix, usando o

dedo polegar como orientador;⇒ Introduzir a pipeta através da cérvix. Com a mão que fixa a cérvix avançar a

pipeta promovendo delicados movimentos. A pipeta deve ser pressionada levementeapenas para não retroceder. A operação termina quando todos os anéis da cérvix sãoultrapassados, o que é conferido pelo toque do dedo indicador.

⇒ Observação: A passagem da pipeta não deve ser forçada.⇒ Pressionar o êmbolo do aplicador para depositar lentamente o sêmen após o

último anel;⇒ Retirar lentamente o aplicador e o braço do reto.⇒ Observação: Não deve permanecer sêmen na palheta. A bainha plástica

utilizada deve ser envolvida com a luva plástica e jogada na lata de lixo.⇒ Fazer uma leve massagem no clitóris durante 10 segundos;⇒ Soltar a vaca evitando possíveis estresses (longa caminhada, corrida,

pancada, sol etc.)Depois da inseminação, lavar, desinfetar e guardar o material em local apropriado e

anotar na ficha de controle reprodutivo: a data da inseminação, nome e número doreprodutor, inseminador e quaisquer anormalidades.

Observação: O nível de nitrogênio no botijão de sêmen deve ser verificadoperiodicamente.

2. Manejo Reprodutivo de Rebanhos Leiteiros

Um bom manejo reprodutivo é indispensável para se obter o intervalo de partospróximo ao desejado de 12 meses, com o qual se maximiza a produção de leite e debezerros no rebanho. Serão feitas algumas considerações com relação ao manejoreprodutivo de rebanhos leiteiros.

2.1. Escrituração Zootécnica – Metas para alguns Índices Reprodutivos

Ao se implantar a assistência técnica na fazenda leiteira, algumas metas oupretensões devem ser inicialmente determinadas, de acordo com os objetivos principaisdefinidos pelo produtor ou proprietário, com base nas quais se deverá indicar ou priorizaras atividades a serem desenvolvidas dentro de um planejamento proposto.

Uma vez discutidas e estabelecidas as metas gerais, ou seja, o que (leite), comque (tipo de gado), como (manejo a ser utilizado) e quanto (litros/dia) se deseja produzirem um período fixado, caberá se definir o número de animais no rebanho, o quedependerá diretamente do potencial de produção de alimentos e das condições demanejo possíveis de serem oferecidas.

Para se conhecer a situação reprodutiva inicial do rebanho, todos os animais aptospara a reprodução (vacas e novilhas acima de 340 kg de peso vivo) devem sersubmetidos a exame ginecológico. Com base nesses resultados, os animais podem serseparados em grupos, de acordo com a condição reprodutiva e produtiva de cada um(Tabela 2).

Page 5: Reprodução de Bovinos Leiteiros - Agência Embrapa … · 1 Reprodução de Bovinos Leiteiros Reprodução é a multiplicação da espécie pelo acasalamento ou pela inseminação

5

Tabela 2. Grupos de animais em função da condição produtiva e reprodutiva do rebanholeiteiro.

Condição produtiva Condição reprodutiva Grupos Desejado (%)Não-gestantes (Vazias) 1 25%Vacas em lactação Gestantes 2 58%Gestantes 3 17%Vacas Secas Não-gestantes (Vazias) 4 Zero

Embora todos os animais do rebanho devam ser adequadamente alimentados emanejados, verifica-se na Tabela 2 que a prioridade em termos de uma melhor nutriçãoquanti-qualitativa seria para o grupo um, visando atender à produção de leite (emlactação) e à reprodução (não-gestante). Em rebanhos bem manejados o grupo quatro(secas e não-gestantes) não deveria existir, mas quando do levantamento ginecológicoinicial de qualquer rebanho quase sempre são encontrados animais nessa condição.

Em seguida, as informações obtidas são colocadas em fichas ou programas decomputador apropriados para o controle reprodutivo, o qual deverá estar associado aoscontroles leiteiro e econômico. Em função da situação atual do rebanho, deverão serelaborados os índices possíveis de serem obtidos a curto, médio ou longo prazo: intervalode partos, taxas (%) de prenhez, de vacas em lactação e de natalidade… A constataçãoda situação inicial é importante também para comparações futuras, visando analisar aeficácia do atendimento técnico posto em prática.

Ao se estabelecer as metas a serem alcançadas em um determinado período,deve-se levar em consideração os seguintes aspectos:

• situação atual da propriedade;• situação produtiva, reprodutiva e sanitária do rebanho;• interesse e participação efetiva do proprietário;• eficiência e colaboração da mão-de-obra envolvida;• necessidade e capacidade de investimento.É importante não se estabelecer metas muito audaciosas no início dos trabalhos.

Isso porque as metas não são estáticas. Deve-se ao final de um certo período fazer-senova avaliação, e estabelecer novas metas de acordo com os resultados obtidos,melhoria já alcançada e nova situação da propriedade. Sabe-se que os ganhos iniciais emperformance são sempre maiores, ou seja, é mais fácil a redução de um intervalo departos médio de 17 meses de um determinado rebanho, do que de 13 meses em outrorebanho.

Na Tabela 3 são mostrados alguns índices de desempenho produtivo e reprodutivoconsiderados Ideal, Bom ou Regular, bem como a média desses índices verificados nosrebanhos bovinos leiteiros do Brasil. Com base nessas informações, pode-se definiralgumas possíveis metas.

Page 6: Reprodução de Bovinos Leiteiros - Agência Embrapa … · 1 Reprodução de Bovinos Leiteiros Reprodução é a multiplicação da espécie pelo acasalamento ou pela inseminação

6

Tabela 3. Principais índices produtivos e reprodutivos para rebanhos bovinos leiteiros.

Índices Ideal Bom Regular Médiabrasileira

Intervalo de partos(dias) Até 380 381– 425 426 - 471(Meses) (12,5) (12,5- 14) (14 -15,5) > 19

Período de serviço(dias) Até 100 101 - 145 146 - 190 > 285Intervalo parto e 1o Cio(dias) 20 - 30 31 - 50 51 - 70 > 100Prenhez ao 1o Serviço (%) 65 - 75 58 - 64 50 - 57 < 50N.º Serviços por concepção Até 1,5 1,6 - 1,7 1,8 - 1,9 > 2,0Escore corporal ao parto 4 4 (-) 3,5 < 3,0Idade ao 1o Parto (meses) Hpb 24 - 26 27 - 30 31 - 33 > 36Mestiças hz 29 - 31 32 - 34 35 - 36 > 42Idade cobrição novilhas(meses)HPB 15 - 17 18 - 21 22 - 24 > 27Mestiças Hz 21 - 22 23 - 25 26 - 27 > 33Pv mestiças: 6 meses (120 kg)12 (200 kg)-18 (280 kg)-24 (320 kg) - - - -Problemas reprodutivos (%) < 10 11 - 13 14 -16 > 40Período lactação (meses) 10 -12 9 - 10 8 - 9 < 8Vacas em lactação (%) 80 - 83 70 -79 60 - 69 ≤ 50Descarte vacas/ano (%) 20 - 25 15 - 20 10 -15 ?Produção vaca/ano (1.000 kg)HPB 6 - 7 5 - 6 4 - 5 ?Mestiças Hz 3,5 - 4 2,5 - 3,5 1,5 - 2,5 < 1,5Produção por dia de IP (kg)HPB 15 - 16 14 - 15 13 - 14 ?Mestiças Hz 10 - 11 9 - 10 8 - 9 ≤ 3Persistência produção (%) 89 - 90 70 - 80 60 – 70 < 604o Mês pp=50-60 % produçãoSecagem=45-55% produção ao pico

2.1.1. Controle Reprodutivo

São poucas as propriedades leiteiras em que se efetua a identificação dos animaise uma adequada escrituração zootécnica. Apenas cerca de 5% dos produtores queutilizam a inseminação artificial (IA) fazem controle leiteiro (Ferreira, 2001). Por ser a IAuma excelente ferramenta de melhoramento genético e o controle leiteiro o principalparâmetro para avaliação e seleção genética dos animais, é injustificável um índice tãobaixo. A data de parto é anotada por menos de 3% dos produtores. Com isso, háimpossibilidade de se calcular o intervalo de partos, bem como a produção de leite por diade intervalo de partos.

Com relação às anotações de campo, existe um mínimo necessário de informaçõesa se coletar, independentemente do sistema de controle (fichas individuais e/ou coletivasou sistemas informatizados). As anotações mais importantes encontram-se na Tabela 4.

Page 7: Reprodução de Bovinos Leiteiros - Agência Embrapa … · 1 Reprodução de Bovinos Leiteiros Reprodução é a multiplicação da espécie pelo acasalamento ou pela inseminação

7

Tabela 4. Anotações mínimas necessárias para um programa de controle reprodutivo.

Ocorrência O que anotar

parto Nome e número da vaca, data, condição do parto, sexo da cria.estro (cio) Data, nome e número da vaca.

cobrição ou ia Nome e número da vaca, data, nome e número do touro ouidentificação do sêmen.

abortos Data, nome e número da vaca.outras ocorrências Infecções uterinas, cistos, retenção de placenta…tratamentos Nome e número da vaca, data e tratamentos efetuados.

O controle reprodutivo é indispensável para a implantação de um manejo racionaldo rebanho leiteiro e avaliação de sua eficiência.

Existem modelos de fichas individuais ou coletivas para se fazer esse controle. Ouso de fichas coletivas permite melhor e mais rápida visão do que vem ocorrendo norebanho.

Sugerem-se dois modelos de fichas coletivas para controle reprodutivo, quepoderão ser utilizadas de acordo com o grau de entendimento e assimilação do produtor:a ficha mais simples é indicada para produtores que queiram anotar apenas a data deparição (modelo 1).

Modelo 1-Ficha de controle reprodutivo simples

Controle ReprodutivoFazenda: Município:Animal Data de Partos

Essa anotação é importante, porque permite o cálculo do intervalo de partos,essencial para se avaliar a eficiência reprodutiva. A ficha mais completa (modelo 2) éindicada para produtores que queiram maiores informações sobre o rebanho, e com issoum melhor acompanhamento e uma mais rápida identificação dos problemas existentes.

Page 8: Reprodução de Bovinos Leiteiros - Agência Embrapa … · 1 Reprodução de Bovinos Leiteiros Reprodução é a multiplicação da espécie pelo acasalamento ou pela inseminação

8

Modelo 2- Ficha de controle reprodutivo completa

Controle ReprodutivoVaca Nº Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez. Jan. Fev. Mar.

Bela 1210/F

10○

30+Rei

30+Rei

●-Rei

Benta 185/M

16●-Rei

Carina 2317/M

Cocada 29 18●

20+Jota

10 ●Jota

Dama 3410/F

20+Jota

Espada 415/M

2+Rei

20+Rei

10+Rei

1+Rei

20●Rei

Flecha 438/M

16+

Legenda: ○ (Vazio); + (Diagnóstico de gestação positiva); ● (Gestante); / (Parto); ● (Aborto); M (macho); F (Fêmea).

Maior êxito na atividade leiteira pode ser obtido por meio de uma assistênciatécnica especializada, pelo maior proveito das anotações zootécnicas.

Anotar o nome e/ou número das fêmeas é importante para se saber a qual animalcorresponde determinada ocorrência anotada:

Anotar a data do cio, mesmo que o animal não seja acasalado ou inseminado, éimportante para se observar a ocorrência, a freqüência e o intervalo entre os mesmos.

Anotar a data da monta ou da inseminação artificial é importante para identificaçãodas vacas com problemas de repetição de serviços, e daquelas supostamente gestantesque não retornarem ao cio até 24 dias após a última monta ou inseminação artificial.

Anotar o nome e/ou número do reprodutor utilizado é importante para se avaliar afertilidade do touro ou do sêmen.

Conferir a prenhez é importante para se anotar a data do parto previsto,indispensável para se programar a secagem do animal para 60 dias antes do partoprevisto. A duração da gestação em bovinos é estimada em 280 dias (nove meses e 10dias). O método mais prático e econômico para diagnóstico de prenhez é pelo exameginecológico, por palpação retal a ser efetuado por um Médico Veterinário, 60 dias após amonta ou inseminação artificial.

Anotar a data de parição é importante para se calcular o intervalo de partos. Osexo do bezerro (M-F) e as condições do parto também devem ser anotados.

Outras ocorrências, como retenção de placenta, aborto, infecções uterinasprolaspo uterino, tratamentos efetuados, devem ser anotados.

A eficiência reprodutiva do rebanho pode ser avaliada com base em alguns índices:⇒ Intervalo de partos;⇒ Intervalo de parto ao primeiro cio;⇒ Intervalo de parto à concepção (período serviço);

Page 9: Reprodução de Bovinos Leiteiros - Agência Embrapa … · 1 Reprodução de Bovinos Leiteiros Reprodução é a multiplicação da espécie pelo acasalamento ou pela inseminação

9

⇒Taxa de natalidade;⇒Taxa de prenhez⇒ Número de serviços por concepção.

2.1.2. Importância Econômica do Intervalo de Partos

O intervalo de partos (IP) é constituído dos períodos de serviço e de gestação.Como esse último é mais ou menos constante, ou seja, em torno de 280 dias parabovinos, conclui-se que, para o rebanho bovino livre de doenças e possíveis causa deaborto, o IP passa a depender diretamente do período de serviço.

A redução do intervalo de partos garante o aumento na produção de leite e nonúmero de bezerros nascidos no rebanho. O longo IP acarreta sérios prejuízos pordiminuir:

a) a produção da vaca por dia de IP; b) o no de vacas em lactação no rebanho; c) on.º de animais para venda ou reposição; d) a produção de leite total do rebanho.

Como se verifica na Fig. 1, a vaca com IP de 18 meses e potencial para 3.000 kgde leite/lactação, produzirá dois bezerros e duas lactações (total de 6.000 kg de leite em 3anos = 2.000 kg de leite/ano) num período de 36 meses (3 anos). No mesmo período,uma vaca de igual potencial de produção e com IP de 12 meses, produzirá três bezerros etrês lactações (total de 9.000 kg de leite em três anos = 3.000 kg de leite/ano). A diferençade 1.000 kg de leite/ano/vaca obtida com a redução do IP de 18 para 12 mesesrepresenta um aumento de 50% no volume de leite produzido. Considerando-se umrebanho de 50 vacas as perdas seriam de 50.000 kg de leite e 17 bezerros por ano.

A redução do IP para 12 meses propicia um acréscimo de 8,33% na produção deleite para cada mês a menos no IP. Ferreira e Teixeira (2000) obtiveram uma fórmulacapaz de estimar a perda ou ganho (%) na produção de leite da vaca ou rebanho emfunção da variação do IP:

x100IPd

IPdIPaVPL −=

onde:VPL = Variação na produção de leite (%)IPa = Intervalo de Partos atualIPd = Intervalo de Partos desejado

Exemplo: um rebanho produz 500 litros de leite/dia com IP de 20 meses. Qual seriao aumento estimado (%) na produção de leite desse rebanho, caso o IP fosse reduzidopara 13 meses?

53,8%x100137x100

131320VPL ==

−=

R: A produção de leite desse rebanho aumentaria em torno de 53,8% (269 litros),passando para cerca de 769 litros/dia.

A idade avançada ao 1o parto, acima de 40 meses (ideal para fêmeas mestiças éde 30 – 32 meses), e o longo IP que ultrapassa 18 meses (Carneiro, 1992; Ferreira et al.,1997), quando o ideal é próximo de 12 meses, são responsáveis pela baixa eficiênciareprodutiva dos rebanhos leiteiros nacionais. Estima-se que o Brasil esteja deixando deproduzir cerca de 10 bilhões de litros de leite/ano, com o rebanho existente, devido aolongo IP, estimado acima de 18 meses.

Page 10: Reprodução de Bovinos Leiteiros - Agência Embrapa … · 1 Reprodução de Bovinos Leiteiros Reprodução é a multiplicação da espécie pelo acasalamento ou pela inseminação

F

umn

gb(ep

eoeinc

clocs

0 12

ig. 1. Influência do Intervalo d

2.1.3. Avaliação da Con

A avaliação da condiçãosada na avaliação preliminarétodo prático e eficiente, emão estão apresentando cio (a

A avaliação da condiçãordura sobre as costelas, doem iluminado, fazendo a avascores da condição corpor

reconizado por Ferreira (1991a) Escore 1 (Muito MagOs bovinos com escore

xcessivamente magros, carassos da anca e das vértebrasntre os ossos das vértedividualizadas; ausência totaostelas e espinha dorsal.

b) Escore 2 (Magra).Os bovinos com es

aracterizados por atrofia mumbares ainda profusos e proom a pele firmemente aderidobre os ossos da anca, coste

c) Escore 3 (Regular).

3000

3000 30

PARTO

PARTO PARTO

BEZERROS:

BEZERROS:1

18

24

e partos na produção de leite e

dição Corporal

corporal indica bem o estado da função ovariana de vacasbora subjetivo, para identifica

nestro) e que necessitam de mao corporal é feita por observarsolombar e garupa. Deve-se liação individual e atribuindo al = ECC). Recomenda-se o):ra) 1 apresentam-se debilitados,

cterizados por pronunciada atr lombares muito profusos e probras transversas lombares; l de gordura palpável ou visív

core 2 apresentam-se comscular pouco pronunciada; osseminentes; costelas continuam

a ao tecido de baixo; pouca oulas e espinha dorsal.

3000

00 3000

PARTO

PARTO

2

1

PARTO

2

0

36

10

36

de bezerros.

nutricional do animal, sendo e novilhas. Trata-se de umr individualmente vacas quenejo alimentar especial.ção visual da presença decolocar os animais em localvalores numéricos de 1 a 5 uso do sistema de ECC

raquíticos, enfraquecidos eofia muscular; olhos fundos;eminentes; pele penetrandocostelas bem visíveis e

el sobre os ossos da anca,

aspecto de subnutridos,os da anca e das vértebras visíveis e individualizadas, nenhuma gordura palpável

PARTO

3

Page 11: Reprodução de Bovinos Leiteiros - Agência Embrapa … · 1 Reprodução de Bovinos Leiteiros Reprodução é a multiplicação da espécie pelo acasalamento ou pela inseminação

11

Os bovinos com escore 3 apresentam-se moderadamente nutridos (condiçãocorporal de transição), caracterizados por ausência de atrofia muscular; ossos da ancacom pouca ou nenhuma proeminência; costelas quase não são individualizadas, e a pelesobre elas pode ser facilmente elevada; presença de um mínimo de gordura palpável e/ouvisível sobre os ossos da anca, costelas e inserção de cauda.

d) Escore 4 (Boa)Os bovinos com escore 4 apresentam-se com boa aparência geral, caracterizados

por estruturas ósseas ainda visíveis, mas não proeminentes; considerável cobertura degordura sobre as costelas, ossos da anca e espinha dorsal.

e) Escore 5 (Gorda)Os bovinos com escore 5 apresentam estruturas ósseas não-visíveis; grande

depósito de gordura sobre as costelas, espinha dorsal, ossos da anca e ao redor dainserção de cauda.

A condição corporal de fêmeas bovinas pode ser relacionada com seu estádioreprodutivo: magras (escores 1 e 2) quase sempre apresentam ausência de cio (anestro);com regular ou boa condição corporal (escores 3 e 4), quase sempre estão prenhes ouciclando (apresentam cio); gordas (escore > 4) quase sempre estão prenhes ou ciclando,mas às vezes necessitam maior número de serviços/concepção.

2.2. Manejo Reprodutivo da Vaca Leiteira

2.2.1. Período Seco da Vaca

O período seco da vaca compreende os dois últimos meses de gestação,importante para se adotar práticas especiais, a fim de proporcionar boas condições deparição e proteger a saúde da futura cria. No período em que está seca, a vaca tem querealizar grandes tarefas, como o desenvolvimento de 2/3 do feto e a recuperação dereservas corporais para o próximo parto e a nova lactação.

A secagem da vaca deve ocorrer 60 dias antes do parto, independentemente daprodução, de maneira a promover o descanso do úbere, necessário para intensificar aregeneração e formação de alvéolos (unidades secretoras do leite), preparando-o para anova lactação.

A vaca deve ser bem manejada durante todo o período de lactação, para que nomomento de secagem apresente boas condições de saúde e boa condição nutricional.Aquelas com condição corporal inferior devem ser suplementadas.

A falta de cuidados quando seca ocasiona queda na produção de leite na lactaçãoseguinte, redução na vida reprodutiva da vaca, alongamento do intervalo de partos,nascimento de bezerros fracos e aumento de problemas sanitários.

Após a secagem, as vacas devem ser conduzidas para um pasto de boa qualidadecom disponibilidade de forragem, onde possam caminhar e exercitar-se. Os animais nãodevem movimentar-se em demasia, principalmente no terço final de gestação. Deve-setambém evitar contenção, pancadas, correria, longa caminhada, fatores capazes deprovocar aborto traumático.

Os animais devem ser conduzidos para o piquete-maternidade, no mínimo 15 diasantes do parto previsto, onde irão receber alimentos semelhantes àqueles a seremfornecidos no início da lactação, para adaptação da flora ruminal. O animal namaternidade facilita uma possível intervenção no parto e cuidados com o recém-nascido.Este pasto deve ser limpo, drenado, de fácil acesso e observação, próximo ao estábulo,com disponibilidade de água e sal mineral.

Observações: Ocorrendo corrimento vaginal com muco, sangue ou pus, chame oMédico-Veterinário; a vaca deve apresentar condição corporal boa por ocasião do parto(escore 3,5 a 4).

Page 12: Reprodução de Bovinos Leiteiros - Agência Embrapa … · 1 Reprodução de Bovinos Leiteiros Reprodução é a multiplicação da espécie pelo acasalamento ou pela inseminação

12

2.2.2 Parto

O parto é um evento de suma importância em rebanhos bovinos leiteiros,considerando que representa o início de uma nova lactação e o nascimento de mais umacria.

O parto é dividido em três fases distintas:I) PreparatóriaCompreende as três últimas semanas antes do parto e termina com o início das

contrações uterinas. Mostra o seguinte quadro: hiperemia e edema da vulva e úbere;afrouxamento de articulação (sacroilíaca) e de ligamentos (sacroisquiáticos). Na vésperado parto o animal se isola, o tampão mucoso se desprende e aumentam a pulsação e afreqüência respiratória.

II) DilataçãoDura três a oito horas e vai do início das contrações uterinas, que se sucedem a

cada 15 minutos, até o rompimento das bolsas alantoideana e aminiótica.III) Expulsão do fetoDura de uma a três horas e vai do início do rompimento da bolsa até a saída

completa do feto. Nas primíparas pode durar de quatro a seis horas. As contraçõesuterinas ocorrem a cada dois a cinco minutos e no auge a cada 1,5 a dois minutos. Aexpulsão da placenta ocorre até 12 horas após o parto.

O parto deve ser registrado em fichas ou livros adequados, indicando a data, sexoe peso do bezerro, nome do pai e da mãe, condição corporal da vaca (escore) logo apóso parto.

Observação: Partos difíceis: chamar o Médico-Veterinário. A vaca com partodistócico ou traumático que aparente rompimento dos lábios vulvares deve ser tratadaimediatamente após o parto, com a finalidade de se evitar a proliferação de germes econseqüentemente a infecção.

2.2.3. Pós- parto

Os cuidados do pós parto da vaca leiteira são indispensáveis para que fique prenheo mais rápido possível, e com isso tenha um melhor aproveitamento de sua vidareprodutiva.

O período de serviço (PS), que compreende o intervalo do parto à concepção,depende essencialmente de três fatores, ou mesmo quatro fatores nos casos de fazendasque utilizam a inseminação artificial (IA) ou monta natural controlada (MNC):

a) Restabelecimento do cio pós parto (retorno do ciclo estral e cio);a) Identificação de cios nas fazendas que utilizam IA ou MNC (reprodutor

separado das vacas);a) involução uterinaa) taxa de concepção

2.2.3.1. Restabelecimento do cio pós-parto

É ideal que os animais sejam corretamente alimentados em todas as fases da vida,do nascimento ao primeiro parto, e no período entre partos. O manejo nutricional a serutilizado no rebanho depende da quantidade de alimento disponível e do número deanimais. Entretanto, esforços devem ser envidados para a da vaca apresentar “boacondição corporal ao parto”, e manter ou perder pouco peso até dois meses pós-parto.Essas são as principais condições para a vaca reiniciar a atividade cíclica ovariana poucotempo depois do parto (Ferreira, 1991; Osoro e Wright, 1992). A vaca magra ao parto

Page 13: Reprodução de Bovinos Leiteiros - Agência Embrapa … · 1 Reprodução de Bovinos Leiteiros Reprodução é a multiplicação da espécie pelo acasalamento ou pela inseminação

13

atrasa o estro e prolonga o período de serviço, causando grandes prejuízos. Para que ocio apareça antes de 90 dias pós-parto é então necessário que a vaca apresente:

O melhor momento de engordar uma vaca, para ela parir com bom estado corporal,é alimentá-la bem nos dois a três últimos meses antes dela secar ou final de lactação(Moe et al., 1971). O período seco, dois meses antes do parto, embora menos eficientetambém é bom para engordar o animal. Atendidas as necessidades de mantença eprodução, o alimento ingerido em excesso antes do parto, desde que de boa qualidade eem quantidade, principalmente forragens (volumosos), vai ser transformado em gordura earmazenado no corpo do animal, constituindo uma reserva de que os animais poderãodispor para a lactação, quando essa se iniciar.

É importante que o animal mantenha ou não perca muito peso nos dois primeirosmeses depois do parto, o que se consegue com uma alimentação adequada àsexigências do animal (mantença e produção) nesse período. Parte da gordura estocadano corpo do animal pode ser mobilizada e utilizada para produção de leite, com o animalperdendo um pouco de peso, desde que essa perda não seja suficiente para atrasar oaparecimento do estro.

Embora a má nutrição (quali-quantitativa) possa influenciar por muitos caminhos,na performance reprodutiva dos animais, um sintoma típico da deficiência produzida pornutrientes simples é difícil de ser visto sob condições práticas. Vez por outra depara-secom uma informação na literatura, de que determinado nutriente é indispensável para areprodução animal. Mas como esse nutriente em geral está também associado com asaúde normal do animal, e a boa eficiência reprodutiva depende dessa, a informaçãoapresenta algum grau de insegurança (Moreira, 1974). As deficiências que ocorrem emcondições práticas são, em geral, de natureza múltipla, como por exemplo a deficiênciaprotéica, que está quase sempre associada à de fósforo, quando os animais estão empastagens de gramíneas, e quando os níveis de proteínas são baixos, os de energiatambém o são, já que, carência protéica gera inapetência.

A condição corporal embora subjetiva representa um meio auxiliar prático eeficiente para se avaliar a aptidão reprodutiva da vaca, independente de seu tamanho.Isso porque as vacas magras quase sempre apresentam anestro ou falta de cio (ováriosinativos), ao passo que aquelas com condição corporal boa, geralmente estão gestantesou apresentando cio regularmente. A vaca magra ao parto, atrasa o cio e com issodemora mais a ser inseminada ou servida pelo touro, atrasando a gestação e com issoalongando o intervalo de partos. Além disso apresenta mais retenção de placenta edificuldade no parto.

A vaca gorda ao parto também não é desejável porque apresenta: maior risco noaparecimento de cetose em vacas de alta produção; menor ingestão de matéria seca e

BOA CONDIÇÃO CORPORALAO PARTO

(NEM GORDA – NEM MAGRA)

MANTENHA OU PERCA POUCOPESO ATÉ DOIS MESES PÓS-PARTO

Page 14: Reprodução de Bovinos Leiteiros - Agência Embrapa … · 1 Reprodução de Bovinos Leiteiros Reprodução é a multiplicação da espécie pelo acasalamento ou pela inseminação

14

menor produção de leite; maior chance de ter a síndrome do fígado gorduroso; maiorincidência de mastite, retenção de placenta, e ovários císticos.

2.2.3.1.1. Anestro Pós-parto

O longo período de anestro pós-parto representa o principal problema reprodutivona pecuária nacional (Ferreira, 2001), sendo conseqüência do déficit energético nosperíodos pré e pós-parto (Randel et al., 1990; Richards et al., 1991; Harris, 1993; Taufa etal., 1997; Vries e Veerkamp, 2000). Além da má alimentação, a falta de cio (anestro) podeser produzida por qualquer problema que comprometa a saúde do animal, provocandoseu emagrecimento (vermes, diarréia, pneumonia, doenças febris e do casco, artrites…).Ferreira (1985) em um revisão cita outras causas de anestro.

Levantamento ginecológico efetuado em 50 rebanhos leiteiros da Zona da Mata deMinas Gerais, estado maior produtor de leite (30%) do País, mostrou taxas de 73,1% e54,5% de vacas com anestro, respectivamente, até e acima de 90 dias pós-parto, amaioria das quais associadas à condição corporal inferior. Novas fazendas sãoselecionadas a cada cinco a sete anos para se monitorar a prevalência de animais comanestro, verificando-se que o mesmo, embora de fácil diagnóstico e de causa conhecida(subnutrição), persiste em grande escala. Isso ocorre, provavelmente, em razão dodesconhecimento pela maioria dos produtores, dos efeitos da alimentação sobre odesempenho reprodutivo, e as conseqüências desse na produtividade e economicidadeda atividade leiteira, atentando tão somente para o efeito da nutrição sobre a produção deleite. Tais fatos sugerem a necessidade de se intensificar a transferência dessasinformações aos produtores, bem como de maiores pesquisas sobre o anestroenvolvendo o aspecto econômico.

A quantidade de peso corporal que a vaca Girolando apresentando ciosregularmente (ciclando) necessita perder para adquirir a condição de anestro, pode serestimada pelas equações obtidas por Ferreira e Torres (1993):

Y = 0,6847 X ⇒ para vacas de condição corporal boa.

Y = 0,6847 + X – 43,11 ⇒ para vacas gordas.

Onde:Y = peso vivo em que cessará a atividade ovariana (anestro);X = peso da vaca apresentando atividade ovariana (ciclando).

Exemplo: Uma vaca girolando apresenta-se com condição corporal boa, 500 kg depeso vivo e ciclando. Quando submetida à restrição alimentar, com que peso vivo essavaca deverá parar de apresentar cio (adquirir a condição de anestro)?

Y = 0,6847 XY = 0,6847 (500)Y = 342 kg (peso da vaca ao parar de apresentar cio).

Para se saber com que peso vivo a vaca girolando com anestro voltará a ciclar,pode-se usar a equação obtida por Ferreira et al. (1999a):

Y = 0,9414 X + 96,118 Em que:Y= peso vivo final para voltar a ciclar;X= peso vivo da vaca magra em anestro.

Page 15: Reprodução de Bovinos Leiteiros - Agência Embrapa … · 1 Reprodução de Bovinos Leiteiros Reprodução é a multiplicação da espécie pelo acasalamento ou pela inseminação

15

Exemplo: Uma vaca girolando magra, com anestro e pesando 300 kg. Com quepeso vivo essa vaca voltará a ciclar?

Y = 0,9414 X + 96,118 Y = 0,9414 (300) + 96,118 Y = 282,42 + 96, Y = 378,5 kg (peso com que a vaca deve recuperar a AOLC). Para voltar a ciclar a vaca magra com anestro exigiu um consumo de 402,4 kg de

NDT e 50,4 kg de Proteína Bruta (Ferreira et al., 1999b), o que certamente onera o custode produção de leite, considerando a alta prevalência de anestro nos rebanhos leiteirosbrasileiros.

2.2.3.2. Identificação de Cios

Em algumas fazendas que utilizam a inseminação artificial ou monta naturalcontrolada (vaca vista em cio levada ao reprodutor que permanece preso), não basta avaca apresentar cio rapidamente depois do parto, sendo necessário que esse cio sejaidentificado para que possa ser aproveitado. Nesses casos é indispensável que seimplante um eficiente sistema de identificação de cios (uso de rufião com buçal marcador,grupo de vacas vazias, Kamar, pedômetros...), já que pela simples observação visualduas vezes ao dia, cerca de 45 a 55% dos cios podem não ser identificados.

No Brasil, em sistema confinado, um rebanho HPB apresentou 36% de cios não-identificados (Vetromila et al., 1993). Em fazenda de criação extensiva com rebanhomestiço a perda de cios não identificados foi de 47,8% (Ferreira, 2001).

O cio ou estro ocorre na fêmea bovina em intervalos de 18 a 24 dias, e dura emmédia de seis a 20 horas.

Os principais sinais de cio são os seguintes:• inquietação, perda de apetite;• isolamento das companheiras;• micção constante;• vulva inchada e brilhante;• atitude de montar em outras vacas;• aceitação da monta.Pelo método de observação visual os sinais de cio devem ser monitorados pelo

menos duas vezes ao dia, manhã e tarde, com duração mínima de 30 minutos em cadaperíodo.

Utilizando-se apenas a observação visual, é grande a ocorrência de cios não-identificados. Para reduzir essas perdas existem métodos auxiliares, entre os quais orufião com buçal marcador, o mais indicado para nossas condições.

2.2.3.3. Involução Uterina

Quanto mais precoce for o cio depois do parto, mais rápida será a involuçãouterina. Isso porque os hormônios (estrógenos) produzidos nos ovários da vaca em cioreforçam as defesas imunológicas do útero (maior irrigação com maior chegada decélulas de defesa do organismo), além de promoverem a produção de muco e abertura docérvix, ajudando na limpeza do órgão.

A nutrição deve também desempenhar um papel vital no condicionamento do úteropara a implantação do embrião. Várias mudanças no endométrio têm sido associadas àsubnutrição, como mudanças químicas na superfície endometrial em novilhas submetidasa um pequeno período de subnutrição (Hill et al., 1970).

Page 16: Reprodução de Bovinos Leiteiros - Agência Embrapa … · 1 Reprodução de Bovinos Leiteiros Reprodução é a multiplicação da espécie pelo acasalamento ou pela inseminação

16

Considerando-se a anatomia do órgão, a involução uterina completa-se aos 30 dias(simetria dos cornos), enquanto a recuperação histológica do epitélio endometrial seriacompletada entre 40 e 45 dias pós-parto. Esse o motivo de não se indicar períodovoluntário de espera – PVE (Período do parto até liberação das vacas para reprodução)inferior a 45 dias.

2.2.3.4 Taxa de Concepção

Uma vez o útero involuído e garantido o cio antes de 90 dias pós-parto, e essesendo devidamente identificado, a meta passa a ser a obtenção de uma boa taxa deconcepção, o que vai depender de:

a) Inseminação Artificial – correta aplicação da técnica (horário da IA em funçãodo início do cio, sêmen de boa qualidade, perícia do inseminador). É importante que oinseminador tenha remuneração pelo serviço extra de inseminar, como forma deincentivo, pagando-se uma quantia a ser combinada para cada vaca gestante deinseminação e não por cada vaca inseminada;

a) Reprodutor – uso de touro fértil e com boa saúde, livre de doenças infecto-contagiosas. Evitar excesso de fêmeas para um mesmo reprodutor;

a) Fêmea – sem doenças, apresentando cios com intervalos normais (18-22 dias)e com muco limpo e abundante, alimentação adequada (sem excessiva perda ou ganhode peso no dia da IA ou cobrição) e manejo apropriado;

a) Nutrição – embora o suplemento energético seja a causa nutricional maisconhecida de efeitos adversos na reprodução, a deficiência ou excesso de outrosnutrientes específicos, particularmente as vitaminas (Vit. A, Vit. E) e minerais (selênio,fósforo, manganês, cobalto, ferro, cobre, flúor e iodo), têm sido mostrados por afetar afertilidade (Dayrell, 1991).

Chama-se atenção para o fato de que uma alimentação preparatória intensa nopré-parto, acompanhada da insuficiente ingestão de alimentos pós- parto, para vacas dealto potencial genético para produção de leite, pode aumentar a taxa de transtornosmetabólicos no início da lactação, e com isto redução dos parâmetros de fertilidade.Quando o período de balanço energético negativo prolonga-se no início da lactação,aumenta a propensão a transtornos metabólicos (Harris, 1991).

O crescimento folicular ocorrendo em vacas com balanço energético negativo(BEN) pode afetar a qualidade do ovócito e com isso reduzir a taxa de concepção (Britt,1994), o que é confirmado por Wiltbank (1995), que cita uma redução de 20% na taxa deconcepção de vacas inseminadas quando perdendo peso, em relação às que ganhavam.

a) Manejo – vários fatores de manejo podem afetar a fertilidade:• Clima: altas temperaturas afetam a capacidade reprodutiva do bovino de

maneira direta, pelo desequilíbrio endócrino, alterações nervosas, menor consumo dealimento; o que se agrava quando associada à alta umidade relativa do ar.

O aumento de 1°C na temperatura retal provoca redução de 16% na taxa demortalidade embrionária. Dias quentes durante a IA, ou imediatamente antes ou após,também reduzem a taxa de concepção.

Os efeitos do estresse calórico em bovinos de leite foram revisados por Pires et al.(1998).

• Quanto tempo depois do parto uma vaca pode ser coberta ou inseminada?Essa é uma das perguntas mais freqüentes efetuadas por técnicos e produtores. Pode-seresumir a resposta afirmando que, tendo como base 80 a 90 dias pós-parto, quanto maispróximo do parto for o cio, menor será a chance de concepção. (Fig. 2).

Embora não exista uma norma definida, recomenda-se que as vacas sejamliberadas para inseminação artificial (IA) ou montas do reprodutor a partir de 45 dias pós-parto (rebanhos mestiços) e 50 a 60 dias (rebanhos puros da raça Holandesa, de

Page 17: Reprodução de Bovinos Leiteiros - Agência Embrapa … · 1 Reprodução de Bovinos Leiteiros Reprodução é a multiplicação da espécie pelo acasalamento ou pela inseminação

produção mais elevada). Maior número de cios antes da vaca ser inseminada ou cobertapelo touro aumenta a taxa de concepção. Exemplo: duas vacas foram inseminadas aos60 dias pós-parto, entretanto, a primeira correspondia ao primeiro cio depois do parto,enquanto a segunda havia apresentado dois cios anteriores (aos 20 e 40 dias pós-parto).Provavelmente a taxa de concepção da segunda será melhor.

Co s conhecimentos pode-se sugerir o uso de sêmen de menor custo paraser usado s muito próximos do final do PVE.Fig. 2 – T

Várevisão ealimentaçde leite, reproduto

2.3

Umsempre é

- -

reproduçã-

de assistê-

da atividaO l

no rebanhpresença

a)

a)

m esse nos cio

empo (dias) de aparecimento do cio pós- parto e taxa d cepção.

30 60 80 90

rias outras causas de repetição de serviços em fêmeasfetuada por Ferreira (1985): estresse, doenças febão, infecção nos órgãos genitais, idade, estabulação, etransporte ou mudança de habitat, anotações deficr etc.)

. A saúde reprodutiva do rebanho

programa de prevenção da saúde reprodutiva é de sumpossível devido a:número insuficiente de Médicos -Veterinários;ausência de Médicos-Veterinários em determinadas o;desconhecimento ou insensibilidade do criador às vancia técnica preventiva;impossibilidade de pagamento da assistência técnica

de.evantamento ginecológico inicial de todas as fêmeas o permite a separação dos seguintes lotes de anim

ou não de problemas reprodutivos (PR):

Lactantes

Secas

PARTO MENOR TAXA DE CONCEPÇÃO

20 40 60

Gestantes

Não- gestantes(Vazias)

Sem PRCom PR

Não- gestantes

Gestantes Sem PR

Com PR- Recuper- Irrecupe- Recuper

e con

17

DIAS

bovinas são citadas emris, mudança brusca destação do ano, produçãoientes, animais gordos,

a importância, mas nem

regiões, especialistas em

ntagens de um programa

pela baixa rentabilidade

aptas para a reproduçãoais, tendo como base a

CIO+

FÉRTIL

áveisráveisação demorada

Page 18: Reprodução de Bovinos Leiteiros - Agência Embrapa … · 1 Reprodução de Bovinos Leiteiros Reprodução é a multiplicação da espécie pelo acasalamento ou pela inseminação

18

O descarte dos animais pode ter início imediato com base em possíveisinformações sobre produções anteriores, fenótipo e condição reprodutiva (vacas não-gestantes com PR irrecuperáveis ou de recuperação demorada).

Os animais devem ser submetidos periodicamente a exame ginecológico,principalmente aqueles com:

- parto distócico;- placenta retida;- descarga fétida ou purulenta pela vulva no pós-parto (infecção uterina);- sem cios observados até 50 a 60 dias depois do parto (avaliar condição

corporal);- retorno ao cio após três ou mais serviços;- aborto em qualquer momento da gestação;- intervalo anormal entre dois cios (normal: 17 – 24 dias);- descarga ou muco anormal pela vulva (pus, sangue);- diagnóstico de gestação: palpação retal aos 50 a 60 dias após cobrição ou IA

ou 28 a 30 dias com ultra-som (em caso de diagnóstico positivo há o risco de morteembrionária posterior).

Com os cuidados citados é possível se evitar a ocorrência de casos comumenteencontrados do criador ficar à espera de uma vaca supostamente gestante encher oúbere (mojar), e a mesma não estar gestante, ou de supor que a vaca não venhaapresentando cio, e a mesma estar gestante.

As vacas devem ter sua condição corporal avaliada ao parto, a cada 15 dias pósparto até três meses de lactação e depois mensalmente. As novilhas devem ser avaliadasmensalmente quanto à condição corporal, de preferência coincidindo com outrasatividades de manejo rotineiras. Quando possível, as vacas e novilhas devem serpesadas quando da avaliação de condição corporal.

2.3.1. Retenção de Placenta

Retenção de placenta é a permanência total ou parcial da placenta no útero por umperíodo acima de 12 horas após o parto.

As causas determinantes de retenção de placenta ocorrem, em geral, dois a cincodias antes do parto. Por isso, quando é feito o diagnóstico da retenção, o processo já estáestabelecido, sendo recomendada a lavagem do posterior do animal com água e sabão, ocorte da parte pendurada da placenta retida e o uso de antibacterianos de largo aspectovia parenteral, com a finalidade de se evitar a proliferação de germes; e/ou o uso dehormônios para induzir ou intensificar as contrações uterinas. Com tal procedimento naquase totalidade dos casos o problema é resolvido.

Observação: Após esses procedimentos, caso o processo se agrave, consulte oMédico-Veterinário.

A retenção de placenta, quando não cuidada, quase sempre provoca infecção noútero da vaca, que fica irritada, com os pêlos arrepiados e cheiro fétido na vagina,culminando com a queda na produção de leite.

Para evitar a retenção de placenta, mantenha os animais livres de doenças infecto-contagiosas e debilitantes, evitando o aborto, fornecer alimentação adequada, evitarexcessiva movimentação das vacas e secar a vaca dois meses antes do parto.

2.3.2. Infecção uterina

Infecção uterina é um processo inflamatório do útero que pode se instalar após oparto (puerperal) ou após a cobrição ou inseminação artificial.

Page 19: Reprodução de Bovinos Leiteiros - Agência Embrapa … · 1 Reprodução de Bovinos Leiteiros Reprodução é a multiplicação da espécie pelo acasalamento ou pela inseminação

19

As infecções uterinas são de grande importância econômica, devido à sua altaincidência no rebanho nacional, interferindo na fertilidade e, em conseqüência, alongandoo intervalo de partos.

O corrimento vaginal anormal quase sempre é indicativo de uma infecção uterina.Nas vacas em anestro ou fora de cio, apenas alguns poucos animais apresentam essecorrimento, tornando o diagnóstico mais difícil. Nas vacas em cio o diagnóstico fica maisfácil pelo aspecto do muco.

As infecções uterinas podem ser de 1º Grau (turva ou catarral), 2º Grau(mucopurulenta) ou 3º Grau (purulenta). Nos casos de infecção uterina de 2º e 3º Graus,a providência inicial para o tratamento é a drenagem do conteúdo do útero. Para isso, énecessário conhecer o estádio fisiológico do animal, se está ciclando ou em anestro, paraentão se definir qual o medicamento a ser utilizado, o que exige a intervenção do Médico-Veterinário. Em algumas situações é indispensável a associação do tratamento descritocom antibioticoterapia via parenteral.

As dificuldades para o correto tratamento das infecções uterinas e os prejuízos queprovocam, estimulam a adoção de práticas capazes de evitar determinadas ocorrências,como o aborto, retenção de placenta, vacas magras ao parto, excessiva perda de peso noinício da lactação, secagem da vaca na época incorreta, instalações contaminadas eintervenções intra-uterinas, principalmente pós-parto, fatores que favorecem a instalaçãodessa infecção.

Observação: Vacas com boa condição corporal ao parto e mantendo ou perdendopouco peso no início da lactação manifestam cio rapidamente e com isso há redução naincidência de infecção uterina.

3.Abortamento

O abortamento em rebanhos leiteiros causa grandes prejuízos pelo fato de que oprodutor perde diretamente com a cria que deixa de nascer, ou indiretamente, com aqueda ou ausência total de produção de leite na lactação seguinte. Além disso, existe orisco de transmissão de certas doenças entre os animais, inclusive para o homem.

Retenção de placenta e infecção uterina são conseqüências comuns deabortamento e contribuem para o alongamento do intervalo de partos, reduzindo aprodutividade do rebanho.

A maioria dos casos de abortamento tem como causa principal doenças infecto-contagiosas embora qualquer doença que resulte em febre alta por mais de três diaspossa causar aborto, tais como: mastite, babesiose, anaplasmose, sarcosistose etc.Causas não-infeciosas de abortamentos também podem ocorrer: manejo incorreto(estresse, acidentes, vacinações, uso incorreto de carrapaticidas e hormônios etc.).

Quando lidar com fetos abortados, com placentas e com aparelho reprodutor dafêmea bovina, deve-se usar luvas plásticas, e as luvas após utilizadas devem serqueimadas.

As principais doenças infecto-contagiosas que provocam abortamento são:brucelose, leptospirose, campilobacteriose, tricomonose, rinotraqueíte infecciosa dosbovinos, diarréia bovina a vírus.

Uma das medidas mais importantes para se evitar a introdução dessas doenças norebanho, além de aquisição de animais de rebanhos livres das mesmas, é manter emquarentena os animais comprados, antes de sua introdução no rebanho.

Page 20: Reprodução de Bovinos Leiteiros - Agência Embrapa … · 1 Reprodução de Bovinos Leiteiros Reprodução é a multiplicação da espécie pelo acasalamento ou pela inseminação

20

3.1. Brucelose

É uma doença transmissível que ataca os bovinos, outras espécies animais e ohomem. A bactéria (germe) localiza-se no útero, na placenta e/ou no úbere das fêmeasdoentes, e nos testículos de bovinos infectados.

3.1.1+ Maneiras de Transmissão da BruceloseO principal meio de introdução da brucelose num rebanho sadio é pela aquisição

de bovinos infectados. A transmissão do germe se dá principalmente pela via oral, devidoa dois fatores:

a) o hábito de um bovino sadio lamber a genitália de uma fêmea doente;b) a ingestão de alimentos contaminados por:⇒ urina de bovinos doentes;⇒ fezes de bezerros recém-nascidos de vacas doentes;⇒ corrimento uterino;⇒ restos da placenta;⇒ líquidos fetais;⇒ restos fetais.Observação: As lesões da pele podem, também, ser via de penetração de germes.

A cobertura pelo touro infectado praticamente não tem importância na transmissão dadoença.

3.1.2 Principais sintomas da Brucelose

• abortamento, principalmente a partir do sexto mês de gestação. Após aprimeira infecção é grande a ocorrência de abortamento. Entretanto, nas gestaçõesseguintes dos animais infectados vão diminuindo as chances de abortamento, podendoinclusive não mais ocorrer, embora o animal continue eliminando a bactéria e atuandocomo fonte constante de contaminação através da vulva;

• nascimento de bezerros fracos;• retenção de placenta;• corrimento vaginal;• inflamação das articulações;• inflamação dos testículos.

3.1.3. Prejuízos causados pela brucelose• desvalorização do animal por ser enviado para abate;• redução na produção de leite;• redução no nascimento de bezerros;• nascimento de bezerros fracos.

3.1.4. Controle e Prevenção da brucelose

O sucesso na eliminação da doença por meio das medidas a seguir dependerá dafase em que ela se encontra, da vigilância sanitária imposta e do tamanho do rebanho:

• vacinação das bezerras com três a oito meses de idade;• exame de todo o rebanho, pelo menos uma vez por ano;• repetição do exame dos bovinos suspeitos três meses após o primeiro exame;• eliminação dos bovinos doentes, para o abate;• isolamento das vacas que abortarem;

Page 21: Reprodução de Bovinos Leiteiros - Agência Embrapa … · 1 Reprodução de Bovinos Leiteiros Reprodução é a multiplicação da espécie pelo acasalamento ou pela inseminação

21

• recondução ao rebanho, somente das vacas com exame negativo parabrucelose;

• consulta ao técnico, para providenciar ou orientar no envio de materiaisespecíficos para exames laboratoriais;

• enterro do material resultante do abortamento, que não foi enviado para olaboratório;

• desinfecção com cal ou creolina de todo o material que teve contato com o feto,membranas fetais e líquidos fetais;

• aquisição de animais somente em plantéis livres da doença. Isso porqueanimais com sorologia negativa, oriundos de rebanhos que têm animais comprova-damente infectados, têm grande chance de também estarem doentes.

3.2. Leptospirose

É uma doença transmissível que causa abortamento nas vacas. Nos animaisjovens causa febre, icterícia, anemia e sangue na urina. Os germes localizam-se nos rinse são eliminados na urina por longo período.

3.2.. Maneiras de Transmissão da Leptospirose

A transmissão da leptospirose pode ser pela ingestão de água ou alimentoscontaminados por:

• urina de vacas doentes (principal), suínos e animais silvestres;• fetos abortados e placentas;• leite de vacas contaminadas.As lesões de pele podem também ser via de penetração do germe.

3.2.2 Principais sintomas de Leptospirose

• abortamento geralmente na fase final de gestação;• sangue na urina;• febre;• anemia;• mucosa dos olhos e gengivas amareladas;• falta de apetite.

3.2.3 Prejuízos causados pela Leptospirose

• queda na produção de leite;• menor número de nascimento de bezerros;• maior mortalidade de bezerros.

3.2.4. Prevenção e Controle de Leptospirose

• tratamento das vacas doentes;• vacinação das vacas e novilhas em idade de reprodução;• aquisição de bovinos somente em rebanhos livres da doença.

Page 22: Reprodução de Bovinos Leiteiros - Agência Embrapa … · 1 Reprodução de Bovinos Leiteiros Reprodução é a multiplicação da espécie pelo acasalamento ou pela inseminação

22

3.3. Campilobacteriose

Doença transmissível que ocorre nos bovinos, sendo caracterizada na fêmea porintervalos entre cios mais longos (30 a 35 dias após o acasalamento) e abortamentos. Notouro não há sinal visível da doença.

3.3.1. Meios de Transmissão de Campilobacteriose

• pela cobertura com touros contaminados;• pelo do uso de instrumentos contaminados na inseminação artificial;• qualquer local contaminado pelo corrimento vaginal de vacas doentes.

3.3.2. Principais sintomas de Campilobacteriose

• vacas com intervalo entre cios mais longos (30 a 35 dias);• corrimento vaginal;• aborto geralmente após o 5o mês de gestação;• retenção de placenta;• infertilidade das fêmeas, ciclando durante três a quatro meses.

3.3.3. Prejuízos causados pela Campilobacteriose

• esterilidade temporária nas fêmeas, alongando o intervalos de partos, e comisso reduzindo a produção de leite e o número de nascimentos de bezerros.

3.3.4. Prevenção e Controle de Campilobacteriose

• inseminação artificial utilizando sêmen idôneo;• vacinação para as fêmeas (promover vacinações sistemáticas e repetidas);• aquisição de animais somente em rebanhos livres da doença.

3.4. Tricomonose

É uma doença venérea transmissível que provoca abortamento, caracterizando-sepor corrimento de pus no aparelho reprodutor da vaca.

O protozoário (micróbio) localiza-se no útero e na vagina da vaca, bem como naspregas do prepúcio do touro.

3.4.1. Maneiras de Transmissão da Tricomonose

• pela monta com touros contaminados;• pelo do uso de instrumentos contaminados na inseminação artificial;• qualquer local contaminado pelo corrimento vaginal de vacas doentes.

3.4.2 Principais Sintomas de Tricomonose

• abortamento geralmente nos três primeiros meses de gestação, quase sempredespercebido;

• corrimento de pus na vagina;• aparecimento de cios com intervalos mais longos.

Page 23: Reprodução de Bovinos Leiteiros - Agência Embrapa … · 1 Reprodução de Bovinos Leiteiros Reprodução é a multiplicação da espécie pelo acasalamento ou pela inseminação

23

3.4.3. Prejuízos causados pela Tricomonose

• esterilidade temporária nas fêmeas, alongando o intervalo de partos e com issoreduzindo a produção de leite e o número de nascimento de bezerros.

3.4.4. Prevenção e Controle de Tricomonose

• uso da inseminação artificial;• retirada do touro infectado do rebanho;• isolamento para as vacas suspeitas e doentes, por 60 - 90 dias;• aquisição de animais somente em rebanhos livres da doença.

3.5. Rinotraqueíte Infecciosa dos Bovinos (IBR)

É uma doença transmissível que causa abortamento nas fêmeas bovinas, podendoainda causar alterações respiratórias, conjuntivite, metrite e sintomas nervosos.

3.5.1. Fontes de Contaminação de IBR

• sêmen infectado, usado na inseminação artificial;• vacas contaminadas;• vacas que apresentam titulações positivas para a doença.

3.5.2. Sintomas Aparentes de IBR

• abortamento a partir do 5o mês de gestação;• presença de pústulas na vulva (manchas avermelhadas) e vagina;• inflamação no olho;• corrimento vaginal.

3.5.3 Prejuízos causados pela IBR

• alongamento do intervalo de partos por menor número de nascimento debezerros;

• queda na produção de leite.

3.5.4 Prevenção e Controle de IBR

• A vacinação é recomendada somente em rebanhos nos quais se diagnosticoua doença. Essa vacina somente diminui os sintomas clínicos, não evitando nova infecçãopor amostra de campo;

• vacinação das fêmeas de seis a oito meses de idade, revaciná-las aos 18meses ou antes da cobertura e revacinar anualmente;

• aquisição de animais em rebanhos livres da doença.

3.6 Diarréia Bovina a Vírus (BVD

É uma doença transmissível que causa abortamento no primeiro trimestre degestação da vaca.

Page 24: Reprodução de Bovinos Leiteiros - Agência Embrapa … · 1 Reprodução de Bovinos Leiteiros Reprodução é a multiplicação da espécie pelo acasalamento ou pela inseminação

24

3.6.1. Fontes de Contaminação de BVD

• pelo contato entre animais sadios e contaminados;• pelo sêmen infectado, usado na inseminação artificial ou na monta natural.

3.6.2. Principais sintomas de BVD

• febre;• diarréia;• abortamento no primeiro trimestre de gestação;• corrimento vaginal.

3.6.3. Prejuízos causados pela BVD

• maior intervalo de partos com queda na produção de leite e menor número denascimento de bezerros.

• 1.0.0 Prevenção e Controle de BVD

• vacinar as fêmeas aos sete meses de idade, aos 18 meses ou antes dacobertura, e revacinar anualmente;

• aquisição de animais em rebanhos livres da doença.

Observação: Animais gestantes não devem ser vacinados para BVD.

3.7 Algumas Medidas em Casos de Abortamento

• isolamento da vaca que abortou;• consulta ao técnico para orientação quanto ao envio de materiais específicos

para exames laboratoriais, visando ao diagnóstico da causa do abortamento;• enterro do material resultante do abortamento que não tenha sido enviado para

o laboratório;• desinfecção do local onde ocorreu o abortamento;• recondução da vaca que abortou para junto das companheiras de rebanho,

somente após ser considerada livre de qualquer doença infecto-contagiosa;• manutenção das companheiras de rebanho em observação, com relação ao

aparecimento de novos abortos.Observação: Em função da causa do abortamento, serão indicadas as medidas

necessárias para o controle e eliminação do problema.

4. Sistema de Produção: a pasto ou confinado?

Quando o objetivo é maior eficiência reprodutiva, têm-se de levar em consideraçãoas características físicas da propriedade (área, local, topografia, água, clima etc.), ascondições de mercado (leite/derivados e bezerro) e raça ou grau de sangue do rebanho,para se definir o tipo de sistema a ser adotado.

Com muita freqüência questiona-se sobre qual o sistema de produção a seradotado: a pasto ou confinado? Na Tabela 5 são listados os fatores que podem influenciarnessa escolha (Satter e Reis, 1997, modificado):

Page 25: Reprodução de Bovinos Leiteiros - Agência Embrapa … · 1 Reprodução de Bovinos Leiteiros Reprodução é a multiplicação da espécie pelo acasalamento ou pela inseminação

25

Tabela 5. Fatores que podem influenciar na escolha do sistema de produção.

A favor doItens Pastejo ConfinamentoDuração da estação de pastejo Longa (> 6 meses) Curta (< 6 meses)Condições de crescimento do pasto naestação de pastejo Boa e consistente Ruim e

inconsistentePreço do leite Baixo AltoInstabilidade no preço do leite Alta BaixaPotencial genético para produção de leite Baixo / médio AltoPreço de grãos Alto BaixoTamanho do rebanho Pequeno / médio Grande

Umidade Relativa do Ar Relativamente úmido RelativamenteSecoClima

Temperatura ambiente Alta Média / baixaCapital disponível Não prontamente ProntamenteQualidade do solo Baixa BoaPotencial de produção agrícola Baixo / médio AltoQualidade da forragem Inferior Superior

5. Considerações Gerais

A pecuária leiteira brasileira convive há quase um século com baixa produtividade,mantendo-se quase estagnada por todo esse período. Esse fato faz com que o retornoeconômico esteja muito aquém do potencial da atividade. A produção de leite no Brasilelevou-se de 5 bilhões de litros/ano em 1960 para cerca de 23 bilhões de litros em 2000.Esse acréscimo de 18 bilhões de litros em 40 anos ocorreu nos primeiros 30 anos maispelo aumento do número de vacas ordenhadas, enquanto nos últimos 10 anos observou-se uma melhoria significativa na produtividade. Na verdade, a atividade vem secaracterizando pelo conservadorismo e extrativismo marcantes.

A baixa produtividade dos rebanhos bovinos leiteiros no Brasil (litros de leite porvaca/ano, por ha/ano e por dia de intervalo de partos) deve-se essencialmente a doisfatores:

a) mau desempenho reprodutivo, representado pela idade avançada ao primeiroparto e longo intervalo de partos;

a) qualidade genética inferior dos animais, resultando em baixa produção porlactação, lactações curtas e baixa persistência na produção.

Para que a produção de leite seja mais econômica e competitiva, o único caminhoé o aumento da produtividade sem perder de vista a lucratividade. Isso exige umareformulação de conceitos ultrapassados e um novo enfoque na assistência técnica, quedeve direcionar seus esforços mais para programas de fomento e preventivos,modificando o enfoque ainda predominante mais voltado para o aspecto curativo. Énecessário que o trabalho de assistência efetuado em cada propriedade, ou pelo menosnaquelas com condições, englobe as funções referentes a Planejamento, Organização,Execução e Controle (zootécnico e econômico), fatores primordiais para o sucesso doempreendimento. Afinal, quantos dos produtores (%) anotam o dia em que a vaca pariu,sem o que é impossível calcular o intervalo de partos? Qual o percentual de produtoresque faz controle leiteiro do rebanho, pelo menos uma vez por mês, sabendo-se que essaatividade é imprescindível para qualquer programa de melhoramento genético?

A grande maioria dos produtores desconhece a importância e a maneira de seefetuar um efetivo controle sanitário, bem como várias técnicas de manejo e de cuidadoscom a alimentação, disponíveis e indispensáveis à melhoria da eficiência na atividade

Page 26: Reprodução de Bovinos Leiteiros - Agência Embrapa … · 1 Reprodução de Bovinos Leiteiros Reprodução é a multiplicação da espécie pelo acasalamento ou pela inseminação

26

leiteira. Cabe aos técnicos a grande responsabilidade de reverter a situação atual,levando ao conhecimento dos produtores modernas técnicas ou informações capazes demelhorar os índices zootécnicos do rebanho. Após cientes das novas tecnologias, masimpossibilitados ou não dispostos a adotá-las, a manutenção dos baixos índiceszootécnicos já passaria a ser responsabilidade dos próprios produtores.

Novas pesquisas sempre serão necessárias, mas é importante se enfatizar que jáexistem inúmeras informações ou tecnologias geradas pelos resultados de pesquisasdisponíveis para aplicação imediata pelos produtores, capazes de reduzir seus custos deprodução de leite, desde que corretamente utilizadas. A avaliação zootécnica dosresultados de pesquisas sempre deveria ser acompanhada de uma rigorosa análiseeconômica, de maneira que o produtor pudesse ter uma certa garantia de retorno docapital investido, evitando-se assim uma ocorrência que vem se tornando comum daadoção e posterior abandono de determinadas tecnologias, em razão da não-obtençãodos resultados econômicos esperados. Também as freqüentes oscilações no preço doleite têm contribuído para o desestímulo ao uso de muitas tecnologias.

No Brasil é possível se obter o intervalo de partos (IP) desejável de 12 meses nosestados ou regiões sob influência de clima tropical, principalmente com rebanhos bovinosmestiços (Holandês x Zebu), utilizando-se as tecnologias já existentes em Universidadese/ou Centros de Pesquisa Agropecuária. Entretanto, o IP médio em rebanhos brasileiroscontinua longo, devido em grande parte à falta de acesso dos produtores às informaçõestecnológicas disponíveis, conseqüência do número insuficiente de técnicos em relação aonúmero excessivo de produtores e/ou impossibilidade de pagamento de assistênciatécnica pela baixa rentabilidade do setor.

6. Referências Bibliográficas

BRITT, J. Here’s the theory on why early breeding works. Hoard’s Dairyman, v.139, n.14,p.599, 1994.DAYRELL, M.S. Efeito da deficiência de alguns minerais na reprodução de bovinos.Coronel Pacheco – MG, Embrapa CNPGL, 1991, 18 p. (Documentos, 50).FERREIRA, A. M. Causas de repetição de cios em bovinos: uma revisão. CoronelPacheco – MG, Embrapa CNPGL, 1985. 48 p. (Embrapa – CNPGL, Documentos, 17).FERREIRA, A. M. Manejo reprodutivo e sua importância na eficiência da atividade leiteira.Coronel Pacheco – MG, Embrapa CNPGL, 1991. 47 p. (Documentos, 46).FERREIRA, A. M. Fatores que influenciam na fertilidade do rebanho bovino. CoronelPacheco – MG, Embrapa CNPGL, 1993. 16 p. (Documentos, 53).FERREIRA, A. M. Informações pessoais. Embrapa Gado de Leite, Juiz de Fora – MG,2001.FERREIRA, A. M.; TEIXEIRA, N. M. Estimativas de mudanças na produção de leite pelavariação no intervalo de partos de rebanhos leiteiros. Revista Brasileira de ReproduçãoAnimal, v. 24, n. 4, p. 177-181, 2000.FERREIRA, A. M.; TORRES, C. A. A. Perda de peso corporal e cessação da atividadeovariana luteínica cíclica em vacas mestiças leiteiras. Pesquisa Agropecuária Brasileira.v.28, n. 3, p. 411-418, 1993.FERREIRA, A. M.; TORRES, C. A. A.; SÁ, W. F.; VIANA, J. H. M. Consumo e custo dealimentação para recuperação da atividade ovariana luteal cíclica de vacas mestiçasleiteiras com anestro. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v. 34, n. 1, p. 129-133, 1999b.FERREIRA, A. M.; TORRES, C. A. A.; SILVA, J. F. C. Peso para recuperação daatividade ovariana luteal cíclica em vacas leiteiras com anestro. Pesquisa AgropecuáriaBrasileira, v. 34, n. 3, p. 481-485. 1999a.

Page 27: Reprodução de Bovinos Leiteiros - Agência Embrapa … · 1 Reprodução de Bovinos Leiteiros Reprodução é a multiplicação da espécie pelo acasalamento ou pela inseminação

27

HARRIS, B. Jr. Feeding for maximum milk production and reproductive performance.(Florida) Cooperative Extension Service, University of Florida, 1991. 8 p. (Circular, 915).HARRIS, B. Jr. Feeding for maximum reproductive performance. Agri-pratice, v. 14, n. 3,p. 39-41, 1993.HILL,J.R.; LAMOND, D.R.; HENRICKS, D.M. The effect of undernutrition on ovarianfunction and fertility in beet heifers. Biology Reproduction, v.2, p.78-84, 1970.MOE, P. W.; TYRREL, H. F.; FLATT, W. P. Energetics of body tissue mobilization. JournalDairy Science, v. 54, n. 4, p. 548-553, 1971.MOREIRA, H. A. Nutrição e Reprodução. I Simpósio Brasileiro de Reprodução Animal,Belo Horizonte – MG, 1974. Anais… CBRA, Belo Horizonte – MG, 1974. P. 169-177.OSORO, K.; WRIGHT, I. A. The effect of body condition, live weight, breed age, calfperformance and calving date on reproductive performance of spring-calving beef cows.Journal Animal Science, v. 70, n. 6, p. 1661-1666, 1992.PIRES, M. F. A.; FERREIRA, A. M.; COELHO, S. G. Estresse calórico em bovinos deleite. Simpósio de Produção e Nutrição de Gado Leiteiro. Belo Horizonte – MG, UFMG,1998. Anais… UFMG – Escola de Veterinária, Belo Horizonte – MG, 1998 (Junho). 44 p.(p. 15-28).RANDEL, R. D. Nutrition and post partum rebreeding cattle. Journal Animal Science, v.68,p. 853-862, 1990.RICHARDS, M. W.; WETTEMAN, R. P.; SPICER, L. J.; MORGAN, G. L. Nutritionalanestrus in beef cows: effects of body condition and ovariectomy on serum luteinizinghormone and insuline-like growth factor-1. Biology Reproduction, v. 44, n. 6, p. 961-966,1991.SATTER, L. D.; REIS, R. B. Milk production under confinement condition. Tópicosespeciais em zootecnia. XXXIV Reunião Anual da SBZ, Juiz de Fora – MG, 1997. Anais…SBZ, Viçosa, 1997. 230 p.TAUFA, V. K.; MACMILLAN, K. L.; NATION, D. P.; DYA, A. M.; ASHCROFT, M. J. Theresponses of lactating dairy cows treated for anoestrum to an oestradiol capsula and anoestradiol injection. Proceedings New Zealand Society Animal Production, v. 57, p. 241,1997.VETROMILA, M. A. M.; PIRES, M. F. A.; FERREIRA, A. M.; SÁ, W. F. Identificação defalhas no manejo reprodutivo em vacas holandesas, através da determinação deprogesterona no leite. Congresso Internacional de Medicina Veterinária de LínguaPortuguesa, VI, Salvador – BA, 1993. Anais… Brasília – DF, CFMV-DF 1993, p. 416.VRIES, M. J.; VEERKAMP, R. F. Energy balance of dairy cattle in relations to milkproduction variables and fertility. Journal Dairy Science, v. 83, p. 62-69, 2000.WILTBANK, M. Novos enfoques na reprodução de bovinos. I Curso de Atualização emReprodução, Passos – MG, 1995, não publicado.