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FACULDADE DE LETRASUNIVERSIDADE DO PORTO
Pedro Mendes
2º Ciclo de Estudos em
História da Arte Portuguesa
Palácio das Artes – Fábrica de Talentos
2013/2014
RELATÓRIO
Classificação: Ciclo de estudos:
Dissertação/relatório/ Projeto/IPP:
Versão definitiva
1
FACULDADE DE LETRASUNIVERSIDADE DO PORTO
“A imaginação é mais importante do que a ciência, porque a ciência é limitada, ao passo que a
imaginação abrange o mundo inteiro”.
Albert Einstein
2
FACULDADE DE LETRASUNIVERSIDADE DO PORTO
AGRADECIMENTOS
À Dra. Paula Cardoso, responsável pelo projeto das Feiras Francas, pela partilha e apoio que sempre
me prestou.
À Dr.ª Alexandra Pinheiro, Diretora do Palácio das Artes Fábrica de Talentos, pelo precioso
conhecimento que me transmitiu e pela forma atenciosa com que me recebeu na sua equipa de
trabalho.
À equipa da Fundação da Juventude, pela simpatia com que me apoiou no decorrer dos trabalhos e
das deslocações para levantar os despachos e o correio do Palácio das Artes – Fábrica de Talentos.
À Designer Filipa Paiva pelos momentos divertidos e de debate sobre o funcionamento das Feiras
Francas.
À minha tia Matilde, tio José e primo Tiago pelo apoio e o auxílio prestado no decorrer da minha
formação.
À madrinha Joaquina e ao padrinho Cipriano pelas palavras sábias.
À Dr.ª Isabel Pereira Leite e ao Dr. João Leite pelos almoços que partilhamos e pelas conversas
saborosas que tivemos.
À D. Paula pelos sorrisos e gargalhadas no Guipaul Bar.
À equipa da Pastelaria de S. Domingos pela simpatia com que ouviu os meus desabafos e pelas
risadas nas horas de descontração.
À Dr.ª Joana Guimarães, neurologista do HSJ, pela sua tranquilidade e competência e por tão
sabiamente me atender e cuidar de mim.
Ao avô José por toda a sua sábia calma e por ter acreditado em mim.
Um agradecimento muito especial aos meus Pais, pelo acompanhamento e pelo amor de sempre.
Ao meu irmão José Carlos pelos momentos que partilhei com ele.
3
FACULDADE DE LETRASUNIVERSIDADE DO PORTO
RESUMO
O presente relatório aborda uma experiência na área da assessoria cultural, centrada em atividades
desenvolvidas durante as Feiras Francas (30ª,31ª e 32ª edições), que decorrem no Palácio das Artes –
Fábrica de Talentos (PAFT). O estágio curricular desenvolveu-se de acordo com o que está
legalmente estipulado e seguiu um programa devidamente orientado.
As Feiras Francas realizadas no Palácio das Artes passaram a ser o objeto de estudo deste estágio,
centrado por um lado na tentativa de compreender os procedimentos relacionados com a gestão e a
assessoria cultural, e por outro na aspiração de conhecer de perto o público que acorre às realizações e
eventos que têm lugar no PAFT. Neste contexto, a abordagem feita ao Palácio das Artes – Fábrica de
Talentos, incluindo uma breve caracterização do centro histórico do Porto, foi diversificada e visou
desde a análise de públicos ao acompanhamento de artistas; do estudo do edifício antigo à
problemática da sua recuperação, uma vez que está inserido numa área de classificação da UNESCO
como Património da Humanidade.
Palavras-chave: Feiras Francas/ Palácio das Artes/ Jovens Artistas/ Assessoria Cultural/ Porto-
Centro Histórico/ Convento de S. Domingos (Porto)
4
FACULDADE DE LETRASUNIVERSIDADE DO PORTO
ABSTRACT
This report is a cultural experience in counseling regarding Feiras Francas held at Palácio das Artes-
Fábrica de Talentos wich is part of Fundação da Juventude. The three Feiras Francas described in this
report (30th, 31st and 32nd editions) became a case study mainly to experience what had been tought
in theory. The traineeship period was focused on the study of the cultural advisory procedures learned
and practiced both outside and inside the universe of Fundação da Juventude. A wide range of
activities, from the analysis of the public attending the events to the study of the building and its
surroundings, are presented as being of major importance to achieve the purposes established.
The building in wich most of the training period occurred is located in Centro Histórico do Porto, an
area classified as World Heritage by UNESCO.
Keywords: Feiras Francas/ Palácio das Artes/ Young artists/ Cultural Advisory/ Oporto-World Her
itage/ Convento de S. Domingos (Oporto)
5
FACULDADE DE LETRASUNIVERSIDADE DO PORTO
ÍNDICE
1. Introdução 8
1.1. Objetivos
8
1.2. Metodologia de apresentação
9
2. A Ordem de S. Domingos 10
2.1. O Despontar da Ordem de S. Domingos 10
2.2 Os Dominicanos em Portugal 13
3.As Ordens Mendicantes no Porto 15
4. Palácio das Artes – Fabrica de Talentos (PAFT) 17
4.1. Convento de S. Domingos
17
4.2. Salvaguarda e requalificação do Palácio das Artes – Fábrica de Talentos 19
5. Caracterização da Fundação da Juventude 26
5.1.História da Fundação da Juventude 26
6
FACULDADE DE LETRASUNIVERSIDADE DO PORTO5.2. Missão/Atividades
28
6. Atividade do estagiário 32
7. Impacto do Palácio das Artes-Fábrica de Talentos (PAFT) 69
8. Reflexão 71
9. Conclusão 73
10. Índice de imagens, gráficos e tabelas 75
11. Bibliografia 76
12. Anexos 78
7
FACULDADE DE LETRASUNIVERSIDADE DO PORTO
1. INTRODUÇÃO
1.1. Objetivos
Durante o 2º ano do mestrado em História da Arte Portuguesa da Faculdade de Letras da
Universidade do Porto decorre o estágio curricular numa instituição externa, escolhida pelo
mestrando, com o objetivo de pôr em prática os conhecimentos lecionados e apreendidos nas unidades
curriculares que compõem o plano de estudos. O presente relatório final de estágio tem o intuito de
desenvolver, de forma escrita, as experiências práticas obtidas no decurso do estágio.
O estágio teve início no dia 26 de outubro de 2012 e terminou a 2 de fevereiro de 2013, com a
duração total de 500 horas, de acordo com o previsto no Regulamento de Estágios em vigor para o
ano letivo de 2012/2013.
A instituição de acolhimento foi a Fundação da Juventude e o estágio foi desenvolvido no Palácio das
Artes – Fábrica de Talentos (PAFT), incidindo nas Feiras Francas (FF). As Feiras Francas são um
certame de tradição secular, anteriormente realizada pelos Dominicanos no seu claustro; num
alpendre, a Ordem de S. Domingos organizava as Feiras Francas e acolhia as reuniões comunitárias e
concelhias.
Estava previsto que o estágio se realizasse no Museu de Serralves, mas, por constrangimentos de
última hora, foi-o na Fundação da Juventude, local que se veio a revelar um desafio diário,
contribuindo para um inesquecível e constante enriquecimento do estagiário.
8
FACULDADE DE LETRASUNIVERSIDADE DO PORTO De todas as possibilidades existentes na Fundação da Juventude, o estagiário elegeu como público-
alvo os jovens artistas, profissionais de sucesso e artistas emergentes ou consagrados, não só pela sua
relevância, mas também pelo interesse da própria instituição pelas tradicionais Feiras Francas.
O Palácio das Artes e as Feiras Francas vêm, de algum modo, dar ênfase às origens da cidade do
Porto e proporcionar o retorno de um hábito passado. Será que as Feiras Francas encontraram no
Palácio das Artes – Fábrica de Talentos as condições necessárias para recuperar algumas das antigas
iniciativas promovidas, na Idade Média, pelos frades da Ordem de S. Domingos, em moldes,
naturalmente, muitíssimo diferentes, tais como as que pretendiam atrair a comunidade do burgo e
eram realizadas pelos Dominicanos no extinto alpendre do Convento de S. Domingos? Haverá espaço
para o sucesso de todos os jovens talentos e dos artistas emergentes, ou seja, artistas em início de
carreira nas Feiras Francas? Como se devem posicionar estes face às Feiras Francas? Qual a real
importância das Feiras Francas?
Enquanto procura respostas para estas questões, com o presente relatório o estagiário sintetiza uma
experiencia de estágio que constitui um momento de auto avaliação fundamental para a aprendizagem
e desenvolvimento das competências inerentes ao exercício da prática profissional de um mestre em
História da Arte Portuguesa.
1.2. Metodologia de apresentação
No que diz respeito ao contexto de estágio e às atividades desenvolvidas, o presente relatório
encontra-se estruturado da forma seguinte:
Inicialmente, são abordados dois pontos essenciais. O primeiro incide no conhecimento da instituição,
estabelecendo-se o seu enquadramento teórico e prático desde a origem do edifício-sede até à sua
recente requalificação. Recorre-se, assim, à informação que o estagiário pesquisou como um elemento
de orientação para compreender a realidade e o contexto do Palácio das Artes – Fábrica de Talentos.
Este conhecimento serviu também como uma orientação para uma caracterização do ponto de vista
artístico e histórico do Convento de S. Domingos, o que se revelou fundamental para acompanhar o
desenrolar não só da história deste, mas também da história do edifício que hoje é o PAFT.
9
FACULDADE DE LETRASUNIVERSIDADE DO PORTOA parte seguinte é dedicada à caracterização institucional da Fundação da Juventude e do Palácio das
Artes – Fábrica de Talentos, antigo Convento de S. Domingos e a explorar a requalificação e
salvaguarda do convento de S. Domingos (atual PAFT).
Por fim, desenvolvem-se as vivências da experiência de estágio, integrando-se uma abordagem do que
foi feito: o auxílio no planeamento, a execução e divulgação das tarefas, recorrendo à análise
estatística dos dados relativos aos visitantes das FF, além da menção às diferentes áreas de atuação
dos jovens artistas (jovens com formação na área artística), dos criativos de sucesso (pessoas com ou
sem formação na área artística) e dos artistas emergentes (jovens com ou sem estudos na área, que
criam arte para sobreviver ou que, por mero acaso, se tornam agentes culturais).
O próprio estagiário questionou os novos paradigmas na divulgação das Feiras Francas, sendo esta
uma das questões abordadas.
2. A ORDEM DE S. DOMINGOS
2.1. O despontar da Ordem de S. Domingos
O ascetismo que emerge no sul da Europa, por volta do ano mil, reaparecerá com força em todo o
Ocidente nos dois séculos seguintes. As vocações crescem rapidamente, entre monges, clérigos e
laicos, mas também entre as mulheres. É por esta razão, em 1º lugar, que em relativamente pouco
tempo o número dos que professam se eleva, e ordens diversas, como precisamente os Dominicanos,
vão nascendo e crescendo, expandindo-se.
“A Ordem dos Pregadores – Ordo Praedicatorum – designação que se aplica aos frades
dominicanos, foi fundada, em 1215, por S. Domingos de Gusmão, admitida por Inocêncio III e
confirmada solenemente pela Bula Religiosam Vitam Eligentibus, dada por Honório II, a 22 de
dezembro de 1216”1
“Segundo as Constituições da Ordem, a vida inteira do religioso devia ser consagrada à salvação
das almas: orações, penitências, estudos, pregações, trabalhos, privações, tudo convergindo para o
mesmo fim”2 Entre o frade que guerreava e o monge que contemplava esbatem-se as diferenças, até
porque é missão do monge partilhar com o bispo algo que até então era exclusivo deste último –
1 Dicionário Histórico (2010), 1382 Ibidem
10
FACULDADE DE LETRASUNIVERSIDADE DO PORTOevangelizar pregando. “Deviam-no fazer de modo colegial e comunitário, apoiados num profundo
trabalho teológico, no sentido de procurar compreender e explicar a palavra de Deus e a experiência
humana.”3
S. Domingos de Gusmão nasceu por volta de 1170 em Caleruega, na província espanhola de Burgos,
pertencendo a uma família notável e profundamente religiosa. Especialista no conhecimento das
Sagradas Escrituras, veio, em 1203, na companhia do Bispo D. Diogo de Azevedo, a atravessar o sul
da França, testemunhando o avanço dos cátaros na região, vivendo, então, num ambiente violento de
guerra. Aproveitaram, naturalmente, para se dedicar à pregação, pregação essa que começou a dar os
seus frutos. “Depois de uma curta estada em Roma, reuniram alguns companheiros e juntaram-se aos
legados de Inocêncio III na luta contra a heresia [no sul de França]. Com a clara noção de que para
esse combate era necessário voltar ao modo de viver e de pregar dos primeiros apóstolos, praticando
a pobreza evangélica, todos adotaram uma vida profundamente apostólica, vivendo de esmolas e
renunciando a toda a comodidade.”4
Mas S. Domingos também se apercebeu de que era necessário um clero culturalmente preparado que
através da pregação pudesse comunicar com as pessoas e por isso insistia no ensino e na pregação.
Fundou colégios e seminários abertos igualmente ao clero secular. Os Dominicanos, cedo espalhados
por toda a Europa, eram conhecidos também por um outro interessante nome: “Cães de Guarda do
Senhor” que lhes foi atribuído por causa do termo “dominicanus” que em latim significa “cão do
senhor”5.
S. Domingos esteve presente no Concílio de Latrão, em 1215, altura em que conheceu S. Francisco de
Assis. “Criaram-se laços de amizade entre os fundadores, cujas propostas se distinguiam das
anteriores, ao sublinharem mais intensamente o espírito de pobreza, conceito que os levava a
rejeitar, até, a posse de propriedade comum, dependendo apenas, na sua origem, da caridade diária
dos vizinhos.”6
3 Ibidem4 Idem, 145 DOWLEY (1977), 2716 Dicionário Histórico (2010), 141
11
FACULDADE DE LETRASUNIVERSIDADE DO PORTOSegundo o “Opúsculo sobre as origens da ordem dos pregadores” escrito pelo Beato Jordão da
Saxónia depois de ter sido aprovada a Ordem Dominicana, os seus membros obtiveram privilégios
especiais como, por exemplo, o de poderem pregar em toda a parte e ministrar os sacramentos sem
estarem sujeitos à autorização do Bispo local. Tendo começado com seis companheiros, S. Domingos,
que entretanto lhes pediu para se espalharem, viu a ordem que fundara crescer. Na altura em que
morreu, os Dominicanos rondavam os 300.7
Com o passar dos tempos, “a dispensa dos rigores primitivos da Regra atingiu os Frades
Pregadores” e Frei Luís de Sousa relata mesmo que “trocaram o antigo rigor por vida descansada,
solta e livre”. No último quartel do s. XV, os Dominicanos deixaram de ser uma ordem
exclusivamente mendicante, como tinham sido nos primórdios, facto que tornou possível que se
dedicassem ao desenvolvimento da arte, sobretudo criando grandes escolas.8
Os Dominicanos adotam uma estrutura de tipo piramidal: na base dessa estrutura encontra-se o
convento governado por um Prior, responsável pela comunidade erigida em Capítulo. No vértice
dessa pirâmide está um Mestre Geral vitalício, estabelecido em Roma, eleito pelos representantes das
províncias reunidas em Capítulo Geral. Entre a base e o vértice situa-se a Província à frente da qual
está um Prior Provincial escolhido pelos delegados dos conventos reunidos em Capítulo Provincial.
Os Dominicanos são muitíssimo eruditos e por isso são também conhecidos como Ordo Doctorum.
Esta designação prende-se com o facto de sempre terem atribuído muita importância aos estudos em
que ainda hoje se notabilizam, até porque dedicando-se a espalhar a Palavra de Deus, necessitavam de
possuir uma base sólida no que respeita especialmente ao conhecimento da Bíblia e da Teologia.9
Atendendo ao que já foi exposto, pode-se dizer que os Dominicanos foram, portanto, e ao longo de
séculos, extraordinariamente relevantes na conversão ao Cristianismo. São, assim, uma Ordem
religiosa católica com uma intervenção notória em todos os contextos: da evangelização ao ensino, e
da política à arte e à cultura, não esquecendo os aspetos da ação social.
7 Opúsculo (1987), 358 Dicionário Histórico (2010), 1439 Idem, 147
12
FACULDADE DE LETRASUNIVERSIDADE DO PORTOOs frades da Ordem de S. Domingos eram considerados não só pelo que foi já dito acima mas
também porque ao desenvolverem o seu trabalho social, pastoral, escolástico e missionário, ajudaram
ao progresso de algumas áreas das ciências como, por exemplo, a medicina, uma vez que sempre
trataram dos doentes, em especial durante as epidemias medievais 10
2.2. Os Dominicanos em Portugal
Será Frei Soeiro Gomes quem, em 1217, virá a fundar o 1º convento Dominicano em Portugal, na
Serra de Montejunto, perto de Alenquer, convento este que passará para Alenquer, em 1225. Tanto
Dominicanos como Franciscanos tiveram, no nosso país, uma grande aceitação entre os séculos XIII e
XV, apesar dos vários problemas que ocorreram, concretamente na cidade do Porto, por altura da sua
instalação. Há um crescimento exponencial do nº de conventos, a par de um desenvolvimento enorme
da importância e da intervenção das Ordens Mendicantes na Europa, o que vem corroborar essa
aceitação. Como viviam muito próximos da população, junto de quem levavam a cabo a sua ação
evangelizadora e pedagógica, os Dominicanos foram recebendo o apoio dos sucessivos monarcas, até
também porque a sua influência era tida como bastante relevante pela própria Igreja Católica. Frei
Soeiro Gomes tinha mesmo um papel notório junto de D. Sancho II, chegando ”a fazer decretos em
matéria civil, promulgando leis penais, cujo número, disposições e aplicação quase por completo se
ignoram”11
Em Portugal, entre 1218 e 1699, foram fundados 26 conventos de frades Dominicanos e entre 1246 e
1680, 18 de religiosas Dominicanas. Quando, em 1237, o Bispo do Porto, D. Pedro Salvador, solicita
aos frades Pregadores que fundem um convento na cidade, Fortunato de Almeida associa este pedido
ao facto de o Bispo ter entrado em profundas desavenças com os Franciscanos que se tinham
instalado no burgo, e cita Frei Luís de Sousa, segundo o qual “os frades foram recebidos com
entusiasmo”, mas pouco depois é o próprio Bispo que lhes retira o apoio, “provavelmente porque o
clero se sentia prejudicado pela preferência que os fiéis davam aos religiosos.” Para resolver os
problemas, será necessária a intervenção do Papa.12 Mais adiante serão mencionados alguns destes
acontecimentos.10 DOWLEY (1977), 27111 Dicionário Histórico (2010), 14412 Ibidem
13
FACULDADE DE LETRASUNIVERSIDADE DO PORTOOs Dominicanos eram pregadores muito eficientes, mas muitas vezes entravam em conflito com o
clero local. Os sermões que pregavam eram diferentes por frequentemente conterem alusões com
sentido humorístico, por utilizarem versos rimados e referirem muitos exemplos da vida quotidiana.
“Os seus livros de piedade, os seus comentários da Escritura na linguagem local e a sua poesia
religiosa ainda hoje transmitem a mensagem de Cristo.”13 Ao longo dos séculos, os frades
Dominicanos foram-se notabilizando cada vez mais, não só no ensino, como foi o caso da
Universidade de Coimbra, mas também na corte, onde foram confessores de alguns dos nossos reis.
D. João I entregou o Mosteiro da Batalha à Ordem de S. Domingos, em 1388, o que demonstra bem o
apreço real.
A Província Dominicana Portuguesa é criada em 1418, por Bula do Papa Martinho V. A época
gloriosa dos Dominicanos em Portugal corresponde ao séc. XVI. Esta foi “uma época
particularmente brilhante para os Dominicanos em Portugal. Frei António do Rosário dá conta de
2689 frades nos seus vários conventos, espalhados por todo o reino, onde a pregação e a escrita
eram tarefas intrinsecamente unidas.”14
Os conventos tornaram-se num enorme benefício para o cristianismo medieval, principalmente em 2
aspetos, sobretudo em Portugal – no nosso país foram importantes centros de sabedoria e de cultura,
por um lado, e por outro, centros de desenvolvimento e preparação da missionação. “Mas […] foram
sempre, até certo ponto, uma fonte potencial do que numa época posterior seria chamado não-
conformismo mas que, devido às conotações especiais deste termo é preferível descrever como
atitudes religiosas alternativas à da religião sacerdotal e papal autoritária.” 15
Nos séculos XVIII e XIX a importância dos Dominicanos foi decrescendo de um modo geral. Em
Portugal não foi diferente. Só praticamente no início do séc. XX é que os Dominicanos começam a
recuperar o seu prestígio e a poder exercer a sua missão com o reconhecimento e a aceitação que
13 DOWLEY (1977), 27514 Dicionário Histórico (2010), 14515 LING (1994), 233
14
FACULDADE DE LETRASUNIVERSIDADE DO PORTOtinham perdido, embora nunca mais com a mesma importância. É indiscutível a relevância que os
Dominicanos, chamados Frades Pregadores, tiveram no nosso país.
3.AS ORDENS MENDICANTES NO PORTO
De uma forma muito sucinta, assente nas palavras dos autores citados neste capítulo, aqui se tenta
expor o ambiente citadino na época em que Dominicanos e Franciscanos se instalaram no burgo
portuense.
“Habitações destruídas, constituição de fações clericais e laicas, intervenção real, um bispo
prisioneiro no seu palácio e refém de uma cidade que sucessivamente interditou. Dos relatos da
revolta contra D. Martinho depreende-se a urgência urbana de uma época de profundas
transformações.” 16 “As profundas transformações na cidade que crescera e aliciara populações rurais,
são demonstradas nos testemunhos de revolta contra D. Martinho”17. “Todavia, D. Afonso II, em
diversas alturas manifestou-se contra a atuação dos Dominicanos, por entender que se excediam e
desafiavam outros poderes, como o do próprio monarca, ao intervirem em matérias que não lhes
competiam, ou seja, em matéria civil.”18 “É neste ambiente de agitação social, económica,
administrativo e espiritual que se enquadra a instalação das ordens mendicantes: Franciscanos e
Dominicanos. A sua chegada agrava os conflitos latentes, uma vez que o poder era tripartido entre o
Rei, a Sé e o Concelho”19
Quer os Franciscanos quer os Dominicanos opunham-se ao clero secular local e os frades recorriam às
altas autoridades eclesiásticas e à Santa Sé. Além disso, a obra espiritual foi iniciada rapidamente e o
apoio da população nunca lhes foi negado. Contudo, o facto de os frades apoiarem a existência de
rebeliões que divergiam dos poderes instituídos, contribuiu para a desagregação do poder senhorial
urbano.20
16 AFONSO, Ferrão (2000), 2917 Ibidem18 RODRIGUES (2001), 3719 MATTOSO (1985), 332-33320 Ibidem
15
FACULDADE DE LETRASUNIVERSIDADE DO PORTOO facto de se verem envolvidos em contextos de conflito não significa que a sua aceitação e importância não tenha
sido notória, inclusivamente na esfera do poder político, pela sua proximidade relativamente à corte.
No capítulo seguinte é apresentado o Convento de S. Domingos, o qual tem uma longa história e está
intimamente ligado com o espaço onde decorreu o estágio: Palácio das Artes/ Fábrica de Talentos.
16
FACULDADE DE LETRASUNIVERSIDADE DO PORTO
4. PALÁCIO DAS ARTES – FÁBRICA DE TALENTOS (PAFT)
4.1. Convento de S. Domingos
Os Franciscanos, e os Dominicanos estabeleceram-se numa zona fora das muralhas, ou seja, nas zonas
de fixação populacional que se localizam próximo de alguma porta principal das muralhas e de
terrenos férteis. Estas condições são fundamentais para o desenvolvimento das ordens mendicantes.
Verifica-se o aumento da malha urbana em redor do convento, com a criação de novos acessos e
espaços como praças e terreiros. Estas mudanças urbanísticas, que acontecem com a chegada das
Ordens Mendicantes e a implantação dos seus conventos, foram uma estratégia para o
desenvolvimento do burgo fora das muralhas primitivas, estendendo-se a sua implantação às
imediações da zona da ribeirinha e do vale do Rio da Vila, com cercas adjacentes a terrenos
pertencentes à Mitra portucalense21.
O Convento da Ordem de S. Domingos, como já foi dito, é fundado sendo bispo D. Pedro
Salvador, que enviou em 1237 uma carta ao concílio dominicano de Burgos, solicitando a instalação
dos frades na cidade22. As orientações espaciais do Convento Dominicano estruturavam-se da seguinte
forma: no sentido nascente-poente, é de realçar a existência de 2 (dois) eixos que separam o edifício
em 4 (quatro) partes: no sentido norte-sul, unia a porta do Olival à Alfândega e ao postigo do
Terreiro, na proximidade da linha fluvial; por sua vez a outra, é perpendicular a esta, na orientação
nascente-poente, conectava o postigo da Cordoaria Velha à Sé. As linhas orientadoras dos
mendicantes demonstram a sua vocação citadina e o seu compromisso com os núcleos populacionais
de elevado índice de crescimento populacional23
21 AFONSO, Braz (2012), 74-7522 Idem, 7423 AFONSO, Ferrão (2000), 33
17
FACULDADE DE LETRASUNIVERSIDADE DO PORTOOs métodos de evangelização eram inovadores e verificam-se nas zonas de fixação dos Dominicanos,
anteriormente identificadas. Aqui fixavam os seus estabelecimentos de auxílio. Optavam pela sua
implantação nas periferias dos núcleos urbanos, pois uns e outros encontravam ligação às vias e
trilhos que aí se cruzavam. A implantação dos Dominicanos foi, porém, complicada, pois a diocese
portucalense levantou entraves. No entanto, a Ordem procurou a proteção real de D. Sancho II para
solucionar os problemas de fixação na urbe, intervenção esta de grande importância para o seu
estabelecimento na cidade.24
A Igreja dominicana era ampla e o seu interior foi profundamente alterado; de uma forma geral,
contudo, manteve o seu aspeto primitivo exteriormente até ao 2º quartel do séc. XVIII. A Igreja
primitiva tinha 3 (três) naves divididas em 4 (quatro) tramos por arcos quebrados, assentes em pilares.
A nave central desta Igreja era de cota mais elevada, porém as naves colaterais eram de cota mais
baixa. A iluminação era feita através do clerestório. No espaço dos absidíolos colaterais, edificaram-
se duas capelas: a da Santíssima Trindade e a de Santa Catarina Mártir. A primeira foi doada, em
1469, pelos Dominicanos ao mercador Fernando Alvares Baldaia e em 1450 a outra torna-se uma
doação que os frades pregadores fazem a Aires Pinto, fidalgo da Casa Real.25 Nela encontrava-se um
túmulo, envolvido por um arco quebrado, na parede onde estava sepultado26. A Igreja, na sua fachada
principal, possuía um pórtico em arco quebrado rematado por um óculo sulcado para iluminar o
coro.27 A reconstrução do claustro conventual ocorreu após 1357. É de realçar a descoberta, nos anos
40 do séc. XX, de um arco gótico que pertenceu a esse conjunto arquitetónico28.
A edificação de um adro alpendrado por parte do Dominicanos, foi concluída no ano de 1320,
preenchendo parte do que é atualmente o Largo de S. Domingos e do extremo sul da rua Ferreira
Borges, aberta no século XIX. O alpendre era, entre outras funcionalidades, usado frequentemente
para as reuniões do Concelho do Porto, instituição que concedeu aos Dominicanos apoio financeiro
para a recuperação desta infraestrutura29
24 Ibidem25 FREITAS (1939), 56-5726 Idem, 6427 AFONSO, Braz (2012), 7528 Idem, 7829 BASTO (1937), 248-249
18
FACULDADE DE LETRASUNIVERSIDADE DO PORTOEm 1832, o convento sofreu um incêndio, no decorrer dos bombardeamentos do Cerco do Porto,
durante a guerra civil ganha pelos liberais, ou seja por D. Pedro. Do edifício foi poupada ao incêndio
a imponente fachada, esta orientada para o Largo de S. Domingos. Este incidente coincidiu com a
extinção das ordens religiosas.
O edifício entretanto abandonado e tornado pertença do Estado, foi cedido, em ruínas, ao Banco de
Lisboa, atualmente Banco de Portugal. Esta instituição projetou e realizou a reconstrução do imóvel
aproveitando em particular algumas estruturas antigas, como paredes mestras e outros elementos do
antigo edifício.
A última ocupação do imóvel foi feita pela Companhia de Seguros Douro, em 1934, sendo ainda na
atualidade conhecido por Edifício Douro.
A Companhia Seguros Douro interveio na infraestrutura para um pequeno ajuste arquitetónico30.
O espólio do edifício e o próprio edifício foram incorporados na lista dos bens nacionais.
4.2. A Salvaguarda e requalificação do Palácio das Artes – Fábrica de Talentos
A dupla de arquitetos Alfredo Ascensão e Paulo Henriques entende que era incontornável a
oportunidade de devolver o devido valor ao edifício, restituindo-lhe a sua dignidade histórica e
artística. Considerando os aspetos volumétricos, era de registar que o edifício se afirmava claramente
no seu tecido urbano, devido à sua imponência no espaço e à sua relação com a envolvência, sendo
razoável o estado de conservação da fachada. O interior não correspondia à necessidade pretendida
pelo programa, pois as alterações feitas pelo anterior proprietário eram de fraca qualidade
arquitetónica e não favoreciam a qualidade do espaço interior. Foi considerado importante reformular
essa questão.
Com esta situação em mãos, o grupo de arquitetos decidiu intervir sobretudo no interior do edifício,
procurando reabilitar os elementos construtivos da composição genuína, mantendo o que era de
interesse patrimonial, como a entrada principal, a escadaria principal, o espaço precedente ao piso
nobre, os elementos estruturais de relevo para a sua manutenção e necessários à estabilidade da
30 OLIVEIRA (1952), 20
19
FACULDADE DE LETRASUNIVERSIDADE DO PORTO
cobertura e da fachada. Em contrapartida, acharam necessária a eliminação de tudo o que envolvia a
ultima intervenção da Companhia de Seguros Douro, elementos executados em betão, lajes de pisos
intermédios, baterias de escadas e elevadores, obras entendidas como de “qualidade arquitetónica
duvidosa”.
O entendimento dos arquitetos, depois de uma analise prévia, considerando novas intervenções, foi o
de optar por usar estrutura metálica, tanto ao nível de novos pavimentos como ao nível de escadas,
com pretensão clara de assumir a contemporaneidade das mesmas, procurando usufruir da sua leveza
e respeitando os vãos exteriores, criando um contraste com o que existia no anterior edifício, com
lajes em betão a cortar os vãos da fachada.
Entrevista
A entrevista feita aos arquitetos Alfredo Ascensão e Paulo Henriques, os autores e responsáveis pelo
projeto de reabilitação, foi a melhor solução encontrada para o entendimento da salvaguarda e
requalificação do edifício. As respostas obtidas são um importantíssimo contributo para esclarecer as
dúvidas levantadas sobre as escolhas usadas para a realização da reabilitação.
As abordagens desta entrevista proporcionam, como objeto de estudo, contributos vários: um resumo
da descrição do edifício para um melhor entendimento da leitura das plantas, bem como uma análise
profissional que os próprios fazem do seu projeto de salvaguarda e recuperação.
Na ausência do arquiteto Paulo Henriques, foi o arquiteto Alfredo Ascensão quem respondeu.
1. Pedro Mendes - Tiveram em consideração a vertente histórico-artístico do edifício na sua
reabilitação?
20
FACULDADE DE LETRASUNIVERSIDADE DO PORTOAlfredo Ascensão - Claro que sim. Antes de mais um pequeno àparte, pois eu, Alfredo Ascensão, sou
coautor do projeto com o meu colega Paulo Henriques.
Sim, isso foi tido em conta. A recuperação de um edifício é sempre uma questão pluridisciplinar. Nós
não trabalhamos sozinhos na reabilitação, antes pelo contrário, trabalhamos sempre com arqueólogos,
historiadores de arte, engenheiros e outros profissionais da área de reabilitação. Esta questão tem a ver
com o edifício a recuperar, pois não é um edifício usual, é um edifício classificado e que tem uma
história por detrás muito significativa, ou seja, é o local original do convento de S. Domingos, que foi
um convento que ardeu completamente em 1832 nas invasões francesas, no Cerco do Porto. E com
esse incêndio o edifício ficou completamente destruído. E foi reconstruido sob as ruinas do convento.
O edifício apresenta-se com um ar Neoclássico, reaproveitando parte das estruturas do antigo
convento. Qualquer intervenção no edifício tinha um peso histórico muito significativo que era
necessário ter em conta. Nesse sentido, antes do inicio da intervenção realizou se um levantamento
arquitetónico e um estudo histórico espacial em que foram identificadas as varias fases de construção
do convento de S. Domingos e as diferentes épocas de construção.
2. PM - Qual o princípio por detrás da reabilitação? Manter o traçado original/introduzir novos
elementos? Houve alguma característica especifica que se tentou manter e/ou explorar?
AA – Não, Acreditamos em princípios teóricos generalistas que orientem as obras de recuperação e
reabilitação de edifícios. Cada caso é um caso e deverá ser analisado por uma equipa pluridisciplinar
que oriente de forma correta a intervenção de forma a garantir um resultado final satisfatório. No
caso particular do Palácio das Artes, deparámo-nos com um edifício monumental que tinha vindo a
ser profundamente alterado pelas suas diferenciadas ocupações desde 1832.
O principal sentido orientador da intervenção foi repor, sempre que possível, a forma original dos
espaços que tinham sido profundamente alterados nos anos 40/60 com intervenções em betão
armado que seccionaram quase todos os pisos do imóvel, sem qualquer respeito pelas pré-
existências e pela sua escala. Quando tal não foi possível, encontraram-se soluções inovadoras
com a utilização de linguagens materiais e tecnologias contemporâneas com capacidade de
resolver os problemas funcionais do novo programa.
21
FACULDADE DE LETRASUNIVERSIDADE DO PORTO3. PM - Na análise do projeto, verifico que existe respeito pelo edificado. Porém, houve algum
elemento que quisesse manter sem que tivesse sido possível devido ao seu estado de degradação?
AA- O Palácio das Artes foi edificado sob as ruinas do antigo Convento de São Domingos que ardeu
durante o "Cerco do Porto" em 1832. Parte das estruturas daquele monumento ainda são visíveis no
interior do imóvel.
A intervenção efetuada colocou à luz do dia novos elementos do antigo edifício que foram sendo
integrados no conjunto edificado e obrigaram à alteração de alguns dos projetos durante a
empreitada. Assim, a questão que se levantou foi precisamente ao contrário da questão colocada,
uma vez que, para além dos elementos pré-existentes, foram integrados alguns elementos de
grande valor arqueológico para a compreensão do imóvel.
4.PM - Voltando aos critérios históricos e à localização do edifício, sabendo que este é um edifício
com um testemunho na cidade e um elemento distinguido como património classificado pela Unesco,
foi um desafio?
AA - A recuperação de um edifício desta qualidade e importância no contexto da cidade e da área
protegida pela UNESCO, para além de um desafio foi uma responsabilidade. Ao cuidarmos do nosso
património edificado, estamos a cuidar de uma herança cultural inestimável para as gerações futuras31
Excertos da Memória Descritiva do Projeto:
Com uma imagem limpa e renovada, as escadas ganham um novo valor, relembrando o que elas eram
antes, e ao mesmo tempo, contendo elementos contemporâneos.
31 Entrevista realizada no Gabinete de Arquitetura Alfredo Ascensão e Paulo Henriques (23.3.2013)
22
FACULDADE DE LETRASUNIVERSIDADE DO PORTO
As escadas de serviço, sendo novas e construídas de “raiz”, mostram por completo um ar do seu
tempo, com uma relação interessante de luz artificial, e degraus que parecem transparentes, criando
um jogo de luz sombra.
A fachada foi restaurada, com intuito claro de manter as suas características, sendo apenas alteradas
as caixilharias localizadas ao nível do embasamento de pedra, nomeadamente os vãos de ligação à via
pública, para os tornar mais transparentes, e devolver o valor da arcada que outrora foi um mercado.
Houve, também, intenção de salvaguardar os elementos espaciais de qualidade, como os magníficos
tetos em gesso, claraboias e outros elementos manifestamente qualificados.
A fachada mantem-se igual ao que era, sendo unicamente alterada a cor dos elementos não em pedra,
para branco, cor essa que o torna neutro e limpo e ao mesmo tempo lhe dá um ar de novo, digno do
que é, imperando no espaço urbano com o qual convive.
Tendo em atenção o programa, era necessário ter em consideração a conciliação dos espaços de
trabalho para os artistas, com a própria Fundação, pelo que a estratégia dos arquitetos passou por
permitir que ambos funcionassem autonomamente, mas complementando-se, para que as duas partes
tenham a sua privacidade. A separação física da imponente escada de acesso ao piso nobre, que corta
a relação entre as duas alas do edifício nos pisos térreos, foi a solução, permitindo com isto que haja
uma dialética entre ambos os espaços. Mas tornou necessária a viabilização de novas ligações
verticais em ambas as alas, o que possibilitou a criação de espaços para inclusão de um ascensor.
Este novo acesso com o intuito de ser diário e principal, foi implementado no nº21, deixando a
entrada nobre, o nº 19, destinada a eventos especiais.
Tendo em conta a relação direta do edifício com o largo de S. Domingos, reservou-se o rés-do-chão
para atividades com a sua própria autonomia, podendo ser exploradas pela Fundação. Na ala poente,
foram reservados dois espaços para o comércio, enquanto na ala nascente foi dedicado um espaço
para o “Café das Artes” e o restaurante (Restaurante Rui Paula-Dop), aproveitando a ligação
privilegiada do edifício com o espaço exterior e a proximidade dele de outros edifícios de destaque na
23
FACULDADE DE LETRASUNIVERSIDADE DO PORTOcidade, mas garantindo também a ligação do interior do edifício com os mesmos, para salvaguardar a
relação destes espaços com o “Café das Artes” (Restaurante Rui Paula-Dop).
A receção, a zona de espera e o vestíbulo de entrada do “Palácio das Artes” ficaram localizados junto
à entrada, que funciona também como área distribuidora para os espaços de exposição/comerciais
contíguos. Também tem acesso pelo exterior, e dá acesso à escada e elevador e á zona dos sanitários
de apoio ao piso. É por este espaço que os utentes do “Palácio das Artes” terão acesso ao restaurante e
“Café das Artes”. Destaca-se essencialmente pelo branco e pela madeira, com o balcão da receção
quase escultórico. É um espaço agradável com linhas simples, misturando-se ao fundo com as linhas
originais do edifício.
Tal como no resto do edifício, predomina a cor branca, num jogo interessante com o interior que se
divide num espaço de pé direito amplo, e outro como se fosse uma varanda interior para a loja.
- Arranjo Exterior
Com intenção de ordenar a envolvente do edifício, o passeio do largo de S. Domingos foi ampliado
em 4 metros, alterando também o material do pavimento para lajeado de granito, no intuito de
distanciar o trafego automóvel e conferir uma certa dignidade ao edifício. Com esta intervenção, foi
possível garantir uma entrada de nível para o restaurante proposto e salvaguardar o edifício.
- Ateliers, salas de formação e salas de exposição
O Palácio das Artes – Fábrica de Talentos, procura proporcionar à cidade do Porto e aos seus jovens
artistas, um espaço polivalente permanente para a dinamização de novos valores da arte; um espaço
que albergue jovens artistas, criadores e designers, dispondo de ateliers para o início da vida
profissional dos mesmos.
Constituído por 15 espaços (4 no piso 1, 7 no piso 2 e 4 no piso 3) com áreas compreendidas entre 25
m2 e 60 m2, destina-se aos desenvolvimentos de atividades dos frequentadores do palácio, para
24
FACULDADE DE LETRASUNIVERSIDADE DO PORTO
sessões de formação, exposição e atelier dos profissionais que o Palácio alberga. Contiguas a estes
espaços estão áreas comuns como uma oficina, uma sala de apoio logístico e serviços, baterias
sanitárias de apoio a todo o espaço de circulação.
Estes espaços compreendem-se entre o antigo e o novo, num jogo interessante em que se mostra a
estrutura da cobertura renovada, e ao mesmo tempo onde convive o presente com linhas simples, e o
mobiliário integrado no desenho das paredes32.
32 Excertos da Memória Descritiva elaborada pelo Gabinete de Arquitetura Alfredo Ascensão e Paulo Henriques
25
FACULDADE DE LETRASUNIVERSIDADE DO PORTO
5.CARACTERIZAÇÃO DA FUNDAÇÃO DA JUVENTUDE
5.1 História da Fundação da Juventude
Criada a 25 de setembro de 1989 33 a Fundação da Juventude é constituída por um conjunto de 21
instituições públicas e privadas34 As entidades que formam o conselho de fundadores são:
Águas do Douro e Paiva, SA
Associação dos Jovens Agricultores de Portugal
Associação Empresarial de Portugal
Associação Industrial Portuguesa
Associação Nacional de Jovens Empresários
Brisa - Autoestradas de Portugal, SA
Câmara Municipal do Funchal
Câmara Municipal de Gondomar
Câmara Municipal da Maia
Câmara Municipal de Matosinhos
Câmara Municipal do Porto
Câmara Municipal de Santa Maria da Feira
Câmara Municipal de Tavira
Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia
Casa da Cultura da Juventude do Porto
Companhia de Seguros Fidelidade, SA
Companhia de Seguros Império Bonança, SA
Companhia Geral da Agricultura e Vinhas do Alto Douro, SA
Companhia Portuguesa Rádio Marconi, SA.
EDP, Eletricidade de Portugal, SA.
Finibanco, SA
Fitor, Companhia Portuguesa de Têxteis, SA
33 Ato de reconhecimento da Fundação da Juventude (Anexo 10)34 Ato de constituição da Fundação da Juventude (Anexo 9)
26
FACULDADE DE LETRASUNIVERSIDADE DO PORTO
Focor, Produtos Químicos, SA.
Fundação Minerva (Universidade Lusíada)
Fundação Para a Ciência e a Tecnologia
Galp Energia, SGPS, S A
Grupo BCP
Instituto de Apoio às PME e ao Investimento
Instituto do Emprego e Formação Profissional
Instituto Português da Juventude
Interlog – Informática SA.
Multitema - Produções Gráficas, SA
Oni, SA
Philips Portuguesa, SA
Porto Editora, Lda
Refrigor, Lda
Renault Portuguesa - Sociedade Industrial e Comercial, SA
Santa Casa da Misericórdia de Lisboa
Sociedade de Construções Soares da Costa, SA
Sumolis, Companhia Industrial de Frutas e Bebidas, SA
Atualmente são 40 as instituições representadas no Conselho de Fundadores.
De âmbito nacional, a Fundação da Juventude tem sede na cidade do Porto, contando com delegações
nas Regiões de Lisboa e Vale do Tejo, Algarve e Região Autónoma da Madeira. Há 3 anos, a
Fundação da Juventude deixou de ter a sua delegação na Madeira.
A Fundação da Juventude, tendo sempre como finalidade a empregabilidade dos jovens, desenvolve
projetos e programas adequados à formação e necessidades de cada público-alvo. Um fim comum
para uma população heterogénea, ditou uma atuação multifacetada logo nos primeiros anos de
existência, característica que a Fundação vem revigorando há 23 anos. No sentido de alcançar os seus
objectivos, a instituição definiu vários focos de atuação:
27
FACULDADE DE LETRASUNIVERSIDADE DO PORTO
1. Formar, (Re)Integrar e promover ações para um melhor emprego dos jovens;
2. Promover e apoiar o espírito empreendedor e de iniciativa na juventude;
3. Incentivar e premiar o gosto pela ciência e tecnologia, para além da investigação e da
inovação;
4. Apoiar e promover o desenvolvimento e a integração social dos jovens, visando inibir ou
contrariar situações de exclusão ou marginalização, criando ações específicas de promoção de
uma cidadania mais ativa;
5. Criar mecanismos de informação, pesquisa e divulgação das necessidades dos jovens;
6. Promover a cultura, a animação e a aprendizagem intercultural na área da juventude;
7. Dinamizar redes de intercâmbio e de troca de experiências/boas práticas, através de parcerias
nacionais e internacionais.
A Fundação da Juventude, para além da sua sede nacional e das suas delegações no país, conta
também com diferentes equipamentos: na área social, a Comunidade de Inserção Eng. Paulo Vallada
atualmente “Associação Acolher e Cuidar para a Cidadania”; Centro de Apoio a mães adolescentes e
jovens grávidas; na área artístico-cultural, o Palácio das Artes – Fábrica de Talentos35 (labora numa
das áreas de maior capital de crescimento a nível nacional e internacional: a cultura e a criatividade,
difundindo e apoiando jovens artistas); e na área da formação e promoção do emprego, o Centro de
Aquisição de Competências Vasco Faria, que apoia jovens e adultos ativos e/ou desempregados ou à
procura do primeiro emprego, bem como o Ninho de Empresas, cujo objetivo é fomentar o apoio ao
empreendedorismo jovem.
5.2. Missão / Atividades
O Palácio das Artes – Fábrica de Talentos apresenta-se como um “centro de excelência, de inovação e
arte” que trabalha junto de jovens criadores com o objetivo de apoiar a sua inserção na vida ativa.
Para a concretização desta premissa, esta organização procura a criação de pontes entre a escola e o
mundo profissional, envolvendo, ao mesmo tempo, diversos agentes da sociedade, tais como artistas,
decisores políticos e empresas. Este trabalho em rede proporciona condições para o desenvolvimento
35 Organograma da Fundação da Juventude (Anexo 12)
28
FACULDADE DE LETRASUNIVERSIDADE DO PORTOdos projetos destes jovens, promovendo a ligação do setor cultural, artístico e criativo com outros
setores de atividade.
- Visão
O Palácio das Artes – Fábrica de Talentos ambiciona ser um centro de criatividade e inovação de
excelência a nível nacional e internacional, promovendo profissionalmente os jovens criadores.
Assume-se como um ponto de referência das indústrias culturais e criativas da Região do Norte,
realizando parcerias com entidades públicas e privadas.
- Objetivos
• Ser o pólo dinamizador do centro histórico, enquanto cluster natural das artes e das indústrias
criativas, com o objetivo de atrair potenciais turistas;
• Contribuir para a revitalização urbana do Centro Histórico da Cidade do Porto, através das
indústrias culturais e criativas;
• Impulsionar o crescimento económico da região, através da inovação, cultura e criatividade,
como elementos fundamentais para a criação de emprego e de riqueza.
- Projetos desenvolvidos
O Palácio das Artes - Fábrica de Talentos promove diversas atividades com vista à concretização dos
seus objetivos, anteriormente mencionados. As “Feiras Francas”36 são um bom exemplo entre as suas
realizações culturais. Ao ser iniciado o estágio, fixou-se a presença do estagiário para o 1º sábado de
cada mês, porém esta presença passou a ser bimensal. Cedo se percebeu que permanece a procura da
recuperação de uma tradição portuense: a realização das Feiras Francas no antigo convento de S.
Domingos. Esta atividade, que contribui para a manutenção da memória coletiva dos portuenses,
fortalece o comércio, envolve a comunidade residente e os agentes culturais e criativos e impulsiona o
36 Regulamento das Feiras Francas (Anexo 14)
29
FACULDADE DE LETRASUNIVERSIDADE DO PORTOturismo na cidade. Os trabalhos dos jovens criadores de várias áreas são exibidos nessa mostra, que
funciona também para o desenvolvimento de contactos entre o PAFT e os diversos intervenientes.
Criação Produção Distribuição
Etapas dos artistas de sucesso ou residentes PAFT
As Residências Artísticas destinam-se ao acolhimento (pré-incubação) de jovens criadores no Palácio
das Artes – Fábrica de Talentos.
Os projetos são desenvolvidos através da disponibilização de espaço, meios, formação constante e
troca de experiências entre artistas e convidados, nomeadamente professores e investigadores,
empresários e empreendedores das Indústrias Criativas e setores paralelos, galeristas, entre outros.
As Residências, para além da oferta especializada, pretendem combater algumas ausências existentes
no apoio às indústrias criativas:
• Dando formação para o desenvolvimento de um projeto criativo, nas seguintes áreas: operação
e gestão; finanças; comunicação; marketing e gestão da tecnologia
• Desenvolvendo linhas de financiamento específico no sentido de apoiar os jovens
criadores,estabelecendo uma rede de parceria – networking - resultante de uma rede de
parceiros nacionais e internacionais, que vai para além do espaço físico do edifício
• Envolvendo a comunidade local, as instituições académicas, o setor público e privado,
dinamizando em particular os Centros Históricos
Nas Residências Artísticas são desenvolvidos projetos selecionados, que permanecem unicamente o
tempo necessário à sua execução.
- Atividades
No seu interior, acolhe 11 salas multidisciplinares abertas a workshops, ações de formação, reuniões
empresariais, exibições de moda, exposições, concertos e/ou outras manifestações artísticas
esporádicas (Feiras Francas, residências artísticas, industrias criativas), que podem ou não ter apoio
30
FACULDADE DE LETRASUNIVERSIDADE DO PORTOde catering. Dispõe, também, de equipamento audiovisual. Bem no centro histórico, o Palácio das
Artes – Fábrica de Talentos tem estacionamento próximo e encontra-se ao lado de excelentes pontos
de atração turística e cultural - bares, restaurantes, lojas de artesanato, o bairro na Ribeira, o Palácio
da Bolsa, a Casa do Infante, o Instituto do Vinho do Porto, o Mercado Ferreira Borges ou a Igreja de
S. Francisco.
31
FACULDADE DE LETRASUNIVERSIDADE DO PORTO
6.ATIVIDADE DO ESTAGIÁRIO
1.Mapa do centro urbano do Porto/Área de divulgação das FF
32
FACULDADE DE LETRASUNIVERSIDADE DO PORTO
O centro urbano do Porto é sem dúvida a área de atuação do estagiário, razão pela qual é mencionado
na descrição das atividades levadas a cabo. O mapa apresentado ilustra, portanto, esse propósito.
O projeto do estagiário consistiu em divulgar as Feiras Francas no centro urbano, aproximando a
população envolvente, os habitantes da cidade e os turistas ao PAFT, mais precisamente às Feiras
Francas.
A prestação do estagiário na divulgação das FF foi essencialmente feita através da divulgação do
cartaz do certame em formato A3 e A4.
O círculo vermelho representa a zona onde normalmente o Palácio das Artes-Fábrica de Talentos faz
a divulgação dos seus eventos, e o amarelo a área de atuação do estagiário. A maneira de divulgar
anteriormente as Feiras Francas era muito limitada, pois era feita muito circunscritamente, quer isto
significar que a divulgação não passava da zona envolvente ao PAFT.
A área de alcance do estagiário foi maior, pois implicou uma estratégia diferente referente ao PAFT e
uma expansão de divulgação da realização dos eventos como, por exemplo, locais de interesse
turístico, zonas culturais, académicas e bibliotecas. O alargamento da zona envolvente ao PAFT
inclui, para além do que era comum, diversos cafés e bares, a Escola Superior Artística do Porto, mais
lojas comerciais, integrando uma área central de atuação mais vasta.
Afixação dos cartazes das Feiras Francas
Locais Quantidade
Hostel Ribeira 2
2 cafés junto à gare das camionetas – Batalha 2
5 locais_Lobo Taste 5
Armazém do Café 1
Biblioteca Municipal do Porto 1
Buzilis 1
Café Paris – S. Lázaro 1
Café Sta. Catarina 1
33
FACULDADE DE LETRASUNIVERSIDADE DO PORTO
Cantina ESAP 1
CDRN 1
Centro de camionagem da Batalha 1
Cidade das Profissões 2
Dois cafés Batalha 2
ESAP 1
Faculdade de Belas Artes 1
Farmácia das Flores 1
FAUP – Faculdade de Arquitetura do Porto 1
FLUP – Faculdade de Letras da Universidade do Porto 2
Fnac Sta Catarina 1
Hard Club Porto 2
Hostel Douro – Ribeira 1
Hotel da Bolsa 1
Hotel Meridian 2
Hotel Ribeira 1
Hotel Ribeira 1
Hotel Oporto 1
Instituto do Vinho do Porto 1
Instituto Nacional Ricardo Jorge – Batalha 1
Lobo Taste no PAFT 2
Loja Douro Azul 1
Mercearia das Flores 1
Papelaria Araujo & Sobrinho 1
Papelaria Araujo & Sobrinho - Campo Alegre 1
Papelaria S. Domingos 1
Pastelaria Leblon- Campo alegre 1
Pastelaria Tupi 1
Pastelaria, padaria S. Domingos 1
Porto Vivo/ SERU 1
34
FACULDADE DE LETRASUNIVERSIDADE DO PORTO
Quiosque S.Bento 1
Restaurante O Cantinho 1
Santa Casa da Misericórdia do Porto 1
Take Away Porto 1
Tea Point 1
2.Tabela do nº de cartazes das FF e locais onde foram afixados
As zonas de intervenção para divulgação escolhidas pelo estagiário demonstraram ser uma
aposta valida, pois captaram-se novos visitantes, descobriram-se novos jovens talentos criativos e
novas promessas empreendedoras.
O conhecimento adquirido ao longo do 1º ano de mestrado foi colocado em prática. A divulgação de
um evento cultural como as Feiras Francas é uma prova disso. A média das visitas anterior a
novembro era de 1000 visitantes no máximo. Verifica-se, através dos gráficos, que o nº de visitantes
se torna relativamente maior. A área de divulgação foi crescente.
35
FACULDADE DE LETRASUNIVERSIDADE DO PORTO
3.Gráfico de visitantes das FF
36
FACULDADE DE LETRASUNIVERSIDADE DO PORTO
Relativamente ao estabelecimento de parcerias com os transportes públicos que servem a cidade, de
modo, inclusivamente, a tornar mais acessível a vinda de interessados ao espaço onde se realizam as
feiras francas, foram realizadas tentativas com os STCP, o Metro do Porto e a CP, porém, por
constrangimentos vários, não foi possível expandir esse plano em tempo útil de estágio.
Uma atuação de relevo para a divulgação das Feiras Francas, foi um dos desafios apresentados ao
estagiário. Sendo um dos seus objetivos, os números mostram de que forma foi atingida.
Contudo, da divulgação não vivem unicamente as Feiras Francas. No universo da gestão cultural, o
estagiário teve de auxiliar, por exemplo, na programação das performances e na submissão de
propostas para remeter a futuros mecenas. Também interveio na organização e disposição do espaço
no Palácio das Artes – Fábrica de Talentos nas diversas ocasiões em que foi necessário dividir e
distribuir criteriosamente esses espaços confiados a jovens artistas, profissionais de sucesso e artistas
emergentes ou consagrados presentes nos certames.
A Gestão Cultural é um diverso e multidisciplinar universo que engloba desde a gestão financeira ao
planeamento de projetos. Segundo uma publicação do Instituto para a Qualidade na Formação,
editado em 2006, a propósito do setor das atividades artísticas, culturais e de espetáculo, sobre o qual
será feita uma reflexão mais adiante, “o Gestor Cultural tem como principal função definir e
implementar a estratégia e coordenar a programação e a organização de uma instituição cultural,
assegurando o seu bom funcionamento em termos artísticos, técnicos, financeiros e humanos.
Este profissional deve ter competências para trabalhar em autarquias locais, nos pelouros e
departamentos afetos à cultura e/ou turismo cultural, em museus, centros culturais, orquestras ou
outras instituições de cariz musical, em companhias de teatro, fundações e outras instituições de
índole cultural.
A par da gestão de qualquer organização em geral, ao gestor cultural é exigida uma enorme
responsabilidade, no que diz respeito a cumprimento de prazos, o que pode gerar bastantes situações
de elevado stress físico e mental. Pode exigir deslocações frequentes e grande flexibilidade em termos
de horários de trabalho.
37
FACULDADE DE LETRASUNIVERSIDADE DO PORTO
De um ponto de vista operacional este profissional deve ter um conhecimento profundo sobre o meio
artístico através de uma recolha de informação constante e atualizada. É ele que decide as linhas
estratégicas da política de programação da instituição cultural onde trabalha ao mesmo tempo que
concebe a programação artística e cultural da instituição tendo em vista os seus públicos-alvo.
Participa, igualmente, na conceção das linhas programáticas da organização juntamente com os
programadores/assessores artísticos das diferentes áreas. Controla o orçamento e a distribuição do
mesmo pelas várias áreas e coordena e controla a fase de execução e produção das várias atividades
e projetos previstos no orçamento, podendo intervir em diferentes níveis de tomada de decisão.
Define e coordena a política de marketing da instituição, bem como a política de comunicação da
instituição. As várias equipas, áreas e departamentos funcionais existentes são liderados por este
profissional que coordena também a transmissão da informação interna dentro da instituição.
Analisa a composição dos públicos, assistindo aos eventos ou analisando os registos de bilheteira, de
forma a reorientar a política de programação. Pode promover a intervenção de especialistas do
setor/domínio da conservação e restauro para a elaboração de projetos e respetiva implementação
de programas e planos nas áreas da preservação da conservação e do restauro.
Pode reunir com decisores políticos estatais e outras entidades tais como mecenas, bem como com
produtores, artistas, autores e outros programadores em encontros formais e/ou informais para
avaliação de projetos, conceção de programas e de parcerias.
O trabalho deste profissional é diversificado, mas só é conduzido de forma eficaz com o apoio de
assessores culturais devidamente especializados e de outros profissionais culturais como produtores
e programadores.
Este profissional deve ser detentor de conhecimentos profundos nas áreas da economia e gestão da
cultura, da organização e gestão de eventos, da programação cultural e artística, da comunicação e
marketing para além de sólidos conhecimentos de história, história das artes e da cultura, de
produção de atividades culturais, de orçamentação e contabilidade, de relações interpessoais e
38
FACULDADE DE LETRASUNIVERSIDADE DO PORTO
liderança e, por último, conhecimentos fundamentais de salvaguarda, preservação e valorização de
património artístico e cultural”37.
A partir das boas práticas enunciadas na obra citada, há que perceber de que forma, ou formas,
poderão ser entendidas e implementadas no plano da gestão e assessoria cultural.
De acordo com Paulo Cunha e Silva, uma programação cultural deve ser também a oportunidade para
propor um novo humanismo na relação com a cidade. Na topografia das cidades, há espaços fáceis e
espaços difíceis, espaços que esperam todos os espetáculos, e espaços que não esperam qualquer
espetáculo. Espaços onde a programação acontece e espaços onde a programação não acontece
porque, simplesmente, não são programáveis. Os lugares são encontros de gerações, onde se cruzam
formações e percursos variados e diversos meios de expressão, por isso, também, a cidade, enquanto
espaço de circulação, passa para o centro de discussão quando consideramos a gestão cultural. Por
isso sobre o mapa da cidade real se desenha o mapa da cultura no qual deve sobressair a articulação
entre as instituições. O papel do gestor cultural e o do curador são fulcrais.38
No PAFT, como instituição-espaço, existem hoje condições para que se desenvolva uma programação
cultural perfeitamente integrada na conceção apresentada por Paulo Cunha e Silva. O facto de
existirem condições físicas, não significa, por si só, que seja possível concretizar ideias e projectos.
Tanto os recursos humanos, como os recursos financeiros são incontornáveis e se não existirem no
plano necessário, qualquer programação corre o risco de se tornar inviável. Em algumas ocasiões, foi
possível ao estagiário constatar que não se puderam implementar determinadas actividades
precisamente por falta desses recursos.
No que se relaciona com o papel do gestor cultural/artístico/administrativo em articulação direta com
a programação, Margarida Veiga afirma que “a definição de uma estratégia cultural virada para a
conceção de programas de qualidade artística funciona como linhas orientadoras dos conteúdos e
37 O Setor das Atividades Artísticas (2006)38 PEREIRA (2007), 137-140
39
FACULDADE DE LETRASUNIVERSIDADE DO PORTOsão fundamentais para a gestão cultural e artística da programação. Penso que a gestão cultural e
artística estão a montante, fazem parte das linhas estratégicas dos conteúdos que estão a ser
definidos e que depois vão conduzir á gestão cultural e artística consentânea com a gestão definida à
partida, como um conceito mais global. São, de facto, bastante diferentes, ou seja, a gestão cultural e
artística está vocacionada para o trabalho direto com os artistas, com os intervenientes ao nível da
criação e da produção e até á realização final dos projectos. A gestão administrativa está no
acompanhamento, desde a conceção inicial do que é o projecto, seguindo, fazendo, por de perto, as
várias fazes de execução do mesmo. Portanto, aqui existem dois papéis que são distintos, mas que, de
alguma maneira, se interligam e se complementam para a feitura de um projecto ou da gestão
cultural.” 39
Ao refletir sobre o que Margarida Veiga afirma, não se pode ignorar a complexidade do papel do
gestor cultural, até pelas múltiplas interligações que pressupõe, nomeadamente com os vários
intervenientes nos projetos. Mas, na quase generalidade, não são estas, mas sim as dependências
administrativas as que mais condicionam o papel do gestor cultural. Se as instituições são instituições
de direito privado, estes problemas são muito mais facilmente resolvidos. Mas se pertencem ao
estado, isto é se dependem do governo central ou das autarquias, torna-se mais difícil concretizar e
gerir esses projetos.
Segundo Pedro Costa e Elisa Pérez Babo, é essencial que exista uma visão territorializada das
políticas sectoriais para a cultura, evidenciando a importância que os recursos culturais, materiais,
imateriais e simbólicos representam no quadro dos processos de desenvolvimento local e regional. A
atuação do gestor cultural integra-se, assim, em contextos muito próprios que deve conhecer e em que
vai desenvolver a sua acção. Não deve ignorar o interesse que a extensão do âmbito cultural a outras
actividades relacionadas com a comunicação, os conteúdos e a criatividade, assim como com o seu
potencial de alargamento associado ás novas tecnologias da informação e comunicação têm no quadro
de novas estratégias de competitividade e inovação. O gestor cultural tem, ainda, que atuar
39 Idem, 17-18
40
FACULDADE DE LETRASUNIVERSIDADE DO PORTOconjugando três dinâmicas: a dinâmica empresarial e de emprego; a dinâmica de oferta artística e
cultural e a dinâmica de investimento público e privado.40
A experiência do estagiário no PAFT foi, relativamente à conjugação destas três dinâmicas, muito
proveitosa. O contato com artesãos; artistas amadores; artistas emergentes; artistas já com alguma
implantação conseguida no meio artístico e cultural; artistas que já se afirmaram nos circuitos
comerciais, entre outros, permitiu descobrir um meio com um dinamismo próprio, em que a
diversidade se estende desde a oportunidade procurada para o estabelecimento de um contato
empresarial que possa ser o primeiro passo para a criação de uma parceria economicamente viável, até
á oportunidade para expor uma obra de um artista de renome que a cedeu, sem encargos financeiros
para a instituição, em determinada altura.
As Feiras Francas e as Residências de Artistas são ocasiões muito específicas em que a dinâmica de
oferta artística e cultural sobressai especialmente. É muito importante que se invista na criação de
oportunidades para que as manifestações artísticas e culturais possam ter visibilidade e o público lhes
tenha acesso fácil. Esta foi uma vertente que o estagiário acompanhou de perto. Podendo participar,
devidamente orientado, na organização das FF, constatou que a relação entre artesãos/artistas e os
membros da equipa do PAFT, em vários casos uma relação que já vinha de anteriormente á 30ª FF, se
baseava na compreensão, de parte a parte, do que era o papel de uns e de outros. Isto significa que os
primeiros sempre compreenderam que tipo de oportunidade lhes era oferecida (sobretudo visibilidade)
e que os segundos sempre apoiaram a realização dos eventos, nunca esquecendo que sem a adesão dos
artesãos/artistas não seria possível realizá-los.
Quanto à dinâmica de investimento público e privado, o estagiário participou ativamente no processo
de procura de investidores que pudessem, com o seu contributo, estabelecer junto do PAFT algum
tipo de mecenato. Este processo revelou-se demorado, não tanto pela falta de adesão de mecenas,
embora o seu número e o seu contributo não tenham atingido um patamar muito relevante, mas mais
pela burocracia administrativa que não pode ser ignorada e torna os processos mais lentos.
Sara Barriga e Susana Gomes da Silva afirmam que “as instituições culturais são elementos
fundamentais para a construção das representações e identidades das comunidades. Marca de
vitalidade e diversidade cultural, elas promovem e reflectem simultaneamente a mudança, o
40 PORTUGAL (2007), 51-58
41
FACULDADE DE LETRASUNIVERSIDADE DO PORTOdinamismo e a transformação permanentes que caracterizam as sociedades em crescimento e
mutação.” 41
Por sua vez, Margarida Lima de Faria realça a importância que tem o conhecimento e análise dos
públicos que integram os eventos culturais, tanto como participantes, como assistentes, de modo a
conhecer as suas experiências nas mais diversas situações e a contribuir para uma melhor adequação
dos objectivos aos resultados esperados. 42
Quanto a este tópico, o estagiário teve oportunidade de não só constatar de perto de que forma a
equipa do PAFT considera importante a recolha de informação e tem em consideração a opinião tanto
dos artesãos/artistas presentes nas FF, como do público visitante, mas também, ele próprio, de
elaborar os seus questionários de avaliação e os gráficos sobre os participantes nas três edições das FF
que acompanhou. Uns e outros fazem parte deste relatório.
Sendo imprescindível, o Plano de Avaliação deverá assumir a configuração de um projeto a
apresentar às hierarquias. Trabalhado em equipa, deverá ser elaborado de uma forma sucinta e
sistemática, seguindo uma lógica: Apresentação do projecto/ Objetivos gerais e específicos/ Equipa
envolvida/ Metodologias aplicadas/ Orçamento/ Calendarização/ Apresentação dos resultados.43
É certo que o que mais se deseja é o êxito de qualquer intervenção que se faça. A aproximação à
esfera cultural é feita por patamares de ligação que tendem a atrair camadas da população
tradicionalmente afastadas tanto do campo da produção, como da receção cultural, sobretudo das
formas culturais mais exigentes do ponto de vista da sua descodificação, mas também a construir uma
relação de fidelidade sem a qual nenhuma política que vise a dinamização cultural poderá sobreviver.
Só assim se poderá promover a desejada democratização cultural.44
O PAFT espelha bem de que forma pode ser implementada uma política que conduza, por via da
cultura/arte, ao desenvolvimento coletivo. O presente estágio poderá ser integrado no plano da
41 BARRIGA (2007), 942 Idem, 6743 Idem, 7044 SANTOS (1998), 92
42
FACULDADE DE LETRASUNIVERSIDADE DO PORTOassessoria cultural, embora o estagiário não tenha experimentado, no programa que lhe foi definido,
uma grande variedade de atividades. No entanto, dentro dos condicionalismos existentes no PAFT, a
orientação e aprendizagem que lhe foram facultadas tiveram um impacto significativo.
O estagiário participou em três Feiras Francas realizadas em 24 de novembro de 2012, 15 de
dezembro de 2012 e 5 de janeiro de 2013, para além de ter tido pequenas intervenções noutras
atividades, como, por exemplo, nas Tertúlias do Palácio e contacto com artistas residentes. No
entanto, durante todo o período de estágio, foi às Feiras Francas que se dedicou, uma vez que assim
foi definido internamente.
Relativamente a estas, a divulgação do evento na rua, baseada na afixação de cartazes na zona
envolvente do Palácio das Artes - Fabrica de Talentos e também numa área bastante mais alargada foi
crucial, dada a necessidade de o fazer fora da chamada “zona de conforto”, ampliando-a de forma a
proporcionar uma maior divulgação, participação e visita às Feiras Francas. Na verdade, tornou-se
mais percetível a sua importância, sobretudo junto dos estudantes das Faculdades de Belas Artes,
Arquitetura e Letras. A entrega de flyers no dia do evento foi de similar importância. A distribuição
de um simples flyers é um meio fácil de cativar potenciais visitantes, sejam estrangeiros de passagem,
sejam residentes na cidade.
A componente de assessoria aplicou-se especialmente em alturas coincidentes com a receção dos
expositores no palácio, consistindo em informar os interessados sobre o local destinado à montagem
das bancas. Porém, a assessoria cultural não ficaria por aqui. O acompanhamento no dia da feira foi
fundamental para o seu funcionamento. A interligação entre os expositores e a organização foi
efetuada pelo estagiário de uma maneira previamente planeada. O estagiário interveio igualmente na
orientação de artistas e performers. A receção e acompanhamento dos artistas, as indicações sobre os
locais onde podiam ser preparados os espetáculos e sobre os espaços destinados às atuações foram
igualmente tarefas a cargo do estagiário.
A receção e acolhimento do público, feita junto aos primeiros degraus da escadaria do Palácio das
Artes – Fabrica de Talentos foi sempre acompanhada da entrega do jornal correspondente à respetiva
edição da feira.
43
FACULDADE DE LETRASUNIVERSIDADE DO PORTODo jornal do PAFT constam vários elementos: uma planta do Palácio, os nomes dos jovens criativos
patentes no certame, a localização espacial de cada entidade participante, a par de indicações sobre as
diferentes áreas de interesse em que o espaço está organizado e sobre as performances programadas.
A programação das performances encontra-se logo na 1ª página, numa coluna do lado esquerdo, com
indicação do horário e dos intervenientes. No verso, surgem fotografias ilustradoras da Feira Franca
anterior, dados estatísticos de assiduidade do público e um breve resumo do que aconteceu durante
essa feira. Inclui, também, uma agenda de atividades organizadas por parte da Fundação da Juventude
e do Palácio das Artes – Fábrica de Talentos. Na contra capa, há sempre uma mensagem de saudação
da diretora geral, Dra. Maria Geraldes, a receber os visitantes e a contextualizar o certame
introduzindo-os, ao mesmo tempo, na temática da Feira Franca. A indicação da localização geográfica
do edifício e de como chegar até ele encontra-se, ainda, no jornal, incluindo a sugestão dos meios de
transporte de que se pode usufruir para chegar até ao PAFT.
A capa do jornal é normalmente confiada a um jovem artista, apresentando os logotipos de
patrocinadores, parceiros, apoiantes e organizadores.
44
FACULDADE DE LETRASUNIVERSIDADE DO PORTO
4. Cartaz da 30ª FF
A 30ª Edição da Feira Franca no Palácio das Artes - Fábrica de Talentos abriu as portas das 10h até às
20h. A Feira, associada às celebrações de novembro que marcam o outono, teve como tema o S.
Martinho, as castanhas assadas e o vinho quente. Os jovens criadores convidaram a população,
residente e não só, a participar. A população da cidade e os turistas compareceram a este certame num
número de visitantes que atingiu os 1500.
Os novos criadores, jovens criativos e artistas também marcaram presença:
Gourmet e Cake Design Bijutaria e Joalharia
A Bolacharia Ana Pina
Little Farm Gabriel Ribeiro - Joias deAutor
TOP CAKE PLOP
Telma Mota Atelier
The Punpis Family
Artesanato Urbano Design e Acessórios de Moda
Algodão Doce BeWow
Color and Shine En.fold.er
Da minha Mami MTrês Pontos
45
FACULDADE DE LETRASUNIVERSIDADE DO PORTOLoja Tola Stylelink by Pharia Design Lab
Maria Miká Ilustração e Design
Na Companhia dos Trapos Alinea B
OOPS Exhibition Tour_Padure
Pelas Costuras ZUG Design
Design de Produto e Mobiliário
MO.CA MOB Cartão
Portugal Brands
5.Nome dos expositores presentes na 30ª FF
As áreas artísticas nas quais se integram os participantes presentes nesta edição da Feira Franca
encontram-se abaixo indicadas em percentagens. Os jovens artistas ou criativos de sucesso afirmam-
se com incidência na área da Bijutaria.
6. Gráfico das áreas artísticas representadas na 30ª FF
46
FACULDADE DE LETRASUNIVERSIDADE DO PORTO
30ª Feira Franca
Performances 4
Artesanato Urbano 8
Bijuteria/Joalharia 6
Cake design/Produtos Gourmet e Tradicionais 3
Design de Produto/ Mobiliário 2
Design Moda 4
Design/Artesanato 4
Ilustração/Design 3
Lançamento de Livro 1
7.Tabela das áreas artísticas representadas na 30ª FF
47
FACULDADE DE LETRASUNIVERSIDADE DO PORTO
8.Cartaz da 31ª FF
No dia 15 de dezembro de 2012, das 10h às 20h, o Palácio das Artes – Fábrica de Talentos foi palco
de uma verdadeira festa de Natal.
Sempre presente esteve a alusão ao Natal, a harmonia, o espírito e a alegria desta quadra festiva.
Integrada na campanha “Paixão pelas Nossas Ruas”, de uma forma ainda mais especial, a Fundação
da Juventude acolheu, no Palácio das Artes, 40 projetos das áreas do Artesanato Urbano, Bijutaria e
Joalharia, Cake e Food Design, Produtos Gourmet e Tradicionais, Design e Acessórios de Moda,
Ilustração e Pintura, Mobiliário, Decoração, Ecodesign, apoiando também dois projetos de cariz
social: Afeltrando, promovido pela valência Trilho - Santa Casa da Misericórdia de S. João da
Madeira e a Associação Raríssimas.
A 31ª Feira Franca recebeu 1600 visitantes, e apresentou, mais uma vez, um programa cultural e de
animação de espaço público de excelência, especialmente dedicado aos mais novos. Não faltaram as
artes circenses (palhaços, andas e malabaristas), a música, o atelier de leitura, pelo teatro de
Marionetas do Porto, e a dança que, desta vez, foi apresentada por um ensemble de dois performers e
um músico, que incorporaram movimentos criados especialmente para a fachada do Palácio das Artes,
com base no teatro e na dança contemporânea, compondo, assim, uma “coreodramaturgia” poética.
48
FACULDADE DE LETRASUNIVERSIDADE DO PORTO
A atividade do estagiário desenvolveu-se, novamente, no domínio da assessoria e divulgação cultural.
A divulgação cultural foi feita do mesmo modo: dentro e fora da costumada zona de incidência do
Palácio das Artes – Fábrica de Talentos, abrangendo, desta vez, mais uma área - a freguesia da
Batalha.
A intervenção do estagiário focou-se na divulgação de rua. A entrega dos flyers aos possíveis
visitantes foi, de novo, realizada.
9.Nºs estatísticos das áreas artísticas representadas na 31ª FF
49
FACULDADE DE LETRASUNIVERSIDADE DO PORTO
31ª Feira Franca
Performances 4
Artesanato Urbano 7
Bijuteria/Joalharia 5
Cake design/Produtos Gourmet e Tradicionais 7
Decoração/ Reciclagem Mobiliário 8
Design Moda 4
Ilustração/Design/Artesanato 4
10.Tabela das áreas artísticas representadas na 31ª FF
A área/ofício com maior número de interessados foi, nesta edição, a Decoração/ Reciclagem
Mobiliário, o que, tendo em vista a quadra natalícia, é lógico e natural.
50
FACULDADE DE LETRASUNIVERSIDADE DO PORTO
11.Cartaz da 32ª FF
A 32ª Feira Franca, sob o lema “janeiro Quente, Traz os Artistas no Ventre”, inicia um ano de Feiras
Francas, agora sempre no primeiro sábado de cada mês.
Conhecer, apreciar e adquirir artigos e produtos portugueses pensados e criados por jovens, num
ambiente alegre e descontraído, é o desafio. Presentes nesta edição estiveram 1400 visitantes.
Continuar a criar as melhores condições para a comercialização dos produtos, para a divulgação de
novos talentos e a promoção das marcas portuguesas tem de ser um desejo coletivo e é por isso
mesmo que tudo se deve tentar para que as pessoas não fiquem indiferentes. A Fundação da
Juventude faz a sua parte, mas é necessário que existam outros contributos. “Deixe-se “levar”: pelos
sons, cantares, risadas e magia dos artistas e contribua também para a animação da Zona Histórica do
Porto” foi o “slogan” criado para atrair o público a mais uma Feira Franca.
Os jovens criadores desta primeira Feira Franca do ano de 2013 foram diversos e em distintas áreas de
criação. As áreas presentes foram:
Artesanato Urbano | ASDROVIA Artesanato; Greenbox; Incomun Store; Isabel Soares; Criações;
Komplexo; Something to…; Bijutaria e Joalharia | Beads and Buttons; Cabedais e Coisas mais;
Gabriel Ribeiro - Joias de Autor; Joias by Sofia Sobreira; Márcia Ribeiro; Maria Rapariga; The Little
Charm; Raiz Violeta: Brinquedos, Esculturas de balões, Organização de Eventos | AD Luni ; Oficina
do Alfredo; BigBang Balloons; Happy Days by Bluepoint; Cake/ Food design/ Produtos Gourmet e
51
FACULDADE DE LETRASUNIVERSIDADE DO PORTOTradicionais | Coisas Boas By Isabel Daniel; Eli’s Gourmet; “Maria Come”; Miguas; Os sabores da
Eduarda; Reciclagem de Mobiliário | .Catraia; Design e acessórios de moda/ Reciclagem vestuário |
Benedita Côrte-Real; De mim para ti; DIU BAGS; Era uma Vez uma Agulha; Heart Arte; Lighthouse;
Mudra Artesanato; Ilustração e Pintura, Design em cartonagem |CartonArts; Pinturas Acromáticas
2012; Little black spot; Mushi Creative; Um projeto sem título e sabonetes e produtos de beleza
artesanais| Aromas da Natureza; Sabonetes.
A animação neste espaço histórico presente nesta edição constou das seguintes performances:
12h00 Big Bang Ballons
12h30 Dança do Ventre, alunas da Academia de Dança de Gaia
14h30 “Janeiras” - Rancho Infantil e Juvenil da Casa do Povo da Longra
15h30 Orquestra do CLIP
16h00 Drum Circle – RIT’MUNDO.
Com as diferenças ditadas pelo contexto, mais uma vez o estagiário realizou tarefas semelhantes às
anteriormente descritas. A particularidade desta edição resultou da ideia de trazer para o Palácio um
contributo muito especial: o mais antigo dos cantares que se ouvem após o Natal, que são os Reis. A
feira realizou-se no Dia de Reis e foi pensado como sendo apropriado convidar um grupo para cantar
as Janeiras. De há alguns anos a esta parte, tal ideia tinha deixado de ser posta em prática, pelo que o
cantar dos Reis no Palácio das Artes – Fabrica de Talentos voltou, desta feita, a receber um grupo
amador.
Por ter sido algo de diferente, destaca-se a atuação do Rancho Infantil e Juvenil da Casa do Povo da
Longra, atuação muito interessante, pois o Palácio das Artes - Fábrica de Talentos já não recebia
ranchos folclóricos há bastante tempo. Sugeriu-se que tocassem concertina em pleno passeio, do local
onde estacionaram até a entrada do edifício onde tocaram. Foi grande a afluência de curiosos que se
juntaram ao grupo, inclusivamente para tirar fotografias, ouvindo o som das concertinas e as vozes
femininas que cantavam músicas tradicionais dos Reis. Os turistas faziam perguntas e ficavam
parados a ouvir os sons característicos da ocasião. A atuação do grupo transmitiu aos visitantes da
feira a emoção e a admiração pretendidas.
52
FACULDADE DE LETRASUNIVERSIDADE DO PORTOQuanto à atuação da orquestra Clip, a receção e acolhimento dos jovens músicos, a par da organização
do espaço de atuação e da colocação das cadeiras foram da responsabilidade do estagiário. Também
foi incumbido de estar atento a questões logísticas.
12.Nºs estatísticos das áreas artísticas representadas na 32ªFF
32ª Feira Franca
Performances 5
Artesanato Urbano 6
Bijuteria/Joalharia 8
Brinquedos/Balon Design/Organização Eventos 5
Cake design/Produtos Gourmet e Tradicionais 6
Reciclagem Mobiliário 1
Design Moda 7
Ilustração/Pintura 5
Produto de Beleza/Sabonetes 2
13.Tabela das áreas artísticas representadas na 32ª FF
O destaque desta FF foi, novamente, a Bijuteria/Joalharia.
53
FACULDADE DE LETRASUNIVERSIDADE DO PORTO
Relativamente ao questionário de satisfação realizado pelo estagiário aos participantes nas Feiras
Francas, são apresentados, a título de exemplo, um por cada Feira Franca.
De uma maneira geral, a avaliação da prestação do estagiário foi considerada muito boa. Uma
avaliação é sempre importante, pelo que um dos propósitos que o estagiário tinha era precisamente o
de aplicar questionários de satisfação, tendo por essa razão sido por ele elaborados. Tanto as questões
como as respostas têm um significado explícito, pois perante as perguntas feitas foi claramente dada
opinião por diversas pessoas envolvidas nas FF, uma delas respondendo em nome da coletividade de
que fazia parte, como adiante se encontra convenientemente assinalado.
Assim sendo, são, de seguida, reproduzidos os questionários:
Nome.: M. J. F. L.
30ª Feira Franca
1.Como teve conhecimento das Feiras Francas?
Através das redes sociais, Facebook
2 .O que achou da divulgação da Feira Franca em que participou?
A divulgação foi bastante eficaz e isso refletiu-se na afluência à Feira.
3. No dia da Feira Franca o que achou do espaço disponibilizado?
[ ] Negativo
[ ] Positivo
[ ] Bom
[X] Muito Bom
4. O apoio solicitado durante a Feira ao estagiário Pedro Mendes foi:
54
FACULDADE DE LETRASUNIVERSIDADE DO PORTO [ ] Negativo
[ ] Positivo
[ ] Bom
[X] Muito Bom
5. Descreva de que maneira agiu o estagiário Pedro Mendes.
O estagiário Pedro Mendes foi desde o dia de montagem bastante prestável e disponível, indicando os
lugares que nos eram postos à disposição e dando apoio em todo o tipo de informações que são
importantes para quem participa nesta Feira pela primeira vez.
6 No decorrer da Feira Franca sentiu que o volume de assiduidade de visitantes era agradável?
Explique porquê?
[ ] Negativo
[ ] Positivo
[ ] Bom
[X] Muito Bom
Durante todo o dia centenas de pessoas visitaram os diferentes espaços e os diferentes artesãos. O
público percorria todas as faixas etárias e também várias nacionalidades, o que se tornou uma
excelente oportunidade para dar a conhecer o meu projeto. O facto de o programa incluir, igualmente,
vários espetáculos de dança e música ajudou a que a afluência fosse extraordinária ao longo de toda a
32ª edição das Feiras Francas.
7. No encerramento da Feira Franca foi necessário solicitar ajuda? Porquê?
[ ] Sim
[X] Não
8. Achou pertinente o trabalho do estagiário Pedro Mendes? De que maneira?
55
FACULDADE DE LETRASUNIVERSIDADE DO PORTOO trabalho do estagiário Pedro Mendes foi extremamente útil. Foi através dele que conheci o espaço
da Feira e o sítio onde ficaria instalada. Para além disso ajudou-me a compreender a história das
Feiras Francas através do relato de edições passadas. O Pedro é sem dúvida uma pessoa extremamente
comunicativa e prestável, dando todo o apoio necessário a todos os participantes. Acho que a sua
presença foi fundamental, pois passamos a associar as Feiras Francas ao excelente acompanhamento e
ajuda prestados pelos seus estagiários, nomeadamente o Pedro.
Segue-se outro questionário:
Nome: E. R.
31ª Feira Franca
1. Como teve conhecimento das Feiras Francas?
Pelas redes sociais e por amigos.
2. O que achou da divulgação da Feira Franca em que participou?
São sempre muito bem divulgadas.
3. No dia da Feira Franca o que achou do espaço disponibilizado?
[ ] Negativo
[ ] Positivo
[ ] Bom
[X] Muito Bom
56
FACULDADE DE LETRASUNIVERSIDADE DO PORTO4. O apoio solicitado durante a Feira ao estagiário Pedro Mendes foi:
[ ] Negativo
[ ] Positivo
[ ] Bom
[X] Muito Bom
5. Descreva de que maneira agiu o estagiário Pedro Mendes.
Foi muito simpático e prestável em todos os momentos, muito disponível para ajudar e resolver o que
quer que fosse preciso.
6. No decorrer da Feira Franca sentiu que o volume de assiduidade de visitantes era agradável?
Explique porquê?
[ ] Negativo
[ ] Positivo
[ ] Bom
[X] Muito Bom
Lembro-me que, com o decorrer do dia, cada vez apareciam mais visitantes. Havia muita gente, muita
animação e as pessoas estavam muito recetivas a tudo.
7. No encerramento da Feira Franca foi necessário solicitar ajuda? Porquê?
[ ] Sim
[X ] Não
Não foi necessário porque foram sempre muito prestáveis e nem precisamos pedir para que
houvessem várias pessoas a disponibilizar-se para nos ajudar.
8. Achou pertinente o trabalho do estagiário Pedro Mendes? De que maneira?
57
FACULDADE DE LETRASUNIVERSIDADE DO PORTOO Pedro foi excelente, sempre muito simpático, divertido e prestável, muito bem disposto e animado.
Organizou muito bem tudo, acho que tem muito jeito para este tipo de eventos, está na área certa e
pelo que vi, gosta do que faz, o que é muito importante, porque exterioriza boa disposição e dá um
bom ambiente ao evento. Foi sem dúvidas a melhor feira que já fiz.
O último questionário é reproduzido de seguida
Nome.: R F I J C P L (Coletividade)
32ª Feira Franca
1. Como teve conhecimento das Feiras Francas?
Pelo convite do Pedro Mendes
2. O que achou da divulgação da Feira Franca em que participou?
Excelente
3. No dia da Feira Franca o que achou do espaço disponibilizado?
[ ] Negativo
[ ] Positivo
[ ] Bom
[ x] Muito Bom
4. O apoio solicitado durante a Feira ao estagiário Pedro Mendes foi:
58
FACULDADE DE LETRASUNIVERSIDADE DO PORTO[ ] Negativo
[ ] Positivo
[ ] Bom
[X] Muito Bom
5. Descreva de que maneira agiu o estagiário Pedro Mendes.
O estagiário Pedro Mendes ajudou muito com o convite para a nossa participação nas Feiras Francas.
A chegada disponibilizou logo estacionamento. A receção feita por ele foi calorosa e prestável.
Indicou o local onde deveríamos atuar, e a chegada pediu para tocarmos um pouco à porta do Palácio
das Artes-Fábrica de Talentos. À despedida facultou água as participantes do Rancho.
6.No decorrer da Feira Franca sentiu que o volume de assiduidade de visitantes era agradável?
Explique porquê?
[ ] Negativo
[ ] Positivo
[ ] Bom
[X] Muito Bom
Desde o memento que as concertinas começaram a tocar, as pessoas apareceram de uma forma
voluntária para assistir. Muitos estrangeiros perguntavam de onde eramos e que música era aquela.
7. No encerramento da Feira Franca foi necessário solicitar ajuda? Porquê?
[ ] Sim
[X ] Não
8. Achou pertinente o trabalho do estagiário Pedro Mendes? De que maneira?
59
FACULDADE DE LETRASUNIVERSIDADE DO PORTOO trabalho do estagiário Pedro Mendes é importante de várias maneiras. A primeira é convidar
associações ou grupos folclóricos para estes certames. O seu trabalho simpático e incansável para nós
é louvável.
Embora não relacionadas diretamente com as Feiras Francas, mas com outra valência do PAFT, as
Residências Artísticas, apresentam-se aqui as respostas ao questionário elaborado, tendo-as em vista.
Apenas, à semelhança do que acima foi feito, é apresentado um exemplo de um questionário
preenchido por um grupo residente.
Questionário
Nome do projeto: KLAR
1.Como tiveram conhecimento do Palácio das Artes- Fábrica de Talentos?
Através de amigos.
2. O projeto tem sido apoiado pelo PAFT de que maneira?
Foi-nos cedido um espaço para instalarmos o nosso estudio.
3. No PAFT têm os meios necessários para o desenvolvimento do V. projeto?
Na altura que lá estivemos, penso que não, sendo um projeto jovem, um acompanhamento teria sido
útil, a nossa relação com o PAFT baseava-se apenas na nossa estadia no espaço.
4. O V. projeto já usufruiu de alguma ação de formação ou já recebeu algum convidado da área, ou
um empreendedor ou um investigador?
Não
5. A presença do V. projeto nas Feiras Francas é constante?
60
FACULDADE DE LETRASUNIVERSIDADE DO PORTOJá participamos algumas vezes mas não de forma constante, o público das Feiras Francas não
corresponde ao do nosso projeto.
6. De que maneira o PAFT dá visibilidade ao projeto?
Penso que a PAFT dá visibilidade aos projetos lá inseridos principalmente através das Feiras Francas,
o nosso projeto não se enquadrava nesse evento logo não beneficiou dessa visibilidade.
7. O apoio dado ao longo do período de estágio pelo estagiário Pedro Mendes facilitou a relação entre
a instituição e os artistas residentes?
[ ] Não
[X] Sim
8. De que modo o estagiário Pedro Mendes facilitou o sucesso do V. projeto na instituição?
Dando assistência, mostrou-se sempre preocupado com as necessidades do projeto e intervinha
sempre que possível na tentativa de agilizar a comunicação entre o projeto e o PAFT.
9. Qual é a V. opinião acerca do trabalho realizado pelo estagiário Pedro Mendes no PAFT,
nomeadamente nas Residências Artísticas?
Como já referimos, foi sempre muito interessado no desenvolvimento do nosso projeto e preocupado
com as necessidades do mesmo. Manteve uma postura muito acessível e comunicativa.
O estágio não ficou somente centrado na assessoria cultural nas FF, já que para que este projeto possa
ser realizado regularmente e com qualidade, é necessário recorrer ao mecenato cultural. A
consultadoria cultural pode rever-se na procura de mecenas através do universo eletrónico, ou seja,
na recolha de informação sobre as empresas a contactar. Pesquisar e encontrar os dados de contacto
das instituições sugeridas pela Presidente da Fundação da Juventude não é uma tarefa que se possa
61
FACULDADE DE LETRASUNIVERSIDADE DO PORTOrealizar no momento. Requer algum tempo e uma verificação cuidadosa. Foi enviada ao estagiário
uma tabela da qual constava o nome da empresa, o nome do contacto e o seu respetivo cargo. Um
exemplo dessa tabela fica aqui demonstrado.
Empresa Nome Contacto Função/ Departamento
ZON Multimédia Dr. Pedro Farausto Diretor de Produto
Cofaco Açores Dr. Luis Cunbrera Diretor de Marketing
Mcoutinho Dr. António Coutinho Presidente da Administração
MuchBeta Dr. Luis Vaz Diretor Criativo
Sana Hotels Dr.ª Maria João Proença Diretora de Marketing
JP Sá Couto Dr. Luis Almeida Diretor de Marketing
Vodafone Eng. António Carriço Diretor de Comunicação
Açoreana Seguros Dr.ª Joana Seixas Diretora de Marketing
Securitas Direct Dr. Firmino Fonseca Diretor de Marketing
Farinha Branca de Neve Dr. António Trigueiro de Aragão Diretor da Administração
Bertrand Editora, Lda Dr.ª Marta Serra Diretora de Marketing
Lidl Dr /ª Diretor/a de Marketing
MiniPreço D. Ana Nogueira “Braço direito” da Direção
RAR - Sociedade de Controle (Holding) S.A. D. Ligia Sousa Santos Diretora do Gabinete de Comunicação e Imagem
Agência AbreuDr. Miguel Couto/ Dr.ª Patricia Castel Diretor de Marketing
Taylor's Dr.ª Maria do Carmo Campelo Diretora de Marketing
Veloso&Troca Dr. João Troca Diretor de Marketing
Solverde Dr. Nuno Vasconcelos Diretor de Marketing
Tintas Lacca SA Dr.ª Fátima Paiva Diretor de Marketing
Íberdrola Dr.ª Ana Miranda Diretora de Marketing
Ótica Moutinho Dr. Rui Rocha Diretor de Marketing
Cimpor Dr.ª Filipa Mendes Diretora de Marketing
Jumbo/ Auchan Dr.ª Rita Branco Diretora de Marketing
62
FACULDADE DE LETRASUNIVERSIDADE DO PORTO
Rádio Popular ao cuidado do marketing
Fugifilm Portugal ao cuidado do marketing
Kellog's
Worten Dr. Nuno Rodrigues Diretor de Marketing
TMN D.ª Carla Alvarez Diretora de Marketing
Feiras Francas- pedido de parceria
Telefone Fax email
21 782 47 00 [email protected]
217.997.200 217.967. 853 [email protected]
255 538 088 [email protected]
227.724.234 [email protected]
210 064 300 210 064 301 [email protected]
229.993.999 · [email protected]
210 915 000 [email protected]
296 201400 296 201483 [email protected]
214 154 600 [email protected]
21 359 20 90 [email protected]
21 7626000
219249700 marketing@[email protected]
214401200 [email protected]
226190500 [email protected]
214156170 [email protected]
223742800
227 877 170 [email protected]
227335500 [email protected]
63
FACULDADE DE LETRASUNIVERSIDADE DO PORTO
226089700 226089700
225899880
213118100
213602100 [email protected]
229409600
226194200
214721300
217 914 400 [email protected]
Morada
Av 5 de Outobro, 208-11ªpiso 1069 Lisboa
Av. Miguel Bombarda, 36-10º 1050-165 Lisboa
Rua 1º de maio, 34 4630-228 Marco de Canavesses
Praceta S.Pedro nº 51 440-584 V-N.Gaia
Av. Fontes Pereira de Melo, 8 1069-310 Lisboa
Rua da Guarda 675 4455-466 Perafita
Av. D.João II, Lote 1.04.01 Parque das Nações 1998-017 Lisboa
Av. Duque dÁvila nº 171 1069-314 Lisboa
Rua Rodrigues Lobo nº 2, Edifício Securitas 2799-553 Linda-a-Velha
Rua Tomás Ribeiro, nº 45 - 5º Esq 1050 - 225 Lisboa
Rua Prof. Jorge da Silva Horta nº 1 1500-499 Lisboa
Lidl & Cia Rua Pé de Mouro 18 - Linhó 2714- 510 Sintra
Mini Preço Edificio Parque Oceano 3ª E Rua Dr. José Joaquim de Almeida nº 2 2780-337 Oeiras
RAR - Sociedade de Controle (Holding) S.A. Rua Passeio Alegre, 624 4169 - 002 Porto
Agencia Abreu S.A. Av. 25 de Abril nº 2 2799-556 Linda-a-Velha
Rua Rei Ramiro nº 316-318 4400-280 Vila Nova de Gaia
Rua Central do Olival, 301/305 4415-729 Olival - V.N.Gaia
Rua 19 nº 85 4501-858 Espinho
Casal - Unhão Apartado 7 4650-654 Unhão Felgueiras
64
FACULDADE DE LETRASUNIVERSIDADE DO PORTO
Edificio Península, Praça Bom Sucesso 105-146 Porto
Antórnio Moutinho Lda. Rua Conde Ferreira nº 137 1º andar 4000-223 Porto
Cimpor, cimentos de Portugal, SGPS, SA Sede, Rua Alexandre Herculano, 35 1250-009 Lisboa
Rua Maria Luísa Houstin nº 4 1300-034 Lisboa
Aguda Parque Largo de Arcozelo nº 76 edificio E 4410-455 Arcozelo Vila Nova de Gaia
Fugifilm Portugal Fugifilm European GMBH Sucursal Portugal Edificio Tower Plaza Rotunda Engenheiro Edgar Cardoso nº 23 10º andar 4400-676 V.N. Gaia
Central Park - Edifício 3 - R. Central Park, n.º 6 - 4ºA, Linda-a-Velha - 2795-242, Portugal
Estrada da Outurela nº 118 Edificio Imopolis bloco B/c 2790-114 Carnaxide
Av. Alvaro Pais, 2, Edificio Marconi, 1649-041 Lisboa
Site
www.lisboa.sanahotels.com
http://lusitana.pt/canais.asp?id_canal=139
http://www.grupobertrandcirculo.pt/contactos/
http://www.lidl.pt/
http://www.rar.pt/pt/contactos/
65
FACULDADE DE LETRASUNIVERSIDADE DO PORTO 14. Tabela de possíveis mecenas
Do dossier a remeter aos possíveis mecenas faziam parte uma carta de apresentação do Palácio das
Artes – Fábrica de Talentos e do projeto das Feiras Francas, um exemplar do jornal de cada uma das
três últimas Feiras Francas e um gráfico relativo ao nº de visitantes dos certames.
Este dossier, organizado pelo estagiário, foi enviado às instituições cujos contactos, entretanto, o
estagiário foi encarregado de procurar e que estão identificados na tabela acima.
A realização de uma avaliação quantitativa apresentada em gráficos tem diversos fins. É importante
não só internamente, mas também como elucidativa para a angariação de apoios e para divulgação na
imprensa. Muitas vezes é um modo eficaz de se ter a perceção da realidade, neste caso da necessidade
que os jovens artistas e criadores têm de mostrar o seu trabalho ao público.
15.Gráfico e tabela das áreas artísticas representadas em todas as FF
Artesanato Urbano 107
Design Produto 98
Design Moda 28
Edição 3
Design Gráfico 3
Design Mobiliário 26
66
FACULDADE DE LETRASUNIVERSIDADE DO PORTO
Produtos Gourmet 12
Food Design 2
Cake design 21
Food Court 1
Produtos Terapeuticos 3
Produtos Biológicos 7
Cosméticos 1
Artes Plásticas 5
Ervas Aromáticas 4
Ilustração/Literatura 55
Artes Visuais 7
Fotografia 19
Joalharia 21
Música 18
Teatro 19
Vinicultura 10
Bijuteria 6
Gastronomia 3
A criação de um dossier de imprensa sobre as FF45 organizadas pelo PAFT é da autoria do estagiário.
A comunicação social, sobretudo a local, costuma estar atenta a este tipo de eventos, pelo que o
estagiário entendeu por bem fazer o levantamento de todas as notícias, quer na imprensa falada, quer
na escrita, quer ainda, sempre que possível, nas redes sociais. Os responsáveis pela organização das
FF podem assim mais facilmente ter consciência de como é feita a divulgação do evento por terceiros
45 Dossier de imprensa (Anexo 28)
67
FACULDADE DE LETRASUNIVERSIDADE DO PORTOe ter acesso a artigos de opinião sobre as Feiras Francas, podendo analisar o impacto que suscitam na
cidade.
Para melhor esclarecimento, convém dizer que o estagiário apresentou às suas orientadoras, Dr.ª Paula
Cardoso e Dr.ª Alexandra Pinheiro, responsável pelo PAFT, algumas ideias novas: a realização de
encontros de poesia; o Fado no Palácio; o cantar as Janeiras na escadaria do edifício e o convite ao
Orfeão Universitário para a realização de uma performance numa FF.
6. IMPACTO DO PALÁCIO DAS ARTES – FÁBRICA DE TALENTOS (PAFT)
O impacto do Palácio das Artes- Fábrica de Talentos na sua zona de implantação é importante e forte
em distintas áreas.
68
FACULDADE DE LETRASUNIVERSIDADE DO PORTOAs áreas às quais é proporcionada intervenção têm estado principalmente ligadas às artes e aos
aspetos sociais. Como instituição, o PAFT tem um papel ativo em várias frentes, sobretudo a cultural
e a social. Por outro lado, a revitalização desta zona é necessária, por se tratar de uma área onde existe
uma população bastante envelhecida e carenciada. No entanto, esta característica também pode ser
aproveitada, visto haver muita gente que ainda conhece tradições e costumes antigos.
Os vetores para caraterizar o impacto da instituição estão refletidos na entrevista realizada à Dr. ª
Paula Cardoso.
A Dr.ª Paula Cardoso, orientadora do presente estágio curricular, respondeu da seguinte forma ao
questionário apresentado pelo estagiário.
ENTREVISTA
1. Pedro Mendes - Dr.ª Paula Cardoso, o projeto das Feiras Francas em que consiste?
Dr.ª Paula Cardoso - As Feiras Francas são um evento de promoção do
talento criativo, que permite cativar outros mercados, novos públicos, lançar novos negócios,
recuperar tradições, trabalhar a imagem local, envolver a comunidade residente e reforçar a ligação
entre os setores criativos e as estruturas de suporte, promovendo para além do centro histórico, a
cidade do Porto, o País e, particularmente, os jovens talentos a nível nacional e internacional.
2. Pedro Mendes - O certame que é realizado no PAFT é uma tradição ou uma herança Dominicana?
Dr.ª Paula Cardoso - A Fundação da Juventude recuperou a tradição das Feiras Francas, que aí se
realizaram durante 111 anos, reativando a história, numa envolvente comercial e económica,
interagindo de forma dinâmica com o Centro Histórico do Porto, com a comunidade residente, com o
turismo e com os agentes culturais, potenciando a associação do património à tradição, da economia à
cultura e às artes.
3.Pedro Mendes - Abordando outro projeto do PAFT, as Residências Artísticas, de que maneira é que
estas têm o papel de incubadora artística?
69
FACULDADE DE LETRASUNIVERSIDADE DO PORTODr.ª Paula Cardoso - Não. As Residências Artísticas destinam-se ao acolhimento (pré-incubação) de
jovens criadores no Palácio das Artes – Fábrica de Talentos. Os projetos são desenvolvidos através da
disponibilização de espaço, meios, formação constante e troca de experiências entre artistas e
convidados, nomeadamente professores e investigadores, empresários e empreendedores das
Indústrias Criativas e setores paralelos, galeristas, entre outros.
4. Pedro Mendes - Os residentes das Residências Artísticas do PAFT participam assiduamente
nas FF?
Dr.ª Paula Cardoso - Sim. Nas edições realizadas até 2013, os residentes artísticos
participaram assiduamente nas Feiras Francas, quer como expositores, divulgando e comercializando
o seu trabalho, quer como dinamizadores dos momentos lúdicos do evento, organizando workshops,
apresentando performances artísticas (dança, música, teatro), proporcionando o intercâmbio de
experiências culturais e artísticas entre criadores nacionais e internacionais.
5. Pedro Mendes - Qual é a valorização das FF no PAFT para a FJ e a comunidade envolvente?
Dr.ª Paula Cardoso - Entre 2009 e 2013, as Feiras Francas têm sido uma plataforma intermediária
entre o mundo escolar e o mercado de trabalho, abrangendo todos os setores artísticos e da criação. É
um evento que faz parte dos roteiros económico, artístico e cultural da cidade do Porto e Região Norte
de Portugal, com uma diversidade temática e programática, evidenciando qualidade e
contemporaneidade das propostas / projetos / produtos. Outro dos pontos fortes das Feiras Francas é a
diversidade de públicos: dos 8 aos 80 anos: estudantes, profissionais, investidores, associações
empresariais, municípios, regiões de turismo, comerciantes e industriais, etc.
8.REFLEXÃO
“ Falar e refletir sobre os públicos das culturas urbanas leva-nos, antes de mais, a questionar as
relações entre a oferta e a procura cultural, ou, se preferirmos, entre a produção e o consumo/
70
FACULDADE DE LETRASUNIVERSIDADE DO PORTOreceção” 46.Para isso é necessário estabelecer um conceito de cultura como faz, por exemplo, Augusto
Santos Silva que o liga a um “conjunto de matrizes de identidades coletivas, padrões de conduta e
obras da civilização humana”. 47
A cultura pode manifestar-se de formas completamente diferentes, partindo de um hobby, ou de
trabalhos manuais/artesanais, passando pela tradição oral e chegando às mais consagradas
composições musicais e às construções mais célebres. “Uma política que trate deste setor terá de
envolver-se nessa teia de relações construídas e constantemente (re)construídas, de modo a poder
atingir os seus propósitos.”48 Há uma grande diferença entre os artistas que ninguém ignora e os
cidadãos que não ousando assumir para si essa designação, embora pretendam dar a conhecer os seus
dotes de artesãos, por exemplo, são fios importantes dessa teia. O certo é que todos fazem parte do
mundo da cultura. Quer isto dizer que a teia de relações de que fala Augusto Santos Silva tem de ser
construída incluindo-os a todos eles, sobretudo através da criação de oportunidades. As Feiras Francas
e as Residências de Artistas são, no PAFT, iniciativas que mostram até que ponto a intermediação de
um agente cultural num contexto muito específico pode ter um papel relevante no âmbito da política
cultural.
As atividades do PAFT, numa perspetiva de receção cultural, não encontram “um deserto vazio de
referências; todos os grupos sociais atualizam e protagonizam uma história”49, o que significa que a
sua diversidade, neste caso concreto, é algo que a programação cultural da instituição não ignora e de
que tenta tirar partido. Neste sentido, ainda, é de salientar que essa diversidade dos públicos que
acorrem nomeadamente às Feiras Francas para as visitar, não se fica apenas pela faixa etária, mas
também pela origem social, pelo nível cultural, pelo nível económico ou pela sua própria
nacionalidade.
Tal como são concebidas as atividades em todas as suas valências, o que o PAFT também procura é a
possibilidade de estimular e fomentar a educação artística, precisamente através do apoio á criação
46 LOPES (2000), 1747 SILVA (2000), 2148 COSTA (2006), 1349 LOPES (2000), 43
71
FACULDADE DE LETRASUNIVERSIDADE DO PORTOartística. O fundamental da ação/ missão do PAFT relaciona-se com a conjugação daquilo que foi já
apontado, daí a gestão cultural ser feita cuidadosamente. É importantíssimo que haja “instituições que
ao funcionarem como agentes culturais, possam quebrar eventuais efeitos de fechamento”50. Embora
haja inevitavelmente limitações, é notório que a gestão cultural no PAFT é pensada articuladamente.
Acaba por desempenhar, para além do que já foi exposto, o papel de preservar o património cultural e
por outro criar condições para que novas manifestações culturais possam acontecer. Neste ponto, há
que acrescentar que as instituições públicas e privadas devem ter o papel principal, mas cada pessoa
tem também forma de se integrar neste contexto que é tão vasto.
Como afirma Rogério Proença Leite, os processos desenvolvidos no contexto da gestão e assessoria
cultural “flexibilizam conteúdos culturais locais ao mesmo tempo em que reabilitam outros teores,
objetivando a cultura em nichos urbanos de consumo. Esta flexibilização acaba por permitir a
inserção das cidades nas rotas de apropriação alargada do consumo turístico.”51 Cada vez mais se
procura integrar, com resultados reconhecidamente positivos, a cidade do Porto nestas rotas. O PAFT
não está sobretudo direcionado para tal, mas é notório que não passa despercebido aos turistas.
O Palácio das Artes- Fábrica de Talentos, lugar onde se desenrolam inúmeras manifestações culturais,
é um espaço cheio de potencialidades onde se aproveitam de maneiras diversificadas os jovens
talentos, as produções de artistas de renome, as tradições e as inovações, se dá incentivo a quem o
procura, se acolhem os cidadãos que vão assistir a espetáculos, se procura desenvolver o interesse
pela cultura, bem como a sua divulgação e, como componente muito importante, o mecenato cultural.
A gestão e a assessoria cultural são desenvolvidas no PAFT em vertentes muito diferentes, todas elas
ligadas a estas reflexões.
9.CONCLUSÃO
Integrar a equipa da Fundação da Juventude, num espaço como o Palácio das Artes – Fábrica de
Talentos, permitiu desenvolver uma atividade enriquecedora no campo da gestão e assessoria cultural.
50 Idem, 20551 LEITE (2008), 173
72
FACULDADE DE LETRASUNIVERSIDADE DO PORTO
Numa primeira abordagem á instituição foi necessário um período de adaptação em especial para ir
conhecendo a estrutura orgânica, as pessoas que nela trabalham, os projetos que são desenvolvidos, a
par do reconhecimento dos vários espaços físicos ligados à Fundação da Juventude. A realidade
institucional é bastante diferente do que imaginava e a área de atuação da FJ muito diversificada.
O estágio desenrolou-se especificamente no Palácio das Artes – Fábrica de Talentos, assumindo
contornos variados de acordo com o que foi programado.
Existindo uma forte ligação do edifício ao antigo Convento de S. Domingos, foi necessário analisar o
imóvel e procurar informação interessante, especialmente sobre o processo da sua recuperação. Esta
componente, desenvolvida ao longo do período de estágio, trouxe algumas revelações inesperadas,
nomeadamente um encontro com os arquitetos responsáveis pelo projeto de recuperação do PAFT.
Recuar no tempo para perceber, através das obras consultadas, o que foi a realidade vivida pelos
Dominicanos e o que era o primitivo Convento de S. Domingos foi igualmente importante.
As Feiras Francas são uma iniciativa sólida, com êxito, e contribuem para a projeção de atividades
culturais num espaço muito interessante e emblemático. Além disto, são uma oportunidade importante
para que os jovens artistas possam mostrar o seu valor.
A aposta na continuidade desta iniciativa é uma mais-valia para o local onde é realizada. A afluência
dos visitantes, sejam estes turistas ou habitantes da área metropolitana do Porto, resulta num aumento
de fluxo económico na área da rua das Flores, Largo de S. Domingos e Ribeira. A
divulgação/revelação de Jovens Talentos ou Talentos Emergentes no PAFT é essencial para todos.
Para os Jovens Talentos ou Talentos Emergentes, o PAFT é uma maneira de os ajudar a criar e a
desenvolver a sua arte, divulgando sem custos o seu trabalho à sociedade.
As competências adquiridas durante este estágio foram especificamente direcionadas para a
organização, divulgação e implementação de eventos e iniciativas culturais, tendo o trabalho realizado
incidido nas Feiras Francas. Para o estagiário, o contacto com uma realidade desconhecida – o PAFT
– a nível do espaço físico, da organização interna, da montagem das FF, da equipa que lá trabalha,
73
FACULDADE DE LETRASUNIVERSIDADE DO PORTOmas também o conhecimento de novos artistas e de um público muito heterogéneo tornaram-se uma
grande mais-valia.
Por estas razões, e não só, o estagiário considera que o período de tempo que durou a experiência
descrita neste relatório foi muito enriquecedor, sobretudo pelo que aprendeu com todos com quem
contactou e pela oportunidade que teve de adquirir novos conhecimentos.
10.ÍNDICE DE IMAGENS, GRÁFICOS E TABELAS
1. Mapa do centro urbano do Porto/Área de divulgação das FF 32
74
FACULDADE DE LETRASUNIVERSIDADE DO PORTO
2. Tabela do nº de cartazes das FF e locais onde foram afixados 35
3. Gráfico de visitantes das FF 36
4. Cartaz da 30ª FF 45
5. Nome dos expositores presentes na 30ª FF 46
6. Gráfico das áreas artísticas representadas na 30ª FF 46
7. Tabela das áreas artísticas representadas na 30ª FF 47
8. Cartaz da 31ª FF 48
9. Nos estatísticos das áreas artísticas representadas na 31ª FF 49
10. Tabela das áreas artísticas representadas na 31ª FF 50
11. Cartaz da 32ª FF 51
12. Nos estatísticos das áreas artísticas representadas na 32ª FF 53
13. Tabela das áreas artísticas representadas na 32ª FF 53
14. Tabela de possíveis mecenas 66
15. Gráfico e tabela das áreas artísticas representadas em todas as FF 66
11. BIBLIOGRAFIA
AFONSO, Daniel Borges Braz (2012) – A rua em construção da forma urbana medieval: Porto, 1386-
1521. Porto: Faculdade de Letras da Universidade do Porto.
75
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e o Porto intramuros no século XVI: propriedade, ritual, representação e forma urbana (1499-1606).
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Barcelona, Departament de Composició Arquitectònica.
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para a sua história. Porto:CMP.
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Cultural da Câmara Municipal do Porto. Porto, vol. II, fasc.1.
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LOPES, João Teixeira (2000) – A Cidade e a Cultura: um estudo sobre práticas culturais urbanas. Porto: Edições Afrontamento.
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franciscanas. Portugal Medieval. Novas Interpretações. Lisboa: INCM.
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Boletim Cultural da Câmara Municipal do Porto. Porto, vol. XV, fasc. 1-2.
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Fr. Alberto Maria Vieira. Fátima: Secretariado Provincial.
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PORTUGAL, José; MARQUES, Susana (coord.) (2007) – Gestão Cultural do Território. Porto:
Setepés.
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pobreza voluntária. História Religiosa de Portugal . Lisboa: Temas e Debates.
SANTOS, Maria de Lourdes Lima dos (coord) (1998) – As Políticas Culturais em Portugal: Relatório
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Setor (O) das Atividades Artísticas, Culturais e de Espetáculo em Portugal (2006) – Lisboa, IQF (Instituto para a Qualidade na Formação.
SILVA, Augusto Santos (2000) – Cultura e desenvolvimento: estudos sobre a relação entre Ser e Agir. Oeiras: Celta Editora.
12 ANEXOS
Anexo 1 – Edifício Douro: planta topográfica (1965)
Anexo 2 – Edifício Douro: memória descritiva (1965)
77
FACULDADE DE LETRASUNIVERSIDADE DO PORTOAnexo 3 – Edifício Douro: auto de notícia (1973)
Anexo 4 – Edifício Douro: memória descritiva (1973)
Anexo 5 – Edifício Douro: fotografias mostrando o estado de degradação do edifício (2004)
Anexo 6 – Edifício Douro/ Fundação da Juventude: memória descritiva (2005)
Anexo 7 – Edifício Douro/ Fundação da Juventude: aditamento ao licenciamento da obra (2007)
Anexo 8 – Edifício Douro/ Fundação da Juventude/ Palácio das Artes: fotografias atuais (2014)
Anexo 9 – Fundação da Juventude: escritura da instituição (1989)
Anexo 10 – Fundação da Juventude: reconhecimento oficial (1989)
Anexo 11 – Fundação da Juventude: concessão do estatuto de utilidade pública (1990)
Anexo 12 – Fundação da Juventude: organograma
Anexo 13 – Fundação da Juventude: revista “Fábrica de Talentos”
Anexo 14 – Feiras Francas: regulamento
Anexo 15 – Feiras Francas: ofício-padrão de proposta de parceria (mecenato)
Anexo 16 – 30ª FF: cartaz
Anexo 17 – 30ª FF: flyer para divulgação
Anexo 18 – 30ª FF: jornal
Anexo 19 – 30ª FF: fotografias
Anexo 20 – 31ª FF: cartaz
Anexo 21 – 31ª FF: flyer para divulgação
Anexo 22 – 31ª FF: jornal
Anexo 23 – 31ª FF: fotografias
Anexo 24 – 32ª FF: cartaz
Anexo 25 – 32ª FF: flyer para divulgação
Anexo 26 – 32ª FF: jornal
Anexo 27 – 32ª FF: fotografias
Anexo 28 – Feiras Francas: dossier de imprensa
78