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EM FRENTE AO CENTRO SOCIAL PUBLICIDADE PUBLICIDADE Nº 135 • ANO XII • JUNHO 2010 • GRATUITO • MENSAL • PROPRIEDADE: TAMANHO DAS PALAVRAS, LDA DIRECTOR: JOAQUIM FORTE Joane pág. 07 Junta admite processar Câmara Impasse com terrenos da feira pode estar resolvido Desporto pág. 15 José Marques, novo presidente da ARPO de Pousada Ronfe pág. 08 Casa do Povo, uma polémica por mês Conhecer um pouco da história de Ronfe através de bonecos pág. 11

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Edição de Junho 2010

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EM FRENTE AO CENTRO SOCIAL

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Nº 135 • ANO XII • JUNHO 2010 • GRATUITO • MENSAL • PROPRIEDADE: TAMANHO DAS PALAVRAS, LDA

DIRECTOR: JOAQUIM FORTE

Joane • pág. 07

Junta admite processar Câmara

Impasse com terrenos da feira pode estar resolvido

Desporto • pág. 15

José Marques, novo presidente da ARPO de Pousada

Ronfe • pág. 08

Casa do Povo, uma polémica por mês

Conhecer um pouco da história de Ronfe através de bonecos pág. 11

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REPÓRTER LOCAL • JUNHO DE 2010 • 3

O dia 3 de Julho de 2010 é uma data histórica para Airão S. João”. A frase de Domingos Ferreira

sintetiza a importância dada pela Junta de Freguesia à inaugura-ção das Pisc inas descobertas , agendada para sábado. “Não há memória de um investimento desta envergadura na nossa terra”, diz o autarca do PS.A importância do equipamento é também salientada por Amadeu Portilha, vereador na Câmara de Guimarães com o pelouro do Des-porto. “Vão beneficiar a população desta parte do concelho que não tem acesso fácil a infra-estruturas desportivas aquáticas de lazer, principalmente no Verão”.A Junta de Freguesia é dona da obra, o terreno é da Câmara, mas a gestão do equipamento ficará aa cargo da Tempo Livre, coope-rativa municipal responsável pela gestão de instalações desportivas

(Complexo Municipal de Piscinas e Parque Aquático Scorpio). As Piscinas funcionarão todos os dias, com um preçário que teve em conta a sua localização e uma taxa para crianças e jovens.A apreciação, contudo, não gera consenso na freguesia. Há quem considere que, por se tratar de piscinas descobertas (e para mais numa freguesia pequena), o equi-

pamento será incomportável. “São muito poucas as instalações desportivas que sejam autónomas. Existe uma forte componente de integração social e de coesão do território concelhio que está subja-cente a estes investimentos”, alega Portilha, que se mostra optimista. “Esta é uma piscina que vai ter uma área de influência muito grande, já que na periferia de Airão S. João não existe uma infra-estrutura similar e com a qualidade que essa tem. Daí que acredite que, mesmo ao nível financeiro, será uma infra-estrutura viável e rentável”.Os terrenos onde está implantada a piscina são municipais, lembra Amadeu Porti lha, “e em breve serão objecto de deliberação mu-nicipal para atribuição do direito de superfície à Junta”. A cerimónia de inauguração (3 de Julho) é presidida pelo presidente da Câmara, que será alvo de uma homenagem da Junta.

MEMÓRIA

E Já lá vãO 24 AnOs!Joane assinala, no dia 3 de Julho, mais um aniversário da elevação à categoria de vila. Veja nas páginas 19, 20 e 21

EM FOCO

Viatura 4-6-9 lugares e Viatura para pessoas com mobilidade reduzida

Serviço permanente: 917 514 596 | 252 991 646

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As Piscinas de Airão S. João incluem um tanque principal para activida-des aquáticas, um tanque chapinheiro para crianças, balneários, bar e ou-tros equipamentos de apoio. O edifí-cio novo faz ligação aos balneários de apoio ao campo de jogos do Fórum de Airão. O RL deixa aqui a Ficha Técnica desta novo equipamento.

LOCALIZAÇÃORua 25 de Abril

CAPACIDADE300 pessoas (lotação simultânea)

PROJECTOArquitecto Carlos Coutinho

PROPRIEDADEJunta de Freguesia de Airão São João

GESTÃOTempo Livre - Cooperativa Municipal

PREÇOSDias úteis< 2 anos e Cartão Municipal do Idoso gratuito3 - 6 anos (acomp. p/ adulto) 1,00 €7 - 12 anos (acomp. p/ adulto) 1,50 €> 13 anos 2,00 € Fins-de-semana e Feriados < 2 anos e Cartão Municipal do Idoso gratuito 3 - 6 anos (acomp. p/ adulto) 1,00 €7 - 12 anos (acomp. p/ adulto) 2,00 €> 13 anos 3,00 € Espreguiçadeiras 2,00 €Guarda-sóis 1,00 €Conjunto 2,50 €

Airão já tem piscina e agora só faltam os utilizadoresPresidente da Câmara de Guimarães inaugura Piscinas no dia 3 de Julho

Não há memória de um investimento desta envergadura na freguesia de Airão S. João

4 • JUNHO DE 2010 • REPÓRTER LOCAL

FÓRuM

O MêS DERUI DIAS

UM BLOG

DÁ QUE PENSAR!

é ASSIMOPINIãO

O QUE SE DIz

>> FACTO lOCAl A Inauguração das piscinas de Airão S. João (dia 3 de Julho). Numa altura em que as aldeias estão a ficar abandonadas, é de louvar a abertura de infra-estruturas em meios rurais que ajudam a dinamizar e fixar as populações.

>> FACTO NACIONAl O anúncio do encerramento de mais escolas do primeiro ciclo do ensino básico por parte do ministério da Educação. Conforme mencionado na pergunta anterior, as pequenas localidades vivem das suas infra-estruturas e a escola é a base de todas elas.

>> FIguRA dO Mês O pároco de Airão S. João, Joaquim Faria. A igreja tem sido o elemento dinamizador da sociedade e da cultura na nossa freguesia (escuteiros, congregações, etc.). Penso que se deve dar reconhecimento à pessoa que tem estado a liderá-la durante todos estes anos.

>> FRAsE “Pensar global, agir local”, o lema da Agenda 21 que é o plano de acção das Nações Unidas para o desenvolvimento sustentável no Século XXI.

http://www.moliro.blogspot.comMoliro é Movimento de Libertação de Ronfe. Dizem os autores: “Somos um movimento constituido por Ronfenses de várias idades, de diferentes ideolo-gias, mas que têm em comum o facto de acharem que basta de inércia na Casa do Povo. Este blogue é parcial isso assumimos já e com determina-ção. Mas tudo quanto se lê aqui é ve-rídico”. O tema Casa do Povo domina este blog, pouco actualizado, e marca-do por comentários ferozes.Na próxima edição, outro blog.

A FRASE DO MÊS

“Como é que eu explico a eliminação de Portu-gal? Falem com Carlos Queiroz”Cristiano Ronaldo aos jornalistas no fim da derrota de Portugal (1-0) frente a Espanha no Mundial de Fu-tebol da África do Sul

“Socialistas de Famalicão apelam a Armindo Costa que trave “negócio ruinoso e obscuro”Título do jornal Opinião Pública

“Parece que nas instalações da Cida-de Hoje Rádio/Jornal é proibido li-gar o ar-condicionado. Motivo: falta de verba para pagar a conta da luz. Reduzir custos é o que se exige para aqueles lados”.www.euvieusei.blogspot.com

“Esta do Presidente da República não ter ido ao funeral de José Saramago tem que se lhe diga. Tem, tem. Ó pá, tem!”.Gouveia Ferreira, Opinião Pública.

“O importante é que se comemore a Liberdade e não o dia exacto”.Ricardo Rodrigues, deputado do PS, em de-fesa da proposta de alterar alguns feriados nacionais

“Portugal derrotado com golo mili-metricamente em fora-de-jogo. Ro-naldo passou ao lado do Mundial. Táctica de contenção não resultou e só Eduardo se superou”.Público, notícia sobre eliminação de Portugal do Mundial

“A Justiça não está bem, mas não está tão mal como isso. Se corrermos a Europa, não encontramos Justiça me-lhor do que a portuguesa”.Pinto Monteiro, Procurador-Geral da Repú-blica, declarações na Maia

“Há hoje, em Portugal, duas justiças, uma para políticos, banqueiros, ges-tores e congéneres, e outra para o ci-dadão comum”Manuel António Pina, escritor e cronista, JN

Arquitecto.AIRãO s. JOãO

FACTO LOCAL

“A inauguração das piscinas de Airão. Numa altura em que as aldeias estão a ficar abandonadas, é de louvar”

O que esteve a fazer em 2003?

PsP deteve 270 pessoas e apreendeu 11 armas junto das escolas

desacatos em marchas populares fazem um ferido

“A operação da PSP “Recreio Se-guro II - A violência não entra na escola” terminou com a detenção de 270 pessoas e a apreensão de 11 armas. Durante a operação, que decorreu junto de escolas do país entre 3 de Maio e 18 de Junho, a PSP efectuou 270 detenções (31 por tráfico de droga, 23 por furto e roubo e três por posse de arma ilegal).Foram apreendidas 11 armas e 1570 doses de estu-pefacientes; foram detectadas 3776 infracções ao Código da Estrada, a maioria por uso do telemóvel durante a condução (281) e não utilização do cinto de segurança (230), entre outras.Fonte: Publico

“Aconteceu na Figueira da Foz. A confusão instalou-se junto à tribu-na do júri das marchas populares. Algumas pessoas protestaram por não conseguirem ver as marchas por causa dos músicos. A PSP interveio, um polícia foi agarrado, foi-lhe retirado o gás pimenta e

usado contra ele. Um agente “foi mordido” e ficou com a farda rasgada. O agressor desapareceu. Outras quatro pessoas foram assistidas. Um dos populares assistidos sofreu um ataque epiléptico. Um homem foi também assist ido por ter s ido atingido por gás pimenta e duas crianças foram retiradas de ambulância”.Fonte: Público

O que é que andamos a fazer há sete anos atrás que nos impediu de ter filhos? Sim, porque no ano lectivo que começa em Setembro, nas escolas do primeiro ciclo de Joane vão faltar, pelo menos, três turmas para que o número de crianças se mantenha igual ao do ano lectivo que agora termina. Em 2009/2010, a Pré-Primária e as Escolas de Montelhão, Mato da Senra, Giestais e Cima de Pele, eram frequentadas por 420 crianças. No início do próximo ano lectivo - e as matrículas já estão a terminar - ha-verá menos três turmas do primeiro ano. São muitas crianças ‘a menos’. Que se terá passado em 2003 para nascerem tão poucas crianças em Joane? Ou nasceram mas estão no estrangeiro para onde as famílias emigraram? Ou estão em colégios e escolas privadas?

Ou a crise que já, há sete anos atrás, se fazia sentir obrigou os pais a fazerem mais contas à vida e ter menos filhos ou, até, a não ter nenhum? Ou tudo junto? É uma incógnita e uma estranha ironia esta em que, quando está quase pronto o Centro Escolar, parece haver espaço a mais e crianças a menos.Se considerarmos 20 alunos por turma, são menos 60 crianças. E, com menos crianças, não é de estranhar que as instituições privadas de solidariedade social apostem, cada vez mais, na oferta de serviços à terceira idade. Por cada bebé a menos na creche, há dois idosos a necessitar de apoio domiciliário ou a ser colocados num lar. Dá que pensar. Afinal, que estávamos todos a fazer em 2003?

DÁ QUE PENSAR!

Os artigos de Opinião são da responsabilidade dos seus autores

Emília Monteiro

REPÓRTER LOCAL • JUNHO DE 2010 • 5

“Lisboa é o país, o resto é paisa-gem”, dizem muitos.Quem diz Lisboa, diz Famalicão, diz Guimarães. Da mesma forma que a “província” só surge, regra geral, no alinhamento noticioso das TV´s nacionais e dos jornais quando há uma tragédia, também as freguesias mais afastadas dos centros das ci-dades de Famalicão e de Guimarães só surgem quando há inaugurações; visita dos governantes municipais ou quando há tragédia de encher o olho. Temos duas salas de espectáculos municipais nos concelhos a que per-tencem as freguesias do Repórter Local: a Casa das Artes em Famali-cão, o Centro Cultural Vila Flor em Guimarães. A estratégia de promoção destas duas salas é muito semelhante: anúncios nos jornais e revistas na-cionais. Certamente porque querem atingir o público que consideram mais consumidor de cultura. Mas esta explicação acaba por encerrar um atestado de menoridade aos mi-lhares de cidadãos que vivem fora das cidades e que são leitores dos jornais locais: a de que estes mi-

lhares de pessoas não estão nada interessadas nas programações cul-turais das duas salas municipais que ajudam a pagar com os seus impostos. Por outro lado, ao insis-tirem nesta lógica de promoção de espectáculos nos órgãos nacionais que mais atingem os leitores ale-gadamente mais interessados pela Cultura, está-se a contribuir para a perpetuação de uma situação. Há que inverter. Há que tentar cha-mar públicos que não são apenas os que vivem no Porto, em Braga, Aveiro ou outras cidades. Há que ca-tivar, por exemplo, os jovens - e são muitos - que vivem em Joane, em Pousada, em Airão, em Vermil, em Ronfe, que não estando nas grandes urbes têm ou podem ter apetências culturais. Insistir na mesma lógica que leva as TV´s a darem telenovelas a noite toda - “porque é o que o povo quer” - não parece ser o caminho. Acresce que, no caso, estamos pe-rante estruturas municipais que de-vem abarcar todo o concelho e não apenas as três ou quatro freguesias que constituem os centros de Fama-licão e de Guimarães.

EDiTORiAL JOAQUIM FORTE

CARTAS ABERTAS Comendador aPareCIdo

Sr. PreSIdente da Câmara de guImarãeS

CARTOOn RLpor tiago mendes ([email protected])

EsCuTEIROs dE JOANEOs escuteiros de Joane querem ocupar uma das escolas que vão ficar vazias. A pretensão é legítima, apesar de o CNE não ter um estatuto que lhe confere direitos especiais. Por outro lado, quando se é simultanea-mente eleito de um partido e Chefe de um agrupamento de escuteiros, manda o bom senso que se evite ao máximo misturar as duas funções.

VIlA dE JOANEHá muito que a data que assinala a elevação de Joane a vila deixou de ser evocada com o entusiasmo dos primeiros anos. Não deixa, contudo, de ser um marco na história mais recente da vila, por mais reservas que se coloquem ao seu crescimento.

AIRãO s. JOãOTerra de pedreiras, onde nem os sinais dos telemóveis chegam em condições (ver Cartas Abertas), Airão S. João dá cartas com a inauguração das piscinas desco-bertas. Resta agora esperar para ver se o equipamento se mostra viável, contradizendo as vozes críticas deste projecto que se fazem ouvir na localidade.

FRANCIsCO FERREIRAEste joanense a residir em Ronfe é um apaixonado pelo coleccio-nismo. Na sua casa, este pro-fessor do ensino básico guarda uma colecção de copos de cerveja digna de realce. Entre os 2200 exemplares que constituem um autêntico museu, contam-se al-guns copos que são verdadeiras raridades.

Exmo. Sr. PresidenteAirão S. João está fora do mapa das telecomunicações. Esta mui nobre terra sofre da sua localização geográfi-ca. É que é inteiramente im-possível manter qualquer li-gação telefónica móvel! Bem sabemos que é uma freguesia pequena, enterrada lá no meio das pedreiras e das ma-tas, muito longe da sede do concelho, e que muitos res-ponsáveis consideram boa para umas passeatas domin-gueiras ou para satisfazer o palato numa ou outra tasca ou casa de bem-comer. Mas senhor Presidente, é preciso agir para que pelo menos ao nível das comunicações mó-veis a freguesia não fique para trás. As operadoras continuam a vender telemó-veis garantindo que existe total cobertura na zona e afinal ninguém consegue ter uma conversa via telemóvel se algum dos intervenientes estiver em Airão S. João!

Em nome desta terra que tanto prezo, peço-lhe, Sr. Presidente, que dê mostras da sua influência (e que a mesma não termina para lá do núcleo urbano da mui nobre cidade de Guimarães) e procure mexer os cordeli-nhos para que as operado-ras de telemóveis se dignem olhar para este torrão. Aceite os melhores cumpri-mentos deste que se assina Comendador Aparecido

PS: Folgo em saber que logo na estreia, tenha sido lido (e visto!) pelo excelso destinatário da pri-meira Carta e pelos senhores do PSD. Sinal de que o problema vai ser resolvido, espero!

PROTAgOniSTAS J.F

Repórter Local | Propriedade e Editor - Tamanho das Palavras, Lda, Rua das Balias, 65, 4805-476 Stª Mª de Airão | Telefone 252 099 279 E-mail [email protected] | Membros detentores com mais de 10 % capital Joaquim Forte, Luís Pereira e Dominique Machado | Director Joaquim Forte | Redacção Luís Pereira; Dominique Machado | Paginação Filipa Maia | Colaboradores Ana Margarida Cardoso; Luís Santos; Emília Monteiro; Sérgio Cortinhas; Ivânia Fernandes; Luciano Silva; Joana Cunha; Miguel Azevedo; Gil Ribeiro | Impressão Gráfica Diário do Minho | Tiragem deste nº 4000 ex. Jornal de distribuição gratuita | Registo ICS 122048 | NIPC 508 419 514

CENTRALISMO(S)

6 • JUNHO DE 2010 • REPÓRTER LOCAL

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LOCALiDADES

GNR JOANE

Comandante dias está de saída

POUSADA

Ameaça de bomba na RiopeleA fábrica da Riopele, em Pousada de Saramagos, foi alvo de uma falsa ameaçada de bomba. Na semana passada, a portaria da empresa recebeu um telefonema que asse-gurava a existência de um engenho explosivo no interior da fábrica, na linha de produção. De imediato foram seguidos os procedimentos de segurança. A fábrica foi evacuada enquanto que uma equipa de minas e armadilhas da PSP inspeccionou o local tendo concluído tratar-se de um falso alarme.

Posto de atendimento da gNR em silvares não satisfaz autarca

A criação de um posto de atendi-mento da GNR em Silvares, junto do centro comercial Espaço Guimarães, não agrada a autarcas das freguesias vimaranense abrangidas pelo RL. Recorde-se que a GNR instalou um posto de atendimento que funciona entre as 15h00 e as 22h00, com um único mil i tar e unicamente para atendimento aos cidadãos. As freguesias de Guimarães abrangi-das pelo RL são servidas pelo posto da GNR, que agora está instalado em S. Torcato. Dada a significativa distância geográfica, há autarcas que por diversas vezes manifes-taram preocupação, temendo pela segurança das suas freguesias.

O presidente da Junta de Ronfe, Daniel Rodrigues é o que mais tem falado no assunto. Quando abriu o novo centro comercial , chegou a sugerir a instalação de um posto de Destacamento da GNR em Silvares p a r a f a z e r f a c e à s n e c e s s i d a d e s da população que se encontra no triângulo das vilas de Ronfe, Brito e Pevidém.A solução agora encontrada con-tínua, contudo, a não satisfazer o autarca. “Aquilo não resolve as ne-cessidades embora aparentemente possa parecer que sim. A maior parte dos serviços e dos autos continuam a terem que ser feitos em S. Trocato”, refere Daniel Rodrigues.

REGIÃO • SEGURANÇA

Presidente da Junta de Ronfe queria um Destacamento para servir Ronfe, Brito e Pevidém

Está de saída o comandante Dias, do posto da GNR de Joane. A saída surge no âmbito da habitual rotatividade nos comandos. Para o lugar de Dias, virá o Ajudante Augusto, actualmente a comandar a GNR de Riba D`Ave. O Comandante que agora sai estava à frente da guarda joanense desde Agosto de 2007 e irá desempenhar funções a partir da próxima semana no posto de Prado, Braga. O RL agradece a colaboração e dis-ponibilidade sempre prestada pelo Comandante Dias, desejando-lhe os maiores sucessos.

REPÓRTER LOCAL • JUNHO DE 2010 • 7

LOCALIDADES

PREVENÇÃO DE INCÊNDIOSA Campanha de Prevenção de Incêndios Florestais decorre até 15 de Outubro. Em Famalicão, estão no terreno 60 vigilantes, alguns dos quais nos postos de vigia de Santa Tecla (Oliveira Santa Maria) e Santa Cristina (Requião).

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Tribunal não deu razão ao dono dos terrenos hipotecados

JOANE • AUTARQUIA

O Tribunal Cível de Fa-malicão considerou im-procedente a providên-cia cautelar interposta

pelo proprietário do terreno que está sob hipoteca, na continuidade do Largo 3 de Julho.Face a esta decisão, o presidente da Junta de Joane considera que a Câmara de Famalicão tem “luz verde” para avançar com o resto das obras de requalificação do centro urbano de Joane. “Estão abertas as portas para que, com celeridade, o município faça o resto da intervenção. Queremos que seja contemplado na em-preitada em curso o acesso que l iga o Largo 3 de Julho à Rua da Ribeira, pois é uma ligação de extraordinária importância”,

disse o autarca (A Câmara, por seu lado, já manifestou a vontade de concretizar o arruamento, na última Assembleia Municipal).Sá Machado deixou ainda a dispo-nibilidade da Junta em contribuir para a obra, se tal for necessário. “Basta que a Câmara ce lebre connosco um protocolo de 5000 euros. Se o município pretende gastar 30 milhões de euros num estádio de futebol, não acredito que não tenha cinco mil para um arruamento”, disse.Com esta decisão jurídica, a obra global da renovação urbana do centro pode ser acelerada, entende Sá Machado. “Queremos que em 2011 toda a praceta seja concluída. É a grande oportunidade para que a Câmara de Famalicão prove que sempre quis fazer a intervenção, pois sempre se desculpou com o

impedimento jurídico para não intervir”, afirmou o autarca.José Santos, vereador das obras municipais da Câmara de Fama-licão, não embarca no mesmo entusiasmo de Sá Machado e sugere que se analise com rigor a decisão judicial agora conhecida.“Estamos a falar de uma decisão sobre uma providência cautelar e não da decisão do processo sobre a propriedade dos terrenos, que ainda corre”, salienta o vereador, também ele um joanense. “Apesar de ser um sinal positivo, é preciso ter atenção porque há prazos para recurso, que não sabemos se irão ser usados. Até lá, será prematuro adiantar o que seja. Certas são as obras em curso, que decorrem a bom ritmo, e que a Câmara irá concluir em tempo útil”, garante.

Presidente da Junta diz que agora a Câmara não tem desculpas para não avançar com o resto da requalificação do centro

Luís Pereira

Junta admite processar Câmara

A Junta de Joane admite avançar para tr ibunal com uma acção contra a Câmara de Famalicão. Em causa estão os danos causados nas estradas joanenses com as obras de saneamento. “As ruas da Torre e Celorico estão há três anos num estado lastimável. Insistimos diversas vezes com a Câmara para pressionar o empreiteiro porque é inaceitável a situação das pessoas”, disse o autarca.Machado diz que a Junta vai pedir aconselhamento jurídico. “Em caso af irmativo, ou a Câmara de uma vez por todas resolve o problema ou avançaremos para tribunal para defender os direitos dos cidadãos”.José Santos, vereador das Obras Municipais, diz que as preocupa-ções “são legítimas” mas considera extemporânea a queixa da Junta em tribunal. “Passaram 3 anos sobre as obras mas temos 5 anos

de garantia e o empreiteiro já mostrou disponibi l idade para intervir nos próximos tempos. O presidente da Junta que não esteja à espera de uma intervenção de fundo. Será feito o que sempre se faz em todas as freguesias, repor o pavimento onde ele não exista ou esteja danificado”, avisa. Entretanto, sobre a construção das quatro lojas no Largo 3 de Julho, Machado criticou as “várias acrobacias” do PSD local. “Ora concorda com as lojas, ora recua, tentando lançar poeira para os olhos”.Em sua opinião, a Câmara vai gas-tar mais dinheiro com os lojistas. “Na altura pedimos 100 mil euros para resolver o problema. A Câ-mara vai gastar 150 mil euros. Se fosse a Junta a tratar do problema tinha criado condições para que não houvesse construção de lojas na obra do Largo 3 de Julho”.

Em causa estão os danos causados nas estradas joanenses com as obras de saneamento realizadas há três anos.

8 • JUNHO DE 2010 • REPÓRTER LOCAL

Luís Pereira

RONFE • CASA DO POvO

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BREVEs

FAMALICÃOCÂMARA CORTOu VIAgENs dE IdOsOs À PÓVOAA Câmara Municipal de Fa-malicão decidiu, este ano, cortar a oferta de viagens de ida e volta, à Póvoa de var-zim, aos idosos do concelho. A explicação prende-se com a necessidade de “contenção financeira” por parte do Mu-nicípio famalicense. Nos últimos anos, os idosos do concelho podiam requisi-tar três bilhetes para viagens de ida e volta, para a Póvoa de varzim, em autocarro. Este ano, os muitos idosos que re-correram à Câmara para le-vantarem os bilhetes, tiveram más notícias: este ano não há viagens gratuitas.

JOANENOVA COMIssãO dO Psd TOMA POssE

Toma posse hoje, dia 1 de Ju-lho, pelas 21h30, no Centro Cultural, a nova Comissão Política do núcleo do PSD de Joane. A cerimónia conta com a pre-sença dos presidentes da con-celhiade Famalicão e da dis-trital de Braga do PSD. O novo presidente do núcleo social-democrata é Miguel Ribeiro, advogado (ver entre-vista na página 20). Entre os seus objectivos conta-se a de-finição de uma estratégia que permita ao PSD conquistar a Junta de Joane em 2013.

A polémica segue dentro de poucos momentos

ANTÓNIO MACHADOÀ segunda eleição na Casa do Povo de Ronfe poderá não ter sido de vez

Júlio Silva assume-se como o recém-eleito presidente da Casa do Povo de Ronfe tendo

agendada para esta sexta-feira, 2 de Julho, às 19h00, a tomada de posse.A eleição da nova direcção, contudo, vo l t a a não se r pac í f i ca . O pres idente da Assembleia-Geral , Capela Dias, ainda não reconheceu a eleição. Ao acto eleitoral do dia 27 de Junho apresentaram-se duas l i s t as : a de António Machado (A) e Júlio Si lva (B). Machado, que na última edição do RL assegurou ter desistido da corrida, apre-sentou a mesma lista de 11 de Abri l , nas eleições que foram impugnadas por um grupo de sócios.As divergencias nestas se-gundas e le ições começam no número de sóc ios com direito a voto. Capela Dias, que conduziu os trabalhos e que faz parte da l ista A, assegura que são 24 os sócios com capacidade de votar.“Os cadernos eleitorais são preparados pelos serviços, sem interferência da Mesa da Asse mble ia Ge ra l que se limita a exigir que neles constem os associados que até uma certa data apresentem a sua situação contributiva regularizada (não confundir

com novos assoc iados)“ , refere ao RL.A l i s ta B assegura que os cadernos eleitorais afixados apenas referem 23 sócios - o sócio que dizem não ter direi-to a voto é o próprio Capela Dias, que afiançam não ter as quotas em dia - o que é negado pelo visado: “Quem foi o sócio que entre as duas últ imas assembleias pagou as quotas atrasadas? Nem mais nem menos do que o presidente da AG, que é sócio de pleno direito para umas coisas e já não é para outras, segundo a interpretação interesseira dos que na sombra fomentam a desagregação da Casa do Povo para dela se servirem

como arma contra a Câmara de Guimarães”.Além de não validar o voto de Cap e la Dias , a l i s ta B não cons ide ra vá l idos os três votos por procuração, considerando-os “ilegais”. A lista B considerou válidos 20 dos 24 votos colocados na urna; dos 20, 12 foram para a lista B, contra os 8 da lista A.Versão diferente tem Capela Dias: considerou 24 votos vál idos e um resultado de empate a 12 votos. “Estou a patrocinar uma solução precária, que espelhe a re-alidade social e mantenha a Casa do Povo no seu lugar. Os contactos estão no ter-reno, tenho esperança que

resultem numa saída airosa. Mas não conto com os que defendem o fim da Casa do Povo”.Entretanto, a lista B consi-dera-se vencedora e prepara a tomada de posse para esta sexta-feira, com a seguinte comp os ição: Jú l io S i lva ; Maria Silva; José Oliveira; Joaquim Azevedo; Pedro Fer-nandes; Salvador Mendes; Arsélio Ribeiro; Manuel Silva e Maria Silva. “Se levarem por diante essa intenção, fico tranquilamen-te à espera com o l ivro de actas bem guardado e sem o qual a tomada de posse anunciada não terá eficácia”, avisa Capela Dias.

REPÓRTER LOCAL • JUNHO DE 2010 • 9

BREVE

Realiza-se no próximo dia 4 de Julho (domingo), a partir das 16H00, no Parque da Ribeira, o XX Festival de Folclore do Grupo Infantil e Juvenil Danças e Canta-res de Joane. Nesta iniciativa, que faz parte do programa das comemorações do 24º aniversário da elevação de Joane a vila (ver Especial nesta edição, nas páiginas 19, 20 e 21), participam vários grupos oriun-dos de Portugal e da Galiza:ACDR Nexense (Algarve), Grupo Rosas de Maio Infantil de Santa-na (Figueira da Foz); Os vareiri-nhos de Matosinhos e Grupo de Danza da Asociación Cultural “O Castro”, de Pontevedra, Espanha.

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“Feirão” quer passar a ser mensalJOANE • COMéRCIO

ASSEMBLEIA DE FREGUESIA DE VERMILA Assembleia de Freguesia de vermil realiza-se no dia 4 de Julho, pelas 9h00 na sede da autarquia

JOANEFEsTIVAl dE FOlClORE ANIMA PARQuE dA RIBEIRA

A segunda edição do “Feirão” realizou-se no passado dia 20 de Junho no recinto da nova feira semanal de Joane. Trata-se de uma feira de automóveis usados e clássicos, que nesta edição teve ainda auto-carava-nas expostas.A organização fala num au-mento de stands aderentes e

de visitantes, e por isso mes-mo, fala já no objectivo de tor-nar o “Feirão” num evento com periodicidade regular. A meta passa por tornar a iniciativa mensal, dando a particulares e donos de stands de automóveis a possibilidade de exporem, para venda, os seus automó-veis.

Esta é uma das iniciativas que têm por palco o novo recinto da feira, um recinto que reúne condições para uma diversida-de de organizações e que tem sido muito procurado. De tal forma que a Junta de Joane vai elaborar um regulamento para a cedência do espaço a entida-des locais.

10 • JUNHO DE 2010 • REPÓRTER LOCAL

LOCALIDADES

A ocupação da Escola da Avenida, em Joane, pelos es-cuteiros gerou acesa discussão, na Assembleia, entre Sá Machado, presidente da Junta, e Miguel Coelho, eleito do PSD e chefe do CNE. Com a abertura do Centro Escolar, as cinco esco-las “primárias” ficarão devolutas, devendo a Câmara entregar os edifícios às associações de Joane. A Jun-ta reuniu com as associações sem sede própria para preparar a distribuição das salas e elaborar uma pro-posta a apresentar à Câmara. De acordo com a acta dessa reunião, apenas três das cinco escolas (Giestais, Avenida e Montelhão) estarão disponíveis para o mo-vimento associativo. Entre as associações presentes fi-cou estabelecido que a de Giestais seria ocupada pelo Grupo Folclórico Danças e Cantares e pelo Coral Di-vino Salvador. Uma terceira sala seria para um Museu Etnográfico.A escola de Montelhão seria partilhada entre a Asso-ciação Juventude de Joane e as Guias de Portugal. Um museu para o espólio do padre Benjamim Salgado e

a Casa da Juventude são duas das possibilidades que estão em cima da mesa para a escola da Avenida. E é nesta escola que reside a polémica. À data da reunião ficou estabelecido que a escola seria ocupada na tota-lidade pelo CNE. Agora, porém, a Junta diz que ainda não tomou nenhuma decisão. Segundo Sá Machado, existem novos factos que irão obrigar a que a Junta volte a reunir com as associações, podendo o agrupa-mento ficar sem espaço.Miguel Coelho teme que a Junta recue e tem procu-rado aceder à acta da reunião. “Temo que a vontade da Junta esteja a mudar. Tenho tentado ter acesso à acta, mas nunca a entregaram. Por estar farto desta situação é que resolvi expor o caso na Assembleia, pedindo a acta directamente ao presidente”, referiu o eleito do PSD. “A Câmara já tomou decisões e como tal teremos de voltar a reunir com as associações para rever a distri-buição. A Junta não anda para trás nem para a frente, será o movimento associativo a decidir o que quer”,

respondeu Sá Machado, recusando-se a dar a acta ao eleito depois de a ter prometido.Miguel Coelho acusou a Junta de “brincar com as as-sociações” e de ter mentido. “Quem mente é menti-roso”, afirmou o eleito do PSD, deixando a sala sem esperar pela resposta, que desta vez veio de Carlos Rego, do PS. “Brincar com as associações será se tive-rem as quatros salas. Os escuteiros têm sede, o salão paroquial. A luta dos escuteiros deverá ser a da re-modelação do salão e deixar a escola para um futuro museu”, disse Rego.Miguel Coelho regressou à sala para lembrar ao eleito do PS que os escuteiros são Instituição de Utilidade Pública e que a ligação à Igreja não deverá influenciar a recusa de um espaço. “Actualmente os ranchos têm sede no salão, que é da paróquia”, recordou.Mais tarde, ao RL, Coelho lamentou o incidente. O eleito e chefe do CNE diz que “foram afectadas seria-mente as relações institucionais com a Junta e mesmo a relação de amizade que tinha com o Executivo”.

AS Assembleias de Fre-guesia (AF) de Joane vão ser gravadas. A medida não está oficializada mas

deverá ser aprovada na sessão de Setembro. A proposta surgiu na AF de 24 de Junho por iniciativa dos eleitos do PSD/PP.“A gravação evitará erros na transcri-ção para acta e será um importante auxílio para as secretárias que a re-digem”, defendeu Miguel Coelho, do PSD. Do lado do PS, Cláudio Cadeia, presidente da AF, assumiu posição desfavorável, alegando que atenta contra a “privacidade das pessoas”. Mas Carlos Rego, do PS, discordou: “Não virá mal ao mundo se forem gravadas. É essa a tendência”, disse.A proposta queria ir mais longe ao exigir que as actas entregues aos eleitos passassem a ser acompanha-das de cópia da gravação, mas, por sugestão do presidente da Junta, o PSD/PP retirou-a, adiando a sua votação para o próximo encontro. No início, o presidente da Junta con-siderou que a gravação das sessões era sinal de “manifesta desconfiança na mesa”, mas com a retirada da se-gunda parte da proposta, Sá Machado acabou por não colocar entraves.Envolta em polémica esteve também a proposta do PSD/PP sobre o regu-lamento da cedência da nova feira para iniciativas de outras entidades que não a Junta. A coligação queria garantir igualdade no acesso ao espaço.

Sá Machado referiu que a Junta iria fazer o regulamento para ser apresentado à Assembleia.“Nesta fase queremos divulgar o espaço. Já pedimos regulamentos de outras autarquias para servirem de base ao nosso”, afirmou o autarca. Carlos Rego disse que a proposta do PSD-PP pretendia ensinar o caminho “a quem sabe caminhar”. “A Junta terá de fazer esse regulamento. É prematuro fazê-lo agora”, sugeriu Rego. O PSD-PP não desistiu da proposta, que acabou chumbada pela maioria PS. “Não percebo porque é que a proposta não é votada quando todos concordam com ela”, ironizou o eleito José Fernandes, do PSD.

Assembleias vão passar a ser gravadasLuís Pereira

JOANE • AUTARQUIA

Chefe dos escuteiros descontente com Junta

MIGUEL COELHOEleito PSD-PP e Chefe dos Escuteiros de Joane

“A Junta de Joane anda a brincar com as associações e mentiu. E quem mente é mentiroso”

COMEnTáRIO

Falta de interesse? Luís Pereira

Os partidos que deram ar de grande preocupação quanto ao futuro de Joane, através de ideias e críticas, durante a campanha eleitoral de 2009, onde têm estado nos últimos meses?O silêncio tem andado de mãos da-das com o desinteresse.O joanense comum, na maioria das vezes, alheia-se dos combates polí-ticos locais. Os políticos dizem que a culpa é dos desinteressados que não têm a predisposição de saber como anda a sua freguesia. Mas esse alegado desinteresse contrasta com a mobilização que se verifica noutras áreas. A população adere à missa, organiza-se em romarias e convívios, integra colectividades, debate a freguesia nos cafés, junta-se na Internet a falar da terra. Os partidos promovem esta ausên-cia de participação quando só pro-vocam o debate na altura que lhes interessa mostrarem-se melhores que os outros. Não é de forma le-viana que o povo os acusa de que-rerem “o tacho”. No caso de Joane não iria tão longe, ficar-me-ia pelo “todos querem mandar, chegar à presidência”. Os partidos promovem o desin-teresse pela participação popular quando, depois das eleições, se re-metem a um confortável silêncio, preparando-se internamente e em surdina para o combate seguinte. Enquanto isso Joane fica três anos sem debater o seu futuro. O deba-te regressará em 2013 e far-se-á em jeito de gritaria durante três meses. Depois, descansaremos mais quatro anos. é como se fosse o Mundial de Futebol mas neste caso da política que se faz na urbe joanense!

CONGRESSO TESTEMUNHAS DE JEOVÁO Multiusos de Guimarães o Congresso de Distrito das Testemunhas de Jeová. De 2 a 4 de Julho a sessão destina-se a Testemunhas do Douro Litoral e de 9 a 11 Julho da região Minho. As sessões são abertas ao público em geral.

REPÓRTER LOCAL • JUNHO DE 2010 • 11

CORIN TEllAdO dE RONFEO que se passa na Casa do Povo de Ron-fe já não é uma novela. é antes um lon-go novelo que cresce a cada semana que passa. Ele é o presidente eleito que recusa tomar posse; ele é eleições empatadas; ele é acusações de fazer corar pessoas de respeito; um fartote de casos, meus ami-gos! A coisa está de tal forma inflamadda que até foi criado o Movimento de Liber-tação de Ronfe que dá mostras de uma miltância acalorada. Ufa! Mais vale ver as novelas da TvI!

PRás NOVAs OPORTuNIdAdEs, Já!O PSD de Joane, que anda com pêlo na venta, está descontente com a forma como são elaboradas as actas da Assem-bleia de Freguesia. Possivelmente habitu-ados a romances mais elaborados, daque-les com 600 páginas, os eleitos laranjinhas dizem que as actas do órgão liderado pelo professor e mestre Cláudio Cadeia são “simples demais” e “muito incomple-tas”. Ó presidente Cadeia, com tanto dou-tor não há ninguém que consiga escrever uns calhamaços menos simples e mais completos que satisfaçam a veia literária social-democrata?

CAMPANHA PRá sEdEFala-se tanto de crise e ela anda por aí! Até um certo partido do chamado “arco do poder” sente na pele as agruras da cri-se. Então não é que o partido dos citrinos do burgo joanense anda com problemas de sede! é ver os militantes e putativos candidatos a candidatos e outros que tais a reunir à mesa de conhecidos cafés da vila, a definir estratégias com o olhinho posto em 2013. Dizem - mas eu custa-me a crer - que o partido está com problemas com a sua sede, embora perceba que seja difícil arranjar 90 euros todos os meses. Será por isso que a tomada de posse da nova comissão do dito partido vai ter lu-gar no Centro Cultural de Joane? Ainda vamos lançar uma campanha prá sede!

por D. vIRInHA

JunhonICOlAU BREYnER, 50 AnOsNicolau Breyner vai estar em Guimarães, no São Mamede, Centro de Artes e Espectáculos. Partilha com o público histórias diver-tidas dos bastidores do teatro, cinema e televisão. Ao longo do espectáculo, Nicolau canta algumas canções, sendo acompanha-do ao vivo por um trio de músicos.

Maria “Manquinha” foi , entre os anos 30 e 60, a única catequista de Ronfe. Ensinou catequese no lugar de Requeixo. vivia de esmolas que recolhia pela localidade e freguesias em redor, com a ajuda dos alunos da catequese, que empurravam o carro de madeira em que a catequista se deslocava, dada a sua deficiência física.Tomás Rombóia era um analfabeto de origem humilde que tocava cavaqui-nho horas a fio sentado numa pedra junto à via pública.Ambos são ronfenses já falecidos e que marcaram, de certa forma, a história de Ronfe. Estas e mais 16 figuras, todas já falecidas, ganham vida agora e poderão ser recordados em esculturas fieis construídas pelo artesão António Machado, que volta a dar asas à criatividade em mais um trabalho do projecto “Ronfe há 50 anos”.

As miniaturas estarão em exposi-ção a partir do dia 16 de Julho nas galerias da Ourivesaria de s. Tiago.A organista Aurora, o engraxador Carlos Graxa, o fundador da empresa “somelos”, António Teixeira e Melo e Monsenhor Horácio estão entre as figuras eleitas por António Ma-chado, que marcaram a freguesia e que merecem ser recordadas nem que seja numa escultura de gesso.“na exposição estão representadas figuras da nobreza e do povo de Ronfe. Trata-se de um trabalho de meio ano que agora vejo realizado”, referiu António Machado.Para o futuro, o projecto “Ronfe há 50 anos” já trabalha numa exposi-ção fotográfica, acompanhada de

biografia de famílias da terra, bem como da origem das alcunhas. As quintas da vila serão também alvo de um trabalho no futuro.

Luís Pereira

As miniaturas podem ser vistas a partir do dia 16 de Julho nas galerias da Ourivesaria S. Tiago.A organista Aurora, o engraxador Carlos Graxa, o fundador da empresa “Somelos”, António Teixeira e Melo estão entre as figuras eleitas por António Machado

RONFE

Figuras típicas de António Machado

12 • JUNHO DE 2010 • REPÓRTER LOCAL

FEsTAs DA JUvEnTUDE EM ROnFEDecorrem nos dias 2 e 3 de Julho. O programa inclui demonstração de Judo, Bike Trial Indoor e música (com Sigla Dep, Dialectos, DJ Carlos Po-ças e DJ Victor Falken). Os bilhetes estão à venda na Junta de Freguesia de Ronfe com o preço de 3 euros.

Imagine a sua casa “forrada” a copos de cerveja. Em Ronfe há uma! Trata-se da residência de Francisco Ferreira, um joanense a residir na vila vimaranense,

que tem um verdadeiro museu de copos da “loirinha”!Confesso amante da “bejeca”, este professor da escola EB1 de Giestais (Joane), é dono de uma invejável colecção de 2.200 copos de cerveja (sem repetições) de 36 países - o copo mais antigo é uma caneca da cerveja Cuf com 55 anos. A dedicação ao coleccionismo de cristaleira (designação atribuída aos coleccionadores de copos dentro do grupo de coleccionadores de itens cervejeiros) começou há apenas dois anos, corria o Verão de 2008.“Um amigo emigrante, sempre que vinha a Portugal, oferecia-me peças de copos de cerveja. Fui juntando sem nunca ter prestado grande atenção. Aliado a isso, como gosto muito de cerveja, fui sempre frequentador de festivais de francesinhas e da cerveja. Comecei a enfari-nhar-me no meio e a conhecer coleccionadores

Luís Pereira

Luís Pereira

VERMOIM

O s. Pedro do Ringo

Francisco, o ás dos coposColeccionador de Ronfe tem em casa uma colecção com mais de 2200 copos de cerveja de 36 países

Não sabe de onde vem! O que José Ringo (mais conhecido por Zé Ringo) sabe é que a devoção que tem a S. Pedro é grande ao ponto de assumir, desde 1984, de forma particular, as festividades em honra do santo em Vermoim.“Comecei por uma brincadeira que se foi tornando séria. Não sei de onde vem a devoção a S. Pedro, podia ter caído para S. José, que é o meu nome, mas não, deu-me para o Pedro”, explica Zé Ringo.Encontrámos Zé Ringo no afama-do café de Vermoim com o mesmo nome. A receber-nos estava uma grande imagem de S. Pedro. No jardim, paredes meias com o café, um tronco enorme culmina com um pequeno santuário. A casa exibe ainda imagens do santo de várias formas e feitios e um azulejo incrustado no muro. A rua de S. Pedro (lá está!), onde Ringo está instalado, foi absorvida pela devoção, tendo ao cimo da estrada um nicho para veneração

do santo. Mesmo ao lado fica a sede da Associação de S. Pedro, que fundou há oito anos e da qual é presidente, constituída para fazer face a questões legais que se prendem com a organização anual da romaria. Este ano o “Trio Os Boémios” é cabeça de cartaz da festa que arranca sábado, 3 de Julho. A cantora Renata Braga f igura também no programa, a par do fogo-de-artifício, petiscos e vinho.“Estas festas estão ao nível das que se vêem por aí. Já foram melhores, mas hoje o dinheiro é pouco e temos de fazer a festa à medida do que temos”, diz.A festa de Ringo já recebeu artis-tas portugueses bem conhecidos. Emanuel, Santamaria, Iran Costa e Jorge Ferreira já subiram ao palco colocado num descampado pouco abaixo do seu café. E a festa está já no roteiro de Vermoim. A falta da parte religiosa é o grande lamento de Zé Ringo.

“O padre não quer. Já chegamos a fazer um ano uma missa, mas o padre achou que não era bom por causa do barulho. Tenho muita pena”, confessa. O financiamento e organização é da sua responsabilidade. Ringo tenta angariar apoios junto do comércio local e da autarquia. Mas os apoios já tiveram me-lhores dias. “É muito difícil. Para financiar a festa, fazemos semanalmente o sorteio do bacalhau e temos a quota anual dos sócios, que são os clientes do café. Uma festa destas, já chegou a custar 20 mil euros”, desfia Zé Ringo.As dificuldades, contudo, não demovem este devoto de S. Pe-dro: enquanto for vivo - garante - há-de fazer a festa. “Hoje nin-guém está para festas. É preciso haver muita paixão. É pena que a juventude não esteja para isto e não dê continuidade. Quando eu morrer, a festa vai morrer, mas não devia”, conclui.

REPÓRTER LOCAL • JUNHO DE 2010 • 13

CRÓnICA DE AnA MARGARIDA RODRIGUEsExcepcionalmente, a crónica de Ana Margarida Rodrigues (“Crónica Feminina”) é publicada nesta edição na página 17 - RL Jovem. Na próxima edição, voltará ao seu lugar de origem, no RL Magazine.

Francisco, o ás dos copos(além de copos, há quem coleccione caricas, bases…). Foi a partir destes convívios que comecei a dedicar-me à minha colecção”, conta Francisco Ferreira. Já gastou mais de 200 euros por seis copos já fora de circulação (têm 50 anos), pertença da antiga fábrica de cerveja de Leça do Balio. Mas as “meninas dos olhos” do coleccionador são dois exemplares de um copo com capa-cidade para 5 litros da Super Bock, ex-líbris desta marca de cerveja. As duas peças têm lugar de destaque na sala onde está toda a colecção, exposta em prateleiras.“Durante muito tempo foi o copo a que me dediquei com mais afinco. Trata-se de um copo numerado, oferecido como uma recom-pensa pela formação dos funcionários da Unicer. São difíceis de encontrar. Uma altura, cheguei a “namorar” um. Insisti com o dono mas sem sucesso. Mais tarde fui encontrar o copo numa pastelaria da Apúlia. Abordei os proprietários várias vezes mas não tive sorte. Em Novembro, no dia de aniversário, recebi-o como prenda da minha esposa que, sem eu saber, massacrou de tal forma a se-

nhora que conseguiu convencê-la a dar-mo. Foi das melhores prendas que recebi”, relata.É em feiras, em contactos telefónicos, em sites de leilões, através de amigos, que Francisco vai organizando a sua colecção. O número não é oficial mas, de forma or-ganizada, com site e com trocas de conhe-cimentos, estima-se que existam cerca de 35 coleccionadores de copos de cerveja em Portugal. Este joanense a residir em Ronfe é dos que tem das maiores colecções e está empenhado, juntamente com outro colec-cionador do Porto, na constituição de uma associação. “Nesta onda de entusiasmo, organizámos, em 2009, o I Encontro Nacional de Colecciona-dores de Cristaleira. Foi uma oportunidade para conhecer outros coleccionadores e organizarmo-nos com o objectivo da partilha de peças. Em Agosto, o encontro repete-se e então deveremos oficializar a associação”.Cada coleccionador possui um site próprio na Internet. O do “ás dos copos” de Ronfe pode ser visitado em www.koposdokiko.com.

Coleccionador de Ronfe tem em casa uma colecção com mais de 2200 copos de cerveja de 36 paísesO cartoonista do Repórter local, Tiago Mendes falou a alunos da Escola Bernardino Machado de Joane sobre as técnicas que desenvolve para conceber os seus desenhos, nomeadamente os cartoons que todos os meses são pu-blicados no jornal.O convite para a palestra foi endereçado por professores da disciplina de artes visuais, atentos ao trabalho de Tiago Mendes.“Temos acompanhado o trabalho do Tiago no jornal e achamos engraçado convidar ex-alunos da escola a falar para alunos actuais, sobre os seus desenhos. Pretende-se despertar aquele clique nos alunos para o desenho. Há mi-údos da escola que já dão sinais de habilidade no desenho e estas palestras servem como factor de motivação ”, refere o professor sérgio que lecciona a disciplina de Educação visual na escola.Tiago Mendes é um jovem joanense que, além de desenhar cartoons, tem trabalhos em desenho realista e caricatural. Colabora com o Rl há dois anos.Convidado para a palestra esteve ainda Bruno Coelho, o jovem que desenha retratos e cujo talento o Rl deu a co-nhecer na edição de Fevereiro. Por razões escolares, Bruno Coelho acabou por não comparecer, embora fosse dado a conhecer o seu trabalho aos alunos.

Luís Pereira

JOANE

Cartonista do Rl foi à escola

14 • JUNHO DE 2010 • REPÓRTER LOCAL

ELISA RIBEIROMéDICA

Os zumbidos são percepções audi-tivas que podem ser esporádicas ou constantes (sem que haja um ruído externo real), podendo afectar ape-nas um ou os dois ouvidos e sendo mais frequentes em pessoas idosas. O zumbido pode parecer-se com o som de um apito, de água a cair, de uma campainha, um insecto ou como uma pulsação.As causas podem ser diversas (neste mundial as vuvuzelas lideram!). Des-de as infecções respiratórias (otites, por exemplo), problemas da articula-ção da mandíbula, a acumulação de cera, lesões internas do ouvido (cau-sadas por vezes pela idade ou pela exposição a ruídos fortes ao longo da vida), variações das tensões arteriais, diabetes, alterações das hormonas da tiróide, anemia, ansiedade e até alguns medicamentos podem ter este efeito (alguns antibióticos, anti-depressivos, anti-inflamatórios…). Muitas vezes a causa nunca chega a ser esclarecida.Apesar do tratamento variar de acor-

do com a causa dos zumbidos, muitas vezes não existe nenhum tratamento específico. De qualquer forma, há al-guns conselhos que deve seguir. Em primeiro lugar deve evitar es-tar em ambientes muito ruidosos. é muito importante controlar as ten-sões arteriais e diminuir o consumo de sal. Procure fazer exercício físico regu-lar e diminua o consumo de estimu-lantes (tabaco, café, álcool); relaxe e durma pelo menos 8 horas por noite. Por outro lado, é importante estar tranquilo e (tentar) não prestar aten-ção ao zumbido. Pode tentar enganar este som com outros sons de nível mais baixo (como um rádio). Com o tempo a tendência é para que desapareça ou que se habitue a este som.De qualquer forma, se tiver um zum-bido persistente, que o incomoda ou que se associe a outros sintomas, deve procurar o seu médico de famí-lia, na procura de um tratamento ou do esclarecimento da causa.

PRÉMIO CAMIlO PARA AFOnsO CRUZO escritor Afonso Cruz é o vencedor do Grande Prémio de Conto Camilo Castelo Branco relativo ao ano 2009. A obra “Enciclopédia da Estória Universal” mereceu a unanimidade do júri da Associação Portuguesa de Escritores, constituído por Clara Rocha, José António Gomes e José Ribeiro Ferreira, tendo sido coordenador Fernando Miguel Bernardes. O Prémio tem o valor pecuniário de 7500 euros.

HAJA SAÚDE

ZOEIRA...ZUMBIDOS

NUTRIÇãO

Alimentação saudável em férias Analisa Neto | Nutricionista

A alimentação saudável tem de ser uma prática do nosso dia-a-dia. Em tempo de férias alteram-se os hábitos alimentares devido à alteração das rotinas diárias. Mas atenção, não ponha a alimen-tação saudável de férias. vá à praia, ao restaurante, faça piqueniques com os familiares e amigos… e siga as nossas sugestões que podem ser úteis para fazer refeições rápidas e ao mesmo tempo equilibradas e saudáveis.Escolha salada como um prato de entrada; Beba água a refeição e evite refrigerantes; se for ao restaurante, pergunte ao empregado se é possível pedir meia dose. Caso não seja pos-sível, divida o prato principal com outra pessoa; se a sua opção for sopa, prefira aquelas que não sejam ricas em gordura, tipo canja; se o prato do dia for, por exemplo, filetes de pescada ou bifinhos panados, retire-lhes a película que os cobre. Peça para não lhe trazerem batatas fritas e opte por arroz e salada; Certifique-se que os legumes que pediu não são preparados com manteiga, mas sim cozidos e, no máximo, salteados com alho e azeite;Peça a salada sem tempero e tempe-re-a moderadamente no prato com

um fio de azeite, vinagre ou limão e sal; Procure palavras como “cozido” ou “assado” e fique longe de “frito” ou à “bolonhesa”; se optar por um assado rejeite o molho; Desfrute de frutas da época como sobremesa; Aprenda pratos novos e experi-mente fazer refeições diferentes do tradicional.

EXPERIMENTEEspetada de fruta com iogurte natural e canelaIngredientes (4 pessoas)1 laranja; 1 maçã; 1 pêra; 100g mo-rangos; 100g uvas; 2 kiwis; 1 pêssego1 rodela de ananás; 1 iogurte natural; canela.

PREPARAÇÃOCorte a fruta aos cubos e adicione num pau de espeto. Coloque todos os espetos possíveis num tabuleiro e deite por cima o iogurte natural e a canela.Aproveite da melhor maneira pos-sível , aprendendo que a energia reposta não vem somente pela via do lazer e s im por meio da boa alimentação. Boas férias!

REPÓRTER LOCAL • JUNHO DE 2010 • 15

ARPO quer voltar ao atletismo

POUSADA • ASSOCIAÇÃO

Dificuldades financeiras levam à suspensão, este ano, da equipa sénior de futsal

Luís Pereira

Vila Belmir

José Marques é o novo presidente da Associação Recreativa Pousadense (ARPO), de Pousada de Saramagos. No mandato de dois anos que terá pela frente, a nova direcção pretende apos-tar nas camadas jovens de futsal e no reaparecimento do atletismo, que ou-trora teve relevo. Face a dificuldades financeiras, a asso-ciação decidiu suspender, esta época, a competição com a equipa sénior e com o dinheiro que prevê poupar, irá investir na remodelação do ringue da associação.“Depois da demissão do antigo presi-dente, decidi avançar juntamente com alguns elementos da direcção anterior e outros que entraram e que estão em-penhados. A ARPO não pode continuar no estado que está”, sustenta José Mar-ques.Ao nível de prioridades, o novo presi-dente aponta a revitalização da secção de atletismo da associação. é nesse ob-

jectivo, diz , que o grupo de trabalho está concentrado, apesar das dificulda-des com que se deparam.“Não será fácil voltarmos a ter a par-ticipação que noutros tempos tivemos no atletismo. Estamos cientes disso. Os jovens de hoje só pensam em futebol e está difícil a captação de interessa-dos para outras modalidades, mas não vamos desistir”, garante José Marques.Para os escalões inferiores ( juniores e juvenis), a associação de Pousada con-ta já com o interesse de cinco dezenas de jovens que querem defender as co-res da ARPO. O que acaba, pelo menos para este ano, é a equipa sénior de futsal. Na base da suspensão estão as despesas que a equipa comporta.“Não existem condições financeiras para manter a equipa. Optamos por acabar com ela e, com o dinheiro que vamos poupar, investir no melhora-mento do ringue. Até porque não se compreende termos uns balneários de luxo e um ringue sem condições”, con-clui o dirigente da ARPO.

Não há ainda soluções à vista para as direcções dos dois prin-cipais clubes da região, Grupo Desportivo de Joane e Despor-tivo de Ronfe. A situação que noticiámos na edição passada mantém-se apesar de, entretan-to, terem sido feitas reuniões de associados.O GDJ, na última assembleia, prolongou o prazo de funções da actual direcção, presidida por Sérgio Trovisqueira, conferindo poderes para tomar decisões quanto ao futuro de alguns jo-gadores que terão recebido pro-postas de outros clubes. A próxima reunião de sócios, a terceira para este fim, está mar-cada para domingo, dia 4 de Julho mas, ao que apurámos, à data do fecho desta edição, a si-tuação deverá manter-se.A situação repete-se para os la-dos de Ronfe. O clube não tem data marcada para nova Assem-bleia e continua à procura de uma nova direcção.Em ambos os clubes não está fora de hipótese o recurso a co-missões administrativas, limita-das no poder de decisão, mas mesmo para estas hipóteses não existem interessados e a época desportiva está aí à espreita!

A equipa de Futsal Feminino da Associa-ção Recreativa e Cultural de Airão Santa Maria conquistou o pódio no Iv Torneio 24 Horas de Futsal Feminino, organizado pelo Clube Desportivo Juventude de S. Pedro, de Barcelos, nos dias 26 e 27 de Junho. Após conquistar o 5º lugar no Campeo-nato Distrital de Braga de Futsal Femi-nino na sua estreia nesta competição, a equipa não parou para férias e participou no torneio de Barcelos. Num torneio que requer não só muita re-sistência fisíca como mental, a equipa de Airão Santa Maria venceu todos os jogos

com vantagens nunca inferiores a dois golos. O melhor resultado foi conseguido num jogo realizado às seis horas da manhã: 17-2 contra a equipa do ARCAS. O jogo da vitória final foi disputado contra a equipa campeã do Campeonato Distri-tal de viana do Castelo, com um triunfo por 3-1, com golos marcados por Carol, Nancy e Liliana Maria. Além de arrecadar o 1º lugar deste tor-neio, a equipa de Airão Santa Maria trou-xe para casa o prémio de campeã de série, o de melhor guarda-redes (para Renelsa) e o de melhor marcadora (para Carol).

Equipa de futsal feminino da Arca conquistou torneio em Barcelos

JOSÉ MARQUES

“optamos por acabar com a equipa sénior de futsal e, com o dinheiro, investir no ringue. não se compreende termos uns balneários de luxo e um ringue sem condições”

CLUBES

JOANE E RONFE SEM DIRECÇÕES

16 • JUNHO DE 2010 • REPÓRTER LOCAL

OPINIÃO

DESPORTO

No dia 11 de Junho realizou-se o 7º Torneio de Judo de Esposende.A Casa de Povo de Ronfe esteve presente com cerca de 40 atletas. No escalão 6/7 anos: Diana Machado (1º) e Miguel Ferreira (2º); escalão 8/9 anos: Ruben Coutinho (1º); escalão10 anos I: Bruno Lobo (1º); Ruben Fernandes (2º); escalão10 anos II: Bruno Pereira (1º), André Machado (2º); escalão 10/11 F 1: Laura Monteiro (1º); Escalão10/11 F II: Ana F. Oliveira (2º); escalão Esperança -66: José Dias (1º), Pedro Rodrigues e Rui Rodrigues (3º); escalão Senior-73 Kg: António Dias (1º); escalão Senior+ 90 Kg: Paulo Machado (2º).

JUDO CASA DO POVO DE ROnFE

GRANDE PRÉMIO ATLETISMOA equipa de Atletismo da Associação Desportiva Carril, de Mogege, mar-cou presença, no dia 13 de Junho, no 1º Grande Prémio de Atletismo

Bernardino Machado, realizado no centro da cidade de Famalicão.A Carril teve uma boa prestação nes-te primeiro grande prémio.

APRENDER FUTEBOL

A Tempo Livre organiza entre 5 e 30 de Julho, as “Oficinas de Futebol”, destinadas a jovens dos 8 aos 16 anos. As “Oficinas” são um programa ocupacional que integra actividades de treino, táctica e técnica de futebol.

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Ciclistas de Pousada nos Nacionais de Estrada

Santa Cruz, do NAJ, campeão nacional de sub-23

O Pavilhão Municipal Terras de ver-moim recebeu, nos dias 10, 19 e 20 de Junho, a quarta edição do Torneio ATC Basket Cup 2010. Organizado pela ATC e com apoio da Câmara Municipal de Famalicão, a ini-ciativa reuniu mais de 400 crianças e jovens praticantes de basquetebol.O torneio teve início no dia 10 com a

participação das crianças das escolas do 1.º ciclo das freguesias de Joane, Moge-ge Pousada de Saramagos e vermoim. Nos dias 19 e 20 de Junho realizou-se a segunda fase, destinada ao escalão de Sub-14 masculinos e femininos, com a participação de 18 equipas federadas dos distritos de Aveiro, Braga, Porto, viana do Castelo e vila Real.

ATC Basket Cup 2010

O NAJ (Núcleo de Atletismo de Joane) continua a somar prémios e a dar mos-tras do bom momento que atravessa e do bom naipe de atletas que tem ao seu serviço. Desta vez foi o atleta Jorge San-ta Cruz que se sagrou campeão nacional de sub-23 em 3000 metros obstáculos, no Campeonato Nacional de Pista, re-alizado em Lisboa. Trata-se do primeiro título de campeão nacional da carreira de Santa Cruz e surge no seguimento de uma época positiva do atleta.

As equipas de juniores e cadetes da AC Pousada de Saramagos – Escola de Ciclismo Carlos Carvalho estiveram em competição nos campeonatos na-cionais de Estrada. O júnior Rui Barros foi 23º no contra relógio individual. Dos cadetes, o melhor foi João Fer-nandes (24º). O melhor resultado por parte da equipa de Pousada ficou para o último dia de competição: 7º lugar de João Fernandes na prova em linha numa distancia de 61 km.

REPÓRTER LOCAL • JUNHO DE 2010 • 17

OPINIÃO

EDIÇÃO JUNHO 2010 NÚMERO 67ANO 7

Dizem que o mundo mudou.Quem o diz? Toda a gente. E isto não é uma coisa de agora. Desde que me conheço como gente que ouço a bo-nita da expressão: “No meu tempo, não era nada disto”. E ouço-a um pouco por parte de toda a gente à minha volta. A minha professora da primária dizia sempre que, antiga-mente, os meninos eram muito bem comportados e que, “hoje em dia”, os miúdos não têm respeito nenhum. Os meus avós diziam que, “hoje em dia”, a juventude anda perdida e que as meninas usam saias muito curtas. Os meus tios dizem que, “hoje em dia”, os adolescentes começam a sair mui-to cedo para ir para a noitadas e fes-tas. Os meus pais dizem que, “hoje em dia”, os miúdos começam a beber muito cedo. O que é giro de se verificar é que

os miúdos de antigamente levavam reguadas e “bolos” nas mãos por se portarem mal, a moda das mini saias começou nos anos sessenta, os meus tios saltavam da janela para ir às fes-tas lá da terra e os meus pais já me confessaram terem comido sopas de cavalo cansado antes ainda de entra-

rem na adolescência.Dei o b nefício da dúvida quando vi a iniciativa “Limpar Portugal”. Pensei: “Boa! O mundo está mesmo diferente e as pessoas vão deixar de deitar o lixo em todo o lado!”. Ledo engano. A iniciativa foi bonita, mas eu continuo a ver coriscas de tabaco no chão. Já

CRÓNICA

ANA MARGARIDA CARDOSO

Estudante Universitária | Escritora

para não falar das fraldas nas laterais das auto-estradas e dos condutores que parecem não suportar a presença de uma latinha de refrigerante vazia nas suas viaturas até encontrarem um local apropriado para a depositarem e que, portanto, a atiram pela janela. A política continua a ser marcada pela corrupção, algo que já acontece des-de a Antiguidade. O Paulo Portas con-tinua a usar o mesmo fato que usava nos anos 90. Na Assembleia da Re-pública, a maioria dos deputados con-tinua a nem sequer ouvir os debates - estão ocupados a atender os seus telemóveis ou a jogar ao solitário nos seus portáteis. As alterações climáticas, que prome-tiam acabar com a divisão das quatro estações, falharam no seu objectivo. Eu continuo a ter um frio do raio no In-verno, alergias do diabo na Primavera e um calor que mal aguento no Verão. Em 1966, goleámos a Coreia do Norte. Este ano, voltamos a golear a Coreia do Norte. E no entanto, a vitória do Mundial parece tão distante e impro-vável como sempre. Assim como uma vitória no Festival Eurovisão da Can-ção, dado que nunca iremos a lado nenhum tendo como único vizinho a Espanha (que só nos deu seis pontos este ano e me pôs a gritar impropérios dentro de casa, o que me valeu um belo raspanete). E toda a gente sabe que, na Eurovisão, ganha quem tiver mais vizinhos.A moda anda aos círculos. Os pobres continuam pobres, os ricos continuam ricos. A profundidade da crise que vi-vemos é semelhante (com contornos ligeiramente diferentes, mas ainda assim semelhante) à vivida em 1929. O Pinto da Costa voltou a arranjar uma namorada que tem idade para ser sua filha. Ou neta. Não me venham dizer que o mundo está diferente. Eu não acredito nis-so. Só quando o José Castelo Branco aparecer vestido com umas calças de ganga e uma camisola à ghetto, com uma giraça que não pareça que foi passada a ferro. sim, eu acredito. Ate lá, não

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visite-nos

Não me veNham com tretas!

18 • JUNHO DE 2010 • REPÓRTER LOCAL

ESCOLASOPInIãOMEgA AgRuPAMEnTOSMELhORiA DO EnSinO EM PORTugAL?AnTÓnIO PAIvAProfessor de Português na EB2,3 Bernardino Machado | Joane

De forma ainda pouco clara , co-meça a ser notícia a criação dos chamados mega agrupamentos de escolas, organização administrativa vertical que agrupa num só corpo estabelecimentos de ensino que vão desde o pré-escolar ao secundário. A acreditar nas ainda escassas in-formações, este novo modelo passa por gerir, de forma centralizada , populações de alunos que podem chegar dos três ou cinco milhares.As escolas precisavam de estabili-dade e serenidade nestes tempos conturbados e esta não será certa-mente nem a altura nem a solução mais adequada para permitir este clima. Um modelo de organização escolar tão arrojado, impessoal e imprevisível nos seus resultados, poderá trazer consequências ne-gativas a curto prazo. As escolas devem ser lidas e entendidas como espaços de vivências que atendem às personalidades e características indiv iduais , únicas em cada um dos seus alunos, em que o factor de proximidade, de partilha e de humanização na prestação dos seus serviços deve estar presente. Há pouco tempo reorganizaram-se, de forma pouco consensual, as estru-turas directivas dos agrupamentos escolares, demitindo todos os con-selhos executivos para promover a figura do Director; menos de um ano depois, concluiu-se que esse modelo já não serve e voltou-se a demitir to-dos os Directores entretanto eleitos. Que razões presidem a estas políticas educativas? A melhoria efectiva do ensino? Factores económicos? Ou simplesmente desnorte? A organização escolar, reconhecida-mente das mais complexas enquanto modelo de organização, não f ica imune a estas transformações que se desenham, às quais se associam o aumento das escolarização e do período de escolaridade obrigatória. A escola tem como função aproximar a comunidade do convívio escolar, oferecer oportunidades de acesso ao conhecimento, à informação, à cultura... Este novo modelo não favorece, face às dif iculdades de comunicação e de coordenação que irão surgir, agravadas pela distância e dimensão, a relação pedagógica e trabalho com os alunos. Pelo exposto facilmente se conclui que os alunos e as famílias serão naturalmente os mais prejudicados. Eventualmente, todos vão perder.

Mega-agrupamentos escolares podem arrancar em 2011

REGIÃO • EDUCAÇÃO

O ministério da Educação está a estudar a implementação de Mega-agrupamentos de escolas. No caso de Joane, a reorganização pode levar à fusão da Secundária com o Agr. Bernardino Machado e até com o de Pedome.

Antes de mais, o que são? A resolução 44/2010 do Conselho de Ministros veio determinar orientações para um reordenamento escolar. Entre as medidas encontra-se a cr iação de agrupamentos que permitam aos alunos cumprir toda a escolaridade obrigatória, que será de 12 anos, na mesma unidade de gestão ( le ia-se criação de mega-agrupamentos). “A reorganização dos agrupamentos de escolas e das escolas não agrupadas d e v e s e r f e i t o d e f o r m a g ra d u a l n ã o p o d e n d o t e r u m a d i m e n s ã o desadequada ao projecto educativo”.

Para quando?Este ano lect ivo , pe lo menos nos concelhos de Famalicão e Guimarães, nada mudará. No decorrer do ano se rão fe i ta s reun iões para se rem pensados caso a caso.

E em Joane?O vereador da Educação da Câmara Municipal de Famalicão, Leonel Rocha não fa la para já no assunto. “Não me pronuncio enquanto não t iver indicações precisas do que pretende fazer o ministério da Educação”, alega o vereador. Em Joane, o mais certo será a fusão da Escola Secundária

com o actual Agrupamento de Escolas Bernardino Machado. Contactados pelo RL , os directores de ambas as instituições são prudentes nesta matéria e referem que apenas receberam um ofício da DREN (Direcção Regional de Educação do Norte) a falar do assunto dos mega agrupamentos de uma forma abrangente.

E Pedome?Há quem fale que, além da Escola s e c u n d á r i a , o a g r u p a m e n t o d e Joane possa vir a fundir-se com o agrupamento de Pedome. Contudo, esta hipótese reúne amplo desacordo, quer de Pedome quer de Joane. Os responsáveis de ambos os lados dizem

“não fazer sentido”, e por isso mesmo, “não deverá ter pernas para andar”.Contactado pelo RL , Fernando Lopes, director do agrupamento de Pedome lembra que o seu agrupamento está sob condições de contrato-contrato e que tem trabalhado em parcerias sempre com a escola Didáxis, uma vez que a maior parte dos alunos deste agrupamento é nesta cooperativa de ensino que prossegue os estudos e não em Joane. “A existir qualquer fusão ou, no nosso caso, intercâmbio, será sempre com a Didáxis (de Riba d´Ave) e nunca com Joane, até por uma questão de território educacional”, refere aque responsável.

Cerca de 400 alunos do 3.º e 4.º anos das nove escolas do primeiro ciclo do a g r u p a m e n t o B e r n a r d i n o M a c h a d o participaram, no Campo de Barreiros, no dia 16, na manhã desportiva organizada pelos professores das Act iv idades de E n r i q u e c i m e n t o C u r r i c u l a r ( A E C ) - Actividade Física e Desportiva. As crianças participaram em provas de corta mato e num torneio de futebol . No f inal , houve a entrega de prémios aos vencedores , um diploma a todos o s p a r t i c i p a n t e s e u m a m e d a l h a d e participação a cada escola.“Foi uma alegria esfuziante e um convívio entre todos os participantes, uma manhã repleta de desporto, com muita animação e fair-play. Os litros de água que foram d i s p o n i b i l i z a d o s f o r a m o “d o p i n g ” que ajudou ao bem-estar de todos os participantes”, referem os organizadores.

Três adultos do Centro Novas Oportunidades da Esco la Secundár ia Padre Ben jamim Salgado dinamizaram, na biblioteca escolar, a iniciativa “Um livro que eu li...”. Integrada no âmbito do Projecto Novas Oportunidades aLer+, esta actividade teve como objectivos incentivar a leitura, divulgar livros, promover a discussão, a partilha de conhecimentos em torno dos livros e dos autores. A eleição das obras teve como ponto de partida a experiência de vida dos adultos, as leituras feitas e as suas apetências. “A Culpa é de Deus?- o papel da religião na violência e no terror”, de João Almeida, foi um dos livros que suscitaram o debate.A encerrar a sessão ainda houve tempo de ouvir “Ai que prazer”, poema de Fernando Pessoa, lido por Conceição Alves, adulta do Centro Novas Oportunidades, nível básico.

MAnhã DESPORTiVA JunTOu 400 ALunOS nO CAMPO DE BARREiROS

OS LiVROS COMO MEiO DE DEBATE

Luís Pereira

vERMILA partir do dia 7 de Julho até ao final do mês, a Junta de Freguesia de vermil dispoibiliza aos alunos da Escola EB1 e Jardim-de-Infância a frequência do ATL em horário das 8h às 18h30.

Cátia Sousa e Sílvia Santos

REPÓRTER LOCAL • JUNHO DE 2010 • 19

SÁ MACHADO

“OS JOAnEnSES ESCOLhERAM A MinhA EquiPA E nãO quERO DEFRAuDá-LOS”

Tem tido tempo para Joane? A sucessão está a ser preparada? Sempre tive tempo para Joane. O que fizemos recentemente foi re-distribuir pelouros. Tempos houve em que se dizia que a “Junta era só o Sá Machado”. Agora que o António Oliveira está a atender os joanenses, e por isso tem mais vi-sibilidade, logo se quis dizer que eu abandonei. Percebo que uns quantos estejam nervosos, mas assumi um com-promisso e quero honrá-lo. Os joanenses escolheram a minha equipa e não quero defraudá-los.Já começa a sentir saudades do cargo que exerce? Há anos que estou mentalizado para um dia deixar o cargo. Por isso me envolvo noutros desafios, também aliciantes. Criou inimizades por ocupar o cargo que ocupa? Um presidente tem de assumir posições que nem sempre agra-dam a todos. Nalguns casos acon-tece a quebra do diálogo.Da Junta de Joane à Câmara de Famalicão já faltou mais? Edgar Morin, numa entrevista, disse que as noites estão grávidas e que não sabemos qual o dia que delas nascerá. Ora, acha razoável que lhe responda? Haverá gente avisada que possa responder a esta distância? Servir em Joane ou noutro espaço, na administração local ou outra área, enquanto estiver motivado, assumirei desafios.Preocupa-o que não haja cine-ma em Joane? Os tempos são outros e com eles muitos hábitos vão-se esgotando. O aspecto financeiro condiciona e por vez condena ao desapareci-mento e assim perdem-se hábitos culturais. Hoje estreia um filme. Passados 8 dias encontra na net cópias de qualidade. Resta-nos o roman-tismo do cinema ao ar livre, que faço votos para que nos meses de verão possa continuar. Claro que há outras ideias. Contu-do, não chega a vontade política. Financeiramente é preciso encon-trar soluções ou mecenas.

“Criação do concelho seria o ideal para nos libertarmos do garrote municipal”

ESPECiAL JOAnE

24 ANOS DE ELEvAÇÃO A vILA

Presidente da Junta fala ao RL de alguns dos projectos da autarquia joanense

O que falta a Joane para ser con-celho ou cidade?Para o estatuto de cidade falta auto-nomia administrativa e meios finan-ceiros que sustentem tal estatuto. De outra forma julgo que a criação do concelho seria o ideal para nos liber-tarmos do garrote municipal. Chegar a concelho, como sabe, é algo que implica uma revisão administrativa que nesta data se impõe. Há concelhos com menos habitantes do que Joane.Vai deixar a Junta com uma casa nova e com um Largo asseado?Tudo depende da Câmara. Sem os meios desta nada poderá ser progra-mado, e por isso, resta-nos lembrar e reivindicar, como fizemos recente-mente, para que a Câmara, sem mais delongas ou desculpas, avance com o arranjo do Largo 3 de Julho.A decisão judicial sobre os ter-renos hipotecados parece signi-ficar o fim de um imbróglio de anos. Reconhece parte da culpa em todo o processo?Não! Por muito que alguns queiram fazer crer o contrário. Esta Câmara ignorou os despachos de Agostinho Fernandes. Concedeu l icenças de uti l ização, passando por cima do despacho de Agostinho Fernandes que obrigava a firma a construir os arranjos exteriores. Está tudo no processo. A actual Câmara se fosse mais corajosa poderia ter despoletado

a situação em 2004, por exemplo. Há líderes e líderes. Uns fortes e outros nem por isso…Quantas escolas estão disponí-veis para serem ocupadas a partir de Setembro de 2011? Alguma vai ser alienada? Pela nossa parte nenhuma ser ia alienada. A Câmara é a proprietária, já propusemos que fizesse um direito de superfície, ficando a Junta a gerir tais espaços.Que associações vão ter direito a uma sede? Fizemos uma reunião para ouvir even-tuais interessados. Outras associações que não participaram, Reformados e JoaneBTT, manifestaram interesse. A Câmara assumiu compromisso com a ACIP relativamente a Cima de Pele e definiu Mato da Senra para criação da

Loja Social. Por isso há que dialogar e encontrar consensos.O museu do folclore irá para onde? É uma das propostas em aberto para as escolas. Onde poderá ficar o museu com o espólio do Pe. Benjamim Sal-gado?Porque não na sua residência ou noutro espaço a definir em conso-nância com os serviços culturais do município?Quando vão abrir os arruamentos na antiga estamparia? Estamos a preparar concurso para colocação de infra-estruturas.O passeio pedonal será uma realidade ainda este mandato? Claro que sim. Passaram 8 meses deste mandato!Quando é que Joane vai ter uma ambulância permanente, prome-tida há dois anos? Por nós já cá estava. Mas as rivalidades entre corporações de bombeiros, por vezes são postas acima dos interesses das populações. Estamos a trabalhar num solução que ultrapasse as riva-lidades.Tem falado com Armindo Costa? Como estão as relações entre ambos? Pedi audiência em Novembro passado ao assessor da Presidência, Dr. José Agostinho. No dia 25 de Junho, em plena Assembleia Municipal, reiterei o pedido ao Presidente da Câmara.

SÁ MACHADOHá concelhos com menos habitantes do que Joane

Luís Pereira

20 • JUNHO DE 2010 • REPÓRTER LOCAL

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Luís Pereira

O PSD em Joane nunca foi poder. No concreto, que diferenças haveria se fosse o PSD a governar

a vila? Em relação ao passado, o que interessa não é o que poderia ter sido, mas o que foi. E foi uma oportunidade perdida. Tivemos décadas de grande crescimento económico no país e no mundo, e isso pouco ou nenhum reflexo teve em Joane. Estamos a trabalhar para preparar o futuro de Joane. Não faz sentido criar cenários que infelizmente não existiram. A Câmara de Famalicão (PSD) tem tratado bem Joane? Nós já t ivemos Câmaras do PS e do PSD. A Junta de PS queixou-se sempre quer das do PS, quer das do PSD. O que nunca tivemos foi uma Junta PSD. A solução não está em queixar-mo-nos da Câmara, mas da capacidade de trabalharmos com ela e não contra ela.

Lamenta o adiamento da aber-tura do Centro Escolar? Naturalmente que sim, embora se tenha de reconhecer que a conjuntura não é a mais favorável. Concorda com uma nova sede de Junta fixada no largo 3 de Julho? A questão não é tanto a da sua localiza-ção, desde que esta seja razoável, mas daquilo que ela oferece às populações. Que carências tem Joane? Muitas e em diversas áreas. Joa-ne é um pólo urbano de razoável dimensão, provavelmente o maior no eixo Guimarães-Famalicão. Os maiores problemas estão ao nível do planeamento urbano, o que tem consequências noutras áreas, como da mobilidade interna. Acresce que há um défice na actuação social, nos serviços e logística que gostaríamos de ver melhorados. Das obras feitas pela Junta PS, qual a que o senhor não faria? A junta PS tem feito tão pouca obra... Não sendo eleito na Assembleia, como pensa “mostrar-se”?

Quem se tem de mostrar não sou eu, mas o PSD. E o PSD vai continuar a mostrar-se, apresentado trabalho diário no terreno. O PSD está unido em torno do seu projecto? Os resultados foram muito claros. Nunca houve uma eleição com duas l is tas com votação tão c lara . As eleições acabaram no dia em que decorreram. Pretende chegar à presidência da Junta de Joane? Pretendo criar condições para que o PSD seja poder em 2013. É mais fácil defrontar nas urnas Sá Machado ou António Oliveira? Não alimento cenários virtuais. Esse é um problema do PS. O PSD não quer derrotar ninguém, quer apenas ganhar a Junta, porque acreditamos que po-demos fazer melhor. Espero que o PS seja claro e cumpra os compromissos que assumiu, que Sá Machado cumpra o seu mandato até ao fim, sem usar de truques para transferir o poder para outro qualquer eleito.

MIGUEL RIBEIRO

“A Junta de Joane queixou-se sempre das Câmaras, quer as do PS, quer as do PSD. O que nunca tivemos foi uma Junta PSD”

“Os maiores problemas de Joane estão no planeamento urbano”

JOANE • PSD

Miguel Ribeiro, novo líder do PSD de Joane, defende menos queixas e mais cooperação com a Câmara de Famalicão

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REPÓRTER LOCAL • JUNHO DE 2010 • 21

ÚLTIMAS

Redacção

Se há equipamento ou investi-mento que faz juz ao estatuto de Vila que Joane exibe há 24 anos, é sem sombra de

dúvida o Centro Escolar. Obra de 3,2 milhões de euros (ver caixa com dados do projecto), este equipamento vai receber em 2011 - ficou gorada assim a abertura anunciada para este ano, em Setembro - todas as crianças do pré-escolar e primeiro ciclo de Joane.A Câmara Municipal de Famalicão suporta metade do investimento; a outra metade será financiada por fundos europeus no âmbito do QREN (Quatro de Referência Estratégico Nacional).O presidente da Junta de Joane, Sá Machado, lamenta o adiamento da abertura do Centro Escolar. “A Câmara andou a adiar intervenções que são urgentes nas escolas primárias (Cima de Pele é exemplo de um edif íc io degradado), com o argumento que não valeria a pena investir porque o Centro Escolar estaria pronto este ano. Com o adiamento é mais um ano que as crianças e professores vão ter

de trabalhar em condições precárias. O Centro não abre porque a Câmara não tem dinheiro e não por razões de ordem logística, como diz. Quem trabalha na obra diz-nos ter ordem para abrandar o ritmo dos trabalhos

por falta de dinheiro da Câmara. O Centro, se dependesse da empresa construtora estaria pronto a tempo e horas e nem os acessos servem de desculpa porque estarão prontos ainda este Verão”

CENTRO ESCOLAR

uma obra necessária

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Joane. Com garagem.

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situado junto do Complexo Mu-nicipal de Piscinas e do Estádio de Barreiros, o Centro Escolar de Joane vai congregar todo o ensino pré-escolar do primeiro ciclo joa-nense.

5 edifícios interligados

19salas para o 1.º ciclo

3 salas para jardim-de-infância

O Centro terá sala de atendimento, sala de pais, balneários, refeitório, polivalente, cozinha, secretaria e reprografia, sala de professores e outra para funcionários. Um dos edifícios está destinado aos servi-ços culturais, com uma biblioteca, ludoteca, ciberteca, área destina-da à música e um espaço para te-atro.

FRAsEs“no ano lectivo 2010-2011, as crianças de Joane vão usufruir de um centro escolar de qualidade, que irá integrar o ensino pré-esco-lar e o 1.º ciclo do ensino básico”Sítio na Intert da Câmara de Famali-cão, 06| 07 | 2009

“Trata-se de uma obra necessária para Joane. Pelos montantes en-volvidos não poderia ser só a Câ-mara a arcar com eles”Leonel Rocha, vereador da Educação

“O empreiteiro estava a andar a bom ritmo e se disse que termi-nava a obra em Agosto de 2010 a escola abriria em setembro ou Outubro. O que está em causa são dificuldades financeiras”Sá Machado, presidente da Junta e Joane, Entrevilas, 30 | 06 | 2010

Centro Escolar dignifica estatuto de vila

JOANE • INvESTIMENTO

Equipamento escolar é um dos maiores investimentos na vila de Joane

ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE vILA NOvA DE FAMALICÃO - CONvOCATÓRIA

JOÃO NUNO LACERDA TEIXEIRA DE MELO, Presidente da Assembleia Municipal de Vila Nova de Famalicão convoca todos os seus membros a reunirem em sessão ordinária, no próximo dia 02 de Julho de 2010, pelas 21 horas, no Cen-tro Social e Paroquial de S. Martinho de Brufe, sito na rua D. Jorge Ortiga, 1500, Freguesia de Brufe, com a seguinte:

ORDEM DE TRABALHOS

Discussão e votação da proposta da Câmara Municipal para:a) Reconhecimento de interesse municipal do projecto de investimento estrangeiro da LEICA – Aparelhos Ópticos de Precisão, Limitada, na Freguesia de Lousado; b) Conceder a isenção total ou parcial do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI), relativamente aos prédios que sejam uti-lizados no investimento referido. No caso de ser deliberada a isenção parcial do IMI deve ser fixada a respectiva percentagem.c) Conceder a isenção total ou parcial do Imposto Municipal sobre transmissões onerosas de imóveis (IMT) relativamente aos prédios que se jam ut i l i zados no investimento referido. No caso de ser deliberada a isenção parcial do IMT deve ser f ixada a respect iva percentagem. (Grelha E)5. Discussão e votação da proposta da Câ-mara Municipal de pedido de autorização para aquisição das fracções designadas pelas letras “J”, “L”, “P”, “Q”, “U”, “ v ”, do prédio descr i to na Conservatór ia do Registo Predial sob o n.º 3/051184, sito na Rua Camilo Castelo Branco, n.º 94, freguesia e concelho de v. N. de Famalicão,

à “ESTAMO - Participações Imobiliárias, S.A”, pelo preço global de 484.000,00 € e nas demais condições fixadas no ponto 2 da proposta da Câmara Municipal . (Grelha D)6. Discussão e votação da proposta da Câmara Municipal de pedido de autori-zação de Adesão do Município de v. N. de Famalicão, à Associação Internacional de Cidades Educadoras (International As-sociation of Educating Cities/Asociacion International de Ciudades Educadoras.) (Grelha E)7. Discussão e votação da proposta da Câmara Municipal de pedido de desafecta-ção para o domínio privado do Município da parcela de terreno, com a área de 22 m2, actualmente utilizada como caminho público, melhor identificada na letra “W” da planta anexa à proposta, tendo em vista a integração da mesma no prédio descrito no ponto 1 da proposta propriedade de Guilherme Lopes. (Grelha E)8. Discussão e votação da proposta da Câmara Municipal de alteração do prazo para celebração da escritura, que passa de Dezembro de 2009 para 15 de Novembro de 2010, do Contrato-Promessa de Com-

pra e venda, aprovado por deliberação de 29 de Janeiro de 2009 e referente à aquisição de terrenos de propriedade de Sociedade Agrícola de Rorigo, Lda, melhor identificada na proposta. (Grelha E) 9. Discussão e votação da proposta da Câmara Municipal , de pedido de de-safectação para o domínio privado do Município, de uma parcela de terreno com a área de 77 m2, melhor identificada pela letra “Y” da planta anexa à proposta, tendo em vista a integração da mesma no prédio sito no Lugar de Currais, freguesia de Antas, propriedade de Manuel Azevedo. (Grelha E)10. Discussão e votação da proposta da Câmara Municipal de 3.ª Revisão Orça-mental. (Grelha E)

vila nova de Famalicão, 15 de Junho de 2010.O 1.º sECRETáRIO DA MEsA DA AssEM-BlEIA MUnICIPAlJosé luís Cerejeira leitão da silva, Dr.

Nota: Esta sessão é a continuação da sessão do dia 26 de Junho de 2010.

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22 • JUNHO DE 2010 • REPÓRTER LOCAL

OPINIÃO

A Assembleia de Freguesia (AF) é o órgão deliberativo da freguesia. É um fórum de discussão pública dos problemas, necessidades e projectos para a freguesia, que tem, anualmen-te, quatro sessões ordinárias.Comprova-se com a baixa afluência às reuniões que a população mantém-se alheia e indiferente à actividade da Junta. Trata-se de um indício claro de des-conexão da realidade política e cívica.

A fraca participação não é irrelevante e deve ser encarada com preocupação e objecto de reflexão.Criticar a falta de cidadania e pouca participação na vida política é fácil. Mas não a podemos condenar quando a própria Assembleia e mesmo a Junta de Freguesia não se esforçam para tal, mesmo se esse é o seu dever e para isso disponham de instrumentos.Um exemplo é o que se passou com a úl t ima reunião da Assembleia . Pouca e inadequada divulgação, como o demonstram o baixo número de editais afixados pela vila. É evidente a falta de empenho e de esforço do presidente da Junta na divulgação das reuniões da AFTambém a actuação do presidente da Assembleia merece crítica. Não foi por acaso que a actuação

do presidente do órgão foi alvo de um voto de protesto por parte de deputados e le i tos pela col igação PSD/CDS-PP. O voto fo i recusado pelo PS mas não pode deixar de ficar registada a insatisfação. Outros motivos podem justificar o alheamento das pessoas. Acredito que o estilo rude e agres-sivo por diversas vezes usado pelo presidente da Junta não contribui para a participação dos joanenses. Penso que a forma como o presidente da Asse mble ia conduz os t raba -lhos, muitas vezes em prejuízo de uma discussão saudável, contribui para o afastamento da população. Finalmente, a reduzida, ou nula, intervenção de alguns eleitos do PS também não ajuda a aproximar os

joanenses. Episódios inqualificáveis que se vão sucedendo nas Assembleias acabam p or t e r uma contr ibuição mui to negativa para a part ic ipação dos cidadãos na vida política. Por exemplo, na última reunião ficou a saber-se que durante mais de um ano, o presidente da Junta e o seu vice foram prometendo entregar uma acta de uma reunião com associações da freguesia. Mas durante a reunião, sem pudor e sem vergonha, o sr. pre-sidente da Junta gritou que, quanto à acta, “não a irão ter”. Nada disto tem que ser assim. Há bons exemplos, alguns bem perto. Em Ronfe, por exemplo, as Assem-bleias de Freguesia têm sempre muito mais participação do que as de Joane. Porque será?

miguel azevedoVice-presidente do PSd Joane

OPiniãO

Assembleia de Freguesia, que futuro?

Luís Santosmembro da Junta de Freguesia de Joane - PS

Os artigos de Opinião são da responsabilidade dos seus autores

uma herança pesada

O mundial de futebol vai decorrendo na África do Sul. Portugal disse adeus à prova depois de ter perdido a uma bola frente aos Espanhóis nos oitavos de final. Caiu assim por terra o de-sejo de milhares de pessoas de que a selecção dos Navegadores fosse mais longe neste campeonato mundial. Paciência. Daqui a dois anos temos o Europeu. Infelizmente, nem só de futebol vive o homem. Os dias que vivemos são difíceis. Os portugueses mais de que a maioria dos países europeus sentem isso na pele. Provavelmente todos nós temos no seio familiar, mais ou menos próximo, casos complicados de desemprego, ou de extrema difi-culdade no equilíbrio do orçamento familiar, devido ao constante aumento do custo de vida. É chegada a altura de cada um de nós perguntar a si próprio o que tem feito para ajudar aqueles que nos são mais próximos. Parafraseando alguém e que agora não me recordo: “Está na

altura de pensar não no que o país pode fazer por nós, mas sim no que podemos fazer pelo nosso país”.Ainda o défice. Na escrita anterior enumerei várias situações que no meu entender contribuem para os problemas e as injustiças que se vivem em Portugal, e que nos são próximas, pois todos conhecemos casos desses. Mas a lista está longe de estar com-pleta, e por certo com situações bem mais graves e que provavelmente terão um impacto mais acentuado na economia. Refiro-me, a reformas milionárias conseguidas com quatro e cinco anos de trabalho, a ordenados exorbitantes que todos os dias vemos espelhados nas páginas dos jornais, a organismos públicos que ninguém sabe muito bem para que servem, a empresas públicas que apresentam passivos de milhões, a que depois o Estado vem socorrer com injecção de vários milhões de euros. Estas situa-ções terão por certo, face aos valores envolvidos, um impacto bem maior que as que anteriormente enumerei. Mas ambas estão erradas e devem ser combatidas. Só assim teremos um país mais justo e com capacidade para ser mais solidário. Já ouviram por certo falar da famosa cidade desportiva, que o arquitecto Armindo Costa (presidente da Câmara de Famalicão) propôs aos famalicen-ses. Sobre este projecto fixei uma frase que vinha publicada num dos

jornais semanais do concelho. “O município vai contrair a maior dívida de sempre e ficará financeiramente estrangulado para os próximos 25 anos”. De seguida lembrei-me que este é o último mandato do Sr. Arquitecto.

E como de certeza não irá ter proble-mas com a sua reforma, quem vier que se “amanhe”. Ou seja, o grande projecto para Famalicão, prometido quando ganhou as primeiras eleições, deu nisto. E como hoje estou para c i tações encontrei uma outra que traduz exactamente a minha corrente de pensamento: “A habilidade de en-globar os pavilhões desportivos e as piscinas neste projecto, para assim dar a entender que o objectivo não é só a Cidade Desportiva, mas sim a construção de infra-estruturas que o concelho necessita, só vem mostrar uma coisa: a incapacidade desta Câmara Municipal em cumprir aquilo que prometeu aos famalicenses usando meios próprios, enquanto ao longo deste mandato andou a esbanjar centenas de milhares de euros, em festas, feiras e outras coisas fúteis.”E acrescento eu, é esta mesma câmara que comunicou às freguesias, que este ano não haverá possibilidade de celebração de protocolos para obras, à semelhança do que já havia feito o ano passado. Termino com esta frase de um famoso escritor irlandês (C.S. Lewis): “Todos nós desejamos o progresso, mas se estiveres na estrada errada, progresso significa fazer o retorno e voltar para a estrada certa; nesse caso, o homem que volta atrás primeiro é o mais progressista.”

Este é o último

mandato de Armindo

Costa. E como de

certeza não irá ter

problemas com a sua

reforma, quem vier

que se “amanhe”.

O grande projecto

para Famalicão,

prometido quando

ganhou as primeiras

eleições, deu nisto.

(no edifício de Escapes J. Ribeiro)

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