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REPÓRTER CINEMATOGRÁFICO É JORNALISTA Antônio Carlos Gonçalves Brasília-DF, 2006

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Page 1: REPÓRTER CINEMATOGRÁFICO É JORNALISTArepositorio.uniceub.br/bitstream/123456789/1670/2/20214825.pdf · trabalhos desenvolvidos. 5 ... tsunamis, cachoeiras em penhascos, ... deles

REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO Eacute JORNALISTA

Antocircnio Carlos Gonccedilalves

Brasiacutelia-DF 2006

2

ANTOcircNIO CARLOS GONCcedilALVES

REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO Eacute JORNALISTA

Monografia apresentada como requisito para conclusatildeo do curso de bacharelado em Jornalismo do curso de Comunicaccedilatildeo Social do Centro Universitaacuterio de Brasiacutelia

Orientador Prof Luiz Claacuteudio Ferreira

Brasiacutelia-DF 2006

3

DEDICATOacuteRIA

Dedico esta monografia a todas as pessoas que me ajudaram nessa jornada principalmente a minha esposa Nilsoneides minhas filhas Fernanda Camila e Renata meus pais irmatildeos que sempre me encorajaram durante toda essa caminhada satildeo eles os responsaacuteveis pelo sucesso alcanccedilado

4

AGRADECIMENTOS

Agradeccedilo primeiramente ao nosso mestre Deus pelo dom da vida Aos meus professores pelo incentivo e companheirismo Aos colegas que durante todos esses anos nos ajudaram a suportar todos os obstaacuteculos ocorridos no curso e em especial o orientador nosso professor e amigo Luiz Claacuteudio Ferreira a quem temos profunda admiraccedilatildeo respeito e atenccedilatildeo pelos trabalhos desenvolvidos

5

ldquoO que adquire entendimento ama sua

alma o que conserva a inteligecircncia acha o bemrdquo

Proveacuterbios 198

6

RESUMO

A presente monografia tem por finalidade preciacutepua destacar a importacircncia das funccedilotildees do repoacuterter cinematograacutefico para o telejornalismo mostrando que natildeo tem fundamento a duacutevida que paira por parte de outros profissionais como os repoacuterteres de que ele natildeo seria jornalista Conforme seraacute aqui exposto o proacuteprio TST (Tribunal Superior do Trabalho) proferiu acoacuterdatildeo afirmando que tanto o repoacuterter cinematograacutefico satildeo jornalistas cabendo a este ultimo ldquoregistrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutesticordquo Aleacutem disto o Decreto n 83284 de 13 de marccedilo de 1979 que regula a profissatildeo do jornalista prevecirc em seu artigo 11 inciso X que o repoacuterter cinematograacutefico desempenha uma das funccedilotildees do jornalista assim como o repoacuterter o redator o revisor o ilustrador dentre outros O problema que causa a desvalorizaccedilatildeo desta profissatildeo consiste na falta de possibilidade desses profissionais se especializarem e se atualizarem academicamente A soluccedilatildeo mais raacutepida seria a inserccedilatildeo de uma cadeira nessa aacuterea nos cursos superiores de Jornalismo

Palavras-chave repoacuterter cinematograacutefico telejornalismo jornalismo

7

ABSTRACT

The present monograph has main purpose to detach the importance of the functions of the cinematographic reporter of the television periodical being shown that it does not have bedding the doubt that hangs on the part of other professionals as the reporters of that it would not be journalist As here it wil be displayde the proper TST ( Superior Court of the Work) pronounced sentence affirming that as much the reporter how much the cinematographic reporter is journalists fitting to this last one ldquo to register of cinematographic form any facts or subjects of journalistic interestrdquo Moreover Decree n 83284 of 13 of March of 1979 that it regulates the profession of the journalist foreseein its article 11 interpolated proposition X that the cinematographic reporter plays one of the functions of the journalist as well as the reporter the editor the copyholder the ilustrador amongst others The problem that cause the depreciation of this profession consists of the lack of possibility of these professionals if to specialize and if to bring up to date through universiy courses The solution fastest would be the insertion of a chair in this area in the superior courses of Journalism

Keywords cinematographic reporter telejornalismo journalism

8

SUMAacuteRIO

INTRODUCcedilAtildeO 9

1 HISTOacuteRIA DO TELEJORNALISMO NO BRASIL 133

11 ABORDAGEM GERAL 133

121 Rede Tupi 177

122 Rede Excelsior 177

123 TV Record 177

124 TV Cultura 188

125 TV Globo 188

126 TV Bandeirantes 19

127 TV Gazeta 19

128 SBT 200

13 O PERCURSO DO TELEJORNALISMO NOS ANOS 70 211

2 REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO 233

21 O PAPEL DO JORNALISTA 233

22 O REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO 288

3 CURSO SUPERIOR PARA FORMACcedilAtildeO DE PROFISSIONAIS DA AacuteREA 333

31 DESVALORIZACcedilAtildeO DA PROFISSAtildeO 333

32 REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO Eacute JORNALISTA 344

CONCLUSAtildeO 377

REFEREcircNCIAS 400

ANEXO I ndash DECRETO Nordm 83284 DE 13 DE MARCcedilO DE 1979 455

ANEXO II ndash ACOacuteRDAtildeO TST-AIRR-6182001-751-04-401 511

9

INTRODUCcedilAtildeO

No dia 02 de setembro comemora-se o dia do repoacuterter cinematograacutefico

que eacute o profissional de televisatildeo incumbido de captar imagens que iratildeo enriquecer

as notiacutecias dos telejornais

Como eacute fundamental a imagem no cenaacuterio televisivo eacute faacutecil perceber a

importacircncia deste profissional para o telejornalismo No entanto como natildeo existem

ainda cursos acadecircmicos para a formaccedilatildeo desse profissional os proacuteprios colegas

adotam uma postura preconceituosa e bastante injusta

Pelo fato de possuiacuterem niacutevel teacutecnico o repoacuterter cinematograacutefico estaacute bem

distante de ser apenas um operador de cacircmera ao contraacuterio do que pensam alguns

desinformados Esse profissional vezes sem conta arrisca sua proacutepria vida para

mostrar ao mundo as imagens que tanto emocionam

Imagens da natureza de guerra de obras artiacutesticas de crimes de boas

accedilotildees humanas de cataacutestrofes imagens que comovem e as que revoltam imagens

que trazem alegria ou sofrimento imagens que elevam a alma e as que causam dor

ou pacircnico E todas elas costumam ser mostradas sem que tenhamos conhecimento

do nome do profissional que as captou

Eacute reconhecida a importacircncia do telejornalismo no sentido de levar agraves

famiacutelias brasileiras informaccedilatildeo cultura e notiacutecias do paiacutes e do mundo O que tem

10

sido objeto de discussatildeo eacute a forma como cada emissora transmite a mensagem

Analisando por exemplo notiacutecias internacionais que satildeo fornecidas por agecircncias

especializadas contratadas e que informam distribuem e divulgam as notiacutecias para o

mundo da mesma forma e com as mesmas imagens o cunho diferencial dado agraves

notiacutecias vai ser determinado pelo tratamento que cada emissora ou editor decidir e

que pode ser influenciado por questotildees poliacuteticas soacutecio-culturais contratos (de

leitura de emissoras de publicidade ou de mercado)

Eacute justamente aiacute que se reconhece o poder da imagem que afinal eacute o

grande diferencial do telejornalismo mais atraente do que o jornalismo por raacutedio ou

impresso Como diz um proveacuterbio chinecircs ldquouma imagem vale mais do que mil

palavrasrdquo Se o indiviacuteduo tem discernimento e ideacuteias proacuteprias natildeo vai ser facilmente

levado pelo subtexto embutida em certas informaccedilotildees noticiadas

Note-se que natildeo eacute nosso interesse tecer criacuteticas ao telejornalismo Trata-

se de um veiacuteculo de informaccedilatildeo que como qualquer outro apresenta vantagens e

desvantagens O que se pretende aqui eacute chamar a atenccedilatildeo para a importacircncia da

imagem e seu poder de transmitir o que realmente acontece Nos dias de hoje eacute

possiacutevel ateacute assistir a guerras pela televisatildeo como ocorreu na guerra do Iraque E

para quem a acompanhou e assistiu tambeacutem noticiaacuterios diferentes pode perceber

claramente as diferenccedilas de opiniotildees e declaraccedilotildees tanto eacute que essa guerra foi

chamada de ldquoguerra de informaccedilotildeesrdquo

Sendo tatildeo importante a imagem que se transmite igualmente importante

eacute a funccedilatildeo do jornalista cinematograacutefico que se submete em qualquer horaacuterio a

enfrentar condiccedilotildees climaacuteticas adversas lugares sem qualquer proteccedilatildeo arriscando

11

a vida vezes sem conta para mostrar vulcotildees em erupccedilatildeo tsunamis cachoeiras em

penhascos cumes de montanhas tiroteios e guerras a beleza e o perigo da vida

selvagem e tantas outras imagens que apenas satildeo possiacuteveis chegarem ateacute as

pessoas normais devido ao seu trabalho

Uma pesquisa realizada junto ao Sindicato dos Jornalistas Profissionais

do Distrito Federal aponta que num universo de aproximadamente 400 profissionais

atuando na aacuterea de filmagens cerca de apenas 30 deles tem seu registro

profissional junto ao oacutergatildeo de classe

Lutando pelo respeito e reconhecimento de outros profissionais os

repoacuterteres cinematograacuteficos precisam ser mais unidos se sindicalizarem no intuito

de fortalecer a categoria na luta por melhorias no exerciacutecio da funccedilatildeo

Devido agrave escassez de literatura sobre o assunto a presente monografia

foi desenvolvida com base em entrevistas com profissionais da aacuterea do

telejornalismo com artigos publicados na Internet e por meio de informaccedilotildees

disponibilizadas pelo Sindicato dos Jornalistas e pela Federaccedilatildeo Nacional dos

Jornalistas (FENAJ)

Encontra-se estruturada em trecircs capiacutetulos distintos sendo que o primeiro

deles se dedica a discorrer sobre os diversos aspectos que envolvem a histoacuteria do

telejornalismo brasileiro dando destaque ao percurso do telejornalismo na fase do

seu apogeu na deacutecada de 70 com os principais noticiaacuterios produzidos e

transmitidos pela Rede Tupi Rede Excelsior TV Record TV Cultura Rede Globo

TV Bandeirantes Gazeta e SBT

12

O segundo capiacutetulo versa sobre o papel do jornalista ndash seja ele repoacuterter

fotoacutegrafo cinegrafista redator ou editor ndash e a importacircncia de seu trabalho na

construccedilatildeo da cidadania trazendo inclusive conceitos tecidos pelos proacuteprios

profissionais aleacutem de mencionar algumas das dificuldades que encontram no

mercado de trabalho Tambeacutem eacute mostrado como se daacute a regulamentaccedilatildeo da

profissatildeo de jornalista que eacute obrigatoacuteria tendo em vista que o exerciacutecio ilegal dessa

profissatildeo constitui crime

Em toacutepico apartado satildeo mencionadas as caracteriacutesticas da profissatildeo do

repoacuterter cinematograacutefico de como ocorre sua formaccedilatildeo quais as formas de atuaccedilatildeo

os riscos profissionais a que se sujeita e trata tambeacutem da questatildeo do preconceito de

colegas que injustamente natildeo o considera jornalista

Por fim o terceiro capiacutetulo trata da necessidade de haver um curso

superior para a formaccedilatildeo desses profissionais que certamente iraacute trazer inuacutemeras

vantagens desde a reciclagem do conhecimento e o aprendizado de novas teacutecnicas

como o combate agrave desvalorizaccedilatildeo da profissatildeo visto que apesar de muitos

discordarem o repoacuterter cinematograacutefico tambeacutem eacute jornalista

13

1 HISTOacuteRIA DO TELEJORNALISMO NO BRASIL

11 ABORDAGEM GERAL

O primeiro telejornal brasileiro foi ldquoImagens do Diardquo que foi ao ar em 19

de setembro de 1950 pela emissora TV Tupi de Assis Chateaubriand (Diaacuterios

Associados) Ao longo de um ano esse telejornal tinha um formato simples liderada

pelo locutor Rui Resende que produzia e redigia os textos a serem noticiados sendo

que algumas notas vinham acompanhadas de imagens sem som feitas em filme

preto e branco (Mundo da TV sd)

Vale destacar o primeiro telejornal de grande sucesso na televisatildeo

brasileira que foi o ldquoRepoacuterter Essordquo que foi ao ar tambeacutem atraveacutes da emissora Tupi

durante 17 anos (entre 1953 a 1970) Esse programa tinha como vinheta de abertura

a frase ldquoAqui fala o seu Repoacuterter Esso testemunha ocular da Histoacuteriardquo apresentado

por dois destacados locutores de raacutedio Kalil Filho e depois Gontijo Teodoro

Entre 1960 a 1964 a TV Excelsior revolucionou a televisatildeo brasileira

marcada principalmente com a introduccedilatildeo de dois programas de telejornalismo o

primeiro foi o ldquoTele Notiacuteciasrdquo que inovou com o ldquotoprdquo de cinco segundos e o ldquoJornal

de Vanguardardquo que revolucionou o conceito de noticiaacuterio (THELL sd)

14

O ldquoJornal de Vanguardardquo foi lanccedilado em setembro de 1963 pelas matildeos

de Fernando Barbosa Lima e que se transformou em um show de notiacutecias uma

grande revoluccedilatildeo na linguagem e no espiacuterito do telejornalismo com muita

criatividade e inteligecircncia Ao inveacutes de buscar profissionais do raacutedio esse jornal

formou sua base por jornalistas que vinham da imprensa escrita entrava no ar por

volta das 22h30 ao vivo com muitos apresentadores Tinha desenhistas

humoristas comentaristas poliacuteticos comentarista internacional e cronistas Esse

jornal comeccedilou na TV Excelsior passou pela Tupi e pela Globo e foi morrer na TV

Rio em protesto pela censura imposta com o Ato Institucional n 5 (THELL sd)

Em setembro de 1969 a Rede Globo de Televisatildeo trouxe o ldquoJornal

Nacionalrdquo criado por Armando Nogueira que estreou em setembro daquele ano

com inuacutemeras inovaccedilotildees tecnoloacutegicas importadas dos EUA Rapidamente esse

programa tornou-se liacuteder de audiecircncia e referecircncia da imprensa nacional

apresentando reportagens em cores reportagens internacionais via sateacutelite e em

tempo real (ao vivo) seguindo um formato dos telejornais americanos (estilo de

linguagem narrativa e figura do repoacuterter)

Segundo Armando Nogueira diretor da Central Globo de Jornalismo agrave

eacutepoca da criaccedilatildeo do telejornal o Jornal Nacional foi pedra de toque de um projeto

muito ambiciosa que previa a geraccedilatildeo de uma programaccedilatildeo uniforme para todo o

Brasil de modo que a emissora fez largo uso da tecnologia iniciando o emprego dos

sateacutelites para a difusatildeo de notiacutecias e visando maior alcance de suas fontes nacionais

e internacionais (KOSMINSKY 2002)

15

Mais tarde em 1977 a Globo Satildeo Paulo estreou um jornal de serviccedilo o

ldquoBom Dia Satildeo Paulordquo que permanece no ar nos dias atuais de segunda a sexta agraves

7h da manhatilde Vale destacar as novas tecnologias introduzidas como a UPJ

(Unidade Portaacutetil de Jornalismo) com repoacuterteres entrando ao vivo de vaacuterios pontos

da cidade transmitindo informaccedilotildees de serviccedilo como tempo tracircnsito movimentaccedilatildeo

da cidade aeroporto etc O sucesso foi tatildeo grande que em 1983 foi lanccedilado em rede

nacional o ldquoBom Dia Brasilrdquo que desde entatildeo vai ao ar logo apoacutes o ldquoBom Diardquo de

cada praccedila com o noticiaacuterio poliacutetico gerado em Brasiacutelia

Em 1988 foi lanccedilado o ldquoTJ Brasilrdquo pelo Sistema Brasileiro de Televisatildeo-

SBT tambeacutem inspirado no formato americano ao inovar com a emblemaacutetica figura

do acircncora Boris Casoy que saiu do jornal impresso e logo se acertou com a TV

conquistando seu espaccedilo e seu puacuteblico Em meados de 1997 Casoy assinou

contrato com a TV Record

Conforme Squirra (1994) em palestra realizada no II Congresso Brasileiro

de Jornalismo de Liacutengua Portuguecircs

ldquoO modelo ancorado com Boris Casoy foi colocado no ar em 1988 e desde o primeiro momento levou agraves residecircncias brasileiras um formato novo com um padratildeo de qualidade esteacutetica que definitivamente fugia daquele global que adotava cegamente as premissas de juventude e beleza para seus apresentadores de telejornais Que natildeo satildeo jornalistas por formaccedilatildeo profissional Boris Casoy neste particular tambeacutem representa um novo paradigma Aleacutem de ser jornalista sua identidade popular - tinha se tornado amplamente conhecido na TV a partir dos primeiros debates poliacuteticos como representante de um jornal impresso a Folha de SPaulo - seu carisma -soube explorar uma imagem segura independente e madura- e independecircncia televisivos -natildeo representava uma emissora de TV- propiciaram que ele viesse a ter respaldo para implantar um modelo ineacutedito no telejornalismo do paiacutes E trouxe aos lares um produto hiacutebrido na missatildeo de ancorar um telejornal a emissatildeo clara de opiniatildeo no ar ()rdquo

16

No periacuteodo compreendido entre 1992 e 1993 o jornal de Boris Casoy

superou em audiecircncia o Jornal Nacional da Rede Globo de forma que 594 do

puacuteblico ABC estavam com o TJ Brasil

Tambeacutem integra a histoacuteria do telejornalismo no Brasil o ldquoJornal da Bandrdquo

exibido pela TV Bandeirantes desde 1997 igualmente influenciado pelos costumes

americanos apresentado inicialmente por Paulo Henrique Amorim com um estilo

forte e opinativo com informaccedilotildees exclusivas e ao vivo Atualmente esse telejornal

tem como acircncora o jornalista Carlos Nascimento (Mundo da TV sd)

Uma pesquisa realizada pelo Ibope em 1980 demonstrou que o

telejornalismo eacute a mais importante e acessiacutevel fonte de informaccedilatildeo da populaccedilatildeo

onde 73 do puacuteblico pesquisado tinham acesso agrave televisatildeo Os telejornais foram

identificados como o tipo de programa preferido por 874 dos homens e o segundo

preferido de 713 das mulheres Conforme mateacuteria publicada pela revista Exame

em agosto de 2002 a TV eacute hoje o uacutenico meio de informaccedilatildeo e entretenimento para

40 da populaccedilatildeo (GUROVITZ 2002 p 46-58)

17

12 PROGRAMAS JORNALIacuteSTICOS NAS DIVERSAS EMISSORAS DE

TV

A seguir seratildeo listados os principais telejornais que foram ao ar pelas

diversas emissoras de televisatildeo do paiacutes

121 Rede Tupi

A partir de 1951 a Rede Tupi (19501980) exibia ldquoDiaacuterio de Satildeo Paulo na

TVrdquo ldquoEdiccedilatildeo Extrardquo e ldquoTelejornal Brahmardquo

Em 1952 apresentava o ldquoRepoacuterter Essordquo o ldquoTelejornal Tupirdquo e

ldquoTelenotiacutecias Panairrdquo

Em 1965 estreou ldquoUltra Notiacuteciasrdquo

Em 1979 um de seus uacuteltimos programas foi o ldquoAqui e Agorardquo com 6

horas de duraccedilatildeo e direccedilatildeo de Wilton Franco extinto no ano seguinte pelo governo

122 Rede Excelsior

A Rede Excelsior (19601964) estreou em 1960 o ldquoTele Notiacuteciasrdquo e em

1963 ldquoA Marcha do Mundordquo e o ldquoJornal da Vanguardardquo

123 TV Record

A TV Record (1953) inseriu em sua programaccedilatildeo na aacuterea de

telejornalismo diversos programas valendo destacar

- ldquoTempo de Notiacuteciasrdquo (1972)

18

- ldquoCidade Alertardquo (1995)

- ldquoFala Brasil (1998)

- ldquoEdiccedilatildeo de Notiacuteciasrdquo (2003)

- ldquoTudo a Verrdquo (2004)

- ldquoRecord RJrdquo ldquoRecord SPrdquo e ldquoRio de Janeiro no Arrdquo (2005)

124 TV Cultura

Dentre os programas de telejornais introduzidos pela TV Cultura (1969)

vale destacar

- ldquoA Hora da Notiacuteciardquo (1972)

- ldquoConversa Afiadardquo (1999)

- ldquoMateacuteria Puacuteblicardquo (2002)

- ldquoBoletim Culturardquo e ldquoPrimeira Paacuteginardquo (2005)

125 TV Globo

No ar desde 1968 a TV Globo editou inuacutemeros programas

telejornaliacutesticos com destaque para

- ldquoTele Globordquo (1965)

- ldquoUltranotiacuteciasrdquo (1966)

19

- ldquoJornal da Globordquo (1967)

- ldquoJornal Nacionalrdquo (1969)

- ldquoJornal Hojerdquo (1971)

- ldquoBom dia Satildeo Paulordquo (1977)

- ldquoJornal da Globordquo (1979)

- ldquoSPTVrdquo ldquoRJTVrdquo ldquoBom dia Brasilrdquo (1983)

- ldquoGlobo Notiacuteciardquo (2005)

126 TV Bandeirantes

Pela TV Bandeirantes no ar desde 1967 vale destacar os seguintes

telejornais

- ldquoTitulares da Notiacuteciardquo (1969)

- ldquoBand News na Bandrdquo e ldquoBrasil Urgenterdquo (2001)

- e ldquoPrimeiro Jornalrdquo (2005)

127 TV Gazeta

Mais recentemente a TV Gazeta (1970) levou ao ar

- o ldquoJornal Gazetardquo o ldquoMercadordquo e ldquoPrimeira Paacuteginasrdquo todos estreados

em 2001

20

- em 2002 introduziu o ldquoJornal Gazeta 2ordf ediccedilatildeordquo e

- em 2003 o ldquoGazeta On-linerdquo

128 SBT

O Sistema Brasileiro de Televisatildeo no ar desde 1981 tem na histoacuteria do

telejornalismo da emissora os seguintes programas

- ldquoNoticentrordquo (1981)

- ldquo24 Horasrdquo (1982)

- ldquoCidade 4rdquo (1986)

- ldquoTJ Brasilrdquo ldquoTJ Noiterdquo e ldquoTJ Satildeo Paulordquo (1988)

- ldquoJornal do SBTrdquo ldquoAqui e Agorardquo (1991)

- ldquoAqui Brasilrdquo (1993) ldquoSBT Notiacuteciasrdquo (1995)

- ldquoJornal do SBTCBS Telenotiacuteciasrdquo (1997)

- ldquoNotiacutecias do Diardquo e ldquoNoticidaderdquo (1998)

- ldquoTJ Manhatilderdquo (2001)

- ldquoSBT Brasilrdquo (2005) dentre outros

21

13 O PERCURSO DO TELEJORNALISMO NOS ANOS 70

Em seu trabalho de dissertaccedilatildeo de mestrado defendido na Escola de

Comunicaccedilotildees e Artes da Universidade de Satildeo Paulo Antonio Reis Jr (2003) nos

mostra que no iniacutecio da deacutecada de 70 o campo cinematograacutefico sofreu dispersatildeo do

grupo de cineastas que integravam o Cinema Novo devido agrave repressatildeo poliacutetica poacutes

Ato Institucional n 5 em 1968 Com a criaccedilatildeo da Embrafilme em 1969 as novas

demandas do mercado cultural assim como o acirramento dos debates esteacuteticos

formou-se um novo quadro de atuaccedilatildeo para os cinegrafistas que se descortinou

com o esfacelamento do Cinema Novo com a expansatildeo da induacutestria cultural do

consumo dos bens simboacutelicos no paiacutes e com o surgimento de novos esquemas de

produccedilatildeo e projetos culturais

Nesse cenaacuterio de cerceamento controle e censura da produccedilatildeo cultural

diversos cineastas vislumbraram a possibilidade de trabalhar em algumas emissoras

de TV e como o telejornalismo foi o programa de maior impacto nesse meio de

comunicaccedilatildeo em massa surgiu assim o nosso repoacuterter cinematograacutefico

Desde sua primeira exibiccedilatildeo em rede nacional em 1ordm de setembro de

1969 o Jornal Nacional da Rede Globo apresentou um formato proacuteprio para

transmitir notiacutecias onde ldquoo telejornal era capaz de abordar no mesmo tom e com a

mesma inconsequumlecircncia notiacutecias banais e outras de extrema importacircncia para o

espectador conferindo um mesmo tratamento a fatos relevantes e irrelevantesrdquo Em

plena eacutepoca de ditadura tal fato revela a cumplicidade dessa emissora para com os

militares apresentando um telejornal com moderna engenharia eletrocircnica e que

adotava a maacutescara do paiacutes ldquoem desenvolvimentordquo do milagre econocircmico

22

propagando imagens de um paiacutes com o povo bonito onde natildeo existia fome miseacuteria

pobreza

Contudo nesse mesmo periacuteodo surgiu a TV Cultura com a programaccedilatildeo

mais voltada para a realidade brasileira e que criou em 1972 o telejornal ldquoA Hora da

Notiacuteciardquo pobre em recursos mas combativo liacuteder de audiecircncia desta emissora

seguia em caminho inverso agraves fantasias institucionais e agrave alienaccedilatildeo dos noticiaacuterios

da eacutepoca

Em 1975 o jornalista Vladimir Herzog assumiu a direccedilatildeo da TV Cultura

apresentando proposta para tornar o telejornalismo em um instrumento de diaacutelogo

com o puacuteblico combatendo a atitude servil diante do governo com uma poliacutetica de

programaccedilatildeo visando objetivos prioritaacuterios relacionados com a realidade do puacuteblico

que pretendia atingir Poreacutem nesse mesmo ano Herzog foi preso interrogado

torturado e morto sucumbindo o projeto de renovaccedilatildeo do telejornalismo na TV

brasileira

Mas em seguida apesar de o Jornal Nacional manter estreita ligaccedilatildeo com

a ditadura surgiu na Rede Globo o Globo Repoacuterter originaacuterio da seacuterio Globo Shell ndash

o uacutenico programa da emissora produzido com material cinematograacutefico e que teve o

meacuterito de fazer passar informaccedilotildees boicotadas pelos demais telejornais ndash

caracterizado por abordar temas polecircmicos e questotildees sociais justamente em um

periacuteodo em que esses assuntos eram proibidos e vetados pela Censura Federal

Esse estilo despojado e independente de fazer documentaacuterios perdurou entre 1976

a 1983

23

2 REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO

21 O PAPEL DO JORNALISTA

Nos dias de hoje o jornalista assim como outros profissionais de

imprensa enfrenta inuacutemeras dificuldades no mercado de trabalho ndash fato que exige

dele atenccedilatildeo para que se mantenha sempre atualizado e se preocupe com a

questatildeo da formaccedilatildeo e da qualificaccedilatildeo

De acordo com a Comissatildeo de Revisatildeo dos Registros de Jornalistas

Profissionais (Portaria MTb n 548 de 140695) todos os jornalistas profissionais do

paiacutes precisam efetuar a revisatildeo do seu Registro Profissional junto ao seu sindicato

para alterar o nuacutemero do Registro anotado na carteira de trabalho Tal procedimento

visa invalidar a grande quantidade de documentos irregulares

Na composiccedilatildeo alfanumeacuterica do novo registro seraacute adotada a sigla de

duas letras do alfabeto que identificam o Estado de origem seguida dos algarismos

a partir de 00001 e mais duas letras que qualificam a natureza da funccedilatildeo na qual o

jornalista foi registrado As letras qualificadoras da natureza da funccedilatildeo para titular

de registro funccedilatildeo de repoacuterter-cinematograacutefico eacute RC Exercer atividades de

jornalista com registro precaacuterio constitui crime de exerciacutecio ilegal da profissatildeo

(Sindicato dos Jornalistas 2006)

24

Para ilustrar melhor o papel do jornalismo a seguir iremos elencar as

definiccedilotildees formuladas por diversos profissionais da aacuterea publicadas no site Enfato ndash

Comunicaccedilatildeo Empresarial (2006)

ldquoO jornalista eacute o(a) profissional que faz mais do que apenas reportar o que acontece ele(a) estabelece viacutenculos entre os fatos correntes e passados provocaestimula o raciociacutenio do telespectadorleitorouvinte e procura ainda extrair disso tudo alguma perspectiva que sinalize o futuro Sua atividade eacute ainda mais difiacutecil do que parece eacute indispensaacutevel que este(a) profissional desempenhe sua tarefa com absoluta noccedilatildeo de seus princiacutepios eacuteticos sem se deixar contaminar por influecircncias poliacuteticas ou interesses pessoais Soacute assim seu relato teraacute credibilidade ndash a uacutenica moeda de real valor para quem abraccedilou esta profissatildeo Aliaacutes natildeo eacute agrave toa que a classe de espiacuterito tatildeo nobre seja tatildeo vilipendiada por aqueles que detecircm o controle das empresas de comunicaccedilatildeordquo Claudio Lessa colunista do site Direto da Redaccedilatildeo

ldquoSer jornalista hoje eacute e cada vez seraacute mais permitir ao leitor entender os fatos muito mais do que simplesmente tomar conhecimento deles Durante deacutecadas ser jornalista era correr atraacutes de furo dar informaccedilotildees sobre um fato que era desconhecido de todos Eu acho que hoje o nosso desafio estaacute em permitir que o leitor entenda os fatos pois existe uma avalanche de informaccedilotildeesrdquo Eugecircnio Esber diretor de redaccedilatildeo da revista Amanhatilde (RS)

ldquoO bom jornalista eacute aquele que eacute criativo investigador objetivo estaacute sempre informado mergulha com profundidade nos assuntos e acima de tudo tem a eacutetica como sua religiatildeordquo Fernando Barbosa Lima editor da FBL Criaccedilatildeo e Produccedilatildeo (RJ)

ldquoTenho a impressatildeo de que ser jornalista diante da tamanha complexidade do universo da Comunicaccedilatildeo eacute ter a capacidade de melhor organizar e selecionar a quantidade crescente da informaccedilatildeo defendendo o que haacute de mais essencial primado da verdade Lembro do que dizia Claudio Abramo de que a funccedilatildeo do jornalista eacute buscar a verdade camuflada atraacutes da verdade aparente Acho que essa tarefa eacute o grande diferencial que determinaraacute o sucesso profissionalrdquo Fernando Salerno diretor da Associaccedilatildeo Paulista de Jornais e do diaacuterio Valeparaibano (SP)

ldquoSer jornalista hoje eacute o mesmo que ontem e presumo o mesmo que amanhatilde O jornalista tem a funccedilatildeo de informar mais do que formar No meu entendimento hoje haacute muitos jornalistas mais preocupados em formar do que em informar Em outras palavras eacute muita opiniatildeo e pouca informaccedilatildeo Entendo ainda que eacute um trabalho muito importante para garantir a transparecircncia das sociedadesrdquo Flaacutevio Portela gerente de jornalismo da raacutedio Guaiacuteba (RS)

ldquoTenho orgulho de ser jornalista Essa funccedilatildeo eacute cada vez mais importante desde que seja acompanhada de eacutetica e

25

responsabilidade Cada vez mais a miacutedia tem credibilidade Graccedilas ao jornalista e a essa possibilidade de informaccedilatildeo raacutepida e global eacute que aproximamos o mundordquo Lucia Leme apresentadora do programa Olhar 2005 da TVE-RJ

ldquoA profissatildeo natildeo perdeu o encanto embora os predadores empresariados tenham feito de tudo para desencantaacute-la e diminuiacute-lardquo Luiacutes Recena editor executivo da Tribuna do Brasil (DF)

ldquoSer jornalista eacute saber passar informaccedilotildees ao grande puacuteblico eacute saber defender a sociedade atraveacutes dos jornais e procurar saber o que ela procura e onde precisa ser ajudadardquo Maria Eugecircnia Labouriau assessora de imprensa do Inmetro

ldquoA funccedilatildeo principal do jornalista eacute ser a oposiccedilatildeo diante das instituiccedilotildees incluindo Judiciaacuterio o Estado todo mundo Os jornalistas satildeo os fiscalizadores da sociedaderdquo Nando Gross apresentador da Raacutedio Gauacutecha AM (RS)

ldquoEacute como jogar nas 11 posiccedilotildees do campo Natildeo existe mais jornalista pelo menos aqui no interior do Rio Grande do Norte especialista Todos acabam tendo que cumprir todas as funccedilotildees Somos mais que polivalentes jaacute que estamos num jornal do interiorrdquo Pedro Carlos Lopes Pinheiro diretor de Redaccedilatildeo do jornal O Mossoroense (RN)

ldquoSer jornalista hoje eacute ter perseveranccedila vontade e amor pela profissatildeo jaacute que os jornalistas ganham mal e natildeo haacute incentivos para a realizaccedilatildeo do trabalhordquo Raimundo Afonso Gomes presidente do Sindicato dos Jornalistas do Acre

ldquoHoje e sempre ser jornalista eacute tentar ser uma testemunha do seu tempo Essa eacute nossa humilde tarefa Natildeo eacute ser juiz promotor Atualmente temos uma tendecircncia de julgar e ateacute condenar Quanto mais complexa a sociedade mais se exige esse papel do jornalistardquo Zuenir Ventura colunista de O Globo (RJ)

A exemplo de outras profissotildees regulamentadas pela legislaccedilatildeo vigente

em nosso paiacutes ou reconhecidas pelo mercado formal de trabalho a atividade

jornaliacutestica deve seguir preceitos eacuteticos especiacuteficos com a finalidade de preservar o

atendimento do interesse puacuteblico e o direito agrave informaccedilatildeo existente em uma

sociedade democraacutetica

Com referecircncia agrave elaboraccedilatildeo da notiacutecia segundo Eliane Mendonccedila (sd)

ldquoa notiacutecia eacute o resultado de diversas lsquovozesrsquo que o jornalista precisou ouvir interpretar

e sintetizar de forma a tornaacute-lo acessiacutevel ao grande puacuteblicordquo Com base nessa

26

assertiva pode-se dizer que o jornalista eacute o profissional que tem como ofiacutecio a

responsabilidade de reconstruir os fatos levando em conta todos os conceitos a que

teve acesso durante a apuraccedilatildeo da mateacuteria E se eacute assim a notiacutecia nunca teraacute um

uacutenico autor visto que a mateacuteria jornaliacutestica traz em seu bojo inuacutemeras versotildees do

mesmo assunto cada um de um personagem (fonte) diferente

Note-se que ainda que o jornalista natildeo seja o uacutenico autor do que escreve

cabe a ele a funccedilatildeo de equilibrar o texto a ponto de ser fiel a tudo o que ouviu

procurando transmitir a informaccedilatildeo da forma mais clara possiacutevel a fim de que possa

ser compreendida por todo o tipo de leitor

Outro ponto a se considerar como bem explica Eliane Mendonccedila (sd)

refere-se ao fato de que um mesmo assunto se apresenta ao puacuteblico sob diferentes

enfoques quando transmitido em diferentes veiacuteculos de comunicaccedilatildeo Isto ocorre

porque ao contraacuterio do que ensina os antigos manuais do jornalismo o jornalista

natildeo eacute imparcial e acaba embutindo na notiacutecia um pouco de sua vivecircncia pessoal

sua opiniatildeo sobre o assunto seus preconceitos aleacutem de ter que levar em

consideraccedilatildeo as normas as orientaccedilotildees e a postura da empresa para a qual

trabalha

Segundo o Departamento de Comunicaccedilatildeo e Turismo da Universidade

Federal da Paraiacuteba (UFPB 2006) a sociedade espera que o jornalista exerccedila o

seguinte papel

- Auxiliar a populaccedilatildeo a tomar decisotildees coletivas favoraacuteveis ao bem comum - Enriquecer culturalmente a sociedade - Responsabilizar-se pelas informaccedilotildees que divulga e consequumlecircncias delas - Colaborar para o fortalecimento da cidadania

27

- Discernir entre o que tem caraacuteter construtivo para a sociedade - Propagar iniciativas conhecimentos e teacutecnicas que possam ser reproduzidas de forma a contribuir para o bem estar social - Distinguir e denunciar atitudes que sejam lesivas agrave sociedade

O jornalista ndash seja ele o repoacuterter o fotoacutegrafo o cinegrafista o redator o

editor o chefe de reportagem enfim ndash deve estar consciente da importacircncia do seu

trabalho para a construccedilatildeo da cidadania e de uma sociedade igualitaacuteria

Como bem observa Maristela Alves Leitatildeo (2005) os profissionais de

jornalismo desempenham um importante papel nas transformaccedilotildees soacutecio-poliacuteticas

nas uacuteltimas deacutecadas constituindo os ldquoguardiotildees dos direitos humanosrdquo durante a

transiccedilatildeo da ditadura militar para o regime democraacutetico Atualmente a preocupaccedilatildeo

tem sido lutar contra a corrupccedilatildeo e a favor da cidadania visando a conscientizaccedilatildeo

da populaccedilatildeo em relaccedilatildeo aos seus direitos e obrigaccedilotildees

A mateacuteria jornaliacutestica consiste na reconstruccedilatildeo de dada realidade que

cerca um fato recente efetuada pelo profissional da aacuterea a partir da tomada de

depoimentos de pessoas que participaram ou estatildeo inseridas no contexto apurado

Essas pessoas a serem entrevistas natildeo devem ser selecionadas de maneira fortuita

apenas seratildeo inquiridas aquelas que possam dispor de dados estritamente

importantes e possuir competecircncia reconhecida para referir-se ao assunto em

questatildeo Uma das habilidades mais valorizadas na profissatildeo inclusive eacute aquela de

pesquisar e encontrar as fontes mais adequadas considerando-se a expectativa do

puacuteblico de receber informaccedilatildeo qualificada (Rothberg 2006)

28

Comparando-se o jornalismo impresso com o televisivo este uacuteltimo leva

clara vantagem por ser meio mais atraente ao disponibilizar uma dinacircmica

audiovisual

22 O REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO

O repoacuterter cinematograacutefico eacute aquele profissional que executa serviccedilos

referentes ao mercado de radiodifusatildeo mais especificamente em TV atuando como

assistente ou teacutecnico na aacuterea de produccedilatildeo em meios de comunicaccedilatildeo Dentre suas

atividades vale destacar pesquisa anaacutelise e interpretaccedilatildeo das possibilidades

riacutetmicas estruturais e associadas do encontro entre imagem e som aleacutem de

executar e manter os equipamentos de aacuteudio e iluminaccedilatildeo e cacircmeras de TV (Nova

Faetec 2006)

No Brasil o curso profissionalizante de repoacuterter cinematograacutefico tem ainda

niacutevel teacutecnico com duraccedilatildeo de trecircs anos sendo exigido como preacute-requisito a

conclusatildeo do ensino meacutedio ou fundamental

No Rio de Janeiro foi criada em 16 de fevereiro em 1946 a ARFOC -

Associaccedilatildeo Profissional de Repoacuterteres Fotograacuteficos e Cinematograacuteficos do Brasil

que consiste em uma associaccedilatildeo profissional e cultural destituiacuteda de caraacuteter poliacutetico-

partidaacuterio e sem fins lucrativos nos termos do Decreto n 1229 de 09101962 cujo

objetivo eacute incentivar aperfeiccediloar valorizar e defender a profissatildeo e os fotojornalistas

e a aplicaccedilatildeo da imagem ao jornalismo (ARFOC 2006)

29

Segundo Joseacute Alves Filho (2005) presidente da ARFOC-PI existe uma

falta de reconhecimento ateacute por parte dos proacuteprios colegas de trabalho em relaccedilatildeo

ao trabalho do repoacuterter cinematograacutefico Eacute uma injusticcedila visto que uma boa

reportagem de TV depende mais do registro do repoacuterter cinematograacutefico ndash fruto de

sua persistecircncia coragem e sensibilidade ndash do que do repoacuterter produtor ou editor

Essa falta de reconhecimento se reflete no dia-a-dia principalmente por

parte dos chefes de redaccedilatildeo que nunca estimulam os repoacuterteres cinematograacuteficos a

participarem da discussatildeo da pauta que iratildeo cumprir Com isso eles acabam se

afastando das redaccedilotildees desestimulados a participarem do processo Por parte dos

colegas jornalistas haacute um preconceito intelectual ainda que velado em relaccedilatildeo aos

colegas da ldquolinha de frenterdquo os ditos repoacuterteres cinematograacuteficos forjados pela

ldquofaculdade da vidardquo sem chance de discutir teoria nos bancos universitaacuterios

Partindo-se da premissa de que a imagem eacute o uacutenico item imprescindiacutevel

da TV natildeo haacute justificativa para o fato de que o salaacuterio dos bons cinegrafistas natildeo

chegam nem na metade do salaacuterio dos repoacuterteres haacute vinte anos atraacutes o salaacuterio

desses profissionais se equiparavam

Para Antonio Brasil (2004)

() se existe uma classe de jornalistas que sempre sofreu enormes injusticcedilas e discriminaccedilotildees eacute sem duacutevida o segmento dos cinegrafistas de TV Hoje satildeo chamados de lsquorepoacuterteres cinematograacuteficosrsquo Para mim deveriam ser simplesmente lsquojornalistasrsquo Mas como costumam ter origem humilde e natildeo podem pagar pelos lsquodiplomasrsquo satildeo considerados jornalistas de segunda classe Natildeo precisam passar no miacutenimo quatro anos pagando caro para as faacutebricas de jornalistas e ningueacutem parece se importar muito com isso Mas os cinegrafistas ou repoacuterteres cinematograacuteficos merecem o nosso apoio e respeito Lutam pelo reconhecimento da profissatildeo enquanto lsquojornalistasrsquo de verdade Recusam-se a serem meros

30

lsquoapecircndicesrsquo na vida dos repoacuterteres e nas decisotildees dos nossos editores de telejornalismo

Infelizmente ainda persiste o conflito entre os profissionais da palavra e

os jornalistas da imagem Brasil (2004) experiente na profissatildeo muitas vezes

sentiu na pele os efeitos de atitudes arrogantes e discriminatoacuterias mesmo de

repoacuterteres receacutem-formados - o que demonstra que essa arrogacircncia sem

fundamento eacute cultural beira o preconceito social ou ldquoracismordquo E geralmente satildeo os

velhos cinegrafistas que acabam por ensinar a esses jovens os primeiros passos da

profissatildeo

Eacute certo que no meio televisivo as imagens constituem elemento chave

da mateacuteria do repoacuterter satildeo elas que datildeo suporte agrave narrativa cronoloacutegica do

acontecimento Cumpre ressaltar que tal qual o repoacuterter o cinegrafista tem como

objetivo registrar o acontecimento e fazer com que o mesmo chegue ao ar Daiacute a

importacircncia de recomendar aos alunos do telejornalismo que cinegrafista natildeo deve

ser vigiado nem precisa ser orientado

Repoacuterter e cinegrafista satildeo colegas de jornalismo isto eacute ambos satildeo

jornalistas Natildeo eacute porque o cinegrafista geralmente tem origem simples gestos

humildes e carrega peso que deixa de ser jornalista Ganha o repoacuterter despido

desse preconceito pois se dispotildee a assimilar os segredos da profissatildeo ensinados

pelos cinegrafistas e compartilhando com respeito os objetivos da reportagem

recebem valiosas dicas praacuteticas

Brasil (2004) desabafa

31

Os jovens de boa aparecircncia - condiccedilatildeo dispensaacutevel mas que parece ser obrigatoacuteria em nossos telejornais - saem das universidades natildeo sabem quase nada de telejornalismo Buscam na TV o sonho de sucesso e fama A maioria desses jovens natildeo teve a oportunidade aprender a praacutetica da profissatildeo Eles satildeo selecionados em processos meio nebulosos e certamente pouco transparentes Se tornam repoacuterteres de TV e tem que aprender as teacutecnicas peculiares da profissatildeo na marra No entanto satildeo os velhos cinegrafistas - profissionais humildes e experientes que costumam ensinar os primeiros passos Os cinegrafistas tambeacutem satildeo colegas leais Aleacutem de ensinarem telejornalismo de verdade tambeacutem fazem questatildeo de ocultar os erros dos neoacutefitos Os editores jamais percebem as inuacutemeras passagens que os cinegrafistas providencialmente apagam das fitas e da nossa memoacuteria Alguns desses neoacutefitos natildeo eram tatildeo jovens Muitos profissionais da imprensa fizeram a transiccedilatildeo para os encantos da TV graccedilas agrave boa vontade de velhos cinegrafistas

Ao inveacutes de se sentirem agradecidos muitos desses colegas se recusam

a aceitar que aqueles sujeitos simples satildeo tambeacutem jornalistas e que aleacutem de

compartilhar os objetivos da reportagem ensinam agrave nova geraccedilatildeo de jornalistas de

TV inuacutemeras dicas profissionais

Natildeo bastasse esse desrespeito com o profissional de imagem ele ainda

estaacute sujeito a sofrer seacuterios riscos inerentes agrave proacutepria profissatildeo aleacutem de graves

problemas de sauacutede ao utilizar equipamentos pesados e obsoletos e enfrentar um

ritmo estressante de trabalho repetitividade de tarefas longas jornadas e condiccedilotildees

precaacuterias de trabalho

Daiacute a importacircncia de apoiar a luta desses profissionais de imagem que

buscam o creacutedito e o respeito merecidos Eacute uma questatildeo natildeo apenas de direito

mas de reconhecimento Tambeacutem eacute importante observar e condenar as possiacuteveis

represaacutelias aos profissionais que buscam esse reconhecimento

32

Brasil (2004) faz uma comparaccedilatildeo entre os cinegrafistas da Inglaterra e

os do Brasil Enquanto entre noacutes os profissionais lutam pela sobrevivecircncia

aprendem tudo sem qualquer tipo de treinamento especiacutefico e para garantir os seus

direitos devem permanecer anocircnimos na Inglaterra a escola de cinegrafistas da

BBC possibilita a esses profissionais facilidades teacutecnicas um bom sistema de

promoccedilatildeo e cargos Para a promoccedilatildeo dentro da proacutepria categoria os cinegrafistas

ingleses satildeo regularmente enviados ao interior daquele paiacutes para conhecerem as

novas tecnoloacutegicas e teacutecnicas profissionais visando com isso tambeacutem fortalecer os

laccedilos corporativos

33

3 CURSO SUPERIOR PARA FORMACcedilAtildeO DE PROFISSIONAIS DA

AacuteREA

31 DESVALORIZACcedilAtildeO DA PROFISSAtildeO

Como outras inuacutemeras profissotildees tambeacutem o jornalista enfrenta crise no

seu acircmbito de trabalho Para superar a concorrecircncia garantir o seu emprego e

valorizar sua profissatildeo o jornalista de modo geral precisa especializar-se em

determinadas aacutereas e atualizar-se academicamente No mercado atual esse

profissional tem que lidar com o aumento de responsabilidade com o acuacutemulo de

funccedilotildees nas redaccedilotildees aleacutem de ser em geral mal remunerado e sofrer com o

constante risco de ser demitido

Conforme aponta Noblat (2003 p 36)

Exige-se do candidato a uma vaga nas redaccedilotildees que seja profissional completo e polivalente Ele tem de dominar todas as teacutecnicas para o exerciacutecio da profissatildeo manejar os instrumentos capazes de ajudaacute-lo a fazer o melhor trabalho e ter a niacutetida compreensatildeo do seu papel de jornalista multimiacutedia

Em plena era de globalizaccedilatildeo as perspectivas natildeo satildeo as melhores Tem

razatildeo Dizard Jr (2000 p 21) ao afirmar que uma das poucas certezas com que os

novos profissionais de miacutedia podem contar futuramente eacute que teratildeo que lidar com o

impacto das mudanccedilas tecnoloacutegicas e com a intensificaccedilatildeo da demanda por maior

envolvimento intelectual e habilitaccedilatildeo acadecircmica

34

Para o repoacuterter cinematograacutefico e supervisor de cinegrafia da rede Globo

Heacutelio Alvarez concorda que a profissatildeo do repoacuterter cinematograacutefico e fotoacutegrafo eacute

desvalorizada e isto se deve segundo ele ao fato de que a valorizaccedilatildeo profissional

na atualidade se daacute por meio da educaccedilatildeo Enquanto os repoacuterteres geralmente

passaram por uma faculdade e vecircm de uma classe social mais alta os que

trabalham como repoacuterter cinematograacutefico em sua maioria satildeo aqueles que iniciam

carreira fazendo algum trabalho na televisatildeo sendo poucos os que comeccedilam no

jornalismo ndash o que acaba por desvalorizar a funccedilatildeo (Canal da imprensa sd)

32 REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO Eacute JORNALISTA

Noacutes uacuteltimos anos haacute um movimento que luta pelo reconhecimento do

repoacuterter cinematograacutefico como jornalista Duas recentes decisotildees nos tribunais do

paiacutes passaram a reconhecer os direitos desse profissional confirmando as teses

defendidas pela FENAJ (Federaccedilatildeo Nacional dos Jornalistas) e pelos sindicatos de

jornalistas

No ano passado o Tribunal Superior do Trabalho (TST) manteve decisatildeo

do Tribunal Regional do Trabalho do Rio Grande do Sul (TRT da 4ordf Regiatildeo) que

enquadrou como Jornalista um repoacuterter-cinematograacutefico que trabalhou na RBS TV

Santa Rosa Ltda Esse profissional tanto acompanhava repoacuterteres na produccedilatildeo de

reportagens jornaliacutesticas como tambeacutem saiacutea agraves ruas sozinho para produzir

reportagens estabelecidas em pautas previamente solicitadas pelo chefe de

redaccedilatildeo

35

A RBS seguindo a praacutetica infelizmente bastante comum entre as

empresas de televisatildeo sustentava que o trabalhador devia ser enquadrado como

radialista na tentativa de pagar um salaacuterio menor ao profissional uma vez que o

piso de radialista eacute inferior ao de jornalista Outra desvantagem para o profissional eacute

que os radialistas trabalham 8 horas diaacuterias ao contraacuterio de jornalistas que atuam 5

horas por dia O excesso de carga de trabalho vem trazendo problemas de sauacutede

para diversos repoacuterteres cinematograacuteficos enquadrados como radialistas

A Justiccedila do Trabalho firmou decisatildeo no sentido de que o fato de estar

acompanhado de repoacuterter natildeo retira do repoacuterter-cinematograacutefico a condiccedilatildeo de

Jornalista O profissional gauacutecho receberaacute as devidas diferenccedilas salariais retroativas

a 16 de junho de 1998 data que o prejudicado obteve seu registro de jornalista

profissional no Ministeacuterio do Trabalho (Espaccedilo Vital 2005)

Com essa decisatildeo passou a ser possiacutevel que os repoacuterteres

cinematograacuteficos encaminhem agraves Delegacias Regionais do Trabalho pedidos de

enquadramento como jornalistas Aliaacutes os proacuteprios sindicatos devem encaminhar

pedidos de fiscalizaccedilatildeo nas empresas para verificar o enquadramento dos repoacuterteres

cinematograacuteficos

Outro julgamento favoraacutevel ao profissional da aacuterea em comento conforme

divulgaccedilatildeo do FENAJ (2005) refere-se agrave decisatildeo da Terceira Turma do Superior

Tribunal de Justiccedila (STJ) que reconheceu os direitos do repoacuterter fotograacutefico Claacuteudio

Alves Pereira de receber indenizaccedilatildeo por danos materiais e morais devido agraves

inuacutemeras vezes em que o Jornal de Brasiacutelia republicou fotos suas sem creacutedito apoacutes

a sua demissatildeo em julho de 1990

36

Conforme o escritor portuguecircs Pierre Ganz (ANTONIO CARLOS) o

jornalista-repoacuterter de imagens eacute antes de qualquer coisa eacute um jornalista como os

outros Deve saber preparar a sua reportagem efetuaacute-la escrever o seu comentaacuterio

sobre imagens A diferenccedila reside no fato de ele substituir na maioria das vezes a

esferograacutefica pela cacircmera de filmar

Uma cacircmera que ele deveraacute dominar bem mas tambeacutem com a qual vai escrever uma histoacuteria os planos substituindo entatildeo as palavras Uma sintaxe toma o lugar da outra Os teacutecnicos de som de iluminaccedilatildeo e de montagem satildeo-lhe familiares Pode em alguns casos trabalhar sozinho Egrave cada vez mais frequumlente partir em reportagem ou em grande reportagem com equipe reduzida acompanhada apenas por jornalista redator

Eacute mesmo verdade que no meio televisivo uma boa imagem por vezes

substitui um bom texto e ateacute o dispensa Natildeo eacute possiacutevel por exemplo imaginar nos

dias de hoje um noticiaacuterio sobre guerra sem que sejam mostradas imagens E

muitas vezes inspirados nas imagens que os jornalistas produzem seus textos

Sem duacutevida a funccedilatildeo do repoacuterter cinematograacutefico eacute de vital importacircncia

para o jornalismo Uma saiacuteda bastante praacutetica para solucionar o problema desses

profissionais no que se refere agrave ausecircncia de cursos de graduaccedilatildeo seria incluir uma

cadeira sobre o assunto nos cursos de jornalismo Com isso os profissionais da

aacuterea e os interessados em abraccedilar a profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico se

sentiriam motivados a ingressar numa faculdade e quem sabe assim esse

preconceito absurdo seria definitivamente eliminado pondo fim ao estigma de ser

apenas um coadjuvante na confecccedilatildeo da notiacutecia

37

CONCLUSAtildeO

Num momento em que o mundo passa por tantas transformaccedilotildees

decorrentes da evoluccedilatildeo tecnoloacutegica da era da informaccedilatildeo e da globalizaccedilatildeo da

economia o jornalismo profissional ndash seacuterio e bem documentado - ganha relevo em

sua missatildeo de informar opinar e entreter a sociedade em seu cotidiano

A televisatildeo nos dias contemporacircneos pode transmitir ao puacuteblico muito

mais do que o fazia quando foi criada A novidade surgiu em 1923 nos Estados

Unidos e se tornou conhecida no Brasil nos anos 50 De iniacutecio apenas uma

finiacutessima parcela da populaccedilatildeo tinha acesso ao produto e tempos depois

transformou-se num poderoso meio de comunicaccedilatildeo em massa

Para fazer o telejornalismo eacute necessaacuterio uma equipe formada de repoacuterter

cinegrafista redator fotoacutegrafo editor teacutecnicos de som de iluminaccedilatildeo e de

montagens

Diante do exposto natildeo resta duacutevidas de que o repoacuterter cinematograacutefico eacute

antes de qualquer coisa jornalista como os outros Ele deve saber preparar a sua

reportagem efetuaacute-la escrever o seu comentaacuterio sobre imagens

Se eacute certo que ele substitui a esferograacutefica pela cacircmera de filmar tambeacutem

eacute verdade que por meio dela ele escreve uma histoacuteria A diferenccedila eacute que substitui

as palavras pelas imagens que seus olhos treinados conseguem captar

38

Em muitas situaccedilotildees o repoacuterter cinematograacutefico acumula as funccedilotildees dos

teacutecnicos de iluminaccedilatildeo som e montagem trabalhando somente com o jornalista

redator E eacute com base nas imagens captadas que os jornalistas produzem seus

textos

Muitas vezes os cinegrafistas produzem imagens tatildeo impressionantes

que eacute difiacutecil para o jornalista descrevecirc-las com palavras podendo surgir eventuais

conflitos entre os dois

Neste contexto a presente monografia procurou enfocar a importacircncia

deste profissional que para ser reconhecido por seus pares e tambeacutem para ter

oportunidade de aumentar seus conhecimentos e aperfeiccediloar suas teacutecnicas

necessita que seja inserida uma cadeira sobre sua aacuterea nos cursos de graduaccedilatildeo

de jornalismo

Para serem admitidos como jornalistas pelas televisotildees profissionais

exige-se formaccedilatildeo acadecircmica em jornalismo Haacute aqui um paradoxo visto que a

profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico tem sua funccedilatildeo regulamentada pelo Decreto

Lei n 83284 de 13 marccedilo de 1969 que atribui normas para o exerciacutecio da profissatildeo

de jornalista e segundo o qual o repoacuterter cinematograacutefico estaacute inserido como

jornalista que capta imagens para fins jornaliacutesticos

Note-se que a partir do momento em que os cursos de jornalismo

incluiacuterem uma cadeira voltada para a reportagem cinematograacutefica todos os que se

formarem no curso e optarem por esse caminho notadamente seratildeo reconhecidos

como jornalistas

39

Haacute que se considerar a questatildeo dos antigos profissionais da aacuterea

aqueles que conhecem tudo sobre a profissatildeo e conforme dito no decorrer da

presente costumam ensinar os receacutem-formados no iniacutecio de suas carreiras

Eacute injusta a falta de reconhecimento desses profissionais

Tal situaccedilatildeo demonstra que o preconceito em relaccedilatildeo a eles faz parte de

uma cultura arraigada entre os proacuteprios colegas de profissatildeo e que acaba se

estendendo pelos bancos acadecircmicos e que precisa ser trabalhada desmistificada

pois natildeo tem razatildeo de existir

40

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SOUSA FILHO Gelson Amaro de Jornalismo on-line Guia teoacuterico e praacutetico

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REIS JR Antonio O percurso da televisatildeo e do telejornalismo nos anos 70

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ROTHBERG Danilo Olhar panoracircmico Os depoimentos e sua funccedilatildeo no

jornalismo USC ndash Universidade do Sagrado Coraccedilatildeo Anaacutelise de Miacutedia Disponiacutevel

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ANEXO I ndash DECRETO Nordm 83284 DE 13 DE MARCcedilO DE 1979

PROFISSAtildeO DE JORNALISTA

Daacute nova regulamentaccedilatildeo ao Decreto-lei nordm 972 de 17 de outubro de 1969 que dispotildee sobre o exerciacutecio da profissatildeo de Jornalista em decorrecircncia das alteraccedilotildees introduzidas pela Lei nordm 6612 de 7 de dezembro de 1978

O Presidente da Repuacuteblica usando da atribuiccedilatildeo que lhe confere o art 81 item

III da Constituiccedilatildeo decreta

Art 1ordm Eacute livre em todo territoacuterio nacional o exerciacutecio da profissatildeo de Jornalista aos que satisfazerem as condiccedilotildees estabelecidas neste Decreto

Art 2ordm A profissatildeo de Jornalista compreende privativamente o exerciacutecio habitual e remunerado de qualquer das seguintes atividades

I - redaccedilatildeo condensaccedilatildeo titulaccedilatildeo interpretaccedilatildeo correccedilatildeo ou coordenaccedilatildeo de mateacuteria a ser divulgada contenha ou natildeo comentaacuterio

II - comentaacuterio ou crocircnica pelo raacutedio ou pela televisatildeo III - entrevista inqueacuterito ou reportagem escrita ou falada IV - planejamento organizaccedilatildeo direccedilatildeo e eventual execuccedilatildeo de serviccedilos

teacutecnicos de Jornalismo como os de arquivo ilustraccedilatildeo ou distribuiccedilatildeo graacutefica de mateacuteria a ser divulgada

V - planejamento organizaccedilatildeo e administraccedilatildeo teacutecnica dos serviccedilos de que trata a aliacutenea ldquoardquo

VI - ensino de teacutecnicas de Jornalismo VII - coleta de notiacutecias ou informaccedilotildees e seu preparo para divulgaccedilatildeo VIII - revisatildeo de originais de mateacuteria jornaliacutestica com vistas agrave correccedilatildeo

redacional e agrave adequaccedilatildeo da linguagem XIX - organizaccedilatildeo e conservaccedilatildeo de arquivo jornaliacutestico e pesquisa dos

respectivos dados para a elaboraccedilatildeo de notiacutecias X - execuccedilatildeo de distribuiccedilatildeo graacutefica de texto fotografia ou ilustraccedilatildeo de

caraacuteter jornaliacutestico para fins de divulgaccedilatildeo XI - execuccedilatildeo de desenhos artiacutesticos ou teacutecnicos de caraacuteter jornaliacutestico para

fins de divulgaccedilatildeo Art 3ordm Considera-se empresa jornaliacutestica para os efeitos deste Decreto-lei

aquela que tenha como atividade a ediccedilatildeo de jornal ou revista ou a distribuiccedilatildeo de noticiaacuterio com funcionamento efetivo idoneidade financeira e registro legal

sect 1ordm Equipara-se agrave empresa jornaliacutestica a seccedilatildeo ou serviccedilo de empresa de radiofusatildeo televisatildeo ou divulgaccedilatildeo cinematograacutefica ou de agecircncia de publicidade onde sejam exercidas as atividades previstas no artigo 2ordm0

sect 2ordm A entidade puacuteblica ou privada natildeo jornaliacutestica sob cuja responsabilidade se editar publicaccedilatildeo destinada a circulaccedilatildeo externa estaacute obrigada ao cumprimento deste decreto relativamente aos jornalistas que contratar

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Art 4ordm O exerciacutecio da profissatildeo de jornalista requer preacutevio registro no oacutergatildeo regional do Ministeacuterio do Trabalho que se faraacute mediante a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash diploma de curso de niacutevel superior de Jornalismo ou de Comunicaccedilatildeo Social habilitaccedilatildeo Jornalismo fornecido por estabelecimento de ensino reconhecido na forma da lei para as funccedilotildees relacionadas nos itens I a IV do artigo 11

IV ndash Carteira de Trabalho e Previdecircncia Social

Paraacutegrafo uacutenico ndash Aos profissionais registrados exclusivamente para o exerciacutecio das funccedilotildees relacionadas nos itens VII a XI do artigo 11 eacute vedado o exerciacutecio das funccedilotildees constantes nos itens I a VII do mesmo artigo

Art 5ordm O Ministeacuterio do Trabalho concederaacute desde que satisfeitas as exigecircncias constantes neste Decreto registro especial ao

I ndash colaborador assim entendido aquele que mediante remuneraccedilatildeo e sem relaccedilatildeo de emprego produz trabalho de natureza teacutecnica cientiacutefica ou cultural relacionando com a sua especializaccedilatildeo para ser divulgado com o nome e qualificaccedilatildeo do autor

II ndash funcionaacuterio puacuteblico titular de cargo cujas atribuiccedilotildees legais coincidam com as mencionadas no artigo 2ordm

III ndash provisionado

Paraacutegrafo uacutenico ndash O registro de que tratam os itens I e II deste artigo natildeo implica o reconhecimento de quaisquer direitos que decorram da condiccedilatildeo de empregado nem no caso do item II dos resultantes do exerciacutecio privado e autocircnomo da profissatildeo

Art 6ordm Para o registro especial de colaborador eacute necessaacuteria a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash declaraccedilatildeo de empresa jornaliacutestica ou que a ela seja equiparada informando do seu interesse pelo registro de colaborador do candidato onde conste a sua especializaccedilatildeo remuneraccedilatildeo contratada e pseudocircnimo se houver

Art 7ordm Para o registro especial de funcionaacuterio puacuteblico titular de cargo cujas atribuiccedilotildees legais coincidam com as mencionadas no artigo 2ordm eacute necessaacuterio a apresentaccedilatildeo de ato de nomeaccedilatildeo ou contrataccedilatildeo para cargo ou emprego com aquelas atribuiccedilotildees aleacutem do cumprimento do que estabelece o artigo 4ordm

Art 8ordm Para o registro especial de provisionado eacute necessaacuterio a apresentaccedilatildeo de

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I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash declaraccedilatildeo fornecida pela empresa jornaliacutestica ou que a ela seja equiparada na qual conste a funccedilatildeo a ser exercida e o salaacuterio correspondente

IV ndash diploma de curso de niacutevel superior ou certificado de ensino de 2ordm grau fornecido por estabelecimento de ensino reconhecido na forma da lei para as funccedilotildees relacionadas nos itens I a VII do artigo 11

V ndash declaraccedilatildeo fornecida pela entidade sindical representativa da categoria profissional com base territorial abrangendo o municiacutepio no qual o provisionado iraacute desempenhar suas funccedilotildees de que natildeo haacute jornalista associado do Sindicato domiciliado naquele municiacutepio disponiacutevel da contrataccedilatildeo

VI ndash Carteira de Trabalho e Previdecircncia Social

sect 1ordm A declaraccedilatildeo de que trata o item V deveraacute ser fornecida pelo Sindicato ao interessado no prazo de 3 dias uacuteteis

sect 2ordm Caso exista profissional domiciliado no municiacutepio disponiacutevel para contrataccedilatildeo o Sindicato comunicaraacute tal fato ao Ministeacuterio do Trabalho no mesmo prazo de 3 dias a contar do pedido de fornecimento da declaraccedilatildeo de que trata o item V

sect 3ordm Caso o Sindicato natildeo forneccedila a declaraccedilatildeo de que trata o item V no prazo mencionado no sect 1ordm o interessado poderaacute instruir seu pedido de registro com o protocolo de apresentaccedilatildeo do requerimento ao Sindicato

sect 4ordm Na hipoacutetese prevista no paraacutegrafo anterior o Ministeacuterio do Trabalho concederaacute ao Sindicato prazo natildeo superior a 3 dias para se manifestar sobre o fornecimento da declaraccedilatildeo caso natildeo tenha ocorrido o fato constante no sect 2ordm

sect 5ordm O registro especial de provisionado teraacute caraacuteter temporaacuterio com duraccedilatildeo maacutexima de trecircs anos renovaacutevel somente com a apresentaccedilatildeo de toda a documentaccedilatildeo prevista neste artigo

Art 9ordm Seraacute efetuado no Ministeacuterio do Trabalho registro dos diretores de empresas jornaliacutesticas que natildeo sendo jornalistas respondem pelas respectivas publicaccedilotildees para o que eacute necessaacuterio a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash prova de registro civil ou comercial da empresa jornaliacutestica com o inteiro teor do seu ato constitutivo

IV ndash prova de depoacutesito do tiacutetulo da publicaccedilatildeo ou da agecircncia de notiacutecias no oacutergatildeo competente do Ministeacuterio da Induacutestria e do Comeacutercio

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V ndash 30 exemplares do jornal ou 12 exemplares da revista ou 30 recortes ou coacutepias de noticiaacuterio com datas diferentes de sua divulgaccedilatildeo

sect 1ordm Tratando-se de empresa nova o Ministeacuterio do Trabalho efetuaraacute registro provisoacuterio com validade por 2 anos tornando-se definitivo apoacutes a comprovaccedilatildeo constante do item V deste artigo

sect 2ordm Natildeo seraacute admitida renovaccedilatildeo ou prorrogaccedilatildeo do prazo de validade do registro provisoacuterio previsto no paraacutegrafo anterior

Art 10ordm Seraacute efetuado no Ministeacuterio do Trabalho registro especial do diretor de empresa natildeo jornaliacutestica sob cuja responsabilidade se editar publicaccedilatildeo destinada agrave circulaccedilatildeo externa ou interna para o que se exigiraacute a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash prova de depoacutesito do tiacutetulo da publicaccedilatildeo no oacutergatildeo competente do Ministeacuterio da Induacutestria e do Comeacutercio

Art 11 ndash As funccedilotildees desempenhadas pelos jornalistas como empregados seratildeo assim classificadas

I - Redator aquele que aleacutem das incumbecircncias de redaccedilatildeo comum tem o encargo de redigir editoriais crocircnicas ou comentaacuterios

II - Noticiarista aquele que tem o encargo de redigir mateacuterias de caraacuteter informativo desprovidas de apreciaccedilotildees ou comentaacuterios preparando-as ou redigindo-as para a divulgaccedilatildeo

III - Repoacuterter aquele que cumpre a determinaccedilatildeo de colher notiacutecias ou informaccedilotildees preparando-as para divulgaccedilatildeo

IV - Repoacuterter de setor aquele que tem o encargo de colher notiacutecias ou informaccedilotildees sobre assuntos predeterminados preparando-as ou redigindo-as para divulgaccedilatildeo

V - Raacutedio-repoacuterter aquele a quem cabe a difusatildeo oral de acontecimento ou entrevista pelo raacutedio ou pela televisatildeo no instante ou no local em que ocorram assim como o comentaacuterio ou crocircnica pelos mesmos veiacuteculos

VI - Arquivista-pesquisador aquele que tem a incumbecircncia de organizar e conservar cultural e tecnicamente o arquivo redatorial procedendo agrave pesquisa dos respectivos dados para a elaboraccedilatildeo de notiacutecias

VII - Revisor aquele que tem o encargo de rever as provas tipograacuteficas de mateacuteria jornaliacutestica

VIII - Ilustrador aquele que tem a seu cargo criar ou executar desenhos artiacutesticos ou teacutecnicos de caraacuteter jornaliacutestico

XIX - Repoacuterter-fotograacutefico aquele a quem cabe registrar fotograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico

X - Repoacuterter-cinematograacutefico aquele a quem cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico

XI - Diagramador aquele a quem compete planejar e executar a distribuiccedilatildeo graacutefica de mateacuterias fotografias ou ilustraccedilotildees de caraacuteter jornaliacutestico para fins de publicaccedilatildeo

Paraacutegrafo uacutenico ndash Os Sindicatos seratildeo ouvidos sobre o exato enquadramento de cada profissional

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Art 12ordm Seratildeo privativas de jornalista as funccedilotildees pertinentes agraves atividades

descritas no artigo 2ordm tais como Editor Secretaacuterio Subsecretaacuterio Chefe de reportagem e Chefe de Revisatildeo

Art 13ordm Natildeo haveraacute incompatibilidade entre o exerciacutecio da profissatildeo de Jornalista e o de qualquer outra funccedilatildeo remunerada ainda que puacuteblica respeitadas a proibiccedilatildeo de acumular cargos e as demais restriccedilotildees de lei

Art 14ordm Seraacute passiacutevel de trancamento o registro profissional do jornalista que sem motivo legal deixar de exercer a profissatildeo por mais de 2 anos

sect 1ordm Natildeo incide na cominaccedilatildeo deste artigo o afastamento decorrente de a) suspensatildeo ou interrupccedilatildeo do contrato de trabalho b) aposentadoria como jornalista c) viagem ou bolsa de estudo para aperfeiccediloamento profissional d) desemprego apurado na forma da Lei nordm 4923 de 23 de dezembro de

1965

sect 2ordm O trancamento seraacute da competecircncia do oacutergatildeo regional do Ministeacuterio do Trabalho de ofiacutecio ou requerimento da entidade sindical representativa da categoria profissional cabendo a esta fazer publicar em oacutergatildeo oficial por trecircs vezes consecutivas e dentro de um interstiacutecio de dois anos a relaccedilatildeo dos jornalistas cujos registros pretende trancar

sect 3ordm Os oacutergatildeos do Ministeacuterio do Trabalho prestaratildeo aos sindicatos representativos da categoria profissional as informaccedilotildees que lhes forem solicitadas especialmente quanto ao registro de admissotildees e dispensas nas empresas jornaliacutesticas realizando as inspeccedilotildees que se tornarem necessaacuterias para a verificaccedilatildeo do exerciacutecio da profissatildeo de jornalista

sect 4ordm O exerciacutecio da atividade em empresa natildeo jornaliacutestica mencionada no artigo 3ordm sect 2ordm natildeo constituiraacute prova suficiente de permanecircncia na profissatildeo se a publicaccedilatildeo e seu responsaacutevel natildeo tiverem registro nos termos deste Decreto

sect 5ordm O registro trancado suspende a titularidade e o exerciacutecio das prerrogativas profissionais mas pode ser revalidado mediante apresentaccedilatildeo dos documentos mencionados nos itens II e III do artigo 4ordm

Art 15ordm O salaacuterio de jornalista natildeo poderaacute ser reajustado nos contratos individuais de trabalho para a jornada normal de 5 horas em base inferior agrave do salaacuterio estipulado para a respectiva funccedilatildeo em acordo ou convenccedilatildeo coletiva de trabalho ou sentenccedila normativa das Justiccedila do Trabalho

Paraacutegrafo uacutenico ndash Em negociaccedilatildeo ou dissiacutedio coletivo poderatildeo os Sindicatos de Jornalistas reclamar o estabelecimento de criteacuterio de remuneraccedilatildeo adicional pela divulgaccedilatildeo de trabalho produzido por jornalistas em mais de um veiacuteculo de comunicaccedilatildeo coletiva

Art 16ordm A admissatildeo de provisionado para exercer funccedilotildees relacionadas nos itens I a VII do artigo 11 seraacute permitida nos municiacutepios onde natildeo existia curso de Jornalismo reconhecido na forma de lei e comprovadamente natildeo haja jornalista domiciliado associado do sindicato representativo da categoria profissional disponiacutevel para contrataccedilatildeo

Paraacutegrafo uacutenico ndash O provisionado nos termos deste artigo poderaacute exercer suas atividades somente no municiacutepio para o qual foi registrado

Art 17ordm Os atuais portadores de registro especial de provisionado poderatildeo exercer suas atividades no Estado onde foram contratados

Art 18 ndash A fiscalizaccedilatildeo do cumprimento dos dispositivos deste Decreto se faraacute na forma do artigo 626 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho sendo aplicaacutevel aos

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infratores multa variaacutevel de 1 a 10 vezes o maior valor de referecircncia fixado de acordo com o artigo 2ordm paraacutegrafo uacutenico da Lei nordm 6205 de 29 de abril de 1975

Paraacutegrafo uacutenico ndash Aos sindicatos representativos da categoria profissional incumbe representar agraves autoridades competentes acerca do exerciacutecio irregular da profissatildeo de Jornalista

Art 19ordm Constitui fraude a prestaccedilatildeo de serviccedilos profissionais gratuitos ou com pagamentos simboacutelicos sob pretexto de estaacutegio bolsa de complementaccedilatildeo convecircnio ou qualquer outra modalidade em desrespeito agrave legislaccedilatildeo trabalhista e a este regulamento

Art 20ordm O disposto neste Decreto natildeo impede a conclusatildeo dos estaacutegios comprovadamente iniciados antes da vigecircncia da Lei nordm 6612 de 7 de dezembro de 1978 os quais entretanto natildeo conferiratildeo por si soacutes direito ao registro profissional

Art 21ordm Este Decreto entra em vigor na data da sua publicaccedilatildeo revogadas as disposiccedilotildees em contraacuterio especialmente os Decretos nordms 65912 de 19 de dezembro de 1969 e 68629 de 18 de maio de 1971

Brasiacutelia 13 de marccedilo de 1979 158ordm da Independecircncia e 91ordm da Repuacuteblica (DO de 13-3-79)

Ernesto Geisel Arnaldo Prieto

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ANEXO II ndash ACOacuteRDAtildeO TST-AIRR-6182001-751-04-401

Acoacuterdatildeo Inteiro Teor NUacuteMERO UacuteNICO PROC AIRR - 6182001-751-04-40 PUBLICACcedilAtildeO DJ - 10022006 Andamento do Processo

PROC Nordm TST-AIRR-6182001-751-04-401 C A C Oacute R D Atilde O 1ordf Turma EMPMs REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO CARACTERIZACcedilAtildeO INDEPENDEcircNCIA NO EXERCIacuteCIO DE SUAS ATIVIDADES REGISTROS DE ASSUNTOS E TEMAacuteTICAS DE INTERESSES JORNALIacuteSTICOS 1 Segundo o Tribunal Regional do Trabalho o Reclamante no exerciacutecio de suas atividades aleacutem de ter acompanhado o repoacuterter entrevistador na produccedilatildeo de mateacuterias fato que por si soacute natildeo lhe retira a condiccedilatildeo de jornalista - e tambeacutem de acordo com depoimentos testemunhais saiacutea agrave rua com a pauta que lhe era dirigida para sozinho produzir as mateacuterias solicitadas pelo empregador o que de acordo com o teor dos dispositivos tidos por vulnerados permite concluir o exerciacutecio da profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico e natildeo simplesmente de operador de cacircmera visto que ao sair agraves ruas para a produccedilatildeo de mateacuterias cumpria seu ofiacutecio obviamente mediante registros de fatos e (ou) assuntos de interesses notadamente jornaliacutestico considerando para tanto a proacutepria natureza da atividade empresarial exercida pela empregadora Inviaacutevel portanto a admissibilidade do recurso de revista em razatildeo da impossibilidade de exame da alegaccedilatildeo de afronta ao Decreto nordm 8413479 visto tratar-se de hipoacutetese natildeo contemplada na letra c do artigo 896 da CLT Por outro lado por violaccedilatildeo dos artigos 2ordm da Lei nordm 661578 e 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 tambeacutem natildeo logra ecircxito a Agravante no intuito de ver autorizado o processamento do recurso de revista No primeiro dispositivo apenas dispotildee-se que o radialista eacute o empregado de radiodifusatildeo exercente de atividades voltadas agrave administraccedilatildeo produccedilatildeo ou teacutecnica No segundo definem-se as profissotildees de repoacuterter e repoacuterter cinematograacutefico salientando-se que a esse uacuteltimo cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico hipoacutetese identificada pelo Regional 2 Agravo de instrumento a que se nega provimento Vistos relatados e discutidos estes autos do Agravo de Instrumento em Recurso de Revista nordm TST-AIRR-6182001-751-04-401 em que eacute Agravante RBS TV SANTA ROSA LTDA e Agravado CLOacuteVIS SANTACATARINA A Reclamada interpotildee agravo de instrumento ao despacho de fls 113-115 mediante o qual foi denegado seguimento ao recurso de revista sob o fundamento de que a decisatildeo decorreu da aplicaccedilatildeo das normas pertinentes uma vez que da situaccedilatildeo faacutetica delineada nos autos natildeo haacute como se extrair ofensa ao artigo 2ordm da Lei nordm 661578 na forma do artigo 896 c da CLT Contraminuta agraves fls 122-124 Natildeo houve remessa dos autos agrave Procuradoria Geral do Trabalho em face da orientaccedilatildeo emanada da Resoluccedilatildeo Administrativa nordm 322 atualmente retratada no artigo 82 do Regimento Interno do Tribunal Superior do

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Trabalho Eacute o relatoacuterio V O T O I CONHECIMENTO Conheccedilo do agravo de instrumento porque regular e tempestivo II MEacuteRITO O Tribunal Regional ao apreciar o recurso ordinaacuterio interposto pela Reclamada no tocante ao reconhecimento da condiccedilatildeo de jornalista ao Reclamante pela Vara do Trabalho decidiu O MM Juiacutezo de primeiro grau acolheu as alegaccedilotildees do reclamante de exerciacutecio de profissatildeo jornaliacutestica de repoacuterter cinematograacutefico condenando a reclamada a pagar diferenccedilas salariais e reflexos Contra esta decisatildeo volta-se a reacute sustentando que o reclamante era operador de cacircmera funccedilatildeo capitulada na profissatildeo de radialista A recorrente tem razatildeo parcialmente Tomando-se a hipoacutetese de confirmar a sentenccedila enquanto reconhece ter o reclamante exercido a funccedilatildeo de repoacuterter cinematograacutefico em todo o contrato existe um marco temporal e juriacutedico que deve ser considerado A funccedilatildeo de repoacuterter cinematograacutefico eacute exclusiva da profissatildeo de jornalista Eacute uma atividade que estaacute reservada aos jornalistas formados assim como estabelecido no DL 97269 O reclamante natildeo demonstra a partir de quando conquistou a diplomaccedilatildeo como jornalista devendo-se considerar apenas pelo que oferecem os autos a data de 16 de junho de 1998 dia em que o reclamante foi registrado no Ministeacuterio do Trabalho como jornalista profissional na funccedilatildeo especiacutefica de repoacuterter cinematograacutefico Considerando que o Ministeacuterio do Trabalho natildeo pode registrar jornalistas natildeo diplomados exceccedilatildeo feita aos provisionados tem-se que o reclamante adquiriu esta condiccedilatildeo nesse dia Antes embora pudesse fazer ou fizesse atividades privativas de jornalistas natildeo pode ser considerado juridicamente como tal Assim em qualquer hipoacutetese de manutenccedilatildeo do reconhecimento da funccedilatildeo de jornaliacutestica esta deve gerar os efeitos pleiteados somente a partir de 16 de junho de 1998 Jaacute quanto a ter exercido ou natildeo funccedilatildeo jornaliacutestica a conclusatildeo eacute de manutenccedilatildeo da sentenccedila Natildeo eacute o fato de estar acompanhado por repoacuterter entrevistador que o cinegrafista perde a condiccedilatildeo de jornalista Trata-se de uma equipe de profissionais jornalistas Um exemplo que melhor ilustra o descabimento da distinccedilatildeo que pretende fazer o apelo eacute a situaccedilatildeo dos fotoacutegrafos ou repoacuterteres fotograacuteficos O fotoacutegrafo sai com a pauta junto com o repoacuterter (ou natildeo e isto tambeacutem acontecia com o reclamante como o reconhecem as testemunhas inclusive trazidas pela reclamada) e enquanto o repoacuterter investiga os dados necessaacuterios para a mateacuteria o fotoacutegrafo registra as cenas mas nem por isto eacute rebaixado da condiccedilatildeo de jornalista para dir- se-ia operador de cacircmera fotograacutefica O que se pode discutir seria o interesse jornaliacutestico das mateacuterias cobertas pelo jornalista reclamante Com efeito os comerciais produzidos e gravados pelo autor natildeo tecircm esse interesse e os eventos promocionais da reclamada recebem dela mesma uma atribuiccedilatildeo desse interesse embora natildeo o tenha imediata e objetivamente mas para efeitos do trabalho executado pelo reclamante deve ser considerado um trabalho jornaliacutestico Foi correta a decisatildeo natildeo merecendo qualquer reparo a natildeo ser o juriacutedico-temporal jaacute mencionado Nesta perspectiva o provimento do recurso eacute parcial (fls 97-99) Ao interpor o recurso de revista a Empresa alegou que o Reclamante na condiccedilatildeo de operador de cacircmera e operador de cacircmera de unidade portaacutetil externa acompanhando o repoacuterter como reconheceu o Regional natildeo pode ser

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enquadrado como jornalista porquanto ao repoacuterter eacute dado cumprir a determinaccedilatildeo de coletar notiacutecias ou informaccedilotildees e elaboraacute-las a fim de viabilizar posterior divulgaccedilatildeo e ao repoacuterter-cinematograacutefico cabe registrar cinematograficamente fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico razatildeo pela qual entende que a atividade do Reclamante eacute proacutepria de radialista categoria agrave qual pertencia Acrescenta que o artigo 2ordm da Lei nordm 661578 estabelece considera-se radialista o empregado de Radiodifusatildeo que exerccedila uma das funccedilotildees em que se desdobram as atividades mencionadas no artigo 4ordm ou seja operador de cacircmara e operador de cacircmara de unidade portaacutetil externa cuja regulamentaccedilatildeo profissional consta do Decreto nordm 8413479 e as atribuiccedilotildees do Quadro Anexo do mesmo decreto item II letra c nordm 3 com a seguinte redaccedilatildeo encarrega-se da gravaccedilatildeo de mateacuteria distribuiacuteda pelo Supervisor de Operaccedilotildees planifica e orienta o entrevistador repoacuterter e iluminador no que se refere aos aspectos teacutecnicos de seu trabalho suas atividades envolvem tanto a gravaccedilatildeo como a geraccedilatildeo de som e imagem atraveacutes de equipamentos eletrocircnico portaacutetil de TV Fundamenta o apelo em violaccedilatildeo dos artigos 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 2ordm da Lei nordm 661578 e do Decreto nordm 8413479 e Quadro Anexo do mesmo decreto item II letra c nordm 3 Inicialmente deve-se registrar a impossibilidade de exame da alegaccedilatildeo de afronta ao Decreto nordm 8413479 visto tratar-se de hipoacutetese natildeo contemplada na letra c do artigo 896 da CLT No tocante agrave ofensa aos artigos 2ordm da Lei nordm 661578 e 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 tambeacutem natildeo logra ecircxito a Agravante no intuito de ver autorizado o processamento do recurso de revista No primeiro dispositivo apenas dispotildee-se que o radialista eacute o empregado de radiodifusatildeo exercente de atividades voltadas agrave administraccedilatildeo produccedilatildeo ou teacutecnica No segundo definem-se as profissotildees de repoacuterter e repoacuterter cinematograacutefico salientando-se que a esse uacuteltimo cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico Ora dos termos da decisatildeo impugnada via recurso de revista nada haacute que conflite com tais dispositivos legais Afinal segundo o Tribunal Regional do Trabalho o Reclamante no exerciacutecio de suas atividades aleacutem de ter acompanhado o repoacuterter entrevistador na produccedilatildeo de mateacuterias fato que por si soacute natildeo lhe retira a condiccedilatildeo de jornalista - tambeacutem de acordo com depoimentos testemunhais saiacutea agrave rua com a pauta que lhe era dirigida para sozinho produzir as mateacuterias solicitadas pelo empregador o que de acordo com o teor dos dispositivos tidos por vulnerados permite concluir pelo exerciacutecio da profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico e natildeo simplesmente de operador de cacircmera visto que ao sair agraves ruas para a produccedilatildeo de mateacuterias cumpria seu ofiacutecio obviamente mediante registros de fatos e (ou) assuntos de interesses notadamente jornaliacutestico considerando para tanto a proacutepria natureza da atividade empresarial exercida pela empregadora Por esses fundamentos nego provimento ao agravo de instrumento ISTO POSTO ACORDAM os Ministros da Primeira Turma do Tribunal Superior do Trabalho por unanimidade negar provimento ao agravo de instrumento Brasiacutelia 9 de novembro de 2005 EMMANOEL PEREIRA Ministro Relator

NIA 3981288

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ANTOcircNIO CARLOS GONCcedilALVES

REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO Eacute JORNALISTA

Monografia apresentada como requisito para conclusatildeo do curso de bacharelado em Jornalismo do curso de Comunicaccedilatildeo Social do Centro Universitaacuterio de Brasiacutelia

Orientador Prof Luiz Claacuteudio Ferreira

Brasiacutelia-DF 2006

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DEDICATOacuteRIA

Dedico esta monografia a todas as pessoas que me ajudaram nessa jornada principalmente a minha esposa Nilsoneides minhas filhas Fernanda Camila e Renata meus pais irmatildeos que sempre me encorajaram durante toda essa caminhada satildeo eles os responsaacuteveis pelo sucesso alcanccedilado

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AGRADECIMENTOS

Agradeccedilo primeiramente ao nosso mestre Deus pelo dom da vida Aos meus professores pelo incentivo e companheirismo Aos colegas que durante todos esses anos nos ajudaram a suportar todos os obstaacuteculos ocorridos no curso e em especial o orientador nosso professor e amigo Luiz Claacuteudio Ferreira a quem temos profunda admiraccedilatildeo respeito e atenccedilatildeo pelos trabalhos desenvolvidos

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ldquoO que adquire entendimento ama sua

alma o que conserva a inteligecircncia acha o bemrdquo

Proveacuterbios 198

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RESUMO

A presente monografia tem por finalidade preciacutepua destacar a importacircncia das funccedilotildees do repoacuterter cinematograacutefico para o telejornalismo mostrando que natildeo tem fundamento a duacutevida que paira por parte de outros profissionais como os repoacuterteres de que ele natildeo seria jornalista Conforme seraacute aqui exposto o proacuteprio TST (Tribunal Superior do Trabalho) proferiu acoacuterdatildeo afirmando que tanto o repoacuterter cinematograacutefico satildeo jornalistas cabendo a este ultimo ldquoregistrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutesticordquo Aleacutem disto o Decreto n 83284 de 13 de marccedilo de 1979 que regula a profissatildeo do jornalista prevecirc em seu artigo 11 inciso X que o repoacuterter cinematograacutefico desempenha uma das funccedilotildees do jornalista assim como o repoacuterter o redator o revisor o ilustrador dentre outros O problema que causa a desvalorizaccedilatildeo desta profissatildeo consiste na falta de possibilidade desses profissionais se especializarem e se atualizarem academicamente A soluccedilatildeo mais raacutepida seria a inserccedilatildeo de uma cadeira nessa aacuterea nos cursos superiores de Jornalismo

Palavras-chave repoacuterter cinematograacutefico telejornalismo jornalismo

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ABSTRACT

The present monograph has main purpose to detach the importance of the functions of the cinematographic reporter of the television periodical being shown that it does not have bedding the doubt that hangs on the part of other professionals as the reporters of that it would not be journalist As here it wil be displayde the proper TST ( Superior Court of the Work) pronounced sentence affirming that as much the reporter how much the cinematographic reporter is journalists fitting to this last one ldquo to register of cinematographic form any facts or subjects of journalistic interestrdquo Moreover Decree n 83284 of 13 of March of 1979 that it regulates the profession of the journalist foreseein its article 11 interpolated proposition X that the cinematographic reporter plays one of the functions of the journalist as well as the reporter the editor the copyholder the ilustrador amongst others The problem that cause the depreciation of this profession consists of the lack of possibility of these professionals if to specialize and if to bring up to date through universiy courses The solution fastest would be the insertion of a chair in this area in the superior courses of Journalism

Keywords cinematographic reporter telejornalismo journalism

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SUMAacuteRIO

INTRODUCcedilAtildeO 9

1 HISTOacuteRIA DO TELEJORNALISMO NO BRASIL 133

11 ABORDAGEM GERAL 133

121 Rede Tupi 177

122 Rede Excelsior 177

123 TV Record 177

124 TV Cultura 188

125 TV Globo 188

126 TV Bandeirantes 19

127 TV Gazeta 19

128 SBT 200

13 O PERCURSO DO TELEJORNALISMO NOS ANOS 70 211

2 REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO 233

21 O PAPEL DO JORNALISTA 233

22 O REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO 288

3 CURSO SUPERIOR PARA FORMACcedilAtildeO DE PROFISSIONAIS DA AacuteREA 333

31 DESVALORIZACcedilAtildeO DA PROFISSAtildeO 333

32 REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO Eacute JORNALISTA 344

CONCLUSAtildeO 377

REFEREcircNCIAS 400

ANEXO I ndash DECRETO Nordm 83284 DE 13 DE MARCcedilO DE 1979 455

ANEXO II ndash ACOacuteRDAtildeO TST-AIRR-6182001-751-04-401 511

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INTRODUCcedilAtildeO

No dia 02 de setembro comemora-se o dia do repoacuterter cinematograacutefico

que eacute o profissional de televisatildeo incumbido de captar imagens que iratildeo enriquecer

as notiacutecias dos telejornais

Como eacute fundamental a imagem no cenaacuterio televisivo eacute faacutecil perceber a

importacircncia deste profissional para o telejornalismo No entanto como natildeo existem

ainda cursos acadecircmicos para a formaccedilatildeo desse profissional os proacuteprios colegas

adotam uma postura preconceituosa e bastante injusta

Pelo fato de possuiacuterem niacutevel teacutecnico o repoacuterter cinematograacutefico estaacute bem

distante de ser apenas um operador de cacircmera ao contraacuterio do que pensam alguns

desinformados Esse profissional vezes sem conta arrisca sua proacutepria vida para

mostrar ao mundo as imagens que tanto emocionam

Imagens da natureza de guerra de obras artiacutesticas de crimes de boas

accedilotildees humanas de cataacutestrofes imagens que comovem e as que revoltam imagens

que trazem alegria ou sofrimento imagens que elevam a alma e as que causam dor

ou pacircnico E todas elas costumam ser mostradas sem que tenhamos conhecimento

do nome do profissional que as captou

Eacute reconhecida a importacircncia do telejornalismo no sentido de levar agraves

famiacutelias brasileiras informaccedilatildeo cultura e notiacutecias do paiacutes e do mundo O que tem

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sido objeto de discussatildeo eacute a forma como cada emissora transmite a mensagem

Analisando por exemplo notiacutecias internacionais que satildeo fornecidas por agecircncias

especializadas contratadas e que informam distribuem e divulgam as notiacutecias para o

mundo da mesma forma e com as mesmas imagens o cunho diferencial dado agraves

notiacutecias vai ser determinado pelo tratamento que cada emissora ou editor decidir e

que pode ser influenciado por questotildees poliacuteticas soacutecio-culturais contratos (de

leitura de emissoras de publicidade ou de mercado)

Eacute justamente aiacute que se reconhece o poder da imagem que afinal eacute o

grande diferencial do telejornalismo mais atraente do que o jornalismo por raacutedio ou

impresso Como diz um proveacuterbio chinecircs ldquouma imagem vale mais do que mil

palavrasrdquo Se o indiviacuteduo tem discernimento e ideacuteias proacuteprias natildeo vai ser facilmente

levado pelo subtexto embutida em certas informaccedilotildees noticiadas

Note-se que natildeo eacute nosso interesse tecer criacuteticas ao telejornalismo Trata-

se de um veiacuteculo de informaccedilatildeo que como qualquer outro apresenta vantagens e

desvantagens O que se pretende aqui eacute chamar a atenccedilatildeo para a importacircncia da

imagem e seu poder de transmitir o que realmente acontece Nos dias de hoje eacute

possiacutevel ateacute assistir a guerras pela televisatildeo como ocorreu na guerra do Iraque E

para quem a acompanhou e assistiu tambeacutem noticiaacuterios diferentes pode perceber

claramente as diferenccedilas de opiniotildees e declaraccedilotildees tanto eacute que essa guerra foi

chamada de ldquoguerra de informaccedilotildeesrdquo

Sendo tatildeo importante a imagem que se transmite igualmente importante

eacute a funccedilatildeo do jornalista cinematograacutefico que se submete em qualquer horaacuterio a

enfrentar condiccedilotildees climaacuteticas adversas lugares sem qualquer proteccedilatildeo arriscando

11

a vida vezes sem conta para mostrar vulcotildees em erupccedilatildeo tsunamis cachoeiras em

penhascos cumes de montanhas tiroteios e guerras a beleza e o perigo da vida

selvagem e tantas outras imagens que apenas satildeo possiacuteveis chegarem ateacute as

pessoas normais devido ao seu trabalho

Uma pesquisa realizada junto ao Sindicato dos Jornalistas Profissionais

do Distrito Federal aponta que num universo de aproximadamente 400 profissionais

atuando na aacuterea de filmagens cerca de apenas 30 deles tem seu registro

profissional junto ao oacutergatildeo de classe

Lutando pelo respeito e reconhecimento de outros profissionais os

repoacuterteres cinematograacuteficos precisam ser mais unidos se sindicalizarem no intuito

de fortalecer a categoria na luta por melhorias no exerciacutecio da funccedilatildeo

Devido agrave escassez de literatura sobre o assunto a presente monografia

foi desenvolvida com base em entrevistas com profissionais da aacuterea do

telejornalismo com artigos publicados na Internet e por meio de informaccedilotildees

disponibilizadas pelo Sindicato dos Jornalistas e pela Federaccedilatildeo Nacional dos

Jornalistas (FENAJ)

Encontra-se estruturada em trecircs capiacutetulos distintos sendo que o primeiro

deles se dedica a discorrer sobre os diversos aspectos que envolvem a histoacuteria do

telejornalismo brasileiro dando destaque ao percurso do telejornalismo na fase do

seu apogeu na deacutecada de 70 com os principais noticiaacuterios produzidos e

transmitidos pela Rede Tupi Rede Excelsior TV Record TV Cultura Rede Globo

TV Bandeirantes Gazeta e SBT

12

O segundo capiacutetulo versa sobre o papel do jornalista ndash seja ele repoacuterter

fotoacutegrafo cinegrafista redator ou editor ndash e a importacircncia de seu trabalho na

construccedilatildeo da cidadania trazendo inclusive conceitos tecidos pelos proacuteprios

profissionais aleacutem de mencionar algumas das dificuldades que encontram no

mercado de trabalho Tambeacutem eacute mostrado como se daacute a regulamentaccedilatildeo da

profissatildeo de jornalista que eacute obrigatoacuteria tendo em vista que o exerciacutecio ilegal dessa

profissatildeo constitui crime

Em toacutepico apartado satildeo mencionadas as caracteriacutesticas da profissatildeo do

repoacuterter cinematograacutefico de como ocorre sua formaccedilatildeo quais as formas de atuaccedilatildeo

os riscos profissionais a que se sujeita e trata tambeacutem da questatildeo do preconceito de

colegas que injustamente natildeo o considera jornalista

Por fim o terceiro capiacutetulo trata da necessidade de haver um curso

superior para a formaccedilatildeo desses profissionais que certamente iraacute trazer inuacutemeras

vantagens desde a reciclagem do conhecimento e o aprendizado de novas teacutecnicas

como o combate agrave desvalorizaccedilatildeo da profissatildeo visto que apesar de muitos

discordarem o repoacuterter cinematograacutefico tambeacutem eacute jornalista

13

1 HISTOacuteRIA DO TELEJORNALISMO NO BRASIL

11 ABORDAGEM GERAL

O primeiro telejornal brasileiro foi ldquoImagens do Diardquo que foi ao ar em 19

de setembro de 1950 pela emissora TV Tupi de Assis Chateaubriand (Diaacuterios

Associados) Ao longo de um ano esse telejornal tinha um formato simples liderada

pelo locutor Rui Resende que produzia e redigia os textos a serem noticiados sendo

que algumas notas vinham acompanhadas de imagens sem som feitas em filme

preto e branco (Mundo da TV sd)

Vale destacar o primeiro telejornal de grande sucesso na televisatildeo

brasileira que foi o ldquoRepoacuterter Essordquo que foi ao ar tambeacutem atraveacutes da emissora Tupi

durante 17 anos (entre 1953 a 1970) Esse programa tinha como vinheta de abertura

a frase ldquoAqui fala o seu Repoacuterter Esso testemunha ocular da Histoacuteriardquo apresentado

por dois destacados locutores de raacutedio Kalil Filho e depois Gontijo Teodoro

Entre 1960 a 1964 a TV Excelsior revolucionou a televisatildeo brasileira

marcada principalmente com a introduccedilatildeo de dois programas de telejornalismo o

primeiro foi o ldquoTele Notiacuteciasrdquo que inovou com o ldquotoprdquo de cinco segundos e o ldquoJornal

de Vanguardardquo que revolucionou o conceito de noticiaacuterio (THELL sd)

14

O ldquoJornal de Vanguardardquo foi lanccedilado em setembro de 1963 pelas matildeos

de Fernando Barbosa Lima e que se transformou em um show de notiacutecias uma

grande revoluccedilatildeo na linguagem e no espiacuterito do telejornalismo com muita

criatividade e inteligecircncia Ao inveacutes de buscar profissionais do raacutedio esse jornal

formou sua base por jornalistas que vinham da imprensa escrita entrava no ar por

volta das 22h30 ao vivo com muitos apresentadores Tinha desenhistas

humoristas comentaristas poliacuteticos comentarista internacional e cronistas Esse

jornal comeccedilou na TV Excelsior passou pela Tupi e pela Globo e foi morrer na TV

Rio em protesto pela censura imposta com o Ato Institucional n 5 (THELL sd)

Em setembro de 1969 a Rede Globo de Televisatildeo trouxe o ldquoJornal

Nacionalrdquo criado por Armando Nogueira que estreou em setembro daquele ano

com inuacutemeras inovaccedilotildees tecnoloacutegicas importadas dos EUA Rapidamente esse

programa tornou-se liacuteder de audiecircncia e referecircncia da imprensa nacional

apresentando reportagens em cores reportagens internacionais via sateacutelite e em

tempo real (ao vivo) seguindo um formato dos telejornais americanos (estilo de

linguagem narrativa e figura do repoacuterter)

Segundo Armando Nogueira diretor da Central Globo de Jornalismo agrave

eacutepoca da criaccedilatildeo do telejornal o Jornal Nacional foi pedra de toque de um projeto

muito ambiciosa que previa a geraccedilatildeo de uma programaccedilatildeo uniforme para todo o

Brasil de modo que a emissora fez largo uso da tecnologia iniciando o emprego dos

sateacutelites para a difusatildeo de notiacutecias e visando maior alcance de suas fontes nacionais

e internacionais (KOSMINSKY 2002)

15

Mais tarde em 1977 a Globo Satildeo Paulo estreou um jornal de serviccedilo o

ldquoBom Dia Satildeo Paulordquo que permanece no ar nos dias atuais de segunda a sexta agraves

7h da manhatilde Vale destacar as novas tecnologias introduzidas como a UPJ

(Unidade Portaacutetil de Jornalismo) com repoacuterteres entrando ao vivo de vaacuterios pontos

da cidade transmitindo informaccedilotildees de serviccedilo como tempo tracircnsito movimentaccedilatildeo

da cidade aeroporto etc O sucesso foi tatildeo grande que em 1983 foi lanccedilado em rede

nacional o ldquoBom Dia Brasilrdquo que desde entatildeo vai ao ar logo apoacutes o ldquoBom Diardquo de

cada praccedila com o noticiaacuterio poliacutetico gerado em Brasiacutelia

Em 1988 foi lanccedilado o ldquoTJ Brasilrdquo pelo Sistema Brasileiro de Televisatildeo-

SBT tambeacutem inspirado no formato americano ao inovar com a emblemaacutetica figura

do acircncora Boris Casoy que saiu do jornal impresso e logo se acertou com a TV

conquistando seu espaccedilo e seu puacuteblico Em meados de 1997 Casoy assinou

contrato com a TV Record

Conforme Squirra (1994) em palestra realizada no II Congresso Brasileiro

de Jornalismo de Liacutengua Portuguecircs

ldquoO modelo ancorado com Boris Casoy foi colocado no ar em 1988 e desde o primeiro momento levou agraves residecircncias brasileiras um formato novo com um padratildeo de qualidade esteacutetica que definitivamente fugia daquele global que adotava cegamente as premissas de juventude e beleza para seus apresentadores de telejornais Que natildeo satildeo jornalistas por formaccedilatildeo profissional Boris Casoy neste particular tambeacutem representa um novo paradigma Aleacutem de ser jornalista sua identidade popular - tinha se tornado amplamente conhecido na TV a partir dos primeiros debates poliacuteticos como representante de um jornal impresso a Folha de SPaulo - seu carisma -soube explorar uma imagem segura independente e madura- e independecircncia televisivos -natildeo representava uma emissora de TV- propiciaram que ele viesse a ter respaldo para implantar um modelo ineacutedito no telejornalismo do paiacutes E trouxe aos lares um produto hiacutebrido na missatildeo de ancorar um telejornal a emissatildeo clara de opiniatildeo no ar ()rdquo

16

No periacuteodo compreendido entre 1992 e 1993 o jornal de Boris Casoy

superou em audiecircncia o Jornal Nacional da Rede Globo de forma que 594 do

puacuteblico ABC estavam com o TJ Brasil

Tambeacutem integra a histoacuteria do telejornalismo no Brasil o ldquoJornal da Bandrdquo

exibido pela TV Bandeirantes desde 1997 igualmente influenciado pelos costumes

americanos apresentado inicialmente por Paulo Henrique Amorim com um estilo

forte e opinativo com informaccedilotildees exclusivas e ao vivo Atualmente esse telejornal

tem como acircncora o jornalista Carlos Nascimento (Mundo da TV sd)

Uma pesquisa realizada pelo Ibope em 1980 demonstrou que o

telejornalismo eacute a mais importante e acessiacutevel fonte de informaccedilatildeo da populaccedilatildeo

onde 73 do puacuteblico pesquisado tinham acesso agrave televisatildeo Os telejornais foram

identificados como o tipo de programa preferido por 874 dos homens e o segundo

preferido de 713 das mulheres Conforme mateacuteria publicada pela revista Exame

em agosto de 2002 a TV eacute hoje o uacutenico meio de informaccedilatildeo e entretenimento para

40 da populaccedilatildeo (GUROVITZ 2002 p 46-58)

17

12 PROGRAMAS JORNALIacuteSTICOS NAS DIVERSAS EMISSORAS DE

TV

A seguir seratildeo listados os principais telejornais que foram ao ar pelas

diversas emissoras de televisatildeo do paiacutes

121 Rede Tupi

A partir de 1951 a Rede Tupi (19501980) exibia ldquoDiaacuterio de Satildeo Paulo na

TVrdquo ldquoEdiccedilatildeo Extrardquo e ldquoTelejornal Brahmardquo

Em 1952 apresentava o ldquoRepoacuterter Essordquo o ldquoTelejornal Tupirdquo e

ldquoTelenotiacutecias Panairrdquo

Em 1965 estreou ldquoUltra Notiacuteciasrdquo

Em 1979 um de seus uacuteltimos programas foi o ldquoAqui e Agorardquo com 6

horas de duraccedilatildeo e direccedilatildeo de Wilton Franco extinto no ano seguinte pelo governo

122 Rede Excelsior

A Rede Excelsior (19601964) estreou em 1960 o ldquoTele Notiacuteciasrdquo e em

1963 ldquoA Marcha do Mundordquo e o ldquoJornal da Vanguardardquo

123 TV Record

A TV Record (1953) inseriu em sua programaccedilatildeo na aacuterea de

telejornalismo diversos programas valendo destacar

- ldquoTempo de Notiacuteciasrdquo (1972)

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- ldquoCidade Alertardquo (1995)

- ldquoFala Brasil (1998)

- ldquoEdiccedilatildeo de Notiacuteciasrdquo (2003)

- ldquoTudo a Verrdquo (2004)

- ldquoRecord RJrdquo ldquoRecord SPrdquo e ldquoRio de Janeiro no Arrdquo (2005)

124 TV Cultura

Dentre os programas de telejornais introduzidos pela TV Cultura (1969)

vale destacar

- ldquoA Hora da Notiacuteciardquo (1972)

- ldquoConversa Afiadardquo (1999)

- ldquoMateacuteria Puacuteblicardquo (2002)

- ldquoBoletim Culturardquo e ldquoPrimeira Paacuteginardquo (2005)

125 TV Globo

No ar desde 1968 a TV Globo editou inuacutemeros programas

telejornaliacutesticos com destaque para

- ldquoTele Globordquo (1965)

- ldquoUltranotiacuteciasrdquo (1966)

19

- ldquoJornal da Globordquo (1967)

- ldquoJornal Nacionalrdquo (1969)

- ldquoJornal Hojerdquo (1971)

- ldquoBom dia Satildeo Paulordquo (1977)

- ldquoJornal da Globordquo (1979)

- ldquoSPTVrdquo ldquoRJTVrdquo ldquoBom dia Brasilrdquo (1983)

- ldquoGlobo Notiacuteciardquo (2005)

126 TV Bandeirantes

Pela TV Bandeirantes no ar desde 1967 vale destacar os seguintes

telejornais

- ldquoTitulares da Notiacuteciardquo (1969)

- ldquoBand News na Bandrdquo e ldquoBrasil Urgenterdquo (2001)

- e ldquoPrimeiro Jornalrdquo (2005)

127 TV Gazeta

Mais recentemente a TV Gazeta (1970) levou ao ar

- o ldquoJornal Gazetardquo o ldquoMercadordquo e ldquoPrimeira Paacuteginasrdquo todos estreados

em 2001

20

- em 2002 introduziu o ldquoJornal Gazeta 2ordf ediccedilatildeordquo e

- em 2003 o ldquoGazeta On-linerdquo

128 SBT

O Sistema Brasileiro de Televisatildeo no ar desde 1981 tem na histoacuteria do

telejornalismo da emissora os seguintes programas

- ldquoNoticentrordquo (1981)

- ldquo24 Horasrdquo (1982)

- ldquoCidade 4rdquo (1986)

- ldquoTJ Brasilrdquo ldquoTJ Noiterdquo e ldquoTJ Satildeo Paulordquo (1988)

- ldquoJornal do SBTrdquo ldquoAqui e Agorardquo (1991)

- ldquoAqui Brasilrdquo (1993) ldquoSBT Notiacuteciasrdquo (1995)

- ldquoJornal do SBTCBS Telenotiacuteciasrdquo (1997)

- ldquoNotiacutecias do Diardquo e ldquoNoticidaderdquo (1998)

- ldquoTJ Manhatilderdquo (2001)

- ldquoSBT Brasilrdquo (2005) dentre outros

21

13 O PERCURSO DO TELEJORNALISMO NOS ANOS 70

Em seu trabalho de dissertaccedilatildeo de mestrado defendido na Escola de

Comunicaccedilotildees e Artes da Universidade de Satildeo Paulo Antonio Reis Jr (2003) nos

mostra que no iniacutecio da deacutecada de 70 o campo cinematograacutefico sofreu dispersatildeo do

grupo de cineastas que integravam o Cinema Novo devido agrave repressatildeo poliacutetica poacutes

Ato Institucional n 5 em 1968 Com a criaccedilatildeo da Embrafilme em 1969 as novas

demandas do mercado cultural assim como o acirramento dos debates esteacuteticos

formou-se um novo quadro de atuaccedilatildeo para os cinegrafistas que se descortinou

com o esfacelamento do Cinema Novo com a expansatildeo da induacutestria cultural do

consumo dos bens simboacutelicos no paiacutes e com o surgimento de novos esquemas de

produccedilatildeo e projetos culturais

Nesse cenaacuterio de cerceamento controle e censura da produccedilatildeo cultural

diversos cineastas vislumbraram a possibilidade de trabalhar em algumas emissoras

de TV e como o telejornalismo foi o programa de maior impacto nesse meio de

comunicaccedilatildeo em massa surgiu assim o nosso repoacuterter cinematograacutefico

Desde sua primeira exibiccedilatildeo em rede nacional em 1ordm de setembro de

1969 o Jornal Nacional da Rede Globo apresentou um formato proacuteprio para

transmitir notiacutecias onde ldquoo telejornal era capaz de abordar no mesmo tom e com a

mesma inconsequumlecircncia notiacutecias banais e outras de extrema importacircncia para o

espectador conferindo um mesmo tratamento a fatos relevantes e irrelevantesrdquo Em

plena eacutepoca de ditadura tal fato revela a cumplicidade dessa emissora para com os

militares apresentando um telejornal com moderna engenharia eletrocircnica e que

adotava a maacutescara do paiacutes ldquoem desenvolvimentordquo do milagre econocircmico

22

propagando imagens de um paiacutes com o povo bonito onde natildeo existia fome miseacuteria

pobreza

Contudo nesse mesmo periacuteodo surgiu a TV Cultura com a programaccedilatildeo

mais voltada para a realidade brasileira e que criou em 1972 o telejornal ldquoA Hora da

Notiacuteciardquo pobre em recursos mas combativo liacuteder de audiecircncia desta emissora

seguia em caminho inverso agraves fantasias institucionais e agrave alienaccedilatildeo dos noticiaacuterios

da eacutepoca

Em 1975 o jornalista Vladimir Herzog assumiu a direccedilatildeo da TV Cultura

apresentando proposta para tornar o telejornalismo em um instrumento de diaacutelogo

com o puacuteblico combatendo a atitude servil diante do governo com uma poliacutetica de

programaccedilatildeo visando objetivos prioritaacuterios relacionados com a realidade do puacuteblico

que pretendia atingir Poreacutem nesse mesmo ano Herzog foi preso interrogado

torturado e morto sucumbindo o projeto de renovaccedilatildeo do telejornalismo na TV

brasileira

Mas em seguida apesar de o Jornal Nacional manter estreita ligaccedilatildeo com

a ditadura surgiu na Rede Globo o Globo Repoacuterter originaacuterio da seacuterio Globo Shell ndash

o uacutenico programa da emissora produzido com material cinematograacutefico e que teve o

meacuterito de fazer passar informaccedilotildees boicotadas pelos demais telejornais ndash

caracterizado por abordar temas polecircmicos e questotildees sociais justamente em um

periacuteodo em que esses assuntos eram proibidos e vetados pela Censura Federal

Esse estilo despojado e independente de fazer documentaacuterios perdurou entre 1976

a 1983

23

2 REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO

21 O PAPEL DO JORNALISTA

Nos dias de hoje o jornalista assim como outros profissionais de

imprensa enfrenta inuacutemeras dificuldades no mercado de trabalho ndash fato que exige

dele atenccedilatildeo para que se mantenha sempre atualizado e se preocupe com a

questatildeo da formaccedilatildeo e da qualificaccedilatildeo

De acordo com a Comissatildeo de Revisatildeo dos Registros de Jornalistas

Profissionais (Portaria MTb n 548 de 140695) todos os jornalistas profissionais do

paiacutes precisam efetuar a revisatildeo do seu Registro Profissional junto ao seu sindicato

para alterar o nuacutemero do Registro anotado na carteira de trabalho Tal procedimento

visa invalidar a grande quantidade de documentos irregulares

Na composiccedilatildeo alfanumeacuterica do novo registro seraacute adotada a sigla de

duas letras do alfabeto que identificam o Estado de origem seguida dos algarismos

a partir de 00001 e mais duas letras que qualificam a natureza da funccedilatildeo na qual o

jornalista foi registrado As letras qualificadoras da natureza da funccedilatildeo para titular

de registro funccedilatildeo de repoacuterter-cinematograacutefico eacute RC Exercer atividades de

jornalista com registro precaacuterio constitui crime de exerciacutecio ilegal da profissatildeo

(Sindicato dos Jornalistas 2006)

24

Para ilustrar melhor o papel do jornalismo a seguir iremos elencar as

definiccedilotildees formuladas por diversos profissionais da aacuterea publicadas no site Enfato ndash

Comunicaccedilatildeo Empresarial (2006)

ldquoO jornalista eacute o(a) profissional que faz mais do que apenas reportar o que acontece ele(a) estabelece viacutenculos entre os fatos correntes e passados provocaestimula o raciociacutenio do telespectadorleitorouvinte e procura ainda extrair disso tudo alguma perspectiva que sinalize o futuro Sua atividade eacute ainda mais difiacutecil do que parece eacute indispensaacutevel que este(a) profissional desempenhe sua tarefa com absoluta noccedilatildeo de seus princiacutepios eacuteticos sem se deixar contaminar por influecircncias poliacuteticas ou interesses pessoais Soacute assim seu relato teraacute credibilidade ndash a uacutenica moeda de real valor para quem abraccedilou esta profissatildeo Aliaacutes natildeo eacute agrave toa que a classe de espiacuterito tatildeo nobre seja tatildeo vilipendiada por aqueles que detecircm o controle das empresas de comunicaccedilatildeordquo Claudio Lessa colunista do site Direto da Redaccedilatildeo

ldquoSer jornalista hoje eacute e cada vez seraacute mais permitir ao leitor entender os fatos muito mais do que simplesmente tomar conhecimento deles Durante deacutecadas ser jornalista era correr atraacutes de furo dar informaccedilotildees sobre um fato que era desconhecido de todos Eu acho que hoje o nosso desafio estaacute em permitir que o leitor entenda os fatos pois existe uma avalanche de informaccedilotildeesrdquo Eugecircnio Esber diretor de redaccedilatildeo da revista Amanhatilde (RS)

ldquoO bom jornalista eacute aquele que eacute criativo investigador objetivo estaacute sempre informado mergulha com profundidade nos assuntos e acima de tudo tem a eacutetica como sua religiatildeordquo Fernando Barbosa Lima editor da FBL Criaccedilatildeo e Produccedilatildeo (RJ)

ldquoTenho a impressatildeo de que ser jornalista diante da tamanha complexidade do universo da Comunicaccedilatildeo eacute ter a capacidade de melhor organizar e selecionar a quantidade crescente da informaccedilatildeo defendendo o que haacute de mais essencial primado da verdade Lembro do que dizia Claudio Abramo de que a funccedilatildeo do jornalista eacute buscar a verdade camuflada atraacutes da verdade aparente Acho que essa tarefa eacute o grande diferencial que determinaraacute o sucesso profissionalrdquo Fernando Salerno diretor da Associaccedilatildeo Paulista de Jornais e do diaacuterio Valeparaibano (SP)

ldquoSer jornalista hoje eacute o mesmo que ontem e presumo o mesmo que amanhatilde O jornalista tem a funccedilatildeo de informar mais do que formar No meu entendimento hoje haacute muitos jornalistas mais preocupados em formar do que em informar Em outras palavras eacute muita opiniatildeo e pouca informaccedilatildeo Entendo ainda que eacute um trabalho muito importante para garantir a transparecircncia das sociedadesrdquo Flaacutevio Portela gerente de jornalismo da raacutedio Guaiacuteba (RS)

ldquoTenho orgulho de ser jornalista Essa funccedilatildeo eacute cada vez mais importante desde que seja acompanhada de eacutetica e

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responsabilidade Cada vez mais a miacutedia tem credibilidade Graccedilas ao jornalista e a essa possibilidade de informaccedilatildeo raacutepida e global eacute que aproximamos o mundordquo Lucia Leme apresentadora do programa Olhar 2005 da TVE-RJ

ldquoA profissatildeo natildeo perdeu o encanto embora os predadores empresariados tenham feito de tudo para desencantaacute-la e diminuiacute-lardquo Luiacutes Recena editor executivo da Tribuna do Brasil (DF)

ldquoSer jornalista eacute saber passar informaccedilotildees ao grande puacuteblico eacute saber defender a sociedade atraveacutes dos jornais e procurar saber o que ela procura e onde precisa ser ajudadardquo Maria Eugecircnia Labouriau assessora de imprensa do Inmetro

ldquoA funccedilatildeo principal do jornalista eacute ser a oposiccedilatildeo diante das instituiccedilotildees incluindo Judiciaacuterio o Estado todo mundo Os jornalistas satildeo os fiscalizadores da sociedaderdquo Nando Gross apresentador da Raacutedio Gauacutecha AM (RS)

ldquoEacute como jogar nas 11 posiccedilotildees do campo Natildeo existe mais jornalista pelo menos aqui no interior do Rio Grande do Norte especialista Todos acabam tendo que cumprir todas as funccedilotildees Somos mais que polivalentes jaacute que estamos num jornal do interiorrdquo Pedro Carlos Lopes Pinheiro diretor de Redaccedilatildeo do jornal O Mossoroense (RN)

ldquoSer jornalista hoje eacute ter perseveranccedila vontade e amor pela profissatildeo jaacute que os jornalistas ganham mal e natildeo haacute incentivos para a realizaccedilatildeo do trabalhordquo Raimundo Afonso Gomes presidente do Sindicato dos Jornalistas do Acre

ldquoHoje e sempre ser jornalista eacute tentar ser uma testemunha do seu tempo Essa eacute nossa humilde tarefa Natildeo eacute ser juiz promotor Atualmente temos uma tendecircncia de julgar e ateacute condenar Quanto mais complexa a sociedade mais se exige esse papel do jornalistardquo Zuenir Ventura colunista de O Globo (RJ)

A exemplo de outras profissotildees regulamentadas pela legislaccedilatildeo vigente

em nosso paiacutes ou reconhecidas pelo mercado formal de trabalho a atividade

jornaliacutestica deve seguir preceitos eacuteticos especiacuteficos com a finalidade de preservar o

atendimento do interesse puacuteblico e o direito agrave informaccedilatildeo existente em uma

sociedade democraacutetica

Com referecircncia agrave elaboraccedilatildeo da notiacutecia segundo Eliane Mendonccedila (sd)

ldquoa notiacutecia eacute o resultado de diversas lsquovozesrsquo que o jornalista precisou ouvir interpretar

e sintetizar de forma a tornaacute-lo acessiacutevel ao grande puacuteblicordquo Com base nessa

26

assertiva pode-se dizer que o jornalista eacute o profissional que tem como ofiacutecio a

responsabilidade de reconstruir os fatos levando em conta todos os conceitos a que

teve acesso durante a apuraccedilatildeo da mateacuteria E se eacute assim a notiacutecia nunca teraacute um

uacutenico autor visto que a mateacuteria jornaliacutestica traz em seu bojo inuacutemeras versotildees do

mesmo assunto cada um de um personagem (fonte) diferente

Note-se que ainda que o jornalista natildeo seja o uacutenico autor do que escreve

cabe a ele a funccedilatildeo de equilibrar o texto a ponto de ser fiel a tudo o que ouviu

procurando transmitir a informaccedilatildeo da forma mais clara possiacutevel a fim de que possa

ser compreendida por todo o tipo de leitor

Outro ponto a se considerar como bem explica Eliane Mendonccedila (sd)

refere-se ao fato de que um mesmo assunto se apresenta ao puacuteblico sob diferentes

enfoques quando transmitido em diferentes veiacuteculos de comunicaccedilatildeo Isto ocorre

porque ao contraacuterio do que ensina os antigos manuais do jornalismo o jornalista

natildeo eacute imparcial e acaba embutindo na notiacutecia um pouco de sua vivecircncia pessoal

sua opiniatildeo sobre o assunto seus preconceitos aleacutem de ter que levar em

consideraccedilatildeo as normas as orientaccedilotildees e a postura da empresa para a qual

trabalha

Segundo o Departamento de Comunicaccedilatildeo e Turismo da Universidade

Federal da Paraiacuteba (UFPB 2006) a sociedade espera que o jornalista exerccedila o

seguinte papel

- Auxiliar a populaccedilatildeo a tomar decisotildees coletivas favoraacuteveis ao bem comum - Enriquecer culturalmente a sociedade - Responsabilizar-se pelas informaccedilotildees que divulga e consequumlecircncias delas - Colaborar para o fortalecimento da cidadania

27

- Discernir entre o que tem caraacuteter construtivo para a sociedade - Propagar iniciativas conhecimentos e teacutecnicas que possam ser reproduzidas de forma a contribuir para o bem estar social - Distinguir e denunciar atitudes que sejam lesivas agrave sociedade

O jornalista ndash seja ele o repoacuterter o fotoacutegrafo o cinegrafista o redator o

editor o chefe de reportagem enfim ndash deve estar consciente da importacircncia do seu

trabalho para a construccedilatildeo da cidadania e de uma sociedade igualitaacuteria

Como bem observa Maristela Alves Leitatildeo (2005) os profissionais de

jornalismo desempenham um importante papel nas transformaccedilotildees soacutecio-poliacuteticas

nas uacuteltimas deacutecadas constituindo os ldquoguardiotildees dos direitos humanosrdquo durante a

transiccedilatildeo da ditadura militar para o regime democraacutetico Atualmente a preocupaccedilatildeo

tem sido lutar contra a corrupccedilatildeo e a favor da cidadania visando a conscientizaccedilatildeo

da populaccedilatildeo em relaccedilatildeo aos seus direitos e obrigaccedilotildees

A mateacuteria jornaliacutestica consiste na reconstruccedilatildeo de dada realidade que

cerca um fato recente efetuada pelo profissional da aacuterea a partir da tomada de

depoimentos de pessoas que participaram ou estatildeo inseridas no contexto apurado

Essas pessoas a serem entrevistas natildeo devem ser selecionadas de maneira fortuita

apenas seratildeo inquiridas aquelas que possam dispor de dados estritamente

importantes e possuir competecircncia reconhecida para referir-se ao assunto em

questatildeo Uma das habilidades mais valorizadas na profissatildeo inclusive eacute aquela de

pesquisar e encontrar as fontes mais adequadas considerando-se a expectativa do

puacuteblico de receber informaccedilatildeo qualificada (Rothberg 2006)

28

Comparando-se o jornalismo impresso com o televisivo este uacuteltimo leva

clara vantagem por ser meio mais atraente ao disponibilizar uma dinacircmica

audiovisual

22 O REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO

O repoacuterter cinematograacutefico eacute aquele profissional que executa serviccedilos

referentes ao mercado de radiodifusatildeo mais especificamente em TV atuando como

assistente ou teacutecnico na aacuterea de produccedilatildeo em meios de comunicaccedilatildeo Dentre suas

atividades vale destacar pesquisa anaacutelise e interpretaccedilatildeo das possibilidades

riacutetmicas estruturais e associadas do encontro entre imagem e som aleacutem de

executar e manter os equipamentos de aacuteudio e iluminaccedilatildeo e cacircmeras de TV (Nova

Faetec 2006)

No Brasil o curso profissionalizante de repoacuterter cinematograacutefico tem ainda

niacutevel teacutecnico com duraccedilatildeo de trecircs anos sendo exigido como preacute-requisito a

conclusatildeo do ensino meacutedio ou fundamental

No Rio de Janeiro foi criada em 16 de fevereiro em 1946 a ARFOC -

Associaccedilatildeo Profissional de Repoacuterteres Fotograacuteficos e Cinematograacuteficos do Brasil

que consiste em uma associaccedilatildeo profissional e cultural destituiacuteda de caraacuteter poliacutetico-

partidaacuterio e sem fins lucrativos nos termos do Decreto n 1229 de 09101962 cujo

objetivo eacute incentivar aperfeiccediloar valorizar e defender a profissatildeo e os fotojornalistas

e a aplicaccedilatildeo da imagem ao jornalismo (ARFOC 2006)

29

Segundo Joseacute Alves Filho (2005) presidente da ARFOC-PI existe uma

falta de reconhecimento ateacute por parte dos proacuteprios colegas de trabalho em relaccedilatildeo

ao trabalho do repoacuterter cinematograacutefico Eacute uma injusticcedila visto que uma boa

reportagem de TV depende mais do registro do repoacuterter cinematograacutefico ndash fruto de

sua persistecircncia coragem e sensibilidade ndash do que do repoacuterter produtor ou editor

Essa falta de reconhecimento se reflete no dia-a-dia principalmente por

parte dos chefes de redaccedilatildeo que nunca estimulam os repoacuterteres cinematograacuteficos a

participarem da discussatildeo da pauta que iratildeo cumprir Com isso eles acabam se

afastando das redaccedilotildees desestimulados a participarem do processo Por parte dos

colegas jornalistas haacute um preconceito intelectual ainda que velado em relaccedilatildeo aos

colegas da ldquolinha de frenterdquo os ditos repoacuterteres cinematograacuteficos forjados pela

ldquofaculdade da vidardquo sem chance de discutir teoria nos bancos universitaacuterios

Partindo-se da premissa de que a imagem eacute o uacutenico item imprescindiacutevel

da TV natildeo haacute justificativa para o fato de que o salaacuterio dos bons cinegrafistas natildeo

chegam nem na metade do salaacuterio dos repoacuterteres haacute vinte anos atraacutes o salaacuterio

desses profissionais se equiparavam

Para Antonio Brasil (2004)

() se existe uma classe de jornalistas que sempre sofreu enormes injusticcedilas e discriminaccedilotildees eacute sem duacutevida o segmento dos cinegrafistas de TV Hoje satildeo chamados de lsquorepoacuterteres cinematograacuteficosrsquo Para mim deveriam ser simplesmente lsquojornalistasrsquo Mas como costumam ter origem humilde e natildeo podem pagar pelos lsquodiplomasrsquo satildeo considerados jornalistas de segunda classe Natildeo precisam passar no miacutenimo quatro anos pagando caro para as faacutebricas de jornalistas e ningueacutem parece se importar muito com isso Mas os cinegrafistas ou repoacuterteres cinematograacuteficos merecem o nosso apoio e respeito Lutam pelo reconhecimento da profissatildeo enquanto lsquojornalistasrsquo de verdade Recusam-se a serem meros

30

lsquoapecircndicesrsquo na vida dos repoacuterteres e nas decisotildees dos nossos editores de telejornalismo

Infelizmente ainda persiste o conflito entre os profissionais da palavra e

os jornalistas da imagem Brasil (2004) experiente na profissatildeo muitas vezes

sentiu na pele os efeitos de atitudes arrogantes e discriminatoacuterias mesmo de

repoacuterteres receacutem-formados - o que demonstra que essa arrogacircncia sem

fundamento eacute cultural beira o preconceito social ou ldquoracismordquo E geralmente satildeo os

velhos cinegrafistas que acabam por ensinar a esses jovens os primeiros passos da

profissatildeo

Eacute certo que no meio televisivo as imagens constituem elemento chave

da mateacuteria do repoacuterter satildeo elas que datildeo suporte agrave narrativa cronoloacutegica do

acontecimento Cumpre ressaltar que tal qual o repoacuterter o cinegrafista tem como

objetivo registrar o acontecimento e fazer com que o mesmo chegue ao ar Daiacute a

importacircncia de recomendar aos alunos do telejornalismo que cinegrafista natildeo deve

ser vigiado nem precisa ser orientado

Repoacuterter e cinegrafista satildeo colegas de jornalismo isto eacute ambos satildeo

jornalistas Natildeo eacute porque o cinegrafista geralmente tem origem simples gestos

humildes e carrega peso que deixa de ser jornalista Ganha o repoacuterter despido

desse preconceito pois se dispotildee a assimilar os segredos da profissatildeo ensinados

pelos cinegrafistas e compartilhando com respeito os objetivos da reportagem

recebem valiosas dicas praacuteticas

Brasil (2004) desabafa

31

Os jovens de boa aparecircncia - condiccedilatildeo dispensaacutevel mas que parece ser obrigatoacuteria em nossos telejornais - saem das universidades natildeo sabem quase nada de telejornalismo Buscam na TV o sonho de sucesso e fama A maioria desses jovens natildeo teve a oportunidade aprender a praacutetica da profissatildeo Eles satildeo selecionados em processos meio nebulosos e certamente pouco transparentes Se tornam repoacuterteres de TV e tem que aprender as teacutecnicas peculiares da profissatildeo na marra No entanto satildeo os velhos cinegrafistas - profissionais humildes e experientes que costumam ensinar os primeiros passos Os cinegrafistas tambeacutem satildeo colegas leais Aleacutem de ensinarem telejornalismo de verdade tambeacutem fazem questatildeo de ocultar os erros dos neoacutefitos Os editores jamais percebem as inuacutemeras passagens que os cinegrafistas providencialmente apagam das fitas e da nossa memoacuteria Alguns desses neoacutefitos natildeo eram tatildeo jovens Muitos profissionais da imprensa fizeram a transiccedilatildeo para os encantos da TV graccedilas agrave boa vontade de velhos cinegrafistas

Ao inveacutes de se sentirem agradecidos muitos desses colegas se recusam

a aceitar que aqueles sujeitos simples satildeo tambeacutem jornalistas e que aleacutem de

compartilhar os objetivos da reportagem ensinam agrave nova geraccedilatildeo de jornalistas de

TV inuacutemeras dicas profissionais

Natildeo bastasse esse desrespeito com o profissional de imagem ele ainda

estaacute sujeito a sofrer seacuterios riscos inerentes agrave proacutepria profissatildeo aleacutem de graves

problemas de sauacutede ao utilizar equipamentos pesados e obsoletos e enfrentar um

ritmo estressante de trabalho repetitividade de tarefas longas jornadas e condiccedilotildees

precaacuterias de trabalho

Daiacute a importacircncia de apoiar a luta desses profissionais de imagem que

buscam o creacutedito e o respeito merecidos Eacute uma questatildeo natildeo apenas de direito

mas de reconhecimento Tambeacutem eacute importante observar e condenar as possiacuteveis

represaacutelias aos profissionais que buscam esse reconhecimento

32

Brasil (2004) faz uma comparaccedilatildeo entre os cinegrafistas da Inglaterra e

os do Brasil Enquanto entre noacutes os profissionais lutam pela sobrevivecircncia

aprendem tudo sem qualquer tipo de treinamento especiacutefico e para garantir os seus

direitos devem permanecer anocircnimos na Inglaterra a escola de cinegrafistas da

BBC possibilita a esses profissionais facilidades teacutecnicas um bom sistema de

promoccedilatildeo e cargos Para a promoccedilatildeo dentro da proacutepria categoria os cinegrafistas

ingleses satildeo regularmente enviados ao interior daquele paiacutes para conhecerem as

novas tecnoloacutegicas e teacutecnicas profissionais visando com isso tambeacutem fortalecer os

laccedilos corporativos

33

3 CURSO SUPERIOR PARA FORMACcedilAtildeO DE PROFISSIONAIS DA

AacuteREA

31 DESVALORIZACcedilAtildeO DA PROFISSAtildeO

Como outras inuacutemeras profissotildees tambeacutem o jornalista enfrenta crise no

seu acircmbito de trabalho Para superar a concorrecircncia garantir o seu emprego e

valorizar sua profissatildeo o jornalista de modo geral precisa especializar-se em

determinadas aacutereas e atualizar-se academicamente No mercado atual esse

profissional tem que lidar com o aumento de responsabilidade com o acuacutemulo de

funccedilotildees nas redaccedilotildees aleacutem de ser em geral mal remunerado e sofrer com o

constante risco de ser demitido

Conforme aponta Noblat (2003 p 36)

Exige-se do candidato a uma vaga nas redaccedilotildees que seja profissional completo e polivalente Ele tem de dominar todas as teacutecnicas para o exerciacutecio da profissatildeo manejar os instrumentos capazes de ajudaacute-lo a fazer o melhor trabalho e ter a niacutetida compreensatildeo do seu papel de jornalista multimiacutedia

Em plena era de globalizaccedilatildeo as perspectivas natildeo satildeo as melhores Tem

razatildeo Dizard Jr (2000 p 21) ao afirmar que uma das poucas certezas com que os

novos profissionais de miacutedia podem contar futuramente eacute que teratildeo que lidar com o

impacto das mudanccedilas tecnoloacutegicas e com a intensificaccedilatildeo da demanda por maior

envolvimento intelectual e habilitaccedilatildeo acadecircmica

34

Para o repoacuterter cinematograacutefico e supervisor de cinegrafia da rede Globo

Heacutelio Alvarez concorda que a profissatildeo do repoacuterter cinematograacutefico e fotoacutegrafo eacute

desvalorizada e isto se deve segundo ele ao fato de que a valorizaccedilatildeo profissional

na atualidade se daacute por meio da educaccedilatildeo Enquanto os repoacuterteres geralmente

passaram por uma faculdade e vecircm de uma classe social mais alta os que

trabalham como repoacuterter cinematograacutefico em sua maioria satildeo aqueles que iniciam

carreira fazendo algum trabalho na televisatildeo sendo poucos os que comeccedilam no

jornalismo ndash o que acaba por desvalorizar a funccedilatildeo (Canal da imprensa sd)

32 REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO Eacute JORNALISTA

Noacutes uacuteltimos anos haacute um movimento que luta pelo reconhecimento do

repoacuterter cinematograacutefico como jornalista Duas recentes decisotildees nos tribunais do

paiacutes passaram a reconhecer os direitos desse profissional confirmando as teses

defendidas pela FENAJ (Federaccedilatildeo Nacional dos Jornalistas) e pelos sindicatos de

jornalistas

No ano passado o Tribunal Superior do Trabalho (TST) manteve decisatildeo

do Tribunal Regional do Trabalho do Rio Grande do Sul (TRT da 4ordf Regiatildeo) que

enquadrou como Jornalista um repoacuterter-cinematograacutefico que trabalhou na RBS TV

Santa Rosa Ltda Esse profissional tanto acompanhava repoacuterteres na produccedilatildeo de

reportagens jornaliacutesticas como tambeacutem saiacutea agraves ruas sozinho para produzir

reportagens estabelecidas em pautas previamente solicitadas pelo chefe de

redaccedilatildeo

35

A RBS seguindo a praacutetica infelizmente bastante comum entre as

empresas de televisatildeo sustentava que o trabalhador devia ser enquadrado como

radialista na tentativa de pagar um salaacuterio menor ao profissional uma vez que o

piso de radialista eacute inferior ao de jornalista Outra desvantagem para o profissional eacute

que os radialistas trabalham 8 horas diaacuterias ao contraacuterio de jornalistas que atuam 5

horas por dia O excesso de carga de trabalho vem trazendo problemas de sauacutede

para diversos repoacuterteres cinematograacuteficos enquadrados como radialistas

A Justiccedila do Trabalho firmou decisatildeo no sentido de que o fato de estar

acompanhado de repoacuterter natildeo retira do repoacuterter-cinematograacutefico a condiccedilatildeo de

Jornalista O profissional gauacutecho receberaacute as devidas diferenccedilas salariais retroativas

a 16 de junho de 1998 data que o prejudicado obteve seu registro de jornalista

profissional no Ministeacuterio do Trabalho (Espaccedilo Vital 2005)

Com essa decisatildeo passou a ser possiacutevel que os repoacuterteres

cinematograacuteficos encaminhem agraves Delegacias Regionais do Trabalho pedidos de

enquadramento como jornalistas Aliaacutes os proacuteprios sindicatos devem encaminhar

pedidos de fiscalizaccedilatildeo nas empresas para verificar o enquadramento dos repoacuterteres

cinematograacuteficos

Outro julgamento favoraacutevel ao profissional da aacuterea em comento conforme

divulgaccedilatildeo do FENAJ (2005) refere-se agrave decisatildeo da Terceira Turma do Superior

Tribunal de Justiccedila (STJ) que reconheceu os direitos do repoacuterter fotograacutefico Claacuteudio

Alves Pereira de receber indenizaccedilatildeo por danos materiais e morais devido agraves

inuacutemeras vezes em que o Jornal de Brasiacutelia republicou fotos suas sem creacutedito apoacutes

a sua demissatildeo em julho de 1990

36

Conforme o escritor portuguecircs Pierre Ganz (ANTONIO CARLOS) o

jornalista-repoacuterter de imagens eacute antes de qualquer coisa eacute um jornalista como os

outros Deve saber preparar a sua reportagem efetuaacute-la escrever o seu comentaacuterio

sobre imagens A diferenccedila reside no fato de ele substituir na maioria das vezes a

esferograacutefica pela cacircmera de filmar

Uma cacircmera que ele deveraacute dominar bem mas tambeacutem com a qual vai escrever uma histoacuteria os planos substituindo entatildeo as palavras Uma sintaxe toma o lugar da outra Os teacutecnicos de som de iluminaccedilatildeo e de montagem satildeo-lhe familiares Pode em alguns casos trabalhar sozinho Egrave cada vez mais frequumlente partir em reportagem ou em grande reportagem com equipe reduzida acompanhada apenas por jornalista redator

Eacute mesmo verdade que no meio televisivo uma boa imagem por vezes

substitui um bom texto e ateacute o dispensa Natildeo eacute possiacutevel por exemplo imaginar nos

dias de hoje um noticiaacuterio sobre guerra sem que sejam mostradas imagens E

muitas vezes inspirados nas imagens que os jornalistas produzem seus textos

Sem duacutevida a funccedilatildeo do repoacuterter cinematograacutefico eacute de vital importacircncia

para o jornalismo Uma saiacuteda bastante praacutetica para solucionar o problema desses

profissionais no que se refere agrave ausecircncia de cursos de graduaccedilatildeo seria incluir uma

cadeira sobre o assunto nos cursos de jornalismo Com isso os profissionais da

aacuterea e os interessados em abraccedilar a profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico se

sentiriam motivados a ingressar numa faculdade e quem sabe assim esse

preconceito absurdo seria definitivamente eliminado pondo fim ao estigma de ser

apenas um coadjuvante na confecccedilatildeo da notiacutecia

37

CONCLUSAtildeO

Num momento em que o mundo passa por tantas transformaccedilotildees

decorrentes da evoluccedilatildeo tecnoloacutegica da era da informaccedilatildeo e da globalizaccedilatildeo da

economia o jornalismo profissional ndash seacuterio e bem documentado - ganha relevo em

sua missatildeo de informar opinar e entreter a sociedade em seu cotidiano

A televisatildeo nos dias contemporacircneos pode transmitir ao puacuteblico muito

mais do que o fazia quando foi criada A novidade surgiu em 1923 nos Estados

Unidos e se tornou conhecida no Brasil nos anos 50 De iniacutecio apenas uma

finiacutessima parcela da populaccedilatildeo tinha acesso ao produto e tempos depois

transformou-se num poderoso meio de comunicaccedilatildeo em massa

Para fazer o telejornalismo eacute necessaacuterio uma equipe formada de repoacuterter

cinegrafista redator fotoacutegrafo editor teacutecnicos de som de iluminaccedilatildeo e de

montagens

Diante do exposto natildeo resta duacutevidas de que o repoacuterter cinematograacutefico eacute

antes de qualquer coisa jornalista como os outros Ele deve saber preparar a sua

reportagem efetuaacute-la escrever o seu comentaacuterio sobre imagens

Se eacute certo que ele substitui a esferograacutefica pela cacircmera de filmar tambeacutem

eacute verdade que por meio dela ele escreve uma histoacuteria A diferenccedila eacute que substitui

as palavras pelas imagens que seus olhos treinados conseguem captar

38

Em muitas situaccedilotildees o repoacuterter cinematograacutefico acumula as funccedilotildees dos

teacutecnicos de iluminaccedilatildeo som e montagem trabalhando somente com o jornalista

redator E eacute com base nas imagens captadas que os jornalistas produzem seus

textos

Muitas vezes os cinegrafistas produzem imagens tatildeo impressionantes

que eacute difiacutecil para o jornalista descrevecirc-las com palavras podendo surgir eventuais

conflitos entre os dois

Neste contexto a presente monografia procurou enfocar a importacircncia

deste profissional que para ser reconhecido por seus pares e tambeacutem para ter

oportunidade de aumentar seus conhecimentos e aperfeiccediloar suas teacutecnicas

necessita que seja inserida uma cadeira sobre sua aacuterea nos cursos de graduaccedilatildeo

de jornalismo

Para serem admitidos como jornalistas pelas televisotildees profissionais

exige-se formaccedilatildeo acadecircmica em jornalismo Haacute aqui um paradoxo visto que a

profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico tem sua funccedilatildeo regulamentada pelo Decreto

Lei n 83284 de 13 marccedilo de 1969 que atribui normas para o exerciacutecio da profissatildeo

de jornalista e segundo o qual o repoacuterter cinematograacutefico estaacute inserido como

jornalista que capta imagens para fins jornaliacutesticos

Note-se que a partir do momento em que os cursos de jornalismo

incluiacuterem uma cadeira voltada para a reportagem cinematograacutefica todos os que se

formarem no curso e optarem por esse caminho notadamente seratildeo reconhecidos

como jornalistas

39

Haacute que se considerar a questatildeo dos antigos profissionais da aacuterea

aqueles que conhecem tudo sobre a profissatildeo e conforme dito no decorrer da

presente costumam ensinar os receacutem-formados no iniacutecio de suas carreiras

Eacute injusta a falta de reconhecimento desses profissionais

Tal situaccedilatildeo demonstra que o preconceito em relaccedilatildeo a eles faz parte de

uma cultura arraigada entre os proacuteprios colegas de profissatildeo e que acaba se

estendendo pelos bancos acadecircmicos e que precisa ser trabalhada desmistificada

pois natildeo tem razatildeo de existir

40

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TST confirma repoacuterter cinematograacutefico eacute Jornalista In Espaccedilo Vital Porto Alegre

25 Nov2005 Disponiacutevel em lthttpwwwespacovitalcombrnovoindexphpgt

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REIS JR Antonio O percurso da televisatildeo e do telejornalismo nos anos 70

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ROTHBERG Danilo Olhar panoracircmico Os depoimentos e sua funccedilatildeo no

jornalismo USC ndash Universidade do Sagrado Coraccedilatildeo Anaacutelise de Miacutedia Disponiacutevel

em lthttpwwwuscbranalisedemidiagt Acesso em 11 Abr2006

45

ANEXO I ndash DECRETO Nordm 83284 DE 13 DE MARCcedilO DE 1979

PROFISSAtildeO DE JORNALISTA

Daacute nova regulamentaccedilatildeo ao Decreto-lei nordm 972 de 17 de outubro de 1969 que dispotildee sobre o exerciacutecio da profissatildeo de Jornalista em decorrecircncia das alteraccedilotildees introduzidas pela Lei nordm 6612 de 7 de dezembro de 1978

O Presidente da Repuacuteblica usando da atribuiccedilatildeo que lhe confere o art 81 item

III da Constituiccedilatildeo decreta

Art 1ordm Eacute livre em todo territoacuterio nacional o exerciacutecio da profissatildeo de Jornalista aos que satisfazerem as condiccedilotildees estabelecidas neste Decreto

Art 2ordm A profissatildeo de Jornalista compreende privativamente o exerciacutecio habitual e remunerado de qualquer das seguintes atividades

I - redaccedilatildeo condensaccedilatildeo titulaccedilatildeo interpretaccedilatildeo correccedilatildeo ou coordenaccedilatildeo de mateacuteria a ser divulgada contenha ou natildeo comentaacuterio

II - comentaacuterio ou crocircnica pelo raacutedio ou pela televisatildeo III - entrevista inqueacuterito ou reportagem escrita ou falada IV - planejamento organizaccedilatildeo direccedilatildeo e eventual execuccedilatildeo de serviccedilos

teacutecnicos de Jornalismo como os de arquivo ilustraccedilatildeo ou distribuiccedilatildeo graacutefica de mateacuteria a ser divulgada

V - planejamento organizaccedilatildeo e administraccedilatildeo teacutecnica dos serviccedilos de que trata a aliacutenea ldquoardquo

VI - ensino de teacutecnicas de Jornalismo VII - coleta de notiacutecias ou informaccedilotildees e seu preparo para divulgaccedilatildeo VIII - revisatildeo de originais de mateacuteria jornaliacutestica com vistas agrave correccedilatildeo

redacional e agrave adequaccedilatildeo da linguagem XIX - organizaccedilatildeo e conservaccedilatildeo de arquivo jornaliacutestico e pesquisa dos

respectivos dados para a elaboraccedilatildeo de notiacutecias X - execuccedilatildeo de distribuiccedilatildeo graacutefica de texto fotografia ou ilustraccedilatildeo de

caraacuteter jornaliacutestico para fins de divulgaccedilatildeo XI - execuccedilatildeo de desenhos artiacutesticos ou teacutecnicos de caraacuteter jornaliacutestico para

fins de divulgaccedilatildeo Art 3ordm Considera-se empresa jornaliacutestica para os efeitos deste Decreto-lei

aquela que tenha como atividade a ediccedilatildeo de jornal ou revista ou a distribuiccedilatildeo de noticiaacuterio com funcionamento efetivo idoneidade financeira e registro legal

sect 1ordm Equipara-se agrave empresa jornaliacutestica a seccedilatildeo ou serviccedilo de empresa de radiofusatildeo televisatildeo ou divulgaccedilatildeo cinematograacutefica ou de agecircncia de publicidade onde sejam exercidas as atividades previstas no artigo 2ordm0

sect 2ordm A entidade puacuteblica ou privada natildeo jornaliacutestica sob cuja responsabilidade se editar publicaccedilatildeo destinada a circulaccedilatildeo externa estaacute obrigada ao cumprimento deste decreto relativamente aos jornalistas que contratar

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Art 4ordm O exerciacutecio da profissatildeo de jornalista requer preacutevio registro no oacutergatildeo regional do Ministeacuterio do Trabalho que se faraacute mediante a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash diploma de curso de niacutevel superior de Jornalismo ou de Comunicaccedilatildeo Social habilitaccedilatildeo Jornalismo fornecido por estabelecimento de ensino reconhecido na forma da lei para as funccedilotildees relacionadas nos itens I a IV do artigo 11

IV ndash Carteira de Trabalho e Previdecircncia Social

Paraacutegrafo uacutenico ndash Aos profissionais registrados exclusivamente para o exerciacutecio das funccedilotildees relacionadas nos itens VII a XI do artigo 11 eacute vedado o exerciacutecio das funccedilotildees constantes nos itens I a VII do mesmo artigo

Art 5ordm O Ministeacuterio do Trabalho concederaacute desde que satisfeitas as exigecircncias constantes neste Decreto registro especial ao

I ndash colaborador assim entendido aquele que mediante remuneraccedilatildeo e sem relaccedilatildeo de emprego produz trabalho de natureza teacutecnica cientiacutefica ou cultural relacionando com a sua especializaccedilatildeo para ser divulgado com o nome e qualificaccedilatildeo do autor

II ndash funcionaacuterio puacuteblico titular de cargo cujas atribuiccedilotildees legais coincidam com as mencionadas no artigo 2ordm

III ndash provisionado

Paraacutegrafo uacutenico ndash O registro de que tratam os itens I e II deste artigo natildeo implica o reconhecimento de quaisquer direitos que decorram da condiccedilatildeo de empregado nem no caso do item II dos resultantes do exerciacutecio privado e autocircnomo da profissatildeo

Art 6ordm Para o registro especial de colaborador eacute necessaacuteria a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash declaraccedilatildeo de empresa jornaliacutestica ou que a ela seja equiparada informando do seu interesse pelo registro de colaborador do candidato onde conste a sua especializaccedilatildeo remuneraccedilatildeo contratada e pseudocircnimo se houver

Art 7ordm Para o registro especial de funcionaacuterio puacuteblico titular de cargo cujas atribuiccedilotildees legais coincidam com as mencionadas no artigo 2ordm eacute necessaacuterio a apresentaccedilatildeo de ato de nomeaccedilatildeo ou contrataccedilatildeo para cargo ou emprego com aquelas atribuiccedilotildees aleacutem do cumprimento do que estabelece o artigo 4ordm

Art 8ordm Para o registro especial de provisionado eacute necessaacuterio a apresentaccedilatildeo de

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I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash declaraccedilatildeo fornecida pela empresa jornaliacutestica ou que a ela seja equiparada na qual conste a funccedilatildeo a ser exercida e o salaacuterio correspondente

IV ndash diploma de curso de niacutevel superior ou certificado de ensino de 2ordm grau fornecido por estabelecimento de ensino reconhecido na forma da lei para as funccedilotildees relacionadas nos itens I a VII do artigo 11

V ndash declaraccedilatildeo fornecida pela entidade sindical representativa da categoria profissional com base territorial abrangendo o municiacutepio no qual o provisionado iraacute desempenhar suas funccedilotildees de que natildeo haacute jornalista associado do Sindicato domiciliado naquele municiacutepio disponiacutevel da contrataccedilatildeo

VI ndash Carteira de Trabalho e Previdecircncia Social

sect 1ordm A declaraccedilatildeo de que trata o item V deveraacute ser fornecida pelo Sindicato ao interessado no prazo de 3 dias uacuteteis

sect 2ordm Caso exista profissional domiciliado no municiacutepio disponiacutevel para contrataccedilatildeo o Sindicato comunicaraacute tal fato ao Ministeacuterio do Trabalho no mesmo prazo de 3 dias a contar do pedido de fornecimento da declaraccedilatildeo de que trata o item V

sect 3ordm Caso o Sindicato natildeo forneccedila a declaraccedilatildeo de que trata o item V no prazo mencionado no sect 1ordm o interessado poderaacute instruir seu pedido de registro com o protocolo de apresentaccedilatildeo do requerimento ao Sindicato

sect 4ordm Na hipoacutetese prevista no paraacutegrafo anterior o Ministeacuterio do Trabalho concederaacute ao Sindicato prazo natildeo superior a 3 dias para se manifestar sobre o fornecimento da declaraccedilatildeo caso natildeo tenha ocorrido o fato constante no sect 2ordm

sect 5ordm O registro especial de provisionado teraacute caraacuteter temporaacuterio com duraccedilatildeo maacutexima de trecircs anos renovaacutevel somente com a apresentaccedilatildeo de toda a documentaccedilatildeo prevista neste artigo

Art 9ordm Seraacute efetuado no Ministeacuterio do Trabalho registro dos diretores de empresas jornaliacutesticas que natildeo sendo jornalistas respondem pelas respectivas publicaccedilotildees para o que eacute necessaacuterio a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash prova de registro civil ou comercial da empresa jornaliacutestica com o inteiro teor do seu ato constitutivo

IV ndash prova de depoacutesito do tiacutetulo da publicaccedilatildeo ou da agecircncia de notiacutecias no oacutergatildeo competente do Ministeacuterio da Induacutestria e do Comeacutercio

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V ndash 30 exemplares do jornal ou 12 exemplares da revista ou 30 recortes ou coacutepias de noticiaacuterio com datas diferentes de sua divulgaccedilatildeo

sect 1ordm Tratando-se de empresa nova o Ministeacuterio do Trabalho efetuaraacute registro provisoacuterio com validade por 2 anos tornando-se definitivo apoacutes a comprovaccedilatildeo constante do item V deste artigo

sect 2ordm Natildeo seraacute admitida renovaccedilatildeo ou prorrogaccedilatildeo do prazo de validade do registro provisoacuterio previsto no paraacutegrafo anterior

Art 10ordm Seraacute efetuado no Ministeacuterio do Trabalho registro especial do diretor de empresa natildeo jornaliacutestica sob cuja responsabilidade se editar publicaccedilatildeo destinada agrave circulaccedilatildeo externa ou interna para o que se exigiraacute a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash prova de depoacutesito do tiacutetulo da publicaccedilatildeo no oacutergatildeo competente do Ministeacuterio da Induacutestria e do Comeacutercio

Art 11 ndash As funccedilotildees desempenhadas pelos jornalistas como empregados seratildeo assim classificadas

I - Redator aquele que aleacutem das incumbecircncias de redaccedilatildeo comum tem o encargo de redigir editoriais crocircnicas ou comentaacuterios

II - Noticiarista aquele que tem o encargo de redigir mateacuterias de caraacuteter informativo desprovidas de apreciaccedilotildees ou comentaacuterios preparando-as ou redigindo-as para a divulgaccedilatildeo

III - Repoacuterter aquele que cumpre a determinaccedilatildeo de colher notiacutecias ou informaccedilotildees preparando-as para divulgaccedilatildeo

IV - Repoacuterter de setor aquele que tem o encargo de colher notiacutecias ou informaccedilotildees sobre assuntos predeterminados preparando-as ou redigindo-as para divulgaccedilatildeo

V - Raacutedio-repoacuterter aquele a quem cabe a difusatildeo oral de acontecimento ou entrevista pelo raacutedio ou pela televisatildeo no instante ou no local em que ocorram assim como o comentaacuterio ou crocircnica pelos mesmos veiacuteculos

VI - Arquivista-pesquisador aquele que tem a incumbecircncia de organizar e conservar cultural e tecnicamente o arquivo redatorial procedendo agrave pesquisa dos respectivos dados para a elaboraccedilatildeo de notiacutecias

VII - Revisor aquele que tem o encargo de rever as provas tipograacuteficas de mateacuteria jornaliacutestica

VIII - Ilustrador aquele que tem a seu cargo criar ou executar desenhos artiacutesticos ou teacutecnicos de caraacuteter jornaliacutestico

XIX - Repoacuterter-fotograacutefico aquele a quem cabe registrar fotograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico

X - Repoacuterter-cinematograacutefico aquele a quem cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico

XI - Diagramador aquele a quem compete planejar e executar a distribuiccedilatildeo graacutefica de mateacuterias fotografias ou ilustraccedilotildees de caraacuteter jornaliacutestico para fins de publicaccedilatildeo

Paraacutegrafo uacutenico ndash Os Sindicatos seratildeo ouvidos sobre o exato enquadramento de cada profissional

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Art 12ordm Seratildeo privativas de jornalista as funccedilotildees pertinentes agraves atividades

descritas no artigo 2ordm tais como Editor Secretaacuterio Subsecretaacuterio Chefe de reportagem e Chefe de Revisatildeo

Art 13ordm Natildeo haveraacute incompatibilidade entre o exerciacutecio da profissatildeo de Jornalista e o de qualquer outra funccedilatildeo remunerada ainda que puacuteblica respeitadas a proibiccedilatildeo de acumular cargos e as demais restriccedilotildees de lei

Art 14ordm Seraacute passiacutevel de trancamento o registro profissional do jornalista que sem motivo legal deixar de exercer a profissatildeo por mais de 2 anos

sect 1ordm Natildeo incide na cominaccedilatildeo deste artigo o afastamento decorrente de a) suspensatildeo ou interrupccedilatildeo do contrato de trabalho b) aposentadoria como jornalista c) viagem ou bolsa de estudo para aperfeiccediloamento profissional d) desemprego apurado na forma da Lei nordm 4923 de 23 de dezembro de

1965

sect 2ordm O trancamento seraacute da competecircncia do oacutergatildeo regional do Ministeacuterio do Trabalho de ofiacutecio ou requerimento da entidade sindical representativa da categoria profissional cabendo a esta fazer publicar em oacutergatildeo oficial por trecircs vezes consecutivas e dentro de um interstiacutecio de dois anos a relaccedilatildeo dos jornalistas cujos registros pretende trancar

sect 3ordm Os oacutergatildeos do Ministeacuterio do Trabalho prestaratildeo aos sindicatos representativos da categoria profissional as informaccedilotildees que lhes forem solicitadas especialmente quanto ao registro de admissotildees e dispensas nas empresas jornaliacutesticas realizando as inspeccedilotildees que se tornarem necessaacuterias para a verificaccedilatildeo do exerciacutecio da profissatildeo de jornalista

sect 4ordm O exerciacutecio da atividade em empresa natildeo jornaliacutestica mencionada no artigo 3ordm sect 2ordm natildeo constituiraacute prova suficiente de permanecircncia na profissatildeo se a publicaccedilatildeo e seu responsaacutevel natildeo tiverem registro nos termos deste Decreto

sect 5ordm O registro trancado suspende a titularidade e o exerciacutecio das prerrogativas profissionais mas pode ser revalidado mediante apresentaccedilatildeo dos documentos mencionados nos itens II e III do artigo 4ordm

Art 15ordm O salaacuterio de jornalista natildeo poderaacute ser reajustado nos contratos individuais de trabalho para a jornada normal de 5 horas em base inferior agrave do salaacuterio estipulado para a respectiva funccedilatildeo em acordo ou convenccedilatildeo coletiva de trabalho ou sentenccedila normativa das Justiccedila do Trabalho

Paraacutegrafo uacutenico ndash Em negociaccedilatildeo ou dissiacutedio coletivo poderatildeo os Sindicatos de Jornalistas reclamar o estabelecimento de criteacuterio de remuneraccedilatildeo adicional pela divulgaccedilatildeo de trabalho produzido por jornalistas em mais de um veiacuteculo de comunicaccedilatildeo coletiva

Art 16ordm A admissatildeo de provisionado para exercer funccedilotildees relacionadas nos itens I a VII do artigo 11 seraacute permitida nos municiacutepios onde natildeo existia curso de Jornalismo reconhecido na forma de lei e comprovadamente natildeo haja jornalista domiciliado associado do sindicato representativo da categoria profissional disponiacutevel para contrataccedilatildeo

Paraacutegrafo uacutenico ndash O provisionado nos termos deste artigo poderaacute exercer suas atividades somente no municiacutepio para o qual foi registrado

Art 17ordm Os atuais portadores de registro especial de provisionado poderatildeo exercer suas atividades no Estado onde foram contratados

Art 18 ndash A fiscalizaccedilatildeo do cumprimento dos dispositivos deste Decreto se faraacute na forma do artigo 626 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho sendo aplicaacutevel aos

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infratores multa variaacutevel de 1 a 10 vezes o maior valor de referecircncia fixado de acordo com o artigo 2ordm paraacutegrafo uacutenico da Lei nordm 6205 de 29 de abril de 1975

Paraacutegrafo uacutenico ndash Aos sindicatos representativos da categoria profissional incumbe representar agraves autoridades competentes acerca do exerciacutecio irregular da profissatildeo de Jornalista

Art 19ordm Constitui fraude a prestaccedilatildeo de serviccedilos profissionais gratuitos ou com pagamentos simboacutelicos sob pretexto de estaacutegio bolsa de complementaccedilatildeo convecircnio ou qualquer outra modalidade em desrespeito agrave legislaccedilatildeo trabalhista e a este regulamento

Art 20ordm O disposto neste Decreto natildeo impede a conclusatildeo dos estaacutegios comprovadamente iniciados antes da vigecircncia da Lei nordm 6612 de 7 de dezembro de 1978 os quais entretanto natildeo conferiratildeo por si soacutes direito ao registro profissional

Art 21ordm Este Decreto entra em vigor na data da sua publicaccedilatildeo revogadas as disposiccedilotildees em contraacuterio especialmente os Decretos nordms 65912 de 19 de dezembro de 1969 e 68629 de 18 de maio de 1971

Brasiacutelia 13 de marccedilo de 1979 158ordm da Independecircncia e 91ordm da Repuacuteblica (DO de 13-3-79)

Ernesto Geisel Arnaldo Prieto

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ANEXO II ndash ACOacuteRDAtildeO TST-AIRR-6182001-751-04-401

Acoacuterdatildeo Inteiro Teor NUacuteMERO UacuteNICO PROC AIRR - 6182001-751-04-40 PUBLICACcedilAtildeO DJ - 10022006 Andamento do Processo

PROC Nordm TST-AIRR-6182001-751-04-401 C A C Oacute R D Atilde O 1ordf Turma EMPMs REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO CARACTERIZACcedilAtildeO INDEPENDEcircNCIA NO EXERCIacuteCIO DE SUAS ATIVIDADES REGISTROS DE ASSUNTOS E TEMAacuteTICAS DE INTERESSES JORNALIacuteSTICOS 1 Segundo o Tribunal Regional do Trabalho o Reclamante no exerciacutecio de suas atividades aleacutem de ter acompanhado o repoacuterter entrevistador na produccedilatildeo de mateacuterias fato que por si soacute natildeo lhe retira a condiccedilatildeo de jornalista - e tambeacutem de acordo com depoimentos testemunhais saiacutea agrave rua com a pauta que lhe era dirigida para sozinho produzir as mateacuterias solicitadas pelo empregador o que de acordo com o teor dos dispositivos tidos por vulnerados permite concluir o exerciacutecio da profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico e natildeo simplesmente de operador de cacircmera visto que ao sair agraves ruas para a produccedilatildeo de mateacuterias cumpria seu ofiacutecio obviamente mediante registros de fatos e (ou) assuntos de interesses notadamente jornaliacutestico considerando para tanto a proacutepria natureza da atividade empresarial exercida pela empregadora Inviaacutevel portanto a admissibilidade do recurso de revista em razatildeo da impossibilidade de exame da alegaccedilatildeo de afronta ao Decreto nordm 8413479 visto tratar-se de hipoacutetese natildeo contemplada na letra c do artigo 896 da CLT Por outro lado por violaccedilatildeo dos artigos 2ordm da Lei nordm 661578 e 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 tambeacutem natildeo logra ecircxito a Agravante no intuito de ver autorizado o processamento do recurso de revista No primeiro dispositivo apenas dispotildee-se que o radialista eacute o empregado de radiodifusatildeo exercente de atividades voltadas agrave administraccedilatildeo produccedilatildeo ou teacutecnica No segundo definem-se as profissotildees de repoacuterter e repoacuterter cinematograacutefico salientando-se que a esse uacuteltimo cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico hipoacutetese identificada pelo Regional 2 Agravo de instrumento a que se nega provimento Vistos relatados e discutidos estes autos do Agravo de Instrumento em Recurso de Revista nordm TST-AIRR-6182001-751-04-401 em que eacute Agravante RBS TV SANTA ROSA LTDA e Agravado CLOacuteVIS SANTACATARINA A Reclamada interpotildee agravo de instrumento ao despacho de fls 113-115 mediante o qual foi denegado seguimento ao recurso de revista sob o fundamento de que a decisatildeo decorreu da aplicaccedilatildeo das normas pertinentes uma vez que da situaccedilatildeo faacutetica delineada nos autos natildeo haacute como se extrair ofensa ao artigo 2ordm da Lei nordm 661578 na forma do artigo 896 c da CLT Contraminuta agraves fls 122-124 Natildeo houve remessa dos autos agrave Procuradoria Geral do Trabalho em face da orientaccedilatildeo emanada da Resoluccedilatildeo Administrativa nordm 322 atualmente retratada no artigo 82 do Regimento Interno do Tribunal Superior do

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Trabalho Eacute o relatoacuterio V O T O I CONHECIMENTO Conheccedilo do agravo de instrumento porque regular e tempestivo II MEacuteRITO O Tribunal Regional ao apreciar o recurso ordinaacuterio interposto pela Reclamada no tocante ao reconhecimento da condiccedilatildeo de jornalista ao Reclamante pela Vara do Trabalho decidiu O MM Juiacutezo de primeiro grau acolheu as alegaccedilotildees do reclamante de exerciacutecio de profissatildeo jornaliacutestica de repoacuterter cinematograacutefico condenando a reclamada a pagar diferenccedilas salariais e reflexos Contra esta decisatildeo volta-se a reacute sustentando que o reclamante era operador de cacircmera funccedilatildeo capitulada na profissatildeo de radialista A recorrente tem razatildeo parcialmente Tomando-se a hipoacutetese de confirmar a sentenccedila enquanto reconhece ter o reclamante exercido a funccedilatildeo de repoacuterter cinematograacutefico em todo o contrato existe um marco temporal e juriacutedico que deve ser considerado A funccedilatildeo de repoacuterter cinematograacutefico eacute exclusiva da profissatildeo de jornalista Eacute uma atividade que estaacute reservada aos jornalistas formados assim como estabelecido no DL 97269 O reclamante natildeo demonstra a partir de quando conquistou a diplomaccedilatildeo como jornalista devendo-se considerar apenas pelo que oferecem os autos a data de 16 de junho de 1998 dia em que o reclamante foi registrado no Ministeacuterio do Trabalho como jornalista profissional na funccedilatildeo especiacutefica de repoacuterter cinematograacutefico Considerando que o Ministeacuterio do Trabalho natildeo pode registrar jornalistas natildeo diplomados exceccedilatildeo feita aos provisionados tem-se que o reclamante adquiriu esta condiccedilatildeo nesse dia Antes embora pudesse fazer ou fizesse atividades privativas de jornalistas natildeo pode ser considerado juridicamente como tal Assim em qualquer hipoacutetese de manutenccedilatildeo do reconhecimento da funccedilatildeo de jornaliacutestica esta deve gerar os efeitos pleiteados somente a partir de 16 de junho de 1998 Jaacute quanto a ter exercido ou natildeo funccedilatildeo jornaliacutestica a conclusatildeo eacute de manutenccedilatildeo da sentenccedila Natildeo eacute o fato de estar acompanhado por repoacuterter entrevistador que o cinegrafista perde a condiccedilatildeo de jornalista Trata-se de uma equipe de profissionais jornalistas Um exemplo que melhor ilustra o descabimento da distinccedilatildeo que pretende fazer o apelo eacute a situaccedilatildeo dos fotoacutegrafos ou repoacuterteres fotograacuteficos O fotoacutegrafo sai com a pauta junto com o repoacuterter (ou natildeo e isto tambeacutem acontecia com o reclamante como o reconhecem as testemunhas inclusive trazidas pela reclamada) e enquanto o repoacuterter investiga os dados necessaacuterios para a mateacuteria o fotoacutegrafo registra as cenas mas nem por isto eacute rebaixado da condiccedilatildeo de jornalista para dir- se-ia operador de cacircmera fotograacutefica O que se pode discutir seria o interesse jornaliacutestico das mateacuterias cobertas pelo jornalista reclamante Com efeito os comerciais produzidos e gravados pelo autor natildeo tecircm esse interesse e os eventos promocionais da reclamada recebem dela mesma uma atribuiccedilatildeo desse interesse embora natildeo o tenha imediata e objetivamente mas para efeitos do trabalho executado pelo reclamante deve ser considerado um trabalho jornaliacutestico Foi correta a decisatildeo natildeo merecendo qualquer reparo a natildeo ser o juriacutedico-temporal jaacute mencionado Nesta perspectiva o provimento do recurso eacute parcial (fls 97-99) Ao interpor o recurso de revista a Empresa alegou que o Reclamante na condiccedilatildeo de operador de cacircmera e operador de cacircmera de unidade portaacutetil externa acompanhando o repoacuterter como reconheceu o Regional natildeo pode ser

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enquadrado como jornalista porquanto ao repoacuterter eacute dado cumprir a determinaccedilatildeo de coletar notiacutecias ou informaccedilotildees e elaboraacute-las a fim de viabilizar posterior divulgaccedilatildeo e ao repoacuterter-cinematograacutefico cabe registrar cinematograficamente fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico razatildeo pela qual entende que a atividade do Reclamante eacute proacutepria de radialista categoria agrave qual pertencia Acrescenta que o artigo 2ordm da Lei nordm 661578 estabelece considera-se radialista o empregado de Radiodifusatildeo que exerccedila uma das funccedilotildees em que se desdobram as atividades mencionadas no artigo 4ordm ou seja operador de cacircmara e operador de cacircmara de unidade portaacutetil externa cuja regulamentaccedilatildeo profissional consta do Decreto nordm 8413479 e as atribuiccedilotildees do Quadro Anexo do mesmo decreto item II letra c nordm 3 com a seguinte redaccedilatildeo encarrega-se da gravaccedilatildeo de mateacuteria distribuiacuteda pelo Supervisor de Operaccedilotildees planifica e orienta o entrevistador repoacuterter e iluminador no que se refere aos aspectos teacutecnicos de seu trabalho suas atividades envolvem tanto a gravaccedilatildeo como a geraccedilatildeo de som e imagem atraveacutes de equipamentos eletrocircnico portaacutetil de TV Fundamenta o apelo em violaccedilatildeo dos artigos 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 2ordm da Lei nordm 661578 e do Decreto nordm 8413479 e Quadro Anexo do mesmo decreto item II letra c nordm 3 Inicialmente deve-se registrar a impossibilidade de exame da alegaccedilatildeo de afronta ao Decreto nordm 8413479 visto tratar-se de hipoacutetese natildeo contemplada na letra c do artigo 896 da CLT No tocante agrave ofensa aos artigos 2ordm da Lei nordm 661578 e 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 tambeacutem natildeo logra ecircxito a Agravante no intuito de ver autorizado o processamento do recurso de revista No primeiro dispositivo apenas dispotildee-se que o radialista eacute o empregado de radiodifusatildeo exercente de atividades voltadas agrave administraccedilatildeo produccedilatildeo ou teacutecnica No segundo definem-se as profissotildees de repoacuterter e repoacuterter cinematograacutefico salientando-se que a esse uacuteltimo cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico Ora dos termos da decisatildeo impugnada via recurso de revista nada haacute que conflite com tais dispositivos legais Afinal segundo o Tribunal Regional do Trabalho o Reclamante no exerciacutecio de suas atividades aleacutem de ter acompanhado o repoacuterter entrevistador na produccedilatildeo de mateacuterias fato que por si soacute natildeo lhe retira a condiccedilatildeo de jornalista - tambeacutem de acordo com depoimentos testemunhais saiacutea agrave rua com a pauta que lhe era dirigida para sozinho produzir as mateacuterias solicitadas pelo empregador o que de acordo com o teor dos dispositivos tidos por vulnerados permite concluir pelo exerciacutecio da profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico e natildeo simplesmente de operador de cacircmera visto que ao sair agraves ruas para a produccedilatildeo de mateacuterias cumpria seu ofiacutecio obviamente mediante registros de fatos e (ou) assuntos de interesses notadamente jornaliacutestico considerando para tanto a proacutepria natureza da atividade empresarial exercida pela empregadora Por esses fundamentos nego provimento ao agravo de instrumento ISTO POSTO ACORDAM os Ministros da Primeira Turma do Tribunal Superior do Trabalho por unanimidade negar provimento ao agravo de instrumento Brasiacutelia 9 de novembro de 2005 EMMANOEL PEREIRA Ministro Relator

NIA 3981288

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DEDICATOacuteRIA

Dedico esta monografia a todas as pessoas que me ajudaram nessa jornada principalmente a minha esposa Nilsoneides minhas filhas Fernanda Camila e Renata meus pais irmatildeos que sempre me encorajaram durante toda essa caminhada satildeo eles os responsaacuteveis pelo sucesso alcanccedilado

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AGRADECIMENTOS

Agradeccedilo primeiramente ao nosso mestre Deus pelo dom da vida Aos meus professores pelo incentivo e companheirismo Aos colegas que durante todos esses anos nos ajudaram a suportar todos os obstaacuteculos ocorridos no curso e em especial o orientador nosso professor e amigo Luiz Claacuteudio Ferreira a quem temos profunda admiraccedilatildeo respeito e atenccedilatildeo pelos trabalhos desenvolvidos

5

ldquoO que adquire entendimento ama sua

alma o que conserva a inteligecircncia acha o bemrdquo

Proveacuterbios 198

6

RESUMO

A presente monografia tem por finalidade preciacutepua destacar a importacircncia das funccedilotildees do repoacuterter cinematograacutefico para o telejornalismo mostrando que natildeo tem fundamento a duacutevida que paira por parte de outros profissionais como os repoacuterteres de que ele natildeo seria jornalista Conforme seraacute aqui exposto o proacuteprio TST (Tribunal Superior do Trabalho) proferiu acoacuterdatildeo afirmando que tanto o repoacuterter cinematograacutefico satildeo jornalistas cabendo a este ultimo ldquoregistrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutesticordquo Aleacutem disto o Decreto n 83284 de 13 de marccedilo de 1979 que regula a profissatildeo do jornalista prevecirc em seu artigo 11 inciso X que o repoacuterter cinematograacutefico desempenha uma das funccedilotildees do jornalista assim como o repoacuterter o redator o revisor o ilustrador dentre outros O problema que causa a desvalorizaccedilatildeo desta profissatildeo consiste na falta de possibilidade desses profissionais se especializarem e se atualizarem academicamente A soluccedilatildeo mais raacutepida seria a inserccedilatildeo de uma cadeira nessa aacuterea nos cursos superiores de Jornalismo

Palavras-chave repoacuterter cinematograacutefico telejornalismo jornalismo

7

ABSTRACT

The present monograph has main purpose to detach the importance of the functions of the cinematographic reporter of the television periodical being shown that it does not have bedding the doubt that hangs on the part of other professionals as the reporters of that it would not be journalist As here it wil be displayde the proper TST ( Superior Court of the Work) pronounced sentence affirming that as much the reporter how much the cinematographic reporter is journalists fitting to this last one ldquo to register of cinematographic form any facts or subjects of journalistic interestrdquo Moreover Decree n 83284 of 13 of March of 1979 that it regulates the profession of the journalist foreseein its article 11 interpolated proposition X that the cinematographic reporter plays one of the functions of the journalist as well as the reporter the editor the copyholder the ilustrador amongst others The problem that cause the depreciation of this profession consists of the lack of possibility of these professionals if to specialize and if to bring up to date through universiy courses The solution fastest would be the insertion of a chair in this area in the superior courses of Journalism

Keywords cinematographic reporter telejornalismo journalism

8

SUMAacuteRIO

INTRODUCcedilAtildeO 9

1 HISTOacuteRIA DO TELEJORNALISMO NO BRASIL 133

11 ABORDAGEM GERAL 133

121 Rede Tupi 177

122 Rede Excelsior 177

123 TV Record 177

124 TV Cultura 188

125 TV Globo 188

126 TV Bandeirantes 19

127 TV Gazeta 19

128 SBT 200

13 O PERCURSO DO TELEJORNALISMO NOS ANOS 70 211

2 REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO 233

21 O PAPEL DO JORNALISTA 233

22 O REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO 288

3 CURSO SUPERIOR PARA FORMACcedilAtildeO DE PROFISSIONAIS DA AacuteREA 333

31 DESVALORIZACcedilAtildeO DA PROFISSAtildeO 333

32 REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO Eacute JORNALISTA 344

CONCLUSAtildeO 377

REFEREcircNCIAS 400

ANEXO I ndash DECRETO Nordm 83284 DE 13 DE MARCcedilO DE 1979 455

ANEXO II ndash ACOacuteRDAtildeO TST-AIRR-6182001-751-04-401 511

9

INTRODUCcedilAtildeO

No dia 02 de setembro comemora-se o dia do repoacuterter cinematograacutefico

que eacute o profissional de televisatildeo incumbido de captar imagens que iratildeo enriquecer

as notiacutecias dos telejornais

Como eacute fundamental a imagem no cenaacuterio televisivo eacute faacutecil perceber a

importacircncia deste profissional para o telejornalismo No entanto como natildeo existem

ainda cursos acadecircmicos para a formaccedilatildeo desse profissional os proacuteprios colegas

adotam uma postura preconceituosa e bastante injusta

Pelo fato de possuiacuterem niacutevel teacutecnico o repoacuterter cinematograacutefico estaacute bem

distante de ser apenas um operador de cacircmera ao contraacuterio do que pensam alguns

desinformados Esse profissional vezes sem conta arrisca sua proacutepria vida para

mostrar ao mundo as imagens que tanto emocionam

Imagens da natureza de guerra de obras artiacutesticas de crimes de boas

accedilotildees humanas de cataacutestrofes imagens que comovem e as que revoltam imagens

que trazem alegria ou sofrimento imagens que elevam a alma e as que causam dor

ou pacircnico E todas elas costumam ser mostradas sem que tenhamos conhecimento

do nome do profissional que as captou

Eacute reconhecida a importacircncia do telejornalismo no sentido de levar agraves

famiacutelias brasileiras informaccedilatildeo cultura e notiacutecias do paiacutes e do mundo O que tem

10

sido objeto de discussatildeo eacute a forma como cada emissora transmite a mensagem

Analisando por exemplo notiacutecias internacionais que satildeo fornecidas por agecircncias

especializadas contratadas e que informam distribuem e divulgam as notiacutecias para o

mundo da mesma forma e com as mesmas imagens o cunho diferencial dado agraves

notiacutecias vai ser determinado pelo tratamento que cada emissora ou editor decidir e

que pode ser influenciado por questotildees poliacuteticas soacutecio-culturais contratos (de

leitura de emissoras de publicidade ou de mercado)

Eacute justamente aiacute que se reconhece o poder da imagem que afinal eacute o

grande diferencial do telejornalismo mais atraente do que o jornalismo por raacutedio ou

impresso Como diz um proveacuterbio chinecircs ldquouma imagem vale mais do que mil

palavrasrdquo Se o indiviacuteduo tem discernimento e ideacuteias proacuteprias natildeo vai ser facilmente

levado pelo subtexto embutida em certas informaccedilotildees noticiadas

Note-se que natildeo eacute nosso interesse tecer criacuteticas ao telejornalismo Trata-

se de um veiacuteculo de informaccedilatildeo que como qualquer outro apresenta vantagens e

desvantagens O que se pretende aqui eacute chamar a atenccedilatildeo para a importacircncia da

imagem e seu poder de transmitir o que realmente acontece Nos dias de hoje eacute

possiacutevel ateacute assistir a guerras pela televisatildeo como ocorreu na guerra do Iraque E

para quem a acompanhou e assistiu tambeacutem noticiaacuterios diferentes pode perceber

claramente as diferenccedilas de opiniotildees e declaraccedilotildees tanto eacute que essa guerra foi

chamada de ldquoguerra de informaccedilotildeesrdquo

Sendo tatildeo importante a imagem que se transmite igualmente importante

eacute a funccedilatildeo do jornalista cinematograacutefico que se submete em qualquer horaacuterio a

enfrentar condiccedilotildees climaacuteticas adversas lugares sem qualquer proteccedilatildeo arriscando

11

a vida vezes sem conta para mostrar vulcotildees em erupccedilatildeo tsunamis cachoeiras em

penhascos cumes de montanhas tiroteios e guerras a beleza e o perigo da vida

selvagem e tantas outras imagens que apenas satildeo possiacuteveis chegarem ateacute as

pessoas normais devido ao seu trabalho

Uma pesquisa realizada junto ao Sindicato dos Jornalistas Profissionais

do Distrito Federal aponta que num universo de aproximadamente 400 profissionais

atuando na aacuterea de filmagens cerca de apenas 30 deles tem seu registro

profissional junto ao oacutergatildeo de classe

Lutando pelo respeito e reconhecimento de outros profissionais os

repoacuterteres cinematograacuteficos precisam ser mais unidos se sindicalizarem no intuito

de fortalecer a categoria na luta por melhorias no exerciacutecio da funccedilatildeo

Devido agrave escassez de literatura sobre o assunto a presente monografia

foi desenvolvida com base em entrevistas com profissionais da aacuterea do

telejornalismo com artigos publicados na Internet e por meio de informaccedilotildees

disponibilizadas pelo Sindicato dos Jornalistas e pela Federaccedilatildeo Nacional dos

Jornalistas (FENAJ)

Encontra-se estruturada em trecircs capiacutetulos distintos sendo que o primeiro

deles se dedica a discorrer sobre os diversos aspectos que envolvem a histoacuteria do

telejornalismo brasileiro dando destaque ao percurso do telejornalismo na fase do

seu apogeu na deacutecada de 70 com os principais noticiaacuterios produzidos e

transmitidos pela Rede Tupi Rede Excelsior TV Record TV Cultura Rede Globo

TV Bandeirantes Gazeta e SBT

12

O segundo capiacutetulo versa sobre o papel do jornalista ndash seja ele repoacuterter

fotoacutegrafo cinegrafista redator ou editor ndash e a importacircncia de seu trabalho na

construccedilatildeo da cidadania trazendo inclusive conceitos tecidos pelos proacuteprios

profissionais aleacutem de mencionar algumas das dificuldades que encontram no

mercado de trabalho Tambeacutem eacute mostrado como se daacute a regulamentaccedilatildeo da

profissatildeo de jornalista que eacute obrigatoacuteria tendo em vista que o exerciacutecio ilegal dessa

profissatildeo constitui crime

Em toacutepico apartado satildeo mencionadas as caracteriacutesticas da profissatildeo do

repoacuterter cinematograacutefico de como ocorre sua formaccedilatildeo quais as formas de atuaccedilatildeo

os riscos profissionais a que se sujeita e trata tambeacutem da questatildeo do preconceito de

colegas que injustamente natildeo o considera jornalista

Por fim o terceiro capiacutetulo trata da necessidade de haver um curso

superior para a formaccedilatildeo desses profissionais que certamente iraacute trazer inuacutemeras

vantagens desde a reciclagem do conhecimento e o aprendizado de novas teacutecnicas

como o combate agrave desvalorizaccedilatildeo da profissatildeo visto que apesar de muitos

discordarem o repoacuterter cinematograacutefico tambeacutem eacute jornalista

13

1 HISTOacuteRIA DO TELEJORNALISMO NO BRASIL

11 ABORDAGEM GERAL

O primeiro telejornal brasileiro foi ldquoImagens do Diardquo que foi ao ar em 19

de setembro de 1950 pela emissora TV Tupi de Assis Chateaubriand (Diaacuterios

Associados) Ao longo de um ano esse telejornal tinha um formato simples liderada

pelo locutor Rui Resende que produzia e redigia os textos a serem noticiados sendo

que algumas notas vinham acompanhadas de imagens sem som feitas em filme

preto e branco (Mundo da TV sd)

Vale destacar o primeiro telejornal de grande sucesso na televisatildeo

brasileira que foi o ldquoRepoacuterter Essordquo que foi ao ar tambeacutem atraveacutes da emissora Tupi

durante 17 anos (entre 1953 a 1970) Esse programa tinha como vinheta de abertura

a frase ldquoAqui fala o seu Repoacuterter Esso testemunha ocular da Histoacuteriardquo apresentado

por dois destacados locutores de raacutedio Kalil Filho e depois Gontijo Teodoro

Entre 1960 a 1964 a TV Excelsior revolucionou a televisatildeo brasileira

marcada principalmente com a introduccedilatildeo de dois programas de telejornalismo o

primeiro foi o ldquoTele Notiacuteciasrdquo que inovou com o ldquotoprdquo de cinco segundos e o ldquoJornal

de Vanguardardquo que revolucionou o conceito de noticiaacuterio (THELL sd)

14

O ldquoJornal de Vanguardardquo foi lanccedilado em setembro de 1963 pelas matildeos

de Fernando Barbosa Lima e que se transformou em um show de notiacutecias uma

grande revoluccedilatildeo na linguagem e no espiacuterito do telejornalismo com muita

criatividade e inteligecircncia Ao inveacutes de buscar profissionais do raacutedio esse jornal

formou sua base por jornalistas que vinham da imprensa escrita entrava no ar por

volta das 22h30 ao vivo com muitos apresentadores Tinha desenhistas

humoristas comentaristas poliacuteticos comentarista internacional e cronistas Esse

jornal comeccedilou na TV Excelsior passou pela Tupi e pela Globo e foi morrer na TV

Rio em protesto pela censura imposta com o Ato Institucional n 5 (THELL sd)

Em setembro de 1969 a Rede Globo de Televisatildeo trouxe o ldquoJornal

Nacionalrdquo criado por Armando Nogueira que estreou em setembro daquele ano

com inuacutemeras inovaccedilotildees tecnoloacutegicas importadas dos EUA Rapidamente esse

programa tornou-se liacuteder de audiecircncia e referecircncia da imprensa nacional

apresentando reportagens em cores reportagens internacionais via sateacutelite e em

tempo real (ao vivo) seguindo um formato dos telejornais americanos (estilo de

linguagem narrativa e figura do repoacuterter)

Segundo Armando Nogueira diretor da Central Globo de Jornalismo agrave

eacutepoca da criaccedilatildeo do telejornal o Jornal Nacional foi pedra de toque de um projeto

muito ambiciosa que previa a geraccedilatildeo de uma programaccedilatildeo uniforme para todo o

Brasil de modo que a emissora fez largo uso da tecnologia iniciando o emprego dos

sateacutelites para a difusatildeo de notiacutecias e visando maior alcance de suas fontes nacionais

e internacionais (KOSMINSKY 2002)

15

Mais tarde em 1977 a Globo Satildeo Paulo estreou um jornal de serviccedilo o

ldquoBom Dia Satildeo Paulordquo que permanece no ar nos dias atuais de segunda a sexta agraves

7h da manhatilde Vale destacar as novas tecnologias introduzidas como a UPJ

(Unidade Portaacutetil de Jornalismo) com repoacuterteres entrando ao vivo de vaacuterios pontos

da cidade transmitindo informaccedilotildees de serviccedilo como tempo tracircnsito movimentaccedilatildeo

da cidade aeroporto etc O sucesso foi tatildeo grande que em 1983 foi lanccedilado em rede

nacional o ldquoBom Dia Brasilrdquo que desde entatildeo vai ao ar logo apoacutes o ldquoBom Diardquo de

cada praccedila com o noticiaacuterio poliacutetico gerado em Brasiacutelia

Em 1988 foi lanccedilado o ldquoTJ Brasilrdquo pelo Sistema Brasileiro de Televisatildeo-

SBT tambeacutem inspirado no formato americano ao inovar com a emblemaacutetica figura

do acircncora Boris Casoy que saiu do jornal impresso e logo se acertou com a TV

conquistando seu espaccedilo e seu puacuteblico Em meados de 1997 Casoy assinou

contrato com a TV Record

Conforme Squirra (1994) em palestra realizada no II Congresso Brasileiro

de Jornalismo de Liacutengua Portuguecircs

ldquoO modelo ancorado com Boris Casoy foi colocado no ar em 1988 e desde o primeiro momento levou agraves residecircncias brasileiras um formato novo com um padratildeo de qualidade esteacutetica que definitivamente fugia daquele global que adotava cegamente as premissas de juventude e beleza para seus apresentadores de telejornais Que natildeo satildeo jornalistas por formaccedilatildeo profissional Boris Casoy neste particular tambeacutem representa um novo paradigma Aleacutem de ser jornalista sua identidade popular - tinha se tornado amplamente conhecido na TV a partir dos primeiros debates poliacuteticos como representante de um jornal impresso a Folha de SPaulo - seu carisma -soube explorar uma imagem segura independente e madura- e independecircncia televisivos -natildeo representava uma emissora de TV- propiciaram que ele viesse a ter respaldo para implantar um modelo ineacutedito no telejornalismo do paiacutes E trouxe aos lares um produto hiacutebrido na missatildeo de ancorar um telejornal a emissatildeo clara de opiniatildeo no ar ()rdquo

16

No periacuteodo compreendido entre 1992 e 1993 o jornal de Boris Casoy

superou em audiecircncia o Jornal Nacional da Rede Globo de forma que 594 do

puacuteblico ABC estavam com o TJ Brasil

Tambeacutem integra a histoacuteria do telejornalismo no Brasil o ldquoJornal da Bandrdquo

exibido pela TV Bandeirantes desde 1997 igualmente influenciado pelos costumes

americanos apresentado inicialmente por Paulo Henrique Amorim com um estilo

forte e opinativo com informaccedilotildees exclusivas e ao vivo Atualmente esse telejornal

tem como acircncora o jornalista Carlos Nascimento (Mundo da TV sd)

Uma pesquisa realizada pelo Ibope em 1980 demonstrou que o

telejornalismo eacute a mais importante e acessiacutevel fonte de informaccedilatildeo da populaccedilatildeo

onde 73 do puacuteblico pesquisado tinham acesso agrave televisatildeo Os telejornais foram

identificados como o tipo de programa preferido por 874 dos homens e o segundo

preferido de 713 das mulheres Conforme mateacuteria publicada pela revista Exame

em agosto de 2002 a TV eacute hoje o uacutenico meio de informaccedilatildeo e entretenimento para

40 da populaccedilatildeo (GUROVITZ 2002 p 46-58)

17

12 PROGRAMAS JORNALIacuteSTICOS NAS DIVERSAS EMISSORAS DE

TV

A seguir seratildeo listados os principais telejornais que foram ao ar pelas

diversas emissoras de televisatildeo do paiacutes

121 Rede Tupi

A partir de 1951 a Rede Tupi (19501980) exibia ldquoDiaacuterio de Satildeo Paulo na

TVrdquo ldquoEdiccedilatildeo Extrardquo e ldquoTelejornal Brahmardquo

Em 1952 apresentava o ldquoRepoacuterter Essordquo o ldquoTelejornal Tupirdquo e

ldquoTelenotiacutecias Panairrdquo

Em 1965 estreou ldquoUltra Notiacuteciasrdquo

Em 1979 um de seus uacuteltimos programas foi o ldquoAqui e Agorardquo com 6

horas de duraccedilatildeo e direccedilatildeo de Wilton Franco extinto no ano seguinte pelo governo

122 Rede Excelsior

A Rede Excelsior (19601964) estreou em 1960 o ldquoTele Notiacuteciasrdquo e em

1963 ldquoA Marcha do Mundordquo e o ldquoJornal da Vanguardardquo

123 TV Record

A TV Record (1953) inseriu em sua programaccedilatildeo na aacuterea de

telejornalismo diversos programas valendo destacar

- ldquoTempo de Notiacuteciasrdquo (1972)

18

- ldquoCidade Alertardquo (1995)

- ldquoFala Brasil (1998)

- ldquoEdiccedilatildeo de Notiacuteciasrdquo (2003)

- ldquoTudo a Verrdquo (2004)

- ldquoRecord RJrdquo ldquoRecord SPrdquo e ldquoRio de Janeiro no Arrdquo (2005)

124 TV Cultura

Dentre os programas de telejornais introduzidos pela TV Cultura (1969)

vale destacar

- ldquoA Hora da Notiacuteciardquo (1972)

- ldquoConversa Afiadardquo (1999)

- ldquoMateacuteria Puacuteblicardquo (2002)

- ldquoBoletim Culturardquo e ldquoPrimeira Paacuteginardquo (2005)

125 TV Globo

No ar desde 1968 a TV Globo editou inuacutemeros programas

telejornaliacutesticos com destaque para

- ldquoTele Globordquo (1965)

- ldquoUltranotiacuteciasrdquo (1966)

19

- ldquoJornal da Globordquo (1967)

- ldquoJornal Nacionalrdquo (1969)

- ldquoJornal Hojerdquo (1971)

- ldquoBom dia Satildeo Paulordquo (1977)

- ldquoJornal da Globordquo (1979)

- ldquoSPTVrdquo ldquoRJTVrdquo ldquoBom dia Brasilrdquo (1983)

- ldquoGlobo Notiacuteciardquo (2005)

126 TV Bandeirantes

Pela TV Bandeirantes no ar desde 1967 vale destacar os seguintes

telejornais

- ldquoTitulares da Notiacuteciardquo (1969)

- ldquoBand News na Bandrdquo e ldquoBrasil Urgenterdquo (2001)

- e ldquoPrimeiro Jornalrdquo (2005)

127 TV Gazeta

Mais recentemente a TV Gazeta (1970) levou ao ar

- o ldquoJornal Gazetardquo o ldquoMercadordquo e ldquoPrimeira Paacuteginasrdquo todos estreados

em 2001

20

- em 2002 introduziu o ldquoJornal Gazeta 2ordf ediccedilatildeordquo e

- em 2003 o ldquoGazeta On-linerdquo

128 SBT

O Sistema Brasileiro de Televisatildeo no ar desde 1981 tem na histoacuteria do

telejornalismo da emissora os seguintes programas

- ldquoNoticentrordquo (1981)

- ldquo24 Horasrdquo (1982)

- ldquoCidade 4rdquo (1986)

- ldquoTJ Brasilrdquo ldquoTJ Noiterdquo e ldquoTJ Satildeo Paulordquo (1988)

- ldquoJornal do SBTrdquo ldquoAqui e Agorardquo (1991)

- ldquoAqui Brasilrdquo (1993) ldquoSBT Notiacuteciasrdquo (1995)

- ldquoJornal do SBTCBS Telenotiacuteciasrdquo (1997)

- ldquoNotiacutecias do Diardquo e ldquoNoticidaderdquo (1998)

- ldquoTJ Manhatilderdquo (2001)

- ldquoSBT Brasilrdquo (2005) dentre outros

21

13 O PERCURSO DO TELEJORNALISMO NOS ANOS 70

Em seu trabalho de dissertaccedilatildeo de mestrado defendido na Escola de

Comunicaccedilotildees e Artes da Universidade de Satildeo Paulo Antonio Reis Jr (2003) nos

mostra que no iniacutecio da deacutecada de 70 o campo cinematograacutefico sofreu dispersatildeo do

grupo de cineastas que integravam o Cinema Novo devido agrave repressatildeo poliacutetica poacutes

Ato Institucional n 5 em 1968 Com a criaccedilatildeo da Embrafilme em 1969 as novas

demandas do mercado cultural assim como o acirramento dos debates esteacuteticos

formou-se um novo quadro de atuaccedilatildeo para os cinegrafistas que se descortinou

com o esfacelamento do Cinema Novo com a expansatildeo da induacutestria cultural do

consumo dos bens simboacutelicos no paiacutes e com o surgimento de novos esquemas de

produccedilatildeo e projetos culturais

Nesse cenaacuterio de cerceamento controle e censura da produccedilatildeo cultural

diversos cineastas vislumbraram a possibilidade de trabalhar em algumas emissoras

de TV e como o telejornalismo foi o programa de maior impacto nesse meio de

comunicaccedilatildeo em massa surgiu assim o nosso repoacuterter cinematograacutefico

Desde sua primeira exibiccedilatildeo em rede nacional em 1ordm de setembro de

1969 o Jornal Nacional da Rede Globo apresentou um formato proacuteprio para

transmitir notiacutecias onde ldquoo telejornal era capaz de abordar no mesmo tom e com a

mesma inconsequumlecircncia notiacutecias banais e outras de extrema importacircncia para o

espectador conferindo um mesmo tratamento a fatos relevantes e irrelevantesrdquo Em

plena eacutepoca de ditadura tal fato revela a cumplicidade dessa emissora para com os

militares apresentando um telejornal com moderna engenharia eletrocircnica e que

adotava a maacutescara do paiacutes ldquoem desenvolvimentordquo do milagre econocircmico

22

propagando imagens de um paiacutes com o povo bonito onde natildeo existia fome miseacuteria

pobreza

Contudo nesse mesmo periacuteodo surgiu a TV Cultura com a programaccedilatildeo

mais voltada para a realidade brasileira e que criou em 1972 o telejornal ldquoA Hora da

Notiacuteciardquo pobre em recursos mas combativo liacuteder de audiecircncia desta emissora

seguia em caminho inverso agraves fantasias institucionais e agrave alienaccedilatildeo dos noticiaacuterios

da eacutepoca

Em 1975 o jornalista Vladimir Herzog assumiu a direccedilatildeo da TV Cultura

apresentando proposta para tornar o telejornalismo em um instrumento de diaacutelogo

com o puacuteblico combatendo a atitude servil diante do governo com uma poliacutetica de

programaccedilatildeo visando objetivos prioritaacuterios relacionados com a realidade do puacuteblico

que pretendia atingir Poreacutem nesse mesmo ano Herzog foi preso interrogado

torturado e morto sucumbindo o projeto de renovaccedilatildeo do telejornalismo na TV

brasileira

Mas em seguida apesar de o Jornal Nacional manter estreita ligaccedilatildeo com

a ditadura surgiu na Rede Globo o Globo Repoacuterter originaacuterio da seacuterio Globo Shell ndash

o uacutenico programa da emissora produzido com material cinematograacutefico e que teve o

meacuterito de fazer passar informaccedilotildees boicotadas pelos demais telejornais ndash

caracterizado por abordar temas polecircmicos e questotildees sociais justamente em um

periacuteodo em que esses assuntos eram proibidos e vetados pela Censura Federal

Esse estilo despojado e independente de fazer documentaacuterios perdurou entre 1976

a 1983

23

2 REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO

21 O PAPEL DO JORNALISTA

Nos dias de hoje o jornalista assim como outros profissionais de

imprensa enfrenta inuacutemeras dificuldades no mercado de trabalho ndash fato que exige

dele atenccedilatildeo para que se mantenha sempre atualizado e se preocupe com a

questatildeo da formaccedilatildeo e da qualificaccedilatildeo

De acordo com a Comissatildeo de Revisatildeo dos Registros de Jornalistas

Profissionais (Portaria MTb n 548 de 140695) todos os jornalistas profissionais do

paiacutes precisam efetuar a revisatildeo do seu Registro Profissional junto ao seu sindicato

para alterar o nuacutemero do Registro anotado na carteira de trabalho Tal procedimento

visa invalidar a grande quantidade de documentos irregulares

Na composiccedilatildeo alfanumeacuterica do novo registro seraacute adotada a sigla de

duas letras do alfabeto que identificam o Estado de origem seguida dos algarismos

a partir de 00001 e mais duas letras que qualificam a natureza da funccedilatildeo na qual o

jornalista foi registrado As letras qualificadoras da natureza da funccedilatildeo para titular

de registro funccedilatildeo de repoacuterter-cinematograacutefico eacute RC Exercer atividades de

jornalista com registro precaacuterio constitui crime de exerciacutecio ilegal da profissatildeo

(Sindicato dos Jornalistas 2006)

24

Para ilustrar melhor o papel do jornalismo a seguir iremos elencar as

definiccedilotildees formuladas por diversos profissionais da aacuterea publicadas no site Enfato ndash

Comunicaccedilatildeo Empresarial (2006)

ldquoO jornalista eacute o(a) profissional que faz mais do que apenas reportar o que acontece ele(a) estabelece viacutenculos entre os fatos correntes e passados provocaestimula o raciociacutenio do telespectadorleitorouvinte e procura ainda extrair disso tudo alguma perspectiva que sinalize o futuro Sua atividade eacute ainda mais difiacutecil do que parece eacute indispensaacutevel que este(a) profissional desempenhe sua tarefa com absoluta noccedilatildeo de seus princiacutepios eacuteticos sem se deixar contaminar por influecircncias poliacuteticas ou interesses pessoais Soacute assim seu relato teraacute credibilidade ndash a uacutenica moeda de real valor para quem abraccedilou esta profissatildeo Aliaacutes natildeo eacute agrave toa que a classe de espiacuterito tatildeo nobre seja tatildeo vilipendiada por aqueles que detecircm o controle das empresas de comunicaccedilatildeordquo Claudio Lessa colunista do site Direto da Redaccedilatildeo

ldquoSer jornalista hoje eacute e cada vez seraacute mais permitir ao leitor entender os fatos muito mais do que simplesmente tomar conhecimento deles Durante deacutecadas ser jornalista era correr atraacutes de furo dar informaccedilotildees sobre um fato que era desconhecido de todos Eu acho que hoje o nosso desafio estaacute em permitir que o leitor entenda os fatos pois existe uma avalanche de informaccedilotildeesrdquo Eugecircnio Esber diretor de redaccedilatildeo da revista Amanhatilde (RS)

ldquoO bom jornalista eacute aquele que eacute criativo investigador objetivo estaacute sempre informado mergulha com profundidade nos assuntos e acima de tudo tem a eacutetica como sua religiatildeordquo Fernando Barbosa Lima editor da FBL Criaccedilatildeo e Produccedilatildeo (RJ)

ldquoTenho a impressatildeo de que ser jornalista diante da tamanha complexidade do universo da Comunicaccedilatildeo eacute ter a capacidade de melhor organizar e selecionar a quantidade crescente da informaccedilatildeo defendendo o que haacute de mais essencial primado da verdade Lembro do que dizia Claudio Abramo de que a funccedilatildeo do jornalista eacute buscar a verdade camuflada atraacutes da verdade aparente Acho que essa tarefa eacute o grande diferencial que determinaraacute o sucesso profissionalrdquo Fernando Salerno diretor da Associaccedilatildeo Paulista de Jornais e do diaacuterio Valeparaibano (SP)

ldquoSer jornalista hoje eacute o mesmo que ontem e presumo o mesmo que amanhatilde O jornalista tem a funccedilatildeo de informar mais do que formar No meu entendimento hoje haacute muitos jornalistas mais preocupados em formar do que em informar Em outras palavras eacute muita opiniatildeo e pouca informaccedilatildeo Entendo ainda que eacute um trabalho muito importante para garantir a transparecircncia das sociedadesrdquo Flaacutevio Portela gerente de jornalismo da raacutedio Guaiacuteba (RS)

ldquoTenho orgulho de ser jornalista Essa funccedilatildeo eacute cada vez mais importante desde que seja acompanhada de eacutetica e

25

responsabilidade Cada vez mais a miacutedia tem credibilidade Graccedilas ao jornalista e a essa possibilidade de informaccedilatildeo raacutepida e global eacute que aproximamos o mundordquo Lucia Leme apresentadora do programa Olhar 2005 da TVE-RJ

ldquoA profissatildeo natildeo perdeu o encanto embora os predadores empresariados tenham feito de tudo para desencantaacute-la e diminuiacute-lardquo Luiacutes Recena editor executivo da Tribuna do Brasil (DF)

ldquoSer jornalista eacute saber passar informaccedilotildees ao grande puacuteblico eacute saber defender a sociedade atraveacutes dos jornais e procurar saber o que ela procura e onde precisa ser ajudadardquo Maria Eugecircnia Labouriau assessora de imprensa do Inmetro

ldquoA funccedilatildeo principal do jornalista eacute ser a oposiccedilatildeo diante das instituiccedilotildees incluindo Judiciaacuterio o Estado todo mundo Os jornalistas satildeo os fiscalizadores da sociedaderdquo Nando Gross apresentador da Raacutedio Gauacutecha AM (RS)

ldquoEacute como jogar nas 11 posiccedilotildees do campo Natildeo existe mais jornalista pelo menos aqui no interior do Rio Grande do Norte especialista Todos acabam tendo que cumprir todas as funccedilotildees Somos mais que polivalentes jaacute que estamos num jornal do interiorrdquo Pedro Carlos Lopes Pinheiro diretor de Redaccedilatildeo do jornal O Mossoroense (RN)

ldquoSer jornalista hoje eacute ter perseveranccedila vontade e amor pela profissatildeo jaacute que os jornalistas ganham mal e natildeo haacute incentivos para a realizaccedilatildeo do trabalhordquo Raimundo Afonso Gomes presidente do Sindicato dos Jornalistas do Acre

ldquoHoje e sempre ser jornalista eacute tentar ser uma testemunha do seu tempo Essa eacute nossa humilde tarefa Natildeo eacute ser juiz promotor Atualmente temos uma tendecircncia de julgar e ateacute condenar Quanto mais complexa a sociedade mais se exige esse papel do jornalistardquo Zuenir Ventura colunista de O Globo (RJ)

A exemplo de outras profissotildees regulamentadas pela legislaccedilatildeo vigente

em nosso paiacutes ou reconhecidas pelo mercado formal de trabalho a atividade

jornaliacutestica deve seguir preceitos eacuteticos especiacuteficos com a finalidade de preservar o

atendimento do interesse puacuteblico e o direito agrave informaccedilatildeo existente em uma

sociedade democraacutetica

Com referecircncia agrave elaboraccedilatildeo da notiacutecia segundo Eliane Mendonccedila (sd)

ldquoa notiacutecia eacute o resultado de diversas lsquovozesrsquo que o jornalista precisou ouvir interpretar

e sintetizar de forma a tornaacute-lo acessiacutevel ao grande puacuteblicordquo Com base nessa

26

assertiva pode-se dizer que o jornalista eacute o profissional que tem como ofiacutecio a

responsabilidade de reconstruir os fatos levando em conta todos os conceitos a que

teve acesso durante a apuraccedilatildeo da mateacuteria E se eacute assim a notiacutecia nunca teraacute um

uacutenico autor visto que a mateacuteria jornaliacutestica traz em seu bojo inuacutemeras versotildees do

mesmo assunto cada um de um personagem (fonte) diferente

Note-se que ainda que o jornalista natildeo seja o uacutenico autor do que escreve

cabe a ele a funccedilatildeo de equilibrar o texto a ponto de ser fiel a tudo o que ouviu

procurando transmitir a informaccedilatildeo da forma mais clara possiacutevel a fim de que possa

ser compreendida por todo o tipo de leitor

Outro ponto a se considerar como bem explica Eliane Mendonccedila (sd)

refere-se ao fato de que um mesmo assunto se apresenta ao puacuteblico sob diferentes

enfoques quando transmitido em diferentes veiacuteculos de comunicaccedilatildeo Isto ocorre

porque ao contraacuterio do que ensina os antigos manuais do jornalismo o jornalista

natildeo eacute imparcial e acaba embutindo na notiacutecia um pouco de sua vivecircncia pessoal

sua opiniatildeo sobre o assunto seus preconceitos aleacutem de ter que levar em

consideraccedilatildeo as normas as orientaccedilotildees e a postura da empresa para a qual

trabalha

Segundo o Departamento de Comunicaccedilatildeo e Turismo da Universidade

Federal da Paraiacuteba (UFPB 2006) a sociedade espera que o jornalista exerccedila o

seguinte papel

- Auxiliar a populaccedilatildeo a tomar decisotildees coletivas favoraacuteveis ao bem comum - Enriquecer culturalmente a sociedade - Responsabilizar-se pelas informaccedilotildees que divulga e consequumlecircncias delas - Colaborar para o fortalecimento da cidadania

27

- Discernir entre o que tem caraacuteter construtivo para a sociedade - Propagar iniciativas conhecimentos e teacutecnicas que possam ser reproduzidas de forma a contribuir para o bem estar social - Distinguir e denunciar atitudes que sejam lesivas agrave sociedade

O jornalista ndash seja ele o repoacuterter o fotoacutegrafo o cinegrafista o redator o

editor o chefe de reportagem enfim ndash deve estar consciente da importacircncia do seu

trabalho para a construccedilatildeo da cidadania e de uma sociedade igualitaacuteria

Como bem observa Maristela Alves Leitatildeo (2005) os profissionais de

jornalismo desempenham um importante papel nas transformaccedilotildees soacutecio-poliacuteticas

nas uacuteltimas deacutecadas constituindo os ldquoguardiotildees dos direitos humanosrdquo durante a

transiccedilatildeo da ditadura militar para o regime democraacutetico Atualmente a preocupaccedilatildeo

tem sido lutar contra a corrupccedilatildeo e a favor da cidadania visando a conscientizaccedilatildeo

da populaccedilatildeo em relaccedilatildeo aos seus direitos e obrigaccedilotildees

A mateacuteria jornaliacutestica consiste na reconstruccedilatildeo de dada realidade que

cerca um fato recente efetuada pelo profissional da aacuterea a partir da tomada de

depoimentos de pessoas que participaram ou estatildeo inseridas no contexto apurado

Essas pessoas a serem entrevistas natildeo devem ser selecionadas de maneira fortuita

apenas seratildeo inquiridas aquelas que possam dispor de dados estritamente

importantes e possuir competecircncia reconhecida para referir-se ao assunto em

questatildeo Uma das habilidades mais valorizadas na profissatildeo inclusive eacute aquela de

pesquisar e encontrar as fontes mais adequadas considerando-se a expectativa do

puacuteblico de receber informaccedilatildeo qualificada (Rothberg 2006)

28

Comparando-se o jornalismo impresso com o televisivo este uacuteltimo leva

clara vantagem por ser meio mais atraente ao disponibilizar uma dinacircmica

audiovisual

22 O REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO

O repoacuterter cinematograacutefico eacute aquele profissional que executa serviccedilos

referentes ao mercado de radiodifusatildeo mais especificamente em TV atuando como

assistente ou teacutecnico na aacuterea de produccedilatildeo em meios de comunicaccedilatildeo Dentre suas

atividades vale destacar pesquisa anaacutelise e interpretaccedilatildeo das possibilidades

riacutetmicas estruturais e associadas do encontro entre imagem e som aleacutem de

executar e manter os equipamentos de aacuteudio e iluminaccedilatildeo e cacircmeras de TV (Nova

Faetec 2006)

No Brasil o curso profissionalizante de repoacuterter cinematograacutefico tem ainda

niacutevel teacutecnico com duraccedilatildeo de trecircs anos sendo exigido como preacute-requisito a

conclusatildeo do ensino meacutedio ou fundamental

No Rio de Janeiro foi criada em 16 de fevereiro em 1946 a ARFOC -

Associaccedilatildeo Profissional de Repoacuterteres Fotograacuteficos e Cinematograacuteficos do Brasil

que consiste em uma associaccedilatildeo profissional e cultural destituiacuteda de caraacuteter poliacutetico-

partidaacuterio e sem fins lucrativos nos termos do Decreto n 1229 de 09101962 cujo

objetivo eacute incentivar aperfeiccediloar valorizar e defender a profissatildeo e os fotojornalistas

e a aplicaccedilatildeo da imagem ao jornalismo (ARFOC 2006)

29

Segundo Joseacute Alves Filho (2005) presidente da ARFOC-PI existe uma

falta de reconhecimento ateacute por parte dos proacuteprios colegas de trabalho em relaccedilatildeo

ao trabalho do repoacuterter cinematograacutefico Eacute uma injusticcedila visto que uma boa

reportagem de TV depende mais do registro do repoacuterter cinematograacutefico ndash fruto de

sua persistecircncia coragem e sensibilidade ndash do que do repoacuterter produtor ou editor

Essa falta de reconhecimento se reflete no dia-a-dia principalmente por

parte dos chefes de redaccedilatildeo que nunca estimulam os repoacuterteres cinematograacuteficos a

participarem da discussatildeo da pauta que iratildeo cumprir Com isso eles acabam se

afastando das redaccedilotildees desestimulados a participarem do processo Por parte dos

colegas jornalistas haacute um preconceito intelectual ainda que velado em relaccedilatildeo aos

colegas da ldquolinha de frenterdquo os ditos repoacuterteres cinematograacuteficos forjados pela

ldquofaculdade da vidardquo sem chance de discutir teoria nos bancos universitaacuterios

Partindo-se da premissa de que a imagem eacute o uacutenico item imprescindiacutevel

da TV natildeo haacute justificativa para o fato de que o salaacuterio dos bons cinegrafistas natildeo

chegam nem na metade do salaacuterio dos repoacuterteres haacute vinte anos atraacutes o salaacuterio

desses profissionais se equiparavam

Para Antonio Brasil (2004)

() se existe uma classe de jornalistas que sempre sofreu enormes injusticcedilas e discriminaccedilotildees eacute sem duacutevida o segmento dos cinegrafistas de TV Hoje satildeo chamados de lsquorepoacuterteres cinematograacuteficosrsquo Para mim deveriam ser simplesmente lsquojornalistasrsquo Mas como costumam ter origem humilde e natildeo podem pagar pelos lsquodiplomasrsquo satildeo considerados jornalistas de segunda classe Natildeo precisam passar no miacutenimo quatro anos pagando caro para as faacutebricas de jornalistas e ningueacutem parece se importar muito com isso Mas os cinegrafistas ou repoacuterteres cinematograacuteficos merecem o nosso apoio e respeito Lutam pelo reconhecimento da profissatildeo enquanto lsquojornalistasrsquo de verdade Recusam-se a serem meros

30

lsquoapecircndicesrsquo na vida dos repoacuterteres e nas decisotildees dos nossos editores de telejornalismo

Infelizmente ainda persiste o conflito entre os profissionais da palavra e

os jornalistas da imagem Brasil (2004) experiente na profissatildeo muitas vezes

sentiu na pele os efeitos de atitudes arrogantes e discriminatoacuterias mesmo de

repoacuterteres receacutem-formados - o que demonstra que essa arrogacircncia sem

fundamento eacute cultural beira o preconceito social ou ldquoracismordquo E geralmente satildeo os

velhos cinegrafistas que acabam por ensinar a esses jovens os primeiros passos da

profissatildeo

Eacute certo que no meio televisivo as imagens constituem elemento chave

da mateacuteria do repoacuterter satildeo elas que datildeo suporte agrave narrativa cronoloacutegica do

acontecimento Cumpre ressaltar que tal qual o repoacuterter o cinegrafista tem como

objetivo registrar o acontecimento e fazer com que o mesmo chegue ao ar Daiacute a

importacircncia de recomendar aos alunos do telejornalismo que cinegrafista natildeo deve

ser vigiado nem precisa ser orientado

Repoacuterter e cinegrafista satildeo colegas de jornalismo isto eacute ambos satildeo

jornalistas Natildeo eacute porque o cinegrafista geralmente tem origem simples gestos

humildes e carrega peso que deixa de ser jornalista Ganha o repoacuterter despido

desse preconceito pois se dispotildee a assimilar os segredos da profissatildeo ensinados

pelos cinegrafistas e compartilhando com respeito os objetivos da reportagem

recebem valiosas dicas praacuteticas

Brasil (2004) desabafa

31

Os jovens de boa aparecircncia - condiccedilatildeo dispensaacutevel mas que parece ser obrigatoacuteria em nossos telejornais - saem das universidades natildeo sabem quase nada de telejornalismo Buscam na TV o sonho de sucesso e fama A maioria desses jovens natildeo teve a oportunidade aprender a praacutetica da profissatildeo Eles satildeo selecionados em processos meio nebulosos e certamente pouco transparentes Se tornam repoacuterteres de TV e tem que aprender as teacutecnicas peculiares da profissatildeo na marra No entanto satildeo os velhos cinegrafistas - profissionais humildes e experientes que costumam ensinar os primeiros passos Os cinegrafistas tambeacutem satildeo colegas leais Aleacutem de ensinarem telejornalismo de verdade tambeacutem fazem questatildeo de ocultar os erros dos neoacutefitos Os editores jamais percebem as inuacutemeras passagens que os cinegrafistas providencialmente apagam das fitas e da nossa memoacuteria Alguns desses neoacutefitos natildeo eram tatildeo jovens Muitos profissionais da imprensa fizeram a transiccedilatildeo para os encantos da TV graccedilas agrave boa vontade de velhos cinegrafistas

Ao inveacutes de se sentirem agradecidos muitos desses colegas se recusam

a aceitar que aqueles sujeitos simples satildeo tambeacutem jornalistas e que aleacutem de

compartilhar os objetivos da reportagem ensinam agrave nova geraccedilatildeo de jornalistas de

TV inuacutemeras dicas profissionais

Natildeo bastasse esse desrespeito com o profissional de imagem ele ainda

estaacute sujeito a sofrer seacuterios riscos inerentes agrave proacutepria profissatildeo aleacutem de graves

problemas de sauacutede ao utilizar equipamentos pesados e obsoletos e enfrentar um

ritmo estressante de trabalho repetitividade de tarefas longas jornadas e condiccedilotildees

precaacuterias de trabalho

Daiacute a importacircncia de apoiar a luta desses profissionais de imagem que

buscam o creacutedito e o respeito merecidos Eacute uma questatildeo natildeo apenas de direito

mas de reconhecimento Tambeacutem eacute importante observar e condenar as possiacuteveis

represaacutelias aos profissionais que buscam esse reconhecimento

32

Brasil (2004) faz uma comparaccedilatildeo entre os cinegrafistas da Inglaterra e

os do Brasil Enquanto entre noacutes os profissionais lutam pela sobrevivecircncia

aprendem tudo sem qualquer tipo de treinamento especiacutefico e para garantir os seus

direitos devem permanecer anocircnimos na Inglaterra a escola de cinegrafistas da

BBC possibilita a esses profissionais facilidades teacutecnicas um bom sistema de

promoccedilatildeo e cargos Para a promoccedilatildeo dentro da proacutepria categoria os cinegrafistas

ingleses satildeo regularmente enviados ao interior daquele paiacutes para conhecerem as

novas tecnoloacutegicas e teacutecnicas profissionais visando com isso tambeacutem fortalecer os

laccedilos corporativos

33

3 CURSO SUPERIOR PARA FORMACcedilAtildeO DE PROFISSIONAIS DA

AacuteREA

31 DESVALORIZACcedilAtildeO DA PROFISSAtildeO

Como outras inuacutemeras profissotildees tambeacutem o jornalista enfrenta crise no

seu acircmbito de trabalho Para superar a concorrecircncia garantir o seu emprego e

valorizar sua profissatildeo o jornalista de modo geral precisa especializar-se em

determinadas aacutereas e atualizar-se academicamente No mercado atual esse

profissional tem que lidar com o aumento de responsabilidade com o acuacutemulo de

funccedilotildees nas redaccedilotildees aleacutem de ser em geral mal remunerado e sofrer com o

constante risco de ser demitido

Conforme aponta Noblat (2003 p 36)

Exige-se do candidato a uma vaga nas redaccedilotildees que seja profissional completo e polivalente Ele tem de dominar todas as teacutecnicas para o exerciacutecio da profissatildeo manejar os instrumentos capazes de ajudaacute-lo a fazer o melhor trabalho e ter a niacutetida compreensatildeo do seu papel de jornalista multimiacutedia

Em plena era de globalizaccedilatildeo as perspectivas natildeo satildeo as melhores Tem

razatildeo Dizard Jr (2000 p 21) ao afirmar que uma das poucas certezas com que os

novos profissionais de miacutedia podem contar futuramente eacute que teratildeo que lidar com o

impacto das mudanccedilas tecnoloacutegicas e com a intensificaccedilatildeo da demanda por maior

envolvimento intelectual e habilitaccedilatildeo acadecircmica

34

Para o repoacuterter cinematograacutefico e supervisor de cinegrafia da rede Globo

Heacutelio Alvarez concorda que a profissatildeo do repoacuterter cinematograacutefico e fotoacutegrafo eacute

desvalorizada e isto se deve segundo ele ao fato de que a valorizaccedilatildeo profissional

na atualidade se daacute por meio da educaccedilatildeo Enquanto os repoacuterteres geralmente

passaram por uma faculdade e vecircm de uma classe social mais alta os que

trabalham como repoacuterter cinematograacutefico em sua maioria satildeo aqueles que iniciam

carreira fazendo algum trabalho na televisatildeo sendo poucos os que comeccedilam no

jornalismo ndash o que acaba por desvalorizar a funccedilatildeo (Canal da imprensa sd)

32 REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO Eacute JORNALISTA

Noacutes uacuteltimos anos haacute um movimento que luta pelo reconhecimento do

repoacuterter cinematograacutefico como jornalista Duas recentes decisotildees nos tribunais do

paiacutes passaram a reconhecer os direitos desse profissional confirmando as teses

defendidas pela FENAJ (Federaccedilatildeo Nacional dos Jornalistas) e pelos sindicatos de

jornalistas

No ano passado o Tribunal Superior do Trabalho (TST) manteve decisatildeo

do Tribunal Regional do Trabalho do Rio Grande do Sul (TRT da 4ordf Regiatildeo) que

enquadrou como Jornalista um repoacuterter-cinematograacutefico que trabalhou na RBS TV

Santa Rosa Ltda Esse profissional tanto acompanhava repoacuterteres na produccedilatildeo de

reportagens jornaliacutesticas como tambeacutem saiacutea agraves ruas sozinho para produzir

reportagens estabelecidas em pautas previamente solicitadas pelo chefe de

redaccedilatildeo

35

A RBS seguindo a praacutetica infelizmente bastante comum entre as

empresas de televisatildeo sustentava que o trabalhador devia ser enquadrado como

radialista na tentativa de pagar um salaacuterio menor ao profissional uma vez que o

piso de radialista eacute inferior ao de jornalista Outra desvantagem para o profissional eacute

que os radialistas trabalham 8 horas diaacuterias ao contraacuterio de jornalistas que atuam 5

horas por dia O excesso de carga de trabalho vem trazendo problemas de sauacutede

para diversos repoacuterteres cinematograacuteficos enquadrados como radialistas

A Justiccedila do Trabalho firmou decisatildeo no sentido de que o fato de estar

acompanhado de repoacuterter natildeo retira do repoacuterter-cinematograacutefico a condiccedilatildeo de

Jornalista O profissional gauacutecho receberaacute as devidas diferenccedilas salariais retroativas

a 16 de junho de 1998 data que o prejudicado obteve seu registro de jornalista

profissional no Ministeacuterio do Trabalho (Espaccedilo Vital 2005)

Com essa decisatildeo passou a ser possiacutevel que os repoacuterteres

cinematograacuteficos encaminhem agraves Delegacias Regionais do Trabalho pedidos de

enquadramento como jornalistas Aliaacutes os proacuteprios sindicatos devem encaminhar

pedidos de fiscalizaccedilatildeo nas empresas para verificar o enquadramento dos repoacuterteres

cinematograacuteficos

Outro julgamento favoraacutevel ao profissional da aacuterea em comento conforme

divulgaccedilatildeo do FENAJ (2005) refere-se agrave decisatildeo da Terceira Turma do Superior

Tribunal de Justiccedila (STJ) que reconheceu os direitos do repoacuterter fotograacutefico Claacuteudio

Alves Pereira de receber indenizaccedilatildeo por danos materiais e morais devido agraves

inuacutemeras vezes em que o Jornal de Brasiacutelia republicou fotos suas sem creacutedito apoacutes

a sua demissatildeo em julho de 1990

36

Conforme o escritor portuguecircs Pierre Ganz (ANTONIO CARLOS) o

jornalista-repoacuterter de imagens eacute antes de qualquer coisa eacute um jornalista como os

outros Deve saber preparar a sua reportagem efetuaacute-la escrever o seu comentaacuterio

sobre imagens A diferenccedila reside no fato de ele substituir na maioria das vezes a

esferograacutefica pela cacircmera de filmar

Uma cacircmera que ele deveraacute dominar bem mas tambeacutem com a qual vai escrever uma histoacuteria os planos substituindo entatildeo as palavras Uma sintaxe toma o lugar da outra Os teacutecnicos de som de iluminaccedilatildeo e de montagem satildeo-lhe familiares Pode em alguns casos trabalhar sozinho Egrave cada vez mais frequumlente partir em reportagem ou em grande reportagem com equipe reduzida acompanhada apenas por jornalista redator

Eacute mesmo verdade que no meio televisivo uma boa imagem por vezes

substitui um bom texto e ateacute o dispensa Natildeo eacute possiacutevel por exemplo imaginar nos

dias de hoje um noticiaacuterio sobre guerra sem que sejam mostradas imagens E

muitas vezes inspirados nas imagens que os jornalistas produzem seus textos

Sem duacutevida a funccedilatildeo do repoacuterter cinematograacutefico eacute de vital importacircncia

para o jornalismo Uma saiacuteda bastante praacutetica para solucionar o problema desses

profissionais no que se refere agrave ausecircncia de cursos de graduaccedilatildeo seria incluir uma

cadeira sobre o assunto nos cursos de jornalismo Com isso os profissionais da

aacuterea e os interessados em abraccedilar a profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico se

sentiriam motivados a ingressar numa faculdade e quem sabe assim esse

preconceito absurdo seria definitivamente eliminado pondo fim ao estigma de ser

apenas um coadjuvante na confecccedilatildeo da notiacutecia

37

CONCLUSAtildeO

Num momento em que o mundo passa por tantas transformaccedilotildees

decorrentes da evoluccedilatildeo tecnoloacutegica da era da informaccedilatildeo e da globalizaccedilatildeo da

economia o jornalismo profissional ndash seacuterio e bem documentado - ganha relevo em

sua missatildeo de informar opinar e entreter a sociedade em seu cotidiano

A televisatildeo nos dias contemporacircneos pode transmitir ao puacuteblico muito

mais do que o fazia quando foi criada A novidade surgiu em 1923 nos Estados

Unidos e se tornou conhecida no Brasil nos anos 50 De iniacutecio apenas uma

finiacutessima parcela da populaccedilatildeo tinha acesso ao produto e tempos depois

transformou-se num poderoso meio de comunicaccedilatildeo em massa

Para fazer o telejornalismo eacute necessaacuterio uma equipe formada de repoacuterter

cinegrafista redator fotoacutegrafo editor teacutecnicos de som de iluminaccedilatildeo e de

montagens

Diante do exposto natildeo resta duacutevidas de que o repoacuterter cinematograacutefico eacute

antes de qualquer coisa jornalista como os outros Ele deve saber preparar a sua

reportagem efetuaacute-la escrever o seu comentaacuterio sobre imagens

Se eacute certo que ele substitui a esferograacutefica pela cacircmera de filmar tambeacutem

eacute verdade que por meio dela ele escreve uma histoacuteria A diferenccedila eacute que substitui

as palavras pelas imagens que seus olhos treinados conseguem captar

38

Em muitas situaccedilotildees o repoacuterter cinematograacutefico acumula as funccedilotildees dos

teacutecnicos de iluminaccedilatildeo som e montagem trabalhando somente com o jornalista

redator E eacute com base nas imagens captadas que os jornalistas produzem seus

textos

Muitas vezes os cinegrafistas produzem imagens tatildeo impressionantes

que eacute difiacutecil para o jornalista descrevecirc-las com palavras podendo surgir eventuais

conflitos entre os dois

Neste contexto a presente monografia procurou enfocar a importacircncia

deste profissional que para ser reconhecido por seus pares e tambeacutem para ter

oportunidade de aumentar seus conhecimentos e aperfeiccediloar suas teacutecnicas

necessita que seja inserida uma cadeira sobre sua aacuterea nos cursos de graduaccedilatildeo

de jornalismo

Para serem admitidos como jornalistas pelas televisotildees profissionais

exige-se formaccedilatildeo acadecircmica em jornalismo Haacute aqui um paradoxo visto que a

profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico tem sua funccedilatildeo regulamentada pelo Decreto

Lei n 83284 de 13 marccedilo de 1969 que atribui normas para o exerciacutecio da profissatildeo

de jornalista e segundo o qual o repoacuterter cinematograacutefico estaacute inserido como

jornalista que capta imagens para fins jornaliacutesticos

Note-se que a partir do momento em que os cursos de jornalismo

incluiacuterem uma cadeira voltada para a reportagem cinematograacutefica todos os que se

formarem no curso e optarem por esse caminho notadamente seratildeo reconhecidos

como jornalistas

39

Haacute que se considerar a questatildeo dos antigos profissionais da aacuterea

aqueles que conhecem tudo sobre a profissatildeo e conforme dito no decorrer da

presente costumam ensinar os receacutem-formados no iniacutecio de suas carreiras

Eacute injusta a falta de reconhecimento desses profissionais

Tal situaccedilatildeo demonstra que o preconceito em relaccedilatildeo a eles faz parte de

uma cultura arraigada entre os proacuteprios colegas de profissatildeo e que acaba se

estendendo pelos bancos acadecircmicos e que precisa ser trabalhada desmistificada

pois natildeo tem razatildeo de existir

40

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TST confirma repoacuterter cinematograacutefico eacute Jornalista 25 Nov2005

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TST confirma repoacuterter cinematograacutefico eacute Jornalista In Espaccedilo Vital Porto Alegre

25 Nov2005 Disponiacutevel em lthttpwwwespacovitalcombrnovoindexphpgt

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REIS JR Antonio O percurso da televisatildeo e do telejornalismo nos anos 70

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ROTHBERG Danilo Olhar panoracircmico Os depoimentos e sua funccedilatildeo no

jornalismo USC ndash Universidade do Sagrado Coraccedilatildeo Anaacutelise de Miacutedia Disponiacutevel

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ANEXO I ndash DECRETO Nordm 83284 DE 13 DE MARCcedilO DE 1979

PROFISSAtildeO DE JORNALISTA

Daacute nova regulamentaccedilatildeo ao Decreto-lei nordm 972 de 17 de outubro de 1969 que dispotildee sobre o exerciacutecio da profissatildeo de Jornalista em decorrecircncia das alteraccedilotildees introduzidas pela Lei nordm 6612 de 7 de dezembro de 1978

O Presidente da Repuacuteblica usando da atribuiccedilatildeo que lhe confere o art 81 item

III da Constituiccedilatildeo decreta

Art 1ordm Eacute livre em todo territoacuterio nacional o exerciacutecio da profissatildeo de Jornalista aos que satisfazerem as condiccedilotildees estabelecidas neste Decreto

Art 2ordm A profissatildeo de Jornalista compreende privativamente o exerciacutecio habitual e remunerado de qualquer das seguintes atividades

I - redaccedilatildeo condensaccedilatildeo titulaccedilatildeo interpretaccedilatildeo correccedilatildeo ou coordenaccedilatildeo de mateacuteria a ser divulgada contenha ou natildeo comentaacuterio

II - comentaacuterio ou crocircnica pelo raacutedio ou pela televisatildeo III - entrevista inqueacuterito ou reportagem escrita ou falada IV - planejamento organizaccedilatildeo direccedilatildeo e eventual execuccedilatildeo de serviccedilos

teacutecnicos de Jornalismo como os de arquivo ilustraccedilatildeo ou distribuiccedilatildeo graacutefica de mateacuteria a ser divulgada

V - planejamento organizaccedilatildeo e administraccedilatildeo teacutecnica dos serviccedilos de que trata a aliacutenea ldquoardquo

VI - ensino de teacutecnicas de Jornalismo VII - coleta de notiacutecias ou informaccedilotildees e seu preparo para divulgaccedilatildeo VIII - revisatildeo de originais de mateacuteria jornaliacutestica com vistas agrave correccedilatildeo

redacional e agrave adequaccedilatildeo da linguagem XIX - organizaccedilatildeo e conservaccedilatildeo de arquivo jornaliacutestico e pesquisa dos

respectivos dados para a elaboraccedilatildeo de notiacutecias X - execuccedilatildeo de distribuiccedilatildeo graacutefica de texto fotografia ou ilustraccedilatildeo de

caraacuteter jornaliacutestico para fins de divulgaccedilatildeo XI - execuccedilatildeo de desenhos artiacutesticos ou teacutecnicos de caraacuteter jornaliacutestico para

fins de divulgaccedilatildeo Art 3ordm Considera-se empresa jornaliacutestica para os efeitos deste Decreto-lei

aquela que tenha como atividade a ediccedilatildeo de jornal ou revista ou a distribuiccedilatildeo de noticiaacuterio com funcionamento efetivo idoneidade financeira e registro legal

sect 1ordm Equipara-se agrave empresa jornaliacutestica a seccedilatildeo ou serviccedilo de empresa de radiofusatildeo televisatildeo ou divulgaccedilatildeo cinematograacutefica ou de agecircncia de publicidade onde sejam exercidas as atividades previstas no artigo 2ordm0

sect 2ordm A entidade puacuteblica ou privada natildeo jornaliacutestica sob cuja responsabilidade se editar publicaccedilatildeo destinada a circulaccedilatildeo externa estaacute obrigada ao cumprimento deste decreto relativamente aos jornalistas que contratar

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Art 4ordm O exerciacutecio da profissatildeo de jornalista requer preacutevio registro no oacutergatildeo regional do Ministeacuterio do Trabalho que se faraacute mediante a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash diploma de curso de niacutevel superior de Jornalismo ou de Comunicaccedilatildeo Social habilitaccedilatildeo Jornalismo fornecido por estabelecimento de ensino reconhecido na forma da lei para as funccedilotildees relacionadas nos itens I a IV do artigo 11

IV ndash Carteira de Trabalho e Previdecircncia Social

Paraacutegrafo uacutenico ndash Aos profissionais registrados exclusivamente para o exerciacutecio das funccedilotildees relacionadas nos itens VII a XI do artigo 11 eacute vedado o exerciacutecio das funccedilotildees constantes nos itens I a VII do mesmo artigo

Art 5ordm O Ministeacuterio do Trabalho concederaacute desde que satisfeitas as exigecircncias constantes neste Decreto registro especial ao

I ndash colaborador assim entendido aquele que mediante remuneraccedilatildeo e sem relaccedilatildeo de emprego produz trabalho de natureza teacutecnica cientiacutefica ou cultural relacionando com a sua especializaccedilatildeo para ser divulgado com o nome e qualificaccedilatildeo do autor

II ndash funcionaacuterio puacuteblico titular de cargo cujas atribuiccedilotildees legais coincidam com as mencionadas no artigo 2ordm

III ndash provisionado

Paraacutegrafo uacutenico ndash O registro de que tratam os itens I e II deste artigo natildeo implica o reconhecimento de quaisquer direitos que decorram da condiccedilatildeo de empregado nem no caso do item II dos resultantes do exerciacutecio privado e autocircnomo da profissatildeo

Art 6ordm Para o registro especial de colaborador eacute necessaacuteria a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash declaraccedilatildeo de empresa jornaliacutestica ou que a ela seja equiparada informando do seu interesse pelo registro de colaborador do candidato onde conste a sua especializaccedilatildeo remuneraccedilatildeo contratada e pseudocircnimo se houver

Art 7ordm Para o registro especial de funcionaacuterio puacuteblico titular de cargo cujas atribuiccedilotildees legais coincidam com as mencionadas no artigo 2ordm eacute necessaacuterio a apresentaccedilatildeo de ato de nomeaccedilatildeo ou contrataccedilatildeo para cargo ou emprego com aquelas atribuiccedilotildees aleacutem do cumprimento do que estabelece o artigo 4ordm

Art 8ordm Para o registro especial de provisionado eacute necessaacuterio a apresentaccedilatildeo de

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I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash declaraccedilatildeo fornecida pela empresa jornaliacutestica ou que a ela seja equiparada na qual conste a funccedilatildeo a ser exercida e o salaacuterio correspondente

IV ndash diploma de curso de niacutevel superior ou certificado de ensino de 2ordm grau fornecido por estabelecimento de ensino reconhecido na forma da lei para as funccedilotildees relacionadas nos itens I a VII do artigo 11

V ndash declaraccedilatildeo fornecida pela entidade sindical representativa da categoria profissional com base territorial abrangendo o municiacutepio no qual o provisionado iraacute desempenhar suas funccedilotildees de que natildeo haacute jornalista associado do Sindicato domiciliado naquele municiacutepio disponiacutevel da contrataccedilatildeo

VI ndash Carteira de Trabalho e Previdecircncia Social

sect 1ordm A declaraccedilatildeo de que trata o item V deveraacute ser fornecida pelo Sindicato ao interessado no prazo de 3 dias uacuteteis

sect 2ordm Caso exista profissional domiciliado no municiacutepio disponiacutevel para contrataccedilatildeo o Sindicato comunicaraacute tal fato ao Ministeacuterio do Trabalho no mesmo prazo de 3 dias a contar do pedido de fornecimento da declaraccedilatildeo de que trata o item V

sect 3ordm Caso o Sindicato natildeo forneccedila a declaraccedilatildeo de que trata o item V no prazo mencionado no sect 1ordm o interessado poderaacute instruir seu pedido de registro com o protocolo de apresentaccedilatildeo do requerimento ao Sindicato

sect 4ordm Na hipoacutetese prevista no paraacutegrafo anterior o Ministeacuterio do Trabalho concederaacute ao Sindicato prazo natildeo superior a 3 dias para se manifestar sobre o fornecimento da declaraccedilatildeo caso natildeo tenha ocorrido o fato constante no sect 2ordm

sect 5ordm O registro especial de provisionado teraacute caraacuteter temporaacuterio com duraccedilatildeo maacutexima de trecircs anos renovaacutevel somente com a apresentaccedilatildeo de toda a documentaccedilatildeo prevista neste artigo

Art 9ordm Seraacute efetuado no Ministeacuterio do Trabalho registro dos diretores de empresas jornaliacutesticas que natildeo sendo jornalistas respondem pelas respectivas publicaccedilotildees para o que eacute necessaacuterio a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash prova de registro civil ou comercial da empresa jornaliacutestica com o inteiro teor do seu ato constitutivo

IV ndash prova de depoacutesito do tiacutetulo da publicaccedilatildeo ou da agecircncia de notiacutecias no oacutergatildeo competente do Ministeacuterio da Induacutestria e do Comeacutercio

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V ndash 30 exemplares do jornal ou 12 exemplares da revista ou 30 recortes ou coacutepias de noticiaacuterio com datas diferentes de sua divulgaccedilatildeo

sect 1ordm Tratando-se de empresa nova o Ministeacuterio do Trabalho efetuaraacute registro provisoacuterio com validade por 2 anos tornando-se definitivo apoacutes a comprovaccedilatildeo constante do item V deste artigo

sect 2ordm Natildeo seraacute admitida renovaccedilatildeo ou prorrogaccedilatildeo do prazo de validade do registro provisoacuterio previsto no paraacutegrafo anterior

Art 10ordm Seraacute efetuado no Ministeacuterio do Trabalho registro especial do diretor de empresa natildeo jornaliacutestica sob cuja responsabilidade se editar publicaccedilatildeo destinada agrave circulaccedilatildeo externa ou interna para o que se exigiraacute a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash prova de depoacutesito do tiacutetulo da publicaccedilatildeo no oacutergatildeo competente do Ministeacuterio da Induacutestria e do Comeacutercio

Art 11 ndash As funccedilotildees desempenhadas pelos jornalistas como empregados seratildeo assim classificadas

I - Redator aquele que aleacutem das incumbecircncias de redaccedilatildeo comum tem o encargo de redigir editoriais crocircnicas ou comentaacuterios

II - Noticiarista aquele que tem o encargo de redigir mateacuterias de caraacuteter informativo desprovidas de apreciaccedilotildees ou comentaacuterios preparando-as ou redigindo-as para a divulgaccedilatildeo

III - Repoacuterter aquele que cumpre a determinaccedilatildeo de colher notiacutecias ou informaccedilotildees preparando-as para divulgaccedilatildeo

IV - Repoacuterter de setor aquele que tem o encargo de colher notiacutecias ou informaccedilotildees sobre assuntos predeterminados preparando-as ou redigindo-as para divulgaccedilatildeo

V - Raacutedio-repoacuterter aquele a quem cabe a difusatildeo oral de acontecimento ou entrevista pelo raacutedio ou pela televisatildeo no instante ou no local em que ocorram assim como o comentaacuterio ou crocircnica pelos mesmos veiacuteculos

VI - Arquivista-pesquisador aquele que tem a incumbecircncia de organizar e conservar cultural e tecnicamente o arquivo redatorial procedendo agrave pesquisa dos respectivos dados para a elaboraccedilatildeo de notiacutecias

VII - Revisor aquele que tem o encargo de rever as provas tipograacuteficas de mateacuteria jornaliacutestica

VIII - Ilustrador aquele que tem a seu cargo criar ou executar desenhos artiacutesticos ou teacutecnicos de caraacuteter jornaliacutestico

XIX - Repoacuterter-fotograacutefico aquele a quem cabe registrar fotograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico

X - Repoacuterter-cinematograacutefico aquele a quem cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico

XI - Diagramador aquele a quem compete planejar e executar a distribuiccedilatildeo graacutefica de mateacuterias fotografias ou ilustraccedilotildees de caraacuteter jornaliacutestico para fins de publicaccedilatildeo

Paraacutegrafo uacutenico ndash Os Sindicatos seratildeo ouvidos sobre o exato enquadramento de cada profissional

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Art 12ordm Seratildeo privativas de jornalista as funccedilotildees pertinentes agraves atividades

descritas no artigo 2ordm tais como Editor Secretaacuterio Subsecretaacuterio Chefe de reportagem e Chefe de Revisatildeo

Art 13ordm Natildeo haveraacute incompatibilidade entre o exerciacutecio da profissatildeo de Jornalista e o de qualquer outra funccedilatildeo remunerada ainda que puacuteblica respeitadas a proibiccedilatildeo de acumular cargos e as demais restriccedilotildees de lei

Art 14ordm Seraacute passiacutevel de trancamento o registro profissional do jornalista que sem motivo legal deixar de exercer a profissatildeo por mais de 2 anos

sect 1ordm Natildeo incide na cominaccedilatildeo deste artigo o afastamento decorrente de a) suspensatildeo ou interrupccedilatildeo do contrato de trabalho b) aposentadoria como jornalista c) viagem ou bolsa de estudo para aperfeiccediloamento profissional d) desemprego apurado na forma da Lei nordm 4923 de 23 de dezembro de

1965

sect 2ordm O trancamento seraacute da competecircncia do oacutergatildeo regional do Ministeacuterio do Trabalho de ofiacutecio ou requerimento da entidade sindical representativa da categoria profissional cabendo a esta fazer publicar em oacutergatildeo oficial por trecircs vezes consecutivas e dentro de um interstiacutecio de dois anos a relaccedilatildeo dos jornalistas cujos registros pretende trancar

sect 3ordm Os oacutergatildeos do Ministeacuterio do Trabalho prestaratildeo aos sindicatos representativos da categoria profissional as informaccedilotildees que lhes forem solicitadas especialmente quanto ao registro de admissotildees e dispensas nas empresas jornaliacutesticas realizando as inspeccedilotildees que se tornarem necessaacuterias para a verificaccedilatildeo do exerciacutecio da profissatildeo de jornalista

sect 4ordm O exerciacutecio da atividade em empresa natildeo jornaliacutestica mencionada no artigo 3ordm sect 2ordm natildeo constituiraacute prova suficiente de permanecircncia na profissatildeo se a publicaccedilatildeo e seu responsaacutevel natildeo tiverem registro nos termos deste Decreto

sect 5ordm O registro trancado suspende a titularidade e o exerciacutecio das prerrogativas profissionais mas pode ser revalidado mediante apresentaccedilatildeo dos documentos mencionados nos itens II e III do artigo 4ordm

Art 15ordm O salaacuterio de jornalista natildeo poderaacute ser reajustado nos contratos individuais de trabalho para a jornada normal de 5 horas em base inferior agrave do salaacuterio estipulado para a respectiva funccedilatildeo em acordo ou convenccedilatildeo coletiva de trabalho ou sentenccedila normativa das Justiccedila do Trabalho

Paraacutegrafo uacutenico ndash Em negociaccedilatildeo ou dissiacutedio coletivo poderatildeo os Sindicatos de Jornalistas reclamar o estabelecimento de criteacuterio de remuneraccedilatildeo adicional pela divulgaccedilatildeo de trabalho produzido por jornalistas em mais de um veiacuteculo de comunicaccedilatildeo coletiva

Art 16ordm A admissatildeo de provisionado para exercer funccedilotildees relacionadas nos itens I a VII do artigo 11 seraacute permitida nos municiacutepios onde natildeo existia curso de Jornalismo reconhecido na forma de lei e comprovadamente natildeo haja jornalista domiciliado associado do sindicato representativo da categoria profissional disponiacutevel para contrataccedilatildeo

Paraacutegrafo uacutenico ndash O provisionado nos termos deste artigo poderaacute exercer suas atividades somente no municiacutepio para o qual foi registrado

Art 17ordm Os atuais portadores de registro especial de provisionado poderatildeo exercer suas atividades no Estado onde foram contratados

Art 18 ndash A fiscalizaccedilatildeo do cumprimento dos dispositivos deste Decreto se faraacute na forma do artigo 626 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho sendo aplicaacutevel aos

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infratores multa variaacutevel de 1 a 10 vezes o maior valor de referecircncia fixado de acordo com o artigo 2ordm paraacutegrafo uacutenico da Lei nordm 6205 de 29 de abril de 1975

Paraacutegrafo uacutenico ndash Aos sindicatos representativos da categoria profissional incumbe representar agraves autoridades competentes acerca do exerciacutecio irregular da profissatildeo de Jornalista

Art 19ordm Constitui fraude a prestaccedilatildeo de serviccedilos profissionais gratuitos ou com pagamentos simboacutelicos sob pretexto de estaacutegio bolsa de complementaccedilatildeo convecircnio ou qualquer outra modalidade em desrespeito agrave legislaccedilatildeo trabalhista e a este regulamento

Art 20ordm O disposto neste Decreto natildeo impede a conclusatildeo dos estaacutegios comprovadamente iniciados antes da vigecircncia da Lei nordm 6612 de 7 de dezembro de 1978 os quais entretanto natildeo conferiratildeo por si soacutes direito ao registro profissional

Art 21ordm Este Decreto entra em vigor na data da sua publicaccedilatildeo revogadas as disposiccedilotildees em contraacuterio especialmente os Decretos nordms 65912 de 19 de dezembro de 1969 e 68629 de 18 de maio de 1971

Brasiacutelia 13 de marccedilo de 1979 158ordm da Independecircncia e 91ordm da Repuacuteblica (DO de 13-3-79)

Ernesto Geisel Arnaldo Prieto

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ANEXO II ndash ACOacuteRDAtildeO TST-AIRR-6182001-751-04-401

Acoacuterdatildeo Inteiro Teor NUacuteMERO UacuteNICO PROC AIRR - 6182001-751-04-40 PUBLICACcedilAtildeO DJ - 10022006 Andamento do Processo

PROC Nordm TST-AIRR-6182001-751-04-401 C A C Oacute R D Atilde O 1ordf Turma EMPMs REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO CARACTERIZACcedilAtildeO INDEPENDEcircNCIA NO EXERCIacuteCIO DE SUAS ATIVIDADES REGISTROS DE ASSUNTOS E TEMAacuteTICAS DE INTERESSES JORNALIacuteSTICOS 1 Segundo o Tribunal Regional do Trabalho o Reclamante no exerciacutecio de suas atividades aleacutem de ter acompanhado o repoacuterter entrevistador na produccedilatildeo de mateacuterias fato que por si soacute natildeo lhe retira a condiccedilatildeo de jornalista - e tambeacutem de acordo com depoimentos testemunhais saiacutea agrave rua com a pauta que lhe era dirigida para sozinho produzir as mateacuterias solicitadas pelo empregador o que de acordo com o teor dos dispositivos tidos por vulnerados permite concluir o exerciacutecio da profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico e natildeo simplesmente de operador de cacircmera visto que ao sair agraves ruas para a produccedilatildeo de mateacuterias cumpria seu ofiacutecio obviamente mediante registros de fatos e (ou) assuntos de interesses notadamente jornaliacutestico considerando para tanto a proacutepria natureza da atividade empresarial exercida pela empregadora Inviaacutevel portanto a admissibilidade do recurso de revista em razatildeo da impossibilidade de exame da alegaccedilatildeo de afronta ao Decreto nordm 8413479 visto tratar-se de hipoacutetese natildeo contemplada na letra c do artigo 896 da CLT Por outro lado por violaccedilatildeo dos artigos 2ordm da Lei nordm 661578 e 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 tambeacutem natildeo logra ecircxito a Agravante no intuito de ver autorizado o processamento do recurso de revista No primeiro dispositivo apenas dispotildee-se que o radialista eacute o empregado de radiodifusatildeo exercente de atividades voltadas agrave administraccedilatildeo produccedilatildeo ou teacutecnica No segundo definem-se as profissotildees de repoacuterter e repoacuterter cinematograacutefico salientando-se que a esse uacuteltimo cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico hipoacutetese identificada pelo Regional 2 Agravo de instrumento a que se nega provimento Vistos relatados e discutidos estes autos do Agravo de Instrumento em Recurso de Revista nordm TST-AIRR-6182001-751-04-401 em que eacute Agravante RBS TV SANTA ROSA LTDA e Agravado CLOacuteVIS SANTACATARINA A Reclamada interpotildee agravo de instrumento ao despacho de fls 113-115 mediante o qual foi denegado seguimento ao recurso de revista sob o fundamento de que a decisatildeo decorreu da aplicaccedilatildeo das normas pertinentes uma vez que da situaccedilatildeo faacutetica delineada nos autos natildeo haacute como se extrair ofensa ao artigo 2ordm da Lei nordm 661578 na forma do artigo 896 c da CLT Contraminuta agraves fls 122-124 Natildeo houve remessa dos autos agrave Procuradoria Geral do Trabalho em face da orientaccedilatildeo emanada da Resoluccedilatildeo Administrativa nordm 322 atualmente retratada no artigo 82 do Regimento Interno do Tribunal Superior do

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Trabalho Eacute o relatoacuterio V O T O I CONHECIMENTO Conheccedilo do agravo de instrumento porque regular e tempestivo II MEacuteRITO O Tribunal Regional ao apreciar o recurso ordinaacuterio interposto pela Reclamada no tocante ao reconhecimento da condiccedilatildeo de jornalista ao Reclamante pela Vara do Trabalho decidiu O MM Juiacutezo de primeiro grau acolheu as alegaccedilotildees do reclamante de exerciacutecio de profissatildeo jornaliacutestica de repoacuterter cinematograacutefico condenando a reclamada a pagar diferenccedilas salariais e reflexos Contra esta decisatildeo volta-se a reacute sustentando que o reclamante era operador de cacircmera funccedilatildeo capitulada na profissatildeo de radialista A recorrente tem razatildeo parcialmente Tomando-se a hipoacutetese de confirmar a sentenccedila enquanto reconhece ter o reclamante exercido a funccedilatildeo de repoacuterter cinematograacutefico em todo o contrato existe um marco temporal e juriacutedico que deve ser considerado A funccedilatildeo de repoacuterter cinematograacutefico eacute exclusiva da profissatildeo de jornalista Eacute uma atividade que estaacute reservada aos jornalistas formados assim como estabelecido no DL 97269 O reclamante natildeo demonstra a partir de quando conquistou a diplomaccedilatildeo como jornalista devendo-se considerar apenas pelo que oferecem os autos a data de 16 de junho de 1998 dia em que o reclamante foi registrado no Ministeacuterio do Trabalho como jornalista profissional na funccedilatildeo especiacutefica de repoacuterter cinematograacutefico Considerando que o Ministeacuterio do Trabalho natildeo pode registrar jornalistas natildeo diplomados exceccedilatildeo feita aos provisionados tem-se que o reclamante adquiriu esta condiccedilatildeo nesse dia Antes embora pudesse fazer ou fizesse atividades privativas de jornalistas natildeo pode ser considerado juridicamente como tal Assim em qualquer hipoacutetese de manutenccedilatildeo do reconhecimento da funccedilatildeo de jornaliacutestica esta deve gerar os efeitos pleiteados somente a partir de 16 de junho de 1998 Jaacute quanto a ter exercido ou natildeo funccedilatildeo jornaliacutestica a conclusatildeo eacute de manutenccedilatildeo da sentenccedila Natildeo eacute o fato de estar acompanhado por repoacuterter entrevistador que o cinegrafista perde a condiccedilatildeo de jornalista Trata-se de uma equipe de profissionais jornalistas Um exemplo que melhor ilustra o descabimento da distinccedilatildeo que pretende fazer o apelo eacute a situaccedilatildeo dos fotoacutegrafos ou repoacuterteres fotograacuteficos O fotoacutegrafo sai com a pauta junto com o repoacuterter (ou natildeo e isto tambeacutem acontecia com o reclamante como o reconhecem as testemunhas inclusive trazidas pela reclamada) e enquanto o repoacuterter investiga os dados necessaacuterios para a mateacuteria o fotoacutegrafo registra as cenas mas nem por isto eacute rebaixado da condiccedilatildeo de jornalista para dir- se-ia operador de cacircmera fotograacutefica O que se pode discutir seria o interesse jornaliacutestico das mateacuterias cobertas pelo jornalista reclamante Com efeito os comerciais produzidos e gravados pelo autor natildeo tecircm esse interesse e os eventos promocionais da reclamada recebem dela mesma uma atribuiccedilatildeo desse interesse embora natildeo o tenha imediata e objetivamente mas para efeitos do trabalho executado pelo reclamante deve ser considerado um trabalho jornaliacutestico Foi correta a decisatildeo natildeo merecendo qualquer reparo a natildeo ser o juriacutedico-temporal jaacute mencionado Nesta perspectiva o provimento do recurso eacute parcial (fls 97-99) Ao interpor o recurso de revista a Empresa alegou que o Reclamante na condiccedilatildeo de operador de cacircmera e operador de cacircmera de unidade portaacutetil externa acompanhando o repoacuterter como reconheceu o Regional natildeo pode ser

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enquadrado como jornalista porquanto ao repoacuterter eacute dado cumprir a determinaccedilatildeo de coletar notiacutecias ou informaccedilotildees e elaboraacute-las a fim de viabilizar posterior divulgaccedilatildeo e ao repoacuterter-cinematograacutefico cabe registrar cinematograficamente fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico razatildeo pela qual entende que a atividade do Reclamante eacute proacutepria de radialista categoria agrave qual pertencia Acrescenta que o artigo 2ordm da Lei nordm 661578 estabelece considera-se radialista o empregado de Radiodifusatildeo que exerccedila uma das funccedilotildees em que se desdobram as atividades mencionadas no artigo 4ordm ou seja operador de cacircmara e operador de cacircmara de unidade portaacutetil externa cuja regulamentaccedilatildeo profissional consta do Decreto nordm 8413479 e as atribuiccedilotildees do Quadro Anexo do mesmo decreto item II letra c nordm 3 com a seguinte redaccedilatildeo encarrega-se da gravaccedilatildeo de mateacuteria distribuiacuteda pelo Supervisor de Operaccedilotildees planifica e orienta o entrevistador repoacuterter e iluminador no que se refere aos aspectos teacutecnicos de seu trabalho suas atividades envolvem tanto a gravaccedilatildeo como a geraccedilatildeo de som e imagem atraveacutes de equipamentos eletrocircnico portaacutetil de TV Fundamenta o apelo em violaccedilatildeo dos artigos 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 2ordm da Lei nordm 661578 e do Decreto nordm 8413479 e Quadro Anexo do mesmo decreto item II letra c nordm 3 Inicialmente deve-se registrar a impossibilidade de exame da alegaccedilatildeo de afronta ao Decreto nordm 8413479 visto tratar-se de hipoacutetese natildeo contemplada na letra c do artigo 896 da CLT No tocante agrave ofensa aos artigos 2ordm da Lei nordm 661578 e 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 tambeacutem natildeo logra ecircxito a Agravante no intuito de ver autorizado o processamento do recurso de revista No primeiro dispositivo apenas dispotildee-se que o radialista eacute o empregado de radiodifusatildeo exercente de atividades voltadas agrave administraccedilatildeo produccedilatildeo ou teacutecnica No segundo definem-se as profissotildees de repoacuterter e repoacuterter cinematograacutefico salientando-se que a esse uacuteltimo cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico Ora dos termos da decisatildeo impugnada via recurso de revista nada haacute que conflite com tais dispositivos legais Afinal segundo o Tribunal Regional do Trabalho o Reclamante no exerciacutecio de suas atividades aleacutem de ter acompanhado o repoacuterter entrevistador na produccedilatildeo de mateacuterias fato que por si soacute natildeo lhe retira a condiccedilatildeo de jornalista - tambeacutem de acordo com depoimentos testemunhais saiacutea agrave rua com a pauta que lhe era dirigida para sozinho produzir as mateacuterias solicitadas pelo empregador o que de acordo com o teor dos dispositivos tidos por vulnerados permite concluir pelo exerciacutecio da profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico e natildeo simplesmente de operador de cacircmera visto que ao sair agraves ruas para a produccedilatildeo de mateacuterias cumpria seu ofiacutecio obviamente mediante registros de fatos e (ou) assuntos de interesses notadamente jornaliacutestico considerando para tanto a proacutepria natureza da atividade empresarial exercida pela empregadora Por esses fundamentos nego provimento ao agravo de instrumento ISTO POSTO ACORDAM os Ministros da Primeira Turma do Tribunal Superior do Trabalho por unanimidade negar provimento ao agravo de instrumento Brasiacutelia 9 de novembro de 2005 EMMANOEL PEREIRA Ministro Relator

NIA 3981288

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AGRADECIMENTOS

Agradeccedilo primeiramente ao nosso mestre Deus pelo dom da vida Aos meus professores pelo incentivo e companheirismo Aos colegas que durante todos esses anos nos ajudaram a suportar todos os obstaacuteculos ocorridos no curso e em especial o orientador nosso professor e amigo Luiz Claacuteudio Ferreira a quem temos profunda admiraccedilatildeo respeito e atenccedilatildeo pelos trabalhos desenvolvidos

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ldquoO que adquire entendimento ama sua

alma o que conserva a inteligecircncia acha o bemrdquo

Proveacuterbios 198

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RESUMO

A presente monografia tem por finalidade preciacutepua destacar a importacircncia das funccedilotildees do repoacuterter cinematograacutefico para o telejornalismo mostrando que natildeo tem fundamento a duacutevida que paira por parte de outros profissionais como os repoacuterteres de que ele natildeo seria jornalista Conforme seraacute aqui exposto o proacuteprio TST (Tribunal Superior do Trabalho) proferiu acoacuterdatildeo afirmando que tanto o repoacuterter cinematograacutefico satildeo jornalistas cabendo a este ultimo ldquoregistrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutesticordquo Aleacutem disto o Decreto n 83284 de 13 de marccedilo de 1979 que regula a profissatildeo do jornalista prevecirc em seu artigo 11 inciso X que o repoacuterter cinematograacutefico desempenha uma das funccedilotildees do jornalista assim como o repoacuterter o redator o revisor o ilustrador dentre outros O problema que causa a desvalorizaccedilatildeo desta profissatildeo consiste na falta de possibilidade desses profissionais se especializarem e se atualizarem academicamente A soluccedilatildeo mais raacutepida seria a inserccedilatildeo de uma cadeira nessa aacuterea nos cursos superiores de Jornalismo

Palavras-chave repoacuterter cinematograacutefico telejornalismo jornalismo

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ABSTRACT

The present monograph has main purpose to detach the importance of the functions of the cinematographic reporter of the television periodical being shown that it does not have bedding the doubt that hangs on the part of other professionals as the reporters of that it would not be journalist As here it wil be displayde the proper TST ( Superior Court of the Work) pronounced sentence affirming that as much the reporter how much the cinematographic reporter is journalists fitting to this last one ldquo to register of cinematographic form any facts or subjects of journalistic interestrdquo Moreover Decree n 83284 of 13 of March of 1979 that it regulates the profession of the journalist foreseein its article 11 interpolated proposition X that the cinematographic reporter plays one of the functions of the journalist as well as the reporter the editor the copyholder the ilustrador amongst others The problem that cause the depreciation of this profession consists of the lack of possibility of these professionals if to specialize and if to bring up to date through universiy courses The solution fastest would be the insertion of a chair in this area in the superior courses of Journalism

Keywords cinematographic reporter telejornalismo journalism

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SUMAacuteRIO

INTRODUCcedilAtildeO 9

1 HISTOacuteRIA DO TELEJORNALISMO NO BRASIL 133

11 ABORDAGEM GERAL 133

121 Rede Tupi 177

122 Rede Excelsior 177

123 TV Record 177

124 TV Cultura 188

125 TV Globo 188

126 TV Bandeirantes 19

127 TV Gazeta 19

128 SBT 200

13 O PERCURSO DO TELEJORNALISMO NOS ANOS 70 211

2 REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO 233

21 O PAPEL DO JORNALISTA 233

22 O REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO 288

3 CURSO SUPERIOR PARA FORMACcedilAtildeO DE PROFISSIONAIS DA AacuteREA 333

31 DESVALORIZACcedilAtildeO DA PROFISSAtildeO 333

32 REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO Eacute JORNALISTA 344

CONCLUSAtildeO 377

REFEREcircNCIAS 400

ANEXO I ndash DECRETO Nordm 83284 DE 13 DE MARCcedilO DE 1979 455

ANEXO II ndash ACOacuteRDAtildeO TST-AIRR-6182001-751-04-401 511

9

INTRODUCcedilAtildeO

No dia 02 de setembro comemora-se o dia do repoacuterter cinematograacutefico

que eacute o profissional de televisatildeo incumbido de captar imagens que iratildeo enriquecer

as notiacutecias dos telejornais

Como eacute fundamental a imagem no cenaacuterio televisivo eacute faacutecil perceber a

importacircncia deste profissional para o telejornalismo No entanto como natildeo existem

ainda cursos acadecircmicos para a formaccedilatildeo desse profissional os proacuteprios colegas

adotam uma postura preconceituosa e bastante injusta

Pelo fato de possuiacuterem niacutevel teacutecnico o repoacuterter cinematograacutefico estaacute bem

distante de ser apenas um operador de cacircmera ao contraacuterio do que pensam alguns

desinformados Esse profissional vezes sem conta arrisca sua proacutepria vida para

mostrar ao mundo as imagens que tanto emocionam

Imagens da natureza de guerra de obras artiacutesticas de crimes de boas

accedilotildees humanas de cataacutestrofes imagens que comovem e as que revoltam imagens

que trazem alegria ou sofrimento imagens que elevam a alma e as que causam dor

ou pacircnico E todas elas costumam ser mostradas sem que tenhamos conhecimento

do nome do profissional que as captou

Eacute reconhecida a importacircncia do telejornalismo no sentido de levar agraves

famiacutelias brasileiras informaccedilatildeo cultura e notiacutecias do paiacutes e do mundo O que tem

10

sido objeto de discussatildeo eacute a forma como cada emissora transmite a mensagem

Analisando por exemplo notiacutecias internacionais que satildeo fornecidas por agecircncias

especializadas contratadas e que informam distribuem e divulgam as notiacutecias para o

mundo da mesma forma e com as mesmas imagens o cunho diferencial dado agraves

notiacutecias vai ser determinado pelo tratamento que cada emissora ou editor decidir e

que pode ser influenciado por questotildees poliacuteticas soacutecio-culturais contratos (de

leitura de emissoras de publicidade ou de mercado)

Eacute justamente aiacute que se reconhece o poder da imagem que afinal eacute o

grande diferencial do telejornalismo mais atraente do que o jornalismo por raacutedio ou

impresso Como diz um proveacuterbio chinecircs ldquouma imagem vale mais do que mil

palavrasrdquo Se o indiviacuteduo tem discernimento e ideacuteias proacuteprias natildeo vai ser facilmente

levado pelo subtexto embutida em certas informaccedilotildees noticiadas

Note-se que natildeo eacute nosso interesse tecer criacuteticas ao telejornalismo Trata-

se de um veiacuteculo de informaccedilatildeo que como qualquer outro apresenta vantagens e

desvantagens O que se pretende aqui eacute chamar a atenccedilatildeo para a importacircncia da

imagem e seu poder de transmitir o que realmente acontece Nos dias de hoje eacute

possiacutevel ateacute assistir a guerras pela televisatildeo como ocorreu na guerra do Iraque E

para quem a acompanhou e assistiu tambeacutem noticiaacuterios diferentes pode perceber

claramente as diferenccedilas de opiniotildees e declaraccedilotildees tanto eacute que essa guerra foi

chamada de ldquoguerra de informaccedilotildeesrdquo

Sendo tatildeo importante a imagem que se transmite igualmente importante

eacute a funccedilatildeo do jornalista cinematograacutefico que se submete em qualquer horaacuterio a

enfrentar condiccedilotildees climaacuteticas adversas lugares sem qualquer proteccedilatildeo arriscando

11

a vida vezes sem conta para mostrar vulcotildees em erupccedilatildeo tsunamis cachoeiras em

penhascos cumes de montanhas tiroteios e guerras a beleza e o perigo da vida

selvagem e tantas outras imagens que apenas satildeo possiacuteveis chegarem ateacute as

pessoas normais devido ao seu trabalho

Uma pesquisa realizada junto ao Sindicato dos Jornalistas Profissionais

do Distrito Federal aponta que num universo de aproximadamente 400 profissionais

atuando na aacuterea de filmagens cerca de apenas 30 deles tem seu registro

profissional junto ao oacutergatildeo de classe

Lutando pelo respeito e reconhecimento de outros profissionais os

repoacuterteres cinematograacuteficos precisam ser mais unidos se sindicalizarem no intuito

de fortalecer a categoria na luta por melhorias no exerciacutecio da funccedilatildeo

Devido agrave escassez de literatura sobre o assunto a presente monografia

foi desenvolvida com base em entrevistas com profissionais da aacuterea do

telejornalismo com artigos publicados na Internet e por meio de informaccedilotildees

disponibilizadas pelo Sindicato dos Jornalistas e pela Federaccedilatildeo Nacional dos

Jornalistas (FENAJ)

Encontra-se estruturada em trecircs capiacutetulos distintos sendo que o primeiro

deles se dedica a discorrer sobre os diversos aspectos que envolvem a histoacuteria do

telejornalismo brasileiro dando destaque ao percurso do telejornalismo na fase do

seu apogeu na deacutecada de 70 com os principais noticiaacuterios produzidos e

transmitidos pela Rede Tupi Rede Excelsior TV Record TV Cultura Rede Globo

TV Bandeirantes Gazeta e SBT

12

O segundo capiacutetulo versa sobre o papel do jornalista ndash seja ele repoacuterter

fotoacutegrafo cinegrafista redator ou editor ndash e a importacircncia de seu trabalho na

construccedilatildeo da cidadania trazendo inclusive conceitos tecidos pelos proacuteprios

profissionais aleacutem de mencionar algumas das dificuldades que encontram no

mercado de trabalho Tambeacutem eacute mostrado como se daacute a regulamentaccedilatildeo da

profissatildeo de jornalista que eacute obrigatoacuteria tendo em vista que o exerciacutecio ilegal dessa

profissatildeo constitui crime

Em toacutepico apartado satildeo mencionadas as caracteriacutesticas da profissatildeo do

repoacuterter cinematograacutefico de como ocorre sua formaccedilatildeo quais as formas de atuaccedilatildeo

os riscos profissionais a que se sujeita e trata tambeacutem da questatildeo do preconceito de

colegas que injustamente natildeo o considera jornalista

Por fim o terceiro capiacutetulo trata da necessidade de haver um curso

superior para a formaccedilatildeo desses profissionais que certamente iraacute trazer inuacutemeras

vantagens desde a reciclagem do conhecimento e o aprendizado de novas teacutecnicas

como o combate agrave desvalorizaccedilatildeo da profissatildeo visto que apesar de muitos

discordarem o repoacuterter cinematograacutefico tambeacutem eacute jornalista

13

1 HISTOacuteRIA DO TELEJORNALISMO NO BRASIL

11 ABORDAGEM GERAL

O primeiro telejornal brasileiro foi ldquoImagens do Diardquo que foi ao ar em 19

de setembro de 1950 pela emissora TV Tupi de Assis Chateaubriand (Diaacuterios

Associados) Ao longo de um ano esse telejornal tinha um formato simples liderada

pelo locutor Rui Resende que produzia e redigia os textos a serem noticiados sendo

que algumas notas vinham acompanhadas de imagens sem som feitas em filme

preto e branco (Mundo da TV sd)

Vale destacar o primeiro telejornal de grande sucesso na televisatildeo

brasileira que foi o ldquoRepoacuterter Essordquo que foi ao ar tambeacutem atraveacutes da emissora Tupi

durante 17 anos (entre 1953 a 1970) Esse programa tinha como vinheta de abertura

a frase ldquoAqui fala o seu Repoacuterter Esso testemunha ocular da Histoacuteriardquo apresentado

por dois destacados locutores de raacutedio Kalil Filho e depois Gontijo Teodoro

Entre 1960 a 1964 a TV Excelsior revolucionou a televisatildeo brasileira

marcada principalmente com a introduccedilatildeo de dois programas de telejornalismo o

primeiro foi o ldquoTele Notiacuteciasrdquo que inovou com o ldquotoprdquo de cinco segundos e o ldquoJornal

de Vanguardardquo que revolucionou o conceito de noticiaacuterio (THELL sd)

14

O ldquoJornal de Vanguardardquo foi lanccedilado em setembro de 1963 pelas matildeos

de Fernando Barbosa Lima e que se transformou em um show de notiacutecias uma

grande revoluccedilatildeo na linguagem e no espiacuterito do telejornalismo com muita

criatividade e inteligecircncia Ao inveacutes de buscar profissionais do raacutedio esse jornal

formou sua base por jornalistas que vinham da imprensa escrita entrava no ar por

volta das 22h30 ao vivo com muitos apresentadores Tinha desenhistas

humoristas comentaristas poliacuteticos comentarista internacional e cronistas Esse

jornal comeccedilou na TV Excelsior passou pela Tupi e pela Globo e foi morrer na TV

Rio em protesto pela censura imposta com o Ato Institucional n 5 (THELL sd)

Em setembro de 1969 a Rede Globo de Televisatildeo trouxe o ldquoJornal

Nacionalrdquo criado por Armando Nogueira que estreou em setembro daquele ano

com inuacutemeras inovaccedilotildees tecnoloacutegicas importadas dos EUA Rapidamente esse

programa tornou-se liacuteder de audiecircncia e referecircncia da imprensa nacional

apresentando reportagens em cores reportagens internacionais via sateacutelite e em

tempo real (ao vivo) seguindo um formato dos telejornais americanos (estilo de

linguagem narrativa e figura do repoacuterter)

Segundo Armando Nogueira diretor da Central Globo de Jornalismo agrave

eacutepoca da criaccedilatildeo do telejornal o Jornal Nacional foi pedra de toque de um projeto

muito ambiciosa que previa a geraccedilatildeo de uma programaccedilatildeo uniforme para todo o

Brasil de modo que a emissora fez largo uso da tecnologia iniciando o emprego dos

sateacutelites para a difusatildeo de notiacutecias e visando maior alcance de suas fontes nacionais

e internacionais (KOSMINSKY 2002)

15

Mais tarde em 1977 a Globo Satildeo Paulo estreou um jornal de serviccedilo o

ldquoBom Dia Satildeo Paulordquo que permanece no ar nos dias atuais de segunda a sexta agraves

7h da manhatilde Vale destacar as novas tecnologias introduzidas como a UPJ

(Unidade Portaacutetil de Jornalismo) com repoacuterteres entrando ao vivo de vaacuterios pontos

da cidade transmitindo informaccedilotildees de serviccedilo como tempo tracircnsito movimentaccedilatildeo

da cidade aeroporto etc O sucesso foi tatildeo grande que em 1983 foi lanccedilado em rede

nacional o ldquoBom Dia Brasilrdquo que desde entatildeo vai ao ar logo apoacutes o ldquoBom Diardquo de

cada praccedila com o noticiaacuterio poliacutetico gerado em Brasiacutelia

Em 1988 foi lanccedilado o ldquoTJ Brasilrdquo pelo Sistema Brasileiro de Televisatildeo-

SBT tambeacutem inspirado no formato americano ao inovar com a emblemaacutetica figura

do acircncora Boris Casoy que saiu do jornal impresso e logo se acertou com a TV

conquistando seu espaccedilo e seu puacuteblico Em meados de 1997 Casoy assinou

contrato com a TV Record

Conforme Squirra (1994) em palestra realizada no II Congresso Brasileiro

de Jornalismo de Liacutengua Portuguecircs

ldquoO modelo ancorado com Boris Casoy foi colocado no ar em 1988 e desde o primeiro momento levou agraves residecircncias brasileiras um formato novo com um padratildeo de qualidade esteacutetica que definitivamente fugia daquele global que adotava cegamente as premissas de juventude e beleza para seus apresentadores de telejornais Que natildeo satildeo jornalistas por formaccedilatildeo profissional Boris Casoy neste particular tambeacutem representa um novo paradigma Aleacutem de ser jornalista sua identidade popular - tinha se tornado amplamente conhecido na TV a partir dos primeiros debates poliacuteticos como representante de um jornal impresso a Folha de SPaulo - seu carisma -soube explorar uma imagem segura independente e madura- e independecircncia televisivos -natildeo representava uma emissora de TV- propiciaram que ele viesse a ter respaldo para implantar um modelo ineacutedito no telejornalismo do paiacutes E trouxe aos lares um produto hiacutebrido na missatildeo de ancorar um telejornal a emissatildeo clara de opiniatildeo no ar ()rdquo

16

No periacuteodo compreendido entre 1992 e 1993 o jornal de Boris Casoy

superou em audiecircncia o Jornal Nacional da Rede Globo de forma que 594 do

puacuteblico ABC estavam com o TJ Brasil

Tambeacutem integra a histoacuteria do telejornalismo no Brasil o ldquoJornal da Bandrdquo

exibido pela TV Bandeirantes desde 1997 igualmente influenciado pelos costumes

americanos apresentado inicialmente por Paulo Henrique Amorim com um estilo

forte e opinativo com informaccedilotildees exclusivas e ao vivo Atualmente esse telejornal

tem como acircncora o jornalista Carlos Nascimento (Mundo da TV sd)

Uma pesquisa realizada pelo Ibope em 1980 demonstrou que o

telejornalismo eacute a mais importante e acessiacutevel fonte de informaccedilatildeo da populaccedilatildeo

onde 73 do puacuteblico pesquisado tinham acesso agrave televisatildeo Os telejornais foram

identificados como o tipo de programa preferido por 874 dos homens e o segundo

preferido de 713 das mulheres Conforme mateacuteria publicada pela revista Exame

em agosto de 2002 a TV eacute hoje o uacutenico meio de informaccedilatildeo e entretenimento para

40 da populaccedilatildeo (GUROVITZ 2002 p 46-58)

17

12 PROGRAMAS JORNALIacuteSTICOS NAS DIVERSAS EMISSORAS DE

TV

A seguir seratildeo listados os principais telejornais que foram ao ar pelas

diversas emissoras de televisatildeo do paiacutes

121 Rede Tupi

A partir de 1951 a Rede Tupi (19501980) exibia ldquoDiaacuterio de Satildeo Paulo na

TVrdquo ldquoEdiccedilatildeo Extrardquo e ldquoTelejornal Brahmardquo

Em 1952 apresentava o ldquoRepoacuterter Essordquo o ldquoTelejornal Tupirdquo e

ldquoTelenotiacutecias Panairrdquo

Em 1965 estreou ldquoUltra Notiacuteciasrdquo

Em 1979 um de seus uacuteltimos programas foi o ldquoAqui e Agorardquo com 6

horas de duraccedilatildeo e direccedilatildeo de Wilton Franco extinto no ano seguinte pelo governo

122 Rede Excelsior

A Rede Excelsior (19601964) estreou em 1960 o ldquoTele Notiacuteciasrdquo e em

1963 ldquoA Marcha do Mundordquo e o ldquoJornal da Vanguardardquo

123 TV Record

A TV Record (1953) inseriu em sua programaccedilatildeo na aacuterea de

telejornalismo diversos programas valendo destacar

- ldquoTempo de Notiacuteciasrdquo (1972)

18

- ldquoCidade Alertardquo (1995)

- ldquoFala Brasil (1998)

- ldquoEdiccedilatildeo de Notiacuteciasrdquo (2003)

- ldquoTudo a Verrdquo (2004)

- ldquoRecord RJrdquo ldquoRecord SPrdquo e ldquoRio de Janeiro no Arrdquo (2005)

124 TV Cultura

Dentre os programas de telejornais introduzidos pela TV Cultura (1969)

vale destacar

- ldquoA Hora da Notiacuteciardquo (1972)

- ldquoConversa Afiadardquo (1999)

- ldquoMateacuteria Puacuteblicardquo (2002)

- ldquoBoletim Culturardquo e ldquoPrimeira Paacuteginardquo (2005)

125 TV Globo

No ar desde 1968 a TV Globo editou inuacutemeros programas

telejornaliacutesticos com destaque para

- ldquoTele Globordquo (1965)

- ldquoUltranotiacuteciasrdquo (1966)

19

- ldquoJornal da Globordquo (1967)

- ldquoJornal Nacionalrdquo (1969)

- ldquoJornal Hojerdquo (1971)

- ldquoBom dia Satildeo Paulordquo (1977)

- ldquoJornal da Globordquo (1979)

- ldquoSPTVrdquo ldquoRJTVrdquo ldquoBom dia Brasilrdquo (1983)

- ldquoGlobo Notiacuteciardquo (2005)

126 TV Bandeirantes

Pela TV Bandeirantes no ar desde 1967 vale destacar os seguintes

telejornais

- ldquoTitulares da Notiacuteciardquo (1969)

- ldquoBand News na Bandrdquo e ldquoBrasil Urgenterdquo (2001)

- e ldquoPrimeiro Jornalrdquo (2005)

127 TV Gazeta

Mais recentemente a TV Gazeta (1970) levou ao ar

- o ldquoJornal Gazetardquo o ldquoMercadordquo e ldquoPrimeira Paacuteginasrdquo todos estreados

em 2001

20

- em 2002 introduziu o ldquoJornal Gazeta 2ordf ediccedilatildeordquo e

- em 2003 o ldquoGazeta On-linerdquo

128 SBT

O Sistema Brasileiro de Televisatildeo no ar desde 1981 tem na histoacuteria do

telejornalismo da emissora os seguintes programas

- ldquoNoticentrordquo (1981)

- ldquo24 Horasrdquo (1982)

- ldquoCidade 4rdquo (1986)

- ldquoTJ Brasilrdquo ldquoTJ Noiterdquo e ldquoTJ Satildeo Paulordquo (1988)

- ldquoJornal do SBTrdquo ldquoAqui e Agorardquo (1991)

- ldquoAqui Brasilrdquo (1993) ldquoSBT Notiacuteciasrdquo (1995)

- ldquoJornal do SBTCBS Telenotiacuteciasrdquo (1997)

- ldquoNotiacutecias do Diardquo e ldquoNoticidaderdquo (1998)

- ldquoTJ Manhatilderdquo (2001)

- ldquoSBT Brasilrdquo (2005) dentre outros

21

13 O PERCURSO DO TELEJORNALISMO NOS ANOS 70

Em seu trabalho de dissertaccedilatildeo de mestrado defendido na Escola de

Comunicaccedilotildees e Artes da Universidade de Satildeo Paulo Antonio Reis Jr (2003) nos

mostra que no iniacutecio da deacutecada de 70 o campo cinematograacutefico sofreu dispersatildeo do

grupo de cineastas que integravam o Cinema Novo devido agrave repressatildeo poliacutetica poacutes

Ato Institucional n 5 em 1968 Com a criaccedilatildeo da Embrafilme em 1969 as novas

demandas do mercado cultural assim como o acirramento dos debates esteacuteticos

formou-se um novo quadro de atuaccedilatildeo para os cinegrafistas que se descortinou

com o esfacelamento do Cinema Novo com a expansatildeo da induacutestria cultural do

consumo dos bens simboacutelicos no paiacutes e com o surgimento de novos esquemas de

produccedilatildeo e projetos culturais

Nesse cenaacuterio de cerceamento controle e censura da produccedilatildeo cultural

diversos cineastas vislumbraram a possibilidade de trabalhar em algumas emissoras

de TV e como o telejornalismo foi o programa de maior impacto nesse meio de

comunicaccedilatildeo em massa surgiu assim o nosso repoacuterter cinematograacutefico

Desde sua primeira exibiccedilatildeo em rede nacional em 1ordm de setembro de

1969 o Jornal Nacional da Rede Globo apresentou um formato proacuteprio para

transmitir notiacutecias onde ldquoo telejornal era capaz de abordar no mesmo tom e com a

mesma inconsequumlecircncia notiacutecias banais e outras de extrema importacircncia para o

espectador conferindo um mesmo tratamento a fatos relevantes e irrelevantesrdquo Em

plena eacutepoca de ditadura tal fato revela a cumplicidade dessa emissora para com os

militares apresentando um telejornal com moderna engenharia eletrocircnica e que

adotava a maacutescara do paiacutes ldquoem desenvolvimentordquo do milagre econocircmico

22

propagando imagens de um paiacutes com o povo bonito onde natildeo existia fome miseacuteria

pobreza

Contudo nesse mesmo periacuteodo surgiu a TV Cultura com a programaccedilatildeo

mais voltada para a realidade brasileira e que criou em 1972 o telejornal ldquoA Hora da

Notiacuteciardquo pobre em recursos mas combativo liacuteder de audiecircncia desta emissora

seguia em caminho inverso agraves fantasias institucionais e agrave alienaccedilatildeo dos noticiaacuterios

da eacutepoca

Em 1975 o jornalista Vladimir Herzog assumiu a direccedilatildeo da TV Cultura

apresentando proposta para tornar o telejornalismo em um instrumento de diaacutelogo

com o puacuteblico combatendo a atitude servil diante do governo com uma poliacutetica de

programaccedilatildeo visando objetivos prioritaacuterios relacionados com a realidade do puacuteblico

que pretendia atingir Poreacutem nesse mesmo ano Herzog foi preso interrogado

torturado e morto sucumbindo o projeto de renovaccedilatildeo do telejornalismo na TV

brasileira

Mas em seguida apesar de o Jornal Nacional manter estreita ligaccedilatildeo com

a ditadura surgiu na Rede Globo o Globo Repoacuterter originaacuterio da seacuterio Globo Shell ndash

o uacutenico programa da emissora produzido com material cinematograacutefico e que teve o

meacuterito de fazer passar informaccedilotildees boicotadas pelos demais telejornais ndash

caracterizado por abordar temas polecircmicos e questotildees sociais justamente em um

periacuteodo em que esses assuntos eram proibidos e vetados pela Censura Federal

Esse estilo despojado e independente de fazer documentaacuterios perdurou entre 1976

a 1983

23

2 REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO

21 O PAPEL DO JORNALISTA

Nos dias de hoje o jornalista assim como outros profissionais de

imprensa enfrenta inuacutemeras dificuldades no mercado de trabalho ndash fato que exige

dele atenccedilatildeo para que se mantenha sempre atualizado e se preocupe com a

questatildeo da formaccedilatildeo e da qualificaccedilatildeo

De acordo com a Comissatildeo de Revisatildeo dos Registros de Jornalistas

Profissionais (Portaria MTb n 548 de 140695) todos os jornalistas profissionais do

paiacutes precisam efetuar a revisatildeo do seu Registro Profissional junto ao seu sindicato

para alterar o nuacutemero do Registro anotado na carteira de trabalho Tal procedimento

visa invalidar a grande quantidade de documentos irregulares

Na composiccedilatildeo alfanumeacuterica do novo registro seraacute adotada a sigla de

duas letras do alfabeto que identificam o Estado de origem seguida dos algarismos

a partir de 00001 e mais duas letras que qualificam a natureza da funccedilatildeo na qual o

jornalista foi registrado As letras qualificadoras da natureza da funccedilatildeo para titular

de registro funccedilatildeo de repoacuterter-cinematograacutefico eacute RC Exercer atividades de

jornalista com registro precaacuterio constitui crime de exerciacutecio ilegal da profissatildeo

(Sindicato dos Jornalistas 2006)

24

Para ilustrar melhor o papel do jornalismo a seguir iremos elencar as

definiccedilotildees formuladas por diversos profissionais da aacuterea publicadas no site Enfato ndash

Comunicaccedilatildeo Empresarial (2006)

ldquoO jornalista eacute o(a) profissional que faz mais do que apenas reportar o que acontece ele(a) estabelece viacutenculos entre os fatos correntes e passados provocaestimula o raciociacutenio do telespectadorleitorouvinte e procura ainda extrair disso tudo alguma perspectiva que sinalize o futuro Sua atividade eacute ainda mais difiacutecil do que parece eacute indispensaacutevel que este(a) profissional desempenhe sua tarefa com absoluta noccedilatildeo de seus princiacutepios eacuteticos sem se deixar contaminar por influecircncias poliacuteticas ou interesses pessoais Soacute assim seu relato teraacute credibilidade ndash a uacutenica moeda de real valor para quem abraccedilou esta profissatildeo Aliaacutes natildeo eacute agrave toa que a classe de espiacuterito tatildeo nobre seja tatildeo vilipendiada por aqueles que detecircm o controle das empresas de comunicaccedilatildeordquo Claudio Lessa colunista do site Direto da Redaccedilatildeo

ldquoSer jornalista hoje eacute e cada vez seraacute mais permitir ao leitor entender os fatos muito mais do que simplesmente tomar conhecimento deles Durante deacutecadas ser jornalista era correr atraacutes de furo dar informaccedilotildees sobre um fato que era desconhecido de todos Eu acho que hoje o nosso desafio estaacute em permitir que o leitor entenda os fatos pois existe uma avalanche de informaccedilotildeesrdquo Eugecircnio Esber diretor de redaccedilatildeo da revista Amanhatilde (RS)

ldquoO bom jornalista eacute aquele que eacute criativo investigador objetivo estaacute sempre informado mergulha com profundidade nos assuntos e acima de tudo tem a eacutetica como sua religiatildeordquo Fernando Barbosa Lima editor da FBL Criaccedilatildeo e Produccedilatildeo (RJ)

ldquoTenho a impressatildeo de que ser jornalista diante da tamanha complexidade do universo da Comunicaccedilatildeo eacute ter a capacidade de melhor organizar e selecionar a quantidade crescente da informaccedilatildeo defendendo o que haacute de mais essencial primado da verdade Lembro do que dizia Claudio Abramo de que a funccedilatildeo do jornalista eacute buscar a verdade camuflada atraacutes da verdade aparente Acho que essa tarefa eacute o grande diferencial que determinaraacute o sucesso profissionalrdquo Fernando Salerno diretor da Associaccedilatildeo Paulista de Jornais e do diaacuterio Valeparaibano (SP)

ldquoSer jornalista hoje eacute o mesmo que ontem e presumo o mesmo que amanhatilde O jornalista tem a funccedilatildeo de informar mais do que formar No meu entendimento hoje haacute muitos jornalistas mais preocupados em formar do que em informar Em outras palavras eacute muita opiniatildeo e pouca informaccedilatildeo Entendo ainda que eacute um trabalho muito importante para garantir a transparecircncia das sociedadesrdquo Flaacutevio Portela gerente de jornalismo da raacutedio Guaiacuteba (RS)

ldquoTenho orgulho de ser jornalista Essa funccedilatildeo eacute cada vez mais importante desde que seja acompanhada de eacutetica e

25

responsabilidade Cada vez mais a miacutedia tem credibilidade Graccedilas ao jornalista e a essa possibilidade de informaccedilatildeo raacutepida e global eacute que aproximamos o mundordquo Lucia Leme apresentadora do programa Olhar 2005 da TVE-RJ

ldquoA profissatildeo natildeo perdeu o encanto embora os predadores empresariados tenham feito de tudo para desencantaacute-la e diminuiacute-lardquo Luiacutes Recena editor executivo da Tribuna do Brasil (DF)

ldquoSer jornalista eacute saber passar informaccedilotildees ao grande puacuteblico eacute saber defender a sociedade atraveacutes dos jornais e procurar saber o que ela procura e onde precisa ser ajudadardquo Maria Eugecircnia Labouriau assessora de imprensa do Inmetro

ldquoA funccedilatildeo principal do jornalista eacute ser a oposiccedilatildeo diante das instituiccedilotildees incluindo Judiciaacuterio o Estado todo mundo Os jornalistas satildeo os fiscalizadores da sociedaderdquo Nando Gross apresentador da Raacutedio Gauacutecha AM (RS)

ldquoEacute como jogar nas 11 posiccedilotildees do campo Natildeo existe mais jornalista pelo menos aqui no interior do Rio Grande do Norte especialista Todos acabam tendo que cumprir todas as funccedilotildees Somos mais que polivalentes jaacute que estamos num jornal do interiorrdquo Pedro Carlos Lopes Pinheiro diretor de Redaccedilatildeo do jornal O Mossoroense (RN)

ldquoSer jornalista hoje eacute ter perseveranccedila vontade e amor pela profissatildeo jaacute que os jornalistas ganham mal e natildeo haacute incentivos para a realizaccedilatildeo do trabalhordquo Raimundo Afonso Gomes presidente do Sindicato dos Jornalistas do Acre

ldquoHoje e sempre ser jornalista eacute tentar ser uma testemunha do seu tempo Essa eacute nossa humilde tarefa Natildeo eacute ser juiz promotor Atualmente temos uma tendecircncia de julgar e ateacute condenar Quanto mais complexa a sociedade mais se exige esse papel do jornalistardquo Zuenir Ventura colunista de O Globo (RJ)

A exemplo de outras profissotildees regulamentadas pela legislaccedilatildeo vigente

em nosso paiacutes ou reconhecidas pelo mercado formal de trabalho a atividade

jornaliacutestica deve seguir preceitos eacuteticos especiacuteficos com a finalidade de preservar o

atendimento do interesse puacuteblico e o direito agrave informaccedilatildeo existente em uma

sociedade democraacutetica

Com referecircncia agrave elaboraccedilatildeo da notiacutecia segundo Eliane Mendonccedila (sd)

ldquoa notiacutecia eacute o resultado de diversas lsquovozesrsquo que o jornalista precisou ouvir interpretar

e sintetizar de forma a tornaacute-lo acessiacutevel ao grande puacuteblicordquo Com base nessa

26

assertiva pode-se dizer que o jornalista eacute o profissional que tem como ofiacutecio a

responsabilidade de reconstruir os fatos levando em conta todos os conceitos a que

teve acesso durante a apuraccedilatildeo da mateacuteria E se eacute assim a notiacutecia nunca teraacute um

uacutenico autor visto que a mateacuteria jornaliacutestica traz em seu bojo inuacutemeras versotildees do

mesmo assunto cada um de um personagem (fonte) diferente

Note-se que ainda que o jornalista natildeo seja o uacutenico autor do que escreve

cabe a ele a funccedilatildeo de equilibrar o texto a ponto de ser fiel a tudo o que ouviu

procurando transmitir a informaccedilatildeo da forma mais clara possiacutevel a fim de que possa

ser compreendida por todo o tipo de leitor

Outro ponto a se considerar como bem explica Eliane Mendonccedila (sd)

refere-se ao fato de que um mesmo assunto se apresenta ao puacuteblico sob diferentes

enfoques quando transmitido em diferentes veiacuteculos de comunicaccedilatildeo Isto ocorre

porque ao contraacuterio do que ensina os antigos manuais do jornalismo o jornalista

natildeo eacute imparcial e acaba embutindo na notiacutecia um pouco de sua vivecircncia pessoal

sua opiniatildeo sobre o assunto seus preconceitos aleacutem de ter que levar em

consideraccedilatildeo as normas as orientaccedilotildees e a postura da empresa para a qual

trabalha

Segundo o Departamento de Comunicaccedilatildeo e Turismo da Universidade

Federal da Paraiacuteba (UFPB 2006) a sociedade espera que o jornalista exerccedila o

seguinte papel

- Auxiliar a populaccedilatildeo a tomar decisotildees coletivas favoraacuteveis ao bem comum - Enriquecer culturalmente a sociedade - Responsabilizar-se pelas informaccedilotildees que divulga e consequumlecircncias delas - Colaborar para o fortalecimento da cidadania

27

- Discernir entre o que tem caraacuteter construtivo para a sociedade - Propagar iniciativas conhecimentos e teacutecnicas que possam ser reproduzidas de forma a contribuir para o bem estar social - Distinguir e denunciar atitudes que sejam lesivas agrave sociedade

O jornalista ndash seja ele o repoacuterter o fotoacutegrafo o cinegrafista o redator o

editor o chefe de reportagem enfim ndash deve estar consciente da importacircncia do seu

trabalho para a construccedilatildeo da cidadania e de uma sociedade igualitaacuteria

Como bem observa Maristela Alves Leitatildeo (2005) os profissionais de

jornalismo desempenham um importante papel nas transformaccedilotildees soacutecio-poliacuteticas

nas uacuteltimas deacutecadas constituindo os ldquoguardiotildees dos direitos humanosrdquo durante a

transiccedilatildeo da ditadura militar para o regime democraacutetico Atualmente a preocupaccedilatildeo

tem sido lutar contra a corrupccedilatildeo e a favor da cidadania visando a conscientizaccedilatildeo

da populaccedilatildeo em relaccedilatildeo aos seus direitos e obrigaccedilotildees

A mateacuteria jornaliacutestica consiste na reconstruccedilatildeo de dada realidade que

cerca um fato recente efetuada pelo profissional da aacuterea a partir da tomada de

depoimentos de pessoas que participaram ou estatildeo inseridas no contexto apurado

Essas pessoas a serem entrevistas natildeo devem ser selecionadas de maneira fortuita

apenas seratildeo inquiridas aquelas que possam dispor de dados estritamente

importantes e possuir competecircncia reconhecida para referir-se ao assunto em

questatildeo Uma das habilidades mais valorizadas na profissatildeo inclusive eacute aquela de

pesquisar e encontrar as fontes mais adequadas considerando-se a expectativa do

puacuteblico de receber informaccedilatildeo qualificada (Rothberg 2006)

28

Comparando-se o jornalismo impresso com o televisivo este uacuteltimo leva

clara vantagem por ser meio mais atraente ao disponibilizar uma dinacircmica

audiovisual

22 O REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO

O repoacuterter cinematograacutefico eacute aquele profissional que executa serviccedilos

referentes ao mercado de radiodifusatildeo mais especificamente em TV atuando como

assistente ou teacutecnico na aacuterea de produccedilatildeo em meios de comunicaccedilatildeo Dentre suas

atividades vale destacar pesquisa anaacutelise e interpretaccedilatildeo das possibilidades

riacutetmicas estruturais e associadas do encontro entre imagem e som aleacutem de

executar e manter os equipamentos de aacuteudio e iluminaccedilatildeo e cacircmeras de TV (Nova

Faetec 2006)

No Brasil o curso profissionalizante de repoacuterter cinematograacutefico tem ainda

niacutevel teacutecnico com duraccedilatildeo de trecircs anos sendo exigido como preacute-requisito a

conclusatildeo do ensino meacutedio ou fundamental

No Rio de Janeiro foi criada em 16 de fevereiro em 1946 a ARFOC -

Associaccedilatildeo Profissional de Repoacuterteres Fotograacuteficos e Cinematograacuteficos do Brasil

que consiste em uma associaccedilatildeo profissional e cultural destituiacuteda de caraacuteter poliacutetico-

partidaacuterio e sem fins lucrativos nos termos do Decreto n 1229 de 09101962 cujo

objetivo eacute incentivar aperfeiccediloar valorizar e defender a profissatildeo e os fotojornalistas

e a aplicaccedilatildeo da imagem ao jornalismo (ARFOC 2006)

29

Segundo Joseacute Alves Filho (2005) presidente da ARFOC-PI existe uma

falta de reconhecimento ateacute por parte dos proacuteprios colegas de trabalho em relaccedilatildeo

ao trabalho do repoacuterter cinematograacutefico Eacute uma injusticcedila visto que uma boa

reportagem de TV depende mais do registro do repoacuterter cinematograacutefico ndash fruto de

sua persistecircncia coragem e sensibilidade ndash do que do repoacuterter produtor ou editor

Essa falta de reconhecimento se reflete no dia-a-dia principalmente por

parte dos chefes de redaccedilatildeo que nunca estimulam os repoacuterteres cinematograacuteficos a

participarem da discussatildeo da pauta que iratildeo cumprir Com isso eles acabam se

afastando das redaccedilotildees desestimulados a participarem do processo Por parte dos

colegas jornalistas haacute um preconceito intelectual ainda que velado em relaccedilatildeo aos

colegas da ldquolinha de frenterdquo os ditos repoacuterteres cinematograacuteficos forjados pela

ldquofaculdade da vidardquo sem chance de discutir teoria nos bancos universitaacuterios

Partindo-se da premissa de que a imagem eacute o uacutenico item imprescindiacutevel

da TV natildeo haacute justificativa para o fato de que o salaacuterio dos bons cinegrafistas natildeo

chegam nem na metade do salaacuterio dos repoacuterteres haacute vinte anos atraacutes o salaacuterio

desses profissionais se equiparavam

Para Antonio Brasil (2004)

() se existe uma classe de jornalistas que sempre sofreu enormes injusticcedilas e discriminaccedilotildees eacute sem duacutevida o segmento dos cinegrafistas de TV Hoje satildeo chamados de lsquorepoacuterteres cinematograacuteficosrsquo Para mim deveriam ser simplesmente lsquojornalistasrsquo Mas como costumam ter origem humilde e natildeo podem pagar pelos lsquodiplomasrsquo satildeo considerados jornalistas de segunda classe Natildeo precisam passar no miacutenimo quatro anos pagando caro para as faacutebricas de jornalistas e ningueacutem parece se importar muito com isso Mas os cinegrafistas ou repoacuterteres cinematograacuteficos merecem o nosso apoio e respeito Lutam pelo reconhecimento da profissatildeo enquanto lsquojornalistasrsquo de verdade Recusam-se a serem meros

30

lsquoapecircndicesrsquo na vida dos repoacuterteres e nas decisotildees dos nossos editores de telejornalismo

Infelizmente ainda persiste o conflito entre os profissionais da palavra e

os jornalistas da imagem Brasil (2004) experiente na profissatildeo muitas vezes

sentiu na pele os efeitos de atitudes arrogantes e discriminatoacuterias mesmo de

repoacuterteres receacutem-formados - o que demonstra que essa arrogacircncia sem

fundamento eacute cultural beira o preconceito social ou ldquoracismordquo E geralmente satildeo os

velhos cinegrafistas que acabam por ensinar a esses jovens os primeiros passos da

profissatildeo

Eacute certo que no meio televisivo as imagens constituem elemento chave

da mateacuteria do repoacuterter satildeo elas que datildeo suporte agrave narrativa cronoloacutegica do

acontecimento Cumpre ressaltar que tal qual o repoacuterter o cinegrafista tem como

objetivo registrar o acontecimento e fazer com que o mesmo chegue ao ar Daiacute a

importacircncia de recomendar aos alunos do telejornalismo que cinegrafista natildeo deve

ser vigiado nem precisa ser orientado

Repoacuterter e cinegrafista satildeo colegas de jornalismo isto eacute ambos satildeo

jornalistas Natildeo eacute porque o cinegrafista geralmente tem origem simples gestos

humildes e carrega peso que deixa de ser jornalista Ganha o repoacuterter despido

desse preconceito pois se dispotildee a assimilar os segredos da profissatildeo ensinados

pelos cinegrafistas e compartilhando com respeito os objetivos da reportagem

recebem valiosas dicas praacuteticas

Brasil (2004) desabafa

31

Os jovens de boa aparecircncia - condiccedilatildeo dispensaacutevel mas que parece ser obrigatoacuteria em nossos telejornais - saem das universidades natildeo sabem quase nada de telejornalismo Buscam na TV o sonho de sucesso e fama A maioria desses jovens natildeo teve a oportunidade aprender a praacutetica da profissatildeo Eles satildeo selecionados em processos meio nebulosos e certamente pouco transparentes Se tornam repoacuterteres de TV e tem que aprender as teacutecnicas peculiares da profissatildeo na marra No entanto satildeo os velhos cinegrafistas - profissionais humildes e experientes que costumam ensinar os primeiros passos Os cinegrafistas tambeacutem satildeo colegas leais Aleacutem de ensinarem telejornalismo de verdade tambeacutem fazem questatildeo de ocultar os erros dos neoacutefitos Os editores jamais percebem as inuacutemeras passagens que os cinegrafistas providencialmente apagam das fitas e da nossa memoacuteria Alguns desses neoacutefitos natildeo eram tatildeo jovens Muitos profissionais da imprensa fizeram a transiccedilatildeo para os encantos da TV graccedilas agrave boa vontade de velhos cinegrafistas

Ao inveacutes de se sentirem agradecidos muitos desses colegas se recusam

a aceitar que aqueles sujeitos simples satildeo tambeacutem jornalistas e que aleacutem de

compartilhar os objetivos da reportagem ensinam agrave nova geraccedilatildeo de jornalistas de

TV inuacutemeras dicas profissionais

Natildeo bastasse esse desrespeito com o profissional de imagem ele ainda

estaacute sujeito a sofrer seacuterios riscos inerentes agrave proacutepria profissatildeo aleacutem de graves

problemas de sauacutede ao utilizar equipamentos pesados e obsoletos e enfrentar um

ritmo estressante de trabalho repetitividade de tarefas longas jornadas e condiccedilotildees

precaacuterias de trabalho

Daiacute a importacircncia de apoiar a luta desses profissionais de imagem que

buscam o creacutedito e o respeito merecidos Eacute uma questatildeo natildeo apenas de direito

mas de reconhecimento Tambeacutem eacute importante observar e condenar as possiacuteveis

represaacutelias aos profissionais que buscam esse reconhecimento

32

Brasil (2004) faz uma comparaccedilatildeo entre os cinegrafistas da Inglaterra e

os do Brasil Enquanto entre noacutes os profissionais lutam pela sobrevivecircncia

aprendem tudo sem qualquer tipo de treinamento especiacutefico e para garantir os seus

direitos devem permanecer anocircnimos na Inglaterra a escola de cinegrafistas da

BBC possibilita a esses profissionais facilidades teacutecnicas um bom sistema de

promoccedilatildeo e cargos Para a promoccedilatildeo dentro da proacutepria categoria os cinegrafistas

ingleses satildeo regularmente enviados ao interior daquele paiacutes para conhecerem as

novas tecnoloacutegicas e teacutecnicas profissionais visando com isso tambeacutem fortalecer os

laccedilos corporativos

33

3 CURSO SUPERIOR PARA FORMACcedilAtildeO DE PROFISSIONAIS DA

AacuteREA

31 DESVALORIZACcedilAtildeO DA PROFISSAtildeO

Como outras inuacutemeras profissotildees tambeacutem o jornalista enfrenta crise no

seu acircmbito de trabalho Para superar a concorrecircncia garantir o seu emprego e

valorizar sua profissatildeo o jornalista de modo geral precisa especializar-se em

determinadas aacutereas e atualizar-se academicamente No mercado atual esse

profissional tem que lidar com o aumento de responsabilidade com o acuacutemulo de

funccedilotildees nas redaccedilotildees aleacutem de ser em geral mal remunerado e sofrer com o

constante risco de ser demitido

Conforme aponta Noblat (2003 p 36)

Exige-se do candidato a uma vaga nas redaccedilotildees que seja profissional completo e polivalente Ele tem de dominar todas as teacutecnicas para o exerciacutecio da profissatildeo manejar os instrumentos capazes de ajudaacute-lo a fazer o melhor trabalho e ter a niacutetida compreensatildeo do seu papel de jornalista multimiacutedia

Em plena era de globalizaccedilatildeo as perspectivas natildeo satildeo as melhores Tem

razatildeo Dizard Jr (2000 p 21) ao afirmar que uma das poucas certezas com que os

novos profissionais de miacutedia podem contar futuramente eacute que teratildeo que lidar com o

impacto das mudanccedilas tecnoloacutegicas e com a intensificaccedilatildeo da demanda por maior

envolvimento intelectual e habilitaccedilatildeo acadecircmica

34

Para o repoacuterter cinematograacutefico e supervisor de cinegrafia da rede Globo

Heacutelio Alvarez concorda que a profissatildeo do repoacuterter cinematograacutefico e fotoacutegrafo eacute

desvalorizada e isto se deve segundo ele ao fato de que a valorizaccedilatildeo profissional

na atualidade se daacute por meio da educaccedilatildeo Enquanto os repoacuterteres geralmente

passaram por uma faculdade e vecircm de uma classe social mais alta os que

trabalham como repoacuterter cinematograacutefico em sua maioria satildeo aqueles que iniciam

carreira fazendo algum trabalho na televisatildeo sendo poucos os que comeccedilam no

jornalismo ndash o que acaba por desvalorizar a funccedilatildeo (Canal da imprensa sd)

32 REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO Eacute JORNALISTA

Noacutes uacuteltimos anos haacute um movimento que luta pelo reconhecimento do

repoacuterter cinematograacutefico como jornalista Duas recentes decisotildees nos tribunais do

paiacutes passaram a reconhecer os direitos desse profissional confirmando as teses

defendidas pela FENAJ (Federaccedilatildeo Nacional dos Jornalistas) e pelos sindicatos de

jornalistas

No ano passado o Tribunal Superior do Trabalho (TST) manteve decisatildeo

do Tribunal Regional do Trabalho do Rio Grande do Sul (TRT da 4ordf Regiatildeo) que

enquadrou como Jornalista um repoacuterter-cinematograacutefico que trabalhou na RBS TV

Santa Rosa Ltda Esse profissional tanto acompanhava repoacuterteres na produccedilatildeo de

reportagens jornaliacutesticas como tambeacutem saiacutea agraves ruas sozinho para produzir

reportagens estabelecidas em pautas previamente solicitadas pelo chefe de

redaccedilatildeo

35

A RBS seguindo a praacutetica infelizmente bastante comum entre as

empresas de televisatildeo sustentava que o trabalhador devia ser enquadrado como

radialista na tentativa de pagar um salaacuterio menor ao profissional uma vez que o

piso de radialista eacute inferior ao de jornalista Outra desvantagem para o profissional eacute

que os radialistas trabalham 8 horas diaacuterias ao contraacuterio de jornalistas que atuam 5

horas por dia O excesso de carga de trabalho vem trazendo problemas de sauacutede

para diversos repoacuterteres cinematograacuteficos enquadrados como radialistas

A Justiccedila do Trabalho firmou decisatildeo no sentido de que o fato de estar

acompanhado de repoacuterter natildeo retira do repoacuterter-cinematograacutefico a condiccedilatildeo de

Jornalista O profissional gauacutecho receberaacute as devidas diferenccedilas salariais retroativas

a 16 de junho de 1998 data que o prejudicado obteve seu registro de jornalista

profissional no Ministeacuterio do Trabalho (Espaccedilo Vital 2005)

Com essa decisatildeo passou a ser possiacutevel que os repoacuterteres

cinematograacuteficos encaminhem agraves Delegacias Regionais do Trabalho pedidos de

enquadramento como jornalistas Aliaacutes os proacuteprios sindicatos devem encaminhar

pedidos de fiscalizaccedilatildeo nas empresas para verificar o enquadramento dos repoacuterteres

cinematograacuteficos

Outro julgamento favoraacutevel ao profissional da aacuterea em comento conforme

divulgaccedilatildeo do FENAJ (2005) refere-se agrave decisatildeo da Terceira Turma do Superior

Tribunal de Justiccedila (STJ) que reconheceu os direitos do repoacuterter fotograacutefico Claacuteudio

Alves Pereira de receber indenizaccedilatildeo por danos materiais e morais devido agraves

inuacutemeras vezes em que o Jornal de Brasiacutelia republicou fotos suas sem creacutedito apoacutes

a sua demissatildeo em julho de 1990

36

Conforme o escritor portuguecircs Pierre Ganz (ANTONIO CARLOS) o

jornalista-repoacuterter de imagens eacute antes de qualquer coisa eacute um jornalista como os

outros Deve saber preparar a sua reportagem efetuaacute-la escrever o seu comentaacuterio

sobre imagens A diferenccedila reside no fato de ele substituir na maioria das vezes a

esferograacutefica pela cacircmera de filmar

Uma cacircmera que ele deveraacute dominar bem mas tambeacutem com a qual vai escrever uma histoacuteria os planos substituindo entatildeo as palavras Uma sintaxe toma o lugar da outra Os teacutecnicos de som de iluminaccedilatildeo e de montagem satildeo-lhe familiares Pode em alguns casos trabalhar sozinho Egrave cada vez mais frequumlente partir em reportagem ou em grande reportagem com equipe reduzida acompanhada apenas por jornalista redator

Eacute mesmo verdade que no meio televisivo uma boa imagem por vezes

substitui um bom texto e ateacute o dispensa Natildeo eacute possiacutevel por exemplo imaginar nos

dias de hoje um noticiaacuterio sobre guerra sem que sejam mostradas imagens E

muitas vezes inspirados nas imagens que os jornalistas produzem seus textos

Sem duacutevida a funccedilatildeo do repoacuterter cinematograacutefico eacute de vital importacircncia

para o jornalismo Uma saiacuteda bastante praacutetica para solucionar o problema desses

profissionais no que se refere agrave ausecircncia de cursos de graduaccedilatildeo seria incluir uma

cadeira sobre o assunto nos cursos de jornalismo Com isso os profissionais da

aacuterea e os interessados em abraccedilar a profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico se

sentiriam motivados a ingressar numa faculdade e quem sabe assim esse

preconceito absurdo seria definitivamente eliminado pondo fim ao estigma de ser

apenas um coadjuvante na confecccedilatildeo da notiacutecia

37

CONCLUSAtildeO

Num momento em que o mundo passa por tantas transformaccedilotildees

decorrentes da evoluccedilatildeo tecnoloacutegica da era da informaccedilatildeo e da globalizaccedilatildeo da

economia o jornalismo profissional ndash seacuterio e bem documentado - ganha relevo em

sua missatildeo de informar opinar e entreter a sociedade em seu cotidiano

A televisatildeo nos dias contemporacircneos pode transmitir ao puacuteblico muito

mais do que o fazia quando foi criada A novidade surgiu em 1923 nos Estados

Unidos e se tornou conhecida no Brasil nos anos 50 De iniacutecio apenas uma

finiacutessima parcela da populaccedilatildeo tinha acesso ao produto e tempos depois

transformou-se num poderoso meio de comunicaccedilatildeo em massa

Para fazer o telejornalismo eacute necessaacuterio uma equipe formada de repoacuterter

cinegrafista redator fotoacutegrafo editor teacutecnicos de som de iluminaccedilatildeo e de

montagens

Diante do exposto natildeo resta duacutevidas de que o repoacuterter cinematograacutefico eacute

antes de qualquer coisa jornalista como os outros Ele deve saber preparar a sua

reportagem efetuaacute-la escrever o seu comentaacuterio sobre imagens

Se eacute certo que ele substitui a esferograacutefica pela cacircmera de filmar tambeacutem

eacute verdade que por meio dela ele escreve uma histoacuteria A diferenccedila eacute que substitui

as palavras pelas imagens que seus olhos treinados conseguem captar

38

Em muitas situaccedilotildees o repoacuterter cinematograacutefico acumula as funccedilotildees dos

teacutecnicos de iluminaccedilatildeo som e montagem trabalhando somente com o jornalista

redator E eacute com base nas imagens captadas que os jornalistas produzem seus

textos

Muitas vezes os cinegrafistas produzem imagens tatildeo impressionantes

que eacute difiacutecil para o jornalista descrevecirc-las com palavras podendo surgir eventuais

conflitos entre os dois

Neste contexto a presente monografia procurou enfocar a importacircncia

deste profissional que para ser reconhecido por seus pares e tambeacutem para ter

oportunidade de aumentar seus conhecimentos e aperfeiccediloar suas teacutecnicas

necessita que seja inserida uma cadeira sobre sua aacuterea nos cursos de graduaccedilatildeo

de jornalismo

Para serem admitidos como jornalistas pelas televisotildees profissionais

exige-se formaccedilatildeo acadecircmica em jornalismo Haacute aqui um paradoxo visto que a

profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico tem sua funccedilatildeo regulamentada pelo Decreto

Lei n 83284 de 13 marccedilo de 1969 que atribui normas para o exerciacutecio da profissatildeo

de jornalista e segundo o qual o repoacuterter cinematograacutefico estaacute inserido como

jornalista que capta imagens para fins jornaliacutesticos

Note-se que a partir do momento em que os cursos de jornalismo

incluiacuterem uma cadeira voltada para a reportagem cinematograacutefica todos os que se

formarem no curso e optarem por esse caminho notadamente seratildeo reconhecidos

como jornalistas

39

Haacute que se considerar a questatildeo dos antigos profissionais da aacuterea

aqueles que conhecem tudo sobre a profissatildeo e conforme dito no decorrer da

presente costumam ensinar os receacutem-formados no iniacutecio de suas carreiras

Eacute injusta a falta de reconhecimento desses profissionais

Tal situaccedilatildeo demonstra que o preconceito em relaccedilatildeo a eles faz parte de

uma cultura arraigada entre os proacuteprios colegas de profissatildeo e que acaba se

estendendo pelos bancos acadecircmicos e que precisa ser trabalhada desmistificada

pois natildeo tem razatildeo de existir

40

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REIS JR Antonio O percurso da televisatildeo e do telejornalismo nos anos 70

2003 Disponiacutevel em

lthttpwwwmnemocinecombraruandatvtelejornalismo70shtmgt Acesso em 31

Mar2006

ROTHBERG Danilo Olhar panoracircmico Os depoimentos e sua funccedilatildeo no

jornalismo USC ndash Universidade do Sagrado Coraccedilatildeo Anaacutelise de Miacutedia Disponiacutevel

em lthttpwwwuscbranalisedemidiagt Acesso em 11 Abr2006

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ANEXO I ndash DECRETO Nordm 83284 DE 13 DE MARCcedilO DE 1979

PROFISSAtildeO DE JORNALISTA

Daacute nova regulamentaccedilatildeo ao Decreto-lei nordm 972 de 17 de outubro de 1969 que dispotildee sobre o exerciacutecio da profissatildeo de Jornalista em decorrecircncia das alteraccedilotildees introduzidas pela Lei nordm 6612 de 7 de dezembro de 1978

O Presidente da Repuacuteblica usando da atribuiccedilatildeo que lhe confere o art 81 item

III da Constituiccedilatildeo decreta

Art 1ordm Eacute livre em todo territoacuterio nacional o exerciacutecio da profissatildeo de Jornalista aos que satisfazerem as condiccedilotildees estabelecidas neste Decreto

Art 2ordm A profissatildeo de Jornalista compreende privativamente o exerciacutecio habitual e remunerado de qualquer das seguintes atividades

I - redaccedilatildeo condensaccedilatildeo titulaccedilatildeo interpretaccedilatildeo correccedilatildeo ou coordenaccedilatildeo de mateacuteria a ser divulgada contenha ou natildeo comentaacuterio

II - comentaacuterio ou crocircnica pelo raacutedio ou pela televisatildeo III - entrevista inqueacuterito ou reportagem escrita ou falada IV - planejamento organizaccedilatildeo direccedilatildeo e eventual execuccedilatildeo de serviccedilos

teacutecnicos de Jornalismo como os de arquivo ilustraccedilatildeo ou distribuiccedilatildeo graacutefica de mateacuteria a ser divulgada

V - planejamento organizaccedilatildeo e administraccedilatildeo teacutecnica dos serviccedilos de que trata a aliacutenea ldquoardquo

VI - ensino de teacutecnicas de Jornalismo VII - coleta de notiacutecias ou informaccedilotildees e seu preparo para divulgaccedilatildeo VIII - revisatildeo de originais de mateacuteria jornaliacutestica com vistas agrave correccedilatildeo

redacional e agrave adequaccedilatildeo da linguagem XIX - organizaccedilatildeo e conservaccedilatildeo de arquivo jornaliacutestico e pesquisa dos

respectivos dados para a elaboraccedilatildeo de notiacutecias X - execuccedilatildeo de distribuiccedilatildeo graacutefica de texto fotografia ou ilustraccedilatildeo de

caraacuteter jornaliacutestico para fins de divulgaccedilatildeo XI - execuccedilatildeo de desenhos artiacutesticos ou teacutecnicos de caraacuteter jornaliacutestico para

fins de divulgaccedilatildeo Art 3ordm Considera-se empresa jornaliacutestica para os efeitos deste Decreto-lei

aquela que tenha como atividade a ediccedilatildeo de jornal ou revista ou a distribuiccedilatildeo de noticiaacuterio com funcionamento efetivo idoneidade financeira e registro legal

sect 1ordm Equipara-se agrave empresa jornaliacutestica a seccedilatildeo ou serviccedilo de empresa de radiofusatildeo televisatildeo ou divulgaccedilatildeo cinematograacutefica ou de agecircncia de publicidade onde sejam exercidas as atividades previstas no artigo 2ordm0

sect 2ordm A entidade puacuteblica ou privada natildeo jornaliacutestica sob cuja responsabilidade se editar publicaccedilatildeo destinada a circulaccedilatildeo externa estaacute obrigada ao cumprimento deste decreto relativamente aos jornalistas que contratar

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Art 4ordm O exerciacutecio da profissatildeo de jornalista requer preacutevio registro no oacutergatildeo regional do Ministeacuterio do Trabalho que se faraacute mediante a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash diploma de curso de niacutevel superior de Jornalismo ou de Comunicaccedilatildeo Social habilitaccedilatildeo Jornalismo fornecido por estabelecimento de ensino reconhecido na forma da lei para as funccedilotildees relacionadas nos itens I a IV do artigo 11

IV ndash Carteira de Trabalho e Previdecircncia Social

Paraacutegrafo uacutenico ndash Aos profissionais registrados exclusivamente para o exerciacutecio das funccedilotildees relacionadas nos itens VII a XI do artigo 11 eacute vedado o exerciacutecio das funccedilotildees constantes nos itens I a VII do mesmo artigo

Art 5ordm O Ministeacuterio do Trabalho concederaacute desde que satisfeitas as exigecircncias constantes neste Decreto registro especial ao

I ndash colaborador assim entendido aquele que mediante remuneraccedilatildeo e sem relaccedilatildeo de emprego produz trabalho de natureza teacutecnica cientiacutefica ou cultural relacionando com a sua especializaccedilatildeo para ser divulgado com o nome e qualificaccedilatildeo do autor

II ndash funcionaacuterio puacuteblico titular de cargo cujas atribuiccedilotildees legais coincidam com as mencionadas no artigo 2ordm

III ndash provisionado

Paraacutegrafo uacutenico ndash O registro de que tratam os itens I e II deste artigo natildeo implica o reconhecimento de quaisquer direitos que decorram da condiccedilatildeo de empregado nem no caso do item II dos resultantes do exerciacutecio privado e autocircnomo da profissatildeo

Art 6ordm Para o registro especial de colaborador eacute necessaacuteria a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash declaraccedilatildeo de empresa jornaliacutestica ou que a ela seja equiparada informando do seu interesse pelo registro de colaborador do candidato onde conste a sua especializaccedilatildeo remuneraccedilatildeo contratada e pseudocircnimo se houver

Art 7ordm Para o registro especial de funcionaacuterio puacuteblico titular de cargo cujas atribuiccedilotildees legais coincidam com as mencionadas no artigo 2ordm eacute necessaacuterio a apresentaccedilatildeo de ato de nomeaccedilatildeo ou contrataccedilatildeo para cargo ou emprego com aquelas atribuiccedilotildees aleacutem do cumprimento do que estabelece o artigo 4ordm

Art 8ordm Para o registro especial de provisionado eacute necessaacuterio a apresentaccedilatildeo de

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I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash declaraccedilatildeo fornecida pela empresa jornaliacutestica ou que a ela seja equiparada na qual conste a funccedilatildeo a ser exercida e o salaacuterio correspondente

IV ndash diploma de curso de niacutevel superior ou certificado de ensino de 2ordm grau fornecido por estabelecimento de ensino reconhecido na forma da lei para as funccedilotildees relacionadas nos itens I a VII do artigo 11

V ndash declaraccedilatildeo fornecida pela entidade sindical representativa da categoria profissional com base territorial abrangendo o municiacutepio no qual o provisionado iraacute desempenhar suas funccedilotildees de que natildeo haacute jornalista associado do Sindicato domiciliado naquele municiacutepio disponiacutevel da contrataccedilatildeo

VI ndash Carteira de Trabalho e Previdecircncia Social

sect 1ordm A declaraccedilatildeo de que trata o item V deveraacute ser fornecida pelo Sindicato ao interessado no prazo de 3 dias uacuteteis

sect 2ordm Caso exista profissional domiciliado no municiacutepio disponiacutevel para contrataccedilatildeo o Sindicato comunicaraacute tal fato ao Ministeacuterio do Trabalho no mesmo prazo de 3 dias a contar do pedido de fornecimento da declaraccedilatildeo de que trata o item V

sect 3ordm Caso o Sindicato natildeo forneccedila a declaraccedilatildeo de que trata o item V no prazo mencionado no sect 1ordm o interessado poderaacute instruir seu pedido de registro com o protocolo de apresentaccedilatildeo do requerimento ao Sindicato

sect 4ordm Na hipoacutetese prevista no paraacutegrafo anterior o Ministeacuterio do Trabalho concederaacute ao Sindicato prazo natildeo superior a 3 dias para se manifestar sobre o fornecimento da declaraccedilatildeo caso natildeo tenha ocorrido o fato constante no sect 2ordm

sect 5ordm O registro especial de provisionado teraacute caraacuteter temporaacuterio com duraccedilatildeo maacutexima de trecircs anos renovaacutevel somente com a apresentaccedilatildeo de toda a documentaccedilatildeo prevista neste artigo

Art 9ordm Seraacute efetuado no Ministeacuterio do Trabalho registro dos diretores de empresas jornaliacutesticas que natildeo sendo jornalistas respondem pelas respectivas publicaccedilotildees para o que eacute necessaacuterio a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash prova de registro civil ou comercial da empresa jornaliacutestica com o inteiro teor do seu ato constitutivo

IV ndash prova de depoacutesito do tiacutetulo da publicaccedilatildeo ou da agecircncia de notiacutecias no oacutergatildeo competente do Ministeacuterio da Induacutestria e do Comeacutercio

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V ndash 30 exemplares do jornal ou 12 exemplares da revista ou 30 recortes ou coacutepias de noticiaacuterio com datas diferentes de sua divulgaccedilatildeo

sect 1ordm Tratando-se de empresa nova o Ministeacuterio do Trabalho efetuaraacute registro provisoacuterio com validade por 2 anos tornando-se definitivo apoacutes a comprovaccedilatildeo constante do item V deste artigo

sect 2ordm Natildeo seraacute admitida renovaccedilatildeo ou prorrogaccedilatildeo do prazo de validade do registro provisoacuterio previsto no paraacutegrafo anterior

Art 10ordm Seraacute efetuado no Ministeacuterio do Trabalho registro especial do diretor de empresa natildeo jornaliacutestica sob cuja responsabilidade se editar publicaccedilatildeo destinada agrave circulaccedilatildeo externa ou interna para o que se exigiraacute a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash prova de depoacutesito do tiacutetulo da publicaccedilatildeo no oacutergatildeo competente do Ministeacuterio da Induacutestria e do Comeacutercio

Art 11 ndash As funccedilotildees desempenhadas pelos jornalistas como empregados seratildeo assim classificadas

I - Redator aquele que aleacutem das incumbecircncias de redaccedilatildeo comum tem o encargo de redigir editoriais crocircnicas ou comentaacuterios

II - Noticiarista aquele que tem o encargo de redigir mateacuterias de caraacuteter informativo desprovidas de apreciaccedilotildees ou comentaacuterios preparando-as ou redigindo-as para a divulgaccedilatildeo

III - Repoacuterter aquele que cumpre a determinaccedilatildeo de colher notiacutecias ou informaccedilotildees preparando-as para divulgaccedilatildeo

IV - Repoacuterter de setor aquele que tem o encargo de colher notiacutecias ou informaccedilotildees sobre assuntos predeterminados preparando-as ou redigindo-as para divulgaccedilatildeo

V - Raacutedio-repoacuterter aquele a quem cabe a difusatildeo oral de acontecimento ou entrevista pelo raacutedio ou pela televisatildeo no instante ou no local em que ocorram assim como o comentaacuterio ou crocircnica pelos mesmos veiacuteculos

VI - Arquivista-pesquisador aquele que tem a incumbecircncia de organizar e conservar cultural e tecnicamente o arquivo redatorial procedendo agrave pesquisa dos respectivos dados para a elaboraccedilatildeo de notiacutecias

VII - Revisor aquele que tem o encargo de rever as provas tipograacuteficas de mateacuteria jornaliacutestica

VIII - Ilustrador aquele que tem a seu cargo criar ou executar desenhos artiacutesticos ou teacutecnicos de caraacuteter jornaliacutestico

XIX - Repoacuterter-fotograacutefico aquele a quem cabe registrar fotograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico

X - Repoacuterter-cinematograacutefico aquele a quem cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico

XI - Diagramador aquele a quem compete planejar e executar a distribuiccedilatildeo graacutefica de mateacuterias fotografias ou ilustraccedilotildees de caraacuteter jornaliacutestico para fins de publicaccedilatildeo

Paraacutegrafo uacutenico ndash Os Sindicatos seratildeo ouvidos sobre o exato enquadramento de cada profissional

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Art 12ordm Seratildeo privativas de jornalista as funccedilotildees pertinentes agraves atividades

descritas no artigo 2ordm tais como Editor Secretaacuterio Subsecretaacuterio Chefe de reportagem e Chefe de Revisatildeo

Art 13ordm Natildeo haveraacute incompatibilidade entre o exerciacutecio da profissatildeo de Jornalista e o de qualquer outra funccedilatildeo remunerada ainda que puacuteblica respeitadas a proibiccedilatildeo de acumular cargos e as demais restriccedilotildees de lei

Art 14ordm Seraacute passiacutevel de trancamento o registro profissional do jornalista que sem motivo legal deixar de exercer a profissatildeo por mais de 2 anos

sect 1ordm Natildeo incide na cominaccedilatildeo deste artigo o afastamento decorrente de a) suspensatildeo ou interrupccedilatildeo do contrato de trabalho b) aposentadoria como jornalista c) viagem ou bolsa de estudo para aperfeiccediloamento profissional d) desemprego apurado na forma da Lei nordm 4923 de 23 de dezembro de

1965

sect 2ordm O trancamento seraacute da competecircncia do oacutergatildeo regional do Ministeacuterio do Trabalho de ofiacutecio ou requerimento da entidade sindical representativa da categoria profissional cabendo a esta fazer publicar em oacutergatildeo oficial por trecircs vezes consecutivas e dentro de um interstiacutecio de dois anos a relaccedilatildeo dos jornalistas cujos registros pretende trancar

sect 3ordm Os oacutergatildeos do Ministeacuterio do Trabalho prestaratildeo aos sindicatos representativos da categoria profissional as informaccedilotildees que lhes forem solicitadas especialmente quanto ao registro de admissotildees e dispensas nas empresas jornaliacutesticas realizando as inspeccedilotildees que se tornarem necessaacuterias para a verificaccedilatildeo do exerciacutecio da profissatildeo de jornalista

sect 4ordm O exerciacutecio da atividade em empresa natildeo jornaliacutestica mencionada no artigo 3ordm sect 2ordm natildeo constituiraacute prova suficiente de permanecircncia na profissatildeo se a publicaccedilatildeo e seu responsaacutevel natildeo tiverem registro nos termos deste Decreto

sect 5ordm O registro trancado suspende a titularidade e o exerciacutecio das prerrogativas profissionais mas pode ser revalidado mediante apresentaccedilatildeo dos documentos mencionados nos itens II e III do artigo 4ordm

Art 15ordm O salaacuterio de jornalista natildeo poderaacute ser reajustado nos contratos individuais de trabalho para a jornada normal de 5 horas em base inferior agrave do salaacuterio estipulado para a respectiva funccedilatildeo em acordo ou convenccedilatildeo coletiva de trabalho ou sentenccedila normativa das Justiccedila do Trabalho

Paraacutegrafo uacutenico ndash Em negociaccedilatildeo ou dissiacutedio coletivo poderatildeo os Sindicatos de Jornalistas reclamar o estabelecimento de criteacuterio de remuneraccedilatildeo adicional pela divulgaccedilatildeo de trabalho produzido por jornalistas em mais de um veiacuteculo de comunicaccedilatildeo coletiva

Art 16ordm A admissatildeo de provisionado para exercer funccedilotildees relacionadas nos itens I a VII do artigo 11 seraacute permitida nos municiacutepios onde natildeo existia curso de Jornalismo reconhecido na forma de lei e comprovadamente natildeo haja jornalista domiciliado associado do sindicato representativo da categoria profissional disponiacutevel para contrataccedilatildeo

Paraacutegrafo uacutenico ndash O provisionado nos termos deste artigo poderaacute exercer suas atividades somente no municiacutepio para o qual foi registrado

Art 17ordm Os atuais portadores de registro especial de provisionado poderatildeo exercer suas atividades no Estado onde foram contratados

Art 18 ndash A fiscalizaccedilatildeo do cumprimento dos dispositivos deste Decreto se faraacute na forma do artigo 626 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho sendo aplicaacutevel aos

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infratores multa variaacutevel de 1 a 10 vezes o maior valor de referecircncia fixado de acordo com o artigo 2ordm paraacutegrafo uacutenico da Lei nordm 6205 de 29 de abril de 1975

Paraacutegrafo uacutenico ndash Aos sindicatos representativos da categoria profissional incumbe representar agraves autoridades competentes acerca do exerciacutecio irregular da profissatildeo de Jornalista

Art 19ordm Constitui fraude a prestaccedilatildeo de serviccedilos profissionais gratuitos ou com pagamentos simboacutelicos sob pretexto de estaacutegio bolsa de complementaccedilatildeo convecircnio ou qualquer outra modalidade em desrespeito agrave legislaccedilatildeo trabalhista e a este regulamento

Art 20ordm O disposto neste Decreto natildeo impede a conclusatildeo dos estaacutegios comprovadamente iniciados antes da vigecircncia da Lei nordm 6612 de 7 de dezembro de 1978 os quais entretanto natildeo conferiratildeo por si soacutes direito ao registro profissional

Art 21ordm Este Decreto entra em vigor na data da sua publicaccedilatildeo revogadas as disposiccedilotildees em contraacuterio especialmente os Decretos nordms 65912 de 19 de dezembro de 1969 e 68629 de 18 de maio de 1971

Brasiacutelia 13 de marccedilo de 1979 158ordm da Independecircncia e 91ordm da Repuacuteblica (DO de 13-3-79)

Ernesto Geisel Arnaldo Prieto

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ANEXO II ndash ACOacuteRDAtildeO TST-AIRR-6182001-751-04-401

Acoacuterdatildeo Inteiro Teor NUacuteMERO UacuteNICO PROC AIRR - 6182001-751-04-40 PUBLICACcedilAtildeO DJ - 10022006 Andamento do Processo

PROC Nordm TST-AIRR-6182001-751-04-401 C A C Oacute R D Atilde O 1ordf Turma EMPMs REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO CARACTERIZACcedilAtildeO INDEPENDEcircNCIA NO EXERCIacuteCIO DE SUAS ATIVIDADES REGISTROS DE ASSUNTOS E TEMAacuteTICAS DE INTERESSES JORNALIacuteSTICOS 1 Segundo o Tribunal Regional do Trabalho o Reclamante no exerciacutecio de suas atividades aleacutem de ter acompanhado o repoacuterter entrevistador na produccedilatildeo de mateacuterias fato que por si soacute natildeo lhe retira a condiccedilatildeo de jornalista - e tambeacutem de acordo com depoimentos testemunhais saiacutea agrave rua com a pauta que lhe era dirigida para sozinho produzir as mateacuterias solicitadas pelo empregador o que de acordo com o teor dos dispositivos tidos por vulnerados permite concluir o exerciacutecio da profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico e natildeo simplesmente de operador de cacircmera visto que ao sair agraves ruas para a produccedilatildeo de mateacuterias cumpria seu ofiacutecio obviamente mediante registros de fatos e (ou) assuntos de interesses notadamente jornaliacutestico considerando para tanto a proacutepria natureza da atividade empresarial exercida pela empregadora Inviaacutevel portanto a admissibilidade do recurso de revista em razatildeo da impossibilidade de exame da alegaccedilatildeo de afronta ao Decreto nordm 8413479 visto tratar-se de hipoacutetese natildeo contemplada na letra c do artigo 896 da CLT Por outro lado por violaccedilatildeo dos artigos 2ordm da Lei nordm 661578 e 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 tambeacutem natildeo logra ecircxito a Agravante no intuito de ver autorizado o processamento do recurso de revista No primeiro dispositivo apenas dispotildee-se que o radialista eacute o empregado de radiodifusatildeo exercente de atividades voltadas agrave administraccedilatildeo produccedilatildeo ou teacutecnica No segundo definem-se as profissotildees de repoacuterter e repoacuterter cinematograacutefico salientando-se que a esse uacuteltimo cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico hipoacutetese identificada pelo Regional 2 Agravo de instrumento a que se nega provimento Vistos relatados e discutidos estes autos do Agravo de Instrumento em Recurso de Revista nordm TST-AIRR-6182001-751-04-401 em que eacute Agravante RBS TV SANTA ROSA LTDA e Agravado CLOacuteVIS SANTACATARINA A Reclamada interpotildee agravo de instrumento ao despacho de fls 113-115 mediante o qual foi denegado seguimento ao recurso de revista sob o fundamento de que a decisatildeo decorreu da aplicaccedilatildeo das normas pertinentes uma vez que da situaccedilatildeo faacutetica delineada nos autos natildeo haacute como se extrair ofensa ao artigo 2ordm da Lei nordm 661578 na forma do artigo 896 c da CLT Contraminuta agraves fls 122-124 Natildeo houve remessa dos autos agrave Procuradoria Geral do Trabalho em face da orientaccedilatildeo emanada da Resoluccedilatildeo Administrativa nordm 322 atualmente retratada no artigo 82 do Regimento Interno do Tribunal Superior do

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Trabalho Eacute o relatoacuterio V O T O I CONHECIMENTO Conheccedilo do agravo de instrumento porque regular e tempestivo II MEacuteRITO O Tribunal Regional ao apreciar o recurso ordinaacuterio interposto pela Reclamada no tocante ao reconhecimento da condiccedilatildeo de jornalista ao Reclamante pela Vara do Trabalho decidiu O MM Juiacutezo de primeiro grau acolheu as alegaccedilotildees do reclamante de exerciacutecio de profissatildeo jornaliacutestica de repoacuterter cinematograacutefico condenando a reclamada a pagar diferenccedilas salariais e reflexos Contra esta decisatildeo volta-se a reacute sustentando que o reclamante era operador de cacircmera funccedilatildeo capitulada na profissatildeo de radialista A recorrente tem razatildeo parcialmente Tomando-se a hipoacutetese de confirmar a sentenccedila enquanto reconhece ter o reclamante exercido a funccedilatildeo de repoacuterter cinematograacutefico em todo o contrato existe um marco temporal e juriacutedico que deve ser considerado A funccedilatildeo de repoacuterter cinematograacutefico eacute exclusiva da profissatildeo de jornalista Eacute uma atividade que estaacute reservada aos jornalistas formados assim como estabelecido no DL 97269 O reclamante natildeo demonstra a partir de quando conquistou a diplomaccedilatildeo como jornalista devendo-se considerar apenas pelo que oferecem os autos a data de 16 de junho de 1998 dia em que o reclamante foi registrado no Ministeacuterio do Trabalho como jornalista profissional na funccedilatildeo especiacutefica de repoacuterter cinematograacutefico Considerando que o Ministeacuterio do Trabalho natildeo pode registrar jornalistas natildeo diplomados exceccedilatildeo feita aos provisionados tem-se que o reclamante adquiriu esta condiccedilatildeo nesse dia Antes embora pudesse fazer ou fizesse atividades privativas de jornalistas natildeo pode ser considerado juridicamente como tal Assim em qualquer hipoacutetese de manutenccedilatildeo do reconhecimento da funccedilatildeo de jornaliacutestica esta deve gerar os efeitos pleiteados somente a partir de 16 de junho de 1998 Jaacute quanto a ter exercido ou natildeo funccedilatildeo jornaliacutestica a conclusatildeo eacute de manutenccedilatildeo da sentenccedila Natildeo eacute o fato de estar acompanhado por repoacuterter entrevistador que o cinegrafista perde a condiccedilatildeo de jornalista Trata-se de uma equipe de profissionais jornalistas Um exemplo que melhor ilustra o descabimento da distinccedilatildeo que pretende fazer o apelo eacute a situaccedilatildeo dos fotoacutegrafos ou repoacuterteres fotograacuteficos O fotoacutegrafo sai com a pauta junto com o repoacuterter (ou natildeo e isto tambeacutem acontecia com o reclamante como o reconhecem as testemunhas inclusive trazidas pela reclamada) e enquanto o repoacuterter investiga os dados necessaacuterios para a mateacuteria o fotoacutegrafo registra as cenas mas nem por isto eacute rebaixado da condiccedilatildeo de jornalista para dir- se-ia operador de cacircmera fotograacutefica O que se pode discutir seria o interesse jornaliacutestico das mateacuterias cobertas pelo jornalista reclamante Com efeito os comerciais produzidos e gravados pelo autor natildeo tecircm esse interesse e os eventos promocionais da reclamada recebem dela mesma uma atribuiccedilatildeo desse interesse embora natildeo o tenha imediata e objetivamente mas para efeitos do trabalho executado pelo reclamante deve ser considerado um trabalho jornaliacutestico Foi correta a decisatildeo natildeo merecendo qualquer reparo a natildeo ser o juriacutedico-temporal jaacute mencionado Nesta perspectiva o provimento do recurso eacute parcial (fls 97-99) Ao interpor o recurso de revista a Empresa alegou que o Reclamante na condiccedilatildeo de operador de cacircmera e operador de cacircmera de unidade portaacutetil externa acompanhando o repoacuterter como reconheceu o Regional natildeo pode ser

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enquadrado como jornalista porquanto ao repoacuterter eacute dado cumprir a determinaccedilatildeo de coletar notiacutecias ou informaccedilotildees e elaboraacute-las a fim de viabilizar posterior divulgaccedilatildeo e ao repoacuterter-cinematograacutefico cabe registrar cinematograficamente fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico razatildeo pela qual entende que a atividade do Reclamante eacute proacutepria de radialista categoria agrave qual pertencia Acrescenta que o artigo 2ordm da Lei nordm 661578 estabelece considera-se radialista o empregado de Radiodifusatildeo que exerccedila uma das funccedilotildees em que se desdobram as atividades mencionadas no artigo 4ordm ou seja operador de cacircmara e operador de cacircmara de unidade portaacutetil externa cuja regulamentaccedilatildeo profissional consta do Decreto nordm 8413479 e as atribuiccedilotildees do Quadro Anexo do mesmo decreto item II letra c nordm 3 com a seguinte redaccedilatildeo encarrega-se da gravaccedilatildeo de mateacuteria distribuiacuteda pelo Supervisor de Operaccedilotildees planifica e orienta o entrevistador repoacuterter e iluminador no que se refere aos aspectos teacutecnicos de seu trabalho suas atividades envolvem tanto a gravaccedilatildeo como a geraccedilatildeo de som e imagem atraveacutes de equipamentos eletrocircnico portaacutetil de TV Fundamenta o apelo em violaccedilatildeo dos artigos 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 2ordm da Lei nordm 661578 e do Decreto nordm 8413479 e Quadro Anexo do mesmo decreto item II letra c nordm 3 Inicialmente deve-se registrar a impossibilidade de exame da alegaccedilatildeo de afronta ao Decreto nordm 8413479 visto tratar-se de hipoacutetese natildeo contemplada na letra c do artigo 896 da CLT No tocante agrave ofensa aos artigos 2ordm da Lei nordm 661578 e 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 tambeacutem natildeo logra ecircxito a Agravante no intuito de ver autorizado o processamento do recurso de revista No primeiro dispositivo apenas dispotildee-se que o radialista eacute o empregado de radiodifusatildeo exercente de atividades voltadas agrave administraccedilatildeo produccedilatildeo ou teacutecnica No segundo definem-se as profissotildees de repoacuterter e repoacuterter cinematograacutefico salientando-se que a esse uacuteltimo cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico Ora dos termos da decisatildeo impugnada via recurso de revista nada haacute que conflite com tais dispositivos legais Afinal segundo o Tribunal Regional do Trabalho o Reclamante no exerciacutecio de suas atividades aleacutem de ter acompanhado o repoacuterter entrevistador na produccedilatildeo de mateacuterias fato que por si soacute natildeo lhe retira a condiccedilatildeo de jornalista - tambeacutem de acordo com depoimentos testemunhais saiacutea agrave rua com a pauta que lhe era dirigida para sozinho produzir as mateacuterias solicitadas pelo empregador o que de acordo com o teor dos dispositivos tidos por vulnerados permite concluir pelo exerciacutecio da profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico e natildeo simplesmente de operador de cacircmera visto que ao sair agraves ruas para a produccedilatildeo de mateacuterias cumpria seu ofiacutecio obviamente mediante registros de fatos e (ou) assuntos de interesses notadamente jornaliacutestico considerando para tanto a proacutepria natureza da atividade empresarial exercida pela empregadora Por esses fundamentos nego provimento ao agravo de instrumento ISTO POSTO ACORDAM os Ministros da Primeira Turma do Tribunal Superior do Trabalho por unanimidade negar provimento ao agravo de instrumento Brasiacutelia 9 de novembro de 2005 EMMANOEL PEREIRA Ministro Relator

NIA 3981288

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Page 5: REPÓRTER CINEMATOGRÁFICO É JORNALISTArepositorio.uniceub.br/bitstream/123456789/1670/2/20214825.pdf · trabalhos desenvolvidos. 5 ... tsunamis, cachoeiras em penhascos, ... deles

5

ldquoO que adquire entendimento ama sua

alma o que conserva a inteligecircncia acha o bemrdquo

Proveacuterbios 198

6

RESUMO

A presente monografia tem por finalidade preciacutepua destacar a importacircncia das funccedilotildees do repoacuterter cinematograacutefico para o telejornalismo mostrando que natildeo tem fundamento a duacutevida que paira por parte de outros profissionais como os repoacuterteres de que ele natildeo seria jornalista Conforme seraacute aqui exposto o proacuteprio TST (Tribunal Superior do Trabalho) proferiu acoacuterdatildeo afirmando que tanto o repoacuterter cinematograacutefico satildeo jornalistas cabendo a este ultimo ldquoregistrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutesticordquo Aleacutem disto o Decreto n 83284 de 13 de marccedilo de 1979 que regula a profissatildeo do jornalista prevecirc em seu artigo 11 inciso X que o repoacuterter cinematograacutefico desempenha uma das funccedilotildees do jornalista assim como o repoacuterter o redator o revisor o ilustrador dentre outros O problema que causa a desvalorizaccedilatildeo desta profissatildeo consiste na falta de possibilidade desses profissionais se especializarem e se atualizarem academicamente A soluccedilatildeo mais raacutepida seria a inserccedilatildeo de uma cadeira nessa aacuterea nos cursos superiores de Jornalismo

Palavras-chave repoacuterter cinematograacutefico telejornalismo jornalismo

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ABSTRACT

The present monograph has main purpose to detach the importance of the functions of the cinematographic reporter of the television periodical being shown that it does not have bedding the doubt that hangs on the part of other professionals as the reporters of that it would not be journalist As here it wil be displayde the proper TST ( Superior Court of the Work) pronounced sentence affirming that as much the reporter how much the cinematographic reporter is journalists fitting to this last one ldquo to register of cinematographic form any facts or subjects of journalistic interestrdquo Moreover Decree n 83284 of 13 of March of 1979 that it regulates the profession of the journalist foreseein its article 11 interpolated proposition X that the cinematographic reporter plays one of the functions of the journalist as well as the reporter the editor the copyholder the ilustrador amongst others The problem that cause the depreciation of this profession consists of the lack of possibility of these professionals if to specialize and if to bring up to date through universiy courses The solution fastest would be the insertion of a chair in this area in the superior courses of Journalism

Keywords cinematographic reporter telejornalismo journalism

8

SUMAacuteRIO

INTRODUCcedilAtildeO 9

1 HISTOacuteRIA DO TELEJORNALISMO NO BRASIL 133

11 ABORDAGEM GERAL 133

121 Rede Tupi 177

122 Rede Excelsior 177

123 TV Record 177

124 TV Cultura 188

125 TV Globo 188

126 TV Bandeirantes 19

127 TV Gazeta 19

128 SBT 200

13 O PERCURSO DO TELEJORNALISMO NOS ANOS 70 211

2 REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO 233

21 O PAPEL DO JORNALISTA 233

22 O REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO 288

3 CURSO SUPERIOR PARA FORMACcedilAtildeO DE PROFISSIONAIS DA AacuteREA 333

31 DESVALORIZACcedilAtildeO DA PROFISSAtildeO 333

32 REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO Eacute JORNALISTA 344

CONCLUSAtildeO 377

REFEREcircNCIAS 400

ANEXO I ndash DECRETO Nordm 83284 DE 13 DE MARCcedilO DE 1979 455

ANEXO II ndash ACOacuteRDAtildeO TST-AIRR-6182001-751-04-401 511

9

INTRODUCcedilAtildeO

No dia 02 de setembro comemora-se o dia do repoacuterter cinematograacutefico

que eacute o profissional de televisatildeo incumbido de captar imagens que iratildeo enriquecer

as notiacutecias dos telejornais

Como eacute fundamental a imagem no cenaacuterio televisivo eacute faacutecil perceber a

importacircncia deste profissional para o telejornalismo No entanto como natildeo existem

ainda cursos acadecircmicos para a formaccedilatildeo desse profissional os proacuteprios colegas

adotam uma postura preconceituosa e bastante injusta

Pelo fato de possuiacuterem niacutevel teacutecnico o repoacuterter cinematograacutefico estaacute bem

distante de ser apenas um operador de cacircmera ao contraacuterio do que pensam alguns

desinformados Esse profissional vezes sem conta arrisca sua proacutepria vida para

mostrar ao mundo as imagens que tanto emocionam

Imagens da natureza de guerra de obras artiacutesticas de crimes de boas

accedilotildees humanas de cataacutestrofes imagens que comovem e as que revoltam imagens

que trazem alegria ou sofrimento imagens que elevam a alma e as que causam dor

ou pacircnico E todas elas costumam ser mostradas sem que tenhamos conhecimento

do nome do profissional que as captou

Eacute reconhecida a importacircncia do telejornalismo no sentido de levar agraves

famiacutelias brasileiras informaccedilatildeo cultura e notiacutecias do paiacutes e do mundo O que tem

10

sido objeto de discussatildeo eacute a forma como cada emissora transmite a mensagem

Analisando por exemplo notiacutecias internacionais que satildeo fornecidas por agecircncias

especializadas contratadas e que informam distribuem e divulgam as notiacutecias para o

mundo da mesma forma e com as mesmas imagens o cunho diferencial dado agraves

notiacutecias vai ser determinado pelo tratamento que cada emissora ou editor decidir e

que pode ser influenciado por questotildees poliacuteticas soacutecio-culturais contratos (de

leitura de emissoras de publicidade ou de mercado)

Eacute justamente aiacute que se reconhece o poder da imagem que afinal eacute o

grande diferencial do telejornalismo mais atraente do que o jornalismo por raacutedio ou

impresso Como diz um proveacuterbio chinecircs ldquouma imagem vale mais do que mil

palavrasrdquo Se o indiviacuteduo tem discernimento e ideacuteias proacuteprias natildeo vai ser facilmente

levado pelo subtexto embutida em certas informaccedilotildees noticiadas

Note-se que natildeo eacute nosso interesse tecer criacuteticas ao telejornalismo Trata-

se de um veiacuteculo de informaccedilatildeo que como qualquer outro apresenta vantagens e

desvantagens O que se pretende aqui eacute chamar a atenccedilatildeo para a importacircncia da

imagem e seu poder de transmitir o que realmente acontece Nos dias de hoje eacute

possiacutevel ateacute assistir a guerras pela televisatildeo como ocorreu na guerra do Iraque E

para quem a acompanhou e assistiu tambeacutem noticiaacuterios diferentes pode perceber

claramente as diferenccedilas de opiniotildees e declaraccedilotildees tanto eacute que essa guerra foi

chamada de ldquoguerra de informaccedilotildeesrdquo

Sendo tatildeo importante a imagem que se transmite igualmente importante

eacute a funccedilatildeo do jornalista cinematograacutefico que se submete em qualquer horaacuterio a

enfrentar condiccedilotildees climaacuteticas adversas lugares sem qualquer proteccedilatildeo arriscando

11

a vida vezes sem conta para mostrar vulcotildees em erupccedilatildeo tsunamis cachoeiras em

penhascos cumes de montanhas tiroteios e guerras a beleza e o perigo da vida

selvagem e tantas outras imagens que apenas satildeo possiacuteveis chegarem ateacute as

pessoas normais devido ao seu trabalho

Uma pesquisa realizada junto ao Sindicato dos Jornalistas Profissionais

do Distrito Federal aponta que num universo de aproximadamente 400 profissionais

atuando na aacuterea de filmagens cerca de apenas 30 deles tem seu registro

profissional junto ao oacutergatildeo de classe

Lutando pelo respeito e reconhecimento de outros profissionais os

repoacuterteres cinematograacuteficos precisam ser mais unidos se sindicalizarem no intuito

de fortalecer a categoria na luta por melhorias no exerciacutecio da funccedilatildeo

Devido agrave escassez de literatura sobre o assunto a presente monografia

foi desenvolvida com base em entrevistas com profissionais da aacuterea do

telejornalismo com artigos publicados na Internet e por meio de informaccedilotildees

disponibilizadas pelo Sindicato dos Jornalistas e pela Federaccedilatildeo Nacional dos

Jornalistas (FENAJ)

Encontra-se estruturada em trecircs capiacutetulos distintos sendo que o primeiro

deles se dedica a discorrer sobre os diversos aspectos que envolvem a histoacuteria do

telejornalismo brasileiro dando destaque ao percurso do telejornalismo na fase do

seu apogeu na deacutecada de 70 com os principais noticiaacuterios produzidos e

transmitidos pela Rede Tupi Rede Excelsior TV Record TV Cultura Rede Globo

TV Bandeirantes Gazeta e SBT

12

O segundo capiacutetulo versa sobre o papel do jornalista ndash seja ele repoacuterter

fotoacutegrafo cinegrafista redator ou editor ndash e a importacircncia de seu trabalho na

construccedilatildeo da cidadania trazendo inclusive conceitos tecidos pelos proacuteprios

profissionais aleacutem de mencionar algumas das dificuldades que encontram no

mercado de trabalho Tambeacutem eacute mostrado como se daacute a regulamentaccedilatildeo da

profissatildeo de jornalista que eacute obrigatoacuteria tendo em vista que o exerciacutecio ilegal dessa

profissatildeo constitui crime

Em toacutepico apartado satildeo mencionadas as caracteriacutesticas da profissatildeo do

repoacuterter cinematograacutefico de como ocorre sua formaccedilatildeo quais as formas de atuaccedilatildeo

os riscos profissionais a que se sujeita e trata tambeacutem da questatildeo do preconceito de

colegas que injustamente natildeo o considera jornalista

Por fim o terceiro capiacutetulo trata da necessidade de haver um curso

superior para a formaccedilatildeo desses profissionais que certamente iraacute trazer inuacutemeras

vantagens desde a reciclagem do conhecimento e o aprendizado de novas teacutecnicas

como o combate agrave desvalorizaccedilatildeo da profissatildeo visto que apesar de muitos

discordarem o repoacuterter cinematograacutefico tambeacutem eacute jornalista

13

1 HISTOacuteRIA DO TELEJORNALISMO NO BRASIL

11 ABORDAGEM GERAL

O primeiro telejornal brasileiro foi ldquoImagens do Diardquo que foi ao ar em 19

de setembro de 1950 pela emissora TV Tupi de Assis Chateaubriand (Diaacuterios

Associados) Ao longo de um ano esse telejornal tinha um formato simples liderada

pelo locutor Rui Resende que produzia e redigia os textos a serem noticiados sendo

que algumas notas vinham acompanhadas de imagens sem som feitas em filme

preto e branco (Mundo da TV sd)

Vale destacar o primeiro telejornal de grande sucesso na televisatildeo

brasileira que foi o ldquoRepoacuterter Essordquo que foi ao ar tambeacutem atraveacutes da emissora Tupi

durante 17 anos (entre 1953 a 1970) Esse programa tinha como vinheta de abertura

a frase ldquoAqui fala o seu Repoacuterter Esso testemunha ocular da Histoacuteriardquo apresentado

por dois destacados locutores de raacutedio Kalil Filho e depois Gontijo Teodoro

Entre 1960 a 1964 a TV Excelsior revolucionou a televisatildeo brasileira

marcada principalmente com a introduccedilatildeo de dois programas de telejornalismo o

primeiro foi o ldquoTele Notiacuteciasrdquo que inovou com o ldquotoprdquo de cinco segundos e o ldquoJornal

de Vanguardardquo que revolucionou o conceito de noticiaacuterio (THELL sd)

14

O ldquoJornal de Vanguardardquo foi lanccedilado em setembro de 1963 pelas matildeos

de Fernando Barbosa Lima e que se transformou em um show de notiacutecias uma

grande revoluccedilatildeo na linguagem e no espiacuterito do telejornalismo com muita

criatividade e inteligecircncia Ao inveacutes de buscar profissionais do raacutedio esse jornal

formou sua base por jornalistas que vinham da imprensa escrita entrava no ar por

volta das 22h30 ao vivo com muitos apresentadores Tinha desenhistas

humoristas comentaristas poliacuteticos comentarista internacional e cronistas Esse

jornal comeccedilou na TV Excelsior passou pela Tupi e pela Globo e foi morrer na TV

Rio em protesto pela censura imposta com o Ato Institucional n 5 (THELL sd)

Em setembro de 1969 a Rede Globo de Televisatildeo trouxe o ldquoJornal

Nacionalrdquo criado por Armando Nogueira que estreou em setembro daquele ano

com inuacutemeras inovaccedilotildees tecnoloacutegicas importadas dos EUA Rapidamente esse

programa tornou-se liacuteder de audiecircncia e referecircncia da imprensa nacional

apresentando reportagens em cores reportagens internacionais via sateacutelite e em

tempo real (ao vivo) seguindo um formato dos telejornais americanos (estilo de

linguagem narrativa e figura do repoacuterter)

Segundo Armando Nogueira diretor da Central Globo de Jornalismo agrave

eacutepoca da criaccedilatildeo do telejornal o Jornal Nacional foi pedra de toque de um projeto

muito ambiciosa que previa a geraccedilatildeo de uma programaccedilatildeo uniforme para todo o

Brasil de modo que a emissora fez largo uso da tecnologia iniciando o emprego dos

sateacutelites para a difusatildeo de notiacutecias e visando maior alcance de suas fontes nacionais

e internacionais (KOSMINSKY 2002)

15

Mais tarde em 1977 a Globo Satildeo Paulo estreou um jornal de serviccedilo o

ldquoBom Dia Satildeo Paulordquo que permanece no ar nos dias atuais de segunda a sexta agraves

7h da manhatilde Vale destacar as novas tecnologias introduzidas como a UPJ

(Unidade Portaacutetil de Jornalismo) com repoacuterteres entrando ao vivo de vaacuterios pontos

da cidade transmitindo informaccedilotildees de serviccedilo como tempo tracircnsito movimentaccedilatildeo

da cidade aeroporto etc O sucesso foi tatildeo grande que em 1983 foi lanccedilado em rede

nacional o ldquoBom Dia Brasilrdquo que desde entatildeo vai ao ar logo apoacutes o ldquoBom Diardquo de

cada praccedila com o noticiaacuterio poliacutetico gerado em Brasiacutelia

Em 1988 foi lanccedilado o ldquoTJ Brasilrdquo pelo Sistema Brasileiro de Televisatildeo-

SBT tambeacutem inspirado no formato americano ao inovar com a emblemaacutetica figura

do acircncora Boris Casoy que saiu do jornal impresso e logo se acertou com a TV

conquistando seu espaccedilo e seu puacuteblico Em meados de 1997 Casoy assinou

contrato com a TV Record

Conforme Squirra (1994) em palestra realizada no II Congresso Brasileiro

de Jornalismo de Liacutengua Portuguecircs

ldquoO modelo ancorado com Boris Casoy foi colocado no ar em 1988 e desde o primeiro momento levou agraves residecircncias brasileiras um formato novo com um padratildeo de qualidade esteacutetica que definitivamente fugia daquele global que adotava cegamente as premissas de juventude e beleza para seus apresentadores de telejornais Que natildeo satildeo jornalistas por formaccedilatildeo profissional Boris Casoy neste particular tambeacutem representa um novo paradigma Aleacutem de ser jornalista sua identidade popular - tinha se tornado amplamente conhecido na TV a partir dos primeiros debates poliacuteticos como representante de um jornal impresso a Folha de SPaulo - seu carisma -soube explorar uma imagem segura independente e madura- e independecircncia televisivos -natildeo representava uma emissora de TV- propiciaram que ele viesse a ter respaldo para implantar um modelo ineacutedito no telejornalismo do paiacutes E trouxe aos lares um produto hiacutebrido na missatildeo de ancorar um telejornal a emissatildeo clara de opiniatildeo no ar ()rdquo

16

No periacuteodo compreendido entre 1992 e 1993 o jornal de Boris Casoy

superou em audiecircncia o Jornal Nacional da Rede Globo de forma que 594 do

puacuteblico ABC estavam com o TJ Brasil

Tambeacutem integra a histoacuteria do telejornalismo no Brasil o ldquoJornal da Bandrdquo

exibido pela TV Bandeirantes desde 1997 igualmente influenciado pelos costumes

americanos apresentado inicialmente por Paulo Henrique Amorim com um estilo

forte e opinativo com informaccedilotildees exclusivas e ao vivo Atualmente esse telejornal

tem como acircncora o jornalista Carlos Nascimento (Mundo da TV sd)

Uma pesquisa realizada pelo Ibope em 1980 demonstrou que o

telejornalismo eacute a mais importante e acessiacutevel fonte de informaccedilatildeo da populaccedilatildeo

onde 73 do puacuteblico pesquisado tinham acesso agrave televisatildeo Os telejornais foram

identificados como o tipo de programa preferido por 874 dos homens e o segundo

preferido de 713 das mulheres Conforme mateacuteria publicada pela revista Exame

em agosto de 2002 a TV eacute hoje o uacutenico meio de informaccedilatildeo e entretenimento para

40 da populaccedilatildeo (GUROVITZ 2002 p 46-58)

17

12 PROGRAMAS JORNALIacuteSTICOS NAS DIVERSAS EMISSORAS DE

TV

A seguir seratildeo listados os principais telejornais que foram ao ar pelas

diversas emissoras de televisatildeo do paiacutes

121 Rede Tupi

A partir de 1951 a Rede Tupi (19501980) exibia ldquoDiaacuterio de Satildeo Paulo na

TVrdquo ldquoEdiccedilatildeo Extrardquo e ldquoTelejornal Brahmardquo

Em 1952 apresentava o ldquoRepoacuterter Essordquo o ldquoTelejornal Tupirdquo e

ldquoTelenotiacutecias Panairrdquo

Em 1965 estreou ldquoUltra Notiacuteciasrdquo

Em 1979 um de seus uacuteltimos programas foi o ldquoAqui e Agorardquo com 6

horas de duraccedilatildeo e direccedilatildeo de Wilton Franco extinto no ano seguinte pelo governo

122 Rede Excelsior

A Rede Excelsior (19601964) estreou em 1960 o ldquoTele Notiacuteciasrdquo e em

1963 ldquoA Marcha do Mundordquo e o ldquoJornal da Vanguardardquo

123 TV Record

A TV Record (1953) inseriu em sua programaccedilatildeo na aacuterea de

telejornalismo diversos programas valendo destacar

- ldquoTempo de Notiacuteciasrdquo (1972)

18

- ldquoCidade Alertardquo (1995)

- ldquoFala Brasil (1998)

- ldquoEdiccedilatildeo de Notiacuteciasrdquo (2003)

- ldquoTudo a Verrdquo (2004)

- ldquoRecord RJrdquo ldquoRecord SPrdquo e ldquoRio de Janeiro no Arrdquo (2005)

124 TV Cultura

Dentre os programas de telejornais introduzidos pela TV Cultura (1969)

vale destacar

- ldquoA Hora da Notiacuteciardquo (1972)

- ldquoConversa Afiadardquo (1999)

- ldquoMateacuteria Puacuteblicardquo (2002)

- ldquoBoletim Culturardquo e ldquoPrimeira Paacuteginardquo (2005)

125 TV Globo

No ar desde 1968 a TV Globo editou inuacutemeros programas

telejornaliacutesticos com destaque para

- ldquoTele Globordquo (1965)

- ldquoUltranotiacuteciasrdquo (1966)

19

- ldquoJornal da Globordquo (1967)

- ldquoJornal Nacionalrdquo (1969)

- ldquoJornal Hojerdquo (1971)

- ldquoBom dia Satildeo Paulordquo (1977)

- ldquoJornal da Globordquo (1979)

- ldquoSPTVrdquo ldquoRJTVrdquo ldquoBom dia Brasilrdquo (1983)

- ldquoGlobo Notiacuteciardquo (2005)

126 TV Bandeirantes

Pela TV Bandeirantes no ar desde 1967 vale destacar os seguintes

telejornais

- ldquoTitulares da Notiacuteciardquo (1969)

- ldquoBand News na Bandrdquo e ldquoBrasil Urgenterdquo (2001)

- e ldquoPrimeiro Jornalrdquo (2005)

127 TV Gazeta

Mais recentemente a TV Gazeta (1970) levou ao ar

- o ldquoJornal Gazetardquo o ldquoMercadordquo e ldquoPrimeira Paacuteginasrdquo todos estreados

em 2001

20

- em 2002 introduziu o ldquoJornal Gazeta 2ordf ediccedilatildeordquo e

- em 2003 o ldquoGazeta On-linerdquo

128 SBT

O Sistema Brasileiro de Televisatildeo no ar desde 1981 tem na histoacuteria do

telejornalismo da emissora os seguintes programas

- ldquoNoticentrordquo (1981)

- ldquo24 Horasrdquo (1982)

- ldquoCidade 4rdquo (1986)

- ldquoTJ Brasilrdquo ldquoTJ Noiterdquo e ldquoTJ Satildeo Paulordquo (1988)

- ldquoJornal do SBTrdquo ldquoAqui e Agorardquo (1991)

- ldquoAqui Brasilrdquo (1993) ldquoSBT Notiacuteciasrdquo (1995)

- ldquoJornal do SBTCBS Telenotiacuteciasrdquo (1997)

- ldquoNotiacutecias do Diardquo e ldquoNoticidaderdquo (1998)

- ldquoTJ Manhatilderdquo (2001)

- ldquoSBT Brasilrdquo (2005) dentre outros

21

13 O PERCURSO DO TELEJORNALISMO NOS ANOS 70

Em seu trabalho de dissertaccedilatildeo de mestrado defendido na Escola de

Comunicaccedilotildees e Artes da Universidade de Satildeo Paulo Antonio Reis Jr (2003) nos

mostra que no iniacutecio da deacutecada de 70 o campo cinematograacutefico sofreu dispersatildeo do

grupo de cineastas que integravam o Cinema Novo devido agrave repressatildeo poliacutetica poacutes

Ato Institucional n 5 em 1968 Com a criaccedilatildeo da Embrafilme em 1969 as novas

demandas do mercado cultural assim como o acirramento dos debates esteacuteticos

formou-se um novo quadro de atuaccedilatildeo para os cinegrafistas que se descortinou

com o esfacelamento do Cinema Novo com a expansatildeo da induacutestria cultural do

consumo dos bens simboacutelicos no paiacutes e com o surgimento de novos esquemas de

produccedilatildeo e projetos culturais

Nesse cenaacuterio de cerceamento controle e censura da produccedilatildeo cultural

diversos cineastas vislumbraram a possibilidade de trabalhar em algumas emissoras

de TV e como o telejornalismo foi o programa de maior impacto nesse meio de

comunicaccedilatildeo em massa surgiu assim o nosso repoacuterter cinematograacutefico

Desde sua primeira exibiccedilatildeo em rede nacional em 1ordm de setembro de

1969 o Jornal Nacional da Rede Globo apresentou um formato proacuteprio para

transmitir notiacutecias onde ldquoo telejornal era capaz de abordar no mesmo tom e com a

mesma inconsequumlecircncia notiacutecias banais e outras de extrema importacircncia para o

espectador conferindo um mesmo tratamento a fatos relevantes e irrelevantesrdquo Em

plena eacutepoca de ditadura tal fato revela a cumplicidade dessa emissora para com os

militares apresentando um telejornal com moderna engenharia eletrocircnica e que

adotava a maacutescara do paiacutes ldquoem desenvolvimentordquo do milagre econocircmico

22

propagando imagens de um paiacutes com o povo bonito onde natildeo existia fome miseacuteria

pobreza

Contudo nesse mesmo periacuteodo surgiu a TV Cultura com a programaccedilatildeo

mais voltada para a realidade brasileira e que criou em 1972 o telejornal ldquoA Hora da

Notiacuteciardquo pobre em recursos mas combativo liacuteder de audiecircncia desta emissora

seguia em caminho inverso agraves fantasias institucionais e agrave alienaccedilatildeo dos noticiaacuterios

da eacutepoca

Em 1975 o jornalista Vladimir Herzog assumiu a direccedilatildeo da TV Cultura

apresentando proposta para tornar o telejornalismo em um instrumento de diaacutelogo

com o puacuteblico combatendo a atitude servil diante do governo com uma poliacutetica de

programaccedilatildeo visando objetivos prioritaacuterios relacionados com a realidade do puacuteblico

que pretendia atingir Poreacutem nesse mesmo ano Herzog foi preso interrogado

torturado e morto sucumbindo o projeto de renovaccedilatildeo do telejornalismo na TV

brasileira

Mas em seguida apesar de o Jornal Nacional manter estreita ligaccedilatildeo com

a ditadura surgiu na Rede Globo o Globo Repoacuterter originaacuterio da seacuterio Globo Shell ndash

o uacutenico programa da emissora produzido com material cinematograacutefico e que teve o

meacuterito de fazer passar informaccedilotildees boicotadas pelos demais telejornais ndash

caracterizado por abordar temas polecircmicos e questotildees sociais justamente em um

periacuteodo em que esses assuntos eram proibidos e vetados pela Censura Federal

Esse estilo despojado e independente de fazer documentaacuterios perdurou entre 1976

a 1983

23

2 REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO

21 O PAPEL DO JORNALISTA

Nos dias de hoje o jornalista assim como outros profissionais de

imprensa enfrenta inuacutemeras dificuldades no mercado de trabalho ndash fato que exige

dele atenccedilatildeo para que se mantenha sempre atualizado e se preocupe com a

questatildeo da formaccedilatildeo e da qualificaccedilatildeo

De acordo com a Comissatildeo de Revisatildeo dos Registros de Jornalistas

Profissionais (Portaria MTb n 548 de 140695) todos os jornalistas profissionais do

paiacutes precisam efetuar a revisatildeo do seu Registro Profissional junto ao seu sindicato

para alterar o nuacutemero do Registro anotado na carteira de trabalho Tal procedimento

visa invalidar a grande quantidade de documentos irregulares

Na composiccedilatildeo alfanumeacuterica do novo registro seraacute adotada a sigla de

duas letras do alfabeto que identificam o Estado de origem seguida dos algarismos

a partir de 00001 e mais duas letras que qualificam a natureza da funccedilatildeo na qual o

jornalista foi registrado As letras qualificadoras da natureza da funccedilatildeo para titular

de registro funccedilatildeo de repoacuterter-cinematograacutefico eacute RC Exercer atividades de

jornalista com registro precaacuterio constitui crime de exerciacutecio ilegal da profissatildeo

(Sindicato dos Jornalistas 2006)

24

Para ilustrar melhor o papel do jornalismo a seguir iremos elencar as

definiccedilotildees formuladas por diversos profissionais da aacuterea publicadas no site Enfato ndash

Comunicaccedilatildeo Empresarial (2006)

ldquoO jornalista eacute o(a) profissional que faz mais do que apenas reportar o que acontece ele(a) estabelece viacutenculos entre os fatos correntes e passados provocaestimula o raciociacutenio do telespectadorleitorouvinte e procura ainda extrair disso tudo alguma perspectiva que sinalize o futuro Sua atividade eacute ainda mais difiacutecil do que parece eacute indispensaacutevel que este(a) profissional desempenhe sua tarefa com absoluta noccedilatildeo de seus princiacutepios eacuteticos sem se deixar contaminar por influecircncias poliacuteticas ou interesses pessoais Soacute assim seu relato teraacute credibilidade ndash a uacutenica moeda de real valor para quem abraccedilou esta profissatildeo Aliaacutes natildeo eacute agrave toa que a classe de espiacuterito tatildeo nobre seja tatildeo vilipendiada por aqueles que detecircm o controle das empresas de comunicaccedilatildeordquo Claudio Lessa colunista do site Direto da Redaccedilatildeo

ldquoSer jornalista hoje eacute e cada vez seraacute mais permitir ao leitor entender os fatos muito mais do que simplesmente tomar conhecimento deles Durante deacutecadas ser jornalista era correr atraacutes de furo dar informaccedilotildees sobre um fato que era desconhecido de todos Eu acho que hoje o nosso desafio estaacute em permitir que o leitor entenda os fatos pois existe uma avalanche de informaccedilotildeesrdquo Eugecircnio Esber diretor de redaccedilatildeo da revista Amanhatilde (RS)

ldquoO bom jornalista eacute aquele que eacute criativo investigador objetivo estaacute sempre informado mergulha com profundidade nos assuntos e acima de tudo tem a eacutetica como sua religiatildeordquo Fernando Barbosa Lima editor da FBL Criaccedilatildeo e Produccedilatildeo (RJ)

ldquoTenho a impressatildeo de que ser jornalista diante da tamanha complexidade do universo da Comunicaccedilatildeo eacute ter a capacidade de melhor organizar e selecionar a quantidade crescente da informaccedilatildeo defendendo o que haacute de mais essencial primado da verdade Lembro do que dizia Claudio Abramo de que a funccedilatildeo do jornalista eacute buscar a verdade camuflada atraacutes da verdade aparente Acho que essa tarefa eacute o grande diferencial que determinaraacute o sucesso profissionalrdquo Fernando Salerno diretor da Associaccedilatildeo Paulista de Jornais e do diaacuterio Valeparaibano (SP)

ldquoSer jornalista hoje eacute o mesmo que ontem e presumo o mesmo que amanhatilde O jornalista tem a funccedilatildeo de informar mais do que formar No meu entendimento hoje haacute muitos jornalistas mais preocupados em formar do que em informar Em outras palavras eacute muita opiniatildeo e pouca informaccedilatildeo Entendo ainda que eacute um trabalho muito importante para garantir a transparecircncia das sociedadesrdquo Flaacutevio Portela gerente de jornalismo da raacutedio Guaiacuteba (RS)

ldquoTenho orgulho de ser jornalista Essa funccedilatildeo eacute cada vez mais importante desde que seja acompanhada de eacutetica e

25

responsabilidade Cada vez mais a miacutedia tem credibilidade Graccedilas ao jornalista e a essa possibilidade de informaccedilatildeo raacutepida e global eacute que aproximamos o mundordquo Lucia Leme apresentadora do programa Olhar 2005 da TVE-RJ

ldquoA profissatildeo natildeo perdeu o encanto embora os predadores empresariados tenham feito de tudo para desencantaacute-la e diminuiacute-lardquo Luiacutes Recena editor executivo da Tribuna do Brasil (DF)

ldquoSer jornalista eacute saber passar informaccedilotildees ao grande puacuteblico eacute saber defender a sociedade atraveacutes dos jornais e procurar saber o que ela procura e onde precisa ser ajudadardquo Maria Eugecircnia Labouriau assessora de imprensa do Inmetro

ldquoA funccedilatildeo principal do jornalista eacute ser a oposiccedilatildeo diante das instituiccedilotildees incluindo Judiciaacuterio o Estado todo mundo Os jornalistas satildeo os fiscalizadores da sociedaderdquo Nando Gross apresentador da Raacutedio Gauacutecha AM (RS)

ldquoEacute como jogar nas 11 posiccedilotildees do campo Natildeo existe mais jornalista pelo menos aqui no interior do Rio Grande do Norte especialista Todos acabam tendo que cumprir todas as funccedilotildees Somos mais que polivalentes jaacute que estamos num jornal do interiorrdquo Pedro Carlos Lopes Pinheiro diretor de Redaccedilatildeo do jornal O Mossoroense (RN)

ldquoSer jornalista hoje eacute ter perseveranccedila vontade e amor pela profissatildeo jaacute que os jornalistas ganham mal e natildeo haacute incentivos para a realizaccedilatildeo do trabalhordquo Raimundo Afonso Gomes presidente do Sindicato dos Jornalistas do Acre

ldquoHoje e sempre ser jornalista eacute tentar ser uma testemunha do seu tempo Essa eacute nossa humilde tarefa Natildeo eacute ser juiz promotor Atualmente temos uma tendecircncia de julgar e ateacute condenar Quanto mais complexa a sociedade mais se exige esse papel do jornalistardquo Zuenir Ventura colunista de O Globo (RJ)

A exemplo de outras profissotildees regulamentadas pela legislaccedilatildeo vigente

em nosso paiacutes ou reconhecidas pelo mercado formal de trabalho a atividade

jornaliacutestica deve seguir preceitos eacuteticos especiacuteficos com a finalidade de preservar o

atendimento do interesse puacuteblico e o direito agrave informaccedilatildeo existente em uma

sociedade democraacutetica

Com referecircncia agrave elaboraccedilatildeo da notiacutecia segundo Eliane Mendonccedila (sd)

ldquoa notiacutecia eacute o resultado de diversas lsquovozesrsquo que o jornalista precisou ouvir interpretar

e sintetizar de forma a tornaacute-lo acessiacutevel ao grande puacuteblicordquo Com base nessa

26

assertiva pode-se dizer que o jornalista eacute o profissional que tem como ofiacutecio a

responsabilidade de reconstruir os fatos levando em conta todos os conceitos a que

teve acesso durante a apuraccedilatildeo da mateacuteria E se eacute assim a notiacutecia nunca teraacute um

uacutenico autor visto que a mateacuteria jornaliacutestica traz em seu bojo inuacutemeras versotildees do

mesmo assunto cada um de um personagem (fonte) diferente

Note-se que ainda que o jornalista natildeo seja o uacutenico autor do que escreve

cabe a ele a funccedilatildeo de equilibrar o texto a ponto de ser fiel a tudo o que ouviu

procurando transmitir a informaccedilatildeo da forma mais clara possiacutevel a fim de que possa

ser compreendida por todo o tipo de leitor

Outro ponto a se considerar como bem explica Eliane Mendonccedila (sd)

refere-se ao fato de que um mesmo assunto se apresenta ao puacuteblico sob diferentes

enfoques quando transmitido em diferentes veiacuteculos de comunicaccedilatildeo Isto ocorre

porque ao contraacuterio do que ensina os antigos manuais do jornalismo o jornalista

natildeo eacute imparcial e acaba embutindo na notiacutecia um pouco de sua vivecircncia pessoal

sua opiniatildeo sobre o assunto seus preconceitos aleacutem de ter que levar em

consideraccedilatildeo as normas as orientaccedilotildees e a postura da empresa para a qual

trabalha

Segundo o Departamento de Comunicaccedilatildeo e Turismo da Universidade

Federal da Paraiacuteba (UFPB 2006) a sociedade espera que o jornalista exerccedila o

seguinte papel

- Auxiliar a populaccedilatildeo a tomar decisotildees coletivas favoraacuteveis ao bem comum - Enriquecer culturalmente a sociedade - Responsabilizar-se pelas informaccedilotildees que divulga e consequumlecircncias delas - Colaborar para o fortalecimento da cidadania

27

- Discernir entre o que tem caraacuteter construtivo para a sociedade - Propagar iniciativas conhecimentos e teacutecnicas que possam ser reproduzidas de forma a contribuir para o bem estar social - Distinguir e denunciar atitudes que sejam lesivas agrave sociedade

O jornalista ndash seja ele o repoacuterter o fotoacutegrafo o cinegrafista o redator o

editor o chefe de reportagem enfim ndash deve estar consciente da importacircncia do seu

trabalho para a construccedilatildeo da cidadania e de uma sociedade igualitaacuteria

Como bem observa Maristela Alves Leitatildeo (2005) os profissionais de

jornalismo desempenham um importante papel nas transformaccedilotildees soacutecio-poliacuteticas

nas uacuteltimas deacutecadas constituindo os ldquoguardiotildees dos direitos humanosrdquo durante a

transiccedilatildeo da ditadura militar para o regime democraacutetico Atualmente a preocupaccedilatildeo

tem sido lutar contra a corrupccedilatildeo e a favor da cidadania visando a conscientizaccedilatildeo

da populaccedilatildeo em relaccedilatildeo aos seus direitos e obrigaccedilotildees

A mateacuteria jornaliacutestica consiste na reconstruccedilatildeo de dada realidade que

cerca um fato recente efetuada pelo profissional da aacuterea a partir da tomada de

depoimentos de pessoas que participaram ou estatildeo inseridas no contexto apurado

Essas pessoas a serem entrevistas natildeo devem ser selecionadas de maneira fortuita

apenas seratildeo inquiridas aquelas que possam dispor de dados estritamente

importantes e possuir competecircncia reconhecida para referir-se ao assunto em

questatildeo Uma das habilidades mais valorizadas na profissatildeo inclusive eacute aquela de

pesquisar e encontrar as fontes mais adequadas considerando-se a expectativa do

puacuteblico de receber informaccedilatildeo qualificada (Rothberg 2006)

28

Comparando-se o jornalismo impresso com o televisivo este uacuteltimo leva

clara vantagem por ser meio mais atraente ao disponibilizar uma dinacircmica

audiovisual

22 O REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO

O repoacuterter cinematograacutefico eacute aquele profissional que executa serviccedilos

referentes ao mercado de radiodifusatildeo mais especificamente em TV atuando como

assistente ou teacutecnico na aacuterea de produccedilatildeo em meios de comunicaccedilatildeo Dentre suas

atividades vale destacar pesquisa anaacutelise e interpretaccedilatildeo das possibilidades

riacutetmicas estruturais e associadas do encontro entre imagem e som aleacutem de

executar e manter os equipamentos de aacuteudio e iluminaccedilatildeo e cacircmeras de TV (Nova

Faetec 2006)

No Brasil o curso profissionalizante de repoacuterter cinematograacutefico tem ainda

niacutevel teacutecnico com duraccedilatildeo de trecircs anos sendo exigido como preacute-requisito a

conclusatildeo do ensino meacutedio ou fundamental

No Rio de Janeiro foi criada em 16 de fevereiro em 1946 a ARFOC -

Associaccedilatildeo Profissional de Repoacuterteres Fotograacuteficos e Cinematograacuteficos do Brasil

que consiste em uma associaccedilatildeo profissional e cultural destituiacuteda de caraacuteter poliacutetico-

partidaacuterio e sem fins lucrativos nos termos do Decreto n 1229 de 09101962 cujo

objetivo eacute incentivar aperfeiccediloar valorizar e defender a profissatildeo e os fotojornalistas

e a aplicaccedilatildeo da imagem ao jornalismo (ARFOC 2006)

29

Segundo Joseacute Alves Filho (2005) presidente da ARFOC-PI existe uma

falta de reconhecimento ateacute por parte dos proacuteprios colegas de trabalho em relaccedilatildeo

ao trabalho do repoacuterter cinematograacutefico Eacute uma injusticcedila visto que uma boa

reportagem de TV depende mais do registro do repoacuterter cinematograacutefico ndash fruto de

sua persistecircncia coragem e sensibilidade ndash do que do repoacuterter produtor ou editor

Essa falta de reconhecimento se reflete no dia-a-dia principalmente por

parte dos chefes de redaccedilatildeo que nunca estimulam os repoacuterteres cinematograacuteficos a

participarem da discussatildeo da pauta que iratildeo cumprir Com isso eles acabam se

afastando das redaccedilotildees desestimulados a participarem do processo Por parte dos

colegas jornalistas haacute um preconceito intelectual ainda que velado em relaccedilatildeo aos

colegas da ldquolinha de frenterdquo os ditos repoacuterteres cinematograacuteficos forjados pela

ldquofaculdade da vidardquo sem chance de discutir teoria nos bancos universitaacuterios

Partindo-se da premissa de que a imagem eacute o uacutenico item imprescindiacutevel

da TV natildeo haacute justificativa para o fato de que o salaacuterio dos bons cinegrafistas natildeo

chegam nem na metade do salaacuterio dos repoacuterteres haacute vinte anos atraacutes o salaacuterio

desses profissionais se equiparavam

Para Antonio Brasil (2004)

() se existe uma classe de jornalistas que sempre sofreu enormes injusticcedilas e discriminaccedilotildees eacute sem duacutevida o segmento dos cinegrafistas de TV Hoje satildeo chamados de lsquorepoacuterteres cinematograacuteficosrsquo Para mim deveriam ser simplesmente lsquojornalistasrsquo Mas como costumam ter origem humilde e natildeo podem pagar pelos lsquodiplomasrsquo satildeo considerados jornalistas de segunda classe Natildeo precisam passar no miacutenimo quatro anos pagando caro para as faacutebricas de jornalistas e ningueacutem parece se importar muito com isso Mas os cinegrafistas ou repoacuterteres cinematograacuteficos merecem o nosso apoio e respeito Lutam pelo reconhecimento da profissatildeo enquanto lsquojornalistasrsquo de verdade Recusam-se a serem meros

30

lsquoapecircndicesrsquo na vida dos repoacuterteres e nas decisotildees dos nossos editores de telejornalismo

Infelizmente ainda persiste o conflito entre os profissionais da palavra e

os jornalistas da imagem Brasil (2004) experiente na profissatildeo muitas vezes

sentiu na pele os efeitos de atitudes arrogantes e discriminatoacuterias mesmo de

repoacuterteres receacutem-formados - o que demonstra que essa arrogacircncia sem

fundamento eacute cultural beira o preconceito social ou ldquoracismordquo E geralmente satildeo os

velhos cinegrafistas que acabam por ensinar a esses jovens os primeiros passos da

profissatildeo

Eacute certo que no meio televisivo as imagens constituem elemento chave

da mateacuteria do repoacuterter satildeo elas que datildeo suporte agrave narrativa cronoloacutegica do

acontecimento Cumpre ressaltar que tal qual o repoacuterter o cinegrafista tem como

objetivo registrar o acontecimento e fazer com que o mesmo chegue ao ar Daiacute a

importacircncia de recomendar aos alunos do telejornalismo que cinegrafista natildeo deve

ser vigiado nem precisa ser orientado

Repoacuterter e cinegrafista satildeo colegas de jornalismo isto eacute ambos satildeo

jornalistas Natildeo eacute porque o cinegrafista geralmente tem origem simples gestos

humildes e carrega peso que deixa de ser jornalista Ganha o repoacuterter despido

desse preconceito pois se dispotildee a assimilar os segredos da profissatildeo ensinados

pelos cinegrafistas e compartilhando com respeito os objetivos da reportagem

recebem valiosas dicas praacuteticas

Brasil (2004) desabafa

31

Os jovens de boa aparecircncia - condiccedilatildeo dispensaacutevel mas que parece ser obrigatoacuteria em nossos telejornais - saem das universidades natildeo sabem quase nada de telejornalismo Buscam na TV o sonho de sucesso e fama A maioria desses jovens natildeo teve a oportunidade aprender a praacutetica da profissatildeo Eles satildeo selecionados em processos meio nebulosos e certamente pouco transparentes Se tornam repoacuterteres de TV e tem que aprender as teacutecnicas peculiares da profissatildeo na marra No entanto satildeo os velhos cinegrafistas - profissionais humildes e experientes que costumam ensinar os primeiros passos Os cinegrafistas tambeacutem satildeo colegas leais Aleacutem de ensinarem telejornalismo de verdade tambeacutem fazem questatildeo de ocultar os erros dos neoacutefitos Os editores jamais percebem as inuacutemeras passagens que os cinegrafistas providencialmente apagam das fitas e da nossa memoacuteria Alguns desses neoacutefitos natildeo eram tatildeo jovens Muitos profissionais da imprensa fizeram a transiccedilatildeo para os encantos da TV graccedilas agrave boa vontade de velhos cinegrafistas

Ao inveacutes de se sentirem agradecidos muitos desses colegas se recusam

a aceitar que aqueles sujeitos simples satildeo tambeacutem jornalistas e que aleacutem de

compartilhar os objetivos da reportagem ensinam agrave nova geraccedilatildeo de jornalistas de

TV inuacutemeras dicas profissionais

Natildeo bastasse esse desrespeito com o profissional de imagem ele ainda

estaacute sujeito a sofrer seacuterios riscos inerentes agrave proacutepria profissatildeo aleacutem de graves

problemas de sauacutede ao utilizar equipamentos pesados e obsoletos e enfrentar um

ritmo estressante de trabalho repetitividade de tarefas longas jornadas e condiccedilotildees

precaacuterias de trabalho

Daiacute a importacircncia de apoiar a luta desses profissionais de imagem que

buscam o creacutedito e o respeito merecidos Eacute uma questatildeo natildeo apenas de direito

mas de reconhecimento Tambeacutem eacute importante observar e condenar as possiacuteveis

represaacutelias aos profissionais que buscam esse reconhecimento

32

Brasil (2004) faz uma comparaccedilatildeo entre os cinegrafistas da Inglaterra e

os do Brasil Enquanto entre noacutes os profissionais lutam pela sobrevivecircncia

aprendem tudo sem qualquer tipo de treinamento especiacutefico e para garantir os seus

direitos devem permanecer anocircnimos na Inglaterra a escola de cinegrafistas da

BBC possibilita a esses profissionais facilidades teacutecnicas um bom sistema de

promoccedilatildeo e cargos Para a promoccedilatildeo dentro da proacutepria categoria os cinegrafistas

ingleses satildeo regularmente enviados ao interior daquele paiacutes para conhecerem as

novas tecnoloacutegicas e teacutecnicas profissionais visando com isso tambeacutem fortalecer os

laccedilos corporativos

33

3 CURSO SUPERIOR PARA FORMACcedilAtildeO DE PROFISSIONAIS DA

AacuteREA

31 DESVALORIZACcedilAtildeO DA PROFISSAtildeO

Como outras inuacutemeras profissotildees tambeacutem o jornalista enfrenta crise no

seu acircmbito de trabalho Para superar a concorrecircncia garantir o seu emprego e

valorizar sua profissatildeo o jornalista de modo geral precisa especializar-se em

determinadas aacutereas e atualizar-se academicamente No mercado atual esse

profissional tem que lidar com o aumento de responsabilidade com o acuacutemulo de

funccedilotildees nas redaccedilotildees aleacutem de ser em geral mal remunerado e sofrer com o

constante risco de ser demitido

Conforme aponta Noblat (2003 p 36)

Exige-se do candidato a uma vaga nas redaccedilotildees que seja profissional completo e polivalente Ele tem de dominar todas as teacutecnicas para o exerciacutecio da profissatildeo manejar os instrumentos capazes de ajudaacute-lo a fazer o melhor trabalho e ter a niacutetida compreensatildeo do seu papel de jornalista multimiacutedia

Em plena era de globalizaccedilatildeo as perspectivas natildeo satildeo as melhores Tem

razatildeo Dizard Jr (2000 p 21) ao afirmar que uma das poucas certezas com que os

novos profissionais de miacutedia podem contar futuramente eacute que teratildeo que lidar com o

impacto das mudanccedilas tecnoloacutegicas e com a intensificaccedilatildeo da demanda por maior

envolvimento intelectual e habilitaccedilatildeo acadecircmica

34

Para o repoacuterter cinematograacutefico e supervisor de cinegrafia da rede Globo

Heacutelio Alvarez concorda que a profissatildeo do repoacuterter cinematograacutefico e fotoacutegrafo eacute

desvalorizada e isto se deve segundo ele ao fato de que a valorizaccedilatildeo profissional

na atualidade se daacute por meio da educaccedilatildeo Enquanto os repoacuterteres geralmente

passaram por uma faculdade e vecircm de uma classe social mais alta os que

trabalham como repoacuterter cinematograacutefico em sua maioria satildeo aqueles que iniciam

carreira fazendo algum trabalho na televisatildeo sendo poucos os que comeccedilam no

jornalismo ndash o que acaba por desvalorizar a funccedilatildeo (Canal da imprensa sd)

32 REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO Eacute JORNALISTA

Noacutes uacuteltimos anos haacute um movimento que luta pelo reconhecimento do

repoacuterter cinematograacutefico como jornalista Duas recentes decisotildees nos tribunais do

paiacutes passaram a reconhecer os direitos desse profissional confirmando as teses

defendidas pela FENAJ (Federaccedilatildeo Nacional dos Jornalistas) e pelos sindicatos de

jornalistas

No ano passado o Tribunal Superior do Trabalho (TST) manteve decisatildeo

do Tribunal Regional do Trabalho do Rio Grande do Sul (TRT da 4ordf Regiatildeo) que

enquadrou como Jornalista um repoacuterter-cinematograacutefico que trabalhou na RBS TV

Santa Rosa Ltda Esse profissional tanto acompanhava repoacuterteres na produccedilatildeo de

reportagens jornaliacutesticas como tambeacutem saiacutea agraves ruas sozinho para produzir

reportagens estabelecidas em pautas previamente solicitadas pelo chefe de

redaccedilatildeo

35

A RBS seguindo a praacutetica infelizmente bastante comum entre as

empresas de televisatildeo sustentava que o trabalhador devia ser enquadrado como

radialista na tentativa de pagar um salaacuterio menor ao profissional uma vez que o

piso de radialista eacute inferior ao de jornalista Outra desvantagem para o profissional eacute

que os radialistas trabalham 8 horas diaacuterias ao contraacuterio de jornalistas que atuam 5

horas por dia O excesso de carga de trabalho vem trazendo problemas de sauacutede

para diversos repoacuterteres cinematograacuteficos enquadrados como radialistas

A Justiccedila do Trabalho firmou decisatildeo no sentido de que o fato de estar

acompanhado de repoacuterter natildeo retira do repoacuterter-cinematograacutefico a condiccedilatildeo de

Jornalista O profissional gauacutecho receberaacute as devidas diferenccedilas salariais retroativas

a 16 de junho de 1998 data que o prejudicado obteve seu registro de jornalista

profissional no Ministeacuterio do Trabalho (Espaccedilo Vital 2005)

Com essa decisatildeo passou a ser possiacutevel que os repoacuterteres

cinematograacuteficos encaminhem agraves Delegacias Regionais do Trabalho pedidos de

enquadramento como jornalistas Aliaacutes os proacuteprios sindicatos devem encaminhar

pedidos de fiscalizaccedilatildeo nas empresas para verificar o enquadramento dos repoacuterteres

cinematograacuteficos

Outro julgamento favoraacutevel ao profissional da aacuterea em comento conforme

divulgaccedilatildeo do FENAJ (2005) refere-se agrave decisatildeo da Terceira Turma do Superior

Tribunal de Justiccedila (STJ) que reconheceu os direitos do repoacuterter fotograacutefico Claacuteudio

Alves Pereira de receber indenizaccedilatildeo por danos materiais e morais devido agraves

inuacutemeras vezes em que o Jornal de Brasiacutelia republicou fotos suas sem creacutedito apoacutes

a sua demissatildeo em julho de 1990

36

Conforme o escritor portuguecircs Pierre Ganz (ANTONIO CARLOS) o

jornalista-repoacuterter de imagens eacute antes de qualquer coisa eacute um jornalista como os

outros Deve saber preparar a sua reportagem efetuaacute-la escrever o seu comentaacuterio

sobre imagens A diferenccedila reside no fato de ele substituir na maioria das vezes a

esferograacutefica pela cacircmera de filmar

Uma cacircmera que ele deveraacute dominar bem mas tambeacutem com a qual vai escrever uma histoacuteria os planos substituindo entatildeo as palavras Uma sintaxe toma o lugar da outra Os teacutecnicos de som de iluminaccedilatildeo e de montagem satildeo-lhe familiares Pode em alguns casos trabalhar sozinho Egrave cada vez mais frequumlente partir em reportagem ou em grande reportagem com equipe reduzida acompanhada apenas por jornalista redator

Eacute mesmo verdade que no meio televisivo uma boa imagem por vezes

substitui um bom texto e ateacute o dispensa Natildeo eacute possiacutevel por exemplo imaginar nos

dias de hoje um noticiaacuterio sobre guerra sem que sejam mostradas imagens E

muitas vezes inspirados nas imagens que os jornalistas produzem seus textos

Sem duacutevida a funccedilatildeo do repoacuterter cinematograacutefico eacute de vital importacircncia

para o jornalismo Uma saiacuteda bastante praacutetica para solucionar o problema desses

profissionais no que se refere agrave ausecircncia de cursos de graduaccedilatildeo seria incluir uma

cadeira sobre o assunto nos cursos de jornalismo Com isso os profissionais da

aacuterea e os interessados em abraccedilar a profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico se

sentiriam motivados a ingressar numa faculdade e quem sabe assim esse

preconceito absurdo seria definitivamente eliminado pondo fim ao estigma de ser

apenas um coadjuvante na confecccedilatildeo da notiacutecia

37

CONCLUSAtildeO

Num momento em que o mundo passa por tantas transformaccedilotildees

decorrentes da evoluccedilatildeo tecnoloacutegica da era da informaccedilatildeo e da globalizaccedilatildeo da

economia o jornalismo profissional ndash seacuterio e bem documentado - ganha relevo em

sua missatildeo de informar opinar e entreter a sociedade em seu cotidiano

A televisatildeo nos dias contemporacircneos pode transmitir ao puacuteblico muito

mais do que o fazia quando foi criada A novidade surgiu em 1923 nos Estados

Unidos e se tornou conhecida no Brasil nos anos 50 De iniacutecio apenas uma

finiacutessima parcela da populaccedilatildeo tinha acesso ao produto e tempos depois

transformou-se num poderoso meio de comunicaccedilatildeo em massa

Para fazer o telejornalismo eacute necessaacuterio uma equipe formada de repoacuterter

cinegrafista redator fotoacutegrafo editor teacutecnicos de som de iluminaccedilatildeo e de

montagens

Diante do exposto natildeo resta duacutevidas de que o repoacuterter cinematograacutefico eacute

antes de qualquer coisa jornalista como os outros Ele deve saber preparar a sua

reportagem efetuaacute-la escrever o seu comentaacuterio sobre imagens

Se eacute certo que ele substitui a esferograacutefica pela cacircmera de filmar tambeacutem

eacute verdade que por meio dela ele escreve uma histoacuteria A diferenccedila eacute que substitui

as palavras pelas imagens que seus olhos treinados conseguem captar

38

Em muitas situaccedilotildees o repoacuterter cinematograacutefico acumula as funccedilotildees dos

teacutecnicos de iluminaccedilatildeo som e montagem trabalhando somente com o jornalista

redator E eacute com base nas imagens captadas que os jornalistas produzem seus

textos

Muitas vezes os cinegrafistas produzem imagens tatildeo impressionantes

que eacute difiacutecil para o jornalista descrevecirc-las com palavras podendo surgir eventuais

conflitos entre os dois

Neste contexto a presente monografia procurou enfocar a importacircncia

deste profissional que para ser reconhecido por seus pares e tambeacutem para ter

oportunidade de aumentar seus conhecimentos e aperfeiccediloar suas teacutecnicas

necessita que seja inserida uma cadeira sobre sua aacuterea nos cursos de graduaccedilatildeo

de jornalismo

Para serem admitidos como jornalistas pelas televisotildees profissionais

exige-se formaccedilatildeo acadecircmica em jornalismo Haacute aqui um paradoxo visto que a

profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico tem sua funccedilatildeo regulamentada pelo Decreto

Lei n 83284 de 13 marccedilo de 1969 que atribui normas para o exerciacutecio da profissatildeo

de jornalista e segundo o qual o repoacuterter cinematograacutefico estaacute inserido como

jornalista que capta imagens para fins jornaliacutesticos

Note-se que a partir do momento em que os cursos de jornalismo

incluiacuterem uma cadeira voltada para a reportagem cinematograacutefica todos os que se

formarem no curso e optarem por esse caminho notadamente seratildeo reconhecidos

como jornalistas

39

Haacute que se considerar a questatildeo dos antigos profissionais da aacuterea

aqueles que conhecem tudo sobre a profissatildeo e conforme dito no decorrer da

presente costumam ensinar os receacutem-formados no iniacutecio de suas carreiras

Eacute injusta a falta de reconhecimento desses profissionais

Tal situaccedilatildeo demonstra que o preconceito em relaccedilatildeo a eles faz parte de

uma cultura arraigada entre os proacuteprios colegas de profissatildeo e que acaba se

estendendo pelos bancos acadecircmicos e que precisa ser trabalhada desmistificada

pois natildeo tem razatildeo de existir

40

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documentaccedilatildeo trabalhos acadecircmicos apresentaccedilatildeo Rio de Janeiro 2002

ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE NORMAS TEacuteCNICAS NBR 6023 informaccedilatildeo e

documentaccedilatildeo elaboraccedilatildeo Rio de Janeiro 2002

Associaccedilatildeo Profissional de Repoacuterteres Fotograacuteficos e Cinematograacuteficos do Brasil

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2004 Disponiacutevel em lthttpgelson-filhositesuolcombrgt Acesso em 06 Mar2006

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45

ANEXO I ndash DECRETO Nordm 83284 DE 13 DE MARCcedilO DE 1979

PROFISSAtildeO DE JORNALISTA

Daacute nova regulamentaccedilatildeo ao Decreto-lei nordm 972 de 17 de outubro de 1969 que dispotildee sobre o exerciacutecio da profissatildeo de Jornalista em decorrecircncia das alteraccedilotildees introduzidas pela Lei nordm 6612 de 7 de dezembro de 1978

O Presidente da Repuacuteblica usando da atribuiccedilatildeo que lhe confere o art 81 item

III da Constituiccedilatildeo decreta

Art 1ordm Eacute livre em todo territoacuterio nacional o exerciacutecio da profissatildeo de Jornalista aos que satisfazerem as condiccedilotildees estabelecidas neste Decreto

Art 2ordm A profissatildeo de Jornalista compreende privativamente o exerciacutecio habitual e remunerado de qualquer das seguintes atividades

I - redaccedilatildeo condensaccedilatildeo titulaccedilatildeo interpretaccedilatildeo correccedilatildeo ou coordenaccedilatildeo de mateacuteria a ser divulgada contenha ou natildeo comentaacuterio

II - comentaacuterio ou crocircnica pelo raacutedio ou pela televisatildeo III - entrevista inqueacuterito ou reportagem escrita ou falada IV - planejamento organizaccedilatildeo direccedilatildeo e eventual execuccedilatildeo de serviccedilos

teacutecnicos de Jornalismo como os de arquivo ilustraccedilatildeo ou distribuiccedilatildeo graacutefica de mateacuteria a ser divulgada

V - planejamento organizaccedilatildeo e administraccedilatildeo teacutecnica dos serviccedilos de que trata a aliacutenea ldquoardquo

VI - ensino de teacutecnicas de Jornalismo VII - coleta de notiacutecias ou informaccedilotildees e seu preparo para divulgaccedilatildeo VIII - revisatildeo de originais de mateacuteria jornaliacutestica com vistas agrave correccedilatildeo

redacional e agrave adequaccedilatildeo da linguagem XIX - organizaccedilatildeo e conservaccedilatildeo de arquivo jornaliacutestico e pesquisa dos

respectivos dados para a elaboraccedilatildeo de notiacutecias X - execuccedilatildeo de distribuiccedilatildeo graacutefica de texto fotografia ou ilustraccedilatildeo de

caraacuteter jornaliacutestico para fins de divulgaccedilatildeo XI - execuccedilatildeo de desenhos artiacutesticos ou teacutecnicos de caraacuteter jornaliacutestico para

fins de divulgaccedilatildeo Art 3ordm Considera-se empresa jornaliacutestica para os efeitos deste Decreto-lei

aquela que tenha como atividade a ediccedilatildeo de jornal ou revista ou a distribuiccedilatildeo de noticiaacuterio com funcionamento efetivo idoneidade financeira e registro legal

sect 1ordm Equipara-se agrave empresa jornaliacutestica a seccedilatildeo ou serviccedilo de empresa de radiofusatildeo televisatildeo ou divulgaccedilatildeo cinematograacutefica ou de agecircncia de publicidade onde sejam exercidas as atividades previstas no artigo 2ordm0

sect 2ordm A entidade puacuteblica ou privada natildeo jornaliacutestica sob cuja responsabilidade se editar publicaccedilatildeo destinada a circulaccedilatildeo externa estaacute obrigada ao cumprimento deste decreto relativamente aos jornalistas que contratar

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Art 4ordm O exerciacutecio da profissatildeo de jornalista requer preacutevio registro no oacutergatildeo regional do Ministeacuterio do Trabalho que se faraacute mediante a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash diploma de curso de niacutevel superior de Jornalismo ou de Comunicaccedilatildeo Social habilitaccedilatildeo Jornalismo fornecido por estabelecimento de ensino reconhecido na forma da lei para as funccedilotildees relacionadas nos itens I a IV do artigo 11

IV ndash Carteira de Trabalho e Previdecircncia Social

Paraacutegrafo uacutenico ndash Aos profissionais registrados exclusivamente para o exerciacutecio das funccedilotildees relacionadas nos itens VII a XI do artigo 11 eacute vedado o exerciacutecio das funccedilotildees constantes nos itens I a VII do mesmo artigo

Art 5ordm O Ministeacuterio do Trabalho concederaacute desde que satisfeitas as exigecircncias constantes neste Decreto registro especial ao

I ndash colaborador assim entendido aquele que mediante remuneraccedilatildeo e sem relaccedilatildeo de emprego produz trabalho de natureza teacutecnica cientiacutefica ou cultural relacionando com a sua especializaccedilatildeo para ser divulgado com o nome e qualificaccedilatildeo do autor

II ndash funcionaacuterio puacuteblico titular de cargo cujas atribuiccedilotildees legais coincidam com as mencionadas no artigo 2ordm

III ndash provisionado

Paraacutegrafo uacutenico ndash O registro de que tratam os itens I e II deste artigo natildeo implica o reconhecimento de quaisquer direitos que decorram da condiccedilatildeo de empregado nem no caso do item II dos resultantes do exerciacutecio privado e autocircnomo da profissatildeo

Art 6ordm Para o registro especial de colaborador eacute necessaacuteria a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash declaraccedilatildeo de empresa jornaliacutestica ou que a ela seja equiparada informando do seu interesse pelo registro de colaborador do candidato onde conste a sua especializaccedilatildeo remuneraccedilatildeo contratada e pseudocircnimo se houver

Art 7ordm Para o registro especial de funcionaacuterio puacuteblico titular de cargo cujas atribuiccedilotildees legais coincidam com as mencionadas no artigo 2ordm eacute necessaacuterio a apresentaccedilatildeo de ato de nomeaccedilatildeo ou contrataccedilatildeo para cargo ou emprego com aquelas atribuiccedilotildees aleacutem do cumprimento do que estabelece o artigo 4ordm

Art 8ordm Para o registro especial de provisionado eacute necessaacuterio a apresentaccedilatildeo de

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I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash declaraccedilatildeo fornecida pela empresa jornaliacutestica ou que a ela seja equiparada na qual conste a funccedilatildeo a ser exercida e o salaacuterio correspondente

IV ndash diploma de curso de niacutevel superior ou certificado de ensino de 2ordm grau fornecido por estabelecimento de ensino reconhecido na forma da lei para as funccedilotildees relacionadas nos itens I a VII do artigo 11

V ndash declaraccedilatildeo fornecida pela entidade sindical representativa da categoria profissional com base territorial abrangendo o municiacutepio no qual o provisionado iraacute desempenhar suas funccedilotildees de que natildeo haacute jornalista associado do Sindicato domiciliado naquele municiacutepio disponiacutevel da contrataccedilatildeo

VI ndash Carteira de Trabalho e Previdecircncia Social

sect 1ordm A declaraccedilatildeo de que trata o item V deveraacute ser fornecida pelo Sindicato ao interessado no prazo de 3 dias uacuteteis

sect 2ordm Caso exista profissional domiciliado no municiacutepio disponiacutevel para contrataccedilatildeo o Sindicato comunicaraacute tal fato ao Ministeacuterio do Trabalho no mesmo prazo de 3 dias a contar do pedido de fornecimento da declaraccedilatildeo de que trata o item V

sect 3ordm Caso o Sindicato natildeo forneccedila a declaraccedilatildeo de que trata o item V no prazo mencionado no sect 1ordm o interessado poderaacute instruir seu pedido de registro com o protocolo de apresentaccedilatildeo do requerimento ao Sindicato

sect 4ordm Na hipoacutetese prevista no paraacutegrafo anterior o Ministeacuterio do Trabalho concederaacute ao Sindicato prazo natildeo superior a 3 dias para se manifestar sobre o fornecimento da declaraccedilatildeo caso natildeo tenha ocorrido o fato constante no sect 2ordm

sect 5ordm O registro especial de provisionado teraacute caraacuteter temporaacuterio com duraccedilatildeo maacutexima de trecircs anos renovaacutevel somente com a apresentaccedilatildeo de toda a documentaccedilatildeo prevista neste artigo

Art 9ordm Seraacute efetuado no Ministeacuterio do Trabalho registro dos diretores de empresas jornaliacutesticas que natildeo sendo jornalistas respondem pelas respectivas publicaccedilotildees para o que eacute necessaacuterio a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash prova de registro civil ou comercial da empresa jornaliacutestica com o inteiro teor do seu ato constitutivo

IV ndash prova de depoacutesito do tiacutetulo da publicaccedilatildeo ou da agecircncia de notiacutecias no oacutergatildeo competente do Ministeacuterio da Induacutestria e do Comeacutercio

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V ndash 30 exemplares do jornal ou 12 exemplares da revista ou 30 recortes ou coacutepias de noticiaacuterio com datas diferentes de sua divulgaccedilatildeo

sect 1ordm Tratando-se de empresa nova o Ministeacuterio do Trabalho efetuaraacute registro provisoacuterio com validade por 2 anos tornando-se definitivo apoacutes a comprovaccedilatildeo constante do item V deste artigo

sect 2ordm Natildeo seraacute admitida renovaccedilatildeo ou prorrogaccedilatildeo do prazo de validade do registro provisoacuterio previsto no paraacutegrafo anterior

Art 10ordm Seraacute efetuado no Ministeacuterio do Trabalho registro especial do diretor de empresa natildeo jornaliacutestica sob cuja responsabilidade se editar publicaccedilatildeo destinada agrave circulaccedilatildeo externa ou interna para o que se exigiraacute a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash prova de depoacutesito do tiacutetulo da publicaccedilatildeo no oacutergatildeo competente do Ministeacuterio da Induacutestria e do Comeacutercio

Art 11 ndash As funccedilotildees desempenhadas pelos jornalistas como empregados seratildeo assim classificadas

I - Redator aquele que aleacutem das incumbecircncias de redaccedilatildeo comum tem o encargo de redigir editoriais crocircnicas ou comentaacuterios

II - Noticiarista aquele que tem o encargo de redigir mateacuterias de caraacuteter informativo desprovidas de apreciaccedilotildees ou comentaacuterios preparando-as ou redigindo-as para a divulgaccedilatildeo

III - Repoacuterter aquele que cumpre a determinaccedilatildeo de colher notiacutecias ou informaccedilotildees preparando-as para divulgaccedilatildeo

IV - Repoacuterter de setor aquele que tem o encargo de colher notiacutecias ou informaccedilotildees sobre assuntos predeterminados preparando-as ou redigindo-as para divulgaccedilatildeo

V - Raacutedio-repoacuterter aquele a quem cabe a difusatildeo oral de acontecimento ou entrevista pelo raacutedio ou pela televisatildeo no instante ou no local em que ocorram assim como o comentaacuterio ou crocircnica pelos mesmos veiacuteculos

VI - Arquivista-pesquisador aquele que tem a incumbecircncia de organizar e conservar cultural e tecnicamente o arquivo redatorial procedendo agrave pesquisa dos respectivos dados para a elaboraccedilatildeo de notiacutecias

VII - Revisor aquele que tem o encargo de rever as provas tipograacuteficas de mateacuteria jornaliacutestica

VIII - Ilustrador aquele que tem a seu cargo criar ou executar desenhos artiacutesticos ou teacutecnicos de caraacuteter jornaliacutestico

XIX - Repoacuterter-fotograacutefico aquele a quem cabe registrar fotograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico

X - Repoacuterter-cinematograacutefico aquele a quem cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico

XI - Diagramador aquele a quem compete planejar e executar a distribuiccedilatildeo graacutefica de mateacuterias fotografias ou ilustraccedilotildees de caraacuteter jornaliacutestico para fins de publicaccedilatildeo

Paraacutegrafo uacutenico ndash Os Sindicatos seratildeo ouvidos sobre o exato enquadramento de cada profissional

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Art 12ordm Seratildeo privativas de jornalista as funccedilotildees pertinentes agraves atividades

descritas no artigo 2ordm tais como Editor Secretaacuterio Subsecretaacuterio Chefe de reportagem e Chefe de Revisatildeo

Art 13ordm Natildeo haveraacute incompatibilidade entre o exerciacutecio da profissatildeo de Jornalista e o de qualquer outra funccedilatildeo remunerada ainda que puacuteblica respeitadas a proibiccedilatildeo de acumular cargos e as demais restriccedilotildees de lei

Art 14ordm Seraacute passiacutevel de trancamento o registro profissional do jornalista que sem motivo legal deixar de exercer a profissatildeo por mais de 2 anos

sect 1ordm Natildeo incide na cominaccedilatildeo deste artigo o afastamento decorrente de a) suspensatildeo ou interrupccedilatildeo do contrato de trabalho b) aposentadoria como jornalista c) viagem ou bolsa de estudo para aperfeiccediloamento profissional d) desemprego apurado na forma da Lei nordm 4923 de 23 de dezembro de

1965

sect 2ordm O trancamento seraacute da competecircncia do oacutergatildeo regional do Ministeacuterio do Trabalho de ofiacutecio ou requerimento da entidade sindical representativa da categoria profissional cabendo a esta fazer publicar em oacutergatildeo oficial por trecircs vezes consecutivas e dentro de um interstiacutecio de dois anos a relaccedilatildeo dos jornalistas cujos registros pretende trancar

sect 3ordm Os oacutergatildeos do Ministeacuterio do Trabalho prestaratildeo aos sindicatos representativos da categoria profissional as informaccedilotildees que lhes forem solicitadas especialmente quanto ao registro de admissotildees e dispensas nas empresas jornaliacutesticas realizando as inspeccedilotildees que se tornarem necessaacuterias para a verificaccedilatildeo do exerciacutecio da profissatildeo de jornalista

sect 4ordm O exerciacutecio da atividade em empresa natildeo jornaliacutestica mencionada no artigo 3ordm sect 2ordm natildeo constituiraacute prova suficiente de permanecircncia na profissatildeo se a publicaccedilatildeo e seu responsaacutevel natildeo tiverem registro nos termos deste Decreto

sect 5ordm O registro trancado suspende a titularidade e o exerciacutecio das prerrogativas profissionais mas pode ser revalidado mediante apresentaccedilatildeo dos documentos mencionados nos itens II e III do artigo 4ordm

Art 15ordm O salaacuterio de jornalista natildeo poderaacute ser reajustado nos contratos individuais de trabalho para a jornada normal de 5 horas em base inferior agrave do salaacuterio estipulado para a respectiva funccedilatildeo em acordo ou convenccedilatildeo coletiva de trabalho ou sentenccedila normativa das Justiccedila do Trabalho

Paraacutegrafo uacutenico ndash Em negociaccedilatildeo ou dissiacutedio coletivo poderatildeo os Sindicatos de Jornalistas reclamar o estabelecimento de criteacuterio de remuneraccedilatildeo adicional pela divulgaccedilatildeo de trabalho produzido por jornalistas em mais de um veiacuteculo de comunicaccedilatildeo coletiva

Art 16ordm A admissatildeo de provisionado para exercer funccedilotildees relacionadas nos itens I a VII do artigo 11 seraacute permitida nos municiacutepios onde natildeo existia curso de Jornalismo reconhecido na forma de lei e comprovadamente natildeo haja jornalista domiciliado associado do sindicato representativo da categoria profissional disponiacutevel para contrataccedilatildeo

Paraacutegrafo uacutenico ndash O provisionado nos termos deste artigo poderaacute exercer suas atividades somente no municiacutepio para o qual foi registrado

Art 17ordm Os atuais portadores de registro especial de provisionado poderatildeo exercer suas atividades no Estado onde foram contratados

Art 18 ndash A fiscalizaccedilatildeo do cumprimento dos dispositivos deste Decreto se faraacute na forma do artigo 626 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho sendo aplicaacutevel aos

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infratores multa variaacutevel de 1 a 10 vezes o maior valor de referecircncia fixado de acordo com o artigo 2ordm paraacutegrafo uacutenico da Lei nordm 6205 de 29 de abril de 1975

Paraacutegrafo uacutenico ndash Aos sindicatos representativos da categoria profissional incumbe representar agraves autoridades competentes acerca do exerciacutecio irregular da profissatildeo de Jornalista

Art 19ordm Constitui fraude a prestaccedilatildeo de serviccedilos profissionais gratuitos ou com pagamentos simboacutelicos sob pretexto de estaacutegio bolsa de complementaccedilatildeo convecircnio ou qualquer outra modalidade em desrespeito agrave legislaccedilatildeo trabalhista e a este regulamento

Art 20ordm O disposto neste Decreto natildeo impede a conclusatildeo dos estaacutegios comprovadamente iniciados antes da vigecircncia da Lei nordm 6612 de 7 de dezembro de 1978 os quais entretanto natildeo conferiratildeo por si soacutes direito ao registro profissional

Art 21ordm Este Decreto entra em vigor na data da sua publicaccedilatildeo revogadas as disposiccedilotildees em contraacuterio especialmente os Decretos nordms 65912 de 19 de dezembro de 1969 e 68629 de 18 de maio de 1971

Brasiacutelia 13 de marccedilo de 1979 158ordm da Independecircncia e 91ordm da Repuacuteblica (DO de 13-3-79)

Ernesto Geisel Arnaldo Prieto

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ANEXO II ndash ACOacuteRDAtildeO TST-AIRR-6182001-751-04-401

Acoacuterdatildeo Inteiro Teor NUacuteMERO UacuteNICO PROC AIRR - 6182001-751-04-40 PUBLICACcedilAtildeO DJ - 10022006 Andamento do Processo

PROC Nordm TST-AIRR-6182001-751-04-401 C A C Oacute R D Atilde O 1ordf Turma EMPMs REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO CARACTERIZACcedilAtildeO INDEPENDEcircNCIA NO EXERCIacuteCIO DE SUAS ATIVIDADES REGISTROS DE ASSUNTOS E TEMAacuteTICAS DE INTERESSES JORNALIacuteSTICOS 1 Segundo o Tribunal Regional do Trabalho o Reclamante no exerciacutecio de suas atividades aleacutem de ter acompanhado o repoacuterter entrevistador na produccedilatildeo de mateacuterias fato que por si soacute natildeo lhe retira a condiccedilatildeo de jornalista - e tambeacutem de acordo com depoimentos testemunhais saiacutea agrave rua com a pauta que lhe era dirigida para sozinho produzir as mateacuterias solicitadas pelo empregador o que de acordo com o teor dos dispositivos tidos por vulnerados permite concluir o exerciacutecio da profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico e natildeo simplesmente de operador de cacircmera visto que ao sair agraves ruas para a produccedilatildeo de mateacuterias cumpria seu ofiacutecio obviamente mediante registros de fatos e (ou) assuntos de interesses notadamente jornaliacutestico considerando para tanto a proacutepria natureza da atividade empresarial exercida pela empregadora Inviaacutevel portanto a admissibilidade do recurso de revista em razatildeo da impossibilidade de exame da alegaccedilatildeo de afronta ao Decreto nordm 8413479 visto tratar-se de hipoacutetese natildeo contemplada na letra c do artigo 896 da CLT Por outro lado por violaccedilatildeo dos artigos 2ordm da Lei nordm 661578 e 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 tambeacutem natildeo logra ecircxito a Agravante no intuito de ver autorizado o processamento do recurso de revista No primeiro dispositivo apenas dispotildee-se que o radialista eacute o empregado de radiodifusatildeo exercente de atividades voltadas agrave administraccedilatildeo produccedilatildeo ou teacutecnica No segundo definem-se as profissotildees de repoacuterter e repoacuterter cinematograacutefico salientando-se que a esse uacuteltimo cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico hipoacutetese identificada pelo Regional 2 Agravo de instrumento a que se nega provimento Vistos relatados e discutidos estes autos do Agravo de Instrumento em Recurso de Revista nordm TST-AIRR-6182001-751-04-401 em que eacute Agravante RBS TV SANTA ROSA LTDA e Agravado CLOacuteVIS SANTACATARINA A Reclamada interpotildee agravo de instrumento ao despacho de fls 113-115 mediante o qual foi denegado seguimento ao recurso de revista sob o fundamento de que a decisatildeo decorreu da aplicaccedilatildeo das normas pertinentes uma vez que da situaccedilatildeo faacutetica delineada nos autos natildeo haacute como se extrair ofensa ao artigo 2ordm da Lei nordm 661578 na forma do artigo 896 c da CLT Contraminuta agraves fls 122-124 Natildeo houve remessa dos autos agrave Procuradoria Geral do Trabalho em face da orientaccedilatildeo emanada da Resoluccedilatildeo Administrativa nordm 322 atualmente retratada no artigo 82 do Regimento Interno do Tribunal Superior do

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Trabalho Eacute o relatoacuterio V O T O I CONHECIMENTO Conheccedilo do agravo de instrumento porque regular e tempestivo II MEacuteRITO O Tribunal Regional ao apreciar o recurso ordinaacuterio interposto pela Reclamada no tocante ao reconhecimento da condiccedilatildeo de jornalista ao Reclamante pela Vara do Trabalho decidiu O MM Juiacutezo de primeiro grau acolheu as alegaccedilotildees do reclamante de exerciacutecio de profissatildeo jornaliacutestica de repoacuterter cinematograacutefico condenando a reclamada a pagar diferenccedilas salariais e reflexos Contra esta decisatildeo volta-se a reacute sustentando que o reclamante era operador de cacircmera funccedilatildeo capitulada na profissatildeo de radialista A recorrente tem razatildeo parcialmente Tomando-se a hipoacutetese de confirmar a sentenccedila enquanto reconhece ter o reclamante exercido a funccedilatildeo de repoacuterter cinematograacutefico em todo o contrato existe um marco temporal e juriacutedico que deve ser considerado A funccedilatildeo de repoacuterter cinematograacutefico eacute exclusiva da profissatildeo de jornalista Eacute uma atividade que estaacute reservada aos jornalistas formados assim como estabelecido no DL 97269 O reclamante natildeo demonstra a partir de quando conquistou a diplomaccedilatildeo como jornalista devendo-se considerar apenas pelo que oferecem os autos a data de 16 de junho de 1998 dia em que o reclamante foi registrado no Ministeacuterio do Trabalho como jornalista profissional na funccedilatildeo especiacutefica de repoacuterter cinematograacutefico Considerando que o Ministeacuterio do Trabalho natildeo pode registrar jornalistas natildeo diplomados exceccedilatildeo feita aos provisionados tem-se que o reclamante adquiriu esta condiccedilatildeo nesse dia Antes embora pudesse fazer ou fizesse atividades privativas de jornalistas natildeo pode ser considerado juridicamente como tal Assim em qualquer hipoacutetese de manutenccedilatildeo do reconhecimento da funccedilatildeo de jornaliacutestica esta deve gerar os efeitos pleiteados somente a partir de 16 de junho de 1998 Jaacute quanto a ter exercido ou natildeo funccedilatildeo jornaliacutestica a conclusatildeo eacute de manutenccedilatildeo da sentenccedila Natildeo eacute o fato de estar acompanhado por repoacuterter entrevistador que o cinegrafista perde a condiccedilatildeo de jornalista Trata-se de uma equipe de profissionais jornalistas Um exemplo que melhor ilustra o descabimento da distinccedilatildeo que pretende fazer o apelo eacute a situaccedilatildeo dos fotoacutegrafos ou repoacuterteres fotograacuteficos O fotoacutegrafo sai com a pauta junto com o repoacuterter (ou natildeo e isto tambeacutem acontecia com o reclamante como o reconhecem as testemunhas inclusive trazidas pela reclamada) e enquanto o repoacuterter investiga os dados necessaacuterios para a mateacuteria o fotoacutegrafo registra as cenas mas nem por isto eacute rebaixado da condiccedilatildeo de jornalista para dir- se-ia operador de cacircmera fotograacutefica O que se pode discutir seria o interesse jornaliacutestico das mateacuterias cobertas pelo jornalista reclamante Com efeito os comerciais produzidos e gravados pelo autor natildeo tecircm esse interesse e os eventos promocionais da reclamada recebem dela mesma uma atribuiccedilatildeo desse interesse embora natildeo o tenha imediata e objetivamente mas para efeitos do trabalho executado pelo reclamante deve ser considerado um trabalho jornaliacutestico Foi correta a decisatildeo natildeo merecendo qualquer reparo a natildeo ser o juriacutedico-temporal jaacute mencionado Nesta perspectiva o provimento do recurso eacute parcial (fls 97-99) Ao interpor o recurso de revista a Empresa alegou que o Reclamante na condiccedilatildeo de operador de cacircmera e operador de cacircmera de unidade portaacutetil externa acompanhando o repoacuterter como reconheceu o Regional natildeo pode ser

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enquadrado como jornalista porquanto ao repoacuterter eacute dado cumprir a determinaccedilatildeo de coletar notiacutecias ou informaccedilotildees e elaboraacute-las a fim de viabilizar posterior divulgaccedilatildeo e ao repoacuterter-cinematograacutefico cabe registrar cinematograficamente fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico razatildeo pela qual entende que a atividade do Reclamante eacute proacutepria de radialista categoria agrave qual pertencia Acrescenta que o artigo 2ordm da Lei nordm 661578 estabelece considera-se radialista o empregado de Radiodifusatildeo que exerccedila uma das funccedilotildees em que se desdobram as atividades mencionadas no artigo 4ordm ou seja operador de cacircmara e operador de cacircmara de unidade portaacutetil externa cuja regulamentaccedilatildeo profissional consta do Decreto nordm 8413479 e as atribuiccedilotildees do Quadro Anexo do mesmo decreto item II letra c nordm 3 com a seguinte redaccedilatildeo encarrega-se da gravaccedilatildeo de mateacuteria distribuiacuteda pelo Supervisor de Operaccedilotildees planifica e orienta o entrevistador repoacuterter e iluminador no que se refere aos aspectos teacutecnicos de seu trabalho suas atividades envolvem tanto a gravaccedilatildeo como a geraccedilatildeo de som e imagem atraveacutes de equipamentos eletrocircnico portaacutetil de TV Fundamenta o apelo em violaccedilatildeo dos artigos 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 2ordm da Lei nordm 661578 e do Decreto nordm 8413479 e Quadro Anexo do mesmo decreto item II letra c nordm 3 Inicialmente deve-se registrar a impossibilidade de exame da alegaccedilatildeo de afronta ao Decreto nordm 8413479 visto tratar-se de hipoacutetese natildeo contemplada na letra c do artigo 896 da CLT No tocante agrave ofensa aos artigos 2ordm da Lei nordm 661578 e 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 tambeacutem natildeo logra ecircxito a Agravante no intuito de ver autorizado o processamento do recurso de revista No primeiro dispositivo apenas dispotildee-se que o radialista eacute o empregado de radiodifusatildeo exercente de atividades voltadas agrave administraccedilatildeo produccedilatildeo ou teacutecnica No segundo definem-se as profissotildees de repoacuterter e repoacuterter cinematograacutefico salientando-se que a esse uacuteltimo cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico Ora dos termos da decisatildeo impugnada via recurso de revista nada haacute que conflite com tais dispositivos legais Afinal segundo o Tribunal Regional do Trabalho o Reclamante no exerciacutecio de suas atividades aleacutem de ter acompanhado o repoacuterter entrevistador na produccedilatildeo de mateacuterias fato que por si soacute natildeo lhe retira a condiccedilatildeo de jornalista - tambeacutem de acordo com depoimentos testemunhais saiacutea agrave rua com a pauta que lhe era dirigida para sozinho produzir as mateacuterias solicitadas pelo empregador o que de acordo com o teor dos dispositivos tidos por vulnerados permite concluir pelo exerciacutecio da profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico e natildeo simplesmente de operador de cacircmera visto que ao sair agraves ruas para a produccedilatildeo de mateacuterias cumpria seu ofiacutecio obviamente mediante registros de fatos e (ou) assuntos de interesses notadamente jornaliacutestico considerando para tanto a proacutepria natureza da atividade empresarial exercida pela empregadora Por esses fundamentos nego provimento ao agravo de instrumento ISTO POSTO ACORDAM os Ministros da Primeira Turma do Tribunal Superior do Trabalho por unanimidade negar provimento ao agravo de instrumento Brasiacutelia 9 de novembro de 2005 EMMANOEL PEREIRA Ministro Relator

NIA 3981288

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Page 6: REPÓRTER CINEMATOGRÁFICO É JORNALISTArepositorio.uniceub.br/bitstream/123456789/1670/2/20214825.pdf · trabalhos desenvolvidos. 5 ... tsunamis, cachoeiras em penhascos, ... deles

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RESUMO

A presente monografia tem por finalidade preciacutepua destacar a importacircncia das funccedilotildees do repoacuterter cinematograacutefico para o telejornalismo mostrando que natildeo tem fundamento a duacutevida que paira por parte de outros profissionais como os repoacuterteres de que ele natildeo seria jornalista Conforme seraacute aqui exposto o proacuteprio TST (Tribunal Superior do Trabalho) proferiu acoacuterdatildeo afirmando que tanto o repoacuterter cinematograacutefico satildeo jornalistas cabendo a este ultimo ldquoregistrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutesticordquo Aleacutem disto o Decreto n 83284 de 13 de marccedilo de 1979 que regula a profissatildeo do jornalista prevecirc em seu artigo 11 inciso X que o repoacuterter cinematograacutefico desempenha uma das funccedilotildees do jornalista assim como o repoacuterter o redator o revisor o ilustrador dentre outros O problema que causa a desvalorizaccedilatildeo desta profissatildeo consiste na falta de possibilidade desses profissionais se especializarem e se atualizarem academicamente A soluccedilatildeo mais raacutepida seria a inserccedilatildeo de uma cadeira nessa aacuterea nos cursos superiores de Jornalismo

Palavras-chave repoacuterter cinematograacutefico telejornalismo jornalismo

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ABSTRACT

The present monograph has main purpose to detach the importance of the functions of the cinematographic reporter of the television periodical being shown that it does not have bedding the doubt that hangs on the part of other professionals as the reporters of that it would not be journalist As here it wil be displayde the proper TST ( Superior Court of the Work) pronounced sentence affirming that as much the reporter how much the cinematographic reporter is journalists fitting to this last one ldquo to register of cinematographic form any facts or subjects of journalistic interestrdquo Moreover Decree n 83284 of 13 of March of 1979 that it regulates the profession of the journalist foreseein its article 11 interpolated proposition X that the cinematographic reporter plays one of the functions of the journalist as well as the reporter the editor the copyholder the ilustrador amongst others The problem that cause the depreciation of this profession consists of the lack of possibility of these professionals if to specialize and if to bring up to date through universiy courses The solution fastest would be the insertion of a chair in this area in the superior courses of Journalism

Keywords cinematographic reporter telejornalismo journalism

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SUMAacuteRIO

INTRODUCcedilAtildeO 9

1 HISTOacuteRIA DO TELEJORNALISMO NO BRASIL 133

11 ABORDAGEM GERAL 133

121 Rede Tupi 177

122 Rede Excelsior 177

123 TV Record 177

124 TV Cultura 188

125 TV Globo 188

126 TV Bandeirantes 19

127 TV Gazeta 19

128 SBT 200

13 O PERCURSO DO TELEJORNALISMO NOS ANOS 70 211

2 REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO 233

21 O PAPEL DO JORNALISTA 233

22 O REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO 288

3 CURSO SUPERIOR PARA FORMACcedilAtildeO DE PROFISSIONAIS DA AacuteREA 333

31 DESVALORIZACcedilAtildeO DA PROFISSAtildeO 333

32 REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO Eacute JORNALISTA 344

CONCLUSAtildeO 377

REFEREcircNCIAS 400

ANEXO I ndash DECRETO Nordm 83284 DE 13 DE MARCcedilO DE 1979 455

ANEXO II ndash ACOacuteRDAtildeO TST-AIRR-6182001-751-04-401 511

9

INTRODUCcedilAtildeO

No dia 02 de setembro comemora-se o dia do repoacuterter cinematograacutefico

que eacute o profissional de televisatildeo incumbido de captar imagens que iratildeo enriquecer

as notiacutecias dos telejornais

Como eacute fundamental a imagem no cenaacuterio televisivo eacute faacutecil perceber a

importacircncia deste profissional para o telejornalismo No entanto como natildeo existem

ainda cursos acadecircmicos para a formaccedilatildeo desse profissional os proacuteprios colegas

adotam uma postura preconceituosa e bastante injusta

Pelo fato de possuiacuterem niacutevel teacutecnico o repoacuterter cinematograacutefico estaacute bem

distante de ser apenas um operador de cacircmera ao contraacuterio do que pensam alguns

desinformados Esse profissional vezes sem conta arrisca sua proacutepria vida para

mostrar ao mundo as imagens que tanto emocionam

Imagens da natureza de guerra de obras artiacutesticas de crimes de boas

accedilotildees humanas de cataacutestrofes imagens que comovem e as que revoltam imagens

que trazem alegria ou sofrimento imagens que elevam a alma e as que causam dor

ou pacircnico E todas elas costumam ser mostradas sem que tenhamos conhecimento

do nome do profissional que as captou

Eacute reconhecida a importacircncia do telejornalismo no sentido de levar agraves

famiacutelias brasileiras informaccedilatildeo cultura e notiacutecias do paiacutes e do mundo O que tem

10

sido objeto de discussatildeo eacute a forma como cada emissora transmite a mensagem

Analisando por exemplo notiacutecias internacionais que satildeo fornecidas por agecircncias

especializadas contratadas e que informam distribuem e divulgam as notiacutecias para o

mundo da mesma forma e com as mesmas imagens o cunho diferencial dado agraves

notiacutecias vai ser determinado pelo tratamento que cada emissora ou editor decidir e

que pode ser influenciado por questotildees poliacuteticas soacutecio-culturais contratos (de

leitura de emissoras de publicidade ou de mercado)

Eacute justamente aiacute que se reconhece o poder da imagem que afinal eacute o

grande diferencial do telejornalismo mais atraente do que o jornalismo por raacutedio ou

impresso Como diz um proveacuterbio chinecircs ldquouma imagem vale mais do que mil

palavrasrdquo Se o indiviacuteduo tem discernimento e ideacuteias proacuteprias natildeo vai ser facilmente

levado pelo subtexto embutida em certas informaccedilotildees noticiadas

Note-se que natildeo eacute nosso interesse tecer criacuteticas ao telejornalismo Trata-

se de um veiacuteculo de informaccedilatildeo que como qualquer outro apresenta vantagens e

desvantagens O que se pretende aqui eacute chamar a atenccedilatildeo para a importacircncia da

imagem e seu poder de transmitir o que realmente acontece Nos dias de hoje eacute

possiacutevel ateacute assistir a guerras pela televisatildeo como ocorreu na guerra do Iraque E

para quem a acompanhou e assistiu tambeacutem noticiaacuterios diferentes pode perceber

claramente as diferenccedilas de opiniotildees e declaraccedilotildees tanto eacute que essa guerra foi

chamada de ldquoguerra de informaccedilotildeesrdquo

Sendo tatildeo importante a imagem que se transmite igualmente importante

eacute a funccedilatildeo do jornalista cinematograacutefico que se submete em qualquer horaacuterio a

enfrentar condiccedilotildees climaacuteticas adversas lugares sem qualquer proteccedilatildeo arriscando

11

a vida vezes sem conta para mostrar vulcotildees em erupccedilatildeo tsunamis cachoeiras em

penhascos cumes de montanhas tiroteios e guerras a beleza e o perigo da vida

selvagem e tantas outras imagens que apenas satildeo possiacuteveis chegarem ateacute as

pessoas normais devido ao seu trabalho

Uma pesquisa realizada junto ao Sindicato dos Jornalistas Profissionais

do Distrito Federal aponta que num universo de aproximadamente 400 profissionais

atuando na aacuterea de filmagens cerca de apenas 30 deles tem seu registro

profissional junto ao oacutergatildeo de classe

Lutando pelo respeito e reconhecimento de outros profissionais os

repoacuterteres cinematograacuteficos precisam ser mais unidos se sindicalizarem no intuito

de fortalecer a categoria na luta por melhorias no exerciacutecio da funccedilatildeo

Devido agrave escassez de literatura sobre o assunto a presente monografia

foi desenvolvida com base em entrevistas com profissionais da aacuterea do

telejornalismo com artigos publicados na Internet e por meio de informaccedilotildees

disponibilizadas pelo Sindicato dos Jornalistas e pela Federaccedilatildeo Nacional dos

Jornalistas (FENAJ)

Encontra-se estruturada em trecircs capiacutetulos distintos sendo que o primeiro

deles se dedica a discorrer sobre os diversos aspectos que envolvem a histoacuteria do

telejornalismo brasileiro dando destaque ao percurso do telejornalismo na fase do

seu apogeu na deacutecada de 70 com os principais noticiaacuterios produzidos e

transmitidos pela Rede Tupi Rede Excelsior TV Record TV Cultura Rede Globo

TV Bandeirantes Gazeta e SBT

12

O segundo capiacutetulo versa sobre o papel do jornalista ndash seja ele repoacuterter

fotoacutegrafo cinegrafista redator ou editor ndash e a importacircncia de seu trabalho na

construccedilatildeo da cidadania trazendo inclusive conceitos tecidos pelos proacuteprios

profissionais aleacutem de mencionar algumas das dificuldades que encontram no

mercado de trabalho Tambeacutem eacute mostrado como se daacute a regulamentaccedilatildeo da

profissatildeo de jornalista que eacute obrigatoacuteria tendo em vista que o exerciacutecio ilegal dessa

profissatildeo constitui crime

Em toacutepico apartado satildeo mencionadas as caracteriacutesticas da profissatildeo do

repoacuterter cinematograacutefico de como ocorre sua formaccedilatildeo quais as formas de atuaccedilatildeo

os riscos profissionais a que se sujeita e trata tambeacutem da questatildeo do preconceito de

colegas que injustamente natildeo o considera jornalista

Por fim o terceiro capiacutetulo trata da necessidade de haver um curso

superior para a formaccedilatildeo desses profissionais que certamente iraacute trazer inuacutemeras

vantagens desde a reciclagem do conhecimento e o aprendizado de novas teacutecnicas

como o combate agrave desvalorizaccedilatildeo da profissatildeo visto que apesar de muitos

discordarem o repoacuterter cinematograacutefico tambeacutem eacute jornalista

13

1 HISTOacuteRIA DO TELEJORNALISMO NO BRASIL

11 ABORDAGEM GERAL

O primeiro telejornal brasileiro foi ldquoImagens do Diardquo que foi ao ar em 19

de setembro de 1950 pela emissora TV Tupi de Assis Chateaubriand (Diaacuterios

Associados) Ao longo de um ano esse telejornal tinha um formato simples liderada

pelo locutor Rui Resende que produzia e redigia os textos a serem noticiados sendo

que algumas notas vinham acompanhadas de imagens sem som feitas em filme

preto e branco (Mundo da TV sd)

Vale destacar o primeiro telejornal de grande sucesso na televisatildeo

brasileira que foi o ldquoRepoacuterter Essordquo que foi ao ar tambeacutem atraveacutes da emissora Tupi

durante 17 anos (entre 1953 a 1970) Esse programa tinha como vinheta de abertura

a frase ldquoAqui fala o seu Repoacuterter Esso testemunha ocular da Histoacuteriardquo apresentado

por dois destacados locutores de raacutedio Kalil Filho e depois Gontijo Teodoro

Entre 1960 a 1964 a TV Excelsior revolucionou a televisatildeo brasileira

marcada principalmente com a introduccedilatildeo de dois programas de telejornalismo o

primeiro foi o ldquoTele Notiacuteciasrdquo que inovou com o ldquotoprdquo de cinco segundos e o ldquoJornal

de Vanguardardquo que revolucionou o conceito de noticiaacuterio (THELL sd)

14

O ldquoJornal de Vanguardardquo foi lanccedilado em setembro de 1963 pelas matildeos

de Fernando Barbosa Lima e que se transformou em um show de notiacutecias uma

grande revoluccedilatildeo na linguagem e no espiacuterito do telejornalismo com muita

criatividade e inteligecircncia Ao inveacutes de buscar profissionais do raacutedio esse jornal

formou sua base por jornalistas que vinham da imprensa escrita entrava no ar por

volta das 22h30 ao vivo com muitos apresentadores Tinha desenhistas

humoristas comentaristas poliacuteticos comentarista internacional e cronistas Esse

jornal comeccedilou na TV Excelsior passou pela Tupi e pela Globo e foi morrer na TV

Rio em protesto pela censura imposta com o Ato Institucional n 5 (THELL sd)

Em setembro de 1969 a Rede Globo de Televisatildeo trouxe o ldquoJornal

Nacionalrdquo criado por Armando Nogueira que estreou em setembro daquele ano

com inuacutemeras inovaccedilotildees tecnoloacutegicas importadas dos EUA Rapidamente esse

programa tornou-se liacuteder de audiecircncia e referecircncia da imprensa nacional

apresentando reportagens em cores reportagens internacionais via sateacutelite e em

tempo real (ao vivo) seguindo um formato dos telejornais americanos (estilo de

linguagem narrativa e figura do repoacuterter)

Segundo Armando Nogueira diretor da Central Globo de Jornalismo agrave

eacutepoca da criaccedilatildeo do telejornal o Jornal Nacional foi pedra de toque de um projeto

muito ambiciosa que previa a geraccedilatildeo de uma programaccedilatildeo uniforme para todo o

Brasil de modo que a emissora fez largo uso da tecnologia iniciando o emprego dos

sateacutelites para a difusatildeo de notiacutecias e visando maior alcance de suas fontes nacionais

e internacionais (KOSMINSKY 2002)

15

Mais tarde em 1977 a Globo Satildeo Paulo estreou um jornal de serviccedilo o

ldquoBom Dia Satildeo Paulordquo que permanece no ar nos dias atuais de segunda a sexta agraves

7h da manhatilde Vale destacar as novas tecnologias introduzidas como a UPJ

(Unidade Portaacutetil de Jornalismo) com repoacuterteres entrando ao vivo de vaacuterios pontos

da cidade transmitindo informaccedilotildees de serviccedilo como tempo tracircnsito movimentaccedilatildeo

da cidade aeroporto etc O sucesso foi tatildeo grande que em 1983 foi lanccedilado em rede

nacional o ldquoBom Dia Brasilrdquo que desde entatildeo vai ao ar logo apoacutes o ldquoBom Diardquo de

cada praccedila com o noticiaacuterio poliacutetico gerado em Brasiacutelia

Em 1988 foi lanccedilado o ldquoTJ Brasilrdquo pelo Sistema Brasileiro de Televisatildeo-

SBT tambeacutem inspirado no formato americano ao inovar com a emblemaacutetica figura

do acircncora Boris Casoy que saiu do jornal impresso e logo se acertou com a TV

conquistando seu espaccedilo e seu puacuteblico Em meados de 1997 Casoy assinou

contrato com a TV Record

Conforme Squirra (1994) em palestra realizada no II Congresso Brasileiro

de Jornalismo de Liacutengua Portuguecircs

ldquoO modelo ancorado com Boris Casoy foi colocado no ar em 1988 e desde o primeiro momento levou agraves residecircncias brasileiras um formato novo com um padratildeo de qualidade esteacutetica que definitivamente fugia daquele global que adotava cegamente as premissas de juventude e beleza para seus apresentadores de telejornais Que natildeo satildeo jornalistas por formaccedilatildeo profissional Boris Casoy neste particular tambeacutem representa um novo paradigma Aleacutem de ser jornalista sua identidade popular - tinha se tornado amplamente conhecido na TV a partir dos primeiros debates poliacuteticos como representante de um jornal impresso a Folha de SPaulo - seu carisma -soube explorar uma imagem segura independente e madura- e independecircncia televisivos -natildeo representava uma emissora de TV- propiciaram que ele viesse a ter respaldo para implantar um modelo ineacutedito no telejornalismo do paiacutes E trouxe aos lares um produto hiacutebrido na missatildeo de ancorar um telejornal a emissatildeo clara de opiniatildeo no ar ()rdquo

16

No periacuteodo compreendido entre 1992 e 1993 o jornal de Boris Casoy

superou em audiecircncia o Jornal Nacional da Rede Globo de forma que 594 do

puacuteblico ABC estavam com o TJ Brasil

Tambeacutem integra a histoacuteria do telejornalismo no Brasil o ldquoJornal da Bandrdquo

exibido pela TV Bandeirantes desde 1997 igualmente influenciado pelos costumes

americanos apresentado inicialmente por Paulo Henrique Amorim com um estilo

forte e opinativo com informaccedilotildees exclusivas e ao vivo Atualmente esse telejornal

tem como acircncora o jornalista Carlos Nascimento (Mundo da TV sd)

Uma pesquisa realizada pelo Ibope em 1980 demonstrou que o

telejornalismo eacute a mais importante e acessiacutevel fonte de informaccedilatildeo da populaccedilatildeo

onde 73 do puacuteblico pesquisado tinham acesso agrave televisatildeo Os telejornais foram

identificados como o tipo de programa preferido por 874 dos homens e o segundo

preferido de 713 das mulheres Conforme mateacuteria publicada pela revista Exame

em agosto de 2002 a TV eacute hoje o uacutenico meio de informaccedilatildeo e entretenimento para

40 da populaccedilatildeo (GUROVITZ 2002 p 46-58)

17

12 PROGRAMAS JORNALIacuteSTICOS NAS DIVERSAS EMISSORAS DE

TV

A seguir seratildeo listados os principais telejornais que foram ao ar pelas

diversas emissoras de televisatildeo do paiacutes

121 Rede Tupi

A partir de 1951 a Rede Tupi (19501980) exibia ldquoDiaacuterio de Satildeo Paulo na

TVrdquo ldquoEdiccedilatildeo Extrardquo e ldquoTelejornal Brahmardquo

Em 1952 apresentava o ldquoRepoacuterter Essordquo o ldquoTelejornal Tupirdquo e

ldquoTelenotiacutecias Panairrdquo

Em 1965 estreou ldquoUltra Notiacuteciasrdquo

Em 1979 um de seus uacuteltimos programas foi o ldquoAqui e Agorardquo com 6

horas de duraccedilatildeo e direccedilatildeo de Wilton Franco extinto no ano seguinte pelo governo

122 Rede Excelsior

A Rede Excelsior (19601964) estreou em 1960 o ldquoTele Notiacuteciasrdquo e em

1963 ldquoA Marcha do Mundordquo e o ldquoJornal da Vanguardardquo

123 TV Record

A TV Record (1953) inseriu em sua programaccedilatildeo na aacuterea de

telejornalismo diversos programas valendo destacar

- ldquoTempo de Notiacuteciasrdquo (1972)

18

- ldquoCidade Alertardquo (1995)

- ldquoFala Brasil (1998)

- ldquoEdiccedilatildeo de Notiacuteciasrdquo (2003)

- ldquoTudo a Verrdquo (2004)

- ldquoRecord RJrdquo ldquoRecord SPrdquo e ldquoRio de Janeiro no Arrdquo (2005)

124 TV Cultura

Dentre os programas de telejornais introduzidos pela TV Cultura (1969)

vale destacar

- ldquoA Hora da Notiacuteciardquo (1972)

- ldquoConversa Afiadardquo (1999)

- ldquoMateacuteria Puacuteblicardquo (2002)

- ldquoBoletim Culturardquo e ldquoPrimeira Paacuteginardquo (2005)

125 TV Globo

No ar desde 1968 a TV Globo editou inuacutemeros programas

telejornaliacutesticos com destaque para

- ldquoTele Globordquo (1965)

- ldquoUltranotiacuteciasrdquo (1966)

19

- ldquoJornal da Globordquo (1967)

- ldquoJornal Nacionalrdquo (1969)

- ldquoJornal Hojerdquo (1971)

- ldquoBom dia Satildeo Paulordquo (1977)

- ldquoJornal da Globordquo (1979)

- ldquoSPTVrdquo ldquoRJTVrdquo ldquoBom dia Brasilrdquo (1983)

- ldquoGlobo Notiacuteciardquo (2005)

126 TV Bandeirantes

Pela TV Bandeirantes no ar desde 1967 vale destacar os seguintes

telejornais

- ldquoTitulares da Notiacuteciardquo (1969)

- ldquoBand News na Bandrdquo e ldquoBrasil Urgenterdquo (2001)

- e ldquoPrimeiro Jornalrdquo (2005)

127 TV Gazeta

Mais recentemente a TV Gazeta (1970) levou ao ar

- o ldquoJornal Gazetardquo o ldquoMercadordquo e ldquoPrimeira Paacuteginasrdquo todos estreados

em 2001

20

- em 2002 introduziu o ldquoJornal Gazeta 2ordf ediccedilatildeordquo e

- em 2003 o ldquoGazeta On-linerdquo

128 SBT

O Sistema Brasileiro de Televisatildeo no ar desde 1981 tem na histoacuteria do

telejornalismo da emissora os seguintes programas

- ldquoNoticentrordquo (1981)

- ldquo24 Horasrdquo (1982)

- ldquoCidade 4rdquo (1986)

- ldquoTJ Brasilrdquo ldquoTJ Noiterdquo e ldquoTJ Satildeo Paulordquo (1988)

- ldquoJornal do SBTrdquo ldquoAqui e Agorardquo (1991)

- ldquoAqui Brasilrdquo (1993) ldquoSBT Notiacuteciasrdquo (1995)

- ldquoJornal do SBTCBS Telenotiacuteciasrdquo (1997)

- ldquoNotiacutecias do Diardquo e ldquoNoticidaderdquo (1998)

- ldquoTJ Manhatilderdquo (2001)

- ldquoSBT Brasilrdquo (2005) dentre outros

21

13 O PERCURSO DO TELEJORNALISMO NOS ANOS 70

Em seu trabalho de dissertaccedilatildeo de mestrado defendido na Escola de

Comunicaccedilotildees e Artes da Universidade de Satildeo Paulo Antonio Reis Jr (2003) nos

mostra que no iniacutecio da deacutecada de 70 o campo cinematograacutefico sofreu dispersatildeo do

grupo de cineastas que integravam o Cinema Novo devido agrave repressatildeo poliacutetica poacutes

Ato Institucional n 5 em 1968 Com a criaccedilatildeo da Embrafilme em 1969 as novas

demandas do mercado cultural assim como o acirramento dos debates esteacuteticos

formou-se um novo quadro de atuaccedilatildeo para os cinegrafistas que se descortinou

com o esfacelamento do Cinema Novo com a expansatildeo da induacutestria cultural do

consumo dos bens simboacutelicos no paiacutes e com o surgimento de novos esquemas de

produccedilatildeo e projetos culturais

Nesse cenaacuterio de cerceamento controle e censura da produccedilatildeo cultural

diversos cineastas vislumbraram a possibilidade de trabalhar em algumas emissoras

de TV e como o telejornalismo foi o programa de maior impacto nesse meio de

comunicaccedilatildeo em massa surgiu assim o nosso repoacuterter cinematograacutefico

Desde sua primeira exibiccedilatildeo em rede nacional em 1ordm de setembro de

1969 o Jornal Nacional da Rede Globo apresentou um formato proacuteprio para

transmitir notiacutecias onde ldquoo telejornal era capaz de abordar no mesmo tom e com a

mesma inconsequumlecircncia notiacutecias banais e outras de extrema importacircncia para o

espectador conferindo um mesmo tratamento a fatos relevantes e irrelevantesrdquo Em

plena eacutepoca de ditadura tal fato revela a cumplicidade dessa emissora para com os

militares apresentando um telejornal com moderna engenharia eletrocircnica e que

adotava a maacutescara do paiacutes ldquoem desenvolvimentordquo do milagre econocircmico

22

propagando imagens de um paiacutes com o povo bonito onde natildeo existia fome miseacuteria

pobreza

Contudo nesse mesmo periacuteodo surgiu a TV Cultura com a programaccedilatildeo

mais voltada para a realidade brasileira e que criou em 1972 o telejornal ldquoA Hora da

Notiacuteciardquo pobre em recursos mas combativo liacuteder de audiecircncia desta emissora

seguia em caminho inverso agraves fantasias institucionais e agrave alienaccedilatildeo dos noticiaacuterios

da eacutepoca

Em 1975 o jornalista Vladimir Herzog assumiu a direccedilatildeo da TV Cultura

apresentando proposta para tornar o telejornalismo em um instrumento de diaacutelogo

com o puacuteblico combatendo a atitude servil diante do governo com uma poliacutetica de

programaccedilatildeo visando objetivos prioritaacuterios relacionados com a realidade do puacuteblico

que pretendia atingir Poreacutem nesse mesmo ano Herzog foi preso interrogado

torturado e morto sucumbindo o projeto de renovaccedilatildeo do telejornalismo na TV

brasileira

Mas em seguida apesar de o Jornal Nacional manter estreita ligaccedilatildeo com

a ditadura surgiu na Rede Globo o Globo Repoacuterter originaacuterio da seacuterio Globo Shell ndash

o uacutenico programa da emissora produzido com material cinematograacutefico e que teve o

meacuterito de fazer passar informaccedilotildees boicotadas pelos demais telejornais ndash

caracterizado por abordar temas polecircmicos e questotildees sociais justamente em um

periacuteodo em que esses assuntos eram proibidos e vetados pela Censura Federal

Esse estilo despojado e independente de fazer documentaacuterios perdurou entre 1976

a 1983

23

2 REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO

21 O PAPEL DO JORNALISTA

Nos dias de hoje o jornalista assim como outros profissionais de

imprensa enfrenta inuacutemeras dificuldades no mercado de trabalho ndash fato que exige

dele atenccedilatildeo para que se mantenha sempre atualizado e se preocupe com a

questatildeo da formaccedilatildeo e da qualificaccedilatildeo

De acordo com a Comissatildeo de Revisatildeo dos Registros de Jornalistas

Profissionais (Portaria MTb n 548 de 140695) todos os jornalistas profissionais do

paiacutes precisam efetuar a revisatildeo do seu Registro Profissional junto ao seu sindicato

para alterar o nuacutemero do Registro anotado na carteira de trabalho Tal procedimento

visa invalidar a grande quantidade de documentos irregulares

Na composiccedilatildeo alfanumeacuterica do novo registro seraacute adotada a sigla de

duas letras do alfabeto que identificam o Estado de origem seguida dos algarismos

a partir de 00001 e mais duas letras que qualificam a natureza da funccedilatildeo na qual o

jornalista foi registrado As letras qualificadoras da natureza da funccedilatildeo para titular

de registro funccedilatildeo de repoacuterter-cinematograacutefico eacute RC Exercer atividades de

jornalista com registro precaacuterio constitui crime de exerciacutecio ilegal da profissatildeo

(Sindicato dos Jornalistas 2006)

24

Para ilustrar melhor o papel do jornalismo a seguir iremos elencar as

definiccedilotildees formuladas por diversos profissionais da aacuterea publicadas no site Enfato ndash

Comunicaccedilatildeo Empresarial (2006)

ldquoO jornalista eacute o(a) profissional que faz mais do que apenas reportar o que acontece ele(a) estabelece viacutenculos entre os fatos correntes e passados provocaestimula o raciociacutenio do telespectadorleitorouvinte e procura ainda extrair disso tudo alguma perspectiva que sinalize o futuro Sua atividade eacute ainda mais difiacutecil do que parece eacute indispensaacutevel que este(a) profissional desempenhe sua tarefa com absoluta noccedilatildeo de seus princiacutepios eacuteticos sem se deixar contaminar por influecircncias poliacuteticas ou interesses pessoais Soacute assim seu relato teraacute credibilidade ndash a uacutenica moeda de real valor para quem abraccedilou esta profissatildeo Aliaacutes natildeo eacute agrave toa que a classe de espiacuterito tatildeo nobre seja tatildeo vilipendiada por aqueles que detecircm o controle das empresas de comunicaccedilatildeordquo Claudio Lessa colunista do site Direto da Redaccedilatildeo

ldquoSer jornalista hoje eacute e cada vez seraacute mais permitir ao leitor entender os fatos muito mais do que simplesmente tomar conhecimento deles Durante deacutecadas ser jornalista era correr atraacutes de furo dar informaccedilotildees sobre um fato que era desconhecido de todos Eu acho que hoje o nosso desafio estaacute em permitir que o leitor entenda os fatos pois existe uma avalanche de informaccedilotildeesrdquo Eugecircnio Esber diretor de redaccedilatildeo da revista Amanhatilde (RS)

ldquoO bom jornalista eacute aquele que eacute criativo investigador objetivo estaacute sempre informado mergulha com profundidade nos assuntos e acima de tudo tem a eacutetica como sua religiatildeordquo Fernando Barbosa Lima editor da FBL Criaccedilatildeo e Produccedilatildeo (RJ)

ldquoTenho a impressatildeo de que ser jornalista diante da tamanha complexidade do universo da Comunicaccedilatildeo eacute ter a capacidade de melhor organizar e selecionar a quantidade crescente da informaccedilatildeo defendendo o que haacute de mais essencial primado da verdade Lembro do que dizia Claudio Abramo de que a funccedilatildeo do jornalista eacute buscar a verdade camuflada atraacutes da verdade aparente Acho que essa tarefa eacute o grande diferencial que determinaraacute o sucesso profissionalrdquo Fernando Salerno diretor da Associaccedilatildeo Paulista de Jornais e do diaacuterio Valeparaibano (SP)

ldquoSer jornalista hoje eacute o mesmo que ontem e presumo o mesmo que amanhatilde O jornalista tem a funccedilatildeo de informar mais do que formar No meu entendimento hoje haacute muitos jornalistas mais preocupados em formar do que em informar Em outras palavras eacute muita opiniatildeo e pouca informaccedilatildeo Entendo ainda que eacute um trabalho muito importante para garantir a transparecircncia das sociedadesrdquo Flaacutevio Portela gerente de jornalismo da raacutedio Guaiacuteba (RS)

ldquoTenho orgulho de ser jornalista Essa funccedilatildeo eacute cada vez mais importante desde que seja acompanhada de eacutetica e

25

responsabilidade Cada vez mais a miacutedia tem credibilidade Graccedilas ao jornalista e a essa possibilidade de informaccedilatildeo raacutepida e global eacute que aproximamos o mundordquo Lucia Leme apresentadora do programa Olhar 2005 da TVE-RJ

ldquoA profissatildeo natildeo perdeu o encanto embora os predadores empresariados tenham feito de tudo para desencantaacute-la e diminuiacute-lardquo Luiacutes Recena editor executivo da Tribuna do Brasil (DF)

ldquoSer jornalista eacute saber passar informaccedilotildees ao grande puacuteblico eacute saber defender a sociedade atraveacutes dos jornais e procurar saber o que ela procura e onde precisa ser ajudadardquo Maria Eugecircnia Labouriau assessora de imprensa do Inmetro

ldquoA funccedilatildeo principal do jornalista eacute ser a oposiccedilatildeo diante das instituiccedilotildees incluindo Judiciaacuterio o Estado todo mundo Os jornalistas satildeo os fiscalizadores da sociedaderdquo Nando Gross apresentador da Raacutedio Gauacutecha AM (RS)

ldquoEacute como jogar nas 11 posiccedilotildees do campo Natildeo existe mais jornalista pelo menos aqui no interior do Rio Grande do Norte especialista Todos acabam tendo que cumprir todas as funccedilotildees Somos mais que polivalentes jaacute que estamos num jornal do interiorrdquo Pedro Carlos Lopes Pinheiro diretor de Redaccedilatildeo do jornal O Mossoroense (RN)

ldquoSer jornalista hoje eacute ter perseveranccedila vontade e amor pela profissatildeo jaacute que os jornalistas ganham mal e natildeo haacute incentivos para a realizaccedilatildeo do trabalhordquo Raimundo Afonso Gomes presidente do Sindicato dos Jornalistas do Acre

ldquoHoje e sempre ser jornalista eacute tentar ser uma testemunha do seu tempo Essa eacute nossa humilde tarefa Natildeo eacute ser juiz promotor Atualmente temos uma tendecircncia de julgar e ateacute condenar Quanto mais complexa a sociedade mais se exige esse papel do jornalistardquo Zuenir Ventura colunista de O Globo (RJ)

A exemplo de outras profissotildees regulamentadas pela legislaccedilatildeo vigente

em nosso paiacutes ou reconhecidas pelo mercado formal de trabalho a atividade

jornaliacutestica deve seguir preceitos eacuteticos especiacuteficos com a finalidade de preservar o

atendimento do interesse puacuteblico e o direito agrave informaccedilatildeo existente em uma

sociedade democraacutetica

Com referecircncia agrave elaboraccedilatildeo da notiacutecia segundo Eliane Mendonccedila (sd)

ldquoa notiacutecia eacute o resultado de diversas lsquovozesrsquo que o jornalista precisou ouvir interpretar

e sintetizar de forma a tornaacute-lo acessiacutevel ao grande puacuteblicordquo Com base nessa

26

assertiva pode-se dizer que o jornalista eacute o profissional que tem como ofiacutecio a

responsabilidade de reconstruir os fatos levando em conta todos os conceitos a que

teve acesso durante a apuraccedilatildeo da mateacuteria E se eacute assim a notiacutecia nunca teraacute um

uacutenico autor visto que a mateacuteria jornaliacutestica traz em seu bojo inuacutemeras versotildees do

mesmo assunto cada um de um personagem (fonte) diferente

Note-se que ainda que o jornalista natildeo seja o uacutenico autor do que escreve

cabe a ele a funccedilatildeo de equilibrar o texto a ponto de ser fiel a tudo o que ouviu

procurando transmitir a informaccedilatildeo da forma mais clara possiacutevel a fim de que possa

ser compreendida por todo o tipo de leitor

Outro ponto a se considerar como bem explica Eliane Mendonccedila (sd)

refere-se ao fato de que um mesmo assunto se apresenta ao puacuteblico sob diferentes

enfoques quando transmitido em diferentes veiacuteculos de comunicaccedilatildeo Isto ocorre

porque ao contraacuterio do que ensina os antigos manuais do jornalismo o jornalista

natildeo eacute imparcial e acaba embutindo na notiacutecia um pouco de sua vivecircncia pessoal

sua opiniatildeo sobre o assunto seus preconceitos aleacutem de ter que levar em

consideraccedilatildeo as normas as orientaccedilotildees e a postura da empresa para a qual

trabalha

Segundo o Departamento de Comunicaccedilatildeo e Turismo da Universidade

Federal da Paraiacuteba (UFPB 2006) a sociedade espera que o jornalista exerccedila o

seguinte papel

- Auxiliar a populaccedilatildeo a tomar decisotildees coletivas favoraacuteveis ao bem comum - Enriquecer culturalmente a sociedade - Responsabilizar-se pelas informaccedilotildees que divulga e consequumlecircncias delas - Colaborar para o fortalecimento da cidadania

27

- Discernir entre o que tem caraacuteter construtivo para a sociedade - Propagar iniciativas conhecimentos e teacutecnicas que possam ser reproduzidas de forma a contribuir para o bem estar social - Distinguir e denunciar atitudes que sejam lesivas agrave sociedade

O jornalista ndash seja ele o repoacuterter o fotoacutegrafo o cinegrafista o redator o

editor o chefe de reportagem enfim ndash deve estar consciente da importacircncia do seu

trabalho para a construccedilatildeo da cidadania e de uma sociedade igualitaacuteria

Como bem observa Maristela Alves Leitatildeo (2005) os profissionais de

jornalismo desempenham um importante papel nas transformaccedilotildees soacutecio-poliacuteticas

nas uacuteltimas deacutecadas constituindo os ldquoguardiotildees dos direitos humanosrdquo durante a

transiccedilatildeo da ditadura militar para o regime democraacutetico Atualmente a preocupaccedilatildeo

tem sido lutar contra a corrupccedilatildeo e a favor da cidadania visando a conscientizaccedilatildeo

da populaccedilatildeo em relaccedilatildeo aos seus direitos e obrigaccedilotildees

A mateacuteria jornaliacutestica consiste na reconstruccedilatildeo de dada realidade que

cerca um fato recente efetuada pelo profissional da aacuterea a partir da tomada de

depoimentos de pessoas que participaram ou estatildeo inseridas no contexto apurado

Essas pessoas a serem entrevistas natildeo devem ser selecionadas de maneira fortuita

apenas seratildeo inquiridas aquelas que possam dispor de dados estritamente

importantes e possuir competecircncia reconhecida para referir-se ao assunto em

questatildeo Uma das habilidades mais valorizadas na profissatildeo inclusive eacute aquela de

pesquisar e encontrar as fontes mais adequadas considerando-se a expectativa do

puacuteblico de receber informaccedilatildeo qualificada (Rothberg 2006)

28

Comparando-se o jornalismo impresso com o televisivo este uacuteltimo leva

clara vantagem por ser meio mais atraente ao disponibilizar uma dinacircmica

audiovisual

22 O REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO

O repoacuterter cinematograacutefico eacute aquele profissional que executa serviccedilos

referentes ao mercado de radiodifusatildeo mais especificamente em TV atuando como

assistente ou teacutecnico na aacuterea de produccedilatildeo em meios de comunicaccedilatildeo Dentre suas

atividades vale destacar pesquisa anaacutelise e interpretaccedilatildeo das possibilidades

riacutetmicas estruturais e associadas do encontro entre imagem e som aleacutem de

executar e manter os equipamentos de aacuteudio e iluminaccedilatildeo e cacircmeras de TV (Nova

Faetec 2006)

No Brasil o curso profissionalizante de repoacuterter cinematograacutefico tem ainda

niacutevel teacutecnico com duraccedilatildeo de trecircs anos sendo exigido como preacute-requisito a

conclusatildeo do ensino meacutedio ou fundamental

No Rio de Janeiro foi criada em 16 de fevereiro em 1946 a ARFOC -

Associaccedilatildeo Profissional de Repoacuterteres Fotograacuteficos e Cinematograacuteficos do Brasil

que consiste em uma associaccedilatildeo profissional e cultural destituiacuteda de caraacuteter poliacutetico-

partidaacuterio e sem fins lucrativos nos termos do Decreto n 1229 de 09101962 cujo

objetivo eacute incentivar aperfeiccediloar valorizar e defender a profissatildeo e os fotojornalistas

e a aplicaccedilatildeo da imagem ao jornalismo (ARFOC 2006)

29

Segundo Joseacute Alves Filho (2005) presidente da ARFOC-PI existe uma

falta de reconhecimento ateacute por parte dos proacuteprios colegas de trabalho em relaccedilatildeo

ao trabalho do repoacuterter cinematograacutefico Eacute uma injusticcedila visto que uma boa

reportagem de TV depende mais do registro do repoacuterter cinematograacutefico ndash fruto de

sua persistecircncia coragem e sensibilidade ndash do que do repoacuterter produtor ou editor

Essa falta de reconhecimento se reflete no dia-a-dia principalmente por

parte dos chefes de redaccedilatildeo que nunca estimulam os repoacuterteres cinematograacuteficos a

participarem da discussatildeo da pauta que iratildeo cumprir Com isso eles acabam se

afastando das redaccedilotildees desestimulados a participarem do processo Por parte dos

colegas jornalistas haacute um preconceito intelectual ainda que velado em relaccedilatildeo aos

colegas da ldquolinha de frenterdquo os ditos repoacuterteres cinematograacuteficos forjados pela

ldquofaculdade da vidardquo sem chance de discutir teoria nos bancos universitaacuterios

Partindo-se da premissa de que a imagem eacute o uacutenico item imprescindiacutevel

da TV natildeo haacute justificativa para o fato de que o salaacuterio dos bons cinegrafistas natildeo

chegam nem na metade do salaacuterio dos repoacuterteres haacute vinte anos atraacutes o salaacuterio

desses profissionais se equiparavam

Para Antonio Brasil (2004)

() se existe uma classe de jornalistas que sempre sofreu enormes injusticcedilas e discriminaccedilotildees eacute sem duacutevida o segmento dos cinegrafistas de TV Hoje satildeo chamados de lsquorepoacuterteres cinematograacuteficosrsquo Para mim deveriam ser simplesmente lsquojornalistasrsquo Mas como costumam ter origem humilde e natildeo podem pagar pelos lsquodiplomasrsquo satildeo considerados jornalistas de segunda classe Natildeo precisam passar no miacutenimo quatro anos pagando caro para as faacutebricas de jornalistas e ningueacutem parece se importar muito com isso Mas os cinegrafistas ou repoacuterteres cinematograacuteficos merecem o nosso apoio e respeito Lutam pelo reconhecimento da profissatildeo enquanto lsquojornalistasrsquo de verdade Recusam-se a serem meros

30

lsquoapecircndicesrsquo na vida dos repoacuterteres e nas decisotildees dos nossos editores de telejornalismo

Infelizmente ainda persiste o conflito entre os profissionais da palavra e

os jornalistas da imagem Brasil (2004) experiente na profissatildeo muitas vezes

sentiu na pele os efeitos de atitudes arrogantes e discriminatoacuterias mesmo de

repoacuterteres receacutem-formados - o que demonstra que essa arrogacircncia sem

fundamento eacute cultural beira o preconceito social ou ldquoracismordquo E geralmente satildeo os

velhos cinegrafistas que acabam por ensinar a esses jovens os primeiros passos da

profissatildeo

Eacute certo que no meio televisivo as imagens constituem elemento chave

da mateacuteria do repoacuterter satildeo elas que datildeo suporte agrave narrativa cronoloacutegica do

acontecimento Cumpre ressaltar que tal qual o repoacuterter o cinegrafista tem como

objetivo registrar o acontecimento e fazer com que o mesmo chegue ao ar Daiacute a

importacircncia de recomendar aos alunos do telejornalismo que cinegrafista natildeo deve

ser vigiado nem precisa ser orientado

Repoacuterter e cinegrafista satildeo colegas de jornalismo isto eacute ambos satildeo

jornalistas Natildeo eacute porque o cinegrafista geralmente tem origem simples gestos

humildes e carrega peso que deixa de ser jornalista Ganha o repoacuterter despido

desse preconceito pois se dispotildee a assimilar os segredos da profissatildeo ensinados

pelos cinegrafistas e compartilhando com respeito os objetivos da reportagem

recebem valiosas dicas praacuteticas

Brasil (2004) desabafa

31

Os jovens de boa aparecircncia - condiccedilatildeo dispensaacutevel mas que parece ser obrigatoacuteria em nossos telejornais - saem das universidades natildeo sabem quase nada de telejornalismo Buscam na TV o sonho de sucesso e fama A maioria desses jovens natildeo teve a oportunidade aprender a praacutetica da profissatildeo Eles satildeo selecionados em processos meio nebulosos e certamente pouco transparentes Se tornam repoacuterteres de TV e tem que aprender as teacutecnicas peculiares da profissatildeo na marra No entanto satildeo os velhos cinegrafistas - profissionais humildes e experientes que costumam ensinar os primeiros passos Os cinegrafistas tambeacutem satildeo colegas leais Aleacutem de ensinarem telejornalismo de verdade tambeacutem fazem questatildeo de ocultar os erros dos neoacutefitos Os editores jamais percebem as inuacutemeras passagens que os cinegrafistas providencialmente apagam das fitas e da nossa memoacuteria Alguns desses neoacutefitos natildeo eram tatildeo jovens Muitos profissionais da imprensa fizeram a transiccedilatildeo para os encantos da TV graccedilas agrave boa vontade de velhos cinegrafistas

Ao inveacutes de se sentirem agradecidos muitos desses colegas se recusam

a aceitar que aqueles sujeitos simples satildeo tambeacutem jornalistas e que aleacutem de

compartilhar os objetivos da reportagem ensinam agrave nova geraccedilatildeo de jornalistas de

TV inuacutemeras dicas profissionais

Natildeo bastasse esse desrespeito com o profissional de imagem ele ainda

estaacute sujeito a sofrer seacuterios riscos inerentes agrave proacutepria profissatildeo aleacutem de graves

problemas de sauacutede ao utilizar equipamentos pesados e obsoletos e enfrentar um

ritmo estressante de trabalho repetitividade de tarefas longas jornadas e condiccedilotildees

precaacuterias de trabalho

Daiacute a importacircncia de apoiar a luta desses profissionais de imagem que

buscam o creacutedito e o respeito merecidos Eacute uma questatildeo natildeo apenas de direito

mas de reconhecimento Tambeacutem eacute importante observar e condenar as possiacuteveis

represaacutelias aos profissionais que buscam esse reconhecimento

32

Brasil (2004) faz uma comparaccedilatildeo entre os cinegrafistas da Inglaterra e

os do Brasil Enquanto entre noacutes os profissionais lutam pela sobrevivecircncia

aprendem tudo sem qualquer tipo de treinamento especiacutefico e para garantir os seus

direitos devem permanecer anocircnimos na Inglaterra a escola de cinegrafistas da

BBC possibilita a esses profissionais facilidades teacutecnicas um bom sistema de

promoccedilatildeo e cargos Para a promoccedilatildeo dentro da proacutepria categoria os cinegrafistas

ingleses satildeo regularmente enviados ao interior daquele paiacutes para conhecerem as

novas tecnoloacutegicas e teacutecnicas profissionais visando com isso tambeacutem fortalecer os

laccedilos corporativos

33

3 CURSO SUPERIOR PARA FORMACcedilAtildeO DE PROFISSIONAIS DA

AacuteREA

31 DESVALORIZACcedilAtildeO DA PROFISSAtildeO

Como outras inuacutemeras profissotildees tambeacutem o jornalista enfrenta crise no

seu acircmbito de trabalho Para superar a concorrecircncia garantir o seu emprego e

valorizar sua profissatildeo o jornalista de modo geral precisa especializar-se em

determinadas aacutereas e atualizar-se academicamente No mercado atual esse

profissional tem que lidar com o aumento de responsabilidade com o acuacutemulo de

funccedilotildees nas redaccedilotildees aleacutem de ser em geral mal remunerado e sofrer com o

constante risco de ser demitido

Conforme aponta Noblat (2003 p 36)

Exige-se do candidato a uma vaga nas redaccedilotildees que seja profissional completo e polivalente Ele tem de dominar todas as teacutecnicas para o exerciacutecio da profissatildeo manejar os instrumentos capazes de ajudaacute-lo a fazer o melhor trabalho e ter a niacutetida compreensatildeo do seu papel de jornalista multimiacutedia

Em plena era de globalizaccedilatildeo as perspectivas natildeo satildeo as melhores Tem

razatildeo Dizard Jr (2000 p 21) ao afirmar que uma das poucas certezas com que os

novos profissionais de miacutedia podem contar futuramente eacute que teratildeo que lidar com o

impacto das mudanccedilas tecnoloacutegicas e com a intensificaccedilatildeo da demanda por maior

envolvimento intelectual e habilitaccedilatildeo acadecircmica

34

Para o repoacuterter cinematograacutefico e supervisor de cinegrafia da rede Globo

Heacutelio Alvarez concorda que a profissatildeo do repoacuterter cinematograacutefico e fotoacutegrafo eacute

desvalorizada e isto se deve segundo ele ao fato de que a valorizaccedilatildeo profissional

na atualidade se daacute por meio da educaccedilatildeo Enquanto os repoacuterteres geralmente

passaram por uma faculdade e vecircm de uma classe social mais alta os que

trabalham como repoacuterter cinematograacutefico em sua maioria satildeo aqueles que iniciam

carreira fazendo algum trabalho na televisatildeo sendo poucos os que comeccedilam no

jornalismo ndash o que acaba por desvalorizar a funccedilatildeo (Canal da imprensa sd)

32 REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO Eacute JORNALISTA

Noacutes uacuteltimos anos haacute um movimento que luta pelo reconhecimento do

repoacuterter cinematograacutefico como jornalista Duas recentes decisotildees nos tribunais do

paiacutes passaram a reconhecer os direitos desse profissional confirmando as teses

defendidas pela FENAJ (Federaccedilatildeo Nacional dos Jornalistas) e pelos sindicatos de

jornalistas

No ano passado o Tribunal Superior do Trabalho (TST) manteve decisatildeo

do Tribunal Regional do Trabalho do Rio Grande do Sul (TRT da 4ordf Regiatildeo) que

enquadrou como Jornalista um repoacuterter-cinematograacutefico que trabalhou na RBS TV

Santa Rosa Ltda Esse profissional tanto acompanhava repoacuterteres na produccedilatildeo de

reportagens jornaliacutesticas como tambeacutem saiacutea agraves ruas sozinho para produzir

reportagens estabelecidas em pautas previamente solicitadas pelo chefe de

redaccedilatildeo

35

A RBS seguindo a praacutetica infelizmente bastante comum entre as

empresas de televisatildeo sustentava que o trabalhador devia ser enquadrado como

radialista na tentativa de pagar um salaacuterio menor ao profissional uma vez que o

piso de radialista eacute inferior ao de jornalista Outra desvantagem para o profissional eacute

que os radialistas trabalham 8 horas diaacuterias ao contraacuterio de jornalistas que atuam 5

horas por dia O excesso de carga de trabalho vem trazendo problemas de sauacutede

para diversos repoacuterteres cinematograacuteficos enquadrados como radialistas

A Justiccedila do Trabalho firmou decisatildeo no sentido de que o fato de estar

acompanhado de repoacuterter natildeo retira do repoacuterter-cinematograacutefico a condiccedilatildeo de

Jornalista O profissional gauacutecho receberaacute as devidas diferenccedilas salariais retroativas

a 16 de junho de 1998 data que o prejudicado obteve seu registro de jornalista

profissional no Ministeacuterio do Trabalho (Espaccedilo Vital 2005)

Com essa decisatildeo passou a ser possiacutevel que os repoacuterteres

cinematograacuteficos encaminhem agraves Delegacias Regionais do Trabalho pedidos de

enquadramento como jornalistas Aliaacutes os proacuteprios sindicatos devem encaminhar

pedidos de fiscalizaccedilatildeo nas empresas para verificar o enquadramento dos repoacuterteres

cinematograacuteficos

Outro julgamento favoraacutevel ao profissional da aacuterea em comento conforme

divulgaccedilatildeo do FENAJ (2005) refere-se agrave decisatildeo da Terceira Turma do Superior

Tribunal de Justiccedila (STJ) que reconheceu os direitos do repoacuterter fotograacutefico Claacuteudio

Alves Pereira de receber indenizaccedilatildeo por danos materiais e morais devido agraves

inuacutemeras vezes em que o Jornal de Brasiacutelia republicou fotos suas sem creacutedito apoacutes

a sua demissatildeo em julho de 1990

36

Conforme o escritor portuguecircs Pierre Ganz (ANTONIO CARLOS) o

jornalista-repoacuterter de imagens eacute antes de qualquer coisa eacute um jornalista como os

outros Deve saber preparar a sua reportagem efetuaacute-la escrever o seu comentaacuterio

sobre imagens A diferenccedila reside no fato de ele substituir na maioria das vezes a

esferograacutefica pela cacircmera de filmar

Uma cacircmera que ele deveraacute dominar bem mas tambeacutem com a qual vai escrever uma histoacuteria os planos substituindo entatildeo as palavras Uma sintaxe toma o lugar da outra Os teacutecnicos de som de iluminaccedilatildeo e de montagem satildeo-lhe familiares Pode em alguns casos trabalhar sozinho Egrave cada vez mais frequumlente partir em reportagem ou em grande reportagem com equipe reduzida acompanhada apenas por jornalista redator

Eacute mesmo verdade que no meio televisivo uma boa imagem por vezes

substitui um bom texto e ateacute o dispensa Natildeo eacute possiacutevel por exemplo imaginar nos

dias de hoje um noticiaacuterio sobre guerra sem que sejam mostradas imagens E

muitas vezes inspirados nas imagens que os jornalistas produzem seus textos

Sem duacutevida a funccedilatildeo do repoacuterter cinematograacutefico eacute de vital importacircncia

para o jornalismo Uma saiacuteda bastante praacutetica para solucionar o problema desses

profissionais no que se refere agrave ausecircncia de cursos de graduaccedilatildeo seria incluir uma

cadeira sobre o assunto nos cursos de jornalismo Com isso os profissionais da

aacuterea e os interessados em abraccedilar a profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico se

sentiriam motivados a ingressar numa faculdade e quem sabe assim esse

preconceito absurdo seria definitivamente eliminado pondo fim ao estigma de ser

apenas um coadjuvante na confecccedilatildeo da notiacutecia

37

CONCLUSAtildeO

Num momento em que o mundo passa por tantas transformaccedilotildees

decorrentes da evoluccedilatildeo tecnoloacutegica da era da informaccedilatildeo e da globalizaccedilatildeo da

economia o jornalismo profissional ndash seacuterio e bem documentado - ganha relevo em

sua missatildeo de informar opinar e entreter a sociedade em seu cotidiano

A televisatildeo nos dias contemporacircneos pode transmitir ao puacuteblico muito

mais do que o fazia quando foi criada A novidade surgiu em 1923 nos Estados

Unidos e se tornou conhecida no Brasil nos anos 50 De iniacutecio apenas uma

finiacutessima parcela da populaccedilatildeo tinha acesso ao produto e tempos depois

transformou-se num poderoso meio de comunicaccedilatildeo em massa

Para fazer o telejornalismo eacute necessaacuterio uma equipe formada de repoacuterter

cinegrafista redator fotoacutegrafo editor teacutecnicos de som de iluminaccedilatildeo e de

montagens

Diante do exposto natildeo resta duacutevidas de que o repoacuterter cinematograacutefico eacute

antes de qualquer coisa jornalista como os outros Ele deve saber preparar a sua

reportagem efetuaacute-la escrever o seu comentaacuterio sobre imagens

Se eacute certo que ele substitui a esferograacutefica pela cacircmera de filmar tambeacutem

eacute verdade que por meio dela ele escreve uma histoacuteria A diferenccedila eacute que substitui

as palavras pelas imagens que seus olhos treinados conseguem captar

38

Em muitas situaccedilotildees o repoacuterter cinematograacutefico acumula as funccedilotildees dos

teacutecnicos de iluminaccedilatildeo som e montagem trabalhando somente com o jornalista

redator E eacute com base nas imagens captadas que os jornalistas produzem seus

textos

Muitas vezes os cinegrafistas produzem imagens tatildeo impressionantes

que eacute difiacutecil para o jornalista descrevecirc-las com palavras podendo surgir eventuais

conflitos entre os dois

Neste contexto a presente monografia procurou enfocar a importacircncia

deste profissional que para ser reconhecido por seus pares e tambeacutem para ter

oportunidade de aumentar seus conhecimentos e aperfeiccediloar suas teacutecnicas

necessita que seja inserida uma cadeira sobre sua aacuterea nos cursos de graduaccedilatildeo

de jornalismo

Para serem admitidos como jornalistas pelas televisotildees profissionais

exige-se formaccedilatildeo acadecircmica em jornalismo Haacute aqui um paradoxo visto que a

profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico tem sua funccedilatildeo regulamentada pelo Decreto

Lei n 83284 de 13 marccedilo de 1969 que atribui normas para o exerciacutecio da profissatildeo

de jornalista e segundo o qual o repoacuterter cinematograacutefico estaacute inserido como

jornalista que capta imagens para fins jornaliacutesticos

Note-se que a partir do momento em que os cursos de jornalismo

incluiacuterem uma cadeira voltada para a reportagem cinematograacutefica todos os que se

formarem no curso e optarem por esse caminho notadamente seratildeo reconhecidos

como jornalistas

39

Haacute que se considerar a questatildeo dos antigos profissionais da aacuterea

aqueles que conhecem tudo sobre a profissatildeo e conforme dito no decorrer da

presente costumam ensinar os receacutem-formados no iniacutecio de suas carreiras

Eacute injusta a falta de reconhecimento desses profissionais

Tal situaccedilatildeo demonstra que o preconceito em relaccedilatildeo a eles faz parte de

uma cultura arraigada entre os proacuteprios colegas de profissatildeo e que acaba se

estendendo pelos bancos acadecircmicos e que precisa ser trabalhada desmistificada

pois natildeo tem razatildeo de existir

40

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ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE NORMAS TEacuteCNICAS NBR 6023 informaccedilatildeo e

documentaccedilatildeo elaboraccedilatildeo Rio de Janeiro 2002

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2004 Disponiacutevel em lthttpgelson-filhositesuolcombrgt Acesso em 06 Mar2006

SQUIRRA Sebastiatildeo O telejornalismo brasileiro num cenaacuterio de

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45

ANEXO I ndash DECRETO Nordm 83284 DE 13 DE MARCcedilO DE 1979

PROFISSAtildeO DE JORNALISTA

Daacute nova regulamentaccedilatildeo ao Decreto-lei nordm 972 de 17 de outubro de 1969 que dispotildee sobre o exerciacutecio da profissatildeo de Jornalista em decorrecircncia das alteraccedilotildees introduzidas pela Lei nordm 6612 de 7 de dezembro de 1978

O Presidente da Repuacuteblica usando da atribuiccedilatildeo que lhe confere o art 81 item

III da Constituiccedilatildeo decreta

Art 1ordm Eacute livre em todo territoacuterio nacional o exerciacutecio da profissatildeo de Jornalista aos que satisfazerem as condiccedilotildees estabelecidas neste Decreto

Art 2ordm A profissatildeo de Jornalista compreende privativamente o exerciacutecio habitual e remunerado de qualquer das seguintes atividades

I - redaccedilatildeo condensaccedilatildeo titulaccedilatildeo interpretaccedilatildeo correccedilatildeo ou coordenaccedilatildeo de mateacuteria a ser divulgada contenha ou natildeo comentaacuterio

II - comentaacuterio ou crocircnica pelo raacutedio ou pela televisatildeo III - entrevista inqueacuterito ou reportagem escrita ou falada IV - planejamento organizaccedilatildeo direccedilatildeo e eventual execuccedilatildeo de serviccedilos

teacutecnicos de Jornalismo como os de arquivo ilustraccedilatildeo ou distribuiccedilatildeo graacutefica de mateacuteria a ser divulgada

V - planejamento organizaccedilatildeo e administraccedilatildeo teacutecnica dos serviccedilos de que trata a aliacutenea ldquoardquo

VI - ensino de teacutecnicas de Jornalismo VII - coleta de notiacutecias ou informaccedilotildees e seu preparo para divulgaccedilatildeo VIII - revisatildeo de originais de mateacuteria jornaliacutestica com vistas agrave correccedilatildeo

redacional e agrave adequaccedilatildeo da linguagem XIX - organizaccedilatildeo e conservaccedilatildeo de arquivo jornaliacutestico e pesquisa dos

respectivos dados para a elaboraccedilatildeo de notiacutecias X - execuccedilatildeo de distribuiccedilatildeo graacutefica de texto fotografia ou ilustraccedilatildeo de

caraacuteter jornaliacutestico para fins de divulgaccedilatildeo XI - execuccedilatildeo de desenhos artiacutesticos ou teacutecnicos de caraacuteter jornaliacutestico para

fins de divulgaccedilatildeo Art 3ordm Considera-se empresa jornaliacutestica para os efeitos deste Decreto-lei

aquela que tenha como atividade a ediccedilatildeo de jornal ou revista ou a distribuiccedilatildeo de noticiaacuterio com funcionamento efetivo idoneidade financeira e registro legal

sect 1ordm Equipara-se agrave empresa jornaliacutestica a seccedilatildeo ou serviccedilo de empresa de radiofusatildeo televisatildeo ou divulgaccedilatildeo cinematograacutefica ou de agecircncia de publicidade onde sejam exercidas as atividades previstas no artigo 2ordm0

sect 2ordm A entidade puacuteblica ou privada natildeo jornaliacutestica sob cuja responsabilidade se editar publicaccedilatildeo destinada a circulaccedilatildeo externa estaacute obrigada ao cumprimento deste decreto relativamente aos jornalistas que contratar

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Art 4ordm O exerciacutecio da profissatildeo de jornalista requer preacutevio registro no oacutergatildeo regional do Ministeacuterio do Trabalho que se faraacute mediante a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash diploma de curso de niacutevel superior de Jornalismo ou de Comunicaccedilatildeo Social habilitaccedilatildeo Jornalismo fornecido por estabelecimento de ensino reconhecido na forma da lei para as funccedilotildees relacionadas nos itens I a IV do artigo 11

IV ndash Carteira de Trabalho e Previdecircncia Social

Paraacutegrafo uacutenico ndash Aos profissionais registrados exclusivamente para o exerciacutecio das funccedilotildees relacionadas nos itens VII a XI do artigo 11 eacute vedado o exerciacutecio das funccedilotildees constantes nos itens I a VII do mesmo artigo

Art 5ordm O Ministeacuterio do Trabalho concederaacute desde que satisfeitas as exigecircncias constantes neste Decreto registro especial ao

I ndash colaborador assim entendido aquele que mediante remuneraccedilatildeo e sem relaccedilatildeo de emprego produz trabalho de natureza teacutecnica cientiacutefica ou cultural relacionando com a sua especializaccedilatildeo para ser divulgado com o nome e qualificaccedilatildeo do autor

II ndash funcionaacuterio puacuteblico titular de cargo cujas atribuiccedilotildees legais coincidam com as mencionadas no artigo 2ordm

III ndash provisionado

Paraacutegrafo uacutenico ndash O registro de que tratam os itens I e II deste artigo natildeo implica o reconhecimento de quaisquer direitos que decorram da condiccedilatildeo de empregado nem no caso do item II dos resultantes do exerciacutecio privado e autocircnomo da profissatildeo

Art 6ordm Para o registro especial de colaborador eacute necessaacuteria a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash declaraccedilatildeo de empresa jornaliacutestica ou que a ela seja equiparada informando do seu interesse pelo registro de colaborador do candidato onde conste a sua especializaccedilatildeo remuneraccedilatildeo contratada e pseudocircnimo se houver

Art 7ordm Para o registro especial de funcionaacuterio puacuteblico titular de cargo cujas atribuiccedilotildees legais coincidam com as mencionadas no artigo 2ordm eacute necessaacuterio a apresentaccedilatildeo de ato de nomeaccedilatildeo ou contrataccedilatildeo para cargo ou emprego com aquelas atribuiccedilotildees aleacutem do cumprimento do que estabelece o artigo 4ordm

Art 8ordm Para o registro especial de provisionado eacute necessaacuterio a apresentaccedilatildeo de

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I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash declaraccedilatildeo fornecida pela empresa jornaliacutestica ou que a ela seja equiparada na qual conste a funccedilatildeo a ser exercida e o salaacuterio correspondente

IV ndash diploma de curso de niacutevel superior ou certificado de ensino de 2ordm grau fornecido por estabelecimento de ensino reconhecido na forma da lei para as funccedilotildees relacionadas nos itens I a VII do artigo 11

V ndash declaraccedilatildeo fornecida pela entidade sindical representativa da categoria profissional com base territorial abrangendo o municiacutepio no qual o provisionado iraacute desempenhar suas funccedilotildees de que natildeo haacute jornalista associado do Sindicato domiciliado naquele municiacutepio disponiacutevel da contrataccedilatildeo

VI ndash Carteira de Trabalho e Previdecircncia Social

sect 1ordm A declaraccedilatildeo de que trata o item V deveraacute ser fornecida pelo Sindicato ao interessado no prazo de 3 dias uacuteteis

sect 2ordm Caso exista profissional domiciliado no municiacutepio disponiacutevel para contrataccedilatildeo o Sindicato comunicaraacute tal fato ao Ministeacuterio do Trabalho no mesmo prazo de 3 dias a contar do pedido de fornecimento da declaraccedilatildeo de que trata o item V

sect 3ordm Caso o Sindicato natildeo forneccedila a declaraccedilatildeo de que trata o item V no prazo mencionado no sect 1ordm o interessado poderaacute instruir seu pedido de registro com o protocolo de apresentaccedilatildeo do requerimento ao Sindicato

sect 4ordm Na hipoacutetese prevista no paraacutegrafo anterior o Ministeacuterio do Trabalho concederaacute ao Sindicato prazo natildeo superior a 3 dias para se manifestar sobre o fornecimento da declaraccedilatildeo caso natildeo tenha ocorrido o fato constante no sect 2ordm

sect 5ordm O registro especial de provisionado teraacute caraacuteter temporaacuterio com duraccedilatildeo maacutexima de trecircs anos renovaacutevel somente com a apresentaccedilatildeo de toda a documentaccedilatildeo prevista neste artigo

Art 9ordm Seraacute efetuado no Ministeacuterio do Trabalho registro dos diretores de empresas jornaliacutesticas que natildeo sendo jornalistas respondem pelas respectivas publicaccedilotildees para o que eacute necessaacuterio a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash prova de registro civil ou comercial da empresa jornaliacutestica com o inteiro teor do seu ato constitutivo

IV ndash prova de depoacutesito do tiacutetulo da publicaccedilatildeo ou da agecircncia de notiacutecias no oacutergatildeo competente do Ministeacuterio da Induacutestria e do Comeacutercio

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V ndash 30 exemplares do jornal ou 12 exemplares da revista ou 30 recortes ou coacutepias de noticiaacuterio com datas diferentes de sua divulgaccedilatildeo

sect 1ordm Tratando-se de empresa nova o Ministeacuterio do Trabalho efetuaraacute registro provisoacuterio com validade por 2 anos tornando-se definitivo apoacutes a comprovaccedilatildeo constante do item V deste artigo

sect 2ordm Natildeo seraacute admitida renovaccedilatildeo ou prorrogaccedilatildeo do prazo de validade do registro provisoacuterio previsto no paraacutegrafo anterior

Art 10ordm Seraacute efetuado no Ministeacuterio do Trabalho registro especial do diretor de empresa natildeo jornaliacutestica sob cuja responsabilidade se editar publicaccedilatildeo destinada agrave circulaccedilatildeo externa ou interna para o que se exigiraacute a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash prova de depoacutesito do tiacutetulo da publicaccedilatildeo no oacutergatildeo competente do Ministeacuterio da Induacutestria e do Comeacutercio

Art 11 ndash As funccedilotildees desempenhadas pelos jornalistas como empregados seratildeo assim classificadas

I - Redator aquele que aleacutem das incumbecircncias de redaccedilatildeo comum tem o encargo de redigir editoriais crocircnicas ou comentaacuterios

II - Noticiarista aquele que tem o encargo de redigir mateacuterias de caraacuteter informativo desprovidas de apreciaccedilotildees ou comentaacuterios preparando-as ou redigindo-as para a divulgaccedilatildeo

III - Repoacuterter aquele que cumpre a determinaccedilatildeo de colher notiacutecias ou informaccedilotildees preparando-as para divulgaccedilatildeo

IV - Repoacuterter de setor aquele que tem o encargo de colher notiacutecias ou informaccedilotildees sobre assuntos predeterminados preparando-as ou redigindo-as para divulgaccedilatildeo

V - Raacutedio-repoacuterter aquele a quem cabe a difusatildeo oral de acontecimento ou entrevista pelo raacutedio ou pela televisatildeo no instante ou no local em que ocorram assim como o comentaacuterio ou crocircnica pelos mesmos veiacuteculos

VI - Arquivista-pesquisador aquele que tem a incumbecircncia de organizar e conservar cultural e tecnicamente o arquivo redatorial procedendo agrave pesquisa dos respectivos dados para a elaboraccedilatildeo de notiacutecias

VII - Revisor aquele que tem o encargo de rever as provas tipograacuteficas de mateacuteria jornaliacutestica

VIII - Ilustrador aquele que tem a seu cargo criar ou executar desenhos artiacutesticos ou teacutecnicos de caraacuteter jornaliacutestico

XIX - Repoacuterter-fotograacutefico aquele a quem cabe registrar fotograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico

X - Repoacuterter-cinematograacutefico aquele a quem cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico

XI - Diagramador aquele a quem compete planejar e executar a distribuiccedilatildeo graacutefica de mateacuterias fotografias ou ilustraccedilotildees de caraacuteter jornaliacutestico para fins de publicaccedilatildeo

Paraacutegrafo uacutenico ndash Os Sindicatos seratildeo ouvidos sobre o exato enquadramento de cada profissional

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Art 12ordm Seratildeo privativas de jornalista as funccedilotildees pertinentes agraves atividades

descritas no artigo 2ordm tais como Editor Secretaacuterio Subsecretaacuterio Chefe de reportagem e Chefe de Revisatildeo

Art 13ordm Natildeo haveraacute incompatibilidade entre o exerciacutecio da profissatildeo de Jornalista e o de qualquer outra funccedilatildeo remunerada ainda que puacuteblica respeitadas a proibiccedilatildeo de acumular cargos e as demais restriccedilotildees de lei

Art 14ordm Seraacute passiacutevel de trancamento o registro profissional do jornalista que sem motivo legal deixar de exercer a profissatildeo por mais de 2 anos

sect 1ordm Natildeo incide na cominaccedilatildeo deste artigo o afastamento decorrente de a) suspensatildeo ou interrupccedilatildeo do contrato de trabalho b) aposentadoria como jornalista c) viagem ou bolsa de estudo para aperfeiccediloamento profissional d) desemprego apurado na forma da Lei nordm 4923 de 23 de dezembro de

1965

sect 2ordm O trancamento seraacute da competecircncia do oacutergatildeo regional do Ministeacuterio do Trabalho de ofiacutecio ou requerimento da entidade sindical representativa da categoria profissional cabendo a esta fazer publicar em oacutergatildeo oficial por trecircs vezes consecutivas e dentro de um interstiacutecio de dois anos a relaccedilatildeo dos jornalistas cujos registros pretende trancar

sect 3ordm Os oacutergatildeos do Ministeacuterio do Trabalho prestaratildeo aos sindicatos representativos da categoria profissional as informaccedilotildees que lhes forem solicitadas especialmente quanto ao registro de admissotildees e dispensas nas empresas jornaliacutesticas realizando as inspeccedilotildees que se tornarem necessaacuterias para a verificaccedilatildeo do exerciacutecio da profissatildeo de jornalista

sect 4ordm O exerciacutecio da atividade em empresa natildeo jornaliacutestica mencionada no artigo 3ordm sect 2ordm natildeo constituiraacute prova suficiente de permanecircncia na profissatildeo se a publicaccedilatildeo e seu responsaacutevel natildeo tiverem registro nos termos deste Decreto

sect 5ordm O registro trancado suspende a titularidade e o exerciacutecio das prerrogativas profissionais mas pode ser revalidado mediante apresentaccedilatildeo dos documentos mencionados nos itens II e III do artigo 4ordm

Art 15ordm O salaacuterio de jornalista natildeo poderaacute ser reajustado nos contratos individuais de trabalho para a jornada normal de 5 horas em base inferior agrave do salaacuterio estipulado para a respectiva funccedilatildeo em acordo ou convenccedilatildeo coletiva de trabalho ou sentenccedila normativa das Justiccedila do Trabalho

Paraacutegrafo uacutenico ndash Em negociaccedilatildeo ou dissiacutedio coletivo poderatildeo os Sindicatos de Jornalistas reclamar o estabelecimento de criteacuterio de remuneraccedilatildeo adicional pela divulgaccedilatildeo de trabalho produzido por jornalistas em mais de um veiacuteculo de comunicaccedilatildeo coletiva

Art 16ordm A admissatildeo de provisionado para exercer funccedilotildees relacionadas nos itens I a VII do artigo 11 seraacute permitida nos municiacutepios onde natildeo existia curso de Jornalismo reconhecido na forma de lei e comprovadamente natildeo haja jornalista domiciliado associado do sindicato representativo da categoria profissional disponiacutevel para contrataccedilatildeo

Paraacutegrafo uacutenico ndash O provisionado nos termos deste artigo poderaacute exercer suas atividades somente no municiacutepio para o qual foi registrado

Art 17ordm Os atuais portadores de registro especial de provisionado poderatildeo exercer suas atividades no Estado onde foram contratados

Art 18 ndash A fiscalizaccedilatildeo do cumprimento dos dispositivos deste Decreto se faraacute na forma do artigo 626 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho sendo aplicaacutevel aos

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infratores multa variaacutevel de 1 a 10 vezes o maior valor de referecircncia fixado de acordo com o artigo 2ordm paraacutegrafo uacutenico da Lei nordm 6205 de 29 de abril de 1975

Paraacutegrafo uacutenico ndash Aos sindicatos representativos da categoria profissional incumbe representar agraves autoridades competentes acerca do exerciacutecio irregular da profissatildeo de Jornalista

Art 19ordm Constitui fraude a prestaccedilatildeo de serviccedilos profissionais gratuitos ou com pagamentos simboacutelicos sob pretexto de estaacutegio bolsa de complementaccedilatildeo convecircnio ou qualquer outra modalidade em desrespeito agrave legislaccedilatildeo trabalhista e a este regulamento

Art 20ordm O disposto neste Decreto natildeo impede a conclusatildeo dos estaacutegios comprovadamente iniciados antes da vigecircncia da Lei nordm 6612 de 7 de dezembro de 1978 os quais entretanto natildeo conferiratildeo por si soacutes direito ao registro profissional

Art 21ordm Este Decreto entra em vigor na data da sua publicaccedilatildeo revogadas as disposiccedilotildees em contraacuterio especialmente os Decretos nordms 65912 de 19 de dezembro de 1969 e 68629 de 18 de maio de 1971

Brasiacutelia 13 de marccedilo de 1979 158ordm da Independecircncia e 91ordm da Repuacuteblica (DO de 13-3-79)

Ernesto Geisel Arnaldo Prieto

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ANEXO II ndash ACOacuteRDAtildeO TST-AIRR-6182001-751-04-401

Acoacuterdatildeo Inteiro Teor NUacuteMERO UacuteNICO PROC AIRR - 6182001-751-04-40 PUBLICACcedilAtildeO DJ - 10022006 Andamento do Processo

PROC Nordm TST-AIRR-6182001-751-04-401 C A C Oacute R D Atilde O 1ordf Turma EMPMs REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO CARACTERIZACcedilAtildeO INDEPENDEcircNCIA NO EXERCIacuteCIO DE SUAS ATIVIDADES REGISTROS DE ASSUNTOS E TEMAacuteTICAS DE INTERESSES JORNALIacuteSTICOS 1 Segundo o Tribunal Regional do Trabalho o Reclamante no exerciacutecio de suas atividades aleacutem de ter acompanhado o repoacuterter entrevistador na produccedilatildeo de mateacuterias fato que por si soacute natildeo lhe retira a condiccedilatildeo de jornalista - e tambeacutem de acordo com depoimentos testemunhais saiacutea agrave rua com a pauta que lhe era dirigida para sozinho produzir as mateacuterias solicitadas pelo empregador o que de acordo com o teor dos dispositivos tidos por vulnerados permite concluir o exerciacutecio da profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico e natildeo simplesmente de operador de cacircmera visto que ao sair agraves ruas para a produccedilatildeo de mateacuterias cumpria seu ofiacutecio obviamente mediante registros de fatos e (ou) assuntos de interesses notadamente jornaliacutestico considerando para tanto a proacutepria natureza da atividade empresarial exercida pela empregadora Inviaacutevel portanto a admissibilidade do recurso de revista em razatildeo da impossibilidade de exame da alegaccedilatildeo de afronta ao Decreto nordm 8413479 visto tratar-se de hipoacutetese natildeo contemplada na letra c do artigo 896 da CLT Por outro lado por violaccedilatildeo dos artigos 2ordm da Lei nordm 661578 e 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 tambeacutem natildeo logra ecircxito a Agravante no intuito de ver autorizado o processamento do recurso de revista No primeiro dispositivo apenas dispotildee-se que o radialista eacute o empregado de radiodifusatildeo exercente de atividades voltadas agrave administraccedilatildeo produccedilatildeo ou teacutecnica No segundo definem-se as profissotildees de repoacuterter e repoacuterter cinematograacutefico salientando-se que a esse uacuteltimo cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico hipoacutetese identificada pelo Regional 2 Agravo de instrumento a que se nega provimento Vistos relatados e discutidos estes autos do Agravo de Instrumento em Recurso de Revista nordm TST-AIRR-6182001-751-04-401 em que eacute Agravante RBS TV SANTA ROSA LTDA e Agravado CLOacuteVIS SANTACATARINA A Reclamada interpotildee agravo de instrumento ao despacho de fls 113-115 mediante o qual foi denegado seguimento ao recurso de revista sob o fundamento de que a decisatildeo decorreu da aplicaccedilatildeo das normas pertinentes uma vez que da situaccedilatildeo faacutetica delineada nos autos natildeo haacute como se extrair ofensa ao artigo 2ordm da Lei nordm 661578 na forma do artigo 896 c da CLT Contraminuta agraves fls 122-124 Natildeo houve remessa dos autos agrave Procuradoria Geral do Trabalho em face da orientaccedilatildeo emanada da Resoluccedilatildeo Administrativa nordm 322 atualmente retratada no artigo 82 do Regimento Interno do Tribunal Superior do

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Trabalho Eacute o relatoacuterio V O T O I CONHECIMENTO Conheccedilo do agravo de instrumento porque regular e tempestivo II MEacuteRITO O Tribunal Regional ao apreciar o recurso ordinaacuterio interposto pela Reclamada no tocante ao reconhecimento da condiccedilatildeo de jornalista ao Reclamante pela Vara do Trabalho decidiu O MM Juiacutezo de primeiro grau acolheu as alegaccedilotildees do reclamante de exerciacutecio de profissatildeo jornaliacutestica de repoacuterter cinematograacutefico condenando a reclamada a pagar diferenccedilas salariais e reflexos Contra esta decisatildeo volta-se a reacute sustentando que o reclamante era operador de cacircmera funccedilatildeo capitulada na profissatildeo de radialista A recorrente tem razatildeo parcialmente Tomando-se a hipoacutetese de confirmar a sentenccedila enquanto reconhece ter o reclamante exercido a funccedilatildeo de repoacuterter cinematograacutefico em todo o contrato existe um marco temporal e juriacutedico que deve ser considerado A funccedilatildeo de repoacuterter cinematograacutefico eacute exclusiva da profissatildeo de jornalista Eacute uma atividade que estaacute reservada aos jornalistas formados assim como estabelecido no DL 97269 O reclamante natildeo demonstra a partir de quando conquistou a diplomaccedilatildeo como jornalista devendo-se considerar apenas pelo que oferecem os autos a data de 16 de junho de 1998 dia em que o reclamante foi registrado no Ministeacuterio do Trabalho como jornalista profissional na funccedilatildeo especiacutefica de repoacuterter cinematograacutefico Considerando que o Ministeacuterio do Trabalho natildeo pode registrar jornalistas natildeo diplomados exceccedilatildeo feita aos provisionados tem-se que o reclamante adquiriu esta condiccedilatildeo nesse dia Antes embora pudesse fazer ou fizesse atividades privativas de jornalistas natildeo pode ser considerado juridicamente como tal Assim em qualquer hipoacutetese de manutenccedilatildeo do reconhecimento da funccedilatildeo de jornaliacutestica esta deve gerar os efeitos pleiteados somente a partir de 16 de junho de 1998 Jaacute quanto a ter exercido ou natildeo funccedilatildeo jornaliacutestica a conclusatildeo eacute de manutenccedilatildeo da sentenccedila Natildeo eacute o fato de estar acompanhado por repoacuterter entrevistador que o cinegrafista perde a condiccedilatildeo de jornalista Trata-se de uma equipe de profissionais jornalistas Um exemplo que melhor ilustra o descabimento da distinccedilatildeo que pretende fazer o apelo eacute a situaccedilatildeo dos fotoacutegrafos ou repoacuterteres fotograacuteficos O fotoacutegrafo sai com a pauta junto com o repoacuterter (ou natildeo e isto tambeacutem acontecia com o reclamante como o reconhecem as testemunhas inclusive trazidas pela reclamada) e enquanto o repoacuterter investiga os dados necessaacuterios para a mateacuteria o fotoacutegrafo registra as cenas mas nem por isto eacute rebaixado da condiccedilatildeo de jornalista para dir- se-ia operador de cacircmera fotograacutefica O que se pode discutir seria o interesse jornaliacutestico das mateacuterias cobertas pelo jornalista reclamante Com efeito os comerciais produzidos e gravados pelo autor natildeo tecircm esse interesse e os eventos promocionais da reclamada recebem dela mesma uma atribuiccedilatildeo desse interesse embora natildeo o tenha imediata e objetivamente mas para efeitos do trabalho executado pelo reclamante deve ser considerado um trabalho jornaliacutestico Foi correta a decisatildeo natildeo merecendo qualquer reparo a natildeo ser o juriacutedico-temporal jaacute mencionado Nesta perspectiva o provimento do recurso eacute parcial (fls 97-99) Ao interpor o recurso de revista a Empresa alegou que o Reclamante na condiccedilatildeo de operador de cacircmera e operador de cacircmera de unidade portaacutetil externa acompanhando o repoacuterter como reconheceu o Regional natildeo pode ser

53

enquadrado como jornalista porquanto ao repoacuterter eacute dado cumprir a determinaccedilatildeo de coletar notiacutecias ou informaccedilotildees e elaboraacute-las a fim de viabilizar posterior divulgaccedilatildeo e ao repoacuterter-cinematograacutefico cabe registrar cinematograficamente fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico razatildeo pela qual entende que a atividade do Reclamante eacute proacutepria de radialista categoria agrave qual pertencia Acrescenta que o artigo 2ordm da Lei nordm 661578 estabelece considera-se radialista o empregado de Radiodifusatildeo que exerccedila uma das funccedilotildees em que se desdobram as atividades mencionadas no artigo 4ordm ou seja operador de cacircmara e operador de cacircmara de unidade portaacutetil externa cuja regulamentaccedilatildeo profissional consta do Decreto nordm 8413479 e as atribuiccedilotildees do Quadro Anexo do mesmo decreto item II letra c nordm 3 com a seguinte redaccedilatildeo encarrega-se da gravaccedilatildeo de mateacuteria distribuiacuteda pelo Supervisor de Operaccedilotildees planifica e orienta o entrevistador repoacuterter e iluminador no que se refere aos aspectos teacutecnicos de seu trabalho suas atividades envolvem tanto a gravaccedilatildeo como a geraccedilatildeo de som e imagem atraveacutes de equipamentos eletrocircnico portaacutetil de TV Fundamenta o apelo em violaccedilatildeo dos artigos 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 2ordm da Lei nordm 661578 e do Decreto nordm 8413479 e Quadro Anexo do mesmo decreto item II letra c nordm 3 Inicialmente deve-se registrar a impossibilidade de exame da alegaccedilatildeo de afronta ao Decreto nordm 8413479 visto tratar-se de hipoacutetese natildeo contemplada na letra c do artigo 896 da CLT No tocante agrave ofensa aos artigos 2ordm da Lei nordm 661578 e 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 tambeacutem natildeo logra ecircxito a Agravante no intuito de ver autorizado o processamento do recurso de revista No primeiro dispositivo apenas dispotildee-se que o radialista eacute o empregado de radiodifusatildeo exercente de atividades voltadas agrave administraccedilatildeo produccedilatildeo ou teacutecnica No segundo definem-se as profissotildees de repoacuterter e repoacuterter cinematograacutefico salientando-se que a esse uacuteltimo cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico Ora dos termos da decisatildeo impugnada via recurso de revista nada haacute que conflite com tais dispositivos legais Afinal segundo o Tribunal Regional do Trabalho o Reclamante no exerciacutecio de suas atividades aleacutem de ter acompanhado o repoacuterter entrevistador na produccedilatildeo de mateacuterias fato que por si soacute natildeo lhe retira a condiccedilatildeo de jornalista - tambeacutem de acordo com depoimentos testemunhais saiacutea agrave rua com a pauta que lhe era dirigida para sozinho produzir as mateacuterias solicitadas pelo empregador o que de acordo com o teor dos dispositivos tidos por vulnerados permite concluir pelo exerciacutecio da profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico e natildeo simplesmente de operador de cacircmera visto que ao sair agraves ruas para a produccedilatildeo de mateacuterias cumpria seu ofiacutecio obviamente mediante registros de fatos e (ou) assuntos de interesses notadamente jornaliacutestico considerando para tanto a proacutepria natureza da atividade empresarial exercida pela empregadora Por esses fundamentos nego provimento ao agravo de instrumento ISTO POSTO ACORDAM os Ministros da Primeira Turma do Tribunal Superior do Trabalho por unanimidade negar provimento ao agravo de instrumento Brasiacutelia 9 de novembro de 2005 EMMANOEL PEREIRA Ministro Relator

NIA 3981288

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Page 7: REPÓRTER CINEMATOGRÁFICO É JORNALISTArepositorio.uniceub.br/bitstream/123456789/1670/2/20214825.pdf · trabalhos desenvolvidos. 5 ... tsunamis, cachoeiras em penhascos, ... deles

7

ABSTRACT

The present monograph has main purpose to detach the importance of the functions of the cinematographic reporter of the television periodical being shown that it does not have bedding the doubt that hangs on the part of other professionals as the reporters of that it would not be journalist As here it wil be displayde the proper TST ( Superior Court of the Work) pronounced sentence affirming that as much the reporter how much the cinematographic reporter is journalists fitting to this last one ldquo to register of cinematographic form any facts or subjects of journalistic interestrdquo Moreover Decree n 83284 of 13 of March of 1979 that it regulates the profession of the journalist foreseein its article 11 interpolated proposition X that the cinematographic reporter plays one of the functions of the journalist as well as the reporter the editor the copyholder the ilustrador amongst others The problem that cause the depreciation of this profession consists of the lack of possibility of these professionals if to specialize and if to bring up to date through universiy courses The solution fastest would be the insertion of a chair in this area in the superior courses of Journalism

Keywords cinematographic reporter telejornalismo journalism

8

SUMAacuteRIO

INTRODUCcedilAtildeO 9

1 HISTOacuteRIA DO TELEJORNALISMO NO BRASIL 133

11 ABORDAGEM GERAL 133

121 Rede Tupi 177

122 Rede Excelsior 177

123 TV Record 177

124 TV Cultura 188

125 TV Globo 188

126 TV Bandeirantes 19

127 TV Gazeta 19

128 SBT 200

13 O PERCURSO DO TELEJORNALISMO NOS ANOS 70 211

2 REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO 233

21 O PAPEL DO JORNALISTA 233

22 O REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO 288

3 CURSO SUPERIOR PARA FORMACcedilAtildeO DE PROFISSIONAIS DA AacuteREA 333

31 DESVALORIZACcedilAtildeO DA PROFISSAtildeO 333

32 REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO Eacute JORNALISTA 344

CONCLUSAtildeO 377

REFEREcircNCIAS 400

ANEXO I ndash DECRETO Nordm 83284 DE 13 DE MARCcedilO DE 1979 455

ANEXO II ndash ACOacuteRDAtildeO TST-AIRR-6182001-751-04-401 511

9

INTRODUCcedilAtildeO

No dia 02 de setembro comemora-se o dia do repoacuterter cinematograacutefico

que eacute o profissional de televisatildeo incumbido de captar imagens que iratildeo enriquecer

as notiacutecias dos telejornais

Como eacute fundamental a imagem no cenaacuterio televisivo eacute faacutecil perceber a

importacircncia deste profissional para o telejornalismo No entanto como natildeo existem

ainda cursos acadecircmicos para a formaccedilatildeo desse profissional os proacuteprios colegas

adotam uma postura preconceituosa e bastante injusta

Pelo fato de possuiacuterem niacutevel teacutecnico o repoacuterter cinematograacutefico estaacute bem

distante de ser apenas um operador de cacircmera ao contraacuterio do que pensam alguns

desinformados Esse profissional vezes sem conta arrisca sua proacutepria vida para

mostrar ao mundo as imagens que tanto emocionam

Imagens da natureza de guerra de obras artiacutesticas de crimes de boas

accedilotildees humanas de cataacutestrofes imagens que comovem e as que revoltam imagens

que trazem alegria ou sofrimento imagens que elevam a alma e as que causam dor

ou pacircnico E todas elas costumam ser mostradas sem que tenhamos conhecimento

do nome do profissional que as captou

Eacute reconhecida a importacircncia do telejornalismo no sentido de levar agraves

famiacutelias brasileiras informaccedilatildeo cultura e notiacutecias do paiacutes e do mundo O que tem

10

sido objeto de discussatildeo eacute a forma como cada emissora transmite a mensagem

Analisando por exemplo notiacutecias internacionais que satildeo fornecidas por agecircncias

especializadas contratadas e que informam distribuem e divulgam as notiacutecias para o

mundo da mesma forma e com as mesmas imagens o cunho diferencial dado agraves

notiacutecias vai ser determinado pelo tratamento que cada emissora ou editor decidir e

que pode ser influenciado por questotildees poliacuteticas soacutecio-culturais contratos (de

leitura de emissoras de publicidade ou de mercado)

Eacute justamente aiacute que se reconhece o poder da imagem que afinal eacute o

grande diferencial do telejornalismo mais atraente do que o jornalismo por raacutedio ou

impresso Como diz um proveacuterbio chinecircs ldquouma imagem vale mais do que mil

palavrasrdquo Se o indiviacuteduo tem discernimento e ideacuteias proacuteprias natildeo vai ser facilmente

levado pelo subtexto embutida em certas informaccedilotildees noticiadas

Note-se que natildeo eacute nosso interesse tecer criacuteticas ao telejornalismo Trata-

se de um veiacuteculo de informaccedilatildeo que como qualquer outro apresenta vantagens e

desvantagens O que se pretende aqui eacute chamar a atenccedilatildeo para a importacircncia da

imagem e seu poder de transmitir o que realmente acontece Nos dias de hoje eacute

possiacutevel ateacute assistir a guerras pela televisatildeo como ocorreu na guerra do Iraque E

para quem a acompanhou e assistiu tambeacutem noticiaacuterios diferentes pode perceber

claramente as diferenccedilas de opiniotildees e declaraccedilotildees tanto eacute que essa guerra foi

chamada de ldquoguerra de informaccedilotildeesrdquo

Sendo tatildeo importante a imagem que se transmite igualmente importante

eacute a funccedilatildeo do jornalista cinematograacutefico que se submete em qualquer horaacuterio a

enfrentar condiccedilotildees climaacuteticas adversas lugares sem qualquer proteccedilatildeo arriscando

11

a vida vezes sem conta para mostrar vulcotildees em erupccedilatildeo tsunamis cachoeiras em

penhascos cumes de montanhas tiroteios e guerras a beleza e o perigo da vida

selvagem e tantas outras imagens que apenas satildeo possiacuteveis chegarem ateacute as

pessoas normais devido ao seu trabalho

Uma pesquisa realizada junto ao Sindicato dos Jornalistas Profissionais

do Distrito Federal aponta que num universo de aproximadamente 400 profissionais

atuando na aacuterea de filmagens cerca de apenas 30 deles tem seu registro

profissional junto ao oacutergatildeo de classe

Lutando pelo respeito e reconhecimento de outros profissionais os

repoacuterteres cinematograacuteficos precisam ser mais unidos se sindicalizarem no intuito

de fortalecer a categoria na luta por melhorias no exerciacutecio da funccedilatildeo

Devido agrave escassez de literatura sobre o assunto a presente monografia

foi desenvolvida com base em entrevistas com profissionais da aacuterea do

telejornalismo com artigos publicados na Internet e por meio de informaccedilotildees

disponibilizadas pelo Sindicato dos Jornalistas e pela Federaccedilatildeo Nacional dos

Jornalistas (FENAJ)

Encontra-se estruturada em trecircs capiacutetulos distintos sendo que o primeiro

deles se dedica a discorrer sobre os diversos aspectos que envolvem a histoacuteria do

telejornalismo brasileiro dando destaque ao percurso do telejornalismo na fase do

seu apogeu na deacutecada de 70 com os principais noticiaacuterios produzidos e

transmitidos pela Rede Tupi Rede Excelsior TV Record TV Cultura Rede Globo

TV Bandeirantes Gazeta e SBT

12

O segundo capiacutetulo versa sobre o papel do jornalista ndash seja ele repoacuterter

fotoacutegrafo cinegrafista redator ou editor ndash e a importacircncia de seu trabalho na

construccedilatildeo da cidadania trazendo inclusive conceitos tecidos pelos proacuteprios

profissionais aleacutem de mencionar algumas das dificuldades que encontram no

mercado de trabalho Tambeacutem eacute mostrado como se daacute a regulamentaccedilatildeo da

profissatildeo de jornalista que eacute obrigatoacuteria tendo em vista que o exerciacutecio ilegal dessa

profissatildeo constitui crime

Em toacutepico apartado satildeo mencionadas as caracteriacutesticas da profissatildeo do

repoacuterter cinematograacutefico de como ocorre sua formaccedilatildeo quais as formas de atuaccedilatildeo

os riscos profissionais a que se sujeita e trata tambeacutem da questatildeo do preconceito de

colegas que injustamente natildeo o considera jornalista

Por fim o terceiro capiacutetulo trata da necessidade de haver um curso

superior para a formaccedilatildeo desses profissionais que certamente iraacute trazer inuacutemeras

vantagens desde a reciclagem do conhecimento e o aprendizado de novas teacutecnicas

como o combate agrave desvalorizaccedilatildeo da profissatildeo visto que apesar de muitos

discordarem o repoacuterter cinematograacutefico tambeacutem eacute jornalista

13

1 HISTOacuteRIA DO TELEJORNALISMO NO BRASIL

11 ABORDAGEM GERAL

O primeiro telejornal brasileiro foi ldquoImagens do Diardquo que foi ao ar em 19

de setembro de 1950 pela emissora TV Tupi de Assis Chateaubriand (Diaacuterios

Associados) Ao longo de um ano esse telejornal tinha um formato simples liderada

pelo locutor Rui Resende que produzia e redigia os textos a serem noticiados sendo

que algumas notas vinham acompanhadas de imagens sem som feitas em filme

preto e branco (Mundo da TV sd)

Vale destacar o primeiro telejornal de grande sucesso na televisatildeo

brasileira que foi o ldquoRepoacuterter Essordquo que foi ao ar tambeacutem atraveacutes da emissora Tupi

durante 17 anos (entre 1953 a 1970) Esse programa tinha como vinheta de abertura

a frase ldquoAqui fala o seu Repoacuterter Esso testemunha ocular da Histoacuteriardquo apresentado

por dois destacados locutores de raacutedio Kalil Filho e depois Gontijo Teodoro

Entre 1960 a 1964 a TV Excelsior revolucionou a televisatildeo brasileira

marcada principalmente com a introduccedilatildeo de dois programas de telejornalismo o

primeiro foi o ldquoTele Notiacuteciasrdquo que inovou com o ldquotoprdquo de cinco segundos e o ldquoJornal

de Vanguardardquo que revolucionou o conceito de noticiaacuterio (THELL sd)

14

O ldquoJornal de Vanguardardquo foi lanccedilado em setembro de 1963 pelas matildeos

de Fernando Barbosa Lima e que se transformou em um show de notiacutecias uma

grande revoluccedilatildeo na linguagem e no espiacuterito do telejornalismo com muita

criatividade e inteligecircncia Ao inveacutes de buscar profissionais do raacutedio esse jornal

formou sua base por jornalistas que vinham da imprensa escrita entrava no ar por

volta das 22h30 ao vivo com muitos apresentadores Tinha desenhistas

humoristas comentaristas poliacuteticos comentarista internacional e cronistas Esse

jornal comeccedilou na TV Excelsior passou pela Tupi e pela Globo e foi morrer na TV

Rio em protesto pela censura imposta com o Ato Institucional n 5 (THELL sd)

Em setembro de 1969 a Rede Globo de Televisatildeo trouxe o ldquoJornal

Nacionalrdquo criado por Armando Nogueira que estreou em setembro daquele ano

com inuacutemeras inovaccedilotildees tecnoloacutegicas importadas dos EUA Rapidamente esse

programa tornou-se liacuteder de audiecircncia e referecircncia da imprensa nacional

apresentando reportagens em cores reportagens internacionais via sateacutelite e em

tempo real (ao vivo) seguindo um formato dos telejornais americanos (estilo de

linguagem narrativa e figura do repoacuterter)

Segundo Armando Nogueira diretor da Central Globo de Jornalismo agrave

eacutepoca da criaccedilatildeo do telejornal o Jornal Nacional foi pedra de toque de um projeto

muito ambiciosa que previa a geraccedilatildeo de uma programaccedilatildeo uniforme para todo o

Brasil de modo que a emissora fez largo uso da tecnologia iniciando o emprego dos

sateacutelites para a difusatildeo de notiacutecias e visando maior alcance de suas fontes nacionais

e internacionais (KOSMINSKY 2002)

15

Mais tarde em 1977 a Globo Satildeo Paulo estreou um jornal de serviccedilo o

ldquoBom Dia Satildeo Paulordquo que permanece no ar nos dias atuais de segunda a sexta agraves

7h da manhatilde Vale destacar as novas tecnologias introduzidas como a UPJ

(Unidade Portaacutetil de Jornalismo) com repoacuterteres entrando ao vivo de vaacuterios pontos

da cidade transmitindo informaccedilotildees de serviccedilo como tempo tracircnsito movimentaccedilatildeo

da cidade aeroporto etc O sucesso foi tatildeo grande que em 1983 foi lanccedilado em rede

nacional o ldquoBom Dia Brasilrdquo que desde entatildeo vai ao ar logo apoacutes o ldquoBom Diardquo de

cada praccedila com o noticiaacuterio poliacutetico gerado em Brasiacutelia

Em 1988 foi lanccedilado o ldquoTJ Brasilrdquo pelo Sistema Brasileiro de Televisatildeo-

SBT tambeacutem inspirado no formato americano ao inovar com a emblemaacutetica figura

do acircncora Boris Casoy que saiu do jornal impresso e logo se acertou com a TV

conquistando seu espaccedilo e seu puacuteblico Em meados de 1997 Casoy assinou

contrato com a TV Record

Conforme Squirra (1994) em palestra realizada no II Congresso Brasileiro

de Jornalismo de Liacutengua Portuguecircs

ldquoO modelo ancorado com Boris Casoy foi colocado no ar em 1988 e desde o primeiro momento levou agraves residecircncias brasileiras um formato novo com um padratildeo de qualidade esteacutetica que definitivamente fugia daquele global que adotava cegamente as premissas de juventude e beleza para seus apresentadores de telejornais Que natildeo satildeo jornalistas por formaccedilatildeo profissional Boris Casoy neste particular tambeacutem representa um novo paradigma Aleacutem de ser jornalista sua identidade popular - tinha se tornado amplamente conhecido na TV a partir dos primeiros debates poliacuteticos como representante de um jornal impresso a Folha de SPaulo - seu carisma -soube explorar uma imagem segura independente e madura- e independecircncia televisivos -natildeo representava uma emissora de TV- propiciaram que ele viesse a ter respaldo para implantar um modelo ineacutedito no telejornalismo do paiacutes E trouxe aos lares um produto hiacutebrido na missatildeo de ancorar um telejornal a emissatildeo clara de opiniatildeo no ar ()rdquo

16

No periacuteodo compreendido entre 1992 e 1993 o jornal de Boris Casoy

superou em audiecircncia o Jornal Nacional da Rede Globo de forma que 594 do

puacuteblico ABC estavam com o TJ Brasil

Tambeacutem integra a histoacuteria do telejornalismo no Brasil o ldquoJornal da Bandrdquo

exibido pela TV Bandeirantes desde 1997 igualmente influenciado pelos costumes

americanos apresentado inicialmente por Paulo Henrique Amorim com um estilo

forte e opinativo com informaccedilotildees exclusivas e ao vivo Atualmente esse telejornal

tem como acircncora o jornalista Carlos Nascimento (Mundo da TV sd)

Uma pesquisa realizada pelo Ibope em 1980 demonstrou que o

telejornalismo eacute a mais importante e acessiacutevel fonte de informaccedilatildeo da populaccedilatildeo

onde 73 do puacuteblico pesquisado tinham acesso agrave televisatildeo Os telejornais foram

identificados como o tipo de programa preferido por 874 dos homens e o segundo

preferido de 713 das mulheres Conforme mateacuteria publicada pela revista Exame

em agosto de 2002 a TV eacute hoje o uacutenico meio de informaccedilatildeo e entretenimento para

40 da populaccedilatildeo (GUROVITZ 2002 p 46-58)

17

12 PROGRAMAS JORNALIacuteSTICOS NAS DIVERSAS EMISSORAS DE

TV

A seguir seratildeo listados os principais telejornais que foram ao ar pelas

diversas emissoras de televisatildeo do paiacutes

121 Rede Tupi

A partir de 1951 a Rede Tupi (19501980) exibia ldquoDiaacuterio de Satildeo Paulo na

TVrdquo ldquoEdiccedilatildeo Extrardquo e ldquoTelejornal Brahmardquo

Em 1952 apresentava o ldquoRepoacuterter Essordquo o ldquoTelejornal Tupirdquo e

ldquoTelenotiacutecias Panairrdquo

Em 1965 estreou ldquoUltra Notiacuteciasrdquo

Em 1979 um de seus uacuteltimos programas foi o ldquoAqui e Agorardquo com 6

horas de duraccedilatildeo e direccedilatildeo de Wilton Franco extinto no ano seguinte pelo governo

122 Rede Excelsior

A Rede Excelsior (19601964) estreou em 1960 o ldquoTele Notiacuteciasrdquo e em

1963 ldquoA Marcha do Mundordquo e o ldquoJornal da Vanguardardquo

123 TV Record

A TV Record (1953) inseriu em sua programaccedilatildeo na aacuterea de

telejornalismo diversos programas valendo destacar

- ldquoTempo de Notiacuteciasrdquo (1972)

18

- ldquoCidade Alertardquo (1995)

- ldquoFala Brasil (1998)

- ldquoEdiccedilatildeo de Notiacuteciasrdquo (2003)

- ldquoTudo a Verrdquo (2004)

- ldquoRecord RJrdquo ldquoRecord SPrdquo e ldquoRio de Janeiro no Arrdquo (2005)

124 TV Cultura

Dentre os programas de telejornais introduzidos pela TV Cultura (1969)

vale destacar

- ldquoA Hora da Notiacuteciardquo (1972)

- ldquoConversa Afiadardquo (1999)

- ldquoMateacuteria Puacuteblicardquo (2002)

- ldquoBoletim Culturardquo e ldquoPrimeira Paacuteginardquo (2005)

125 TV Globo

No ar desde 1968 a TV Globo editou inuacutemeros programas

telejornaliacutesticos com destaque para

- ldquoTele Globordquo (1965)

- ldquoUltranotiacuteciasrdquo (1966)

19

- ldquoJornal da Globordquo (1967)

- ldquoJornal Nacionalrdquo (1969)

- ldquoJornal Hojerdquo (1971)

- ldquoBom dia Satildeo Paulordquo (1977)

- ldquoJornal da Globordquo (1979)

- ldquoSPTVrdquo ldquoRJTVrdquo ldquoBom dia Brasilrdquo (1983)

- ldquoGlobo Notiacuteciardquo (2005)

126 TV Bandeirantes

Pela TV Bandeirantes no ar desde 1967 vale destacar os seguintes

telejornais

- ldquoTitulares da Notiacuteciardquo (1969)

- ldquoBand News na Bandrdquo e ldquoBrasil Urgenterdquo (2001)

- e ldquoPrimeiro Jornalrdquo (2005)

127 TV Gazeta

Mais recentemente a TV Gazeta (1970) levou ao ar

- o ldquoJornal Gazetardquo o ldquoMercadordquo e ldquoPrimeira Paacuteginasrdquo todos estreados

em 2001

20

- em 2002 introduziu o ldquoJornal Gazeta 2ordf ediccedilatildeordquo e

- em 2003 o ldquoGazeta On-linerdquo

128 SBT

O Sistema Brasileiro de Televisatildeo no ar desde 1981 tem na histoacuteria do

telejornalismo da emissora os seguintes programas

- ldquoNoticentrordquo (1981)

- ldquo24 Horasrdquo (1982)

- ldquoCidade 4rdquo (1986)

- ldquoTJ Brasilrdquo ldquoTJ Noiterdquo e ldquoTJ Satildeo Paulordquo (1988)

- ldquoJornal do SBTrdquo ldquoAqui e Agorardquo (1991)

- ldquoAqui Brasilrdquo (1993) ldquoSBT Notiacuteciasrdquo (1995)

- ldquoJornal do SBTCBS Telenotiacuteciasrdquo (1997)

- ldquoNotiacutecias do Diardquo e ldquoNoticidaderdquo (1998)

- ldquoTJ Manhatilderdquo (2001)

- ldquoSBT Brasilrdquo (2005) dentre outros

21

13 O PERCURSO DO TELEJORNALISMO NOS ANOS 70

Em seu trabalho de dissertaccedilatildeo de mestrado defendido na Escola de

Comunicaccedilotildees e Artes da Universidade de Satildeo Paulo Antonio Reis Jr (2003) nos

mostra que no iniacutecio da deacutecada de 70 o campo cinematograacutefico sofreu dispersatildeo do

grupo de cineastas que integravam o Cinema Novo devido agrave repressatildeo poliacutetica poacutes

Ato Institucional n 5 em 1968 Com a criaccedilatildeo da Embrafilme em 1969 as novas

demandas do mercado cultural assim como o acirramento dos debates esteacuteticos

formou-se um novo quadro de atuaccedilatildeo para os cinegrafistas que se descortinou

com o esfacelamento do Cinema Novo com a expansatildeo da induacutestria cultural do

consumo dos bens simboacutelicos no paiacutes e com o surgimento de novos esquemas de

produccedilatildeo e projetos culturais

Nesse cenaacuterio de cerceamento controle e censura da produccedilatildeo cultural

diversos cineastas vislumbraram a possibilidade de trabalhar em algumas emissoras

de TV e como o telejornalismo foi o programa de maior impacto nesse meio de

comunicaccedilatildeo em massa surgiu assim o nosso repoacuterter cinematograacutefico

Desde sua primeira exibiccedilatildeo em rede nacional em 1ordm de setembro de

1969 o Jornal Nacional da Rede Globo apresentou um formato proacuteprio para

transmitir notiacutecias onde ldquoo telejornal era capaz de abordar no mesmo tom e com a

mesma inconsequumlecircncia notiacutecias banais e outras de extrema importacircncia para o

espectador conferindo um mesmo tratamento a fatos relevantes e irrelevantesrdquo Em

plena eacutepoca de ditadura tal fato revela a cumplicidade dessa emissora para com os

militares apresentando um telejornal com moderna engenharia eletrocircnica e que

adotava a maacutescara do paiacutes ldquoem desenvolvimentordquo do milagre econocircmico

22

propagando imagens de um paiacutes com o povo bonito onde natildeo existia fome miseacuteria

pobreza

Contudo nesse mesmo periacuteodo surgiu a TV Cultura com a programaccedilatildeo

mais voltada para a realidade brasileira e que criou em 1972 o telejornal ldquoA Hora da

Notiacuteciardquo pobre em recursos mas combativo liacuteder de audiecircncia desta emissora

seguia em caminho inverso agraves fantasias institucionais e agrave alienaccedilatildeo dos noticiaacuterios

da eacutepoca

Em 1975 o jornalista Vladimir Herzog assumiu a direccedilatildeo da TV Cultura

apresentando proposta para tornar o telejornalismo em um instrumento de diaacutelogo

com o puacuteblico combatendo a atitude servil diante do governo com uma poliacutetica de

programaccedilatildeo visando objetivos prioritaacuterios relacionados com a realidade do puacuteblico

que pretendia atingir Poreacutem nesse mesmo ano Herzog foi preso interrogado

torturado e morto sucumbindo o projeto de renovaccedilatildeo do telejornalismo na TV

brasileira

Mas em seguida apesar de o Jornal Nacional manter estreita ligaccedilatildeo com

a ditadura surgiu na Rede Globo o Globo Repoacuterter originaacuterio da seacuterio Globo Shell ndash

o uacutenico programa da emissora produzido com material cinematograacutefico e que teve o

meacuterito de fazer passar informaccedilotildees boicotadas pelos demais telejornais ndash

caracterizado por abordar temas polecircmicos e questotildees sociais justamente em um

periacuteodo em que esses assuntos eram proibidos e vetados pela Censura Federal

Esse estilo despojado e independente de fazer documentaacuterios perdurou entre 1976

a 1983

23

2 REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO

21 O PAPEL DO JORNALISTA

Nos dias de hoje o jornalista assim como outros profissionais de

imprensa enfrenta inuacutemeras dificuldades no mercado de trabalho ndash fato que exige

dele atenccedilatildeo para que se mantenha sempre atualizado e se preocupe com a

questatildeo da formaccedilatildeo e da qualificaccedilatildeo

De acordo com a Comissatildeo de Revisatildeo dos Registros de Jornalistas

Profissionais (Portaria MTb n 548 de 140695) todos os jornalistas profissionais do

paiacutes precisam efetuar a revisatildeo do seu Registro Profissional junto ao seu sindicato

para alterar o nuacutemero do Registro anotado na carteira de trabalho Tal procedimento

visa invalidar a grande quantidade de documentos irregulares

Na composiccedilatildeo alfanumeacuterica do novo registro seraacute adotada a sigla de

duas letras do alfabeto que identificam o Estado de origem seguida dos algarismos

a partir de 00001 e mais duas letras que qualificam a natureza da funccedilatildeo na qual o

jornalista foi registrado As letras qualificadoras da natureza da funccedilatildeo para titular

de registro funccedilatildeo de repoacuterter-cinematograacutefico eacute RC Exercer atividades de

jornalista com registro precaacuterio constitui crime de exerciacutecio ilegal da profissatildeo

(Sindicato dos Jornalistas 2006)

24

Para ilustrar melhor o papel do jornalismo a seguir iremos elencar as

definiccedilotildees formuladas por diversos profissionais da aacuterea publicadas no site Enfato ndash

Comunicaccedilatildeo Empresarial (2006)

ldquoO jornalista eacute o(a) profissional que faz mais do que apenas reportar o que acontece ele(a) estabelece viacutenculos entre os fatos correntes e passados provocaestimula o raciociacutenio do telespectadorleitorouvinte e procura ainda extrair disso tudo alguma perspectiva que sinalize o futuro Sua atividade eacute ainda mais difiacutecil do que parece eacute indispensaacutevel que este(a) profissional desempenhe sua tarefa com absoluta noccedilatildeo de seus princiacutepios eacuteticos sem se deixar contaminar por influecircncias poliacuteticas ou interesses pessoais Soacute assim seu relato teraacute credibilidade ndash a uacutenica moeda de real valor para quem abraccedilou esta profissatildeo Aliaacutes natildeo eacute agrave toa que a classe de espiacuterito tatildeo nobre seja tatildeo vilipendiada por aqueles que detecircm o controle das empresas de comunicaccedilatildeordquo Claudio Lessa colunista do site Direto da Redaccedilatildeo

ldquoSer jornalista hoje eacute e cada vez seraacute mais permitir ao leitor entender os fatos muito mais do que simplesmente tomar conhecimento deles Durante deacutecadas ser jornalista era correr atraacutes de furo dar informaccedilotildees sobre um fato que era desconhecido de todos Eu acho que hoje o nosso desafio estaacute em permitir que o leitor entenda os fatos pois existe uma avalanche de informaccedilotildeesrdquo Eugecircnio Esber diretor de redaccedilatildeo da revista Amanhatilde (RS)

ldquoO bom jornalista eacute aquele que eacute criativo investigador objetivo estaacute sempre informado mergulha com profundidade nos assuntos e acima de tudo tem a eacutetica como sua religiatildeordquo Fernando Barbosa Lima editor da FBL Criaccedilatildeo e Produccedilatildeo (RJ)

ldquoTenho a impressatildeo de que ser jornalista diante da tamanha complexidade do universo da Comunicaccedilatildeo eacute ter a capacidade de melhor organizar e selecionar a quantidade crescente da informaccedilatildeo defendendo o que haacute de mais essencial primado da verdade Lembro do que dizia Claudio Abramo de que a funccedilatildeo do jornalista eacute buscar a verdade camuflada atraacutes da verdade aparente Acho que essa tarefa eacute o grande diferencial que determinaraacute o sucesso profissionalrdquo Fernando Salerno diretor da Associaccedilatildeo Paulista de Jornais e do diaacuterio Valeparaibano (SP)

ldquoSer jornalista hoje eacute o mesmo que ontem e presumo o mesmo que amanhatilde O jornalista tem a funccedilatildeo de informar mais do que formar No meu entendimento hoje haacute muitos jornalistas mais preocupados em formar do que em informar Em outras palavras eacute muita opiniatildeo e pouca informaccedilatildeo Entendo ainda que eacute um trabalho muito importante para garantir a transparecircncia das sociedadesrdquo Flaacutevio Portela gerente de jornalismo da raacutedio Guaiacuteba (RS)

ldquoTenho orgulho de ser jornalista Essa funccedilatildeo eacute cada vez mais importante desde que seja acompanhada de eacutetica e

25

responsabilidade Cada vez mais a miacutedia tem credibilidade Graccedilas ao jornalista e a essa possibilidade de informaccedilatildeo raacutepida e global eacute que aproximamos o mundordquo Lucia Leme apresentadora do programa Olhar 2005 da TVE-RJ

ldquoA profissatildeo natildeo perdeu o encanto embora os predadores empresariados tenham feito de tudo para desencantaacute-la e diminuiacute-lardquo Luiacutes Recena editor executivo da Tribuna do Brasil (DF)

ldquoSer jornalista eacute saber passar informaccedilotildees ao grande puacuteblico eacute saber defender a sociedade atraveacutes dos jornais e procurar saber o que ela procura e onde precisa ser ajudadardquo Maria Eugecircnia Labouriau assessora de imprensa do Inmetro

ldquoA funccedilatildeo principal do jornalista eacute ser a oposiccedilatildeo diante das instituiccedilotildees incluindo Judiciaacuterio o Estado todo mundo Os jornalistas satildeo os fiscalizadores da sociedaderdquo Nando Gross apresentador da Raacutedio Gauacutecha AM (RS)

ldquoEacute como jogar nas 11 posiccedilotildees do campo Natildeo existe mais jornalista pelo menos aqui no interior do Rio Grande do Norte especialista Todos acabam tendo que cumprir todas as funccedilotildees Somos mais que polivalentes jaacute que estamos num jornal do interiorrdquo Pedro Carlos Lopes Pinheiro diretor de Redaccedilatildeo do jornal O Mossoroense (RN)

ldquoSer jornalista hoje eacute ter perseveranccedila vontade e amor pela profissatildeo jaacute que os jornalistas ganham mal e natildeo haacute incentivos para a realizaccedilatildeo do trabalhordquo Raimundo Afonso Gomes presidente do Sindicato dos Jornalistas do Acre

ldquoHoje e sempre ser jornalista eacute tentar ser uma testemunha do seu tempo Essa eacute nossa humilde tarefa Natildeo eacute ser juiz promotor Atualmente temos uma tendecircncia de julgar e ateacute condenar Quanto mais complexa a sociedade mais se exige esse papel do jornalistardquo Zuenir Ventura colunista de O Globo (RJ)

A exemplo de outras profissotildees regulamentadas pela legislaccedilatildeo vigente

em nosso paiacutes ou reconhecidas pelo mercado formal de trabalho a atividade

jornaliacutestica deve seguir preceitos eacuteticos especiacuteficos com a finalidade de preservar o

atendimento do interesse puacuteblico e o direito agrave informaccedilatildeo existente em uma

sociedade democraacutetica

Com referecircncia agrave elaboraccedilatildeo da notiacutecia segundo Eliane Mendonccedila (sd)

ldquoa notiacutecia eacute o resultado de diversas lsquovozesrsquo que o jornalista precisou ouvir interpretar

e sintetizar de forma a tornaacute-lo acessiacutevel ao grande puacuteblicordquo Com base nessa

26

assertiva pode-se dizer que o jornalista eacute o profissional que tem como ofiacutecio a

responsabilidade de reconstruir os fatos levando em conta todos os conceitos a que

teve acesso durante a apuraccedilatildeo da mateacuteria E se eacute assim a notiacutecia nunca teraacute um

uacutenico autor visto que a mateacuteria jornaliacutestica traz em seu bojo inuacutemeras versotildees do

mesmo assunto cada um de um personagem (fonte) diferente

Note-se que ainda que o jornalista natildeo seja o uacutenico autor do que escreve

cabe a ele a funccedilatildeo de equilibrar o texto a ponto de ser fiel a tudo o que ouviu

procurando transmitir a informaccedilatildeo da forma mais clara possiacutevel a fim de que possa

ser compreendida por todo o tipo de leitor

Outro ponto a se considerar como bem explica Eliane Mendonccedila (sd)

refere-se ao fato de que um mesmo assunto se apresenta ao puacuteblico sob diferentes

enfoques quando transmitido em diferentes veiacuteculos de comunicaccedilatildeo Isto ocorre

porque ao contraacuterio do que ensina os antigos manuais do jornalismo o jornalista

natildeo eacute imparcial e acaba embutindo na notiacutecia um pouco de sua vivecircncia pessoal

sua opiniatildeo sobre o assunto seus preconceitos aleacutem de ter que levar em

consideraccedilatildeo as normas as orientaccedilotildees e a postura da empresa para a qual

trabalha

Segundo o Departamento de Comunicaccedilatildeo e Turismo da Universidade

Federal da Paraiacuteba (UFPB 2006) a sociedade espera que o jornalista exerccedila o

seguinte papel

- Auxiliar a populaccedilatildeo a tomar decisotildees coletivas favoraacuteveis ao bem comum - Enriquecer culturalmente a sociedade - Responsabilizar-se pelas informaccedilotildees que divulga e consequumlecircncias delas - Colaborar para o fortalecimento da cidadania

27

- Discernir entre o que tem caraacuteter construtivo para a sociedade - Propagar iniciativas conhecimentos e teacutecnicas que possam ser reproduzidas de forma a contribuir para o bem estar social - Distinguir e denunciar atitudes que sejam lesivas agrave sociedade

O jornalista ndash seja ele o repoacuterter o fotoacutegrafo o cinegrafista o redator o

editor o chefe de reportagem enfim ndash deve estar consciente da importacircncia do seu

trabalho para a construccedilatildeo da cidadania e de uma sociedade igualitaacuteria

Como bem observa Maristela Alves Leitatildeo (2005) os profissionais de

jornalismo desempenham um importante papel nas transformaccedilotildees soacutecio-poliacuteticas

nas uacuteltimas deacutecadas constituindo os ldquoguardiotildees dos direitos humanosrdquo durante a

transiccedilatildeo da ditadura militar para o regime democraacutetico Atualmente a preocupaccedilatildeo

tem sido lutar contra a corrupccedilatildeo e a favor da cidadania visando a conscientizaccedilatildeo

da populaccedilatildeo em relaccedilatildeo aos seus direitos e obrigaccedilotildees

A mateacuteria jornaliacutestica consiste na reconstruccedilatildeo de dada realidade que

cerca um fato recente efetuada pelo profissional da aacuterea a partir da tomada de

depoimentos de pessoas que participaram ou estatildeo inseridas no contexto apurado

Essas pessoas a serem entrevistas natildeo devem ser selecionadas de maneira fortuita

apenas seratildeo inquiridas aquelas que possam dispor de dados estritamente

importantes e possuir competecircncia reconhecida para referir-se ao assunto em

questatildeo Uma das habilidades mais valorizadas na profissatildeo inclusive eacute aquela de

pesquisar e encontrar as fontes mais adequadas considerando-se a expectativa do

puacuteblico de receber informaccedilatildeo qualificada (Rothberg 2006)

28

Comparando-se o jornalismo impresso com o televisivo este uacuteltimo leva

clara vantagem por ser meio mais atraente ao disponibilizar uma dinacircmica

audiovisual

22 O REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO

O repoacuterter cinematograacutefico eacute aquele profissional que executa serviccedilos

referentes ao mercado de radiodifusatildeo mais especificamente em TV atuando como

assistente ou teacutecnico na aacuterea de produccedilatildeo em meios de comunicaccedilatildeo Dentre suas

atividades vale destacar pesquisa anaacutelise e interpretaccedilatildeo das possibilidades

riacutetmicas estruturais e associadas do encontro entre imagem e som aleacutem de

executar e manter os equipamentos de aacuteudio e iluminaccedilatildeo e cacircmeras de TV (Nova

Faetec 2006)

No Brasil o curso profissionalizante de repoacuterter cinematograacutefico tem ainda

niacutevel teacutecnico com duraccedilatildeo de trecircs anos sendo exigido como preacute-requisito a

conclusatildeo do ensino meacutedio ou fundamental

No Rio de Janeiro foi criada em 16 de fevereiro em 1946 a ARFOC -

Associaccedilatildeo Profissional de Repoacuterteres Fotograacuteficos e Cinematograacuteficos do Brasil

que consiste em uma associaccedilatildeo profissional e cultural destituiacuteda de caraacuteter poliacutetico-

partidaacuterio e sem fins lucrativos nos termos do Decreto n 1229 de 09101962 cujo

objetivo eacute incentivar aperfeiccediloar valorizar e defender a profissatildeo e os fotojornalistas

e a aplicaccedilatildeo da imagem ao jornalismo (ARFOC 2006)

29

Segundo Joseacute Alves Filho (2005) presidente da ARFOC-PI existe uma

falta de reconhecimento ateacute por parte dos proacuteprios colegas de trabalho em relaccedilatildeo

ao trabalho do repoacuterter cinematograacutefico Eacute uma injusticcedila visto que uma boa

reportagem de TV depende mais do registro do repoacuterter cinematograacutefico ndash fruto de

sua persistecircncia coragem e sensibilidade ndash do que do repoacuterter produtor ou editor

Essa falta de reconhecimento se reflete no dia-a-dia principalmente por

parte dos chefes de redaccedilatildeo que nunca estimulam os repoacuterteres cinematograacuteficos a

participarem da discussatildeo da pauta que iratildeo cumprir Com isso eles acabam se

afastando das redaccedilotildees desestimulados a participarem do processo Por parte dos

colegas jornalistas haacute um preconceito intelectual ainda que velado em relaccedilatildeo aos

colegas da ldquolinha de frenterdquo os ditos repoacuterteres cinematograacuteficos forjados pela

ldquofaculdade da vidardquo sem chance de discutir teoria nos bancos universitaacuterios

Partindo-se da premissa de que a imagem eacute o uacutenico item imprescindiacutevel

da TV natildeo haacute justificativa para o fato de que o salaacuterio dos bons cinegrafistas natildeo

chegam nem na metade do salaacuterio dos repoacuterteres haacute vinte anos atraacutes o salaacuterio

desses profissionais se equiparavam

Para Antonio Brasil (2004)

() se existe uma classe de jornalistas que sempre sofreu enormes injusticcedilas e discriminaccedilotildees eacute sem duacutevida o segmento dos cinegrafistas de TV Hoje satildeo chamados de lsquorepoacuterteres cinematograacuteficosrsquo Para mim deveriam ser simplesmente lsquojornalistasrsquo Mas como costumam ter origem humilde e natildeo podem pagar pelos lsquodiplomasrsquo satildeo considerados jornalistas de segunda classe Natildeo precisam passar no miacutenimo quatro anos pagando caro para as faacutebricas de jornalistas e ningueacutem parece se importar muito com isso Mas os cinegrafistas ou repoacuterteres cinematograacuteficos merecem o nosso apoio e respeito Lutam pelo reconhecimento da profissatildeo enquanto lsquojornalistasrsquo de verdade Recusam-se a serem meros

30

lsquoapecircndicesrsquo na vida dos repoacuterteres e nas decisotildees dos nossos editores de telejornalismo

Infelizmente ainda persiste o conflito entre os profissionais da palavra e

os jornalistas da imagem Brasil (2004) experiente na profissatildeo muitas vezes

sentiu na pele os efeitos de atitudes arrogantes e discriminatoacuterias mesmo de

repoacuterteres receacutem-formados - o que demonstra que essa arrogacircncia sem

fundamento eacute cultural beira o preconceito social ou ldquoracismordquo E geralmente satildeo os

velhos cinegrafistas que acabam por ensinar a esses jovens os primeiros passos da

profissatildeo

Eacute certo que no meio televisivo as imagens constituem elemento chave

da mateacuteria do repoacuterter satildeo elas que datildeo suporte agrave narrativa cronoloacutegica do

acontecimento Cumpre ressaltar que tal qual o repoacuterter o cinegrafista tem como

objetivo registrar o acontecimento e fazer com que o mesmo chegue ao ar Daiacute a

importacircncia de recomendar aos alunos do telejornalismo que cinegrafista natildeo deve

ser vigiado nem precisa ser orientado

Repoacuterter e cinegrafista satildeo colegas de jornalismo isto eacute ambos satildeo

jornalistas Natildeo eacute porque o cinegrafista geralmente tem origem simples gestos

humildes e carrega peso que deixa de ser jornalista Ganha o repoacuterter despido

desse preconceito pois se dispotildee a assimilar os segredos da profissatildeo ensinados

pelos cinegrafistas e compartilhando com respeito os objetivos da reportagem

recebem valiosas dicas praacuteticas

Brasil (2004) desabafa

31

Os jovens de boa aparecircncia - condiccedilatildeo dispensaacutevel mas que parece ser obrigatoacuteria em nossos telejornais - saem das universidades natildeo sabem quase nada de telejornalismo Buscam na TV o sonho de sucesso e fama A maioria desses jovens natildeo teve a oportunidade aprender a praacutetica da profissatildeo Eles satildeo selecionados em processos meio nebulosos e certamente pouco transparentes Se tornam repoacuterteres de TV e tem que aprender as teacutecnicas peculiares da profissatildeo na marra No entanto satildeo os velhos cinegrafistas - profissionais humildes e experientes que costumam ensinar os primeiros passos Os cinegrafistas tambeacutem satildeo colegas leais Aleacutem de ensinarem telejornalismo de verdade tambeacutem fazem questatildeo de ocultar os erros dos neoacutefitos Os editores jamais percebem as inuacutemeras passagens que os cinegrafistas providencialmente apagam das fitas e da nossa memoacuteria Alguns desses neoacutefitos natildeo eram tatildeo jovens Muitos profissionais da imprensa fizeram a transiccedilatildeo para os encantos da TV graccedilas agrave boa vontade de velhos cinegrafistas

Ao inveacutes de se sentirem agradecidos muitos desses colegas se recusam

a aceitar que aqueles sujeitos simples satildeo tambeacutem jornalistas e que aleacutem de

compartilhar os objetivos da reportagem ensinam agrave nova geraccedilatildeo de jornalistas de

TV inuacutemeras dicas profissionais

Natildeo bastasse esse desrespeito com o profissional de imagem ele ainda

estaacute sujeito a sofrer seacuterios riscos inerentes agrave proacutepria profissatildeo aleacutem de graves

problemas de sauacutede ao utilizar equipamentos pesados e obsoletos e enfrentar um

ritmo estressante de trabalho repetitividade de tarefas longas jornadas e condiccedilotildees

precaacuterias de trabalho

Daiacute a importacircncia de apoiar a luta desses profissionais de imagem que

buscam o creacutedito e o respeito merecidos Eacute uma questatildeo natildeo apenas de direito

mas de reconhecimento Tambeacutem eacute importante observar e condenar as possiacuteveis

represaacutelias aos profissionais que buscam esse reconhecimento

32

Brasil (2004) faz uma comparaccedilatildeo entre os cinegrafistas da Inglaterra e

os do Brasil Enquanto entre noacutes os profissionais lutam pela sobrevivecircncia

aprendem tudo sem qualquer tipo de treinamento especiacutefico e para garantir os seus

direitos devem permanecer anocircnimos na Inglaterra a escola de cinegrafistas da

BBC possibilita a esses profissionais facilidades teacutecnicas um bom sistema de

promoccedilatildeo e cargos Para a promoccedilatildeo dentro da proacutepria categoria os cinegrafistas

ingleses satildeo regularmente enviados ao interior daquele paiacutes para conhecerem as

novas tecnoloacutegicas e teacutecnicas profissionais visando com isso tambeacutem fortalecer os

laccedilos corporativos

33

3 CURSO SUPERIOR PARA FORMACcedilAtildeO DE PROFISSIONAIS DA

AacuteREA

31 DESVALORIZACcedilAtildeO DA PROFISSAtildeO

Como outras inuacutemeras profissotildees tambeacutem o jornalista enfrenta crise no

seu acircmbito de trabalho Para superar a concorrecircncia garantir o seu emprego e

valorizar sua profissatildeo o jornalista de modo geral precisa especializar-se em

determinadas aacutereas e atualizar-se academicamente No mercado atual esse

profissional tem que lidar com o aumento de responsabilidade com o acuacutemulo de

funccedilotildees nas redaccedilotildees aleacutem de ser em geral mal remunerado e sofrer com o

constante risco de ser demitido

Conforme aponta Noblat (2003 p 36)

Exige-se do candidato a uma vaga nas redaccedilotildees que seja profissional completo e polivalente Ele tem de dominar todas as teacutecnicas para o exerciacutecio da profissatildeo manejar os instrumentos capazes de ajudaacute-lo a fazer o melhor trabalho e ter a niacutetida compreensatildeo do seu papel de jornalista multimiacutedia

Em plena era de globalizaccedilatildeo as perspectivas natildeo satildeo as melhores Tem

razatildeo Dizard Jr (2000 p 21) ao afirmar que uma das poucas certezas com que os

novos profissionais de miacutedia podem contar futuramente eacute que teratildeo que lidar com o

impacto das mudanccedilas tecnoloacutegicas e com a intensificaccedilatildeo da demanda por maior

envolvimento intelectual e habilitaccedilatildeo acadecircmica

34

Para o repoacuterter cinematograacutefico e supervisor de cinegrafia da rede Globo

Heacutelio Alvarez concorda que a profissatildeo do repoacuterter cinematograacutefico e fotoacutegrafo eacute

desvalorizada e isto se deve segundo ele ao fato de que a valorizaccedilatildeo profissional

na atualidade se daacute por meio da educaccedilatildeo Enquanto os repoacuterteres geralmente

passaram por uma faculdade e vecircm de uma classe social mais alta os que

trabalham como repoacuterter cinematograacutefico em sua maioria satildeo aqueles que iniciam

carreira fazendo algum trabalho na televisatildeo sendo poucos os que comeccedilam no

jornalismo ndash o que acaba por desvalorizar a funccedilatildeo (Canal da imprensa sd)

32 REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO Eacute JORNALISTA

Noacutes uacuteltimos anos haacute um movimento que luta pelo reconhecimento do

repoacuterter cinematograacutefico como jornalista Duas recentes decisotildees nos tribunais do

paiacutes passaram a reconhecer os direitos desse profissional confirmando as teses

defendidas pela FENAJ (Federaccedilatildeo Nacional dos Jornalistas) e pelos sindicatos de

jornalistas

No ano passado o Tribunal Superior do Trabalho (TST) manteve decisatildeo

do Tribunal Regional do Trabalho do Rio Grande do Sul (TRT da 4ordf Regiatildeo) que

enquadrou como Jornalista um repoacuterter-cinematograacutefico que trabalhou na RBS TV

Santa Rosa Ltda Esse profissional tanto acompanhava repoacuterteres na produccedilatildeo de

reportagens jornaliacutesticas como tambeacutem saiacutea agraves ruas sozinho para produzir

reportagens estabelecidas em pautas previamente solicitadas pelo chefe de

redaccedilatildeo

35

A RBS seguindo a praacutetica infelizmente bastante comum entre as

empresas de televisatildeo sustentava que o trabalhador devia ser enquadrado como

radialista na tentativa de pagar um salaacuterio menor ao profissional uma vez que o

piso de radialista eacute inferior ao de jornalista Outra desvantagem para o profissional eacute

que os radialistas trabalham 8 horas diaacuterias ao contraacuterio de jornalistas que atuam 5

horas por dia O excesso de carga de trabalho vem trazendo problemas de sauacutede

para diversos repoacuterteres cinematograacuteficos enquadrados como radialistas

A Justiccedila do Trabalho firmou decisatildeo no sentido de que o fato de estar

acompanhado de repoacuterter natildeo retira do repoacuterter-cinematograacutefico a condiccedilatildeo de

Jornalista O profissional gauacutecho receberaacute as devidas diferenccedilas salariais retroativas

a 16 de junho de 1998 data que o prejudicado obteve seu registro de jornalista

profissional no Ministeacuterio do Trabalho (Espaccedilo Vital 2005)

Com essa decisatildeo passou a ser possiacutevel que os repoacuterteres

cinematograacuteficos encaminhem agraves Delegacias Regionais do Trabalho pedidos de

enquadramento como jornalistas Aliaacutes os proacuteprios sindicatos devem encaminhar

pedidos de fiscalizaccedilatildeo nas empresas para verificar o enquadramento dos repoacuterteres

cinematograacuteficos

Outro julgamento favoraacutevel ao profissional da aacuterea em comento conforme

divulgaccedilatildeo do FENAJ (2005) refere-se agrave decisatildeo da Terceira Turma do Superior

Tribunal de Justiccedila (STJ) que reconheceu os direitos do repoacuterter fotograacutefico Claacuteudio

Alves Pereira de receber indenizaccedilatildeo por danos materiais e morais devido agraves

inuacutemeras vezes em que o Jornal de Brasiacutelia republicou fotos suas sem creacutedito apoacutes

a sua demissatildeo em julho de 1990

36

Conforme o escritor portuguecircs Pierre Ganz (ANTONIO CARLOS) o

jornalista-repoacuterter de imagens eacute antes de qualquer coisa eacute um jornalista como os

outros Deve saber preparar a sua reportagem efetuaacute-la escrever o seu comentaacuterio

sobre imagens A diferenccedila reside no fato de ele substituir na maioria das vezes a

esferograacutefica pela cacircmera de filmar

Uma cacircmera que ele deveraacute dominar bem mas tambeacutem com a qual vai escrever uma histoacuteria os planos substituindo entatildeo as palavras Uma sintaxe toma o lugar da outra Os teacutecnicos de som de iluminaccedilatildeo e de montagem satildeo-lhe familiares Pode em alguns casos trabalhar sozinho Egrave cada vez mais frequumlente partir em reportagem ou em grande reportagem com equipe reduzida acompanhada apenas por jornalista redator

Eacute mesmo verdade que no meio televisivo uma boa imagem por vezes

substitui um bom texto e ateacute o dispensa Natildeo eacute possiacutevel por exemplo imaginar nos

dias de hoje um noticiaacuterio sobre guerra sem que sejam mostradas imagens E

muitas vezes inspirados nas imagens que os jornalistas produzem seus textos

Sem duacutevida a funccedilatildeo do repoacuterter cinematograacutefico eacute de vital importacircncia

para o jornalismo Uma saiacuteda bastante praacutetica para solucionar o problema desses

profissionais no que se refere agrave ausecircncia de cursos de graduaccedilatildeo seria incluir uma

cadeira sobre o assunto nos cursos de jornalismo Com isso os profissionais da

aacuterea e os interessados em abraccedilar a profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico se

sentiriam motivados a ingressar numa faculdade e quem sabe assim esse

preconceito absurdo seria definitivamente eliminado pondo fim ao estigma de ser

apenas um coadjuvante na confecccedilatildeo da notiacutecia

37

CONCLUSAtildeO

Num momento em que o mundo passa por tantas transformaccedilotildees

decorrentes da evoluccedilatildeo tecnoloacutegica da era da informaccedilatildeo e da globalizaccedilatildeo da

economia o jornalismo profissional ndash seacuterio e bem documentado - ganha relevo em

sua missatildeo de informar opinar e entreter a sociedade em seu cotidiano

A televisatildeo nos dias contemporacircneos pode transmitir ao puacuteblico muito

mais do que o fazia quando foi criada A novidade surgiu em 1923 nos Estados

Unidos e se tornou conhecida no Brasil nos anos 50 De iniacutecio apenas uma

finiacutessima parcela da populaccedilatildeo tinha acesso ao produto e tempos depois

transformou-se num poderoso meio de comunicaccedilatildeo em massa

Para fazer o telejornalismo eacute necessaacuterio uma equipe formada de repoacuterter

cinegrafista redator fotoacutegrafo editor teacutecnicos de som de iluminaccedilatildeo e de

montagens

Diante do exposto natildeo resta duacutevidas de que o repoacuterter cinematograacutefico eacute

antes de qualquer coisa jornalista como os outros Ele deve saber preparar a sua

reportagem efetuaacute-la escrever o seu comentaacuterio sobre imagens

Se eacute certo que ele substitui a esferograacutefica pela cacircmera de filmar tambeacutem

eacute verdade que por meio dela ele escreve uma histoacuteria A diferenccedila eacute que substitui

as palavras pelas imagens que seus olhos treinados conseguem captar

38

Em muitas situaccedilotildees o repoacuterter cinematograacutefico acumula as funccedilotildees dos

teacutecnicos de iluminaccedilatildeo som e montagem trabalhando somente com o jornalista

redator E eacute com base nas imagens captadas que os jornalistas produzem seus

textos

Muitas vezes os cinegrafistas produzem imagens tatildeo impressionantes

que eacute difiacutecil para o jornalista descrevecirc-las com palavras podendo surgir eventuais

conflitos entre os dois

Neste contexto a presente monografia procurou enfocar a importacircncia

deste profissional que para ser reconhecido por seus pares e tambeacutem para ter

oportunidade de aumentar seus conhecimentos e aperfeiccediloar suas teacutecnicas

necessita que seja inserida uma cadeira sobre sua aacuterea nos cursos de graduaccedilatildeo

de jornalismo

Para serem admitidos como jornalistas pelas televisotildees profissionais

exige-se formaccedilatildeo acadecircmica em jornalismo Haacute aqui um paradoxo visto que a

profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico tem sua funccedilatildeo regulamentada pelo Decreto

Lei n 83284 de 13 marccedilo de 1969 que atribui normas para o exerciacutecio da profissatildeo

de jornalista e segundo o qual o repoacuterter cinematograacutefico estaacute inserido como

jornalista que capta imagens para fins jornaliacutesticos

Note-se que a partir do momento em que os cursos de jornalismo

incluiacuterem uma cadeira voltada para a reportagem cinematograacutefica todos os que se

formarem no curso e optarem por esse caminho notadamente seratildeo reconhecidos

como jornalistas

39

Haacute que se considerar a questatildeo dos antigos profissionais da aacuterea

aqueles que conhecem tudo sobre a profissatildeo e conforme dito no decorrer da

presente costumam ensinar os receacutem-formados no iniacutecio de suas carreiras

Eacute injusta a falta de reconhecimento desses profissionais

Tal situaccedilatildeo demonstra que o preconceito em relaccedilatildeo a eles faz parte de

uma cultura arraigada entre os proacuteprios colegas de profissatildeo e que acaba se

estendendo pelos bancos acadecircmicos e que precisa ser trabalhada desmistificada

pois natildeo tem razatildeo de existir

40

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documentaccedilatildeo trabalhos acadecircmicos apresentaccedilatildeo Rio de Janeiro 2002

ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE NORMAS TEacuteCNICAS NBR 6023 informaccedilatildeo e

documentaccedilatildeo elaboraccedilatildeo Rio de Janeiro 2002

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45

ANEXO I ndash DECRETO Nordm 83284 DE 13 DE MARCcedilO DE 1979

PROFISSAtildeO DE JORNALISTA

Daacute nova regulamentaccedilatildeo ao Decreto-lei nordm 972 de 17 de outubro de 1969 que dispotildee sobre o exerciacutecio da profissatildeo de Jornalista em decorrecircncia das alteraccedilotildees introduzidas pela Lei nordm 6612 de 7 de dezembro de 1978

O Presidente da Repuacuteblica usando da atribuiccedilatildeo que lhe confere o art 81 item

III da Constituiccedilatildeo decreta

Art 1ordm Eacute livre em todo territoacuterio nacional o exerciacutecio da profissatildeo de Jornalista aos que satisfazerem as condiccedilotildees estabelecidas neste Decreto

Art 2ordm A profissatildeo de Jornalista compreende privativamente o exerciacutecio habitual e remunerado de qualquer das seguintes atividades

I - redaccedilatildeo condensaccedilatildeo titulaccedilatildeo interpretaccedilatildeo correccedilatildeo ou coordenaccedilatildeo de mateacuteria a ser divulgada contenha ou natildeo comentaacuterio

II - comentaacuterio ou crocircnica pelo raacutedio ou pela televisatildeo III - entrevista inqueacuterito ou reportagem escrita ou falada IV - planejamento organizaccedilatildeo direccedilatildeo e eventual execuccedilatildeo de serviccedilos

teacutecnicos de Jornalismo como os de arquivo ilustraccedilatildeo ou distribuiccedilatildeo graacutefica de mateacuteria a ser divulgada

V - planejamento organizaccedilatildeo e administraccedilatildeo teacutecnica dos serviccedilos de que trata a aliacutenea ldquoardquo

VI - ensino de teacutecnicas de Jornalismo VII - coleta de notiacutecias ou informaccedilotildees e seu preparo para divulgaccedilatildeo VIII - revisatildeo de originais de mateacuteria jornaliacutestica com vistas agrave correccedilatildeo

redacional e agrave adequaccedilatildeo da linguagem XIX - organizaccedilatildeo e conservaccedilatildeo de arquivo jornaliacutestico e pesquisa dos

respectivos dados para a elaboraccedilatildeo de notiacutecias X - execuccedilatildeo de distribuiccedilatildeo graacutefica de texto fotografia ou ilustraccedilatildeo de

caraacuteter jornaliacutestico para fins de divulgaccedilatildeo XI - execuccedilatildeo de desenhos artiacutesticos ou teacutecnicos de caraacuteter jornaliacutestico para

fins de divulgaccedilatildeo Art 3ordm Considera-se empresa jornaliacutestica para os efeitos deste Decreto-lei

aquela que tenha como atividade a ediccedilatildeo de jornal ou revista ou a distribuiccedilatildeo de noticiaacuterio com funcionamento efetivo idoneidade financeira e registro legal

sect 1ordm Equipara-se agrave empresa jornaliacutestica a seccedilatildeo ou serviccedilo de empresa de radiofusatildeo televisatildeo ou divulgaccedilatildeo cinematograacutefica ou de agecircncia de publicidade onde sejam exercidas as atividades previstas no artigo 2ordm0

sect 2ordm A entidade puacuteblica ou privada natildeo jornaliacutestica sob cuja responsabilidade se editar publicaccedilatildeo destinada a circulaccedilatildeo externa estaacute obrigada ao cumprimento deste decreto relativamente aos jornalistas que contratar

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Art 4ordm O exerciacutecio da profissatildeo de jornalista requer preacutevio registro no oacutergatildeo regional do Ministeacuterio do Trabalho que se faraacute mediante a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash diploma de curso de niacutevel superior de Jornalismo ou de Comunicaccedilatildeo Social habilitaccedilatildeo Jornalismo fornecido por estabelecimento de ensino reconhecido na forma da lei para as funccedilotildees relacionadas nos itens I a IV do artigo 11

IV ndash Carteira de Trabalho e Previdecircncia Social

Paraacutegrafo uacutenico ndash Aos profissionais registrados exclusivamente para o exerciacutecio das funccedilotildees relacionadas nos itens VII a XI do artigo 11 eacute vedado o exerciacutecio das funccedilotildees constantes nos itens I a VII do mesmo artigo

Art 5ordm O Ministeacuterio do Trabalho concederaacute desde que satisfeitas as exigecircncias constantes neste Decreto registro especial ao

I ndash colaborador assim entendido aquele que mediante remuneraccedilatildeo e sem relaccedilatildeo de emprego produz trabalho de natureza teacutecnica cientiacutefica ou cultural relacionando com a sua especializaccedilatildeo para ser divulgado com o nome e qualificaccedilatildeo do autor

II ndash funcionaacuterio puacuteblico titular de cargo cujas atribuiccedilotildees legais coincidam com as mencionadas no artigo 2ordm

III ndash provisionado

Paraacutegrafo uacutenico ndash O registro de que tratam os itens I e II deste artigo natildeo implica o reconhecimento de quaisquer direitos que decorram da condiccedilatildeo de empregado nem no caso do item II dos resultantes do exerciacutecio privado e autocircnomo da profissatildeo

Art 6ordm Para o registro especial de colaborador eacute necessaacuteria a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash declaraccedilatildeo de empresa jornaliacutestica ou que a ela seja equiparada informando do seu interesse pelo registro de colaborador do candidato onde conste a sua especializaccedilatildeo remuneraccedilatildeo contratada e pseudocircnimo se houver

Art 7ordm Para o registro especial de funcionaacuterio puacuteblico titular de cargo cujas atribuiccedilotildees legais coincidam com as mencionadas no artigo 2ordm eacute necessaacuterio a apresentaccedilatildeo de ato de nomeaccedilatildeo ou contrataccedilatildeo para cargo ou emprego com aquelas atribuiccedilotildees aleacutem do cumprimento do que estabelece o artigo 4ordm

Art 8ordm Para o registro especial de provisionado eacute necessaacuterio a apresentaccedilatildeo de

47

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash declaraccedilatildeo fornecida pela empresa jornaliacutestica ou que a ela seja equiparada na qual conste a funccedilatildeo a ser exercida e o salaacuterio correspondente

IV ndash diploma de curso de niacutevel superior ou certificado de ensino de 2ordm grau fornecido por estabelecimento de ensino reconhecido na forma da lei para as funccedilotildees relacionadas nos itens I a VII do artigo 11

V ndash declaraccedilatildeo fornecida pela entidade sindical representativa da categoria profissional com base territorial abrangendo o municiacutepio no qual o provisionado iraacute desempenhar suas funccedilotildees de que natildeo haacute jornalista associado do Sindicato domiciliado naquele municiacutepio disponiacutevel da contrataccedilatildeo

VI ndash Carteira de Trabalho e Previdecircncia Social

sect 1ordm A declaraccedilatildeo de que trata o item V deveraacute ser fornecida pelo Sindicato ao interessado no prazo de 3 dias uacuteteis

sect 2ordm Caso exista profissional domiciliado no municiacutepio disponiacutevel para contrataccedilatildeo o Sindicato comunicaraacute tal fato ao Ministeacuterio do Trabalho no mesmo prazo de 3 dias a contar do pedido de fornecimento da declaraccedilatildeo de que trata o item V

sect 3ordm Caso o Sindicato natildeo forneccedila a declaraccedilatildeo de que trata o item V no prazo mencionado no sect 1ordm o interessado poderaacute instruir seu pedido de registro com o protocolo de apresentaccedilatildeo do requerimento ao Sindicato

sect 4ordm Na hipoacutetese prevista no paraacutegrafo anterior o Ministeacuterio do Trabalho concederaacute ao Sindicato prazo natildeo superior a 3 dias para se manifestar sobre o fornecimento da declaraccedilatildeo caso natildeo tenha ocorrido o fato constante no sect 2ordm

sect 5ordm O registro especial de provisionado teraacute caraacuteter temporaacuterio com duraccedilatildeo maacutexima de trecircs anos renovaacutevel somente com a apresentaccedilatildeo de toda a documentaccedilatildeo prevista neste artigo

Art 9ordm Seraacute efetuado no Ministeacuterio do Trabalho registro dos diretores de empresas jornaliacutesticas que natildeo sendo jornalistas respondem pelas respectivas publicaccedilotildees para o que eacute necessaacuterio a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash prova de registro civil ou comercial da empresa jornaliacutestica com o inteiro teor do seu ato constitutivo

IV ndash prova de depoacutesito do tiacutetulo da publicaccedilatildeo ou da agecircncia de notiacutecias no oacutergatildeo competente do Ministeacuterio da Induacutestria e do Comeacutercio

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V ndash 30 exemplares do jornal ou 12 exemplares da revista ou 30 recortes ou coacutepias de noticiaacuterio com datas diferentes de sua divulgaccedilatildeo

sect 1ordm Tratando-se de empresa nova o Ministeacuterio do Trabalho efetuaraacute registro provisoacuterio com validade por 2 anos tornando-se definitivo apoacutes a comprovaccedilatildeo constante do item V deste artigo

sect 2ordm Natildeo seraacute admitida renovaccedilatildeo ou prorrogaccedilatildeo do prazo de validade do registro provisoacuterio previsto no paraacutegrafo anterior

Art 10ordm Seraacute efetuado no Ministeacuterio do Trabalho registro especial do diretor de empresa natildeo jornaliacutestica sob cuja responsabilidade se editar publicaccedilatildeo destinada agrave circulaccedilatildeo externa ou interna para o que se exigiraacute a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash prova de depoacutesito do tiacutetulo da publicaccedilatildeo no oacutergatildeo competente do Ministeacuterio da Induacutestria e do Comeacutercio

Art 11 ndash As funccedilotildees desempenhadas pelos jornalistas como empregados seratildeo assim classificadas

I - Redator aquele que aleacutem das incumbecircncias de redaccedilatildeo comum tem o encargo de redigir editoriais crocircnicas ou comentaacuterios

II - Noticiarista aquele que tem o encargo de redigir mateacuterias de caraacuteter informativo desprovidas de apreciaccedilotildees ou comentaacuterios preparando-as ou redigindo-as para a divulgaccedilatildeo

III - Repoacuterter aquele que cumpre a determinaccedilatildeo de colher notiacutecias ou informaccedilotildees preparando-as para divulgaccedilatildeo

IV - Repoacuterter de setor aquele que tem o encargo de colher notiacutecias ou informaccedilotildees sobre assuntos predeterminados preparando-as ou redigindo-as para divulgaccedilatildeo

V - Raacutedio-repoacuterter aquele a quem cabe a difusatildeo oral de acontecimento ou entrevista pelo raacutedio ou pela televisatildeo no instante ou no local em que ocorram assim como o comentaacuterio ou crocircnica pelos mesmos veiacuteculos

VI - Arquivista-pesquisador aquele que tem a incumbecircncia de organizar e conservar cultural e tecnicamente o arquivo redatorial procedendo agrave pesquisa dos respectivos dados para a elaboraccedilatildeo de notiacutecias

VII - Revisor aquele que tem o encargo de rever as provas tipograacuteficas de mateacuteria jornaliacutestica

VIII - Ilustrador aquele que tem a seu cargo criar ou executar desenhos artiacutesticos ou teacutecnicos de caraacuteter jornaliacutestico

XIX - Repoacuterter-fotograacutefico aquele a quem cabe registrar fotograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico

X - Repoacuterter-cinematograacutefico aquele a quem cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico

XI - Diagramador aquele a quem compete planejar e executar a distribuiccedilatildeo graacutefica de mateacuterias fotografias ou ilustraccedilotildees de caraacuteter jornaliacutestico para fins de publicaccedilatildeo

Paraacutegrafo uacutenico ndash Os Sindicatos seratildeo ouvidos sobre o exato enquadramento de cada profissional

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Art 12ordm Seratildeo privativas de jornalista as funccedilotildees pertinentes agraves atividades

descritas no artigo 2ordm tais como Editor Secretaacuterio Subsecretaacuterio Chefe de reportagem e Chefe de Revisatildeo

Art 13ordm Natildeo haveraacute incompatibilidade entre o exerciacutecio da profissatildeo de Jornalista e o de qualquer outra funccedilatildeo remunerada ainda que puacuteblica respeitadas a proibiccedilatildeo de acumular cargos e as demais restriccedilotildees de lei

Art 14ordm Seraacute passiacutevel de trancamento o registro profissional do jornalista que sem motivo legal deixar de exercer a profissatildeo por mais de 2 anos

sect 1ordm Natildeo incide na cominaccedilatildeo deste artigo o afastamento decorrente de a) suspensatildeo ou interrupccedilatildeo do contrato de trabalho b) aposentadoria como jornalista c) viagem ou bolsa de estudo para aperfeiccediloamento profissional d) desemprego apurado na forma da Lei nordm 4923 de 23 de dezembro de

1965

sect 2ordm O trancamento seraacute da competecircncia do oacutergatildeo regional do Ministeacuterio do Trabalho de ofiacutecio ou requerimento da entidade sindical representativa da categoria profissional cabendo a esta fazer publicar em oacutergatildeo oficial por trecircs vezes consecutivas e dentro de um interstiacutecio de dois anos a relaccedilatildeo dos jornalistas cujos registros pretende trancar

sect 3ordm Os oacutergatildeos do Ministeacuterio do Trabalho prestaratildeo aos sindicatos representativos da categoria profissional as informaccedilotildees que lhes forem solicitadas especialmente quanto ao registro de admissotildees e dispensas nas empresas jornaliacutesticas realizando as inspeccedilotildees que se tornarem necessaacuterias para a verificaccedilatildeo do exerciacutecio da profissatildeo de jornalista

sect 4ordm O exerciacutecio da atividade em empresa natildeo jornaliacutestica mencionada no artigo 3ordm sect 2ordm natildeo constituiraacute prova suficiente de permanecircncia na profissatildeo se a publicaccedilatildeo e seu responsaacutevel natildeo tiverem registro nos termos deste Decreto

sect 5ordm O registro trancado suspende a titularidade e o exerciacutecio das prerrogativas profissionais mas pode ser revalidado mediante apresentaccedilatildeo dos documentos mencionados nos itens II e III do artigo 4ordm

Art 15ordm O salaacuterio de jornalista natildeo poderaacute ser reajustado nos contratos individuais de trabalho para a jornada normal de 5 horas em base inferior agrave do salaacuterio estipulado para a respectiva funccedilatildeo em acordo ou convenccedilatildeo coletiva de trabalho ou sentenccedila normativa das Justiccedila do Trabalho

Paraacutegrafo uacutenico ndash Em negociaccedilatildeo ou dissiacutedio coletivo poderatildeo os Sindicatos de Jornalistas reclamar o estabelecimento de criteacuterio de remuneraccedilatildeo adicional pela divulgaccedilatildeo de trabalho produzido por jornalistas em mais de um veiacuteculo de comunicaccedilatildeo coletiva

Art 16ordm A admissatildeo de provisionado para exercer funccedilotildees relacionadas nos itens I a VII do artigo 11 seraacute permitida nos municiacutepios onde natildeo existia curso de Jornalismo reconhecido na forma de lei e comprovadamente natildeo haja jornalista domiciliado associado do sindicato representativo da categoria profissional disponiacutevel para contrataccedilatildeo

Paraacutegrafo uacutenico ndash O provisionado nos termos deste artigo poderaacute exercer suas atividades somente no municiacutepio para o qual foi registrado

Art 17ordm Os atuais portadores de registro especial de provisionado poderatildeo exercer suas atividades no Estado onde foram contratados

Art 18 ndash A fiscalizaccedilatildeo do cumprimento dos dispositivos deste Decreto se faraacute na forma do artigo 626 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho sendo aplicaacutevel aos

50

infratores multa variaacutevel de 1 a 10 vezes o maior valor de referecircncia fixado de acordo com o artigo 2ordm paraacutegrafo uacutenico da Lei nordm 6205 de 29 de abril de 1975

Paraacutegrafo uacutenico ndash Aos sindicatos representativos da categoria profissional incumbe representar agraves autoridades competentes acerca do exerciacutecio irregular da profissatildeo de Jornalista

Art 19ordm Constitui fraude a prestaccedilatildeo de serviccedilos profissionais gratuitos ou com pagamentos simboacutelicos sob pretexto de estaacutegio bolsa de complementaccedilatildeo convecircnio ou qualquer outra modalidade em desrespeito agrave legislaccedilatildeo trabalhista e a este regulamento

Art 20ordm O disposto neste Decreto natildeo impede a conclusatildeo dos estaacutegios comprovadamente iniciados antes da vigecircncia da Lei nordm 6612 de 7 de dezembro de 1978 os quais entretanto natildeo conferiratildeo por si soacutes direito ao registro profissional

Art 21ordm Este Decreto entra em vigor na data da sua publicaccedilatildeo revogadas as disposiccedilotildees em contraacuterio especialmente os Decretos nordms 65912 de 19 de dezembro de 1969 e 68629 de 18 de maio de 1971

Brasiacutelia 13 de marccedilo de 1979 158ordm da Independecircncia e 91ordm da Repuacuteblica (DO de 13-3-79)

Ernesto Geisel Arnaldo Prieto

51

ANEXO II ndash ACOacuteRDAtildeO TST-AIRR-6182001-751-04-401

Acoacuterdatildeo Inteiro Teor NUacuteMERO UacuteNICO PROC AIRR - 6182001-751-04-40 PUBLICACcedilAtildeO DJ - 10022006 Andamento do Processo

PROC Nordm TST-AIRR-6182001-751-04-401 C A C Oacute R D Atilde O 1ordf Turma EMPMs REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO CARACTERIZACcedilAtildeO INDEPENDEcircNCIA NO EXERCIacuteCIO DE SUAS ATIVIDADES REGISTROS DE ASSUNTOS E TEMAacuteTICAS DE INTERESSES JORNALIacuteSTICOS 1 Segundo o Tribunal Regional do Trabalho o Reclamante no exerciacutecio de suas atividades aleacutem de ter acompanhado o repoacuterter entrevistador na produccedilatildeo de mateacuterias fato que por si soacute natildeo lhe retira a condiccedilatildeo de jornalista - e tambeacutem de acordo com depoimentos testemunhais saiacutea agrave rua com a pauta que lhe era dirigida para sozinho produzir as mateacuterias solicitadas pelo empregador o que de acordo com o teor dos dispositivos tidos por vulnerados permite concluir o exerciacutecio da profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico e natildeo simplesmente de operador de cacircmera visto que ao sair agraves ruas para a produccedilatildeo de mateacuterias cumpria seu ofiacutecio obviamente mediante registros de fatos e (ou) assuntos de interesses notadamente jornaliacutestico considerando para tanto a proacutepria natureza da atividade empresarial exercida pela empregadora Inviaacutevel portanto a admissibilidade do recurso de revista em razatildeo da impossibilidade de exame da alegaccedilatildeo de afronta ao Decreto nordm 8413479 visto tratar-se de hipoacutetese natildeo contemplada na letra c do artigo 896 da CLT Por outro lado por violaccedilatildeo dos artigos 2ordm da Lei nordm 661578 e 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 tambeacutem natildeo logra ecircxito a Agravante no intuito de ver autorizado o processamento do recurso de revista No primeiro dispositivo apenas dispotildee-se que o radialista eacute o empregado de radiodifusatildeo exercente de atividades voltadas agrave administraccedilatildeo produccedilatildeo ou teacutecnica No segundo definem-se as profissotildees de repoacuterter e repoacuterter cinematograacutefico salientando-se que a esse uacuteltimo cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico hipoacutetese identificada pelo Regional 2 Agravo de instrumento a que se nega provimento Vistos relatados e discutidos estes autos do Agravo de Instrumento em Recurso de Revista nordm TST-AIRR-6182001-751-04-401 em que eacute Agravante RBS TV SANTA ROSA LTDA e Agravado CLOacuteVIS SANTACATARINA A Reclamada interpotildee agravo de instrumento ao despacho de fls 113-115 mediante o qual foi denegado seguimento ao recurso de revista sob o fundamento de que a decisatildeo decorreu da aplicaccedilatildeo das normas pertinentes uma vez que da situaccedilatildeo faacutetica delineada nos autos natildeo haacute como se extrair ofensa ao artigo 2ordm da Lei nordm 661578 na forma do artigo 896 c da CLT Contraminuta agraves fls 122-124 Natildeo houve remessa dos autos agrave Procuradoria Geral do Trabalho em face da orientaccedilatildeo emanada da Resoluccedilatildeo Administrativa nordm 322 atualmente retratada no artigo 82 do Regimento Interno do Tribunal Superior do

52

Trabalho Eacute o relatoacuterio V O T O I CONHECIMENTO Conheccedilo do agravo de instrumento porque regular e tempestivo II MEacuteRITO O Tribunal Regional ao apreciar o recurso ordinaacuterio interposto pela Reclamada no tocante ao reconhecimento da condiccedilatildeo de jornalista ao Reclamante pela Vara do Trabalho decidiu O MM Juiacutezo de primeiro grau acolheu as alegaccedilotildees do reclamante de exerciacutecio de profissatildeo jornaliacutestica de repoacuterter cinematograacutefico condenando a reclamada a pagar diferenccedilas salariais e reflexos Contra esta decisatildeo volta-se a reacute sustentando que o reclamante era operador de cacircmera funccedilatildeo capitulada na profissatildeo de radialista A recorrente tem razatildeo parcialmente Tomando-se a hipoacutetese de confirmar a sentenccedila enquanto reconhece ter o reclamante exercido a funccedilatildeo de repoacuterter cinematograacutefico em todo o contrato existe um marco temporal e juriacutedico que deve ser considerado A funccedilatildeo de repoacuterter cinematograacutefico eacute exclusiva da profissatildeo de jornalista Eacute uma atividade que estaacute reservada aos jornalistas formados assim como estabelecido no DL 97269 O reclamante natildeo demonstra a partir de quando conquistou a diplomaccedilatildeo como jornalista devendo-se considerar apenas pelo que oferecem os autos a data de 16 de junho de 1998 dia em que o reclamante foi registrado no Ministeacuterio do Trabalho como jornalista profissional na funccedilatildeo especiacutefica de repoacuterter cinematograacutefico Considerando que o Ministeacuterio do Trabalho natildeo pode registrar jornalistas natildeo diplomados exceccedilatildeo feita aos provisionados tem-se que o reclamante adquiriu esta condiccedilatildeo nesse dia Antes embora pudesse fazer ou fizesse atividades privativas de jornalistas natildeo pode ser considerado juridicamente como tal Assim em qualquer hipoacutetese de manutenccedilatildeo do reconhecimento da funccedilatildeo de jornaliacutestica esta deve gerar os efeitos pleiteados somente a partir de 16 de junho de 1998 Jaacute quanto a ter exercido ou natildeo funccedilatildeo jornaliacutestica a conclusatildeo eacute de manutenccedilatildeo da sentenccedila Natildeo eacute o fato de estar acompanhado por repoacuterter entrevistador que o cinegrafista perde a condiccedilatildeo de jornalista Trata-se de uma equipe de profissionais jornalistas Um exemplo que melhor ilustra o descabimento da distinccedilatildeo que pretende fazer o apelo eacute a situaccedilatildeo dos fotoacutegrafos ou repoacuterteres fotograacuteficos O fotoacutegrafo sai com a pauta junto com o repoacuterter (ou natildeo e isto tambeacutem acontecia com o reclamante como o reconhecem as testemunhas inclusive trazidas pela reclamada) e enquanto o repoacuterter investiga os dados necessaacuterios para a mateacuteria o fotoacutegrafo registra as cenas mas nem por isto eacute rebaixado da condiccedilatildeo de jornalista para dir- se-ia operador de cacircmera fotograacutefica O que se pode discutir seria o interesse jornaliacutestico das mateacuterias cobertas pelo jornalista reclamante Com efeito os comerciais produzidos e gravados pelo autor natildeo tecircm esse interesse e os eventos promocionais da reclamada recebem dela mesma uma atribuiccedilatildeo desse interesse embora natildeo o tenha imediata e objetivamente mas para efeitos do trabalho executado pelo reclamante deve ser considerado um trabalho jornaliacutestico Foi correta a decisatildeo natildeo merecendo qualquer reparo a natildeo ser o juriacutedico-temporal jaacute mencionado Nesta perspectiva o provimento do recurso eacute parcial (fls 97-99) Ao interpor o recurso de revista a Empresa alegou que o Reclamante na condiccedilatildeo de operador de cacircmera e operador de cacircmera de unidade portaacutetil externa acompanhando o repoacuterter como reconheceu o Regional natildeo pode ser

53

enquadrado como jornalista porquanto ao repoacuterter eacute dado cumprir a determinaccedilatildeo de coletar notiacutecias ou informaccedilotildees e elaboraacute-las a fim de viabilizar posterior divulgaccedilatildeo e ao repoacuterter-cinematograacutefico cabe registrar cinematograficamente fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico razatildeo pela qual entende que a atividade do Reclamante eacute proacutepria de radialista categoria agrave qual pertencia Acrescenta que o artigo 2ordm da Lei nordm 661578 estabelece considera-se radialista o empregado de Radiodifusatildeo que exerccedila uma das funccedilotildees em que se desdobram as atividades mencionadas no artigo 4ordm ou seja operador de cacircmara e operador de cacircmara de unidade portaacutetil externa cuja regulamentaccedilatildeo profissional consta do Decreto nordm 8413479 e as atribuiccedilotildees do Quadro Anexo do mesmo decreto item II letra c nordm 3 com a seguinte redaccedilatildeo encarrega-se da gravaccedilatildeo de mateacuteria distribuiacuteda pelo Supervisor de Operaccedilotildees planifica e orienta o entrevistador repoacuterter e iluminador no que se refere aos aspectos teacutecnicos de seu trabalho suas atividades envolvem tanto a gravaccedilatildeo como a geraccedilatildeo de som e imagem atraveacutes de equipamentos eletrocircnico portaacutetil de TV Fundamenta o apelo em violaccedilatildeo dos artigos 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 2ordm da Lei nordm 661578 e do Decreto nordm 8413479 e Quadro Anexo do mesmo decreto item II letra c nordm 3 Inicialmente deve-se registrar a impossibilidade de exame da alegaccedilatildeo de afronta ao Decreto nordm 8413479 visto tratar-se de hipoacutetese natildeo contemplada na letra c do artigo 896 da CLT No tocante agrave ofensa aos artigos 2ordm da Lei nordm 661578 e 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 tambeacutem natildeo logra ecircxito a Agravante no intuito de ver autorizado o processamento do recurso de revista No primeiro dispositivo apenas dispotildee-se que o radialista eacute o empregado de radiodifusatildeo exercente de atividades voltadas agrave administraccedilatildeo produccedilatildeo ou teacutecnica No segundo definem-se as profissotildees de repoacuterter e repoacuterter cinematograacutefico salientando-se que a esse uacuteltimo cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico Ora dos termos da decisatildeo impugnada via recurso de revista nada haacute que conflite com tais dispositivos legais Afinal segundo o Tribunal Regional do Trabalho o Reclamante no exerciacutecio de suas atividades aleacutem de ter acompanhado o repoacuterter entrevistador na produccedilatildeo de mateacuterias fato que por si soacute natildeo lhe retira a condiccedilatildeo de jornalista - tambeacutem de acordo com depoimentos testemunhais saiacutea agrave rua com a pauta que lhe era dirigida para sozinho produzir as mateacuterias solicitadas pelo empregador o que de acordo com o teor dos dispositivos tidos por vulnerados permite concluir pelo exerciacutecio da profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico e natildeo simplesmente de operador de cacircmera visto que ao sair agraves ruas para a produccedilatildeo de mateacuterias cumpria seu ofiacutecio obviamente mediante registros de fatos e (ou) assuntos de interesses notadamente jornaliacutestico considerando para tanto a proacutepria natureza da atividade empresarial exercida pela empregadora Por esses fundamentos nego provimento ao agravo de instrumento ISTO POSTO ACORDAM os Ministros da Primeira Turma do Tribunal Superior do Trabalho por unanimidade negar provimento ao agravo de instrumento Brasiacutelia 9 de novembro de 2005 EMMANOEL PEREIRA Ministro Relator

NIA 3981288

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8

SUMAacuteRIO

INTRODUCcedilAtildeO 9

1 HISTOacuteRIA DO TELEJORNALISMO NO BRASIL 133

11 ABORDAGEM GERAL 133

121 Rede Tupi 177

122 Rede Excelsior 177

123 TV Record 177

124 TV Cultura 188

125 TV Globo 188

126 TV Bandeirantes 19

127 TV Gazeta 19

128 SBT 200

13 O PERCURSO DO TELEJORNALISMO NOS ANOS 70 211

2 REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO 233

21 O PAPEL DO JORNALISTA 233

22 O REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO 288

3 CURSO SUPERIOR PARA FORMACcedilAtildeO DE PROFISSIONAIS DA AacuteREA 333

31 DESVALORIZACcedilAtildeO DA PROFISSAtildeO 333

32 REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO Eacute JORNALISTA 344

CONCLUSAtildeO 377

REFEREcircNCIAS 400

ANEXO I ndash DECRETO Nordm 83284 DE 13 DE MARCcedilO DE 1979 455

ANEXO II ndash ACOacuteRDAtildeO TST-AIRR-6182001-751-04-401 511

9

INTRODUCcedilAtildeO

No dia 02 de setembro comemora-se o dia do repoacuterter cinematograacutefico

que eacute o profissional de televisatildeo incumbido de captar imagens que iratildeo enriquecer

as notiacutecias dos telejornais

Como eacute fundamental a imagem no cenaacuterio televisivo eacute faacutecil perceber a

importacircncia deste profissional para o telejornalismo No entanto como natildeo existem

ainda cursos acadecircmicos para a formaccedilatildeo desse profissional os proacuteprios colegas

adotam uma postura preconceituosa e bastante injusta

Pelo fato de possuiacuterem niacutevel teacutecnico o repoacuterter cinematograacutefico estaacute bem

distante de ser apenas um operador de cacircmera ao contraacuterio do que pensam alguns

desinformados Esse profissional vezes sem conta arrisca sua proacutepria vida para

mostrar ao mundo as imagens que tanto emocionam

Imagens da natureza de guerra de obras artiacutesticas de crimes de boas

accedilotildees humanas de cataacutestrofes imagens que comovem e as que revoltam imagens

que trazem alegria ou sofrimento imagens que elevam a alma e as que causam dor

ou pacircnico E todas elas costumam ser mostradas sem que tenhamos conhecimento

do nome do profissional que as captou

Eacute reconhecida a importacircncia do telejornalismo no sentido de levar agraves

famiacutelias brasileiras informaccedilatildeo cultura e notiacutecias do paiacutes e do mundo O que tem

10

sido objeto de discussatildeo eacute a forma como cada emissora transmite a mensagem

Analisando por exemplo notiacutecias internacionais que satildeo fornecidas por agecircncias

especializadas contratadas e que informam distribuem e divulgam as notiacutecias para o

mundo da mesma forma e com as mesmas imagens o cunho diferencial dado agraves

notiacutecias vai ser determinado pelo tratamento que cada emissora ou editor decidir e

que pode ser influenciado por questotildees poliacuteticas soacutecio-culturais contratos (de

leitura de emissoras de publicidade ou de mercado)

Eacute justamente aiacute que se reconhece o poder da imagem que afinal eacute o

grande diferencial do telejornalismo mais atraente do que o jornalismo por raacutedio ou

impresso Como diz um proveacuterbio chinecircs ldquouma imagem vale mais do que mil

palavrasrdquo Se o indiviacuteduo tem discernimento e ideacuteias proacuteprias natildeo vai ser facilmente

levado pelo subtexto embutida em certas informaccedilotildees noticiadas

Note-se que natildeo eacute nosso interesse tecer criacuteticas ao telejornalismo Trata-

se de um veiacuteculo de informaccedilatildeo que como qualquer outro apresenta vantagens e

desvantagens O que se pretende aqui eacute chamar a atenccedilatildeo para a importacircncia da

imagem e seu poder de transmitir o que realmente acontece Nos dias de hoje eacute

possiacutevel ateacute assistir a guerras pela televisatildeo como ocorreu na guerra do Iraque E

para quem a acompanhou e assistiu tambeacutem noticiaacuterios diferentes pode perceber

claramente as diferenccedilas de opiniotildees e declaraccedilotildees tanto eacute que essa guerra foi

chamada de ldquoguerra de informaccedilotildeesrdquo

Sendo tatildeo importante a imagem que se transmite igualmente importante

eacute a funccedilatildeo do jornalista cinematograacutefico que se submete em qualquer horaacuterio a

enfrentar condiccedilotildees climaacuteticas adversas lugares sem qualquer proteccedilatildeo arriscando

11

a vida vezes sem conta para mostrar vulcotildees em erupccedilatildeo tsunamis cachoeiras em

penhascos cumes de montanhas tiroteios e guerras a beleza e o perigo da vida

selvagem e tantas outras imagens que apenas satildeo possiacuteveis chegarem ateacute as

pessoas normais devido ao seu trabalho

Uma pesquisa realizada junto ao Sindicato dos Jornalistas Profissionais

do Distrito Federal aponta que num universo de aproximadamente 400 profissionais

atuando na aacuterea de filmagens cerca de apenas 30 deles tem seu registro

profissional junto ao oacutergatildeo de classe

Lutando pelo respeito e reconhecimento de outros profissionais os

repoacuterteres cinematograacuteficos precisam ser mais unidos se sindicalizarem no intuito

de fortalecer a categoria na luta por melhorias no exerciacutecio da funccedilatildeo

Devido agrave escassez de literatura sobre o assunto a presente monografia

foi desenvolvida com base em entrevistas com profissionais da aacuterea do

telejornalismo com artigos publicados na Internet e por meio de informaccedilotildees

disponibilizadas pelo Sindicato dos Jornalistas e pela Federaccedilatildeo Nacional dos

Jornalistas (FENAJ)

Encontra-se estruturada em trecircs capiacutetulos distintos sendo que o primeiro

deles se dedica a discorrer sobre os diversos aspectos que envolvem a histoacuteria do

telejornalismo brasileiro dando destaque ao percurso do telejornalismo na fase do

seu apogeu na deacutecada de 70 com os principais noticiaacuterios produzidos e

transmitidos pela Rede Tupi Rede Excelsior TV Record TV Cultura Rede Globo

TV Bandeirantes Gazeta e SBT

12

O segundo capiacutetulo versa sobre o papel do jornalista ndash seja ele repoacuterter

fotoacutegrafo cinegrafista redator ou editor ndash e a importacircncia de seu trabalho na

construccedilatildeo da cidadania trazendo inclusive conceitos tecidos pelos proacuteprios

profissionais aleacutem de mencionar algumas das dificuldades que encontram no

mercado de trabalho Tambeacutem eacute mostrado como se daacute a regulamentaccedilatildeo da

profissatildeo de jornalista que eacute obrigatoacuteria tendo em vista que o exerciacutecio ilegal dessa

profissatildeo constitui crime

Em toacutepico apartado satildeo mencionadas as caracteriacutesticas da profissatildeo do

repoacuterter cinematograacutefico de como ocorre sua formaccedilatildeo quais as formas de atuaccedilatildeo

os riscos profissionais a que se sujeita e trata tambeacutem da questatildeo do preconceito de

colegas que injustamente natildeo o considera jornalista

Por fim o terceiro capiacutetulo trata da necessidade de haver um curso

superior para a formaccedilatildeo desses profissionais que certamente iraacute trazer inuacutemeras

vantagens desde a reciclagem do conhecimento e o aprendizado de novas teacutecnicas

como o combate agrave desvalorizaccedilatildeo da profissatildeo visto que apesar de muitos

discordarem o repoacuterter cinematograacutefico tambeacutem eacute jornalista

13

1 HISTOacuteRIA DO TELEJORNALISMO NO BRASIL

11 ABORDAGEM GERAL

O primeiro telejornal brasileiro foi ldquoImagens do Diardquo que foi ao ar em 19

de setembro de 1950 pela emissora TV Tupi de Assis Chateaubriand (Diaacuterios

Associados) Ao longo de um ano esse telejornal tinha um formato simples liderada

pelo locutor Rui Resende que produzia e redigia os textos a serem noticiados sendo

que algumas notas vinham acompanhadas de imagens sem som feitas em filme

preto e branco (Mundo da TV sd)

Vale destacar o primeiro telejornal de grande sucesso na televisatildeo

brasileira que foi o ldquoRepoacuterter Essordquo que foi ao ar tambeacutem atraveacutes da emissora Tupi

durante 17 anos (entre 1953 a 1970) Esse programa tinha como vinheta de abertura

a frase ldquoAqui fala o seu Repoacuterter Esso testemunha ocular da Histoacuteriardquo apresentado

por dois destacados locutores de raacutedio Kalil Filho e depois Gontijo Teodoro

Entre 1960 a 1964 a TV Excelsior revolucionou a televisatildeo brasileira

marcada principalmente com a introduccedilatildeo de dois programas de telejornalismo o

primeiro foi o ldquoTele Notiacuteciasrdquo que inovou com o ldquotoprdquo de cinco segundos e o ldquoJornal

de Vanguardardquo que revolucionou o conceito de noticiaacuterio (THELL sd)

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O ldquoJornal de Vanguardardquo foi lanccedilado em setembro de 1963 pelas matildeos

de Fernando Barbosa Lima e que se transformou em um show de notiacutecias uma

grande revoluccedilatildeo na linguagem e no espiacuterito do telejornalismo com muita

criatividade e inteligecircncia Ao inveacutes de buscar profissionais do raacutedio esse jornal

formou sua base por jornalistas que vinham da imprensa escrita entrava no ar por

volta das 22h30 ao vivo com muitos apresentadores Tinha desenhistas

humoristas comentaristas poliacuteticos comentarista internacional e cronistas Esse

jornal comeccedilou na TV Excelsior passou pela Tupi e pela Globo e foi morrer na TV

Rio em protesto pela censura imposta com o Ato Institucional n 5 (THELL sd)

Em setembro de 1969 a Rede Globo de Televisatildeo trouxe o ldquoJornal

Nacionalrdquo criado por Armando Nogueira que estreou em setembro daquele ano

com inuacutemeras inovaccedilotildees tecnoloacutegicas importadas dos EUA Rapidamente esse

programa tornou-se liacuteder de audiecircncia e referecircncia da imprensa nacional

apresentando reportagens em cores reportagens internacionais via sateacutelite e em

tempo real (ao vivo) seguindo um formato dos telejornais americanos (estilo de

linguagem narrativa e figura do repoacuterter)

Segundo Armando Nogueira diretor da Central Globo de Jornalismo agrave

eacutepoca da criaccedilatildeo do telejornal o Jornal Nacional foi pedra de toque de um projeto

muito ambiciosa que previa a geraccedilatildeo de uma programaccedilatildeo uniforme para todo o

Brasil de modo que a emissora fez largo uso da tecnologia iniciando o emprego dos

sateacutelites para a difusatildeo de notiacutecias e visando maior alcance de suas fontes nacionais

e internacionais (KOSMINSKY 2002)

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Mais tarde em 1977 a Globo Satildeo Paulo estreou um jornal de serviccedilo o

ldquoBom Dia Satildeo Paulordquo que permanece no ar nos dias atuais de segunda a sexta agraves

7h da manhatilde Vale destacar as novas tecnologias introduzidas como a UPJ

(Unidade Portaacutetil de Jornalismo) com repoacuterteres entrando ao vivo de vaacuterios pontos

da cidade transmitindo informaccedilotildees de serviccedilo como tempo tracircnsito movimentaccedilatildeo

da cidade aeroporto etc O sucesso foi tatildeo grande que em 1983 foi lanccedilado em rede

nacional o ldquoBom Dia Brasilrdquo que desde entatildeo vai ao ar logo apoacutes o ldquoBom Diardquo de

cada praccedila com o noticiaacuterio poliacutetico gerado em Brasiacutelia

Em 1988 foi lanccedilado o ldquoTJ Brasilrdquo pelo Sistema Brasileiro de Televisatildeo-

SBT tambeacutem inspirado no formato americano ao inovar com a emblemaacutetica figura

do acircncora Boris Casoy que saiu do jornal impresso e logo se acertou com a TV

conquistando seu espaccedilo e seu puacuteblico Em meados de 1997 Casoy assinou

contrato com a TV Record

Conforme Squirra (1994) em palestra realizada no II Congresso Brasileiro

de Jornalismo de Liacutengua Portuguecircs

ldquoO modelo ancorado com Boris Casoy foi colocado no ar em 1988 e desde o primeiro momento levou agraves residecircncias brasileiras um formato novo com um padratildeo de qualidade esteacutetica que definitivamente fugia daquele global que adotava cegamente as premissas de juventude e beleza para seus apresentadores de telejornais Que natildeo satildeo jornalistas por formaccedilatildeo profissional Boris Casoy neste particular tambeacutem representa um novo paradigma Aleacutem de ser jornalista sua identidade popular - tinha se tornado amplamente conhecido na TV a partir dos primeiros debates poliacuteticos como representante de um jornal impresso a Folha de SPaulo - seu carisma -soube explorar uma imagem segura independente e madura- e independecircncia televisivos -natildeo representava uma emissora de TV- propiciaram que ele viesse a ter respaldo para implantar um modelo ineacutedito no telejornalismo do paiacutes E trouxe aos lares um produto hiacutebrido na missatildeo de ancorar um telejornal a emissatildeo clara de opiniatildeo no ar ()rdquo

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No periacuteodo compreendido entre 1992 e 1993 o jornal de Boris Casoy

superou em audiecircncia o Jornal Nacional da Rede Globo de forma que 594 do

puacuteblico ABC estavam com o TJ Brasil

Tambeacutem integra a histoacuteria do telejornalismo no Brasil o ldquoJornal da Bandrdquo

exibido pela TV Bandeirantes desde 1997 igualmente influenciado pelos costumes

americanos apresentado inicialmente por Paulo Henrique Amorim com um estilo

forte e opinativo com informaccedilotildees exclusivas e ao vivo Atualmente esse telejornal

tem como acircncora o jornalista Carlos Nascimento (Mundo da TV sd)

Uma pesquisa realizada pelo Ibope em 1980 demonstrou que o

telejornalismo eacute a mais importante e acessiacutevel fonte de informaccedilatildeo da populaccedilatildeo

onde 73 do puacuteblico pesquisado tinham acesso agrave televisatildeo Os telejornais foram

identificados como o tipo de programa preferido por 874 dos homens e o segundo

preferido de 713 das mulheres Conforme mateacuteria publicada pela revista Exame

em agosto de 2002 a TV eacute hoje o uacutenico meio de informaccedilatildeo e entretenimento para

40 da populaccedilatildeo (GUROVITZ 2002 p 46-58)

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12 PROGRAMAS JORNALIacuteSTICOS NAS DIVERSAS EMISSORAS DE

TV

A seguir seratildeo listados os principais telejornais que foram ao ar pelas

diversas emissoras de televisatildeo do paiacutes

121 Rede Tupi

A partir de 1951 a Rede Tupi (19501980) exibia ldquoDiaacuterio de Satildeo Paulo na

TVrdquo ldquoEdiccedilatildeo Extrardquo e ldquoTelejornal Brahmardquo

Em 1952 apresentava o ldquoRepoacuterter Essordquo o ldquoTelejornal Tupirdquo e

ldquoTelenotiacutecias Panairrdquo

Em 1965 estreou ldquoUltra Notiacuteciasrdquo

Em 1979 um de seus uacuteltimos programas foi o ldquoAqui e Agorardquo com 6

horas de duraccedilatildeo e direccedilatildeo de Wilton Franco extinto no ano seguinte pelo governo

122 Rede Excelsior

A Rede Excelsior (19601964) estreou em 1960 o ldquoTele Notiacuteciasrdquo e em

1963 ldquoA Marcha do Mundordquo e o ldquoJornal da Vanguardardquo

123 TV Record

A TV Record (1953) inseriu em sua programaccedilatildeo na aacuterea de

telejornalismo diversos programas valendo destacar

- ldquoTempo de Notiacuteciasrdquo (1972)

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- ldquoCidade Alertardquo (1995)

- ldquoFala Brasil (1998)

- ldquoEdiccedilatildeo de Notiacuteciasrdquo (2003)

- ldquoTudo a Verrdquo (2004)

- ldquoRecord RJrdquo ldquoRecord SPrdquo e ldquoRio de Janeiro no Arrdquo (2005)

124 TV Cultura

Dentre os programas de telejornais introduzidos pela TV Cultura (1969)

vale destacar

- ldquoA Hora da Notiacuteciardquo (1972)

- ldquoConversa Afiadardquo (1999)

- ldquoMateacuteria Puacuteblicardquo (2002)

- ldquoBoletim Culturardquo e ldquoPrimeira Paacuteginardquo (2005)

125 TV Globo

No ar desde 1968 a TV Globo editou inuacutemeros programas

telejornaliacutesticos com destaque para

- ldquoTele Globordquo (1965)

- ldquoUltranotiacuteciasrdquo (1966)

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- ldquoJornal da Globordquo (1967)

- ldquoJornal Nacionalrdquo (1969)

- ldquoJornal Hojerdquo (1971)

- ldquoBom dia Satildeo Paulordquo (1977)

- ldquoJornal da Globordquo (1979)

- ldquoSPTVrdquo ldquoRJTVrdquo ldquoBom dia Brasilrdquo (1983)

- ldquoGlobo Notiacuteciardquo (2005)

126 TV Bandeirantes

Pela TV Bandeirantes no ar desde 1967 vale destacar os seguintes

telejornais

- ldquoTitulares da Notiacuteciardquo (1969)

- ldquoBand News na Bandrdquo e ldquoBrasil Urgenterdquo (2001)

- e ldquoPrimeiro Jornalrdquo (2005)

127 TV Gazeta

Mais recentemente a TV Gazeta (1970) levou ao ar

- o ldquoJornal Gazetardquo o ldquoMercadordquo e ldquoPrimeira Paacuteginasrdquo todos estreados

em 2001

20

- em 2002 introduziu o ldquoJornal Gazeta 2ordf ediccedilatildeordquo e

- em 2003 o ldquoGazeta On-linerdquo

128 SBT

O Sistema Brasileiro de Televisatildeo no ar desde 1981 tem na histoacuteria do

telejornalismo da emissora os seguintes programas

- ldquoNoticentrordquo (1981)

- ldquo24 Horasrdquo (1982)

- ldquoCidade 4rdquo (1986)

- ldquoTJ Brasilrdquo ldquoTJ Noiterdquo e ldquoTJ Satildeo Paulordquo (1988)

- ldquoJornal do SBTrdquo ldquoAqui e Agorardquo (1991)

- ldquoAqui Brasilrdquo (1993) ldquoSBT Notiacuteciasrdquo (1995)

- ldquoJornal do SBTCBS Telenotiacuteciasrdquo (1997)

- ldquoNotiacutecias do Diardquo e ldquoNoticidaderdquo (1998)

- ldquoTJ Manhatilderdquo (2001)

- ldquoSBT Brasilrdquo (2005) dentre outros

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13 O PERCURSO DO TELEJORNALISMO NOS ANOS 70

Em seu trabalho de dissertaccedilatildeo de mestrado defendido na Escola de

Comunicaccedilotildees e Artes da Universidade de Satildeo Paulo Antonio Reis Jr (2003) nos

mostra que no iniacutecio da deacutecada de 70 o campo cinematograacutefico sofreu dispersatildeo do

grupo de cineastas que integravam o Cinema Novo devido agrave repressatildeo poliacutetica poacutes

Ato Institucional n 5 em 1968 Com a criaccedilatildeo da Embrafilme em 1969 as novas

demandas do mercado cultural assim como o acirramento dos debates esteacuteticos

formou-se um novo quadro de atuaccedilatildeo para os cinegrafistas que se descortinou

com o esfacelamento do Cinema Novo com a expansatildeo da induacutestria cultural do

consumo dos bens simboacutelicos no paiacutes e com o surgimento de novos esquemas de

produccedilatildeo e projetos culturais

Nesse cenaacuterio de cerceamento controle e censura da produccedilatildeo cultural

diversos cineastas vislumbraram a possibilidade de trabalhar em algumas emissoras

de TV e como o telejornalismo foi o programa de maior impacto nesse meio de

comunicaccedilatildeo em massa surgiu assim o nosso repoacuterter cinematograacutefico

Desde sua primeira exibiccedilatildeo em rede nacional em 1ordm de setembro de

1969 o Jornal Nacional da Rede Globo apresentou um formato proacuteprio para

transmitir notiacutecias onde ldquoo telejornal era capaz de abordar no mesmo tom e com a

mesma inconsequumlecircncia notiacutecias banais e outras de extrema importacircncia para o

espectador conferindo um mesmo tratamento a fatos relevantes e irrelevantesrdquo Em

plena eacutepoca de ditadura tal fato revela a cumplicidade dessa emissora para com os

militares apresentando um telejornal com moderna engenharia eletrocircnica e que

adotava a maacutescara do paiacutes ldquoem desenvolvimentordquo do milagre econocircmico

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propagando imagens de um paiacutes com o povo bonito onde natildeo existia fome miseacuteria

pobreza

Contudo nesse mesmo periacuteodo surgiu a TV Cultura com a programaccedilatildeo

mais voltada para a realidade brasileira e que criou em 1972 o telejornal ldquoA Hora da

Notiacuteciardquo pobre em recursos mas combativo liacuteder de audiecircncia desta emissora

seguia em caminho inverso agraves fantasias institucionais e agrave alienaccedilatildeo dos noticiaacuterios

da eacutepoca

Em 1975 o jornalista Vladimir Herzog assumiu a direccedilatildeo da TV Cultura

apresentando proposta para tornar o telejornalismo em um instrumento de diaacutelogo

com o puacuteblico combatendo a atitude servil diante do governo com uma poliacutetica de

programaccedilatildeo visando objetivos prioritaacuterios relacionados com a realidade do puacuteblico

que pretendia atingir Poreacutem nesse mesmo ano Herzog foi preso interrogado

torturado e morto sucumbindo o projeto de renovaccedilatildeo do telejornalismo na TV

brasileira

Mas em seguida apesar de o Jornal Nacional manter estreita ligaccedilatildeo com

a ditadura surgiu na Rede Globo o Globo Repoacuterter originaacuterio da seacuterio Globo Shell ndash

o uacutenico programa da emissora produzido com material cinematograacutefico e que teve o

meacuterito de fazer passar informaccedilotildees boicotadas pelos demais telejornais ndash

caracterizado por abordar temas polecircmicos e questotildees sociais justamente em um

periacuteodo em que esses assuntos eram proibidos e vetados pela Censura Federal

Esse estilo despojado e independente de fazer documentaacuterios perdurou entre 1976

a 1983

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2 REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO

21 O PAPEL DO JORNALISTA

Nos dias de hoje o jornalista assim como outros profissionais de

imprensa enfrenta inuacutemeras dificuldades no mercado de trabalho ndash fato que exige

dele atenccedilatildeo para que se mantenha sempre atualizado e se preocupe com a

questatildeo da formaccedilatildeo e da qualificaccedilatildeo

De acordo com a Comissatildeo de Revisatildeo dos Registros de Jornalistas

Profissionais (Portaria MTb n 548 de 140695) todos os jornalistas profissionais do

paiacutes precisam efetuar a revisatildeo do seu Registro Profissional junto ao seu sindicato

para alterar o nuacutemero do Registro anotado na carteira de trabalho Tal procedimento

visa invalidar a grande quantidade de documentos irregulares

Na composiccedilatildeo alfanumeacuterica do novo registro seraacute adotada a sigla de

duas letras do alfabeto que identificam o Estado de origem seguida dos algarismos

a partir de 00001 e mais duas letras que qualificam a natureza da funccedilatildeo na qual o

jornalista foi registrado As letras qualificadoras da natureza da funccedilatildeo para titular

de registro funccedilatildeo de repoacuterter-cinematograacutefico eacute RC Exercer atividades de

jornalista com registro precaacuterio constitui crime de exerciacutecio ilegal da profissatildeo

(Sindicato dos Jornalistas 2006)

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Para ilustrar melhor o papel do jornalismo a seguir iremos elencar as

definiccedilotildees formuladas por diversos profissionais da aacuterea publicadas no site Enfato ndash

Comunicaccedilatildeo Empresarial (2006)

ldquoO jornalista eacute o(a) profissional que faz mais do que apenas reportar o que acontece ele(a) estabelece viacutenculos entre os fatos correntes e passados provocaestimula o raciociacutenio do telespectadorleitorouvinte e procura ainda extrair disso tudo alguma perspectiva que sinalize o futuro Sua atividade eacute ainda mais difiacutecil do que parece eacute indispensaacutevel que este(a) profissional desempenhe sua tarefa com absoluta noccedilatildeo de seus princiacutepios eacuteticos sem se deixar contaminar por influecircncias poliacuteticas ou interesses pessoais Soacute assim seu relato teraacute credibilidade ndash a uacutenica moeda de real valor para quem abraccedilou esta profissatildeo Aliaacutes natildeo eacute agrave toa que a classe de espiacuterito tatildeo nobre seja tatildeo vilipendiada por aqueles que detecircm o controle das empresas de comunicaccedilatildeordquo Claudio Lessa colunista do site Direto da Redaccedilatildeo

ldquoSer jornalista hoje eacute e cada vez seraacute mais permitir ao leitor entender os fatos muito mais do que simplesmente tomar conhecimento deles Durante deacutecadas ser jornalista era correr atraacutes de furo dar informaccedilotildees sobre um fato que era desconhecido de todos Eu acho que hoje o nosso desafio estaacute em permitir que o leitor entenda os fatos pois existe uma avalanche de informaccedilotildeesrdquo Eugecircnio Esber diretor de redaccedilatildeo da revista Amanhatilde (RS)

ldquoO bom jornalista eacute aquele que eacute criativo investigador objetivo estaacute sempre informado mergulha com profundidade nos assuntos e acima de tudo tem a eacutetica como sua religiatildeordquo Fernando Barbosa Lima editor da FBL Criaccedilatildeo e Produccedilatildeo (RJ)

ldquoTenho a impressatildeo de que ser jornalista diante da tamanha complexidade do universo da Comunicaccedilatildeo eacute ter a capacidade de melhor organizar e selecionar a quantidade crescente da informaccedilatildeo defendendo o que haacute de mais essencial primado da verdade Lembro do que dizia Claudio Abramo de que a funccedilatildeo do jornalista eacute buscar a verdade camuflada atraacutes da verdade aparente Acho que essa tarefa eacute o grande diferencial que determinaraacute o sucesso profissionalrdquo Fernando Salerno diretor da Associaccedilatildeo Paulista de Jornais e do diaacuterio Valeparaibano (SP)

ldquoSer jornalista hoje eacute o mesmo que ontem e presumo o mesmo que amanhatilde O jornalista tem a funccedilatildeo de informar mais do que formar No meu entendimento hoje haacute muitos jornalistas mais preocupados em formar do que em informar Em outras palavras eacute muita opiniatildeo e pouca informaccedilatildeo Entendo ainda que eacute um trabalho muito importante para garantir a transparecircncia das sociedadesrdquo Flaacutevio Portela gerente de jornalismo da raacutedio Guaiacuteba (RS)

ldquoTenho orgulho de ser jornalista Essa funccedilatildeo eacute cada vez mais importante desde que seja acompanhada de eacutetica e

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responsabilidade Cada vez mais a miacutedia tem credibilidade Graccedilas ao jornalista e a essa possibilidade de informaccedilatildeo raacutepida e global eacute que aproximamos o mundordquo Lucia Leme apresentadora do programa Olhar 2005 da TVE-RJ

ldquoA profissatildeo natildeo perdeu o encanto embora os predadores empresariados tenham feito de tudo para desencantaacute-la e diminuiacute-lardquo Luiacutes Recena editor executivo da Tribuna do Brasil (DF)

ldquoSer jornalista eacute saber passar informaccedilotildees ao grande puacuteblico eacute saber defender a sociedade atraveacutes dos jornais e procurar saber o que ela procura e onde precisa ser ajudadardquo Maria Eugecircnia Labouriau assessora de imprensa do Inmetro

ldquoA funccedilatildeo principal do jornalista eacute ser a oposiccedilatildeo diante das instituiccedilotildees incluindo Judiciaacuterio o Estado todo mundo Os jornalistas satildeo os fiscalizadores da sociedaderdquo Nando Gross apresentador da Raacutedio Gauacutecha AM (RS)

ldquoEacute como jogar nas 11 posiccedilotildees do campo Natildeo existe mais jornalista pelo menos aqui no interior do Rio Grande do Norte especialista Todos acabam tendo que cumprir todas as funccedilotildees Somos mais que polivalentes jaacute que estamos num jornal do interiorrdquo Pedro Carlos Lopes Pinheiro diretor de Redaccedilatildeo do jornal O Mossoroense (RN)

ldquoSer jornalista hoje eacute ter perseveranccedila vontade e amor pela profissatildeo jaacute que os jornalistas ganham mal e natildeo haacute incentivos para a realizaccedilatildeo do trabalhordquo Raimundo Afonso Gomes presidente do Sindicato dos Jornalistas do Acre

ldquoHoje e sempre ser jornalista eacute tentar ser uma testemunha do seu tempo Essa eacute nossa humilde tarefa Natildeo eacute ser juiz promotor Atualmente temos uma tendecircncia de julgar e ateacute condenar Quanto mais complexa a sociedade mais se exige esse papel do jornalistardquo Zuenir Ventura colunista de O Globo (RJ)

A exemplo de outras profissotildees regulamentadas pela legislaccedilatildeo vigente

em nosso paiacutes ou reconhecidas pelo mercado formal de trabalho a atividade

jornaliacutestica deve seguir preceitos eacuteticos especiacuteficos com a finalidade de preservar o

atendimento do interesse puacuteblico e o direito agrave informaccedilatildeo existente em uma

sociedade democraacutetica

Com referecircncia agrave elaboraccedilatildeo da notiacutecia segundo Eliane Mendonccedila (sd)

ldquoa notiacutecia eacute o resultado de diversas lsquovozesrsquo que o jornalista precisou ouvir interpretar

e sintetizar de forma a tornaacute-lo acessiacutevel ao grande puacuteblicordquo Com base nessa

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assertiva pode-se dizer que o jornalista eacute o profissional que tem como ofiacutecio a

responsabilidade de reconstruir os fatos levando em conta todos os conceitos a que

teve acesso durante a apuraccedilatildeo da mateacuteria E se eacute assim a notiacutecia nunca teraacute um

uacutenico autor visto que a mateacuteria jornaliacutestica traz em seu bojo inuacutemeras versotildees do

mesmo assunto cada um de um personagem (fonte) diferente

Note-se que ainda que o jornalista natildeo seja o uacutenico autor do que escreve

cabe a ele a funccedilatildeo de equilibrar o texto a ponto de ser fiel a tudo o que ouviu

procurando transmitir a informaccedilatildeo da forma mais clara possiacutevel a fim de que possa

ser compreendida por todo o tipo de leitor

Outro ponto a se considerar como bem explica Eliane Mendonccedila (sd)

refere-se ao fato de que um mesmo assunto se apresenta ao puacuteblico sob diferentes

enfoques quando transmitido em diferentes veiacuteculos de comunicaccedilatildeo Isto ocorre

porque ao contraacuterio do que ensina os antigos manuais do jornalismo o jornalista

natildeo eacute imparcial e acaba embutindo na notiacutecia um pouco de sua vivecircncia pessoal

sua opiniatildeo sobre o assunto seus preconceitos aleacutem de ter que levar em

consideraccedilatildeo as normas as orientaccedilotildees e a postura da empresa para a qual

trabalha

Segundo o Departamento de Comunicaccedilatildeo e Turismo da Universidade

Federal da Paraiacuteba (UFPB 2006) a sociedade espera que o jornalista exerccedila o

seguinte papel

- Auxiliar a populaccedilatildeo a tomar decisotildees coletivas favoraacuteveis ao bem comum - Enriquecer culturalmente a sociedade - Responsabilizar-se pelas informaccedilotildees que divulga e consequumlecircncias delas - Colaborar para o fortalecimento da cidadania

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- Discernir entre o que tem caraacuteter construtivo para a sociedade - Propagar iniciativas conhecimentos e teacutecnicas que possam ser reproduzidas de forma a contribuir para o bem estar social - Distinguir e denunciar atitudes que sejam lesivas agrave sociedade

O jornalista ndash seja ele o repoacuterter o fotoacutegrafo o cinegrafista o redator o

editor o chefe de reportagem enfim ndash deve estar consciente da importacircncia do seu

trabalho para a construccedilatildeo da cidadania e de uma sociedade igualitaacuteria

Como bem observa Maristela Alves Leitatildeo (2005) os profissionais de

jornalismo desempenham um importante papel nas transformaccedilotildees soacutecio-poliacuteticas

nas uacuteltimas deacutecadas constituindo os ldquoguardiotildees dos direitos humanosrdquo durante a

transiccedilatildeo da ditadura militar para o regime democraacutetico Atualmente a preocupaccedilatildeo

tem sido lutar contra a corrupccedilatildeo e a favor da cidadania visando a conscientizaccedilatildeo

da populaccedilatildeo em relaccedilatildeo aos seus direitos e obrigaccedilotildees

A mateacuteria jornaliacutestica consiste na reconstruccedilatildeo de dada realidade que

cerca um fato recente efetuada pelo profissional da aacuterea a partir da tomada de

depoimentos de pessoas que participaram ou estatildeo inseridas no contexto apurado

Essas pessoas a serem entrevistas natildeo devem ser selecionadas de maneira fortuita

apenas seratildeo inquiridas aquelas que possam dispor de dados estritamente

importantes e possuir competecircncia reconhecida para referir-se ao assunto em

questatildeo Uma das habilidades mais valorizadas na profissatildeo inclusive eacute aquela de

pesquisar e encontrar as fontes mais adequadas considerando-se a expectativa do

puacuteblico de receber informaccedilatildeo qualificada (Rothberg 2006)

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Comparando-se o jornalismo impresso com o televisivo este uacuteltimo leva

clara vantagem por ser meio mais atraente ao disponibilizar uma dinacircmica

audiovisual

22 O REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO

O repoacuterter cinematograacutefico eacute aquele profissional que executa serviccedilos

referentes ao mercado de radiodifusatildeo mais especificamente em TV atuando como

assistente ou teacutecnico na aacuterea de produccedilatildeo em meios de comunicaccedilatildeo Dentre suas

atividades vale destacar pesquisa anaacutelise e interpretaccedilatildeo das possibilidades

riacutetmicas estruturais e associadas do encontro entre imagem e som aleacutem de

executar e manter os equipamentos de aacuteudio e iluminaccedilatildeo e cacircmeras de TV (Nova

Faetec 2006)

No Brasil o curso profissionalizante de repoacuterter cinematograacutefico tem ainda

niacutevel teacutecnico com duraccedilatildeo de trecircs anos sendo exigido como preacute-requisito a

conclusatildeo do ensino meacutedio ou fundamental

No Rio de Janeiro foi criada em 16 de fevereiro em 1946 a ARFOC -

Associaccedilatildeo Profissional de Repoacuterteres Fotograacuteficos e Cinematograacuteficos do Brasil

que consiste em uma associaccedilatildeo profissional e cultural destituiacuteda de caraacuteter poliacutetico-

partidaacuterio e sem fins lucrativos nos termos do Decreto n 1229 de 09101962 cujo

objetivo eacute incentivar aperfeiccediloar valorizar e defender a profissatildeo e os fotojornalistas

e a aplicaccedilatildeo da imagem ao jornalismo (ARFOC 2006)

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Segundo Joseacute Alves Filho (2005) presidente da ARFOC-PI existe uma

falta de reconhecimento ateacute por parte dos proacuteprios colegas de trabalho em relaccedilatildeo

ao trabalho do repoacuterter cinematograacutefico Eacute uma injusticcedila visto que uma boa

reportagem de TV depende mais do registro do repoacuterter cinematograacutefico ndash fruto de

sua persistecircncia coragem e sensibilidade ndash do que do repoacuterter produtor ou editor

Essa falta de reconhecimento se reflete no dia-a-dia principalmente por

parte dos chefes de redaccedilatildeo que nunca estimulam os repoacuterteres cinematograacuteficos a

participarem da discussatildeo da pauta que iratildeo cumprir Com isso eles acabam se

afastando das redaccedilotildees desestimulados a participarem do processo Por parte dos

colegas jornalistas haacute um preconceito intelectual ainda que velado em relaccedilatildeo aos

colegas da ldquolinha de frenterdquo os ditos repoacuterteres cinematograacuteficos forjados pela

ldquofaculdade da vidardquo sem chance de discutir teoria nos bancos universitaacuterios

Partindo-se da premissa de que a imagem eacute o uacutenico item imprescindiacutevel

da TV natildeo haacute justificativa para o fato de que o salaacuterio dos bons cinegrafistas natildeo

chegam nem na metade do salaacuterio dos repoacuterteres haacute vinte anos atraacutes o salaacuterio

desses profissionais se equiparavam

Para Antonio Brasil (2004)

() se existe uma classe de jornalistas que sempre sofreu enormes injusticcedilas e discriminaccedilotildees eacute sem duacutevida o segmento dos cinegrafistas de TV Hoje satildeo chamados de lsquorepoacuterteres cinematograacuteficosrsquo Para mim deveriam ser simplesmente lsquojornalistasrsquo Mas como costumam ter origem humilde e natildeo podem pagar pelos lsquodiplomasrsquo satildeo considerados jornalistas de segunda classe Natildeo precisam passar no miacutenimo quatro anos pagando caro para as faacutebricas de jornalistas e ningueacutem parece se importar muito com isso Mas os cinegrafistas ou repoacuterteres cinematograacuteficos merecem o nosso apoio e respeito Lutam pelo reconhecimento da profissatildeo enquanto lsquojornalistasrsquo de verdade Recusam-se a serem meros

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lsquoapecircndicesrsquo na vida dos repoacuterteres e nas decisotildees dos nossos editores de telejornalismo

Infelizmente ainda persiste o conflito entre os profissionais da palavra e

os jornalistas da imagem Brasil (2004) experiente na profissatildeo muitas vezes

sentiu na pele os efeitos de atitudes arrogantes e discriminatoacuterias mesmo de

repoacuterteres receacutem-formados - o que demonstra que essa arrogacircncia sem

fundamento eacute cultural beira o preconceito social ou ldquoracismordquo E geralmente satildeo os

velhos cinegrafistas que acabam por ensinar a esses jovens os primeiros passos da

profissatildeo

Eacute certo que no meio televisivo as imagens constituem elemento chave

da mateacuteria do repoacuterter satildeo elas que datildeo suporte agrave narrativa cronoloacutegica do

acontecimento Cumpre ressaltar que tal qual o repoacuterter o cinegrafista tem como

objetivo registrar o acontecimento e fazer com que o mesmo chegue ao ar Daiacute a

importacircncia de recomendar aos alunos do telejornalismo que cinegrafista natildeo deve

ser vigiado nem precisa ser orientado

Repoacuterter e cinegrafista satildeo colegas de jornalismo isto eacute ambos satildeo

jornalistas Natildeo eacute porque o cinegrafista geralmente tem origem simples gestos

humildes e carrega peso que deixa de ser jornalista Ganha o repoacuterter despido

desse preconceito pois se dispotildee a assimilar os segredos da profissatildeo ensinados

pelos cinegrafistas e compartilhando com respeito os objetivos da reportagem

recebem valiosas dicas praacuteticas

Brasil (2004) desabafa

31

Os jovens de boa aparecircncia - condiccedilatildeo dispensaacutevel mas que parece ser obrigatoacuteria em nossos telejornais - saem das universidades natildeo sabem quase nada de telejornalismo Buscam na TV o sonho de sucesso e fama A maioria desses jovens natildeo teve a oportunidade aprender a praacutetica da profissatildeo Eles satildeo selecionados em processos meio nebulosos e certamente pouco transparentes Se tornam repoacuterteres de TV e tem que aprender as teacutecnicas peculiares da profissatildeo na marra No entanto satildeo os velhos cinegrafistas - profissionais humildes e experientes que costumam ensinar os primeiros passos Os cinegrafistas tambeacutem satildeo colegas leais Aleacutem de ensinarem telejornalismo de verdade tambeacutem fazem questatildeo de ocultar os erros dos neoacutefitos Os editores jamais percebem as inuacutemeras passagens que os cinegrafistas providencialmente apagam das fitas e da nossa memoacuteria Alguns desses neoacutefitos natildeo eram tatildeo jovens Muitos profissionais da imprensa fizeram a transiccedilatildeo para os encantos da TV graccedilas agrave boa vontade de velhos cinegrafistas

Ao inveacutes de se sentirem agradecidos muitos desses colegas se recusam

a aceitar que aqueles sujeitos simples satildeo tambeacutem jornalistas e que aleacutem de

compartilhar os objetivos da reportagem ensinam agrave nova geraccedilatildeo de jornalistas de

TV inuacutemeras dicas profissionais

Natildeo bastasse esse desrespeito com o profissional de imagem ele ainda

estaacute sujeito a sofrer seacuterios riscos inerentes agrave proacutepria profissatildeo aleacutem de graves

problemas de sauacutede ao utilizar equipamentos pesados e obsoletos e enfrentar um

ritmo estressante de trabalho repetitividade de tarefas longas jornadas e condiccedilotildees

precaacuterias de trabalho

Daiacute a importacircncia de apoiar a luta desses profissionais de imagem que

buscam o creacutedito e o respeito merecidos Eacute uma questatildeo natildeo apenas de direito

mas de reconhecimento Tambeacutem eacute importante observar e condenar as possiacuteveis

represaacutelias aos profissionais que buscam esse reconhecimento

32

Brasil (2004) faz uma comparaccedilatildeo entre os cinegrafistas da Inglaterra e

os do Brasil Enquanto entre noacutes os profissionais lutam pela sobrevivecircncia

aprendem tudo sem qualquer tipo de treinamento especiacutefico e para garantir os seus

direitos devem permanecer anocircnimos na Inglaterra a escola de cinegrafistas da

BBC possibilita a esses profissionais facilidades teacutecnicas um bom sistema de

promoccedilatildeo e cargos Para a promoccedilatildeo dentro da proacutepria categoria os cinegrafistas

ingleses satildeo regularmente enviados ao interior daquele paiacutes para conhecerem as

novas tecnoloacutegicas e teacutecnicas profissionais visando com isso tambeacutem fortalecer os

laccedilos corporativos

33

3 CURSO SUPERIOR PARA FORMACcedilAtildeO DE PROFISSIONAIS DA

AacuteREA

31 DESVALORIZACcedilAtildeO DA PROFISSAtildeO

Como outras inuacutemeras profissotildees tambeacutem o jornalista enfrenta crise no

seu acircmbito de trabalho Para superar a concorrecircncia garantir o seu emprego e

valorizar sua profissatildeo o jornalista de modo geral precisa especializar-se em

determinadas aacutereas e atualizar-se academicamente No mercado atual esse

profissional tem que lidar com o aumento de responsabilidade com o acuacutemulo de

funccedilotildees nas redaccedilotildees aleacutem de ser em geral mal remunerado e sofrer com o

constante risco de ser demitido

Conforme aponta Noblat (2003 p 36)

Exige-se do candidato a uma vaga nas redaccedilotildees que seja profissional completo e polivalente Ele tem de dominar todas as teacutecnicas para o exerciacutecio da profissatildeo manejar os instrumentos capazes de ajudaacute-lo a fazer o melhor trabalho e ter a niacutetida compreensatildeo do seu papel de jornalista multimiacutedia

Em plena era de globalizaccedilatildeo as perspectivas natildeo satildeo as melhores Tem

razatildeo Dizard Jr (2000 p 21) ao afirmar que uma das poucas certezas com que os

novos profissionais de miacutedia podem contar futuramente eacute que teratildeo que lidar com o

impacto das mudanccedilas tecnoloacutegicas e com a intensificaccedilatildeo da demanda por maior

envolvimento intelectual e habilitaccedilatildeo acadecircmica

34

Para o repoacuterter cinematograacutefico e supervisor de cinegrafia da rede Globo

Heacutelio Alvarez concorda que a profissatildeo do repoacuterter cinematograacutefico e fotoacutegrafo eacute

desvalorizada e isto se deve segundo ele ao fato de que a valorizaccedilatildeo profissional

na atualidade se daacute por meio da educaccedilatildeo Enquanto os repoacuterteres geralmente

passaram por uma faculdade e vecircm de uma classe social mais alta os que

trabalham como repoacuterter cinematograacutefico em sua maioria satildeo aqueles que iniciam

carreira fazendo algum trabalho na televisatildeo sendo poucos os que comeccedilam no

jornalismo ndash o que acaba por desvalorizar a funccedilatildeo (Canal da imprensa sd)

32 REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO Eacute JORNALISTA

Noacutes uacuteltimos anos haacute um movimento que luta pelo reconhecimento do

repoacuterter cinematograacutefico como jornalista Duas recentes decisotildees nos tribunais do

paiacutes passaram a reconhecer os direitos desse profissional confirmando as teses

defendidas pela FENAJ (Federaccedilatildeo Nacional dos Jornalistas) e pelos sindicatos de

jornalistas

No ano passado o Tribunal Superior do Trabalho (TST) manteve decisatildeo

do Tribunal Regional do Trabalho do Rio Grande do Sul (TRT da 4ordf Regiatildeo) que

enquadrou como Jornalista um repoacuterter-cinematograacutefico que trabalhou na RBS TV

Santa Rosa Ltda Esse profissional tanto acompanhava repoacuterteres na produccedilatildeo de

reportagens jornaliacutesticas como tambeacutem saiacutea agraves ruas sozinho para produzir

reportagens estabelecidas em pautas previamente solicitadas pelo chefe de

redaccedilatildeo

35

A RBS seguindo a praacutetica infelizmente bastante comum entre as

empresas de televisatildeo sustentava que o trabalhador devia ser enquadrado como

radialista na tentativa de pagar um salaacuterio menor ao profissional uma vez que o

piso de radialista eacute inferior ao de jornalista Outra desvantagem para o profissional eacute

que os radialistas trabalham 8 horas diaacuterias ao contraacuterio de jornalistas que atuam 5

horas por dia O excesso de carga de trabalho vem trazendo problemas de sauacutede

para diversos repoacuterteres cinematograacuteficos enquadrados como radialistas

A Justiccedila do Trabalho firmou decisatildeo no sentido de que o fato de estar

acompanhado de repoacuterter natildeo retira do repoacuterter-cinematograacutefico a condiccedilatildeo de

Jornalista O profissional gauacutecho receberaacute as devidas diferenccedilas salariais retroativas

a 16 de junho de 1998 data que o prejudicado obteve seu registro de jornalista

profissional no Ministeacuterio do Trabalho (Espaccedilo Vital 2005)

Com essa decisatildeo passou a ser possiacutevel que os repoacuterteres

cinematograacuteficos encaminhem agraves Delegacias Regionais do Trabalho pedidos de

enquadramento como jornalistas Aliaacutes os proacuteprios sindicatos devem encaminhar

pedidos de fiscalizaccedilatildeo nas empresas para verificar o enquadramento dos repoacuterteres

cinematograacuteficos

Outro julgamento favoraacutevel ao profissional da aacuterea em comento conforme

divulgaccedilatildeo do FENAJ (2005) refere-se agrave decisatildeo da Terceira Turma do Superior

Tribunal de Justiccedila (STJ) que reconheceu os direitos do repoacuterter fotograacutefico Claacuteudio

Alves Pereira de receber indenizaccedilatildeo por danos materiais e morais devido agraves

inuacutemeras vezes em que o Jornal de Brasiacutelia republicou fotos suas sem creacutedito apoacutes

a sua demissatildeo em julho de 1990

36

Conforme o escritor portuguecircs Pierre Ganz (ANTONIO CARLOS) o

jornalista-repoacuterter de imagens eacute antes de qualquer coisa eacute um jornalista como os

outros Deve saber preparar a sua reportagem efetuaacute-la escrever o seu comentaacuterio

sobre imagens A diferenccedila reside no fato de ele substituir na maioria das vezes a

esferograacutefica pela cacircmera de filmar

Uma cacircmera que ele deveraacute dominar bem mas tambeacutem com a qual vai escrever uma histoacuteria os planos substituindo entatildeo as palavras Uma sintaxe toma o lugar da outra Os teacutecnicos de som de iluminaccedilatildeo e de montagem satildeo-lhe familiares Pode em alguns casos trabalhar sozinho Egrave cada vez mais frequumlente partir em reportagem ou em grande reportagem com equipe reduzida acompanhada apenas por jornalista redator

Eacute mesmo verdade que no meio televisivo uma boa imagem por vezes

substitui um bom texto e ateacute o dispensa Natildeo eacute possiacutevel por exemplo imaginar nos

dias de hoje um noticiaacuterio sobre guerra sem que sejam mostradas imagens E

muitas vezes inspirados nas imagens que os jornalistas produzem seus textos

Sem duacutevida a funccedilatildeo do repoacuterter cinematograacutefico eacute de vital importacircncia

para o jornalismo Uma saiacuteda bastante praacutetica para solucionar o problema desses

profissionais no que se refere agrave ausecircncia de cursos de graduaccedilatildeo seria incluir uma

cadeira sobre o assunto nos cursos de jornalismo Com isso os profissionais da

aacuterea e os interessados em abraccedilar a profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico se

sentiriam motivados a ingressar numa faculdade e quem sabe assim esse

preconceito absurdo seria definitivamente eliminado pondo fim ao estigma de ser

apenas um coadjuvante na confecccedilatildeo da notiacutecia

37

CONCLUSAtildeO

Num momento em que o mundo passa por tantas transformaccedilotildees

decorrentes da evoluccedilatildeo tecnoloacutegica da era da informaccedilatildeo e da globalizaccedilatildeo da

economia o jornalismo profissional ndash seacuterio e bem documentado - ganha relevo em

sua missatildeo de informar opinar e entreter a sociedade em seu cotidiano

A televisatildeo nos dias contemporacircneos pode transmitir ao puacuteblico muito

mais do que o fazia quando foi criada A novidade surgiu em 1923 nos Estados

Unidos e se tornou conhecida no Brasil nos anos 50 De iniacutecio apenas uma

finiacutessima parcela da populaccedilatildeo tinha acesso ao produto e tempos depois

transformou-se num poderoso meio de comunicaccedilatildeo em massa

Para fazer o telejornalismo eacute necessaacuterio uma equipe formada de repoacuterter

cinegrafista redator fotoacutegrafo editor teacutecnicos de som de iluminaccedilatildeo e de

montagens

Diante do exposto natildeo resta duacutevidas de que o repoacuterter cinematograacutefico eacute

antes de qualquer coisa jornalista como os outros Ele deve saber preparar a sua

reportagem efetuaacute-la escrever o seu comentaacuterio sobre imagens

Se eacute certo que ele substitui a esferograacutefica pela cacircmera de filmar tambeacutem

eacute verdade que por meio dela ele escreve uma histoacuteria A diferenccedila eacute que substitui

as palavras pelas imagens que seus olhos treinados conseguem captar

38

Em muitas situaccedilotildees o repoacuterter cinematograacutefico acumula as funccedilotildees dos

teacutecnicos de iluminaccedilatildeo som e montagem trabalhando somente com o jornalista

redator E eacute com base nas imagens captadas que os jornalistas produzem seus

textos

Muitas vezes os cinegrafistas produzem imagens tatildeo impressionantes

que eacute difiacutecil para o jornalista descrevecirc-las com palavras podendo surgir eventuais

conflitos entre os dois

Neste contexto a presente monografia procurou enfocar a importacircncia

deste profissional que para ser reconhecido por seus pares e tambeacutem para ter

oportunidade de aumentar seus conhecimentos e aperfeiccediloar suas teacutecnicas

necessita que seja inserida uma cadeira sobre sua aacuterea nos cursos de graduaccedilatildeo

de jornalismo

Para serem admitidos como jornalistas pelas televisotildees profissionais

exige-se formaccedilatildeo acadecircmica em jornalismo Haacute aqui um paradoxo visto que a

profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico tem sua funccedilatildeo regulamentada pelo Decreto

Lei n 83284 de 13 marccedilo de 1969 que atribui normas para o exerciacutecio da profissatildeo

de jornalista e segundo o qual o repoacuterter cinematograacutefico estaacute inserido como

jornalista que capta imagens para fins jornaliacutesticos

Note-se que a partir do momento em que os cursos de jornalismo

incluiacuterem uma cadeira voltada para a reportagem cinematograacutefica todos os que se

formarem no curso e optarem por esse caminho notadamente seratildeo reconhecidos

como jornalistas

39

Haacute que se considerar a questatildeo dos antigos profissionais da aacuterea

aqueles que conhecem tudo sobre a profissatildeo e conforme dito no decorrer da

presente costumam ensinar os receacutem-formados no iniacutecio de suas carreiras

Eacute injusta a falta de reconhecimento desses profissionais

Tal situaccedilatildeo demonstra que o preconceito em relaccedilatildeo a eles faz parte de

uma cultura arraigada entre os proacuteprios colegas de profissatildeo e que acaba se

estendendo pelos bancos acadecircmicos e que precisa ser trabalhada desmistificada

pois natildeo tem razatildeo de existir

40

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documentaccedilatildeo trabalhos acadecircmicos apresentaccedilatildeo Rio de Janeiro 2002

ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE NORMAS TEacuteCNICAS NBR 6023 informaccedilatildeo e

documentaccedilatildeo elaboraccedilatildeo Rio de Janeiro 2002

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Associaccedilatildeo Profissional de Repoacuterteres Fotograacuteficos e Cinematograacuteficos do Brasil

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45

ANEXO I ndash DECRETO Nordm 83284 DE 13 DE MARCcedilO DE 1979

PROFISSAtildeO DE JORNALISTA

Daacute nova regulamentaccedilatildeo ao Decreto-lei nordm 972 de 17 de outubro de 1969 que dispotildee sobre o exerciacutecio da profissatildeo de Jornalista em decorrecircncia das alteraccedilotildees introduzidas pela Lei nordm 6612 de 7 de dezembro de 1978

O Presidente da Repuacuteblica usando da atribuiccedilatildeo que lhe confere o art 81 item

III da Constituiccedilatildeo decreta

Art 1ordm Eacute livre em todo territoacuterio nacional o exerciacutecio da profissatildeo de Jornalista aos que satisfazerem as condiccedilotildees estabelecidas neste Decreto

Art 2ordm A profissatildeo de Jornalista compreende privativamente o exerciacutecio habitual e remunerado de qualquer das seguintes atividades

I - redaccedilatildeo condensaccedilatildeo titulaccedilatildeo interpretaccedilatildeo correccedilatildeo ou coordenaccedilatildeo de mateacuteria a ser divulgada contenha ou natildeo comentaacuterio

II - comentaacuterio ou crocircnica pelo raacutedio ou pela televisatildeo III - entrevista inqueacuterito ou reportagem escrita ou falada IV - planejamento organizaccedilatildeo direccedilatildeo e eventual execuccedilatildeo de serviccedilos

teacutecnicos de Jornalismo como os de arquivo ilustraccedilatildeo ou distribuiccedilatildeo graacutefica de mateacuteria a ser divulgada

V - planejamento organizaccedilatildeo e administraccedilatildeo teacutecnica dos serviccedilos de que trata a aliacutenea ldquoardquo

VI - ensino de teacutecnicas de Jornalismo VII - coleta de notiacutecias ou informaccedilotildees e seu preparo para divulgaccedilatildeo VIII - revisatildeo de originais de mateacuteria jornaliacutestica com vistas agrave correccedilatildeo

redacional e agrave adequaccedilatildeo da linguagem XIX - organizaccedilatildeo e conservaccedilatildeo de arquivo jornaliacutestico e pesquisa dos

respectivos dados para a elaboraccedilatildeo de notiacutecias X - execuccedilatildeo de distribuiccedilatildeo graacutefica de texto fotografia ou ilustraccedilatildeo de

caraacuteter jornaliacutestico para fins de divulgaccedilatildeo XI - execuccedilatildeo de desenhos artiacutesticos ou teacutecnicos de caraacuteter jornaliacutestico para

fins de divulgaccedilatildeo Art 3ordm Considera-se empresa jornaliacutestica para os efeitos deste Decreto-lei

aquela que tenha como atividade a ediccedilatildeo de jornal ou revista ou a distribuiccedilatildeo de noticiaacuterio com funcionamento efetivo idoneidade financeira e registro legal

sect 1ordm Equipara-se agrave empresa jornaliacutestica a seccedilatildeo ou serviccedilo de empresa de radiofusatildeo televisatildeo ou divulgaccedilatildeo cinematograacutefica ou de agecircncia de publicidade onde sejam exercidas as atividades previstas no artigo 2ordm0

sect 2ordm A entidade puacuteblica ou privada natildeo jornaliacutestica sob cuja responsabilidade se editar publicaccedilatildeo destinada a circulaccedilatildeo externa estaacute obrigada ao cumprimento deste decreto relativamente aos jornalistas que contratar

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Art 4ordm O exerciacutecio da profissatildeo de jornalista requer preacutevio registro no oacutergatildeo regional do Ministeacuterio do Trabalho que se faraacute mediante a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash diploma de curso de niacutevel superior de Jornalismo ou de Comunicaccedilatildeo Social habilitaccedilatildeo Jornalismo fornecido por estabelecimento de ensino reconhecido na forma da lei para as funccedilotildees relacionadas nos itens I a IV do artigo 11

IV ndash Carteira de Trabalho e Previdecircncia Social

Paraacutegrafo uacutenico ndash Aos profissionais registrados exclusivamente para o exerciacutecio das funccedilotildees relacionadas nos itens VII a XI do artigo 11 eacute vedado o exerciacutecio das funccedilotildees constantes nos itens I a VII do mesmo artigo

Art 5ordm O Ministeacuterio do Trabalho concederaacute desde que satisfeitas as exigecircncias constantes neste Decreto registro especial ao

I ndash colaborador assim entendido aquele que mediante remuneraccedilatildeo e sem relaccedilatildeo de emprego produz trabalho de natureza teacutecnica cientiacutefica ou cultural relacionando com a sua especializaccedilatildeo para ser divulgado com o nome e qualificaccedilatildeo do autor

II ndash funcionaacuterio puacuteblico titular de cargo cujas atribuiccedilotildees legais coincidam com as mencionadas no artigo 2ordm

III ndash provisionado

Paraacutegrafo uacutenico ndash O registro de que tratam os itens I e II deste artigo natildeo implica o reconhecimento de quaisquer direitos que decorram da condiccedilatildeo de empregado nem no caso do item II dos resultantes do exerciacutecio privado e autocircnomo da profissatildeo

Art 6ordm Para o registro especial de colaborador eacute necessaacuteria a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash declaraccedilatildeo de empresa jornaliacutestica ou que a ela seja equiparada informando do seu interesse pelo registro de colaborador do candidato onde conste a sua especializaccedilatildeo remuneraccedilatildeo contratada e pseudocircnimo se houver

Art 7ordm Para o registro especial de funcionaacuterio puacuteblico titular de cargo cujas atribuiccedilotildees legais coincidam com as mencionadas no artigo 2ordm eacute necessaacuterio a apresentaccedilatildeo de ato de nomeaccedilatildeo ou contrataccedilatildeo para cargo ou emprego com aquelas atribuiccedilotildees aleacutem do cumprimento do que estabelece o artigo 4ordm

Art 8ordm Para o registro especial de provisionado eacute necessaacuterio a apresentaccedilatildeo de

47

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash declaraccedilatildeo fornecida pela empresa jornaliacutestica ou que a ela seja equiparada na qual conste a funccedilatildeo a ser exercida e o salaacuterio correspondente

IV ndash diploma de curso de niacutevel superior ou certificado de ensino de 2ordm grau fornecido por estabelecimento de ensino reconhecido na forma da lei para as funccedilotildees relacionadas nos itens I a VII do artigo 11

V ndash declaraccedilatildeo fornecida pela entidade sindical representativa da categoria profissional com base territorial abrangendo o municiacutepio no qual o provisionado iraacute desempenhar suas funccedilotildees de que natildeo haacute jornalista associado do Sindicato domiciliado naquele municiacutepio disponiacutevel da contrataccedilatildeo

VI ndash Carteira de Trabalho e Previdecircncia Social

sect 1ordm A declaraccedilatildeo de que trata o item V deveraacute ser fornecida pelo Sindicato ao interessado no prazo de 3 dias uacuteteis

sect 2ordm Caso exista profissional domiciliado no municiacutepio disponiacutevel para contrataccedilatildeo o Sindicato comunicaraacute tal fato ao Ministeacuterio do Trabalho no mesmo prazo de 3 dias a contar do pedido de fornecimento da declaraccedilatildeo de que trata o item V

sect 3ordm Caso o Sindicato natildeo forneccedila a declaraccedilatildeo de que trata o item V no prazo mencionado no sect 1ordm o interessado poderaacute instruir seu pedido de registro com o protocolo de apresentaccedilatildeo do requerimento ao Sindicato

sect 4ordm Na hipoacutetese prevista no paraacutegrafo anterior o Ministeacuterio do Trabalho concederaacute ao Sindicato prazo natildeo superior a 3 dias para se manifestar sobre o fornecimento da declaraccedilatildeo caso natildeo tenha ocorrido o fato constante no sect 2ordm

sect 5ordm O registro especial de provisionado teraacute caraacuteter temporaacuterio com duraccedilatildeo maacutexima de trecircs anos renovaacutevel somente com a apresentaccedilatildeo de toda a documentaccedilatildeo prevista neste artigo

Art 9ordm Seraacute efetuado no Ministeacuterio do Trabalho registro dos diretores de empresas jornaliacutesticas que natildeo sendo jornalistas respondem pelas respectivas publicaccedilotildees para o que eacute necessaacuterio a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash prova de registro civil ou comercial da empresa jornaliacutestica com o inteiro teor do seu ato constitutivo

IV ndash prova de depoacutesito do tiacutetulo da publicaccedilatildeo ou da agecircncia de notiacutecias no oacutergatildeo competente do Ministeacuterio da Induacutestria e do Comeacutercio

48

V ndash 30 exemplares do jornal ou 12 exemplares da revista ou 30 recortes ou coacutepias de noticiaacuterio com datas diferentes de sua divulgaccedilatildeo

sect 1ordm Tratando-se de empresa nova o Ministeacuterio do Trabalho efetuaraacute registro provisoacuterio com validade por 2 anos tornando-se definitivo apoacutes a comprovaccedilatildeo constante do item V deste artigo

sect 2ordm Natildeo seraacute admitida renovaccedilatildeo ou prorrogaccedilatildeo do prazo de validade do registro provisoacuterio previsto no paraacutegrafo anterior

Art 10ordm Seraacute efetuado no Ministeacuterio do Trabalho registro especial do diretor de empresa natildeo jornaliacutestica sob cuja responsabilidade se editar publicaccedilatildeo destinada agrave circulaccedilatildeo externa ou interna para o que se exigiraacute a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash prova de depoacutesito do tiacutetulo da publicaccedilatildeo no oacutergatildeo competente do Ministeacuterio da Induacutestria e do Comeacutercio

Art 11 ndash As funccedilotildees desempenhadas pelos jornalistas como empregados seratildeo assim classificadas

I - Redator aquele que aleacutem das incumbecircncias de redaccedilatildeo comum tem o encargo de redigir editoriais crocircnicas ou comentaacuterios

II - Noticiarista aquele que tem o encargo de redigir mateacuterias de caraacuteter informativo desprovidas de apreciaccedilotildees ou comentaacuterios preparando-as ou redigindo-as para a divulgaccedilatildeo

III - Repoacuterter aquele que cumpre a determinaccedilatildeo de colher notiacutecias ou informaccedilotildees preparando-as para divulgaccedilatildeo

IV - Repoacuterter de setor aquele que tem o encargo de colher notiacutecias ou informaccedilotildees sobre assuntos predeterminados preparando-as ou redigindo-as para divulgaccedilatildeo

V - Raacutedio-repoacuterter aquele a quem cabe a difusatildeo oral de acontecimento ou entrevista pelo raacutedio ou pela televisatildeo no instante ou no local em que ocorram assim como o comentaacuterio ou crocircnica pelos mesmos veiacuteculos

VI - Arquivista-pesquisador aquele que tem a incumbecircncia de organizar e conservar cultural e tecnicamente o arquivo redatorial procedendo agrave pesquisa dos respectivos dados para a elaboraccedilatildeo de notiacutecias

VII - Revisor aquele que tem o encargo de rever as provas tipograacuteficas de mateacuteria jornaliacutestica

VIII - Ilustrador aquele que tem a seu cargo criar ou executar desenhos artiacutesticos ou teacutecnicos de caraacuteter jornaliacutestico

XIX - Repoacuterter-fotograacutefico aquele a quem cabe registrar fotograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico

X - Repoacuterter-cinematograacutefico aquele a quem cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico

XI - Diagramador aquele a quem compete planejar e executar a distribuiccedilatildeo graacutefica de mateacuterias fotografias ou ilustraccedilotildees de caraacuteter jornaliacutestico para fins de publicaccedilatildeo

Paraacutegrafo uacutenico ndash Os Sindicatos seratildeo ouvidos sobre o exato enquadramento de cada profissional

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Art 12ordm Seratildeo privativas de jornalista as funccedilotildees pertinentes agraves atividades

descritas no artigo 2ordm tais como Editor Secretaacuterio Subsecretaacuterio Chefe de reportagem e Chefe de Revisatildeo

Art 13ordm Natildeo haveraacute incompatibilidade entre o exerciacutecio da profissatildeo de Jornalista e o de qualquer outra funccedilatildeo remunerada ainda que puacuteblica respeitadas a proibiccedilatildeo de acumular cargos e as demais restriccedilotildees de lei

Art 14ordm Seraacute passiacutevel de trancamento o registro profissional do jornalista que sem motivo legal deixar de exercer a profissatildeo por mais de 2 anos

sect 1ordm Natildeo incide na cominaccedilatildeo deste artigo o afastamento decorrente de a) suspensatildeo ou interrupccedilatildeo do contrato de trabalho b) aposentadoria como jornalista c) viagem ou bolsa de estudo para aperfeiccediloamento profissional d) desemprego apurado na forma da Lei nordm 4923 de 23 de dezembro de

1965

sect 2ordm O trancamento seraacute da competecircncia do oacutergatildeo regional do Ministeacuterio do Trabalho de ofiacutecio ou requerimento da entidade sindical representativa da categoria profissional cabendo a esta fazer publicar em oacutergatildeo oficial por trecircs vezes consecutivas e dentro de um interstiacutecio de dois anos a relaccedilatildeo dos jornalistas cujos registros pretende trancar

sect 3ordm Os oacutergatildeos do Ministeacuterio do Trabalho prestaratildeo aos sindicatos representativos da categoria profissional as informaccedilotildees que lhes forem solicitadas especialmente quanto ao registro de admissotildees e dispensas nas empresas jornaliacutesticas realizando as inspeccedilotildees que se tornarem necessaacuterias para a verificaccedilatildeo do exerciacutecio da profissatildeo de jornalista

sect 4ordm O exerciacutecio da atividade em empresa natildeo jornaliacutestica mencionada no artigo 3ordm sect 2ordm natildeo constituiraacute prova suficiente de permanecircncia na profissatildeo se a publicaccedilatildeo e seu responsaacutevel natildeo tiverem registro nos termos deste Decreto

sect 5ordm O registro trancado suspende a titularidade e o exerciacutecio das prerrogativas profissionais mas pode ser revalidado mediante apresentaccedilatildeo dos documentos mencionados nos itens II e III do artigo 4ordm

Art 15ordm O salaacuterio de jornalista natildeo poderaacute ser reajustado nos contratos individuais de trabalho para a jornada normal de 5 horas em base inferior agrave do salaacuterio estipulado para a respectiva funccedilatildeo em acordo ou convenccedilatildeo coletiva de trabalho ou sentenccedila normativa das Justiccedila do Trabalho

Paraacutegrafo uacutenico ndash Em negociaccedilatildeo ou dissiacutedio coletivo poderatildeo os Sindicatos de Jornalistas reclamar o estabelecimento de criteacuterio de remuneraccedilatildeo adicional pela divulgaccedilatildeo de trabalho produzido por jornalistas em mais de um veiacuteculo de comunicaccedilatildeo coletiva

Art 16ordm A admissatildeo de provisionado para exercer funccedilotildees relacionadas nos itens I a VII do artigo 11 seraacute permitida nos municiacutepios onde natildeo existia curso de Jornalismo reconhecido na forma de lei e comprovadamente natildeo haja jornalista domiciliado associado do sindicato representativo da categoria profissional disponiacutevel para contrataccedilatildeo

Paraacutegrafo uacutenico ndash O provisionado nos termos deste artigo poderaacute exercer suas atividades somente no municiacutepio para o qual foi registrado

Art 17ordm Os atuais portadores de registro especial de provisionado poderatildeo exercer suas atividades no Estado onde foram contratados

Art 18 ndash A fiscalizaccedilatildeo do cumprimento dos dispositivos deste Decreto se faraacute na forma do artigo 626 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho sendo aplicaacutevel aos

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infratores multa variaacutevel de 1 a 10 vezes o maior valor de referecircncia fixado de acordo com o artigo 2ordm paraacutegrafo uacutenico da Lei nordm 6205 de 29 de abril de 1975

Paraacutegrafo uacutenico ndash Aos sindicatos representativos da categoria profissional incumbe representar agraves autoridades competentes acerca do exerciacutecio irregular da profissatildeo de Jornalista

Art 19ordm Constitui fraude a prestaccedilatildeo de serviccedilos profissionais gratuitos ou com pagamentos simboacutelicos sob pretexto de estaacutegio bolsa de complementaccedilatildeo convecircnio ou qualquer outra modalidade em desrespeito agrave legislaccedilatildeo trabalhista e a este regulamento

Art 20ordm O disposto neste Decreto natildeo impede a conclusatildeo dos estaacutegios comprovadamente iniciados antes da vigecircncia da Lei nordm 6612 de 7 de dezembro de 1978 os quais entretanto natildeo conferiratildeo por si soacutes direito ao registro profissional

Art 21ordm Este Decreto entra em vigor na data da sua publicaccedilatildeo revogadas as disposiccedilotildees em contraacuterio especialmente os Decretos nordms 65912 de 19 de dezembro de 1969 e 68629 de 18 de maio de 1971

Brasiacutelia 13 de marccedilo de 1979 158ordm da Independecircncia e 91ordm da Repuacuteblica (DO de 13-3-79)

Ernesto Geisel Arnaldo Prieto

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ANEXO II ndash ACOacuteRDAtildeO TST-AIRR-6182001-751-04-401

Acoacuterdatildeo Inteiro Teor NUacuteMERO UacuteNICO PROC AIRR - 6182001-751-04-40 PUBLICACcedilAtildeO DJ - 10022006 Andamento do Processo

PROC Nordm TST-AIRR-6182001-751-04-401 C A C Oacute R D Atilde O 1ordf Turma EMPMs REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO CARACTERIZACcedilAtildeO INDEPENDEcircNCIA NO EXERCIacuteCIO DE SUAS ATIVIDADES REGISTROS DE ASSUNTOS E TEMAacuteTICAS DE INTERESSES JORNALIacuteSTICOS 1 Segundo o Tribunal Regional do Trabalho o Reclamante no exerciacutecio de suas atividades aleacutem de ter acompanhado o repoacuterter entrevistador na produccedilatildeo de mateacuterias fato que por si soacute natildeo lhe retira a condiccedilatildeo de jornalista - e tambeacutem de acordo com depoimentos testemunhais saiacutea agrave rua com a pauta que lhe era dirigida para sozinho produzir as mateacuterias solicitadas pelo empregador o que de acordo com o teor dos dispositivos tidos por vulnerados permite concluir o exerciacutecio da profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico e natildeo simplesmente de operador de cacircmera visto que ao sair agraves ruas para a produccedilatildeo de mateacuterias cumpria seu ofiacutecio obviamente mediante registros de fatos e (ou) assuntos de interesses notadamente jornaliacutestico considerando para tanto a proacutepria natureza da atividade empresarial exercida pela empregadora Inviaacutevel portanto a admissibilidade do recurso de revista em razatildeo da impossibilidade de exame da alegaccedilatildeo de afronta ao Decreto nordm 8413479 visto tratar-se de hipoacutetese natildeo contemplada na letra c do artigo 896 da CLT Por outro lado por violaccedilatildeo dos artigos 2ordm da Lei nordm 661578 e 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 tambeacutem natildeo logra ecircxito a Agravante no intuito de ver autorizado o processamento do recurso de revista No primeiro dispositivo apenas dispotildee-se que o radialista eacute o empregado de radiodifusatildeo exercente de atividades voltadas agrave administraccedilatildeo produccedilatildeo ou teacutecnica No segundo definem-se as profissotildees de repoacuterter e repoacuterter cinematograacutefico salientando-se que a esse uacuteltimo cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico hipoacutetese identificada pelo Regional 2 Agravo de instrumento a que se nega provimento Vistos relatados e discutidos estes autos do Agravo de Instrumento em Recurso de Revista nordm TST-AIRR-6182001-751-04-401 em que eacute Agravante RBS TV SANTA ROSA LTDA e Agravado CLOacuteVIS SANTACATARINA A Reclamada interpotildee agravo de instrumento ao despacho de fls 113-115 mediante o qual foi denegado seguimento ao recurso de revista sob o fundamento de que a decisatildeo decorreu da aplicaccedilatildeo das normas pertinentes uma vez que da situaccedilatildeo faacutetica delineada nos autos natildeo haacute como se extrair ofensa ao artigo 2ordm da Lei nordm 661578 na forma do artigo 896 c da CLT Contraminuta agraves fls 122-124 Natildeo houve remessa dos autos agrave Procuradoria Geral do Trabalho em face da orientaccedilatildeo emanada da Resoluccedilatildeo Administrativa nordm 322 atualmente retratada no artigo 82 do Regimento Interno do Tribunal Superior do

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Trabalho Eacute o relatoacuterio V O T O I CONHECIMENTO Conheccedilo do agravo de instrumento porque regular e tempestivo II MEacuteRITO O Tribunal Regional ao apreciar o recurso ordinaacuterio interposto pela Reclamada no tocante ao reconhecimento da condiccedilatildeo de jornalista ao Reclamante pela Vara do Trabalho decidiu O MM Juiacutezo de primeiro grau acolheu as alegaccedilotildees do reclamante de exerciacutecio de profissatildeo jornaliacutestica de repoacuterter cinematograacutefico condenando a reclamada a pagar diferenccedilas salariais e reflexos Contra esta decisatildeo volta-se a reacute sustentando que o reclamante era operador de cacircmera funccedilatildeo capitulada na profissatildeo de radialista A recorrente tem razatildeo parcialmente Tomando-se a hipoacutetese de confirmar a sentenccedila enquanto reconhece ter o reclamante exercido a funccedilatildeo de repoacuterter cinematograacutefico em todo o contrato existe um marco temporal e juriacutedico que deve ser considerado A funccedilatildeo de repoacuterter cinematograacutefico eacute exclusiva da profissatildeo de jornalista Eacute uma atividade que estaacute reservada aos jornalistas formados assim como estabelecido no DL 97269 O reclamante natildeo demonstra a partir de quando conquistou a diplomaccedilatildeo como jornalista devendo-se considerar apenas pelo que oferecem os autos a data de 16 de junho de 1998 dia em que o reclamante foi registrado no Ministeacuterio do Trabalho como jornalista profissional na funccedilatildeo especiacutefica de repoacuterter cinematograacutefico Considerando que o Ministeacuterio do Trabalho natildeo pode registrar jornalistas natildeo diplomados exceccedilatildeo feita aos provisionados tem-se que o reclamante adquiriu esta condiccedilatildeo nesse dia Antes embora pudesse fazer ou fizesse atividades privativas de jornalistas natildeo pode ser considerado juridicamente como tal Assim em qualquer hipoacutetese de manutenccedilatildeo do reconhecimento da funccedilatildeo de jornaliacutestica esta deve gerar os efeitos pleiteados somente a partir de 16 de junho de 1998 Jaacute quanto a ter exercido ou natildeo funccedilatildeo jornaliacutestica a conclusatildeo eacute de manutenccedilatildeo da sentenccedila Natildeo eacute o fato de estar acompanhado por repoacuterter entrevistador que o cinegrafista perde a condiccedilatildeo de jornalista Trata-se de uma equipe de profissionais jornalistas Um exemplo que melhor ilustra o descabimento da distinccedilatildeo que pretende fazer o apelo eacute a situaccedilatildeo dos fotoacutegrafos ou repoacuterteres fotograacuteficos O fotoacutegrafo sai com a pauta junto com o repoacuterter (ou natildeo e isto tambeacutem acontecia com o reclamante como o reconhecem as testemunhas inclusive trazidas pela reclamada) e enquanto o repoacuterter investiga os dados necessaacuterios para a mateacuteria o fotoacutegrafo registra as cenas mas nem por isto eacute rebaixado da condiccedilatildeo de jornalista para dir- se-ia operador de cacircmera fotograacutefica O que se pode discutir seria o interesse jornaliacutestico das mateacuterias cobertas pelo jornalista reclamante Com efeito os comerciais produzidos e gravados pelo autor natildeo tecircm esse interesse e os eventos promocionais da reclamada recebem dela mesma uma atribuiccedilatildeo desse interesse embora natildeo o tenha imediata e objetivamente mas para efeitos do trabalho executado pelo reclamante deve ser considerado um trabalho jornaliacutestico Foi correta a decisatildeo natildeo merecendo qualquer reparo a natildeo ser o juriacutedico-temporal jaacute mencionado Nesta perspectiva o provimento do recurso eacute parcial (fls 97-99) Ao interpor o recurso de revista a Empresa alegou que o Reclamante na condiccedilatildeo de operador de cacircmera e operador de cacircmera de unidade portaacutetil externa acompanhando o repoacuterter como reconheceu o Regional natildeo pode ser

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enquadrado como jornalista porquanto ao repoacuterter eacute dado cumprir a determinaccedilatildeo de coletar notiacutecias ou informaccedilotildees e elaboraacute-las a fim de viabilizar posterior divulgaccedilatildeo e ao repoacuterter-cinematograacutefico cabe registrar cinematograficamente fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico razatildeo pela qual entende que a atividade do Reclamante eacute proacutepria de radialista categoria agrave qual pertencia Acrescenta que o artigo 2ordm da Lei nordm 661578 estabelece considera-se radialista o empregado de Radiodifusatildeo que exerccedila uma das funccedilotildees em que se desdobram as atividades mencionadas no artigo 4ordm ou seja operador de cacircmara e operador de cacircmara de unidade portaacutetil externa cuja regulamentaccedilatildeo profissional consta do Decreto nordm 8413479 e as atribuiccedilotildees do Quadro Anexo do mesmo decreto item II letra c nordm 3 com a seguinte redaccedilatildeo encarrega-se da gravaccedilatildeo de mateacuteria distribuiacuteda pelo Supervisor de Operaccedilotildees planifica e orienta o entrevistador repoacuterter e iluminador no que se refere aos aspectos teacutecnicos de seu trabalho suas atividades envolvem tanto a gravaccedilatildeo como a geraccedilatildeo de som e imagem atraveacutes de equipamentos eletrocircnico portaacutetil de TV Fundamenta o apelo em violaccedilatildeo dos artigos 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 2ordm da Lei nordm 661578 e do Decreto nordm 8413479 e Quadro Anexo do mesmo decreto item II letra c nordm 3 Inicialmente deve-se registrar a impossibilidade de exame da alegaccedilatildeo de afronta ao Decreto nordm 8413479 visto tratar-se de hipoacutetese natildeo contemplada na letra c do artigo 896 da CLT No tocante agrave ofensa aos artigos 2ordm da Lei nordm 661578 e 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 tambeacutem natildeo logra ecircxito a Agravante no intuito de ver autorizado o processamento do recurso de revista No primeiro dispositivo apenas dispotildee-se que o radialista eacute o empregado de radiodifusatildeo exercente de atividades voltadas agrave administraccedilatildeo produccedilatildeo ou teacutecnica No segundo definem-se as profissotildees de repoacuterter e repoacuterter cinematograacutefico salientando-se que a esse uacuteltimo cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico Ora dos termos da decisatildeo impugnada via recurso de revista nada haacute que conflite com tais dispositivos legais Afinal segundo o Tribunal Regional do Trabalho o Reclamante no exerciacutecio de suas atividades aleacutem de ter acompanhado o repoacuterter entrevistador na produccedilatildeo de mateacuterias fato que por si soacute natildeo lhe retira a condiccedilatildeo de jornalista - tambeacutem de acordo com depoimentos testemunhais saiacutea agrave rua com a pauta que lhe era dirigida para sozinho produzir as mateacuterias solicitadas pelo empregador o que de acordo com o teor dos dispositivos tidos por vulnerados permite concluir pelo exerciacutecio da profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico e natildeo simplesmente de operador de cacircmera visto que ao sair agraves ruas para a produccedilatildeo de mateacuterias cumpria seu ofiacutecio obviamente mediante registros de fatos e (ou) assuntos de interesses notadamente jornaliacutestico considerando para tanto a proacutepria natureza da atividade empresarial exercida pela empregadora Por esses fundamentos nego provimento ao agravo de instrumento ISTO POSTO ACORDAM os Ministros da Primeira Turma do Tribunal Superior do Trabalho por unanimidade negar provimento ao agravo de instrumento Brasiacutelia 9 de novembro de 2005 EMMANOEL PEREIRA Ministro Relator

NIA 3981288

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INTRODUCcedilAtildeO

No dia 02 de setembro comemora-se o dia do repoacuterter cinematograacutefico

que eacute o profissional de televisatildeo incumbido de captar imagens que iratildeo enriquecer

as notiacutecias dos telejornais

Como eacute fundamental a imagem no cenaacuterio televisivo eacute faacutecil perceber a

importacircncia deste profissional para o telejornalismo No entanto como natildeo existem

ainda cursos acadecircmicos para a formaccedilatildeo desse profissional os proacuteprios colegas

adotam uma postura preconceituosa e bastante injusta

Pelo fato de possuiacuterem niacutevel teacutecnico o repoacuterter cinematograacutefico estaacute bem

distante de ser apenas um operador de cacircmera ao contraacuterio do que pensam alguns

desinformados Esse profissional vezes sem conta arrisca sua proacutepria vida para

mostrar ao mundo as imagens que tanto emocionam

Imagens da natureza de guerra de obras artiacutesticas de crimes de boas

accedilotildees humanas de cataacutestrofes imagens que comovem e as que revoltam imagens

que trazem alegria ou sofrimento imagens que elevam a alma e as que causam dor

ou pacircnico E todas elas costumam ser mostradas sem que tenhamos conhecimento

do nome do profissional que as captou

Eacute reconhecida a importacircncia do telejornalismo no sentido de levar agraves

famiacutelias brasileiras informaccedilatildeo cultura e notiacutecias do paiacutes e do mundo O que tem

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sido objeto de discussatildeo eacute a forma como cada emissora transmite a mensagem

Analisando por exemplo notiacutecias internacionais que satildeo fornecidas por agecircncias

especializadas contratadas e que informam distribuem e divulgam as notiacutecias para o

mundo da mesma forma e com as mesmas imagens o cunho diferencial dado agraves

notiacutecias vai ser determinado pelo tratamento que cada emissora ou editor decidir e

que pode ser influenciado por questotildees poliacuteticas soacutecio-culturais contratos (de

leitura de emissoras de publicidade ou de mercado)

Eacute justamente aiacute que se reconhece o poder da imagem que afinal eacute o

grande diferencial do telejornalismo mais atraente do que o jornalismo por raacutedio ou

impresso Como diz um proveacuterbio chinecircs ldquouma imagem vale mais do que mil

palavrasrdquo Se o indiviacuteduo tem discernimento e ideacuteias proacuteprias natildeo vai ser facilmente

levado pelo subtexto embutida em certas informaccedilotildees noticiadas

Note-se que natildeo eacute nosso interesse tecer criacuteticas ao telejornalismo Trata-

se de um veiacuteculo de informaccedilatildeo que como qualquer outro apresenta vantagens e

desvantagens O que se pretende aqui eacute chamar a atenccedilatildeo para a importacircncia da

imagem e seu poder de transmitir o que realmente acontece Nos dias de hoje eacute

possiacutevel ateacute assistir a guerras pela televisatildeo como ocorreu na guerra do Iraque E

para quem a acompanhou e assistiu tambeacutem noticiaacuterios diferentes pode perceber

claramente as diferenccedilas de opiniotildees e declaraccedilotildees tanto eacute que essa guerra foi

chamada de ldquoguerra de informaccedilotildeesrdquo

Sendo tatildeo importante a imagem que se transmite igualmente importante

eacute a funccedilatildeo do jornalista cinematograacutefico que se submete em qualquer horaacuterio a

enfrentar condiccedilotildees climaacuteticas adversas lugares sem qualquer proteccedilatildeo arriscando

11

a vida vezes sem conta para mostrar vulcotildees em erupccedilatildeo tsunamis cachoeiras em

penhascos cumes de montanhas tiroteios e guerras a beleza e o perigo da vida

selvagem e tantas outras imagens que apenas satildeo possiacuteveis chegarem ateacute as

pessoas normais devido ao seu trabalho

Uma pesquisa realizada junto ao Sindicato dos Jornalistas Profissionais

do Distrito Federal aponta que num universo de aproximadamente 400 profissionais

atuando na aacuterea de filmagens cerca de apenas 30 deles tem seu registro

profissional junto ao oacutergatildeo de classe

Lutando pelo respeito e reconhecimento de outros profissionais os

repoacuterteres cinematograacuteficos precisam ser mais unidos se sindicalizarem no intuito

de fortalecer a categoria na luta por melhorias no exerciacutecio da funccedilatildeo

Devido agrave escassez de literatura sobre o assunto a presente monografia

foi desenvolvida com base em entrevistas com profissionais da aacuterea do

telejornalismo com artigos publicados na Internet e por meio de informaccedilotildees

disponibilizadas pelo Sindicato dos Jornalistas e pela Federaccedilatildeo Nacional dos

Jornalistas (FENAJ)

Encontra-se estruturada em trecircs capiacutetulos distintos sendo que o primeiro

deles se dedica a discorrer sobre os diversos aspectos que envolvem a histoacuteria do

telejornalismo brasileiro dando destaque ao percurso do telejornalismo na fase do

seu apogeu na deacutecada de 70 com os principais noticiaacuterios produzidos e

transmitidos pela Rede Tupi Rede Excelsior TV Record TV Cultura Rede Globo

TV Bandeirantes Gazeta e SBT

12

O segundo capiacutetulo versa sobre o papel do jornalista ndash seja ele repoacuterter

fotoacutegrafo cinegrafista redator ou editor ndash e a importacircncia de seu trabalho na

construccedilatildeo da cidadania trazendo inclusive conceitos tecidos pelos proacuteprios

profissionais aleacutem de mencionar algumas das dificuldades que encontram no

mercado de trabalho Tambeacutem eacute mostrado como se daacute a regulamentaccedilatildeo da

profissatildeo de jornalista que eacute obrigatoacuteria tendo em vista que o exerciacutecio ilegal dessa

profissatildeo constitui crime

Em toacutepico apartado satildeo mencionadas as caracteriacutesticas da profissatildeo do

repoacuterter cinematograacutefico de como ocorre sua formaccedilatildeo quais as formas de atuaccedilatildeo

os riscos profissionais a que se sujeita e trata tambeacutem da questatildeo do preconceito de

colegas que injustamente natildeo o considera jornalista

Por fim o terceiro capiacutetulo trata da necessidade de haver um curso

superior para a formaccedilatildeo desses profissionais que certamente iraacute trazer inuacutemeras

vantagens desde a reciclagem do conhecimento e o aprendizado de novas teacutecnicas

como o combate agrave desvalorizaccedilatildeo da profissatildeo visto que apesar de muitos

discordarem o repoacuterter cinematograacutefico tambeacutem eacute jornalista

13

1 HISTOacuteRIA DO TELEJORNALISMO NO BRASIL

11 ABORDAGEM GERAL

O primeiro telejornal brasileiro foi ldquoImagens do Diardquo que foi ao ar em 19

de setembro de 1950 pela emissora TV Tupi de Assis Chateaubriand (Diaacuterios

Associados) Ao longo de um ano esse telejornal tinha um formato simples liderada

pelo locutor Rui Resende que produzia e redigia os textos a serem noticiados sendo

que algumas notas vinham acompanhadas de imagens sem som feitas em filme

preto e branco (Mundo da TV sd)

Vale destacar o primeiro telejornal de grande sucesso na televisatildeo

brasileira que foi o ldquoRepoacuterter Essordquo que foi ao ar tambeacutem atraveacutes da emissora Tupi

durante 17 anos (entre 1953 a 1970) Esse programa tinha como vinheta de abertura

a frase ldquoAqui fala o seu Repoacuterter Esso testemunha ocular da Histoacuteriardquo apresentado

por dois destacados locutores de raacutedio Kalil Filho e depois Gontijo Teodoro

Entre 1960 a 1964 a TV Excelsior revolucionou a televisatildeo brasileira

marcada principalmente com a introduccedilatildeo de dois programas de telejornalismo o

primeiro foi o ldquoTele Notiacuteciasrdquo que inovou com o ldquotoprdquo de cinco segundos e o ldquoJornal

de Vanguardardquo que revolucionou o conceito de noticiaacuterio (THELL sd)

14

O ldquoJornal de Vanguardardquo foi lanccedilado em setembro de 1963 pelas matildeos

de Fernando Barbosa Lima e que se transformou em um show de notiacutecias uma

grande revoluccedilatildeo na linguagem e no espiacuterito do telejornalismo com muita

criatividade e inteligecircncia Ao inveacutes de buscar profissionais do raacutedio esse jornal

formou sua base por jornalistas que vinham da imprensa escrita entrava no ar por

volta das 22h30 ao vivo com muitos apresentadores Tinha desenhistas

humoristas comentaristas poliacuteticos comentarista internacional e cronistas Esse

jornal comeccedilou na TV Excelsior passou pela Tupi e pela Globo e foi morrer na TV

Rio em protesto pela censura imposta com o Ato Institucional n 5 (THELL sd)

Em setembro de 1969 a Rede Globo de Televisatildeo trouxe o ldquoJornal

Nacionalrdquo criado por Armando Nogueira que estreou em setembro daquele ano

com inuacutemeras inovaccedilotildees tecnoloacutegicas importadas dos EUA Rapidamente esse

programa tornou-se liacuteder de audiecircncia e referecircncia da imprensa nacional

apresentando reportagens em cores reportagens internacionais via sateacutelite e em

tempo real (ao vivo) seguindo um formato dos telejornais americanos (estilo de

linguagem narrativa e figura do repoacuterter)

Segundo Armando Nogueira diretor da Central Globo de Jornalismo agrave

eacutepoca da criaccedilatildeo do telejornal o Jornal Nacional foi pedra de toque de um projeto

muito ambiciosa que previa a geraccedilatildeo de uma programaccedilatildeo uniforme para todo o

Brasil de modo que a emissora fez largo uso da tecnologia iniciando o emprego dos

sateacutelites para a difusatildeo de notiacutecias e visando maior alcance de suas fontes nacionais

e internacionais (KOSMINSKY 2002)

15

Mais tarde em 1977 a Globo Satildeo Paulo estreou um jornal de serviccedilo o

ldquoBom Dia Satildeo Paulordquo que permanece no ar nos dias atuais de segunda a sexta agraves

7h da manhatilde Vale destacar as novas tecnologias introduzidas como a UPJ

(Unidade Portaacutetil de Jornalismo) com repoacuterteres entrando ao vivo de vaacuterios pontos

da cidade transmitindo informaccedilotildees de serviccedilo como tempo tracircnsito movimentaccedilatildeo

da cidade aeroporto etc O sucesso foi tatildeo grande que em 1983 foi lanccedilado em rede

nacional o ldquoBom Dia Brasilrdquo que desde entatildeo vai ao ar logo apoacutes o ldquoBom Diardquo de

cada praccedila com o noticiaacuterio poliacutetico gerado em Brasiacutelia

Em 1988 foi lanccedilado o ldquoTJ Brasilrdquo pelo Sistema Brasileiro de Televisatildeo-

SBT tambeacutem inspirado no formato americano ao inovar com a emblemaacutetica figura

do acircncora Boris Casoy que saiu do jornal impresso e logo se acertou com a TV

conquistando seu espaccedilo e seu puacuteblico Em meados de 1997 Casoy assinou

contrato com a TV Record

Conforme Squirra (1994) em palestra realizada no II Congresso Brasileiro

de Jornalismo de Liacutengua Portuguecircs

ldquoO modelo ancorado com Boris Casoy foi colocado no ar em 1988 e desde o primeiro momento levou agraves residecircncias brasileiras um formato novo com um padratildeo de qualidade esteacutetica que definitivamente fugia daquele global que adotava cegamente as premissas de juventude e beleza para seus apresentadores de telejornais Que natildeo satildeo jornalistas por formaccedilatildeo profissional Boris Casoy neste particular tambeacutem representa um novo paradigma Aleacutem de ser jornalista sua identidade popular - tinha se tornado amplamente conhecido na TV a partir dos primeiros debates poliacuteticos como representante de um jornal impresso a Folha de SPaulo - seu carisma -soube explorar uma imagem segura independente e madura- e independecircncia televisivos -natildeo representava uma emissora de TV- propiciaram que ele viesse a ter respaldo para implantar um modelo ineacutedito no telejornalismo do paiacutes E trouxe aos lares um produto hiacutebrido na missatildeo de ancorar um telejornal a emissatildeo clara de opiniatildeo no ar ()rdquo

16

No periacuteodo compreendido entre 1992 e 1993 o jornal de Boris Casoy

superou em audiecircncia o Jornal Nacional da Rede Globo de forma que 594 do

puacuteblico ABC estavam com o TJ Brasil

Tambeacutem integra a histoacuteria do telejornalismo no Brasil o ldquoJornal da Bandrdquo

exibido pela TV Bandeirantes desde 1997 igualmente influenciado pelos costumes

americanos apresentado inicialmente por Paulo Henrique Amorim com um estilo

forte e opinativo com informaccedilotildees exclusivas e ao vivo Atualmente esse telejornal

tem como acircncora o jornalista Carlos Nascimento (Mundo da TV sd)

Uma pesquisa realizada pelo Ibope em 1980 demonstrou que o

telejornalismo eacute a mais importante e acessiacutevel fonte de informaccedilatildeo da populaccedilatildeo

onde 73 do puacuteblico pesquisado tinham acesso agrave televisatildeo Os telejornais foram

identificados como o tipo de programa preferido por 874 dos homens e o segundo

preferido de 713 das mulheres Conforme mateacuteria publicada pela revista Exame

em agosto de 2002 a TV eacute hoje o uacutenico meio de informaccedilatildeo e entretenimento para

40 da populaccedilatildeo (GUROVITZ 2002 p 46-58)

17

12 PROGRAMAS JORNALIacuteSTICOS NAS DIVERSAS EMISSORAS DE

TV

A seguir seratildeo listados os principais telejornais que foram ao ar pelas

diversas emissoras de televisatildeo do paiacutes

121 Rede Tupi

A partir de 1951 a Rede Tupi (19501980) exibia ldquoDiaacuterio de Satildeo Paulo na

TVrdquo ldquoEdiccedilatildeo Extrardquo e ldquoTelejornal Brahmardquo

Em 1952 apresentava o ldquoRepoacuterter Essordquo o ldquoTelejornal Tupirdquo e

ldquoTelenotiacutecias Panairrdquo

Em 1965 estreou ldquoUltra Notiacuteciasrdquo

Em 1979 um de seus uacuteltimos programas foi o ldquoAqui e Agorardquo com 6

horas de duraccedilatildeo e direccedilatildeo de Wilton Franco extinto no ano seguinte pelo governo

122 Rede Excelsior

A Rede Excelsior (19601964) estreou em 1960 o ldquoTele Notiacuteciasrdquo e em

1963 ldquoA Marcha do Mundordquo e o ldquoJornal da Vanguardardquo

123 TV Record

A TV Record (1953) inseriu em sua programaccedilatildeo na aacuterea de

telejornalismo diversos programas valendo destacar

- ldquoTempo de Notiacuteciasrdquo (1972)

18

- ldquoCidade Alertardquo (1995)

- ldquoFala Brasil (1998)

- ldquoEdiccedilatildeo de Notiacuteciasrdquo (2003)

- ldquoTudo a Verrdquo (2004)

- ldquoRecord RJrdquo ldquoRecord SPrdquo e ldquoRio de Janeiro no Arrdquo (2005)

124 TV Cultura

Dentre os programas de telejornais introduzidos pela TV Cultura (1969)

vale destacar

- ldquoA Hora da Notiacuteciardquo (1972)

- ldquoConversa Afiadardquo (1999)

- ldquoMateacuteria Puacuteblicardquo (2002)

- ldquoBoletim Culturardquo e ldquoPrimeira Paacuteginardquo (2005)

125 TV Globo

No ar desde 1968 a TV Globo editou inuacutemeros programas

telejornaliacutesticos com destaque para

- ldquoTele Globordquo (1965)

- ldquoUltranotiacuteciasrdquo (1966)

19

- ldquoJornal da Globordquo (1967)

- ldquoJornal Nacionalrdquo (1969)

- ldquoJornal Hojerdquo (1971)

- ldquoBom dia Satildeo Paulordquo (1977)

- ldquoJornal da Globordquo (1979)

- ldquoSPTVrdquo ldquoRJTVrdquo ldquoBom dia Brasilrdquo (1983)

- ldquoGlobo Notiacuteciardquo (2005)

126 TV Bandeirantes

Pela TV Bandeirantes no ar desde 1967 vale destacar os seguintes

telejornais

- ldquoTitulares da Notiacuteciardquo (1969)

- ldquoBand News na Bandrdquo e ldquoBrasil Urgenterdquo (2001)

- e ldquoPrimeiro Jornalrdquo (2005)

127 TV Gazeta

Mais recentemente a TV Gazeta (1970) levou ao ar

- o ldquoJornal Gazetardquo o ldquoMercadordquo e ldquoPrimeira Paacuteginasrdquo todos estreados

em 2001

20

- em 2002 introduziu o ldquoJornal Gazeta 2ordf ediccedilatildeordquo e

- em 2003 o ldquoGazeta On-linerdquo

128 SBT

O Sistema Brasileiro de Televisatildeo no ar desde 1981 tem na histoacuteria do

telejornalismo da emissora os seguintes programas

- ldquoNoticentrordquo (1981)

- ldquo24 Horasrdquo (1982)

- ldquoCidade 4rdquo (1986)

- ldquoTJ Brasilrdquo ldquoTJ Noiterdquo e ldquoTJ Satildeo Paulordquo (1988)

- ldquoJornal do SBTrdquo ldquoAqui e Agorardquo (1991)

- ldquoAqui Brasilrdquo (1993) ldquoSBT Notiacuteciasrdquo (1995)

- ldquoJornal do SBTCBS Telenotiacuteciasrdquo (1997)

- ldquoNotiacutecias do Diardquo e ldquoNoticidaderdquo (1998)

- ldquoTJ Manhatilderdquo (2001)

- ldquoSBT Brasilrdquo (2005) dentre outros

21

13 O PERCURSO DO TELEJORNALISMO NOS ANOS 70

Em seu trabalho de dissertaccedilatildeo de mestrado defendido na Escola de

Comunicaccedilotildees e Artes da Universidade de Satildeo Paulo Antonio Reis Jr (2003) nos

mostra que no iniacutecio da deacutecada de 70 o campo cinematograacutefico sofreu dispersatildeo do

grupo de cineastas que integravam o Cinema Novo devido agrave repressatildeo poliacutetica poacutes

Ato Institucional n 5 em 1968 Com a criaccedilatildeo da Embrafilme em 1969 as novas

demandas do mercado cultural assim como o acirramento dos debates esteacuteticos

formou-se um novo quadro de atuaccedilatildeo para os cinegrafistas que se descortinou

com o esfacelamento do Cinema Novo com a expansatildeo da induacutestria cultural do

consumo dos bens simboacutelicos no paiacutes e com o surgimento de novos esquemas de

produccedilatildeo e projetos culturais

Nesse cenaacuterio de cerceamento controle e censura da produccedilatildeo cultural

diversos cineastas vislumbraram a possibilidade de trabalhar em algumas emissoras

de TV e como o telejornalismo foi o programa de maior impacto nesse meio de

comunicaccedilatildeo em massa surgiu assim o nosso repoacuterter cinematograacutefico

Desde sua primeira exibiccedilatildeo em rede nacional em 1ordm de setembro de

1969 o Jornal Nacional da Rede Globo apresentou um formato proacuteprio para

transmitir notiacutecias onde ldquoo telejornal era capaz de abordar no mesmo tom e com a

mesma inconsequumlecircncia notiacutecias banais e outras de extrema importacircncia para o

espectador conferindo um mesmo tratamento a fatos relevantes e irrelevantesrdquo Em

plena eacutepoca de ditadura tal fato revela a cumplicidade dessa emissora para com os

militares apresentando um telejornal com moderna engenharia eletrocircnica e que

adotava a maacutescara do paiacutes ldquoem desenvolvimentordquo do milagre econocircmico

22

propagando imagens de um paiacutes com o povo bonito onde natildeo existia fome miseacuteria

pobreza

Contudo nesse mesmo periacuteodo surgiu a TV Cultura com a programaccedilatildeo

mais voltada para a realidade brasileira e que criou em 1972 o telejornal ldquoA Hora da

Notiacuteciardquo pobre em recursos mas combativo liacuteder de audiecircncia desta emissora

seguia em caminho inverso agraves fantasias institucionais e agrave alienaccedilatildeo dos noticiaacuterios

da eacutepoca

Em 1975 o jornalista Vladimir Herzog assumiu a direccedilatildeo da TV Cultura

apresentando proposta para tornar o telejornalismo em um instrumento de diaacutelogo

com o puacuteblico combatendo a atitude servil diante do governo com uma poliacutetica de

programaccedilatildeo visando objetivos prioritaacuterios relacionados com a realidade do puacuteblico

que pretendia atingir Poreacutem nesse mesmo ano Herzog foi preso interrogado

torturado e morto sucumbindo o projeto de renovaccedilatildeo do telejornalismo na TV

brasileira

Mas em seguida apesar de o Jornal Nacional manter estreita ligaccedilatildeo com

a ditadura surgiu na Rede Globo o Globo Repoacuterter originaacuterio da seacuterio Globo Shell ndash

o uacutenico programa da emissora produzido com material cinematograacutefico e que teve o

meacuterito de fazer passar informaccedilotildees boicotadas pelos demais telejornais ndash

caracterizado por abordar temas polecircmicos e questotildees sociais justamente em um

periacuteodo em que esses assuntos eram proibidos e vetados pela Censura Federal

Esse estilo despojado e independente de fazer documentaacuterios perdurou entre 1976

a 1983

23

2 REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO

21 O PAPEL DO JORNALISTA

Nos dias de hoje o jornalista assim como outros profissionais de

imprensa enfrenta inuacutemeras dificuldades no mercado de trabalho ndash fato que exige

dele atenccedilatildeo para que se mantenha sempre atualizado e se preocupe com a

questatildeo da formaccedilatildeo e da qualificaccedilatildeo

De acordo com a Comissatildeo de Revisatildeo dos Registros de Jornalistas

Profissionais (Portaria MTb n 548 de 140695) todos os jornalistas profissionais do

paiacutes precisam efetuar a revisatildeo do seu Registro Profissional junto ao seu sindicato

para alterar o nuacutemero do Registro anotado na carteira de trabalho Tal procedimento

visa invalidar a grande quantidade de documentos irregulares

Na composiccedilatildeo alfanumeacuterica do novo registro seraacute adotada a sigla de

duas letras do alfabeto que identificam o Estado de origem seguida dos algarismos

a partir de 00001 e mais duas letras que qualificam a natureza da funccedilatildeo na qual o

jornalista foi registrado As letras qualificadoras da natureza da funccedilatildeo para titular

de registro funccedilatildeo de repoacuterter-cinematograacutefico eacute RC Exercer atividades de

jornalista com registro precaacuterio constitui crime de exerciacutecio ilegal da profissatildeo

(Sindicato dos Jornalistas 2006)

24

Para ilustrar melhor o papel do jornalismo a seguir iremos elencar as

definiccedilotildees formuladas por diversos profissionais da aacuterea publicadas no site Enfato ndash

Comunicaccedilatildeo Empresarial (2006)

ldquoO jornalista eacute o(a) profissional que faz mais do que apenas reportar o que acontece ele(a) estabelece viacutenculos entre os fatos correntes e passados provocaestimula o raciociacutenio do telespectadorleitorouvinte e procura ainda extrair disso tudo alguma perspectiva que sinalize o futuro Sua atividade eacute ainda mais difiacutecil do que parece eacute indispensaacutevel que este(a) profissional desempenhe sua tarefa com absoluta noccedilatildeo de seus princiacutepios eacuteticos sem se deixar contaminar por influecircncias poliacuteticas ou interesses pessoais Soacute assim seu relato teraacute credibilidade ndash a uacutenica moeda de real valor para quem abraccedilou esta profissatildeo Aliaacutes natildeo eacute agrave toa que a classe de espiacuterito tatildeo nobre seja tatildeo vilipendiada por aqueles que detecircm o controle das empresas de comunicaccedilatildeordquo Claudio Lessa colunista do site Direto da Redaccedilatildeo

ldquoSer jornalista hoje eacute e cada vez seraacute mais permitir ao leitor entender os fatos muito mais do que simplesmente tomar conhecimento deles Durante deacutecadas ser jornalista era correr atraacutes de furo dar informaccedilotildees sobre um fato que era desconhecido de todos Eu acho que hoje o nosso desafio estaacute em permitir que o leitor entenda os fatos pois existe uma avalanche de informaccedilotildeesrdquo Eugecircnio Esber diretor de redaccedilatildeo da revista Amanhatilde (RS)

ldquoO bom jornalista eacute aquele que eacute criativo investigador objetivo estaacute sempre informado mergulha com profundidade nos assuntos e acima de tudo tem a eacutetica como sua religiatildeordquo Fernando Barbosa Lima editor da FBL Criaccedilatildeo e Produccedilatildeo (RJ)

ldquoTenho a impressatildeo de que ser jornalista diante da tamanha complexidade do universo da Comunicaccedilatildeo eacute ter a capacidade de melhor organizar e selecionar a quantidade crescente da informaccedilatildeo defendendo o que haacute de mais essencial primado da verdade Lembro do que dizia Claudio Abramo de que a funccedilatildeo do jornalista eacute buscar a verdade camuflada atraacutes da verdade aparente Acho que essa tarefa eacute o grande diferencial que determinaraacute o sucesso profissionalrdquo Fernando Salerno diretor da Associaccedilatildeo Paulista de Jornais e do diaacuterio Valeparaibano (SP)

ldquoSer jornalista hoje eacute o mesmo que ontem e presumo o mesmo que amanhatilde O jornalista tem a funccedilatildeo de informar mais do que formar No meu entendimento hoje haacute muitos jornalistas mais preocupados em formar do que em informar Em outras palavras eacute muita opiniatildeo e pouca informaccedilatildeo Entendo ainda que eacute um trabalho muito importante para garantir a transparecircncia das sociedadesrdquo Flaacutevio Portela gerente de jornalismo da raacutedio Guaiacuteba (RS)

ldquoTenho orgulho de ser jornalista Essa funccedilatildeo eacute cada vez mais importante desde que seja acompanhada de eacutetica e

25

responsabilidade Cada vez mais a miacutedia tem credibilidade Graccedilas ao jornalista e a essa possibilidade de informaccedilatildeo raacutepida e global eacute que aproximamos o mundordquo Lucia Leme apresentadora do programa Olhar 2005 da TVE-RJ

ldquoA profissatildeo natildeo perdeu o encanto embora os predadores empresariados tenham feito de tudo para desencantaacute-la e diminuiacute-lardquo Luiacutes Recena editor executivo da Tribuna do Brasil (DF)

ldquoSer jornalista eacute saber passar informaccedilotildees ao grande puacuteblico eacute saber defender a sociedade atraveacutes dos jornais e procurar saber o que ela procura e onde precisa ser ajudadardquo Maria Eugecircnia Labouriau assessora de imprensa do Inmetro

ldquoA funccedilatildeo principal do jornalista eacute ser a oposiccedilatildeo diante das instituiccedilotildees incluindo Judiciaacuterio o Estado todo mundo Os jornalistas satildeo os fiscalizadores da sociedaderdquo Nando Gross apresentador da Raacutedio Gauacutecha AM (RS)

ldquoEacute como jogar nas 11 posiccedilotildees do campo Natildeo existe mais jornalista pelo menos aqui no interior do Rio Grande do Norte especialista Todos acabam tendo que cumprir todas as funccedilotildees Somos mais que polivalentes jaacute que estamos num jornal do interiorrdquo Pedro Carlos Lopes Pinheiro diretor de Redaccedilatildeo do jornal O Mossoroense (RN)

ldquoSer jornalista hoje eacute ter perseveranccedila vontade e amor pela profissatildeo jaacute que os jornalistas ganham mal e natildeo haacute incentivos para a realizaccedilatildeo do trabalhordquo Raimundo Afonso Gomes presidente do Sindicato dos Jornalistas do Acre

ldquoHoje e sempre ser jornalista eacute tentar ser uma testemunha do seu tempo Essa eacute nossa humilde tarefa Natildeo eacute ser juiz promotor Atualmente temos uma tendecircncia de julgar e ateacute condenar Quanto mais complexa a sociedade mais se exige esse papel do jornalistardquo Zuenir Ventura colunista de O Globo (RJ)

A exemplo de outras profissotildees regulamentadas pela legislaccedilatildeo vigente

em nosso paiacutes ou reconhecidas pelo mercado formal de trabalho a atividade

jornaliacutestica deve seguir preceitos eacuteticos especiacuteficos com a finalidade de preservar o

atendimento do interesse puacuteblico e o direito agrave informaccedilatildeo existente em uma

sociedade democraacutetica

Com referecircncia agrave elaboraccedilatildeo da notiacutecia segundo Eliane Mendonccedila (sd)

ldquoa notiacutecia eacute o resultado de diversas lsquovozesrsquo que o jornalista precisou ouvir interpretar

e sintetizar de forma a tornaacute-lo acessiacutevel ao grande puacuteblicordquo Com base nessa

26

assertiva pode-se dizer que o jornalista eacute o profissional que tem como ofiacutecio a

responsabilidade de reconstruir os fatos levando em conta todos os conceitos a que

teve acesso durante a apuraccedilatildeo da mateacuteria E se eacute assim a notiacutecia nunca teraacute um

uacutenico autor visto que a mateacuteria jornaliacutestica traz em seu bojo inuacutemeras versotildees do

mesmo assunto cada um de um personagem (fonte) diferente

Note-se que ainda que o jornalista natildeo seja o uacutenico autor do que escreve

cabe a ele a funccedilatildeo de equilibrar o texto a ponto de ser fiel a tudo o que ouviu

procurando transmitir a informaccedilatildeo da forma mais clara possiacutevel a fim de que possa

ser compreendida por todo o tipo de leitor

Outro ponto a se considerar como bem explica Eliane Mendonccedila (sd)

refere-se ao fato de que um mesmo assunto se apresenta ao puacuteblico sob diferentes

enfoques quando transmitido em diferentes veiacuteculos de comunicaccedilatildeo Isto ocorre

porque ao contraacuterio do que ensina os antigos manuais do jornalismo o jornalista

natildeo eacute imparcial e acaba embutindo na notiacutecia um pouco de sua vivecircncia pessoal

sua opiniatildeo sobre o assunto seus preconceitos aleacutem de ter que levar em

consideraccedilatildeo as normas as orientaccedilotildees e a postura da empresa para a qual

trabalha

Segundo o Departamento de Comunicaccedilatildeo e Turismo da Universidade

Federal da Paraiacuteba (UFPB 2006) a sociedade espera que o jornalista exerccedila o

seguinte papel

- Auxiliar a populaccedilatildeo a tomar decisotildees coletivas favoraacuteveis ao bem comum - Enriquecer culturalmente a sociedade - Responsabilizar-se pelas informaccedilotildees que divulga e consequumlecircncias delas - Colaborar para o fortalecimento da cidadania

27

- Discernir entre o que tem caraacuteter construtivo para a sociedade - Propagar iniciativas conhecimentos e teacutecnicas que possam ser reproduzidas de forma a contribuir para o bem estar social - Distinguir e denunciar atitudes que sejam lesivas agrave sociedade

O jornalista ndash seja ele o repoacuterter o fotoacutegrafo o cinegrafista o redator o

editor o chefe de reportagem enfim ndash deve estar consciente da importacircncia do seu

trabalho para a construccedilatildeo da cidadania e de uma sociedade igualitaacuteria

Como bem observa Maristela Alves Leitatildeo (2005) os profissionais de

jornalismo desempenham um importante papel nas transformaccedilotildees soacutecio-poliacuteticas

nas uacuteltimas deacutecadas constituindo os ldquoguardiotildees dos direitos humanosrdquo durante a

transiccedilatildeo da ditadura militar para o regime democraacutetico Atualmente a preocupaccedilatildeo

tem sido lutar contra a corrupccedilatildeo e a favor da cidadania visando a conscientizaccedilatildeo

da populaccedilatildeo em relaccedilatildeo aos seus direitos e obrigaccedilotildees

A mateacuteria jornaliacutestica consiste na reconstruccedilatildeo de dada realidade que

cerca um fato recente efetuada pelo profissional da aacuterea a partir da tomada de

depoimentos de pessoas que participaram ou estatildeo inseridas no contexto apurado

Essas pessoas a serem entrevistas natildeo devem ser selecionadas de maneira fortuita

apenas seratildeo inquiridas aquelas que possam dispor de dados estritamente

importantes e possuir competecircncia reconhecida para referir-se ao assunto em

questatildeo Uma das habilidades mais valorizadas na profissatildeo inclusive eacute aquela de

pesquisar e encontrar as fontes mais adequadas considerando-se a expectativa do

puacuteblico de receber informaccedilatildeo qualificada (Rothberg 2006)

28

Comparando-se o jornalismo impresso com o televisivo este uacuteltimo leva

clara vantagem por ser meio mais atraente ao disponibilizar uma dinacircmica

audiovisual

22 O REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO

O repoacuterter cinematograacutefico eacute aquele profissional que executa serviccedilos

referentes ao mercado de radiodifusatildeo mais especificamente em TV atuando como

assistente ou teacutecnico na aacuterea de produccedilatildeo em meios de comunicaccedilatildeo Dentre suas

atividades vale destacar pesquisa anaacutelise e interpretaccedilatildeo das possibilidades

riacutetmicas estruturais e associadas do encontro entre imagem e som aleacutem de

executar e manter os equipamentos de aacuteudio e iluminaccedilatildeo e cacircmeras de TV (Nova

Faetec 2006)

No Brasil o curso profissionalizante de repoacuterter cinematograacutefico tem ainda

niacutevel teacutecnico com duraccedilatildeo de trecircs anos sendo exigido como preacute-requisito a

conclusatildeo do ensino meacutedio ou fundamental

No Rio de Janeiro foi criada em 16 de fevereiro em 1946 a ARFOC -

Associaccedilatildeo Profissional de Repoacuterteres Fotograacuteficos e Cinematograacuteficos do Brasil

que consiste em uma associaccedilatildeo profissional e cultural destituiacuteda de caraacuteter poliacutetico-

partidaacuterio e sem fins lucrativos nos termos do Decreto n 1229 de 09101962 cujo

objetivo eacute incentivar aperfeiccediloar valorizar e defender a profissatildeo e os fotojornalistas

e a aplicaccedilatildeo da imagem ao jornalismo (ARFOC 2006)

29

Segundo Joseacute Alves Filho (2005) presidente da ARFOC-PI existe uma

falta de reconhecimento ateacute por parte dos proacuteprios colegas de trabalho em relaccedilatildeo

ao trabalho do repoacuterter cinematograacutefico Eacute uma injusticcedila visto que uma boa

reportagem de TV depende mais do registro do repoacuterter cinematograacutefico ndash fruto de

sua persistecircncia coragem e sensibilidade ndash do que do repoacuterter produtor ou editor

Essa falta de reconhecimento se reflete no dia-a-dia principalmente por

parte dos chefes de redaccedilatildeo que nunca estimulam os repoacuterteres cinematograacuteficos a

participarem da discussatildeo da pauta que iratildeo cumprir Com isso eles acabam se

afastando das redaccedilotildees desestimulados a participarem do processo Por parte dos

colegas jornalistas haacute um preconceito intelectual ainda que velado em relaccedilatildeo aos

colegas da ldquolinha de frenterdquo os ditos repoacuterteres cinematograacuteficos forjados pela

ldquofaculdade da vidardquo sem chance de discutir teoria nos bancos universitaacuterios

Partindo-se da premissa de que a imagem eacute o uacutenico item imprescindiacutevel

da TV natildeo haacute justificativa para o fato de que o salaacuterio dos bons cinegrafistas natildeo

chegam nem na metade do salaacuterio dos repoacuterteres haacute vinte anos atraacutes o salaacuterio

desses profissionais se equiparavam

Para Antonio Brasil (2004)

() se existe uma classe de jornalistas que sempre sofreu enormes injusticcedilas e discriminaccedilotildees eacute sem duacutevida o segmento dos cinegrafistas de TV Hoje satildeo chamados de lsquorepoacuterteres cinematograacuteficosrsquo Para mim deveriam ser simplesmente lsquojornalistasrsquo Mas como costumam ter origem humilde e natildeo podem pagar pelos lsquodiplomasrsquo satildeo considerados jornalistas de segunda classe Natildeo precisam passar no miacutenimo quatro anos pagando caro para as faacutebricas de jornalistas e ningueacutem parece se importar muito com isso Mas os cinegrafistas ou repoacuterteres cinematograacuteficos merecem o nosso apoio e respeito Lutam pelo reconhecimento da profissatildeo enquanto lsquojornalistasrsquo de verdade Recusam-se a serem meros

30

lsquoapecircndicesrsquo na vida dos repoacuterteres e nas decisotildees dos nossos editores de telejornalismo

Infelizmente ainda persiste o conflito entre os profissionais da palavra e

os jornalistas da imagem Brasil (2004) experiente na profissatildeo muitas vezes

sentiu na pele os efeitos de atitudes arrogantes e discriminatoacuterias mesmo de

repoacuterteres receacutem-formados - o que demonstra que essa arrogacircncia sem

fundamento eacute cultural beira o preconceito social ou ldquoracismordquo E geralmente satildeo os

velhos cinegrafistas que acabam por ensinar a esses jovens os primeiros passos da

profissatildeo

Eacute certo que no meio televisivo as imagens constituem elemento chave

da mateacuteria do repoacuterter satildeo elas que datildeo suporte agrave narrativa cronoloacutegica do

acontecimento Cumpre ressaltar que tal qual o repoacuterter o cinegrafista tem como

objetivo registrar o acontecimento e fazer com que o mesmo chegue ao ar Daiacute a

importacircncia de recomendar aos alunos do telejornalismo que cinegrafista natildeo deve

ser vigiado nem precisa ser orientado

Repoacuterter e cinegrafista satildeo colegas de jornalismo isto eacute ambos satildeo

jornalistas Natildeo eacute porque o cinegrafista geralmente tem origem simples gestos

humildes e carrega peso que deixa de ser jornalista Ganha o repoacuterter despido

desse preconceito pois se dispotildee a assimilar os segredos da profissatildeo ensinados

pelos cinegrafistas e compartilhando com respeito os objetivos da reportagem

recebem valiosas dicas praacuteticas

Brasil (2004) desabafa

31

Os jovens de boa aparecircncia - condiccedilatildeo dispensaacutevel mas que parece ser obrigatoacuteria em nossos telejornais - saem das universidades natildeo sabem quase nada de telejornalismo Buscam na TV o sonho de sucesso e fama A maioria desses jovens natildeo teve a oportunidade aprender a praacutetica da profissatildeo Eles satildeo selecionados em processos meio nebulosos e certamente pouco transparentes Se tornam repoacuterteres de TV e tem que aprender as teacutecnicas peculiares da profissatildeo na marra No entanto satildeo os velhos cinegrafistas - profissionais humildes e experientes que costumam ensinar os primeiros passos Os cinegrafistas tambeacutem satildeo colegas leais Aleacutem de ensinarem telejornalismo de verdade tambeacutem fazem questatildeo de ocultar os erros dos neoacutefitos Os editores jamais percebem as inuacutemeras passagens que os cinegrafistas providencialmente apagam das fitas e da nossa memoacuteria Alguns desses neoacutefitos natildeo eram tatildeo jovens Muitos profissionais da imprensa fizeram a transiccedilatildeo para os encantos da TV graccedilas agrave boa vontade de velhos cinegrafistas

Ao inveacutes de se sentirem agradecidos muitos desses colegas se recusam

a aceitar que aqueles sujeitos simples satildeo tambeacutem jornalistas e que aleacutem de

compartilhar os objetivos da reportagem ensinam agrave nova geraccedilatildeo de jornalistas de

TV inuacutemeras dicas profissionais

Natildeo bastasse esse desrespeito com o profissional de imagem ele ainda

estaacute sujeito a sofrer seacuterios riscos inerentes agrave proacutepria profissatildeo aleacutem de graves

problemas de sauacutede ao utilizar equipamentos pesados e obsoletos e enfrentar um

ritmo estressante de trabalho repetitividade de tarefas longas jornadas e condiccedilotildees

precaacuterias de trabalho

Daiacute a importacircncia de apoiar a luta desses profissionais de imagem que

buscam o creacutedito e o respeito merecidos Eacute uma questatildeo natildeo apenas de direito

mas de reconhecimento Tambeacutem eacute importante observar e condenar as possiacuteveis

represaacutelias aos profissionais que buscam esse reconhecimento

32

Brasil (2004) faz uma comparaccedilatildeo entre os cinegrafistas da Inglaterra e

os do Brasil Enquanto entre noacutes os profissionais lutam pela sobrevivecircncia

aprendem tudo sem qualquer tipo de treinamento especiacutefico e para garantir os seus

direitos devem permanecer anocircnimos na Inglaterra a escola de cinegrafistas da

BBC possibilita a esses profissionais facilidades teacutecnicas um bom sistema de

promoccedilatildeo e cargos Para a promoccedilatildeo dentro da proacutepria categoria os cinegrafistas

ingleses satildeo regularmente enviados ao interior daquele paiacutes para conhecerem as

novas tecnoloacutegicas e teacutecnicas profissionais visando com isso tambeacutem fortalecer os

laccedilos corporativos

33

3 CURSO SUPERIOR PARA FORMACcedilAtildeO DE PROFISSIONAIS DA

AacuteREA

31 DESVALORIZACcedilAtildeO DA PROFISSAtildeO

Como outras inuacutemeras profissotildees tambeacutem o jornalista enfrenta crise no

seu acircmbito de trabalho Para superar a concorrecircncia garantir o seu emprego e

valorizar sua profissatildeo o jornalista de modo geral precisa especializar-se em

determinadas aacutereas e atualizar-se academicamente No mercado atual esse

profissional tem que lidar com o aumento de responsabilidade com o acuacutemulo de

funccedilotildees nas redaccedilotildees aleacutem de ser em geral mal remunerado e sofrer com o

constante risco de ser demitido

Conforme aponta Noblat (2003 p 36)

Exige-se do candidato a uma vaga nas redaccedilotildees que seja profissional completo e polivalente Ele tem de dominar todas as teacutecnicas para o exerciacutecio da profissatildeo manejar os instrumentos capazes de ajudaacute-lo a fazer o melhor trabalho e ter a niacutetida compreensatildeo do seu papel de jornalista multimiacutedia

Em plena era de globalizaccedilatildeo as perspectivas natildeo satildeo as melhores Tem

razatildeo Dizard Jr (2000 p 21) ao afirmar que uma das poucas certezas com que os

novos profissionais de miacutedia podem contar futuramente eacute que teratildeo que lidar com o

impacto das mudanccedilas tecnoloacutegicas e com a intensificaccedilatildeo da demanda por maior

envolvimento intelectual e habilitaccedilatildeo acadecircmica

34

Para o repoacuterter cinematograacutefico e supervisor de cinegrafia da rede Globo

Heacutelio Alvarez concorda que a profissatildeo do repoacuterter cinematograacutefico e fotoacutegrafo eacute

desvalorizada e isto se deve segundo ele ao fato de que a valorizaccedilatildeo profissional

na atualidade se daacute por meio da educaccedilatildeo Enquanto os repoacuterteres geralmente

passaram por uma faculdade e vecircm de uma classe social mais alta os que

trabalham como repoacuterter cinematograacutefico em sua maioria satildeo aqueles que iniciam

carreira fazendo algum trabalho na televisatildeo sendo poucos os que comeccedilam no

jornalismo ndash o que acaba por desvalorizar a funccedilatildeo (Canal da imprensa sd)

32 REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO Eacute JORNALISTA

Noacutes uacuteltimos anos haacute um movimento que luta pelo reconhecimento do

repoacuterter cinematograacutefico como jornalista Duas recentes decisotildees nos tribunais do

paiacutes passaram a reconhecer os direitos desse profissional confirmando as teses

defendidas pela FENAJ (Federaccedilatildeo Nacional dos Jornalistas) e pelos sindicatos de

jornalistas

No ano passado o Tribunal Superior do Trabalho (TST) manteve decisatildeo

do Tribunal Regional do Trabalho do Rio Grande do Sul (TRT da 4ordf Regiatildeo) que

enquadrou como Jornalista um repoacuterter-cinematograacutefico que trabalhou na RBS TV

Santa Rosa Ltda Esse profissional tanto acompanhava repoacuterteres na produccedilatildeo de

reportagens jornaliacutesticas como tambeacutem saiacutea agraves ruas sozinho para produzir

reportagens estabelecidas em pautas previamente solicitadas pelo chefe de

redaccedilatildeo

35

A RBS seguindo a praacutetica infelizmente bastante comum entre as

empresas de televisatildeo sustentava que o trabalhador devia ser enquadrado como

radialista na tentativa de pagar um salaacuterio menor ao profissional uma vez que o

piso de radialista eacute inferior ao de jornalista Outra desvantagem para o profissional eacute

que os radialistas trabalham 8 horas diaacuterias ao contraacuterio de jornalistas que atuam 5

horas por dia O excesso de carga de trabalho vem trazendo problemas de sauacutede

para diversos repoacuterteres cinematograacuteficos enquadrados como radialistas

A Justiccedila do Trabalho firmou decisatildeo no sentido de que o fato de estar

acompanhado de repoacuterter natildeo retira do repoacuterter-cinematograacutefico a condiccedilatildeo de

Jornalista O profissional gauacutecho receberaacute as devidas diferenccedilas salariais retroativas

a 16 de junho de 1998 data que o prejudicado obteve seu registro de jornalista

profissional no Ministeacuterio do Trabalho (Espaccedilo Vital 2005)

Com essa decisatildeo passou a ser possiacutevel que os repoacuterteres

cinematograacuteficos encaminhem agraves Delegacias Regionais do Trabalho pedidos de

enquadramento como jornalistas Aliaacutes os proacuteprios sindicatos devem encaminhar

pedidos de fiscalizaccedilatildeo nas empresas para verificar o enquadramento dos repoacuterteres

cinematograacuteficos

Outro julgamento favoraacutevel ao profissional da aacuterea em comento conforme

divulgaccedilatildeo do FENAJ (2005) refere-se agrave decisatildeo da Terceira Turma do Superior

Tribunal de Justiccedila (STJ) que reconheceu os direitos do repoacuterter fotograacutefico Claacuteudio

Alves Pereira de receber indenizaccedilatildeo por danos materiais e morais devido agraves

inuacutemeras vezes em que o Jornal de Brasiacutelia republicou fotos suas sem creacutedito apoacutes

a sua demissatildeo em julho de 1990

36

Conforme o escritor portuguecircs Pierre Ganz (ANTONIO CARLOS) o

jornalista-repoacuterter de imagens eacute antes de qualquer coisa eacute um jornalista como os

outros Deve saber preparar a sua reportagem efetuaacute-la escrever o seu comentaacuterio

sobre imagens A diferenccedila reside no fato de ele substituir na maioria das vezes a

esferograacutefica pela cacircmera de filmar

Uma cacircmera que ele deveraacute dominar bem mas tambeacutem com a qual vai escrever uma histoacuteria os planos substituindo entatildeo as palavras Uma sintaxe toma o lugar da outra Os teacutecnicos de som de iluminaccedilatildeo e de montagem satildeo-lhe familiares Pode em alguns casos trabalhar sozinho Egrave cada vez mais frequumlente partir em reportagem ou em grande reportagem com equipe reduzida acompanhada apenas por jornalista redator

Eacute mesmo verdade que no meio televisivo uma boa imagem por vezes

substitui um bom texto e ateacute o dispensa Natildeo eacute possiacutevel por exemplo imaginar nos

dias de hoje um noticiaacuterio sobre guerra sem que sejam mostradas imagens E

muitas vezes inspirados nas imagens que os jornalistas produzem seus textos

Sem duacutevida a funccedilatildeo do repoacuterter cinematograacutefico eacute de vital importacircncia

para o jornalismo Uma saiacuteda bastante praacutetica para solucionar o problema desses

profissionais no que se refere agrave ausecircncia de cursos de graduaccedilatildeo seria incluir uma

cadeira sobre o assunto nos cursos de jornalismo Com isso os profissionais da

aacuterea e os interessados em abraccedilar a profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico se

sentiriam motivados a ingressar numa faculdade e quem sabe assim esse

preconceito absurdo seria definitivamente eliminado pondo fim ao estigma de ser

apenas um coadjuvante na confecccedilatildeo da notiacutecia

37

CONCLUSAtildeO

Num momento em que o mundo passa por tantas transformaccedilotildees

decorrentes da evoluccedilatildeo tecnoloacutegica da era da informaccedilatildeo e da globalizaccedilatildeo da

economia o jornalismo profissional ndash seacuterio e bem documentado - ganha relevo em

sua missatildeo de informar opinar e entreter a sociedade em seu cotidiano

A televisatildeo nos dias contemporacircneos pode transmitir ao puacuteblico muito

mais do que o fazia quando foi criada A novidade surgiu em 1923 nos Estados

Unidos e se tornou conhecida no Brasil nos anos 50 De iniacutecio apenas uma

finiacutessima parcela da populaccedilatildeo tinha acesso ao produto e tempos depois

transformou-se num poderoso meio de comunicaccedilatildeo em massa

Para fazer o telejornalismo eacute necessaacuterio uma equipe formada de repoacuterter

cinegrafista redator fotoacutegrafo editor teacutecnicos de som de iluminaccedilatildeo e de

montagens

Diante do exposto natildeo resta duacutevidas de que o repoacuterter cinematograacutefico eacute

antes de qualquer coisa jornalista como os outros Ele deve saber preparar a sua

reportagem efetuaacute-la escrever o seu comentaacuterio sobre imagens

Se eacute certo que ele substitui a esferograacutefica pela cacircmera de filmar tambeacutem

eacute verdade que por meio dela ele escreve uma histoacuteria A diferenccedila eacute que substitui

as palavras pelas imagens que seus olhos treinados conseguem captar

38

Em muitas situaccedilotildees o repoacuterter cinematograacutefico acumula as funccedilotildees dos

teacutecnicos de iluminaccedilatildeo som e montagem trabalhando somente com o jornalista

redator E eacute com base nas imagens captadas que os jornalistas produzem seus

textos

Muitas vezes os cinegrafistas produzem imagens tatildeo impressionantes

que eacute difiacutecil para o jornalista descrevecirc-las com palavras podendo surgir eventuais

conflitos entre os dois

Neste contexto a presente monografia procurou enfocar a importacircncia

deste profissional que para ser reconhecido por seus pares e tambeacutem para ter

oportunidade de aumentar seus conhecimentos e aperfeiccediloar suas teacutecnicas

necessita que seja inserida uma cadeira sobre sua aacuterea nos cursos de graduaccedilatildeo

de jornalismo

Para serem admitidos como jornalistas pelas televisotildees profissionais

exige-se formaccedilatildeo acadecircmica em jornalismo Haacute aqui um paradoxo visto que a

profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico tem sua funccedilatildeo regulamentada pelo Decreto

Lei n 83284 de 13 marccedilo de 1969 que atribui normas para o exerciacutecio da profissatildeo

de jornalista e segundo o qual o repoacuterter cinematograacutefico estaacute inserido como

jornalista que capta imagens para fins jornaliacutesticos

Note-se que a partir do momento em que os cursos de jornalismo

incluiacuterem uma cadeira voltada para a reportagem cinematograacutefica todos os que se

formarem no curso e optarem por esse caminho notadamente seratildeo reconhecidos

como jornalistas

39

Haacute que se considerar a questatildeo dos antigos profissionais da aacuterea

aqueles que conhecem tudo sobre a profissatildeo e conforme dito no decorrer da

presente costumam ensinar os receacutem-formados no iniacutecio de suas carreiras

Eacute injusta a falta de reconhecimento desses profissionais

Tal situaccedilatildeo demonstra que o preconceito em relaccedilatildeo a eles faz parte de

uma cultura arraigada entre os proacuteprios colegas de profissatildeo e que acaba se

estendendo pelos bancos acadecircmicos e que precisa ser trabalhada desmistificada

pois natildeo tem razatildeo de existir

40

REFEREcircNCIAS

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documentaccedilatildeo trabalhos acadecircmicos apresentaccedilatildeo Rio de Janeiro 2002

ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE NORMAS TEacuteCNICAS NBR 6023 informaccedilatildeo e

documentaccedilatildeo elaboraccedilatildeo Rio de Janeiro 2002

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45

ANEXO I ndash DECRETO Nordm 83284 DE 13 DE MARCcedilO DE 1979

PROFISSAtildeO DE JORNALISTA

Daacute nova regulamentaccedilatildeo ao Decreto-lei nordm 972 de 17 de outubro de 1969 que dispotildee sobre o exerciacutecio da profissatildeo de Jornalista em decorrecircncia das alteraccedilotildees introduzidas pela Lei nordm 6612 de 7 de dezembro de 1978

O Presidente da Repuacuteblica usando da atribuiccedilatildeo que lhe confere o art 81 item

III da Constituiccedilatildeo decreta

Art 1ordm Eacute livre em todo territoacuterio nacional o exerciacutecio da profissatildeo de Jornalista aos que satisfazerem as condiccedilotildees estabelecidas neste Decreto

Art 2ordm A profissatildeo de Jornalista compreende privativamente o exerciacutecio habitual e remunerado de qualquer das seguintes atividades

I - redaccedilatildeo condensaccedilatildeo titulaccedilatildeo interpretaccedilatildeo correccedilatildeo ou coordenaccedilatildeo de mateacuteria a ser divulgada contenha ou natildeo comentaacuterio

II - comentaacuterio ou crocircnica pelo raacutedio ou pela televisatildeo III - entrevista inqueacuterito ou reportagem escrita ou falada IV - planejamento organizaccedilatildeo direccedilatildeo e eventual execuccedilatildeo de serviccedilos

teacutecnicos de Jornalismo como os de arquivo ilustraccedilatildeo ou distribuiccedilatildeo graacutefica de mateacuteria a ser divulgada

V - planejamento organizaccedilatildeo e administraccedilatildeo teacutecnica dos serviccedilos de que trata a aliacutenea ldquoardquo

VI - ensino de teacutecnicas de Jornalismo VII - coleta de notiacutecias ou informaccedilotildees e seu preparo para divulgaccedilatildeo VIII - revisatildeo de originais de mateacuteria jornaliacutestica com vistas agrave correccedilatildeo

redacional e agrave adequaccedilatildeo da linguagem XIX - organizaccedilatildeo e conservaccedilatildeo de arquivo jornaliacutestico e pesquisa dos

respectivos dados para a elaboraccedilatildeo de notiacutecias X - execuccedilatildeo de distribuiccedilatildeo graacutefica de texto fotografia ou ilustraccedilatildeo de

caraacuteter jornaliacutestico para fins de divulgaccedilatildeo XI - execuccedilatildeo de desenhos artiacutesticos ou teacutecnicos de caraacuteter jornaliacutestico para

fins de divulgaccedilatildeo Art 3ordm Considera-se empresa jornaliacutestica para os efeitos deste Decreto-lei

aquela que tenha como atividade a ediccedilatildeo de jornal ou revista ou a distribuiccedilatildeo de noticiaacuterio com funcionamento efetivo idoneidade financeira e registro legal

sect 1ordm Equipara-se agrave empresa jornaliacutestica a seccedilatildeo ou serviccedilo de empresa de radiofusatildeo televisatildeo ou divulgaccedilatildeo cinematograacutefica ou de agecircncia de publicidade onde sejam exercidas as atividades previstas no artigo 2ordm0

sect 2ordm A entidade puacuteblica ou privada natildeo jornaliacutestica sob cuja responsabilidade se editar publicaccedilatildeo destinada a circulaccedilatildeo externa estaacute obrigada ao cumprimento deste decreto relativamente aos jornalistas que contratar

46

Art 4ordm O exerciacutecio da profissatildeo de jornalista requer preacutevio registro no oacutergatildeo regional do Ministeacuterio do Trabalho que se faraacute mediante a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash diploma de curso de niacutevel superior de Jornalismo ou de Comunicaccedilatildeo Social habilitaccedilatildeo Jornalismo fornecido por estabelecimento de ensino reconhecido na forma da lei para as funccedilotildees relacionadas nos itens I a IV do artigo 11

IV ndash Carteira de Trabalho e Previdecircncia Social

Paraacutegrafo uacutenico ndash Aos profissionais registrados exclusivamente para o exerciacutecio das funccedilotildees relacionadas nos itens VII a XI do artigo 11 eacute vedado o exerciacutecio das funccedilotildees constantes nos itens I a VII do mesmo artigo

Art 5ordm O Ministeacuterio do Trabalho concederaacute desde que satisfeitas as exigecircncias constantes neste Decreto registro especial ao

I ndash colaborador assim entendido aquele que mediante remuneraccedilatildeo e sem relaccedilatildeo de emprego produz trabalho de natureza teacutecnica cientiacutefica ou cultural relacionando com a sua especializaccedilatildeo para ser divulgado com o nome e qualificaccedilatildeo do autor

II ndash funcionaacuterio puacuteblico titular de cargo cujas atribuiccedilotildees legais coincidam com as mencionadas no artigo 2ordm

III ndash provisionado

Paraacutegrafo uacutenico ndash O registro de que tratam os itens I e II deste artigo natildeo implica o reconhecimento de quaisquer direitos que decorram da condiccedilatildeo de empregado nem no caso do item II dos resultantes do exerciacutecio privado e autocircnomo da profissatildeo

Art 6ordm Para o registro especial de colaborador eacute necessaacuteria a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash declaraccedilatildeo de empresa jornaliacutestica ou que a ela seja equiparada informando do seu interesse pelo registro de colaborador do candidato onde conste a sua especializaccedilatildeo remuneraccedilatildeo contratada e pseudocircnimo se houver

Art 7ordm Para o registro especial de funcionaacuterio puacuteblico titular de cargo cujas atribuiccedilotildees legais coincidam com as mencionadas no artigo 2ordm eacute necessaacuterio a apresentaccedilatildeo de ato de nomeaccedilatildeo ou contrataccedilatildeo para cargo ou emprego com aquelas atribuiccedilotildees aleacutem do cumprimento do que estabelece o artigo 4ordm

Art 8ordm Para o registro especial de provisionado eacute necessaacuterio a apresentaccedilatildeo de

47

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash declaraccedilatildeo fornecida pela empresa jornaliacutestica ou que a ela seja equiparada na qual conste a funccedilatildeo a ser exercida e o salaacuterio correspondente

IV ndash diploma de curso de niacutevel superior ou certificado de ensino de 2ordm grau fornecido por estabelecimento de ensino reconhecido na forma da lei para as funccedilotildees relacionadas nos itens I a VII do artigo 11

V ndash declaraccedilatildeo fornecida pela entidade sindical representativa da categoria profissional com base territorial abrangendo o municiacutepio no qual o provisionado iraacute desempenhar suas funccedilotildees de que natildeo haacute jornalista associado do Sindicato domiciliado naquele municiacutepio disponiacutevel da contrataccedilatildeo

VI ndash Carteira de Trabalho e Previdecircncia Social

sect 1ordm A declaraccedilatildeo de que trata o item V deveraacute ser fornecida pelo Sindicato ao interessado no prazo de 3 dias uacuteteis

sect 2ordm Caso exista profissional domiciliado no municiacutepio disponiacutevel para contrataccedilatildeo o Sindicato comunicaraacute tal fato ao Ministeacuterio do Trabalho no mesmo prazo de 3 dias a contar do pedido de fornecimento da declaraccedilatildeo de que trata o item V

sect 3ordm Caso o Sindicato natildeo forneccedila a declaraccedilatildeo de que trata o item V no prazo mencionado no sect 1ordm o interessado poderaacute instruir seu pedido de registro com o protocolo de apresentaccedilatildeo do requerimento ao Sindicato

sect 4ordm Na hipoacutetese prevista no paraacutegrafo anterior o Ministeacuterio do Trabalho concederaacute ao Sindicato prazo natildeo superior a 3 dias para se manifestar sobre o fornecimento da declaraccedilatildeo caso natildeo tenha ocorrido o fato constante no sect 2ordm

sect 5ordm O registro especial de provisionado teraacute caraacuteter temporaacuterio com duraccedilatildeo maacutexima de trecircs anos renovaacutevel somente com a apresentaccedilatildeo de toda a documentaccedilatildeo prevista neste artigo

Art 9ordm Seraacute efetuado no Ministeacuterio do Trabalho registro dos diretores de empresas jornaliacutesticas que natildeo sendo jornalistas respondem pelas respectivas publicaccedilotildees para o que eacute necessaacuterio a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash prova de registro civil ou comercial da empresa jornaliacutestica com o inteiro teor do seu ato constitutivo

IV ndash prova de depoacutesito do tiacutetulo da publicaccedilatildeo ou da agecircncia de notiacutecias no oacutergatildeo competente do Ministeacuterio da Induacutestria e do Comeacutercio

48

V ndash 30 exemplares do jornal ou 12 exemplares da revista ou 30 recortes ou coacutepias de noticiaacuterio com datas diferentes de sua divulgaccedilatildeo

sect 1ordm Tratando-se de empresa nova o Ministeacuterio do Trabalho efetuaraacute registro provisoacuterio com validade por 2 anos tornando-se definitivo apoacutes a comprovaccedilatildeo constante do item V deste artigo

sect 2ordm Natildeo seraacute admitida renovaccedilatildeo ou prorrogaccedilatildeo do prazo de validade do registro provisoacuterio previsto no paraacutegrafo anterior

Art 10ordm Seraacute efetuado no Ministeacuterio do Trabalho registro especial do diretor de empresa natildeo jornaliacutestica sob cuja responsabilidade se editar publicaccedilatildeo destinada agrave circulaccedilatildeo externa ou interna para o que se exigiraacute a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash prova de depoacutesito do tiacutetulo da publicaccedilatildeo no oacutergatildeo competente do Ministeacuterio da Induacutestria e do Comeacutercio

Art 11 ndash As funccedilotildees desempenhadas pelos jornalistas como empregados seratildeo assim classificadas

I - Redator aquele que aleacutem das incumbecircncias de redaccedilatildeo comum tem o encargo de redigir editoriais crocircnicas ou comentaacuterios

II - Noticiarista aquele que tem o encargo de redigir mateacuterias de caraacuteter informativo desprovidas de apreciaccedilotildees ou comentaacuterios preparando-as ou redigindo-as para a divulgaccedilatildeo

III - Repoacuterter aquele que cumpre a determinaccedilatildeo de colher notiacutecias ou informaccedilotildees preparando-as para divulgaccedilatildeo

IV - Repoacuterter de setor aquele que tem o encargo de colher notiacutecias ou informaccedilotildees sobre assuntos predeterminados preparando-as ou redigindo-as para divulgaccedilatildeo

V - Raacutedio-repoacuterter aquele a quem cabe a difusatildeo oral de acontecimento ou entrevista pelo raacutedio ou pela televisatildeo no instante ou no local em que ocorram assim como o comentaacuterio ou crocircnica pelos mesmos veiacuteculos

VI - Arquivista-pesquisador aquele que tem a incumbecircncia de organizar e conservar cultural e tecnicamente o arquivo redatorial procedendo agrave pesquisa dos respectivos dados para a elaboraccedilatildeo de notiacutecias

VII - Revisor aquele que tem o encargo de rever as provas tipograacuteficas de mateacuteria jornaliacutestica

VIII - Ilustrador aquele que tem a seu cargo criar ou executar desenhos artiacutesticos ou teacutecnicos de caraacuteter jornaliacutestico

XIX - Repoacuterter-fotograacutefico aquele a quem cabe registrar fotograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico

X - Repoacuterter-cinematograacutefico aquele a quem cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico

XI - Diagramador aquele a quem compete planejar e executar a distribuiccedilatildeo graacutefica de mateacuterias fotografias ou ilustraccedilotildees de caraacuteter jornaliacutestico para fins de publicaccedilatildeo

Paraacutegrafo uacutenico ndash Os Sindicatos seratildeo ouvidos sobre o exato enquadramento de cada profissional

49

Art 12ordm Seratildeo privativas de jornalista as funccedilotildees pertinentes agraves atividades

descritas no artigo 2ordm tais como Editor Secretaacuterio Subsecretaacuterio Chefe de reportagem e Chefe de Revisatildeo

Art 13ordm Natildeo haveraacute incompatibilidade entre o exerciacutecio da profissatildeo de Jornalista e o de qualquer outra funccedilatildeo remunerada ainda que puacuteblica respeitadas a proibiccedilatildeo de acumular cargos e as demais restriccedilotildees de lei

Art 14ordm Seraacute passiacutevel de trancamento o registro profissional do jornalista que sem motivo legal deixar de exercer a profissatildeo por mais de 2 anos

sect 1ordm Natildeo incide na cominaccedilatildeo deste artigo o afastamento decorrente de a) suspensatildeo ou interrupccedilatildeo do contrato de trabalho b) aposentadoria como jornalista c) viagem ou bolsa de estudo para aperfeiccediloamento profissional d) desemprego apurado na forma da Lei nordm 4923 de 23 de dezembro de

1965

sect 2ordm O trancamento seraacute da competecircncia do oacutergatildeo regional do Ministeacuterio do Trabalho de ofiacutecio ou requerimento da entidade sindical representativa da categoria profissional cabendo a esta fazer publicar em oacutergatildeo oficial por trecircs vezes consecutivas e dentro de um interstiacutecio de dois anos a relaccedilatildeo dos jornalistas cujos registros pretende trancar

sect 3ordm Os oacutergatildeos do Ministeacuterio do Trabalho prestaratildeo aos sindicatos representativos da categoria profissional as informaccedilotildees que lhes forem solicitadas especialmente quanto ao registro de admissotildees e dispensas nas empresas jornaliacutesticas realizando as inspeccedilotildees que se tornarem necessaacuterias para a verificaccedilatildeo do exerciacutecio da profissatildeo de jornalista

sect 4ordm O exerciacutecio da atividade em empresa natildeo jornaliacutestica mencionada no artigo 3ordm sect 2ordm natildeo constituiraacute prova suficiente de permanecircncia na profissatildeo se a publicaccedilatildeo e seu responsaacutevel natildeo tiverem registro nos termos deste Decreto

sect 5ordm O registro trancado suspende a titularidade e o exerciacutecio das prerrogativas profissionais mas pode ser revalidado mediante apresentaccedilatildeo dos documentos mencionados nos itens II e III do artigo 4ordm

Art 15ordm O salaacuterio de jornalista natildeo poderaacute ser reajustado nos contratos individuais de trabalho para a jornada normal de 5 horas em base inferior agrave do salaacuterio estipulado para a respectiva funccedilatildeo em acordo ou convenccedilatildeo coletiva de trabalho ou sentenccedila normativa das Justiccedila do Trabalho

Paraacutegrafo uacutenico ndash Em negociaccedilatildeo ou dissiacutedio coletivo poderatildeo os Sindicatos de Jornalistas reclamar o estabelecimento de criteacuterio de remuneraccedilatildeo adicional pela divulgaccedilatildeo de trabalho produzido por jornalistas em mais de um veiacuteculo de comunicaccedilatildeo coletiva

Art 16ordm A admissatildeo de provisionado para exercer funccedilotildees relacionadas nos itens I a VII do artigo 11 seraacute permitida nos municiacutepios onde natildeo existia curso de Jornalismo reconhecido na forma de lei e comprovadamente natildeo haja jornalista domiciliado associado do sindicato representativo da categoria profissional disponiacutevel para contrataccedilatildeo

Paraacutegrafo uacutenico ndash O provisionado nos termos deste artigo poderaacute exercer suas atividades somente no municiacutepio para o qual foi registrado

Art 17ordm Os atuais portadores de registro especial de provisionado poderatildeo exercer suas atividades no Estado onde foram contratados

Art 18 ndash A fiscalizaccedilatildeo do cumprimento dos dispositivos deste Decreto se faraacute na forma do artigo 626 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho sendo aplicaacutevel aos

50

infratores multa variaacutevel de 1 a 10 vezes o maior valor de referecircncia fixado de acordo com o artigo 2ordm paraacutegrafo uacutenico da Lei nordm 6205 de 29 de abril de 1975

Paraacutegrafo uacutenico ndash Aos sindicatos representativos da categoria profissional incumbe representar agraves autoridades competentes acerca do exerciacutecio irregular da profissatildeo de Jornalista

Art 19ordm Constitui fraude a prestaccedilatildeo de serviccedilos profissionais gratuitos ou com pagamentos simboacutelicos sob pretexto de estaacutegio bolsa de complementaccedilatildeo convecircnio ou qualquer outra modalidade em desrespeito agrave legislaccedilatildeo trabalhista e a este regulamento

Art 20ordm O disposto neste Decreto natildeo impede a conclusatildeo dos estaacutegios comprovadamente iniciados antes da vigecircncia da Lei nordm 6612 de 7 de dezembro de 1978 os quais entretanto natildeo conferiratildeo por si soacutes direito ao registro profissional

Art 21ordm Este Decreto entra em vigor na data da sua publicaccedilatildeo revogadas as disposiccedilotildees em contraacuterio especialmente os Decretos nordms 65912 de 19 de dezembro de 1969 e 68629 de 18 de maio de 1971

Brasiacutelia 13 de marccedilo de 1979 158ordm da Independecircncia e 91ordm da Repuacuteblica (DO de 13-3-79)

Ernesto Geisel Arnaldo Prieto

51

ANEXO II ndash ACOacuteRDAtildeO TST-AIRR-6182001-751-04-401

Acoacuterdatildeo Inteiro Teor NUacuteMERO UacuteNICO PROC AIRR - 6182001-751-04-40 PUBLICACcedilAtildeO DJ - 10022006 Andamento do Processo

PROC Nordm TST-AIRR-6182001-751-04-401 C A C Oacute R D Atilde O 1ordf Turma EMPMs REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO CARACTERIZACcedilAtildeO INDEPENDEcircNCIA NO EXERCIacuteCIO DE SUAS ATIVIDADES REGISTROS DE ASSUNTOS E TEMAacuteTICAS DE INTERESSES JORNALIacuteSTICOS 1 Segundo o Tribunal Regional do Trabalho o Reclamante no exerciacutecio de suas atividades aleacutem de ter acompanhado o repoacuterter entrevistador na produccedilatildeo de mateacuterias fato que por si soacute natildeo lhe retira a condiccedilatildeo de jornalista - e tambeacutem de acordo com depoimentos testemunhais saiacutea agrave rua com a pauta que lhe era dirigida para sozinho produzir as mateacuterias solicitadas pelo empregador o que de acordo com o teor dos dispositivos tidos por vulnerados permite concluir o exerciacutecio da profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico e natildeo simplesmente de operador de cacircmera visto que ao sair agraves ruas para a produccedilatildeo de mateacuterias cumpria seu ofiacutecio obviamente mediante registros de fatos e (ou) assuntos de interesses notadamente jornaliacutestico considerando para tanto a proacutepria natureza da atividade empresarial exercida pela empregadora Inviaacutevel portanto a admissibilidade do recurso de revista em razatildeo da impossibilidade de exame da alegaccedilatildeo de afronta ao Decreto nordm 8413479 visto tratar-se de hipoacutetese natildeo contemplada na letra c do artigo 896 da CLT Por outro lado por violaccedilatildeo dos artigos 2ordm da Lei nordm 661578 e 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 tambeacutem natildeo logra ecircxito a Agravante no intuito de ver autorizado o processamento do recurso de revista No primeiro dispositivo apenas dispotildee-se que o radialista eacute o empregado de radiodifusatildeo exercente de atividades voltadas agrave administraccedilatildeo produccedilatildeo ou teacutecnica No segundo definem-se as profissotildees de repoacuterter e repoacuterter cinematograacutefico salientando-se que a esse uacuteltimo cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico hipoacutetese identificada pelo Regional 2 Agravo de instrumento a que se nega provimento Vistos relatados e discutidos estes autos do Agravo de Instrumento em Recurso de Revista nordm TST-AIRR-6182001-751-04-401 em que eacute Agravante RBS TV SANTA ROSA LTDA e Agravado CLOacuteVIS SANTACATARINA A Reclamada interpotildee agravo de instrumento ao despacho de fls 113-115 mediante o qual foi denegado seguimento ao recurso de revista sob o fundamento de que a decisatildeo decorreu da aplicaccedilatildeo das normas pertinentes uma vez que da situaccedilatildeo faacutetica delineada nos autos natildeo haacute como se extrair ofensa ao artigo 2ordm da Lei nordm 661578 na forma do artigo 896 c da CLT Contraminuta agraves fls 122-124 Natildeo houve remessa dos autos agrave Procuradoria Geral do Trabalho em face da orientaccedilatildeo emanada da Resoluccedilatildeo Administrativa nordm 322 atualmente retratada no artigo 82 do Regimento Interno do Tribunal Superior do

52

Trabalho Eacute o relatoacuterio V O T O I CONHECIMENTO Conheccedilo do agravo de instrumento porque regular e tempestivo II MEacuteRITO O Tribunal Regional ao apreciar o recurso ordinaacuterio interposto pela Reclamada no tocante ao reconhecimento da condiccedilatildeo de jornalista ao Reclamante pela Vara do Trabalho decidiu O MM Juiacutezo de primeiro grau acolheu as alegaccedilotildees do reclamante de exerciacutecio de profissatildeo jornaliacutestica de repoacuterter cinematograacutefico condenando a reclamada a pagar diferenccedilas salariais e reflexos Contra esta decisatildeo volta-se a reacute sustentando que o reclamante era operador de cacircmera funccedilatildeo capitulada na profissatildeo de radialista A recorrente tem razatildeo parcialmente Tomando-se a hipoacutetese de confirmar a sentenccedila enquanto reconhece ter o reclamante exercido a funccedilatildeo de repoacuterter cinematograacutefico em todo o contrato existe um marco temporal e juriacutedico que deve ser considerado A funccedilatildeo de repoacuterter cinematograacutefico eacute exclusiva da profissatildeo de jornalista Eacute uma atividade que estaacute reservada aos jornalistas formados assim como estabelecido no DL 97269 O reclamante natildeo demonstra a partir de quando conquistou a diplomaccedilatildeo como jornalista devendo-se considerar apenas pelo que oferecem os autos a data de 16 de junho de 1998 dia em que o reclamante foi registrado no Ministeacuterio do Trabalho como jornalista profissional na funccedilatildeo especiacutefica de repoacuterter cinematograacutefico Considerando que o Ministeacuterio do Trabalho natildeo pode registrar jornalistas natildeo diplomados exceccedilatildeo feita aos provisionados tem-se que o reclamante adquiriu esta condiccedilatildeo nesse dia Antes embora pudesse fazer ou fizesse atividades privativas de jornalistas natildeo pode ser considerado juridicamente como tal Assim em qualquer hipoacutetese de manutenccedilatildeo do reconhecimento da funccedilatildeo de jornaliacutestica esta deve gerar os efeitos pleiteados somente a partir de 16 de junho de 1998 Jaacute quanto a ter exercido ou natildeo funccedilatildeo jornaliacutestica a conclusatildeo eacute de manutenccedilatildeo da sentenccedila Natildeo eacute o fato de estar acompanhado por repoacuterter entrevistador que o cinegrafista perde a condiccedilatildeo de jornalista Trata-se de uma equipe de profissionais jornalistas Um exemplo que melhor ilustra o descabimento da distinccedilatildeo que pretende fazer o apelo eacute a situaccedilatildeo dos fotoacutegrafos ou repoacuterteres fotograacuteficos O fotoacutegrafo sai com a pauta junto com o repoacuterter (ou natildeo e isto tambeacutem acontecia com o reclamante como o reconhecem as testemunhas inclusive trazidas pela reclamada) e enquanto o repoacuterter investiga os dados necessaacuterios para a mateacuteria o fotoacutegrafo registra as cenas mas nem por isto eacute rebaixado da condiccedilatildeo de jornalista para dir- se-ia operador de cacircmera fotograacutefica O que se pode discutir seria o interesse jornaliacutestico das mateacuterias cobertas pelo jornalista reclamante Com efeito os comerciais produzidos e gravados pelo autor natildeo tecircm esse interesse e os eventos promocionais da reclamada recebem dela mesma uma atribuiccedilatildeo desse interesse embora natildeo o tenha imediata e objetivamente mas para efeitos do trabalho executado pelo reclamante deve ser considerado um trabalho jornaliacutestico Foi correta a decisatildeo natildeo merecendo qualquer reparo a natildeo ser o juriacutedico-temporal jaacute mencionado Nesta perspectiva o provimento do recurso eacute parcial (fls 97-99) Ao interpor o recurso de revista a Empresa alegou que o Reclamante na condiccedilatildeo de operador de cacircmera e operador de cacircmera de unidade portaacutetil externa acompanhando o repoacuterter como reconheceu o Regional natildeo pode ser

53

enquadrado como jornalista porquanto ao repoacuterter eacute dado cumprir a determinaccedilatildeo de coletar notiacutecias ou informaccedilotildees e elaboraacute-las a fim de viabilizar posterior divulgaccedilatildeo e ao repoacuterter-cinematograacutefico cabe registrar cinematograficamente fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico razatildeo pela qual entende que a atividade do Reclamante eacute proacutepria de radialista categoria agrave qual pertencia Acrescenta que o artigo 2ordm da Lei nordm 661578 estabelece considera-se radialista o empregado de Radiodifusatildeo que exerccedila uma das funccedilotildees em que se desdobram as atividades mencionadas no artigo 4ordm ou seja operador de cacircmara e operador de cacircmara de unidade portaacutetil externa cuja regulamentaccedilatildeo profissional consta do Decreto nordm 8413479 e as atribuiccedilotildees do Quadro Anexo do mesmo decreto item II letra c nordm 3 com a seguinte redaccedilatildeo encarrega-se da gravaccedilatildeo de mateacuteria distribuiacuteda pelo Supervisor de Operaccedilotildees planifica e orienta o entrevistador repoacuterter e iluminador no que se refere aos aspectos teacutecnicos de seu trabalho suas atividades envolvem tanto a gravaccedilatildeo como a geraccedilatildeo de som e imagem atraveacutes de equipamentos eletrocircnico portaacutetil de TV Fundamenta o apelo em violaccedilatildeo dos artigos 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 2ordm da Lei nordm 661578 e do Decreto nordm 8413479 e Quadro Anexo do mesmo decreto item II letra c nordm 3 Inicialmente deve-se registrar a impossibilidade de exame da alegaccedilatildeo de afronta ao Decreto nordm 8413479 visto tratar-se de hipoacutetese natildeo contemplada na letra c do artigo 896 da CLT No tocante agrave ofensa aos artigos 2ordm da Lei nordm 661578 e 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 tambeacutem natildeo logra ecircxito a Agravante no intuito de ver autorizado o processamento do recurso de revista No primeiro dispositivo apenas dispotildee-se que o radialista eacute o empregado de radiodifusatildeo exercente de atividades voltadas agrave administraccedilatildeo produccedilatildeo ou teacutecnica No segundo definem-se as profissotildees de repoacuterter e repoacuterter cinematograacutefico salientando-se que a esse uacuteltimo cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico Ora dos termos da decisatildeo impugnada via recurso de revista nada haacute que conflite com tais dispositivos legais Afinal segundo o Tribunal Regional do Trabalho o Reclamante no exerciacutecio de suas atividades aleacutem de ter acompanhado o repoacuterter entrevistador na produccedilatildeo de mateacuterias fato que por si soacute natildeo lhe retira a condiccedilatildeo de jornalista - tambeacutem de acordo com depoimentos testemunhais saiacutea agrave rua com a pauta que lhe era dirigida para sozinho produzir as mateacuterias solicitadas pelo empregador o que de acordo com o teor dos dispositivos tidos por vulnerados permite concluir pelo exerciacutecio da profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico e natildeo simplesmente de operador de cacircmera visto que ao sair agraves ruas para a produccedilatildeo de mateacuterias cumpria seu ofiacutecio obviamente mediante registros de fatos e (ou) assuntos de interesses notadamente jornaliacutestico considerando para tanto a proacutepria natureza da atividade empresarial exercida pela empregadora Por esses fundamentos nego provimento ao agravo de instrumento ISTO POSTO ACORDAM os Ministros da Primeira Turma do Tribunal Superior do Trabalho por unanimidade negar provimento ao agravo de instrumento Brasiacutelia 9 de novembro de 2005 EMMANOEL PEREIRA Ministro Relator

NIA 3981288

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Page 10: REPÓRTER CINEMATOGRÁFICO É JORNALISTArepositorio.uniceub.br/bitstream/123456789/1670/2/20214825.pdf · trabalhos desenvolvidos. 5 ... tsunamis, cachoeiras em penhascos, ... deles

10

sido objeto de discussatildeo eacute a forma como cada emissora transmite a mensagem

Analisando por exemplo notiacutecias internacionais que satildeo fornecidas por agecircncias

especializadas contratadas e que informam distribuem e divulgam as notiacutecias para o

mundo da mesma forma e com as mesmas imagens o cunho diferencial dado agraves

notiacutecias vai ser determinado pelo tratamento que cada emissora ou editor decidir e

que pode ser influenciado por questotildees poliacuteticas soacutecio-culturais contratos (de

leitura de emissoras de publicidade ou de mercado)

Eacute justamente aiacute que se reconhece o poder da imagem que afinal eacute o

grande diferencial do telejornalismo mais atraente do que o jornalismo por raacutedio ou

impresso Como diz um proveacuterbio chinecircs ldquouma imagem vale mais do que mil

palavrasrdquo Se o indiviacuteduo tem discernimento e ideacuteias proacuteprias natildeo vai ser facilmente

levado pelo subtexto embutida em certas informaccedilotildees noticiadas

Note-se que natildeo eacute nosso interesse tecer criacuteticas ao telejornalismo Trata-

se de um veiacuteculo de informaccedilatildeo que como qualquer outro apresenta vantagens e

desvantagens O que se pretende aqui eacute chamar a atenccedilatildeo para a importacircncia da

imagem e seu poder de transmitir o que realmente acontece Nos dias de hoje eacute

possiacutevel ateacute assistir a guerras pela televisatildeo como ocorreu na guerra do Iraque E

para quem a acompanhou e assistiu tambeacutem noticiaacuterios diferentes pode perceber

claramente as diferenccedilas de opiniotildees e declaraccedilotildees tanto eacute que essa guerra foi

chamada de ldquoguerra de informaccedilotildeesrdquo

Sendo tatildeo importante a imagem que se transmite igualmente importante

eacute a funccedilatildeo do jornalista cinematograacutefico que se submete em qualquer horaacuterio a

enfrentar condiccedilotildees climaacuteticas adversas lugares sem qualquer proteccedilatildeo arriscando

11

a vida vezes sem conta para mostrar vulcotildees em erupccedilatildeo tsunamis cachoeiras em

penhascos cumes de montanhas tiroteios e guerras a beleza e o perigo da vida

selvagem e tantas outras imagens que apenas satildeo possiacuteveis chegarem ateacute as

pessoas normais devido ao seu trabalho

Uma pesquisa realizada junto ao Sindicato dos Jornalistas Profissionais

do Distrito Federal aponta que num universo de aproximadamente 400 profissionais

atuando na aacuterea de filmagens cerca de apenas 30 deles tem seu registro

profissional junto ao oacutergatildeo de classe

Lutando pelo respeito e reconhecimento de outros profissionais os

repoacuterteres cinematograacuteficos precisam ser mais unidos se sindicalizarem no intuito

de fortalecer a categoria na luta por melhorias no exerciacutecio da funccedilatildeo

Devido agrave escassez de literatura sobre o assunto a presente monografia

foi desenvolvida com base em entrevistas com profissionais da aacuterea do

telejornalismo com artigos publicados na Internet e por meio de informaccedilotildees

disponibilizadas pelo Sindicato dos Jornalistas e pela Federaccedilatildeo Nacional dos

Jornalistas (FENAJ)

Encontra-se estruturada em trecircs capiacutetulos distintos sendo que o primeiro

deles se dedica a discorrer sobre os diversos aspectos que envolvem a histoacuteria do

telejornalismo brasileiro dando destaque ao percurso do telejornalismo na fase do

seu apogeu na deacutecada de 70 com os principais noticiaacuterios produzidos e

transmitidos pela Rede Tupi Rede Excelsior TV Record TV Cultura Rede Globo

TV Bandeirantes Gazeta e SBT

12

O segundo capiacutetulo versa sobre o papel do jornalista ndash seja ele repoacuterter

fotoacutegrafo cinegrafista redator ou editor ndash e a importacircncia de seu trabalho na

construccedilatildeo da cidadania trazendo inclusive conceitos tecidos pelos proacuteprios

profissionais aleacutem de mencionar algumas das dificuldades que encontram no

mercado de trabalho Tambeacutem eacute mostrado como se daacute a regulamentaccedilatildeo da

profissatildeo de jornalista que eacute obrigatoacuteria tendo em vista que o exerciacutecio ilegal dessa

profissatildeo constitui crime

Em toacutepico apartado satildeo mencionadas as caracteriacutesticas da profissatildeo do

repoacuterter cinematograacutefico de como ocorre sua formaccedilatildeo quais as formas de atuaccedilatildeo

os riscos profissionais a que se sujeita e trata tambeacutem da questatildeo do preconceito de

colegas que injustamente natildeo o considera jornalista

Por fim o terceiro capiacutetulo trata da necessidade de haver um curso

superior para a formaccedilatildeo desses profissionais que certamente iraacute trazer inuacutemeras

vantagens desde a reciclagem do conhecimento e o aprendizado de novas teacutecnicas

como o combate agrave desvalorizaccedilatildeo da profissatildeo visto que apesar de muitos

discordarem o repoacuterter cinematograacutefico tambeacutem eacute jornalista

13

1 HISTOacuteRIA DO TELEJORNALISMO NO BRASIL

11 ABORDAGEM GERAL

O primeiro telejornal brasileiro foi ldquoImagens do Diardquo que foi ao ar em 19

de setembro de 1950 pela emissora TV Tupi de Assis Chateaubriand (Diaacuterios

Associados) Ao longo de um ano esse telejornal tinha um formato simples liderada

pelo locutor Rui Resende que produzia e redigia os textos a serem noticiados sendo

que algumas notas vinham acompanhadas de imagens sem som feitas em filme

preto e branco (Mundo da TV sd)

Vale destacar o primeiro telejornal de grande sucesso na televisatildeo

brasileira que foi o ldquoRepoacuterter Essordquo que foi ao ar tambeacutem atraveacutes da emissora Tupi

durante 17 anos (entre 1953 a 1970) Esse programa tinha como vinheta de abertura

a frase ldquoAqui fala o seu Repoacuterter Esso testemunha ocular da Histoacuteriardquo apresentado

por dois destacados locutores de raacutedio Kalil Filho e depois Gontijo Teodoro

Entre 1960 a 1964 a TV Excelsior revolucionou a televisatildeo brasileira

marcada principalmente com a introduccedilatildeo de dois programas de telejornalismo o

primeiro foi o ldquoTele Notiacuteciasrdquo que inovou com o ldquotoprdquo de cinco segundos e o ldquoJornal

de Vanguardardquo que revolucionou o conceito de noticiaacuterio (THELL sd)

14

O ldquoJornal de Vanguardardquo foi lanccedilado em setembro de 1963 pelas matildeos

de Fernando Barbosa Lima e que se transformou em um show de notiacutecias uma

grande revoluccedilatildeo na linguagem e no espiacuterito do telejornalismo com muita

criatividade e inteligecircncia Ao inveacutes de buscar profissionais do raacutedio esse jornal

formou sua base por jornalistas que vinham da imprensa escrita entrava no ar por

volta das 22h30 ao vivo com muitos apresentadores Tinha desenhistas

humoristas comentaristas poliacuteticos comentarista internacional e cronistas Esse

jornal comeccedilou na TV Excelsior passou pela Tupi e pela Globo e foi morrer na TV

Rio em protesto pela censura imposta com o Ato Institucional n 5 (THELL sd)

Em setembro de 1969 a Rede Globo de Televisatildeo trouxe o ldquoJornal

Nacionalrdquo criado por Armando Nogueira que estreou em setembro daquele ano

com inuacutemeras inovaccedilotildees tecnoloacutegicas importadas dos EUA Rapidamente esse

programa tornou-se liacuteder de audiecircncia e referecircncia da imprensa nacional

apresentando reportagens em cores reportagens internacionais via sateacutelite e em

tempo real (ao vivo) seguindo um formato dos telejornais americanos (estilo de

linguagem narrativa e figura do repoacuterter)

Segundo Armando Nogueira diretor da Central Globo de Jornalismo agrave

eacutepoca da criaccedilatildeo do telejornal o Jornal Nacional foi pedra de toque de um projeto

muito ambiciosa que previa a geraccedilatildeo de uma programaccedilatildeo uniforme para todo o

Brasil de modo que a emissora fez largo uso da tecnologia iniciando o emprego dos

sateacutelites para a difusatildeo de notiacutecias e visando maior alcance de suas fontes nacionais

e internacionais (KOSMINSKY 2002)

15

Mais tarde em 1977 a Globo Satildeo Paulo estreou um jornal de serviccedilo o

ldquoBom Dia Satildeo Paulordquo que permanece no ar nos dias atuais de segunda a sexta agraves

7h da manhatilde Vale destacar as novas tecnologias introduzidas como a UPJ

(Unidade Portaacutetil de Jornalismo) com repoacuterteres entrando ao vivo de vaacuterios pontos

da cidade transmitindo informaccedilotildees de serviccedilo como tempo tracircnsito movimentaccedilatildeo

da cidade aeroporto etc O sucesso foi tatildeo grande que em 1983 foi lanccedilado em rede

nacional o ldquoBom Dia Brasilrdquo que desde entatildeo vai ao ar logo apoacutes o ldquoBom Diardquo de

cada praccedila com o noticiaacuterio poliacutetico gerado em Brasiacutelia

Em 1988 foi lanccedilado o ldquoTJ Brasilrdquo pelo Sistema Brasileiro de Televisatildeo-

SBT tambeacutem inspirado no formato americano ao inovar com a emblemaacutetica figura

do acircncora Boris Casoy que saiu do jornal impresso e logo se acertou com a TV

conquistando seu espaccedilo e seu puacuteblico Em meados de 1997 Casoy assinou

contrato com a TV Record

Conforme Squirra (1994) em palestra realizada no II Congresso Brasileiro

de Jornalismo de Liacutengua Portuguecircs

ldquoO modelo ancorado com Boris Casoy foi colocado no ar em 1988 e desde o primeiro momento levou agraves residecircncias brasileiras um formato novo com um padratildeo de qualidade esteacutetica que definitivamente fugia daquele global que adotava cegamente as premissas de juventude e beleza para seus apresentadores de telejornais Que natildeo satildeo jornalistas por formaccedilatildeo profissional Boris Casoy neste particular tambeacutem representa um novo paradigma Aleacutem de ser jornalista sua identidade popular - tinha se tornado amplamente conhecido na TV a partir dos primeiros debates poliacuteticos como representante de um jornal impresso a Folha de SPaulo - seu carisma -soube explorar uma imagem segura independente e madura- e independecircncia televisivos -natildeo representava uma emissora de TV- propiciaram que ele viesse a ter respaldo para implantar um modelo ineacutedito no telejornalismo do paiacutes E trouxe aos lares um produto hiacutebrido na missatildeo de ancorar um telejornal a emissatildeo clara de opiniatildeo no ar ()rdquo

16

No periacuteodo compreendido entre 1992 e 1993 o jornal de Boris Casoy

superou em audiecircncia o Jornal Nacional da Rede Globo de forma que 594 do

puacuteblico ABC estavam com o TJ Brasil

Tambeacutem integra a histoacuteria do telejornalismo no Brasil o ldquoJornal da Bandrdquo

exibido pela TV Bandeirantes desde 1997 igualmente influenciado pelos costumes

americanos apresentado inicialmente por Paulo Henrique Amorim com um estilo

forte e opinativo com informaccedilotildees exclusivas e ao vivo Atualmente esse telejornal

tem como acircncora o jornalista Carlos Nascimento (Mundo da TV sd)

Uma pesquisa realizada pelo Ibope em 1980 demonstrou que o

telejornalismo eacute a mais importante e acessiacutevel fonte de informaccedilatildeo da populaccedilatildeo

onde 73 do puacuteblico pesquisado tinham acesso agrave televisatildeo Os telejornais foram

identificados como o tipo de programa preferido por 874 dos homens e o segundo

preferido de 713 das mulheres Conforme mateacuteria publicada pela revista Exame

em agosto de 2002 a TV eacute hoje o uacutenico meio de informaccedilatildeo e entretenimento para

40 da populaccedilatildeo (GUROVITZ 2002 p 46-58)

17

12 PROGRAMAS JORNALIacuteSTICOS NAS DIVERSAS EMISSORAS DE

TV

A seguir seratildeo listados os principais telejornais que foram ao ar pelas

diversas emissoras de televisatildeo do paiacutes

121 Rede Tupi

A partir de 1951 a Rede Tupi (19501980) exibia ldquoDiaacuterio de Satildeo Paulo na

TVrdquo ldquoEdiccedilatildeo Extrardquo e ldquoTelejornal Brahmardquo

Em 1952 apresentava o ldquoRepoacuterter Essordquo o ldquoTelejornal Tupirdquo e

ldquoTelenotiacutecias Panairrdquo

Em 1965 estreou ldquoUltra Notiacuteciasrdquo

Em 1979 um de seus uacuteltimos programas foi o ldquoAqui e Agorardquo com 6

horas de duraccedilatildeo e direccedilatildeo de Wilton Franco extinto no ano seguinte pelo governo

122 Rede Excelsior

A Rede Excelsior (19601964) estreou em 1960 o ldquoTele Notiacuteciasrdquo e em

1963 ldquoA Marcha do Mundordquo e o ldquoJornal da Vanguardardquo

123 TV Record

A TV Record (1953) inseriu em sua programaccedilatildeo na aacuterea de

telejornalismo diversos programas valendo destacar

- ldquoTempo de Notiacuteciasrdquo (1972)

18

- ldquoCidade Alertardquo (1995)

- ldquoFala Brasil (1998)

- ldquoEdiccedilatildeo de Notiacuteciasrdquo (2003)

- ldquoTudo a Verrdquo (2004)

- ldquoRecord RJrdquo ldquoRecord SPrdquo e ldquoRio de Janeiro no Arrdquo (2005)

124 TV Cultura

Dentre os programas de telejornais introduzidos pela TV Cultura (1969)

vale destacar

- ldquoA Hora da Notiacuteciardquo (1972)

- ldquoConversa Afiadardquo (1999)

- ldquoMateacuteria Puacuteblicardquo (2002)

- ldquoBoletim Culturardquo e ldquoPrimeira Paacuteginardquo (2005)

125 TV Globo

No ar desde 1968 a TV Globo editou inuacutemeros programas

telejornaliacutesticos com destaque para

- ldquoTele Globordquo (1965)

- ldquoUltranotiacuteciasrdquo (1966)

19

- ldquoJornal da Globordquo (1967)

- ldquoJornal Nacionalrdquo (1969)

- ldquoJornal Hojerdquo (1971)

- ldquoBom dia Satildeo Paulordquo (1977)

- ldquoJornal da Globordquo (1979)

- ldquoSPTVrdquo ldquoRJTVrdquo ldquoBom dia Brasilrdquo (1983)

- ldquoGlobo Notiacuteciardquo (2005)

126 TV Bandeirantes

Pela TV Bandeirantes no ar desde 1967 vale destacar os seguintes

telejornais

- ldquoTitulares da Notiacuteciardquo (1969)

- ldquoBand News na Bandrdquo e ldquoBrasil Urgenterdquo (2001)

- e ldquoPrimeiro Jornalrdquo (2005)

127 TV Gazeta

Mais recentemente a TV Gazeta (1970) levou ao ar

- o ldquoJornal Gazetardquo o ldquoMercadordquo e ldquoPrimeira Paacuteginasrdquo todos estreados

em 2001

20

- em 2002 introduziu o ldquoJornal Gazeta 2ordf ediccedilatildeordquo e

- em 2003 o ldquoGazeta On-linerdquo

128 SBT

O Sistema Brasileiro de Televisatildeo no ar desde 1981 tem na histoacuteria do

telejornalismo da emissora os seguintes programas

- ldquoNoticentrordquo (1981)

- ldquo24 Horasrdquo (1982)

- ldquoCidade 4rdquo (1986)

- ldquoTJ Brasilrdquo ldquoTJ Noiterdquo e ldquoTJ Satildeo Paulordquo (1988)

- ldquoJornal do SBTrdquo ldquoAqui e Agorardquo (1991)

- ldquoAqui Brasilrdquo (1993) ldquoSBT Notiacuteciasrdquo (1995)

- ldquoJornal do SBTCBS Telenotiacuteciasrdquo (1997)

- ldquoNotiacutecias do Diardquo e ldquoNoticidaderdquo (1998)

- ldquoTJ Manhatilderdquo (2001)

- ldquoSBT Brasilrdquo (2005) dentre outros

21

13 O PERCURSO DO TELEJORNALISMO NOS ANOS 70

Em seu trabalho de dissertaccedilatildeo de mestrado defendido na Escola de

Comunicaccedilotildees e Artes da Universidade de Satildeo Paulo Antonio Reis Jr (2003) nos

mostra que no iniacutecio da deacutecada de 70 o campo cinematograacutefico sofreu dispersatildeo do

grupo de cineastas que integravam o Cinema Novo devido agrave repressatildeo poliacutetica poacutes

Ato Institucional n 5 em 1968 Com a criaccedilatildeo da Embrafilme em 1969 as novas

demandas do mercado cultural assim como o acirramento dos debates esteacuteticos

formou-se um novo quadro de atuaccedilatildeo para os cinegrafistas que se descortinou

com o esfacelamento do Cinema Novo com a expansatildeo da induacutestria cultural do

consumo dos bens simboacutelicos no paiacutes e com o surgimento de novos esquemas de

produccedilatildeo e projetos culturais

Nesse cenaacuterio de cerceamento controle e censura da produccedilatildeo cultural

diversos cineastas vislumbraram a possibilidade de trabalhar em algumas emissoras

de TV e como o telejornalismo foi o programa de maior impacto nesse meio de

comunicaccedilatildeo em massa surgiu assim o nosso repoacuterter cinematograacutefico

Desde sua primeira exibiccedilatildeo em rede nacional em 1ordm de setembro de

1969 o Jornal Nacional da Rede Globo apresentou um formato proacuteprio para

transmitir notiacutecias onde ldquoo telejornal era capaz de abordar no mesmo tom e com a

mesma inconsequumlecircncia notiacutecias banais e outras de extrema importacircncia para o

espectador conferindo um mesmo tratamento a fatos relevantes e irrelevantesrdquo Em

plena eacutepoca de ditadura tal fato revela a cumplicidade dessa emissora para com os

militares apresentando um telejornal com moderna engenharia eletrocircnica e que

adotava a maacutescara do paiacutes ldquoem desenvolvimentordquo do milagre econocircmico

22

propagando imagens de um paiacutes com o povo bonito onde natildeo existia fome miseacuteria

pobreza

Contudo nesse mesmo periacuteodo surgiu a TV Cultura com a programaccedilatildeo

mais voltada para a realidade brasileira e que criou em 1972 o telejornal ldquoA Hora da

Notiacuteciardquo pobre em recursos mas combativo liacuteder de audiecircncia desta emissora

seguia em caminho inverso agraves fantasias institucionais e agrave alienaccedilatildeo dos noticiaacuterios

da eacutepoca

Em 1975 o jornalista Vladimir Herzog assumiu a direccedilatildeo da TV Cultura

apresentando proposta para tornar o telejornalismo em um instrumento de diaacutelogo

com o puacuteblico combatendo a atitude servil diante do governo com uma poliacutetica de

programaccedilatildeo visando objetivos prioritaacuterios relacionados com a realidade do puacuteblico

que pretendia atingir Poreacutem nesse mesmo ano Herzog foi preso interrogado

torturado e morto sucumbindo o projeto de renovaccedilatildeo do telejornalismo na TV

brasileira

Mas em seguida apesar de o Jornal Nacional manter estreita ligaccedilatildeo com

a ditadura surgiu na Rede Globo o Globo Repoacuterter originaacuterio da seacuterio Globo Shell ndash

o uacutenico programa da emissora produzido com material cinematograacutefico e que teve o

meacuterito de fazer passar informaccedilotildees boicotadas pelos demais telejornais ndash

caracterizado por abordar temas polecircmicos e questotildees sociais justamente em um

periacuteodo em que esses assuntos eram proibidos e vetados pela Censura Federal

Esse estilo despojado e independente de fazer documentaacuterios perdurou entre 1976

a 1983

23

2 REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO

21 O PAPEL DO JORNALISTA

Nos dias de hoje o jornalista assim como outros profissionais de

imprensa enfrenta inuacutemeras dificuldades no mercado de trabalho ndash fato que exige

dele atenccedilatildeo para que se mantenha sempre atualizado e se preocupe com a

questatildeo da formaccedilatildeo e da qualificaccedilatildeo

De acordo com a Comissatildeo de Revisatildeo dos Registros de Jornalistas

Profissionais (Portaria MTb n 548 de 140695) todos os jornalistas profissionais do

paiacutes precisam efetuar a revisatildeo do seu Registro Profissional junto ao seu sindicato

para alterar o nuacutemero do Registro anotado na carteira de trabalho Tal procedimento

visa invalidar a grande quantidade de documentos irregulares

Na composiccedilatildeo alfanumeacuterica do novo registro seraacute adotada a sigla de

duas letras do alfabeto que identificam o Estado de origem seguida dos algarismos

a partir de 00001 e mais duas letras que qualificam a natureza da funccedilatildeo na qual o

jornalista foi registrado As letras qualificadoras da natureza da funccedilatildeo para titular

de registro funccedilatildeo de repoacuterter-cinematograacutefico eacute RC Exercer atividades de

jornalista com registro precaacuterio constitui crime de exerciacutecio ilegal da profissatildeo

(Sindicato dos Jornalistas 2006)

24

Para ilustrar melhor o papel do jornalismo a seguir iremos elencar as

definiccedilotildees formuladas por diversos profissionais da aacuterea publicadas no site Enfato ndash

Comunicaccedilatildeo Empresarial (2006)

ldquoO jornalista eacute o(a) profissional que faz mais do que apenas reportar o que acontece ele(a) estabelece viacutenculos entre os fatos correntes e passados provocaestimula o raciociacutenio do telespectadorleitorouvinte e procura ainda extrair disso tudo alguma perspectiva que sinalize o futuro Sua atividade eacute ainda mais difiacutecil do que parece eacute indispensaacutevel que este(a) profissional desempenhe sua tarefa com absoluta noccedilatildeo de seus princiacutepios eacuteticos sem se deixar contaminar por influecircncias poliacuteticas ou interesses pessoais Soacute assim seu relato teraacute credibilidade ndash a uacutenica moeda de real valor para quem abraccedilou esta profissatildeo Aliaacutes natildeo eacute agrave toa que a classe de espiacuterito tatildeo nobre seja tatildeo vilipendiada por aqueles que detecircm o controle das empresas de comunicaccedilatildeordquo Claudio Lessa colunista do site Direto da Redaccedilatildeo

ldquoSer jornalista hoje eacute e cada vez seraacute mais permitir ao leitor entender os fatos muito mais do que simplesmente tomar conhecimento deles Durante deacutecadas ser jornalista era correr atraacutes de furo dar informaccedilotildees sobre um fato que era desconhecido de todos Eu acho que hoje o nosso desafio estaacute em permitir que o leitor entenda os fatos pois existe uma avalanche de informaccedilotildeesrdquo Eugecircnio Esber diretor de redaccedilatildeo da revista Amanhatilde (RS)

ldquoO bom jornalista eacute aquele que eacute criativo investigador objetivo estaacute sempre informado mergulha com profundidade nos assuntos e acima de tudo tem a eacutetica como sua religiatildeordquo Fernando Barbosa Lima editor da FBL Criaccedilatildeo e Produccedilatildeo (RJ)

ldquoTenho a impressatildeo de que ser jornalista diante da tamanha complexidade do universo da Comunicaccedilatildeo eacute ter a capacidade de melhor organizar e selecionar a quantidade crescente da informaccedilatildeo defendendo o que haacute de mais essencial primado da verdade Lembro do que dizia Claudio Abramo de que a funccedilatildeo do jornalista eacute buscar a verdade camuflada atraacutes da verdade aparente Acho que essa tarefa eacute o grande diferencial que determinaraacute o sucesso profissionalrdquo Fernando Salerno diretor da Associaccedilatildeo Paulista de Jornais e do diaacuterio Valeparaibano (SP)

ldquoSer jornalista hoje eacute o mesmo que ontem e presumo o mesmo que amanhatilde O jornalista tem a funccedilatildeo de informar mais do que formar No meu entendimento hoje haacute muitos jornalistas mais preocupados em formar do que em informar Em outras palavras eacute muita opiniatildeo e pouca informaccedilatildeo Entendo ainda que eacute um trabalho muito importante para garantir a transparecircncia das sociedadesrdquo Flaacutevio Portela gerente de jornalismo da raacutedio Guaiacuteba (RS)

ldquoTenho orgulho de ser jornalista Essa funccedilatildeo eacute cada vez mais importante desde que seja acompanhada de eacutetica e

25

responsabilidade Cada vez mais a miacutedia tem credibilidade Graccedilas ao jornalista e a essa possibilidade de informaccedilatildeo raacutepida e global eacute que aproximamos o mundordquo Lucia Leme apresentadora do programa Olhar 2005 da TVE-RJ

ldquoA profissatildeo natildeo perdeu o encanto embora os predadores empresariados tenham feito de tudo para desencantaacute-la e diminuiacute-lardquo Luiacutes Recena editor executivo da Tribuna do Brasil (DF)

ldquoSer jornalista eacute saber passar informaccedilotildees ao grande puacuteblico eacute saber defender a sociedade atraveacutes dos jornais e procurar saber o que ela procura e onde precisa ser ajudadardquo Maria Eugecircnia Labouriau assessora de imprensa do Inmetro

ldquoA funccedilatildeo principal do jornalista eacute ser a oposiccedilatildeo diante das instituiccedilotildees incluindo Judiciaacuterio o Estado todo mundo Os jornalistas satildeo os fiscalizadores da sociedaderdquo Nando Gross apresentador da Raacutedio Gauacutecha AM (RS)

ldquoEacute como jogar nas 11 posiccedilotildees do campo Natildeo existe mais jornalista pelo menos aqui no interior do Rio Grande do Norte especialista Todos acabam tendo que cumprir todas as funccedilotildees Somos mais que polivalentes jaacute que estamos num jornal do interiorrdquo Pedro Carlos Lopes Pinheiro diretor de Redaccedilatildeo do jornal O Mossoroense (RN)

ldquoSer jornalista hoje eacute ter perseveranccedila vontade e amor pela profissatildeo jaacute que os jornalistas ganham mal e natildeo haacute incentivos para a realizaccedilatildeo do trabalhordquo Raimundo Afonso Gomes presidente do Sindicato dos Jornalistas do Acre

ldquoHoje e sempre ser jornalista eacute tentar ser uma testemunha do seu tempo Essa eacute nossa humilde tarefa Natildeo eacute ser juiz promotor Atualmente temos uma tendecircncia de julgar e ateacute condenar Quanto mais complexa a sociedade mais se exige esse papel do jornalistardquo Zuenir Ventura colunista de O Globo (RJ)

A exemplo de outras profissotildees regulamentadas pela legislaccedilatildeo vigente

em nosso paiacutes ou reconhecidas pelo mercado formal de trabalho a atividade

jornaliacutestica deve seguir preceitos eacuteticos especiacuteficos com a finalidade de preservar o

atendimento do interesse puacuteblico e o direito agrave informaccedilatildeo existente em uma

sociedade democraacutetica

Com referecircncia agrave elaboraccedilatildeo da notiacutecia segundo Eliane Mendonccedila (sd)

ldquoa notiacutecia eacute o resultado de diversas lsquovozesrsquo que o jornalista precisou ouvir interpretar

e sintetizar de forma a tornaacute-lo acessiacutevel ao grande puacuteblicordquo Com base nessa

26

assertiva pode-se dizer que o jornalista eacute o profissional que tem como ofiacutecio a

responsabilidade de reconstruir os fatos levando em conta todos os conceitos a que

teve acesso durante a apuraccedilatildeo da mateacuteria E se eacute assim a notiacutecia nunca teraacute um

uacutenico autor visto que a mateacuteria jornaliacutestica traz em seu bojo inuacutemeras versotildees do

mesmo assunto cada um de um personagem (fonte) diferente

Note-se que ainda que o jornalista natildeo seja o uacutenico autor do que escreve

cabe a ele a funccedilatildeo de equilibrar o texto a ponto de ser fiel a tudo o que ouviu

procurando transmitir a informaccedilatildeo da forma mais clara possiacutevel a fim de que possa

ser compreendida por todo o tipo de leitor

Outro ponto a se considerar como bem explica Eliane Mendonccedila (sd)

refere-se ao fato de que um mesmo assunto se apresenta ao puacuteblico sob diferentes

enfoques quando transmitido em diferentes veiacuteculos de comunicaccedilatildeo Isto ocorre

porque ao contraacuterio do que ensina os antigos manuais do jornalismo o jornalista

natildeo eacute imparcial e acaba embutindo na notiacutecia um pouco de sua vivecircncia pessoal

sua opiniatildeo sobre o assunto seus preconceitos aleacutem de ter que levar em

consideraccedilatildeo as normas as orientaccedilotildees e a postura da empresa para a qual

trabalha

Segundo o Departamento de Comunicaccedilatildeo e Turismo da Universidade

Federal da Paraiacuteba (UFPB 2006) a sociedade espera que o jornalista exerccedila o

seguinte papel

- Auxiliar a populaccedilatildeo a tomar decisotildees coletivas favoraacuteveis ao bem comum - Enriquecer culturalmente a sociedade - Responsabilizar-se pelas informaccedilotildees que divulga e consequumlecircncias delas - Colaborar para o fortalecimento da cidadania

27

- Discernir entre o que tem caraacuteter construtivo para a sociedade - Propagar iniciativas conhecimentos e teacutecnicas que possam ser reproduzidas de forma a contribuir para o bem estar social - Distinguir e denunciar atitudes que sejam lesivas agrave sociedade

O jornalista ndash seja ele o repoacuterter o fotoacutegrafo o cinegrafista o redator o

editor o chefe de reportagem enfim ndash deve estar consciente da importacircncia do seu

trabalho para a construccedilatildeo da cidadania e de uma sociedade igualitaacuteria

Como bem observa Maristela Alves Leitatildeo (2005) os profissionais de

jornalismo desempenham um importante papel nas transformaccedilotildees soacutecio-poliacuteticas

nas uacuteltimas deacutecadas constituindo os ldquoguardiotildees dos direitos humanosrdquo durante a

transiccedilatildeo da ditadura militar para o regime democraacutetico Atualmente a preocupaccedilatildeo

tem sido lutar contra a corrupccedilatildeo e a favor da cidadania visando a conscientizaccedilatildeo

da populaccedilatildeo em relaccedilatildeo aos seus direitos e obrigaccedilotildees

A mateacuteria jornaliacutestica consiste na reconstruccedilatildeo de dada realidade que

cerca um fato recente efetuada pelo profissional da aacuterea a partir da tomada de

depoimentos de pessoas que participaram ou estatildeo inseridas no contexto apurado

Essas pessoas a serem entrevistas natildeo devem ser selecionadas de maneira fortuita

apenas seratildeo inquiridas aquelas que possam dispor de dados estritamente

importantes e possuir competecircncia reconhecida para referir-se ao assunto em

questatildeo Uma das habilidades mais valorizadas na profissatildeo inclusive eacute aquela de

pesquisar e encontrar as fontes mais adequadas considerando-se a expectativa do

puacuteblico de receber informaccedilatildeo qualificada (Rothberg 2006)

28

Comparando-se o jornalismo impresso com o televisivo este uacuteltimo leva

clara vantagem por ser meio mais atraente ao disponibilizar uma dinacircmica

audiovisual

22 O REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO

O repoacuterter cinematograacutefico eacute aquele profissional que executa serviccedilos

referentes ao mercado de radiodifusatildeo mais especificamente em TV atuando como

assistente ou teacutecnico na aacuterea de produccedilatildeo em meios de comunicaccedilatildeo Dentre suas

atividades vale destacar pesquisa anaacutelise e interpretaccedilatildeo das possibilidades

riacutetmicas estruturais e associadas do encontro entre imagem e som aleacutem de

executar e manter os equipamentos de aacuteudio e iluminaccedilatildeo e cacircmeras de TV (Nova

Faetec 2006)

No Brasil o curso profissionalizante de repoacuterter cinematograacutefico tem ainda

niacutevel teacutecnico com duraccedilatildeo de trecircs anos sendo exigido como preacute-requisito a

conclusatildeo do ensino meacutedio ou fundamental

No Rio de Janeiro foi criada em 16 de fevereiro em 1946 a ARFOC -

Associaccedilatildeo Profissional de Repoacuterteres Fotograacuteficos e Cinematograacuteficos do Brasil

que consiste em uma associaccedilatildeo profissional e cultural destituiacuteda de caraacuteter poliacutetico-

partidaacuterio e sem fins lucrativos nos termos do Decreto n 1229 de 09101962 cujo

objetivo eacute incentivar aperfeiccediloar valorizar e defender a profissatildeo e os fotojornalistas

e a aplicaccedilatildeo da imagem ao jornalismo (ARFOC 2006)

29

Segundo Joseacute Alves Filho (2005) presidente da ARFOC-PI existe uma

falta de reconhecimento ateacute por parte dos proacuteprios colegas de trabalho em relaccedilatildeo

ao trabalho do repoacuterter cinematograacutefico Eacute uma injusticcedila visto que uma boa

reportagem de TV depende mais do registro do repoacuterter cinematograacutefico ndash fruto de

sua persistecircncia coragem e sensibilidade ndash do que do repoacuterter produtor ou editor

Essa falta de reconhecimento se reflete no dia-a-dia principalmente por

parte dos chefes de redaccedilatildeo que nunca estimulam os repoacuterteres cinematograacuteficos a

participarem da discussatildeo da pauta que iratildeo cumprir Com isso eles acabam se

afastando das redaccedilotildees desestimulados a participarem do processo Por parte dos

colegas jornalistas haacute um preconceito intelectual ainda que velado em relaccedilatildeo aos

colegas da ldquolinha de frenterdquo os ditos repoacuterteres cinematograacuteficos forjados pela

ldquofaculdade da vidardquo sem chance de discutir teoria nos bancos universitaacuterios

Partindo-se da premissa de que a imagem eacute o uacutenico item imprescindiacutevel

da TV natildeo haacute justificativa para o fato de que o salaacuterio dos bons cinegrafistas natildeo

chegam nem na metade do salaacuterio dos repoacuterteres haacute vinte anos atraacutes o salaacuterio

desses profissionais se equiparavam

Para Antonio Brasil (2004)

() se existe uma classe de jornalistas que sempre sofreu enormes injusticcedilas e discriminaccedilotildees eacute sem duacutevida o segmento dos cinegrafistas de TV Hoje satildeo chamados de lsquorepoacuterteres cinematograacuteficosrsquo Para mim deveriam ser simplesmente lsquojornalistasrsquo Mas como costumam ter origem humilde e natildeo podem pagar pelos lsquodiplomasrsquo satildeo considerados jornalistas de segunda classe Natildeo precisam passar no miacutenimo quatro anos pagando caro para as faacutebricas de jornalistas e ningueacutem parece se importar muito com isso Mas os cinegrafistas ou repoacuterteres cinematograacuteficos merecem o nosso apoio e respeito Lutam pelo reconhecimento da profissatildeo enquanto lsquojornalistasrsquo de verdade Recusam-se a serem meros

30

lsquoapecircndicesrsquo na vida dos repoacuterteres e nas decisotildees dos nossos editores de telejornalismo

Infelizmente ainda persiste o conflito entre os profissionais da palavra e

os jornalistas da imagem Brasil (2004) experiente na profissatildeo muitas vezes

sentiu na pele os efeitos de atitudes arrogantes e discriminatoacuterias mesmo de

repoacuterteres receacutem-formados - o que demonstra que essa arrogacircncia sem

fundamento eacute cultural beira o preconceito social ou ldquoracismordquo E geralmente satildeo os

velhos cinegrafistas que acabam por ensinar a esses jovens os primeiros passos da

profissatildeo

Eacute certo que no meio televisivo as imagens constituem elemento chave

da mateacuteria do repoacuterter satildeo elas que datildeo suporte agrave narrativa cronoloacutegica do

acontecimento Cumpre ressaltar que tal qual o repoacuterter o cinegrafista tem como

objetivo registrar o acontecimento e fazer com que o mesmo chegue ao ar Daiacute a

importacircncia de recomendar aos alunos do telejornalismo que cinegrafista natildeo deve

ser vigiado nem precisa ser orientado

Repoacuterter e cinegrafista satildeo colegas de jornalismo isto eacute ambos satildeo

jornalistas Natildeo eacute porque o cinegrafista geralmente tem origem simples gestos

humildes e carrega peso que deixa de ser jornalista Ganha o repoacuterter despido

desse preconceito pois se dispotildee a assimilar os segredos da profissatildeo ensinados

pelos cinegrafistas e compartilhando com respeito os objetivos da reportagem

recebem valiosas dicas praacuteticas

Brasil (2004) desabafa

31

Os jovens de boa aparecircncia - condiccedilatildeo dispensaacutevel mas que parece ser obrigatoacuteria em nossos telejornais - saem das universidades natildeo sabem quase nada de telejornalismo Buscam na TV o sonho de sucesso e fama A maioria desses jovens natildeo teve a oportunidade aprender a praacutetica da profissatildeo Eles satildeo selecionados em processos meio nebulosos e certamente pouco transparentes Se tornam repoacuterteres de TV e tem que aprender as teacutecnicas peculiares da profissatildeo na marra No entanto satildeo os velhos cinegrafistas - profissionais humildes e experientes que costumam ensinar os primeiros passos Os cinegrafistas tambeacutem satildeo colegas leais Aleacutem de ensinarem telejornalismo de verdade tambeacutem fazem questatildeo de ocultar os erros dos neoacutefitos Os editores jamais percebem as inuacutemeras passagens que os cinegrafistas providencialmente apagam das fitas e da nossa memoacuteria Alguns desses neoacutefitos natildeo eram tatildeo jovens Muitos profissionais da imprensa fizeram a transiccedilatildeo para os encantos da TV graccedilas agrave boa vontade de velhos cinegrafistas

Ao inveacutes de se sentirem agradecidos muitos desses colegas se recusam

a aceitar que aqueles sujeitos simples satildeo tambeacutem jornalistas e que aleacutem de

compartilhar os objetivos da reportagem ensinam agrave nova geraccedilatildeo de jornalistas de

TV inuacutemeras dicas profissionais

Natildeo bastasse esse desrespeito com o profissional de imagem ele ainda

estaacute sujeito a sofrer seacuterios riscos inerentes agrave proacutepria profissatildeo aleacutem de graves

problemas de sauacutede ao utilizar equipamentos pesados e obsoletos e enfrentar um

ritmo estressante de trabalho repetitividade de tarefas longas jornadas e condiccedilotildees

precaacuterias de trabalho

Daiacute a importacircncia de apoiar a luta desses profissionais de imagem que

buscam o creacutedito e o respeito merecidos Eacute uma questatildeo natildeo apenas de direito

mas de reconhecimento Tambeacutem eacute importante observar e condenar as possiacuteveis

represaacutelias aos profissionais que buscam esse reconhecimento

32

Brasil (2004) faz uma comparaccedilatildeo entre os cinegrafistas da Inglaterra e

os do Brasil Enquanto entre noacutes os profissionais lutam pela sobrevivecircncia

aprendem tudo sem qualquer tipo de treinamento especiacutefico e para garantir os seus

direitos devem permanecer anocircnimos na Inglaterra a escola de cinegrafistas da

BBC possibilita a esses profissionais facilidades teacutecnicas um bom sistema de

promoccedilatildeo e cargos Para a promoccedilatildeo dentro da proacutepria categoria os cinegrafistas

ingleses satildeo regularmente enviados ao interior daquele paiacutes para conhecerem as

novas tecnoloacutegicas e teacutecnicas profissionais visando com isso tambeacutem fortalecer os

laccedilos corporativos

33

3 CURSO SUPERIOR PARA FORMACcedilAtildeO DE PROFISSIONAIS DA

AacuteREA

31 DESVALORIZACcedilAtildeO DA PROFISSAtildeO

Como outras inuacutemeras profissotildees tambeacutem o jornalista enfrenta crise no

seu acircmbito de trabalho Para superar a concorrecircncia garantir o seu emprego e

valorizar sua profissatildeo o jornalista de modo geral precisa especializar-se em

determinadas aacutereas e atualizar-se academicamente No mercado atual esse

profissional tem que lidar com o aumento de responsabilidade com o acuacutemulo de

funccedilotildees nas redaccedilotildees aleacutem de ser em geral mal remunerado e sofrer com o

constante risco de ser demitido

Conforme aponta Noblat (2003 p 36)

Exige-se do candidato a uma vaga nas redaccedilotildees que seja profissional completo e polivalente Ele tem de dominar todas as teacutecnicas para o exerciacutecio da profissatildeo manejar os instrumentos capazes de ajudaacute-lo a fazer o melhor trabalho e ter a niacutetida compreensatildeo do seu papel de jornalista multimiacutedia

Em plena era de globalizaccedilatildeo as perspectivas natildeo satildeo as melhores Tem

razatildeo Dizard Jr (2000 p 21) ao afirmar que uma das poucas certezas com que os

novos profissionais de miacutedia podem contar futuramente eacute que teratildeo que lidar com o

impacto das mudanccedilas tecnoloacutegicas e com a intensificaccedilatildeo da demanda por maior

envolvimento intelectual e habilitaccedilatildeo acadecircmica

34

Para o repoacuterter cinematograacutefico e supervisor de cinegrafia da rede Globo

Heacutelio Alvarez concorda que a profissatildeo do repoacuterter cinematograacutefico e fotoacutegrafo eacute

desvalorizada e isto se deve segundo ele ao fato de que a valorizaccedilatildeo profissional

na atualidade se daacute por meio da educaccedilatildeo Enquanto os repoacuterteres geralmente

passaram por uma faculdade e vecircm de uma classe social mais alta os que

trabalham como repoacuterter cinematograacutefico em sua maioria satildeo aqueles que iniciam

carreira fazendo algum trabalho na televisatildeo sendo poucos os que comeccedilam no

jornalismo ndash o que acaba por desvalorizar a funccedilatildeo (Canal da imprensa sd)

32 REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO Eacute JORNALISTA

Noacutes uacuteltimos anos haacute um movimento que luta pelo reconhecimento do

repoacuterter cinematograacutefico como jornalista Duas recentes decisotildees nos tribunais do

paiacutes passaram a reconhecer os direitos desse profissional confirmando as teses

defendidas pela FENAJ (Federaccedilatildeo Nacional dos Jornalistas) e pelos sindicatos de

jornalistas

No ano passado o Tribunal Superior do Trabalho (TST) manteve decisatildeo

do Tribunal Regional do Trabalho do Rio Grande do Sul (TRT da 4ordf Regiatildeo) que

enquadrou como Jornalista um repoacuterter-cinematograacutefico que trabalhou na RBS TV

Santa Rosa Ltda Esse profissional tanto acompanhava repoacuterteres na produccedilatildeo de

reportagens jornaliacutesticas como tambeacutem saiacutea agraves ruas sozinho para produzir

reportagens estabelecidas em pautas previamente solicitadas pelo chefe de

redaccedilatildeo

35

A RBS seguindo a praacutetica infelizmente bastante comum entre as

empresas de televisatildeo sustentava que o trabalhador devia ser enquadrado como

radialista na tentativa de pagar um salaacuterio menor ao profissional uma vez que o

piso de radialista eacute inferior ao de jornalista Outra desvantagem para o profissional eacute

que os radialistas trabalham 8 horas diaacuterias ao contraacuterio de jornalistas que atuam 5

horas por dia O excesso de carga de trabalho vem trazendo problemas de sauacutede

para diversos repoacuterteres cinematograacuteficos enquadrados como radialistas

A Justiccedila do Trabalho firmou decisatildeo no sentido de que o fato de estar

acompanhado de repoacuterter natildeo retira do repoacuterter-cinematograacutefico a condiccedilatildeo de

Jornalista O profissional gauacutecho receberaacute as devidas diferenccedilas salariais retroativas

a 16 de junho de 1998 data que o prejudicado obteve seu registro de jornalista

profissional no Ministeacuterio do Trabalho (Espaccedilo Vital 2005)

Com essa decisatildeo passou a ser possiacutevel que os repoacuterteres

cinematograacuteficos encaminhem agraves Delegacias Regionais do Trabalho pedidos de

enquadramento como jornalistas Aliaacutes os proacuteprios sindicatos devem encaminhar

pedidos de fiscalizaccedilatildeo nas empresas para verificar o enquadramento dos repoacuterteres

cinematograacuteficos

Outro julgamento favoraacutevel ao profissional da aacuterea em comento conforme

divulgaccedilatildeo do FENAJ (2005) refere-se agrave decisatildeo da Terceira Turma do Superior

Tribunal de Justiccedila (STJ) que reconheceu os direitos do repoacuterter fotograacutefico Claacuteudio

Alves Pereira de receber indenizaccedilatildeo por danos materiais e morais devido agraves

inuacutemeras vezes em que o Jornal de Brasiacutelia republicou fotos suas sem creacutedito apoacutes

a sua demissatildeo em julho de 1990

36

Conforme o escritor portuguecircs Pierre Ganz (ANTONIO CARLOS) o

jornalista-repoacuterter de imagens eacute antes de qualquer coisa eacute um jornalista como os

outros Deve saber preparar a sua reportagem efetuaacute-la escrever o seu comentaacuterio

sobre imagens A diferenccedila reside no fato de ele substituir na maioria das vezes a

esferograacutefica pela cacircmera de filmar

Uma cacircmera que ele deveraacute dominar bem mas tambeacutem com a qual vai escrever uma histoacuteria os planos substituindo entatildeo as palavras Uma sintaxe toma o lugar da outra Os teacutecnicos de som de iluminaccedilatildeo e de montagem satildeo-lhe familiares Pode em alguns casos trabalhar sozinho Egrave cada vez mais frequumlente partir em reportagem ou em grande reportagem com equipe reduzida acompanhada apenas por jornalista redator

Eacute mesmo verdade que no meio televisivo uma boa imagem por vezes

substitui um bom texto e ateacute o dispensa Natildeo eacute possiacutevel por exemplo imaginar nos

dias de hoje um noticiaacuterio sobre guerra sem que sejam mostradas imagens E

muitas vezes inspirados nas imagens que os jornalistas produzem seus textos

Sem duacutevida a funccedilatildeo do repoacuterter cinematograacutefico eacute de vital importacircncia

para o jornalismo Uma saiacuteda bastante praacutetica para solucionar o problema desses

profissionais no que se refere agrave ausecircncia de cursos de graduaccedilatildeo seria incluir uma

cadeira sobre o assunto nos cursos de jornalismo Com isso os profissionais da

aacuterea e os interessados em abraccedilar a profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico se

sentiriam motivados a ingressar numa faculdade e quem sabe assim esse

preconceito absurdo seria definitivamente eliminado pondo fim ao estigma de ser

apenas um coadjuvante na confecccedilatildeo da notiacutecia

37

CONCLUSAtildeO

Num momento em que o mundo passa por tantas transformaccedilotildees

decorrentes da evoluccedilatildeo tecnoloacutegica da era da informaccedilatildeo e da globalizaccedilatildeo da

economia o jornalismo profissional ndash seacuterio e bem documentado - ganha relevo em

sua missatildeo de informar opinar e entreter a sociedade em seu cotidiano

A televisatildeo nos dias contemporacircneos pode transmitir ao puacuteblico muito

mais do que o fazia quando foi criada A novidade surgiu em 1923 nos Estados

Unidos e se tornou conhecida no Brasil nos anos 50 De iniacutecio apenas uma

finiacutessima parcela da populaccedilatildeo tinha acesso ao produto e tempos depois

transformou-se num poderoso meio de comunicaccedilatildeo em massa

Para fazer o telejornalismo eacute necessaacuterio uma equipe formada de repoacuterter

cinegrafista redator fotoacutegrafo editor teacutecnicos de som de iluminaccedilatildeo e de

montagens

Diante do exposto natildeo resta duacutevidas de que o repoacuterter cinematograacutefico eacute

antes de qualquer coisa jornalista como os outros Ele deve saber preparar a sua

reportagem efetuaacute-la escrever o seu comentaacuterio sobre imagens

Se eacute certo que ele substitui a esferograacutefica pela cacircmera de filmar tambeacutem

eacute verdade que por meio dela ele escreve uma histoacuteria A diferenccedila eacute que substitui

as palavras pelas imagens que seus olhos treinados conseguem captar

38

Em muitas situaccedilotildees o repoacuterter cinematograacutefico acumula as funccedilotildees dos

teacutecnicos de iluminaccedilatildeo som e montagem trabalhando somente com o jornalista

redator E eacute com base nas imagens captadas que os jornalistas produzem seus

textos

Muitas vezes os cinegrafistas produzem imagens tatildeo impressionantes

que eacute difiacutecil para o jornalista descrevecirc-las com palavras podendo surgir eventuais

conflitos entre os dois

Neste contexto a presente monografia procurou enfocar a importacircncia

deste profissional que para ser reconhecido por seus pares e tambeacutem para ter

oportunidade de aumentar seus conhecimentos e aperfeiccediloar suas teacutecnicas

necessita que seja inserida uma cadeira sobre sua aacuterea nos cursos de graduaccedilatildeo

de jornalismo

Para serem admitidos como jornalistas pelas televisotildees profissionais

exige-se formaccedilatildeo acadecircmica em jornalismo Haacute aqui um paradoxo visto que a

profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico tem sua funccedilatildeo regulamentada pelo Decreto

Lei n 83284 de 13 marccedilo de 1969 que atribui normas para o exerciacutecio da profissatildeo

de jornalista e segundo o qual o repoacuterter cinematograacutefico estaacute inserido como

jornalista que capta imagens para fins jornaliacutesticos

Note-se que a partir do momento em que os cursos de jornalismo

incluiacuterem uma cadeira voltada para a reportagem cinematograacutefica todos os que se

formarem no curso e optarem por esse caminho notadamente seratildeo reconhecidos

como jornalistas

39

Haacute que se considerar a questatildeo dos antigos profissionais da aacuterea

aqueles que conhecem tudo sobre a profissatildeo e conforme dito no decorrer da

presente costumam ensinar os receacutem-formados no iniacutecio de suas carreiras

Eacute injusta a falta de reconhecimento desses profissionais

Tal situaccedilatildeo demonstra que o preconceito em relaccedilatildeo a eles faz parte de

uma cultura arraigada entre os proacuteprios colegas de profissatildeo e que acaba se

estendendo pelos bancos acadecircmicos e que precisa ser trabalhada desmistificada

pois natildeo tem razatildeo de existir

40

REFEREcircNCIAS

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45

ANEXO I ndash DECRETO Nordm 83284 DE 13 DE MARCcedilO DE 1979

PROFISSAtildeO DE JORNALISTA

Daacute nova regulamentaccedilatildeo ao Decreto-lei nordm 972 de 17 de outubro de 1969 que dispotildee sobre o exerciacutecio da profissatildeo de Jornalista em decorrecircncia das alteraccedilotildees introduzidas pela Lei nordm 6612 de 7 de dezembro de 1978

O Presidente da Repuacuteblica usando da atribuiccedilatildeo que lhe confere o art 81 item

III da Constituiccedilatildeo decreta

Art 1ordm Eacute livre em todo territoacuterio nacional o exerciacutecio da profissatildeo de Jornalista aos que satisfazerem as condiccedilotildees estabelecidas neste Decreto

Art 2ordm A profissatildeo de Jornalista compreende privativamente o exerciacutecio habitual e remunerado de qualquer das seguintes atividades

I - redaccedilatildeo condensaccedilatildeo titulaccedilatildeo interpretaccedilatildeo correccedilatildeo ou coordenaccedilatildeo de mateacuteria a ser divulgada contenha ou natildeo comentaacuterio

II - comentaacuterio ou crocircnica pelo raacutedio ou pela televisatildeo III - entrevista inqueacuterito ou reportagem escrita ou falada IV - planejamento organizaccedilatildeo direccedilatildeo e eventual execuccedilatildeo de serviccedilos

teacutecnicos de Jornalismo como os de arquivo ilustraccedilatildeo ou distribuiccedilatildeo graacutefica de mateacuteria a ser divulgada

V - planejamento organizaccedilatildeo e administraccedilatildeo teacutecnica dos serviccedilos de que trata a aliacutenea ldquoardquo

VI - ensino de teacutecnicas de Jornalismo VII - coleta de notiacutecias ou informaccedilotildees e seu preparo para divulgaccedilatildeo VIII - revisatildeo de originais de mateacuteria jornaliacutestica com vistas agrave correccedilatildeo

redacional e agrave adequaccedilatildeo da linguagem XIX - organizaccedilatildeo e conservaccedilatildeo de arquivo jornaliacutestico e pesquisa dos

respectivos dados para a elaboraccedilatildeo de notiacutecias X - execuccedilatildeo de distribuiccedilatildeo graacutefica de texto fotografia ou ilustraccedilatildeo de

caraacuteter jornaliacutestico para fins de divulgaccedilatildeo XI - execuccedilatildeo de desenhos artiacutesticos ou teacutecnicos de caraacuteter jornaliacutestico para

fins de divulgaccedilatildeo Art 3ordm Considera-se empresa jornaliacutestica para os efeitos deste Decreto-lei

aquela que tenha como atividade a ediccedilatildeo de jornal ou revista ou a distribuiccedilatildeo de noticiaacuterio com funcionamento efetivo idoneidade financeira e registro legal

sect 1ordm Equipara-se agrave empresa jornaliacutestica a seccedilatildeo ou serviccedilo de empresa de radiofusatildeo televisatildeo ou divulgaccedilatildeo cinematograacutefica ou de agecircncia de publicidade onde sejam exercidas as atividades previstas no artigo 2ordm0

sect 2ordm A entidade puacuteblica ou privada natildeo jornaliacutestica sob cuja responsabilidade se editar publicaccedilatildeo destinada a circulaccedilatildeo externa estaacute obrigada ao cumprimento deste decreto relativamente aos jornalistas que contratar

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Art 4ordm O exerciacutecio da profissatildeo de jornalista requer preacutevio registro no oacutergatildeo regional do Ministeacuterio do Trabalho que se faraacute mediante a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash diploma de curso de niacutevel superior de Jornalismo ou de Comunicaccedilatildeo Social habilitaccedilatildeo Jornalismo fornecido por estabelecimento de ensino reconhecido na forma da lei para as funccedilotildees relacionadas nos itens I a IV do artigo 11

IV ndash Carteira de Trabalho e Previdecircncia Social

Paraacutegrafo uacutenico ndash Aos profissionais registrados exclusivamente para o exerciacutecio das funccedilotildees relacionadas nos itens VII a XI do artigo 11 eacute vedado o exerciacutecio das funccedilotildees constantes nos itens I a VII do mesmo artigo

Art 5ordm O Ministeacuterio do Trabalho concederaacute desde que satisfeitas as exigecircncias constantes neste Decreto registro especial ao

I ndash colaborador assim entendido aquele que mediante remuneraccedilatildeo e sem relaccedilatildeo de emprego produz trabalho de natureza teacutecnica cientiacutefica ou cultural relacionando com a sua especializaccedilatildeo para ser divulgado com o nome e qualificaccedilatildeo do autor

II ndash funcionaacuterio puacuteblico titular de cargo cujas atribuiccedilotildees legais coincidam com as mencionadas no artigo 2ordm

III ndash provisionado

Paraacutegrafo uacutenico ndash O registro de que tratam os itens I e II deste artigo natildeo implica o reconhecimento de quaisquer direitos que decorram da condiccedilatildeo de empregado nem no caso do item II dos resultantes do exerciacutecio privado e autocircnomo da profissatildeo

Art 6ordm Para o registro especial de colaborador eacute necessaacuteria a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash declaraccedilatildeo de empresa jornaliacutestica ou que a ela seja equiparada informando do seu interesse pelo registro de colaborador do candidato onde conste a sua especializaccedilatildeo remuneraccedilatildeo contratada e pseudocircnimo se houver

Art 7ordm Para o registro especial de funcionaacuterio puacuteblico titular de cargo cujas atribuiccedilotildees legais coincidam com as mencionadas no artigo 2ordm eacute necessaacuterio a apresentaccedilatildeo de ato de nomeaccedilatildeo ou contrataccedilatildeo para cargo ou emprego com aquelas atribuiccedilotildees aleacutem do cumprimento do que estabelece o artigo 4ordm

Art 8ordm Para o registro especial de provisionado eacute necessaacuterio a apresentaccedilatildeo de

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I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash declaraccedilatildeo fornecida pela empresa jornaliacutestica ou que a ela seja equiparada na qual conste a funccedilatildeo a ser exercida e o salaacuterio correspondente

IV ndash diploma de curso de niacutevel superior ou certificado de ensino de 2ordm grau fornecido por estabelecimento de ensino reconhecido na forma da lei para as funccedilotildees relacionadas nos itens I a VII do artigo 11

V ndash declaraccedilatildeo fornecida pela entidade sindical representativa da categoria profissional com base territorial abrangendo o municiacutepio no qual o provisionado iraacute desempenhar suas funccedilotildees de que natildeo haacute jornalista associado do Sindicato domiciliado naquele municiacutepio disponiacutevel da contrataccedilatildeo

VI ndash Carteira de Trabalho e Previdecircncia Social

sect 1ordm A declaraccedilatildeo de que trata o item V deveraacute ser fornecida pelo Sindicato ao interessado no prazo de 3 dias uacuteteis

sect 2ordm Caso exista profissional domiciliado no municiacutepio disponiacutevel para contrataccedilatildeo o Sindicato comunicaraacute tal fato ao Ministeacuterio do Trabalho no mesmo prazo de 3 dias a contar do pedido de fornecimento da declaraccedilatildeo de que trata o item V

sect 3ordm Caso o Sindicato natildeo forneccedila a declaraccedilatildeo de que trata o item V no prazo mencionado no sect 1ordm o interessado poderaacute instruir seu pedido de registro com o protocolo de apresentaccedilatildeo do requerimento ao Sindicato

sect 4ordm Na hipoacutetese prevista no paraacutegrafo anterior o Ministeacuterio do Trabalho concederaacute ao Sindicato prazo natildeo superior a 3 dias para se manifestar sobre o fornecimento da declaraccedilatildeo caso natildeo tenha ocorrido o fato constante no sect 2ordm

sect 5ordm O registro especial de provisionado teraacute caraacuteter temporaacuterio com duraccedilatildeo maacutexima de trecircs anos renovaacutevel somente com a apresentaccedilatildeo de toda a documentaccedilatildeo prevista neste artigo

Art 9ordm Seraacute efetuado no Ministeacuterio do Trabalho registro dos diretores de empresas jornaliacutesticas que natildeo sendo jornalistas respondem pelas respectivas publicaccedilotildees para o que eacute necessaacuterio a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash prova de registro civil ou comercial da empresa jornaliacutestica com o inteiro teor do seu ato constitutivo

IV ndash prova de depoacutesito do tiacutetulo da publicaccedilatildeo ou da agecircncia de notiacutecias no oacutergatildeo competente do Ministeacuterio da Induacutestria e do Comeacutercio

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V ndash 30 exemplares do jornal ou 12 exemplares da revista ou 30 recortes ou coacutepias de noticiaacuterio com datas diferentes de sua divulgaccedilatildeo

sect 1ordm Tratando-se de empresa nova o Ministeacuterio do Trabalho efetuaraacute registro provisoacuterio com validade por 2 anos tornando-se definitivo apoacutes a comprovaccedilatildeo constante do item V deste artigo

sect 2ordm Natildeo seraacute admitida renovaccedilatildeo ou prorrogaccedilatildeo do prazo de validade do registro provisoacuterio previsto no paraacutegrafo anterior

Art 10ordm Seraacute efetuado no Ministeacuterio do Trabalho registro especial do diretor de empresa natildeo jornaliacutestica sob cuja responsabilidade se editar publicaccedilatildeo destinada agrave circulaccedilatildeo externa ou interna para o que se exigiraacute a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash prova de depoacutesito do tiacutetulo da publicaccedilatildeo no oacutergatildeo competente do Ministeacuterio da Induacutestria e do Comeacutercio

Art 11 ndash As funccedilotildees desempenhadas pelos jornalistas como empregados seratildeo assim classificadas

I - Redator aquele que aleacutem das incumbecircncias de redaccedilatildeo comum tem o encargo de redigir editoriais crocircnicas ou comentaacuterios

II - Noticiarista aquele que tem o encargo de redigir mateacuterias de caraacuteter informativo desprovidas de apreciaccedilotildees ou comentaacuterios preparando-as ou redigindo-as para a divulgaccedilatildeo

III - Repoacuterter aquele que cumpre a determinaccedilatildeo de colher notiacutecias ou informaccedilotildees preparando-as para divulgaccedilatildeo

IV - Repoacuterter de setor aquele que tem o encargo de colher notiacutecias ou informaccedilotildees sobre assuntos predeterminados preparando-as ou redigindo-as para divulgaccedilatildeo

V - Raacutedio-repoacuterter aquele a quem cabe a difusatildeo oral de acontecimento ou entrevista pelo raacutedio ou pela televisatildeo no instante ou no local em que ocorram assim como o comentaacuterio ou crocircnica pelos mesmos veiacuteculos

VI - Arquivista-pesquisador aquele que tem a incumbecircncia de organizar e conservar cultural e tecnicamente o arquivo redatorial procedendo agrave pesquisa dos respectivos dados para a elaboraccedilatildeo de notiacutecias

VII - Revisor aquele que tem o encargo de rever as provas tipograacuteficas de mateacuteria jornaliacutestica

VIII - Ilustrador aquele que tem a seu cargo criar ou executar desenhos artiacutesticos ou teacutecnicos de caraacuteter jornaliacutestico

XIX - Repoacuterter-fotograacutefico aquele a quem cabe registrar fotograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico

X - Repoacuterter-cinematograacutefico aquele a quem cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico

XI - Diagramador aquele a quem compete planejar e executar a distribuiccedilatildeo graacutefica de mateacuterias fotografias ou ilustraccedilotildees de caraacuteter jornaliacutestico para fins de publicaccedilatildeo

Paraacutegrafo uacutenico ndash Os Sindicatos seratildeo ouvidos sobre o exato enquadramento de cada profissional

49

Art 12ordm Seratildeo privativas de jornalista as funccedilotildees pertinentes agraves atividades

descritas no artigo 2ordm tais como Editor Secretaacuterio Subsecretaacuterio Chefe de reportagem e Chefe de Revisatildeo

Art 13ordm Natildeo haveraacute incompatibilidade entre o exerciacutecio da profissatildeo de Jornalista e o de qualquer outra funccedilatildeo remunerada ainda que puacuteblica respeitadas a proibiccedilatildeo de acumular cargos e as demais restriccedilotildees de lei

Art 14ordm Seraacute passiacutevel de trancamento o registro profissional do jornalista que sem motivo legal deixar de exercer a profissatildeo por mais de 2 anos

sect 1ordm Natildeo incide na cominaccedilatildeo deste artigo o afastamento decorrente de a) suspensatildeo ou interrupccedilatildeo do contrato de trabalho b) aposentadoria como jornalista c) viagem ou bolsa de estudo para aperfeiccediloamento profissional d) desemprego apurado na forma da Lei nordm 4923 de 23 de dezembro de

1965

sect 2ordm O trancamento seraacute da competecircncia do oacutergatildeo regional do Ministeacuterio do Trabalho de ofiacutecio ou requerimento da entidade sindical representativa da categoria profissional cabendo a esta fazer publicar em oacutergatildeo oficial por trecircs vezes consecutivas e dentro de um interstiacutecio de dois anos a relaccedilatildeo dos jornalistas cujos registros pretende trancar

sect 3ordm Os oacutergatildeos do Ministeacuterio do Trabalho prestaratildeo aos sindicatos representativos da categoria profissional as informaccedilotildees que lhes forem solicitadas especialmente quanto ao registro de admissotildees e dispensas nas empresas jornaliacutesticas realizando as inspeccedilotildees que se tornarem necessaacuterias para a verificaccedilatildeo do exerciacutecio da profissatildeo de jornalista

sect 4ordm O exerciacutecio da atividade em empresa natildeo jornaliacutestica mencionada no artigo 3ordm sect 2ordm natildeo constituiraacute prova suficiente de permanecircncia na profissatildeo se a publicaccedilatildeo e seu responsaacutevel natildeo tiverem registro nos termos deste Decreto

sect 5ordm O registro trancado suspende a titularidade e o exerciacutecio das prerrogativas profissionais mas pode ser revalidado mediante apresentaccedilatildeo dos documentos mencionados nos itens II e III do artigo 4ordm

Art 15ordm O salaacuterio de jornalista natildeo poderaacute ser reajustado nos contratos individuais de trabalho para a jornada normal de 5 horas em base inferior agrave do salaacuterio estipulado para a respectiva funccedilatildeo em acordo ou convenccedilatildeo coletiva de trabalho ou sentenccedila normativa das Justiccedila do Trabalho

Paraacutegrafo uacutenico ndash Em negociaccedilatildeo ou dissiacutedio coletivo poderatildeo os Sindicatos de Jornalistas reclamar o estabelecimento de criteacuterio de remuneraccedilatildeo adicional pela divulgaccedilatildeo de trabalho produzido por jornalistas em mais de um veiacuteculo de comunicaccedilatildeo coletiva

Art 16ordm A admissatildeo de provisionado para exercer funccedilotildees relacionadas nos itens I a VII do artigo 11 seraacute permitida nos municiacutepios onde natildeo existia curso de Jornalismo reconhecido na forma de lei e comprovadamente natildeo haja jornalista domiciliado associado do sindicato representativo da categoria profissional disponiacutevel para contrataccedilatildeo

Paraacutegrafo uacutenico ndash O provisionado nos termos deste artigo poderaacute exercer suas atividades somente no municiacutepio para o qual foi registrado

Art 17ordm Os atuais portadores de registro especial de provisionado poderatildeo exercer suas atividades no Estado onde foram contratados

Art 18 ndash A fiscalizaccedilatildeo do cumprimento dos dispositivos deste Decreto se faraacute na forma do artigo 626 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho sendo aplicaacutevel aos

50

infratores multa variaacutevel de 1 a 10 vezes o maior valor de referecircncia fixado de acordo com o artigo 2ordm paraacutegrafo uacutenico da Lei nordm 6205 de 29 de abril de 1975

Paraacutegrafo uacutenico ndash Aos sindicatos representativos da categoria profissional incumbe representar agraves autoridades competentes acerca do exerciacutecio irregular da profissatildeo de Jornalista

Art 19ordm Constitui fraude a prestaccedilatildeo de serviccedilos profissionais gratuitos ou com pagamentos simboacutelicos sob pretexto de estaacutegio bolsa de complementaccedilatildeo convecircnio ou qualquer outra modalidade em desrespeito agrave legislaccedilatildeo trabalhista e a este regulamento

Art 20ordm O disposto neste Decreto natildeo impede a conclusatildeo dos estaacutegios comprovadamente iniciados antes da vigecircncia da Lei nordm 6612 de 7 de dezembro de 1978 os quais entretanto natildeo conferiratildeo por si soacutes direito ao registro profissional

Art 21ordm Este Decreto entra em vigor na data da sua publicaccedilatildeo revogadas as disposiccedilotildees em contraacuterio especialmente os Decretos nordms 65912 de 19 de dezembro de 1969 e 68629 de 18 de maio de 1971

Brasiacutelia 13 de marccedilo de 1979 158ordm da Independecircncia e 91ordm da Repuacuteblica (DO de 13-3-79)

Ernesto Geisel Arnaldo Prieto

51

ANEXO II ndash ACOacuteRDAtildeO TST-AIRR-6182001-751-04-401

Acoacuterdatildeo Inteiro Teor NUacuteMERO UacuteNICO PROC AIRR - 6182001-751-04-40 PUBLICACcedilAtildeO DJ - 10022006 Andamento do Processo

PROC Nordm TST-AIRR-6182001-751-04-401 C A C Oacute R D Atilde O 1ordf Turma EMPMs REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO CARACTERIZACcedilAtildeO INDEPENDEcircNCIA NO EXERCIacuteCIO DE SUAS ATIVIDADES REGISTROS DE ASSUNTOS E TEMAacuteTICAS DE INTERESSES JORNALIacuteSTICOS 1 Segundo o Tribunal Regional do Trabalho o Reclamante no exerciacutecio de suas atividades aleacutem de ter acompanhado o repoacuterter entrevistador na produccedilatildeo de mateacuterias fato que por si soacute natildeo lhe retira a condiccedilatildeo de jornalista - e tambeacutem de acordo com depoimentos testemunhais saiacutea agrave rua com a pauta que lhe era dirigida para sozinho produzir as mateacuterias solicitadas pelo empregador o que de acordo com o teor dos dispositivos tidos por vulnerados permite concluir o exerciacutecio da profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico e natildeo simplesmente de operador de cacircmera visto que ao sair agraves ruas para a produccedilatildeo de mateacuterias cumpria seu ofiacutecio obviamente mediante registros de fatos e (ou) assuntos de interesses notadamente jornaliacutestico considerando para tanto a proacutepria natureza da atividade empresarial exercida pela empregadora Inviaacutevel portanto a admissibilidade do recurso de revista em razatildeo da impossibilidade de exame da alegaccedilatildeo de afronta ao Decreto nordm 8413479 visto tratar-se de hipoacutetese natildeo contemplada na letra c do artigo 896 da CLT Por outro lado por violaccedilatildeo dos artigos 2ordm da Lei nordm 661578 e 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 tambeacutem natildeo logra ecircxito a Agravante no intuito de ver autorizado o processamento do recurso de revista No primeiro dispositivo apenas dispotildee-se que o radialista eacute o empregado de radiodifusatildeo exercente de atividades voltadas agrave administraccedilatildeo produccedilatildeo ou teacutecnica No segundo definem-se as profissotildees de repoacuterter e repoacuterter cinematograacutefico salientando-se que a esse uacuteltimo cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico hipoacutetese identificada pelo Regional 2 Agravo de instrumento a que se nega provimento Vistos relatados e discutidos estes autos do Agravo de Instrumento em Recurso de Revista nordm TST-AIRR-6182001-751-04-401 em que eacute Agravante RBS TV SANTA ROSA LTDA e Agravado CLOacuteVIS SANTACATARINA A Reclamada interpotildee agravo de instrumento ao despacho de fls 113-115 mediante o qual foi denegado seguimento ao recurso de revista sob o fundamento de que a decisatildeo decorreu da aplicaccedilatildeo das normas pertinentes uma vez que da situaccedilatildeo faacutetica delineada nos autos natildeo haacute como se extrair ofensa ao artigo 2ordm da Lei nordm 661578 na forma do artigo 896 c da CLT Contraminuta agraves fls 122-124 Natildeo houve remessa dos autos agrave Procuradoria Geral do Trabalho em face da orientaccedilatildeo emanada da Resoluccedilatildeo Administrativa nordm 322 atualmente retratada no artigo 82 do Regimento Interno do Tribunal Superior do

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Trabalho Eacute o relatoacuterio V O T O I CONHECIMENTO Conheccedilo do agravo de instrumento porque regular e tempestivo II MEacuteRITO O Tribunal Regional ao apreciar o recurso ordinaacuterio interposto pela Reclamada no tocante ao reconhecimento da condiccedilatildeo de jornalista ao Reclamante pela Vara do Trabalho decidiu O MM Juiacutezo de primeiro grau acolheu as alegaccedilotildees do reclamante de exerciacutecio de profissatildeo jornaliacutestica de repoacuterter cinematograacutefico condenando a reclamada a pagar diferenccedilas salariais e reflexos Contra esta decisatildeo volta-se a reacute sustentando que o reclamante era operador de cacircmera funccedilatildeo capitulada na profissatildeo de radialista A recorrente tem razatildeo parcialmente Tomando-se a hipoacutetese de confirmar a sentenccedila enquanto reconhece ter o reclamante exercido a funccedilatildeo de repoacuterter cinematograacutefico em todo o contrato existe um marco temporal e juriacutedico que deve ser considerado A funccedilatildeo de repoacuterter cinematograacutefico eacute exclusiva da profissatildeo de jornalista Eacute uma atividade que estaacute reservada aos jornalistas formados assim como estabelecido no DL 97269 O reclamante natildeo demonstra a partir de quando conquistou a diplomaccedilatildeo como jornalista devendo-se considerar apenas pelo que oferecem os autos a data de 16 de junho de 1998 dia em que o reclamante foi registrado no Ministeacuterio do Trabalho como jornalista profissional na funccedilatildeo especiacutefica de repoacuterter cinematograacutefico Considerando que o Ministeacuterio do Trabalho natildeo pode registrar jornalistas natildeo diplomados exceccedilatildeo feita aos provisionados tem-se que o reclamante adquiriu esta condiccedilatildeo nesse dia Antes embora pudesse fazer ou fizesse atividades privativas de jornalistas natildeo pode ser considerado juridicamente como tal Assim em qualquer hipoacutetese de manutenccedilatildeo do reconhecimento da funccedilatildeo de jornaliacutestica esta deve gerar os efeitos pleiteados somente a partir de 16 de junho de 1998 Jaacute quanto a ter exercido ou natildeo funccedilatildeo jornaliacutestica a conclusatildeo eacute de manutenccedilatildeo da sentenccedila Natildeo eacute o fato de estar acompanhado por repoacuterter entrevistador que o cinegrafista perde a condiccedilatildeo de jornalista Trata-se de uma equipe de profissionais jornalistas Um exemplo que melhor ilustra o descabimento da distinccedilatildeo que pretende fazer o apelo eacute a situaccedilatildeo dos fotoacutegrafos ou repoacuterteres fotograacuteficos O fotoacutegrafo sai com a pauta junto com o repoacuterter (ou natildeo e isto tambeacutem acontecia com o reclamante como o reconhecem as testemunhas inclusive trazidas pela reclamada) e enquanto o repoacuterter investiga os dados necessaacuterios para a mateacuteria o fotoacutegrafo registra as cenas mas nem por isto eacute rebaixado da condiccedilatildeo de jornalista para dir- se-ia operador de cacircmera fotograacutefica O que se pode discutir seria o interesse jornaliacutestico das mateacuterias cobertas pelo jornalista reclamante Com efeito os comerciais produzidos e gravados pelo autor natildeo tecircm esse interesse e os eventos promocionais da reclamada recebem dela mesma uma atribuiccedilatildeo desse interesse embora natildeo o tenha imediata e objetivamente mas para efeitos do trabalho executado pelo reclamante deve ser considerado um trabalho jornaliacutestico Foi correta a decisatildeo natildeo merecendo qualquer reparo a natildeo ser o juriacutedico-temporal jaacute mencionado Nesta perspectiva o provimento do recurso eacute parcial (fls 97-99) Ao interpor o recurso de revista a Empresa alegou que o Reclamante na condiccedilatildeo de operador de cacircmera e operador de cacircmera de unidade portaacutetil externa acompanhando o repoacuterter como reconheceu o Regional natildeo pode ser

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enquadrado como jornalista porquanto ao repoacuterter eacute dado cumprir a determinaccedilatildeo de coletar notiacutecias ou informaccedilotildees e elaboraacute-las a fim de viabilizar posterior divulgaccedilatildeo e ao repoacuterter-cinematograacutefico cabe registrar cinematograficamente fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico razatildeo pela qual entende que a atividade do Reclamante eacute proacutepria de radialista categoria agrave qual pertencia Acrescenta que o artigo 2ordm da Lei nordm 661578 estabelece considera-se radialista o empregado de Radiodifusatildeo que exerccedila uma das funccedilotildees em que se desdobram as atividades mencionadas no artigo 4ordm ou seja operador de cacircmara e operador de cacircmara de unidade portaacutetil externa cuja regulamentaccedilatildeo profissional consta do Decreto nordm 8413479 e as atribuiccedilotildees do Quadro Anexo do mesmo decreto item II letra c nordm 3 com a seguinte redaccedilatildeo encarrega-se da gravaccedilatildeo de mateacuteria distribuiacuteda pelo Supervisor de Operaccedilotildees planifica e orienta o entrevistador repoacuterter e iluminador no que se refere aos aspectos teacutecnicos de seu trabalho suas atividades envolvem tanto a gravaccedilatildeo como a geraccedilatildeo de som e imagem atraveacutes de equipamentos eletrocircnico portaacutetil de TV Fundamenta o apelo em violaccedilatildeo dos artigos 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 2ordm da Lei nordm 661578 e do Decreto nordm 8413479 e Quadro Anexo do mesmo decreto item II letra c nordm 3 Inicialmente deve-se registrar a impossibilidade de exame da alegaccedilatildeo de afronta ao Decreto nordm 8413479 visto tratar-se de hipoacutetese natildeo contemplada na letra c do artigo 896 da CLT No tocante agrave ofensa aos artigos 2ordm da Lei nordm 661578 e 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 tambeacutem natildeo logra ecircxito a Agravante no intuito de ver autorizado o processamento do recurso de revista No primeiro dispositivo apenas dispotildee-se que o radialista eacute o empregado de radiodifusatildeo exercente de atividades voltadas agrave administraccedilatildeo produccedilatildeo ou teacutecnica No segundo definem-se as profissotildees de repoacuterter e repoacuterter cinematograacutefico salientando-se que a esse uacuteltimo cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico Ora dos termos da decisatildeo impugnada via recurso de revista nada haacute que conflite com tais dispositivos legais Afinal segundo o Tribunal Regional do Trabalho o Reclamante no exerciacutecio de suas atividades aleacutem de ter acompanhado o repoacuterter entrevistador na produccedilatildeo de mateacuterias fato que por si soacute natildeo lhe retira a condiccedilatildeo de jornalista - tambeacutem de acordo com depoimentos testemunhais saiacutea agrave rua com a pauta que lhe era dirigida para sozinho produzir as mateacuterias solicitadas pelo empregador o que de acordo com o teor dos dispositivos tidos por vulnerados permite concluir pelo exerciacutecio da profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico e natildeo simplesmente de operador de cacircmera visto que ao sair agraves ruas para a produccedilatildeo de mateacuterias cumpria seu ofiacutecio obviamente mediante registros de fatos e (ou) assuntos de interesses notadamente jornaliacutestico considerando para tanto a proacutepria natureza da atividade empresarial exercida pela empregadora Por esses fundamentos nego provimento ao agravo de instrumento ISTO POSTO ACORDAM os Ministros da Primeira Turma do Tribunal Superior do Trabalho por unanimidade negar provimento ao agravo de instrumento Brasiacutelia 9 de novembro de 2005 EMMANOEL PEREIRA Ministro Relator

NIA 3981288

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Page 11: REPÓRTER CINEMATOGRÁFICO É JORNALISTArepositorio.uniceub.br/bitstream/123456789/1670/2/20214825.pdf · trabalhos desenvolvidos. 5 ... tsunamis, cachoeiras em penhascos, ... deles

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a vida vezes sem conta para mostrar vulcotildees em erupccedilatildeo tsunamis cachoeiras em

penhascos cumes de montanhas tiroteios e guerras a beleza e o perigo da vida

selvagem e tantas outras imagens que apenas satildeo possiacuteveis chegarem ateacute as

pessoas normais devido ao seu trabalho

Uma pesquisa realizada junto ao Sindicato dos Jornalistas Profissionais

do Distrito Federal aponta que num universo de aproximadamente 400 profissionais

atuando na aacuterea de filmagens cerca de apenas 30 deles tem seu registro

profissional junto ao oacutergatildeo de classe

Lutando pelo respeito e reconhecimento de outros profissionais os

repoacuterteres cinematograacuteficos precisam ser mais unidos se sindicalizarem no intuito

de fortalecer a categoria na luta por melhorias no exerciacutecio da funccedilatildeo

Devido agrave escassez de literatura sobre o assunto a presente monografia

foi desenvolvida com base em entrevistas com profissionais da aacuterea do

telejornalismo com artigos publicados na Internet e por meio de informaccedilotildees

disponibilizadas pelo Sindicato dos Jornalistas e pela Federaccedilatildeo Nacional dos

Jornalistas (FENAJ)

Encontra-se estruturada em trecircs capiacutetulos distintos sendo que o primeiro

deles se dedica a discorrer sobre os diversos aspectos que envolvem a histoacuteria do

telejornalismo brasileiro dando destaque ao percurso do telejornalismo na fase do

seu apogeu na deacutecada de 70 com os principais noticiaacuterios produzidos e

transmitidos pela Rede Tupi Rede Excelsior TV Record TV Cultura Rede Globo

TV Bandeirantes Gazeta e SBT

12

O segundo capiacutetulo versa sobre o papel do jornalista ndash seja ele repoacuterter

fotoacutegrafo cinegrafista redator ou editor ndash e a importacircncia de seu trabalho na

construccedilatildeo da cidadania trazendo inclusive conceitos tecidos pelos proacuteprios

profissionais aleacutem de mencionar algumas das dificuldades que encontram no

mercado de trabalho Tambeacutem eacute mostrado como se daacute a regulamentaccedilatildeo da

profissatildeo de jornalista que eacute obrigatoacuteria tendo em vista que o exerciacutecio ilegal dessa

profissatildeo constitui crime

Em toacutepico apartado satildeo mencionadas as caracteriacutesticas da profissatildeo do

repoacuterter cinematograacutefico de como ocorre sua formaccedilatildeo quais as formas de atuaccedilatildeo

os riscos profissionais a que se sujeita e trata tambeacutem da questatildeo do preconceito de

colegas que injustamente natildeo o considera jornalista

Por fim o terceiro capiacutetulo trata da necessidade de haver um curso

superior para a formaccedilatildeo desses profissionais que certamente iraacute trazer inuacutemeras

vantagens desde a reciclagem do conhecimento e o aprendizado de novas teacutecnicas

como o combate agrave desvalorizaccedilatildeo da profissatildeo visto que apesar de muitos

discordarem o repoacuterter cinematograacutefico tambeacutem eacute jornalista

13

1 HISTOacuteRIA DO TELEJORNALISMO NO BRASIL

11 ABORDAGEM GERAL

O primeiro telejornal brasileiro foi ldquoImagens do Diardquo que foi ao ar em 19

de setembro de 1950 pela emissora TV Tupi de Assis Chateaubriand (Diaacuterios

Associados) Ao longo de um ano esse telejornal tinha um formato simples liderada

pelo locutor Rui Resende que produzia e redigia os textos a serem noticiados sendo

que algumas notas vinham acompanhadas de imagens sem som feitas em filme

preto e branco (Mundo da TV sd)

Vale destacar o primeiro telejornal de grande sucesso na televisatildeo

brasileira que foi o ldquoRepoacuterter Essordquo que foi ao ar tambeacutem atraveacutes da emissora Tupi

durante 17 anos (entre 1953 a 1970) Esse programa tinha como vinheta de abertura

a frase ldquoAqui fala o seu Repoacuterter Esso testemunha ocular da Histoacuteriardquo apresentado

por dois destacados locutores de raacutedio Kalil Filho e depois Gontijo Teodoro

Entre 1960 a 1964 a TV Excelsior revolucionou a televisatildeo brasileira

marcada principalmente com a introduccedilatildeo de dois programas de telejornalismo o

primeiro foi o ldquoTele Notiacuteciasrdquo que inovou com o ldquotoprdquo de cinco segundos e o ldquoJornal

de Vanguardardquo que revolucionou o conceito de noticiaacuterio (THELL sd)

14

O ldquoJornal de Vanguardardquo foi lanccedilado em setembro de 1963 pelas matildeos

de Fernando Barbosa Lima e que se transformou em um show de notiacutecias uma

grande revoluccedilatildeo na linguagem e no espiacuterito do telejornalismo com muita

criatividade e inteligecircncia Ao inveacutes de buscar profissionais do raacutedio esse jornal

formou sua base por jornalistas que vinham da imprensa escrita entrava no ar por

volta das 22h30 ao vivo com muitos apresentadores Tinha desenhistas

humoristas comentaristas poliacuteticos comentarista internacional e cronistas Esse

jornal comeccedilou na TV Excelsior passou pela Tupi e pela Globo e foi morrer na TV

Rio em protesto pela censura imposta com o Ato Institucional n 5 (THELL sd)

Em setembro de 1969 a Rede Globo de Televisatildeo trouxe o ldquoJornal

Nacionalrdquo criado por Armando Nogueira que estreou em setembro daquele ano

com inuacutemeras inovaccedilotildees tecnoloacutegicas importadas dos EUA Rapidamente esse

programa tornou-se liacuteder de audiecircncia e referecircncia da imprensa nacional

apresentando reportagens em cores reportagens internacionais via sateacutelite e em

tempo real (ao vivo) seguindo um formato dos telejornais americanos (estilo de

linguagem narrativa e figura do repoacuterter)

Segundo Armando Nogueira diretor da Central Globo de Jornalismo agrave

eacutepoca da criaccedilatildeo do telejornal o Jornal Nacional foi pedra de toque de um projeto

muito ambiciosa que previa a geraccedilatildeo de uma programaccedilatildeo uniforme para todo o

Brasil de modo que a emissora fez largo uso da tecnologia iniciando o emprego dos

sateacutelites para a difusatildeo de notiacutecias e visando maior alcance de suas fontes nacionais

e internacionais (KOSMINSKY 2002)

15

Mais tarde em 1977 a Globo Satildeo Paulo estreou um jornal de serviccedilo o

ldquoBom Dia Satildeo Paulordquo que permanece no ar nos dias atuais de segunda a sexta agraves

7h da manhatilde Vale destacar as novas tecnologias introduzidas como a UPJ

(Unidade Portaacutetil de Jornalismo) com repoacuterteres entrando ao vivo de vaacuterios pontos

da cidade transmitindo informaccedilotildees de serviccedilo como tempo tracircnsito movimentaccedilatildeo

da cidade aeroporto etc O sucesso foi tatildeo grande que em 1983 foi lanccedilado em rede

nacional o ldquoBom Dia Brasilrdquo que desde entatildeo vai ao ar logo apoacutes o ldquoBom Diardquo de

cada praccedila com o noticiaacuterio poliacutetico gerado em Brasiacutelia

Em 1988 foi lanccedilado o ldquoTJ Brasilrdquo pelo Sistema Brasileiro de Televisatildeo-

SBT tambeacutem inspirado no formato americano ao inovar com a emblemaacutetica figura

do acircncora Boris Casoy que saiu do jornal impresso e logo se acertou com a TV

conquistando seu espaccedilo e seu puacuteblico Em meados de 1997 Casoy assinou

contrato com a TV Record

Conforme Squirra (1994) em palestra realizada no II Congresso Brasileiro

de Jornalismo de Liacutengua Portuguecircs

ldquoO modelo ancorado com Boris Casoy foi colocado no ar em 1988 e desde o primeiro momento levou agraves residecircncias brasileiras um formato novo com um padratildeo de qualidade esteacutetica que definitivamente fugia daquele global que adotava cegamente as premissas de juventude e beleza para seus apresentadores de telejornais Que natildeo satildeo jornalistas por formaccedilatildeo profissional Boris Casoy neste particular tambeacutem representa um novo paradigma Aleacutem de ser jornalista sua identidade popular - tinha se tornado amplamente conhecido na TV a partir dos primeiros debates poliacuteticos como representante de um jornal impresso a Folha de SPaulo - seu carisma -soube explorar uma imagem segura independente e madura- e independecircncia televisivos -natildeo representava uma emissora de TV- propiciaram que ele viesse a ter respaldo para implantar um modelo ineacutedito no telejornalismo do paiacutes E trouxe aos lares um produto hiacutebrido na missatildeo de ancorar um telejornal a emissatildeo clara de opiniatildeo no ar ()rdquo

16

No periacuteodo compreendido entre 1992 e 1993 o jornal de Boris Casoy

superou em audiecircncia o Jornal Nacional da Rede Globo de forma que 594 do

puacuteblico ABC estavam com o TJ Brasil

Tambeacutem integra a histoacuteria do telejornalismo no Brasil o ldquoJornal da Bandrdquo

exibido pela TV Bandeirantes desde 1997 igualmente influenciado pelos costumes

americanos apresentado inicialmente por Paulo Henrique Amorim com um estilo

forte e opinativo com informaccedilotildees exclusivas e ao vivo Atualmente esse telejornal

tem como acircncora o jornalista Carlos Nascimento (Mundo da TV sd)

Uma pesquisa realizada pelo Ibope em 1980 demonstrou que o

telejornalismo eacute a mais importante e acessiacutevel fonte de informaccedilatildeo da populaccedilatildeo

onde 73 do puacuteblico pesquisado tinham acesso agrave televisatildeo Os telejornais foram

identificados como o tipo de programa preferido por 874 dos homens e o segundo

preferido de 713 das mulheres Conforme mateacuteria publicada pela revista Exame

em agosto de 2002 a TV eacute hoje o uacutenico meio de informaccedilatildeo e entretenimento para

40 da populaccedilatildeo (GUROVITZ 2002 p 46-58)

17

12 PROGRAMAS JORNALIacuteSTICOS NAS DIVERSAS EMISSORAS DE

TV

A seguir seratildeo listados os principais telejornais que foram ao ar pelas

diversas emissoras de televisatildeo do paiacutes

121 Rede Tupi

A partir de 1951 a Rede Tupi (19501980) exibia ldquoDiaacuterio de Satildeo Paulo na

TVrdquo ldquoEdiccedilatildeo Extrardquo e ldquoTelejornal Brahmardquo

Em 1952 apresentava o ldquoRepoacuterter Essordquo o ldquoTelejornal Tupirdquo e

ldquoTelenotiacutecias Panairrdquo

Em 1965 estreou ldquoUltra Notiacuteciasrdquo

Em 1979 um de seus uacuteltimos programas foi o ldquoAqui e Agorardquo com 6

horas de duraccedilatildeo e direccedilatildeo de Wilton Franco extinto no ano seguinte pelo governo

122 Rede Excelsior

A Rede Excelsior (19601964) estreou em 1960 o ldquoTele Notiacuteciasrdquo e em

1963 ldquoA Marcha do Mundordquo e o ldquoJornal da Vanguardardquo

123 TV Record

A TV Record (1953) inseriu em sua programaccedilatildeo na aacuterea de

telejornalismo diversos programas valendo destacar

- ldquoTempo de Notiacuteciasrdquo (1972)

18

- ldquoCidade Alertardquo (1995)

- ldquoFala Brasil (1998)

- ldquoEdiccedilatildeo de Notiacuteciasrdquo (2003)

- ldquoTudo a Verrdquo (2004)

- ldquoRecord RJrdquo ldquoRecord SPrdquo e ldquoRio de Janeiro no Arrdquo (2005)

124 TV Cultura

Dentre os programas de telejornais introduzidos pela TV Cultura (1969)

vale destacar

- ldquoA Hora da Notiacuteciardquo (1972)

- ldquoConversa Afiadardquo (1999)

- ldquoMateacuteria Puacuteblicardquo (2002)

- ldquoBoletim Culturardquo e ldquoPrimeira Paacuteginardquo (2005)

125 TV Globo

No ar desde 1968 a TV Globo editou inuacutemeros programas

telejornaliacutesticos com destaque para

- ldquoTele Globordquo (1965)

- ldquoUltranotiacuteciasrdquo (1966)

19

- ldquoJornal da Globordquo (1967)

- ldquoJornal Nacionalrdquo (1969)

- ldquoJornal Hojerdquo (1971)

- ldquoBom dia Satildeo Paulordquo (1977)

- ldquoJornal da Globordquo (1979)

- ldquoSPTVrdquo ldquoRJTVrdquo ldquoBom dia Brasilrdquo (1983)

- ldquoGlobo Notiacuteciardquo (2005)

126 TV Bandeirantes

Pela TV Bandeirantes no ar desde 1967 vale destacar os seguintes

telejornais

- ldquoTitulares da Notiacuteciardquo (1969)

- ldquoBand News na Bandrdquo e ldquoBrasil Urgenterdquo (2001)

- e ldquoPrimeiro Jornalrdquo (2005)

127 TV Gazeta

Mais recentemente a TV Gazeta (1970) levou ao ar

- o ldquoJornal Gazetardquo o ldquoMercadordquo e ldquoPrimeira Paacuteginasrdquo todos estreados

em 2001

20

- em 2002 introduziu o ldquoJornal Gazeta 2ordf ediccedilatildeordquo e

- em 2003 o ldquoGazeta On-linerdquo

128 SBT

O Sistema Brasileiro de Televisatildeo no ar desde 1981 tem na histoacuteria do

telejornalismo da emissora os seguintes programas

- ldquoNoticentrordquo (1981)

- ldquo24 Horasrdquo (1982)

- ldquoCidade 4rdquo (1986)

- ldquoTJ Brasilrdquo ldquoTJ Noiterdquo e ldquoTJ Satildeo Paulordquo (1988)

- ldquoJornal do SBTrdquo ldquoAqui e Agorardquo (1991)

- ldquoAqui Brasilrdquo (1993) ldquoSBT Notiacuteciasrdquo (1995)

- ldquoJornal do SBTCBS Telenotiacuteciasrdquo (1997)

- ldquoNotiacutecias do Diardquo e ldquoNoticidaderdquo (1998)

- ldquoTJ Manhatilderdquo (2001)

- ldquoSBT Brasilrdquo (2005) dentre outros

21

13 O PERCURSO DO TELEJORNALISMO NOS ANOS 70

Em seu trabalho de dissertaccedilatildeo de mestrado defendido na Escola de

Comunicaccedilotildees e Artes da Universidade de Satildeo Paulo Antonio Reis Jr (2003) nos

mostra que no iniacutecio da deacutecada de 70 o campo cinematograacutefico sofreu dispersatildeo do

grupo de cineastas que integravam o Cinema Novo devido agrave repressatildeo poliacutetica poacutes

Ato Institucional n 5 em 1968 Com a criaccedilatildeo da Embrafilme em 1969 as novas

demandas do mercado cultural assim como o acirramento dos debates esteacuteticos

formou-se um novo quadro de atuaccedilatildeo para os cinegrafistas que se descortinou

com o esfacelamento do Cinema Novo com a expansatildeo da induacutestria cultural do

consumo dos bens simboacutelicos no paiacutes e com o surgimento de novos esquemas de

produccedilatildeo e projetos culturais

Nesse cenaacuterio de cerceamento controle e censura da produccedilatildeo cultural

diversos cineastas vislumbraram a possibilidade de trabalhar em algumas emissoras

de TV e como o telejornalismo foi o programa de maior impacto nesse meio de

comunicaccedilatildeo em massa surgiu assim o nosso repoacuterter cinematograacutefico

Desde sua primeira exibiccedilatildeo em rede nacional em 1ordm de setembro de

1969 o Jornal Nacional da Rede Globo apresentou um formato proacuteprio para

transmitir notiacutecias onde ldquoo telejornal era capaz de abordar no mesmo tom e com a

mesma inconsequumlecircncia notiacutecias banais e outras de extrema importacircncia para o

espectador conferindo um mesmo tratamento a fatos relevantes e irrelevantesrdquo Em

plena eacutepoca de ditadura tal fato revela a cumplicidade dessa emissora para com os

militares apresentando um telejornal com moderna engenharia eletrocircnica e que

adotava a maacutescara do paiacutes ldquoem desenvolvimentordquo do milagre econocircmico

22

propagando imagens de um paiacutes com o povo bonito onde natildeo existia fome miseacuteria

pobreza

Contudo nesse mesmo periacuteodo surgiu a TV Cultura com a programaccedilatildeo

mais voltada para a realidade brasileira e que criou em 1972 o telejornal ldquoA Hora da

Notiacuteciardquo pobre em recursos mas combativo liacuteder de audiecircncia desta emissora

seguia em caminho inverso agraves fantasias institucionais e agrave alienaccedilatildeo dos noticiaacuterios

da eacutepoca

Em 1975 o jornalista Vladimir Herzog assumiu a direccedilatildeo da TV Cultura

apresentando proposta para tornar o telejornalismo em um instrumento de diaacutelogo

com o puacuteblico combatendo a atitude servil diante do governo com uma poliacutetica de

programaccedilatildeo visando objetivos prioritaacuterios relacionados com a realidade do puacuteblico

que pretendia atingir Poreacutem nesse mesmo ano Herzog foi preso interrogado

torturado e morto sucumbindo o projeto de renovaccedilatildeo do telejornalismo na TV

brasileira

Mas em seguida apesar de o Jornal Nacional manter estreita ligaccedilatildeo com

a ditadura surgiu na Rede Globo o Globo Repoacuterter originaacuterio da seacuterio Globo Shell ndash

o uacutenico programa da emissora produzido com material cinematograacutefico e que teve o

meacuterito de fazer passar informaccedilotildees boicotadas pelos demais telejornais ndash

caracterizado por abordar temas polecircmicos e questotildees sociais justamente em um

periacuteodo em que esses assuntos eram proibidos e vetados pela Censura Federal

Esse estilo despojado e independente de fazer documentaacuterios perdurou entre 1976

a 1983

23

2 REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO

21 O PAPEL DO JORNALISTA

Nos dias de hoje o jornalista assim como outros profissionais de

imprensa enfrenta inuacutemeras dificuldades no mercado de trabalho ndash fato que exige

dele atenccedilatildeo para que se mantenha sempre atualizado e se preocupe com a

questatildeo da formaccedilatildeo e da qualificaccedilatildeo

De acordo com a Comissatildeo de Revisatildeo dos Registros de Jornalistas

Profissionais (Portaria MTb n 548 de 140695) todos os jornalistas profissionais do

paiacutes precisam efetuar a revisatildeo do seu Registro Profissional junto ao seu sindicato

para alterar o nuacutemero do Registro anotado na carteira de trabalho Tal procedimento

visa invalidar a grande quantidade de documentos irregulares

Na composiccedilatildeo alfanumeacuterica do novo registro seraacute adotada a sigla de

duas letras do alfabeto que identificam o Estado de origem seguida dos algarismos

a partir de 00001 e mais duas letras que qualificam a natureza da funccedilatildeo na qual o

jornalista foi registrado As letras qualificadoras da natureza da funccedilatildeo para titular

de registro funccedilatildeo de repoacuterter-cinematograacutefico eacute RC Exercer atividades de

jornalista com registro precaacuterio constitui crime de exerciacutecio ilegal da profissatildeo

(Sindicato dos Jornalistas 2006)

24

Para ilustrar melhor o papel do jornalismo a seguir iremos elencar as

definiccedilotildees formuladas por diversos profissionais da aacuterea publicadas no site Enfato ndash

Comunicaccedilatildeo Empresarial (2006)

ldquoO jornalista eacute o(a) profissional que faz mais do que apenas reportar o que acontece ele(a) estabelece viacutenculos entre os fatos correntes e passados provocaestimula o raciociacutenio do telespectadorleitorouvinte e procura ainda extrair disso tudo alguma perspectiva que sinalize o futuro Sua atividade eacute ainda mais difiacutecil do que parece eacute indispensaacutevel que este(a) profissional desempenhe sua tarefa com absoluta noccedilatildeo de seus princiacutepios eacuteticos sem se deixar contaminar por influecircncias poliacuteticas ou interesses pessoais Soacute assim seu relato teraacute credibilidade ndash a uacutenica moeda de real valor para quem abraccedilou esta profissatildeo Aliaacutes natildeo eacute agrave toa que a classe de espiacuterito tatildeo nobre seja tatildeo vilipendiada por aqueles que detecircm o controle das empresas de comunicaccedilatildeordquo Claudio Lessa colunista do site Direto da Redaccedilatildeo

ldquoSer jornalista hoje eacute e cada vez seraacute mais permitir ao leitor entender os fatos muito mais do que simplesmente tomar conhecimento deles Durante deacutecadas ser jornalista era correr atraacutes de furo dar informaccedilotildees sobre um fato que era desconhecido de todos Eu acho que hoje o nosso desafio estaacute em permitir que o leitor entenda os fatos pois existe uma avalanche de informaccedilotildeesrdquo Eugecircnio Esber diretor de redaccedilatildeo da revista Amanhatilde (RS)

ldquoO bom jornalista eacute aquele que eacute criativo investigador objetivo estaacute sempre informado mergulha com profundidade nos assuntos e acima de tudo tem a eacutetica como sua religiatildeordquo Fernando Barbosa Lima editor da FBL Criaccedilatildeo e Produccedilatildeo (RJ)

ldquoTenho a impressatildeo de que ser jornalista diante da tamanha complexidade do universo da Comunicaccedilatildeo eacute ter a capacidade de melhor organizar e selecionar a quantidade crescente da informaccedilatildeo defendendo o que haacute de mais essencial primado da verdade Lembro do que dizia Claudio Abramo de que a funccedilatildeo do jornalista eacute buscar a verdade camuflada atraacutes da verdade aparente Acho que essa tarefa eacute o grande diferencial que determinaraacute o sucesso profissionalrdquo Fernando Salerno diretor da Associaccedilatildeo Paulista de Jornais e do diaacuterio Valeparaibano (SP)

ldquoSer jornalista hoje eacute o mesmo que ontem e presumo o mesmo que amanhatilde O jornalista tem a funccedilatildeo de informar mais do que formar No meu entendimento hoje haacute muitos jornalistas mais preocupados em formar do que em informar Em outras palavras eacute muita opiniatildeo e pouca informaccedilatildeo Entendo ainda que eacute um trabalho muito importante para garantir a transparecircncia das sociedadesrdquo Flaacutevio Portela gerente de jornalismo da raacutedio Guaiacuteba (RS)

ldquoTenho orgulho de ser jornalista Essa funccedilatildeo eacute cada vez mais importante desde que seja acompanhada de eacutetica e

25

responsabilidade Cada vez mais a miacutedia tem credibilidade Graccedilas ao jornalista e a essa possibilidade de informaccedilatildeo raacutepida e global eacute que aproximamos o mundordquo Lucia Leme apresentadora do programa Olhar 2005 da TVE-RJ

ldquoA profissatildeo natildeo perdeu o encanto embora os predadores empresariados tenham feito de tudo para desencantaacute-la e diminuiacute-lardquo Luiacutes Recena editor executivo da Tribuna do Brasil (DF)

ldquoSer jornalista eacute saber passar informaccedilotildees ao grande puacuteblico eacute saber defender a sociedade atraveacutes dos jornais e procurar saber o que ela procura e onde precisa ser ajudadardquo Maria Eugecircnia Labouriau assessora de imprensa do Inmetro

ldquoA funccedilatildeo principal do jornalista eacute ser a oposiccedilatildeo diante das instituiccedilotildees incluindo Judiciaacuterio o Estado todo mundo Os jornalistas satildeo os fiscalizadores da sociedaderdquo Nando Gross apresentador da Raacutedio Gauacutecha AM (RS)

ldquoEacute como jogar nas 11 posiccedilotildees do campo Natildeo existe mais jornalista pelo menos aqui no interior do Rio Grande do Norte especialista Todos acabam tendo que cumprir todas as funccedilotildees Somos mais que polivalentes jaacute que estamos num jornal do interiorrdquo Pedro Carlos Lopes Pinheiro diretor de Redaccedilatildeo do jornal O Mossoroense (RN)

ldquoSer jornalista hoje eacute ter perseveranccedila vontade e amor pela profissatildeo jaacute que os jornalistas ganham mal e natildeo haacute incentivos para a realizaccedilatildeo do trabalhordquo Raimundo Afonso Gomes presidente do Sindicato dos Jornalistas do Acre

ldquoHoje e sempre ser jornalista eacute tentar ser uma testemunha do seu tempo Essa eacute nossa humilde tarefa Natildeo eacute ser juiz promotor Atualmente temos uma tendecircncia de julgar e ateacute condenar Quanto mais complexa a sociedade mais se exige esse papel do jornalistardquo Zuenir Ventura colunista de O Globo (RJ)

A exemplo de outras profissotildees regulamentadas pela legislaccedilatildeo vigente

em nosso paiacutes ou reconhecidas pelo mercado formal de trabalho a atividade

jornaliacutestica deve seguir preceitos eacuteticos especiacuteficos com a finalidade de preservar o

atendimento do interesse puacuteblico e o direito agrave informaccedilatildeo existente em uma

sociedade democraacutetica

Com referecircncia agrave elaboraccedilatildeo da notiacutecia segundo Eliane Mendonccedila (sd)

ldquoa notiacutecia eacute o resultado de diversas lsquovozesrsquo que o jornalista precisou ouvir interpretar

e sintetizar de forma a tornaacute-lo acessiacutevel ao grande puacuteblicordquo Com base nessa

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assertiva pode-se dizer que o jornalista eacute o profissional que tem como ofiacutecio a

responsabilidade de reconstruir os fatos levando em conta todos os conceitos a que

teve acesso durante a apuraccedilatildeo da mateacuteria E se eacute assim a notiacutecia nunca teraacute um

uacutenico autor visto que a mateacuteria jornaliacutestica traz em seu bojo inuacutemeras versotildees do

mesmo assunto cada um de um personagem (fonte) diferente

Note-se que ainda que o jornalista natildeo seja o uacutenico autor do que escreve

cabe a ele a funccedilatildeo de equilibrar o texto a ponto de ser fiel a tudo o que ouviu

procurando transmitir a informaccedilatildeo da forma mais clara possiacutevel a fim de que possa

ser compreendida por todo o tipo de leitor

Outro ponto a se considerar como bem explica Eliane Mendonccedila (sd)

refere-se ao fato de que um mesmo assunto se apresenta ao puacuteblico sob diferentes

enfoques quando transmitido em diferentes veiacuteculos de comunicaccedilatildeo Isto ocorre

porque ao contraacuterio do que ensina os antigos manuais do jornalismo o jornalista

natildeo eacute imparcial e acaba embutindo na notiacutecia um pouco de sua vivecircncia pessoal

sua opiniatildeo sobre o assunto seus preconceitos aleacutem de ter que levar em

consideraccedilatildeo as normas as orientaccedilotildees e a postura da empresa para a qual

trabalha

Segundo o Departamento de Comunicaccedilatildeo e Turismo da Universidade

Federal da Paraiacuteba (UFPB 2006) a sociedade espera que o jornalista exerccedila o

seguinte papel

- Auxiliar a populaccedilatildeo a tomar decisotildees coletivas favoraacuteveis ao bem comum - Enriquecer culturalmente a sociedade - Responsabilizar-se pelas informaccedilotildees que divulga e consequumlecircncias delas - Colaborar para o fortalecimento da cidadania

27

- Discernir entre o que tem caraacuteter construtivo para a sociedade - Propagar iniciativas conhecimentos e teacutecnicas que possam ser reproduzidas de forma a contribuir para o bem estar social - Distinguir e denunciar atitudes que sejam lesivas agrave sociedade

O jornalista ndash seja ele o repoacuterter o fotoacutegrafo o cinegrafista o redator o

editor o chefe de reportagem enfim ndash deve estar consciente da importacircncia do seu

trabalho para a construccedilatildeo da cidadania e de uma sociedade igualitaacuteria

Como bem observa Maristela Alves Leitatildeo (2005) os profissionais de

jornalismo desempenham um importante papel nas transformaccedilotildees soacutecio-poliacuteticas

nas uacuteltimas deacutecadas constituindo os ldquoguardiotildees dos direitos humanosrdquo durante a

transiccedilatildeo da ditadura militar para o regime democraacutetico Atualmente a preocupaccedilatildeo

tem sido lutar contra a corrupccedilatildeo e a favor da cidadania visando a conscientizaccedilatildeo

da populaccedilatildeo em relaccedilatildeo aos seus direitos e obrigaccedilotildees

A mateacuteria jornaliacutestica consiste na reconstruccedilatildeo de dada realidade que

cerca um fato recente efetuada pelo profissional da aacuterea a partir da tomada de

depoimentos de pessoas que participaram ou estatildeo inseridas no contexto apurado

Essas pessoas a serem entrevistas natildeo devem ser selecionadas de maneira fortuita

apenas seratildeo inquiridas aquelas que possam dispor de dados estritamente

importantes e possuir competecircncia reconhecida para referir-se ao assunto em

questatildeo Uma das habilidades mais valorizadas na profissatildeo inclusive eacute aquela de

pesquisar e encontrar as fontes mais adequadas considerando-se a expectativa do

puacuteblico de receber informaccedilatildeo qualificada (Rothberg 2006)

28

Comparando-se o jornalismo impresso com o televisivo este uacuteltimo leva

clara vantagem por ser meio mais atraente ao disponibilizar uma dinacircmica

audiovisual

22 O REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO

O repoacuterter cinematograacutefico eacute aquele profissional que executa serviccedilos

referentes ao mercado de radiodifusatildeo mais especificamente em TV atuando como

assistente ou teacutecnico na aacuterea de produccedilatildeo em meios de comunicaccedilatildeo Dentre suas

atividades vale destacar pesquisa anaacutelise e interpretaccedilatildeo das possibilidades

riacutetmicas estruturais e associadas do encontro entre imagem e som aleacutem de

executar e manter os equipamentos de aacuteudio e iluminaccedilatildeo e cacircmeras de TV (Nova

Faetec 2006)

No Brasil o curso profissionalizante de repoacuterter cinematograacutefico tem ainda

niacutevel teacutecnico com duraccedilatildeo de trecircs anos sendo exigido como preacute-requisito a

conclusatildeo do ensino meacutedio ou fundamental

No Rio de Janeiro foi criada em 16 de fevereiro em 1946 a ARFOC -

Associaccedilatildeo Profissional de Repoacuterteres Fotograacuteficos e Cinematograacuteficos do Brasil

que consiste em uma associaccedilatildeo profissional e cultural destituiacuteda de caraacuteter poliacutetico-

partidaacuterio e sem fins lucrativos nos termos do Decreto n 1229 de 09101962 cujo

objetivo eacute incentivar aperfeiccediloar valorizar e defender a profissatildeo e os fotojornalistas

e a aplicaccedilatildeo da imagem ao jornalismo (ARFOC 2006)

29

Segundo Joseacute Alves Filho (2005) presidente da ARFOC-PI existe uma

falta de reconhecimento ateacute por parte dos proacuteprios colegas de trabalho em relaccedilatildeo

ao trabalho do repoacuterter cinematograacutefico Eacute uma injusticcedila visto que uma boa

reportagem de TV depende mais do registro do repoacuterter cinematograacutefico ndash fruto de

sua persistecircncia coragem e sensibilidade ndash do que do repoacuterter produtor ou editor

Essa falta de reconhecimento se reflete no dia-a-dia principalmente por

parte dos chefes de redaccedilatildeo que nunca estimulam os repoacuterteres cinematograacuteficos a

participarem da discussatildeo da pauta que iratildeo cumprir Com isso eles acabam se

afastando das redaccedilotildees desestimulados a participarem do processo Por parte dos

colegas jornalistas haacute um preconceito intelectual ainda que velado em relaccedilatildeo aos

colegas da ldquolinha de frenterdquo os ditos repoacuterteres cinematograacuteficos forjados pela

ldquofaculdade da vidardquo sem chance de discutir teoria nos bancos universitaacuterios

Partindo-se da premissa de que a imagem eacute o uacutenico item imprescindiacutevel

da TV natildeo haacute justificativa para o fato de que o salaacuterio dos bons cinegrafistas natildeo

chegam nem na metade do salaacuterio dos repoacuterteres haacute vinte anos atraacutes o salaacuterio

desses profissionais se equiparavam

Para Antonio Brasil (2004)

() se existe uma classe de jornalistas que sempre sofreu enormes injusticcedilas e discriminaccedilotildees eacute sem duacutevida o segmento dos cinegrafistas de TV Hoje satildeo chamados de lsquorepoacuterteres cinematograacuteficosrsquo Para mim deveriam ser simplesmente lsquojornalistasrsquo Mas como costumam ter origem humilde e natildeo podem pagar pelos lsquodiplomasrsquo satildeo considerados jornalistas de segunda classe Natildeo precisam passar no miacutenimo quatro anos pagando caro para as faacutebricas de jornalistas e ningueacutem parece se importar muito com isso Mas os cinegrafistas ou repoacuterteres cinematograacuteficos merecem o nosso apoio e respeito Lutam pelo reconhecimento da profissatildeo enquanto lsquojornalistasrsquo de verdade Recusam-se a serem meros

30

lsquoapecircndicesrsquo na vida dos repoacuterteres e nas decisotildees dos nossos editores de telejornalismo

Infelizmente ainda persiste o conflito entre os profissionais da palavra e

os jornalistas da imagem Brasil (2004) experiente na profissatildeo muitas vezes

sentiu na pele os efeitos de atitudes arrogantes e discriminatoacuterias mesmo de

repoacuterteres receacutem-formados - o que demonstra que essa arrogacircncia sem

fundamento eacute cultural beira o preconceito social ou ldquoracismordquo E geralmente satildeo os

velhos cinegrafistas que acabam por ensinar a esses jovens os primeiros passos da

profissatildeo

Eacute certo que no meio televisivo as imagens constituem elemento chave

da mateacuteria do repoacuterter satildeo elas que datildeo suporte agrave narrativa cronoloacutegica do

acontecimento Cumpre ressaltar que tal qual o repoacuterter o cinegrafista tem como

objetivo registrar o acontecimento e fazer com que o mesmo chegue ao ar Daiacute a

importacircncia de recomendar aos alunos do telejornalismo que cinegrafista natildeo deve

ser vigiado nem precisa ser orientado

Repoacuterter e cinegrafista satildeo colegas de jornalismo isto eacute ambos satildeo

jornalistas Natildeo eacute porque o cinegrafista geralmente tem origem simples gestos

humildes e carrega peso que deixa de ser jornalista Ganha o repoacuterter despido

desse preconceito pois se dispotildee a assimilar os segredos da profissatildeo ensinados

pelos cinegrafistas e compartilhando com respeito os objetivos da reportagem

recebem valiosas dicas praacuteticas

Brasil (2004) desabafa

31

Os jovens de boa aparecircncia - condiccedilatildeo dispensaacutevel mas que parece ser obrigatoacuteria em nossos telejornais - saem das universidades natildeo sabem quase nada de telejornalismo Buscam na TV o sonho de sucesso e fama A maioria desses jovens natildeo teve a oportunidade aprender a praacutetica da profissatildeo Eles satildeo selecionados em processos meio nebulosos e certamente pouco transparentes Se tornam repoacuterteres de TV e tem que aprender as teacutecnicas peculiares da profissatildeo na marra No entanto satildeo os velhos cinegrafistas - profissionais humildes e experientes que costumam ensinar os primeiros passos Os cinegrafistas tambeacutem satildeo colegas leais Aleacutem de ensinarem telejornalismo de verdade tambeacutem fazem questatildeo de ocultar os erros dos neoacutefitos Os editores jamais percebem as inuacutemeras passagens que os cinegrafistas providencialmente apagam das fitas e da nossa memoacuteria Alguns desses neoacutefitos natildeo eram tatildeo jovens Muitos profissionais da imprensa fizeram a transiccedilatildeo para os encantos da TV graccedilas agrave boa vontade de velhos cinegrafistas

Ao inveacutes de se sentirem agradecidos muitos desses colegas se recusam

a aceitar que aqueles sujeitos simples satildeo tambeacutem jornalistas e que aleacutem de

compartilhar os objetivos da reportagem ensinam agrave nova geraccedilatildeo de jornalistas de

TV inuacutemeras dicas profissionais

Natildeo bastasse esse desrespeito com o profissional de imagem ele ainda

estaacute sujeito a sofrer seacuterios riscos inerentes agrave proacutepria profissatildeo aleacutem de graves

problemas de sauacutede ao utilizar equipamentos pesados e obsoletos e enfrentar um

ritmo estressante de trabalho repetitividade de tarefas longas jornadas e condiccedilotildees

precaacuterias de trabalho

Daiacute a importacircncia de apoiar a luta desses profissionais de imagem que

buscam o creacutedito e o respeito merecidos Eacute uma questatildeo natildeo apenas de direito

mas de reconhecimento Tambeacutem eacute importante observar e condenar as possiacuteveis

represaacutelias aos profissionais que buscam esse reconhecimento

32

Brasil (2004) faz uma comparaccedilatildeo entre os cinegrafistas da Inglaterra e

os do Brasil Enquanto entre noacutes os profissionais lutam pela sobrevivecircncia

aprendem tudo sem qualquer tipo de treinamento especiacutefico e para garantir os seus

direitos devem permanecer anocircnimos na Inglaterra a escola de cinegrafistas da

BBC possibilita a esses profissionais facilidades teacutecnicas um bom sistema de

promoccedilatildeo e cargos Para a promoccedilatildeo dentro da proacutepria categoria os cinegrafistas

ingleses satildeo regularmente enviados ao interior daquele paiacutes para conhecerem as

novas tecnoloacutegicas e teacutecnicas profissionais visando com isso tambeacutem fortalecer os

laccedilos corporativos

33

3 CURSO SUPERIOR PARA FORMACcedilAtildeO DE PROFISSIONAIS DA

AacuteREA

31 DESVALORIZACcedilAtildeO DA PROFISSAtildeO

Como outras inuacutemeras profissotildees tambeacutem o jornalista enfrenta crise no

seu acircmbito de trabalho Para superar a concorrecircncia garantir o seu emprego e

valorizar sua profissatildeo o jornalista de modo geral precisa especializar-se em

determinadas aacutereas e atualizar-se academicamente No mercado atual esse

profissional tem que lidar com o aumento de responsabilidade com o acuacutemulo de

funccedilotildees nas redaccedilotildees aleacutem de ser em geral mal remunerado e sofrer com o

constante risco de ser demitido

Conforme aponta Noblat (2003 p 36)

Exige-se do candidato a uma vaga nas redaccedilotildees que seja profissional completo e polivalente Ele tem de dominar todas as teacutecnicas para o exerciacutecio da profissatildeo manejar os instrumentos capazes de ajudaacute-lo a fazer o melhor trabalho e ter a niacutetida compreensatildeo do seu papel de jornalista multimiacutedia

Em plena era de globalizaccedilatildeo as perspectivas natildeo satildeo as melhores Tem

razatildeo Dizard Jr (2000 p 21) ao afirmar que uma das poucas certezas com que os

novos profissionais de miacutedia podem contar futuramente eacute que teratildeo que lidar com o

impacto das mudanccedilas tecnoloacutegicas e com a intensificaccedilatildeo da demanda por maior

envolvimento intelectual e habilitaccedilatildeo acadecircmica

34

Para o repoacuterter cinematograacutefico e supervisor de cinegrafia da rede Globo

Heacutelio Alvarez concorda que a profissatildeo do repoacuterter cinematograacutefico e fotoacutegrafo eacute

desvalorizada e isto se deve segundo ele ao fato de que a valorizaccedilatildeo profissional

na atualidade se daacute por meio da educaccedilatildeo Enquanto os repoacuterteres geralmente

passaram por uma faculdade e vecircm de uma classe social mais alta os que

trabalham como repoacuterter cinematograacutefico em sua maioria satildeo aqueles que iniciam

carreira fazendo algum trabalho na televisatildeo sendo poucos os que comeccedilam no

jornalismo ndash o que acaba por desvalorizar a funccedilatildeo (Canal da imprensa sd)

32 REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO Eacute JORNALISTA

Noacutes uacuteltimos anos haacute um movimento que luta pelo reconhecimento do

repoacuterter cinematograacutefico como jornalista Duas recentes decisotildees nos tribunais do

paiacutes passaram a reconhecer os direitos desse profissional confirmando as teses

defendidas pela FENAJ (Federaccedilatildeo Nacional dos Jornalistas) e pelos sindicatos de

jornalistas

No ano passado o Tribunal Superior do Trabalho (TST) manteve decisatildeo

do Tribunal Regional do Trabalho do Rio Grande do Sul (TRT da 4ordf Regiatildeo) que

enquadrou como Jornalista um repoacuterter-cinematograacutefico que trabalhou na RBS TV

Santa Rosa Ltda Esse profissional tanto acompanhava repoacuterteres na produccedilatildeo de

reportagens jornaliacutesticas como tambeacutem saiacutea agraves ruas sozinho para produzir

reportagens estabelecidas em pautas previamente solicitadas pelo chefe de

redaccedilatildeo

35

A RBS seguindo a praacutetica infelizmente bastante comum entre as

empresas de televisatildeo sustentava que o trabalhador devia ser enquadrado como

radialista na tentativa de pagar um salaacuterio menor ao profissional uma vez que o

piso de radialista eacute inferior ao de jornalista Outra desvantagem para o profissional eacute

que os radialistas trabalham 8 horas diaacuterias ao contraacuterio de jornalistas que atuam 5

horas por dia O excesso de carga de trabalho vem trazendo problemas de sauacutede

para diversos repoacuterteres cinematograacuteficos enquadrados como radialistas

A Justiccedila do Trabalho firmou decisatildeo no sentido de que o fato de estar

acompanhado de repoacuterter natildeo retira do repoacuterter-cinematograacutefico a condiccedilatildeo de

Jornalista O profissional gauacutecho receberaacute as devidas diferenccedilas salariais retroativas

a 16 de junho de 1998 data que o prejudicado obteve seu registro de jornalista

profissional no Ministeacuterio do Trabalho (Espaccedilo Vital 2005)

Com essa decisatildeo passou a ser possiacutevel que os repoacuterteres

cinematograacuteficos encaminhem agraves Delegacias Regionais do Trabalho pedidos de

enquadramento como jornalistas Aliaacutes os proacuteprios sindicatos devem encaminhar

pedidos de fiscalizaccedilatildeo nas empresas para verificar o enquadramento dos repoacuterteres

cinematograacuteficos

Outro julgamento favoraacutevel ao profissional da aacuterea em comento conforme

divulgaccedilatildeo do FENAJ (2005) refere-se agrave decisatildeo da Terceira Turma do Superior

Tribunal de Justiccedila (STJ) que reconheceu os direitos do repoacuterter fotograacutefico Claacuteudio

Alves Pereira de receber indenizaccedilatildeo por danos materiais e morais devido agraves

inuacutemeras vezes em que o Jornal de Brasiacutelia republicou fotos suas sem creacutedito apoacutes

a sua demissatildeo em julho de 1990

36

Conforme o escritor portuguecircs Pierre Ganz (ANTONIO CARLOS) o

jornalista-repoacuterter de imagens eacute antes de qualquer coisa eacute um jornalista como os

outros Deve saber preparar a sua reportagem efetuaacute-la escrever o seu comentaacuterio

sobre imagens A diferenccedila reside no fato de ele substituir na maioria das vezes a

esferograacutefica pela cacircmera de filmar

Uma cacircmera que ele deveraacute dominar bem mas tambeacutem com a qual vai escrever uma histoacuteria os planos substituindo entatildeo as palavras Uma sintaxe toma o lugar da outra Os teacutecnicos de som de iluminaccedilatildeo e de montagem satildeo-lhe familiares Pode em alguns casos trabalhar sozinho Egrave cada vez mais frequumlente partir em reportagem ou em grande reportagem com equipe reduzida acompanhada apenas por jornalista redator

Eacute mesmo verdade que no meio televisivo uma boa imagem por vezes

substitui um bom texto e ateacute o dispensa Natildeo eacute possiacutevel por exemplo imaginar nos

dias de hoje um noticiaacuterio sobre guerra sem que sejam mostradas imagens E

muitas vezes inspirados nas imagens que os jornalistas produzem seus textos

Sem duacutevida a funccedilatildeo do repoacuterter cinematograacutefico eacute de vital importacircncia

para o jornalismo Uma saiacuteda bastante praacutetica para solucionar o problema desses

profissionais no que se refere agrave ausecircncia de cursos de graduaccedilatildeo seria incluir uma

cadeira sobre o assunto nos cursos de jornalismo Com isso os profissionais da

aacuterea e os interessados em abraccedilar a profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico se

sentiriam motivados a ingressar numa faculdade e quem sabe assim esse

preconceito absurdo seria definitivamente eliminado pondo fim ao estigma de ser

apenas um coadjuvante na confecccedilatildeo da notiacutecia

37

CONCLUSAtildeO

Num momento em que o mundo passa por tantas transformaccedilotildees

decorrentes da evoluccedilatildeo tecnoloacutegica da era da informaccedilatildeo e da globalizaccedilatildeo da

economia o jornalismo profissional ndash seacuterio e bem documentado - ganha relevo em

sua missatildeo de informar opinar e entreter a sociedade em seu cotidiano

A televisatildeo nos dias contemporacircneos pode transmitir ao puacuteblico muito

mais do que o fazia quando foi criada A novidade surgiu em 1923 nos Estados

Unidos e se tornou conhecida no Brasil nos anos 50 De iniacutecio apenas uma

finiacutessima parcela da populaccedilatildeo tinha acesso ao produto e tempos depois

transformou-se num poderoso meio de comunicaccedilatildeo em massa

Para fazer o telejornalismo eacute necessaacuterio uma equipe formada de repoacuterter

cinegrafista redator fotoacutegrafo editor teacutecnicos de som de iluminaccedilatildeo e de

montagens

Diante do exposto natildeo resta duacutevidas de que o repoacuterter cinematograacutefico eacute

antes de qualquer coisa jornalista como os outros Ele deve saber preparar a sua

reportagem efetuaacute-la escrever o seu comentaacuterio sobre imagens

Se eacute certo que ele substitui a esferograacutefica pela cacircmera de filmar tambeacutem

eacute verdade que por meio dela ele escreve uma histoacuteria A diferenccedila eacute que substitui

as palavras pelas imagens que seus olhos treinados conseguem captar

38

Em muitas situaccedilotildees o repoacuterter cinematograacutefico acumula as funccedilotildees dos

teacutecnicos de iluminaccedilatildeo som e montagem trabalhando somente com o jornalista

redator E eacute com base nas imagens captadas que os jornalistas produzem seus

textos

Muitas vezes os cinegrafistas produzem imagens tatildeo impressionantes

que eacute difiacutecil para o jornalista descrevecirc-las com palavras podendo surgir eventuais

conflitos entre os dois

Neste contexto a presente monografia procurou enfocar a importacircncia

deste profissional que para ser reconhecido por seus pares e tambeacutem para ter

oportunidade de aumentar seus conhecimentos e aperfeiccediloar suas teacutecnicas

necessita que seja inserida uma cadeira sobre sua aacuterea nos cursos de graduaccedilatildeo

de jornalismo

Para serem admitidos como jornalistas pelas televisotildees profissionais

exige-se formaccedilatildeo acadecircmica em jornalismo Haacute aqui um paradoxo visto que a

profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico tem sua funccedilatildeo regulamentada pelo Decreto

Lei n 83284 de 13 marccedilo de 1969 que atribui normas para o exerciacutecio da profissatildeo

de jornalista e segundo o qual o repoacuterter cinematograacutefico estaacute inserido como

jornalista que capta imagens para fins jornaliacutesticos

Note-se que a partir do momento em que os cursos de jornalismo

incluiacuterem uma cadeira voltada para a reportagem cinematograacutefica todos os que se

formarem no curso e optarem por esse caminho notadamente seratildeo reconhecidos

como jornalistas

39

Haacute que se considerar a questatildeo dos antigos profissionais da aacuterea

aqueles que conhecem tudo sobre a profissatildeo e conforme dito no decorrer da

presente costumam ensinar os receacutem-formados no iniacutecio de suas carreiras

Eacute injusta a falta de reconhecimento desses profissionais

Tal situaccedilatildeo demonstra que o preconceito em relaccedilatildeo a eles faz parte de

uma cultura arraigada entre os proacuteprios colegas de profissatildeo e que acaba se

estendendo pelos bancos acadecircmicos e que precisa ser trabalhada desmistificada

pois natildeo tem razatildeo de existir

40

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documentaccedilatildeo elaboraccedilatildeo Rio de Janeiro 2002

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45

ANEXO I ndash DECRETO Nordm 83284 DE 13 DE MARCcedilO DE 1979

PROFISSAtildeO DE JORNALISTA

Daacute nova regulamentaccedilatildeo ao Decreto-lei nordm 972 de 17 de outubro de 1969 que dispotildee sobre o exerciacutecio da profissatildeo de Jornalista em decorrecircncia das alteraccedilotildees introduzidas pela Lei nordm 6612 de 7 de dezembro de 1978

O Presidente da Repuacuteblica usando da atribuiccedilatildeo que lhe confere o art 81 item

III da Constituiccedilatildeo decreta

Art 1ordm Eacute livre em todo territoacuterio nacional o exerciacutecio da profissatildeo de Jornalista aos que satisfazerem as condiccedilotildees estabelecidas neste Decreto

Art 2ordm A profissatildeo de Jornalista compreende privativamente o exerciacutecio habitual e remunerado de qualquer das seguintes atividades

I - redaccedilatildeo condensaccedilatildeo titulaccedilatildeo interpretaccedilatildeo correccedilatildeo ou coordenaccedilatildeo de mateacuteria a ser divulgada contenha ou natildeo comentaacuterio

II - comentaacuterio ou crocircnica pelo raacutedio ou pela televisatildeo III - entrevista inqueacuterito ou reportagem escrita ou falada IV - planejamento organizaccedilatildeo direccedilatildeo e eventual execuccedilatildeo de serviccedilos

teacutecnicos de Jornalismo como os de arquivo ilustraccedilatildeo ou distribuiccedilatildeo graacutefica de mateacuteria a ser divulgada

V - planejamento organizaccedilatildeo e administraccedilatildeo teacutecnica dos serviccedilos de que trata a aliacutenea ldquoardquo

VI - ensino de teacutecnicas de Jornalismo VII - coleta de notiacutecias ou informaccedilotildees e seu preparo para divulgaccedilatildeo VIII - revisatildeo de originais de mateacuteria jornaliacutestica com vistas agrave correccedilatildeo

redacional e agrave adequaccedilatildeo da linguagem XIX - organizaccedilatildeo e conservaccedilatildeo de arquivo jornaliacutestico e pesquisa dos

respectivos dados para a elaboraccedilatildeo de notiacutecias X - execuccedilatildeo de distribuiccedilatildeo graacutefica de texto fotografia ou ilustraccedilatildeo de

caraacuteter jornaliacutestico para fins de divulgaccedilatildeo XI - execuccedilatildeo de desenhos artiacutesticos ou teacutecnicos de caraacuteter jornaliacutestico para

fins de divulgaccedilatildeo Art 3ordm Considera-se empresa jornaliacutestica para os efeitos deste Decreto-lei

aquela que tenha como atividade a ediccedilatildeo de jornal ou revista ou a distribuiccedilatildeo de noticiaacuterio com funcionamento efetivo idoneidade financeira e registro legal

sect 1ordm Equipara-se agrave empresa jornaliacutestica a seccedilatildeo ou serviccedilo de empresa de radiofusatildeo televisatildeo ou divulgaccedilatildeo cinematograacutefica ou de agecircncia de publicidade onde sejam exercidas as atividades previstas no artigo 2ordm0

sect 2ordm A entidade puacuteblica ou privada natildeo jornaliacutestica sob cuja responsabilidade se editar publicaccedilatildeo destinada a circulaccedilatildeo externa estaacute obrigada ao cumprimento deste decreto relativamente aos jornalistas que contratar

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Art 4ordm O exerciacutecio da profissatildeo de jornalista requer preacutevio registro no oacutergatildeo regional do Ministeacuterio do Trabalho que se faraacute mediante a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash diploma de curso de niacutevel superior de Jornalismo ou de Comunicaccedilatildeo Social habilitaccedilatildeo Jornalismo fornecido por estabelecimento de ensino reconhecido na forma da lei para as funccedilotildees relacionadas nos itens I a IV do artigo 11

IV ndash Carteira de Trabalho e Previdecircncia Social

Paraacutegrafo uacutenico ndash Aos profissionais registrados exclusivamente para o exerciacutecio das funccedilotildees relacionadas nos itens VII a XI do artigo 11 eacute vedado o exerciacutecio das funccedilotildees constantes nos itens I a VII do mesmo artigo

Art 5ordm O Ministeacuterio do Trabalho concederaacute desde que satisfeitas as exigecircncias constantes neste Decreto registro especial ao

I ndash colaborador assim entendido aquele que mediante remuneraccedilatildeo e sem relaccedilatildeo de emprego produz trabalho de natureza teacutecnica cientiacutefica ou cultural relacionando com a sua especializaccedilatildeo para ser divulgado com o nome e qualificaccedilatildeo do autor

II ndash funcionaacuterio puacuteblico titular de cargo cujas atribuiccedilotildees legais coincidam com as mencionadas no artigo 2ordm

III ndash provisionado

Paraacutegrafo uacutenico ndash O registro de que tratam os itens I e II deste artigo natildeo implica o reconhecimento de quaisquer direitos que decorram da condiccedilatildeo de empregado nem no caso do item II dos resultantes do exerciacutecio privado e autocircnomo da profissatildeo

Art 6ordm Para o registro especial de colaborador eacute necessaacuteria a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash declaraccedilatildeo de empresa jornaliacutestica ou que a ela seja equiparada informando do seu interesse pelo registro de colaborador do candidato onde conste a sua especializaccedilatildeo remuneraccedilatildeo contratada e pseudocircnimo se houver

Art 7ordm Para o registro especial de funcionaacuterio puacuteblico titular de cargo cujas atribuiccedilotildees legais coincidam com as mencionadas no artigo 2ordm eacute necessaacuterio a apresentaccedilatildeo de ato de nomeaccedilatildeo ou contrataccedilatildeo para cargo ou emprego com aquelas atribuiccedilotildees aleacutem do cumprimento do que estabelece o artigo 4ordm

Art 8ordm Para o registro especial de provisionado eacute necessaacuterio a apresentaccedilatildeo de

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I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash declaraccedilatildeo fornecida pela empresa jornaliacutestica ou que a ela seja equiparada na qual conste a funccedilatildeo a ser exercida e o salaacuterio correspondente

IV ndash diploma de curso de niacutevel superior ou certificado de ensino de 2ordm grau fornecido por estabelecimento de ensino reconhecido na forma da lei para as funccedilotildees relacionadas nos itens I a VII do artigo 11

V ndash declaraccedilatildeo fornecida pela entidade sindical representativa da categoria profissional com base territorial abrangendo o municiacutepio no qual o provisionado iraacute desempenhar suas funccedilotildees de que natildeo haacute jornalista associado do Sindicato domiciliado naquele municiacutepio disponiacutevel da contrataccedilatildeo

VI ndash Carteira de Trabalho e Previdecircncia Social

sect 1ordm A declaraccedilatildeo de que trata o item V deveraacute ser fornecida pelo Sindicato ao interessado no prazo de 3 dias uacuteteis

sect 2ordm Caso exista profissional domiciliado no municiacutepio disponiacutevel para contrataccedilatildeo o Sindicato comunicaraacute tal fato ao Ministeacuterio do Trabalho no mesmo prazo de 3 dias a contar do pedido de fornecimento da declaraccedilatildeo de que trata o item V

sect 3ordm Caso o Sindicato natildeo forneccedila a declaraccedilatildeo de que trata o item V no prazo mencionado no sect 1ordm o interessado poderaacute instruir seu pedido de registro com o protocolo de apresentaccedilatildeo do requerimento ao Sindicato

sect 4ordm Na hipoacutetese prevista no paraacutegrafo anterior o Ministeacuterio do Trabalho concederaacute ao Sindicato prazo natildeo superior a 3 dias para se manifestar sobre o fornecimento da declaraccedilatildeo caso natildeo tenha ocorrido o fato constante no sect 2ordm

sect 5ordm O registro especial de provisionado teraacute caraacuteter temporaacuterio com duraccedilatildeo maacutexima de trecircs anos renovaacutevel somente com a apresentaccedilatildeo de toda a documentaccedilatildeo prevista neste artigo

Art 9ordm Seraacute efetuado no Ministeacuterio do Trabalho registro dos diretores de empresas jornaliacutesticas que natildeo sendo jornalistas respondem pelas respectivas publicaccedilotildees para o que eacute necessaacuterio a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash prova de registro civil ou comercial da empresa jornaliacutestica com o inteiro teor do seu ato constitutivo

IV ndash prova de depoacutesito do tiacutetulo da publicaccedilatildeo ou da agecircncia de notiacutecias no oacutergatildeo competente do Ministeacuterio da Induacutestria e do Comeacutercio

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V ndash 30 exemplares do jornal ou 12 exemplares da revista ou 30 recortes ou coacutepias de noticiaacuterio com datas diferentes de sua divulgaccedilatildeo

sect 1ordm Tratando-se de empresa nova o Ministeacuterio do Trabalho efetuaraacute registro provisoacuterio com validade por 2 anos tornando-se definitivo apoacutes a comprovaccedilatildeo constante do item V deste artigo

sect 2ordm Natildeo seraacute admitida renovaccedilatildeo ou prorrogaccedilatildeo do prazo de validade do registro provisoacuterio previsto no paraacutegrafo anterior

Art 10ordm Seraacute efetuado no Ministeacuterio do Trabalho registro especial do diretor de empresa natildeo jornaliacutestica sob cuja responsabilidade se editar publicaccedilatildeo destinada agrave circulaccedilatildeo externa ou interna para o que se exigiraacute a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash prova de depoacutesito do tiacutetulo da publicaccedilatildeo no oacutergatildeo competente do Ministeacuterio da Induacutestria e do Comeacutercio

Art 11 ndash As funccedilotildees desempenhadas pelos jornalistas como empregados seratildeo assim classificadas

I - Redator aquele que aleacutem das incumbecircncias de redaccedilatildeo comum tem o encargo de redigir editoriais crocircnicas ou comentaacuterios

II - Noticiarista aquele que tem o encargo de redigir mateacuterias de caraacuteter informativo desprovidas de apreciaccedilotildees ou comentaacuterios preparando-as ou redigindo-as para a divulgaccedilatildeo

III - Repoacuterter aquele que cumpre a determinaccedilatildeo de colher notiacutecias ou informaccedilotildees preparando-as para divulgaccedilatildeo

IV - Repoacuterter de setor aquele que tem o encargo de colher notiacutecias ou informaccedilotildees sobre assuntos predeterminados preparando-as ou redigindo-as para divulgaccedilatildeo

V - Raacutedio-repoacuterter aquele a quem cabe a difusatildeo oral de acontecimento ou entrevista pelo raacutedio ou pela televisatildeo no instante ou no local em que ocorram assim como o comentaacuterio ou crocircnica pelos mesmos veiacuteculos

VI - Arquivista-pesquisador aquele que tem a incumbecircncia de organizar e conservar cultural e tecnicamente o arquivo redatorial procedendo agrave pesquisa dos respectivos dados para a elaboraccedilatildeo de notiacutecias

VII - Revisor aquele que tem o encargo de rever as provas tipograacuteficas de mateacuteria jornaliacutestica

VIII - Ilustrador aquele que tem a seu cargo criar ou executar desenhos artiacutesticos ou teacutecnicos de caraacuteter jornaliacutestico

XIX - Repoacuterter-fotograacutefico aquele a quem cabe registrar fotograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico

X - Repoacuterter-cinematograacutefico aquele a quem cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico

XI - Diagramador aquele a quem compete planejar e executar a distribuiccedilatildeo graacutefica de mateacuterias fotografias ou ilustraccedilotildees de caraacuteter jornaliacutestico para fins de publicaccedilatildeo

Paraacutegrafo uacutenico ndash Os Sindicatos seratildeo ouvidos sobre o exato enquadramento de cada profissional

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Art 12ordm Seratildeo privativas de jornalista as funccedilotildees pertinentes agraves atividades

descritas no artigo 2ordm tais como Editor Secretaacuterio Subsecretaacuterio Chefe de reportagem e Chefe de Revisatildeo

Art 13ordm Natildeo haveraacute incompatibilidade entre o exerciacutecio da profissatildeo de Jornalista e o de qualquer outra funccedilatildeo remunerada ainda que puacuteblica respeitadas a proibiccedilatildeo de acumular cargos e as demais restriccedilotildees de lei

Art 14ordm Seraacute passiacutevel de trancamento o registro profissional do jornalista que sem motivo legal deixar de exercer a profissatildeo por mais de 2 anos

sect 1ordm Natildeo incide na cominaccedilatildeo deste artigo o afastamento decorrente de a) suspensatildeo ou interrupccedilatildeo do contrato de trabalho b) aposentadoria como jornalista c) viagem ou bolsa de estudo para aperfeiccediloamento profissional d) desemprego apurado na forma da Lei nordm 4923 de 23 de dezembro de

1965

sect 2ordm O trancamento seraacute da competecircncia do oacutergatildeo regional do Ministeacuterio do Trabalho de ofiacutecio ou requerimento da entidade sindical representativa da categoria profissional cabendo a esta fazer publicar em oacutergatildeo oficial por trecircs vezes consecutivas e dentro de um interstiacutecio de dois anos a relaccedilatildeo dos jornalistas cujos registros pretende trancar

sect 3ordm Os oacutergatildeos do Ministeacuterio do Trabalho prestaratildeo aos sindicatos representativos da categoria profissional as informaccedilotildees que lhes forem solicitadas especialmente quanto ao registro de admissotildees e dispensas nas empresas jornaliacutesticas realizando as inspeccedilotildees que se tornarem necessaacuterias para a verificaccedilatildeo do exerciacutecio da profissatildeo de jornalista

sect 4ordm O exerciacutecio da atividade em empresa natildeo jornaliacutestica mencionada no artigo 3ordm sect 2ordm natildeo constituiraacute prova suficiente de permanecircncia na profissatildeo se a publicaccedilatildeo e seu responsaacutevel natildeo tiverem registro nos termos deste Decreto

sect 5ordm O registro trancado suspende a titularidade e o exerciacutecio das prerrogativas profissionais mas pode ser revalidado mediante apresentaccedilatildeo dos documentos mencionados nos itens II e III do artigo 4ordm

Art 15ordm O salaacuterio de jornalista natildeo poderaacute ser reajustado nos contratos individuais de trabalho para a jornada normal de 5 horas em base inferior agrave do salaacuterio estipulado para a respectiva funccedilatildeo em acordo ou convenccedilatildeo coletiva de trabalho ou sentenccedila normativa das Justiccedila do Trabalho

Paraacutegrafo uacutenico ndash Em negociaccedilatildeo ou dissiacutedio coletivo poderatildeo os Sindicatos de Jornalistas reclamar o estabelecimento de criteacuterio de remuneraccedilatildeo adicional pela divulgaccedilatildeo de trabalho produzido por jornalistas em mais de um veiacuteculo de comunicaccedilatildeo coletiva

Art 16ordm A admissatildeo de provisionado para exercer funccedilotildees relacionadas nos itens I a VII do artigo 11 seraacute permitida nos municiacutepios onde natildeo existia curso de Jornalismo reconhecido na forma de lei e comprovadamente natildeo haja jornalista domiciliado associado do sindicato representativo da categoria profissional disponiacutevel para contrataccedilatildeo

Paraacutegrafo uacutenico ndash O provisionado nos termos deste artigo poderaacute exercer suas atividades somente no municiacutepio para o qual foi registrado

Art 17ordm Os atuais portadores de registro especial de provisionado poderatildeo exercer suas atividades no Estado onde foram contratados

Art 18 ndash A fiscalizaccedilatildeo do cumprimento dos dispositivos deste Decreto se faraacute na forma do artigo 626 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho sendo aplicaacutevel aos

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infratores multa variaacutevel de 1 a 10 vezes o maior valor de referecircncia fixado de acordo com o artigo 2ordm paraacutegrafo uacutenico da Lei nordm 6205 de 29 de abril de 1975

Paraacutegrafo uacutenico ndash Aos sindicatos representativos da categoria profissional incumbe representar agraves autoridades competentes acerca do exerciacutecio irregular da profissatildeo de Jornalista

Art 19ordm Constitui fraude a prestaccedilatildeo de serviccedilos profissionais gratuitos ou com pagamentos simboacutelicos sob pretexto de estaacutegio bolsa de complementaccedilatildeo convecircnio ou qualquer outra modalidade em desrespeito agrave legislaccedilatildeo trabalhista e a este regulamento

Art 20ordm O disposto neste Decreto natildeo impede a conclusatildeo dos estaacutegios comprovadamente iniciados antes da vigecircncia da Lei nordm 6612 de 7 de dezembro de 1978 os quais entretanto natildeo conferiratildeo por si soacutes direito ao registro profissional

Art 21ordm Este Decreto entra em vigor na data da sua publicaccedilatildeo revogadas as disposiccedilotildees em contraacuterio especialmente os Decretos nordms 65912 de 19 de dezembro de 1969 e 68629 de 18 de maio de 1971

Brasiacutelia 13 de marccedilo de 1979 158ordm da Independecircncia e 91ordm da Repuacuteblica (DO de 13-3-79)

Ernesto Geisel Arnaldo Prieto

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ANEXO II ndash ACOacuteRDAtildeO TST-AIRR-6182001-751-04-401

Acoacuterdatildeo Inteiro Teor NUacuteMERO UacuteNICO PROC AIRR - 6182001-751-04-40 PUBLICACcedilAtildeO DJ - 10022006 Andamento do Processo

PROC Nordm TST-AIRR-6182001-751-04-401 C A C Oacute R D Atilde O 1ordf Turma EMPMs REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO CARACTERIZACcedilAtildeO INDEPENDEcircNCIA NO EXERCIacuteCIO DE SUAS ATIVIDADES REGISTROS DE ASSUNTOS E TEMAacuteTICAS DE INTERESSES JORNALIacuteSTICOS 1 Segundo o Tribunal Regional do Trabalho o Reclamante no exerciacutecio de suas atividades aleacutem de ter acompanhado o repoacuterter entrevistador na produccedilatildeo de mateacuterias fato que por si soacute natildeo lhe retira a condiccedilatildeo de jornalista - e tambeacutem de acordo com depoimentos testemunhais saiacutea agrave rua com a pauta que lhe era dirigida para sozinho produzir as mateacuterias solicitadas pelo empregador o que de acordo com o teor dos dispositivos tidos por vulnerados permite concluir o exerciacutecio da profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico e natildeo simplesmente de operador de cacircmera visto que ao sair agraves ruas para a produccedilatildeo de mateacuterias cumpria seu ofiacutecio obviamente mediante registros de fatos e (ou) assuntos de interesses notadamente jornaliacutestico considerando para tanto a proacutepria natureza da atividade empresarial exercida pela empregadora Inviaacutevel portanto a admissibilidade do recurso de revista em razatildeo da impossibilidade de exame da alegaccedilatildeo de afronta ao Decreto nordm 8413479 visto tratar-se de hipoacutetese natildeo contemplada na letra c do artigo 896 da CLT Por outro lado por violaccedilatildeo dos artigos 2ordm da Lei nordm 661578 e 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 tambeacutem natildeo logra ecircxito a Agravante no intuito de ver autorizado o processamento do recurso de revista No primeiro dispositivo apenas dispotildee-se que o radialista eacute o empregado de radiodifusatildeo exercente de atividades voltadas agrave administraccedilatildeo produccedilatildeo ou teacutecnica No segundo definem-se as profissotildees de repoacuterter e repoacuterter cinematograacutefico salientando-se que a esse uacuteltimo cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico hipoacutetese identificada pelo Regional 2 Agravo de instrumento a que se nega provimento Vistos relatados e discutidos estes autos do Agravo de Instrumento em Recurso de Revista nordm TST-AIRR-6182001-751-04-401 em que eacute Agravante RBS TV SANTA ROSA LTDA e Agravado CLOacuteVIS SANTACATARINA A Reclamada interpotildee agravo de instrumento ao despacho de fls 113-115 mediante o qual foi denegado seguimento ao recurso de revista sob o fundamento de que a decisatildeo decorreu da aplicaccedilatildeo das normas pertinentes uma vez que da situaccedilatildeo faacutetica delineada nos autos natildeo haacute como se extrair ofensa ao artigo 2ordm da Lei nordm 661578 na forma do artigo 896 c da CLT Contraminuta agraves fls 122-124 Natildeo houve remessa dos autos agrave Procuradoria Geral do Trabalho em face da orientaccedilatildeo emanada da Resoluccedilatildeo Administrativa nordm 322 atualmente retratada no artigo 82 do Regimento Interno do Tribunal Superior do

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Trabalho Eacute o relatoacuterio V O T O I CONHECIMENTO Conheccedilo do agravo de instrumento porque regular e tempestivo II MEacuteRITO O Tribunal Regional ao apreciar o recurso ordinaacuterio interposto pela Reclamada no tocante ao reconhecimento da condiccedilatildeo de jornalista ao Reclamante pela Vara do Trabalho decidiu O MM Juiacutezo de primeiro grau acolheu as alegaccedilotildees do reclamante de exerciacutecio de profissatildeo jornaliacutestica de repoacuterter cinematograacutefico condenando a reclamada a pagar diferenccedilas salariais e reflexos Contra esta decisatildeo volta-se a reacute sustentando que o reclamante era operador de cacircmera funccedilatildeo capitulada na profissatildeo de radialista A recorrente tem razatildeo parcialmente Tomando-se a hipoacutetese de confirmar a sentenccedila enquanto reconhece ter o reclamante exercido a funccedilatildeo de repoacuterter cinematograacutefico em todo o contrato existe um marco temporal e juriacutedico que deve ser considerado A funccedilatildeo de repoacuterter cinematograacutefico eacute exclusiva da profissatildeo de jornalista Eacute uma atividade que estaacute reservada aos jornalistas formados assim como estabelecido no DL 97269 O reclamante natildeo demonstra a partir de quando conquistou a diplomaccedilatildeo como jornalista devendo-se considerar apenas pelo que oferecem os autos a data de 16 de junho de 1998 dia em que o reclamante foi registrado no Ministeacuterio do Trabalho como jornalista profissional na funccedilatildeo especiacutefica de repoacuterter cinematograacutefico Considerando que o Ministeacuterio do Trabalho natildeo pode registrar jornalistas natildeo diplomados exceccedilatildeo feita aos provisionados tem-se que o reclamante adquiriu esta condiccedilatildeo nesse dia Antes embora pudesse fazer ou fizesse atividades privativas de jornalistas natildeo pode ser considerado juridicamente como tal Assim em qualquer hipoacutetese de manutenccedilatildeo do reconhecimento da funccedilatildeo de jornaliacutestica esta deve gerar os efeitos pleiteados somente a partir de 16 de junho de 1998 Jaacute quanto a ter exercido ou natildeo funccedilatildeo jornaliacutestica a conclusatildeo eacute de manutenccedilatildeo da sentenccedila Natildeo eacute o fato de estar acompanhado por repoacuterter entrevistador que o cinegrafista perde a condiccedilatildeo de jornalista Trata-se de uma equipe de profissionais jornalistas Um exemplo que melhor ilustra o descabimento da distinccedilatildeo que pretende fazer o apelo eacute a situaccedilatildeo dos fotoacutegrafos ou repoacuterteres fotograacuteficos O fotoacutegrafo sai com a pauta junto com o repoacuterter (ou natildeo e isto tambeacutem acontecia com o reclamante como o reconhecem as testemunhas inclusive trazidas pela reclamada) e enquanto o repoacuterter investiga os dados necessaacuterios para a mateacuteria o fotoacutegrafo registra as cenas mas nem por isto eacute rebaixado da condiccedilatildeo de jornalista para dir- se-ia operador de cacircmera fotograacutefica O que se pode discutir seria o interesse jornaliacutestico das mateacuterias cobertas pelo jornalista reclamante Com efeito os comerciais produzidos e gravados pelo autor natildeo tecircm esse interesse e os eventos promocionais da reclamada recebem dela mesma uma atribuiccedilatildeo desse interesse embora natildeo o tenha imediata e objetivamente mas para efeitos do trabalho executado pelo reclamante deve ser considerado um trabalho jornaliacutestico Foi correta a decisatildeo natildeo merecendo qualquer reparo a natildeo ser o juriacutedico-temporal jaacute mencionado Nesta perspectiva o provimento do recurso eacute parcial (fls 97-99) Ao interpor o recurso de revista a Empresa alegou que o Reclamante na condiccedilatildeo de operador de cacircmera e operador de cacircmera de unidade portaacutetil externa acompanhando o repoacuterter como reconheceu o Regional natildeo pode ser

53

enquadrado como jornalista porquanto ao repoacuterter eacute dado cumprir a determinaccedilatildeo de coletar notiacutecias ou informaccedilotildees e elaboraacute-las a fim de viabilizar posterior divulgaccedilatildeo e ao repoacuterter-cinematograacutefico cabe registrar cinematograficamente fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico razatildeo pela qual entende que a atividade do Reclamante eacute proacutepria de radialista categoria agrave qual pertencia Acrescenta que o artigo 2ordm da Lei nordm 661578 estabelece considera-se radialista o empregado de Radiodifusatildeo que exerccedila uma das funccedilotildees em que se desdobram as atividades mencionadas no artigo 4ordm ou seja operador de cacircmara e operador de cacircmara de unidade portaacutetil externa cuja regulamentaccedilatildeo profissional consta do Decreto nordm 8413479 e as atribuiccedilotildees do Quadro Anexo do mesmo decreto item II letra c nordm 3 com a seguinte redaccedilatildeo encarrega-se da gravaccedilatildeo de mateacuteria distribuiacuteda pelo Supervisor de Operaccedilotildees planifica e orienta o entrevistador repoacuterter e iluminador no que se refere aos aspectos teacutecnicos de seu trabalho suas atividades envolvem tanto a gravaccedilatildeo como a geraccedilatildeo de som e imagem atraveacutes de equipamentos eletrocircnico portaacutetil de TV Fundamenta o apelo em violaccedilatildeo dos artigos 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 2ordm da Lei nordm 661578 e do Decreto nordm 8413479 e Quadro Anexo do mesmo decreto item II letra c nordm 3 Inicialmente deve-se registrar a impossibilidade de exame da alegaccedilatildeo de afronta ao Decreto nordm 8413479 visto tratar-se de hipoacutetese natildeo contemplada na letra c do artigo 896 da CLT No tocante agrave ofensa aos artigos 2ordm da Lei nordm 661578 e 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 tambeacutem natildeo logra ecircxito a Agravante no intuito de ver autorizado o processamento do recurso de revista No primeiro dispositivo apenas dispotildee-se que o radialista eacute o empregado de radiodifusatildeo exercente de atividades voltadas agrave administraccedilatildeo produccedilatildeo ou teacutecnica No segundo definem-se as profissotildees de repoacuterter e repoacuterter cinematograacutefico salientando-se que a esse uacuteltimo cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico Ora dos termos da decisatildeo impugnada via recurso de revista nada haacute que conflite com tais dispositivos legais Afinal segundo o Tribunal Regional do Trabalho o Reclamante no exerciacutecio de suas atividades aleacutem de ter acompanhado o repoacuterter entrevistador na produccedilatildeo de mateacuterias fato que por si soacute natildeo lhe retira a condiccedilatildeo de jornalista - tambeacutem de acordo com depoimentos testemunhais saiacutea agrave rua com a pauta que lhe era dirigida para sozinho produzir as mateacuterias solicitadas pelo empregador o que de acordo com o teor dos dispositivos tidos por vulnerados permite concluir pelo exerciacutecio da profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico e natildeo simplesmente de operador de cacircmera visto que ao sair agraves ruas para a produccedilatildeo de mateacuterias cumpria seu ofiacutecio obviamente mediante registros de fatos e (ou) assuntos de interesses notadamente jornaliacutestico considerando para tanto a proacutepria natureza da atividade empresarial exercida pela empregadora Por esses fundamentos nego provimento ao agravo de instrumento ISTO POSTO ACORDAM os Ministros da Primeira Turma do Tribunal Superior do Trabalho por unanimidade negar provimento ao agravo de instrumento Brasiacutelia 9 de novembro de 2005 EMMANOEL PEREIRA Ministro Relator

NIA 3981288

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Page 12: REPÓRTER CINEMATOGRÁFICO É JORNALISTArepositorio.uniceub.br/bitstream/123456789/1670/2/20214825.pdf · trabalhos desenvolvidos. 5 ... tsunamis, cachoeiras em penhascos, ... deles

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O segundo capiacutetulo versa sobre o papel do jornalista ndash seja ele repoacuterter

fotoacutegrafo cinegrafista redator ou editor ndash e a importacircncia de seu trabalho na

construccedilatildeo da cidadania trazendo inclusive conceitos tecidos pelos proacuteprios

profissionais aleacutem de mencionar algumas das dificuldades que encontram no

mercado de trabalho Tambeacutem eacute mostrado como se daacute a regulamentaccedilatildeo da

profissatildeo de jornalista que eacute obrigatoacuteria tendo em vista que o exerciacutecio ilegal dessa

profissatildeo constitui crime

Em toacutepico apartado satildeo mencionadas as caracteriacutesticas da profissatildeo do

repoacuterter cinematograacutefico de como ocorre sua formaccedilatildeo quais as formas de atuaccedilatildeo

os riscos profissionais a que se sujeita e trata tambeacutem da questatildeo do preconceito de

colegas que injustamente natildeo o considera jornalista

Por fim o terceiro capiacutetulo trata da necessidade de haver um curso

superior para a formaccedilatildeo desses profissionais que certamente iraacute trazer inuacutemeras

vantagens desde a reciclagem do conhecimento e o aprendizado de novas teacutecnicas

como o combate agrave desvalorizaccedilatildeo da profissatildeo visto que apesar de muitos

discordarem o repoacuterter cinematograacutefico tambeacutem eacute jornalista

13

1 HISTOacuteRIA DO TELEJORNALISMO NO BRASIL

11 ABORDAGEM GERAL

O primeiro telejornal brasileiro foi ldquoImagens do Diardquo que foi ao ar em 19

de setembro de 1950 pela emissora TV Tupi de Assis Chateaubriand (Diaacuterios

Associados) Ao longo de um ano esse telejornal tinha um formato simples liderada

pelo locutor Rui Resende que produzia e redigia os textos a serem noticiados sendo

que algumas notas vinham acompanhadas de imagens sem som feitas em filme

preto e branco (Mundo da TV sd)

Vale destacar o primeiro telejornal de grande sucesso na televisatildeo

brasileira que foi o ldquoRepoacuterter Essordquo que foi ao ar tambeacutem atraveacutes da emissora Tupi

durante 17 anos (entre 1953 a 1970) Esse programa tinha como vinheta de abertura

a frase ldquoAqui fala o seu Repoacuterter Esso testemunha ocular da Histoacuteriardquo apresentado

por dois destacados locutores de raacutedio Kalil Filho e depois Gontijo Teodoro

Entre 1960 a 1964 a TV Excelsior revolucionou a televisatildeo brasileira

marcada principalmente com a introduccedilatildeo de dois programas de telejornalismo o

primeiro foi o ldquoTele Notiacuteciasrdquo que inovou com o ldquotoprdquo de cinco segundos e o ldquoJornal

de Vanguardardquo que revolucionou o conceito de noticiaacuterio (THELL sd)

14

O ldquoJornal de Vanguardardquo foi lanccedilado em setembro de 1963 pelas matildeos

de Fernando Barbosa Lima e que se transformou em um show de notiacutecias uma

grande revoluccedilatildeo na linguagem e no espiacuterito do telejornalismo com muita

criatividade e inteligecircncia Ao inveacutes de buscar profissionais do raacutedio esse jornal

formou sua base por jornalistas que vinham da imprensa escrita entrava no ar por

volta das 22h30 ao vivo com muitos apresentadores Tinha desenhistas

humoristas comentaristas poliacuteticos comentarista internacional e cronistas Esse

jornal comeccedilou na TV Excelsior passou pela Tupi e pela Globo e foi morrer na TV

Rio em protesto pela censura imposta com o Ato Institucional n 5 (THELL sd)

Em setembro de 1969 a Rede Globo de Televisatildeo trouxe o ldquoJornal

Nacionalrdquo criado por Armando Nogueira que estreou em setembro daquele ano

com inuacutemeras inovaccedilotildees tecnoloacutegicas importadas dos EUA Rapidamente esse

programa tornou-se liacuteder de audiecircncia e referecircncia da imprensa nacional

apresentando reportagens em cores reportagens internacionais via sateacutelite e em

tempo real (ao vivo) seguindo um formato dos telejornais americanos (estilo de

linguagem narrativa e figura do repoacuterter)

Segundo Armando Nogueira diretor da Central Globo de Jornalismo agrave

eacutepoca da criaccedilatildeo do telejornal o Jornal Nacional foi pedra de toque de um projeto

muito ambiciosa que previa a geraccedilatildeo de uma programaccedilatildeo uniforme para todo o

Brasil de modo que a emissora fez largo uso da tecnologia iniciando o emprego dos

sateacutelites para a difusatildeo de notiacutecias e visando maior alcance de suas fontes nacionais

e internacionais (KOSMINSKY 2002)

15

Mais tarde em 1977 a Globo Satildeo Paulo estreou um jornal de serviccedilo o

ldquoBom Dia Satildeo Paulordquo que permanece no ar nos dias atuais de segunda a sexta agraves

7h da manhatilde Vale destacar as novas tecnologias introduzidas como a UPJ

(Unidade Portaacutetil de Jornalismo) com repoacuterteres entrando ao vivo de vaacuterios pontos

da cidade transmitindo informaccedilotildees de serviccedilo como tempo tracircnsito movimentaccedilatildeo

da cidade aeroporto etc O sucesso foi tatildeo grande que em 1983 foi lanccedilado em rede

nacional o ldquoBom Dia Brasilrdquo que desde entatildeo vai ao ar logo apoacutes o ldquoBom Diardquo de

cada praccedila com o noticiaacuterio poliacutetico gerado em Brasiacutelia

Em 1988 foi lanccedilado o ldquoTJ Brasilrdquo pelo Sistema Brasileiro de Televisatildeo-

SBT tambeacutem inspirado no formato americano ao inovar com a emblemaacutetica figura

do acircncora Boris Casoy que saiu do jornal impresso e logo se acertou com a TV

conquistando seu espaccedilo e seu puacuteblico Em meados de 1997 Casoy assinou

contrato com a TV Record

Conforme Squirra (1994) em palestra realizada no II Congresso Brasileiro

de Jornalismo de Liacutengua Portuguecircs

ldquoO modelo ancorado com Boris Casoy foi colocado no ar em 1988 e desde o primeiro momento levou agraves residecircncias brasileiras um formato novo com um padratildeo de qualidade esteacutetica que definitivamente fugia daquele global que adotava cegamente as premissas de juventude e beleza para seus apresentadores de telejornais Que natildeo satildeo jornalistas por formaccedilatildeo profissional Boris Casoy neste particular tambeacutem representa um novo paradigma Aleacutem de ser jornalista sua identidade popular - tinha se tornado amplamente conhecido na TV a partir dos primeiros debates poliacuteticos como representante de um jornal impresso a Folha de SPaulo - seu carisma -soube explorar uma imagem segura independente e madura- e independecircncia televisivos -natildeo representava uma emissora de TV- propiciaram que ele viesse a ter respaldo para implantar um modelo ineacutedito no telejornalismo do paiacutes E trouxe aos lares um produto hiacutebrido na missatildeo de ancorar um telejornal a emissatildeo clara de opiniatildeo no ar ()rdquo

16

No periacuteodo compreendido entre 1992 e 1993 o jornal de Boris Casoy

superou em audiecircncia o Jornal Nacional da Rede Globo de forma que 594 do

puacuteblico ABC estavam com o TJ Brasil

Tambeacutem integra a histoacuteria do telejornalismo no Brasil o ldquoJornal da Bandrdquo

exibido pela TV Bandeirantes desde 1997 igualmente influenciado pelos costumes

americanos apresentado inicialmente por Paulo Henrique Amorim com um estilo

forte e opinativo com informaccedilotildees exclusivas e ao vivo Atualmente esse telejornal

tem como acircncora o jornalista Carlos Nascimento (Mundo da TV sd)

Uma pesquisa realizada pelo Ibope em 1980 demonstrou que o

telejornalismo eacute a mais importante e acessiacutevel fonte de informaccedilatildeo da populaccedilatildeo

onde 73 do puacuteblico pesquisado tinham acesso agrave televisatildeo Os telejornais foram

identificados como o tipo de programa preferido por 874 dos homens e o segundo

preferido de 713 das mulheres Conforme mateacuteria publicada pela revista Exame

em agosto de 2002 a TV eacute hoje o uacutenico meio de informaccedilatildeo e entretenimento para

40 da populaccedilatildeo (GUROVITZ 2002 p 46-58)

17

12 PROGRAMAS JORNALIacuteSTICOS NAS DIVERSAS EMISSORAS DE

TV

A seguir seratildeo listados os principais telejornais que foram ao ar pelas

diversas emissoras de televisatildeo do paiacutes

121 Rede Tupi

A partir de 1951 a Rede Tupi (19501980) exibia ldquoDiaacuterio de Satildeo Paulo na

TVrdquo ldquoEdiccedilatildeo Extrardquo e ldquoTelejornal Brahmardquo

Em 1952 apresentava o ldquoRepoacuterter Essordquo o ldquoTelejornal Tupirdquo e

ldquoTelenotiacutecias Panairrdquo

Em 1965 estreou ldquoUltra Notiacuteciasrdquo

Em 1979 um de seus uacuteltimos programas foi o ldquoAqui e Agorardquo com 6

horas de duraccedilatildeo e direccedilatildeo de Wilton Franco extinto no ano seguinte pelo governo

122 Rede Excelsior

A Rede Excelsior (19601964) estreou em 1960 o ldquoTele Notiacuteciasrdquo e em

1963 ldquoA Marcha do Mundordquo e o ldquoJornal da Vanguardardquo

123 TV Record

A TV Record (1953) inseriu em sua programaccedilatildeo na aacuterea de

telejornalismo diversos programas valendo destacar

- ldquoTempo de Notiacuteciasrdquo (1972)

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- ldquoCidade Alertardquo (1995)

- ldquoFala Brasil (1998)

- ldquoEdiccedilatildeo de Notiacuteciasrdquo (2003)

- ldquoTudo a Verrdquo (2004)

- ldquoRecord RJrdquo ldquoRecord SPrdquo e ldquoRio de Janeiro no Arrdquo (2005)

124 TV Cultura

Dentre os programas de telejornais introduzidos pela TV Cultura (1969)

vale destacar

- ldquoA Hora da Notiacuteciardquo (1972)

- ldquoConversa Afiadardquo (1999)

- ldquoMateacuteria Puacuteblicardquo (2002)

- ldquoBoletim Culturardquo e ldquoPrimeira Paacuteginardquo (2005)

125 TV Globo

No ar desde 1968 a TV Globo editou inuacutemeros programas

telejornaliacutesticos com destaque para

- ldquoTele Globordquo (1965)

- ldquoUltranotiacuteciasrdquo (1966)

19

- ldquoJornal da Globordquo (1967)

- ldquoJornal Nacionalrdquo (1969)

- ldquoJornal Hojerdquo (1971)

- ldquoBom dia Satildeo Paulordquo (1977)

- ldquoJornal da Globordquo (1979)

- ldquoSPTVrdquo ldquoRJTVrdquo ldquoBom dia Brasilrdquo (1983)

- ldquoGlobo Notiacuteciardquo (2005)

126 TV Bandeirantes

Pela TV Bandeirantes no ar desde 1967 vale destacar os seguintes

telejornais

- ldquoTitulares da Notiacuteciardquo (1969)

- ldquoBand News na Bandrdquo e ldquoBrasil Urgenterdquo (2001)

- e ldquoPrimeiro Jornalrdquo (2005)

127 TV Gazeta

Mais recentemente a TV Gazeta (1970) levou ao ar

- o ldquoJornal Gazetardquo o ldquoMercadordquo e ldquoPrimeira Paacuteginasrdquo todos estreados

em 2001

20

- em 2002 introduziu o ldquoJornal Gazeta 2ordf ediccedilatildeordquo e

- em 2003 o ldquoGazeta On-linerdquo

128 SBT

O Sistema Brasileiro de Televisatildeo no ar desde 1981 tem na histoacuteria do

telejornalismo da emissora os seguintes programas

- ldquoNoticentrordquo (1981)

- ldquo24 Horasrdquo (1982)

- ldquoCidade 4rdquo (1986)

- ldquoTJ Brasilrdquo ldquoTJ Noiterdquo e ldquoTJ Satildeo Paulordquo (1988)

- ldquoJornal do SBTrdquo ldquoAqui e Agorardquo (1991)

- ldquoAqui Brasilrdquo (1993) ldquoSBT Notiacuteciasrdquo (1995)

- ldquoJornal do SBTCBS Telenotiacuteciasrdquo (1997)

- ldquoNotiacutecias do Diardquo e ldquoNoticidaderdquo (1998)

- ldquoTJ Manhatilderdquo (2001)

- ldquoSBT Brasilrdquo (2005) dentre outros

21

13 O PERCURSO DO TELEJORNALISMO NOS ANOS 70

Em seu trabalho de dissertaccedilatildeo de mestrado defendido na Escola de

Comunicaccedilotildees e Artes da Universidade de Satildeo Paulo Antonio Reis Jr (2003) nos

mostra que no iniacutecio da deacutecada de 70 o campo cinematograacutefico sofreu dispersatildeo do

grupo de cineastas que integravam o Cinema Novo devido agrave repressatildeo poliacutetica poacutes

Ato Institucional n 5 em 1968 Com a criaccedilatildeo da Embrafilme em 1969 as novas

demandas do mercado cultural assim como o acirramento dos debates esteacuteticos

formou-se um novo quadro de atuaccedilatildeo para os cinegrafistas que se descortinou

com o esfacelamento do Cinema Novo com a expansatildeo da induacutestria cultural do

consumo dos bens simboacutelicos no paiacutes e com o surgimento de novos esquemas de

produccedilatildeo e projetos culturais

Nesse cenaacuterio de cerceamento controle e censura da produccedilatildeo cultural

diversos cineastas vislumbraram a possibilidade de trabalhar em algumas emissoras

de TV e como o telejornalismo foi o programa de maior impacto nesse meio de

comunicaccedilatildeo em massa surgiu assim o nosso repoacuterter cinematograacutefico

Desde sua primeira exibiccedilatildeo em rede nacional em 1ordm de setembro de

1969 o Jornal Nacional da Rede Globo apresentou um formato proacuteprio para

transmitir notiacutecias onde ldquoo telejornal era capaz de abordar no mesmo tom e com a

mesma inconsequumlecircncia notiacutecias banais e outras de extrema importacircncia para o

espectador conferindo um mesmo tratamento a fatos relevantes e irrelevantesrdquo Em

plena eacutepoca de ditadura tal fato revela a cumplicidade dessa emissora para com os

militares apresentando um telejornal com moderna engenharia eletrocircnica e que

adotava a maacutescara do paiacutes ldquoem desenvolvimentordquo do milagre econocircmico

22

propagando imagens de um paiacutes com o povo bonito onde natildeo existia fome miseacuteria

pobreza

Contudo nesse mesmo periacuteodo surgiu a TV Cultura com a programaccedilatildeo

mais voltada para a realidade brasileira e que criou em 1972 o telejornal ldquoA Hora da

Notiacuteciardquo pobre em recursos mas combativo liacuteder de audiecircncia desta emissora

seguia em caminho inverso agraves fantasias institucionais e agrave alienaccedilatildeo dos noticiaacuterios

da eacutepoca

Em 1975 o jornalista Vladimir Herzog assumiu a direccedilatildeo da TV Cultura

apresentando proposta para tornar o telejornalismo em um instrumento de diaacutelogo

com o puacuteblico combatendo a atitude servil diante do governo com uma poliacutetica de

programaccedilatildeo visando objetivos prioritaacuterios relacionados com a realidade do puacuteblico

que pretendia atingir Poreacutem nesse mesmo ano Herzog foi preso interrogado

torturado e morto sucumbindo o projeto de renovaccedilatildeo do telejornalismo na TV

brasileira

Mas em seguida apesar de o Jornal Nacional manter estreita ligaccedilatildeo com

a ditadura surgiu na Rede Globo o Globo Repoacuterter originaacuterio da seacuterio Globo Shell ndash

o uacutenico programa da emissora produzido com material cinematograacutefico e que teve o

meacuterito de fazer passar informaccedilotildees boicotadas pelos demais telejornais ndash

caracterizado por abordar temas polecircmicos e questotildees sociais justamente em um

periacuteodo em que esses assuntos eram proibidos e vetados pela Censura Federal

Esse estilo despojado e independente de fazer documentaacuterios perdurou entre 1976

a 1983

23

2 REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO

21 O PAPEL DO JORNALISTA

Nos dias de hoje o jornalista assim como outros profissionais de

imprensa enfrenta inuacutemeras dificuldades no mercado de trabalho ndash fato que exige

dele atenccedilatildeo para que se mantenha sempre atualizado e se preocupe com a

questatildeo da formaccedilatildeo e da qualificaccedilatildeo

De acordo com a Comissatildeo de Revisatildeo dos Registros de Jornalistas

Profissionais (Portaria MTb n 548 de 140695) todos os jornalistas profissionais do

paiacutes precisam efetuar a revisatildeo do seu Registro Profissional junto ao seu sindicato

para alterar o nuacutemero do Registro anotado na carteira de trabalho Tal procedimento

visa invalidar a grande quantidade de documentos irregulares

Na composiccedilatildeo alfanumeacuterica do novo registro seraacute adotada a sigla de

duas letras do alfabeto que identificam o Estado de origem seguida dos algarismos

a partir de 00001 e mais duas letras que qualificam a natureza da funccedilatildeo na qual o

jornalista foi registrado As letras qualificadoras da natureza da funccedilatildeo para titular

de registro funccedilatildeo de repoacuterter-cinematograacutefico eacute RC Exercer atividades de

jornalista com registro precaacuterio constitui crime de exerciacutecio ilegal da profissatildeo

(Sindicato dos Jornalistas 2006)

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Para ilustrar melhor o papel do jornalismo a seguir iremos elencar as

definiccedilotildees formuladas por diversos profissionais da aacuterea publicadas no site Enfato ndash

Comunicaccedilatildeo Empresarial (2006)

ldquoO jornalista eacute o(a) profissional que faz mais do que apenas reportar o que acontece ele(a) estabelece viacutenculos entre os fatos correntes e passados provocaestimula o raciociacutenio do telespectadorleitorouvinte e procura ainda extrair disso tudo alguma perspectiva que sinalize o futuro Sua atividade eacute ainda mais difiacutecil do que parece eacute indispensaacutevel que este(a) profissional desempenhe sua tarefa com absoluta noccedilatildeo de seus princiacutepios eacuteticos sem se deixar contaminar por influecircncias poliacuteticas ou interesses pessoais Soacute assim seu relato teraacute credibilidade ndash a uacutenica moeda de real valor para quem abraccedilou esta profissatildeo Aliaacutes natildeo eacute agrave toa que a classe de espiacuterito tatildeo nobre seja tatildeo vilipendiada por aqueles que detecircm o controle das empresas de comunicaccedilatildeordquo Claudio Lessa colunista do site Direto da Redaccedilatildeo

ldquoSer jornalista hoje eacute e cada vez seraacute mais permitir ao leitor entender os fatos muito mais do que simplesmente tomar conhecimento deles Durante deacutecadas ser jornalista era correr atraacutes de furo dar informaccedilotildees sobre um fato que era desconhecido de todos Eu acho que hoje o nosso desafio estaacute em permitir que o leitor entenda os fatos pois existe uma avalanche de informaccedilotildeesrdquo Eugecircnio Esber diretor de redaccedilatildeo da revista Amanhatilde (RS)

ldquoO bom jornalista eacute aquele que eacute criativo investigador objetivo estaacute sempre informado mergulha com profundidade nos assuntos e acima de tudo tem a eacutetica como sua religiatildeordquo Fernando Barbosa Lima editor da FBL Criaccedilatildeo e Produccedilatildeo (RJ)

ldquoTenho a impressatildeo de que ser jornalista diante da tamanha complexidade do universo da Comunicaccedilatildeo eacute ter a capacidade de melhor organizar e selecionar a quantidade crescente da informaccedilatildeo defendendo o que haacute de mais essencial primado da verdade Lembro do que dizia Claudio Abramo de que a funccedilatildeo do jornalista eacute buscar a verdade camuflada atraacutes da verdade aparente Acho que essa tarefa eacute o grande diferencial que determinaraacute o sucesso profissionalrdquo Fernando Salerno diretor da Associaccedilatildeo Paulista de Jornais e do diaacuterio Valeparaibano (SP)

ldquoSer jornalista hoje eacute o mesmo que ontem e presumo o mesmo que amanhatilde O jornalista tem a funccedilatildeo de informar mais do que formar No meu entendimento hoje haacute muitos jornalistas mais preocupados em formar do que em informar Em outras palavras eacute muita opiniatildeo e pouca informaccedilatildeo Entendo ainda que eacute um trabalho muito importante para garantir a transparecircncia das sociedadesrdquo Flaacutevio Portela gerente de jornalismo da raacutedio Guaiacuteba (RS)

ldquoTenho orgulho de ser jornalista Essa funccedilatildeo eacute cada vez mais importante desde que seja acompanhada de eacutetica e

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responsabilidade Cada vez mais a miacutedia tem credibilidade Graccedilas ao jornalista e a essa possibilidade de informaccedilatildeo raacutepida e global eacute que aproximamos o mundordquo Lucia Leme apresentadora do programa Olhar 2005 da TVE-RJ

ldquoA profissatildeo natildeo perdeu o encanto embora os predadores empresariados tenham feito de tudo para desencantaacute-la e diminuiacute-lardquo Luiacutes Recena editor executivo da Tribuna do Brasil (DF)

ldquoSer jornalista eacute saber passar informaccedilotildees ao grande puacuteblico eacute saber defender a sociedade atraveacutes dos jornais e procurar saber o que ela procura e onde precisa ser ajudadardquo Maria Eugecircnia Labouriau assessora de imprensa do Inmetro

ldquoA funccedilatildeo principal do jornalista eacute ser a oposiccedilatildeo diante das instituiccedilotildees incluindo Judiciaacuterio o Estado todo mundo Os jornalistas satildeo os fiscalizadores da sociedaderdquo Nando Gross apresentador da Raacutedio Gauacutecha AM (RS)

ldquoEacute como jogar nas 11 posiccedilotildees do campo Natildeo existe mais jornalista pelo menos aqui no interior do Rio Grande do Norte especialista Todos acabam tendo que cumprir todas as funccedilotildees Somos mais que polivalentes jaacute que estamos num jornal do interiorrdquo Pedro Carlos Lopes Pinheiro diretor de Redaccedilatildeo do jornal O Mossoroense (RN)

ldquoSer jornalista hoje eacute ter perseveranccedila vontade e amor pela profissatildeo jaacute que os jornalistas ganham mal e natildeo haacute incentivos para a realizaccedilatildeo do trabalhordquo Raimundo Afonso Gomes presidente do Sindicato dos Jornalistas do Acre

ldquoHoje e sempre ser jornalista eacute tentar ser uma testemunha do seu tempo Essa eacute nossa humilde tarefa Natildeo eacute ser juiz promotor Atualmente temos uma tendecircncia de julgar e ateacute condenar Quanto mais complexa a sociedade mais se exige esse papel do jornalistardquo Zuenir Ventura colunista de O Globo (RJ)

A exemplo de outras profissotildees regulamentadas pela legislaccedilatildeo vigente

em nosso paiacutes ou reconhecidas pelo mercado formal de trabalho a atividade

jornaliacutestica deve seguir preceitos eacuteticos especiacuteficos com a finalidade de preservar o

atendimento do interesse puacuteblico e o direito agrave informaccedilatildeo existente em uma

sociedade democraacutetica

Com referecircncia agrave elaboraccedilatildeo da notiacutecia segundo Eliane Mendonccedila (sd)

ldquoa notiacutecia eacute o resultado de diversas lsquovozesrsquo que o jornalista precisou ouvir interpretar

e sintetizar de forma a tornaacute-lo acessiacutevel ao grande puacuteblicordquo Com base nessa

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assertiva pode-se dizer que o jornalista eacute o profissional que tem como ofiacutecio a

responsabilidade de reconstruir os fatos levando em conta todos os conceitos a que

teve acesso durante a apuraccedilatildeo da mateacuteria E se eacute assim a notiacutecia nunca teraacute um

uacutenico autor visto que a mateacuteria jornaliacutestica traz em seu bojo inuacutemeras versotildees do

mesmo assunto cada um de um personagem (fonte) diferente

Note-se que ainda que o jornalista natildeo seja o uacutenico autor do que escreve

cabe a ele a funccedilatildeo de equilibrar o texto a ponto de ser fiel a tudo o que ouviu

procurando transmitir a informaccedilatildeo da forma mais clara possiacutevel a fim de que possa

ser compreendida por todo o tipo de leitor

Outro ponto a se considerar como bem explica Eliane Mendonccedila (sd)

refere-se ao fato de que um mesmo assunto se apresenta ao puacuteblico sob diferentes

enfoques quando transmitido em diferentes veiacuteculos de comunicaccedilatildeo Isto ocorre

porque ao contraacuterio do que ensina os antigos manuais do jornalismo o jornalista

natildeo eacute imparcial e acaba embutindo na notiacutecia um pouco de sua vivecircncia pessoal

sua opiniatildeo sobre o assunto seus preconceitos aleacutem de ter que levar em

consideraccedilatildeo as normas as orientaccedilotildees e a postura da empresa para a qual

trabalha

Segundo o Departamento de Comunicaccedilatildeo e Turismo da Universidade

Federal da Paraiacuteba (UFPB 2006) a sociedade espera que o jornalista exerccedila o

seguinte papel

- Auxiliar a populaccedilatildeo a tomar decisotildees coletivas favoraacuteveis ao bem comum - Enriquecer culturalmente a sociedade - Responsabilizar-se pelas informaccedilotildees que divulga e consequumlecircncias delas - Colaborar para o fortalecimento da cidadania

27

- Discernir entre o que tem caraacuteter construtivo para a sociedade - Propagar iniciativas conhecimentos e teacutecnicas que possam ser reproduzidas de forma a contribuir para o bem estar social - Distinguir e denunciar atitudes que sejam lesivas agrave sociedade

O jornalista ndash seja ele o repoacuterter o fotoacutegrafo o cinegrafista o redator o

editor o chefe de reportagem enfim ndash deve estar consciente da importacircncia do seu

trabalho para a construccedilatildeo da cidadania e de uma sociedade igualitaacuteria

Como bem observa Maristela Alves Leitatildeo (2005) os profissionais de

jornalismo desempenham um importante papel nas transformaccedilotildees soacutecio-poliacuteticas

nas uacuteltimas deacutecadas constituindo os ldquoguardiotildees dos direitos humanosrdquo durante a

transiccedilatildeo da ditadura militar para o regime democraacutetico Atualmente a preocupaccedilatildeo

tem sido lutar contra a corrupccedilatildeo e a favor da cidadania visando a conscientizaccedilatildeo

da populaccedilatildeo em relaccedilatildeo aos seus direitos e obrigaccedilotildees

A mateacuteria jornaliacutestica consiste na reconstruccedilatildeo de dada realidade que

cerca um fato recente efetuada pelo profissional da aacuterea a partir da tomada de

depoimentos de pessoas que participaram ou estatildeo inseridas no contexto apurado

Essas pessoas a serem entrevistas natildeo devem ser selecionadas de maneira fortuita

apenas seratildeo inquiridas aquelas que possam dispor de dados estritamente

importantes e possuir competecircncia reconhecida para referir-se ao assunto em

questatildeo Uma das habilidades mais valorizadas na profissatildeo inclusive eacute aquela de

pesquisar e encontrar as fontes mais adequadas considerando-se a expectativa do

puacuteblico de receber informaccedilatildeo qualificada (Rothberg 2006)

28

Comparando-se o jornalismo impresso com o televisivo este uacuteltimo leva

clara vantagem por ser meio mais atraente ao disponibilizar uma dinacircmica

audiovisual

22 O REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO

O repoacuterter cinematograacutefico eacute aquele profissional que executa serviccedilos

referentes ao mercado de radiodifusatildeo mais especificamente em TV atuando como

assistente ou teacutecnico na aacuterea de produccedilatildeo em meios de comunicaccedilatildeo Dentre suas

atividades vale destacar pesquisa anaacutelise e interpretaccedilatildeo das possibilidades

riacutetmicas estruturais e associadas do encontro entre imagem e som aleacutem de

executar e manter os equipamentos de aacuteudio e iluminaccedilatildeo e cacircmeras de TV (Nova

Faetec 2006)

No Brasil o curso profissionalizante de repoacuterter cinematograacutefico tem ainda

niacutevel teacutecnico com duraccedilatildeo de trecircs anos sendo exigido como preacute-requisito a

conclusatildeo do ensino meacutedio ou fundamental

No Rio de Janeiro foi criada em 16 de fevereiro em 1946 a ARFOC -

Associaccedilatildeo Profissional de Repoacuterteres Fotograacuteficos e Cinematograacuteficos do Brasil

que consiste em uma associaccedilatildeo profissional e cultural destituiacuteda de caraacuteter poliacutetico-

partidaacuterio e sem fins lucrativos nos termos do Decreto n 1229 de 09101962 cujo

objetivo eacute incentivar aperfeiccediloar valorizar e defender a profissatildeo e os fotojornalistas

e a aplicaccedilatildeo da imagem ao jornalismo (ARFOC 2006)

29

Segundo Joseacute Alves Filho (2005) presidente da ARFOC-PI existe uma

falta de reconhecimento ateacute por parte dos proacuteprios colegas de trabalho em relaccedilatildeo

ao trabalho do repoacuterter cinematograacutefico Eacute uma injusticcedila visto que uma boa

reportagem de TV depende mais do registro do repoacuterter cinematograacutefico ndash fruto de

sua persistecircncia coragem e sensibilidade ndash do que do repoacuterter produtor ou editor

Essa falta de reconhecimento se reflete no dia-a-dia principalmente por

parte dos chefes de redaccedilatildeo que nunca estimulam os repoacuterteres cinematograacuteficos a

participarem da discussatildeo da pauta que iratildeo cumprir Com isso eles acabam se

afastando das redaccedilotildees desestimulados a participarem do processo Por parte dos

colegas jornalistas haacute um preconceito intelectual ainda que velado em relaccedilatildeo aos

colegas da ldquolinha de frenterdquo os ditos repoacuterteres cinematograacuteficos forjados pela

ldquofaculdade da vidardquo sem chance de discutir teoria nos bancos universitaacuterios

Partindo-se da premissa de que a imagem eacute o uacutenico item imprescindiacutevel

da TV natildeo haacute justificativa para o fato de que o salaacuterio dos bons cinegrafistas natildeo

chegam nem na metade do salaacuterio dos repoacuterteres haacute vinte anos atraacutes o salaacuterio

desses profissionais se equiparavam

Para Antonio Brasil (2004)

() se existe uma classe de jornalistas que sempre sofreu enormes injusticcedilas e discriminaccedilotildees eacute sem duacutevida o segmento dos cinegrafistas de TV Hoje satildeo chamados de lsquorepoacuterteres cinematograacuteficosrsquo Para mim deveriam ser simplesmente lsquojornalistasrsquo Mas como costumam ter origem humilde e natildeo podem pagar pelos lsquodiplomasrsquo satildeo considerados jornalistas de segunda classe Natildeo precisam passar no miacutenimo quatro anos pagando caro para as faacutebricas de jornalistas e ningueacutem parece se importar muito com isso Mas os cinegrafistas ou repoacuterteres cinematograacuteficos merecem o nosso apoio e respeito Lutam pelo reconhecimento da profissatildeo enquanto lsquojornalistasrsquo de verdade Recusam-se a serem meros

30

lsquoapecircndicesrsquo na vida dos repoacuterteres e nas decisotildees dos nossos editores de telejornalismo

Infelizmente ainda persiste o conflito entre os profissionais da palavra e

os jornalistas da imagem Brasil (2004) experiente na profissatildeo muitas vezes

sentiu na pele os efeitos de atitudes arrogantes e discriminatoacuterias mesmo de

repoacuterteres receacutem-formados - o que demonstra que essa arrogacircncia sem

fundamento eacute cultural beira o preconceito social ou ldquoracismordquo E geralmente satildeo os

velhos cinegrafistas que acabam por ensinar a esses jovens os primeiros passos da

profissatildeo

Eacute certo que no meio televisivo as imagens constituem elemento chave

da mateacuteria do repoacuterter satildeo elas que datildeo suporte agrave narrativa cronoloacutegica do

acontecimento Cumpre ressaltar que tal qual o repoacuterter o cinegrafista tem como

objetivo registrar o acontecimento e fazer com que o mesmo chegue ao ar Daiacute a

importacircncia de recomendar aos alunos do telejornalismo que cinegrafista natildeo deve

ser vigiado nem precisa ser orientado

Repoacuterter e cinegrafista satildeo colegas de jornalismo isto eacute ambos satildeo

jornalistas Natildeo eacute porque o cinegrafista geralmente tem origem simples gestos

humildes e carrega peso que deixa de ser jornalista Ganha o repoacuterter despido

desse preconceito pois se dispotildee a assimilar os segredos da profissatildeo ensinados

pelos cinegrafistas e compartilhando com respeito os objetivos da reportagem

recebem valiosas dicas praacuteticas

Brasil (2004) desabafa

31

Os jovens de boa aparecircncia - condiccedilatildeo dispensaacutevel mas que parece ser obrigatoacuteria em nossos telejornais - saem das universidades natildeo sabem quase nada de telejornalismo Buscam na TV o sonho de sucesso e fama A maioria desses jovens natildeo teve a oportunidade aprender a praacutetica da profissatildeo Eles satildeo selecionados em processos meio nebulosos e certamente pouco transparentes Se tornam repoacuterteres de TV e tem que aprender as teacutecnicas peculiares da profissatildeo na marra No entanto satildeo os velhos cinegrafistas - profissionais humildes e experientes que costumam ensinar os primeiros passos Os cinegrafistas tambeacutem satildeo colegas leais Aleacutem de ensinarem telejornalismo de verdade tambeacutem fazem questatildeo de ocultar os erros dos neoacutefitos Os editores jamais percebem as inuacutemeras passagens que os cinegrafistas providencialmente apagam das fitas e da nossa memoacuteria Alguns desses neoacutefitos natildeo eram tatildeo jovens Muitos profissionais da imprensa fizeram a transiccedilatildeo para os encantos da TV graccedilas agrave boa vontade de velhos cinegrafistas

Ao inveacutes de se sentirem agradecidos muitos desses colegas se recusam

a aceitar que aqueles sujeitos simples satildeo tambeacutem jornalistas e que aleacutem de

compartilhar os objetivos da reportagem ensinam agrave nova geraccedilatildeo de jornalistas de

TV inuacutemeras dicas profissionais

Natildeo bastasse esse desrespeito com o profissional de imagem ele ainda

estaacute sujeito a sofrer seacuterios riscos inerentes agrave proacutepria profissatildeo aleacutem de graves

problemas de sauacutede ao utilizar equipamentos pesados e obsoletos e enfrentar um

ritmo estressante de trabalho repetitividade de tarefas longas jornadas e condiccedilotildees

precaacuterias de trabalho

Daiacute a importacircncia de apoiar a luta desses profissionais de imagem que

buscam o creacutedito e o respeito merecidos Eacute uma questatildeo natildeo apenas de direito

mas de reconhecimento Tambeacutem eacute importante observar e condenar as possiacuteveis

represaacutelias aos profissionais que buscam esse reconhecimento

32

Brasil (2004) faz uma comparaccedilatildeo entre os cinegrafistas da Inglaterra e

os do Brasil Enquanto entre noacutes os profissionais lutam pela sobrevivecircncia

aprendem tudo sem qualquer tipo de treinamento especiacutefico e para garantir os seus

direitos devem permanecer anocircnimos na Inglaterra a escola de cinegrafistas da

BBC possibilita a esses profissionais facilidades teacutecnicas um bom sistema de

promoccedilatildeo e cargos Para a promoccedilatildeo dentro da proacutepria categoria os cinegrafistas

ingleses satildeo regularmente enviados ao interior daquele paiacutes para conhecerem as

novas tecnoloacutegicas e teacutecnicas profissionais visando com isso tambeacutem fortalecer os

laccedilos corporativos

33

3 CURSO SUPERIOR PARA FORMACcedilAtildeO DE PROFISSIONAIS DA

AacuteREA

31 DESVALORIZACcedilAtildeO DA PROFISSAtildeO

Como outras inuacutemeras profissotildees tambeacutem o jornalista enfrenta crise no

seu acircmbito de trabalho Para superar a concorrecircncia garantir o seu emprego e

valorizar sua profissatildeo o jornalista de modo geral precisa especializar-se em

determinadas aacutereas e atualizar-se academicamente No mercado atual esse

profissional tem que lidar com o aumento de responsabilidade com o acuacutemulo de

funccedilotildees nas redaccedilotildees aleacutem de ser em geral mal remunerado e sofrer com o

constante risco de ser demitido

Conforme aponta Noblat (2003 p 36)

Exige-se do candidato a uma vaga nas redaccedilotildees que seja profissional completo e polivalente Ele tem de dominar todas as teacutecnicas para o exerciacutecio da profissatildeo manejar os instrumentos capazes de ajudaacute-lo a fazer o melhor trabalho e ter a niacutetida compreensatildeo do seu papel de jornalista multimiacutedia

Em plena era de globalizaccedilatildeo as perspectivas natildeo satildeo as melhores Tem

razatildeo Dizard Jr (2000 p 21) ao afirmar que uma das poucas certezas com que os

novos profissionais de miacutedia podem contar futuramente eacute que teratildeo que lidar com o

impacto das mudanccedilas tecnoloacutegicas e com a intensificaccedilatildeo da demanda por maior

envolvimento intelectual e habilitaccedilatildeo acadecircmica

34

Para o repoacuterter cinematograacutefico e supervisor de cinegrafia da rede Globo

Heacutelio Alvarez concorda que a profissatildeo do repoacuterter cinematograacutefico e fotoacutegrafo eacute

desvalorizada e isto se deve segundo ele ao fato de que a valorizaccedilatildeo profissional

na atualidade se daacute por meio da educaccedilatildeo Enquanto os repoacuterteres geralmente

passaram por uma faculdade e vecircm de uma classe social mais alta os que

trabalham como repoacuterter cinematograacutefico em sua maioria satildeo aqueles que iniciam

carreira fazendo algum trabalho na televisatildeo sendo poucos os que comeccedilam no

jornalismo ndash o que acaba por desvalorizar a funccedilatildeo (Canal da imprensa sd)

32 REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO Eacute JORNALISTA

Noacutes uacuteltimos anos haacute um movimento que luta pelo reconhecimento do

repoacuterter cinematograacutefico como jornalista Duas recentes decisotildees nos tribunais do

paiacutes passaram a reconhecer os direitos desse profissional confirmando as teses

defendidas pela FENAJ (Federaccedilatildeo Nacional dos Jornalistas) e pelos sindicatos de

jornalistas

No ano passado o Tribunal Superior do Trabalho (TST) manteve decisatildeo

do Tribunal Regional do Trabalho do Rio Grande do Sul (TRT da 4ordf Regiatildeo) que

enquadrou como Jornalista um repoacuterter-cinematograacutefico que trabalhou na RBS TV

Santa Rosa Ltda Esse profissional tanto acompanhava repoacuterteres na produccedilatildeo de

reportagens jornaliacutesticas como tambeacutem saiacutea agraves ruas sozinho para produzir

reportagens estabelecidas em pautas previamente solicitadas pelo chefe de

redaccedilatildeo

35

A RBS seguindo a praacutetica infelizmente bastante comum entre as

empresas de televisatildeo sustentava que o trabalhador devia ser enquadrado como

radialista na tentativa de pagar um salaacuterio menor ao profissional uma vez que o

piso de radialista eacute inferior ao de jornalista Outra desvantagem para o profissional eacute

que os radialistas trabalham 8 horas diaacuterias ao contraacuterio de jornalistas que atuam 5

horas por dia O excesso de carga de trabalho vem trazendo problemas de sauacutede

para diversos repoacuterteres cinematograacuteficos enquadrados como radialistas

A Justiccedila do Trabalho firmou decisatildeo no sentido de que o fato de estar

acompanhado de repoacuterter natildeo retira do repoacuterter-cinematograacutefico a condiccedilatildeo de

Jornalista O profissional gauacutecho receberaacute as devidas diferenccedilas salariais retroativas

a 16 de junho de 1998 data que o prejudicado obteve seu registro de jornalista

profissional no Ministeacuterio do Trabalho (Espaccedilo Vital 2005)

Com essa decisatildeo passou a ser possiacutevel que os repoacuterteres

cinematograacuteficos encaminhem agraves Delegacias Regionais do Trabalho pedidos de

enquadramento como jornalistas Aliaacutes os proacuteprios sindicatos devem encaminhar

pedidos de fiscalizaccedilatildeo nas empresas para verificar o enquadramento dos repoacuterteres

cinematograacuteficos

Outro julgamento favoraacutevel ao profissional da aacuterea em comento conforme

divulgaccedilatildeo do FENAJ (2005) refere-se agrave decisatildeo da Terceira Turma do Superior

Tribunal de Justiccedila (STJ) que reconheceu os direitos do repoacuterter fotograacutefico Claacuteudio

Alves Pereira de receber indenizaccedilatildeo por danos materiais e morais devido agraves

inuacutemeras vezes em que o Jornal de Brasiacutelia republicou fotos suas sem creacutedito apoacutes

a sua demissatildeo em julho de 1990

36

Conforme o escritor portuguecircs Pierre Ganz (ANTONIO CARLOS) o

jornalista-repoacuterter de imagens eacute antes de qualquer coisa eacute um jornalista como os

outros Deve saber preparar a sua reportagem efetuaacute-la escrever o seu comentaacuterio

sobre imagens A diferenccedila reside no fato de ele substituir na maioria das vezes a

esferograacutefica pela cacircmera de filmar

Uma cacircmera que ele deveraacute dominar bem mas tambeacutem com a qual vai escrever uma histoacuteria os planos substituindo entatildeo as palavras Uma sintaxe toma o lugar da outra Os teacutecnicos de som de iluminaccedilatildeo e de montagem satildeo-lhe familiares Pode em alguns casos trabalhar sozinho Egrave cada vez mais frequumlente partir em reportagem ou em grande reportagem com equipe reduzida acompanhada apenas por jornalista redator

Eacute mesmo verdade que no meio televisivo uma boa imagem por vezes

substitui um bom texto e ateacute o dispensa Natildeo eacute possiacutevel por exemplo imaginar nos

dias de hoje um noticiaacuterio sobre guerra sem que sejam mostradas imagens E

muitas vezes inspirados nas imagens que os jornalistas produzem seus textos

Sem duacutevida a funccedilatildeo do repoacuterter cinematograacutefico eacute de vital importacircncia

para o jornalismo Uma saiacuteda bastante praacutetica para solucionar o problema desses

profissionais no que se refere agrave ausecircncia de cursos de graduaccedilatildeo seria incluir uma

cadeira sobre o assunto nos cursos de jornalismo Com isso os profissionais da

aacuterea e os interessados em abraccedilar a profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico se

sentiriam motivados a ingressar numa faculdade e quem sabe assim esse

preconceito absurdo seria definitivamente eliminado pondo fim ao estigma de ser

apenas um coadjuvante na confecccedilatildeo da notiacutecia

37

CONCLUSAtildeO

Num momento em que o mundo passa por tantas transformaccedilotildees

decorrentes da evoluccedilatildeo tecnoloacutegica da era da informaccedilatildeo e da globalizaccedilatildeo da

economia o jornalismo profissional ndash seacuterio e bem documentado - ganha relevo em

sua missatildeo de informar opinar e entreter a sociedade em seu cotidiano

A televisatildeo nos dias contemporacircneos pode transmitir ao puacuteblico muito

mais do que o fazia quando foi criada A novidade surgiu em 1923 nos Estados

Unidos e se tornou conhecida no Brasil nos anos 50 De iniacutecio apenas uma

finiacutessima parcela da populaccedilatildeo tinha acesso ao produto e tempos depois

transformou-se num poderoso meio de comunicaccedilatildeo em massa

Para fazer o telejornalismo eacute necessaacuterio uma equipe formada de repoacuterter

cinegrafista redator fotoacutegrafo editor teacutecnicos de som de iluminaccedilatildeo e de

montagens

Diante do exposto natildeo resta duacutevidas de que o repoacuterter cinematograacutefico eacute

antes de qualquer coisa jornalista como os outros Ele deve saber preparar a sua

reportagem efetuaacute-la escrever o seu comentaacuterio sobre imagens

Se eacute certo que ele substitui a esferograacutefica pela cacircmera de filmar tambeacutem

eacute verdade que por meio dela ele escreve uma histoacuteria A diferenccedila eacute que substitui

as palavras pelas imagens que seus olhos treinados conseguem captar

38

Em muitas situaccedilotildees o repoacuterter cinematograacutefico acumula as funccedilotildees dos

teacutecnicos de iluminaccedilatildeo som e montagem trabalhando somente com o jornalista

redator E eacute com base nas imagens captadas que os jornalistas produzem seus

textos

Muitas vezes os cinegrafistas produzem imagens tatildeo impressionantes

que eacute difiacutecil para o jornalista descrevecirc-las com palavras podendo surgir eventuais

conflitos entre os dois

Neste contexto a presente monografia procurou enfocar a importacircncia

deste profissional que para ser reconhecido por seus pares e tambeacutem para ter

oportunidade de aumentar seus conhecimentos e aperfeiccediloar suas teacutecnicas

necessita que seja inserida uma cadeira sobre sua aacuterea nos cursos de graduaccedilatildeo

de jornalismo

Para serem admitidos como jornalistas pelas televisotildees profissionais

exige-se formaccedilatildeo acadecircmica em jornalismo Haacute aqui um paradoxo visto que a

profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico tem sua funccedilatildeo regulamentada pelo Decreto

Lei n 83284 de 13 marccedilo de 1969 que atribui normas para o exerciacutecio da profissatildeo

de jornalista e segundo o qual o repoacuterter cinematograacutefico estaacute inserido como

jornalista que capta imagens para fins jornaliacutesticos

Note-se que a partir do momento em que os cursos de jornalismo

incluiacuterem uma cadeira voltada para a reportagem cinematograacutefica todos os que se

formarem no curso e optarem por esse caminho notadamente seratildeo reconhecidos

como jornalistas

39

Haacute que se considerar a questatildeo dos antigos profissionais da aacuterea

aqueles que conhecem tudo sobre a profissatildeo e conforme dito no decorrer da

presente costumam ensinar os receacutem-formados no iniacutecio de suas carreiras

Eacute injusta a falta de reconhecimento desses profissionais

Tal situaccedilatildeo demonstra que o preconceito em relaccedilatildeo a eles faz parte de

uma cultura arraigada entre os proacuteprios colegas de profissatildeo e que acaba se

estendendo pelos bancos acadecircmicos e que precisa ser trabalhada desmistificada

pois natildeo tem razatildeo de existir

40

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ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE NORMAS TEacuteCNICAS NBR 6023 informaccedilatildeo e

documentaccedilatildeo elaboraccedilatildeo Rio de Janeiro 2002

Associaccedilatildeo Profissional de Repoacuterteres Fotograacuteficos e Cinematograacuteficos do Brasil

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ANEXO I ndash DECRETO Nordm 83284 DE 13 DE MARCcedilO DE 1979

PROFISSAtildeO DE JORNALISTA

Daacute nova regulamentaccedilatildeo ao Decreto-lei nordm 972 de 17 de outubro de 1969 que dispotildee sobre o exerciacutecio da profissatildeo de Jornalista em decorrecircncia das alteraccedilotildees introduzidas pela Lei nordm 6612 de 7 de dezembro de 1978

O Presidente da Repuacuteblica usando da atribuiccedilatildeo que lhe confere o art 81 item

III da Constituiccedilatildeo decreta

Art 1ordm Eacute livre em todo territoacuterio nacional o exerciacutecio da profissatildeo de Jornalista aos que satisfazerem as condiccedilotildees estabelecidas neste Decreto

Art 2ordm A profissatildeo de Jornalista compreende privativamente o exerciacutecio habitual e remunerado de qualquer das seguintes atividades

I - redaccedilatildeo condensaccedilatildeo titulaccedilatildeo interpretaccedilatildeo correccedilatildeo ou coordenaccedilatildeo de mateacuteria a ser divulgada contenha ou natildeo comentaacuterio

II - comentaacuterio ou crocircnica pelo raacutedio ou pela televisatildeo III - entrevista inqueacuterito ou reportagem escrita ou falada IV - planejamento organizaccedilatildeo direccedilatildeo e eventual execuccedilatildeo de serviccedilos

teacutecnicos de Jornalismo como os de arquivo ilustraccedilatildeo ou distribuiccedilatildeo graacutefica de mateacuteria a ser divulgada

V - planejamento organizaccedilatildeo e administraccedilatildeo teacutecnica dos serviccedilos de que trata a aliacutenea ldquoardquo

VI - ensino de teacutecnicas de Jornalismo VII - coleta de notiacutecias ou informaccedilotildees e seu preparo para divulgaccedilatildeo VIII - revisatildeo de originais de mateacuteria jornaliacutestica com vistas agrave correccedilatildeo

redacional e agrave adequaccedilatildeo da linguagem XIX - organizaccedilatildeo e conservaccedilatildeo de arquivo jornaliacutestico e pesquisa dos

respectivos dados para a elaboraccedilatildeo de notiacutecias X - execuccedilatildeo de distribuiccedilatildeo graacutefica de texto fotografia ou ilustraccedilatildeo de

caraacuteter jornaliacutestico para fins de divulgaccedilatildeo XI - execuccedilatildeo de desenhos artiacutesticos ou teacutecnicos de caraacuteter jornaliacutestico para

fins de divulgaccedilatildeo Art 3ordm Considera-se empresa jornaliacutestica para os efeitos deste Decreto-lei

aquela que tenha como atividade a ediccedilatildeo de jornal ou revista ou a distribuiccedilatildeo de noticiaacuterio com funcionamento efetivo idoneidade financeira e registro legal

sect 1ordm Equipara-se agrave empresa jornaliacutestica a seccedilatildeo ou serviccedilo de empresa de radiofusatildeo televisatildeo ou divulgaccedilatildeo cinematograacutefica ou de agecircncia de publicidade onde sejam exercidas as atividades previstas no artigo 2ordm0

sect 2ordm A entidade puacuteblica ou privada natildeo jornaliacutestica sob cuja responsabilidade se editar publicaccedilatildeo destinada a circulaccedilatildeo externa estaacute obrigada ao cumprimento deste decreto relativamente aos jornalistas que contratar

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Art 4ordm O exerciacutecio da profissatildeo de jornalista requer preacutevio registro no oacutergatildeo regional do Ministeacuterio do Trabalho que se faraacute mediante a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash diploma de curso de niacutevel superior de Jornalismo ou de Comunicaccedilatildeo Social habilitaccedilatildeo Jornalismo fornecido por estabelecimento de ensino reconhecido na forma da lei para as funccedilotildees relacionadas nos itens I a IV do artigo 11

IV ndash Carteira de Trabalho e Previdecircncia Social

Paraacutegrafo uacutenico ndash Aos profissionais registrados exclusivamente para o exerciacutecio das funccedilotildees relacionadas nos itens VII a XI do artigo 11 eacute vedado o exerciacutecio das funccedilotildees constantes nos itens I a VII do mesmo artigo

Art 5ordm O Ministeacuterio do Trabalho concederaacute desde que satisfeitas as exigecircncias constantes neste Decreto registro especial ao

I ndash colaborador assim entendido aquele que mediante remuneraccedilatildeo e sem relaccedilatildeo de emprego produz trabalho de natureza teacutecnica cientiacutefica ou cultural relacionando com a sua especializaccedilatildeo para ser divulgado com o nome e qualificaccedilatildeo do autor

II ndash funcionaacuterio puacuteblico titular de cargo cujas atribuiccedilotildees legais coincidam com as mencionadas no artigo 2ordm

III ndash provisionado

Paraacutegrafo uacutenico ndash O registro de que tratam os itens I e II deste artigo natildeo implica o reconhecimento de quaisquer direitos que decorram da condiccedilatildeo de empregado nem no caso do item II dos resultantes do exerciacutecio privado e autocircnomo da profissatildeo

Art 6ordm Para o registro especial de colaborador eacute necessaacuteria a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash declaraccedilatildeo de empresa jornaliacutestica ou que a ela seja equiparada informando do seu interesse pelo registro de colaborador do candidato onde conste a sua especializaccedilatildeo remuneraccedilatildeo contratada e pseudocircnimo se houver

Art 7ordm Para o registro especial de funcionaacuterio puacuteblico titular de cargo cujas atribuiccedilotildees legais coincidam com as mencionadas no artigo 2ordm eacute necessaacuterio a apresentaccedilatildeo de ato de nomeaccedilatildeo ou contrataccedilatildeo para cargo ou emprego com aquelas atribuiccedilotildees aleacutem do cumprimento do que estabelece o artigo 4ordm

Art 8ordm Para o registro especial de provisionado eacute necessaacuterio a apresentaccedilatildeo de

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I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash declaraccedilatildeo fornecida pela empresa jornaliacutestica ou que a ela seja equiparada na qual conste a funccedilatildeo a ser exercida e o salaacuterio correspondente

IV ndash diploma de curso de niacutevel superior ou certificado de ensino de 2ordm grau fornecido por estabelecimento de ensino reconhecido na forma da lei para as funccedilotildees relacionadas nos itens I a VII do artigo 11

V ndash declaraccedilatildeo fornecida pela entidade sindical representativa da categoria profissional com base territorial abrangendo o municiacutepio no qual o provisionado iraacute desempenhar suas funccedilotildees de que natildeo haacute jornalista associado do Sindicato domiciliado naquele municiacutepio disponiacutevel da contrataccedilatildeo

VI ndash Carteira de Trabalho e Previdecircncia Social

sect 1ordm A declaraccedilatildeo de que trata o item V deveraacute ser fornecida pelo Sindicato ao interessado no prazo de 3 dias uacuteteis

sect 2ordm Caso exista profissional domiciliado no municiacutepio disponiacutevel para contrataccedilatildeo o Sindicato comunicaraacute tal fato ao Ministeacuterio do Trabalho no mesmo prazo de 3 dias a contar do pedido de fornecimento da declaraccedilatildeo de que trata o item V

sect 3ordm Caso o Sindicato natildeo forneccedila a declaraccedilatildeo de que trata o item V no prazo mencionado no sect 1ordm o interessado poderaacute instruir seu pedido de registro com o protocolo de apresentaccedilatildeo do requerimento ao Sindicato

sect 4ordm Na hipoacutetese prevista no paraacutegrafo anterior o Ministeacuterio do Trabalho concederaacute ao Sindicato prazo natildeo superior a 3 dias para se manifestar sobre o fornecimento da declaraccedilatildeo caso natildeo tenha ocorrido o fato constante no sect 2ordm

sect 5ordm O registro especial de provisionado teraacute caraacuteter temporaacuterio com duraccedilatildeo maacutexima de trecircs anos renovaacutevel somente com a apresentaccedilatildeo de toda a documentaccedilatildeo prevista neste artigo

Art 9ordm Seraacute efetuado no Ministeacuterio do Trabalho registro dos diretores de empresas jornaliacutesticas que natildeo sendo jornalistas respondem pelas respectivas publicaccedilotildees para o que eacute necessaacuterio a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash prova de registro civil ou comercial da empresa jornaliacutestica com o inteiro teor do seu ato constitutivo

IV ndash prova de depoacutesito do tiacutetulo da publicaccedilatildeo ou da agecircncia de notiacutecias no oacutergatildeo competente do Ministeacuterio da Induacutestria e do Comeacutercio

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V ndash 30 exemplares do jornal ou 12 exemplares da revista ou 30 recortes ou coacutepias de noticiaacuterio com datas diferentes de sua divulgaccedilatildeo

sect 1ordm Tratando-se de empresa nova o Ministeacuterio do Trabalho efetuaraacute registro provisoacuterio com validade por 2 anos tornando-se definitivo apoacutes a comprovaccedilatildeo constante do item V deste artigo

sect 2ordm Natildeo seraacute admitida renovaccedilatildeo ou prorrogaccedilatildeo do prazo de validade do registro provisoacuterio previsto no paraacutegrafo anterior

Art 10ordm Seraacute efetuado no Ministeacuterio do Trabalho registro especial do diretor de empresa natildeo jornaliacutestica sob cuja responsabilidade se editar publicaccedilatildeo destinada agrave circulaccedilatildeo externa ou interna para o que se exigiraacute a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash prova de depoacutesito do tiacutetulo da publicaccedilatildeo no oacutergatildeo competente do Ministeacuterio da Induacutestria e do Comeacutercio

Art 11 ndash As funccedilotildees desempenhadas pelos jornalistas como empregados seratildeo assim classificadas

I - Redator aquele que aleacutem das incumbecircncias de redaccedilatildeo comum tem o encargo de redigir editoriais crocircnicas ou comentaacuterios

II - Noticiarista aquele que tem o encargo de redigir mateacuterias de caraacuteter informativo desprovidas de apreciaccedilotildees ou comentaacuterios preparando-as ou redigindo-as para a divulgaccedilatildeo

III - Repoacuterter aquele que cumpre a determinaccedilatildeo de colher notiacutecias ou informaccedilotildees preparando-as para divulgaccedilatildeo

IV - Repoacuterter de setor aquele que tem o encargo de colher notiacutecias ou informaccedilotildees sobre assuntos predeterminados preparando-as ou redigindo-as para divulgaccedilatildeo

V - Raacutedio-repoacuterter aquele a quem cabe a difusatildeo oral de acontecimento ou entrevista pelo raacutedio ou pela televisatildeo no instante ou no local em que ocorram assim como o comentaacuterio ou crocircnica pelos mesmos veiacuteculos

VI - Arquivista-pesquisador aquele que tem a incumbecircncia de organizar e conservar cultural e tecnicamente o arquivo redatorial procedendo agrave pesquisa dos respectivos dados para a elaboraccedilatildeo de notiacutecias

VII - Revisor aquele que tem o encargo de rever as provas tipograacuteficas de mateacuteria jornaliacutestica

VIII - Ilustrador aquele que tem a seu cargo criar ou executar desenhos artiacutesticos ou teacutecnicos de caraacuteter jornaliacutestico

XIX - Repoacuterter-fotograacutefico aquele a quem cabe registrar fotograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico

X - Repoacuterter-cinematograacutefico aquele a quem cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico

XI - Diagramador aquele a quem compete planejar e executar a distribuiccedilatildeo graacutefica de mateacuterias fotografias ou ilustraccedilotildees de caraacuteter jornaliacutestico para fins de publicaccedilatildeo

Paraacutegrafo uacutenico ndash Os Sindicatos seratildeo ouvidos sobre o exato enquadramento de cada profissional

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Art 12ordm Seratildeo privativas de jornalista as funccedilotildees pertinentes agraves atividades

descritas no artigo 2ordm tais como Editor Secretaacuterio Subsecretaacuterio Chefe de reportagem e Chefe de Revisatildeo

Art 13ordm Natildeo haveraacute incompatibilidade entre o exerciacutecio da profissatildeo de Jornalista e o de qualquer outra funccedilatildeo remunerada ainda que puacuteblica respeitadas a proibiccedilatildeo de acumular cargos e as demais restriccedilotildees de lei

Art 14ordm Seraacute passiacutevel de trancamento o registro profissional do jornalista que sem motivo legal deixar de exercer a profissatildeo por mais de 2 anos

sect 1ordm Natildeo incide na cominaccedilatildeo deste artigo o afastamento decorrente de a) suspensatildeo ou interrupccedilatildeo do contrato de trabalho b) aposentadoria como jornalista c) viagem ou bolsa de estudo para aperfeiccediloamento profissional d) desemprego apurado na forma da Lei nordm 4923 de 23 de dezembro de

1965

sect 2ordm O trancamento seraacute da competecircncia do oacutergatildeo regional do Ministeacuterio do Trabalho de ofiacutecio ou requerimento da entidade sindical representativa da categoria profissional cabendo a esta fazer publicar em oacutergatildeo oficial por trecircs vezes consecutivas e dentro de um interstiacutecio de dois anos a relaccedilatildeo dos jornalistas cujos registros pretende trancar

sect 3ordm Os oacutergatildeos do Ministeacuterio do Trabalho prestaratildeo aos sindicatos representativos da categoria profissional as informaccedilotildees que lhes forem solicitadas especialmente quanto ao registro de admissotildees e dispensas nas empresas jornaliacutesticas realizando as inspeccedilotildees que se tornarem necessaacuterias para a verificaccedilatildeo do exerciacutecio da profissatildeo de jornalista

sect 4ordm O exerciacutecio da atividade em empresa natildeo jornaliacutestica mencionada no artigo 3ordm sect 2ordm natildeo constituiraacute prova suficiente de permanecircncia na profissatildeo se a publicaccedilatildeo e seu responsaacutevel natildeo tiverem registro nos termos deste Decreto

sect 5ordm O registro trancado suspende a titularidade e o exerciacutecio das prerrogativas profissionais mas pode ser revalidado mediante apresentaccedilatildeo dos documentos mencionados nos itens II e III do artigo 4ordm

Art 15ordm O salaacuterio de jornalista natildeo poderaacute ser reajustado nos contratos individuais de trabalho para a jornada normal de 5 horas em base inferior agrave do salaacuterio estipulado para a respectiva funccedilatildeo em acordo ou convenccedilatildeo coletiva de trabalho ou sentenccedila normativa das Justiccedila do Trabalho

Paraacutegrafo uacutenico ndash Em negociaccedilatildeo ou dissiacutedio coletivo poderatildeo os Sindicatos de Jornalistas reclamar o estabelecimento de criteacuterio de remuneraccedilatildeo adicional pela divulgaccedilatildeo de trabalho produzido por jornalistas em mais de um veiacuteculo de comunicaccedilatildeo coletiva

Art 16ordm A admissatildeo de provisionado para exercer funccedilotildees relacionadas nos itens I a VII do artigo 11 seraacute permitida nos municiacutepios onde natildeo existia curso de Jornalismo reconhecido na forma de lei e comprovadamente natildeo haja jornalista domiciliado associado do sindicato representativo da categoria profissional disponiacutevel para contrataccedilatildeo

Paraacutegrafo uacutenico ndash O provisionado nos termos deste artigo poderaacute exercer suas atividades somente no municiacutepio para o qual foi registrado

Art 17ordm Os atuais portadores de registro especial de provisionado poderatildeo exercer suas atividades no Estado onde foram contratados

Art 18 ndash A fiscalizaccedilatildeo do cumprimento dos dispositivos deste Decreto se faraacute na forma do artigo 626 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho sendo aplicaacutevel aos

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infratores multa variaacutevel de 1 a 10 vezes o maior valor de referecircncia fixado de acordo com o artigo 2ordm paraacutegrafo uacutenico da Lei nordm 6205 de 29 de abril de 1975

Paraacutegrafo uacutenico ndash Aos sindicatos representativos da categoria profissional incumbe representar agraves autoridades competentes acerca do exerciacutecio irregular da profissatildeo de Jornalista

Art 19ordm Constitui fraude a prestaccedilatildeo de serviccedilos profissionais gratuitos ou com pagamentos simboacutelicos sob pretexto de estaacutegio bolsa de complementaccedilatildeo convecircnio ou qualquer outra modalidade em desrespeito agrave legislaccedilatildeo trabalhista e a este regulamento

Art 20ordm O disposto neste Decreto natildeo impede a conclusatildeo dos estaacutegios comprovadamente iniciados antes da vigecircncia da Lei nordm 6612 de 7 de dezembro de 1978 os quais entretanto natildeo conferiratildeo por si soacutes direito ao registro profissional

Art 21ordm Este Decreto entra em vigor na data da sua publicaccedilatildeo revogadas as disposiccedilotildees em contraacuterio especialmente os Decretos nordms 65912 de 19 de dezembro de 1969 e 68629 de 18 de maio de 1971

Brasiacutelia 13 de marccedilo de 1979 158ordm da Independecircncia e 91ordm da Repuacuteblica (DO de 13-3-79)

Ernesto Geisel Arnaldo Prieto

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ANEXO II ndash ACOacuteRDAtildeO TST-AIRR-6182001-751-04-401

Acoacuterdatildeo Inteiro Teor NUacuteMERO UacuteNICO PROC AIRR - 6182001-751-04-40 PUBLICACcedilAtildeO DJ - 10022006 Andamento do Processo

PROC Nordm TST-AIRR-6182001-751-04-401 C A C Oacute R D Atilde O 1ordf Turma EMPMs REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO CARACTERIZACcedilAtildeO INDEPENDEcircNCIA NO EXERCIacuteCIO DE SUAS ATIVIDADES REGISTROS DE ASSUNTOS E TEMAacuteTICAS DE INTERESSES JORNALIacuteSTICOS 1 Segundo o Tribunal Regional do Trabalho o Reclamante no exerciacutecio de suas atividades aleacutem de ter acompanhado o repoacuterter entrevistador na produccedilatildeo de mateacuterias fato que por si soacute natildeo lhe retira a condiccedilatildeo de jornalista - e tambeacutem de acordo com depoimentos testemunhais saiacutea agrave rua com a pauta que lhe era dirigida para sozinho produzir as mateacuterias solicitadas pelo empregador o que de acordo com o teor dos dispositivos tidos por vulnerados permite concluir o exerciacutecio da profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico e natildeo simplesmente de operador de cacircmera visto que ao sair agraves ruas para a produccedilatildeo de mateacuterias cumpria seu ofiacutecio obviamente mediante registros de fatos e (ou) assuntos de interesses notadamente jornaliacutestico considerando para tanto a proacutepria natureza da atividade empresarial exercida pela empregadora Inviaacutevel portanto a admissibilidade do recurso de revista em razatildeo da impossibilidade de exame da alegaccedilatildeo de afronta ao Decreto nordm 8413479 visto tratar-se de hipoacutetese natildeo contemplada na letra c do artigo 896 da CLT Por outro lado por violaccedilatildeo dos artigos 2ordm da Lei nordm 661578 e 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 tambeacutem natildeo logra ecircxito a Agravante no intuito de ver autorizado o processamento do recurso de revista No primeiro dispositivo apenas dispotildee-se que o radialista eacute o empregado de radiodifusatildeo exercente de atividades voltadas agrave administraccedilatildeo produccedilatildeo ou teacutecnica No segundo definem-se as profissotildees de repoacuterter e repoacuterter cinematograacutefico salientando-se que a esse uacuteltimo cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico hipoacutetese identificada pelo Regional 2 Agravo de instrumento a que se nega provimento Vistos relatados e discutidos estes autos do Agravo de Instrumento em Recurso de Revista nordm TST-AIRR-6182001-751-04-401 em que eacute Agravante RBS TV SANTA ROSA LTDA e Agravado CLOacuteVIS SANTACATARINA A Reclamada interpotildee agravo de instrumento ao despacho de fls 113-115 mediante o qual foi denegado seguimento ao recurso de revista sob o fundamento de que a decisatildeo decorreu da aplicaccedilatildeo das normas pertinentes uma vez que da situaccedilatildeo faacutetica delineada nos autos natildeo haacute como se extrair ofensa ao artigo 2ordm da Lei nordm 661578 na forma do artigo 896 c da CLT Contraminuta agraves fls 122-124 Natildeo houve remessa dos autos agrave Procuradoria Geral do Trabalho em face da orientaccedilatildeo emanada da Resoluccedilatildeo Administrativa nordm 322 atualmente retratada no artigo 82 do Regimento Interno do Tribunal Superior do

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Trabalho Eacute o relatoacuterio V O T O I CONHECIMENTO Conheccedilo do agravo de instrumento porque regular e tempestivo II MEacuteRITO O Tribunal Regional ao apreciar o recurso ordinaacuterio interposto pela Reclamada no tocante ao reconhecimento da condiccedilatildeo de jornalista ao Reclamante pela Vara do Trabalho decidiu O MM Juiacutezo de primeiro grau acolheu as alegaccedilotildees do reclamante de exerciacutecio de profissatildeo jornaliacutestica de repoacuterter cinematograacutefico condenando a reclamada a pagar diferenccedilas salariais e reflexos Contra esta decisatildeo volta-se a reacute sustentando que o reclamante era operador de cacircmera funccedilatildeo capitulada na profissatildeo de radialista A recorrente tem razatildeo parcialmente Tomando-se a hipoacutetese de confirmar a sentenccedila enquanto reconhece ter o reclamante exercido a funccedilatildeo de repoacuterter cinematograacutefico em todo o contrato existe um marco temporal e juriacutedico que deve ser considerado A funccedilatildeo de repoacuterter cinematograacutefico eacute exclusiva da profissatildeo de jornalista Eacute uma atividade que estaacute reservada aos jornalistas formados assim como estabelecido no DL 97269 O reclamante natildeo demonstra a partir de quando conquistou a diplomaccedilatildeo como jornalista devendo-se considerar apenas pelo que oferecem os autos a data de 16 de junho de 1998 dia em que o reclamante foi registrado no Ministeacuterio do Trabalho como jornalista profissional na funccedilatildeo especiacutefica de repoacuterter cinematograacutefico Considerando que o Ministeacuterio do Trabalho natildeo pode registrar jornalistas natildeo diplomados exceccedilatildeo feita aos provisionados tem-se que o reclamante adquiriu esta condiccedilatildeo nesse dia Antes embora pudesse fazer ou fizesse atividades privativas de jornalistas natildeo pode ser considerado juridicamente como tal Assim em qualquer hipoacutetese de manutenccedilatildeo do reconhecimento da funccedilatildeo de jornaliacutestica esta deve gerar os efeitos pleiteados somente a partir de 16 de junho de 1998 Jaacute quanto a ter exercido ou natildeo funccedilatildeo jornaliacutestica a conclusatildeo eacute de manutenccedilatildeo da sentenccedila Natildeo eacute o fato de estar acompanhado por repoacuterter entrevistador que o cinegrafista perde a condiccedilatildeo de jornalista Trata-se de uma equipe de profissionais jornalistas Um exemplo que melhor ilustra o descabimento da distinccedilatildeo que pretende fazer o apelo eacute a situaccedilatildeo dos fotoacutegrafos ou repoacuterteres fotograacuteficos O fotoacutegrafo sai com a pauta junto com o repoacuterter (ou natildeo e isto tambeacutem acontecia com o reclamante como o reconhecem as testemunhas inclusive trazidas pela reclamada) e enquanto o repoacuterter investiga os dados necessaacuterios para a mateacuteria o fotoacutegrafo registra as cenas mas nem por isto eacute rebaixado da condiccedilatildeo de jornalista para dir- se-ia operador de cacircmera fotograacutefica O que se pode discutir seria o interesse jornaliacutestico das mateacuterias cobertas pelo jornalista reclamante Com efeito os comerciais produzidos e gravados pelo autor natildeo tecircm esse interesse e os eventos promocionais da reclamada recebem dela mesma uma atribuiccedilatildeo desse interesse embora natildeo o tenha imediata e objetivamente mas para efeitos do trabalho executado pelo reclamante deve ser considerado um trabalho jornaliacutestico Foi correta a decisatildeo natildeo merecendo qualquer reparo a natildeo ser o juriacutedico-temporal jaacute mencionado Nesta perspectiva o provimento do recurso eacute parcial (fls 97-99) Ao interpor o recurso de revista a Empresa alegou que o Reclamante na condiccedilatildeo de operador de cacircmera e operador de cacircmera de unidade portaacutetil externa acompanhando o repoacuterter como reconheceu o Regional natildeo pode ser

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enquadrado como jornalista porquanto ao repoacuterter eacute dado cumprir a determinaccedilatildeo de coletar notiacutecias ou informaccedilotildees e elaboraacute-las a fim de viabilizar posterior divulgaccedilatildeo e ao repoacuterter-cinematograacutefico cabe registrar cinematograficamente fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico razatildeo pela qual entende que a atividade do Reclamante eacute proacutepria de radialista categoria agrave qual pertencia Acrescenta que o artigo 2ordm da Lei nordm 661578 estabelece considera-se radialista o empregado de Radiodifusatildeo que exerccedila uma das funccedilotildees em que se desdobram as atividades mencionadas no artigo 4ordm ou seja operador de cacircmara e operador de cacircmara de unidade portaacutetil externa cuja regulamentaccedilatildeo profissional consta do Decreto nordm 8413479 e as atribuiccedilotildees do Quadro Anexo do mesmo decreto item II letra c nordm 3 com a seguinte redaccedilatildeo encarrega-se da gravaccedilatildeo de mateacuteria distribuiacuteda pelo Supervisor de Operaccedilotildees planifica e orienta o entrevistador repoacuterter e iluminador no que se refere aos aspectos teacutecnicos de seu trabalho suas atividades envolvem tanto a gravaccedilatildeo como a geraccedilatildeo de som e imagem atraveacutes de equipamentos eletrocircnico portaacutetil de TV Fundamenta o apelo em violaccedilatildeo dos artigos 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 2ordm da Lei nordm 661578 e do Decreto nordm 8413479 e Quadro Anexo do mesmo decreto item II letra c nordm 3 Inicialmente deve-se registrar a impossibilidade de exame da alegaccedilatildeo de afronta ao Decreto nordm 8413479 visto tratar-se de hipoacutetese natildeo contemplada na letra c do artigo 896 da CLT No tocante agrave ofensa aos artigos 2ordm da Lei nordm 661578 e 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 tambeacutem natildeo logra ecircxito a Agravante no intuito de ver autorizado o processamento do recurso de revista No primeiro dispositivo apenas dispotildee-se que o radialista eacute o empregado de radiodifusatildeo exercente de atividades voltadas agrave administraccedilatildeo produccedilatildeo ou teacutecnica No segundo definem-se as profissotildees de repoacuterter e repoacuterter cinematograacutefico salientando-se que a esse uacuteltimo cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico Ora dos termos da decisatildeo impugnada via recurso de revista nada haacute que conflite com tais dispositivos legais Afinal segundo o Tribunal Regional do Trabalho o Reclamante no exerciacutecio de suas atividades aleacutem de ter acompanhado o repoacuterter entrevistador na produccedilatildeo de mateacuterias fato que por si soacute natildeo lhe retira a condiccedilatildeo de jornalista - tambeacutem de acordo com depoimentos testemunhais saiacutea agrave rua com a pauta que lhe era dirigida para sozinho produzir as mateacuterias solicitadas pelo empregador o que de acordo com o teor dos dispositivos tidos por vulnerados permite concluir pelo exerciacutecio da profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico e natildeo simplesmente de operador de cacircmera visto que ao sair agraves ruas para a produccedilatildeo de mateacuterias cumpria seu ofiacutecio obviamente mediante registros de fatos e (ou) assuntos de interesses notadamente jornaliacutestico considerando para tanto a proacutepria natureza da atividade empresarial exercida pela empregadora Por esses fundamentos nego provimento ao agravo de instrumento ISTO POSTO ACORDAM os Ministros da Primeira Turma do Tribunal Superior do Trabalho por unanimidade negar provimento ao agravo de instrumento Brasiacutelia 9 de novembro de 2005 EMMANOEL PEREIRA Ministro Relator

NIA 3981288

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13

1 HISTOacuteRIA DO TELEJORNALISMO NO BRASIL

11 ABORDAGEM GERAL

O primeiro telejornal brasileiro foi ldquoImagens do Diardquo que foi ao ar em 19

de setembro de 1950 pela emissora TV Tupi de Assis Chateaubriand (Diaacuterios

Associados) Ao longo de um ano esse telejornal tinha um formato simples liderada

pelo locutor Rui Resende que produzia e redigia os textos a serem noticiados sendo

que algumas notas vinham acompanhadas de imagens sem som feitas em filme

preto e branco (Mundo da TV sd)

Vale destacar o primeiro telejornal de grande sucesso na televisatildeo

brasileira que foi o ldquoRepoacuterter Essordquo que foi ao ar tambeacutem atraveacutes da emissora Tupi

durante 17 anos (entre 1953 a 1970) Esse programa tinha como vinheta de abertura

a frase ldquoAqui fala o seu Repoacuterter Esso testemunha ocular da Histoacuteriardquo apresentado

por dois destacados locutores de raacutedio Kalil Filho e depois Gontijo Teodoro

Entre 1960 a 1964 a TV Excelsior revolucionou a televisatildeo brasileira

marcada principalmente com a introduccedilatildeo de dois programas de telejornalismo o

primeiro foi o ldquoTele Notiacuteciasrdquo que inovou com o ldquotoprdquo de cinco segundos e o ldquoJornal

de Vanguardardquo que revolucionou o conceito de noticiaacuterio (THELL sd)

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O ldquoJornal de Vanguardardquo foi lanccedilado em setembro de 1963 pelas matildeos

de Fernando Barbosa Lima e que se transformou em um show de notiacutecias uma

grande revoluccedilatildeo na linguagem e no espiacuterito do telejornalismo com muita

criatividade e inteligecircncia Ao inveacutes de buscar profissionais do raacutedio esse jornal

formou sua base por jornalistas que vinham da imprensa escrita entrava no ar por

volta das 22h30 ao vivo com muitos apresentadores Tinha desenhistas

humoristas comentaristas poliacuteticos comentarista internacional e cronistas Esse

jornal comeccedilou na TV Excelsior passou pela Tupi e pela Globo e foi morrer na TV

Rio em protesto pela censura imposta com o Ato Institucional n 5 (THELL sd)

Em setembro de 1969 a Rede Globo de Televisatildeo trouxe o ldquoJornal

Nacionalrdquo criado por Armando Nogueira que estreou em setembro daquele ano

com inuacutemeras inovaccedilotildees tecnoloacutegicas importadas dos EUA Rapidamente esse

programa tornou-se liacuteder de audiecircncia e referecircncia da imprensa nacional

apresentando reportagens em cores reportagens internacionais via sateacutelite e em

tempo real (ao vivo) seguindo um formato dos telejornais americanos (estilo de

linguagem narrativa e figura do repoacuterter)

Segundo Armando Nogueira diretor da Central Globo de Jornalismo agrave

eacutepoca da criaccedilatildeo do telejornal o Jornal Nacional foi pedra de toque de um projeto

muito ambiciosa que previa a geraccedilatildeo de uma programaccedilatildeo uniforme para todo o

Brasil de modo que a emissora fez largo uso da tecnologia iniciando o emprego dos

sateacutelites para a difusatildeo de notiacutecias e visando maior alcance de suas fontes nacionais

e internacionais (KOSMINSKY 2002)

15

Mais tarde em 1977 a Globo Satildeo Paulo estreou um jornal de serviccedilo o

ldquoBom Dia Satildeo Paulordquo que permanece no ar nos dias atuais de segunda a sexta agraves

7h da manhatilde Vale destacar as novas tecnologias introduzidas como a UPJ

(Unidade Portaacutetil de Jornalismo) com repoacuterteres entrando ao vivo de vaacuterios pontos

da cidade transmitindo informaccedilotildees de serviccedilo como tempo tracircnsito movimentaccedilatildeo

da cidade aeroporto etc O sucesso foi tatildeo grande que em 1983 foi lanccedilado em rede

nacional o ldquoBom Dia Brasilrdquo que desde entatildeo vai ao ar logo apoacutes o ldquoBom Diardquo de

cada praccedila com o noticiaacuterio poliacutetico gerado em Brasiacutelia

Em 1988 foi lanccedilado o ldquoTJ Brasilrdquo pelo Sistema Brasileiro de Televisatildeo-

SBT tambeacutem inspirado no formato americano ao inovar com a emblemaacutetica figura

do acircncora Boris Casoy que saiu do jornal impresso e logo se acertou com a TV

conquistando seu espaccedilo e seu puacuteblico Em meados de 1997 Casoy assinou

contrato com a TV Record

Conforme Squirra (1994) em palestra realizada no II Congresso Brasileiro

de Jornalismo de Liacutengua Portuguecircs

ldquoO modelo ancorado com Boris Casoy foi colocado no ar em 1988 e desde o primeiro momento levou agraves residecircncias brasileiras um formato novo com um padratildeo de qualidade esteacutetica que definitivamente fugia daquele global que adotava cegamente as premissas de juventude e beleza para seus apresentadores de telejornais Que natildeo satildeo jornalistas por formaccedilatildeo profissional Boris Casoy neste particular tambeacutem representa um novo paradigma Aleacutem de ser jornalista sua identidade popular - tinha se tornado amplamente conhecido na TV a partir dos primeiros debates poliacuteticos como representante de um jornal impresso a Folha de SPaulo - seu carisma -soube explorar uma imagem segura independente e madura- e independecircncia televisivos -natildeo representava uma emissora de TV- propiciaram que ele viesse a ter respaldo para implantar um modelo ineacutedito no telejornalismo do paiacutes E trouxe aos lares um produto hiacutebrido na missatildeo de ancorar um telejornal a emissatildeo clara de opiniatildeo no ar ()rdquo

16

No periacuteodo compreendido entre 1992 e 1993 o jornal de Boris Casoy

superou em audiecircncia o Jornal Nacional da Rede Globo de forma que 594 do

puacuteblico ABC estavam com o TJ Brasil

Tambeacutem integra a histoacuteria do telejornalismo no Brasil o ldquoJornal da Bandrdquo

exibido pela TV Bandeirantes desde 1997 igualmente influenciado pelos costumes

americanos apresentado inicialmente por Paulo Henrique Amorim com um estilo

forte e opinativo com informaccedilotildees exclusivas e ao vivo Atualmente esse telejornal

tem como acircncora o jornalista Carlos Nascimento (Mundo da TV sd)

Uma pesquisa realizada pelo Ibope em 1980 demonstrou que o

telejornalismo eacute a mais importante e acessiacutevel fonte de informaccedilatildeo da populaccedilatildeo

onde 73 do puacuteblico pesquisado tinham acesso agrave televisatildeo Os telejornais foram

identificados como o tipo de programa preferido por 874 dos homens e o segundo

preferido de 713 das mulheres Conforme mateacuteria publicada pela revista Exame

em agosto de 2002 a TV eacute hoje o uacutenico meio de informaccedilatildeo e entretenimento para

40 da populaccedilatildeo (GUROVITZ 2002 p 46-58)

17

12 PROGRAMAS JORNALIacuteSTICOS NAS DIVERSAS EMISSORAS DE

TV

A seguir seratildeo listados os principais telejornais que foram ao ar pelas

diversas emissoras de televisatildeo do paiacutes

121 Rede Tupi

A partir de 1951 a Rede Tupi (19501980) exibia ldquoDiaacuterio de Satildeo Paulo na

TVrdquo ldquoEdiccedilatildeo Extrardquo e ldquoTelejornal Brahmardquo

Em 1952 apresentava o ldquoRepoacuterter Essordquo o ldquoTelejornal Tupirdquo e

ldquoTelenotiacutecias Panairrdquo

Em 1965 estreou ldquoUltra Notiacuteciasrdquo

Em 1979 um de seus uacuteltimos programas foi o ldquoAqui e Agorardquo com 6

horas de duraccedilatildeo e direccedilatildeo de Wilton Franco extinto no ano seguinte pelo governo

122 Rede Excelsior

A Rede Excelsior (19601964) estreou em 1960 o ldquoTele Notiacuteciasrdquo e em

1963 ldquoA Marcha do Mundordquo e o ldquoJornal da Vanguardardquo

123 TV Record

A TV Record (1953) inseriu em sua programaccedilatildeo na aacuterea de

telejornalismo diversos programas valendo destacar

- ldquoTempo de Notiacuteciasrdquo (1972)

18

- ldquoCidade Alertardquo (1995)

- ldquoFala Brasil (1998)

- ldquoEdiccedilatildeo de Notiacuteciasrdquo (2003)

- ldquoTudo a Verrdquo (2004)

- ldquoRecord RJrdquo ldquoRecord SPrdquo e ldquoRio de Janeiro no Arrdquo (2005)

124 TV Cultura

Dentre os programas de telejornais introduzidos pela TV Cultura (1969)

vale destacar

- ldquoA Hora da Notiacuteciardquo (1972)

- ldquoConversa Afiadardquo (1999)

- ldquoMateacuteria Puacuteblicardquo (2002)

- ldquoBoletim Culturardquo e ldquoPrimeira Paacuteginardquo (2005)

125 TV Globo

No ar desde 1968 a TV Globo editou inuacutemeros programas

telejornaliacutesticos com destaque para

- ldquoTele Globordquo (1965)

- ldquoUltranotiacuteciasrdquo (1966)

19

- ldquoJornal da Globordquo (1967)

- ldquoJornal Nacionalrdquo (1969)

- ldquoJornal Hojerdquo (1971)

- ldquoBom dia Satildeo Paulordquo (1977)

- ldquoJornal da Globordquo (1979)

- ldquoSPTVrdquo ldquoRJTVrdquo ldquoBom dia Brasilrdquo (1983)

- ldquoGlobo Notiacuteciardquo (2005)

126 TV Bandeirantes

Pela TV Bandeirantes no ar desde 1967 vale destacar os seguintes

telejornais

- ldquoTitulares da Notiacuteciardquo (1969)

- ldquoBand News na Bandrdquo e ldquoBrasil Urgenterdquo (2001)

- e ldquoPrimeiro Jornalrdquo (2005)

127 TV Gazeta

Mais recentemente a TV Gazeta (1970) levou ao ar

- o ldquoJornal Gazetardquo o ldquoMercadordquo e ldquoPrimeira Paacuteginasrdquo todos estreados

em 2001

20

- em 2002 introduziu o ldquoJornal Gazeta 2ordf ediccedilatildeordquo e

- em 2003 o ldquoGazeta On-linerdquo

128 SBT

O Sistema Brasileiro de Televisatildeo no ar desde 1981 tem na histoacuteria do

telejornalismo da emissora os seguintes programas

- ldquoNoticentrordquo (1981)

- ldquo24 Horasrdquo (1982)

- ldquoCidade 4rdquo (1986)

- ldquoTJ Brasilrdquo ldquoTJ Noiterdquo e ldquoTJ Satildeo Paulordquo (1988)

- ldquoJornal do SBTrdquo ldquoAqui e Agorardquo (1991)

- ldquoAqui Brasilrdquo (1993) ldquoSBT Notiacuteciasrdquo (1995)

- ldquoJornal do SBTCBS Telenotiacuteciasrdquo (1997)

- ldquoNotiacutecias do Diardquo e ldquoNoticidaderdquo (1998)

- ldquoTJ Manhatilderdquo (2001)

- ldquoSBT Brasilrdquo (2005) dentre outros

21

13 O PERCURSO DO TELEJORNALISMO NOS ANOS 70

Em seu trabalho de dissertaccedilatildeo de mestrado defendido na Escola de

Comunicaccedilotildees e Artes da Universidade de Satildeo Paulo Antonio Reis Jr (2003) nos

mostra que no iniacutecio da deacutecada de 70 o campo cinematograacutefico sofreu dispersatildeo do

grupo de cineastas que integravam o Cinema Novo devido agrave repressatildeo poliacutetica poacutes

Ato Institucional n 5 em 1968 Com a criaccedilatildeo da Embrafilme em 1969 as novas

demandas do mercado cultural assim como o acirramento dos debates esteacuteticos

formou-se um novo quadro de atuaccedilatildeo para os cinegrafistas que se descortinou

com o esfacelamento do Cinema Novo com a expansatildeo da induacutestria cultural do

consumo dos bens simboacutelicos no paiacutes e com o surgimento de novos esquemas de

produccedilatildeo e projetos culturais

Nesse cenaacuterio de cerceamento controle e censura da produccedilatildeo cultural

diversos cineastas vislumbraram a possibilidade de trabalhar em algumas emissoras

de TV e como o telejornalismo foi o programa de maior impacto nesse meio de

comunicaccedilatildeo em massa surgiu assim o nosso repoacuterter cinematograacutefico

Desde sua primeira exibiccedilatildeo em rede nacional em 1ordm de setembro de

1969 o Jornal Nacional da Rede Globo apresentou um formato proacuteprio para

transmitir notiacutecias onde ldquoo telejornal era capaz de abordar no mesmo tom e com a

mesma inconsequumlecircncia notiacutecias banais e outras de extrema importacircncia para o

espectador conferindo um mesmo tratamento a fatos relevantes e irrelevantesrdquo Em

plena eacutepoca de ditadura tal fato revela a cumplicidade dessa emissora para com os

militares apresentando um telejornal com moderna engenharia eletrocircnica e que

adotava a maacutescara do paiacutes ldquoem desenvolvimentordquo do milagre econocircmico

22

propagando imagens de um paiacutes com o povo bonito onde natildeo existia fome miseacuteria

pobreza

Contudo nesse mesmo periacuteodo surgiu a TV Cultura com a programaccedilatildeo

mais voltada para a realidade brasileira e que criou em 1972 o telejornal ldquoA Hora da

Notiacuteciardquo pobre em recursos mas combativo liacuteder de audiecircncia desta emissora

seguia em caminho inverso agraves fantasias institucionais e agrave alienaccedilatildeo dos noticiaacuterios

da eacutepoca

Em 1975 o jornalista Vladimir Herzog assumiu a direccedilatildeo da TV Cultura

apresentando proposta para tornar o telejornalismo em um instrumento de diaacutelogo

com o puacuteblico combatendo a atitude servil diante do governo com uma poliacutetica de

programaccedilatildeo visando objetivos prioritaacuterios relacionados com a realidade do puacuteblico

que pretendia atingir Poreacutem nesse mesmo ano Herzog foi preso interrogado

torturado e morto sucumbindo o projeto de renovaccedilatildeo do telejornalismo na TV

brasileira

Mas em seguida apesar de o Jornal Nacional manter estreita ligaccedilatildeo com

a ditadura surgiu na Rede Globo o Globo Repoacuterter originaacuterio da seacuterio Globo Shell ndash

o uacutenico programa da emissora produzido com material cinematograacutefico e que teve o

meacuterito de fazer passar informaccedilotildees boicotadas pelos demais telejornais ndash

caracterizado por abordar temas polecircmicos e questotildees sociais justamente em um

periacuteodo em que esses assuntos eram proibidos e vetados pela Censura Federal

Esse estilo despojado e independente de fazer documentaacuterios perdurou entre 1976

a 1983

23

2 REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO

21 O PAPEL DO JORNALISTA

Nos dias de hoje o jornalista assim como outros profissionais de

imprensa enfrenta inuacutemeras dificuldades no mercado de trabalho ndash fato que exige

dele atenccedilatildeo para que se mantenha sempre atualizado e se preocupe com a

questatildeo da formaccedilatildeo e da qualificaccedilatildeo

De acordo com a Comissatildeo de Revisatildeo dos Registros de Jornalistas

Profissionais (Portaria MTb n 548 de 140695) todos os jornalistas profissionais do

paiacutes precisam efetuar a revisatildeo do seu Registro Profissional junto ao seu sindicato

para alterar o nuacutemero do Registro anotado na carteira de trabalho Tal procedimento

visa invalidar a grande quantidade de documentos irregulares

Na composiccedilatildeo alfanumeacuterica do novo registro seraacute adotada a sigla de

duas letras do alfabeto que identificam o Estado de origem seguida dos algarismos

a partir de 00001 e mais duas letras que qualificam a natureza da funccedilatildeo na qual o

jornalista foi registrado As letras qualificadoras da natureza da funccedilatildeo para titular

de registro funccedilatildeo de repoacuterter-cinematograacutefico eacute RC Exercer atividades de

jornalista com registro precaacuterio constitui crime de exerciacutecio ilegal da profissatildeo

(Sindicato dos Jornalistas 2006)

24

Para ilustrar melhor o papel do jornalismo a seguir iremos elencar as

definiccedilotildees formuladas por diversos profissionais da aacuterea publicadas no site Enfato ndash

Comunicaccedilatildeo Empresarial (2006)

ldquoO jornalista eacute o(a) profissional que faz mais do que apenas reportar o que acontece ele(a) estabelece viacutenculos entre os fatos correntes e passados provocaestimula o raciociacutenio do telespectadorleitorouvinte e procura ainda extrair disso tudo alguma perspectiva que sinalize o futuro Sua atividade eacute ainda mais difiacutecil do que parece eacute indispensaacutevel que este(a) profissional desempenhe sua tarefa com absoluta noccedilatildeo de seus princiacutepios eacuteticos sem se deixar contaminar por influecircncias poliacuteticas ou interesses pessoais Soacute assim seu relato teraacute credibilidade ndash a uacutenica moeda de real valor para quem abraccedilou esta profissatildeo Aliaacutes natildeo eacute agrave toa que a classe de espiacuterito tatildeo nobre seja tatildeo vilipendiada por aqueles que detecircm o controle das empresas de comunicaccedilatildeordquo Claudio Lessa colunista do site Direto da Redaccedilatildeo

ldquoSer jornalista hoje eacute e cada vez seraacute mais permitir ao leitor entender os fatos muito mais do que simplesmente tomar conhecimento deles Durante deacutecadas ser jornalista era correr atraacutes de furo dar informaccedilotildees sobre um fato que era desconhecido de todos Eu acho que hoje o nosso desafio estaacute em permitir que o leitor entenda os fatos pois existe uma avalanche de informaccedilotildeesrdquo Eugecircnio Esber diretor de redaccedilatildeo da revista Amanhatilde (RS)

ldquoO bom jornalista eacute aquele que eacute criativo investigador objetivo estaacute sempre informado mergulha com profundidade nos assuntos e acima de tudo tem a eacutetica como sua religiatildeordquo Fernando Barbosa Lima editor da FBL Criaccedilatildeo e Produccedilatildeo (RJ)

ldquoTenho a impressatildeo de que ser jornalista diante da tamanha complexidade do universo da Comunicaccedilatildeo eacute ter a capacidade de melhor organizar e selecionar a quantidade crescente da informaccedilatildeo defendendo o que haacute de mais essencial primado da verdade Lembro do que dizia Claudio Abramo de que a funccedilatildeo do jornalista eacute buscar a verdade camuflada atraacutes da verdade aparente Acho que essa tarefa eacute o grande diferencial que determinaraacute o sucesso profissionalrdquo Fernando Salerno diretor da Associaccedilatildeo Paulista de Jornais e do diaacuterio Valeparaibano (SP)

ldquoSer jornalista hoje eacute o mesmo que ontem e presumo o mesmo que amanhatilde O jornalista tem a funccedilatildeo de informar mais do que formar No meu entendimento hoje haacute muitos jornalistas mais preocupados em formar do que em informar Em outras palavras eacute muita opiniatildeo e pouca informaccedilatildeo Entendo ainda que eacute um trabalho muito importante para garantir a transparecircncia das sociedadesrdquo Flaacutevio Portela gerente de jornalismo da raacutedio Guaiacuteba (RS)

ldquoTenho orgulho de ser jornalista Essa funccedilatildeo eacute cada vez mais importante desde que seja acompanhada de eacutetica e

25

responsabilidade Cada vez mais a miacutedia tem credibilidade Graccedilas ao jornalista e a essa possibilidade de informaccedilatildeo raacutepida e global eacute que aproximamos o mundordquo Lucia Leme apresentadora do programa Olhar 2005 da TVE-RJ

ldquoA profissatildeo natildeo perdeu o encanto embora os predadores empresariados tenham feito de tudo para desencantaacute-la e diminuiacute-lardquo Luiacutes Recena editor executivo da Tribuna do Brasil (DF)

ldquoSer jornalista eacute saber passar informaccedilotildees ao grande puacuteblico eacute saber defender a sociedade atraveacutes dos jornais e procurar saber o que ela procura e onde precisa ser ajudadardquo Maria Eugecircnia Labouriau assessora de imprensa do Inmetro

ldquoA funccedilatildeo principal do jornalista eacute ser a oposiccedilatildeo diante das instituiccedilotildees incluindo Judiciaacuterio o Estado todo mundo Os jornalistas satildeo os fiscalizadores da sociedaderdquo Nando Gross apresentador da Raacutedio Gauacutecha AM (RS)

ldquoEacute como jogar nas 11 posiccedilotildees do campo Natildeo existe mais jornalista pelo menos aqui no interior do Rio Grande do Norte especialista Todos acabam tendo que cumprir todas as funccedilotildees Somos mais que polivalentes jaacute que estamos num jornal do interiorrdquo Pedro Carlos Lopes Pinheiro diretor de Redaccedilatildeo do jornal O Mossoroense (RN)

ldquoSer jornalista hoje eacute ter perseveranccedila vontade e amor pela profissatildeo jaacute que os jornalistas ganham mal e natildeo haacute incentivos para a realizaccedilatildeo do trabalhordquo Raimundo Afonso Gomes presidente do Sindicato dos Jornalistas do Acre

ldquoHoje e sempre ser jornalista eacute tentar ser uma testemunha do seu tempo Essa eacute nossa humilde tarefa Natildeo eacute ser juiz promotor Atualmente temos uma tendecircncia de julgar e ateacute condenar Quanto mais complexa a sociedade mais se exige esse papel do jornalistardquo Zuenir Ventura colunista de O Globo (RJ)

A exemplo de outras profissotildees regulamentadas pela legislaccedilatildeo vigente

em nosso paiacutes ou reconhecidas pelo mercado formal de trabalho a atividade

jornaliacutestica deve seguir preceitos eacuteticos especiacuteficos com a finalidade de preservar o

atendimento do interesse puacuteblico e o direito agrave informaccedilatildeo existente em uma

sociedade democraacutetica

Com referecircncia agrave elaboraccedilatildeo da notiacutecia segundo Eliane Mendonccedila (sd)

ldquoa notiacutecia eacute o resultado de diversas lsquovozesrsquo que o jornalista precisou ouvir interpretar

e sintetizar de forma a tornaacute-lo acessiacutevel ao grande puacuteblicordquo Com base nessa

26

assertiva pode-se dizer que o jornalista eacute o profissional que tem como ofiacutecio a

responsabilidade de reconstruir os fatos levando em conta todos os conceitos a que

teve acesso durante a apuraccedilatildeo da mateacuteria E se eacute assim a notiacutecia nunca teraacute um

uacutenico autor visto que a mateacuteria jornaliacutestica traz em seu bojo inuacutemeras versotildees do

mesmo assunto cada um de um personagem (fonte) diferente

Note-se que ainda que o jornalista natildeo seja o uacutenico autor do que escreve

cabe a ele a funccedilatildeo de equilibrar o texto a ponto de ser fiel a tudo o que ouviu

procurando transmitir a informaccedilatildeo da forma mais clara possiacutevel a fim de que possa

ser compreendida por todo o tipo de leitor

Outro ponto a se considerar como bem explica Eliane Mendonccedila (sd)

refere-se ao fato de que um mesmo assunto se apresenta ao puacuteblico sob diferentes

enfoques quando transmitido em diferentes veiacuteculos de comunicaccedilatildeo Isto ocorre

porque ao contraacuterio do que ensina os antigos manuais do jornalismo o jornalista

natildeo eacute imparcial e acaba embutindo na notiacutecia um pouco de sua vivecircncia pessoal

sua opiniatildeo sobre o assunto seus preconceitos aleacutem de ter que levar em

consideraccedilatildeo as normas as orientaccedilotildees e a postura da empresa para a qual

trabalha

Segundo o Departamento de Comunicaccedilatildeo e Turismo da Universidade

Federal da Paraiacuteba (UFPB 2006) a sociedade espera que o jornalista exerccedila o

seguinte papel

- Auxiliar a populaccedilatildeo a tomar decisotildees coletivas favoraacuteveis ao bem comum - Enriquecer culturalmente a sociedade - Responsabilizar-se pelas informaccedilotildees que divulga e consequumlecircncias delas - Colaborar para o fortalecimento da cidadania

27

- Discernir entre o que tem caraacuteter construtivo para a sociedade - Propagar iniciativas conhecimentos e teacutecnicas que possam ser reproduzidas de forma a contribuir para o bem estar social - Distinguir e denunciar atitudes que sejam lesivas agrave sociedade

O jornalista ndash seja ele o repoacuterter o fotoacutegrafo o cinegrafista o redator o

editor o chefe de reportagem enfim ndash deve estar consciente da importacircncia do seu

trabalho para a construccedilatildeo da cidadania e de uma sociedade igualitaacuteria

Como bem observa Maristela Alves Leitatildeo (2005) os profissionais de

jornalismo desempenham um importante papel nas transformaccedilotildees soacutecio-poliacuteticas

nas uacuteltimas deacutecadas constituindo os ldquoguardiotildees dos direitos humanosrdquo durante a

transiccedilatildeo da ditadura militar para o regime democraacutetico Atualmente a preocupaccedilatildeo

tem sido lutar contra a corrupccedilatildeo e a favor da cidadania visando a conscientizaccedilatildeo

da populaccedilatildeo em relaccedilatildeo aos seus direitos e obrigaccedilotildees

A mateacuteria jornaliacutestica consiste na reconstruccedilatildeo de dada realidade que

cerca um fato recente efetuada pelo profissional da aacuterea a partir da tomada de

depoimentos de pessoas que participaram ou estatildeo inseridas no contexto apurado

Essas pessoas a serem entrevistas natildeo devem ser selecionadas de maneira fortuita

apenas seratildeo inquiridas aquelas que possam dispor de dados estritamente

importantes e possuir competecircncia reconhecida para referir-se ao assunto em

questatildeo Uma das habilidades mais valorizadas na profissatildeo inclusive eacute aquela de

pesquisar e encontrar as fontes mais adequadas considerando-se a expectativa do

puacuteblico de receber informaccedilatildeo qualificada (Rothberg 2006)

28

Comparando-se o jornalismo impresso com o televisivo este uacuteltimo leva

clara vantagem por ser meio mais atraente ao disponibilizar uma dinacircmica

audiovisual

22 O REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO

O repoacuterter cinematograacutefico eacute aquele profissional que executa serviccedilos

referentes ao mercado de radiodifusatildeo mais especificamente em TV atuando como

assistente ou teacutecnico na aacuterea de produccedilatildeo em meios de comunicaccedilatildeo Dentre suas

atividades vale destacar pesquisa anaacutelise e interpretaccedilatildeo das possibilidades

riacutetmicas estruturais e associadas do encontro entre imagem e som aleacutem de

executar e manter os equipamentos de aacuteudio e iluminaccedilatildeo e cacircmeras de TV (Nova

Faetec 2006)

No Brasil o curso profissionalizante de repoacuterter cinematograacutefico tem ainda

niacutevel teacutecnico com duraccedilatildeo de trecircs anos sendo exigido como preacute-requisito a

conclusatildeo do ensino meacutedio ou fundamental

No Rio de Janeiro foi criada em 16 de fevereiro em 1946 a ARFOC -

Associaccedilatildeo Profissional de Repoacuterteres Fotograacuteficos e Cinematograacuteficos do Brasil

que consiste em uma associaccedilatildeo profissional e cultural destituiacuteda de caraacuteter poliacutetico-

partidaacuterio e sem fins lucrativos nos termos do Decreto n 1229 de 09101962 cujo

objetivo eacute incentivar aperfeiccediloar valorizar e defender a profissatildeo e os fotojornalistas

e a aplicaccedilatildeo da imagem ao jornalismo (ARFOC 2006)

29

Segundo Joseacute Alves Filho (2005) presidente da ARFOC-PI existe uma

falta de reconhecimento ateacute por parte dos proacuteprios colegas de trabalho em relaccedilatildeo

ao trabalho do repoacuterter cinematograacutefico Eacute uma injusticcedila visto que uma boa

reportagem de TV depende mais do registro do repoacuterter cinematograacutefico ndash fruto de

sua persistecircncia coragem e sensibilidade ndash do que do repoacuterter produtor ou editor

Essa falta de reconhecimento se reflete no dia-a-dia principalmente por

parte dos chefes de redaccedilatildeo que nunca estimulam os repoacuterteres cinematograacuteficos a

participarem da discussatildeo da pauta que iratildeo cumprir Com isso eles acabam se

afastando das redaccedilotildees desestimulados a participarem do processo Por parte dos

colegas jornalistas haacute um preconceito intelectual ainda que velado em relaccedilatildeo aos

colegas da ldquolinha de frenterdquo os ditos repoacuterteres cinematograacuteficos forjados pela

ldquofaculdade da vidardquo sem chance de discutir teoria nos bancos universitaacuterios

Partindo-se da premissa de que a imagem eacute o uacutenico item imprescindiacutevel

da TV natildeo haacute justificativa para o fato de que o salaacuterio dos bons cinegrafistas natildeo

chegam nem na metade do salaacuterio dos repoacuterteres haacute vinte anos atraacutes o salaacuterio

desses profissionais se equiparavam

Para Antonio Brasil (2004)

() se existe uma classe de jornalistas que sempre sofreu enormes injusticcedilas e discriminaccedilotildees eacute sem duacutevida o segmento dos cinegrafistas de TV Hoje satildeo chamados de lsquorepoacuterteres cinematograacuteficosrsquo Para mim deveriam ser simplesmente lsquojornalistasrsquo Mas como costumam ter origem humilde e natildeo podem pagar pelos lsquodiplomasrsquo satildeo considerados jornalistas de segunda classe Natildeo precisam passar no miacutenimo quatro anos pagando caro para as faacutebricas de jornalistas e ningueacutem parece se importar muito com isso Mas os cinegrafistas ou repoacuterteres cinematograacuteficos merecem o nosso apoio e respeito Lutam pelo reconhecimento da profissatildeo enquanto lsquojornalistasrsquo de verdade Recusam-se a serem meros

30

lsquoapecircndicesrsquo na vida dos repoacuterteres e nas decisotildees dos nossos editores de telejornalismo

Infelizmente ainda persiste o conflito entre os profissionais da palavra e

os jornalistas da imagem Brasil (2004) experiente na profissatildeo muitas vezes

sentiu na pele os efeitos de atitudes arrogantes e discriminatoacuterias mesmo de

repoacuterteres receacutem-formados - o que demonstra que essa arrogacircncia sem

fundamento eacute cultural beira o preconceito social ou ldquoracismordquo E geralmente satildeo os

velhos cinegrafistas que acabam por ensinar a esses jovens os primeiros passos da

profissatildeo

Eacute certo que no meio televisivo as imagens constituem elemento chave

da mateacuteria do repoacuterter satildeo elas que datildeo suporte agrave narrativa cronoloacutegica do

acontecimento Cumpre ressaltar que tal qual o repoacuterter o cinegrafista tem como

objetivo registrar o acontecimento e fazer com que o mesmo chegue ao ar Daiacute a

importacircncia de recomendar aos alunos do telejornalismo que cinegrafista natildeo deve

ser vigiado nem precisa ser orientado

Repoacuterter e cinegrafista satildeo colegas de jornalismo isto eacute ambos satildeo

jornalistas Natildeo eacute porque o cinegrafista geralmente tem origem simples gestos

humildes e carrega peso que deixa de ser jornalista Ganha o repoacuterter despido

desse preconceito pois se dispotildee a assimilar os segredos da profissatildeo ensinados

pelos cinegrafistas e compartilhando com respeito os objetivos da reportagem

recebem valiosas dicas praacuteticas

Brasil (2004) desabafa

31

Os jovens de boa aparecircncia - condiccedilatildeo dispensaacutevel mas que parece ser obrigatoacuteria em nossos telejornais - saem das universidades natildeo sabem quase nada de telejornalismo Buscam na TV o sonho de sucesso e fama A maioria desses jovens natildeo teve a oportunidade aprender a praacutetica da profissatildeo Eles satildeo selecionados em processos meio nebulosos e certamente pouco transparentes Se tornam repoacuterteres de TV e tem que aprender as teacutecnicas peculiares da profissatildeo na marra No entanto satildeo os velhos cinegrafistas - profissionais humildes e experientes que costumam ensinar os primeiros passos Os cinegrafistas tambeacutem satildeo colegas leais Aleacutem de ensinarem telejornalismo de verdade tambeacutem fazem questatildeo de ocultar os erros dos neoacutefitos Os editores jamais percebem as inuacutemeras passagens que os cinegrafistas providencialmente apagam das fitas e da nossa memoacuteria Alguns desses neoacutefitos natildeo eram tatildeo jovens Muitos profissionais da imprensa fizeram a transiccedilatildeo para os encantos da TV graccedilas agrave boa vontade de velhos cinegrafistas

Ao inveacutes de se sentirem agradecidos muitos desses colegas se recusam

a aceitar que aqueles sujeitos simples satildeo tambeacutem jornalistas e que aleacutem de

compartilhar os objetivos da reportagem ensinam agrave nova geraccedilatildeo de jornalistas de

TV inuacutemeras dicas profissionais

Natildeo bastasse esse desrespeito com o profissional de imagem ele ainda

estaacute sujeito a sofrer seacuterios riscos inerentes agrave proacutepria profissatildeo aleacutem de graves

problemas de sauacutede ao utilizar equipamentos pesados e obsoletos e enfrentar um

ritmo estressante de trabalho repetitividade de tarefas longas jornadas e condiccedilotildees

precaacuterias de trabalho

Daiacute a importacircncia de apoiar a luta desses profissionais de imagem que

buscam o creacutedito e o respeito merecidos Eacute uma questatildeo natildeo apenas de direito

mas de reconhecimento Tambeacutem eacute importante observar e condenar as possiacuteveis

represaacutelias aos profissionais que buscam esse reconhecimento

32

Brasil (2004) faz uma comparaccedilatildeo entre os cinegrafistas da Inglaterra e

os do Brasil Enquanto entre noacutes os profissionais lutam pela sobrevivecircncia

aprendem tudo sem qualquer tipo de treinamento especiacutefico e para garantir os seus

direitos devem permanecer anocircnimos na Inglaterra a escola de cinegrafistas da

BBC possibilita a esses profissionais facilidades teacutecnicas um bom sistema de

promoccedilatildeo e cargos Para a promoccedilatildeo dentro da proacutepria categoria os cinegrafistas

ingleses satildeo regularmente enviados ao interior daquele paiacutes para conhecerem as

novas tecnoloacutegicas e teacutecnicas profissionais visando com isso tambeacutem fortalecer os

laccedilos corporativos

33

3 CURSO SUPERIOR PARA FORMACcedilAtildeO DE PROFISSIONAIS DA

AacuteREA

31 DESVALORIZACcedilAtildeO DA PROFISSAtildeO

Como outras inuacutemeras profissotildees tambeacutem o jornalista enfrenta crise no

seu acircmbito de trabalho Para superar a concorrecircncia garantir o seu emprego e

valorizar sua profissatildeo o jornalista de modo geral precisa especializar-se em

determinadas aacutereas e atualizar-se academicamente No mercado atual esse

profissional tem que lidar com o aumento de responsabilidade com o acuacutemulo de

funccedilotildees nas redaccedilotildees aleacutem de ser em geral mal remunerado e sofrer com o

constante risco de ser demitido

Conforme aponta Noblat (2003 p 36)

Exige-se do candidato a uma vaga nas redaccedilotildees que seja profissional completo e polivalente Ele tem de dominar todas as teacutecnicas para o exerciacutecio da profissatildeo manejar os instrumentos capazes de ajudaacute-lo a fazer o melhor trabalho e ter a niacutetida compreensatildeo do seu papel de jornalista multimiacutedia

Em plena era de globalizaccedilatildeo as perspectivas natildeo satildeo as melhores Tem

razatildeo Dizard Jr (2000 p 21) ao afirmar que uma das poucas certezas com que os

novos profissionais de miacutedia podem contar futuramente eacute que teratildeo que lidar com o

impacto das mudanccedilas tecnoloacutegicas e com a intensificaccedilatildeo da demanda por maior

envolvimento intelectual e habilitaccedilatildeo acadecircmica

34

Para o repoacuterter cinematograacutefico e supervisor de cinegrafia da rede Globo

Heacutelio Alvarez concorda que a profissatildeo do repoacuterter cinematograacutefico e fotoacutegrafo eacute

desvalorizada e isto se deve segundo ele ao fato de que a valorizaccedilatildeo profissional

na atualidade se daacute por meio da educaccedilatildeo Enquanto os repoacuterteres geralmente

passaram por uma faculdade e vecircm de uma classe social mais alta os que

trabalham como repoacuterter cinematograacutefico em sua maioria satildeo aqueles que iniciam

carreira fazendo algum trabalho na televisatildeo sendo poucos os que comeccedilam no

jornalismo ndash o que acaba por desvalorizar a funccedilatildeo (Canal da imprensa sd)

32 REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO Eacute JORNALISTA

Noacutes uacuteltimos anos haacute um movimento que luta pelo reconhecimento do

repoacuterter cinematograacutefico como jornalista Duas recentes decisotildees nos tribunais do

paiacutes passaram a reconhecer os direitos desse profissional confirmando as teses

defendidas pela FENAJ (Federaccedilatildeo Nacional dos Jornalistas) e pelos sindicatos de

jornalistas

No ano passado o Tribunal Superior do Trabalho (TST) manteve decisatildeo

do Tribunal Regional do Trabalho do Rio Grande do Sul (TRT da 4ordf Regiatildeo) que

enquadrou como Jornalista um repoacuterter-cinematograacutefico que trabalhou na RBS TV

Santa Rosa Ltda Esse profissional tanto acompanhava repoacuterteres na produccedilatildeo de

reportagens jornaliacutesticas como tambeacutem saiacutea agraves ruas sozinho para produzir

reportagens estabelecidas em pautas previamente solicitadas pelo chefe de

redaccedilatildeo

35

A RBS seguindo a praacutetica infelizmente bastante comum entre as

empresas de televisatildeo sustentava que o trabalhador devia ser enquadrado como

radialista na tentativa de pagar um salaacuterio menor ao profissional uma vez que o

piso de radialista eacute inferior ao de jornalista Outra desvantagem para o profissional eacute

que os radialistas trabalham 8 horas diaacuterias ao contraacuterio de jornalistas que atuam 5

horas por dia O excesso de carga de trabalho vem trazendo problemas de sauacutede

para diversos repoacuterteres cinematograacuteficos enquadrados como radialistas

A Justiccedila do Trabalho firmou decisatildeo no sentido de que o fato de estar

acompanhado de repoacuterter natildeo retira do repoacuterter-cinematograacutefico a condiccedilatildeo de

Jornalista O profissional gauacutecho receberaacute as devidas diferenccedilas salariais retroativas

a 16 de junho de 1998 data que o prejudicado obteve seu registro de jornalista

profissional no Ministeacuterio do Trabalho (Espaccedilo Vital 2005)

Com essa decisatildeo passou a ser possiacutevel que os repoacuterteres

cinematograacuteficos encaminhem agraves Delegacias Regionais do Trabalho pedidos de

enquadramento como jornalistas Aliaacutes os proacuteprios sindicatos devem encaminhar

pedidos de fiscalizaccedilatildeo nas empresas para verificar o enquadramento dos repoacuterteres

cinematograacuteficos

Outro julgamento favoraacutevel ao profissional da aacuterea em comento conforme

divulgaccedilatildeo do FENAJ (2005) refere-se agrave decisatildeo da Terceira Turma do Superior

Tribunal de Justiccedila (STJ) que reconheceu os direitos do repoacuterter fotograacutefico Claacuteudio

Alves Pereira de receber indenizaccedilatildeo por danos materiais e morais devido agraves

inuacutemeras vezes em que o Jornal de Brasiacutelia republicou fotos suas sem creacutedito apoacutes

a sua demissatildeo em julho de 1990

36

Conforme o escritor portuguecircs Pierre Ganz (ANTONIO CARLOS) o

jornalista-repoacuterter de imagens eacute antes de qualquer coisa eacute um jornalista como os

outros Deve saber preparar a sua reportagem efetuaacute-la escrever o seu comentaacuterio

sobre imagens A diferenccedila reside no fato de ele substituir na maioria das vezes a

esferograacutefica pela cacircmera de filmar

Uma cacircmera que ele deveraacute dominar bem mas tambeacutem com a qual vai escrever uma histoacuteria os planos substituindo entatildeo as palavras Uma sintaxe toma o lugar da outra Os teacutecnicos de som de iluminaccedilatildeo e de montagem satildeo-lhe familiares Pode em alguns casos trabalhar sozinho Egrave cada vez mais frequumlente partir em reportagem ou em grande reportagem com equipe reduzida acompanhada apenas por jornalista redator

Eacute mesmo verdade que no meio televisivo uma boa imagem por vezes

substitui um bom texto e ateacute o dispensa Natildeo eacute possiacutevel por exemplo imaginar nos

dias de hoje um noticiaacuterio sobre guerra sem que sejam mostradas imagens E

muitas vezes inspirados nas imagens que os jornalistas produzem seus textos

Sem duacutevida a funccedilatildeo do repoacuterter cinematograacutefico eacute de vital importacircncia

para o jornalismo Uma saiacuteda bastante praacutetica para solucionar o problema desses

profissionais no que se refere agrave ausecircncia de cursos de graduaccedilatildeo seria incluir uma

cadeira sobre o assunto nos cursos de jornalismo Com isso os profissionais da

aacuterea e os interessados em abraccedilar a profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico se

sentiriam motivados a ingressar numa faculdade e quem sabe assim esse

preconceito absurdo seria definitivamente eliminado pondo fim ao estigma de ser

apenas um coadjuvante na confecccedilatildeo da notiacutecia

37

CONCLUSAtildeO

Num momento em que o mundo passa por tantas transformaccedilotildees

decorrentes da evoluccedilatildeo tecnoloacutegica da era da informaccedilatildeo e da globalizaccedilatildeo da

economia o jornalismo profissional ndash seacuterio e bem documentado - ganha relevo em

sua missatildeo de informar opinar e entreter a sociedade em seu cotidiano

A televisatildeo nos dias contemporacircneos pode transmitir ao puacuteblico muito

mais do que o fazia quando foi criada A novidade surgiu em 1923 nos Estados

Unidos e se tornou conhecida no Brasil nos anos 50 De iniacutecio apenas uma

finiacutessima parcela da populaccedilatildeo tinha acesso ao produto e tempos depois

transformou-se num poderoso meio de comunicaccedilatildeo em massa

Para fazer o telejornalismo eacute necessaacuterio uma equipe formada de repoacuterter

cinegrafista redator fotoacutegrafo editor teacutecnicos de som de iluminaccedilatildeo e de

montagens

Diante do exposto natildeo resta duacutevidas de que o repoacuterter cinematograacutefico eacute

antes de qualquer coisa jornalista como os outros Ele deve saber preparar a sua

reportagem efetuaacute-la escrever o seu comentaacuterio sobre imagens

Se eacute certo que ele substitui a esferograacutefica pela cacircmera de filmar tambeacutem

eacute verdade que por meio dela ele escreve uma histoacuteria A diferenccedila eacute que substitui

as palavras pelas imagens que seus olhos treinados conseguem captar

38

Em muitas situaccedilotildees o repoacuterter cinematograacutefico acumula as funccedilotildees dos

teacutecnicos de iluminaccedilatildeo som e montagem trabalhando somente com o jornalista

redator E eacute com base nas imagens captadas que os jornalistas produzem seus

textos

Muitas vezes os cinegrafistas produzem imagens tatildeo impressionantes

que eacute difiacutecil para o jornalista descrevecirc-las com palavras podendo surgir eventuais

conflitos entre os dois

Neste contexto a presente monografia procurou enfocar a importacircncia

deste profissional que para ser reconhecido por seus pares e tambeacutem para ter

oportunidade de aumentar seus conhecimentos e aperfeiccediloar suas teacutecnicas

necessita que seja inserida uma cadeira sobre sua aacuterea nos cursos de graduaccedilatildeo

de jornalismo

Para serem admitidos como jornalistas pelas televisotildees profissionais

exige-se formaccedilatildeo acadecircmica em jornalismo Haacute aqui um paradoxo visto que a

profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico tem sua funccedilatildeo regulamentada pelo Decreto

Lei n 83284 de 13 marccedilo de 1969 que atribui normas para o exerciacutecio da profissatildeo

de jornalista e segundo o qual o repoacuterter cinematograacutefico estaacute inserido como

jornalista que capta imagens para fins jornaliacutesticos

Note-se que a partir do momento em que os cursos de jornalismo

incluiacuterem uma cadeira voltada para a reportagem cinematograacutefica todos os que se

formarem no curso e optarem por esse caminho notadamente seratildeo reconhecidos

como jornalistas

39

Haacute que se considerar a questatildeo dos antigos profissionais da aacuterea

aqueles que conhecem tudo sobre a profissatildeo e conforme dito no decorrer da

presente costumam ensinar os receacutem-formados no iniacutecio de suas carreiras

Eacute injusta a falta de reconhecimento desses profissionais

Tal situaccedilatildeo demonstra que o preconceito em relaccedilatildeo a eles faz parte de

uma cultura arraigada entre os proacuteprios colegas de profissatildeo e que acaba se

estendendo pelos bancos acadecircmicos e que precisa ser trabalhada desmistificada

pois natildeo tem razatildeo de existir

40

REFEREcircNCIAS

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documentaccedilatildeo trabalhos acadecircmicos apresentaccedilatildeo Rio de Janeiro 2002

ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE NORMAS TEacuteCNICAS NBR 6023 informaccedilatildeo e

documentaccedilatildeo elaboraccedilatildeo Rio de Janeiro 2002

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45

ANEXO I ndash DECRETO Nordm 83284 DE 13 DE MARCcedilO DE 1979

PROFISSAtildeO DE JORNALISTA

Daacute nova regulamentaccedilatildeo ao Decreto-lei nordm 972 de 17 de outubro de 1969 que dispotildee sobre o exerciacutecio da profissatildeo de Jornalista em decorrecircncia das alteraccedilotildees introduzidas pela Lei nordm 6612 de 7 de dezembro de 1978

O Presidente da Repuacuteblica usando da atribuiccedilatildeo que lhe confere o art 81 item

III da Constituiccedilatildeo decreta

Art 1ordm Eacute livre em todo territoacuterio nacional o exerciacutecio da profissatildeo de Jornalista aos que satisfazerem as condiccedilotildees estabelecidas neste Decreto

Art 2ordm A profissatildeo de Jornalista compreende privativamente o exerciacutecio habitual e remunerado de qualquer das seguintes atividades

I - redaccedilatildeo condensaccedilatildeo titulaccedilatildeo interpretaccedilatildeo correccedilatildeo ou coordenaccedilatildeo de mateacuteria a ser divulgada contenha ou natildeo comentaacuterio

II - comentaacuterio ou crocircnica pelo raacutedio ou pela televisatildeo III - entrevista inqueacuterito ou reportagem escrita ou falada IV - planejamento organizaccedilatildeo direccedilatildeo e eventual execuccedilatildeo de serviccedilos

teacutecnicos de Jornalismo como os de arquivo ilustraccedilatildeo ou distribuiccedilatildeo graacutefica de mateacuteria a ser divulgada

V - planejamento organizaccedilatildeo e administraccedilatildeo teacutecnica dos serviccedilos de que trata a aliacutenea ldquoardquo

VI - ensino de teacutecnicas de Jornalismo VII - coleta de notiacutecias ou informaccedilotildees e seu preparo para divulgaccedilatildeo VIII - revisatildeo de originais de mateacuteria jornaliacutestica com vistas agrave correccedilatildeo

redacional e agrave adequaccedilatildeo da linguagem XIX - organizaccedilatildeo e conservaccedilatildeo de arquivo jornaliacutestico e pesquisa dos

respectivos dados para a elaboraccedilatildeo de notiacutecias X - execuccedilatildeo de distribuiccedilatildeo graacutefica de texto fotografia ou ilustraccedilatildeo de

caraacuteter jornaliacutestico para fins de divulgaccedilatildeo XI - execuccedilatildeo de desenhos artiacutesticos ou teacutecnicos de caraacuteter jornaliacutestico para

fins de divulgaccedilatildeo Art 3ordm Considera-se empresa jornaliacutestica para os efeitos deste Decreto-lei

aquela que tenha como atividade a ediccedilatildeo de jornal ou revista ou a distribuiccedilatildeo de noticiaacuterio com funcionamento efetivo idoneidade financeira e registro legal

sect 1ordm Equipara-se agrave empresa jornaliacutestica a seccedilatildeo ou serviccedilo de empresa de radiofusatildeo televisatildeo ou divulgaccedilatildeo cinematograacutefica ou de agecircncia de publicidade onde sejam exercidas as atividades previstas no artigo 2ordm0

sect 2ordm A entidade puacuteblica ou privada natildeo jornaliacutestica sob cuja responsabilidade se editar publicaccedilatildeo destinada a circulaccedilatildeo externa estaacute obrigada ao cumprimento deste decreto relativamente aos jornalistas que contratar

46

Art 4ordm O exerciacutecio da profissatildeo de jornalista requer preacutevio registro no oacutergatildeo regional do Ministeacuterio do Trabalho que se faraacute mediante a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash diploma de curso de niacutevel superior de Jornalismo ou de Comunicaccedilatildeo Social habilitaccedilatildeo Jornalismo fornecido por estabelecimento de ensino reconhecido na forma da lei para as funccedilotildees relacionadas nos itens I a IV do artigo 11

IV ndash Carteira de Trabalho e Previdecircncia Social

Paraacutegrafo uacutenico ndash Aos profissionais registrados exclusivamente para o exerciacutecio das funccedilotildees relacionadas nos itens VII a XI do artigo 11 eacute vedado o exerciacutecio das funccedilotildees constantes nos itens I a VII do mesmo artigo

Art 5ordm O Ministeacuterio do Trabalho concederaacute desde que satisfeitas as exigecircncias constantes neste Decreto registro especial ao

I ndash colaborador assim entendido aquele que mediante remuneraccedilatildeo e sem relaccedilatildeo de emprego produz trabalho de natureza teacutecnica cientiacutefica ou cultural relacionando com a sua especializaccedilatildeo para ser divulgado com o nome e qualificaccedilatildeo do autor

II ndash funcionaacuterio puacuteblico titular de cargo cujas atribuiccedilotildees legais coincidam com as mencionadas no artigo 2ordm

III ndash provisionado

Paraacutegrafo uacutenico ndash O registro de que tratam os itens I e II deste artigo natildeo implica o reconhecimento de quaisquer direitos que decorram da condiccedilatildeo de empregado nem no caso do item II dos resultantes do exerciacutecio privado e autocircnomo da profissatildeo

Art 6ordm Para o registro especial de colaborador eacute necessaacuteria a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash declaraccedilatildeo de empresa jornaliacutestica ou que a ela seja equiparada informando do seu interesse pelo registro de colaborador do candidato onde conste a sua especializaccedilatildeo remuneraccedilatildeo contratada e pseudocircnimo se houver

Art 7ordm Para o registro especial de funcionaacuterio puacuteblico titular de cargo cujas atribuiccedilotildees legais coincidam com as mencionadas no artigo 2ordm eacute necessaacuterio a apresentaccedilatildeo de ato de nomeaccedilatildeo ou contrataccedilatildeo para cargo ou emprego com aquelas atribuiccedilotildees aleacutem do cumprimento do que estabelece o artigo 4ordm

Art 8ordm Para o registro especial de provisionado eacute necessaacuterio a apresentaccedilatildeo de

47

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash declaraccedilatildeo fornecida pela empresa jornaliacutestica ou que a ela seja equiparada na qual conste a funccedilatildeo a ser exercida e o salaacuterio correspondente

IV ndash diploma de curso de niacutevel superior ou certificado de ensino de 2ordm grau fornecido por estabelecimento de ensino reconhecido na forma da lei para as funccedilotildees relacionadas nos itens I a VII do artigo 11

V ndash declaraccedilatildeo fornecida pela entidade sindical representativa da categoria profissional com base territorial abrangendo o municiacutepio no qual o provisionado iraacute desempenhar suas funccedilotildees de que natildeo haacute jornalista associado do Sindicato domiciliado naquele municiacutepio disponiacutevel da contrataccedilatildeo

VI ndash Carteira de Trabalho e Previdecircncia Social

sect 1ordm A declaraccedilatildeo de que trata o item V deveraacute ser fornecida pelo Sindicato ao interessado no prazo de 3 dias uacuteteis

sect 2ordm Caso exista profissional domiciliado no municiacutepio disponiacutevel para contrataccedilatildeo o Sindicato comunicaraacute tal fato ao Ministeacuterio do Trabalho no mesmo prazo de 3 dias a contar do pedido de fornecimento da declaraccedilatildeo de que trata o item V

sect 3ordm Caso o Sindicato natildeo forneccedila a declaraccedilatildeo de que trata o item V no prazo mencionado no sect 1ordm o interessado poderaacute instruir seu pedido de registro com o protocolo de apresentaccedilatildeo do requerimento ao Sindicato

sect 4ordm Na hipoacutetese prevista no paraacutegrafo anterior o Ministeacuterio do Trabalho concederaacute ao Sindicato prazo natildeo superior a 3 dias para se manifestar sobre o fornecimento da declaraccedilatildeo caso natildeo tenha ocorrido o fato constante no sect 2ordm

sect 5ordm O registro especial de provisionado teraacute caraacuteter temporaacuterio com duraccedilatildeo maacutexima de trecircs anos renovaacutevel somente com a apresentaccedilatildeo de toda a documentaccedilatildeo prevista neste artigo

Art 9ordm Seraacute efetuado no Ministeacuterio do Trabalho registro dos diretores de empresas jornaliacutesticas que natildeo sendo jornalistas respondem pelas respectivas publicaccedilotildees para o que eacute necessaacuterio a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash prova de registro civil ou comercial da empresa jornaliacutestica com o inteiro teor do seu ato constitutivo

IV ndash prova de depoacutesito do tiacutetulo da publicaccedilatildeo ou da agecircncia de notiacutecias no oacutergatildeo competente do Ministeacuterio da Induacutestria e do Comeacutercio

48

V ndash 30 exemplares do jornal ou 12 exemplares da revista ou 30 recortes ou coacutepias de noticiaacuterio com datas diferentes de sua divulgaccedilatildeo

sect 1ordm Tratando-se de empresa nova o Ministeacuterio do Trabalho efetuaraacute registro provisoacuterio com validade por 2 anos tornando-se definitivo apoacutes a comprovaccedilatildeo constante do item V deste artigo

sect 2ordm Natildeo seraacute admitida renovaccedilatildeo ou prorrogaccedilatildeo do prazo de validade do registro provisoacuterio previsto no paraacutegrafo anterior

Art 10ordm Seraacute efetuado no Ministeacuterio do Trabalho registro especial do diretor de empresa natildeo jornaliacutestica sob cuja responsabilidade se editar publicaccedilatildeo destinada agrave circulaccedilatildeo externa ou interna para o que se exigiraacute a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash prova de depoacutesito do tiacutetulo da publicaccedilatildeo no oacutergatildeo competente do Ministeacuterio da Induacutestria e do Comeacutercio

Art 11 ndash As funccedilotildees desempenhadas pelos jornalistas como empregados seratildeo assim classificadas

I - Redator aquele que aleacutem das incumbecircncias de redaccedilatildeo comum tem o encargo de redigir editoriais crocircnicas ou comentaacuterios

II - Noticiarista aquele que tem o encargo de redigir mateacuterias de caraacuteter informativo desprovidas de apreciaccedilotildees ou comentaacuterios preparando-as ou redigindo-as para a divulgaccedilatildeo

III - Repoacuterter aquele que cumpre a determinaccedilatildeo de colher notiacutecias ou informaccedilotildees preparando-as para divulgaccedilatildeo

IV - Repoacuterter de setor aquele que tem o encargo de colher notiacutecias ou informaccedilotildees sobre assuntos predeterminados preparando-as ou redigindo-as para divulgaccedilatildeo

V - Raacutedio-repoacuterter aquele a quem cabe a difusatildeo oral de acontecimento ou entrevista pelo raacutedio ou pela televisatildeo no instante ou no local em que ocorram assim como o comentaacuterio ou crocircnica pelos mesmos veiacuteculos

VI - Arquivista-pesquisador aquele que tem a incumbecircncia de organizar e conservar cultural e tecnicamente o arquivo redatorial procedendo agrave pesquisa dos respectivos dados para a elaboraccedilatildeo de notiacutecias

VII - Revisor aquele que tem o encargo de rever as provas tipograacuteficas de mateacuteria jornaliacutestica

VIII - Ilustrador aquele que tem a seu cargo criar ou executar desenhos artiacutesticos ou teacutecnicos de caraacuteter jornaliacutestico

XIX - Repoacuterter-fotograacutefico aquele a quem cabe registrar fotograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico

X - Repoacuterter-cinematograacutefico aquele a quem cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico

XI - Diagramador aquele a quem compete planejar e executar a distribuiccedilatildeo graacutefica de mateacuterias fotografias ou ilustraccedilotildees de caraacuteter jornaliacutestico para fins de publicaccedilatildeo

Paraacutegrafo uacutenico ndash Os Sindicatos seratildeo ouvidos sobre o exato enquadramento de cada profissional

49

Art 12ordm Seratildeo privativas de jornalista as funccedilotildees pertinentes agraves atividades

descritas no artigo 2ordm tais como Editor Secretaacuterio Subsecretaacuterio Chefe de reportagem e Chefe de Revisatildeo

Art 13ordm Natildeo haveraacute incompatibilidade entre o exerciacutecio da profissatildeo de Jornalista e o de qualquer outra funccedilatildeo remunerada ainda que puacuteblica respeitadas a proibiccedilatildeo de acumular cargos e as demais restriccedilotildees de lei

Art 14ordm Seraacute passiacutevel de trancamento o registro profissional do jornalista que sem motivo legal deixar de exercer a profissatildeo por mais de 2 anos

sect 1ordm Natildeo incide na cominaccedilatildeo deste artigo o afastamento decorrente de a) suspensatildeo ou interrupccedilatildeo do contrato de trabalho b) aposentadoria como jornalista c) viagem ou bolsa de estudo para aperfeiccediloamento profissional d) desemprego apurado na forma da Lei nordm 4923 de 23 de dezembro de

1965

sect 2ordm O trancamento seraacute da competecircncia do oacutergatildeo regional do Ministeacuterio do Trabalho de ofiacutecio ou requerimento da entidade sindical representativa da categoria profissional cabendo a esta fazer publicar em oacutergatildeo oficial por trecircs vezes consecutivas e dentro de um interstiacutecio de dois anos a relaccedilatildeo dos jornalistas cujos registros pretende trancar

sect 3ordm Os oacutergatildeos do Ministeacuterio do Trabalho prestaratildeo aos sindicatos representativos da categoria profissional as informaccedilotildees que lhes forem solicitadas especialmente quanto ao registro de admissotildees e dispensas nas empresas jornaliacutesticas realizando as inspeccedilotildees que se tornarem necessaacuterias para a verificaccedilatildeo do exerciacutecio da profissatildeo de jornalista

sect 4ordm O exerciacutecio da atividade em empresa natildeo jornaliacutestica mencionada no artigo 3ordm sect 2ordm natildeo constituiraacute prova suficiente de permanecircncia na profissatildeo se a publicaccedilatildeo e seu responsaacutevel natildeo tiverem registro nos termos deste Decreto

sect 5ordm O registro trancado suspende a titularidade e o exerciacutecio das prerrogativas profissionais mas pode ser revalidado mediante apresentaccedilatildeo dos documentos mencionados nos itens II e III do artigo 4ordm

Art 15ordm O salaacuterio de jornalista natildeo poderaacute ser reajustado nos contratos individuais de trabalho para a jornada normal de 5 horas em base inferior agrave do salaacuterio estipulado para a respectiva funccedilatildeo em acordo ou convenccedilatildeo coletiva de trabalho ou sentenccedila normativa das Justiccedila do Trabalho

Paraacutegrafo uacutenico ndash Em negociaccedilatildeo ou dissiacutedio coletivo poderatildeo os Sindicatos de Jornalistas reclamar o estabelecimento de criteacuterio de remuneraccedilatildeo adicional pela divulgaccedilatildeo de trabalho produzido por jornalistas em mais de um veiacuteculo de comunicaccedilatildeo coletiva

Art 16ordm A admissatildeo de provisionado para exercer funccedilotildees relacionadas nos itens I a VII do artigo 11 seraacute permitida nos municiacutepios onde natildeo existia curso de Jornalismo reconhecido na forma de lei e comprovadamente natildeo haja jornalista domiciliado associado do sindicato representativo da categoria profissional disponiacutevel para contrataccedilatildeo

Paraacutegrafo uacutenico ndash O provisionado nos termos deste artigo poderaacute exercer suas atividades somente no municiacutepio para o qual foi registrado

Art 17ordm Os atuais portadores de registro especial de provisionado poderatildeo exercer suas atividades no Estado onde foram contratados

Art 18 ndash A fiscalizaccedilatildeo do cumprimento dos dispositivos deste Decreto se faraacute na forma do artigo 626 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho sendo aplicaacutevel aos

50

infratores multa variaacutevel de 1 a 10 vezes o maior valor de referecircncia fixado de acordo com o artigo 2ordm paraacutegrafo uacutenico da Lei nordm 6205 de 29 de abril de 1975

Paraacutegrafo uacutenico ndash Aos sindicatos representativos da categoria profissional incumbe representar agraves autoridades competentes acerca do exerciacutecio irregular da profissatildeo de Jornalista

Art 19ordm Constitui fraude a prestaccedilatildeo de serviccedilos profissionais gratuitos ou com pagamentos simboacutelicos sob pretexto de estaacutegio bolsa de complementaccedilatildeo convecircnio ou qualquer outra modalidade em desrespeito agrave legislaccedilatildeo trabalhista e a este regulamento

Art 20ordm O disposto neste Decreto natildeo impede a conclusatildeo dos estaacutegios comprovadamente iniciados antes da vigecircncia da Lei nordm 6612 de 7 de dezembro de 1978 os quais entretanto natildeo conferiratildeo por si soacutes direito ao registro profissional

Art 21ordm Este Decreto entra em vigor na data da sua publicaccedilatildeo revogadas as disposiccedilotildees em contraacuterio especialmente os Decretos nordms 65912 de 19 de dezembro de 1969 e 68629 de 18 de maio de 1971

Brasiacutelia 13 de marccedilo de 1979 158ordm da Independecircncia e 91ordm da Repuacuteblica (DO de 13-3-79)

Ernesto Geisel Arnaldo Prieto

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ANEXO II ndash ACOacuteRDAtildeO TST-AIRR-6182001-751-04-401

Acoacuterdatildeo Inteiro Teor NUacuteMERO UacuteNICO PROC AIRR - 6182001-751-04-40 PUBLICACcedilAtildeO DJ - 10022006 Andamento do Processo

PROC Nordm TST-AIRR-6182001-751-04-401 C A C Oacute R D Atilde O 1ordf Turma EMPMs REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO CARACTERIZACcedilAtildeO INDEPENDEcircNCIA NO EXERCIacuteCIO DE SUAS ATIVIDADES REGISTROS DE ASSUNTOS E TEMAacuteTICAS DE INTERESSES JORNALIacuteSTICOS 1 Segundo o Tribunal Regional do Trabalho o Reclamante no exerciacutecio de suas atividades aleacutem de ter acompanhado o repoacuterter entrevistador na produccedilatildeo de mateacuterias fato que por si soacute natildeo lhe retira a condiccedilatildeo de jornalista - e tambeacutem de acordo com depoimentos testemunhais saiacutea agrave rua com a pauta que lhe era dirigida para sozinho produzir as mateacuterias solicitadas pelo empregador o que de acordo com o teor dos dispositivos tidos por vulnerados permite concluir o exerciacutecio da profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico e natildeo simplesmente de operador de cacircmera visto que ao sair agraves ruas para a produccedilatildeo de mateacuterias cumpria seu ofiacutecio obviamente mediante registros de fatos e (ou) assuntos de interesses notadamente jornaliacutestico considerando para tanto a proacutepria natureza da atividade empresarial exercida pela empregadora Inviaacutevel portanto a admissibilidade do recurso de revista em razatildeo da impossibilidade de exame da alegaccedilatildeo de afronta ao Decreto nordm 8413479 visto tratar-se de hipoacutetese natildeo contemplada na letra c do artigo 896 da CLT Por outro lado por violaccedilatildeo dos artigos 2ordm da Lei nordm 661578 e 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 tambeacutem natildeo logra ecircxito a Agravante no intuito de ver autorizado o processamento do recurso de revista No primeiro dispositivo apenas dispotildee-se que o radialista eacute o empregado de radiodifusatildeo exercente de atividades voltadas agrave administraccedilatildeo produccedilatildeo ou teacutecnica No segundo definem-se as profissotildees de repoacuterter e repoacuterter cinematograacutefico salientando-se que a esse uacuteltimo cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico hipoacutetese identificada pelo Regional 2 Agravo de instrumento a que se nega provimento Vistos relatados e discutidos estes autos do Agravo de Instrumento em Recurso de Revista nordm TST-AIRR-6182001-751-04-401 em que eacute Agravante RBS TV SANTA ROSA LTDA e Agravado CLOacuteVIS SANTACATARINA A Reclamada interpotildee agravo de instrumento ao despacho de fls 113-115 mediante o qual foi denegado seguimento ao recurso de revista sob o fundamento de que a decisatildeo decorreu da aplicaccedilatildeo das normas pertinentes uma vez que da situaccedilatildeo faacutetica delineada nos autos natildeo haacute como se extrair ofensa ao artigo 2ordm da Lei nordm 661578 na forma do artigo 896 c da CLT Contraminuta agraves fls 122-124 Natildeo houve remessa dos autos agrave Procuradoria Geral do Trabalho em face da orientaccedilatildeo emanada da Resoluccedilatildeo Administrativa nordm 322 atualmente retratada no artigo 82 do Regimento Interno do Tribunal Superior do

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Trabalho Eacute o relatoacuterio V O T O I CONHECIMENTO Conheccedilo do agravo de instrumento porque regular e tempestivo II MEacuteRITO O Tribunal Regional ao apreciar o recurso ordinaacuterio interposto pela Reclamada no tocante ao reconhecimento da condiccedilatildeo de jornalista ao Reclamante pela Vara do Trabalho decidiu O MM Juiacutezo de primeiro grau acolheu as alegaccedilotildees do reclamante de exerciacutecio de profissatildeo jornaliacutestica de repoacuterter cinematograacutefico condenando a reclamada a pagar diferenccedilas salariais e reflexos Contra esta decisatildeo volta-se a reacute sustentando que o reclamante era operador de cacircmera funccedilatildeo capitulada na profissatildeo de radialista A recorrente tem razatildeo parcialmente Tomando-se a hipoacutetese de confirmar a sentenccedila enquanto reconhece ter o reclamante exercido a funccedilatildeo de repoacuterter cinematograacutefico em todo o contrato existe um marco temporal e juriacutedico que deve ser considerado A funccedilatildeo de repoacuterter cinematograacutefico eacute exclusiva da profissatildeo de jornalista Eacute uma atividade que estaacute reservada aos jornalistas formados assim como estabelecido no DL 97269 O reclamante natildeo demonstra a partir de quando conquistou a diplomaccedilatildeo como jornalista devendo-se considerar apenas pelo que oferecem os autos a data de 16 de junho de 1998 dia em que o reclamante foi registrado no Ministeacuterio do Trabalho como jornalista profissional na funccedilatildeo especiacutefica de repoacuterter cinematograacutefico Considerando que o Ministeacuterio do Trabalho natildeo pode registrar jornalistas natildeo diplomados exceccedilatildeo feita aos provisionados tem-se que o reclamante adquiriu esta condiccedilatildeo nesse dia Antes embora pudesse fazer ou fizesse atividades privativas de jornalistas natildeo pode ser considerado juridicamente como tal Assim em qualquer hipoacutetese de manutenccedilatildeo do reconhecimento da funccedilatildeo de jornaliacutestica esta deve gerar os efeitos pleiteados somente a partir de 16 de junho de 1998 Jaacute quanto a ter exercido ou natildeo funccedilatildeo jornaliacutestica a conclusatildeo eacute de manutenccedilatildeo da sentenccedila Natildeo eacute o fato de estar acompanhado por repoacuterter entrevistador que o cinegrafista perde a condiccedilatildeo de jornalista Trata-se de uma equipe de profissionais jornalistas Um exemplo que melhor ilustra o descabimento da distinccedilatildeo que pretende fazer o apelo eacute a situaccedilatildeo dos fotoacutegrafos ou repoacuterteres fotograacuteficos O fotoacutegrafo sai com a pauta junto com o repoacuterter (ou natildeo e isto tambeacutem acontecia com o reclamante como o reconhecem as testemunhas inclusive trazidas pela reclamada) e enquanto o repoacuterter investiga os dados necessaacuterios para a mateacuteria o fotoacutegrafo registra as cenas mas nem por isto eacute rebaixado da condiccedilatildeo de jornalista para dir- se-ia operador de cacircmera fotograacutefica O que se pode discutir seria o interesse jornaliacutestico das mateacuterias cobertas pelo jornalista reclamante Com efeito os comerciais produzidos e gravados pelo autor natildeo tecircm esse interesse e os eventos promocionais da reclamada recebem dela mesma uma atribuiccedilatildeo desse interesse embora natildeo o tenha imediata e objetivamente mas para efeitos do trabalho executado pelo reclamante deve ser considerado um trabalho jornaliacutestico Foi correta a decisatildeo natildeo merecendo qualquer reparo a natildeo ser o juriacutedico-temporal jaacute mencionado Nesta perspectiva o provimento do recurso eacute parcial (fls 97-99) Ao interpor o recurso de revista a Empresa alegou que o Reclamante na condiccedilatildeo de operador de cacircmera e operador de cacircmera de unidade portaacutetil externa acompanhando o repoacuterter como reconheceu o Regional natildeo pode ser

53

enquadrado como jornalista porquanto ao repoacuterter eacute dado cumprir a determinaccedilatildeo de coletar notiacutecias ou informaccedilotildees e elaboraacute-las a fim de viabilizar posterior divulgaccedilatildeo e ao repoacuterter-cinematograacutefico cabe registrar cinematograficamente fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico razatildeo pela qual entende que a atividade do Reclamante eacute proacutepria de radialista categoria agrave qual pertencia Acrescenta que o artigo 2ordm da Lei nordm 661578 estabelece considera-se radialista o empregado de Radiodifusatildeo que exerccedila uma das funccedilotildees em que se desdobram as atividades mencionadas no artigo 4ordm ou seja operador de cacircmara e operador de cacircmara de unidade portaacutetil externa cuja regulamentaccedilatildeo profissional consta do Decreto nordm 8413479 e as atribuiccedilotildees do Quadro Anexo do mesmo decreto item II letra c nordm 3 com a seguinte redaccedilatildeo encarrega-se da gravaccedilatildeo de mateacuteria distribuiacuteda pelo Supervisor de Operaccedilotildees planifica e orienta o entrevistador repoacuterter e iluminador no que se refere aos aspectos teacutecnicos de seu trabalho suas atividades envolvem tanto a gravaccedilatildeo como a geraccedilatildeo de som e imagem atraveacutes de equipamentos eletrocircnico portaacutetil de TV Fundamenta o apelo em violaccedilatildeo dos artigos 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 2ordm da Lei nordm 661578 e do Decreto nordm 8413479 e Quadro Anexo do mesmo decreto item II letra c nordm 3 Inicialmente deve-se registrar a impossibilidade de exame da alegaccedilatildeo de afronta ao Decreto nordm 8413479 visto tratar-se de hipoacutetese natildeo contemplada na letra c do artigo 896 da CLT No tocante agrave ofensa aos artigos 2ordm da Lei nordm 661578 e 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 tambeacutem natildeo logra ecircxito a Agravante no intuito de ver autorizado o processamento do recurso de revista No primeiro dispositivo apenas dispotildee-se que o radialista eacute o empregado de radiodifusatildeo exercente de atividades voltadas agrave administraccedilatildeo produccedilatildeo ou teacutecnica No segundo definem-se as profissotildees de repoacuterter e repoacuterter cinematograacutefico salientando-se que a esse uacuteltimo cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico Ora dos termos da decisatildeo impugnada via recurso de revista nada haacute que conflite com tais dispositivos legais Afinal segundo o Tribunal Regional do Trabalho o Reclamante no exerciacutecio de suas atividades aleacutem de ter acompanhado o repoacuterter entrevistador na produccedilatildeo de mateacuterias fato que por si soacute natildeo lhe retira a condiccedilatildeo de jornalista - tambeacutem de acordo com depoimentos testemunhais saiacutea agrave rua com a pauta que lhe era dirigida para sozinho produzir as mateacuterias solicitadas pelo empregador o que de acordo com o teor dos dispositivos tidos por vulnerados permite concluir pelo exerciacutecio da profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico e natildeo simplesmente de operador de cacircmera visto que ao sair agraves ruas para a produccedilatildeo de mateacuterias cumpria seu ofiacutecio obviamente mediante registros de fatos e (ou) assuntos de interesses notadamente jornaliacutestico considerando para tanto a proacutepria natureza da atividade empresarial exercida pela empregadora Por esses fundamentos nego provimento ao agravo de instrumento ISTO POSTO ACORDAM os Ministros da Primeira Turma do Tribunal Superior do Trabalho por unanimidade negar provimento ao agravo de instrumento Brasiacutelia 9 de novembro de 2005 EMMANOEL PEREIRA Ministro Relator

NIA 3981288

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Page 14: REPÓRTER CINEMATOGRÁFICO É JORNALISTArepositorio.uniceub.br/bitstream/123456789/1670/2/20214825.pdf · trabalhos desenvolvidos. 5 ... tsunamis, cachoeiras em penhascos, ... deles

14

O ldquoJornal de Vanguardardquo foi lanccedilado em setembro de 1963 pelas matildeos

de Fernando Barbosa Lima e que se transformou em um show de notiacutecias uma

grande revoluccedilatildeo na linguagem e no espiacuterito do telejornalismo com muita

criatividade e inteligecircncia Ao inveacutes de buscar profissionais do raacutedio esse jornal

formou sua base por jornalistas que vinham da imprensa escrita entrava no ar por

volta das 22h30 ao vivo com muitos apresentadores Tinha desenhistas

humoristas comentaristas poliacuteticos comentarista internacional e cronistas Esse

jornal comeccedilou na TV Excelsior passou pela Tupi e pela Globo e foi morrer na TV

Rio em protesto pela censura imposta com o Ato Institucional n 5 (THELL sd)

Em setembro de 1969 a Rede Globo de Televisatildeo trouxe o ldquoJornal

Nacionalrdquo criado por Armando Nogueira que estreou em setembro daquele ano

com inuacutemeras inovaccedilotildees tecnoloacutegicas importadas dos EUA Rapidamente esse

programa tornou-se liacuteder de audiecircncia e referecircncia da imprensa nacional

apresentando reportagens em cores reportagens internacionais via sateacutelite e em

tempo real (ao vivo) seguindo um formato dos telejornais americanos (estilo de

linguagem narrativa e figura do repoacuterter)

Segundo Armando Nogueira diretor da Central Globo de Jornalismo agrave

eacutepoca da criaccedilatildeo do telejornal o Jornal Nacional foi pedra de toque de um projeto

muito ambiciosa que previa a geraccedilatildeo de uma programaccedilatildeo uniforme para todo o

Brasil de modo que a emissora fez largo uso da tecnologia iniciando o emprego dos

sateacutelites para a difusatildeo de notiacutecias e visando maior alcance de suas fontes nacionais

e internacionais (KOSMINSKY 2002)

15

Mais tarde em 1977 a Globo Satildeo Paulo estreou um jornal de serviccedilo o

ldquoBom Dia Satildeo Paulordquo que permanece no ar nos dias atuais de segunda a sexta agraves

7h da manhatilde Vale destacar as novas tecnologias introduzidas como a UPJ

(Unidade Portaacutetil de Jornalismo) com repoacuterteres entrando ao vivo de vaacuterios pontos

da cidade transmitindo informaccedilotildees de serviccedilo como tempo tracircnsito movimentaccedilatildeo

da cidade aeroporto etc O sucesso foi tatildeo grande que em 1983 foi lanccedilado em rede

nacional o ldquoBom Dia Brasilrdquo que desde entatildeo vai ao ar logo apoacutes o ldquoBom Diardquo de

cada praccedila com o noticiaacuterio poliacutetico gerado em Brasiacutelia

Em 1988 foi lanccedilado o ldquoTJ Brasilrdquo pelo Sistema Brasileiro de Televisatildeo-

SBT tambeacutem inspirado no formato americano ao inovar com a emblemaacutetica figura

do acircncora Boris Casoy que saiu do jornal impresso e logo se acertou com a TV

conquistando seu espaccedilo e seu puacuteblico Em meados de 1997 Casoy assinou

contrato com a TV Record

Conforme Squirra (1994) em palestra realizada no II Congresso Brasileiro

de Jornalismo de Liacutengua Portuguecircs

ldquoO modelo ancorado com Boris Casoy foi colocado no ar em 1988 e desde o primeiro momento levou agraves residecircncias brasileiras um formato novo com um padratildeo de qualidade esteacutetica que definitivamente fugia daquele global que adotava cegamente as premissas de juventude e beleza para seus apresentadores de telejornais Que natildeo satildeo jornalistas por formaccedilatildeo profissional Boris Casoy neste particular tambeacutem representa um novo paradigma Aleacutem de ser jornalista sua identidade popular - tinha se tornado amplamente conhecido na TV a partir dos primeiros debates poliacuteticos como representante de um jornal impresso a Folha de SPaulo - seu carisma -soube explorar uma imagem segura independente e madura- e independecircncia televisivos -natildeo representava uma emissora de TV- propiciaram que ele viesse a ter respaldo para implantar um modelo ineacutedito no telejornalismo do paiacutes E trouxe aos lares um produto hiacutebrido na missatildeo de ancorar um telejornal a emissatildeo clara de opiniatildeo no ar ()rdquo

16

No periacuteodo compreendido entre 1992 e 1993 o jornal de Boris Casoy

superou em audiecircncia o Jornal Nacional da Rede Globo de forma que 594 do

puacuteblico ABC estavam com o TJ Brasil

Tambeacutem integra a histoacuteria do telejornalismo no Brasil o ldquoJornal da Bandrdquo

exibido pela TV Bandeirantes desde 1997 igualmente influenciado pelos costumes

americanos apresentado inicialmente por Paulo Henrique Amorim com um estilo

forte e opinativo com informaccedilotildees exclusivas e ao vivo Atualmente esse telejornal

tem como acircncora o jornalista Carlos Nascimento (Mundo da TV sd)

Uma pesquisa realizada pelo Ibope em 1980 demonstrou que o

telejornalismo eacute a mais importante e acessiacutevel fonte de informaccedilatildeo da populaccedilatildeo

onde 73 do puacuteblico pesquisado tinham acesso agrave televisatildeo Os telejornais foram

identificados como o tipo de programa preferido por 874 dos homens e o segundo

preferido de 713 das mulheres Conforme mateacuteria publicada pela revista Exame

em agosto de 2002 a TV eacute hoje o uacutenico meio de informaccedilatildeo e entretenimento para

40 da populaccedilatildeo (GUROVITZ 2002 p 46-58)

17

12 PROGRAMAS JORNALIacuteSTICOS NAS DIVERSAS EMISSORAS DE

TV

A seguir seratildeo listados os principais telejornais que foram ao ar pelas

diversas emissoras de televisatildeo do paiacutes

121 Rede Tupi

A partir de 1951 a Rede Tupi (19501980) exibia ldquoDiaacuterio de Satildeo Paulo na

TVrdquo ldquoEdiccedilatildeo Extrardquo e ldquoTelejornal Brahmardquo

Em 1952 apresentava o ldquoRepoacuterter Essordquo o ldquoTelejornal Tupirdquo e

ldquoTelenotiacutecias Panairrdquo

Em 1965 estreou ldquoUltra Notiacuteciasrdquo

Em 1979 um de seus uacuteltimos programas foi o ldquoAqui e Agorardquo com 6

horas de duraccedilatildeo e direccedilatildeo de Wilton Franco extinto no ano seguinte pelo governo

122 Rede Excelsior

A Rede Excelsior (19601964) estreou em 1960 o ldquoTele Notiacuteciasrdquo e em

1963 ldquoA Marcha do Mundordquo e o ldquoJornal da Vanguardardquo

123 TV Record

A TV Record (1953) inseriu em sua programaccedilatildeo na aacuterea de

telejornalismo diversos programas valendo destacar

- ldquoTempo de Notiacuteciasrdquo (1972)

18

- ldquoCidade Alertardquo (1995)

- ldquoFala Brasil (1998)

- ldquoEdiccedilatildeo de Notiacuteciasrdquo (2003)

- ldquoTudo a Verrdquo (2004)

- ldquoRecord RJrdquo ldquoRecord SPrdquo e ldquoRio de Janeiro no Arrdquo (2005)

124 TV Cultura

Dentre os programas de telejornais introduzidos pela TV Cultura (1969)

vale destacar

- ldquoA Hora da Notiacuteciardquo (1972)

- ldquoConversa Afiadardquo (1999)

- ldquoMateacuteria Puacuteblicardquo (2002)

- ldquoBoletim Culturardquo e ldquoPrimeira Paacuteginardquo (2005)

125 TV Globo

No ar desde 1968 a TV Globo editou inuacutemeros programas

telejornaliacutesticos com destaque para

- ldquoTele Globordquo (1965)

- ldquoUltranotiacuteciasrdquo (1966)

19

- ldquoJornal da Globordquo (1967)

- ldquoJornal Nacionalrdquo (1969)

- ldquoJornal Hojerdquo (1971)

- ldquoBom dia Satildeo Paulordquo (1977)

- ldquoJornal da Globordquo (1979)

- ldquoSPTVrdquo ldquoRJTVrdquo ldquoBom dia Brasilrdquo (1983)

- ldquoGlobo Notiacuteciardquo (2005)

126 TV Bandeirantes

Pela TV Bandeirantes no ar desde 1967 vale destacar os seguintes

telejornais

- ldquoTitulares da Notiacuteciardquo (1969)

- ldquoBand News na Bandrdquo e ldquoBrasil Urgenterdquo (2001)

- e ldquoPrimeiro Jornalrdquo (2005)

127 TV Gazeta

Mais recentemente a TV Gazeta (1970) levou ao ar

- o ldquoJornal Gazetardquo o ldquoMercadordquo e ldquoPrimeira Paacuteginasrdquo todos estreados

em 2001

20

- em 2002 introduziu o ldquoJornal Gazeta 2ordf ediccedilatildeordquo e

- em 2003 o ldquoGazeta On-linerdquo

128 SBT

O Sistema Brasileiro de Televisatildeo no ar desde 1981 tem na histoacuteria do

telejornalismo da emissora os seguintes programas

- ldquoNoticentrordquo (1981)

- ldquo24 Horasrdquo (1982)

- ldquoCidade 4rdquo (1986)

- ldquoTJ Brasilrdquo ldquoTJ Noiterdquo e ldquoTJ Satildeo Paulordquo (1988)

- ldquoJornal do SBTrdquo ldquoAqui e Agorardquo (1991)

- ldquoAqui Brasilrdquo (1993) ldquoSBT Notiacuteciasrdquo (1995)

- ldquoJornal do SBTCBS Telenotiacuteciasrdquo (1997)

- ldquoNotiacutecias do Diardquo e ldquoNoticidaderdquo (1998)

- ldquoTJ Manhatilderdquo (2001)

- ldquoSBT Brasilrdquo (2005) dentre outros

21

13 O PERCURSO DO TELEJORNALISMO NOS ANOS 70

Em seu trabalho de dissertaccedilatildeo de mestrado defendido na Escola de

Comunicaccedilotildees e Artes da Universidade de Satildeo Paulo Antonio Reis Jr (2003) nos

mostra que no iniacutecio da deacutecada de 70 o campo cinematograacutefico sofreu dispersatildeo do

grupo de cineastas que integravam o Cinema Novo devido agrave repressatildeo poliacutetica poacutes

Ato Institucional n 5 em 1968 Com a criaccedilatildeo da Embrafilme em 1969 as novas

demandas do mercado cultural assim como o acirramento dos debates esteacuteticos

formou-se um novo quadro de atuaccedilatildeo para os cinegrafistas que se descortinou

com o esfacelamento do Cinema Novo com a expansatildeo da induacutestria cultural do

consumo dos bens simboacutelicos no paiacutes e com o surgimento de novos esquemas de

produccedilatildeo e projetos culturais

Nesse cenaacuterio de cerceamento controle e censura da produccedilatildeo cultural

diversos cineastas vislumbraram a possibilidade de trabalhar em algumas emissoras

de TV e como o telejornalismo foi o programa de maior impacto nesse meio de

comunicaccedilatildeo em massa surgiu assim o nosso repoacuterter cinematograacutefico

Desde sua primeira exibiccedilatildeo em rede nacional em 1ordm de setembro de

1969 o Jornal Nacional da Rede Globo apresentou um formato proacuteprio para

transmitir notiacutecias onde ldquoo telejornal era capaz de abordar no mesmo tom e com a

mesma inconsequumlecircncia notiacutecias banais e outras de extrema importacircncia para o

espectador conferindo um mesmo tratamento a fatos relevantes e irrelevantesrdquo Em

plena eacutepoca de ditadura tal fato revela a cumplicidade dessa emissora para com os

militares apresentando um telejornal com moderna engenharia eletrocircnica e que

adotava a maacutescara do paiacutes ldquoem desenvolvimentordquo do milagre econocircmico

22

propagando imagens de um paiacutes com o povo bonito onde natildeo existia fome miseacuteria

pobreza

Contudo nesse mesmo periacuteodo surgiu a TV Cultura com a programaccedilatildeo

mais voltada para a realidade brasileira e que criou em 1972 o telejornal ldquoA Hora da

Notiacuteciardquo pobre em recursos mas combativo liacuteder de audiecircncia desta emissora

seguia em caminho inverso agraves fantasias institucionais e agrave alienaccedilatildeo dos noticiaacuterios

da eacutepoca

Em 1975 o jornalista Vladimir Herzog assumiu a direccedilatildeo da TV Cultura

apresentando proposta para tornar o telejornalismo em um instrumento de diaacutelogo

com o puacuteblico combatendo a atitude servil diante do governo com uma poliacutetica de

programaccedilatildeo visando objetivos prioritaacuterios relacionados com a realidade do puacuteblico

que pretendia atingir Poreacutem nesse mesmo ano Herzog foi preso interrogado

torturado e morto sucumbindo o projeto de renovaccedilatildeo do telejornalismo na TV

brasileira

Mas em seguida apesar de o Jornal Nacional manter estreita ligaccedilatildeo com

a ditadura surgiu na Rede Globo o Globo Repoacuterter originaacuterio da seacuterio Globo Shell ndash

o uacutenico programa da emissora produzido com material cinematograacutefico e que teve o

meacuterito de fazer passar informaccedilotildees boicotadas pelos demais telejornais ndash

caracterizado por abordar temas polecircmicos e questotildees sociais justamente em um

periacuteodo em que esses assuntos eram proibidos e vetados pela Censura Federal

Esse estilo despojado e independente de fazer documentaacuterios perdurou entre 1976

a 1983

23

2 REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO

21 O PAPEL DO JORNALISTA

Nos dias de hoje o jornalista assim como outros profissionais de

imprensa enfrenta inuacutemeras dificuldades no mercado de trabalho ndash fato que exige

dele atenccedilatildeo para que se mantenha sempre atualizado e se preocupe com a

questatildeo da formaccedilatildeo e da qualificaccedilatildeo

De acordo com a Comissatildeo de Revisatildeo dos Registros de Jornalistas

Profissionais (Portaria MTb n 548 de 140695) todos os jornalistas profissionais do

paiacutes precisam efetuar a revisatildeo do seu Registro Profissional junto ao seu sindicato

para alterar o nuacutemero do Registro anotado na carteira de trabalho Tal procedimento

visa invalidar a grande quantidade de documentos irregulares

Na composiccedilatildeo alfanumeacuterica do novo registro seraacute adotada a sigla de

duas letras do alfabeto que identificam o Estado de origem seguida dos algarismos

a partir de 00001 e mais duas letras que qualificam a natureza da funccedilatildeo na qual o

jornalista foi registrado As letras qualificadoras da natureza da funccedilatildeo para titular

de registro funccedilatildeo de repoacuterter-cinematograacutefico eacute RC Exercer atividades de

jornalista com registro precaacuterio constitui crime de exerciacutecio ilegal da profissatildeo

(Sindicato dos Jornalistas 2006)

24

Para ilustrar melhor o papel do jornalismo a seguir iremos elencar as

definiccedilotildees formuladas por diversos profissionais da aacuterea publicadas no site Enfato ndash

Comunicaccedilatildeo Empresarial (2006)

ldquoO jornalista eacute o(a) profissional que faz mais do que apenas reportar o que acontece ele(a) estabelece viacutenculos entre os fatos correntes e passados provocaestimula o raciociacutenio do telespectadorleitorouvinte e procura ainda extrair disso tudo alguma perspectiva que sinalize o futuro Sua atividade eacute ainda mais difiacutecil do que parece eacute indispensaacutevel que este(a) profissional desempenhe sua tarefa com absoluta noccedilatildeo de seus princiacutepios eacuteticos sem se deixar contaminar por influecircncias poliacuteticas ou interesses pessoais Soacute assim seu relato teraacute credibilidade ndash a uacutenica moeda de real valor para quem abraccedilou esta profissatildeo Aliaacutes natildeo eacute agrave toa que a classe de espiacuterito tatildeo nobre seja tatildeo vilipendiada por aqueles que detecircm o controle das empresas de comunicaccedilatildeordquo Claudio Lessa colunista do site Direto da Redaccedilatildeo

ldquoSer jornalista hoje eacute e cada vez seraacute mais permitir ao leitor entender os fatos muito mais do que simplesmente tomar conhecimento deles Durante deacutecadas ser jornalista era correr atraacutes de furo dar informaccedilotildees sobre um fato que era desconhecido de todos Eu acho que hoje o nosso desafio estaacute em permitir que o leitor entenda os fatos pois existe uma avalanche de informaccedilotildeesrdquo Eugecircnio Esber diretor de redaccedilatildeo da revista Amanhatilde (RS)

ldquoO bom jornalista eacute aquele que eacute criativo investigador objetivo estaacute sempre informado mergulha com profundidade nos assuntos e acima de tudo tem a eacutetica como sua religiatildeordquo Fernando Barbosa Lima editor da FBL Criaccedilatildeo e Produccedilatildeo (RJ)

ldquoTenho a impressatildeo de que ser jornalista diante da tamanha complexidade do universo da Comunicaccedilatildeo eacute ter a capacidade de melhor organizar e selecionar a quantidade crescente da informaccedilatildeo defendendo o que haacute de mais essencial primado da verdade Lembro do que dizia Claudio Abramo de que a funccedilatildeo do jornalista eacute buscar a verdade camuflada atraacutes da verdade aparente Acho que essa tarefa eacute o grande diferencial que determinaraacute o sucesso profissionalrdquo Fernando Salerno diretor da Associaccedilatildeo Paulista de Jornais e do diaacuterio Valeparaibano (SP)

ldquoSer jornalista hoje eacute o mesmo que ontem e presumo o mesmo que amanhatilde O jornalista tem a funccedilatildeo de informar mais do que formar No meu entendimento hoje haacute muitos jornalistas mais preocupados em formar do que em informar Em outras palavras eacute muita opiniatildeo e pouca informaccedilatildeo Entendo ainda que eacute um trabalho muito importante para garantir a transparecircncia das sociedadesrdquo Flaacutevio Portela gerente de jornalismo da raacutedio Guaiacuteba (RS)

ldquoTenho orgulho de ser jornalista Essa funccedilatildeo eacute cada vez mais importante desde que seja acompanhada de eacutetica e

25

responsabilidade Cada vez mais a miacutedia tem credibilidade Graccedilas ao jornalista e a essa possibilidade de informaccedilatildeo raacutepida e global eacute que aproximamos o mundordquo Lucia Leme apresentadora do programa Olhar 2005 da TVE-RJ

ldquoA profissatildeo natildeo perdeu o encanto embora os predadores empresariados tenham feito de tudo para desencantaacute-la e diminuiacute-lardquo Luiacutes Recena editor executivo da Tribuna do Brasil (DF)

ldquoSer jornalista eacute saber passar informaccedilotildees ao grande puacuteblico eacute saber defender a sociedade atraveacutes dos jornais e procurar saber o que ela procura e onde precisa ser ajudadardquo Maria Eugecircnia Labouriau assessora de imprensa do Inmetro

ldquoA funccedilatildeo principal do jornalista eacute ser a oposiccedilatildeo diante das instituiccedilotildees incluindo Judiciaacuterio o Estado todo mundo Os jornalistas satildeo os fiscalizadores da sociedaderdquo Nando Gross apresentador da Raacutedio Gauacutecha AM (RS)

ldquoEacute como jogar nas 11 posiccedilotildees do campo Natildeo existe mais jornalista pelo menos aqui no interior do Rio Grande do Norte especialista Todos acabam tendo que cumprir todas as funccedilotildees Somos mais que polivalentes jaacute que estamos num jornal do interiorrdquo Pedro Carlos Lopes Pinheiro diretor de Redaccedilatildeo do jornal O Mossoroense (RN)

ldquoSer jornalista hoje eacute ter perseveranccedila vontade e amor pela profissatildeo jaacute que os jornalistas ganham mal e natildeo haacute incentivos para a realizaccedilatildeo do trabalhordquo Raimundo Afonso Gomes presidente do Sindicato dos Jornalistas do Acre

ldquoHoje e sempre ser jornalista eacute tentar ser uma testemunha do seu tempo Essa eacute nossa humilde tarefa Natildeo eacute ser juiz promotor Atualmente temos uma tendecircncia de julgar e ateacute condenar Quanto mais complexa a sociedade mais se exige esse papel do jornalistardquo Zuenir Ventura colunista de O Globo (RJ)

A exemplo de outras profissotildees regulamentadas pela legislaccedilatildeo vigente

em nosso paiacutes ou reconhecidas pelo mercado formal de trabalho a atividade

jornaliacutestica deve seguir preceitos eacuteticos especiacuteficos com a finalidade de preservar o

atendimento do interesse puacuteblico e o direito agrave informaccedilatildeo existente em uma

sociedade democraacutetica

Com referecircncia agrave elaboraccedilatildeo da notiacutecia segundo Eliane Mendonccedila (sd)

ldquoa notiacutecia eacute o resultado de diversas lsquovozesrsquo que o jornalista precisou ouvir interpretar

e sintetizar de forma a tornaacute-lo acessiacutevel ao grande puacuteblicordquo Com base nessa

26

assertiva pode-se dizer que o jornalista eacute o profissional que tem como ofiacutecio a

responsabilidade de reconstruir os fatos levando em conta todos os conceitos a que

teve acesso durante a apuraccedilatildeo da mateacuteria E se eacute assim a notiacutecia nunca teraacute um

uacutenico autor visto que a mateacuteria jornaliacutestica traz em seu bojo inuacutemeras versotildees do

mesmo assunto cada um de um personagem (fonte) diferente

Note-se que ainda que o jornalista natildeo seja o uacutenico autor do que escreve

cabe a ele a funccedilatildeo de equilibrar o texto a ponto de ser fiel a tudo o que ouviu

procurando transmitir a informaccedilatildeo da forma mais clara possiacutevel a fim de que possa

ser compreendida por todo o tipo de leitor

Outro ponto a se considerar como bem explica Eliane Mendonccedila (sd)

refere-se ao fato de que um mesmo assunto se apresenta ao puacuteblico sob diferentes

enfoques quando transmitido em diferentes veiacuteculos de comunicaccedilatildeo Isto ocorre

porque ao contraacuterio do que ensina os antigos manuais do jornalismo o jornalista

natildeo eacute imparcial e acaba embutindo na notiacutecia um pouco de sua vivecircncia pessoal

sua opiniatildeo sobre o assunto seus preconceitos aleacutem de ter que levar em

consideraccedilatildeo as normas as orientaccedilotildees e a postura da empresa para a qual

trabalha

Segundo o Departamento de Comunicaccedilatildeo e Turismo da Universidade

Federal da Paraiacuteba (UFPB 2006) a sociedade espera que o jornalista exerccedila o

seguinte papel

- Auxiliar a populaccedilatildeo a tomar decisotildees coletivas favoraacuteveis ao bem comum - Enriquecer culturalmente a sociedade - Responsabilizar-se pelas informaccedilotildees que divulga e consequumlecircncias delas - Colaborar para o fortalecimento da cidadania

27

- Discernir entre o que tem caraacuteter construtivo para a sociedade - Propagar iniciativas conhecimentos e teacutecnicas que possam ser reproduzidas de forma a contribuir para o bem estar social - Distinguir e denunciar atitudes que sejam lesivas agrave sociedade

O jornalista ndash seja ele o repoacuterter o fotoacutegrafo o cinegrafista o redator o

editor o chefe de reportagem enfim ndash deve estar consciente da importacircncia do seu

trabalho para a construccedilatildeo da cidadania e de uma sociedade igualitaacuteria

Como bem observa Maristela Alves Leitatildeo (2005) os profissionais de

jornalismo desempenham um importante papel nas transformaccedilotildees soacutecio-poliacuteticas

nas uacuteltimas deacutecadas constituindo os ldquoguardiotildees dos direitos humanosrdquo durante a

transiccedilatildeo da ditadura militar para o regime democraacutetico Atualmente a preocupaccedilatildeo

tem sido lutar contra a corrupccedilatildeo e a favor da cidadania visando a conscientizaccedilatildeo

da populaccedilatildeo em relaccedilatildeo aos seus direitos e obrigaccedilotildees

A mateacuteria jornaliacutestica consiste na reconstruccedilatildeo de dada realidade que

cerca um fato recente efetuada pelo profissional da aacuterea a partir da tomada de

depoimentos de pessoas que participaram ou estatildeo inseridas no contexto apurado

Essas pessoas a serem entrevistas natildeo devem ser selecionadas de maneira fortuita

apenas seratildeo inquiridas aquelas que possam dispor de dados estritamente

importantes e possuir competecircncia reconhecida para referir-se ao assunto em

questatildeo Uma das habilidades mais valorizadas na profissatildeo inclusive eacute aquela de

pesquisar e encontrar as fontes mais adequadas considerando-se a expectativa do

puacuteblico de receber informaccedilatildeo qualificada (Rothberg 2006)

28

Comparando-se o jornalismo impresso com o televisivo este uacuteltimo leva

clara vantagem por ser meio mais atraente ao disponibilizar uma dinacircmica

audiovisual

22 O REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO

O repoacuterter cinematograacutefico eacute aquele profissional que executa serviccedilos

referentes ao mercado de radiodifusatildeo mais especificamente em TV atuando como

assistente ou teacutecnico na aacuterea de produccedilatildeo em meios de comunicaccedilatildeo Dentre suas

atividades vale destacar pesquisa anaacutelise e interpretaccedilatildeo das possibilidades

riacutetmicas estruturais e associadas do encontro entre imagem e som aleacutem de

executar e manter os equipamentos de aacuteudio e iluminaccedilatildeo e cacircmeras de TV (Nova

Faetec 2006)

No Brasil o curso profissionalizante de repoacuterter cinematograacutefico tem ainda

niacutevel teacutecnico com duraccedilatildeo de trecircs anos sendo exigido como preacute-requisito a

conclusatildeo do ensino meacutedio ou fundamental

No Rio de Janeiro foi criada em 16 de fevereiro em 1946 a ARFOC -

Associaccedilatildeo Profissional de Repoacuterteres Fotograacuteficos e Cinematograacuteficos do Brasil

que consiste em uma associaccedilatildeo profissional e cultural destituiacuteda de caraacuteter poliacutetico-

partidaacuterio e sem fins lucrativos nos termos do Decreto n 1229 de 09101962 cujo

objetivo eacute incentivar aperfeiccediloar valorizar e defender a profissatildeo e os fotojornalistas

e a aplicaccedilatildeo da imagem ao jornalismo (ARFOC 2006)

29

Segundo Joseacute Alves Filho (2005) presidente da ARFOC-PI existe uma

falta de reconhecimento ateacute por parte dos proacuteprios colegas de trabalho em relaccedilatildeo

ao trabalho do repoacuterter cinematograacutefico Eacute uma injusticcedila visto que uma boa

reportagem de TV depende mais do registro do repoacuterter cinematograacutefico ndash fruto de

sua persistecircncia coragem e sensibilidade ndash do que do repoacuterter produtor ou editor

Essa falta de reconhecimento se reflete no dia-a-dia principalmente por

parte dos chefes de redaccedilatildeo que nunca estimulam os repoacuterteres cinematograacuteficos a

participarem da discussatildeo da pauta que iratildeo cumprir Com isso eles acabam se

afastando das redaccedilotildees desestimulados a participarem do processo Por parte dos

colegas jornalistas haacute um preconceito intelectual ainda que velado em relaccedilatildeo aos

colegas da ldquolinha de frenterdquo os ditos repoacuterteres cinematograacuteficos forjados pela

ldquofaculdade da vidardquo sem chance de discutir teoria nos bancos universitaacuterios

Partindo-se da premissa de que a imagem eacute o uacutenico item imprescindiacutevel

da TV natildeo haacute justificativa para o fato de que o salaacuterio dos bons cinegrafistas natildeo

chegam nem na metade do salaacuterio dos repoacuterteres haacute vinte anos atraacutes o salaacuterio

desses profissionais se equiparavam

Para Antonio Brasil (2004)

() se existe uma classe de jornalistas que sempre sofreu enormes injusticcedilas e discriminaccedilotildees eacute sem duacutevida o segmento dos cinegrafistas de TV Hoje satildeo chamados de lsquorepoacuterteres cinematograacuteficosrsquo Para mim deveriam ser simplesmente lsquojornalistasrsquo Mas como costumam ter origem humilde e natildeo podem pagar pelos lsquodiplomasrsquo satildeo considerados jornalistas de segunda classe Natildeo precisam passar no miacutenimo quatro anos pagando caro para as faacutebricas de jornalistas e ningueacutem parece se importar muito com isso Mas os cinegrafistas ou repoacuterteres cinematograacuteficos merecem o nosso apoio e respeito Lutam pelo reconhecimento da profissatildeo enquanto lsquojornalistasrsquo de verdade Recusam-se a serem meros

30

lsquoapecircndicesrsquo na vida dos repoacuterteres e nas decisotildees dos nossos editores de telejornalismo

Infelizmente ainda persiste o conflito entre os profissionais da palavra e

os jornalistas da imagem Brasil (2004) experiente na profissatildeo muitas vezes

sentiu na pele os efeitos de atitudes arrogantes e discriminatoacuterias mesmo de

repoacuterteres receacutem-formados - o que demonstra que essa arrogacircncia sem

fundamento eacute cultural beira o preconceito social ou ldquoracismordquo E geralmente satildeo os

velhos cinegrafistas que acabam por ensinar a esses jovens os primeiros passos da

profissatildeo

Eacute certo que no meio televisivo as imagens constituem elemento chave

da mateacuteria do repoacuterter satildeo elas que datildeo suporte agrave narrativa cronoloacutegica do

acontecimento Cumpre ressaltar que tal qual o repoacuterter o cinegrafista tem como

objetivo registrar o acontecimento e fazer com que o mesmo chegue ao ar Daiacute a

importacircncia de recomendar aos alunos do telejornalismo que cinegrafista natildeo deve

ser vigiado nem precisa ser orientado

Repoacuterter e cinegrafista satildeo colegas de jornalismo isto eacute ambos satildeo

jornalistas Natildeo eacute porque o cinegrafista geralmente tem origem simples gestos

humildes e carrega peso que deixa de ser jornalista Ganha o repoacuterter despido

desse preconceito pois se dispotildee a assimilar os segredos da profissatildeo ensinados

pelos cinegrafistas e compartilhando com respeito os objetivos da reportagem

recebem valiosas dicas praacuteticas

Brasil (2004) desabafa

31

Os jovens de boa aparecircncia - condiccedilatildeo dispensaacutevel mas que parece ser obrigatoacuteria em nossos telejornais - saem das universidades natildeo sabem quase nada de telejornalismo Buscam na TV o sonho de sucesso e fama A maioria desses jovens natildeo teve a oportunidade aprender a praacutetica da profissatildeo Eles satildeo selecionados em processos meio nebulosos e certamente pouco transparentes Se tornam repoacuterteres de TV e tem que aprender as teacutecnicas peculiares da profissatildeo na marra No entanto satildeo os velhos cinegrafistas - profissionais humildes e experientes que costumam ensinar os primeiros passos Os cinegrafistas tambeacutem satildeo colegas leais Aleacutem de ensinarem telejornalismo de verdade tambeacutem fazem questatildeo de ocultar os erros dos neoacutefitos Os editores jamais percebem as inuacutemeras passagens que os cinegrafistas providencialmente apagam das fitas e da nossa memoacuteria Alguns desses neoacutefitos natildeo eram tatildeo jovens Muitos profissionais da imprensa fizeram a transiccedilatildeo para os encantos da TV graccedilas agrave boa vontade de velhos cinegrafistas

Ao inveacutes de se sentirem agradecidos muitos desses colegas se recusam

a aceitar que aqueles sujeitos simples satildeo tambeacutem jornalistas e que aleacutem de

compartilhar os objetivos da reportagem ensinam agrave nova geraccedilatildeo de jornalistas de

TV inuacutemeras dicas profissionais

Natildeo bastasse esse desrespeito com o profissional de imagem ele ainda

estaacute sujeito a sofrer seacuterios riscos inerentes agrave proacutepria profissatildeo aleacutem de graves

problemas de sauacutede ao utilizar equipamentos pesados e obsoletos e enfrentar um

ritmo estressante de trabalho repetitividade de tarefas longas jornadas e condiccedilotildees

precaacuterias de trabalho

Daiacute a importacircncia de apoiar a luta desses profissionais de imagem que

buscam o creacutedito e o respeito merecidos Eacute uma questatildeo natildeo apenas de direito

mas de reconhecimento Tambeacutem eacute importante observar e condenar as possiacuteveis

represaacutelias aos profissionais que buscam esse reconhecimento

32

Brasil (2004) faz uma comparaccedilatildeo entre os cinegrafistas da Inglaterra e

os do Brasil Enquanto entre noacutes os profissionais lutam pela sobrevivecircncia

aprendem tudo sem qualquer tipo de treinamento especiacutefico e para garantir os seus

direitos devem permanecer anocircnimos na Inglaterra a escola de cinegrafistas da

BBC possibilita a esses profissionais facilidades teacutecnicas um bom sistema de

promoccedilatildeo e cargos Para a promoccedilatildeo dentro da proacutepria categoria os cinegrafistas

ingleses satildeo regularmente enviados ao interior daquele paiacutes para conhecerem as

novas tecnoloacutegicas e teacutecnicas profissionais visando com isso tambeacutem fortalecer os

laccedilos corporativos

33

3 CURSO SUPERIOR PARA FORMACcedilAtildeO DE PROFISSIONAIS DA

AacuteREA

31 DESVALORIZACcedilAtildeO DA PROFISSAtildeO

Como outras inuacutemeras profissotildees tambeacutem o jornalista enfrenta crise no

seu acircmbito de trabalho Para superar a concorrecircncia garantir o seu emprego e

valorizar sua profissatildeo o jornalista de modo geral precisa especializar-se em

determinadas aacutereas e atualizar-se academicamente No mercado atual esse

profissional tem que lidar com o aumento de responsabilidade com o acuacutemulo de

funccedilotildees nas redaccedilotildees aleacutem de ser em geral mal remunerado e sofrer com o

constante risco de ser demitido

Conforme aponta Noblat (2003 p 36)

Exige-se do candidato a uma vaga nas redaccedilotildees que seja profissional completo e polivalente Ele tem de dominar todas as teacutecnicas para o exerciacutecio da profissatildeo manejar os instrumentos capazes de ajudaacute-lo a fazer o melhor trabalho e ter a niacutetida compreensatildeo do seu papel de jornalista multimiacutedia

Em plena era de globalizaccedilatildeo as perspectivas natildeo satildeo as melhores Tem

razatildeo Dizard Jr (2000 p 21) ao afirmar que uma das poucas certezas com que os

novos profissionais de miacutedia podem contar futuramente eacute que teratildeo que lidar com o

impacto das mudanccedilas tecnoloacutegicas e com a intensificaccedilatildeo da demanda por maior

envolvimento intelectual e habilitaccedilatildeo acadecircmica

34

Para o repoacuterter cinematograacutefico e supervisor de cinegrafia da rede Globo

Heacutelio Alvarez concorda que a profissatildeo do repoacuterter cinematograacutefico e fotoacutegrafo eacute

desvalorizada e isto se deve segundo ele ao fato de que a valorizaccedilatildeo profissional

na atualidade se daacute por meio da educaccedilatildeo Enquanto os repoacuterteres geralmente

passaram por uma faculdade e vecircm de uma classe social mais alta os que

trabalham como repoacuterter cinematograacutefico em sua maioria satildeo aqueles que iniciam

carreira fazendo algum trabalho na televisatildeo sendo poucos os que comeccedilam no

jornalismo ndash o que acaba por desvalorizar a funccedilatildeo (Canal da imprensa sd)

32 REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO Eacute JORNALISTA

Noacutes uacuteltimos anos haacute um movimento que luta pelo reconhecimento do

repoacuterter cinematograacutefico como jornalista Duas recentes decisotildees nos tribunais do

paiacutes passaram a reconhecer os direitos desse profissional confirmando as teses

defendidas pela FENAJ (Federaccedilatildeo Nacional dos Jornalistas) e pelos sindicatos de

jornalistas

No ano passado o Tribunal Superior do Trabalho (TST) manteve decisatildeo

do Tribunal Regional do Trabalho do Rio Grande do Sul (TRT da 4ordf Regiatildeo) que

enquadrou como Jornalista um repoacuterter-cinematograacutefico que trabalhou na RBS TV

Santa Rosa Ltda Esse profissional tanto acompanhava repoacuterteres na produccedilatildeo de

reportagens jornaliacutesticas como tambeacutem saiacutea agraves ruas sozinho para produzir

reportagens estabelecidas em pautas previamente solicitadas pelo chefe de

redaccedilatildeo

35

A RBS seguindo a praacutetica infelizmente bastante comum entre as

empresas de televisatildeo sustentava que o trabalhador devia ser enquadrado como

radialista na tentativa de pagar um salaacuterio menor ao profissional uma vez que o

piso de radialista eacute inferior ao de jornalista Outra desvantagem para o profissional eacute

que os radialistas trabalham 8 horas diaacuterias ao contraacuterio de jornalistas que atuam 5

horas por dia O excesso de carga de trabalho vem trazendo problemas de sauacutede

para diversos repoacuterteres cinematograacuteficos enquadrados como radialistas

A Justiccedila do Trabalho firmou decisatildeo no sentido de que o fato de estar

acompanhado de repoacuterter natildeo retira do repoacuterter-cinematograacutefico a condiccedilatildeo de

Jornalista O profissional gauacutecho receberaacute as devidas diferenccedilas salariais retroativas

a 16 de junho de 1998 data que o prejudicado obteve seu registro de jornalista

profissional no Ministeacuterio do Trabalho (Espaccedilo Vital 2005)

Com essa decisatildeo passou a ser possiacutevel que os repoacuterteres

cinematograacuteficos encaminhem agraves Delegacias Regionais do Trabalho pedidos de

enquadramento como jornalistas Aliaacutes os proacuteprios sindicatos devem encaminhar

pedidos de fiscalizaccedilatildeo nas empresas para verificar o enquadramento dos repoacuterteres

cinematograacuteficos

Outro julgamento favoraacutevel ao profissional da aacuterea em comento conforme

divulgaccedilatildeo do FENAJ (2005) refere-se agrave decisatildeo da Terceira Turma do Superior

Tribunal de Justiccedila (STJ) que reconheceu os direitos do repoacuterter fotograacutefico Claacuteudio

Alves Pereira de receber indenizaccedilatildeo por danos materiais e morais devido agraves

inuacutemeras vezes em que o Jornal de Brasiacutelia republicou fotos suas sem creacutedito apoacutes

a sua demissatildeo em julho de 1990

36

Conforme o escritor portuguecircs Pierre Ganz (ANTONIO CARLOS) o

jornalista-repoacuterter de imagens eacute antes de qualquer coisa eacute um jornalista como os

outros Deve saber preparar a sua reportagem efetuaacute-la escrever o seu comentaacuterio

sobre imagens A diferenccedila reside no fato de ele substituir na maioria das vezes a

esferograacutefica pela cacircmera de filmar

Uma cacircmera que ele deveraacute dominar bem mas tambeacutem com a qual vai escrever uma histoacuteria os planos substituindo entatildeo as palavras Uma sintaxe toma o lugar da outra Os teacutecnicos de som de iluminaccedilatildeo e de montagem satildeo-lhe familiares Pode em alguns casos trabalhar sozinho Egrave cada vez mais frequumlente partir em reportagem ou em grande reportagem com equipe reduzida acompanhada apenas por jornalista redator

Eacute mesmo verdade que no meio televisivo uma boa imagem por vezes

substitui um bom texto e ateacute o dispensa Natildeo eacute possiacutevel por exemplo imaginar nos

dias de hoje um noticiaacuterio sobre guerra sem que sejam mostradas imagens E

muitas vezes inspirados nas imagens que os jornalistas produzem seus textos

Sem duacutevida a funccedilatildeo do repoacuterter cinematograacutefico eacute de vital importacircncia

para o jornalismo Uma saiacuteda bastante praacutetica para solucionar o problema desses

profissionais no que se refere agrave ausecircncia de cursos de graduaccedilatildeo seria incluir uma

cadeira sobre o assunto nos cursos de jornalismo Com isso os profissionais da

aacuterea e os interessados em abraccedilar a profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico se

sentiriam motivados a ingressar numa faculdade e quem sabe assim esse

preconceito absurdo seria definitivamente eliminado pondo fim ao estigma de ser

apenas um coadjuvante na confecccedilatildeo da notiacutecia

37

CONCLUSAtildeO

Num momento em que o mundo passa por tantas transformaccedilotildees

decorrentes da evoluccedilatildeo tecnoloacutegica da era da informaccedilatildeo e da globalizaccedilatildeo da

economia o jornalismo profissional ndash seacuterio e bem documentado - ganha relevo em

sua missatildeo de informar opinar e entreter a sociedade em seu cotidiano

A televisatildeo nos dias contemporacircneos pode transmitir ao puacuteblico muito

mais do que o fazia quando foi criada A novidade surgiu em 1923 nos Estados

Unidos e se tornou conhecida no Brasil nos anos 50 De iniacutecio apenas uma

finiacutessima parcela da populaccedilatildeo tinha acesso ao produto e tempos depois

transformou-se num poderoso meio de comunicaccedilatildeo em massa

Para fazer o telejornalismo eacute necessaacuterio uma equipe formada de repoacuterter

cinegrafista redator fotoacutegrafo editor teacutecnicos de som de iluminaccedilatildeo e de

montagens

Diante do exposto natildeo resta duacutevidas de que o repoacuterter cinematograacutefico eacute

antes de qualquer coisa jornalista como os outros Ele deve saber preparar a sua

reportagem efetuaacute-la escrever o seu comentaacuterio sobre imagens

Se eacute certo que ele substitui a esferograacutefica pela cacircmera de filmar tambeacutem

eacute verdade que por meio dela ele escreve uma histoacuteria A diferenccedila eacute que substitui

as palavras pelas imagens que seus olhos treinados conseguem captar

38

Em muitas situaccedilotildees o repoacuterter cinematograacutefico acumula as funccedilotildees dos

teacutecnicos de iluminaccedilatildeo som e montagem trabalhando somente com o jornalista

redator E eacute com base nas imagens captadas que os jornalistas produzem seus

textos

Muitas vezes os cinegrafistas produzem imagens tatildeo impressionantes

que eacute difiacutecil para o jornalista descrevecirc-las com palavras podendo surgir eventuais

conflitos entre os dois

Neste contexto a presente monografia procurou enfocar a importacircncia

deste profissional que para ser reconhecido por seus pares e tambeacutem para ter

oportunidade de aumentar seus conhecimentos e aperfeiccediloar suas teacutecnicas

necessita que seja inserida uma cadeira sobre sua aacuterea nos cursos de graduaccedilatildeo

de jornalismo

Para serem admitidos como jornalistas pelas televisotildees profissionais

exige-se formaccedilatildeo acadecircmica em jornalismo Haacute aqui um paradoxo visto que a

profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico tem sua funccedilatildeo regulamentada pelo Decreto

Lei n 83284 de 13 marccedilo de 1969 que atribui normas para o exerciacutecio da profissatildeo

de jornalista e segundo o qual o repoacuterter cinematograacutefico estaacute inserido como

jornalista que capta imagens para fins jornaliacutesticos

Note-se que a partir do momento em que os cursos de jornalismo

incluiacuterem uma cadeira voltada para a reportagem cinematograacutefica todos os que se

formarem no curso e optarem por esse caminho notadamente seratildeo reconhecidos

como jornalistas

39

Haacute que se considerar a questatildeo dos antigos profissionais da aacuterea

aqueles que conhecem tudo sobre a profissatildeo e conforme dito no decorrer da

presente costumam ensinar os receacutem-formados no iniacutecio de suas carreiras

Eacute injusta a falta de reconhecimento desses profissionais

Tal situaccedilatildeo demonstra que o preconceito em relaccedilatildeo a eles faz parte de

uma cultura arraigada entre os proacuteprios colegas de profissatildeo e que acaba se

estendendo pelos bancos acadecircmicos e que precisa ser trabalhada desmistificada

pois natildeo tem razatildeo de existir

40

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documentaccedilatildeo elaboraccedilatildeo Rio de Janeiro 2002

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ANEXO I ndash DECRETO Nordm 83284 DE 13 DE MARCcedilO DE 1979

PROFISSAtildeO DE JORNALISTA

Daacute nova regulamentaccedilatildeo ao Decreto-lei nordm 972 de 17 de outubro de 1969 que dispotildee sobre o exerciacutecio da profissatildeo de Jornalista em decorrecircncia das alteraccedilotildees introduzidas pela Lei nordm 6612 de 7 de dezembro de 1978

O Presidente da Repuacuteblica usando da atribuiccedilatildeo que lhe confere o art 81 item

III da Constituiccedilatildeo decreta

Art 1ordm Eacute livre em todo territoacuterio nacional o exerciacutecio da profissatildeo de Jornalista aos que satisfazerem as condiccedilotildees estabelecidas neste Decreto

Art 2ordm A profissatildeo de Jornalista compreende privativamente o exerciacutecio habitual e remunerado de qualquer das seguintes atividades

I - redaccedilatildeo condensaccedilatildeo titulaccedilatildeo interpretaccedilatildeo correccedilatildeo ou coordenaccedilatildeo de mateacuteria a ser divulgada contenha ou natildeo comentaacuterio

II - comentaacuterio ou crocircnica pelo raacutedio ou pela televisatildeo III - entrevista inqueacuterito ou reportagem escrita ou falada IV - planejamento organizaccedilatildeo direccedilatildeo e eventual execuccedilatildeo de serviccedilos

teacutecnicos de Jornalismo como os de arquivo ilustraccedilatildeo ou distribuiccedilatildeo graacutefica de mateacuteria a ser divulgada

V - planejamento organizaccedilatildeo e administraccedilatildeo teacutecnica dos serviccedilos de que trata a aliacutenea ldquoardquo

VI - ensino de teacutecnicas de Jornalismo VII - coleta de notiacutecias ou informaccedilotildees e seu preparo para divulgaccedilatildeo VIII - revisatildeo de originais de mateacuteria jornaliacutestica com vistas agrave correccedilatildeo

redacional e agrave adequaccedilatildeo da linguagem XIX - organizaccedilatildeo e conservaccedilatildeo de arquivo jornaliacutestico e pesquisa dos

respectivos dados para a elaboraccedilatildeo de notiacutecias X - execuccedilatildeo de distribuiccedilatildeo graacutefica de texto fotografia ou ilustraccedilatildeo de

caraacuteter jornaliacutestico para fins de divulgaccedilatildeo XI - execuccedilatildeo de desenhos artiacutesticos ou teacutecnicos de caraacuteter jornaliacutestico para

fins de divulgaccedilatildeo Art 3ordm Considera-se empresa jornaliacutestica para os efeitos deste Decreto-lei

aquela que tenha como atividade a ediccedilatildeo de jornal ou revista ou a distribuiccedilatildeo de noticiaacuterio com funcionamento efetivo idoneidade financeira e registro legal

sect 1ordm Equipara-se agrave empresa jornaliacutestica a seccedilatildeo ou serviccedilo de empresa de radiofusatildeo televisatildeo ou divulgaccedilatildeo cinematograacutefica ou de agecircncia de publicidade onde sejam exercidas as atividades previstas no artigo 2ordm0

sect 2ordm A entidade puacuteblica ou privada natildeo jornaliacutestica sob cuja responsabilidade se editar publicaccedilatildeo destinada a circulaccedilatildeo externa estaacute obrigada ao cumprimento deste decreto relativamente aos jornalistas que contratar

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Art 4ordm O exerciacutecio da profissatildeo de jornalista requer preacutevio registro no oacutergatildeo regional do Ministeacuterio do Trabalho que se faraacute mediante a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash diploma de curso de niacutevel superior de Jornalismo ou de Comunicaccedilatildeo Social habilitaccedilatildeo Jornalismo fornecido por estabelecimento de ensino reconhecido na forma da lei para as funccedilotildees relacionadas nos itens I a IV do artigo 11

IV ndash Carteira de Trabalho e Previdecircncia Social

Paraacutegrafo uacutenico ndash Aos profissionais registrados exclusivamente para o exerciacutecio das funccedilotildees relacionadas nos itens VII a XI do artigo 11 eacute vedado o exerciacutecio das funccedilotildees constantes nos itens I a VII do mesmo artigo

Art 5ordm O Ministeacuterio do Trabalho concederaacute desde que satisfeitas as exigecircncias constantes neste Decreto registro especial ao

I ndash colaborador assim entendido aquele que mediante remuneraccedilatildeo e sem relaccedilatildeo de emprego produz trabalho de natureza teacutecnica cientiacutefica ou cultural relacionando com a sua especializaccedilatildeo para ser divulgado com o nome e qualificaccedilatildeo do autor

II ndash funcionaacuterio puacuteblico titular de cargo cujas atribuiccedilotildees legais coincidam com as mencionadas no artigo 2ordm

III ndash provisionado

Paraacutegrafo uacutenico ndash O registro de que tratam os itens I e II deste artigo natildeo implica o reconhecimento de quaisquer direitos que decorram da condiccedilatildeo de empregado nem no caso do item II dos resultantes do exerciacutecio privado e autocircnomo da profissatildeo

Art 6ordm Para o registro especial de colaborador eacute necessaacuteria a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash declaraccedilatildeo de empresa jornaliacutestica ou que a ela seja equiparada informando do seu interesse pelo registro de colaborador do candidato onde conste a sua especializaccedilatildeo remuneraccedilatildeo contratada e pseudocircnimo se houver

Art 7ordm Para o registro especial de funcionaacuterio puacuteblico titular de cargo cujas atribuiccedilotildees legais coincidam com as mencionadas no artigo 2ordm eacute necessaacuterio a apresentaccedilatildeo de ato de nomeaccedilatildeo ou contrataccedilatildeo para cargo ou emprego com aquelas atribuiccedilotildees aleacutem do cumprimento do que estabelece o artigo 4ordm

Art 8ordm Para o registro especial de provisionado eacute necessaacuterio a apresentaccedilatildeo de

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I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash declaraccedilatildeo fornecida pela empresa jornaliacutestica ou que a ela seja equiparada na qual conste a funccedilatildeo a ser exercida e o salaacuterio correspondente

IV ndash diploma de curso de niacutevel superior ou certificado de ensino de 2ordm grau fornecido por estabelecimento de ensino reconhecido na forma da lei para as funccedilotildees relacionadas nos itens I a VII do artigo 11

V ndash declaraccedilatildeo fornecida pela entidade sindical representativa da categoria profissional com base territorial abrangendo o municiacutepio no qual o provisionado iraacute desempenhar suas funccedilotildees de que natildeo haacute jornalista associado do Sindicato domiciliado naquele municiacutepio disponiacutevel da contrataccedilatildeo

VI ndash Carteira de Trabalho e Previdecircncia Social

sect 1ordm A declaraccedilatildeo de que trata o item V deveraacute ser fornecida pelo Sindicato ao interessado no prazo de 3 dias uacuteteis

sect 2ordm Caso exista profissional domiciliado no municiacutepio disponiacutevel para contrataccedilatildeo o Sindicato comunicaraacute tal fato ao Ministeacuterio do Trabalho no mesmo prazo de 3 dias a contar do pedido de fornecimento da declaraccedilatildeo de que trata o item V

sect 3ordm Caso o Sindicato natildeo forneccedila a declaraccedilatildeo de que trata o item V no prazo mencionado no sect 1ordm o interessado poderaacute instruir seu pedido de registro com o protocolo de apresentaccedilatildeo do requerimento ao Sindicato

sect 4ordm Na hipoacutetese prevista no paraacutegrafo anterior o Ministeacuterio do Trabalho concederaacute ao Sindicato prazo natildeo superior a 3 dias para se manifestar sobre o fornecimento da declaraccedilatildeo caso natildeo tenha ocorrido o fato constante no sect 2ordm

sect 5ordm O registro especial de provisionado teraacute caraacuteter temporaacuterio com duraccedilatildeo maacutexima de trecircs anos renovaacutevel somente com a apresentaccedilatildeo de toda a documentaccedilatildeo prevista neste artigo

Art 9ordm Seraacute efetuado no Ministeacuterio do Trabalho registro dos diretores de empresas jornaliacutesticas que natildeo sendo jornalistas respondem pelas respectivas publicaccedilotildees para o que eacute necessaacuterio a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash prova de registro civil ou comercial da empresa jornaliacutestica com o inteiro teor do seu ato constitutivo

IV ndash prova de depoacutesito do tiacutetulo da publicaccedilatildeo ou da agecircncia de notiacutecias no oacutergatildeo competente do Ministeacuterio da Induacutestria e do Comeacutercio

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V ndash 30 exemplares do jornal ou 12 exemplares da revista ou 30 recortes ou coacutepias de noticiaacuterio com datas diferentes de sua divulgaccedilatildeo

sect 1ordm Tratando-se de empresa nova o Ministeacuterio do Trabalho efetuaraacute registro provisoacuterio com validade por 2 anos tornando-se definitivo apoacutes a comprovaccedilatildeo constante do item V deste artigo

sect 2ordm Natildeo seraacute admitida renovaccedilatildeo ou prorrogaccedilatildeo do prazo de validade do registro provisoacuterio previsto no paraacutegrafo anterior

Art 10ordm Seraacute efetuado no Ministeacuterio do Trabalho registro especial do diretor de empresa natildeo jornaliacutestica sob cuja responsabilidade se editar publicaccedilatildeo destinada agrave circulaccedilatildeo externa ou interna para o que se exigiraacute a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash prova de depoacutesito do tiacutetulo da publicaccedilatildeo no oacutergatildeo competente do Ministeacuterio da Induacutestria e do Comeacutercio

Art 11 ndash As funccedilotildees desempenhadas pelos jornalistas como empregados seratildeo assim classificadas

I - Redator aquele que aleacutem das incumbecircncias de redaccedilatildeo comum tem o encargo de redigir editoriais crocircnicas ou comentaacuterios

II - Noticiarista aquele que tem o encargo de redigir mateacuterias de caraacuteter informativo desprovidas de apreciaccedilotildees ou comentaacuterios preparando-as ou redigindo-as para a divulgaccedilatildeo

III - Repoacuterter aquele que cumpre a determinaccedilatildeo de colher notiacutecias ou informaccedilotildees preparando-as para divulgaccedilatildeo

IV - Repoacuterter de setor aquele que tem o encargo de colher notiacutecias ou informaccedilotildees sobre assuntos predeterminados preparando-as ou redigindo-as para divulgaccedilatildeo

V - Raacutedio-repoacuterter aquele a quem cabe a difusatildeo oral de acontecimento ou entrevista pelo raacutedio ou pela televisatildeo no instante ou no local em que ocorram assim como o comentaacuterio ou crocircnica pelos mesmos veiacuteculos

VI - Arquivista-pesquisador aquele que tem a incumbecircncia de organizar e conservar cultural e tecnicamente o arquivo redatorial procedendo agrave pesquisa dos respectivos dados para a elaboraccedilatildeo de notiacutecias

VII - Revisor aquele que tem o encargo de rever as provas tipograacuteficas de mateacuteria jornaliacutestica

VIII - Ilustrador aquele que tem a seu cargo criar ou executar desenhos artiacutesticos ou teacutecnicos de caraacuteter jornaliacutestico

XIX - Repoacuterter-fotograacutefico aquele a quem cabe registrar fotograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico

X - Repoacuterter-cinematograacutefico aquele a quem cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico

XI - Diagramador aquele a quem compete planejar e executar a distribuiccedilatildeo graacutefica de mateacuterias fotografias ou ilustraccedilotildees de caraacuteter jornaliacutestico para fins de publicaccedilatildeo

Paraacutegrafo uacutenico ndash Os Sindicatos seratildeo ouvidos sobre o exato enquadramento de cada profissional

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Art 12ordm Seratildeo privativas de jornalista as funccedilotildees pertinentes agraves atividades

descritas no artigo 2ordm tais como Editor Secretaacuterio Subsecretaacuterio Chefe de reportagem e Chefe de Revisatildeo

Art 13ordm Natildeo haveraacute incompatibilidade entre o exerciacutecio da profissatildeo de Jornalista e o de qualquer outra funccedilatildeo remunerada ainda que puacuteblica respeitadas a proibiccedilatildeo de acumular cargos e as demais restriccedilotildees de lei

Art 14ordm Seraacute passiacutevel de trancamento o registro profissional do jornalista que sem motivo legal deixar de exercer a profissatildeo por mais de 2 anos

sect 1ordm Natildeo incide na cominaccedilatildeo deste artigo o afastamento decorrente de a) suspensatildeo ou interrupccedilatildeo do contrato de trabalho b) aposentadoria como jornalista c) viagem ou bolsa de estudo para aperfeiccediloamento profissional d) desemprego apurado na forma da Lei nordm 4923 de 23 de dezembro de

1965

sect 2ordm O trancamento seraacute da competecircncia do oacutergatildeo regional do Ministeacuterio do Trabalho de ofiacutecio ou requerimento da entidade sindical representativa da categoria profissional cabendo a esta fazer publicar em oacutergatildeo oficial por trecircs vezes consecutivas e dentro de um interstiacutecio de dois anos a relaccedilatildeo dos jornalistas cujos registros pretende trancar

sect 3ordm Os oacutergatildeos do Ministeacuterio do Trabalho prestaratildeo aos sindicatos representativos da categoria profissional as informaccedilotildees que lhes forem solicitadas especialmente quanto ao registro de admissotildees e dispensas nas empresas jornaliacutesticas realizando as inspeccedilotildees que se tornarem necessaacuterias para a verificaccedilatildeo do exerciacutecio da profissatildeo de jornalista

sect 4ordm O exerciacutecio da atividade em empresa natildeo jornaliacutestica mencionada no artigo 3ordm sect 2ordm natildeo constituiraacute prova suficiente de permanecircncia na profissatildeo se a publicaccedilatildeo e seu responsaacutevel natildeo tiverem registro nos termos deste Decreto

sect 5ordm O registro trancado suspende a titularidade e o exerciacutecio das prerrogativas profissionais mas pode ser revalidado mediante apresentaccedilatildeo dos documentos mencionados nos itens II e III do artigo 4ordm

Art 15ordm O salaacuterio de jornalista natildeo poderaacute ser reajustado nos contratos individuais de trabalho para a jornada normal de 5 horas em base inferior agrave do salaacuterio estipulado para a respectiva funccedilatildeo em acordo ou convenccedilatildeo coletiva de trabalho ou sentenccedila normativa das Justiccedila do Trabalho

Paraacutegrafo uacutenico ndash Em negociaccedilatildeo ou dissiacutedio coletivo poderatildeo os Sindicatos de Jornalistas reclamar o estabelecimento de criteacuterio de remuneraccedilatildeo adicional pela divulgaccedilatildeo de trabalho produzido por jornalistas em mais de um veiacuteculo de comunicaccedilatildeo coletiva

Art 16ordm A admissatildeo de provisionado para exercer funccedilotildees relacionadas nos itens I a VII do artigo 11 seraacute permitida nos municiacutepios onde natildeo existia curso de Jornalismo reconhecido na forma de lei e comprovadamente natildeo haja jornalista domiciliado associado do sindicato representativo da categoria profissional disponiacutevel para contrataccedilatildeo

Paraacutegrafo uacutenico ndash O provisionado nos termos deste artigo poderaacute exercer suas atividades somente no municiacutepio para o qual foi registrado

Art 17ordm Os atuais portadores de registro especial de provisionado poderatildeo exercer suas atividades no Estado onde foram contratados

Art 18 ndash A fiscalizaccedilatildeo do cumprimento dos dispositivos deste Decreto se faraacute na forma do artigo 626 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho sendo aplicaacutevel aos

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infratores multa variaacutevel de 1 a 10 vezes o maior valor de referecircncia fixado de acordo com o artigo 2ordm paraacutegrafo uacutenico da Lei nordm 6205 de 29 de abril de 1975

Paraacutegrafo uacutenico ndash Aos sindicatos representativos da categoria profissional incumbe representar agraves autoridades competentes acerca do exerciacutecio irregular da profissatildeo de Jornalista

Art 19ordm Constitui fraude a prestaccedilatildeo de serviccedilos profissionais gratuitos ou com pagamentos simboacutelicos sob pretexto de estaacutegio bolsa de complementaccedilatildeo convecircnio ou qualquer outra modalidade em desrespeito agrave legislaccedilatildeo trabalhista e a este regulamento

Art 20ordm O disposto neste Decreto natildeo impede a conclusatildeo dos estaacutegios comprovadamente iniciados antes da vigecircncia da Lei nordm 6612 de 7 de dezembro de 1978 os quais entretanto natildeo conferiratildeo por si soacutes direito ao registro profissional

Art 21ordm Este Decreto entra em vigor na data da sua publicaccedilatildeo revogadas as disposiccedilotildees em contraacuterio especialmente os Decretos nordms 65912 de 19 de dezembro de 1969 e 68629 de 18 de maio de 1971

Brasiacutelia 13 de marccedilo de 1979 158ordm da Independecircncia e 91ordm da Repuacuteblica (DO de 13-3-79)

Ernesto Geisel Arnaldo Prieto

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ANEXO II ndash ACOacuteRDAtildeO TST-AIRR-6182001-751-04-401

Acoacuterdatildeo Inteiro Teor NUacuteMERO UacuteNICO PROC AIRR - 6182001-751-04-40 PUBLICACcedilAtildeO DJ - 10022006 Andamento do Processo

PROC Nordm TST-AIRR-6182001-751-04-401 C A C Oacute R D Atilde O 1ordf Turma EMPMs REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO CARACTERIZACcedilAtildeO INDEPENDEcircNCIA NO EXERCIacuteCIO DE SUAS ATIVIDADES REGISTROS DE ASSUNTOS E TEMAacuteTICAS DE INTERESSES JORNALIacuteSTICOS 1 Segundo o Tribunal Regional do Trabalho o Reclamante no exerciacutecio de suas atividades aleacutem de ter acompanhado o repoacuterter entrevistador na produccedilatildeo de mateacuterias fato que por si soacute natildeo lhe retira a condiccedilatildeo de jornalista - e tambeacutem de acordo com depoimentos testemunhais saiacutea agrave rua com a pauta que lhe era dirigida para sozinho produzir as mateacuterias solicitadas pelo empregador o que de acordo com o teor dos dispositivos tidos por vulnerados permite concluir o exerciacutecio da profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico e natildeo simplesmente de operador de cacircmera visto que ao sair agraves ruas para a produccedilatildeo de mateacuterias cumpria seu ofiacutecio obviamente mediante registros de fatos e (ou) assuntos de interesses notadamente jornaliacutestico considerando para tanto a proacutepria natureza da atividade empresarial exercida pela empregadora Inviaacutevel portanto a admissibilidade do recurso de revista em razatildeo da impossibilidade de exame da alegaccedilatildeo de afronta ao Decreto nordm 8413479 visto tratar-se de hipoacutetese natildeo contemplada na letra c do artigo 896 da CLT Por outro lado por violaccedilatildeo dos artigos 2ordm da Lei nordm 661578 e 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 tambeacutem natildeo logra ecircxito a Agravante no intuito de ver autorizado o processamento do recurso de revista No primeiro dispositivo apenas dispotildee-se que o radialista eacute o empregado de radiodifusatildeo exercente de atividades voltadas agrave administraccedilatildeo produccedilatildeo ou teacutecnica No segundo definem-se as profissotildees de repoacuterter e repoacuterter cinematograacutefico salientando-se que a esse uacuteltimo cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico hipoacutetese identificada pelo Regional 2 Agravo de instrumento a que se nega provimento Vistos relatados e discutidos estes autos do Agravo de Instrumento em Recurso de Revista nordm TST-AIRR-6182001-751-04-401 em que eacute Agravante RBS TV SANTA ROSA LTDA e Agravado CLOacuteVIS SANTACATARINA A Reclamada interpotildee agravo de instrumento ao despacho de fls 113-115 mediante o qual foi denegado seguimento ao recurso de revista sob o fundamento de que a decisatildeo decorreu da aplicaccedilatildeo das normas pertinentes uma vez que da situaccedilatildeo faacutetica delineada nos autos natildeo haacute como se extrair ofensa ao artigo 2ordm da Lei nordm 661578 na forma do artigo 896 c da CLT Contraminuta agraves fls 122-124 Natildeo houve remessa dos autos agrave Procuradoria Geral do Trabalho em face da orientaccedilatildeo emanada da Resoluccedilatildeo Administrativa nordm 322 atualmente retratada no artigo 82 do Regimento Interno do Tribunal Superior do

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Trabalho Eacute o relatoacuterio V O T O I CONHECIMENTO Conheccedilo do agravo de instrumento porque regular e tempestivo II MEacuteRITO O Tribunal Regional ao apreciar o recurso ordinaacuterio interposto pela Reclamada no tocante ao reconhecimento da condiccedilatildeo de jornalista ao Reclamante pela Vara do Trabalho decidiu O MM Juiacutezo de primeiro grau acolheu as alegaccedilotildees do reclamante de exerciacutecio de profissatildeo jornaliacutestica de repoacuterter cinematograacutefico condenando a reclamada a pagar diferenccedilas salariais e reflexos Contra esta decisatildeo volta-se a reacute sustentando que o reclamante era operador de cacircmera funccedilatildeo capitulada na profissatildeo de radialista A recorrente tem razatildeo parcialmente Tomando-se a hipoacutetese de confirmar a sentenccedila enquanto reconhece ter o reclamante exercido a funccedilatildeo de repoacuterter cinematograacutefico em todo o contrato existe um marco temporal e juriacutedico que deve ser considerado A funccedilatildeo de repoacuterter cinematograacutefico eacute exclusiva da profissatildeo de jornalista Eacute uma atividade que estaacute reservada aos jornalistas formados assim como estabelecido no DL 97269 O reclamante natildeo demonstra a partir de quando conquistou a diplomaccedilatildeo como jornalista devendo-se considerar apenas pelo que oferecem os autos a data de 16 de junho de 1998 dia em que o reclamante foi registrado no Ministeacuterio do Trabalho como jornalista profissional na funccedilatildeo especiacutefica de repoacuterter cinematograacutefico Considerando que o Ministeacuterio do Trabalho natildeo pode registrar jornalistas natildeo diplomados exceccedilatildeo feita aos provisionados tem-se que o reclamante adquiriu esta condiccedilatildeo nesse dia Antes embora pudesse fazer ou fizesse atividades privativas de jornalistas natildeo pode ser considerado juridicamente como tal Assim em qualquer hipoacutetese de manutenccedilatildeo do reconhecimento da funccedilatildeo de jornaliacutestica esta deve gerar os efeitos pleiteados somente a partir de 16 de junho de 1998 Jaacute quanto a ter exercido ou natildeo funccedilatildeo jornaliacutestica a conclusatildeo eacute de manutenccedilatildeo da sentenccedila Natildeo eacute o fato de estar acompanhado por repoacuterter entrevistador que o cinegrafista perde a condiccedilatildeo de jornalista Trata-se de uma equipe de profissionais jornalistas Um exemplo que melhor ilustra o descabimento da distinccedilatildeo que pretende fazer o apelo eacute a situaccedilatildeo dos fotoacutegrafos ou repoacuterteres fotograacuteficos O fotoacutegrafo sai com a pauta junto com o repoacuterter (ou natildeo e isto tambeacutem acontecia com o reclamante como o reconhecem as testemunhas inclusive trazidas pela reclamada) e enquanto o repoacuterter investiga os dados necessaacuterios para a mateacuteria o fotoacutegrafo registra as cenas mas nem por isto eacute rebaixado da condiccedilatildeo de jornalista para dir- se-ia operador de cacircmera fotograacutefica O que se pode discutir seria o interesse jornaliacutestico das mateacuterias cobertas pelo jornalista reclamante Com efeito os comerciais produzidos e gravados pelo autor natildeo tecircm esse interesse e os eventos promocionais da reclamada recebem dela mesma uma atribuiccedilatildeo desse interesse embora natildeo o tenha imediata e objetivamente mas para efeitos do trabalho executado pelo reclamante deve ser considerado um trabalho jornaliacutestico Foi correta a decisatildeo natildeo merecendo qualquer reparo a natildeo ser o juriacutedico-temporal jaacute mencionado Nesta perspectiva o provimento do recurso eacute parcial (fls 97-99) Ao interpor o recurso de revista a Empresa alegou que o Reclamante na condiccedilatildeo de operador de cacircmera e operador de cacircmera de unidade portaacutetil externa acompanhando o repoacuterter como reconheceu o Regional natildeo pode ser

53

enquadrado como jornalista porquanto ao repoacuterter eacute dado cumprir a determinaccedilatildeo de coletar notiacutecias ou informaccedilotildees e elaboraacute-las a fim de viabilizar posterior divulgaccedilatildeo e ao repoacuterter-cinematograacutefico cabe registrar cinematograficamente fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico razatildeo pela qual entende que a atividade do Reclamante eacute proacutepria de radialista categoria agrave qual pertencia Acrescenta que o artigo 2ordm da Lei nordm 661578 estabelece considera-se radialista o empregado de Radiodifusatildeo que exerccedila uma das funccedilotildees em que se desdobram as atividades mencionadas no artigo 4ordm ou seja operador de cacircmara e operador de cacircmara de unidade portaacutetil externa cuja regulamentaccedilatildeo profissional consta do Decreto nordm 8413479 e as atribuiccedilotildees do Quadro Anexo do mesmo decreto item II letra c nordm 3 com a seguinte redaccedilatildeo encarrega-se da gravaccedilatildeo de mateacuteria distribuiacuteda pelo Supervisor de Operaccedilotildees planifica e orienta o entrevistador repoacuterter e iluminador no que se refere aos aspectos teacutecnicos de seu trabalho suas atividades envolvem tanto a gravaccedilatildeo como a geraccedilatildeo de som e imagem atraveacutes de equipamentos eletrocircnico portaacutetil de TV Fundamenta o apelo em violaccedilatildeo dos artigos 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 2ordm da Lei nordm 661578 e do Decreto nordm 8413479 e Quadro Anexo do mesmo decreto item II letra c nordm 3 Inicialmente deve-se registrar a impossibilidade de exame da alegaccedilatildeo de afronta ao Decreto nordm 8413479 visto tratar-se de hipoacutetese natildeo contemplada na letra c do artigo 896 da CLT No tocante agrave ofensa aos artigos 2ordm da Lei nordm 661578 e 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 tambeacutem natildeo logra ecircxito a Agravante no intuito de ver autorizado o processamento do recurso de revista No primeiro dispositivo apenas dispotildee-se que o radialista eacute o empregado de radiodifusatildeo exercente de atividades voltadas agrave administraccedilatildeo produccedilatildeo ou teacutecnica No segundo definem-se as profissotildees de repoacuterter e repoacuterter cinematograacutefico salientando-se que a esse uacuteltimo cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico Ora dos termos da decisatildeo impugnada via recurso de revista nada haacute que conflite com tais dispositivos legais Afinal segundo o Tribunal Regional do Trabalho o Reclamante no exerciacutecio de suas atividades aleacutem de ter acompanhado o repoacuterter entrevistador na produccedilatildeo de mateacuterias fato que por si soacute natildeo lhe retira a condiccedilatildeo de jornalista - tambeacutem de acordo com depoimentos testemunhais saiacutea agrave rua com a pauta que lhe era dirigida para sozinho produzir as mateacuterias solicitadas pelo empregador o que de acordo com o teor dos dispositivos tidos por vulnerados permite concluir pelo exerciacutecio da profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico e natildeo simplesmente de operador de cacircmera visto que ao sair agraves ruas para a produccedilatildeo de mateacuterias cumpria seu ofiacutecio obviamente mediante registros de fatos e (ou) assuntos de interesses notadamente jornaliacutestico considerando para tanto a proacutepria natureza da atividade empresarial exercida pela empregadora Por esses fundamentos nego provimento ao agravo de instrumento ISTO POSTO ACORDAM os Ministros da Primeira Turma do Tribunal Superior do Trabalho por unanimidade negar provimento ao agravo de instrumento Brasiacutelia 9 de novembro de 2005 EMMANOEL PEREIRA Ministro Relator

NIA 3981288

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Mais tarde em 1977 a Globo Satildeo Paulo estreou um jornal de serviccedilo o

ldquoBom Dia Satildeo Paulordquo que permanece no ar nos dias atuais de segunda a sexta agraves

7h da manhatilde Vale destacar as novas tecnologias introduzidas como a UPJ

(Unidade Portaacutetil de Jornalismo) com repoacuterteres entrando ao vivo de vaacuterios pontos

da cidade transmitindo informaccedilotildees de serviccedilo como tempo tracircnsito movimentaccedilatildeo

da cidade aeroporto etc O sucesso foi tatildeo grande que em 1983 foi lanccedilado em rede

nacional o ldquoBom Dia Brasilrdquo que desde entatildeo vai ao ar logo apoacutes o ldquoBom Diardquo de

cada praccedila com o noticiaacuterio poliacutetico gerado em Brasiacutelia

Em 1988 foi lanccedilado o ldquoTJ Brasilrdquo pelo Sistema Brasileiro de Televisatildeo-

SBT tambeacutem inspirado no formato americano ao inovar com a emblemaacutetica figura

do acircncora Boris Casoy que saiu do jornal impresso e logo se acertou com a TV

conquistando seu espaccedilo e seu puacuteblico Em meados de 1997 Casoy assinou

contrato com a TV Record

Conforme Squirra (1994) em palestra realizada no II Congresso Brasileiro

de Jornalismo de Liacutengua Portuguecircs

ldquoO modelo ancorado com Boris Casoy foi colocado no ar em 1988 e desde o primeiro momento levou agraves residecircncias brasileiras um formato novo com um padratildeo de qualidade esteacutetica que definitivamente fugia daquele global que adotava cegamente as premissas de juventude e beleza para seus apresentadores de telejornais Que natildeo satildeo jornalistas por formaccedilatildeo profissional Boris Casoy neste particular tambeacutem representa um novo paradigma Aleacutem de ser jornalista sua identidade popular - tinha se tornado amplamente conhecido na TV a partir dos primeiros debates poliacuteticos como representante de um jornal impresso a Folha de SPaulo - seu carisma -soube explorar uma imagem segura independente e madura- e independecircncia televisivos -natildeo representava uma emissora de TV- propiciaram que ele viesse a ter respaldo para implantar um modelo ineacutedito no telejornalismo do paiacutes E trouxe aos lares um produto hiacutebrido na missatildeo de ancorar um telejornal a emissatildeo clara de opiniatildeo no ar ()rdquo

16

No periacuteodo compreendido entre 1992 e 1993 o jornal de Boris Casoy

superou em audiecircncia o Jornal Nacional da Rede Globo de forma que 594 do

puacuteblico ABC estavam com o TJ Brasil

Tambeacutem integra a histoacuteria do telejornalismo no Brasil o ldquoJornal da Bandrdquo

exibido pela TV Bandeirantes desde 1997 igualmente influenciado pelos costumes

americanos apresentado inicialmente por Paulo Henrique Amorim com um estilo

forte e opinativo com informaccedilotildees exclusivas e ao vivo Atualmente esse telejornal

tem como acircncora o jornalista Carlos Nascimento (Mundo da TV sd)

Uma pesquisa realizada pelo Ibope em 1980 demonstrou que o

telejornalismo eacute a mais importante e acessiacutevel fonte de informaccedilatildeo da populaccedilatildeo

onde 73 do puacuteblico pesquisado tinham acesso agrave televisatildeo Os telejornais foram

identificados como o tipo de programa preferido por 874 dos homens e o segundo

preferido de 713 das mulheres Conforme mateacuteria publicada pela revista Exame

em agosto de 2002 a TV eacute hoje o uacutenico meio de informaccedilatildeo e entretenimento para

40 da populaccedilatildeo (GUROVITZ 2002 p 46-58)

17

12 PROGRAMAS JORNALIacuteSTICOS NAS DIVERSAS EMISSORAS DE

TV

A seguir seratildeo listados os principais telejornais que foram ao ar pelas

diversas emissoras de televisatildeo do paiacutes

121 Rede Tupi

A partir de 1951 a Rede Tupi (19501980) exibia ldquoDiaacuterio de Satildeo Paulo na

TVrdquo ldquoEdiccedilatildeo Extrardquo e ldquoTelejornal Brahmardquo

Em 1952 apresentava o ldquoRepoacuterter Essordquo o ldquoTelejornal Tupirdquo e

ldquoTelenotiacutecias Panairrdquo

Em 1965 estreou ldquoUltra Notiacuteciasrdquo

Em 1979 um de seus uacuteltimos programas foi o ldquoAqui e Agorardquo com 6

horas de duraccedilatildeo e direccedilatildeo de Wilton Franco extinto no ano seguinte pelo governo

122 Rede Excelsior

A Rede Excelsior (19601964) estreou em 1960 o ldquoTele Notiacuteciasrdquo e em

1963 ldquoA Marcha do Mundordquo e o ldquoJornal da Vanguardardquo

123 TV Record

A TV Record (1953) inseriu em sua programaccedilatildeo na aacuterea de

telejornalismo diversos programas valendo destacar

- ldquoTempo de Notiacuteciasrdquo (1972)

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- ldquoCidade Alertardquo (1995)

- ldquoFala Brasil (1998)

- ldquoEdiccedilatildeo de Notiacuteciasrdquo (2003)

- ldquoTudo a Verrdquo (2004)

- ldquoRecord RJrdquo ldquoRecord SPrdquo e ldquoRio de Janeiro no Arrdquo (2005)

124 TV Cultura

Dentre os programas de telejornais introduzidos pela TV Cultura (1969)

vale destacar

- ldquoA Hora da Notiacuteciardquo (1972)

- ldquoConversa Afiadardquo (1999)

- ldquoMateacuteria Puacuteblicardquo (2002)

- ldquoBoletim Culturardquo e ldquoPrimeira Paacuteginardquo (2005)

125 TV Globo

No ar desde 1968 a TV Globo editou inuacutemeros programas

telejornaliacutesticos com destaque para

- ldquoTele Globordquo (1965)

- ldquoUltranotiacuteciasrdquo (1966)

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- ldquoJornal da Globordquo (1967)

- ldquoJornal Nacionalrdquo (1969)

- ldquoJornal Hojerdquo (1971)

- ldquoBom dia Satildeo Paulordquo (1977)

- ldquoJornal da Globordquo (1979)

- ldquoSPTVrdquo ldquoRJTVrdquo ldquoBom dia Brasilrdquo (1983)

- ldquoGlobo Notiacuteciardquo (2005)

126 TV Bandeirantes

Pela TV Bandeirantes no ar desde 1967 vale destacar os seguintes

telejornais

- ldquoTitulares da Notiacuteciardquo (1969)

- ldquoBand News na Bandrdquo e ldquoBrasil Urgenterdquo (2001)

- e ldquoPrimeiro Jornalrdquo (2005)

127 TV Gazeta

Mais recentemente a TV Gazeta (1970) levou ao ar

- o ldquoJornal Gazetardquo o ldquoMercadordquo e ldquoPrimeira Paacuteginasrdquo todos estreados

em 2001

20

- em 2002 introduziu o ldquoJornal Gazeta 2ordf ediccedilatildeordquo e

- em 2003 o ldquoGazeta On-linerdquo

128 SBT

O Sistema Brasileiro de Televisatildeo no ar desde 1981 tem na histoacuteria do

telejornalismo da emissora os seguintes programas

- ldquoNoticentrordquo (1981)

- ldquo24 Horasrdquo (1982)

- ldquoCidade 4rdquo (1986)

- ldquoTJ Brasilrdquo ldquoTJ Noiterdquo e ldquoTJ Satildeo Paulordquo (1988)

- ldquoJornal do SBTrdquo ldquoAqui e Agorardquo (1991)

- ldquoAqui Brasilrdquo (1993) ldquoSBT Notiacuteciasrdquo (1995)

- ldquoJornal do SBTCBS Telenotiacuteciasrdquo (1997)

- ldquoNotiacutecias do Diardquo e ldquoNoticidaderdquo (1998)

- ldquoTJ Manhatilderdquo (2001)

- ldquoSBT Brasilrdquo (2005) dentre outros

21

13 O PERCURSO DO TELEJORNALISMO NOS ANOS 70

Em seu trabalho de dissertaccedilatildeo de mestrado defendido na Escola de

Comunicaccedilotildees e Artes da Universidade de Satildeo Paulo Antonio Reis Jr (2003) nos

mostra que no iniacutecio da deacutecada de 70 o campo cinematograacutefico sofreu dispersatildeo do

grupo de cineastas que integravam o Cinema Novo devido agrave repressatildeo poliacutetica poacutes

Ato Institucional n 5 em 1968 Com a criaccedilatildeo da Embrafilme em 1969 as novas

demandas do mercado cultural assim como o acirramento dos debates esteacuteticos

formou-se um novo quadro de atuaccedilatildeo para os cinegrafistas que se descortinou

com o esfacelamento do Cinema Novo com a expansatildeo da induacutestria cultural do

consumo dos bens simboacutelicos no paiacutes e com o surgimento de novos esquemas de

produccedilatildeo e projetos culturais

Nesse cenaacuterio de cerceamento controle e censura da produccedilatildeo cultural

diversos cineastas vislumbraram a possibilidade de trabalhar em algumas emissoras

de TV e como o telejornalismo foi o programa de maior impacto nesse meio de

comunicaccedilatildeo em massa surgiu assim o nosso repoacuterter cinematograacutefico

Desde sua primeira exibiccedilatildeo em rede nacional em 1ordm de setembro de

1969 o Jornal Nacional da Rede Globo apresentou um formato proacuteprio para

transmitir notiacutecias onde ldquoo telejornal era capaz de abordar no mesmo tom e com a

mesma inconsequumlecircncia notiacutecias banais e outras de extrema importacircncia para o

espectador conferindo um mesmo tratamento a fatos relevantes e irrelevantesrdquo Em

plena eacutepoca de ditadura tal fato revela a cumplicidade dessa emissora para com os

militares apresentando um telejornal com moderna engenharia eletrocircnica e que

adotava a maacutescara do paiacutes ldquoem desenvolvimentordquo do milagre econocircmico

22

propagando imagens de um paiacutes com o povo bonito onde natildeo existia fome miseacuteria

pobreza

Contudo nesse mesmo periacuteodo surgiu a TV Cultura com a programaccedilatildeo

mais voltada para a realidade brasileira e que criou em 1972 o telejornal ldquoA Hora da

Notiacuteciardquo pobre em recursos mas combativo liacuteder de audiecircncia desta emissora

seguia em caminho inverso agraves fantasias institucionais e agrave alienaccedilatildeo dos noticiaacuterios

da eacutepoca

Em 1975 o jornalista Vladimir Herzog assumiu a direccedilatildeo da TV Cultura

apresentando proposta para tornar o telejornalismo em um instrumento de diaacutelogo

com o puacuteblico combatendo a atitude servil diante do governo com uma poliacutetica de

programaccedilatildeo visando objetivos prioritaacuterios relacionados com a realidade do puacuteblico

que pretendia atingir Poreacutem nesse mesmo ano Herzog foi preso interrogado

torturado e morto sucumbindo o projeto de renovaccedilatildeo do telejornalismo na TV

brasileira

Mas em seguida apesar de o Jornal Nacional manter estreita ligaccedilatildeo com

a ditadura surgiu na Rede Globo o Globo Repoacuterter originaacuterio da seacuterio Globo Shell ndash

o uacutenico programa da emissora produzido com material cinematograacutefico e que teve o

meacuterito de fazer passar informaccedilotildees boicotadas pelos demais telejornais ndash

caracterizado por abordar temas polecircmicos e questotildees sociais justamente em um

periacuteodo em que esses assuntos eram proibidos e vetados pela Censura Federal

Esse estilo despojado e independente de fazer documentaacuterios perdurou entre 1976

a 1983

23

2 REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO

21 O PAPEL DO JORNALISTA

Nos dias de hoje o jornalista assim como outros profissionais de

imprensa enfrenta inuacutemeras dificuldades no mercado de trabalho ndash fato que exige

dele atenccedilatildeo para que se mantenha sempre atualizado e se preocupe com a

questatildeo da formaccedilatildeo e da qualificaccedilatildeo

De acordo com a Comissatildeo de Revisatildeo dos Registros de Jornalistas

Profissionais (Portaria MTb n 548 de 140695) todos os jornalistas profissionais do

paiacutes precisam efetuar a revisatildeo do seu Registro Profissional junto ao seu sindicato

para alterar o nuacutemero do Registro anotado na carteira de trabalho Tal procedimento

visa invalidar a grande quantidade de documentos irregulares

Na composiccedilatildeo alfanumeacuterica do novo registro seraacute adotada a sigla de

duas letras do alfabeto que identificam o Estado de origem seguida dos algarismos

a partir de 00001 e mais duas letras que qualificam a natureza da funccedilatildeo na qual o

jornalista foi registrado As letras qualificadoras da natureza da funccedilatildeo para titular

de registro funccedilatildeo de repoacuterter-cinematograacutefico eacute RC Exercer atividades de

jornalista com registro precaacuterio constitui crime de exerciacutecio ilegal da profissatildeo

(Sindicato dos Jornalistas 2006)

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Para ilustrar melhor o papel do jornalismo a seguir iremos elencar as

definiccedilotildees formuladas por diversos profissionais da aacuterea publicadas no site Enfato ndash

Comunicaccedilatildeo Empresarial (2006)

ldquoO jornalista eacute o(a) profissional que faz mais do que apenas reportar o que acontece ele(a) estabelece viacutenculos entre os fatos correntes e passados provocaestimula o raciociacutenio do telespectadorleitorouvinte e procura ainda extrair disso tudo alguma perspectiva que sinalize o futuro Sua atividade eacute ainda mais difiacutecil do que parece eacute indispensaacutevel que este(a) profissional desempenhe sua tarefa com absoluta noccedilatildeo de seus princiacutepios eacuteticos sem se deixar contaminar por influecircncias poliacuteticas ou interesses pessoais Soacute assim seu relato teraacute credibilidade ndash a uacutenica moeda de real valor para quem abraccedilou esta profissatildeo Aliaacutes natildeo eacute agrave toa que a classe de espiacuterito tatildeo nobre seja tatildeo vilipendiada por aqueles que detecircm o controle das empresas de comunicaccedilatildeordquo Claudio Lessa colunista do site Direto da Redaccedilatildeo

ldquoSer jornalista hoje eacute e cada vez seraacute mais permitir ao leitor entender os fatos muito mais do que simplesmente tomar conhecimento deles Durante deacutecadas ser jornalista era correr atraacutes de furo dar informaccedilotildees sobre um fato que era desconhecido de todos Eu acho que hoje o nosso desafio estaacute em permitir que o leitor entenda os fatos pois existe uma avalanche de informaccedilotildeesrdquo Eugecircnio Esber diretor de redaccedilatildeo da revista Amanhatilde (RS)

ldquoO bom jornalista eacute aquele que eacute criativo investigador objetivo estaacute sempre informado mergulha com profundidade nos assuntos e acima de tudo tem a eacutetica como sua religiatildeordquo Fernando Barbosa Lima editor da FBL Criaccedilatildeo e Produccedilatildeo (RJ)

ldquoTenho a impressatildeo de que ser jornalista diante da tamanha complexidade do universo da Comunicaccedilatildeo eacute ter a capacidade de melhor organizar e selecionar a quantidade crescente da informaccedilatildeo defendendo o que haacute de mais essencial primado da verdade Lembro do que dizia Claudio Abramo de que a funccedilatildeo do jornalista eacute buscar a verdade camuflada atraacutes da verdade aparente Acho que essa tarefa eacute o grande diferencial que determinaraacute o sucesso profissionalrdquo Fernando Salerno diretor da Associaccedilatildeo Paulista de Jornais e do diaacuterio Valeparaibano (SP)

ldquoSer jornalista hoje eacute o mesmo que ontem e presumo o mesmo que amanhatilde O jornalista tem a funccedilatildeo de informar mais do que formar No meu entendimento hoje haacute muitos jornalistas mais preocupados em formar do que em informar Em outras palavras eacute muita opiniatildeo e pouca informaccedilatildeo Entendo ainda que eacute um trabalho muito importante para garantir a transparecircncia das sociedadesrdquo Flaacutevio Portela gerente de jornalismo da raacutedio Guaiacuteba (RS)

ldquoTenho orgulho de ser jornalista Essa funccedilatildeo eacute cada vez mais importante desde que seja acompanhada de eacutetica e

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responsabilidade Cada vez mais a miacutedia tem credibilidade Graccedilas ao jornalista e a essa possibilidade de informaccedilatildeo raacutepida e global eacute que aproximamos o mundordquo Lucia Leme apresentadora do programa Olhar 2005 da TVE-RJ

ldquoA profissatildeo natildeo perdeu o encanto embora os predadores empresariados tenham feito de tudo para desencantaacute-la e diminuiacute-lardquo Luiacutes Recena editor executivo da Tribuna do Brasil (DF)

ldquoSer jornalista eacute saber passar informaccedilotildees ao grande puacuteblico eacute saber defender a sociedade atraveacutes dos jornais e procurar saber o que ela procura e onde precisa ser ajudadardquo Maria Eugecircnia Labouriau assessora de imprensa do Inmetro

ldquoA funccedilatildeo principal do jornalista eacute ser a oposiccedilatildeo diante das instituiccedilotildees incluindo Judiciaacuterio o Estado todo mundo Os jornalistas satildeo os fiscalizadores da sociedaderdquo Nando Gross apresentador da Raacutedio Gauacutecha AM (RS)

ldquoEacute como jogar nas 11 posiccedilotildees do campo Natildeo existe mais jornalista pelo menos aqui no interior do Rio Grande do Norte especialista Todos acabam tendo que cumprir todas as funccedilotildees Somos mais que polivalentes jaacute que estamos num jornal do interiorrdquo Pedro Carlos Lopes Pinheiro diretor de Redaccedilatildeo do jornal O Mossoroense (RN)

ldquoSer jornalista hoje eacute ter perseveranccedila vontade e amor pela profissatildeo jaacute que os jornalistas ganham mal e natildeo haacute incentivos para a realizaccedilatildeo do trabalhordquo Raimundo Afonso Gomes presidente do Sindicato dos Jornalistas do Acre

ldquoHoje e sempre ser jornalista eacute tentar ser uma testemunha do seu tempo Essa eacute nossa humilde tarefa Natildeo eacute ser juiz promotor Atualmente temos uma tendecircncia de julgar e ateacute condenar Quanto mais complexa a sociedade mais se exige esse papel do jornalistardquo Zuenir Ventura colunista de O Globo (RJ)

A exemplo de outras profissotildees regulamentadas pela legislaccedilatildeo vigente

em nosso paiacutes ou reconhecidas pelo mercado formal de trabalho a atividade

jornaliacutestica deve seguir preceitos eacuteticos especiacuteficos com a finalidade de preservar o

atendimento do interesse puacuteblico e o direito agrave informaccedilatildeo existente em uma

sociedade democraacutetica

Com referecircncia agrave elaboraccedilatildeo da notiacutecia segundo Eliane Mendonccedila (sd)

ldquoa notiacutecia eacute o resultado de diversas lsquovozesrsquo que o jornalista precisou ouvir interpretar

e sintetizar de forma a tornaacute-lo acessiacutevel ao grande puacuteblicordquo Com base nessa

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assertiva pode-se dizer que o jornalista eacute o profissional que tem como ofiacutecio a

responsabilidade de reconstruir os fatos levando em conta todos os conceitos a que

teve acesso durante a apuraccedilatildeo da mateacuteria E se eacute assim a notiacutecia nunca teraacute um

uacutenico autor visto que a mateacuteria jornaliacutestica traz em seu bojo inuacutemeras versotildees do

mesmo assunto cada um de um personagem (fonte) diferente

Note-se que ainda que o jornalista natildeo seja o uacutenico autor do que escreve

cabe a ele a funccedilatildeo de equilibrar o texto a ponto de ser fiel a tudo o que ouviu

procurando transmitir a informaccedilatildeo da forma mais clara possiacutevel a fim de que possa

ser compreendida por todo o tipo de leitor

Outro ponto a se considerar como bem explica Eliane Mendonccedila (sd)

refere-se ao fato de que um mesmo assunto se apresenta ao puacuteblico sob diferentes

enfoques quando transmitido em diferentes veiacuteculos de comunicaccedilatildeo Isto ocorre

porque ao contraacuterio do que ensina os antigos manuais do jornalismo o jornalista

natildeo eacute imparcial e acaba embutindo na notiacutecia um pouco de sua vivecircncia pessoal

sua opiniatildeo sobre o assunto seus preconceitos aleacutem de ter que levar em

consideraccedilatildeo as normas as orientaccedilotildees e a postura da empresa para a qual

trabalha

Segundo o Departamento de Comunicaccedilatildeo e Turismo da Universidade

Federal da Paraiacuteba (UFPB 2006) a sociedade espera que o jornalista exerccedila o

seguinte papel

- Auxiliar a populaccedilatildeo a tomar decisotildees coletivas favoraacuteveis ao bem comum - Enriquecer culturalmente a sociedade - Responsabilizar-se pelas informaccedilotildees que divulga e consequumlecircncias delas - Colaborar para o fortalecimento da cidadania

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- Discernir entre o que tem caraacuteter construtivo para a sociedade - Propagar iniciativas conhecimentos e teacutecnicas que possam ser reproduzidas de forma a contribuir para o bem estar social - Distinguir e denunciar atitudes que sejam lesivas agrave sociedade

O jornalista ndash seja ele o repoacuterter o fotoacutegrafo o cinegrafista o redator o

editor o chefe de reportagem enfim ndash deve estar consciente da importacircncia do seu

trabalho para a construccedilatildeo da cidadania e de uma sociedade igualitaacuteria

Como bem observa Maristela Alves Leitatildeo (2005) os profissionais de

jornalismo desempenham um importante papel nas transformaccedilotildees soacutecio-poliacuteticas

nas uacuteltimas deacutecadas constituindo os ldquoguardiotildees dos direitos humanosrdquo durante a

transiccedilatildeo da ditadura militar para o regime democraacutetico Atualmente a preocupaccedilatildeo

tem sido lutar contra a corrupccedilatildeo e a favor da cidadania visando a conscientizaccedilatildeo

da populaccedilatildeo em relaccedilatildeo aos seus direitos e obrigaccedilotildees

A mateacuteria jornaliacutestica consiste na reconstruccedilatildeo de dada realidade que

cerca um fato recente efetuada pelo profissional da aacuterea a partir da tomada de

depoimentos de pessoas que participaram ou estatildeo inseridas no contexto apurado

Essas pessoas a serem entrevistas natildeo devem ser selecionadas de maneira fortuita

apenas seratildeo inquiridas aquelas que possam dispor de dados estritamente

importantes e possuir competecircncia reconhecida para referir-se ao assunto em

questatildeo Uma das habilidades mais valorizadas na profissatildeo inclusive eacute aquela de

pesquisar e encontrar as fontes mais adequadas considerando-se a expectativa do

puacuteblico de receber informaccedilatildeo qualificada (Rothberg 2006)

28

Comparando-se o jornalismo impresso com o televisivo este uacuteltimo leva

clara vantagem por ser meio mais atraente ao disponibilizar uma dinacircmica

audiovisual

22 O REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO

O repoacuterter cinematograacutefico eacute aquele profissional que executa serviccedilos

referentes ao mercado de radiodifusatildeo mais especificamente em TV atuando como

assistente ou teacutecnico na aacuterea de produccedilatildeo em meios de comunicaccedilatildeo Dentre suas

atividades vale destacar pesquisa anaacutelise e interpretaccedilatildeo das possibilidades

riacutetmicas estruturais e associadas do encontro entre imagem e som aleacutem de

executar e manter os equipamentos de aacuteudio e iluminaccedilatildeo e cacircmeras de TV (Nova

Faetec 2006)

No Brasil o curso profissionalizante de repoacuterter cinematograacutefico tem ainda

niacutevel teacutecnico com duraccedilatildeo de trecircs anos sendo exigido como preacute-requisito a

conclusatildeo do ensino meacutedio ou fundamental

No Rio de Janeiro foi criada em 16 de fevereiro em 1946 a ARFOC -

Associaccedilatildeo Profissional de Repoacuterteres Fotograacuteficos e Cinematograacuteficos do Brasil

que consiste em uma associaccedilatildeo profissional e cultural destituiacuteda de caraacuteter poliacutetico-

partidaacuterio e sem fins lucrativos nos termos do Decreto n 1229 de 09101962 cujo

objetivo eacute incentivar aperfeiccediloar valorizar e defender a profissatildeo e os fotojornalistas

e a aplicaccedilatildeo da imagem ao jornalismo (ARFOC 2006)

29

Segundo Joseacute Alves Filho (2005) presidente da ARFOC-PI existe uma

falta de reconhecimento ateacute por parte dos proacuteprios colegas de trabalho em relaccedilatildeo

ao trabalho do repoacuterter cinematograacutefico Eacute uma injusticcedila visto que uma boa

reportagem de TV depende mais do registro do repoacuterter cinematograacutefico ndash fruto de

sua persistecircncia coragem e sensibilidade ndash do que do repoacuterter produtor ou editor

Essa falta de reconhecimento se reflete no dia-a-dia principalmente por

parte dos chefes de redaccedilatildeo que nunca estimulam os repoacuterteres cinematograacuteficos a

participarem da discussatildeo da pauta que iratildeo cumprir Com isso eles acabam se

afastando das redaccedilotildees desestimulados a participarem do processo Por parte dos

colegas jornalistas haacute um preconceito intelectual ainda que velado em relaccedilatildeo aos

colegas da ldquolinha de frenterdquo os ditos repoacuterteres cinematograacuteficos forjados pela

ldquofaculdade da vidardquo sem chance de discutir teoria nos bancos universitaacuterios

Partindo-se da premissa de que a imagem eacute o uacutenico item imprescindiacutevel

da TV natildeo haacute justificativa para o fato de que o salaacuterio dos bons cinegrafistas natildeo

chegam nem na metade do salaacuterio dos repoacuterteres haacute vinte anos atraacutes o salaacuterio

desses profissionais se equiparavam

Para Antonio Brasil (2004)

() se existe uma classe de jornalistas que sempre sofreu enormes injusticcedilas e discriminaccedilotildees eacute sem duacutevida o segmento dos cinegrafistas de TV Hoje satildeo chamados de lsquorepoacuterteres cinematograacuteficosrsquo Para mim deveriam ser simplesmente lsquojornalistasrsquo Mas como costumam ter origem humilde e natildeo podem pagar pelos lsquodiplomasrsquo satildeo considerados jornalistas de segunda classe Natildeo precisam passar no miacutenimo quatro anos pagando caro para as faacutebricas de jornalistas e ningueacutem parece se importar muito com isso Mas os cinegrafistas ou repoacuterteres cinematograacuteficos merecem o nosso apoio e respeito Lutam pelo reconhecimento da profissatildeo enquanto lsquojornalistasrsquo de verdade Recusam-se a serem meros

30

lsquoapecircndicesrsquo na vida dos repoacuterteres e nas decisotildees dos nossos editores de telejornalismo

Infelizmente ainda persiste o conflito entre os profissionais da palavra e

os jornalistas da imagem Brasil (2004) experiente na profissatildeo muitas vezes

sentiu na pele os efeitos de atitudes arrogantes e discriminatoacuterias mesmo de

repoacuterteres receacutem-formados - o que demonstra que essa arrogacircncia sem

fundamento eacute cultural beira o preconceito social ou ldquoracismordquo E geralmente satildeo os

velhos cinegrafistas que acabam por ensinar a esses jovens os primeiros passos da

profissatildeo

Eacute certo que no meio televisivo as imagens constituem elemento chave

da mateacuteria do repoacuterter satildeo elas que datildeo suporte agrave narrativa cronoloacutegica do

acontecimento Cumpre ressaltar que tal qual o repoacuterter o cinegrafista tem como

objetivo registrar o acontecimento e fazer com que o mesmo chegue ao ar Daiacute a

importacircncia de recomendar aos alunos do telejornalismo que cinegrafista natildeo deve

ser vigiado nem precisa ser orientado

Repoacuterter e cinegrafista satildeo colegas de jornalismo isto eacute ambos satildeo

jornalistas Natildeo eacute porque o cinegrafista geralmente tem origem simples gestos

humildes e carrega peso que deixa de ser jornalista Ganha o repoacuterter despido

desse preconceito pois se dispotildee a assimilar os segredos da profissatildeo ensinados

pelos cinegrafistas e compartilhando com respeito os objetivos da reportagem

recebem valiosas dicas praacuteticas

Brasil (2004) desabafa

31

Os jovens de boa aparecircncia - condiccedilatildeo dispensaacutevel mas que parece ser obrigatoacuteria em nossos telejornais - saem das universidades natildeo sabem quase nada de telejornalismo Buscam na TV o sonho de sucesso e fama A maioria desses jovens natildeo teve a oportunidade aprender a praacutetica da profissatildeo Eles satildeo selecionados em processos meio nebulosos e certamente pouco transparentes Se tornam repoacuterteres de TV e tem que aprender as teacutecnicas peculiares da profissatildeo na marra No entanto satildeo os velhos cinegrafistas - profissionais humildes e experientes que costumam ensinar os primeiros passos Os cinegrafistas tambeacutem satildeo colegas leais Aleacutem de ensinarem telejornalismo de verdade tambeacutem fazem questatildeo de ocultar os erros dos neoacutefitos Os editores jamais percebem as inuacutemeras passagens que os cinegrafistas providencialmente apagam das fitas e da nossa memoacuteria Alguns desses neoacutefitos natildeo eram tatildeo jovens Muitos profissionais da imprensa fizeram a transiccedilatildeo para os encantos da TV graccedilas agrave boa vontade de velhos cinegrafistas

Ao inveacutes de se sentirem agradecidos muitos desses colegas se recusam

a aceitar que aqueles sujeitos simples satildeo tambeacutem jornalistas e que aleacutem de

compartilhar os objetivos da reportagem ensinam agrave nova geraccedilatildeo de jornalistas de

TV inuacutemeras dicas profissionais

Natildeo bastasse esse desrespeito com o profissional de imagem ele ainda

estaacute sujeito a sofrer seacuterios riscos inerentes agrave proacutepria profissatildeo aleacutem de graves

problemas de sauacutede ao utilizar equipamentos pesados e obsoletos e enfrentar um

ritmo estressante de trabalho repetitividade de tarefas longas jornadas e condiccedilotildees

precaacuterias de trabalho

Daiacute a importacircncia de apoiar a luta desses profissionais de imagem que

buscam o creacutedito e o respeito merecidos Eacute uma questatildeo natildeo apenas de direito

mas de reconhecimento Tambeacutem eacute importante observar e condenar as possiacuteveis

represaacutelias aos profissionais que buscam esse reconhecimento

32

Brasil (2004) faz uma comparaccedilatildeo entre os cinegrafistas da Inglaterra e

os do Brasil Enquanto entre noacutes os profissionais lutam pela sobrevivecircncia

aprendem tudo sem qualquer tipo de treinamento especiacutefico e para garantir os seus

direitos devem permanecer anocircnimos na Inglaterra a escola de cinegrafistas da

BBC possibilita a esses profissionais facilidades teacutecnicas um bom sistema de

promoccedilatildeo e cargos Para a promoccedilatildeo dentro da proacutepria categoria os cinegrafistas

ingleses satildeo regularmente enviados ao interior daquele paiacutes para conhecerem as

novas tecnoloacutegicas e teacutecnicas profissionais visando com isso tambeacutem fortalecer os

laccedilos corporativos

33

3 CURSO SUPERIOR PARA FORMACcedilAtildeO DE PROFISSIONAIS DA

AacuteREA

31 DESVALORIZACcedilAtildeO DA PROFISSAtildeO

Como outras inuacutemeras profissotildees tambeacutem o jornalista enfrenta crise no

seu acircmbito de trabalho Para superar a concorrecircncia garantir o seu emprego e

valorizar sua profissatildeo o jornalista de modo geral precisa especializar-se em

determinadas aacutereas e atualizar-se academicamente No mercado atual esse

profissional tem que lidar com o aumento de responsabilidade com o acuacutemulo de

funccedilotildees nas redaccedilotildees aleacutem de ser em geral mal remunerado e sofrer com o

constante risco de ser demitido

Conforme aponta Noblat (2003 p 36)

Exige-se do candidato a uma vaga nas redaccedilotildees que seja profissional completo e polivalente Ele tem de dominar todas as teacutecnicas para o exerciacutecio da profissatildeo manejar os instrumentos capazes de ajudaacute-lo a fazer o melhor trabalho e ter a niacutetida compreensatildeo do seu papel de jornalista multimiacutedia

Em plena era de globalizaccedilatildeo as perspectivas natildeo satildeo as melhores Tem

razatildeo Dizard Jr (2000 p 21) ao afirmar que uma das poucas certezas com que os

novos profissionais de miacutedia podem contar futuramente eacute que teratildeo que lidar com o

impacto das mudanccedilas tecnoloacutegicas e com a intensificaccedilatildeo da demanda por maior

envolvimento intelectual e habilitaccedilatildeo acadecircmica

34

Para o repoacuterter cinematograacutefico e supervisor de cinegrafia da rede Globo

Heacutelio Alvarez concorda que a profissatildeo do repoacuterter cinematograacutefico e fotoacutegrafo eacute

desvalorizada e isto se deve segundo ele ao fato de que a valorizaccedilatildeo profissional

na atualidade se daacute por meio da educaccedilatildeo Enquanto os repoacuterteres geralmente

passaram por uma faculdade e vecircm de uma classe social mais alta os que

trabalham como repoacuterter cinematograacutefico em sua maioria satildeo aqueles que iniciam

carreira fazendo algum trabalho na televisatildeo sendo poucos os que comeccedilam no

jornalismo ndash o que acaba por desvalorizar a funccedilatildeo (Canal da imprensa sd)

32 REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO Eacute JORNALISTA

Noacutes uacuteltimos anos haacute um movimento que luta pelo reconhecimento do

repoacuterter cinematograacutefico como jornalista Duas recentes decisotildees nos tribunais do

paiacutes passaram a reconhecer os direitos desse profissional confirmando as teses

defendidas pela FENAJ (Federaccedilatildeo Nacional dos Jornalistas) e pelos sindicatos de

jornalistas

No ano passado o Tribunal Superior do Trabalho (TST) manteve decisatildeo

do Tribunal Regional do Trabalho do Rio Grande do Sul (TRT da 4ordf Regiatildeo) que

enquadrou como Jornalista um repoacuterter-cinematograacutefico que trabalhou na RBS TV

Santa Rosa Ltda Esse profissional tanto acompanhava repoacuterteres na produccedilatildeo de

reportagens jornaliacutesticas como tambeacutem saiacutea agraves ruas sozinho para produzir

reportagens estabelecidas em pautas previamente solicitadas pelo chefe de

redaccedilatildeo

35

A RBS seguindo a praacutetica infelizmente bastante comum entre as

empresas de televisatildeo sustentava que o trabalhador devia ser enquadrado como

radialista na tentativa de pagar um salaacuterio menor ao profissional uma vez que o

piso de radialista eacute inferior ao de jornalista Outra desvantagem para o profissional eacute

que os radialistas trabalham 8 horas diaacuterias ao contraacuterio de jornalistas que atuam 5

horas por dia O excesso de carga de trabalho vem trazendo problemas de sauacutede

para diversos repoacuterteres cinematograacuteficos enquadrados como radialistas

A Justiccedila do Trabalho firmou decisatildeo no sentido de que o fato de estar

acompanhado de repoacuterter natildeo retira do repoacuterter-cinematograacutefico a condiccedilatildeo de

Jornalista O profissional gauacutecho receberaacute as devidas diferenccedilas salariais retroativas

a 16 de junho de 1998 data que o prejudicado obteve seu registro de jornalista

profissional no Ministeacuterio do Trabalho (Espaccedilo Vital 2005)

Com essa decisatildeo passou a ser possiacutevel que os repoacuterteres

cinematograacuteficos encaminhem agraves Delegacias Regionais do Trabalho pedidos de

enquadramento como jornalistas Aliaacutes os proacuteprios sindicatos devem encaminhar

pedidos de fiscalizaccedilatildeo nas empresas para verificar o enquadramento dos repoacuterteres

cinematograacuteficos

Outro julgamento favoraacutevel ao profissional da aacuterea em comento conforme

divulgaccedilatildeo do FENAJ (2005) refere-se agrave decisatildeo da Terceira Turma do Superior

Tribunal de Justiccedila (STJ) que reconheceu os direitos do repoacuterter fotograacutefico Claacuteudio

Alves Pereira de receber indenizaccedilatildeo por danos materiais e morais devido agraves

inuacutemeras vezes em que o Jornal de Brasiacutelia republicou fotos suas sem creacutedito apoacutes

a sua demissatildeo em julho de 1990

36

Conforme o escritor portuguecircs Pierre Ganz (ANTONIO CARLOS) o

jornalista-repoacuterter de imagens eacute antes de qualquer coisa eacute um jornalista como os

outros Deve saber preparar a sua reportagem efetuaacute-la escrever o seu comentaacuterio

sobre imagens A diferenccedila reside no fato de ele substituir na maioria das vezes a

esferograacutefica pela cacircmera de filmar

Uma cacircmera que ele deveraacute dominar bem mas tambeacutem com a qual vai escrever uma histoacuteria os planos substituindo entatildeo as palavras Uma sintaxe toma o lugar da outra Os teacutecnicos de som de iluminaccedilatildeo e de montagem satildeo-lhe familiares Pode em alguns casos trabalhar sozinho Egrave cada vez mais frequumlente partir em reportagem ou em grande reportagem com equipe reduzida acompanhada apenas por jornalista redator

Eacute mesmo verdade que no meio televisivo uma boa imagem por vezes

substitui um bom texto e ateacute o dispensa Natildeo eacute possiacutevel por exemplo imaginar nos

dias de hoje um noticiaacuterio sobre guerra sem que sejam mostradas imagens E

muitas vezes inspirados nas imagens que os jornalistas produzem seus textos

Sem duacutevida a funccedilatildeo do repoacuterter cinematograacutefico eacute de vital importacircncia

para o jornalismo Uma saiacuteda bastante praacutetica para solucionar o problema desses

profissionais no que se refere agrave ausecircncia de cursos de graduaccedilatildeo seria incluir uma

cadeira sobre o assunto nos cursos de jornalismo Com isso os profissionais da

aacuterea e os interessados em abraccedilar a profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico se

sentiriam motivados a ingressar numa faculdade e quem sabe assim esse

preconceito absurdo seria definitivamente eliminado pondo fim ao estigma de ser

apenas um coadjuvante na confecccedilatildeo da notiacutecia

37

CONCLUSAtildeO

Num momento em que o mundo passa por tantas transformaccedilotildees

decorrentes da evoluccedilatildeo tecnoloacutegica da era da informaccedilatildeo e da globalizaccedilatildeo da

economia o jornalismo profissional ndash seacuterio e bem documentado - ganha relevo em

sua missatildeo de informar opinar e entreter a sociedade em seu cotidiano

A televisatildeo nos dias contemporacircneos pode transmitir ao puacuteblico muito

mais do que o fazia quando foi criada A novidade surgiu em 1923 nos Estados

Unidos e se tornou conhecida no Brasil nos anos 50 De iniacutecio apenas uma

finiacutessima parcela da populaccedilatildeo tinha acesso ao produto e tempos depois

transformou-se num poderoso meio de comunicaccedilatildeo em massa

Para fazer o telejornalismo eacute necessaacuterio uma equipe formada de repoacuterter

cinegrafista redator fotoacutegrafo editor teacutecnicos de som de iluminaccedilatildeo e de

montagens

Diante do exposto natildeo resta duacutevidas de que o repoacuterter cinematograacutefico eacute

antes de qualquer coisa jornalista como os outros Ele deve saber preparar a sua

reportagem efetuaacute-la escrever o seu comentaacuterio sobre imagens

Se eacute certo que ele substitui a esferograacutefica pela cacircmera de filmar tambeacutem

eacute verdade que por meio dela ele escreve uma histoacuteria A diferenccedila eacute que substitui

as palavras pelas imagens que seus olhos treinados conseguem captar

38

Em muitas situaccedilotildees o repoacuterter cinematograacutefico acumula as funccedilotildees dos

teacutecnicos de iluminaccedilatildeo som e montagem trabalhando somente com o jornalista

redator E eacute com base nas imagens captadas que os jornalistas produzem seus

textos

Muitas vezes os cinegrafistas produzem imagens tatildeo impressionantes

que eacute difiacutecil para o jornalista descrevecirc-las com palavras podendo surgir eventuais

conflitos entre os dois

Neste contexto a presente monografia procurou enfocar a importacircncia

deste profissional que para ser reconhecido por seus pares e tambeacutem para ter

oportunidade de aumentar seus conhecimentos e aperfeiccediloar suas teacutecnicas

necessita que seja inserida uma cadeira sobre sua aacuterea nos cursos de graduaccedilatildeo

de jornalismo

Para serem admitidos como jornalistas pelas televisotildees profissionais

exige-se formaccedilatildeo acadecircmica em jornalismo Haacute aqui um paradoxo visto que a

profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico tem sua funccedilatildeo regulamentada pelo Decreto

Lei n 83284 de 13 marccedilo de 1969 que atribui normas para o exerciacutecio da profissatildeo

de jornalista e segundo o qual o repoacuterter cinematograacutefico estaacute inserido como

jornalista que capta imagens para fins jornaliacutesticos

Note-se que a partir do momento em que os cursos de jornalismo

incluiacuterem uma cadeira voltada para a reportagem cinematograacutefica todos os que se

formarem no curso e optarem por esse caminho notadamente seratildeo reconhecidos

como jornalistas

39

Haacute que se considerar a questatildeo dos antigos profissionais da aacuterea

aqueles que conhecem tudo sobre a profissatildeo e conforme dito no decorrer da

presente costumam ensinar os receacutem-formados no iniacutecio de suas carreiras

Eacute injusta a falta de reconhecimento desses profissionais

Tal situaccedilatildeo demonstra que o preconceito em relaccedilatildeo a eles faz parte de

uma cultura arraigada entre os proacuteprios colegas de profissatildeo e que acaba se

estendendo pelos bancos acadecircmicos e que precisa ser trabalhada desmistificada

pois natildeo tem razatildeo de existir

40

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documentaccedilatildeo trabalhos acadecircmicos apresentaccedilatildeo Rio de Janeiro 2002

ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE NORMAS TEacuteCNICAS NBR 6023 informaccedilatildeo e

documentaccedilatildeo elaboraccedilatildeo Rio de Janeiro 2002

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2004 Disponiacutevel em lthttpgelson-filhositesuolcombrgt Acesso em 06 Mar2006

SQUIRRA Sebastiatildeo O telejornalismo brasileiro num cenaacuterio de

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45

ANEXO I ndash DECRETO Nordm 83284 DE 13 DE MARCcedilO DE 1979

PROFISSAtildeO DE JORNALISTA

Daacute nova regulamentaccedilatildeo ao Decreto-lei nordm 972 de 17 de outubro de 1969 que dispotildee sobre o exerciacutecio da profissatildeo de Jornalista em decorrecircncia das alteraccedilotildees introduzidas pela Lei nordm 6612 de 7 de dezembro de 1978

O Presidente da Repuacuteblica usando da atribuiccedilatildeo que lhe confere o art 81 item

III da Constituiccedilatildeo decreta

Art 1ordm Eacute livre em todo territoacuterio nacional o exerciacutecio da profissatildeo de Jornalista aos que satisfazerem as condiccedilotildees estabelecidas neste Decreto

Art 2ordm A profissatildeo de Jornalista compreende privativamente o exerciacutecio habitual e remunerado de qualquer das seguintes atividades

I - redaccedilatildeo condensaccedilatildeo titulaccedilatildeo interpretaccedilatildeo correccedilatildeo ou coordenaccedilatildeo de mateacuteria a ser divulgada contenha ou natildeo comentaacuterio

II - comentaacuterio ou crocircnica pelo raacutedio ou pela televisatildeo III - entrevista inqueacuterito ou reportagem escrita ou falada IV - planejamento organizaccedilatildeo direccedilatildeo e eventual execuccedilatildeo de serviccedilos

teacutecnicos de Jornalismo como os de arquivo ilustraccedilatildeo ou distribuiccedilatildeo graacutefica de mateacuteria a ser divulgada

V - planejamento organizaccedilatildeo e administraccedilatildeo teacutecnica dos serviccedilos de que trata a aliacutenea ldquoardquo

VI - ensino de teacutecnicas de Jornalismo VII - coleta de notiacutecias ou informaccedilotildees e seu preparo para divulgaccedilatildeo VIII - revisatildeo de originais de mateacuteria jornaliacutestica com vistas agrave correccedilatildeo

redacional e agrave adequaccedilatildeo da linguagem XIX - organizaccedilatildeo e conservaccedilatildeo de arquivo jornaliacutestico e pesquisa dos

respectivos dados para a elaboraccedilatildeo de notiacutecias X - execuccedilatildeo de distribuiccedilatildeo graacutefica de texto fotografia ou ilustraccedilatildeo de

caraacuteter jornaliacutestico para fins de divulgaccedilatildeo XI - execuccedilatildeo de desenhos artiacutesticos ou teacutecnicos de caraacuteter jornaliacutestico para

fins de divulgaccedilatildeo Art 3ordm Considera-se empresa jornaliacutestica para os efeitos deste Decreto-lei

aquela que tenha como atividade a ediccedilatildeo de jornal ou revista ou a distribuiccedilatildeo de noticiaacuterio com funcionamento efetivo idoneidade financeira e registro legal

sect 1ordm Equipara-se agrave empresa jornaliacutestica a seccedilatildeo ou serviccedilo de empresa de radiofusatildeo televisatildeo ou divulgaccedilatildeo cinematograacutefica ou de agecircncia de publicidade onde sejam exercidas as atividades previstas no artigo 2ordm0

sect 2ordm A entidade puacuteblica ou privada natildeo jornaliacutestica sob cuja responsabilidade se editar publicaccedilatildeo destinada a circulaccedilatildeo externa estaacute obrigada ao cumprimento deste decreto relativamente aos jornalistas que contratar

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Art 4ordm O exerciacutecio da profissatildeo de jornalista requer preacutevio registro no oacutergatildeo regional do Ministeacuterio do Trabalho que se faraacute mediante a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash diploma de curso de niacutevel superior de Jornalismo ou de Comunicaccedilatildeo Social habilitaccedilatildeo Jornalismo fornecido por estabelecimento de ensino reconhecido na forma da lei para as funccedilotildees relacionadas nos itens I a IV do artigo 11

IV ndash Carteira de Trabalho e Previdecircncia Social

Paraacutegrafo uacutenico ndash Aos profissionais registrados exclusivamente para o exerciacutecio das funccedilotildees relacionadas nos itens VII a XI do artigo 11 eacute vedado o exerciacutecio das funccedilotildees constantes nos itens I a VII do mesmo artigo

Art 5ordm O Ministeacuterio do Trabalho concederaacute desde que satisfeitas as exigecircncias constantes neste Decreto registro especial ao

I ndash colaborador assim entendido aquele que mediante remuneraccedilatildeo e sem relaccedilatildeo de emprego produz trabalho de natureza teacutecnica cientiacutefica ou cultural relacionando com a sua especializaccedilatildeo para ser divulgado com o nome e qualificaccedilatildeo do autor

II ndash funcionaacuterio puacuteblico titular de cargo cujas atribuiccedilotildees legais coincidam com as mencionadas no artigo 2ordm

III ndash provisionado

Paraacutegrafo uacutenico ndash O registro de que tratam os itens I e II deste artigo natildeo implica o reconhecimento de quaisquer direitos que decorram da condiccedilatildeo de empregado nem no caso do item II dos resultantes do exerciacutecio privado e autocircnomo da profissatildeo

Art 6ordm Para o registro especial de colaborador eacute necessaacuteria a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash declaraccedilatildeo de empresa jornaliacutestica ou que a ela seja equiparada informando do seu interesse pelo registro de colaborador do candidato onde conste a sua especializaccedilatildeo remuneraccedilatildeo contratada e pseudocircnimo se houver

Art 7ordm Para o registro especial de funcionaacuterio puacuteblico titular de cargo cujas atribuiccedilotildees legais coincidam com as mencionadas no artigo 2ordm eacute necessaacuterio a apresentaccedilatildeo de ato de nomeaccedilatildeo ou contrataccedilatildeo para cargo ou emprego com aquelas atribuiccedilotildees aleacutem do cumprimento do que estabelece o artigo 4ordm

Art 8ordm Para o registro especial de provisionado eacute necessaacuterio a apresentaccedilatildeo de

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I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash declaraccedilatildeo fornecida pela empresa jornaliacutestica ou que a ela seja equiparada na qual conste a funccedilatildeo a ser exercida e o salaacuterio correspondente

IV ndash diploma de curso de niacutevel superior ou certificado de ensino de 2ordm grau fornecido por estabelecimento de ensino reconhecido na forma da lei para as funccedilotildees relacionadas nos itens I a VII do artigo 11

V ndash declaraccedilatildeo fornecida pela entidade sindical representativa da categoria profissional com base territorial abrangendo o municiacutepio no qual o provisionado iraacute desempenhar suas funccedilotildees de que natildeo haacute jornalista associado do Sindicato domiciliado naquele municiacutepio disponiacutevel da contrataccedilatildeo

VI ndash Carteira de Trabalho e Previdecircncia Social

sect 1ordm A declaraccedilatildeo de que trata o item V deveraacute ser fornecida pelo Sindicato ao interessado no prazo de 3 dias uacuteteis

sect 2ordm Caso exista profissional domiciliado no municiacutepio disponiacutevel para contrataccedilatildeo o Sindicato comunicaraacute tal fato ao Ministeacuterio do Trabalho no mesmo prazo de 3 dias a contar do pedido de fornecimento da declaraccedilatildeo de que trata o item V

sect 3ordm Caso o Sindicato natildeo forneccedila a declaraccedilatildeo de que trata o item V no prazo mencionado no sect 1ordm o interessado poderaacute instruir seu pedido de registro com o protocolo de apresentaccedilatildeo do requerimento ao Sindicato

sect 4ordm Na hipoacutetese prevista no paraacutegrafo anterior o Ministeacuterio do Trabalho concederaacute ao Sindicato prazo natildeo superior a 3 dias para se manifestar sobre o fornecimento da declaraccedilatildeo caso natildeo tenha ocorrido o fato constante no sect 2ordm

sect 5ordm O registro especial de provisionado teraacute caraacuteter temporaacuterio com duraccedilatildeo maacutexima de trecircs anos renovaacutevel somente com a apresentaccedilatildeo de toda a documentaccedilatildeo prevista neste artigo

Art 9ordm Seraacute efetuado no Ministeacuterio do Trabalho registro dos diretores de empresas jornaliacutesticas que natildeo sendo jornalistas respondem pelas respectivas publicaccedilotildees para o que eacute necessaacuterio a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash prova de registro civil ou comercial da empresa jornaliacutestica com o inteiro teor do seu ato constitutivo

IV ndash prova de depoacutesito do tiacutetulo da publicaccedilatildeo ou da agecircncia de notiacutecias no oacutergatildeo competente do Ministeacuterio da Induacutestria e do Comeacutercio

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V ndash 30 exemplares do jornal ou 12 exemplares da revista ou 30 recortes ou coacutepias de noticiaacuterio com datas diferentes de sua divulgaccedilatildeo

sect 1ordm Tratando-se de empresa nova o Ministeacuterio do Trabalho efetuaraacute registro provisoacuterio com validade por 2 anos tornando-se definitivo apoacutes a comprovaccedilatildeo constante do item V deste artigo

sect 2ordm Natildeo seraacute admitida renovaccedilatildeo ou prorrogaccedilatildeo do prazo de validade do registro provisoacuterio previsto no paraacutegrafo anterior

Art 10ordm Seraacute efetuado no Ministeacuterio do Trabalho registro especial do diretor de empresa natildeo jornaliacutestica sob cuja responsabilidade se editar publicaccedilatildeo destinada agrave circulaccedilatildeo externa ou interna para o que se exigiraacute a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash prova de depoacutesito do tiacutetulo da publicaccedilatildeo no oacutergatildeo competente do Ministeacuterio da Induacutestria e do Comeacutercio

Art 11 ndash As funccedilotildees desempenhadas pelos jornalistas como empregados seratildeo assim classificadas

I - Redator aquele que aleacutem das incumbecircncias de redaccedilatildeo comum tem o encargo de redigir editoriais crocircnicas ou comentaacuterios

II - Noticiarista aquele que tem o encargo de redigir mateacuterias de caraacuteter informativo desprovidas de apreciaccedilotildees ou comentaacuterios preparando-as ou redigindo-as para a divulgaccedilatildeo

III - Repoacuterter aquele que cumpre a determinaccedilatildeo de colher notiacutecias ou informaccedilotildees preparando-as para divulgaccedilatildeo

IV - Repoacuterter de setor aquele que tem o encargo de colher notiacutecias ou informaccedilotildees sobre assuntos predeterminados preparando-as ou redigindo-as para divulgaccedilatildeo

V - Raacutedio-repoacuterter aquele a quem cabe a difusatildeo oral de acontecimento ou entrevista pelo raacutedio ou pela televisatildeo no instante ou no local em que ocorram assim como o comentaacuterio ou crocircnica pelos mesmos veiacuteculos

VI - Arquivista-pesquisador aquele que tem a incumbecircncia de organizar e conservar cultural e tecnicamente o arquivo redatorial procedendo agrave pesquisa dos respectivos dados para a elaboraccedilatildeo de notiacutecias

VII - Revisor aquele que tem o encargo de rever as provas tipograacuteficas de mateacuteria jornaliacutestica

VIII - Ilustrador aquele que tem a seu cargo criar ou executar desenhos artiacutesticos ou teacutecnicos de caraacuteter jornaliacutestico

XIX - Repoacuterter-fotograacutefico aquele a quem cabe registrar fotograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico

X - Repoacuterter-cinematograacutefico aquele a quem cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico

XI - Diagramador aquele a quem compete planejar e executar a distribuiccedilatildeo graacutefica de mateacuterias fotografias ou ilustraccedilotildees de caraacuteter jornaliacutestico para fins de publicaccedilatildeo

Paraacutegrafo uacutenico ndash Os Sindicatos seratildeo ouvidos sobre o exato enquadramento de cada profissional

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Art 12ordm Seratildeo privativas de jornalista as funccedilotildees pertinentes agraves atividades

descritas no artigo 2ordm tais como Editor Secretaacuterio Subsecretaacuterio Chefe de reportagem e Chefe de Revisatildeo

Art 13ordm Natildeo haveraacute incompatibilidade entre o exerciacutecio da profissatildeo de Jornalista e o de qualquer outra funccedilatildeo remunerada ainda que puacuteblica respeitadas a proibiccedilatildeo de acumular cargos e as demais restriccedilotildees de lei

Art 14ordm Seraacute passiacutevel de trancamento o registro profissional do jornalista que sem motivo legal deixar de exercer a profissatildeo por mais de 2 anos

sect 1ordm Natildeo incide na cominaccedilatildeo deste artigo o afastamento decorrente de a) suspensatildeo ou interrupccedilatildeo do contrato de trabalho b) aposentadoria como jornalista c) viagem ou bolsa de estudo para aperfeiccediloamento profissional d) desemprego apurado na forma da Lei nordm 4923 de 23 de dezembro de

1965

sect 2ordm O trancamento seraacute da competecircncia do oacutergatildeo regional do Ministeacuterio do Trabalho de ofiacutecio ou requerimento da entidade sindical representativa da categoria profissional cabendo a esta fazer publicar em oacutergatildeo oficial por trecircs vezes consecutivas e dentro de um interstiacutecio de dois anos a relaccedilatildeo dos jornalistas cujos registros pretende trancar

sect 3ordm Os oacutergatildeos do Ministeacuterio do Trabalho prestaratildeo aos sindicatos representativos da categoria profissional as informaccedilotildees que lhes forem solicitadas especialmente quanto ao registro de admissotildees e dispensas nas empresas jornaliacutesticas realizando as inspeccedilotildees que se tornarem necessaacuterias para a verificaccedilatildeo do exerciacutecio da profissatildeo de jornalista

sect 4ordm O exerciacutecio da atividade em empresa natildeo jornaliacutestica mencionada no artigo 3ordm sect 2ordm natildeo constituiraacute prova suficiente de permanecircncia na profissatildeo se a publicaccedilatildeo e seu responsaacutevel natildeo tiverem registro nos termos deste Decreto

sect 5ordm O registro trancado suspende a titularidade e o exerciacutecio das prerrogativas profissionais mas pode ser revalidado mediante apresentaccedilatildeo dos documentos mencionados nos itens II e III do artigo 4ordm

Art 15ordm O salaacuterio de jornalista natildeo poderaacute ser reajustado nos contratos individuais de trabalho para a jornada normal de 5 horas em base inferior agrave do salaacuterio estipulado para a respectiva funccedilatildeo em acordo ou convenccedilatildeo coletiva de trabalho ou sentenccedila normativa das Justiccedila do Trabalho

Paraacutegrafo uacutenico ndash Em negociaccedilatildeo ou dissiacutedio coletivo poderatildeo os Sindicatos de Jornalistas reclamar o estabelecimento de criteacuterio de remuneraccedilatildeo adicional pela divulgaccedilatildeo de trabalho produzido por jornalistas em mais de um veiacuteculo de comunicaccedilatildeo coletiva

Art 16ordm A admissatildeo de provisionado para exercer funccedilotildees relacionadas nos itens I a VII do artigo 11 seraacute permitida nos municiacutepios onde natildeo existia curso de Jornalismo reconhecido na forma de lei e comprovadamente natildeo haja jornalista domiciliado associado do sindicato representativo da categoria profissional disponiacutevel para contrataccedilatildeo

Paraacutegrafo uacutenico ndash O provisionado nos termos deste artigo poderaacute exercer suas atividades somente no municiacutepio para o qual foi registrado

Art 17ordm Os atuais portadores de registro especial de provisionado poderatildeo exercer suas atividades no Estado onde foram contratados

Art 18 ndash A fiscalizaccedilatildeo do cumprimento dos dispositivos deste Decreto se faraacute na forma do artigo 626 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho sendo aplicaacutevel aos

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infratores multa variaacutevel de 1 a 10 vezes o maior valor de referecircncia fixado de acordo com o artigo 2ordm paraacutegrafo uacutenico da Lei nordm 6205 de 29 de abril de 1975

Paraacutegrafo uacutenico ndash Aos sindicatos representativos da categoria profissional incumbe representar agraves autoridades competentes acerca do exerciacutecio irregular da profissatildeo de Jornalista

Art 19ordm Constitui fraude a prestaccedilatildeo de serviccedilos profissionais gratuitos ou com pagamentos simboacutelicos sob pretexto de estaacutegio bolsa de complementaccedilatildeo convecircnio ou qualquer outra modalidade em desrespeito agrave legislaccedilatildeo trabalhista e a este regulamento

Art 20ordm O disposto neste Decreto natildeo impede a conclusatildeo dos estaacutegios comprovadamente iniciados antes da vigecircncia da Lei nordm 6612 de 7 de dezembro de 1978 os quais entretanto natildeo conferiratildeo por si soacutes direito ao registro profissional

Art 21ordm Este Decreto entra em vigor na data da sua publicaccedilatildeo revogadas as disposiccedilotildees em contraacuterio especialmente os Decretos nordms 65912 de 19 de dezembro de 1969 e 68629 de 18 de maio de 1971

Brasiacutelia 13 de marccedilo de 1979 158ordm da Independecircncia e 91ordm da Repuacuteblica (DO de 13-3-79)

Ernesto Geisel Arnaldo Prieto

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ANEXO II ndash ACOacuteRDAtildeO TST-AIRR-6182001-751-04-401

Acoacuterdatildeo Inteiro Teor NUacuteMERO UacuteNICO PROC AIRR - 6182001-751-04-40 PUBLICACcedilAtildeO DJ - 10022006 Andamento do Processo

PROC Nordm TST-AIRR-6182001-751-04-401 C A C Oacute R D Atilde O 1ordf Turma EMPMs REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO CARACTERIZACcedilAtildeO INDEPENDEcircNCIA NO EXERCIacuteCIO DE SUAS ATIVIDADES REGISTROS DE ASSUNTOS E TEMAacuteTICAS DE INTERESSES JORNALIacuteSTICOS 1 Segundo o Tribunal Regional do Trabalho o Reclamante no exerciacutecio de suas atividades aleacutem de ter acompanhado o repoacuterter entrevistador na produccedilatildeo de mateacuterias fato que por si soacute natildeo lhe retira a condiccedilatildeo de jornalista - e tambeacutem de acordo com depoimentos testemunhais saiacutea agrave rua com a pauta que lhe era dirigida para sozinho produzir as mateacuterias solicitadas pelo empregador o que de acordo com o teor dos dispositivos tidos por vulnerados permite concluir o exerciacutecio da profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico e natildeo simplesmente de operador de cacircmera visto que ao sair agraves ruas para a produccedilatildeo de mateacuterias cumpria seu ofiacutecio obviamente mediante registros de fatos e (ou) assuntos de interesses notadamente jornaliacutestico considerando para tanto a proacutepria natureza da atividade empresarial exercida pela empregadora Inviaacutevel portanto a admissibilidade do recurso de revista em razatildeo da impossibilidade de exame da alegaccedilatildeo de afronta ao Decreto nordm 8413479 visto tratar-se de hipoacutetese natildeo contemplada na letra c do artigo 896 da CLT Por outro lado por violaccedilatildeo dos artigos 2ordm da Lei nordm 661578 e 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 tambeacutem natildeo logra ecircxito a Agravante no intuito de ver autorizado o processamento do recurso de revista No primeiro dispositivo apenas dispotildee-se que o radialista eacute o empregado de radiodifusatildeo exercente de atividades voltadas agrave administraccedilatildeo produccedilatildeo ou teacutecnica No segundo definem-se as profissotildees de repoacuterter e repoacuterter cinematograacutefico salientando-se que a esse uacuteltimo cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico hipoacutetese identificada pelo Regional 2 Agravo de instrumento a que se nega provimento Vistos relatados e discutidos estes autos do Agravo de Instrumento em Recurso de Revista nordm TST-AIRR-6182001-751-04-401 em que eacute Agravante RBS TV SANTA ROSA LTDA e Agravado CLOacuteVIS SANTACATARINA A Reclamada interpotildee agravo de instrumento ao despacho de fls 113-115 mediante o qual foi denegado seguimento ao recurso de revista sob o fundamento de que a decisatildeo decorreu da aplicaccedilatildeo das normas pertinentes uma vez que da situaccedilatildeo faacutetica delineada nos autos natildeo haacute como se extrair ofensa ao artigo 2ordm da Lei nordm 661578 na forma do artigo 896 c da CLT Contraminuta agraves fls 122-124 Natildeo houve remessa dos autos agrave Procuradoria Geral do Trabalho em face da orientaccedilatildeo emanada da Resoluccedilatildeo Administrativa nordm 322 atualmente retratada no artigo 82 do Regimento Interno do Tribunal Superior do

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Trabalho Eacute o relatoacuterio V O T O I CONHECIMENTO Conheccedilo do agravo de instrumento porque regular e tempestivo II MEacuteRITO O Tribunal Regional ao apreciar o recurso ordinaacuterio interposto pela Reclamada no tocante ao reconhecimento da condiccedilatildeo de jornalista ao Reclamante pela Vara do Trabalho decidiu O MM Juiacutezo de primeiro grau acolheu as alegaccedilotildees do reclamante de exerciacutecio de profissatildeo jornaliacutestica de repoacuterter cinematograacutefico condenando a reclamada a pagar diferenccedilas salariais e reflexos Contra esta decisatildeo volta-se a reacute sustentando que o reclamante era operador de cacircmera funccedilatildeo capitulada na profissatildeo de radialista A recorrente tem razatildeo parcialmente Tomando-se a hipoacutetese de confirmar a sentenccedila enquanto reconhece ter o reclamante exercido a funccedilatildeo de repoacuterter cinematograacutefico em todo o contrato existe um marco temporal e juriacutedico que deve ser considerado A funccedilatildeo de repoacuterter cinematograacutefico eacute exclusiva da profissatildeo de jornalista Eacute uma atividade que estaacute reservada aos jornalistas formados assim como estabelecido no DL 97269 O reclamante natildeo demonstra a partir de quando conquistou a diplomaccedilatildeo como jornalista devendo-se considerar apenas pelo que oferecem os autos a data de 16 de junho de 1998 dia em que o reclamante foi registrado no Ministeacuterio do Trabalho como jornalista profissional na funccedilatildeo especiacutefica de repoacuterter cinematograacutefico Considerando que o Ministeacuterio do Trabalho natildeo pode registrar jornalistas natildeo diplomados exceccedilatildeo feita aos provisionados tem-se que o reclamante adquiriu esta condiccedilatildeo nesse dia Antes embora pudesse fazer ou fizesse atividades privativas de jornalistas natildeo pode ser considerado juridicamente como tal Assim em qualquer hipoacutetese de manutenccedilatildeo do reconhecimento da funccedilatildeo de jornaliacutestica esta deve gerar os efeitos pleiteados somente a partir de 16 de junho de 1998 Jaacute quanto a ter exercido ou natildeo funccedilatildeo jornaliacutestica a conclusatildeo eacute de manutenccedilatildeo da sentenccedila Natildeo eacute o fato de estar acompanhado por repoacuterter entrevistador que o cinegrafista perde a condiccedilatildeo de jornalista Trata-se de uma equipe de profissionais jornalistas Um exemplo que melhor ilustra o descabimento da distinccedilatildeo que pretende fazer o apelo eacute a situaccedilatildeo dos fotoacutegrafos ou repoacuterteres fotograacuteficos O fotoacutegrafo sai com a pauta junto com o repoacuterter (ou natildeo e isto tambeacutem acontecia com o reclamante como o reconhecem as testemunhas inclusive trazidas pela reclamada) e enquanto o repoacuterter investiga os dados necessaacuterios para a mateacuteria o fotoacutegrafo registra as cenas mas nem por isto eacute rebaixado da condiccedilatildeo de jornalista para dir- se-ia operador de cacircmera fotograacutefica O que se pode discutir seria o interesse jornaliacutestico das mateacuterias cobertas pelo jornalista reclamante Com efeito os comerciais produzidos e gravados pelo autor natildeo tecircm esse interesse e os eventos promocionais da reclamada recebem dela mesma uma atribuiccedilatildeo desse interesse embora natildeo o tenha imediata e objetivamente mas para efeitos do trabalho executado pelo reclamante deve ser considerado um trabalho jornaliacutestico Foi correta a decisatildeo natildeo merecendo qualquer reparo a natildeo ser o juriacutedico-temporal jaacute mencionado Nesta perspectiva o provimento do recurso eacute parcial (fls 97-99) Ao interpor o recurso de revista a Empresa alegou que o Reclamante na condiccedilatildeo de operador de cacircmera e operador de cacircmera de unidade portaacutetil externa acompanhando o repoacuterter como reconheceu o Regional natildeo pode ser

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enquadrado como jornalista porquanto ao repoacuterter eacute dado cumprir a determinaccedilatildeo de coletar notiacutecias ou informaccedilotildees e elaboraacute-las a fim de viabilizar posterior divulgaccedilatildeo e ao repoacuterter-cinematograacutefico cabe registrar cinematograficamente fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico razatildeo pela qual entende que a atividade do Reclamante eacute proacutepria de radialista categoria agrave qual pertencia Acrescenta que o artigo 2ordm da Lei nordm 661578 estabelece considera-se radialista o empregado de Radiodifusatildeo que exerccedila uma das funccedilotildees em que se desdobram as atividades mencionadas no artigo 4ordm ou seja operador de cacircmara e operador de cacircmara de unidade portaacutetil externa cuja regulamentaccedilatildeo profissional consta do Decreto nordm 8413479 e as atribuiccedilotildees do Quadro Anexo do mesmo decreto item II letra c nordm 3 com a seguinte redaccedilatildeo encarrega-se da gravaccedilatildeo de mateacuteria distribuiacuteda pelo Supervisor de Operaccedilotildees planifica e orienta o entrevistador repoacuterter e iluminador no que se refere aos aspectos teacutecnicos de seu trabalho suas atividades envolvem tanto a gravaccedilatildeo como a geraccedilatildeo de som e imagem atraveacutes de equipamentos eletrocircnico portaacutetil de TV Fundamenta o apelo em violaccedilatildeo dos artigos 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 2ordm da Lei nordm 661578 e do Decreto nordm 8413479 e Quadro Anexo do mesmo decreto item II letra c nordm 3 Inicialmente deve-se registrar a impossibilidade de exame da alegaccedilatildeo de afronta ao Decreto nordm 8413479 visto tratar-se de hipoacutetese natildeo contemplada na letra c do artigo 896 da CLT No tocante agrave ofensa aos artigos 2ordm da Lei nordm 661578 e 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 tambeacutem natildeo logra ecircxito a Agravante no intuito de ver autorizado o processamento do recurso de revista No primeiro dispositivo apenas dispotildee-se que o radialista eacute o empregado de radiodifusatildeo exercente de atividades voltadas agrave administraccedilatildeo produccedilatildeo ou teacutecnica No segundo definem-se as profissotildees de repoacuterter e repoacuterter cinematograacutefico salientando-se que a esse uacuteltimo cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico Ora dos termos da decisatildeo impugnada via recurso de revista nada haacute que conflite com tais dispositivos legais Afinal segundo o Tribunal Regional do Trabalho o Reclamante no exerciacutecio de suas atividades aleacutem de ter acompanhado o repoacuterter entrevistador na produccedilatildeo de mateacuterias fato que por si soacute natildeo lhe retira a condiccedilatildeo de jornalista - tambeacutem de acordo com depoimentos testemunhais saiacutea agrave rua com a pauta que lhe era dirigida para sozinho produzir as mateacuterias solicitadas pelo empregador o que de acordo com o teor dos dispositivos tidos por vulnerados permite concluir pelo exerciacutecio da profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico e natildeo simplesmente de operador de cacircmera visto que ao sair agraves ruas para a produccedilatildeo de mateacuterias cumpria seu ofiacutecio obviamente mediante registros de fatos e (ou) assuntos de interesses notadamente jornaliacutestico considerando para tanto a proacutepria natureza da atividade empresarial exercida pela empregadora Por esses fundamentos nego provimento ao agravo de instrumento ISTO POSTO ACORDAM os Ministros da Primeira Turma do Tribunal Superior do Trabalho por unanimidade negar provimento ao agravo de instrumento Brasiacutelia 9 de novembro de 2005 EMMANOEL PEREIRA Ministro Relator

NIA 3981288

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Page 16: REPÓRTER CINEMATOGRÁFICO É JORNALISTArepositorio.uniceub.br/bitstream/123456789/1670/2/20214825.pdf · trabalhos desenvolvidos. 5 ... tsunamis, cachoeiras em penhascos, ... deles

16

No periacuteodo compreendido entre 1992 e 1993 o jornal de Boris Casoy

superou em audiecircncia o Jornal Nacional da Rede Globo de forma que 594 do

puacuteblico ABC estavam com o TJ Brasil

Tambeacutem integra a histoacuteria do telejornalismo no Brasil o ldquoJornal da Bandrdquo

exibido pela TV Bandeirantes desde 1997 igualmente influenciado pelos costumes

americanos apresentado inicialmente por Paulo Henrique Amorim com um estilo

forte e opinativo com informaccedilotildees exclusivas e ao vivo Atualmente esse telejornal

tem como acircncora o jornalista Carlos Nascimento (Mundo da TV sd)

Uma pesquisa realizada pelo Ibope em 1980 demonstrou que o

telejornalismo eacute a mais importante e acessiacutevel fonte de informaccedilatildeo da populaccedilatildeo

onde 73 do puacuteblico pesquisado tinham acesso agrave televisatildeo Os telejornais foram

identificados como o tipo de programa preferido por 874 dos homens e o segundo

preferido de 713 das mulheres Conforme mateacuteria publicada pela revista Exame

em agosto de 2002 a TV eacute hoje o uacutenico meio de informaccedilatildeo e entretenimento para

40 da populaccedilatildeo (GUROVITZ 2002 p 46-58)

17

12 PROGRAMAS JORNALIacuteSTICOS NAS DIVERSAS EMISSORAS DE

TV

A seguir seratildeo listados os principais telejornais que foram ao ar pelas

diversas emissoras de televisatildeo do paiacutes

121 Rede Tupi

A partir de 1951 a Rede Tupi (19501980) exibia ldquoDiaacuterio de Satildeo Paulo na

TVrdquo ldquoEdiccedilatildeo Extrardquo e ldquoTelejornal Brahmardquo

Em 1952 apresentava o ldquoRepoacuterter Essordquo o ldquoTelejornal Tupirdquo e

ldquoTelenotiacutecias Panairrdquo

Em 1965 estreou ldquoUltra Notiacuteciasrdquo

Em 1979 um de seus uacuteltimos programas foi o ldquoAqui e Agorardquo com 6

horas de duraccedilatildeo e direccedilatildeo de Wilton Franco extinto no ano seguinte pelo governo

122 Rede Excelsior

A Rede Excelsior (19601964) estreou em 1960 o ldquoTele Notiacuteciasrdquo e em

1963 ldquoA Marcha do Mundordquo e o ldquoJornal da Vanguardardquo

123 TV Record

A TV Record (1953) inseriu em sua programaccedilatildeo na aacuterea de

telejornalismo diversos programas valendo destacar

- ldquoTempo de Notiacuteciasrdquo (1972)

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- ldquoCidade Alertardquo (1995)

- ldquoFala Brasil (1998)

- ldquoEdiccedilatildeo de Notiacuteciasrdquo (2003)

- ldquoTudo a Verrdquo (2004)

- ldquoRecord RJrdquo ldquoRecord SPrdquo e ldquoRio de Janeiro no Arrdquo (2005)

124 TV Cultura

Dentre os programas de telejornais introduzidos pela TV Cultura (1969)

vale destacar

- ldquoA Hora da Notiacuteciardquo (1972)

- ldquoConversa Afiadardquo (1999)

- ldquoMateacuteria Puacuteblicardquo (2002)

- ldquoBoletim Culturardquo e ldquoPrimeira Paacuteginardquo (2005)

125 TV Globo

No ar desde 1968 a TV Globo editou inuacutemeros programas

telejornaliacutesticos com destaque para

- ldquoTele Globordquo (1965)

- ldquoUltranotiacuteciasrdquo (1966)

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- ldquoJornal da Globordquo (1967)

- ldquoJornal Nacionalrdquo (1969)

- ldquoJornal Hojerdquo (1971)

- ldquoBom dia Satildeo Paulordquo (1977)

- ldquoJornal da Globordquo (1979)

- ldquoSPTVrdquo ldquoRJTVrdquo ldquoBom dia Brasilrdquo (1983)

- ldquoGlobo Notiacuteciardquo (2005)

126 TV Bandeirantes

Pela TV Bandeirantes no ar desde 1967 vale destacar os seguintes

telejornais

- ldquoTitulares da Notiacuteciardquo (1969)

- ldquoBand News na Bandrdquo e ldquoBrasil Urgenterdquo (2001)

- e ldquoPrimeiro Jornalrdquo (2005)

127 TV Gazeta

Mais recentemente a TV Gazeta (1970) levou ao ar

- o ldquoJornal Gazetardquo o ldquoMercadordquo e ldquoPrimeira Paacuteginasrdquo todos estreados

em 2001

20

- em 2002 introduziu o ldquoJornal Gazeta 2ordf ediccedilatildeordquo e

- em 2003 o ldquoGazeta On-linerdquo

128 SBT

O Sistema Brasileiro de Televisatildeo no ar desde 1981 tem na histoacuteria do

telejornalismo da emissora os seguintes programas

- ldquoNoticentrordquo (1981)

- ldquo24 Horasrdquo (1982)

- ldquoCidade 4rdquo (1986)

- ldquoTJ Brasilrdquo ldquoTJ Noiterdquo e ldquoTJ Satildeo Paulordquo (1988)

- ldquoJornal do SBTrdquo ldquoAqui e Agorardquo (1991)

- ldquoAqui Brasilrdquo (1993) ldquoSBT Notiacuteciasrdquo (1995)

- ldquoJornal do SBTCBS Telenotiacuteciasrdquo (1997)

- ldquoNotiacutecias do Diardquo e ldquoNoticidaderdquo (1998)

- ldquoTJ Manhatilderdquo (2001)

- ldquoSBT Brasilrdquo (2005) dentre outros

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13 O PERCURSO DO TELEJORNALISMO NOS ANOS 70

Em seu trabalho de dissertaccedilatildeo de mestrado defendido na Escola de

Comunicaccedilotildees e Artes da Universidade de Satildeo Paulo Antonio Reis Jr (2003) nos

mostra que no iniacutecio da deacutecada de 70 o campo cinematograacutefico sofreu dispersatildeo do

grupo de cineastas que integravam o Cinema Novo devido agrave repressatildeo poliacutetica poacutes

Ato Institucional n 5 em 1968 Com a criaccedilatildeo da Embrafilme em 1969 as novas

demandas do mercado cultural assim como o acirramento dos debates esteacuteticos

formou-se um novo quadro de atuaccedilatildeo para os cinegrafistas que se descortinou

com o esfacelamento do Cinema Novo com a expansatildeo da induacutestria cultural do

consumo dos bens simboacutelicos no paiacutes e com o surgimento de novos esquemas de

produccedilatildeo e projetos culturais

Nesse cenaacuterio de cerceamento controle e censura da produccedilatildeo cultural

diversos cineastas vislumbraram a possibilidade de trabalhar em algumas emissoras

de TV e como o telejornalismo foi o programa de maior impacto nesse meio de

comunicaccedilatildeo em massa surgiu assim o nosso repoacuterter cinematograacutefico

Desde sua primeira exibiccedilatildeo em rede nacional em 1ordm de setembro de

1969 o Jornal Nacional da Rede Globo apresentou um formato proacuteprio para

transmitir notiacutecias onde ldquoo telejornal era capaz de abordar no mesmo tom e com a

mesma inconsequumlecircncia notiacutecias banais e outras de extrema importacircncia para o

espectador conferindo um mesmo tratamento a fatos relevantes e irrelevantesrdquo Em

plena eacutepoca de ditadura tal fato revela a cumplicidade dessa emissora para com os

militares apresentando um telejornal com moderna engenharia eletrocircnica e que

adotava a maacutescara do paiacutes ldquoem desenvolvimentordquo do milagre econocircmico

22

propagando imagens de um paiacutes com o povo bonito onde natildeo existia fome miseacuteria

pobreza

Contudo nesse mesmo periacuteodo surgiu a TV Cultura com a programaccedilatildeo

mais voltada para a realidade brasileira e que criou em 1972 o telejornal ldquoA Hora da

Notiacuteciardquo pobre em recursos mas combativo liacuteder de audiecircncia desta emissora

seguia em caminho inverso agraves fantasias institucionais e agrave alienaccedilatildeo dos noticiaacuterios

da eacutepoca

Em 1975 o jornalista Vladimir Herzog assumiu a direccedilatildeo da TV Cultura

apresentando proposta para tornar o telejornalismo em um instrumento de diaacutelogo

com o puacuteblico combatendo a atitude servil diante do governo com uma poliacutetica de

programaccedilatildeo visando objetivos prioritaacuterios relacionados com a realidade do puacuteblico

que pretendia atingir Poreacutem nesse mesmo ano Herzog foi preso interrogado

torturado e morto sucumbindo o projeto de renovaccedilatildeo do telejornalismo na TV

brasileira

Mas em seguida apesar de o Jornal Nacional manter estreita ligaccedilatildeo com

a ditadura surgiu na Rede Globo o Globo Repoacuterter originaacuterio da seacuterio Globo Shell ndash

o uacutenico programa da emissora produzido com material cinematograacutefico e que teve o

meacuterito de fazer passar informaccedilotildees boicotadas pelos demais telejornais ndash

caracterizado por abordar temas polecircmicos e questotildees sociais justamente em um

periacuteodo em que esses assuntos eram proibidos e vetados pela Censura Federal

Esse estilo despojado e independente de fazer documentaacuterios perdurou entre 1976

a 1983

23

2 REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO

21 O PAPEL DO JORNALISTA

Nos dias de hoje o jornalista assim como outros profissionais de

imprensa enfrenta inuacutemeras dificuldades no mercado de trabalho ndash fato que exige

dele atenccedilatildeo para que se mantenha sempre atualizado e se preocupe com a

questatildeo da formaccedilatildeo e da qualificaccedilatildeo

De acordo com a Comissatildeo de Revisatildeo dos Registros de Jornalistas

Profissionais (Portaria MTb n 548 de 140695) todos os jornalistas profissionais do

paiacutes precisam efetuar a revisatildeo do seu Registro Profissional junto ao seu sindicato

para alterar o nuacutemero do Registro anotado na carteira de trabalho Tal procedimento

visa invalidar a grande quantidade de documentos irregulares

Na composiccedilatildeo alfanumeacuterica do novo registro seraacute adotada a sigla de

duas letras do alfabeto que identificam o Estado de origem seguida dos algarismos

a partir de 00001 e mais duas letras que qualificam a natureza da funccedilatildeo na qual o

jornalista foi registrado As letras qualificadoras da natureza da funccedilatildeo para titular

de registro funccedilatildeo de repoacuterter-cinematograacutefico eacute RC Exercer atividades de

jornalista com registro precaacuterio constitui crime de exerciacutecio ilegal da profissatildeo

(Sindicato dos Jornalistas 2006)

24

Para ilustrar melhor o papel do jornalismo a seguir iremos elencar as

definiccedilotildees formuladas por diversos profissionais da aacuterea publicadas no site Enfato ndash

Comunicaccedilatildeo Empresarial (2006)

ldquoO jornalista eacute o(a) profissional que faz mais do que apenas reportar o que acontece ele(a) estabelece viacutenculos entre os fatos correntes e passados provocaestimula o raciociacutenio do telespectadorleitorouvinte e procura ainda extrair disso tudo alguma perspectiva que sinalize o futuro Sua atividade eacute ainda mais difiacutecil do que parece eacute indispensaacutevel que este(a) profissional desempenhe sua tarefa com absoluta noccedilatildeo de seus princiacutepios eacuteticos sem se deixar contaminar por influecircncias poliacuteticas ou interesses pessoais Soacute assim seu relato teraacute credibilidade ndash a uacutenica moeda de real valor para quem abraccedilou esta profissatildeo Aliaacutes natildeo eacute agrave toa que a classe de espiacuterito tatildeo nobre seja tatildeo vilipendiada por aqueles que detecircm o controle das empresas de comunicaccedilatildeordquo Claudio Lessa colunista do site Direto da Redaccedilatildeo

ldquoSer jornalista hoje eacute e cada vez seraacute mais permitir ao leitor entender os fatos muito mais do que simplesmente tomar conhecimento deles Durante deacutecadas ser jornalista era correr atraacutes de furo dar informaccedilotildees sobre um fato que era desconhecido de todos Eu acho que hoje o nosso desafio estaacute em permitir que o leitor entenda os fatos pois existe uma avalanche de informaccedilotildeesrdquo Eugecircnio Esber diretor de redaccedilatildeo da revista Amanhatilde (RS)

ldquoO bom jornalista eacute aquele que eacute criativo investigador objetivo estaacute sempre informado mergulha com profundidade nos assuntos e acima de tudo tem a eacutetica como sua religiatildeordquo Fernando Barbosa Lima editor da FBL Criaccedilatildeo e Produccedilatildeo (RJ)

ldquoTenho a impressatildeo de que ser jornalista diante da tamanha complexidade do universo da Comunicaccedilatildeo eacute ter a capacidade de melhor organizar e selecionar a quantidade crescente da informaccedilatildeo defendendo o que haacute de mais essencial primado da verdade Lembro do que dizia Claudio Abramo de que a funccedilatildeo do jornalista eacute buscar a verdade camuflada atraacutes da verdade aparente Acho que essa tarefa eacute o grande diferencial que determinaraacute o sucesso profissionalrdquo Fernando Salerno diretor da Associaccedilatildeo Paulista de Jornais e do diaacuterio Valeparaibano (SP)

ldquoSer jornalista hoje eacute o mesmo que ontem e presumo o mesmo que amanhatilde O jornalista tem a funccedilatildeo de informar mais do que formar No meu entendimento hoje haacute muitos jornalistas mais preocupados em formar do que em informar Em outras palavras eacute muita opiniatildeo e pouca informaccedilatildeo Entendo ainda que eacute um trabalho muito importante para garantir a transparecircncia das sociedadesrdquo Flaacutevio Portela gerente de jornalismo da raacutedio Guaiacuteba (RS)

ldquoTenho orgulho de ser jornalista Essa funccedilatildeo eacute cada vez mais importante desde que seja acompanhada de eacutetica e

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responsabilidade Cada vez mais a miacutedia tem credibilidade Graccedilas ao jornalista e a essa possibilidade de informaccedilatildeo raacutepida e global eacute que aproximamos o mundordquo Lucia Leme apresentadora do programa Olhar 2005 da TVE-RJ

ldquoA profissatildeo natildeo perdeu o encanto embora os predadores empresariados tenham feito de tudo para desencantaacute-la e diminuiacute-lardquo Luiacutes Recena editor executivo da Tribuna do Brasil (DF)

ldquoSer jornalista eacute saber passar informaccedilotildees ao grande puacuteblico eacute saber defender a sociedade atraveacutes dos jornais e procurar saber o que ela procura e onde precisa ser ajudadardquo Maria Eugecircnia Labouriau assessora de imprensa do Inmetro

ldquoA funccedilatildeo principal do jornalista eacute ser a oposiccedilatildeo diante das instituiccedilotildees incluindo Judiciaacuterio o Estado todo mundo Os jornalistas satildeo os fiscalizadores da sociedaderdquo Nando Gross apresentador da Raacutedio Gauacutecha AM (RS)

ldquoEacute como jogar nas 11 posiccedilotildees do campo Natildeo existe mais jornalista pelo menos aqui no interior do Rio Grande do Norte especialista Todos acabam tendo que cumprir todas as funccedilotildees Somos mais que polivalentes jaacute que estamos num jornal do interiorrdquo Pedro Carlos Lopes Pinheiro diretor de Redaccedilatildeo do jornal O Mossoroense (RN)

ldquoSer jornalista hoje eacute ter perseveranccedila vontade e amor pela profissatildeo jaacute que os jornalistas ganham mal e natildeo haacute incentivos para a realizaccedilatildeo do trabalhordquo Raimundo Afonso Gomes presidente do Sindicato dos Jornalistas do Acre

ldquoHoje e sempre ser jornalista eacute tentar ser uma testemunha do seu tempo Essa eacute nossa humilde tarefa Natildeo eacute ser juiz promotor Atualmente temos uma tendecircncia de julgar e ateacute condenar Quanto mais complexa a sociedade mais se exige esse papel do jornalistardquo Zuenir Ventura colunista de O Globo (RJ)

A exemplo de outras profissotildees regulamentadas pela legislaccedilatildeo vigente

em nosso paiacutes ou reconhecidas pelo mercado formal de trabalho a atividade

jornaliacutestica deve seguir preceitos eacuteticos especiacuteficos com a finalidade de preservar o

atendimento do interesse puacuteblico e o direito agrave informaccedilatildeo existente em uma

sociedade democraacutetica

Com referecircncia agrave elaboraccedilatildeo da notiacutecia segundo Eliane Mendonccedila (sd)

ldquoa notiacutecia eacute o resultado de diversas lsquovozesrsquo que o jornalista precisou ouvir interpretar

e sintetizar de forma a tornaacute-lo acessiacutevel ao grande puacuteblicordquo Com base nessa

26

assertiva pode-se dizer que o jornalista eacute o profissional que tem como ofiacutecio a

responsabilidade de reconstruir os fatos levando em conta todos os conceitos a que

teve acesso durante a apuraccedilatildeo da mateacuteria E se eacute assim a notiacutecia nunca teraacute um

uacutenico autor visto que a mateacuteria jornaliacutestica traz em seu bojo inuacutemeras versotildees do

mesmo assunto cada um de um personagem (fonte) diferente

Note-se que ainda que o jornalista natildeo seja o uacutenico autor do que escreve

cabe a ele a funccedilatildeo de equilibrar o texto a ponto de ser fiel a tudo o que ouviu

procurando transmitir a informaccedilatildeo da forma mais clara possiacutevel a fim de que possa

ser compreendida por todo o tipo de leitor

Outro ponto a se considerar como bem explica Eliane Mendonccedila (sd)

refere-se ao fato de que um mesmo assunto se apresenta ao puacuteblico sob diferentes

enfoques quando transmitido em diferentes veiacuteculos de comunicaccedilatildeo Isto ocorre

porque ao contraacuterio do que ensina os antigos manuais do jornalismo o jornalista

natildeo eacute imparcial e acaba embutindo na notiacutecia um pouco de sua vivecircncia pessoal

sua opiniatildeo sobre o assunto seus preconceitos aleacutem de ter que levar em

consideraccedilatildeo as normas as orientaccedilotildees e a postura da empresa para a qual

trabalha

Segundo o Departamento de Comunicaccedilatildeo e Turismo da Universidade

Federal da Paraiacuteba (UFPB 2006) a sociedade espera que o jornalista exerccedila o

seguinte papel

- Auxiliar a populaccedilatildeo a tomar decisotildees coletivas favoraacuteveis ao bem comum - Enriquecer culturalmente a sociedade - Responsabilizar-se pelas informaccedilotildees que divulga e consequumlecircncias delas - Colaborar para o fortalecimento da cidadania

27

- Discernir entre o que tem caraacuteter construtivo para a sociedade - Propagar iniciativas conhecimentos e teacutecnicas que possam ser reproduzidas de forma a contribuir para o bem estar social - Distinguir e denunciar atitudes que sejam lesivas agrave sociedade

O jornalista ndash seja ele o repoacuterter o fotoacutegrafo o cinegrafista o redator o

editor o chefe de reportagem enfim ndash deve estar consciente da importacircncia do seu

trabalho para a construccedilatildeo da cidadania e de uma sociedade igualitaacuteria

Como bem observa Maristela Alves Leitatildeo (2005) os profissionais de

jornalismo desempenham um importante papel nas transformaccedilotildees soacutecio-poliacuteticas

nas uacuteltimas deacutecadas constituindo os ldquoguardiotildees dos direitos humanosrdquo durante a

transiccedilatildeo da ditadura militar para o regime democraacutetico Atualmente a preocupaccedilatildeo

tem sido lutar contra a corrupccedilatildeo e a favor da cidadania visando a conscientizaccedilatildeo

da populaccedilatildeo em relaccedilatildeo aos seus direitos e obrigaccedilotildees

A mateacuteria jornaliacutestica consiste na reconstruccedilatildeo de dada realidade que

cerca um fato recente efetuada pelo profissional da aacuterea a partir da tomada de

depoimentos de pessoas que participaram ou estatildeo inseridas no contexto apurado

Essas pessoas a serem entrevistas natildeo devem ser selecionadas de maneira fortuita

apenas seratildeo inquiridas aquelas que possam dispor de dados estritamente

importantes e possuir competecircncia reconhecida para referir-se ao assunto em

questatildeo Uma das habilidades mais valorizadas na profissatildeo inclusive eacute aquela de

pesquisar e encontrar as fontes mais adequadas considerando-se a expectativa do

puacuteblico de receber informaccedilatildeo qualificada (Rothberg 2006)

28

Comparando-se o jornalismo impresso com o televisivo este uacuteltimo leva

clara vantagem por ser meio mais atraente ao disponibilizar uma dinacircmica

audiovisual

22 O REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO

O repoacuterter cinematograacutefico eacute aquele profissional que executa serviccedilos

referentes ao mercado de radiodifusatildeo mais especificamente em TV atuando como

assistente ou teacutecnico na aacuterea de produccedilatildeo em meios de comunicaccedilatildeo Dentre suas

atividades vale destacar pesquisa anaacutelise e interpretaccedilatildeo das possibilidades

riacutetmicas estruturais e associadas do encontro entre imagem e som aleacutem de

executar e manter os equipamentos de aacuteudio e iluminaccedilatildeo e cacircmeras de TV (Nova

Faetec 2006)

No Brasil o curso profissionalizante de repoacuterter cinematograacutefico tem ainda

niacutevel teacutecnico com duraccedilatildeo de trecircs anos sendo exigido como preacute-requisito a

conclusatildeo do ensino meacutedio ou fundamental

No Rio de Janeiro foi criada em 16 de fevereiro em 1946 a ARFOC -

Associaccedilatildeo Profissional de Repoacuterteres Fotograacuteficos e Cinematograacuteficos do Brasil

que consiste em uma associaccedilatildeo profissional e cultural destituiacuteda de caraacuteter poliacutetico-

partidaacuterio e sem fins lucrativos nos termos do Decreto n 1229 de 09101962 cujo

objetivo eacute incentivar aperfeiccediloar valorizar e defender a profissatildeo e os fotojornalistas

e a aplicaccedilatildeo da imagem ao jornalismo (ARFOC 2006)

29

Segundo Joseacute Alves Filho (2005) presidente da ARFOC-PI existe uma

falta de reconhecimento ateacute por parte dos proacuteprios colegas de trabalho em relaccedilatildeo

ao trabalho do repoacuterter cinematograacutefico Eacute uma injusticcedila visto que uma boa

reportagem de TV depende mais do registro do repoacuterter cinematograacutefico ndash fruto de

sua persistecircncia coragem e sensibilidade ndash do que do repoacuterter produtor ou editor

Essa falta de reconhecimento se reflete no dia-a-dia principalmente por

parte dos chefes de redaccedilatildeo que nunca estimulam os repoacuterteres cinematograacuteficos a

participarem da discussatildeo da pauta que iratildeo cumprir Com isso eles acabam se

afastando das redaccedilotildees desestimulados a participarem do processo Por parte dos

colegas jornalistas haacute um preconceito intelectual ainda que velado em relaccedilatildeo aos

colegas da ldquolinha de frenterdquo os ditos repoacuterteres cinematograacuteficos forjados pela

ldquofaculdade da vidardquo sem chance de discutir teoria nos bancos universitaacuterios

Partindo-se da premissa de que a imagem eacute o uacutenico item imprescindiacutevel

da TV natildeo haacute justificativa para o fato de que o salaacuterio dos bons cinegrafistas natildeo

chegam nem na metade do salaacuterio dos repoacuterteres haacute vinte anos atraacutes o salaacuterio

desses profissionais se equiparavam

Para Antonio Brasil (2004)

() se existe uma classe de jornalistas que sempre sofreu enormes injusticcedilas e discriminaccedilotildees eacute sem duacutevida o segmento dos cinegrafistas de TV Hoje satildeo chamados de lsquorepoacuterteres cinematograacuteficosrsquo Para mim deveriam ser simplesmente lsquojornalistasrsquo Mas como costumam ter origem humilde e natildeo podem pagar pelos lsquodiplomasrsquo satildeo considerados jornalistas de segunda classe Natildeo precisam passar no miacutenimo quatro anos pagando caro para as faacutebricas de jornalistas e ningueacutem parece se importar muito com isso Mas os cinegrafistas ou repoacuterteres cinematograacuteficos merecem o nosso apoio e respeito Lutam pelo reconhecimento da profissatildeo enquanto lsquojornalistasrsquo de verdade Recusam-se a serem meros

30

lsquoapecircndicesrsquo na vida dos repoacuterteres e nas decisotildees dos nossos editores de telejornalismo

Infelizmente ainda persiste o conflito entre os profissionais da palavra e

os jornalistas da imagem Brasil (2004) experiente na profissatildeo muitas vezes

sentiu na pele os efeitos de atitudes arrogantes e discriminatoacuterias mesmo de

repoacuterteres receacutem-formados - o que demonstra que essa arrogacircncia sem

fundamento eacute cultural beira o preconceito social ou ldquoracismordquo E geralmente satildeo os

velhos cinegrafistas que acabam por ensinar a esses jovens os primeiros passos da

profissatildeo

Eacute certo que no meio televisivo as imagens constituem elemento chave

da mateacuteria do repoacuterter satildeo elas que datildeo suporte agrave narrativa cronoloacutegica do

acontecimento Cumpre ressaltar que tal qual o repoacuterter o cinegrafista tem como

objetivo registrar o acontecimento e fazer com que o mesmo chegue ao ar Daiacute a

importacircncia de recomendar aos alunos do telejornalismo que cinegrafista natildeo deve

ser vigiado nem precisa ser orientado

Repoacuterter e cinegrafista satildeo colegas de jornalismo isto eacute ambos satildeo

jornalistas Natildeo eacute porque o cinegrafista geralmente tem origem simples gestos

humildes e carrega peso que deixa de ser jornalista Ganha o repoacuterter despido

desse preconceito pois se dispotildee a assimilar os segredos da profissatildeo ensinados

pelos cinegrafistas e compartilhando com respeito os objetivos da reportagem

recebem valiosas dicas praacuteticas

Brasil (2004) desabafa

31

Os jovens de boa aparecircncia - condiccedilatildeo dispensaacutevel mas que parece ser obrigatoacuteria em nossos telejornais - saem das universidades natildeo sabem quase nada de telejornalismo Buscam na TV o sonho de sucesso e fama A maioria desses jovens natildeo teve a oportunidade aprender a praacutetica da profissatildeo Eles satildeo selecionados em processos meio nebulosos e certamente pouco transparentes Se tornam repoacuterteres de TV e tem que aprender as teacutecnicas peculiares da profissatildeo na marra No entanto satildeo os velhos cinegrafistas - profissionais humildes e experientes que costumam ensinar os primeiros passos Os cinegrafistas tambeacutem satildeo colegas leais Aleacutem de ensinarem telejornalismo de verdade tambeacutem fazem questatildeo de ocultar os erros dos neoacutefitos Os editores jamais percebem as inuacutemeras passagens que os cinegrafistas providencialmente apagam das fitas e da nossa memoacuteria Alguns desses neoacutefitos natildeo eram tatildeo jovens Muitos profissionais da imprensa fizeram a transiccedilatildeo para os encantos da TV graccedilas agrave boa vontade de velhos cinegrafistas

Ao inveacutes de se sentirem agradecidos muitos desses colegas se recusam

a aceitar que aqueles sujeitos simples satildeo tambeacutem jornalistas e que aleacutem de

compartilhar os objetivos da reportagem ensinam agrave nova geraccedilatildeo de jornalistas de

TV inuacutemeras dicas profissionais

Natildeo bastasse esse desrespeito com o profissional de imagem ele ainda

estaacute sujeito a sofrer seacuterios riscos inerentes agrave proacutepria profissatildeo aleacutem de graves

problemas de sauacutede ao utilizar equipamentos pesados e obsoletos e enfrentar um

ritmo estressante de trabalho repetitividade de tarefas longas jornadas e condiccedilotildees

precaacuterias de trabalho

Daiacute a importacircncia de apoiar a luta desses profissionais de imagem que

buscam o creacutedito e o respeito merecidos Eacute uma questatildeo natildeo apenas de direito

mas de reconhecimento Tambeacutem eacute importante observar e condenar as possiacuteveis

represaacutelias aos profissionais que buscam esse reconhecimento

32

Brasil (2004) faz uma comparaccedilatildeo entre os cinegrafistas da Inglaterra e

os do Brasil Enquanto entre noacutes os profissionais lutam pela sobrevivecircncia

aprendem tudo sem qualquer tipo de treinamento especiacutefico e para garantir os seus

direitos devem permanecer anocircnimos na Inglaterra a escola de cinegrafistas da

BBC possibilita a esses profissionais facilidades teacutecnicas um bom sistema de

promoccedilatildeo e cargos Para a promoccedilatildeo dentro da proacutepria categoria os cinegrafistas

ingleses satildeo regularmente enviados ao interior daquele paiacutes para conhecerem as

novas tecnoloacutegicas e teacutecnicas profissionais visando com isso tambeacutem fortalecer os

laccedilos corporativos

33

3 CURSO SUPERIOR PARA FORMACcedilAtildeO DE PROFISSIONAIS DA

AacuteREA

31 DESVALORIZACcedilAtildeO DA PROFISSAtildeO

Como outras inuacutemeras profissotildees tambeacutem o jornalista enfrenta crise no

seu acircmbito de trabalho Para superar a concorrecircncia garantir o seu emprego e

valorizar sua profissatildeo o jornalista de modo geral precisa especializar-se em

determinadas aacutereas e atualizar-se academicamente No mercado atual esse

profissional tem que lidar com o aumento de responsabilidade com o acuacutemulo de

funccedilotildees nas redaccedilotildees aleacutem de ser em geral mal remunerado e sofrer com o

constante risco de ser demitido

Conforme aponta Noblat (2003 p 36)

Exige-se do candidato a uma vaga nas redaccedilotildees que seja profissional completo e polivalente Ele tem de dominar todas as teacutecnicas para o exerciacutecio da profissatildeo manejar os instrumentos capazes de ajudaacute-lo a fazer o melhor trabalho e ter a niacutetida compreensatildeo do seu papel de jornalista multimiacutedia

Em plena era de globalizaccedilatildeo as perspectivas natildeo satildeo as melhores Tem

razatildeo Dizard Jr (2000 p 21) ao afirmar que uma das poucas certezas com que os

novos profissionais de miacutedia podem contar futuramente eacute que teratildeo que lidar com o

impacto das mudanccedilas tecnoloacutegicas e com a intensificaccedilatildeo da demanda por maior

envolvimento intelectual e habilitaccedilatildeo acadecircmica

34

Para o repoacuterter cinematograacutefico e supervisor de cinegrafia da rede Globo

Heacutelio Alvarez concorda que a profissatildeo do repoacuterter cinematograacutefico e fotoacutegrafo eacute

desvalorizada e isto se deve segundo ele ao fato de que a valorizaccedilatildeo profissional

na atualidade se daacute por meio da educaccedilatildeo Enquanto os repoacuterteres geralmente

passaram por uma faculdade e vecircm de uma classe social mais alta os que

trabalham como repoacuterter cinematograacutefico em sua maioria satildeo aqueles que iniciam

carreira fazendo algum trabalho na televisatildeo sendo poucos os que comeccedilam no

jornalismo ndash o que acaba por desvalorizar a funccedilatildeo (Canal da imprensa sd)

32 REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO Eacute JORNALISTA

Noacutes uacuteltimos anos haacute um movimento que luta pelo reconhecimento do

repoacuterter cinematograacutefico como jornalista Duas recentes decisotildees nos tribunais do

paiacutes passaram a reconhecer os direitos desse profissional confirmando as teses

defendidas pela FENAJ (Federaccedilatildeo Nacional dos Jornalistas) e pelos sindicatos de

jornalistas

No ano passado o Tribunal Superior do Trabalho (TST) manteve decisatildeo

do Tribunal Regional do Trabalho do Rio Grande do Sul (TRT da 4ordf Regiatildeo) que

enquadrou como Jornalista um repoacuterter-cinematograacutefico que trabalhou na RBS TV

Santa Rosa Ltda Esse profissional tanto acompanhava repoacuterteres na produccedilatildeo de

reportagens jornaliacutesticas como tambeacutem saiacutea agraves ruas sozinho para produzir

reportagens estabelecidas em pautas previamente solicitadas pelo chefe de

redaccedilatildeo

35

A RBS seguindo a praacutetica infelizmente bastante comum entre as

empresas de televisatildeo sustentava que o trabalhador devia ser enquadrado como

radialista na tentativa de pagar um salaacuterio menor ao profissional uma vez que o

piso de radialista eacute inferior ao de jornalista Outra desvantagem para o profissional eacute

que os radialistas trabalham 8 horas diaacuterias ao contraacuterio de jornalistas que atuam 5

horas por dia O excesso de carga de trabalho vem trazendo problemas de sauacutede

para diversos repoacuterteres cinematograacuteficos enquadrados como radialistas

A Justiccedila do Trabalho firmou decisatildeo no sentido de que o fato de estar

acompanhado de repoacuterter natildeo retira do repoacuterter-cinematograacutefico a condiccedilatildeo de

Jornalista O profissional gauacutecho receberaacute as devidas diferenccedilas salariais retroativas

a 16 de junho de 1998 data que o prejudicado obteve seu registro de jornalista

profissional no Ministeacuterio do Trabalho (Espaccedilo Vital 2005)

Com essa decisatildeo passou a ser possiacutevel que os repoacuterteres

cinematograacuteficos encaminhem agraves Delegacias Regionais do Trabalho pedidos de

enquadramento como jornalistas Aliaacutes os proacuteprios sindicatos devem encaminhar

pedidos de fiscalizaccedilatildeo nas empresas para verificar o enquadramento dos repoacuterteres

cinematograacuteficos

Outro julgamento favoraacutevel ao profissional da aacuterea em comento conforme

divulgaccedilatildeo do FENAJ (2005) refere-se agrave decisatildeo da Terceira Turma do Superior

Tribunal de Justiccedila (STJ) que reconheceu os direitos do repoacuterter fotograacutefico Claacuteudio

Alves Pereira de receber indenizaccedilatildeo por danos materiais e morais devido agraves

inuacutemeras vezes em que o Jornal de Brasiacutelia republicou fotos suas sem creacutedito apoacutes

a sua demissatildeo em julho de 1990

36

Conforme o escritor portuguecircs Pierre Ganz (ANTONIO CARLOS) o

jornalista-repoacuterter de imagens eacute antes de qualquer coisa eacute um jornalista como os

outros Deve saber preparar a sua reportagem efetuaacute-la escrever o seu comentaacuterio

sobre imagens A diferenccedila reside no fato de ele substituir na maioria das vezes a

esferograacutefica pela cacircmera de filmar

Uma cacircmera que ele deveraacute dominar bem mas tambeacutem com a qual vai escrever uma histoacuteria os planos substituindo entatildeo as palavras Uma sintaxe toma o lugar da outra Os teacutecnicos de som de iluminaccedilatildeo e de montagem satildeo-lhe familiares Pode em alguns casos trabalhar sozinho Egrave cada vez mais frequumlente partir em reportagem ou em grande reportagem com equipe reduzida acompanhada apenas por jornalista redator

Eacute mesmo verdade que no meio televisivo uma boa imagem por vezes

substitui um bom texto e ateacute o dispensa Natildeo eacute possiacutevel por exemplo imaginar nos

dias de hoje um noticiaacuterio sobre guerra sem que sejam mostradas imagens E

muitas vezes inspirados nas imagens que os jornalistas produzem seus textos

Sem duacutevida a funccedilatildeo do repoacuterter cinematograacutefico eacute de vital importacircncia

para o jornalismo Uma saiacuteda bastante praacutetica para solucionar o problema desses

profissionais no que se refere agrave ausecircncia de cursos de graduaccedilatildeo seria incluir uma

cadeira sobre o assunto nos cursos de jornalismo Com isso os profissionais da

aacuterea e os interessados em abraccedilar a profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico se

sentiriam motivados a ingressar numa faculdade e quem sabe assim esse

preconceito absurdo seria definitivamente eliminado pondo fim ao estigma de ser

apenas um coadjuvante na confecccedilatildeo da notiacutecia

37

CONCLUSAtildeO

Num momento em que o mundo passa por tantas transformaccedilotildees

decorrentes da evoluccedilatildeo tecnoloacutegica da era da informaccedilatildeo e da globalizaccedilatildeo da

economia o jornalismo profissional ndash seacuterio e bem documentado - ganha relevo em

sua missatildeo de informar opinar e entreter a sociedade em seu cotidiano

A televisatildeo nos dias contemporacircneos pode transmitir ao puacuteblico muito

mais do que o fazia quando foi criada A novidade surgiu em 1923 nos Estados

Unidos e se tornou conhecida no Brasil nos anos 50 De iniacutecio apenas uma

finiacutessima parcela da populaccedilatildeo tinha acesso ao produto e tempos depois

transformou-se num poderoso meio de comunicaccedilatildeo em massa

Para fazer o telejornalismo eacute necessaacuterio uma equipe formada de repoacuterter

cinegrafista redator fotoacutegrafo editor teacutecnicos de som de iluminaccedilatildeo e de

montagens

Diante do exposto natildeo resta duacutevidas de que o repoacuterter cinematograacutefico eacute

antes de qualquer coisa jornalista como os outros Ele deve saber preparar a sua

reportagem efetuaacute-la escrever o seu comentaacuterio sobre imagens

Se eacute certo que ele substitui a esferograacutefica pela cacircmera de filmar tambeacutem

eacute verdade que por meio dela ele escreve uma histoacuteria A diferenccedila eacute que substitui

as palavras pelas imagens que seus olhos treinados conseguem captar

38

Em muitas situaccedilotildees o repoacuterter cinematograacutefico acumula as funccedilotildees dos

teacutecnicos de iluminaccedilatildeo som e montagem trabalhando somente com o jornalista

redator E eacute com base nas imagens captadas que os jornalistas produzem seus

textos

Muitas vezes os cinegrafistas produzem imagens tatildeo impressionantes

que eacute difiacutecil para o jornalista descrevecirc-las com palavras podendo surgir eventuais

conflitos entre os dois

Neste contexto a presente monografia procurou enfocar a importacircncia

deste profissional que para ser reconhecido por seus pares e tambeacutem para ter

oportunidade de aumentar seus conhecimentos e aperfeiccediloar suas teacutecnicas

necessita que seja inserida uma cadeira sobre sua aacuterea nos cursos de graduaccedilatildeo

de jornalismo

Para serem admitidos como jornalistas pelas televisotildees profissionais

exige-se formaccedilatildeo acadecircmica em jornalismo Haacute aqui um paradoxo visto que a

profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico tem sua funccedilatildeo regulamentada pelo Decreto

Lei n 83284 de 13 marccedilo de 1969 que atribui normas para o exerciacutecio da profissatildeo

de jornalista e segundo o qual o repoacuterter cinematograacutefico estaacute inserido como

jornalista que capta imagens para fins jornaliacutesticos

Note-se que a partir do momento em que os cursos de jornalismo

incluiacuterem uma cadeira voltada para a reportagem cinematograacutefica todos os que se

formarem no curso e optarem por esse caminho notadamente seratildeo reconhecidos

como jornalistas

39

Haacute que se considerar a questatildeo dos antigos profissionais da aacuterea

aqueles que conhecem tudo sobre a profissatildeo e conforme dito no decorrer da

presente costumam ensinar os receacutem-formados no iniacutecio de suas carreiras

Eacute injusta a falta de reconhecimento desses profissionais

Tal situaccedilatildeo demonstra que o preconceito em relaccedilatildeo a eles faz parte de

uma cultura arraigada entre os proacuteprios colegas de profissatildeo e que acaba se

estendendo pelos bancos acadecircmicos e que precisa ser trabalhada desmistificada

pois natildeo tem razatildeo de existir

40

REFEREcircNCIAS

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45

ANEXO I ndash DECRETO Nordm 83284 DE 13 DE MARCcedilO DE 1979

PROFISSAtildeO DE JORNALISTA

Daacute nova regulamentaccedilatildeo ao Decreto-lei nordm 972 de 17 de outubro de 1969 que dispotildee sobre o exerciacutecio da profissatildeo de Jornalista em decorrecircncia das alteraccedilotildees introduzidas pela Lei nordm 6612 de 7 de dezembro de 1978

O Presidente da Repuacuteblica usando da atribuiccedilatildeo que lhe confere o art 81 item

III da Constituiccedilatildeo decreta

Art 1ordm Eacute livre em todo territoacuterio nacional o exerciacutecio da profissatildeo de Jornalista aos que satisfazerem as condiccedilotildees estabelecidas neste Decreto

Art 2ordm A profissatildeo de Jornalista compreende privativamente o exerciacutecio habitual e remunerado de qualquer das seguintes atividades

I - redaccedilatildeo condensaccedilatildeo titulaccedilatildeo interpretaccedilatildeo correccedilatildeo ou coordenaccedilatildeo de mateacuteria a ser divulgada contenha ou natildeo comentaacuterio

II - comentaacuterio ou crocircnica pelo raacutedio ou pela televisatildeo III - entrevista inqueacuterito ou reportagem escrita ou falada IV - planejamento organizaccedilatildeo direccedilatildeo e eventual execuccedilatildeo de serviccedilos

teacutecnicos de Jornalismo como os de arquivo ilustraccedilatildeo ou distribuiccedilatildeo graacutefica de mateacuteria a ser divulgada

V - planejamento organizaccedilatildeo e administraccedilatildeo teacutecnica dos serviccedilos de que trata a aliacutenea ldquoardquo

VI - ensino de teacutecnicas de Jornalismo VII - coleta de notiacutecias ou informaccedilotildees e seu preparo para divulgaccedilatildeo VIII - revisatildeo de originais de mateacuteria jornaliacutestica com vistas agrave correccedilatildeo

redacional e agrave adequaccedilatildeo da linguagem XIX - organizaccedilatildeo e conservaccedilatildeo de arquivo jornaliacutestico e pesquisa dos

respectivos dados para a elaboraccedilatildeo de notiacutecias X - execuccedilatildeo de distribuiccedilatildeo graacutefica de texto fotografia ou ilustraccedilatildeo de

caraacuteter jornaliacutestico para fins de divulgaccedilatildeo XI - execuccedilatildeo de desenhos artiacutesticos ou teacutecnicos de caraacuteter jornaliacutestico para

fins de divulgaccedilatildeo Art 3ordm Considera-se empresa jornaliacutestica para os efeitos deste Decreto-lei

aquela que tenha como atividade a ediccedilatildeo de jornal ou revista ou a distribuiccedilatildeo de noticiaacuterio com funcionamento efetivo idoneidade financeira e registro legal

sect 1ordm Equipara-se agrave empresa jornaliacutestica a seccedilatildeo ou serviccedilo de empresa de radiofusatildeo televisatildeo ou divulgaccedilatildeo cinematograacutefica ou de agecircncia de publicidade onde sejam exercidas as atividades previstas no artigo 2ordm0

sect 2ordm A entidade puacuteblica ou privada natildeo jornaliacutestica sob cuja responsabilidade se editar publicaccedilatildeo destinada a circulaccedilatildeo externa estaacute obrigada ao cumprimento deste decreto relativamente aos jornalistas que contratar

46

Art 4ordm O exerciacutecio da profissatildeo de jornalista requer preacutevio registro no oacutergatildeo regional do Ministeacuterio do Trabalho que se faraacute mediante a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash diploma de curso de niacutevel superior de Jornalismo ou de Comunicaccedilatildeo Social habilitaccedilatildeo Jornalismo fornecido por estabelecimento de ensino reconhecido na forma da lei para as funccedilotildees relacionadas nos itens I a IV do artigo 11

IV ndash Carteira de Trabalho e Previdecircncia Social

Paraacutegrafo uacutenico ndash Aos profissionais registrados exclusivamente para o exerciacutecio das funccedilotildees relacionadas nos itens VII a XI do artigo 11 eacute vedado o exerciacutecio das funccedilotildees constantes nos itens I a VII do mesmo artigo

Art 5ordm O Ministeacuterio do Trabalho concederaacute desde que satisfeitas as exigecircncias constantes neste Decreto registro especial ao

I ndash colaborador assim entendido aquele que mediante remuneraccedilatildeo e sem relaccedilatildeo de emprego produz trabalho de natureza teacutecnica cientiacutefica ou cultural relacionando com a sua especializaccedilatildeo para ser divulgado com o nome e qualificaccedilatildeo do autor

II ndash funcionaacuterio puacuteblico titular de cargo cujas atribuiccedilotildees legais coincidam com as mencionadas no artigo 2ordm

III ndash provisionado

Paraacutegrafo uacutenico ndash O registro de que tratam os itens I e II deste artigo natildeo implica o reconhecimento de quaisquer direitos que decorram da condiccedilatildeo de empregado nem no caso do item II dos resultantes do exerciacutecio privado e autocircnomo da profissatildeo

Art 6ordm Para o registro especial de colaborador eacute necessaacuteria a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash declaraccedilatildeo de empresa jornaliacutestica ou que a ela seja equiparada informando do seu interesse pelo registro de colaborador do candidato onde conste a sua especializaccedilatildeo remuneraccedilatildeo contratada e pseudocircnimo se houver

Art 7ordm Para o registro especial de funcionaacuterio puacuteblico titular de cargo cujas atribuiccedilotildees legais coincidam com as mencionadas no artigo 2ordm eacute necessaacuterio a apresentaccedilatildeo de ato de nomeaccedilatildeo ou contrataccedilatildeo para cargo ou emprego com aquelas atribuiccedilotildees aleacutem do cumprimento do que estabelece o artigo 4ordm

Art 8ordm Para o registro especial de provisionado eacute necessaacuterio a apresentaccedilatildeo de

47

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash declaraccedilatildeo fornecida pela empresa jornaliacutestica ou que a ela seja equiparada na qual conste a funccedilatildeo a ser exercida e o salaacuterio correspondente

IV ndash diploma de curso de niacutevel superior ou certificado de ensino de 2ordm grau fornecido por estabelecimento de ensino reconhecido na forma da lei para as funccedilotildees relacionadas nos itens I a VII do artigo 11

V ndash declaraccedilatildeo fornecida pela entidade sindical representativa da categoria profissional com base territorial abrangendo o municiacutepio no qual o provisionado iraacute desempenhar suas funccedilotildees de que natildeo haacute jornalista associado do Sindicato domiciliado naquele municiacutepio disponiacutevel da contrataccedilatildeo

VI ndash Carteira de Trabalho e Previdecircncia Social

sect 1ordm A declaraccedilatildeo de que trata o item V deveraacute ser fornecida pelo Sindicato ao interessado no prazo de 3 dias uacuteteis

sect 2ordm Caso exista profissional domiciliado no municiacutepio disponiacutevel para contrataccedilatildeo o Sindicato comunicaraacute tal fato ao Ministeacuterio do Trabalho no mesmo prazo de 3 dias a contar do pedido de fornecimento da declaraccedilatildeo de que trata o item V

sect 3ordm Caso o Sindicato natildeo forneccedila a declaraccedilatildeo de que trata o item V no prazo mencionado no sect 1ordm o interessado poderaacute instruir seu pedido de registro com o protocolo de apresentaccedilatildeo do requerimento ao Sindicato

sect 4ordm Na hipoacutetese prevista no paraacutegrafo anterior o Ministeacuterio do Trabalho concederaacute ao Sindicato prazo natildeo superior a 3 dias para se manifestar sobre o fornecimento da declaraccedilatildeo caso natildeo tenha ocorrido o fato constante no sect 2ordm

sect 5ordm O registro especial de provisionado teraacute caraacuteter temporaacuterio com duraccedilatildeo maacutexima de trecircs anos renovaacutevel somente com a apresentaccedilatildeo de toda a documentaccedilatildeo prevista neste artigo

Art 9ordm Seraacute efetuado no Ministeacuterio do Trabalho registro dos diretores de empresas jornaliacutesticas que natildeo sendo jornalistas respondem pelas respectivas publicaccedilotildees para o que eacute necessaacuterio a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash prova de registro civil ou comercial da empresa jornaliacutestica com o inteiro teor do seu ato constitutivo

IV ndash prova de depoacutesito do tiacutetulo da publicaccedilatildeo ou da agecircncia de notiacutecias no oacutergatildeo competente do Ministeacuterio da Induacutestria e do Comeacutercio

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V ndash 30 exemplares do jornal ou 12 exemplares da revista ou 30 recortes ou coacutepias de noticiaacuterio com datas diferentes de sua divulgaccedilatildeo

sect 1ordm Tratando-se de empresa nova o Ministeacuterio do Trabalho efetuaraacute registro provisoacuterio com validade por 2 anos tornando-se definitivo apoacutes a comprovaccedilatildeo constante do item V deste artigo

sect 2ordm Natildeo seraacute admitida renovaccedilatildeo ou prorrogaccedilatildeo do prazo de validade do registro provisoacuterio previsto no paraacutegrafo anterior

Art 10ordm Seraacute efetuado no Ministeacuterio do Trabalho registro especial do diretor de empresa natildeo jornaliacutestica sob cuja responsabilidade se editar publicaccedilatildeo destinada agrave circulaccedilatildeo externa ou interna para o que se exigiraacute a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash prova de depoacutesito do tiacutetulo da publicaccedilatildeo no oacutergatildeo competente do Ministeacuterio da Induacutestria e do Comeacutercio

Art 11 ndash As funccedilotildees desempenhadas pelos jornalistas como empregados seratildeo assim classificadas

I - Redator aquele que aleacutem das incumbecircncias de redaccedilatildeo comum tem o encargo de redigir editoriais crocircnicas ou comentaacuterios

II - Noticiarista aquele que tem o encargo de redigir mateacuterias de caraacuteter informativo desprovidas de apreciaccedilotildees ou comentaacuterios preparando-as ou redigindo-as para a divulgaccedilatildeo

III - Repoacuterter aquele que cumpre a determinaccedilatildeo de colher notiacutecias ou informaccedilotildees preparando-as para divulgaccedilatildeo

IV - Repoacuterter de setor aquele que tem o encargo de colher notiacutecias ou informaccedilotildees sobre assuntos predeterminados preparando-as ou redigindo-as para divulgaccedilatildeo

V - Raacutedio-repoacuterter aquele a quem cabe a difusatildeo oral de acontecimento ou entrevista pelo raacutedio ou pela televisatildeo no instante ou no local em que ocorram assim como o comentaacuterio ou crocircnica pelos mesmos veiacuteculos

VI - Arquivista-pesquisador aquele que tem a incumbecircncia de organizar e conservar cultural e tecnicamente o arquivo redatorial procedendo agrave pesquisa dos respectivos dados para a elaboraccedilatildeo de notiacutecias

VII - Revisor aquele que tem o encargo de rever as provas tipograacuteficas de mateacuteria jornaliacutestica

VIII - Ilustrador aquele que tem a seu cargo criar ou executar desenhos artiacutesticos ou teacutecnicos de caraacuteter jornaliacutestico

XIX - Repoacuterter-fotograacutefico aquele a quem cabe registrar fotograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico

X - Repoacuterter-cinematograacutefico aquele a quem cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico

XI - Diagramador aquele a quem compete planejar e executar a distribuiccedilatildeo graacutefica de mateacuterias fotografias ou ilustraccedilotildees de caraacuteter jornaliacutestico para fins de publicaccedilatildeo

Paraacutegrafo uacutenico ndash Os Sindicatos seratildeo ouvidos sobre o exato enquadramento de cada profissional

49

Art 12ordm Seratildeo privativas de jornalista as funccedilotildees pertinentes agraves atividades

descritas no artigo 2ordm tais como Editor Secretaacuterio Subsecretaacuterio Chefe de reportagem e Chefe de Revisatildeo

Art 13ordm Natildeo haveraacute incompatibilidade entre o exerciacutecio da profissatildeo de Jornalista e o de qualquer outra funccedilatildeo remunerada ainda que puacuteblica respeitadas a proibiccedilatildeo de acumular cargos e as demais restriccedilotildees de lei

Art 14ordm Seraacute passiacutevel de trancamento o registro profissional do jornalista que sem motivo legal deixar de exercer a profissatildeo por mais de 2 anos

sect 1ordm Natildeo incide na cominaccedilatildeo deste artigo o afastamento decorrente de a) suspensatildeo ou interrupccedilatildeo do contrato de trabalho b) aposentadoria como jornalista c) viagem ou bolsa de estudo para aperfeiccediloamento profissional d) desemprego apurado na forma da Lei nordm 4923 de 23 de dezembro de

1965

sect 2ordm O trancamento seraacute da competecircncia do oacutergatildeo regional do Ministeacuterio do Trabalho de ofiacutecio ou requerimento da entidade sindical representativa da categoria profissional cabendo a esta fazer publicar em oacutergatildeo oficial por trecircs vezes consecutivas e dentro de um interstiacutecio de dois anos a relaccedilatildeo dos jornalistas cujos registros pretende trancar

sect 3ordm Os oacutergatildeos do Ministeacuterio do Trabalho prestaratildeo aos sindicatos representativos da categoria profissional as informaccedilotildees que lhes forem solicitadas especialmente quanto ao registro de admissotildees e dispensas nas empresas jornaliacutesticas realizando as inspeccedilotildees que se tornarem necessaacuterias para a verificaccedilatildeo do exerciacutecio da profissatildeo de jornalista

sect 4ordm O exerciacutecio da atividade em empresa natildeo jornaliacutestica mencionada no artigo 3ordm sect 2ordm natildeo constituiraacute prova suficiente de permanecircncia na profissatildeo se a publicaccedilatildeo e seu responsaacutevel natildeo tiverem registro nos termos deste Decreto

sect 5ordm O registro trancado suspende a titularidade e o exerciacutecio das prerrogativas profissionais mas pode ser revalidado mediante apresentaccedilatildeo dos documentos mencionados nos itens II e III do artigo 4ordm

Art 15ordm O salaacuterio de jornalista natildeo poderaacute ser reajustado nos contratos individuais de trabalho para a jornada normal de 5 horas em base inferior agrave do salaacuterio estipulado para a respectiva funccedilatildeo em acordo ou convenccedilatildeo coletiva de trabalho ou sentenccedila normativa das Justiccedila do Trabalho

Paraacutegrafo uacutenico ndash Em negociaccedilatildeo ou dissiacutedio coletivo poderatildeo os Sindicatos de Jornalistas reclamar o estabelecimento de criteacuterio de remuneraccedilatildeo adicional pela divulgaccedilatildeo de trabalho produzido por jornalistas em mais de um veiacuteculo de comunicaccedilatildeo coletiva

Art 16ordm A admissatildeo de provisionado para exercer funccedilotildees relacionadas nos itens I a VII do artigo 11 seraacute permitida nos municiacutepios onde natildeo existia curso de Jornalismo reconhecido na forma de lei e comprovadamente natildeo haja jornalista domiciliado associado do sindicato representativo da categoria profissional disponiacutevel para contrataccedilatildeo

Paraacutegrafo uacutenico ndash O provisionado nos termos deste artigo poderaacute exercer suas atividades somente no municiacutepio para o qual foi registrado

Art 17ordm Os atuais portadores de registro especial de provisionado poderatildeo exercer suas atividades no Estado onde foram contratados

Art 18 ndash A fiscalizaccedilatildeo do cumprimento dos dispositivos deste Decreto se faraacute na forma do artigo 626 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho sendo aplicaacutevel aos

50

infratores multa variaacutevel de 1 a 10 vezes o maior valor de referecircncia fixado de acordo com o artigo 2ordm paraacutegrafo uacutenico da Lei nordm 6205 de 29 de abril de 1975

Paraacutegrafo uacutenico ndash Aos sindicatos representativos da categoria profissional incumbe representar agraves autoridades competentes acerca do exerciacutecio irregular da profissatildeo de Jornalista

Art 19ordm Constitui fraude a prestaccedilatildeo de serviccedilos profissionais gratuitos ou com pagamentos simboacutelicos sob pretexto de estaacutegio bolsa de complementaccedilatildeo convecircnio ou qualquer outra modalidade em desrespeito agrave legislaccedilatildeo trabalhista e a este regulamento

Art 20ordm O disposto neste Decreto natildeo impede a conclusatildeo dos estaacutegios comprovadamente iniciados antes da vigecircncia da Lei nordm 6612 de 7 de dezembro de 1978 os quais entretanto natildeo conferiratildeo por si soacutes direito ao registro profissional

Art 21ordm Este Decreto entra em vigor na data da sua publicaccedilatildeo revogadas as disposiccedilotildees em contraacuterio especialmente os Decretos nordms 65912 de 19 de dezembro de 1969 e 68629 de 18 de maio de 1971

Brasiacutelia 13 de marccedilo de 1979 158ordm da Independecircncia e 91ordm da Repuacuteblica (DO de 13-3-79)

Ernesto Geisel Arnaldo Prieto

51

ANEXO II ndash ACOacuteRDAtildeO TST-AIRR-6182001-751-04-401

Acoacuterdatildeo Inteiro Teor NUacuteMERO UacuteNICO PROC AIRR - 6182001-751-04-40 PUBLICACcedilAtildeO DJ - 10022006 Andamento do Processo

PROC Nordm TST-AIRR-6182001-751-04-401 C A C Oacute R D Atilde O 1ordf Turma EMPMs REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO CARACTERIZACcedilAtildeO INDEPENDEcircNCIA NO EXERCIacuteCIO DE SUAS ATIVIDADES REGISTROS DE ASSUNTOS E TEMAacuteTICAS DE INTERESSES JORNALIacuteSTICOS 1 Segundo o Tribunal Regional do Trabalho o Reclamante no exerciacutecio de suas atividades aleacutem de ter acompanhado o repoacuterter entrevistador na produccedilatildeo de mateacuterias fato que por si soacute natildeo lhe retira a condiccedilatildeo de jornalista - e tambeacutem de acordo com depoimentos testemunhais saiacutea agrave rua com a pauta que lhe era dirigida para sozinho produzir as mateacuterias solicitadas pelo empregador o que de acordo com o teor dos dispositivos tidos por vulnerados permite concluir o exerciacutecio da profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico e natildeo simplesmente de operador de cacircmera visto que ao sair agraves ruas para a produccedilatildeo de mateacuterias cumpria seu ofiacutecio obviamente mediante registros de fatos e (ou) assuntos de interesses notadamente jornaliacutestico considerando para tanto a proacutepria natureza da atividade empresarial exercida pela empregadora Inviaacutevel portanto a admissibilidade do recurso de revista em razatildeo da impossibilidade de exame da alegaccedilatildeo de afronta ao Decreto nordm 8413479 visto tratar-se de hipoacutetese natildeo contemplada na letra c do artigo 896 da CLT Por outro lado por violaccedilatildeo dos artigos 2ordm da Lei nordm 661578 e 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 tambeacutem natildeo logra ecircxito a Agravante no intuito de ver autorizado o processamento do recurso de revista No primeiro dispositivo apenas dispotildee-se que o radialista eacute o empregado de radiodifusatildeo exercente de atividades voltadas agrave administraccedilatildeo produccedilatildeo ou teacutecnica No segundo definem-se as profissotildees de repoacuterter e repoacuterter cinematograacutefico salientando-se que a esse uacuteltimo cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico hipoacutetese identificada pelo Regional 2 Agravo de instrumento a que se nega provimento Vistos relatados e discutidos estes autos do Agravo de Instrumento em Recurso de Revista nordm TST-AIRR-6182001-751-04-401 em que eacute Agravante RBS TV SANTA ROSA LTDA e Agravado CLOacuteVIS SANTACATARINA A Reclamada interpotildee agravo de instrumento ao despacho de fls 113-115 mediante o qual foi denegado seguimento ao recurso de revista sob o fundamento de que a decisatildeo decorreu da aplicaccedilatildeo das normas pertinentes uma vez que da situaccedilatildeo faacutetica delineada nos autos natildeo haacute como se extrair ofensa ao artigo 2ordm da Lei nordm 661578 na forma do artigo 896 c da CLT Contraminuta agraves fls 122-124 Natildeo houve remessa dos autos agrave Procuradoria Geral do Trabalho em face da orientaccedilatildeo emanada da Resoluccedilatildeo Administrativa nordm 322 atualmente retratada no artigo 82 do Regimento Interno do Tribunal Superior do

52

Trabalho Eacute o relatoacuterio V O T O I CONHECIMENTO Conheccedilo do agravo de instrumento porque regular e tempestivo II MEacuteRITO O Tribunal Regional ao apreciar o recurso ordinaacuterio interposto pela Reclamada no tocante ao reconhecimento da condiccedilatildeo de jornalista ao Reclamante pela Vara do Trabalho decidiu O MM Juiacutezo de primeiro grau acolheu as alegaccedilotildees do reclamante de exerciacutecio de profissatildeo jornaliacutestica de repoacuterter cinematograacutefico condenando a reclamada a pagar diferenccedilas salariais e reflexos Contra esta decisatildeo volta-se a reacute sustentando que o reclamante era operador de cacircmera funccedilatildeo capitulada na profissatildeo de radialista A recorrente tem razatildeo parcialmente Tomando-se a hipoacutetese de confirmar a sentenccedila enquanto reconhece ter o reclamante exercido a funccedilatildeo de repoacuterter cinematograacutefico em todo o contrato existe um marco temporal e juriacutedico que deve ser considerado A funccedilatildeo de repoacuterter cinematograacutefico eacute exclusiva da profissatildeo de jornalista Eacute uma atividade que estaacute reservada aos jornalistas formados assim como estabelecido no DL 97269 O reclamante natildeo demonstra a partir de quando conquistou a diplomaccedilatildeo como jornalista devendo-se considerar apenas pelo que oferecem os autos a data de 16 de junho de 1998 dia em que o reclamante foi registrado no Ministeacuterio do Trabalho como jornalista profissional na funccedilatildeo especiacutefica de repoacuterter cinematograacutefico Considerando que o Ministeacuterio do Trabalho natildeo pode registrar jornalistas natildeo diplomados exceccedilatildeo feita aos provisionados tem-se que o reclamante adquiriu esta condiccedilatildeo nesse dia Antes embora pudesse fazer ou fizesse atividades privativas de jornalistas natildeo pode ser considerado juridicamente como tal Assim em qualquer hipoacutetese de manutenccedilatildeo do reconhecimento da funccedilatildeo de jornaliacutestica esta deve gerar os efeitos pleiteados somente a partir de 16 de junho de 1998 Jaacute quanto a ter exercido ou natildeo funccedilatildeo jornaliacutestica a conclusatildeo eacute de manutenccedilatildeo da sentenccedila Natildeo eacute o fato de estar acompanhado por repoacuterter entrevistador que o cinegrafista perde a condiccedilatildeo de jornalista Trata-se de uma equipe de profissionais jornalistas Um exemplo que melhor ilustra o descabimento da distinccedilatildeo que pretende fazer o apelo eacute a situaccedilatildeo dos fotoacutegrafos ou repoacuterteres fotograacuteficos O fotoacutegrafo sai com a pauta junto com o repoacuterter (ou natildeo e isto tambeacutem acontecia com o reclamante como o reconhecem as testemunhas inclusive trazidas pela reclamada) e enquanto o repoacuterter investiga os dados necessaacuterios para a mateacuteria o fotoacutegrafo registra as cenas mas nem por isto eacute rebaixado da condiccedilatildeo de jornalista para dir- se-ia operador de cacircmera fotograacutefica O que se pode discutir seria o interesse jornaliacutestico das mateacuterias cobertas pelo jornalista reclamante Com efeito os comerciais produzidos e gravados pelo autor natildeo tecircm esse interesse e os eventos promocionais da reclamada recebem dela mesma uma atribuiccedilatildeo desse interesse embora natildeo o tenha imediata e objetivamente mas para efeitos do trabalho executado pelo reclamante deve ser considerado um trabalho jornaliacutestico Foi correta a decisatildeo natildeo merecendo qualquer reparo a natildeo ser o juriacutedico-temporal jaacute mencionado Nesta perspectiva o provimento do recurso eacute parcial (fls 97-99) Ao interpor o recurso de revista a Empresa alegou que o Reclamante na condiccedilatildeo de operador de cacircmera e operador de cacircmera de unidade portaacutetil externa acompanhando o repoacuterter como reconheceu o Regional natildeo pode ser

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enquadrado como jornalista porquanto ao repoacuterter eacute dado cumprir a determinaccedilatildeo de coletar notiacutecias ou informaccedilotildees e elaboraacute-las a fim de viabilizar posterior divulgaccedilatildeo e ao repoacuterter-cinematograacutefico cabe registrar cinematograficamente fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico razatildeo pela qual entende que a atividade do Reclamante eacute proacutepria de radialista categoria agrave qual pertencia Acrescenta que o artigo 2ordm da Lei nordm 661578 estabelece considera-se radialista o empregado de Radiodifusatildeo que exerccedila uma das funccedilotildees em que se desdobram as atividades mencionadas no artigo 4ordm ou seja operador de cacircmara e operador de cacircmara de unidade portaacutetil externa cuja regulamentaccedilatildeo profissional consta do Decreto nordm 8413479 e as atribuiccedilotildees do Quadro Anexo do mesmo decreto item II letra c nordm 3 com a seguinte redaccedilatildeo encarrega-se da gravaccedilatildeo de mateacuteria distribuiacuteda pelo Supervisor de Operaccedilotildees planifica e orienta o entrevistador repoacuterter e iluminador no que se refere aos aspectos teacutecnicos de seu trabalho suas atividades envolvem tanto a gravaccedilatildeo como a geraccedilatildeo de som e imagem atraveacutes de equipamentos eletrocircnico portaacutetil de TV Fundamenta o apelo em violaccedilatildeo dos artigos 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 2ordm da Lei nordm 661578 e do Decreto nordm 8413479 e Quadro Anexo do mesmo decreto item II letra c nordm 3 Inicialmente deve-se registrar a impossibilidade de exame da alegaccedilatildeo de afronta ao Decreto nordm 8413479 visto tratar-se de hipoacutetese natildeo contemplada na letra c do artigo 896 da CLT No tocante agrave ofensa aos artigos 2ordm da Lei nordm 661578 e 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 tambeacutem natildeo logra ecircxito a Agravante no intuito de ver autorizado o processamento do recurso de revista No primeiro dispositivo apenas dispotildee-se que o radialista eacute o empregado de radiodifusatildeo exercente de atividades voltadas agrave administraccedilatildeo produccedilatildeo ou teacutecnica No segundo definem-se as profissotildees de repoacuterter e repoacuterter cinematograacutefico salientando-se que a esse uacuteltimo cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico Ora dos termos da decisatildeo impugnada via recurso de revista nada haacute que conflite com tais dispositivos legais Afinal segundo o Tribunal Regional do Trabalho o Reclamante no exerciacutecio de suas atividades aleacutem de ter acompanhado o repoacuterter entrevistador na produccedilatildeo de mateacuterias fato que por si soacute natildeo lhe retira a condiccedilatildeo de jornalista - tambeacutem de acordo com depoimentos testemunhais saiacutea agrave rua com a pauta que lhe era dirigida para sozinho produzir as mateacuterias solicitadas pelo empregador o que de acordo com o teor dos dispositivos tidos por vulnerados permite concluir pelo exerciacutecio da profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico e natildeo simplesmente de operador de cacircmera visto que ao sair agraves ruas para a produccedilatildeo de mateacuterias cumpria seu ofiacutecio obviamente mediante registros de fatos e (ou) assuntos de interesses notadamente jornaliacutestico considerando para tanto a proacutepria natureza da atividade empresarial exercida pela empregadora Por esses fundamentos nego provimento ao agravo de instrumento ISTO POSTO ACORDAM os Ministros da Primeira Turma do Tribunal Superior do Trabalho por unanimidade negar provimento ao agravo de instrumento Brasiacutelia 9 de novembro de 2005 EMMANOEL PEREIRA Ministro Relator

NIA 3981288

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12 PROGRAMAS JORNALIacuteSTICOS NAS DIVERSAS EMISSORAS DE

TV

A seguir seratildeo listados os principais telejornais que foram ao ar pelas

diversas emissoras de televisatildeo do paiacutes

121 Rede Tupi

A partir de 1951 a Rede Tupi (19501980) exibia ldquoDiaacuterio de Satildeo Paulo na

TVrdquo ldquoEdiccedilatildeo Extrardquo e ldquoTelejornal Brahmardquo

Em 1952 apresentava o ldquoRepoacuterter Essordquo o ldquoTelejornal Tupirdquo e

ldquoTelenotiacutecias Panairrdquo

Em 1965 estreou ldquoUltra Notiacuteciasrdquo

Em 1979 um de seus uacuteltimos programas foi o ldquoAqui e Agorardquo com 6

horas de duraccedilatildeo e direccedilatildeo de Wilton Franco extinto no ano seguinte pelo governo

122 Rede Excelsior

A Rede Excelsior (19601964) estreou em 1960 o ldquoTele Notiacuteciasrdquo e em

1963 ldquoA Marcha do Mundordquo e o ldquoJornal da Vanguardardquo

123 TV Record

A TV Record (1953) inseriu em sua programaccedilatildeo na aacuterea de

telejornalismo diversos programas valendo destacar

- ldquoTempo de Notiacuteciasrdquo (1972)

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- ldquoCidade Alertardquo (1995)

- ldquoFala Brasil (1998)

- ldquoEdiccedilatildeo de Notiacuteciasrdquo (2003)

- ldquoTudo a Verrdquo (2004)

- ldquoRecord RJrdquo ldquoRecord SPrdquo e ldquoRio de Janeiro no Arrdquo (2005)

124 TV Cultura

Dentre os programas de telejornais introduzidos pela TV Cultura (1969)

vale destacar

- ldquoA Hora da Notiacuteciardquo (1972)

- ldquoConversa Afiadardquo (1999)

- ldquoMateacuteria Puacuteblicardquo (2002)

- ldquoBoletim Culturardquo e ldquoPrimeira Paacuteginardquo (2005)

125 TV Globo

No ar desde 1968 a TV Globo editou inuacutemeros programas

telejornaliacutesticos com destaque para

- ldquoTele Globordquo (1965)

- ldquoUltranotiacuteciasrdquo (1966)

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- ldquoJornal da Globordquo (1967)

- ldquoJornal Nacionalrdquo (1969)

- ldquoJornal Hojerdquo (1971)

- ldquoBom dia Satildeo Paulordquo (1977)

- ldquoJornal da Globordquo (1979)

- ldquoSPTVrdquo ldquoRJTVrdquo ldquoBom dia Brasilrdquo (1983)

- ldquoGlobo Notiacuteciardquo (2005)

126 TV Bandeirantes

Pela TV Bandeirantes no ar desde 1967 vale destacar os seguintes

telejornais

- ldquoTitulares da Notiacuteciardquo (1969)

- ldquoBand News na Bandrdquo e ldquoBrasil Urgenterdquo (2001)

- e ldquoPrimeiro Jornalrdquo (2005)

127 TV Gazeta

Mais recentemente a TV Gazeta (1970) levou ao ar

- o ldquoJornal Gazetardquo o ldquoMercadordquo e ldquoPrimeira Paacuteginasrdquo todos estreados

em 2001

20

- em 2002 introduziu o ldquoJornal Gazeta 2ordf ediccedilatildeordquo e

- em 2003 o ldquoGazeta On-linerdquo

128 SBT

O Sistema Brasileiro de Televisatildeo no ar desde 1981 tem na histoacuteria do

telejornalismo da emissora os seguintes programas

- ldquoNoticentrordquo (1981)

- ldquo24 Horasrdquo (1982)

- ldquoCidade 4rdquo (1986)

- ldquoTJ Brasilrdquo ldquoTJ Noiterdquo e ldquoTJ Satildeo Paulordquo (1988)

- ldquoJornal do SBTrdquo ldquoAqui e Agorardquo (1991)

- ldquoAqui Brasilrdquo (1993) ldquoSBT Notiacuteciasrdquo (1995)

- ldquoJornal do SBTCBS Telenotiacuteciasrdquo (1997)

- ldquoNotiacutecias do Diardquo e ldquoNoticidaderdquo (1998)

- ldquoTJ Manhatilderdquo (2001)

- ldquoSBT Brasilrdquo (2005) dentre outros

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13 O PERCURSO DO TELEJORNALISMO NOS ANOS 70

Em seu trabalho de dissertaccedilatildeo de mestrado defendido na Escola de

Comunicaccedilotildees e Artes da Universidade de Satildeo Paulo Antonio Reis Jr (2003) nos

mostra que no iniacutecio da deacutecada de 70 o campo cinematograacutefico sofreu dispersatildeo do

grupo de cineastas que integravam o Cinema Novo devido agrave repressatildeo poliacutetica poacutes

Ato Institucional n 5 em 1968 Com a criaccedilatildeo da Embrafilme em 1969 as novas

demandas do mercado cultural assim como o acirramento dos debates esteacuteticos

formou-se um novo quadro de atuaccedilatildeo para os cinegrafistas que se descortinou

com o esfacelamento do Cinema Novo com a expansatildeo da induacutestria cultural do

consumo dos bens simboacutelicos no paiacutes e com o surgimento de novos esquemas de

produccedilatildeo e projetos culturais

Nesse cenaacuterio de cerceamento controle e censura da produccedilatildeo cultural

diversos cineastas vislumbraram a possibilidade de trabalhar em algumas emissoras

de TV e como o telejornalismo foi o programa de maior impacto nesse meio de

comunicaccedilatildeo em massa surgiu assim o nosso repoacuterter cinematograacutefico

Desde sua primeira exibiccedilatildeo em rede nacional em 1ordm de setembro de

1969 o Jornal Nacional da Rede Globo apresentou um formato proacuteprio para

transmitir notiacutecias onde ldquoo telejornal era capaz de abordar no mesmo tom e com a

mesma inconsequumlecircncia notiacutecias banais e outras de extrema importacircncia para o

espectador conferindo um mesmo tratamento a fatos relevantes e irrelevantesrdquo Em

plena eacutepoca de ditadura tal fato revela a cumplicidade dessa emissora para com os

militares apresentando um telejornal com moderna engenharia eletrocircnica e que

adotava a maacutescara do paiacutes ldquoem desenvolvimentordquo do milagre econocircmico

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propagando imagens de um paiacutes com o povo bonito onde natildeo existia fome miseacuteria

pobreza

Contudo nesse mesmo periacuteodo surgiu a TV Cultura com a programaccedilatildeo

mais voltada para a realidade brasileira e que criou em 1972 o telejornal ldquoA Hora da

Notiacuteciardquo pobre em recursos mas combativo liacuteder de audiecircncia desta emissora

seguia em caminho inverso agraves fantasias institucionais e agrave alienaccedilatildeo dos noticiaacuterios

da eacutepoca

Em 1975 o jornalista Vladimir Herzog assumiu a direccedilatildeo da TV Cultura

apresentando proposta para tornar o telejornalismo em um instrumento de diaacutelogo

com o puacuteblico combatendo a atitude servil diante do governo com uma poliacutetica de

programaccedilatildeo visando objetivos prioritaacuterios relacionados com a realidade do puacuteblico

que pretendia atingir Poreacutem nesse mesmo ano Herzog foi preso interrogado

torturado e morto sucumbindo o projeto de renovaccedilatildeo do telejornalismo na TV

brasileira

Mas em seguida apesar de o Jornal Nacional manter estreita ligaccedilatildeo com

a ditadura surgiu na Rede Globo o Globo Repoacuterter originaacuterio da seacuterio Globo Shell ndash

o uacutenico programa da emissora produzido com material cinematograacutefico e que teve o

meacuterito de fazer passar informaccedilotildees boicotadas pelos demais telejornais ndash

caracterizado por abordar temas polecircmicos e questotildees sociais justamente em um

periacuteodo em que esses assuntos eram proibidos e vetados pela Censura Federal

Esse estilo despojado e independente de fazer documentaacuterios perdurou entre 1976

a 1983

23

2 REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO

21 O PAPEL DO JORNALISTA

Nos dias de hoje o jornalista assim como outros profissionais de

imprensa enfrenta inuacutemeras dificuldades no mercado de trabalho ndash fato que exige

dele atenccedilatildeo para que se mantenha sempre atualizado e se preocupe com a

questatildeo da formaccedilatildeo e da qualificaccedilatildeo

De acordo com a Comissatildeo de Revisatildeo dos Registros de Jornalistas

Profissionais (Portaria MTb n 548 de 140695) todos os jornalistas profissionais do

paiacutes precisam efetuar a revisatildeo do seu Registro Profissional junto ao seu sindicato

para alterar o nuacutemero do Registro anotado na carteira de trabalho Tal procedimento

visa invalidar a grande quantidade de documentos irregulares

Na composiccedilatildeo alfanumeacuterica do novo registro seraacute adotada a sigla de

duas letras do alfabeto que identificam o Estado de origem seguida dos algarismos

a partir de 00001 e mais duas letras que qualificam a natureza da funccedilatildeo na qual o

jornalista foi registrado As letras qualificadoras da natureza da funccedilatildeo para titular

de registro funccedilatildeo de repoacuterter-cinematograacutefico eacute RC Exercer atividades de

jornalista com registro precaacuterio constitui crime de exerciacutecio ilegal da profissatildeo

(Sindicato dos Jornalistas 2006)

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Para ilustrar melhor o papel do jornalismo a seguir iremos elencar as

definiccedilotildees formuladas por diversos profissionais da aacuterea publicadas no site Enfato ndash

Comunicaccedilatildeo Empresarial (2006)

ldquoO jornalista eacute o(a) profissional que faz mais do que apenas reportar o que acontece ele(a) estabelece viacutenculos entre os fatos correntes e passados provocaestimula o raciociacutenio do telespectadorleitorouvinte e procura ainda extrair disso tudo alguma perspectiva que sinalize o futuro Sua atividade eacute ainda mais difiacutecil do que parece eacute indispensaacutevel que este(a) profissional desempenhe sua tarefa com absoluta noccedilatildeo de seus princiacutepios eacuteticos sem se deixar contaminar por influecircncias poliacuteticas ou interesses pessoais Soacute assim seu relato teraacute credibilidade ndash a uacutenica moeda de real valor para quem abraccedilou esta profissatildeo Aliaacutes natildeo eacute agrave toa que a classe de espiacuterito tatildeo nobre seja tatildeo vilipendiada por aqueles que detecircm o controle das empresas de comunicaccedilatildeordquo Claudio Lessa colunista do site Direto da Redaccedilatildeo

ldquoSer jornalista hoje eacute e cada vez seraacute mais permitir ao leitor entender os fatos muito mais do que simplesmente tomar conhecimento deles Durante deacutecadas ser jornalista era correr atraacutes de furo dar informaccedilotildees sobre um fato que era desconhecido de todos Eu acho que hoje o nosso desafio estaacute em permitir que o leitor entenda os fatos pois existe uma avalanche de informaccedilotildeesrdquo Eugecircnio Esber diretor de redaccedilatildeo da revista Amanhatilde (RS)

ldquoO bom jornalista eacute aquele que eacute criativo investigador objetivo estaacute sempre informado mergulha com profundidade nos assuntos e acima de tudo tem a eacutetica como sua religiatildeordquo Fernando Barbosa Lima editor da FBL Criaccedilatildeo e Produccedilatildeo (RJ)

ldquoTenho a impressatildeo de que ser jornalista diante da tamanha complexidade do universo da Comunicaccedilatildeo eacute ter a capacidade de melhor organizar e selecionar a quantidade crescente da informaccedilatildeo defendendo o que haacute de mais essencial primado da verdade Lembro do que dizia Claudio Abramo de que a funccedilatildeo do jornalista eacute buscar a verdade camuflada atraacutes da verdade aparente Acho que essa tarefa eacute o grande diferencial que determinaraacute o sucesso profissionalrdquo Fernando Salerno diretor da Associaccedilatildeo Paulista de Jornais e do diaacuterio Valeparaibano (SP)

ldquoSer jornalista hoje eacute o mesmo que ontem e presumo o mesmo que amanhatilde O jornalista tem a funccedilatildeo de informar mais do que formar No meu entendimento hoje haacute muitos jornalistas mais preocupados em formar do que em informar Em outras palavras eacute muita opiniatildeo e pouca informaccedilatildeo Entendo ainda que eacute um trabalho muito importante para garantir a transparecircncia das sociedadesrdquo Flaacutevio Portela gerente de jornalismo da raacutedio Guaiacuteba (RS)

ldquoTenho orgulho de ser jornalista Essa funccedilatildeo eacute cada vez mais importante desde que seja acompanhada de eacutetica e

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responsabilidade Cada vez mais a miacutedia tem credibilidade Graccedilas ao jornalista e a essa possibilidade de informaccedilatildeo raacutepida e global eacute que aproximamos o mundordquo Lucia Leme apresentadora do programa Olhar 2005 da TVE-RJ

ldquoA profissatildeo natildeo perdeu o encanto embora os predadores empresariados tenham feito de tudo para desencantaacute-la e diminuiacute-lardquo Luiacutes Recena editor executivo da Tribuna do Brasil (DF)

ldquoSer jornalista eacute saber passar informaccedilotildees ao grande puacuteblico eacute saber defender a sociedade atraveacutes dos jornais e procurar saber o que ela procura e onde precisa ser ajudadardquo Maria Eugecircnia Labouriau assessora de imprensa do Inmetro

ldquoA funccedilatildeo principal do jornalista eacute ser a oposiccedilatildeo diante das instituiccedilotildees incluindo Judiciaacuterio o Estado todo mundo Os jornalistas satildeo os fiscalizadores da sociedaderdquo Nando Gross apresentador da Raacutedio Gauacutecha AM (RS)

ldquoEacute como jogar nas 11 posiccedilotildees do campo Natildeo existe mais jornalista pelo menos aqui no interior do Rio Grande do Norte especialista Todos acabam tendo que cumprir todas as funccedilotildees Somos mais que polivalentes jaacute que estamos num jornal do interiorrdquo Pedro Carlos Lopes Pinheiro diretor de Redaccedilatildeo do jornal O Mossoroense (RN)

ldquoSer jornalista hoje eacute ter perseveranccedila vontade e amor pela profissatildeo jaacute que os jornalistas ganham mal e natildeo haacute incentivos para a realizaccedilatildeo do trabalhordquo Raimundo Afonso Gomes presidente do Sindicato dos Jornalistas do Acre

ldquoHoje e sempre ser jornalista eacute tentar ser uma testemunha do seu tempo Essa eacute nossa humilde tarefa Natildeo eacute ser juiz promotor Atualmente temos uma tendecircncia de julgar e ateacute condenar Quanto mais complexa a sociedade mais se exige esse papel do jornalistardquo Zuenir Ventura colunista de O Globo (RJ)

A exemplo de outras profissotildees regulamentadas pela legislaccedilatildeo vigente

em nosso paiacutes ou reconhecidas pelo mercado formal de trabalho a atividade

jornaliacutestica deve seguir preceitos eacuteticos especiacuteficos com a finalidade de preservar o

atendimento do interesse puacuteblico e o direito agrave informaccedilatildeo existente em uma

sociedade democraacutetica

Com referecircncia agrave elaboraccedilatildeo da notiacutecia segundo Eliane Mendonccedila (sd)

ldquoa notiacutecia eacute o resultado de diversas lsquovozesrsquo que o jornalista precisou ouvir interpretar

e sintetizar de forma a tornaacute-lo acessiacutevel ao grande puacuteblicordquo Com base nessa

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assertiva pode-se dizer que o jornalista eacute o profissional que tem como ofiacutecio a

responsabilidade de reconstruir os fatos levando em conta todos os conceitos a que

teve acesso durante a apuraccedilatildeo da mateacuteria E se eacute assim a notiacutecia nunca teraacute um

uacutenico autor visto que a mateacuteria jornaliacutestica traz em seu bojo inuacutemeras versotildees do

mesmo assunto cada um de um personagem (fonte) diferente

Note-se que ainda que o jornalista natildeo seja o uacutenico autor do que escreve

cabe a ele a funccedilatildeo de equilibrar o texto a ponto de ser fiel a tudo o que ouviu

procurando transmitir a informaccedilatildeo da forma mais clara possiacutevel a fim de que possa

ser compreendida por todo o tipo de leitor

Outro ponto a se considerar como bem explica Eliane Mendonccedila (sd)

refere-se ao fato de que um mesmo assunto se apresenta ao puacuteblico sob diferentes

enfoques quando transmitido em diferentes veiacuteculos de comunicaccedilatildeo Isto ocorre

porque ao contraacuterio do que ensina os antigos manuais do jornalismo o jornalista

natildeo eacute imparcial e acaba embutindo na notiacutecia um pouco de sua vivecircncia pessoal

sua opiniatildeo sobre o assunto seus preconceitos aleacutem de ter que levar em

consideraccedilatildeo as normas as orientaccedilotildees e a postura da empresa para a qual

trabalha

Segundo o Departamento de Comunicaccedilatildeo e Turismo da Universidade

Federal da Paraiacuteba (UFPB 2006) a sociedade espera que o jornalista exerccedila o

seguinte papel

- Auxiliar a populaccedilatildeo a tomar decisotildees coletivas favoraacuteveis ao bem comum - Enriquecer culturalmente a sociedade - Responsabilizar-se pelas informaccedilotildees que divulga e consequumlecircncias delas - Colaborar para o fortalecimento da cidadania

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- Discernir entre o que tem caraacuteter construtivo para a sociedade - Propagar iniciativas conhecimentos e teacutecnicas que possam ser reproduzidas de forma a contribuir para o bem estar social - Distinguir e denunciar atitudes que sejam lesivas agrave sociedade

O jornalista ndash seja ele o repoacuterter o fotoacutegrafo o cinegrafista o redator o

editor o chefe de reportagem enfim ndash deve estar consciente da importacircncia do seu

trabalho para a construccedilatildeo da cidadania e de uma sociedade igualitaacuteria

Como bem observa Maristela Alves Leitatildeo (2005) os profissionais de

jornalismo desempenham um importante papel nas transformaccedilotildees soacutecio-poliacuteticas

nas uacuteltimas deacutecadas constituindo os ldquoguardiotildees dos direitos humanosrdquo durante a

transiccedilatildeo da ditadura militar para o regime democraacutetico Atualmente a preocupaccedilatildeo

tem sido lutar contra a corrupccedilatildeo e a favor da cidadania visando a conscientizaccedilatildeo

da populaccedilatildeo em relaccedilatildeo aos seus direitos e obrigaccedilotildees

A mateacuteria jornaliacutestica consiste na reconstruccedilatildeo de dada realidade que

cerca um fato recente efetuada pelo profissional da aacuterea a partir da tomada de

depoimentos de pessoas que participaram ou estatildeo inseridas no contexto apurado

Essas pessoas a serem entrevistas natildeo devem ser selecionadas de maneira fortuita

apenas seratildeo inquiridas aquelas que possam dispor de dados estritamente

importantes e possuir competecircncia reconhecida para referir-se ao assunto em

questatildeo Uma das habilidades mais valorizadas na profissatildeo inclusive eacute aquela de

pesquisar e encontrar as fontes mais adequadas considerando-se a expectativa do

puacuteblico de receber informaccedilatildeo qualificada (Rothberg 2006)

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Comparando-se o jornalismo impresso com o televisivo este uacuteltimo leva

clara vantagem por ser meio mais atraente ao disponibilizar uma dinacircmica

audiovisual

22 O REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO

O repoacuterter cinematograacutefico eacute aquele profissional que executa serviccedilos

referentes ao mercado de radiodifusatildeo mais especificamente em TV atuando como

assistente ou teacutecnico na aacuterea de produccedilatildeo em meios de comunicaccedilatildeo Dentre suas

atividades vale destacar pesquisa anaacutelise e interpretaccedilatildeo das possibilidades

riacutetmicas estruturais e associadas do encontro entre imagem e som aleacutem de

executar e manter os equipamentos de aacuteudio e iluminaccedilatildeo e cacircmeras de TV (Nova

Faetec 2006)

No Brasil o curso profissionalizante de repoacuterter cinematograacutefico tem ainda

niacutevel teacutecnico com duraccedilatildeo de trecircs anos sendo exigido como preacute-requisito a

conclusatildeo do ensino meacutedio ou fundamental

No Rio de Janeiro foi criada em 16 de fevereiro em 1946 a ARFOC -

Associaccedilatildeo Profissional de Repoacuterteres Fotograacuteficos e Cinematograacuteficos do Brasil

que consiste em uma associaccedilatildeo profissional e cultural destituiacuteda de caraacuteter poliacutetico-

partidaacuterio e sem fins lucrativos nos termos do Decreto n 1229 de 09101962 cujo

objetivo eacute incentivar aperfeiccediloar valorizar e defender a profissatildeo e os fotojornalistas

e a aplicaccedilatildeo da imagem ao jornalismo (ARFOC 2006)

29

Segundo Joseacute Alves Filho (2005) presidente da ARFOC-PI existe uma

falta de reconhecimento ateacute por parte dos proacuteprios colegas de trabalho em relaccedilatildeo

ao trabalho do repoacuterter cinematograacutefico Eacute uma injusticcedila visto que uma boa

reportagem de TV depende mais do registro do repoacuterter cinematograacutefico ndash fruto de

sua persistecircncia coragem e sensibilidade ndash do que do repoacuterter produtor ou editor

Essa falta de reconhecimento se reflete no dia-a-dia principalmente por

parte dos chefes de redaccedilatildeo que nunca estimulam os repoacuterteres cinematograacuteficos a

participarem da discussatildeo da pauta que iratildeo cumprir Com isso eles acabam se

afastando das redaccedilotildees desestimulados a participarem do processo Por parte dos

colegas jornalistas haacute um preconceito intelectual ainda que velado em relaccedilatildeo aos

colegas da ldquolinha de frenterdquo os ditos repoacuterteres cinematograacuteficos forjados pela

ldquofaculdade da vidardquo sem chance de discutir teoria nos bancos universitaacuterios

Partindo-se da premissa de que a imagem eacute o uacutenico item imprescindiacutevel

da TV natildeo haacute justificativa para o fato de que o salaacuterio dos bons cinegrafistas natildeo

chegam nem na metade do salaacuterio dos repoacuterteres haacute vinte anos atraacutes o salaacuterio

desses profissionais se equiparavam

Para Antonio Brasil (2004)

() se existe uma classe de jornalistas que sempre sofreu enormes injusticcedilas e discriminaccedilotildees eacute sem duacutevida o segmento dos cinegrafistas de TV Hoje satildeo chamados de lsquorepoacuterteres cinematograacuteficosrsquo Para mim deveriam ser simplesmente lsquojornalistasrsquo Mas como costumam ter origem humilde e natildeo podem pagar pelos lsquodiplomasrsquo satildeo considerados jornalistas de segunda classe Natildeo precisam passar no miacutenimo quatro anos pagando caro para as faacutebricas de jornalistas e ningueacutem parece se importar muito com isso Mas os cinegrafistas ou repoacuterteres cinematograacuteficos merecem o nosso apoio e respeito Lutam pelo reconhecimento da profissatildeo enquanto lsquojornalistasrsquo de verdade Recusam-se a serem meros

30

lsquoapecircndicesrsquo na vida dos repoacuterteres e nas decisotildees dos nossos editores de telejornalismo

Infelizmente ainda persiste o conflito entre os profissionais da palavra e

os jornalistas da imagem Brasil (2004) experiente na profissatildeo muitas vezes

sentiu na pele os efeitos de atitudes arrogantes e discriminatoacuterias mesmo de

repoacuterteres receacutem-formados - o que demonstra que essa arrogacircncia sem

fundamento eacute cultural beira o preconceito social ou ldquoracismordquo E geralmente satildeo os

velhos cinegrafistas que acabam por ensinar a esses jovens os primeiros passos da

profissatildeo

Eacute certo que no meio televisivo as imagens constituem elemento chave

da mateacuteria do repoacuterter satildeo elas que datildeo suporte agrave narrativa cronoloacutegica do

acontecimento Cumpre ressaltar que tal qual o repoacuterter o cinegrafista tem como

objetivo registrar o acontecimento e fazer com que o mesmo chegue ao ar Daiacute a

importacircncia de recomendar aos alunos do telejornalismo que cinegrafista natildeo deve

ser vigiado nem precisa ser orientado

Repoacuterter e cinegrafista satildeo colegas de jornalismo isto eacute ambos satildeo

jornalistas Natildeo eacute porque o cinegrafista geralmente tem origem simples gestos

humildes e carrega peso que deixa de ser jornalista Ganha o repoacuterter despido

desse preconceito pois se dispotildee a assimilar os segredos da profissatildeo ensinados

pelos cinegrafistas e compartilhando com respeito os objetivos da reportagem

recebem valiosas dicas praacuteticas

Brasil (2004) desabafa

31

Os jovens de boa aparecircncia - condiccedilatildeo dispensaacutevel mas que parece ser obrigatoacuteria em nossos telejornais - saem das universidades natildeo sabem quase nada de telejornalismo Buscam na TV o sonho de sucesso e fama A maioria desses jovens natildeo teve a oportunidade aprender a praacutetica da profissatildeo Eles satildeo selecionados em processos meio nebulosos e certamente pouco transparentes Se tornam repoacuterteres de TV e tem que aprender as teacutecnicas peculiares da profissatildeo na marra No entanto satildeo os velhos cinegrafistas - profissionais humildes e experientes que costumam ensinar os primeiros passos Os cinegrafistas tambeacutem satildeo colegas leais Aleacutem de ensinarem telejornalismo de verdade tambeacutem fazem questatildeo de ocultar os erros dos neoacutefitos Os editores jamais percebem as inuacutemeras passagens que os cinegrafistas providencialmente apagam das fitas e da nossa memoacuteria Alguns desses neoacutefitos natildeo eram tatildeo jovens Muitos profissionais da imprensa fizeram a transiccedilatildeo para os encantos da TV graccedilas agrave boa vontade de velhos cinegrafistas

Ao inveacutes de se sentirem agradecidos muitos desses colegas se recusam

a aceitar que aqueles sujeitos simples satildeo tambeacutem jornalistas e que aleacutem de

compartilhar os objetivos da reportagem ensinam agrave nova geraccedilatildeo de jornalistas de

TV inuacutemeras dicas profissionais

Natildeo bastasse esse desrespeito com o profissional de imagem ele ainda

estaacute sujeito a sofrer seacuterios riscos inerentes agrave proacutepria profissatildeo aleacutem de graves

problemas de sauacutede ao utilizar equipamentos pesados e obsoletos e enfrentar um

ritmo estressante de trabalho repetitividade de tarefas longas jornadas e condiccedilotildees

precaacuterias de trabalho

Daiacute a importacircncia de apoiar a luta desses profissionais de imagem que

buscam o creacutedito e o respeito merecidos Eacute uma questatildeo natildeo apenas de direito

mas de reconhecimento Tambeacutem eacute importante observar e condenar as possiacuteveis

represaacutelias aos profissionais que buscam esse reconhecimento

32

Brasil (2004) faz uma comparaccedilatildeo entre os cinegrafistas da Inglaterra e

os do Brasil Enquanto entre noacutes os profissionais lutam pela sobrevivecircncia

aprendem tudo sem qualquer tipo de treinamento especiacutefico e para garantir os seus

direitos devem permanecer anocircnimos na Inglaterra a escola de cinegrafistas da

BBC possibilita a esses profissionais facilidades teacutecnicas um bom sistema de

promoccedilatildeo e cargos Para a promoccedilatildeo dentro da proacutepria categoria os cinegrafistas

ingleses satildeo regularmente enviados ao interior daquele paiacutes para conhecerem as

novas tecnoloacutegicas e teacutecnicas profissionais visando com isso tambeacutem fortalecer os

laccedilos corporativos

33

3 CURSO SUPERIOR PARA FORMACcedilAtildeO DE PROFISSIONAIS DA

AacuteREA

31 DESVALORIZACcedilAtildeO DA PROFISSAtildeO

Como outras inuacutemeras profissotildees tambeacutem o jornalista enfrenta crise no

seu acircmbito de trabalho Para superar a concorrecircncia garantir o seu emprego e

valorizar sua profissatildeo o jornalista de modo geral precisa especializar-se em

determinadas aacutereas e atualizar-se academicamente No mercado atual esse

profissional tem que lidar com o aumento de responsabilidade com o acuacutemulo de

funccedilotildees nas redaccedilotildees aleacutem de ser em geral mal remunerado e sofrer com o

constante risco de ser demitido

Conforme aponta Noblat (2003 p 36)

Exige-se do candidato a uma vaga nas redaccedilotildees que seja profissional completo e polivalente Ele tem de dominar todas as teacutecnicas para o exerciacutecio da profissatildeo manejar os instrumentos capazes de ajudaacute-lo a fazer o melhor trabalho e ter a niacutetida compreensatildeo do seu papel de jornalista multimiacutedia

Em plena era de globalizaccedilatildeo as perspectivas natildeo satildeo as melhores Tem

razatildeo Dizard Jr (2000 p 21) ao afirmar que uma das poucas certezas com que os

novos profissionais de miacutedia podem contar futuramente eacute que teratildeo que lidar com o

impacto das mudanccedilas tecnoloacutegicas e com a intensificaccedilatildeo da demanda por maior

envolvimento intelectual e habilitaccedilatildeo acadecircmica

34

Para o repoacuterter cinematograacutefico e supervisor de cinegrafia da rede Globo

Heacutelio Alvarez concorda que a profissatildeo do repoacuterter cinematograacutefico e fotoacutegrafo eacute

desvalorizada e isto se deve segundo ele ao fato de que a valorizaccedilatildeo profissional

na atualidade se daacute por meio da educaccedilatildeo Enquanto os repoacuterteres geralmente

passaram por uma faculdade e vecircm de uma classe social mais alta os que

trabalham como repoacuterter cinematograacutefico em sua maioria satildeo aqueles que iniciam

carreira fazendo algum trabalho na televisatildeo sendo poucos os que comeccedilam no

jornalismo ndash o que acaba por desvalorizar a funccedilatildeo (Canal da imprensa sd)

32 REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO Eacute JORNALISTA

Noacutes uacuteltimos anos haacute um movimento que luta pelo reconhecimento do

repoacuterter cinematograacutefico como jornalista Duas recentes decisotildees nos tribunais do

paiacutes passaram a reconhecer os direitos desse profissional confirmando as teses

defendidas pela FENAJ (Federaccedilatildeo Nacional dos Jornalistas) e pelos sindicatos de

jornalistas

No ano passado o Tribunal Superior do Trabalho (TST) manteve decisatildeo

do Tribunal Regional do Trabalho do Rio Grande do Sul (TRT da 4ordf Regiatildeo) que

enquadrou como Jornalista um repoacuterter-cinematograacutefico que trabalhou na RBS TV

Santa Rosa Ltda Esse profissional tanto acompanhava repoacuterteres na produccedilatildeo de

reportagens jornaliacutesticas como tambeacutem saiacutea agraves ruas sozinho para produzir

reportagens estabelecidas em pautas previamente solicitadas pelo chefe de

redaccedilatildeo

35

A RBS seguindo a praacutetica infelizmente bastante comum entre as

empresas de televisatildeo sustentava que o trabalhador devia ser enquadrado como

radialista na tentativa de pagar um salaacuterio menor ao profissional uma vez que o

piso de radialista eacute inferior ao de jornalista Outra desvantagem para o profissional eacute

que os radialistas trabalham 8 horas diaacuterias ao contraacuterio de jornalistas que atuam 5

horas por dia O excesso de carga de trabalho vem trazendo problemas de sauacutede

para diversos repoacuterteres cinematograacuteficos enquadrados como radialistas

A Justiccedila do Trabalho firmou decisatildeo no sentido de que o fato de estar

acompanhado de repoacuterter natildeo retira do repoacuterter-cinematograacutefico a condiccedilatildeo de

Jornalista O profissional gauacutecho receberaacute as devidas diferenccedilas salariais retroativas

a 16 de junho de 1998 data que o prejudicado obteve seu registro de jornalista

profissional no Ministeacuterio do Trabalho (Espaccedilo Vital 2005)

Com essa decisatildeo passou a ser possiacutevel que os repoacuterteres

cinematograacuteficos encaminhem agraves Delegacias Regionais do Trabalho pedidos de

enquadramento como jornalistas Aliaacutes os proacuteprios sindicatos devem encaminhar

pedidos de fiscalizaccedilatildeo nas empresas para verificar o enquadramento dos repoacuterteres

cinematograacuteficos

Outro julgamento favoraacutevel ao profissional da aacuterea em comento conforme

divulgaccedilatildeo do FENAJ (2005) refere-se agrave decisatildeo da Terceira Turma do Superior

Tribunal de Justiccedila (STJ) que reconheceu os direitos do repoacuterter fotograacutefico Claacuteudio

Alves Pereira de receber indenizaccedilatildeo por danos materiais e morais devido agraves

inuacutemeras vezes em que o Jornal de Brasiacutelia republicou fotos suas sem creacutedito apoacutes

a sua demissatildeo em julho de 1990

36

Conforme o escritor portuguecircs Pierre Ganz (ANTONIO CARLOS) o

jornalista-repoacuterter de imagens eacute antes de qualquer coisa eacute um jornalista como os

outros Deve saber preparar a sua reportagem efetuaacute-la escrever o seu comentaacuterio

sobre imagens A diferenccedila reside no fato de ele substituir na maioria das vezes a

esferograacutefica pela cacircmera de filmar

Uma cacircmera que ele deveraacute dominar bem mas tambeacutem com a qual vai escrever uma histoacuteria os planos substituindo entatildeo as palavras Uma sintaxe toma o lugar da outra Os teacutecnicos de som de iluminaccedilatildeo e de montagem satildeo-lhe familiares Pode em alguns casos trabalhar sozinho Egrave cada vez mais frequumlente partir em reportagem ou em grande reportagem com equipe reduzida acompanhada apenas por jornalista redator

Eacute mesmo verdade que no meio televisivo uma boa imagem por vezes

substitui um bom texto e ateacute o dispensa Natildeo eacute possiacutevel por exemplo imaginar nos

dias de hoje um noticiaacuterio sobre guerra sem que sejam mostradas imagens E

muitas vezes inspirados nas imagens que os jornalistas produzem seus textos

Sem duacutevida a funccedilatildeo do repoacuterter cinematograacutefico eacute de vital importacircncia

para o jornalismo Uma saiacuteda bastante praacutetica para solucionar o problema desses

profissionais no que se refere agrave ausecircncia de cursos de graduaccedilatildeo seria incluir uma

cadeira sobre o assunto nos cursos de jornalismo Com isso os profissionais da

aacuterea e os interessados em abraccedilar a profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico se

sentiriam motivados a ingressar numa faculdade e quem sabe assim esse

preconceito absurdo seria definitivamente eliminado pondo fim ao estigma de ser

apenas um coadjuvante na confecccedilatildeo da notiacutecia

37

CONCLUSAtildeO

Num momento em que o mundo passa por tantas transformaccedilotildees

decorrentes da evoluccedilatildeo tecnoloacutegica da era da informaccedilatildeo e da globalizaccedilatildeo da

economia o jornalismo profissional ndash seacuterio e bem documentado - ganha relevo em

sua missatildeo de informar opinar e entreter a sociedade em seu cotidiano

A televisatildeo nos dias contemporacircneos pode transmitir ao puacuteblico muito

mais do que o fazia quando foi criada A novidade surgiu em 1923 nos Estados

Unidos e se tornou conhecida no Brasil nos anos 50 De iniacutecio apenas uma

finiacutessima parcela da populaccedilatildeo tinha acesso ao produto e tempos depois

transformou-se num poderoso meio de comunicaccedilatildeo em massa

Para fazer o telejornalismo eacute necessaacuterio uma equipe formada de repoacuterter

cinegrafista redator fotoacutegrafo editor teacutecnicos de som de iluminaccedilatildeo e de

montagens

Diante do exposto natildeo resta duacutevidas de que o repoacuterter cinematograacutefico eacute

antes de qualquer coisa jornalista como os outros Ele deve saber preparar a sua

reportagem efetuaacute-la escrever o seu comentaacuterio sobre imagens

Se eacute certo que ele substitui a esferograacutefica pela cacircmera de filmar tambeacutem

eacute verdade que por meio dela ele escreve uma histoacuteria A diferenccedila eacute que substitui

as palavras pelas imagens que seus olhos treinados conseguem captar

38

Em muitas situaccedilotildees o repoacuterter cinematograacutefico acumula as funccedilotildees dos

teacutecnicos de iluminaccedilatildeo som e montagem trabalhando somente com o jornalista

redator E eacute com base nas imagens captadas que os jornalistas produzem seus

textos

Muitas vezes os cinegrafistas produzem imagens tatildeo impressionantes

que eacute difiacutecil para o jornalista descrevecirc-las com palavras podendo surgir eventuais

conflitos entre os dois

Neste contexto a presente monografia procurou enfocar a importacircncia

deste profissional que para ser reconhecido por seus pares e tambeacutem para ter

oportunidade de aumentar seus conhecimentos e aperfeiccediloar suas teacutecnicas

necessita que seja inserida uma cadeira sobre sua aacuterea nos cursos de graduaccedilatildeo

de jornalismo

Para serem admitidos como jornalistas pelas televisotildees profissionais

exige-se formaccedilatildeo acadecircmica em jornalismo Haacute aqui um paradoxo visto que a

profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico tem sua funccedilatildeo regulamentada pelo Decreto

Lei n 83284 de 13 marccedilo de 1969 que atribui normas para o exerciacutecio da profissatildeo

de jornalista e segundo o qual o repoacuterter cinematograacutefico estaacute inserido como

jornalista que capta imagens para fins jornaliacutesticos

Note-se que a partir do momento em que os cursos de jornalismo

incluiacuterem uma cadeira voltada para a reportagem cinematograacutefica todos os que se

formarem no curso e optarem por esse caminho notadamente seratildeo reconhecidos

como jornalistas

39

Haacute que se considerar a questatildeo dos antigos profissionais da aacuterea

aqueles que conhecem tudo sobre a profissatildeo e conforme dito no decorrer da

presente costumam ensinar os receacutem-formados no iniacutecio de suas carreiras

Eacute injusta a falta de reconhecimento desses profissionais

Tal situaccedilatildeo demonstra que o preconceito em relaccedilatildeo a eles faz parte de

uma cultura arraigada entre os proacuteprios colegas de profissatildeo e que acaba se

estendendo pelos bancos acadecircmicos e que precisa ser trabalhada desmistificada

pois natildeo tem razatildeo de existir

40

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ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE NORMAS TEacuteCNICAS NBR 6023 informaccedilatildeo e

documentaccedilatildeo elaboraccedilatildeo Rio de Janeiro 2002

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45

ANEXO I ndash DECRETO Nordm 83284 DE 13 DE MARCcedilO DE 1979

PROFISSAtildeO DE JORNALISTA

Daacute nova regulamentaccedilatildeo ao Decreto-lei nordm 972 de 17 de outubro de 1969 que dispotildee sobre o exerciacutecio da profissatildeo de Jornalista em decorrecircncia das alteraccedilotildees introduzidas pela Lei nordm 6612 de 7 de dezembro de 1978

O Presidente da Repuacuteblica usando da atribuiccedilatildeo que lhe confere o art 81 item

III da Constituiccedilatildeo decreta

Art 1ordm Eacute livre em todo territoacuterio nacional o exerciacutecio da profissatildeo de Jornalista aos que satisfazerem as condiccedilotildees estabelecidas neste Decreto

Art 2ordm A profissatildeo de Jornalista compreende privativamente o exerciacutecio habitual e remunerado de qualquer das seguintes atividades

I - redaccedilatildeo condensaccedilatildeo titulaccedilatildeo interpretaccedilatildeo correccedilatildeo ou coordenaccedilatildeo de mateacuteria a ser divulgada contenha ou natildeo comentaacuterio

II - comentaacuterio ou crocircnica pelo raacutedio ou pela televisatildeo III - entrevista inqueacuterito ou reportagem escrita ou falada IV - planejamento organizaccedilatildeo direccedilatildeo e eventual execuccedilatildeo de serviccedilos

teacutecnicos de Jornalismo como os de arquivo ilustraccedilatildeo ou distribuiccedilatildeo graacutefica de mateacuteria a ser divulgada

V - planejamento organizaccedilatildeo e administraccedilatildeo teacutecnica dos serviccedilos de que trata a aliacutenea ldquoardquo

VI - ensino de teacutecnicas de Jornalismo VII - coleta de notiacutecias ou informaccedilotildees e seu preparo para divulgaccedilatildeo VIII - revisatildeo de originais de mateacuteria jornaliacutestica com vistas agrave correccedilatildeo

redacional e agrave adequaccedilatildeo da linguagem XIX - organizaccedilatildeo e conservaccedilatildeo de arquivo jornaliacutestico e pesquisa dos

respectivos dados para a elaboraccedilatildeo de notiacutecias X - execuccedilatildeo de distribuiccedilatildeo graacutefica de texto fotografia ou ilustraccedilatildeo de

caraacuteter jornaliacutestico para fins de divulgaccedilatildeo XI - execuccedilatildeo de desenhos artiacutesticos ou teacutecnicos de caraacuteter jornaliacutestico para

fins de divulgaccedilatildeo Art 3ordm Considera-se empresa jornaliacutestica para os efeitos deste Decreto-lei

aquela que tenha como atividade a ediccedilatildeo de jornal ou revista ou a distribuiccedilatildeo de noticiaacuterio com funcionamento efetivo idoneidade financeira e registro legal

sect 1ordm Equipara-se agrave empresa jornaliacutestica a seccedilatildeo ou serviccedilo de empresa de radiofusatildeo televisatildeo ou divulgaccedilatildeo cinematograacutefica ou de agecircncia de publicidade onde sejam exercidas as atividades previstas no artigo 2ordm0

sect 2ordm A entidade puacuteblica ou privada natildeo jornaliacutestica sob cuja responsabilidade se editar publicaccedilatildeo destinada a circulaccedilatildeo externa estaacute obrigada ao cumprimento deste decreto relativamente aos jornalistas que contratar

46

Art 4ordm O exerciacutecio da profissatildeo de jornalista requer preacutevio registro no oacutergatildeo regional do Ministeacuterio do Trabalho que se faraacute mediante a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash diploma de curso de niacutevel superior de Jornalismo ou de Comunicaccedilatildeo Social habilitaccedilatildeo Jornalismo fornecido por estabelecimento de ensino reconhecido na forma da lei para as funccedilotildees relacionadas nos itens I a IV do artigo 11

IV ndash Carteira de Trabalho e Previdecircncia Social

Paraacutegrafo uacutenico ndash Aos profissionais registrados exclusivamente para o exerciacutecio das funccedilotildees relacionadas nos itens VII a XI do artigo 11 eacute vedado o exerciacutecio das funccedilotildees constantes nos itens I a VII do mesmo artigo

Art 5ordm O Ministeacuterio do Trabalho concederaacute desde que satisfeitas as exigecircncias constantes neste Decreto registro especial ao

I ndash colaborador assim entendido aquele que mediante remuneraccedilatildeo e sem relaccedilatildeo de emprego produz trabalho de natureza teacutecnica cientiacutefica ou cultural relacionando com a sua especializaccedilatildeo para ser divulgado com o nome e qualificaccedilatildeo do autor

II ndash funcionaacuterio puacuteblico titular de cargo cujas atribuiccedilotildees legais coincidam com as mencionadas no artigo 2ordm

III ndash provisionado

Paraacutegrafo uacutenico ndash O registro de que tratam os itens I e II deste artigo natildeo implica o reconhecimento de quaisquer direitos que decorram da condiccedilatildeo de empregado nem no caso do item II dos resultantes do exerciacutecio privado e autocircnomo da profissatildeo

Art 6ordm Para o registro especial de colaborador eacute necessaacuteria a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash declaraccedilatildeo de empresa jornaliacutestica ou que a ela seja equiparada informando do seu interesse pelo registro de colaborador do candidato onde conste a sua especializaccedilatildeo remuneraccedilatildeo contratada e pseudocircnimo se houver

Art 7ordm Para o registro especial de funcionaacuterio puacuteblico titular de cargo cujas atribuiccedilotildees legais coincidam com as mencionadas no artigo 2ordm eacute necessaacuterio a apresentaccedilatildeo de ato de nomeaccedilatildeo ou contrataccedilatildeo para cargo ou emprego com aquelas atribuiccedilotildees aleacutem do cumprimento do que estabelece o artigo 4ordm

Art 8ordm Para o registro especial de provisionado eacute necessaacuterio a apresentaccedilatildeo de

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I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash declaraccedilatildeo fornecida pela empresa jornaliacutestica ou que a ela seja equiparada na qual conste a funccedilatildeo a ser exercida e o salaacuterio correspondente

IV ndash diploma de curso de niacutevel superior ou certificado de ensino de 2ordm grau fornecido por estabelecimento de ensino reconhecido na forma da lei para as funccedilotildees relacionadas nos itens I a VII do artigo 11

V ndash declaraccedilatildeo fornecida pela entidade sindical representativa da categoria profissional com base territorial abrangendo o municiacutepio no qual o provisionado iraacute desempenhar suas funccedilotildees de que natildeo haacute jornalista associado do Sindicato domiciliado naquele municiacutepio disponiacutevel da contrataccedilatildeo

VI ndash Carteira de Trabalho e Previdecircncia Social

sect 1ordm A declaraccedilatildeo de que trata o item V deveraacute ser fornecida pelo Sindicato ao interessado no prazo de 3 dias uacuteteis

sect 2ordm Caso exista profissional domiciliado no municiacutepio disponiacutevel para contrataccedilatildeo o Sindicato comunicaraacute tal fato ao Ministeacuterio do Trabalho no mesmo prazo de 3 dias a contar do pedido de fornecimento da declaraccedilatildeo de que trata o item V

sect 3ordm Caso o Sindicato natildeo forneccedila a declaraccedilatildeo de que trata o item V no prazo mencionado no sect 1ordm o interessado poderaacute instruir seu pedido de registro com o protocolo de apresentaccedilatildeo do requerimento ao Sindicato

sect 4ordm Na hipoacutetese prevista no paraacutegrafo anterior o Ministeacuterio do Trabalho concederaacute ao Sindicato prazo natildeo superior a 3 dias para se manifestar sobre o fornecimento da declaraccedilatildeo caso natildeo tenha ocorrido o fato constante no sect 2ordm

sect 5ordm O registro especial de provisionado teraacute caraacuteter temporaacuterio com duraccedilatildeo maacutexima de trecircs anos renovaacutevel somente com a apresentaccedilatildeo de toda a documentaccedilatildeo prevista neste artigo

Art 9ordm Seraacute efetuado no Ministeacuterio do Trabalho registro dos diretores de empresas jornaliacutesticas que natildeo sendo jornalistas respondem pelas respectivas publicaccedilotildees para o que eacute necessaacuterio a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash prova de registro civil ou comercial da empresa jornaliacutestica com o inteiro teor do seu ato constitutivo

IV ndash prova de depoacutesito do tiacutetulo da publicaccedilatildeo ou da agecircncia de notiacutecias no oacutergatildeo competente do Ministeacuterio da Induacutestria e do Comeacutercio

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V ndash 30 exemplares do jornal ou 12 exemplares da revista ou 30 recortes ou coacutepias de noticiaacuterio com datas diferentes de sua divulgaccedilatildeo

sect 1ordm Tratando-se de empresa nova o Ministeacuterio do Trabalho efetuaraacute registro provisoacuterio com validade por 2 anos tornando-se definitivo apoacutes a comprovaccedilatildeo constante do item V deste artigo

sect 2ordm Natildeo seraacute admitida renovaccedilatildeo ou prorrogaccedilatildeo do prazo de validade do registro provisoacuterio previsto no paraacutegrafo anterior

Art 10ordm Seraacute efetuado no Ministeacuterio do Trabalho registro especial do diretor de empresa natildeo jornaliacutestica sob cuja responsabilidade se editar publicaccedilatildeo destinada agrave circulaccedilatildeo externa ou interna para o que se exigiraacute a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash prova de depoacutesito do tiacutetulo da publicaccedilatildeo no oacutergatildeo competente do Ministeacuterio da Induacutestria e do Comeacutercio

Art 11 ndash As funccedilotildees desempenhadas pelos jornalistas como empregados seratildeo assim classificadas

I - Redator aquele que aleacutem das incumbecircncias de redaccedilatildeo comum tem o encargo de redigir editoriais crocircnicas ou comentaacuterios

II - Noticiarista aquele que tem o encargo de redigir mateacuterias de caraacuteter informativo desprovidas de apreciaccedilotildees ou comentaacuterios preparando-as ou redigindo-as para a divulgaccedilatildeo

III - Repoacuterter aquele que cumpre a determinaccedilatildeo de colher notiacutecias ou informaccedilotildees preparando-as para divulgaccedilatildeo

IV - Repoacuterter de setor aquele que tem o encargo de colher notiacutecias ou informaccedilotildees sobre assuntos predeterminados preparando-as ou redigindo-as para divulgaccedilatildeo

V - Raacutedio-repoacuterter aquele a quem cabe a difusatildeo oral de acontecimento ou entrevista pelo raacutedio ou pela televisatildeo no instante ou no local em que ocorram assim como o comentaacuterio ou crocircnica pelos mesmos veiacuteculos

VI - Arquivista-pesquisador aquele que tem a incumbecircncia de organizar e conservar cultural e tecnicamente o arquivo redatorial procedendo agrave pesquisa dos respectivos dados para a elaboraccedilatildeo de notiacutecias

VII - Revisor aquele que tem o encargo de rever as provas tipograacuteficas de mateacuteria jornaliacutestica

VIII - Ilustrador aquele que tem a seu cargo criar ou executar desenhos artiacutesticos ou teacutecnicos de caraacuteter jornaliacutestico

XIX - Repoacuterter-fotograacutefico aquele a quem cabe registrar fotograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico

X - Repoacuterter-cinematograacutefico aquele a quem cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico

XI - Diagramador aquele a quem compete planejar e executar a distribuiccedilatildeo graacutefica de mateacuterias fotografias ou ilustraccedilotildees de caraacuteter jornaliacutestico para fins de publicaccedilatildeo

Paraacutegrafo uacutenico ndash Os Sindicatos seratildeo ouvidos sobre o exato enquadramento de cada profissional

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Art 12ordm Seratildeo privativas de jornalista as funccedilotildees pertinentes agraves atividades

descritas no artigo 2ordm tais como Editor Secretaacuterio Subsecretaacuterio Chefe de reportagem e Chefe de Revisatildeo

Art 13ordm Natildeo haveraacute incompatibilidade entre o exerciacutecio da profissatildeo de Jornalista e o de qualquer outra funccedilatildeo remunerada ainda que puacuteblica respeitadas a proibiccedilatildeo de acumular cargos e as demais restriccedilotildees de lei

Art 14ordm Seraacute passiacutevel de trancamento o registro profissional do jornalista que sem motivo legal deixar de exercer a profissatildeo por mais de 2 anos

sect 1ordm Natildeo incide na cominaccedilatildeo deste artigo o afastamento decorrente de a) suspensatildeo ou interrupccedilatildeo do contrato de trabalho b) aposentadoria como jornalista c) viagem ou bolsa de estudo para aperfeiccediloamento profissional d) desemprego apurado na forma da Lei nordm 4923 de 23 de dezembro de

1965

sect 2ordm O trancamento seraacute da competecircncia do oacutergatildeo regional do Ministeacuterio do Trabalho de ofiacutecio ou requerimento da entidade sindical representativa da categoria profissional cabendo a esta fazer publicar em oacutergatildeo oficial por trecircs vezes consecutivas e dentro de um interstiacutecio de dois anos a relaccedilatildeo dos jornalistas cujos registros pretende trancar

sect 3ordm Os oacutergatildeos do Ministeacuterio do Trabalho prestaratildeo aos sindicatos representativos da categoria profissional as informaccedilotildees que lhes forem solicitadas especialmente quanto ao registro de admissotildees e dispensas nas empresas jornaliacutesticas realizando as inspeccedilotildees que se tornarem necessaacuterias para a verificaccedilatildeo do exerciacutecio da profissatildeo de jornalista

sect 4ordm O exerciacutecio da atividade em empresa natildeo jornaliacutestica mencionada no artigo 3ordm sect 2ordm natildeo constituiraacute prova suficiente de permanecircncia na profissatildeo se a publicaccedilatildeo e seu responsaacutevel natildeo tiverem registro nos termos deste Decreto

sect 5ordm O registro trancado suspende a titularidade e o exerciacutecio das prerrogativas profissionais mas pode ser revalidado mediante apresentaccedilatildeo dos documentos mencionados nos itens II e III do artigo 4ordm

Art 15ordm O salaacuterio de jornalista natildeo poderaacute ser reajustado nos contratos individuais de trabalho para a jornada normal de 5 horas em base inferior agrave do salaacuterio estipulado para a respectiva funccedilatildeo em acordo ou convenccedilatildeo coletiva de trabalho ou sentenccedila normativa das Justiccedila do Trabalho

Paraacutegrafo uacutenico ndash Em negociaccedilatildeo ou dissiacutedio coletivo poderatildeo os Sindicatos de Jornalistas reclamar o estabelecimento de criteacuterio de remuneraccedilatildeo adicional pela divulgaccedilatildeo de trabalho produzido por jornalistas em mais de um veiacuteculo de comunicaccedilatildeo coletiva

Art 16ordm A admissatildeo de provisionado para exercer funccedilotildees relacionadas nos itens I a VII do artigo 11 seraacute permitida nos municiacutepios onde natildeo existia curso de Jornalismo reconhecido na forma de lei e comprovadamente natildeo haja jornalista domiciliado associado do sindicato representativo da categoria profissional disponiacutevel para contrataccedilatildeo

Paraacutegrafo uacutenico ndash O provisionado nos termos deste artigo poderaacute exercer suas atividades somente no municiacutepio para o qual foi registrado

Art 17ordm Os atuais portadores de registro especial de provisionado poderatildeo exercer suas atividades no Estado onde foram contratados

Art 18 ndash A fiscalizaccedilatildeo do cumprimento dos dispositivos deste Decreto se faraacute na forma do artigo 626 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho sendo aplicaacutevel aos

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infratores multa variaacutevel de 1 a 10 vezes o maior valor de referecircncia fixado de acordo com o artigo 2ordm paraacutegrafo uacutenico da Lei nordm 6205 de 29 de abril de 1975

Paraacutegrafo uacutenico ndash Aos sindicatos representativos da categoria profissional incumbe representar agraves autoridades competentes acerca do exerciacutecio irregular da profissatildeo de Jornalista

Art 19ordm Constitui fraude a prestaccedilatildeo de serviccedilos profissionais gratuitos ou com pagamentos simboacutelicos sob pretexto de estaacutegio bolsa de complementaccedilatildeo convecircnio ou qualquer outra modalidade em desrespeito agrave legislaccedilatildeo trabalhista e a este regulamento

Art 20ordm O disposto neste Decreto natildeo impede a conclusatildeo dos estaacutegios comprovadamente iniciados antes da vigecircncia da Lei nordm 6612 de 7 de dezembro de 1978 os quais entretanto natildeo conferiratildeo por si soacutes direito ao registro profissional

Art 21ordm Este Decreto entra em vigor na data da sua publicaccedilatildeo revogadas as disposiccedilotildees em contraacuterio especialmente os Decretos nordms 65912 de 19 de dezembro de 1969 e 68629 de 18 de maio de 1971

Brasiacutelia 13 de marccedilo de 1979 158ordm da Independecircncia e 91ordm da Repuacuteblica (DO de 13-3-79)

Ernesto Geisel Arnaldo Prieto

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ANEXO II ndash ACOacuteRDAtildeO TST-AIRR-6182001-751-04-401

Acoacuterdatildeo Inteiro Teor NUacuteMERO UacuteNICO PROC AIRR - 6182001-751-04-40 PUBLICACcedilAtildeO DJ - 10022006 Andamento do Processo

PROC Nordm TST-AIRR-6182001-751-04-401 C A C Oacute R D Atilde O 1ordf Turma EMPMs REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO CARACTERIZACcedilAtildeO INDEPENDEcircNCIA NO EXERCIacuteCIO DE SUAS ATIVIDADES REGISTROS DE ASSUNTOS E TEMAacuteTICAS DE INTERESSES JORNALIacuteSTICOS 1 Segundo o Tribunal Regional do Trabalho o Reclamante no exerciacutecio de suas atividades aleacutem de ter acompanhado o repoacuterter entrevistador na produccedilatildeo de mateacuterias fato que por si soacute natildeo lhe retira a condiccedilatildeo de jornalista - e tambeacutem de acordo com depoimentos testemunhais saiacutea agrave rua com a pauta que lhe era dirigida para sozinho produzir as mateacuterias solicitadas pelo empregador o que de acordo com o teor dos dispositivos tidos por vulnerados permite concluir o exerciacutecio da profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico e natildeo simplesmente de operador de cacircmera visto que ao sair agraves ruas para a produccedilatildeo de mateacuterias cumpria seu ofiacutecio obviamente mediante registros de fatos e (ou) assuntos de interesses notadamente jornaliacutestico considerando para tanto a proacutepria natureza da atividade empresarial exercida pela empregadora Inviaacutevel portanto a admissibilidade do recurso de revista em razatildeo da impossibilidade de exame da alegaccedilatildeo de afronta ao Decreto nordm 8413479 visto tratar-se de hipoacutetese natildeo contemplada na letra c do artigo 896 da CLT Por outro lado por violaccedilatildeo dos artigos 2ordm da Lei nordm 661578 e 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 tambeacutem natildeo logra ecircxito a Agravante no intuito de ver autorizado o processamento do recurso de revista No primeiro dispositivo apenas dispotildee-se que o radialista eacute o empregado de radiodifusatildeo exercente de atividades voltadas agrave administraccedilatildeo produccedilatildeo ou teacutecnica No segundo definem-se as profissotildees de repoacuterter e repoacuterter cinematograacutefico salientando-se que a esse uacuteltimo cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico hipoacutetese identificada pelo Regional 2 Agravo de instrumento a que se nega provimento Vistos relatados e discutidos estes autos do Agravo de Instrumento em Recurso de Revista nordm TST-AIRR-6182001-751-04-401 em que eacute Agravante RBS TV SANTA ROSA LTDA e Agravado CLOacuteVIS SANTACATARINA A Reclamada interpotildee agravo de instrumento ao despacho de fls 113-115 mediante o qual foi denegado seguimento ao recurso de revista sob o fundamento de que a decisatildeo decorreu da aplicaccedilatildeo das normas pertinentes uma vez que da situaccedilatildeo faacutetica delineada nos autos natildeo haacute como se extrair ofensa ao artigo 2ordm da Lei nordm 661578 na forma do artigo 896 c da CLT Contraminuta agraves fls 122-124 Natildeo houve remessa dos autos agrave Procuradoria Geral do Trabalho em face da orientaccedilatildeo emanada da Resoluccedilatildeo Administrativa nordm 322 atualmente retratada no artigo 82 do Regimento Interno do Tribunal Superior do

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Trabalho Eacute o relatoacuterio V O T O I CONHECIMENTO Conheccedilo do agravo de instrumento porque regular e tempestivo II MEacuteRITO O Tribunal Regional ao apreciar o recurso ordinaacuterio interposto pela Reclamada no tocante ao reconhecimento da condiccedilatildeo de jornalista ao Reclamante pela Vara do Trabalho decidiu O MM Juiacutezo de primeiro grau acolheu as alegaccedilotildees do reclamante de exerciacutecio de profissatildeo jornaliacutestica de repoacuterter cinematograacutefico condenando a reclamada a pagar diferenccedilas salariais e reflexos Contra esta decisatildeo volta-se a reacute sustentando que o reclamante era operador de cacircmera funccedilatildeo capitulada na profissatildeo de radialista A recorrente tem razatildeo parcialmente Tomando-se a hipoacutetese de confirmar a sentenccedila enquanto reconhece ter o reclamante exercido a funccedilatildeo de repoacuterter cinematograacutefico em todo o contrato existe um marco temporal e juriacutedico que deve ser considerado A funccedilatildeo de repoacuterter cinematograacutefico eacute exclusiva da profissatildeo de jornalista Eacute uma atividade que estaacute reservada aos jornalistas formados assim como estabelecido no DL 97269 O reclamante natildeo demonstra a partir de quando conquistou a diplomaccedilatildeo como jornalista devendo-se considerar apenas pelo que oferecem os autos a data de 16 de junho de 1998 dia em que o reclamante foi registrado no Ministeacuterio do Trabalho como jornalista profissional na funccedilatildeo especiacutefica de repoacuterter cinematograacutefico Considerando que o Ministeacuterio do Trabalho natildeo pode registrar jornalistas natildeo diplomados exceccedilatildeo feita aos provisionados tem-se que o reclamante adquiriu esta condiccedilatildeo nesse dia Antes embora pudesse fazer ou fizesse atividades privativas de jornalistas natildeo pode ser considerado juridicamente como tal Assim em qualquer hipoacutetese de manutenccedilatildeo do reconhecimento da funccedilatildeo de jornaliacutestica esta deve gerar os efeitos pleiteados somente a partir de 16 de junho de 1998 Jaacute quanto a ter exercido ou natildeo funccedilatildeo jornaliacutestica a conclusatildeo eacute de manutenccedilatildeo da sentenccedila Natildeo eacute o fato de estar acompanhado por repoacuterter entrevistador que o cinegrafista perde a condiccedilatildeo de jornalista Trata-se de uma equipe de profissionais jornalistas Um exemplo que melhor ilustra o descabimento da distinccedilatildeo que pretende fazer o apelo eacute a situaccedilatildeo dos fotoacutegrafos ou repoacuterteres fotograacuteficos O fotoacutegrafo sai com a pauta junto com o repoacuterter (ou natildeo e isto tambeacutem acontecia com o reclamante como o reconhecem as testemunhas inclusive trazidas pela reclamada) e enquanto o repoacuterter investiga os dados necessaacuterios para a mateacuteria o fotoacutegrafo registra as cenas mas nem por isto eacute rebaixado da condiccedilatildeo de jornalista para dir- se-ia operador de cacircmera fotograacutefica O que se pode discutir seria o interesse jornaliacutestico das mateacuterias cobertas pelo jornalista reclamante Com efeito os comerciais produzidos e gravados pelo autor natildeo tecircm esse interesse e os eventos promocionais da reclamada recebem dela mesma uma atribuiccedilatildeo desse interesse embora natildeo o tenha imediata e objetivamente mas para efeitos do trabalho executado pelo reclamante deve ser considerado um trabalho jornaliacutestico Foi correta a decisatildeo natildeo merecendo qualquer reparo a natildeo ser o juriacutedico-temporal jaacute mencionado Nesta perspectiva o provimento do recurso eacute parcial (fls 97-99) Ao interpor o recurso de revista a Empresa alegou que o Reclamante na condiccedilatildeo de operador de cacircmera e operador de cacircmera de unidade portaacutetil externa acompanhando o repoacuterter como reconheceu o Regional natildeo pode ser

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enquadrado como jornalista porquanto ao repoacuterter eacute dado cumprir a determinaccedilatildeo de coletar notiacutecias ou informaccedilotildees e elaboraacute-las a fim de viabilizar posterior divulgaccedilatildeo e ao repoacuterter-cinematograacutefico cabe registrar cinematograficamente fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico razatildeo pela qual entende que a atividade do Reclamante eacute proacutepria de radialista categoria agrave qual pertencia Acrescenta que o artigo 2ordm da Lei nordm 661578 estabelece considera-se radialista o empregado de Radiodifusatildeo que exerccedila uma das funccedilotildees em que se desdobram as atividades mencionadas no artigo 4ordm ou seja operador de cacircmara e operador de cacircmara de unidade portaacutetil externa cuja regulamentaccedilatildeo profissional consta do Decreto nordm 8413479 e as atribuiccedilotildees do Quadro Anexo do mesmo decreto item II letra c nordm 3 com a seguinte redaccedilatildeo encarrega-se da gravaccedilatildeo de mateacuteria distribuiacuteda pelo Supervisor de Operaccedilotildees planifica e orienta o entrevistador repoacuterter e iluminador no que se refere aos aspectos teacutecnicos de seu trabalho suas atividades envolvem tanto a gravaccedilatildeo como a geraccedilatildeo de som e imagem atraveacutes de equipamentos eletrocircnico portaacutetil de TV Fundamenta o apelo em violaccedilatildeo dos artigos 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 2ordm da Lei nordm 661578 e do Decreto nordm 8413479 e Quadro Anexo do mesmo decreto item II letra c nordm 3 Inicialmente deve-se registrar a impossibilidade de exame da alegaccedilatildeo de afronta ao Decreto nordm 8413479 visto tratar-se de hipoacutetese natildeo contemplada na letra c do artigo 896 da CLT No tocante agrave ofensa aos artigos 2ordm da Lei nordm 661578 e 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 tambeacutem natildeo logra ecircxito a Agravante no intuito de ver autorizado o processamento do recurso de revista No primeiro dispositivo apenas dispotildee-se que o radialista eacute o empregado de radiodifusatildeo exercente de atividades voltadas agrave administraccedilatildeo produccedilatildeo ou teacutecnica No segundo definem-se as profissotildees de repoacuterter e repoacuterter cinematograacutefico salientando-se que a esse uacuteltimo cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico Ora dos termos da decisatildeo impugnada via recurso de revista nada haacute que conflite com tais dispositivos legais Afinal segundo o Tribunal Regional do Trabalho o Reclamante no exerciacutecio de suas atividades aleacutem de ter acompanhado o repoacuterter entrevistador na produccedilatildeo de mateacuterias fato que por si soacute natildeo lhe retira a condiccedilatildeo de jornalista - tambeacutem de acordo com depoimentos testemunhais saiacutea agrave rua com a pauta que lhe era dirigida para sozinho produzir as mateacuterias solicitadas pelo empregador o que de acordo com o teor dos dispositivos tidos por vulnerados permite concluir pelo exerciacutecio da profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico e natildeo simplesmente de operador de cacircmera visto que ao sair agraves ruas para a produccedilatildeo de mateacuterias cumpria seu ofiacutecio obviamente mediante registros de fatos e (ou) assuntos de interesses notadamente jornaliacutestico considerando para tanto a proacutepria natureza da atividade empresarial exercida pela empregadora Por esses fundamentos nego provimento ao agravo de instrumento ISTO POSTO ACORDAM os Ministros da Primeira Turma do Tribunal Superior do Trabalho por unanimidade negar provimento ao agravo de instrumento Brasiacutelia 9 de novembro de 2005 EMMANOEL PEREIRA Ministro Relator

NIA 3981288

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Page 18: REPÓRTER CINEMATOGRÁFICO É JORNALISTArepositorio.uniceub.br/bitstream/123456789/1670/2/20214825.pdf · trabalhos desenvolvidos. 5 ... tsunamis, cachoeiras em penhascos, ... deles

18

- ldquoCidade Alertardquo (1995)

- ldquoFala Brasil (1998)

- ldquoEdiccedilatildeo de Notiacuteciasrdquo (2003)

- ldquoTudo a Verrdquo (2004)

- ldquoRecord RJrdquo ldquoRecord SPrdquo e ldquoRio de Janeiro no Arrdquo (2005)

124 TV Cultura

Dentre os programas de telejornais introduzidos pela TV Cultura (1969)

vale destacar

- ldquoA Hora da Notiacuteciardquo (1972)

- ldquoConversa Afiadardquo (1999)

- ldquoMateacuteria Puacuteblicardquo (2002)

- ldquoBoletim Culturardquo e ldquoPrimeira Paacuteginardquo (2005)

125 TV Globo

No ar desde 1968 a TV Globo editou inuacutemeros programas

telejornaliacutesticos com destaque para

- ldquoTele Globordquo (1965)

- ldquoUltranotiacuteciasrdquo (1966)

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- ldquoJornal da Globordquo (1967)

- ldquoJornal Nacionalrdquo (1969)

- ldquoJornal Hojerdquo (1971)

- ldquoBom dia Satildeo Paulordquo (1977)

- ldquoJornal da Globordquo (1979)

- ldquoSPTVrdquo ldquoRJTVrdquo ldquoBom dia Brasilrdquo (1983)

- ldquoGlobo Notiacuteciardquo (2005)

126 TV Bandeirantes

Pela TV Bandeirantes no ar desde 1967 vale destacar os seguintes

telejornais

- ldquoTitulares da Notiacuteciardquo (1969)

- ldquoBand News na Bandrdquo e ldquoBrasil Urgenterdquo (2001)

- e ldquoPrimeiro Jornalrdquo (2005)

127 TV Gazeta

Mais recentemente a TV Gazeta (1970) levou ao ar

- o ldquoJornal Gazetardquo o ldquoMercadordquo e ldquoPrimeira Paacuteginasrdquo todos estreados

em 2001

20

- em 2002 introduziu o ldquoJornal Gazeta 2ordf ediccedilatildeordquo e

- em 2003 o ldquoGazeta On-linerdquo

128 SBT

O Sistema Brasileiro de Televisatildeo no ar desde 1981 tem na histoacuteria do

telejornalismo da emissora os seguintes programas

- ldquoNoticentrordquo (1981)

- ldquo24 Horasrdquo (1982)

- ldquoCidade 4rdquo (1986)

- ldquoTJ Brasilrdquo ldquoTJ Noiterdquo e ldquoTJ Satildeo Paulordquo (1988)

- ldquoJornal do SBTrdquo ldquoAqui e Agorardquo (1991)

- ldquoAqui Brasilrdquo (1993) ldquoSBT Notiacuteciasrdquo (1995)

- ldquoJornal do SBTCBS Telenotiacuteciasrdquo (1997)

- ldquoNotiacutecias do Diardquo e ldquoNoticidaderdquo (1998)

- ldquoTJ Manhatilderdquo (2001)

- ldquoSBT Brasilrdquo (2005) dentre outros

21

13 O PERCURSO DO TELEJORNALISMO NOS ANOS 70

Em seu trabalho de dissertaccedilatildeo de mestrado defendido na Escola de

Comunicaccedilotildees e Artes da Universidade de Satildeo Paulo Antonio Reis Jr (2003) nos

mostra que no iniacutecio da deacutecada de 70 o campo cinematograacutefico sofreu dispersatildeo do

grupo de cineastas que integravam o Cinema Novo devido agrave repressatildeo poliacutetica poacutes

Ato Institucional n 5 em 1968 Com a criaccedilatildeo da Embrafilme em 1969 as novas

demandas do mercado cultural assim como o acirramento dos debates esteacuteticos

formou-se um novo quadro de atuaccedilatildeo para os cinegrafistas que se descortinou

com o esfacelamento do Cinema Novo com a expansatildeo da induacutestria cultural do

consumo dos bens simboacutelicos no paiacutes e com o surgimento de novos esquemas de

produccedilatildeo e projetos culturais

Nesse cenaacuterio de cerceamento controle e censura da produccedilatildeo cultural

diversos cineastas vislumbraram a possibilidade de trabalhar em algumas emissoras

de TV e como o telejornalismo foi o programa de maior impacto nesse meio de

comunicaccedilatildeo em massa surgiu assim o nosso repoacuterter cinematograacutefico

Desde sua primeira exibiccedilatildeo em rede nacional em 1ordm de setembro de

1969 o Jornal Nacional da Rede Globo apresentou um formato proacuteprio para

transmitir notiacutecias onde ldquoo telejornal era capaz de abordar no mesmo tom e com a

mesma inconsequumlecircncia notiacutecias banais e outras de extrema importacircncia para o

espectador conferindo um mesmo tratamento a fatos relevantes e irrelevantesrdquo Em

plena eacutepoca de ditadura tal fato revela a cumplicidade dessa emissora para com os

militares apresentando um telejornal com moderna engenharia eletrocircnica e que

adotava a maacutescara do paiacutes ldquoem desenvolvimentordquo do milagre econocircmico

22

propagando imagens de um paiacutes com o povo bonito onde natildeo existia fome miseacuteria

pobreza

Contudo nesse mesmo periacuteodo surgiu a TV Cultura com a programaccedilatildeo

mais voltada para a realidade brasileira e que criou em 1972 o telejornal ldquoA Hora da

Notiacuteciardquo pobre em recursos mas combativo liacuteder de audiecircncia desta emissora

seguia em caminho inverso agraves fantasias institucionais e agrave alienaccedilatildeo dos noticiaacuterios

da eacutepoca

Em 1975 o jornalista Vladimir Herzog assumiu a direccedilatildeo da TV Cultura

apresentando proposta para tornar o telejornalismo em um instrumento de diaacutelogo

com o puacuteblico combatendo a atitude servil diante do governo com uma poliacutetica de

programaccedilatildeo visando objetivos prioritaacuterios relacionados com a realidade do puacuteblico

que pretendia atingir Poreacutem nesse mesmo ano Herzog foi preso interrogado

torturado e morto sucumbindo o projeto de renovaccedilatildeo do telejornalismo na TV

brasileira

Mas em seguida apesar de o Jornal Nacional manter estreita ligaccedilatildeo com

a ditadura surgiu na Rede Globo o Globo Repoacuterter originaacuterio da seacuterio Globo Shell ndash

o uacutenico programa da emissora produzido com material cinematograacutefico e que teve o

meacuterito de fazer passar informaccedilotildees boicotadas pelos demais telejornais ndash

caracterizado por abordar temas polecircmicos e questotildees sociais justamente em um

periacuteodo em que esses assuntos eram proibidos e vetados pela Censura Federal

Esse estilo despojado e independente de fazer documentaacuterios perdurou entre 1976

a 1983

23

2 REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO

21 O PAPEL DO JORNALISTA

Nos dias de hoje o jornalista assim como outros profissionais de

imprensa enfrenta inuacutemeras dificuldades no mercado de trabalho ndash fato que exige

dele atenccedilatildeo para que se mantenha sempre atualizado e se preocupe com a

questatildeo da formaccedilatildeo e da qualificaccedilatildeo

De acordo com a Comissatildeo de Revisatildeo dos Registros de Jornalistas

Profissionais (Portaria MTb n 548 de 140695) todos os jornalistas profissionais do

paiacutes precisam efetuar a revisatildeo do seu Registro Profissional junto ao seu sindicato

para alterar o nuacutemero do Registro anotado na carteira de trabalho Tal procedimento

visa invalidar a grande quantidade de documentos irregulares

Na composiccedilatildeo alfanumeacuterica do novo registro seraacute adotada a sigla de

duas letras do alfabeto que identificam o Estado de origem seguida dos algarismos

a partir de 00001 e mais duas letras que qualificam a natureza da funccedilatildeo na qual o

jornalista foi registrado As letras qualificadoras da natureza da funccedilatildeo para titular

de registro funccedilatildeo de repoacuterter-cinematograacutefico eacute RC Exercer atividades de

jornalista com registro precaacuterio constitui crime de exerciacutecio ilegal da profissatildeo

(Sindicato dos Jornalistas 2006)

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Para ilustrar melhor o papel do jornalismo a seguir iremos elencar as

definiccedilotildees formuladas por diversos profissionais da aacuterea publicadas no site Enfato ndash

Comunicaccedilatildeo Empresarial (2006)

ldquoO jornalista eacute o(a) profissional que faz mais do que apenas reportar o que acontece ele(a) estabelece viacutenculos entre os fatos correntes e passados provocaestimula o raciociacutenio do telespectadorleitorouvinte e procura ainda extrair disso tudo alguma perspectiva que sinalize o futuro Sua atividade eacute ainda mais difiacutecil do que parece eacute indispensaacutevel que este(a) profissional desempenhe sua tarefa com absoluta noccedilatildeo de seus princiacutepios eacuteticos sem se deixar contaminar por influecircncias poliacuteticas ou interesses pessoais Soacute assim seu relato teraacute credibilidade ndash a uacutenica moeda de real valor para quem abraccedilou esta profissatildeo Aliaacutes natildeo eacute agrave toa que a classe de espiacuterito tatildeo nobre seja tatildeo vilipendiada por aqueles que detecircm o controle das empresas de comunicaccedilatildeordquo Claudio Lessa colunista do site Direto da Redaccedilatildeo

ldquoSer jornalista hoje eacute e cada vez seraacute mais permitir ao leitor entender os fatos muito mais do que simplesmente tomar conhecimento deles Durante deacutecadas ser jornalista era correr atraacutes de furo dar informaccedilotildees sobre um fato que era desconhecido de todos Eu acho que hoje o nosso desafio estaacute em permitir que o leitor entenda os fatos pois existe uma avalanche de informaccedilotildeesrdquo Eugecircnio Esber diretor de redaccedilatildeo da revista Amanhatilde (RS)

ldquoO bom jornalista eacute aquele que eacute criativo investigador objetivo estaacute sempre informado mergulha com profundidade nos assuntos e acima de tudo tem a eacutetica como sua religiatildeordquo Fernando Barbosa Lima editor da FBL Criaccedilatildeo e Produccedilatildeo (RJ)

ldquoTenho a impressatildeo de que ser jornalista diante da tamanha complexidade do universo da Comunicaccedilatildeo eacute ter a capacidade de melhor organizar e selecionar a quantidade crescente da informaccedilatildeo defendendo o que haacute de mais essencial primado da verdade Lembro do que dizia Claudio Abramo de que a funccedilatildeo do jornalista eacute buscar a verdade camuflada atraacutes da verdade aparente Acho que essa tarefa eacute o grande diferencial que determinaraacute o sucesso profissionalrdquo Fernando Salerno diretor da Associaccedilatildeo Paulista de Jornais e do diaacuterio Valeparaibano (SP)

ldquoSer jornalista hoje eacute o mesmo que ontem e presumo o mesmo que amanhatilde O jornalista tem a funccedilatildeo de informar mais do que formar No meu entendimento hoje haacute muitos jornalistas mais preocupados em formar do que em informar Em outras palavras eacute muita opiniatildeo e pouca informaccedilatildeo Entendo ainda que eacute um trabalho muito importante para garantir a transparecircncia das sociedadesrdquo Flaacutevio Portela gerente de jornalismo da raacutedio Guaiacuteba (RS)

ldquoTenho orgulho de ser jornalista Essa funccedilatildeo eacute cada vez mais importante desde que seja acompanhada de eacutetica e

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responsabilidade Cada vez mais a miacutedia tem credibilidade Graccedilas ao jornalista e a essa possibilidade de informaccedilatildeo raacutepida e global eacute que aproximamos o mundordquo Lucia Leme apresentadora do programa Olhar 2005 da TVE-RJ

ldquoA profissatildeo natildeo perdeu o encanto embora os predadores empresariados tenham feito de tudo para desencantaacute-la e diminuiacute-lardquo Luiacutes Recena editor executivo da Tribuna do Brasil (DF)

ldquoSer jornalista eacute saber passar informaccedilotildees ao grande puacuteblico eacute saber defender a sociedade atraveacutes dos jornais e procurar saber o que ela procura e onde precisa ser ajudadardquo Maria Eugecircnia Labouriau assessora de imprensa do Inmetro

ldquoA funccedilatildeo principal do jornalista eacute ser a oposiccedilatildeo diante das instituiccedilotildees incluindo Judiciaacuterio o Estado todo mundo Os jornalistas satildeo os fiscalizadores da sociedaderdquo Nando Gross apresentador da Raacutedio Gauacutecha AM (RS)

ldquoEacute como jogar nas 11 posiccedilotildees do campo Natildeo existe mais jornalista pelo menos aqui no interior do Rio Grande do Norte especialista Todos acabam tendo que cumprir todas as funccedilotildees Somos mais que polivalentes jaacute que estamos num jornal do interiorrdquo Pedro Carlos Lopes Pinheiro diretor de Redaccedilatildeo do jornal O Mossoroense (RN)

ldquoSer jornalista hoje eacute ter perseveranccedila vontade e amor pela profissatildeo jaacute que os jornalistas ganham mal e natildeo haacute incentivos para a realizaccedilatildeo do trabalhordquo Raimundo Afonso Gomes presidente do Sindicato dos Jornalistas do Acre

ldquoHoje e sempre ser jornalista eacute tentar ser uma testemunha do seu tempo Essa eacute nossa humilde tarefa Natildeo eacute ser juiz promotor Atualmente temos uma tendecircncia de julgar e ateacute condenar Quanto mais complexa a sociedade mais se exige esse papel do jornalistardquo Zuenir Ventura colunista de O Globo (RJ)

A exemplo de outras profissotildees regulamentadas pela legislaccedilatildeo vigente

em nosso paiacutes ou reconhecidas pelo mercado formal de trabalho a atividade

jornaliacutestica deve seguir preceitos eacuteticos especiacuteficos com a finalidade de preservar o

atendimento do interesse puacuteblico e o direito agrave informaccedilatildeo existente em uma

sociedade democraacutetica

Com referecircncia agrave elaboraccedilatildeo da notiacutecia segundo Eliane Mendonccedila (sd)

ldquoa notiacutecia eacute o resultado de diversas lsquovozesrsquo que o jornalista precisou ouvir interpretar

e sintetizar de forma a tornaacute-lo acessiacutevel ao grande puacuteblicordquo Com base nessa

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assertiva pode-se dizer que o jornalista eacute o profissional que tem como ofiacutecio a

responsabilidade de reconstruir os fatos levando em conta todos os conceitos a que

teve acesso durante a apuraccedilatildeo da mateacuteria E se eacute assim a notiacutecia nunca teraacute um

uacutenico autor visto que a mateacuteria jornaliacutestica traz em seu bojo inuacutemeras versotildees do

mesmo assunto cada um de um personagem (fonte) diferente

Note-se que ainda que o jornalista natildeo seja o uacutenico autor do que escreve

cabe a ele a funccedilatildeo de equilibrar o texto a ponto de ser fiel a tudo o que ouviu

procurando transmitir a informaccedilatildeo da forma mais clara possiacutevel a fim de que possa

ser compreendida por todo o tipo de leitor

Outro ponto a se considerar como bem explica Eliane Mendonccedila (sd)

refere-se ao fato de que um mesmo assunto se apresenta ao puacuteblico sob diferentes

enfoques quando transmitido em diferentes veiacuteculos de comunicaccedilatildeo Isto ocorre

porque ao contraacuterio do que ensina os antigos manuais do jornalismo o jornalista

natildeo eacute imparcial e acaba embutindo na notiacutecia um pouco de sua vivecircncia pessoal

sua opiniatildeo sobre o assunto seus preconceitos aleacutem de ter que levar em

consideraccedilatildeo as normas as orientaccedilotildees e a postura da empresa para a qual

trabalha

Segundo o Departamento de Comunicaccedilatildeo e Turismo da Universidade

Federal da Paraiacuteba (UFPB 2006) a sociedade espera que o jornalista exerccedila o

seguinte papel

- Auxiliar a populaccedilatildeo a tomar decisotildees coletivas favoraacuteveis ao bem comum - Enriquecer culturalmente a sociedade - Responsabilizar-se pelas informaccedilotildees que divulga e consequumlecircncias delas - Colaborar para o fortalecimento da cidadania

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- Discernir entre o que tem caraacuteter construtivo para a sociedade - Propagar iniciativas conhecimentos e teacutecnicas que possam ser reproduzidas de forma a contribuir para o bem estar social - Distinguir e denunciar atitudes que sejam lesivas agrave sociedade

O jornalista ndash seja ele o repoacuterter o fotoacutegrafo o cinegrafista o redator o

editor o chefe de reportagem enfim ndash deve estar consciente da importacircncia do seu

trabalho para a construccedilatildeo da cidadania e de uma sociedade igualitaacuteria

Como bem observa Maristela Alves Leitatildeo (2005) os profissionais de

jornalismo desempenham um importante papel nas transformaccedilotildees soacutecio-poliacuteticas

nas uacuteltimas deacutecadas constituindo os ldquoguardiotildees dos direitos humanosrdquo durante a

transiccedilatildeo da ditadura militar para o regime democraacutetico Atualmente a preocupaccedilatildeo

tem sido lutar contra a corrupccedilatildeo e a favor da cidadania visando a conscientizaccedilatildeo

da populaccedilatildeo em relaccedilatildeo aos seus direitos e obrigaccedilotildees

A mateacuteria jornaliacutestica consiste na reconstruccedilatildeo de dada realidade que

cerca um fato recente efetuada pelo profissional da aacuterea a partir da tomada de

depoimentos de pessoas que participaram ou estatildeo inseridas no contexto apurado

Essas pessoas a serem entrevistas natildeo devem ser selecionadas de maneira fortuita

apenas seratildeo inquiridas aquelas que possam dispor de dados estritamente

importantes e possuir competecircncia reconhecida para referir-se ao assunto em

questatildeo Uma das habilidades mais valorizadas na profissatildeo inclusive eacute aquela de

pesquisar e encontrar as fontes mais adequadas considerando-se a expectativa do

puacuteblico de receber informaccedilatildeo qualificada (Rothberg 2006)

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Comparando-se o jornalismo impresso com o televisivo este uacuteltimo leva

clara vantagem por ser meio mais atraente ao disponibilizar uma dinacircmica

audiovisual

22 O REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO

O repoacuterter cinematograacutefico eacute aquele profissional que executa serviccedilos

referentes ao mercado de radiodifusatildeo mais especificamente em TV atuando como

assistente ou teacutecnico na aacuterea de produccedilatildeo em meios de comunicaccedilatildeo Dentre suas

atividades vale destacar pesquisa anaacutelise e interpretaccedilatildeo das possibilidades

riacutetmicas estruturais e associadas do encontro entre imagem e som aleacutem de

executar e manter os equipamentos de aacuteudio e iluminaccedilatildeo e cacircmeras de TV (Nova

Faetec 2006)

No Brasil o curso profissionalizante de repoacuterter cinematograacutefico tem ainda

niacutevel teacutecnico com duraccedilatildeo de trecircs anos sendo exigido como preacute-requisito a

conclusatildeo do ensino meacutedio ou fundamental

No Rio de Janeiro foi criada em 16 de fevereiro em 1946 a ARFOC -

Associaccedilatildeo Profissional de Repoacuterteres Fotograacuteficos e Cinematograacuteficos do Brasil

que consiste em uma associaccedilatildeo profissional e cultural destituiacuteda de caraacuteter poliacutetico-

partidaacuterio e sem fins lucrativos nos termos do Decreto n 1229 de 09101962 cujo

objetivo eacute incentivar aperfeiccediloar valorizar e defender a profissatildeo e os fotojornalistas

e a aplicaccedilatildeo da imagem ao jornalismo (ARFOC 2006)

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Segundo Joseacute Alves Filho (2005) presidente da ARFOC-PI existe uma

falta de reconhecimento ateacute por parte dos proacuteprios colegas de trabalho em relaccedilatildeo

ao trabalho do repoacuterter cinematograacutefico Eacute uma injusticcedila visto que uma boa

reportagem de TV depende mais do registro do repoacuterter cinematograacutefico ndash fruto de

sua persistecircncia coragem e sensibilidade ndash do que do repoacuterter produtor ou editor

Essa falta de reconhecimento se reflete no dia-a-dia principalmente por

parte dos chefes de redaccedilatildeo que nunca estimulam os repoacuterteres cinematograacuteficos a

participarem da discussatildeo da pauta que iratildeo cumprir Com isso eles acabam se

afastando das redaccedilotildees desestimulados a participarem do processo Por parte dos

colegas jornalistas haacute um preconceito intelectual ainda que velado em relaccedilatildeo aos

colegas da ldquolinha de frenterdquo os ditos repoacuterteres cinematograacuteficos forjados pela

ldquofaculdade da vidardquo sem chance de discutir teoria nos bancos universitaacuterios

Partindo-se da premissa de que a imagem eacute o uacutenico item imprescindiacutevel

da TV natildeo haacute justificativa para o fato de que o salaacuterio dos bons cinegrafistas natildeo

chegam nem na metade do salaacuterio dos repoacuterteres haacute vinte anos atraacutes o salaacuterio

desses profissionais se equiparavam

Para Antonio Brasil (2004)

() se existe uma classe de jornalistas que sempre sofreu enormes injusticcedilas e discriminaccedilotildees eacute sem duacutevida o segmento dos cinegrafistas de TV Hoje satildeo chamados de lsquorepoacuterteres cinematograacuteficosrsquo Para mim deveriam ser simplesmente lsquojornalistasrsquo Mas como costumam ter origem humilde e natildeo podem pagar pelos lsquodiplomasrsquo satildeo considerados jornalistas de segunda classe Natildeo precisam passar no miacutenimo quatro anos pagando caro para as faacutebricas de jornalistas e ningueacutem parece se importar muito com isso Mas os cinegrafistas ou repoacuterteres cinematograacuteficos merecem o nosso apoio e respeito Lutam pelo reconhecimento da profissatildeo enquanto lsquojornalistasrsquo de verdade Recusam-se a serem meros

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lsquoapecircndicesrsquo na vida dos repoacuterteres e nas decisotildees dos nossos editores de telejornalismo

Infelizmente ainda persiste o conflito entre os profissionais da palavra e

os jornalistas da imagem Brasil (2004) experiente na profissatildeo muitas vezes

sentiu na pele os efeitos de atitudes arrogantes e discriminatoacuterias mesmo de

repoacuterteres receacutem-formados - o que demonstra que essa arrogacircncia sem

fundamento eacute cultural beira o preconceito social ou ldquoracismordquo E geralmente satildeo os

velhos cinegrafistas que acabam por ensinar a esses jovens os primeiros passos da

profissatildeo

Eacute certo que no meio televisivo as imagens constituem elemento chave

da mateacuteria do repoacuterter satildeo elas que datildeo suporte agrave narrativa cronoloacutegica do

acontecimento Cumpre ressaltar que tal qual o repoacuterter o cinegrafista tem como

objetivo registrar o acontecimento e fazer com que o mesmo chegue ao ar Daiacute a

importacircncia de recomendar aos alunos do telejornalismo que cinegrafista natildeo deve

ser vigiado nem precisa ser orientado

Repoacuterter e cinegrafista satildeo colegas de jornalismo isto eacute ambos satildeo

jornalistas Natildeo eacute porque o cinegrafista geralmente tem origem simples gestos

humildes e carrega peso que deixa de ser jornalista Ganha o repoacuterter despido

desse preconceito pois se dispotildee a assimilar os segredos da profissatildeo ensinados

pelos cinegrafistas e compartilhando com respeito os objetivos da reportagem

recebem valiosas dicas praacuteticas

Brasil (2004) desabafa

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Os jovens de boa aparecircncia - condiccedilatildeo dispensaacutevel mas que parece ser obrigatoacuteria em nossos telejornais - saem das universidades natildeo sabem quase nada de telejornalismo Buscam na TV o sonho de sucesso e fama A maioria desses jovens natildeo teve a oportunidade aprender a praacutetica da profissatildeo Eles satildeo selecionados em processos meio nebulosos e certamente pouco transparentes Se tornam repoacuterteres de TV e tem que aprender as teacutecnicas peculiares da profissatildeo na marra No entanto satildeo os velhos cinegrafistas - profissionais humildes e experientes que costumam ensinar os primeiros passos Os cinegrafistas tambeacutem satildeo colegas leais Aleacutem de ensinarem telejornalismo de verdade tambeacutem fazem questatildeo de ocultar os erros dos neoacutefitos Os editores jamais percebem as inuacutemeras passagens que os cinegrafistas providencialmente apagam das fitas e da nossa memoacuteria Alguns desses neoacutefitos natildeo eram tatildeo jovens Muitos profissionais da imprensa fizeram a transiccedilatildeo para os encantos da TV graccedilas agrave boa vontade de velhos cinegrafistas

Ao inveacutes de se sentirem agradecidos muitos desses colegas se recusam

a aceitar que aqueles sujeitos simples satildeo tambeacutem jornalistas e que aleacutem de

compartilhar os objetivos da reportagem ensinam agrave nova geraccedilatildeo de jornalistas de

TV inuacutemeras dicas profissionais

Natildeo bastasse esse desrespeito com o profissional de imagem ele ainda

estaacute sujeito a sofrer seacuterios riscos inerentes agrave proacutepria profissatildeo aleacutem de graves

problemas de sauacutede ao utilizar equipamentos pesados e obsoletos e enfrentar um

ritmo estressante de trabalho repetitividade de tarefas longas jornadas e condiccedilotildees

precaacuterias de trabalho

Daiacute a importacircncia de apoiar a luta desses profissionais de imagem que

buscam o creacutedito e o respeito merecidos Eacute uma questatildeo natildeo apenas de direito

mas de reconhecimento Tambeacutem eacute importante observar e condenar as possiacuteveis

represaacutelias aos profissionais que buscam esse reconhecimento

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Brasil (2004) faz uma comparaccedilatildeo entre os cinegrafistas da Inglaterra e

os do Brasil Enquanto entre noacutes os profissionais lutam pela sobrevivecircncia

aprendem tudo sem qualquer tipo de treinamento especiacutefico e para garantir os seus

direitos devem permanecer anocircnimos na Inglaterra a escola de cinegrafistas da

BBC possibilita a esses profissionais facilidades teacutecnicas um bom sistema de

promoccedilatildeo e cargos Para a promoccedilatildeo dentro da proacutepria categoria os cinegrafistas

ingleses satildeo regularmente enviados ao interior daquele paiacutes para conhecerem as

novas tecnoloacutegicas e teacutecnicas profissionais visando com isso tambeacutem fortalecer os

laccedilos corporativos

33

3 CURSO SUPERIOR PARA FORMACcedilAtildeO DE PROFISSIONAIS DA

AacuteREA

31 DESVALORIZACcedilAtildeO DA PROFISSAtildeO

Como outras inuacutemeras profissotildees tambeacutem o jornalista enfrenta crise no

seu acircmbito de trabalho Para superar a concorrecircncia garantir o seu emprego e

valorizar sua profissatildeo o jornalista de modo geral precisa especializar-se em

determinadas aacutereas e atualizar-se academicamente No mercado atual esse

profissional tem que lidar com o aumento de responsabilidade com o acuacutemulo de

funccedilotildees nas redaccedilotildees aleacutem de ser em geral mal remunerado e sofrer com o

constante risco de ser demitido

Conforme aponta Noblat (2003 p 36)

Exige-se do candidato a uma vaga nas redaccedilotildees que seja profissional completo e polivalente Ele tem de dominar todas as teacutecnicas para o exerciacutecio da profissatildeo manejar os instrumentos capazes de ajudaacute-lo a fazer o melhor trabalho e ter a niacutetida compreensatildeo do seu papel de jornalista multimiacutedia

Em plena era de globalizaccedilatildeo as perspectivas natildeo satildeo as melhores Tem

razatildeo Dizard Jr (2000 p 21) ao afirmar que uma das poucas certezas com que os

novos profissionais de miacutedia podem contar futuramente eacute que teratildeo que lidar com o

impacto das mudanccedilas tecnoloacutegicas e com a intensificaccedilatildeo da demanda por maior

envolvimento intelectual e habilitaccedilatildeo acadecircmica

34

Para o repoacuterter cinematograacutefico e supervisor de cinegrafia da rede Globo

Heacutelio Alvarez concorda que a profissatildeo do repoacuterter cinematograacutefico e fotoacutegrafo eacute

desvalorizada e isto se deve segundo ele ao fato de que a valorizaccedilatildeo profissional

na atualidade se daacute por meio da educaccedilatildeo Enquanto os repoacuterteres geralmente

passaram por uma faculdade e vecircm de uma classe social mais alta os que

trabalham como repoacuterter cinematograacutefico em sua maioria satildeo aqueles que iniciam

carreira fazendo algum trabalho na televisatildeo sendo poucos os que comeccedilam no

jornalismo ndash o que acaba por desvalorizar a funccedilatildeo (Canal da imprensa sd)

32 REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO Eacute JORNALISTA

Noacutes uacuteltimos anos haacute um movimento que luta pelo reconhecimento do

repoacuterter cinematograacutefico como jornalista Duas recentes decisotildees nos tribunais do

paiacutes passaram a reconhecer os direitos desse profissional confirmando as teses

defendidas pela FENAJ (Federaccedilatildeo Nacional dos Jornalistas) e pelos sindicatos de

jornalistas

No ano passado o Tribunal Superior do Trabalho (TST) manteve decisatildeo

do Tribunal Regional do Trabalho do Rio Grande do Sul (TRT da 4ordf Regiatildeo) que

enquadrou como Jornalista um repoacuterter-cinematograacutefico que trabalhou na RBS TV

Santa Rosa Ltda Esse profissional tanto acompanhava repoacuterteres na produccedilatildeo de

reportagens jornaliacutesticas como tambeacutem saiacutea agraves ruas sozinho para produzir

reportagens estabelecidas em pautas previamente solicitadas pelo chefe de

redaccedilatildeo

35

A RBS seguindo a praacutetica infelizmente bastante comum entre as

empresas de televisatildeo sustentava que o trabalhador devia ser enquadrado como

radialista na tentativa de pagar um salaacuterio menor ao profissional uma vez que o

piso de radialista eacute inferior ao de jornalista Outra desvantagem para o profissional eacute

que os radialistas trabalham 8 horas diaacuterias ao contraacuterio de jornalistas que atuam 5

horas por dia O excesso de carga de trabalho vem trazendo problemas de sauacutede

para diversos repoacuterteres cinematograacuteficos enquadrados como radialistas

A Justiccedila do Trabalho firmou decisatildeo no sentido de que o fato de estar

acompanhado de repoacuterter natildeo retira do repoacuterter-cinematograacutefico a condiccedilatildeo de

Jornalista O profissional gauacutecho receberaacute as devidas diferenccedilas salariais retroativas

a 16 de junho de 1998 data que o prejudicado obteve seu registro de jornalista

profissional no Ministeacuterio do Trabalho (Espaccedilo Vital 2005)

Com essa decisatildeo passou a ser possiacutevel que os repoacuterteres

cinematograacuteficos encaminhem agraves Delegacias Regionais do Trabalho pedidos de

enquadramento como jornalistas Aliaacutes os proacuteprios sindicatos devem encaminhar

pedidos de fiscalizaccedilatildeo nas empresas para verificar o enquadramento dos repoacuterteres

cinematograacuteficos

Outro julgamento favoraacutevel ao profissional da aacuterea em comento conforme

divulgaccedilatildeo do FENAJ (2005) refere-se agrave decisatildeo da Terceira Turma do Superior

Tribunal de Justiccedila (STJ) que reconheceu os direitos do repoacuterter fotograacutefico Claacuteudio

Alves Pereira de receber indenizaccedilatildeo por danos materiais e morais devido agraves

inuacutemeras vezes em que o Jornal de Brasiacutelia republicou fotos suas sem creacutedito apoacutes

a sua demissatildeo em julho de 1990

36

Conforme o escritor portuguecircs Pierre Ganz (ANTONIO CARLOS) o

jornalista-repoacuterter de imagens eacute antes de qualquer coisa eacute um jornalista como os

outros Deve saber preparar a sua reportagem efetuaacute-la escrever o seu comentaacuterio

sobre imagens A diferenccedila reside no fato de ele substituir na maioria das vezes a

esferograacutefica pela cacircmera de filmar

Uma cacircmera que ele deveraacute dominar bem mas tambeacutem com a qual vai escrever uma histoacuteria os planos substituindo entatildeo as palavras Uma sintaxe toma o lugar da outra Os teacutecnicos de som de iluminaccedilatildeo e de montagem satildeo-lhe familiares Pode em alguns casos trabalhar sozinho Egrave cada vez mais frequumlente partir em reportagem ou em grande reportagem com equipe reduzida acompanhada apenas por jornalista redator

Eacute mesmo verdade que no meio televisivo uma boa imagem por vezes

substitui um bom texto e ateacute o dispensa Natildeo eacute possiacutevel por exemplo imaginar nos

dias de hoje um noticiaacuterio sobre guerra sem que sejam mostradas imagens E

muitas vezes inspirados nas imagens que os jornalistas produzem seus textos

Sem duacutevida a funccedilatildeo do repoacuterter cinematograacutefico eacute de vital importacircncia

para o jornalismo Uma saiacuteda bastante praacutetica para solucionar o problema desses

profissionais no que se refere agrave ausecircncia de cursos de graduaccedilatildeo seria incluir uma

cadeira sobre o assunto nos cursos de jornalismo Com isso os profissionais da

aacuterea e os interessados em abraccedilar a profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico se

sentiriam motivados a ingressar numa faculdade e quem sabe assim esse

preconceito absurdo seria definitivamente eliminado pondo fim ao estigma de ser

apenas um coadjuvante na confecccedilatildeo da notiacutecia

37

CONCLUSAtildeO

Num momento em que o mundo passa por tantas transformaccedilotildees

decorrentes da evoluccedilatildeo tecnoloacutegica da era da informaccedilatildeo e da globalizaccedilatildeo da

economia o jornalismo profissional ndash seacuterio e bem documentado - ganha relevo em

sua missatildeo de informar opinar e entreter a sociedade em seu cotidiano

A televisatildeo nos dias contemporacircneos pode transmitir ao puacuteblico muito

mais do que o fazia quando foi criada A novidade surgiu em 1923 nos Estados

Unidos e se tornou conhecida no Brasil nos anos 50 De iniacutecio apenas uma

finiacutessima parcela da populaccedilatildeo tinha acesso ao produto e tempos depois

transformou-se num poderoso meio de comunicaccedilatildeo em massa

Para fazer o telejornalismo eacute necessaacuterio uma equipe formada de repoacuterter

cinegrafista redator fotoacutegrafo editor teacutecnicos de som de iluminaccedilatildeo e de

montagens

Diante do exposto natildeo resta duacutevidas de que o repoacuterter cinematograacutefico eacute

antes de qualquer coisa jornalista como os outros Ele deve saber preparar a sua

reportagem efetuaacute-la escrever o seu comentaacuterio sobre imagens

Se eacute certo que ele substitui a esferograacutefica pela cacircmera de filmar tambeacutem

eacute verdade que por meio dela ele escreve uma histoacuteria A diferenccedila eacute que substitui

as palavras pelas imagens que seus olhos treinados conseguem captar

38

Em muitas situaccedilotildees o repoacuterter cinematograacutefico acumula as funccedilotildees dos

teacutecnicos de iluminaccedilatildeo som e montagem trabalhando somente com o jornalista

redator E eacute com base nas imagens captadas que os jornalistas produzem seus

textos

Muitas vezes os cinegrafistas produzem imagens tatildeo impressionantes

que eacute difiacutecil para o jornalista descrevecirc-las com palavras podendo surgir eventuais

conflitos entre os dois

Neste contexto a presente monografia procurou enfocar a importacircncia

deste profissional que para ser reconhecido por seus pares e tambeacutem para ter

oportunidade de aumentar seus conhecimentos e aperfeiccediloar suas teacutecnicas

necessita que seja inserida uma cadeira sobre sua aacuterea nos cursos de graduaccedilatildeo

de jornalismo

Para serem admitidos como jornalistas pelas televisotildees profissionais

exige-se formaccedilatildeo acadecircmica em jornalismo Haacute aqui um paradoxo visto que a

profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico tem sua funccedilatildeo regulamentada pelo Decreto

Lei n 83284 de 13 marccedilo de 1969 que atribui normas para o exerciacutecio da profissatildeo

de jornalista e segundo o qual o repoacuterter cinematograacutefico estaacute inserido como

jornalista que capta imagens para fins jornaliacutesticos

Note-se que a partir do momento em que os cursos de jornalismo

incluiacuterem uma cadeira voltada para a reportagem cinematograacutefica todos os que se

formarem no curso e optarem por esse caminho notadamente seratildeo reconhecidos

como jornalistas

39

Haacute que se considerar a questatildeo dos antigos profissionais da aacuterea

aqueles que conhecem tudo sobre a profissatildeo e conforme dito no decorrer da

presente costumam ensinar os receacutem-formados no iniacutecio de suas carreiras

Eacute injusta a falta de reconhecimento desses profissionais

Tal situaccedilatildeo demonstra que o preconceito em relaccedilatildeo a eles faz parte de

uma cultura arraigada entre os proacuteprios colegas de profissatildeo e que acaba se

estendendo pelos bancos acadecircmicos e que precisa ser trabalhada desmistificada

pois natildeo tem razatildeo de existir

40

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documentaccedilatildeo trabalhos acadecircmicos apresentaccedilatildeo Rio de Janeiro 2002

ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE NORMAS TEacuteCNICAS NBR 6023 informaccedilatildeo e

documentaccedilatildeo elaboraccedilatildeo Rio de Janeiro 2002

Associaccedilatildeo Profissional de Repoacuterteres Fotograacuteficos e Cinematograacuteficos do Brasil

(Arfoc Brasil) 2006 Disponiacutevel em lthttpwwwarfocorgbrgt Acesso em 20

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CURTY Marlene Gonccedilalves CRUZ Anamaria da Costa MENDES Maria Tereza

Reis Apresentaccedilatildeo de trabalhos acadecircmicos dissertaccedilotildees e teses (NBR

147242002) Maringaacute Dental Press 2002

DIZARD JR Wilson A nova miacutedia a comunicaccedilatildeo de massa na Era da informaccedilatildeo

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45

ANEXO I ndash DECRETO Nordm 83284 DE 13 DE MARCcedilO DE 1979

PROFISSAtildeO DE JORNALISTA

Daacute nova regulamentaccedilatildeo ao Decreto-lei nordm 972 de 17 de outubro de 1969 que dispotildee sobre o exerciacutecio da profissatildeo de Jornalista em decorrecircncia das alteraccedilotildees introduzidas pela Lei nordm 6612 de 7 de dezembro de 1978

O Presidente da Repuacuteblica usando da atribuiccedilatildeo que lhe confere o art 81 item

III da Constituiccedilatildeo decreta

Art 1ordm Eacute livre em todo territoacuterio nacional o exerciacutecio da profissatildeo de Jornalista aos que satisfazerem as condiccedilotildees estabelecidas neste Decreto

Art 2ordm A profissatildeo de Jornalista compreende privativamente o exerciacutecio habitual e remunerado de qualquer das seguintes atividades

I - redaccedilatildeo condensaccedilatildeo titulaccedilatildeo interpretaccedilatildeo correccedilatildeo ou coordenaccedilatildeo de mateacuteria a ser divulgada contenha ou natildeo comentaacuterio

II - comentaacuterio ou crocircnica pelo raacutedio ou pela televisatildeo III - entrevista inqueacuterito ou reportagem escrita ou falada IV - planejamento organizaccedilatildeo direccedilatildeo e eventual execuccedilatildeo de serviccedilos

teacutecnicos de Jornalismo como os de arquivo ilustraccedilatildeo ou distribuiccedilatildeo graacutefica de mateacuteria a ser divulgada

V - planejamento organizaccedilatildeo e administraccedilatildeo teacutecnica dos serviccedilos de que trata a aliacutenea ldquoardquo

VI - ensino de teacutecnicas de Jornalismo VII - coleta de notiacutecias ou informaccedilotildees e seu preparo para divulgaccedilatildeo VIII - revisatildeo de originais de mateacuteria jornaliacutestica com vistas agrave correccedilatildeo

redacional e agrave adequaccedilatildeo da linguagem XIX - organizaccedilatildeo e conservaccedilatildeo de arquivo jornaliacutestico e pesquisa dos

respectivos dados para a elaboraccedilatildeo de notiacutecias X - execuccedilatildeo de distribuiccedilatildeo graacutefica de texto fotografia ou ilustraccedilatildeo de

caraacuteter jornaliacutestico para fins de divulgaccedilatildeo XI - execuccedilatildeo de desenhos artiacutesticos ou teacutecnicos de caraacuteter jornaliacutestico para

fins de divulgaccedilatildeo Art 3ordm Considera-se empresa jornaliacutestica para os efeitos deste Decreto-lei

aquela que tenha como atividade a ediccedilatildeo de jornal ou revista ou a distribuiccedilatildeo de noticiaacuterio com funcionamento efetivo idoneidade financeira e registro legal

sect 1ordm Equipara-se agrave empresa jornaliacutestica a seccedilatildeo ou serviccedilo de empresa de radiofusatildeo televisatildeo ou divulgaccedilatildeo cinematograacutefica ou de agecircncia de publicidade onde sejam exercidas as atividades previstas no artigo 2ordm0

sect 2ordm A entidade puacuteblica ou privada natildeo jornaliacutestica sob cuja responsabilidade se editar publicaccedilatildeo destinada a circulaccedilatildeo externa estaacute obrigada ao cumprimento deste decreto relativamente aos jornalistas que contratar

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Art 4ordm O exerciacutecio da profissatildeo de jornalista requer preacutevio registro no oacutergatildeo regional do Ministeacuterio do Trabalho que se faraacute mediante a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash diploma de curso de niacutevel superior de Jornalismo ou de Comunicaccedilatildeo Social habilitaccedilatildeo Jornalismo fornecido por estabelecimento de ensino reconhecido na forma da lei para as funccedilotildees relacionadas nos itens I a IV do artigo 11

IV ndash Carteira de Trabalho e Previdecircncia Social

Paraacutegrafo uacutenico ndash Aos profissionais registrados exclusivamente para o exerciacutecio das funccedilotildees relacionadas nos itens VII a XI do artigo 11 eacute vedado o exerciacutecio das funccedilotildees constantes nos itens I a VII do mesmo artigo

Art 5ordm O Ministeacuterio do Trabalho concederaacute desde que satisfeitas as exigecircncias constantes neste Decreto registro especial ao

I ndash colaborador assim entendido aquele que mediante remuneraccedilatildeo e sem relaccedilatildeo de emprego produz trabalho de natureza teacutecnica cientiacutefica ou cultural relacionando com a sua especializaccedilatildeo para ser divulgado com o nome e qualificaccedilatildeo do autor

II ndash funcionaacuterio puacuteblico titular de cargo cujas atribuiccedilotildees legais coincidam com as mencionadas no artigo 2ordm

III ndash provisionado

Paraacutegrafo uacutenico ndash O registro de que tratam os itens I e II deste artigo natildeo implica o reconhecimento de quaisquer direitos que decorram da condiccedilatildeo de empregado nem no caso do item II dos resultantes do exerciacutecio privado e autocircnomo da profissatildeo

Art 6ordm Para o registro especial de colaborador eacute necessaacuteria a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash declaraccedilatildeo de empresa jornaliacutestica ou que a ela seja equiparada informando do seu interesse pelo registro de colaborador do candidato onde conste a sua especializaccedilatildeo remuneraccedilatildeo contratada e pseudocircnimo se houver

Art 7ordm Para o registro especial de funcionaacuterio puacuteblico titular de cargo cujas atribuiccedilotildees legais coincidam com as mencionadas no artigo 2ordm eacute necessaacuterio a apresentaccedilatildeo de ato de nomeaccedilatildeo ou contrataccedilatildeo para cargo ou emprego com aquelas atribuiccedilotildees aleacutem do cumprimento do que estabelece o artigo 4ordm

Art 8ordm Para o registro especial de provisionado eacute necessaacuterio a apresentaccedilatildeo de

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I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash declaraccedilatildeo fornecida pela empresa jornaliacutestica ou que a ela seja equiparada na qual conste a funccedilatildeo a ser exercida e o salaacuterio correspondente

IV ndash diploma de curso de niacutevel superior ou certificado de ensino de 2ordm grau fornecido por estabelecimento de ensino reconhecido na forma da lei para as funccedilotildees relacionadas nos itens I a VII do artigo 11

V ndash declaraccedilatildeo fornecida pela entidade sindical representativa da categoria profissional com base territorial abrangendo o municiacutepio no qual o provisionado iraacute desempenhar suas funccedilotildees de que natildeo haacute jornalista associado do Sindicato domiciliado naquele municiacutepio disponiacutevel da contrataccedilatildeo

VI ndash Carteira de Trabalho e Previdecircncia Social

sect 1ordm A declaraccedilatildeo de que trata o item V deveraacute ser fornecida pelo Sindicato ao interessado no prazo de 3 dias uacuteteis

sect 2ordm Caso exista profissional domiciliado no municiacutepio disponiacutevel para contrataccedilatildeo o Sindicato comunicaraacute tal fato ao Ministeacuterio do Trabalho no mesmo prazo de 3 dias a contar do pedido de fornecimento da declaraccedilatildeo de que trata o item V

sect 3ordm Caso o Sindicato natildeo forneccedila a declaraccedilatildeo de que trata o item V no prazo mencionado no sect 1ordm o interessado poderaacute instruir seu pedido de registro com o protocolo de apresentaccedilatildeo do requerimento ao Sindicato

sect 4ordm Na hipoacutetese prevista no paraacutegrafo anterior o Ministeacuterio do Trabalho concederaacute ao Sindicato prazo natildeo superior a 3 dias para se manifestar sobre o fornecimento da declaraccedilatildeo caso natildeo tenha ocorrido o fato constante no sect 2ordm

sect 5ordm O registro especial de provisionado teraacute caraacuteter temporaacuterio com duraccedilatildeo maacutexima de trecircs anos renovaacutevel somente com a apresentaccedilatildeo de toda a documentaccedilatildeo prevista neste artigo

Art 9ordm Seraacute efetuado no Ministeacuterio do Trabalho registro dos diretores de empresas jornaliacutesticas que natildeo sendo jornalistas respondem pelas respectivas publicaccedilotildees para o que eacute necessaacuterio a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash prova de registro civil ou comercial da empresa jornaliacutestica com o inteiro teor do seu ato constitutivo

IV ndash prova de depoacutesito do tiacutetulo da publicaccedilatildeo ou da agecircncia de notiacutecias no oacutergatildeo competente do Ministeacuterio da Induacutestria e do Comeacutercio

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V ndash 30 exemplares do jornal ou 12 exemplares da revista ou 30 recortes ou coacutepias de noticiaacuterio com datas diferentes de sua divulgaccedilatildeo

sect 1ordm Tratando-se de empresa nova o Ministeacuterio do Trabalho efetuaraacute registro provisoacuterio com validade por 2 anos tornando-se definitivo apoacutes a comprovaccedilatildeo constante do item V deste artigo

sect 2ordm Natildeo seraacute admitida renovaccedilatildeo ou prorrogaccedilatildeo do prazo de validade do registro provisoacuterio previsto no paraacutegrafo anterior

Art 10ordm Seraacute efetuado no Ministeacuterio do Trabalho registro especial do diretor de empresa natildeo jornaliacutestica sob cuja responsabilidade se editar publicaccedilatildeo destinada agrave circulaccedilatildeo externa ou interna para o que se exigiraacute a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash prova de depoacutesito do tiacutetulo da publicaccedilatildeo no oacutergatildeo competente do Ministeacuterio da Induacutestria e do Comeacutercio

Art 11 ndash As funccedilotildees desempenhadas pelos jornalistas como empregados seratildeo assim classificadas

I - Redator aquele que aleacutem das incumbecircncias de redaccedilatildeo comum tem o encargo de redigir editoriais crocircnicas ou comentaacuterios

II - Noticiarista aquele que tem o encargo de redigir mateacuterias de caraacuteter informativo desprovidas de apreciaccedilotildees ou comentaacuterios preparando-as ou redigindo-as para a divulgaccedilatildeo

III - Repoacuterter aquele que cumpre a determinaccedilatildeo de colher notiacutecias ou informaccedilotildees preparando-as para divulgaccedilatildeo

IV - Repoacuterter de setor aquele que tem o encargo de colher notiacutecias ou informaccedilotildees sobre assuntos predeterminados preparando-as ou redigindo-as para divulgaccedilatildeo

V - Raacutedio-repoacuterter aquele a quem cabe a difusatildeo oral de acontecimento ou entrevista pelo raacutedio ou pela televisatildeo no instante ou no local em que ocorram assim como o comentaacuterio ou crocircnica pelos mesmos veiacuteculos

VI - Arquivista-pesquisador aquele que tem a incumbecircncia de organizar e conservar cultural e tecnicamente o arquivo redatorial procedendo agrave pesquisa dos respectivos dados para a elaboraccedilatildeo de notiacutecias

VII - Revisor aquele que tem o encargo de rever as provas tipograacuteficas de mateacuteria jornaliacutestica

VIII - Ilustrador aquele que tem a seu cargo criar ou executar desenhos artiacutesticos ou teacutecnicos de caraacuteter jornaliacutestico

XIX - Repoacuterter-fotograacutefico aquele a quem cabe registrar fotograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico

X - Repoacuterter-cinematograacutefico aquele a quem cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico

XI - Diagramador aquele a quem compete planejar e executar a distribuiccedilatildeo graacutefica de mateacuterias fotografias ou ilustraccedilotildees de caraacuteter jornaliacutestico para fins de publicaccedilatildeo

Paraacutegrafo uacutenico ndash Os Sindicatos seratildeo ouvidos sobre o exato enquadramento de cada profissional

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Art 12ordm Seratildeo privativas de jornalista as funccedilotildees pertinentes agraves atividades

descritas no artigo 2ordm tais como Editor Secretaacuterio Subsecretaacuterio Chefe de reportagem e Chefe de Revisatildeo

Art 13ordm Natildeo haveraacute incompatibilidade entre o exerciacutecio da profissatildeo de Jornalista e o de qualquer outra funccedilatildeo remunerada ainda que puacuteblica respeitadas a proibiccedilatildeo de acumular cargos e as demais restriccedilotildees de lei

Art 14ordm Seraacute passiacutevel de trancamento o registro profissional do jornalista que sem motivo legal deixar de exercer a profissatildeo por mais de 2 anos

sect 1ordm Natildeo incide na cominaccedilatildeo deste artigo o afastamento decorrente de a) suspensatildeo ou interrupccedilatildeo do contrato de trabalho b) aposentadoria como jornalista c) viagem ou bolsa de estudo para aperfeiccediloamento profissional d) desemprego apurado na forma da Lei nordm 4923 de 23 de dezembro de

1965

sect 2ordm O trancamento seraacute da competecircncia do oacutergatildeo regional do Ministeacuterio do Trabalho de ofiacutecio ou requerimento da entidade sindical representativa da categoria profissional cabendo a esta fazer publicar em oacutergatildeo oficial por trecircs vezes consecutivas e dentro de um interstiacutecio de dois anos a relaccedilatildeo dos jornalistas cujos registros pretende trancar

sect 3ordm Os oacutergatildeos do Ministeacuterio do Trabalho prestaratildeo aos sindicatos representativos da categoria profissional as informaccedilotildees que lhes forem solicitadas especialmente quanto ao registro de admissotildees e dispensas nas empresas jornaliacutesticas realizando as inspeccedilotildees que se tornarem necessaacuterias para a verificaccedilatildeo do exerciacutecio da profissatildeo de jornalista

sect 4ordm O exerciacutecio da atividade em empresa natildeo jornaliacutestica mencionada no artigo 3ordm sect 2ordm natildeo constituiraacute prova suficiente de permanecircncia na profissatildeo se a publicaccedilatildeo e seu responsaacutevel natildeo tiverem registro nos termos deste Decreto

sect 5ordm O registro trancado suspende a titularidade e o exerciacutecio das prerrogativas profissionais mas pode ser revalidado mediante apresentaccedilatildeo dos documentos mencionados nos itens II e III do artigo 4ordm

Art 15ordm O salaacuterio de jornalista natildeo poderaacute ser reajustado nos contratos individuais de trabalho para a jornada normal de 5 horas em base inferior agrave do salaacuterio estipulado para a respectiva funccedilatildeo em acordo ou convenccedilatildeo coletiva de trabalho ou sentenccedila normativa das Justiccedila do Trabalho

Paraacutegrafo uacutenico ndash Em negociaccedilatildeo ou dissiacutedio coletivo poderatildeo os Sindicatos de Jornalistas reclamar o estabelecimento de criteacuterio de remuneraccedilatildeo adicional pela divulgaccedilatildeo de trabalho produzido por jornalistas em mais de um veiacuteculo de comunicaccedilatildeo coletiva

Art 16ordm A admissatildeo de provisionado para exercer funccedilotildees relacionadas nos itens I a VII do artigo 11 seraacute permitida nos municiacutepios onde natildeo existia curso de Jornalismo reconhecido na forma de lei e comprovadamente natildeo haja jornalista domiciliado associado do sindicato representativo da categoria profissional disponiacutevel para contrataccedilatildeo

Paraacutegrafo uacutenico ndash O provisionado nos termos deste artigo poderaacute exercer suas atividades somente no municiacutepio para o qual foi registrado

Art 17ordm Os atuais portadores de registro especial de provisionado poderatildeo exercer suas atividades no Estado onde foram contratados

Art 18 ndash A fiscalizaccedilatildeo do cumprimento dos dispositivos deste Decreto se faraacute na forma do artigo 626 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho sendo aplicaacutevel aos

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infratores multa variaacutevel de 1 a 10 vezes o maior valor de referecircncia fixado de acordo com o artigo 2ordm paraacutegrafo uacutenico da Lei nordm 6205 de 29 de abril de 1975

Paraacutegrafo uacutenico ndash Aos sindicatos representativos da categoria profissional incumbe representar agraves autoridades competentes acerca do exerciacutecio irregular da profissatildeo de Jornalista

Art 19ordm Constitui fraude a prestaccedilatildeo de serviccedilos profissionais gratuitos ou com pagamentos simboacutelicos sob pretexto de estaacutegio bolsa de complementaccedilatildeo convecircnio ou qualquer outra modalidade em desrespeito agrave legislaccedilatildeo trabalhista e a este regulamento

Art 20ordm O disposto neste Decreto natildeo impede a conclusatildeo dos estaacutegios comprovadamente iniciados antes da vigecircncia da Lei nordm 6612 de 7 de dezembro de 1978 os quais entretanto natildeo conferiratildeo por si soacutes direito ao registro profissional

Art 21ordm Este Decreto entra em vigor na data da sua publicaccedilatildeo revogadas as disposiccedilotildees em contraacuterio especialmente os Decretos nordms 65912 de 19 de dezembro de 1969 e 68629 de 18 de maio de 1971

Brasiacutelia 13 de marccedilo de 1979 158ordm da Independecircncia e 91ordm da Repuacuteblica (DO de 13-3-79)

Ernesto Geisel Arnaldo Prieto

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ANEXO II ndash ACOacuteRDAtildeO TST-AIRR-6182001-751-04-401

Acoacuterdatildeo Inteiro Teor NUacuteMERO UacuteNICO PROC AIRR - 6182001-751-04-40 PUBLICACcedilAtildeO DJ - 10022006 Andamento do Processo

PROC Nordm TST-AIRR-6182001-751-04-401 C A C Oacute R D Atilde O 1ordf Turma EMPMs REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO CARACTERIZACcedilAtildeO INDEPENDEcircNCIA NO EXERCIacuteCIO DE SUAS ATIVIDADES REGISTROS DE ASSUNTOS E TEMAacuteTICAS DE INTERESSES JORNALIacuteSTICOS 1 Segundo o Tribunal Regional do Trabalho o Reclamante no exerciacutecio de suas atividades aleacutem de ter acompanhado o repoacuterter entrevistador na produccedilatildeo de mateacuterias fato que por si soacute natildeo lhe retira a condiccedilatildeo de jornalista - e tambeacutem de acordo com depoimentos testemunhais saiacutea agrave rua com a pauta que lhe era dirigida para sozinho produzir as mateacuterias solicitadas pelo empregador o que de acordo com o teor dos dispositivos tidos por vulnerados permite concluir o exerciacutecio da profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico e natildeo simplesmente de operador de cacircmera visto que ao sair agraves ruas para a produccedilatildeo de mateacuterias cumpria seu ofiacutecio obviamente mediante registros de fatos e (ou) assuntos de interesses notadamente jornaliacutestico considerando para tanto a proacutepria natureza da atividade empresarial exercida pela empregadora Inviaacutevel portanto a admissibilidade do recurso de revista em razatildeo da impossibilidade de exame da alegaccedilatildeo de afronta ao Decreto nordm 8413479 visto tratar-se de hipoacutetese natildeo contemplada na letra c do artigo 896 da CLT Por outro lado por violaccedilatildeo dos artigos 2ordm da Lei nordm 661578 e 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 tambeacutem natildeo logra ecircxito a Agravante no intuito de ver autorizado o processamento do recurso de revista No primeiro dispositivo apenas dispotildee-se que o radialista eacute o empregado de radiodifusatildeo exercente de atividades voltadas agrave administraccedilatildeo produccedilatildeo ou teacutecnica No segundo definem-se as profissotildees de repoacuterter e repoacuterter cinematograacutefico salientando-se que a esse uacuteltimo cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico hipoacutetese identificada pelo Regional 2 Agravo de instrumento a que se nega provimento Vistos relatados e discutidos estes autos do Agravo de Instrumento em Recurso de Revista nordm TST-AIRR-6182001-751-04-401 em que eacute Agravante RBS TV SANTA ROSA LTDA e Agravado CLOacuteVIS SANTACATARINA A Reclamada interpotildee agravo de instrumento ao despacho de fls 113-115 mediante o qual foi denegado seguimento ao recurso de revista sob o fundamento de que a decisatildeo decorreu da aplicaccedilatildeo das normas pertinentes uma vez que da situaccedilatildeo faacutetica delineada nos autos natildeo haacute como se extrair ofensa ao artigo 2ordm da Lei nordm 661578 na forma do artigo 896 c da CLT Contraminuta agraves fls 122-124 Natildeo houve remessa dos autos agrave Procuradoria Geral do Trabalho em face da orientaccedilatildeo emanada da Resoluccedilatildeo Administrativa nordm 322 atualmente retratada no artigo 82 do Regimento Interno do Tribunal Superior do

52

Trabalho Eacute o relatoacuterio V O T O I CONHECIMENTO Conheccedilo do agravo de instrumento porque regular e tempestivo II MEacuteRITO O Tribunal Regional ao apreciar o recurso ordinaacuterio interposto pela Reclamada no tocante ao reconhecimento da condiccedilatildeo de jornalista ao Reclamante pela Vara do Trabalho decidiu O MM Juiacutezo de primeiro grau acolheu as alegaccedilotildees do reclamante de exerciacutecio de profissatildeo jornaliacutestica de repoacuterter cinematograacutefico condenando a reclamada a pagar diferenccedilas salariais e reflexos Contra esta decisatildeo volta-se a reacute sustentando que o reclamante era operador de cacircmera funccedilatildeo capitulada na profissatildeo de radialista A recorrente tem razatildeo parcialmente Tomando-se a hipoacutetese de confirmar a sentenccedila enquanto reconhece ter o reclamante exercido a funccedilatildeo de repoacuterter cinematograacutefico em todo o contrato existe um marco temporal e juriacutedico que deve ser considerado A funccedilatildeo de repoacuterter cinematograacutefico eacute exclusiva da profissatildeo de jornalista Eacute uma atividade que estaacute reservada aos jornalistas formados assim como estabelecido no DL 97269 O reclamante natildeo demonstra a partir de quando conquistou a diplomaccedilatildeo como jornalista devendo-se considerar apenas pelo que oferecem os autos a data de 16 de junho de 1998 dia em que o reclamante foi registrado no Ministeacuterio do Trabalho como jornalista profissional na funccedilatildeo especiacutefica de repoacuterter cinematograacutefico Considerando que o Ministeacuterio do Trabalho natildeo pode registrar jornalistas natildeo diplomados exceccedilatildeo feita aos provisionados tem-se que o reclamante adquiriu esta condiccedilatildeo nesse dia Antes embora pudesse fazer ou fizesse atividades privativas de jornalistas natildeo pode ser considerado juridicamente como tal Assim em qualquer hipoacutetese de manutenccedilatildeo do reconhecimento da funccedilatildeo de jornaliacutestica esta deve gerar os efeitos pleiteados somente a partir de 16 de junho de 1998 Jaacute quanto a ter exercido ou natildeo funccedilatildeo jornaliacutestica a conclusatildeo eacute de manutenccedilatildeo da sentenccedila Natildeo eacute o fato de estar acompanhado por repoacuterter entrevistador que o cinegrafista perde a condiccedilatildeo de jornalista Trata-se de uma equipe de profissionais jornalistas Um exemplo que melhor ilustra o descabimento da distinccedilatildeo que pretende fazer o apelo eacute a situaccedilatildeo dos fotoacutegrafos ou repoacuterteres fotograacuteficos O fotoacutegrafo sai com a pauta junto com o repoacuterter (ou natildeo e isto tambeacutem acontecia com o reclamante como o reconhecem as testemunhas inclusive trazidas pela reclamada) e enquanto o repoacuterter investiga os dados necessaacuterios para a mateacuteria o fotoacutegrafo registra as cenas mas nem por isto eacute rebaixado da condiccedilatildeo de jornalista para dir- se-ia operador de cacircmera fotograacutefica O que se pode discutir seria o interesse jornaliacutestico das mateacuterias cobertas pelo jornalista reclamante Com efeito os comerciais produzidos e gravados pelo autor natildeo tecircm esse interesse e os eventos promocionais da reclamada recebem dela mesma uma atribuiccedilatildeo desse interesse embora natildeo o tenha imediata e objetivamente mas para efeitos do trabalho executado pelo reclamante deve ser considerado um trabalho jornaliacutestico Foi correta a decisatildeo natildeo merecendo qualquer reparo a natildeo ser o juriacutedico-temporal jaacute mencionado Nesta perspectiva o provimento do recurso eacute parcial (fls 97-99) Ao interpor o recurso de revista a Empresa alegou que o Reclamante na condiccedilatildeo de operador de cacircmera e operador de cacircmera de unidade portaacutetil externa acompanhando o repoacuterter como reconheceu o Regional natildeo pode ser

53

enquadrado como jornalista porquanto ao repoacuterter eacute dado cumprir a determinaccedilatildeo de coletar notiacutecias ou informaccedilotildees e elaboraacute-las a fim de viabilizar posterior divulgaccedilatildeo e ao repoacuterter-cinematograacutefico cabe registrar cinematograficamente fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico razatildeo pela qual entende que a atividade do Reclamante eacute proacutepria de radialista categoria agrave qual pertencia Acrescenta que o artigo 2ordm da Lei nordm 661578 estabelece considera-se radialista o empregado de Radiodifusatildeo que exerccedila uma das funccedilotildees em que se desdobram as atividades mencionadas no artigo 4ordm ou seja operador de cacircmara e operador de cacircmara de unidade portaacutetil externa cuja regulamentaccedilatildeo profissional consta do Decreto nordm 8413479 e as atribuiccedilotildees do Quadro Anexo do mesmo decreto item II letra c nordm 3 com a seguinte redaccedilatildeo encarrega-se da gravaccedilatildeo de mateacuteria distribuiacuteda pelo Supervisor de Operaccedilotildees planifica e orienta o entrevistador repoacuterter e iluminador no que se refere aos aspectos teacutecnicos de seu trabalho suas atividades envolvem tanto a gravaccedilatildeo como a geraccedilatildeo de som e imagem atraveacutes de equipamentos eletrocircnico portaacutetil de TV Fundamenta o apelo em violaccedilatildeo dos artigos 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 2ordm da Lei nordm 661578 e do Decreto nordm 8413479 e Quadro Anexo do mesmo decreto item II letra c nordm 3 Inicialmente deve-se registrar a impossibilidade de exame da alegaccedilatildeo de afronta ao Decreto nordm 8413479 visto tratar-se de hipoacutetese natildeo contemplada na letra c do artigo 896 da CLT No tocante agrave ofensa aos artigos 2ordm da Lei nordm 661578 e 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 tambeacutem natildeo logra ecircxito a Agravante no intuito de ver autorizado o processamento do recurso de revista No primeiro dispositivo apenas dispotildee-se que o radialista eacute o empregado de radiodifusatildeo exercente de atividades voltadas agrave administraccedilatildeo produccedilatildeo ou teacutecnica No segundo definem-se as profissotildees de repoacuterter e repoacuterter cinematograacutefico salientando-se que a esse uacuteltimo cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico Ora dos termos da decisatildeo impugnada via recurso de revista nada haacute que conflite com tais dispositivos legais Afinal segundo o Tribunal Regional do Trabalho o Reclamante no exerciacutecio de suas atividades aleacutem de ter acompanhado o repoacuterter entrevistador na produccedilatildeo de mateacuterias fato que por si soacute natildeo lhe retira a condiccedilatildeo de jornalista - tambeacutem de acordo com depoimentos testemunhais saiacutea agrave rua com a pauta que lhe era dirigida para sozinho produzir as mateacuterias solicitadas pelo empregador o que de acordo com o teor dos dispositivos tidos por vulnerados permite concluir pelo exerciacutecio da profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico e natildeo simplesmente de operador de cacircmera visto que ao sair agraves ruas para a produccedilatildeo de mateacuterias cumpria seu ofiacutecio obviamente mediante registros de fatos e (ou) assuntos de interesses notadamente jornaliacutestico considerando para tanto a proacutepria natureza da atividade empresarial exercida pela empregadora Por esses fundamentos nego provimento ao agravo de instrumento ISTO POSTO ACORDAM os Ministros da Primeira Turma do Tribunal Superior do Trabalho por unanimidade negar provimento ao agravo de instrumento Brasiacutelia 9 de novembro de 2005 EMMANOEL PEREIRA Ministro Relator

NIA 3981288

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Page 19: REPÓRTER CINEMATOGRÁFICO É JORNALISTArepositorio.uniceub.br/bitstream/123456789/1670/2/20214825.pdf · trabalhos desenvolvidos. 5 ... tsunamis, cachoeiras em penhascos, ... deles

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- ldquoJornal da Globordquo (1967)

- ldquoJornal Nacionalrdquo (1969)

- ldquoJornal Hojerdquo (1971)

- ldquoBom dia Satildeo Paulordquo (1977)

- ldquoJornal da Globordquo (1979)

- ldquoSPTVrdquo ldquoRJTVrdquo ldquoBom dia Brasilrdquo (1983)

- ldquoGlobo Notiacuteciardquo (2005)

126 TV Bandeirantes

Pela TV Bandeirantes no ar desde 1967 vale destacar os seguintes

telejornais

- ldquoTitulares da Notiacuteciardquo (1969)

- ldquoBand News na Bandrdquo e ldquoBrasil Urgenterdquo (2001)

- e ldquoPrimeiro Jornalrdquo (2005)

127 TV Gazeta

Mais recentemente a TV Gazeta (1970) levou ao ar

- o ldquoJornal Gazetardquo o ldquoMercadordquo e ldquoPrimeira Paacuteginasrdquo todos estreados

em 2001

20

- em 2002 introduziu o ldquoJornal Gazeta 2ordf ediccedilatildeordquo e

- em 2003 o ldquoGazeta On-linerdquo

128 SBT

O Sistema Brasileiro de Televisatildeo no ar desde 1981 tem na histoacuteria do

telejornalismo da emissora os seguintes programas

- ldquoNoticentrordquo (1981)

- ldquo24 Horasrdquo (1982)

- ldquoCidade 4rdquo (1986)

- ldquoTJ Brasilrdquo ldquoTJ Noiterdquo e ldquoTJ Satildeo Paulordquo (1988)

- ldquoJornal do SBTrdquo ldquoAqui e Agorardquo (1991)

- ldquoAqui Brasilrdquo (1993) ldquoSBT Notiacuteciasrdquo (1995)

- ldquoJornal do SBTCBS Telenotiacuteciasrdquo (1997)

- ldquoNotiacutecias do Diardquo e ldquoNoticidaderdquo (1998)

- ldquoTJ Manhatilderdquo (2001)

- ldquoSBT Brasilrdquo (2005) dentre outros

21

13 O PERCURSO DO TELEJORNALISMO NOS ANOS 70

Em seu trabalho de dissertaccedilatildeo de mestrado defendido na Escola de

Comunicaccedilotildees e Artes da Universidade de Satildeo Paulo Antonio Reis Jr (2003) nos

mostra que no iniacutecio da deacutecada de 70 o campo cinematograacutefico sofreu dispersatildeo do

grupo de cineastas que integravam o Cinema Novo devido agrave repressatildeo poliacutetica poacutes

Ato Institucional n 5 em 1968 Com a criaccedilatildeo da Embrafilme em 1969 as novas

demandas do mercado cultural assim como o acirramento dos debates esteacuteticos

formou-se um novo quadro de atuaccedilatildeo para os cinegrafistas que se descortinou

com o esfacelamento do Cinema Novo com a expansatildeo da induacutestria cultural do

consumo dos bens simboacutelicos no paiacutes e com o surgimento de novos esquemas de

produccedilatildeo e projetos culturais

Nesse cenaacuterio de cerceamento controle e censura da produccedilatildeo cultural

diversos cineastas vislumbraram a possibilidade de trabalhar em algumas emissoras

de TV e como o telejornalismo foi o programa de maior impacto nesse meio de

comunicaccedilatildeo em massa surgiu assim o nosso repoacuterter cinematograacutefico

Desde sua primeira exibiccedilatildeo em rede nacional em 1ordm de setembro de

1969 o Jornal Nacional da Rede Globo apresentou um formato proacuteprio para

transmitir notiacutecias onde ldquoo telejornal era capaz de abordar no mesmo tom e com a

mesma inconsequumlecircncia notiacutecias banais e outras de extrema importacircncia para o

espectador conferindo um mesmo tratamento a fatos relevantes e irrelevantesrdquo Em

plena eacutepoca de ditadura tal fato revela a cumplicidade dessa emissora para com os

militares apresentando um telejornal com moderna engenharia eletrocircnica e que

adotava a maacutescara do paiacutes ldquoem desenvolvimentordquo do milagre econocircmico

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propagando imagens de um paiacutes com o povo bonito onde natildeo existia fome miseacuteria

pobreza

Contudo nesse mesmo periacuteodo surgiu a TV Cultura com a programaccedilatildeo

mais voltada para a realidade brasileira e que criou em 1972 o telejornal ldquoA Hora da

Notiacuteciardquo pobre em recursos mas combativo liacuteder de audiecircncia desta emissora

seguia em caminho inverso agraves fantasias institucionais e agrave alienaccedilatildeo dos noticiaacuterios

da eacutepoca

Em 1975 o jornalista Vladimir Herzog assumiu a direccedilatildeo da TV Cultura

apresentando proposta para tornar o telejornalismo em um instrumento de diaacutelogo

com o puacuteblico combatendo a atitude servil diante do governo com uma poliacutetica de

programaccedilatildeo visando objetivos prioritaacuterios relacionados com a realidade do puacuteblico

que pretendia atingir Poreacutem nesse mesmo ano Herzog foi preso interrogado

torturado e morto sucumbindo o projeto de renovaccedilatildeo do telejornalismo na TV

brasileira

Mas em seguida apesar de o Jornal Nacional manter estreita ligaccedilatildeo com

a ditadura surgiu na Rede Globo o Globo Repoacuterter originaacuterio da seacuterio Globo Shell ndash

o uacutenico programa da emissora produzido com material cinematograacutefico e que teve o

meacuterito de fazer passar informaccedilotildees boicotadas pelos demais telejornais ndash

caracterizado por abordar temas polecircmicos e questotildees sociais justamente em um

periacuteodo em que esses assuntos eram proibidos e vetados pela Censura Federal

Esse estilo despojado e independente de fazer documentaacuterios perdurou entre 1976

a 1983

23

2 REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO

21 O PAPEL DO JORNALISTA

Nos dias de hoje o jornalista assim como outros profissionais de

imprensa enfrenta inuacutemeras dificuldades no mercado de trabalho ndash fato que exige

dele atenccedilatildeo para que se mantenha sempre atualizado e se preocupe com a

questatildeo da formaccedilatildeo e da qualificaccedilatildeo

De acordo com a Comissatildeo de Revisatildeo dos Registros de Jornalistas

Profissionais (Portaria MTb n 548 de 140695) todos os jornalistas profissionais do

paiacutes precisam efetuar a revisatildeo do seu Registro Profissional junto ao seu sindicato

para alterar o nuacutemero do Registro anotado na carteira de trabalho Tal procedimento

visa invalidar a grande quantidade de documentos irregulares

Na composiccedilatildeo alfanumeacuterica do novo registro seraacute adotada a sigla de

duas letras do alfabeto que identificam o Estado de origem seguida dos algarismos

a partir de 00001 e mais duas letras que qualificam a natureza da funccedilatildeo na qual o

jornalista foi registrado As letras qualificadoras da natureza da funccedilatildeo para titular

de registro funccedilatildeo de repoacuterter-cinematograacutefico eacute RC Exercer atividades de

jornalista com registro precaacuterio constitui crime de exerciacutecio ilegal da profissatildeo

(Sindicato dos Jornalistas 2006)

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Para ilustrar melhor o papel do jornalismo a seguir iremos elencar as

definiccedilotildees formuladas por diversos profissionais da aacuterea publicadas no site Enfato ndash

Comunicaccedilatildeo Empresarial (2006)

ldquoO jornalista eacute o(a) profissional que faz mais do que apenas reportar o que acontece ele(a) estabelece viacutenculos entre os fatos correntes e passados provocaestimula o raciociacutenio do telespectadorleitorouvinte e procura ainda extrair disso tudo alguma perspectiva que sinalize o futuro Sua atividade eacute ainda mais difiacutecil do que parece eacute indispensaacutevel que este(a) profissional desempenhe sua tarefa com absoluta noccedilatildeo de seus princiacutepios eacuteticos sem se deixar contaminar por influecircncias poliacuteticas ou interesses pessoais Soacute assim seu relato teraacute credibilidade ndash a uacutenica moeda de real valor para quem abraccedilou esta profissatildeo Aliaacutes natildeo eacute agrave toa que a classe de espiacuterito tatildeo nobre seja tatildeo vilipendiada por aqueles que detecircm o controle das empresas de comunicaccedilatildeordquo Claudio Lessa colunista do site Direto da Redaccedilatildeo

ldquoSer jornalista hoje eacute e cada vez seraacute mais permitir ao leitor entender os fatos muito mais do que simplesmente tomar conhecimento deles Durante deacutecadas ser jornalista era correr atraacutes de furo dar informaccedilotildees sobre um fato que era desconhecido de todos Eu acho que hoje o nosso desafio estaacute em permitir que o leitor entenda os fatos pois existe uma avalanche de informaccedilotildeesrdquo Eugecircnio Esber diretor de redaccedilatildeo da revista Amanhatilde (RS)

ldquoO bom jornalista eacute aquele que eacute criativo investigador objetivo estaacute sempre informado mergulha com profundidade nos assuntos e acima de tudo tem a eacutetica como sua religiatildeordquo Fernando Barbosa Lima editor da FBL Criaccedilatildeo e Produccedilatildeo (RJ)

ldquoTenho a impressatildeo de que ser jornalista diante da tamanha complexidade do universo da Comunicaccedilatildeo eacute ter a capacidade de melhor organizar e selecionar a quantidade crescente da informaccedilatildeo defendendo o que haacute de mais essencial primado da verdade Lembro do que dizia Claudio Abramo de que a funccedilatildeo do jornalista eacute buscar a verdade camuflada atraacutes da verdade aparente Acho que essa tarefa eacute o grande diferencial que determinaraacute o sucesso profissionalrdquo Fernando Salerno diretor da Associaccedilatildeo Paulista de Jornais e do diaacuterio Valeparaibano (SP)

ldquoSer jornalista hoje eacute o mesmo que ontem e presumo o mesmo que amanhatilde O jornalista tem a funccedilatildeo de informar mais do que formar No meu entendimento hoje haacute muitos jornalistas mais preocupados em formar do que em informar Em outras palavras eacute muita opiniatildeo e pouca informaccedilatildeo Entendo ainda que eacute um trabalho muito importante para garantir a transparecircncia das sociedadesrdquo Flaacutevio Portela gerente de jornalismo da raacutedio Guaiacuteba (RS)

ldquoTenho orgulho de ser jornalista Essa funccedilatildeo eacute cada vez mais importante desde que seja acompanhada de eacutetica e

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responsabilidade Cada vez mais a miacutedia tem credibilidade Graccedilas ao jornalista e a essa possibilidade de informaccedilatildeo raacutepida e global eacute que aproximamos o mundordquo Lucia Leme apresentadora do programa Olhar 2005 da TVE-RJ

ldquoA profissatildeo natildeo perdeu o encanto embora os predadores empresariados tenham feito de tudo para desencantaacute-la e diminuiacute-lardquo Luiacutes Recena editor executivo da Tribuna do Brasil (DF)

ldquoSer jornalista eacute saber passar informaccedilotildees ao grande puacuteblico eacute saber defender a sociedade atraveacutes dos jornais e procurar saber o que ela procura e onde precisa ser ajudadardquo Maria Eugecircnia Labouriau assessora de imprensa do Inmetro

ldquoA funccedilatildeo principal do jornalista eacute ser a oposiccedilatildeo diante das instituiccedilotildees incluindo Judiciaacuterio o Estado todo mundo Os jornalistas satildeo os fiscalizadores da sociedaderdquo Nando Gross apresentador da Raacutedio Gauacutecha AM (RS)

ldquoEacute como jogar nas 11 posiccedilotildees do campo Natildeo existe mais jornalista pelo menos aqui no interior do Rio Grande do Norte especialista Todos acabam tendo que cumprir todas as funccedilotildees Somos mais que polivalentes jaacute que estamos num jornal do interiorrdquo Pedro Carlos Lopes Pinheiro diretor de Redaccedilatildeo do jornal O Mossoroense (RN)

ldquoSer jornalista hoje eacute ter perseveranccedila vontade e amor pela profissatildeo jaacute que os jornalistas ganham mal e natildeo haacute incentivos para a realizaccedilatildeo do trabalhordquo Raimundo Afonso Gomes presidente do Sindicato dos Jornalistas do Acre

ldquoHoje e sempre ser jornalista eacute tentar ser uma testemunha do seu tempo Essa eacute nossa humilde tarefa Natildeo eacute ser juiz promotor Atualmente temos uma tendecircncia de julgar e ateacute condenar Quanto mais complexa a sociedade mais se exige esse papel do jornalistardquo Zuenir Ventura colunista de O Globo (RJ)

A exemplo de outras profissotildees regulamentadas pela legislaccedilatildeo vigente

em nosso paiacutes ou reconhecidas pelo mercado formal de trabalho a atividade

jornaliacutestica deve seguir preceitos eacuteticos especiacuteficos com a finalidade de preservar o

atendimento do interesse puacuteblico e o direito agrave informaccedilatildeo existente em uma

sociedade democraacutetica

Com referecircncia agrave elaboraccedilatildeo da notiacutecia segundo Eliane Mendonccedila (sd)

ldquoa notiacutecia eacute o resultado de diversas lsquovozesrsquo que o jornalista precisou ouvir interpretar

e sintetizar de forma a tornaacute-lo acessiacutevel ao grande puacuteblicordquo Com base nessa

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assertiva pode-se dizer que o jornalista eacute o profissional que tem como ofiacutecio a

responsabilidade de reconstruir os fatos levando em conta todos os conceitos a que

teve acesso durante a apuraccedilatildeo da mateacuteria E se eacute assim a notiacutecia nunca teraacute um

uacutenico autor visto que a mateacuteria jornaliacutestica traz em seu bojo inuacutemeras versotildees do

mesmo assunto cada um de um personagem (fonte) diferente

Note-se que ainda que o jornalista natildeo seja o uacutenico autor do que escreve

cabe a ele a funccedilatildeo de equilibrar o texto a ponto de ser fiel a tudo o que ouviu

procurando transmitir a informaccedilatildeo da forma mais clara possiacutevel a fim de que possa

ser compreendida por todo o tipo de leitor

Outro ponto a se considerar como bem explica Eliane Mendonccedila (sd)

refere-se ao fato de que um mesmo assunto se apresenta ao puacuteblico sob diferentes

enfoques quando transmitido em diferentes veiacuteculos de comunicaccedilatildeo Isto ocorre

porque ao contraacuterio do que ensina os antigos manuais do jornalismo o jornalista

natildeo eacute imparcial e acaba embutindo na notiacutecia um pouco de sua vivecircncia pessoal

sua opiniatildeo sobre o assunto seus preconceitos aleacutem de ter que levar em

consideraccedilatildeo as normas as orientaccedilotildees e a postura da empresa para a qual

trabalha

Segundo o Departamento de Comunicaccedilatildeo e Turismo da Universidade

Federal da Paraiacuteba (UFPB 2006) a sociedade espera que o jornalista exerccedila o

seguinte papel

- Auxiliar a populaccedilatildeo a tomar decisotildees coletivas favoraacuteveis ao bem comum - Enriquecer culturalmente a sociedade - Responsabilizar-se pelas informaccedilotildees que divulga e consequumlecircncias delas - Colaborar para o fortalecimento da cidadania

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- Discernir entre o que tem caraacuteter construtivo para a sociedade - Propagar iniciativas conhecimentos e teacutecnicas que possam ser reproduzidas de forma a contribuir para o bem estar social - Distinguir e denunciar atitudes que sejam lesivas agrave sociedade

O jornalista ndash seja ele o repoacuterter o fotoacutegrafo o cinegrafista o redator o

editor o chefe de reportagem enfim ndash deve estar consciente da importacircncia do seu

trabalho para a construccedilatildeo da cidadania e de uma sociedade igualitaacuteria

Como bem observa Maristela Alves Leitatildeo (2005) os profissionais de

jornalismo desempenham um importante papel nas transformaccedilotildees soacutecio-poliacuteticas

nas uacuteltimas deacutecadas constituindo os ldquoguardiotildees dos direitos humanosrdquo durante a

transiccedilatildeo da ditadura militar para o regime democraacutetico Atualmente a preocupaccedilatildeo

tem sido lutar contra a corrupccedilatildeo e a favor da cidadania visando a conscientizaccedilatildeo

da populaccedilatildeo em relaccedilatildeo aos seus direitos e obrigaccedilotildees

A mateacuteria jornaliacutestica consiste na reconstruccedilatildeo de dada realidade que

cerca um fato recente efetuada pelo profissional da aacuterea a partir da tomada de

depoimentos de pessoas que participaram ou estatildeo inseridas no contexto apurado

Essas pessoas a serem entrevistas natildeo devem ser selecionadas de maneira fortuita

apenas seratildeo inquiridas aquelas que possam dispor de dados estritamente

importantes e possuir competecircncia reconhecida para referir-se ao assunto em

questatildeo Uma das habilidades mais valorizadas na profissatildeo inclusive eacute aquela de

pesquisar e encontrar as fontes mais adequadas considerando-se a expectativa do

puacuteblico de receber informaccedilatildeo qualificada (Rothberg 2006)

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Comparando-se o jornalismo impresso com o televisivo este uacuteltimo leva

clara vantagem por ser meio mais atraente ao disponibilizar uma dinacircmica

audiovisual

22 O REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO

O repoacuterter cinematograacutefico eacute aquele profissional que executa serviccedilos

referentes ao mercado de radiodifusatildeo mais especificamente em TV atuando como

assistente ou teacutecnico na aacuterea de produccedilatildeo em meios de comunicaccedilatildeo Dentre suas

atividades vale destacar pesquisa anaacutelise e interpretaccedilatildeo das possibilidades

riacutetmicas estruturais e associadas do encontro entre imagem e som aleacutem de

executar e manter os equipamentos de aacuteudio e iluminaccedilatildeo e cacircmeras de TV (Nova

Faetec 2006)

No Brasil o curso profissionalizante de repoacuterter cinematograacutefico tem ainda

niacutevel teacutecnico com duraccedilatildeo de trecircs anos sendo exigido como preacute-requisito a

conclusatildeo do ensino meacutedio ou fundamental

No Rio de Janeiro foi criada em 16 de fevereiro em 1946 a ARFOC -

Associaccedilatildeo Profissional de Repoacuterteres Fotograacuteficos e Cinematograacuteficos do Brasil

que consiste em uma associaccedilatildeo profissional e cultural destituiacuteda de caraacuteter poliacutetico-

partidaacuterio e sem fins lucrativos nos termos do Decreto n 1229 de 09101962 cujo

objetivo eacute incentivar aperfeiccediloar valorizar e defender a profissatildeo e os fotojornalistas

e a aplicaccedilatildeo da imagem ao jornalismo (ARFOC 2006)

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Segundo Joseacute Alves Filho (2005) presidente da ARFOC-PI existe uma

falta de reconhecimento ateacute por parte dos proacuteprios colegas de trabalho em relaccedilatildeo

ao trabalho do repoacuterter cinematograacutefico Eacute uma injusticcedila visto que uma boa

reportagem de TV depende mais do registro do repoacuterter cinematograacutefico ndash fruto de

sua persistecircncia coragem e sensibilidade ndash do que do repoacuterter produtor ou editor

Essa falta de reconhecimento se reflete no dia-a-dia principalmente por

parte dos chefes de redaccedilatildeo que nunca estimulam os repoacuterteres cinematograacuteficos a

participarem da discussatildeo da pauta que iratildeo cumprir Com isso eles acabam se

afastando das redaccedilotildees desestimulados a participarem do processo Por parte dos

colegas jornalistas haacute um preconceito intelectual ainda que velado em relaccedilatildeo aos

colegas da ldquolinha de frenterdquo os ditos repoacuterteres cinematograacuteficos forjados pela

ldquofaculdade da vidardquo sem chance de discutir teoria nos bancos universitaacuterios

Partindo-se da premissa de que a imagem eacute o uacutenico item imprescindiacutevel

da TV natildeo haacute justificativa para o fato de que o salaacuterio dos bons cinegrafistas natildeo

chegam nem na metade do salaacuterio dos repoacuterteres haacute vinte anos atraacutes o salaacuterio

desses profissionais se equiparavam

Para Antonio Brasil (2004)

() se existe uma classe de jornalistas que sempre sofreu enormes injusticcedilas e discriminaccedilotildees eacute sem duacutevida o segmento dos cinegrafistas de TV Hoje satildeo chamados de lsquorepoacuterteres cinematograacuteficosrsquo Para mim deveriam ser simplesmente lsquojornalistasrsquo Mas como costumam ter origem humilde e natildeo podem pagar pelos lsquodiplomasrsquo satildeo considerados jornalistas de segunda classe Natildeo precisam passar no miacutenimo quatro anos pagando caro para as faacutebricas de jornalistas e ningueacutem parece se importar muito com isso Mas os cinegrafistas ou repoacuterteres cinematograacuteficos merecem o nosso apoio e respeito Lutam pelo reconhecimento da profissatildeo enquanto lsquojornalistasrsquo de verdade Recusam-se a serem meros

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lsquoapecircndicesrsquo na vida dos repoacuterteres e nas decisotildees dos nossos editores de telejornalismo

Infelizmente ainda persiste o conflito entre os profissionais da palavra e

os jornalistas da imagem Brasil (2004) experiente na profissatildeo muitas vezes

sentiu na pele os efeitos de atitudes arrogantes e discriminatoacuterias mesmo de

repoacuterteres receacutem-formados - o que demonstra que essa arrogacircncia sem

fundamento eacute cultural beira o preconceito social ou ldquoracismordquo E geralmente satildeo os

velhos cinegrafistas que acabam por ensinar a esses jovens os primeiros passos da

profissatildeo

Eacute certo que no meio televisivo as imagens constituem elemento chave

da mateacuteria do repoacuterter satildeo elas que datildeo suporte agrave narrativa cronoloacutegica do

acontecimento Cumpre ressaltar que tal qual o repoacuterter o cinegrafista tem como

objetivo registrar o acontecimento e fazer com que o mesmo chegue ao ar Daiacute a

importacircncia de recomendar aos alunos do telejornalismo que cinegrafista natildeo deve

ser vigiado nem precisa ser orientado

Repoacuterter e cinegrafista satildeo colegas de jornalismo isto eacute ambos satildeo

jornalistas Natildeo eacute porque o cinegrafista geralmente tem origem simples gestos

humildes e carrega peso que deixa de ser jornalista Ganha o repoacuterter despido

desse preconceito pois se dispotildee a assimilar os segredos da profissatildeo ensinados

pelos cinegrafistas e compartilhando com respeito os objetivos da reportagem

recebem valiosas dicas praacuteticas

Brasil (2004) desabafa

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Os jovens de boa aparecircncia - condiccedilatildeo dispensaacutevel mas que parece ser obrigatoacuteria em nossos telejornais - saem das universidades natildeo sabem quase nada de telejornalismo Buscam na TV o sonho de sucesso e fama A maioria desses jovens natildeo teve a oportunidade aprender a praacutetica da profissatildeo Eles satildeo selecionados em processos meio nebulosos e certamente pouco transparentes Se tornam repoacuterteres de TV e tem que aprender as teacutecnicas peculiares da profissatildeo na marra No entanto satildeo os velhos cinegrafistas - profissionais humildes e experientes que costumam ensinar os primeiros passos Os cinegrafistas tambeacutem satildeo colegas leais Aleacutem de ensinarem telejornalismo de verdade tambeacutem fazem questatildeo de ocultar os erros dos neoacutefitos Os editores jamais percebem as inuacutemeras passagens que os cinegrafistas providencialmente apagam das fitas e da nossa memoacuteria Alguns desses neoacutefitos natildeo eram tatildeo jovens Muitos profissionais da imprensa fizeram a transiccedilatildeo para os encantos da TV graccedilas agrave boa vontade de velhos cinegrafistas

Ao inveacutes de se sentirem agradecidos muitos desses colegas se recusam

a aceitar que aqueles sujeitos simples satildeo tambeacutem jornalistas e que aleacutem de

compartilhar os objetivos da reportagem ensinam agrave nova geraccedilatildeo de jornalistas de

TV inuacutemeras dicas profissionais

Natildeo bastasse esse desrespeito com o profissional de imagem ele ainda

estaacute sujeito a sofrer seacuterios riscos inerentes agrave proacutepria profissatildeo aleacutem de graves

problemas de sauacutede ao utilizar equipamentos pesados e obsoletos e enfrentar um

ritmo estressante de trabalho repetitividade de tarefas longas jornadas e condiccedilotildees

precaacuterias de trabalho

Daiacute a importacircncia de apoiar a luta desses profissionais de imagem que

buscam o creacutedito e o respeito merecidos Eacute uma questatildeo natildeo apenas de direito

mas de reconhecimento Tambeacutem eacute importante observar e condenar as possiacuteveis

represaacutelias aos profissionais que buscam esse reconhecimento

32

Brasil (2004) faz uma comparaccedilatildeo entre os cinegrafistas da Inglaterra e

os do Brasil Enquanto entre noacutes os profissionais lutam pela sobrevivecircncia

aprendem tudo sem qualquer tipo de treinamento especiacutefico e para garantir os seus

direitos devem permanecer anocircnimos na Inglaterra a escola de cinegrafistas da

BBC possibilita a esses profissionais facilidades teacutecnicas um bom sistema de

promoccedilatildeo e cargos Para a promoccedilatildeo dentro da proacutepria categoria os cinegrafistas

ingleses satildeo regularmente enviados ao interior daquele paiacutes para conhecerem as

novas tecnoloacutegicas e teacutecnicas profissionais visando com isso tambeacutem fortalecer os

laccedilos corporativos

33

3 CURSO SUPERIOR PARA FORMACcedilAtildeO DE PROFISSIONAIS DA

AacuteREA

31 DESVALORIZACcedilAtildeO DA PROFISSAtildeO

Como outras inuacutemeras profissotildees tambeacutem o jornalista enfrenta crise no

seu acircmbito de trabalho Para superar a concorrecircncia garantir o seu emprego e

valorizar sua profissatildeo o jornalista de modo geral precisa especializar-se em

determinadas aacutereas e atualizar-se academicamente No mercado atual esse

profissional tem que lidar com o aumento de responsabilidade com o acuacutemulo de

funccedilotildees nas redaccedilotildees aleacutem de ser em geral mal remunerado e sofrer com o

constante risco de ser demitido

Conforme aponta Noblat (2003 p 36)

Exige-se do candidato a uma vaga nas redaccedilotildees que seja profissional completo e polivalente Ele tem de dominar todas as teacutecnicas para o exerciacutecio da profissatildeo manejar os instrumentos capazes de ajudaacute-lo a fazer o melhor trabalho e ter a niacutetida compreensatildeo do seu papel de jornalista multimiacutedia

Em plena era de globalizaccedilatildeo as perspectivas natildeo satildeo as melhores Tem

razatildeo Dizard Jr (2000 p 21) ao afirmar que uma das poucas certezas com que os

novos profissionais de miacutedia podem contar futuramente eacute que teratildeo que lidar com o

impacto das mudanccedilas tecnoloacutegicas e com a intensificaccedilatildeo da demanda por maior

envolvimento intelectual e habilitaccedilatildeo acadecircmica

34

Para o repoacuterter cinematograacutefico e supervisor de cinegrafia da rede Globo

Heacutelio Alvarez concorda que a profissatildeo do repoacuterter cinematograacutefico e fotoacutegrafo eacute

desvalorizada e isto se deve segundo ele ao fato de que a valorizaccedilatildeo profissional

na atualidade se daacute por meio da educaccedilatildeo Enquanto os repoacuterteres geralmente

passaram por uma faculdade e vecircm de uma classe social mais alta os que

trabalham como repoacuterter cinematograacutefico em sua maioria satildeo aqueles que iniciam

carreira fazendo algum trabalho na televisatildeo sendo poucos os que comeccedilam no

jornalismo ndash o que acaba por desvalorizar a funccedilatildeo (Canal da imprensa sd)

32 REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO Eacute JORNALISTA

Noacutes uacuteltimos anos haacute um movimento que luta pelo reconhecimento do

repoacuterter cinematograacutefico como jornalista Duas recentes decisotildees nos tribunais do

paiacutes passaram a reconhecer os direitos desse profissional confirmando as teses

defendidas pela FENAJ (Federaccedilatildeo Nacional dos Jornalistas) e pelos sindicatos de

jornalistas

No ano passado o Tribunal Superior do Trabalho (TST) manteve decisatildeo

do Tribunal Regional do Trabalho do Rio Grande do Sul (TRT da 4ordf Regiatildeo) que

enquadrou como Jornalista um repoacuterter-cinematograacutefico que trabalhou na RBS TV

Santa Rosa Ltda Esse profissional tanto acompanhava repoacuterteres na produccedilatildeo de

reportagens jornaliacutesticas como tambeacutem saiacutea agraves ruas sozinho para produzir

reportagens estabelecidas em pautas previamente solicitadas pelo chefe de

redaccedilatildeo

35

A RBS seguindo a praacutetica infelizmente bastante comum entre as

empresas de televisatildeo sustentava que o trabalhador devia ser enquadrado como

radialista na tentativa de pagar um salaacuterio menor ao profissional uma vez que o

piso de radialista eacute inferior ao de jornalista Outra desvantagem para o profissional eacute

que os radialistas trabalham 8 horas diaacuterias ao contraacuterio de jornalistas que atuam 5

horas por dia O excesso de carga de trabalho vem trazendo problemas de sauacutede

para diversos repoacuterteres cinematograacuteficos enquadrados como radialistas

A Justiccedila do Trabalho firmou decisatildeo no sentido de que o fato de estar

acompanhado de repoacuterter natildeo retira do repoacuterter-cinematograacutefico a condiccedilatildeo de

Jornalista O profissional gauacutecho receberaacute as devidas diferenccedilas salariais retroativas

a 16 de junho de 1998 data que o prejudicado obteve seu registro de jornalista

profissional no Ministeacuterio do Trabalho (Espaccedilo Vital 2005)

Com essa decisatildeo passou a ser possiacutevel que os repoacuterteres

cinematograacuteficos encaminhem agraves Delegacias Regionais do Trabalho pedidos de

enquadramento como jornalistas Aliaacutes os proacuteprios sindicatos devem encaminhar

pedidos de fiscalizaccedilatildeo nas empresas para verificar o enquadramento dos repoacuterteres

cinematograacuteficos

Outro julgamento favoraacutevel ao profissional da aacuterea em comento conforme

divulgaccedilatildeo do FENAJ (2005) refere-se agrave decisatildeo da Terceira Turma do Superior

Tribunal de Justiccedila (STJ) que reconheceu os direitos do repoacuterter fotograacutefico Claacuteudio

Alves Pereira de receber indenizaccedilatildeo por danos materiais e morais devido agraves

inuacutemeras vezes em que o Jornal de Brasiacutelia republicou fotos suas sem creacutedito apoacutes

a sua demissatildeo em julho de 1990

36

Conforme o escritor portuguecircs Pierre Ganz (ANTONIO CARLOS) o

jornalista-repoacuterter de imagens eacute antes de qualquer coisa eacute um jornalista como os

outros Deve saber preparar a sua reportagem efetuaacute-la escrever o seu comentaacuterio

sobre imagens A diferenccedila reside no fato de ele substituir na maioria das vezes a

esferograacutefica pela cacircmera de filmar

Uma cacircmera que ele deveraacute dominar bem mas tambeacutem com a qual vai escrever uma histoacuteria os planos substituindo entatildeo as palavras Uma sintaxe toma o lugar da outra Os teacutecnicos de som de iluminaccedilatildeo e de montagem satildeo-lhe familiares Pode em alguns casos trabalhar sozinho Egrave cada vez mais frequumlente partir em reportagem ou em grande reportagem com equipe reduzida acompanhada apenas por jornalista redator

Eacute mesmo verdade que no meio televisivo uma boa imagem por vezes

substitui um bom texto e ateacute o dispensa Natildeo eacute possiacutevel por exemplo imaginar nos

dias de hoje um noticiaacuterio sobre guerra sem que sejam mostradas imagens E

muitas vezes inspirados nas imagens que os jornalistas produzem seus textos

Sem duacutevida a funccedilatildeo do repoacuterter cinematograacutefico eacute de vital importacircncia

para o jornalismo Uma saiacuteda bastante praacutetica para solucionar o problema desses

profissionais no que se refere agrave ausecircncia de cursos de graduaccedilatildeo seria incluir uma

cadeira sobre o assunto nos cursos de jornalismo Com isso os profissionais da

aacuterea e os interessados em abraccedilar a profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico se

sentiriam motivados a ingressar numa faculdade e quem sabe assim esse

preconceito absurdo seria definitivamente eliminado pondo fim ao estigma de ser

apenas um coadjuvante na confecccedilatildeo da notiacutecia

37

CONCLUSAtildeO

Num momento em que o mundo passa por tantas transformaccedilotildees

decorrentes da evoluccedilatildeo tecnoloacutegica da era da informaccedilatildeo e da globalizaccedilatildeo da

economia o jornalismo profissional ndash seacuterio e bem documentado - ganha relevo em

sua missatildeo de informar opinar e entreter a sociedade em seu cotidiano

A televisatildeo nos dias contemporacircneos pode transmitir ao puacuteblico muito

mais do que o fazia quando foi criada A novidade surgiu em 1923 nos Estados

Unidos e se tornou conhecida no Brasil nos anos 50 De iniacutecio apenas uma

finiacutessima parcela da populaccedilatildeo tinha acesso ao produto e tempos depois

transformou-se num poderoso meio de comunicaccedilatildeo em massa

Para fazer o telejornalismo eacute necessaacuterio uma equipe formada de repoacuterter

cinegrafista redator fotoacutegrafo editor teacutecnicos de som de iluminaccedilatildeo e de

montagens

Diante do exposto natildeo resta duacutevidas de que o repoacuterter cinematograacutefico eacute

antes de qualquer coisa jornalista como os outros Ele deve saber preparar a sua

reportagem efetuaacute-la escrever o seu comentaacuterio sobre imagens

Se eacute certo que ele substitui a esferograacutefica pela cacircmera de filmar tambeacutem

eacute verdade que por meio dela ele escreve uma histoacuteria A diferenccedila eacute que substitui

as palavras pelas imagens que seus olhos treinados conseguem captar

38

Em muitas situaccedilotildees o repoacuterter cinematograacutefico acumula as funccedilotildees dos

teacutecnicos de iluminaccedilatildeo som e montagem trabalhando somente com o jornalista

redator E eacute com base nas imagens captadas que os jornalistas produzem seus

textos

Muitas vezes os cinegrafistas produzem imagens tatildeo impressionantes

que eacute difiacutecil para o jornalista descrevecirc-las com palavras podendo surgir eventuais

conflitos entre os dois

Neste contexto a presente monografia procurou enfocar a importacircncia

deste profissional que para ser reconhecido por seus pares e tambeacutem para ter

oportunidade de aumentar seus conhecimentos e aperfeiccediloar suas teacutecnicas

necessita que seja inserida uma cadeira sobre sua aacuterea nos cursos de graduaccedilatildeo

de jornalismo

Para serem admitidos como jornalistas pelas televisotildees profissionais

exige-se formaccedilatildeo acadecircmica em jornalismo Haacute aqui um paradoxo visto que a

profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico tem sua funccedilatildeo regulamentada pelo Decreto

Lei n 83284 de 13 marccedilo de 1969 que atribui normas para o exerciacutecio da profissatildeo

de jornalista e segundo o qual o repoacuterter cinematograacutefico estaacute inserido como

jornalista que capta imagens para fins jornaliacutesticos

Note-se que a partir do momento em que os cursos de jornalismo

incluiacuterem uma cadeira voltada para a reportagem cinematograacutefica todos os que se

formarem no curso e optarem por esse caminho notadamente seratildeo reconhecidos

como jornalistas

39

Haacute que se considerar a questatildeo dos antigos profissionais da aacuterea

aqueles que conhecem tudo sobre a profissatildeo e conforme dito no decorrer da

presente costumam ensinar os receacutem-formados no iniacutecio de suas carreiras

Eacute injusta a falta de reconhecimento desses profissionais

Tal situaccedilatildeo demonstra que o preconceito em relaccedilatildeo a eles faz parte de

uma cultura arraigada entre os proacuteprios colegas de profissatildeo e que acaba se

estendendo pelos bancos acadecircmicos e que precisa ser trabalhada desmistificada

pois natildeo tem razatildeo de existir

40

REFEREcircNCIAS

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documentaccedilatildeo trabalhos acadecircmicos apresentaccedilatildeo Rio de Janeiro 2002

ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE NORMAS TEacuteCNICAS NBR 6023 informaccedilatildeo e

documentaccedilatildeo elaboraccedilatildeo Rio de Janeiro 2002

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Associaccedilatildeo Profissional de Repoacuterteres Fotograacuteficos e Cinematograacuteficos do Brasil

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45

ANEXO I ndash DECRETO Nordm 83284 DE 13 DE MARCcedilO DE 1979

PROFISSAtildeO DE JORNALISTA

Daacute nova regulamentaccedilatildeo ao Decreto-lei nordm 972 de 17 de outubro de 1969 que dispotildee sobre o exerciacutecio da profissatildeo de Jornalista em decorrecircncia das alteraccedilotildees introduzidas pela Lei nordm 6612 de 7 de dezembro de 1978

O Presidente da Repuacuteblica usando da atribuiccedilatildeo que lhe confere o art 81 item

III da Constituiccedilatildeo decreta

Art 1ordm Eacute livre em todo territoacuterio nacional o exerciacutecio da profissatildeo de Jornalista aos que satisfazerem as condiccedilotildees estabelecidas neste Decreto

Art 2ordm A profissatildeo de Jornalista compreende privativamente o exerciacutecio habitual e remunerado de qualquer das seguintes atividades

I - redaccedilatildeo condensaccedilatildeo titulaccedilatildeo interpretaccedilatildeo correccedilatildeo ou coordenaccedilatildeo de mateacuteria a ser divulgada contenha ou natildeo comentaacuterio

II - comentaacuterio ou crocircnica pelo raacutedio ou pela televisatildeo III - entrevista inqueacuterito ou reportagem escrita ou falada IV - planejamento organizaccedilatildeo direccedilatildeo e eventual execuccedilatildeo de serviccedilos

teacutecnicos de Jornalismo como os de arquivo ilustraccedilatildeo ou distribuiccedilatildeo graacutefica de mateacuteria a ser divulgada

V - planejamento organizaccedilatildeo e administraccedilatildeo teacutecnica dos serviccedilos de que trata a aliacutenea ldquoardquo

VI - ensino de teacutecnicas de Jornalismo VII - coleta de notiacutecias ou informaccedilotildees e seu preparo para divulgaccedilatildeo VIII - revisatildeo de originais de mateacuteria jornaliacutestica com vistas agrave correccedilatildeo

redacional e agrave adequaccedilatildeo da linguagem XIX - organizaccedilatildeo e conservaccedilatildeo de arquivo jornaliacutestico e pesquisa dos

respectivos dados para a elaboraccedilatildeo de notiacutecias X - execuccedilatildeo de distribuiccedilatildeo graacutefica de texto fotografia ou ilustraccedilatildeo de

caraacuteter jornaliacutestico para fins de divulgaccedilatildeo XI - execuccedilatildeo de desenhos artiacutesticos ou teacutecnicos de caraacuteter jornaliacutestico para

fins de divulgaccedilatildeo Art 3ordm Considera-se empresa jornaliacutestica para os efeitos deste Decreto-lei

aquela que tenha como atividade a ediccedilatildeo de jornal ou revista ou a distribuiccedilatildeo de noticiaacuterio com funcionamento efetivo idoneidade financeira e registro legal

sect 1ordm Equipara-se agrave empresa jornaliacutestica a seccedilatildeo ou serviccedilo de empresa de radiofusatildeo televisatildeo ou divulgaccedilatildeo cinematograacutefica ou de agecircncia de publicidade onde sejam exercidas as atividades previstas no artigo 2ordm0

sect 2ordm A entidade puacuteblica ou privada natildeo jornaliacutestica sob cuja responsabilidade se editar publicaccedilatildeo destinada a circulaccedilatildeo externa estaacute obrigada ao cumprimento deste decreto relativamente aos jornalistas que contratar

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Art 4ordm O exerciacutecio da profissatildeo de jornalista requer preacutevio registro no oacutergatildeo regional do Ministeacuterio do Trabalho que se faraacute mediante a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash diploma de curso de niacutevel superior de Jornalismo ou de Comunicaccedilatildeo Social habilitaccedilatildeo Jornalismo fornecido por estabelecimento de ensino reconhecido na forma da lei para as funccedilotildees relacionadas nos itens I a IV do artigo 11

IV ndash Carteira de Trabalho e Previdecircncia Social

Paraacutegrafo uacutenico ndash Aos profissionais registrados exclusivamente para o exerciacutecio das funccedilotildees relacionadas nos itens VII a XI do artigo 11 eacute vedado o exerciacutecio das funccedilotildees constantes nos itens I a VII do mesmo artigo

Art 5ordm O Ministeacuterio do Trabalho concederaacute desde que satisfeitas as exigecircncias constantes neste Decreto registro especial ao

I ndash colaborador assim entendido aquele que mediante remuneraccedilatildeo e sem relaccedilatildeo de emprego produz trabalho de natureza teacutecnica cientiacutefica ou cultural relacionando com a sua especializaccedilatildeo para ser divulgado com o nome e qualificaccedilatildeo do autor

II ndash funcionaacuterio puacuteblico titular de cargo cujas atribuiccedilotildees legais coincidam com as mencionadas no artigo 2ordm

III ndash provisionado

Paraacutegrafo uacutenico ndash O registro de que tratam os itens I e II deste artigo natildeo implica o reconhecimento de quaisquer direitos que decorram da condiccedilatildeo de empregado nem no caso do item II dos resultantes do exerciacutecio privado e autocircnomo da profissatildeo

Art 6ordm Para o registro especial de colaborador eacute necessaacuteria a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash declaraccedilatildeo de empresa jornaliacutestica ou que a ela seja equiparada informando do seu interesse pelo registro de colaborador do candidato onde conste a sua especializaccedilatildeo remuneraccedilatildeo contratada e pseudocircnimo se houver

Art 7ordm Para o registro especial de funcionaacuterio puacuteblico titular de cargo cujas atribuiccedilotildees legais coincidam com as mencionadas no artigo 2ordm eacute necessaacuterio a apresentaccedilatildeo de ato de nomeaccedilatildeo ou contrataccedilatildeo para cargo ou emprego com aquelas atribuiccedilotildees aleacutem do cumprimento do que estabelece o artigo 4ordm

Art 8ordm Para o registro especial de provisionado eacute necessaacuterio a apresentaccedilatildeo de

47

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash declaraccedilatildeo fornecida pela empresa jornaliacutestica ou que a ela seja equiparada na qual conste a funccedilatildeo a ser exercida e o salaacuterio correspondente

IV ndash diploma de curso de niacutevel superior ou certificado de ensino de 2ordm grau fornecido por estabelecimento de ensino reconhecido na forma da lei para as funccedilotildees relacionadas nos itens I a VII do artigo 11

V ndash declaraccedilatildeo fornecida pela entidade sindical representativa da categoria profissional com base territorial abrangendo o municiacutepio no qual o provisionado iraacute desempenhar suas funccedilotildees de que natildeo haacute jornalista associado do Sindicato domiciliado naquele municiacutepio disponiacutevel da contrataccedilatildeo

VI ndash Carteira de Trabalho e Previdecircncia Social

sect 1ordm A declaraccedilatildeo de que trata o item V deveraacute ser fornecida pelo Sindicato ao interessado no prazo de 3 dias uacuteteis

sect 2ordm Caso exista profissional domiciliado no municiacutepio disponiacutevel para contrataccedilatildeo o Sindicato comunicaraacute tal fato ao Ministeacuterio do Trabalho no mesmo prazo de 3 dias a contar do pedido de fornecimento da declaraccedilatildeo de que trata o item V

sect 3ordm Caso o Sindicato natildeo forneccedila a declaraccedilatildeo de que trata o item V no prazo mencionado no sect 1ordm o interessado poderaacute instruir seu pedido de registro com o protocolo de apresentaccedilatildeo do requerimento ao Sindicato

sect 4ordm Na hipoacutetese prevista no paraacutegrafo anterior o Ministeacuterio do Trabalho concederaacute ao Sindicato prazo natildeo superior a 3 dias para se manifestar sobre o fornecimento da declaraccedilatildeo caso natildeo tenha ocorrido o fato constante no sect 2ordm

sect 5ordm O registro especial de provisionado teraacute caraacuteter temporaacuterio com duraccedilatildeo maacutexima de trecircs anos renovaacutevel somente com a apresentaccedilatildeo de toda a documentaccedilatildeo prevista neste artigo

Art 9ordm Seraacute efetuado no Ministeacuterio do Trabalho registro dos diretores de empresas jornaliacutesticas que natildeo sendo jornalistas respondem pelas respectivas publicaccedilotildees para o que eacute necessaacuterio a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash prova de registro civil ou comercial da empresa jornaliacutestica com o inteiro teor do seu ato constitutivo

IV ndash prova de depoacutesito do tiacutetulo da publicaccedilatildeo ou da agecircncia de notiacutecias no oacutergatildeo competente do Ministeacuterio da Induacutestria e do Comeacutercio

48

V ndash 30 exemplares do jornal ou 12 exemplares da revista ou 30 recortes ou coacutepias de noticiaacuterio com datas diferentes de sua divulgaccedilatildeo

sect 1ordm Tratando-se de empresa nova o Ministeacuterio do Trabalho efetuaraacute registro provisoacuterio com validade por 2 anos tornando-se definitivo apoacutes a comprovaccedilatildeo constante do item V deste artigo

sect 2ordm Natildeo seraacute admitida renovaccedilatildeo ou prorrogaccedilatildeo do prazo de validade do registro provisoacuterio previsto no paraacutegrafo anterior

Art 10ordm Seraacute efetuado no Ministeacuterio do Trabalho registro especial do diretor de empresa natildeo jornaliacutestica sob cuja responsabilidade se editar publicaccedilatildeo destinada agrave circulaccedilatildeo externa ou interna para o que se exigiraacute a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash prova de depoacutesito do tiacutetulo da publicaccedilatildeo no oacutergatildeo competente do Ministeacuterio da Induacutestria e do Comeacutercio

Art 11 ndash As funccedilotildees desempenhadas pelos jornalistas como empregados seratildeo assim classificadas

I - Redator aquele que aleacutem das incumbecircncias de redaccedilatildeo comum tem o encargo de redigir editoriais crocircnicas ou comentaacuterios

II - Noticiarista aquele que tem o encargo de redigir mateacuterias de caraacuteter informativo desprovidas de apreciaccedilotildees ou comentaacuterios preparando-as ou redigindo-as para a divulgaccedilatildeo

III - Repoacuterter aquele que cumpre a determinaccedilatildeo de colher notiacutecias ou informaccedilotildees preparando-as para divulgaccedilatildeo

IV - Repoacuterter de setor aquele que tem o encargo de colher notiacutecias ou informaccedilotildees sobre assuntos predeterminados preparando-as ou redigindo-as para divulgaccedilatildeo

V - Raacutedio-repoacuterter aquele a quem cabe a difusatildeo oral de acontecimento ou entrevista pelo raacutedio ou pela televisatildeo no instante ou no local em que ocorram assim como o comentaacuterio ou crocircnica pelos mesmos veiacuteculos

VI - Arquivista-pesquisador aquele que tem a incumbecircncia de organizar e conservar cultural e tecnicamente o arquivo redatorial procedendo agrave pesquisa dos respectivos dados para a elaboraccedilatildeo de notiacutecias

VII - Revisor aquele que tem o encargo de rever as provas tipograacuteficas de mateacuteria jornaliacutestica

VIII - Ilustrador aquele que tem a seu cargo criar ou executar desenhos artiacutesticos ou teacutecnicos de caraacuteter jornaliacutestico

XIX - Repoacuterter-fotograacutefico aquele a quem cabe registrar fotograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico

X - Repoacuterter-cinematograacutefico aquele a quem cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico

XI - Diagramador aquele a quem compete planejar e executar a distribuiccedilatildeo graacutefica de mateacuterias fotografias ou ilustraccedilotildees de caraacuteter jornaliacutestico para fins de publicaccedilatildeo

Paraacutegrafo uacutenico ndash Os Sindicatos seratildeo ouvidos sobre o exato enquadramento de cada profissional

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Art 12ordm Seratildeo privativas de jornalista as funccedilotildees pertinentes agraves atividades

descritas no artigo 2ordm tais como Editor Secretaacuterio Subsecretaacuterio Chefe de reportagem e Chefe de Revisatildeo

Art 13ordm Natildeo haveraacute incompatibilidade entre o exerciacutecio da profissatildeo de Jornalista e o de qualquer outra funccedilatildeo remunerada ainda que puacuteblica respeitadas a proibiccedilatildeo de acumular cargos e as demais restriccedilotildees de lei

Art 14ordm Seraacute passiacutevel de trancamento o registro profissional do jornalista que sem motivo legal deixar de exercer a profissatildeo por mais de 2 anos

sect 1ordm Natildeo incide na cominaccedilatildeo deste artigo o afastamento decorrente de a) suspensatildeo ou interrupccedilatildeo do contrato de trabalho b) aposentadoria como jornalista c) viagem ou bolsa de estudo para aperfeiccediloamento profissional d) desemprego apurado na forma da Lei nordm 4923 de 23 de dezembro de

1965

sect 2ordm O trancamento seraacute da competecircncia do oacutergatildeo regional do Ministeacuterio do Trabalho de ofiacutecio ou requerimento da entidade sindical representativa da categoria profissional cabendo a esta fazer publicar em oacutergatildeo oficial por trecircs vezes consecutivas e dentro de um interstiacutecio de dois anos a relaccedilatildeo dos jornalistas cujos registros pretende trancar

sect 3ordm Os oacutergatildeos do Ministeacuterio do Trabalho prestaratildeo aos sindicatos representativos da categoria profissional as informaccedilotildees que lhes forem solicitadas especialmente quanto ao registro de admissotildees e dispensas nas empresas jornaliacutesticas realizando as inspeccedilotildees que se tornarem necessaacuterias para a verificaccedilatildeo do exerciacutecio da profissatildeo de jornalista

sect 4ordm O exerciacutecio da atividade em empresa natildeo jornaliacutestica mencionada no artigo 3ordm sect 2ordm natildeo constituiraacute prova suficiente de permanecircncia na profissatildeo se a publicaccedilatildeo e seu responsaacutevel natildeo tiverem registro nos termos deste Decreto

sect 5ordm O registro trancado suspende a titularidade e o exerciacutecio das prerrogativas profissionais mas pode ser revalidado mediante apresentaccedilatildeo dos documentos mencionados nos itens II e III do artigo 4ordm

Art 15ordm O salaacuterio de jornalista natildeo poderaacute ser reajustado nos contratos individuais de trabalho para a jornada normal de 5 horas em base inferior agrave do salaacuterio estipulado para a respectiva funccedilatildeo em acordo ou convenccedilatildeo coletiva de trabalho ou sentenccedila normativa das Justiccedila do Trabalho

Paraacutegrafo uacutenico ndash Em negociaccedilatildeo ou dissiacutedio coletivo poderatildeo os Sindicatos de Jornalistas reclamar o estabelecimento de criteacuterio de remuneraccedilatildeo adicional pela divulgaccedilatildeo de trabalho produzido por jornalistas em mais de um veiacuteculo de comunicaccedilatildeo coletiva

Art 16ordm A admissatildeo de provisionado para exercer funccedilotildees relacionadas nos itens I a VII do artigo 11 seraacute permitida nos municiacutepios onde natildeo existia curso de Jornalismo reconhecido na forma de lei e comprovadamente natildeo haja jornalista domiciliado associado do sindicato representativo da categoria profissional disponiacutevel para contrataccedilatildeo

Paraacutegrafo uacutenico ndash O provisionado nos termos deste artigo poderaacute exercer suas atividades somente no municiacutepio para o qual foi registrado

Art 17ordm Os atuais portadores de registro especial de provisionado poderatildeo exercer suas atividades no Estado onde foram contratados

Art 18 ndash A fiscalizaccedilatildeo do cumprimento dos dispositivos deste Decreto se faraacute na forma do artigo 626 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho sendo aplicaacutevel aos

50

infratores multa variaacutevel de 1 a 10 vezes o maior valor de referecircncia fixado de acordo com o artigo 2ordm paraacutegrafo uacutenico da Lei nordm 6205 de 29 de abril de 1975

Paraacutegrafo uacutenico ndash Aos sindicatos representativos da categoria profissional incumbe representar agraves autoridades competentes acerca do exerciacutecio irregular da profissatildeo de Jornalista

Art 19ordm Constitui fraude a prestaccedilatildeo de serviccedilos profissionais gratuitos ou com pagamentos simboacutelicos sob pretexto de estaacutegio bolsa de complementaccedilatildeo convecircnio ou qualquer outra modalidade em desrespeito agrave legislaccedilatildeo trabalhista e a este regulamento

Art 20ordm O disposto neste Decreto natildeo impede a conclusatildeo dos estaacutegios comprovadamente iniciados antes da vigecircncia da Lei nordm 6612 de 7 de dezembro de 1978 os quais entretanto natildeo conferiratildeo por si soacutes direito ao registro profissional

Art 21ordm Este Decreto entra em vigor na data da sua publicaccedilatildeo revogadas as disposiccedilotildees em contraacuterio especialmente os Decretos nordms 65912 de 19 de dezembro de 1969 e 68629 de 18 de maio de 1971

Brasiacutelia 13 de marccedilo de 1979 158ordm da Independecircncia e 91ordm da Repuacuteblica (DO de 13-3-79)

Ernesto Geisel Arnaldo Prieto

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ANEXO II ndash ACOacuteRDAtildeO TST-AIRR-6182001-751-04-401

Acoacuterdatildeo Inteiro Teor NUacuteMERO UacuteNICO PROC AIRR - 6182001-751-04-40 PUBLICACcedilAtildeO DJ - 10022006 Andamento do Processo

PROC Nordm TST-AIRR-6182001-751-04-401 C A C Oacute R D Atilde O 1ordf Turma EMPMs REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO CARACTERIZACcedilAtildeO INDEPENDEcircNCIA NO EXERCIacuteCIO DE SUAS ATIVIDADES REGISTROS DE ASSUNTOS E TEMAacuteTICAS DE INTERESSES JORNALIacuteSTICOS 1 Segundo o Tribunal Regional do Trabalho o Reclamante no exerciacutecio de suas atividades aleacutem de ter acompanhado o repoacuterter entrevistador na produccedilatildeo de mateacuterias fato que por si soacute natildeo lhe retira a condiccedilatildeo de jornalista - e tambeacutem de acordo com depoimentos testemunhais saiacutea agrave rua com a pauta que lhe era dirigida para sozinho produzir as mateacuterias solicitadas pelo empregador o que de acordo com o teor dos dispositivos tidos por vulnerados permite concluir o exerciacutecio da profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico e natildeo simplesmente de operador de cacircmera visto que ao sair agraves ruas para a produccedilatildeo de mateacuterias cumpria seu ofiacutecio obviamente mediante registros de fatos e (ou) assuntos de interesses notadamente jornaliacutestico considerando para tanto a proacutepria natureza da atividade empresarial exercida pela empregadora Inviaacutevel portanto a admissibilidade do recurso de revista em razatildeo da impossibilidade de exame da alegaccedilatildeo de afronta ao Decreto nordm 8413479 visto tratar-se de hipoacutetese natildeo contemplada na letra c do artigo 896 da CLT Por outro lado por violaccedilatildeo dos artigos 2ordm da Lei nordm 661578 e 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 tambeacutem natildeo logra ecircxito a Agravante no intuito de ver autorizado o processamento do recurso de revista No primeiro dispositivo apenas dispotildee-se que o radialista eacute o empregado de radiodifusatildeo exercente de atividades voltadas agrave administraccedilatildeo produccedilatildeo ou teacutecnica No segundo definem-se as profissotildees de repoacuterter e repoacuterter cinematograacutefico salientando-se que a esse uacuteltimo cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico hipoacutetese identificada pelo Regional 2 Agravo de instrumento a que se nega provimento Vistos relatados e discutidos estes autos do Agravo de Instrumento em Recurso de Revista nordm TST-AIRR-6182001-751-04-401 em que eacute Agravante RBS TV SANTA ROSA LTDA e Agravado CLOacuteVIS SANTACATARINA A Reclamada interpotildee agravo de instrumento ao despacho de fls 113-115 mediante o qual foi denegado seguimento ao recurso de revista sob o fundamento de que a decisatildeo decorreu da aplicaccedilatildeo das normas pertinentes uma vez que da situaccedilatildeo faacutetica delineada nos autos natildeo haacute como se extrair ofensa ao artigo 2ordm da Lei nordm 661578 na forma do artigo 896 c da CLT Contraminuta agraves fls 122-124 Natildeo houve remessa dos autos agrave Procuradoria Geral do Trabalho em face da orientaccedilatildeo emanada da Resoluccedilatildeo Administrativa nordm 322 atualmente retratada no artigo 82 do Regimento Interno do Tribunal Superior do

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Trabalho Eacute o relatoacuterio V O T O I CONHECIMENTO Conheccedilo do agravo de instrumento porque regular e tempestivo II MEacuteRITO O Tribunal Regional ao apreciar o recurso ordinaacuterio interposto pela Reclamada no tocante ao reconhecimento da condiccedilatildeo de jornalista ao Reclamante pela Vara do Trabalho decidiu O MM Juiacutezo de primeiro grau acolheu as alegaccedilotildees do reclamante de exerciacutecio de profissatildeo jornaliacutestica de repoacuterter cinematograacutefico condenando a reclamada a pagar diferenccedilas salariais e reflexos Contra esta decisatildeo volta-se a reacute sustentando que o reclamante era operador de cacircmera funccedilatildeo capitulada na profissatildeo de radialista A recorrente tem razatildeo parcialmente Tomando-se a hipoacutetese de confirmar a sentenccedila enquanto reconhece ter o reclamante exercido a funccedilatildeo de repoacuterter cinematograacutefico em todo o contrato existe um marco temporal e juriacutedico que deve ser considerado A funccedilatildeo de repoacuterter cinematograacutefico eacute exclusiva da profissatildeo de jornalista Eacute uma atividade que estaacute reservada aos jornalistas formados assim como estabelecido no DL 97269 O reclamante natildeo demonstra a partir de quando conquistou a diplomaccedilatildeo como jornalista devendo-se considerar apenas pelo que oferecem os autos a data de 16 de junho de 1998 dia em que o reclamante foi registrado no Ministeacuterio do Trabalho como jornalista profissional na funccedilatildeo especiacutefica de repoacuterter cinematograacutefico Considerando que o Ministeacuterio do Trabalho natildeo pode registrar jornalistas natildeo diplomados exceccedilatildeo feita aos provisionados tem-se que o reclamante adquiriu esta condiccedilatildeo nesse dia Antes embora pudesse fazer ou fizesse atividades privativas de jornalistas natildeo pode ser considerado juridicamente como tal Assim em qualquer hipoacutetese de manutenccedilatildeo do reconhecimento da funccedilatildeo de jornaliacutestica esta deve gerar os efeitos pleiteados somente a partir de 16 de junho de 1998 Jaacute quanto a ter exercido ou natildeo funccedilatildeo jornaliacutestica a conclusatildeo eacute de manutenccedilatildeo da sentenccedila Natildeo eacute o fato de estar acompanhado por repoacuterter entrevistador que o cinegrafista perde a condiccedilatildeo de jornalista Trata-se de uma equipe de profissionais jornalistas Um exemplo que melhor ilustra o descabimento da distinccedilatildeo que pretende fazer o apelo eacute a situaccedilatildeo dos fotoacutegrafos ou repoacuterteres fotograacuteficos O fotoacutegrafo sai com a pauta junto com o repoacuterter (ou natildeo e isto tambeacutem acontecia com o reclamante como o reconhecem as testemunhas inclusive trazidas pela reclamada) e enquanto o repoacuterter investiga os dados necessaacuterios para a mateacuteria o fotoacutegrafo registra as cenas mas nem por isto eacute rebaixado da condiccedilatildeo de jornalista para dir- se-ia operador de cacircmera fotograacutefica O que se pode discutir seria o interesse jornaliacutestico das mateacuterias cobertas pelo jornalista reclamante Com efeito os comerciais produzidos e gravados pelo autor natildeo tecircm esse interesse e os eventos promocionais da reclamada recebem dela mesma uma atribuiccedilatildeo desse interesse embora natildeo o tenha imediata e objetivamente mas para efeitos do trabalho executado pelo reclamante deve ser considerado um trabalho jornaliacutestico Foi correta a decisatildeo natildeo merecendo qualquer reparo a natildeo ser o juriacutedico-temporal jaacute mencionado Nesta perspectiva o provimento do recurso eacute parcial (fls 97-99) Ao interpor o recurso de revista a Empresa alegou que o Reclamante na condiccedilatildeo de operador de cacircmera e operador de cacircmera de unidade portaacutetil externa acompanhando o repoacuterter como reconheceu o Regional natildeo pode ser

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enquadrado como jornalista porquanto ao repoacuterter eacute dado cumprir a determinaccedilatildeo de coletar notiacutecias ou informaccedilotildees e elaboraacute-las a fim de viabilizar posterior divulgaccedilatildeo e ao repoacuterter-cinematograacutefico cabe registrar cinematograficamente fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico razatildeo pela qual entende que a atividade do Reclamante eacute proacutepria de radialista categoria agrave qual pertencia Acrescenta que o artigo 2ordm da Lei nordm 661578 estabelece considera-se radialista o empregado de Radiodifusatildeo que exerccedila uma das funccedilotildees em que se desdobram as atividades mencionadas no artigo 4ordm ou seja operador de cacircmara e operador de cacircmara de unidade portaacutetil externa cuja regulamentaccedilatildeo profissional consta do Decreto nordm 8413479 e as atribuiccedilotildees do Quadro Anexo do mesmo decreto item II letra c nordm 3 com a seguinte redaccedilatildeo encarrega-se da gravaccedilatildeo de mateacuteria distribuiacuteda pelo Supervisor de Operaccedilotildees planifica e orienta o entrevistador repoacuterter e iluminador no que se refere aos aspectos teacutecnicos de seu trabalho suas atividades envolvem tanto a gravaccedilatildeo como a geraccedilatildeo de som e imagem atraveacutes de equipamentos eletrocircnico portaacutetil de TV Fundamenta o apelo em violaccedilatildeo dos artigos 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 2ordm da Lei nordm 661578 e do Decreto nordm 8413479 e Quadro Anexo do mesmo decreto item II letra c nordm 3 Inicialmente deve-se registrar a impossibilidade de exame da alegaccedilatildeo de afronta ao Decreto nordm 8413479 visto tratar-se de hipoacutetese natildeo contemplada na letra c do artigo 896 da CLT No tocante agrave ofensa aos artigos 2ordm da Lei nordm 661578 e 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 tambeacutem natildeo logra ecircxito a Agravante no intuito de ver autorizado o processamento do recurso de revista No primeiro dispositivo apenas dispotildee-se que o radialista eacute o empregado de radiodifusatildeo exercente de atividades voltadas agrave administraccedilatildeo produccedilatildeo ou teacutecnica No segundo definem-se as profissotildees de repoacuterter e repoacuterter cinematograacutefico salientando-se que a esse uacuteltimo cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico Ora dos termos da decisatildeo impugnada via recurso de revista nada haacute que conflite com tais dispositivos legais Afinal segundo o Tribunal Regional do Trabalho o Reclamante no exerciacutecio de suas atividades aleacutem de ter acompanhado o repoacuterter entrevistador na produccedilatildeo de mateacuterias fato que por si soacute natildeo lhe retira a condiccedilatildeo de jornalista - tambeacutem de acordo com depoimentos testemunhais saiacutea agrave rua com a pauta que lhe era dirigida para sozinho produzir as mateacuterias solicitadas pelo empregador o que de acordo com o teor dos dispositivos tidos por vulnerados permite concluir pelo exerciacutecio da profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico e natildeo simplesmente de operador de cacircmera visto que ao sair agraves ruas para a produccedilatildeo de mateacuterias cumpria seu ofiacutecio obviamente mediante registros de fatos e (ou) assuntos de interesses notadamente jornaliacutestico considerando para tanto a proacutepria natureza da atividade empresarial exercida pela empregadora Por esses fundamentos nego provimento ao agravo de instrumento ISTO POSTO ACORDAM os Ministros da Primeira Turma do Tribunal Superior do Trabalho por unanimidade negar provimento ao agravo de instrumento Brasiacutelia 9 de novembro de 2005 EMMANOEL PEREIRA Ministro Relator

NIA 3981288

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Page 20: REPÓRTER CINEMATOGRÁFICO É JORNALISTArepositorio.uniceub.br/bitstream/123456789/1670/2/20214825.pdf · trabalhos desenvolvidos. 5 ... tsunamis, cachoeiras em penhascos, ... deles

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- em 2002 introduziu o ldquoJornal Gazeta 2ordf ediccedilatildeordquo e

- em 2003 o ldquoGazeta On-linerdquo

128 SBT

O Sistema Brasileiro de Televisatildeo no ar desde 1981 tem na histoacuteria do

telejornalismo da emissora os seguintes programas

- ldquoNoticentrordquo (1981)

- ldquo24 Horasrdquo (1982)

- ldquoCidade 4rdquo (1986)

- ldquoTJ Brasilrdquo ldquoTJ Noiterdquo e ldquoTJ Satildeo Paulordquo (1988)

- ldquoJornal do SBTrdquo ldquoAqui e Agorardquo (1991)

- ldquoAqui Brasilrdquo (1993) ldquoSBT Notiacuteciasrdquo (1995)

- ldquoJornal do SBTCBS Telenotiacuteciasrdquo (1997)

- ldquoNotiacutecias do Diardquo e ldquoNoticidaderdquo (1998)

- ldquoTJ Manhatilderdquo (2001)

- ldquoSBT Brasilrdquo (2005) dentre outros

21

13 O PERCURSO DO TELEJORNALISMO NOS ANOS 70

Em seu trabalho de dissertaccedilatildeo de mestrado defendido na Escola de

Comunicaccedilotildees e Artes da Universidade de Satildeo Paulo Antonio Reis Jr (2003) nos

mostra que no iniacutecio da deacutecada de 70 o campo cinematograacutefico sofreu dispersatildeo do

grupo de cineastas que integravam o Cinema Novo devido agrave repressatildeo poliacutetica poacutes

Ato Institucional n 5 em 1968 Com a criaccedilatildeo da Embrafilme em 1969 as novas

demandas do mercado cultural assim como o acirramento dos debates esteacuteticos

formou-se um novo quadro de atuaccedilatildeo para os cinegrafistas que se descortinou

com o esfacelamento do Cinema Novo com a expansatildeo da induacutestria cultural do

consumo dos bens simboacutelicos no paiacutes e com o surgimento de novos esquemas de

produccedilatildeo e projetos culturais

Nesse cenaacuterio de cerceamento controle e censura da produccedilatildeo cultural

diversos cineastas vislumbraram a possibilidade de trabalhar em algumas emissoras

de TV e como o telejornalismo foi o programa de maior impacto nesse meio de

comunicaccedilatildeo em massa surgiu assim o nosso repoacuterter cinematograacutefico

Desde sua primeira exibiccedilatildeo em rede nacional em 1ordm de setembro de

1969 o Jornal Nacional da Rede Globo apresentou um formato proacuteprio para

transmitir notiacutecias onde ldquoo telejornal era capaz de abordar no mesmo tom e com a

mesma inconsequumlecircncia notiacutecias banais e outras de extrema importacircncia para o

espectador conferindo um mesmo tratamento a fatos relevantes e irrelevantesrdquo Em

plena eacutepoca de ditadura tal fato revela a cumplicidade dessa emissora para com os

militares apresentando um telejornal com moderna engenharia eletrocircnica e que

adotava a maacutescara do paiacutes ldquoem desenvolvimentordquo do milagre econocircmico

22

propagando imagens de um paiacutes com o povo bonito onde natildeo existia fome miseacuteria

pobreza

Contudo nesse mesmo periacuteodo surgiu a TV Cultura com a programaccedilatildeo

mais voltada para a realidade brasileira e que criou em 1972 o telejornal ldquoA Hora da

Notiacuteciardquo pobre em recursos mas combativo liacuteder de audiecircncia desta emissora

seguia em caminho inverso agraves fantasias institucionais e agrave alienaccedilatildeo dos noticiaacuterios

da eacutepoca

Em 1975 o jornalista Vladimir Herzog assumiu a direccedilatildeo da TV Cultura

apresentando proposta para tornar o telejornalismo em um instrumento de diaacutelogo

com o puacuteblico combatendo a atitude servil diante do governo com uma poliacutetica de

programaccedilatildeo visando objetivos prioritaacuterios relacionados com a realidade do puacuteblico

que pretendia atingir Poreacutem nesse mesmo ano Herzog foi preso interrogado

torturado e morto sucumbindo o projeto de renovaccedilatildeo do telejornalismo na TV

brasileira

Mas em seguida apesar de o Jornal Nacional manter estreita ligaccedilatildeo com

a ditadura surgiu na Rede Globo o Globo Repoacuterter originaacuterio da seacuterio Globo Shell ndash

o uacutenico programa da emissora produzido com material cinematograacutefico e que teve o

meacuterito de fazer passar informaccedilotildees boicotadas pelos demais telejornais ndash

caracterizado por abordar temas polecircmicos e questotildees sociais justamente em um

periacuteodo em que esses assuntos eram proibidos e vetados pela Censura Federal

Esse estilo despojado e independente de fazer documentaacuterios perdurou entre 1976

a 1983

23

2 REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO

21 O PAPEL DO JORNALISTA

Nos dias de hoje o jornalista assim como outros profissionais de

imprensa enfrenta inuacutemeras dificuldades no mercado de trabalho ndash fato que exige

dele atenccedilatildeo para que se mantenha sempre atualizado e se preocupe com a

questatildeo da formaccedilatildeo e da qualificaccedilatildeo

De acordo com a Comissatildeo de Revisatildeo dos Registros de Jornalistas

Profissionais (Portaria MTb n 548 de 140695) todos os jornalistas profissionais do

paiacutes precisam efetuar a revisatildeo do seu Registro Profissional junto ao seu sindicato

para alterar o nuacutemero do Registro anotado na carteira de trabalho Tal procedimento

visa invalidar a grande quantidade de documentos irregulares

Na composiccedilatildeo alfanumeacuterica do novo registro seraacute adotada a sigla de

duas letras do alfabeto que identificam o Estado de origem seguida dos algarismos

a partir de 00001 e mais duas letras que qualificam a natureza da funccedilatildeo na qual o

jornalista foi registrado As letras qualificadoras da natureza da funccedilatildeo para titular

de registro funccedilatildeo de repoacuterter-cinematograacutefico eacute RC Exercer atividades de

jornalista com registro precaacuterio constitui crime de exerciacutecio ilegal da profissatildeo

(Sindicato dos Jornalistas 2006)

24

Para ilustrar melhor o papel do jornalismo a seguir iremos elencar as

definiccedilotildees formuladas por diversos profissionais da aacuterea publicadas no site Enfato ndash

Comunicaccedilatildeo Empresarial (2006)

ldquoO jornalista eacute o(a) profissional que faz mais do que apenas reportar o que acontece ele(a) estabelece viacutenculos entre os fatos correntes e passados provocaestimula o raciociacutenio do telespectadorleitorouvinte e procura ainda extrair disso tudo alguma perspectiva que sinalize o futuro Sua atividade eacute ainda mais difiacutecil do que parece eacute indispensaacutevel que este(a) profissional desempenhe sua tarefa com absoluta noccedilatildeo de seus princiacutepios eacuteticos sem se deixar contaminar por influecircncias poliacuteticas ou interesses pessoais Soacute assim seu relato teraacute credibilidade ndash a uacutenica moeda de real valor para quem abraccedilou esta profissatildeo Aliaacutes natildeo eacute agrave toa que a classe de espiacuterito tatildeo nobre seja tatildeo vilipendiada por aqueles que detecircm o controle das empresas de comunicaccedilatildeordquo Claudio Lessa colunista do site Direto da Redaccedilatildeo

ldquoSer jornalista hoje eacute e cada vez seraacute mais permitir ao leitor entender os fatos muito mais do que simplesmente tomar conhecimento deles Durante deacutecadas ser jornalista era correr atraacutes de furo dar informaccedilotildees sobre um fato que era desconhecido de todos Eu acho que hoje o nosso desafio estaacute em permitir que o leitor entenda os fatos pois existe uma avalanche de informaccedilotildeesrdquo Eugecircnio Esber diretor de redaccedilatildeo da revista Amanhatilde (RS)

ldquoO bom jornalista eacute aquele que eacute criativo investigador objetivo estaacute sempre informado mergulha com profundidade nos assuntos e acima de tudo tem a eacutetica como sua religiatildeordquo Fernando Barbosa Lima editor da FBL Criaccedilatildeo e Produccedilatildeo (RJ)

ldquoTenho a impressatildeo de que ser jornalista diante da tamanha complexidade do universo da Comunicaccedilatildeo eacute ter a capacidade de melhor organizar e selecionar a quantidade crescente da informaccedilatildeo defendendo o que haacute de mais essencial primado da verdade Lembro do que dizia Claudio Abramo de que a funccedilatildeo do jornalista eacute buscar a verdade camuflada atraacutes da verdade aparente Acho que essa tarefa eacute o grande diferencial que determinaraacute o sucesso profissionalrdquo Fernando Salerno diretor da Associaccedilatildeo Paulista de Jornais e do diaacuterio Valeparaibano (SP)

ldquoSer jornalista hoje eacute o mesmo que ontem e presumo o mesmo que amanhatilde O jornalista tem a funccedilatildeo de informar mais do que formar No meu entendimento hoje haacute muitos jornalistas mais preocupados em formar do que em informar Em outras palavras eacute muita opiniatildeo e pouca informaccedilatildeo Entendo ainda que eacute um trabalho muito importante para garantir a transparecircncia das sociedadesrdquo Flaacutevio Portela gerente de jornalismo da raacutedio Guaiacuteba (RS)

ldquoTenho orgulho de ser jornalista Essa funccedilatildeo eacute cada vez mais importante desde que seja acompanhada de eacutetica e

25

responsabilidade Cada vez mais a miacutedia tem credibilidade Graccedilas ao jornalista e a essa possibilidade de informaccedilatildeo raacutepida e global eacute que aproximamos o mundordquo Lucia Leme apresentadora do programa Olhar 2005 da TVE-RJ

ldquoA profissatildeo natildeo perdeu o encanto embora os predadores empresariados tenham feito de tudo para desencantaacute-la e diminuiacute-lardquo Luiacutes Recena editor executivo da Tribuna do Brasil (DF)

ldquoSer jornalista eacute saber passar informaccedilotildees ao grande puacuteblico eacute saber defender a sociedade atraveacutes dos jornais e procurar saber o que ela procura e onde precisa ser ajudadardquo Maria Eugecircnia Labouriau assessora de imprensa do Inmetro

ldquoA funccedilatildeo principal do jornalista eacute ser a oposiccedilatildeo diante das instituiccedilotildees incluindo Judiciaacuterio o Estado todo mundo Os jornalistas satildeo os fiscalizadores da sociedaderdquo Nando Gross apresentador da Raacutedio Gauacutecha AM (RS)

ldquoEacute como jogar nas 11 posiccedilotildees do campo Natildeo existe mais jornalista pelo menos aqui no interior do Rio Grande do Norte especialista Todos acabam tendo que cumprir todas as funccedilotildees Somos mais que polivalentes jaacute que estamos num jornal do interiorrdquo Pedro Carlos Lopes Pinheiro diretor de Redaccedilatildeo do jornal O Mossoroense (RN)

ldquoSer jornalista hoje eacute ter perseveranccedila vontade e amor pela profissatildeo jaacute que os jornalistas ganham mal e natildeo haacute incentivos para a realizaccedilatildeo do trabalhordquo Raimundo Afonso Gomes presidente do Sindicato dos Jornalistas do Acre

ldquoHoje e sempre ser jornalista eacute tentar ser uma testemunha do seu tempo Essa eacute nossa humilde tarefa Natildeo eacute ser juiz promotor Atualmente temos uma tendecircncia de julgar e ateacute condenar Quanto mais complexa a sociedade mais se exige esse papel do jornalistardquo Zuenir Ventura colunista de O Globo (RJ)

A exemplo de outras profissotildees regulamentadas pela legislaccedilatildeo vigente

em nosso paiacutes ou reconhecidas pelo mercado formal de trabalho a atividade

jornaliacutestica deve seguir preceitos eacuteticos especiacuteficos com a finalidade de preservar o

atendimento do interesse puacuteblico e o direito agrave informaccedilatildeo existente em uma

sociedade democraacutetica

Com referecircncia agrave elaboraccedilatildeo da notiacutecia segundo Eliane Mendonccedila (sd)

ldquoa notiacutecia eacute o resultado de diversas lsquovozesrsquo que o jornalista precisou ouvir interpretar

e sintetizar de forma a tornaacute-lo acessiacutevel ao grande puacuteblicordquo Com base nessa

26

assertiva pode-se dizer que o jornalista eacute o profissional que tem como ofiacutecio a

responsabilidade de reconstruir os fatos levando em conta todos os conceitos a que

teve acesso durante a apuraccedilatildeo da mateacuteria E se eacute assim a notiacutecia nunca teraacute um

uacutenico autor visto que a mateacuteria jornaliacutestica traz em seu bojo inuacutemeras versotildees do

mesmo assunto cada um de um personagem (fonte) diferente

Note-se que ainda que o jornalista natildeo seja o uacutenico autor do que escreve

cabe a ele a funccedilatildeo de equilibrar o texto a ponto de ser fiel a tudo o que ouviu

procurando transmitir a informaccedilatildeo da forma mais clara possiacutevel a fim de que possa

ser compreendida por todo o tipo de leitor

Outro ponto a se considerar como bem explica Eliane Mendonccedila (sd)

refere-se ao fato de que um mesmo assunto se apresenta ao puacuteblico sob diferentes

enfoques quando transmitido em diferentes veiacuteculos de comunicaccedilatildeo Isto ocorre

porque ao contraacuterio do que ensina os antigos manuais do jornalismo o jornalista

natildeo eacute imparcial e acaba embutindo na notiacutecia um pouco de sua vivecircncia pessoal

sua opiniatildeo sobre o assunto seus preconceitos aleacutem de ter que levar em

consideraccedilatildeo as normas as orientaccedilotildees e a postura da empresa para a qual

trabalha

Segundo o Departamento de Comunicaccedilatildeo e Turismo da Universidade

Federal da Paraiacuteba (UFPB 2006) a sociedade espera que o jornalista exerccedila o

seguinte papel

- Auxiliar a populaccedilatildeo a tomar decisotildees coletivas favoraacuteveis ao bem comum - Enriquecer culturalmente a sociedade - Responsabilizar-se pelas informaccedilotildees que divulga e consequumlecircncias delas - Colaborar para o fortalecimento da cidadania

27

- Discernir entre o que tem caraacuteter construtivo para a sociedade - Propagar iniciativas conhecimentos e teacutecnicas que possam ser reproduzidas de forma a contribuir para o bem estar social - Distinguir e denunciar atitudes que sejam lesivas agrave sociedade

O jornalista ndash seja ele o repoacuterter o fotoacutegrafo o cinegrafista o redator o

editor o chefe de reportagem enfim ndash deve estar consciente da importacircncia do seu

trabalho para a construccedilatildeo da cidadania e de uma sociedade igualitaacuteria

Como bem observa Maristela Alves Leitatildeo (2005) os profissionais de

jornalismo desempenham um importante papel nas transformaccedilotildees soacutecio-poliacuteticas

nas uacuteltimas deacutecadas constituindo os ldquoguardiotildees dos direitos humanosrdquo durante a

transiccedilatildeo da ditadura militar para o regime democraacutetico Atualmente a preocupaccedilatildeo

tem sido lutar contra a corrupccedilatildeo e a favor da cidadania visando a conscientizaccedilatildeo

da populaccedilatildeo em relaccedilatildeo aos seus direitos e obrigaccedilotildees

A mateacuteria jornaliacutestica consiste na reconstruccedilatildeo de dada realidade que

cerca um fato recente efetuada pelo profissional da aacuterea a partir da tomada de

depoimentos de pessoas que participaram ou estatildeo inseridas no contexto apurado

Essas pessoas a serem entrevistas natildeo devem ser selecionadas de maneira fortuita

apenas seratildeo inquiridas aquelas que possam dispor de dados estritamente

importantes e possuir competecircncia reconhecida para referir-se ao assunto em

questatildeo Uma das habilidades mais valorizadas na profissatildeo inclusive eacute aquela de

pesquisar e encontrar as fontes mais adequadas considerando-se a expectativa do

puacuteblico de receber informaccedilatildeo qualificada (Rothberg 2006)

28

Comparando-se o jornalismo impresso com o televisivo este uacuteltimo leva

clara vantagem por ser meio mais atraente ao disponibilizar uma dinacircmica

audiovisual

22 O REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO

O repoacuterter cinematograacutefico eacute aquele profissional que executa serviccedilos

referentes ao mercado de radiodifusatildeo mais especificamente em TV atuando como

assistente ou teacutecnico na aacuterea de produccedilatildeo em meios de comunicaccedilatildeo Dentre suas

atividades vale destacar pesquisa anaacutelise e interpretaccedilatildeo das possibilidades

riacutetmicas estruturais e associadas do encontro entre imagem e som aleacutem de

executar e manter os equipamentos de aacuteudio e iluminaccedilatildeo e cacircmeras de TV (Nova

Faetec 2006)

No Brasil o curso profissionalizante de repoacuterter cinematograacutefico tem ainda

niacutevel teacutecnico com duraccedilatildeo de trecircs anos sendo exigido como preacute-requisito a

conclusatildeo do ensino meacutedio ou fundamental

No Rio de Janeiro foi criada em 16 de fevereiro em 1946 a ARFOC -

Associaccedilatildeo Profissional de Repoacuterteres Fotograacuteficos e Cinematograacuteficos do Brasil

que consiste em uma associaccedilatildeo profissional e cultural destituiacuteda de caraacuteter poliacutetico-

partidaacuterio e sem fins lucrativos nos termos do Decreto n 1229 de 09101962 cujo

objetivo eacute incentivar aperfeiccediloar valorizar e defender a profissatildeo e os fotojornalistas

e a aplicaccedilatildeo da imagem ao jornalismo (ARFOC 2006)

29

Segundo Joseacute Alves Filho (2005) presidente da ARFOC-PI existe uma

falta de reconhecimento ateacute por parte dos proacuteprios colegas de trabalho em relaccedilatildeo

ao trabalho do repoacuterter cinematograacutefico Eacute uma injusticcedila visto que uma boa

reportagem de TV depende mais do registro do repoacuterter cinematograacutefico ndash fruto de

sua persistecircncia coragem e sensibilidade ndash do que do repoacuterter produtor ou editor

Essa falta de reconhecimento se reflete no dia-a-dia principalmente por

parte dos chefes de redaccedilatildeo que nunca estimulam os repoacuterteres cinematograacuteficos a

participarem da discussatildeo da pauta que iratildeo cumprir Com isso eles acabam se

afastando das redaccedilotildees desestimulados a participarem do processo Por parte dos

colegas jornalistas haacute um preconceito intelectual ainda que velado em relaccedilatildeo aos

colegas da ldquolinha de frenterdquo os ditos repoacuterteres cinematograacuteficos forjados pela

ldquofaculdade da vidardquo sem chance de discutir teoria nos bancos universitaacuterios

Partindo-se da premissa de que a imagem eacute o uacutenico item imprescindiacutevel

da TV natildeo haacute justificativa para o fato de que o salaacuterio dos bons cinegrafistas natildeo

chegam nem na metade do salaacuterio dos repoacuterteres haacute vinte anos atraacutes o salaacuterio

desses profissionais se equiparavam

Para Antonio Brasil (2004)

() se existe uma classe de jornalistas que sempre sofreu enormes injusticcedilas e discriminaccedilotildees eacute sem duacutevida o segmento dos cinegrafistas de TV Hoje satildeo chamados de lsquorepoacuterteres cinematograacuteficosrsquo Para mim deveriam ser simplesmente lsquojornalistasrsquo Mas como costumam ter origem humilde e natildeo podem pagar pelos lsquodiplomasrsquo satildeo considerados jornalistas de segunda classe Natildeo precisam passar no miacutenimo quatro anos pagando caro para as faacutebricas de jornalistas e ningueacutem parece se importar muito com isso Mas os cinegrafistas ou repoacuterteres cinematograacuteficos merecem o nosso apoio e respeito Lutam pelo reconhecimento da profissatildeo enquanto lsquojornalistasrsquo de verdade Recusam-se a serem meros

30

lsquoapecircndicesrsquo na vida dos repoacuterteres e nas decisotildees dos nossos editores de telejornalismo

Infelizmente ainda persiste o conflito entre os profissionais da palavra e

os jornalistas da imagem Brasil (2004) experiente na profissatildeo muitas vezes

sentiu na pele os efeitos de atitudes arrogantes e discriminatoacuterias mesmo de

repoacuterteres receacutem-formados - o que demonstra que essa arrogacircncia sem

fundamento eacute cultural beira o preconceito social ou ldquoracismordquo E geralmente satildeo os

velhos cinegrafistas que acabam por ensinar a esses jovens os primeiros passos da

profissatildeo

Eacute certo que no meio televisivo as imagens constituem elemento chave

da mateacuteria do repoacuterter satildeo elas que datildeo suporte agrave narrativa cronoloacutegica do

acontecimento Cumpre ressaltar que tal qual o repoacuterter o cinegrafista tem como

objetivo registrar o acontecimento e fazer com que o mesmo chegue ao ar Daiacute a

importacircncia de recomendar aos alunos do telejornalismo que cinegrafista natildeo deve

ser vigiado nem precisa ser orientado

Repoacuterter e cinegrafista satildeo colegas de jornalismo isto eacute ambos satildeo

jornalistas Natildeo eacute porque o cinegrafista geralmente tem origem simples gestos

humildes e carrega peso que deixa de ser jornalista Ganha o repoacuterter despido

desse preconceito pois se dispotildee a assimilar os segredos da profissatildeo ensinados

pelos cinegrafistas e compartilhando com respeito os objetivos da reportagem

recebem valiosas dicas praacuteticas

Brasil (2004) desabafa

31

Os jovens de boa aparecircncia - condiccedilatildeo dispensaacutevel mas que parece ser obrigatoacuteria em nossos telejornais - saem das universidades natildeo sabem quase nada de telejornalismo Buscam na TV o sonho de sucesso e fama A maioria desses jovens natildeo teve a oportunidade aprender a praacutetica da profissatildeo Eles satildeo selecionados em processos meio nebulosos e certamente pouco transparentes Se tornam repoacuterteres de TV e tem que aprender as teacutecnicas peculiares da profissatildeo na marra No entanto satildeo os velhos cinegrafistas - profissionais humildes e experientes que costumam ensinar os primeiros passos Os cinegrafistas tambeacutem satildeo colegas leais Aleacutem de ensinarem telejornalismo de verdade tambeacutem fazem questatildeo de ocultar os erros dos neoacutefitos Os editores jamais percebem as inuacutemeras passagens que os cinegrafistas providencialmente apagam das fitas e da nossa memoacuteria Alguns desses neoacutefitos natildeo eram tatildeo jovens Muitos profissionais da imprensa fizeram a transiccedilatildeo para os encantos da TV graccedilas agrave boa vontade de velhos cinegrafistas

Ao inveacutes de se sentirem agradecidos muitos desses colegas se recusam

a aceitar que aqueles sujeitos simples satildeo tambeacutem jornalistas e que aleacutem de

compartilhar os objetivos da reportagem ensinam agrave nova geraccedilatildeo de jornalistas de

TV inuacutemeras dicas profissionais

Natildeo bastasse esse desrespeito com o profissional de imagem ele ainda

estaacute sujeito a sofrer seacuterios riscos inerentes agrave proacutepria profissatildeo aleacutem de graves

problemas de sauacutede ao utilizar equipamentos pesados e obsoletos e enfrentar um

ritmo estressante de trabalho repetitividade de tarefas longas jornadas e condiccedilotildees

precaacuterias de trabalho

Daiacute a importacircncia de apoiar a luta desses profissionais de imagem que

buscam o creacutedito e o respeito merecidos Eacute uma questatildeo natildeo apenas de direito

mas de reconhecimento Tambeacutem eacute importante observar e condenar as possiacuteveis

represaacutelias aos profissionais que buscam esse reconhecimento

32

Brasil (2004) faz uma comparaccedilatildeo entre os cinegrafistas da Inglaterra e

os do Brasil Enquanto entre noacutes os profissionais lutam pela sobrevivecircncia

aprendem tudo sem qualquer tipo de treinamento especiacutefico e para garantir os seus

direitos devem permanecer anocircnimos na Inglaterra a escola de cinegrafistas da

BBC possibilita a esses profissionais facilidades teacutecnicas um bom sistema de

promoccedilatildeo e cargos Para a promoccedilatildeo dentro da proacutepria categoria os cinegrafistas

ingleses satildeo regularmente enviados ao interior daquele paiacutes para conhecerem as

novas tecnoloacutegicas e teacutecnicas profissionais visando com isso tambeacutem fortalecer os

laccedilos corporativos

33

3 CURSO SUPERIOR PARA FORMACcedilAtildeO DE PROFISSIONAIS DA

AacuteREA

31 DESVALORIZACcedilAtildeO DA PROFISSAtildeO

Como outras inuacutemeras profissotildees tambeacutem o jornalista enfrenta crise no

seu acircmbito de trabalho Para superar a concorrecircncia garantir o seu emprego e

valorizar sua profissatildeo o jornalista de modo geral precisa especializar-se em

determinadas aacutereas e atualizar-se academicamente No mercado atual esse

profissional tem que lidar com o aumento de responsabilidade com o acuacutemulo de

funccedilotildees nas redaccedilotildees aleacutem de ser em geral mal remunerado e sofrer com o

constante risco de ser demitido

Conforme aponta Noblat (2003 p 36)

Exige-se do candidato a uma vaga nas redaccedilotildees que seja profissional completo e polivalente Ele tem de dominar todas as teacutecnicas para o exerciacutecio da profissatildeo manejar os instrumentos capazes de ajudaacute-lo a fazer o melhor trabalho e ter a niacutetida compreensatildeo do seu papel de jornalista multimiacutedia

Em plena era de globalizaccedilatildeo as perspectivas natildeo satildeo as melhores Tem

razatildeo Dizard Jr (2000 p 21) ao afirmar que uma das poucas certezas com que os

novos profissionais de miacutedia podem contar futuramente eacute que teratildeo que lidar com o

impacto das mudanccedilas tecnoloacutegicas e com a intensificaccedilatildeo da demanda por maior

envolvimento intelectual e habilitaccedilatildeo acadecircmica

34

Para o repoacuterter cinematograacutefico e supervisor de cinegrafia da rede Globo

Heacutelio Alvarez concorda que a profissatildeo do repoacuterter cinematograacutefico e fotoacutegrafo eacute

desvalorizada e isto se deve segundo ele ao fato de que a valorizaccedilatildeo profissional

na atualidade se daacute por meio da educaccedilatildeo Enquanto os repoacuterteres geralmente

passaram por uma faculdade e vecircm de uma classe social mais alta os que

trabalham como repoacuterter cinematograacutefico em sua maioria satildeo aqueles que iniciam

carreira fazendo algum trabalho na televisatildeo sendo poucos os que comeccedilam no

jornalismo ndash o que acaba por desvalorizar a funccedilatildeo (Canal da imprensa sd)

32 REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO Eacute JORNALISTA

Noacutes uacuteltimos anos haacute um movimento que luta pelo reconhecimento do

repoacuterter cinematograacutefico como jornalista Duas recentes decisotildees nos tribunais do

paiacutes passaram a reconhecer os direitos desse profissional confirmando as teses

defendidas pela FENAJ (Federaccedilatildeo Nacional dos Jornalistas) e pelos sindicatos de

jornalistas

No ano passado o Tribunal Superior do Trabalho (TST) manteve decisatildeo

do Tribunal Regional do Trabalho do Rio Grande do Sul (TRT da 4ordf Regiatildeo) que

enquadrou como Jornalista um repoacuterter-cinematograacutefico que trabalhou na RBS TV

Santa Rosa Ltda Esse profissional tanto acompanhava repoacuterteres na produccedilatildeo de

reportagens jornaliacutesticas como tambeacutem saiacutea agraves ruas sozinho para produzir

reportagens estabelecidas em pautas previamente solicitadas pelo chefe de

redaccedilatildeo

35

A RBS seguindo a praacutetica infelizmente bastante comum entre as

empresas de televisatildeo sustentava que o trabalhador devia ser enquadrado como

radialista na tentativa de pagar um salaacuterio menor ao profissional uma vez que o

piso de radialista eacute inferior ao de jornalista Outra desvantagem para o profissional eacute

que os radialistas trabalham 8 horas diaacuterias ao contraacuterio de jornalistas que atuam 5

horas por dia O excesso de carga de trabalho vem trazendo problemas de sauacutede

para diversos repoacuterteres cinematograacuteficos enquadrados como radialistas

A Justiccedila do Trabalho firmou decisatildeo no sentido de que o fato de estar

acompanhado de repoacuterter natildeo retira do repoacuterter-cinematograacutefico a condiccedilatildeo de

Jornalista O profissional gauacutecho receberaacute as devidas diferenccedilas salariais retroativas

a 16 de junho de 1998 data que o prejudicado obteve seu registro de jornalista

profissional no Ministeacuterio do Trabalho (Espaccedilo Vital 2005)

Com essa decisatildeo passou a ser possiacutevel que os repoacuterteres

cinematograacuteficos encaminhem agraves Delegacias Regionais do Trabalho pedidos de

enquadramento como jornalistas Aliaacutes os proacuteprios sindicatos devem encaminhar

pedidos de fiscalizaccedilatildeo nas empresas para verificar o enquadramento dos repoacuterteres

cinematograacuteficos

Outro julgamento favoraacutevel ao profissional da aacuterea em comento conforme

divulgaccedilatildeo do FENAJ (2005) refere-se agrave decisatildeo da Terceira Turma do Superior

Tribunal de Justiccedila (STJ) que reconheceu os direitos do repoacuterter fotograacutefico Claacuteudio

Alves Pereira de receber indenizaccedilatildeo por danos materiais e morais devido agraves

inuacutemeras vezes em que o Jornal de Brasiacutelia republicou fotos suas sem creacutedito apoacutes

a sua demissatildeo em julho de 1990

36

Conforme o escritor portuguecircs Pierre Ganz (ANTONIO CARLOS) o

jornalista-repoacuterter de imagens eacute antes de qualquer coisa eacute um jornalista como os

outros Deve saber preparar a sua reportagem efetuaacute-la escrever o seu comentaacuterio

sobre imagens A diferenccedila reside no fato de ele substituir na maioria das vezes a

esferograacutefica pela cacircmera de filmar

Uma cacircmera que ele deveraacute dominar bem mas tambeacutem com a qual vai escrever uma histoacuteria os planos substituindo entatildeo as palavras Uma sintaxe toma o lugar da outra Os teacutecnicos de som de iluminaccedilatildeo e de montagem satildeo-lhe familiares Pode em alguns casos trabalhar sozinho Egrave cada vez mais frequumlente partir em reportagem ou em grande reportagem com equipe reduzida acompanhada apenas por jornalista redator

Eacute mesmo verdade que no meio televisivo uma boa imagem por vezes

substitui um bom texto e ateacute o dispensa Natildeo eacute possiacutevel por exemplo imaginar nos

dias de hoje um noticiaacuterio sobre guerra sem que sejam mostradas imagens E

muitas vezes inspirados nas imagens que os jornalistas produzem seus textos

Sem duacutevida a funccedilatildeo do repoacuterter cinematograacutefico eacute de vital importacircncia

para o jornalismo Uma saiacuteda bastante praacutetica para solucionar o problema desses

profissionais no que se refere agrave ausecircncia de cursos de graduaccedilatildeo seria incluir uma

cadeira sobre o assunto nos cursos de jornalismo Com isso os profissionais da

aacuterea e os interessados em abraccedilar a profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico se

sentiriam motivados a ingressar numa faculdade e quem sabe assim esse

preconceito absurdo seria definitivamente eliminado pondo fim ao estigma de ser

apenas um coadjuvante na confecccedilatildeo da notiacutecia

37

CONCLUSAtildeO

Num momento em que o mundo passa por tantas transformaccedilotildees

decorrentes da evoluccedilatildeo tecnoloacutegica da era da informaccedilatildeo e da globalizaccedilatildeo da

economia o jornalismo profissional ndash seacuterio e bem documentado - ganha relevo em

sua missatildeo de informar opinar e entreter a sociedade em seu cotidiano

A televisatildeo nos dias contemporacircneos pode transmitir ao puacuteblico muito

mais do que o fazia quando foi criada A novidade surgiu em 1923 nos Estados

Unidos e se tornou conhecida no Brasil nos anos 50 De iniacutecio apenas uma

finiacutessima parcela da populaccedilatildeo tinha acesso ao produto e tempos depois

transformou-se num poderoso meio de comunicaccedilatildeo em massa

Para fazer o telejornalismo eacute necessaacuterio uma equipe formada de repoacuterter

cinegrafista redator fotoacutegrafo editor teacutecnicos de som de iluminaccedilatildeo e de

montagens

Diante do exposto natildeo resta duacutevidas de que o repoacuterter cinematograacutefico eacute

antes de qualquer coisa jornalista como os outros Ele deve saber preparar a sua

reportagem efetuaacute-la escrever o seu comentaacuterio sobre imagens

Se eacute certo que ele substitui a esferograacutefica pela cacircmera de filmar tambeacutem

eacute verdade que por meio dela ele escreve uma histoacuteria A diferenccedila eacute que substitui

as palavras pelas imagens que seus olhos treinados conseguem captar

38

Em muitas situaccedilotildees o repoacuterter cinematograacutefico acumula as funccedilotildees dos

teacutecnicos de iluminaccedilatildeo som e montagem trabalhando somente com o jornalista

redator E eacute com base nas imagens captadas que os jornalistas produzem seus

textos

Muitas vezes os cinegrafistas produzem imagens tatildeo impressionantes

que eacute difiacutecil para o jornalista descrevecirc-las com palavras podendo surgir eventuais

conflitos entre os dois

Neste contexto a presente monografia procurou enfocar a importacircncia

deste profissional que para ser reconhecido por seus pares e tambeacutem para ter

oportunidade de aumentar seus conhecimentos e aperfeiccediloar suas teacutecnicas

necessita que seja inserida uma cadeira sobre sua aacuterea nos cursos de graduaccedilatildeo

de jornalismo

Para serem admitidos como jornalistas pelas televisotildees profissionais

exige-se formaccedilatildeo acadecircmica em jornalismo Haacute aqui um paradoxo visto que a

profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico tem sua funccedilatildeo regulamentada pelo Decreto

Lei n 83284 de 13 marccedilo de 1969 que atribui normas para o exerciacutecio da profissatildeo

de jornalista e segundo o qual o repoacuterter cinematograacutefico estaacute inserido como

jornalista que capta imagens para fins jornaliacutesticos

Note-se que a partir do momento em que os cursos de jornalismo

incluiacuterem uma cadeira voltada para a reportagem cinematograacutefica todos os que se

formarem no curso e optarem por esse caminho notadamente seratildeo reconhecidos

como jornalistas

39

Haacute que se considerar a questatildeo dos antigos profissionais da aacuterea

aqueles que conhecem tudo sobre a profissatildeo e conforme dito no decorrer da

presente costumam ensinar os receacutem-formados no iniacutecio de suas carreiras

Eacute injusta a falta de reconhecimento desses profissionais

Tal situaccedilatildeo demonstra que o preconceito em relaccedilatildeo a eles faz parte de

uma cultura arraigada entre os proacuteprios colegas de profissatildeo e que acaba se

estendendo pelos bancos acadecircmicos e que precisa ser trabalhada desmistificada

pois natildeo tem razatildeo de existir

40

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documentaccedilatildeo trabalhos acadecircmicos apresentaccedilatildeo Rio de Janeiro 2002

ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE NORMAS TEacuteCNICAS NBR 6023 informaccedilatildeo e

documentaccedilatildeo elaboraccedilatildeo Rio de Janeiro 2002

Associaccedilatildeo Profissional de Repoacuterteres Fotograacuteficos e Cinematograacuteficos do Brasil

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SOUSA FILHO Gelson Amaro de Jornalismo on-line Guia teoacuterico e praacutetico

2004 Disponiacutevel em lthttpgelson-filhositesuolcombrgt Acesso em 06 Mar2006

SQUIRRA Sebastiatildeo O telejornalismo brasileiro num cenaacuterio de

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45

ANEXO I ndash DECRETO Nordm 83284 DE 13 DE MARCcedilO DE 1979

PROFISSAtildeO DE JORNALISTA

Daacute nova regulamentaccedilatildeo ao Decreto-lei nordm 972 de 17 de outubro de 1969 que dispotildee sobre o exerciacutecio da profissatildeo de Jornalista em decorrecircncia das alteraccedilotildees introduzidas pela Lei nordm 6612 de 7 de dezembro de 1978

O Presidente da Repuacuteblica usando da atribuiccedilatildeo que lhe confere o art 81 item

III da Constituiccedilatildeo decreta

Art 1ordm Eacute livre em todo territoacuterio nacional o exerciacutecio da profissatildeo de Jornalista aos que satisfazerem as condiccedilotildees estabelecidas neste Decreto

Art 2ordm A profissatildeo de Jornalista compreende privativamente o exerciacutecio habitual e remunerado de qualquer das seguintes atividades

I - redaccedilatildeo condensaccedilatildeo titulaccedilatildeo interpretaccedilatildeo correccedilatildeo ou coordenaccedilatildeo de mateacuteria a ser divulgada contenha ou natildeo comentaacuterio

II - comentaacuterio ou crocircnica pelo raacutedio ou pela televisatildeo III - entrevista inqueacuterito ou reportagem escrita ou falada IV - planejamento organizaccedilatildeo direccedilatildeo e eventual execuccedilatildeo de serviccedilos

teacutecnicos de Jornalismo como os de arquivo ilustraccedilatildeo ou distribuiccedilatildeo graacutefica de mateacuteria a ser divulgada

V - planejamento organizaccedilatildeo e administraccedilatildeo teacutecnica dos serviccedilos de que trata a aliacutenea ldquoardquo

VI - ensino de teacutecnicas de Jornalismo VII - coleta de notiacutecias ou informaccedilotildees e seu preparo para divulgaccedilatildeo VIII - revisatildeo de originais de mateacuteria jornaliacutestica com vistas agrave correccedilatildeo

redacional e agrave adequaccedilatildeo da linguagem XIX - organizaccedilatildeo e conservaccedilatildeo de arquivo jornaliacutestico e pesquisa dos

respectivos dados para a elaboraccedilatildeo de notiacutecias X - execuccedilatildeo de distribuiccedilatildeo graacutefica de texto fotografia ou ilustraccedilatildeo de

caraacuteter jornaliacutestico para fins de divulgaccedilatildeo XI - execuccedilatildeo de desenhos artiacutesticos ou teacutecnicos de caraacuteter jornaliacutestico para

fins de divulgaccedilatildeo Art 3ordm Considera-se empresa jornaliacutestica para os efeitos deste Decreto-lei

aquela que tenha como atividade a ediccedilatildeo de jornal ou revista ou a distribuiccedilatildeo de noticiaacuterio com funcionamento efetivo idoneidade financeira e registro legal

sect 1ordm Equipara-se agrave empresa jornaliacutestica a seccedilatildeo ou serviccedilo de empresa de radiofusatildeo televisatildeo ou divulgaccedilatildeo cinematograacutefica ou de agecircncia de publicidade onde sejam exercidas as atividades previstas no artigo 2ordm0

sect 2ordm A entidade puacuteblica ou privada natildeo jornaliacutestica sob cuja responsabilidade se editar publicaccedilatildeo destinada a circulaccedilatildeo externa estaacute obrigada ao cumprimento deste decreto relativamente aos jornalistas que contratar

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Art 4ordm O exerciacutecio da profissatildeo de jornalista requer preacutevio registro no oacutergatildeo regional do Ministeacuterio do Trabalho que se faraacute mediante a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash diploma de curso de niacutevel superior de Jornalismo ou de Comunicaccedilatildeo Social habilitaccedilatildeo Jornalismo fornecido por estabelecimento de ensino reconhecido na forma da lei para as funccedilotildees relacionadas nos itens I a IV do artigo 11

IV ndash Carteira de Trabalho e Previdecircncia Social

Paraacutegrafo uacutenico ndash Aos profissionais registrados exclusivamente para o exerciacutecio das funccedilotildees relacionadas nos itens VII a XI do artigo 11 eacute vedado o exerciacutecio das funccedilotildees constantes nos itens I a VII do mesmo artigo

Art 5ordm O Ministeacuterio do Trabalho concederaacute desde que satisfeitas as exigecircncias constantes neste Decreto registro especial ao

I ndash colaborador assim entendido aquele que mediante remuneraccedilatildeo e sem relaccedilatildeo de emprego produz trabalho de natureza teacutecnica cientiacutefica ou cultural relacionando com a sua especializaccedilatildeo para ser divulgado com o nome e qualificaccedilatildeo do autor

II ndash funcionaacuterio puacuteblico titular de cargo cujas atribuiccedilotildees legais coincidam com as mencionadas no artigo 2ordm

III ndash provisionado

Paraacutegrafo uacutenico ndash O registro de que tratam os itens I e II deste artigo natildeo implica o reconhecimento de quaisquer direitos que decorram da condiccedilatildeo de empregado nem no caso do item II dos resultantes do exerciacutecio privado e autocircnomo da profissatildeo

Art 6ordm Para o registro especial de colaborador eacute necessaacuteria a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash declaraccedilatildeo de empresa jornaliacutestica ou que a ela seja equiparada informando do seu interesse pelo registro de colaborador do candidato onde conste a sua especializaccedilatildeo remuneraccedilatildeo contratada e pseudocircnimo se houver

Art 7ordm Para o registro especial de funcionaacuterio puacuteblico titular de cargo cujas atribuiccedilotildees legais coincidam com as mencionadas no artigo 2ordm eacute necessaacuterio a apresentaccedilatildeo de ato de nomeaccedilatildeo ou contrataccedilatildeo para cargo ou emprego com aquelas atribuiccedilotildees aleacutem do cumprimento do que estabelece o artigo 4ordm

Art 8ordm Para o registro especial de provisionado eacute necessaacuterio a apresentaccedilatildeo de

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I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash declaraccedilatildeo fornecida pela empresa jornaliacutestica ou que a ela seja equiparada na qual conste a funccedilatildeo a ser exercida e o salaacuterio correspondente

IV ndash diploma de curso de niacutevel superior ou certificado de ensino de 2ordm grau fornecido por estabelecimento de ensino reconhecido na forma da lei para as funccedilotildees relacionadas nos itens I a VII do artigo 11

V ndash declaraccedilatildeo fornecida pela entidade sindical representativa da categoria profissional com base territorial abrangendo o municiacutepio no qual o provisionado iraacute desempenhar suas funccedilotildees de que natildeo haacute jornalista associado do Sindicato domiciliado naquele municiacutepio disponiacutevel da contrataccedilatildeo

VI ndash Carteira de Trabalho e Previdecircncia Social

sect 1ordm A declaraccedilatildeo de que trata o item V deveraacute ser fornecida pelo Sindicato ao interessado no prazo de 3 dias uacuteteis

sect 2ordm Caso exista profissional domiciliado no municiacutepio disponiacutevel para contrataccedilatildeo o Sindicato comunicaraacute tal fato ao Ministeacuterio do Trabalho no mesmo prazo de 3 dias a contar do pedido de fornecimento da declaraccedilatildeo de que trata o item V

sect 3ordm Caso o Sindicato natildeo forneccedila a declaraccedilatildeo de que trata o item V no prazo mencionado no sect 1ordm o interessado poderaacute instruir seu pedido de registro com o protocolo de apresentaccedilatildeo do requerimento ao Sindicato

sect 4ordm Na hipoacutetese prevista no paraacutegrafo anterior o Ministeacuterio do Trabalho concederaacute ao Sindicato prazo natildeo superior a 3 dias para se manifestar sobre o fornecimento da declaraccedilatildeo caso natildeo tenha ocorrido o fato constante no sect 2ordm

sect 5ordm O registro especial de provisionado teraacute caraacuteter temporaacuterio com duraccedilatildeo maacutexima de trecircs anos renovaacutevel somente com a apresentaccedilatildeo de toda a documentaccedilatildeo prevista neste artigo

Art 9ordm Seraacute efetuado no Ministeacuterio do Trabalho registro dos diretores de empresas jornaliacutesticas que natildeo sendo jornalistas respondem pelas respectivas publicaccedilotildees para o que eacute necessaacuterio a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash prova de registro civil ou comercial da empresa jornaliacutestica com o inteiro teor do seu ato constitutivo

IV ndash prova de depoacutesito do tiacutetulo da publicaccedilatildeo ou da agecircncia de notiacutecias no oacutergatildeo competente do Ministeacuterio da Induacutestria e do Comeacutercio

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V ndash 30 exemplares do jornal ou 12 exemplares da revista ou 30 recortes ou coacutepias de noticiaacuterio com datas diferentes de sua divulgaccedilatildeo

sect 1ordm Tratando-se de empresa nova o Ministeacuterio do Trabalho efetuaraacute registro provisoacuterio com validade por 2 anos tornando-se definitivo apoacutes a comprovaccedilatildeo constante do item V deste artigo

sect 2ordm Natildeo seraacute admitida renovaccedilatildeo ou prorrogaccedilatildeo do prazo de validade do registro provisoacuterio previsto no paraacutegrafo anterior

Art 10ordm Seraacute efetuado no Ministeacuterio do Trabalho registro especial do diretor de empresa natildeo jornaliacutestica sob cuja responsabilidade se editar publicaccedilatildeo destinada agrave circulaccedilatildeo externa ou interna para o que se exigiraacute a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash prova de depoacutesito do tiacutetulo da publicaccedilatildeo no oacutergatildeo competente do Ministeacuterio da Induacutestria e do Comeacutercio

Art 11 ndash As funccedilotildees desempenhadas pelos jornalistas como empregados seratildeo assim classificadas

I - Redator aquele que aleacutem das incumbecircncias de redaccedilatildeo comum tem o encargo de redigir editoriais crocircnicas ou comentaacuterios

II - Noticiarista aquele que tem o encargo de redigir mateacuterias de caraacuteter informativo desprovidas de apreciaccedilotildees ou comentaacuterios preparando-as ou redigindo-as para a divulgaccedilatildeo

III - Repoacuterter aquele que cumpre a determinaccedilatildeo de colher notiacutecias ou informaccedilotildees preparando-as para divulgaccedilatildeo

IV - Repoacuterter de setor aquele que tem o encargo de colher notiacutecias ou informaccedilotildees sobre assuntos predeterminados preparando-as ou redigindo-as para divulgaccedilatildeo

V - Raacutedio-repoacuterter aquele a quem cabe a difusatildeo oral de acontecimento ou entrevista pelo raacutedio ou pela televisatildeo no instante ou no local em que ocorram assim como o comentaacuterio ou crocircnica pelos mesmos veiacuteculos

VI - Arquivista-pesquisador aquele que tem a incumbecircncia de organizar e conservar cultural e tecnicamente o arquivo redatorial procedendo agrave pesquisa dos respectivos dados para a elaboraccedilatildeo de notiacutecias

VII - Revisor aquele que tem o encargo de rever as provas tipograacuteficas de mateacuteria jornaliacutestica

VIII - Ilustrador aquele que tem a seu cargo criar ou executar desenhos artiacutesticos ou teacutecnicos de caraacuteter jornaliacutestico

XIX - Repoacuterter-fotograacutefico aquele a quem cabe registrar fotograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico

X - Repoacuterter-cinematograacutefico aquele a quem cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico

XI - Diagramador aquele a quem compete planejar e executar a distribuiccedilatildeo graacutefica de mateacuterias fotografias ou ilustraccedilotildees de caraacuteter jornaliacutestico para fins de publicaccedilatildeo

Paraacutegrafo uacutenico ndash Os Sindicatos seratildeo ouvidos sobre o exato enquadramento de cada profissional

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Art 12ordm Seratildeo privativas de jornalista as funccedilotildees pertinentes agraves atividades

descritas no artigo 2ordm tais como Editor Secretaacuterio Subsecretaacuterio Chefe de reportagem e Chefe de Revisatildeo

Art 13ordm Natildeo haveraacute incompatibilidade entre o exerciacutecio da profissatildeo de Jornalista e o de qualquer outra funccedilatildeo remunerada ainda que puacuteblica respeitadas a proibiccedilatildeo de acumular cargos e as demais restriccedilotildees de lei

Art 14ordm Seraacute passiacutevel de trancamento o registro profissional do jornalista que sem motivo legal deixar de exercer a profissatildeo por mais de 2 anos

sect 1ordm Natildeo incide na cominaccedilatildeo deste artigo o afastamento decorrente de a) suspensatildeo ou interrupccedilatildeo do contrato de trabalho b) aposentadoria como jornalista c) viagem ou bolsa de estudo para aperfeiccediloamento profissional d) desemprego apurado na forma da Lei nordm 4923 de 23 de dezembro de

1965

sect 2ordm O trancamento seraacute da competecircncia do oacutergatildeo regional do Ministeacuterio do Trabalho de ofiacutecio ou requerimento da entidade sindical representativa da categoria profissional cabendo a esta fazer publicar em oacutergatildeo oficial por trecircs vezes consecutivas e dentro de um interstiacutecio de dois anos a relaccedilatildeo dos jornalistas cujos registros pretende trancar

sect 3ordm Os oacutergatildeos do Ministeacuterio do Trabalho prestaratildeo aos sindicatos representativos da categoria profissional as informaccedilotildees que lhes forem solicitadas especialmente quanto ao registro de admissotildees e dispensas nas empresas jornaliacutesticas realizando as inspeccedilotildees que se tornarem necessaacuterias para a verificaccedilatildeo do exerciacutecio da profissatildeo de jornalista

sect 4ordm O exerciacutecio da atividade em empresa natildeo jornaliacutestica mencionada no artigo 3ordm sect 2ordm natildeo constituiraacute prova suficiente de permanecircncia na profissatildeo se a publicaccedilatildeo e seu responsaacutevel natildeo tiverem registro nos termos deste Decreto

sect 5ordm O registro trancado suspende a titularidade e o exerciacutecio das prerrogativas profissionais mas pode ser revalidado mediante apresentaccedilatildeo dos documentos mencionados nos itens II e III do artigo 4ordm

Art 15ordm O salaacuterio de jornalista natildeo poderaacute ser reajustado nos contratos individuais de trabalho para a jornada normal de 5 horas em base inferior agrave do salaacuterio estipulado para a respectiva funccedilatildeo em acordo ou convenccedilatildeo coletiva de trabalho ou sentenccedila normativa das Justiccedila do Trabalho

Paraacutegrafo uacutenico ndash Em negociaccedilatildeo ou dissiacutedio coletivo poderatildeo os Sindicatos de Jornalistas reclamar o estabelecimento de criteacuterio de remuneraccedilatildeo adicional pela divulgaccedilatildeo de trabalho produzido por jornalistas em mais de um veiacuteculo de comunicaccedilatildeo coletiva

Art 16ordm A admissatildeo de provisionado para exercer funccedilotildees relacionadas nos itens I a VII do artigo 11 seraacute permitida nos municiacutepios onde natildeo existia curso de Jornalismo reconhecido na forma de lei e comprovadamente natildeo haja jornalista domiciliado associado do sindicato representativo da categoria profissional disponiacutevel para contrataccedilatildeo

Paraacutegrafo uacutenico ndash O provisionado nos termos deste artigo poderaacute exercer suas atividades somente no municiacutepio para o qual foi registrado

Art 17ordm Os atuais portadores de registro especial de provisionado poderatildeo exercer suas atividades no Estado onde foram contratados

Art 18 ndash A fiscalizaccedilatildeo do cumprimento dos dispositivos deste Decreto se faraacute na forma do artigo 626 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho sendo aplicaacutevel aos

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infratores multa variaacutevel de 1 a 10 vezes o maior valor de referecircncia fixado de acordo com o artigo 2ordm paraacutegrafo uacutenico da Lei nordm 6205 de 29 de abril de 1975

Paraacutegrafo uacutenico ndash Aos sindicatos representativos da categoria profissional incumbe representar agraves autoridades competentes acerca do exerciacutecio irregular da profissatildeo de Jornalista

Art 19ordm Constitui fraude a prestaccedilatildeo de serviccedilos profissionais gratuitos ou com pagamentos simboacutelicos sob pretexto de estaacutegio bolsa de complementaccedilatildeo convecircnio ou qualquer outra modalidade em desrespeito agrave legislaccedilatildeo trabalhista e a este regulamento

Art 20ordm O disposto neste Decreto natildeo impede a conclusatildeo dos estaacutegios comprovadamente iniciados antes da vigecircncia da Lei nordm 6612 de 7 de dezembro de 1978 os quais entretanto natildeo conferiratildeo por si soacutes direito ao registro profissional

Art 21ordm Este Decreto entra em vigor na data da sua publicaccedilatildeo revogadas as disposiccedilotildees em contraacuterio especialmente os Decretos nordms 65912 de 19 de dezembro de 1969 e 68629 de 18 de maio de 1971

Brasiacutelia 13 de marccedilo de 1979 158ordm da Independecircncia e 91ordm da Repuacuteblica (DO de 13-3-79)

Ernesto Geisel Arnaldo Prieto

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ANEXO II ndash ACOacuteRDAtildeO TST-AIRR-6182001-751-04-401

Acoacuterdatildeo Inteiro Teor NUacuteMERO UacuteNICO PROC AIRR - 6182001-751-04-40 PUBLICACcedilAtildeO DJ - 10022006 Andamento do Processo

PROC Nordm TST-AIRR-6182001-751-04-401 C A C Oacute R D Atilde O 1ordf Turma EMPMs REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO CARACTERIZACcedilAtildeO INDEPENDEcircNCIA NO EXERCIacuteCIO DE SUAS ATIVIDADES REGISTROS DE ASSUNTOS E TEMAacuteTICAS DE INTERESSES JORNALIacuteSTICOS 1 Segundo o Tribunal Regional do Trabalho o Reclamante no exerciacutecio de suas atividades aleacutem de ter acompanhado o repoacuterter entrevistador na produccedilatildeo de mateacuterias fato que por si soacute natildeo lhe retira a condiccedilatildeo de jornalista - e tambeacutem de acordo com depoimentos testemunhais saiacutea agrave rua com a pauta que lhe era dirigida para sozinho produzir as mateacuterias solicitadas pelo empregador o que de acordo com o teor dos dispositivos tidos por vulnerados permite concluir o exerciacutecio da profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico e natildeo simplesmente de operador de cacircmera visto que ao sair agraves ruas para a produccedilatildeo de mateacuterias cumpria seu ofiacutecio obviamente mediante registros de fatos e (ou) assuntos de interesses notadamente jornaliacutestico considerando para tanto a proacutepria natureza da atividade empresarial exercida pela empregadora Inviaacutevel portanto a admissibilidade do recurso de revista em razatildeo da impossibilidade de exame da alegaccedilatildeo de afronta ao Decreto nordm 8413479 visto tratar-se de hipoacutetese natildeo contemplada na letra c do artigo 896 da CLT Por outro lado por violaccedilatildeo dos artigos 2ordm da Lei nordm 661578 e 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 tambeacutem natildeo logra ecircxito a Agravante no intuito de ver autorizado o processamento do recurso de revista No primeiro dispositivo apenas dispotildee-se que o radialista eacute o empregado de radiodifusatildeo exercente de atividades voltadas agrave administraccedilatildeo produccedilatildeo ou teacutecnica No segundo definem-se as profissotildees de repoacuterter e repoacuterter cinematograacutefico salientando-se que a esse uacuteltimo cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico hipoacutetese identificada pelo Regional 2 Agravo de instrumento a que se nega provimento Vistos relatados e discutidos estes autos do Agravo de Instrumento em Recurso de Revista nordm TST-AIRR-6182001-751-04-401 em que eacute Agravante RBS TV SANTA ROSA LTDA e Agravado CLOacuteVIS SANTACATARINA A Reclamada interpotildee agravo de instrumento ao despacho de fls 113-115 mediante o qual foi denegado seguimento ao recurso de revista sob o fundamento de que a decisatildeo decorreu da aplicaccedilatildeo das normas pertinentes uma vez que da situaccedilatildeo faacutetica delineada nos autos natildeo haacute como se extrair ofensa ao artigo 2ordm da Lei nordm 661578 na forma do artigo 896 c da CLT Contraminuta agraves fls 122-124 Natildeo houve remessa dos autos agrave Procuradoria Geral do Trabalho em face da orientaccedilatildeo emanada da Resoluccedilatildeo Administrativa nordm 322 atualmente retratada no artigo 82 do Regimento Interno do Tribunal Superior do

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Trabalho Eacute o relatoacuterio V O T O I CONHECIMENTO Conheccedilo do agravo de instrumento porque regular e tempestivo II MEacuteRITO O Tribunal Regional ao apreciar o recurso ordinaacuterio interposto pela Reclamada no tocante ao reconhecimento da condiccedilatildeo de jornalista ao Reclamante pela Vara do Trabalho decidiu O MM Juiacutezo de primeiro grau acolheu as alegaccedilotildees do reclamante de exerciacutecio de profissatildeo jornaliacutestica de repoacuterter cinematograacutefico condenando a reclamada a pagar diferenccedilas salariais e reflexos Contra esta decisatildeo volta-se a reacute sustentando que o reclamante era operador de cacircmera funccedilatildeo capitulada na profissatildeo de radialista A recorrente tem razatildeo parcialmente Tomando-se a hipoacutetese de confirmar a sentenccedila enquanto reconhece ter o reclamante exercido a funccedilatildeo de repoacuterter cinematograacutefico em todo o contrato existe um marco temporal e juriacutedico que deve ser considerado A funccedilatildeo de repoacuterter cinematograacutefico eacute exclusiva da profissatildeo de jornalista Eacute uma atividade que estaacute reservada aos jornalistas formados assim como estabelecido no DL 97269 O reclamante natildeo demonstra a partir de quando conquistou a diplomaccedilatildeo como jornalista devendo-se considerar apenas pelo que oferecem os autos a data de 16 de junho de 1998 dia em que o reclamante foi registrado no Ministeacuterio do Trabalho como jornalista profissional na funccedilatildeo especiacutefica de repoacuterter cinematograacutefico Considerando que o Ministeacuterio do Trabalho natildeo pode registrar jornalistas natildeo diplomados exceccedilatildeo feita aos provisionados tem-se que o reclamante adquiriu esta condiccedilatildeo nesse dia Antes embora pudesse fazer ou fizesse atividades privativas de jornalistas natildeo pode ser considerado juridicamente como tal Assim em qualquer hipoacutetese de manutenccedilatildeo do reconhecimento da funccedilatildeo de jornaliacutestica esta deve gerar os efeitos pleiteados somente a partir de 16 de junho de 1998 Jaacute quanto a ter exercido ou natildeo funccedilatildeo jornaliacutestica a conclusatildeo eacute de manutenccedilatildeo da sentenccedila Natildeo eacute o fato de estar acompanhado por repoacuterter entrevistador que o cinegrafista perde a condiccedilatildeo de jornalista Trata-se de uma equipe de profissionais jornalistas Um exemplo que melhor ilustra o descabimento da distinccedilatildeo que pretende fazer o apelo eacute a situaccedilatildeo dos fotoacutegrafos ou repoacuterteres fotograacuteficos O fotoacutegrafo sai com a pauta junto com o repoacuterter (ou natildeo e isto tambeacutem acontecia com o reclamante como o reconhecem as testemunhas inclusive trazidas pela reclamada) e enquanto o repoacuterter investiga os dados necessaacuterios para a mateacuteria o fotoacutegrafo registra as cenas mas nem por isto eacute rebaixado da condiccedilatildeo de jornalista para dir- se-ia operador de cacircmera fotograacutefica O que se pode discutir seria o interesse jornaliacutestico das mateacuterias cobertas pelo jornalista reclamante Com efeito os comerciais produzidos e gravados pelo autor natildeo tecircm esse interesse e os eventos promocionais da reclamada recebem dela mesma uma atribuiccedilatildeo desse interesse embora natildeo o tenha imediata e objetivamente mas para efeitos do trabalho executado pelo reclamante deve ser considerado um trabalho jornaliacutestico Foi correta a decisatildeo natildeo merecendo qualquer reparo a natildeo ser o juriacutedico-temporal jaacute mencionado Nesta perspectiva o provimento do recurso eacute parcial (fls 97-99) Ao interpor o recurso de revista a Empresa alegou que o Reclamante na condiccedilatildeo de operador de cacircmera e operador de cacircmera de unidade portaacutetil externa acompanhando o repoacuterter como reconheceu o Regional natildeo pode ser

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enquadrado como jornalista porquanto ao repoacuterter eacute dado cumprir a determinaccedilatildeo de coletar notiacutecias ou informaccedilotildees e elaboraacute-las a fim de viabilizar posterior divulgaccedilatildeo e ao repoacuterter-cinematograacutefico cabe registrar cinematograficamente fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico razatildeo pela qual entende que a atividade do Reclamante eacute proacutepria de radialista categoria agrave qual pertencia Acrescenta que o artigo 2ordm da Lei nordm 661578 estabelece considera-se radialista o empregado de Radiodifusatildeo que exerccedila uma das funccedilotildees em que se desdobram as atividades mencionadas no artigo 4ordm ou seja operador de cacircmara e operador de cacircmara de unidade portaacutetil externa cuja regulamentaccedilatildeo profissional consta do Decreto nordm 8413479 e as atribuiccedilotildees do Quadro Anexo do mesmo decreto item II letra c nordm 3 com a seguinte redaccedilatildeo encarrega-se da gravaccedilatildeo de mateacuteria distribuiacuteda pelo Supervisor de Operaccedilotildees planifica e orienta o entrevistador repoacuterter e iluminador no que se refere aos aspectos teacutecnicos de seu trabalho suas atividades envolvem tanto a gravaccedilatildeo como a geraccedilatildeo de som e imagem atraveacutes de equipamentos eletrocircnico portaacutetil de TV Fundamenta o apelo em violaccedilatildeo dos artigos 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 2ordm da Lei nordm 661578 e do Decreto nordm 8413479 e Quadro Anexo do mesmo decreto item II letra c nordm 3 Inicialmente deve-se registrar a impossibilidade de exame da alegaccedilatildeo de afronta ao Decreto nordm 8413479 visto tratar-se de hipoacutetese natildeo contemplada na letra c do artigo 896 da CLT No tocante agrave ofensa aos artigos 2ordm da Lei nordm 661578 e 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 tambeacutem natildeo logra ecircxito a Agravante no intuito de ver autorizado o processamento do recurso de revista No primeiro dispositivo apenas dispotildee-se que o radialista eacute o empregado de radiodifusatildeo exercente de atividades voltadas agrave administraccedilatildeo produccedilatildeo ou teacutecnica No segundo definem-se as profissotildees de repoacuterter e repoacuterter cinematograacutefico salientando-se que a esse uacuteltimo cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico Ora dos termos da decisatildeo impugnada via recurso de revista nada haacute que conflite com tais dispositivos legais Afinal segundo o Tribunal Regional do Trabalho o Reclamante no exerciacutecio de suas atividades aleacutem de ter acompanhado o repoacuterter entrevistador na produccedilatildeo de mateacuterias fato que por si soacute natildeo lhe retira a condiccedilatildeo de jornalista - tambeacutem de acordo com depoimentos testemunhais saiacutea agrave rua com a pauta que lhe era dirigida para sozinho produzir as mateacuterias solicitadas pelo empregador o que de acordo com o teor dos dispositivos tidos por vulnerados permite concluir pelo exerciacutecio da profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico e natildeo simplesmente de operador de cacircmera visto que ao sair agraves ruas para a produccedilatildeo de mateacuterias cumpria seu ofiacutecio obviamente mediante registros de fatos e (ou) assuntos de interesses notadamente jornaliacutestico considerando para tanto a proacutepria natureza da atividade empresarial exercida pela empregadora Por esses fundamentos nego provimento ao agravo de instrumento ISTO POSTO ACORDAM os Ministros da Primeira Turma do Tribunal Superior do Trabalho por unanimidade negar provimento ao agravo de instrumento Brasiacutelia 9 de novembro de 2005 EMMANOEL PEREIRA Ministro Relator

NIA 3981288

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Page 21: REPÓRTER CINEMATOGRÁFICO É JORNALISTArepositorio.uniceub.br/bitstream/123456789/1670/2/20214825.pdf · trabalhos desenvolvidos. 5 ... tsunamis, cachoeiras em penhascos, ... deles

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13 O PERCURSO DO TELEJORNALISMO NOS ANOS 70

Em seu trabalho de dissertaccedilatildeo de mestrado defendido na Escola de

Comunicaccedilotildees e Artes da Universidade de Satildeo Paulo Antonio Reis Jr (2003) nos

mostra que no iniacutecio da deacutecada de 70 o campo cinematograacutefico sofreu dispersatildeo do

grupo de cineastas que integravam o Cinema Novo devido agrave repressatildeo poliacutetica poacutes

Ato Institucional n 5 em 1968 Com a criaccedilatildeo da Embrafilme em 1969 as novas

demandas do mercado cultural assim como o acirramento dos debates esteacuteticos

formou-se um novo quadro de atuaccedilatildeo para os cinegrafistas que se descortinou

com o esfacelamento do Cinema Novo com a expansatildeo da induacutestria cultural do

consumo dos bens simboacutelicos no paiacutes e com o surgimento de novos esquemas de

produccedilatildeo e projetos culturais

Nesse cenaacuterio de cerceamento controle e censura da produccedilatildeo cultural

diversos cineastas vislumbraram a possibilidade de trabalhar em algumas emissoras

de TV e como o telejornalismo foi o programa de maior impacto nesse meio de

comunicaccedilatildeo em massa surgiu assim o nosso repoacuterter cinematograacutefico

Desde sua primeira exibiccedilatildeo em rede nacional em 1ordm de setembro de

1969 o Jornal Nacional da Rede Globo apresentou um formato proacuteprio para

transmitir notiacutecias onde ldquoo telejornal era capaz de abordar no mesmo tom e com a

mesma inconsequumlecircncia notiacutecias banais e outras de extrema importacircncia para o

espectador conferindo um mesmo tratamento a fatos relevantes e irrelevantesrdquo Em

plena eacutepoca de ditadura tal fato revela a cumplicidade dessa emissora para com os

militares apresentando um telejornal com moderna engenharia eletrocircnica e que

adotava a maacutescara do paiacutes ldquoem desenvolvimentordquo do milagre econocircmico

22

propagando imagens de um paiacutes com o povo bonito onde natildeo existia fome miseacuteria

pobreza

Contudo nesse mesmo periacuteodo surgiu a TV Cultura com a programaccedilatildeo

mais voltada para a realidade brasileira e que criou em 1972 o telejornal ldquoA Hora da

Notiacuteciardquo pobre em recursos mas combativo liacuteder de audiecircncia desta emissora

seguia em caminho inverso agraves fantasias institucionais e agrave alienaccedilatildeo dos noticiaacuterios

da eacutepoca

Em 1975 o jornalista Vladimir Herzog assumiu a direccedilatildeo da TV Cultura

apresentando proposta para tornar o telejornalismo em um instrumento de diaacutelogo

com o puacuteblico combatendo a atitude servil diante do governo com uma poliacutetica de

programaccedilatildeo visando objetivos prioritaacuterios relacionados com a realidade do puacuteblico

que pretendia atingir Poreacutem nesse mesmo ano Herzog foi preso interrogado

torturado e morto sucumbindo o projeto de renovaccedilatildeo do telejornalismo na TV

brasileira

Mas em seguida apesar de o Jornal Nacional manter estreita ligaccedilatildeo com

a ditadura surgiu na Rede Globo o Globo Repoacuterter originaacuterio da seacuterio Globo Shell ndash

o uacutenico programa da emissora produzido com material cinematograacutefico e que teve o

meacuterito de fazer passar informaccedilotildees boicotadas pelos demais telejornais ndash

caracterizado por abordar temas polecircmicos e questotildees sociais justamente em um

periacuteodo em que esses assuntos eram proibidos e vetados pela Censura Federal

Esse estilo despojado e independente de fazer documentaacuterios perdurou entre 1976

a 1983

23

2 REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO

21 O PAPEL DO JORNALISTA

Nos dias de hoje o jornalista assim como outros profissionais de

imprensa enfrenta inuacutemeras dificuldades no mercado de trabalho ndash fato que exige

dele atenccedilatildeo para que se mantenha sempre atualizado e se preocupe com a

questatildeo da formaccedilatildeo e da qualificaccedilatildeo

De acordo com a Comissatildeo de Revisatildeo dos Registros de Jornalistas

Profissionais (Portaria MTb n 548 de 140695) todos os jornalistas profissionais do

paiacutes precisam efetuar a revisatildeo do seu Registro Profissional junto ao seu sindicato

para alterar o nuacutemero do Registro anotado na carteira de trabalho Tal procedimento

visa invalidar a grande quantidade de documentos irregulares

Na composiccedilatildeo alfanumeacuterica do novo registro seraacute adotada a sigla de

duas letras do alfabeto que identificam o Estado de origem seguida dos algarismos

a partir de 00001 e mais duas letras que qualificam a natureza da funccedilatildeo na qual o

jornalista foi registrado As letras qualificadoras da natureza da funccedilatildeo para titular

de registro funccedilatildeo de repoacuterter-cinematograacutefico eacute RC Exercer atividades de

jornalista com registro precaacuterio constitui crime de exerciacutecio ilegal da profissatildeo

(Sindicato dos Jornalistas 2006)

24

Para ilustrar melhor o papel do jornalismo a seguir iremos elencar as

definiccedilotildees formuladas por diversos profissionais da aacuterea publicadas no site Enfato ndash

Comunicaccedilatildeo Empresarial (2006)

ldquoO jornalista eacute o(a) profissional que faz mais do que apenas reportar o que acontece ele(a) estabelece viacutenculos entre os fatos correntes e passados provocaestimula o raciociacutenio do telespectadorleitorouvinte e procura ainda extrair disso tudo alguma perspectiva que sinalize o futuro Sua atividade eacute ainda mais difiacutecil do que parece eacute indispensaacutevel que este(a) profissional desempenhe sua tarefa com absoluta noccedilatildeo de seus princiacutepios eacuteticos sem se deixar contaminar por influecircncias poliacuteticas ou interesses pessoais Soacute assim seu relato teraacute credibilidade ndash a uacutenica moeda de real valor para quem abraccedilou esta profissatildeo Aliaacutes natildeo eacute agrave toa que a classe de espiacuterito tatildeo nobre seja tatildeo vilipendiada por aqueles que detecircm o controle das empresas de comunicaccedilatildeordquo Claudio Lessa colunista do site Direto da Redaccedilatildeo

ldquoSer jornalista hoje eacute e cada vez seraacute mais permitir ao leitor entender os fatos muito mais do que simplesmente tomar conhecimento deles Durante deacutecadas ser jornalista era correr atraacutes de furo dar informaccedilotildees sobre um fato que era desconhecido de todos Eu acho que hoje o nosso desafio estaacute em permitir que o leitor entenda os fatos pois existe uma avalanche de informaccedilotildeesrdquo Eugecircnio Esber diretor de redaccedilatildeo da revista Amanhatilde (RS)

ldquoO bom jornalista eacute aquele que eacute criativo investigador objetivo estaacute sempre informado mergulha com profundidade nos assuntos e acima de tudo tem a eacutetica como sua religiatildeordquo Fernando Barbosa Lima editor da FBL Criaccedilatildeo e Produccedilatildeo (RJ)

ldquoTenho a impressatildeo de que ser jornalista diante da tamanha complexidade do universo da Comunicaccedilatildeo eacute ter a capacidade de melhor organizar e selecionar a quantidade crescente da informaccedilatildeo defendendo o que haacute de mais essencial primado da verdade Lembro do que dizia Claudio Abramo de que a funccedilatildeo do jornalista eacute buscar a verdade camuflada atraacutes da verdade aparente Acho que essa tarefa eacute o grande diferencial que determinaraacute o sucesso profissionalrdquo Fernando Salerno diretor da Associaccedilatildeo Paulista de Jornais e do diaacuterio Valeparaibano (SP)

ldquoSer jornalista hoje eacute o mesmo que ontem e presumo o mesmo que amanhatilde O jornalista tem a funccedilatildeo de informar mais do que formar No meu entendimento hoje haacute muitos jornalistas mais preocupados em formar do que em informar Em outras palavras eacute muita opiniatildeo e pouca informaccedilatildeo Entendo ainda que eacute um trabalho muito importante para garantir a transparecircncia das sociedadesrdquo Flaacutevio Portela gerente de jornalismo da raacutedio Guaiacuteba (RS)

ldquoTenho orgulho de ser jornalista Essa funccedilatildeo eacute cada vez mais importante desde que seja acompanhada de eacutetica e

25

responsabilidade Cada vez mais a miacutedia tem credibilidade Graccedilas ao jornalista e a essa possibilidade de informaccedilatildeo raacutepida e global eacute que aproximamos o mundordquo Lucia Leme apresentadora do programa Olhar 2005 da TVE-RJ

ldquoA profissatildeo natildeo perdeu o encanto embora os predadores empresariados tenham feito de tudo para desencantaacute-la e diminuiacute-lardquo Luiacutes Recena editor executivo da Tribuna do Brasil (DF)

ldquoSer jornalista eacute saber passar informaccedilotildees ao grande puacuteblico eacute saber defender a sociedade atraveacutes dos jornais e procurar saber o que ela procura e onde precisa ser ajudadardquo Maria Eugecircnia Labouriau assessora de imprensa do Inmetro

ldquoA funccedilatildeo principal do jornalista eacute ser a oposiccedilatildeo diante das instituiccedilotildees incluindo Judiciaacuterio o Estado todo mundo Os jornalistas satildeo os fiscalizadores da sociedaderdquo Nando Gross apresentador da Raacutedio Gauacutecha AM (RS)

ldquoEacute como jogar nas 11 posiccedilotildees do campo Natildeo existe mais jornalista pelo menos aqui no interior do Rio Grande do Norte especialista Todos acabam tendo que cumprir todas as funccedilotildees Somos mais que polivalentes jaacute que estamos num jornal do interiorrdquo Pedro Carlos Lopes Pinheiro diretor de Redaccedilatildeo do jornal O Mossoroense (RN)

ldquoSer jornalista hoje eacute ter perseveranccedila vontade e amor pela profissatildeo jaacute que os jornalistas ganham mal e natildeo haacute incentivos para a realizaccedilatildeo do trabalhordquo Raimundo Afonso Gomes presidente do Sindicato dos Jornalistas do Acre

ldquoHoje e sempre ser jornalista eacute tentar ser uma testemunha do seu tempo Essa eacute nossa humilde tarefa Natildeo eacute ser juiz promotor Atualmente temos uma tendecircncia de julgar e ateacute condenar Quanto mais complexa a sociedade mais se exige esse papel do jornalistardquo Zuenir Ventura colunista de O Globo (RJ)

A exemplo de outras profissotildees regulamentadas pela legislaccedilatildeo vigente

em nosso paiacutes ou reconhecidas pelo mercado formal de trabalho a atividade

jornaliacutestica deve seguir preceitos eacuteticos especiacuteficos com a finalidade de preservar o

atendimento do interesse puacuteblico e o direito agrave informaccedilatildeo existente em uma

sociedade democraacutetica

Com referecircncia agrave elaboraccedilatildeo da notiacutecia segundo Eliane Mendonccedila (sd)

ldquoa notiacutecia eacute o resultado de diversas lsquovozesrsquo que o jornalista precisou ouvir interpretar

e sintetizar de forma a tornaacute-lo acessiacutevel ao grande puacuteblicordquo Com base nessa

26

assertiva pode-se dizer que o jornalista eacute o profissional que tem como ofiacutecio a

responsabilidade de reconstruir os fatos levando em conta todos os conceitos a que

teve acesso durante a apuraccedilatildeo da mateacuteria E se eacute assim a notiacutecia nunca teraacute um

uacutenico autor visto que a mateacuteria jornaliacutestica traz em seu bojo inuacutemeras versotildees do

mesmo assunto cada um de um personagem (fonte) diferente

Note-se que ainda que o jornalista natildeo seja o uacutenico autor do que escreve

cabe a ele a funccedilatildeo de equilibrar o texto a ponto de ser fiel a tudo o que ouviu

procurando transmitir a informaccedilatildeo da forma mais clara possiacutevel a fim de que possa

ser compreendida por todo o tipo de leitor

Outro ponto a se considerar como bem explica Eliane Mendonccedila (sd)

refere-se ao fato de que um mesmo assunto se apresenta ao puacuteblico sob diferentes

enfoques quando transmitido em diferentes veiacuteculos de comunicaccedilatildeo Isto ocorre

porque ao contraacuterio do que ensina os antigos manuais do jornalismo o jornalista

natildeo eacute imparcial e acaba embutindo na notiacutecia um pouco de sua vivecircncia pessoal

sua opiniatildeo sobre o assunto seus preconceitos aleacutem de ter que levar em

consideraccedilatildeo as normas as orientaccedilotildees e a postura da empresa para a qual

trabalha

Segundo o Departamento de Comunicaccedilatildeo e Turismo da Universidade

Federal da Paraiacuteba (UFPB 2006) a sociedade espera que o jornalista exerccedila o

seguinte papel

- Auxiliar a populaccedilatildeo a tomar decisotildees coletivas favoraacuteveis ao bem comum - Enriquecer culturalmente a sociedade - Responsabilizar-se pelas informaccedilotildees que divulga e consequumlecircncias delas - Colaborar para o fortalecimento da cidadania

27

- Discernir entre o que tem caraacuteter construtivo para a sociedade - Propagar iniciativas conhecimentos e teacutecnicas que possam ser reproduzidas de forma a contribuir para o bem estar social - Distinguir e denunciar atitudes que sejam lesivas agrave sociedade

O jornalista ndash seja ele o repoacuterter o fotoacutegrafo o cinegrafista o redator o

editor o chefe de reportagem enfim ndash deve estar consciente da importacircncia do seu

trabalho para a construccedilatildeo da cidadania e de uma sociedade igualitaacuteria

Como bem observa Maristela Alves Leitatildeo (2005) os profissionais de

jornalismo desempenham um importante papel nas transformaccedilotildees soacutecio-poliacuteticas

nas uacuteltimas deacutecadas constituindo os ldquoguardiotildees dos direitos humanosrdquo durante a

transiccedilatildeo da ditadura militar para o regime democraacutetico Atualmente a preocupaccedilatildeo

tem sido lutar contra a corrupccedilatildeo e a favor da cidadania visando a conscientizaccedilatildeo

da populaccedilatildeo em relaccedilatildeo aos seus direitos e obrigaccedilotildees

A mateacuteria jornaliacutestica consiste na reconstruccedilatildeo de dada realidade que

cerca um fato recente efetuada pelo profissional da aacuterea a partir da tomada de

depoimentos de pessoas que participaram ou estatildeo inseridas no contexto apurado

Essas pessoas a serem entrevistas natildeo devem ser selecionadas de maneira fortuita

apenas seratildeo inquiridas aquelas que possam dispor de dados estritamente

importantes e possuir competecircncia reconhecida para referir-se ao assunto em

questatildeo Uma das habilidades mais valorizadas na profissatildeo inclusive eacute aquela de

pesquisar e encontrar as fontes mais adequadas considerando-se a expectativa do

puacuteblico de receber informaccedilatildeo qualificada (Rothberg 2006)

28

Comparando-se o jornalismo impresso com o televisivo este uacuteltimo leva

clara vantagem por ser meio mais atraente ao disponibilizar uma dinacircmica

audiovisual

22 O REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO

O repoacuterter cinematograacutefico eacute aquele profissional que executa serviccedilos

referentes ao mercado de radiodifusatildeo mais especificamente em TV atuando como

assistente ou teacutecnico na aacuterea de produccedilatildeo em meios de comunicaccedilatildeo Dentre suas

atividades vale destacar pesquisa anaacutelise e interpretaccedilatildeo das possibilidades

riacutetmicas estruturais e associadas do encontro entre imagem e som aleacutem de

executar e manter os equipamentos de aacuteudio e iluminaccedilatildeo e cacircmeras de TV (Nova

Faetec 2006)

No Brasil o curso profissionalizante de repoacuterter cinematograacutefico tem ainda

niacutevel teacutecnico com duraccedilatildeo de trecircs anos sendo exigido como preacute-requisito a

conclusatildeo do ensino meacutedio ou fundamental

No Rio de Janeiro foi criada em 16 de fevereiro em 1946 a ARFOC -

Associaccedilatildeo Profissional de Repoacuterteres Fotograacuteficos e Cinematograacuteficos do Brasil

que consiste em uma associaccedilatildeo profissional e cultural destituiacuteda de caraacuteter poliacutetico-

partidaacuterio e sem fins lucrativos nos termos do Decreto n 1229 de 09101962 cujo

objetivo eacute incentivar aperfeiccediloar valorizar e defender a profissatildeo e os fotojornalistas

e a aplicaccedilatildeo da imagem ao jornalismo (ARFOC 2006)

29

Segundo Joseacute Alves Filho (2005) presidente da ARFOC-PI existe uma

falta de reconhecimento ateacute por parte dos proacuteprios colegas de trabalho em relaccedilatildeo

ao trabalho do repoacuterter cinematograacutefico Eacute uma injusticcedila visto que uma boa

reportagem de TV depende mais do registro do repoacuterter cinematograacutefico ndash fruto de

sua persistecircncia coragem e sensibilidade ndash do que do repoacuterter produtor ou editor

Essa falta de reconhecimento se reflete no dia-a-dia principalmente por

parte dos chefes de redaccedilatildeo que nunca estimulam os repoacuterteres cinematograacuteficos a

participarem da discussatildeo da pauta que iratildeo cumprir Com isso eles acabam se

afastando das redaccedilotildees desestimulados a participarem do processo Por parte dos

colegas jornalistas haacute um preconceito intelectual ainda que velado em relaccedilatildeo aos

colegas da ldquolinha de frenterdquo os ditos repoacuterteres cinematograacuteficos forjados pela

ldquofaculdade da vidardquo sem chance de discutir teoria nos bancos universitaacuterios

Partindo-se da premissa de que a imagem eacute o uacutenico item imprescindiacutevel

da TV natildeo haacute justificativa para o fato de que o salaacuterio dos bons cinegrafistas natildeo

chegam nem na metade do salaacuterio dos repoacuterteres haacute vinte anos atraacutes o salaacuterio

desses profissionais se equiparavam

Para Antonio Brasil (2004)

() se existe uma classe de jornalistas que sempre sofreu enormes injusticcedilas e discriminaccedilotildees eacute sem duacutevida o segmento dos cinegrafistas de TV Hoje satildeo chamados de lsquorepoacuterteres cinematograacuteficosrsquo Para mim deveriam ser simplesmente lsquojornalistasrsquo Mas como costumam ter origem humilde e natildeo podem pagar pelos lsquodiplomasrsquo satildeo considerados jornalistas de segunda classe Natildeo precisam passar no miacutenimo quatro anos pagando caro para as faacutebricas de jornalistas e ningueacutem parece se importar muito com isso Mas os cinegrafistas ou repoacuterteres cinematograacuteficos merecem o nosso apoio e respeito Lutam pelo reconhecimento da profissatildeo enquanto lsquojornalistasrsquo de verdade Recusam-se a serem meros

30

lsquoapecircndicesrsquo na vida dos repoacuterteres e nas decisotildees dos nossos editores de telejornalismo

Infelizmente ainda persiste o conflito entre os profissionais da palavra e

os jornalistas da imagem Brasil (2004) experiente na profissatildeo muitas vezes

sentiu na pele os efeitos de atitudes arrogantes e discriminatoacuterias mesmo de

repoacuterteres receacutem-formados - o que demonstra que essa arrogacircncia sem

fundamento eacute cultural beira o preconceito social ou ldquoracismordquo E geralmente satildeo os

velhos cinegrafistas que acabam por ensinar a esses jovens os primeiros passos da

profissatildeo

Eacute certo que no meio televisivo as imagens constituem elemento chave

da mateacuteria do repoacuterter satildeo elas que datildeo suporte agrave narrativa cronoloacutegica do

acontecimento Cumpre ressaltar que tal qual o repoacuterter o cinegrafista tem como

objetivo registrar o acontecimento e fazer com que o mesmo chegue ao ar Daiacute a

importacircncia de recomendar aos alunos do telejornalismo que cinegrafista natildeo deve

ser vigiado nem precisa ser orientado

Repoacuterter e cinegrafista satildeo colegas de jornalismo isto eacute ambos satildeo

jornalistas Natildeo eacute porque o cinegrafista geralmente tem origem simples gestos

humildes e carrega peso que deixa de ser jornalista Ganha o repoacuterter despido

desse preconceito pois se dispotildee a assimilar os segredos da profissatildeo ensinados

pelos cinegrafistas e compartilhando com respeito os objetivos da reportagem

recebem valiosas dicas praacuteticas

Brasil (2004) desabafa

31

Os jovens de boa aparecircncia - condiccedilatildeo dispensaacutevel mas que parece ser obrigatoacuteria em nossos telejornais - saem das universidades natildeo sabem quase nada de telejornalismo Buscam na TV o sonho de sucesso e fama A maioria desses jovens natildeo teve a oportunidade aprender a praacutetica da profissatildeo Eles satildeo selecionados em processos meio nebulosos e certamente pouco transparentes Se tornam repoacuterteres de TV e tem que aprender as teacutecnicas peculiares da profissatildeo na marra No entanto satildeo os velhos cinegrafistas - profissionais humildes e experientes que costumam ensinar os primeiros passos Os cinegrafistas tambeacutem satildeo colegas leais Aleacutem de ensinarem telejornalismo de verdade tambeacutem fazem questatildeo de ocultar os erros dos neoacutefitos Os editores jamais percebem as inuacutemeras passagens que os cinegrafistas providencialmente apagam das fitas e da nossa memoacuteria Alguns desses neoacutefitos natildeo eram tatildeo jovens Muitos profissionais da imprensa fizeram a transiccedilatildeo para os encantos da TV graccedilas agrave boa vontade de velhos cinegrafistas

Ao inveacutes de se sentirem agradecidos muitos desses colegas se recusam

a aceitar que aqueles sujeitos simples satildeo tambeacutem jornalistas e que aleacutem de

compartilhar os objetivos da reportagem ensinam agrave nova geraccedilatildeo de jornalistas de

TV inuacutemeras dicas profissionais

Natildeo bastasse esse desrespeito com o profissional de imagem ele ainda

estaacute sujeito a sofrer seacuterios riscos inerentes agrave proacutepria profissatildeo aleacutem de graves

problemas de sauacutede ao utilizar equipamentos pesados e obsoletos e enfrentar um

ritmo estressante de trabalho repetitividade de tarefas longas jornadas e condiccedilotildees

precaacuterias de trabalho

Daiacute a importacircncia de apoiar a luta desses profissionais de imagem que

buscam o creacutedito e o respeito merecidos Eacute uma questatildeo natildeo apenas de direito

mas de reconhecimento Tambeacutem eacute importante observar e condenar as possiacuteveis

represaacutelias aos profissionais que buscam esse reconhecimento

32

Brasil (2004) faz uma comparaccedilatildeo entre os cinegrafistas da Inglaterra e

os do Brasil Enquanto entre noacutes os profissionais lutam pela sobrevivecircncia

aprendem tudo sem qualquer tipo de treinamento especiacutefico e para garantir os seus

direitos devem permanecer anocircnimos na Inglaterra a escola de cinegrafistas da

BBC possibilita a esses profissionais facilidades teacutecnicas um bom sistema de

promoccedilatildeo e cargos Para a promoccedilatildeo dentro da proacutepria categoria os cinegrafistas

ingleses satildeo regularmente enviados ao interior daquele paiacutes para conhecerem as

novas tecnoloacutegicas e teacutecnicas profissionais visando com isso tambeacutem fortalecer os

laccedilos corporativos

33

3 CURSO SUPERIOR PARA FORMACcedilAtildeO DE PROFISSIONAIS DA

AacuteREA

31 DESVALORIZACcedilAtildeO DA PROFISSAtildeO

Como outras inuacutemeras profissotildees tambeacutem o jornalista enfrenta crise no

seu acircmbito de trabalho Para superar a concorrecircncia garantir o seu emprego e

valorizar sua profissatildeo o jornalista de modo geral precisa especializar-se em

determinadas aacutereas e atualizar-se academicamente No mercado atual esse

profissional tem que lidar com o aumento de responsabilidade com o acuacutemulo de

funccedilotildees nas redaccedilotildees aleacutem de ser em geral mal remunerado e sofrer com o

constante risco de ser demitido

Conforme aponta Noblat (2003 p 36)

Exige-se do candidato a uma vaga nas redaccedilotildees que seja profissional completo e polivalente Ele tem de dominar todas as teacutecnicas para o exerciacutecio da profissatildeo manejar os instrumentos capazes de ajudaacute-lo a fazer o melhor trabalho e ter a niacutetida compreensatildeo do seu papel de jornalista multimiacutedia

Em plena era de globalizaccedilatildeo as perspectivas natildeo satildeo as melhores Tem

razatildeo Dizard Jr (2000 p 21) ao afirmar que uma das poucas certezas com que os

novos profissionais de miacutedia podem contar futuramente eacute que teratildeo que lidar com o

impacto das mudanccedilas tecnoloacutegicas e com a intensificaccedilatildeo da demanda por maior

envolvimento intelectual e habilitaccedilatildeo acadecircmica

34

Para o repoacuterter cinematograacutefico e supervisor de cinegrafia da rede Globo

Heacutelio Alvarez concorda que a profissatildeo do repoacuterter cinematograacutefico e fotoacutegrafo eacute

desvalorizada e isto se deve segundo ele ao fato de que a valorizaccedilatildeo profissional

na atualidade se daacute por meio da educaccedilatildeo Enquanto os repoacuterteres geralmente

passaram por uma faculdade e vecircm de uma classe social mais alta os que

trabalham como repoacuterter cinematograacutefico em sua maioria satildeo aqueles que iniciam

carreira fazendo algum trabalho na televisatildeo sendo poucos os que comeccedilam no

jornalismo ndash o que acaba por desvalorizar a funccedilatildeo (Canal da imprensa sd)

32 REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO Eacute JORNALISTA

Noacutes uacuteltimos anos haacute um movimento que luta pelo reconhecimento do

repoacuterter cinematograacutefico como jornalista Duas recentes decisotildees nos tribunais do

paiacutes passaram a reconhecer os direitos desse profissional confirmando as teses

defendidas pela FENAJ (Federaccedilatildeo Nacional dos Jornalistas) e pelos sindicatos de

jornalistas

No ano passado o Tribunal Superior do Trabalho (TST) manteve decisatildeo

do Tribunal Regional do Trabalho do Rio Grande do Sul (TRT da 4ordf Regiatildeo) que

enquadrou como Jornalista um repoacuterter-cinematograacutefico que trabalhou na RBS TV

Santa Rosa Ltda Esse profissional tanto acompanhava repoacuterteres na produccedilatildeo de

reportagens jornaliacutesticas como tambeacutem saiacutea agraves ruas sozinho para produzir

reportagens estabelecidas em pautas previamente solicitadas pelo chefe de

redaccedilatildeo

35

A RBS seguindo a praacutetica infelizmente bastante comum entre as

empresas de televisatildeo sustentava que o trabalhador devia ser enquadrado como

radialista na tentativa de pagar um salaacuterio menor ao profissional uma vez que o

piso de radialista eacute inferior ao de jornalista Outra desvantagem para o profissional eacute

que os radialistas trabalham 8 horas diaacuterias ao contraacuterio de jornalistas que atuam 5

horas por dia O excesso de carga de trabalho vem trazendo problemas de sauacutede

para diversos repoacuterteres cinematograacuteficos enquadrados como radialistas

A Justiccedila do Trabalho firmou decisatildeo no sentido de que o fato de estar

acompanhado de repoacuterter natildeo retira do repoacuterter-cinematograacutefico a condiccedilatildeo de

Jornalista O profissional gauacutecho receberaacute as devidas diferenccedilas salariais retroativas

a 16 de junho de 1998 data que o prejudicado obteve seu registro de jornalista

profissional no Ministeacuterio do Trabalho (Espaccedilo Vital 2005)

Com essa decisatildeo passou a ser possiacutevel que os repoacuterteres

cinematograacuteficos encaminhem agraves Delegacias Regionais do Trabalho pedidos de

enquadramento como jornalistas Aliaacutes os proacuteprios sindicatos devem encaminhar

pedidos de fiscalizaccedilatildeo nas empresas para verificar o enquadramento dos repoacuterteres

cinematograacuteficos

Outro julgamento favoraacutevel ao profissional da aacuterea em comento conforme

divulgaccedilatildeo do FENAJ (2005) refere-se agrave decisatildeo da Terceira Turma do Superior

Tribunal de Justiccedila (STJ) que reconheceu os direitos do repoacuterter fotograacutefico Claacuteudio

Alves Pereira de receber indenizaccedilatildeo por danos materiais e morais devido agraves

inuacutemeras vezes em que o Jornal de Brasiacutelia republicou fotos suas sem creacutedito apoacutes

a sua demissatildeo em julho de 1990

36

Conforme o escritor portuguecircs Pierre Ganz (ANTONIO CARLOS) o

jornalista-repoacuterter de imagens eacute antes de qualquer coisa eacute um jornalista como os

outros Deve saber preparar a sua reportagem efetuaacute-la escrever o seu comentaacuterio

sobre imagens A diferenccedila reside no fato de ele substituir na maioria das vezes a

esferograacutefica pela cacircmera de filmar

Uma cacircmera que ele deveraacute dominar bem mas tambeacutem com a qual vai escrever uma histoacuteria os planos substituindo entatildeo as palavras Uma sintaxe toma o lugar da outra Os teacutecnicos de som de iluminaccedilatildeo e de montagem satildeo-lhe familiares Pode em alguns casos trabalhar sozinho Egrave cada vez mais frequumlente partir em reportagem ou em grande reportagem com equipe reduzida acompanhada apenas por jornalista redator

Eacute mesmo verdade que no meio televisivo uma boa imagem por vezes

substitui um bom texto e ateacute o dispensa Natildeo eacute possiacutevel por exemplo imaginar nos

dias de hoje um noticiaacuterio sobre guerra sem que sejam mostradas imagens E

muitas vezes inspirados nas imagens que os jornalistas produzem seus textos

Sem duacutevida a funccedilatildeo do repoacuterter cinematograacutefico eacute de vital importacircncia

para o jornalismo Uma saiacuteda bastante praacutetica para solucionar o problema desses

profissionais no que se refere agrave ausecircncia de cursos de graduaccedilatildeo seria incluir uma

cadeira sobre o assunto nos cursos de jornalismo Com isso os profissionais da

aacuterea e os interessados em abraccedilar a profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico se

sentiriam motivados a ingressar numa faculdade e quem sabe assim esse

preconceito absurdo seria definitivamente eliminado pondo fim ao estigma de ser

apenas um coadjuvante na confecccedilatildeo da notiacutecia

37

CONCLUSAtildeO

Num momento em que o mundo passa por tantas transformaccedilotildees

decorrentes da evoluccedilatildeo tecnoloacutegica da era da informaccedilatildeo e da globalizaccedilatildeo da

economia o jornalismo profissional ndash seacuterio e bem documentado - ganha relevo em

sua missatildeo de informar opinar e entreter a sociedade em seu cotidiano

A televisatildeo nos dias contemporacircneos pode transmitir ao puacuteblico muito

mais do que o fazia quando foi criada A novidade surgiu em 1923 nos Estados

Unidos e se tornou conhecida no Brasil nos anos 50 De iniacutecio apenas uma

finiacutessima parcela da populaccedilatildeo tinha acesso ao produto e tempos depois

transformou-se num poderoso meio de comunicaccedilatildeo em massa

Para fazer o telejornalismo eacute necessaacuterio uma equipe formada de repoacuterter

cinegrafista redator fotoacutegrafo editor teacutecnicos de som de iluminaccedilatildeo e de

montagens

Diante do exposto natildeo resta duacutevidas de que o repoacuterter cinematograacutefico eacute

antes de qualquer coisa jornalista como os outros Ele deve saber preparar a sua

reportagem efetuaacute-la escrever o seu comentaacuterio sobre imagens

Se eacute certo que ele substitui a esferograacutefica pela cacircmera de filmar tambeacutem

eacute verdade que por meio dela ele escreve uma histoacuteria A diferenccedila eacute que substitui

as palavras pelas imagens que seus olhos treinados conseguem captar

38

Em muitas situaccedilotildees o repoacuterter cinematograacutefico acumula as funccedilotildees dos

teacutecnicos de iluminaccedilatildeo som e montagem trabalhando somente com o jornalista

redator E eacute com base nas imagens captadas que os jornalistas produzem seus

textos

Muitas vezes os cinegrafistas produzem imagens tatildeo impressionantes

que eacute difiacutecil para o jornalista descrevecirc-las com palavras podendo surgir eventuais

conflitos entre os dois

Neste contexto a presente monografia procurou enfocar a importacircncia

deste profissional que para ser reconhecido por seus pares e tambeacutem para ter

oportunidade de aumentar seus conhecimentos e aperfeiccediloar suas teacutecnicas

necessita que seja inserida uma cadeira sobre sua aacuterea nos cursos de graduaccedilatildeo

de jornalismo

Para serem admitidos como jornalistas pelas televisotildees profissionais

exige-se formaccedilatildeo acadecircmica em jornalismo Haacute aqui um paradoxo visto que a

profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico tem sua funccedilatildeo regulamentada pelo Decreto

Lei n 83284 de 13 marccedilo de 1969 que atribui normas para o exerciacutecio da profissatildeo

de jornalista e segundo o qual o repoacuterter cinematograacutefico estaacute inserido como

jornalista que capta imagens para fins jornaliacutesticos

Note-se que a partir do momento em que os cursos de jornalismo

incluiacuterem uma cadeira voltada para a reportagem cinematograacutefica todos os que se

formarem no curso e optarem por esse caminho notadamente seratildeo reconhecidos

como jornalistas

39

Haacute que se considerar a questatildeo dos antigos profissionais da aacuterea

aqueles que conhecem tudo sobre a profissatildeo e conforme dito no decorrer da

presente costumam ensinar os receacutem-formados no iniacutecio de suas carreiras

Eacute injusta a falta de reconhecimento desses profissionais

Tal situaccedilatildeo demonstra que o preconceito em relaccedilatildeo a eles faz parte de

uma cultura arraigada entre os proacuteprios colegas de profissatildeo e que acaba se

estendendo pelos bancos acadecircmicos e que precisa ser trabalhada desmistificada

pois natildeo tem razatildeo de existir

40

REFEREcircNCIAS

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documentaccedilatildeo trabalhos acadecircmicos apresentaccedilatildeo Rio de Janeiro 2002

ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE NORMAS TEacuteCNICAS NBR 6023 informaccedilatildeo e

documentaccedilatildeo elaboraccedilatildeo Rio de Janeiro 2002

Associaccedilatildeo Profissional de Repoacuterteres Fotograacuteficos e Cinematograacuteficos do Brasil

(Arfoc Brasil) 2006 Disponiacutevel em lthttpwwwarfocorgbrgt Acesso em 20

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CURTY Marlene Gonccedilalves CRUZ Anamaria da Costa MENDES Maria Tereza

Reis Apresentaccedilatildeo de trabalhos acadecircmicos dissertaccedilotildees e teses (NBR

147242002) Maringaacute Dental Press 2002

DIZARD JR Wilson A nova miacutedia a comunicaccedilatildeo de massa na Era da informaccedilatildeo

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45

ANEXO I ndash DECRETO Nordm 83284 DE 13 DE MARCcedilO DE 1979

PROFISSAtildeO DE JORNALISTA

Daacute nova regulamentaccedilatildeo ao Decreto-lei nordm 972 de 17 de outubro de 1969 que dispotildee sobre o exerciacutecio da profissatildeo de Jornalista em decorrecircncia das alteraccedilotildees introduzidas pela Lei nordm 6612 de 7 de dezembro de 1978

O Presidente da Repuacuteblica usando da atribuiccedilatildeo que lhe confere o art 81 item

III da Constituiccedilatildeo decreta

Art 1ordm Eacute livre em todo territoacuterio nacional o exerciacutecio da profissatildeo de Jornalista aos que satisfazerem as condiccedilotildees estabelecidas neste Decreto

Art 2ordm A profissatildeo de Jornalista compreende privativamente o exerciacutecio habitual e remunerado de qualquer das seguintes atividades

I - redaccedilatildeo condensaccedilatildeo titulaccedilatildeo interpretaccedilatildeo correccedilatildeo ou coordenaccedilatildeo de mateacuteria a ser divulgada contenha ou natildeo comentaacuterio

II - comentaacuterio ou crocircnica pelo raacutedio ou pela televisatildeo III - entrevista inqueacuterito ou reportagem escrita ou falada IV - planejamento organizaccedilatildeo direccedilatildeo e eventual execuccedilatildeo de serviccedilos

teacutecnicos de Jornalismo como os de arquivo ilustraccedilatildeo ou distribuiccedilatildeo graacutefica de mateacuteria a ser divulgada

V - planejamento organizaccedilatildeo e administraccedilatildeo teacutecnica dos serviccedilos de que trata a aliacutenea ldquoardquo

VI - ensino de teacutecnicas de Jornalismo VII - coleta de notiacutecias ou informaccedilotildees e seu preparo para divulgaccedilatildeo VIII - revisatildeo de originais de mateacuteria jornaliacutestica com vistas agrave correccedilatildeo

redacional e agrave adequaccedilatildeo da linguagem XIX - organizaccedilatildeo e conservaccedilatildeo de arquivo jornaliacutestico e pesquisa dos

respectivos dados para a elaboraccedilatildeo de notiacutecias X - execuccedilatildeo de distribuiccedilatildeo graacutefica de texto fotografia ou ilustraccedilatildeo de

caraacuteter jornaliacutestico para fins de divulgaccedilatildeo XI - execuccedilatildeo de desenhos artiacutesticos ou teacutecnicos de caraacuteter jornaliacutestico para

fins de divulgaccedilatildeo Art 3ordm Considera-se empresa jornaliacutestica para os efeitos deste Decreto-lei

aquela que tenha como atividade a ediccedilatildeo de jornal ou revista ou a distribuiccedilatildeo de noticiaacuterio com funcionamento efetivo idoneidade financeira e registro legal

sect 1ordm Equipara-se agrave empresa jornaliacutestica a seccedilatildeo ou serviccedilo de empresa de radiofusatildeo televisatildeo ou divulgaccedilatildeo cinematograacutefica ou de agecircncia de publicidade onde sejam exercidas as atividades previstas no artigo 2ordm0

sect 2ordm A entidade puacuteblica ou privada natildeo jornaliacutestica sob cuja responsabilidade se editar publicaccedilatildeo destinada a circulaccedilatildeo externa estaacute obrigada ao cumprimento deste decreto relativamente aos jornalistas que contratar

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Art 4ordm O exerciacutecio da profissatildeo de jornalista requer preacutevio registro no oacutergatildeo regional do Ministeacuterio do Trabalho que se faraacute mediante a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash diploma de curso de niacutevel superior de Jornalismo ou de Comunicaccedilatildeo Social habilitaccedilatildeo Jornalismo fornecido por estabelecimento de ensino reconhecido na forma da lei para as funccedilotildees relacionadas nos itens I a IV do artigo 11

IV ndash Carteira de Trabalho e Previdecircncia Social

Paraacutegrafo uacutenico ndash Aos profissionais registrados exclusivamente para o exerciacutecio das funccedilotildees relacionadas nos itens VII a XI do artigo 11 eacute vedado o exerciacutecio das funccedilotildees constantes nos itens I a VII do mesmo artigo

Art 5ordm O Ministeacuterio do Trabalho concederaacute desde que satisfeitas as exigecircncias constantes neste Decreto registro especial ao

I ndash colaborador assim entendido aquele que mediante remuneraccedilatildeo e sem relaccedilatildeo de emprego produz trabalho de natureza teacutecnica cientiacutefica ou cultural relacionando com a sua especializaccedilatildeo para ser divulgado com o nome e qualificaccedilatildeo do autor

II ndash funcionaacuterio puacuteblico titular de cargo cujas atribuiccedilotildees legais coincidam com as mencionadas no artigo 2ordm

III ndash provisionado

Paraacutegrafo uacutenico ndash O registro de que tratam os itens I e II deste artigo natildeo implica o reconhecimento de quaisquer direitos que decorram da condiccedilatildeo de empregado nem no caso do item II dos resultantes do exerciacutecio privado e autocircnomo da profissatildeo

Art 6ordm Para o registro especial de colaborador eacute necessaacuteria a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash declaraccedilatildeo de empresa jornaliacutestica ou que a ela seja equiparada informando do seu interesse pelo registro de colaborador do candidato onde conste a sua especializaccedilatildeo remuneraccedilatildeo contratada e pseudocircnimo se houver

Art 7ordm Para o registro especial de funcionaacuterio puacuteblico titular de cargo cujas atribuiccedilotildees legais coincidam com as mencionadas no artigo 2ordm eacute necessaacuterio a apresentaccedilatildeo de ato de nomeaccedilatildeo ou contrataccedilatildeo para cargo ou emprego com aquelas atribuiccedilotildees aleacutem do cumprimento do que estabelece o artigo 4ordm

Art 8ordm Para o registro especial de provisionado eacute necessaacuterio a apresentaccedilatildeo de

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I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash declaraccedilatildeo fornecida pela empresa jornaliacutestica ou que a ela seja equiparada na qual conste a funccedilatildeo a ser exercida e o salaacuterio correspondente

IV ndash diploma de curso de niacutevel superior ou certificado de ensino de 2ordm grau fornecido por estabelecimento de ensino reconhecido na forma da lei para as funccedilotildees relacionadas nos itens I a VII do artigo 11

V ndash declaraccedilatildeo fornecida pela entidade sindical representativa da categoria profissional com base territorial abrangendo o municiacutepio no qual o provisionado iraacute desempenhar suas funccedilotildees de que natildeo haacute jornalista associado do Sindicato domiciliado naquele municiacutepio disponiacutevel da contrataccedilatildeo

VI ndash Carteira de Trabalho e Previdecircncia Social

sect 1ordm A declaraccedilatildeo de que trata o item V deveraacute ser fornecida pelo Sindicato ao interessado no prazo de 3 dias uacuteteis

sect 2ordm Caso exista profissional domiciliado no municiacutepio disponiacutevel para contrataccedilatildeo o Sindicato comunicaraacute tal fato ao Ministeacuterio do Trabalho no mesmo prazo de 3 dias a contar do pedido de fornecimento da declaraccedilatildeo de que trata o item V

sect 3ordm Caso o Sindicato natildeo forneccedila a declaraccedilatildeo de que trata o item V no prazo mencionado no sect 1ordm o interessado poderaacute instruir seu pedido de registro com o protocolo de apresentaccedilatildeo do requerimento ao Sindicato

sect 4ordm Na hipoacutetese prevista no paraacutegrafo anterior o Ministeacuterio do Trabalho concederaacute ao Sindicato prazo natildeo superior a 3 dias para se manifestar sobre o fornecimento da declaraccedilatildeo caso natildeo tenha ocorrido o fato constante no sect 2ordm

sect 5ordm O registro especial de provisionado teraacute caraacuteter temporaacuterio com duraccedilatildeo maacutexima de trecircs anos renovaacutevel somente com a apresentaccedilatildeo de toda a documentaccedilatildeo prevista neste artigo

Art 9ordm Seraacute efetuado no Ministeacuterio do Trabalho registro dos diretores de empresas jornaliacutesticas que natildeo sendo jornalistas respondem pelas respectivas publicaccedilotildees para o que eacute necessaacuterio a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash prova de registro civil ou comercial da empresa jornaliacutestica com o inteiro teor do seu ato constitutivo

IV ndash prova de depoacutesito do tiacutetulo da publicaccedilatildeo ou da agecircncia de notiacutecias no oacutergatildeo competente do Ministeacuterio da Induacutestria e do Comeacutercio

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V ndash 30 exemplares do jornal ou 12 exemplares da revista ou 30 recortes ou coacutepias de noticiaacuterio com datas diferentes de sua divulgaccedilatildeo

sect 1ordm Tratando-se de empresa nova o Ministeacuterio do Trabalho efetuaraacute registro provisoacuterio com validade por 2 anos tornando-se definitivo apoacutes a comprovaccedilatildeo constante do item V deste artigo

sect 2ordm Natildeo seraacute admitida renovaccedilatildeo ou prorrogaccedilatildeo do prazo de validade do registro provisoacuterio previsto no paraacutegrafo anterior

Art 10ordm Seraacute efetuado no Ministeacuterio do Trabalho registro especial do diretor de empresa natildeo jornaliacutestica sob cuja responsabilidade se editar publicaccedilatildeo destinada agrave circulaccedilatildeo externa ou interna para o que se exigiraacute a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash prova de depoacutesito do tiacutetulo da publicaccedilatildeo no oacutergatildeo competente do Ministeacuterio da Induacutestria e do Comeacutercio

Art 11 ndash As funccedilotildees desempenhadas pelos jornalistas como empregados seratildeo assim classificadas

I - Redator aquele que aleacutem das incumbecircncias de redaccedilatildeo comum tem o encargo de redigir editoriais crocircnicas ou comentaacuterios

II - Noticiarista aquele que tem o encargo de redigir mateacuterias de caraacuteter informativo desprovidas de apreciaccedilotildees ou comentaacuterios preparando-as ou redigindo-as para a divulgaccedilatildeo

III - Repoacuterter aquele que cumpre a determinaccedilatildeo de colher notiacutecias ou informaccedilotildees preparando-as para divulgaccedilatildeo

IV - Repoacuterter de setor aquele que tem o encargo de colher notiacutecias ou informaccedilotildees sobre assuntos predeterminados preparando-as ou redigindo-as para divulgaccedilatildeo

V - Raacutedio-repoacuterter aquele a quem cabe a difusatildeo oral de acontecimento ou entrevista pelo raacutedio ou pela televisatildeo no instante ou no local em que ocorram assim como o comentaacuterio ou crocircnica pelos mesmos veiacuteculos

VI - Arquivista-pesquisador aquele que tem a incumbecircncia de organizar e conservar cultural e tecnicamente o arquivo redatorial procedendo agrave pesquisa dos respectivos dados para a elaboraccedilatildeo de notiacutecias

VII - Revisor aquele que tem o encargo de rever as provas tipograacuteficas de mateacuteria jornaliacutestica

VIII - Ilustrador aquele que tem a seu cargo criar ou executar desenhos artiacutesticos ou teacutecnicos de caraacuteter jornaliacutestico

XIX - Repoacuterter-fotograacutefico aquele a quem cabe registrar fotograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico

X - Repoacuterter-cinematograacutefico aquele a quem cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico

XI - Diagramador aquele a quem compete planejar e executar a distribuiccedilatildeo graacutefica de mateacuterias fotografias ou ilustraccedilotildees de caraacuteter jornaliacutestico para fins de publicaccedilatildeo

Paraacutegrafo uacutenico ndash Os Sindicatos seratildeo ouvidos sobre o exato enquadramento de cada profissional

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Art 12ordm Seratildeo privativas de jornalista as funccedilotildees pertinentes agraves atividades

descritas no artigo 2ordm tais como Editor Secretaacuterio Subsecretaacuterio Chefe de reportagem e Chefe de Revisatildeo

Art 13ordm Natildeo haveraacute incompatibilidade entre o exerciacutecio da profissatildeo de Jornalista e o de qualquer outra funccedilatildeo remunerada ainda que puacuteblica respeitadas a proibiccedilatildeo de acumular cargos e as demais restriccedilotildees de lei

Art 14ordm Seraacute passiacutevel de trancamento o registro profissional do jornalista que sem motivo legal deixar de exercer a profissatildeo por mais de 2 anos

sect 1ordm Natildeo incide na cominaccedilatildeo deste artigo o afastamento decorrente de a) suspensatildeo ou interrupccedilatildeo do contrato de trabalho b) aposentadoria como jornalista c) viagem ou bolsa de estudo para aperfeiccediloamento profissional d) desemprego apurado na forma da Lei nordm 4923 de 23 de dezembro de

1965

sect 2ordm O trancamento seraacute da competecircncia do oacutergatildeo regional do Ministeacuterio do Trabalho de ofiacutecio ou requerimento da entidade sindical representativa da categoria profissional cabendo a esta fazer publicar em oacutergatildeo oficial por trecircs vezes consecutivas e dentro de um interstiacutecio de dois anos a relaccedilatildeo dos jornalistas cujos registros pretende trancar

sect 3ordm Os oacutergatildeos do Ministeacuterio do Trabalho prestaratildeo aos sindicatos representativos da categoria profissional as informaccedilotildees que lhes forem solicitadas especialmente quanto ao registro de admissotildees e dispensas nas empresas jornaliacutesticas realizando as inspeccedilotildees que se tornarem necessaacuterias para a verificaccedilatildeo do exerciacutecio da profissatildeo de jornalista

sect 4ordm O exerciacutecio da atividade em empresa natildeo jornaliacutestica mencionada no artigo 3ordm sect 2ordm natildeo constituiraacute prova suficiente de permanecircncia na profissatildeo se a publicaccedilatildeo e seu responsaacutevel natildeo tiverem registro nos termos deste Decreto

sect 5ordm O registro trancado suspende a titularidade e o exerciacutecio das prerrogativas profissionais mas pode ser revalidado mediante apresentaccedilatildeo dos documentos mencionados nos itens II e III do artigo 4ordm

Art 15ordm O salaacuterio de jornalista natildeo poderaacute ser reajustado nos contratos individuais de trabalho para a jornada normal de 5 horas em base inferior agrave do salaacuterio estipulado para a respectiva funccedilatildeo em acordo ou convenccedilatildeo coletiva de trabalho ou sentenccedila normativa das Justiccedila do Trabalho

Paraacutegrafo uacutenico ndash Em negociaccedilatildeo ou dissiacutedio coletivo poderatildeo os Sindicatos de Jornalistas reclamar o estabelecimento de criteacuterio de remuneraccedilatildeo adicional pela divulgaccedilatildeo de trabalho produzido por jornalistas em mais de um veiacuteculo de comunicaccedilatildeo coletiva

Art 16ordm A admissatildeo de provisionado para exercer funccedilotildees relacionadas nos itens I a VII do artigo 11 seraacute permitida nos municiacutepios onde natildeo existia curso de Jornalismo reconhecido na forma de lei e comprovadamente natildeo haja jornalista domiciliado associado do sindicato representativo da categoria profissional disponiacutevel para contrataccedilatildeo

Paraacutegrafo uacutenico ndash O provisionado nos termos deste artigo poderaacute exercer suas atividades somente no municiacutepio para o qual foi registrado

Art 17ordm Os atuais portadores de registro especial de provisionado poderatildeo exercer suas atividades no Estado onde foram contratados

Art 18 ndash A fiscalizaccedilatildeo do cumprimento dos dispositivos deste Decreto se faraacute na forma do artigo 626 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho sendo aplicaacutevel aos

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infratores multa variaacutevel de 1 a 10 vezes o maior valor de referecircncia fixado de acordo com o artigo 2ordm paraacutegrafo uacutenico da Lei nordm 6205 de 29 de abril de 1975

Paraacutegrafo uacutenico ndash Aos sindicatos representativos da categoria profissional incumbe representar agraves autoridades competentes acerca do exerciacutecio irregular da profissatildeo de Jornalista

Art 19ordm Constitui fraude a prestaccedilatildeo de serviccedilos profissionais gratuitos ou com pagamentos simboacutelicos sob pretexto de estaacutegio bolsa de complementaccedilatildeo convecircnio ou qualquer outra modalidade em desrespeito agrave legislaccedilatildeo trabalhista e a este regulamento

Art 20ordm O disposto neste Decreto natildeo impede a conclusatildeo dos estaacutegios comprovadamente iniciados antes da vigecircncia da Lei nordm 6612 de 7 de dezembro de 1978 os quais entretanto natildeo conferiratildeo por si soacutes direito ao registro profissional

Art 21ordm Este Decreto entra em vigor na data da sua publicaccedilatildeo revogadas as disposiccedilotildees em contraacuterio especialmente os Decretos nordms 65912 de 19 de dezembro de 1969 e 68629 de 18 de maio de 1971

Brasiacutelia 13 de marccedilo de 1979 158ordm da Independecircncia e 91ordm da Repuacuteblica (DO de 13-3-79)

Ernesto Geisel Arnaldo Prieto

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ANEXO II ndash ACOacuteRDAtildeO TST-AIRR-6182001-751-04-401

Acoacuterdatildeo Inteiro Teor NUacuteMERO UacuteNICO PROC AIRR - 6182001-751-04-40 PUBLICACcedilAtildeO DJ - 10022006 Andamento do Processo

PROC Nordm TST-AIRR-6182001-751-04-401 C A C Oacute R D Atilde O 1ordf Turma EMPMs REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO CARACTERIZACcedilAtildeO INDEPENDEcircNCIA NO EXERCIacuteCIO DE SUAS ATIVIDADES REGISTROS DE ASSUNTOS E TEMAacuteTICAS DE INTERESSES JORNALIacuteSTICOS 1 Segundo o Tribunal Regional do Trabalho o Reclamante no exerciacutecio de suas atividades aleacutem de ter acompanhado o repoacuterter entrevistador na produccedilatildeo de mateacuterias fato que por si soacute natildeo lhe retira a condiccedilatildeo de jornalista - e tambeacutem de acordo com depoimentos testemunhais saiacutea agrave rua com a pauta que lhe era dirigida para sozinho produzir as mateacuterias solicitadas pelo empregador o que de acordo com o teor dos dispositivos tidos por vulnerados permite concluir o exerciacutecio da profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico e natildeo simplesmente de operador de cacircmera visto que ao sair agraves ruas para a produccedilatildeo de mateacuterias cumpria seu ofiacutecio obviamente mediante registros de fatos e (ou) assuntos de interesses notadamente jornaliacutestico considerando para tanto a proacutepria natureza da atividade empresarial exercida pela empregadora Inviaacutevel portanto a admissibilidade do recurso de revista em razatildeo da impossibilidade de exame da alegaccedilatildeo de afronta ao Decreto nordm 8413479 visto tratar-se de hipoacutetese natildeo contemplada na letra c do artigo 896 da CLT Por outro lado por violaccedilatildeo dos artigos 2ordm da Lei nordm 661578 e 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 tambeacutem natildeo logra ecircxito a Agravante no intuito de ver autorizado o processamento do recurso de revista No primeiro dispositivo apenas dispotildee-se que o radialista eacute o empregado de radiodifusatildeo exercente de atividades voltadas agrave administraccedilatildeo produccedilatildeo ou teacutecnica No segundo definem-se as profissotildees de repoacuterter e repoacuterter cinematograacutefico salientando-se que a esse uacuteltimo cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico hipoacutetese identificada pelo Regional 2 Agravo de instrumento a que se nega provimento Vistos relatados e discutidos estes autos do Agravo de Instrumento em Recurso de Revista nordm TST-AIRR-6182001-751-04-401 em que eacute Agravante RBS TV SANTA ROSA LTDA e Agravado CLOacuteVIS SANTACATARINA A Reclamada interpotildee agravo de instrumento ao despacho de fls 113-115 mediante o qual foi denegado seguimento ao recurso de revista sob o fundamento de que a decisatildeo decorreu da aplicaccedilatildeo das normas pertinentes uma vez que da situaccedilatildeo faacutetica delineada nos autos natildeo haacute como se extrair ofensa ao artigo 2ordm da Lei nordm 661578 na forma do artigo 896 c da CLT Contraminuta agraves fls 122-124 Natildeo houve remessa dos autos agrave Procuradoria Geral do Trabalho em face da orientaccedilatildeo emanada da Resoluccedilatildeo Administrativa nordm 322 atualmente retratada no artigo 82 do Regimento Interno do Tribunal Superior do

52

Trabalho Eacute o relatoacuterio V O T O I CONHECIMENTO Conheccedilo do agravo de instrumento porque regular e tempestivo II MEacuteRITO O Tribunal Regional ao apreciar o recurso ordinaacuterio interposto pela Reclamada no tocante ao reconhecimento da condiccedilatildeo de jornalista ao Reclamante pela Vara do Trabalho decidiu O MM Juiacutezo de primeiro grau acolheu as alegaccedilotildees do reclamante de exerciacutecio de profissatildeo jornaliacutestica de repoacuterter cinematograacutefico condenando a reclamada a pagar diferenccedilas salariais e reflexos Contra esta decisatildeo volta-se a reacute sustentando que o reclamante era operador de cacircmera funccedilatildeo capitulada na profissatildeo de radialista A recorrente tem razatildeo parcialmente Tomando-se a hipoacutetese de confirmar a sentenccedila enquanto reconhece ter o reclamante exercido a funccedilatildeo de repoacuterter cinematograacutefico em todo o contrato existe um marco temporal e juriacutedico que deve ser considerado A funccedilatildeo de repoacuterter cinematograacutefico eacute exclusiva da profissatildeo de jornalista Eacute uma atividade que estaacute reservada aos jornalistas formados assim como estabelecido no DL 97269 O reclamante natildeo demonstra a partir de quando conquistou a diplomaccedilatildeo como jornalista devendo-se considerar apenas pelo que oferecem os autos a data de 16 de junho de 1998 dia em que o reclamante foi registrado no Ministeacuterio do Trabalho como jornalista profissional na funccedilatildeo especiacutefica de repoacuterter cinematograacutefico Considerando que o Ministeacuterio do Trabalho natildeo pode registrar jornalistas natildeo diplomados exceccedilatildeo feita aos provisionados tem-se que o reclamante adquiriu esta condiccedilatildeo nesse dia Antes embora pudesse fazer ou fizesse atividades privativas de jornalistas natildeo pode ser considerado juridicamente como tal Assim em qualquer hipoacutetese de manutenccedilatildeo do reconhecimento da funccedilatildeo de jornaliacutestica esta deve gerar os efeitos pleiteados somente a partir de 16 de junho de 1998 Jaacute quanto a ter exercido ou natildeo funccedilatildeo jornaliacutestica a conclusatildeo eacute de manutenccedilatildeo da sentenccedila Natildeo eacute o fato de estar acompanhado por repoacuterter entrevistador que o cinegrafista perde a condiccedilatildeo de jornalista Trata-se de uma equipe de profissionais jornalistas Um exemplo que melhor ilustra o descabimento da distinccedilatildeo que pretende fazer o apelo eacute a situaccedilatildeo dos fotoacutegrafos ou repoacuterteres fotograacuteficos O fotoacutegrafo sai com a pauta junto com o repoacuterter (ou natildeo e isto tambeacutem acontecia com o reclamante como o reconhecem as testemunhas inclusive trazidas pela reclamada) e enquanto o repoacuterter investiga os dados necessaacuterios para a mateacuteria o fotoacutegrafo registra as cenas mas nem por isto eacute rebaixado da condiccedilatildeo de jornalista para dir- se-ia operador de cacircmera fotograacutefica O que se pode discutir seria o interesse jornaliacutestico das mateacuterias cobertas pelo jornalista reclamante Com efeito os comerciais produzidos e gravados pelo autor natildeo tecircm esse interesse e os eventos promocionais da reclamada recebem dela mesma uma atribuiccedilatildeo desse interesse embora natildeo o tenha imediata e objetivamente mas para efeitos do trabalho executado pelo reclamante deve ser considerado um trabalho jornaliacutestico Foi correta a decisatildeo natildeo merecendo qualquer reparo a natildeo ser o juriacutedico-temporal jaacute mencionado Nesta perspectiva o provimento do recurso eacute parcial (fls 97-99) Ao interpor o recurso de revista a Empresa alegou que o Reclamante na condiccedilatildeo de operador de cacircmera e operador de cacircmera de unidade portaacutetil externa acompanhando o repoacuterter como reconheceu o Regional natildeo pode ser

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enquadrado como jornalista porquanto ao repoacuterter eacute dado cumprir a determinaccedilatildeo de coletar notiacutecias ou informaccedilotildees e elaboraacute-las a fim de viabilizar posterior divulgaccedilatildeo e ao repoacuterter-cinematograacutefico cabe registrar cinematograficamente fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico razatildeo pela qual entende que a atividade do Reclamante eacute proacutepria de radialista categoria agrave qual pertencia Acrescenta que o artigo 2ordm da Lei nordm 661578 estabelece considera-se radialista o empregado de Radiodifusatildeo que exerccedila uma das funccedilotildees em que se desdobram as atividades mencionadas no artigo 4ordm ou seja operador de cacircmara e operador de cacircmara de unidade portaacutetil externa cuja regulamentaccedilatildeo profissional consta do Decreto nordm 8413479 e as atribuiccedilotildees do Quadro Anexo do mesmo decreto item II letra c nordm 3 com a seguinte redaccedilatildeo encarrega-se da gravaccedilatildeo de mateacuteria distribuiacuteda pelo Supervisor de Operaccedilotildees planifica e orienta o entrevistador repoacuterter e iluminador no que se refere aos aspectos teacutecnicos de seu trabalho suas atividades envolvem tanto a gravaccedilatildeo como a geraccedilatildeo de som e imagem atraveacutes de equipamentos eletrocircnico portaacutetil de TV Fundamenta o apelo em violaccedilatildeo dos artigos 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 2ordm da Lei nordm 661578 e do Decreto nordm 8413479 e Quadro Anexo do mesmo decreto item II letra c nordm 3 Inicialmente deve-se registrar a impossibilidade de exame da alegaccedilatildeo de afronta ao Decreto nordm 8413479 visto tratar-se de hipoacutetese natildeo contemplada na letra c do artigo 896 da CLT No tocante agrave ofensa aos artigos 2ordm da Lei nordm 661578 e 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 tambeacutem natildeo logra ecircxito a Agravante no intuito de ver autorizado o processamento do recurso de revista No primeiro dispositivo apenas dispotildee-se que o radialista eacute o empregado de radiodifusatildeo exercente de atividades voltadas agrave administraccedilatildeo produccedilatildeo ou teacutecnica No segundo definem-se as profissotildees de repoacuterter e repoacuterter cinematograacutefico salientando-se que a esse uacuteltimo cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico Ora dos termos da decisatildeo impugnada via recurso de revista nada haacute que conflite com tais dispositivos legais Afinal segundo o Tribunal Regional do Trabalho o Reclamante no exerciacutecio de suas atividades aleacutem de ter acompanhado o repoacuterter entrevistador na produccedilatildeo de mateacuterias fato que por si soacute natildeo lhe retira a condiccedilatildeo de jornalista - tambeacutem de acordo com depoimentos testemunhais saiacutea agrave rua com a pauta que lhe era dirigida para sozinho produzir as mateacuterias solicitadas pelo empregador o que de acordo com o teor dos dispositivos tidos por vulnerados permite concluir pelo exerciacutecio da profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico e natildeo simplesmente de operador de cacircmera visto que ao sair agraves ruas para a produccedilatildeo de mateacuterias cumpria seu ofiacutecio obviamente mediante registros de fatos e (ou) assuntos de interesses notadamente jornaliacutestico considerando para tanto a proacutepria natureza da atividade empresarial exercida pela empregadora Por esses fundamentos nego provimento ao agravo de instrumento ISTO POSTO ACORDAM os Ministros da Primeira Turma do Tribunal Superior do Trabalho por unanimidade negar provimento ao agravo de instrumento Brasiacutelia 9 de novembro de 2005 EMMANOEL PEREIRA Ministro Relator

NIA 3981288

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propagando imagens de um paiacutes com o povo bonito onde natildeo existia fome miseacuteria

pobreza

Contudo nesse mesmo periacuteodo surgiu a TV Cultura com a programaccedilatildeo

mais voltada para a realidade brasileira e que criou em 1972 o telejornal ldquoA Hora da

Notiacuteciardquo pobre em recursos mas combativo liacuteder de audiecircncia desta emissora

seguia em caminho inverso agraves fantasias institucionais e agrave alienaccedilatildeo dos noticiaacuterios

da eacutepoca

Em 1975 o jornalista Vladimir Herzog assumiu a direccedilatildeo da TV Cultura

apresentando proposta para tornar o telejornalismo em um instrumento de diaacutelogo

com o puacuteblico combatendo a atitude servil diante do governo com uma poliacutetica de

programaccedilatildeo visando objetivos prioritaacuterios relacionados com a realidade do puacuteblico

que pretendia atingir Poreacutem nesse mesmo ano Herzog foi preso interrogado

torturado e morto sucumbindo o projeto de renovaccedilatildeo do telejornalismo na TV

brasileira

Mas em seguida apesar de o Jornal Nacional manter estreita ligaccedilatildeo com

a ditadura surgiu na Rede Globo o Globo Repoacuterter originaacuterio da seacuterio Globo Shell ndash

o uacutenico programa da emissora produzido com material cinematograacutefico e que teve o

meacuterito de fazer passar informaccedilotildees boicotadas pelos demais telejornais ndash

caracterizado por abordar temas polecircmicos e questotildees sociais justamente em um

periacuteodo em que esses assuntos eram proibidos e vetados pela Censura Federal

Esse estilo despojado e independente de fazer documentaacuterios perdurou entre 1976

a 1983

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2 REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO

21 O PAPEL DO JORNALISTA

Nos dias de hoje o jornalista assim como outros profissionais de

imprensa enfrenta inuacutemeras dificuldades no mercado de trabalho ndash fato que exige

dele atenccedilatildeo para que se mantenha sempre atualizado e se preocupe com a

questatildeo da formaccedilatildeo e da qualificaccedilatildeo

De acordo com a Comissatildeo de Revisatildeo dos Registros de Jornalistas

Profissionais (Portaria MTb n 548 de 140695) todos os jornalistas profissionais do

paiacutes precisam efetuar a revisatildeo do seu Registro Profissional junto ao seu sindicato

para alterar o nuacutemero do Registro anotado na carteira de trabalho Tal procedimento

visa invalidar a grande quantidade de documentos irregulares

Na composiccedilatildeo alfanumeacuterica do novo registro seraacute adotada a sigla de

duas letras do alfabeto que identificam o Estado de origem seguida dos algarismos

a partir de 00001 e mais duas letras que qualificam a natureza da funccedilatildeo na qual o

jornalista foi registrado As letras qualificadoras da natureza da funccedilatildeo para titular

de registro funccedilatildeo de repoacuterter-cinematograacutefico eacute RC Exercer atividades de

jornalista com registro precaacuterio constitui crime de exerciacutecio ilegal da profissatildeo

(Sindicato dos Jornalistas 2006)

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Para ilustrar melhor o papel do jornalismo a seguir iremos elencar as

definiccedilotildees formuladas por diversos profissionais da aacuterea publicadas no site Enfato ndash

Comunicaccedilatildeo Empresarial (2006)

ldquoO jornalista eacute o(a) profissional que faz mais do que apenas reportar o que acontece ele(a) estabelece viacutenculos entre os fatos correntes e passados provocaestimula o raciociacutenio do telespectadorleitorouvinte e procura ainda extrair disso tudo alguma perspectiva que sinalize o futuro Sua atividade eacute ainda mais difiacutecil do que parece eacute indispensaacutevel que este(a) profissional desempenhe sua tarefa com absoluta noccedilatildeo de seus princiacutepios eacuteticos sem se deixar contaminar por influecircncias poliacuteticas ou interesses pessoais Soacute assim seu relato teraacute credibilidade ndash a uacutenica moeda de real valor para quem abraccedilou esta profissatildeo Aliaacutes natildeo eacute agrave toa que a classe de espiacuterito tatildeo nobre seja tatildeo vilipendiada por aqueles que detecircm o controle das empresas de comunicaccedilatildeordquo Claudio Lessa colunista do site Direto da Redaccedilatildeo

ldquoSer jornalista hoje eacute e cada vez seraacute mais permitir ao leitor entender os fatos muito mais do que simplesmente tomar conhecimento deles Durante deacutecadas ser jornalista era correr atraacutes de furo dar informaccedilotildees sobre um fato que era desconhecido de todos Eu acho que hoje o nosso desafio estaacute em permitir que o leitor entenda os fatos pois existe uma avalanche de informaccedilotildeesrdquo Eugecircnio Esber diretor de redaccedilatildeo da revista Amanhatilde (RS)

ldquoO bom jornalista eacute aquele que eacute criativo investigador objetivo estaacute sempre informado mergulha com profundidade nos assuntos e acima de tudo tem a eacutetica como sua religiatildeordquo Fernando Barbosa Lima editor da FBL Criaccedilatildeo e Produccedilatildeo (RJ)

ldquoTenho a impressatildeo de que ser jornalista diante da tamanha complexidade do universo da Comunicaccedilatildeo eacute ter a capacidade de melhor organizar e selecionar a quantidade crescente da informaccedilatildeo defendendo o que haacute de mais essencial primado da verdade Lembro do que dizia Claudio Abramo de que a funccedilatildeo do jornalista eacute buscar a verdade camuflada atraacutes da verdade aparente Acho que essa tarefa eacute o grande diferencial que determinaraacute o sucesso profissionalrdquo Fernando Salerno diretor da Associaccedilatildeo Paulista de Jornais e do diaacuterio Valeparaibano (SP)

ldquoSer jornalista hoje eacute o mesmo que ontem e presumo o mesmo que amanhatilde O jornalista tem a funccedilatildeo de informar mais do que formar No meu entendimento hoje haacute muitos jornalistas mais preocupados em formar do que em informar Em outras palavras eacute muita opiniatildeo e pouca informaccedilatildeo Entendo ainda que eacute um trabalho muito importante para garantir a transparecircncia das sociedadesrdquo Flaacutevio Portela gerente de jornalismo da raacutedio Guaiacuteba (RS)

ldquoTenho orgulho de ser jornalista Essa funccedilatildeo eacute cada vez mais importante desde que seja acompanhada de eacutetica e

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responsabilidade Cada vez mais a miacutedia tem credibilidade Graccedilas ao jornalista e a essa possibilidade de informaccedilatildeo raacutepida e global eacute que aproximamos o mundordquo Lucia Leme apresentadora do programa Olhar 2005 da TVE-RJ

ldquoA profissatildeo natildeo perdeu o encanto embora os predadores empresariados tenham feito de tudo para desencantaacute-la e diminuiacute-lardquo Luiacutes Recena editor executivo da Tribuna do Brasil (DF)

ldquoSer jornalista eacute saber passar informaccedilotildees ao grande puacuteblico eacute saber defender a sociedade atraveacutes dos jornais e procurar saber o que ela procura e onde precisa ser ajudadardquo Maria Eugecircnia Labouriau assessora de imprensa do Inmetro

ldquoA funccedilatildeo principal do jornalista eacute ser a oposiccedilatildeo diante das instituiccedilotildees incluindo Judiciaacuterio o Estado todo mundo Os jornalistas satildeo os fiscalizadores da sociedaderdquo Nando Gross apresentador da Raacutedio Gauacutecha AM (RS)

ldquoEacute como jogar nas 11 posiccedilotildees do campo Natildeo existe mais jornalista pelo menos aqui no interior do Rio Grande do Norte especialista Todos acabam tendo que cumprir todas as funccedilotildees Somos mais que polivalentes jaacute que estamos num jornal do interiorrdquo Pedro Carlos Lopes Pinheiro diretor de Redaccedilatildeo do jornal O Mossoroense (RN)

ldquoSer jornalista hoje eacute ter perseveranccedila vontade e amor pela profissatildeo jaacute que os jornalistas ganham mal e natildeo haacute incentivos para a realizaccedilatildeo do trabalhordquo Raimundo Afonso Gomes presidente do Sindicato dos Jornalistas do Acre

ldquoHoje e sempre ser jornalista eacute tentar ser uma testemunha do seu tempo Essa eacute nossa humilde tarefa Natildeo eacute ser juiz promotor Atualmente temos uma tendecircncia de julgar e ateacute condenar Quanto mais complexa a sociedade mais se exige esse papel do jornalistardquo Zuenir Ventura colunista de O Globo (RJ)

A exemplo de outras profissotildees regulamentadas pela legislaccedilatildeo vigente

em nosso paiacutes ou reconhecidas pelo mercado formal de trabalho a atividade

jornaliacutestica deve seguir preceitos eacuteticos especiacuteficos com a finalidade de preservar o

atendimento do interesse puacuteblico e o direito agrave informaccedilatildeo existente em uma

sociedade democraacutetica

Com referecircncia agrave elaboraccedilatildeo da notiacutecia segundo Eliane Mendonccedila (sd)

ldquoa notiacutecia eacute o resultado de diversas lsquovozesrsquo que o jornalista precisou ouvir interpretar

e sintetizar de forma a tornaacute-lo acessiacutevel ao grande puacuteblicordquo Com base nessa

26

assertiva pode-se dizer que o jornalista eacute o profissional que tem como ofiacutecio a

responsabilidade de reconstruir os fatos levando em conta todos os conceitos a que

teve acesso durante a apuraccedilatildeo da mateacuteria E se eacute assim a notiacutecia nunca teraacute um

uacutenico autor visto que a mateacuteria jornaliacutestica traz em seu bojo inuacutemeras versotildees do

mesmo assunto cada um de um personagem (fonte) diferente

Note-se que ainda que o jornalista natildeo seja o uacutenico autor do que escreve

cabe a ele a funccedilatildeo de equilibrar o texto a ponto de ser fiel a tudo o que ouviu

procurando transmitir a informaccedilatildeo da forma mais clara possiacutevel a fim de que possa

ser compreendida por todo o tipo de leitor

Outro ponto a se considerar como bem explica Eliane Mendonccedila (sd)

refere-se ao fato de que um mesmo assunto se apresenta ao puacuteblico sob diferentes

enfoques quando transmitido em diferentes veiacuteculos de comunicaccedilatildeo Isto ocorre

porque ao contraacuterio do que ensina os antigos manuais do jornalismo o jornalista

natildeo eacute imparcial e acaba embutindo na notiacutecia um pouco de sua vivecircncia pessoal

sua opiniatildeo sobre o assunto seus preconceitos aleacutem de ter que levar em

consideraccedilatildeo as normas as orientaccedilotildees e a postura da empresa para a qual

trabalha

Segundo o Departamento de Comunicaccedilatildeo e Turismo da Universidade

Federal da Paraiacuteba (UFPB 2006) a sociedade espera que o jornalista exerccedila o

seguinte papel

- Auxiliar a populaccedilatildeo a tomar decisotildees coletivas favoraacuteveis ao bem comum - Enriquecer culturalmente a sociedade - Responsabilizar-se pelas informaccedilotildees que divulga e consequumlecircncias delas - Colaborar para o fortalecimento da cidadania

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- Discernir entre o que tem caraacuteter construtivo para a sociedade - Propagar iniciativas conhecimentos e teacutecnicas que possam ser reproduzidas de forma a contribuir para o bem estar social - Distinguir e denunciar atitudes que sejam lesivas agrave sociedade

O jornalista ndash seja ele o repoacuterter o fotoacutegrafo o cinegrafista o redator o

editor o chefe de reportagem enfim ndash deve estar consciente da importacircncia do seu

trabalho para a construccedilatildeo da cidadania e de uma sociedade igualitaacuteria

Como bem observa Maristela Alves Leitatildeo (2005) os profissionais de

jornalismo desempenham um importante papel nas transformaccedilotildees soacutecio-poliacuteticas

nas uacuteltimas deacutecadas constituindo os ldquoguardiotildees dos direitos humanosrdquo durante a

transiccedilatildeo da ditadura militar para o regime democraacutetico Atualmente a preocupaccedilatildeo

tem sido lutar contra a corrupccedilatildeo e a favor da cidadania visando a conscientizaccedilatildeo

da populaccedilatildeo em relaccedilatildeo aos seus direitos e obrigaccedilotildees

A mateacuteria jornaliacutestica consiste na reconstruccedilatildeo de dada realidade que

cerca um fato recente efetuada pelo profissional da aacuterea a partir da tomada de

depoimentos de pessoas que participaram ou estatildeo inseridas no contexto apurado

Essas pessoas a serem entrevistas natildeo devem ser selecionadas de maneira fortuita

apenas seratildeo inquiridas aquelas que possam dispor de dados estritamente

importantes e possuir competecircncia reconhecida para referir-se ao assunto em

questatildeo Uma das habilidades mais valorizadas na profissatildeo inclusive eacute aquela de

pesquisar e encontrar as fontes mais adequadas considerando-se a expectativa do

puacuteblico de receber informaccedilatildeo qualificada (Rothberg 2006)

28

Comparando-se o jornalismo impresso com o televisivo este uacuteltimo leva

clara vantagem por ser meio mais atraente ao disponibilizar uma dinacircmica

audiovisual

22 O REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO

O repoacuterter cinematograacutefico eacute aquele profissional que executa serviccedilos

referentes ao mercado de radiodifusatildeo mais especificamente em TV atuando como

assistente ou teacutecnico na aacuterea de produccedilatildeo em meios de comunicaccedilatildeo Dentre suas

atividades vale destacar pesquisa anaacutelise e interpretaccedilatildeo das possibilidades

riacutetmicas estruturais e associadas do encontro entre imagem e som aleacutem de

executar e manter os equipamentos de aacuteudio e iluminaccedilatildeo e cacircmeras de TV (Nova

Faetec 2006)

No Brasil o curso profissionalizante de repoacuterter cinematograacutefico tem ainda

niacutevel teacutecnico com duraccedilatildeo de trecircs anos sendo exigido como preacute-requisito a

conclusatildeo do ensino meacutedio ou fundamental

No Rio de Janeiro foi criada em 16 de fevereiro em 1946 a ARFOC -

Associaccedilatildeo Profissional de Repoacuterteres Fotograacuteficos e Cinematograacuteficos do Brasil

que consiste em uma associaccedilatildeo profissional e cultural destituiacuteda de caraacuteter poliacutetico-

partidaacuterio e sem fins lucrativos nos termos do Decreto n 1229 de 09101962 cujo

objetivo eacute incentivar aperfeiccediloar valorizar e defender a profissatildeo e os fotojornalistas

e a aplicaccedilatildeo da imagem ao jornalismo (ARFOC 2006)

29

Segundo Joseacute Alves Filho (2005) presidente da ARFOC-PI existe uma

falta de reconhecimento ateacute por parte dos proacuteprios colegas de trabalho em relaccedilatildeo

ao trabalho do repoacuterter cinematograacutefico Eacute uma injusticcedila visto que uma boa

reportagem de TV depende mais do registro do repoacuterter cinematograacutefico ndash fruto de

sua persistecircncia coragem e sensibilidade ndash do que do repoacuterter produtor ou editor

Essa falta de reconhecimento se reflete no dia-a-dia principalmente por

parte dos chefes de redaccedilatildeo que nunca estimulam os repoacuterteres cinematograacuteficos a

participarem da discussatildeo da pauta que iratildeo cumprir Com isso eles acabam se

afastando das redaccedilotildees desestimulados a participarem do processo Por parte dos

colegas jornalistas haacute um preconceito intelectual ainda que velado em relaccedilatildeo aos

colegas da ldquolinha de frenterdquo os ditos repoacuterteres cinematograacuteficos forjados pela

ldquofaculdade da vidardquo sem chance de discutir teoria nos bancos universitaacuterios

Partindo-se da premissa de que a imagem eacute o uacutenico item imprescindiacutevel

da TV natildeo haacute justificativa para o fato de que o salaacuterio dos bons cinegrafistas natildeo

chegam nem na metade do salaacuterio dos repoacuterteres haacute vinte anos atraacutes o salaacuterio

desses profissionais se equiparavam

Para Antonio Brasil (2004)

() se existe uma classe de jornalistas que sempre sofreu enormes injusticcedilas e discriminaccedilotildees eacute sem duacutevida o segmento dos cinegrafistas de TV Hoje satildeo chamados de lsquorepoacuterteres cinematograacuteficosrsquo Para mim deveriam ser simplesmente lsquojornalistasrsquo Mas como costumam ter origem humilde e natildeo podem pagar pelos lsquodiplomasrsquo satildeo considerados jornalistas de segunda classe Natildeo precisam passar no miacutenimo quatro anos pagando caro para as faacutebricas de jornalistas e ningueacutem parece se importar muito com isso Mas os cinegrafistas ou repoacuterteres cinematograacuteficos merecem o nosso apoio e respeito Lutam pelo reconhecimento da profissatildeo enquanto lsquojornalistasrsquo de verdade Recusam-se a serem meros

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lsquoapecircndicesrsquo na vida dos repoacuterteres e nas decisotildees dos nossos editores de telejornalismo

Infelizmente ainda persiste o conflito entre os profissionais da palavra e

os jornalistas da imagem Brasil (2004) experiente na profissatildeo muitas vezes

sentiu na pele os efeitos de atitudes arrogantes e discriminatoacuterias mesmo de

repoacuterteres receacutem-formados - o que demonstra que essa arrogacircncia sem

fundamento eacute cultural beira o preconceito social ou ldquoracismordquo E geralmente satildeo os

velhos cinegrafistas que acabam por ensinar a esses jovens os primeiros passos da

profissatildeo

Eacute certo que no meio televisivo as imagens constituem elemento chave

da mateacuteria do repoacuterter satildeo elas que datildeo suporte agrave narrativa cronoloacutegica do

acontecimento Cumpre ressaltar que tal qual o repoacuterter o cinegrafista tem como

objetivo registrar o acontecimento e fazer com que o mesmo chegue ao ar Daiacute a

importacircncia de recomendar aos alunos do telejornalismo que cinegrafista natildeo deve

ser vigiado nem precisa ser orientado

Repoacuterter e cinegrafista satildeo colegas de jornalismo isto eacute ambos satildeo

jornalistas Natildeo eacute porque o cinegrafista geralmente tem origem simples gestos

humildes e carrega peso que deixa de ser jornalista Ganha o repoacuterter despido

desse preconceito pois se dispotildee a assimilar os segredos da profissatildeo ensinados

pelos cinegrafistas e compartilhando com respeito os objetivos da reportagem

recebem valiosas dicas praacuteticas

Brasil (2004) desabafa

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Os jovens de boa aparecircncia - condiccedilatildeo dispensaacutevel mas que parece ser obrigatoacuteria em nossos telejornais - saem das universidades natildeo sabem quase nada de telejornalismo Buscam na TV o sonho de sucesso e fama A maioria desses jovens natildeo teve a oportunidade aprender a praacutetica da profissatildeo Eles satildeo selecionados em processos meio nebulosos e certamente pouco transparentes Se tornam repoacuterteres de TV e tem que aprender as teacutecnicas peculiares da profissatildeo na marra No entanto satildeo os velhos cinegrafistas - profissionais humildes e experientes que costumam ensinar os primeiros passos Os cinegrafistas tambeacutem satildeo colegas leais Aleacutem de ensinarem telejornalismo de verdade tambeacutem fazem questatildeo de ocultar os erros dos neoacutefitos Os editores jamais percebem as inuacutemeras passagens que os cinegrafistas providencialmente apagam das fitas e da nossa memoacuteria Alguns desses neoacutefitos natildeo eram tatildeo jovens Muitos profissionais da imprensa fizeram a transiccedilatildeo para os encantos da TV graccedilas agrave boa vontade de velhos cinegrafistas

Ao inveacutes de se sentirem agradecidos muitos desses colegas se recusam

a aceitar que aqueles sujeitos simples satildeo tambeacutem jornalistas e que aleacutem de

compartilhar os objetivos da reportagem ensinam agrave nova geraccedilatildeo de jornalistas de

TV inuacutemeras dicas profissionais

Natildeo bastasse esse desrespeito com o profissional de imagem ele ainda

estaacute sujeito a sofrer seacuterios riscos inerentes agrave proacutepria profissatildeo aleacutem de graves

problemas de sauacutede ao utilizar equipamentos pesados e obsoletos e enfrentar um

ritmo estressante de trabalho repetitividade de tarefas longas jornadas e condiccedilotildees

precaacuterias de trabalho

Daiacute a importacircncia de apoiar a luta desses profissionais de imagem que

buscam o creacutedito e o respeito merecidos Eacute uma questatildeo natildeo apenas de direito

mas de reconhecimento Tambeacutem eacute importante observar e condenar as possiacuteveis

represaacutelias aos profissionais que buscam esse reconhecimento

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Brasil (2004) faz uma comparaccedilatildeo entre os cinegrafistas da Inglaterra e

os do Brasil Enquanto entre noacutes os profissionais lutam pela sobrevivecircncia

aprendem tudo sem qualquer tipo de treinamento especiacutefico e para garantir os seus

direitos devem permanecer anocircnimos na Inglaterra a escola de cinegrafistas da

BBC possibilita a esses profissionais facilidades teacutecnicas um bom sistema de

promoccedilatildeo e cargos Para a promoccedilatildeo dentro da proacutepria categoria os cinegrafistas

ingleses satildeo regularmente enviados ao interior daquele paiacutes para conhecerem as

novas tecnoloacutegicas e teacutecnicas profissionais visando com isso tambeacutem fortalecer os

laccedilos corporativos

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3 CURSO SUPERIOR PARA FORMACcedilAtildeO DE PROFISSIONAIS DA

AacuteREA

31 DESVALORIZACcedilAtildeO DA PROFISSAtildeO

Como outras inuacutemeras profissotildees tambeacutem o jornalista enfrenta crise no

seu acircmbito de trabalho Para superar a concorrecircncia garantir o seu emprego e

valorizar sua profissatildeo o jornalista de modo geral precisa especializar-se em

determinadas aacutereas e atualizar-se academicamente No mercado atual esse

profissional tem que lidar com o aumento de responsabilidade com o acuacutemulo de

funccedilotildees nas redaccedilotildees aleacutem de ser em geral mal remunerado e sofrer com o

constante risco de ser demitido

Conforme aponta Noblat (2003 p 36)

Exige-se do candidato a uma vaga nas redaccedilotildees que seja profissional completo e polivalente Ele tem de dominar todas as teacutecnicas para o exerciacutecio da profissatildeo manejar os instrumentos capazes de ajudaacute-lo a fazer o melhor trabalho e ter a niacutetida compreensatildeo do seu papel de jornalista multimiacutedia

Em plena era de globalizaccedilatildeo as perspectivas natildeo satildeo as melhores Tem

razatildeo Dizard Jr (2000 p 21) ao afirmar que uma das poucas certezas com que os

novos profissionais de miacutedia podem contar futuramente eacute que teratildeo que lidar com o

impacto das mudanccedilas tecnoloacutegicas e com a intensificaccedilatildeo da demanda por maior

envolvimento intelectual e habilitaccedilatildeo acadecircmica

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Para o repoacuterter cinematograacutefico e supervisor de cinegrafia da rede Globo

Heacutelio Alvarez concorda que a profissatildeo do repoacuterter cinematograacutefico e fotoacutegrafo eacute

desvalorizada e isto se deve segundo ele ao fato de que a valorizaccedilatildeo profissional

na atualidade se daacute por meio da educaccedilatildeo Enquanto os repoacuterteres geralmente

passaram por uma faculdade e vecircm de uma classe social mais alta os que

trabalham como repoacuterter cinematograacutefico em sua maioria satildeo aqueles que iniciam

carreira fazendo algum trabalho na televisatildeo sendo poucos os que comeccedilam no

jornalismo ndash o que acaba por desvalorizar a funccedilatildeo (Canal da imprensa sd)

32 REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO Eacute JORNALISTA

Noacutes uacuteltimos anos haacute um movimento que luta pelo reconhecimento do

repoacuterter cinematograacutefico como jornalista Duas recentes decisotildees nos tribunais do

paiacutes passaram a reconhecer os direitos desse profissional confirmando as teses

defendidas pela FENAJ (Federaccedilatildeo Nacional dos Jornalistas) e pelos sindicatos de

jornalistas

No ano passado o Tribunal Superior do Trabalho (TST) manteve decisatildeo

do Tribunal Regional do Trabalho do Rio Grande do Sul (TRT da 4ordf Regiatildeo) que

enquadrou como Jornalista um repoacuterter-cinematograacutefico que trabalhou na RBS TV

Santa Rosa Ltda Esse profissional tanto acompanhava repoacuterteres na produccedilatildeo de

reportagens jornaliacutesticas como tambeacutem saiacutea agraves ruas sozinho para produzir

reportagens estabelecidas em pautas previamente solicitadas pelo chefe de

redaccedilatildeo

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A RBS seguindo a praacutetica infelizmente bastante comum entre as

empresas de televisatildeo sustentava que o trabalhador devia ser enquadrado como

radialista na tentativa de pagar um salaacuterio menor ao profissional uma vez que o

piso de radialista eacute inferior ao de jornalista Outra desvantagem para o profissional eacute

que os radialistas trabalham 8 horas diaacuterias ao contraacuterio de jornalistas que atuam 5

horas por dia O excesso de carga de trabalho vem trazendo problemas de sauacutede

para diversos repoacuterteres cinematograacuteficos enquadrados como radialistas

A Justiccedila do Trabalho firmou decisatildeo no sentido de que o fato de estar

acompanhado de repoacuterter natildeo retira do repoacuterter-cinematograacutefico a condiccedilatildeo de

Jornalista O profissional gauacutecho receberaacute as devidas diferenccedilas salariais retroativas

a 16 de junho de 1998 data que o prejudicado obteve seu registro de jornalista

profissional no Ministeacuterio do Trabalho (Espaccedilo Vital 2005)

Com essa decisatildeo passou a ser possiacutevel que os repoacuterteres

cinematograacuteficos encaminhem agraves Delegacias Regionais do Trabalho pedidos de

enquadramento como jornalistas Aliaacutes os proacuteprios sindicatos devem encaminhar

pedidos de fiscalizaccedilatildeo nas empresas para verificar o enquadramento dos repoacuterteres

cinematograacuteficos

Outro julgamento favoraacutevel ao profissional da aacuterea em comento conforme

divulgaccedilatildeo do FENAJ (2005) refere-se agrave decisatildeo da Terceira Turma do Superior

Tribunal de Justiccedila (STJ) que reconheceu os direitos do repoacuterter fotograacutefico Claacuteudio

Alves Pereira de receber indenizaccedilatildeo por danos materiais e morais devido agraves

inuacutemeras vezes em que o Jornal de Brasiacutelia republicou fotos suas sem creacutedito apoacutes

a sua demissatildeo em julho de 1990

36

Conforme o escritor portuguecircs Pierre Ganz (ANTONIO CARLOS) o

jornalista-repoacuterter de imagens eacute antes de qualquer coisa eacute um jornalista como os

outros Deve saber preparar a sua reportagem efetuaacute-la escrever o seu comentaacuterio

sobre imagens A diferenccedila reside no fato de ele substituir na maioria das vezes a

esferograacutefica pela cacircmera de filmar

Uma cacircmera que ele deveraacute dominar bem mas tambeacutem com a qual vai escrever uma histoacuteria os planos substituindo entatildeo as palavras Uma sintaxe toma o lugar da outra Os teacutecnicos de som de iluminaccedilatildeo e de montagem satildeo-lhe familiares Pode em alguns casos trabalhar sozinho Egrave cada vez mais frequumlente partir em reportagem ou em grande reportagem com equipe reduzida acompanhada apenas por jornalista redator

Eacute mesmo verdade que no meio televisivo uma boa imagem por vezes

substitui um bom texto e ateacute o dispensa Natildeo eacute possiacutevel por exemplo imaginar nos

dias de hoje um noticiaacuterio sobre guerra sem que sejam mostradas imagens E

muitas vezes inspirados nas imagens que os jornalistas produzem seus textos

Sem duacutevida a funccedilatildeo do repoacuterter cinematograacutefico eacute de vital importacircncia

para o jornalismo Uma saiacuteda bastante praacutetica para solucionar o problema desses

profissionais no que se refere agrave ausecircncia de cursos de graduaccedilatildeo seria incluir uma

cadeira sobre o assunto nos cursos de jornalismo Com isso os profissionais da

aacuterea e os interessados em abraccedilar a profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico se

sentiriam motivados a ingressar numa faculdade e quem sabe assim esse

preconceito absurdo seria definitivamente eliminado pondo fim ao estigma de ser

apenas um coadjuvante na confecccedilatildeo da notiacutecia

37

CONCLUSAtildeO

Num momento em que o mundo passa por tantas transformaccedilotildees

decorrentes da evoluccedilatildeo tecnoloacutegica da era da informaccedilatildeo e da globalizaccedilatildeo da

economia o jornalismo profissional ndash seacuterio e bem documentado - ganha relevo em

sua missatildeo de informar opinar e entreter a sociedade em seu cotidiano

A televisatildeo nos dias contemporacircneos pode transmitir ao puacuteblico muito

mais do que o fazia quando foi criada A novidade surgiu em 1923 nos Estados

Unidos e se tornou conhecida no Brasil nos anos 50 De iniacutecio apenas uma

finiacutessima parcela da populaccedilatildeo tinha acesso ao produto e tempos depois

transformou-se num poderoso meio de comunicaccedilatildeo em massa

Para fazer o telejornalismo eacute necessaacuterio uma equipe formada de repoacuterter

cinegrafista redator fotoacutegrafo editor teacutecnicos de som de iluminaccedilatildeo e de

montagens

Diante do exposto natildeo resta duacutevidas de que o repoacuterter cinematograacutefico eacute

antes de qualquer coisa jornalista como os outros Ele deve saber preparar a sua

reportagem efetuaacute-la escrever o seu comentaacuterio sobre imagens

Se eacute certo que ele substitui a esferograacutefica pela cacircmera de filmar tambeacutem

eacute verdade que por meio dela ele escreve uma histoacuteria A diferenccedila eacute que substitui

as palavras pelas imagens que seus olhos treinados conseguem captar

38

Em muitas situaccedilotildees o repoacuterter cinematograacutefico acumula as funccedilotildees dos

teacutecnicos de iluminaccedilatildeo som e montagem trabalhando somente com o jornalista

redator E eacute com base nas imagens captadas que os jornalistas produzem seus

textos

Muitas vezes os cinegrafistas produzem imagens tatildeo impressionantes

que eacute difiacutecil para o jornalista descrevecirc-las com palavras podendo surgir eventuais

conflitos entre os dois

Neste contexto a presente monografia procurou enfocar a importacircncia

deste profissional que para ser reconhecido por seus pares e tambeacutem para ter

oportunidade de aumentar seus conhecimentos e aperfeiccediloar suas teacutecnicas

necessita que seja inserida uma cadeira sobre sua aacuterea nos cursos de graduaccedilatildeo

de jornalismo

Para serem admitidos como jornalistas pelas televisotildees profissionais

exige-se formaccedilatildeo acadecircmica em jornalismo Haacute aqui um paradoxo visto que a

profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico tem sua funccedilatildeo regulamentada pelo Decreto

Lei n 83284 de 13 marccedilo de 1969 que atribui normas para o exerciacutecio da profissatildeo

de jornalista e segundo o qual o repoacuterter cinematograacutefico estaacute inserido como

jornalista que capta imagens para fins jornaliacutesticos

Note-se que a partir do momento em que os cursos de jornalismo

incluiacuterem uma cadeira voltada para a reportagem cinematograacutefica todos os que se

formarem no curso e optarem por esse caminho notadamente seratildeo reconhecidos

como jornalistas

39

Haacute que se considerar a questatildeo dos antigos profissionais da aacuterea

aqueles que conhecem tudo sobre a profissatildeo e conforme dito no decorrer da

presente costumam ensinar os receacutem-formados no iniacutecio de suas carreiras

Eacute injusta a falta de reconhecimento desses profissionais

Tal situaccedilatildeo demonstra que o preconceito em relaccedilatildeo a eles faz parte de

uma cultura arraigada entre os proacuteprios colegas de profissatildeo e que acaba se

estendendo pelos bancos acadecircmicos e que precisa ser trabalhada desmistificada

pois natildeo tem razatildeo de existir

40

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documentaccedilatildeo trabalhos acadecircmicos apresentaccedilatildeo Rio de Janeiro 2002

ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE NORMAS TEacuteCNICAS NBR 6023 informaccedilatildeo e

documentaccedilatildeo elaboraccedilatildeo Rio de Janeiro 2002

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45

ANEXO I ndash DECRETO Nordm 83284 DE 13 DE MARCcedilO DE 1979

PROFISSAtildeO DE JORNALISTA

Daacute nova regulamentaccedilatildeo ao Decreto-lei nordm 972 de 17 de outubro de 1969 que dispotildee sobre o exerciacutecio da profissatildeo de Jornalista em decorrecircncia das alteraccedilotildees introduzidas pela Lei nordm 6612 de 7 de dezembro de 1978

O Presidente da Repuacuteblica usando da atribuiccedilatildeo que lhe confere o art 81 item

III da Constituiccedilatildeo decreta

Art 1ordm Eacute livre em todo territoacuterio nacional o exerciacutecio da profissatildeo de Jornalista aos que satisfazerem as condiccedilotildees estabelecidas neste Decreto

Art 2ordm A profissatildeo de Jornalista compreende privativamente o exerciacutecio habitual e remunerado de qualquer das seguintes atividades

I - redaccedilatildeo condensaccedilatildeo titulaccedilatildeo interpretaccedilatildeo correccedilatildeo ou coordenaccedilatildeo de mateacuteria a ser divulgada contenha ou natildeo comentaacuterio

II - comentaacuterio ou crocircnica pelo raacutedio ou pela televisatildeo III - entrevista inqueacuterito ou reportagem escrita ou falada IV - planejamento organizaccedilatildeo direccedilatildeo e eventual execuccedilatildeo de serviccedilos

teacutecnicos de Jornalismo como os de arquivo ilustraccedilatildeo ou distribuiccedilatildeo graacutefica de mateacuteria a ser divulgada

V - planejamento organizaccedilatildeo e administraccedilatildeo teacutecnica dos serviccedilos de que trata a aliacutenea ldquoardquo

VI - ensino de teacutecnicas de Jornalismo VII - coleta de notiacutecias ou informaccedilotildees e seu preparo para divulgaccedilatildeo VIII - revisatildeo de originais de mateacuteria jornaliacutestica com vistas agrave correccedilatildeo

redacional e agrave adequaccedilatildeo da linguagem XIX - organizaccedilatildeo e conservaccedilatildeo de arquivo jornaliacutestico e pesquisa dos

respectivos dados para a elaboraccedilatildeo de notiacutecias X - execuccedilatildeo de distribuiccedilatildeo graacutefica de texto fotografia ou ilustraccedilatildeo de

caraacuteter jornaliacutestico para fins de divulgaccedilatildeo XI - execuccedilatildeo de desenhos artiacutesticos ou teacutecnicos de caraacuteter jornaliacutestico para

fins de divulgaccedilatildeo Art 3ordm Considera-se empresa jornaliacutestica para os efeitos deste Decreto-lei

aquela que tenha como atividade a ediccedilatildeo de jornal ou revista ou a distribuiccedilatildeo de noticiaacuterio com funcionamento efetivo idoneidade financeira e registro legal

sect 1ordm Equipara-se agrave empresa jornaliacutestica a seccedilatildeo ou serviccedilo de empresa de radiofusatildeo televisatildeo ou divulgaccedilatildeo cinematograacutefica ou de agecircncia de publicidade onde sejam exercidas as atividades previstas no artigo 2ordm0

sect 2ordm A entidade puacuteblica ou privada natildeo jornaliacutestica sob cuja responsabilidade se editar publicaccedilatildeo destinada a circulaccedilatildeo externa estaacute obrigada ao cumprimento deste decreto relativamente aos jornalistas que contratar

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Art 4ordm O exerciacutecio da profissatildeo de jornalista requer preacutevio registro no oacutergatildeo regional do Ministeacuterio do Trabalho que se faraacute mediante a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash diploma de curso de niacutevel superior de Jornalismo ou de Comunicaccedilatildeo Social habilitaccedilatildeo Jornalismo fornecido por estabelecimento de ensino reconhecido na forma da lei para as funccedilotildees relacionadas nos itens I a IV do artigo 11

IV ndash Carteira de Trabalho e Previdecircncia Social

Paraacutegrafo uacutenico ndash Aos profissionais registrados exclusivamente para o exerciacutecio das funccedilotildees relacionadas nos itens VII a XI do artigo 11 eacute vedado o exerciacutecio das funccedilotildees constantes nos itens I a VII do mesmo artigo

Art 5ordm O Ministeacuterio do Trabalho concederaacute desde que satisfeitas as exigecircncias constantes neste Decreto registro especial ao

I ndash colaborador assim entendido aquele que mediante remuneraccedilatildeo e sem relaccedilatildeo de emprego produz trabalho de natureza teacutecnica cientiacutefica ou cultural relacionando com a sua especializaccedilatildeo para ser divulgado com o nome e qualificaccedilatildeo do autor

II ndash funcionaacuterio puacuteblico titular de cargo cujas atribuiccedilotildees legais coincidam com as mencionadas no artigo 2ordm

III ndash provisionado

Paraacutegrafo uacutenico ndash O registro de que tratam os itens I e II deste artigo natildeo implica o reconhecimento de quaisquer direitos que decorram da condiccedilatildeo de empregado nem no caso do item II dos resultantes do exerciacutecio privado e autocircnomo da profissatildeo

Art 6ordm Para o registro especial de colaborador eacute necessaacuteria a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash declaraccedilatildeo de empresa jornaliacutestica ou que a ela seja equiparada informando do seu interesse pelo registro de colaborador do candidato onde conste a sua especializaccedilatildeo remuneraccedilatildeo contratada e pseudocircnimo se houver

Art 7ordm Para o registro especial de funcionaacuterio puacuteblico titular de cargo cujas atribuiccedilotildees legais coincidam com as mencionadas no artigo 2ordm eacute necessaacuterio a apresentaccedilatildeo de ato de nomeaccedilatildeo ou contrataccedilatildeo para cargo ou emprego com aquelas atribuiccedilotildees aleacutem do cumprimento do que estabelece o artigo 4ordm

Art 8ordm Para o registro especial de provisionado eacute necessaacuterio a apresentaccedilatildeo de

47

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash declaraccedilatildeo fornecida pela empresa jornaliacutestica ou que a ela seja equiparada na qual conste a funccedilatildeo a ser exercida e o salaacuterio correspondente

IV ndash diploma de curso de niacutevel superior ou certificado de ensino de 2ordm grau fornecido por estabelecimento de ensino reconhecido na forma da lei para as funccedilotildees relacionadas nos itens I a VII do artigo 11

V ndash declaraccedilatildeo fornecida pela entidade sindical representativa da categoria profissional com base territorial abrangendo o municiacutepio no qual o provisionado iraacute desempenhar suas funccedilotildees de que natildeo haacute jornalista associado do Sindicato domiciliado naquele municiacutepio disponiacutevel da contrataccedilatildeo

VI ndash Carteira de Trabalho e Previdecircncia Social

sect 1ordm A declaraccedilatildeo de que trata o item V deveraacute ser fornecida pelo Sindicato ao interessado no prazo de 3 dias uacuteteis

sect 2ordm Caso exista profissional domiciliado no municiacutepio disponiacutevel para contrataccedilatildeo o Sindicato comunicaraacute tal fato ao Ministeacuterio do Trabalho no mesmo prazo de 3 dias a contar do pedido de fornecimento da declaraccedilatildeo de que trata o item V

sect 3ordm Caso o Sindicato natildeo forneccedila a declaraccedilatildeo de que trata o item V no prazo mencionado no sect 1ordm o interessado poderaacute instruir seu pedido de registro com o protocolo de apresentaccedilatildeo do requerimento ao Sindicato

sect 4ordm Na hipoacutetese prevista no paraacutegrafo anterior o Ministeacuterio do Trabalho concederaacute ao Sindicato prazo natildeo superior a 3 dias para se manifestar sobre o fornecimento da declaraccedilatildeo caso natildeo tenha ocorrido o fato constante no sect 2ordm

sect 5ordm O registro especial de provisionado teraacute caraacuteter temporaacuterio com duraccedilatildeo maacutexima de trecircs anos renovaacutevel somente com a apresentaccedilatildeo de toda a documentaccedilatildeo prevista neste artigo

Art 9ordm Seraacute efetuado no Ministeacuterio do Trabalho registro dos diretores de empresas jornaliacutesticas que natildeo sendo jornalistas respondem pelas respectivas publicaccedilotildees para o que eacute necessaacuterio a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash prova de registro civil ou comercial da empresa jornaliacutestica com o inteiro teor do seu ato constitutivo

IV ndash prova de depoacutesito do tiacutetulo da publicaccedilatildeo ou da agecircncia de notiacutecias no oacutergatildeo competente do Ministeacuterio da Induacutestria e do Comeacutercio

48

V ndash 30 exemplares do jornal ou 12 exemplares da revista ou 30 recortes ou coacutepias de noticiaacuterio com datas diferentes de sua divulgaccedilatildeo

sect 1ordm Tratando-se de empresa nova o Ministeacuterio do Trabalho efetuaraacute registro provisoacuterio com validade por 2 anos tornando-se definitivo apoacutes a comprovaccedilatildeo constante do item V deste artigo

sect 2ordm Natildeo seraacute admitida renovaccedilatildeo ou prorrogaccedilatildeo do prazo de validade do registro provisoacuterio previsto no paraacutegrafo anterior

Art 10ordm Seraacute efetuado no Ministeacuterio do Trabalho registro especial do diretor de empresa natildeo jornaliacutestica sob cuja responsabilidade se editar publicaccedilatildeo destinada agrave circulaccedilatildeo externa ou interna para o que se exigiraacute a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash prova de depoacutesito do tiacutetulo da publicaccedilatildeo no oacutergatildeo competente do Ministeacuterio da Induacutestria e do Comeacutercio

Art 11 ndash As funccedilotildees desempenhadas pelos jornalistas como empregados seratildeo assim classificadas

I - Redator aquele que aleacutem das incumbecircncias de redaccedilatildeo comum tem o encargo de redigir editoriais crocircnicas ou comentaacuterios

II - Noticiarista aquele que tem o encargo de redigir mateacuterias de caraacuteter informativo desprovidas de apreciaccedilotildees ou comentaacuterios preparando-as ou redigindo-as para a divulgaccedilatildeo

III - Repoacuterter aquele que cumpre a determinaccedilatildeo de colher notiacutecias ou informaccedilotildees preparando-as para divulgaccedilatildeo

IV - Repoacuterter de setor aquele que tem o encargo de colher notiacutecias ou informaccedilotildees sobre assuntos predeterminados preparando-as ou redigindo-as para divulgaccedilatildeo

V - Raacutedio-repoacuterter aquele a quem cabe a difusatildeo oral de acontecimento ou entrevista pelo raacutedio ou pela televisatildeo no instante ou no local em que ocorram assim como o comentaacuterio ou crocircnica pelos mesmos veiacuteculos

VI - Arquivista-pesquisador aquele que tem a incumbecircncia de organizar e conservar cultural e tecnicamente o arquivo redatorial procedendo agrave pesquisa dos respectivos dados para a elaboraccedilatildeo de notiacutecias

VII - Revisor aquele que tem o encargo de rever as provas tipograacuteficas de mateacuteria jornaliacutestica

VIII - Ilustrador aquele que tem a seu cargo criar ou executar desenhos artiacutesticos ou teacutecnicos de caraacuteter jornaliacutestico

XIX - Repoacuterter-fotograacutefico aquele a quem cabe registrar fotograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico

X - Repoacuterter-cinematograacutefico aquele a quem cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico

XI - Diagramador aquele a quem compete planejar e executar a distribuiccedilatildeo graacutefica de mateacuterias fotografias ou ilustraccedilotildees de caraacuteter jornaliacutestico para fins de publicaccedilatildeo

Paraacutegrafo uacutenico ndash Os Sindicatos seratildeo ouvidos sobre o exato enquadramento de cada profissional

49

Art 12ordm Seratildeo privativas de jornalista as funccedilotildees pertinentes agraves atividades

descritas no artigo 2ordm tais como Editor Secretaacuterio Subsecretaacuterio Chefe de reportagem e Chefe de Revisatildeo

Art 13ordm Natildeo haveraacute incompatibilidade entre o exerciacutecio da profissatildeo de Jornalista e o de qualquer outra funccedilatildeo remunerada ainda que puacuteblica respeitadas a proibiccedilatildeo de acumular cargos e as demais restriccedilotildees de lei

Art 14ordm Seraacute passiacutevel de trancamento o registro profissional do jornalista que sem motivo legal deixar de exercer a profissatildeo por mais de 2 anos

sect 1ordm Natildeo incide na cominaccedilatildeo deste artigo o afastamento decorrente de a) suspensatildeo ou interrupccedilatildeo do contrato de trabalho b) aposentadoria como jornalista c) viagem ou bolsa de estudo para aperfeiccediloamento profissional d) desemprego apurado na forma da Lei nordm 4923 de 23 de dezembro de

1965

sect 2ordm O trancamento seraacute da competecircncia do oacutergatildeo regional do Ministeacuterio do Trabalho de ofiacutecio ou requerimento da entidade sindical representativa da categoria profissional cabendo a esta fazer publicar em oacutergatildeo oficial por trecircs vezes consecutivas e dentro de um interstiacutecio de dois anos a relaccedilatildeo dos jornalistas cujos registros pretende trancar

sect 3ordm Os oacutergatildeos do Ministeacuterio do Trabalho prestaratildeo aos sindicatos representativos da categoria profissional as informaccedilotildees que lhes forem solicitadas especialmente quanto ao registro de admissotildees e dispensas nas empresas jornaliacutesticas realizando as inspeccedilotildees que se tornarem necessaacuterias para a verificaccedilatildeo do exerciacutecio da profissatildeo de jornalista

sect 4ordm O exerciacutecio da atividade em empresa natildeo jornaliacutestica mencionada no artigo 3ordm sect 2ordm natildeo constituiraacute prova suficiente de permanecircncia na profissatildeo se a publicaccedilatildeo e seu responsaacutevel natildeo tiverem registro nos termos deste Decreto

sect 5ordm O registro trancado suspende a titularidade e o exerciacutecio das prerrogativas profissionais mas pode ser revalidado mediante apresentaccedilatildeo dos documentos mencionados nos itens II e III do artigo 4ordm

Art 15ordm O salaacuterio de jornalista natildeo poderaacute ser reajustado nos contratos individuais de trabalho para a jornada normal de 5 horas em base inferior agrave do salaacuterio estipulado para a respectiva funccedilatildeo em acordo ou convenccedilatildeo coletiva de trabalho ou sentenccedila normativa das Justiccedila do Trabalho

Paraacutegrafo uacutenico ndash Em negociaccedilatildeo ou dissiacutedio coletivo poderatildeo os Sindicatos de Jornalistas reclamar o estabelecimento de criteacuterio de remuneraccedilatildeo adicional pela divulgaccedilatildeo de trabalho produzido por jornalistas em mais de um veiacuteculo de comunicaccedilatildeo coletiva

Art 16ordm A admissatildeo de provisionado para exercer funccedilotildees relacionadas nos itens I a VII do artigo 11 seraacute permitida nos municiacutepios onde natildeo existia curso de Jornalismo reconhecido na forma de lei e comprovadamente natildeo haja jornalista domiciliado associado do sindicato representativo da categoria profissional disponiacutevel para contrataccedilatildeo

Paraacutegrafo uacutenico ndash O provisionado nos termos deste artigo poderaacute exercer suas atividades somente no municiacutepio para o qual foi registrado

Art 17ordm Os atuais portadores de registro especial de provisionado poderatildeo exercer suas atividades no Estado onde foram contratados

Art 18 ndash A fiscalizaccedilatildeo do cumprimento dos dispositivos deste Decreto se faraacute na forma do artigo 626 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho sendo aplicaacutevel aos

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infratores multa variaacutevel de 1 a 10 vezes o maior valor de referecircncia fixado de acordo com o artigo 2ordm paraacutegrafo uacutenico da Lei nordm 6205 de 29 de abril de 1975

Paraacutegrafo uacutenico ndash Aos sindicatos representativos da categoria profissional incumbe representar agraves autoridades competentes acerca do exerciacutecio irregular da profissatildeo de Jornalista

Art 19ordm Constitui fraude a prestaccedilatildeo de serviccedilos profissionais gratuitos ou com pagamentos simboacutelicos sob pretexto de estaacutegio bolsa de complementaccedilatildeo convecircnio ou qualquer outra modalidade em desrespeito agrave legislaccedilatildeo trabalhista e a este regulamento

Art 20ordm O disposto neste Decreto natildeo impede a conclusatildeo dos estaacutegios comprovadamente iniciados antes da vigecircncia da Lei nordm 6612 de 7 de dezembro de 1978 os quais entretanto natildeo conferiratildeo por si soacutes direito ao registro profissional

Art 21ordm Este Decreto entra em vigor na data da sua publicaccedilatildeo revogadas as disposiccedilotildees em contraacuterio especialmente os Decretos nordms 65912 de 19 de dezembro de 1969 e 68629 de 18 de maio de 1971

Brasiacutelia 13 de marccedilo de 1979 158ordm da Independecircncia e 91ordm da Repuacuteblica (DO de 13-3-79)

Ernesto Geisel Arnaldo Prieto

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ANEXO II ndash ACOacuteRDAtildeO TST-AIRR-6182001-751-04-401

Acoacuterdatildeo Inteiro Teor NUacuteMERO UacuteNICO PROC AIRR - 6182001-751-04-40 PUBLICACcedilAtildeO DJ - 10022006 Andamento do Processo

PROC Nordm TST-AIRR-6182001-751-04-401 C A C Oacute R D Atilde O 1ordf Turma EMPMs REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO CARACTERIZACcedilAtildeO INDEPENDEcircNCIA NO EXERCIacuteCIO DE SUAS ATIVIDADES REGISTROS DE ASSUNTOS E TEMAacuteTICAS DE INTERESSES JORNALIacuteSTICOS 1 Segundo o Tribunal Regional do Trabalho o Reclamante no exerciacutecio de suas atividades aleacutem de ter acompanhado o repoacuterter entrevistador na produccedilatildeo de mateacuterias fato que por si soacute natildeo lhe retira a condiccedilatildeo de jornalista - e tambeacutem de acordo com depoimentos testemunhais saiacutea agrave rua com a pauta que lhe era dirigida para sozinho produzir as mateacuterias solicitadas pelo empregador o que de acordo com o teor dos dispositivos tidos por vulnerados permite concluir o exerciacutecio da profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico e natildeo simplesmente de operador de cacircmera visto que ao sair agraves ruas para a produccedilatildeo de mateacuterias cumpria seu ofiacutecio obviamente mediante registros de fatos e (ou) assuntos de interesses notadamente jornaliacutestico considerando para tanto a proacutepria natureza da atividade empresarial exercida pela empregadora Inviaacutevel portanto a admissibilidade do recurso de revista em razatildeo da impossibilidade de exame da alegaccedilatildeo de afronta ao Decreto nordm 8413479 visto tratar-se de hipoacutetese natildeo contemplada na letra c do artigo 896 da CLT Por outro lado por violaccedilatildeo dos artigos 2ordm da Lei nordm 661578 e 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 tambeacutem natildeo logra ecircxito a Agravante no intuito de ver autorizado o processamento do recurso de revista No primeiro dispositivo apenas dispotildee-se que o radialista eacute o empregado de radiodifusatildeo exercente de atividades voltadas agrave administraccedilatildeo produccedilatildeo ou teacutecnica No segundo definem-se as profissotildees de repoacuterter e repoacuterter cinematograacutefico salientando-se que a esse uacuteltimo cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico hipoacutetese identificada pelo Regional 2 Agravo de instrumento a que se nega provimento Vistos relatados e discutidos estes autos do Agravo de Instrumento em Recurso de Revista nordm TST-AIRR-6182001-751-04-401 em que eacute Agravante RBS TV SANTA ROSA LTDA e Agravado CLOacuteVIS SANTACATARINA A Reclamada interpotildee agravo de instrumento ao despacho de fls 113-115 mediante o qual foi denegado seguimento ao recurso de revista sob o fundamento de que a decisatildeo decorreu da aplicaccedilatildeo das normas pertinentes uma vez que da situaccedilatildeo faacutetica delineada nos autos natildeo haacute como se extrair ofensa ao artigo 2ordm da Lei nordm 661578 na forma do artigo 896 c da CLT Contraminuta agraves fls 122-124 Natildeo houve remessa dos autos agrave Procuradoria Geral do Trabalho em face da orientaccedilatildeo emanada da Resoluccedilatildeo Administrativa nordm 322 atualmente retratada no artigo 82 do Regimento Interno do Tribunal Superior do

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Trabalho Eacute o relatoacuterio V O T O I CONHECIMENTO Conheccedilo do agravo de instrumento porque regular e tempestivo II MEacuteRITO O Tribunal Regional ao apreciar o recurso ordinaacuterio interposto pela Reclamada no tocante ao reconhecimento da condiccedilatildeo de jornalista ao Reclamante pela Vara do Trabalho decidiu O MM Juiacutezo de primeiro grau acolheu as alegaccedilotildees do reclamante de exerciacutecio de profissatildeo jornaliacutestica de repoacuterter cinematograacutefico condenando a reclamada a pagar diferenccedilas salariais e reflexos Contra esta decisatildeo volta-se a reacute sustentando que o reclamante era operador de cacircmera funccedilatildeo capitulada na profissatildeo de radialista A recorrente tem razatildeo parcialmente Tomando-se a hipoacutetese de confirmar a sentenccedila enquanto reconhece ter o reclamante exercido a funccedilatildeo de repoacuterter cinematograacutefico em todo o contrato existe um marco temporal e juriacutedico que deve ser considerado A funccedilatildeo de repoacuterter cinematograacutefico eacute exclusiva da profissatildeo de jornalista Eacute uma atividade que estaacute reservada aos jornalistas formados assim como estabelecido no DL 97269 O reclamante natildeo demonstra a partir de quando conquistou a diplomaccedilatildeo como jornalista devendo-se considerar apenas pelo que oferecem os autos a data de 16 de junho de 1998 dia em que o reclamante foi registrado no Ministeacuterio do Trabalho como jornalista profissional na funccedilatildeo especiacutefica de repoacuterter cinematograacutefico Considerando que o Ministeacuterio do Trabalho natildeo pode registrar jornalistas natildeo diplomados exceccedilatildeo feita aos provisionados tem-se que o reclamante adquiriu esta condiccedilatildeo nesse dia Antes embora pudesse fazer ou fizesse atividades privativas de jornalistas natildeo pode ser considerado juridicamente como tal Assim em qualquer hipoacutetese de manutenccedilatildeo do reconhecimento da funccedilatildeo de jornaliacutestica esta deve gerar os efeitos pleiteados somente a partir de 16 de junho de 1998 Jaacute quanto a ter exercido ou natildeo funccedilatildeo jornaliacutestica a conclusatildeo eacute de manutenccedilatildeo da sentenccedila Natildeo eacute o fato de estar acompanhado por repoacuterter entrevistador que o cinegrafista perde a condiccedilatildeo de jornalista Trata-se de uma equipe de profissionais jornalistas Um exemplo que melhor ilustra o descabimento da distinccedilatildeo que pretende fazer o apelo eacute a situaccedilatildeo dos fotoacutegrafos ou repoacuterteres fotograacuteficos O fotoacutegrafo sai com a pauta junto com o repoacuterter (ou natildeo e isto tambeacutem acontecia com o reclamante como o reconhecem as testemunhas inclusive trazidas pela reclamada) e enquanto o repoacuterter investiga os dados necessaacuterios para a mateacuteria o fotoacutegrafo registra as cenas mas nem por isto eacute rebaixado da condiccedilatildeo de jornalista para dir- se-ia operador de cacircmera fotograacutefica O que se pode discutir seria o interesse jornaliacutestico das mateacuterias cobertas pelo jornalista reclamante Com efeito os comerciais produzidos e gravados pelo autor natildeo tecircm esse interesse e os eventos promocionais da reclamada recebem dela mesma uma atribuiccedilatildeo desse interesse embora natildeo o tenha imediata e objetivamente mas para efeitos do trabalho executado pelo reclamante deve ser considerado um trabalho jornaliacutestico Foi correta a decisatildeo natildeo merecendo qualquer reparo a natildeo ser o juriacutedico-temporal jaacute mencionado Nesta perspectiva o provimento do recurso eacute parcial (fls 97-99) Ao interpor o recurso de revista a Empresa alegou que o Reclamante na condiccedilatildeo de operador de cacircmera e operador de cacircmera de unidade portaacutetil externa acompanhando o repoacuterter como reconheceu o Regional natildeo pode ser

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enquadrado como jornalista porquanto ao repoacuterter eacute dado cumprir a determinaccedilatildeo de coletar notiacutecias ou informaccedilotildees e elaboraacute-las a fim de viabilizar posterior divulgaccedilatildeo e ao repoacuterter-cinematograacutefico cabe registrar cinematograficamente fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico razatildeo pela qual entende que a atividade do Reclamante eacute proacutepria de radialista categoria agrave qual pertencia Acrescenta que o artigo 2ordm da Lei nordm 661578 estabelece considera-se radialista o empregado de Radiodifusatildeo que exerccedila uma das funccedilotildees em que se desdobram as atividades mencionadas no artigo 4ordm ou seja operador de cacircmara e operador de cacircmara de unidade portaacutetil externa cuja regulamentaccedilatildeo profissional consta do Decreto nordm 8413479 e as atribuiccedilotildees do Quadro Anexo do mesmo decreto item II letra c nordm 3 com a seguinte redaccedilatildeo encarrega-se da gravaccedilatildeo de mateacuteria distribuiacuteda pelo Supervisor de Operaccedilotildees planifica e orienta o entrevistador repoacuterter e iluminador no que se refere aos aspectos teacutecnicos de seu trabalho suas atividades envolvem tanto a gravaccedilatildeo como a geraccedilatildeo de som e imagem atraveacutes de equipamentos eletrocircnico portaacutetil de TV Fundamenta o apelo em violaccedilatildeo dos artigos 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 2ordm da Lei nordm 661578 e do Decreto nordm 8413479 e Quadro Anexo do mesmo decreto item II letra c nordm 3 Inicialmente deve-se registrar a impossibilidade de exame da alegaccedilatildeo de afronta ao Decreto nordm 8413479 visto tratar-se de hipoacutetese natildeo contemplada na letra c do artigo 896 da CLT No tocante agrave ofensa aos artigos 2ordm da Lei nordm 661578 e 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 tambeacutem natildeo logra ecircxito a Agravante no intuito de ver autorizado o processamento do recurso de revista No primeiro dispositivo apenas dispotildee-se que o radialista eacute o empregado de radiodifusatildeo exercente de atividades voltadas agrave administraccedilatildeo produccedilatildeo ou teacutecnica No segundo definem-se as profissotildees de repoacuterter e repoacuterter cinematograacutefico salientando-se que a esse uacuteltimo cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico Ora dos termos da decisatildeo impugnada via recurso de revista nada haacute que conflite com tais dispositivos legais Afinal segundo o Tribunal Regional do Trabalho o Reclamante no exerciacutecio de suas atividades aleacutem de ter acompanhado o repoacuterter entrevistador na produccedilatildeo de mateacuterias fato que por si soacute natildeo lhe retira a condiccedilatildeo de jornalista - tambeacutem de acordo com depoimentos testemunhais saiacutea agrave rua com a pauta que lhe era dirigida para sozinho produzir as mateacuterias solicitadas pelo empregador o que de acordo com o teor dos dispositivos tidos por vulnerados permite concluir pelo exerciacutecio da profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico e natildeo simplesmente de operador de cacircmera visto que ao sair agraves ruas para a produccedilatildeo de mateacuterias cumpria seu ofiacutecio obviamente mediante registros de fatos e (ou) assuntos de interesses notadamente jornaliacutestico considerando para tanto a proacutepria natureza da atividade empresarial exercida pela empregadora Por esses fundamentos nego provimento ao agravo de instrumento ISTO POSTO ACORDAM os Ministros da Primeira Turma do Tribunal Superior do Trabalho por unanimidade negar provimento ao agravo de instrumento Brasiacutelia 9 de novembro de 2005 EMMANOEL PEREIRA Ministro Relator

NIA 3981288

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2 REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO

21 O PAPEL DO JORNALISTA

Nos dias de hoje o jornalista assim como outros profissionais de

imprensa enfrenta inuacutemeras dificuldades no mercado de trabalho ndash fato que exige

dele atenccedilatildeo para que se mantenha sempre atualizado e se preocupe com a

questatildeo da formaccedilatildeo e da qualificaccedilatildeo

De acordo com a Comissatildeo de Revisatildeo dos Registros de Jornalistas

Profissionais (Portaria MTb n 548 de 140695) todos os jornalistas profissionais do

paiacutes precisam efetuar a revisatildeo do seu Registro Profissional junto ao seu sindicato

para alterar o nuacutemero do Registro anotado na carteira de trabalho Tal procedimento

visa invalidar a grande quantidade de documentos irregulares

Na composiccedilatildeo alfanumeacuterica do novo registro seraacute adotada a sigla de

duas letras do alfabeto que identificam o Estado de origem seguida dos algarismos

a partir de 00001 e mais duas letras que qualificam a natureza da funccedilatildeo na qual o

jornalista foi registrado As letras qualificadoras da natureza da funccedilatildeo para titular

de registro funccedilatildeo de repoacuterter-cinematograacutefico eacute RC Exercer atividades de

jornalista com registro precaacuterio constitui crime de exerciacutecio ilegal da profissatildeo

(Sindicato dos Jornalistas 2006)

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Para ilustrar melhor o papel do jornalismo a seguir iremos elencar as

definiccedilotildees formuladas por diversos profissionais da aacuterea publicadas no site Enfato ndash

Comunicaccedilatildeo Empresarial (2006)

ldquoO jornalista eacute o(a) profissional que faz mais do que apenas reportar o que acontece ele(a) estabelece viacutenculos entre os fatos correntes e passados provocaestimula o raciociacutenio do telespectadorleitorouvinte e procura ainda extrair disso tudo alguma perspectiva que sinalize o futuro Sua atividade eacute ainda mais difiacutecil do que parece eacute indispensaacutevel que este(a) profissional desempenhe sua tarefa com absoluta noccedilatildeo de seus princiacutepios eacuteticos sem se deixar contaminar por influecircncias poliacuteticas ou interesses pessoais Soacute assim seu relato teraacute credibilidade ndash a uacutenica moeda de real valor para quem abraccedilou esta profissatildeo Aliaacutes natildeo eacute agrave toa que a classe de espiacuterito tatildeo nobre seja tatildeo vilipendiada por aqueles que detecircm o controle das empresas de comunicaccedilatildeordquo Claudio Lessa colunista do site Direto da Redaccedilatildeo

ldquoSer jornalista hoje eacute e cada vez seraacute mais permitir ao leitor entender os fatos muito mais do que simplesmente tomar conhecimento deles Durante deacutecadas ser jornalista era correr atraacutes de furo dar informaccedilotildees sobre um fato que era desconhecido de todos Eu acho que hoje o nosso desafio estaacute em permitir que o leitor entenda os fatos pois existe uma avalanche de informaccedilotildeesrdquo Eugecircnio Esber diretor de redaccedilatildeo da revista Amanhatilde (RS)

ldquoO bom jornalista eacute aquele que eacute criativo investigador objetivo estaacute sempre informado mergulha com profundidade nos assuntos e acima de tudo tem a eacutetica como sua religiatildeordquo Fernando Barbosa Lima editor da FBL Criaccedilatildeo e Produccedilatildeo (RJ)

ldquoTenho a impressatildeo de que ser jornalista diante da tamanha complexidade do universo da Comunicaccedilatildeo eacute ter a capacidade de melhor organizar e selecionar a quantidade crescente da informaccedilatildeo defendendo o que haacute de mais essencial primado da verdade Lembro do que dizia Claudio Abramo de que a funccedilatildeo do jornalista eacute buscar a verdade camuflada atraacutes da verdade aparente Acho que essa tarefa eacute o grande diferencial que determinaraacute o sucesso profissionalrdquo Fernando Salerno diretor da Associaccedilatildeo Paulista de Jornais e do diaacuterio Valeparaibano (SP)

ldquoSer jornalista hoje eacute o mesmo que ontem e presumo o mesmo que amanhatilde O jornalista tem a funccedilatildeo de informar mais do que formar No meu entendimento hoje haacute muitos jornalistas mais preocupados em formar do que em informar Em outras palavras eacute muita opiniatildeo e pouca informaccedilatildeo Entendo ainda que eacute um trabalho muito importante para garantir a transparecircncia das sociedadesrdquo Flaacutevio Portela gerente de jornalismo da raacutedio Guaiacuteba (RS)

ldquoTenho orgulho de ser jornalista Essa funccedilatildeo eacute cada vez mais importante desde que seja acompanhada de eacutetica e

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responsabilidade Cada vez mais a miacutedia tem credibilidade Graccedilas ao jornalista e a essa possibilidade de informaccedilatildeo raacutepida e global eacute que aproximamos o mundordquo Lucia Leme apresentadora do programa Olhar 2005 da TVE-RJ

ldquoA profissatildeo natildeo perdeu o encanto embora os predadores empresariados tenham feito de tudo para desencantaacute-la e diminuiacute-lardquo Luiacutes Recena editor executivo da Tribuna do Brasil (DF)

ldquoSer jornalista eacute saber passar informaccedilotildees ao grande puacuteblico eacute saber defender a sociedade atraveacutes dos jornais e procurar saber o que ela procura e onde precisa ser ajudadardquo Maria Eugecircnia Labouriau assessora de imprensa do Inmetro

ldquoA funccedilatildeo principal do jornalista eacute ser a oposiccedilatildeo diante das instituiccedilotildees incluindo Judiciaacuterio o Estado todo mundo Os jornalistas satildeo os fiscalizadores da sociedaderdquo Nando Gross apresentador da Raacutedio Gauacutecha AM (RS)

ldquoEacute como jogar nas 11 posiccedilotildees do campo Natildeo existe mais jornalista pelo menos aqui no interior do Rio Grande do Norte especialista Todos acabam tendo que cumprir todas as funccedilotildees Somos mais que polivalentes jaacute que estamos num jornal do interiorrdquo Pedro Carlos Lopes Pinheiro diretor de Redaccedilatildeo do jornal O Mossoroense (RN)

ldquoSer jornalista hoje eacute ter perseveranccedila vontade e amor pela profissatildeo jaacute que os jornalistas ganham mal e natildeo haacute incentivos para a realizaccedilatildeo do trabalhordquo Raimundo Afonso Gomes presidente do Sindicato dos Jornalistas do Acre

ldquoHoje e sempre ser jornalista eacute tentar ser uma testemunha do seu tempo Essa eacute nossa humilde tarefa Natildeo eacute ser juiz promotor Atualmente temos uma tendecircncia de julgar e ateacute condenar Quanto mais complexa a sociedade mais se exige esse papel do jornalistardquo Zuenir Ventura colunista de O Globo (RJ)

A exemplo de outras profissotildees regulamentadas pela legislaccedilatildeo vigente

em nosso paiacutes ou reconhecidas pelo mercado formal de trabalho a atividade

jornaliacutestica deve seguir preceitos eacuteticos especiacuteficos com a finalidade de preservar o

atendimento do interesse puacuteblico e o direito agrave informaccedilatildeo existente em uma

sociedade democraacutetica

Com referecircncia agrave elaboraccedilatildeo da notiacutecia segundo Eliane Mendonccedila (sd)

ldquoa notiacutecia eacute o resultado de diversas lsquovozesrsquo que o jornalista precisou ouvir interpretar

e sintetizar de forma a tornaacute-lo acessiacutevel ao grande puacuteblicordquo Com base nessa

26

assertiva pode-se dizer que o jornalista eacute o profissional que tem como ofiacutecio a

responsabilidade de reconstruir os fatos levando em conta todos os conceitos a que

teve acesso durante a apuraccedilatildeo da mateacuteria E se eacute assim a notiacutecia nunca teraacute um

uacutenico autor visto que a mateacuteria jornaliacutestica traz em seu bojo inuacutemeras versotildees do

mesmo assunto cada um de um personagem (fonte) diferente

Note-se que ainda que o jornalista natildeo seja o uacutenico autor do que escreve

cabe a ele a funccedilatildeo de equilibrar o texto a ponto de ser fiel a tudo o que ouviu

procurando transmitir a informaccedilatildeo da forma mais clara possiacutevel a fim de que possa

ser compreendida por todo o tipo de leitor

Outro ponto a se considerar como bem explica Eliane Mendonccedila (sd)

refere-se ao fato de que um mesmo assunto se apresenta ao puacuteblico sob diferentes

enfoques quando transmitido em diferentes veiacuteculos de comunicaccedilatildeo Isto ocorre

porque ao contraacuterio do que ensina os antigos manuais do jornalismo o jornalista

natildeo eacute imparcial e acaba embutindo na notiacutecia um pouco de sua vivecircncia pessoal

sua opiniatildeo sobre o assunto seus preconceitos aleacutem de ter que levar em

consideraccedilatildeo as normas as orientaccedilotildees e a postura da empresa para a qual

trabalha

Segundo o Departamento de Comunicaccedilatildeo e Turismo da Universidade

Federal da Paraiacuteba (UFPB 2006) a sociedade espera que o jornalista exerccedila o

seguinte papel

- Auxiliar a populaccedilatildeo a tomar decisotildees coletivas favoraacuteveis ao bem comum - Enriquecer culturalmente a sociedade - Responsabilizar-se pelas informaccedilotildees que divulga e consequumlecircncias delas - Colaborar para o fortalecimento da cidadania

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- Discernir entre o que tem caraacuteter construtivo para a sociedade - Propagar iniciativas conhecimentos e teacutecnicas que possam ser reproduzidas de forma a contribuir para o bem estar social - Distinguir e denunciar atitudes que sejam lesivas agrave sociedade

O jornalista ndash seja ele o repoacuterter o fotoacutegrafo o cinegrafista o redator o

editor o chefe de reportagem enfim ndash deve estar consciente da importacircncia do seu

trabalho para a construccedilatildeo da cidadania e de uma sociedade igualitaacuteria

Como bem observa Maristela Alves Leitatildeo (2005) os profissionais de

jornalismo desempenham um importante papel nas transformaccedilotildees soacutecio-poliacuteticas

nas uacuteltimas deacutecadas constituindo os ldquoguardiotildees dos direitos humanosrdquo durante a

transiccedilatildeo da ditadura militar para o regime democraacutetico Atualmente a preocupaccedilatildeo

tem sido lutar contra a corrupccedilatildeo e a favor da cidadania visando a conscientizaccedilatildeo

da populaccedilatildeo em relaccedilatildeo aos seus direitos e obrigaccedilotildees

A mateacuteria jornaliacutestica consiste na reconstruccedilatildeo de dada realidade que

cerca um fato recente efetuada pelo profissional da aacuterea a partir da tomada de

depoimentos de pessoas que participaram ou estatildeo inseridas no contexto apurado

Essas pessoas a serem entrevistas natildeo devem ser selecionadas de maneira fortuita

apenas seratildeo inquiridas aquelas que possam dispor de dados estritamente

importantes e possuir competecircncia reconhecida para referir-se ao assunto em

questatildeo Uma das habilidades mais valorizadas na profissatildeo inclusive eacute aquela de

pesquisar e encontrar as fontes mais adequadas considerando-se a expectativa do

puacuteblico de receber informaccedilatildeo qualificada (Rothberg 2006)

28

Comparando-se o jornalismo impresso com o televisivo este uacuteltimo leva

clara vantagem por ser meio mais atraente ao disponibilizar uma dinacircmica

audiovisual

22 O REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO

O repoacuterter cinematograacutefico eacute aquele profissional que executa serviccedilos

referentes ao mercado de radiodifusatildeo mais especificamente em TV atuando como

assistente ou teacutecnico na aacuterea de produccedilatildeo em meios de comunicaccedilatildeo Dentre suas

atividades vale destacar pesquisa anaacutelise e interpretaccedilatildeo das possibilidades

riacutetmicas estruturais e associadas do encontro entre imagem e som aleacutem de

executar e manter os equipamentos de aacuteudio e iluminaccedilatildeo e cacircmeras de TV (Nova

Faetec 2006)

No Brasil o curso profissionalizante de repoacuterter cinematograacutefico tem ainda

niacutevel teacutecnico com duraccedilatildeo de trecircs anos sendo exigido como preacute-requisito a

conclusatildeo do ensino meacutedio ou fundamental

No Rio de Janeiro foi criada em 16 de fevereiro em 1946 a ARFOC -

Associaccedilatildeo Profissional de Repoacuterteres Fotograacuteficos e Cinematograacuteficos do Brasil

que consiste em uma associaccedilatildeo profissional e cultural destituiacuteda de caraacuteter poliacutetico-

partidaacuterio e sem fins lucrativos nos termos do Decreto n 1229 de 09101962 cujo

objetivo eacute incentivar aperfeiccediloar valorizar e defender a profissatildeo e os fotojornalistas

e a aplicaccedilatildeo da imagem ao jornalismo (ARFOC 2006)

29

Segundo Joseacute Alves Filho (2005) presidente da ARFOC-PI existe uma

falta de reconhecimento ateacute por parte dos proacuteprios colegas de trabalho em relaccedilatildeo

ao trabalho do repoacuterter cinematograacutefico Eacute uma injusticcedila visto que uma boa

reportagem de TV depende mais do registro do repoacuterter cinematograacutefico ndash fruto de

sua persistecircncia coragem e sensibilidade ndash do que do repoacuterter produtor ou editor

Essa falta de reconhecimento se reflete no dia-a-dia principalmente por

parte dos chefes de redaccedilatildeo que nunca estimulam os repoacuterteres cinematograacuteficos a

participarem da discussatildeo da pauta que iratildeo cumprir Com isso eles acabam se

afastando das redaccedilotildees desestimulados a participarem do processo Por parte dos

colegas jornalistas haacute um preconceito intelectual ainda que velado em relaccedilatildeo aos

colegas da ldquolinha de frenterdquo os ditos repoacuterteres cinematograacuteficos forjados pela

ldquofaculdade da vidardquo sem chance de discutir teoria nos bancos universitaacuterios

Partindo-se da premissa de que a imagem eacute o uacutenico item imprescindiacutevel

da TV natildeo haacute justificativa para o fato de que o salaacuterio dos bons cinegrafistas natildeo

chegam nem na metade do salaacuterio dos repoacuterteres haacute vinte anos atraacutes o salaacuterio

desses profissionais se equiparavam

Para Antonio Brasil (2004)

() se existe uma classe de jornalistas que sempre sofreu enormes injusticcedilas e discriminaccedilotildees eacute sem duacutevida o segmento dos cinegrafistas de TV Hoje satildeo chamados de lsquorepoacuterteres cinematograacuteficosrsquo Para mim deveriam ser simplesmente lsquojornalistasrsquo Mas como costumam ter origem humilde e natildeo podem pagar pelos lsquodiplomasrsquo satildeo considerados jornalistas de segunda classe Natildeo precisam passar no miacutenimo quatro anos pagando caro para as faacutebricas de jornalistas e ningueacutem parece se importar muito com isso Mas os cinegrafistas ou repoacuterteres cinematograacuteficos merecem o nosso apoio e respeito Lutam pelo reconhecimento da profissatildeo enquanto lsquojornalistasrsquo de verdade Recusam-se a serem meros

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lsquoapecircndicesrsquo na vida dos repoacuterteres e nas decisotildees dos nossos editores de telejornalismo

Infelizmente ainda persiste o conflito entre os profissionais da palavra e

os jornalistas da imagem Brasil (2004) experiente na profissatildeo muitas vezes

sentiu na pele os efeitos de atitudes arrogantes e discriminatoacuterias mesmo de

repoacuterteres receacutem-formados - o que demonstra que essa arrogacircncia sem

fundamento eacute cultural beira o preconceito social ou ldquoracismordquo E geralmente satildeo os

velhos cinegrafistas que acabam por ensinar a esses jovens os primeiros passos da

profissatildeo

Eacute certo que no meio televisivo as imagens constituem elemento chave

da mateacuteria do repoacuterter satildeo elas que datildeo suporte agrave narrativa cronoloacutegica do

acontecimento Cumpre ressaltar que tal qual o repoacuterter o cinegrafista tem como

objetivo registrar o acontecimento e fazer com que o mesmo chegue ao ar Daiacute a

importacircncia de recomendar aos alunos do telejornalismo que cinegrafista natildeo deve

ser vigiado nem precisa ser orientado

Repoacuterter e cinegrafista satildeo colegas de jornalismo isto eacute ambos satildeo

jornalistas Natildeo eacute porque o cinegrafista geralmente tem origem simples gestos

humildes e carrega peso que deixa de ser jornalista Ganha o repoacuterter despido

desse preconceito pois se dispotildee a assimilar os segredos da profissatildeo ensinados

pelos cinegrafistas e compartilhando com respeito os objetivos da reportagem

recebem valiosas dicas praacuteticas

Brasil (2004) desabafa

31

Os jovens de boa aparecircncia - condiccedilatildeo dispensaacutevel mas que parece ser obrigatoacuteria em nossos telejornais - saem das universidades natildeo sabem quase nada de telejornalismo Buscam na TV o sonho de sucesso e fama A maioria desses jovens natildeo teve a oportunidade aprender a praacutetica da profissatildeo Eles satildeo selecionados em processos meio nebulosos e certamente pouco transparentes Se tornam repoacuterteres de TV e tem que aprender as teacutecnicas peculiares da profissatildeo na marra No entanto satildeo os velhos cinegrafistas - profissionais humildes e experientes que costumam ensinar os primeiros passos Os cinegrafistas tambeacutem satildeo colegas leais Aleacutem de ensinarem telejornalismo de verdade tambeacutem fazem questatildeo de ocultar os erros dos neoacutefitos Os editores jamais percebem as inuacutemeras passagens que os cinegrafistas providencialmente apagam das fitas e da nossa memoacuteria Alguns desses neoacutefitos natildeo eram tatildeo jovens Muitos profissionais da imprensa fizeram a transiccedilatildeo para os encantos da TV graccedilas agrave boa vontade de velhos cinegrafistas

Ao inveacutes de se sentirem agradecidos muitos desses colegas se recusam

a aceitar que aqueles sujeitos simples satildeo tambeacutem jornalistas e que aleacutem de

compartilhar os objetivos da reportagem ensinam agrave nova geraccedilatildeo de jornalistas de

TV inuacutemeras dicas profissionais

Natildeo bastasse esse desrespeito com o profissional de imagem ele ainda

estaacute sujeito a sofrer seacuterios riscos inerentes agrave proacutepria profissatildeo aleacutem de graves

problemas de sauacutede ao utilizar equipamentos pesados e obsoletos e enfrentar um

ritmo estressante de trabalho repetitividade de tarefas longas jornadas e condiccedilotildees

precaacuterias de trabalho

Daiacute a importacircncia de apoiar a luta desses profissionais de imagem que

buscam o creacutedito e o respeito merecidos Eacute uma questatildeo natildeo apenas de direito

mas de reconhecimento Tambeacutem eacute importante observar e condenar as possiacuteveis

represaacutelias aos profissionais que buscam esse reconhecimento

32

Brasil (2004) faz uma comparaccedilatildeo entre os cinegrafistas da Inglaterra e

os do Brasil Enquanto entre noacutes os profissionais lutam pela sobrevivecircncia

aprendem tudo sem qualquer tipo de treinamento especiacutefico e para garantir os seus

direitos devem permanecer anocircnimos na Inglaterra a escola de cinegrafistas da

BBC possibilita a esses profissionais facilidades teacutecnicas um bom sistema de

promoccedilatildeo e cargos Para a promoccedilatildeo dentro da proacutepria categoria os cinegrafistas

ingleses satildeo regularmente enviados ao interior daquele paiacutes para conhecerem as

novas tecnoloacutegicas e teacutecnicas profissionais visando com isso tambeacutem fortalecer os

laccedilos corporativos

33

3 CURSO SUPERIOR PARA FORMACcedilAtildeO DE PROFISSIONAIS DA

AacuteREA

31 DESVALORIZACcedilAtildeO DA PROFISSAtildeO

Como outras inuacutemeras profissotildees tambeacutem o jornalista enfrenta crise no

seu acircmbito de trabalho Para superar a concorrecircncia garantir o seu emprego e

valorizar sua profissatildeo o jornalista de modo geral precisa especializar-se em

determinadas aacutereas e atualizar-se academicamente No mercado atual esse

profissional tem que lidar com o aumento de responsabilidade com o acuacutemulo de

funccedilotildees nas redaccedilotildees aleacutem de ser em geral mal remunerado e sofrer com o

constante risco de ser demitido

Conforme aponta Noblat (2003 p 36)

Exige-se do candidato a uma vaga nas redaccedilotildees que seja profissional completo e polivalente Ele tem de dominar todas as teacutecnicas para o exerciacutecio da profissatildeo manejar os instrumentos capazes de ajudaacute-lo a fazer o melhor trabalho e ter a niacutetida compreensatildeo do seu papel de jornalista multimiacutedia

Em plena era de globalizaccedilatildeo as perspectivas natildeo satildeo as melhores Tem

razatildeo Dizard Jr (2000 p 21) ao afirmar que uma das poucas certezas com que os

novos profissionais de miacutedia podem contar futuramente eacute que teratildeo que lidar com o

impacto das mudanccedilas tecnoloacutegicas e com a intensificaccedilatildeo da demanda por maior

envolvimento intelectual e habilitaccedilatildeo acadecircmica

34

Para o repoacuterter cinematograacutefico e supervisor de cinegrafia da rede Globo

Heacutelio Alvarez concorda que a profissatildeo do repoacuterter cinematograacutefico e fotoacutegrafo eacute

desvalorizada e isto se deve segundo ele ao fato de que a valorizaccedilatildeo profissional

na atualidade se daacute por meio da educaccedilatildeo Enquanto os repoacuterteres geralmente

passaram por uma faculdade e vecircm de uma classe social mais alta os que

trabalham como repoacuterter cinematograacutefico em sua maioria satildeo aqueles que iniciam

carreira fazendo algum trabalho na televisatildeo sendo poucos os que comeccedilam no

jornalismo ndash o que acaba por desvalorizar a funccedilatildeo (Canal da imprensa sd)

32 REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO Eacute JORNALISTA

Noacutes uacuteltimos anos haacute um movimento que luta pelo reconhecimento do

repoacuterter cinematograacutefico como jornalista Duas recentes decisotildees nos tribunais do

paiacutes passaram a reconhecer os direitos desse profissional confirmando as teses

defendidas pela FENAJ (Federaccedilatildeo Nacional dos Jornalistas) e pelos sindicatos de

jornalistas

No ano passado o Tribunal Superior do Trabalho (TST) manteve decisatildeo

do Tribunal Regional do Trabalho do Rio Grande do Sul (TRT da 4ordf Regiatildeo) que

enquadrou como Jornalista um repoacuterter-cinematograacutefico que trabalhou na RBS TV

Santa Rosa Ltda Esse profissional tanto acompanhava repoacuterteres na produccedilatildeo de

reportagens jornaliacutesticas como tambeacutem saiacutea agraves ruas sozinho para produzir

reportagens estabelecidas em pautas previamente solicitadas pelo chefe de

redaccedilatildeo

35

A RBS seguindo a praacutetica infelizmente bastante comum entre as

empresas de televisatildeo sustentava que o trabalhador devia ser enquadrado como

radialista na tentativa de pagar um salaacuterio menor ao profissional uma vez que o

piso de radialista eacute inferior ao de jornalista Outra desvantagem para o profissional eacute

que os radialistas trabalham 8 horas diaacuterias ao contraacuterio de jornalistas que atuam 5

horas por dia O excesso de carga de trabalho vem trazendo problemas de sauacutede

para diversos repoacuterteres cinematograacuteficos enquadrados como radialistas

A Justiccedila do Trabalho firmou decisatildeo no sentido de que o fato de estar

acompanhado de repoacuterter natildeo retira do repoacuterter-cinematograacutefico a condiccedilatildeo de

Jornalista O profissional gauacutecho receberaacute as devidas diferenccedilas salariais retroativas

a 16 de junho de 1998 data que o prejudicado obteve seu registro de jornalista

profissional no Ministeacuterio do Trabalho (Espaccedilo Vital 2005)

Com essa decisatildeo passou a ser possiacutevel que os repoacuterteres

cinematograacuteficos encaminhem agraves Delegacias Regionais do Trabalho pedidos de

enquadramento como jornalistas Aliaacutes os proacuteprios sindicatos devem encaminhar

pedidos de fiscalizaccedilatildeo nas empresas para verificar o enquadramento dos repoacuterteres

cinematograacuteficos

Outro julgamento favoraacutevel ao profissional da aacuterea em comento conforme

divulgaccedilatildeo do FENAJ (2005) refere-se agrave decisatildeo da Terceira Turma do Superior

Tribunal de Justiccedila (STJ) que reconheceu os direitos do repoacuterter fotograacutefico Claacuteudio

Alves Pereira de receber indenizaccedilatildeo por danos materiais e morais devido agraves

inuacutemeras vezes em que o Jornal de Brasiacutelia republicou fotos suas sem creacutedito apoacutes

a sua demissatildeo em julho de 1990

36

Conforme o escritor portuguecircs Pierre Ganz (ANTONIO CARLOS) o

jornalista-repoacuterter de imagens eacute antes de qualquer coisa eacute um jornalista como os

outros Deve saber preparar a sua reportagem efetuaacute-la escrever o seu comentaacuterio

sobre imagens A diferenccedila reside no fato de ele substituir na maioria das vezes a

esferograacutefica pela cacircmera de filmar

Uma cacircmera que ele deveraacute dominar bem mas tambeacutem com a qual vai escrever uma histoacuteria os planos substituindo entatildeo as palavras Uma sintaxe toma o lugar da outra Os teacutecnicos de som de iluminaccedilatildeo e de montagem satildeo-lhe familiares Pode em alguns casos trabalhar sozinho Egrave cada vez mais frequumlente partir em reportagem ou em grande reportagem com equipe reduzida acompanhada apenas por jornalista redator

Eacute mesmo verdade que no meio televisivo uma boa imagem por vezes

substitui um bom texto e ateacute o dispensa Natildeo eacute possiacutevel por exemplo imaginar nos

dias de hoje um noticiaacuterio sobre guerra sem que sejam mostradas imagens E

muitas vezes inspirados nas imagens que os jornalistas produzem seus textos

Sem duacutevida a funccedilatildeo do repoacuterter cinematograacutefico eacute de vital importacircncia

para o jornalismo Uma saiacuteda bastante praacutetica para solucionar o problema desses

profissionais no que se refere agrave ausecircncia de cursos de graduaccedilatildeo seria incluir uma

cadeira sobre o assunto nos cursos de jornalismo Com isso os profissionais da

aacuterea e os interessados em abraccedilar a profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico se

sentiriam motivados a ingressar numa faculdade e quem sabe assim esse

preconceito absurdo seria definitivamente eliminado pondo fim ao estigma de ser

apenas um coadjuvante na confecccedilatildeo da notiacutecia

37

CONCLUSAtildeO

Num momento em que o mundo passa por tantas transformaccedilotildees

decorrentes da evoluccedilatildeo tecnoloacutegica da era da informaccedilatildeo e da globalizaccedilatildeo da

economia o jornalismo profissional ndash seacuterio e bem documentado - ganha relevo em

sua missatildeo de informar opinar e entreter a sociedade em seu cotidiano

A televisatildeo nos dias contemporacircneos pode transmitir ao puacuteblico muito

mais do que o fazia quando foi criada A novidade surgiu em 1923 nos Estados

Unidos e se tornou conhecida no Brasil nos anos 50 De iniacutecio apenas uma

finiacutessima parcela da populaccedilatildeo tinha acesso ao produto e tempos depois

transformou-se num poderoso meio de comunicaccedilatildeo em massa

Para fazer o telejornalismo eacute necessaacuterio uma equipe formada de repoacuterter

cinegrafista redator fotoacutegrafo editor teacutecnicos de som de iluminaccedilatildeo e de

montagens

Diante do exposto natildeo resta duacutevidas de que o repoacuterter cinematograacutefico eacute

antes de qualquer coisa jornalista como os outros Ele deve saber preparar a sua

reportagem efetuaacute-la escrever o seu comentaacuterio sobre imagens

Se eacute certo que ele substitui a esferograacutefica pela cacircmera de filmar tambeacutem

eacute verdade que por meio dela ele escreve uma histoacuteria A diferenccedila eacute que substitui

as palavras pelas imagens que seus olhos treinados conseguem captar

38

Em muitas situaccedilotildees o repoacuterter cinematograacutefico acumula as funccedilotildees dos

teacutecnicos de iluminaccedilatildeo som e montagem trabalhando somente com o jornalista

redator E eacute com base nas imagens captadas que os jornalistas produzem seus

textos

Muitas vezes os cinegrafistas produzem imagens tatildeo impressionantes

que eacute difiacutecil para o jornalista descrevecirc-las com palavras podendo surgir eventuais

conflitos entre os dois

Neste contexto a presente monografia procurou enfocar a importacircncia

deste profissional que para ser reconhecido por seus pares e tambeacutem para ter

oportunidade de aumentar seus conhecimentos e aperfeiccediloar suas teacutecnicas

necessita que seja inserida uma cadeira sobre sua aacuterea nos cursos de graduaccedilatildeo

de jornalismo

Para serem admitidos como jornalistas pelas televisotildees profissionais

exige-se formaccedilatildeo acadecircmica em jornalismo Haacute aqui um paradoxo visto que a

profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico tem sua funccedilatildeo regulamentada pelo Decreto

Lei n 83284 de 13 marccedilo de 1969 que atribui normas para o exerciacutecio da profissatildeo

de jornalista e segundo o qual o repoacuterter cinematograacutefico estaacute inserido como

jornalista que capta imagens para fins jornaliacutesticos

Note-se que a partir do momento em que os cursos de jornalismo

incluiacuterem uma cadeira voltada para a reportagem cinematograacutefica todos os que se

formarem no curso e optarem por esse caminho notadamente seratildeo reconhecidos

como jornalistas

39

Haacute que se considerar a questatildeo dos antigos profissionais da aacuterea

aqueles que conhecem tudo sobre a profissatildeo e conforme dito no decorrer da

presente costumam ensinar os receacutem-formados no iniacutecio de suas carreiras

Eacute injusta a falta de reconhecimento desses profissionais

Tal situaccedilatildeo demonstra que o preconceito em relaccedilatildeo a eles faz parte de

uma cultura arraigada entre os proacuteprios colegas de profissatildeo e que acaba se

estendendo pelos bancos acadecircmicos e que precisa ser trabalhada desmistificada

pois natildeo tem razatildeo de existir

40

REFEREcircNCIAS

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documentaccedilatildeo trabalhos acadecircmicos apresentaccedilatildeo Rio de Janeiro 2002

ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE NORMAS TEacuteCNICAS NBR 6023 informaccedilatildeo e

documentaccedilatildeo elaboraccedilatildeo Rio de Janeiro 2002

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45

ANEXO I ndash DECRETO Nordm 83284 DE 13 DE MARCcedilO DE 1979

PROFISSAtildeO DE JORNALISTA

Daacute nova regulamentaccedilatildeo ao Decreto-lei nordm 972 de 17 de outubro de 1969 que dispotildee sobre o exerciacutecio da profissatildeo de Jornalista em decorrecircncia das alteraccedilotildees introduzidas pela Lei nordm 6612 de 7 de dezembro de 1978

O Presidente da Repuacuteblica usando da atribuiccedilatildeo que lhe confere o art 81 item

III da Constituiccedilatildeo decreta

Art 1ordm Eacute livre em todo territoacuterio nacional o exerciacutecio da profissatildeo de Jornalista aos que satisfazerem as condiccedilotildees estabelecidas neste Decreto

Art 2ordm A profissatildeo de Jornalista compreende privativamente o exerciacutecio habitual e remunerado de qualquer das seguintes atividades

I - redaccedilatildeo condensaccedilatildeo titulaccedilatildeo interpretaccedilatildeo correccedilatildeo ou coordenaccedilatildeo de mateacuteria a ser divulgada contenha ou natildeo comentaacuterio

II - comentaacuterio ou crocircnica pelo raacutedio ou pela televisatildeo III - entrevista inqueacuterito ou reportagem escrita ou falada IV - planejamento organizaccedilatildeo direccedilatildeo e eventual execuccedilatildeo de serviccedilos

teacutecnicos de Jornalismo como os de arquivo ilustraccedilatildeo ou distribuiccedilatildeo graacutefica de mateacuteria a ser divulgada

V - planejamento organizaccedilatildeo e administraccedilatildeo teacutecnica dos serviccedilos de que trata a aliacutenea ldquoardquo

VI - ensino de teacutecnicas de Jornalismo VII - coleta de notiacutecias ou informaccedilotildees e seu preparo para divulgaccedilatildeo VIII - revisatildeo de originais de mateacuteria jornaliacutestica com vistas agrave correccedilatildeo

redacional e agrave adequaccedilatildeo da linguagem XIX - organizaccedilatildeo e conservaccedilatildeo de arquivo jornaliacutestico e pesquisa dos

respectivos dados para a elaboraccedilatildeo de notiacutecias X - execuccedilatildeo de distribuiccedilatildeo graacutefica de texto fotografia ou ilustraccedilatildeo de

caraacuteter jornaliacutestico para fins de divulgaccedilatildeo XI - execuccedilatildeo de desenhos artiacutesticos ou teacutecnicos de caraacuteter jornaliacutestico para

fins de divulgaccedilatildeo Art 3ordm Considera-se empresa jornaliacutestica para os efeitos deste Decreto-lei

aquela que tenha como atividade a ediccedilatildeo de jornal ou revista ou a distribuiccedilatildeo de noticiaacuterio com funcionamento efetivo idoneidade financeira e registro legal

sect 1ordm Equipara-se agrave empresa jornaliacutestica a seccedilatildeo ou serviccedilo de empresa de radiofusatildeo televisatildeo ou divulgaccedilatildeo cinematograacutefica ou de agecircncia de publicidade onde sejam exercidas as atividades previstas no artigo 2ordm0

sect 2ordm A entidade puacuteblica ou privada natildeo jornaliacutestica sob cuja responsabilidade se editar publicaccedilatildeo destinada a circulaccedilatildeo externa estaacute obrigada ao cumprimento deste decreto relativamente aos jornalistas que contratar

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Art 4ordm O exerciacutecio da profissatildeo de jornalista requer preacutevio registro no oacutergatildeo regional do Ministeacuterio do Trabalho que se faraacute mediante a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash diploma de curso de niacutevel superior de Jornalismo ou de Comunicaccedilatildeo Social habilitaccedilatildeo Jornalismo fornecido por estabelecimento de ensino reconhecido na forma da lei para as funccedilotildees relacionadas nos itens I a IV do artigo 11

IV ndash Carteira de Trabalho e Previdecircncia Social

Paraacutegrafo uacutenico ndash Aos profissionais registrados exclusivamente para o exerciacutecio das funccedilotildees relacionadas nos itens VII a XI do artigo 11 eacute vedado o exerciacutecio das funccedilotildees constantes nos itens I a VII do mesmo artigo

Art 5ordm O Ministeacuterio do Trabalho concederaacute desde que satisfeitas as exigecircncias constantes neste Decreto registro especial ao

I ndash colaborador assim entendido aquele que mediante remuneraccedilatildeo e sem relaccedilatildeo de emprego produz trabalho de natureza teacutecnica cientiacutefica ou cultural relacionando com a sua especializaccedilatildeo para ser divulgado com o nome e qualificaccedilatildeo do autor

II ndash funcionaacuterio puacuteblico titular de cargo cujas atribuiccedilotildees legais coincidam com as mencionadas no artigo 2ordm

III ndash provisionado

Paraacutegrafo uacutenico ndash O registro de que tratam os itens I e II deste artigo natildeo implica o reconhecimento de quaisquer direitos que decorram da condiccedilatildeo de empregado nem no caso do item II dos resultantes do exerciacutecio privado e autocircnomo da profissatildeo

Art 6ordm Para o registro especial de colaborador eacute necessaacuteria a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash declaraccedilatildeo de empresa jornaliacutestica ou que a ela seja equiparada informando do seu interesse pelo registro de colaborador do candidato onde conste a sua especializaccedilatildeo remuneraccedilatildeo contratada e pseudocircnimo se houver

Art 7ordm Para o registro especial de funcionaacuterio puacuteblico titular de cargo cujas atribuiccedilotildees legais coincidam com as mencionadas no artigo 2ordm eacute necessaacuterio a apresentaccedilatildeo de ato de nomeaccedilatildeo ou contrataccedilatildeo para cargo ou emprego com aquelas atribuiccedilotildees aleacutem do cumprimento do que estabelece o artigo 4ordm

Art 8ordm Para o registro especial de provisionado eacute necessaacuterio a apresentaccedilatildeo de

47

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash declaraccedilatildeo fornecida pela empresa jornaliacutestica ou que a ela seja equiparada na qual conste a funccedilatildeo a ser exercida e o salaacuterio correspondente

IV ndash diploma de curso de niacutevel superior ou certificado de ensino de 2ordm grau fornecido por estabelecimento de ensino reconhecido na forma da lei para as funccedilotildees relacionadas nos itens I a VII do artigo 11

V ndash declaraccedilatildeo fornecida pela entidade sindical representativa da categoria profissional com base territorial abrangendo o municiacutepio no qual o provisionado iraacute desempenhar suas funccedilotildees de que natildeo haacute jornalista associado do Sindicato domiciliado naquele municiacutepio disponiacutevel da contrataccedilatildeo

VI ndash Carteira de Trabalho e Previdecircncia Social

sect 1ordm A declaraccedilatildeo de que trata o item V deveraacute ser fornecida pelo Sindicato ao interessado no prazo de 3 dias uacuteteis

sect 2ordm Caso exista profissional domiciliado no municiacutepio disponiacutevel para contrataccedilatildeo o Sindicato comunicaraacute tal fato ao Ministeacuterio do Trabalho no mesmo prazo de 3 dias a contar do pedido de fornecimento da declaraccedilatildeo de que trata o item V

sect 3ordm Caso o Sindicato natildeo forneccedila a declaraccedilatildeo de que trata o item V no prazo mencionado no sect 1ordm o interessado poderaacute instruir seu pedido de registro com o protocolo de apresentaccedilatildeo do requerimento ao Sindicato

sect 4ordm Na hipoacutetese prevista no paraacutegrafo anterior o Ministeacuterio do Trabalho concederaacute ao Sindicato prazo natildeo superior a 3 dias para se manifestar sobre o fornecimento da declaraccedilatildeo caso natildeo tenha ocorrido o fato constante no sect 2ordm

sect 5ordm O registro especial de provisionado teraacute caraacuteter temporaacuterio com duraccedilatildeo maacutexima de trecircs anos renovaacutevel somente com a apresentaccedilatildeo de toda a documentaccedilatildeo prevista neste artigo

Art 9ordm Seraacute efetuado no Ministeacuterio do Trabalho registro dos diretores de empresas jornaliacutesticas que natildeo sendo jornalistas respondem pelas respectivas publicaccedilotildees para o que eacute necessaacuterio a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash prova de registro civil ou comercial da empresa jornaliacutestica com o inteiro teor do seu ato constitutivo

IV ndash prova de depoacutesito do tiacutetulo da publicaccedilatildeo ou da agecircncia de notiacutecias no oacutergatildeo competente do Ministeacuterio da Induacutestria e do Comeacutercio

48

V ndash 30 exemplares do jornal ou 12 exemplares da revista ou 30 recortes ou coacutepias de noticiaacuterio com datas diferentes de sua divulgaccedilatildeo

sect 1ordm Tratando-se de empresa nova o Ministeacuterio do Trabalho efetuaraacute registro provisoacuterio com validade por 2 anos tornando-se definitivo apoacutes a comprovaccedilatildeo constante do item V deste artigo

sect 2ordm Natildeo seraacute admitida renovaccedilatildeo ou prorrogaccedilatildeo do prazo de validade do registro provisoacuterio previsto no paraacutegrafo anterior

Art 10ordm Seraacute efetuado no Ministeacuterio do Trabalho registro especial do diretor de empresa natildeo jornaliacutestica sob cuja responsabilidade se editar publicaccedilatildeo destinada agrave circulaccedilatildeo externa ou interna para o que se exigiraacute a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash prova de depoacutesito do tiacutetulo da publicaccedilatildeo no oacutergatildeo competente do Ministeacuterio da Induacutestria e do Comeacutercio

Art 11 ndash As funccedilotildees desempenhadas pelos jornalistas como empregados seratildeo assim classificadas

I - Redator aquele que aleacutem das incumbecircncias de redaccedilatildeo comum tem o encargo de redigir editoriais crocircnicas ou comentaacuterios

II - Noticiarista aquele que tem o encargo de redigir mateacuterias de caraacuteter informativo desprovidas de apreciaccedilotildees ou comentaacuterios preparando-as ou redigindo-as para a divulgaccedilatildeo

III - Repoacuterter aquele que cumpre a determinaccedilatildeo de colher notiacutecias ou informaccedilotildees preparando-as para divulgaccedilatildeo

IV - Repoacuterter de setor aquele que tem o encargo de colher notiacutecias ou informaccedilotildees sobre assuntos predeterminados preparando-as ou redigindo-as para divulgaccedilatildeo

V - Raacutedio-repoacuterter aquele a quem cabe a difusatildeo oral de acontecimento ou entrevista pelo raacutedio ou pela televisatildeo no instante ou no local em que ocorram assim como o comentaacuterio ou crocircnica pelos mesmos veiacuteculos

VI - Arquivista-pesquisador aquele que tem a incumbecircncia de organizar e conservar cultural e tecnicamente o arquivo redatorial procedendo agrave pesquisa dos respectivos dados para a elaboraccedilatildeo de notiacutecias

VII - Revisor aquele que tem o encargo de rever as provas tipograacuteficas de mateacuteria jornaliacutestica

VIII - Ilustrador aquele que tem a seu cargo criar ou executar desenhos artiacutesticos ou teacutecnicos de caraacuteter jornaliacutestico

XIX - Repoacuterter-fotograacutefico aquele a quem cabe registrar fotograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico

X - Repoacuterter-cinematograacutefico aquele a quem cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico

XI - Diagramador aquele a quem compete planejar e executar a distribuiccedilatildeo graacutefica de mateacuterias fotografias ou ilustraccedilotildees de caraacuteter jornaliacutestico para fins de publicaccedilatildeo

Paraacutegrafo uacutenico ndash Os Sindicatos seratildeo ouvidos sobre o exato enquadramento de cada profissional

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Art 12ordm Seratildeo privativas de jornalista as funccedilotildees pertinentes agraves atividades

descritas no artigo 2ordm tais como Editor Secretaacuterio Subsecretaacuterio Chefe de reportagem e Chefe de Revisatildeo

Art 13ordm Natildeo haveraacute incompatibilidade entre o exerciacutecio da profissatildeo de Jornalista e o de qualquer outra funccedilatildeo remunerada ainda que puacuteblica respeitadas a proibiccedilatildeo de acumular cargos e as demais restriccedilotildees de lei

Art 14ordm Seraacute passiacutevel de trancamento o registro profissional do jornalista que sem motivo legal deixar de exercer a profissatildeo por mais de 2 anos

sect 1ordm Natildeo incide na cominaccedilatildeo deste artigo o afastamento decorrente de a) suspensatildeo ou interrupccedilatildeo do contrato de trabalho b) aposentadoria como jornalista c) viagem ou bolsa de estudo para aperfeiccediloamento profissional d) desemprego apurado na forma da Lei nordm 4923 de 23 de dezembro de

1965

sect 2ordm O trancamento seraacute da competecircncia do oacutergatildeo regional do Ministeacuterio do Trabalho de ofiacutecio ou requerimento da entidade sindical representativa da categoria profissional cabendo a esta fazer publicar em oacutergatildeo oficial por trecircs vezes consecutivas e dentro de um interstiacutecio de dois anos a relaccedilatildeo dos jornalistas cujos registros pretende trancar

sect 3ordm Os oacutergatildeos do Ministeacuterio do Trabalho prestaratildeo aos sindicatos representativos da categoria profissional as informaccedilotildees que lhes forem solicitadas especialmente quanto ao registro de admissotildees e dispensas nas empresas jornaliacutesticas realizando as inspeccedilotildees que se tornarem necessaacuterias para a verificaccedilatildeo do exerciacutecio da profissatildeo de jornalista

sect 4ordm O exerciacutecio da atividade em empresa natildeo jornaliacutestica mencionada no artigo 3ordm sect 2ordm natildeo constituiraacute prova suficiente de permanecircncia na profissatildeo se a publicaccedilatildeo e seu responsaacutevel natildeo tiverem registro nos termos deste Decreto

sect 5ordm O registro trancado suspende a titularidade e o exerciacutecio das prerrogativas profissionais mas pode ser revalidado mediante apresentaccedilatildeo dos documentos mencionados nos itens II e III do artigo 4ordm

Art 15ordm O salaacuterio de jornalista natildeo poderaacute ser reajustado nos contratos individuais de trabalho para a jornada normal de 5 horas em base inferior agrave do salaacuterio estipulado para a respectiva funccedilatildeo em acordo ou convenccedilatildeo coletiva de trabalho ou sentenccedila normativa das Justiccedila do Trabalho

Paraacutegrafo uacutenico ndash Em negociaccedilatildeo ou dissiacutedio coletivo poderatildeo os Sindicatos de Jornalistas reclamar o estabelecimento de criteacuterio de remuneraccedilatildeo adicional pela divulgaccedilatildeo de trabalho produzido por jornalistas em mais de um veiacuteculo de comunicaccedilatildeo coletiva

Art 16ordm A admissatildeo de provisionado para exercer funccedilotildees relacionadas nos itens I a VII do artigo 11 seraacute permitida nos municiacutepios onde natildeo existia curso de Jornalismo reconhecido na forma de lei e comprovadamente natildeo haja jornalista domiciliado associado do sindicato representativo da categoria profissional disponiacutevel para contrataccedilatildeo

Paraacutegrafo uacutenico ndash O provisionado nos termos deste artigo poderaacute exercer suas atividades somente no municiacutepio para o qual foi registrado

Art 17ordm Os atuais portadores de registro especial de provisionado poderatildeo exercer suas atividades no Estado onde foram contratados

Art 18 ndash A fiscalizaccedilatildeo do cumprimento dos dispositivos deste Decreto se faraacute na forma do artigo 626 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho sendo aplicaacutevel aos

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infratores multa variaacutevel de 1 a 10 vezes o maior valor de referecircncia fixado de acordo com o artigo 2ordm paraacutegrafo uacutenico da Lei nordm 6205 de 29 de abril de 1975

Paraacutegrafo uacutenico ndash Aos sindicatos representativos da categoria profissional incumbe representar agraves autoridades competentes acerca do exerciacutecio irregular da profissatildeo de Jornalista

Art 19ordm Constitui fraude a prestaccedilatildeo de serviccedilos profissionais gratuitos ou com pagamentos simboacutelicos sob pretexto de estaacutegio bolsa de complementaccedilatildeo convecircnio ou qualquer outra modalidade em desrespeito agrave legislaccedilatildeo trabalhista e a este regulamento

Art 20ordm O disposto neste Decreto natildeo impede a conclusatildeo dos estaacutegios comprovadamente iniciados antes da vigecircncia da Lei nordm 6612 de 7 de dezembro de 1978 os quais entretanto natildeo conferiratildeo por si soacutes direito ao registro profissional

Art 21ordm Este Decreto entra em vigor na data da sua publicaccedilatildeo revogadas as disposiccedilotildees em contraacuterio especialmente os Decretos nordms 65912 de 19 de dezembro de 1969 e 68629 de 18 de maio de 1971

Brasiacutelia 13 de marccedilo de 1979 158ordm da Independecircncia e 91ordm da Repuacuteblica (DO de 13-3-79)

Ernesto Geisel Arnaldo Prieto

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ANEXO II ndash ACOacuteRDAtildeO TST-AIRR-6182001-751-04-401

Acoacuterdatildeo Inteiro Teor NUacuteMERO UacuteNICO PROC AIRR - 6182001-751-04-40 PUBLICACcedilAtildeO DJ - 10022006 Andamento do Processo

PROC Nordm TST-AIRR-6182001-751-04-401 C A C Oacute R D Atilde O 1ordf Turma EMPMs REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO CARACTERIZACcedilAtildeO INDEPENDEcircNCIA NO EXERCIacuteCIO DE SUAS ATIVIDADES REGISTROS DE ASSUNTOS E TEMAacuteTICAS DE INTERESSES JORNALIacuteSTICOS 1 Segundo o Tribunal Regional do Trabalho o Reclamante no exerciacutecio de suas atividades aleacutem de ter acompanhado o repoacuterter entrevistador na produccedilatildeo de mateacuterias fato que por si soacute natildeo lhe retira a condiccedilatildeo de jornalista - e tambeacutem de acordo com depoimentos testemunhais saiacutea agrave rua com a pauta que lhe era dirigida para sozinho produzir as mateacuterias solicitadas pelo empregador o que de acordo com o teor dos dispositivos tidos por vulnerados permite concluir o exerciacutecio da profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico e natildeo simplesmente de operador de cacircmera visto que ao sair agraves ruas para a produccedilatildeo de mateacuterias cumpria seu ofiacutecio obviamente mediante registros de fatos e (ou) assuntos de interesses notadamente jornaliacutestico considerando para tanto a proacutepria natureza da atividade empresarial exercida pela empregadora Inviaacutevel portanto a admissibilidade do recurso de revista em razatildeo da impossibilidade de exame da alegaccedilatildeo de afronta ao Decreto nordm 8413479 visto tratar-se de hipoacutetese natildeo contemplada na letra c do artigo 896 da CLT Por outro lado por violaccedilatildeo dos artigos 2ordm da Lei nordm 661578 e 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 tambeacutem natildeo logra ecircxito a Agravante no intuito de ver autorizado o processamento do recurso de revista No primeiro dispositivo apenas dispotildee-se que o radialista eacute o empregado de radiodifusatildeo exercente de atividades voltadas agrave administraccedilatildeo produccedilatildeo ou teacutecnica No segundo definem-se as profissotildees de repoacuterter e repoacuterter cinematograacutefico salientando-se que a esse uacuteltimo cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico hipoacutetese identificada pelo Regional 2 Agravo de instrumento a que se nega provimento Vistos relatados e discutidos estes autos do Agravo de Instrumento em Recurso de Revista nordm TST-AIRR-6182001-751-04-401 em que eacute Agravante RBS TV SANTA ROSA LTDA e Agravado CLOacuteVIS SANTACATARINA A Reclamada interpotildee agravo de instrumento ao despacho de fls 113-115 mediante o qual foi denegado seguimento ao recurso de revista sob o fundamento de que a decisatildeo decorreu da aplicaccedilatildeo das normas pertinentes uma vez que da situaccedilatildeo faacutetica delineada nos autos natildeo haacute como se extrair ofensa ao artigo 2ordm da Lei nordm 661578 na forma do artigo 896 c da CLT Contraminuta agraves fls 122-124 Natildeo houve remessa dos autos agrave Procuradoria Geral do Trabalho em face da orientaccedilatildeo emanada da Resoluccedilatildeo Administrativa nordm 322 atualmente retratada no artigo 82 do Regimento Interno do Tribunal Superior do

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Trabalho Eacute o relatoacuterio V O T O I CONHECIMENTO Conheccedilo do agravo de instrumento porque regular e tempestivo II MEacuteRITO O Tribunal Regional ao apreciar o recurso ordinaacuterio interposto pela Reclamada no tocante ao reconhecimento da condiccedilatildeo de jornalista ao Reclamante pela Vara do Trabalho decidiu O MM Juiacutezo de primeiro grau acolheu as alegaccedilotildees do reclamante de exerciacutecio de profissatildeo jornaliacutestica de repoacuterter cinematograacutefico condenando a reclamada a pagar diferenccedilas salariais e reflexos Contra esta decisatildeo volta-se a reacute sustentando que o reclamante era operador de cacircmera funccedilatildeo capitulada na profissatildeo de radialista A recorrente tem razatildeo parcialmente Tomando-se a hipoacutetese de confirmar a sentenccedila enquanto reconhece ter o reclamante exercido a funccedilatildeo de repoacuterter cinematograacutefico em todo o contrato existe um marco temporal e juriacutedico que deve ser considerado A funccedilatildeo de repoacuterter cinematograacutefico eacute exclusiva da profissatildeo de jornalista Eacute uma atividade que estaacute reservada aos jornalistas formados assim como estabelecido no DL 97269 O reclamante natildeo demonstra a partir de quando conquistou a diplomaccedilatildeo como jornalista devendo-se considerar apenas pelo que oferecem os autos a data de 16 de junho de 1998 dia em que o reclamante foi registrado no Ministeacuterio do Trabalho como jornalista profissional na funccedilatildeo especiacutefica de repoacuterter cinematograacutefico Considerando que o Ministeacuterio do Trabalho natildeo pode registrar jornalistas natildeo diplomados exceccedilatildeo feita aos provisionados tem-se que o reclamante adquiriu esta condiccedilatildeo nesse dia Antes embora pudesse fazer ou fizesse atividades privativas de jornalistas natildeo pode ser considerado juridicamente como tal Assim em qualquer hipoacutetese de manutenccedilatildeo do reconhecimento da funccedilatildeo de jornaliacutestica esta deve gerar os efeitos pleiteados somente a partir de 16 de junho de 1998 Jaacute quanto a ter exercido ou natildeo funccedilatildeo jornaliacutestica a conclusatildeo eacute de manutenccedilatildeo da sentenccedila Natildeo eacute o fato de estar acompanhado por repoacuterter entrevistador que o cinegrafista perde a condiccedilatildeo de jornalista Trata-se de uma equipe de profissionais jornalistas Um exemplo que melhor ilustra o descabimento da distinccedilatildeo que pretende fazer o apelo eacute a situaccedilatildeo dos fotoacutegrafos ou repoacuterteres fotograacuteficos O fotoacutegrafo sai com a pauta junto com o repoacuterter (ou natildeo e isto tambeacutem acontecia com o reclamante como o reconhecem as testemunhas inclusive trazidas pela reclamada) e enquanto o repoacuterter investiga os dados necessaacuterios para a mateacuteria o fotoacutegrafo registra as cenas mas nem por isto eacute rebaixado da condiccedilatildeo de jornalista para dir- se-ia operador de cacircmera fotograacutefica O que se pode discutir seria o interesse jornaliacutestico das mateacuterias cobertas pelo jornalista reclamante Com efeito os comerciais produzidos e gravados pelo autor natildeo tecircm esse interesse e os eventos promocionais da reclamada recebem dela mesma uma atribuiccedilatildeo desse interesse embora natildeo o tenha imediata e objetivamente mas para efeitos do trabalho executado pelo reclamante deve ser considerado um trabalho jornaliacutestico Foi correta a decisatildeo natildeo merecendo qualquer reparo a natildeo ser o juriacutedico-temporal jaacute mencionado Nesta perspectiva o provimento do recurso eacute parcial (fls 97-99) Ao interpor o recurso de revista a Empresa alegou que o Reclamante na condiccedilatildeo de operador de cacircmera e operador de cacircmera de unidade portaacutetil externa acompanhando o repoacuterter como reconheceu o Regional natildeo pode ser

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enquadrado como jornalista porquanto ao repoacuterter eacute dado cumprir a determinaccedilatildeo de coletar notiacutecias ou informaccedilotildees e elaboraacute-las a fim de viabilizar posterior divulgaccedilatildeo e ao repoacuterter-cinematograacutefico cabe registrar cinematograficamente fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico razatildeo pela qual entende que a atividade do Reclamante eacute proacutepria de radialista categoria agrave qual pertencia Acrescenta que o artigo 2ordm da Lei nordm 661578 estabelece considera-se radialista o empregado de Radiodifusatildeo que exerccedila uma das funccedilotildees em que se desdobram as atividades mencionadas no artigo 4ordm ou seja operador de cacircmara e operador de cacircmara de unidade portaacutetil externa cuja regulamentaccedilatildeo profissional consta do Decreto nordm 8413479 e as atribuiccedilotildees do Quadro Anexo do mesmo decreto item II letra c nordm 3 com a seguinte redaccedilatildeo encarrega-se da gravaccedilatildeo de mateacuteria distribuiacuteda pelo Supervisor de Operaccedilotildees planifica e orienta o entrevistador repoacuterter e iluminador no que se refere aos aspectos teacutecnicos de seu trabalho suas atividades envolvem tanto a gravaccedilatildeo como a geraccedilatildeo de som e imagem atraveacutes de equipamentos eletrocircnico portaacutetil de TV Fundamenta o apelo em violaccedilatildeo dos artigos 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 2ordm da Lei nordm 661578 e do Decreto nordm 8413479 e Quadro Anexo do mesmo decreto item II letra c nordm 3 Inicialmente deve-se registrar a impossibilidade de exame da alegaccedilatildeo de afronta ao Decreto nordm 8413479 visto tratar-se de hipoacutetese natildeo contemplada na letra c do artigo 896 da CLT No tocante agrave ofensa aos artigos 2ordm da Lei nordm 661578 e 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 tambeacutem natildeo logra ecircxito a Agravante no intuito de ver autorizado o processamento do recurso de revista No primeiro dispositivo apenas dispotildee-se que o radialista eacute o empregado de radiodifusatildeo exercente de atividades voltadas agrave administraccedilatildeo produccedilatildeo ou teacutecnica No segundo definem-se as profissotildees de repoacuterter e repoacuterter cinematograacutefico salientando-se que a esse uacuteltimo cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico Ora dos termos da decisatildeo impugnada via recurso de revista nada haacute que conflite com tais dispositivos legais Afinal segundo o Tribunal Regional do Trabalho o Reclamante no exerciacutecio de suas atividades aleacutem de ter acompanhado o repoacuterter entrevistador na produccedilatildeo de mateacuterias fato que por si soacute natildeo lhe retira a condiccedilatildeo de jornalista - tambeacutem de acordo com depoimentos testemunhais saiacutea agrave rua com a pauta que lhe era dirigida para sozinho produzir as mateacuterias solicitadas pelo empregador o que de acordo com o teor dos dispositivos tidos por vulnerados permite concluir pelo exerciacutecio da profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico e natildeo simplesmente de operador de cacircmera visto que ao sair agraves ruas para a produccedilatildeo de mateacuterias cumpria seu ofiacutecio obviamente mediante registros de fatos e (ou) assuntos de interesses notadamente jornaliacutestico considerando para tanto a proacutepria natureza da atividade empresarial exercida pela empregadora Por esses fundamentos nego provimento ao agravo de instrumento ISTO POSTO ACORDAM os Ministros da Primeira Turma do Tribunal Superior do Trabalho por unanimidade negar provimento ao agravo de instrumento Brasiacutelia 9 de novembro de 2005 EMMANOEL PEREIRA Ministro Relator

NIA 3981288

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Page 24: REPÓRTER CINEMATOGRÁFICO É JORNALISTArepositorio.uniceub.br/bitstream/123456789/1670/2/20214825.pdf · trabalhos desenvolvidos. 5 ... tsunamis, cachoeiras em penhascos, ... deles

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Para ilustrar melhor o papel do jornalismo a seguir iremos elencar as

definiccedilotildees formuladas por diversos profissionais da aacuterea publicadas no site Enfato ndash

Comunicaccedilatildeo Empresarial (2006)

ldquoO jornalista eacute o(a) profissional que faz mais do que apenas reportar o que acontece ele(a) estabelece viacutenculos entre os fatos correntes e passados provocaestimula o raciociacutenio do telespectadorleitorouvinte e procura ainda extrair disso tudo alguma perspectiva que sinalize o futuro Sua atividade eacute ainda mais difiacutecil do que parece eacute indispensaacutevel que este(a) profissional desempenhe sua tarefa com absoluta noccedilatildeo de seus princiacutepios eacuteticos sem se deixar contaminar por influecircncias poliacuteticas ou interesses pessoais Soacute assim seu relato teraacute credibilidade ndash a uacutenica moeda de real valor para quem abraccedilou esta profissatildeo Aliaacutes natildeo eacute agrave toa que a classe de espiacuterito tatildeo nobre seja tatildeo vilipendiada por aqueles que detecircm o controle das empresas de comunicaccedilatildeordquo Claudio Lessa colunista do site Direto da Redaccedilatildeo

ldquoSer jornalista hoje eacute e cada vez seraacute mais permitir ao leitor entender os fatos muito mais do que simplesmente tomar conhecimento deles Durante deacutecadas ser jornalista era correr atraacutes de furo dar informaccedilotildees sobre um fato que era desconhecido de todos Eu acho que hoje o nosso desafio estaacute em permitir que o leitor entenda os fatos pois existe uma avalanche de informaccedilotildeesrdquo Eugecircnio Esber diretor de redaccedilatildeo da revista Amanhatilde (RS)

ldquoO bom jornalista eacute aquele que eacute criativo investigador objetivo estaacute sempre informado mergulha com profundidade nos assuntos e acima de tudo tem a eacutetica como sua religiatildeordquo Fernando Barbosa Lima editor da FBL Criaccedilatildeo e Produccedilatildeo (RJ)

ldquoTenho a impressatildeo de que ser jornalista diante da tamanha complexidade do universo da Comunicaccedilatildeo eacute ter a capacidade de melhor organizar e selecionar a quantidade crescente da informaccedilatildeo defendendo o que haacute de mais essencial primado da verdade Lembro do que dizia Claudio Abramo de que a funccedilatildeo do jornalista eacute buscar a verdade camuflada atraacutes da verdade aparente Acho que essa tarefa eacute o grande diferencial que determinaraacute o sucesso profissionalrdquo Fernando Salerno diretor da Associaccedilatildeo Paulista de Jornais e do diaacuterio Valeparaibano (SP)

ldquoSer jornalista hoje eacute o mesmo que ontem e presumo o mesmo que amanhatilde O jornalista tem a funccedilatildeo de informar mais do que formar No meu entendimento hoje haacute muitos jornalistas mais preocupados em formar do que em informar Em outras palavras eacute muita opiniatildeo e pouca informaccedilatildeo Entendo ainda que eacute um trabalho muito importante para garantir a transparecircncia das sociedadesrdquo Flaacutevio Portela gerente de jornalismo da raacutedio Guaiacuteba (RS)

ldquoTenho orgulho de ser jornalista Essa funccedilatildeo eacute cada vez mais importante desde que seja acompanhada de eacutetica e

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responsabilidade Cada vez mais a miacutedia tem credibilidade Graccedilas ao jornalista e a essa possibilidade de informaccedilatildeo raacutepida e global eacute que aproximamos o mundordquo Lucia Leme apresentadora do programa Olhar 2005 da TVE-RJ

ldquoA profissatildeo natildeo perdeu o encanto embora os predadores empresariados tenham feito de tudo para desencantaacute-la e diminuiacute-lardquo Luiacutes Recena editor executivo da Tribuna do Brasil (DF)

ldquoSer jornalista eacute saber passar informaccedilotildees ao grande puacuteblico eacute saber defender a sociedade atraveacutes dos jornais e procurar saber o que ela procura e onde precisa ser ajudadardquo Maria Eugecircnia Labouriau assessora de imprensa do Inmetro

ldquoA funccedilatildeo principal do jornalista eacute ser a oposiccedilatildeo diante das instituiccedilotildees incluindo Judiciaacuterio o Estado todo mundo Os jornalistas satildeo os fiscalizadores da sociedaderdquo Nando Gross apresentador da Raacutedio Gauacutecha AM (RS)

ldquoEacute como jogar nas 11 posiccedilotildees do campo Natildeo existe mais jornalista pelo menos aqui no interior do Rio Grande do Norte especialista Todos acabam tendo que cumprir todas as funccedilotildees Somos mais que polivalentes jaacute que estamos num jornal do interiorrdquo Pedro Carlos Lopes Pinheiro diretor de Redaccedilatildeo do jornal O Mossoroense (RN)

ldquoSer jornalista hoje eacute ter perseveranccedila vontade e amor pela profissatildeo jaacute que os jornalistas ganham mal e natildeo haacute incentivos para a realizaccedilatildeo do trabalhordquo Raimundo Afonso Gomes presidente do Sindicato dos Jornalistas do Acre

ldquoHoje e sempre ser jornalista eacute tentar ser uma testemunha do seu tempo Essa eacute nossa humilde tarefa Natildeo eacute ser juiz promotor Atualmente temos uma tendecircncia de julgar e ateacute condenar Quanto mais complexa a sociedade mais se exige esse papel do jornalistardquo Zuenir Ventura colunista de O Globo (RJ)

A exemplo de outras profissotildees regulamentadas pela legislaccedilatildeo vigente

em nosso paiacutes ou reconhecidas pelo mercado formal de trabalho a atividade

jornaliacutestica deve seguir preceitos eacuteticos especiacuteficos com a finalidade de preservar o

atendimento do interesse puacuteblico e o direito agrave informaccedilatildeo existente em uma

sociedade democraacutetica

Com referecircncia agrave elaboraccedilatildeo da notiacutecia segundo Eliane Mendonccedila (sd)

ldquoa notiacutecia eacute o resultado de diversas lsquovozesrsquo que o jornalista precisou ouvir interpretar

e sintetizar de forma a tornaacute-lo acessiacutevel ao grande puacuteblicordquo Com base nessa

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assertiva pode-se dizer que o jornalista eacute o profissional que tem como ofiacutecio a

responsabilidade de reconstruir os fatos levando em conta todos os conceitos a que

teve acesso durante a apuraccedilatildeo da mateacuteria E se eacute assim a notiacutecia nunca teraacute um

uacutenico autor visto que a mateacuteria jornaliacutestica traz em seu bojo inuacutemeras versotildees do

mesmo assunto cada um de um personagem (fonte) diferente

Note-se que ainda que o jornalista natildeo seja o uacutenico autor do que escreve

cabe a ele a funccedilatildeo de equilibrar o texto a ponto de ser fiel a tudo o que ouviu

procurando transmitir a informaccedilatildeo da forma mais clara possiacutevel a fim de que possa

ser compreendida por todo o tipo de leitor

Outro ponto a se considerar como bem explica Eliane Mendonccedila (sd)

refere-se ao fato de que um mesmo assunto se apresenta ao puacuteblico sob diferentes

enfoques quando transmitido em diferentes veiacuteculos de comunicaccedilatildeo Isto ocorre

porque ao contraacuterio do que ensina os antigos manuais do jornalismo o jornalista

natildeo eacute imparcial e acaba embutindo na notiacutecia um pouco de sua vivecircncia pessoal

sua opiniatildeo sobre o assunto seus preconceitos aleacutem de ter que levar em

consideraccedilatildeo as normas as orientaccedilotildees e a postura da empresa para a qual

trabalha

Segundo o Departamento de Comunicaccedilatildeo e Turismo da Universidade

Federal da Paraiacuteba (UFPB 2006) a sociedade espera que o jornalista exerccedila o

seguinte papel

- Auxiliar a populaccedilatildeo a tomar decisotildees coletivas favoraacuteveis ao bem comum - Enriquecer culturalmente a sociedade - Responsabilizar-se pelas informaccedilotildees que divulga e consequumlecircncias delas - Colaborar para o fortalecimento da cidadania

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- Discernir entre o que tem caraacuteter construtivo para a sociedade - Propagar iniciativas conhecimentos e teacutecnicas que possam ser reproduzidas de forma a contribuir para o bem estar social - Distinguir e denunciar atitudes que sejam lesivas agrave sociedade

O jornalista ndash seja ele o repoacuterter o fotoacutegrafo o cinegrafista o redator o

editor o chefe de reportagem enfim ndash deve estar consciente da importacircncia do seu

trabalho para a construccedilatildeo da cidadania e de uma sociedade igualitaacuteria

Como bem observa Maristela Alves Leitatildeo (2005) os profissionais de

jornalismo desempenham um importante papel nas transformaccedilotildees soacutecio-poliacuteticas

nas uacuteltimas deacutecadas constituindo os ldquoguardiotildees dos direitos humanosrdquo durante a

transiccedilatildeo da ditadura militar para o regime democraacutetico Atualmente a preocupaccedilatildeo

tem sido lutar contra a corrupccedilatildeo e a favor da cidadania visando a conscientizaccedilatildeo

da populaccedilatildeo em relaccedilatildeo aos seus direitos e obrigaccedilotildees

A mateacuteria jornaliacutestica consiste na reconstruccedilatildeo de dada realidade que

cerca um fato recente efetuada pelo profissional da aacuterea a partir da tomada de

depoimentos de pessoas que participaram ou estatildeo inseridas no contexto apurado

Essas pessoas a serem entrevistas natildeo devem ser selecionadas de maneira fortuita

apenas seratildeo inquiridas aquelas que possam dispor de dados estritamente

importantes e possuir competecircncia reconhecida para referir-se ao assunto em

questatildeo Uma das habilidades mais valorizadas na profissatildeo inclusive eacute aquela de

pesquisar e encontrar as fontes mais adequadas considerando-se a expectativa do

puacuteblico de receber informaccedilatildeo qualificada (Rothberg 2006)

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Comparando-se o jornalismo impresso com o televisivo este uacuteltimo leva

clara vantagem por ser meio mais atraente ao disponibilizar uma dinacircmica

audiovisual

22 O REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO

O repoacuterter cinematograacutefico eacute aquele profissional que executa serviccedilos

referentes ao mercado de radiodifusatildeo mais especificamente em TV atuando como

assistente ou teacutecnico na aacuterea de produccedilatildeo em meios de comunicaccedilatildeo Dentre suas

atividades vale destacar pesquisa anaacutelise e interpretaccedilatildeo das possibilidades

riacutetmicas estruturais e associadas do encontro entre imagem e som aleacutem de

executar e manter os equipamentos de aacuteudio e iluminaccedilatildeo e cacircmeras de TV (Nova

Faetec 2006)

No Brasil o curso profissionalizante de repoacuterter cinematograacutefico tem ainda

niacutevel teacutecnico com duraccedilatildeo de trecircs anos sendo exigido como preacute-requisito a

conclusatildeo do ensino meacutedio ou fundamental

No Rio de Janeiro foi criada em 16 de fevereiro em 1946 a ARFOC -

Associaccedilatildeo Profissional de Repoacuterteres Fotograacuteficos e Cinematograacuteficos do Brasil

que consiste em uma associaccedilatildeo profissional e cultural destituiacuteda de caraacuteter poliacutetico-

partidaacuterio e sem fins lucrativos nos termos do Decreto n 1229 de 09101962 cujo

objetivo eacute incentivar aperfeiccediloar valorizar e defender a profissatildeo e os fotojornalistas

e a aplicaccedilatildeo da imagem ao jornalismo (ARFOC 2006)

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Segundo Joseacute Alves Filho (2005) presidente da ARFOC-PI existe uma

falta de reconhecimento ateacute por parte dos proacuteprios colegas de trabalho em relaccedilatildeo

ao trabalho do repoacuterter cinematograacutefico Eacute uma injusticcedila visto que uma boa

reportagem de TV depende mais do registro do repoacuterter cinematograacutefico ndash fruto de

sua persistecircncia coragem e sensibilidade ndash do que do repoacuterter produtor ou editor

Essa falta de reconhecimento se reflete no dia-a-dia principalmente por

parte dos chefes de redaccedilatildeo que nunca estimulam os repoacuterteres cinematograacuteficos a

participarem da discussatildeo da pauta que iratildeo cumprir Com isso eles acabam se

afastando das redaccedilotildees desestimulados a participarem do processo Por parte dos

colegas jornalistas haacute um preconceito intelectual ainda que velado em relaccedilatildeo aos

colegas da ldquolinha de frenterdquo os ditos repoacuterteres cinematograacuteficos forjados pela

ldquofaculdade da vidardquo sem chance de discutir teoria nos bancos universitaacuterios

Partindo-se da premissa de que a imagem eacute o uacutenico item imprescindiacutevel

da TV natildeo haacute justificativa para o fato de que o salaacuterio dos bons cinegrafistas natildeo

chegam nem na metade do salaacuterio dos repoacuterteres haacute vinte anos atraacutes o salaacuterio

desses profissionais se equiparavam

Para Antonio Brasil (2004)

() se existe uma classe de jornalistas que sempre sofreu enormes injusticcedilas e discriminaccedilotildees eacute sem duacutevida o segmento dos cinegrafistas de TV Hoje satildeo chamados de lsquorepoacuterteres cinematograacuteficosrsquo Para mim deveriam ser simplesmente lsquojornalistasrsquo Mas como costumam ter origem humilde e natildeo podem pagar pelos lsquodiplomasrsquo satildeo considerados jornalistas de segunda classe Natildeo precisam passar no miacutenimo quatro anos pagando caro para as faacutebricas de jornalistas e ningueacutem parece se importar muito com isso Mas os cinegrafistas ou repoacuterteres cinematograacuteficos merecem o nosso apoio e respeito Lutam pelo reconhecimento da profissatildeo enquanto lsquojornalistasrsquo de verdade Recusam-se a serem meros

30

lsquoapecircndicesrsquo na vida dos repoacuterteres e nas decisotildees dos nossos editores de telejornalismo

Infelizmente ainda persiste o conflito entre os profissionais da palavra e

os jornalistas da imagem Brasil (2004) experiente na profissatildeo muitas vezes

sentiu na pele os efeitos de atitudes arrogantes e discriminatoacuterias mesmo de

repoacuterteres receacutem-formados - o que demonstra que essa arrogacircncia sem

fundamento eacute cultural beira o preconceito social ou ldquoracismordquo E geralmente satildeo os

velhos cinegrafistas que acabam por ensinar a esses jovens os primeiros passos da

profissatildeo

Eacute certo que no meio televisivo as imagens constituem elemento chave

da mateacuteria do repoacuterter satildeo elas que datildeo suporte agrave narrativa cronoloacutegica do

acontecimento Cumpre ressaltar que tal qual o repoacuterter o cinegrafista tem como

objetivo registrar o acontecimento e fazer com que o mesmo chegue ao ar Daiacute a

importacircncia de recomendar aos alunos do telejornalismo que cinegrafista natildeo deve

ser vigiado nem precisa ser orientado

Repoacuterter e cinegrafista satildeo colegas de jornalismo isto eacute ambos satildeo

jornalistas Natildeo eacute porque o cinegrafista geralmente tem origem simples gestos

humildes e carrega peso que deixa de ser jornalista Ganha o repoacuterter despido

desse preconceito pois se dispotildee a assimilar os segredos da profissatildeo ensinados

pelos cinegrafistas e compartilhando com respeito os objetivos da reportagem

recebem valiosas dicas praacuteticas

Brasil (2004) desabafa

31

Os jovens de boa aparecircncia - condiccedilatildeo dispensaacutevel mas que parece ser obrigatoacuteria em nossos telejornais - saem das universidades natildeo sabem quase nada de telejornalismo Buscam na TV o sonho de sucesso e fama A maioria desses jovens natildeo teve a oportunidade aprender a praacutetica da profissatildeo Eles satildeo selecionados em processos meio nebulosos e certamente pouco transparentes Se tornam repoacuterteres de TV e tem que aprender as teacutecnicas peculiares da profissatildeo na marra No entanto satildeo os velhos cinegrafistas - profissionais humildes e experientes que costumam ensinar os primeiros passos Os cinegrafistas tambeacutem satildeo colegas leais Aleacutem de ensinarem telejornalismo de verdade tambeacutem fazem questatildeo de ocultar os erros dos neoacutefitos Os editores jamais percebem as inuacutemeras passagens que os cinegrafistas providencialmente apagam das fitas e da nossa memoacuteria Alguns desses neoacutefitos natildeo eram tatildeo jovens Muitos profissionais da imprensa fizeram a transiccedilatildeo para os encantos da TV graccedilas agrave boa vontade de velhos cinegrafistas

Ao inveacutes de se sentirem agradecidos muitos desses colegas se recusam

a aceitar que aqueles sujeitos simples satildeo tambeacutem jornalistas e que aleacutem de

compartilhar os objetivos da reportagem ensinam agrave nova geraccedilatildeo de jornalistas de

TV inuacutemeras dicas profissionais

Natildeo bastasse esse desrespeito com o profissional de imagem ele ainda

estaacute sujeito a sofrer seacuterios riscos inerentes agrave proacutepria profissatildeo aleacutem de graves

problemas de sauacutede ao utilizar equipamentos pesados e obsoletos e enfrentar um

ritmo estressante de trabalho repetitividade de tarefas longas jornadas e condiccedilotildees

precaacuterias de trabalho

Daiacute a importacircncia de apoiar a luta desses profissionais de imagem que

buscam o creacutedito e o respeito merecidos Eacute uma questatildeo natildeo apenas de direito

mas de reconhecimento Tambeacutem eacute importante observar e condenar as possiacuteveis

represaacutelias aos profissionais que buscam esse reconhecimento

32

Brasil (2004) faz uma comparaccedilatildeo entre os cinegrafistas da Inglaterra e

os do Brasil Enquanto entre noacutes os profissionais lutam pela sobrevivecircncia

aprendem tudo sem qualquer tipo de treinamento especiacutefico e para garantir os seus

direitos devem permanecer anocircnimos na Inglaterra a escola de cinegrafistas da

BBC possibilita a esses profissionais facilidades teacutecnicas um bom sistema de

promoccedilatildeo e cargos Para a promoccedilatildeo dentro da proacutepria categoria os cinegrafistas

ingleses satildeo regularmente enviados ao interior daquele paiacutes para conhecerem as

novas tecnoloacutegicas e teacutecnicas profissionais visando com isso tambeacutem fortalecer os

laccedilos corporativos

33

3 CURSO SUPERIOR PARA FORMACcedilAtildeO DE PROFISSIONAIS DA

AacuteREA

31 DESVALORIZACcedilAtildeO DA PROFISSAtildeO

Como outras inuacutemeras profissotildees tambeacutem o jornalista enfrenta crise no

seu acircmbito de trabalho Para superar a concorrecircncia garantir o seu emprego e

valorizar sua profissatildeo o jornalista de modo geral precisa especializar-se em

determinadas aacutereas e atualizar-se academicamente No mercado atual esse

profissional tem que lidar com o aumento de responsabilidade com o acuacutemulo de

funccedilotildees nas redaccedilotildees aleacutem de ser em geral mal remunerado e sofrer com o

constante risco de ser demitido

Conforme aponta Noblat (2003 p 36)

Exige-se do candidato a uma vaga nas redaccedilotildees que seja profissional completo e polivalente Ele tem de dominar todas as teacutecnicas para o exerciacutecio da profissatildeo manejar os instrumentos capazes de ajudaacute-lo a fazer o melhor trabalho e ter a niacutetida compreensatildeo do seu papel de jornalista multimiacutedia

Em plena era de globalizaccedilatildeo as perspectivas natildeo satildeo as melhores Tem

razatildeo Dizard Jr (2000 p 21) ao afirmar que uma das poucas certezas com que os

novos profissionais de miacutedia podem contar futuramente eacute que teratildeo que lidar com o

impacto das mudanccedilas tecnoloacutegicas e com a intensificaccedilatildeo da demanda por maior

envolvimento intelectual e habilitaccedilatildeo acadecircmica

34

Para o repoacuterter cinematograacutefico e supervisor de cinegrafia da rede Globo

Heacutelio Alvarez concorda que a profissatildeo do repoacuterter cinematograacutefico e fotoacutegrafo eacute

desvalorizada e isto se deve segundo ele ao fato de que a valorizaccedilatildeo profissional

na atualidade se daacute por meio da educaccedilatildeo Enquanto os repoacuterteres geralmente

passaram por uma faculdade e vecircm de uma classe social mais alta os que

trabalham como repoacuterter cinematograacutefico em sua maioria satildeo aqueles que iniciam

carreira fazendo algum trabalho na televisatildeo sendo poucos os que comeccedilam no

jornalismo ndash o que acaba por desvalorizar a funccedilatildeo (Canal da imprensa sd)

32 REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO Eacute JORNALISTA

Noacutes uacuteltimos anos haacute um movimento que luta pelo reconhecimento do

repoacuterter cinematograacutefico como jornalista Duas recentes decisotildees nos tribunais do

paiacutes passaram a reconhecer os direitos desse profissional confirmando as teses

defendidas pela FENAJ (Federaccedilatildeo Nacional dos Jornalistas) e pelos sindicatos de

jornalistas

No ano passado o Tribunal Superior do Trabalho (TST) manteve decisatildeo

do Tribunal Regional do Trabalho do Rio Grande do Sul (TRT da 4ordf Regiatildeo) que

enquadrou como Jornalista um repoacuterter-cinematograacutefico que trabalhou na RBS TV

Santa Rosa Ltda Esse profissional tanto acompanhava repoacuterteres na produccedilatildeo de

reportagens jornaliacutesticas como tambeacutem saiacutea agraves ruas sozinho para produzir

reportagens estabelecidas em pautas previamente solicitadas pelo chefe de

redaccedilatildeo

35

A RBS seguindo a praacutetica infelizmente bastante comum entre as

empresas de televisatildeo sustentava que o trabalhador devia ser enquadrado como

radialista na tentativa de pagar um salaacuterio menor ao profissional uma vez que o

piso de radialista eacute inferior ao de jornalista Outra desvantagem para o profissional eacute

que os radialistas trabalham 8 horas diaacuterias ao contraacuterio de jornalistas que atuam 5

horas por dia O excesso de carga de trabalho vem trazendo problemas de sauacutede

para diversos repoacuterteres cinematograacuteficos enquadrados como radialistas

A Justiccedila do Trabalho firmou decisatildeo no sentido de que o fato de estar

acompanhado de repoacuterter natildeo retira do repoacuterter-cinematograacutefico a condiccedilatildeo de

Jornalista O profissional gauacutecho receberaacute as devidas diferenccedilas salariais retroativas

a 16 de junho de 1998 data que o prejudicado obteve seu registro de jornalista

profissional no Ministeacuterio do Trabalho (Espaccedilo Vital 2005)

Com essa decisatildeo passou a ser possiacutevel que os repoacuterteres

cinematograacuteficos encaminhem agraves Delegacias Regionais do Trabalho pedidos de

enquadramento como jornalistas Aliaacutes os proacuteprios sindicatos devem encaminhar

pedidos de fiscalizaccedilatildeo nas empresas para verificar o enquadramento dos repoacuterteres

cinematograacuteficos

Outro julgamento favoraacutevel ao profissional da aacuterea em comento conforme

divulgaccedilatildeo do FENAJ (2005) refere-se agrave decisatildeo da Terceira Turma do Superior

Tribunal de Justiccedila (STJ) que reconheceu os direitos do repoacuterter fotograacutefico Claacuteudio

Alves Pereira de receber indenizaccedilatildeo por danos materiais e morais devido agraves

inuacutemeras vezes em que o Jornal de Brasiacutelia republicou fotos suas sem creacutedito apoacutes

a sua demissatildeo em julho de 1990

36

Conforme o escritor portuguecircs Pierre Ganz (ANTONIO CARLOS) o

jornalista-repoacuterter de imagens eacute antes de qualquer coisa eacute um jornalista como os

outros Deve saber preparar a sua reportagem efetuaacute-la escrever o seu comentaacuterio

sobre imagens A diferenccedila reside no fato de ele substituir na maioria das vezes a

esferograacutefica pela cacircmera de filmar

Uma cacircmera que ele deveraacute dominar bem mas tambeacutem com a qual vai escrever uma histoacuteria os planos substituindo entatildeo as palavras Uma sintaxe toma o lugar da outra Os teacutecnicos de som de iluminaccedilatildeo e de montagem satildeo-lhe familiares Pode em alguns casos trabalhar sozinho Egrave cada vez mais frequumlente partir em reportagem ou em grande reportagem com equipe reduzida acompanhada apenas por jornalista redator

Eacute mesmo verdade que no meio televisivo uma boa imagem por vezes

substitui um bom texto e ateacute o dispensa Natildeo eacute possiacutevel por exemplo imaginar nos

dias de hoje um noticiaacuterio sobre guerra sem que sejam mostradas imagens E

muitas vezes inspirados nas imagens que os jornalistas produzem seus textos

Sem duacutevida a funccedilatildeo do repoacuterter cinematograacutefico eacute de vital importacircncia

para o jornalismo Uma saiacuteda bastante praacutetica para solucionar o problema desses

profissionais no que se refere agrave ausecircncia de cursos de graduaccedilatildeo seria incluir uma

cadeira sobre o assunto nos cursos de jornalismo Com isso os profissionais da

aacuterea e os interessados em abraccedilar a profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico se

sentiriam motivados a ingressar numa faculdade e quem sabe assim esse

preconceito absurdo seria definitivamente eliminado pondo fim ao estigma de ser

apenas um coadjuvante na confecccedilatildeo da notiacutecia

37

CONCLUSAtildeO

Num momento em que o mundo passa por tantas transformaccedilotildees

decorrentes da evoluccedilatildeo tecnoloacutegica da era da informaccedilatildeo e da globalizaccedilatildeo da

economia o jornalismo profissional ndash seacuterio e bem documentado - ganha relevo em

sua missatildeo de informar opinar e entreter a sociedade em seu cotidiano

A televisatildeo nos dias contemporacircneos pode transmitir ao puacuteblico muito

mais do que o fazia quando foi criada A novidade surgiu em 1923 nos Estados

Unidos e se tornou conhecida no Brasil nos anos 50 De iniacutecio apenas uma

finiacutessima parcela da populaccedilatildeo tinha acesso ao produto e tempos depois

transformou-se num poderoso meio de comunicaccedilatildeo em massa

Para fazer o telejornalismo eacute necessaacuterio uma equipe formada de repoacuterter

cinegrafista redator fotoacutegrafo editor teacutecnicos de som de iluminaccedilatildeo e de

montagens

Diante do exposto natildeo resta duacutevidas de que o repoacuterter cinematograacutefico eacute

antes de qualquer coisa jornalista como os outros Ele deve saber preparar a sua

reportagem efetuaacute-la escrever o seu comentaacuterio sobre imagens

Se eacute certo que ele substitui a esferograacutefica pela cacircmera de filmar tambeacutem

eacute verdade que por meio dela ele escreve uma histoacuteria A diferenccedila eacute que substitui

as palavras pelas imagens que seus olhos treinados conseguem captar

38

Em muitas situaccedilotildees o repoacuterter cinematograacutefico acumula as funccedilotildees dos

teacutecnicos de iluminaccedilatildeo som e montagem trabalhando somente com o jornalista

redator E eacute com base nas imagens captadas que os jornalistas produzem seus

textos

Muitas vezes os cinegrafistas produzem imagens tatildeo impressionantes

que eacute difiacutecil para o jornalista descrevecirc-las com palavras podendo surgir eventuais

conflitos entre os dois

Neste contexto a presente monografia procurou enfocar a importacircncia

deste profissional que para ser reconhecido por seus pares e tambeacutem para ter

oportunidade de aumentar seus conhecimentos e aperfeiccediloar suas teacutecnicas

necessita que seja inserida uma cadeira sobre sua aacuterea nos cursos de graduaccedilatildeo

de jornalismo

Para serem admitidos como jornalistas pelas televisotildees profissionais

exige-se formaccedilatildeo acadecircmica em jornalismo Haacute aqui um paradoxo visto que a

profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico tem sua funccedilatildeo regulamentada pelo Decreto

Lei n 83284 de 13 marccedilo de 1969 que atribui normas para o exerciacutecio da profissatildeo

de jornalista e segundo o qual o repoacuterter cinematograacutefico estaacute inserido como

jornalista que capta imagens para fins jornaliacutesticos

Note-se que a partir do momento em que os cursos de jornalismo

incluiacuterem uma cadeira voltada para a reportagem cinematograacutefica todos os que se

formarem no curso e optarem por esse caminho notadamente seratildeo reconhecidos

como jornalistas

39

Haacute que se considerar a questatildeo dos antigos profissionais da aacuterea

aqueles que conhecem tudo sobre a profissatildeo e conforme dito no decorrer da

presente costumam ensinar os receacutem-formados no iniacutecio de suas carreiras

Eacute injusta a falta de reconhecimento desses profissionais

Tal situaccedilatildeo demonstra que o preconceito em relaccedilatildeo a eles faz parte de

uma cultura arraigada entre os proacuteprios colegas de profissatildeo e que acaba se

estendendo pelos bancos acadecircmicos e que precisa ser trabalhada desmistificada

pois natildeo tem razatildeo de existir

40

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ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE NORMAS TEacuteCNICAS NBR 6023 informaccedilatildeo e

documentaccedilatildeo elaboraccedilatildeo Rio de Janeiro 2002

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45

ANEXO I ndash DECRETO Nordm 83284 DE 13 DE MARCcedilO DE 1979

PROFISSAtildeO DE JORNALISTA

Daacute nova regulamentaccedilatildeo ao Decreto-lei nordm 972 de 17 de outubro de 1969 que dispotildee sobre o exerciacutecio da profissatildeo de Jornalista em decorrecircncia das alteraccedilotildees introduzidas pela Lei nordm 6612 de 7 de dezembro de 1978

O Presidente da Repuacuteblica usando da atribuiccedilatildeo que lhe confere o art 81 item

III da Constituiccedilatildeo decreta

Art 1ordm Eacute livre em todo territoacuterio nacional o exerciacutecio da profissatildeo de Jornalista aos que satisfazerem as condiccedilotildees estabelecidas neste Decreto

Art 2ordm A profissatildeo de Jornalista compreende privativamente o exerciacutecio habitual e remunerado de qualquer das seguintes atividades

I - redaccedilatildeo condensaccedilatildeo titulaccedilatildeo interpretaccedilatildeo correccedilatildeo ou coordenaccedilatildeo de mateacuteria a ser divulgada contenha ou natildeo comentaacuterio

II - comentaacuterio ou crocircnica pelo raacutedio ou pela televisatildeo III - entrevista inqueacuterito ou reportagem escrita ou falada IV - planejamento organizaccedilatildeo direccedilatildeo e eventual execuccedilatildeo de serviccedilos

teacutecnicos de Jornalismo como os de arquivo ilustraccedilatildeo ou distribuiccedilatildeo graacutefica de mateacuteria a ser divulgada

V - planejamento organizaccedilatildeo e administraccedilatildeo teacutecnica dos serviccedilos de que trata a aliacutenea ldquoardquo

VI - ensino de teacutecnicas de Jornalismo VII - coleta de notiacutecias ou informaccedilotildees e seu preparo para divulgaccedilatildeo VIII - revisatildeo de originais de mateacuteria jornaliacutestica com vistas agrave correccedilatildeo

redacional e agrave adequaccedilatildeo da linguagem XIX - organizaccedilatildeo e conservaccedilatildeo de arquivo jornaliacutestico e pesquisa dos

respectivos dados para a elaboraccedilatildeo de notiacutecias X - execuccedilatildeo de distribuiccedilatildeo graacutefica de texto fotografia ou ilustraccedilatildeo de

caraacuteter jornaliacutestico para fins de divulgaccedilatildeo XI - execuccedilatildeo de desenhos artiacutesticos ou teacutecnicos de caraacuteter jornaliacutestico para

fins de divulgaccedilatildeo Art 3ordm Considera-se empresa jornaliacutestica para os efeitos deste Decreto-lei

aquela que tenha como atividade a ediccedilatildeo de jornal ou revista ou a distribuiccedilatildeo de noticiaacuterio com funcionamento efetivo idoneidade financeira e registro legal

sect 1ordm Equipara-se agrave empresa jornaliacutestica a seccedilatildeo ou serviccedilo de empresa de radiofusatildeo televisatildeo ou divulgaccedilatildeo cinematograacutefica ou de agecircncia de publicidade onde sejam exercidas as atividades previstas no artigo 2ordm0

sect 2ordm A entidade puacuteblica ou privada natildeo jornaliacutestica sob cuja responsabilidade se editar publicaccedilatildeo destinada a circulaccedilatildeo externa estaacute obrigada ao cumprimento deste decreto relativamente aos jornalistas que contratar

46

Art 4ordm O exerciacutecio da profissatildeo de jornalista requer preacutevio registro no oacutergatildeo regional do Ministeacuterio do Trabalho que se faraacute mediante a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash diploma de curso de niacutevel superior de Jornalismo ou de Comunicaccedilatildeo Social habilitaccedilatildeo Jornalismo fornecido por estabelecimento de ensino reconhecido na forma da lei para as funccedilotildees relacionadas nos itens I a IV do artigo 11

IV ndash Carteira de Trabalho e Previdecircncia Social

Paraacutegrafo uacutenico ndash Aos profissionais registrados exclusivamente para o exerciacutecio das funccedilotildees relacionadas nos itens VII a XI do artigo 11 eacute vedado o exerciacutecio das funccedilotildees constantes nos itens I a VII do mesmo artigo

Art 5ordm O Ministeacuterio do Trabalho concederaacute desde que satisfeitas as exigecircncias constantes neste Decreto registro especial ao

I ndash colaborador assim entendido aquele que mediante remuneraccedilatildeo e sem relaccedilatildeo de emprego produz trabalho de natureza teacutecnica cientiacutefica ou cultural relacionando com a sua especializaccedilatildeo para ser divulgado com o nome e qualificaccedilatildeo do autor

II ndash funcionaacuterio puacuteblico titular de cargo cujas atribuiccedilotildees legais coincidam com as mencionadas no artigo 2ordm

III ndash provisionado

Paraacutegrafo uacutenico ndash O registro de que tratam os itens I e II deste artigo natildeo implica o reconhecimento de quaisquer direitos que decorram da condiccedilatildeo de empregado nem no caso do item II dos resultantes do exerciacutecio privado e autocircnomo da profissatildeo

Art 6ordm Para o registro especial de colaborador eacute necessaacuteria a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash declaraccedilatildeo de empresa jornaliacutestica ou que a ela seja equiparada informando do seu interesse pelo registro de colaborador do candidato onde conste a sua especializaccedilatildeo remuneraccedilatildeo contratada e pseudocircnimo se houver

Art 7ordm Para o registro especial de funcionaacuterio puacuteblico titular de cargo cujas atribuiccedilotildees legais coincidam com as mencionadas no artigo 2ordm eacute necessaacuterio a apresentaccedilatildeo de ato de nomeaccedilatildeo ou contrataccedilatildeo para cargo ou emprego com aquelas atribuiccedilotildees aleacutem do cumprimento do que estabelece o artigo 4ordm

Art 8ordm Para o registro especial de provisionado eacute necessaacuterio a apresentaccedilatildeo de

47

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash declaraccedilatildeo fornecida pela empresa jornaliacutestica ou que a ela seja equiparada na qual conste a funccedilatildeo a ser exercida e o salaacuterio correspondente

IV ndash diploma de curso de niacutevel superior ou certificado de ensino de 2ordm grau fornecido por estabelecimento de ensino reconhecido na forma da lei para as funccedilotildees relacionadas nos itens I a VII do artigo 11

V ndash declaraccedilatildeo fornecida pela entidade sindical representativa da categoria profissional com base territorial abrangendo o municiacutepio no qual o provisionado iraacute desempenhar suas funccedilotildees de que natildeo haacute jornalista associado do Sindicato domiciliado naquele municiacutepio disponiacutevel da contrataccedilatildeo

VI ndash Carteira de Trabalho e Previdecircncia Social

sect 1ordm A declaraccedilatildeo de que trata o item V deveraacute ser fornecida pelo Sindicato ao interessado no prazo de 3 dias uacuteteis

sect 2ordm Caso exista profissional domiciliado no municiacutepio disponiacutevel para contrataccedilatildeo o Sindicato comunicaraacute tal fato ao Ministeacuterio do Trabalho no mesmo prazo de 3 dias a contar do pedido de fornecimento da declaraccedilatildeo de que trata o item V

sect 3ordm Caso o Sindicato natildeo forneccedila a declaraccedilatildeo de que trata o item V no prazo mencionado no sect 1ordm o interessado poderaacute instruir seu pedido de registro com o protocolo de apresentaccedilatildeo do requerimento ao Sindicato

sect 4ordm Na hipoacutetese prevista no paraacutegrafo anterior o Ministeacuterio do Trabalho concederaacute ao Sindicato prazo natildeo superior a 3 dias para se manifestar sobre o fornecimento da declaraccedilatildeo caso natildeo tenha ocorrido o fato constante no sect 2ordm

sect 5ordm O registro especial de provisionado teraacute caraacuteter temporaacuterio com duraccedilatildeo maacutexima de trecircs anos renovaacutevel somente com a apresentaccedilatildeo de toda a documentaccedilatildeo prevista neste artigo

Art 9ordm Seraacute efetuado no Ministeacuterio do Trabalho registro dos diretores de empresas jornaliacutesticas que natildeo sendo jornalistas respondem pelas respectivas publicaccedilotildees para o que eacute necessaacuterio a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash prova de registro civil ou comercial da empresa jornaliacutestica com o inteiro teor do seu ato constitutivo

IV ndash prova de depoacutesito do tiacutetulo da publicaccedilatildeo ou da agecircncia de notiacutecias no oacutergatildeo competente do Ministeacuterio da Induacutestria e do Comeacutercio

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V ndash 30 exemplares do jornal ou 12 exemplares da revista ou 30 recortes ou coacutepias de noticiaacuterio com datas diferentes de sua divulgaccedilatildeo

sect 1ordm Tratando-se de empresa nova o Ministeacuterio do Trabalho efetuaraacute registro provisoacuterio com validade por 2 anos tornando-se definitivo apoacutes a comprovaccedilatildeo constante do item V deste artigo

sect 2ordm Natildeo seraacute admitida renovaccedilatildeo ou prorrogaccedilatildeo do prazo de validade do registro provisoacuterio previsto no paraacutegrafo anterior

Art 10ordm Seraacute efetuado no Ministeacuterio do Trabalho registro especial do diretor de empresa natildeo jornaliacutestica sob cuja responsabilidade se editar publicaccedilatildeo destinada agrave circulaccedilatildeo externa ou interna para o que se exigiraacute a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash prova de depoacutesito do tiacutetulo da publicaccedilatildeo no oacutergatildeo competente do Ministeacuterio da Induacutestria e do Comeacutercio

Art 11 ndash As funccedilotildees desempenhadas pelos jornalistas como empregados seratildeo assim classificadas

I - Redator aquele que aleacutem das incumbecircncias de redaccedilatildeo comum tem o encargo de redigir editoriais crocircnicas ou comentaacuterios

II - Noticiarista aquele que tem o encargo de redigir mateacuterias de caraacuteter informativo desprovidas de apreciaccedilotildees ou comentaacuterios preparando-as ou redigindo-as para a divulgaccedilatildeo

III - Repoacuterter aquele que cumpre a determinaccedilatildeo de colher notiacutecias ou informaccedilotildees preparando-as para divulgaccedilatildeo

IV - Repoacuterter de setor aquele que tem o encargo de colher notiacutecias ou informaccedilotildees sobre assuntos predeterminados preparando-as ou redigindo-as para divulgaccedilatildeo

V - Raacutedio-repoacuterter aquele a quem cabe a difusatildeo oral de acontecimento ou entrevista pelo raacutedio ou pela televisatildeo no instante ou no local em que ocorram assim como o comentaacuterio ou crocircnica pelos mesmos veiacuteculos

VI - Arquivista-pesquisador aquele que tem a incumbecircncia de organizar e conservar cultural e tecnicamente o arquivo redatorial procedendo agrave pesquisa dos respectivos dados para a elaboraccedilatildeo de notiacutecias

VII - Revisor aquele que tem o encargo de rever as provas tipograacuteficas de mateacuteria jornaliacutestica

VIII - Ilustrador aquele que tem a seu cargo criar ou executar desenhos artiacutesticos ou teacutecnicos de caraacuteter jornaliacutestico

XIX - Repoacuterter-fotograacutefico aquele a quem cabe registrar fotograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico

X - Repoacuterter-cinematograacutefico aquele a quem cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico

XI - Diagramador aquele a quem compete planejar e executar a distribuiccedilatildeo graacutefica de mateacuterias fotografias ou ilustraccedilotildees de caraacuteter jornaliacutestico para fins de publicaccedilatildeo

Paraacutegrafo uacutenico ndash Os Sindicatos seratildeo ouvidos sobre o exato enquadramento de cada profissional

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Art 12ordm Seratildeo privativas de jornalista as funccedilotildees pertinentes agraves atividades

descritas no artigo 2ordm tais como Editor Secretaacuterio Subsecretaacuterio Chefe de reportagem e Chefe de Revisatildeo

Art 13ordm Natildeo haveraacute incompatibilidade entre o exerciacutecio da profissatildeo de Jornalista e o de qualquer outra funccedilatildeo remunerada ainda que puacuteblica respeitadas a proibiccedilatildeo de acumular cargos e as demais restriccedilotildees de lei

Art 14ordm Seraacute passiacutevel de trancamento o registro profissional do jornalista que sem motivo legal deixar de exercer a profissatildeo por mais de 2 anos

sect 1ordm Natildeo incide na cominaccedilatildeo deste artigo o afastamento decorrente de a) suspensatildeo ou interrupccedilatildeo do contrato de trabalho b) aposentadoria como jornalista c) viagem ou bolsa de estudo para aperfeiccediloamento profissional d) desemprego apurado na forma da Lei nordm 4923 de 23 de dezembro de

1965

sect 2ordm O trancamento seraacute da competecircncia do oacutergatildeo regional do Ministeacuterio do Trabalho de ofiacutecio ou requerimento da entidade sindical representativa da categoria profissional cabendo a esta fazer publicar em oacutergatildeo oficial por trecircs vezes consecutivas e dentro de um interstiacutecio de dois anos a relaccedilatildeo dos jornalistas cujos registros pretende trancar

sect 3ordm Os oacutergatildeos do Ministeacuterio do Trabalho prestaratildeo aos sindicatos representativos da categoria profissional as informaccedilotildees que lhes forem solicitadas especialmente quanto ao registro de admissotildees e dispensas nas empresas jornaliacutesticas realizando as inspeccedilotildees que se tornarem necessaacuterias para a verificaccedilatildeo do exerciacutecio da profissatildeo de jornalista

sect 4ordm O exerciacutecio da atividade em empresa natildeo jornaliacutestica mencionada no artigo 3ordm sect 2ordm natildeo constituiraacute prova suficiente de permanecircncia na profissatildeo se a publicaccedilatildeo e seu responsaacutevel natildeo tiverem registro nos termos deste Decreto

sect 5ordm O registro trancado suspende a titularidade e o exerciacutecio das prerrogativas profissionais mas pode ser revalidado mediante apresentaccedilatildeo dos documentos mencionados nos itens II e III do artigo 4ordm

Art 15ordm O salaacuterio de jornalista natildeo poderaacute ser reajustado nos contratos individuais de trabalho para a jornada normal de 5 horas em base inferior agrave do salaacuterio estipulado para a respectiva funccedilatildeo em acordo ou convenccedilatildeo coletiva de trabalho ou sentenccedila normativa das Justiccedila do Trabalho

Paraacutegrafo uacutenico ndash Em negociaccedilatildeo ou dissiacutedio coletivo poderatildeo os Sindicatos de Jornalistas reclamar o estabelecimento de criteacuterio de remuneraccedilatildeo adicional pela divulgaccedilatildeo de trabalho produzido por jornalistas em mais de um veiacuteculo de comunicaccedilatildeo coletiva

Art 16ordm A admissatildeo de provisionado para exercer funccedilotildees relacionadas nos itens I a VII do artigo 11 seraacute permitida nos municiacutepios onde natildeo existia curso de Jornalismo reconhecido na forma de lei e comprovadamente natildeo haja jornalista domiciliado associado do sindicato representativo da categoria profissional disponiacutevel para contrataccedilatildeo

Paraacutegrafo uacutenico ndash O provisionado nos termos deste artigo poderaacute exercer suas atividades somente no municiacutepio para o qual foi registrado

Art 17ordm Os atuais portadores de registro especial de provisionado poderatildeo exercer suas atividades no Estado onde foram contratados

Art 18 ndash A fiscalizaccedilatildeo do cumprimento dos dispositivos deste Decreto se faraacute na forma do artigo 626 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho sendo aplicaacutevel aos

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infratores multa variaacutevel de 1 a 10 vezes o maior valor de referecircncia fixado de acordo com o artigo 2ordm paraacutegrafo uacutenico da Lei nordm 6205 de 29 de abril de 1975

Paraacutegrafo uacutenico ndash Aos sindicatos representativos da categoria profissional incumbe representar agraves autoridades competentes acerca do exerciacutecio irregular da profissatildeo de Jornalista

Art 19ordm Constitui fraude a prestaccedilatildeo de serviccedilos profissionais gratuitos ou com pagamentos simboacutelicos sob pretexto de estaacutegio bolsa de complementaccedilatildeo convecircnio ou qualquer outra modalidade em desrespeito agrave legislaccedilatildeo trabalhista e a este regulamento

Art 20ordm O disposto neste Decreto natildeo impede a conclusatildeo dos estaacutegios comprovadamente iniciados antes da vigecircncia da Lei nordm 6612 de 7 de dezembro de 1978 os quais entretanto natildeo conferiratildeo por si soacutes direito ao registro profissional

Art 21ordm Este Decreto entra em vigor na data da sua publicaccedilatildeo revogadas as disposiccedilotildees em contraacuterio especialmente os Decretos nordms 65912 de 19 de dezembro de 1969 e 68629 de 18 de maio de 1971

Brasiacutelia 13 de marccedilo de 1979 158ordm da Independecircncia e 91ordm da Repuacuteblica (DO de 13-3-79)

Ernesto Geisel Arnaldo Prieto

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ANEXO II ndash ACOacuteRDAtildeO TST-AIRR-6182001-751-04-401

Acoacuterdatildeo Inteiro Teor NUacuteMERO UacuteNICO PROC AIRR - 6182001-751-04-40 PUBLICACcedilAtildeO DJ - 10022006 Andamento do Processo

PROC Nordm TST-AIRR-6182001-751-04-401 C A C Oacute R D Atilde O 1ordf Turma EMPMs REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO CARACTERIZACcedilAtildeO INDEPENDEcircNCIA NO EXERCIacuteCIO DE SUAS ATIVIDADES REGISTROS DE ASSUNTOS E TEMAacuteTICAS DE INTERESSES JORNALIacuteSTICOS 1 Segundo o Tribunal Regional do Trabalho o Reclamante no exerciacutecio de suas atividades aleacutem de ter acompanhado o repoacuterter entrevistador na produccedilatildeo de mateacuterias fato que por si soacute natildeo lhe retira a condiccedilatildeo de jornalista - e tambeacutem de acordo com depoimentos testemunhais saiacutea agrave rua com a pauta que lhe era dirigida para sozinho produzir as mateacuterias solicitadas pelo empregador o que de acordo com o teor dos dispositivos tidos por vulnerados permite concluir o exerciacutecio da profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico e natildeo simplesmente de operador de cacircmera visto que ao sair agraves ruas para a produccedilatildeo de mateacuterias cumpria seu ofiacutecio obviamente mediante registros de fatos e (ou) assuntos de interesses notadamente jornaliacutestico considerando para tanto a proacutepria natureza da atividade empresarial exercida pela empregadora Inviaacutevel portanto a admissibilidade do recurso de revista em razatildeo da impossibilidade de exame da alegaccedilatildeo de afronta ao Decreto nordm 8413479 visto tratar-se de hipoacutetese natildeo contemplada na letra c do artigo 896 da CLT Por outro lado por violaccedilatildeo dos artigos 2ordm da Lei nordm 661578 e 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 tambeacutem natildeo logra ecircxito a Agravante no intuito de ver autorizado o processamento do recurso de revista No primeiro dispositivo apenas dispotildee-se que o radialista eacute o empregado de radiodifusatildeo exercente de atividades voltadas agrave administraccedilatildeo produccedilatildeo ou teacutecnica No segundo definem-se as profissotildees de repoacuterter e repoacuterter cinematograacutefico salientando-se que a esse uacuteltimo cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico hipoacutetese identificada pelo Regional 2 Agravo de instrumento a que se nega provimento Vistos relatados e discutidos estes autos do Agravo de Instrumento em Recurso de Revista nordm TST-AIRR-6182001-751-04-401 em que eacute Agravante RBS TV SANTA ROSA LTDA e Agravado CLOacuteVIS SANTACATARINA A Reclamada interpotildee agravo de instrumento ao despacho de fls 113-115 mediante o qual foi denegado seguimento ao recurso de revista sob o fundamento de que a decisatildeo decorreu da aplicaccedilatildeo das normas pertinentes uma vez que da situaccedilatildeo faacutetica delineada nos autos natildeo haacute como se extrair ofensa ao artigo 2ordm da Lei nordm 661578 na forma do artigo 896 c da CLT Contraminuta agraves fls 122-124 Natildeo houve remessa dos autos agrave Procuradoria Geral do Trabalho em face da orientaccedilatildeo emanada da Resoluccedilatildeo Administrativa nordm 322 atualmente retratada no artigo 82 do Regimento Interno do Tribunal Superior do

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Trabalho Eacute o relatoacuterio V O T O I CONHECIMENTO Conheccedilo do agravo de instrumento porque regular e tempestivo II MEacuteRITO O Tribunal Regional ao apreciar o recurso ordinaacuterio interposto pela Reclamada no tocante ao reconhecimento da condiccedilatildeo de jornalista ao Reclamante pela Vara do Trabalho decidiu O MM Juiacutezo de primeiro grau acolheu as alegaccedilotildees do reclamante de exerciacutecio de profissatildeo jornaliacutestica de repoacuterter cinematograacutefico condenando a reclamada a pagar diferenccedilas salariais e reflexos Contra esta decisatildeo volta-se a reacute sustentando que o reclamante era operador de cacircmera funccedilatildeo capitulada na profissatildeo de radialista A recorrente tem razatildeo parcialmente Tomando-se a hipoacutetese de confirmar a sentenccedila enquanto reconhece ter o reclamante exercido a funccedilatildeo de repoacuterter cinematograacutefico em todo o contrato existe um marco temporal e juriacutedico que deve ser considerado A funccedilatildeo de repoacuterter cinematograacutefico eacute exclusiva da profissatildeo de jornalista Eacute uma atividade que estaacute reservada aos jornalistas formados assim como estabelecido no DL 97269 O reclamante natildeo demonstra a partir de quando conquistou a diplomaccedilatildeo como jornalista devendo-se considerar apenas pelo que oferecem os autos a data de 16 de junho de 1998 dia em que o reclamante foi registrado no Ministeacuterio do Trabalho como jornalista profissional na funccedilatildeo especiacutefica de repoacuterter cinematograacutefico Considerando que o Ministeacuterio do Trabalho natildeo pode registrar jornalistas natildeo diplomados exceccedilatildeo feita aos provisionados tem-se que o reclamante adquiriu esta condiccedilatildeo nesse dia Antes embora pudesse fazer ou fizesse atividades privativas de jornalistas natildeo pode ser considerado juridicamente como tal Assim em qualquer hipoacutetese de manutenccedilatildeo do reconhecimento da funccedilatildeo de jornaliacutestica esta deve gerar os efeitos pleiteados somente a partir de 16 de junho de 1998 Jaacute quanto a ter exercido ou natildeo funccedilatildeo jornaliacutestica a conclusatildeo eacute de manutenccedilatildeo da sentenccedila Natildeo eacute o fato de estar acompanhado por repoacuterter entrevistador que o cinegrafista perde a condiccedilatildeo de jornalista Trata-se de uma equipe de profissionais jornalistas Um exemplo que melhor ilustra o descabimento da distinccedilatildeo que pretende fazer o apelo eacute a situaccedilatildeo dos fotoacutegrafos ou repoacuterteres fotograacuteficos O fotoacutegrafo sai com a pauta junto com o repoacuterter (ou natildeo e isto tambeacutem acontecia com o reclamante como o reconhecem as testemunhas inclusive trazidas pela reclamada) e enquanto o repoacuterter investiga os dados necessaacuterios para a mateacuteria o fotoacutegrafo registra as cenas mas nem por isto eacute rebaixado da condiccedilatildeo de jornalista para dir- se-ia operador de cacircmera fotograacutefica O que se pode discutir seria o interesse jornaliacutestico das mateacuterias cobertas pelo jornalista reclamante Com efeito os comerciais produzidos e gravados pelo autor natildeo tecircm esse interesse e os eventos promocionais da reclamada recebem dela mesma uma atribuiccedilatildeo desse interesse embora natildeo o tenha imediata e objetivamente mas para efeitos do trabalho executado pelo reclamante deve ser considerado um trabalho jornaliacutestico Foi correta a decisatildeo natildeo merecendo qualquer reparo a natildeo ser o juriacutedico-temporal jaacute mencionado Nesta perspectiva o provimento do recurso eacute parcial (fls 97-99) Ao interpor o recurso de revista a Empresa alegou que o Reclamante na condiccedilatildeo de operador de cacircmera e operador de cacircmera de unidade portaacutetil externa acompanhando o repoacuterter como reconheceu o Regional natildeo pode ser

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enquadrado como jornalista porquanto ao repoacuterter eacute dado cumprir a determinaccedilatildeo de coletar notiacutecias ou informaccedilotildees e elaboraacute-las a fim de viabilizar posterior divulgaccedilatildeo e ao repoacuterter-cinematograacutefico cabe registrar cinematograficamente fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico razatildeo pela qual entende que a atividade do Reclamante eacute proacutepria de radialista categoria agrave qual pertencia Acrescenta que o artigo 2ordm da Lei nordm 661578 estabelece considera-se radialista o empregado de Radiodifusatildeo que exerccedila uma das funccedilotildees em que se desdobram as atividades mencionadas no artigo 4ordm ou seja operador de cacircmara e operador de cacircmara de unidade portaacutetil externa cuja regulamentaccedilatildeo profissional consta do Decreto nordm 8413479 e as atribuiccedilotildees do Quadro Anexo do mesmo decreto item II letra c nordm 3 com a seguinte redaccedilatildeo encarrega-se da gravaccedilatildeo de mateacuteria distribuiacuteda pelo Supervisor de Operaccedilotildees planifica e orienta o entrevistador repoacuterter e iluminador no que se refere aos aspectos teacutecnicos de seu trabalho suas atividades envolvem tanto a gravaccedilatildeo como a geraccedilatildeo de som e imagem atraveacutes de equipamentos eletrocircnico portaacutetil de TV Fundamenta o apelo em violaccedilatildeo dos artigos 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 2ordm da Lei nordm 661578 e do Decreto nordm 8413479 e Quadro Anexo do mesmo decreto item II letra c nordm 3 Inicialmente deve-se registrar a impossibilidade de exame da alegaccedilatildeo de afronta ao Decreto nordm 8413479 visto tratar-se de hipoacutetese natildeo contemplada na letra c do artigo 896 da CLT No tocante agrave ofensa aos artigos 2ordm da Lei nordm 661578 e 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 tambeacutem natildeo logra ecircxito a Agravante no intuito de ver autorizado o processamento do recurso de revista No primeiro dispositivo apenas dispotildee-se que o radialista eacute o empregado de radiodifusatildeo exercente de atividades voltadas agrave administraccedilatildeo produccedilatildeo ou teacutecnica No segundo definem-se as profissotildees de repoacuterter e repoacuterter cinematograacutefico salientando-se que a esse uacuteltimo cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico Ora dos termos da decisatildeo impugnada via recurso de revista nada haacute que conflite com tais dispositivos legais Afinal segundo o Tribunal Regional do Trabalho o Reclamante no exerciacutecio de suas atividades aleacutem de ter acompanhado o repoacuterter entrevistador na produccedilatildeo de mateacuterias fato que por si soacute natildeo lhe retira a condiccedilatildeo de jornalista - tambeacutem de acordo com depoimentos testemunhais saiacutea agrave rua com a pauta que lhe era dirigida para sozinho produzir as mateacuterias solicitadas pelo empregador o que de acordo com o teor dos dispositivos tidos por vulnerados permite concluir pelo exerciacutecio da profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico e natildeo simplesmente de operador de cacircmera visto que ao sair agraves ruas para a produccedilatildeo de mateacuterias cumpria seu ofiacutecio obviamente mediante registros de fatos e (ou) assuntos de interesses notadamente jornaliacutestico considerando para tanto a proacutepria natureza da atividade empresarial exercida pela empregadora Por esses fundamentos nego provimento ao agravo de instrumento ISTO POSTO ACORDAM os Ministros da Primeira Turma do Tribunal Superior do Trabalho por unanimidade negar provimento ao agravo de instrumento Brasiacutelia 9 de novembro de 2005 EMMANOEL PEREIRA Ministro Relator

NIA 3981288

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Page 25: REPÓRTER CINEMATOGRÁFICO É JORNALISTArepositorio.uniceub.br/bitstream/123456789/1670/2/20214825.pdf · trabalhos desenvolvidos. 5 ... tsunamis, cachoeiras em penhascos, ... deles

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responsabilidade Cada vez mais a miacutedia tem credibilidade Graccedilas ao jornalista e a essa possibilidade de informaccedilatildeo raacutepida e global eacute que aproximamos o mundordquo Lucia Leme apresentadora do programa Olhar 2005 da TVE-RJ

ldquoA profissatildeo natildeo perdeu o encanto embora os predadores empresariados tenham feito de tudo para desencantaacute-la e diminuiacute-lardquo Luiacutes Recena editor executivo da Tribuna do Brasil (DF)

ldquoSer jornalista eacute saber passar informaccedilotildees ao grande puacuteblico eacute saber defender a sociedade atraveacutes dos jornais e procurar saber o que ela procura e onde precisa ser ajudadardquo Maria Eugecircnia Labouriau assessora de imprensa do Inmetro

ldquoA funccedilatildeo principal do jornalista eacute ser a oposiccedilatildeo diante das instituiccedilotildees incluindo Judiciaacuterio o Estado todo mundo Os jornalistas satildeo os fiscalizadores da sociedaderdquo Nando Gross apresentador da Raacutedio Gauacutecha AM (RS)

ldquoEacute como jogar nas 11 posiccedilotildees do campo Natildeo existe mais jornalista pelo menos aqui no interior do Rio Grande do Norte especialista Todos acabam tendo que cumprir todas as funccedilotildees Somos mais que polivalentes jaacute que estamos num jornal do interiorrdquo Pedro Carlos Lopes Pinheiro diretor de Redaccedilatildeo do jornal O Mossoroense (RN)

ldquoSer jornalista hoje eacute ter perseveranccedila vontade e amor pela profissatildeo jaacute que os jornalistas ganham mal e natildeo haacute incentivos para a realizaccedilatildeo do trabalhordquo Raimundo Afonso Gomes presidente do Sindicato dos Jornalistas do Acre

ldquoHoje e sempre ser jornalista eacute tentar ser uma testemunha do seu tempo Essa eacute nossa humilde tarefa Natildeo eacute ser juiz promotor Atualmente temos uma tendecircncia de julgar e ateacute condenar Quanto mais complexa a sociedade mais se exige esse papel do jornalistardquo Zuenir Ventura colunista de O Globo (RJ)

A exemplo de outras profissotildees regulamentadas pela legislaccedilatildeo vigente

em nosso paiacutes ou reconhecidas pelo mercado formal de trabalho a atividade

jornaliacutestica deve seguir preceitos eacuteticos especiacuteficos com a finalidade de preservar o

atendimento do interesse puacuteblico e o direito agrave informaccedilatildeo existente em uma

sociedade democraacutetica

Com referecircncia agrave elaboraccedilatildeo da notiacutecia segundo Eliane Mendonccedila (sd)

ldquoa notiacutecia eacute o resultado de diversas lsquovozesrsquo que o jornalista precisou ouvir interpretar

e sintetizar de forma a tornaacute-lo acessiacutevel ao grande puacuteblicordquo Com base nessa

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assertiva pode-se dizer que o jornalista eacute o profissional que tem como ofiacutecio a

responsabilidade de reconstruir os fatos levando em conta todos os conceitos a que

teve acesso durante a apuraccedilatildeo da mateacuteria E se eacute assim a notiacutecia nunca teraacute um

uacutenico autor visto que a mateacuteria jornaliacutestica traz em seu bojo inuacutemeras versotildees do

mesmo assunto cada um de um personagem (fonte) diferente

Note-se que ainda que o jornalista natildeo seja o uacutenico autor do que escreve

cabe a ele a funccedilatildeo de equilibrar o texto a ponto de ser fiel a tudo o que ouviu

procurando transmitir a informaccedilatildeo da forma mais clara possiacutevel a fim de que possa

ser compreendida por todo o tipo de leitor

Outro ponto a se considerar como bem explica Eliane Mendonccedila (sd)

refere-se ao fato de que um mesmo assunto se apresenta ao puacuteblico sob diferentes

enfoques quando transmitido em diferentes veiacuteculos de comunicaccedilatildeo Isto ocorre

porque ao contraacuterio do que ensina os antigos manuais do jornalismo o jornalista

natildeo eacute imparcial e acaba embutindo na notiacutecia um pouco de sua vivecircncia pessoal

sua opiniatildeo sobre o assunto seus preconceitos aleacutem de ter que levar em

consideraccedilatildeo as normas as orientaccedilotildees e a postura da empresa para a qual

trabalha

Segundo o Departamento de Comunicaccedilatildeo e Turismo da Universidade

Federal da Paraiacuteba (UFPB 2006) a sociedade espera que o jornalista exerccedila o

seguinte papel

- Auxiliar a populaccedilatildeo a tomar decisotildees coletivas favoraacuteveis ao bem comum - Enriquecer culturalmente a sociedade - Responsabilizar-se pelas informaccedilotildees que divulga e consequumlecircncias delas - Colaborar para o fortalecimento da cidadania

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- Discernir entre o que tem caraacuteter construtivo para a sociedade - Propagar iniciativas conhecimentos e teacutecnicas que possam ser reproduzidas de forma a contribuir para o bem estar social - Distinguir e denunciar atitudes que sejam lesivas agrave sociedade

O jornalista ndash seja ele o repoacuterter o fotoacutegrafo o cinegrafista o redator o

editor o chefe de reportagem enfim ndash deve estar consciente da importacircncia do seu

trabalho para a construccedilatildeo da cidadania e de uma sociedade igualitaacuteria

Como bem observa Maristela Alves Leitatildeo (2005) os profissionais de

jornalismo desempenham um importante papel nas transformaccedilotildees soacutecio-poliacuteticas

nas uacuteltimas deacutecadas constituindo os ldquoguardiotildees dos direitos humanosrdquo durante a

transiccedilatildeo da ditadura militar para o regime democraacutetico Atualmente a preocupaccedilatildeo

tem sido lutar contra a corrupccedilatildeo e a favor da cidadania visando a conscientizaccedilatildeo

da populaccedilatildeo em relaccedilatildeo aos seus direitos e obrigaccedilotildees

A mateacuteria jornaliacutestica consiste na reconstruccedilatildeo de dada realidade que

cerca um fato recente efetuada pelo profissional da aacuterea a partir da tomada de

depoimentos de pessoas que participaram ou estatildeo inseridas no contexto apurado

Essas pessoas a serem entrevistas natildeo devem ser selecionadas de maneira fortuita

apenas seratildeo inquiridas aquelas que possam dispor de dados estritamente

importantes e possuir competecircncia reconhecida para referir-se ao assunto em

questatildeo Uma das habilidades mais valorizadas na profissatildeo inclusive eacute aquela de

pesquisar e encontrar as fontes mais adequadas considerando-se a expectativa do

puacuteblico de receber informaccedilatildeo qualificada (Rothberg 2006)

28

Comparando-se o jornalismo impresso com o televisivo este uacuteltimo leva

clara vantagem por ser meio mais atraente ao disponibilizar uma dinacircmica

audiovisual

22 O REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO

O repoacuterter cinematograacutefico eacute aquele profissional que executa serviccedilos

referentes ao mercado de radiodifusatildeo mais especificamente em TV atuando como

assistente ou teacutecnico na aacuterea de produccedilatildeo em meios de comunicaccedilatildeo Dentre suas

atividades vale destacar pesquisa anaacutelise e interpretaccedilatildeo das possibilidades

riacutetmicas estruturais e associadas do encontro entre imagem e som aleacutem de

executar e manter os equipamentos de aacuteudio e iluminaccedilatildeo e cacircmeras de TV (Nova

Faetec 2006)

No Brasil o curso profissionalizante de repoacuterter cinematograacutefico tem ainda

niacutevel teacutecnico com duraccedilatildeo de trecircs anos sendo exigido como preacute-requisito a

conclusatildeo do ensino meacutedio ou fundamental

No Rio de Janeiro foi criada em 16 de fevereiro em 1946 a ARFOC -

Associaccedilatildeo Profissional de Repoacuterteres Fotograacuteficos e Cinematograacuteficos do Brasil

que consiste em uma associaccedilatildeo profissional e cultural destituiacuteda de caraacuteter poliacutetico-

partidaacuterio e sem fins lucrativos nos termos do Decreto n 1229 de 09101962 cujo

objetivo eacute incentivar aperfeiccediloar valorizar e defender a profissatildeo e os fotojornalistas

e a aplicaccedilatildeo da imagem ao jornalismo (ARFOC 2006)

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Segundo Joseacute Alves Filho (2005) presidente da ARFOC-PI existe uma

falta de reconhecimento ateacute por parte dos proacuteprios colegas de trabalho em relaccedilatildeo

ao trabalho do repoacuterter cinematograacutefico Eacute uma injusticcedila visto que uma boa

reportagem de TV depende mais do registro do repoacuterter cinematograacutefico ndash fruto de

sua persistecircncia coragem e sensibilidade ndash do que do repoacuterter produtor ou editor

Essa falta de reconhecimento se reflete no dia-a-dia principalmente por

parte dos chefes de redaccedilatildeo que nunca estimulam os repoacuterteres cinematograacuteficos a

participarem da discussatildeo da pauta que iratildeo cumprir Com isso eles acabam se

afastando das redaccedilotildees desestimulados a participarem do processo Por parte dos

colegas jornalistas haacute um preconceito intelectual ainda que velado em relaccedilatildeo aos

colegas da ldquolinha de frenterdquo os ditos repoacuterteres cinematograacuteficos forjados pela

ldquofaculdade da vidardquo sem chance de discutir teoria nos bancos universitaacuterios

Partindo-se da premissa de que a imagem eacute o uacutenico item imprescindiacutevel

da TV natildeo haacute justificativa para o fato de que o salaacuterio dos bons cinegrafistas natildeo

chegam nem na metade do salaacuterio dos repoacuterteres haacute vinte anos atraacutes o salaacuterio

desses profissionais se equiparavam

Para Antonio Brasil (2004)

() se existe uma classe de jornalistas que sempre sofreu enormes injusticcedilas e discriminaccedilotildees eacute sem duacutevida o segmento dos cinegrafistas de TV Hoje satildeo chamados de lsquorepoacuterteres cinematograacuteficosrsquo Para mim deveriam ser simplesmente lsquojornalistasrsquo Mas como costumam ter origem humilde e natildeo podem pagar pelos lsquodiplomasrsquo satildeo considerados jornalistas de segunda classe Natildeo precisam passar no miacutenimo quatro anos pagando caro para as faacutebricas de jornalistas e ningueacutem parece se importar muito com isso Mas os cinegrafistas ou repoacuterteres cinematograacuteficos merecem o nosso apoio e respeito Lutam pelo reconhecimento da profissatildeo enquanto lsquojornalistasrsquo de verdade Recusam-se a serem meros

30

lsquoapecircndicesrsquo na vida dos repoacuterteres e nas decisotildees dos nossos editores de telejornalismo

Infelizmente ainda persiste o conflito entre os profissionais da palavra e

os jornalistas da imagem Brasil (2004) experiente na profissatildeo muitas vezes

sentiu na pele os efeitos de atitudes arrogantes e discriminatoacuterias mesmo de

repoacuterteres receacutem-formados - o que demonstra que essa arrogacircncia sem

fundamento eacute cultural beira o preconceito social ou ldquoracismordquo E geralmente satildeo os

velhos cinegrafistas que acabam por ensinar a esses jovens os primeiros passos da

profissatildeo

Eacute certo que no meio televisivo as imagens constituem elemento chave

da mateacuteria do repoacuterter satildeo elas que datildeo suporte agrave narrativa cronoloacutegica do

acontecimento Cumpre ressaltar que tal qual o repoacuterter o cinegrafista tem como

objetivo registrar o acontecimento e fazer com que o mesmo chegue ao ar Daiacute a

importacircncia de recomendar aos alunos do telejornalismo que cinegrafista natildeo deve

ser vigiado nem precisa ser orientado

Repoacuterter e cinegrafista satildeo colegas de jornalismo isto eacute ambos satildeo

jornalistas Natildeo eacute porque o cinegrafista geralmente tem origem simples gestos

humildes e carrega peso que deixa de ser jornalista Ganha o repoacuterter despido

desse preconceito pois se dispotildee a assimilar os segredos da profissatildeo ensinados

pelos cinegrafistas e compartilhando com respeito os objetivos da reportagem

recebem valiosas dicas praacuteticas

Brasil (2004) desabafa

31

Os jovens de boa aparecircncia - condiccedilatildeo dispensaacutevel mas que parece ser obrigatoacuteria em nossos telejornais - saem das universidades natildeo sabem quase nada de telejornalismo Buscam na TV o sonho de sucesso e fama A maioria desses jovens natildeo teve a oportunidade aprender a praacutetica da profissatildeo Eles satildeo selecionados em processos meio nebulosos e certamente pouco transparentes Se tornam repoacuterteres de TV e tem que aprender as teacutecnicas peculiares da profissatildeo na marra No entanto satildeo os velhos cinegrafistas - profissionais humildes e experientes que costumam ensinar os primeiros passos Os cinegrafistas tambeacutem satildeo colegas leais Aleacutem de ensinarem telejornalismo de verdade tambeacutem fazem questatildeo de ocultar os erros dos neoacutefitos Os editores jamais percebem as inuacutemeras passagens que os cinegrafistas providencialmente apagam das fitas e da nossa memoacuteria Alguns desses neoacutefitos natildeo eram tatildeo jovens Muitos profissionais da imprensa fizeram a transiccedilatildeo para os encantos da TV graccedilas agrave boa vontade de velhos cinegrafistas

Ao inveacutes de se sentirem agradecidos muitos desses colegas se recusam

a aceitar que aqueles sujeitos simples satildeo tambeacutem jornalistas e que aleacutem de

compartilhar os objetivos da reportagem ensinam agrave nova geraccedilatildeo de jornalistas de

TV inuacutemeras dicas profissionais

Natildeo bastasse esse desrespeito com o profissional de imagem ele ainda

estaacute sujeito a sofrer seacuterios riscos inerentes agrave proacutepria profissatildeo aleacutem de graves

problemas de sauacutede ao utilizar equipamentos pesados e obsoletos e enfrentar um

ritmo estressante de trabalho repetitividade de tarefas longas jornadas e condiccedilotildees

precaacuterias de trabalho

Daiacute a importacircncia de apoiar a luta desses profissionais de imagem que

buscam o creacutedito e o respeito merecidos Eacute uma questatildeo natildeo apenas de direito

mas de reconhecimento Tambeacutem eacute importante observar e condenar as possiacuteveis

represaacutelias aos profissionais que buscam esse reconhecimento

32

Brasil (2004) faz uma comparaccedilatildeo entre os cinegrafistas da Inglaterra e

os do Brasil Enquanto entre noacutes os profissionais lutam pela sobrevivecircncia

aprendem tudo sem qualquer tipo de treinamento especiacutefico e para garantir os seus

direitos devem permanecer anocircnimos na Inglaterra a escola de cinegrafistas da

BBC possibilita a esses profissionais facilidades teacutecnicas um bom sistema de

promoccedilatildeo e cargos Para a promoccedilatildeo dentro da proacutepria categoria os cinegrafistas

ingleses satildeo regularmente enviados ao interior daquele paiacutes para conhecerem as

novas tecnoloacutegicas e teacutecnicas profissionais visando com isso tambeacutem fortalecer os

laccedilos corporativos

33

3 CURSO SUPERIOR PARA FORMACcedilAtildeO DE PROFISSIONAIS DA

AacuteREA

31 DESVALORIZACcedilAtildeO DA PROFISSAtildeO

Como outras inuacutemeras profissotildees tambeacutem o jornalista enfrenta crise no

seu acircmbito de trabalho Para superar a concorrecircncia garantir o seu emprego e

valorizar sua profissatildeo o jornalista de modo geral precisa especializar-se em

determinadas aacutereas e atualizar-se academicamente No mercado atual esse

profissional tem que lidar com o aumento de responsabilidade com o acuacutemulo de

funccedilotildees nas redaccedilotildees aleacutem de ser em geral mal remunerado e sofrer com o

constante risco de ser demitido

Conforme aponta Noblat (2003 p 36)

Exige-se do candidato a uma vaga nas redaccedilotildees que seja profissional completo e polivalente Ele tem de dominar todas as teacutecnicas para o exerciacutecio da profissatildeo manejar os instrumentos capazes de ajudaacute-lo a fazer o melhor trabalho e ter a niacutetida compreensatildeo do seu papel de jornalista multimiacutedia

Em plena era de globalizaccedilatildeo as perspectivas natildeo satildeo as melhores Tem

razatildeo Dizard Jr (2000 p 21) ao afirmar que uma das poucas certezas com que os

novos profissionais de miacutedia podem contar futuramente eacute que teratildeo que lidar com o

impacto das mudanccedilas tecnoloacutegicas e com a intensificaccedilatildeo da demanda por maior

envolvimento intelectual e habilitaccedilatildeo acadecircmica

34

Para o repoacuterter cinematograacutefico e supervisor de cinegrafia da rede Globo

Heacutelio Alvarez concorda que a profissatildeo do repoacuterter cinematograacutefico e fotoacutegrafo eacute

desvalorizada e isto se deve segundo ele ao fato de que a valorizaccedilatildeo profissional

na atualidade se daacute por meio da educaccedilatildeo Enquanto os repoacuterteres geralmente

passaram por uma faculdade e vecircm de uma classe social mais alta os que

trabalham como repoacuterter cinematograacutefico em sua maioria satildeo aqueles que iniciam

carreira fazendo algum trabalho na televisatildeo sendo poucos os que comeccedilam no

jornalismo ndash o que acaba por desvalorizar a funccedilatildeo (Canal da imprensa sd)

32 REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO Eacute JORNALISTA

Noacutes uacuteltimos anos haacute um movimento que luta pelo reconhecimento do

repoacuterter cinematograacutefico como jornalista Duas recentes decisotildees nos tribunais do

paiacutes passaram a reconhecer os direitos desse profissional confirmando as teses

defendidas pela FENAJ (Federaccedilatildeo Nacional dos Jornalistas) e pelos sindicatos de

jornalistas

No ano passado o Tribunal Superior do Trabalho (TST) manteve decisatildeo

do Tribunal Regional do Trabalho do Rio Grande do Sul (TRT da 4ordf Regiatildeo) que

enquadrou como Jornalista um repoacuterter-cinematograacutefico que trabalhou na RBS TV

Santa Rosa Ltda Esse profissional tanto acompanhava repoacuterteres na produccedilatildeo de

reportagens jornaliacutesticas como tambeacutem saiacutea agraves ruas sozinho para produzir

reportagens estabelecidas em pautas previamente solicitadas pelo chefe de

redaccedilatildeo

35

A RBS seguindo a praacutetica infelizmente bastante comum entre as

empresas de televisatildeo sustentava que o trabalhador devia ser enquadrado como

radialista na tentativa de pagar um salaacuterio menor ao profissional uma vez que o

piso de radialista eacute inferior ao de jornalista Outra desvantagem para o profissional eacute

que os radialistas trabalham 8 horas diaacuterias ao contraacuterio de jornalistas que atuam 5

horas por dia O excesso de carga de trabalho vem trazendo problemas de sauacutede

para diversos repoacuterteres cinematograacuteficos enquadrados como radialistas

A Justiccedila do Trabalho firmou decisatildeo no sentido de que o fato de estar

acompanhado de repoacuterter natildeo retira do repoacuterter-cinematograacutefico a condiccedilatildeo de

Jornalista O profissional gauacutecho receberaacute as devidas diferenccedilas salariais retroativas

a 16 de junho de 1998 data que o prejudicado obteve seu registro de jornalista

profissional no Ministeacuterio do Trabalho (Espaccedilo Vital 2005)

Com essa decisatildeo passou a ser possiacutevel que os repoacuterteres

cinematograacuteficos encaminhem agraves Delegacias Regionais do Trabalho pedidos de

enquadramento como jornalistas Aliaacutes os proacuteprios sindicatos devem encaminhar

pedidos de fiscalizaccedilatildeo nas empresas para verificar o enquadramento dos repoacuterteres

cinematograacuteficos

Outro julgamento favoraacutevel ao profissional da aacuterea em comento conforme

divulgaccedilatildeo do FENAJ (2005) refere-se agrave decisatildeo da Terceira Turma do Superior

Tribunal de Justiccedila (STJ) que reconheceu os direitos do repoacuterter fotograacutefico Claacuteudio

Alves Pereira de receber indenizaccedilatildeo por danos materiais e morais devido agraves

inuacutemeras vezes em que o Jornal de Brasiacutelia republicou fotos suas sem creacutedito apoacutes

a sua demissatildeo em julho de 1990

36

Conforme o escritor portuguecircs Pierre Ganz (ANTONIO CARLOS) o

jornalista-repoacuterter de imagens eacute antes de qualquer coisa eacute um jornalista como os

outros Deve saber preparar a sua reportagem efetuaacute-la escrever o seu comentaacuterio

sobre imagens A diferenccedila reside no fato de ele substituir na maioria das vezes a

esferograacutefica pela cacircmera de filmar

Uma cacircmera que ele deveraacute dominar bem mas tambeacutem com a qual vai escrever uma histoacuteria os planos substituindo entatildeo as palavras Uma sintaxe toma o lugar da outra Os teacutecnicos de som de iluminaccedilatildeo e de montagem satildeo-lhe familiares Pode em alguns casos trabalhar sozinho Egrave cada vez mais frequumlente partir em reportagem ou em grande reportagem com equipe reduzida acompanhada apenas por jornalista redator

Eacute mesmo verdade que no meio televisivo uma boa imagem por vezes

substitui um bom texto e ateacute o dispensa Natildeo eacute possiacutevel por exemplo imaginar nos

dias de hoje um noticiaacuterio sobre guerra sem que sejam mostradas imagens E

muitas vezes inspirados nas imagens que os jornalistas produzem seus textos

Sem duacutevida a funccedilatildeo do repoacuterter cinematograacutefico eacute de vital importacircncia

para o jornalismo Uma saiacuteda bastante praacutetica para solucionar o problema desses

profissionais no que se refere agrave ausecircncia de cursos de graduaccedilatildeo seria incluir uma

cadeira sobre o assunto nos cursos de jornalismo Com isso os profissionais da

aacuterea e os interessados em abraccedilar a profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico se

sentiriam motivados a ingressar numa faculdade e quem sabe assim esse

preconceito absurdo seria definitivamente eliminado pondo fim ao estigma de ser

apenas um coadjuvante na confecccedilatildeo da notiacutecia

37

CONCLUSAtildeO

Num momento em que o mundo passa por tantas transformaccedilotildees

decorrentes da evoluccedilatildeo tecnoloacutegica da era da informaccedilatildeo e da globalizaccedilatildeo da

economia o jornalismo profissional ndash seacuterio e bem documentado - ganha relevo em

sua missatildeo de informar opinar e entreter a sociedade em seu cotidiano

A televisatildeo nos dias contemporacircneos pode transmitir ao puacuteblico muito

mais do que o fazia quando foi criada A novidade surgiu em 1923 nos Estados

Unidos e se tornou conhecida no Brasil nos anos 50 De iniacutecio apenas uma

finiacutessima parcela da populaccedilatildeo tinha acesso ao produto e tempos depois

transformou-se num poderoso meio de comunicaccedilatildeo em massa

Para fazer o telejornalismo eacute necessaacuterio uma equipe formada de repoacuterter

cinegrafista redator fotoacutegrafo editor teacutecnicos de som de iluminaccedilatildeo e de

montagens

Diante do exposto natildeo resta duacutevidas de que o repoacuterter cinematograacutefico eacute

antes de qualquer coisa jornalista como os outros Ele deve saber preparar a sua

reportagem efetuaacute-la escrever o seu comentaacuterio sobre imagens

Se eacute certo que ele substitui a esferograacutefica pela cacircmera de filmar tambeacutem

eacute verdade que por meio dela ele escreve uma histoacuteria A diferenccedila eacute que substitui

as palavras pelas imagens que seus olhos treinados conseguem captar

38

Em muitas situaccedilotildees o repoacuterter cinematograacutefico acumula as funccedilotildees dos

teacutecnicos de iluminaccedilatildeo som e montagem trabalhando somente com o jornalista

redator E eacute com base nas imagens captadas que os jornalistas produzem seus

textos

Muitas vezes os cinegrafistas produzem imagens tatildeo impressionantes

que eacute difiacutecil para o jornalista descrevecirc-las com palavras podendo surgir eventuais

conflitos entre os dois

Neste contexto a presente monografia procurou enfocar a importacircncia

deste profissional que para ser reconhecido por seus pares e tambeacutem para ter

oportunidade de aumentar seus conhecimentos e aperfeiccediloar suas teacutecnicas

necessita que seja inserida uma cadeira sobre sua aacuterea nos cursos de graduaccedilatildeo

de jornalismo

Para serem admitidos como jornalistas pelas televisotildees profissionais

exige-se formaccedilatildeo acadecircmica em jornalismo Haacute aqui um paradoxo visto que a

profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico tem sua funccedilatildeo regulamentada pelo Decreto

Lei n 83284 de 13 marccedilo de 1969 que atribui normas para o exerciacutecio da profissatildeo

de jornalista e segundo o qual o repoacuterter cinematograacutefico estaacute inserido como

jornalista que capta imagens para fins jornaliacutesticos

Note-se que a partir do momento em que os cursos de jornalismo

incluiacuterem uma cadeira voltada para a reportagem cinematograacutefica todos os que se

formarem no curso e optarem por esse caminho notadamente seratildeo reconhecidos

como jornalistas

39

Haacute que se considerar a questatildeo dos antigos profissionais da aacuterea

aqueles que conhecem tudo sobre a profissatildeo e conforme dito no decorrer da

presente costumam ensinar os receacutem-formados no iniacutecio de suas carreiras

Eacute injusta a falta de reconhecimento desses profissionais

Tal situaccedilatildeo demonstra que o preconceito em relaccedilatildeo a eles faz parte de

uma cultura arraigada entre os proacuteprios colegas de profissatildeo e que acaba se

estendendo pelos bancos acadecircmicos e que precisa ser trabalhada desmistificada

pois natildeo tem razatildeo de existir

40

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ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE NORMAS TEacuteCNICAS NBR 6023 informaccedilatildeo e

documentaccedilatildeo elaboraccedilatildeo Rio de Janeiro 2002

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45

ANEXO I ndash DECRETO Nordm 83284 DE 13 DE MARCcedilO DE 1979

PROFISSAtildeO DE JORNALISTA

Daacute nova regulamentaccedilatildeo ao Decreto-lei nordm 972 de 17 de outubro de 1969 que dispotildee sobre o exerciacutecio da profissatildeo de Jornalista em decorrecircncia das alteraccedilotildees introduzidas pela Lei nordm 6612 de 7 de dezembro de 1978

O Presidente da Repuacuteblica usando da atribuiccedilatildeo que lhe confere o art 81 item

III da Constituiccedilatildeo decreta

Art 1ordm Eacute livre em todo territoacuterio nacional o exerciacutecio da profissatildeo de Jornalista aos que satisfazerem as condiccedilotildees estabelecidas neste Decreto

Art 2ordm A profissatildeo de Jornalista compreende privativamente o exerciacutecio habitual e remunerado de qualquer das seguintes atividades

I - redaccedilatildeo condensaccedilatildeo titulaccedilatildeo interpretaccedilatildeo correccedilatildeo ou coordenaccedilatildeo de mateacuteria a ser divulgada contenha ou natildeo comentaacuterio

II - comentaacuterio ou crocircnica pelo raacutedio ou pela televisatildeo III - entrevista inqueacuterito ou reportagem escrita ou falada IV - planejamento organizaccedilatildeo direccedilatildeo e eventual execuccedilatildeo de serviccedilos

teacutecnicos de Jornalismo como os de arquivo ilustraccedilatildeo ou distribuiccedilatildeo graacutefica de mateacuteria a ser divulgada

V - planejamento organizaccedilatildeo e administraccedilatildeo teacutecnica dos serviccedilos de que trata a aliacutenea ldquoardquo

VI - ensino de teacutecnicas de Jornalismo VII - coleta de notiacutecias ou informaccedilotildees e seu preparo para divulgaccedilatildeo VIII - revisatildeo de originais de mateacuteria jornaliacutestica com vistas agrave correccedilatildeo

redacional e agrave adequaccedilatildeo da linguagem XIX - organizaccedilatildeo e conservaccedilatildeo de arquivo jornaliacutestico e pesquisa dos

respectivos dados para a elaboraccedilatildeo de notiacutecias X - execuccedilatildeo de distribuiccedilatildeo graacutefica de texto fotografia ou ilustraccedilatildeo de

caraacuteter jornaliacutestico para fins de divulgaccedilatildeo XI - execuccedilatildeo de desenhos artiacutesticos ou teacutecnicos de caraacuteter jornaliacutestico para

fins de divulgaccedilatildeo Art 3ordm Considera-se empresa jornaliacutestica para os efeitos deste Decreto-lei

aquela que tenha como atividade a ediccedilatildeo de jornal ou revista ou a distribuiccedilatildeo de noticiaacuterio com funcionamento efetivo idoneidade financeira e registro legal

sect 1ordm Equipara-se agrave empresa jornaliacutestica a seccedilatildeo ou serviccedilo de empresa de radiofusatildeo televisatildeo ou divulgaccedilatildeo cinematograacutefica ou de agecircncia de publicidade onde sejam exercidas as atividades previstas no artigo 2ordm0

sect 2ordm A entidade puacuteblica ou privada natildeo jornaliacutestica sob cuja responsabilidade se editar publicaccedilatildeo destinada a circulaccedilatildeo externa estaacute obrigada ao cumprimento deste decreto relativamente aos jornalistas que contratar

46

Art 4ordm O exerciacutecio da profissatildeo de jornalista requer preacutevio registro no oacutergatildeo regional do Ministeacuterio do Trabalho que se faraacute mediante a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash diploma de curso de niacutevel superior de Jornalismo ou de Comunicaccedilatildeo Social habilitaccedilatildeo Jornalismo fornecido por estabelecimento de ensino reconhecido na forma da lei para as funccedilotildees relacionadas nos itens I a IV do artigo 11

IV ndash Carteira de Trabalho e Previdecircncia Social

Paraacutegrafo uacutenico ndash Aos profissionais registrados exclusivamente para o exerciacutecio das funccedilotildees relacionadas nos itens VII a XI do artigo 11 eacute vedado o exerciacutecio das funccedilotildees constantes nos itens I a VII do mesmo artigo

Art 5ordm O Ministeacuterio do Trabalho concederaacute desde que satisfeitas as exigecircncias constantes neste Decreto registro especial ao

I ndash colaborador assim entendido aquele que mediante remuneraccedilatildeo e sem relaccedilatildeo de emprego produz trabalho de natureza teacutecnica cientiacutefica ou cultural relacionando com a sua especializaccedilatildeo para ser divulgado com o nome e qualificaccedilatildeo do autor

II ndash funcionaacuterio puacuteblico titular de cargo cujas atribuiccedilotildees legais coincidam com as mencionadas no artigo 2ordm

III ndash provisionado

Paraacutegrafo uacutenico ndash O registro de que tratam os itens I e II deste artigo natildeo implica o reconhecimento de quaisquer direitos que decorram da condiccedilatildeo de empregado nem no caso do item II dos resultantes do exerciacutecio privado e autocircnomo da profissatildeo

Art 6ordm Para o registro especial de colaborador eacute necessaacuteria a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash declaraccedilatildeo de empresa jornaliacutestica ou que a ela seja equiparada informando do seu interesse pelo registro de colaborador do candidato onde conste a sua especializaccedilatildeo remuneraccedilatildeo contratada e pseudocircnimo se houver

Art 7ordm Para o registro especial de funcionaacuterio puacuteblico titular de cargo cujas atribuiccedilotildees legais coincidam com as mencionadas no artigo 2ordm eacute necessaacuterio a apresentaccedilatildeo de ato de nomeaccedilatildeo ou contrataccedilatildeo para cargo ou emprego com aquelas atribuiccedilotildees aleacutem do cumprimento do que estabelece o artigo 4ordm

Art 8ordm Para o registro especial de provisionado eacute necessaacuterio a apresentaccedilatildeo de

47

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash declaraccedilatildeo fornecida pela empresa jornaliacutestica ou que a ela seja equiparada na qual conste a funccedilatildeo a ser exercida e o salaacuterio correspondente

IV ndash diploma de curso de niacutevel superior ou certificado de ensino de 2ordm grau fornecido por estabelecimento de ensino reconhecido na forma da lei para as funccedilotildees relacionadas nos itens I a VII do artigo 11

V ndash declaraccedilatildeo fornecida pela entidade sindical representativa da categoria profissional com base territorial abrangendo o municiacutepio no qual o provisionado iraacute desempenhar suas funccedilotildees de que natildeo haacute jornalista associado do Sindicato domiciliado naquele municiacutepio disponiacutevel da contrataccedilatildeo

VI ndash Carteira de Trabalho e Previdecircncia Social

sect 1ordm A declaraccedilatildeo de que trata o item V deveraacute ser fornecida pelo Sindicato ao interessado no prazo de 3 dias uacuteteis

sect 2ordm Caso exista profissional domiciliado no municiacutepio disponiacutevel para contrataccedilatildeo o Sindicato comunicaraacute tal fato ao Ministeacuterio do Trabalho no mesmo prazo de 3 dias a contar do pedido de fornecimento da declaraccedilatildeo de que trata o item V

sect 3ordm Caso o Sindicato natildeo forneccedila a declaraccedilatildeo de que trata o item V no prazo mencionado no sect 1ordm o interessado poderaacute instruir seu pedido de registro com o protocolo de apresentaccedilatildeo do requerimento ao Sindicato

sect 4ordm Na hipoacutetese prevista no paraacutegrafo anterior o Ministeacuterio do Trabalho concederaacute ao Sindicato prazo natildeo superior a 3 dias para se manifestar sobre o fornecimento da declaraccedilatildeo caso natildeo tenha ocorrido o fato constante no sect 2ordm

sect 5ordm O registro especial de provisionado teraacute caraacuteter temporaacuterio com duraccedilatildeo maacutexima de trecircs anos renovaacutevel somente com a apresentaccedilatildeo de toda a documentaccedilatildeo prevista neste artigo

Art 9ordm Seraacute efetuado no Ministeacuterio do Trabalho registro dos diretores de empresas jornaliacutesticas que natildeo sendo jornalistas respondem pelas respectivas publicaccedilotildees para o que eacute necessaacuterio a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash prova de registro civil ou comercial da empresa jornaliacutestica com o inteiro teor do seu ato constitutivo

IV ndash prova de depoacutesito do tiacutetulo da publicaccedilatildeo ou da agecircncia de notiacutecias no oacutergatildeo competente do Ministeacuterio da Induacutestria e do Comeacutercio

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V ndash 30 exemplares do jornal ou 12 exemplares da revista ou 30 recortes ou coacutepias de noticiaacuterio com datas diferentes de sua divulgaccedilatildeo

sect 1ordm Tratando-se de empresa nova o Ministeacuterio do Trabalho efetuaraacute registro provisoacuterio com validade por 2 anos tornando-se definitivo apoacutes a comprovaccedilatildeo constante do item V deste artigo

sect 2ordm Natildeo seraacute admitida renovaccedilatildeo ou prorrogaccedilatildeo do prazo de validade do registro provisoacuterio previsto no paraacutegrafo anterior

Art 10ordm Seraacute efetuado no Ministeacuterio do Trabalho registro especial do diretor de empresa natildeo jornaliacutestica sob cuja responsabilidade se editar publicaccedilatildeo destinada agrave circulaccedilatildeo externa ou interna para o que se exigiraacute a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash prova de depoacutesito do tiacutetulo da publicaccedilatildeo no oacutergatildeo competente do Ministeacuterio da Induacutestria e do Comeacutercio

Art 11 ndash As funccedilotildees desempenhadas pelos jornalistas como empregados seratildeo assim classificadas

I - Redator aquele que aleacutem das incumbecircncias de redaccedilatildeo comum tem o encargo de redigir editoriais crocircnicas ou comentaacuterios

II - Noticiarista aquele que tem o encargo de redigir mateacuterias de caraacuteter informativo desprovidas de apreciaccedilotildees ou comentaacuterios preparando-as ou redigindo-as para a divulgaccedilatildeo

III - Repoacuterter aquele que cumpre a determinaccedilatildeo de colher notiacutecias ou informaccedilotildees preparando-as para divulgaccedilatildeo

IV - Repoacuterter de setor aquele que tem o encargo de colher notiacutecias ou informaccedilotildees sobre assuntos predeterminados preparando-as ou redigindo-as para divulgaccedilatildeo

V - Raacutedio-repoacuterter aquele a quem cabe a difusatildeo oral de acontecimento ou entrevista pelo raacutedio ou pela televisatildeo no instante ou no local em que ocorram assim como o comentaacuterio ou crocircnica pelos mesmos veiacuteculos

VI - Arquivista-pesquisador aquele que tem a incumbecircncia de organizar e conservar cultural e tecnicamente o arquivo redatorial procedendo agrave pesquisa dos respectivos dados para a elaboraccedilatildeo de notiacutecias

VII - Revisor aquele que tem o encargo de rever as provas tipograacuteficas de mateacuteria jornaliacutestica

VIII - Ilustrador aquele que tem a seu cargo criar ou executar desenhos artiacutesticos ou teacutecnicos de caraacuteter jornaliacutestico

XIX - Repoacuterter-fotograacutefico aquele a quem cabe registrar fotograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico

X - Repoacuterter-cinematograacutefico aquele a quem cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico

XI - Diagramador aquele a quem compete planejar e executar a distribuiccedilatildeo graacutefica de mateacuterias fotografias ou ilustraccedilotildees de caraacuteter jornaliacutestico para fins de publicaccedilatildeo

Paraacutegrafo uacutenico ndash Os Sindicatos seratildeo ouvidos sobre o exato enquadramento de cada profissional

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Art 12ordm Seratildeo privativas de jornalista as funccedilotildees pertinentes agraves atividades

descritas no artigo 2ordm tais como Editor Secretaacuterio Subsecretaacuterio Chefe de reportagem e Chefe de Revisatildeo

Art 13ordm Natildeo haveraacute incompatibilidade entre o exerciacutecio da profissatildeo de Jornalista e o de qualquer outra funccedilatildeo remunerada ainda que puacuteblica respeitadas a proibiccedilatildeo de acumular cargos e as demais restriccedilotildees de lei

Art 14ordm Seraacute passiacutevel de trancamento o registro profissional do jornalista que sem motivo legal deixar de exercer a profissatildeo por mais de 2 anos

sect 1ordm Natildeo incide na cominaccedilatildeo deste artigo o afastamento decorrente de a) suspensatildeo ou interrupccedilatildeo do contrato de trabalho b) aposentadoria como jornalista c) viagem ou bolsa de estudo para aperfeiccediloamento profissional d) desemprego apurado na forma da Lei nordm 4923 de 23 de dezembro de

1965

sect 2ordm O trancamento seraacute da competecircncia do oacutergatildeo regional do Ministeacuterio do Trabalho de ofiacutecio ou requerimento da entidade sindical representativa da categoria profissional cabendo a esta fazer publicar em oacutergatildeo oficial por trecircs vezes consecutivas e dentro de um interstiacutecio de dois anos a relaccedilatildeo dos jornalistas cujos registros pretende trancar

sect 3ordm Os oacutergatildeos do Ministeacuterio do Trabalho prestaratildeo aos sindicatos representativos da categoria profissional as informaccedilotildees que lhes forem solicitadas especialmente quanto ao registro de admissotildees e dispensas nas empresas jornaliacutesticas realizando as inspeccedilotildees que se tornarem necessaacuterias para a verificaccedilatildeo do exerciacutecio da profissatildeo de jornalista

sect 4ordm O exerciacutecio da atividade em empresa natildeo jornaliacutestica mencionada no artigo 3ordm sect 2ordm natildeo constituiraacute prova suficiente de permanecircncia na profissatildeo se a publicaccedilatildeo e seu responsaacutevel natildeo tiverem registro nos termos deste Decreto

sect 5ordm O registro trancado suspende a titularidade e o exerciacutecio das prerrogativas profissionais mas pode ser revalidado mediante apresentaccedilatildeo dos documentos mencionados nos itens II e III do artigo 4ordm

Art 15ordm O salaacuterio de jornalista natildeo poderaacute ser reajustado nos contratos individuais de trabalho para a jornada normal de 5 horas em base inferior agrave do salaacuterio estipulado para a respectiva funccedilatildeo em acordo ou convenccedilatildeo coletiva de trabalho ou sentenccedila normativa das Justiccedila do Trabalho

Paraacutegrafo uacutenico ndash Em negociaccedilatildeo ou dissiacutedio coletivo poderatildeo os Sindicatos de Jornalistas reclamar o estabelecimento de criteacuterio de remuneraccedilatildeo adicional pela divulgaccedilatildeo de trabalho produzido por jornalistas em mais de um veiacuteculo de comunicaccedilatildeo coletiva

Art 16ordm A admissatildeo de provisionado para exercer funccedilotildees relacionadas nos itens I a VII do artigo 11 seraacute permitida nos municiacutepios onde natildeo existia curso de Jornalismo reconhecido na forma de lei e comprovadamente natildeo haja jornalista domiciliado associado do sindicato representativo da categoria profissional disponiacutevel para contrataccedilatildeo

Paraacutegrafo uacutenico ndash O provisionado nos termos deste artigo poderaacute exercer suas atividades somente no municiacutepio para o qual foi registrado

Art 17ordm Os atuais portadores de registro especial de provisionado poderatildeo exercer suas atividades no Estado onde foram contratados

Art 18 ndash A fiscalizaccedilatildeo do cumprimento dos dispositivos deste Decreto se faraacute na forma do artigo 626 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho sendo aplicaacutevel aos

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infratores multa variaacutevel de 1 a 10 vezes o maior valor de referecircncia fixado de acordo com o artigo 2ordm paraacutegrafo uacutenico da Lei nordm 6205 de 29 de abril de 1975

Paraacutegrafo uacutenico ndash Aos sindicatos representativos da categoria profissional incumbe representar agraves autoridades competentes acerca do exerciacutecio irregular da profissatildeo de Jornalista

Art 19ordm Constitui fraude a prestaccedilatildeo de serviccedilos profissionais gratuitos ou com pagamentos simboacutelicos sob pretexto de estaacutegio bolsa de complementaccedilatildeo convecircnio ou qualquer outra modalidade em desrespeito agrave legislaccedilatildeo trabalhista e a este regulamento

Art 20ordm O disposto neste Decreto natildeo impede a conclusatildeo dos estaacutegios comprovadamente iniciados antes da vigecircncia da Lei nordm 6612 de 7 de dezembro de 1978 os quais entretanto natildeo conferiratildeo por si soacutes direito ao registro profissional

Art 21ordm Este Decreto entra em vigor na data da sua publicaccedilatildeo revogadas as disposiccedilotildees em contraacuterio especialmente os Decretos nordms 65912 de 19 de dezembro de 1969 e 68629 de 18 de maio de 1971

Brasiacutelia 13 de marccedilo de 1979 158ordm da Independecircncia e 91ordm da Repuacuteblica (DO de 13-3-79)

Ernesto Geisel Arnaldo Prieto

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ANEXO II ndash ACOacuteRDAtildeO TST-AIRR-6182001-751-04-401

Acoacuterdatildeo Inteiro Teor NUacuteMERO UacuteNICO PROC AIRR - 6182001-751-04-40 PUBLICACcedilAtildeO DJ - 10022006 Andamento do Processo

PROC Nordm TST-AIRR-6182001-751-04-401 C A C Oacute R D Atilde O 1ordf Turma EMPMs REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO CARACTERIZACcedilAtildeO INDEPENDEcircNCIA NO EXERCIacuteCIO DE SUAS ATIVIDADES REGISTROS DE ASSUNTOS E TEMAacuteTICAS DE INTERESSES JORNALIacuteSTICOS 1 Segundo o Tribunal Regional do Trabalho o Reclamante no exerciacutecio de suas atividades aleacutem de ter acompanhado o repoacuterter entrevistador na produccedilatildeo de mateacuterias fato que por si soacute natildeo lhe retira a condiccedilatildeo de jornalista - e tambeacutem de acordo com depoimentos testemunhais saiacutea agrave rua com a pauta que lhe era dirigida para sozinho produzir as mateacuterias solicitadas pelo empregador o que de acordo com o teor dos dispositivos tidos por vulnerados permite concluir o exerciacutecio da profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico e natildeo simplesmente de operador de cacircmera visto que ao sair agraves ruas para a produccedilatildeo de mateacuterias cumpria seu ofiacutecio obviamente mediante registros de fatos e (ou) assuntos de interesses notadamente jornaliacutestico considerando para tanto a proacutepria natureza da atividade empresarial exercida pela empregadora Inviaacutevel portanto a admissibilidade do recurso de revista em razatildeo da impossibilidade de exame da alegaccedilatildeo de afronta ao Decreto nordm 8413479 visto tratar-se de hipoacutetese natildeo contemplada na letra c do artigo 896 da CLT Por outro lado por violaccedilatildeo dos artigos 2ordm da Lei nordm 661578 e 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 tambeacutem natildeo logra ecircxito a Agravante no intuito de ver autorizado o processamento do recurso de revista No primeiro dispositivo apenas dispotildee-se que o radialista eacute o empregado de radiodifusatildeo exercente de atividades voltadas agrave administraccedilatildeo produccedilatildeo ou teacutecnica No segundo definem-se as profissotildees de repoacuterter e repoacuterter cinematograacutefico salientando-se que a esse uacuteltimo cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico hipoacutetese identificada pelo Regional 2 Agravo de instrumento a que se nega provimento Vistos relatados e discutidos estes autos do Agravo de Instrumento em Recurso de Revista nordm TST-AIRR-6182001-751-04-401 em que eacute Agravante RBS TV SANTA ROSA LTDA e Agravado CLOacuteVIS SANTACATARINA A Reclamada interpotildee agravo de instrumento ao despacho de fls 113-115 mediante o qual foi denegado seguimento ao recurso de revista sob o fundamento de que a decisatildeo decorreu da aplicaccedilatildeo das normas pertinentes uma vez que da situaccedilatildeo faacutetica delineada nos autos natildeo haacute como se extrair ofensa ao artigo 2ordm da Lei nordm 661578 na forma do artigo 896 c da CLT Contraminuta agraves fls 122-124 Natildeo houve remessa dos autos agrave Procuradoria Geral do Trabalho em face da orientaccedilatildeo emanada da Resoluccedilatildeo Administrativa nordm 322 atualmente retratada no artigo 82 do Regimento Interno do Tribunal Superior do

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Trabalho Eacute o relatoacuterio V O T O I CONHECIMENTO Conheccedilo do agravo de instrumento porque regular e tempestivo II MEacuteRITO O Tribunal Regional ao apreciar o recurso ordinaacuterio interposto pela Reclamada no tocante ao reconhecimento da condiccedilatildeo de jornalista ao Reclamante pela Vara do Trabalho decidiu O MM Juiacutezo de primeiro grau acolheu as alegaccedilotildees do reclamante de exerciacutecio de profissatildeo jornaliacutestica de repoacuterter cinematograacutefico condenando a reclamada a pagar diferenccedilas salariais e reflexos Contra esta decisatildeo volta-se a reacute sustentando que o reclamante era operador de cacircmera funccedilatildeo capitulada na profissatildeo de radialista A recorrente tem razatildeo parcialmente Tomando-se a hipoacutetese de confirmar a sentenccedila enquanto reconhece ter o reclamante exercido a funccedilatildeo de repoacuterter cinematograacutefico em todo o contrato existe um marco temporal e juriacutedico que deve ser considerado A funccedilatildeo de repoacuterter cinematograacutefico eacute exclusiva da profissatildeo de jornalista Eacute uma atividade que estaacute reservada aos jornalistas formados assim como estabelecido no DL 97269 O reclamante natildeo demonstra a partir de quando conquistou a diplomaccedilatildeo como jornalista devendo-se considerar apenas pelo que oferecem os autos a data de 16 de junho de 1998 dia em que o reclamante foi registrado no Ministeacuterio do Trabalho como jornalista profissional na funccedilatildeo especiacutefica de repoacuterter cinematograacutefico Considerando que o Ministeacuterio do Trabalho natildeo pode registrar jornalistas natildeo diplomados exceccedilatildeo feita aos provisionados tem-se que o reclamante adquiriu esta condiccedilatildeo nesse dia Antes embora pudesse fazer ou fizesse atividades privativas de jornalistas natildeo pode ser considerado juridicamente como tal Assim em qualquer hipoacutetese de manutenccedilatildeo do reconhecimento da funccedilatildeo de jornaliacutestica esta deve gerar os efeitos pleiteados somente a partir de 16 de junho de 1998 Jaacute quanto a ter exercido ou natildeo funccedilatildeo jornaliacutestica a conclusatildeo eacute de manutenccedilatildeo da sentenccedila Natildeo eacute o fato de estar acompanhado por repoacuterter entrevistador que o cinegrafista perde a condiccedilatildeo de jornalista Trata-se de uma equipe de profissionais jornalistas Um exemplo que melhor ilustra o descabimento da distinccedilatildeo que pretende fazer o apelo eacute a situaccedilatildeo dos fotoacutegrafos ou repoacuterteres fotograacuteficos O fotoacutegrafo sai com a pauta junto com o repoacuterter (ou natildeo e isto tambeacutem acontecia com o reclamante como o reconhecem as testemunhas inclusive trazidas pela reclamada) e enquanto o repoacuterter investiga os dados necessaacuterios para a mateacuteria o fotoacutegrafo registra as cenas mas nem por isto eacute rebaixado da condiccedilatildeo de jornalista para dir- se-ia operador de cacircmera fotograacutefica O que se pode discutir seria o interesse jornaliacutestico das mateacuterias cobertas pelo jornalista reclamante Com efeito os comerciais produzidos e gravados pelo autor natildeo tecircm esse interesse e os eventos promocionais da reclamada recebem dela mesma uma atribuiccedilatildeo desse interesse embora natildeo o tenha imediata e objetivamente mas para efeitos do trabalho executado pelo reclamante deve ser considerado um trabalho jornaliacutestico Foi correta a decisatildeo natildeo merecendo qualquer reparo a natildeo ser o juriacutedico-temporal jaacute mencionado Nesta perspectiva o provimento do recurso eacute parcial (fls 97-99) Ao interpor o recurso de revista a Empresa alegou que o Reclamante na condiccedilatildeo de operador de cacircmera e operador de cacircmera de unidade portaacutetil externa acompanhando o repoacuterter como reconheceu o Regional natildeo pode ser

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enquadrado como jornalista porquanto ao repoacuterter eacute dado cumprir a determinaccedilatildeo de coletar notiacutecias ou informaccedilotildees e elaboraacute-las a fim de viabilizar posterior divulgaccedilatildeo e ao repoacuterter-cinematograacutefico cabe registrar cinematograficamente fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico razatildeo pela qual entende que a atividade do Reclamante eacute proacutepria de radialista categoria agrave qual pertencia Acrescenta que o artigo 2ordm da Lei nordm 661578 estabelece considera-se radialista o empregado de Radiodifusatildeo que exerccedila uma das funccedilotildees em que se desdobram as atividades mencionadas no artigo 4ordm ou seja operador de cacircmara e operador de cacircmara de unidade portaacutetil externa cuja regulamentaccedilatildeo profissional consta do Decreto nordm 8413479 e as atribuiccedilotildees do Quadro Anexo do mesmo decreto item II letra c nordm 3 com a seguinte redaccedilatildeo encarrega-se da gravaccedilatildeo de mateacuteria distribuiacuteda pelo Supervisor de Operaccedilotildees planifica e orienta o entrevistador repoacuterter e iluminador no que se refere aos aspectos teacutecnicos de seu trabalho suas atividades envolvem tanto a gravaccedilatildeo como a geraccedilatildeo de som e imagem atraveacutes de equipamentos eletrocircnico portaacutetil de TV Fundamenta o apelo em violaccedilatildeo dos artigos 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 2ordm da Lei nordm 661578 e do Decreto nordm 8413479 e Quadro Anexo do mesmo decreto item II letra c nordm 3 Inicialmente deve-se registrar a impossibilidade de exame da alegaccedilatildeo de afronta ao Decreto nordm 8413479 visto tratar-se de hipoacutetese natildeo contemplada na letra c do artigo 896 da CLT No tocante agrave ofensa aos artigos 2ordm da Lei nordm 661578 e 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 tambeacutem natildeo logra ecircxito a Agravante no intuito de ver autorizado o processamento do recurso de revista No primeiro dispositivo apenas dispotildee-se que o radialista eacute o empregado de radiodifusatildeo exercente de atividades voltadas agrave administraccedilatildeo produccedilatildeo ou teacutecnica No segundo definem-se as profissotildees de repoacuterter e repoacuterter cinematograacutefico salientando-se que a esse uacuteltimo cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico Ora dos termos da decisatildeo impugnada via recurso de revista nada haacute que conflite com tais dispositivos legais Afinal segundo o Tribunal Regional do Trabalho o Reclamante no exerciacutecio de suas atividades aleacutem de ter acompanhado o repoacuterter entrevistador na produccedilatildeo de mateacuterias fato que por si soacute natildeo lhe retira a condiccedilatildeo de jornalista - tambeacutem de acordo com depoimentos testemunhais saiacutea agrave rua com a pauta que lhe era dirigida para sozinho produzir as mateacuterias solicitadas pelo empregador o que de acordo com o teor dos dispositivos tidos por vulnerados permite concluir pelo exerciacutecio da profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico e natildeo simplesmente de operador de cacircmera visto que ao sair agraves ruas para a produccedilatildeo de mateacuterias cumpria seu ofiacutecio obviamente mediante registros de fatos e (ou) assuntos de interesses notadamente jornaliacutestico considerando para tanto a proacutepria natureza da atividade empresarial exercida pela empregadora Por esses fundamentos nego provimento ao agravo de instrumento ISTO POSTO ACORDAM os Ministros da Primeira Turma do Tribunal Superior do Trabalho por unanimidade negar provimento ao agravo de instrumento Brasiacutelia 9 de novembro de 2005 EMMANOEL PEREIRA Ministro Relator

NIA 3981288

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Page 26: REPÓRTER CINEMATOGRÁFICO É JORNALISTArepositorio.uniceub.br/bitstream/123456789/1670/2/20214825.pdf · trabalhos desenvolvidos. 5 ... tsunamis, cachoeiras em penhascos, ... deles

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assertiva pode-se dizer que o jornalista eacute o profissional que tem como ofiacutecio a

responsabilidade de reconstruir os fatos levando em conta todos os conceitos a que

teve acesso durante a apuraccedilatildeo da mateacuteria E se eacute assim a notiacutecia nunca teraacute um

uacutenico autor visto que a mateacuteria jornaliacutestica traz em seu bojo inuacutemeras versotildees do

mesmo assunto cada um de um personagem (fonte) diferente

Note-se que ainda que o jornalista natildeo seja o uacutenico autor do que escreve

cabe a ele a funccedilatildeo de equilibrar o texto a ponto de ser fiel a tudo o que ouviu

procurando transmitir a informaccedilatildeo da forma mais clara possiacutevel a fim de que possa

ser compreendida por todo o tipo de leitor

Outro ponto a se considerar como bem explica Eliane Mendonccedila (sd)

refere-se ao fato de que um mesmo assunto se apresenta ao puacuteblico sob diferentes

enfoques quando transmitido em diferentes veiacuteculos de comunicaccedilatildeo Isto ocorre

porque ao contraacuterio do que ensina os antigos manuais do jornalismo o jornalista

natildeo eacute imparcial e acaba embutindo na notiacutecia um pouco de sua vivecircncia pessoal

sua opiniatildeo sobre o assunto seus preconceitos aleacutem de ter que levar em

consideraccedilatildeo as normas as orientaccedilotildees e a postura da empresa para a qual

trabalha

Segundo o Departamento de Comunicaccedilatildeo e Turismo da Universidade

Federal da Paraiacuteba (UFPB 2006) a sociedade espera que o jornalista exerccedila o

seguinte papel

- Auxiliar a populaccedilatildeo a tomar decisotildees coletivas favoraacuteveis ao bem comum - Enriquecer culturalmente a sociedade - Responsabilizar-se pelas informaccedilotildees que divulga e consequumlecircncias delas - Colaborar para o fortalecimento da cidadania

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- Discernir entre o que tem caraacuteter construtivo para a sociedade - Propagar iniciativas conhecimentos e teacutecnicas que possam ser reproduzidas de forma a contribuir para o bem estar social - Distinguir e denunciar atitudes que sejam lesivas agrave sociedade

O jornalista ndash seja ele o repoacuterter o fotoacutegrafo o cinegrafista o redator o

editor o chefe de reportagem enfim ndash deve estar consciente da importacircncia do seu

trabalho para a construccedilatildeo da cidadania e de uma sociedade igualitaacuteria

Como bem observa Maristela Alves Leitatildeo (2005) os profissionais de

jornalismo desempenham um importante papel nas transformaccedilotildees soacutecio-poliacuteticas

nas uacuteltimas deacutecadas constituindo os ldquoguardiotildees dos direitos humanosrdquo durante a

transiccedilatildeo da ditadura militar para o regime democraacutetico Atualmente a preocupaccedilatildeo

tem sido lutar contra a corrupccedilatildeo e a favor da cidadania visando a conscientizaccedilatildeo

da populaccedilatildeo em relaccedilatildeo aos seus direitos e obrigaccedilotildees

A mateacuteria jornaliacutestica consiste na reconstruccedilatildeo de dada realidade que

cerca um fato recente efetuada pelo profissional da aacuterea a partir da tomada de

depoimentos de pessoas que participaram ou estatildeo inseridas no contexto apurado

Essas pessoas a serem entrevistas natildeo devem ser selecionadas de maneira fortuita

apenas seratildeo inquiridas aquelas que possam dispor de dados estritamente

importantes e possuir competecircncia reconhecida para referir-se ao assunto em

questatildeo Uma das habilidades mais valorizadas na profissatildeo inclusive eacute aquela de

pesquisar e encontrar as fontes mais adequadas considerando-se a expectativa do

puacuteblico de receber informaccedilatildeo qualificada (Rothberg 2006)

28

Comparando-se o jornalismo impresso com o televisivo este uacuteltimo leva

clara vantagem por ser meio mais atraente ao disponibilizar uma dinacircmica

audiovisual

22 O REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO

O repoacuterter cinematograacutefico eacute aquele profissional que executa serviccedilos

referentes ao mercado de radiodifusatildeo mais especificamente em TV atuando como

assistente ou teacutecnico na aacuterea de produccedilatildeo em meios de comunicaccedilatildeo Dentre suas

atividades vale destacar pesquisa anaacutelise e interpretaccedilatildeo das possibilidades

riacutetmicas estruturais e associadas do encontro entre imagem e som aleacutem de

executar e manter os equipamentos de aacuteudio e iluminaccedilatildeo e cacircmeras de TV (Nova

Faetec 2006)

No Brasil o curso profissionalizante de repoacuterter cinematograacutefico tem ainda

niacutevel teacutecnico com duraccedilatildeo de trecircs anos sendo exigido como preacute-requisito a

conclusatildeo do ensino meacutedio ou fundamental

No Rio de Janeiro foi criada em 16 de fevereiro em 1946 a ARFOC -

Associaccedilatildeo Profissional de Repoacuterteres Fotograacuteficos e Cinematograacuteficos do Brasil

que consiste em uma associaccedilatildeo profissional e cultural destituiacuteda de caraacuteter poliacutetico-

partidaacuterio e sem fins lucrativos nos termos do Decreto n 1229 de 09101962 cujo

objetivo eacute incentivar aperfeiccediloar valorizar e defender a profissatildeo e os fotojornalistas

e a aplicaccedilatildeo da imagem ao jornalismo (ARFOC 2006)

29

Segundo Joseacute Alves Filho (2005) presidente da ARFOC-PI existe uma

falta de reconhecimento ateacute por parte dos proacuteprios colegas de trabalho em relaccedilatildeo

ao trabalho do repoacuterter cinematograacutefico Eacute uma injusticcedila visto que uma boa

reportagem de TV depende mais do registro do repoacuterter cinematograacutefico ndash fruto de

sua persistecircncia coragem e sensibilidade ndash do que do repoacuterter produtor ou editor

Essa falta de reconhecimento se reflete no dia-a-dia principalmente por

parte dos chefes de redaccedilatildeo que nunca estimulam os repoacuterteres cinematograacuteficos a

participarem da discussatildeo da pauta que iratildeo cumprir Com isso eles acabam se

afastando das redaccedilotildees desestimulados a participarem do processo Por parte dos

colegas jornalistas haacute um preconceito intelectual ainda que velado em relaccedilatildeo aos

colegas da ldquolinha de frenterdquo os ditos repoacuterteres cinematograacuteficos forjados pela

ldquofaculdade da vidardquo sem chance de discutir teoria nos bancos universitaacuterios

Partindo-se da premissa de que a imagem eacute o uacutenico item imprescindiacutevel

da TV natildeo haacute justificativa para o fato de que o salaacuterio dos bons cinegrafistas natildeo

chegam nem na metade do salaacuterio dos repoacuterteres haacute vinte anos atraacutes o salaacuterio

desses profissionais se equiparavam

Para Antonio Brasil (2004)

() se existe uma classe de jornalistas que sempre sofreu enormes injusticcedilas e discriminaccedilotildees eacute sem duacutevida o segmento dos cinegrafistas de TV Hoje satildeo chamados de lsquorepoacuterteres cinematograacuteficosrsquo Para mim deveriam ser simplesmente lsquojornalistasrsquo Mas como costumam ter origem humilde e natildeo podem pagar pelos lsquodiplomasrsquo satildeo considerados jornalistas de segunda classe Natildeo precisam passar no miacutenimo quatro anos pagando caro para as faacutebricas de jornalistas e ningueacutem parece se importar muito com isso Mas os cinegrafistas ou repoacuterteres cinematograacuteficos merecem o nosso apoio e respeito Lutam pelo reconhecimento da profissatildeo enquanto lsquojornalistasrsquo de verdade Recusam-se a serem meros

30

lsquoapecircndicesrsquo na vida dos repoacuterteres e nas decisotildees dos nossos editores de telejornalismo

Infelizmente ainda persiste o conflito entre os profissionais da palavra e

os jornalistas da imagem Brasil (2004) experiente na profissatildeo muitas vezes

sentiu na pele os efeitos de atitudes arrogantes e discriminatoacuterias mesmo de

repoacuterteres receacutem-formados - o que demonstra que essa arrogacircncia sem

fundamento eacute cultural beira o preconceito social ou ldquoracismordquo E geralmente satildeo os

velhos cinegrafistas que acabam por ensinar a esses jovens os primeiros passos da

profissatildeo

Eacute certo que no meio televisivo as imagens constituem elemento chave

da mateacuteria do repoacuterter satildeo elas que datildeo suporte agrave narrativa cronoloacutegica do

acontecimento Cumpre ressaltar que tal qual o repoacuterter o cinegrafista tem como

objetivo registrar o acontecimento e fazer com que o mesmo chegue ao ar Daiacute a

importacircncia de recomendar aos alunos do telejornalismo que cinegrafista natildeo deve

ser vigiado nem precisa ser orientado

Repoacuterter e cinegrafista satildeo colegas de jornalismo isto eacute ambos satildeo

jornalistas Natildeo eacute porque o cinegrafista geralmente tem origem simples gestos

humildes e carrega peso que deixa de ser jornalista Ganha o repoacuterter despido

desse preconceito pois se dispotildee a assimilar os segredos da profissatildeo ensinados

pelos cinegrafistas e compartilhando com respeito os objetivos da reportagem

recebem valiosas dicas praacuteticas

Brasil (2004) desabafa

31

Os jovens de boa aparecircncia - condiccedilatildeo dispensaacutevel mas que parece ser obrigatoacuteria em nossos telejornais - saem das universidades natildeo sabem quase nada de telejornalismo Buscam na TV o sonho de sucesso e fama A maioria desses jovens natildeo teve a oportunidade aprender a praacutetica da profissatildeo Eles satildeo selecionados em processos meio nebulosos e certamente pouco transparentes Se tornam repoacuterteres de TV e tem que aprender as teacutecnicas peculiares da profissatildeo na marra No entanto satildeo os velhos cinegrafistas - profissionais humildes e experientes que costumam ensinar os primeiros passos Os cinegrafistas tambeacutem satildeo colegas leais Aleacutem de ensinarem telejornalismo de verdade tambeacutem fazem questatildeo de ocultar os erros dos neoacutefitos Os editores jamais percebem as inuacutemeras passagens que os cinegrafistas providencialmente apagam das fitas e da nossa memoacuteria Alguns desses neoacutefitos natildeo eram tatildeo jovens Muitos profissionais da imprensa fizeram a transiccedilatildeo para os encantos da TV graccedilas agrave boa vontade de velhos cinegrafistas

Ao inveacutes de se sentirem agradecidos muitos desses colegas se recusam

a aceitar que aqueles sujeitos simples satildeo tambeacutem jornalistas e que aleacutem de

compartilhar os objetivos da reportagem ensinam agrave nova geraccedilatildeo de jornalistas de

TV inuacutemeras dicas profissionais

Natildeo bastasse esse desrespeito com o profissional de imagem ele ainda

estaacute sujeito a sofrer seacuterios riscos inerentes agrave proacutepria profissatildeo aleacutem de graves

problemas de sauacutede ao utilizar equipamentos pesados e obsoletos e enfrentar um

ritmo estressante de trabalho repetitividade de tarefas longas jornadas e condiccedilotildees

precaacuterias de trabalho

Daiacute a importacircncia de apoiar a luta desses profissionais de imagem que

buscam o creacutedito e o respeito merecidos Eacute uma questatildeo natildeo apenas de direito

mas de reconhecimento Tambeacutem eacute importante observar e condenar as possiacuteveis

represaacutelias aos profissionais que buscam esse reconhecimento

32

Brasil (2004) faz uma comparaccedilatildeo entre os cinegrafistas da Inglaterra e

os do Brasil Enquanto entre noacutes os profissionais lutam pela sobrevivecircncia

aprendem tudo sem qualquer tipo de treinamento especiacutefico e para garantir os seus

direitos devem permanecer anocircnimos na Inglaterra a escola de cinegrafistas da

BBC possibilita a esses profissionais facilidades teacutecnicas um bom sistema de

promoccedilatildeo e cargos Para a promoccedilatildeo dentro da proacutepria categoria os cinegrafistas

ingleses satildeo regularmente enviados ao interior daquele paiacutes para conhecerem as

novas tecnoloacutegicas e teacutecnicas profissionais visando com isso tambeacutem fortalecer os

laccedilos corporativos

33

3 CURSO SUPERIOR PARA FORMACcedilAtildeO DE PROFISSIONAIS DA

AacuteREA

31 DESVALORIZACcedilAtildeO DA PROFISSAtildeO

Como outras inuacutemeras profissotildees tambeacutem o jornalista enfrenta crise no

seu acircmbito de trabalho Para superar a concorrecircncia garantir o seu emprego e

valorizar sua profissatildeo o jornalista de modo geral precisa especializar-se em

determinadas aacutereas e atualizar-se academicamente No mercado atual esse

profissional tem que lidar com o aumento de responsabilidade com o acuacutemulo de

funccedilotildees nas redaccedilotildees aleacutem de ser em geral mal remunerado e sofrer com o

constante risco de ser demitido

Conforme aponta Noblat (2003 p 36)

Exige-se do candidato a uma vaga nas redaccedilotildees que seja profissional completo e polivalente Ele tem de dominar todas as teacutecnicas para o exerciacutecio da profissatildeo manejar os instrumentos capazes de ajudaacute-lo a fazer o melhor trabalho e ter a niacutetida compreensatildeo do seu papel de jornalista multimiacutedia

Em plena era de globalizaccedilatildeo as perspectivas natildeo satildeo as melhores Tem

razatildeo Dizard Jr (2000 p 21) ao afirmar que uma das poucas certezas com que os

novos profissionais de miacutedia podem contar futuramente eacute que teratildeo que lidar com o

impacto das mudanccedilas tecnoloacutegicas e com a intensificaccedilatildeo da demanda por maior

envolvimento intelectual e habilitaccedilatildeo acadecircmica

34

Para o repoacuterter cinematograacutefico e supervisor de cinegrafia da rede Globo

Heacutelio Alvarez concorda que a profissatildeo do repoacuterter cinematograacutefico e fotoacutegrafo eacute

desvalorizada e isto se deve segundo ele ao fato de que a valorizaccedilatildeo profissional

na atualidade se daacute por meio da educaccedilatildeo Enquanto os repoacuterteres geralmente

passaram por uma faculdade e vecircm de uma classe social mais alta os que

trabalham como repoacuterter cinematograacutefico em sua maioria satildeo aqueles que iniciam

carreira fazendo algum trabalho na televisatildeo sendo poucos os que comeccedilam no

jornalismo ndash o que acaba por desvalorizar a funccedilatildeo (Canal da imprensa sd)

32 REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO Eacute JORNALISTA

Noacutes uacuteltimos anos haacute um movimento que luta pelo reconhecimento do

repoacuterter cinematograacutefico como jornalista Duas recentes decisotildees nos tribunais do

paiacutes passaram a reconhecer os direitos desse profissional confirmando as teses

defendidas pela FENAJ (Federaccedilatildeo Nacional dos Jornalistas) e pelos sindicatos de

jornalistas

No ano passado o Tribunal Superior do Trabalho (TST) manteve decisatildeo

do Tribunal Regional do Trabalho do Rio Grande do Sul (TRT da 4ordf Regiatildeo) que

enquadrou como Jornalista um repoacuterter-cinematograacutefico que trabalhou na RBS TV

Santa Rosa Ltda Esse profissional tanto acompanhava repoacuterteres na produccedilatildeo de

reportagens jornaliacutesticas como tambeacutem saiacutea agraves ruas sozinho para produzir

reportagens estabelecidas em pautas previamente solicitadas pelo chefe de

redaccedilatildeo

35

A RBS seguindo a praacutetica infelizmente bastante comum entre as

empresas de televisatildeo sustentava que o trabalhador devia ser enquadrado como

radialista na tentativa de pagar um salaacuterio menor ao profissional uma vez que o

piso de radialista eacute inferior ao de jornalista Outra desvantagem para o profissional eacute

que os radialistas trabalham 8 horas diaacuterias ao contraacuterio de jornalistas que atuam 5

horas por dia O excesso de carga de trabalho vem trazendo problemas de sauacutede

para diversos repoacuterteres cinematograacuteficos enquadrados como radialistas

A Justiccedila do Trabalho firmou decisatildeo no sentido de que o fato de estar

acompanhado de repoacuterter natildeo retira do repoacuterter-cinematograacutefico a condiccedilatildeo de

Jornalista O profissional gauacutecho receberaacute as devidas diferenccedilas salariais retroativas

a 16 de junho de 1998 data que o prejudicado obteve seu registro de jornalista

profissional no Ministeacuterio do Trabalho (Espaccedilo Vital 2005)

Com essa decisatildeo passou a ser possiacutevel que os repoacuterteres

cinematograacuteficos encaminhem agraves Delegacias Regionais do Trabalho pedidos de

enquadramento como jornalistas Aliaacutes os proacuteprios sindicatos devem encaminhar

pedidos de fiscalizaccedilatildeo nas empresas para verificar o enquadramento dos repoacuterteres

cinematograacuteficos

Outro julgamento favoraacutevel ao profissional da aacuterea em comento conforme

divulgaccedilatildeo do FENAJ (2005) refere-se agrave decisatildeo da Terceira Turma do Superior

Tribunal de Justiccedila (STJ) que reconheceu os direitos do repoacuterter fotograacutefico Claacuteudio

Alves Pereira de receber indenizaccedilatildeo por danos materiais e morais devido agraves

inuacutemeras vezes em que o Jornal de Brasiacutelia republicou fotos suas sem creacutedito apoacutes

a sua demissatildeo em julho de 1990

36

Conforme o escritor portuguecircs Pierre Ganz (ANTONIO CARLOS) o

jornalista-repoacuterter de imagens eacute antes de qualquer coisa eacute um jornalista como os

outros Deve saber preparar a sua reportagem efetuaacute-la escrever o seu comentaacuterio

sobre imagens A diferenccedila reside no fato de ele substituir na maioria das vezes a

esferograacutefica pela cacircmera de filmar

Uma cacircmera que ele deveraacute dominar bem mas tambeacutem com a qual vai escrever uma histoacuteria os planos substituindo entatildeo as palavras Uma sintaxe toma o lugar da outra Os teacutecnicos de som de iluminaccedilatildeo e de montagem satildeo-lhe familiares Pode em alguns casos trabalhar sozinho Egrave cada vez mais frequumlente partir em reportagem ou em grande reportagem com equipe reduzida acompanhada apenas por jornalista redator

Eacute mesmo verdade que no meio televisivo uma boa imagem por vezes

substitui um bom texto e ateacute o dispensa Natildeo eacute possiacutevel por exemplo imaginar nos

dias de hoje um noticiaacuterio sobre guerra sem que sejam mostradas imagens E

muitas vezes inspirados nas imagens que os jornalistas produzem seus textos

Sem duacutevida a funccedilatildeo do repoacuterter cinematograacutefico eacute de vital importacircncia

para o jornalismo Uma saiacuteda bastante praacutetica para solucionar o problema desses

profissionais no que se refere agrave ausecircncia de cursos de graduaccedilatildeo seria incluir uma

cadeira sobre o assunto nos cursos de jornalismo Com isso os profissionais da

aacuterea e os interessados em abraccedilar a profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico se

sentiriam motivados a ingressar numa faculdade e quem sabe assim esse

preconceito absurdo seria definitivamente eliminado pondo fim ao estigma de ser

apenas um coadjuvante na confecccedilatildeo da notiacutecia

37

CONCLUSAtildeO

Num momento em que o mundo passa por tantas transformaccedilotildees

decorrentes da evoluccedilatildeo tecnoloacutegica da era da informaccedilatildeo e da globalizaccedilatildeo da

economia o jornalismo profissional ndash seacuterio e bem documentado - ganha relevo em

sua missatildeo de informar opinar e entreter a sociedade em seu cotidiano

A televisatildeo nos dias contemporacircneos pode transmitir ao puacuteblico muito

mais do que o fazia quando foi criada A novidade surgiu em 1923 nos Estados

Unidos e se tornou conhecida no Brasil nos anos 50 De iniacutecio apenas uma

finiacutessima parcela da populaccedilatildeo tinha acesso ao produto e tempos depois

transformou-se num poderoso meio de comunicaccedilatildeo em massa

Para fazer o telejornalismo eacute necessaacuterio uma equipe formada de repoacuterter

cinegrafista redator fotoacutegrafo editor teacutecnicos de som de iluminaccedilatildeo e de

montagens

Diante do exposto natildeo resta duacutevidas de que o repoacuterter cinematograacutefico eacute

antes de qualquer coisa jornalista como os outros Ele deve saber preparar a sua

reportagem efetuaacute-la escrever o seu comentaacuterio sobre imagens

Se eacute certo que ele substitui a esferograacutefica pela cacircmera de filmar tambeacutem

eacute verdade que por meio dela ele escreve uma histoacuteria A diferenccedila eacute que substitui

as palavras pelas imagens que seus olhos treinados conseguem captar

38

Em muitas situaccedilotildees o repoacuterter cinematograacutefico acumula as funccedilotildees dos

teacutecnicos de iluminaccedilatildeo som e montagem trabalhando somente com o jornalista

redator E eacute com base nas imagens captadas que os jornalistas produzem seus

textos

Muitas vezes os cinegrafistas produzem imagens tatildeo impressionantes

que eacute difiacutecil para o jornalista descrevecirc-las com palavras podendo surgir eventuais

conflitos entre os dois

Neste contexto a presente monografia procurou enfocar a importacircncia

deste profissional que para ser reconhecido por seus pares e tambeacutem para ter

oportunidade de aumentar seus conhecimentos e aperfeiccediloar suas teacutecnicas

necessita que seja inserida uma cadeira sobre sua aacuterea nos cursos de graduaccedilatildeo

de jornalismo

Para serem admitidos como jornalistas pelas televisotildees profissionais

exige-se formaccedilatildeo acadecircmica em jornalismo Haacute aqui um paradoxo visto que a

profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico tem sua funccedilatildeo regulamentada pelo Decreto

Lei n 83284 de 13 marccedilo de 1969 que atribui normas para o exerciacutecio da profissatildeo

de jornalista e segundo o qual o repoacuterter cinematograacutefico estaacute inserido como

jornalista que capta imagens para fins jornaliacutesticos

Note-se que a partir do momento em que os cursos de jornalismo

incluiacuterem uma cadeira voltada para a reportagem cinematograacutefica todos os que se

formarem no curso e optarem por esse caminho notadamente seratildeo reconhecidos

como jornalistas

39

Haacute que se considerar a questatildeo dos antigos profissionais da aacuterea

aqueles que conhecem tudo sobre a profissatildeo e conforme dito no decorrer da

presente costumam ensinar os receacutem-formados no iniacutecio de suas carreiras

Eacute injusta a falta de reconhecimento desses profissionais

Tal situaccedilatildeo demonstra que o preconceito em relaccedilatildeo a eles faz parte de

uma cultura arraigada entre os proacuteprios colegas de profissatildeo e que acaba se

estendendo pelos bancos acadecircmicos e que precisa ser trabalhada desmistificada

pois natildeo tem razatildeo de existir

40

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documentaccedilatildeo trabalhos acadecircmicos apresentaccedilatildeo Rio de Janeiro 2002

ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE NORMAS TEacuteCNICAS NBR 6023 informaccedilatildeo e

documentaccedilatildeo elaboraccedilatildeo Rio de Janeiro 2002

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Associaccedilatildeo Profissional de Repoacuterteres Fotograacuteficos e Cinematograacuteficos do Brasil

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45

ANEXO I ndash DECRETO Nordm 83284 DE 13 DE MARCcedilO DE 1979

PROFISSAtildeO DE JORNALISTA

Daacute nova regulamentaccedilatildeo ao Decreto-lei nordm 972 de 17 de outubro de 1969 que dispotildee sobre o exerciacutecio da profissatildeo de Jornalista em decorrecircncia das alteraccedilotildees introduzidas pela Lei nordm 6612 de 7 de dezembro de 1978

O Presidente da Repuacuteblica usando da atribuiccedilatildeo que lhe confere o art 81 item

III da Constituiccedilatildeo decreta

Art 1ordm Eacute livre em todo territoacuterio nacional o exerciacutecio da profissatildeo de Jornalista aos que satisfazerem as condiccedilotildees estabelecidas neste Decreto

Art 2ordm A profissatildeo de Jornalista compreende privativamente o exerciacutecio habitual e remunerado de qualquer das seguintes atividades

I - redaccedilatildeo condensaccedilatildeo titulaccedilatildeo interpretaccedilatildeo correccedilatildeo ou coordenaccedilatildeo de mateacuteria a ser divulgada contenha ou natildeo comentaacuterio

II - comentaacuterio ou crocircnica pelo raacutedio ou pela televisatildeo III - entrevista inqueacuterito ou reportagem escrita ou falada IV - planejamento organizaccedilatildeo direccedilatildeo e eventual execuccedilatildeo de serviccedilos

teacutecnicos de Jornalismo como os de arquivo ilustraccedilatildeo ou distribuiccedilatildeo graacutefica de mateacuteria a ser divulgada

V - planejamento organizaccedilatildeo e administraccedilatildeo teacutecnica dos serviccedilos de que trata a aliacutenea ldquoardquo

VI - ensino de teacutecnicas de Jornalismo VII - coleta de notiacutecias ou informaccedilotildees e seu preparo para divulgaccedilatildeo VIII - revisatildeo de originais de mateacuteria jornaliacutestica com vistas agrave correccedilatildeo

redacional e agrave adequaccedilatildeo da linguagem XIX - organizaccedilatildeo e conservaccedilatildeo de arquivo jornaliacutestico e pesquisa dos

respectivos dados para a elaboraccedilatildeo de notiacutecias X - execuccedilatildeo de distribuiccedilatildeo graacutefica de texto fotografia ou ilustraccedilatildeo de

caraacuteter jornaliacutestico para fins de divulgaccedilatildeo XI - execuccedilatildeo de desenhos artiacutesticos ou teacutecnicos de caraacuteter jornaliacutestico para

fins de divulgaccedilatildeo Art 3ordm Considera-se empresa jornaliacutestica para os efeitos deste Decreto-lei

aquela que tenha como atividade a ediccedilatildeo de jornal ou revista ou a distribuiccedilatildeo de noticiaacuterio com funcionamento efetivo idoneidade financeira e registro legal

sect 1ordm Equipara-se agrave empresa jornaliacutestica a seccedilatildeo ou serviccedilo de empresa de radiofusatildeo televisatildeo ou divulgaccedilatildeo cinematograacutefica ou de agecircncia de publicidade onde sejam exercidas as atividades previstas no artigo 2ordm0

sect 2ordm A entidade puacuteblica ou privada natildeo jornaliacutestica sob cuja responsabilidade se editar publicaccedilatildeo destinada a circulaccedilatildeo externa estaacute obrigada ao cumprimento deste decreto relativamente aos jornalistas que contratar

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Art 4ordm O exerciacutecio da profissatildeo de jornalista requer preacutevio registro no oacutergatildeo regional do Ministeacuterio do Trabalho que se faraacute mediante a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash diploma de curso de niacutevel superior de Jornalismo ou de Comunicaccedilatildeo Social habilitaccedilatildeo Jornalismo fornecido por estabelecimento de ensino reconhecido na forma da lei para as funccedilotildees relacionadas nos itens I a IV do artigo 11

IV ndash Carteira de Trabalho e Previdecircncia Social

Paraacutegrafo uacutenico ndash Aos profissionais registrados exclusivamente para o exerciacutecio das funccedilotildees relacionadas nos itens VII a XI do artigo 11 eacute vedado o exerciacutecio das funccedilotildees constantes nos itens I a VII do mesmo artigo

Art 5ordm O Ministeacuterio do Trabalho concederaacute desde que satisfeitas as exigecircncias constantes neste Decreto registro especial ao

I ndash colaborador assim entendido aquele que mediante remuneraccedilatildeo e sem relaccedilatildeo de emprego produz trabalho de natureza teacutecnica cientiacutefica ou cultural relacionando com a sua especializaccedilatildeo para ser divulgado com o nome e qualificaccedilatildeo do autor

II ndash funcionaacuterio puacuteblico titular de cargo cujas atribuiccedilotildees legais coincidam com as mencionadas no artigo 2ordm

III ndash provisionado

Paraacutegrafo uacutenico ndash O registro de que tratam os itens I e II deste artigo natildeo implica o reconhecimento de quaisquer direitos que decorram da condiccedilatildeo de empregado nem no caso do item II dos resultantes do exerciacutecio privado e autocircnomo da profissatildeo

Art 6ordm Para o registro especial de colaborador eacute necessaacuteria a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash declaraccedilatildeo de empresa jornaliacutestica ou que a ela seja equiparada informando do seu interesse pelo registro de colaborador do candidato onde conste a sua especializaccedilatildeo remuneraccedilatildeo contratada e pseudocircnimo se houver

Art 7ordm Para o registro especial de funcionaacuterio puacuteblico titular de cargo cujas atribuiccedilotildees legais coincidam com as mencionadas no artigo 2ordm eacute necessaacuterio a apresentaccedilatildeo de ato de nomeaccedilatildeo ou contrataccedilatildeo para cargo ou emprego com aquelas atribuiccedilotildees aleacutem do cumprimento do que estabelece o artigo 4ordm

Art 8ordm Para o registro especial de provisionado eacute necessaacuterio a apresentaccedilatildeo de

47

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash declaraccedilatildeo fornecida pela empresa jornaliacutestica ou que a ela seja equiparada na qual conste a funccedilatildeo a ser exercida e o salaacuterio correspondente

IV ndash diploma de curso de niacutevel superior ou certificado de ensino de 2ordm grau fornecido por estabelecimento de ensino reconhecido na forma da lei para as funccedilotildees relacionadas nos itens I a VII do artigo 11

V ndash declaraccedilatildeo fornecida pela entidade sindical representativa da categoria profissional com base territorial abrangendo o municiacutepio no qual o provisionado iraacute desempenhar suas funccedilotildees de que natildeo haacute jornalista associado do Sindicato domiciliado naquele municiacutepio disponiacutevel da contrataccedilatildeo

VI ndash Carteira de Trabalho e Previdecircncia Social

sect 1ordm A declaraccedilatildeo de que trata o item V deveraacute ser fornecida pelo Sindicato ao interessado no prazo de 3 dias uacuteteis

sect 2ordm Caso exista profissional domiciliado no municiacutepio disponiacutevel para contrataccedilatildeo o Sindicato comunicaraacute tal fato ao Ministeacuterio do Trabalho no mesmo prazo de 3 dias a contar do pedido de fornecimento da declaraccedilatildeo de que trata o item V

sect 3ordm Caso o Sindicato natildeo forneccedila a declaraccedilatildeo de que trata o item V no prazo mencionado no sect 1ordm o interessado poderaacute instruir seu pedido de registro com o protocolo de apresentaccedilatildeo do requerimento ao Sindicato

sect 4ordm Na hipoacutetese prevista no paraacutegrafo anterior o Ministeacuterio do Trabalho concederaacute ao Sindicato prazo natildeo superior a 3 dias para se manifestar sobre o fornecimento da declaraccedilatildeo caso natildeo tenha ocorrido o fato constante no sect 2ordm

sect 5ordm O registro especial de provisionado teraacute caraacuteter temporaacuterio com duraccedilatildeo maacutexima de trecircs anos renovaacutevel somente com a apresentaccedilatildeo de toda a documentaccedilatildeo prevista neste artigo

Art 9ordm Seraacute efetuado no Ministeacuterio do Trabalho registro dos diretores de empresas jornaliacutesticas que natildeo sendo jornalistas respondem pelas respectivas publicaccedilotildees para o que eacute necessaacuterio a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash prova de registro civil ou comercial da empresa jornaliacutestica com o inteiro teor do seu ato constitutivo

IV ndash prova de depoacutesito do tiacutetulo da publicaccedilatildeo ou da agecircncia de notiacutecias no oacutergatildeo competente do Ministeacuterio da Induacutestria e do Comeacutercio

48

V ndash 30 exemplares do jornal ou 12 exemplares da revista ou 30 recortes ou coacutepias de noticiaacuterio com datas diferentes de sua divulgaccedilatildeo

sect 1ordm Tratando-se de empresa nova o Ministeacuterio do Trabalho efetuaraacute registro provisoacuterio com validade por 2 anos tornando-se definitivo apoacutes a comprovaccedilatildeo constante do item V deste artigo

sect 2ordm Natildeo seraacute admitida renovaccedilatildeo ou prorrogaccedilatildeo do prazo de validade do registro provisoacuterio previsto no paraacutegrafo anterior

Art 10ordm Seraacute efetuado no Ministeacuterio do Trabalho registro especial do diretor de empresa natildeo jornaliacutestica sob cuja responsabilidade se editar publicaccedilatildeo destinada agrave circulaccedilatildeo externa ou interna para o que se exigiraacute a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash prova de depoacutesito do tiacutetulo da publicaccedilatildeo no oacutergatildeo competente do Ministeacuterio da Induacutestria e do Comeacutercio

Art 11 ndash As funccedilotildees desempenhadas pelos jornalistas como empregados seratildeo assim classificadas

I - Redator aquele que aleacutem das incumbecircncias de redaccedilatildeo comum tem o encargo de redigir editoriais crocircnicas ou comentaacuterios

II - Noticiarista aquele que tem o encargo de redigir mateacuterias de caraacuteter informativo desprovidas de apreciaccedilotildees ou comentaacuterios preparando-as ou redigindo-as para a divulgaccedilatildeo

III - Repoacuterter aquele que cumpre a determinaccedilatildeo de colher notiacutecias ou informaccedilotildees preparando-as para divulgaccedilatildeo

IV - Repoacuterter de setor aquele que tem o encargo de colher notiacutecias ou informaccedilotildees sobre assuntos predeterminados preparando-as ou redigindo-as para divulgaccedilatildeo

V - Raacutedio-repoacuterter aquele a quem cabe a difusatildeo oral de acontecimento ou entrevista pelo raacutedio ou pela televisatildeo no instante ou no local em que ocorram assim como o comentaacuterio ou crocircnica pelos mesmos veiacuteculos

VI - Arquivista-pesquisador aquele que tem a incumbecircncia de organizar e conservar cultural e tecnicamente o arquivo redatorial procedendo agrave pesquisa dos respectivos dados para a elaboraccedilatildeo de notiacutecias

VII - Revisor aquele que tem o encargo de rever as provas tipograacuteficas de mateacuteria jornaliacutestica

VIII - Ilustrador aquele que tem a seu cargo criar ou executar desenhos artiacutesticos ou teacutecnicos de caraacuteter jornaliacutestico

XIX - Repoacuterter-fotograacutefico aquele a quem cabe registrar fotograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico

X - Repoacuterter-cinematograacutefico aquele a quem cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico

XI - Diagramador aquele a quem compete planejar e executar a distribuiccedilatildeo graacutefica de mateacuterias fotografias ou ilustraccedilotildees de caraacuteter jornaliacutestico para fins de publicaccedilatildeo

Paraacutegrafo uacutenico ndash Os Sindicatos seratildeo ouvidos sobre o exato enquadramento de cada profissional

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Art 12ordm Seratildeo privativas de jornalista as funccedilotildees pertinentes agraves atividades

descritas no artigo 2ordm tais como Editor Secretaacuterio Subsecretaacuterio Chefe de reportagem e Chefe de Revisatildeo

Art 13ordm Natildeo haveraacute incompatibilidade entre o exerciacutecio da profissatildeo de Jornalista e o de qualquer outra funccedilatildeo remunerada ainda que puacuteblica respeitadas a proibiccedilatildeo de acumular cargos e as demais restriccedilotildees de lei

Art 14ordm Seraacute passiacutevel de trancamento o registro profissional do jornalista que sem motivo legal deixar de exercer a profissatildeo por mais de 2 anos

sect 1ordm Natildeo incide na cominaccedilatildeo deste artigo o afastamento decorrente de a) suspensatildeo ou interrupccedilatildeo do contrato de trabalho b) aposentadoria como jornalista c) viagem ou bolsa de estudo para aperfeiccediloamento profissional d) desemprego apurado na forma da Lei nordm 4923 de 23 de dezembro de

1965

sect 2ordm O trancamento seraacute da competecircncia do oacutergatildeo regional do Ministeacuterio do Trabalho de ofiacutecio ou requerimento da entidade sindical representativa da categoria profissional cabendo a esta fazer publicar em oacutergatildeo oficial por trecircs vezes consecutivas e dentro de um interstiacutecio de dois anos a relaccedilatildeo dos jornalistas cujos registros pretende trancar

sect 3ordm Os oacutergatildeos do Ministeacuterio do Trabalho prestaratildeo aos sindicatos representativos da categoria profissional as informaccedilotildees que lhes forem solicitadas especialmente quanto ao registro de admissotildees e dispensas nas empresas jornaliacutesticas realizando as inspeccedilotildees que se tornarem necessaacuterias para a verificaccedilatildeo do exerciacutecio da profissatildeo de jornalista

sect 4ordm O exerciacutecio da atividade em empresa natildeo jornaliacutestica mencionada no artigo 3ordm sect 2ordm natildeo constituiraacute prova suficiente de permanecircncia na profissatildeo se a publicaccedilatildeo e seu responsaacutevel natildeo tiverem registro nos termos deste Decreto

sect 5ordm O registro trancado suspende a titularidade e o exerciacutecio das prerrogativas profissionais mas pode ser revalidado mediante apresentaccedilatildeo dos documentos mencionados nos itens II e III do artigo 4ordm

Art 15ordm O salaacuterio de jornalista natildeo poderaacute ser reajustado nos contratos individuais de trabalho para a jornada normal de 5 horas em base inferior agrave do salaacuterio estipulado para a respectiva funccedilatildeo em acordo ou convenccedilatildeo coletiva de trabalho ou sentenccedila normativa das Justiccedila do Trabalho

Paraacutegrafo uacutenico ndash Em negociaccedilatildeo ou dissiacutedio coletivo poderatildeo os Sindicatos de Jornalistas reclamar o estabelecimento de criteacuterio de remuneraccedilatildeo adicional pela divulgaccedilatildeo de trabalho produzido por jornalistas em mais de um veiacuteculo de comunicaccedilatildeo coletiva

Art 16ordm A admissatildeo de provisionado para exercer funccedilotildees relacionadas nos itens I a VII do artigo 11 seraacute permitida nos municiacutepios onde natildeo existia curso de Jornalismo reconhecido na forma de lei e comprovadamente natildeo haja jornalista domiciliado associado do sindicato representativo da categoria profissional disponiacutevel para contrataccedilatildeo

Paraacutegrafo uacutenico ndash O provisionado nos termos deste artigo poderaacute exercer suas atividades somente no municiacutepio para o qual foi registrado

Art 17ordm Os atuais portadores de registro especial de provisionado poderatildeo exercer suas atividades no Estado onde foram contratados

Art 18 ndash A fiscalizaccedilatildeo do cumprimento dos dispositivos deste Decreto se faraacute na forma do artigo 626 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho sendo aplicaacutevel aos

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infratores multa variaacutevel de 1 a 10 vezes o maior valor de referecircncia fixado de acordo com o artigo 2ordm paraacutegrafo uacutenico da Lei nordm 6205 de 29 de abril de 1975

Paraacutegrafo uacutenico ndash Aos sindicatos representativos da categoria profissional incumbe representar agraves autoridades competentes acerca do exerciacutecio irregular da profissatildeo de Jornalista

Art 19ordm Constitui fraude a prestaccedilatildeo de serviccedilos profissionais gratuitos ou com pagamentos simboacutelicos sob pretexto de estaacutegio bolsa de complementaccedilatildeo convecircnio ou qualquer outra modalidade em desrespeito agrave legislaccedilatildeo trabalhista e a este regulamento

Art 20ordm O disposto neste Decreto natildeo impede a conclusatildeo dos estaacutegios comprovadamente iniciados antes da vigecircncia da Lei nordm 6612 de 7 de dezembro de 1978 os quais entretanto natildeo conferiratildeo por si soacutes direito ao registro profissional

Art 21ordm Este Decreto entra em vigor na data da sua publicaccedilatildeo revogadas as disposiccedilotildees em contraacuterio especialmente os Decretos nordms 65912 de 19 de dezembro de 1969 e 68629 de 18 de maio de 1971

Brasiacutelia 13 de marccedilo de 1979 158ordm da Independecircncia e 91ordm da Repuacuteblica (DO de 13-3-79)

Ernesto Geisel Arnaldo Prieto

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ANEXO II ndash ACOacuteRDAtildeO TST-AIRR-6182001-751-04-401

Acoacuterdatildeo Inteiro Teor NUacuteMERO UacuteNICO PROC AIRR - 6182001-751-04-40 PUBLICACcedilAtildeO DJ - 10022006 Andamento do Processo

PROC Nordm TST-AIRR-6182001-751-04-401 C A C Oacute R D Atilde O 1ordf Turma EMPMs REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO CARACTERIZACcedilAtildeO INDEPENDEcircNCIA NO EXERCIacuteCIO DE SUAS ATIVIDADES REGISTROS DE ASSUNTOS E TEMAacuteTICAS DE INTERESSES JORNALIacuteSTICOS 1 Segundo o Tribunal Regional do Trabalho o Reclamante no exerciacutecio de suas atividades aleacutem de ter acompanhado o repoacuterter entrevistador na produccedilatildeo de mateacuterias fato que por si soacute natildeo lhe retira a condiccedilatildeo de jornalista - e tambeacutem de acordo com depoimentos testemunhais saiacutea agrave rua com a pauta que lhe era dirigida para sozinho produzir as mateacuterias solicitadas pelo empregador o que de acordo com o teor dos dispositivos tidos por vulnerados permite concluir o exerciacutecio da profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico e natildeo simplesmente de operador de cacircmera visto que ao sair agraves ruas para a produccedilatildeo de mateacuterias cumpria seu ofiacutecio obviamente mediante registros de fatos e (ou) assuntos de interesses notadamente jornaliacutestico considerando para tanto a proacutepria natureza da atividade empresarial exercida pela empregadora Inviaacutevel portanto a admissibilidade do recurso de revista em razatildeo da impossibilidade de exame da alegaccedilatildeo de afronta ao Decreto nordm 8413479 visto tratar-se de hipoacutetese natildeo contemplada na letra c do artigo 896 da CLT Por outro lado por violaccedilatildeo dos artigos 2ordm da Lei nordm 661578 e 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 tambeacutem natildeo logra ecircxito a Agravante no intuito de ver autorizado o processamento do recurso de revista No primeiro dispositivo apenas dispotildee-se que o radialista eacute o empregado de radiodifusatildeo exercente de atividades voltadas agrave administraccedilatildeo produccedilatildeo ou teacutecnica No segundo definem-se as profissotildees de repoacuterter e repoacuterter cinematograacutefico salientando-se que a esse uacuteltimo cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico hipoacutetese identificada pelo Regional 2 Agravo de instrumento a que se nega provimento Vistos relatados e discutidos estes autos do Agravo de Instrumento em Recurso de Revista nordm TST-AIRR-6182001-751-04-401 em que eacute Agravante RBS TV SANTA ROSA LTDA e Agravado CLOacuteVIS SANTACATARINA A Reclamada interpotildee agravo de instrumento ao despacho de fls 113-115 mediante o qual foi denegado seguimento ao recurso de revista sob o fundamento de que a decisatildeo decorreu da aplicaccedilatildeo das normas pertinentes uma vez que da situaccedilatildeo faacutetica delineada nos autos natildeo haacute como se extrair ofensa ao artigo 2ordm da Lei nordm 661578 na forma do artigo 896 c da CLT Contraminuta agraves fls 122-124 Natildeo houve remessa dos autos agrave Procuradoria Geral do Trabalho em face da orientaccedilatildeo emanada da Resoluccedilatildeo Administrativa nordm 322 atualmente retratada no artigo 82 do Regimento Interno do Tribunal Superior do

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Trabalho Eacute o relatoacuterio V O T O I CONHECIMENTO Conheccedilo do agravo de instrumento porque regular e tempestivo II MEacuteRITO O Tribunal Regional ao apreciar o recurso ordinaacuterio interposto pela Reclamada no tocante ao reconhecimento da condiccedilatildeo de jornalista ao Reclamante pela Vara do Trabalho decidiu O MM Juiacutezo de primeiro grau acolheu as alegaccedilotildees do reclamante de exerciacutecio de profissatildeo jornaliacutestica de repoacuterter cinematograacutefico condenando a reclamada a pagar diferenccedilas salariais e reflexos Contra esta decisatildeo volta-se a reacute sustentando que o reclamante era operador de cacircmera funccedilatildeo capitulada na profissatildeo de radialista A recorrente tem razatildeo parcialmente Tomando-se a hipoacutetese de confirmar a sentenccedila enquanto reconhece ter o reclamante exercido a funccedilatildeo de repoacuterter cinematograacutefico em todo o contrato existe um marco temporal e juriacutedico que deve ser considerado A funccedilatildeo de repoacuterter cinematograacutefico eacute exclusiva da profissatildeo de jornalista Eacute uma atividade que estaacute reservada aos jornalistas formados assim como estabelecido no DL 97269 O reclamante natildeo demonstra a partir de quando conquistou a diplomaccedilatildeo como jornalista devendo-se considerar apenas pelo que oferecem os autos a data de 16 de junho de 1998 dia em que o reclamante foi registrado no Ministeacuterio do Trabalho como jornalista profissional na funccedilatildeo especiacutefica de repoacuterter cinematograacutefico Considerando que o Ministeacuterio do Trabalho natildeo pode registrar jornalistas natildeo diplomados exceccedilatildeo feita aos provisionados tem-se que o reclamante adquiriu esta condiccedilatildeo nesse dia Antes embora pudesse fazer ou fizesse atividades privativas de jornalistas natildeo pode ser considerado juridicamente como tal Assim em qualquer hipoacutetese de manutenccedilatildeo do reconhecimento da funccedilatildeo de jornaliacutestica esta deve gerar os efeitos pleiteados somente a partir de 16 de junho de 1998 Jaacute quanto a ter exercido ou natildeo funccedilatildeo jornaliacutestica a conclusatildeo eacute de manutenccedilatildeo da sentenccedila Natildeo eacute o fato de estar acompanhado por repoacuterter entrevistador que o cinegrafista perde a condiccedilatildeo de jornalista Trata-se de uma equipe de profissionais jornalistas Um exemplo que melhor ilustra o descabimento da distinccedilatildeo que pretende fazer o apelo eacute a situaccedilatildeo dos fotoacutegrafos ou repoacuterteres fotograacuteficos O fotoacutegrafo sai com a pauta junto com o repoacuterter (ou natildeo e isto tambeacutem acontecia com o reclamante como o reconhecem as testemunhas inclusive trazidas pela reclamada) e enquanto o repoacuterter investiga os dados necessaacuterios para a mateacuteria o fotoacutegrafo registra as cenas mas nem por isto eacute rebaixado da condiccedilatildeo de jornalista para dir- se-ia operador de cacircmera fotograacutefica O que se pode discutir seria o interesse jornaliacutestico das mateacuterias cobertas pelo jornalista reclamante Com efeito os comerciais produzidos e gravados pelo autor natildeo tecircm esse interesse e os eventos promocionais da reclamada recebem dela mesma uma atribuiccedilatildeo desse interesse embora natildeo o tenha imediata e objetivamente mas para efeitos do trabalho executado pelo reclamante deve ser considerado um trabalho jornaliacutestico Foi correta a decisatildeo natildeo merecendo qualquer reparo a natildeo ser o juriacutedico-temporal jaacute mencionado Nesta perspectiva o provimento do recurso eacute parcial (fls 97-99) Ao interpor o recurso de revista a Empresa alegou que o Reclamante na condiccedilatildeo de operador de cacircmera e operador de cacircmera de unidade portaacutetil externa acompanhando o repoacuterter como reconheceu o Regional natildeo pode ser

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enquadrado como jornalista porquanto ao repoacuterter eacute dado cumprir a determinaccedilatildeo de coletar notiacutecias ou informaccedilotildees e elaboraacute-las a fim de viabilizar posterior divulgaccedilatildeo e ao repoacuterter-cinematograacutefico cabe registrar cinematograficamente fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico razatildeo pela qual entende que a atividade do Reclamante eacute proacutepria de radialista categoria agrave qual pertencia Acrescenta que o artigo 2ordm da Lei nordm 661578 estabelece considera-se radialista o empregado de Radiodifusatildeo que exerccedila uma das funccedilotildees em que se desdobram as atividades mencionadas no artigo 4ordm ou seja operador de cacircmara e operador de cacircmara de unidade portaacutetil externa cuja regulamentaccedilatildeo profissional consta do Decreto nordm 8413479 e as atribuiccedilotildees do Quadro Anexo do mesmo decreto item II letra c nordm 3 com a seguinte redaccedilatildeo encarrega-se da gravaccedilatildeo de mateacuteria distribuiacuteda pelo Supervisor de Operaccedilotildees planifica e orienta o entrevistador repoacuterter e iluminador no que se refere aos aspectos teacutecnicos de seu trabalho suas atividades envolvem tanto a gravaccedilatildeo como a geraccedilatildeo de som e imagem atraveacutes de equipamentos eletrocircnico portaacutetil de TV Fundamenta o apelo em violaccedilatildeo dos artigos 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 2ordm da Lei nordm 661578 e do Decreto nordm 8413479 e Quadro Anexo do mesmo decreto item II letra c nordm 3 Inicialmente deve-se registrar a impossibilidade de exame da alegaccedilatildeo de afronta ao Decreto nordm 8413479 visto tratar-se de hipoacutetese natildeo contemplada na letra c do artigo 896 da CLT No tocante agrave ofensa aos artigos 2ordm da Lei nordm 661578 e 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 tambeacutem natildeo logra ecircxito a Agravante no intuito de ver autorizado o processamento do recurso de revista No primeiro dispositivo apenas dispotildee-se que o radialista eacute o empregado de radiodifusatildeo exercente de atividades voltadas agrave administraccedilatildeo produccedilatildeo ou teacutecnica No segundo definem-se as profissotildees de repoacuterter e repoacuterter cinematograacutefico salientando-se que a esse uacuteltimo cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico Ora dos termos da decisatildeo impugnada via recurso de revista nada haacute que conflite com tais dispositivos legais Afinal segundo o Tribunal Regional do Trabalho o Reclamante no exerciacutecio de suas atividades aleacutem de ter acompanhado o repoacuterter entrevistador na produccedilatildeo de mateacuterias fato que por si soacute natildeo lhe retira a condiccedilatildeo de jornalista - tambeacutem de acordo com depoimentos testemunhais saiacutea agrave rua com a pauta que lhe era dirigida para sozinho produzir as mateacuterias solicitadas pelo empregador o que de acordo com o teor dos dispositivos tidos por vulnerados permite concluir pelo exerciacutecio da profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico e natildeo simplesmente de operador de cacircmera visto que ao sair agraves ruas para a produccedilatildeo de mateacuterias cumpria seu ofiacutecio obviamente mediante registros de fatos e (ou) assuntos de interesses notadamente jornaliacutestico considerando para tanto a proacutepria natureza da atividade empresarial exercida pela empregadora Por esses fundamentos nego provimento ao agravo de instrumento ISTO POSTO ACORDAM os Ministros da Primeira Turma do Tribunal Superior do Trabalho por unanimidade negar provimento ao agravo de instrumento Brasiacutelia 9 de novembro de 2005 EMMANOEL PEREIRA Ministro Relator

NIA 3981288

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Page 27: REPÓRTER CINEMATOGRÁFICO É JORNALISTArepositorio.uniceub.br/bitstream/123456789/1670/2/20214825.pdf · trabalhos desenvolvidos. 5 ... tsunamis, cachoeiras em penhascos, ... deles

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- Discernir entre o que tem caraacuteter construtivo para a sociedade - Propagar iniciativas conhecimentos e teacutecnicas que possam ser reproduzidas de forma a contribuir para o bem estar social - Distinguir e denunciar atitudes que sejam lesivas agrave sociedade

O jornalista ndash seja ele o repoacuterter o fotoacutegrafo o cinegrafista o redator o

editor o chefe de reportagem enfim ndash deve estar consciente da importacircncia do seu

trabalho para a construccedilatildeo da cidadania e de uma sociedade igualitaacuteria

Como bem observa Maristela Alves Leitatildeo (2005) os profissionais de

jornalismo desempenham um importante papel nas transformaccedilotildees soacutecio-poliacuteticas

nas uacuteltimas deacutecadas constituindo os ldquoguardiotildees dos direitos humanosrdquo durante a

transiccedilatildeo da ditadura militar para o regime democraacutetico Atualmente a preocupaccedilatildeo

tem sido lutar contra a corrupccedilatildeo e a favor da cidadania visando a conscientizaccedilatildeo

da populaccedilatildeo em relaccedilatildeo aos seus direitos e obrigaccedilotildees

A mateacuteria jornaliacutestica consiste na reconstruccedilatildeo de dada realidade que

cerca um fato recente efetuada pelo profissional da aacuterea a partir da tomada de

depoimentos de pessoas que participaram ou estatildeo inseridas no contexto apurado

Essas pessoas a serem entrevistas natildeo devem ser selecionadas de maneira fortuita

apenas seratildeo inquiridas aquelas que possam dispor de dados estritamente

importantes e possuir competecircncia reconhecida para referir-se ao assunto em

questatildeo Uma das habilidades mais valorizadas na profissatildeo inclusive eacute aquela de

pesquisar e encontrar as fontes mais adequadas considerando-se a expectativa do

puacuteblico de receber informaccedilatildeo qualificada (Rothberg 2006)

28

Comparando-se o jornalismo impresso com o televisivo este uacuteltimo leva

clara vantagem por ser meio mais atraente ao disponibilizar uma dinacircmica

audiovisual

22 O REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO

O repoacuterter cinematograacutefico eacute aquele profissional que executa serviccedilos

referentes ao mercado de radiodifusatildeo mais especificamente em TV atuando como

assistente ou teacutecnico na aacuterea de produccedilatildeo em meios de comunicaccedilatildeo Dentre suas

atividades vale destacar pesquisa anaacutelise e interpretaccedilatildeo das possibilidades

riacutetmicas estruturais e associadas do encontro entre imagem e som aleacutem de

executar e manter os equipamentos de aacuteudio e iluminaccedilatildeo e cacircmeras de TV (Nova

Faetec 2006)

No Brasil o curso profissionalizante de repoacuterter cinematograacutefico tem ainda

niacutevel teacutecnico com duraccedilatildeo de trecircs anos sendo exigido como preacute-requisito a

conclusatildeo do ensino meacutedio ou fundamental

No Rio de Janeiro foi criada em 16 de fevereiro em 1946 a ARFOC -

Associaccedilatildeo Profissional de Repoacuterteres Fotograacuteficos e Cinematograacuteficos do Brasil

que consiste em uma associaccedilatildeo profissional e cultural destituiacuteda de caraacuteter poliacutetico-

partidaacuterio e sem fins lucrativos nos termos do Decreto n 1229 de 09101962 cujo

objetivo eacute incentivar aperfeiccediloar valorizar e defender a profissatildeo e os fotojornalistas

e a aplicaccedilatildeo da imagem ao jornalismo (ARFOC 2006)

29

Segundo Joseacute Alves Filho (2005) presidente da ARFOC-PI existe uma

falta de reconhecimento ateacute por parte dos proacuteprios colegas de trabalho em relaccedilatildeo

ao trabalho do repoacuterter cinematograacutefico Eacute uma injusticcedila visto que uma boa

reportagem de TV depende mais do registro do repoacuterter cinematograacutefico ndash fruto de

sua persistecircncia coragem e sensibilidade ndash do que do repoacuterter produtor ou editor

Essa falta de reconhecimento se reflete no dia-a-dia principalmente por

parte dos chefes de redaccedilatildeo que nunca estimulam os repoacuterteres cinematograacuteficos a

participarem da discussatildeo da pauta que iratildeo cumprir Com isso eles acabam se

afastando das redaccedilotildees desestimulados a participarem do processo Por parte dos

colegas jornalistas haacute um preconceito intelectual ainda que velado em relaccedilatildeo aos

colegas da ldquolinha de frenterdquo os ditos repoacuterteres cinematograacuteficos forjados pela

ldquofaculdade da vidardquo sem chance de discutir teoria nos bancos universitaacuterios

Partindo-se da premissa de que a imagem eacute o uacutenico item imprescindiacutevel

da TV natildeo haacute justificativa para o fato de que o salaacuterio dos bons cinegrafistas natildeo

chegam nem na metade do salaacuterio dos repoacuterteres haacute vinte anos atraacutes o salaacuterio

desses profissionais se equiparavam

Para Antonio Brasil (2004)

() se existe uma classe de jornalistas que sempre sofreu enormes injusticcedilas e discriminaccedilotildees eacute sem duacutevida o segmento dos cinegrafistas de TV Hoje satildeo chamados de lsquorepoacuterteres cinematograacuteficosrsquo Para mim deveriam ser simplesmente lsquojornalistasrsquo Mas como costumam ter origem humilde e natildeo podem pagar pelos lsquodiplomasrsquo satildeo considerados jornalistas de segunda classe Natildeo precisam passar no miacutenimo quatro anos pagando caro para as faacutebricas de jornalistas e ningueacutem parece se importar muito com isso Mas os cinegrafistas ou repoacuterteres cinematograacuteficos merecem o nosso apoio e respeito Lutam pelo reconhecimento da profissatildeo enquanto lsquojornalistasrsquo de verdade Recusam-se a serem meros

30

lsquoapecircndicesrsquo na vida dos repoacuterteres e nas decisotildees dos nossos editores de telejornalismo

Infelizmente ainda persiste o conflito entre os profissionais da palavra e

os jornalistas da imagem Brasil (2004) experiente na profissatildeo muitas vezes

sentiu na pele os efeitos de atitudes arrogantes e discriminatoacuterias mesmo de

repoacuterteres receacutem-formados - o que demonstra que essa arrogacircncia sem

fundamento eacute cultural beira o preconceito social ou ldquoracismordquo E geralmente satildeo os

velhos cinegrafistas que acabam por ensinar a esses jovens os primeiros passos da

profissatildeo

Eacute certo que no meio televisivo as imagens constituem elemento chave

da mateacuteria do repoacuterter satildeo elas que datildeo suporte agrave narrativa cronoloacutegica do

acontecimento Cumpre ressaltar que tal qual o repoacuterter o cinegrafista tem como

objetivo registrar o acontecimento e fazer com que o mesmo chegue ao ar Daiacute a

importacircncia de recomendar aos alunos do telejornalismo que cinegrafista natildeo deve

ser vigiado nem precisa ser orientado

Repoacuterter e cinegrafista satildeo colegas de jornalismo isto eacute ambos satildeo

jornalistas Natildeo eacute porque o cinegrafista geralmente tem origem simples gestos

humildes e carrega peso que deixa de ser jornalista Ganha o repoacuterter despido

desse preconceito pois se dispotildee a assimilar os segredos da profissatildeo ensinados

pelos cinegrafistas e compartilhando com respeito os objetivos da reportagem

recebem valiosas dicas praacuteticas

Brasil (2004) desabafa

31

Os jovens de boa aparecircncia - condiccedilatildeo dispensaacutevel mas que parece ser obrigatoacuteria em nossos telejornais - saem das universidades natildeo sabem quase nada de telejornalismo Buscam na TV o sonho de sucesso e fama A maioria desses jovens natildeo teve a oportunidade aprender a praacutetica da profissatildeo Eles satildeo selecionados em processos meio nebulosos e certamente pouco transparentes Se tornam repoacuterteres de TV e tem que aprender as teacutecnicas peculiares da profissatildeo na marra No entanto satildeo os velhos cinegrafistas - profissionais humildes e experientes que costumam ensinar os primeiros passos Os cinegrafistas tambeacutem satildeo colegas leais Aleacutem de ensinarem telejornalismo de verdade tambeacutem fazem questatildeo de ocultar os erros dos neoacutefitos Os editores jamais percebem as inuacutemeras passagens que os cinegrafistas providencialmente apagam das fitas e da nossa memoacuteria Alguns desses neoacutefitos natildeo eram tatildeo jovens Muitos profissionais da imprensa fizeram a transiccedilatildeo para os encantos da TV graccedilas agrave boa vontade de velhos cinegrafistas

Ao inveacutes de se sentirem agradecidos muitos desses colegas se recusam

a aceitar que aqueles sujeitos simples satildeo tambeacutem jornalistas e que aleacutem de

compartilhar os objetivos da reportagem ensinam agrave nova geraccedilatildeo de jornalistas de

TV inuacutemeras dicas profissionais

Natildeo bastasse esse desrespeito com o profissional de imagem ele ainda

estaacute sujeito a sofrer seacuterios riscos inerentes agrave proacutepria profissatildeo aleacutem de graves

problemas de sauacutede ao utilizar equipamentos pesados e obsoletos e enfrentar um

ritmo estressante de trabalho repetitividade de tarefas longas jornadas e condiccedilotildees

precaacuterias de trabalho

Daiacute a importacircncia de apoiar a luta desses profissionais de imagem que

buscam o creacutedito e o respeito merecidos Eacute uma questatildeo natildeo apenas de direito

mas de reconhecimento Tambeacutem eacute importante observar e condenar as possiacuteveis

represaacutelias aos profissionais que buscam esse reconhecimento

32

Brasil (2004) faz uma comparaccedilatildeo entre os cinegrafistas da Inglaterra e

os do Brasil Enquanto entre noacutes os profissionais lutam pela sobrevivecircncia

aprendem tudo sem qualquer tipo de treinamento especiacutefico e para garantir os seus

direitos devem permanecer anocircnimos na Inglaterra a escola de cinegrafistas da

BBC possibilita a esses profissionais facilidades teacutecnicas um bom sistema de

promoccedilatildeo e cargos Para a promoccedilatildeo dentro da proacutepria categoria os cinegrafistas

ingleses satildeo regularmente enviados ao interior daquele paiacutes para conhecerem as

novas tecnoloacutegicas e teacutecnicas profissionais visando com isso tambeacutem fortalecer os

laccedilos corporativos

33

3 CURSO SUPERIOR PARA FORMACcedilAtildeO DE PROFISSIONAIS DA

AacuteREA

31 DESVALORIZACcedilAtildeO DA PROFISSAtildeO

Como outras inuacutemeras profissotildees tambeacutem o jornalista enfrenta crise no

seu acircmbito de trabalho Para superar a concorrecircncia garantir o seu emprego e

valorizar sua profissatildeo o jornalista de modo geral precisa especializar-se em

determinadas aacutereas e atualizar-se academicamente No mercado atual esse

profissional tem que lidar com o aumento de responsabilidade com o acuacutemulo de

funccedilotildees nas redaccedilotildees aleacutem de ser em geral mal remunerado e sofrer com o

constante risco de ser demitido

Conforme aponta Noblat (2003 p 36)

Exige-se do candidato a uma vaga nas redaccedilotildees que seja profissional completo e polivalente Ele tem de dominar todas as teacutecnicas para o exerciacutecio da profissatildeo manejar os instrumentos capazes de ajudaacute-lo a fazer o melhor trabalho e ter a niacutetida compreensatildeo do seu papel de jornalista multimiacutedia

Em plena era de globalizaccedilatildeo as perspectivas natildeo satildeo as melhores Tem

razatildeo Dizard Jr (2000 p 21) ao afirmar que uma das poucas certezas com que os

novos profissionais de miacutedia podem contar futuramente eacute que teratildeo que lidar com o

impacto das mudanccedilas tecnoloacutegicas e com a intensificaccedilatildeo da demanda por maior

envolvimento intelectual e habilitaccedilatildeo acadecircmica

34

Para o repoacuterter cinematograacutefico e supervisor de cinegrafia da rede Globo

Heacutelio Alvarez concorda que a profissatildeo do repoacuterter cinematograacutefico e fotoacutegrafo eacute

desvalorizada e isto se deve segundo ele ao fato de que a valorizaccedilatildeo profissional

na atualidade se daacute por meio da educaccedilatildeo Enquanto os repoacuterteres geralmente

passaram por uma faculdade e vecircm de uma classe social mais alta os que

trabalham como repoacuterter cinematograacutefico em sua maioria satildeo aqueles que iniciam

carreira fazendo algum trabalho na televisatildeo sendo poucos os que comeccedilam no

jornalismo ndash o que acaba por desvalorizar a funccedilatildeo (Canal da imprensa sd)

32 REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO Eacute JORNALISTA

Noacutes uacuteltimos anos haacute um movimento que luta pelo reconhecimento do

repoacuterter cinematograacutefico como jornalista Duas recentes decisotildees nos tribunais do

paiacutes passaram a reconhecer os direitos desse profissional confirmando as teses

defendidas pela FENAJ (Federaccedilatildeo Nacional dos Jornalistas) e pelos sindicatos de

jornalistas

No ano passado o Tribunal Superior do Trabalho (TST) manteve decisatildeo

do Tribunal Regional do Trabalho do Rio Grande do Sul (TRT da 4ordf Regiatildeo) que

enquadrou como Jornalista um repoacuterter-cinematograacutefico que trabalhou na RBS TV

Santa Rosa Ltda Esse profissional tanto acompanhava repoacuterteres na produccedilatildeo de

reportagens jornaliacutesticas como tambeacutem saiacutea agraves ruas sozinho para produzir

reportagens estabelecidas em pautas previamente solicitadas pelo chefe de

redaccedilatildeo

35

A RBS seguindo a praacutetica infelizmente bastante comum entre as

empresas de televisatildeo sustentava que o trabalhador devia ser enquadrado como

radialista na tentativa de pagar um salaacuterio menor ao profissional uma vez que o

piso de radialista eacute inferior ao de jornalista Outra desvantagem para o profissional eacute

que os radialistas trabalham 8 horas diaacuterias ao contraacuterio de jornalistas que atuam 5

horas por dia O excesso de carga de trabalho vem trazendo problemas de sauacutede

para diversos repoacuterteres cinematograacuteficos enquadrados como radialistas

A Justiccedila do Trabalho firmou decisatildeo no sentido de que o fato de estar

acompanhado de repoacuterter natildeo retira do repoacuterter-cinematograacutefico a condiccedilatildeo de

Jornalista O profissional gauacutecho receberaacute as devidas diferenccedilas salariais retroativas

a 16 de junho de 1998 data que o prejudicado obteve seu registro de jornalista

profissional no Ministeacuterio do Trabalho (Espaccedilo Vital 2005)

Com essa decisatildeo passou a ser possiacutevel que os repoacuterteres

cinematograacuteficos encaminhem agraves Delegacias Regionais do Trabalho pedidos de

enquadramento como jornalistas Aliaacutes os proacuteprios sindicatos devem encaminhar

pedidos de fiscalizaccedilatildeo nas empresas para verificar o enquadramento dos repoacuterteres

cinematograacuteficos

Outro julgamento favoraacutevel ao profissional da aacuterea em comento conforme

divulgaccedilatildeo do FENAJ (2005) refere-se agrave decisatildeo da Terceira Turma do Superior

Tribunal de Justiccedila (STJ) que reconheceu os direitos do repoacuterter fotograacutefico Claacuteudio

Alves Pereira de receber indenizaccedilatildeo por danos materiais e morais devido agraves

inuacutemeras vezes em que o Jornal de Brasiacutelia republicou fotos suas sem creacutedito apoacutes

a sua demissatildeo em julho de 1990

36

Conforme o escritor portuguecircs Pierre Ganz (ANTONIO CARLOS) o

jornalista-repoacuterter de imagens eacute antes de qualquer coisa eacute um jornalista como os

outros Deve saber preparar a sua reportagem efetuaacute-la escrever o seu comentaacuterio

sobre imagens A diferenccedila reside no fato de ele substituir na maioria das vezes a

esferograacutefica pela cacircmera de filmar

Uma cacircmera que ele deveraacute dominar bem mas tambeacutem com a qual vai escrever uma histoacuteria os planos substituindo entatildeo as palavras Uma sintaxe toma o lugar da outra Os teacutecnicos de som de iluminaccedilatildeo e de montagem satildeo-lhe familiares Pode em alguns casos trabalhar sozinho Egrave cada vez mais frequumlente partir em reportagem ou em grande reportagem com equipe reduzida acompanhada apenas por jornalista redator

Eacute mesmo verdade que no meio televisivo uma boa imagem por vezes

substitui um bom texto e ateacute o dispensa Natildeo eacute possiacutevel por exemplo imaginar nos

dias de hoje um noticiaacuterio sobre guerra sem que sejam mostradas imagens E

muitas vezes inspirados nas imagens que os jornalistas produzem seus textos

Sem duacutevida a funccedilatildeo do repoacuterter cinematograacutefico eacute de vital importacircncia

para o jornalismo Uma saiacuteda bastante praacutetica para solucionar o problema desses

profissionais no que se refere agrave ausecircncia de cursos de graduaccedilatildeo seria incluir uma

cadeira sobre o assunto nos cursos de jornalismo Com isso os profissionais da

aacuterea e os interessados em abraccedilar a profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico se

sentiriam motivados a ingressar numa faculdade e quem sabe assim esse

preconceito absurdo seria definitivamente eliminado pondo fim ao estigma de ser

apenas um coadjuvante na confecccedilatildeo da notiacutecia

37

CONCLUSAtildeO

Num momento em que o mundo passa por tantas transformaccedilotildees

decorrentes da evoluccedilatildeo tecnoloacutegica da era da informaccedilatildeo e da globalizaccedilatildeo da

economia o jornalismo profissional ndash seacuterio e bem documentado - ganha relevo em

sua missatildeo de informar opinar e entreter a sociedade em seu cotidiano

A televisatildeo nos dias contemporacircneos pode transmitir ao puacuteblico muito

mais do que o fazia quando foi criada A novidade surgiu em 1923 nos Estados

Unidos e se tornou conhecida no Brasil nos anos 50 De iniacutecio apenas uma

finiacutessima parcela da populaccedilatildeo tinha acesso ao produto e tempos depois

transformou-se num poderoso meio de comunicaccedilatildeo em massa

Para fazer o telejornalismo eacute necessaacuterio uma equipe formada de repoacuterter

cinegrafista redator fotoacutegrafo editor teacutecnicos de som de iluminaccedilatildeo e de

montagens

Diante do exposto natildeo resta duacutevidas de que o repoacuterter cinematograacutefico eacute

antes de qualquer coisa jornalista como os outros Ele deve saber preparar a sua

reportagem efetuaacute-la escrever o seu comentaacuterio sobre imagens

Se eacute certo que ele substitui a esferograacutefica pela cacircmera de filmar tambeacutem

eacute verdade que por meio dela ele escreve uma histoacuteria A diferenccedila eacute que substitui

as palavras pelas imagens que seus olhos treinados conseguem captar

38

Em muitas situaccedilotildees o repoacuterter cinematograacutefico acumula as funccedilotildees dos

teacutecnicos de iluminaccedilatildeo som e montagem trabalhando somente com o jornalista

redator E eacute com base nas imagens captadas que os jornalistas produzem seus

textos

Muitas vezes os cinegrafistas produzem imagens tatildeo impressionantes

que eacute difiacutecil para o jornalista descrevecirc-las com palavras podendo surgir eventuais

conflitos entre os dois

Neste contexto a presente monografia procurou enfocar a importacircncia

deste profissional que para ser reconhecido por seus pares e tambeacutem para ter

oportunidade de aumentar seus conhecimentos e aperfeiccediloar suas teacutecnicas

necessita que seja inserida uma cadeira sobre sua aacuterea nos cursos de graduaccedilatildeo

de jornalismo

Para serem admitidos como jornalistas pelas televisotildees profissionais

exige-se formaccedilatildeo acadecircmica em jornalismo Haacute aqui um paradoxo visto que a

profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico tem sua funccedilatildeo regulamentada pelo Decreto

Lei n 83284 de 13 marccedilo de 1969 que atribui normas para o exerciacutecio da profissatildeo

de jornalista e segundo o qual o repoacuterter cinematograacutefico estaacute inserido como

jornalista que capta imagens para fins jornaliacutesticos

Note-se que a partir do momento em que os cursos de jornalismo

incluiacuterem uma cadeira voltada para a reportagem cinematograacutefica todos os que se

formarem no curso e optarem por esse caminho notadamente seratildeo reconhecidos

como jornalistas

39

Haacute que se considerar a questatildeo dos antigos profissionais da aacuterea

aqueles que conhecem tudo sobre a profissatildeo e conforme dito no decorrer da

presente costumam ensinar os receacutem-formados no iniacutecio de suas carreiras

Eacute injusta a falta de reconhecimento desses profissionais

Tal situaccedilatildeo demonstra que o preconceito em relaccedilatildeo a eles faz parte de

uma cultura arraigada entre os proacuteprios colegas de profissatildeo e que acaba se

estendendo pelos bancos acadecircmicos e que precisa ser trabalhada desmistificada

pois natildeo tem razatildeo de existir

40

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documentaccedilatildeo trabalhos acadecircmicos apresentaccedilatildeo Rio de Janeiro 2002

ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE NORMAS TEacuteCNICAS NBR 6023 informaccedilatildeo e

documentaccedilatildeo elaboraccedilatildeo Rio de Janeiro 2002

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45

ANEXO I ndash DECRETO Nordm 83284 DE 13 DE MARCcedilO DE 1979

PROFISSAtildeO DE JORNALISTA

Daacute nova regulamentaccedilatildeo ao Decreto-lei nordm 972 de 17 de outubro de 1969 que dispotildee sobre o exerciacutecio da profissatildeo de Jornalista em decorrecircncia das alteraccedilotildees introduzidas pela Lei nordm 6612 de 7 de dezembro de 1978

O Presidente da Repuacuteblica usando da atribuiccedilatildeo que lhe confere o art 81 item

III da Constituiccedilatildeo decreta

Art 1ordm Eacute livre em todo territoacuterio nacional o exerciacutecio da profissatildeo de Jornalista aos que satisfazerem as condiccedilotildees estabelecidas neste Decreto

Art 2ordm A profissatildeo de Jornalista compreende privativamente o exerciacutecio habitual e remunerado de qualquer das seguintes atividades

I - redaccedilatildeo condensaccedilatildeo titulaccedilatildeo interpretaccedilatildeo correccedilatildeo ou coordenaccedilatildeo de mateacuteria a ser divulgada contenha ou natildeo comentaacuterio

II - comentaacuterio ou crocircnica pelo raacutedio ou pela televisatildeo III - entrevista inqueacuterito ou reportagem escrita ou falada IV - planejamento organizaccedilatildeo direccedilatildeo e eventual execuccedilatildeo de serviccedilos

teacutecnicos de Jornalismo como os de arquivo ilustraccedilatildeo ou distribuiccedilatildeo graacutefica de mateacuteria a ser divulgada

V - planejamento organizaccedilatildeo e administraccedilatildeo teacutecnica dos serviccedilos de que trata a aliacutenea ldquoardquo

VI - ensino de teacutecnicas de Jornalismo VII - coleta de notiacutecias ou informaccedilotildees e seu preparo para divulgaccedilatildeo VIII - revisatildeo de originais de mateacuteria jornaliacutestica com vistas agrave correccedilatildeo

redacional e agrave adequaccedilatildeo da linguagem XIX - organizaccedilatildeo e conservaccedilatildeo de arquivo jornaliacutestico e pesquisa dos

respectivos dados para a elaboraccedilatildeo de notiacutecias X - execuccedilatildeo de distribuiccedilatildeo graacutefica de texto fotografia ou ilustraccedilatildeo de

caraacuteter jornaliacutestico para fins de divulgaccedilatildeo XI - execuccedilatildeo de desenhos artiacutesticos ou teacutecnicos de caraacuteter jornaliacutestico para

fins de divulgaccedilatildeo Art 3ordm Considera-se empresa jornaliacutestica para os efeitos deste Decreto-lei

aquela que tenha como atividade a ediccedilatildeo de jornal ou revista ou a distribuiccedilatildeo de noticiaacuterio com funcionamento efetivo idoneidade financeira e registro legal

sect 1ordm Equipara-se agrave empresa jornaliacutestica a seccedilatildeo ou serviccedilo de empresa de radiofusatildeo televisatildeo ou divulgaccedilatildeo cinematograacutefica ou de agecircncia de publicidade onde sejam exercidas as atividades previstas no artigo 2ordm0

sect 2ordm A entidade puacuteblica ou privada natildeo jornaliacutestica sob cuja responsabilidade se editar publicaccedilatildeo destinada a circulaccedilatildeo externa estaacute obrigada ao cumprimento deste decreto relativamente aos jornalistas que contratar

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Art 4ordm O exerciacutecio da profissatildeo de jornalista requer preacutevio registro no oacutergatildeo regional do Ministeacuterio do Trabalho que se faraacute mediante a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash diploma de curso de niacutevel superior de Jornalismo ou de Comunicaccedilatildeo Social habilitaccedilatildeo Jornalismo fornecido por estabelecimento de ensino reconhecido na forma da lei para as funccedilotildees relacionadas nos itens I a IV do artigo 11

IV ndash Carteira de Trabalho e Previdecircncia Social

Paraacutegrafo uacutenico ndash Aos profissionais registrados exclusivamente para o exerciacutecio das funccedilotildees relacionadas nos itens VII a XI do artigo 11 eacute vedado o exerciacutecio das funccedilotildees constantes nos itens I a VII do mesmo artigo

Art 5ordm O Ministeacuterio do Trabalho concederaacute desde que satisfeitas as exigecircncias constantes neste Decreto registro especial ao

I ndash colaborador assim entendido aquele que mediante remuneraccedilatildeo e sem relaccedilatildeo de emprego produz trabalho de natureza teacutecnica cientiacutefica ou cultural relacionando com a sua especializaccedilatildeo para ser divulgado com o nome e qualificaccedilatildeo do autor

II ndash funcionaacuterio puacuteblico titular de cargo cujas atribuiccedilotildees legais coincidam com as mencionadas no artigo 2ordm

III ndash provisionado

Paraacutegrafo uacutenico ndash O registro de que tratam os itens I e II deste artigo natildeo implica o reconhecimento de quaisquer direitos que decorram da condiccedilatildeo de empregado nem no caso do item II dos resultantes do exerciacutecio privado e autocircnomo da profissatildeo

Art 6ordm Para o registro especial de colaborador eacute necessaacuteria a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash declaraccedilatildeo de empresa jornaliacutestica ou que a ela seja equiparada informando do seu interesse pelo registro de colaborador do candidato onde conste a sua especializaccedilatildeo remuneraccedilatildeo contratada e pseudocircnimo se houver

Art 7ordm Para o registro especial de funcionaacuterio puacuteblico titular de cargo cujas atribuiccedilotildees legais coincidam com as mencionadas no artigo 2ordm eacute necessaacuterio a apresentaccedilatildeo de ato de nomeaccedilatildeo ou contrataccedilatildeo para cargo ou emprego com aquelas atribuiccedilotildees aleacutem do cumprimento do que estabelece o artigo 4ordm

Art 8ordm Para o registro especial de provisionado eacute necessaacuterio a apresentaccedilatildeo de

47

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash declaraccedilatildeo fornecida pela empresa jornaliacutestica ou que a ela seja equiparada na qual conste a funccedilatildeo a ser exercida e o salaacuterio correspondente

IV ndash diploma de curso de niacutevel superior ou certificado de ensino de 2ordm grau fornecido por estabelecimento de ensino reconhecido na forma da lei para as funccedilotildees relacionadas nos itens I a VII do artigo 11

V ndash declaraccedilatildeo fornecida pela entidade sindical representativa da categoria profissional com base territorial abrangendo o municiacutepio no qual o provisionado iraacute desempenhar suas funccedilotildees de que natildeo haacute jornalista associado do Sindicato domiciliado naquele municiacutepio disponiacutevel da contrataccedilatildeo

VI ndash Carteira de Trabalho e Previdecircncia Social

sect 1ordm A declaraccedilatildeo de que trata o item V deveraacute ser fornecida pelo Sindicato ao interessado no prazo de 3 dias uacuteteis

sect 2ordm Caso exista profissional domiciliado no municiacutepio disponiacutevel para contrataccedilatildeo o Sindicato comunicaraacute tal fato ao Ministeacuterio do Trabalho no mesmo prazo de 3 dias a contar do pedido de fornecimento da declaraccedilatildeo de que trata o item V

sect 3ordm Caso o Sindicato natildeo forneccedila a declaraccedilatildeo de que trata o item V no prazo mencionado no sect 1ordm o interessado poderaacute instruir seu pedido de registro com o protocolo de apresentaccedilatildeo do requerimento ao Sindicato

sect 4ordm Na hipoacutetese prevista no paraacutegrafo anterior o Ministeacuterio do Trabalho concederaacute ao Sindicato prazo natildeo superior a 3 dias para se manifestar sobre o fornecimento da declaraccedilatildeo caso natildeo tenha ocorrido o fato constante no sect 2ordm

sect 5ordm O registro especial de provisionado teraacute caraacuteter temporaacuterio com duraccedilatildeo maacutexima de trecircs anos renovaacutevel somente com a apresentaccedilatildeo de toda a documentaccedilatildeo prevista neste artigo

Art 9ordm Seraacute efetuado no Ministeacuterio do Trabalho registro dos diretores de empresas jornaliacutesticas que natildeo sendo jornalistas respondem pelas respectivas publicaccedilotildees para o que eacute necessaacuterio a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash prova de registro civil ou comercial da empresa jornaliacutestica com o inteiro teor do seu ato constitutivo

IV ndash prova de depoacutesito do tiacutetulo da publicaccedilatildeo ou da agecircncia de notiacutecias no oacutergatildeo competente do Ministeacuterio da Induacutestria e do Comeacutercio

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V ndash 30 exemplares do jornal ou 12 exemplares da revista ou 30 recortes ou coacutepias de noticiaacuterio com datas diferentes de sua divulgaccedilatildeo

sect 1ordm Tratando-se de empresa nova o Ministeacuterio do Trabalho efetuaraacute registro provisoacuterio com validade por 2 anos tornando-se definitivo apoacutes a comprovaccedilatildeo constante do item V deste artigo

sect 2ordm Natildeo seraacute admitida renovaccedilatildeo ou prorrogaccedilatildeo do prazo de validade do registro provisoacuterio previsto no paraacutegrafo anterior

Art 10ordm Seraacute efetuado no Ministeacuterio do Trabalho registro especial do diretor de empresa natildeo jornaliacutestica sob cuja responsabilidade se editar publicaccedilatildeo destinada agrave circulaccedilatildeo externa ou interna para o que se exigiraacute a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash prova de depoacutesito do tiacutetulo da publicaccedilatildeo no oacutergatildeo competente do Ministeacuterio da Induacutestria e do Comeacutercio

Art 11 ndash As funccedilotildees desempenhadas pelos jornalistas como empregados seratildeo assim classificadas

I - Redator aquele que aleacutem das incumbecircncias de redaccedilatildeo comum tem o encargo de redigir editoriais crocircnicas ou comentaacuterios

II - Noticiarista aquele que tem o encargo de redigir mateacuterias de caraacuteter informativo desprovidas de apreciaccedilotildees ou comentaacuterios preparando-as ou redigindo-as para a divulgaccedilatildeo

III - Repoacuterter aquele que cumpre a determinaccedilatildeo de colher notiacutecias ou informaccedilotildees preparando-as para divulgaccedilatildeo

IV - Repoacuterter de setor aquele que tem o encargo de colher notiacutecias ou informaccedilotildees sobre assuntos predeterminados preparando-as ou redigindo-as para divulgaccedilatildeo

V - Raacutedio-repoacuterter aquele a quem cabe a difusatildeo oral de acontecimento ou entrevista pelo raacutedio ou pela televisatildeo no instante ou no local em que ocorram assim como o comentaacuterio ou crocircnica pelos mesmos veiacuteculos

VI - Arquivista-pesquisador aquele que tem a incumbecircncia de organizar e conservar cultural e tecnicamente o arquivo redatorial procedendo agrave pesquisa dos respectivos dados para a elaboraccedilatildeo de notiacutecias

VII - Revisor aquele que tem o encargo de rever as provas tipograacuteficas de mateacuteria jornaliacutestica

VIII - Ilustrador aquele que tem a seu cargo criar ou executar desenhos artiacutesticos ou teacutecnicos de caraacuteter jornaliacutestico

XIX - Repoacuterter-fotograacutefico aquele a quem cabe registrar fotograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico

X - Repoacuterter-cinematograacutefico aquele a quem cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico

XI - Diagramador aquele a quem compete planejar e executar a distribuiccedilatildeo graacutefica de mateacuterias fotografias ou ilustraccedilotildees de caraacuteter jornaliacutestico para fins de publicaccedilatildeo

Paraacutegrafo uacutenico ndash Os Sindicatos seratildeo ouvidos sobre o exato enquadramento de cada profissional

49

Art 12ordm Seratildeo privativas de jornalista as funccedilotildees pertinentes agraves atividades

descritas no artigo 2ordm tais como Editor Secretaacuterio Subsecretaacuterio Chefe de reportagem e Chefe de Revisatildeo

Art 13ordm Natildeo haveraacute incompatibilidade entre o exerciacutecio da profissatildeo de Jornalista e o de qualquer outra funccedilatildeo remunerada ainda que puacuteblica respeitadas a proibiccedilatildeo de acumular cargos e as demais restriccedilotildees de lei

Art 14ordm Seraacute passiacutevel de trancamento o registro profissional do jornalista que sem motivo legal deixar de exercer a profissatildeo por mais de 2 anos

sect 1ordm Natildeo incide na cominaccedilatildeo deste artigo o afastamento decorrente de a) suspensatildeo ou interrupccedilatildeo do contrato de trabalho b) aposentadoria como jornalista c) viagem ou bolsa de estudo para aperfeiccediloamento profissional d) desemprego apurado na forma da Lei nordm 4923 de 23 de dezembro de

1965

sect 2ordm O trancamento seraacute da competecircncia do oacutergatildeo regional do Ministeacuterio do Trabalho de ofiacutecio ou requerimento da entidade sindical representativa da categoria profissional cabendo a esta fazer publicar em oacutergatildeo oficial por trecircs vezes consecutivas e dentro de um interstiacutecio de dois anos a relaccedilatildeo dos jornalistas cujos registros pretende trancar

sect 3ordm Os oacutergatildeos do Ministeacuterio do Trabalho prestaratildeo aos sindicatos representativos da categoria profissional as informaccedilotildees que lhes forem solicitadas especialmente quanto ao registro de admissotildees e dispensas nas empresas jornaliacutesticas realizando as inspeccedilotildees que se tornarem necessaacuterias para a verificaccedilatildeo do exerciacutecio da profissatildeo de jornalista

sect 4ordm O exerciacutecio da atividade em empresa natildeo jornaliacutestica mencionada no artigo 3ordm sect 2ordm natildeo constituiraacute prova suficiente de permanecircncia na profissatildeo se a publicaccedilatildeo e seu responsaacutevel natildeo tiverem registro nos termos deste Decreto

sect 5ordm O registro trancado suspende a titularidade e o exerciacutecio das prerrogativas profissionais mas pode ser revalidado mediante apresentaccedilatildeo dos documentos mencionados nos itens II e III do artigo 4ordm

Art 15ordm O salaacuterio de jornalista natildeo poderaacute ser reajustado nos contratos individuais de trabalho para a jornada normal de 5 horas em base inferior agrave do salaacuterio estipulado para a respectiva funccedilatildeo em acordo ou convenccedilatildeo coletiva de trabalho ou sentenccedila normativa das Justiccedila do Trabalho

Paraacutegrafo uacutenico ndash Em negociaccedilatildeo ou dissiacutedio coletivo poderatildeo os Sindicatos de Jornalistas reclamar o estabelecimento de criteacuterio de remuneraccedilatildeo adicional pela divulgaccedilatildeo de trabalho produzido por jornalistas em mais de um veiacuteculo de comunicaccedilatildeo coletiva

Art 16ordm A admissatildeo de provisionado para exercer funccedilotildees relacionadas nos itens I a VII do artigo 11 seraacute permitida nos municiacutepios onde natildeo existia curso de Jornalismo reconhecido na forma de lei e comprovadamente natildeo haja jornalista domiciliado associado do sindicato representativo da categoria profissional disponiacutevel para contrataccedilatildeo

Paraacutegrafo uacutenico ndash O provisionado nos termos deste artigo poderaacute exercer suas atividades somente no municiacutepio para o qual foi registrado

Art 17ordm Os atuais portadores de registro especial de provisionado poderatildeo exercer suas atividades no Estado onde foram contratados

Art 18 ndash A fiscalizaccedilatildeo do cumprimento dos dispositivos deste Decreto se faraacute na forma do artigo 626 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho sendo aplicaacutevel aos

50

infratores multa variaacutevel de 1 a 10 vezes o maior valor de referecircncia fixado de acordo com o artigo 2ordm paraacutegrafo uacutenico da Lei nordm 6205 de 29 de abril de 1975

Paraacutegrafo uacutenico ndash Aos sindicatos representativos da categoria profissional incumbe representar agraves autoridades competentes acerca do exerciacutecio irregular da profissatildeo de Jornalista

Art 19ordm Constitui fraude a prestaccedilatildeo de serviccedilos profissionais gratuitos ou com pagamentos simboacutelicos sob pretexto de estaacutegio bolsa de complementaccedilatildeo convecircnio ou qualquer outra modalidade em desrespeito agrave legislaccedilatildeo trabalhista e a este regulamento

Art 20ordm O disposto neste Decreto natildeo impede a conclusatildeo dos estaacutegios comprovadamente iniciados antes da vigecircncia da Lei nordm 6612 de 7 de dezembro de 1978 os quais entretanto natildeo conferiratildeo por si soacutes direito ao registro profissional

Art 21ordm Este Decreto entra em vigor na data da sua publicaccedilatildeo revogadas as disposiccedilotildees em contraacuterio especialmente os Decretos nordms 65912 de 19 de dezembro de 1969 e 68629 de 18 de maio de 1971

Brasiacutelia 13 de marccedilo de 1979 158ordm da Independecircncia e 91ordm da Repuacuteblica (DO de 13-3-79)

Ernesto Geisel Arnaldo Prieto

51

ANEXO II ndash ACOacuteRDAtildeO TST-AIRR-6182001-751-04-401

Acoacuterdatildeo Inteiro Teor NUacuteMERO UacuteNICO PROC AIRR - 6182001-751-04-40 PUBLICACcedilAtildeO DJ - 10022006 Andamento do Processo

PROC Nordm TST-AIRR-6182001-751-04-401 C A C Oacute R D Atilde O 1ordf Turma EMPMs REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO CARACTERIZACcedilAtildeO INDEPENDEcircNCIA NO EXERCIacuteCIO DE SUAS ATIVIDADES REGISTROS DE ASSUNTOS E TEMAacuteTICAS DE INTERESSES JORNALIacuteSTICOS 1 Segundo o Tribunal Regional do Trabalho o Reclamante no exerciacutecio de suas atividades aleacutem de ter acompanhado o repoacuterter entrevistador na produccedilatildeo de mateacuterias fato que por si soacute natildeo lhe retira a condiccedilatildeo de jornalista - e tambeacutem de acordo com depoimentos testemunhais saiacutea agrave rua com a pauta que lhe era dirigida para sozinho produzir as mateacuterias solicitadas pelo empregador o que de acordo com o teor dos dispositivos tidos por vulnerados permite concluir o exerciacutecio da profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico e natildeo simplesmente de operador de cacircmera visto que ao sair agraves ruas para a produccedilatildeo de mateacuterias cumpria seu ofiacutecio obviamente mediante registros de fatos e (ou) assuntos de interesses notadamente jornaliacutestico considerando para tanto a proacutepria natureza da atividade empresarial exercida pela empregadora Inviaacutevel portanto a admissibilidade do recurso de revista em razatildeo da impossibilidade de exame da alegaccedilatildeo de afronta ao Decreto nordm 8413479 visto tratar-se de hipoacutetese natildeo contemplada na letra c do artigo 896 da CLT Por outro lado por violaccedilatildeo dos artigos 2ordm da Lei nordm 661578 e 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 tambeacutem natildeo logra ecircxito a Agravante no intuito de ver autorizado o processamento do recurso de revista No primeiro dispositivo apenas dispotildee-se que o radialista eacute o empregado de radiodifusatildeo exercente de atividades voltadas agrave administraccedilatildeo produccedilatildeo ou teacutecnica No segundo definem-se as profissotildees de repoacuterter e repoacuterter cinematograacutefico salientando-se que a esse uacuteltimo cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico hipoacutetese identificada pelo Regional 2 Agravo de instrumento a que se nega provimento Vistos relatados e discutidos estes autos do Agravo de Instrumento em Recurso de Revista nordm TST-AIRR-6182001-751-04-401 em que eacute Agravante RBS TV SANTA ROSA LTDA e Agravado CLOacuteVIS SANTACATARINA A Reclamada interpotildee agravo de instrumento ao despacho de fls 113-115 mediante o qual foi denegado seguimento ao recurso de revista sob o fundamento de que a decisatildeo decorreu da aplicaccedilatildeo das normas pertinentes uma vez que da situaccedilatildeo faacutetica delineada nos autos natildeo haacute como se extrair ofensa ao artigo 2ordm da Lei nordm 661578 na forma do artigo 896 c da CLT Contraminuta agraves fls 122-124 Natildeo houve remessa dos autos agrave Procuradoria Geral do Trabalho em face da orientaccedilatildeo emanada da Resoluccedilatildeo Administrativa nordm 322 atualmente retratada no artigo 82 do Regimento Interno do Tribunal Superior do

52

Trabalho Eacute o relatoacuterio V O T O I CONHECIMENTO Conheccedilo do agravo de instrumento porque regular e tempestivo II MEacuteRITO O Tribunal Regional ao apreciar o recurso ordinaacuterio interposto pela Reclamada no tocante ao reconhecimento da condiccedilatildeo de jornalista ao Reclamante pela Vara do Trabalho decidiu O MM Juiacutezo de primeiro grau acolheu as alegaccedilotildees do reclamante de exerciacutecio de profissatildeo jornaliacutestica de repoacuterter cinematograacutefico condenando a reclamada a pagar diferenccedilas salariais e reflexos Contra esta decisatildeo volta-se a reacute sustentando que o reclamante era operador de cacircmera funccedilatildeo capitulada na profissatildeo de radialista A recorrente tem razatildeo parcialmente Tomando-se a hipoacutetese de confirmar a sentenccedila enquanto reconhece ter o reclamante exercido a funccedilatildeo de repoacuterter cinematograacutefico em todo o contrato existe um marco temporal e juriacutedico que deve ser considerado A funccedilatildeo de repoacuterter cinematograacutefico eacute exclusiva da profissatildeo de jornalista Eacute uma atividade que estaacute reservada aos jornalistas formados assim como estabelecido no DL 97269 O reclamante natildeo demonstra a partir de quando conquistou a diplomaccedilatildeo como jornalista devendo-se considerar apenas pelo que oferecem os autos a data de 16 de junho de 1998 dia em que o reclamante foi registrado no Ministeacuterio do Trabalho como jornalista profissional na funccedilatildeo especiacutefica de repoacuterter cinematograacutefico Considerando que o Ministeacuterio do Trabalho natildeo pode registrar jornalistas natildeo diplomados exceccedilatildeo feita aos provisionados tem-se que o reclamante adquiriu esta condiccedilatildeo nesse dia Antes embora pudesse fazer ou fizesse atividades privativas de jornalistas natildeo pode ser considerado juridicamente como tal Assim em qualquer hipoacutetese de manutenccedilatildeo do reconhecimento da funccedilatildeo de jornaliacutestica esta deve gerar os efeitos pleiteados somente a partir de 16 de junho de 1998 Jaacute quanto a ter exercido ou natildeo funccedilatildeo jornaliacutestica a conclusatildeo eacute de manutenccedilatildeo da sentenccedila Natildeo eacute o fato de estar acompanhado por repoacuterter entrevistador que o cinegrafista perde a condiccedilatildeo de jornalista Trata-se de uma equipe de profissionais jornalistas Um exemplo que melhor ilustra o descabimento da distinccedilatildeo que pretende fazer o apelo eacute a situaccedilatildeo dos fotoacutegrafos ou repoacuterteres fotograacuteficos O fotoacutegrafo sai com a pauta junto com o repoacuterter (ou natildeo e isto tambeacutem acontecia com o reclamante como o reconhecem as testemunhas inclusive trazidas pela reclamada) e enquanto o repoacuterter investiga os dados necessaacuterios para a mateacuteria o fotoacutegrafo registra as cenas mas nem por isto eacute rebaixado da condiccedilatildeo de jornalista para dir- se-ia operador de cacircmera fotograacutefica O que se pode discutir seria o interesse jornaliacutestico das mateacuterias cobertas pelo jornalista reclamante Com efeito os comerciais produzidos e gravados pelo autor natildeo tecircm esse interesse e os eventos promocionais da reclamada recebem dela mesma uma atribuiccedilatildeo desse interesse embora natildeo o tenha imediata e objetivamente mas para efeitos do trabalho executado pelo reclamante deve ser considerado um trabalho jornaliacutestico Foi correta a decisatildeo natildeo merecendo qualquer reparo a natildeo ser o juriacutedico-temporal jaacute mencionado Nesta perspectiva o provimento do recurso eacute parcial (fls 97-99) Ao interpor o recurso de revista a Empresa alegou que o Reclamante na condiccedilatildeo de operador de cacircmera e operador de cacircmera de unidade portaacutetil externa acompanhando o repoacuterter como reconheceu o Regional natildeo pode ser

53

enquadrado como jornalista porquanto ao repoacuterter eacute dado cumprir a determinaccedilatildeo de coletar notiacutecias ou informaccedilotildees e elaboraacute-las a fim de viabilizar posterior divulgaccedilatildeo e ao repoacuterter-cinematograacutefico cabe registrar cinematograficamente fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico razatildeo pela qual entende que a atividade do Reclamante eacute proacutepria de radialista categoria agrave qual pertencia Acrescenta que o artigo 2ordm da Lei nordm 661578 estabelece considera-se radialista o empregado de Radiodifusatildeo que exerccedila uma das funccedilotildees em que se desdobram as atividades mencionadas no artigo 4ordm ou seja operador de cacircmara e operador de cacircmara de unidade portaacutetil externa cuja regulamentaccedilatildeo profissional consta do Decreto nordm 8413479 e as atribuiccedilotildees do Quadro Anexo do mesmo decreto item II letra c nordm 3 com a seguinte redaccedilatildeo encarrega-se da gravaccedilatildeo de mateacuteria distribuiacuteda pelo Supervisor de Operaccedilotildees planifica e orienta o entrevistador repoacuterter e iluminador no que se refere aos aspectos teacutecnicos de seu trabalho suas atividades envolvem tanto a gravaccedilatildeo como a geraccedilatildeo de som e imagem atraveacutes de equipamentos eletrocircnico portaacutetil de TV Fundamenta o apelo em violaccedilatildeo dos artigos 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 2ordm da Lei nordm 661578 e do Decreto nordm 8413479 e Quadro Anexo do mesmo decreto item II letra c nordm 3 Inicialmente deve-se registrar a impossibilidade de exame da alegaccedilatildeo de afronta ao Decreto nordm 8413479 visto tratar-se de hipoacutetese natildeo contemplada na letra c do artigo 896 da CLT No tocante agrave ofensa aos artigos 2ordm da Lei nordm 661578 e 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 tambeacutem natildeo logra ecircxito a Agravante no intuito de ver autorizado o processamento do recurso de revista No primeiro dispositivo apenas dispotildee-se que o radialista eacute o empregado de radiodifusatildeo exercente de atividades voltadas agrave administraccedilatildeo produccedilatildeo ou teacutecnica No segundo definem-se as profissotildees de repoacuterter e repoacuterter cinematograacutefico salientando-se que a esse uacuteltimo cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico Ora dos termos da decisatildeo impugnada via recurso de revista nada haacute que conflite com tais dispositivos legais Afinal segundo o Tribunal Regional do Trabalho o Reclamante no exerciacutecio de suas atividades aleacutem de ter acompanhado o repoacuterter entrevistador na produccedilatildeo de mateacuterias fato que por si soacute natildeo lhe retira a condiccedilatildeo de jornalista - tambeacutem de acordo com depoimentos testemunhais saiacutea agrave rua com a pauta que lhe era dirigida para sozinho produzir as mateacuterias solicitadas pelo empregador o que de acordo com o teor dos dispositivos tidos por vulnerados permite concluir pelo exerciacutecio da profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico e natildeo simplesmente de operador de cacircmera visto que ao sair agraves ruas para a produccedilatildeo de mateacuterias cumpria seu ofiacutecio obviamente mediante registros de fatos e (ou) assuntos de interesses notadamente jornaliacutestico considerando para tanto a proacutepria natureza da atividade empresarial exercida pela empregadora Por esses fundamentos nego provimento ao agravo de instrumento ISTO POSTO ACORDAM os Ministros da Primeira Turma do Tribunal Superior do Trabalho por unanimidade negar provimento ao agravo de instrumento Brasiacutelia 9 de novembro de 2005 EMMANOEL PEREIRA Ministro Relator

NIA 3981288

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28

Comparando-se o jornalismo impresso com o televisivo este uacuteltimo leva

clara vantagem por ser meio mais atraente ao disponibilizar uma dinacircmica

audiovisual

22 O REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO

O repoacuterter cinematograacutefico eacute aquele profissional que executa serviccedilos

referentes ao mercado de radiodifusatildeo mais especificamente em TV atuando como

assistente ou teacutecnico na aacuterea de produccedilatildeo em meios de comunicaccedilatildeo Dentre suas

atividades vale destacar pesquisa anaacutelise e interpretaccedilatildeo das possibilidades

riacutetmicas estruturais e associadas do encontro entre imagem e som aleacutem de

executar e manter os equipamentos de aacuteudio e iluminaccedilatildeo e cacircmeras de TV (Nova

Faetec 2006)

No Brasil o curso profissionalizante de repoacuterter cinematograacutefico tem ainda

niacutevel teacutecnico com duraccedilatildeo de trecircs anos sendo exigido como preacute-requisito a

conclusatildeo do ensino meacutedio ou fundamental

No Rio de Janeiro foi criada em 16 de fevereiro em 1946 a ARFOC -

Associaccedilatildeo Profissional de Repoacuterteres Fotograacuteficos e Cinematograacuteficos do Brasil

que consiste em uma associaccedilatildeo profissional e cultural destituiacuteda de caraacuteter poliacutetico-

partidaacuterio e sem fins lucrativos nos termos do Decreto n 1229 de 09101962 cujo

objetivo eacute incentivar aperfeiccediloar valorizar e defender a profissatildeo e os fotojornalistas

e a aplicaccedilatildeo da imagem ao jornalismo (ARFOC 2006)

29

Segundo Joseacute Alves Filho (2005) presidente da ARFOC-PI existe uma

falta de reconhecimento ateacute por parte dos proacuteprios colegas de trabalho em relaccedilatildeo

ao trabalho do repoacuterter cinematograacutefico Eacute uma injusticcedila visto que uma boa

reportagem de TV depende mais do registro do repoacuterter cinematograacutefico ndash fruto de

sua persistecircncia coragem e sensibilidade ndash do que do repoacuterter produtor ou editor

Essa falta de reconhecimento se reflete no dia-a-dia principalmente por

parte dos chefes de redaccedilatildeo que nunca estimulam os repoacuterteres cinematograacuteficos a

participarem da discussatildeo da pauta que iratildeo cumprir Com isso eles acabam se

afastando das redaccedilotildees desestimulados a participarem do processo Por parte dos

colegas jornalistas haacute um preconceito intelectual ainda que velado em relaccedilatildeo aos

colegas da ldquolinha de frenterdquo os ditos repoacuterteres cinematograacuteficos forjados pela

ldquofaculdade da vidardquo sem chance de discutir teoria nos bancos universitaacuterios

Partindo-se da premissa de que a imagem eacute o uacutenico item imprescindiacutevel

da TV natildeo haacute justificativa para o fato de que o salaacuterio dos bons cinegrafistas natildeo

chegam nem na metade do salaacuterio dos repoacuterteres haacute vinte anos atraacutes o salaacuterio

desses profissionais se equiparavam

Para Antonio Brasil (2004)

() se existe uma classe de jornalistas que sempre sofreu enormes injusticcedilas e discriminaccedilotildees eacute sem duacutevida o segmento dos cinegrafistas de TV Hoje satildeo chamados de lsquorepoacuterteres cinematograacuteficosrsquo Para mim deveriam ser simplesmente lsquojornalistasrsquo Mas como costumam ter origem humilde e natildeo podem pagar pelos lsquodiplomasrsquo satildeo considerados jornalistas de segunda classe Natildeo precisam passar no miacutenimo quatro anos pagando caro para as faacutebricas de jornalistas e ningueacutem parece se importar muito com isso Mas os cinegrafistas ou repoacuterteres cinematograacuteficos merecem o nosso apoio e respeito Lutam pelo reconhecimento da profissatildeo enquanto lsquojornalistasrsquo de verdade Recusam-se a serem meros

30

lsquoapecircndicesrsquo na vida dos repoacuterteres e nas decisotildees dos nossos editores de telejornalismo

Infelizmente ainda persiste o conflito entre os profissionais da palavra e

os jornalistas da imagem Brasil (2004) experiente na profissatildeo muitas vezes

sentiu na pele os efeitos de atitudes arrogantes e discriminatoacuterias mesmo de

repoacuterteres receacutem-formados - o que demonstra que essa arrogacircncia sem

fundamento eacute cultural beira o preconceito social ou ldquoracismordquo E geralmente satildeo os

velhos cinegrafistas que acabam por ensinar a esses jovens os primeiros passos da

profissatildeo

Eacute certo que no meio televisivo as imagens constituem elemento chave

da mateacuteria do repoacuterter satildeo elas que datildeo suporte agrave narrativa cronoloacutegica do

acontecimento Cumpre ressaltar que tal qual o repoacuterter o cinegrafista tem como

objetivo registrar o acontecimento e fazer com que o mesmo chegue ao ar Daiacute a

importacircncia de recomendar aos alunos do telejornalismo que cinegrafista natildeo deve

ser vigiado nem precisa ser orientado

Repoacuterter e cinegrafista satildeo colegas de jornalismo isto eacute ambos satildeo

jornalistas Natildeo eacute porque o cinegrafista geralmente tem origem simples gestos

humildes e carrega peso que deixa de ser jornalista Ganha o repoacuterter despido

desse preconceito pois se dispotildee a assimilar os segredos da profissatildeo ensinados

pelos cinegrafistas e compartilhando com respeito os objetivos da reportagem

recebem valiosas dicas praacuteticas

Brasil (2004) desabafa

31

Os jovens de boa aparecircncia - condiccedilatildeo dispensaacutevel mas que parece ser obrigatoacuteria em nossos telejornais - saem das universidades natildeo sabem quase nada de telejornalismo Buscam na TV o sonho de sucesso e fama A maioria desses jovens natildeo teve a oportunidade aprender a praacutetica da profissatildeo Eles satildeo selecionados em processos meio nebulosos e certamente pouco transparentes Se tornam repoacuterteres de TV e tem que aprender as teacutecnicas peculiares da profissatildeo na marra No entanto satildeo os velhos cinegrafistas - profissionais humildes e experientes que costumam ensinar os primeiros passos Os cinegrafistas tambeacutem satildeo colegas leais Aleacutem de ensinarem telejornalismo de verdade tambeacutem fazem questatildeo de ocultar os erros dos neoacutefitos Os editores jamais percebem as inuacutemeras passagens que os cinegrafistas providencialmente apagam das fitas e da nossa memoacuteria Alguns desses neoacutefitos natildeo eram tatildeo jovens Muitos profissionais da imprensa fizeram a transiccedilatildeo para os encantos da TV graccedilas agrave boa vontade de velhos cinegrafistas

Ao inveacutes de se sentirem agradecidos muitos desses colegas se recusam

a aceitar que aqueles sujeitos simples satildeo tambeacutem jornalistas e que aleacutem de

compartilhar os objetivos da reportagem ensinam agrave nova geraccedilatildeo de jornalistas de

TV inuacutemeras dicas profissionais

Natildeo bastasse esse desrespeito com o profissional de imagem ele ainda

estaacute sujeito a sofrer seacuterios riscos inerentes agrave proacutepria profissatildeo aleacutem de graves

problemas de sauacutede ao utilizar equipamentos pesados e obsoletos e enfrentar um

ritmo estressante de trabalho repetitividade de tarefas longas jornadas e condiccedilotildees

precaacuterias de trabalho

Daiacute a importacircncia de apoiar a luta desses profissionais de imagem que

buscam o creacutedito e o respeito merecidos Eacute uma questatildeo natildeo apenas de direito

mas de reconhecimento Tambeacutem eacute importante observar e condenar as possiacuteveis

represaacutelias aos profissionais que buscam esse reconhecimento

32

Brasil (2004) faz uma comparaccedilatildeo entre os cinegrafistas da Inglaterra e

os do Brasil Enquanto entre noacutes os profissionais lutam pela sobrevivecircncia

aprendem tudo sem qualquer tipo de treinamento especiacutefico e para garantir os seus

direitos devem permanecer anocircnimos na Inglaterra a escola de cinegrafistas da

BBC possibilita a esses profissionais facilidades teacutecnicas um bom sistema de

promoccedilatildeo e cargos Para a promoccedilatildeo dentro da proacutepria categoria os cinegrafistas

ingleses satildeo regularmente enviados ao interior daquele paiacutes para conhecerem as

novas tecnoloacutegicas e teacutecnicas profissionais visando com isso tambeacutem fortalecer os

laccedilos corporativos

33

3 CURSO SUPERIOR PARA FORMACcedilAtildeO DE PROFISSIONAIS DA

AacuteREA

31 DESVALORIZACcedilAtildeO DA PROFISSAtildeO

Como outras inuacutemeras profissotildees tambeacutem o jornalista enfrenta crise no

seu acircmbito de trabalho Para superar a concorrecircncia garantir o seu emprego e

valorizar sua profissatildeo o jornalista de modo geral precisa especializar-se em

determinadas aacutereas e atualizar-se academicamente No mercado atual esse

profissional tem que lidar com o aumento de responsabilidade com o acuacutemulo de

funccedilotildees nas redaccedilotildees aleacutem de ser em geral mal remunerado e sofrer com o

constante risco de ser demitido

Conforme aponta Noblat (2003 p 36)

Exige-se do candidato a uma vaga nas redaccedilotildees que seja profissional completo e polivalente Ele tem de dominar todas as teacutecnicas para o exerciacutecio da profissatildeo manejar os instrumentos capazes de ajudaacute-lo a fazer o melhor trabalho e ter a niacutetida compreensatildeo do seu papel de jornalista multimiacutedia

Em plena era de globalizaccedilatildeo as perspectivas natildeo satildeo as melhores Tem

razatildeo Dizard Jr (2000 p 21) ao afirmar que uma das poucas certezas com que os

novos profissionais de miacutedia podem contar futuramente eacute que teratildeo que lidar com o

impacto das mudanccedilas tecnoloacutegicas e com a intensificaccedilatildeo da demanda por maior

envolvimento intelectual e habilitaccedilatildeo acadecircmica

34

Para o repoacuterter cinematograacutefico e supervisor de cinegrafia da rede Globo

Heacutelio Alvarez concorda que a profissatildeo do repoacuterter cinematograacutefico e fotoacutegrafo eacute

desvalorizada e isto se deve segundo ele ao fato de que a valorizaccedilatildeo profissional

na atualidade se daacute por meio da educaccedilatildeo Enquanto os repoacuterteres geralmente

passaram por uma faculdade e vecircm de uma classe social mais alta os que

trabalham como repoacuterter cinematograacutefico em sua maioria satildeo aqueles que iniciam

carreira fazendo algum trabalho na televisatildeo sendo poucos os que comeccedilam no

jornalismo ndash o que acaba por desvalorizar a funccedilatildeo (Canal da imprensa sd)

32 REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO Eacute JORNALISTA

Noacutes uacuteltimos anos haacute um movimento que luta pelo reconhecimento do

repoacuterter cinematograacutefico como jornalista Duas recentes decisotildees nos tribunais do

paiacutes passaram a reconhecer os direitos desse profissional confirmando as teses

defendidas pela FENAJ (Federaccedilatildeo Nacional dos Jornalistas) e pelos sindicatos de

jornalistas

No ano passado o Tribunal Superior do Trabalho (TST) manteve decisatildeo

do Tribunal Regional do Trabalho do Rio Grande do Sul (TRT da 4ordf Regiatildeo) que

enquadrou como Jornalista um repoacuterter-cinematograacutefico que trabalhou na RBS TV

Santa Rosa Ltda Esse profissional tanto acompanhava repoacuterteres na produccedilatildeo de

reportagens jornaliacutesticas como tambeacutem saiacutea agraves ruas sozinho para produzir

reportagens estabelecidas em pautas previamente solicitadas pelo chefe de

redaccedilatildeo

35

A RBS seguindo a praacutetica infelizmente bastante comum entre as

empresas de televisatildeo sustentava que o trabalhador devia ser enquadrado como

radialista na tentativa de pagar um salaacuterio menor ao profissional uma vez que o

piso de radialista eacute inferior ao de jornalista Outra desvantagem para o profissional eacute

que os radialistas trabalham 8 horas diaacuterias ao contraacuterio de jornalistas que atuam 5

horas por dia O excesso de carga de trabalho vem trazendo problemas de sauacutede

para diversos repoacuterteres cinematograacuteficos enquadrados como radialistas

A Justiccedila do Trabalho firmou decisatildeo no sentido de que o fato de estar

acompanhado de repoacuterter natildeo retira do repoacuterter-cinematograacutefico a condiccedilatildeo de

Jornalista O profissional gauacutecho receberaacute as devidas diferenccedilas salariais retroativas

a 16 de junho de 1998 data que o prejudicado obteve seu registro de jornalista

profissional no Ministeacuterio do Trabalho (Espaccedilo Vital 2005)

Com essa decisatildeo passou a ser possiacutevel que os repoacuterteres

cinematograacuteficos encaminhem agraves Delegacias Regionais do Trabalho pedidos de

enquadramento como jornalistas Aliaacutes os proacuteprios sindicatos devem encaminhar

pedidos de fiscalizaccedilatildeo nas empresas para verificar o enquadramento dos repoacuterteres

cinematograacuteficos

Outro julgamento favoraacutevel ao profissional da aacuterea em comento conforme

divulgaccedilatildeo do FENAJ (2005) refere-se agrave decisatildeo da Terceira Turma do Superior

Tribunal de Justiccedila (STJ) que reconheceu os direitos do repoacuterter fotograacutefico Claacuteudio

Alves Pereira de receber indenizaccedilatildeo por danos materiais e morais devido agraves

inuacutemeras vezes em que o Jornal de Brasiacutelia republicou fotos suas sem creacutedito apoacutes

a sua demissatildeo em julho de 1990

36

Conforme o escritor portuguecircs Pierre Ganz (ANTONIO CARLOS) o

jornalista-repoacuterter de imagens eacute antes de qualquer coisa eacute um jornalista como os

outros Deve saber preparar a sua reportagem efetuaacute-la escrever o seu comentaacuterio

sobre imagens A diferenccedila reside no fato de ele substituir na maioria das vezes a

esferograacutefica pela cacircmera de filmar

Uma cacircmera que ele deveraacute dominar bem mas tambeacutem com a qual vai escrever uma histoacuteria os planos substituindo entatildeo as palavras Uma sintaxe toma o lugar da outra Os teacutecnicos de som de iluminaccedilatildeo e de montagem satildeo-lhe familiares Pode em alguns casos trabalhar sozinho Egrave cada vez mais frequumlente partir em reportagem ou em grande reportagem com equipe reduzida acompanhada apenas por jornalista redator

Eacute mesmo verdade que no meio televisivo uma boa imagem por vezes

substitui um bom texto e ateacute o dispensa Natildeo eacute possiacutevel por exemplo imaginar nos

dias de hoje um noticiaacuterio sobre guerra sem que sejam mostradas imagens E

muitas vezes inspirados nas imagens que os jornalistas produzem seus textos

Sem duacutevida a funccedilatildeo do repoacuterter cinematograacutefico eacute de vital importacircncia

para o jornalismo Uma saiacuteda bastante praacutetica para solucionar o problema desses

profissionais no que se refere agrave ausecircncia de cursos de graduaccedilatildeo seria incluir uma

cadeira sobre o assunto nos cursos de jornalismo Com isso os profissionais da

aacuterea e os interessados em abraccedilar a profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico se

sentiriam motivados a ingressar numa faculdade e quem sabe assim esse

preconceito absurdo seria definitivamente eliminado pondo fim ao estigma de ser

apenas um coadjuvante na confecccedilatildeo da notiacutecia

37

CONCLUSAtildeO

Num momento em que o mundo passa por tantas transformaccedilotildees

decorrentes da evoluccedilatildeo tecnoloacutegica da era da informaccedilatildeo e da globalizaccedilatildeo da

economia o jornalismo profissional ndash seacuterio e bem documentado - ganha relevo em

sua missatildeo de informar opinar e entreter a sociedade em seu cotidiano

A televisatildeo nos dias contemporacircneos pode transmitir ao puacuteblico muito

mais do que o fazia quando foi criada A novidade surgiu em 1923 nos Estados

Unidos e se tornou conhecida no Brasil nos anos 50 De iniacutecio apenas uma

finiacutessima parcela da populaccedilatildeo tinha acesso ao produto e tempos depois

transformou-se num poderoso meio de comunicaccedilatildeo em massa

Para fazer o telejornalismo eacute necessaacuterio uma equipe formada de repoacuterter

cinegrafista redator fotoacutegrafo editor teacutecnicos de som de iluminaccedilatildeo e de

montagens

Diante do exposto natildeo resta duacutevidas de que o repoacuterter cinematograacutefico eacute

antes de qualquer coisa jornalista como os outros Ele deve saber preparar a sua

reportagem efetuaacute-la escrever o seu comentaacuterio sobre imagens

Se eacute certo que ele substitui a esferograacutefica pela cacircmera de filmar tambeacutem

eacute verdade que por meio dela ele escreve uma histoacuteria A diferenccedila eacute que substitui

as palavras pelas imagens que seus olhos treinados conseguem captar

38

Em muitas situaccedilotildees o repoacuterter cinematograacutefico acumula as funccedilotildees dos

teacutecnicos de iluminaccedilatildeo som e montagem trabalhando somente com o jornalista

redator E eacute com base nas imagens captadas que os jornalistas produzem seus

textos

Muitas vezes os cinegrafistas produzem imagens tatildeo impressionantes

que eacute difiacutecil para o jornalista descrevecirc-las com palavras podendo surgir eventuais

conflitos entre os dois

Neste contexto a presente monografia procurou enfocar a importacircncia

deste profissional que para ser reconhecido por seus pares e tambeacutem para ter

oportunidade de aumentar seus conhecimentos e aperfeiccediloar suas teacutecnicas

necessita que seja inserida uma cadeira sobre sua aacuterea nos cursos de graduaccedilatildeo

de jornalismo

Para serem admitidos como jornalistas pelas televisotildees profissionais

exige-se formaccedilatildeo acadecircmica em jornalismo Haacute aqui um paradoxo visto que a

profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico tem sua funccedilatildeo regulamentada pelo Decreto

Lei n 83284 de 13 marccedilo de 1969 que atribui normas para o exerciacutecio da profissatildeo

de jornalista e segundo o qual o repoacuterter cinematograacutefico estaacute inserido como

jornalista que capta imagens para fins jornaliacutesticos

Note-se que a partir do momento em que os cursos de jornalismo

incluiacuterem uma cadeira voltada para a reportagem cinematograacutefica todos os que se

formarem no curso e optarem por esse caminho notadamente seratildeo reconhecidos

como jornalistas

39

Haacute que se considerar a questatildeo dos antigos profissionais da aacuterea

aqueles que conhecem tudo sobre a profissatildeo e conforme dito no decorrer da

presente costumam ensinar os receacutem-formados no iniacutecio de suas carreiras

Eacute injusta a falta de reconhecimento desses profissionais

Tal situaccedilatildeo demonstra que o preconceito em relaccedilatildeo a eles faz parte de

uma cultura arraigada entre os proacuteprios colegas de profissatildeo e que acaba se

estendendo pelos bancos acadecircmicos e que precisa ser trabalhada desmistificada

pois natildeo tem razatildeo de existir

40

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ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE NORMAS TEacuteCNICAS NBR 6023 informaccedilatildeo e

documentaccedilatildeo elaboraccedilatildeo Rio de Janeiro 2002

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45

ANEXO I ndash DECRETO Nordm 83284 DE 13 DE MARCcedilO DE 1979

PROFISSAtildeO DE JORNALISTA

Daacute nova regulamentaccedilatildeo ao Decreto-lei nordm 972 de 17 de outubro de 1969 que dispotildee sobre o exerciacutecio da profissatildeo de Jornalista em decorrecircncia das alteraccedilotildees introduzidas pela Lei nordm 6612 de 7 de dezembro de 1978

O Presidente da Repuacuteblica usando da atribuiccedilatildeo que lhe confere o art 81 item

III da Constituiccedilatildeo decreta

Art 1ordm Eacute livre em todo territoacuterio nacional o exerciacutecio da profissatildeo de Jornalista aos que satisfazerem as condiccedilotildees estabelecidas neste Decreto

Art 2ordm A profissatildeo de Jornalista compreende privativamente o exerciacutecio habitual e remunerado de qualquer das seguintes atividades

I - redaccedilatildeo condensaccedilatildeo titulaccedilatildeo interpretaccedilatildeo correccedilatildeo ou coordenaccedilatildeo de mateacuteria a ser divulgada contenha ou natildeo comentaacuterio

II - comentaacuterio ou crocircnica pelo raacutedio ou pela televisatildeo III - entrevista inqueacuterito ou reportagem escrita ou falada IV - planejamento organizaccedilatildeo direccedilatildeo e eventual execuccedilatildeo de serviccedilos

teacutecnicos de Jornalismo como os de arquivo ilustraccedilatildeo ou distribuiccedilatildeo graacutefica de mateacuteria a ser divulgada

V - planejamento organizaccedilatildeo e administraccedilatildeo teacutecnica dos serviccedilos de que trata a aliacutenea ldquoardquo

VI - ensino de teacutecnicas de Jornalismo VII - coleta de notiacutecias ou informaccedilotildees e seu preparo para divulgaccedilatildeo VIII - revisatildeo de originais de mateacuteria jornaliacutestica com vistas agrave correccedilatildeo

redacional e agrave adequaccedilatildeo da linguagem XIX - organizaccedilatildeo e conservaccedilatildeo de arquivo jornaliacutestico e pesquisa dos

respectivos dados para a elaboraccedilatildeo de notiacutecias X - execuccedilatildeo de distribuiccedilatildeo graacutefica de texto fotografia ou ilustraccedilatildeo de

caraacuteter jornaliacutestico para fins de divulgaccedilatildeo XI - execuccedilatildeo de desenhos artiacutesticos ou teacutecnicos de caraacuteter jornaliacutestico para

fins de divulgaccedilatildeo Art 3ordm Considera-se empresa jornaliacutestica para os efeitos deste Decreto-lei

aquela que tenha como atividade a ediccedilatildeo de jornal ou revista ou a distribuiccedilatildeo de noticiaacuterio com funcionamento efetivo idoneidade financeira e registro legal

sect 1ordm Equipara-se agrave empresa jornaliacutestica a seccedilatildeo ou serviccedilo de empresa de radiofusatildeo televisatildeo ou divulgaccedilatildeo cinematograacutefica ou de agecircncia de publicidade onde sejam exercidas as atividades previstas no artigo 2ordm0

sect 2ordm A entidade puacuteblica ou privada natildeo jornaliacutestica sob cuja responsabilidade se editar publicaccedilatildeo destinada a circulaccedilatildeo externa estaacute obrigada ao cumprimento deste decreto relativamente aos jornalistas que contratar

46

Art 4ordm O exerciacutecio da profissatildeo de jornalista requer preacutevio registro no oacutergatildeo regional do Ministeacuterio do Trabalho que se faraacute mediante a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash diploma de curso de niacutevel superior de Jornalismo ou de Comunicaccedilatildeo Social habilitaccedilatildeo Jornalismo fornecido por estabelecimento de ensino reconhecido na forma da lei para as funccedilotildees relacionadas nos itens I a IV do artigo 11

IV ndash Carteira de Trabalho e Previdecircncia Social

Paraacutegrafo uacutenico ndash Aos profissionais registrados exclusivamente para o exerciacutecio das funccedilotildees relacionadas nos itens VII a XI do artigo 11 eacute vedado o exerciacutecio das funccedilotildees constantes nos itens I a VII do mesmo artigo

Art 5ordm O Ministeacuterio do Trabalho concederaacute desde que satisfeitas as exigecircncias constantes neste Decreto registro especial ao

I ndash colaborador assim entendido aquele que mediante remuneraccedilatildeo e sem relaccedilatildeo de emprego produz trabalho de natureza teacutecnica cientiacutefica ou cultural relacionando com a sua especializaccedilatildeo para ser divulgado com o nome e qualificaccedilatildeo do autor

II ndash funcionaacuterio puacuteblico titular de cargo cujas atribuiccedilotildees legais coincidam com as mencionadas no artigo 2ordm

III ndash provisionado

Paraacutegrafo uacutenico ndash O registro de que tratam os itens I e II deste artigo natildeo implica o reconhecimento de quaisquer direitos que decorram da condiccedilatildeo de empregado nem no caso do item II dos resultantes do exerciacutecio privado e autocircnomo da profissatildeo

Art 6ordm Para o registro especial de colaborador eacute necessaacuteria a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash declaraccedilatildeo de empresa jornaliacutestica ou que a ela seja equiparada informando do seu interesse pelo registro de colaborador do candidato onde conste a sua especializaccedilatildeo remuneraccedilatildeo contratada e pseudocircnimo se houver

Art 7ordm Para o registro especial de funcionaacuterio puacuteblico titular de cargo cujas atribuiccedilotildees legais coincidam com as mencionadas no artigo 2ordm eacute necessaacuterio a apresentaccedilatildeo de ato de nomeaccedilatildeo ou contrataccedilatildeo para cargo ou emprego com aquelas atribuiccedilotildees aleacutem do cumprimento do que estabelece o artigo 4ordm

Art 8ordm Para o registro especial de provisionado eacute necessaacuterio a apresentaccedilatildeo de

47

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash declaraccedilatildeo fornecida pela empresa jornaliacutestica ou que a ela seja equiparada na qual conste a funccedilatildeo a ser exercida e o salaacuterio correspondente

IV ndash diploma de curso de niacutevel superior ou certificado de ensino de 2ordm grau fornecido por estabelecimento de ensino reconhecido na forma da lei para as funccedilotildees relacionadas nos itens I a VII do artigo 11

V ndash declaraccedilatildeo fornecida pela entidade sindical representativa da categoria profissional com base territorial abrangendo o municiacutepio no qual o provisionado iraacute desempenhar suas funccedilotildees de que natildeo haacute jornalista associado do Sindicato domiciliado naquele municiacutepio disponiacutevel da contrataccedilatildeo

VI ndash Carteira de Trabalho e Previdecircncia Social

sect 1ordm A declaraccedilatildeo de que trata o item V deveraacute ser fornecida pelo Sindicato ao interessado no prazo de 3 dias uacuteteis

sect 2ordm Caso exista profissional domiciliado no municiacutepio disponiacutevel para contrataccedilatildeo o Sindicato comunicaraacute tal fato ao Ministeacuterio do Trabalho no mesmo prazo de 3 dias a contar do pedido de fornecimento da declaraccedilatildeo de que trata o item V

sect 3ordm Caso o Sindicato natildeo forneccedila a declaraccedilatildeo de que trata o item V no prazo mencionado no sect 1ordm o interessado poderaacute instruir seu pedido de registro com o protocolo de apresentaccedilatildeo do requerimento ao Sindicato

sect 4ordm Na hipoacutetese prevista no paraacutegrafo anterior o Ministeacuterio do Trabalho concederaacute ao Sindicato prazo natildeo superior a 3 dias para se manifestar sobre o fornecimento da declaraccedilatildeo caso natildeo tenha ocorrido o fato constante no sect 2ordm

sect 5ordm O registro especial de provisionado teraacute caraacuteter temporaacuterio com duraccedilatildeo maacutexima de trecircs anos renovaacutevel somente com a apresentaccedilatildeo de toda a documentaccedilatildeo prevista neste artigo

Art 9ordm Seraacute efetuado no Ministeacuterio do Trabalho registro dos diretores de empresas jornaliacutesticas que natildeo sendo jornalistas respondem pelas respectivas publicaccedilotildees para o que eacute necessaacuterio a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash prova de registro civil ou comercial da empresa jornaliacutestica com o inteiro teor do seu ato constitutivo

IV ndash prova de depoacutesito do tiacutetulo da publicaccedilatildeo ou da agecircncia de notiacutecias no oacutergatildeo competente do Ministeacuterio da Induacutestria e do Comeacutercio

48

V ndash 30 exemplares do jornal ou 12 exemplares da revista ou 30 recortes ou coacutepias de noticiaacuterio com datas diferentes de sua divulgaccedilatildeo

sect 1ordm Tratando-se de empresa nova o Ministeacuterio do Trabalho efetuaraacute registro provisoacuterio com validade por 2 anos tornando-se definitivo apoacutes a comprovaccedilatildeo constante do item V deste artigo

sect 2ordm Natildeo seraacute admitida renovaccedilatildeo ou prorrogaccedilatildeo do prazo de validade do registro provisoacuterio previsto no paraacutegrafo anterior

Art 10ordm Seraacute efetuado no Ministeacuterio do Trabalho registro especial do diretor de empresa natildeo jornaliacutestica sob cuja responsabilidade se editar publicaccedilatildeo destinada agrave circulaccedilatildeo externa ou interna para o que se exigiraacute a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash prova de depoacutesito do tiacutetulo da publicaccedilatildeo no oacutergatildeo competente do Ministeacuterio da Induacutestria e do Comeacutercio

Art 11 ndash As funccedilotildees desempenhadas pelos jornalistas como empregados seratildeo assim classificadas

I - Redator aquele que aleacutem das incumbecircncias de redaccedilatildeo comum tem o encargo de redigir editoriais crocircnicas ou comentaacuterios

II - Noticiarista aquele que tem o encargo de redigir mateacuterias de caraacuteter informativo desprovidas de apreciaccedilotildees ou comentaacuterios preparando-as ou redigindo-as para a divulgaccedilatildeo

III - Repoacuterter aquele que cumpre a determinaccedilatildeo de colher notiacutecias ou informaccedilotildees preparando-as para divulgaccedilatildeo

IV - Repoacuterter de setor aquele que tem o encargo de colher notiacutecias ou informaccedilotildees sobre assuntos predeterminados preparando-as ou redigindo-as para divulgaccedilatildeo

V - Raacutedio-repoacuterter aquele a quem cabe a difusatildeo oral de acontecimento ou entrevista pelo raacutedio ou pela televisatildeo no instante ou no local em que ocorram assim como o comentaacuterio ou crocircnica pelos mesmos veiacuteculos

VI - Arquivista-pesquisador aquele que tem a incumbecircncia de organizar e conservar cultural e tecnicamente o arquivo redatorial procedendo agrave pesquisa dos respectivos dados para a elaboraccedilatildeo de notiacutecias

VII - Revisor aquele que tem o encargo de rever as provas tipograacuteficas de mateacuteria jornaliacutestica

VIII - Ilustrador aquele que tem a seu cargo criar ou executar desenhos artiacutesticos ou teacutecnicos de caraacuteter jornaliacutestico

XIX - Repoacuterter-fotograacutefico aquele a quem cabe registrar fotograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico

X - Repoacuterter-cinematograacutefico aquele a quem cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico

XI - Diagramador aquele a quem compete planejar e executar a distribuiccedilatildeo graacutefica de mateacuterias fotografias ou ilustraccedilotildees de caraacuteter jornaliacutestico para fins de publicaccedilatildeo

Paraacutegrafo uacutenico ndash Os Sindicatos seratildeo ouvidos sobre o exato enquadramento de cada profissional

49

Art 12ordm Seratildeo privativas de jornalista as funccedilotildees pertinentes agraves atividades

descritas no artigo 2ordm tais como Editor Secretaacuterio Subsecretaacuterio Chefe de reportagem e Chefe de Revisatildeo

Art 13ordm Natildeo haveraacute incompatibilidade entre o exerciacutecio da profissatildeo de Jornalista e o de qualquer outra funccedilatildeo remunerada ainda que puacuteblica respeitadas a proibiccedilatildeo de acumular cargos e as demais restriccedilotildees de lei

Art 14ordm Seraacute passiacutevel de trancamento o registro profissional do jornalista que sem motivo legal deixar de exercer a profissatildeo por mais de 2 anos

sect 1ordm Natildeo incide na cominaccedilatildeo deste artigo o afastamento decorrente de a) suspensatildeo ou interrupccedilatildeo do contrato de trabalho b) aposentadoria como jornalista c) viagem ou bolsa de estudo para aperfeiccediloamento profissional d) desemprego apurado na forma da Lei nordm 4923 de 23 de dezembro de

1965

sect 2ordm O trancamento seraacute da competecircncia do oacutergatildeo regional do Ministeacuterio do Trabalho de ofiacutecio ou requerimento da entidade sindical representativa da categoria profissional cabendo a esta fazer publicar em oacutergatildeo oficial por trecircs vezes consecutivas e dentro de um interstiacutecio de dois anos a relaccedilatildeo dos jornalistas cujos registros pretende trancar

sect 3ordm Os oacutergatildeos do Ministeacuterio do Trabalho prestaratildeo aos sindicatos representativos da categoria profissional as informaccedilotildees que lhes forem solicitadas especialmente quanto ao registro de admissotildees e dispensas nas empresas jornaliacutesticas realizando as inspeccedilotildees que se tornarem necessaacuterias para a verificaccedilatildeo do exerciacutecio da profissatildeo de jornalista

sect 4ordm O exerciacutecio da atividade em empresa natildeo jornaliacutestica mencionada no artigo 3ordm sect 2ordm natildeo constituiraacute prova suficiente de permanecircncia na profissatildeo se a publicaccedilatildeo e seu responsaacutevel natildeo tiverem registro nos termos deste Decreto

sect 5ordm O registro trancado suspende a titularidade e o exerciacutecio das prerrogativas profissionais mas pode ser revalidado mediante apresentaccedilatildeo dos documentos mencionados nos itens II e III do artigo 4ordm

Art 15ordm O salaacuterio de jornalista natildeo poderaacute ser reajustado nos contratos individuais de trabalho para a jornada normal de 5 horas em base inferior agrave do salaacuterio estipulado para a respectiva funccedilatildeo em acordo ou convenccedilatildeo coletiva de trabalho ou sentenccedila normativa das Justiccedila do Trabalho

Paraacutegrafo uacutenico ndash Em negociaccedilatildeo ou dissiacutedio coletivo poderatildeo os Sindicatos de Jornalistas reclamar o estabelecimento de criteacuterio de remuneraccedilatildeo adicional pela divulgaccedilatildeo de trabalho produzido por jornalistas em mais de um veiacuteculo de comunicaccedilatildeo coletiva

Art 16ordm A admissatildeo de provisionado para exercer funccedilotildees relacionadas nos itens I a VII do artigo 11 seraacute permitida nos municiacutepios onde natildeo existia curso de Jornalismo reconhecido na forma de lei e comprovadamente natildeo haja jornalista domiciliado associado do sindicato representativo da categoria profissional disponiacutevel para contrataccedilatildeo

Paraacutegrafo uacutenico ndash O provisionado nos termos deste artigo poderaacute exercer suas atividades somente no municiacutepio para o qual foi registrado

Art 17ordm Os atuais portadores de registro especial de provisionado poderatildeo exercer suas atividades no Estado onde foram contratados

Art 18 ndash A fiscalizaccedilatildeo do cumprimento dos dispositivos deste Decreto se faraacute na forma do artigo 626 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho sendo aplicaacutevel aos

50

infratores multa variaacutevel de 1 a 10 vezes o maior valor de referecircncia fixado de acordo com o artigo 2ordm paraacutegrafo uacutenico da Lei nordm 6205 de 29 de abril de 1975

Paraacutegrafo uacutenico ndash Aos sindicatos representativos da categoria profissional incumbe representar agraves autoridades competentes acerca do exerciacutecio irregular da profissatildeo de Jornalista

Art 19ordm Constitui fraude a prestaccedilatildeo de serviccedilos profissionais gratuitos ou com pagamentos simboacutelicos sob pretexto de estaacutegio bolsa de complementaccedilatildeo convecircnio ou qualquer outra modalidade em desrespeito agrave legislaccedilatildeo trabalhista e a este regulamento

Art 20ordm O disposto neste Decreto natildeo impede a conclusatildeo dos estaacutegios comprovadamente iniciados antes da vigecircncia da Lei nordm 6612 de 7 de dezembro de 1978 os quais entretanto natildeo conferiratildeo por si soacutes direito ao registro profissional

Art 21ordm Este Decreto entra em vigor na data da sua publicaccedilatildeo revogadas as disposiccedilotildees em contraacuterio especialmente os Decretos nordms 65912 de 19 de dezembro de 1969 e 68629 de 18 de maio de 1971

Brasiacutelia 13 de marccedilo de 1979 158ordm da Independecircncia e 91ordm da Repuacuteblica (DO de 13-3-79)

Ernesto Geisel Arnaldo Prieto

51

ANEXO II ndash ACOacuteRDAtildeO TST-AIRR-6182001-751-04-401

Acoacuterdatildeo Inteiro Teor NUacuteMERO UacuteNICO PROC AIRR - 6182001-751-04-40 PUBLICACcedilAtildeO DJ - 10022006 Andamento do Processo

PROC Nordm TST-AIRR-6182001-751-04-401 C A C Oacute R D Atilde O 1ordf Turma EMPMs REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO CARACTERIZACcedilAtildeO INDEPENDEcircNCIA NO EXERCIacuteCIO DE SUAS ATIVIDADES REGISTROS DE ASSUNTOS E TEMAacuteTICAS DE INTERESSES JORNALIacuteSTICOS 1 Segundo o Tribunal Regional do Trabalho o Reclamante no exerciacutecio de suas atividades aleacutem de ter acompanhado o repoacuterter entrevistador na produccedilatildeo de mateacuterias fato que por si soacute natildeo lhe retira a condiccedilatildeo de jornalista - e tambeacutem de acordo com depoimentos testemunhais saiacutea agrave rua com a pauta que lhe era dirigida para sozinho produzir as mateacuterias solicitadas pelo empregador o que de acordo com o teor dos dispositivos tidos por vulnerados permite concluir o exerciacutecio da profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico e natildeo simplesmente de operador de cacircmera visto que ao sair agraves ruas para a produccedilatildeo de mateacuterias cumpria seu ofiacutecio obviamente mediante registros de fatos e (ou) assuntos de interesses notadamente jornaliacutestico considerando para tanto a proacutepria natureza da atividade empresarial exercida pela empregadora Inviaacutevel portanto a admissibilidade do recurso de revista em razatildeo da impossibilidade de exame da alegaccedilatildeo de afronta ao Decreto nordm 8413479 visto tratar-se de hipoacutetese natildeo contemplada na letra c do artigo 896 da CLT Por outro lado por violaccedilatildeo dos artigos 2ordm da Lei nordm 661578 e 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 tambeacutem natildeo logra ecircxito a Agravante no intuito de ver autorizado o processamento do recurso de revista No primeiro dispositivo apenas dispotildee-se que o radialista eacute o empregado de radiodifusatildeo exercente de atividades voltadas agrave administraccedilatildeo produccedilatildeo ou teacutecnica No segundo definem-se as profissotildees de repoacuterter e repoacuterter cinematograacutefico salientando-se que a esse uacuteltimo cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico hipoacutetese identificada pelo Regional 2 Agravo de instrumento a que se nega provimento Vistos relatados e discutidos estes autos do Agravo de Instrumento em Recurso de Revista nordm TST-AIRR-6182001-751-04-401 em que eacute Agravante RBS TV SANTA ROSA LTDA e Agravado CLOacuteVIS SANTACATARINA A Reclamada interpotildee agravo de instrumento ao despacho de fls 113-115 mediante o qual foi denegado seguimento ao recurso de revista sob o fundamento de que a decisatildeo decorreu da aplicaccedilatildeo das normas pertinentes uma vez que da situaccedilatildeo faacutetica delineada nos autos natildeo haacute como se extrair ofensa ao artigo 2ordm da Lei nordm 661578 na forma do artigo 896 c da CLT Contraminuta agraves fls 122-124 Natildeo houve remessa dos autos agrave Procuradoria Geral do Trabalho em face da orientaccedilatildeo emanada da Resoluccedilatildeo Administrativa nordm 322 atualmente retratada no artigo 82 do Regimento Interno do Tribunal Superior do

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Trabalho Eacute o relatoacuterio V O T O I CONHECIMENTO Conheccedilo do agravo de instrumento porque regular e tempestivo II MEacuteRITO O Tribunal Regional ao apreciar o recurso ordinaacuterio interposto pela Reclamada no tocante ao reconhecimento da condiccedilatildeo de jornalista ao Reclamante pela Vara do Trabalho decidiu O MM Juiacutezo de primeiro grau acolheu as alegaccedilotildees do reclamante de exerciacutecio de profissatildeo jornaliacutestica de repoacuterter cinematograacutefico condenando a reclamada a pagar diferenccedilas salariais e reflexos Contra esta decisatildeo volta-se a reacute sustentando que o reclamante era operador de cacircmera funccedilatildeo capitulada na profissatildeo de radialista A recorrente tem razatildeo parcialmente Tomando-se a hipoacutetese de confirmar a sentenccedila enquanto reconhece ter o reclamante exercido a funccedilatildeo de repoacuterter cinematograacutefico em todo o contrato existe um marco temporal e juriacutedico que deve ser considerado A funccedilatildeo de repoacuterter cinematograacutefico eacute exclusiva da profissatildeo de jornalista Eacute uma atividade que estaacute reservada aos jornalistas formados assim como estabelecido no DL 97269 O reclamante natildeo demonstra a partir de quando conquistou a diplomaccedilatildeo como jornalista devendo-se considerar apenas pelo que oferecem os autos a data de 16 de junho de 1998 dia em que o reclamante foi registrado no Ministeacuterio do Trabalho como jornalista profissional na funccedilatildeo especiacutefica de repoacuterter cinematograacutefico Considerando que o Ministeacuterio do Trabalho natildeo pode registrar jornalistas natildeo diplomados exceccedilatildeo feita aos provisionados tem-se que o reclamante adquiriu esta condiccedilatildeo nesse dia Antes embora pudesse fazer ou fizesse atividades privativas de jornalistas natildeo pode ser considerado juridicamente como tal Assim em qualquer hipoacutetese de manutenccedilatildeo do reconhecimento da funccedilatildeo de jornaliacutestica esta deve gerar os efeitos pleiteados somente a partir de 16 de junho de 1998 Jaacute quanto a ter exercido ou natildeo funccedilatildeo jornaliacutestica a conclusatildeo eacute de manutenccedilatildeo da sentenccedila Natildeo eacute o fato de estar acompanhado por repoacuterter entrevistador que o cinegrafista perde a condiccedilatildeo de jornalista Trata-se de uma equipe de profissionais jornalistas Um exemplo que melhor ilustra o descabimento da distinccedilatildeo que pretende fazer o apelo eacute a situaccedilatildeo dos fotoacutegrafos ou repoacuterteres fotograacuteficos O fotoacutegrafo sai com a pauta junto com o repoacuterter (ou natildeo e isto tambeacutem acontecia com o reclamante como o reconhecem as testemunhas inclusive trazidas pela reclamada) e enquanto o repoacuterter investiga os dados necessaacuterios para a mateacuteria o fotoacutegrafo registra as cenas mas nem por isto eacute rebaixado da condiccedilatildeo de jornalista para dir- se-ia operador de cacircmera fotograacutefica O que se pode discutir seria o interesse jornaliacutestico das mateacuterias cobertas pelo jornalista reclamante Com efeito os comerciais produzidos e gravados pelo autor natildeo tecircm esse interesse e os eventos promocionais da reclamada recebem dela mesma uma atribuiccedilatildeo desse interesse embora natildeo o tenha imediata e objetivamente mas para efeitos do trabalho executado pelo reclamante deve ser considerado um trabalho jornaliacutestico Foi correta a decisatildeo natildeo merecendo qualquer reparo a natildeo ser o juriacutedico-temporal jaacute mencionado Nesta perspectiva o provimento do recurso eacute parcial (fls 97-99) Ao interpor o recurso de revista a Empresa alegou que o Reclamante na condiccedilatildeo de operador de cacircmera e operador de cacircmera de unidade portaacutetil externa acompanhando o repoacuterter como reconheceu o Regional natildeo pode ser

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enquadrado como jornalista porquanto ao repoacuterter eacute dado cumprir a determinaccedilatildeo de coletar notiacutecias ou informaccedilotildees e elaboraacute-las a fim de viabilizar posterior divulgaccedilatildeo e ao repoacuterter-cinematograacutefico cabe registrar cinematograficamente fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico razatildeo pela qual entende que a atividade do Reclamante eacute proacutepria de radialista categoria agrave qual pertencia Acrescenta que o artigo 2ordm da Lei nordm 661578 estabelece considera-se radialista o empregado de Radiodifusatildeo que exerccedila uma das funccedilotildees em que se desdobram as atividades mencionadas no artigo 4ordm ou seja operador de cacircmara e operador de cacircmara de unidade portaacutetil externa cuja regulamentaccedilatildeo profissional consta do Decreto nordm 8413479 e as atribuiccedilotildees do Quadro Anexo do mesmo decreto item II letra c nordm 3 com a seguinte redaccedilatildeo encarrega-se da gravaccedilatildeo de mateacuteria distribuiacuteda pelo Supervisor de Operaccedilotildees planifica e orienta o entrevistador repoacuterter e iluminador no que se refere aos aspectos teacutecnicos de seu trabalho suas atividades envolvem tanto a gravaccedilatildeo como a geraccedilatildeo de som e imagem atraveacutes de equipamentos eletrocircnico portaacutetil de TV Fundamenta o apelo em violaccedilatildeo dos artigos 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 2ordm da Lei nordm 661578 e do Decreto nordm 8413479 e Quadro Anexo do mesmo decreto item II letra c nordm 3 Inicialmente deve-se registrar a impossibilidade de exame da alegaccedilatildeo de afronta ao Decreto nordm 8413479 visto tratar-se de hipoacutetese natildeo contemplada na letra c do artigo 896 da CLT No tocante agrave ofensa aos artigos 2ordm da Lei nordm 661578 e 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 tambeacutem natildeo logra ecircxito a Agravante no intuito de ver autorizado o processamento do recurso de revista No primeiro dispositivo apenas dispotildee-se que o radialista eacute o empregado de radiodifusatildeo exercente de atividades voltadas agrave administraccedilatildeo produccedilatildeo ou teacutecnica No segundo definem-se as profissotildees de repoacuterter e repoacuterter cinematograacutefico salientando-se que a esse uacuteltimo cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico Ora dos termos da decisatildeo impugnada via recurso de revista nada haacute que conflite com tais dispositivos legais Afinal segundo o Tribunal Regional do Trabalho o Reclamante no exerciacutecio de suas atividades aleacutem de ter acompanhado o repoacuterter entrevistador na produccedilatildeo de mateacuterias fato que por si soacute natildeo lhe retira a condiccedilatildeo de jornalista - tambeacutem de acordo com depoimentos testemunhais saiacutea agrave rua com a pauta que lhe era dirigida para sozinho produzir as mateacuterias solicitadas pelo empregador o que de acordo com o teor dos dispositivos tidos por vulnerados permite concluir pelo exerciacutecio da profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico e natildeo simplesmente de operador de cacircmera visto que ao sair agraves ruas para a produccedilatildeo de mateacuterias cumpria seu ofiacutecio obviamente mediante registros de fatos e (ou) assuntos de interesses notadamente jornaliacutestico considerando para tanto a proacutepria natureza da atividade empresarial exercida pela empregadora Por esses fundamentos nego provimento ao agravo de instrumento ISTO POSTO ACORDAM os Ministros da Primeira Turma do Tribunal Superior do Trabalho por unanimidade negar provimento ao agravo de instrumento Brasiacutelia 9 de novembro de 2005 EMMANOEL PEREIRA Ministro Relator

NIA 3981288

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Segundo Joseacute Alves Filho (2005) presidente da ARFOC-PI existe uma

falta de reconhecimento ateacute por parte dos proacuteprios colegas de trabalho em relaccedilatildeo

ao trabalho do repoacuterter cinematograacutefico Eacute uma injusticcedila visto que uma boa

reportagem de TV depende mais do registro do repoacuterter cinematograacutefico ndash fruto de

sua persistecircncia coragem e sensibilidade ndash do que do repoacuterter produtor ou editor

Essa falta de reconhecimento se reflete no dia-a-dia principalmente por

parte dos chefes de redaccedilatildeo que nunca estimulam os repoacuterteres cinematograacuteficos a

participarem da discussatildeo da pauta que iratildeo cumprir Com isso eles acabam se

afastando das redaccedilotildees desestimulados a participarem do processo Por parte dos

colegas jornalistas haacute um preconceito intelectual ainda que velado em relaccedilatildeo aos

colegas da ldquolinha de frenterdquo os ditos repoacuterteres cinematograacuteficos forjados pela

ldquofaculdade da vidardquo sem chance de discutir teoria nos bancos universitaacuterios

Partindo-se da premissa de que a imagem eacute o uacutenico item imprescindiacutevel

da TV natildeo haacute justificativa para o fato de que o salaacuterio dos bons cinegrafistas natildeo

chegam nem na metade do salaacuterio dos repoacuterteres haacute vinte anos atraacutes o salaacuterio

desses profissionais se equiparavam

Para Antonio Brasil (2004)

() se existe uma classe de jornalistas que sempre sofreu enormes injusticcedilas e discriminaccedilotildees eacute sem duacutevida o segmento dos cinegrafistas de TV Hoje satildeo chamados de lsquorepoacuterteres cinematograacuteficosrsquo Para mim deveriam ser simplesmente lsquojornalistasrsquo Mas como costumam ter origem humilde e natildeo podem pagar pelos lsquodiplomasrsquo satildeo considerados jornalistas de segunda classe Natildeo precisam passar no miacutenimo quatro anos pagando caro para as faacutebricas de jornalistas e ningueacutem parece se importar muito com isso Mas os cinegrafistas ou repoacuterteres cinematograacuteficos merecem o nosso apoio e respeito Lutam pelo reconhecimento da profissatildeo enquanto lsquojornalistasrsquo de verdade Recusam-se a serem meros

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lsquoapecircndicesrsquo na vida dos repoacuterteres e nas decisotildees dos nossos editores de telejornalismo

Infelizmente ainda persiste o conflito entre os profissionais da palavra e

os jornalistas da imagem Brasil (2004) experiente na profissatildeo muitas vezes

sentiu na pele os efeitos de atitudes arrogantes e discriminatoacuterias mesmo de

repoacuterteres receacutem-formados - o que demonstra que essa arrogacircncia sem

fundamento eacute cultural beira o preconceito social ou ldquoracismordquo E geralmente satildeo os

velhos cinegrafistas que acabam por ensinar a esses jovens os primeiros passos da

profissatildeo

Eacute certo que no meio televisivo as imagens constituem elemento chave

da mateacuteria do repoacuterter satildeo elas que datildeo suporte agrave narrativa cronoloacutegica do

acontecimento Cumpre ressaltar que tal qual o repoacuterter o cinegrafista tem como

objetivo registrar o acontecimento e fazer com que o mesmo chegue ao ar Daiacute a

importacircncia de recomendar aos alunos do telejornalismo que cinegrafista natildeo deve

ser vigiado nem precisa ser orientado

Repoacuterter e cinegrafista satildeo colegas de jornalismo isto eacute ambos satildeo

jornalistas Natildeo eacute porque o cinegrafista geralmente tem origem simples gestos

humildes e carrega peso que deixa de ser jornalista Ganha o repoacuterter despido

desse preconceito pois se dispotildee a assimilar os segredos da profissatildeo ensinados

pelos cinegrafistas e compartilhando com respeito os objetivos da reportagem

recebem valiosas dicas praacuteticas

Brasil (2004) desabafa

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Os jovens de boa aparecircncia - condiccedilatildeo dispensaacutevel mas que parece ser obrigatoacuteria em nossos telejornais - saem das universidades natildeo sabem quase nada de telejornalismo Buscam na TV o sonho de sucesso e fama A maioria desses jovens natildeo teve a oportunidade aprender a praacutetica da profissatildeo Eles satildeo selecionados em processos meio nebulosos e certamente pouco transparentes Se tornam repoacuterteres de TV e tem que aprender as teacutecnicas peculiares da profissatildeo na marra No entanto satildeo os velhos cinegrafistas - profissionais humildes e experientes que costumam ensinar os primeiros passos Os cinegrafistas tambeacutem satildeo colegas leais Aleacutem de ensinarem telejornalismo de verdade tambeacutem fazem questatildeo de ocultar os erros dos neoacutefitos Os editores jamais percebem as inuacutemeras passagens que os cinegrafistas providencialmente apagam das fitas e da nossa memoacuteria Alguns desses neoacutefitos natildeo eram tatildeo jovens Muitos profissionais da imprensa fizeram a transiccedilatildeo para os encantos da TV graccedilas agrave boa vontade de velhos cinegrafistas

Ao inveacutes de se sentirem agradecidos muitos desses colegas se recusam

a aceitar que aqueles sujeitos simples satildeo tambeacutem jornalistas e que aleacutem de

compartilhar os objetivos da reportagem ensinam agrave nova geraccedilatildeo de jornalistas de

TV inuacutemeras dicas profissionais

Natildeo bastasse esse desrespeito com o profissional de imagem ele ainda

estaacute sujeito a sofrer seacuterios riscos inerentes agrave proacutepria profissatildeo aleacutem de graves

problemas de sauacutede ao utilizar equipamentos pesados e obsoletos e enfrentar um

ritmo estressante de trabalho repetitividade de tarefas longas jornadas e condiccedilotildees

precaacuterias de trabalho

Daiacute a importacircncia de apoiar a luta desses profissionais de imagem que

buscam o creacutedito e o respeito merecidos Eacute uma questatildeo natildeo apenas de direito

mas de reconhecimento Tambeacutem eacute importante observar e condenar as possiacuteveis

represaacutelias aos profissionais que buscam esse reconhecimento

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Brasil (2004) faz uma comparaccedilatildeo entre os cinegrafistas da Inglaterra e

os do Brasil Enquanto entre noacutes os profissionais lutam pela sobrevivecircncia

aprendem tudo sem qualquer tipo de treinamento especiacutefico e para garantir os seus

direitos devem permanecer anocircnimos na Inglaterra a escola de cinegrafistas da

BBC possibilita a esses profissionais facilidades teacutecnicas um bom sistema de

promoccedilatildeo e cargos Para a promoccedilatildeo dentro da proacutepria categoria os cinegrafistas

ingleses satildeo regularmente enviados ao interior daquele paiacutes para conhecerem as

novas tecnoloacutegicas e teacutecnicas profissionais visando com isso tambeacutem fortalecer os

laccedilos corporativos

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3 CURSO SUPERIOR PARA FORMACcedilAtildeO DE PROFISSIONAIS DA

AacuteREA

31 DESVALORIZACcedilAtildeO DA PROFISSAtildeO

Como outras inuacutemeras profissotildees tambeacutem o jornalista enfrenta crise no

seu acircmbito de trabalho Para superar a concorrecircncia garantir o seu emprego e

valorizar sua profissatildeo o jornalista de modo geral precisa especializar-se em

determinadas aacutereas e atualizar-se academicamente No mercado atual esse

profissional tem que lidar com o aumento de responsabilidade com o acuacutemulo de

funccedilotildees nas redaccedilotildees aleacutem de ser em geral mal remunerado e sofrer com o

constante risco de ser demitido

Conforme aponta Noblat (2003 p 36)

Exige-se do candidato a uma vaga nas redaccedilotildees que seja profissional completo e polivalente Ele tem de dominar todas as teacutecnicas para o exerciacutecio da profissatildeo manejar os instrumentos capazes de ajudaacute-lo a fazer o melhor trabalho e ter a niacutetida compreensatildeo do seu papel de jornalista multimiacutedia

Em plena era de globalizaccedilatildeo as perspectivas natildeo satildeo as melhores Tem

razatildeo Dizard Jr (2000 p 21) ao afirmar que uma das poucas certezas com que os

novos profissionais de miacutedia podem contar futuramente eacute que teratildeo que lidar com o

impacto das mudanccedilas tecnoloacutegicas e com a intensificaccedilatildeo da demanda por maior

envolvimento intelectual e habilitaccedilatildeo acadecircmica

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Para o repoacuterter cinematograacutefico e supervisor de cinegrafia da rede Globo

Heacutelio Alvarez concorda que a profissatildeo do repoacuterter cinematograacutefico e fotoacutegrafo eacute

desvalorizada e isto se deve segundo ele ao fato de que a valorizaccedilatildeo profissional

na atualidade se daacute por meio da educaccedilatildeo Enquanto os repoacuterteres geralmente

passaram por uma faculdade e vecircm de uma classe social mais alta os que

trabalham como repoacuterter cinematograacutefico em sua maioria satildeo aqueles que iniciam

carreira fazendo algum trabalho na televisatildeo sendo poucos os que comeccedilam no

jornalismo ndash o que acaba por desvalorizar a funccedilatildeo (Canal da imprensa sd)

32 REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO Eacute JORNALISTA

Noacutes uacuteltimos anos haacute um movimento que luta pelo reconhecimento do

repoacuterter cinematograacutefico como jornalista Duas recentes decisotildees nos tribunais do

paiacutes passaram a reconhecer os direitos desse profissional confirmando as teses

defendidas pela FENAJ (Federaccedilatildeo Nacional dos Jornalistas) e pelos sindicatos de

jornalistas

No ano passado o Tribunal Superior do Trabalho (TST) manteve decisatildeo

do Tribunal Regional do Trabalho do Rio Grande do Sul (TRT da 4ordf Regiatildeo) que

enquadrou como Jornalista um repoacuterter-cinematograacutefico que trabalhou na RBS TV

Santa Rosa Ltda Esse profissional tanto acompanhava repoacuterteres na produccedilatildeo de

reportagens jornaliacutesticas como tambeacutem saiacutea agraves ruas sozinho para produzir

reportagens estabelecidas em pautas previamente solicitadas pelo chefe de

redaccedilatildeo

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A RBS seguindo a praacutetica infelizmente bastante comum entre as

empresas de televisatildeo sustentava que o trabalhador devia ser enquadrado como

radialista na tentativa de pagar um salaacuterio menor ao profissional uma vez que o

piso de radialista eacute inferior ao de jornalista Outra desvantagem para o profissional eacute

que os radialistas trabalham 8 horas diaacuterias ao contraacuterio de jornalistas que atuam 5

horas por dia O excesso de carga de trabalho vem trazendo problemas de sauacutede

para diversos repoacuterteres cinematograacuteficos enquadrados como radialistas

A Justiccedila do Trabalho firmou decisatildeo no sentido de que o fato de estar

acompanhado de repoacuterter natildeo retira do repoacuterter-cinematograacutefico a condiccedilatildeo de

Jornalista O profissional gauacutecho receberaacute as devidas diferenccedilas salariais retroativas

a 16 de junho de 1998 data que o prejudicado obteve seu registro de jornalista

profissional no Ministeacuterio do Trabalho (Espaccedilo Vital 2005)

Com essa decisatildeo passou a ser possiacutevel que os repoacuterteres

cinematograacuteficos encaminhem agraves Delegacias Regionais do Trabalho pedidos de

enquadramento como jornalistas Aliaacutes os proacuteprios sindicatos devem encaminhar

pedidos de fiscalizaccedilatildeo nas empresas para verificar o enquadramento dos repoacuterteres

cinematograacuteficos

Outro julgamento favoraacutevel ao profissional da aacuterea em comento conforme

divulgaccedilatildeo do FENAJ (2005) refere-se agrave decisatildeo da Terceira Turma do Superior

Tribunal de Justiccedila (STJ) que reconheceu os direitos do repoacuterter fotograacutefico Claacuteudio

Alves Pereira de receber indenizaccedilatildeo por danos materiais e morais devido agraves

inuacutemeras vezes em que o Jornal de Brasiacutelia republicou fotos suas sem creacutedito apoacutes

a sua demissatildeo em julho de 1990

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Conforme o escritor portuguecircs Pierre Ganz (ANTONIO CARLOS) o

jornalista-repoacuterter de imagens eacute antes de qualquer coisa eacute um jornalista como os

outros Deve saber preparar a sua reportagem efetuaacute-la escrever o seu comentaacuterio

sobre imagens A diferenccedila reside no fato de ele substituir na maioria das vezes a

esferograacutefica pela cacircmera de filmar

Uma cacircmera que ele deveraacute dominar bem mas tambeacutem com a qual vai escrever uma histoacuteria os planos substituindo entatildeo as palavras Uma sintaxe toma o lugar da outra Os teacutecnicos de som de iluminaccedilatildeo e de montagem satildeo-lhe familiares Pode em alguns casos trabalhar sozinho Egrave cada vez mais frequumlente partir em reportagem ou em grande reportagem com equipe reduzida acompanhada apenas por jornalista redator

Eacute mesmo verdade que no meio televisivo uma boa imagem por vezes

substitui um bom texto e ateacute o dispensa Natildeo eacute possiacutevel por exemplo imaginar nos

dias de hoje um noticiaacuterio sobre guerra sem que sejam mostradas imagens E

muitas vezes inspirados nas imagens que os jornalistas produzem seus textos

Sem duacutevida a funccedilatildeo do repoacuterter cinematograacutefico eacute de vital importacircncia

para o jornalismo Uma saiacuteda bastante praacutetica para solucionar o problema desses

profissionais no que se refere agrave ausecircncia de cursos de graduaccedilatildeo seria incluir uma

cadeira sobre o assunto nos cursos de jornalismo Com isso os profissionais da

aacuterea e os interessados em abraccedilar a profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico se

sentiriam motivados a ingressar numa faculdade e quem sabe assim esse

preconceito absurdo seria definitivamente eliminado pondo fim ao estigma de ser

apenas um coadjuvante na confecccedilatildeo da notiacutecia

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CONCLUSAtildeO

Num momento em que o mundo passa por tantas transformaccedilotildees

decorrentes da evoluccedilatildeo tecnoloacutegica da era da informaccedilatildeo e da globalizaccedilatildeo da

economia o jornalismo profissional ndash seacuterio e bem documentado - ganha relevo em

sua missatildeo de informar opinar e entreter a sociedade em seu cotidiano

A televisatildeo nos dias contemporacircneos pode transmitir ao puacuteblico muito

mais do que o fazia quando foi criada A novidade surgiu em 1923 nos Estados

Unidos e se tornou conhecida no Brasil nos anos 50 De iniacutecio apenas uma

finiacutessima parcela da populaccedilatildeo tinha acesso ao produto e tempos depois

transformou-se num poderoso meio de comunicaccedilatildeo em massa

Para fazer o telejornalismo eacute necessaacuterio uma equipe formada de repoacuterter

cinegrafista redator fotoacutegrafo editor teacutecnicos de som de iluminaccedilatildeo e de

montagens

Diante do exposto natildeo resta duacutevidas de que o repoacuterter cinematograacutefico eacute

antes de qualquer coisa jornalista como os outros Ele deve saber preparar a sua

reportagem efetuaacute-la escrever o seu comentaacuterio sobre imagens

Se eacute certo que ele substitui a esferograacutefica pela cacircmera de filmar tambeacutem

eacute verdade que por meio dela ele escreve uma histoacuteria A diferenccedila eacute que substitui

as palavras pelas imagens que seus olhos treinados conseguem captar

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Em muitas situaccedilotildees o repoacuterter cinematograacutefico acumula as funccedilotildees dos

teacutecnicos de iluminaccedilatildeo som e montagem trabalhando somente com o jornalista

redator E eacute com base nas imagens captadas que os jornalistas produzem seus

textos

Muitas vezes os cinegrafistas produzem imagens tatildeo impressionantes

que eacute difiacutecil para o jornalista descrevecirc-las com palavras podendo surgir eventuais

conflitos entre os dois

Neste contexto a presente monografia procurou enfocar a importacircncia

deste profissional que para ser reconhecido por seus pares e tambeacutem para ter

oportunidade de aumentar seus conhecimentos e aperfeiccediloar suas teacutecnicas

necessita que seja inserida uma cadeira sobre sua aacuterea nos cursos de graduaccedilatildeo

de jornalismo

Para serem admitidos como jornalistas pelas televisotildees profissionais

exige-se formaccedilatildeo acadecircmica em jornalismo Haacute aqui um paradoxo visto que a

profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico tem sua funccedilatildeo regulamentada pelo Decreto

Lei n 83284 de 13 marccedilo de 1969 que atribui normas para o exerciacutecio da profissatildeo

de jornalista e segundo o qual o repoacuterter cinematograacutefico estaacute inserido como

jornalista que capta imagens para fins jornaliacutesticos

Note-se que a partir do momento em que os cursos de jornalismo

incluiacuterem uma cadeira voltada para a reportagem cinematograacutefica todos os que se

formarem no curso e optarem por esse caminho notadamente seratildeo reconhecidos

como jornalistas

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Haacute que se considerar a questatildeo dos antigos profissionais da aacuterea

aqueles que conhecem tudo sobre a profissatildeo e conforme dito no decorrer da

presente costumam ensinar os receacutem-formados no iniacutecio de suas carreiras

Eacute injusta a falta de reconhecimento desses profissionais

Tal situaccedilatildeo demonstra que o preconceito em relaccedilatildeo a eles faz parte de

uma cultura arraigada entre os proacuteprios colegas de profissatildeo e que acaba se

estendendo pelos bancos acadecircmicos e que precisa ser trabalhada desmistificada

pois natildeo tem razatildeo de existir

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REFEREcircNCIAS

ALVES FILHO Joseacute Falta de reconhecimento 2005 Disponiacutevel em

lthttpwwwmeionortecomblogaspp=11ampid=12gt Acesso em 27 Mar2006

ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE NORMAS TEacuteCNICAS NBR 10520 informaccedilatildeo e

documentaccedilatildeo trabalhos acadecircmicos apresentaccedilatildeo Rio de Janeiro 2002

ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE NORMAS TEacuteCNICAS NBR 6023 informaccedilatildeo e

documentaccedilatildeo elaboraccedilatildeo Rio de Janeiro 2002

Associaccedilatildeo Profissional de Repoacuterteres Fotograacuteficos e Cinematograacuteficos do Brasil

(Arfoc Brasil) 2006 Disponiacutevel em lthttpwwwarfocorgbrgt Acesso em 20

Mar2006

Associaccedilatildeo Profissional de Repoacuterteres Fotograacuteficos e Cinematograacuteficos do Brasil

(Arfoc Brasil) 2006 Disponiacutevel em lthttpwwwarfocorgbrgt Acesso em 20

Mar2006

Associaccedilatildeo Profissional de Repoacuterteres Fotograacuteficos e Cinematograacuteficos do Brasil

(Arfoc Brasil) 2006 Disponiacutevel em lthttpwwwarfocorgbrgt Acesso em 20

Mar2006

Brasil Antocircnio Claacuteudio Telejornalismo e internet e guerrilha tecnoloacutegica Satildeo

Paulo Ciecircncia Moderna 2002

BRASIL Antonio Cinegrafistas exigem creacuteditos 2004 In Observatoacuterio da

Imprensa Disponiacutevel em

lthttpobservatorioultimosegundoigcombrartigosaspcod=280ASP020gt Acesso

em 30 Mar2006

CASTRO Thell 1960-1964 A TV Excelsior revoluciona a televisatildeo brasileira In

Telehistoacuteria TV Excelsior Disponiacutevel em

41

lthttpwwwtelehistoriacombrcanaisemissorasexcelsiorexcelsior3htmgt Acesso

em 03 Mar2006

Curado Olga A notiacutecia na TV o dia-a-dia de quem faz jornalismo Alegro 2002

CURTY Marlene Gonccedilalves CRUZ Anamaria da Costa MENDES Maria Tereza

Reis Apresentaccedilatildeo de trabalhos acadecircmicos dissertaccedilotildees e teses (NBR

147242002) Maringaacute Dental Press 2002

DIZARD JR Wilson A nova miacutedia a comunicaccedilatildeo de massa na Era da informaccedilatildeo

2 ed Jorge Zahar Editor 2000

Enfato ndash Comunicaccedilatildeo Empresarial Disponiacutevel em

lthttpwwwenfatocombrnotas_detasptitulo=21gt Acesso em 06 Mar2006

FENAJ ndash Federaccedilatildeo Nacional dos Jornalistas Decisotildees do TST e STJ reconhecem

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45

ANEXO I ndash DECRETO Nordm 83284 DE 13 DE MARCcedilO DE 1979

PROFISSAtildeO DE JORNALISTA

Daacute nova regulamentaccedilatildeo ao Decreto-lei nordm 972 de 17 de outubro de 1969 que dispotildee sobre o exerciacutecio da profissatildeo de Jornalista em decorrecircncia das alteraccedilotildees introduzidas pela Lei nordm 6612 de 7 de dezembro de 1978

O Presidente da Repuacuteblica usando da atribuiccedilatildeo que lhe confere o art 81 item

III da Constituiccedilatildeo decreta

Art 1ordm Eacute livre em todo territoacuterio nacional o exerciacutecio da profissatildeo de Jornalista aos que satisfazerem as condiccedilotildees estabelecidas neste Decreto

Art 2ordm A profissatildeo de Jornalista compreende privativamente o exerciacutecio habitual e remunerado de qualquer das seguintes atividades

I - redaccedilatildeo condensaccedilatildeo titulaccedilatildeo interpretaccedilatildeo correccedilatildeo ou coordenaccedilatildeo de mateacuteria a ser divulgada contenha ou natildeo comentaacuterio

II - comentaacuterio ou crocircnica pelo raacutedio ou pela televisatildeo III - entrevista inqueacuterito ou reportagem escrita ou falada IV - planejamento organizaccedilatildeo direccedilatildeo e eventual execuccedilatildeo de serviccedilos

teacutecnicos de Jornalismo como os de arquivo ilustraccedilatildeo ou distribuiccedilatildeo graacutefica de mateacuteria a ser divulgada

V - planejamento organizaccedilatildeo e administraccedilatildeo teacutecnica dos serviccedilos de que trata a aliacutenea ldquoardquo

VI - ensino de teacutecnicas de Jornalismo VII - coleta de notiacutecias ou informaccedilotildees e seu preparo para divulgaccedilatildeo VIII - revisatildeo de originais de mateacuteria jornaliacutestica com vistas agrave correccedilatildeo

redacional e agrave adequaccedilatildeo da linguagem XIX - organizaccedilatildeo e conservaccedilatildeo de arquivo jornaliacutestico e pesquisa dos

respectivos dados para a elaboraccedilatildeo de notiacutecias X - execuccedilatildeo de distribuiccedilatildeo graacutefica de texto fotografia ou ilustraccedilatildeo de

caraacuteter jornaliacutestico para fins de divulgaccedilatildeo XI - execuccedilatildeo de desenhos artiacutesticos ou teacutecnicos de caraacuteter jornaliacutestico para

fins de divulgaccedilatildeo Art 3ordm Considera-se empresa jornaliacutestica para os efeitos deste Decreto-lei

aquela que tenha como atividade a ediccedilatildeo de jornal ou revista ou a distribuiccedilatildeo de noticiaacuterio com funcionamento efetivo idoneidade financeira e registro legal

sect 1ordm Equipara-se agrave empresa jornaliacutestica a seccedilatildeo ou serviccedilo de empresa de radiofusatildeo televisatildeo ou divulgaccedilatildeo cinematograacutefica ou de agecircncia de publicidade onde sejam exercidas as atividades previstas no artigo 2ordm0

sect 2ordm A entidade puacuteblica ou privada natildeo jornaliacutestica sob cuja responsabilidade se editar publicaccedilatildeo destinada a circulaccedilatildeo externa estaacute obrigada ao cumprimento deste decreto relativamente aos jornalistas que contratar

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Art 4ordm O exerciacutecio da profissatildeo de jornalista requer preacutevio registro no oacutergatildeo regional do Ministeacuterio do Trabalho que se faraacute mediante a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash diploma de curso de niacutevel superior de Jornalismo ou de Comunicaccedilatildeo Social habilitaccedilatildeo Jornalismo fornecido por estabelecimento de ensino reconhecido na forma da lei para as funccedilotildees relacionadas nos itens I a IV do artigo 11

IV ndash Carteira de Trabalho e Previdecircncia Social

Paraacutegrafo uacutenico ndash Aos profissionais registrados exclusivamente para o exerciacutecio das funccedilotildees relacionadas nos itens VII a XI do artigo 11 eacute vedado o exerciacutecio das funccedilotildees constantes nos itens I a VII do mesmo artigo

Art 5ordm O Ministeacuterio do Trabalho concederaacute desde que satisfeitas as exigecircncias constantes neste Decreto registro especial ao

I ndash colaborador assim entendido aquele que mediante remuneraccedilatildeo e sem relaccedilatildeo de emprego produz trabalho de natureza teacutecnica cientiacutefica ou cultural relacionando com a sua especializaccedilatildeo para ser divulgado com o nome e qualificaccedilatildeo do autor

II ndash funcionaacuterio puacuteblico titular de cargo cujas atribuiccedilotildees legais coincidam com as mencionadas no artigo 2ordm

III ndash provisionado

Paraacutegrafo uacutenico ndash O registro de que tratam os itens I e II deste artigo natildeo implica o reconhecimento de quaisquer direitos que decorram da condiccedilatildeo de empregado nem no caso do item II dos resultantes do exerciacutecio privado e autocircnomo da profissatildeo

Art 6ordm Para o registro especial de colaborador eacute necessaacuteria a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash declaraccedilatildeo de empresa jornaliacutestica ou que a ela seja equiparada informando do seu interesse pelo registro de colaborador do candidato onde conste a sua especializaccedilatildeo remuneraccedilatildeo contratada e pseudocircnimo se houver

Art 7ordm Para o registro especial de funcionaacuterio puacuteblico titular de cargo cujas atribuiccedilotildees legais coincidam com as mencionadas no artigo 2ordm eacute necessaacuterio a apresentaccedilatildeo de ato de nomeaccedilatildeo ou contrataccedilatildeo para cargo ou emprego com aquelas atribuiccedilotildees aleacutem do cumprimento do que estabelece o artigo 4ordm

Art 8ordm Para o registro especial de provisionado eacute necessaacuterio a apresentaccedilatildeo de

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I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash declaraccedilatildeo fornecida pela empresa jornaliacutestica ou que a ela seja equiparada na qual conste a funccedilatildeo a ser exercida e o salaacuterio correspondente

IV ndash diploma de curso de niacutevel superior ou certificado de ensino de 2ordm grau fornecido por estabelecimento de ensino reconhecido na forma da lei para as funccedilotildees relacionadas nos itens I a VII do artigo 11

V ndash declaraccedilatildeo fornecida pela entidade sindical representativa da categoria profissional com base territorial abrangendo o municiacutepio no qual o provisionado iraacute desempenhar suas funccedilotildees de que natildeo haacute jornalista associado do Sindicato domiciliado naquele municiacutepio disponiacutevel da contrataccedilatildeo

VI ndash Carteira de Trabalho e Previdecircncia Social

sect 1ordm A declaraccedilatildeo de que trata o item V deveraacute ser fornecida pelo Sindicato ao interessado no prazo de 3 dias uacuteteis

sect 2ordm Caso exista profissional domiciliado no municiacutepio disponiacutevel para contrataccedilatildeo o Sindicato comunicaraacute tal fato ao Ministeacuterio do Trabalho no mesmo prazo de 3 dias a contar do pedido de fornecimento da declaraccedilatildeo de que trata o item V

sect 3ordm Caso o Sindicato natildeo forneccedila a declaraccedilatildeo de que trata o item V no prazo mencionado no sect 1ordm o interessado poderaacute instruir seu pedido de registro com o protocolo de apresentaccedilatildeo do requerimento ao Sindicato

sect 4ordm Na hipoacutetese prevista no paraacutegrafo anterior o Ministeacuterio do Trabalho concederaacute ao Sindicato prazo natildeo superior a 3 dias para se manifestar sobre o fornecimento da declaraccedilatildeo caso natildeo tenha ocorrido o fato constante no sect 2ordm

sect 5ordm O registro especial de provisionado teraacute caraacuteter temporaacuterio com duraccedilatildeo maacutexima de trecircs anos renovaacutevel somente com a apresentaccedilatildeo de toda a documentaccedilatildeo prevista neste artigo

Art 9ordm Seraacute efetuado no Ministeacuterio do Trabalho registro dos diretores de empresas jornaliacutesticas que natildeo sendo jornalistas respondem pelas respectivas publicaccedilotildees para o que eacute necessaacuterio a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash prova de registro civil ou comercial da empresa jornaliacutestica com o inteiro teor do seu ato constitutivo

IV ndash prova de depoacutesito do tiacutetulo da publicaccedilatildeo ou da agecircncia de notiacutecias no oacutergatildeo competente do Ministeacuterio da Induacutestria e do Comeacutercio

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V ndash 30 exemplares do jornal ou 12 exemplares da revista ou 30 recortes ou coacutepias de noticiaacuterio com datas diferentes de sua divulgaccedilatildeo

sect 1ordm Tratando-se de empresa nova o Ministeacuterio do Trabalho efetuaraacute registro provisoacuterio com validade por 2 anos tornando-se definitivo apoacutes a comprovaccedilatildeo constante do item V deste artigo

sect 2ordm Natildeo seraacute admitida renovaccedilatildeo ou prorrogaccedilatildeo do prazo de validade do registro provisoacuterio previsto no paraacutegrafo anterior

Art 10ordm Seraacute efetuado no Ministeacuterio do Trabalho registro especial do diretor de empresa natildeo jornaliacutestica sob cuja responsabilidade se editar publicaccedilatildeo destinada agrave circulaccedilatildeo externa ou interna para o que se exigiraacute a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash prova de depoacutesito do tiacutetulo da publicaccedilatildeo no oacutergatildeo competente do Ministeacuterio da Induacutestria e do Comeacutercio

Art 11 ndash As funccedilotildees desempenhadas pelos jornalistas como empregados seratildeo assim classificadas

I - Redator aquele que aleacutem das incumbecircncias de redaccedilatildeo comum tem o encargo de redigir editoriais crocircnicas ou comentaacuterios

II - Noticiarista aquele que tem o encargo de redigir mateacuterias de caraacuteter informativo desprovidas de apreciaccedilotildees ou comentaacuterios preparando-as ou redigindo-as para a divulgaccedilatildeo

III - Repoacuterter aquele que cumpre a determinaccedilatildeo de colher notiacutecias ou informaccedilotildees preparando-as para divulgaccedilatildeo

IV - Repoacuterter de setor aquele que tem o encargo de colher notiacutecias ou informaccedilotildees sobre assuntos predeterminados preparando-as ou redigindo-as para divulgaccedilatildeo

V - Raacutedio-repoacuterter aquele a quem cabe a difusatildeo oral de acontecimento ou entrevista pelo raacutedio ou pela televisatildeo no instante ou no local em que ocorram assim como o comentaacuterio ou crocircnica pelos mesmos veiacuteculos

VI - Arquivista-pesquisador aquele que tem a incumbecircncia de organizar e conservar cultural e tecnicamente o arquivo redatorial procedendo agrave pesquisa dos respectivos dados para a elaboraccedilatildeo de notiacutecias

VII - Revisor aquele que tem o encargo de rever as provas tipograacuteficas de mateacuteria jornaliacutestica

VIII - Ilustrador aquele que tem a seu cargo criar ou executar desenhos artiacutesticos ou teacutecnicos de caraacuteter jornaliacutestico

XIX - Repoacuterter-fotograacutefico aquele a quem cabe registrar fotograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico

X - Repoacuterter-cinematograacutefico aquele a quem cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico

XI - Diagramador aquele a quem compete planejar e executar a distribuiccedilatildeo graacutefica de mateacuterias fotografias ou ilustraccedilotildees de caraacuteter jornaliacutestico para fins de publicaccedilatildeo

Paraacutegrafo uacutenico ndash Os Sindicatos seratildeo ouvidos sobre o exato enquadramento de cada profissional

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Art 12ordm Seratildeo privativas de jornalista as funccedilotildees pertinentes agraves atividades

descritas no artigo 2ordm tais como Editor Secretaacuterio Subsecretaacuterio Chefe de reportagem e Chefe de Revisatildeo

Art 13ordm Natildeo haveraacute incompatibilidade entre o exerciacutecio da profissatildeo de Jornalista e o de qualquer outra funccedilatildeo remunerada ainda que puacuteblica respeitadas a proibiccedilatildeo de acumular cargos e as demais restriccedilotildees de lei

Art 14ordm Seraacute passiacutevel de trancamento o registro profissional do jornalista que sem motivo legal deixar de exercer a profissatildeo por mais de 2 anos

sect 1ordm Natildeo incide na cominaccedilatildeo deste artigo o afastamento decorrente de a) suspensatildeo ou interrupccedilatildeo do contrato de trabalho b) aposentadoria como jornalista c) viagem ou bolsa de estudo para aperfeiccediloamento profissional d) desemprego apurado na forma da Lei nordm 4923 de 23 de dezembro de

1965

sect 2ordm O trancamento seraacute da competecircncia do oacutergatildeo regional do Ministeacuterio do Trabalho de ofiacutecio ou requerimento da entidade sindical representativa da categoria profissional cabendo a esta fazer publicar em oacutergatildeo oficial por trecircs vezes consecutivas e dentro de um interstiacutecio de dois anos a relaccedilatildeo dos jornalistas cujos registros pretende trancar

sect 3ordm Os oacutergatildeos do Ministeacuterio do Trabalho prestaratildeo aos sindicatos representativos da categoria profissional as informaccedilotildees que lhes forem solicitadas especialmente quanto ao registro de admissotildees e dispensas nas empresas jornaliacutesticas realizando as inspeccedilotildees que se tornarem necessaacuterias para a verificaccedilatildeo do exerciacutecio da profissatildeo de jornalista

sect 4ordm O exerciacutecio da atividade em empresa natildeo jornaliacutestica mencionada no artigo 3ordm sect 2ordm natildeo constituiraacute prova suficiente de permanecircncia na profissatildeo se a publicaccedilatildeo e seu responsaacutevel natildeo tiverem registro nos termos deste Decreto

sect 5ordm O registro trancado suspende a titularidade e o exerciacutecio das prerrogativas profissionais mas pode ser revalidado mediante apresentaccedilatildeo dos documentos mencionados nos itens II e III do artigo 4ordm

Art 15ordm O salaacuterio de jornalista natildeo poderaacute ser reajustado nos contratos individuais de trabalho para a jornada normal de 5 horas em base inferior agrave do salaacuterio estipulado para a respectiva funccedilatildeo em acordo ou convenccedilatildeo coletiva de trabalho ou sentenccedila normativa das Justiccedila do Trabalho

Paraacutegrafo uacutenico ndash Em negociaccedilatildeo ou dissiacutedio coletivo poderatildeo os Sindicatos de Jornalistas reclamar o estabelecimento de criteacuterio de remuneraccedilatildeo adicional pela divulgaccedilatildeo de trabalho produzido por jornalistas em mais de um veiacuteculo de comunicaccedilatildeo coletiva

Art 16ordm A admissatildeo de provisionado para exercer funccedilotildees relacionadas nos itens I a VII do artigo 11 seraacute permitida nos municiacutepios onde natildeo existia curso de Jornalismo reconhecido na forma de lei e comprovadamente natildeo haja jornalista domiciliado associado do sindicato representativo da categoria profissional disponiacutevel para contrataccedilatildeo

Paraacutegrafo uacutenico ndash O provisionado nos termos deste artigo poderaacute exercer suas atividades somente no municiacutepio para o qual foi registrado

Art 17ordm Os atuais portadores de registro especial de provisionado poderatildeo exercer suas atividades no Estado onde foram contratados

Art 18 ndash A fiscalizaccedilatildeo do cumprimento dos dispositivos deste Decreto se faraacute na forma do artigo 626 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho sendo aplicaacutevel aos

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infratores multa variaacutevel de 1 a 10 vezes o maior valor de referecircncia fixado de acordo com o artigo 2ordm paraacutegrafo uacutenico da Lei nordm 6205 de 29 de abril de 1975

Paraacutegrafo uacutenico ndash Aos sindicatos representativos da categoria profissional incumbe representar agraves autoridades competentes acerca do exerciacutecio irregular da profissatildeo de Jornalista

Art 19ordm Constitui fraude a prestaccedilatildeo de serviccedilos profissionais gratuitos ou com pagamentos simboacutelicos sob pretexto de estaacutegio bolsa de complementaccedilatildeo convecircnio ou qualquer outra modalidade em desrespeito agrave legislaccedilatildeo trabalhista e a este regulamento

Art 20ordm O disposto neste Decreto natildeo impede a conclusatildeo dos estaacutegios comprovadamente iniciados antes da vigecircncia da Lei nordm 6612 de 7 de dezembro de 1978 os quais entretanto natildeo conferiratildeo por si soacutes direito ao registro profissional

Art 21ordm Este Decreto entra em vigor na data da sua publicaccedilatildeo revogadas as disposiccedilotildees em contraacuterio especialmente os Decretos nordms 65912 de 19 de dezembro de 1969 e 68629 de 18 de maio de 1971

Brasiacutelia 13 de marccedilo de 1979 158ordm da Independecircncia e 91ordm da Repuacuteblica (DO de 13-3-79)

Ernesto Geisel Arnaldo Prieto

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ANEXO II ndash ACOacuteRDAtildeO TST-AIRR-6182001-751-04-401

Acoacuterdatildeo Inteiro Teor NUacuteMERO UacuteNICO PROC AIRR - 6182001-751-04-40 PUBLICACcedilAtildeO DJ - 10022006 Andamento do Processo

PROC Nordm TST-AIRR-6182001-751-04-401 C A C Oacute R D Atilde O 1ordf Turma EMPMs REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO CARACTERIZACcedilAtildeO INDEPENDEcircNCIA NO EXERCIacuteCIO DE SUAS ATIVIDADES REGISTROS DE ASSUNTOS E TEMAacuteTICAS DE INTERESSES JORNALIacuteSTICOS 1 Segundo o Tribunal Regional do Trabalho o Reclamante no exerciacutecio de suas atividades aleacutem de ter acompanhado o repoacuterter entrevistador na produccedilatildeo de mateacuterias fato que por si soacute natildeo lhe retira a condiccedilatildeo de jornalista - e tambeacutem de acordo com depoimentos testemunhais saiacutea agrave rua com a pauta que lhe era dirigida para sozinho produzir as mateacuterias solicitadas pelo empregador o que de acordo com o teor dos dispositivos tidos por vulnerados permite concluir o exerciacutecio da profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico e natildeo simplesmente de operador de cacircmera visto que ao sair agraves ruas para a produccedilatildeo de mateacuterias cumpria seu ofiacutecio obviamente mediante registros de fatos e (ou) assuntos de interesses notadamente jornaliacutestico considerando para tanto a proacutepria natureza da atividade empresarial exercida pela empregadora Inviaacutevel portanto a admissibilidade do recurso de revista em razatildeo da impossibilidade de exame da alegaccedilatildeo de afronta ao Decreto nordm 8413479 visto tratar-se de hipoacutetese natildeo contemplada na letra c do artigo 896 da CLT Por outro lado por violaccedilatildeo dos artigos 2ordm da Lei nordm 661578 e 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 tambeacutem natildeo logra ecircxito a Agravante no intuito de ver autorizado o processamento do recurso de revista No primeiro dispositivo apenas dispotildee-se que o radialista eacute o empregado de radiodifusatildeo exercente de atividades voltadas agrave administraccedilatildeo produccedilatildeo ou teacutecnica No segundo definem-se as profissotildees de repoacuterter e repoacuterter cinematograacutefico salientando-se que a esse uacuteltimo cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico hipoacutetese identificada pelo Regional 2 Agravo de instrumento a que se nega provimento Vistos relatados e discutidos estes autos do Agravo de Instrumento em Recurso de Revista nordm TST-AIRR-6182001-751-04-401 em que eacute Agravante RBS TV SANTA ROSA LTDA e Agravado CLOacuteVIS SANTACATARINA A Reclamada interpotildee agravo de instrumento ao despacho de fls 113-115 mediante o qual foi denegado seguimento ao recurso de revista sob o fundamento de que a decisatildeo decorreu da aplicaccedilatildeo das normas pertinentes uma vez que da situaccedilatildeo faacutetica delineada nos autos natildeo haacute como se extrair ofensa ao artigo 2ordm da Lei nordm 661578 na forma do artigo 896 c da CLT Contraminuta agraves fls 122-124 Natildeo houve remessa dos autos agrave Procuradoria Geral do Trabalho em face da orientaccedilatildeo emanada da Resoluccedilatildeo Administrativa nordm 322 atualmente retratada no artigo 82 do Regimento Interno do Tribunal Superior do

52

Trabalho Eacute o relatoacuterio V O T O I CONHECIMENTO Conheccedilo do agravo de instrumento porque regular e tempestivo II MEacuteRITO O Tribunal Regional ao apreciar o recurso ordinaacuterio interposto pela Reclamada no tocante ao reconhecimento da condiccedilatildeo de jornalista ao Reclamante pela Vara do Trabalho decidiu O MM Juiacutezo de primeiro grau acolheu as alegaccedilotildees do reclamante de exerciacutecio de profissatildeo jornaliacutestica de repoacuterter cinematograacutefico condenando a reclamada a pagar diferenccedilas salariais e reflexos Contra esta decisatildeo volta-se a reacute sustentando que o reclamante era operador de cacircmera funccedilatildeo capitulada na profissatildeo de radialista A recorrente tem razatildeo parcialmente Tomando-se a hipoacutetese de confirmar a sentenccedila enquanto reconhece ter o reclamante exercido a funccedilatildeo de repoacuterter cinematograacutefico em todo o contrato existe um marco temporal e juriacutedico que deve ser considerado A funccedilatildeo de repoacuterter cinematograacutefico eacute exclusiva da profissatildeo de jornalista Eacute uma atividade que estaacute reservada aos jornalistas formados assim como estabelecido no DL 97269 O reclamante natildeo demonstra a partir de quando conquistou a diplomaccedilatildeo como jornalista devendo-se considerar apenas pelo que oferecem os autos a data de 16 de junho de 1998 dia em que o reclamante foi registrado no Ministeacuterio do Trabalho como jornalista profissional na funccedilatildeo especiacutefica de repoacuterter cinematograacutefico Considerando que o Ministeacuterio do Trabalho natildeo pode registrar jornalistas natildeo diplomados exceccedilatildeo feita aos provisionados tem-se que o reclamante adquiriu esta condiccedilatildeo nesse dia Antes embora pudesse fazer ou fizesse atividades privativas de jornalistas natildeo pode ser considerado juridicamente como tal Assim em qualquer hipoacutetese de manutenccedilatildeo do reconhecimento da funccedilatildeo de jornaliacutestica esta deve gerar os efeitos pleiteados somente a partir de 16 de junho de 1998 Jaacute quanto a ter exercido ou natildeo funccedilatildeo jornaliacutestica a conclusatildeo eacute de manutenccedilatildeo da sentenccedila Natildeo eacute o fato de estar acompanhado por repoacuterter entrevistador que o cinegrafista perde a condiccedilatildeo de jornalista Trata-se de uma equipe de profissionais jornalistas Um exemplo que melhor ilustra o descabimento da distinccedilatildeo que pretende fazer o apelo eacute a situaccedilatildeo dos fotoacutegrafos ou repoacuterteres fotograacuteficos O fotoacutegrafo sai com a pauta junto com o repoacuterter (ou natildeo e isto tambeacutem acontecia com o reclamante como o reconhecem as testemunhas inclusive trazidas pela reclamada) e enquanto o repoacuterter investiga os dados necessaacuterios para a mateacuteria o fotoacutegrafo registra as cenas mas nem por isto eacute rebaixado da condiccedilatildeo de jornalista para dir- se-ia operador de cacircmera fotograacutefica O que se pode discutir seria o interesse jornaliacutestico das mateacuterias cobertas pelo jornalista reclamante Com efeito os comerciais produzidos e gravados pelo autor natildeo tecircm esse interesse e os eventos promocionais da reclamada recebem dela mesma uma atribuiccedilatildeo desse interesse embora natildeo o tenha imediata e objetivamente mas para efeitos do trabalho executado pelo reclamante deve ser considerado um trabalho jornaliacutestico Foi correta a decisatildeo natildeo merecendo qualquer reparo a natildeo ser o juriacutedico-temporal jaacute mencionado Nesta perspectiva o provimento do recurso eacute parcial (fls 97-99) Ao interpor o recurso de revista a Empresa alegou que o Reclamante na condiccedilatildeo de operador de cacircmera e operador de cacircmera de unidade portaacutetil externa acompanhando o repoacuterter como reconheceu o Regional natildeo pode ser

53

enquadrado como jornalista porquanto ao repoacuterter eacute dado cumprir a determinaccedilatildeo de coletar notiacutecias ou informaccedilotildees e elaboraacute-las a fim de viabilizar posterior divulgaccedilatildeo e ao repoacuterter-cinematograacutefico cabe registrar cinematograficamente fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico razatildeo pela qual entende que a atividade do Reclamante eacute proacutepria de radialista categoria agrave qual pertencia Acrescenta que o artigo 2ordm da Lei nordm 661578 estabelece considera-se radialista o empregado de Radiodifusatildeo que exerccedila uma das funccedilotildees em que se desdobram as atividades mencionadas no artigo 4ordm ou seja operador de cacircmara e operador de cacircmara de unidade portaacutetil externa cuja regulamentaccedilatildeo profissional consta do Decreto nordm 8413479 e as atribuiccedilotildees do Quadro Anexo do mesmo decreto item II letra c nordm 3 com a seguinte redaccedilatildeo encarrega-se da gravaccedilatildeo de mateacuteria distribuiacuteda pelo Supervisor de Operaccedilotildees planifica e orienta o entrevistador repoacuterter e iluminador no que se refere aos aspectos teacutecnicos de seu trabalho suas atividades envolvem tanto a gravaccedilatildeo como a geraccedilatildeo de som e imagem atraveacutes de equipamentos eletrocircnico portaacutetil de TV Fundamenta o apelo em violaccedilatildeo dos artigos 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 2ordm da Lei nordm 661578 e do Decreto nordm 8413479 e Quadro Anexo do mesmo decreto item II letra c nordm 3 Inicialmente deve-se registrar a impossibilidade de exame da alegaccedilatildeo de afronta ao Decreto nordm 8413479 visto tratar-se de hipoacutetese natildeo contemplada na letra c do artigo 896 da CLT No tocante agrave ofensa aos artigos 2ordm da Lei nordm 661578 e 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 tambeacutem natildeo logra ecircxito a Agravante no intuito de ver autorizado o processamento do recurso de revista No primeiro dispositivo apenas dispotildee-se que o radialista eacute o empregado de radiodifusatildeo exercente de atividades voltadas agrave administraccedilatildeo produccedilatildeo ou teacutecnica No segundo definem-se as profissotildees de repoacuterter e repoacuterter cinematograacutefico salientando-se que a esse uacuteltimo cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico Ora dos termos da decisatildeo impugnada via recurso de revista nada haacute que conflite com tais dispositivos legais Afinal segundo o Tribunal Regional do Trabalho o Reclamante no exerciacutecio de suas atividades aleacutem de ter acompanhado o repoacuterter entrevistador na produccedilatildeo de mateacuterias fato que por si soacute natildeo lhe retira a condiccedilatildeo de jornalista - tambeacutem de acordo com depoimentos testemunhais saiacutea agrave rua com a pauta que lhe era dirigida para sozinho produzir as mateacuterias solicitadas pelo empregador o que de acordo com o teor dos dispositivos tidos por vulnerados permite concluir pelo exerciacutecio da profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico e natildeo simplesmente de operador de cacircmera visto que ao sair agraves ruas para a produccedilatildeo de mateacuterias cumpria seu ofiacutecio obviamente mediante registros de fatos e (ou) assuntos de interesses notadamente jornaliacutestico considerando para tanto a proacutepria natureza da atividade empresarial exercida pela empregadora Por esses fundamentos nego provimento ao agravo de instrumento ISTO POSTO ACORDAM os Ministros da Primeira Turma do Tribunal Superior do Trabalho por unanimidade negar provimento ao agravo de instrumento Brasiacutelia 9 de novembro de 2005 EMMANOEL PEREIRA Ministro Relator

NIA 3981288

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Page 30: REPÓRTER CINEMATOGRÁFICO É JORNALISTArepositorio.uniceub.br/bitstream/123456789/1670/2/20214825.pdf · trabalhos desenvolvidos. 5 ... tsunamis, cachoeiras em penhascos, ... deles

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lsquoapecircndicesrsquo na vida dos repoacuterteres e nas decisotildees dos nossos editores de telejornalismo

Infelizmente ainda persiste o conflito entre os profissionais da palavra e

os jornalistas da imagem Brasil (2004) experiente na profissatildeo muitas vezes

sentiu na pele os efeitos de atitudes arrogantes e discriminatoacuterias mesmo de

repoacuterteres receacutem-formados - o que demonstra que essa arrogacircncia sem

fundamento eacute cultural beira o preconceito social ou ldquoracismordquo E geralmente satildeo os

velhos cinegrafistas que acabam por ensinar a esses jovens os primeiros passos da

profissatildeo

Eacute certo que no meio televisivo as imagens constituem elemento chave

da mateacuteria do repoacuterter satildeo elas que datildeo suporte agrave narrativa cronoloacutegica do

acontecimento Cumpre ressaltar que tal qual o repoacuterter o cinegrafista tem como

objetivo registrar o acontecimento e fazer com que o mesmo chegue ao ar Daiacute a

importacircncia de recomendar aos alunos do telejornalismo que cinegrafista natildeo deve

ser vigiado nem precisa ser orientado

Repoacuterter e cinegrafista satildeo colegas de jornalismo isto eacute ambos satildeo

jornalistas Natildeo eacute porque o cinegrafista geralmente tem origem simples gestos

humildes e carrega peso que deixa de ser jornalista Ganha o repoacuterter despido

desse preconceito pois se dispotildee a assimilar os segredos da profissatildeo ensinados

pelos cinegrafistas e compartilhando com respeito os objetivos da reportagem

recebem valiosas dicas praacuteticas

Brasil (2004) desabafa

31

Os jovens de boa aparecircncia - condiccedilatildeo dispensaacutevel mas que parece ser obrigatoacuteria em nossos telejornais - saem das universidades natildeo sabem quase nada de telejornalismo Buscam na TV o sonho de sucesso e fama A maioria desses jovens natildeo teve a oportunidade aprender a praacutetica da profissatildeo Eles satildeo selecionados em processos meio nebulosos e certamente pouco transparentes Se tornam repoacuterteres de TV e tem que aprender as teacutecnicas peculiares da profissatildeo na marra No entanto satildeo os velhos cinegrafistas - profissionais humildes e experientes que costumam ensinar os primeiros passos Os cinegrafistas tambeacutem satildeo colegas leais Aleacutem de ensinarem telejornalismo de verdade tambeacutem fazem questatildeo de ocultar os erros dos neoacutefitos Os editores jamais percebem as inuacutemeras passagens que os cinegrafistas providencialmente apagam das fitas e da nossa memoacuteria Alguns desses neoacutefitos natildeo eram tatildeo jovens Muitos profissionais da imprensa fizeram a transiccedilatildeo para os encantos da TV graccedilas agrave boa vontade de velhos cinegrafistas

Ao inveacutes de se sentirem agradecidos muitos desses colegas se recusam

a aceitar que aqueles sujeitos simples satildeo tambeacutem jornalistas e que aleacutem de

compartilhar os objetivos da reportagem ensinam agrave nova geraccedilatildeo de jornalistas de

TV inuacutemeras dicas profissionais

Natildeo bastasse esse desrespeito com o profissional de imagem ele ainda

estaacute sujeito a sofrer seacuterios riscos inerentes agrave proacutepria profissatildeo aleacutem de graves

problemas de sauacutede ao utilizar equipamentos pesados e obsoletos e enfrentar um

ritmo estressante de trabalho repetitividade de tarefas longas jornadas e condiccedilotildees

precaacuterias de trabalho

Daiacute a importacircncia de apoiar a luta desses profissionais de imagem que

buscam o creacutedito e o respeito merecidos Eacute uma questatildeo natildeo apenas de direito

mas de reconhecimento Tambeacutem eacute importante observar e condenar as possiacuteveis

represaacutelias aos profissionais que buscam esse reconhecimento

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Brasil (2004) faz uma comparaccedilatildeo entre os cinegrafistas da Inglaterra e

os do Brasil Enquanto entre noacutes os profissionais lutam pela sobrevivecircncia

aprendem tudo sem qualquer tipo de treinamento especiacutefico e para garantir os seus

direitos devem permanecer anocircnimos na Inglaterra a escola de cinegrafistas da

BBC possibilita a esses profissionais facilidades teacutecnicas um bom sistema de

promoccedilatildeo e cargos Para a promoccedilatildeo dentro da proacutepria categoria os cinegrafistas

ingleses satildeo regularmente enviados ao interior daquele paiacutes para conhecerem as

novas tecnoloacutegicas e teacutecnicas profissionais visando com isso tambeacutem fortalecer os

laccedilos corporativos

33

3 CURSO SUPERIOR PARA FORMACcedilAtildeO DE PROFISSIONAIS DA

AacuteREA

31 DESVALORIZACcedilAtildeO DA PROFISSAtildeO

Como outras inuacutemeras profissotildees tambeacutem o jornalista enfrenta crise no

seu acircmbito de trabalho Para superar a concorrecircncia garantir o seu emprego e

valorizar sua profissatildeo o jornalista de modo geral precisa especializar-se em

determinadas aacutereas e atualizar-se academicamente No mercado atual esse

profissional tem que lidar com o aumento de responsabilidade com o acuacutemulo de

funccedilotildees nas redaccedilotildees aleacutem de ser em geral mal remunerado e sofrer com o

constante risco de ser demitido

Conforme aponta Noblat (2003 p 36)

Exige-se do candidato a uma vaga nas redaccedilotildees que seja profissional completo e polivalente Ele tem de dominar todas as teacutecnicas para o exerciacutecio da profissatildeo manejar os instrumentos capazes de ajudaacute-lo a fazer o melhor trabalho e ter a niacutetida compreensatildeo do seu papel de jornalista multimiacutedia

Em plena era de globalizaccedilatildeo as perspectivas natildeo satildeo as melhores Tem

razatildeo Dizard Jr (2000 p 21) ao afirmar que uma das poucas certezas com que os

novos profissionais de miacutedia podem contar futuramente eacute que teratildeo que lidar com o

impacto das mudanccedilas tecnoloacutegicas e com a intensificaccedilatildeo da demanda por maior

envolvimento intelectual e habilitaccedilatildeo acadecircmica

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Para o repoacuterter cinematograacutefico e supervisor de cinegrafia da rede Globo

Heacutelio Alvarez concorda que a profissatildeo do repoacuterter cinematograacutefico e fotoacutegrafo eacute

desvalorizada e isto se deve segundo ele ao fato de que a valorizaccedilatildeo profissional

na atualidade se daacute por meio da educaccedilatildeo Enquanto os repoacuterteres geralmente

passaram por uma faculdade e vecircm de uma classe social mais alta os que

trabalham como repoacuterter cinematograacutefico em sua maioria satildeo aqueles que iniciam

carreira fazendo algum trabalho na televisatildeo sendo poucos os que comeccedilam no

jornalismo ndash o que acaba por desvalorizar a funccedilatildeo (Canal da imprensa sd)

32 REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO Eacute JORNALISTA

Noacutes uacuteltimos anos haacute um movimento que luta pelo reconhecimento do

repoacuterter cinematograacutefico como jornalista Duas recentes decisotildees nos tribunais do

paiacutes passaram a reconhecer os direitos desse profissional confirmando as teses

defendidas pela FENAJ (Federaccedilatildeo Nacional dos Jornalistas) e pelos sindicatos de

jornalistas

No ano passado o Tribunal Superior do Trabalho (TST) manteve decisatildeo

do Tribunal Regional do Trabalho do Rio Grande do Sul (TRT da 4ordf Regiatildeo) que

enquadrou como Jornalista um repoacuterter-cinematograacutefico que trabalhou na RBS TV

Santa Rosa Ltda Esse profissional tanto acompanhava repoacuterteres na produccedilatildeo de

reportagens jornaliacutesticas como tambeacutem saiacutea agraves ruas sozinho para produzir

reportagens estabelecidas em pautas previamente solicitadas pelo chefe de

redaccedilatildeo

35

A RBS seguindo a praacutetica infelizmente bastante comum entre as

empresas de televisatildeo sustentava que o trabalhador devia ser enquadrado como

radialista na tentativa de pagar um salaacuterio menor ao profissional uma vez que o

piso de radialista eacute inferior ao de jornalista Outra desvantagem para o profissional eacute

que os radialistas trabalham 8 horas diaacuterias ao contraacuterio de jornalistas que atuam 5

horas por dia O excesso de carga de trabalho vem trazendo problemas de sauacutede

para diversos repoacuterteres cinematograacuteficos enquadrados como radialistas

A Justiccedila do Trabalho firmou decisatildeo no sentido de que o fato de estar

acompanhado de repoacuterter natildeo retira do repoacuterter-cinematograacutefico a condiccedilatildeo de

Jornalista O profissional gauacutecho receberaacute as devidas diferenccedilas salariais retroativas

a 16 de junho de 1998 data que o prejudicado obteve seu registro de jornalista

profissional no Ministeacuterio do Trabalho (Espaccedilo Vital 2005)

Com essa decisatildeo passou a ser possiacutevel que os repoacuterteres

cinematograacuteficos encaminhem agraves Delegacias Regionais do Trabalho pedidos de

enquadramento como jornalistas Aliaacutes os proacuteprios sindicatos devem encaminhar

pedidos de fiscalizaccedilatildeo nas empresas para verificar o enquadramento dos repoacuterteres

cinematograacuteficos

Outro julgamento favoraacutevel ao profissional da aacuterea em comento conforme

divulgaccedilatildeo do FENAJ (2005) refere-se agrave decisatildeo da Terceira Turma do Superior

Tribunal de Justiccedila (STJ) que reconheceu os direitos do repoacuterter fotograacutefico Claacuteudio

Alves Pereira de receber indenizaccedilatildeo por danos materiais e morais devido agraves

inuacutemeras vezes em que o Jornal de Brasiacutelia republicou fotos suas sem creacutedito apoacutes

a sua demissatildeo em julho de 1990

36

Conforme o escritor portuguecircs Pierre Ganz (ANTONIO CARLOS) o

jornalista-repoacuterter de imagens eacute antes de qualquer coisa eacute um jornalista como os

outros Deve saber preparar a sua reportagem efetuaacute-la escrever o seu comentaacuterio

sobre imagens A diferenccedila reside no fato de ele substituir na maioria das vezes a

esferograacutefica pela cacircmera de filmar

Uma cacircmera que ele deveraacute dominar bem mas tambeacutem com a qual vai escrever uma histoacuteria os planos substituindo entatildeo as palavras Uma sintaxe toma o lugar da outra Os teacutecnicos de som de iluminaccedilatildeo e de montagem satildeo-lhe familiares Pode em alguns casos trabalhar sozinho Egrave cada vez mais frequumlente partir em reportagem ou em grande reportagem com equipe reduzida acompanhada apenas por jornalista redator

Eacute mesmo verdade que no meio televisivo uma boa imagem por vezes

substitui um bom texto e ateacute o dispensa Natildeo eacute possiacutevel por exemplo imaginar nos

dias de hoje um noticiaacuterio sobre guerra sem que sejam mostradas imagens E

muitas vezes inspirados nas imagens que os jornalistas produzem seus textos

Sem duacutevida a funccedilatildeo do repoacuterter cinematograacutefico eacute de vital importacircncia

para o jornalismo Uma saiacuteda bastante praacutetica para solucionar o problema desses

profissionais no que se refere agrave ausecircncia de cursos de graduaccedilatildeo seria incluir uma

cadeira sobre o assunto nos cursos de jornalismo Com isso os profissionais da

aacuterea e os interessados em abraccedilar a profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico se

sentiriam motivados a ingressar numa faculdade e quem sabe assim esse

preconceito absurdo seria definitivamente eliminado pondo fim ao estigma de ser

apenas um coadjuvante na confecccedilatildeo da notiacutecia

37

CONCLUSAtildeO

Num momento em que o mundo passa por tantas transformaccedilotildees

decorrentes da evoluccedilatildeo tecnoloacutegica da era da informaccedilatildeo e da globalizaccedilatildeo da

economia o jornalismo profissional ndash seacuterio e bem documentado - ganha relevo em

sua missatildeo de informar opinar e entreter a sociedade em seu cotidiano

A televisatildeo nos dias contemporacircneos pode transmitir ao puacuteblico muito

mais do que o fazia quando foi criada A novidade surgiu em 1923 nos Estados

Unidos e se tornou conhecida no Brasil nos anos 50 De iniacutecio apenas uma

finiacutessima parcela da populaccedilatildeo tinha acesso ao produto e tempos depois

transformou-se num poderoso meio de comunicaccedilatildeo em massa

Para fazer o telejornalismo eacute necessaacuterio uma equipe formada de repoacuterter

cinegrafista redator fotoacutegrafo editor teacutecnicos de som de iluminaccedilatildeo e de

montagens

Diante do exposto natildeo resta duacutevidas de que o repoacuterter cinematograacutefico eacute

antes de qualquer coisa jornalista como os outros Ele deve saber preparar a sua

reportagem efetuaacute-la escrever o seu comentaacuterio sobre imagens

Se eacute certo que ele substitui a esferograacutefica pela cacircmera de filmar tambeacutem

eacute verdade que por meio dela ele escreve uma histoacuteria A diferenccedila eacute que substitui

as palavras pelas imagens que seus olhos treinados conseguem captar

38

Em muitas situaccedilotildees o repoacuterter cinematograacutefico acumula as funccedilotildees dos

teacutecnicos de iluminaccedilatildeo som e montagem trabalhando somente com o jornalista

redator E eacute com base nas imagens captadas que os jornalistas produzem seus

textos

Muitas vezes os cinegrafistas produzem imagens tatildeo impressionantes

que eacute difiacutecil para o jornalista descrevecirc-las com palavras podendo surgir eventuais

conflitos entre os dois

Neste contexto a presente monografia procurou enfocar a importacircncia

deste profissional que para ser reconhecido por seus pares e tambeacutem para ter

oportunidade de aumentar seus conhecimentos e aperfeiccediloar suas teacutecnicas

necessita que seja inserida uma cadeira sobre sua aacuterea nos cursos de graduaccedilatildeo

de jornalismo

Para serem admitidos como jornalistas pelas televisotildees profissionais

exige-se formaccedilatildeo acadecircmica em jornalismo Haacute aqui um paradoxo visto que a

profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico tem sua funccedilatildeo regulamentada pelo Decreto

Lei n 83284 de 13 marccedilo de 1969 que atribui normas para o exerciacutecio da profissatildeo

de jornalista e segundo o qual o repoacuterter cinematograacutefico estaacute inserido como

jornalista que capta imagens para fins jornaliacutesticos

Note-se que a partir do momento em que os cursos de jornalismo

incluiacuterem uma cadeira voltada para a reportagem cinematograacutefica todos os que se

formarem no curso e optarem por esse caminho notadamente seratildeo reconhecidos

como jornalistas

39

Haacute que se considerar a questatildeo dos antigos profissionais da aacuterea

aqueles que conhecem tudo sobre a profissatildeo e conforme dito no decorrer da

presente costumam ensinar os receacutem-formados no iniacutecio de suas carreiras

Eacute injusta a falta de reconhecimento desses profissionais

Tal situaccedilatildeo demonstra que o preconceito em relaccedilatildeo a eles faz parte de

uma cultura arraigada entre os proacuteprios colegas de profissatildeo e que acaba se

estendendo pelos bancos acadecircmicos e que precisa ser trabalhada desmistificada

pois natildeo tem razatildeo de existir

40

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Mar2006

ROTHBERG Danilo Olhar panoracircmico Os depoimentos e sua funccedilatildeo no

jornalismo USC ndash Universidade do Sagrado Coraccedilatildeo Anaacutelise de Miacutedia Disponiacutevel

em lthttpwwwuscbranalisedemidiagt Acesso em 11 Abr2006

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ANEXO I ndash DECRETO Nordm 83284 DE 13 DE MARCcedilO DE 1979

PROFISSAtildeO DE JORNALISTA

Daacute nova regulamentaccedilatildeo ao Decreto-lei nordm 972 de 17 de outubro de 1969 que dispotildee sobre o exerciacutecio da profissatildeo de Jornalista em decorrecircncia das alteraccedilotildees introduzidas pela Lei nordm 6612 de 7 de dezembro de 1978

O Presidente da Repuacuteblica usando da atribuiccedilatildeo que lhe confere o art 81 item

III da Constituiccedilatildeo decreta

Art 1ordm Eacute livre em todo territoacuterio nacional o exerciacutecio da profissatildeo de Jornalista aos que satisfazerem as condiccedilotildees estabelecidas neste Decreto

Art 2ordm A profissatildeo de Jornalista compreende privativamente o exerciacutecio habitual e remunerado de qualquer das seguintes atividades

I - redaccedilatildeo condensaccedilatildeo titulaccedilatildeo interpretaccedilatildeo correccedilatildeo ou coordenaccedilatildeo de mateacuteria a ser divulgada contenha ou natildeo comentaacuterio

II - comentaacuterio ou crocircnica pelo raacutedio ou pela televisatildeo III - entrevista inqueacuterito ou reportagem escrita ou falada IV - planejamento organizaccedilatildeo direccedilatildeo e eventual execuccedilatildeo de serviccedilos

teacutecnicos de Jornalismo como os de arquivo ilustraccedilatildeo ou distribuiccedilatildeo graacutefica de mateacuteria a ser divulgada

V - planejamento organizaccedilatildeo e administraccedilatildeo teacutecnica dos serviccedilos de que trata a aliacutenea ldquoardquo

VI - ensino de teacutecnicas de Jornalismo VII - coleta de notiacutecias ou informaccedilotildees e seu preparo para divulgaccedilatildeo VIII - revisatildeo de originais de mateacuteria jornaliacutestica com vistas agrave correccedilatildeo

redacional e agrave adequaccedilatildeo da linguagem XIX - organizaccedilatildeo e conservaccedilatildeo de arquivo jornaliacutestico e pesquisa dos

respectivos dados para a elaboraccedilatildeo de notiacutecias X - execuccedilatildeo de distribuiccedilatildeo graacutefica de texto fotografia ou ilustraccedilatildeo de

caraacuteter jornaliacutestico para fins de divulgaccedilatildeo XI - execuccedilatildeo de desenhos artiacutesticos ou teacutecnicos de caraacuteter jornaliacutestico para

fins de divulgaccedilatildeo Art 3ordm Considera-se empresa jornaliacutestica para os efeitos deste Decreto-lei

aquela que tenha como atividade a ediccedilatildeo de jornal ou revista ou a distribuiccedilatildeo de noticiaacuterio com funcionamento efetivo idoneidade financeira e registro legal

sect 1ordm Equipara-se agrave empresa jornaliacutestica a seccedilatildeo ou serviccedilo de empresa de radiofusatildeo televisatildeo ou divulgaccedilatildeo cinematograacutefica ou de agecircncia de publicidade onde sejam exercidas as atividades previstas no artigo 2ordm0

sect 2ordm A entidade puacuteblica ou privada natildeo jornaliacutestica sob cuja responsabilidade se editar publicaccedilatildeo destinada a circulaccedilatildeo externa estaacute obrigada ao cumprimento deste decreto relativamente aos jornalistas que contratar

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Art 4ordm O exerciacutecio da profissatildeo de jornalista requer preacutevio registro no oacutergatildeo regional do Ministeacuterio do Trabalho que se faraacute mediante a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash diploma de curso de niacutevel superior de Jornalismo ou de Comunicaccedilatildeo Social habilitaccedilatildeo Jornalismo fornecido por estabelecimento de ensino reconhecido na forma da lei para as funccedilotildees relacionadas nos itens I a IV do artigo 11

IV ndash Carteira de Trabalho e Previdecircncia Social

Paraacutegrafo uacutenico ndash Aos profissionais registrados exclusivamente para o exerciacutecio das funccedilotildees relacionadas nos itens VII a XI do artigo 11 eacute vedado o exerciacutecio das funccedilotildees constantes nos itens I a VII do mesmo artigo

Art 5ordm O Ministeacuterio do Trabalho concederaacute desde que satisfeitas as exigecircncias constantes neste Decreto registro especial ao

I ndash colaborador assim entendido aquele que mediante remuneraccedilatildeo e sem relaccedilatildeo de emprego produz trabalho de natureza teacutecnica cientiacutefica ou cultural relacionando com a sua especializaccedilatildeo para ser divulgado com o nome e qualificaccedilatildeo do autor

II ndash funcionaacuterio puacuteblico titular de cargo cujas atribuiccedilotildees legais coincidam com as mencionadas no artigo 2ordm

III ndash provisionado

Paraacutegrafo uacutenico ndash O registro de que tratam os itens I e II deste artigo natildeo implica o reconhecimento de quaisquer direitos que decorram da condiccedilatildeo de empregado nem no caso do item II dos resultantes do exerciacutecio privado e autocircnomo da profissatildeo

Art 6ordm Para o registro especial de colaborador eacute necessaacuteria a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash declaraccedilatildeo de empresa jornaliacutestica ou que a ela seja equiparada informando do seu interesse pelo registro de colaborador do candidato onde conste a sua especializaccedilatildeo remuneraccedilatildeo contratada e pseudocircnimo se houver

Art 7ordm Para o registro especial de funcionaacuterio puacuteblico titular de cargo cujas atribuiccedilotildees legais coincidam com as mencionadas no artigo 2ordm eacute necessaacuterio a apresentaccedilatildeo de ato de nomeaccedilatildeo ou contrataccedilatildeo para cargo ou emprego com aquelas atribuiccedilotildees aleacutem do cumprimento do que estabelece o artigo 4ordm

Art 8ordm Para o registro especial de provisionado eacute necessaacuterio a apresentaccedilatildeo de

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I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash declaraccedilatildeo fornecida pela empresa jornaliacutestica ou que a ela seja equiparada na qual conste a funccedilatildeo a ser exercida e o salaacuterio correspondente

IV ndash diploma de curso de niacutevel superior ou certificado de ensino de 2ordm grau fornecido por estabelecimento de ensino reconhecido na forma da lei para as funccedilotildees relacionadas nos itens I a VII do artigo 11

V ndash declaraccedilatildeo fornecida pela entidade sindical representativa da categoria profissional com base territorial abrangendo o municiacutepio no qual o provisionado iraacute desempenhar suas funccedilotildees de que natildeo haacute jornalista associado do Sindicato domiciliado naquele municiacutepio disponiacutevel da contrataccedilatildeo

VI ndash Carteira de Trabalho e Previdecircncia Social

sect 1ordm A declaraccedilatildeo de que trata o item V deveraacute ser fornecida pelo Sindicato ao interessado no prazo de 3 dias uacuteteis

sect 2ordm Caso exista profissional domiciliado no municiacutepio disponiacutevel para contrataccedilatildeo o Sindicato comunicaraacute tal fato ao Ministeacuterio do Trabalho no mesmo prazo de 3 dias a contar do pedido de fornecimento da declaraccedilatildeo de que trata o item V

sect 3ordm Caso o Sindicato natildeo forneccedila a declaraccedilatildeo de que trata o item V no prazo mencionado no sect 1ordm o interessado poderaacute instruir seu pedido de registro com o protocolo de apresentaccedilatildeo do requerimento ao Sindicato

sect 4ordm Na hipoacutetese prevista no paraacutegrafo anterior o Ministeacuterio do Trabalho concederaacute ao Sindicato prazo natildeo superior a 3 dias para se manifestar sobre o fornecimento da declaraccedilatildeo caso natildeo tenha ocorrido o fato constante no sect 2ordm

sect 5ordm O registro especial de provisionado teraacute caraacuteter temporaacuterio com duraccedilatildeo maacutexima de trecircs anos renovaacutevel somente com a apresentaccedilatildeo de toda a documentaccedilatildeo prevista neste artigo

Art 9ordm Seraacute efetuado no Ministeacuterio do Trabalho registro dos diretores de empresas jornaliacutesticas que natildeo sendo jornalistas respondem pelas respectivas publicaccedilotildees para o que eacute necessaacuterio a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash prova de registro civil ou comercial da empresa jornaliacutestica com o inteiro teor do seu ato constitutivo

IV ndash prova de depoacutesito do tiacutetulo da publicaccedilatildeo ou da agecircncia de notiacutecias no oacutergatildeo competente do Ministeacuterio da Induacutestria e do Comeacutercio

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V ndash 30 exemplares do jornal ou 12 exemplares da revista ou 30 recortes ou coacutepias de noticiaacuterio com datas diferentes de sua divulgaccedilatildeo

sect 1ordm Tratando-se de empresa nova o Ministeacuterio do Trabalho efetuaraacute registro provisoacuterio com validade por 2 anos tornando-se definitivo apoacutes a comprovaccedilatildeo constante do item V deste artigo

sect 2ordm Natildeo seraacute admitida renovaccedilatildeo ou prorrogaccedilatildeo do prazo de validade do registro provisoacuterio previsto no paraacutegrafo anterior

Art 10ordm Seraacute efetuado no Ministeacuterio do Trabalho registro especial do diretor de empresa natildeo jornaliacutestica sob cuja responsabilidade se editar publicaccedilatildeo destinada agrave circulaccedilatildeo externa ou interna para o que se exigiraacute a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash prova de depoacutesito do tiacutetulo da publicaccedilatildeo no oacutergatildeo competente do Ministeacuterio da Induacutestria e do Comeacutercio

Art 11 ndash As funccedilotildees desempenhadas pelos jornalistas como empregados seratildeo assim classificadas

I - Redator aquele que aleacutem das incumbecircncias de redaccedilatildeo comum tem o encargo de redigir editoriais crocircnicas ou comentaacuterios

II - Noticiarista aquele que tem o encargo de redigir mateacuterias de caraacuteter informativo desprovidas de apreciaccedilotildees ou comentaacuterios preparando-as ou redigindo-as para a divulgaccedilatildeo

III - Repoacuterter aquele que cumpre a determinaccedilatildeo de colher notiacutecias ou informaccedilotildees preparando-as para divulgaccedilatildeo

IV - Repoacuterter de setor aquele que tem o encargo de colher notiacutecias ou informaccedilotildees sobre assuntos predeterminados preparando-as ou redigindo-as para divulgaccedilatildeo

V - Raacutedio-repoacuterter aquele a quem cabe a difusatildeo oral de acontecimento ou entrevista pelo raacutedio ou pela televisatildeo no instante ou no local em que ocorram assim como o comentaacuterio ou crocircnica pelos mesmos veiacuteculos

VI - Arquivista-pesquisador aquele que tem a incumbecircncia de organizar e conservar cultural e tecnicamente o arquivo redatorial procedendo agrave pesquisa dos respectivos dados para a elaboraccedilatildeo de notiacutecias

VII - Revisor aquele que tem o encargo de rever as provas tipograacuteficas de mateacuteria jornaliacutestica

VIII - Ilustrador aquele que tem a seu cargo criar ou executar desenhos artiacutesticos ou teacutecnicos de caraacuteter jornaliacutestico

XIX - Repoacuterter-fotograacutefico aquele a quem cabe registrar fotograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico

X - Repoacuterter-cinematograacutefico aquele a quem cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico

XI - Diagramador aquele a quem compete planejar e executar a distribuiccedilatildeo graacutefica de mateacuterias fotografias ou ilustraccedilotildees de caraacuteter jornaliacutestico para fins de publicaccedilatildeo

Paraacutegrafo uacutenico ndash Os Sindicatos seratildeo ouvidos sobre o exato enquadramento de cada profissional

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Art 12ordm Seratildeo privativas de jornalista as funccedilotildees pertinentes agraves atividades

descritas no artigo 2ordm tais como Editor Secretaacuterio Subsecretaacuterio Chefe de reportagem e Chefe de Revisatildeo

Art 13ordm Natildeo haveraacute incompatibilidade entre o exerciacutecio da profissatildeo de Jornalista e o de qualquer outra funccedilatildeo remunerada ainda que puacuteblica respeitadas a proibiccedilatildeo de acumular cargos e as demais restriccedilotildees de lei

Art 14ordm Seraacute passiacutevel de trancamento o registro profissional do jornalista que sem motivo legal deixar de exercer a profissatildeo por mais de 2 anos

sect 1ordm Natildeo incide na cominaccedilatildeo deste artigo o afastamento decorrente de a) suspensatildeo ou interrupccedilatildeo do contrato de trabalho b) aposentadoria como jornalista c) viagem ou bolsa de estudo para aperfeiccediloamento profissional d) desemprego apurado na forma da Lei nordm 4923 de 23 de dezembro de

1965

sect 2ordm O trancamento seraacute da competecircncia do oacutergatildeo regional do Ministeacuterio do Trabalho de ofiacutecio ou requerimento da entidade sindical representativa da categoria profissional cabendo a esta fazer publicar em oacutergatildeo oficial por trecircs vezes consecutivas e dentro de um interstiacutecio de dois anos a relaccedilatildeo dos jornalistas cujos registros pretende trancar

sect 3ordm Os oacutergatildeos do Ministeacuterio do Trabalho prestaratildeo aos sindicatos representativos da categoria profissional as informaccedilotildees que lhes forem solicitadas especialmente quanto ao registro de admissotildees e dispensas nas empresas jornaliacutesticas realizando as inspeccedilotildees que se tornarem necessaacuterias para a verificaccedilatildeo do exerciacutecio da profissatildeo de jornalista

sect 4ordm O exerciacutecio da atividade em empresa natildeo jornaliacutestica mencionada no artigo 3ordm sect 2ordm natildeo constituiraacute prova suficiente de permanecircncia na profissatildeo se a publicaccedilatildeo e seu responsaacutevel natildeo tiverem registro nos termos deste Decreto

sect 5ordm O registro trancado suspende a titularidade e o exerciacutecio das prerrogativas profissionais mas pode ser revalidado mediante apresentaccedilatildeo dos documentos mencionados nos itens II e III do artigo 4ordm

Art 15ordm O salaacuterio de jornalista natildeo poderaacute ser reajustado nos contratos individuais de trabalho para a jornada normal de 5 horas em base inferior agrave do salaacuterio estipulado para a respectiva funccedilatildeo em acordo ou convenccedilatildeo coletiva de trabalho ou sentenccedila normativa das Justiccedila do Trabalho

Paraacutegrafo uacutenico ndash Em negociaccedilatildeo ou dissiacutedio coletivo poderatildeo os Sindicatos de Jornalistas reclamar o estabelecimento de criteacuterio de remuneraccedilatildeo adicional pela divulgaccedilatildeo de trabalho produzido por jornalistas em mais de um veiacuteculo de comunicaccedilatildeo coletiva

Art 16ordm A admissatildeo de provisionado para exercer funccedilotildees relacionadas nos itens I a VII do artigo 11 seraacute permitida nos municiacutepios onde natildeo existia curso de Jornalismo reconhecido na forma de lei e comprovadamente natildeo haja jornalista domiciliado associado do sindicato representativo da categoria profissional disponiacutevel para contrataccedilatildeo

Paraacutegrafo uacutenico ndash O provisionado nos termos deste artigo poderaacute exercer suas atividades somente no municiacutepio para o qual foi registrado

Art 17ordm Os atuais portadores de registro especial de provisionado poderatildeo exercer suas atividades no Estado onde foram contratados

Art 18 ndash A fiscalizaccedilatildeo do cumprimento dos dispositivos deste Decreto se faraacute na forma do artigo 626 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho sendo aplicaacutevel aos

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infratores multa variaacutevel de 1 a 10 vezes o maior valor de referecircncia fixado de acordo com o artigo 2ordm paraacutegrafo uacutenico da Lei nordm 6205 de 29 de abril de 1975

Paraacutegrafo uacutenico ndash Aos sindicatos representativos da categoria profissional incumbe representar agraves autoridades competentes acerca do exerciacutecio irregular da profissatildeo de Jornalista

Art 19ordm Constitui fraude a prestaccedilatildeo de serviccedilos profissionais gratuitos ou com pagamentos simboacutelicos sob pretexto de estaacutegio bolsa de complementaccedilatildeo convecircnio ou qualquer outra modalidade em desrespeito agrave legislaccedilatildeo trabalhista e a este regulamento

Art 20ordm O disposto neste Decreto natildeo impede a conclusatildeo dos estaacutegios comprovadamente iniciados antes da vigecircncia da Lei nordm 6612 de 7 de dezembro de 1978 os quais entretanto natildeo conferiratildeo por si soacutes direito ao registro profissional

Art 21ordm Este Decreto entra em vigor na data da sua publicaccedilatildeo revogadas as disposiccedilotildees em contraacuterio especialmente os Decretos nordms 65912 de 19 de dezembro de 1969 e 68629 de 18 de maio de 1971

Brasiacutelia 13 de marccedilo de 1979 158ordm da Independecircncia e 91ordm da Repuacuteblica (DO de 13-3-79)

Ernesto Geisel Arnaldo Prieto

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ANEXO II ndash ACOacuteRDAtildeO TST-AIRR-6182001-751-04-401

Acoacuterdatildeo Inteiro Teor NUacuteMERO UacuteNICO PROC AIRR - 6182001-751-04-40 PUBLICACcedilAtildeO DJ - 10022006 Andamento do Processo

PROC Nordm TST-AIRR-6182001-751-04-401 C A C Oacute R D Atilde O 1ordf Turma EMPMs REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO CARACTERIZACcedilAtildeO INDEPENDEcircNCIA NO EXERCIacuteCIO DE SUAS ATIVIDADES REGISTROS DE ASSUNTOS E TEMAacuteTICAS DE INTERESSES JORNALIacuteSTICOS 1 Segundo o Tribunal Regional do Trabalho o Reclamante no exerciacutecio de suas atividades aleacutem de ter acompanhado o repoacuterter entrevistador na produccedilatildeo de mateacuterias fato que por si soacute natildeo lhe retira a condiccedilatildeo de jornalista - e tambeacutem de acordo com depoimentos testemunhais saiacutea agrave rua com a pauta que lhe era dirigida para sozinho produzir as mateacuterias solicitadas pelo empregador o que de acordo com o teor dos dispositivos tidos por vulnerados permite concluir o exerciacutecio da profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico e natildeo simplesmente de operador de cacircmera visto que ao sair agraves ruas para a produccedilatildeo de mateacuterias cumpria seu ofiacutecio obviamente mediante registros de fatos e (ou) assuntos de interesses notadamente jornaliacutestico considerando para tanto a proacutepria natureza da atividade empresarial exercida pela empregadora Inviaacutevel portanto a admissibilidade do recurso de revista em razatildeo da impossibilidade de exame da alegaccedilatildeo de afronta ao Decreto nordm 8413479 visto tratar-se de hipoacutetese natildeo contemplada na letra c do artigo 896 da CLT Por outro lado por violaccedilatildeo dos artigos 2ordm da Lei nordm 661578 e 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 tambeacutem natildeo logra ecircxito a Agravante no intuito de ver autorizado o processamento do recurso de revista No primeiro dispositivo apenas dispotildee-se que o radialista eacute o empregado de radiodifusatildeo exercente de atividades voltadas agrave administraccedilatildeo produccedilatildeo ou teacutecnica No segundo definem-se as profissotildees de repoacuterter e repoacuterter cinematograacutefico salientando-se que a esse uacuteltimo cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico hipoacutetese identificada pelo Regional 2 Agravo de instrumento a que se nega provimento Vistos relatados e discutidos estes autos do Agravo de Instrumento em Recurso de Revista nordm TST-AIRR-6182001-751-04-401 em que eacute Agravante RBS TV SANTA ROSA LTDA e Agravado CLOacuteVIS SANTACATARINA A Reclamada interpotildee agravo de instrumento ao despacho de fls 113-115 mediante o qual foi denegado seguimento ao recurso de revista sob o fundamento de que a decisatildeo decorreu da aplicaccedilatildeo das normas pertinentes uma vez que da situaccedilatildeo faacutetica delineada nos autos natildeo haacute como se extrair ofensa ao artigo 2ordm da Lei nordm 661578 na forma do artigo 896 c da CLT Contraminuta agraves fls 122-124 Natildeo houve remessa dos autos agrave Procuradoria Geral do Trabalho em face da orientaccedilatildeo emanada da Resoluccedilatildeo Administrativa nordm 322 atualmente retratada no artigo 82 do Regimento Interno do Tribunal Superior do

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Trabalho Eacute o relatoacuterio V O T O I CONHECIMENTO Conheccedilo do agravo de instrumento porque regular e tempestivo II MEacuteRITO O Tribunal Regional ao apreciar o recurso ordinaacuterio interposto pela Reclamada no tocante ao reconhecimento da condiccedilatildeo de jornalista ao Reclamante pela Vara do Trabalho decidiu O MM Juiacutezo de primeiro grau acolheu as alegaccedilotildees do reclamante de exerciacutecio de profissatildeo jornaliacutestica de repoacuterter cinematograacutefico condenando a reclamada a pagar diferenccedilas salariais e reflexos Contra esta decisatildeo volta-se a reacute sustentando que o reclamante era operador de cacircmera funccedilatildeo capitulada na profissatildeo de radialista A recorrente tem razatildeo parcialmente Tomando-se a hipoacutetese de confirmar a sentenccedila enquanto reconhece ter o reclamante exercido a funccedilatildeo de repoacuterter cinematograacutefico em todo o contrato existe um marco temporal e juriacutedico que deve ser considerado A funccedilatildeo de repoacuterter cinematograacutefico eacute exclusiva da profissatildeo de jornalista Eacute uma atividade que estaacute reservada aos jornalistas formados assim como estabelecido no DL 97269 O reclamante natildeo demonstra a partir de quando conquistou a diplomaccedilatildeo como jornalista devendo-se considerar apenas pelo que oferecem os autos a data de 16 de junho de 1998 dia em que o reclamante foi registrado no Ministeacuterio do Trabalho como jornalista profissional na funccedilatildeo especiacutefica de repoacuterter cinematograacutefico Considerando que o Ministeacuterio do Trabalho natildeo pode registrar jornalistas natildeo diplomados exceccedilatildeo feita aos provisionados tem-se que o reclamante adquiriu esta condiccedilatildeo nesse dia Antes embora pudesse fazer ou fizesse atividades privativas de jornalistas natildeo pode ser considerado juridicamente como tal Assim em qualquer hipoacutetese de manutenccedilatildeo do reconhecimento da funccedilatildeo de jornaliacutestica esta deve gerar os efeitos pleiteados somente a partir de 16 de junho de 1998 Jaacute quanto a ter exercido ou natildeo funccedilatildeo jornaliacutestica a conclusatildeo eacute de manutenccedilatildeo da sentenccedila Natildeo eacute o fato de estar acompanhado por repoacuterter entrevistador que o cinegrafista perde a condiccedilatildeo de jornalista Trata-se de uma equipe de profissionais jornalistas Um exemplo que melhor ilustra o descabimento da distinccedilatildeo que pretende fazer o apelo eacute a situaccedilatildeo dos fotoacutegrafos ou repoacuterteres fotograacuteficos O fotoacutegrafo sai com a pauta junto com o repoacuterter (ou natildeo e isto tambeacutem acontecia com o reclamante como o reconhecem as testemunhas inclusive trazidas pela reclamada) e enquanto o repoacuterter investiga os dados necessaacuterios para a mateacuteria o fotoacutegrafo registra as cenas mas nem por isto eacute rebaixado da condiccedilatildeo de jornalista para dir- se-ia operador de cacircmera fotograacutefica O que se pode discutir seria o interesse jornaliacutestico das mateacuterias cobertas pelo jornalista reclamante Com efeito os comerciais produzidos e gravados pelo autor natildeo tecircm esse interesse e os eventos promocionais da reclamada recebem dela mesma uma atribuiccedilatildeo desse interesse embora natildeo o tenha imediata e objetivamente mas para efeitos do trabalho executado pelo reclamante deve ser considerado um trabalho jornaliacutestico Foi correta a decisatildeo natildeo merecendo qualquer reparo a natildeo ser o juriacutedico-temporal jaacute mencionado Nesta perspectiva o provimento do recurso eacute parcial (fls 97-99) Ao interpor o recurso de revista a Empresa alegou que o Reclamante na condiccedilatildeo de operador de cacircmera e operador de cacircmera de unidade portaacutetil externa acompanhando o repoacuterter como reconheceu o Regional natildeo pode ser

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enquadrado como jornalista porquanto ao repoacuterter eacute dado cumprir a determinaccedilatildeo de coletar notiacutecias ou informaccedilotildees e elaboraacute-las a fim de viabilizar posterior divulgaccedilatildeo e ao repoacuterter-cinematograacutefico cabe registrar cinematograficamente fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico razatildeo pela qual entende que a atividade do Reclamante eacute proacutepria de radialista categoria agrave qual pertencia Acrescenta que o artigo 2ordm da Lei nordm 661578 estabelece considera-se radialista o empregado de Radiodifusatildeo que exerccedila uma das funccedilotildees em que se desdobram as atividades mencionadas no artigo 4ordm ou seja operador de cacircmara e operador de cacircmara de unidade portaacutetil externa cuja regulamentaccedilatildeo profissional consta do Decreto nordm 8413479 e as atribuiccedilotildees do Quadro Anexo do mesmo decreto item II letra c nordm 3 com a seguinte redaccedilatildeo encarrega-se da gravaccedilatildeo de mateacuteria distribuiacuteda pelo Supervisor de Operaccedilotildees planifica e orienta o entrevistador repoacuterter e iluminador no que se refere aos aspectos teacutecnicos de seu trabalho suas atividades envolvem tanto a gravaccedilatildeo como a geraccedilatildeo de som e imagem atraveacutes de equipamentos eletrocircnico portaacutetil de TV Fundamenta o apelo em violaccedilatildeo dos artigos 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 2ordm da Lei nordm 661578 e do Decreto nordm 8413479 e Quadro Anexo do mesmo decreto item II letra c nordm 3 Inicialmente deve-se registrar a impossibilidade de exame da alegaccedilatildeo de afronta ao Decreto nordm 8413479 visto tratar-se de hipoacutetese natildeo contemplada na letra c do artigo 896 da CLT No tocante agrave ofensa aos artigos 2ordm da Lei nordm 661578 e 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 tambeacutem natildeo logra ecircxito a Agravante no intuito de ver autorizado o processamento do recurso de revista No primeiro dispositivo apenas dispotildee-se que o radialista eacute o empregado de radiodifusatildeo exercente de atividades voltadas agrave administraccedilatildeo produccedilatildeo ou teacutecnica No segundo definem-se as profissotildees de repoacuterter e repoacuterter cinematograacutefico salientando-se que a esse uacuteltimo cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico Ora dos termos da decisatildeo impugnada via recurso de revista nada haacute que conflite com tais dispositivos legais Afinal segundo o Tribunal Regional do Trabalho o Reclamante no exerciacutecio de suas atividades aleacutem de ter acompanhado o repoacuterter entrevistador na produccedilatildeo de mateacuterias fato que por si soacute natildeo lhe retira a condiccedilatildeo de jornalista - tambeacutem de acordo com depoimentos testemunhais saiacutea agrave rua com a pauta que lhe era dirigida para sozinho produzir as mateacuterias solicitadas pelo empregador o que de acordo com o teor dos dispositivos tidos por vulnerados permite concluir pelo exerciacutecio da profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico e natildeo simplesmente de operador de cacircmera visto que ao sair agraves ruas para a produccedilatildeo de mateacuterias cumpria seu ofiacutecio obviamente mediante registros de fatos e (ou) assuntos de interesses notadamente jornaliacutestico considerando para tanto a proacutepria natureza da atividade empresarial exercida pela empregadora Por esses fundamentos nego provimento ao agravo de instrumento ISTO POSTO ACORDAM os Ministros da Primeira Turma do Tribunal Superior do Trabalho por unanimidade negar provimento ao agravo de instrumento Brasiacutelia 9 de novembro de 2005 EMMANOEL PEREIRA Ministro Relator

NIA 3981288

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Page 31: REPÓRTER CINEMATOGRÁFICO É JORNALISTArepositorio.uniceub.br/bitstream/123456789/1670/2/20214825.pdf · trabalhos desenvolvidos. 5 ... tsunamis, cachoeiras em penhascos, ... deles

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Os jovens de boa aparecircncia - condiccedilatildeo dispensaacutevel mas que parece ser obrigatoacuteria em nossos telejornais - saem das universidades natildeo sabem quase nada de telejornalismo Buscam na TV o sonho de sucesso e fama A maioria desses jovens natildeo teve a oportunidade aprender a praacutetica da profissatildeo Eles satildeo selecionados em processos meio nebulosos e certamente pouco transparentes Se tornam repoacuterteres de TV e tem que aprender as teacutecnicas peculiares da profissatildeo na marra No entanto satildeo os velhos cinegrafistas - profissionais humildes e experientes que costumam ensinar os primeiros passos Os cinegrafistas tambeacutem satildeo colegas leais Aleacutem de ensinarem telejornalismo de verdade tambeacutem fazem questatildeo de ocultar os erros dos neoacutefitos Os editores jamais percebem as inuacutemeras passagens que os cinegrafistas providencialmente apagam das fitas e da nossa memoacuteria Alguns desses neoacutefitos natildeo eram tatildeo jovens Muitos profissionais da imprensa fizeram a transiccedilatildeo para os encantos da TV graccedilas agrave boa vontade de velhos cinegrafistas

Ao inveacutes de se sentirem agradecidos muitos desses colegas se recusam

a aceitar que aqueles sujeitos simples satildeo tambeacutem jornalistas e que aleacutem de

compartilhar os objetivos da reportagem ensinam agrave nova geraccedilatildeo de jornalistas de

TV inuacutemeras dicas profissionais

Natildeo bastasse esse desrespeito com o profissional de imagem ele ainda

estaacute sujeito a sofrer seacuterios riscos inerentes agrave proacutepria profissatildeo aleacutem de graves

problemas de sauacutede ao utilizar equipamentos pesados e obsoletos e enfrentar um

ritmo estressante de trabalho repetitividade de tarefas longas jornadas e condiccedilotildees

precaacuterias de trabalho

Daiacute a importacircncia de apoiar a luta desses profissionais de imagem que

buscam o creacutedito e o respeito merecidos Eacute uma questatildeo natildeo apenas de direito

mas de reconhecimento Tambeacutem eacute importante observar e condenar as possiacuteveis

represaacutelias aos profissionais que buscam esse reconhecimento

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Brasil (2004) faz uma comparaccedilatildeo entre os cinegrafistas da Inglaterra e

os do Brasil Enquanto entre noacutes os profissionais lutam pela sobrevivecircncia

aprendem tudo sem qualquer tipo de treinamento especiacutefico e para garantir os seus

direitos devem permanecer anocircnimos na Inglaterra a escola de cinegrafistas da

BBC possibilita a esses profissionais facilidades teacutecnicas um bom sistema de

promoccedilatildeo e cargos Para a promoccedilatildeo dentro da proacutepria categoria os cinegrafistas

ingleses satildeo regularmente enviados ao interior daquele paiacutes para conhecerem as

novas tecnoloacutegicas e teacutecnicas profissionais visando com isso tambeacutem fortalecer os

laccedilos corporativos

33

3 CURSO SUPERIOR PARA FORMACcedilAtildeO DE PROFISSIONAIS DA

AacuteREA

31 DESVALORIZACcedilAtildeO DA PROFISSAtildeO

Como outras inuacutemeras profissotildees tambeacutem o jornalista enfrenta crise no

seu acircmbito de trabalho Para superar a concorrecircncia garantir o seu emprego e

valorizar sua profissatildeo o jornalista de modo geral precisa especializar-se em

determinadas aacutereas e atualizar-se academicamente No mercado atual esse

profissional tem que lidar com o aumento de responsabilidade com o acuacutemulo de

funccedilotildees nas redaccedilotildees aleacutem de ser em geral mal remunerado e sofrer com o

constante risco de ser demitido

Conforme aponta Noblat (2003 p 36)

Exige-se do candidato a uma vaga nas redaccedilotildees que seja profissional completo e polivalente Ele tem de dominar todas as teacutecnicas para o exerciacutecio da profissatildeo manejar os instrumentos capazes de ajudaacute-lo a fazer o melhor trabalho e ter a niacutetida compreensatildeo do seu papel de jornalista multimiacutedia

Em plena era de globalizaccedilatildeo as perspectivas natildeo satildeo as melhores Tem

razatildeo Dizard Jr (2000 p 21) ao afirmar que uma das poucas certezas com que os

novos profissionais de miacutedia podem contar futuramente eacute que teratildeo que lidar com o

impacto das mudanccedilas tecnoloacutegicas e com a intensificaccedilatildeo da demanda por maior

envolvimento intelectual e habilitaccedilatildeo acadecircmica

34

Para o repoacuterter cinematograacutefico e supervisor de cinegrafia da rede Globo

Heacutelio Alvarez concorda que a profissatildeo do repoacuterter cinematograacutefico e fotoacutegrafo eacute

desvalorizada e isto se deve segundo ele ao fato de que a valorizaccedilatildeo profissional

na atualidade se daacute por meio da educaccedilatildeo Enquanto os repoacuterteres geralmente

passaram por uma faculdade e vecircm de uma classe social mais alta os que

trabalham como repoacuterter cinematograacutefico em sua maioria satildeo aqueles que iniciam

carreira fazendo algum trabalho na televisatildeo sendo poucos os que comeccedilam no

jornalismo ndash o que acaba por desvalorizar a funccedilatildeo (Canal da imprensa sd)

32 REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO Eacute JORNALISTA

Noacutes uacuteltimos anos haacute um movimento que luta pelo reconhecimento do

repoacuterter cinematograacutefico como jornalista Duas recentes decisotildees nos tribunais do

paiacutes passaram a reconhecer os direitos desse profissional confirmando as teses

defendidas pela FENAJ (Federaccedilatildeo Nacional dos Jornalistas) e pelos sindicatos de

jornalistas

No ano passado o Tribunal Superior do Trabalho (TST) manteve decisatildeo

do Tribunal Regional do Trabalho do Rio Grande do Sul (TRT da 4ordf Regiatildeo) que

enquadrou como Jornalista um repoacuterter-cinematograacutefico que trabalhou na RBS TV

Santa Rosa Ltda Esse profissional tanto acompanhava repoacuterteres na produccedilatildeo de

reportagens jornaliacutesticas como tambeacutem saiacutea agraves ruas sozinho para produzir

reportagens estabelecidas em pautas previamente solicitadas pelo chefe de

redaccedilatildeo

35

A RBS seguindo a praacutetica infelizmente bastante comum entre as

empresas de televisatildeo sustentava que o trabalhador devia ser enquadrado como

radialista na tentativa de pagar um salaacuterio menor ao profissional uma vez que o

piso de radialista eacute inferior ao de jornalista Outra desvantagem para o profissional eacute

que os radialistas trabalham 8 horas diaacuterias ao contraacuterio de jornalistas que atuam 5

horas por dia O excesso de carga de trabalho vem trazendo problemas de sauacutede

para diversos repoacuterteres cinematograacuteficos enquadrados como radialistas

A Justiccedila do Trabalho firmou decisatildeo no sentido de que o fato de estar

acompanhado de repoacuterter natildeo retira do repoacuterter-cinematograacutefico a condiccedilatildeo de

Jornalista O profissional gauacutecho receberaacute as devidas diferenccedilas salariais retroativas

a 16 de junho de 1998 data que o prejudicado obteve seu registro de jornalista

profissional no Ministeacuterio do Trabalho (Espaccedilo Vital 2005)

Com essa decisatildeo passou a ser possiacutevel que os repoacuterteres

cinematograacuteficos encaminhem agraves Delegacias Regionais do Trabalho pedidos de

enquadramento como jornalistas Aliaacutes os proacuteprios sindicatos devem encaminhar

pedidos de fiscalizaccedilatildeo nas empresas para verificar o enquadramento dos repoacuterteres

cinematograacuteficos

Outro julgamento favoraacutevel ao profissional da aacuterea em comento conforme

divulgaccedilatildeo do FENAJ (2005) refere-se agrave decisatildeo da Terceira Turma do Superior

Tribunal de Justiccedila (STJ) que reconheceu os direitos do repoacuterter fotograacutefico Claacuteudio

Alves Pereira de receber indenizaccedilatildeo por danos materiais e morais devido agraves

inuacutemeras vezes em que o Jornal de Brasiacutelia republicou fotos suas sem creacutedito apoacutes

a sua demissatildeo em julho de 1990

36

Conforme o escritor portuguecircs Pierre Ganz (ANTONIO CARLOS) o

jornalista-repoacuterter de imagens eacute antes de qualquer coisa eacute um jornalista como os

outros Deve saber preparar a sua reportagem efetuaacute-la escrever o seu comentaacuterio

sobre imagens A diferenccedila reside no fato de ele substituir na maioria das vezes a

esferograacutefica pela cacircmera de filmar

Uma cacircmera que ele deveraacute dominar bem mas tambeacutem com a qual vai escrever uma histoacuteria os planos substituindo entatildeo as palavras Uma sintaxe toma o lugar da outra Os teacutecnicos de som de iluminaccedilatildeo e de montagem satildeo-lhe familiares Pode em alguns casos trabalhar sozinho Egrave cada vez mais frequumlente partir em reportagem ou em grande reportagem com equipe reduzida acompanhada apenas por jornalista redator

Eacute mesmo verdade que no meio televisivo uma boa imagem por vezes

substitui um bom texto e ateacute o dispensa Natildeo eacute possiacutevel por exemplo imaginar nos

dias de hoje um noticiaacuterio sobre guerra sem que sejam mostradas imagens E

muitas vezes inspirados nas imagens que os jornalistas produzem seus textos

Sem duacutevida a funccedilatildeo do repoacuterter cinematograacutefico eacute de vital importacircncia

para o jornalismo Uma saiacuteda bastante praacutetica para solucionar o problema desses

profissionais no que se refere agrave ausecircncia de cursos de graduaccedilatildeo seria incluir uma

cadeira sobre o assunto nos cursos de jornalismo Com isso os profissionais da

aacuterea e os interessados em abraccedilar a profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico se

sentiriam motivados a ingressar numa faculdade e quem sabe assim esse

preconceito absurdo seria definitivamente eliminado pondo fim ao estigma de ser

apenas um coadjuvante na confecccedilatildeo da notiacutecia

37

CONCLUSAtildeO

Num momento em que o mundo passa por tantas transformaccedilotildees

decorrentes da evoluccedilatildeo tecnoloacutegica da era da informaccedilatildeo e da globalizaccedilatildeo da

economia o jornalismo profissional ndash seacuterio e bem documentado - ganha relevo em

sua missatildeo de informar opinar e entreter a sociedade em seu cotidiano

A televisatildeo nos dias contemporacircneos pode transmitir ao puacuteblico muito

mais do que o fazia quando foi criada A novidade surgiu em 1923 nos Estados

Unidos e se tornou conhecida no Brasil nos anos 50 De iniacutecio apenas uma

finiacutessima parcela da populaccedilatildeo tinha acesso ao produto e tempos depois

transformou-se num poderoso meio de comunicaccedilatildeo em massa

Para fazer o telejornalismo eacute necessaacuterio uma equipe formada de repoacuterter

cinegrafista redator fotoacutegrafo editor teacutecnicos de som de iluminaccedilatildeo e de

montagens

Diante do exposto natildeo resta duacutevidas de que o repoacuterter cinematograacutefico eacute

antes de qualquer coisa jornalista como os outros Ele deve saber preparar a sua

reportagem efetuaacute-la escrever o seu comentaacuterio sobre imagens

Se eacute certo que ele substitui a esferograacutefica pela cacircmera de filmar tambeacutem

eacute verdade que por meio dela ele escreve uma histoacuteria A diferenccedila eacute que substitui

as palavras pelas imagens que seus olhos treinados conseguem captar

38

Em muitas situaccedilotildees o repoacuterter cinematograacutefico acumula as funccedilotildees dos

teacutecnicos de iluminaccedilatildeo som e montagem trabalhando somente com o jornalista

redator E eacute com base nas imagens captadas que os jornalistas produzem seus

textos

Muitas vezes os cinegrafistas produzem imagens tatildeo impressionantes

que eacute difiacutecil para o jornalista descrevecirc-las com palavras podendo surgir eventuais

conflitos entre os dois

Neste contexto a presente monografia procurou enfocar a importacircncia

deste profissional que para ser reconhecido por seus pares e tambeacutem para ter

oportunidade de aumentar seus conhecimentos e aperfeiccediloar suas teacutecnicas

necessita que seja inserida uma cadeira sobre sua aacuterea nos cursos de graduaccedilatildeo

de jornalismo

Para serem admitidos como jornalistas pelas televisotildees profissionais

exige-se formaccedilatildeo acadecircmica em jornalismo Haacute aqui um paradoxo visto que a

profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico tem sua funccedilatildeo regulamentada pelo Decreto

Lei n 83284 de 13 marccedilo de 1969 que atribui normas para o exerciacutecio da profissatildeo

de jornalista e segundo o qual o repoacuterter cinematograacutefico estaacute inserido como

jornalista que capta imagens para fins jornaliacutesticos

Note-se que a partir do momento em que os cursos de jornalismo

incluiacuterem uma cadeira voltada para a reportagem cinematograacutefica todos os que se

formarem no curso e optarem por esse caminho notadamente seratildeo reconhecidos

como jornalistas

39

Haacute que se considerar a questatildeo dos antigos profissionais da aacuterea

aqueles que conhecem tudo sobre a profissatildeo e conforme dito no decorrer da

presente costumam ensinar os receacutem-formados no iniacutecio de suas carreiras

Eacute injusta a falta de reconhecimento desses profissionais

Tal situaccedilatildeo demonstra que o preconceito em relaccedilatildeo a eles faz parte de

uma cultura arraigada entre os proacuteprios colegas de profissatildeo e que acaba se

estendendo pelos bancos acadecircmicos e que precisa ser trabalhada desmistificada

pois natildeo tem razatildeo de existir

40

REFEREcircNCIAS

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documentaccedilatildeo trabalhos acadecircmicos apresentaccedilatildeo Rio de Janeiro 2002

ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE NORMAS TEacuteCNICAS NBR 6023 informaccedilatildeo e

documentaccedilatildeo elaboraccedilatildeo Rio de Janeiro 2002

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45

ANEXO I ndash DECRETO Nordm 83284 DE 13 DE MARCcedilO DE 1979

PROFISSAtildeO DE JORNALISTA

Daacute nova regulamentaccedilatildeo ao Decreto-lei nordm 972 de 17 de outubro de 1969 que dispotildee sobre o exerciacutecio da profissatildeo de Jornalista em decorrecircncia das alteraccedilotildees introduzidas pela Lei nordm 6612 de 7 de dezembro de 1978

O Presidente da Repuacuteblica usando da atribuiccedilatildeo que lhe confere o art 81 item

III da Constituiccedilatildeo decreta

Art 1ordm Eacute livre em todo territoacuterio nacional o exerciacutecio da profissatildeo de Jornalista aos que satisfazerem as condiccedilotildees estabelecidas neste Decreto

Art 2ordm A profissatildeo de Jornalista compreende privativamente o exerciacutecio habitual e remunerado de qualquer das seguintes atividades

I - redaccedilatildeo condensaccedilatildeo titulaccedilatildeo interpretaccedilatildeo correccedilatildeo ou coordenaccedilatildeo de mateacuteria a ser divulgada contenha ou natildeo comentaacuterio

II - comentaacuterio ou crocircnica pelo raacutedio ou pela televisatildeo III - entrevista inqueacuterito ou reportagem escrita ou falada IV - planejamento organizaccedilatildeo direccedilatildeo e eventual execuccedilatildeo de serviccedilos

teacutecnicos de Jornalismo como os de arquivo ilustraccedilatildeo ou distribuiccedilatildeo graacutefica de mateacuteria a ser divulgada

V - planejamento organizaccedilatildeo e administraccedilatildeo teacutecnica dos serviccedilos de que trata a aliacutenea ldquoardquo

VI - ensino de teacutecnicas de Jornalismo VII - coleta de notiacutecias ou informaccedilotildees e seu preparo para divulgaccedilatildeo VIII - revisatildeo de originais de mateacuteria jornaliacutestica com vistas agrave correccedilatildeo

redacional e agrave adequaccedilatildeo da linguagem XIX - organizaccedilatildeo e conservaccedilatildeo de arquivo jornaliacutestico e pesquisa dos

respectivos dados para a elaboraccedilatildeo de notiacutecias X - execuccedilatildeo de distribuiccedilatildeo graacutefica de texto fotografia ou ilustraccedilatildeo de

caraacuteter jornaliacutestico para fins de divulgaccedilatildeo XI - execuccedilatildeo de desenhos artiacutesticos ou teacutecnicos de caraacuteter jornaliacutestico para

fins de divulgaccedilatildeo Art 3ordm Considera-se empresa jornaliacutestica para os efeitos deste Decreto-lei

aquela que tenha como atividade a ediccedilatildeo de jornal ou revista ou a distribuiccedilatildeo de noticiaacuterio com funcionamento efetivo idoneidade financeira e registro legal

sect 1ordm Equipara-se agrave empresa jornaliacutestica a seccedilatildeo ou serviccedilo de empresa de radiofusatildeo televisatildeo ou divulgaccedilatildeo cinematograacutefica ou de agecircncia de publicidade onde sejam exercidas as atividades previstas no artigo 2ordm0

sect 2ordm A entidade puacuteblica ou privada natildeo jornaliacutestica sob cuja responsabilidade se editar publicaccedilatildeo destinada a circulaccedilatildeo externa estaacute obrigada ao cumprimento deste decreto relativamente aos jornalistas que contratar

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Art 4ordm O exerciacutecio da profissatildeo de jornalista requer preacutevio registro no oacutergatildeo regional do Ministeacuterio do Trabalho que se faraacute mediante a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash diploma de curso de niacutevel superior de Jornalismo ou de Comunicaccedilatildeo Social habilitaccedilatildeo Jornalismo fornecido por estabelecimento de ensino reconhecido na forma da lei para as funccedilotildees relacionadas nos itens I a IV do artigo 11

IV ndash Carteira de Trabalho e Previdecircncia Social

Paraacutegrafo uacutenico ndash Aos profissionais registrados exclusivamente para o exerciacutecio das funccedilotildees relacionadas nos itens VII a XI do artigo 11 eacute vedado o exerciacutecio das funccedilotildees constantes nos itens I a VII do mesmo artigo

Art 5ordm O Ministeacuterio do Trabalho concederaacute desde que satisfeitas as exigecircncias constantes neste Decreto registro especial ao

I ndash colaborador assim entendido aquele que mediante remuneraccedilatildeo e sem relaccedilatildeo de emprego produz trabalho de natureza teacutecnica cientiacutefica ou cultural relacionando com a sua especializaccedilatildeo para ser divulgado com o nome e qualificaccedilatildeo do autor

II ndash funcionaacuterio puacuteblico titular de cargo cujas atribuiccedilotildees legais coincidam com as mencionadas no artigo 2ordm

III ndash provisionado

Paraacutegrafo uacutenico ndash O registro de que tratam os itens I e II deste artigo natildeo implica o reconhecimento de quaisquer direitos que decorram da condiccedilatildeo de empregado nem no caso do item II dos resultantes do exerciacutecio privado e autocircnomo da profissatildeo

Art 6ordm Para o registro especial de colaborador eacute necessaacuteria a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash declaraccedilatildeo de empresa jornaliacutestica ou que a ela seja equiparada informando do seu interesse pelo registro de colaborador do candidato onde conste a sua especializaccedilatildeo remuneraccedilatildeo contratada e pseudocircnimo se houver

Art 7ordm Para o registro especial de funcionaacuterio puacuteblico titular de cargo cujas atribuiccedilotildees legais coincidam com as mencionadas no artigo 2ordm eacute necessaacuterio a apresentaccedilatildeo de ato de nomeaccedilatildeo ou contrataccedilatildeo para cargo ou emprego com aquelas atribuiccedilotildees aleacutem do cumprimento do que estabelece o artigo 4ordm

Art 8ordm Para o registro especial de provisionado eacute necessaacuterio a apresentaccedilatildeo de

47

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash declaraccedilatildeo fornecida pela empresa jornaliacutestica ou que a ela seja equiparada na qual conste a funccedilatildeo a ser exercida e o salaacuterio correspondente

IV ndash diploma de curso de niacutevel superior ou certificado de ensino de 2ordm grau fornecido por estabelecimento de ensino reconhecido na forma da lei para as funccedilotildees relacionadas nos itens I a VII do artigo 11

V ndash declaraccedilatildeo fornecida pela entidade sindical representativa da categoria profissional com base territorial abrangendo o municiacutepio no qual o provisionado iraacute desempenhar suas funccedilotildees de que natildeo haacute jornalista associado do Sindicato domiciliado naquele municiacutepio disponiacutevel da contrataccedilatildeo

VI ndash Carteira de Trabalho e Previdecircncia Social

sect 1ordm A declaraccedilatildeo de que trata o item V deveraacute ser fornecida pelo Sindicato ao interessado no prazo de 3 dias uacuteteis

sect 2ordm Caso exista profissional domiciliado no municiacutepio disponiacutevel para contrataccedilatildeo o Sindicato comunicaraacute tal fato ao Ministeacuterio do Trabalho no mesmo prazo de 3 dias a contar do pedido de fornecimento da declaraccedilatildeo de que trata o item V

sect 3ordm Caso o Sindicato natildeo forneccedila a declaraccedilatildeo de que trata o item V no prazo mencionado no sect 1ordm o interessado poderaacute instruir seu pedido de registro com o protocolo de apresentaccedilatildeo do requerimento ao Sindicato

sect 4ordm Na hipoacutetese prevista no paraacutegrafo anterior o Ministeacuterio do Trabalho concederaacute ao Sindicato prazo natildeo superior a 3 dias para se manifestar sobre o fornecimento da declaraccedilatildeo caso natildeo tenha ocorrido o fato constante no sect 2ordm

sect 5ordm O registro especial de provisionado teraacute caraacuteter temporaacuterio com duraccedilatildeo maacutexima de trecircs anos renovaacutevel somente com a apresentaccedilatildeo de toda a documentaccedilatildeo prevista neste artigo

Art 9ordm Seraacute efetuado no Ministeacuterio do Trabalho registro dos diretores de empresas jornaliacutesticas que natildeo sendo jornalistas respondem pelas respectivas publicaccedilotildees para o que eacute necessaacuterio a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash prova de registro civil ou comercial da empresa jornaliacutestica com o inteiro teor do seu ato constitutivo

IV ndash prova de depoacutesito do tiacutetulo da publicaccedilatildeo ou da agecircncia de notiacutecias no oacutergatildeo competente do Ministeacuterio da Induacutestria e do Comeacutercio

48

V ndash 30 exemplares do jornal ou 12 exemplares da revista ou 30 recortes ou coacutepias de noticiaacuterio com datas diferentes de sua divulgaccedilatildeo

sect 1ordm Tratando-se de empresa nova o Ministeacuterio do Trabalho efetuaraacute registro provisoacuterio com validade por 2 anos tornando-se definitivo apoacutes a comprovaccedilatildeo constante do item V deste artigo

sect 2ordm Natildeo seraacute admitida renovaccedilatildeo ou prorrogaccedilatildeo do prazo de validade do registro provisoacuterio previsto no paraacutegrafo anterior

Art 10ordm Seraacute efetuado no Ministeacuterio do Trabalho registro especial do diretor de empresa natildeo jornaliacutestica sob cuja responsabilidade se editar publicaccedilatildeo destinada agrave circulaccedilatildeo externa ou interna para o que se exigiraacute a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash prova de depoacutesito do tiacutetulo da publicaccedilatildeo no oacutergatildeo competente do Ministeacuterio da Induacutestria e do Comeacutercio

Art 11 ndash As funccedilotildees desempenhadas pelos jornalistas como empregados seratildeo assim classificadas

I - Redator aquele que aleacutem das incumbecircncias de redaccedilatildeo comum tem o encargo de redigir editoriais crocircnicas ou comentaacuterios

II - Noticiarista aquele que tem o encargo de redigir mateacuterias de caraacuteter informativo desprovidas de apreciaccedilotildees ou comentaacuterios preparando-as ou redigindo-as para a divulgaccedilatildeo

III - Repoacuterter aquele que cumpre a determinaccedilatildeo de colher notiacutecias ou informaccedilotildees preparando-as para divulgaccedilatildeo

IV - Repoacuterter de setor aquele que tem o encargo de colher notiacutecias ou informaccedilotildees sobre assuntos predeterminados preparando-as ou redigindo-as para divulgaccedilatildeo

V - Raacutedio-repoacuterter aquele a quem cabe a difusatildeo oral de acontecimento ou entrevista pelo raacutedio ou pela televisatildeo no instante ou no local em que ocorram assim como o comentaacuterio ou crocircnica pelos mesmos veiacuteculos

VI - Arquivista-pesquisador aquele que tem a incumbecircncia de organizar e conservar cultural e tecnicamente o arquivo redatorial procedendo agrave pesquisa dos respectivos dados para a elaboraccedilatildeo de notiacutecias

VII - Revisor aquele que tem o encargo de rever as provas tipograacuteficas de mateacuteria jornaliacutestica

VIII - Ilustrador aquele que tem a seu cargo criar ou executar desenhos artiacutesticos ou teacutecnicos de caraacuteter jornaliacutestico

XIX - Repoacuterter-fotograacutefico aquele a quem cabe registrar fotograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico

X - Repoacuterter-cinematograacutefico aquele a quem cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico

XI - Diagramador aquele a quem compete planejar e executar a distribuiccedilatildeo graacutefica de mateacuterias fotografias ou ilustraccedilotildees de caraacuteter jornaliacutestico para fins de publicaccedilatildeo

Paraacutegrafo uacutenico ndash Os Sindicatos seratildeo ouvidos sobre o exato enquadramento de cada profissional

49

Art 12ordm Seratildeo privativas de jornalista as funccedilotildees pertinentes agraves atividades

descritas no artigo 2ordm tais como Editor Secretaacuterio Subsecretaacuterio Chefe de reportagem e Chefe de Revisatildeo

Art 13ordm Natildeo haveraacute incompatibilidade entre o exerciacutecio da profissatildeo de Jornalista e o de qualquer outra funccedilatildeo remunerada ainda que puacuteblica respeitadas a proibiccedilatildeo de acumular cargos e as demais restriccedilotildees de lei

Art 14ordm Seraacute passiacutevel de trancamento o registro profissional do jornalista que sem motivo legal deixar de exercer a profissatildeo por mais de 2 anos

sect 1ordm Natildeo incide na cominaccedilatildeo deste artigo o afastamento decorrente de a) suspensatildeo ou interrupccedilatildeo do contrato de trabalho b) aposentadoria como jornalista c) viagem ou bolsa de estudo para aperfeiccediloamento profissional d) desemprego apurado na forma da Lei nordm 4923 de 23 de dezembro de

1965

sect 2ordm O trancamento seraacute da competecircncia do oacutergatildeo regional do Ministeacuterio do Trabalho de ofiacutecio ou requerimento da entidade sindical representativa da categoria profissional cabendo a esta fazer publicar em oacutergatildeo oficial por trecircs vezes consecutivas e dentro de um interstiacutecio de dois anos a relaccedilatildeo dos jornalistas cujos registros pretende trancar

sect 3ordm Os oacutergatildeos do Ministeacuterio do Trabalho prestaratildeo aos sindicatos representativos da categoria profissional as informaccedilotildees que lhes forem solicitadas especialmente quanto ao registro de admissotildees e dispensas nas empresas jornaliacutesticas realizando as inspeccedilotildees que se tornarem necessaacuterias para a verificaccedilatildeo do exerciacutecio da profissatildeo de jornalista

sect 4ordm O exerciacutecio da atividade em empresa natildeo jornaliacutestica mencionada no artigo 3ordm sect 2ordm natildeo constituiraacute prova suficiente de permanecircncia na profissatildeo se a publicaccedilatildeo e seu responsaacutevel natildeo tiverem registro nos termos deste Decreto

sect 5ordm O registro trancado suspende a titularidade e o exerciacutecio das prerrogativas profissionais mas pode ser revalidado mediante apresentaccedilatildeo dos documentos mencionados nos itens II e III do artigo 4ordm

Art 15ordm O salaacuterio de jornalista natildeo poderaacute ser reajustado nos contratos individuais de trabalho para a jornada normal de 5 horas em base inferior agrave do salaacuterio estipulado para a respectiva funccedilatildeo em acordo ou convenccedilatildeo coletiva de trabalho ou sentenccedila normativa das Justiccedila do Trabalho

Paraacutegrafo uacutenico ndash Em negociaccedilatildeo ou dissiacutedio coletivo poderatildeo os Sindicatos de Jornalistas reclamar o estabelecimento de criteacuterio de remuneraccedilatildeo adicional pela divulgaccedilatildeo de trabalho produzido por jornalistas em mais de um veiacuteculo de comunicaccedilatildeo coletiva

Art 16ordm A admissatildeo de provisionado para exercer funccedilotildees relacionadas nos itens I a VII do artigo 11 seraacute permitida nos municiacutepios onde natildeo existia curso de Jornalismo reconhecido na forma de lei e comprovadamente natildeo haja jornalista domiciliado associado do sindicato representativo da categoria profissional disponiacutevel para contrataccedilatildeo

Paraacutegrafo uacutenico ndash O provisionado nos termos deste artigo poderaacute exercer suas atividades somente no municiacutepio para o qual foi registrado

Art 17ordm Os atuais portadores de registro especial de provisionado poderatildeo exercer suas atividades no Estado onde foram contratados

Art 18 ndash A fiscalizaccedilatildeo do cumprimento dos dispositivos deste Decreto se faraacute na forma do artigo 626 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho sendo aplicaacutevel aos

50

infratores multa variaacutevel de 1 a 10 vezes o maior valor de referecircncia fixado de acordo com o artigo 2ordm paraacutegrafo uacutenico da Lei nordm 6205 de 29 de abril de 1975

Paraacutegrafo uacutenico ndash Aos sindicatos representativos da categoria profissional incumbe representar agraves autoridades competentes acerca do exerciacutecio irregular da profissatildeo de Jornalista

Art 19ordm Constitui fraude a prestaccedilatildeo de serviccedilos profissionais gratuitos ou com pagamentos simboacutelicos sob pretexto de estaacutegio bolsa de complementaccedilatildeo convecircnio ou qualquer outra modalidade em desrespeito agrave legislaccedilatildeo trabalhista e a este regulamento

Art 20ordm O disposto neste Decreto natildeo impede a conclusatildeo dos estaacutegios comprovadamente iniciados antes da vigecircncia da Lei nordm 6612 de 7 de dezembro de 1978 os quais entretanto natildeo conferiratildeo por si soacutes direito ao registro profissional

Art 21ordm Este Decreto entra em vigor na data da sua publicaccedilatildeo revogadas as disposiccedilotildees em contraacuterio especialmente os Decretos nordms 65912 de 19 de dezembro de 1969 e 68629 de 18 de maio de 1971

Brasiacutelia 13 de marccedilo de 1979 158ordm da Independecircncia e 91ordm da Repuacuteblica (DO de 13-3-79)

Ernesto Geisel Arnaldo Prieto

51

ANEXO II ndash ACOacuteRDAtildeO TST-AIRR-6182001-751-04-401

Acoacuterdatildeo Inteiro Teor NUacuteMERO UacuteNICO PROC AIRR - 6182001-751-04-40 PUBLICACcedilAtildeO DJ - 10022006 Andamento do Processo

PROC Nordm TST-AIRR-6182001-751-04-401 C A C Oacute R D Atilde O 1ordf Turma EMPMs REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO CARACTERIZACcedilAtildeO INDEPENDEcircNCIA NO EXERCIacuteCIO DE SUAS ATIVIDADES REGISTROS DE ASSUNTOS E TEMAacuteTICAS DE INTERESSES JORNALIacuteSTICOS 1 Segundo o Tribunal Regional do Trabalho o Reclamante no exerciacutecio de suas atividades aleacutem de ter acompanhado o repoacuterter entrevistador na produccedilatildeo de mateacuterias fato que por si soacute natildeo lhe retira a condiccedilatildeo de jornalista - e tambeacutem de acordo com depoimentos testemunhais saiacutea agrave rua com a pauta que lhe era dirigida para sozinho produzir as mateacuterias solicitadas pelo empregador o que de acordo com o teor dos dispositivos tidos por vulnerados permite concluir o exerciacutecio da profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico e natildeo simplesmente de operador de cacircmera visto que ao sair agraves ruas para a produccedilatildeo de mateacuterias cumpria seu ofiacutecio obviamente mediante registros de fatos e (ou) assuntos de interesses notadamente jornaliacutestico considerando para tanto a proacutepria natureza da atividade empresarial exercida pela empregadora Inviaacutevel portanto a admissibilidade do recurso de revista em razatildeo da impossibilidade de exame da alegaccedilatildeo de afronta ao Decreto nordm 8413479 visto tratar-se de hipoacutetese natildeo contemplada na letra c do artigo 896 da CLT Por outro lado por violaccedilatildeo dos artigos 2ordm da Lei nordm 661578 e 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 tambeacutem natildeo logra ecircxito a Agravante no intuito de ver autorizado o processamento do recurso de revista No primeiro dispositivo apenas dispotildee-se que o radialista eacute o empregado de radiodifusatildeo exercente de atividades voltadas agrave administraccedilatildeo produccedilatildeo ou teacutecnica No segundo definem-se as profissotildees de repoacuterter e repoacuterter cinematograacutefico salientando-se que a esse uacuteltimo cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico hipoacutetese identificada pelo Regional 2 Agravo de instrumento a que se nega provimento Vistos relatados e discutidos estes autos do Agravo de Instrumento em Recurso de Revista nordm TST-AIRR-6182001-751-04-401 em que eacute Agravante RBS TV SANTA ROSA LTDA e Agravado CLOacuteVIS SANTACATARINA A Reclamada interpotildee agravo de instrumento ao despacho de fls 113-115 mediante o qual foi denegado seguimento ao recurso de revista sob o fundamento de que a decisatildeo decorreu da aplicaccedilatildeo das normas pertinentes uma vez que da situaccedilatildeo faacutetica delineada nos autos natildeo haacute como se extrair ofensa ao artigo 2ordm da Lei nordm 661578 na forma do artigo 896 c da CLT Contraminuta agraves fls 122-124 Natildeo houve remessa dos autos agrave Procuradoria Geral do Trabalho em face da orientaccedilatildeo emanada da Resoluccedilatildeo Administrativa nordm 322 atualmente retratada no artigo 82 do Regimento Interno do Tribunal Superior do

52

Trabalho Eacute o relatoacuterio V O T O I CONHECIMENTO Conheccedilo do agravo de instrumento porque regular e tempestivo II MEacuteRITO O Tribunal Regional ao apreciar o recurso ordinaacuterio interposto pela Reclamada no tocante ao reconhecimento da condiccedilatildeo de jornalista ao Reclamante pela Vara do Trabalho decidiu O MM Juiacutezo de primeiro grau acolheu as alegaccedilotildees do reclamante de exerciacutecio de profissatildeo jornaliacutestica de repoacuterter cinematograacutefico condenando a reclamada a pagar diferenccedilas salariais e reflexos Contra esta decisatildeo volta-se a reacute sustentando que o reclamante era operador de cacircmera funccedilatildeo capitulada na profissatildeo de radialista A recorrente tem razatildeo parcialmente Tomando-se a hipoacutetese de confirmar a sentenccedila enquanto reconhece ter o reclamante exercido a funccedilatildeo de repoacuterter cinematograacutefico em todo o contrato existe um marco temporal e juriacutedico que deve ser considerado A funccedilatildeo de repoacuterter cinematograacutefico eacute exclusiva da profissatildeo de jornalista Eacute uma atividade que estaacute reservada aos jornalistas formados assim como estabelecido no DL 97269 O reclamante natildeo demonstra a partir de quando conquistou a diplomaccedilatildeo como jornalista devendo-se considerar apenas pelo que oferecem os autos a data de 16 de junho de 1998 dia em que o reclamante foi registrado no Ministeacuterio do Trabalho como jornalista profissional na funccedilatildeo especiacutefica de repoacuterter cinematograacutefico Considerando que o Ministeacuterio do Trabalho natildeo pode registrar jornalistas natildeo diplomados exceccedilatildeo feita aos provisionados tem-se que o reclamante adquiriu esta condiccedilatildeo nesse dia Antes embora pudesse fazer ou fizesse atividades privativas de jornalistas natildeo pode ser considerado juridicamente como tal Assim em qualquer hipoacutetese de manutenccedilatildeo do reconhecimento da funccedilatildeo de jornaliacutestica esta deve gerar os efeitos pleiteados somente a partir de 16 de junho de 1998 Jaacute quanto a ter exercido ou natildeo funccedilatildeo jornaliacutestica a conclusatildeo eacute de manutenccedilatildeo da sentenccedila Natildeo eacute o fato de estar acompanhado por repoacuterter entrevistador que o cinegrafista perde a condiccedilatildeo de jornalista Trata-se de uma equipe de profissionais jornalistas Um exemplo que melhor ilustra o descabimento da distinccedilatildeo que pretende fazer o apelo eacute a situaccedilatildeo dos fotoacutegrafos ou repoacuterteres fotograacuteficos O fotoacutegrafo sai com a pauta junto com o repoacuterter (ou natildeo e isto tambeacutem acontecia com o reclamante como o reconhecem as testemunhas inclusive trazidas pela reclamada) e enquanto o repoacuterter investiga os dados necessaacuterios para a mateacuteria o fotoacutegrafo registra as cenas mas nem por isto eacute rebaixado da condiccedilatildeo de jornalista para dir- se-ia operador de cacircmera fotograacutefica O que se pode discutir seria o interesse jornaliacutestico das mateacuterias cobertas pelo jornalista reclamante Com efeito os comerciais produzidos e gravados pelo autor natildeo tecircm esse interesse e os eventos promocionais da reclamada recebem dela mesma uma atribuiccedilatildeo desse interesse embora natildeo o tenha imediata e objetivamente mas para efeitos do trabalho executado pelo reclamante deve ser considerado um trabalho jornaliacutestico Foi correta a decisatildeo natildeo merecendo qualquer reparo a natildeo ser o juriacutedico-temporal jaacute mencionado Nesta perspectiva o provimento do recurso eacute parcial (fls 97-99) Ao interpor o recurso de revista a Empresa alegou que o Reclamante na condiccedilatildeo de operador de cacircmera e operador de cacircmera de unidade portaacutetil externa acompanhando o repoacuterter como reconheceu o Regional natildeo pode ser

53

enquadrado como jornalista porquanto ao repoacuterter eacute dado cumprir a determinaccedilatildeo de coletar notiacutecias ou informaccedilotildees e elaboraacute-las a fim de viabilizar posterior divulgaccedilatildeo e ao repoacuterter-cinematograacutefico cabe registrar cinematograficamente fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico razatildeo pela qual entende que a atividade do Reclamante eacute proacutepria de radialista categoria agrave qual pertencia Acrescenta que o artigo 2ordm da Lei nordm 661578 estabelece considera-se radialista o empregado de Radiodifusatildeo que exerccedila uma das funccedilotildees em que se desdobram as atividades mencionadas no artigo 4ordm ou seja operador de cacircmara e operador de cacircmara de unidade portaacutetil externa cuja regulamentaccedilatildeo profissional consta do Decreto nordm 8413479 e as atribuiccedilotildees do Quadro Anexo do mesmo decreto item II letra c nordm 3 com a seguinte redaccedilatildeo encarrega-se da gravaccedilatildeo de mateacuteria distribuiacuteda pelo Supervisor de Operaccedilotildees planifica e orienta o entrevistador repoacuterter e iluminador no que se refere aos aspectos teacutecnicos de seu trabalho suas atividades envolvem tanto a gravaccedilatildeo como a geraccedilatildeo de som e imagem atraveacutes de equipamentos eletrocircnico portaacutetil de TV Fundamenta o apelo em violaccedilatildeo dos artigos 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 2ordm da Lei nordm 661578 e do Decreto nordm 8413479 e Quadro Anexo do mesmo decreto item II letra c nordm 3 Inicialmente deve-se registrar a impossibilidade de exame da alegaccedilatildeo de afronta ao Decreto nordm 8413479 visto tratar-se de hipoacutetese natildeo contemplada na letra c do artigo 896 da CLT No tocante agrave ofensa aos artigos 2ordm da Lei nordm 661578 e 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 tambeacutem natildeo logra ecircxito a Agravante no intuito de ver autorizado o processamento do recurso de revista No primeiro dispositivo apenas dispotildee-se que o radialista eacute o empregado de radiodifusatildeo exercente de atividades voltadas agrave administraccedilatildeo produccedilatildeo ou teacutecnica No segundo definem-se as profissotildees de repoacuterter e repoacuterter cinematograacutefico salientando-se que a esse uacuteltimo cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico Ora dos termos da decisatildeo impugnada via recurso de revista nada haacute que conflite com tais dispositivos legais Afinal segundo o Tribunal Regional do Trabalho o Reclamante no exerciacutecio de suas atividades aleacutem de ter acompanhado o repoacuterter entrevistador na produccedilatildeo de mateacuterias fato que por si soacute natildeo lhe retira a condiccedilatildeo de jornalista - tambeacutem de acordo com depoimentos testemunhais saiacutea agrave rua com a pauta que lhe era dirigida para sozinho produzir as mateacuterias solicitadas pelo empregador o que de acordo com o teor dos dispositivos tidos por vulnerados permite concluir pelo exerciacutecio da profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico e natildeo simplesmente de operador de cacircmera visto que ao sair agraves ruas para a produccedilatildeo de mateacuterias cumpria seu ofiacutecio obviamente mediante registros de fatos e (ou) assuntos de interesses notadamente jornaliacutestico considerando para tanto a proacutepria natureza da atividade empresarial exercida pela empregadora Por esses fundamentos nego provimento ao agravo de instrumento ISTO POSTO ACORDAM os Ministros da Primeira Turma do Tribunal Superior do Trabalho por unanimidade negar provimento ao agravo de instrumento Brasiacutelia 9 de novembro de 2005 EMMANOEL PEREIRA Ministro Relator

NIA 3981288

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Page 32: REPÓRTER CINEMATOGRÁFICO É JORNALISTArepositorio.uniceub.br/bitstream/123456789/1670/2/20214825.pdf · trabalhos desenvolvidos. 5 ... tsunamis, cachoeiras em penhascos, ... deles

32

Brasil (2004) faz uma comparaccedilatildeo entre os cinegrafistas da Inglaterra e

os do Brasil Enquanto entre noacutes os profissionais lutam pela sobrevivecircncia

aprendem tudo sem qualquer tipo de treinamento especiacutefico e para garantir os seus

direitos devem permanecer anocircnimos na Inglaterra a escola de cinegrafistas da

BBC possibilita a esses profissionais facilidades teacutecnicas um bom sistema de

promoccedilatildeo e cargos Para a promoccedilatildeo dentro da proacutepria categoria os cinegrafistas

ingleses satildeo regularmente enviados ao interior daquele paiacutes para conhecerem as

novas tecnoloacutegicas e teacutecnicas profissionais visando com isso tambeacutem fortalecer os

laccedilos corporativos

33

3 CURSO SUPERIOR PARA FORMACcedilAtildeO DE PROFISSIONAIS DA

AacuteREA

31 DESVALORIZACcedilAtildeO DA PROFISSAtildeO

Como outras inuacutemeras profissotildees tambeacutem o jornalista enfrenta crise no

seu acircmbito de trabalho Para superar a concorrecircncia garantir o seu emprego e

valorizar sua profissatildeo o jornalista de modo geral precisa especializar-se em

determinadas aacutereas e atualizar-se academicamente No mercado atual esse

profissional tem que lidar com o aumento de responsabilidade com o acuacutemulo de

funccedilotildees nas redaccedilotildees aleacutem de ser em geral mal remunerado e sofrer com o

constante risco de ser demitido

Conforme aponta Noblat (2003 p 36)

Exige-se do candidato a uma vaga nas redaccedilotildees que seja profissional completo e polivalente Ele tem de dominar todas as teacutecnicas para o exerciacutecio da profissatildeo manejar os instrumentos capazes de ajudaacute-lo a fazer o melhor trabalho e ter a niacutetida compreensatildeo do seu papel de jornalista multimiacutedia

Em plena era de globalizaccedilatildeo as perspectivas natildeo satildeo as melhores Tem

razatildeo Dizard Jr (2000 p 21) ao afirmar que uma das poucas certezas com que os

novos profissionais de miacutedia podem contar futuramente eacute que teratildeo que lidar com o

impacto das mudanccedilas tecnoloacutegicas e com a intensificaccedilatildeo da demanda por maior

envolvimento intelectual e habilitaccedilatildeo acadecircmica

34

Para o repoacuterter cinematograacutefico e supervisor de cinegrafia da rede Globo

Heacutelio Alvarez concorda que a profissatildeo do repoacuterter cinematograacutefico e fotoacutegrafo eacute

desvalorizada e isto se deve segundo ele ao fato de que a valorizaccedilatildeo profissional

na atualidade se daacute por meio da educaccedilatildeo Enquanto os repoacuterteres geralmente

passaram por uma faculdade e vecircm de uma classe social mais alta os que

trabalham como repoacuterter cinematograacutefico em sua maioria satildeo aqueles que iniciam

carreira fazendo algum trabalho na televisatildeo sendo poucos os que comeccedilam no

jornalismo ndash o que acaba por desvalorizar a funccedilatildeo (Canal da imprensa sd)

32 REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO Eacute JORNALISTA

Noacutes uacuteltimos anos haacute um movimento que luta pelo reconhecimento do

repoacuterter cinematograacutefico como jornalista Duas recentes decisotildees nos tribunais do

paiacutes passaram a reconhecer os direitos desse profissional confirmando as teses

defendidas pela FENAJ (Federaccedilatildeo Nacional dos Jornalistas) e pelos sindicatos de

jornalistas

No ano passado o Tribunal Superior do Trabalho (TST) manteve decisatildeo

do Tribunal Regional do Trabalho do Rio Grande do Sul (TRT da 4ordf Regiatildeo) que

enquadrou como Jornalista um repoacuterter-cinematograacutefico que trabalhou na RBS TV

Santa Rosa Ltda Esse profissional tanto acompanhava repoacuterteres na produccedilatildeo de

reportagens jornaliacutesticas como tambeacutem saiacutea agraves ruas sozinho para produzir

reportagens estabelecidas em pautas previamente solicitadas pelo chefe de

redaccedilatildeo

35

A RBS seguindo a praacutetica infelizmente bastante comum entre as

empresas de televisatildeo sustentava que o trabalhador devia ser enquadrado como

radialista na tentativa de pagar um salaacuterio menor ao profissional uma vez que o

piso de radialista eacute inferior ao de jornalista Outra desvantagem para o profissional eacute

que os radialistas trabalham 8 horas diaacuterias ao contraacuterio de jornalistas que atuam 5

horas por dia O excesso de carga de trabalho vem trazendo problemas de sauacutede

para diversos repoacuterteres cinematograacuteficos enquadrados como radialistas

A Justiccedila do Trabalho firmou decisatildeo no sentido de que o fato de estar

acompanhado de repoacuterter natildeo retira do repoacuterter-cinematograacutefico a condiccedilatildeo de

Jornalista O profissional gauacutecho receberaacute as devidas diferenccedilas salariais retroativas

a 16 de junho de 1998 data que o prejudicado obteve seu registro de jornalista

profissional no Ministeacuterio do Trabalho (Espaccedilo Vital 2005)

Com essa decisatildeo passou a ser possiacutevel que os repoacuterteres

cinematograacuteficos encaminhem agraves Delegacias Regionais do Trabalho pedidos de

enquadramento como jornalistas Aliaacutes os proacuteprios sindicatos devem encaminhar

pedidos de fiscalizaccedilatildeo nas empresas para verificar o enquadramento dos repoacuterteres

cinematograacuteficos

Outro julgamento favoraacutevel ao profissional da aacuterea em comento conforme

divulgaccedilatildeo do FENAJ (2005) refere-se agrave decisatildeo da Terceira Turma do Superior

Tribunal de Justiccedila (STJ) que reconheceu os direitos do repoacuterter fotograacutefico Claacuteudio

Alves Pereira de receber indenizaccedilatildeo por danos materiais e morais devido agraves

inuacutemeras vezes em que o Jornal de Brasiacutelia republicou fotos suas sem creacutedito apoacutes

a sua demissatildeo em julho de 1990

36

Conforme o escritor portuguecircs Pierre Ganz (ANTONIO CARLOS) o

jornalista-repoacuterter de imagens eacute antes de qualquer coisa eacute um jornalista como os

outros Deve saber preparar a sua reportagem efetuaacute-la escrever o seu comentaacuterio

sobre imagens A diferenccedila reside no fato de ele substituir na maioria das vezes a

esferograacutefica pela cacircmera de filmar

Uma cacircmera que ele deveraacute dominar bem mas tambeacutem com a qual vai escrever uma histoacuteria os planos substituindo entatildeo as palavras Uma sintaxe toma o lugar da outra Os teacutecnicos de som de iluminaccedilatildeo e de montagem satildeo-lhe familiares Pode em alguns casos trabalhar sozinho Egrave cada vez mais frequumlente partir em reportagem ou em grande reportagem com equipe reduzida acompanhada apenas por jornalista redator

Eacute mesmo verdade que no meio televisivo uma boa imagem por vezes

substitui um bom texto e ateacute o dispensa Natildeo eacute possiacutevel por exemplo imaginar nos

dias de hoje um noticiaacuterio sobre guerra sem que sejam mostradas imagens E

muitas vezes inspirados nas imagens que os jornalistas produzem seus textos

Sem duacutevida a funccedilatildeo do repoacuterter cinematograacutefico eacute de vital importacircncia

para o jornalismo Uma saiacuteda bastante praacutetica para solucionar o problema desses

profissionais no que se refere agrave ausecircncia de cursos de graduaccedilatildeo seria incluir uma

cadeira sobre o assunto nos cursos de jornalismo Com isso os profissionais da

aacuterea e os interessados em abraccedilar a profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico se

sentiriam motivados a ingressar numa faculdade e quem sabe assim esse

preconceito absurdo seria definitivamente eliminado pondo fim ao estigma de ser

apenas um coadjuvante na confecccedilatildeo da notiacutecia

37

CONCLUSAtildeO

Num momento em que o mundo passa por tantas transformaccedilotildees

decorrentes da evoluccedilatildeo tecnoloacutegica da era da informaccedilatildeo e da globalizaccedilatildeo da

economia o jornalismo profissional ndash seacuterio e bem documentado - ganha relevo em

sua missatildeo de informar opinar e entreter a sociedade em seu cotidiano

A televisatildeo nos dias contemporacircneos pode transmitir ao puacuteblico muito

mais do que o fazia quando foi criada A novidade surgiu em 1923 nos Estados

Unidos e se tornou conhecida no Brasil nos anos 50 De iniacutecio apenas uma

finiacutessima parcela da populaccedilatildeo tinha acesso ao produto e tempos depois

transformou-se num poderoso meio de comunicaccedilatildeo em massa

Para fazer o telejornalismo eacute necessaacuterio uma equipe formada de repoacuterter

cinegrafista redator fotoacutegrafo editor teacutecnicos de som de iluminaccedilatildeo e de

montagens

Diante do exposto natildeo resta duacutevidas de que o repoacuterter cinematograacutefico eacute

antes de qualquer coisa jornalista como os outros Ele deve saber preparar a sua

reportagem efetuaacute-la escrever o seu comentaacuterio sobre imagens

Se eacute certo que ele substitui a esferograacutefica pela cacircmera de filmar tambeacutem

eacute verdade que por meio dela ele escreve uma histoacuteria A diferenccedila eacute que substitui

as palavras pelas imagens que seus olhos treinados conseguem captar

38

Em muitas situaccedilotildees o repoacuterter cinematograacutefico acumula as funccedilotildees dos

teacutecnicos de iluminaccedilatildeo som e montagem trabalhando somente com o jornalista

redator E eacute com base nas imagens captadas que os jornalistas produzem seus

textos

Muitas vezes os cinegrafistas produzem imagens tatildeo impressionantes

que eacute difiacutecil para o jornalista descrevecirc-las com palavras podendo surgir eventuais

conflitos entre os dois

Neste contexto a presente monografia procurou enfocar a importacircncia

deste profissional que para ser reconhecido por seus pares e tambeacutem para ter

oportunidade de aumentar seus conhecimentos e aperfeiccediloar suas teacutecnicas

necessita que seja inserida uma cadeira sobre sua aacuterea nos cursos de graduaccedilatildeo

de jornalismo

Para serem admitidos como jornalistas pelas televisotildees profissionais

exige-se formaccedilatildeo acadecircmica em jornalismo Haacute aqui um paradoxo visto que a

profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico tem sua funccedilatildeo regulamentada pelo Decreto

Lei n 83284 de 13 marccedilo de 1969 que atribui normas para o exerciacutecio da profissatildeo

de jornalista e segundo o qual o repoacuterter cinematograacutefico estaacute inserido como

jornalista que capta imagens para fins jornaliacutesticos

Note-se que a partir do momento em que os cursos de jornalismo

incluiacuterem uma cadeira voltada para a reportagem cinematograacutefica todos os que se

formarem no curso e optarem por esse caminho notadamente seratildeo reconhecidos

como jornalistas

39

Haacute que se considerar a questatildeo dos antigos profissionais da aacuterea

aqueles que conhecem tudo sobre a profissatildeo e conforme dito no decorrer da

presente costumam ensinar os receacutem-formados no iniacutecio de suas carreiras

Eacute injusta a falta de reconhecimento desses profissionais

Tal situaccedilatildeo demonstra que o preconceito em relaccedilatildeo a eles faz parte de

uma cultura arraigada entre os proacuteprios colegas de profissatildeo e que acaba se

estendendo pelos bancos acadecircmicos e que precisa ser trabalhada desmistificada

pois natildeo tem razatildeo de existir

40

REFEREcircNCIAS

ALVES FILHO Joseacute Falta de reconhecimento 2005 Disponiacutevel em

lthttpwwwmeionortecomblogaspp=11ampid=12gt Acesso em 27 Mar2006

ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE NORMAS TEacuteCNICAS NBR 10520 informaccedilatildeo e

documentaccedilatildeo trabalhos acadecircmicos apresentaccedilatildeo Rio de Janeiro 2002

ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE NORMAS TEacuteCNICAS NBR 6023 informaccedilatildeo e

documentaccedilatildeo elaboraccedilatildeo Rio de Janeiro 2002

Associaccedilatildeo Profissional de Repoacuterteres Fotograacuteficos e Cinematograacuteficos do Brasil

(Arfoc Brasil) 2006 Disponiacutevel em lthttpwwwarfocorgbrgt Acesso em 20

Mar2006

Associaccedilatildeo Profissional de Repoacuterteres Fotograacuteficos e Cinematograacuteficos do Brasil

(Arfoc Brasil) 2006 Disponiacutevel em lthttpwwwarfocorgbrgt Acesso em 20

Mar2006

Associaccedilatildeo Profissional de Repoacuterteres Fotograacuteficos e Cinematograacuteficos do Brasil

(Arfoc Brasil) 2006 Disponiacutevel em lthttpwwwarfocorgbrgt Acesso em 20

Mar2006

Brasil Antocircnio Claacuteudio Telejornalismo e internet e guerrilha tecnoloacutegica Satildeo

Paulo Ciecircncia Moderna 2002

BRASIL Antonio Cinegrafistas exigem creacuteditos 2004 In Observatoacuterio da

Imprensa Disponiacutevel em

lthttpobservatorioultimosegundoigcombrartigosaspcod=280ASP020gt Acesso

em 30 Mar2006

CASTRO Thell 1960-1964 A TV Excelsior revoluciona a televisatildeo brasileira In

Telehistoacuteria TV Excelsior Disponiacutevel em

41

lthttpwwwtelehistoriacombrcanaisemissorasexcelsiorexcelsior3htmgt Acesso

em 03 Mar2006

Curado Olga A notiacutecia na TV o dia-a-dia de quem faz jornalismo Alegro 2002

CURTY Marlene Gonccedilalves CRUZ Anamaria da Costa MENDES Maria Tereza

Reis Apresentaccedilatildeo de trabalhos acadecircmicos dissertaccedilotildees e teses (NBR

147242002) Maringaacute Dental Press 2002

DIZARD JR Wilson A nova miacutedia a comunicaccedilatildeo de massa na Era da informaccedilatildeo

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45

ANEXO I ndash DECRETO Nordm 83284 DE 13 DE MARCcedilO DE 1979

PROFISSAtildeO DE JORNALISTA

Daacute nova regulamentaccedilatildeo ao Decreto-lei nordm 972 de 17 de outubro de 1969 que dispotildee sobre o exerciacutecio da profissatildeo de Jornalista em decorrecircncia das alteraccedilotildees introduzidas pela Lei nordm 6612 de 7 de dezembro de 1978

O Presidente da Repuacuteblica usando da atribuiccedilatildeo que lhe confere o art 81 item

III da Constituiccedilatildeo decreta

Art 1ordm Eacute livre em todo territoacuterio nacional o exerciacutecio da profissatildeo de Jornalista aos que satisfazerem as condiccedilotildees estabelecidas neste Decreto

Art 2ordm A profissatildeo de Jornalista compreende privativamente o exerciacutecio habitual e remunerado de qualquer das seguintes atividades

I - redaccedilatildeo condensaccedilatildeo titulaccedilatildeo interpretaccedilatildeo correccedilatildeo ou coordenaccedilatildeo de mateacuteria a ser divulgada contenha ou natildeo comentaacuterio

II - comentaacuterio ou crocircnica pelo raacutedio ou pela televisatildeo III - entrevista inqueacuterito ou reportagem escrita ou falada IV - planejamento organizaccedilatildeo direccedilatildeo e eventual execuccedilatildeo de serviccedilos

teacutecnicos de Jornalismo como os de arquivo ilustraccedilatildeo ou distribuiccedilatildeo graacutefica de mateacuteria a ser divulgada

V - planejamento organizaccedilatildeo e administraccedilatildeo teacutecnica dos serviccedilos de que trata a aliacutenea ldquoardquo

VI - ensino de teacutecnicas de Jornalismo VII - coleta de notiacutecias ou informaccedilotildees e seu preparo para divulgaccedilatildeo VIII - revisatildeo de originais de mateacuteria jornaliacutestica com vistas agrave correccedilatildeo

redacional e agrave adequaccedilatildeo da linguagem XIX - organizaccedilatildeo e conservaccedilatildeo de arquivo jornaliacutestico e pesquisa dos

respectivos dados para a elaboraccedilatildeo de notiacutecias X - execuccedilatildeo de distribuiccedilatildeo graacutefica de texto fotografia ou ilustraccedilatildeo de

caraacuteter jornaliacutestico para fins de divulgaccedilatildeo XI - execuccedilatildeo de desenhos artiacutesticos ou teacutecnicos de caraacuteter jornaliacutestico para

fins de divulgaccedilatildeo Art 3ordm Considera-se empresa jornaliacutestica para os efeitos deste Decreto-lei

aquela que tenha como atividade a ediccedilatildeo de jornal ou revista ou a distribuiccedilatildeo de noticiaacuterio com funcionamento efetivo idoneidade financeira e registro legal

sect 1ordm Equipara-se agrave empresa jornaliacutestica a seccedilatildeo ou serviccedilo de empresa de radiofusatildeo televisatildeo ou divulgaccedilatildeo cinematograacutefica ou de agecircncia de publicidade onde sejam exercidas as atividades previstas no artigo 2ordm0

sect 2ordm A entidade puacuteblica ou privada natildeo jornaliacutestica sob cuja responsabilidade se editar publicaccedilatildeo destinada a circulaccedilatildeo externa estaacute obrigada ao cumprimento deste decreto relativamente aos jornalistas que contratar

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Art 4ordm O exerciacutecio da profissatildeo de jornalista requer preacutevio registro no oacutergatildeo regional do Ministeacuterio do Trabalho que se faraacute mediante a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash diploma de curso de niacutevel superior de Jornalismo ou de Comunicaccedilatildeo Social habilitaccedilatildeo Jornalismo fornecido por estabelecimento de ensino reconhecido na forma da lei para as funccedilotildees relacionadas nos itens I a IV do artigo 11

IV ndash Carteira de Trabalho e Previdecircncia Social

Paraacutegrafo uacutenico ndash Aos profissionais registrados exclusivamente para o exerciacutecio das funccedilotildees relacionadas nos itens VII a XI do artigo 11 eacute vedado o exerciacutecio das funccedilotildees constantes nos itens I a VII do mesmo artigo

Art 5ordm O Ministeacuterio do Trabalho concederaacute desde que satisfeitas as exigecircncias constantes neste Decreto registro especial ao

I ndash colaborador assim entendido aquele que mediante remuneraccedilatildeo e sem relaccedilatildeo de emprego produz trabalho de natureza teacutecnica cientiacutefica ou cultural relacionando com a sua especializaccedilatildeo para ser divulgado com o nome e qualificaccedilatildeo do autor

II ndash funcionaacuterio puacuteblico titular de cargo cujas atribuiccedilotildees legais coincidam com as mencionadas no artigo 2ordm

III ndash provisionado

Paraacutegrafo uacutenico ndash O registro de que tratam os itens I e II deste artigo natildeo implica o reconhecimento de quaisquer direitos que decorram da condiccedilatildeo de empregado nem no caso do item II dos resultantes do exerciacutecio privado e autocircnomo da profissatildeo

Art 6ordm Para o registro especial de colaborador eacute necessaacuteria a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash declaraccedilatildeo de empresa jornaliacutestica ou que a ela seja equiparada informando do seu interesse pelo registro de colaborador do candidato onde conste a sua especializaccedilatildeo remuneraccedilatildeo contratada e pseudocircnimo se houver

Art 7ordm Para o registro especial de funcionaacuterio puacuteblico titular de cargo cujas atribuiccedilotildees legais coincidam com as mencionadas no artigo 2ordm eacute necessaacuterio a apresentaccedilatildeo de ato de nomeaccedilatildeo ou contrataccedilatildeo para cargo ou emprego com aquelas atribuiccedilotildees aleacutem do cumprimento do que estabelece o artigo 4ordm

Art 8ordm Para o registro especial de provisionado eacute necessaacuterio a apresentaccedilatildeo de

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I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash declaraccedilatildeo fornecida pela empresa jornaliacutestica ou que a ela seja equiparada na qual conste a funccedilatildeo a ser exercida e o salaacuterio correspondente

IV ndash diploma de curso de niacutevel superior ou certificado de ensino de 2ordm grau fornecido por estabelecimento de ensino reconhecido na forma da lei para as funccedilotildees relacionadas nos itens I a VII do artigo 11

V ndash declaraccedilatildeo fornecida pela entidade sindical representativa da categoria profissional com base territorial abrangendo o municiacutepio no qual o provisionado iraacute desempenhar suas funccedilotildees de que natildeo haacute jornalista associado do Sindicato domiciliado naquele municiacutepio disponiacutevel da contrataccedilatildeo

VI ndash Carteira de Trabalho e Previdecircncia Social

sect 1ordm A declaraccedilatildeo de que trata o item V deveraacute ser fornecida pelo Sindicato ao interessado no prazo de 3 dias uacuteteis

sect 2ordm Caso exista profissional domiciliado no municiacutepio disponiacutevel para contrataccedilatildeo o Sindicato comunicaraacute tal fato ao Ministeacuterio do Trabalho no mesmo prazo de 3 dias a contar do pedido de fornecimento da declaraccedilatildeo de que trata o item V

sect 3ordm Caso o Sindicato natildeo forneccedila a declaraccedilatildeo de que trata o item V no prazo mencionado no sect 1ordm o interessado poderaacute instruir seu pedido de registro com o protocolo de apresentaccedilatildeo do requerimento ao Sindicato

sect 4ordm Na hipoacutetese prevista no paraacutegrafo anterior o Ministeacuterio do Trabalho concederaacute ao Sindicato prazo natildeo superior a 3 dias para se manifestar sobre o fornecimento da declaraccedilatildeo caso natildeo tenha ocorrido o fato constante no sect 2ordm

sect 5ordm O registro especial de provisionado teraacute caraacuteter temporaacuterio com duraccedilatildeo maacutexima de trecircs anos renovaacutevel somente com a apresentaccedilatildeo de toda a documentaccedilatildeo prevista neste artigo

Art 9ordm Seraacute efetuado no Ministeacuterio do Trabalho registro dos diretores de empresas jornaliacutesticas que natildeo sendo jornalistas respondem pelas respectivas publicaccedilotildees para o que eacute necessaacuterio a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash prova de registro civil ou comercial da empresa jornaliacutestica com o inteiro teor do seu ato constitutivo

IV ndash prova de depoacutesito do tiacutetulo da publicaccedilatildeo ou da agecircncia de notiacutecias no oacutergatildeo competente do Ministeacuterio da Induacutestria e do Comeacutercio

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V ndash 30 exemplares do jornal ou 12 exemplares da revista ou 30 recortes ou coacutepias de noticiaacuterio com datas diferentes de sua divulgaccedilatildeo

sect 1ordm Tratando-se de empresa nova o Ministeacuterio do Trabalho efetuaraacute registro provisoacuterio com validade por 2 anos tornando-se definitivo apoacutes a comprovaccedilatildeo constante do item V deste artigo

sect 2ordm Natildeo seraacute admitida renovaccedilatildeo ou prorrogaccedilatildeo do prazo de validade do registro provisoacuterio previsto no paraacutegrafo anterior

Art 10ordm Seraacute efetuado no Ministeacuterio do Trabalho registro especial do diretor de empresa natildeo jornaliacutestica sob cuja responsabilidade se editar publicaccedilatildeo destinada agrave circulaccedilatildeo externa ou interna para o que se exigiraacute a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash prova de depoacutesito do tiacutetulo da publicaccedilatildeo no oacutergatildeo competente do Ministeacuterio da Induacutestria e do Comeacutercio

Art 11 ndash As funccedilotildees desempenhadas pelos jornalistas como empregados seratildeo assim classificadas

I - Redator aquele que aleacutem das incumbecircncias de redaccedilatildeo comum tem o encargo de redigir editoriais crocircnicas ou comentaacuterios

II - Noticiarista aquele que tem o encargo de redigir mateacuterias de caraacuteter informativo desprovidas de apreciaccedilotildees ou comentaacuterios preparando-as ou redigindo-as para a divulgaccedilatildeo

III - Repoacuterter aquele que cumpre a determinaccedilatildeo de colher notiacutecias ou informaccedilotildees preparando-as para divulgaccedilatildeo

IV - Repoacuterter de setor aquele que tem o encargo de colher notiacutecias ou informaccedilotildees sobre assuntos predeterminados preparando-as ou redigindo-as para divulgaccedilatildeo

V - Raacutedio-repoacuterter aquele a quem cabe a difusatildeo oral de acontecimento ou entrevista pelo raacutedio ou pela televisatildeo no instante ou no local em que ocorram assim como o comentaacuterio ou crocircnica pelos mesmos veiacuteculos

VI - Arquivista-pesquisador aquele que tem a incumbecircncia de organizar e conservar cultural e tecnicamente o arquivo redatorial procedendo agrave pesquisa dos respectivos dados para a elaboraccedilatildeo de notiacutecias

VII - Revisor aquele que tem o encargo de rever as provas tipograacuteficas de mateacuteria jornaliacutestica

VIII - Ilustrador aquele que tem a seu cargo criar ou executar desenhos artiacutesticos ou teacutecnicos de caraacuteter jornaliacutestico

XIX - Repoacuterter-fotograacutefico aquele a quem cabe registrar fotograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico

X - Repoacuterter-cinematograacutefico aquele a quem cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico

XI - Diagramador aquele a quem compete planejar e executar a distribuiccedilatildeo graacutefica de mateacuterias fotografias ou ilustraccedilotildees de caraacuteter jornaliacutestico para fins de publicaccedilatildeo

Paraacutegrafo uacutenico ndash Os Sindicatos seratildeo ouvidos sobre o exato enquadramento de cada profissional

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Art 12ordm Seratildeo privativas de jornalista as funccedilotildees pertinentes agraves atividades

descritas no artigo 2ordm tais como Editor Secretaacuterio Subsecretaacuterio Chefe de reportagem e Chefe de Revisatildeo

Art 13ordm Natildeo haveraacute incompatibilidade entre o exerciacutecio da profissatildeo de Jornalista e o de qualquer outra funccedilatildeo remunerada ainda que puacuteblica respeitadas a proibiccedilatildeo de acumular cargos e as demais restriccedilotildees de lei

Art 14ordm Seraacute passiacutevel de trancamento o registro profissional do jornalista que sem motivo legal deixar de exercer a profissatildeo por mais de 2 anos

sect 1ordm Natildeo incide na cominaccedilatildeo deste artigo o afastamento decorrente de a) suspensatildeo ou interrupccedilatildeo do contrato de trabalho b) aposentadoria como jornalista c) viagem ou bolsa de estudo para aperfeiccediloamento profissional d) desemprego apurado na forma da Lei nordm 4923 de 23 de dezembro de

1965

sect 2ordm O trancamento seraacute da competecircncia do oacutergatildeo regional do Ministeacuterio do Trabalho de ofiacutecio ou requerimento da entidade sindical representativa da categoria profissional cabendo a esta fazer publicar em oacutergatildeo oficial por trecircs vezes consecutivas e dentro de um interstiacutecio de dois anos a relaccedilatildeo dos jornalistas cujos registros pretende trancar

sect 3ordm Os oacutergatildeos do Ministeacuterio do Trabalho prestaratildeo aos sindicatos representativos da categoria profissional as informaccedilotildees que lhes forem solicitadas especialmente quanto ao registro de admissotildees e dispensas nas empresas jornaliacutesticas realizando as inspeccedilotildees que se tornarem necessaacuterias para a verificaccedilatildeo do exerciacutecio da profissatildeo de jornalista

sect 4ordm O exerciacutecio da atividade em empresa natildeo jornaliacutestica mencionada no artigo 3ordm sect 2ordm natildeo constituiraacute prova suficiente de permanecircncia na profissatildeo se a publicaccedilatildeo e seu responsaacutevel natildeo tiverem registro nos termos deste Decreto

sect 5ordm O registro trancado suspende a titularidade e o exerciacutecio das prerrogativas profissionais mas pode ser revalidado mediante apresentaccedilatildeo dos documentos mencionados nos itens II e III do artigo 4ordm

Art 15ordm O salaacuterio de jornalista natildeo poderaacute ser reajustado nos contratos individuais de trabalho para a jornada normal de 5 horas em base inferior agrave do salaacuterio estipulado para a respectiva funccedilatildeo em acordo ou convenccedilatildeo coletiva de trabalho ou sentenccedila normativa das Justiccedila do Trabalho

Paraacutegrafo uacutenico ndash Em negociaccedilatildeo ou dissiacutedio coletivo poderatildeo os Sindicatos de Jornalistas reclamar o estabelecimento de criteacuterio de remuneraccedilatildeo adicional pela divulgaccedilatildeo de trabalho produzido por jornalistas em mais de um veiacuteculo de comunicaccedilatildeo coletiva

Art 16ordm A admissatildeo de provisionado para exercer funccedilotildees relacionadas nos itens I a VII do artigo 11 seraacute permitida nos municiacutepios onde natildeo existia curso de Jornalismo reconhecido na forma de lei e comprovadamente natildeo haja jornalista domiciliado associado do sindicato representativo da categoria profissional disponiacutevel para contrataccedilatildeo

Paraacutegrafo uacutenico ndash O provisionado nos termos deste artigo poderaacute exercer suas atividades somente no municiacutepio para o qual foi registrado

Art 17ordm Os atuais portadores de registro especial de provisionado poderatildeo exercer suas atividades no Estado onde foram contratados

Art 18 ndash A fiscalizaccedilatildeo do cumprimento dos dispositivos deste Decreto se faraacute na forma do artigo 626 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho sendo aplicaacutevel aos

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infratores multa variaacutevel de 1 a 10 vezes o maior valor de referecircncia fixado de acordo com o artigo 2ordm paraacutegrafo uacutenico da Lei nordm 6205 de 29 de abril de 1975

Paraacutegrafo uacutenico ndash Aos sindicatos representativos da categoria profissional incumbe representar agraves autoridades competentes acerca do exerciacutecio irregular da profissatildeo de Jornalista

Art 19ordm Constitui fraude a prestaccedilatildeo de serviccedilos profissionais gratuitos ou com pagamentos simboacutelicos sob pretexto de estaacutegio bolsa de complementaccedilatildeo convecircnio ou qualquer outra modalidade em desrespeito agrave legislaccedilatildeo trabalhista e a este regulamento

Art 20ordm O disposto neste Decreto natildeo impede a conclusatildeo dos estaacutegios comprovadamente iniciados antes da vigecircncia da Lei nordm 6612 de 7 de dezembro de 1978 os quais entretanto natildeo conferiratildeo por si soacutes direito ao registro profissional

Art 21ordm Este Decreto entra em vigor na data da sua publicaccedilatildeo revogadas as disposiccedilotildees em contraacuterio especialmente os Decretos nordms 65912 de 19 de dezembro de 1969 e 68629 de 18 de maio de 1971

Brasiacutelia 13 de marccedilo de 1979 158ordm da Independecircncia e 91ordm da Repuacuteblica (DO de 13-3-79)

Ernesto Geisel Arnaldo Prieto

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ANEXO II ndash ACOacuteRDAtildeO TST-AIRR-6182001-751-04-401

Acoacuterdatildeo Inteiro Teor NUacuteMERO UacuteNICO PROC AIRR - 6182001-751-04-40 PUBLICACcedilAtildeO DJ - 10022006 Andamento do Processo

PROC Nordm TST-AIRR-6182001-751-04-401 C A C Oacute R D Atilde O 1ordf Turma EMPMs REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO CARACTERIZACcedilAtildeO INDEPENDEcircNCIA NO EXERCIacuteCIO DE SUAS ATIVIDADES REGISTROS DE ASSUNTOS E TEMAacuteTICAS DE INTERESSES JORNALIacuteSTICOS 1 Segundo o Tribunal Regional do Trabalho o Reclamante no exerciacutecio de suas atividades aleacutem de ter acompanhado o repoacuterter entrevistador na produccedilatildeo de mateacuterias fato que por si soacute natildeo lhe retira a condiccedilatildeo de jornalista - e tambeacutem de acordo com depoimentos testemunhais saiacutea agrave rua com a pauta que lhe era dirigida para sozinho produzir as mateacuterias solicitadas pelo empregador o que de acordo com o teor dos dispositivos tidos por vulnerados permite concluir o exerciacutecio da profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico e natildeo simplesmente de operador de cacircmera visto que ao sair agraves ruas para a produccedilatildeo de mateacuterias cumpria seu ofiacutecio obviamente mediante registros de fatos e (ou) assuntos de interesses notadamente jornaliacutestico considerando para tanto a proacutepria natureza da atividade empresarial exercida pela empregadora Inviaacutevel portanto a admissibilidade do recurso de revista em razatildeo da impossibilidade de exame da alegaccedilatildeo de afronta ao Decreto nordm 8413479 visto tratar-se de hipoacutetese natildeo contemplada na letra c do artigo 896 da CLT Por outro lado por violaccedilatildeo dos artigos 2ordm da Lei nordm 661578 e 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 tambeacutem natildeo logra ecircxito a Agravante no intuito de ver autorizado o processamento do recurso de revista No primeiro dispositivo apenas dispotildee-se que o radialista eacute o empregado de radiodifusatildeo exercente de atividades voltadas agrave administraccedilatildeo produccedilatildeo ou teacutecnica No segundo definem-se as profissotildees de repoacuterter e repoacuterter cinematograacutefico salientando-se que a esse uacuteltimo cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico hipoacutetese identificada pelo Regional 2 Agravo de instrumento a que se nega provimento Vistos relatados e discutidos estes autos do Agravo de Instrumento em Recurso de Revista nordm TST-AIRR-6182001-751-04-401 em que eacute Agravante RBS TV SANTA ROSA LTDA e Agravado CLOacuteVIS SANTACATARINA A Reclamada interpotildee agravo de instrumento ao despacho de fls 113-115 mediante o qual foi denegado seguimento ao recurso de revista sob o fundamento de que a decisatildeo decorreu da aplicaccedilatildeo das normas pertinentes uma vez que da situaccedilatildeo faacutetica delineada nos autos natildeo haacute como se extrair ofensa ao artigo 2ordm da Lei nordm 661578 na forma do artigo 896 c da CLT Contraminuta agraves fls 122-124 Natildeo houve remessa dos autos agrave Procuradoria Geral do Trabalho em face da orientaccedilatildeo emanada da Resoluccedilatildeo Administrativa nordm 322 atualmente retratada no artigo 82 do Regimento Interno do Tribunal Superior do

52

Trabalho Eacute o relatoacuterio V O T O I CONHECIMENTO Conheccedilo do agravo de instrumento porque regular e tempestivo II MEacuteRITO O Tribunal Regional ao apreciar o recurso ordinaacuterio interposto pela Reclamada no tocante ao reconhecimento da condiccedilatildeo de jornalista ao Reclamante pela Vara do Trabalho decidiu O MM Juiacutezo de primeiro grau acolheu as alegaccedilotildees do reclamante de exerciacutecio de profissatildeo jornaliacutestica de repoacuterter cinematograacutefico condenando a reclamada a pagar diferenccedilas salariais e reflexos Contra esta decisatildeo volta-se a reacute sustentando que o reclamante era operador de cacircmera funccedilatildeo capitulada na profissatildeo de radialista A recorrente tem razatildeo parcialmente Tomando-se a hipoacutetese de confirmar a sentenccedila enquanto reconhece ter o reclamante exercido a funccedilatildeo de repoacuterter cinematograacutefico em todo o contrato existe um marco temporal e juriacutedico que deve ser considerado A funccedilatildeo de repoacuterter cinematograacutefico eacute exclusiva da profissatildeo de jornalista Eacute uma atividade que estaacute reservada aos jornalistas formados assim como estabelecido no DL 97269 O reclamante natildeo demonstra a partir de quando conquistou a diplomaccedilatildeo como jornalista devendo-se considerar apenas pelo que oferecem os autos a data de 16 de junho de 1998 dia em que o reclamante foi registrado no Ministeacuterio do Trabalho como jornalista profissional na funccedilatildeo especiacutefica de repoacuterter cinematograacutefico Considerando que o Ministeacuterio do Trabalho natildeo pode registrar jornalistas natildeo diplomados exceccedilatildeo feita aos provisionados tem-se que o reclamante adquiriu esta condiccedilatildeo nesse dia Antes embora pudesse fazer ou fizesse atividades privativas de jornalistas natildeo pode ser considerado juridicamente como tal Assim em qualquer hipoacutetese de manutenccedilatildeo do reconhecimento da funccedilatildeo de jornaliacutestica esta deve gerar os efeitos pleiteados somente a partir de 16 de junho de 1998 Jaacute quanto a ter exercido ou natildeo funccedilatildeo jornaliacutestica a conclusatildeo eacute de manutenccedilatildeo da sentenccedila Natildeo eacute o fato de estar acompanhado por repoacuterter entrevistador que o cinegrafista perde a condiccedilatildeo de jornalista Trata-se de uma equipe de profissionais jornalistas Um exemplo que melhor ilustra o descabimento da distinccedilatildeo que pretende fazer o apelo eacute a situaccedilatildeo dos fotoacutegrafos ou repoacuterteres fotograacuteficos O fotoacutegrafo sai com a pauta junto com o repoacuterter (ou natildeo e isto tambeacutem acontecia com o reclamante como o reconhecem as testemunhas inclusive trazidas pela reclamada) e enquanto o repoacuterter investiga os dados necessaacuterios para a mateacuteria o fotoacutegrafo registra as cenas mas nem por isto eacute rebaixado da condiccedilatildeo de jornalista para dir- se-ia operador de cacircmera fotograacutefica O que se pode discutir seria o interesse jornaliacutestico das mateacuterias cobertas pelo jornalista reclamante Com efeito os comerciais produzidos e gravados pelo autor natildeo tecircm esse interesse e os eventos promocionais da reclamada recebem dela mesma uma atribuiccedilatildeo desse interesse embora natildeo o tenha imediata e objetivamente mas para efeitos do trabalho executado pelo reclamante deve ser considerado um trabalho jornaliacutestico Foi correta a decisatildeo natildeo merecendo qualquer reparo a natildeo ser o juriacutedico-temporal jaacute mencionado Nesta perspectiva o provimento do recurso eacute parcial (fls 97-99) Ao interpor o recurso de revista a Empresa alegou que o Reclamante na condiccedilatildeo de operador de cacircmera e operador de cacircmera de unidade portaacutetil externa acompanhando o repoacuterter como reconheceu o Regional natildeo pode ser

53

enquadrado como jornalista porquanto ao repoacuterter eacute dado cumprir a determinaccedilatildeo de coletar notiacutecias ou informaccedilotildees e elaboraacute-las a fim de viabilizar posterior divulgaccedilatildeo e ao repoacuterter-cinematograacutefico cabe registrar cinematograficamente fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico razatildeo pela qual entende que a atividade do Reclamante eacute proacutepria de radialista categoria agrave qual pertencia Acrescenta que o artigo 2ordm da Lei nordm 661578 estabelece considera-se radialista o empregado de Radiodifusatildeo que exerccedila uma das funccedilotildees em que se desdobram as atividades mencionadas no artigo 4ordm ou seja operador de cacircmara e operador de cacircmara de unidade portaacutetil externa cuja regulamentaccedilatildeo profissional consta do Decreto nordm 8413479 e as atribuiccedilotildees do Quadro Anexo do mesmo decreto item II letra c nordm 3 com a seguinte redaccedilatildeo encarrega-se da gravaccedilatildeo de mateacuteria distribuiacuteda pelo Supervisor de Operaccedilotildees planifica e orienta o entrevistador repoacuterter e iluminador no que se refere aos aspectos teacutecnicos de seu trabalho suas atividades envolvem tanto a gravaccedilatildeo como a geraccedilatildeo de som e imagem atraveacutes de equipamentos eletrocircnico portaacutetil de TV Fundamenta o apelo em violaccedilatildeo dos artigos 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 2ordm da Lei nordm 661578 e do Decreto nordm 8413479 e Quadro Anexo do mesmo decreto item II letra c nordm 3 Inicialmente deve-se registrar a impossibilidade de exame da alegaccedilatildeo de afronta ao Decreto nordm 8413479 visto tratar-se de hipoacutetese natildeo contemplada na letra c do artigo 896 da CLT No tocante agrave ofensa aos artigos 2ordm da Lei nordm 661578 e 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 tambeacutem natildeo logra ecircxito a Agravante no intuito de ver autorizado o processamento do recurso de revista No primeiro dispositivo apenas dispotildee-se que o radialista eacute o empregado de radiodifusatildeo exercente de atividades voltadas agrave administraccedilatildeo produccedilatildeo ou teacutecnica No segundo definem-se as profissotildees de repoacuterter e repoacuterter cinematograacutefico salientando-se que a esse uacuteltimo cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico Ora dos termos da decisatildeo impugnada via recurso de revista nada haacute que conflite com tais dispositivos legais Afinal segundo o Tribunal Regional do Trabalho o Reclamante no exerciacutecio de suas atividades aleacutem de ter acompanhado o repoacuterter entrevistador na produccedilatildeo de mateacuterias fato que por si soacute natildeo lhe retira a condiccedilatildeo de jornalista - tambeacutem de acordo com depoimentos testemunhais saiacutea agrave rua com a pauta que lhe era dirigida para sozinho produzir as mateacuterias solicitadas pelo empregador o que de acordo com o teor dos dispositivos tidos por vulnerados permite concluir pelo exerciacutecio da profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico e natildeo simplesmente de operador de cacircmera visto que ao sair agraves ruas para a produccedilatildeo de mateacuterias cumpria seu ofiacutecio obviamente mediante registros de fatos e (ou) assuntos de interesses notadamente jornaliacutestico considerando para tanto a proacutepria natureza da atividade empresarial exercida pela empregadora Por esses fundamentos nego provimento ao agravo de instrumento ISTO POSTO ACORDAM os Ministros da Primeira Turma do Tribunal Superior do Trabalho por unanimidade negar provimento ao agravo de instrumento Brasiacutelia 9 de novembro de 2005 EMMANOEL PEREIRA Ministro Relator

NIA 3981288

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Page 33: REPÓRTER CINEMATOGRÁFICO É JORNALISTArepositorio.uniceub.br/bitstream/123456789/1670/2/20214825.pdf · trabalhos desenvolvidos. 5 ... tsunamis, cachoeiras em penhascos, ... deles

33

3 CURSO SUPERIOR PARA FORMACcedilAtildeO DE PROFISSIONAIS DA

AacuteREA

31 DESVALORIZACcedilAtildeO DA PROFISSAtildeO

Como outras inuacutemeras profissotildees tambeacutem o jornalista enfrenta crise no

seu acircmbito de trabalho Para superar a concorrecircncia garantir o seu emprego e

valorizar sua profissatildeo o jornalista de modo geral precisa especializar-se em

determinadas aacutereas e atualizar-se academicamente No mercado atual esse

profissional tem que lidar com o aumento de responsabilidade com o acuacutemulo de

funccedilotildees nas redaccedilotildees aleacutem de ser em geral mal remunerado e sofrer com o

constante risco de ser demitido

Conforme aponta Noblat (2003 p 36)

Exige-se do candidato a uma vaga nas redaccedilotildees que seja profissional completo e polivalente Ele tem de dominar todas as teacutecnicas para o exerciacutecio da profissatildeo manejar os instrumentos capazes de ajudaacute-lo a fazer o melhor trabalho e ter a niacutetida compreensatildeo do seu papel de jornalista multimiacutedia

Em plena era de globalizaccedilatildeo as perspectivas natildeo satildeo as melhores Tem

razatildeo Dizard Jr (2000 p 21) ao afirmar que uma das poucas certezas com que os

novos profissionais de miacutedia podem contar futuramente eacute que teratildeo que lidar com o

impacto das mudanccedilas tecnoloacutegicas e com a intensificaccedilatildeo da demanda por maior

envolvimento intelectual e habilitaccedilatildeo acadecircmica

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Para o repoacuterter cinematograacutefico e supervisor de cinegrafia da rede Globo

Heacutelio Alvarez concorda que a profissatildeo do repoacuterter cinematograacutefico e fotoacutegrafo eacute

desvalorizada e isto se deve segundo ele ao fato de que a valorizaccedilatildeo profissional

na atualidade se daacute por meio da educaccedilatildeo Enquanto os repoacuterteres geralmente

passaram por uma faculdade e vecircm de uma classe social mais alta os que

trabalham como repoacuterter cinematograacutefico em sua maioria satildeo aqueles que iniciam

carreira fazendo algum trabalho na televisatildeo sendo poucos os que comeccedilam no

jornalismo ndash o que acaba por desvalorizar a funccedilatildeo (Canal da imprensa sd)

32 REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO Eacute JORNALISTA

Noacutes uacuteltimos anos haacute um movimento que luta pelo reconhecimento do

repoacuterter cinematograacutefico como jornalista Duas recentes decisotildees nos tribunais do

paiacutes passaram a reconhecer os direitos desse profissional confirmando as teses

defendidas pela FENAJ (Federaccedilatildeo Nacional dos Jornalistas) e pelos sindicatos de

jornalistas

No ano passado o Tribunal Superior do Trabalho (TST) manteve decisatildeo

do Tribunal Regional do Trabalho do Rio Grande do Sul (TRT da 4ordf Regiatildeo) que

enquadrou como Jornalista um repoacuterter-cinematograacutefico que trabalhou na RBS TV

Santa Rosa Ltda Esse profissional tanto acompanhava repoacuterteres na produccedilatildeo de

reportagens jornaliacutesticas como tambeacutem saiacutea agraves ruas sozinho para produzir

reportagens estabelecidas em pautas previamente solicitadas pelo chefe de

redaccedilatildeo

35

A RBS seguindo a praacutetica infelizmente bastante comum entre as

empresas de televisatildeo sustentava que o trabalhador devia ser enquadrado como

radialista na tentativa de pagar um salaacuterio menor ao profissional uma vez que o

piso de radialista eacute inferior ao de jornalista Outra desvantagem para o profissional eacute

que os radialistas trabalham 8 horas diaacuterias ao contraacuterio de jornalistas que atuam 5

horas por dia O excesso de carga de trabalho vem trazendo problemas de sauacutede

para diversos repoacuterteres cinematograacuteficos enquadrados como radialistas

A Justiccedila do Trabalho firmou decisatildeo no sentido de que o fato de estar

acompanhado de repoacuterter natildeo retira do repoacuterter-cinematograacutefico a condiccedilatildeo de

Jornalista O profissional gauacutecho receberaacute as devidas diferenccedilas salariais retroativas

a 16 de junho de 1998 data que o prejudicado obteve seu registro de jornalista

profissional no Ministeacuterio do Trabalho (Espaccedilo Vital 2005)

Com essa decisatildeo passou a ser possiacutevel que os repoacuterteres

cinematograacuteficos encaminhem agraves Delegacias Regionais do Trabalho pedidos de

enquadramento como jornalistas Aliaacutes os proacuteprios sindicatos devem encaminhar

pedidos de fiscalizaccedilatildeo nas empresas para verificar o enquadramento dos repoacuterteres

cinematograacuteficos

Outro julgamento favoraacutevel ao profissional da aacuterea em comento conforme

divulgaccedilatildeo do FENAJ (2005) refere-se agrave decisatildeo da Terceira Turma do Superior

Tribunal de Justiccedila (STJ) que reconheceu os direitos do repoacuterter fotograacutefico Claacuteudio

Alves Pereira de receber indenizaccedilatildeo por danos materiais e morais devido agraves

inuacutemeras vezes em que o Jornal de Brasiacutelia republicou fotos suas sem creacutedito apoacutes

a sua demissatildeo em julho de 1990

36

Conforme o escritor portuguecircs Pierre Ganz (ANTONIO CARLOS) o

jornalista-repoacuterter de imagens eacute antes de qualquer coisa eacute um jornalista como os

outros Deve saber preparar a sua reportagem efetuaacute-la escrever o seu comentaacuterio

sobre imagens A diferenccedila reside no fato de ele substituir na maioria das vezes a

esferograacutefica pela cacircmera de filmar

Uma cacircmera que ele deveraacute dominar bem mas tambeacutem com a qual vai escrever uma histoacuteria os planos substituindo entatildeo as palavras Uma sintaxe toma o lugar da outra Os teacutecnicos de som de iluminaccedilatildeo e de montagem satildeo-lhe familiares Pode em alguns casos trabalhar sozinho Egrave cada vez mais frequumlente partir em reportagem ou em grande reportagem com equipe reduzida acompanhada apenas por jornalista redator

Eacute mesmo verdade que no meio televisivo uma boa imagem por vezes

substitui um bom texto e ateacute o dispensa Natildeo eacute possiacutevel por exemplo imaginar nos

dias de hoje um noticiaacuterio sobre guerra sem que sejam mostradas imagens E

muitas vezes inspirados nas imagens que os jornalistas produzem seus textos

Sem duacutevida a funccedilatildeo do repoacuterter cinematograacutefico eacute de vital importacircncia

para o jornalismo Uma saiacuteda bastante praacutetica para solucionar o problema desses

profissionais no que se refere agrave ausecircncia de cursos de graduaccedilatildeo seria incluir uma

cadeira sobre o assunto nos cursos de jornalismo Com isso os profissionais da

aacuterea e os interessados em abraccedilar a profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico se

sentiriam motivados a ingressar numa faculdade e quem sabe assim esse

preconceito absurdo seria definitivamente eliminado pondo fim ao estigma de ser

apenas um coadjuvante na confecccedilatildeo da notiacutecia

37

CONCLUSAtildeO

Num momento em que o mundo passa por tantas transformaccedilotildees

decorrentes da evoluccedilatildeo tecnoloacutegica da era da informaccedilatildeo e da globalizaccedilatildeo da

economia o jornalismo profissional ndash seacuterio e bem documentado - ganha relevo em

sua missatildeo de informar opinar e entreter a sociedade em seu cotidiano

A televisatildeo nos dias contemporacircneos pode transmitir ao puacuteblico muito

mais do que o fazia quando foi criada A novidade surgiu em 1923 nos Estados

Unidos e se tornou conhecida no Brasil nos anos 50 De iniacutecio apenas uma

finiacutessima parcela da populaccedilatildeo tinha acesso ao produto e tempos depois

transformou-se num poderoso meio de comunicaccedilatildeo em massa

Para fazer o telejornalismo eacute necessaacuterio uma equipe formada de repoacuterter

cinegrafista redator fotoacutegrafo editor teacutecnicos de som de iluminaccedilatildeo e de

montagens

Diante do exposto natildeo resta duacutevidas de que o repoacuterter cinematograacutefico eacute

antes de qualquer coisa jornalista como os outros Ele deve saber preparar a sua

reportagem efetuaacute-la escrever o seu comentaacuterio sobre imagens

Se eacute certo que ele substitui a esferograacutefica pela cacircmera de filmar tambeacutem

eacute verdade que por meio dela ele escreve uma histoacuteria A diferenccedila eacute que substitui

as palavras pelas imagens que seus olhos treinados conseguem captar

38

Em muitas situaccedilotildees o repoacuterter cinematograacutefico acumula as funccedilotildees dos

teacutecnicos de iluminaccedilatildeo som e montagem trabalhando somente com o jornalista

redator E eacute com base nas imagens captadas que os jornalistas produzem seus

textos

Muitas vezes os cinegrafistas produzem imagens tatildeo impressionantes

que eacute difiacutecil para o jornalista descrevecirc-las com palavras podendo surgir eventuais

conflitos entre os dois

Neste contexto a presente monografia procurou enfocar a importacircncia

deste profissional que para ser reconhecido por seus pares e tambeacutem para ter

oportunidade de aumentar seus conhecimentos e aperfeiccediloar suas teacutecnicas

necessita que seja inserida uma cadeira sobre sua aacuterea nos cursos de graduaccedilatildeo

de jornalismo

Para serem admitidos como jornalistas pelas televisotildees profissionais

exige-se formaccedilatildeo acadecircmica em jornalismo Haacute aqui um paradoxo visto que a

profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico tem sua funccedilatildeo regulamentada pelo Decreto

Lei n 83284 de 13 marccedilo de 1969 que atribui normas para o exerciacutecio da profissatildeo

de jornalista e segundo o qual o repoacuterter cinematograacutefico estaacute inserido como

jornalista que capta imagens para fins jornaliacutesticos

Note-se que a partir do momento em que os cursos de jornalismo

incluiacuterem uma cadeira voltada para a reportagem cinematograacutefica todos os que se

formarem no curso e optarem por esse caminho notadamente seratildeo reconhecidos

como jornalistas

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Haacute que se considerar a questatildeo dos antigos profissionais da aacuterea

aqueles que conhecem tudo sobre a profissatildeo e conforme dito no decorrer da

presente costumam ensinar os receacutem-formados no iniacutecio de suas carreiras

Eacute injusta a falta de reconhecimento desses profissionais

Tal situaccedilatildeo demonstra que o preconceito em relaccedilatildeo a eles faz parte de

uma cultura arraigada entre os proacuteprios colegas de profissatildeo e que acaba se

estendendo pelos bancos acadecircmicos e que precisa ser trabalhada desmistificada

pois natildeo tem razatildeo de existir

40

REFEREcircNCIAS

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documentaccedilatildeo trabalhos acadecircmicos apresentaccedilatildeo Rio de Janeiro 2002

ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE NORMAS TEacuteCNICAS NBR 6023 informaccedilatildeo e

documentaccedilatildeo elaboraccedilatildeo Rio de Janeiro 2002

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SOUSA FILHO Gelson Amaro de Jornalismo on-line Guia teoacuterico e praacutetico

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SQUIRRA Sebastiatildeo O telejornalismo brasileiro num cenaacuterio de

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ANEXO I ndash DECRETO Nordm 83284 DE 13 DE MARCcedilO DE 1979

PROFISSAtildeO DE JORNALISTA

Daacute nova regulamentaccedilatildeo ao Decreto-lei nordm 972 de 17 de outubro de 1969 que dispotildee sobre o exerciacutecio da profissatildeo de Jornalista em decorrecircncia das alteraccedilotildees introduzidas pela Lei nordm 6612 de 7 de dezembro de 1978

O Presidente da Repuacuteblica usando da atribuiccedilatildeo que lhe confere o art 81 item

III da Constituiccedilatildeo decreta

Art 1ordm Eacute livre em todo territoacuterio nacional o exerciacutecio da profissatildeo de Jornalista aos que satisfazerem as condiccedilotildees estabelecidas neste Decreto

Art 2ordm A profissatildeo de Jornalista compreende privativamente o exerciacutecio habitual e remunerado de qualquer das seguintes atividades

I - redaccedilatildeo condensaccedilatildeo titulaccedilatildeo interpretaccedilatildeo correccedilatildeo ou coordenaccedilatildeo de mateacuteria a ser divulgada contenha ou natildeo comentaacuterio

II - comentaacuterio ou crocircnica pelo raacutedio ou pela televisatildeo III - entrevista inqueacuterito ou reportagem escrita ou falada IV - planejamento organizaccedilatildeo direccedilatildeo e eventual execuccedilatildeo de serviccedilos

teacutecnicos de Jornalismo como os de arquivo ilustraccedilatildeo ou distribuiccedilatildeo graacutefica de mateacuteria a ser divulgada

V - planejamento organizaccedilatildeo e administraccedilatildeo teacutecnica dos serviccedilos de que trata a aliacutenea ldquoardquo

VI - ensino de teacutecnicas de Jornalismo VII - coleta de notiacutecias ou informaccedilotildees e seu preparo para divulgaccedilatildeo VIII - revisatildeo de originais de mateacuteria jornaliacutestica com vistas agrave correccedilatildeo

redacional e agrave adequaccedilatildeo da linguagem XIX - organizaccedilatildeo e conservaccedilatildeo de arquivo jornaliacutestico e pesquisa dos

respectivos dados para a elaboraccedilatildeo de notiacutecias X - execuccedilatildeo de distribuiccedilatildeo graacutefica de texto fotografia ou ilustraccedilatildeo de

caraacuteter jornaliacutestico para fins de divulgaccedilatildeo XI - execuccedilatildeo de desenhos artiacutesticos ou teacutecnicos de caraacuteter jornaliacutestico para

fins de divulgaccedilatildeo Art 3ordm Considera-se empresa jornaliacutestica para os efeitos deste Decreto-lei

aquela que tenha como atividade a ediccedilatildeo de jornal ou revista ou a distribuiccedilatildeo de noticiaacuterio com funcionamento efetivo idoneidade financeira e registro legal

sect 1ordm Equipara-se agrave empresa jornaliacutestica a seccedilatildeo ou serviccedilo de empresa de radiofusatildeo televisatildeo ou divulgaccedilatildeo cinematograacutefica ou de agecircncia de publicidade onde sejam exercidas as atividades previstas no artigo 2ordm0

sect 2ordm A entidade puacuteblica ou privada natildeo jornaliacutestica sob cuja responsabilidade se editar publicaccedilatildeo destinada a circulaccedilatildeo externa estaacute obrigada ao cumprimento deste decreto relativamente aos jornalistas que contratar

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Art 4ordm O exerciacutecio da profissatildeo de jornalista requer preacutevio registro no oacutergatildeo regional do Ministeacuterio do Trabalho que se faraacute mediante a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash diploma de curso de niacutevel superior de Jornalismo ou de Comunicaccedilatildeo Social habilitaccedilatildeo Jornalismo fornecido por estabelecimento de ensino reconhecido na forma da lei para as funccedilotildees relacionadas nos itens I a IV do artigo 11

IV ndash Carteira de Trabalho e Previdecircncia Social

Paraacutegrafo uacutenico ndash Aos profissionais registrados exclusivamente para o exerciacutecio das funccedilotildees relacionadas nos itens VII a XI do artigo 11 eacute vedado o exerciacutecio das funccedilotildees constantes nos itens I a VII do mesmo artigo

Art 5ordm O Ministeacuterio do Trabalho concederaacute desde que satisfeitas as exigecircncias constantes neste Decreto registro especial ao

I ndash colaborador assim entendido aquele que mediante remuneraccedilatildeo e sem relaccedilatildeo de emprego produz trabalho de natureza teacutecnica cientiacutefica ou cultural relacionando com a sua especializaccedilatildeo para ser divulgado com o nome e qualificaccedilatildeo do autor

II ndash funcionaacuterio puacuteblico titular de cargo cujas atribuiccedilotildees legais coincidam com as mencionadas no artigo 2ordm

III ndash provisionado

Paraacutegrafo uacutenico ndash O registro de que tratam os itens I e II deste artigo natildeo implica o reconhecimento de quaisquer direitos que decorram da condiccedilatildeo de empregado nem no caso do item II dos resultantes do exerciacutecio privado e autocircnomo da profissatildeo

Art 6ordm Para o registro especial de colaborador eacute necessaacuteria a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash declaraccedilatildeo de empresa jornaliacutestica ou que a ela seja equiparada informando do seu interesse pelo registro de colaborador do candidato onde conste a sua especializaccedilatildeo remuneraccedilatildeo contratada e pseudocircnimo se houver

Art 7ordm Para o registro especial de funcionaacuterio puacuteblico titular de cargo cujas atribuiccedilotildees legais coincidam com as mencionadas no artigo 2ordm eacute necessaacuterio a apresentaccedilatildeo de ato de nomeaccedilatildeo ou contrataccedilatildeo para cargo ou emprego com aquelas atribuiccedilotildees aleacutem do cumprimento do que estabelece o artigo 4ordm

Art 8ordm Para o registro especial de provisionado eacute necessaacuterio a apresentaccedilatildeo de

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I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash declaraccedilatildeo fornecida pela empresa jornaliacutestica ou que a ela seja equiparada na qual conste a funccedilatildeo a ser exercida e o salaacuterio correspondente

IV ndash diploma de curso de niacutevel superior ou certificado de ensino de 2ordm grau fornecido por estabelecimento de ensino reconhecido na forma da lei para as funccedilotildees relacionadas nos itens I a VII do artigo 11

V ndash declaraccedilatildeo fornecida pela entidade sindical representativa da categoria profissional com base territorial abrangendo o municiacutepio no qual o provisionado iraacute desempenhar suas funccedilotildees de que natildeo haacute jornalista associado do Sindicato domiciliado naquele municiacutepio disponiacutevel da contrataccedilatildeo

VI ndash Carteira de Trabalho e Previdecircncia Social

sect 1ordm A declaraccedilatildeo de que trata o item V deveraacute ser fornecida pelo Sindicato ao interessado no prazo de 3 dias uacuteteis

sect 2ordm Caso exista profissional domiciliado no municiacutepio disponiacutevel para contrataccedilatildeo o Sindicato comunicaraacute tal fato ao Ministeacuterio do Trabalho no mesmo prazo de 3 dias a contar do pedido de fornecimento da declaraccedilatildeo de que trata o item V

sect 3ordm Caso o Sindicato natildeo forneccedila a declaraccedilatildeo de que trata o item V no prazo mencionado no sect 1ordm o interessado poderaacute instruir seu pedido de registro com o protocolo de apresentaccedilatildeo do requerimento ao Sindicato

sect 4ordm Na hipoacutetese prevista no paraacutegrafo anterior o Ministeacuterio do Trabalho concederaacute ao Sindicato prazo natildeo superior a 3 dias para se manifestar sobre o fornecimento da declaraccedilatildeo caso natildeo tenha ocorrido o fato constante no sect 2ordm

sect 5ordm O registro especial de provisionado teraacute caraacuteter temporaacuterio com duraccedilatildeo maacutexima de trecircs anos renovaacutevel somente com a apresentaccedilatildeo de toda a documentaccedilatildeo prevista neste artigo

Art 9ordm Seraacute efetuado no Ministeacuterio do Trabalho registro dos diretores de empresas jornaliacutesticas que natildeo sendo jornalistas respondem pelas respectivas publicaccedilotildees para o que eacute necessaacuterio a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash prova de registro civil ou comercial da empresa jornaliacutestica com o inteiro teor do seu ato constitutivo

IV ndash prova de depoacutesito do tiacutetulo da publicaccedilatildeo ou da agecircncia de notiacutecias no oacutergatildeo competente do Ministeacuterio da Induacutestria e do Comeacutercio

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V ndash 30 exemplares do jornal ou 12 exemplares da revista ou 30 recortes ou coacutepias de noticiaacuterio com datas diferentes de sua divulgaccedilatildeo

sect 1ordm Tratando-se de empresa nova o Ministeacuterio do Trabalho efetuaraacute registro provisoacuterio com validade por 2 anos tornando-se definitivo apoacutes a comprovaccedilatildeo constante do item V deste artigo

sect 2ordm Natildeo seraacute admitida renovaccedilatildeo ou prorrogaccedilatildeo do prazo de validade do registro provisoacuterio previsto no paraacutegrafo anterior

Art 10ordm Seraacute efetuado no Ministeacuterio do Trabalho registro especial do diretor de empresa natildeo jornaliacutestica sob cuja responsabilidade se editar publicaccedilatildeo destinada agrave circulaccedilatildeo externa ou interna para o que se exigiraacute a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash prova de depoacutesito do tiacutetulo da publicaccedilatildeo no oacutergatildeo competente do Ministeacuterio da Induacutestria e do Comeacutercio

Art 11 ndash As funccedilotildees desempenhadas pelos jornalistas como empregados seratildeo assim classificadas

I - Redator aquele que aleacutem das incumbecircncias de redaccedilatildeo comum tem o encargo de redigir editoriais crocircnicas ou comentaacuterios

II - Noticiarista aquele que tem o encargo de redigir mateacuterias de caraacuteter informativo desprovidas de apreciaccedilotildees ou comentaacuterios preparando-as ou redigindo-as para a divulgaccedilatildeo

III - Repoacuterter aquele que cumpre a determinaccedilatildeo de colher notiacutecias ou informaccedilotildees preparando-as para divulgaccedilatildeo

IV - Repoacuterter de setor aquele que tem o encargo de colher notiacutecias ou informaccedilotildees sobre assuntos predeterminados preparando-as ou redigindo-as para divulgaccedilatildeo

V - Raacutedio-repoacuterter aquele a quem cabe a difusatildeo oral de acontecimento ou entrevista pelo raacutedio ou pela televisatildeo no instante ou no local em que ocorram assim como o comentaacuterio ou crocircnica pelos mesmos veiacuteculos

VI - Arquivista-pesquisador aquele que tem a incumbecircncia de organizar e conservar cultural e tecnicamente o arquivo redatorial procedendo agrave pesquisa dos respectivos dados para a elaboraccedilatildeo de notiacutecias

VII - Revisor aquele que tem o encargo de rever as provas tipograacuteficas de mateacuteria jornaliacutestica

VIII - Ilustrador aquele que tem a seu cargo criar ou executar desenhos artiacutesticos ou teacutecnicos de caraacuteter jornaliacutestico

XIX - Repoacuterter-fotograacutefico aquele a quem cabe registrar fotograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico

X - Repoacuterter-cinematograacutefico aquele a quem cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico

XI - Diagramador aquele a quem compete planejar e executar a distribuiccedilatildeo graacutefica de mateacuterias fotografias ou ilustraccedilotildees de caraacuteter jornaliacutestico para fins de publicaccedilatildeo

Paraacutegrafo uacutenico ndash Os Sindicatos seratildeo ouvidos sobre o exato enquadramento de cada profissional

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Art 12ordm Seratildeo privativas de jornalista as funccedilotildees pertinentes agraves atividades

descritas no artigo 2ordm tais como Editor Secretaacuterio Subsecretaacuterio Chefe de reportagem e Chefe de Revisatildeo

Art 13ordm Natildeo haveraacute incompatibilidade entre o exerciacutecio da profissatildeo de Jornalista e o de qualquer outra funccedilatildeo remunerada ainda que puacuteblica respeitadas a proibiccedilatildeo de acumular cargos e as demais restriccedilotildees de lei

Art 14ordm Seraacute passiacutevel de trancamento o registro profissional do jornalista que sem motivo legal deixar de exercer a profissatildeo por mais de 2 anos

sect 1ordm Natildeo incide na cominaccedilatildeo deste artigo o afastamento decorrente de a) suspensatildeo ou interrupccedilatildeo do contrato de trabalho b) aposentadoria como jornalista c) viagem ou bolsa de estudo para aperfeiccediloamento profissional d) desemprego apurado na forma da Lei nordm 4923 de 23 de dezembro de

1965

sect 2ordm O trancamento seraacute da competecircncia do oacutergatildeo regional do Ministeacuterio do Trabalho de ofiacutecio ou requerimento da entidade sindical representativa da categoria profissional cabendo a esta fazer publicar em oacutergatildeo oficial por trecircs vezes consecutivas e dentro de um interstiacutecio de dois anos a relaccedilatildeo dos jornalistas cujos registros pretende trancar

sect 3ordm Os oacutergatildeos do Ministeacuterio do Trabalho prestaratildeo aos sindicatos representativos da categoria profissional as informaccedilotildees que lhes forem solicitadas especialmente quanto ao registro de admissotildees e dispensas nas empresas jornaliacutesticas realizando as inspeccedilotildees que se tornarem necessaacuterias para a verificaccedilatildeo do exerciacutecio da profissatildeo de jornalista

sect 4ordm O exerciacutecio da atividade em empresa natildeo jornaliacutestica mencionada no artigo 3ordm sect 2ordm natildeo constituiraacute prova suficiente de permanecircncia na profissatildeo se a publicaccedilatildeo e seu responsaacutevel natildeo tiverem registro nos termos deste Decreto

sect 5ordm O registro trancado suspende a titularidade e o exerciacutecio das prerrogativas profissionais mas pode ser revalidado mediante apresentaccedilatildeo dos documentos mencionados nos itens II e III do artigo 4ordm

Art 15ordm O salaacuterio de jornalista natildeo poderaacute ser reajustado nos contratos individuais de trabalho para a jornada normal de 5 horas em base inferior agrave do salaacuterio estipulado para a respectiva funccedilatildeo em acordo ou convenccedilatildeo coletiva de trabalho ou sentenccedila normativa das Justiccedila do Trabalho

Paraacutegrafo uacutenico ndash Em negociaccedilatildeo ou dissiacutedio coletivo poderatildeo os Sindicatos de Jornalistas reclamar o estabelecimento de criteacuterio de remuneraccedilatildeo adicional pela divulgaccedilatildeo de trabalho produzido por jornalistas em mais de um veiacuteculo de comunicaccedilatildeo coletiva

Art 16ordm A admissatildeo de provisionado para exercer funccedilotildees relacionadas nos itens I a VII do artigo 11 seraacute permitida nos municiacutepios onde natildeo existia curso de Jornalismo reconhecido na forma de lei e comprovadamente natildeo haja jornalista domiciliado associado do sindicato representativo da categoria profissional disponiacutevel para contrataccedilatildeo

Paraacutegrafo uacutenico ndash O provisionado nos termos deste artigo poderaacute exercer suas atividades somente no municiacutepio para o qual foi registrado

Art 17ordm Os atuais portadores de registro especial de provisionado poderatildeo exercer suas atividades no Estado onde foram contratados

Art 18 ndash A fiscalizaccedilatildeo do cumprimento dos dispositivos deste Decreto se faraacute na forma do artigo 626 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho sendo aplicaacutevel aos

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infratores multa variaacutevel de 1 a 10 vezes o maior valor de referecircncia fixado de acordo com o artigo 2ordm paraacutegrafo uacutenico da Lei nordm 6205 de 29 de abril de 1975

Paraacutegrafo uacutenico ndash Aos sindicatos representativos da categoria profissional incumbe representar agraves autoridades competentes acerca do exerciacutecio irregular da profissatildeo de Jornalista

Art 19ordm Constitui fraude a prestaccedilatildeo de serviccedilos profissionais gratuitos ou com pagamentos simboacutelicos sob pretexto de estaacutegio bolsa de complementaccedilatildeo convecircnio ou qualquer outra modalidade em desrespeito agrave legislaccedilatildeo trabalhista e a este regulamento

Art 20ordm O disposto neste Decreto natildeo impede a conclusatildeo dos estaacutegios comprovadamente iniciados antes da vigecircncia da Lei nordm 6612 de 7 de dezembro de 1978 os quais entretanto natildeo conferiratildeo por si soacutes direito ao registro profissional

Art 21ordm Este Decreto entra em vigor na data da sua publicaccedilatildeo revogadas as disposiccedilotildees em contraacuterio especialmente os Decretos nordms 65912 de 19 de dezembro de 1969 e 68629 de 18 de maio de 1971

Brasiacutelia 13 de marccedilo de 1979 158ordm da Independecircncia e 91ordm da Repuacuteblica (DO de 13-3-79)

Ernesto Geisel Arnaldo Prieto

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ANEXO II ndash ACOacuteRDAtildeO TST-AIRR-6182001-751-04-401

Acoacuterdatildeo Inteiro Teor NUacuteMERO UacuteNICO PROC AIRR - 6182001-751-04-40 PUBLICACcedilAtildeO DJ - 10022006 Andamento do Processo

PROC Nordm TST-AIRR-6182001-751-04-401 C A C Oacute R D Atilde O 1ordf Turma EMPMs REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO CARACTERIZACcedilAtildeO INDEPENDEcircNCIA NO EXERCIacuteCIO DE SUAS ATIVIDADES REGISTROS DE ASSUNTOS E TEMAacuteTICAS DE INTERESSES JORNALIacuteSTICOS 1 Segundo o Tribunal Regional do Trabalho o Reclamante no exerciacutecio de suas atividades aleacutem de ter acompanhado o repoacuterter entrevistador na produccedilatildeo de mateacuterias fato que por si soacute natildeo lhe retira a condiccedilatildeo de jornalista - e tambeacutem de acordo com depoimentos testemunhais saiacutea agrave rua com a pauta que lhe era dirigida para sozinho produzir as mateacuterias solicitadas pelo empregador o que de acordo com o teor dos dispositivos tidos por vulnerados permite concluir o exerciacutecio da profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico e natildeo simplesmente de operador de cacircmera visto que ao sair agraves ruas para a produccedilatildeo de mateacuterias cumpria seu ofiacutecio obviamente mediante registros de fatos e (ou) assuntos de interesses notadamente jornaliacutestico considerando para tanto a proacutepria natureza da atividade empresarial exercida pela empregadora Inviaacutevel portanto a admissibilidade do recurso de revista em razatildeo da impossibilidade de exame da alegaccedilatildeo de afronta ao Decreto nordm 8413479 visto tratar-se de hipoacutetese natildeo contemplada na letra c do artigo 896 da CLT Por outro lado por violaccedilatildeo dos artigos 2ordm da Lei nordm 661578 e 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 tambeacutem natildeo logra ecircxito a Agravante no intuito de ver autorizado o processamento do recurso de revista No primeiro dispositivo apenas dispotildee-se que o radialista eacute o empregado de radiodifusatildeo exercente de atividades voltadas agrave administraccedilatildeo produccedilatildeo ou teacutecnica No segundo definem-se as profissotildees de repoacuterter e repoacuterter cinematograacutefico salientando-se que a esse uacuteltimo cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico hipoacutetese identificada pelo Regional 2 Agravo de instrumento a que se nega provimento Vistos relatados e discutidos estes autos do Agravo de Instrumento em Recurso de Revista nordm TST-AIRR-6182001-751-04-401 em que eacute Agravante RBS TV SANTA ROSA LTDA e Agravado CLOacuteVIS SANTACATARINA A Reclamada interpotildee agravo de instrumento ao despacho de fls 113-115 mediante o qual foi denegado seguimento ao recurso de revista sob o fundamento de que a decisatildeo decorreu da aplicaccedilatildeo das normas pertinentes uma vez que da situaccedilatildeo faacutetica delineada nos autos natildeo haacute como se extrair ofensa ao artigo 2ordm da Lei nordm 661578 na forma do artigo 896 c da CLT Contraminuta agraves fls 122-124 Natildeo houve remessa dos autos agrave Procuradoria Geral do Trabalho em face da orientaccedilatildeo emanada da Resoluccedilatildeo Administrativa nordm 322 atualmente retratada no artigo 82 do Regimento Interno do Tribunal Superior do

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Trabalho Eacute o relatoacuterio V O T O I CONHECIMENTO Conheccedilo do agravo de instrumento porque regular e tempestivo II MEacuteRITO O Tribunal Regional ao apreciar o recurso ordinaacuterio interposto pela Reclamada no tocante ao reconhecimento da condiccedilatildeo de jornalista ao Reclamante pela Vara do Trabalho decidiu O MM Juiacutezo de primeiro grau acolheu as alegaccedilotildees do reclamante de exerciacutecio de profissatildeo jornaliacutestica de repoacuterter cinematograacutefico condenando a reclamada a pagar diferenccedilas salariais e reflexos Contra esta decisatildeo volta-se a reacute sustentando que o reclamante era operador de cacircmera funccedilatildeo capitulada na profissatildeo de radialista A recorrente tem razatildeo parcialmente Tomando-se a hipoacutetese de confirmar a sentenccedila enquanto reconhece ter o reclamante exercido a funccedilatildeo de repoacuterter cinematograacutefico em todo o contrato existe um marco temporal e juriacutedico que deve ser considerado A funccedilatildeo de repoacuterter cinematograacutefico eacute exclusiva da profissatildeo de jornalista Eacute uma atividade que estaacute reservada aos jornalistas formados assim como estabelecido no DL 97269 O reclamante natildeo demonstra a partir de quando conquistou a diplomaccedilatildeo como jornalista devendo-se considerar apenas pelo que oferecem os autos a data de 16 de junho de 1998 dia em que o reclamante foi registrado no Ministeacuterio do Trabalho como jornalista profissional na funccedilatildeo especiacutefica de repoacuterter cinematograacutefico Considerando que o Ministeacuterio do Trabalho natildeo pode registrar jornalistas natildeo diplomados exceccedilatildeo feita aos provisionados tem-se que o reclamante adquiriu esta condiccedilatildeo nesse dia Antes embora pudesse fazer ou fizesse atividades privativas de jornalistas natildeo pode ser considerado juridicamente como tal Assim em qualquer hipoacutetese de manutenccedilatildeo do reconhecimento da funccedilatildeo de jornaliacutestica esta deve gerar os efeitos pleiteados somente a partir de 16 de junho de 1998 Jaacute quanto a ter exercido ou natildeo funccedilatildeo jornaliacutestica a conclusatildeo eacute de manutenccedilatildeo da sentenccedila Natildeo eacute o fato de estar acompanhado por repoacuterter entrevistador que o cinegrafista perde a condiccedilatildeo de jornalista Trata-se de uma equipe de profissionais jornalistas Um exemplo que melhor ilustra o descabimento da distinccedilatildeo que pretende fazer o apelo eacute a situaccedilatildeo dos fotoacutegrafos ou repoacuterteres fotograacuteficos O fotoacutegrafo sai com a pauta junto com o repoacuterter (ou natildeo e isto tambeacutem acontecia com o reclamante como o reconhecem as testemunhas inclusive trazidas pela reclamada) e enquanto o repoacuterter investiga os dados necessaacuterios para a mateacuteria o fotoacutegrafo registra as cenas mas nem por isto eacute rebaixado da condiccedilatildeo de jornalista para dir- se-ia operador de cacircmera fotograacutefica O que se pode discutir seria o interesse jornaliacutestico das mateacuterias cobertas pelo jornalista reclamante Com efeito os comerciais produzidos e gravados pelo autor natildeo tecircm esse interesse e os eventos promocionais da reclamada recebem dela mesma uma atribuiccedilatildeo desse interesse embora natildeo o tenha imediata e objetivamente mas para efeitos do trabalho executado pelo reclamante deve ser considerado um trabalho jornaliacutestico Foi correta a decisatildeo natildeo merecendo qualquer reparo a natildeo ser o juriacutedico-temporal jaacute mencionado Nesta perspectiva o provimento do recurso eacute parcial (fls 97-99) Ao interpor o recurso de revista a Empresa alegou que o Reclamante na condiccedilatildeo de operador de cacircmera e operador de cacircmera de unidade portaacutetil externa acompanhando o repoacuterter como reconheceu o Regional natildeo pode ser

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enquadrado como jornalista porquanto ao repoacuterter eacute dado cumprir a determinaccedilatildeo de coletar notiacutecias ou informaccedilotildees e elaboraacute-las a fim de viabilizar posterior divulgaccedilatildeo e ao repoacuterter-cinematograacutefico cabe registrar cinematograficamente fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico razatildeo pela qual entende que a atividade do Reclamante eacute proacutepria de radialista categoria agrave qual pertencia Acrescenta que o artigo 2ordm da Lei nordm 661578 estabelece considera-se radialista o empregado de Radiodifusatildeo que exerccedila uma das funccedilotildees em que se desdobram as atividades mencionadas no artigo 4ordm ou seja operador de cacircmara e operador de cacircmara de unidade portaacutetil externa cuja regulamentaccedilatildeo profissional consta do Decreto nordm 8413479 e as atribuiccedilotildees do Quadro Anexo do mesmo decreto item II letra c nordm 3 com a seguinte redaccedilatildeo encarrega-se da gravaccedilatildeo de mateacuteria distribuiacuteda pelo Supervisor de Operaccedilotildees planifica e orienta o entrevistador repoacuterter e iluminador no que se refere aos aspectos teacutecnicos de seu trabalho suas atividades envolvem tanto a gravaccedilatildeo como a geraccedilatildeo de som e imagem atraveacutes de equipamentos eletrocircnico portaacutetil de TV Fundamenta o apelo em violaccedilatildeo dos artigos 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 2ordm da Lei nordm 661578 e do Decreto nordm 8413479 e Quadro Anexo do mesmo decreto item II letra c nordm 3 Inicialmente deve-se registrar a impossibilidade de exame da alegaccedilatildeo de afronta ao Decreto nordm 8413479 visto tratar-se de hipoacutetese natildeo contemplada na letra c do artigo 896 da CLT No tocante agrave ofensa aos artigos 2ordm da Lei nordm 661578 e 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 tambeacutem natildeo logra ecircxito a Agravante no intuito de ver autorizado o processamento do recurso de revista No primeiro dispositivo apenas dispotildee-se que o radialista eacute o empregado de radiodifusatildeo exercente de atividades voltadas agrave administraccedilatildeo produccedilatildeo ou teacutecnica No segundo definem-se as profissotildees de repoacuterter e repoacuterter cinematograacutefico salientando-se que a esse uacuteltimo cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico Ora dos termos da decisatildeo impugnada via recurso de revista nada haacute que conflite com tais dispositivos legais Afinal segundo o Tribunal Regional do Trabalho o Reclamante no exerciacutecio de suas atividades aleacutem de ter acompanhado o repoacuterter entrevistador na produccedilatildeo de mateacuterias fato que por si soacute natildeo lhe retira a condiccedilatildeo de jornalista - tambeacutem de acordo com depoimentos testemunhais saiacutea agrave rua com a pauta que lhe era dirigida para sozinho produzir as mateacuterias solicitadas pelo empregador o que de acordo com o teor dos dispositivos tidos por vulnerados permite concluir pelo exerciacutecio da profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico e natildeo simplesmente de operador de cacircmera visto que ao sair agraves ruas para a produccedilatildeo de mateacuterias cumpria seu ofiacutecio obviamente mediante registros de fatos e (ou) assuntos de interesses notadamente jornaliacutestico considerando para tanto a proacutepria natureza da atividade empresarial exercida pela empregadora Por esses fundamentos nego provimento ao agravo de instrumento ISTO POSTO ACORDAM os Ministros da Primeira Turma do Tribunal Superior do Trabalho por unanimidade negar provimento ao agravo de instrumento Brasiacutelia 9 de novembro de 2005 EMMANOEL PEREIRA Ministro Relator

NIA 3981288

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Page 34: REPÓRTER CINEMATOGRÁFICO É JORNALISTArepositorio.uniceub.br/bitstream/123456789/1670/2/20214825.pdf · trabalhos desenvolvidos. 5 ... tsunamis, cachoeiras em penhascos, ... deles

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Para o repoacuterter cinematograacutefico e supervisor de cinegrafia da rede Globo

Heacutelio Alvarez concorda que a profissatildeo do repoacuterter cinematograacutefico e fotoacutegrafo eacute

desvalorizada e isto se deve segundo ele ao fato de que a valorizaccedilatildeo profissional

na atualidade se daacute por meio da educaccedilatildeo Enquanto os repoacuterteres geralmente

passaram por uma faculdade e vecircm de uma classe social mais alta os que

trabalham como repoacuterter cinematograacutefico em sua maioria satildeo aqueles que iniciam

carreira fazendo algum trabalho na televisatildeo sendo poucos os que comeccedilam no

jornalismo ndash o que acaba por desvalorizar a funccedilatildeo (Canal da imprensa sd)

32 REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO Eacute JORNALISTA

Noacutes uacuteltimos anos haacute um movimento que luta pelo reconhecimento do

repoacuterter cinematograacutefico como jornalista Duas recentes decisotildees nos tribunais do

paiacutes passaram a reconhecer os direitos desse profissional confirmando as teses

defendidas pela FENAJ (Federaccedilatildeo Nacional dos Jornalistas) e pelos sindicatos de

jornalistas

No ano passado o Tribunal Superior do Trabalho (TST) manteve decisatildeo

do Tribunal Regional do Trabalho do Rio Grande do Sul (TRT da 4ordf Regiatildeo) que

enquadrou como Jornalista um repoacuterter-cinematograacutefico que trabalhou na RBS TV

Santa Rosa Ltda Esse profissional tanto acompanhava repoacuterteres na produccedilatildeo de

reportagens jornaliacutesticas como tambeacutem saiacutea agraves ruas sozinho para produzir

reportagens estabelecidas em pautas previamente solicitadas pelo chefe de

redaccedilatildeo

35

A RBS seguindo a praacutetica infelizmente bastante comum entre as

empresas de televisatildeo sustentava que o trabalhador devia ser enquadrado como

radialista na tentativa de pagar um salaacuterio menor ao profissional uma vez que o

piso de radialista eacute inferior ao de jornalista Outra desvantagem para o profissional eacute

que os radialistas trabalham 8 horas diaacuterias ao contraacuterio de jornalistas que atuam 5

horas por dia O excesso de carga de trabalho vem trazendo problemas de sauacutede

para diversos repoacuterteres cinematograacuteficos enquadrados como radialistas

A Justiccedila do Trabalho firmou decisatildeo no sentido de que o fato de estar

acompanhado de repoacuterter natildeo retira do repoacuterter-cinematograacutefico a condiccedilatildeo de

Jornalista O profissional gauacutecho receberaacute as devidas diferenccedilas salariais retroativas

a 16 de junho de 1998 data que o prejudicado obteve seu registro de jornalista

profissional no Ministeacuterio do Trabalho (Espaccedilo Vital 2005)

Com essa decisatildeo passou a ser possiacutevel que os repoacuterteres

cinematograacuteficos encaminhem agraves Delegacias Regionais do Trabalho pedidos de

enquadramento como jornalistas Aliaacutes os proacuteprios sindicatos devem encaminhar

pedidos de fiscalizaccedilatildeo nas empresas para verificar o enquadramento dos repoacuterteres

cinematograacuteficos

Outro julgamento favoraacutevel ao profissional da aacuterea em comento conforme

divulgaccedilatildeo do FENAJ (2005) refere-se agrave decisatildeo da Terceira Turma do Superior

Tribunal de Justiccedila (STJ) que reconheceu os direitos do repoacuterter fotograacutefico Claacuteudio

Alves Pereira de receber indenizaccedilatildeo por danos materiais e morais devido agraves

inuacutemeras vezes em que o Jornal de Brasiacutelia republicou fotos suas sem creacutedito apoacutes

a sua demissatildeo em julho de 1990

36

Conforme o escritor portuguecircs Pierre Ganz (ANTONIO CARLOS) o

jornalista-repoacuterter de imagens eacute antes de qualquer coisa eacute um jornalista como os

outros Deve saber preparar a sua reportagem efetuaacute-la escrever o seu comentaacuterio

sobre imagens A diferenccedila reside no fato de ele substituir na maioria das vezes a

esferograacutefica pela cacircmera de filmar

Uma cacircmera que ele deveraacute dominar bem mas tambeacutem com a qual vai escrever uma histoacuteria os planos substituindo entatildeo as palavras Uma sintaxe toma o lugar da outra Os teacutecnicos de som de iluminaccedilatildeo e de montagem satildeo-lhe familiares Pode em alguns casos trabalhar sozinho Egrave cada vez mais frequumlente partir em reportagem ou em grande reportagem com equipe reduzida acompanhada apenas por jornalista redator

Eacute mesmo verdade que no meio televisivo uma boa imagem por vezes

substitui um bom texto e ateacute o dispensa Natildeo eacute possiacutevel por exemplo imaginar nos

dias de hoje um noticiaacuterio sobre guerra sem que sejam mostradas imagens E

muitas vezes inspirados nas imagens que os jornalistas produzem seus textos

Sem duacutevida a funccedilatildeo do repoacuterter cinematograacutefico eacute de vital importacircncia

para o jornalismo Uma saiacuteda bastante praacutetica para solucionar o problema desses

profissionais no que se refere agrave ausecircncia de cursos de graduaccedilatildeo seria incluir uma

cadeira sobre o assunto nos cursos de jornalismo Com isso os profissionais da

aacuterea e os interessados em abraccedilar a profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico se

sentiriam motivados a ingressar numa faculdade e quem sabe assim esse

preconceito absurdo seria definitivamente eliminado pondo fim ao estigma de ser

apenas um coadjuvante na confecccedilatildeo da notiacutecia

37

CONCLUSAtildeO

Num momento em que o mundo passa por tantas transformaccedilotildees

decorrentes da evoluccedilatildeo tecnoloacutegica da era da informaccedilatildeo e da globalizaccedilatildeo da

economia o jornalismo profissional ndash seacuterio e bem documentado - ganha relevo em

sua missatildeo de informar opinar e entreter a sociedade em seu cotidiano

A televisatildeo nos dias contemporacircneos pode transmitir ao puacuteblico muito

mais do que o fazia quando foi criada A novidade surgiu em 1923 nos Estados

Unidos e se tornou conhecida no Brasil nos anos 50 De iniacutecio apenas uma

finiacutessima parcela da populaccedilatildeo tinha acesso ao produto e tempos depois

transformou-se num poderoso meio de comunicaccedilatildeo em massa

Para fazer o telejornalismo eacute necessaacuterio uma equipe formada de repoacuterter

cinegrafista redator fotoacutegrafo editor teacutecnicos de som de iluminaccedilatildeo e de

montagens

Diante do exposto natildeo resta duacutevidas de que o repoacuterter cinematograacutefico eacute

antes de qualquer coisa jornalista como os outros Ele deve saber preparar a sua

reportagem efetuaacute-la escrever o seu comentaacuterio sobre imagens

Se eacute certo que ele substitui a esferograacutefica pela cacircmera de filmar tambeacutem

eacute verdade que por meio dela ele escreve uma histoacuteria A diferenccedila eacute que substitui

as palavras pelas imagens que seus olhos treinados conseguem captar

38

Em muitas situaccedilotildees o repoacuterter cinematograacutefico acumula as funccedilotildees dos

teacutecnicos de iluminaccedilatildeo som e montagem trabalhando somente com o jornalista

redator E eacute com base nas imagens captadas que os jornalistas produzem seus

textos

Muitas vezes os cinegrafistas produzem imagens tatildeo impressionantes

que eacute difiacutecil para o jornalista descrevecirc-las com palavras podendo surgir eventuais

conflitos entre os dois

Neste contexto a presente monografia procurou enfocar a importacircncia

deste profissional que para ser reconhecido por seus pares e tambeacutem para ter

oportunidade de aumentar seus conhecimentos e aperfeiccediloar suas teacutecnicas

necessita que seja inserida uma cadeira sobre sua aacuterea nos cursos de graduaccedilatildeo

de jornalismo

Para serem admitidos como jornalistas pelas televisotildees profissionais

exige-se formaccedilatildeo acadecircmica em jornalismo Haacute aqui um paradoxo visto que a

profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico tem sua funccedilatildeo regulamentada pelo Decreto

Lei n 83284 de 13 marccedilo de 1969 que atribui normas para o exerciacutecio da profissatildeo

de jornalista e segundo o qual o repoacuterter cinematograacutefico estaacute inserido como

jornalista que capta imagens para fins jornaliacutesticos

Note-se que a partir do momento em que os cursos de jornalismo

incluiacuterem uma cadeira voltada para a reportagem cinematograacutefica todos os que se

formarem no curso e optarem por esse caminho notadamente seratildeo reconhecidos

como jornalistas

39

Haacute que se considerar a questatildeo dos antigos profissionais da aacuterea

aqueles que conhecem tudo sobre a profissatildeo e conforme dito no decorrer da

presente costumam ensinar os receacutem-formados no iniacutecio de suas carreiras

Eacute injusta a falta de reconhecimento desses profissionais

Tal situaccedilatildeo demonstra que o preconceito em relaccedilatildeo a eles faz parte de

uma cultura arraigada entre os proacuteprios colegas de profissatildeo e que acaba se

estendendo pelos bancos acadecircmicos e que precisa ser trabalhada desmistificada

pois natildeo tem razatildeo de existir

40

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ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE NORMAS TEacuteCNICAS NBR 6023 informaccedilatildeo e

documentaccedilatildeo elaboraccedilatildeo Rio de Janeiro 2002

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45

ANEXO I ndash DECRETO Nordm 83284 DE 13 DE MARCcedilO DE 1979

PROFISSAtildeO DE JORNALISTA

Daacute nova regulamentaccedilatildeo ao Decreto-lei nordm 972 de 17 de outubro de 1969 que dispotildee sobre o exerciacutecio da profissatildeo de Jornalista em decorrecircncia das alteraccedilotildees introduzidas pela Lei nordm 6612 de 7 de dezembro de 1978

O Presidente da Repuacuteblica usando da atribuiccedilatildeo que lhe confere o art 81 item

III da Constituiccedilatildeo decreta

Art 1ordm Eacute livre em todo territoacuterio nacional o exerciacutecio da profissatildeo de Jornalista aos que satisfazerem as condiccedilotildees estabelecidas neste Decreto

Art 2ordm A profissatildeo de Jornalista compreende privativamente o exerciacutecio habitual e remunerado de qualquer das seguintes atividades

I - redaccedilatildeo condensaccedilatildeo titulaccedilatildeo interpretaccedilatildeo correccedilatildeo ou coordenaccedilatildeo de mateacuteria a ser divulgada contenha ou natildeo comentaacuterio

II - comentaacuterio ou crocircnica pelo raacutedio ou pela televisatildeo III - entrevista inqueacuterito ou reportagem escrita ou falada IV - planejamento organizaccedilatildeo direccedilatildeo e eventual execuccedilatildeo de serviccedilos

teacutecnicos de Jornalismo como os de arquivo ilustraccedilatildeo ou distribuiccedilatildeo graacutefica de mateacuteria a ser divulgada

V - planejamento organizaccedilatildeo e administraccedilatildeo teacutecnica dos serviccedilos de que trata a aliacutenea ldquoardquo

VI - ensino de teacutecnicas de Jornalismo VII - coleta de notiacutecias ou informaccedilotildees e seu preparo para divulgaccedilatildeo VIII - revisatildeo de originais de mateacuteria jornaliacutestica com vistas agrave correccedilatildeo

redacional e agrave adequaccedilatildeo da linguagem XIX - organizaccedilatildeo e conservaccedilatildeo de arquivo jornaliacutestico e pesquisa dos

respectivos dados para a elaboraccedilatildeo de notiacutecias X - execuccedilatildeo de distribuiccedilatildeo graacutefica de texto fotografia ou ilustraccedilatildeo de

caraacuteter jornaliacutestico para fins de divulgaccedilatildeo XI - execuccedilatildeo de desenhos artiacutesticos ou teacutecnicos de caraacuteter jornaliacutestico para

fins de divulgaccedilatildeo Art 3ordm Considera-se empresa jornaliacutestica para os efeitos deste Decreto-lei

aquela que tenha como atividade a ediccedilatildeo de jornal ou revista ou a distribuiccedilatildeo de noticiaacuterio com funcionamento efetivo idoneidade financeira e registro legal

sect 1ordm Equipara-se agrave empresa jornaliacutestica a seccedilatildeo ou serviccedilo de empresa de radiofusatildeo televisatildeo ou divulgaccedilatildeo cinematograacutefica ou de agecircncia de publicidade onde sejam exercidas as atividades previstas no artigo 2ordm0

sect 2ordm A entidade puacuteblica ou privada natildeo jornaliacutestica sob cuja responsabilidade se editar publicaccedilatildeo destinada a circulaccedilatildeo externa estaacute obrigada ao cumprimento deste decreto relativamente aos jornalistas que contratar

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Art 4ordm O exerciacutecio da profissatildeo de jornalista requer preacutevio registro no oacutergatildeo regional do Ministeacuterio do Trabalho que se faraacute mediante a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash diploma de curso de niacutevel superior de Jornalismo ou de Comunicaccedilatildeo Social habilitaccedilatildeo Jornalismo fornecido por estabelecimento de ensino reconhecido na forma da lei para as funccedilotildees relacionadas nos itens I a IV do artigo 11

IV ndash Carteira de Trabalho e Previdecircncia Social

Paraacutegrafo uacutenico ndash Aos profissionais registrados exclusivamente para o exerciacutecio das funccedilotildees relacionadas nos itens VII a XI do artigo 11 eacute vedado o exerciacutecio das funccedilotildees constantes nos itens I a VII do mesmo artigo

Art 5ordm O Ministeacuterio do Trabalho concederaacute desde que satisfeitas as exigecircncias constantes neste Decreto registro especial ao

I ndash colaborador assim entendido aquele que mediante remuneraccedilatildeo e sem relaccedilatildeo de emprego produz trabalho de natureza teacutecnica cientiacutefica ou cultural relacionando com a sua especializaccedilatildeo para ser divulgado com o nome e qualificaccedilatildeo do autor

II ndash funcionaacuterio puacuteblico titular de cargo cujas atribuiccedilotildees legais coincidam com as mencionadas no artigo 2ordm

III ndash provisionado

Paraacutegrafo uacutenico ndash O registro de que tratam os itens I e II deste artigo natildeo implica o reconhecimento de quaisquer direitos que decorram da condiccedilatildeo de empregado nem no caso do item II dos resultantes do exerciacutecio privado e autocircnomo da profissatildeo

Art 6ordm Para o registro especial de colaborador eacute necessaacuteria a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash declaraccedilatildeo de empresa jornaliacutestica ou que a ela seja equiparada informando do seu interesse pelo registro de colaborador do candidato onde conste a sua especializaccedilatildeo remuneraccedilatildeo contratada e pseudocircnimo se houver

Art 7ordm Para o registro especial de funcionaacuterio puacuteblico titular de cargo cujas atribuiccedilotildees legais coincidam com as mencionadas no artigo 2ordm eacute necessaacuterio a apresentaccedilatildeo de ato de nomeaccedilatildeo ou contrataccedilatildeo para cargo ou emprego com aquelas atribuiccedilotildees aleacutem do cumprimento do que estabelece o artigo 4ordm

Art 8ordm Para o registro especial de provisionado eacute necessaacuterio a apresentaccedilatildeo de

47

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash declaraccedilatildeo fornecida pela empresa jornaliacutestica ou que a ela seja equiparada na qual conste a funccedilatildeo a ser exercida e o salaacuterio correspondente

IV ndash diploma de curso de niacutevel superior ou certificado de ensino de 2ordm grau fornecido por estabelecimento de ensino reconhecido na forma da lei para as funccedilotildees relacionadas nos itens I a VII do artigo 11

V ndash declaraccedilatildeo fornecida pela entidade sindical representativa da categoria profissional com base territorial abrangendo o municiacutepio no qual o provisionado iraacute desempenhar suas funccedilotildees de que natildeo haacute jornalista associado do Sindicato domiciliado naquele municiacutepio disponiacutevel da contrataccedilatildeo

VI ndash Carteira de Trabalho e Previdecircncia Social

sect 1ordm A declaraccedilatildeo de que trata o item V deveraacute ser fornecida pelo Sindicato ao interessado no prazo de 3 dias uacuteteis

sect 2ordm Caso exista profissional domiciliado no municiacutepio disponiacutevel para contrataccedilatildeo o Sindicato comunicaraacute tal fato ao Ministeacuterio do Trabalho no mesmo prazo de 3 dias a contar do pedido de fornecimento da declaraccedilatildeo de que trata o item V

sect 3ordm Caso o Sindicato natildeo forneccedila a declaraccedilatildeo de que trata o item V no prazo mencionado no sect 1ordm o interessado poderaacute instruir seu pedido de registro com o protocolo de apresentaccedilatildeo do requerimento ao Sindicato

sect 4ordm Na hipoacutetese prevista no paraacutegrafo anterior o Ministeacuterio do Trabalho concederaacute ao Sindicato prazo natildeo superior a 3 dias para se manifestar sobre o fornecimento da declaraccedilatildeo caso natildeo tenha ocorrido o fato constante no sect 2ordm

sect 5ordm O registro especial de provisionado teraacute caraacuteter temporaacuterio com duraccedilatildeo maacutexima de trecircs anos renovaacutevel somente com a apresentaccedilatildeo de toda a documentaccedilatildeo prevista neste artigo

Art 9ordm Seraacute efetuado no Ministeacuterio do Trabalho registro dos diretores de empresas jornaliacutesticas que natildeo sendo jornalistas respondem pelas respectivas publicaccedilotildees para o que eacute necessaacuterio a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash prova de registro civil ou comercial da empresa jornaliacutestica com o inteiro teor do seu ato constitutivo

IV ndash prova de depoacutesito do tiacutetulo da publicaccedilatildeo ou da agecircncia de notiacutecias no oacutergatildeo competente do Ministeacuterio da Induacutestria e do Comeacutercio

48

V ndash 30 exemplares do jornal ou 12 exemplares da revista ou 30 recortes ou coacutepias de noticiaacuterio com datas diferentes de sua divulgaccedilatildeo

sect 1ordm Tratando-se de empresa nova o Ministeacuterio do Trabalho efetuaraacute registro provisoacuterio com validade por 2 anos tornando-se definitivo apoacutes a comprovaccedilatildeo constante do item V deste artigo

sect 2ordm Natildeo seraacute admitida renovaccedilatildeo ou prorrogaccedilatildeo do prazo de validade do registro provisoacuterio previsto no paraacutegrafo anterior

Art 10ordm Seraacute efetuado no Ministeacuterio do Trabalho registro especial do diretor de empresa natildeo jornaliacutestica sob cuja responsabilidade se editar publicaccedilatildeo destinada agrave circulaccedilatildeo externa ou interna para o que se exigiraacute a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash prova de depoacutesito do tiacutetulo da publicaccedilatildeo no oacutergatildeo competente do Ministeacuterio da Induacutestria e do Comeacutercio

Art 11 ndash As funccedilotildees desempenhadas pelos jornalistas como empregados seratildeo assim classificadas

I - Redator aquele que aleacutem das incumbecircncias de redaccedilatildeo comum tem o encargo de redigir editoriais crocircnicas ou comentaacuterios

II - Noticiarista aquele que tem o encargo de redigir mateacuterias de caraacuteter informativo desprovidas de apreciaccedilotildees ou comentaacuterios preparando-as ou redigindo-as para a divulgaccedilatildeo

III - Repoacuterter aquele que cumpre a determinaccedilatildeo de colher notiacutecias ou informaccedilotildees preparando-as para divulgaccedilatildeo

IV - Repoacuterter de setor aquele que tem o encargo de colher notiacutecias ou informaccedilotildees sobre assuntos predeterminados preparando-as ou redigindo-as para divulgaccedilatildeo

V - Raacutedio-repoacuterter aquele a quem cabe a difusatildeo oral de acontecimento ou entrevista pelo raacutedio ou pela televisatildeo no instante ou no local em que ocorram assim como o comentaacuterio ou crocircnica pelos mesmos veiacuteculos

VI - Arquivista-pesquisador aquele que tem a incumbecircncia de organizar e conservar cultural e tecnicamente o arquivo redatorial procedendo agrave pesquisa dos respectivos dados para a elaboraccedilatildeo de notiacutecias

VII - Revisor aquele que tem o encargo de rever as provas tipograacuteficas de mateacuteria jornaliacutestica

VIII - Ilustrador aquele que tem a seu cargo criar ou executar desenhos artiacutesticos ou teacutecnicos de caraacuteter jornaliacutestico

XIX - Repoacuterter-fotograacutefico aquele a quem cabe registrar fotograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico

X - Repoacuterter-cinematograacutefico aquele a quem cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico

XI - Diagramador aquele a quem compete planejar e executar a distribuiccedilatildeo graacutefica de mateacuterias fotografias ou ilustraccedilotildees de caraacuteter jornaliacutestico para fins de publicaccedilatildeo

Paraacutegrafo uacutenico ndash Os Sindicatos seratildeo ouvidos sobre o exato enquadramento de cada profissional

49

Art 12ordm Seratildeo privativas de jornalista as funccedilotildees pertinentes agraves atividades

descritas no artigo 2ordm tais como Editor Secretaacuterio Subsecretaacuterio Chefe de reportagem e Chefe de Revisatildeo

Art 13ordm Natildeo haveraacute incompatibilidade entre o exerciacutecio da profissatildeo de Jornalista e o de qualquer outra funccedilatildeo remunerada ainda que puacuteblica respeitadas a proibiccedilatildeo de acumular cargos e as demais restriccedilotildees de lei

Art 14ordm Seraacute passiacutevel de trancamento o registro profissional do jornalista que sem motivo legal deixar de exercer a profissatildeo por mais de 2 anos

sect 1ordm Natildeo incide na cominaccedilatildeo deste artigo o afastamento decorrente de a) suspensatildeo ou interrupccedilatildeo do contrato de trabalho b) aposentadoria como jornalista c) viagem ou bolsa de estudo para aperfeiccediloamento profissional d) desemprego apurado na forma da Lei nordm 4923 de 23 de dezembro de

1965

sect 2ordm O trancamento seraacute da competecircncia do oacutergatildeo regional do Ministeacuterio do Trabalho de ofiacutecio ou requerimento da entidade sindical representativa da categoria profissional cabendo a esta fazer publicar em oacutergatildeo oficial por trecircs vezes consecutivas e dentro de um interstiacutecio de dois anos a relaccedilatildeo dos jornalistas cujos registros pretende trancar

sect 3ordm Os oacutergatildeos do Ministeacuterio do Trabalho prestaratildeo aos sindicatos representativos da categoria profissional as informaccedilotildees que lhes forem solicitadas especialmente quanto ao registro de admissotildees e dispensas nas empresas jornaliacutesticas realizando as inspeccedilotildees que se tornarem necessaacuterias para a verificaccedilatildeo do exerciacutecio da profissatildeo de jornalista

sect 4ordm O exerciacutecio da atividade em empresa natildeo jornaliacutestica mencionada no artigo 3ordm sect 2ordm natildeo constituiraacute prova suficiente de permanecircncia na profissatildeo se a publicaccedilatildeo e seu responsaacutevel natildeo tiverem registro nos termos deste Decreto

sect 5ordm O registro trancado suspende a titularidade e o exerciacutecio das prerrogativas profissionais mas pode ser revalidado mediante apresentaccedilatildeo dos documentos mencionados nos itens II e III do artigo 4ordm

Art 15ordm O salaacuterio de jornalista natildeo poderaacute ser reajustado nos contratos individuais de trabalho para a jornada normal de 5 horas em base inferior agrave do salaacuterio estipulado para a respectiva funccedilatildeo em acordo ou convenccedilatildeo coletiva de trabalho ou sentenccedila normativa das Justiccedila do Trabalho

Paraacutegrafo uacutenico ndash Em negociaccedilatildeo ou dissiacutedio coletivo poderatildeo os Sindicatos de Jornalistas reclamar o estabelecimento de criteacuterio de remuneraccedilatildeo adicional pela divulgaccedilatildeo de trabalho produzido por jornalistas em mais de um veiacuteculo de comunicaccedilatildeo coletiva

Art 16ordm A admissatildeo de provisionado para exercer funccedilotildees relacionadas nos itens I a VII do artigo 11 seraacute permitida nos municiacutepios onde natildeo existia curso de Jornalismo reconhecido na forma de lei e comprovadamente natildeo haja jornalista domiciliado associado do sindicato representativo da categoria profissional disponiacutevel para contrataccedilatildeo

Paraacutegrafo uacutenico ndash O provisionado nos termos deste artigo poderaacute exercer suas atividades somente no municiacutepio para o qual foi registrado

Art 17ordm Os atuais portadores de registro especial de provisionado poderatildeo exercer suas atividades no Estado onde foram contratados

Art 18 ndash A fiscalizaccedilatildeo do cumprimento dos dispositivos deste Decreto se faraacute na forma do artigo 626 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho sendo aplicaacutevel aos

50

infratores multa variaacutevel de 1 a 10 vezes o maior valor de referecircncia fixado de acordo com o artigo 2ordm paraacutegrafo uacutenico da Lei nordm 6205 de 29 de abril de 1975

Paraacutegrafo uacutenico ndash Aos sindicatos representativos da categoria profissional incumbe representar agraves autoridades competentes acerca do exerciacutecio irregular da profissatildeo de Jornalista

Art 19ordm Constitui fraude a prestaccedilatildeo de serviccedilos profissionais gratuitos ou com pagamentos simboacutelicos sob pretexto de estaacutegio bolsa de complementaccedilatildeo convecircnio ou qualquer outra modalidade em desrespeito agrave legislaccedilatildeo trabalhista e a este regulamento

Art 20ordm O disposto neste Decreto natildeo impede a conclusatildeo dos estaacutegios comprovadamente iniciados antes da vigecircncia da Lei nordm 6612 de 7 de dezembro de 1978 os quais entretanto natildeo conferiratildeo por si soacutes direito ao registro profissional

Art 21ordm Este Decreto entra em vigor na data da sua publicaccedilatildeo revogadas as disposiccedilotildees em contraacuterio especialmente os Decretos nordms 65912 de 19 de dezembro de 1969 e 68629 de 18 de maio de 1971

Brasiacutelia 13 de marccedilo de 1979 158ordm da Independecircncia e 91ordm da Repuacuteblica (DO de 13-3-79)

Ernesto Geisel Arnaldo Prieto

51

ANEXO II ndash ACOacuteRDAtildeO TST-AIRR-6182001-751-04-401

Acoacuterdatildeo Inteiro Teor NUacuteMERO UacuteNICO PROC AIRR - 6182001-751-04-40 PUBLICACcedilAtildeO DJ - 10022006 Andamento do Processo

PROC Nordm TST-AIRR-6182001-751-04-401 C A C Oacute R D Atilde O 1ordf Turma EMPMs REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO CARACTERIZACcedilAtildeO INDEPENDEcircNCIA NO EXERCIacuteCIO DE SUAS ATIVIDADES REGISTROS DE ASSUNTOS E TEMAacuteTICAS DE INTERESSES JORNALIacuteSTICOS 1 Segundo o Tribunal Regional do Trabalho o Reclamante no exerciacutecio de suas atividades aleacutem de ter acompanhado o repoacuterter entrevistador na produccedilatildeo de mateacuterias fato que por si soacute natildeo lhe retira a condiccedilatildeo de jornalista - e tambeacutem de acordo com depoimentos testemunhais saiacutea agrave rua com a pauta que lhe era dirigida para sozinho produzir as mateacuterias solicitadas pelo empregador o que de acordo com o teor dos dispositivos tidos por vulnerados permite concluir o exerciacutecio da profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico e natildeo simplesmente de operador de cacircmera visto que ao sair agraves ruas para a produccedilatildeo de mateacuterias cumpria seu ofiacutecio obviamente mediante registros de fatos e (ou) assuntos de interesses notadamente jornaliacutestico considerando para tanto a proacutepria natureza da atividade empresarial exercida pela empregadora Inviaacutevel portanto a admissibilidade do recurso de revista em razatildeo da impossibilidade de exame da alegaccedilatildeo de afronta ao Decreto nordm 8413479 visto tratar-se de hipoacutetese natildeo contemplada na letra c do artigo 896 da CLT Por outro lado por violaccedilatildeo dos artigos 2ordm da Lei nordm 661578 e 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 tambeacutem natildeo logra ecircxito a Agravante no intuito de ver autorizado o processamento do recurso de revista No primeiro dispositivo apenas dispotildee-se que o radialista eacute o empregado de radiodifusatildeo exercente de atividades voltadas agrave administraccedilatildeo produccedilatildeo ou teacutecnica No segundo definem-se as profissotildees de repoacuterter e repoacuterter cinematograacutefico salientando-se que a esse uacuteltimo cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico hipoacutetese identificada pelo Regional 2 Agravo de instrumento a que se nega provimento Vistos relatados e discutidos estes autos do Agravo de Instrumento em Recurso de Revista nordm TST-AIRR-6182001-751-04-401 em que eacute Agravante RBS TV SANTA ROSA LTDA e Agravado CLOacuteVIS SANTACATARINA A Reclamada interpotildee agravo de instrumento ao despacho de fls 113-115 mediante o qual foi denegado seguimento ao recurso de revista sob o fundamento de que a decisatildeo decorreu da aplicaccedilatildeo das normas pertinentes uma vez que da situaccedilatildeo faacutetica delineada nos autos natildeo haacute como se extrair ofensa ao artigo 2ordm da Lei nordm 661578 na forma do artigo 896 c da CLT Contraminuta agraves fls 122-124 Natildeo houve remessa dos autos agrave Procuradoria Geral do Trabalho em face da orientaccedilatildeo emanada da Resoluccedilatildeo Administrativa nordm 322 atualmente retratada no artigo 82 do Regimento Interno do Tribunal Superior do

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Trabalho Eacute o relatoacuterio V O T O I CONHECIMENTO Conheccedilo do agravo de instrumento porque regular e tempestivo II MEacuteRITO O Tribunal Regional ao apreciar o recurso ordinaacuterio interposto pela Reclamada no tocante ao reconhecimento da condiccedilatildeo de jornalista ao Reclamante pela Vara do Trabalho decidiu O MM Juiacutezo de primeiro grau acolheu as alegaccedilotildees do reclamante de exerciacutecio de profissatildeo jornaliacutestica de repoacuterter cinematograacutefico condenando a reclamada a pagar diferenccedilas salariais e reflexos Contra esta decisatildeo volta-se a reacute sustentando que o reclamante era operador de cacircmera funccedilatildeo capitulada na profissatildeo de radialista A recorrente tem razatildeo parcialmente Tomando-se a hipoacutetese de confirmar a sentenccedila enquanto reconhece ter o reclamante exercido a funccedilatildeo de repoacuterter cinematograacutefico em todo o contrato existe um marco temporal e juriacutedico que deve ser considerado A funccedilatildeo de repoacuterter cinematograacutefico eacute exclusiva da profissatildeo de jornalista Eacute uma atividade que estaacute reservada aos jornalistas formados assim como estabelecido no DL 97269 O reclamante natildeo demonstra a partir de quando conquistou a diplomaccedilatildeo como jornalista devendo-se considerar apenas pelo que oferecem os autos a data de 16 de junho de 1998 dia em que o reclamante foi registrado no Ministeacuterio do Trabalho como jornalista profissional na funccedilatildeo especiacutefica de repoacuterter cinematograacutefico Considerando que o Ministeacuterio do Trabalho natildeo pode registrar jornalistas natildeo diplomados exceccedilatildeo feita aos provisionados tem-se que o reclamante adquiriu esta condiccedilatildeo nesse dia Antes embora pudesse fazer ou fizesse atividades privativas de jornalistas natildeo pode ser considerado juridicamente como tal Assim em qualquer hipoacutetese de manutenccedilatildeo do reconhecimento da funccedilatildeo de jornaliacutestica esta deve gerar os efeitos pleiteados somente a partir de 16 de junho de 1998 Jaacute quanto a ter exercido ou natildeo funccedilatildeo jornaliacutestica a conclusatildeo eacute de manutenccedilatildeo da sentenccedila Natildeo eacute o fato de estar acompanhado por repoacuterter entrevistador que o cinegrafista perde a condiccedilatildeo de jornalista Trata-se de uma equipe de profissionais jornalistas Um exemplo que melhor ilustra o descabimento da distinccedilatildeo que pretende fazer o apelo eacute a situaccedilatildeo dos fotoacutegrafos ou repoacuterteres fotograacuteficos O fotoacutegrafo sai com a pauta junto com o repoacuterter (ou natildeo e isto tambeacutem acontecia com o reclamante como o reconhecem as testemunhas inclusive trazidas pela reclamada) e enquanto o repoacuterter investiga os dados necessaacuterios para a mateacuteria o fotoacutegrafo registra as cenas mas nem por isto eacute rebaixado da condiccedilatildeo de jornalista para dir- se-ia operador de cacircmera fotograacutefica O que se pode discutir seria o interesse jornaliacutestico das mateacuterias cobertas pelo jornalista reclamante Com efeito os comerciais produzidos e gravados pelo autor natildeo tecircm esse interesse e os eventos promocionais da reclamada recebem dela mesma uma atribuiccedilatildeo desse interesse embora natildeo o tenha imediata e objetivamente mas para efeitos do trabalho executado pelo reclamante deve ser considerado um trabalho jornaliacutestico Foi correta a decisatildeo natildeo merecendo qualquer reparo a natildeo ser o juriacutedico-temporal jaacute mencionado Nesta perspectiva o provimento do recurso eacute parcial (fls 97-99) Ao interpor o recurso de revista a Empresa alegou que o Reclamante na condiccedilatildeo de operador de cacircmera e operador de cacircmera de unidade portaacutetil externa acompanhando o repoacuterter como reconheceu o Regional natildeo pode ser

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enquadrado como jornalista porquanto ao repoacuterter eacute dado cumprir a determinaccedilatildeo de coletar notiacutecias ou informaccedilotildees e elaboraacute-las a fim de viabilizar posterior divulgaccedilatildeo e ao repoacuterter-cinematograacutefico cabe registrar cinematograficamente fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico razatildeo pela qual entende que a atividade do Reclamante eacute proacutepria de radialista categoria agrave qual pertencia Acrescenta que o artigo 2ordm da Lei nordm 661578 estabelece considera-se radialista o empregado de Radiodifusatildeo que exerccedila uma das funccedilotildees em que se desdobram as atividades mencionadas no artigo 4ordm ou seja operador de cacircmara e operador de cacircmara de unidade portaacutetil externa cuja regulamentaccedilatildeo profissional consta do Decreto nordm 8413479 e as atribuiccedilotildees do Quadro Anexo do mesmo decreto item II letra c nordm 3 com a seguinte redaccedilatildeo encarrega-se da gravaccedilatildeo de mateacuteria distribuiacuteda pelo Supervisor de Operaccedilotildees planifica e orienta o entrevistador repoacuterter e iluminador no que se refere aos aspectos teacutecnicos de seu trabalho suas atividades envolvem tanto a gravaccedilatildeo como a geraccedilatildeo de som e imagem atraveacutes de equipamentos eletrocircnico portaacutetil de TV Fundamenta o apelo em violaccedilatildeo dos artigos 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 2ordm da Lei nordm 661578 e do Decreto nordm 8413479 e Quadro Anexo do mesmo decreto item II letra c nordm 3 Inicialmente deve-se registrar a impossibilidade de exame da alegaccedilatildeo de afronta ao Decreto nordm 8413479 visto tratar-se de hipoacutetese natildeo contemplada na letra c do artigo 896 da CLT No tocante agrave ofensa aos artigos 2ordm da Lei nordm 661578 e 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 tambeacutem natildeo logra ecircxito a Agravante no intuito de ver autorizado o processamento do recurso de revista No primeiro dispositivo apenas dispotildee-se que o radialista eacute o empregado de radiodifusatildeo exercente de atividades voltadas agrave administraccedilatildeo produccedilatildeo ou teacutecnica No segundo definem-se as profissotildees de repoacuterter e repoacuterter cinematograacutefico salientando-se que a esse uacuteltimo cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico Ora dos termos da decisatildeo impugnada via recurso de revista nada haacute que conflite com tais dispositivos legais Afinal segundo o Tribunal Regional do Trabalho o Reclamante no exerciacutecio de suas atividades aleacutem de ter acompanhado o repoacuterter entrevistador na produccedilatildeo de mateacuterias fato que por si soacute natildeo lhe retira a condiccedilatildeo de jornalista - tambeacutem de acordo com depoimentos testemunhais saiacutea agrave rua com a pauta que lhe era dirigida para sozinho produzir as mateacuterias solicitadas pelo empregador o que de acordo com o teor dos dispositivos tidos por vulnerados permite concluir pelo exerciacutecio da profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico e natildeo simplesmente de operador de cacircmera visto que ao sair agraves ruas para a produccedilatildeo de mateacuterias cumpria seu ofiacutecio obviamente mediante registros de fatos e (ou) assuntos de interesses notadamente jornaliacutestico considerando para tanto a proacutepria natureza da atividade empresarial exercida pela empregadora Por esses fundamentos nego provimento ao agravo de instrumento ISTO POSTO ACORDAM os Ministros da Primeira Turma do Tribunal Superior do Trabalho por unanimidade negar provimento ao agravo de instrumento Brasiacutelia 9 de novembro de 2005 EMMANOEL PEREIRA Ministro Relator

NIA 3981288

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Page 35: REPÓRTER CINEMATOGRÁFICO É JORNALISTArepositorio.uniceub.br/bitstream/123456789/1670/2/20214825.pdf · trabalhos desenvolvidos. 5 ... tsunamis, cachoeiras em penhascos, ... deles

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A RBS seguindo a praacutetica infelizmente bastante comum entre as

empresas de televisatildeo sustentava que o trabalhador devia ser enquadrado como

radialista na tentativa de pagar um salaacuterio menor ao profissional uma vez que o

piso de radialista eacute inferior ao de jornalista Outra desvantagem para o profissional eacute

que os radialistas trabalham 8 horas diaacuterias ao contraacuterio de jornalistas que atuam 5

horas por dia O excesso de carga de trabalho vem trazendo problemas de sauacutede

para diversos repoacuterteres cinematograacuteficos enquadrados como radialistas

A Justiccedila do Trabalho firmou decisatildeo no sentido de que o fato de estar

acompanhado de repoacuterter natildeo retira do repoacuterter-cinematograacutefico a condiccedilatildeo de

Jornalista O profissional gauacutecho receberaacute as devidas diferenccedilas salariais retroativas

a 16 de junho de 1998 data que o prejudicado obteve seu registro de jornalista

profissional no Ministeacuterio do Trabalho (Espaccedilo Vital 2005)

Com essa decisatildeo passou a ser possiacutevel que os repoacuterteres

cinematograacuteficos encaminhem agraves Delegacias Regionais do Trabalho pedidos de

enquadramento como jornalistas Aliaacutes os proacuteprios sindicatos devem encaminhar

pedidos de fiscalizaccedilatildeo nas empresas para verificar o enquadramento dos repoacuterteres

cinematograacuteficos

Outro julgamento favoraacutevel ao profissional da aacuterea em comento conforme

divulgaccedilatildeo do FENAJ (2005) refere-se agrave decisatildeo da Terceira Turma do Superior

Tribunal de Justiccedila (STJ) que reconheceu os direitos do repoacuterter fotograacutefico Claacuteudio

Alves Pereira de receber indenizaccedilatildeo por danos materiais e morais devido agraves

inuacutemeras vezes em que o Jornal de Brasiacutelia republicou fotos suas sem creacutedito apoacutes

a sua demissatildeo em julho de 1990

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Conforme o escritor portuguecircs Pierre Ganz (ANTONIO CARLOS) o

jornalista-repoacuterter de imagens eacute antes de qualquer coisa eacute um jornalista como os

outros Deve saber preparar a sua reportagem efetuaacute-la escrever o seu comentaacuterio

sobre imagens A diferenccedila reside no fato de ele substituir na maioria das vezes a

esferograacutefica pela cacircmera de filmar

Uma cacircmera que ele deveraacute dominar bem mas tambeacutem com a qual vai escrever uma histoacuteria os planos substituindo entatildeo as palavras Uma sintaxe toma o lugar da outra Os teacutecnicos de som de iluminaccedilatildeo e de montagem satildeo-lhe familiares Pode em alguns casos trabalhar sozinho Egrave cada vez mais frequumlente partir em reportagem ou em grande reportagem com equipe reduzida acompanhada apenas por jornalista redator

Eacute mesmo verdade que no meio televisivo uma boa imagem por vezes

substitui um bom texto e ateacute o dispensa Natildeo eacute possiacutevel por exemplo imaginar nos

dias de hoje um noticiaacuterio sobre guerra sem que sejam mostradas imagens E

muitas vezes inspirados nas imagens que os jornalistas produzem seus textos

Sem duacutevida a funccedilatildeo do repoacuterter cinematograacutefico eacute de vital importacircncia

para o jornalismo Uma saiacuteda bastante praacutetica para solucionar o problema desses

profissionais no que se refere agrave ausecircncia de cursos de graduaccedilatildeo seria incluir uma

cadeira sobre o assunto nos cursos de jornalismo Com isso os profissionais da

aacuterea e os interessados em abraccedilar a profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico se

sentiriam motivados a ingressar numa faculdade e quem sabe assim esse

preconceito absurdo seria definitivamente eliminado pondo fim ao estigma de ser

apenas um coadjuvante na confecccedilatildeo da notiacutecia

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CONCLUSAtildeO

Num momento em que o mundo passa por tantas transformaccedilotildees

decorrentes da evoluccedilatildeo tecnoloacutegica da era da informaccedilatildeo e da globalizaccedilatildeo da

economia o jornalismo profissional ndash seacuterio e bem documentado - ganha relevo em

sua missatildeo de informar opinar e entreter a sociedade em seu cotidiano

A televisatildeo nos dias contemporacircneos pode transmitir ao puacuteblico muito

mais do que o fazia quando foi criada A novidade surgiu em 1923 nos Estados

Unidos e se tornou conhecida no Brasil nos anos 50 De iniacutecio apenas uma

finiacutessima parcela da populaccedilatildeo tinha acesso ao produto e tempos depois

transformou-se num poderoso meio de comunicaccedilatildeo em massa

Para fazer o telejornalismo eacute necessaacuterio uma equipe formada de repoacuterter

cinegrafista redator fotoacutegrafo editor teacutecnicos de som de iluminaccedilatildeo e de

montagens

Diante do exposto natildeo resta duacutevidas de que o repoacuterter cinematograacutefico eacute

antes de qualquer coisa jornalista como os outros Ele deve saber preparar a sua

reportagem efetuaacute-la escrever o seu comentaacuterio sobre imagens

Se eacute certo que ele substitui a esferograacutefica pela cacircmera de filmar tambeacutem

eacute verdade que por meio dela ele escreve uma histoacuteria A diferenccedila eacute que substitui

as palavras pelas imagens que seus olhos treinados conseguem captar

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Em muitas situaccedilotildees o repoacuterter cinematograacutefico acumula as funccedilotildees dos

teacutecnicos de iluminaccedilatildeo som e montagem trabalhando somente com o jornalista

redator E eacute com base nas imagens captadas que os jornalistas produzem seus

textos

Muitas vezes os cinegrafistas produzem imagens tatildeo impressionantes

que eacute difiacutecil para o jornalista descrevecirc-las com palavras podendo surgir eventuais

conflitos entre os dois

Neste contexto a presente monografia procurou enfocar a importacircncia

deste profissional que para ser reconhecido por seus pares e tambeacutem para ter

oportunidade de aumentar seus conhecimentos e aperfeiccediloar suas teacutecnicas

necessita que seja inserida uma cadeira sobre sua aacuterea nos cursos de graduaccedilatildeo

de jornalismo

Para serem admitidos como jornalistas pelas televisotildees profissionais

exige-se formaccedilatildeo acadecircmica em jornalismo Haacute aqui um paradoxo visto que a

profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico tem sua funccedilatildeo regulamentada pelo Decreto

Lei n 83284 de 13 marccedilo de 1969 que atribui normas para o exerciacutecio da profissatildeo

de jornalista e segundo o qual o repoacuterter cinematograacutefico estaacute inserido como

jornalista que capta imagens para fins jornaliacutesticos

Note-se que a partir do momento em que os cursos de jornalismo

incluiacuterem uma cadeira voltada para a reportagem cinematograacutefica todos os que se

formarem no curso e optarem por esse caminho notadamente seratildeo reconhecidos

como jornalistas

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Haacute que se considerar a questatildeo dos antigos profissionais da aacuterea

aqueles que conhecem tudo sobre a profissatildeo e conforme dito no decorrer da

presente costumam ensinar os receacutem-formados no iniacutecio de suas carreiras

Eacute injusta a falta de reconhecimento desses profissionais

Tal situaccedilatildeo demonstra que o preconceito em relaccedilatildeo a eles faz parte de

uma cultura arraigada entre os proacuteprios colegas de profissatildeo e que acaba se

estendendo pelos bancos acadecircmicos e que precisa ser trabalhada desmistificada

pois natildeo tem razatildeo de existir

40

REFEREcircNCIAS

ALVES FILHO Joseacute Falta de reconhecimento 2005 Disponiacutevel em

lthttpwwwmeionortecomblogaspp=11ampid=12gt Acesso em 27 Mar2006

ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE NORMAS TEacuteCNICAS NBR 10520 informaccedilatildeo e

documentaccedilatildeo trabalhos acadecircmicos apresentaccedilatildeo Rio de Janeiro 2002

ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE NORMAS TEacuteCNICAS NBR 6023 informaccedilatildeo e

documentaccedilatildeo elaboraccedilatildeo Rio de Janeiro 2002

Associaccedilatildeo Profissional de Repoacuterteres Fotograacuteficos e Cinematograacuteficos do Brasil

(Arfoc Brasil) 2006 Disponiacutevel em lthttpwwwarfocorgbrgt Acesso em 20

Mar2006

Associaccedilatildeo Profissional de Repoacuterteres Fotograacuteficos e Cinematograacuteficos do Brasil

(Arfoc Brasil) 2006 Disponiacutevel em lthttpwwwarfocorgbrgt Acesso em 20

Mar2006

Associaccedilatildeo Profissional de Repoacuterteres Fotograacuteficos e Cinematograacuteficos do Brasil

(Arfoc Brasil) 2006 Disponiacutevel em lthttpwwwarfocorgbrgt Acesso em 20

Mar2006

Brasil Antocircnio Claacuteudio Telejornalismo e internet e guerrilha tecnoloacutegica Satildeo

Paulo Ciecircncia Moderna 2002

BRASIL Antonio Cinegrafistas exigem creacuteditos 2004 In Observatoacuterio da

Imprensa Disponiacutevel em

lthttpobservatorioultimosegundoigcombrartigosaspcod=280ASP020gt Acesso

em 30 Mar2006

CASTRO Thell 1960-1964 A TV Excelsior revoluciona a televisatildeo brasileira In

Telehistoacuteria TV Excelsior Disponiacutevel em

41

lthttpwwwtelehistoriacombrcanaisemissorasexcelsiorexcelsior3htmgt Acesso

em 03 Mar2006

Curado Olga A notiacutecia na TV o dia-a-dia de quem faz jornalismo Alegro 2002

CURTY Marlene Gonccedilalves CRUZ Anamaria da Costa MENDES Maria Tereza

Reis Apresentaccedilatildeo de trabalhos acadecircmicos dissertaccedilotildees e teses (NBR

147242002) Maringaacute Dental Press 2002

DIZARD JR Wilson A nova miacutedia a comunicaccedilatildeo de massa na Era da informaccedilatildeo

2 ed Jorge Zahar Editor 2000

Enfato ndash Comunicaccedilatildeo Empresarial Disponiacutevel em

lthttpwwwenfatocombrnotas_detasptitulo=21gt Acesso em 06 Mar2006

FENAJ ndash Federaccedilatildeo Nacional dos Jornalistas Decisotildees do TST e STJ reconhecem

direitos de repoacuterter cinematograacutefico e fotograacutefico Nov2005 Disponiacutevel em

ltwwwfenajorgbrgt Acesso em 30 Mar2006

Ganz Pierre A reportagem em raacutedio e televisatildeo Tiacutetulo original Lecirc Reportage

Raacutedio amp Teacutele Editorial inqueacuterito

Gontijo Teodoro Jornalismo na TV Tecnoprinte 1980

GUROVITZ Helio O futuro da TV In Exame Satildeo Paulo Editora Abril v 772 ano

36 no 16 agosto de 2002

KOSMINSKY Doris A Imagem da Notiacutecia A histoacuteria graacutefica do telejornal brasileiro

uma introduccedilatildeo agrave anaacutelise dos selos do Jornal Nacional In Miacutedia Brasileira 2

seacuteculos de histoacuteria 2002 Disponiacutevel em ltwwwjornalismoufscbrredealcaranais

gt4_audiovisuala20imagem20da20notEDciadoc gt Acesso em 02

Mar2006

LEITAtildeO Maristela Alves O papel do jornalista 2005 Disponiacutevel em

lthttpwwwunicespedubrinteracaovirtualnoticiaphpnid=137gt Acesso em 31

Mar2006

42

Manual do Telejornalismo Disponiacutevel em

lthttpwwwtelejornalismocommanualhtmgt Acesso em 06 Mar2006

MENDONCcedilA Eliane Autor da notiacutecia amigo ou inimigo da Ciecircncia sd In ABJC ndash

Associaccedilatildeo Brasileira de Jornalismo Cientiacutefico Disponiacutevel em

lthttpwwwabjcorgbrartigosart_291003htmgt Acesso em 30 Mar2006

NOBLAT Ricardo A arte de fazer um jornal diaacuterio 3 ed Editora Contexto 2003

Nova Faetec Educaccedilatildeo Profissional Rio de Janeiro 2006 Disponiacutevel em

lthttpwwwfaetecrjgovbred_pro_tecnicocom_tecn_prod_reporteraspgt Acesso

em 20 Mar2006

Nova Faetec Educaccedilatildeo Profissional Rio de Janeiro 2006 Disponiacutevel em

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em 20 Mar2006

Nova Faetec Educaccedilatildeo Profissional Rio de Janeiro 2006 Disponiacutevel em

lthttpwwwfaetecrjgovbred_pro_tecnicocom_tecn_prod_reporteraspgt Acesso

em 20 Mar2006

Observatoacuterio da Imprensa Regulamentaccedilatildeo Congresso debate funccedilatildeo da profissatildeo

04 Nov2003 Disponiacutevel em

lthttpobservatorioultimosegundoigcombrartigosipub041120035htmgt Acesso

em 30 Mar2006

Papel do jornalista na sociedade In UFPB 2006 Disponiacutevel em

lthttpwwwcchlaufpbbrdecomturnovodecompapeldojornalistahtmgt Acesso em

30 Mar2006

Paternostro Vera Iacuteris O texto na TV Elsevier1999

Por traacutes das cacircmeras Entrevista com Heacutelio Alvarez por Lisandro Staut In Canal da

imprensa sd Disponiacutevel em

lthttp7214203104searchq=cacheVgs6cnO_NmgJwwwcanaldaimprensacom

brcanalantperfilvint3entrevista2htm+repC3B3rter+cinematogrC3A1ficoamphl

=pt-BRampgl=brampct=clnkampcd=15amplr=lang_ptgt Acesso em 30 Mar2006

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Rossi Cloacutevis O que eacute jornalismo

Sindicato dos Jornalistas 2006 Disponiacutevel em lthttpwwwjornalistasorgbrgt

Acesso em 30 Mar2006

Sindicato dos Jornalistas Disponiacutevel em lthttpwwwjornalistasorgbrgt Acesso em

21 Mar2006

Sindicato dos Jornalistas Disponiacutevel em lthttpwwwjornalistasorgbrgt Acesso em

24 Mar2006

SOUSA FILHO Gelson Amaro de Jornalismo on-line Guia teoacuterico e praacutetico

2004 Disponiacutevel em lthttpgelson-filhositesuolcombrgt Acesso em 06 Mar2006

SQUIRRA Sebastiatildeo O telejornalismo brasileiro num cenaacuterio de

competitividade nov1994 Texto apresentado no II Congresso Brasileiro de

Jornalismo de Liacutengua Portuguesa Rio de Janeiro dezembro de 1994 ECAUSP

Disponiacutevel em lthttpwwwecauspbrnucleosnjcriohtmgt Acesso em 06

Mar2006

Telejornalismocom Disponiacutevel em lthttpwwwtelejornalismocomgt Acesso em 06

Mar2006

Traquina Nelson Teorias do jornalismo

TST ndash Tribunal Superior do Trabalho Site Oficial Disponiacutevel em

lthttpwwwtstgovbrgt Acesso em 06 Mar2006

TST confirma repoacuterter cinematograacutefico eacute Jornalista 25 Nov2005

lthttpwwwoktivanetsispubcgi-

binmyPagefcgiidWebSite=1199ampidSecao=2218ampidNota=15254amppagOrigem=pagC

apaampacao=mostrarMateriagt Acesso em 28 Mar2006

TST confirma repoacuterter cinematograacutefico eacute Jornalista In Espaccedilo Vital Porto Alegre

25 Nov2005 Disponiacutevel em lthttpwwwespacovitalcombrnovoindexphpgt

Acesso em 28 Mar2006

44

REIS JR Antonio O percurso da televisatildeo e do telejornalismo nos anos 70

2003 Disponiacutevel em

lthttpwwwmnemocinecombraruandatvtelejornalismo70shtmgt Acesso em 31

Mar2006

ROTHBERG Danilo Olhar panoracircmico Os depoimentos e sua funccedilatildeo no

jornalismo USC ndash Universidade do Sagrado Coraccedilatildeo Anaacutelise de Miacutedia Disponiacutevel

em lthttpwwwuscbranalisedemidiagt Acesso em 11 Abr2006

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ANEXO I ndash DECRETO Nordm 83284 DE 13 DE MARCcedilO DE 1979

PROFISSAtildeO DE JORNALISTA

Daacute nova regulamentaccedilatildeo ao Decreto-lei nordm 972 de 17 de outubro de 1969 que dispotildee sobre o exerciacutecio da profissatildeo de Jornalista em decorrecircncia das alteraccedilotildees introduzidas pela Lei nordm 6612 de 7 de dezembro de 1978

O Presidente da Repuacuteblica usando da atribuiccedilatildeo que lhe confere o art 81 item

III da Constituiccedilatildeo decreta

Art 1ordm Eacute livre em todo territoacuterio nacional o exerciacutecio da profissatildeo de Jornalista aos que satisfazerem as condiccedilotildees estabelecidas neste Decreto

Art 2ordm A profissatildeo de Jornalista compreende privativamente o exerciacutecio habitual e remunerado de qualquer das seguintes atividades

I - redaccedilatildeo condensaccedilatildeo titulaccedilatildeo interpretaccedilatildeo correccedilatildeo ou coordenaccedilatildeo de mateacuteria a ser divulgada contenha ou natildeo comentaacuterio

II - comentaacuterio ou crocircnica pelo raacutedio ou pela televisatildeo III - entrevista inqueacuterito ou reportagem escrita ou falada IV - planejamento organizaccedilatildeo direccedilatildeo e eventual execuccedilatildeo de serviccedilos

teacutecnicos de Jornalismo como os de arquivo ilustraccedilatildeo ou distribuiccedilatildeo graacutefica de mateacuteria a ser divulgada

V - planejamento organizaccedilatildeo e administraccedilatildeo teacutecnica dos serviccedilos de que trata a aliacutenea ldquoardquo

VI - ensino de teacutecnicas de Jornalismo VII - coleta de notiacutecias ou informaccedilotildees e seu preparo para divulgaccedilatildeo VIII - revisatildeo de originais de mateacuteria jornaliacutestica com vistas agrave correccedilatildeo

redacional e agrave adequaccedilatildeo da linguagem XIX - organizaccedilatildeo e conservaccedilatildeo de arquivo jornaliacutestico e pesquisa dos

respectivos dados para a elaboraccedilatildeo de notiacutecias X - execuccedilatildeo de distribuiccedilatildeo graacutefica de texto fotografia ou ilustraccedilatildeo de

caraacuteter jornaliacutestico para fins de divulgaccedilatildeo XI - execuccedilatildeo de desenhos artiacutesticos ou teacutecnicos de caraacuteter jornaliacutestico para

fins de divulgaccedilatildeo Art 3ordm Considera-se empresa jornaliacutestica para os efeitos deste Decreto-lei

aquela que tenha como atividade a ediccedilatildeo de jornal ou revista ou a distribuiccedilatildeo de noticiaacuterio com funcionamento efetivo idoneidade financeira e registro legal

sect 1ordm Equipara-se agrave empresa jornaliacutestica a seccedilatildeo ou serviccedilo de empresa de radiofusatildeo televisatildeo ou divulgaccedilatildeo cinematograacutefica ou de agecircncia de publicidade onde sejam exercidas as atividades previstas no artigo 2ordm0

sect 2ordm A entidade puacuteblica ou privada natildeo jornaliacutestica sob cuja responsabilidade se editar publicaccedilatildeo destinada a circulaccedilatildeo externa estaacute obrigada ao cumprimento deste decreto relativamente aos jornalistas que contratar

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Art 4ordm O exerciacutecio da profissatildeo de jornalista requer preacutevio registro no oacutergatildeo regional do Ministeacuterio do Trabalho que se faraacute mediante a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash diploma de curso de niacutevel superior de Jornalismo ou de Comunicaccedilatildeo Social habilitaccedilatildeo Jornalismo fornecido por estabelecimento de ensino reconhecido na forma da lei para as funccedilotildees relacionadas nos itens I a IV do artigo 11

IV ndash Carteira de Trabalho e Previdecircncia Social

Paraacutegrafo uacutenico ndash Aos profissionais registrados exclusivamente para o exerciacutecio das funccedilotildees relacionadas nos itens VII a XI do artigo 11 eacute vedado o exerciacutecio das funccedilotildees constantes nos itens I a VII do mesmo artigo

Art 5ordm O Ministeacuterio do Trabalho concederaacute desde que satisfeitas as exigecircncias constantes neste Decreto registro especial ao

I ndash colaborador assim entendido aquele que mediante remuneraccedilatildeo e sem relaccedilatildeo de emprego produz trabalho de natureza teacutecnica cientiacutefica ou cultural relacionando com a sua especializaccedilatildeo para ser divulgado com o nome e qualificaccedilatildeo do autor

II ndash funcionaacuterio puacuteblico titular de cargo cujas atribuiccedilotildees legais coincidam com as mencionadas no artigo 2ordm

III ndash provisionado

Paraacutegrafo uacutenico ndash O registro de que tratam os itens I e II deste artigo natildeo implica o reconhecimento de quaisquer direitos que decorram da condiccedilatildeo de empregado nem no caso do item II dos resultantes do exerciacutecio privado e autocircnomo da profissatildeo

Art 6ordm Para o registro especial de colaborador eacute necessaacuteria a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash declaraccedilatildeo de empresa jornaliacutestica ou que a ela seja equiparada informando do seu interesse pelo registro de colaborador do candidato onde conste a sua especializaccedilatildeo remuneraccedilatildeo contratada e pseudocircnimo se houver

Art 7ordm Para o registro especial de funcionaacuterio puacuteblico titular de cargo cujas atribuiccedilotildees legais coincidam com as mencionadas no artigo 2ordm eacute necessaacuterio a apresentaccedilatildeo de ato de nomeaccedilatildeo ou contrataccedilatildeo para cargo ou emprego com aquelas atribuiccedilotildees aleacutem do cumprimento do que estabelece o artigo 4ordm

Art 8ordm Para o registro especial de provisionado eacute necessaacuterio a apresentaccedilatildeo de

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I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash declaraccedilatildeo fornecida pela empresa jornaliacutestica ou que a ela seja equiparada na qual conste a funccedilatildeo a ser exercida e o salaacuterio correspondente

IV ndash diploma de curso de niacutevel superior ou certificado de ensino de 2ordm grau fornecido por estabelecimento de ensino reconhecido na forma da lei para as funccedilotildees relacionadas nos itens I a VII do artigo 11

V ndash declaraccedilatildeo fornecida pela entidade sindical representativa da categoria profissional com base territorial abrangendo o municiacutepio no qual o provisionado iraacute desempenhar suas funccedilotildees de que natildeo haacute jornalista associado do Sindicato domiciliado naquele municiacutepio disponiacutevel da contrataccedilatildeo

VI ndash Carteira de Trabalho e Previdecircncia Social

sect 1ordm A declaraccedilatildeo de que trata o item V deveraacute ser fornecida pelo Sindicato ao interessado no prazo de 3 dias uacuteteis

sect 2ordm Caso exista profissional domiciliado no municiacutepio disponiacutevel para contrataccedilatildeo o Sindicato comunicaraacute tal fato ao Ministeacuterio do Trabalho no mesmo prazo de 3 dias a contar do pedido de fornecimento da declaraccedilatildeo de que trata o item V

sect 3ordm Caso o Sindicato natildeo forneccedila a declaraccedilatildeo de que trata o item V no prazo mencionado no sect 1ordm o interessado poderaacute instruir seu pedido de registro com o protocolo de apresentaccedilatildeo do requerimento ao Sindicato

sect 4ordm Na hipoacutetese prevista no paraacutegrafo anterior o Ministeacuterio do Trabalho concederaacute ao Sindicato prazo natildeo superior a 3 dias para se manifestar sobre o fornecimento da declaraccedilatildeo caso natildeo tenha ocorrido o fato constante no sect 2ordm

sect 5ordm O registro especial de provisionado teraacute caraacuteter temporaacuterio com duraccedilatildeo maacutexima de trecircs anos renovaacutevel somente com a apresentaccedilatildeo de toda a documentaccedilatildeo prevista neste artigo

Art 9ordm Seraacute efetuado no Ministeacuterio do Trabalho registro dos diretores de empresas jornaliacutesticas que natildeo sendo jornalistas respondem pelas respectivas publicaccedilotildees para o que eacute necessaacuterio a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash prova de registro civil ou comercial da empresa jornaliacutestica com o inteiro teor do seu ato constitutivo

IV ndash prova de depoacutesito do tiacutetulo da publicaccedilatildeo ou da agecircncia de notiacutecias no oacutergatildeo competente do Ministeacuterio da Induacutestria e do Comeacutercio

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V ndash 30 exemplares do jornal ou 12 exemplares da revista ou 30 recortes ou coacutepias de noticiaacuterio com datas diferentes de sua divulgaccedilatildeo

sect 1ordm Tratando-se de empresa nova o Ministeacuterio do Trabalho efetuaraacute registro provisoacuterio com validade por 2 anos tornando-se definitivo apoacutes a comprovaccedilatildeo constante do item V deste artigo

sect 2ordm Natildeo seraacute admitida renovaccedilatildeo ou prorrogaccedilatildeo do prazo de validade do registro provisoacuterio previsto no paraacutegrafo anterior

Art 10ordm Seraacute efetuado no Ministeacuterio do Trabalho registro especial do diretor de empresa natildeo jornaliacutestica sob cuja responsabilidade se editar publicaccedilatildeo destinada agrave circulaccedilatildeo externa ou interna para o que se exigiraacute a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash prova de depoacutesito do tiacutetulo da publicaccedilatildeo no oacutergatildeo competente do Ministeacuterio da Induacutestria e do Comeacutercio

Art 11 ndash As funccedilotildees desempenhadas pelos jornalistas como empregados seratildeo assim classificadas

I - Redator aquele que aleacutem das incumbecircncias de redaccedilatildeo comum tem o encargo de redigir editoriais crocircnicas ou comentaacuterios

II - Noticiarista aquele que tem o encargo de redigir mateacuterias de caraacuteter informativo desprovidas de apreciaccedilotildees ou comentaacuterios preparando-as ou redigindo-as para a divulgaccedilatildeo

III - Repoacuterter aquele que cumpre a determinaccedilatildeo de colher notiacutecias ou informaccedilotildees preparando-as para divulgaccedilatildeo

IV - Repoacuterter de setor aquele que tem o encargo de colher notiacutecias ou informaccedilotildees sobre assuntos predeterminados preparando-as ou redigindo-as para divulgaccedilatildeo

V - Raacutedio-repoacuterter aquele a quem cabe a difusatildeo oral de acontecimento ou entrevista pelo raacutedio ou pela televisatildeo no instante ou no local em que ocorram assim como o comentaacuterio ou crocircnica pelos mesmos veiacuteculos

VI - Arquivista-pesquisador aquele que tem a incumbecircncia de organizar e conservar cultural e tecnicamente o arquivo redatorial procedendo agrave pesquisa dos respectivos dados para a elaboraccedilatildeo de notiacutecias

VII - Revisor aquele que tem o encargo de rever as provas tipograacuteficas de mateacuteria jornaliacutestica

VIII - Ilustrador aquele que tem a seu cargo criar ou executar desenhos artiacutesticos ou teacutecnicos de caraacuteter jornaliacutestico

XIX - Repoacuterter-fotograacutefico aquele a quem cabe registrar fotograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico

X - Repoacuterter-cinematograacutefico aquele a quem cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico

XI - Diagramador aquele a quem compete planejar e executar a distribuiccedilatildeo graacutefica de mateacuterias fotografias ou ilustraccedilotildees de caraacuteter jornaliacutestico para fins de publicaccedilatildeo

Paraacutegrafo uacutenico ndash Os Sindicatos seratildeo ouvidos sobre o exato enquadramento de cada profissional

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Art 12ordm Seratildeo privativas de jornalista as funccedilotildees pertinentes agraves atividades

descritas no artigo 2ordm tais como Editor Secretaacuterio Subsecretaacuterio Chefe de reportagem e Chefe de Revisatildeo

Art 13ordm Natildeo haveraacute incompatibilidade entre o exerciacutecio da profissatildeo de Jornalista e o de qualquer outra funccedilatildeo remunerada ainda que puacuteblica respeitadas a proibiccedilatildeo de acumular cargos e as demais restriccedilotildees de lei

Art 14ordm Seraacute passiacutevel de trancamento o registro profissional do jornalista que sem motivo legal deixar de exercer a profissatildeo por mais de 2 anos

sect 1ordm Natildeo incide na cominaccedilatildeo deste artigo o afastamento decorrente de a) suspensatildeo ou interrupccedilatildeo do contrato de trabalho b) aposentadoria como jornalista c) viagem ou bolsa de estudo para aperfeiccediloamento profissional d) desemprego apurado na forma da Lei nordm 4923 de 23 de dezembro de

1965

sect 2ordm O trancamento seraacute da competecircncia do oacutergatildeo regional do Ministeacuterio do Trabalho de ofiacutecio ou requerimento da entidade sindical representativa da categoria profissional cabendo a esta fazer publicar em oacutergatildeo oficial por trecircs vezes consecutivas e dentro de um interstiacutecio de dois anos a relaccedilatildeo dos jornalistas cujos registros pretende trancar

sect 3ordm Os oacutergatildeos do Ministeacuterio do Trabalho prestaratildeo aos sindicatos representativos da categoria profissional as informaccedilotildees que lhes forem solicitadas especialmente quanto ao registro de admissotildees e dispensas nas empresas jornaliacutesticas realizando as inspeccedilotildees que se tornarem necessaacuterias para a verificaccedilatildeo do exerciacutecio da profissatildeo de jornalista

sect 4ordm O exerciacutecio da atividade em empresa natildeo jornaliacutestica mencionada no artigo 3ordm sect 2ordm natildeo constituiraacute prova suficiente de permanecircncia na profissatildeo se a publicaccedilatildeo e seu responsaacutevel natildeo tiverem registro nos termos deste Decreto

sect 5ordm O registro trancado suspende a titularidade e o exerciacutecio das prerrogativas profissionais mas pode ser revalidado mediante apresentaccedilatildeo dos documentos mencionados nos itens II e III do artigo 4ordm

Art 15ordm O salaacuterio de jornalista natildeo poderaacute ser reajustado nos contratos individuais de trabalho para a jornada normal de 5 horas em base inferior agrave do salaacuterio estipulado para a respectiva funccedilatildeo em acordo ou convenccedilatildeo coletiva de trabalho ou sentenccedila normativa das Justiccedila do Trabalho

Paraacutegrafo uacutenico ndash Em negociaccedilatildeo ou dissiacutedio coletivo poderatildeo os Sindicatos de Jornalistas reclamar o estabelecimento de criteacuterio de remuneraccedilatildeo adicional pela divulgaccedilatildeo de trabalho produzido por jornalistas em mais de um veiacuteculo de comunicaccedilatildeo coletiva

Art 16ordm A admissatildeo de provisionado para exercer funccedilotildees relacionadas nos itens I a VII do artigo 11 seraacute permitida nos municiacutepios onde natildeo existia curso de Jornalismo reconhecido na forma de lei e comprovadamente natildeo haja jornalista domiciliado associado do sindicato representativo da categoria profissional disponiacutevel para contrataccedilatildeo

Paraacutegrafo uacutenico ndash O provisionado nos termos deste artigo poderaacute exercer suas atividades somente no municiacutepio para o qual foi registrado

Art 17ordm Os atuais portadores de registro especial de provisionado poderatildeo exercer suas atividades no Estado onde foram contratados

Art 18 ndash A fiscalizaccedilatildeo do cumprimento dos dispositivos deste Decreto se faraacute na forma do artigo 626 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho sendo aplicaacutevel aos

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infratores multa variaacutevel de 1 a 10 vezes o maior valor de referecircncia fixado de acordo com o artigo 2ordm paraacutegrafo uacutenico da Lei nordm 6205 de 29 de abril de 1975

Paraacutegrafo uacutenico ndash Aos sindicatos representativos da categoria profissional incumbe representar agraves autoridades competentes acerca do exerciacutecio irregular da profissatildeo de Jornalista

Art 19ordm Constitui fraude a prestaccedilatildeo de serviccedilos profissionais gratuitos ou com pagamentos simboacutelicos sob pretexto de estaacutegio bolsa de complementaccedilatildeo convecircnio ou qualquer outra modalidade em desrespeito agrave legislaccedilatildeo trabalhista e a este regulamento

Art 20ordm O disposto neste Decreto natildeo impede a conclusatildeo dos estaacutegios comprovadamente iniciados antes da vigecircncia da Lei nordm 6612 de 7 de dezembro de 1978 os quais entretanto natildeo conferiratildeo por si soacutes direito ao registro profissional

Art 21ordm Este Decreto entra em vigor na data da sua publicaccedilatildeo revogadas as disposiccedilotildees em contraacuterio especialmente os Decretos nordms 65912 de 19 de dezembro de 1969 e 68629 de 18 de maio de 1971

Brasiacutelia 13 de marccedilo de 1979 158ordm da Independecircncia e 91ordm da Repuacuteblica (DO de 13-3-79)

Ernesto Geisel Arnaldo Prieto

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ANEXO II ndash ACOacuteRDAtildeO TST-AIRR-6182001-751-04-401

Acoacuterdatildeo Inteiro Teor NUacuteMERO UacuteNICO PROC AIRR - 6182001-751-04-40 PUBLICACcedilAtildeO DJ - 10022006 Andamento do Processo

PROC Nordm TST-AIRR-6182001-751-04-401 C A C Oacute R D Atilde O 1ordf Turma EMPMs REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO CARACTERIZACcedilAtildeO INDEPENDEcircNCIA NO EXERCIacuteCIO DE SUAS ATIVIDADES REGISTROS DE ASSUNTOS E TEMAacuteTICAS DE INTERESSES JORNALIacuteSTICOS 1 Segundo o Tribunal Regional do Trabalho o Reclamante no exerciacutecio de suas atividades aleacutem de ter acompanhado o repoacuterter entrevistador na produccedilatildeo de mateacuterias fato que por si soacute natildeo lhe retira a condiccedilatildeo de jornalista - e tambeacutem de acordo com depoimentos testemunhais saiacutea agrave rua com a pauta que lhe era dirigida para sozinho produzir as mateacuterias solicitadas pelo empregador o que de acordo com o teor dos dispositivos tidos por vulnerados permite concluir o exerciacutecio da profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico e natildeo simplesmente de operador de cacircmera visto que ao sair agraves ruas para a produccedilatildeo de mateacuterias cumpria seu ofiacutecio obviamente mediante registros de fatos e (ou) assuntos de interesses notadamente jornaliacutestico considerando para tanto a proacutepria natureza da atividade empresarial exercida pela empregadora Inviaacutevel portanto a admissibilidade do recurso de revista em razatildeo da impossibilidade de exame da alegaccedilatildeo de afronta ao Decreto nordm 8413479 visto tratar-se de hipoacutetese natildeo contemplada na letra c do artigo 896 da CLT Por outro lado por violaccedilatildeo dos artigos 2ordm da Lei nordm 661578 e 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 tambeacutem natildeo logra ecircxito a Agravante no intuito de ver autorizado o processamento do recurso de revista No primeiro dispositivo apenas dispotildee-se que o radialista eacute o empregado de radiodifusatildeo exercente de atividades voltadas agrave administraccedilatildeo produccedilatildeo ou teacutecnica No segundo definem-se as profissotildees de repoacuterter e repoacuterter cinematograacutefico salientando-se que a esse uacuteltimo cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico hipoacutetese identificada pelo Regional 2 Agravo de instrumento a que se nega provimento Vistos relatados e discutidos estes autos do Agravo de Instrumento em Recurso de Revista nordm TST-AIRR-6182001-751-04-401 em que eacute Agravante RBS TV SANTA ROSA LTDA e Agravado CLOacuteVIS SANTACATARINA A Reclamada interpotildee agravo de instrumento ao despacho de fls 113-115 mediante o qual foi denegado seguimento ao recurso de revista sob o fundamento de que a decisatildeo decorreu da aplicaccedilatildeo das normas pertinentes uma vez que da situaccedilatildeo faacutetica delineada nos autos natildeo haacute como se extrair ofensa ao artigo 2ordm da Lei nordm 661578 na forma do artigo 896 c da CLT Contraminuta agraves fls 122-124 Natildeo houve remessa dos autos agrave Procuradoria Geral do Trabalho em face da orientaccedilatildeo emanada da Resoluccedilatildeo Administrativa nordm 322 atualmente retratada no artigo 82 do Regimento Interno do Tribunal Superior do

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Trabalho Eacute o relatoacuterio V O T O I CONHECIMENTO Conheccedilo do agravo de instrumento porque regular e tempestivo II MEacuteRITO O Tribunal Regional ao apreciar o recurso ordinaacuterio interposto pela Reclamada no tocante ao reconhecimento da condiccedilatildeo de jornalista ao Reclamante pela Vara do Trabalho decidiu O MM Juiacutezo de primeiro grau acolheu as alegaccedilotildees do reclamante de exerciacutecio de profissatildeo jornaliacutestica de repoacuterter cinematograacutefico condenando a reclamada a pagar diferenccedilas salariais e reflexos Contra esta decisatildeo volta-se a reacute sustentando que o reclamante era operador de cacircmera funccedilatildeo capitulada na profissatildeo de radialista A recorrente tem razatildeo parcialmente Tomando-se a hipoacutetese de confirmar a sentenccedila enquanto reconhece ter o reclamante exercido a funccedilatildeo de repoacuterter cinematograacutefico em todo o contrato existe um marco temporal e juriacutedico que deve ser considerado A funccedilatildeo de repoacuterter cinematograacutefico eacute exclusiva da profissatildeo de jornalista Eacute uma atividade que estaacute reservada aos jornalistas formados assim como estabelecido no DL 97269 O reclamante natildeo demonstra a partir de quando conquistou a diplomaccedilatildeo como jornalista devendo-se considerar apenas pelo que oferecem os autos a data de 16 de junho de 1998 dia em que o reclamante foi registrado no Ministeacuterio do Trabalho como jornalista profissional na funccedilatildeo especiacutefica de repoacuterter cinematograacutefico Considerando que o Ministeacuterio do Trabalho natildeo pode registrar jornalistas natildeo diplomados exceccedilatildeo feita aos provisionados tem-se que o reclamante adquiriu esta condiccedilatildeo nesse dia Antes embora pudesse fazer ou fizesse atividades privativas de jornalistas natildeo pode ser considerado juridicamente como tal Assim em qualquer hipoacutetese de manutenccedilatildeo do reconhecimento da funccedilatildeo de jornaliacutestica esta deve gerar os efeitos pleiteados somente a partir de 16 de junho de 1998 Jaacute quanto a ter exercido ou natildeo funccedilatildeo jornaliacutestica a conclusatildeo eacute de manutenccedilatildeo da sentenccedila Natildeo eacute o fato de estar acompanhado por repoacuterter entrevistador que o cinegrafista perde a condiccedilatildeo de jornalista Trata-se de uma equipe de profissionais jornalistas Um exemplo que melhor ilustra o descabimento da distinccedilatildeo que pretende fazer o apelo eacute a situaccedilatildeo dos fotoacutegrafos ou repoacuterteres fotograacuteficos O fotoacutegrafo sai com a pauta junto com o repoacuterter (ou natildeo e isto tambeacutem acontecia com o reclamante como o reconhecem as testemunhas inclusive trazidas pela reclamada) e enquanto o repoacuterter investiga os dados necessaacuterios para a mateacuteria o fotoacutegrafo registra as cenas mas nem por isto eacute rebaixado da condiccedilatildeo de jornalista para dir- se-ia operador de cacircmera fotograacutefica O que se pode discutir seria o interesse jornaliacutestico das mateacuterias cobertas pelo jornalista reclamante Com efeito os comerciais produzidos e gravados pelo autor natildeo tecircm esse interesse e os eventos promocionais da reclamada recebem dela mesma uma atribuiccedilatildeo desse interesse embora natildeo o tenha imediata e objetivamente mas para efeitos do trabalho executado pelo reclamante deve ser considerado um trabalho jornaliacutestico Foi correta a decisatildeo natildeo merecendo qualquer reparo a natildeo ser o juriacutedico-temporal jaacute mencionado Nesta perspectiva o provimento do recurso eacute parcial (fls 97-99) Ao interpor o recurso de revista a Empresa alegou que o Reclamante na condiccedilatildeo de operador de cacircmera e operador de cacircmera de unidade portaacutetil externa acompanhando o repoacuterter como reconheceu o Regional natildeo pode ser

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enquadrado como jornalista porquanto ao repoacuterter eacute dado cumprir a determinaccedilatildeo de coletar notiacutecias ou informaccedilotildees e elaboraacute-las a fim de viabilizar posterior divulgaccedilatildeo e ao repoacuterter-cinematograacutefico cabe registrar cinematograficamente fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico razatildeo pela qual entende que a atividade do Reclamante eacute proacutepria de radialista categoria agrave qual pertencia Acrescenta que o artigo 2ordm da Lei nordm 661578 estabelece considera-se radialista o empregado de Radiodifusatildeo que exerccedila uma das funccedilotildees em que se desdobram as atividades mencionadas no artigo 4ordm ou seja operador de cacircmara e operador de cacircmara de unidade portaacutetil externa cuja regulamentaccedilatildeo profissional consta do Decreto nordm 8413479 e as atribuiccedilotildees do Quadro Anexo do mesmo decreto item II letra c nordm 3 com a seguinte redaccedilatildeo encarrega-se da gravaccedilatildeo de mateacuteria distribuiacuteda pelo Supervisor de Operaccedilotildees planifica e orienta o entrevistador repoacuterter e iluminador no que se refere aos aspectos teacutecnicos de seu trabalho suas atividades envolvem tanto a gravaccedilatildeo como a geraccedilatildeo de som e imagem atraveacutes de equipamentos eletrocircnico portaacutetil de TV Fundamenta o apelo em violaccedilatildeo dos artigos 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 2ordm da Lei nordm 661578 e do Decreto nordm 8413479 e Quadro Anexo do mesmo decreto item II letra c nordm 3 Inicialmente deve-se registrar a impossibilidade de exame da alegaccedilatildeo de afronta ao Decreto nordm 8413479 visto tratar-se de hipoacutetese natildeo contemplada na letra c do artigo 896 da CLT No tocante agrave ofensa aos artigos 2ordm da Lei nordm 661578 e 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 tambeacutem natildeo logra ecircxito a Agravante no intuito de ver autorizado o processamento do recurso de revista No primeiro dispositivo apenas dispotildee-se que o radialista eacute o empregado de radiodifusatildeo exercente de atividades voltadas agrave administraccedilatildeo produccedilatildeo ou teacutecnica No segundo definem-se as profissotildees de repoacuterter e repoacuterter cinematograacutefico salientando-se que a esse uacuteltimo cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico Ora dos termos da decisatildeo impugnada via recurso de revista nada haacute que conflite com tais dispositivos legais Afinal segundo o Tribunal Regional do Trabalho o Reclamante no exerciacutecio de suas atividades aleacutem de ter acompanhado o repoacuterter entrevistador na produccedilatildeo de mateacuterias fato que por si soacute natildeo lhe retira a condiccedilatildeo de jornalista - tambeacutem de acordo com depoimentos testemunhais saiacutea agrave rua com a pauta que lhe era dirigida para sozinho produzir as mateacuterias solicitadas pelo empregador o que de acordo com o teor dos dispositivos tidos por vulnerados permite concluir pelo exerciacutecio da profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico e natildeo simplesmente de operador de cacircmera visto que ao sair agraves ruas para a produccedilatildeo de mateacuterias cumpria seu ofiacutecio obviamente mediante registros de fatos e (ou) assuntos de interesses notadamente jornaliacutestico considerando para tanto a proacutepria natureza da atividade empresarial exercida pela empregadora Por esses fundamentos nego provimento ao agravo de instrumento ISTO POSTO ACORDAM os Ministros da Primeira Turma do Tribunal Superior do Trabalho por unanimidade negar provimento ao agravo de instrumento Brasiacutelia 9 de novembro de 2005 EMMANOEL PEREIRA Ministro Relator

NIA 3981288

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Page 36: REPÓRTER CINEMATOGRÁFICO É JORNALISTArepositorio.uniceub.br/bitstream/123456789/1670/2/20214825.pdf · trabalhos desenvolvidos. 5 ... tsunamis, cachoeiras em penhascos, ... deles

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Conforme o escritor portuguecircs Pierre Ganz (ANTONIO CARLOS) o

jornalista-repoacuterter de imagens eacute antes de qualquer coisa eacute um jornalista como os

outros Deve saber preparar a sua reportagem efetuaacute-la escrever o seu comentaacuterio

sobre imagens A diferenccedila reside no fato de ele substituir na maioria das vezes a

esferograacutefica pela cacircmera de filmar

Uma cacircmera que ele deveraacute dominar bem mas tambeacutem com a qual vai escrever uma histoacuteria os planos substituindo entatildeo as palavras Uma sintaxe toma o lugar da outra Os teacutecnicos de som de iluminaccedilatildeo e de montagem satildeo-lhe familiares Pode em alguns casos trabalhar sozinho Egrave cada vez mais frequumlente partir em reportagem ou em grande reportagem com equipe reduzida acompanhada apenas por jornalista redator

Eacute mesmo verdade que no meio televisivo uma boa imagem por vezes

substitui um bom texto e ateacute o dispensa Natildeo eacute possiacutevel por exemplo imaginar nos

dias de hoje um noticiaacuterio sobre guerra sem que sejam mostradas imagens E

muitas vezes inspirados nas imagens que os jornalistas produzem seus textos

Sem duacutevida a funccedilatildeo do repoacuterter cinematograacutefico eacute de vital importacircncia

para o jornalismo Uma saiacuteda bastante praacutetica para solucionar o problema desses

profissionais no que se refere agrave ausecircncia de cursos de graduaccedilatildeo seria incluir uma

cadeira sobre o assunto nos cursos de jornalismo Com isso os profissionais da

aacuterea e os interessados em abraccedilar a profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico se

sentiriam motivados a ingressar numa faculdade e quem sabe assim esse

preconceito absurdo seria definitivamente eliminado pondo fim ao estigma de ser

apenas um coadjuvante na confecccedilatildeo da notiacutecia

37

CONCLUSAtildeO

Num momento em que o mundo passa por tantas transformaccedilotildees

decorrentes da evoluccedilatildeo tecnoloacutegica da era da informaccedilatildeo e da globalizaccedilatildeo da

economia o jornalismo profissional ndash seacuterio e bem documentado - ganha relevo em

sua missatildeo de informar opinar e entreter a sociedade em seu cotidiano

A televisatildeo nos dias contemporacircneos pode transmitir ao puacuteblico muito

mais do que o fazia quando foi criada A novidade surgiu em 1923 nos Estados

Unidos e se tornou conhecida no Brasil nos anos 50 De iniacutecio apenas uma

finiacutessima parcela da populaccedilatildeo tinha acesso ao produto e tempos depois

transformou-se num poderoso meio de comunicaccedilatildeo em massa

Para fazer o telejornalismo eacute necessaacuterio uma equipe formada de repoacuterter

cinegrafista redator fotoacutegrafo editor teacutecnicos de som de iluminaccedilatildeo e de

montagens

Diante do exposto natildeo resta duacutevidas de que o repoacuterter cinematograacutefico eacute

antes de qualquer coisa jornalista como os outros Ele deve saber preparar a sua

reportagem efetuaacute-la escrever o seu comentaacuterio sobre imagens

Se eacute certo que ele substitui a esferograacutefica pela cacircmera de filmar tambeacutem

eacute verdade que por meio dela ele escreve uma histoacuteria A diferenccedila eacute que substitui

as palavras pelas imagens que seus olhos treinados conseguem captar

38

Em muitas situaccedilotildees o repoacuterter cinematograacutefico acumula as funccedilotildees dos

teacutecnicos de iluminaccedilatildeo som e montagem trabalhando somente com o jornalista

redator E eacute com base nas imagens captadas que os jornalistas produzem seus

textos

Muitas vezes os cinegrafistas produzem imagens tatildeo impressionantes

que eacute difiacutecil para o jornalista descrevecirc-las com palavras podendo surgir eventuais

conflitos entre os dois

Neste contexto a presente monografia procurou enfocar a importacircncia

deste profissional que para ser reconhecido por seus pares e tambeacutem para ter

oportunidade de aumentar seus conhecimentos e aperfeiccediloar suas teacutecnicas

necessita que seja inserida uma cadeira sobre sua aacuterea nos cursos de graduaccedilatildeo

de jornalismo

Para serem admitidos como jornalistas pelas televisotildees profissionais

exige-se formaccedilatildeo acadecircmica em jornalismo Haacute aqui um paradoxo visto que a

profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico tem sua funccedilatildeo regulamentada pelo Decreto

Lei n 83284 de 13 marccedilo de 1969 que atribui normas para o exerciacutecio da profissatildeo

de jornalista e segundo o qual o repoacuterter cinematograacutefico estaacute inserido como

jornalista que capta imagens para fins jornaliacutesticos

Note-se que a partir do momento em que os cursos de jornalismo

incluiacuterem uma cadeira voltada para a reportagem cinematograacutefica todos os que se

formarem no curso e optarem por esse caminho notadamente seratildeo reconhecidos

como jornalistas

39

Haacute que se considerar a questatildeo dos antigos profissionais da aacuterea

aqueles que conhecem tudo sobre a profissatildeo e conforme dito no decorrer da

presente costumam ensinar os receacutem-formados no iniacutecio de suas carreiras

Eacute injusta a falta de reconhecimento desses profissionais

Tal situaccedilatildeo demonstra que o preconceito em relaccedilatildeo a eles faz parte de

uma cultura arraigada entre os proacuteprios colegas de profissatildeo e que acaba se

estendendo pelos bancos acadecircmicos e que precisa ser trabalhada desmistificada

pois natildeo tem razatildeo de existir

40

REFEREcircNCIAS

ALVES FILHO Joseacute Falta de reconhecimento 2005 Disponiacutevel em

lthttpwwwmeionortecomblogaspp=11ampid=12gt Acesso em 27 Mar2006

ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE NORMAS TEacuteCNICAS NBR 10520 informaccedilatildeo e

documentaccedilatildeo trabalhos acadecircmicos apresentaccedilatildeo Rio de Janeiro 2002

ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE NORMAS TEacuteCNICAS NBR 6023 informaccedilatildeo e

documentaccedilatildeo elaboraccedilatildeo Rio de Janeiro 2002

Associaccedilatildeo Profissional de Repoacuterteres Fotograacuteficos e Cinematograacuteficos do Brasil

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45

ANEXO I ndash DECRETO Nordm 83284 DE 13 DE MARCcedilO DE 1979

PROFISSAtildeO DE JORNALISTA

Daacute nova regulamentaccedilatildeo ao Decreto-lei nordm 972 de 17 de outubro de 1969 que dispotildee sobre o exerciacutecio da profissatildeo de Jornalista em decorrecircncia das alteraccedilotildees introduzidas pela Lei nordm 6612 de 7 de dezembro de 1978

O Presidente da Repuacuteblica usando da atribuiccedilatildeo que lhe confere o art 81 item

III da Constituiccedilatildeo decreta

Art 1ordm Eacute livre em todo territoacuterio nacional o exerciacutecio da profissatildeo de Jornalista aos que satisfazerem as condiccedilotildees estabelecidas neste Decreto

Art 2ordm A profissatildeo de Jornalista compreende privativamente o exerciacutecio habitual e remunerado de qualquer das seguintes atividades

I - redaccedilatildeo condensaccedilatildeo titulaccedilatildeo interpretaccedilatildeo correccedilatildeo ou coordenaccedilatildeo de mateacuteria a ser divulgada contenha ou natildeo comentaacuterio

II - comentaacuterio ou crocircnica pelo raacutedio ou pela televisatildeo III - entrevista inqueacuterito ou reportagem escrita ou falada IV - planejamento organizaccedilatildeo direccedilatildeo e eventual execuccedilatildeo de serviccedilos

teacutecnicos de Jornalismo como os de arquivo ilustraccedilatildeo ou distribuiccedilatildeo graacutefica de mateacuteria a ser divulgada

V - planejamento organizaccedilatildeo e administraccedilatildeo teacutecnica dos serviccedilos de que trata a aliacutenea ldquoardquo

VI - ensino de teacutecnicas de Jornalismo VII - coleta de notiacutecias ou informaccedilotildees e seu preparo para divulgaccedilatildeo VIII - revisatildeo de originais de mateacuteria jornaliacutestica com vistas agrave correccedilatildeo

redacional e agrave adequaccedilatildeo da linguagem XIX - organizaccedilatildeo e conservaccedilatildeo de arquivo jornaliacutestico e pesquisa dos

respectivos dados para a elaboraccedilatildeo de notiacutecias X - execuccedilatildeo de distribuiccedilatildeo graacutefica de texto fotografia ou ilustraccedilatildeo de

caraacuteter jornaliacutestico para fins de divulgaccedilatildeo XI - execuccedilatildeo de desenhos artiacutesticos ou teacutecnicos de caraacuteter jornaliacutestico para

fins de divulgaccedilatildeo Art 3ordm Considera-se empresa jornaliacutestica para os efeitos deste Decreto-lei

aquela que tenha como atividade a ediccedilatildeo de jornal ou revista ou a distribuiccedilatildeo de noticiaacuterio com funcionamento efetivo idoneidade financeira e registro legal

sect 1ordm Equipara-se agrave empresa jornaliacutestica a seccedilatildeo ou serviccedilo de empresa de radiofusatildeo televisatildeo ou divulgaccedilatildeo cinematograacutefica ou de agecircncia de publicidade onde sejam exercidas as atividades previstas no artigo 2ordm0

sect 2ordm A entidade puacuteblica ou privada natildeo jornaliacutestica sob cuja responsabilidade se editar publicaccedilatildeo destinada a circulaccedilatildeo externa estaacute obrigada ao cumprimento deste decreto relativamente aos jornalistas que contratar

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Art 4ordm O exerciacutecio da profissatildeo de jornalista requer preacutevio registro no oacutergatildeo regional do Ministeacuterio do Trabalho que se faraacute mediante a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash diploma de curso de niacutevel superior de Jornalismo ou de Comunicaccedilatildeo Social habilitaccedilatildeo Jornalismo fornecido por estabelecimento de ensino reconhecido na forma da lei para as funccedilotildees relacionadas nos itens I a IV do artigo 11

IV ndash Carteira de Trabalho e Previdecircncia Social

Paraacutegrafo uacutenico ndash Aos profissionais registrados exclusivamente para o exerciacutecio das funccedilotildees relacionadas nos itens VII a XI do artigo 11 eacute vedado o exerciacutecio das funccedilotildees constantes nos itens I a VII do mesmo artigo

Art 5ordm O Ministeacuterio do Trabalho concederaacute desde que satisfeitas as exigecircncias constantes neste Decreto registro especial ao

I ndash colaborador assim entendido aquele que mediante remuneraccedilatildeo e sem relaccedilatildeo de emprego produz trabalho de natureza teacutecnica cientiacutefica ou cultural relacionando com a sua especializaccedilatildeo para ser divulgado com o nome e qualificaccedilatildeo do autor

II ndash funcionaacuterio puacuteblico titular de cargo cujas atribuiccedilotildees legais coincidam com as mencionadas no artigo 2ordm

III ndash provisionado

Paraacutegrafo uacutenico ndash O registro de que tratam os itens I e II deste artigo natildeo implica o reconhecimento de quaisquer direitos que decorram da condiccedilatildeo de empregado nem no caso do item II dos resultantes do exerciacutecio privado e autocircnomo da profissatildeo

Art 6ordm Para o registro especial de colaborador eacute necessaacuteria a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash declaraccedilatildeo de empresa jornaliacutestica ou que a ela seja equiparada informando do seu interesse pelo registro de colaborador do candidato onde conste a sua especializaccedilatildeo remuneraccedilatildeo contratada e pseudocircnimo se houver

Art 7ordm Para o registro especial de funcionaacuterio puacuteblico titular de cargo cujas atribuiccedilotildees legais coincidam com as mencionadas no artigo 2ordm eacute necessaacuterio a apresentaccedilatildeo de ato de nomeaccedilatildeo ou contrataccedilatildeo para cargo ou emprego com aquelas atribuiccedilotildees aleacutem do cumprimento do que estabelece o artigo 4ordm

Art 8ordm Para o registro especial de provisionado eacute necessaacuterio a apresentaccedilatildeo de

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I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash declaraccedilatildeo fornecida pela empresa jornaliacutestica ou que a ela seja equiparada na qual conste a funccedilatildeo a ser exercida e o salaacuterio correspondente

IV ndash diploma de curso de niacutevel superior ou certificado de ensino de 2ordm grau fornecido por estabelecimento de ensino reconhecido na forma da lei para as funccedilotildees relacionadas nos itens I a VII do artigo 11

V ndash declaraccedilatildeo fornecida pela entidade sindical representativa da categoria profissional com base territorial abrangendo o municiacutepio no qual o provisionado iraacute desempenhar suas funccedilotildees de que natildeo haacute jornalista associado do Sindicato domiciliado naquele municiacutepio disponiacutevel da contrataccedilatildeo

VI ndash Carteira de Trabalho e Previdecircncia Social

sect 1ordm A declaraccedilatildeo de que trata o item V deveraacute ser fornecida pelo Sindicato ao interessado no prazo de 3 dias uacuteteis

sect 2ordm Caso exista profissional domiciliado no municiacutepio disponiacutevel para contrataccedilatildeo o Sindicato comunicaraacute tal fato ao Ministeacuterio do Trabalho no mesmo prazo de 3 dias a contar do pedido de fornecimento da declaraccedilatildeo de que trata o item V

sect 3ordm Caso o Sindicato natildeo forneccedila a declaraccedilatildeo de que trata o item V no prazo mencionado no sect 1ordm o interessado poderaacute instruir seu pedido de registro com o protocolo de apresentaccedilatildeo do requerimento ao Sindicato

sect 4ordm Na hipoacutetese prevista no paraacutegrafo anterior o Ministeacuterio do Trabalho concederaacute ao Sindicato prazo natildeo superior a 3 dias para se manifestar sobre o fornecimento da declaraccedilatildeo caso natildeo tenha ocorrido o fato constante no sect 2ordm

sect 5ordm O registro especial de provisionado teraacute caraacuteter temporaacuterio com duraccedilatildeo maacutexima de trecircs anos renovaacutevel somente com a apresentaccedilatildeo de toda a documentaccedilatildeo prevista neste artigo

Art 9ordm Seraacute efetuado no Ministeacuterio do Trabalho registro dos diretores de empresas jornaliacutesticas que natildeo sendo jornalistas respondem pelas respectivas publicaccedilotildees para o que eacute necessaacuterio a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash prova de registro civil ou comercial da empresa jornaliacutestica com o inteiro teor do seu ato constitutivo

IV ndash prova de depoacutesito do tiacutetulo da publicaccedilatildeo ou da agecircncia de notiacutecias no oacutergatildeo competente do Ministeacuterio da Induacutestria e do Comeacutercio

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V ndash 30 exemplares do jornal ou 12 exemplares da revista ou 30 recortes ou coacutepias de noticiaacuterio com datas diferentes de sua divulgaccedilatildeo

sect 1ordm Tratando-se de empresa nova o Ministeacuterio do Trabalho efetuaraacute registro provisoacuterio com validade por 2 anos tornando-se definitivo apoacutes a comprovaccedilatildeo constante do item V deste artigo

sect 2ordm Natildeo seraacute admitida renovaccedilatildeo ou prorrogaccedilatildeo do prazo de validade do registro provisoacuterio previsto no paraacutegrafo anterior

Art 10ordm Seraacute efetuado no Ministeacuterio do Trabalho registro especial do diretor de empresa natildeo jornaliacutestica sob cuja responsabilidade se editar publicaccedilatildeo destinada agrave circulaccedilatildeo externa ou interna para o que se exigiraacute a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash prova de depoacutesito do tiacutetulo da publicaccedilatildeo no oacutergatildeo competente do Ministeacuterio da Induacutestria e do Comeacutercio

Art 11 ndash As funccedilotildees desempenhadas pelos jornalistas como empregados seratildeo assim classificadas

I - Redator aquele que aleacutem das incumbecircncias de redaccedilatildeo comum tem o encargo de redigir editoriais crocircnicas ou comentaacuterios

II - Noticiarista aquele que tem o encargo de redigir mateacuterias de caraacuteter informativo desprovidas de apreciaccedilotildees ou comentaacuterios preparando-as ou redigindo-as para a divulgaccedilatildeo

III - Repoacuterter aquele que cumpre a determinaccedilatildeo de colher notiacutecias ou informaccedilotildees preparando-as para divulgaccedilatildeo

IV - Repoacuterter de setor aquele que tem o encargo de colher notiacutecias ou informaccedilotildees sobre assuntos predeterminados preparando-as ou redigindo-as para divulgaccedilatildeo

V - Raacutedio-repoacuterter aquele a quem cabe a difusatildeo oral de acontecimento ou entrevista pelo raacutedio ou pela televisatildeo no instante ou no local em que ocorram assim como o comentaacuterio ou crocircnica pelos mesmos veiacuteculos

VI - Arquivista-pesquisador aquele que tem a incumbecircncia de organizar e conservar cultural e tecnicamente o arquivo redatorial procedendo agrave pesquisa dos respectivos dados para a elaboraccedilatildeo de notiacutecias

VII - Revisor aquele que tem o encargo de rever as provas tipograacuteficas de mateacuteria jornaliacutestica

VIII - Ilustrador aquele que tem a seu cargo criar ou executar desenhos artiacutesticos ou teacutecnicos de caraacuteter jornaliacutestico

XIX - Repoacuterter-fotograacutefico aquele a quem cabe registrar fotograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico

X - Repoacuterter-cinematograacutefico aquele a quem cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico

XI - Diagramador aquele a quem compete planejar e executar a distribuiccedilatildeo graacutefica de mateacuterias fotografias ou ilustraccedilotildees de caraacuteter jornaliacutestico para fins de publicaccedilatildeo

Paraacutegrafo uacutenico ndash Os Sindicatos seratildeo ouvidos sobre o exato enquadramento de cada profissional

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Art 12ordm Seratildeo privativas de jornalista as funccedilotildees pertinentes agraves atividades

descritas no artigo 2ordm tais como Editor Secretaacuterio Subsecretaacuterio Chefe de reportagem e Chefe de Revisatildeo

Art 13ordm Natildeo haveraacute incompatibilidade entre o exerciacutecio da profissatildeo de Jornalista e o de qualquer outra funccedilatildeo remunerada ainda que puacuteblica respeitadas a proibiccedilatildeo de acumular cargos e as demais restriccedilotildees de lei

Art 14ordm Seraacute passiacutevel de trancamento o registro profissional do jornalista que sem motivo legal deixar de exercer a profissatildeo por mais de 2 anos

sect 1ordm Natildeo incide na cominaccedilatildeo deste artigo o afastamento decorrente de a) suspensatildeo ou interrupccedilatildeo do contrato de trabalho b) aposentadoria como jornalista c) viagem ou bolsa de estudo para aperfeiccediloamento profissional d) desemprego apurado na forma da Lei nordm 4923 de 23 de dezembro de

1965

sect 2ordm O trancamento seraacute da competecircncia do oacutergatildeo regional do Ministeacuterio do Trabalho de ofiacutecio ou requerimento da entidade sindical representativa da categoria profissional cabendo a esta fazer publicar em oacutergatildeo oficial por trecircs vezes consecutivas e dentro de um interstiacutecio de dois anos a relaccedilatildeo dos jornalistas cujos registros pretende trancar

sect 3ordm Os oacutergatildeos do Ministeacuterio do Trabalho prestaratildeo aos sindicatos representativos da categoria profissional as informaccedilotildees que lhes forem solicitadas especialmente quanto ao registro de admissotildees e dispensas nas empresas jornaliacutesticas realizando as inspeccedilotildees que se tornarem necessaacuterias para a verificaccedilatildeo do exerciacutecio da profissatildeo de jornalista

sect 4ordm O exerciacutecio da atividade em empresa natildeo jornaliacutestica mencionada no artigo 3ordm sect 2ordm natildeo constituiraacute prova suficiente de permanecircncia na profissatildeo se a publicaccedilatildeo e seu responsaacutevel natildeo tiverem registro nos termos deste Decreto

sect 5ordm O registro trancado suspende a titularidade e o exerciacutecio das prerrogativas profissionais mas pode ser revalidado mediante apresentaccedilatildeo dos documentos mencionados nos itens II e III do artigo 4ordm

Art 15ordm O salaacuterio de jornalista natildeo poderaacute ser reajustado nos contratos individuais de trabalho para a jornada normal de 5 horas em base inferior agrave do salaacuterio estipulado para a respectiva funccedilatildeo em acordo ou convenccedilatildeo coletiva de trabalho ou sentenccedila normativa das Justiccedila do Trabalho

Paraacutegrafo uacutenico ndash Em negociaccedilatildeo ou dissiacutedio coletivo poderatildeo os Sindicatos de Jornalistas reclamar o estabelecimento de criteacuterio de remuneraccedilatildeo adicional pela divulgaccedilatildeo de trabalho produzido por jornalistas em mais de um veiacuteculo de comunicaccedilatildeo coletiva

Art 16ordm A admissatildeo de provisionado para exercer funccedilotildees relacionadas nos itens I a VII do artigo 11 seraacute permitida nos municiacutepios onde natildeo existia curso de Jornalismo reconhecido na forma de lei e comprovadamente natildeo haja jornalista domiciliado associado do sindicato representativo da categoria profissional disponiacutevel para contrataccedilatildeo

Paraacutegrafo uacutenico ndash O provisionado nos termos deste artigo poderaacute exercer suas atividades somente no municiacutepio para o qual foi registrado

Art 17ordm Os atuais portadores de registro especial de provisionado poderatildeo exercer suas atividades no Estado onde foram contratados

Art 18 ndash A fiscalizaccedilatildeo do cumprimento dos dispositivos deste Decreto se faraacute na forma do artigo 626 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho sendo aplicaacutevel aos

50

infratores multa variaacutevel de 1 a 10 vezes o maior valor de referecircncia fixado de acordo com o artigo 2ordm paraacutegrafo uacutenico da Lei nordm 6205 de 29 de abril de 1975

Paraacutegrafo uacutenico ndash Aos sindicatos representativos da categoria profissional incumbe representar agraves autoridades competentes acerca do exerciacutecio irregular da profissatildeo de Jornalista

Art 19ordm Constitui fraude a prestaccedilatildeo de serviccedilos profissionais gratuitos ou com pagamentos simboacutelicos sob pretexto de estaacutegio bolsa de complementaccedilatildeo convecircnio ou qualquer outra modalidade em desrespeito agrave legislaccedilatildeo trabalhista e a este regulamento

Art 20ordm O disposto neste Decreto natildeo impede a conclusatildeo dos estaacutegios comprovadamente iniciados antes da vigecircncia da Lei nordm 6612 de 7 de dezembro de 1978 os quais entretanto natildeo conferiratildeo por si soacutes direito ao registro profissional

Art 21ordm Este Decreto entra em vigor na data da sua publicaccedilatildeo revogadas as disposiccedilotildees em contraacuterio especialmente os Decretos nordms 65912 de 19 de dezembro de 1969 e 68629 de 18 de maio de 1971

Brasiacutelia 13 de marccedilo de 1979 158ordm da Independecircncia e 91ordm da Repuacuteblica (DO de 13-3-79)

Ernesto Geisel Arnaldo Prieto

51

ANEXO II ndash ACOacuteRDAtildeO TST-AIRR-6182001-751-04-401

Acoacuterdatildeo Inteiro Teor NUacuteMERO UacuteNICO PROC AIRR - 6182001-751-04-40 PUBLICACcedilAtildeO DJ - 10022006 Andamento do Processo

PROC Nordm TST-AIRR-6182001-751-04-401 C A C Oacute R D Atilde O 1ordf Turma EMPMs REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO CARACTERIZACcedilAtildeO INDEPENDEcircNCIA NO EXERCIacuteCIO DE SUAS ATIVIDADES REGISTROS DE ASSUNTOS E TEMAacuteTICAS DE INTERESSES JORNALIacuteSTICOS 1 Segundo o Tribunal Regional do Trabalho o Reclamante no exerciacutecio de suas atividades aleacutem de ter acompanhado o repoacuterter entrevistador na produccedilatildeo de mateacuterias fato que por si soacute natildeo lhe retira a condiccedilatildeo de jornalista - e tambeacutem de acordo com depoimentos testemunhais saiacutea agrave rua com a pauta que lhe era dirigida para sozinho produzir as mateacuterias solicitadas pelo empregador o que de acordo com o teor dos dispositivos tidos por vulnerados permite concluir o exerciacutecio da profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico e natildeo simplesmente de operador de cacircmera visto que ao sair agraves ruas para a produccedilatildeo de mateacuterias cumpria seu ofiacutecio obviamente mediante registros de fatos e (ou) assuntos de interesses notadamente jornaliacutestico considerando para tanto a proacutepria natureza da atividade empresarial exercida pela empregadora Inviaacutevel portanto a admissibilidade do recurso de revista em razatildeo da impossibilidade de exame da alegaccedilatildeo de afronta ao Decreto nordm 8413479 visto tratar-se de hipoacutetese natildeo contemplada na letra c do artigo 896 da CLT Por outro lado por violaccedilatildeo dos artigos 2ordm da Lei nordm 661578 e 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 tambeacutem natildeo logra ecircxito a Agravante no intuito de ver autorizado o processamento do recurso de revista No primeiro dispositivo apenas dispotildee-se que o radialista eacute o empregado de radiodifusatildeo exercente de atividades voltadas agrave administraccedilatildeo produccedilatildeo ou teacutecnica No segundo definem-se as profissotildees de repoacuterter e repoacuterter cinematograacutefico salientando-se que a esse uacuteltimo cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico hipoacutetese identificada pelo Regional 2 Agravo de instrumento a que se nega provimento Vistos relatados e discutidos estes autos do Agravo de Instrumento em Recurso de Revista nordm TST-AIRR-6182001-751-04-401 em que eacute Agravante RBS TV SANTA ROSA LTDA e Agravado CLOacuteVIS SANTACATARINA A Reclamada interpotildee agravo de instrumento ao despacho de fls 113-115 mediante o qual foi denegado seguimento ao recurso de revista sob o fundamento de que a decisatildeo decorreu da aplicaccedilatildeo das normas pertinentes uma vez que da situaccedilatildeo faacutetica delineada nos autos natildeo haacute como se extrair ofensa ao artigo 2ordm da Lei nordm 661578 na forma do artigo 896 c da CLT Contraminuta agraves fls 122-124 Natildeo houve remessa dos autos agrave Procuradoria Geral do Trabalho em face da orientaccedilatildeo emanada da Resoluccedilatildeo Administrativa nordm 322 atualmente retratada no artigo 82 do Regimento Interno do Tribunal Superior do

52

Trabalho Eacute o relatoacuterio V O T O I CONHECIMENTO Conheccedilo do agravo de instrumento porque regular e tempestivo II MEacuteRITO O Tribunal Regional ao apreciar o recurso ordinaacuterio interposto pela Reclamada no tocante ao reconhecimento da condiccedilatildeo de jornalista ao Reclamante pela Vara do Trabalho decidiu O MM Juiacutezo de primeiro grau acolheu as alegaccedilotildees do reclamante de exerciacutecio de profissatildeo jornaliacutestica de repoacuterter cinematograacutefico condenando a reclamada a pagar diferenccedilas salariais e reflexos Contra esta decisatildeo volta-se a reacute sustentando que o reclamante era operador de cacircmera funccedilatildeo capitulada na profissatildeo de radialista A recorrente tem razatildeo parcialmente Tomando-se a hipoacutetese de confirmar a sentenccedila enquanto reconhece ter o reclamante exercido a funccedilatildeo de repoacuterter cinematograacutefico em todo o contrato existe um marco temporal e juriacutedico que deve ser considerado A funccedilatildeo de repoacuterter cinematograacutefico eacute exclusiva da profissatildeo de jornalista Eacute uma atividade que estaacute reservada aos jornalistas formados assim como estabelecido no DL 97269 O reclamante natildeo demonstra a partir de quando conquistou a diplomaccedilatildeo como jornalista devendo-se considerar apenas pelo que oferecem os autos a data de 16 de junho de 1998 dia em que o reclamante foi registrado no Ministeacuterio do Trabalho como jornalista profissional na funccedilatildeo especiacutefica de repoacuterter cinematograacutefico Considerando que o Ministeacuterio do Trabalho natildeo pode registrar jornalistas natildeo diplomados exceccedilatildeo feita aos provisionados tem-se que o reclamante adquiriu esta condiccedilatildeo nesse dia Antes embora pudesse fazer ou fizesse atividades privativas de jornalistas natildeo pode ser considerado juridicamente como tal Assim em qualquer hipoacutetese de manutenccedilatildeo do reconhecimento da funccedilatildeo de jornaliacutestica esta deve gerar os efeitos pleiteados somente a partir de 16 de junho de 1998 Jaacute quanto a ter exercido ou natildeo funccedilatildeo jornaliacutestica a conclusatildeo eacute de manutenccedilatildeo da sentenccedila Natildeo eacute o fato de estar acompanhado por repoacuterter entrevistador que o cinegrafista perde a condiccedilatildeo de jornalista Trata-se de uma equipe de profissionais jornalistas Um exemplo que melhor ilustra o descabimento da distinccedilatildeo que pretende fazer o apelo eacute a situaccedilatildeo dos fotoacutegrafos ou repoacuterteres fotograacuteficos O fotoacutegrafo sai com a pauta junto com o repoacuterter (ou natildeo e isto tambeacutem acontecia com o reclamante como o reconhecem as testemunhas inclusive trazidas pela reclamada) e enquanto o repoacuterter investiga os dados necessaacuterios para a mateacuteria o fotoacutegrafo registra as cenas mas nem por isto eacute rebaixado da condiccedilatildeo de jornalista para dir- se-ia operador de cacircmera fotograacutefica O que se pode discutir seria o interesse jornaliacutestico das mateacuterias cobertas pelo jornalista reclamante Com efeito os comerciais produzidos e gravados pelo autor natildeo tecircm esse interesse e os eventos promocionais da reclamada recebem dela mesma uma atribuiccedilatildeo desse interesse embora natildeo o tenha imediata e objetivamente mas para efeitos do trabalho executado pelo reclamante deve ser considerado um trabalho jornaliacutestico Foi correta a decisatildeo natildeo merecendo qualquer reparo a natildeo ser o juriacutedico-temporal jaacute mencionado Nesta perspectiva o provimento do recurso eacute parcial (fls 97-99) Ao interpor o recurso de revista a Empresa alegou que o Reclamante na condiccedilatildeo de operador de cacircmera e operador de cacircmera de unidade portaacutetil externa acompanhando o repoacuterter como reconheceu o Regional natildeo pode ser

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enquadrado como jornalista porquanto ao repoacuterter eacute dado cumprir a determinaccedilatildeo de coletar notiacutecias ou informaccedilotildees e elaboraacute-las a fim de viabilizar posterior divulgaccedilatildeo e ao repoacuterter-cinematograacutefico cabe registrar cinematograficamente fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico razatildeo pela qual entende que a atividade do Reclamante eacute proacutepria de radialista categoria agrave qual pertencia Acrescenta que o artigo 2ordm da Lei nordm 661578 estabelece considera-se radialista o empregado de Radiodifusatildeo que exerccedila uma das funccedilotildees em que se desdobram as atividades mencionadas no artigo 4ordm ou seja operador de cacircmara e operador de cacircmara de unidade portaacutetil externa cuja regulamentaccedilatildeo profissional consta do Decreto nordm 8413479 e as atribuiccedilotildees do Quadro Anexo do mesmo decreto item II letra c nordm 3 com a seguinte redaccedilatildeo encarrega-se da gravaccedilatildeo de mateacuteria distribuiacuteda pelo Supervisor de Operaccedilotildees planifica e orienta o entrevistador repoacuterter e iluminador no que se refere aos aspectos teacutecnicos de seu trabalho suas atividades envolvem tanto a gravaccedilatildeo como a geraccedilatildeo de som e imagem atraveacutes de equipamentos eletrocircnico portaacutetil de TV Fundamenta o apelo em violaccedilatildeo dos artigos 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 2ordm da Lei nordm 661578 e do Decreto nordm 8413479 e Quadro Anexo do mesmo decreto item II letra c nordm 3 Inicialmente deve-se registrar a impossibilidade de exame da alegaccedilatildeo de afronta ao Decreto nordm 8413479 visto tratar-se de hipoacutetese natildeo contemplada na letra c do artigo 896 da CLT No tocante agrave ofensa aos artigos 2ordm da Lei nordm 661578 e 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 tambeacutem natildeo logra ecircxito a Agravante no intuito de ver autorizado o processamento do recurso de revista No primeiro dispositivo apenas dispotildee-se que o radialista eacute o empregado de radiodifusatildeo exercente de atividades voltadas agrave administraccedilatildeo produccedilatildeo ou teacutecnica No segundo definem-se as profissotildees de repoacuterter e repoacuterter cinematograacutefico salientando-se que a esse uacuteltimo cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico Ora dos termos da decisatildeo impugnada via recurso de revista nada haacute que conflite com tais dispositivos legais Afinal segundo o Tribunal Regional do Trabalho o Reclamante no exerciacutecio de suas atividades aleacutem de ter acompanhado o repoacuterter entrevistador na produccedilatildeo de mateacuterias fato que por si soacute natildeo lhe retira a condiccedilatildeo de jornalista - tambeacutem de acordo com depoimentos testemunhais saiacutea agrave rua com a pauta que lhe era dirigida para sozinho produzir as mateacuterias solicitadas pelo empregador o que de acordo com o teor dos dispositivos tidos por vulnerados permite concluir pelo exerciacutecio da profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico e natildeo simplesmente de operador de cacircmera visto que ao sair agraves ruas para a produccedilatildeo de mateacuterias cumpria seu ofiacutecio obviamente mediante registros de fatos e (ou) assuntos de interesses notadamente jornaliacutestico considerando para tanto a proacutepria natureza da atividade empresarial exercida pela empregadora Por esses fundamentos nego provimento ao agravo de instrumento ISTO POSTO ACORDAM os Ministros da Primeira Turma do Tribunal Superior do Trabalho por unanimidade negar provimento ao agravo de instrumento Brasiacutelia 9 de novembro de 2005 EMMANOEL PEREIRA Ministro Relator

NIA 3981288

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CONCLUSAtildeO

Num momento em que o mundo passa por tantas transformaccedilotildees

decorrentes da evoluccedilatildeo tecnoloacutegica da era da informaccedilatildeo e da globalizaccedilatildeo da

economia o jornalismo profissional ndash seacuterio e bem documentado - ganha relevo em

sua missatildeo de informar opinar e entreter a sociedade em seu cotidiano

A televisatildeo nos dias contemporacircneos pode transmitir ao puacuteblico muito

mais do que o fazia quando foi criada A novidade surgiu em 1923 nos Estados

Unidos e se tornou conhecida no Brasil nos anos 50 De iniacutecio apenas uma

finiacutessima parcela da populaccedilatildeo tinha acesso ao produto e tempos depois

transformou-se num poderoso meio de comunicaccedilatildeo em massa

Para fazer o telejornalismo eacute necessaacuterio uma equipe formada de repoacuterter

cinegrafista redator fotoacutegrafo editor teacutecnicos de som de iluminaccedilatildeo e de

montagens

Diante do exposto natildeo resta duacutevidas de que o repoacuterter cinematograacutefico eacute

antes de qualquer coisa jornalista como os outros Ele deve saber preparar a sua

reportagem efetuaacute-la escrever o seu comentaacuterio sobre imagens

Se eacute certo que ele substitui a esferograacutefica pela cacircmera de filmar tambeacutem

eacute verdade que por meio dela ele escreve uma histoacuteria A diferenccedila eacute que substitui

as palavras pelas imagens que seus olhos treinados conseguem captar

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Em muitas situaccedilotildees o repoacuterter cinematograacutefico acumula as funccedilotildees dos

teacutecnicos de iluminaccedilatildeo som e montagem trabalhando somente com o jornalista

redator E eacute com base nas imagens captadas que os jornalistas produzem seus

textos

Muitas vezes os cinegrafistas produzem imagens tatildeo impressionantes

que eacute difiacutecil para o jornalista descrevecirc-las com palavras podendo surgir eventuais

conflitos entre os dois

Neste contexto a presente monografia procurou enfocar a importacircncia

deste profissional que para ser reconhecido por seus pares e tambeacutem para ter

oportunidade de aumentar seus conhecimentos e aperfeiccediloar suas teacutecnicas

necessita que seja inserida uma cadeira sobre sua aacuterea nos cursos de graduaccedilatildeo

de jornalismo

Para serem admitidos como jornalistas pelas televisotildees profissionais

exige-se formaccedilatildeo acadecircmica em jornalismo Haacute aqui um paradoxo visto que a

profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico tem sua funccedilatildeo regulamentada pelo Decreto

Lei n 83284 de 13 marccedilo de 1969 que atribui normas para o exerciacutecio da profissatildeo

de jornalista e segundo o qual o repoacuterter cinematograacutefico estaacute inserido como

jornalista que capta imagens para fins jornaliacutesticos

Note-se que a partir do momento em que os cursos de jornalismo

incluiacuterem uma cadeira voltada para a reportagem cinematograacutefica todos os que se

formarem no curso e optarem por esse caminho notadamente seratildeo reconhecidos

como jornalistas

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Haacute que se considerar a questatildeo dos antigos profissionais da aacuterea

aqueles que conhecem tudo sobre a profissatildeo e conforme dito no decorrer da

presente costumam ensinar os receacutem-formados no iniacutecio de suas carreiras

Eacute injusta a falta de reconhecimento desses profissionais

Tal situaccedilatildeo demonstra que o preconceito em relaccedilatildeo a eles faz parte de

uma cultura arraigada entre os proacuteprios colegas de profissatildeo e que acaba se

estendendo pelos bancos acadecircmicos e que precisa ser trabalhada desmistificada

pois natildeo tem razatildeo de existir

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ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE NORMAS TEacuteCNICAS NBR 6023 informaccedilatildeo e

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ANEXO I ndash DECRETO Nordm 83284 DE 13 DE MARCcedilO DE 1979

PROFISSAtildeO DE JORNALISTA

Daacute nova regulamentaccedilatildeo ao Decreto-lei nordm 972 de 17 de outubro de 1969 que dispotildee sobre o exerciacutecio da profissatildeo de Jornalista em decorrecircncia das alteraccedilotildees introduzidas pela Lei nordm 6612 de 7 de dezembro de 1978

O Presidente da Repuacuteblica usando da atribuiccedilatildeo que lhe confere o art 81 item

III da Constituiccedilatildeo decreta

Art 1ordm Eacute livre em todo territoacuterio nacional o exerciacutecio da profissatildeo de Jornalista aos que satisfazerem as condiccedilotildees estabelecidas neste Decreto

Art 2ordm A profissatildeo de Jornalista compreende privativamente o exerciacutecio habitual e remunerado de qualquer das seguintes atividades

I - redaccedilatildeo condensaccedilatildeo titulaccedilatildeo interpretaccedilatildeo correccedilatildeo ou coordenaccedilatildeo de mateacuteria a ser divulgada contenha ou natildeo comentaacuterio

II - comentaacuterio ou crocircnica pelo raacutedio ou pela televisatildeo III - entrevista inqueacuterito ou reportagem escrita ou falada IV - planejamento organizaccedilatildeo direccedilatildeo e eventual execuccedilatildeo de serviccedilos

teacutecnicos de Jornalismo como os de arquivo ilustraccedilatildeo ou distribuiccedilatildeo graacutefica de mateacuteria a ser divulgada

V - planejamento organizaccedilatildeo e administraccedilatildeo teacutecnica dos serviccedilos de que trata a aliacutenea ldquoardquo

VI - ensino de teacutecnicas de Jornalismo VII - coleta de notiacutecias ou informaccedilotildees e seu preparo para divulgaccedilatildeo VIII - revisatildeo de originais de mateacuteria jornaliacutestica com vistas agrave correccedilatildeo

redacional e agrave adequaccedilatildeo da linguagem XIX - organizaccedilatildeo e conservaccedilatildeo de arquivo jornaliacutestico e pesquisa dos

respectivos dados para a elaboraccedilatildeo de notiacutecias X - execuccedilatildeo de distribuiccedilatildeo graacutefica de texto fotografia ou ilustraccedilatildeo de

caraacuteter jornaliacutestico para fins de divulgaccedilatildeo XI - execuccedilatildeo de desenhos artiacutesticos ou teacutecnicos de caraacuteter jornaliacutestico para

fins de divulgaccedilatildeo Art 3ordm Considera-se empresa jornaliacutestica para os efeitos deste Decreto-lei

aquela que tenha como atividade a ediccedilatildeo de jornal ou revista ou a distribuiccedilatildeo de noticiaacuterio com funcionamento efetivo idoneidade financeira e registro legal

sect 1ordm Equipara-se agrave empresa jornaliacutestica a seccedilatildeo ou serviccedilo de empresa de radiofusatildeo televisatildeo ou divulgaccedilatildeo cinematograacutefica ou de agecircncia de publicidade onde sejam exercidas as atividades previstas no artigo 2ordm0

sect 2ordm A entidade puacuteblica ou privada natildeo jornaliacutestica sob cuja responsabilidade se editar publicaccedilatildeo destinada a circulaccedilatildeo externa estaacute obrigada ao cumprimento deste decreto relativamente aos jornalistas que contratar

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Art 4ordm O exerciacutecio da profissatildeo de jornalista requer preacutevio registro no oacutergatildeo regional do Ministeacuterio do Trabalho que se faraacute mediante a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash diploma de curso de niacutevel superior de Jornalismo ou de Comunicaccedilatildeo Social habilitaccedilatildeo Jornalismo fornecido por estabelecimento de ensino reconhecido na forma da lei para as funccedilotildees relacionadas nos itens I a IV do artigo 11

IV ndash Carteira de Trabalho e Previdecircncia Social

Paraacutegrafo uacutenico ndash Aos profissionais registrados exclusivamente para o exerciacutecio das funccedilotildees relacionadas nos itens VII a XI do artigo 11 eacute vedado o exerciacutecio das funccedilotildees constantes nos itens I a VII do mesmo artigo

Art 5ordm O Ministeacuterio do Trabalho concederaacute desde que satisfeitas as exigecircncias constantes neste Decreto registro especial ao

I ndash colaborador assim entendido aquele que mediante remuneraccedilatildeo e sem relaccedilatildeo de emprego produz trabalho de natureza teacutecnica cientiacutefica ou cultural relacionando com a sua especializaccedilatildeo para ser divulgado com o nome e qualificaccedilatildeo do autor

II ndash funcionaacuterio puacuteblico titular de cargo cujas atribuiccedilotildees legais coincidam com as mencionadas no artigo 2ordm

III ndash provisionado

Paraacutegrafo uacutenico ndash O registro de que tratam os itens I e II deste artigo natildeo implica o reconhecimento de quaisquer direitos que decorram da condiccedilatildeo de empregado nem no caso do item II dos resultantes do exerciacutecio privado e autocircnomo da profissatildeo

Art 6ordm Para o registro especial de colaborador eacute necessaacuteria a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash declaraccedilatildeo de empresa jornaliacutestica ou que a ela seja equiparada informando do seu interesse pelo registro de colaborador do candidato onde conste a sua especializaccedilatildeo remuneraccedilatildeo contratada e pseudocircnimo se houver

Art 7ordm Para o registro especial de funcionaacuterio puacuteblico titular de cargo cujas atribuiccedilotildees legais coincidam com as mencionadas no artigo 2ordm eacute necessaacuterio a apresentaccedilatildeo de ato de nomeaccedilatildeo ou contrataccedilatildeo para cargo ou emprego com aquelas atribuiccedilotildees aleacutem do cumprimento do que estabelece o artigo 4ordm

Art 8ordm Para o registro especial de provisionado eacute necessaacuterio a apresentaccedilatildeo de

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I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash declaraccedilatildeo fornecida pela empresa jornaliacutestica ou que a ela seja equiparada na qual conste a funccedilatildeo a ser exercida e o salaacuterio correspondente

IV ndash diploma de curso de niacutevel superior ou certificado de ensino de 2ordm grau fornecido por estabelecimento de ensino reconhecido na forma da lei para as funccedilotildees relacionadas nos itens I a VII do artigo 11

V ndash declaraccedilatildeo fornecida pela entidade sindical representativa da categoria profissional com base territorial abrangendo o municiacutepio no qual o provisionado iraacute desempenhar suas funccedilotildees de que natildeo haacute jornalista associado do Sindicato domiciliado naquele municiacutepio disponiacutevel da contrataccedilatildeo

VI ndash Carteira de Trabalho e Previdecircncia Social

sect 1ordm A declaraccedilatildeo de que trata o item V deveraacute ser fornecida pelo Sindicato ao interessado no prazo de 3 dias uacuteteis

sect 2ordm Caso exista profissional domiciliado no municiacutepio disponiacutevel para contrataccedilatildeo o Sindicato comunicaraacute tal fato ao Ministeacuterio do Trabalho no mesmo prazo de 3 dias a contar do pedido de fornecimento da declaraccedilatildeo de que trata o item V

sect 3ordm Caso o Sindicato natildeo forneccedila a declaraccedilatildeo de que trata o item V no prazo mencionado no sect 1ordm o interessado poderaacute instruir seu pedido de registro com o protocolo de apresentaccedilatildeo do requerimento ao Sindicato

sect 4ordm Na hipoacutetese prevista no paraacutegrafo anterior o Ministeacuterio do Trabalho concederaacute ao Sindicato prazo natildeo superior a 3 dias para se manifestar sobre o fornecimento da declaraccedilatildeo caso natildeo tenha ocorrido o fato constante no sect 2ordm

sect 5ordm O registro especial de provisionado teraacute caraacuteter temporaacuterio com duraccedilatildeo maacutexima de trecircs anos renovaacutevel somente com a apresentaccedilatildeo de toda a documentaccedilatildeo prevista neste artigo

Art 9ordm Seraacute efetuado no Ministeacuterio do Trabalho registro dos diretores de empresas jornaliacutesticas que natildeo sendo jornalistas respondem pelas respectivas publicaccedilotildees para o que eacute necessaacuterio a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash prova de registro civil ou comercial da empresa jornaliacutestica com o inteiro teor do seu ato constitutivo

IV ndash prova de depoacutesito do tiacutetulo da publicaccedilatildeo ou da agecircncia de notiacutecias no oacutergatildeo competente do Ministeacuterio da Induacutestria e do Comeacutercio

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V ndash 30 exemplares do jornal ou 12 exemplares da revista ou 30 recortes ou coacutepias de noticiaacuterio com datas diferentes de sua divulgaccedilatildeo

sect 1ordm Tratando-se de empresa nova o Ministeacuterio do Trabalho efetuaraacute registro provisoacuterio com validade por 2 anos tornando-se definitivo apoacutes a comprovaccedilatildeo constante do item V deste artigo

sect 2ordm Natildeo seraacute admitida renovaccedilatildeo ou prorrogaccedilatildeo do prazo de validade do registro provisoacuterio previsto no paraacutegrafo anterior

Art 10ordm Seraacute efetuado no Ministeacuterio do Trabalho registro especial do diretor de empresa natildeo jornaliacutestica sob cuja responsabilidade se editar publicaccedilatildeo destinada agrave circulaccedilatildeo externa ou interna para o que se exigiraacute a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash prova de depoacutesito do tiacutetulo da publicaccedilatildeo no oacutergatildeo competente do Ministeacuterio da Induacutestria e do Comeacutercio

Art 11 ndash As funccedilotildees desempenhadas pelos jornalistas como empregados seratildeo assim classificadas

I - Redator aquele que aleacutem das incumbecircncias de redaccedilatildeo comum tem o encargo de redigir editoriais crocircnicas ou comentaacuterios

II - Noticiarista aquele que tem o encargo de redigir mateacuterias de caraacuteter informativo desprovidas de apreciaccedilotildees ou comentaacuterios preparando-as ou redigindo-as para a divulgaccedilatildeo

III - Repoacuterter aquele que cumpre a determinaccedilatildeo de colher notiacutecias ou informaccedilotildees preparando-as para divulgaccedilatildeo

IV - Repoacuterter de setor aquele que tem o encargo de colher notiacutecias ou informaccedilotildees sobre assuntos predeterminados preparando-as ou redigindo-as para divulgaccedilatildeo

V - Raacutedio-repoacuterter aquele a quem cabe a difusatildeo oral de acontecimento ou entrevista pelo raacutedio ou pela televisatildeo no instante ou no local em que ocorram assim como o comentaacuterio ou crocircnica pelos mesmos veiacuteculos

VI - Arquivista-pesquisador aquele que tem a incumbecircncia de organizar e conservar cultural e tecnicamente o arquivo redatorial procedendo agrave pesquisa dos respectivos dados para a elaboraccedilatildeo de notiacutecias

VII - Revisor aquele que tem o encargo de rever as provas tipograacuteficas de mateacuteria jornaliacutestica

VIII - Ilustrador aquele que tem a seu cargo criar ou executar desenhos artiacutesticos ou teacutecnicos de caraacuteter jornaliacutestico

XIX - Repoacuterter-fotograacutefico aquele a quem cabe registrar fotograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico

X - Repoacuterter-cinematograacutefico aquele a quem cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico

XI - Diagramador aquele a quem compete planejar e executar a distribuiccedilatildeo graacutefica de mateacuterias fotografias ou ilustraccedilotildees de caraacuteter jornaliacutestico para fins de publicaccedilatildeo

Paraacutegrafo uacutenico ndash Os Sindicatos seratildeo ouvidos sobre o exato enquadramento de cada profissional

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Art 12ordm Seratildeo privativas de jornalista as funccedilotildees pertinentes agraves atividades

descritas no artigo 2ordm tais como Editor Secretaacuterio Subsecretaacuterio Chefe de reportagem e Chefe de Revisatildeo

Art 13ordm Natildeo haveraacute incompatibilidade entre o exerciacutecio da profissatildeo de Jornalista e o de qualquer outra funccedilatildeo remunerada ainda que puacuteblica respeitadas a proibiccedilatildeo de acumular cargos e as demais restriccedilotildees de lei

Art 14ordm Seraacute passiacutevel de trancamento o registro profissional do jornalista que sem motivo legal deixar de exercer a profissatildeo por mais de 2 anos

sect 1ordm Natildeo incide na cominaccedilatildeo deste artigo o afastamento decorrente de a) suspensatildeo ou interrupccedilatildeo do contrato de trabalho b) aposentadoria como jornalista c) viagem ou bolsa de estudo para aperfeiccediloamento profissional d) desemprego apurado na forma da Lei nordm 4923 de 23 de dezembro de

1965

sect 2ordm O trancamento seraacute da competecircncia do oacutergatildeo regional do Ministeacuterio do Trabalho de ofiacutecio ou requerimento da entidade sindical representativa da categoria profissional cabendo a esta fazer publicar em oacutergatildeo oficial por trecircs vezes consecutivas e dentro de um interstiacutecio de dois anos a relaccedilatildeo dos jornalistas cujos registros pretende trancar

sect 3ordm Os oacutergatildeos do Ministeacuterio do Trabalho prestaratildeo aos sindicatos representativos da categoria profissional as informaccedilotildees que lhes forem solicitadas especialmente quanto ao registro de admissotildees e dispensas nas empresas jornaliacutesticas realizando as inspeccedilotildees que se tornarem necessaacuterias para a verificaccedilatildeo do exerciacutecio da profissatildeo de jornalista

sect 4ordm O exerciacutecio da atividade em empresa natildeo jornaliacutestica mencionada no artigo 3ordm sect 2ordm natildeo constituiraacute prova suficiente de permanecircncia na profissatildeo se a publicaccedilatildeo e seu responsaacutevel natildeo tiverem registro nos termos deste Decreto

sect 5ordm O registro trancado suspende a titularidade e o exerciacutecio das prerrogativas profissionais mas pode ser revalidado mediante apresentaccedilatildeo dos documentos mencionados nos itens II e III do artigo 4ordm

Art 15ordm O salaacuterio de jornalista natildeo poderaacute ser reajustado nos contratos individuais de trabalho para a jornada normal de 5 horas em base inferior agrave do salaacuterio estipulado para a respectiva funccedilatildeo em acordo ou convenccedilatildeo coletiva de trabalho ou sentenccedila normativa das Justiccedila do Trabalho

Paraacutegrafo uacutenico ndash Em negociaccedilatildeo ou dissiacutedio coletivo poderatildeo os Sindicatos de Jornalistas reclamar o estabelecimento de criteacuterio de remuneraccedilatildeo adicional pela divulgaccedilatildeo de trabalho produzido por jornalistas em mais de um veiacuteculo de comunicaccedilatildeo coletiva

Art 16ordm A admissatildeo de provisionado para exercer funccedilotildees relacionadas nos itens I a VII do artigo 11 seraacute permitida nos municiacutepios onde natildeo existia curso de Jornalismo reconhecido na forma de lei e comprovadamente natildeo haja jornalista domiciliado associado do sindicato representativo da categoria profissional disponiacutevel para contrataccedilatildeo

Paraacutegrafo uacutenico ndash O provisionado nos termos deste artigo poderaacute exercer suas atividades somente no municiacutepio para o qual foi registrado

Art 17ordm Os atuais portadores de registro especial de provisionado poderatildeo exercer suas atividades no Estado onde foram contratados

Art 18 ndash A fiscalizaccedilatildeo do cumprimento dos dispositivos deste Decreto se faraacute na forma do artigo 626 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho sendo aplicaacutevel aos

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infratores multa variaacutevel de 1 a 10 vezes o maior valor de referecircncia fixado de acordo com o artigo 2ordm paraacutegrafo uacutenico da Lei nordm 6205 de 29 de abril de 1975

Paraacutegrafo uacutenico ndash Aos sindicatos representativos da categoria profissional incumbe representar agraves autoridades competentes acerca do exerciacutecio irregular da profissatildeo de Jornalista

Art 19ordm Constitui fraude a prestaccedilatildeo de serviccedilos profissionais gratuitos ou com pagamentos simboacutelicos sob pretexto de estaacutegio bolsa de complementaccedilatildeo convecircnio ou qualquer outra modalidade em desrespeito agrave legislaccedilatildeo trabalhista e a este regulamento

Art 20ordm O disposto neste Decreto natildeo impede a conclusatildeo dos estaacutegios comprovadamente iniciados antes da vigecircncia da Lei nordm 6612 de 7 de dezembro de 1978 os quais entretanto natildeo conferiratildeo por si soacutes direito ao registro profissional

Art 21ordm Este Decreto entra em vigor na data da sua publicaccedilatildeo revogadas as disposiccedilotildees em contraacuterio especialmente os Decretos nordms 65912 de 19 de dezembro de 1969 e 68629 de 18 de maio de 1971

Brasiacutelia 13 de marccedilo de 1979 158ordm da Independecircncia e 91ordm da Repuacuteblica (DO de 13-3-79)

Ernesto Geisel Arnaldo Prieto

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ANEXO II ndash ACOacuteRDAtildeO TST-AIRR-6182001-751-04-401

Acoacuterdatildeo Inteiro Teor NUacuteMERO UacuteNICO PROC AIRR - 6182001-751-04-40 PUBLICACcedilAtildeO DJ - 10022006 Andamento do Processo

PROC Nordm TST-AIRR-6182001-751-04-401 C A C Oacute R D Atilde O 1ordf Turma EMPMs REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO CARACTERIZACcedilAtildeO INDEPENDEcircNCIA NO EXERCIacuteCIO DE SUAS ATIVIDADES REGISTROS DE ASSUNTOS E TEMAacuteTICAS DE INTERESSES JORNALIacuteSTICOS 1 Segundo o Tribunal Regional do Trabalho o Reclamante no exerciacutecio de suas atividades aleacutem de ter acompanhado o repoacuterter entrevistador na produccedilatildeo de mateacuterias fato que por si soacute natildeo lhe retira a condiccedilatildeo de jornalista - e tambeacutem de acordo com depoimentos testemunhais saiacutea agrave rua com a pauta que lhe era dirigida para sozinho produzir as mateacuterias solicitadas pelo empregador o que de acordo com o teor dos dispositivos tidos por vulnerados permite concluir o exerciacutecio da profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico e natildeo simplesmente de operador de cacircmera visto que ao sair agraves ruas para a produccedilatildeo de mateacuterias cumpria seu ofiacutecio obviamente mediante registros de fatos e (ou) assuntos de interesses notadamente jornaliacutestico considerando para tanto a proacutepria natureza da atividade empresarial exercida pela empregadora Inviaacutevel portanto a admissibilidade do recurso de revista em razatildeo da impossibilidade de exame da alegaccedilatildeo de afronta ao Decreto nordm 8413479 visto tratar-se de hipoacutetese natildeo contemplada na letra c do artigo 896 da CLT Por outro lado por violaccedilatildeo dos artigos 2ordm da Lei nordm 661578 e 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 tambeacutem natildeo logra ecircxito a Agravante no intuito de ver autorizado o processamento do recurso de revista No primeiro dispositivo apenas dispotildee-se que o radialista eacute o empregado de radiodifusatildeo exercente de atividades voltadas agrave administraccedilatildeo produccedilatildeo ou teacutecnica No segundo definem-se as profissotildees de repoacuterter e repoacuterter cinematograacutefico salientando-se que a esse uacuteltimo cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico hipoacutetese identificada pelo Regional 2 Agravo de instrumento a que se nega provimento Vistos relatados e discutidos estes autos do Agravo de Instrumento em Recurso de Revista nordm TST-AIRR-6182001-751-04-401 em que eacute Agravante RBS TV SANTA ROSA LTDA e Agravado CLOacuteVIS SANTACATARINA A Reclamada interpotildee agravo de instrumento ao despacho de fls 113-115 mediante o qual foi denegado seguimento ao recurso de revista sob o fundamento de que a decisatildeo decorreu da aplicaccedilatildeo das normas pertinentes uma vez que da situaccedilatildeo faacutetica delineada nos autos natildeo haacute como se extrair ofensa ao artigo 2ordm da Lei nordm 661578 na forma do artigo 896 c da CLT Contraminuta agraves fls 122-124 Natildeo houve remessa dos autos agrave Procuradoria Geral do Trabalho em face da orientaccedilatildeo emanada da Resoluccedilatildeo Administrativa nordm 322 atualmente retratada no artigo 82 do Regimento Interno do Tribunal Superior do

52

Trabalho Eacute o relatoacuterio V O T O I CONHECIMENTO Conheccedilo do agravo de instrumento porque regular e tempestivo II MEacuteRITO O Tribunal Regional ao apreciar o recurso ordinaacuterio interposto pela Reclamada no tocante ao reconhecimento da condiccedilatildeo de jornalista ao Reclamante pela Vara do Trabalho decidiu O MM Juiacutezo de primeiro grau acolheu as alegaccedilotildees do reclamante de exerciacutecio de profissatildeo jornaliacutestica de repoacuterter cinematograacutefico condenando a reclamada a pagar diferenccedilas salariais e reflexos Contra esta decisatildeo volta-se a reacute sustentando que o reclamante era operador de cacircmera funccedilatildeo capitulada na profissatildeo de radialista A recorrente tem razatildeo parcialmente Tomando-se a hipoacutetese de confirmar a sentenccedila enquanto reconhece ter o reclamante exercido a funccedilatildeo de repoacuterter cinematograacutefico em todo o contrato existe um marco temporal e juriacutedico que deve ser considerado A funccedilatildeo de repoacuterter cinematograacutefico eacute exclusiva da profissatildeo de jornalista Eacute uma atividade que estaacute reservada aos jornalistas formados assim como estabelecido no DL 97269 O reclamante natildeo demonstra a partir de quando conquistou a diplomaccedilatildeo como jornalista devendo-se considerar apenas pelo que oferecem os autos a data de 16 de junho de 1998 dia em que o reclamante foi registrado no Ministeacuterio do Trabalho como jornalista profissional na funccedilatildeo especiacutefica de repoacuterter cinematograacutefico Considerando que o Ministeacuterio do Trabalho natildeo pode registrar jornalistas natildeo diplomados exceccedilatildeo feita aos provisionados tem-se que o reclamante adquiriu esta condiccedilatildeo nesse dia Antes embora pudesse fazer ou fizesse atividades privativas de jornalistas natildeo pode ser considerado juridicamente como tal Assim em qualquer hipoacutetese de manutenccedilatildeo do reconhecimento da funccedilatildeo de jornaliacutestica esta deve gerar os efeitos pleiteados somente a partir de 16 de junho de 1998 Jaacute quanto a ter exercido ou natildeo funccedilatildeo jornaliacutestica a conclusatildeo eacute de manutenccedilatildeo da sentenccedila Natildeo eacute o fato de estar acompanhado por repoacuterter entrevistador que o cinegrafista perde a condiccedilatildeo de jornalista Trata-se de uma equipe de profissionais jornalistas Um exemplo que melhor ilustra o descabimento da distinccedilatildeo que pretende fazer o apelo eacute a situaccedilatildeo dos fotoacutegrafos ou repoacuterteres fotograacuteficos O fotoacutegrafo sai com a pauta junto com o repoacuterter (ou natildeo e isto tambeacutem acontecia com o reclamante como o reconhecem as testemunhas inclusive trazidas pela reclamada) e enquanto o repoacuterter investiga os dados necessaacuterios para a mateacuteria o fotoacutegrafo registra as cenas mas nem por isto eacute rebaixado da condiccedilatildeo de jornalista para dir- se-ia operador de cacircmera fotograacutefica O que se pode discutir seria o interesse jornaliacutestico das mateacuterias cobertas pelo jornalista reclamante Com efeito os comerciais produzidos e gravados pelo autor natildeo tecircm esse interesse e os eventos promocionais da reclamada recebem dela mesma uma atribuiccedilatildeo desse interesse embora natildeo o tenha imediata e objetivamente mas para efeitos do trabalho executado pelo reclamante deve ser considerado um trabalho jornaliacutestico Foi correta a decisatildeo natildeo merecendo qualquer reparo a natildeo ser o juriacutedico-temporal jaacute mencionado Nesta perspectiva o provimento do recurso eacute parcial (fls 97-99) Ao interpor o recurso de revista a Empresa alegou que o Reclamante na condiccedilatildeo de operador de cacircmera e operador de cacircmera de unidade portaacutetil externa acompanhando o repoacuterter como reconheceu o Regional natildeo pode ser

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enquadrado como jornalista porquanto ao repoacuterter eacute dado cumprir a determinaccedilatildeo de coletar notiacutecias ou informaccedilotildees e elaboraacute-las a fim de viabilizar posterior divulgaccedilatildeo e ao repoacuterter-cinematograacutefico cabe registrar cinematograficamente fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico razatildeo pela qual entende que a atividade do Reclamante eacute proacutepria de radialista categoria agrave qual pertencia Acrescenta que o artigo 2ordm da Lei nordm 661578 estabelece considera-se radialista o empregado de Radiodifusatildeo que exerccedila uma das funccedilotildees em que se desdobram as atividades mencionadas no artigo 4ordm ou seja operador de cacircmara e operador de cacircmara de unidade portaacutetil externa cuja regulamentaccedilatildeo profissional consta do Decreto nordm 8413479 e as atribuiccedilotildees do Quadro Anexo do mesmo decreto item II letra c nordm 3 com a seguinte redaccedilatildeo encarrega-se da gravaccedilatildeo de mateacuteria distribuiacuteda pelo Supervisor de Operaccedilotildees planifica e orienta o entrevistador repoacuterter e iluminador no que se refere aos aspectos teacutecnicos de seu trabalho suas atividades envolvem tanto a gravaccedilatildeo como a geraccedilatildeo de som e imagem atraveacutes de equipamentos eletrocircnico portaacutetil de TV Fundamenta o apelo em violaccedilatildeo dos artigos 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 2ordm da Lei nordm 661578 e do Decreto nordm 8413479 e Quadro Anexo do mesmo decreto item II letra c nordm 3 Inicialmente deve-se registrar a impossibilidade de exame da alegaccedilatildeo de afronta ao Decreto nordm 8413479 visto tratar-se de hipoacutetese natildeo contemplada na letra c do artigo 896 da CLT No tocante agrave ofensa aos artigos 2ordm da Lei nordm 661578 e 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 tambeacutem natildeo logra ecircxito a Agravante no intuito de ver autorizado o processamento do recurso de revista No primeiro dispositivo apenas dispotildee-se que o radialista eacute o empregado de radiodifusatildeo exercente de atividades voltadas agrave administraccedilatildeo produccedilatildeo ou teacutecnica No segundo definem-se as profissotildees de repoacuterter e repoacuterter cinematograacutefico salientando-se que a esse uacuteltimo cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico Ora dos termos da decisatildeo impugnada via recurso de revista nada haacute que conflite com tais dispositivos legais Afinal segundo o Tribunal Regional do Trabalho o Reclamante no exerciacutecio de suas atividades aleacutem de ter acompanhado o repoacuterter entrevistador na produccedilatildeo de mateacuterias fato que por si soacute natildeo lhe retira a condiccedilatildeo de jornalista - tambeacutem de acordo com depoimentos testemunhais saiacutea agrave rua com a pauta que lhe era dirigida para sozinho produzir as mateacuterias solicitadas pelo empregador o que de acordo com o teor dos dispositivos tidos por vulnerados permite concluir pelo exerciacutecio da profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico e natildeo simplesmente de operador de cacircmera visto que ao sair agraves ruas para a produccedilatildeo de mateacuterias cumpria seu ofiacutecio obviamente mediante registros de fatos e (ou) assuntos de interesses notadamente jornaliacutestico considerando para tanto a proacutepria natureza da atividade empresarial exercida pela empregadora Por esses fundamentos nego provimento ao agravo de instrumento ISTO POSTO ACORDAM os Ministros da Primeira Turma do Tribunal Superior do Trabalho por unanimidade negar provimento ao agravo de instrumento Brasiacutelia 9 de novembro de 2005 EMMANOEL PEREIRA Ministro Relator

NIA 3981288

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Page 38: REPÓRTER CINEMATOGRÁFICO É JORNALISTArepositorio.uniceub.br/bitstream/123456789/1670/2/20214825.pdf · trabalhos desenvolvidos. 5 ... tsunamis, cachoeiras em penhascos, ... deles

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Em muitas situaccedilotildees o repoacuterter cinematograacutefico acumula as funccedilotildees dos

teacutecnicos de iluminaccedilatildeo som e montagem trabalhando somente com o jornalista

redator E eacute com base nas imagens captadas que os jornalistas produzem seus

textos

Muitas vezes os cinegrafistas produzem imagens tatildeo impressionantes

que eacute difiacutecil para o jornalista descrevecirc-las com palavras podendo surgir eventuais

conflitos entre os dois

Neste contexto a presente monografia procurou enfocar a importacircncia

deste profissional que para ser reconhecido por seus pares e tambeacutem para ter

oportunidade de aumentar seus conhecimentos e aperfeiccediloar suas teacutecnicas

necessita que seja inserida uma cadeira sobre sua aacuterea nos cursos de graduaccedilatildeo

de jornalismo

Para serem admitidos como jornalistas pelas televisotildees profissionais

exige-se formaccedilatildeo acadecircmica em jornalismo Haacute aqui um paradoxo visto que a

profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico tem sua funccedilatildeo regulamentada pelo Decreto

Lei n 83284 de 13 marccedilo de 1969 que atribui normas para o exerciacutecio da profissatildeo

de jornalista e segundo o qual o repoacuterter cinematograacutefico estaacute inserido como

jornalista que capta imagens para fins jornaliacutesticos

Note-se que a partir do momento em que os cursos de jornalismo

incluiacuterem uma cadeira voltada para a reportagem cinematograacutefica todos os que se

formarem no curso e optarem por esse caminho notadamente seratildeo reconhecidos

como jornalistas

39

Haacute que se considerar a questatildeo dos antigos profissionais da aacuterea

aqueles que conhecem tudo sobre a profissatildeo e conforme dito no decorrer da

presente costumam ensinar os receacutem-formados no iniacutecio de suas carreiras

Eacute injusta a falta de reconhecimento desses profissionais

Tal situaccedilatildeo demonstra que o preconceito em relaccedilatildeo a eles faz parte de

uma cultura arraigada entre os proacuteprios colegas de profissatildeo e que acaba se

estendendo pelos bancos acadecircmicos e que precisa ser trabalhada desmistificada

pois natildeo tem razatildeo de existir

40

REFEREcircNCIAS

ALVES FILHO Joseacute Falta de reconhecimento 2005 Disponiacutevel em

lthttpwwwmeionortecomblogaspp=11ampid=12gt Acesso em 27 Mar2006

ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE NORMAS TEacuteCNICAS NBR 10520 informaccedilatildeo e

documentaccedilatildeo trabalhos acadecircmicos apresentaccedilatildeo Rio de Janeiro 2002

ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE NORMAS TEacuteCNICAS NBR 6023 informaccedilatildeo e

documentaccedilatildeo elaboraccedilatildeo Rio de Janeiro 2002

Associaccedilatildeo Profissional de Repoacuterteres Fotograacuteficos e Cinematograacuteficos do Brasil

(Arfoc Brasil) 2006 Disponiacutevel em lthttpwwwarfocorgbrgt Acesso em 20

Mar2006

Associaccedilatildeo Profissional de Repoacuterteres Fotograacuteficos e Cinematograacuteficos do Brasil

(Arfoc Brasil) 2006 Disponiacutevel em lthttpwwwarfocorgbrgt Acesso em 20

Mar2006

Associaccedilatildeo Profissional de Repoacuterteres Fotograacuteficos e Cinematograacuteficos do Brasil

(Arfoc Brasil) 2006 Disponiacutevel em lthttpwwwarfocorgbrgt Acesso em 20

Mar2006

Brasil Antocircnio Claacuteudio Telejornalismo e internet e guerrilha tecnoloacutegica Satildeo

Paulo Ciecircncia Moderna 2002

BRASIL Antonio Cinegrafistas exigem creacuteditos 2004 In Observatoacuterio da

Imprensa Disponiacutevel em

lthttpobservatorioultimosegundoigcombrartigosaspcod=280ASP020gt Acesso

em 30 Mar2006

CASTRO Thell 1960-1964 A TV Excelsior revoluciona a televisatildeo brasileira In

Telehistoacuteria TV Excelsior Disponiacutevel em

41

lthttpwwwtelehistoriacombrcanaisemissorasexcelsiorexcelsior3htmgt Acesso

em 03 Mar2006

Curado Olga A notiacutecia na TV o dia-a-dia de quem faz jornalismo Alegro 2002

CURTY Marlene Gonccedilalves CRUZ Anamaria da Costa MENDES Maria Tereza

Reis Apresentaccedilatildeo de trabalhos acadecircmicos dissertaccedilotildees e teses (NBR

147242002) Maringaacute Dental Press 2002

DIZARD JR Wilson A nova miacutedia a comunicaccedilatildeo de massa na Era da informaccedilatildeo

2 ed Jorge Zahar Editor 2000

Enfato ndash Comunicaccedilatildeo Empresarial Disponiacutevel em

lthttpwwwenfatocombrnotas_detasptitulo=21gt Acesso em 06 Mar2006

FENAJ ndash Federaccedilatildeo Nacional dos Jornalistas Decisotildees do TST e STJ reconhecem

direitos de repoacuterter cinematograacutefico e fotograacutefico Nov2005 Disponiacutevel em

ltwwwfenajorgbrgt Acesso em 30 Mar2006

Ganz Pierre A reportagem em raacutedio e televisatildeo Tiacutetulo original Lecirc Reportage

Raacutedio amp Teacutele Editorial inqueacuterito

Gontijo Teodoro Jornalismo na TV Tecnoprinte 1980

GUROVITZ Helio O futuro da TV In Exame Satildeo Paulo Editora Abril v 772 ano

36 no 16 agosto de 2002

KOSMINSKY Doris A Imagem da Notiacutecia A histoacuteria graacutefica do telejornal brasileiro

uma introduccedilatildeo agrave anaacutelise dos selos do Jornal Nacional In Miacutedia Brasileira 2

seacuteculos de histoacuteria 2002 Disponiacutevel em ltwwwjornalismoufscbrredealcaranais

gt4_audiovisuala20imagem20da20notEDciadoc gt Acesso em 02

Mar2006

LEITAtildeO Maristela Alves O papel do jornalista 2005 Disponiacutevel em

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Mar2006

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Manual do Telejornalismo Disponiacutevel em

lthttpwwwtelejornalismocommanualhtmgt Acesso em 06 Mar2006

MENDONCcedilA Eliane Autor da notiacutecia amigo ou inimigo da Ciecircncia sd In ABJC ndash

Associaccedilatildeo Brasileira de Jornalismo Cientiacutefico Disponiacutevel em

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NOBLAT Ricardo A arte de fazer um jornal diaacuterio 3 ed Editora Contexto 2003

Nova Faetec Educaccedilatildeo Profissional Rio de Janeiro 2006 Disponiacutevel em

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Nova Faetec Educaccedilatildeo Profissional Rio de Janeiro 2006 Disponiacutevel em

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em 20 Mar2006

Nova Faetec Educaccedilatildeo Profissional Rio de Janeiro 2006 Disponiacutevel em

lthttpwwwfaetecrjgovbred_pro_tecnicocom_tecn_prod_reporteraspgt Acesso

em 20 Mar2006

Observatoacuterio da Imprensa Regulamentaccedilatildeo Congresso debate funccedilatildeo da profissatildeo

04 Nov2003 Disponiacutevel em

lthttpobservatorioultimosegundoigcombrartigosipub041120035htmgt Acesso

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Papel do jornalista na sociedade In UFPB 2006 Disponiacutevel em

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Paternostro Vera Iacuteris O texto na TV Elsevier1999

Por traacutes das cacircmeras Entrevista com Heacutelio Alvarez por Lisandro Staut In Canal da

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brcanalantperfilvint3entrevista2htm+repC3B3rter+cinematogrC3A1ficoamphl

=pt-BRampgl=brampct=clnkampcd=15amplr=lang_ptgt Acesso em 30 Mar2006

43

Rossi Cloacutevis O que eacute jornalismo

Sindicato dos Jornalistas 2006 Disponiacutevel em lthttpwwwjornalistasorgbrgt

Acesso em 30 Mar2006

Sindicato dos Jornalistas Disponiacutevel em lthttpwwwjornalistasorgbrgt Acesso em

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Sindicato dos Jornalistas Disponiacutevel em lthttpwwwjornalistasorgbrgt Acesso em

24 Mar2006

SOUSA FILHO Gelson Amaro de Jornalismo on-line Guia teoacuterico e praacutetico

2004 Disponiacutevel em lthttpgelson-filhositesuolcombrgt Acesso em 06 Mar2006

SQUIRRA Sebastiatildeo O telejornalismo brasileiro num cenaacuterio de

competitividade nov1994 Texto apresentado no II Congresso Brasileiro de

Jornalismo de Liacutengua Portuguesa Rio de Janeiro dezembro de 1994 ECAUSP

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Telejornalismocom Disponiacutevel em lthttpwwwtelejornalismocomgt Acesso em 06

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Traquina Nelson Teorias do jornalismo

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TST confirma repoacuterter cinematograacutefico eacute Jornalista 25 Nov2005

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TST confirma repoacuterter cinematograacutefico eacute Jornalista In Espaccedilo Vital Porto Alegre

25 Nov2005 Disponiacutevel em lthttpwwwespacovitalcombrnovoindexphpgt

Acesso em 28 Mar2006

44

REIS JR Antonio O percurso da televisatildeo e do telejornalismo nos anos 70

2003 Disponiacutevel em

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Mar2006

ROTHBERG Danilo Olhar panoracircmico Os depoimentos e sua funccedilatildeo no

jornalismo USC ndash Universidade do Sagrado Coraccedilatildeo Anaacutelise de Miacutedia Disponiacutevel

em lthttpwwwuscbranalisedemidiagt Acesso em 11 Abr2006

45

ANEXO I ndash DECRETO Nordm 83284 DE 13 DE MARCcedilO DE 1979

PROFISSAtildeO DE JORNALISTA

Daacute nova regulamentaccedilatildeo ao Decreto-lei nordm 972 de 17 de outubro de 1969 que dispotildee sobre o exerciacutecio da profissatildeo de Jornalista em decorrecircncia das alteraccedilotildees introduzidas pela Lei nordm 6612 de 7 de dezembro de 1978

O Presidente da Repuacuteblica usando da atribuiccedilatildeo que lhe confere o art 81 item

III da Constituiccedilatildeo decreta

Art 1ordm Eacute livre em todo territoacuterio nacional o exerciacutecio da profissatildeo de Jornalista aos que satisfazerem as condiccedilotildees estabelecidas neste Decreto

Art 2ordm A profissatildeo de Jornalista compreende privativamente o exerciacutecio habitual e remunerado de qualquer das seguintes atividades

I - redaccedilatildeo condensaccedilatildeo titulaccedilatildeo interpretaccedilatildeo correccedilatildeo ou coordenaccedilatildeo de mateacuteria a ser divulgada contenha ou natildeo comentaacuterio

II - comentaacuterio ou crocircnica pelo raacutedio ou pela televisatildeo III - entrevista inqueacuterito ou reportagem escrita ou falada IV - planejamento organizaccedilatildeo direccedilatildeo e eventual execuccedilatildeo de serviccedilos

teacutecnicos de Jornalismo como os de arquivo ilustraccedilatildeo ou distribuiccedilatildeo graacutefica de mateacuteria a ser divulgada

V - planejamento organizaccedilatildeo e administraccedilatildeo teacutecnica dos serviccedilos de que trata a aliacutenea ldquoardquo

VI - ensino de teacutecnicas de Jornalismo VII - coleta de notiacutecias ou informaccedilotildees e seu preparo para divulgaccedilatildeo VIII - revisatildeo de originais de mateacuteria jornaliacutestica com vistas agrave correccedilatildeo

redacional e agrave adequaccedilatildeo da linguagem XIX - organizaccedilatildeo e conservaccedilatildeo de arquivo jornaliacutestico e pesquisa dos

respectivos dados para a elaboraccedilatildeo de notiacutecias X - execuccedilatildeo de distribuiccedilatildeo graacutefica de texto fotografia ou ilustraccedilatildeo de

caraacuteter jornaliacutestico para fins de divulgaccedilatildeo XI - execuccedilatildeo de desenhos artiacutesticos ou teacutecnicos de caraacuteter jornaliacutestico para

fins de divulgaccedilatildeo Art 3ordm Considera-se empresa jornaliacutestica para os efeitos deste Decreto-lei

aquela que tenha como atividade a ediccedilatildeo de jornal ou revista ou a distribuiccedilatildeo de noticiaacuterio com funcionamento efetivo idoneidade financeira e registro legal

sect 1ordm Equipara-se agrave empresa jornaliacutestica a seccedilatildeo ou serviccedilo de empresa de radiofusatildeo televisatildeo ou divulgaccedilatildeo cinematograacutefica ou de agecircncia de publicidade onde sejam exercidas as atividades previstas no artigo 2ordm0

sect 2ordm A entidade puacuteblica ou privada natildeo jornaliacutestica sob cuja responsabilidade se editar publicaccedilatildeo destinada a circulaccedilatildeo externa estaacute obrigada ao cumprimento deste decreto relativamente aos jornalistas que contratar

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Art 4ordm O exerciacutecio da profissatildeo de jornalista requer preacutevio registro no oacutergatildeo regional do Ministeacuterio do Trabalho que se faraacute mediante a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash diploma de curso de niacutevel superior de Jornalismo ou de Comunicaccedilatildeo Social habilitaccedilatildeo Jornalismo fornecido por estabelecimento de ensino reconhecido na forma da lei para as funccedilotildees relacionadas nos itens I a IV do artigo 11

IV ndash Carteira de Trabalho e Previdecircncia Social

Paraacutegrafo uacutenico ndash Aos profissionais registrados exclusivamente para o exerciacutecio das funccedilotildees relacionadas nos itens VII a XI do artigo 11 eacute vedado o exerciacutecio das funccedilotildees constantes nos itens I a VII do mesmo artigo

Art 5ordm O Ministeacuterio do Trabalho concederaacute desde que satisfeitas as exigecircncias constantes neste Decreto registro especial ao

I ndash colaborador assim entendido aquele que mediante remuneraccedilatildeo e sem relaccedilatildeo de emprego produz trabalho de natureza teacutecnica cientiacutefica ou cultural relacionando com a sua especializaccedilatildeo para ser divulgado com o nome e qualificaccedilatildeo do autor

II ndash funcionaacuterio puacuteblico titular de cargo cujas atribuiccedilotildees legais coincidam com as mencionadas no artigo 2ordm

III ndash provisionado

Paraacutegrafo uacutenico ndash O registro de que tratam os itens I e II deste artigo natildeo implica o reconhecimento de quaisquer direitos que decorram da condiccedilatildeo de empregado nem no caso do item II dos resultantes do exerciacutecio privado e autocircnomo da profissatildeo

Art 6ordm Para o registro especial de colaborador eacute necessaacuteria a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash declaraccedilatildeo de empresa jornaliacutestica ou que a ela seja equiparada informando do seu interesse pelo registro de colaborador do candidato onde conste a sua especializaccedilatildeo remuneraccedilatildeo contratada e pseudocircnimo se houver

Art 7ordm Para o registro especial de funcionaacuterio puacuteblico titular de cargo cujas atribuiccedilotildees legais coincidam com as mencionadas no artigo 2ordm eacute necessaacuterio a apresentaccedilatildeo de ato de nomeaccedilatildeo ou contrataccedilatildeo para cargo ou emprego com aquelas atribuiccedilotildees aleacutem do cumprimento do que estabelece o artigo 4ordm

Art 8ordm Para o registro especial de provisionado eacute necessaacuterio a apresentaccedilatildeo de

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I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash declaraccedilatildeo fornecida pela empresa jornaliacutestica ou que a ela seja equiparada na qual conste a funccedilatildeo a ser exercida e o salaacuterio correspondente

IV ndash diploma de curso de niacutevel superior ou certificado de ensino de 2ordm grau fornecido por estabelecimento de ensino reconhecido na forma da lei para as funccedilotildees relacionadas nos itens I a VII do artigo 11

V ndash declaraccedilatildeo fornecida pela entidade sindical representativa da categoria profissional com base territorial abrangendo o municiacutepio no qual o provisionado iraacute desempenhar suas funccedilotildees de que natildeo haacute jornalista associado do Sindicato domiciliado naquele municiacutepio disponiacutevel da contrataccedilatildeo

VI ndash Carteira de Trabalho e Previdecircncia Social

sect 1ordm A declaraccedilatildeo de que trata o item V deveraacute ser fornecida pelo Sindicato ao interessado no prazo de 3 dias uacuteteis

sect 2ordm Caso exista profissional domiciliado no municiacutepio disponiacutevel para contrataccedilatildeo o Sindicato comunicaraacute tal fato ao Ministeacuterio do Trabalho no mesmo prazo de 3 dias a contar do pedido de fornecimento da declaraccedilatildeo de que trata o item V

sect 3ordm Caso o Sindicato natildeo forneccedila a declaraccedilatildeo de que trata o item V no prazo mencionado no sect 1ordm o interessado poderaacute instruir seu pedido de registro com o protocolo de apresentaccedilatildeo do requerimento ao Sindicato

sect 4ordm Na hipoacutetese prevista no paraacutegrafo anterior o Ministeacuterio do Trabalho concederaacute ao Sindicato prazo natildeo superior a 3 dias para se manifestar sobre o fornecimento da declaraccedilatildeo caso natildeo tenha ocorrido o fato constante no sect 2ordm

sect 5ordm O registro especial de provisionado teraacute caraacuteter temporaacuterio com duraccedilatildeo maacutexima de trecircs anos renovaacutevel somente com a apresentaccedilatildeo de toda a documentaccedilatildeo prevista neste artigo

Art 9ordm Seraacute efetuado no Ministeacuterio do Trabalho registro dos diretores de empresas jornaliacutesticas que natildeo sendo jornalistas respondem pelas respectivas publicaccedilotildees para o que eacute necessaacuterio a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash prova de registro civil ou comercial da empresa jornaliacutestica com o inteiro teor do seu ato constitutivo

IV ndash prova de depoacutesito do tiacutetulo da publicaccedilatildeo ou da agecircncia de notiacutecias no oacutergatildeo competente do Ministeacuterio da Induacutestria e do Comeacutercio

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V ndash 30 exemplares do jornal ou 12 exemplares da revista ou 30 recortes ou coacutepias de noticiaacuterio com datas diferentes de sua divulgaccedilatildeo

sect 1ordm Tratando-se de empresa nova o Ministeacuterio do Trabalho efetuaraacute registro provisoacuterio com validade por 2 anos tornando-se definitivo apoacutes a comprovaccedilatildeo constante do item V deste artigo

sect 2ordm Natildeo seraacute admitida renovaccedilatildeo ou prorrogaccedilatildeo do prazo de validade do registro provisoacuterio previsto no paraacutegrafo anterior

Art 10ordm Seraacute efetuado no Ministeacuterio do Trabalho registro especial do diretor de empresa natildeo jornaliacutestica sob cuja responsabilidade se editar publicaccedilatildeo destinada agrave circulaccedilatildeo externa ou interna para o que se exigiraacute a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash prova de depoacutesito do tiacutetulo da publicaccedilatildeo no oacutergatildeo competente do Ministeacuterio da Induacutestria e do Comeacutercio

Art 11 ndash As funccedilotildees desempenhadas pelos jornalistas como empregados seratildeo assim classificadas

I - Redator aquele que aleacutem das incumbecircncias de redaccedilatildeo comum tem o encargo de redigir editoriais crocircnicas ou comentaacuterios

II - Noticiarista aquele que tem o encargo de redigir mateacuterias de caraacuteter informativo desprovidas de apreciaccedilotildees ou comentaacuterios preparando-as ou redigindo-as para a divulgaccedilatildeo

III - Repoacuterter aquele que cumpre a determinaccedilatildeo de colher notiacutecias ou informaccedilotildees preparando-as para divulgaccedilatildeo

IV - Repoacuterter de setor aquele que tem o encargo de colher notiacutecias ou informaccedilotildees sobre assuntos predeterminados preparando-as ou redigindo-as para divulgaccedilatildeo

V - Raacutedio-repoacuterter aquele a quem cabe a difusatildeo oral de acontecimento ou entrevista pelo raacutedio ou pela televisatildeo no instante ou no local em que ocorram assim como o comentaacuterio ou crocircnica pelos mesmos veiacuteculos

VI - Arquivista-pesquisador aquele que tem a incumbecircncia de organizar e conservar cultural e tecnicamente o arquivo redatorial procedendo agrave pesquisa dos respectivos dados para a elaboraccedilatildeo de notiacutecias

VII - Revisor aquele que tem o encargo de rever as provas tipograacuteficas de mateacuteria jornaliacutestica

VIII - Ilustrador aquele que tem a seu cargo criar ou executar desenhos artiacutesticos ou teacutecnicos de caraacuteter jornaliacutestico

XIX - Repoacuterter-fotograacutefico aquele a quem cabe registrar fotograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico

X - Repoacuterter-cinematograacutefico aquele a quem cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico

XI - Diagramador aquele a quem compete planejar e executar a distribuiccedilatildeo graacutefica de mateacuterias fotografias ou ilustraccedilotildees de caraacuteter jornaliacutestico para fins de publicaccedilatildeo

Paraacutegrafo uacutenico ndash Os Sindicatos seratildeo ouvidos sobre o exato enquadramento de cada profissional

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Art 12ordm Seratildeo privativas de jornalista as funccedilotildees pertinentes agraves atividades

descritas no artigo 2ordm tais como Editor Secretaacuterio Subsecretaacuterio Chefe de reportagem e Chefe de Revisatildeo

Art 13ordm Natildeo haveraacute incompatibilidade entre o exerciacutecio da profissatildeo de Jornalista e o de qualquer outra funccedilatildeo remunerada ainda que puacuteblica respeitadas a proibiccedilatildeo de acumular cargos e as demais restriccedilotildees de lei

Art 14ordm Seraacute passiacutevel de trancamento o registro profissional do jornalista que sem motivo legal deixar de exercer a profissatildeo por mais de 2 anos

sect 1ordm Natildeo incide na cominaccedilatildeo deste artigo o afastamento decorrente de a) suspensatildeo ou interrupccedilatildeo do contrato de trabalho b) aposentadoria como jornalista c) viagem ou bolsa de estudo para aperfeiccediloamento profissional d) desemprego apurado na forma da Lei nordm 4923 de 23 de dezembro de

1965

sect 2ordm O trancamento seraacute da competecircncia do oacutergatildeo regional do Ministeacuterio do Trabalho de ofiacutecio ou requerimento da entidade sindical representativa da categoria profissional cabendo a esta fazer publicar em oacutergatildeo oficial por trecircs vezes consecutivas e dentro de um interstiacutecio de dois anos a relaccedilatildeo dos jornalistas cujos registros pretende trancar

sect 3ordm Os oacutergatildeos do Ministeacuterio do Trabalho prestaratildeo aos sindicatos representativos da categoria profissional as informaccedilotildees que lhes forem solicitadas especialmente quanto ao registro de admissotildees e dispensas nas empresas jornaliacutesticas realizando as inspeccedilotildees que se tornarem necessaacuterias para a verificaccedilatildeo do exerciacutecio da profissatildeo de jornalista

sect 4ordm O exerciacutecio da atividade em empresa natildeo jornaliacutestica mencionada no artigo 3ordm sect 2ordm natildeo constituiraacute prova suficiente de permanecircncia na profissatildeo se a publicaccedilatildeo e seu responsaacutevel natildeo tiverem registro nos termos deste Decreto

sect 5ordm O registro trancado suspende a titularidade e o exerciacutecio das prerrogativas profissionais mas pode ser revalidado mediante apresentaccedilatildeo dos documentos mencionados nos itens II e III do artigo 4ordm

Art 15ordm O salaacuterio de jornalista natildeo poderaacute ser reajustado nos contratos individuais de trabalho para a jornada normal de 5 horas em base inferior agrave do salaacuterio estipulado para a respectiva funccedilatildeo em acordo ou convenccedilatildeo coletiva de trabalho ou sentenccedila normativa das Justiccedila do Trabalho

Paraacutegrafo uacutenico ndash Em negociaccedilatildeo ou dissiacutedio coletivo poderatildeo os Sindicatos de Jornalistas reclamar o estabelecimento de criteacuterio de remuneraccedilatildeo adicional pela divulgaccedilatildeo de trabalho produzido por jornalistas em mais de um veiacuteculo de comunicaccedilatildeo coletiva

Art 16ordm A admissatildeo de provisionado para exercer funccedilotildees relacionadas nos itens I a VII do artigo 11 seraacute permitida nos municiacutepios onde natildeo existia curso de Jornalismo reconhecido na forma de lei e comprovadamente natildeo haja jornalista domiciliado associado do sindicato representativo da categoria profissional disponiacutevel para contrataccedilatildeo

Paraacutegrafo uacutenico ndash O provisionado nos termos deste artigo poderaacute exercer suas atividades somente no municiacutepio para o qual foi registrado

Art 17ordm Os atuais portadores de registro especial de provisionado poderatildeo exercer suas atividades no Estado onde foram contratados

Art 18 ndash A fiscalizaccedilatildeo do cumprimento dos dispositivos deste Decreto se faraacute na forma do artigo 626 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho sendo aplicaacutevel aos

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infratores multa variaacutevel de 1 a 10 vezes o maior valor de referecircncia fixado de acordo com o artigo 2ordm paraacutegrafo uacutenico da Lei nordm 6205 de 29 de abril de 1975

Paraacutegrafo uacutenico ndash Aos sindicatos representativos da categoria profissional incumbe representar agraves autoridades competentes acerca do exerciacutecio irregular da profissatildeo de Jornalista

Art 19ordm Constitui fraude a prestaccedilatildeo de serviccedilos profissionais gratuitos ou com pagamentos simboacutelicos sob pretexto de estaacutegio bolsa de complementaccedilatildeo convecircnio ou qualquer outra modalidade em desrespeito agrave legislaccedilatildeo trabalhista e a este regulamento

Art 20ordm O disposto neste Decreto natildeo impede a conclusatildeo dos estaacutegios comprovadamente iniciados antes da vigecircncia da Lei nordm 6612 de 7 de dezembro de 1978 os quais entretanto natildeo conferiratildeo por si soacutes direito ao registro profissional

Art 21ordm Este Decreto entra em vigor na data da sua publicaccedilatildeo revogadas as disposiccedilotildees em contraacuterio especialmente os Decretos nordms 65912 de 19 de dezembro de 1969 e 68629 de 18 de maio de 1971

Brasiacutelia 13 de marccedilo de 1979 158ordm da Independecircncia e 91ordm da Repuacuteblica (DO de 13-3-79)

Ernesto Geisel Arnaldo Prieto

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ANEXO II ndash ACOacuteRDAtildeO TST-AIRR-6182001-751-04-401

Acoacuterdatildeo Inteiro Teor NUacuteMERO UacuteNICO PROC AIRR - 6182001-751-04-40 PUBLICACcedilAtildeO DJ - 10022006 Andamento do Processo

PROC Nordm TST-AIRR-6182001-751-04-401 C A C Oacute R D Atilde O 1ordf Turma EMPMs REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO CARACTERIZACcedilAtildeO INDEPENDEcircNCIA NO EXERCIacuteCIO DE SUAS ATIVIDADES REGISTROS DE ASSUNTOS E TEMAacuteTICAS DE INTERESSES JORNALIacuteSTICOS 1 Segundo o Tribunal Regional do Trabalho o Reclamante no exerciacutecio de suas atividades aleacutem de ter acompanhado o repoacuterter entrevistador na produccedilatildeo de mateacuterias fato que por si soacute natildeo lhe retira a condiccedilatildeo de jornalista - e tambeacutem de acordo com depoimentos testemunhais saiacutea agrave rua com a pauta que lhe era dirigida para sozinho produzir as mateacuterias solicitadas pelo empregador o que de acordo com o teor dos dispositivos tidos por vulnerados permite concluir o exerciacutecio da profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico e natildeo simplesmente de operador de cacircmera visto que ao sair agraves ruas para a produccedilatildeo de mateacuterias cumpria seu ofiacutecio obviamente mediante registros de fatos e (ou) assuntos de interesses notadamente jornaliacutestico considerando para tanto a proacutepria natureza da atividade empresarial exercida pela empregadora Inviaacutevel portanto a admissibilidade do recurso de revista em razatildeo da impossibilidade de exame da alegaccedilatildeo de afronta ao Decreto nordm 8413479 visto tratar-se de hipoacutetese natildeo contemplada na letra c do artigo 896 da CLT Por outro lado por violaccedilatildeo dos artigos 2ordm da Lei nordm 661578 e 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 tambeacutem natildeo logra ecircxito a Agravante no intuito de ver autorizado o processamento do recurso de revista No primeiro dispositivo apenas dispotildee-se que o radialista eacute o empregado de radiodifusatildeo exercente de atividades voltadas agrave administraccedilatildeo produccedilatildeo ou teacutecnica No segundo definem-se as profissotildees de repoacuterter e repoacuterter cinematograacutefico salientando-se que a esse uacuteltimo cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico hipoacutetese identificada pelo Regional 2 Agravo de instrumento a que se nega provimento Vistos relatados e discutidos estes autos do Agravo de Instrumento em Recurso de Revista nordm TST-AIRR-6182001-751-04-401 em que eacute Agravante RBS TV SANTA ROSA LTDA e Agravado CLOacuteVIS SANTACATARINA A Reclamada interpotildee agravo de instrumento ao despacho de fls 113-115 mediante o qual foi denegado seguimento ao recurso de revista sob o fundamento de que a decisatildeo decorreu da aplicaccedilatildeo das normas pertinentes uma vez que da situaccedilatildeo faacutetica delineada nos autos natildeo haacute como se extrair ofensa ao artigo 2ordm da Lei nordm 661578 na forma do artigo 896 c da CLT Contraminuta agraves fls 122-124 Natildeo houve remessa dos autos agrave Procuradoria Geral do Trabalho em face da orientaccedilatildeo emanada da Resoluccedilatildeo Administrativa nordm 322 atualmente retratada no artigo 82 do Regimento Interno do Tribunal Superior do

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Trabalho Eacute o relatoacuterio V O T O I CONHECIMENTO Conheccedilo do agravo de instrumento porque regular e tempestivo II MEacuteRITO O Tribunal Regional ao apreciar o recurso ordinaacuterio interposto pela Reclamada no tocante ao reconhecimento da condiccedilatildeo de jornalista ao Reclamante pela Vara do Trabalho decidiu O MM Juiacutezo de primeiro grau acolheu as alegaccedilotildees do reclamante de exerciacutecio de profissatildeo jornaliacutestica de repoacuterter cinematograacutefico condenando a reclamada a pagar diferenccedilas salariais e reflexos Contra esta decisatildeo volta-se a reacute sustentando que o reclamante era operador de cacircmera funccedilatildeo capitulada na profissatildeo de radialista A recorrente tem razatildeo parcialmente Tomando-se a hipoacutetese de confirmar a sentenccedila enquanto reconhece ter o reclamante exercido a funccedilatildeo de repoacuterter cinematograacutefico em todo o contrato existe um marco temporal e juriacutedico que deve ser considerado A funccedilatildeo de repoacuterter cinematograacutefico eacute exclusiva da profissatildeo de jornalista Eacute uma atividade que estaacute reservada aos jornalistas formados assim como estabelecido no DL 97269 O reclamante natildeo demonstra a partir de quando conquistou a diplomaccedilatildeo como jornalista devendo-se considerar apenas pelo que oferecem os autos a data de 16 de junho de 1998 dia em que o reclamante foi registrado no Ministeacuterio do Trabalho como jornalista profissional na funccedilatildeo especiacutefica de repoacuterter cinematograacutefico Considerando que o Ministeacuterio do Trabalho natildeo pode registrar jornalistas natildeo diplomados exceccedilatildeo feita aos provisionados tem-se que o reclamante adquiriu esta condiccedilatildeo nesse dia Antes embora pudesse fazer ou fizesse atividades privativas de jornalistas natildeo pode ser considerado juridicamente como tal Assim em qualquer hipoacutetese de manutenccedilatildeo do reconhecimento da funccedilatildeo de jornaliacutestica esta deve gerar os efeitos pleiteados somente a partir de 16 de junho de 1998 Jaacute quanto a ter exercido ou natildeo funccedilatildeo jornaliacutestica a conclusatildeo eacute de manutenccedilatildeo da sentenccedila Natildeo eacute o fato de estar acompanhado por repoacuterter entrevistador que o cinegrafista perde a condiccedilatildeo de jornalista Trata-se de uma equipe de profissionais jornalistas Um exemplo que melhor ilustra o descabimento da distinccedilatildeo que pretende fazer o apelo eacute a situaccedilatildeo dos fotoacutegrafos ou repoacuterteres fotograacuteficos O fotoacutegrafo sai com a pauta junto com o repoacuterter (ou natildeo e isto tambeacutem acontecia com o reclamante como o reconhecem as testemunhas inclusive trazidas pela reclamada) e enquanto o repoacuterter investiga os dados necessaacuterios para a mateacuteria o fotoacutegrafo registra as cenas mas nem por isto eacute rebaixado da condiccedilatildeo de jornalista para dir- se-ia operador de cacircmera fotograacutefica O que se pode discutir seria o interesse jornaliacutestico das mateacuterias cobertas pelo jornalista reclamante Com efeito os comerciais produzidos e gravados pelo autor natildeo tecircm esse interesse e os eventos promocionais da reclamada recebem dela mesma uma atribuiccedilatildeo desse interesse embora natildeo o tenha imediata e objetivamente mas para efeitos do trabalho executado pelo reclamante deve ser considerado um trabalho jornaliacutestico Foi correta a decisatildeo natildeo merecendo qualquer reparo a natildeo ser o juriacutedico-temporal jaacute mencionado Nesta perspectiva o provimento do recurso eacute parcial (fls 97-99) Ao interpor o recurso de revista a Empresa alegou que o Reclamante na condiccedilatildeo de operador de cacircmera e operador de cacircmera de unidade portaacutetil externa acompanhando o repoacuterter como reconheceu o Regional natildeo pode ser

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enquadrado como jornalista porquanto ao repoacuterter eacute dado cumprir a determinaccedilatildeo de coletar notiacutecias ou informaccedilotildees e elaboraacute-las a fim de viabilizar posterior divulgaccedilatildeo e ao repoacuterter-cinematograacutefico cabe registrar cinematograficamente fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico razatildeo pela qual entende que a atividade do Reclamante eacute proacutepria de radialista categoria agrave qual pertencia Acrescenta que o artigo 2ordm da Lei nordm 661578 estabelece considera-se radialista o empregado de Radiodifusatildeo que exerccedila uma das funccedilotildees em que se desdobram as atividades mencionadas no artigo 4ordm ou seja operador de cacircmara e operador de cacircmara de unidade portaacutetil externa cuja regulamentaccedilatildeo profissional consta do Decreto nordm 8413479 e as atribuiccedilotildees do Quadro Anexo do mesmo decreto item II letra c nordm 3 com a seguinte redaccedilatildeo encarrega-se da gravaccedilatildeo de mateacuteria distribuiacuteda pelo Supervisor de Operaccedilotildees planifica e orienta o entrevistador repoacuterter e iluminador no que se refere aos aspectos teacutecnicos de seu trabalho suas atividades envolvem tanto a gravaccedilatildeo como a geraccedilatildeo de som e imagem atraveacutes de equipamentos eletrocircnico portaacutetil de TV Fundamenta o apelo em violaccedilatildeo dos artigos 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 2ordm da Lei nordm 661578 e do Decreto nordm 8413479 e Quadro Anexo do mesmo decreto item II letra c nordm 3 Inicialmente deve-se registrar a impossibilidade de exame da alegaccedilatildeo de afronta ao Decreto nordm 8413479 visto tratar-se de hipoacutetese natildeo contemplada na letra c do artigo 896 da CLT No tocante agrave ofensa aos artigos 2ordm da Lei nordm 661578 e 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 tambeacutem natildeo logra ecircxito a Agravante no intuito de ver autorizado o processamento do recurso de revista No primeiro dispositivo apenas dispotildee-se que o radialista eacute o empregado de radiodifusatildeo exercente de atividades voltadas agrave administraccedilatildeo produccedilatildeo ou teacutecnica No segundo definem-se as profissotildees de repoacuterter e repoacuterter cinematograacutefico salientando-se que a esse uacuteltimo cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico Ora dos termos da decisatildeo impugnada via recurso de revista nada haacute que conflite com tais dispositivos legais Afinal segundo o Tribunal Regional do Trabalho o Reclamante no exerciacutecio de suas atividades aleacutem de ter acompanhado o repoacuterter entrevistador na produccedilatildeo de mateacuterias fato que por si soacute natildeo lhe retira a condiccedilatildeo de jornalista - tambeacutem de acordo com depoimentos testemunhais saiacutea agrave rua com a pauta que lhe era dirigida para sozinho produzir as mateacuterias solicitadas pelo empregador o que de acordo com o teor dos dispositivos tidos por vulnerados permite concluir pelo exerciacutecio da profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico e natildeo simplesmente de operador de cacircmera visto que ao sair agraves ruas para a produccedilatildeo de mateacuterias cumpria seu ofiacutecio obviamente mediante registros de fatos e (ou) assuntos de interesses notadamente jornaliacutestico considerando para tanto a proacutepria natureza da atividade empresarial exercida pela empregadora Por esses fundamentos nego provimento ao agravo de instrumento ISTO POSTO ACORDAM os Ministros da Primeira Turma do Tribunal Superior do Trabalho por unanimidade negar provimento ao agravo de instrumento Brasiacutelia 9 de novembro de 2005 EMMANOEL PEREIRA Ministro Relator

NIA 3981288

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39

Haacute que se considerar a questatildeo dos antigos profissionais da aacuterea

aqueles que conhecem tudo sobre a profissatildeo e conforme dito no decorrer da

presente costumam ensinar os receacutem-formados no iniacutecio de suas carreiras

Eacute injusta a falta de reconhecimento desses profissionais

Tal situaccedilatildeo demonstra que o preconceito em relaccedilatildeo a eles faz parte de

uma cultura arraigada entre os proacuteprios colegas de profissatildeo e que acaba se

estendendo pelos bancos acadecircmicos e que precisa ser trabalhada desmistificada

pois natildeo tem razatildeo de existir

40

REFEREcircNCIAS

ALVES FILHO Joseacute Falta de reconhecimento 2005 Disponiacutevel em

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ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE NORMAS TEacuteCNICAS NBR 10520 informaccedilatildeo e

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45

ANEXO I ndash DECRETO Nordm 83284 DE 13 DE MARCcedilO DE 1979

PROFISSAtildeO DE JORNALISTA

Daacute nova regulamentaccedilatildeo ao Decreto-lei nordm 972 de 17 de outubro de 1969 que dispotildee sobre o exerciacutecio da profissatildeo de Jornalista em decorrecircncia das alteraccedilotildees introduzidas pela Lei nordm 6612 de 7 de dezembro de 1978

O Presidente da Repuacuteblica usando da atribuiccedilatildeo que lhe confere o art 81 item

III da Constituiccedilatildeo decreta

Art 1ordm Eacute livre em todo territoacuterio nacional o exerciacutecio da profissatildeo de Jornalista aos que satisfazerem as condiccedilotildees estabelecidas neste Decreto

Art 2ordm A profissatildeo de Jornalista compreende privativamente o exerciacutecio habitual e remunerado de qualquer das seguintes atividades

I - redaccedilatildeo condensaccedilatildeo titulaccedilatildeo interpretaccedilatildeo correccedilatildeo ou coordenaccedilatildeo de mateacuteria a ser divulgada contenha ou natildeo comentaacuterio

II - comentaacuterio ou crocircnica pelo raacutedio ou pela televisatildeo III - entrevista inqueacuterito ou reportagem escrita ou falada IV - planejamento organizaccedilatildeo direccedilatildeo e eventual execuccedilatildeo de serviccedilos

teacutecnicos de Jornalismo como os de arquivo ilustraccedilatildeo ou distribuiccedilatildeo graacutefica de mateacuteria a ser divulgada

V - planejamento organizaccedilatildeo e administraccedilatildeo teacutecnica dos serviccedilos de que trata a aliacutenea ldquoardquo

VI - ensino de teacutecnicas de Jornalismo VII - coleta de notiacutecias ou informaccedilotildees e seu preparo para divulgaccedilatildeo VIII - revisatildeo de originais de mateacuteria jornaliacutestica com vistas agrave correccedilatildeo

redacional e agrave adequaccedilatildeo da linguagem XIX - organizaccedilatildeo e conservaccedilatildeo de arquivo jornaliacutestico e pesquisa dos

respectivos dados para a elaboraccedilatildeo de notiacutecias X - execuccedilatildeo de distribuiccedilatildeo graacutefica de texto fotografia ou ilustraccedilatildeo de

caraacuteter jornaliacutestico para fins de divulgaccedilatildeo XI - execuccedilatildeo de desenhos artiacutesticos ou teacutecnicos de caraacuteter jornaliacutestico para

fins de divulgaccedilatildeo Art 3ordm Considera-se empresa jornaliacutestica para os efeitos deste Decreto-lei

aquela que tenha como atividade a ediccedilatildeo de jornal ou revista ou a distribuiccedilatildeo de noticiaacuterio com funcionamento efetivo idoneidade financeira e registro legal

sect 1ordm Equipara-se agrave empresa jornaliacutestica a seccedilatildeo ou serviccedilo de empresa de radiofusatildeo televisatildeo ou divulgaccedilatildeo cinematograacutefica ou de agecircncia de publicidade onde sejam exercidas as atividades previstas no artigo 2ordm0

sect 2ordm A entidade puacuteblica ou privada natildeo jornaliacutestica sob cuja responsabilidade se editar publicaccedilatildeo destinada a circulaccedilatildeo externa estaacute obrigada ao cumprimento deste decreto relativamente aos jornalistas que contratar

46

Art 4ordm O exerciacutecio da profissatildeo de jornalista requer preacutevio registro no oacutergatildeo regional do Ministeacuterio do Trabalho que se faraacute mediante a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash diploma de curso de niacutevel superior de Jornalismo ou de Comunicaccedilatildeo Social habilitaccedilatildeo Jornalismo fornecido por estabelecimento de ensino reconhecido na forma da lei para as funccedilotildees relacionadas nos itens I a IV do artigo 11

IV ndash Carteira de Trabalho e Previdecircncia Social

Paraacutegrafo uacutenico ndash Aos profissionais registrados exclusivamente para o exerciacutecio das funccedilotildees relacionadas nos itens VII a XI do artigo 11 eacute vedado o exerciacutecio das funccedilotildees constantes nos itens I a VII do mesmo artigo

Art 5ordm O Ministeacuterio do Trabalho concederaacute desde que satisfeitas as exigecircncias constantes neste Decreto registro especial ao

I ndash colaborador assim entendido aquele que mediante remuneraccedilatildeo e sem relaccedilatildeo de emprego produz trabalho de natureza teacutecnica cientiacutefica ou cultural relacionando com a sua especializaccedilatildeo para ser divulgado com o nome e qualificaccedilatildeo do autor

II ndash funcionaacuterio puacuteblico titular de cargo cujas atribuiccedilotildees legais coincidam com as mencionadas no artigo 2ordm

III ndash provisionado

Paraacutegrafo uacutenico ndash O registro de que tratam os itens I e II deste artigo natildeo implica o reconhecimento de quaisquer direitos que decorram da condiccedilatildeo de empregado nem no caso do item II dos resultantes do exerciacutecio privado e autocircnomo da profissatildeo

Art 6ordm Para o registro especial de colaborador eacute necessaacuteria a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash declaraccedilatildeo de empresa jornaliacutestica ou que a ela seja equiparada informando do seu interesse pelo registro de colaborador do candidato onde conste a sua especializaccedilatildeo remuneraccedilatildeo contratada e pseudocircnimo se houver

Art 7ordm Para o registro especial de funcionaacuterio puacuteblico titular de cargo cujas atribuiccedilotildees legais coincidam com as mencionadas no artigo 2ordm eacute necessaacuterio a apresentaccedilatildeo de ato de nomeaccedilatildeo ou contrataccedilatildeo para cargo ou emprego com aquelas atribuiccedilotildees aleacutem do cumprimento do que estabelece o artigo 4ordm

Art 8ordm Para o registro especial de provisionado eacute necessaacuterio a apresentaccedilatildeo de

47

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash declaraccedilatildeo fornecida pela empresa jornaliacutestica ou que a ela seja equiparada na qual conste a funccedilatildeo a ser exercida e o salaacuterio correspondente

IV ndash diploma de curso de niacutevel superior ou certificado de ensino de 2ordm grau fornecido por estabelecimento de ensino reconhecido na forma da lei para as funccedilotildees relacionadas nos itens I a VII do artigo 11

V ndash declaraccedilatildeo fornecida pela entidade sindical representativa da categoria profissional com base territorial abrangendo o municiacutepio no qual o provisionado iraacute desempenhar suas funccedilotildees de que natildeo haacute jornalista associado do Sindicato domiciliado naquele municiacutepio disponiacutevel da contrataccedilatildeo

VI ndash Carteira de Trabalho e Previdecircncia Social

sect 1ordm A declaraccedilatildeo de que trata o item V deveraacute ser fornecida pelo Sindicato ao interessado no prazo de 3 dias uacuteteis

sect 2ordm Caso exista profissional domiciliado no municiacutepio disponiacutevel para contrataccedilatildeo o Sindicato comunicaraacute tal fato ao Ministeacuterio do Trabalho no mesmo prazo de 3 dias a contar do pedido de fornecimento da declaraccedilatildeo de que trata o item V

sect 3ordm Caso o Sindicato natildeo forneccedila a declaraccedilatildeo de que trata o item V no prazo mencionado no sect 1ordm o interessado poderaacute instruir seu pedido de registro com o protocolo de apresentaccedilatildeo do requerimento ao Sindicato

sect 4ordm Na hipoacutetese prevista no paraacutegrafo anterior o Ministeacuterio do Trabalho concederaacute ao Sindicato prazo natildeo superior a 3 dias para se manifestar sobre o fornecimento da declaraccedilatildeo caso natildeo tenha ocorrido o fato constante no sect 2ordm

sect 5ordm O registro especial de provisionado teraacute caraacuteter temporaacuterio com duraccedilatildeo maacutexima de trecircs anos renovaacutevel somente com a apresentaccedilatildeo de toda a documentaccedilatildeo prevista neste artigo

Art 9ordm Seraacute efetuado no Ministeacuterio do Trabalho registro dos diretores de empresas jornaliacutesticas que natildeo sendo jornalistas respondem pelas respectivas publicaccedilotildees para o que eacute necessaacuterio a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash prova de registro civil ou comercial da empresa jornaliacutestica com o inteiro teor do seu ato constitutivo

IV ndash prova de depoacutesito do tiacutetulo da publicaccedilatildeo ou da agecircncia de notiacutecias no oacutergatildeo competente do Ministeacuterio da Induacutestria e do Comeacutercio

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V ndash 30 exemplares do jornal ou 12 exemplares da revista ou 30 recortes ou coacutepias de noticiaacuterio com datas diferentes de sua divulgaccedilatildeo

sect 1ordm Tratando-se de empresa nova o Ministeacuterio do Trabalho efetuaraacute registro provisoacuterio com validade por 2 anos tornando-se definitivo apoacutes a comprovaccedilatildeo constante do item V deste artigo

sect 2ordm Natildeo seraacute admitida renovaccedilatildeo ou prorrogaccedilatildeo do prazo de validade do registro provisoacuterio previsto no paraacutegrafo anterior

Art 10ordm Seraacute efetuado no Ministeacuterio do Trabalho registro especial do diretor de empresa natildeo jornaliacutestica sob cuja responsabilidade se editar publicaccedilatildeo destinada agrave circulaccedilatildeo externa ou interna para o que se exigiraacute a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash prova de depoacutesito do tiacutetulo da publicaccedilatildeo no oacutergatildeo competente do Ministeacuterio da Induacutestria e do Comeacutercio

Art 11 ndash As funccedilotildees desempenhadas pelos jornalistas como empregados seratildeo assim classificadas

I - Redator aquele que aleacutem das incumbecircncias de redaccedilatildeo comum tem o encargo de redigir editoriais crocircnicas ou comentaacuterios

II - Noticiarista aquele que tem o encargo de redigir mateacuterias de caraacuteter informativo desprovidas de apreciaccedilotildees ou comentaacuterios preparando-as ou redigindo-as para a divulgaccedilatildeo

III - Repoacuterter aquele que cumpre a determinaccedilatildeo de colher notiacutecias ou informaccedilotildees preparando-as para divulgaccedilatildeo

IV - Repoacuterter de setor aquele que tem o encargo de colher notiacutecias ou informaccedilotildees sobre assuntos predeterminados preparando-as ou redigindo-as para divulgaccedilatildeo

V - Raacutedio-repoacuterter aquele a quem cabe a difusatildeo oral de acontecimento ou entrevista pelo raacutedio ou pela televisatildeo no instante ou no local em que ocorram assim como o comentaacuterio ou crocircnica pelos mesmos veiacuteculos

VI - Arquivista-pesquisador aquele que tem a incumbecircncia de organizar e conservar cultural e tecnicamente o arquivo redatorial procedendo agrave pesquisa dos respectivos dados para a elaboraccedilatildeo de notiacutecias

VII - Revisor aquele que tem o encargo de rever as provas tipograacuteficas de mateacuteria jornaliacutestica

VIII - Ilustrador aquele que tem a seu cargo criar ou executar desenhos artiacutesticos ou teacutecnicos de caraacuteter jornaliacutestico

XIX - Repoacuterter-fotograacutefico aquele a quem cabe registrar fotograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico

X - Repoacuterter-cinematograacutefico aquele a quem cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico

XI - Diagramador aquele a quem compete planejar e executar a distribuiccedilatildeo graacutefica de mateacuterias fotografias ou ilustraccedilotildees de caraacuteter jornaliacutestico para fins de publicaccedilatildeo

Paraacutegrafo uacutenico ndash Os Sindicatos seratildeo ouvidos sobre o exato enquadramento de cada profissional

49

Art 12ordm Seratildeo privativas de jornalista as funccedilotildees pertinentes agraves atividades

descritas no artigo 2ordm tais como Editor Secretaacuterio Subsecretaacuterio Chefe de reportagem e Chefe de Revisatildeo

Art 13ordm Natildeo haveraacute incompatibilidade entre o exerciacutecio da profissatildeo de Jornalista e o de qualquer outra funccedilatildeo remunerada ainda que puacuteblica respeitadas a proibiccedilatildeo de acumular cargos e as demais restriccedilotildees de lei

Art 14ordm Seraacute passiacutevel de trancamento o registro profissional do jornalista que sem motivo legal deixar de exercer a profissatildeo por mais de 2 anos

sect 1ordm Natildeo incide na cominaccedilatildeo deste artigo o afastamento decorrente de a) suspensatildeo ou interrupccedilatildeo do contrato de trabalho b) aposentadoria como jornalista c) viagem ou bolsa de estudo para aperfeiccediloamento profissional d) desemprego apurado na forma da Lei nordm 4923 de 23 de dezembro de

1965

sect 2ordm O trancamento seraacute da competecircncia do oacutergatildeo regional do Ministeacuterio do Trabalho de ofiacutecio ou requerimento da entidade sindical representativa da categoria profissional cabendo a esta fazer publicar em oacutergatildeo oficial por trecircs vezes consecutivas e dentro de um interstiacutecio de dois anos a relaccedilatildeo dos jornalistas cujos registros pretende trancar

sect 3ordm Os oacutergatildeos do Ministeacuterio do Trabalho prestaratildeo aos sindicatos representativos da categoria profissional as informaccedilotildees que lhes forem solicitadas especialmente quanto ao registro de admissotildees e dispensas nas empresas jornaliacutesticas realizando as inspeccedilotildees que se tornarem necessaacuterias para a verificaccedilatildeo do exerciacutecio da profissatildeo de jornalista

sect 4ordm O exerciacutecio da atividade em empresa natildeo jornaliacutestica mencionada no artigo 3ordm sect 2ordm natildeo constituiraacute prova suficiente de permanecircncia na profissatildeo se a publicaccedilatildeo e seu responsaacutevel natildeo tiverem registro nos termos deste Decreto

sect 5ordm O registro trancado suspende a titularidade e o exerciacutecio das prerrogativas profissionais mas pode ser revalidado mediante apresentaccedilatildeo dos documentos mencionados nos itens II e III do artigo 4ordm

Art 15ordm O salaacuterio de jornalista natildeo poderaacute ser reajustado nos contratos individuais de trabalho para a jornada normal de 5 horas em base inferior agrave do salaacuterio estipulado para a respectiva funccedilatildeo em acordo ou convenccedilatildeo coletiva de trabalho ou sentenccedila normativa das Justiccedila do Trabalho

Paraacutegrafo uacutenico ndash Em negociaccedilatildeo ou dissiacutedio coletivo poderatildeo os Sindicatos de Jornalistas reclamar o estabelecimento de criteacuterio de remuneraccedilatildeo adicional pela divulgaccedilatildeo de trabalho produzido por jornalistas em mais de um veiacuteculo de comunicaccedilatildeo coletiva

Art 16ordm A admissatildeo de provisionado para exercer funccedilotildees relacionadas nos itens I a VII do artigo 11 seraacute permitida nos municiacutepios onde natildeo existia curso de Jornalismo reconhecido na forma de lei e comprovadamente natildeo haja jornalista domiciliado associado do sindicato representativo da categoria profissional disponiacutevel para contrataccedilatildeo

Paraacutegrafo uacutenico ndash O provisionado nos termos deste artigo poderaacute exercer suas atividades somente no municiacutepio para o qual foi registrado

Art 17ordm Os atuais portadores de registro especial de provisionado poderatildeo exercer suas atividades no Estado onde foram contratados

Art 18 ndash A fiscalizaccedilatildeo do cumprimento dos dispositivos deste Decreto se faraacute na forma do artigo 626 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho sendo aplicaacutevel aos

50

infratores multa variaacutevel de 1 a 10 vezes o maior valor de referecircncia fixado de acordo com o artigo 2ordm paraacutegrafo uacutenico da Lei nordm 6205 de 29 de abril de 1975

Paraacutegrafo uacutenico ndash Aos sindicatos representativos da categoria profissional incumbe representar agraves autoridades competentes acerca do exerciacutecio irregular da profissatildeo de Jornalista

Art 19ordm Constitui fraude a prestaccedilatildeo de serviccedilos profissionais gratuitos ou com pagamentos simboacutelicos sob pretexto de estaacutegio bolsa de complementaccedilatildeo convecircnio ou qualquer outra modalidade em desrespeito agrave legislaccedilatildeo trabalhista e a este regulamento

Art 20ordm O disposto neste Decreto natildeo impede a conclusatildeo dos estaacutegios comprovadamente iniciados antes da vigecircncia da Lei nordm 6612 de 7 de dezembro de 1978 os quais entretanto natildeo conferiratildeo por si soacutes direito ao registro profissional

Art 21ordm Este Decreto entra em vigor na data da sua publicaccedilatildeo revogadas as disposiccedilotildees em contraacuterio especialmente os Decretos nordms 65912 de 19 de dezembro de 1969 e 68629 de 18 de maio de 1971

Brasiacutelia 13 de marccedilo de 1979 158ordm da Independecircncia e 91ordm da Repuacuteblica (DO de 13-3-79)

Ernesto Geisel Arnaldo Prieto

51

ANEXO II ndash ACOacuteRDAtildeO TST-AIRR-6182001-751-04-401

Acoacuterdatildeo Inteiro Teor NUacuteMERO UacuteNICO PROC AIRR - 6182001-751-04-40 PUBLICACcedilAtildeO DJ - 10022006 Andamento do Processo

PROC Nordm TST-AIRR-6182001-751-04-401 C A C Oacute R D Atilde O 1ordf Turma EMPMs REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO CARACTERIZACcedilAtildeO INDEPENDEcircNCIA NO EXERCIacuteCIO DE SUAS ATIVIDADES REGISTROS DE ASSUNTOS E TEMAacuteTICAS DE INTERESSES JORNALIacuteSTICOS 1 Segundo o Tribunal Regional do Trabalho o Reclamante no exerciacutecio de suas atividades aleacutem de ter acompanhado o repoacuterter entrevistador na produccedilatildeo de mateacuterias fato que por si soacute natildeo lhe retira a condiccedilatildeo de jornalista - e tambeacutem de acordo com depoimentos testemunhais saiacutea agrave rua com a pauta que lhe era dirigida para sozinho produzir as mateacuterias solicitadas pelo empregador o que de acordo com o teor dos dispositivos tidos por vulnerados permite concluir o exerciacutecio da profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico e natildeo simplesmente de operador de cacircmera visto que ao sair agraves ruas para a produccedilatildeo de mateacuterias cumpria seu ofiacutecio obviamente mediante registros de fatos e (ou) assuntos de interesses notadamente jornaliacutestico considerando para tanto a proacutepria natureza da atividade empresarial exercida pela empregadora Inviaacutevel portanto a admissibilidade do recurso de revista em razatildeo da impossibilidade de exame da alegaccedilatildeo de afronta ao Decreto nordm 8413479 visto tratar-se de hipoacutetese natildeo contemplada na letra c do artigo 896 da CLT Por outro lado por violaccedilatildeo dos artigos 2ordm da Lei nordm 661578 e 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 tambeacutem natildeo logra ecircxito a Agravante no intuito de ver autorizado o processamento do recurso de revista No primeiro dispositivo apenas dispotildee-se que o radialista eacute o empregado de radiodifusatildeo exercente de atividades voltadas agrave administraccedilatildeo produccedilatildeo ou teacutecnica No segundo definem-se as profissotildees de repoacuterter e repoacuterter cinematograacutefico salientando-se que a esse uacuteltimo cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico hipoacutetese identificada pelo Regional 2 Agravo de instrumento a que se nega provimento Vistos relatados e discutidos estes autos do Agravo de Instrumento em Recurso de Revista nordm TST-AIRR-6182001-751-04-401 em que eacute Agravante RBS TV SANTA ROSA LTDA e Agravado CLOacuteVIS SANTACATARINA A Reclamada interpotildee agravo de instrumento ao despacho de fls 113-115 mediante o qual foi denegado seguimento ao recurso de revista sob o fundamento de que a decisatildeo decorreu da aplicaccedilatildeo das normas pertinentes uma vez que da situaccedilatildeo faacutetica delineada nos autos natildeo haacute como se extrair ofensa ao artigo 2ordm da Lei nordm 661578 na forma do artigo 896 c da CLT Contraminuta agraves fls 122-124 Natildeo houve remessa dos autos agrave Procuradoria Geral do Trabalho em face da orientaccedilatildeo emanada da Resoluccedilatildeo Administrativa nordm 322 atualmente retratada no artigo 82 do Regimento Interno do Tribunal Superior do

52

Trabalho Eacute o relatoacuterio V O T O I CONHECIMENTO Conheccedilo do agravo de instrumento porque regular e tempestivo II MEacuteRITO O Tribunal Regional ao apreciar o recurso ordinaacuterio interposto pela Reclamada no tocante ao reconhecimento da condiccedilatildeo de jornalista ao Reclamante pela Vara do Trabalho decidiu O MM Juiacutezo de primeiro grau acolheu as alegaccedilotildees do reclamante de exerciacutecio de profissatildeo jornaliacutestica de repoacuterter cinematograacutefico condenando a reclamada a pagar diferenccedilas salariais e reflexos Contra esta decisatildeo volta-se a reacute sustentando que o reclamante era operador de cacircmera funccedilatildeo capitulada na profissatildeo de radialista A recorrente tem razatildeo parcialmente Tomando-se a hipoacutetese de confirmar a sentenccedila enquanto reconhece ter o reclamante exercido a funccedilatildeo de repoacuterter cinematograacutefico em todo o contrato existe um marco temporal e juriacutedico que deve ser considerado A funccedilatildeo de repoacuterter cinematograacutefico eacute exclusiva da profissatildeo de jornalista Eacute uma atividade que estaacute reservada aos jornalistas formados assim como estabelecido no DL 97269 O reclamante natildeo demonstra a partir de quando conquistou a diplomaccedilatildeo como jornalista devendo-se considerar apenas pelo que oferecem os autos a data de 16 de junho de 1998 dia em que o reclamante foi registrado no Ministeacuterio do Trabalho como jornalista profissional na funccedilatildeo especiacutefica de repoacuterter cinematograacutefico Considerando que o Ministeacuterio do Trabalho natildeo pode registrar jornalistas natildeo diplomados exceccedilatildeo feita aos provisionados tem-se que o reclamante adquiriu esta condiccedilatildeo nesse dia Antes embora pudesse fazer ou fizesse atividades privativas de jornalistas natildeo pode ser considerado juridicamente como tal Assim em qualquer hipoacutetese de manutenccedilatildeo do reconhecimento da funccedilatildeo de jornaliacutestica esta deve gerar os efeitos pleiteados somente a partir de 16 de junho de 1998 Jaacute quanto a ter exercido ou natildeo funccedilatildeo jornaliacutestica a conclusatildeo eacute de manutenccedilatildeo da sentenccedila Natildeo eacute o fato de estar acompanhado por repoacuterter entrevistador que o cinegrafista perde a condiccedilatildeo de jornalista Trata-se de uma equipe de profissionais jornalistas Um exemplo que melhor ilustra o descabimento da distinccedilatildeo que pretende fazer o apelo eacute a situaccedilatildeo dos fotoacutegrafos ou repoacuterteres fotograacuteficos O fotoacutegrafo sai com a pauta junto com o repoacuterter (ou natildeo e isto tambeacutem acontecia com o reclamante como o reconhecem as testemunhas inclusive trazidas pela reclamada) e enquanto o repoacuterter investiga os dados necessaacuterios para a mateacuteria o fotoacutegrafo registra as cenas mas nem por isto eacute rebaixado da condiccedilatildeo de jornalista para dir- se-ia operador de cacircmera fotograacutefica O que se pode discutir seria o interesse jornaliacutestico das mateacuterias cobertas pelo jornalista reclamante Com efeito os comerciais produzidos e gravados pelo autor natildeo tecircm esse interesse e os eventos promocionais da reclamada recebem dela mesma uma atribuiccedilatildeo desse interesse embora natildeo o tenha imediata e objetivamente mas para efeitos do trabalho executado pelo reclamante deve ser considerado um trabalho jornaliacutestico Foi correta a decisatildeo natildeo merecendo qualquer reparo a natildeo ser o juriacutedico-temporal jaacute mencionado Nesta perspectiva o provimento do recurso eacute parcial (fls 97-99) Ao interpor o recurso de revista a Empresa alegou que o Reclamante na condiccedilatildeo de operador de cacircmera e operador de cacircmera de unidade portaacutetil externa acompanhando o repoacuterter como reconheceu o Regional natildeo pode ser

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enquadrado como jornalista porquanto ao repoacuterter eacute dado cumprir a determinaccedilatildeo de coletar notiacutecias ou informaccedilotildees e elaboraacute-las a fim de viabilizar posterior divulgaccedilatildeo e ao repoacuterter-cinematograacutefico cabe registrar cinematograficamente fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico razatildeo pela qual entende que a atividade do Reclamante eacute proacutepria de radialista categoria agrave qual pertencia Acrescenta que o artigo 2ordm da Lei nordm 661578 estabelece considera-se radialista o empregado de Radiodifusatildeo que exerccedila uma das funccedilotildees em que se desdobram as atividades mencionadas no artigo 4ordm ou seja operador de cacircmara e operador de cacircmara de unidade portaacutetil externa cuja regulamentaccedilatildeo profissional consta do Decreto nordm 8413479 e as atribuiccedilotildees do Quadro Anexo do mesmo decreto item II letra c nordm 3 com a seguinte redaccedilatildeo encarrega-se da gravaccedilatildeo de mateacuteria distribuiacuteda pelo Supervisor de Operaccedilotildees planifica e orienta o entrevistador repoacuterter e iluminador no que se refere aos aspectos teacutecnicos de seu trabalho suas atividades envolvem tanto a gravaccedilatildeo como a geraccedilatildeo de som e imagem atraveacutes de equipamentos eletrocircnico portaacutetil de TV Fundamenta o apelo em violaccedilatildeo dos artigos 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 2ordm da Lei nordm 661578 e do Decreto nordm 8413479 e Quadro Anexo do mesmo decreto item II letra c nordm 3 Inicialmente deve-se registrar a impossibilidade de exame da alegaccedilatildeo de afronta ao Decreto nordm 8413479 visto tratar-se de hipoacutetese natildeo contemplada na letra c do artigo 896 da CLT No tocante agrave ofensa aos artigos 2ordm da Lei nordm 661578 e 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 tambeacutem natildeo logra ecircxito a Agravante no intuito de ver autorizado o processamento do recurso de revista No primeiro dispositivo apenas dispotildee-se que o radialista eacute o empregado de radiodifusatildeo exercente de atividades voltadas agrave administraccedilatildeo produccedilatildeo ou teacutecnica No segundo definem-se as profissotildees de repoacuterter e repoacuterter cinematograacutefico salientando-se que a esse uacuteltimo cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico Ora dos termos da decisatildeo impugnada via recurso de revista nada haacute que conflite com tais dispositivos legais Afinal segundo o Tribunal Regional do Trabalho o Reclamante no exerciacutecio de suas atividades aleacutem de ter acompanhado o repoacuterter entrevistador na produccedilatildeo de mateacuterias fato que por si soacute natildeo lhe retira a condiccedilatildeo de jornalista - tambeacutem de acordo com depoimentos testemunhais saiacutea agrave rua com a pauta que lhe era dirigida para sozinho produzir as mateacuterias solicitadas pelo empregador o que de acordo com o teor dos dispositivos tidos por vulnerados permite concluir pelo exerciacutecio da profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico e natildeo simplesmente de operador de cacircmera visto que ao sair agraves ruas para a produccedilatildeo de mateacuterias cumpria seu ofiacutecio obviamente mediante registros de fatos e (ou) assuntos de interesses notadamente jornaliacutestico considerando para tanto a proacutepria natureza da atividade empresarial exercida pela empregadora Por esses fundamentos nego provimento ao agravo de instrumento ISTO POSTO ACORDAM os Ministros da Primeira Turma do Tribunal Superior do Trabalho por unanimidade negar provimento ao agravo de instrumento Brasiacutelia 9 de novembro de 2005 EMMANOEL PEREIRA Ministro Relator

NIA 3981288

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ANEXO I ndash DECRETO Nordm 83284 DE 13 DE MARCcedilO DE 1979

PROFISSAtildeO DE JORNALISTA

Daacute nova regulamentaccedilatildeo ao Decreto-lei nordm 972 de 17 de outubro de 1969 que dispotildee sobre o exerciacutecio da profissatildeo de Jornalista em decorrecircncia das alteraccedilotildees introduzidas pela Lei nordm 6612 de 7 de dezembro de 1978

O Presidente da Repuacuteblica usando da atribuiccedilatildeo que lhe confere o art 81 item

III da Constituiccedilatildeo decreta

Art 1ordm Eacute livre em todo territoacuterio nacional o exerciacutecio da profissatildeo de Jornalista aos que satisfazerem as condiccedilotildees estabelecidas neste Decreto

Art 2ordm A profissatildeo de Jornalista compreende privativamente o exerciacutecio habitual e remunerado de qualquer das seguintes atividades

I - redaccedilatildeo condensaccedilatildeo titulaccedilatildeo interpretaccedilatildeo correccedilatildeo ou coordenaccedilatildeo de mateacuteria a ser divulgada contenha ou natildeo comentaacuterio

II - comentaacuterio ou crocircnica pelo raacutedio ou pela televisatildeo III - entrevista inqueacuterito ou reportagem escrita ou falada IV - planejamento organizaccedilatildeo direccedilatildeo e eventual execuccedilatildeo de serviccedilos

teacutecnicos de Jornalismo como os de arquivo ilustraccedilatildeo ou distribuiccedilatildeo graacutefica de mateacuteria a ser divulgada

V - planejamento organizaccedilatildeo e administraccedilatildeo teacutecnica dos serviccedilos de que trata a aliacutenea ldquoardquo

VI - ensino de teacutecnicas de Jornalismo VII - coleta de notiacutecias ou informaccedilotildees e seu preparo para divulgaccedilatildeo VIII - revisatildeo de originais de mateacuteria jornaliacutestica com vistas agrave correccedilatildeo

redacional e agrave adequaccedilatildeo da linguagem XIX - organizaccedilatildeo e conservaccedilatildeo de arquivo jornaliacutestico e pesquisa dos

respectivos dados para a elaboraccedilatildeo de notiacutecias X - execuccedilatildeo de distribuiccedilatildeo graacutefica de texto fotografia ou ilustraccedilatildeo de

caraacuteter jornaliacutestico para fins de divulgaccedilatildeo XI - execuccedilatildeo de desenhos artiacutesticos ou teacutecnicos de caraacuteter jornaliacutestico para

fins de divulgaccedilatildeo Art 3ordm Considera-se empresa jornaliacutestica para os efeitos deste Decreto-lei

aquela que tenha como atividade a ediccedilatildeo de jornal ou revista ou a distribuiccedilatildeo de noticiaacuterio com funcionamento efetivo idoneidade financeira e registro legal

sect 1ordm Equipara-se agrave empresa jornaliacutestica a seccedilatildeo ou serviccedilo de empresa de radiofusatildeo televisatildeo ou divulgaccedilatildeo cinematograacutefica ou de agecircncia de publicidade onde sejam exercidas as atividades previstas no artigo 2ordm0

sect 2ordm A entidade puacuteblica ou privada natildeo jornaliacutestica sob cuja responsabilidade se editar publicaccedilatildeo destinada a circulaccedilatildeo externa estaacute obrigada ao cumprimento deste decreto relativamente aos jornalistas que contratar

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Art 4ordm O exerciacutecio da profissatildeo de jornalista requer preacutevio registro no oacutergatildeo regional do Ministeacuterio do Trabalho que se faraacute mediante a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash diploma de curso de niacutevel superior de Jornalismo ou de Comunicaccedilatildeo Social habilitaccedilatildeo Jornalismo fornecido por estabelecimento de ensino reconhecido na forma da lei para as funccedilotildees relacionadas nos itens I a IV do artigo 11

IV ndash Carteira de Trabalho e Previdecircncia Social

Paraacutegrafo uacutenico ndash Aos profissionais registrados exclusivamente para o exerciacutecio das funccedilotildees relacionadas nos itens VII a XI do artigo 11 eacute vedado o exerciacutecio das funccedilotildees constantes nos itens I a VII do mesmo artigo

Art 5ordm O Ministeacuterio do Trabalho concederaacute desde que satisfeitas as exigecircncias constantes neste Decreto registro especial ao

I ndash colaborador assim entendido aquele que mediante remuneraccedilatildeo e sem relaccedilatildeo de emprego produz trabalho de natureza teacutecnica cientiacutefica ou cultural relacionando com a sua especializaccedilatildeo para ser divulgado com o nome e qualificaccedilatildeo do autor

II ndash funcionaacuterio puacuteblico titular de cargo cujas atribuiccedilotildees legais coincidam com as mencionadas no artigo 2ordm

III ndash provisionado

Paraacutegrafo uacutenico ndash O registro de que tratam os itens I e II deste artigo natildeo implica o reconhecimento de quaisquer direitos que decorram da condiccedilatildeo de empregado nem no caso do item II dos resultantes do exerciacutecio privado e autocircnomo da profissatildeo

Art 6ordm Para o registro especial de colaborador eacute necessaacuteria a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash declaraccedilatildeo de empresa jornaliacutestica ou que a ela seja equiparada informando do seu interesse pelo registro de colaborador do candidato onde conste a sua especializaccedilatildeo remuneraccedilatildeo contratada e pseudocircnimo se houver

Art 7ordm Para o registro especial de funcionaacuterio puacuteblico titular de cargo cujas atribuiccedilotildees legais coincidam com as mencionadas no artigo 2ordm eacute necessaacuterio a apresentaccedilatildeo de ato de nomeaccedilatildeo ou contrataccedilatildeo para cargo ou emprego com aquelas atribuiccedilotildees aleacutem do cumprimento do que estabelece o artigo 4ordm

Art 8ordm Para o registro especial de provisionado eacute necessaacuterio a apresentaccedilatildeo de

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I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash declaraccedilatildeo fornecida pela empresa jornaliacutestica ou que a ela seja equiparada na qual conste a funccedilatildeo a ser exercida e o salaacuterio correspondente

IV ndash diploma de curso de niacutevel superior ou certificado de ensino de 2ordm grau fornecido por estabelecimento de ensino reconhecido na forma da lei para as funccedilotildees relacionadas nos itens I a VII do artigo 11

V ndash declaraccedilatildeo fornecida pela entidade sindical representativa da categoria profissional com base territorial abrangendo o municiacutepio no qual o provisionado iraacute desempenhar suas funccedilotildees de que natildeo haacute jornalista associado do Sindicato domiciliado naquele municiacutepio disponiacutevel da contrataccedilatildeo

VI ndash Carteira de Trabalho e Previdecircncia Social

sect 1ordm A declaraccedilatildeo de que trata o item V deveraacute ser fornecida pelo Sindicato ao interessado no prazo de 3 dias uacuteteis

sect 2ordm Caso exista profissional domiciliado no municiacutepio disponiacutevel para contrataccedilatildeo o Sindicato comunicaraacute tal fato ao Ministeacuterio do Trabalho no mesmo prazo de 3 dias a contar do pedido de fornecimento da declaraccedilatildeo de que trata o item V

sect 3ordm Caso o Sindicato natildeo forneccedila a declaraccedilatildeo de que trata o item V no prazo mencionado no sect 1ordm o interessado poderaacute instruir seu pedido de registro com o protocolo de apresentaccedilatildeo do requerimento ao Sindicato

sect 4ordm Na hipoacutetese prevista no paraacutegrafo anterior o Ministeacuterio do Trabalho concederaacute ao Sindicato prazo natildeo superior a 3 dias para se manifestar sobre o fornecimento da declaraccedilatildeo caso natildeo tenha ocorrido o fato constante no sect 2ordm

sect 5ordm O registro especial de provisionado teraacute caraacuteter temporaacuterio com duraccedilatildeo maacutexima de trecircs anos renovaacutevel somente com a apresentaccedilatildeo de toda a documentaccedilatildeo prevista neste artigo

Art 9ordm Seraacute efetuado no Ministeacuterio do Trabalho registro dos diretores de empresas jornaliacutesticas que natildeo sendo jornalistas respondem pelas respectivas publicaccedilotildees para o que eacute necessaacuterio a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash prova de registro civil ou comercial da empresa jornaliacutestica com o inteiro teor do seu ato constitutivo

IV ndash prova de depoacutesito do tiacutetulo da publicaccedilatildeo ou da agecircncia de notiacutecias no oacutergatildeo competente do Ministeacuterio da Induacutestria e do Comeacutercio

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V ndash 30 exemplares do jornal ou 12 exemplares da revista ou 30 recortes ou coacutepias de noticiaacuterio com datas diferentes de sua divulgaccedilatildeo

sect 1ordm Tratando-se de empresa nova o Ministeacuterio do Trabalho efetuaraacute registro provisoacuterio com validade por 2 anos tornando-se definitivo apoacutes a comprovaccedilatildeo constante do item V deste artigo

sect 2ordm Natildeo seraacute admitida renovaccedilatildeo ou prorrogaccedilatildeo do prazo de validade do registro provisoacuterio previsto no paraacutegrafo anterior

Art 10ordm Seraacute efetuado no Ministeacuterio do Trabalho registro especial do diretor de empresa natildeo jornaliacutestica sob cuja responsabilidade se editar publicaccedilatildeo destinada agrave circulaccedilatildeo externa ou interna para o que se exigiraacute a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash prova de depoacutesito do tiacutetulo da publicaccedilatildeo no oacutergatildeo competente do Ministeacuterio da Induacutestria e do Comeacutercio

Art 11 ndash As funccedilotildees desempenhadas pelos jornalistas como empregados seratildeo assim classificadas

I - Redator aquele que aleacutem das incumbecircncias de redaccedilatildeo comum tem o encargo de redigir editoriais crocircnicas ou comentaacuterios

II - Noticiarista aquele que tem o encargo de redigir mateacuterias de caraacuteter informativo desprovidas de apreciaccedilotildees ou comentaacuterios preparando-as ou redigindo-as para a divulgaccedilatildeo

III - Repoacuterter aquele que cumpre a determinaccedilatildeo de colher notiacutecias ou informaccedilotildees preparando-as para divulgaccedilatildeo

IV - Repoacuterter de setor aquele que tem o encargo de colher notiacutecias ou informaccedilotildees sobre assuntos predeterminados preparando-as ou redigindo-as para divulgaccedilatildeo

V - Raacutedio-repoacuterter aquele a quem cabe a difusatildeo oral de acontecimento ou entrevista pelo raacutedio ou pela televisatildeo no instante ou no local em que ocorram assim como o comentaacuterio ou crocircnica pelos mesmos veiacuteculos

VI - Arquivista-pesquisador aquele que tem a incumbecircncia de organizar e conservar cultural e tecnicamente o arquivo redatorial procedendo agrave pesquisa dos respectivos dados para a elaboraccedilatildeo de notiacutecias

VII - Revisor aquele que tem o encargo de rever as provas tipograacuteficas de mateacuteria jornaliacutestica

VIII - Ilustrador aquele que tem a seu cargo criar ou executar desenhos artiacutesticos ou teacutecnicos de caraacuteter jornaliacutestico

XIX - Repoacuterter-fotograacutefico aquele a quem cabe registrar fotograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico

X - Repoacuterter-cinematograacutefico aquele a quem cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico

XI - Diagramador aquele a quem compete planejar e executar a distribuiccedilatildeo graacutefica de mateacuterias fotografias ou ilustraccedilotildees de caraacuteter jornaliacutestico para fins de publicaccedilatildeo

Paraacutegrafo uacutenico ndash Os Sindicatos seratildeo ouvidos sobre o exato enquadramento de cada profissional

49

Art 12ordm Seratildeo privativas de jornalista as funccedilotildees pertinentes agraves atividades

descritas no artigo 2ordm tais como Editor Secretaacuterio Subsecretaacuterio Chefe de reportagem e Chefe de Revisatildeo

Art 13ordm Natildeo haveraacute incompatibilidade entre o exerciacutecio da profissatildeo de Jornalista e o de qualquer outra funccedilatildeo remunerada ainda que puacuteblica respeitadas a proibiccedilatildeo de acumular cargos e as demais restriccedilotildees de lei

Art 14ordm Seraacute passiacutevel de trancamento o registro profissional do jornalista que sem motivo legal deixar de exercer a profissatildeo por mais de 2 anos

sect 1ordm Natildeo incide na cominaccedilatildeo deste artigo o afastamento decorrente de a) suspensatildeo ou interrupccedilatildeo do contrato de trabalho b) aposentadoria como jornalista c) viagem ou bolsa de estudo para aperfeiccediloamento profissional d) desemprego apurado na forma da Lei nordm 4923 de 23 de dezembro de

1965

sect 2ordm O trancamento seraacute da competecircncia do oacutergatildeo regional do Ministeacuterio do Trabalho de ofiacutecio ou requerimento da entidade sindical representativa da categoria profissional cabendo a esta fazer publicar em oacutergatildeo oficial por trecircs vezes consecutivas e dentro de um interstiacutecio de dois anos a relaccedilatildeo dos jornalistas cujos registros pretende trancar

sect 3ordm Os oacutergatildeos do Ministeacuterio do Trabalho prestaratildeo aos sindicatos representativos da categoria profissional as informaccedilotildees que lhes forem solicitadas especialmente quanto ao registro de admissotildees e dispensas nas empresas jornaliacutesticas realizando as inspeccedilotildees que se tornarem necessaacuterias para a verificaccedilatildeo do exerciacutecio da profissatildeo de jornalista

sect 4ordm O exerciacutecio da atividade em empresa natildeo jornaliacutestica mencionada no artigo 3ordm sect 2ordm natildeo constituiraacute prova suficiente de permanecircncia na profissatildeo se a publicaccedilatildeo e seu responsaacutevel natildeo tiverem registro nos termos deste Decreto

sect 5ordm O registro trancado suspende a titularidade e o exerciacutecio das prerrogativas profissionais mas pode ser revalidado mediante apresentaccedilatildeo dos documentos mencionados nos itens II e III do artigo 4ordm

Art 15ordm O salaacuterio de jornalista natildeo poderaacute ser reajustado nos contratos individuais de trabalho para a jornada normal de 5 horas em base inferior agrave do salaacuterio estipulado para a respectiva funccedilatildeo em acordo ou convenccedilatildeo coletiva de trabalho ou sentenccedila normativa das Justiccedila do Trabalho

Paraacutegrafo uacutenico ndash Em negociaccedilatildeo ou dissiacutedio coletivo poderatildeo os Sindicatos de Jornalistas reclamar o estabelecimento de criteacuterio de remuneraccedilatildeo adicional pela divulgaccedilatildeo de trabalho produzido por jornalistas em mais de um veiacuteculo de comunicaccedilatildeo coletiva

Art 16ordm A admissatildeo de provisionado para exercer funccedilotildees relacionadas nos itens I a VII do artigo 11 seraacute permitida nos municiacutepios onde natildeo existia curso de Jornalismo reconhecido na forma de lei e comprovadamente natildeo haja jornalista domiciliado associado do sindicato representativo da categoria profissional disponiacutevel para contrataccedilatildeo

Paraacutegrafo uacutenico ndash O provisionado nos termos deste artigo poderaacute exercer suas atividades somente no municiacutepio para o qual foi registrado

Art 17ordm Os atuais portadores de registro especial de provisionado poderatildeo exercer suas atividades no Estado onde foram contratados

Art 18 ndash A fiscalizaccedilatildeo do cumprimento dos dispositivos deste Decreto se faraacute na forma do artigo 626 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho sendo aplicaacutevel aos

50

infratores multa variaacutevel de 1 a 10 vezes o maior valor de referecircncia fixado de acordo com o artigo 2ordm paraacutegrafo uacutenico da Lei nordm 6205 de 29 de abril de 1975

Paraacutegrafo uacutenico ndash Aos sindicatos representativos da categoria profissional incumbe representar agraves autoridades competentes acerca do exerciacutecio irregular da profissatildeo de Jornalista

Art 19ordm Constitui fraude a prestaccedilatildeo de serviccedilos profissionais gratuitos ou com pagamentos simboacutelicos sob pretexto de estaacutegio bolsa de complementaccedilatildeo convecircnio ou qualquer outra modalidade em desrespeito agrave legislaccedilatildeo trabalhista e a este regulamento

Art 20ordm O disposto neste Decreto natildeo impede a conclusatildeo dos estaacutegios comprovadamente iniciados antes da vigecircncia da Lei nordm 6612 de 7 de dezembro de 1978 os quais entretanto natildeo conferiratildeo por si soacutes direito ao registro profissional

Art 21ordm Este Decreto entra em vigor na data da sua publicaccedilatildeo revogadas as disposiccedilotildees em contraacuterio especialmente os Decretos nordms 65912 de 19 de dezembro de 1969 e 68629 de 18 de maio de 1971

Brasiacutelia 13 de marccedilo de 1979 158ordm da Independecircncia e 91ordm da Repuacuteblica (DO de 13-3-79)

Ernesto Geisel Arnaldo Prieto

51

ANEXO II ndash ACOacuteRDAtildeO TST-AIRR-6182001-751-04-401

Acoacuterdatildeo Inteiro Teor NUacuteMERO UacuteNICO PROC AIRR - 6182001-751-04-40 PUBLICACcedilAtildeO DJ - 10022006 Andamento do Processo

PROC Nordm TST-AIRR-6182001-751-04-401 C A C Oacute R D Atilde O 1ordf Turma EMPMs REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO CARACTERIZACcedilAtildeO INDEPENDEcircNCIA NO EXERCIacuteCIO DE SUAS ATIVIDADES REGISTROS DE ASSUNTOS E TEMAacuteTICAS DE INTERESSES JORNALIacuteSTICOS 1 Segundo o Tribunal Regional do Trabalho o Reclamante no exerciacutecio de suas atividades aleacutem de ter acompanhado o repoacuterter entrevistador na produccedilatildeo de mateacuterias fato que por si soacute natildeo lhe retira a condiccedilatildeo de jornalista - e tambeacutem de acordo com depoimentos testemunhais saiacutea agrave rua com a pauta que lhe era dirigida para sozinho produzir as mateacuterias solicitadas pelo empregador o que de acordo com o teor dos dispositivos tidos por vulnerados permite concluir o exerciacutecio da profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico e natildeo simplesmente de operador de cacircmera visto que ao sair agraves ruas para a produccedilatildeo de mateacuterias cumpria seu ofiacutecio obviamente mediante registros de fatos e (ou) assuntos de interesses notadamente jornaliacutestico considerando para tanto a proacutepria natureza da atividade empresarial exercida pela empregadora Inviaacutevel portanto a admissibilidade do recurso de revista em razatildeo da impossibilidade de exame da alegaccedilatildeo de afronta ao Decreto nordm 8413479 visto tratar-se de hipoacutetese natildeo contemplada na letra c do artigo 896 da CLT Por outro lado por violaccedilatildeo dos artigos 2ordm da Lei nordm 661578 e 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 tambeacutem natildeo logra ecircxito a Agravante no intuito de ver autorizado o processamento do recurso de revista No primeiro dispositivo apenas dispotildee-se que o radialista eacute o empregado de radiodifusatildeo exercente de atividades voltadas agrave administraccedilatildeo produccedilatildeo ou teacutecnica No segundo definem-se as profissotildees de repoacuterter e repoacuterter cinematograacutefico salientando-se que a esse uacuteltimo cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico hipoacutetese identificada pelo Regional 2 Agravo de instrumento a que se nega provimento Vistos relatados e discutidos estes autos do Agravo de Instrumento em Recurso de Revista nordm TST-AIRR-6182001-751-04-401 em que eacute Agravante RBS TV SANTA ROSA LTDA e Agravado CLOacuteVIS SANTACATARINA A Reclamada interpotildee agravo de instrumento ao despacho de fls 113-115 mediante o qual foi denegado seguimento ao recurso de revista sob o fundamento de que a decisatildeo decorreu da aplicaccedilatildeo das normas pertinentes uma vez que da situaccedilatildeo faacutetica delineada nos autos natildeo haacute como se extrair ofensa ao artigo 2ordm da Lei nordm 661578 na forma do artigo 896 c da CLT Contraminuta agraves fls 122-124 Natildeo houve remessa dos autos agrave Procuradoria Geral do Trabalho em face da orientaccedilatildeo emanada da Resoluccedilatildeo Administrativa nordm 322 atualmente retratada no artigo 82 do Regimento Interno do Tribunal Superior do

52

Trabalho Eacute o relatoacuterio V O T O I CONHECIMENTO Conheccedilo do agravo de instrumento porque regular e tempestivo II MEacuteRITO O Tribunal Regional ao apreciar o recurso ordinaacuterio interposto pela Reclamada no tocante ao reconhecimento da condiccedilatildeo de jornalista ao Reclamante pela Vara do Trabalho decidiu O MM Juiacutezo de primeiro grau acolheu as alegaccedilotildees do reclamante de exerciacutecio de profissatildeo jornaliacutestica de repoacuterter cinematograacutefico condenando a reclamada a pagar diferenccedilas salariais e reflexos Contra esta decisatildeo volta-se a reacute sustentando que o reclamante era operador de cacircmera funccedilatildeo capitulada na profissatildeo de radialista A recorrente tem razatildeo parcialmente Tomando-se a hipoacutetese de confirmar a sentenccedila enquanto reconhece ter o reclamante exercido a funccedilatildeo de repoacuterter cinematograacutefico em todo o contrato existe um marco temporal e juriacutedico que deve ser considerado A funccedilatildeo de repoacuterter cinematograacutefico eacute exclusiva da profissatildeo de jornalista Eacute uma atividade que estaacute reservada aos jornalistas formados assim como estabelecido no DL 97269 O reclamante natildeo demonstra a partir de quando conquistou a diplomaccedilatildeo como jornalista devendo-se considerar apenas pelo que oferecem os autos a data de 16 de junho de 1998 dia em que o reclamante foi registrado no Ministeacuterio do Trabalho como jornalista profissional na funccedilatildeo especiacutefica de repoacuterter cinematograacutefico Considerando que o Ministeacuterio do Trabalho natildeo pode registrar jornalistas natildeo diplomados exceccedilatildeo feita aos provisionados tem-se que o reclamante adquiriu esta condiccedilatildeo nesse dia Antes embora pudesse fazer ou fizesse atividades privativas de jornalistas natildeo pode ser considerado juridicamente como tal Assim em qualquer hipoacutetese de manutenccedilatildeo do reconhecimento da funccedilatildeo de jornaliacutestica esta deve gerar os efeitos pleiteados somente a partir de 16 de junho de 1998 Jaacute quanto a ter exercido ou natildeo funccedilatildeo jornaliacutestica a conclusatildeo eacute de manutenccedilatildeo da sentenccedila Natildeo eacute o fato de estar acompanhado por repoacuterter entrevistador que o cinegrafista perde a condiccedilatildeo de jornalista Trata-se de uma equipe de profissionais jornalistas Um exemplo que melhor ilustra o descabimento da distinccedilatildeo que pretende fazer o apelo eacute a situaccedilatildeo dos fotoacutegrafos ou repoacuterteres fotograacuteficos O fotoacutegrafo sai com a pauta junto com o repoacuterter (ou natildeo e isto tambeacutem acontecia com o reclamante como o reconhecem as testemunhas inclusive trazidas pela reclamada) e enquanto o repoacuterter investiga os dados necessaacuterios para a mateacuteria o fotoacutegrafo registra as cenas mas nem por isto eacute rebaixado da condiccedilatildeo de jornalista para dir- se-ia operador de cacircmera fotograacutefica O que se pode discutir seria o interesse jornaliacutestico das mateacuterias cobertas pelo jornalista reclamante Com efeito os comerciais produzidos e gravados pelo autor natildeo tecircm esse interesse e os eventos promocionais da reclamada recebem dela mesma uma atribuiccedilatildeo desse interesse embora natildeo o tenha imediata e objetivamente mas para efeitos do trabalho executado pelo reclamante deve ser considerado um trabalho jornaliacutestico Foi correta a decisatildeo natildeo merecendo qualquer reparo a natildeo ser o juriacutedico-temporal jaacute mencionado Nesta perspectiva o provimento do recurso eacute parcial (fls 97-99) Ao interpor o recurso de revista a Empresa alegou que o Reclamante na condiccedilatildeo de operador de cacircmera e operador de cacircmera de unidade portaacutetil externa acompanhando o repoacuterter como reconheceu o Regional natildeo pode ser

53

enquadrado como jornalista porquanto ao repoacuterter eacute dado cumprir a determinaccedilatildeo de coletar notiacutecias ou informaccedilotildees e elaboraacute-las a fim de viabilizar posterior divulgaccedilatildeo e ao repoacuterter-cinematograacutefico cabe registrar cinematograficamente fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico razatildeo pela qual entende que a atividade do Reclamante eacute proacutepria de radialista categoria agrave qual pertencia Acrescenta que o artigo 2ordm da Lei nordm 661578 estabelece considera-se radialista o empregado de Radiodifusatildeo que exerccedila uma das funccedilotildees em que se desdobram as atividades mencionadas no artigo 4ordm ou seja operador de cacircmara e operador de cacircmara de unidade portaacutetil externa cuja regulamentaccedilatildeo profissional consta do Decreto nordm 8413479 e as atribuiccedilotildees do Quadro Anexo do mesmo decreto item II letra c nordm 3 com a seguinte redaccedilatildeo encarrega-se da gravaccedilatildeo de mateacuteria distribuiacuteda pelo Supervisor de Operaccedilotildees planifica e orienta o entrevistador repoacuterter e iluminador no que se refere aos aspectos teacutecnicos de seu trabalho suas atividades envolvem tanto a gravaccedilatildeo como a geraccedilatildeo de som e imagem atraveacutes de equipamentos eletrocircnico portaacutetil de TV Fundamenta o apelo em violaccedilatildeo dos artigos 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 2ordm da Lei nordm 661578 e do Decreto nordm 8413479 e Quadro Anexo do mesmo decreto item II letra c nordm 3 Inicialmente deve-se registrar a impossibilidade de exame da alegaccedilatildeo de afronta ao Decreto nordm 8413479 visto tratar-se de hipoacutetese natildeo contemplada na letra c do artigo 896 da CLT No tocante agrave ofensa aos artigos 2ordm da Lei nordm 661578 e 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 tambeacutem natildeo logra ecircxito a Agravante no intuito de ver autorizado o processamento do recurso de revista No primeiro dispositivo apenas dispotildee-se que o radialista eacute o empregado de radiodifusatildeo exercente de atividades voltadas agrave administraccedilatildeo produccedilatildeo ou teacutecnica No segundo definem-se as profissotildees de repoacuterter e repoacuterter cinematograacutefico salientando-se que a esse uacuteltimo cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico Ora dos termos da decisatildeo impugnada via recurso de revista nada haacute que conflite com tais dispositivos legais Afinal segundo o Tribunal Regional do Trabalho o Reclamante no exerciacutecio de suas atividades aleacutem de ter acompanhado o repoacuterter entrevistador na produccedilatildeo de mateacuterias fato que por si soacute natildeo lhe retira a condiccedilatildeo de jornalista - tambeacutem de acordo com depoimentos testemunhais saiacutea agrave rua com a pauta que lhe era dirigida para sozinho produzir as mateacuterias solicitadas pelo empregador o que de acordo com o teor dos dispositivos tidos por vulnerados permite concluir pelo exerciacutecio da profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico e natildeo simplesmente de operador de cacircmera visto que ao sair agraves ruas para a produccedilatildeo de mateacuterias cumpria seu ofiacutecio obviamente mediante registros de fatos e (ou) assuntos de interesses notadamente jornaliacutestico considerando para tanto a proacutepria natureza da atividade empresarial exercida pela empregadora Por esses fundamentos nego provimento ao agravo de instrumento ISTO POSTO ACORDAM os Ministros da Primeira Turma do Tribunal Superior do Trabalho por unanimidade negar provimento ao agravo de instrumento Brasiacutelia 9 de novembro de 2005 EMMANOEL PEREIRA Ministro Relator

NIA 3981288

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Page 41: REPÓRTER CINEMATOGRÁFICO É JORNALISTArepositorio.uniceub.br/bitstream/123456789/1670/2/20214825.pdf · trabalhos desenvolvidos. 5 ... tsunamis, cachoeiras em penhascos, ... deles

41

lthttpwwwtelehistoriacombrcanaisemissorasexcelsiorexcelsior3htmgt Acesso

em 03 Mar2006

Curado Olga A notiacutecia na TV o dia-a-dia de quem faz jornalismo Alegro 2002

CURTY Marlene Gonccedilalves CRUZ Anamaria da Costa MENDES Maria Tereza

Reis Apresentaccedilatildeo de trabalhos acadecircmicos dissertaccedilotildees e teses (NBR

147242002) Maringaacute Dental Press 2002

DIZARD JR Wilson A nova miacutedia a comunicaccedilatildeo de massa na Era da informaccedilatildeo

2 ed Jorge Zahar Editor 2000

Enfato ndash Comunicaccedilatildeo Empresarial Disponiacutevel em

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FENAJ ndash Federaccedilatildeo Nacional dos Jornalistas Decisotildees do TST e STJ reconhecem

direitos de repoacuterter cinematograacutefico e fotograacutefico Nov2005 Disponiacutevel em

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Ganz Pierre A reportagem em raacutedio e televisatildeo Tiacutetulo original Lecirc Reportage

Raacutedio amp Teacutele Editorial inqueacuterito

Gontijo Teodoro Jornalismo na TV Tecnoprinte 1980

GUROVITZ Helio O futuro da TV In Exame Satildeo Paulo Editora Abril v 772 ano

36 no 16 agosto de 2002

KOSMINSKY Doris A Imagem da Notiacutecia A histoacuteria graacutefica do telejornal brasileiro

uma introduccedilatildeo agrave anaacutelise dos selos do Jornal Nacional In Miacutedia Brasileira 2

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LEITAtildeO Maristela Alves O papel do jornalista 2005 Disponiacutevel em

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42

Manual do Telejornalismo Disponiacutevel em

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MENDONCcedilA Eliane Autor da notiacutecia amigo ou inimigo da Ciecircncia sd In ABJC ndash

Associaccedilatildeo Brasileira de Jornalismo Cientiacutefico Disponiacutevel em

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NOBLAT Ricardo A arte de fazer um jornal diaacuterio 3 ed Editora Contexto 2003

Nova Faetec Educaccedilatildeo Profissional Rio de Janeiro 2006 Disponiacutevel em

lthttpwwwfaetecrjgovbred_pro_tecnicocom_tecn_prod_reporteraspgt Acesso

em 20 Mar2006

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em 20 Mar2006

Observatoacuterio da Imprensa Regulamentaccedilatildeo Congresso debate funccedilatildeo da profissatildeo

04 Nov2003 Disponiacutevel em

lthttpobservatorioultimosegundoigcombrartigosipub041120035htmgt Acesso

em 30 Mar2006

Papel do jornalista na sociedade In UFPB 2006 Disponiacutevel em

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30 Mar2006

Paternostro Vera Iacuteris O texto na TV Elsevier1999

Por traacutes das cacircmeras Entrevista com Heacutelio Alvarez por Lisandro Staut In Canal da

imprensa sd Disponiacutevel em

lthttp7214203104searchq=cacheVgs6cnO_NmgJwwwcanaldaimprensacom

brcanalantperfilvint3entrevista2htm+repC3B3rter+cinematogrC3A1ficoamphl

=pt-BRampgl=brampct=clnkampcd=15amplr=lang_ptgt Acesso em 30 Mar2006

43

Rossi Cloacutevis O que eacute jornalismo

Sindicato dos Jornalistas 2006 Disponiacutevel em lthttpwwwjornalistasorgbrgt

Acesso em 30 Mar2006

Sindicato dos Jornalistas Disponiacutevel em lthttpwwwjornalistasorgbrgt Acesso em

21 Mar2006

Sindicato dos Jornalistas Disponiacutevel em lthttpwwwjornalistasorgbrgt Acesso em

24 Mar2006

SOUSA FILHO Gelson Amaro de Jornalismo on-line Guia teoacuterico e praacutetico

2004 Disponiacutevel em lthttpgelson-filhositesuolcombrgt Acesso em 06 Mar2006

SQUIRRA Sebastiatildeo O telejornalismo brasileiro num cenaacuterio de

competitividade nov1994 Texto apresentado no II Congresso Brasileiro de

Jornalismo de Liacutengua Portuguesa Rio de Janeiro dezembro de 1994 ECAUSP

Disponiacutevel em lthttpwwwecauspbrnucleosnjcriohtmgt Acesso em 06

Mar2006

Telejornalismocom Disponiacutevel em lthttpwwwtelejornalismocomgt Acesso em 06

Mar2006

Traquina Nelson Teorias do jornalismo

TST ndash Tribunal Superior do Trabalho Site Oficial Disponiacutevel em

lthttpwwwtstgovbrgt Acesso em 06 Mar2006

TST confirma repoacuterter cinematograacutefico eacute Jornalista 25 Nov2005

lthttpwwwoktivanetsispubcgi-

binmyPagefcgiidWebSite=1199ampidSecao=2218ampidNota=15254amppagOrigem=pagC

apaampacao=mostrarMateriagt Acesso em 28 Mar2006

TST confirma repoacuterter cinematograacutefico eacute Jornalista In Espaccedilo Vital Porto Alegre

25 Nov2005 Disponiacutevel em lthttpwwwespacovitalcombrnovoindexphpgt

Acesso em 28 Mar2006

44

REIS JR Antonio O percurso da televisatildeo e do telejornalismo nos anos 70

2003 Disponiacutevel em

lthttpwwwmnemocinecombraruandatvtelejornalismo70shtmgt Acesso em 31

Mar2006

ROTHBERG Danilo Olhar panoracircmico Os depoimentos e sua funccedilatildeo no

jornalismo USC ndash Universidade do Sagrado Coraccedilatildeo Anaacutelise de Miacutedia Disponiacutevel

em lthttpwwwuscbranalisedemidiagt Acesso em 11 Abr2006

45

ANEXO I ndash DECRETO Nordm 83284 DE 13 DE MARCcedilO DE 1979

PROFISSAtildeO DE JORNALISTA

Daacute nova regulamentaccedilatildeo ao Decreto-lei nordm 972 de 17 de outubro de 1969 que dispotildee sobre o exerciacutecio da profissatildeo de Jornalista em decorrecircncia das alteraccedilotildees introduzidas pela Lei nordm 6612 de 7 de dezembro de 1978

O Presidente da Repuacuteblica usando da atribuiccedilatildeo que lhe confere o art 81 item

III da Constituiccedilatildeo decreta

Art 1ordm Eacute livre em todo territoacuterio nacional o exerciacutecio da profissatildeo de Jornalista aos que satisfazerem as condiccedilotildees estabelecidas neste Decreto

Art 2ordm A profissatildeo de Jornalista compreende privativamente o exerciacutecio habitual e remunerado de qualquer das seguintes atividades

I - redaccedilatildeo condensaccedilatildeo titulaccedilatildeo interpretaccedilatildeo correccedilatildeo ou coordenaccedilatildeo de mateacuteria a ser divulgada contenha ou natildeo comentaacuterio

II - comentaacuterio ou crocircnica pelo raacutedio ou pela televisatildeo III - entrevista inqueacuterito ou reportagem escrita ou falada IV - planejamento organizaccedilatildeo direccedilatildeo e eventual execuccedilatildeo de serviccedilos

teacutecnicos de Jornalismo como os de arquivo ilustraccedilatildeo ou distribuiccedilatildeo graacutefica de mateacuteria a ser divulgada

V - planejamento organizaccedilatildeo e administraccedilatildeo teacutecnica dos serviccedilos de que trata a aliacutenea ldquoardquo

VI - ensino de teacutecnicas de Jornalismo VII - coleta de notiacutecias ou informaccedilotildees e seu preparo para divulgaccedilatildeo VIII - revisatildeo de originais de mateacuteria jornaliacutestica com vistas agrave correccedilatildeo

redacional e agrave adequaccedilatildeo da linguagem XIX - organizaccedilatildeo e conservaccedilatildeo de arquivo jornaliacutestico e pesquisa dos

respectivos dados para a elaboraccedilatildeo de notiacutecias X - execuccedilatildeo de distribuiccedilatildeo graacutefica de texto fotografia ou ilustraccedilatildeo de

caraacuteter jornaliacutestico para fins de divulgaccedilatildeo XI - execuccedilatildeo de desenhos artiacutesticos ou teacutecnicos de caraacuteter jornaliacutestico para

fins de divulgaccedilatildeo Art 3ordm Considera-se empresa jornaliacutestica para os efeitos deste Decreto-lei

aquela que tenha como atividade a ediccedilatildeo de jornal ou revista ou a distribuiccedilatildeo de noticiaacuterio com funcionamento efetivo idoneidade financeira e registro legal

sect 1ordm Equipara-se agrave empresa jornaliacutestica a seccedilatildeo ou serviccedilo de empresa de radiofusatildeo televisatildeo ou divulgaccedilatildeo cinematograacutefica ou de agecircncia de publicidade onde sejam exercidas as atividades previstas no artigo 2ordm0

sect 2ordm A entidade puacuteblica ou privada natildeo jornaliacutestica sob cuja responsabilidade se editar publicaccedilatildeo destinada a circulaccedilatildeo externa estaacute obrigada ao cumprimento deste decreto relativamente aos jornalistas que contratar

46

Art 4ordm O exerciacutecio da profissatildeo de jornalista requer preacutevio registro no oacutergatildeo regional do Ministeacuterio do Trabalho que se faraacute mediante a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash diploma de curso de niacutevel superior de Jornalismo ou de Comunicaccedilatildeo Social habilitaccedilatildeo Jornalismo fornecido por estabelecimento de ensino reconhecido na forma da lei para as funccedilotildees relacionadas nos itens I a IV do artigo 11

IV ndash Carteira de Trabalho e Previdecircncia Social

Paraacutegrafo uacutenico ndash Aos profissionais registrados exclusivamente para o exerciacutecio das funccedilotildees relacionadas nos itens VII a XI do artigo 11 eacute vedado o exerciacutecio das funccedilotildees constantes nos itens I a VII do mesmo artigo

Art 5ordm O Ministeacuterio do Trabalho concederaacute desde que satisfeitas as exigecircncias constantes neste Decreto registro especial ao

I ndash colaborador assim entendido aquele que mediante remuneraccedilatildeo e sem relaccedilatildeo de emprego produz trabalho de natureza teacutecnica cientiacutefica ou cultural relacionando com a sua especializaccedilatildeo para ser divulgado com o nome e qualificaccedilatildeo do autor

II ndash funcionaacuterio puacuteblico titular de cargo cujas atribuiccedilotildees legais coincidam com as mencionadas no artigo 2ordm

III ndash provisionado

Paraacutegrafo uacutenico ndash O registro de que tratam os itens I e II deste artigo natildeo implica o reconhecimento de quaisquer direitos que decorram da condiccedilatildeo de empregado nem no caso do item II dos resultantes do exerciacutecio privado e autocircnomo da profissatildeo

Art 6ordm Para o registro especial de colaborador eacute necessaacuteria a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash declaraccedilatildeo de empresa jornaliacutestica ou que a ela seja equiparada informando do seu interesse pelo registro de colaborador do candidato onde conste a sua especializaccedilatildeo remuneraccedilatildeo contratada e pseudocircnimo se houver

Art 7ordm Para o registro especial de funcionaacuterio puacuteblico titular de cargo cujas atribuiccedilotildees legais coincidam com as mencionadas no artigo 2ordm eacute necessaacuterio a apresentaccedilatildeo de ato de nomeaccedilatildeo ou contrataccedilatildeo para cargo ou emprego com aquelas atribuiccedilotildees aleacutem do cumprimento do que estabelece o artigo 4ordm

Art 8ordm Para o registro especial de provisionado eacute necessaacuterio a apresentaccedilatildeo de

47

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash declaraccedilatildeo fornecida pela empresa jornaliacutestica ou que a ela seja equiparada na qual conste a funccedilatildeo a ser exercida e o salaacuterio correspondente

IV ndash diploma de curso de niacutevel superior ou certificado de ensino de 2ordm grau fornecido por estabelecimento de ensino reconhecido na forma da lei para as funccedilotildees relacionadas nos itens I a VII do artigo 11

V ndash declaraccedilatildeo fornecida pela entidade sindical representativa da categoria profissional com base territorial abrangendo o municiacutepio no qual o provisionado iraacute desempenhar suas funccedilotildees de que natildeo haacute jornalista associado do Sindicato domiciliado naquele municiacutepio disponiacutevel da contrataccedilatildeo

VI ndash Carteira de Trabalho e Previdecircncia Social

sect 1ordm A declaraccedilatildeo de que trata o item V deveraacute ser fornecida pelo Sindicato ao interessado no prazo de 3 dias uacuteteis

sect 2ordm Caso exista profissional domiciliado no municiacutepio disponiacutevel para contrataccedilatildeo o Sindicato comunicaraacute tal fato ao Ministeacuterio do Trabalho no mesmo prazo de 3 dias a contar do pedido de fornecimento da declaraccedilatildeo de que trata o item V

sect 3ordm Caso o Sindicato natildeo forneccedila a declaraccedilatildeo de que trata o item V no prazo mencionado no sect 1ordm o interessado poderaacute instruir seu pedido de registro com o protocolo de apresentaccedilatildeo do requerimento ao Sindicato

sect 4ordm Na hipoacutetese prevista no paraacutegrafo anterior o Ministeacuterio do Trabalho concederaacute ao Sindicato prazo natildeo superior a 3 dias para se manifestar sobre o fornecimento da declaraccedilatildeo caso natildeo tenha ocorrido o fato constante no sect 2ordm

sect 5ordm O registro especial de provisionado teraacute caraacuteter temporaacuterio com duraccedilatildeo maacutexima de trecircs anos renovaacutevel somente com a apresentaccedilatildeo de toda a documentaccedilatildeo prevista neste artigo

Art 9ordm Seraacute efetuado no Ministeacuterio do Trabalho registro dos diretores de empresas jornaliacutesticas que natildeo sendo jornalistas respondem pelas respectivas publicaccedilotildees para o que eacute necessaacuterio a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash prova de registro civil ou comercial da empresa jornaliacutestica com o inteiro teor do seu ato constitutivo

IV ndash prova de depoacutesito do tiacutetulo da publicaccedilatildeo ou da agecircncia de notiacutecias no oacutergatildeo competente do Ministeacuterio da Induacutestria e do Comeacutercio

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V ndash 30 exemplares do jornal ou 12 exemplares da revista ou 30 recortes ou coacutepias de noticiaacuterio com datas diferentes de sua divulgaccedilatildeo

sect 1ordm Tratando-se de empresa nova o Ministeacuterio do Trabalho efetuaraacute registro provisoacuterio com validade por 2 anos tornando-se definitivo apoacutes a comprovaccedilatildeo constante do item V deste artigo

sect 2ordm Natildeo seraacute admitida renovaccedilatildeo ou prorrogaccedilatildeo do prazo de validade do registro provisoacuterio previsto no paraacutegrafo anterior

Art 10ordm Seraacute efetuado no Ministeacuterio do Trabalho registro especial do diretor de empresa natildeo jornaliacutestica sob cuja responsabilidade se editar publicaccedilatildeo destinada agrave circulaccedilatildeo externa ou interna para o que se exigiraacute a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash prova de depoacutesito do tiacutetulo da publicaccedilatildeo no oacutergatildeo competente do Ministeacuterio da Induacutestria e do Comeacutercio

Art 11 ndash As funccedilotildees desempenhadas pelos jornalistas como empregados seratildeo assim classificadas

I - Redator aquele que aleacutem das incumbecircncias de redaccedilatildeo comum tem o encargo de redigir editoriais crocircnicas ou comentaacuterios

II - Noticiarista aquele que tem o encargo de redigir mateacuterias de caraacuteter informativo desprovidas de apreciaccedilotildees ou comentaacuterios preparando-as ou redigindo-as para a divulgaccedilatildeo

III - Repoacuterter aquele que cumpre a determinaccedilatildeo de colher notiacutecias ou informaccedilotildees preparando-as para divulgaccedilatildeo

IV - Repoacuterter de setor aquele que tem o encargo de colher notiacutecias ou informaccedilotildees sobre assuntos predeterminados preparando-as ou redigindo-as para divulgaccedilatildeo

V - Raacutedio-repoacuterter aquele a quem cabe a difusatildeo oral de acontecimento ou entrevista pelo raacutedio ou pela televisatildeo no instante ou no local em que ocorram assim como o comentaacuterio ou crocircnica pelos mesmos veiacuteculos

VI - Arquivista-pesquisador aquele que tem a incumbecircncia de organizar e conservar cultural e tecnicamente o arquivo redatorial procedendo agrave pesquisa dos respectivos dados para a elaboraccedilatildeo de notiacutecias

VII - Revisor aquele que tem o encargo de rever as provas tipograacuteficas de mateacuteria jornaliacutestica

VIII - Ilustrador aquele que tem a seu cargo criar ou executar desenhos artiacutesticos ou teacutecnicos de caraacuteter jornaliacutestico

XIX - Repoacuterter-fotograacutefico aquele a quem cabe registrar fotograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico

X - Repoacuterter-cinematograacutefico aquele a quem cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico

XI - Diagramador aquele a quem compete planejar e executar a distribuiccedilatildeo graacutefica de mateacuterias fotografias ou ilustraccedilotildees de caraacuteter jornaliacutestico para fins de publicaccedilatildeo

Paraacutegrafo uacutenico ndash Os Sindicatos seratildeo ouvidos sobre o exato enquadramento de cada profissional

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Art 12ordm Seratildeo privativas de jornalista as funccedilotildees pertinentes agraves atividades

descritas no artigo 2ordm tais como Editor Secretaacuterio Subsecretaacuterio Chefe de reportagem e Chefe de Revisatildeo

Art 13ordm Natildeo haveraacute incompatibilidade entre o exerciacutecio da profissatildeo de Jornalista e o de qualquer outra funccedilatildeo remunerada ainda que puacuteblica respeitadas a proibiccedilatildeo de acumular cargos e as demais restriccedilotildees de lei

Art 14ordm Seraacute passiacutevel de trancamento o registro profissional do jornalista que sem motivo legal deixar de exercer a profissatildeo por mais de 2 anos

sect 1ordm Natildeo incide na cominaccedilatildeo deste artigo o afastamento decorrente de a) suspensatildeo ou interrupccedilatildeo do contrato de trabalho b) aposentadoria como jornalista c) viagem ou bolsa de estudo para aperfeiccediloamento profissional d) desemprego apurado na forma da Lei nordm 4923 de 23 de dezembro de

1965

sect 2ordm O trancamento seraacute da competecircncia do oacutergatildeo regional do Ministeacuterio do Trabalho de ofiacutecio ou requerimento da entidade sindical representativa da categoria profissional cabendo a esta fazer publicar em oacutergatildeo oficial por trecircs vezes consecutivas e dentro de um interstiacutecio de dois anos a relaccedilatildeo dos jornalistas cujos registros pretende trancar

sect 3ordm Os oacutergatildeos do Ministeacuterio do Trabalho prestaratildeo aos sindicatos representativos da categoria profissional as informaccedilotildees que lhes forem solicitadas especialmente quanto ao registro de admissotildees e dispensas nas empresas jornaliacutesticas realizando as inspeccedilotildees que se tornarem necessaacuterias para a verificaccedilatildeo do exerciacutecio da profissatildeo de jornalista

sect 4ordm O exerciacutecio da atividade em empresa natildeo jornaliacutestica mencionada no artigo 3ordm sect 2ordm natildeo constituiraacute prova suficiente de permanecircncia na profissatildeo se a publicaccedilatildeo e seu responsaacutevel natildeo tiverem registro nos termos deste Decreto

sect 5ordm O registro trancado suspende a titularidade e o exerciacutecio das prerrogativas profissionais mas pode ser revalidado mediante apresentaccedilatildeo dos documentos mencionados nos itens II e III do artigo 4ordm

Art 15ordm O salaacuterio de jornalista natildeo poderaacute ser reajustado nos contratos individuais de trabalho para a jornada normal de 5 horas em base inferior agrave do salaacuterio estipulado para a respectiva funccedilatildeo em acordo ou convenccedilatildeo coletiva de trabalho ou sentenccedila normativa das Justiccedila do Trabalho

Paraacutegrafo uacutenico ndash Em negociaccedilatildeo ou dissiacutedio coletivo poderatildeo os Sindicatos de Jornalistas reclamar o estabelecimento de criteacuterio de remuneraccedilatildeo adicional pela divulgaccedilatildeo de trabalho produzido por jornalistas em mais de um veiacuteculo de comunicaccedilatildeo coletiva

Art 16ordm A admissatildeo de provisionado para exercer funccedilotildees relacionadas nos itens I a VII do artigo 11 seraacute permitida nos municiacutepios onde natildeo existia curso de Jornalismo reconhecido na forma de lei e comprovadamente natildeo haja jornalista domiciliado associado do sindicato representativo da categoria profissional disponiacutevel para contrataccedilatildeo

Paraacutegrafo uacutenico ndash O provisionado nos termos deste artigo poderaacute exercer suas atividades somente no municiacutepio para o qual foi registrado

Art 17ordm Os atuais portadores de registro especial de provisionado poderatildeo exercer suas atividades no Estado onde foram contratados

Art 18 ndash A fiscalizaccedilatildeo do cumprimento dos dispositivos deste Decreto se faraacute na forma do artigo 626 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho sendo aplicaacutevel aos

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infratores multa variaacutevel de 1 a 10 vezes o maior valor de referecircncia fixado de acordo com o artigo 2ordm paraacutegrafo uacutenico da Lei nordm 6205 de 29 de abril de 1975

Paraacutegrafo uacutenico ndash Aos sindicatos representativos da categoria profissional incumbe representar agraves autoridades competentes acerca do exerciacutecio irregular da profissatildeo de Jornalista

Art 19ordm Constitui fraude a prestaccedilatildeo de serviccedilos profissionais gratuitos ou com pagamentos simboacutelicos sob pretexto de estaacutegio bolsa de complementaccedilatildeo convecircnio ou qualquer outra modalidade em desrespeito agrave legislaccedilatildeo trabalhista e a este regulamento

Art 20ordm O disposto neste Decreto natildeo impede a conclusatildeo dos estaacutegios comprovadamente iniciados antes da vigecircncia da Lei nordm 6612 de 7 de dezembro de 1978 os quais entretanto natildeo conferiratildeo por si soacutes direito ao registro profissional

Art 21ordm Este Decreto entra em vigor na data da sua publicaccedilatildeo revogadas as disposiccedilotildees em contraacuterio especialmente os Decretos nordms 65912 de 19 de dezembro de 1969 e 68629 de 18 de maio de 1971

Brasiacutelia 13 de marccedilo de 1979 158ordm da Independecircncia e 91ordm da Repuacuteblica (DO de 13-3-79)

Ernesto Geisel Arnaldo Prieto

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ANEXO II ndash ACOacuteRDAtildeO TST-AIRR-6182001-751-04-401

Acoacuterdatildeo Inteiro Teor NUacuteMERO UacuteNICO PROC AIRR - 6182001-751-04-40 PUBLICACcedilAtildeO DJ - 10022006 Andamento do Processo

PROC Nordm TST-AIRR-6182001-751-04-401 C A C Oacute R D Atilde O 1ordf Turma EMPMs REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO CARACTERIZACcedilAtildeO INDEPENDEcircNCIA NO EXERCIacuteCIO DE SUAS ATIVIDADES REGISTROS DE ASSUNTOS E TEMAacuteTICAS DE INTERESSES JORNALIacuteSTICOS 1 Segundo o Tribunal Regional do Trabalho o Reclamante no exerciacutecio de suas atividades aleacutem de ter acompanhado o repoacuterter entrevistador na produccedilatildeo de mateacuterias fato que por si soacute natildeo lhe retira a condiccedilatildeo de jornalista - e tambeacutem de acordo com depoimentos testemunhais saiacutea agrave rua com a pauta que lhe era dirigida para sozinho produzir as mateacuterias solicitadas pelo empregador o que de acordo com o teor dos dispositivos tidos por vulnerados permite concluir o exerciacutecio da profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico e natildeo simplesmente de operador de cacircmera visto que ao sair agraves ruas para a produccedilatildeo de mateacuterias cumpria seu ofiacutecio obviamente mediante registros de fatos e (ou) assuntos de interesses notadamente jornaliacutestico considerando para tanto a proacutepria natureza da atividade empresarial exercida pela empregadora Inviaacutevel portanto a admissibilidade do recurso de revista em razatildeo da impossibilidade de exame da alegaccedilatildeo de afronta ao Decreto nordm 8413479 visto tratar-se de hipoacutetese natildeo contemplada na letra c do artigo 896 da CLT Por outro lado por violaccedilatildeo dos artigos 2ordm da Lei nordm 661578 e 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 tambeacutem natildeo logra ecircxito a Agravante no intuito de ver autorizado o processamento do recurso de revista No primeiro dispositivo apenas dispotildee-se que o radialista eacute o empregado de radiodifusatildeo exercente de atividades voltadas agrave administraccedilatildeo produccedilatildeo ou teacutecnica No segundo definem-se as profissotildees de repoacuterter e repoacuterter cinematograacutefico salientando-se que a esse uacuteltimo cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico hipoacutetese identificada pelo Regional 2 Agravo de instrumento a que se nega provimento Vistos relatados e discutidos estes autos do Agravo de Instrumento em Recurso de Revista nordm TST-AIRR-6182001-751-04-401 em que eacute Agravante RBS TV SANTA ROSA LTDA e Agravado CLOacuteVIS SANTACATARINA A Reclamada interpotildee agravo de instrumento ao despacho de fls 113-115 mediante o qual foi denegado seguimento ao recurso de revista sob o fundamento de que a decisatildeo decorreu da aplicaccedilatildeo das normas pertinentes uma vez que da situaccedilatildeo faacutetica delineada nos autos natildeo haacute como se extrair ofensa ao artigo 2ordm da Lei nordm 661578 na forma do artigo 896 c da CLT Contraminuta agraves fls 122-124 Natildeo houve remessa dos autos agrave Procuradoria Geral do Trabalho em face da orientaccedilatildeo emanada da Resoluccedilatildeo Administrativa nordm 322 atualmente retratada no artigo 82 do Regimento Interno do Tribunal Superior do

52

Trabalho Eacute o relatoacuterio V O T O I CONHECIMENTO Conheccedilo do agravo de instrumento porque regular e tempestivo II MEacuteRITO O Tribunal Regional ao apreciar o recurso ordinaacuterio interposto pela Reclamada no tocante ao reconhecimento da condiccedilatildeo de jornalista ao Reclamante pela Vara do Trabalho decidiu O MM Juiacutezo de primeiro grau acolheu as alegaccedilotildees do reclamante de exerciacutecio de profissatildeo jornaliacutestica de repoacuterter cinematograacutefico condenando a reclamada a pagar diferenccedilas salariais e reflexos Contra esta decisatildeo volta-se a reacute sustentando que o reclamante era operador de cacircmera funccedilatildeo capitulada na profissatildeo de radialista A recorrente tem razatildeo parcialmente Tomando-se a hipoacutetese de confirmar a sentenccedila enquanto reconhece ter o reclamante exercido a funccedilatildeo de repoacuterter cinematograacutefico em todo o contrato existe um marco temporal e juriacutedico que deve ser considerado A funccedilatildeo de repoacuterter cinematograacutefico eacute exclusiva da profissatildeo de jornalista Eacute uma atividade que estaacute reservada aos jornalistas formados assim como estabelecido no DL 97269 O reclamante natildeo demonstra a partir de quando conquistou a diplomaccedilatildeo como jornalista devendo-se considerar apenas pelo que oferecem os autos a data de 16 de junho de 1998 dia em que o reclamante foi registrado no Ministeacuterio do Trabalho como jornalista profissional na funccedilatildeo especiacutefica de repoacuterter cinematograacutefico Considerando que o Ministeacuterio do Trabalho natildeo pode registrar jornalistas natildeo diplomados exceccedilatildeo feita aos provisionados tem-se que o reclamante adquiriu esta condiccedilatildeo nesse dia Antes embora pudesse fazer ou fizesse atividades privativas de jornalistas natildeo pode ser considerado juridicamente como tal Assim em qualquer hipoacutetese de manutenccedilatildeo do reconhecimento da funccedilatildeo de jornaliacutestica esta deve gerar os efeitos pleiteados somente a partir de 16 de junho de 1998 Jaacute quanto a ter exercido ou natildeo funccedilatildeo jornaliacutestica a conclusatildeo eacute de manutenccedilatildeo da sentenccedila Natildeo eacute o fato de estar acompanhado por repoacuterter entrevistador que o cinegrafista perde a condiccedilatildeo de jornalista Trata-se de uma equipe de profissionais jornalistas Um exemplo que melhor ilustra o descabimento da distinccedilatildeo que pretende fazer o apelo eacute a situaccedilatildeo dos fotoacutegrafos ou repoacuterteres fotograacuteficos O fotoacutegrafo sai com a pauta junto com o repoacuterter (ou natildeo e isto tambeacutem acontecia com o reclamante como o reconhecem as testemunhas inclusive trazidas pela reclamada) e enquanto o repoacuterter investiga os dados necessaacuterios para a mateacuteria o fotoacutegrafo registra as cenas mas nem por isto eacute rebaixado da condiccedilatildeo de jornalista para dir- se-ia operador de cacircmera fotograacutefica O que se pode discutir seria o interesse jornaliacutestico das mateacuterias cobertas pelo jornalista reclamante Com efeito os comerciais produzidos e gravados pelo autor natildeo tecircm esse interesse e os eventos promocionais da reclamada recebem dela mesma uma atribuiccedilatildeo desse interesse embora natildeo o tenha imediata e objetivamente mas para efeitos do trabalho executado pelo reclamante deve ser considerado um trabalho jornaliacutestico Foi correta a decisatildeo natildeo merecendo qualquer reparo a natildeo ser o juriacutedico-temporal jaacute mencionado Nesta perspectiva o provimento do recurso eacute parcial (fls 97-99) Ao interpor o recurso de revista a Empresa alegou que o Reclamante na condiccedilatildeo de operador de cacircmera e operador de cacircmera de unidade portaacutetil externa acompanhando o repoacuterter como reconheceu o Regional natildeo pode ser

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enquadrado como jornalista porquanto ao repoacuterter eacute dado cumprir a determinaccedilatildeo de coletar notiacutecias ou informaccedilotildees e elaboraacute-las a fim de viabilizar posterior divulgaccedilatildeo e ao repoacuterter-cinematograacutefico cabe registrar cinematograficamente fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico razatildeo pela qual entende que a atividade do Reclamante eacute proacutepria de radialista categoria agrave qual pertencia Acrescenta que o artigo 2ordm da Lei nordm 661578 estabelece considera-se radialista o empregado de Radiodifusatildeo que exerccedila uma das funccedilotildees em que se desdobram as atividades mencionadas no artigo 4ordm ou seja operador de cacircmara e operador de cacircmara de unidade portaacutetil externa cuja regulamentaccedilatildeo profissional consta do Decreto nordm 8413479 e as atribuiccedilotildees do Quadro Anexo do mesmo decreto item II letra c nordm 3 com a seguinte redaccedilatildeo encarrega-se da gravaccedilatildeo de mateacuteria distribuiacuteda pelo Supervisor de Operaccedilotildees planifica e orienta o entrevistador repoacuterter e iluminador no que se refere aos aspectos teacutecnicos de seu trabalho suas atividades envolvem tanto a gravaccedilatildeo como a geraccedilatildeo de som e imagem atraveacutes de equipamentos eletrocircnico portaacutetil de TV Fundamenta o apelo em violaccedilatildeo dos artigos 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 2ordm da Lei nordm 661578 e do Decreto nordm 8413479 e Quadro Anexo do mesmo decreto item II letra c nordm 3 Inicialmente deve-se registrar a impossibilidade de exame da alegaccedilatildeo de afronta ao Decreto nordm 8413479 visto tratar-se de hipoacutetese natildeo contemplada na letra c do artigo 896 da CLT No tocante agrave ofensa aos artigos 2ordm da Lei nordm 661578 e 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 tambeacutem natildeo logra ecircxito a Agravante no intuito de ver autorizado o processamento do recurso de revista No primeiro dispositivo apenas dispotildee-se que o radialista eacute o empregado de radiodifusatildeo exercente de atividades voltadas agrave administraccedilatildeo produccedilatildeo ou teacutecnica No segundo definem-se as profissotildees de repoacuterter e repoacuterter cinematograacutefico salientando-se que a esse uacuteltimo cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico Ora dos termos da decisatildeo impugnada via recurso de revista nada haacute que conflite com tais dispositivos legais Afinal segundo o Tribunal Regional do Trabalho o Reclamante no exerciacutecio de suas atividades aleacutem de ter acompanhado o repoacuterter entrevistador na produccedilatildeo de mateacuterias fato que por si soacute natildeo lhe retira a condiccedilatildeo de jornalista - tambeacutem de acordo com depoimentos testemunhais saiacutea agrave rua com a pauta que lhe era dirigida para sozinho produzir as mateacuterias solicitadas pelo empregador o que de acordo com o teor dos dispositivos tidos por vulnerados permite concluir pelo exerciacutecio da profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico e natildeo simplesmente de operador de cacircmera visto que ao sair agraves ruas para a produccedilatildeo de mateacuterias cumpria seu ofiacutecio obviamente mediante registros de fatos e (ou) assuntos de interesses notadamente jornaliacutestico considerando para tanto a proacutepria natureza da atividade empresarial exercida pela empregadora Por esses fundamentos nego provimento ao agravo de instrumento ISTO POSTO ACORDAM os Ministros da Primeira Turma do Tribunal Superior do Trabalho por unanimidade negar provimento ao agravo de instrumento Brasiacutelia 9 de novembro de 2005 EMMANOEL PEREIRA Ministro Relator

NIA 3981288

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Page 42: REPÓRTER CINEMATOGRÁFICO É JORNALISTArepositorio.uniceub.br/bitstream/123456789/1670/2/20214825.pdf · trabalhos desenvolvidos. 5 ... tsunamis, cachoeiras em penhascos, ... deles

42

Manual do Telejornalismo Disponiacutevel em

lthttpwwwtelejornalismocommanualhtmgt Acesso em 06 Mar2006

MENDONCcedilA Eliane Autor da notiacutecia amigo ou inimigo da Ciecircncia sd In ABJC ndash

Associaccedilatildeo Brasileira de Jornalismo Cientiacutefico Disponiacutevel em

lthttpwwwabjcorgbrartigosart_291003htmgt Acesso em 30 Mar2006

NOBLAT Ricardo A arte de fazer um jornal diaacuterio 3 ed Editora Contexto 2003

Nova Faetec Educaccedilatildeo Profissional Rio de Janeiro 2006 Disponiacutevel em

lthttpwwwfaetecrjgovbred_pro_tecnicocom_tecn_prod_reporteraspgt Acesso

em 20 Mar2006

Nova Faetec Educaccedilatildeo Profissional Rio de Janeiro 2006 Disponiacutevel em

lthttpwwwfaetecrjgovbred_pro_tecnicocom_tecn_prod_reporteraspgt Acesso

em 20 Mar2006

Nova Faetec Educaccedilatildeo Profissional Rio de Janeiro 2006 Disponiacutevel em

lthttpwwwfaetecrjgovbred_pro_tecnicocom_tecn_prod_reporteraspgt Acesso

em 20 Mar2006

Observatoacuterio da Imprensa Regulamentaccedilatildeo Congresso debate funccedilatildeo da profissatildeo

04 Nov2003 Disponiacutevel em

lthttpobservatorioultimosegundoigcombrartigosipub041120035htmgt Acesso

em 30 Mar2006

Papel do jornalista na sociedade In UFPB 2006 Disponiacutevel em

lthttpwwwcchlaufpbbrdecomturnovodecompapeldojornalistahtmgt Acesso em

30 Mar2006

Paternostro Vera Iacuteris O texto na TV Elsevier1999

Por traacutes das cacircmeras Entrevista com Heacutelio Alvarez por Lisandro Staut In Canal da

imprensa sd Disponiacutevel em

lthttp7214203104searchq=cacheVgs6cnO_NmgJwwwcanaldaimprensacom

brcanalantperfilvint3entrevista2htm+repC3B3rter+cinematogrC3A1ficoamphl

=pt-BRampgl=brampct=clnkampcd=15amplr=lang_ptgt Acesso em 30 Mar2006

43

Rossi Cloacutevis O que eacute jornalismo

Sindicato dos Jornalistas 2006 Disponiacutevel em lthttpwwwjornalistasorgbrgt

Acesso em 30 Mar2006

Sindicato dos Jornalistas Disponiacutevel em lthttpwwwjornalistasorgbrgt Acesso em

21 Mar2006

Sindicato dos Jornalistas Disponiacutevel em lthttpwwwjornalistasorgbrgt Acesso em

24 Mar2006

SOUSA FILHO Gelson Amaro de Jornalismo on-line Guia teoacuterico e praacutetico

2004 Disponiacutevel em lthttpgelson-filhositesuolcombrgt Acesso em 06 Mar2006

SQUIRRA Sebastiatildeo O telejornalismo brasileiro num cenaacuterio de

competitividade nov1994 Texto apresentado no II Congresso Brasileiro de

Jornalismo de Liacutengua Portuguesa Rio de Janeiro dezembro de 1994 ECAUSP

Disponiacutevel em lthttpwwwecauspbrnucleosnjcriohtmgt Acesso em 06

Mar2006

Telejornalismocom Disponiacutevel em lthttpwwwtelejornalismocomgt Acesso em 06

Mar2006

Traquina Nelson Teorias do jornalismo

TST ndash Tribunal Superior do Trabalho Site Oficial Disponiacutevel em

lthttpwwwtstgovbrgt Acesso em 06 Mar2006

TST confirma repoacuterter cinematograacutefico eacute Jornalista 25 Nov2005

lthttpwwwoktivanetsispubcgi-

binmyPagefcgiidWebSite=1199ampidSecao=2218ampidNota=15254amppagOrigem=pagC

apaampacao=mostrarMateriagt Acesso em 28 Mar2006

TST confirma repoacuterter cinematograacutefico eacute Jornalista In Espaccedilo Vital Porto Alegre

25 Nov2005 Disponiacutevel em lthttpwwwespacovitalcombrnovoindexphpgt

Acesso em 28 Mar2006

44

REIS JR Antonio O percurso da televisatildeo e do telejornalismo nos anos 70

2003 Disponiacutevel em

lthttpwwwmnemocinecombraruandatvtelejornalismo70shtmgt Acesso em 31

Mar2006

ROTHBERG Danilo Olhar panoracircmico Os depoimentos e sua funccedilatildeo no

jornalismo USC ndash Universidade do Sagrado Coraccedilatildeo Anaacutelise de Miacutedia Disponiacutevel

em lthttpwwwuscbranalisedemidiagt Acesso em 11 Abr2006

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ANEXO I ndash DECRETO Nordm 83284 DE 13 DE MARCcedilO DE 1979

PROFISSAtildeO DE JORNALISTA

Daacute nova regulamentaccedilatildeo ao Decreto-lei nordm 972 de 17 de outubro de 1969 que dispotildee sobre o exerciacutecio da profissatildeo de Jornalista em decorrecircncia das alteraccedilotildees introduzidas pela Lei nordm 6612 de 7 de dezembro de 1978

O Presidente da Repuacuteblica usando da atribuiccedilatildeo que lhe confere o art 81 item

III da Constituiccedilatildeo decreta

Art 1ordm Eacute livre em todo territoacuterio nacional o exerciacutecio da profissatildeo de Jornalista aos que satisfazerem as condiccedilotildees estabelecidas neste Decreto

Art 2ordm A profissatildeo de Jornalista compreende privativamente o exerciacutecio habitual e remunerado de qualquer das seguintes atividades

I - redaccedilatildeo condensaccedilatildeo titulaccedilatildeo interpretaccedilatildeo correccedilatildeo ou coordenaccedilatildeo de mateacuteria a ser divulgada contenha ou natildeo comentaacuterio

II - comentaacuterio ou crocircnica pelo raacutedio ou pela televisatildeo III - entrevista inqueacuterito ou reportagem escrita ou falada IV - planejamento organizaccedilatildeo direccedilatildeo e eventual execuccedilatildeo de serviccedilos

teacutecnicos de Jornalismo como os de arquivo ilustraccedilatildeo ou distribuiccedilatildeo graacutefica de mateacuteria a ser divulgada

V - planejamento organizaccedilatildeo e administraccedilatildeo teacutecnica dos serviccedilos de que trata a aliacutenea ldquoardquo

VI - ensino de teacutecnicas de Jornalismo VII - coleta de notiacutecias ou informaccedilotildees e seu preparo para divulgaccedilatildeo VIII - revisatildeo de originais de mateacuteria jornaliacutestica com vistas agrave correccedilatildeo

redacional e agrave adequaccedilatildeo da linguagem XIX - organizaccedilatildeo e conservaccedilatildeo de arquivo jornaliacutestico e pesquisa dos

respectivos dados para a elaboraccedilatildeo de notiacutecias X - execuccedilatildeo de distribuiccedilatildeo graacutefica de texto fotografia ou ilustraccedilatildeo de

caraacuteter jornaliacutestico para fins de divulgaccedilatildeo XI - execuccedilatildeo de desenhos artiacutesticos ou teacutecnicos de caraacuteter jornaliacutestico para

fins de divulgaccedilatildeo Art 3ordm Considera-se empresa jornaliacutestica para os efeitos deste Decreto-lei

aquela que tenha como atividade a ediccedilatildeo de jornal ou revista ou a distribuiccedilatildeo de noticiaacuterio com funcionamento efetivo idoneidade financeira e registro legal

sect 1ordm Equipara-se agrave empresa jornaliacutestica a seccedilatildeo ou serviccedilo de empresa de radiofusatildeo televisatildeo ou divulgaccedilatildeo cinematograacutefica ou de agecircncia de publicidade onde sejam exercidas as atividades previstas no artigo 2ordm0

sect 2ordm A entidade puacuteblica ou privada natildeo jornaliacutestica sob cuja responsabilidade se editar publicaccedilatildeo destinada a circulaccedilatildeo externa estaacute obrigada ao cumprimento deste decreto relativamente aos jornalistas que contratar

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Art 4ordm O exerciacutecio da profissatildeo de jornalista requer preacutevio registro no oacutergatildeo regional do Ministeacuterio do Trabalho que se faraacute mediante a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash diploma de curso de niacutevel superior de Jornalismo ou de Comunicaccedilatildeo Social habilitaccedilatildeo Jornalismo fornecido por estabelecimento de ensino reconhecido na forma da lei para as funccedilotildees relacionadas nos itens I a IV do artigo 11

IV ndash Carteira de Trabalho e Previdecircncia Social

Paraacutegrafo uacutenico ndash Aos profissionais registrados exclusivamente para o exerciacutecio das funccedilotildees relacionadas nos itens VII a XI do artigo 11 eacute vedado o exerciacutecio das funccedilotildees constantes nos itens I a VII do mesmo artigo

Art 5ordm O Ministeacuterio do Trabalho concederaacute desde que satisfeitas as exigecircncias constantes neste Decreto registro especial ao

I ndash colaborador assim entendido aquele que mediante remuneraccedilatildeo e sem relaccedilatildeo de emprego produz trabalho de natureza teacutecnica cientiacutefica ou cultural relacionando com a sua especializaccedilatildeo para ser divulgado com o nome e qualificaccedilatildeo do autor

II ndash funcionaacuterio puacuteblico titular de cargo cujas atribuiccedilotildees legais coincidam com as mencionadas no artigo 2ordm

III ndash provisionado

Paraacutegrafo uacutenico ndash O registro de que tratam os itens I e II deste artigo natildeo implica o reconhecimento de quaisquer direitos que decorram da condiccedilatildeo de empregado nem no caso do item II dos resultantes do exerciacutecio privado e autocircnomo da profissatildeo

Art 6ordm Para o registro especial de colaborador eacute necessaacuteria a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash declaraccedilatildeo de empresa jornaliacutestica ou que a ela seja equiparada informando do seu interesse pelo registro de colaborador do candidato onde conste a sua especializaccedilatildeo remuneraccedilatildeo contratada e pseudocircnimo se houver

Art 7ordm Para o registro especial de funcionaacuterio puacuteblico titular de cargo cujas atribuiccedilotildees legais coincidam com as mencionadas no artigo 2ordm eacute necessaacuterio a apresentaccedilatildeo de ato de nomeaccedilatildeo ou contrataccedilatildeo para cargo ou emprego com aquelas atribuiccedilotildees aleacutem do cumprimento do que estabelece o artigo 4ordm

Art 8ordm Para o registro especial de provisionado eacute necessaacuterio a apresentaccedilatildeo de

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I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash declaraccedilatildeo fornecida pela empresa jornaliacutestica ou que a ela seja equiparada na qual conste a funccedilatildeo a ser exercida e o salaacuterio correspondente

IV ndash diploma de curso de niacutevel superior ou certificado de ensino de 2ordm grau fornecido por estabelecimento de ensino reconhecido na forma da lei para as funccedilotildees relacionadas nos itens I a VII do artigo 11

V ndash declaraccedilatildeo fornecida pela entidade sindical representativa da categoria profissional com base territorial abrangendo o municiacutepio no qual o provisionado iraacute desempenhar suas funccedilotildees de que natildeo haacute jornalista associado do Sindicato domiciliado naquele municiacutepio disponiacutevel da contrataccedilatildeo

VI ndash Carteira de Trabalho e Previdecircncia Social

sect 1ordm A declaraccedilatildeo de que trata o item V deveraacute ser fornecida pelo Sindicato ao interessado no prazo de 3 dias uacuteteis

sect 2ordm Caso exista profissional domiciliado no municiacutepio disponiacutevel para contrataccedilatildeo o Sindicato comunicaraacute tal fato ao Ministeacuterio do Trabalho no mesmo prazo de 3 dias a contar do pedido de fornecimento da declaraccedilatildeo de que trata o item V

sect 3ordm Caso o Sindicato natildeo forneccedila a declaraccedilatildeo de que trata o item V no prazo mencionado no sect 1ordm o interessado poderaacute instruir seu pedido de registro com o protocolo de apresentaccedilatildeo do requerimento ao Sindicato

sect 4ordm Na hipoacutetese prevista no paraacutegrafo anterior o Ministeacuterio do Trabalho concederaacute ao Sindicato prazo natildeo superior a 3 dias para se manifestar sobre o fornecimento da declaraccedilatildeo caso natildeo tenha ocorrido o fato constante no sect 2ordm

sect 5ordm O registro especial de provisionado teraacute caraacuteter temporaacuterio com duraccedilatildeo maacutexima de trecircs anos renovaacutevel somente com a apresentaccedilatildeo de toda a documentaccedilatildeo prevista neste artigo

Art 9ordm Seraacute efetuado no Ministeacuterio do Trabalho registro dos diretores de empresas jornaliacutesticas que natildeo sendo jornalistas respondem pelas respectivas publicaccedilotildees para o que eacute necessaacuterio a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash prova de registro civil ou comercial da empresa jornaliacutestica com o inteiro teor do seu ato constitutivo

IV ndash prova de depoacutesito do tiacutetulo da publicaccedilatildeo ou da agecircncia de notiacutecias no oacutergatildeo competente do Ministeacuterio da Induacutestria e do Comeacutercio

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V ndash 30 exemplares do jornal ou 12 exemplares da revista ou 30 recortes ou coacutepias de noticiaacuterio com datas diferentes de sua divulgaccedilatildeo

sect 1ordm Tratando-se de empresa nova o Ministeacuterio do Trabalho efetuaraacute registro provisoacuterio com validade por 2 anos tornando-se definitivo apoacutes a comprovaccedilatildeo constante do item V deste artigo

sect 2ordm Natildeo seraacute admitida renovaccedilatildeo ou prorrogaccedilatildeo do prazo de validade do registro provisoacuterio previsto no paraacutegrafo anterior

Art 10ordm Seraacute efetuado no Ministeacuterio do Trabalho registro especial do diretor de empresa natildeo jornaliacutestica sob cuja responsabilidade se editar publicaccedilatildeo destinada agrave circulaccedilatildeo externa ou interna para o que se exigiraacute a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash prova de depoacutesito do tiacutetulo da publicaccedilatildeo no oacutergatildeo competente do Ministeacuterio da Induacutestria e do Comeacutercio

Art 11 ndash As funccedilotildees desempenhadas pelos jornalistas como empregados seratildeo assim classificadas

I - Redator aquele que aleacutem das incumbecircncias de redaccedilatildeo comum tem o encargo de redigir editoriais crocircnicas ou comentaacuterios

II - Noticiarista aquele que tem o encargo de redigir mateacuterias de caraacuteter informativo desprovidas de apreciaccedilotildees ou comentaacuterios preparando-as ou redigindo-as para a divulgaccedilatildeo

III - Repoacuterter aquele que cumpre a determinaccedilatildeo de colher notiacutecias ou informaccedilotildees preparando-as para divulgaccedilatildeo

IV - Repoacuterter de setor aquele que tem o encargo de colher notiacutecias ou informaccedilotildees sobre assuntos predeterminados preparando-as ou redigindo-as para divulgaccedilatildeo

V - Raacutedio-repoacuterter aquele a quem cabe a difusatildeo oral de acontecimento ou entrevista pelo raacutedio ou pela televisatildeo no instante ou no local em que ocorram assim como o comentaacuterio ou crocircnica pelos mesmos veiacuteculos

VI - Arquivista-pesquisador aquele que tem a incumbecircncia de organizar e conservar cultural e tecnicamente o arquivo redatorial procedendo agrave pesquisa dos respectivos dados para a elaboraccedilatildeo de notiacutecias

VII - Revisor aquele que tem o encargo de rever as provas tipograacuteficas de mateacuteria jornaliacutestica

VIII - Ilustrador aquele que tem a seu cargo criar ou executar desenhos artiacutesticos ou teacutecnicos de caraacuteter jornaliacutestico

XIX - Repoacuterter-fotograacutefico aquele a quem cabe registrar fotograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico

X - Repoacuterter-cinematograacutefico aquele a quem cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico

XI - Diagramador aquele a quem compete planejar e executar a distribuiccedilatildeo graacutefica de mateacuterias fotografias ou ilustraccedilotildees de caraacuteter jornaliacutestico para fins de publicaccedilatildeo

Paraacutegrafo uacutenico ndash Os Sindicatos seratildeo ouvidos sobre o exato enquadramento de cada profissional

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Art 12ordm Seratildeo privativas de jornalista as funccedilotildees pertinentes agraves atividades

descritas no artigo 2ordm tais como Editor Secretaacuterio Subsecretaacuterio Chefe de reportagem e Chefe de Revisatildeo

Art 13ordm Natildeo haveraacute incompatibilidade entre o exerciacutecio da profissatildeo de Jornalista e o de qualquer outra funccedilatildeo remunerada ainda que puacuteblica respeitadas a proibiccedilatildeo de acumular cargos e as demais restriccedilotildees de lei

Art 14ordm Seraacute passiacutevel de trancamento o registro profissional do jornalista que sem motivo legal deixar de exercer a profissatildeo por mais de 2 anos

sect 1ordm Natildeo incide na cominaccedilatildeo deste artigo o afastamento decorrente de a) suspensatildeo ou interrupccedilatildeo do contrato de trabalho b) aposentadoria como jornalista c) viagem ou bolsa de estudo para aperfeiccediloamento profissional d) desemprego apurado na forma da Lei nordm 4923 de 23 de dezembro de

1965

sect 2ordm O trancamento seraacute da competecircncia do oacutergatildeo regional do Ministeacuterio do Trabalho de ofiacutecio ou requerimento da entidade sindical representativa da categoria profissional cabendo a esta fazer publicar em oacutergatildeo oficial por trecircs vezes consecutivas e dentro de um interstiacutecio de dois anos a relaccedilatildeo dos jornalistas cujos registros pretende trancar

sect 3ordm Os oacutergatildeos do Ministeacuterio do Trabalho prestaratildeo aos sindicatos representativos da categoria profissional as informaccedilotildees que lhes forem solicitadas especialmente quanto ao registro de admissotildees e dispensas nas empresas jornaliacutesticas realizando as inspeccedilotildees que se tornarem necessaacuterias para a verificaccedilatildeo do exerciacutecio da profissatildeo de jornalista

sect 4ordm O exerciacutecio da atividade em empresa natildeo jornaliacutestica mencionada no artigo 3ordm sect 2ordm natildeo constituiraacute prova suficiente de permanecircncia na profissatildeo se a publicaccedilatildeo e seu responsaacutevel natildeo tiverem registro nos termos deste Decreto

sect 5ordm O registro trancado suspende a titularidade e o exerciacutecio das prerrogativas profissionais mas pode ser revalidado mediante apresentaccedilatildeo dos documentos mencionados nos itens II e III do artigo 4ordm

Art 15ordm O salaacuterio de jornalista natildeo poderaacute ser reajustado nos contratos individuais de trabalho para a jornada normal de 5 horas em base inferior agrave do salaacuterio estipulado para a respectiva funccedilatildeo em acordo ou convenccedilatildeo coletiva de trabalho ou sentenccedila normativa das Justiccedila do Trabalho

Paraacutegrafo uacutenico ndash Em negociaccedilatildeo ou dissiacutedio coletivo poderatildeo os Sindicatos de Jornalistas reclamar o estabelecimento de criteacuterio de remuneraccedilatildeo adicional pela divulgaccedilatildeo de trabalho produzido por jornalistas em mais de um veiacuteculo de comunicaccedilatildeo coletiva

Art 16ordm A admissatildeo de provisionado para exercer funccedilotildees relacionadas nos itens I a VII do artigo 11 seraacute permitida nos municiacutepios onde natildeo existia curso de Jornalismo reconhecido na forma de lei e comprovadamente natildeo haja jornalista domiciliado associado do sindicato representativo da categoria profissional disponiacutevel para contrataccedilatildeo

Paraacutegrafo uacutenico ndash O provisionado nos termos deste artigo poderaacute exercer suas atividades somente no municiacutepio para o qual foi registrado

Art 17ordm Os atuais portadores de registro especial de provisionado poderatildeo exercer suas atividades no Estado onde foram contratados

Art 18 ndash A fiscalizaccedilatildeo do cumprimento dos dispositivos deste Decreto se faraacute na forma do artigo 626 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho sendo aplicaacutevel aos

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infratores multa variaacutevel de 1 a 10 vezes o maior valor de referecircncia fixado de acordo com o artigo 2ordm paraacutegrafo uacutenico da Lei nordm 6205 de 29 de abril de 1975

Paraacutegrafo uacutenico ndash Aos sindicatos representativos da categoria profissional incumbe representar agraves autoridades competentes acerca do exerciacutecio irregular da profissatildeo de Jornalista

Art 19ordm Constitui fraude a prestaccedilatildeo de serviccedilos profissionais gratuitos ou com pagamentos simboacutelicos sob pretexto de estaacutegio bolsa de complementaccedilatildeo convecircnio ou qualquer outra modalidade em desrespeito agrave legislaccedilatildeo trabalhista e a este regulamento

Art 20ordm O disposto neste Decreto natildeo impede a conclusatildeo dos estaacutegios comprovadamente iniciados antes da vigecircncia da Lei nordm 6612 de 7 de dezembro de 1978 os quais entretanto natildeo conferiratildeo por si soacutes direito ao registro profissional

Art 21ordm Este Decreto entra em vigor na data da sua publicaccedilatildeo revogadas as disposiccedilotildees em contraacuterio especialmente os Decretos nordms 65912 de 19 de dezembro de 1969 e 68629 de 18 de maio de 1971

Brasiacutelia 13 de marccedilo de 1979 158ordm da Independecircncia e 91ordm da Repuacuteblica (DO de 13-3-79)

Ernesto Geisel Arnaldo Prieto

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ANEXO II ndash ACOacuteRDAtildeO TST-AIRR-6182001-751-04-401

Acoacuterdatildeo Inteiro Teor NUacuteMERO UacuteNICO PROC AIRR - 6182001-751-04-40 PUBLICACcedilAtildeO DJ - 10022006 Andamento do Processo

PROC Nordm TST-AIRR-6182001-751-04-401 C A C Oacute R D Atilde O 1ordf Turma EMPMs REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO CARACTERIZACcedilAtildeO INDEPENDEcircNCIA NO EXERCIacuteCIO DE SUAS ATIVIDADES REGISTROS DE ASSUNTOS E TEMAacuteTICAS DE INTERESSES JORNALIacuteSTICOS 1 Segundo o Tribunal Regional do Trabalho o Reclamante no exerciacutecio de suas atividades aleacutem de ter acompanhado o repoacuterter entrevistador na produccedilatildeo de mateacuterias fato que por si soacute natildeo lhe retira a condiccedilatildeo de jornalista - e tambeacutem de acordo com depoimentos testemunhais saiacutea agrave rua com a pauta que lhe era dirigida para sozinho produzir as mateacuterias solicitadas pelo empregador o que de acordo com o teor dos dispositivos tidos por vulnerados permite concluir o exerciacutecio da profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico e natildeo simplesmente de operador de cacircmera visto que ao sair agraves ruas para a produccedilatildeo de mateacuterias cumpria seu ofiacutecio obviamente mediante registros de fatos e (ou) assuntos de interesses notadamente jornaliacutestico considerando para tanto a proacutepria natureza da atividade empresarial exercida pela empregadora Inviaacutevel portanto a admissibilidade do recurso de revista em razatildeo da impossibilidade de exame da alegaccedilatildeo de afronta ao Decreto nordm 8413479 visto tratar-se de hipoacutetese natildeo contemplada na letra c do artigo 896 da CLT Por outro lado por violaccedilatildeo dos artigos 2ordm da Lei nordm 661578 e 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 tambeacutem natildeo logra ecircxito a Agravante no intuito de ver autorizado o processamento do recurso de revista No primeiro dispositivo apenas dispotildee-se que o radialista eacute o empregado de radiodifusatildeo exercente de atividades voltadas agrave administraccedilatildeo produccedilatildeo ou teacutecnica No segundo definem-se as profissotildees de repoacuterter e repoacuterter cinematograacutefico salientando-se que a esse uacuteltimo cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico hipoacutetese identificada pelo Regional 2 Agravo de instrumento a que se nega provimento Vistos relatados e discutidos estes autos do Agravo de Instrumento em Recurso de Revista nordm TST-AIRR-6182001-751-04-401 em que eacute Agravante RBS TV SANTA ROSA LTDA e Agravado CLOacuteVIS SANTACATARINA A Reclamada interpotildee agravo de instrumento ao despacho de fls 113-115 mediante o qual foi denegado seguimento ao recurso de revista sob o fundamento de que a decisatildeo decorreu da aplicaccedilatildeo das normas pertinentes uma vez que da situaccedilatildeo faacutetica delineada nos autos natildeo haacute como se extrair ofensa ao artigo 2ordm da Lei nordm 661578 na forma do artigo 896 c da CLT Contraminuta agraves fls 122-124 Natildeo houve remessa dos autos agrave Procuradoria Geral do Trabalho em face da orientaccedilatildeo emanada da Resoluccedilatildeo Administrativa nordm 322 atualmente retratada no artigo 82 do Regimento Interno do Tribunal Superior do

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Trabalho Eacute o relatoacuterio V O T O I CONHECIMENTO Conheccedilo do agravo de instrumento porque regular e tempestivo II MEacuteRITO O Tribunal Regional ao apreciar o recurso ordinaacuterio interposto pela Reclamada no tocante ao reconhecimento da condiccedilatildeo de jornalista ao Reclamante pela Vara do Trabalho decidiu O MM Juiacutezo de primeiro grau acolheu as alegaccedilotildees do reclamante de exerciacutecio de profissatildeo jornaliacutestica de repoacuterter cinematograacutefico condenando a reclamada a pagar diferenccedilas salariais e reflexos Contra esta decisatildeo volta-se a reacute sustentando que o reclamante era operador de cacircmera funccedilatildeo capitulada na profissatildeo de radialista A recorrente tem razatildeo parcialmente Tomando-se a hipoacutetese de confirmar a sentenccedila enquanto reconhece ter o reclamante exercido a funccedilatildeo de repoacuterter cinematograacutefico em todo o contrato existe um marco temporal e juriacutedico que deve ser considerado A funccedilatildeo de repoacuterter cinematograacutefico eacute exclusiva da profissatildeo de jornalista Eacute uma atividade que estaacute reservada aos jornalistas formados assim como estabelecido no DL 97269 O reclamante natildeo demonstra a partir de quando conquistou a diplomaccedilatildeo como jornalista devendo-se considerar apenas pelo que oferecem os autos a data de 16 de junho de 1998 dia em que o reclamante foi registrado no Ministeacuterio do Trabalho como jornalista profissional na funccedilatildeo especiacutefica de repoacuterter cinematograacutefico Considerando que o Ministeacuterio do Trabalho natildeo pode registrar jornalistas natildeo diplomados exceccedilatildeo feita aos provisionados tem-se que o reclamante adquiriu esta condiccedilatildeo nesse dia Antes embora pudesse fazer ou fizesse atividades privativas de jornalistas natildeo pode ser considerado juridicamente como tal Assim em qualquer hipoacutetese de manutenccedilatildeo do reconhecimento da funccedilatildeo de jornaliacutestica esta deve gerar os efeitos pleiteados somente a partir de 16 de junho de 1998 Jaacute quanto a ter exercido ou natildeo funccedilatildeo jornaliacutestica a conclusatildeo eacute de manutenccedilatildeo da sentenccedila Natildeo eacute o fato de estar acompanhado por repoacuterter entrevistador que o cinegrafista perde a condiccedilatildeo de jornalista Trata-se de uma equipe de profissionais jornalistas Um exemplo que melhor ilustra o descabimento da distinccedilatildeo que pretende fazer o apelo eacute a situaccedilatildeo dos fotoacutegrafos ou repoacuterteres fotograacuteficos O fotoacutegrafo sai com a pauta junto com o repoacuterter (ou natildeo e isto tambeacutem acontecia com o reclamante como o reconhecem as testemunhas inclusive trazidas pela reclamada) e enquanto o repoacuterter investiga os dados necessaacuterios para a mateacuteria o fotoacutegrafo registra as cenas mas nem por isto eacute rebaixado da condiccedilatildeo de jornalista para dir- se-ia operador de cacircmera fotograacutefica O que se pode discutir seria o interesse jornaliacutestico das mateacuterias cobertas pelo jornalista reclamante Com efeito os comerciais produzidos e gravados pelo autor natildeo tecircm esse interesse e os eventos promocionais da reclamada recebem dela mesma uma atribuiccedilatildeo desse interesse embora natildeo o tenha imediata e objetivamente mas para efeitos do trabalho executado pelo reclamante deve ser considerado um trabalho jornaliacutestico Foi correta a decisatildeo natildeo merecendo qualquer reparo a natildeo ser o juriacutedico-temporal jaacute mencionado Nesta perspectiva o provimento do recurso eacute parcial (fls 97-99) Ao interpor o recurso de revista a Empresa alegou que o Reclamante na condiccedilatildeo de operador de cacircmera e operador de cacircmera de unidade portaacutetil externa acompanhando o repoacuterter como reconheceu o Regional natildeo pode ser

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enquadrado como jornalista porquanto ao repoacuterter eacute dado cumprir a determinaccedilatildeo de coletar notiacutecias ou informaccedilotildees e elaboraacute-las a fim de viabilizar posterior divulgaccedilatildeo e ao repoacuterter-cinematograacutefico cabe registrar cinematograficamente fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico razatildeo pela qual entende que a atividade do Reclamante eacute proacutepria de radialista categoria agrave qual pertencia Acrescenta que o artigo 2ordm da Lei nordm 661578 estabelece considera-se radialista o empregado de Radiodifusatildeo que exerccedila uma das funccedilotildees em que se desdobram as atividades mencionadas no artigo 4ordm ou seja operador de cacircmara e operador de cacircmara de unidade portaacutetil externa cuja regulamentaccedilatildeo profissional consta do Decreto nordm 8413479 e as atribuiccedilotildees do Quadro Anexo do mesmo decreto item II letra c nordm 3 com a seguinte redaccedilatildeo encarrega-se da gravaccedilatildeo de mateacuteria distribuiacuteda pelo Supervisor de Operaccedilotildees planifica e orienta o entrevistador repoacuterter e iluminador no que se refere aos aspectos teacutecnicos de seu trabalho suas atividades envolvem tanto a gravaccedilatildeo como a geraccedilatildeo de som e imagem atraveacutes de equipamentos eletrocircnico portaacutetil de TV Fundamenta o apelo em violaccedilatildeo dos artigos 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 2ordm da Lei nordm 661578 e do Decreto nordm 8413479 e Quadro Anexo do mesmo decreto item II letra c nordm 3 Inicialmente deve-se registrar a impossibilidade de exame da alegaccedilatildeo de afronta ao Decreto nordm 8413479 visto tratar-se de hipoacutetese natildeo contemplada na letra c do artigo 896 da CLT No tocante agrave ofensa aos artigos 2ordm da Lei nordm 661578 e 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 tambeacutem natildeo logra ecircxito a Agravante no intuito de ver autorizado o processamento do recurso de revista No primeiro dispositivo apenas dispotildee-se que o radialista eacute o empregado de radiodifusatildeo exercente de atividades voltadas agrave administraccedilatildeo produccedilatildeo ou teacutecnica No segundo definem-se as profissotildees de repoacuterter e repoacuterter cinematograacutefico salientando-se que a esse uacuteltimo cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico Ora dos termos da decisatildeo impugnada via recurso de revista nada haacute que conflite com tais dispositivos legais Afinal segundo o Tribunal Regional do Trabalho o Reclamante no exerciacutecio de suas atividades aleacutem de ter acompanhado o repoacuterter entrevistador na produccedilatildeo de mateacuterias fato que por si soacute natildeo lhe retira a condiccedilatildeo de jornalista - tambeacutem de acordo com depoimentos testemunhais saiacutea agrave rua com a pauta que lhe era dirigida para sozinho produzir as mateacuterias solicitadas pelo empregador o que de acordo com o teor dos dispositivos tidos por vulnerados permite concluir pelo exerciacutecio da profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico e natildeo simplesmente de operador de cacircmera visto que ao sair agraves ruas para a produccedilatildeo de mateacuterias cumpria seu ofiacutecio obviamente mediante registros de fatos e (ou) assuntos de interesses notadamente jornaliacutestico considerando para tanto a proacutepria natureza da atividade empresarial exercida pela empregadora Por esses fundamentos nego provimento ao agravo de instrumento ISTO POSTO ACORDAM os Ministros da Primeira Turma do Tribunal Superior do Trabalho por unanimidade negar provimento ao agravo de instrumento Brasiacutelia 9 de novembro de 2005 EMMANOEL PEREIRA Ministro Relator

NIA 3981288

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Page 43: REPÓRTER CINEMATOGRÁFICO É JORNALISTArepositorio.uniceub.br/bitstream/123456789/1670/2/20214825.pdf · trabalhos desenvolvidos. 5 ... tsunamis, cachoeiras em penhascos, ... deles

43

Rossi Cloacutevis O que eacute jornalismo

Sindicato dos Jornalistas 2006 Disponiacutevel em lthttpwwwjornalistasorgbrgt

Acesso em 30 Mar2006

Sindicato dos Jornalistas Disponiacutevel em lthttpwwwjornalistasorgbrgt Acesso em

21 Mar2006

Sindicato dos Jornalistas Disponiacutevel em lthttpwwwjornalistasorgbrgt Acesso em

24 Mar2006

SOUSA FILHO Gelson Amaro de Jornalismo on-line Guia teoacuterico e praacutetico

2004 Disponiacutevel em lthttpgelson-filhositesuolcombrgt Acesso em 06 Mar2006

SQUIRRA Sebastiatildeo O telejornalismo brasileiro num cenaacuterio de

competitividade nov1994 Texto apresentado no II Congresso Brasileiro de

Jornalismo de Liacutengua Portuguesa Rio de Janeiro dezembro de 1994 ECAUSP

Disponiacutevel em lthttpwwwecauspbrnucleosnjcriohtmgt Acesso em 06

Mar2006

Telejornalismocom Disponiacutevel em lthttpwwwtelejornalismocomgt Acesso em 06

Mar2006

Traquina Nelson Teorias do jornalismo

TST ndash Tribunal Superior do Trabalho Site Oficial Disponiacutevel em

lthttpwwwtstgovbrgt Acesso em 06 Mar2006

TST confirma repoacuterter cinematograacutefico eacute Jornalista 25 Nov2005

lthttpwwwoktivanetsispubcgi-

binmyPagefcgiidWebSite=1199ampidSecao=2218ampidNota=15254amppagOrigem=pagC

apaampacao=mostrarMateriagt Acesso em 28 Mar2006

TST confirma repoacuterter cinematograacutefico eacute Jornalista In Espaccedilo Vital Porto Alegre

25 Nov2005 Disponiacutevel em lthttpwwwespacovitalcombrnovoindexphpgt

Acesso em 28 Mar2006

44

REIS JR Antonio O percurso da televisatildeo e do telejornalismo nos anos 70

2003 Disponiacutevel em

lthttpwwwmnemocinecombraruandatvtelejornalismo70shtmgt Acesso em 31

Mar2006

ROTHBERG Danilo Olhar panoracircmico Os depoimentos e sua funccedilatildeo no

jornalismo USC ndash Universidade do Sagrado Coraccedilatildeo Anaacutelise de Miacutedia Disponiacutevel

em lthttpwwwuscbranalisedemidiagt Acesso em 11 Abr2006

45

ANEXO I ndash DECRETO Nordm 83284 DE 13 DE MARCcedilO DE 1979

PROFISSAtildeO DE JORNALISTA

Daacute nova regulamentaccedilatildeo ao Decreto-lei nordm 972 de 17 de outubro de 1969 que dispotildee sobre o exerciacutecio da profissatildeo de Jornalista em decorrecircncia das alteraccedilotildees introduzidas pela Lei nordm 6612 de 7 de dezembro de 1978

O Presidente da Repuacuteblica usando da atribuiccedilatildeo que lhe confere o art 81 item

III da Constituiccedilatildeo decreta

Art 1ordm Eacute livre em todo territoacuterio nacional o exerciacutecio da profissatildeo de Jornalista aos que satisfazerem as condiccedilotildees estabelecidas neste Decreto

Art 2ordm A profissatildeo de Jornalista compreende privativamente o exerciacutecio habitual e remunerado de qualquer das seguintes atividades

I - redaccedilatildeo condensaccedilatildeo titulaccedilatildeo interpretaccedilatildeo correccedilatildeo ou coordenaccedilatildeo de mateacuteria a ser divulgada contenha ou natildeo comentaacuterio

II - comentaacuterio ou crocircnica pelo raacutedio ou pela televisatildeo III - entrevista inqueacuterito ou reportagem escrita ou falada IV - planejamento organizaccedilatildeo direccedilatildeo e eventual execuccedilatildeo de serviccedilos

teacutecnicos de Jornalismo como os de arquivo ilustraccedilatildeo ou distribuiccedilatildeo graacutefica de mateacuteria a ser divulgada

V - planejamento organizaccedilatildeo e administraccedilatildeo teacutecnica dos serviccedilos de que trata a aliacutenea ldquoardquo

VI - ensino de teacutecnicas de Jornalismo VII - coleta de notiacutecias ou informaccedilotildees e seu preparo para divulgaccedilatildeo VIII - revisatildeo de originais de mateacuteria jornaliacutestica com vistas agrave correccedilatildeo

redacional e agrave adequaccedilatildeo da linguagem XIX - organizaccedilatildeo e conservaccedilatildeo de arquivo jornaliacutestico e pesquisa dos

respectivos dados para a elaboraccedilatildeo de notiacutecias X - execuccedilatildeo de distribuiccedilatildeo graacutefica de texto fotografia ou ilustraccedilatildeo de

caraacuteter jornaliacutestico para fins de divulgaccedilatildeo XI - execuccedilatildeo de desenhos artiacutesticos ou teacutecnicos de caraacuteter jornaliacutestico para

fins de divulgaccedilatildeo Art 3ordm Considera-se empresa jornaliacutestica para os efeitos deste Decreto-lei

aquela que tenha como atividade a ediccedilatildeo de jornal ou revista ou a distribuiccedilatildeo de noticiaacuterio com funcionamento efetivo idoneidade financeira e registro legal

sect 1ordm Equipara-se agrave empresa jornaliacutestica a seccedilatildeo ou serviccedilo de empresa de radiofusatildeo televisatildeo ou divulgaccedilatildeo cinematograacutefica ou de agecircncia de publicidade onde sejam exercidas as atividades previstas no artigo 2ordm0

sect 2ordm A entidade puacuteblica ou privada natildeo jornaliacutestica sob cuja responsabilidade se editar publicaccedilatildeo destinada a circulaccedilatildeo externa estaacute obrigada ao cumprimento deste decreto relativamente aos jornalistas que contratar

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Art 4ordm O exerciacutecio da profissatildeo de jornalista requer preacutevio registro no oacutergatildeo regional do Ministeacuterio do Trabalho que se faraacute mediante a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash diploma de curso de niacutevel superior de Jornalismo ou de Comunicaccedilatildeo Social habilitaccedilatildeo Jornalismo fornecido por estabelecimento de ensino reconhecido na forma da lei para as funccedilotildees relacionadas nos itens I a IV do artigo 11

IV ndash Carteira de Trabalho e Previdecircncia Social

Paraacutegrafo uacutenico ndash Aos profissionais registrados exclusivamente para o exerciacutecio das funccedilotildees relacionadas nos itens VII a XI do artigo 11 eacute vedado o exerciacutecio das funccedilotildees constantes nos itens I a VII do mesmo artigo

Art 5ordm O Ministeacuterio do Trabalho concederaacute desde que satisfeitas as exigecircncias constantes neste Decreto registro especial ao

I ndash colaborador assim entendido aquele que mediante remuneraccedilatildeo e sem relaccedilatildeo de emprego produz trabalho de natureza teacutecnica cientiacutefica ou cultural relacionando com a sua especializaccedilatildeo para ser divulgado com o nome e qualificaccedilatildeo do autor

II ndash funcionaacuterio puacuteblico titular de cargo cujas atribuiccedilotildees legais coincidam com as mencionadas no artigo 2ordm

III ndash provisionado

Paraacutegrafo uacutenico ndash O registro de que tratam os itens I e II deste artigo natildeo implica o reconhecimento de quaisquer direitos que decorram da condiccedilatildeo de empregado nem no caso do item II dos resultantes do exerciacutecio privado e autocircnomo da profissatildeo

Art 6ordm Para o registro especial de colaborador eacute necessaacuteria a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash declaraccedilatildeo de empresa jornaliacutestica ou que a ela seja equiparada informando do seu interesse pelo registro de colaborador do candidato onde conste a sua especializaccedilatildeo remuneraccedilatildeo contratada e pseudocircnimo se houver

Art 7ordm Para o registro especial de funcionaacuterio puacuteblico titular de cargo cujas atribuiccedilotildees legais coincidam com as mencionadas no artigo 2ordm eacute necessaacuterio a apresentaccedilatildeo de ato de nomeaccedilatildeo ou contrataccedilatildeo para cargo ou emprego com aquelas atribuiccedilotildees aleacutem do cumprimento do que estabelece o artigo 4ordm

Art 8ordm Para o registro especial de provisionado eacute necessaacuterio a apresentaccedilatildeo de

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I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash declaraccedilatildeo fornecida pela empresa jornaliacutestica ou que a ela seja equiparada na qual conste a funccedilatildeo a ser exercida e o salaacuterio correspondente

IV ndash diploma de curso de niacutevel superior ou certificado de ensino de 2ordm grau fornecido por estabelecimento de ensino reconhecido na forma da lei para as funccedilotildees relacionadas nos itens I a VII do artigo 11

V ndash declaraccedilatildeo fornecida pela entidade sindical representativa da categoria profissional com base territorial abrangendo o municiacutepio no qual o provisionado iraacute desempenhar suas funccedilotildees de que natildeo haacute jornalista associado do Sindicato domiciliado naquele municiacutepio disponiacutevel da contrataccedilatildeo

VI ndash Carteira de Trabalho e Previdecircncia Social

sect 1ordm A declaraccedilatildeo de que trata o item V deveraacute ser fornecida pelo Sindicato ao interessado no prazo de 3 dias uacuteteis

sect 2ordm Caso exista profissional domiciliado no municiacutepio disponiacutevel para contrataccedilatildeo o Sindicato comunicaraacute tal fato ao Ministeacuterio do Trabalho no mesmo prazo de 3 dias a contar do pedido de fornecimento da declaraccedilatildeo de que trata o item V

sect 3ordm Caso o Sindicato natildeo forneccedila a declaraccedilatildeo de que trata o item V no prazo mencionado no sect 1ordm o interessado poderaacute instruir seu pedido de registro com o protocolo de apresentaccedilatildeo do requerimento ao Sindicato

sect 4ordm Na hipoacutetese prevista no paraacutegrafo anterior o Ministeacuterio do Trabalho concederaacute ao Sindicato prazo natildeo superior a 3 dias para se manifestar sobre o fornecimento da declaraccedilatildeo caso natildeo tenha ocorrido o fato constante no sect 2ordm

sect 5ordm O registro especial de provisionado teraacute caraacuteter temporaacuterio com duraccedilatildeo maacutexima de trecircs anos renovaacutevel somente com a apresentaccedilatildeo de toda a documentaccedilatildeo prevista neste artigo

Art 9ordm Seraacute efetuado no Ministeacuterio do Trabalho registro dos diretores de empresas jornaliacutesticas que natildeo sendo jornalistas respondem pelas respectivas publicaccedilotildees para o que eacute necessaacuterio a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash prova de registro civil ou comercial da empresa jornaliacutestica com o inteiro teor do seu ato constitutivo

IV ndash prova de depoacutesito do tiacutetulo da publicaccedilatildeo ou da agecircncia de notiacutecias no oacutergatildeo competente do Ministeacuterio da Induacutestria e do Comeacutercio

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V ndash 30 exemplares do jornal ou 12 exemplares da revista ou 30 recortes ou coacutepias de noticiaacuterio com datas diferentes de sua divulgaccedilatildeo

sect 1ordm Tratando-se de empresa nova o Ministeacuterio do Trabalho efetuaraacute registro provisoacuterio com validade por 2 anos tornando-se definitivo apoacutes a comprovaccedilatildeo constante do item V deste artigo

sect 2ordm Natildeo seraacute admitida renovaccedilatildeo ou prorrogaccedilatildeo do prazo de validade do registro provisoacuterio previsto no paraacutegrafo anterior

Art 10ordm Seraacute efetuado no Ministeacuterio do Trabalho registro especial do diretor de empresa natildeo jornaliacutestica sob cuja responsabilidade se editar publicaccedilatildeo destinada agrave circulaccedilatildeo externa ou interna para o que se exigiraacute a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash prova de depoacutesito do tiacutetulo da publicaccedilatildeo no oacutergatildeo competente do Ministeacuterio da Induacutestria e do Comeacutercio

Art 11 ndash As funccedilotildees desempenhadas pelos jornalistas como empregados seratildeo assim classificadas

I - Redator aquele que aleacutem das incumbecircncias de redaccedilatildeo comum tem o encargo de redigir editoriais crocircnicas ou comentaacuterios

II - Noticiarista aquele que tem o encargo de redigir mateacuterias de caraacuteter informativo desprovidas de apreciaccedilotildees ou comentaacuterios preparando-as ou redigindo-as para a divulgaccedilatildeo

III - Repoacuterter aquele que cumpre a determinaccedilatildeo de colher notiacutecias ou informaccedilotildees preparando-as para divulgaccedilatildeo

IV - Repoacuterter de setor aquele que tem o encargo de colher notiacutecias ou informaccedilotildees sobre assuntos predeterminados preparando-as ou redigindo-as para divulgaccedilatildeo

V - Raacutedio-repoacuterter aquele a quem cabe a difusatildeo oral de acontecimento ou entrevista pelo raacutedio ou pela televisatildeo no instante ou no local em que ocorram assim como o comentaacuterio ou crocircnica pelos mesmos veiacuteculos

VI - Arquivista-pesquisador aquele que tem a incumbecircncia de organizar e conservar cultural e tecnicamente o arquivo redatorial procedendo agrave pesquisa dos respectivos dados para a elaboraccedilatildeo de notiacutecias

VII - Revisor aquele que tem o encargo de rever as provas tipograacuteficas de mateacuteria jornaliacutestica

VIII - Ilustrador aquele que tem a seu cargo criar ou executar desenhos artiacutesticos ou teacutecnicos de caraacuteter jornaliacutestico

XIX - Repoacuterter-fotograacutefico aquele a quem cabe registrar fotograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico

X - Repoacuterter-cinematograacutefico aquele a quem cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico

XI - Diagramador aquele a quem compete planejar e executar a distribuiccedilatildeo graacutefica de mateacuterias fotografias ou ilustraccedilotildees de caraacuteter jornaliacutestico para fins de publicaccedilatildeo

Paraacutegrafo uacutenico ndash Os Sindicatos seratildeo ouvidos sobre o exato enquadramento de cada profissional

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Art 12ordm Seratildeo privativas de jornalista as funccedilotildees pertinentes agraves atividades

descritas no artigo 2ordm tais como Editor Secretaacuterio Subsecretaacuterio Chefe de reportagem e Chefe de Revisatildeo

Art 13ordm Natildeo haveraacute incompatibilidade entre o exerciacutecio da profissatildeo de Jornalista e o de qualquer outra funccedilatildeo remunerada ainda que puacuteblica respeitadas a proibiccedilatildeo de acumular cargos e as demais restriccedilotildees de lei

Art 14ordm Seraacute passiacutevel de trancamento o registro profissional do jornalista que sem motivo legal deixar de exercer a profissatildeo por mais de 2 anos

sect 1ordm Natildeo incide na cominaccedilatildeo deste artigo o afastamento decorrente de a) suspensatildeo ou interrupccedilatildeo do contrato de trabalho b) aposentadoria como jornalista c) viagem ou bolsa de estudo para aperfeiccediloamento profissional d) desemprego apurado na forma da Lei nordm 4923 de 23 de dezembro de

1965

sect 2ordm O trancamento seraacute da competecircncia do oacutergatildeo regional do Ministeacuterio do Trabalho de ofiacutecio ou requerimento da entidade sindical representativa da categoria profissional cabendo a esta fazer publicar em oacutergatildeo oficial por trecircs vezes consecutivas e dentro de um interstiacutecio de dois anos a relaccedilatildeo dos jornalistas cujos registros pretende trancar

sect 3ordm Os oacutergatildeos do Ministeacuterio do Trabalho prestaratildeo aos sindicatos representativos da categoria profissional as informaccedilotildees que lhes forem solicitadas especialmente quanto ao registro de admissotildees e dispensas nas empresas jornaliacutesticas realizando as inspeccedilotildees que se tornarem necessaacuterias para a verificaccedilatildeo do exerciacutecio da profissatildeo de jornalista

sect 4ordm O exerciacutecio da atividade em empresa natildeo jornaliacutestica mencionada no artigo 3ordm sect 2ordm natildeo constituiraacute prova suficiente de permanecircncia na profissatildeo se a publicaccedilatildeo e seu responsaacutevel natildeo tiverem registro nos termos deste Decreto

sect 5ordm O registro trancado suspende a titularidade e o exerciacutecio das prerrogativas profissionais mas pode ser revalidado mediante apresentaccedilatildeo dos documentos mencionados nos itens II e III do artigo 4ordm

Art 15ordm O salaacuterio de jornalista natildeo poderaacute ser reajustado nos contratos individuais de trabalho para a jornada normal de 5 horas em base inferior agrave do salaacuterio estipulado para a respectiva funccedilatildeo em acordo ou convenccedilatildeo coletiva de trabalho ou sentenccedila normativa das Justiccedila do Trabalho

Paraacutegrafo uacutenico ndash Em negociaccedilatildeo ou dissiacutedio coletivo poderatildeo os Sindicatos de Jornalistas reclamar o estabelecimento de criteacuterio de remuneraccedilatildeo adicional pela divulgaccedilatildeo de trabalho produzido por jornalistas em mais de um veiacuteculo de comunicaccedilatildeo coletiva

Art 16ordm A admissatildeo de provisionado para exercer funccedilotildees relacionadas nos itens I a VII do artigo 11 seraacute permitida nos municiacutepios onde natildeo existia curso de Jornalismo reconhecido na forma de lei e comprovadamente natildeo haja jornalista domiciliado associado do sindicato representativo da categoria profissional disponiacutevel para contrataccedilatildeo

Paraacutegrafo uacutenico ndash O provisionado nos termos deste artigo poderaacute exercer suas atividades somente no municiacutepio para o qual foi registrado

Art 17ordm Os atuais portadores de registro especial de provisionado poderatildeo exercer suas atividades no Estado onde foram contratados

Art 18 ndash A fiscalizaccedilatildeo do cumprimento dos dispositivos deste Decreto se faraacute na forma do artigo 626 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho sendo aplicaacutevel aos

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infratores multa variaacutevel de 1 a 10 vezes o maior valor de referecircncia fixado de acordo com o artigo 2ordm paraacutegrafo uacutenico da Lei nordm 6205 de 29 de abril de 1975

Paraacutegrafo uacutenico ndash Aos sindicatos representativos da categoria profissional incumbe representar agraves autoridades competentes acerca do exerciacutecio irregular da profissatildeo de Jornalista

Art 19ordm Constitui fraude a prestaccedilatildeo de serviccedilos profissionais gratuitos ou com pagamentos simboacutelicos sob pretexto de estaacutegio bolsa de complementaccedilatildeo convecircnio ou qualquer outra modalidade em desrespeito agrave legislaccedilatildeo trabalhista e a este regulamento

Art 20ordm O disposto neste Decreto natildeo impede a conclusatildeo dos estaacutegios comprovadamente iniciados antes da vigecircncia da Lei nordm 6612 de 7 de dezembro de 1978 os quais entretanto natildeo conferiratildeo por si soacutes direito ao registro profissional

Art 21ordm Este Decreto entra em vigor na data da sua publicaccedilatildeo revogadas as disposiccedilotildees em contraacuterio especialmente os Decretos nordms 65912 de 19 de dezembro de 1969 e 68629 de 18 de maio de 1971

Brasiacutelia 13 de marccedilo de 1979 158ordm da Independecircncia e 91ordm da Repuacuteblica (DO de 13-3-79)

Ernesto Geisel Arnaldo Prieto

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ANEXO II ndash ACOacuteRDAtildeO TST-AIRR-6182001-751-04-401

Acoacuterdatildeo Inteiro Teor NUacuteMERO UacuteNICO PROC AIRR - 6182001-751-04-40 PUBLICACcedilAtildeO DJ - 10022006 Andamento do Processo

PROC Nordm TST-AIRR-6182001-751-04-401 C A C Oacute R D Atilde O 1ordf Turma EMPMs REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO CARACTERIZACcedilAtildeO INDEPENDEcircNCIA NO EXERCIacuteCIO DE SUAS ATIVIDADES REGISTROS DE ASSUNTOS E TEMAacuteTICAS DE INTERESSES JORNALIacuteSTICOS 1 Segundo o Tribunal Regional do Trabalho o Reclamante no exerciacutecio de suas atividades aleacutem de ter acompanhado o repoacuterter entrevistador na produccedilatildeo de mateacuterias fato que por si soacute natildeo lhe retira a condiccedilatildeo de jornalista - e tambeacutem de acordo com depoimentos testemunhais saiacutea agrave rua com a pauta que lhe era dirigida para sozinho produzir as mateacuterias solicitadas pelo empregador o que de acordo com o teor dos dispositivos tidos por vulnerados permite concluir o exerciacutecio da profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico e natildeo simplesmente de operador de cacircmera visto que ao sair agraves ruas para a produccedilatildeo de mateacuterias cumpria seu ofiacutecio obviamente mediante registros de fatos e (ou) assuntos de interesses notadamente jornaliacutestico considerando para tanto a proacutepria natureza da atividade empresarial exercida pela empregadora Inviaacutevel portanto a admissibilidade do recurso de revista em razatildeo da impossibilidade de exame da alegaccedilatildeo de afronta ao Decreto nordm 8413479 visto tratar-se de hipoacutetese natildeo contemplada na letra c do artigo 896 da CLT Por outro lado por violaccedilatildeo dos artigos 2ordm da Lei nordm 661578 e 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 tambeacutem natildeo logra ecircxito a Agravante no intuito de ver autorizado o processamento do recurso de revista No primeiro dispositivo apenas dispotildee-se que o radialista eacute o empregado de radiodifusatildeo exercente de atividades voltadas agrave administraccedilatildeo produccedilatildeo ou teacutecnica No segundo definem-se as profissotildees de repoacuterter e repoacuterter cinematograacutefico salientando-se que a esse uacuteltimo cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico hipoacutetese identificada pelo Regional 2 Agravo de instrumento a que se nega provimento Vistos relatados e discutidos estes autos do Agravo de Instrumento em Recurso de Revista nordm TST-AIRR-6182001-751-04-401 em que eacute Agravante RBS TV SANTA ROSA LTDA e Agravado CLOacuteVIS SANTACATARINA A Reclamada interpotildee agravo de instrumento ao despacho de fls 113-115 mediante o qual foi denegado seguimento ao recurso de revista sob o fundamento de que a decisatildeo decorreu da aplicaccedilatildeo das normas pertinentes uma vez que da situaccedilatildeo faacutetica delineada nos autos natildeo haacute como se extrair ofensa ao artigo 2ordm da Lei nordm 661578 na forma do artigo 896 c da CLT Contraminuta agraves fls 122-124 Natildeo houve remessa dos autos agrave Procuradoria Geral do Trabalho em face da orientaccedilatildeo emanada da Resoluccedilatildeo Administrativa nordm 322 atualmente retratada no artigo 82 do Regimento Interno do Tribunal Superior do

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Trabalho Eacute o relatoacuterio V O T O I CONHECIMENTO Conheccedilo do agravo de instrumento porque regular e tempestivo II MEacuteRITO O Tribunal Regional ao apreciar o recurso ordinaacuterio interposto pela Reclamada no tocante ao reconhecimento da condiccedilatildeo de jornalista ao Reclamante pela Vara do Trabalho decidiu O MM Juiacutezo de primeiro grau acolheu as alegaccedilotildees do reclamante de exerciacutecio de profissatildeo jornaliacutestica de repoacuterter cinematograacutefico condenando a reclamada a pagar diferenccedilas salariais e reflexos Contra esta decisatildeo volta-se a reacute sustentando que o reclamante era operador de cacircmera funccedilatildeo capitulada na profissatildeo de radialista A recorrente tem razatildeo parcialmente Tomando-se a hipoacutetese de confirmar a sentenccedila enquanto reconhece ter o reclamante exercido a funccedilatildeo de repoacuterter cinematograacutefico em todo o contrato existe um marco temporal e juriacutedico que deve ser considerado A funccedilatildeo de repoacuterter cinematograacutefico eacute exclusiva da profissatildeo de jornalista Eacute uma atividade que estaacute reservada aos jornalistas formados assim como estabelecido no DL 97269 O reclamante natildeo demonstra a partir de quando conquistou a diplomaccedilatildeo como jornalista devendo-se considerar apenas pelo que oferecem os autos a data de 16 de junho de 1998 dia em que o reclamante foi registrado no Ministeacuterio do Trabalho como jornalista profissional na funccedilatildeo especiacutefica de repoacuterter cinematograacutefico Considerando que o Ministeacuterio do Trabalho natildeo pode registrar jornalistas natildeo diplomados exceccedilatildeo feita aos provisionados tem-se que o reclamante adquiriu esta condiccedilatildeo nesse dia Antes embora pudesse fazer ou fizesse atividades privativas de jornalistas natildeo pode ser considerado juridicamente como tal Assim em qualquer hipoacutetese de manutenccedilatildeo do reconhecimento da funccedilatildeo de jornaliacutestica esta deve gerar os efeitos pleiteados somente a partir de 16 de junho de 1998 Jaacute quanto a ter exercido ou natildeo funccedilatildeo jornaliacutestica a conclusatildeo eacute de manutenccedilatildeo da sentenccedila Natildeo eacute o fato de estar acompanhado por repoacuterter entrevistador que o cinegrafista perde a condiccedilatildeo de jornalista Trata-se de uma equipe de profissionais jornalistas Um exemplo que melhor ilustra o descabimento da distinccedilatildeo que pretende fazer o apelo eacute a situaccedilatildeo dos fotoacutegrafos ou repoacuterteres fotograacuteficos O fotoacutegrafo sai com a pauta junto com o repoacuterter (ou natildeo e isto tambeacutem acontecia com o reclamante como o reconhecem as testemunhas inclusive trazidas pela reclamada) e enquanto o repoacuterter investiga os dados necessaacuterios para a mateacuteria o fotoacutegrafo registra as cenas mas nem por isto eacute rebaixado da condiccedilatildeo de jornalista para dir- se-ia operador de cacircmera fotograacutefica O que se pode discutir seria o interesse jornaliacutestico das mateacuterias cobertas pelo jornalista reclamante Com efeito os comerciais produzidos e gravados pelo autor natildeo tecircm esse interesse e os eventos promocionais da reclamada recebem dela mesma uma atribuiccedilatildeo desse interesse embora natildeo o tenha imediata e objetivamente mas para efeitos do trabalho executado pelo reclamante deve ser considerado um trabalho jornaliacutestico Foi correta a decisatildeo natildeo merecendo qualquer reparo a natildeo ser o juriacutedico-temporal jaacute mencionado Nesta perspectiva o provimento do recurso eacute parcial (fls 97-99) Ao interpor o recurso de revista a Empresa alegou que o Reclamante na condiccedilatildeo de operador de cacircmera e operador de cacircmera de unidade portaacutetil externa acompanhando o repoacuterter como reconheceu o Regional natildeo pode ser

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enquadrado como jornalista porquanto ao repoacuterter eacute dado cumprir a determinaccedilatildeo de coletar notiacutecias ou informaccedilotildees e elaboraacute-las a fim de viabilizar posterior divulgaccedilatildeo e ao repoacuterter-cinematograacutefico cabe registrar cinematograficamente fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico razatildeo pela qual entende que a atividade do Reclamante eacute proacutepria de radialista categoria agrave qual pertencia Acrescenta que o artigo 2ordm da Lei nordm 661578 estabelece considera-se radialista o empregado de Radiodifusatildeo que exerccedila uma das funccedilotildees em que se desdobram as atividades mencionadas no artigo 4ordm ou seja operador de cacircmara e operador de cacircmara de unidade portaacutetil externa cuja regulamentaccedilatildeo profissional consta do Decreto nordm 8413479 e as atribuiccedilotildees do Quadro Anexo do mesmo decreto item II letra c nordm 3 com a seguinte redaccedilatildeo encarrega-se da gravaccedilatildeo de mateacuteria distribuiacuteda pelo Supervisor de Operaccedilotildees planifica e orienta o entrevistador repoacuterter e iluminador no que se refere aos aspectos teacutecnicos de seu trabalho suas atividades envolvem tanto a gravaccedilatildeo como a geraccedilatildeo de som e imagem atraveacutes de equipamentos eletrocircnico portaacutetil de TV Fundamenta o apelo em violaccedilatildeo dos artigos 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 2ordm da Lei nordm 661578 e do Decreto nordm 8413479 e Quadro Anexo do mesmo decreto item II letra c nordm 3 Inicialmente deve-se registrar a impossibilidade de exame da alegaccedilatildeo de afronta ao Decreto nordm 8413479 visto tratar-se de hipoacutetese natildeo contemplada na letra c do artigo 896 da CLT No tocante agrave ofensa aos artigos 2ordm da Lei nordm 661578 e 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 tambeacutem natildeo logra ecircxito a Agravante no intuito de ver autorizado o processamento do recurso de revista No primeiro dispositivo apenas dispotildee-se que o radialista eacute o empregado de radiodifusatildeo exercente de atividades voltadas agrave administraccedilatildeo produccedilatildeo ou teacutecnica No segundo definem-se as profissotildees de repoacuterter e repoacuterter cinematograacutefico salientando-se que a esse uacuteltimo cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico Ora dos termos da decisatildeo impugnada via recurso de revista nada haacute que conflite com tais dispositivos legais Afinal segundo o Tribunal Regional do Trabalho o Reclamante no exerciacutecio de suas atividades aleacutem de ter acompanhado o repoacuterter entrevistador na produccedilatildeo de mateacuterias fato que por si soacute natildeo lhe retira a condiccedilatildeo de jornalista - tambeacutem de acordo com depoimentos testemunhais saiacutea agrave rua com a pauta que lhe era dirigida para sozinho produzir as mateacuterias solicitadas pelo empregador o que de acordo com o teor dos dispositivos tidos por vulnerados permite concluir pelo exerciacutecio da profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico e natildeo simplesmente de operador de cacircmera visto que ao sair agraves ruas para a produccedilatildeo de mateacuterias cumpria seu ofiacutecio obviamente mediante registros de fatos e (ou) assuntos de interesses notadamente jornaliacutestico considerando para tanto a proacutepria natureza da atividade empresarial exercida pela empregadora Por esses fundamentos nego provimento ao agravo de instrumento ISTO POSTO ACORDAM os Ministros da Primeira Turma do Tribunal Superior do Trabalho por unanimidade negar provimento ao agravo de instrumento Brasiacutelia 9 de novembro de 2005 EMMANOEL PEREIRA Ministro Relator

NIA 3981288

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Page 44: REPÓRTER CINEMATOGRÁFICO É JORNALISTArepositorio.uniceub.br/bitstream/123456789/1670/2/20214825.pdf · trabalhos desenvolvidos. 5 ... tsunamis, cachoeiras em penhascos, ... deles

44

REIS JR Antonio O percurso da televisatildeo e do telejornalismo nos anos 70

2003 Disponiacutevel em

lthttpwwwmnemocinecombraruandatvtelejornalismo70shtmgt Acesso em 31

Mar2006

ROTHBERG Danilo Olhar panoracircmico Os depoimentos e sua funccedilatildeo no

jornalismo USC ndash Universidade do Sagrado Coraccedilatildeo Anaacutelise de Miacutedia Disponiacutevel

em lthttpwwwuscbranalisedemidiagt Acesso em 11 Abr2006

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ANEXO I ndash DECRETO Nordm 83284 DE 13 DE MARCcedilO DE 1979

PROFISSAtildeO DE JORNALISTA

Daacute nova regulamentaccedilatildeo ao Decreto-lei nordm 972 de 17 de outubro de 1969 que dispotildee sobre o exerciacutecio da profissatildeo de Jornalista em decorrecircncia das alteraccedilotildees introduzidas pela Lei nordm 6612 de 7 de dezembro de 1978

O Presidente da Repuacuteblica usando da atribuiccedilatildeo que lhe confere o art 81 item

III da Constituiccedilatildeo decreta

Art 1ordm Eacute livre em todo territoacuterio nacional o exerciacutecio da profissatildeo de Jornalista aos que satisfazerem as condiccedilotildees estabelecidas neste Decreto

Art 2ordm A profissatildeo de Jornalista compreende privativamente o exerciacutecio habitual e remunerado de qualquer das seguintes atividades

I - redaccedilatildeo condensaccedilatildeo titulaccedilatildeo interpretaccedilatildeo correccedilatildeo ou coordenaccedilatildeo de mateacuteria a ser divulgada contenha ou natildeo comentaacuterio

II - comentaacuterio ou crocircnica pelo raacutedio ou pela televisatildeo III - entrevista inqueacuterito ou reportagem escrita ou falada IV - planejamento organizaccedilatildeo direccedilatildeo e eventual execuccedilatildeo de serviccedilos

teacutecnicos de Jornalismo como os de arquivo ilustraccedilatildeo ou distribuiccedilatildeo graacutefica de mateacuteria a ser divulgada

V - planejamento organizaccedilatildeo e administraccedilatildeo teacutecnica dos serviccedilos de que trata a aliacutenea ldquoardquo

VI - ensino de teacutecnicas de Jornalismo VII - coleta de notiacutecias ou informaccedilotildees e seu preparo para divulgaccedilatildeo VIII - revisatildeo de originais de mateacuteria jornaliacutestica com vistas agrave correccedilatildeo

redacional e agrave adequaccedilatildeo da linguagem XIX - organizaccedilatildeo e conservaccedilatildeo de arquivo jornaliacutestico e pesquisa dos

respectivos dados para a elaboraccedilatildeo de notiacutecias X - execuccedilatildeo de distribuiccedilatildeo graacutefica de texto fotografia ou ilustraccedilatildeo de

caraacuteter jornaliacutestico para fins de divulgaccedilatildeo XI - execuccedilatildeo de desenhos artiacutesticos ou teacutecnicos de caraacuteter jornaliacutestico para

fins de divulgaccedilatildeo Art 3ordm Considera-se empresa jornaliacutestica para os efeitos deste Decreto-lei

aquela que tenha como atividade a ediccedilatildeo de jornal ou revista ou a distribuiccedilatildeo de noticiaacuterio com funcionamento efetivo idoneidade financeira e registro legal

sect 1ordm Equipara-se agrave empresa jornaliacutestica a seccedilatildeo ou serviccedilo de empresa de radiofusatildeo televisatildeo ou divulgaccedilatildeo cinematograacutefica ou de agecircncia de publicidade onde sejam exercidas as atividades previstas no artigo 2ordm0

sect 2ordm A entidade puacuteblica ou privada natildeo jornaliacutestica sob cuja responsabilidade se editar publicaccedilatildeo destinada a circulaccedilatildeo externa estaacute obrigada ao cumprimento deste decreto relativamente aos jornalistas que contratar

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Art 4ordm O exerciacutecio da profissatildeo de jornalista requer preacutevio registro no oacutergatildeo regional do Ministeacuterio do Trabalho que se faraacute mediante a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash diploma de curso de niacutevel superior de Jornalismo ou de Comunicaccedilatildeo Social habilitaccedilatildeo Jornalismo fornecido por estabelecimento de ensino reconhecido na forma da lei para as funccedilotildees relacionadas nos itens I a IV do artigo 11

IV ndash Carteira de Trabalho e Previdecircncia Social

Paraacutegrafo uacutenico ndash Aos profissionais registrados exclusivamente para o exerciacutecio das funccedilotildees relacionadas nos itens VII a XI do artigo 11 eacute vedado o exerciacutecio das funccedilotildees constantes nos itens I a VII do mesmo artigo

Art 5ordm O Ministeacuterio do Trabalho concederaacute desde que satisfeitas as exigecircncias constantes neste Decreto registro especial ao

I ndash colaborador assim entendido aquele que mediante remuneraccedilatildeo e sem relaccedilatildeo de emprego produz trabalho de natureza teacutecnica cientiacutefica ou cultural relacionando com a sua especializaccedilatildeo para ser divulgado com o nome e qualificaccedilatildeo do autor

II ndash funcionaacuterio puacuteblico titular de cargo cujas atribuiccedilotildees legais coincidam com as mencionadas no artigo 2ordm

III ndash provisionado

Paraacutegrafo uacutenico ndash O registro de que tratam os itens I e II deste artigo natildeo implica o reconhecimento de quaisquer direitos que decorram da condiccedilatildeo de empregado nem no caso do item II dos resultantes do exerciacutecio privado e autocircnomo da profissatildeo

Art 6ordm Para o registro especial de colaborador eacute necessaacuteria a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash declaraccedilatildeo de empresa jornaliacutestica ou que a ela seja equiparada informando do seu interesse pelo registro de colaborador do candidato onde conste a sua especializaccedilatildeo remuneraccedilatildeo contratada e pseudocircnimo se houver

Art 7ordm Para o registro especial de funcionaacuterio puacuteblico titular de cargo cujas atribuiccedilotildees legais coincidam com as mencionadas no artigo 2ordm eacute necessaacuterio a apresentaccedilatildeo de ato de nomeaccedilatildeo ou contrataccedilatildeo para cargo ou emprego com aquelas atribuiccedilotildees aleacutem do cumprimento do que estabelece o artigo 4ordm

Art 8ordm Para o registro especial de provisionado eacute necessaacuterio a apresentaccedilatildeo de

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I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash declaraccedilatildeo fornecida pela empresa jornaliacutestica ou que a ela seja equiparada na qual conste a funccedilatildeo a ser exercida e o salaacuterio correspondente

IV ndash diploma de curso de niacutevel superior ou certificado de ensino de 2ordm grau fornecido por estabelecimento de ensino reconhecido na forma da lei para as funccedilotildees relacionadas nos itens I a VII do artigo 11

V ndash declaraccedilatildeo fornecida pela entidade sindical representativa da categoria profissional com base territorial abrangendo o municiacutepio no qual o provisionado iraacute desempenhar suas funccedilotildees de que natildeo haacute jornalista associado do Sindicato domiciliado naquele municiacutepio disponiacutevel da contrataccedilatildeo

VI ndash Carteira de Trabalho e Previdecircncia Social

sect 1ordm A declaraccedilatildeo de que trata o item V deveraacute ser fornecida pelo Sindicato ao interessado no prazo de 3 dias uacuteteis

sect 2ordm Caso exista profissional domiciliado no municiacutepio disponiacutevel para contrataccedilatildeo o Sindicato comunicaraacute tal fato ao Ministeacuterio do Trabalho no mesmo prazo de 3 dias a contar do pedido de fornecimento da declaraccedilatildeo de que trata o item V

sect 3ordm Caso o Sindicato natildeo forneccedila a declaraccedilatildeo de que trata o item V no prazo mencionado no sect 1ordm o interessado poderaacute instruir seu pedido de registro com o protocolo de apresentaccedilatildeo do requerimento ao Sindicato

sect 4ordm Na hipoacutetese prevista no paraacutegrafo anterior o Ministeacuterio do Trabalho concederaacute ao Sindicato prazo natildeo superior a 3 dias para se manifestar sobre o fornecimento da declaraccedilatildeo caso natildeo tenha ocorrido o fato constante no sect 2ordm

sect 5ordm O registro especial de provisionado teraacute caraacuteter temporaacuterio com duraccedilatildeo maacutexima de trecircs anos renovaacutevel somente com a apresentaccedilatildeo de toda a documentaccedilatildeo prevista neste artigo

Art 9ordm Seraacute efetuado no Ministeacuterio do Trabalho registro dos diretores de empresas jornaliacutesticas que natildeo sendo jornalistas respondem pelas respectivas publicaccedilotildees para o que eacute necessaacuterio a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash prova de registro civil ou comercial da empresa jornaliacutestica com o inteiro teor do seu ato constitutivo

IV ndash prova de depoacutesito do tiacutetulo da publicaccedilatildeo ou da agecircncia de notiacutecias no oacutergatildeo competente do Ministeacuterio da Induacutestria e do Comeacutercio

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V ndash 30 exemplares do jornal ou 12 exemplares da revista ou 30 recortes ou coacutepias de noticiaacuterio com datas diferentes de sua divulgaccedilatildeo

sect 1ordm Tratando-se de empresa nova o Ministeacuterio do Trabalho efetuaraacute registro provisoacuterio com validade por 2 anos tornando-se definitivo apoacutes a comprovaccedilatildeo constante do item V deste artigo

sect 2ordm Natildeo seraacute admitida renovaccedilatildeo ou prorrogaccedilatildeo do prazo de validade do registro provisoacuterio previsto no paraacutegrafo anterior

Art 10ordm Seraacute efetuado no Ministeacuterio do Trabalho registro especial do diretor de empresa natildeo jornaliacutestica sob cuja responsabilidade se editar publicaccedilatildeo destinada agrave circulaccedilatildeo externa ou interna para o que se exigiraacute a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash prova de depoacutesito do tiacutetulo da publicaccedilatildeo no oacutergatildeo competente do Ministeacuterio da Induacutestria e do Comeacutercio

Art 11 ndash As funccedilotildees desempenhadas pelos jornalistas como empregados seratildeo assim classificadas

I - Redator aquele que aleacutem das incumbecircncias de redaccedilatildeo comum tem o encargo de redigir editoriais crocircnicas ou comentaacuterios

II - Noticiarista aquele que tem o encargo de redigir mateacuterias de caraacuteter informativo desprovidas de apreciaccedilotildees ou comentaacuterios preparando-as ou redigindo-as para a divulgaccedilatildeo

III - Repoacuterter aquele que cumpre a determinaccedilatildeo de colher notiacutecias ou informaccedilotildees preparando-as para divulgaccedilatildeo

IV - Repoacuterter de setor aquele que tem o encargo de colher notiacutecias ou informaccedilotildees sobre assuntos predeterminados preparando-as ou redigindo-as para divulgaccedilatildeo

V - Raacutedio-repoacuterter aquele a quem cabe a difusatildeo oral de acontecimento ou entrevista pelo raacutedio ou pela televisatildeo no instante ou no local em que ocorram assim como o comentaacuterio ou crocircnica pelos mesmos veiacuteculos

VI - Arquivista-pesquisador aquele que tem a incumbecircncia de organizar e conservar cultural e tecnicamente o arquivo redatorial procedendo agrave pesquisa dos respectivos dados para a elaboraccedilatildeo de notiacutecias

VII - Revisor aquele que tem o encargo de rever as provas tipograacuteficas de mateacuteria jornaliacutestica

VIII - Ilustrador aquele que tem a seu cargo criar ou executar desenhos artiacutesticos ou teacutecnicos de caraacuteter jornaliacutestico

XIX - Repoacuterter-fotograacutefico aquele a quem cabe registrar fotograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico

X - Repoacuterter-cinematograacutefico aquele a quem cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico

XI - Diagramador aquele a quem compete planejar e executar a distribuiccedilatildeo graacutefica de mateacuterias fotografias ou ilustraccedilotildees de caraacuteter jornaliacutestico para fins de publicaccedilatildeo

Paraacutegrafo uacutenico ndash Os Sindicatos seratildeo ouvidos sobre o exato enquadramento de cada profissional

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Art 12ordm Seratildeo privativas de jornalista as funccedilotildees pertinentes agraves atividades

descritas no artigo 2ordm tais como Editor Secretaacuterio Subsecretaacuterio Chefe de reportagem e Chefe de Revisatildeo

Art 13ordm Natildeo haveraacute incompatibilidade entre o exerciacutecio da profissatildeo de Jornalista e o de qualquer outra funccedilatildeo remunerada ainda que puacuteblica respeitadas a proibiccedilatildeo de acumular cargos e as demais restriccedilotildees de lei

Art 14ordm Seraacute passiacutevel de trancamento o registro profissional do jornalista que sem motivo legal deixar de exercer a profissatildeo por mais de 2 anos

sect 1ordm Natildeo incide na cominaccedilatildeo deste artigo o afastamento decorrente de a) suspensatildeo ou interrupccedilatildeo do contrato de trabalho b) aposentadoria como jornalista c) viagem ou bolsa de estudo para aperfeiccediloamento profissional d) desemprego apurado na forma da Lei nordm 4923 de 23 de dezembro de

1965

sect 2ordm O trancamento seraacute da competecircncia do oacutergatildeo regional do Ministeacuterio do Trabalho de ofiacutecio ou requerimento da entidade sindical representativa da categoria profissional cabendo a esta fazer publicar em oacutergatildeo oficial por trecircs vezes consecutivas e dentro de um interstiacutecio de dois anos a relaccedilatildeo dos jornalistas cujos registros pretende trancar

sect 3ordm Os oacutergatildeos do Ministeacuterio do Trabalho prestaratildeo aos sindicatos representativos da categoria profissional as informaccedilotildees que lhes forem solicitadas especialmente quanto ao registro de admissotildees e dispensas nas empresas jornaliacutesticas realizando as inspeccedilotildees que se tornarem necessaacuterias para a verificaccedilatildeo do exerciacutecio da profissatildeo de jornalista

sect 4ordm O exerciacutecio da atividade em empresa natildeo jornaliacutestica mencionada no artigo 3ordm sect 2ordm natildeo constituiraacute prova suficiente de permanecircncia na profissatildeo se a publicaccedilatildeo e seu responsaacutevel natildeo tiverem registro nos termos deste Decreto

sect 5ordm O registro trancado suspende a titularidade e o exerciacutecio das prerrogativas profissionais mas pode ser revalidado mediante apresentaccedilatildeo dos documentos mencionados nos itens II e III do artigo 4ordm

Art 15ordm O salaacuterio de jornalista natildeo poderaacute ser reajustado nos contratos individuais de trabalho para a jornada normal de 5 horas em base inferior agrave do salaacuterio estipulado para a respectiva funccedilatildeo em acordo ou convenccedilatildeo coletiva de trabalho ou sentenccedila normativa das Justiccedila do Trabalho

Paraacutegrafo uacutenico ndash Em negociaccedilatildeo ou dissiacutedio coletivo poderatildeo os Sindicatos de Jornalistas reclamar o estabelecimento de criteacuterio de remuneraccedilatildeo adicional pela divulgaccedilatildeo de trabalho produzido por jornalistas em mais de um veiacuteculo de comunicaccedilatildeo coletiva

Art 16ordm A admissatildeo de provisionado para exercer funccedilotildees relacionadas nos itens I a VII do artigo 11 seraacute permitida nos municiacutepios onde natildeo existia curso de Jornalismo reconhecido na forma de lei e comprovadamente natildeo haja jornalista domiciliado associado do sindicato representativo da categoria profissional disponiacutevel para contrataccedilatildeo

Paraacutegrafo uacutenico ndash O provisionado nos termos deste artigo poderaacute exercer suas atividades somente no municiacutepio para o qual foi registrado

Art 17ordm Os atuais portadores de registro especial de provisionado poderatildeo exercer suas atividades no Estado onde foram contratados

Art 18 ndash A fiscalizaccedilatildeo do cumprimento dos dispositivos deste Decreto se faraacute na forma do artigo 626 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho sendo aplicaacutevel aos

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infratores multa variaacutevel de 1 a 10 vezes o maior valor de referecircncia fixado de acordo com o artigo 2ordm paraacutegrafo uacutenico da Lei nordm 6205 de 29 de abril de 1975

Paraacutegrafo uacutenico ndash Aos sindicatos representativos da categoria profissional incumbe representar agraves autoridades competentes acerca do exerciacutecio irregular da profissatildeo de Jornalista

Art 19ordm Constitui fraude a prestaccedilatildeo de serviccedilos profissionais gratuitos ou com pagamentos simboacutelicos sob pretexto de estaacutegio bolsa de complementaccedilatildeo convecircnio ou qualquer outra modalidade em desrespeito agrave legislaccedilatildeo trabalhista e a este regulamento

Art 20ordm O disposto neste Decreto natildeo impede a conclusatildeo dos estaacutegios comprovadamente iniciados antes da vigecircncia da Lei nordm 6612 de 7 de dezembro de 1978 os quais entretanto natildeo conferiratildeo por si soacutes direito ao registro profissional

Art 21ordm Este Decreto entra em vigor na data da sua publicaccedilatildeo revogadas as disposiccedilotildees em contraacuterio especialmente os Decretos nordms 65912 de 19 de dezembro de 1969 e 68629 de 18 de maio de 1971

Brasiacutelia 13 de marccedilo de 1979 158ordm da Independecircncia e 91ordm da Repuacuteblica (DO de 13-3-79)

Ernesto Geisel Arnaldo Prieto

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ANEXO II ndash ACOacuteRDAtildeO TST-AIRR-6182001-751-04-401

Acoacuterdatildeo Inteiro Teor NUacuteMERO UacuteNICO PROC AIRR - 6182001-751-04-40 PUBLICACcedilAtildeO DJ - 10022006 Andamento do Processo

PROC Nordm TST-AIRR-6182001-751-04-401 C A C Oacute R D Atilde O 1ordf Turma EMPMs REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO CARACTERIZACcedilAtildeO INDEPENDEcircNCIA NO EXERCIacuteCIO DE SUAS ATIVIDADES REGISTROS DE ASSUNTOS E TEMAacuteTICAS DE INTERESSES JORNALIacuteSTICOS 1 Segundo o Tribunal Regional do Trabalho o Reclamante no exerciacutecio de suas atividades aleacutem de ter acompanhado o repoacuterter entrevistador na produccedilatildeo de mateacuterias fato que por si soacute natildeo lhe retira a condiccedilatildeo de jornalista - e tambeacutem de acordo com depoimentos testemunhais saiacutea agrave rua com a pauta que lhe era dirigida para sozinho produzir as mateacuterias solicitadas pelo empregador o que de acordo com o teor dos dispositivos tidos por vulnerados permite concluir o exerciacutecio da profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico e natildeo simplesmente de operador de cacircmera visto que ao sair agraves ruas para a produccedilatildeo de mateacuterias cumpria seu ofiacutecio obviamente mediante registros de fatos e (ou) assuntos de interesses notadamente jornaliacutestico considerando para tanto a proacutepria natureza da atividade empresarial exercida pela empregadora Inviaacutevel portanto a admissibilidade do recurso de revista em razatildeo da impossibilidade de exame da alegaccedilatildeo de afronta ao Decreto nordm 8413479 visto tratar-se de hipoacutetese natildeo contemplada na letra c do artigo 896 da CLT Por outro lado por violaccedilatildeo dos artigos 2ordm da Lei nordm 661578 e 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 tambeacutem natildeo logra ecircxito a Agravante no intuito de ver autorizado o processamento do recurso de revista No primeiro dispositivo apenas dispotildee-se que o radialista eacute o empregado de radiodifusatildeo exercente de atividades voltadas agrave administraccedilatildeo produccedilatildeo ou teacutecnica No segundo definem-se as profissotildees de repoacuterter e repoacuterter cinematograacutefico salientando-se que a esse uacuteltimo cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico hipoacutetese identificada pelo Regional 2 Agravo de instrumento a que se nega provimento Vistos relatados e discutidos estes autos do Agravo de Instrumento em Recurso de Revista nordm TST-AIRR-6182001-751-04-401 em que eacute Agravante RBS TV SANTA ROSA LTDA e Agravado CLOacuteVIS SANTACATARINA A Reclamada interpotildee agravo de instrumento ao despacho de fls 113-115 mediante o qual foi denegado seguimento ao recurso de revista sob o fundamento de que a decisatildeo decorreu da aplicaccedilatildeo das normas pertinentes uma vez que da situaccedilatildeo faacutetica delineada nos autos natildeo haacute como se extrair ofensa ao artigo 2ordm da Lei nordm 661578 na forma do artigo 896 c da CLT Contraminuta agraves fls 122-124 Natildeo houve remessa dos autos agrave Procuradoria Geral do Trabalho em face da orientaccedilatildeo emanada da Resoluccedilatildeo Administrativa nordm 322 atualmente retratada no artigo 82 do Regimento Interno do Tribunal Superior do

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Trabalho Eacute o relatoacuterio V O T O I CONHECIMENTO Conheccedilo do agravo de instrumento porque regular e tempestivo II MEacuteRITO O Tribunal Regional ao apreciar o recurso ordinaacuterio interposto pela Reclamada no tocante ao reconhecimento da condiccedilatildeo de jornalista ao Reclamante pela Vara do Trabalho decidiu O MM Juiacutezo de primeiro grau acolheu as alegaccedilotildees do reclamante de exerciacutecio de profissatildeo jornaliacutestica de repoacuterter cinematograacutefico condenando a reclamada a pagar diferenccedilas salariais e reflexos Contra esta decisatildeo volta-se a reacute sustentando que o reclamante era operador de cacircmera funccedilatildeo capitulada na profissatildeo de radialista A recorrente tem razatildeo parcialmente Tomando-se a hipoacutetese de confirmar a sentenccedila enquanto reconhece ter o reclamante exercido a funccedilatildeo de repoacuterter cinematograacutefico em todo o contrato existe um marco temporal e juriacutedico que deve ser considerado A funccedilatildeo de repoacuterter cinematograacutefico eacute exclusiva da profissatildeo de jornalista Eacute uma atividade que estaacute reservada aos jornalistas formados assim como estabelecido no DL 97269 O reclamante natildeo demonstra a partir de quando conquistou a diplomaccedilatildeo como jornalista devendo-se considerar apenas pelo que oferecem os autos a data de 16 de junho de 1998 dia em que o reclamante foi registrado no Ministeacuterio do Trabalho como jornalista profissional na funccedilatildeo especiacutefica de repoacuterter cinematograacutefico Considerando que o Ministeacuterio do Trabalho natildeo pode registrar jornalistas natildeo diplomados exceccedilatildeo feita aos provisionados tem-se que o reclamante adquiriu esta condiccedilatildeo nesse dia Antes embora pudesse fazer ou fizesse atividades privativas de jornalistas natildeo pode ser considerado juridicamente como tal Assim em qualquer hipoacutetese de manutenccedilatildeo do reconhecimento da funccedilatildeo de jornaliacutestica esta deve gerar os efeitos pleiteados somente a partir de 16 de junho de 1998 Jaacute quanto a ter exercido ou natildeo funccedilatildeo jornaliacutestica a conclusatildeo eacute de manutenccedilatildeo da sentenccedila Natildeo eacute o fato de estar acompanhado por repoacuterter entrevistador que o cinegrafista perde a condiccedilatildeo de jornalista Trata-se de uma equipe de profissionais jornalistas Um exemplo que melhor ilustra o descabimento da distinccedilatildeo que pretende fazer o apelo eacute a situaccedilatildeo dos fotoacutegrafos ou repoacuterteres fotograacuteficos O fotoacutegrafo sai com a pauta junto com o repoacuterter (ou natildeo e isto tambeacutem acontecia com o reclamante como o reconhecem as testemunhas inclusive trazidas pela reclamada) e enquanto o repoacuterter investiga os dados necessaacuterios para a mateacuteria o fotoacutegrafo registra as cenas mas nem por isto eacute rebaixado da condiccedilatildeo de jornalista para dir- se-ia operador de cacircmera fotograacutefica O que se pode discutir seria o interesse jornaliacutestico das mateacuterias cobertas pelo jornalista reclamante Com efeito os comerciais produzidos e gravados pelo autor natildeo tecircm esse interesse e os eventos promocionais da reclamada recebem dela mesma uma atribuiccedilatildeo desse interesse embora natildeo o tenha imediata e objetivamente mas para efeitos do trabalho executado pelo reclamante deve ser considerado um trabalho jornaliacutestico Foi correta a decisatildeo natildeo merecendo qualquer reparo a natildeo ser o juriacutedico-temporal jaacute mencionado Nesta perspectiva o provimento do recurso eacute parcial (fls 97-99) Ao interpor o recurso de revista a Empresa alegou que o Reclamante na condiccedilatildeo de operador de cacircmera e operador de cacircmera de unidade portaacutetil externa acompanhando o repoacuterter como reconheceu o Regional natildeo pode ser

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enquadrado como jornalista porquanto ao repoacuterter eacute dado cumprir a determinaccedilatildeo de coletar notiacutecias ou informaccedilotildees e elaboraacute-las a fim de viabilizar posterior divulgaccedilatildeo e ao repoacuterter-cinematograacutefico cabe registrar cinematograficamente fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico razatildeo pela qual entende que a atividade do Reclamante eacute proacutepria de radialista categoria agrave qual pertencia Acrescenta que o artigo 2ordm da Lei nordm 661578 estabelece considera-se radialista o empregado de Radiodifusatildeo que exerccedila uma das funccedilotildees em que se desdobram as atividades mencionadas no artigo 4ordm ou seja operador de cacircmara e operador de cacircmara de unidade portaacutetil externa cuja regulamentaccedilatildeo profissional consta do Decreto nordm 8413479 e as atribuiccedilotildees do Quadro Anexo do mesmo decreto item II letra c nordm 3 com a seguinte redaccedilatildeo encarrega-se da gravaccedilatildeo de mateacuteria distribuiacuteda pelo Supervisor de Operaccedilotildees planifica e orienta o entrevistador repoacuterter e iluminador no que se refere aos aspectos teacutecnicos de seu trabalho suas atividades envolvem tanto a gravaccedilatildeo como a geraccedilatildeo de som e imagem atraveacutes de equipamentos eletrocircnico portaacutetil de TV Fundamenta o apelo em violaccedilatildeo dos artigos 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 2ordm da Lei nordm 661578 e do Decreto nordm 8413479 e Quadro Anexo do mesmo decreto item II letra c nordm 3 Inicialmente deve-se registrar a impossibilidade de exame da alegaccedilatildeo de afronta ao Decreto nordm 8413479 visto tratar-se de hipoacutetese natildeo contemplada na letra c do artigo 896 da CLT No tocante agrave ofensa aos artigos 2ordm da Lei nordm 661578 e 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 tambeacutem natildeo logra ecircxito a Agravante no intuito de ver autorizado o processamento do recurso de revista No primeiro dispositivo apenas dispotildee-se que o radialista eacute o empregado de radiodifusatildeo exercente de atividades voltadas agrave administraccedilatildeo produccedilatildeo ou teacutecnica No segundo definem-se as profissotildees de repoacuterter e repoacuterter cinematograacutefico salientando-se que a esse uacuteltimo cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico Ora dos termos da decisatildeo impugnada via recurso de revista nada haacute que conflite com tais dispositivos legais Afinal segundo o Tribunal Regional do Trabalho o Reclamante no exerciacutecio de suas atividades aleacutem de ter acompanhado o repoacuterter entrevistador na produccedilatildeo de mateacuterias fato que por si soacute natildeo lhe retira a condiccedilatildeo de jornalista - tambeacutem de acordo com depoimentos testemunhais saiacutea agrave rua com a pauta que lhe era dirigida para sozinho produzir as mateacuterias solicitadas pelo empregador o que de acordo com o teor dos dispositivos tidos por vulnerados permite concluir pelo exerciacutecio da profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico e natildeo simplesmente de operador de cacircmera visto que ao sair agraves ruas para a produccedilatildeo de mateacuterias cumpria seu ofiacutecio obviamente mediante registros de fatos e (ou) assuntos de interesses notadamente jornaliacutestico considerando para tanto a proacutepria natureza da atividade empresarial exercida pela empregadora Por esses fundamentos nego provimento ao agravo de instrumento ISTO POSTO ACORDAM os Ministros da Primeira Turma do Tribunal Superior do Trabalho por unanimidade negar provimento ao agravo de instrumento Brasiacutelia 9 de novembro de 2005 EMMANOEL PEREIRA Ministro Relator

NIA 3981288

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ANEXO I ndash DECRETO Nordm 83284 DE 13 DE MARCcedilO DE 1979

PROFISSAtildeO DE JORNALISTA

Daacute nova regulamentaccedilatildeo ao Decreto-lei nordm 972 de 17 de outubro de 1969 que dispotildee sobre o exerciacutecio da profissatildeo de Jornalista em decorrecircncia das alteraccedilotildees introduzidas pela Lei nordm 6612 de 7 de dezembro de 1978

O Presidente da Repuacuteblica usando da atribuiccedilatildeo que lhe confere o art 81 item

III da Constituiccedilatildeo decreta

Art 1ordm Eacute livre em todo territoacuterio nacional o exerciacutecio da profissatildeo de Jornalista aos que satisfazerem as condiccedilotildees estabelecidas neste Decreto

Art 2ordm A profissatildeo de Jornalista compreende privativamente o exerciacutecio habitual e remunerado de qualquer das seguintes atividades

I - redaccedilatildeo condensaccedilatildeo titulaccedilatildeo interpretaccedilatildeo correccedilatildeo ou coordenaccedilatildeo de mateacuteria a ser divulgada contenha ou natildeo comentaacuterio

II - comentaacuterio ou crocircnica pelo raacutedio ou pela televisatildeo III - entrevista inqueacuterito ou reportagem escrita ou falada IV - planejamento organizaccedilatildeo direccedilatildeo e eventual execuccedilatildeo de serviccedilos

teacutecnicos de Jornalismo como os de arquivo ilustraccedilatildeo ou distribuiccedilatildeo graacutefica de mateacuteria a ser divulgada

V - planejamento organizaccedilatildeo e administraccedilatildeo teacutecnica dos serviccedilos de que trata a aliacutenea ldquoardquo

VI - ensino de teacutecnicas de Jornalismo VII - coleta de notiacutecias ou informaccedilotildees e seu preparo para divulgaccedilatildeo VIII - revisatildeo de originais de mateacuteria jornaliacutestica com vistas agrave correccedilatildeo

redacional e agrave adequaccedilatildeo da linguagem XIX - organizaccedilatildeo e conservaccedilatildeo de arquivo jornaliacutestico e pesquisa dos

respectivos dados para a elaboraccedilatildeo de notiacutecias X - execuccedilatildeo de distribuiccedilatildeo graacutefica de texto fotografia ou ilustraccedilatildeo de

caraacuteter jornaliacutestico para fins de divulgaccedilatildeo XI - execuccedilatildeo de desenhos artiacutesticos ou teacutecnicos de caraacuteter jornaliacutestico para

fins de divulgaccedilatildeo Art 3ordm Considera-se empresa jornaliacutestica para os efeitos deste Decreto-lei

aquela que tenha como atividade a ediccedilatildeo de jornal ou revista ou a distribuiccedilatildeo de noticiaacuterio com funcionamento efetivo idoneidade financeira e registro legal

sect 1ordm Equipara-se agrave empresa jornaliacutestica a seccedilatildeo ou serviccedilo de empresa de radiofusatildeo televisatildeo ou divulgaccedilatildeo cinematograacutefica ou de agecircncia de publicidade onde sejam exercidas as atividades previstas no artigo 2ordm0

sect 2ordm A entidade puacuteblica ou privada natildeo jornaliacutestica sob cuja responsabilidade se editar publicaccedilatildeo destinada a circulaccedilatildeo externa estaacute obrigada ao cumprimento deste decreto relativamente aos jornalistas que contratar

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Art 4ordm O exerciacutecio da profissatildeo de jornalista requer preacutevio registro no oacutergatildeo regional do Ministeacuterio do Trabalho que se faraacute mediante a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash diploma de curso de niacutevel superior de Jornalismo ou de Comunicaccedilatildeo Social habilitaccedilatildeo Jornalismo fornecido por estabelecimento de ensino reconhecido na forma da lei para as funccedilotildees relacionadas nos itens I a IV do artigo 11

IV ndash Carteira de Trabalho e Previdecircncia Social

Paraacutegrafo uacutenico ndash Aos profissionais registrados exclusivamente para o exerciacutecio das funccedilotildees relacionadas nos itens VII a XI do artigo 11 eacute vedado o exerciacutecio das funccedilotildees constantes nos itens I a VII do mesmo artigo

Art 5ordm O Ministeacuterio do Trabalho concederaacute desde que satisfeitas as exigecircncias constantes neste Decreto registro especial ao

I ndash colaborador assim entendido aquele que mediante remuneraccedilatildeo e sem relaccedilatildeo de emprego produz trabalho de natureza teacutecnica cientiacutefica ou cultural relacionando com a sua especializaccedilatildeo para ser divulgado com o nome e qualificaccedilatildeo do autor

II ndash funcionaacuterio puacuteblico titular de cargo cujas atribuiccedilotildees legais coincidam com as mencionadas no artigo 2ordm

III ndash provisionado

Paraacutegrafo uacutenico ndash O registro de que tratam os itens I e II deste artigo natildeo implica o reconhecimento de quaisquer direitos que decorram da condiccedilatildeo de empregado nem no caso do item II dos resultantes do exerciacutecio privado e autocircnomo da profissatildeo

Art 6ordm Para o registro especial de colaborador eacute necessaacuteria a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash declaraccedilatildeo de empresa jornaliacutestica ou que a ela seja equiparada informando do seu interesse pelo registro de colaborador do candidato onde conste a sua especializaccedilatildeo remuneraccedilatildeo contratada e pseudocircnimo se houver

Art 7ordm Para o registro especial de funcionaacuterio puacuteblico titular de cargo cujas atribuiccedilotildees legais coincidam com as mencionadas no artigo 2ordm eacute necessaacuterio a apresentaccedilatildeo de ato de nomeaccedilatildeo ou contrataccedilatildeo para cargo ou emprego com aquelas atribuiccedilotildees aleacutem do cumprimento do que estabelece o artigo 4ordm

Art 8ordm Para o registro especial de provisionado eacute necessaacuterio a apresentaccedilatildeo de

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I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash declaraccedilatildeo fornecida pela empresa jornaliacutestica ou que a ela seja equiparada na qual conste a funccedilatildeo a ser exercida e o salaacuterio correspondente

IV ndash diploma de curso de niacutevel superior ou certificado de ensino de 2ordm grau fornecido por estabelecimento de ensino reconhecido na forma da lei para as funccedilotildees relacionadas nos itens I a VII do artigo 11

V ndash declaraccedilatildeo fornecida pela entidade sindical representativa da categoria profissional com base territorial abrangendo o municiacutepio no qual o provisionado iraacute desempenhar suas funccedilotildees de que natildeo haacute jornalista associado do Sindicato domiciliado naquele municiacutepio disponiacutevel da contrataccedilatildeo

VI ndash Carteira de Trabalho e Previdecircncia Social

sect 1ordm A declaraccedilatildeo de que trata o item V deveraacute ser fornecida pelo Sindicato ao interessado no prazo de 3 dias uacuteteis

sect 2ordm Caso exista profissional domiciliado no municiacutepio disponiacutevel para contrataccedilatildeo o Sindicato comunicaraacute tal fato ao Ministeacuterio do Trabalho no mesmo prazo de 3 dias a contar do pedido de fornecimento da declaraccedilatildeo de que trata o item V

sect 3ordm Caso o Sindicato natildeo forneccedila a declaraccedilatildeo de que trata o item V no prazo mencionado no sect 1ordm o interessado poderaacute instruir seu pedido de registro com o protocolo de apresentaccedilatildeo do requerimento ao Sindicato

sect 4ordm Na hipoacutetese prevista no paraacutegrafo anterior o Ministeacuterio do Trabalho concederaacute ao Sindicato prazo natildeo superior a 3 dias para se manifestar sobre o fornecimento da declaraccedilatildeo caso natildeo tenha ocorrido o fato constante no sect 2ordm

sect 5ordm O registro especial de provisionado teraacute caraacuteter temporaacuterio com duraccedilatildeo maacutexima de trecircs anos renovaacutevel somente com a apresentaccedilatildeo de toda a documentaccedilatildeo prevista neste artigo

Art 9ordm Seraacute efetuado no Ministeacuterio do Trabalho registro dos diretores de empresas jornaliacutesticas que natildeo sendo jornalistas respondem pelas respectivas publicaccedilotildees para o que eacute necessaacuterio a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash prova de registro civil ou comercial da empresa jornaliacutestica com o inteiro teor do seu ato constitutivo

IV ndash prova de depoacutesito do tiacutetulo da publicaccedilatildeo ou da agecircncia de notiacutecias no oacutergatildeo competente do Ministeacuterio da Induacutestria e do Comeacutercio

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V ndash 30 exemplares do jornal ou 12 exemplares da revista ou 30 recortes ou coacutepias de noticiaacuterio com datas diferentes de sua divulgaccedilatildeo

sect 1ordm Tratando-se de empresa nova o Ministeacuterio do Trabalho efetuaraacute registro provisoacuterio com validade por 2 anos tornando-se definitivo apoacutes a comprovaccedilatildeo constante do item V deste artigo

sect 2ordm Natildeo seraacute admitida renovaccedilatildeo ou prorrogaccedilatildeo do prazo de validade do registro provisoacuterio previsto no paraacutegrafo anterior

Art 10ordm Seraacute efetuado no Ministeacuterio do Trabalho registro especial do diretor de empresa natildeo jornaliacutestica sob cuja responsabilidade se editar publicaccedilatildeo destinada agrave circulaccedilatildeo externa ou interna para o que se exigiraacute a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash prova de depoacutesito do tiacutetulo da publicaccedilatildeo no oacutergatildeo competente do Ministeacuterio da Induacutestria e do Comeacutercio

Art 11 ndash As funccedilotildees desempenhadas pelos jornalistas como empregados seratildeo assim classificadas

I - Redator aquele que aleacutem das incumbecircncias de redaccedilatildeo comum tem o encargo de redigir editoriais crocircnicas ou comentaacuterios

II - Noticiarista aquele que tem o encargo de redigir mateacuterias de caraacuteter informativo desprovidas de apreciaccedilotildees ou comentaacuterios preparando-as ou redigindo-as para a divulgaccedilatildeo

III - Repoacuterter aquele que cumpre a determinaccedilatildeo de colher notiacutecias ou informaccedilotildees preparando-as para divulgaccedilatildeo

IV - Repoacuterter de setor aquele que tem o encargo de colher notiacutecias ou informaccedilotildees sobre assuntos predeterminados preparando-as ou redigindo-as para divulgaccedilatildeo

V - Raacutedio-repoacuterter aquele a quem cabe a difusatildeo oral de acontecimento ou entrevista pelo raacutedio ou pela televisatildeo no instante ou no local em que ocorram assim como o comentaacuterio ou crocircnica pelos mesmos veiacuteculos

VI - Arquivista-pesquisador aquele que tem a incumbecircncia de organizar e conservar cultural e tecnicamente o arquivo redatorial procedendo agrave pesquisa dos respectivos dados para a elaboraccedilatildeo de notiacutecias

VII - Revisor aquele que tem o encargo de rever as provas tipograacuteficas de mateacuteria jornaliacutestica

VIII - Ilustrador aquele que tem a seu cargo criar ou executar desenhos artiacutesticos ou teacutecnicos de caraacuteter jornaliacutestico

XIX - Repoacuterter-fotograacutefico aquele a quem cabe registrar fotograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico

X - Repoacuterter-cinematograacutefico aquele a quem cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico

XI - Diagramador aquele a quem compete planejar e executar a distribuiccedilatildeo graacutefica de mateacuterias fotografias ou ilustraccedilotildees de caraacuteter jornaliacutestico para fins de publicaccedilatildeo

Paraacutegrafo uacutenico ndash Os Sindicatos seratildeo ouvidos sobre o exato enquadramento de cada profissional

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Art 12ordm Seratildeo privativas de jornalista as funccedilotildees pertinentes agraves atividades

descritas no artigo 2ordm tais como Editor Secretaacuterio Subsecretaacuterio Chefe de reportagem e Chefe de Revisatildeo

Art 13ordm Natildeo haveraacute incompatibilidade entre o exerciacutecio da profissatildeo de Jornalista e o de qualquer outra funccedilatildeo remunerada ainda que puacuteblica respeitadas a proibiccedilatildeo de acumular cargos e as demais restriccedilotildees de lei

Art 14ordm Seraacute passiacutevel de trancamento o registro profissional do jornalista que sem motivo legal deixar de exercer a profissatildeo por mais de 2 anos

sect 1ordm Natildeo incide na cominaccedilatildeo deste artigo o afastamento decorrente de a) suspensatildeo ou interrupccedilatildeo do contrato de trabalho b) aposentadoria como jornalista c) viagem ou bolsa de estudo para aperfeiccediloamento profissional d) desemprego apurado na forma da Lei nordm 4923 de 23 de dezembro de

1965

sect 2ordm O trancamento seraacute da competecircncia do oacutergatildeo regional do Ministeacuterio do Trabalho de ofiacutecio ou requerimento da entidade sindical representativa da categoria profissional cabendo a esta fazer publicar em oacutergatildeo oficial por trecircs vezes consecutivas e dentro de um interstiacutecio de dois anos a relaccedilatildeo dos jornalistas cujos registros pretende trancar

sect 3ordm Os oacutergatildeos do Ministeacuterio do Trabalho prestaratildeo aos sindicatos representativos da categoria profissional as informaccedilotildees que lhes forem solicitadas especialmente quanto ao registro de admissotildees e dispensas nas empresas jornaliacutesticas realizando as inspeccedilotildees que se tornarem necessaacuterias para a verificaccedilatildeo do exerciacutecio da profissatildeo de jornalista

sect 4ordm O exerciacutecio da atividade em empresa natildeo jornaliacutestica mencionada no artigo 3ordm sect 2ordm natildeo constituiraacute prova suficiente de permanecircncia na profissatildeo se a publicaccedilatildeo e seu responsaacutevel natildeo tiverem registro nos termos deste Decreto

sect 5ordm O registro trancado suspende a titularidade e o exerciacutecio das prerrogativas profissionais mas pode ser revalidado mediante apresentaccedilatildeo dos documentos mencionados nos itens II e III do artigo 4ordm

Art 15ordm O salaacuterio de jornalista natildeo poderaacute ser reajustado nos contratos individuais de trabalho para a jornada normal de 5 horas em base inferior agrave do salaacuterio estipulado para a respectiva funccedilatildeo em acordo ou convenccedilatildeo coletiva de trabalho ou sentenccedila normativa das Justiccedila do Trabalho

Paraacutegrafo uacutenico ndash Em negociaccedilatildeo ou dissiacutedio coletivo poderatildeo os Sindicatos de Jornalistas reclamar o estabelecimento de criteacuterio de remuneraccedilatildeo adicional pela divulgaccedilatildeo de trabalho produzido por jornalistas em mais de um veiacuteculo de comunicaccedilatildeo coletiva

Art 16ordm A admissatildeo de provisionado para exercer funccedilotildees relacionadas nos itens I a VII do artigo 11 seraacute permitida nos municiacutepios onde natildeo existia curso de Jornalismo reconhecido na forma de lei e comprovadamente natildeo haja jornalista domiciliado associado do sindicato representativo da categoria profissional disponiacutevel para contrataccedilatildeo

Paraacutegrafo uacutenico ndash O provisionado nos termos deste artigo poderaacute exercer suas atividades somente no municiacutepio para o qual foi registrado

Art 17ordm Os atuais portadores de registro especial de provisionado poderatildeo exercer suas atividades no Estado onde foram contratados

Art 18 ndash A fiscalizaccedilatildeo do cumprimento dos dispositivos deste Decreto se faraacute na forma do artigo 626 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho sendo aplicaacutevel aos

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infratores multa variaacutevel de 1 a 10 vezes o maior valor de referecircncia fixado de acordo com o artigo 2ordm paraacutegrafo uacutenico da Lei nordm 6205 de 29 de abril de 1975

Paraacutegrafo uacutenico ndash Aos sindicatos representativos da categoria profissional incumbe representar agraves autoridades competentes acerca do exerciacutecio irregular da profissatildeo de Jornalista

Art 19ordm Constitui fraude a prestaccedilatildeo de serviccedilos profissionais gratuitos ou com pagamentos simboacutelicos sob pretexto de estaacutegio bolsa de complementaccedilatildeo convecircnio ou qualquer outra modalidade em desrespeito agrave legislaccedilatildeo trabalhista e a este regulamento

Art 20ordm O disposto neste Decreto natildeo impede a conclusatildeo dos estaacutegios comprovadamente iniciados antes da vigecircncia da Lei nordm 6612 de 7 de dezembro de 1978 os quais entretanto natildeo conferiratildeo por si soacutes direito ao registro profissional

Art 21ordm Este Decreto entra em vigor na data da sua publicaccedilatildeo revogadas as disposiccedilotildees em contraacuterio especialmente os Decretos nordms 65912 de 19 de dezembro de 1969 e 68629 de 18 de maio de 1971

Brasiacutelia 13 de marccedilo de 1979 158ordm da Independecircncia e 91ordm da Repuacuteblica (DO de 13-3-79)

Ernesto Geisel Arnaldo Prieto

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ANEXO II ndash ACOacuteRDAtildeO TST-AIRR-6182001-751-04-401

Acoacuterdatildeo Inteiro Teor NUacuteMERO UacuteNICO PROC AIRR - 6182001-751-04-40 PUBLICACcedilAtildeO DJ - 10022006 Andamento do Processo

PROC Nordm TST-AIRR-6182001-751-04-401 C A C Oacute R D Atilde O 1ordf Turma EMPMs REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO CARACTERIZACcedilAtildeO INDEPENDEcircNCIA NO EXERCIacuteCIO DE SUAS ATIVIDADES REGISTROS DE ASSUNTOS E TEMAacuteTICAS DE INTERESSES JORNALIacuteSTICOS 1 Segundo o Tribunal Regional do Trabalho o Reclamante no exerciacutecio de suas atividades aleacutem de ter acompanhado o repoacuterter entrevistador na produccedilatildeo de mateacuterias fato que por si soacute natildeo lhe retira a condiccedilatildeo de jornalista - e tambeacutem de acordo com depoimentos testemunhais saiacutea agrave rua com a pauta que lhe era dirigida para sozinho produzir as mateacuterias solicitadas pelo empregador o que de acordo com o teor dos dispositivos tidos por vulnerados permite concluir o exerciacutecio da profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico e natildeo simplesmente de operador de cacircmera visto que ao sair agraves ruas para a produccedilatildeo de mateacuterias cumpria seu ofiacutecio obviamente mediante registros de fatos e (ou) assuntos de interesses notadamente jornaliacutestico considerando para tanto a proacutepria natureza da atividade empresarial exercida pela empregadora Inviaacutevel portanto a admissibilidade do recurso de revista em razatildeo da impossibilidade de exame da alegaccedilatildeo de afronta ao Decreto nordm 8413479 visto tratar-se de hipoacutetese natildeo contemplada na letra c do artigo 896 da CLT Por outro lado por violaccedilatildeo dos artigos 2ordm da Lei nordm 661578 e 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 tambeacutem natildeo logra ecircxito a Agravante no intuito de ver autorizado o processamento do recurso de revista No primeiro dispositivo apenas dispotildee-se que o radialista eacute o empregado de radiodifusatildeo exercente de atividades voltadas agrave administraccedilatildeo produccedilatildeo ou teacutecnica No segundo definem-se as profissotildees de repoacuterter e repoacuterter cinematograacutefico salientando-se que a esse uacuteltimo cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico hipoacutetese identificada pelo Regional 2 Agravo de instrumento a que se nega provimento Vistos relatados e discutidos estes autos do Agravo de Instrumento em Recurso de Revista nordm TST-AIRR-6182001-751-04-401 em que eacute Agravante RBS TV SANTA ROSA LTDA e Agravado CLOacuteVIS SANTACATARINA A Reclamada interpotildee agravo de instrumento ao despacho de fls 113-115 mediante o qual foi denegado seguimento ao recurso de revista sob o fundamento de que a decisatildeo decorreu da aplicaccedilatildeo das normas pertinentes uma vez que da situaccedilatildeo faacutetica delineada nos autos natildeo haacute como se extrair ofensa ao artigo 2ordm da Lei nordm 661578 na forma do artigo 896 c da CLT Contraminuta agraves fls 122-124 Natildeo houve remessa dos autos agrave Procuradoria Geral do Trabalho em face da orientaccedilatildeo emanada da Resoluccedilatildeo Administrativa nordm 322 atualmente retratada no artigo 82 do Regimento Interno do Tribunal Superior do

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Trabalho Eacute o relatoacuterio V O T O I CONHECIMENTO Conheccedilo do agravo de instrumento porque regular e tempestivo II MEacuteRITO O Tribunal Regional ao apreciar o recurso ordinaacuterio interposto pela Reclamada no tocante ao reconhecimento da condiccedilatildeo de jornalista ao Reclamante pela Vara do Trabalho decidiu O MM Juiacutezo de primeiro grau acolheu as alegaccedilotildees do reclamante de exerciacutecio de profissatildeo jornaliacutestica de repoacuterter cinematograacutefico condenando a reclamada a pagar diferenccedilas salariais e reflexos Contra esta decisatildeo volta-se a reacute sustentando que o reclamante era operador de cacircmera funccedilatildeo capitulada na profissatildeo de radialista A recorrente tem razatildeo parcialmente Tomando-se a hipoacutetese de confirmar a sentenccedila enquanto reconhece ter o reclamante exercido a funccedilatildeo de repoacuterter cinematograacutefico em todo o contrato existe um marco temporal e juriacutedico que deve ser considerado A funccedilatildeo de repoacuterter cinematograacutefico eacute exclusiva da profissatildeo de jornalista Eacute uma atividade que estaacute reservada aos jornalistas formados assim como estabelecido no DL 97269 O reclamante natildeo demonstra a partir de quando conquistou a diplomaccedilatildeo como jornalista devendo-se considerar apenas pelo que oferecem os autos a data de 16 de junho de 1998 dia em que o reclamante foi registrado no Ministeacuterio do Trabalho como jornalista profissional na funccedilatildeo especiacutefica de repoacuterter cinematograacutefico Considerando que o Ministeacuterio do Trabalho natildeo pode registrar jornalistas natildeo diplomados exceccedilatildeo feita aos provisionados tem-se que o reclamante adquiriu esta condiccedilatildeo nesse dia Antes embora pudesse fazer ou fizesse atividades privativas de jornalistas natildeo pode ser considerado juridicamente como tal Assim em qualquer hipoacutetese de manutenccedilatildeo do reconhecimento da funccedilatildeo de jornaliacutestica esta deve gerar os efeitos pleiteados somente a partir de 16 de junho de 1998 Jaacute quanto a ter exercido ou natildeo funccedilatildeo jornaliacutestica a conclusatildeo eacute de manutenccedilatildeo da sentenccedila Natildeo eacute o fato de estar acompanhado por repoacuterter entrevistador que o cinegrafista perde a condiccedilatildeo de jornalista Trata-se de uma equipe de profissionais jornalistas Um exemplo que melhor ilustra o descabimento da distinccedilatildeo que pretende fazer o apelo eacute a situaccedilatildeo dos fotoacutegrafos ou repoacuterteres fotograacuteficos O fotoacutegrafo sai com a pauta junto com o repoacuterter (ou natildeo e isto tambeacutem acontecia com o reclamante como o reconhecem as testemunhas inclusive trazidas pela reclamada) e enquanto o repoacuterter investiga os dados necessaacuterios para a mateacuteria o fotoacutegrafo registra as cenas mas nem por isto eacute rebaixado da condiccedilatildeo de jornalista para dir- se-ia operador de cacircmera fotograacutefica O que se pode discutir seria o interesse jornaliacutestico das mateacuterias cobertas pelo jornalista reclamante Com efeito os comerciais produzidos e gravados pelo autor natildeo tecircm esse interesse e os eventos promocionais da reclamada recebem dela mesma uma atribuiccedilatildeo desse interesse embora natildeo o tenha imediata e objetivamente mas para efeitos do trabalho executado pelo reclamante deve ser considerado um trabalho jornaliacutestico Foi correta a decisatildeo natildeo merecendo qualquer reparo a natildeo ser o juriacutedico-temporal jaacute mencionado Nesta perspectiva o provimento do recurso eacute parcial (fls 97-99) Ao interpor o recurso de revista a Empresa alegou que o Reclamante na condiccedilatildeo de operador de cacircmera e operador de cacircmera de unidade portaacutetil externa acompanhando o repoacuterter como reconheceu o Regional natildeo pode ser

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enquadrado como jornalista porquanto ao repoacuterter eacute dado cumprir a determinaccedilatildeo de coletar notiacutecias ou informaccedilotildees e elaboraacute-las a fim de viabilizar posterior divulgaccedilatildeo e ao repoacuterter-cinematograacutefico cabe registrar cinematograficamente fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico razatildeo pela qual entende que a atividade do Reclamante eacute proacutepria de radialista categoria agrave qual pertencia Acrescenta que o artigo 2ordm da Lei nordm 661578 estabelece considera-se radialista o empregado de Radiodifusatildeo que exerccedila uma das funccedilotildees em que se desdobram as atividades mencionadas no artigo 4ordm ou seja operador de cacircmara e operador de cacircmara de unidade portaacutetil externa cuja regulamentaccedilatildeo profissional consta do Decreto nordm 8413479 e as atribuiccedilotildees do Quadro Anexo do mesmo decreto item II letra c nordm 3 com a seguinte redaccedilatildeo encarrega-se da gravaccedilatildeo de mateacuteria distribuiacuteda pelo Supervisor de Operaccedilotildees planifica e orienta o entrevistador repoacuterter e iluminador no que se refere aos aspectos teacutecnicos de seu trabalho suas atividades envolvem tanto a gravaccedilatildeo como a geraccedilatildeo de som e imagem atraveacutes de equipamentos eletrocircnico portaacutetil de TV Fundamenta o apelo em violaccedilatildeo dos artigos 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 2ordm da Lei nordm 661578 e do Decreto nordm 8413479 e Quadro Anexo do mesmo decreto item II letra c nordm 3 Inicialmente deve-se registrar a impossibilidade de exame da alegaccedilatildeo de afronta ao Decreto nordm 8413479 visto tratar-se de hipoacutetese natildeo contemplada na letra c do artigo 896 da CLT No tocante agrave ofensa aos artigos 2ordm da Lei nordm 661578 e 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 tambeacutem natildeo logra ecircxito a Agravante no intuito de ver autorizado o processamento do recurso de revista No primeiro dispositivo apenas dispotildee-se que o radialista eacute o empregado de radiodifusatildeo exercente de atividades voltadas agrave administraccedilatildeo produccedilatildeo ou teacutecnica No segundo definem-se as profissotildees de repoacuterter e repoacuterter cinematograacutefico salientando-se que a esse uacuteltimo cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico Ora dos termos da decisatildeo impugnada via recurso de revista nada haacute que conflite com tais dispositivos legais Afinal segundo o Tribunal Regional do Trabalho o Reclamante no exerciacutecio de suas atividades aleacutem de ter acompanhado o repoacuterter entrevistador na produccedilatildeo de mateacuterias fato que por si soacute natildeo lhe retira a condiccedilatildeo de jornalista - tambeacutem de acordo com depoimentos testemunhais saiacutea agrave rua com a pauta que lhe era dirigida para sozinho produzir as mateacuterias solicitadas pelo empregador o que de acordo com o teor dos dispositivos tidos por vulnerados permite concluir pelo exerciacutecio da profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico e natildeo simplesmente de operador de cacircmera visto que ao sair agraves ruas para a produccedilatildeo de mateacuterias cumpria seu ofiacutecio obviamente mediante registros de fatos e (ou) assuntos de interesses notadamente jornaliacutestico considerando para tanto a proacutepria natureza da atividade empresarial exercida pela empregadora Por esses fundamentos nego provimento ao agravo de instrumento ISTO POSTO ACORDAM os Ministros da Primeira Turma do Tribunal Superior do Trabalho por unanimidade negar provimento ao agravo de instrumento Brasiacutelia 9 de novembro de 2005 EMMANOEL PEREIRA Ministro Relator

NIA 3981288

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Art 4ordm O exerciacutecio da profissatildeo de jornalista requer preacutevio registro no oacutergatildeo regional do Ministeacuterio do Trabalho que se faraacute mediante a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash diploma de curso de niacutevel superior de Jornalismo ou de Comunicaccedilatildeo Social habilitaccedilatildeo Jornalismo fornecido por estabelecimento de ensino reconhecido na forma da lei para as funccedilotildees relacionadas nos itens I a IV do artigo 11

IV ndash Carteira de Trabalho e Previdecircncia Social

Paraacutegrafo uacutenico ndash Aos profissionais registrados exclusivamente para o exerciacutecio das funccedilotildees relacionadas nos itens VII a XI do artigo 11 eacute vedado o exerciacutecio das funccedilotildees constantes nos itens I a VII do mesmo artigo

Art 5ordm O Ministeacuterio do Trabalho concederaacute desde que satisfeitas as exigecircncias constantes neste Decreto registro especial ao

I ndash colaborador assim entendido aquele que mediante remuneraccedilatildeo e sem relaccedilatildeo de emprego produz trabalho de natureza teacutecnica cientiacutefica ou cultural relacionando com a sua especializaccedilatildeo para ser divulgado com o nome e qualificaccedilatildeo do autor

II ndash funcionaacuterio puacuteblico titular de cargo cujas atribuiccedilotildees legais coincidam com as mencionadas no artigo 2ordm

III ndash provisionado

Paraacutegrafo uacutenico ndash O registro de que tratam os itens I e II deste artigo natildeo implica o reconhecimento de quaisquer direitos que decorram da condiccedilatildeo de empregado nem no caso do item II dos resultantes do exerciacutecio privado e autocircnomo da profissatildeo

Art 6ordm Para o registro especial de colaborador eacute necessaacuteria a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash declaraccedilatildeo de empresa jornaliacutestica ou que a ela seja equiparada informando do seu interesse pelo registro de colaborador do candidato onde conste a sua especializaccedilatildeo remuneraccedilatildeo contratada e pseudocircnimo se houver

Art 7ordm Para o registro especial de funcionaacuterio puacuteblico titular de cargo cujas atribuiccedilotildees legais coincidam com as mencionadas no artigo 2ordm eacute necessaacuterio a apresentaccedilatildeo de ato de nomeaccedilatildeo ou contrataccedilatildeo para cargo ou emprego com aquelas atribuiccedilotildees aleacutem do cumprimento do que estabelece o artigo 4ordm

Art 8ordm Para o registro especial de provisionado eacute necessaacuterio a apresentaccedilatildeo de

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I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash declaraccedilatildeo fornecida pela empresa jornaliacutestica ou que a ela seja equiparada na qual conste a funccedilatildeo a ser exercida e o salaacuterio correspondente

IV ndash diploma de curso de niacutevel superior ou certificado de ensino de 2ordm grau fornecido por estabelecimento de ensino reconhecido na forma da lei para as funccedilotildees relacionadas nos itens I a VII do artigo 11

V ndash declaraccedilatildeo fornecida pela entidade sindical representativa da categoria profissional com base territorial abrangendo o municiacutepio no qual o provisionado iraacute desempenhar suas funccedilotildees de que natildeo haacute jornalista associado do Sindicato domiciliado naquele municiacutepio disponiacutevel da contrataccedilatildeo

VI ndash Carteira de Trabalho e Previdecircncia Social

sect 1ordm A declaraccedilatildeo de que trata o item V deveraacute ser fornecida pelo Sindicato ao interessado no prazo de 3 dias uacuteteis

sect 2ordm Caso exista profissional domiciliado no municiacutepio disponiacutevel para contrataccedilatildeo o Sindicato comunicaraacute tal fato ao Ministeacuterio do Trabalho no mesmo prazo de 3 dias a contar do pedido de fornecimento da declaraccedilatildeo de que trata o item V

sect 3ordm Caso o Sindicato natildeo forneccedila a declaraccedilatildeo de que trata o item V no prazo mencionado no sect 1ordm o interessado poderaacute instruir seu pedido de registro com o protocolo de apresentaccedilatildeo do requerimento ao Sindicato

sect 4ordm Na hipoacutetese prevista no paraacutegrafo anterior o Ministeacuterio do Trabalho concederaacute ao Sindicato prazo natildeo superior a 3 dias para se manifestar sobre o fornecimento da declaraccedilatildeo caso natildeo tenha ocorrido o fato constante no sect 2ordm

sect 5ordm O registro especial de provisionado teraacute caraacuteter temporaacuterio com duraccedilatildeo maacutexima de trecircs anos renovaacutevel somente com a apresentaccedilatildeo de toda a documentaccedilatildeo prevista neste artigo

Art 9ordm Seraacute efetuado no Ministeacuterio do Trabalho registro dos diretores de empresas jornaliacutesticas que natildeo sendo jornalistas respondem pelas respectivas publicaccedilotildees para o que eacute necessaacuterio a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash prova de registro civil ou comercial da empresa jornaliacutestica com o inteiro teor do seu ato constitutivo

IV ndash prova de depoacutesito do tiacutetulo da publicaccedilatildeo ou da agecircncia de notiacutecias no oacutergatildeo competente do Ministeacuterio da Induacutestria e do Comeacutercio

48

V ndash 30 exemplares do jornal ou 12 exemplares da revista ou 30 recortes ou coacutepias de noticiaacuterio com datas diferentes de sua divulgaccedilatildeo

sect 1ordm Tratando-se de empresa nova o Ministeacuterio do Trabalho efetuaraacute registro provisoacuterio com validade por 2 anos tornando-se definitivo apoacutes a comprovaccedilatildeo constante do item V deste artigo

sect 2ordm Natildeo seraacute admitida renovaccedilatildeo ou prorrogaccedilatildeo do prazo de validade do registro provisoacuterio previsto no paraacutegrafo anterior

Art 10ordm Seraacute efetuado no Ministeacuterio do Trabalho registro especial do diretor de empresa natildeo jornaliacutestica sob cuja responsabilidade se editar publicaccedilatildeo destinada agrave circulaccedilatildeo externa ou interna para o que se exigiraacute a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash prova de depoacutesito do tiacutetulo da publicaccedilatildeo no oacutergatildeo competente do Ministeacuterio da Induacutestria e do Comeacutercio

Art 11 ndash As funccedilotildees desempenhadas pelos jornalistas como empregados seratildeo assim classificadas

I - Redator aquele que aleacutem das incumbecircncias de redaccedilatildeo comum tem o encargo de redigir editoriais crocircnicas ou comentaacuterios

II - Noticiarista aquele que tem o encargo de redigir mateacuterias de caraacuteter informativo desprovidas de apreciaccedilotildees ou comentaacuterios preparando-as ou redigindo-as para a divulgaccedilatildeo

III - Repoacuterter aquele que cumpre a determinaccedilatildeo de colher notiacutecias ou informaccedilotildees preparando-as para divulgaccedilatildeo

IV - Repoacuterter de setor aquele que tem o encargo de colher notiacutecias ou informaccedilotildees sobre assuntos predeterminados preparando-as ou redigindo-as para divulgaccedilatildeo

V - Raacutedio-repoacuterter aquele a quem cabe a difusatildeo oral de acontecimento ou entrevista pelo raacutedio ou pela televisatildeo no instante ou no local em que ocorram assim como o comentaacuterio ou crocircnica pelos mesmos veiacuteculos

VI - Arquivista-pesquisador aquele que tem a incumbecircncia de organizar e conservar cultural e tecnicamente o arquivo redatorial procedendo agrave pesquisa dos respectivos dados para a elaboraccedilatildeo de notiacutecias

VII - Revisor aquele que tem o encargo de rever as provas tipograacuteficas de mateacuteria jornaliacutestica

VIII - Ilustrador aquele que tem a seu cargo criar ou executar desenhos artiacutesticos ou teacutecnicos de caraacuteter jornaliacutestico

XIX - Repoacuterter-fotograacutefico aquele a quem cabe registrar fotograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico

X - Repoacuterter-cinematograacutefico aquele a quem cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico

XI - Diagramador aquele a quem compete planejar e executar a distribuiccedilatildeo graacutefica de mateacuterias fotografias ou ilustraccedilotildees de caraacuteter jornaliacutestico para fins de publicaccedilatildeo

Paraacutegrafo uacutenico ndash Os Sindicatos seratildeo ouvidos sobre o exato enquadramento de cada profissional

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Art 12ordm Seratildeo privativas de jornalista as funccedilotildees pertinentes agraves atividades

descritas no artigo 2ordm tais como Editor Secretaacuterio Subsecretaacuterio Chefe de reportagem e Chefe de Revisatildeo

Art 13ordm Natildeo haveraacute incompatibilidade entre o exerciacutecio da profissatildeo de Jornalista e o de qualquer outra funccedilatildeo remunerada ainda que puacuteblica respeitadas a proibiccedilatildeo de acumular cargos e as demais restriccedilotildees de lei

Art 14ordm Seraacute passiacutevel de trancamento o registro profissional do jornalista que sem motivo legal deixar de exercer a profissatildeo por mais de 2 anos

sect 1ordm Natildeo incide na cominaccedilatildeo deste artigo o afastamento decorrente de a) suspensatildeo ou interrupccedilatildeo do contrato de trabalho b) aposentadoria como jornalista c) viagem ou bolsa de estudo para aperfeiccediloamento profissional d) desemprego apurado na forma da Lei nordm 4923 de 23 de dezembro de

1965

sect 2ordm O trancamento seraacute da competecircncia do oacutergatildeo regional do Ministeacuterio do Trabalho de ofiacutecio ou requerimento da entidade sindical representativa da categoria profissional cabendo a esta fazer publicar em oacutergatildeo oficial por trecircs vezes consecutivas e dentro de um interstiacutecio de dois anos a relaccedilatildeo dos jornalistas cujos registros pretende trancar

sect 3ordm Os oacutergatildeos do Ministeacuterio do Trabalho prestaratildeo aos sindicatos representativos da categoria profissional as informaccedilotildees que lhes forem solicitadas especialmente quanto ao registro de admissotildees e dispensas nas empresas jornaliacutesticas realizando as inspeccedilotildees que se tornarem necessaacuterias para a verificaccedilatildeo do exerciacutecio da profissatildeo de jornalista

sect 4ordm O exerciacutecio da atividade em empresa natildeo jornaliacutestica mencionada no artigo 3ordm sect 2ordm natildeo constituiraacute prova suficiente de permanecircncia na profissatildeo se a publicaccedilatildeo e seu responsaacutevel natildeo tiverem registro nos termos deste Decreto

sect 5ordm O registro trancado suspende a titularidade e o exerciacutecio das prerrogativas profissionais mas pode ser revalidado mediante apresentaccedilatildeo dos documentos mencionados nos itens II e III do artigo 4ordm

Art 15ordm O salaacuterio de jornalista natildeo poderaacute ser reajustado nos contratos individuais de trabalho para a jornada normal de 5 horas em base inferior agrave do salaacuterio estipulado para a respectiva funccedilatildeo em acordo ou convenccedilatildeo coletiva de trabalho ou sentenccedila normativa das Justiccedila do Trabalho

Paraacutegrafo uacutenico ndash Em negociaccedilatildeo ou dissiacutedio coletivo poderatildeo os Sindicatos de Jornalistas reclamar o estabelecimento de criteacuterio de remuneraccedilatildeo adicional pela divulgaccedilatildeo de trabalho produzido por jornalistas em mais de um veiacuteculo de comunicaccedilatildeo coletiva

Art 16ordm A admissatildeo de provisionado para exercer funccedilotildees relacionadas nos itens I a VII do artigo 11 seraacute permitida nos municiacutepios onde natildeo existia curso de Jornalismo reconhecido na forma de lei e comprovadamente natildeo haja jornalista domiciliado associado do sindicato representativo da categoria profissional disponiacutevel para contrataccedilatildeo

Paraacutegrafo uacutenico ndash O provisionado nos termos deste artigo poderaacute exercer suas atividades somente no municiacutepio para o qual foi registrado

Art 17ordm Os atuais portadores de registro especial de provisionado poderatildeo exercer suas atividades no Estado onde foram contratados

Art 18 ndash A fiscalizaccedilatildeo do cumprimento dos dispositivos deste Decreto se faraacute na forma do artigo 626 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho sendo aplicaacutevel aos

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infratores multa variaacutevel de 1 a 10 vezes o maior valor de referecircncia fixado de acordo com o artigo 2ordm paraacutegrafo uacutenico da Lei nordm 6205 de 29 de abril de 1975

Paraacutegrafo uacutenico ndash Aos sindicatos representativos da categoria profissional incumbe representar agraves autoridades competentes acerca do exerciacutecio irregular da profissatildeo de Jornalista

Art 19ordm Constitui fraude a prestaccedilatildeo de serviccedilos profissionais gratuitos ou com pagamentos simboacutelicos sob pretexto de estaacutegio bolsa de complementaccedilatildeo convecircnio ou qualquer outra modalidade em desrespeito agrave legislaccedilatildeo trabalhista e a este regulamento

Art 20ordm O disposto neste Decreto natildeo impede a conclusatildeo dos estaacutegios comprovadamente iniciados antes da vigecircncia da Lei nordm 6612 de 7 de dezembro de 1978 os quais entretanto natildeo conferiratildeo por si soacutes direito ao registro profissional

Art 21ordm Este Decreto entra em vigor na data da sua publicaccedilatildeo revogadas as disposiccedilotildees em contraacuterio especialmente os Decretos nordms 65912 de 19 de dezembro de 1969 e 68629 de 18 de maio de 1971

Brasiacutelia 13 de marccedilo de 1979 158ordm da Independecircncia e 91ordm da Repuacuteblica (DO de 13-3-79)

Ernesto Geisel Arnaldo Prieto

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ANEXO II ndash ACOacuteRDAtildeO TST-AIRR-6182001-751-04-401

Acoacuterdatildeo Inteiro Teor NUacuteMERO UacuteNICO PROC AIRR - 6182001-751-04-40 PUBLICACcedilAtildeO DJ - 10022006 Andamento do Processo

PROC Nordm TST-AIRR-6182001-751-04-401 C A C Oacute R D Atilde O 1ordf Turma EMPMs REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO CARACTERIZACcedilAtildeO INDEPENDEcircNCIA NO EXERCIacuteCIO DE SUAS ATIVIDADES REGISTROS DE ASSUNTOS E TEMAacuteTICAS DE INTERESSES JORNALIacuteSTICOS 1 Segundo o Tribunal Regional do Trabalho o Reclamante no exerciacutecio de suas atividades aleacutem de ter acompanhado o repoacuterter entrevistador na produccedilatildeo de mateacuterias fato que por si soacute natildeo lhe retira a condiccedilatildeo de jornalista - e tambeacutem de acordo com depoimentos testemunhais saiacutea agrave rua com a pauta que lhe era dirigida para sozinho produzir as mateacuterias solicitadas pelo empregador o que de acordo com o teor dos dispositivos tidos por vulnerados permite concluir o exerciacutecio da profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico e natildeo simplesmente de operador de cacircmera visto que ao sair agraves ruas para a produccedilatildeo de mateacuterias cumpria seu ofiacutecio obviamente mediante registros de fatos e (ou) assuntos de interesses notadamente jornaliacutestico considerando para tanto a proacutepria natureza da atividade empresarial exercida pela empregadora Inviaacutevel portanto a admissibilidade do recurso de revista em razatildeo da impossibilidade de exame da alegaccedilatildeo de afronta ao Decreto nordm 8413479 visto tratar-se de hipoacutetese natildeo contemplada na letra c do artigo 896 da CLT Por outro lado por violaccedilatildeo dos artigos 2ordm da Lei nordm 661578 e 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 tambeacutem natildeo logra ecircxito a Agravante no intuito de ver autorizado o processamento do recurso de revista No primeiro dispositivo apenas dispotildee-se que o radialista eacute o empregado de radiodifusatildeo exercente de atividades voltadas agrave administraccedilatildeo produccedilatildeo ou teacutecnica No segundo definem-se as profissotildees de repoacuterter e repoacuterter cinematograacutefico salientando-se que a esse uacuteltimo cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico hipoacutetese identificada pelo Regional 2 Agravo de instrumento a que se nega provimento Vistos relatados e discutidos estes autos do Agravo de Instrumento em Recurso de Revista nordm TST-AIRR-6182001-751-04-401 em que eacute Agravante RBS TV SANTA ROSA LTDA e Agravado CLOacuteVIS SANTACATARINA A Reclamada interpotildee agravo de instrumento ao despacho de fls 113-115 mediante o qual foi denegado seguimento ao recurso de revista sob o fundamento de que a decisatildeo decorreu da aplicaccedilatildeo das normas pertinentes uma vez que da situaccedilatildeo faacutetica delineada nos autos natildeo haacute como se extrair ofensa ao artigo 2ordm da Lei nordm 661578 na forma do artigo 896 c da CLT Contraminuta agraves fls 122-124 Natildeo houve remessa dos autos agrave Procuradoria Geral do Trabalho em face da orientaccedilatildeo emanada da Resoluccedilatildeo Administrativa nordm 322 atualmente retratada no artigo 82 do Regimento Interno do Tribunal Superior do

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Trabalho Eacute o relatoacuterio V O T O I CONHECIMENTO Conheccedilo do agravo de instrumento porque regular e tempestivo II MEacuteRITO O Tribunal Regional ao apreciar o recurso ordinaacuterio interposto pela Reclamada no tocante ao reconhecimento da condiccedilatildeo de jornalista ao Reclamante pela Vara do Trabalho decidiu O MM Juiacutezo de primeiro grau acolheu as alegaccedilotildees do reclamante de exerciacutecio de profissatildeo jornaliacutestica de repoacuterter cinematograacutefico condenando a reclamada a pagar diferenccedilas salariais e reflexos Contra esta decisatildeo volta-se a reacute sustentando que o reclamante era operador de cacircmera funccedilatildeo capitulada na profissatildeo de radialista A recorrente tem razatildeo parcialmente Tomando-se a hipoacutetese de confirmar a sentenccedila enquanto reconhece ter o reclamante exercido a funccedilatildeo de repoacuterter cinematograacutefico em todo o contrato existe um marco temporal e juriacutedico que deve ser considerado A funccedilatildeo de repoacuterter cinematograacutefico eacute exclusiva da profissatildeo de jornalista Eacute uma atividade que estaacute reservada aos jornalistas formados assim como estabelecido no DL 97269 O reclamante natildeo demonstra a partir de quando conquistou a diplomaccedilatildeo como jornalista devendo-se considerar apenas pelo que oferecem os autos a data de 16 de junho de 1998 dia em que o reclamante foi registrado no Ministeacuterio do Trabalho como jornalista profissional na funccedilatildeo especiacutefica de repoacuterter cinematograacutefico Considerando que o Ministeacuterio do Trabalho natildeo pode registrar jornalistas natildeo diplomados exceccedilatildeo feita aos provisionados tem-se que o reclamante adquiriu esta condiccedilatildeo nesse dia Antes embora pudesse fazer ou fizesse atividades privativas de jornalistas natildeo pode ser considerado juridicamente como tal Assim em qualquer hipoacutetese de manutenccedilatildeo do reconhecimento da funccedilatildeo de jornaliacutestica esta deve gerar os efeitos pleiteados somente a partir de 16 de junho de 1998 Jaacute quanto a ter exercido ou natildeo funccedilatildeo jornaliacutestica a conclusatildeo eacute de manutenccedilatildeo da sentenccedila Natildeo eacute o fato de estar acompanhado por repoacuterter entrevistador que o cinegrafista perde a condiccedilatildeo de jornalista Trata-se de uma equipe de profissionais jornalistas Um exemplo que melhor ilustra o descabimento da distinccedilatildeo que pretende fazer o apelo eacute a situaccedilatildeo dos fotoacutegrafos ou repoacuterteres fotograacuteficos O fotoacutegrafo sai com a pauta junto com o repoacuterter (ou natildeo e isto tambeacutem acontecia com o reclamante como o reconhecem as testemunhas inclusive trazidas pela reclamada) e enquanto o repoacuterter investiga os dados necessaacuterios para a mateacuteria o fotoacutegrafo registra as cenas mas nem por isto eacute rebaixado da condiccedilatildeo de jornalista para dir- se-ia operador de cacircmera fotograacutefica O que se pode discutir seria o interesse jornaliacutestico das mateacuterias cobertas pelo jornalista reclamante Com efeito os comerciais produzidos e gravados pelo autor natildeo tecircm esse interesse e os eventos promocionais da reclamada recebem dela mesma uma atribuiccedilatildeo desse interesse embora natildeo o tenha imediata e objetivamente mas para efeitos do trabalho executado pelo reclamante deve ser considerado um trabalho jornaliacutestico Foi correta a decisatildeo natildeo merecendo qualquer reparo a natildeo ser o juriacutedico-temporal jaacute mencionado Nesta perspectiva o provimento do recurso eacute parcial (fls 97-99) Ao interpor o recurso de revista a Empresa alegou que o Reclamante na condiccedilatildeo de operador de cacircmera e operador de cacircmera de unidade portaacutetil externa acompanhando o repoacuterter como reconheceu o Regional natildeo pode ser

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enquadrado como jornalista porquanto ao repoacuterter eacute dado cumprir a determinaccedilatildeo de coletar notiacutecias ou informaccedilotildees e elaboraacute-las a fim de viabilizar posterior divulgaccedilatildeo e ao repoacuterter-cinematograacutefico cabe registrar cinematograficamente fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico razatildeo pela qual entende que a atividade do Reclamante eacute proacutepria de radialista categoria agrave qual pertencia Acrescenta que o artigo 2ordm da Lei nordm 661578 estabelece considera-se radialista o empregado de Radiodifusatildeo que exerccedila uma das funccedilotildees em que se desdobram as atividades mencionadas no artigo 4ordm ou seja operador de cacircmara e operador de cacircmara de unidade portaacutetil externa cuja regulamentaccedilatildeo profissional consta do Decreto nordm 8413479 e as atribuiccedilotildees do Quadro Anexo do mesmo decreto item II letra c nordm 3 com a seguinte redaccedilatildeo encarrega-se da gravaccedilatildeo de mateacuteria distribuiacuteda pelo Supervisor de Operaccedilotildees planifica e orienta o entrevistador repoacuterter e iluminador no que se refere aos aspectos teacutecnicos de seu trabalho suas atividades envolvem tanto a gravaccedilatildeo como a geraccedilatildeo de som e imagem atraveacutes de equipamentos eletrocircnico portaacutetil de TV Fundamenta o apelo em violaccedilatildeo dos artigos 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 2ordm da Lei nordm 661578 e do Decreto nordm 8413479 e Quadro Anexo do mesmo decreto item II letra c nordm 3 Inicialmente deve-se registrar a impossibilidade de exame da alegaccedilatildeo de afronta ao Decreto nordm 8413479 visto tratar-se de hipoacutetese natildeo contemplada na letra c do artigo 896 da CLT No tocante agrave ofensa aos artigos 2ordm da Lei nordm 661578 e 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 tambeacutem natildeo logra ecircxito a Agravante no intuito de ver autorizado o processamento do recurso de revista No primeiro dispositivo apenas dispotildee-se que o radialista eacute o empregado de radiodifusatildeo exercente de atividades voltadas agrave administraccedilatildeo produccedilatildeo ou teacutecnica No segundo definem-se as profissotildees de repoacuterter e repoacuterter cinematograacutefico salientando-se que a esse uacuteltimo cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico Ora dos termos da decisatildeo impugnada via recurso de revista nada haacute que conflite com tais dispositivos legais Afinal segundo o Tribunal Regional do Trabalho o Reclamante no exerciacutecio de suas atividades aleacutem de ter acompanhado o repoacuterter entrevistador na produccedilatildeo de mateacuterias fato que por si soacute natildeo lhe retira a condiccedilatildeo de jornalista - tambeacutem de acordo com depoimentos testemunhais saiacutea agrave rua com a pauta que lhe era dirigida para sozinho produzir as mateacuterias solicitadas pelo empregador o que de acordo com o teor dos dispositivos tidos por vulnerados permite concluir pelo exerciacutecio da profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico e natildeo simplesmente de operador de cacircmera visto que ao sair agraves ruas para a produccedilatildeo de mateacuterias cumpria seu ofiacutecio obviamente mediante registros de fatos e (ou) assuntos de interesses notadamente jornaliacutestico considerando para tanto a proacutepria natureza da atividade empresarial exercida pela empregadora Por esses fundamentos nego provimento ao agravo de instrumento ISTO POSTO ACORDAM os Ministros da Primeira Turma do Tribunal Superior do Trabalho por unanimidade negar provimento ao agravo de instrumento Brasiacutelia 9 de novembro de 2005 EMMANOEL PEREIRA Ministro Relator

NIA 3981288

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I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash declaraccedilatildeo fornecida pela empresa jornaliacutestica ou que a ela seja equiparada na qual conste a funccedilatildeo a ser exercida e o salaacuterio correspondente

IV ndash diploma de curso de niacutevel superior ou certificado de ensino de 2ordm grau fornecido por estabelecimento de ensino reconhecido na forma da lei para as funccedilotildees relacionadas nos itens I a VII do artigo 11

V ndash declaraccedilatildeo fornecida pela entidade sindical representativa da categoria profissional com base territorial abrangendo o municiacutepio no qual o provisionado iraacute desempenhar suas funccedilotildees de que natildeo haacute jornalista associado do Sindicato domiciliado naquele municiacutepio disponiacutevel da contrataccedilatildeo

VI ndash Carteira de Trabalho e Previdecircncia Social

sect 1ordm A declaraccedilatildeo de que trata o item V deveraacute ser fornecida pelo Sindicato ao interessado no prazo de 3 dias uacuteteis

sect 2ordm Caso exista profissional domiciliado no municiacutepio disponiacutevel para contrataccedilatildeo o Sindicato comunicaraacute tal fato ao Ministeacuterio do Trabalho no mesmo prazo de 3 dias a contar do pedido de fornecimento da declaraccedilatildeo de que trata o item V

sect 3ordm Caso o Sindicato natildeo forneccedila a declaraccedilatildeo de que trata o item V no prazo mencionado no sect 1ordm o interessado poderaacute instruir seu pedido de registro com o protocolo de apresentaccedilatildeo do requerimento ao Sindicato

sect 4ordm Na hipoacutetese prevista no paraacutegrafo anterior o Ministeacuterio do Trabalho concederaacute ao Sindicato prazo natildeo superior a 3 dias para se manifestar sobre o fornecimento da declaraccedilatildeo caso natildeo tenha ocorrido o fato constante no sect 2ordm

sect 5ordm O registro especial de provisionado teraacute caraacuteter temporaacuterio com duraccedilatildeo maacutexima de trecircs anos renovaacutevel somente com a apresentaccedilatildeo de toda a documentaccedilatildeo prevista neste artigo

Art 9ordm Seraacute efetuado no Ministeacuterio do Trabalho registro dos diretores de empresas jornaliacutesticas que natildeo sendo jornalistas respondem pelas respectivas publicaccedilotildees para o que eacute necessaacuterio a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash prova de registro civil ou comercial da empresa jornaliacutestica com o inteiro teor do seu ato constitutivo

IV ndash prova de depoacutesito do tiacutetulo da publicaccedilatildeo ou da agecircncia de notiacutecias no oacutergatildeo competente do Ministeacuterio da Induacutestria e do Comeacutercio

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V ndash 30 exemplares do jornal ou 12 exemplares da revista ou 30 recortes ou coacutepias de noticiaacuterio com datas diferentes de sua divulgaccedilatildeo

sect 1ordm Tratando-se de empresa nova o Ministeacuterio do Trabalho efetuaraacute registro provisoacuterio com validade por 2 anos tornando-se definitivo apoacutes a comprovaccedilatildeo constante do item V deste artigo

sect 2ordm Natildeo seraacute admitida renovaccedilatildeo ou prorrogaccedilatildeo do prazo de validade do registro provisoacuterio previsto no paraacutegrafo anterior

Art 10ordm Seraacute efetuado no Ministeacuterio do Trabalho registro especial do diretor de empresa natildeo jornaliacutestica sob cuja responsabilidade se editar publicaccedilatildeo destinada agrave circulaccedilatildeo externa ou interna para o que se exigiraacute a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash prova de depoacutesito do tiacutetulo da publicaccedilatildeo no oacutergatildeo competente do Ministeacuterio da Induacutestria e do Comeacutercio

Art 11 ndash As funccedilotildees desempenhadas pelos jornalistas como empregados seratildeo assim classificadas

I - Redator aquele que aleacutem das incumbecircncias de redaccedilatildeo comum tem o encargo de redigir editoriais crocircnicas ou comentaacuterios

II - Noticiarista aquele que tem o encargo de redigir mateacuterias de caraacuteter informativo desprovidas de apreciaccedilotildees ou comentaacuterios preparando-as ou redigindo-as para a divulgaccedilatildeo

III - Repoacuterter aquele que cumpre a determinaccedilatildeo de colher notiacutecias ou informaccedilotildees preparando-as para divulgaccedilatildeo

IV - Repoacuterter de setor aquele que tem o encargo de colher notiacutecias ou informaccedilotildees sobre assuntos predeterminados preparando-as ou redigindo-as para divulgaccedilatildeo

V - Raacutedio-repoacuterter aquele a quem cabe a difusatildeo oral de acontecimento ou entrevista pelo raacutedio ou pela televisatildeo no instante ou no local em que ocorram assim como o comentaacuterio ou crocircnica pelos mesmos veiacuteculos

VI - Arquivista-pesquisador aquele que tem a incumbecircncia de organizar e conservar cultural e tecnicamente o arquivo redatorial procedendo agrave pesquisa dos respectivos dados para a elaboraccedilatildeo de notiacutecias

VII - Revisor aquele que tem o encargo de rever as provas tipograacuteficas de mateacuteria jornaliacutestica

VIII - Ilustrador aquele que tem a seu cargo criar ou executar desenhos artiacutesticos ou teacutecnicos de caraacuteter jornaliacutestico

XIX - Repoacuterter-fotograacutefico aquele a quem cabe registrar fotograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico

X - Repoacuterter-cinematograacutefico aquele a quem cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico

XI - Diagramador aquele a quem compete planejar e executar a distribuiccedilatildeo graacutefica de mateacuterias fotografias ou ilustraccedilotildees de caraacuteter jornaliacutestico para fins de publicaccedilatildeo

Paraacutegrafo uacutenico ndash Os Sindicatos seratildeo ouvidos sobre o exato enquadramento de cada profissional

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Art 12ordm Seratildeo privativas de jornalista as funccedilotildees pertinentes agraves atividades

descritas no artigo 2ordm tais como Editor Secretaacuterio Subsecretaacuterio Chefe de reportagem e Chefe de Revisatildeo

Art 13ordm Natildeo haveraacute incompatibilidade entre o exerciacutecio da profissatildeo de Jornalista e o de qualquer outra funccedilatildeo remunerada ainda que puacuteblica respeitadas a proibiccedilatildeo de acumular cargos e as demais restriccedilotildees de lei

Art 14ordm Seraacute passiacutevel de trancamento o registro profissional do jornalista que sem motivo legal deixar de exercer a profissatildeo por mais de 2 anos

sect 1ordm Natildeo incide na cominaccedilatildeo deste artigo o afastamento decorrente de a) suspensatildeo ou interrupccedilatildeo do contrato de trabalho b) aposentadoria como jornalista c) viagem ou bolsa de estudo para aperfeiccediloamento profissional d) desemprego apurado na forma da Lei nordm 4923 de 23 de dezembro de

1965

sect 2ordm O trancamento seraacute da competecircncia do oacutergatildeo regional do Ministeacuterio do Trabalho de ofiacutecio ou requerimento da entidade sindical representativa da categoria profissional cabendo a esta fazer publicar em oacutergatildeo oficial por trecircs vezes consecutivas e dentro de um interstiacutecio de dois anos a relaccedilatildeo dos jornalistas cujos registros pretende trancar

sect 3ordm Os oacutergatildeos do Ministeacuterio do Trabalho prestaratildeo aos sindicatos representativos da categoria profissional as informaccedilotildees que lhes forem solicitadas especialmente quanto ao registro de admissotildees e dispensas nas empresas jornaliacutesticas realizando as inspeccedilotildees que se tornarem necessaacuterias para a verificaccedilatildeo do exerciacutecio da profissatildeo de jornalista

sect 4ordm O exerciacutecio da atividade em empresa natildeo jornaliacutestica mencionada no artigo 3ordm sect 2ordm natildeo constituiraacute prova suficiente de permanecircncia na profissatildeo se a publicaccedilatildeo e seu responsaacutevel natildeo tiverem registro nos termos deste Decreto

sect 5ordm O registro trancado suspende a titularidade e o exerciacutecio das prerrogativas profissionais mas pode ser revalidado mediante apresentaccedilatildeo dos documentos mencionados nos itens II e III do artigo 4ordm

Art 15ordm O salaacuterio de jornalista natildeo poderaacute ser reajustado nos contratos individuais de trabalho para a jornada normal de 5 horas em base inferior agrave do salaacuterio estipulado para a respectiva funccedilatildeo em acordo ou convenccedilatildeo coletiva de trabalho ou sentenccedila normativa das Justiccedila do Trabalho

Paraacutegrafo uacutenico ndash Em negociaccedilatildeo ou dissiacutedio coletivo poderatildeo os Sindicatos de Jornalistas reclamar o estabelecimento de criteacuterio de remuneraccedilatildeo adicional pela divulgaccedilatildeo de trabalho produzido por jornalistas em mais de um veiacuteculo de comunicaccedilatildeo coletiva

Art 16ordm A admissatildeo de provisionado para exercer funccedilotildees relacionadas nos itens I a VII do artigo 11 seraacute permitida nos municiacutepios onde natildeo existia curso de Jornalismo reconhecido na forma de lei e comprovadamente natildeo haja jornalista domiciliado associado do sindicato representativo da categoria profissional disponiacutevel para contrataccedilatildeo

Paraacutegrafo uacutenico ndash O provisionado nos termos deste artigo poderaacute exercer suas atividades somente no municiacutepio para o qual foi registrado

Art 17ordm Os atuais portadores de registro especial de provisionado poderatildeo exercer suas atividades no Estado onde foram contratados

Art 18 ndash A fiscalizaccedilatildeo do cumprimento dos dispositivos deste Decreto se faraacute na forma do artigo 626 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho sendo aplicaacutevel aos

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infratores multa variaacutevel de 1 a 10 vezes o maior valor de referecircncia fixado de acordo com o artigo 2ordm paraacutegrafo uacutenico da Lei nordm 6205 de 29 de abril de 1975

Paraacutegrafo uacutenico ndash Aos sindicatos representativos da categoria profissional incumbe representar agraves autoridades competentes acerca do exerciacutecio irregular da profissatildeo de Jornalista

Art 19ordm Constitui fraude a prestaccedilatildeo de serviccedilos profissionais gratuitos ou com pagamentos simboacutelicos sob pretexto de estaacutegio bolsa de complementaccedilatildeo convecircnio ou qualquer outra modalidade em desrespeito agrave legislaccedilatildeo trabalhista e a este regulamento

Art 20ordm O disposto neste Decreto natildeo impede a conclusatildeo dos estaacutegios comprovadamente iniciados antes da vigecircncia da Lei nordm 6612 de 7 de dezembro de 1978 os quais entretanto natildeo conferiratildeo por si soacutes direito ao registro profissional

Art 21ordm Este Decreto entra em vigor na data da sua publicaccedilatildeo revogadas as disposiccedilotildees em contraacuterio especialmente os Decretos nordms 65912 de 19 de dezembro de 1969 e 68629 de 18 de maio de 1971

Brasiacutelia 13 de marccedilo de 1979 158ordm da Independecircncia e 91ordm da Repuacuteblica (DO de 13-3-79)

Ernesto Geisel Arnaldo Prieto

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ANEXO II ndash ACOacuteRDAtildeO TST-AIRR-6182001-751-04-401

Acoacuterdatildeo Inteiro Teor NUacuteMERO UacuteNICO PROC AIRR - 6182001-751-04-40 PUBLICACcedilAtildeO DJ - 10022006 Andamento do Processo

PROC Nordm TST-AIRR-6182001-751-04-401 C A C Oacute R D Atilde O 1ordf Turma EMPMs REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO CARACTERIZACcedilAtildeO INDEPENDEcircNCIA NO EXERCIacuteCIO DE SUAS ATIVIDADES REGISTROS DE ASSUNTOS E TEMAacuteTICAS DE INTERESSES JORNALIacuteSTICOS 1 Segundo o Tribunal Regional do Trabalho o Reclamante no exerciacutecio de suas atividades aleacutem de ter acompanhado o repoacuterter entrevistador na produccedilatildeo de mateacuterias fato que por si soacute natildeo lhe retira a condiccedilatildeo de jornalista - e tambeacutem de acordo com depoimentos testemunhais saiacutea agrave rua com a pauta que lhe era dirigida para sozinho produzir as mateacuterias solicitadas pelo empregador o que de acordo com o teor dos dispositivos tidos por vulnerados permite concluir o exerciacutecio da profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico e natildeo simplesmente de operador de cacircmera visto que ao sair agraves ruas para a produccedilatildeo de mateacuterias cumpria seu ofiacutecio obviamente mediante registros de fatos e (ou) assuntos de interesses notadamente jornaliacutestico considerando para tanto a proacutepria natureza da atividade empresarial exercida pela empregadora Inviaacutevel portanto a admissibilidade do recurso de revista em razatildeo da impossibilidade de exame da alegaccedilatildeo de afronta ao Decreto nordm 8413479 visto tratar-se de hipoacutetese natildeo contemplada na letra c do artigo 896 da CLT Por outro lado por violaccedilatildeo dos artigos 2ordm da Lei nordm 661578 e 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 tambeacutem natildeo logra ecircxito a Agravante no intuito de ver autorizado o processamento do recurso de revista No primeiro dispositivo apenas dispotildee-se que o radialista eacute o empregado de radiodifusatildeo exercente de atividades voltadas agrave administraccedilatildeo produccedilatildeo ou teacutecnica No segundo definem-se as profissotildees de repoacuterter e repoacuterter cinematograacutefico salientando-se que a esse uacuteltimo cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico hipoacutetese identificada pelo Regional 2 Agravo de instrumento a que se nega provimento Vistos relatados e discutidos estes autos do Agravo de Instrumento em Recurso de Revista nordm TST-AIRR-6182001-751-04-401 em que eacute Agravante RBS TV SANTA ROSA LTDA e Agravado CLOacuteVIS SANTACATARINA A Reclamada interpotildee agravo de instrumento ao despacho de fls 113-115 mediante o qual foi denegado seguimento ao recurso de revista sob o fundamento de que a decisatildeo decorreu da aplicaccedilatildeo das normas pertinentes uma vez que da situaccedilatildeo faacutetica delineada nos autos natildeo haacute como se extrair ofensa ao artigo 2ordm da Lei nordm 661578 na forma do artigo 896 c da CLT Contraminuta agraves fls 122-124 Natildeo houve remessa dos autos agrave Procuradoria Geral do Trabalho em face da orientaccedilatildeo emanada da Resoluccedilatildeo Administrativa nordm 322 atualmente retratada no artigo 82 do Regimento Interno do Tribunal Superior do

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Trabalho Eacute o relatoacuterio V O T O I CONHECIMENTO Conheccedilo do agravo de instrumento porque regular e tempestivo II MEacuteRITO O Tribunal Regional ao apreciar o recurso ordinaacuterio interposto pela Reclamada no tocante ao reconhecimento da condiccedilatildeo de jornalista ao Reclamante pela Vara do Trabalho decidiu O MM Juiacutezo de primeiro grau acolheu as alegaccedilotildees do reclamante de exerciacutecio de profissatildeo jornaliacutestica de repoacuterter cinematograacutefico condenando a reclamada a pagar diferenccedilas salariais e reflexos Contra esta decisatildeo volta-se a reacute sustentando que o reclamante era operador de cacircmera funccedilatildeo capitulada na profissatildeo de radialista A recorrente tem razatildeo parcialmente Tomando-se a hipoacutetese de confirmar a sentenccedila enquanto reconhece ter o reclamante exercido a funccedilatildeo de repoacuterter cinematograacutefico em todo o contrato existe um marco temporal e juriacutedico que deve ser considerado A funccedilatildeo de repoacuterter cinematograacutefico eacute exclusiva da profissatildeo de jornalista Eacute uma atividade que estaacute reservada aos jornalistas formados assim como estabelecido no DL 97269 O reclamante natildeo demonstra a partir de quando conquistou a diplomaccedilatildeo como jornalista devendo-se considerar apenas pelo que oferecem os autos a data de 16 de junho de 1998 dia em que o reclamante foi registrado no Ministeacuterio do Trabalho como jornalista profissional na funccedilatildeo especiacutefica de repoacuterter cinematograacutefico Considerando que o Ministeacuterio do Trabalho natildeo pode registrar jornalistas natildeo diplomados exceccedilatildeo feita aos provisionados tem-se que o reclamante adquiriu esta condiccedilatildeo nesse dia Antes embora pudesse fazer ou fizesse atividades privativas de jornalistas natildeo pode ser considerado juridicamente como tal Assim em qualquer hipoacutetese de manutenccedilatildeo do reconhecimento da funccedilatildeo de jornaliacutestica esta deve gerar os efeitos pleiteados somente a partir de 16 de junho de 1998 Jaacute quanto a ter exercido ou natildeo funccedilatildeo jornaliacutestica a conclusatildeo eacute de manutenccedilatildeo da sentenccedila Natildeo eacute o fato de estar acompanhado por repoacuterter entrevistador que o cinegrafista perde a condiccedilatildeo de jornalista Trata-se de uma equipe de profissionais jornalistas Um exemplo que melhor ilustra o descabimento da distinccedilatildeo que pretende fazer o apelo eacute a situaccedilatildeo dos fotoacutegrafos ou repoacuterteres fotograacuteficos O fotoacutegrafo sai com a pauta junto com o repoacuterter (ou natildeo e isto tambeacutem acontecia com o reclamante como o reconhecem as testemunhas inclusive trazidas pela reclamada) e enquanto o repoacuterter investiga os dados necessaacuterios para a mateacuteria o fotoacutegrafo registra as cenas mas nem por isto eacute rebaixado da condiccedilatildeo de jornalista para dir- se-ia operador de cacircmera fotograacutefica O que se pode discutir seria o interesse jornaliacutestico das mateacuterias cobertas pelo jornalista reclamante Com efeito os comerciais produzidos e gravados pelo autor natildeo tecircm esse interesse e os eventos promocionais da reclamada recebem dela mesma uma atribuiccedilatildeo desse interesse embora natildeo o tenha imediata e objetivamente mas para efeitos do trabalho executado pelo reclamante deve ser considerado um trabalho jornaliacutestico Foi correta a decisatildeo natildeo merecendo qualquer reparo a natildeo ser o juriacutedico-temporal jaacute mencionado Nesta perspectiva o provimento do recurso eacute parcial (fls 97-99) Ao interpor o recurso de revista a Empresa alegou que o Reclamante na condiccedilatildeo de operador de cacircmera e operador de cacircmera de unidade portaacutetil externa acompanhando o repoacuterter como reconheceu o Regional natildeo pode ser

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enquadrado como jornalista porquanto ao repoacuterter eacute dado cumprir a determinaccedilatildeo de coletar notiacutecias ou informaccedilotildees e elaboraacute-las a fim de viabilizar posterior divulgaccedilatildeo e ao repoacuterter-cinematograacutefico cabe registrar cinematograficamente fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico razatildeo pela qual entende que a atividade do Reclamante eacute proacutepria de radialista categoria agrave qual pertencia Acrescenta que o artigo 2ordm da Lei nordm 661578 estabelece considera-se radialista o empregado de Radiodifusatildeo que exerccedila uma das funccedilotildees em que se desdobram as atividades mencionadas no artigo 4ordm ou seja operador de cacircmara e operador de cacircmara de unidade portaacutetil externa cuja regulamentaccedilatildeo profissional consta do Decreto nordm 8413479 e as atribuiccedilotildees do Quadro Anexo do mesmo decreto item II letra c nordm 3 com a seguinte redaccedilatildeo encarrega-se da gravaccedilatildeo de mateacuteria distribuiacuteda pelo Supervisor de Operaccedilotildees planifica e orienta o entrevistador repoacuterter e iluminador no que se refere aos aspectos teacutecnicos de seu trabalho suas atividades envolvem tanto a gravaccedilatildeo como a geraccedilatildeo de som e imagem atraveacutes de equipamentos eletrocircnico portaacutetil de TV Fundamenta o apelo em violaccedilatildeo dos artigos 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 2ordm da Lei nordm 661578 e do Decreto nordm 8413479 e Quadro Anexo do mesmo decreto item II letra c nordm 3 Inicialmente deve-se registrar a impossibilidade de exame da alegaccedilatildeo de afronta ao Decreto nordm 8413479 visto tratar-se de hipoacutetese natildeo contemplada na letra c do artigo 896 da CLT No tocante agrave ofensa aos artigos 2ordm da Lei nordm 661578 e 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 tambeacutem natildeo logra ecircxito a Agravante no intuito de ver autorizado o processamento do recurso de revista No primeiro dispositivo apenas dispotildee-se que o radialista eacute o empregado de radiodifusatildeo exercente de atividades voltadas agrave administraccedilatildeo produccedilatildeo ou teacutecnica No segundo definem-se as profissotildees de repoacuterter e repoacuterter cinematograacutefico salientando-se que a esse uacuteltimo cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico Ora dos termos da decisatildeo impugnada via recurso de revista nada haacute que conflite com tais dispositivos legais Afinal segundo o Tribunal Regional do Trabalho o Reclamante no exerciacutecio de suas atividades aleacutem de ter acompanhado o repoacuterter entrevistador na produccedilatildeo de mateacuterias fato que por si soacute natildeo lhe retira a condiccedilatildeo de jornalista - tambeacutem de acordo com depoimentos testemunhais saiacutea agrave rua com a pauta que lhe era dirigida para sozinho produzir as mateacuterias solicitadas pelo empregador o que de acordo com o teor dos dispositivos tidos por vulnerados permite concluir pelo exerciacutecio da profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico e natildeo simplesmente de operador de cacircmera visto que ao sair agraves ruas para a produccedilatildeo de mateacuterias cumpria seu ofiacutecio obviamente mediante registros de fatos e (ou) assuntos de interesses notadamente jornaliacutestico considerando para tanto a proacutepria natureza da atividade empresarial exercida pela empregadora Por esses fundamentos nego provimento ao agravo de instrumento ISTO POSTO ACORDAM os Ministros da Primeira Turma do Tribunal Superior do Trabalho por unanimidade negar provimento ao agravo de instrumento Brasiacutelia 9 de novembro de 2005 EMMANOEL PEREIRA Ministro Relator

NIA 3981288

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V ndash 30 exemplares do jornal ou 12 exemplares da revista ou 30 recortes ou coacutepias de noticiaacuterio com datas diferentes de sua divulgaccedilatildeo

sect 1ordm Tratando-se de empresa nova o Ministeacuterio do Trabalho efetuaraacute registro provisoacuterio com validade por 2 anos tornando-se definitivo apoacutes a comprovaccedilatildeo constante do item V deste artigo

sect 2ordm Natildeo seraacute admitida renovaccedilatildeo ou prorrogaccedilatildeo do prazo de validade do registro provisoacuterio previsto no paraacutegrafo anterior

Art 10ordm Seraacute efetuado no Ministeacuterio do Trabalho registro especial do diretor de empresa natildeo jornaliacutestica sob cuja responsabilidade se editar publicaccedilatildeo destinada agrave circulaccedilatildeo externa ou interna para o que se exigiraacute a apresentaccedilatildeo de

I ndash prova de nacionalidade brasileira

II ndash prova de que natildeo estaacute denunciado ou condenado pela praacutetica de iliacutecito penal

III ndash prova de depoacutesito do tiacutetulo da publicaccedilatildeo no oacutergatildeo competente do Ministeacuterio da Induacutestria e do Comeacutercio

Art 11 ndash As funccedilotildees desempenhadas pelos jornalistas como empregados seratildeo assim classificadas

I - Redator aquele que aleacutem das incumbecircncias de redaccedilatildeo comum tem o encargo de redigir editoriais crocircnicas ou comentaacuterios

II - Noticiarista aquele que tem o encargo de redigir mateacuterias de caraacuteter informativo desprovidas de apreciaccedilotildees ou comentaacuterios preparando-as ou redigindo-as para a divulgaccedilatildeo

III - Repoacuterter aquele que cumpre a determinaccedilatildeo de colher notiacutecias ou informaccedilotildees preparando-as para divulgaccedilatildeo

IV - Repoacuterter de setor aquele que tem o encargo de colher notiacutecias ou informaccedilotildees sobre assuntos predeterminados preparando-as ou redigindo-as para divulgaccedilatildeo

V - Raacutedio-repoacuterter aquele a quem cabe a difusatildeo oral de acontecimento ou entrevista pelo raacutedio ou pela televisatildeo no instante ou no local em que ocorram assim como o comentaacuterio ou crocircnica pelos mesmos veiacuteculos

VI - Arquivista-pesquisador aquele que tem a incumbecircncia de organizar e conservar cultural e tecnicamente o arquivo redatorial procedendo agrave pesquisa dos respectivos dados para a elaboraccedilatildeo de notiacutecias

VII - Revisor aquele que tem o encargo de rever as provas tipograacuteficas de mateacuteria jornaliacutestica

VIII - Ilustrador aquele que tem a seu cargo criar ou executar desenhos artiacutesticos ou teacutecnicos de caraacuteter jornaliacutestico

XIX - Repoacuterter-fotograacutefico aquele a quem cabe registrar fotograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico

X - Repoacuterter-cinematograacutefico aquele a quem cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico

XI - Diagramador aquele a quem compete planejar e executar a distribuiccedilatildeo graacutefica de mateacuterias fotografias ou ilustraccedilotildees de caraacuteter jornaliacutestico para fins de publicaccedilatildeo

Paraacutegrafo uacutenico ndash Os Sindicatos seratildeo ouvidos sobre o exato enquadramento de cada profissional

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Art 12ordm Seratildeo privativas de jornalista as funccedilotildees pertinentes agraves atividades

descritas no artigo 2ordm tais como Editor Secretaacuterio Subsecretaacuterio Chefe de reportagem e Chefe de Revisatildeo

Art 13ordm Natildeo haveraacute incompatibilidade entre o exerciacutecio da profissatildeo de Jornalista e o de qualquer outra funccedilatildeo remunerada ainda que puacuteblica respeitadas a proibiccedilatildeo de acumular cargos e as demais restriccedilotildees de lei

Art 14ordm Seraacute passiacutevel de trancamento o registro profissional do jornalista que sem motivo legal deixar de exercer a profissatildeo por mais de 2 anos

sect 1ordm Natildeo incide na cominaccedilatildeo deste artigo o afastamento decorrente de a) suspensatildeo ou interrupccedilatildeo do contrato de trabalho b) aposentadoria como jornalista c) viagem ou bolsa de estudo para aperfeiccediloamento profissional d) desemprego apurado na forma da Lei nordm 4923 de 23 de dezembro de

1965

sect 2ordm O trancamento seraacute da competecircncia do oacutergatildeo regional do Ministeacuterio do Trabalho de ofiacutecio ou requerimento da entidade sindical representativa da categoria profissional cabendo a esta fazer publicar em oacutergatildeo oficial por trecircs vezes consecutivas e dentro de um interstiacutecio de dois anos a relaccedilatildeo dos jornalistas cujos registros pretende trancar

sect 3ordm Os oacutergatildeos do Ministeacuterio do Trabalho prestaratildeo aos sindicatos representativos da categoria profissional as informaccedilotildees que lhes forem solicitadas especialmente quanto ao registro de admissotildees e dispensas nas empresas jornaliacutesticas realizando as inspeccedilotildees que se tornarem necessaacuterias para a verificaccedilatildeo do exerciacutecio da profissatildeo de jornalista

sect 4ordm O exerciacutecio da atividade em empresa natildeo jornaliacutestica mencionada no artigo 3ordm sect 2ordm natildeo constituiraacute prova suficiente de permanecircncia na profissatildeo se a publicaccedilatildeo e seu responsaacutevel natildeo tiverem registro nos termos deste Decreto

sect 5ordm O registro trancado suspende a titularidade e o exerciacutecio das prerrogativas profissionais mas pode ser revalidado mediante apresentaccedilatildeo dos documentos mencionados nos itens II e III do artigo 4ordm

Art 15ordm O salaacuterio de jornalista natildeo poderaacute ser reajustado nos contratos individuais de trabalho para a jornada normal de 5 horas em base inferior agrave do salaacuterio estipulado para a respectiva funccedilatildeo em acordo ou convenccedilatildeo coletiva de trabalho ou sentenccedila normativa das Justiccedila do Trabalho

Paraacutegrafo uacutenico ndash Em negociaccedilatildeo ou dissiacutedio coletivo poderatildeo os Sindicatos de Jornalistas reclamar o estabelecimento de criteacuterio de remuneraccedilatildeo adicional pela divulgaccedilatildeo de trabalho produzido por jornalistas em mais de um veiacuteculo de comunicaccedilatildeo coletiva

Art 16ordm A admissatildeo de provisionado para exercer funccedilotildees relacionadas nos itens I a VII do artigo 11 seraacute permitida nos municiacutepios onde natildeo existia curso de Jornalismo reconhecido na forma de lei e comprovadamente natildeo haja jornalista domiciliado associado do sindicato representativo da categoria profissional disponiacutevel para contrataccedilatildeo

Paraacutegrafo uacutenico ndash O provisionado nos termos deste artigo poderaacute exercer suas atividades somente no municiacutepio para o qual foi registrado

Art 17ordm Os atuais portadores de registro especial de provisionado poderatildeo exercer suas atividades no Estado onde foram contratados

Art 18 ndash A fiscalizaccedilatildeo do cumprimento dos dispositivos deste Decreto se faraacute na forma do artigo 626 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho sendo aplicaacutevel aos

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infratores multa variaacutevel de 1 a 10 vezes o maior valor de referecircncia fixado de acordo com o artigo 2ordm paraacutegrafo uacutenico da Lei nordm 6205 de 29 de abril de 1975

Paraacutegrafo uacutenico ndash Aos sindicatos representativos da categoria profissional incumbe representar agraves autoridades competentes acerca do exerciacutecio irregular da profissatildeo de Jornalista

Art 19ordm Constitui fraude a prestaccedilatildeo de serviccedilos profissionais gratuitos ou com pagamentos simboacutelicos sob pretexto de estaacutegio bolsa de complementaccedilatildeo convecircnio ou qualquer outra modalidade em desrespeito agrave legislaccedilatildeo trabalhista e a este regulamento

Art 20ordm O disposto neste Decreto natildeo impede a conclusatildeo dos estaacutegios comprovadamente iniciados antes da vigecircncia da Lei nordm 6612 de 7 de dezembro de 1978 os quais entretanto natildeo conferiratildeo por si soacutes direito ao registro profissional

Art 21ordm Este Decreto entra em vigor na data da sua publicaccedilatildeo revogadas as disposiccedilotildees em contraacuterio especialmente os Decretos nordms 65912 de 19 de dezembro de 1969 e 68629 de 18 de maio de 1971

Brasiacutelia 13 de marccedilo de 1979 158ordm da Independecircncia e 91ordm da Repuacuteblica (DO de 13-3-79)

Ernesto Geisel Arnaldo Prieto

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ANEXO II ndash ACOacuteRDAtildeO TST-AIRR-6182001-751-04-401

Acoacuterdatildeo Inteiro Teor NUacuteMERO UacuteNICO PROC AIRR - 6182001-751-04-40 PUBLICACcedilAtildeO DJ - 10022006 Andamento do Processo

PROC Nordm TST-AIRR-6182001-751-04-401 C A C Oacute R D Atilde O 1ordf Turma EMPMs REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO CARACTERIZACcedilAtildeO INDEPENDEcircNCIA NO EXERCIacuteCIO DE SUAS ATIVIDADES REGISTROS DE ASSUNTOS E TEMAacuteTICAS DE INTERESSES JORNALIacuteSTICOS 1 Segundo o Tribunal Regional do Trabalho o Reclamante no exerciacutecio de suas atividades aleacutem de ter acompanhado o repoacuterter entrevistador na produccedilatildeo de mateacuterias fato que por si soacute natildeo lhe retira a condiccedilatildeo de jornalista - e tambeacutem de acordo com depoimentos testemunhais saiacutea agrave rua com a pauta que lhe era dirigida para sozinho produzir as mateacuterias solicitadas pelo empregador o que de acordo com o teor dos dispositivos tidos por vulnerados permite concluir o exerciacutecio da profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico e natildeo simplesmente de operador de cacircmera visto que ao sair agraves ruas para a produccedilatildeo de mateacuterias cumpria seu ofiacutecio obviamente mediante registros de fatos e (ou) assuntos de interesses notadamente jornaliacutestico considerando para tanto a proacutepria natureza da atividade empresarial exercida pela empregadora Inviaacutevel portanto a admissibilidade do recurso de revista em razatildeo da impossibilidade de exame da alegaccedilatildeo de afronta ao Decreto nordm 8413479 visto tratar-se de hipoacutetese natildeo contemplada na letra c do artigo 896 da CLT Por outro lado por violaccedilatildeo dos artigos 2ordm da Lei nordm 661578 e 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 tambeacutem natildeo logra ecircxito a Agravante no intuito de ver autorizado o processamento do recurso de revista No primeiro dispositivo apenas dispotildee-se que o radialista eacute o empregado de radiodifusatildeo exercente de atividades voltadas agrave administraccedilatildeo produccedilatildeo ou teacutecnica No segundo definem-se as profissotildees de repoacuterter e repoacuterter cinematograacutefico salientando-se que a esse uacuteltimo cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico hipoacutetese identificada pelo Regional 2 Agravo de instrumento a que se nega provimento Vistos relatados e discutidos estes autos do Agravo de Instrumento em Recurso de Revista nordm TST-AIRR-6182001-751-04-401 em que eacute Agravante RBS TV SANTA ROSA LTDA e Agravado CLOacuteVIS SANTACATARINA A Reclamada interpotildee agravo de instrumento ao despacho de fls 113-115 mediante o qual foi denegado seguimento ao recurso de revista sob o fundamento de que a decisatildeo decorreu da aplicaccedilatildeo das normas pertinentes uma vez que da situaccedilatildeo faacutetica delineada nos autos natildeo haacute como se extrair ofensa ao artigo 2ordm da Lei nordm 661578 na forma do artigo 896 c da CLT Contraminuta agraves fls 122-124 Natildeo houve remessa dos autos agrave Procuradoria Geral do Trabalho em face da orientaccedilatildeo emanada da Resoluccedilatildeo Administrativa nordm 322 atualmente retratada no artigo 82 do Regimento Interno do Tribunal Superior do

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Trabalho Eacute o relatoacuterio V O T O I CONHECIMENTO Conheccedilo do agravo de instrumento porque regular e tempestivo II MEacuteRITO O Tribunal Regional ao apreciar o recurso ordinaacuterio interposto pela Reclamada no tocante ao reconhecimento da condiccedilatildeo de jornalista ao Reclamante pela Vara do Trabalho decidiu O MM Juiacutezo de primeiro grau acolheu as alegaccedilotildees do reclamante de exerciacutecio de profissatildeo jornaliacutestica de repoacuterter cinematograacutefico condenando a reclamada a pagar diferenccedilas salariais e reflexos Contra esta decisatildeo volta-se a reacute sustentando que o reclamante era operador de cacircmera funccedilatildeo capitulada na profissatildeo de radialista A recorrente tem razatildeo parcialmente Tomando-se a hipoacutetese de confirmar a sentenccedila enquanto reconhece ter o reclamante exercido a funccedilatildeo de repoacuterter cinematograacutefico em todo o contrato existe um marco temporal e juriacutedico que deve ser considerado A funccedilatildeo de repoacuterter cinematograacutefico eacute exclusiva da profissatildeo de jornalista Eacute uma atividade que estaacute reservada aos jornalistas formados assim como estabelecido no DL 97269 O reclamante natildeo demonstra a partir de quando conquistou a diplomaccedilatildeo como jornalista devendo-se considerar apenas pelo que oferecem os autos a data de 16 de junho de 1998 dia em que o reclamante foi registrado no Ministeacuterio do Trabalho como jornalista profissional na funccedilatildeo especiacutefica de repoacuterter cinematograacutefico Considerando que o Ministeacuterio do Trabalho natildeo pode registrar jornalistas natildeo diplomados exceccedilatildeo feita aos provisionados tem-se que o reclamante adquiriu esta condiccedilatildeo nesse dia Antes embora pudesse fazer ou fizesse atividades privativas de jornalistas natildeo pode ser considerado juridicamente como tal Assim em qualquer hipoacutetese de manutenccedilatildeo do reconhecimento da funccedilatildeo de jornaliacutestica esta deve gerar os efeitos pleiteados somente a partir de 16 de junho de 1998 Jaacute quanto a ter exercido ou natildeo funccedilatildeo jornaliacutestica a conclusatildeo eacute de manutenccedilatildeo da sentenccedila Natildeo eacute o fato de estar acompanhado por repoacuterter entrevistador que o cinegrafista perde a condiccedilatildeo de jornalista Trata-se de uma equipe de profissionais jornalistas Um exemplo que melhor ilustra o descabimento da distinccedilatildeo que pretende fazer o apelo eacute a situaccedilatildeo dos fotoacutegrafos ou repoacuterteres fotograacuteficos O fotoacutegrafo sai com a pauta junto com o repoacuterter (ou natildeo e isto tambeacutem acontecia com o reclamante como o reconhecem as testemunhas inclusive trazidas pela reclamada) e enquanto o repoacuterter investiga os dados necessaacuterios para a mateacuteria o fotoacutegrafo registra as cenas mas nem por isto eacute rebaixado da condiccedilatildeo de jornalista para dir- se-ia operador de cacircmera fotograacutefica O que se pode discutir seria o interesse jornaliacutestico das mateacuterias cobertas pelo jornalista reclamante Com efeito os comerciais produzidos e gravados pelo autor natildeo tecircm esse interesse e os eventos promocionais da reclamada recebem dela mesma uma atribuiccedilatildeo desse interesse embora natildeo o tenha imediata e objetivamente mas para efeitos do trabalho executado pelo reclamante deve ser considerado um trabalho jornaliacutestico Foi correta a decisatildeo natildeo merecendo qualquer reparo a natildeo ser o juriacutedico-temporal jaacute mencionado Nesta perspectiva o provimento do recurso eacute parcial (fls 97-99) Ao interpor o recurso de revista a Empresa alegou que o Reclamante na condiccedilatildeo de operador de cacircmera e operador de cacircmera de unidade portaacutetil externa acompanhando o repoacuterter como reconheceu o Regional natildeo pode ser

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enquadrado como jornalista porquanto ao repoacuterter eacute dado cumprir a determinaccedilatildeo de coletar notiacutecias ou informaccedilotildees e elaboraacute-las a fim de viabilizar posterior divulgaccedilatildeo e ao repoacuterter-cinematograacutefico cabe registrar cinematograficamente fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico razatildeo pela qual entende que a atividade do Reclamante eacute proacutepria de radialista categoria agrave qual pertencia Acrescenta que o artigo 2ordm da Lei nordm 661578 estabelece considera-se radialista o empregado de Radiodifusatildeo que exerccedila uma das funccedilotildees em que se desdobram as atividades mencionadas no artigo 4ordm ou seja operador de cacircmara e operador de cacircmara de unidade portaacutetil externa cuja regulamentaccedilatildeo profissional consta do Decreto nordm 8413479 e as atribuiccedilotildees do Quadro Anexo do mesmo decreto item II letra c nordm 3 com a seguinte redaccedilatildeo encarrega-se da gravaccedilatildeo de mateacuteria distribuiacuteda pelo Supervisor de Operaccedilotildees planifica e orienta o entrevistador repoacuterter e iluminador no que se refere aos aspectos teacutecnicos de seu trabalho suas atividades envolvem tanto a gravaccedilatildeo como a geraccedilatildeo de som e imagem atraveacutes de equipamentos eletrocircnico portaacutetil de TV Fundamenta o apelo em violaccedilatildeo dos artigos 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 2ordm da Lei nordm 661578 e do Decreto nordm 8413479 e Quadro Anexo do mesmo decreto item II letra c nordm 3 Inicialmente deve-se registrar a impossibilidade de exame da alegaccedilatildeo de afronta ao Decreto nordm 8413479 visto tratar-se de hipoacutetese natildeo contemplada na letra c do artigo 896 da CLT No tocante agrave ofensa aos artigos 2ordm da Lei nordm 661578 e 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 tambeacutem natildeo logra ecircxito a Agravante no intuito de ver autorizado o processamento do recurso de revista No primeiro dispositivo apenas dispotildee-se que o radialista eacute o empregado de radiodifusatildeo exercente de atividades voltadas agrave administraccedilatildeo produccedilatildeo ou teacutecnica No segundo definem-se as profissotildees de repoacuterter e repoacuterter cinematograacutefico salientando-se que a esse uacuteltimo cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico Ora dos termos da decisatildeo impugnada via recurso de revista nada haacute que conflite com tais dispositivos legais Afinal segundo o Tribunal Regional do Trabalho o Reclamante no exerciacutecio de suas atividades aleacutem de ter acompanhado o repoacuterter entrevistador na produccedilatildeo de mateacuterias fato que por si soacute natildeo lhe retira a condiccedilatildeo de jornalista - tambeacutem de acordo com depoimentos testemunhais saiacutea agrave rua com a pauta que lhe era dirigida para sozinho produzir as mateacuterias solicitadas pelo empregador o que de acordo com o teor dos dispositivos tidos por vulnerados permite concluir pelo exerciacutecio da profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico e natildeo simplesmente de operador de cacircmera visto que ao sair agraves ruas para a produccedilatildeo de mateacuterias cumpria seu ofiacutecio obviamente mediante registros de fatos e (ou) assuntos de interesses notadamente jornaliacutestico considerando para tanto a proacutepria natureza da atividade empresarial exercida pela empregadora Por esses fundamentos nego provimento ao agravo de instrumento ISTO POSTO ACORDAM os Ministros da Primeira Turma do Tribunal Superior do Trabalho por unanimidade negar provimento ao agravo de instrumento Brasiacutelia 9 de novembro de 2005 EMMANOEL PEREIRA Ministro Relator

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Art 12ordm Seratildeo privativas de jornalista as funccedilotildees pertinentes agraves atividades

descritas no artigo 2ordm tais como Editor Secretaacuterio Subsecretaacuterio Chefe de reportagem e Chefe de Revisatildeo

Art 13ordm Natildeo haveraacute incompatibilidade entre o exerciacutecio da profissatildeo de Jornalista e o de qualquer outra funccedilatildeo remunerada ainda que puacuteblica respeitadas a proibiccedilatildeo de acumular cargos e as demais restriccedilotildees de lei

Art 14ordm Seraacute passiacutevel de trancamento o registro profissional do jornalista que sem motivo legal deixar de exercer a profissatildeo por mais de 2 anos

sect 1ordm Natildeo incide na cominaccedilatildeo deste artigo o afastamento decorrente de a) suspensatildeo ou interrupccedilatildeo do contrato de trabalho b) aposentadoria como jornalista c) viagem ou bolsa de estudo para aperfeiccediloamento profissional d) desemprego apurado na forma da Lei nordm 4923 de 23 de dezembro de

1965

sect 2ordm O trancamento seraacute da competecircncia do oacutergatildeo regional do Ministeacuterio do Trabalho de ofiacutecio ou requerimento da entidade sindical representativa da categoria profissional cabendo a esta fazer publicar em oacutergatildeo oficial por trecircs vezes consecutivas e dentro de um interstiacutecio de dois anos a relaccedilatildeo dos jornalistas cujos registros pretende trancar

sect 3ordm Os oacutergatildeos do Ministeacuterio do Trabalho prestaratildeo aos sindicatos representativos da categoria profissional as informaccedilotildees que lhes forem solicitadas especialmente quanto ao registro de admissotildees e dispensas nas empresas jornaliacutesticas realizando as inspeccedilotildees que se tornarem necessaacuterias para a verificaccedilatildeo do exerciacutecio da profissatildeo de jornalista

sect 4ordm O exerciacutecio da atividade em empresa natildeo jornaliacutestica mencionada no artigo 3ordm sect 2ordm natildeo constituiraacute prova suficiente de permanecircncia na profissatildeo se a publicaccedilatildeo e seu responsaacutevel natildeo tiverem registro nos termos deste Decreto

sect 5ordm O registro trancado suspende a titularidade e o exerciacutecio das prerrogativas profissionais mas pode ser revalidado mediante apresentaccedilatildeo dos documentos mencionados nos itens II e III do artigo 4ordm

Art 15ordm O salaacuterio de jornalista natildeo poderaacute ser reajustado nos contratos individuais de trabalho para a jornada normal de 5 horas em base inferior agrave do salaacuterio estipulado para a respectiva funccedilatildeo em acordo ou convenccedilatildeo coletiva de trabalho ou sentenccedila normativa das Justiccedila do Trabalho

Paraacutegrafo uacutenico ndash Em negociaccedilatildeo ou dissiacutedio coletivo poderatildeo os Sindicatos de Jornalistas reclamar o estabelecimento de criteacuterio de remuneraccedilatildeo adicional pela divulgaccedilatildeo de trabalho produzido por jornalistas em mais de um veiacuteculo de comunicaccedilatildeo coletiva

Art 16ordm A admissatildeo de provisionado para exercer funccedilotildees relacionadas nos itens I a VII do artigo 11 seraacute permitida nos municiacutepios onde natildeo existia curso de Jornalismo reconhecido na forma de lei e comprovadamente natildeo haja jornalista domiciliado associado do sindicato representativo da categoria profissional disponiacutevel para contrataccedilatildeo

Paraacutegrafo uacutenico ndash O provisionado nos termos deste artigo poderaacute exercer suas atividades somente no municiacutepio para o qual foi registrado

Art 17ordm Os atuais portadores de registro especial de provisionado poderatildeo exercer suas atividades no Estado onde foram contratados

Art 18 ndash A fiscalizaccedilatildeo do cumprimento dos dispositivos deste Decreto se faraacute na forma do artigo 626 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho sendo aplicaacutevel aos

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infratores multa variaacutevel de 1 a 10 vezes o maior valor de referecircncia fixado de acordo com o artigo 2ordm paraacutegrafo uacutenico da Lei nordm 6205 de 29 de abril de 1975

Paraacutegrafo uacutenico ndash Aos sindicatos representativos da categoria profissional incumbe representar agraves autoridades competentes acerca do exerciacutecio irregular da profissatildeo de Jornalista

Art 19ordm Constitui fraude a prestaccedilatildeo de serviccedilos profissionais gratuitos ou com pagamentos simboacutelicos sob pretexto de estaacutegio bolsa de complementaccedilatildeo convecircnio ou qualquer outra modalidade em desrespeito agrave legislaccedilatildeo trabalhista e a este regulamento

Art 20ordm O disposto neste Decreto natildeo impede a conclusatildeo dos estaacutegios comprovadamente iniciados antes da vigecircncia da Lei nordm 6612 de 7 de dezembro de 1978 os quais entretanto natildeo conferiratildeo por si soacutes direito ao registro profissional

Art 21ordm Este Decreto entra em vigor na data da sua publicaccedilatildeo revogadas as disposiccedilotildees em contraacuterio especialmente os Decretos nordms 65912 de 19 de dezembro de 1969 e 68629 de 18 de maio de 1971

Brasiacutelia 13 de marccedilo de 1979 158ordm da Independecircncia e 91ordm da Repuacuteblica (DO de 13-3-79)

Ernesto Geisel Arnaldo Prieto

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ANEXO II ndash ACOacuteRDAtildeO TST-AIRR-6182001-751-04-401

Acoacuterdatildeo Inteiro Teor NUacuteMERO UacuteNICO PROC AIRR - 6182001-751-04-40 PUBLICACcedilAtildeO DJ - 10022006 Andamento do Processo

PROC Nordm TST-AIRR-6182001-751-04-401 C A C Oacute R D Atilde O 1ordf Turma EMPMs REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO CARACTERIZACcedilAtildeO INDEPENDEcircNCIA NO EXERCIacuteCIO DE SUAS ATIVIDADES REGISTROS DE ASSUNTOS E TEMAacuteTICAS DE INTERESSES JORNALIacuteSTICOS 1 Segundo o Tribunal Regional do Trabalho o Reclamante no exerciacutecio de suas atividades aleacutem de ter acompanhado o repoacuterter entrevistador na produccedilatildeo de mateacuterias fato que por si soacute natildeo lhe retira a condiccedilatildeo de jornalista - e tambeacutem de acordo com depoimentos testemunhais saiacutea agrave rua com a pauta que lhe era dirigida para sozinho produzir as mateacuterias solicitadas pelo empregador o que de acordo com o teor dos dispositivos tidos por vulnerados permite concluir o exerciacutecio da profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico e natildeo simplesmente de operador de cacircmera visto que ao sair agraves ruas para a produccedilatildeo de mateacuterias cumpria seu ofiacutecio obviamente mediante registros de fatos e (ou) assuntos de interesses notadamente jornaliacutestico considerando para tanto a proacutepria natureza da atividade empresarial exercida pela empregadora Inviaacutevel portanto a admissibilidade do recurso de revista em razatildeo da impossibilidade de exame da alegaccedilatildeo de afronta ao Decreto nordm 8413479 visto tratar-se de hipoacutetese natildeo contemplada na letra c do artigo 896 da CLT Por outro lado por violaccedilatildeo dos artigos 2ordm da Lei nordm 661578 e 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 tambeacutem natildeo logra ecircxito a Agravante no intuito de ver autorizado o processamento do recurso de revista No primeiro dispositivo apenas dispotildee-se que o radialista eacute o empregado de radiodifusatildeo exercente de atividades voltadas agrave administraccedilatildeo produccedilatildeo ou teacutecnica No segundo definem-se as profissotildees de repoacuterter e repoacuterter cinematograacutefico salientando-se que a esse uacuteltimo cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico hipoacutetese identificada pelo Regional 2 Agravo de instrumento a que se nega provimento Vistos relatados e discutidos estes autos do Agravo de Instrumento em Recurso de Revista nordm TST-AIRR-6182001-751-04-401 em que eacute Agravante RBS TV SANTA ROSA LTDA e Agravado CLOacuteVIS SANTACATARINA A Reclamada interpotildee agravo de instrumento ao despacho de fls 113-115 mediante o qual foi denegado seguimento ao recurso de revista sob o fundamento de que a decisatildeo decorreu da aplicaccedilatildeo das normas pertinentes uma vez que da situaccedilatildeo faacutetica delineada nos autos natildeo haacute como se extrair ofensa ao artigo 2ordm da Lei nordm 661578 na forma do artigo 896 c da CLT Contraminuta agraves fls 122-124 Natildeo houve remessa dos autos agrave Procuradoria Geral do Trabalho em face da orientaccedilatildeo emanada da Resoluccedilatildeo Administrativa nordm 322 atualmente retratada no artigo 82 do Regimento Interno do Tribunal Superior do

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Trabalho Eacute o relatoacuterio V O T O I CONHECIMENTO Conheccedilo do agravo de instrumento porque regular e tempestivo II MEacuteRITO O Tribunal Regional ao apreciar o recurso ordinaacuterio interposto pela Reclamada no tocante ao reconhecimento da condiccedilatildeo de jornalista ao Reclamante pela Vara do Trabalho decidiu O MM Juiacutezo de primeiro grau acolheu as alegaccedilotildees do reclamante de exerciacutecio de profissatildeo jornaliacutestica de repoacuterter cinematograacutefico condenando a reclamada a pagar diferenccedilas salariais e reflexos Contra esta decisatildeo volta-se a reacute sustentando que o reclamante era operador de cacircmera funccedilatildeo capitulada na profissatildeo de radialista A recorrente tem razatildeo parcialmente Tomando-se a hipoacutetese de confirmar a sentenccedila enquanto reconhece ter o reclamante exercido a funccedilatildeo de repoacuterter cinematograacutefico em todo o contrato existe um marco temporal e juriacutedico que deve ser considerado A funccedilatildeo de repoacuterter cinematograacutefico eacute exclusiva da profissatildeo de jornalista Eacute uma atividade que estaacute reservada aos jornalistas formados assim como estabelecido no DL 97269 O reclamante natildeo demonstra a partir de quando conquistou a diplomaccedilatildeo como jornalista devendo-se considerar apenas pelo que oferecem os autos a data de 16 de junho de 1998 dia em que o reclamante foi registrado no Ministeacuterio do Trabalho como jornalista profissional na funccedilatildeo especiacutefica de repoacuterter cinematograacutefico Considerando que o Ministeacuterio do Trabalho natildeo pode registrar jornalistas natildeo diplomados exceccedilatildeo feita aos provisionados tem-se que o reclamante adquiriu esta condiccedilatildeo nesse dia Antes embora pudesse fazer ou fizesse atividades privativas de jornalistas natildeo pode ser considerado juridicamente como tal Assim em qualquer hipoacutetese de manutenccedilatildeo do reconhecimento da funccedilatildeo de jornaliacutestica esta deve gerar os efeitos pleiteados somente a partir de 16 de junho de 1998 Jaacute quanto a ter exercido ou natildeo funccedilatildeo jornaliacutestica a conclusatildeo eacute de manutenccedilatildeo da sentenccedila Natildeo eacute o fato de estar acompanhado por repoacuterter entrevistador que o cinegrafista perde a condiccedilatildeo de jornalista Trata-se de uma equipe de profissionais jornalistas Um exemplo que melhor ilustra o descabimento da distinccedilatildeo que pretende fazer o apelo eacute a situaccedilatildeo dos fotoacutegrafos ou repoacuterteres fotograacuteficos O fotoacutegrafo sai com a pauta junto com o repoacuterter (ou natildeo e isto tambeacutem acontecia com o reclamante como o reconhecem as testemunhas inclusive trazidas pela reclamada) e enquanto o repoacuterter investiga os dados necessaacuterios para a mateacuteria o fotoacutegrafo registra as cenas mas nem por isto eacute rebaixado da condiccedilatildeo de jornalista para dir- se-ia operador de cacircmera fotograacutefica O que se pode discutir seria o interesse jornaliacutestico das mateacuterias cobertas pelo jornalista reclamante Com efeito os comerciais produzidos e gravados pelo autor natildeo tecircm esse interesse e os eventos promocionais da reclamada recebem dela mesma uma atribuiccedilatildeo desse interesse embora natildeo o tenha imediata e objetivamente mas para efeitos do trabalho executado pelo reclamante deve ser considerado um trabalho jornaliacutestico Foi correta a decisatildeo natildeo merecendo qualquer reparo a natildeo ser o juriacutedico-temporal jaacute mencionado Nesta perspectiva o provimento do recurso eacute parcial (fls 97-99) Ao interpor o recurso de revista a Empresa alegou que o Reclamante na condiccedilatildeo de operador de cacircmera e operador de cacircmera de unidade portaacutetil externa acompanhando o repoacuterter como reconheceu o Regional natildeo pode ser

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enquadrado como jornalista porquanto ao repoacuterter eacute dado cumprir a determinaccedilatildeo de coletar notiacutecias ou informaccedilotildees e elaboraacute-las a fim de viabilizar posterior divulgaccedilatildeo e ao repoacuterter-cinematograacutefico cabe registrar cinematograficamente fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico razatildeo pela qual entende que a atividade do Reclamante eacute proacutepria de radialista categoria agrave qual pertencia Acrescenta que o artigo 2ordm da Lei nordm 661578 estabelece considera-se radialista o empregado de Radiodifusatildeo que exerccedila uma das funccedilotildees em que se desdobram as atividades mencionadas no artigo 4ordm ou seja operador de cacircmara e operador de cacircmara de unidade portaacutetil externa cuja regulamentaccedilatildeo profissional consta do Decreto nordm 8413479 e as atribuiccedilotildees do Quadro Anexo do mesmo decreto item II letra c nordm 3 com a seguinte redaccedilatildeo encarrega-se da gravaccedilatildeo de mateacuteria distribuiacuteda pelo Supervisor de Operaccedilotildees planifica e orienta o entrevistador repoacuterter e iluminador no que se refere aos aspectos teacutecnicos de seu trabalho suas atividades envolvem tanto a gravaccedilatildeo como a geraccedilatildeo de som e imagem atraveacutes de equipamentos eletrocircnico portaacutetil de TV Fundamenta o apelo em violaccedilatildeo dos artigos 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 2ordm da Lei nordm 661578 e do Decreto nordm 8413479 e Quadro Anexo do mesmo decreto item II letra c nordm 3 Inicialmente deve-se registrar a impossibilidade de exame da alegaccedilatildeo de afronta ao Decreto nordm 8413479 visto tratar-se de hipoacutetese natildeo contemplada na letra c do artigo 896 da CLT No tocante agrave ofensa aos artigos 2ordm da Lei nordm 661578 e 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 tambeacutem natildeo logra ecircxito a Agravante no intuito de ver autorizado o processamento do recurso de revista No primeiro dispositivo apenas dispotildee-se que o radialista eacute o empregado de radiodifusatildeo exercente de atividades voltadas agrave administraccedilatildeo produccedilatildeo ou teacutecnica No segundo definem-se as profissotildees de repoacuterter e repoacuterter cinematograacutefico salientando-se que a esse uacuteltimo cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico Ora dos termos da decisatildeo impugnada via recurso de revista nada haacute que conflite com tais dispositivos legais Afinal segundo o Tribunal Regional do Trabalho o Reclamante no exerciacutecio de suas atividades aleacutem de ter acompanhado o repoacuterter entrevistador na produccedilatildeo de mateacuterias fato que por si soacute natildeo lhe retira a condiccedilatildeo de jornalista - tambeacutem de acordo com depoimentos testemunhais saiacutea agrave rua com a pauta que lhe era dirigida para sozinho produzir as mateacuterias solicitadas pelo empregador o que de acordo com o teor dos dispositivos tidos por vulnerados permite concluir pelo exerciacutecio da profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico e natildeo simplesmente de operador de cacircmera visto que ao sair agraves ruas para a produccedilatildeo de mateacuterias cumpria seu ofiacutecio obviamente mediante registros de fatos e (ou) assuntos de interesses notadamente jornaliacutestico considerando para tanto a proacutepria natureza da atividade empresarial exercida pela empregadora Por esses fundamentos nego provimento ao agravo de instrumento ISTO POSTO ACORDAM os Ministros da Primeira Turma do Tribunal Superior do Trabalho por unanimidade negar provimento ao agravo de instrumento Brasiacutelia 9 de novembro de 2005 EMMANOEL PEREIRA Ministro Relator

NIA 3981288

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infratores multa variaacutevel de 1 a 10 vezes o maior valor de referecircncia fixado de acordo com o artigo 2ordm paraacutegrafo uacutenico da Lei nordm 6205 de 29 de abril de 1975

Paraacutegrafo uacutenico ndash Aos sindicatos representativos da categoria profissional incumbe representar agraves autoridades competentes acerca do exerciacutecio irregular da profissatildeo de Jornalista

Art 19ordm Constitui fraude a prestaccedilatildeo de serviccedilos profissionais gratuitos ou com pagamentos simboacutelicos sob pretexto de estaacutegio bolsa de complementaccedilatildeo convecircnio ou qualquer outra modalidade em desrespeito agrave legislaccedilatildeo trabalhista e a este regulamento

Art 20ordm O disposto neste Decreto natildeo impede a conclusatildeo dos estaacutegios comprovadamente iniciados antes da vigecircncia da Lei nordm 6612 de 7 de dezembro de 1978 os quais entretanto natildeo conferiratildeo por si soacutes direito ao registro profissional

Art 21ordm Este Decreto entra em vigor na data da sua publicaccedilatildeo revogadas as disposiccedilotildees em contraacuterio especialmente os Decretos nordms 65912 de 19 de dezembro de 1969 e 68629 de 18 de maio de 1971

Brasiacutelia 13 de marccedilo de 1979 158ordm da Independecircncia e 91ordm da Repuacuteblica (DO de 13-3-79)

Ernesto Geisel Arnaldo Prieto

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ANEXO II ndash ACOacuteRDAtildeO TST-AIRR-6182001-751-04-401

Acoacuterdatildeo Inteiro Teor NUacuteMERO UacuteNICO PROC AIRR - 6182001-751-04-40 PUBLICACcedilAtildeO DJ - 10022006 Andamento do Processo

PROC Nordm TST-AIRR-6182001-751-04-401 C A C Oacute R D Atilde O 1ordf Turma EMPMs REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO CARACTERIZACcedilAtildeO INDEPENDEcircNCIA NO EXERCIacuteCIO DE SUAS ATIVIDADES REGISTROS DE ASSUNTOS E TEMAacuteTICAS DE INTERESSES JORNALIacuteSTICOS 1 Segundo o Tribunal Regional do Trabalho o Reclamante no exerciacutecio de suas atividades aleacutem de ter acompanhado o repoacuterter entrevistador na produccedilatildeo de mateacuterias fato que por si soacute natildeo lhe retira a condiccedilatildeo de jornalista - e tambeacutem de acordo com depoimentos testemunhais saiacutea agrave rua com a pauta que lhe era dirigida para sozinho produzir as mateacuterias solicitadas pelo empregador o que de acordo com o teor dos dispositivos tidos por vulnerados permite concluir o exerciacutecio da profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico e natildeo simplesmente de operador de cacircmera visto que ao sair agraves ruas para a produccedilatildeo de mateacuterias cumpria seu ofiacutecio obviamente mediante registros de fatos e (ou) assuntos de interesses notadamente jornaliacutestico considerando para tanto a proacutepria natureza da atividade empresarial exercida pela empregadora Inviaacutevel portanto a admissibilidade do recurso de revista em razatildeo da impossibilidade de exame da alegaccedilatildeo de afronta ao Decreto nordm 8413479 visto tratar-se de hipoacutetese natildeo contemplada na letra c do artigo 896 da CLT Por outro lado por violaccedilatildeo dos artigos 2ordm da Lei nordm 661578 e 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 tambeacutem natildeo logra ecircxito a Agravante no intuito de ver autorizado o processamento do recurso de revista No primeiro dispositivo apenas dispotildee-se que o radialista eacute o empregado de radiodifusatildeo exercente de atividades voltadas agrave administraccedilatildeo produccedilatildeo ou teacutecnica No segundo definem-se as profissotildees de repoacuterter e repoacuterter cinematograacutefico salientando-se que a esse uacuteltimo cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico hipoacutetese identificada pelo Regional 2 Agravo de instrumento a que se nega provimento Vistos relatados e discutidos estes autos do Agravo de Instrumento em Recurso de Revista nordm TST-AIRR-6182001-751-04-401 em que eacute Agravante RBS TV SANTA ROSA LTDA e Agravado CLOacuteVIS SANTACATARINA A Reclamada interpotildee agravo de instrumento ao despacho de fls 113-115 mediante o qual foi denegado seguimento ao recurso de revista sob o fundamento de que a decisatildeo decorreu da aplicaccedilatildeo das normas pertinentes uma vez que da situaccedilatildeo faacutetica delineada nos autos natildeo haacute como se extrair ofensa ao artigo 2ordm da Lei nordm 661578 na forma do artigo 896 c da CLT Contraminuta agraves fls 122-124 Natildeo houve remessa dos autos agrave Procuradoria Geral do Trabalho em face da orientaccedilatildeo emanada da Resoluccedilatildeo Administrativa nordm 322 atualmente retratada no artigo 82 do Regimento Interno do Tribunal Superior do

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Trabalho Eacute o relatoacuterio V O T O I CONHECIMENTO Conheccedilo do agravo de instrumento porque regular e tempestivo II MEacuteRITO O Tribunal Regional ao apreciar o recurso ordinaacuterio interposto pela Reclamada no tocante ao reconhecimento da condiccedilatildeo de jornalista ao Reclamante pela Vara do Trabalho decidiu O MM Juiacutezo de primeiro grau acolheu as alegaccedilotildees do reclamante de exerciacutecio de profissatildeo jornaliacutestica de repoacuterter cinematograacutefico condenando a reclamada a pagar diferenccedilas salariais e reflexos Contra esta decisatildeo volta-se a reacute sustentando que o reclamante era operador de cacircmera funccedilatildeo capitulada na profissatildeo de radialista A recorrente tem razatildeo parcialmente Tomando-se a hipoacutetese de confirmar a sentenccedila enquanto reconhece ter o reclamante exercido a funccedilatildeo de repoacuterter cinematograacutefico em todo o contrato existe um marco temporal e juriacutedico que deve ser considerado A funccedilatildeo de repoacuterter cinematograacutefico eacute exclusiva da profissatildeo de jornalista Eacute uma atividade que estaacute reservada aos jornalistas formados assim como estabelecido no DL 97269 O reclamante natildeo demonstra a partir de quando conquistou a diplomaccedilatildeo como jornalista devendo-se considerar apenas pelo que oferecem os autos a data de 16 de junho de 1998 dia em que o reclamante foi registrado no Ministeacuterio do Trabalho como jornalista profissional na funccedilatildeo especiacutefica de repoacuterter cinematograacutefico Considerando que o Ministeacuterio do Trabalho natildeo pode registrar jornalistas natildeo diplomados exceccedilatildeo feita aos provisionados tem-se que o reclamante adquiriu esta condiccedilatildeo nesse dia Antes embora pudesse fazer ou fizesse atividades privativas de jornalistas natildeo pode ser considerado juridicamente como tal Assim em qualquer hipoacutetese de manutenccedilatildeo do reconhecimento da funccedilatildeo de jornaliacutestica esta deve gerar os efeitos pleiteados somente a partir de 16 de junho de 1998 Jaacute quanto a ter exercido ou natildeo funccedilatildeo jornaliacutestica a conclusatildeo eacute de manutenccedilatildeo da sentenccedila Natildeo eacute o fato de estar acompanhado por repoacuterter entrevistador que o cinegrafista perde a condiccedilatildeo de jornalista Trata-se de uma equipe de profissionais jornalistas Um exemplo que melhor ilustra o descabimento da distinccedilatildeo que pretende fazer o apelo eacute a situaccedilatildeo dos fotoacutegrafos ou repoacuterteres fotograacuteficos O fotoacutegrafo sai com a pauta junto com o repoacuterter (ou natildeo e isto tambeacutem acontecia com o reclamante como o reconhecem as testemunhas inclusive trazidas pela reclamada) e enquanto o repoacuterter investiga os dados necessaacuterios para a mateacuteria o fotoacutegrafo registra as cenas mas nem por isto eacute rebaixado da condiccedilatildeo de jornalista para dir- se-ia operador de cacircmera fotograacutefica O que se pode discutir seria o interesse jornaliacutestico das mateacuterias cobertas pelo jornalista reclamante Com efeito os comerciais produzidos e gravados pelo autor natildeo tecircm esse interesse e os eventos promocionais da reclamada recebem dela mesma uma atribuiccedilatildeo desse interesse embora natildeo o tenha imediata e objetivamente mas para efeitos do trabalho executado pelo reclamante deve ser considerado um trabalho jornaliacutestico Foi correta a decisatildeo natildeo merecendo qualquer reparo a natildeo ser o juriacutedico-temporal jaacute mencionado Nesta perspectiva o provimento do recurso eacute parcial (fls 97-99) Ao interpor o recurso de revista a Empresa alegou que o Reclamante na condiccedilatildeo de operador de cacircmera e operador de cacircmera de unidade portaacutetil externa acompanhando o repoacuterter como reconheceu o Regional natildeo pode ser

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enquadrado como jornalista porquanto ao repoacuterter eacute dado cumprir a determinaccedilatildeo de coletar notiacutecias ou informaccedilotildees e elaboraacute-las a fim de viabilizar posterior divulgaccedilatildeo e ao repoacuterter-cinematograacutefico cabe registrar cinematograficamente fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico razatildeo pela qual entende que a atividade do Reclamante eacute proacutepria de radialista categoria agrave qual pertencia Acrescenta que o artigo 2ordm da Lei nordm 661578 estabelece considera-se radialista o empregado de Radiodifusatildeo que exerccedila uma das funccedilotildees em que se desdobram as atividades mencionadas no artigo 4ordm ou seja operador de cacircmara e operador de cacircmara de unidade portaacutetil externa cuja regulamentaccedilatildeo profissional consta do Decreto nordm 8413479 e as atribuiccedilotildees do Quadro Anexo do mesmo decreto item II letra c nordm 3 com a seguinte redaccedilatildeo encarrega-se da gravaccedilatildeo de mateacuteria distribuiacuteda pelo Supervisor de Operaccedilotildees planifica e orienta o entrevistador repoacuterter e iluminador no que se refere aos aspectos teacutecnicos de seu trabalho suas atividades envolvem tanto a gravaccedilatildeo como a geraccedilatildeo de som e imagem atraveacutes de equipamentos eletrocircnico portaacutetil de TV Fundamenta o apelo em violaccedilatildeo dos artigos 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 2ordm da Lei nordm 661578 e do Decreto nordm 8413479 e Quadro Anexo do mesmo decreto item II letra c nordm 3 Inicialmente deve-se registrar a impossibilidade de exame da alegaccedilatildeo de afronta ao Decreto nordm 8413479 visto tratar-se de hipoacutetese natildeo contemplada na letra c do artigo 896 da CLT No tocante agrave ofensa aos artigos 2ordm da Lei nordm 661578 e 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 tambeacutem natildeo logra ecircxito a Agravante no intuito de ver autorizado o processamento do recurso de revista No primeiro dispositivo apenas dispotildee-se que o radialista eacute o empregado de radiodifusatildeo exercente de atividades voltadas agrave administraccedilatildeo produccedilatildeo ou teacutecnica No segundo definem-se as profissotildees de repoacuterter e repoacuterter cinematograacutefico salientando-se que a esse uacuteltimo cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico Ora dos termos da decisatildeo impugnada via recurso de revista nada haacute que conflite com tais dispositivos legais Afinal segundo o Tribunal Regional do Trabalho o Reclamante no exerciacutecio de suas atividades aleacutem de ter acompanhado o repoacuterter entrevistador na produccedilatildeo de mateacuterias fato que por si soacute natildeo lhe retira a condiccedilatildeo de jornalista - tambeacutem de acordo com depoimentos testemunhais saiacutea agrave rua com a pauta que lhe era dirigida para sozinho produzir as mateacuterias solicitadas pelo empregador o que de acordo com o teor dos dispositivos tidos por vulnerados permite concluir pelo exerciacutecio da profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico e natildeo simplesmente de operador de cacircmera visto que ao sair agraves ruas para a produccedilatildeo de mateacuterias cumpria seu ofiacutecio obviamente mediante registros de fatos e (ou) assuntos de interesses notadamente jornaliacutestico considerando para tanto a proacutepria natureza da atividade empresarial exercida pela empregadora Por esses fundamentos nego provimento ao agravo de instrumento ISTO POSTO ACORDAM os Ministros da Primeira Turma do Tribunal Superior do Trabalho por unanimidade negar provimento ao agravo de instrumento Brasiacutelia 9 de novembro de 2005 EMMANOEL PEREIRA Ministro Relator

NIA 3981288

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ANEXO II ndash ACOacuteRDAtildeO TST-AIRR-6182001-751-04-401

Acoacuterdatildeo Inteiro Teor NUacuteMERO UacuteNICO PROC AIRR - 6182001-751-04-40 PUBLICACcedilAtildeO DJ - 10022006 Andamento do Processo

PROC Nordm TST-AIRR-6182001-751-04-401 C A C Oacute R D Atilde O 1ordf Turma EMPMs REPOacuteRTER CINEMATOGRAacuteFICO CARACTERIZACcedilAtildeO INDEPENDEcircNCIA NO EXERCIacuteCIO DE SUAS ATIVIDADES REGISTROS DE ASSUNTOS E TEMAacuteTICAS DE INTERESSES JORNALIacuteSTICOS 1 Segundo o Tribunal Regional do Trabalho o Reclamante no exerciacutecio de suas atividades aleacutem de ter acompanhado o repoacuterter entrevistador na produccedilatildeo de mateacuterias fato que por si soacute natildeo lhe retira a condiccedilatildeo de jornalista - e tambeacutem de acordo com depoimentos testemunhais saiacutea agrave rua com a pauta que lhe era dirigida para sozinho produzir as mateacuterias solicitadas pelo empregador o que de acordo com o teor dos dispositivos tidos por vulnerados permite concluir o exerciacutecio da profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico e natildeo simplesmente de operador de cacircmera visto que ao sair agraves ruas para a produccedilatildeo de mateacuterias cumpria seu ofiacutecio obviamente mediante registros de fatos e (ou) assuntos de interesses notadamente jornaliacutestico considerando para tanto a proacutepria natureza da atividade empresarial exercida pela empregadora Inviaacutevel portanto a admissibilidade do recurso de revista em razatildeo da impossibilidade de exame da alegaccedilatildeo de afronta ao Decreto nordm 8413479 visto tratar-se de hipoacutetese natildeo contemplada na letra c do artigo 896 da CLT Por outro lado por violaccedilatildeo dos artigos 2ordm da Lei nordm 661578 e 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 tambeacutem natildeo logra ecircxito a Agravante no intuito de ver autorizado o processamento do recurso de revista No primeiro dispositivo apenas dispotildee-se que o radialista eacute o empregado de radiodifusatildeo exercente de atividades voltadas agrave administraccedilatildeo produccedilatildeo ou teacutecnica No segundo definem-se as profissotildees de repoacuterter e repoacuterter cinematograacutefico salientando-se que a esse uacuteltimo cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico hipoacutetese identificada pelo Regional 2 Agravo de instrumento a que se nega provimento Vistos relatados e discutidos estes autos do Agravo de Instrumento em Recurso de Revista nordm TST-AIRR-6182001-751-04-401 em que eacute Agravante RBS TV SANTA ROSA LTDA e Agravado CLOacuteVIS SANTACATARINA A Reclamada interpotildee agravo de instrumento ao despacho de fls 113-115 mediante o qual foi denegado seguimento ao recurso de revista sob o fundamento de que a decisatildeo decorreu da aplicaccedilatildeo das normas pertinentes uma vez que da situaccedilatildeo faacutetica delineada nos autos natildeo haacute como se extrair ofensa ao artigo 2ordm da Lei nordm 661578 na forma do artigo 896 c da CLT Contraminuta agraves fls 122-124 Natildeo houve remessa dos autos agrave Procuradoria Geral do Trabalho em face da orientaccedilatildeo emanada da Resoluccedilatildeo Administrativa nordm 322 atualmente retratada no artigo 82 do Regimento Interno do Tribunal Superior do

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Trabalho Eacute o relatoacuterio V O T O I CONHECIMENTO Conheccedilo do agravo de instrumento porque regular e tempestivo II MEacuteRITO O Tribunal Regional ao apreciar o recurso ordinaacuterio interposto pela Reclamada no tocante ao reconhecimento da condiccedilatildeo de jornalista ao Reclamante pela Vara do Trabalho decidiu O MM Juiacutezo de primeiro grau acolheu as alegaccedilotildees do reclamante de exerciacutecio de profissatildeo jornaliacutestica de repoacuterter cinematograacutefico condenando a reclamada a pagar diferenccedilas salariais e reflexos Contra esta decisatildeo volta-se a reacute sustentando que o reclamante era operador de cacircmera funccedilatildeo capitulada na profissatildeo de radialista A recorrente tem razatildeo parcialmente Tomando-se a hipoacutetese de confirmar a sentenccedila enquanto reconhece ter o reclamante exercido a funccedilatildeo de repoacuterter cinematograacutefico em todo o contrato existe um marco temporal e juriacutedico que deve ser considerado A funccedilatildeo de repoacuterter cinematograacutefico eacute exclusiva da profissatildeo de jornalista Eacute uma atividade que estaacute reservada aos jornalistas formados assim como estabelecido no DL 97269 O reclamante natildeo demonstra a partir de quando conquistou a diplomaccedilatildeo como jornalista devendo-se considerar apenas pelo que oferecem os autos a data de 16 de junho de 1998 dia em que o reclamante foi registrado no Ministeacuterio do Trabalho como jornalista profissional na funccedilatildeo especiacutefica de repoacuterter cinematograacutefico Considerando que o Ministeacuterio do Trabalho natildeo pode registrar jornalistas natildeo diplomados exceccedilatildeo feita aos provisionados tem-se que o reclamante adquiriu esta condiccedilatildeo nesse dia Antes embora pudesse fazer ou fizesse atividades privativas de jornalistas natildeo pode ser considerado juridicamente como tal Assim em qualquer hipoacutetese de manutenccedilatildeo do reconhecimento da funccedilatildeo de jornaliacutestica esta deve gerar os efeitos pleiteados somente a partir de 16 de junho de 1998 Jaacute quanto a ter exercido ou natildeo funccedilatildeo jornaliacutestica a conclusatildeo eacute de manutenccedilatildeo da sentenccedila Natildeo eacute o fato de estar acompanhado por repoacuterter entrevistador que o cinegrafista perde a condiccedilatildeo de jornalista Trata-se de uma equipe de profissionais jornalistas Um exemplo que melhor ilustra o descabimento da distinccedilatildeo que pretende fazer o apelo eacute a situaccedilatildeo dos fotoacutegrafos ou repoacuterteres fotograacuteficos O fotoacutegrafo sai com a pauta junto com o repoacuterter (ou natildeo e isto tambeacutem acontecia com o reclamante como o reconhecem as testemunhas inclusive trazidas pela reclamada) e enquanto o repoacuterter investiga os dados necessaacuterios para a mateacuteria o fotoacutegrafo registra as cenas mas nem por isto eacute rebaixado da condiccedilatildeo de jornalista para dir- se-ia operador de cacircmera fotograacutefica O que se pode discutir seria o interesse jornaliacutestico das mateacuterias cobertas pelo jornalista reclamante Com efeito os comerciais produzidos e gravados pelo autor natildeo tecircm esse interesse e os eventos promocionais da reclamada recebem dela mesma uma atribuiccedilatildeo desse interesse embora natildeo o tenha imediata e objetivamente mas para efeitos do trabalho executado pelo reclamante deve ser considerado um trabalho jornaliacutestico Foi correta a decisatildeo natildeo merecendo qualquer reparo a natildeo ser o juriacutedico-temporal jaacute mencionado Nesta perspectiva o provimento do recurso eacute parcial (fls 97-99) Ao interpor o recurso de revista a Empresa alegou que o Reclamante na condiccedilatildeo de operador de cacircmera e operador de cacircmera de unidade portaacutetil externa acompanhando o repoacuterter como reconheceu o Regional natildeo pode ser

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enquadrado como jornalista porquanto ao repoacuterter eacute dado cumprir a determinaccedilatildeo de coletar notiacutecias ou informaccedilotildees e elaboraacute-las a fim de viabilizar posterior divulgaccedilatildeo e ao repoacuterter-cinematograacutefico cabe registrar cinematograficamente fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico razatildeo pela qual entende que a atividade do Reclamante eacute proacutepria de radialista categoria agrave qual pertencia Acrescenta que o artigo 2ordm da Lei nordm 661578 estabelece considera-se radialista o empregado de Radiodifusatildeo que exerccedila uma das funccedilotildees em que se desdobram as atividades mencionadas no artigo 4ordm ou seja operador de cacircmara e operador de cacircmara de unidade portaacutetil externa cuja regulamentaccedilatildeo profissional consta do Decreto nordm 8413479 e as atribuiccedilotildees do Quadro Anexo do mesmo decreto item II letra c nordm 3 com a seguinte redaccedilatildeo encarrega-se da gravaccedilatildeo de mateacuteria distribuiacuteda pelo Supervisor de Operaccedilotildees planifica e orienta o entrevistador repoacuterter e iluminador no que se refere aos aspectos teacutecnicos de seu trabalho suas atividades envolvem tanto a gravaccedilatildeo como a geraccedilatildeo de som e imagem atraveacutes de equipamentos eletrocircnico portaacutetil de TV Fundamenta o apelo em violaccedilatildeo dos artigos 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 2ordm da Lei nordm 661578 e do Decreto nordm 8413479 e Quadro Anexo do mesmo decreto item II letra c nordm 3 Inicialmente deve-se registrar a impossibilidade de exame da alegaccedilatildeo de afronta ao Decreto nordm 8413479 visto tratar-se de hipoacutetese natildeo contemplada na letra c do artigo 896 da CLT No tocante agrave ofensa aos artigos 2ordm da Lei nordm 661578 e 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 tambeacutem natildeo logra ecircxito a Agravante no intuito de ver autorizado o processamento do recurso de revista No primeiro dispositivo apenas dispotildee-se que o radialista eacute o empregado de radiodifusatildeo exercente de atividades voltadas agrave administraccedilatildeo produccedilatildeo ou teacutecnica No segundo definem-se as profissotildees de repoacuterter e repoacuterter cinematograacutefico salientando-se que a esse uacuteltimo cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico Ora dos termos da decisatildeo impugnada via recurso de revista nada haacute que conflite com tais dispositivos legais Afinal segundo o Tribunal Regional do Trabalho o Reclamante no exerciacutecio de suas atividades aleacutem de ter acompanhado o repoacuterter entrevistador na produccedilatildeo de mateacuterias fato que por si soacute natildeo lhe retira a condiccedilatildeo de jornalista - tambeacutem de acordo com depoimentos testemunhais saiacutea agrave rua com a pauta que lhe era dirigida para sozinho produzir as mateacuterias solicitadas pelo empregador o que de acordo com o teor dos dispositivos tidos por vulnerados permite concluir pelo exerciacutecio da profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico e natildeo simplesmente de operador de cacircmera visto que ao sair agraves ruas para a produccedilatildeo de mateacuterias cumpria seu ofiacutecio obviamente mediante registros de fatos e (ou) assuntos de interesses notadamente jornaliacutestico considerando para tanto a proacutepria natureza da atividade empresarial exercida pela empregadora Por esses fundamentos nego provimento ao agravo de instrumento ISTO POSTO ACORDAM os Ministros da Primeira Turma do Tribunal Superior do Trabalho por unanimidade negar provimento ao agravo de instrumento Brasiacutelia 9 de novembro de 2005 EMMANOEL PEREIRA Ministro Relator

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Trabalho Eacute o relatoacuterio V O T O I CONHECIMENTO Conheccedilo do agravo de instrumento porque regular e tempestivo II MEacuteRITO O Tribunal Regional ao apreciar o recurso ordinaacuterio interposto pela Reclamada no tocante ao reconhecimento da condiccedilatildeo de jornalista ao Reclamante pela Vara do Trabalho decidiu O MM Juiacutezo de primeiro grau acolheu as alegaccedilotildees do reclamante de exerciacutecio de profissatildeo jornaliacutestica de repoacuterter cinematograacutefico condenando a reclamada a pagar diferenccedilas salariais e reflexos Contra esta decisatildeo volta-se a reacute sustentando que o reclamante era operador de cacircmera funccedilatildeo capitulada na profissatildeo de radialista A recorrente tem razatildeo parcialmente Tomando-se a hipoacutetese de confirmar a sentenccedila enquanto reconhece ter o reclamante exercido a funccedilatildeo de repoacuterter cinematograacutefico em todo o contrato existe um marco temporal e juriacutedico que deve ser considerado A funccedilatildeo de repoacuterter cinematograacutefico eacute exclusiva da profissatildeo de jornalista Eacute uma atividade que estaacute reservada aos jornalistas formados assim como estabelecido no DL 97269 O reclamante natildeo demonstra a partir de quando conquistou a diplomaccedilatildeo como jornalista devendo-se considerar apenas pelo que oferecem os autos a data de 16 de junho de 1998 dia em que o reclamante foi registrado no Ministeacuterio do Trabalho como jornalista profissional na funccedilatildeo especiacutefica de repoacuterter cinematograacutefico Considerando que o Ministeacuterio do Trabalho natildeo pode registrar jornalistas natildeo diplomados exceccedilatildeo feita aos provisionados tem-se que o reclamante adquiriu esta condiccedilatildeo nesse dia Antes embora pudesse fazer ou fizesse atividades privativas de jornalistas natildeo pode ser considerado juridicamente como tal Assim em qualquer hipoacutetese de manutenccedilatildeo do reconhecimento da funccedilatildeo de jornaliacutestica esta deve gerar os efeitos pleiteados somente a partir de 16 de junho de 1998 Jaacute quanto a ter exercido ou natildeo funccedilatildeo jornaliacutestica a conclusatildeo eacute de manutenccedilatildeo da sentenccedila Natildeo eacute o fato de estar acompanhado por repoacuterter entrevistador que o cinegrafista perde a condiccedilatildeo de jornalista Trata-se de uma equipe de profissionais jornalistas Um exemplo que melhor ilustra o descabimento da distinccedilatildeo que pretende fazer o apelo eacute a situaccedilatildeo dos fotoacutegrafos ou repoacuterteres fotograacuteficos O fotoacutegrafo sai com a pauta junto com o repoacuterter (ou natildeo e isto tambeacutem acontecia com o reclamante como o reconhecem as testemunhas inclusive trazidas pela reclamada) e enquanto o repoacuterter investiga os dados necessaacuterios para a mateacuteria o fotoacutegrafo registra as cenas mas nem por isto eacute rebaixado da condiccedilatildeo de jornalista para dir- se-ia operador de cacircmera fotograacutefica O que se pode discutir seria o interesse jornaliacutestico das mateacuterias cobertas pelo jornalista reclamante Com efeito os comerciais produzidos e gravados pelo autor natildeo tecircm esse interesse e os eventos promocionais da reclamada recebem dela mesma uma atribuiccedilatildeo desse interesse embora natildeo o tenha imediata e objetivamente mas para efeitos do trabalho executado pelo reclamante deve ser considerado um trabalho jornaliacutestico Foi correta a decisatildeo natildeo merecendo qualquer reparo a natildeo ser o juriacutedico-temporal jaacute mencionado Nesta perspectiva o provimento do recurso eacute parcial (fls 97-99) Ao interpor o recurso de revista a Empresa alegou que o Reclamante na condiccedilatildeo de operador de cacircmera e operador de cacircmera de unidade portaacutetil externa acompanhando o repoacuterter como reconheceu o Regional natildeo pode ser

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enquadrado como jornalista porquanto ao repoacuterter eacute dado cumprir a determinaccedilatildeo de coletar notiacutecias ou informaccedilotildees e elaboraacute-las a fim de viabilizar posterior divulgaccedilatildeo e ao repoacuterter-cinematograacutefico cabe registrar cinematograficamente fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico razatildeo pela qual entende que a atividade do Reclamante eacute proacutepria de radialista categoria agrave qual pertencia Acrescenta que o artigo 2ordm da Lei nordm 661578 estabelece considera-se radialista o empregado de Radiodifusatildeo que exerccedila uma das funccedilotildees em que se desdobram as atividades mencionadas no artigo 4ordm ou seja operador de cacircmara e operador de cacircmara de unidade portaacutetil externa cuja regulamentaccedilatildeo profissional consta do Decreto nordm 8413479 e as atribuiccedilotildees do Quadro Anexo do mesmo decreto item II letra c nordm 3 com a seguinte redaccedilatildeo encarrega-se da gravaccedilatildeo de mateacuteria distribuiacuteda pelo Supervisor de Operaccedilotildees planifica e orienta o entrevistador repoacuterter e iluminador no que se refere aos aspectos teacutecnicos de seu trabalho suas atividades envolvem tanto a gravaccedilatildeo como a geraccedilatildeo de som e imagem atraveacutes de equipamentos eletrocircnico portaacutetil de TV Fundamenta o apelo em violaccedilatildeo dos artigos 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 2ordm da Lei nordm 661578 e do Decreto nordm 8413479 e Quadro Anexo do mesmo decreto item II letra c nordm 3 Inicialmente deve-se registrar a impossibilidade de exame da alegaccedilatildeo de afronta ao Decreto nordm 8413479 visto tratar-se de hipoacutetese natildeo contemplada na letra c do artigo 896 da CLT No tocante agrave ofensa aos artigos 2ordm da Lei nordm 661578 e 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 tambeacutem natildeo logra ecircxito a Agravante no intuito de ver autorizado o processamento do recurso de revista No primeiro dispositivo apenas dispotildee-se que o radialista eacute o empregado de radiodifusatildeo exercente de atividades voltadas agrave administraccedilatildeo produccedilatildeo ou teacutecnica No segundo definem-se as profissotildees de repoacuterter e repoacuterter cinematograacutefico salientando-se que a esse uacuteltimo cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico Ora dos termos da decisatildeo impugnada via recurso de revista nada haacute que conflite com tais dispositivos legais Afinal segundo o Tribunal Regional do Trabalho o Reclamante no exerciacutecio de suas atividades aleacutem de ter acompanhado o repoacuterter entrevistador na produccedilatildeo de mateacuterias fato que por si soacute natildeo lhe retira a condiccedilatildeo de jornalista - tambeacutem de acordo com depoimentos testemunhais saiacutea agrave rua com a pauta que lhe era dirigida para sozinho produzir as mateacuterias solicitadas pelo empregador o que de acordo com o teor dos dispositivos tidos por vulnerados permite concluir pelo exerciacutecio da profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico e natildeo simplesmente de operador de cacircmera visto que ao sair agraves ruas para a produccedilatildeo de mateacuterias cumpria seu ofiacutecio obviamente mediante registros de fatos e (ou) assuntos de interesses notadamente jornaliacutestico considerando para tanto a proacutepria natureza da atividade empresarial exercida pela empregadora Por esses fundamentos nego provimento ao agravo de instrumento ISTO POSTO ACORDAM os Ministros da Primeira Turma do Tribunal Superior do Trabalho por unanimidade negar provimento ao agravo de instrumento Brasiacutelia 9 de novembro de 2005 EMMANOEL PEREIRA Ministro Relator

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enquadrado como jornalista porquanto ao repoacuterter eacute dado cumprir a determinaccedilatildeo de coletar notiacutecias ou informaccedilotildees e elaboraacute-las a fim de viabilizar posterior divulgaccedilatildeo e ao repoacuterter-cinematograacutefico cabe registrar cinematograficamente fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico razatildeo pela qual entende que a atividade do Reclamante eacute proacutepria de radialista categoria agrave qual pertencia Acrescenta que o artigo 2ordm da Lei nordm 661578 estabelece considera-se radialista o empregado de Radiodifusatildeo que exerccedila uma das funccedilotildees em que se desdobram as atividades mencionadas no artigo 4ordm ou seja operador de cacircmara e operador de cacircmara de unidade portaacutetil externa cuja regulamentaccedilatildeo profissional consta do Decreto nordm 8413479 e as atribuiccedilotildees do Quadro Anexo do mesmo decreto item II letra c nordm 3 com a seguinte redaccedilatildeo encarrega-se da gravaccedilatildeo de mateacuteria distribuiacuteda pelo Supervisor de Operaccedilotildees planifica e orienta o entrevistador repoacuterter e iluminador no que se refere aos aspectos teacutecnicos de seu trabalho suas atividades envolvem tanto a gravaccedilatildeo como a geraccedilatildeo de som e imagem atraveacutes de equipamentos eletrocircnico portaacutetil de TV Fundamenta o apelo em violaccedilatildeo dos artigos 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 2ordm da Lei nordm 661578 e do Decreto nordm 8413479 e Quadro Anexo do mesmo decreto item II letra c nordm 3 Inicialmente deve-se registrar a impossibilidade de exame da alegaccedilatildeo de afronta ao Decreto nordm 8413479 visto tratar-se de hipoacutetese natildeo contemplada na letra c do artigo 896 da CLT No tocante agrave ofensa aos artigos 2ordm da Lei nordm 661578 e 6ordm aliacuteneas c e j do Decreto-Lei nordm 97269 tambeacutem natildeo logra ecircxito a Agravante no intuito de ver autorizado o processamento do recurso de revista No primeiro dispositivo apenas dispotildee-se que o radialista eacute o empregado de radiodifusatildeo exercente de atividades voltadas agrave administraccedilatildeo produccedilatildeo ou teacutecnica No segundo definem-se as profissotildees de repoacuterter e repoacuterter cinematograacutefico salientando-se que a esse uacuteltimo cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaliacutestico Ora dos termos da decisatildeo impugnada via recurso de revista nada haacute que conflite com tais dispositivos legais Afinal segundo o Tribunal Regional do Trabalho o Reclamante no exerciacutecio de suas atividades aleacutem de ter acompanhado o repoacuterter entrevistador na produccedilatildeo de mateacuterias fato que por si soacute natildeo lhe retira a condiccedilatildeo de jornalista - tambeacutem de acordo com depoimentos testemunhais saiacutea agrave rua com a pauta que lhe era dirigida para sozinho produzir as mateacuterias solicitadas pelo empregador o que de acordo com o teor dos dispositivos tidos por vulnerados permite concluir pelo exerciacutecio da profissatildeo de repoacuterter cinematograacutefico e natildeo simplesmente de operador de cacircmera visto que ao sair agraves ruas para a produccedilatildeo de mateacuterias cumpria seu ofiacutecio obviamente mediante registros de fatos e (ou) assuntos de interesses notadamente jornaliacutestico considerando para tanto a proacutepria natureza da atividade empresarial exercida pela empregadora Por esses fundamentos nego provimento ao agravo de instrumento ISTO POSTO ACORDAM os Ministros da Primeira Turma do Tribunal Superior do Trabalho por unanimidade negar provimento ao agravo de instrumento Brasiacutelia 9 de novembro de 2005 EMMANOEL PEREIRA Ministro Relator

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