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REPENSANDO A PRÁTICA PEDAGÓGICA E AVALIATIVA NO CONTEXTO ESCOLAR FENATO, Maria Aparecida Betiatti 1 SANTOS, Silvia Alves dos 2 RESUMO Este artigo analisa e discute as práticas pedagógicas e avaliativas diante das políticas educacionais pontuadas, a partir da década de 90 frente às profundas mudanças no processo produtivo, buscando um entendimento social e histórico aos quais a educação foi sendo moldada e adaptada. Embalados por esse contexto veremos a LBDEN (9394/96) e as características desta no que se refere à avaliação situada dentro de um contraste de idéias, superação e classificação, sob o olhar do professor e da sociedade. Enfocar-se-á a prática pedagógica como ação efetiva dentro da escola que busca a melhoria do aprendizado dos educandos construindo uma análise crítica dos instrumentos e resultados das políticas avaliativas do governo, permitindo novas ações através da pesquisa, que nortearão o processo ensino aprendizagem. Palavras-chaves: Políticas Educacionais, Avaliação, Prática Pedagógica. ABSTRACT This article analyses and discuss the pedagogical practices and evaluation in the educational politics punctuated, since the 90´s decade facing the deep changes in the productive process, searching a social understanding and historic to which the education was being mold and adapted. Based in this context we will see the LBDEN (9394/96) and the characteristics from this concerning to a evaluation situated inside a contrast of teacher’s view and society. The focus will be the pedagogical practice as an real action inside the School that searches a better students´ learning, building a criticism analysis from the instruments and results from the government evaluation politics allowing new actions through research, that will guide the teaching-learning process. Key-Words: Educational politics, Evaluation, Pedagogical Practice. INTRODUÇÃO Quando se fala em avaliação e prática pedagógicas 1 Pós Graduada em Administração, Supervisão e Orientação pela Universidade Norte do Paraná e em Biologia pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Jandaia do Sul. Diretora do Colégio Estadual Heitor Cavalcanti de Alencar Furtado. 2 Mestre em Educação pela Universidade Estadual de Londrina. Professora do Departamento de Educação da Universidade Estadual de Londrina. 1

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REPENSANDO A PRÁTICA PEDAGÓGICA E AVALIATIVA NO

CONTEXTO ESCOLAR

FENATO, Maria Aparecida

Betiatti1

SANTOS, Silvia Alves dos2

RESUMO

Este artigo analisa e discute as práticas pedagógicas e avaliativas diante das políticas educacionais pontuadas, a partir da década de 90 frente às profundas mudanças no processo produtivo, buscando um entendimento social e histórico aos quais a educação foi sendo moldada e adaptada. Embalados por esse contexto veremos a LBDEN (9394/96) e as características desta no que se refere à avaliação situada dentro de um contraste de idéias, superação e classificação, sob o olhar do professor e da sociedade. Enfocar-se-á a prática pedagógica como ação efetiva dentro da escola que busca a melhoria do aprendizado dos educandos construindo uma análise crítica dos instrumentos e resultados das políticas avaliativas do governo, permitindo novas ações através da pesquisa, que nortearão o processo ensino aprendizagem. Palavras-chaves: Políticas Educacionais, Avaliação, Prática Pedagógica.

ABSTRACT

This article analyses and discuss the pedagogical practices and evaluation in the educational politics punctuated, since the 90´s decade facing the deep changes in the productive process, searching a social understanding and historic to which the education was being mold and adapted. Based in this context we will see the LBDEN (9394/96) and the characteristics from this concerning to a evaluation situated inside a contrast of teacher’s view and society. The focus will be the pedagogical practice as an real action inside the School that searches a better students´ learning, building a criticism analysis from the instruments and results from the government evaluation politics allowing new actions through research, that will guide the teaching-learning process.Key-Words: Educational politics, Evaluation, Pedagogical Practice.

INTRODUÇÃO

Quando se fala em avaliação e prática pedagógicas

1 Pós Graduada em Administração, Supervisão e Orientação pela Universidade Norte do Paraná e em Biologia pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Jandaia do Sul. Diretora do Colégio Estadual Heitor Cavalcanti de Alencar Furtado.2 Mestre em Educação pela Universidade Estadual de Londrina. Professora do Departamento de Educação da Universidade Estadual de Londrina.

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Page 2: REPENSANDO A PRÁTICA PEDAGÓGICA E AVALIATIVA NO … · REPENSANDO A PRÁTICA PEDAGÓGICA E AVALIATIVA NO CONTEXTO ESCOLAR FENATO, Maria Aparecida Betiatti1 SANTOS, Silvia Alves

colocando-as para análise implica em conhecer e interpretar o contexto

histórico social ao qual estão inseridas, enfocando as reformas a partir dos

anos 90, será necessário pensar nas alterações, nas exigências frente à

organização da sociedade, questionando a complexidade do sistema para

poder entender a influência que o mesmo exerce sobre a educação.

Colocando a legislação vigente, LDBEN (Lei de Diretrizes e

Bases da Educação Nacional) para uma análise das mudanças que

ocorreram na educação principalmente quanto à avaliação, proporcionando

um resgate da discussão e interpretação de suas reais intenções e

possibilidades, diante de nossas práticas educativas.

Em seguida analisar-se-á as políticas avaliativas (ENEM,

SAEB, IDEB) utilizadas para aferir a aprendizagem objetivando, conhecer a

realidade das escolas e dos educandos para reforçarem a criticidade do

processo educativo, diante das exigências de uma sociedade capitalista,

frente aos avanços tecnológicos.

Em um segundo momento discutirá a consolidação de uma

prática pedagógica que realmente transforme o processo de ensino

aprendizagem, seria um desafio para os profissionais da educação. Resgatar

a discussão sobre essa prática principalmente sobre a ação avaliativa que é

aplicada aos alunos, norteará um repensar e uma análise crítico-reflexiva,

pois sem planejar e compreender o processo educativo é correr o risco da

reprodução e cumprimento de normas, ao qual o sistema de ensino está

posto.

Dentro dessa prática, analisar os métodos avaliativos

utilizados para aferir a aprendizagem, reforçando a criticidade do processo,

se estes realmente possibilitam aos alunos a oportunidade de verificar suas

lacunas de aprendizagem, favorecendo a aquisição do crescimento

cognitivo necessário para o mundo do trabalho, para sua vida em

sociedade, promovendo o desenvolvendo de suas capacidades individuais.

Refletindo sempre, no que impede a concretude dos

instrumentos avaliativos e didáticos de contribuir significativamente com a

aprendizagem de todos os envolvidos no processo ensino aprendizagem,

rumo principal de nossas discussões e reflexões com a intenção de conduzir

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e iniciar uma organização das ações de maneira crítica e com conhecimento

científico, buscando uma aprendizagem satisfatória não deixando de

analisar e respeitar as individualidades.

Frente a esta indagação compete aos profissionais da

educação refletir sobre a prática educativa do educador a luz do

conhecimento teórico articulando-o com a prática, entendendo e

interpretando a sua atuação como profissional agente formador,

transformador e aprendente, cheio de certezas e duvidas frente à

diversidade cultural, social e cognitiva de seus alunos.

1. REFORMAS EDUCATIVAS E AVALIATIVAS A PARTIR DA DÉCADA DE

90.

Nessa década o Brasil passou por algumas mudanças significativas,

eleições diretas, troca de moeda e políticas educacionais de caráter

neoliberal, novo modelo de produção frente a uma reestruturação produtiva

e uma economia globalizada. A busca incessante pelo lucro nos leva a

analisar e pensar no regime neoliberal.

“Políticos, empresários, intelectuais e sindicalistas conservadores não hesitam em transformar qualquer debate sobre educação em um problema de”custos”.(...) A esta altura dos acontecimentos, ninguém duvida que temos de educar para a cultura do mercado Os termos eficiência, produtividade, produto, educativo, rentabilidade, custo da educação, competição afetiva excelência, soberania do consumidor, cliente-aluno, etc. não são um produto alucinado de nossa exagerada crítica ao mundo dos negócios. Trata-se simplesmente do vocabulário que compartilham aqueles que professam sua fé nesta nova retórica. “ (GENTILI,1996,p.158)

Esses conjuntos de idéias econômicas e políticas propõem a

mínima participação do Estado na economia e a constituição do livre

mercado, baseado na iniciativa privada como sendo a condição para o

desenvolvimento social e econômico, demandando a formação intelectual

para o acesso no mercado de trabalho.

O neoliberalismo representa um retrocesso no aspecto social,

preocupando-se com os direitos do sujeito como consumidor e não tratando

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dos valores públicos e democráticos. A noção de educação como direito é

reduzida à condição de mercadoria, sob uma lógica produtivista, sobrando

aos profissionais da educação um espaço limitado para a democratização e

os interesses coletivos, pautados em uma educação de qualidade para

todos (GENTILI, 1996).

Inicia-se um mercado mais competitivo e uma política de

privatizações de instituições públicas. Representando um modo de produção

capitalista, mantendo o controle social e ideológico, multiplicando o poder

aquisitivo das elites. Todas essas medidas refletem na vida social, pois está

interligada a economia e a política. Os valores de uma sociedade e de como

se organiza está relacionada à cultura e a educação.

O ensino público, por ser afetado direta e indiretamente em

todas as suas etapas, acompanha as modificações que as políticas

neoliberais vão promovendo. Portanto, podemos caracterizar alguns

conceitos e medidas que representam essas políticas no campo

educacional, como: produtividade, qualidade total, abertura do ensino

superior para a classe privada, ampliação de uma abordagem utilitária de

pesquisa científica, entre outros. Com essas abordagens, a educação,

gradativamente, deixa de fazer parte de um espaço publico como um

direito e ingressa na esfera do mercado e serviços. Diante das exigências

reproduzidas pela economia, novas tecnologias, flexibilidade profissional,

com espírito empreendedor para atender às necessidades econômicas,

levaram a avaliação a servir de instrumento para aferir competências e

qualidade na condição de competitividade entre organizações, educandos e

professores.

A escola reflete as diversas necessidades de seu tempo, as

necessidades básicas para a atuação em situações adversas, não dizem

respeito apenas ao aspecto técnico, mas também uma visão humana. Os

problemas educacionais, a situação econômica e social que o país estava

enfrentando diante do: endividamento, decadência econômica, aumento

populacional e degradação do meio ambiente, sob o patrocínio do Banco

Mundial, vem caracterizar as políticas educacionais de alguns estados do

Brasil.

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De forma geral ocorreram mudanças significativas no

sistema público de ensino, entre elas conferências internacionais de

educação, com o objetivo de discussão das políticas educacionais com

propostas e sugestões para a educação, podendo destacar a Conferência

Mundial de Educação para Todos (1990), desencadeadora das discussões

sobre a importância da educação básica para os cidadãos. O Plano decenal

de Educação assumido pelo Brasil e idealizado pela UNESCO e o Banco

Mundial, com o papel de orientador das políticas de educação, resultando

nas discussões da nova LDBEN (Lei de Diretrizes e Bases da Educação

Nacional) promulgada no dia 20 de dezembro de 1996 que estabelece os

princípios e os parâmetros da educação brasileira.

A LDBEN nos oferece diversas possibilidades de organização

curricular, permitindo certa autonomia diante das necessidades

educacionais.

A educação básica poderá organizar-se por séries anuais, períodos semestrais, ciclos, alternância regular de períodos de estudos, grupos não-seriados, com base na idade na competência e em outros critérios, ou por forma diversas de organização, sempre que o interesse do processo de aprendizagem assim o recomendar (BRASIL, 1996).

A flexibilidade da lei a este respeito é muito importante para

que o professor possa se organizar de acordo com as condições de

aprendizagem de seus alunos.

Quanto à avaliação observa-se à preocupação e a ênfase nos

aspectos qualitativos sobre os quantitativos. Indicando que a mesma deve

ser contínua e cumulativa e que é obrigatório os estudos de recuperação,

devendo acontecer paralelamente aos estudos.

As avaliações contínuas, aquelas realizadas dentro das

práticas educativas, com uma perspectiva dialética do processo educativo,

com a intenção de conhecer o aprendizado do aluno sem a necessidade de

provas finais, favorecendo informações no decorrer da prática, esse tipo de

avaliação se faz presente principalmente para que se conclua e de novos

rumos ao processo ensino aprendizagem. Com o sentido diagnóstico,

percebe a lacuna entre o saber que o educando recebe na escola com

aquele que utiliza na vida, conhecimento esse que por muitas vezes parece

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não ir de encontro com as expectativas dos educandos, provocando um

distanciamento entre a teoria e a prática, permite adequar as metodologias,

define os procedimentos avaliativos.

O controle apenas de resultados, sem controle de processos

simplifica e reduz a natureza da atividade acadêmica. O

controle, sem o apoio ou complementaridade de uma

avaliação mais ampla, não produz consciência compromissada

com a descoberta de caminhos que conduzam à melhoria da

qualidade da educação (SOUZA, 1996, p.53).

Encontramos aí o papel do professor, que busca promover a

articulação do conhecimento científico em um conjunto de relações sociais

e produtivas, chegando a construção de ações transformadoras

significativas para á prática social e profissional do educando. Por outro lado

ainda encontramos avaliações que continuam tendo um caráter

classificatório e não de diagnóstico, prevalecendo à quantidade medida em

números, sobre a qualidade que deveria ser medida conforme os avanços

de aprendizagem do educando.

O conhecimento cumulativo, bem como, a avaliação

cumulativa acontece no decorrer do período letivo sem a necessidade de

esperar o final do processo. Parece fácil classificar através dos resultados

finais, por outro lado utilizar métodos avaliativos que coleta dados de

aprendizagem com intuito de investigar e intervir no processo para que o

aluno adquira o ápice da aprendizagem, utilizando a avaliação como

parâmetros na organização das ações metodológicas utilizadas em sua

prática educativa tornam o caminho mais longo e mais difícil, porém cheio

de significados, pois ser professor não é ser mero transmissor de

informações é garantir adequadas condições de aprendizagem

(VASCONCELLOS, 2005).

Em relação á organização do currículo, proposta pela nova

LDBEN, incidiu sobre a organização do ensino em séries, facultando outros

tipos de ordenamentos, tais como ciclos e grupos não-seriados, a

reclassificação dos alunos e a adequação dos calendários às peculiaridades

locais.

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A flexibilidade da lei a este respeito é notável, especialmente

considerando as modificações que apontam para a ordenação do ensino em

séries e as transformações na avaliação seletiva. Nesse sentido, esta

política estaria adequada às necessidades do mercado de trabalho e as

próprias recomendações do BID Banco Internacional de Desenvolvimento e

da CEPAL (Comissão Econômica para a América Latina), quanto à formação

de um cidadão flexível, com condições de adaptar-se ao mundo produtivo,

indicado pela CEPAL como sendo a maneira de garantir o crescimento

econômico do país.

Nesse contexto vem o currículo que diz respeito às decisões

educativas para a escola, acha-se mediado pela circunstância histórica e

social sob o qual foi pensado, onde os sistemas estaduais e municipais ou a

própria escola poderia defini-lo. As escolas não apenas preparam pessoas,

mas também preparam conhecimentos, ampliam e dão legitimidade a

formas econômicas desiguais. Isso leva-nos a pensar que tipo de

conhecimento a escola considera mais importante para o educando,

demandando um debate político tomando decisões sobre a formação

cultural comum para todos os cidadãos.

A reforma educacional decorrente desta flexibilização e

democratização coloca a autonomia da gestão escolar em evidência,

descentralizando os processos decisórios quanto às ações educativas, nesse

momento democrático, surgem mudanças, as inovações não têm hipóteses

de sucesso se os atores não são chamados a aceitar essas inovações e não

se envolvem na sua própria construção (BENAVENTES, 1992).

Aproximando a escola desse momento democrático introduz-

se a construção do Projeto Pedagógico, contemplando toda a dinâmica da

escola favorecendo o diálogo, trabalho em equipe, frente às necessidades

educacionais de maneira coletiva investindo na qualidade da educação.

Nesse momento cabe destacar o papel do Pedagogo, livrando de certos

mitos, como o de fiscalizador, passa a exercer um trabalho pedagógico com

um olhar na organização escolar e outro nas relações com a sociedade,

levando em consideração os aspectos sócio-culturais no contexto onde

ocorre o processo, bem como, as relações que nele se estabelecem. No

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início dos anos 90 esse profissional ganha um papel de pesquisador dentro

da escola e da comunidade, devendo compreender o movimento que

envolve as relações entre professor e aluno.

2. POLÍTICAS DE AVALIAÇÃO PARA A ESCOLA PÚBLICA PÓS DÉCADA

DE 1990.

No contexto da década de 1990 o governo cria políticas de

avaliação com o intuito de conhecer a realidade, produzir informações sobre

o rendimento escolar para serem analisadas num processo de melhoria e

controle da qualidade do ensino público, exigências estas das políticas

educacionais da época.

O ENEM, (Exame Nacional do Ensino Médio) instrumento de

verificação do desempenho dos educandos ao final da educação básica. Em

1998 foi realizada a sua primeira edição e a partir de 2004 o resultado está

sendo utilizado para a seleção dos alunos que desejam ingressar em cursos

de graduação através das bolsas do ProUni (Programa Universidade para

Todos) do Governo Federal, que estabelece que as instituições beneficiadas

por isenções fiscais passem a conceder bolas de estudos na proporção de

alunos pagantes por curso e turno. Existem dois tipos de bolsas uma

integral e a outra de 50%, além do resultado do ENEM, foi definido o perfil

socioeconômico onde é observado se são egressos da escola pública e com

renda familiar de até um salário mínimo e meio a bolsa é integral e de até

três salários para bolsa parcial de 50% (BRASIL, 2008).

A aprendizagem do educando segundo a concepção do ENEM

é avaliada conforme as competências descritas nas operações formais da

teoria de Piaget, tais como a capacidade de considerar todas as

possibilidades para resolver um problema; a capacidade de formular

hipóteses; de combinar todas as possibilidades e superar variáveis para

testar influência de diferentes fatores; o uso do raciocínio hipotético-

dedutivo, da interpretação, análise comparação e argumentação, e a

generalização dessas operações a diversos conteúdos.

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A forma contemplada para avaliar o educando assume o

pressuposto de que os conhecimentos adquiridos ao longo da escolarização

deveriam possibilitar ao jovem domínio de linguagens, compreensão de

fenômenos, enfrentamento de situações-problema, construção de

argumentação e elaboração de propostas. Dessa forma acredita-se que o

aluno esteja sendo avaliado em todos os aspectos necessários para poder

melhor enfrentar as situações problemas.

Observa-se na escola e no Brasil através dos índices de

resultados do ENEM que o numero de alunos aumentou, na participação

desse processo.

Outro mecanismo utilizado para avaliar os alunos e a escola

da educação básica é o SAEB (Sistema de Avaliação da Educação Básica) e

a Prova Brasil, são exames complementares que compõe o sistema de

avaliação da educação básica.

Cumpre destacar as diferenças entre as duas avaliações.

Tanto a Prova Brasil como o SAEB foi aplicado em 2005 e

2007, avaliam as habilidades em língua portuguesa e matemática, tendo

por foco a leitura e a resolução de problemas. A Prova Brasil avalia somente

estudantes das escolas públicas da área urbana de 4ª e 8ª séries é quase

universal, pois todos os estudantes dessas séries devem fazer a avaliação.

Enquanto no SAEB além de avaliar alunos de 4ª e 8ª séries, avalia também

educandos do 3º ano do ensino médio, atingindo os alunos da rede pública

e privada das áreas urbana e rural e é realizada por amostragem (BRASIL,

2008).

O IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica)

criado em 2007 é um indicador que avalia a qualidade da educação,

utilizando dados de 2005 e 2007 onde foram constatados efetivos

resultados sobre os avanços educacionais. Em 2005 a média nacional do

IDEB foi de 3,8 nos primeiros anos do ensino fundamental, em 2007 foi 4,2

com esse ritmo constatou-se que até 2022 a média será superior a 6,0,

média dos países mais bem colocado no mundo (BRASIL,2008).

O MEC (Ministério da Educação e Cultura) através do FUNDEB

(Fundo Nacional da Educação Básica) promoverá ações efetivas de

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melhorias do IDEB, através das diretrizes propondo metas de superação.

A preocupação é que a avaliação as quais a escola e os

alunos são submetidos pelo MEC não avalia o educando e a escola como um

todo, deixando de ver as condições de produção as quais o processo está

inserido, não promove a participação direta dos professores, para tanto,

existem lacunas que impedem uma análise eficaz ocorrendo assim, uma

superficialidade do processo, permitindo um caráter seletivo e competitivo,

entre alunos e escolas, manipulando a opinião publica.

A sociedade capitalista e o ensino acabam ingerindo todo

esse processo de organização diante das mudanças profundas das ciências,

da educação e da sociedade, cumprindo os princípios de qualidade total,

estimulando a competição e o individualismo, exigindo serviços rápidos e

eficientes, moldando a educação. Nesse sentido o ensino passou a dar

ênfase na: formação de individuo flexível e dinâmico, pronto a adaptar-se à

sociedade moderna que está em constante transformação, com

competência e habilidades necessárias para atuar competitivamente num

mercado de trabalho altamente seletivo e cada vez mais restrito (GENTILI,

1996).

A escola deve ter um foco que transcede a economia o modo

de produção não ficando a mercê das demandas do mercado de trabalho,

contribuindo com ações excludentes. Deve definir políticas que tenha por

meta a educação como direito, assegurando um rendimento escolar eficaz

chegando à formação integral do aluno (cognitiva, afetiva, física, moral e

estética).

Pode-se afirmar que as novas tecnologias aceleram as

necessidades de novas propostas de educação com perspectivas inovadoras

construindo o saber através da relação teoria e prática dentro de um

contexto histórico social. Aos professores cabe refletir e escolher as práticas

pedagógicas que venham de encontro com as necessidades dos educandos,

partindo das práticas sociais inicial, passando pelos conhecimentos

científico-tecnológicos, históricos, filosóficos e sociais chegando à formação

do sujeito como um todo, ativo consciente e capaz de transformar e agir

como cidadão em uma sociedade tão excludente.

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O que impede a concretude da aprendizagem, o sucesso da

transmissão-assimilação no espaço escolar? Seria a falta de tecnologia nos

espaços escolares ou seu mau uso, ou as múltiplas alienações que a

sociedade e o sistema nos colocam frente a grande diversidade social,

principalmente de valores, ou ainda a falta de responsabilidade de alguns

profissionais diante do trabalho. Temos que ter consciência de que é

necessário oferecer conhecimentos buscando a superação das contradições

e das praticas muitas vezes estanques, limitada a simples transmissão e a

memorização dos conteúdos.

- o ponto de partida é sincrético, nebuloso, pouco elaborado, senso comum; o ponto de chegada é uma totalidade concreta, onde o pensamento re-capta e compreende o conteúdo inicialmente separado e isolado do todo, posto que sempre sínteses provisórias, sendo esta totalidade parcial novo ponto de prática para apreensão de outros conhecimentos.- os significados vão sendo construídos através do deslocamento incessante do pensamento das primeiras e precárias abstrações que constituem o senso como para o conhecimento elaborado, através de práxis, que resulta não só da articulação entre teoria e pratica, entre os sujeito e objeto, mas também entre o sujeito e a sociedade num dado momento histórico.- o percurso vai do ponto de partida, a ponto de chegada, possuindo uma dupla determinação, finita ou infinita; pode-se buscar o caminho mais curto ou se perder; marchar em linha reta, seguir uma espiral ou manter-se no labirinto; ou seja, construir o caminho metodológico é parte fundamental do processo de elaboração do conhecimento; não há um único caminho para se chegar a uma resposta. Como a várias respostas possíveis para o mesmo problema (SAVIANI, 2003).

Para atingir o êxito da aprendizagem necessita-se de um

planejamento onde a metodologia a ser utilizada aguce a curiosidade dos

educandos levando-os a querer e a buscar o saber. O profissional da

educação que não possua uma prática educativa que promova a interação,

a participação, o envolvimento de todos ativamente acaba encontrando

dificuldades em atingir seus objetivos e em manter uma organização de

idéias e atitudes por parte de seus alunos.

A avaliação é um dos pilares para a ordenação dessa

aprendizagem. Quando atrelada ao currículo, como procedimento para

alavancar o progresso do aluno, um sistema de informação para alunos e

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professores sobre o andamento do processo ensino-aprendizagem, sobre as

dificuldades, falhas e necessidades de revisão. Dessa maneira, ela adquire

um sentido comparativo do antes e do depois da ação do professor, da

valorização dos avanços, perdendo o caráter de mero instrumento de

seletividade.

3. AVALIAÇÃO: UMA PERSPECTIVA DIAGNÓSTICA DENTRO DA

ESCOLA

Quando Luckesi (2002, p. 125) coloca que todos nós, inclusive

a sociedade temos que “estar interessados em que os educandos aprendam

e se desenvolvam, individual e coletivamente” e que quanto menor for este

interesse menor será a possibilidade de que os educandos venham a ser

cidadãos dignos do amanhã, com a capacidade de compreensão critica do

mundo, condição de participação e capacidade de reivindicações dos bens

materiais, culturais e espirituais, aos quais tem direito inalienável.

Nessa perspectiva Vasconcellos (2005) coloca que não

podemos cair no erro de considerar que a escola é a única responsável pela

organização social, na verdade a escola apenas reforça a realidade

existente, ela ajuda no processo de discriminação social. A avaliação nesse

sentido passou a ser um processo de seleção principalmente com a

reprovação. O papel de transformar e diminuir esta postura autoritária e

excludente é de todos enquanto sociedade e escola.

Diante deste panorama, cabe enfatizar que se todos os

profissionais da educação não estiverem unidos no processo pedagógico,

cada um exercendo sua função, fazendo da educação uma afirmação da

aprendizagem construindo e reconstruindo o saber, completando e

repensando o desenvolvimento do educando, com o compromisso ético de

profissionais da educação preparando os indivíduos para a vida adulta,

legitimando assim o papel de educadores. Completando essa idéia o autor

nos diz:

O diálogo e a participação entre as pessoas ocorrem a partir e em função dos problemas que enfrentam em conjunto. Os

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problemas que emergem da vida e da prática social tornam-se, portanto, o objeto principal de conhecimento, o conteúdo próprio da prática educacional libertadora. Na busca de compreender e resolver os problemas que surgem da própria prática, as pessoas discutem trocam opiniões e experiências buscam informações e elaboram novos conhecimentos. O diálogo sobre os problemas vividos torna-se, pois, a base principal de aprendizagem e da elaboração teórica, que se faz de maneira estritamente ligada à prática. A teoria, com efeito, surge a partir da prática, é elaborada em função da prática e sua verdade é verificada pela própria prática. (FLEURI, 1994, p.59).

Enfim, é importante manter uma relação dialética entre teoria

e prática, pela qual o educador, analisa os diversos aspectos que envolvem

suas práticas educativas. Essa postura não deve ser somente do educador,

mas de todos os agentes envolvidos no processo, com o intuito de

desenvolver uma educação mais ampla e democrática, é preciso considerar

que o trabalho participativo proporciona a soma de idéias e

conseqüentemente será refletido em resultados positivos.

Frente as necessidade que encontramos não podemos

simplesmente seguir modelos.

“Pelo fato de que diferentes atividades, conteúdos, alunos, etc exigem vários tipos de preparação diferente, é impossível identificar um modelo de planejamento eficaz. Parece que as habilidades para planejar referem-se não tanto ao domínio de uma técnica em particular, mas sim ao conhecimento de quais técnicas a situação requerer” (CALDERHEAD, 1984, p.78).

Para tanto não podemos deixar de trabalhar com o coletivo

com a necessidade da maioria e ao mesmo tempo, não deixando de olhar

para as particularidades de cada um, mesmo que isso demande esforços

demasiados de todos os envolvimentos no processo educativo da escola,

somente através de ações planejadas poderemos chegar aos objetivos

esperados.

A dinâmica nos mostra que os educadores e escola devem

tomar decisões coletivas de superação das necessidades reais garantindo

efetivamente uma educação que atenda a diversidade, cumprindo um papel

organizacional, com ações qualitativas reduzindo a complexidade do

processo.

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Geoffrey, Denscombe (1985) cita:

“Como a urgência e a complexidade não podem ser eliminadas por completo, a vida para o professor pode ser mais fácil por meio da estruturação cuidadosa do trabalho de classe, proporcionando continuidade aos acontecimentos, o plácido transcorrer seqüencializado e a apropriada dosificação do trabalho” (DENSCOMDE, 1985, p.123).

Colocar saberes objetivamente concretos, proporcionando ao

educando clareza levando-o à compreensão dos fatos historicamente

produzidos, para que possa utilizá-los na sua vida social e profissional de

maneira significativa e transformadora, são propostas educativas que

devem ser oferecidas aos educandos e organizada pelo professor. Outro

recurso é a recuperação como forma de sanar as lacunas de aprendizagem.

Existem vários tipos utilizados pelos professores, mas é preciso abordar o

assunto de forma diferenciada, à qual favoreça a assimilação, respeitando

as particularidades de cada aluno, tem que ocorrer intrinsecamente ao

processo de construção do conhecimento alterando a dinâmica da sala de

aula. Atender o aluno, trabalhar com o monitoramento, colocar o aluno

como sujeito do processo, organização de turma para que haja

interatividade, trabalho de grupo, estudos orientados pelo professor,

atendimento individualizado, laboratório de trabalho entre outras, são ações

que com certeza promoverão à aprendizagem.

Vasconcellos (2005, p.65) contribui quando sugere algumas

práticas como:

- Resgate da significação dos conteúdos;

- Partir do que o aluno já sabe;

- Resgate da história do conceito;

- Relacionamento da prática social com coisas do dia-a-dia;

- Relacionamento com outras coisas aprendidas;

- Criticidade: ir além senso comum;

- Preparação de material de pesquisa para o aluno refletir,

pesquisar;

- Diante do programa, distinguir o que é fundamental do

que é acessório;

- Preparação adequada das aulas, isto da segurança,

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firmeza e possibilita o melhor aproveitamento do tempo;

- Preocupação em deixar claro para os alunos os objetivos

de trabalho;

- Desenvolvimento de uma metodologia participativa:

problematizar, desafiar alunos, utilizar jogos e buscar a

interação com os educandos.

Nada é pronto e acabado as necessidades individuais e

coletivas são diversas, portanto a prática de ensinar e aprender têm que

estar no centro das reflexões por parte dos educadores.

È imprescindível que a prática pedagógica trabalhe os

conteúdos a favor dos conhecimentos científicos e culturais com uma

dimensão humana.

A difusão de conteúdos é a tarefa primordial. Não conteúdos abstratos, mas vivos, concretos e, portanto, indissociável das realidades sociais. A valorização da escola como com instrumento de apropriação do saber é o melhor serviço que se presta aos interesses populares, já que a própria escola pode contribuir para eliminar a seletividade social e torná-la democrática. Se a escola é a parte integrante do todo social, agir dentro dela é também agir no rumo da transformação da sociedade. Se o que define uma pedagogia crítica é a consciência de seus condicionamentos histórico-sociais, a função da ‘pedagogia dos conteúdos’ é dar um passo à frente no papel transformador da escola, mas a partir das condições existentes.Assim, a condição para que a escola sirva os interesses populares é garantir a todos um bom ensino, isto é, a apropriação dos conteúdos escolares básicos, que tenham ressonância na vida dos alunos. Entendida nesse sentido, a educação é ‘uma atividade mediadora no seio da pratica social global’, ou seja, umas das mediações pela qual o aluno, pela intervenção do professor e por sua própria participação ativa, passa de uma experiência inicialmente confusa e fragmentada (sincrética) a uma visão sintética, mais organizada (LIBÂNEO, 1994. p. 69)

O educador comprometido com uma educação de qualidade

faz uma análise crítica de como desenvolver suas atividades educativas,

selecionando conteúdos significativos levando o educando ativamente pelos

caminhos do crescimento social, profissional e pessoal. Os conteúdos não

podem ser segmentados e desarticulados, tendo que atender com

sensibilidade os casos particulares, não perdendo o foco da totalidade no

processo de construção do conhecimento.

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Page 16: REPENSANDO A PRÁTICA PEDAGÓGICA E AVALIATIVA NO … · REPENSANDO A PRÁTICA PEDAGÓGICA E AVALIATIVA NO CONTEXTO ESCOLAR FENATO, Maria Aparecida Betiatti1 SANTOS, Silvia Alves

A avaliação é uma ação essencial para a tomada de decisões

e efetivação dos conteúdos, pois oferece informações que delinearão novos

caminhos, busca compreender a distância que existe entre as práticas

pedagógicas, metodológicas e a aprendizagem significativa dos educandos.

Quando se avalia a serviço de uma sociedade liberal

capitalista, valoriza a ação individual e competitiva, concepção

classificatória e diretiva do professor, intenção de reprodução das classes

sociais, privilégio à memorização e a exigência burocrática periódica.

Enquanto a avaliação numa visão libertadora enfatiza a ação coletiva

consensual, concepção investigativa e reflexiva, proposição de

conscientização das desigualdades sociais e culturais, postura cooperativa

entre os elementos da ação educativa, privilégio a compreensão,

consciência crítica e responsável de todos sobre o cotidiano. A avaliação

deve partir da realidade e através da análise retornar a realidade para

poder acompanhar os avanços da aprendizagem num sentido libertador, se

não for dessa maneira o ato de avaliar pode ofuscar os resultados de

aprendizagem, bem como, seus avanços.

Muitas vezes a dificuldade de superação por parte do

educando é porque lhes faltam maior autonomia e independência, portanto

o diálogo permanente entre educador e educando para a liberdade de

organização de seus pensamentos, construindo assim seu conhecimento, de

maneira simples, organizada sem rupturas, se faz necessário no decorrer do

processo ensino aprendizagem.

A superação dessa lacuna está na reflexão, coletiva e

individual acrescida, de uma formação continuada que ofereça subsídios

para uma análise crítica da prática docente, utilizando-a democraticamente,

e consciente não permitindo ser moldado pela falta de conhecimento e pelo

comodismo. “Não se engajar nesse contínuo questionamento é esquivar-se

da própria responsabilidade com as vidas atuais e futuras de milhares de

alunos que passam tantos anos na escola” (APPLE, 2002, p.46-47).

A intenção é apontar um horizonte onde possamos superar os

limites rumo à integração seqüenciada da prática social, da vida e para

vida, temos essa possibilidade através da mudança na prática avaliativa, é

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necessário o querer, o desejar, o compromisso efetivo, bem como, a

vontade política através do compromisso de todos. (VASCONCELOS, 2005,

p. 23).

Muitas atribuições rondam a avaliação, principalmente

quando utilizada como punição, cabe-se não distorcer os processos

avaliativos e reverter essa situação, o educando não deve ser o único

avaliado pelos resultados, onde fica o papel do professor, dos materiais

didáticos, da escola, da família, em fim, da comunidade escolar e das

condições materiais necessárias oferecidas pelo sistema, todos esses

fatores são importantes para o desenvolvimento das atividades

educacionais.

O papel de educador é o de ensinar, fazer tudo para que o

aluno aprenda, mudando a forma de trabalho e a avaliação utilizada, como

ajuda e acompanhamento, no sentido de superação das dificuldades,

revendo sua aula, dando mais atenção aos alunos com déficit de

aprendizagem, analisando resultados coletivamente.

Outro aspecto é a maneira que é conduzida e direcionada a

metodologia na transmissão dos conteúdos. O professor deve desenvolver a

sua aula de maneira mais efetiva utilizando uma prática pedagógica mais

participativa, onde o aluno compreendesse o mundo que vive o patrimônio

historicamente acumulado pela humanidade e colocasse este conhecimento

a serviço da construção e transformação de um mundo, mais justo e

solidário.

Dessa forma acredita-se que aprendizagem e a avaliação se

da no espaço da sala de aula, continuamente de forma democratizada com

reflexões, registros e socialização de informações para que ocorra a

mediação entre a verificação e a aprendizagem.

A aprendizagem é uma ação que envolve uma seleção de

significados, construídos nas relações que se estabelecem entres os

envolvidos no processo. Isso acontecerá quando todos trabalharem

conscientemente de forma que garanta as condições de aprendizagem, o

professor deve rever sua proposta de trabalho, adequando-as às

necessidades dos alunos, na recuperação instantânea, no desenvolver da

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Page 18: REPENSANDO A PRÁTICA PEDAGÓGICA E AVALIATIVA NO … · REPENSANDO A PRÁTICA PEDAGÓGICA E AVALIATIVA NO CONTEXTO ESCOLAR FENATO, Maria Aparecida Betiatti1 SANTOS, Silvia Alves

aprendizagem, nas atividades diversificadas, na orientação de estudos e no

trabalho especifico de complementação de experiências pedagógicas. Um

professor que não avalia constantemente a ação educativa, no sentido

investigativo do termo, instala sua docência em verdades absolutas, pré-

moldadas e terminais. (HOFFMANN, 2005, p. 15).

Pode-se dizer que a finalidade principal da avaliação é

fornecer informações sobre o processo pedagógico, permitindo ações de

intervenções e ajustes necessários, em face, ao processo educativo

comprometido com a aprendizagem do aluno. Novas concepções dão conta

de como a construção do saber é promovida pela reflexão no espaço da

escola, se bem aproveitado, possibilita a criação e a superação das lacunas

de aprendizagem.

Segundo Vasconcellos (2005, p.65) “Novas idéias abrem

possibilidades de mudança, mas não mudam. O que muda a realidade é a

prática”. Muitas justificativas são colocadas como empecilho para que não

ocorra uma mudança de postura diante da exposição dos conteúdos e dos

instrumentos de avaliação, bem como a análise crítica dos resultados,

enquanto alguns profissionais continuam ainda pensando dessa maneira,

outros partem em busca de conhecimentos por sentirem a necessidade de

mudanças.

De acordo com Derna (2005 p. 12) “Pesquisa é um conjunto

de atividades, tais como buscar informações, explorar, inquirir, investigar,

indagar, argumentar, e contra-argumentar”. É pela curiosidade (ordem

intelectual) ou pela procura de novos conhecimentos (ordem prática), que

nos leva a pesquisa, objetivando as respostas aos problemas propostos. As

pesquisas desenvolvem-se através de processos, envolvendo inúmeras

fases, desde a adequada formulação do problema, passando pela escolha

metodológica até chegar a uma construção satisfatória do conhecimento

para resolução da situação problema inicial.

Levantar dificuldades, analisando de forma criteriosa

promove o enriquecimento do processo educativo, facilita a escolha de uma

metodologia que realmente faça a diferença para os educandos. A carência

de cultura, sobre a importância da pesquisa, deixa vulnerável à escolha dos

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Page 19: REPENSANDO A PRÁTICA PEDAGÓGICA E AVALIATIVA NO … · REPENSANDO A PRÁTICA PEDAGÓGICA E AVALIATIVA NO CONTEXTO ESCOLAR FENATO, Maria Aparecida Betiatti1 SANTOS, Silvia Alves

caminhos a percorrer para realizar uma pesquisa, caminhos que

possibilitarão um conhecimento amplo no campo científico e no campo da

história, portanto a metodologia utilizada traça e valida ações com

resultados satisfatórios.

Com uma perspectiva metodológica dialética poderemos

repensar nossas ações deixando o formalismo pedagógico nos

concentrando no ato coletivo colocando o que temos de melhor,

transformando nossas atitudes e colocando a avaliação como papel de

acompanhamento da aprendizagem.

Encontrar métodos e técnicas que estreitem as lacunas entre

a transmissão e assimilação de conteúdos, por vezes se torna exaustiva e

às vezes se tornam gratificantes, mas quando o professor tem

conhecimento teórico e prático acaba proporcionando aos educandos uma

compreensão dos fatos de maneira a ajudá-los na construção do saber,

podendo assim, construir sua própria história social e profissional de forma

crítica e participativa. É esse desafio que impulsiona a pesquisa à

experimentação e a mudança.

A prática da pesquisa é fundamental para o desenvolvimento,

é um processo de produção de conhecimento que nos auxiliam na

interpretação da realidade e através dela vivemos uma nova concepção de

mundo e sociedade.

Ficou evidenciada a importância de o professor ser um

pesquisador, podendo reorganizar e identificar a realidade educacional,

assegurando a flexibilidade e a dialeticidade do processo de aprendizagem.

Vasconcelos (2005, p.13) leva-nos a reflexão quando diz “que certas

violências estão relacionadas com a avaliação”. Os insucessos da avaliação,

os resultados não esperados, são fatos que pode tornar à avaliação uma

vilã.

Segundo Hoffman (2005, p.63) se o professor assumir a

responsabilidade de refletir sobre toda a produção de conhecimento do

aluno, promovendo o movimento, favorecendo a iniciativa e a curiosidade.

Esse será o início de um caminho que precisa ser construído, pois permite a

participação de todos em um movimento dinâmico, permitindo organizando

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de forma efetiva a prática democrática na construção do conhecimento.

Uma prática pedagógica bem sucedida, precisa estar

inserida em um contexto de interação, não só de professor aluno, mas

também de toda a sociedade, ideal para nosso aluno em formação

intelectual e humana. Sabe-se que o educando necessita de um

acompanhamento continuo de verificação e retomada das deficiências de

aprendizagem. Concluindo esse pensamento as palavras de Shor; Freire

(1986, p. 48) vale ser lembradas:

O educador libertador tem que estar atento para o fato de que a transformação não e só uma questão de método e técnicas. Se a educação libertadora fosse somente uma questão de métodos, então o problema seria mudar algumas metodologias tradicionais por outras mais modernas. Mas esse não é o problema. A questão é o estabelecimento de uma relação diferente com o conhecimento e com a sociedade. (SHOR; FREIRE, 1986, p.48).

A relação que se faz entre o conhecimento e o mundo social

aproximam o aluno do saber sistematizado. Construindo novos princípios

educativos, assumindo a formação integral dos educandos, exigindo da

escola e dos profissionais da educação uma transformação uma nova

pedagogia contemplando uma formação científica e tecnológica, com

domínio dos conteúdos básicos da ciência contemporânea, fundamentando

os processos sociais e produtivos. Sujeito com responsabilidade e ética

diante da sociedade e do ambiente de maneira crítica e solidária.

Encaminhar uma prática educativa e avaliativa baseada em

princípios educativos que satisfaça as necessidades dos alunos formando

cidadãos, trabalhadores capazes de atuar no mundo do trabalho e social

apoiados por saberes democráticos, isso é o que se pretende diante do ato

educativo e de uma sociedade contemporânea.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Realizar uma análise de como avaliar e uma vez realizada o

que fazer como retomar e utilizar os resultados para aprimorar os

conhecimentos são indagações e reflexões que vem se fazendo desde a

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implantação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação. Mesmo com todos os

esforços centrados na avaliação sem desconectá-la, dos demais processos

educativos não se consegue, sanar as dificuldades que os professores

encontram dentro da sala de aula, em utilizar a avaliação para a melhoria

da qualidade de ensino.

Nesse sentido, conhecer um pouco mais sobre os processos

avaliativos dentro da prática pedagógica utilizada pelos professores,

refletindo sobre os instrumentos utilizados e ao mesmo tempo como estão

sendo utilizados estes resultados para que o aluno sane suas dificuldades

de aprendizagem continua sendo fundamental nas decisões e no

direcionamento dos objetivos e métodos propostos.

Entendendo que a avaliação, mesmo tendo sofrido uma série

de transformações e interpretações, ainda necessita de uma análise crítica

dentro de um processo educativo, essa prática pedagógica tão utilizada e

por vezes sem sentido, tratada como ponto final pelo professor e não como

ponto de partida para o retomar das práticas educativas, levaram a buscar

na pesquisa respostas e informações que pudessem subsidiar o ato de

avaliar.

Isso exige do professor muito esforço e dedicação e

encontramos profissionais que fazem da pesquisa, o alicerce do

conhecimento, moldando sua caminhada de educador. O que dificulta

muitas vezes é a indisponibilidade de tempo reservado à investigação que o

sistema oferece, pois tem que se cumprir o calendário escolar.

Assim com o intuito de auxiliar, clarear e direcionar o

processo de formação, levantando subsídios que tendem a direcionar o

caminho da transmissão e assimilação do conhecimento houve momentos

de estudos nas horas atividades e em reunião pedagógicas que levaram ao

repensar das práticas educativas, com foco na avaliação da aprendizagem,

através do conhecimento produzido pela leitura dos textos dos diversos

autores, alicerçou os profissionais da educação à análise critica das práticas

diárias com subsídios teóricos.

Toda comunidade escolar (diretores, equipe pedagógica,

professores, pais alunos, APMFs e conselhos escolares) atuando com ética e

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responsabilidades suprindo as necessidades dos educandos, buscando uma

educação que realmente faça a diferença para os cidadãos que vivem em

uma sociedade contemporânea tão excludente, esse trabalho coletivo pode

dar a escola pública um novo rumo no processo de democratização.

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