repÚblica de moÇambique conselho de ministros...
TRANSCRIPT
REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE
______________________________
CONSELHO DE MINISTROS
Decreto ………./2017 de …... De Dezembro
Tornando-se necessário actualizar a legislação que regula o fomento, produção, comercialização, industrialização e exportação do caju e seus subprodutos, de forma a ajusta-la à dinâmica do subsector, à conjuntura socioeconómica e tecnológica nacional e internacional, ao abrigo do disposto na alínea f) do n° 1 do artigo 204 da Constituição da República, conjugado com o artigo 4 da Lei n° 13/99, de 1 de Novembro, o Conselho de Ministros decreta:
Artigo 1. É aprovado o Regulamento para o Fomento, Produção, Comercialização e Processamento do Caju, anexo ao presente Decreto e que dele faz parte integrante.
Artigo 2 É revogado o Decreto número 33/2003 de 19 de Agosto.
Artigo 3 O presente Decreto entre em vigor a partir da data de sua publicação.
Aprovado pelo Conselho de Ministros ao …….de ………………….de 2017
Publique-se
O Primeiro-Ministro
Carlos Agostinho do Rosário
Regulamento para o Fomento, Produção, Comercialização e Processamento do Caju CAPÍTULO I
Disposições Gerais
Artigo 1
(Definições e Abreviaturas)
As definições e abreviaturas constam no glossário em anexo 1, que é parte integrante do presente Regulamento.
Artigo 2
(Objecto)
O presente Regulamento tem por objecto estabelecer as regras para fomento, produção, comercialização, industrialização e exportação do caju e seus subprodutos no território nacional.
Artigo 3
(Ȃmbito de Aplicação)
O presente Regulamento aplica-se:
a) A todos actores e entidades que participam na cadeia de valor do caju. b) Aos processos de fomento, plantação, produção, comercialização, transporte, armazenamento,
processamento e exportação da castanha do caju na forma bruta ou processada no território nacional.
Artigo 4
(Princípios)
O presente Regulamento guia-se pelos seguintes princípios:
a) Competitividade; b) Desenvolvimento; c) Equidade e Justiça d) Interdependência e Interligação; e) Sustentabilidade; f) Rastreabilidade;
g) Cientificidade; h) Segurança; i) Simplicidade.
Artigo 5
(Competitividade)
O sector deverá crescer em volumes e qualidade, assegurando eficiência produtiva, regularidade e pontualidade na entrega de seus produtos aos mercados, aproveitando nisto os melhores nichos, de forma a conseguir melhores retornos aos investimentos.
Artigo 6
(Desenvolvimento) A cadeia de valor de caju deverá ser edificada de forma a assegurar transferência de recursos para melhoria contínua dos grupos mais desfavorecidos nela envolvidos, ou seja deverá permitir o empoderamento de produtores e trabalhadores ao longo da cadeia.
Artigo 7
(Equidade e Justiça) A partilha dos benefícios e desafios da cadeia de valor deverá ser orientada pelos princípios de mercado, considerando, contudo, justeza na partilha do valor que a amêndoa e outros produtos arrecadam no mercado final (global). Ou seja, todos os actores envolvidos deverão arrecadar receitas bastantes para satisfação de suas necessidades vitais e acumulação contínua de riqueza.
Artigo 8
(Interdependência e Interligação) A postura, a conduta e atitudes de todos os actores envolvidos deverá tomar em conta que todos os segmentos da cadeia estão intrinsecamente interligados, o que gera interdependência. Ou seja, caso um dos segmentos acumule continuamente prejuízos, indubitavelmente que estes prejuízos se irão reflectir e afectar aos restantes segmentos a médio e longos prazos.
Artigo 9
(Sustentabilidade) A cadeia de valor do caju deverá ser sustentável como negócio, assegurando que o negócio gera lucro (comercial), os actores mantém interesse na cadeia de valor (social) e a base de recursos mantém e aumenta a capacidade de produção ao longo de gerações (ambiental).
Artigo 10 (Rastreabilidade)
Os actores da cadeia asseguram a colecta e registo de informação que permita reconstituir a trajectória das materiais, incluindo processos, actores e tempo.
Artigo 11
(Segurança) As entidades reguladoras devem garantir a necessária estabilidade, previsibilidade e certeza jurídicas aos actores da cadeia de valor do caju.
Artigo 12
(Cientificidade) As decisões, intervenções e programas devem ser baseadas em evidências científicas.
Artigo 13
(Simplicidade)
Os requisitos, procedimentos, actos ao longo da cadeia de valor devem ser os mais simples e menos burocráticas possíveis.
Artigo 14
(Fiscalização da Cadeia de Valor do Caju)
1. As actividades da Cadeia de Valor do Caju são objecto de fiscalização e inspecção sistemática pelo INCAJU;
2. Cabe ao INCAJU, em coordenação com a entidade que superintende a área da agricultura bem como a que superintende a área de indústria e comércio em cada unidade territorial, fiscalizar:
a) A comercialização inicial, intermédia e final da castanha de caju; b) O trânsito e armazenagem da castanha de caju.
3. Cabe ao INCAJU, em coordenação com o INAE, fiscalizar o processamento da castanha, nomeadamente, o fluxo da matéria-prima, a produção, classificação e comercialização da amêndoa;
4. Cabe ao INCAJU em coordenação com as autoridades fronteiriças fiscalizar a exportação da castanha e da amêndoa do caju;
5. Para efeito dos números anteriores, cabe ao INCAJU em coordenação com as instituições envolvidas, definir os pontos estratégicos para fiscalização;
6. Aos agentes de fiscalização referidos no presente artigo, no exercício da sua actividade, é concedido acesso livre e incondicional à todas as fases, processos, instalações e locais.
Artigo 15
(Promoção da Investigação)
1. A investigação científica informa as políticas, decisões, intervenções e programas do caju, devendo fornecer soluções tecnológicas e socioeconómicas para os problemas da cadeia de valor;
2. Para o efeito do número 1 do presente artigo, a investigação no subsector do caju merece prioridade na planificação e alocação de recursos e implementação dos respectivos programas.
3. Dada a especificidade da cadeia de valor, cabe ao INCAJU coordenar o processo de definição da agenda de investigação do caju, nas esferas agronómica, socioeconómica e outras disciplinas relevante para o desenvolvimento do subsector do caju;
4. Na implementação da agenda o INCAJU coopera com a instituição que responde pela investigação agrária, instituições de ensino superior e outras entidades de pesquisa, no país e no exterior, podendo para isso celebrar acordos, contratos, memorandos de entendimento, entre outros instrumentos legais.
CAPÍTULO II
Classificação e Registo de Actores
Artigo 16
(Classificação)
Os actores da cadeia do caju são enquadrados nos seguintes grupos:
a) Produtores Familiares: Compõe-se de produtores que cultivam o cajueiro em áreas inferiores 5 hectares ou apanham a castanha em plantações não ordenadas, usando essencialmente mão-de-obra familiar e ajuda remunerada de membros da comunidade;
b) Produtores Comerciais de Pequena Escala: Compõe-se de actores individuais, associações, cooperativas e empresas que cultivam cajueiro e apanham castanha em plantações ordenadas de entre 5 aos 20 hectares;
c) Produtores Comerciais de Grande Escala: Compõe-se de actores individuais, associações, cooperativas e empresas que cultivam cajueiro e apanham castanha em plantações ordenadas em área superior à 20 hectares;
d) Fomentador do Caju: É todo aquele que obtenha do INCAJU, ou de entidades por este delegados, autorização de promoção de actores e de processos ao longo da cadeia de valor do caju;
e) Comerciantes do Caju: Compõe-se de actores do caju com licença para exercer a actividade de comércio e registados para este efeito pelo INCAJU ou por entidades por este delegados;
f) Comerciante Inicial: Compõe-se de actores autorizados, no âmbito do presente regulamento, a comprar a castanha do caju do produtor;
g) Comerciante intermédio: Compõe-se de actores autorizados a fazer transacções entre comerciantes ou entre este e industriais e/ou entre este e exportadores;
h) Comerciante Final: Compõe-se de industriais e exportadores da castanha que adquiram a castanha dos comerciantes intermédios e/ou comerciante inicial;
i) Industriais: Compõe-se de actores do caju, devidamente licenciados para o exercício da actividade, que operam uma ou mais fábricas de processamento da castanha e/ou da amêndoa do caju e/ou seus derivados para produção própria ou para prestação de serviços à terceiros;
j) Exportador da castanha do caju: Compõe-se de actores autorizados a exportar a castanha do caju não processada;
k) Exportador da Amêndoa do Caju: Compõe-se de actores que, sendo industriais ou não, estejam autorizados a exportar a amêndoa da castanha de caju, crua ou processada;
l) Processador da amêndoa: Compõe-se de actores que sendo processador da castanha ou não, fazem beneficiamento da amêndoa, agregando valor;
m) Processador do falso fruto: Compõe-se de actores que dedicam-se ao beneficiamento da pêra do caju;
n) Processador da casca: Compõe-se de actores que sendo ou não industriais, dediquem-se ao processamento da casca da castanha de caju.
Artigo 17
(Obrigatoriedade de Inscrição de Operador)
1. Todos os actores, a excepção do produtores familiares e comerciais, devem inscrever-se antes de começar a respectiva actividade, mediante o preenchimento do boletim de inscrição, em anexo 2;
2. O comerciante inicial inscreve-se junto dos Servidos que superintendem a actividade agrícola no respectivo Distrito;
3. Os restantes actores inscrevem-se junto do INCAJU; 4. A inscrição dos actores referidos no presente artigo, é confirmada através de emissão do
certificado de inscrição; 5. No acto de submissão do boletim de inscrição, os requerentes sujeitam-se ao pagamento do valor
da taxa de inscrição, conforme estabelecido no presente Regulamento; 6. O actor do caju pode inscrever-se, simultaneamente em mais do que um grupo, desde que lhe
seja permitido pelo Regulamento e quando desenvolva ou pretender desenvolver as actividades correspondentes, devendo indicar no boletim de inscrição e pagar, no acto de submissão do boletim, os montantes correspondentes à inscrição em cada grupo pretendido.
Artigo 18
(Taxas de Inscrição de Actores)
1. No acto da recepção do boletim de inscrição, devidamente preenchido, o INCAJU ou os Serviços Distritais, conforme os casos, procedem à cobrança das seguintes taxas, não reembolsáveis:
a) Fomentador do Caju: Isento;
b) Comerciante Inicial:…………………………….…..……. Um salário mínimo na Agricultura;
c) Comerciante intermédio:………………………...…….Dois salários mínimos na Agricultura;
d) Industriais: …………………………………..…….……. Quatro salários mínimos na Agricultura;
e) Exportador da castanha do caju: ….………………. Quatro salários mínimos na Agricultura;
f) Exportador da Amêndoa do Caju: …….…………… Quatro salários mínimos na Agricultura;
g) Processador da amêndoa:………………………………Dois salários mínimos na Agricultura;
h) Processador do falso fruto:……………………………. Dois salários mínimos na Agricultura;
i) Processador da casca: ……………………..………..…. Dois salários mínimos na Agricultura.
2. Em situações extraordinárias e de urgência, como programas de promoção de produtores pelo Governo ou necessidade de escoamento urgente da castanha de caju, ponderado o interesse dos produtores e do país, o Director-Geral do INCAJU pode autorizar a isenção de pagamento da respectiva taxa de inscrição;
3. Toda a inscrição, nos termos do presente Regulamento, deve ser feita antes do início da actividade pretendida;
4. Os requisitos e critérios específicos para a inscrição em cada grupo são publicados e actualizados, através de aviso do Director-Geral do INCAJU.
Artigo 19
(Efectividade da inscrição)
1. Após a recepção e análise do pedido de inscrição, incluindo possível auscultação ao Conselho Geral ou aos grupos nele representado, o INCAJU ou os Serviços Distritais que superintende a área da Agricultura informa, ao requerente, da decisão tomada sobre o pedido de inscrição;
2. A inscrição do actor do caju é efectiva a partir da data da entrega do respectivo certificado, conforme o anexo 3;
3. A submissão do pedido de inscrição do comerciante inicial, intermédio e do exportador da castanha e da amêndoa é feita até o dia 15 de Setembro de cada ano, através de modelo próprio em anexo 2;
4. O INCAJU responde ao pedido referido no número anterior até o dia 30 de Setembro de cada ano, prazo que, uma vez findo, o actor considera-se inscrito tacitamente;
5. Nos casos de inscrição tácita a autoridade licenciadora emite imediatamente o correspondente certificado de inscrição;
6. Os comerciantes referidos no número 3 do presente artigo devem manifestar interesse em continuar na actividade até o dia 15 de Agosto de cada ano, através de modelo próprio em anexo 4;
7. O INCAJU ou os Serviços que superintendem a área da agricultura no Distrito respondem ao pedido referido no número 6 do presente artigo até o dia 30 de Agosto de cada ano.
Artigo 20
(Indeferimento do Pedido da Inscrição)
O pedido de inscrição é indeferido nos seguintes casos:
a) O requerente não preencha os requisitos exigidos no presente Regulamento ou publicados pelo INCAJU;
b) Existência de informação documentada e comprovada, no país ou no exterior, sobre atitude, comportamento e/ou postura com potencial de prejudicar a cadeia de valor do caju assim como o bom nome do país no mercado internacional.
Artigo 21
(Recusa de renovação da inscrição)
O pedido de renovação de inscrição é recusado nos seguintes casos:
a) O requerente não preencha os requisitos que estiveram na base da sua inscrição; b) Violação grave da legislação aplicável; c) Incumprimento e/ou violação grave dos actos administrativos do INCAJU; d) Surgimento de informação documentada e comprovada, no país ou no exterior, sobre atitude,
comportamento e/ou postura com potencial para prejudicar a cadeia de valor do caju assim como o bom nome do país no mercado internacional;
e) Recusa, omissão e falta de fornecimento de informação; f) Mudança do objecto social.
Artigo 22
(Cancelamento de inscrição)
O INCAJU pode cancelar a inscrição do actor do caju nas seguintes circunstâncias:
a) Por incumprimento grave da legislação e actos administrativos do INCAJU com efeitos perniciosos para a cadeia de valor do caju, economia nacional e o bom nome do país no mercado internacional;
b) Por solicitação escrita do actor do caju, para cancelamento da sua inscrição; g) Mudança do objecto social.
CAPÍTULO III
Fomento do Caju
Artigo 23
(Zonas de Fomento)
1. Fomento do Caju compreende a promoção de actores e de processos ao longo da cadeia de valor do caju;
2. A actividade de fomento é feita nas regiões onde haja aptidão agra ecológica para o efeito; 3. O INCAJU define e actualiza zonas especiais de fomento tomando em consideração o potencial
solo-climático, socioeconómico e infra-estrutural que, em conjunto, fazem da operação do fomento e comercialização do caju uma actividade viável.
Artigo 24
(Exercício da Actividade de Fomento)
1. Qualquer entidade pública ou privada devidamente registada no INCAJU pode exercer a actividade de fomento do Caju;
2. O INCAJU pode estabelecer contratos de fomento para que entidades publicas ou privadas concentrem esforços em zonas especiais de fomento e / ou para cumprir objectivos de desenvolvimento estipulados pelo Estado;
3. Nos casos previstos no número 2 do presente artigo, a actividade de fomento rege-se pelos respectivos contratos, legislação aplicável, assim como actos administrativos do INCAJU.
Artigo 25
(Selecção de Actores para Zonas Especiais de Fomento) 1. Os actores de fomento nas zonas especiais são seleccionados através de concurso público ou
excepcionalmente por negociação directa, provada a indisponibilidade de fomentadores para aquelas áreas;
2. O Registo do fomentador do caju nas zonas especiais é feito através de requerimento dirigido ao Director Geral do INCAJU;
3. O pedido a que se refere o número 2 do presente artigo deve ser acompanhado de um plano de desenvolvimento da área de fomento do caju, que deve conter, entre outros:
a) A zona de fomento pretendida; b) As projecções de fomento, em número de actores a envolver, a área a cobrir, o rendimento,
a produção e comercialização a alcançar; c) Os recursos técnicos, tecnológicos e equipamentos a aplicar; d) O capital a investir e o respectivo cronograma; e) O plano de adopção e aplicação de inovações técnicas, práticas agronómicas, medidas de
gestão do ambiente e das condições de trabalho digno; f) A matriz de monitoria dos indicadores dos parâmetros que integram o Plano de Produção.
Artigo 26
(Actividade de Fomento da Produção do Caju)
1. As actividades de fomento da produção do caju são realizadas através de redes de extensão do caju, constituídas por técnicos com formação adequada e com meios de locomoção, comunicação, divulgação e de treinamento ajustados à actividade.
2. A actividade de fomento da produção do caju compreende o fornecimento de insumos de produção como mudas, fertilizantes, insecticidas, fungicidas, meios de produção e actividades de
treinamento e transferência de tecnologias para aumento da produtividade e qualidade da castanha de caju.
Artigo 27
(Rede de Fomento da Produção do Caju)
1. A constituição da rede de fomento da Produção do Caju obedece a metodologia e qualificações previstas no Sistema Unificado de Extensão Agrária (SUEA).
2. As redes de fomento de cada zona adoptam a seguinte estrutura básica: a) Supervisor da Rede de Extensão; b) Extensionistas; c) Monitores de Extensão; d) Produtores de contacto.
CAPÍTULO IV
Produção de Caju
Secção I
Produção de Mudas
Artigo 28
(Princípios)
A produção de mudas orienta-se pelos seguintes princípios:
a) Robustez; b) Vigor; c) Sanidade; d) Tempo útil; e) Especificidades de acondicionamento; f) Especificidades de transporte e trânsito.
Artigo 29
(Normas aplicável)
Os viveiristas e produtores de material genético do caju, para além das normas previstas no presente Regulamento, regem-se pela legislação sobre sementes em vigor no país.
Artigo 30
(Tipo de Material Genético)
Para o presente Regulamento considera-se material genético os seguintes:
a) A semente para a produção de porta enxerto; b) O garfo proveniente de jardim clonal, devidamente descrito; c) O garfo proveniente de plantas matrizes de produtores resultantes da prospecção genética; d) Semente proveniente de campos de produção de semente policlonal.
Artigo 31
(Produção da Semente Porta Enxerto)
1. As plantas matrizes para a produção da semente para porta enxerto são aprovadas pelo INCAJU, por recomendação do Programa de Pesquisa de Caju, tendo em consideração a robustez e adaptabilidade agro-climática.
2. As plantas identificadas como matrizes devem estar sob maneio integrado, livres de pragas e doenças.
3. A produção de semente para porta enxerto é feita por produtores privados previamente identificados pelo INCAJU.
4. Na falta de sector privado capacitado, a actividade de produção de semente é feita pelo INCAJU. 5. Cabe ao INCAJU, no exercício das suas atribuições e competências de fomento, promover a
actividade de produção de semente pelo sector privado.
Artigo 32
(Produção de Material Vegetativo para Enxertia)
1. As plantas matrizes para o material vegetativo para enxertia, garfos e borbulhas, são aprovadas pelo INCAJU, por recomendação do Programa de Pesquisa de Caju, tendo em consideração as características económicas e das exigências de mercado.
2. As plantas identificadas como matrizes para produção de material vegetativo para enxertia devem estar sob maneio integrado, livres de pragas e doenças.
3. A produção de material vegetativo para enxertia é feita por produtores privados previamente autorizados pelo INCAJU.
4. Na falta de sector privado capacitado, a actividade de produção de material vegetativo para enxertia é feita pelo INCAJU.
5. Cabe ao INCAJU, no cumprimento das suas atribuições de fomento, promover a actividade de produção de material vegetativo pelo sector privado.
Artigo 33
(Produção de semente policlonal)
1. A implantação de pomares de produção de semente policlonal é regida por um protocolo técnico científico aprovado pelo INCAJU sob recomendação do Programa de Investigação do Caju.
2. Os pomares de produção de semente policlonal devem estar sob maneio integrado, livres de pragas e doenças.
3. A produção de semente policlonal é feita por produtores privados previamente autorizados pelo INCAJU.
4. Na falta de produtores privados capacitados, a actividade de produção de semente policlonal é feita pelo INCAJU e outras entidades interessadas, designadamente, instituições de ensino e organizações de desenvolvimento
5. Cabe ao INCAJU, no cumprimento das suas atribuições de fomento, promover a actividade de produção de semente policlonal pelo sector privado.
Artigo 34
(Técnicas de propagação)
Cabe ao INCAJU definir, periodicamente e sob proposta da investigação, as técnicas de propagação do cajueiro a adoptar no país.
Artigo 35
(Viveirista)
1. A produção de mudas de caju é feita por viveirista privados autorizados pelo INCAJU. 2. A actividade de vivierista é feita por um actor que reúna as seguintes características:
a) Ter um responsável com formação mínima de nível médio no ramo agrário; b) Ter infra-estrutura mínima adequada definida pelo INCAJU; c) Dispor de espaço isolado de plantações com potencial de portar pragas e doenças do
cajueiro. 3. Os viveiristas baseiam as suas cartas tecnológicas de maneio de viveiro nas recomendações do
Programa de Investigação do Caju. 4. O viveirista deve fazer o registo do processo de produção de mudas e das condições agro-
meteorológicas, designadamente, temperatura, precipitação e humidade relativa. 5. Os registos referidos no número quatro do presente artigo devem ser conservados por um período
mínimo de cinco anos.
Artigo 36
(Produção de Mudas)
1. A muda pode ser produzida por enxertia e por semente policlonal. 2. A enxertia do cajueiro é feita sob forma de Garfia e Borbolhia. 3. A produção da muda, tanto por enxertia assim como por semente policlonal, é feita no viveiro 4. A produção da muda é feita assegurando a sincronização do tempo de consolidação com a época
chuvosa para efeitos de transplante.
5. As mudas raquíticas e/ou com caule e raiz distorcidas, são eliminadas.
Artigo 37
(Sanidade das Mudas)
1. É responsabilidade do viveirista garantir a sanidade das mudas do cajueiro através de pulverização preventiva contra doenças fungais/micóticas e pragas e outras medidas profiláticas.
2. O viveirista garante o arranque e destruição de mudas doentes.
Artigo 38
(Características Técnicas da Muda)
1. Para o plantio são seleccionadas as mudas com bom vigor e sanidade, de crescimento erecto. 2. No caso das mudas enxertadas, para além do disposto no número 1 do presente artigo,
selecciona-se para o plantio aquelas que tenham a cicatrização pós enxertia consolidada.
Artigo 39
(Transporte das Mudas)
1. As mudas são transportadas em veículo que garanta a integridade das características técnicas da muda, designadamente, vento e calor intenso.
2. O agente económico interessado em transportar mudas devera ser previamente capacitado pelo INCAJU ou pelo viveirista fornecedor das mudas.
3. Cabe ao INCAJU definir as características de veículo para transporte de mudas.
Artigo 40
(Viveiros de Trânsito)
As mudas de caju podem ser acondicionadas num viveiro de trânsito que garanta a integridade das características técnicas da muda, obedecendo os seguintes parâmetros:
a) Ensombreamento; b) Protecção contra factores externos prejudiciais tais como vento e calor intenso; c) Disponibilidade de água para rega; d) Isolamento de plantações de cajueiro com potencial para contaminar a muda com pragas e
doenças; e) Protecção contra animais domésticos e selvagens.
Secção II
Plantio da Muda
Artigo 41
(Procedimentos de Plantio)
1. As mudas do cajueiro são plantadas de acordo com a demanda de mercado.
2. Os produtores do caju plantam as suas mudas baseando-se em cartas tecnológicas recomendadas pelo Programa de Investigação do Caju.
3. Cabe ao INCAJU aprovar normas de distribuição e zoneamento da produção do caju a cumprir pelos actores do caju.
4. Cabe ao INCAJU, no exercício das suas atribuições e competências de fomento, promover o sector privado para que assuma a sua responsabilidade na distribuição de mudas.
5. As normas técnicas de plantio são aprovadas por aviso do Director Geral do INCAJU.
Secção III
Maneio do Cajueiro
Artigo 42
(Princípios)
A produção de caju deve basear-se nos seguintes princípios:
a) Maneio integrado do caju; b) Eficácia e eficiência; c) Época; d) Tecnicidade.
Artigo 43
(Opção de Maneio)
1. Para gestão das plantações adopta-se o princípio de maneio integrado do caju. 2. É da responsabilidade do produtor implementar o maneio integrado do caju.
Artigo 44
(Poda de Formação de Copa)
1. A poda de formação visa dar forma a copa para maximizar o potencial produtivo. 2. É da responsabilidade do produtor fazer a poda da formação. 3. A poda de formação é uma actividade contínua.
4. Cabe ao INCAJU produzir e actualizar normas técnicas da poda de formação, bem como promover a capacitação técnica sobre a matéria.
Artigo 45
(Poda sanitária)
1. A poda sanitária visa proporcionar maior arejamento e reduzir fontes de infecção e infestação. 2. A poda sanitária é feita imediatamente após a apanha da castanha. 3. É da responsabilidade do produtor fazer a poda sanitária.
Artigo 46
(Controlo de pragas, doenças e infestantes)
1. O controlo preventivo de pragas, doenças e infestantes faz por meio de métodos culturais. 2. O Controlo curativo de pragas e doenças faz-se por meio de pulverização com uso de insecticida
e fungicidas respectivamente. 3. A pulverização é feita pelos produtores e/ou por provedores de serviços. 4. O controlo de infestantes é feito por sacha ou aplicação de herbicida. 5. Para efeito de prevenção e gestão de resistência de pragas, doenças e infestantes aos pesticidas
é obrigatória a rotação de substâncias activas e grupos de pesticidas com periodicidade de três anos.
6. O aprovisionamento de produtos químico para o combate de pragas, doenças e infestantes é feito de acordo com as regras de mercado.
7. Cabe ao INCAJU, no cumprimento das suas atribuições de fomento, promover o sector privado para que assuma a responsabilidade de aprovisionamento de produtos químico para o combate de pragas, doenças e infestantes.
Artigo 47
(Fertilização)
1. Cabe ao INCAJU promover o uso de fertilizantes para o aumento da produção e produtividade do caju.
2. A fertilização do caju é feita de acordo com normas técnicas a serem definidas pelo INCAJU sob proposta do Programa de Investigação do Caju.
3. O aprovisionamento de fertilizantes é feito de acordo com as regras de mercado. 4. Cabe ao INCAJU, no cumprimento das suas atribuições de fomento, promover o sector privado
para que assume a sua responsabilidade de aprovisionamento de fertilizantes.
Artigo 48
(Controlo de Queimadas)
1. É da responsabilidade do produtor garantir a protecção do seu cajual contra queimadas. 2. Cabe as autoridades locais e comunitárias tomar medidas de prevenção, monitoria das queimadas
bem como de responsabilização dos infractores dentro dos limites da lei. 3. Cabe ao INCAJU implementar programas de sensibilização de produtores e comunidades no
geral, para prevenção de queimadas.
Secção IV
Colheita e Manuseamento Pós Colheita
Artigo 49
(Colheita da Castanha de Caju)
1. A castanha é colhida pelo produtor quando esta atinge a maturidade fisiológica (natural maturação) e desprende-se da árvore
2. Depois de colhida a castanha deve ser limpa, retirando-se-lhe restos de folha, pedúnculos, areia, pedras e outros objectos estranhos.
Artigo 50
(Secagem da Castanha de Caju)
1. A castanha deve ser submetida a secagem sob incidência directa dos raios solares até alcançar a humidade recomendada.
2. Para o efeito do número anterior, a castanha espalha-se sobre eira de betão, plástico, esteira ou outro material e em camadas finas, permitindo a circulação do ar.
3. Nas eiras a castanha é revirada diariamente até atingir a humidade máxima de 12%.
Artigo 51
(Embalagem e Sinalização)
1. Uma vez seca e classificada, a castanha é embalada em sacos de juta com capacidade de 80 quilos de castanha
2. A castanha deve ser embalada de acordo com a tipologia referida no artigo 55 do presente regulamento
3. Os sacos devem ser identificados de acordo com a tipologia da castanha neles contida.
CAPÍTULO V
Classificação da Castanha e da Amêndoa do Caju
Artigo 52
(Finalidade)
A classificação visa maximizar os ganhos dos actores através da separarão e da devida valorização da qualidade da casta e da amêndoa do caju, tanto para o mercado domestico assim como para o mercado internacional.
Artigo 53
(Princípios e classificação)
A classificação de castanha de caju deve guiar-se pelos seguintes princípios:
a) Fiabilidade; b) Transparência; c) Comparabilidade; d) Repetibilidade.
Artigo 54
(Tipos de Classificação)
A castanha de caju é objecto dos seguintes tipos de classificação:
a) Classificação Primária da castanha do caju; b) Classificação Comercial da castanha do caju; c) Classificação laboratorial da castanha do caju; d) Classificação comercial da amêndoa do caju.
Artigo 55
(Classificação Primária da Castanha do Caju)
1. A classificação primária da castanha é feita pelo produtor na base de tamanho de acordo com a seguinte classes:
a) Castanha de Classe Extra, a que possui um número de unidades inferior a 168 por quilo; b) Castanha de Classe A ou Padrão, a que possui um número de unidades que se situa entre 168
a 200 unidades por quilo; c) Castanha de Classe B, a que possui um número de unidade superior a 200 castanhas por
quilo. 2. Cabe ao INCAJU, em coordenação com os serviços de extensão divulgar o sistema de
classificação a nível primário.
Artigo 56
(Classificação Comercial)
1. A classificação comercial da castanha de caju é feita ao nível da comercialização inicial e baseia-se no tamanho, conjugado com a percentagem de humidade, castanha avariada e de impurezas de acordo com os seguintes tipos:
a) Castanha Tipo I e, a que possui cumulativamente um número de unidades inferior a 168 por quilo, seca e que não apresenta impurezas e castanha avariada;
b) Castanha Tipo II ou Padrão, a que possui um número de unidades que se situa entre 168 a 200 unidades por quilo, seca e impurezas e castanha avariada até 5%;
c) Castanha do tipo III, a que possui um número de unidade superior a 200 castanhas por quilo, seca e com impurezas e castanha avariada superior a 5% e até 10%.
2. A castanha com teor de impureza e avaria superior a 10% rejeita-se; 3. Os tipos de castanha a que se refere o presente artigo serão identificados com base no mostruário
a ser produzido pelo laboratório do INCAJU; 4. Cabe a entidade que autoriza a inscrição entregar ao comerciante, juntamente com a certidão de
inscrição, o mostruário de classificação comercial da castanha; 5. O comerciante pode requisitar mostruários adicionais mediante o pagamento do respectivo valor a
ser fixado anualmente por aviso do INCAJU; 6. No acto de comercialização o comerciante deve munir-se de balança e mostruário; 7. A classificação é obtida comparando o mostruário referido no presente artigo na base de uma
amostra colhida aleatoriamente no interior do recipiente.
Artigo 57
(Classificação Laboratorial)
1. A classificação laboratorial aplica-se a transacção final, quando o industrial ou exportador adquire a castanha de caju do comerciante ou do produtor nos casos previstos no presente Regulamento;
2. Cabe ao INCAJU, através de laboratórios especializados fazer a classificação da castanha do caju, podendo autorizar outras entidades que reúnam capacidade técnica e condições infra-estruturais;
3. A capacidade técnica e condições infra-estruturais referidas no número anterior do presente artigo são definidas pelo e actualizadas pelo INCAJU por período não inferior a cinco anos;
4. O comerciante, industrial ou exportador interessado na classificação solicita os respectivos serviços do laboratório de sua escolha, indicando a quantidade da castanha e os respectivos tipos;
5. O laboratório envia técnicos para extrair amostras ao rácio a estabelecer nos procedimentos de amostragem;
6. Todo o trabalho de amostragem, incluindo a selagem de amostras, é feito na presença do requerente ou seu representante;
7. A amostra deve ser extraída de forma aleatória e representativa do lote;
8. Cada amostra deve ser repartida em três partes, ficando a primeira com o requerente, a segunda usada para a classificação e a terceira conservada no laboratório durante um período mínimo de seis meses após a classificação para efeitos de resolução de disputas;
9. Cabe ao INCAJU definir os procedimentos de extracção da amostra nos termos referidos no presente artigo;
10. O laboratório de classificação da castanha de caju atribui qualidade ao lote de acordo com a tabela 1 abaixo:
Tabela 1: Categorias da Classificação Laboratorial da Castanha
PARÂMETRO CATEGORIA CAT. EXTRA CAT. I CAT. II CAT. III
Quantidade de castanha por quilo (unidades)
<168 <168 168 a 200 >200
Rendimento da amêndoa > 48 46 a 48 43 a 45 <42 Teor de humidade Até 10% Até 10% Até 12% Até 12% Percentagem de castanha chocha e imatura
Até 10% Até 10% Até 10% Até 13%
Percentagem de impureza Até 1% Até 1% Até 1% Até 1.5%
11. A qualidade referida no número 10 do presente artigo é atestada por Certificado de Qualidade; 12. Os encargos da classificação laboratorial correm por conta do solicitante obedecendo taxas a fixar
por aviso do INCAJU; 13. Cabe ao INCAJU divulgar a classificação referida no número 10 do presente artigo nos mercados
domésticos e internacionais.
Artigo 58
(Classificação Comercial da Amêndoa do Caju)
1. A classificação comercial da amêndoa do caju é feita ao nível do processamento e comercialização da amêndoa bruta e processada e baseia-se na cor, tamanho e integridade da amêndoa, de acordo com o anexo 5;
2. A equiparação da classificação da amêndoa a que se refere o presente artigo é feita na base do mostruário produzido pelo laboratório do INCAJU;
3. Cabe ao processador e comerciante da amêndoa solicitar do laboratório do INCAJU mostruário da classificação comercial da amêndoa do caju;
4. O laboratório envia técnicos para extrair amostras para efeito de produção do mostruário da classificação comercial da amêndoa do caju;
5. Todo o trabalho de amostragem, incluindo a selagem de amostras, é feito na presença do requerente ou seu representante;
6. A classificação é obtida comparando o mostruário referido no presente artigo com a amêndoa a transaccionar;
7. O INCAJU deve elaborar procedimentos de colheita de amostra da amêndoa para fins de produção do mostruário para classificação.
CAPÍTULO VI
Comercialização da Castanha de Caju
Secção I
Regras Gerais
Artigo 59
(Princípios)
1. A comercialização do caju deve ser orientada pelos seguintes princípios:
a) Justiça; b) Equidade; c) Regras do mercado; d) Especialização; e) Negociação colectiva.
Artigo 60
(Comercialização e Licenciamento)
1. A comercialização da castanha de caju é feita sob forma da transacção inicial, intermédia e final por um actor devidamente licenciado pelo INCAJU ou por Autoridades Administrativas Locais a quem este delegar;
2. Pode ser licenciado para compra da castanha o comerciante que possua alvará com classificação da actividade económica comercial ou um industrial, devidamente licenciado nos termos do presente Regulamento;
3. A autorização referida no número anterior do presente artigo é atestada através de uma licença emitida nos termos do presente Regulamento.
Artigo 61
(Inicio da Comercialização)
1. Cabe ao INCAJU anunciar, publicamente, a data do início de comercialização da castanha de caju para cada província de acordo com a especificidade fenológica da cultura;
2. Não é permitida a comercialização da castanha de caju antes da data oficial do início da campanha estabelecida para cada área territorial.
Artigo 62
(Fixação de Preços)
1. A fixação do preço de compra da castanha de caju baseia-se em regras de mercado; 2. Havendo necessidade de aumentar transparência e promover estabilidade da cadeia de valor do
caju, é negociado e acordado o preço de referência até 30 de Julho de cada ano; 3. A fórmula a usar na definição do preço de referência é estabelecida pelo Conselho Geral do
INCAJU com periodicidade trianual e divulgado por aviso do INCAJU; 4. O preço de referência é negociado e acordado entre representantes de produtores, comerciantes,
exportadores e industriais do caju sob facilitação do INCAJU; 5. Caso as partes não cheguem a acordo, o INCAJU fixa o preço com base na fórmula matemática; 6. Cabe ao INCAJU anunciar e divulgar o preço de referência imediatamente após a sua aprovação.
Secção II
Formas de Comercialização
Artigo 63
(Comercialização Inicial da Castanha de Caju)
1. Pode ser licenciado para comercialização inicial o comerciante que possua alvará correspondente a actividade económica de comercialização a retalho de matérias-primas agrícolas devidamente licenciado nos termos do presente Regulamento, desde que não seja industrial ou exportador da castanha de caju;
2. Excepcionalmente, o industrial ou exportador pode ser licenciado para comercialização inicial, desde que tenha participado em acções de fomento na respectiva campanha e local;
3. Para efeitos do número anterior do presente artigo, considera-se que o industrial ou exportador participou em acções de fomento quando tenha cumprido o prescrito o artigo 23 do presente Regulamento;
4. A licença para efeitos da comercialização inicial circunscreve-se ao território geográfico para o qual foi emitida;
5. No acto de comercialização, o comerciante inicial disponibiliza, a cada brigada de compra da castanha, uma balança e mostruário de qualidade da castanha de caju;
6. A comercialização inicial da castanha de caju deve ser efectuada a luz do dia das 07:00 até as 17:30 horas;
7. No fim de cada dia de comercialização, o comerciante inicial elabora um mapa resumindo as compras em tipos de castanha e o valor pago;
8. No manuseamento, transporte e armazenamento, o comerciante inicial deve respeitar a tipificação da castanha comprada;
9. O comerciante inicial deve sumarizar a informação referida no número anterior do presente artigo e submete a entidade que o licenciou;
10. O comerciante inicial circula com a sua mercadoria dentro do território em que esteja autorizado, desde que munido da sua licença;
11. O trânsito da castanha de caju fora do território autorizado para o comerciante inicial deve ser acompanhado por uma guia por este emitida, nos termos definidos no artigo 67;
12. Para o efeito do número 11 do presente artigo, cabe ao INCAJU produzir e disponibilizar ao comerciante inicial, no acto do registo, livro de guias de trânsito.
Artigo 64
(Comercialização Intermédia)
1. Pode ser licenciado para comercialização intermédia o comerciante que possua alvará correspondente a actividade económica de comercialização a grosso de matérias-primas agrícolas, devidamente licenciado nos termos do presente Regulamento;
2. Na comercialização intermédia o preço da castanha de caju é negociado entre o vendedor e o comprador na base da classificação comercial;
3. Todo o comerciante intermédio deve preencher e submeter, na segunda-feira de cada semana, ao Serviço Distrital que superintende a área da Agricultura o modelo de controlo semanal da comercialização, em anexo 6, resumindo a quantidade da castanha adquirida por tipos e os respectivos valores pagos;
4. No manuseamento, transporte e armazenamento, o comerciante inicial deve respeitar a tipificação da castanha comprada.
Artigo 65
(Comercialização Final)
1. Comercialização Final refere-se ao processo através do qual os industriais e exportadores adquiram a castanha de caju de comerciantes intermédios e/ou de comerciantes iniciais e excepcionalmente, de produtores, associações e cooperativas nos casos previstos no presente Regulamento;
2. Pode ser licenciado para comercialização final o industrial e o exportador devidamente licenciado nos termos da legislação específica;
3. Excepcionalmente, o industrial ou exportador pode ser licenciado para a comercialização final da castanha de caju do produtor, desde que tenha participado em acções de fomento na respectiva campanha e local;
4. Para efeitos do número anterior do presente artigo, considera-se que o industrial ou exportador participou em acções de fomento quando tenha cumprido o prescrito no artigo 23 do presente Regulamento;
5. Na comercialização final o preço da castanha de caju é negociado entre o comerciante e o vendedor na base da classificação laboratorial;
6. Excepcionalmente, na comercialização final, o preço da castanha de caju pode ser negociado na base da classificação inicial, quando esta é adquirida do produtor nos termos do presente Regulamento;
7. No manuseamento, transporte e armazenamento, o comerciante final deve respeitar a tipificação da castanha comprada.
Secção III
(Comercialização da Castanha de Caju em Leilões )
Artigo 66
(Constituição e Funcionamento)
1. Com vista ao aumento da transparência e justiça nas transacções da castanha, é adoptada paulatinamente a comercialização em Leilões , podendo ser específica da Castanha de Caju ou geral de mercadorias;
2. O Leilão da Castanha é estabelecida e operada por agentes económicos privados, devidamente inscritos pelo INCAJU para o efeito, mediante confirmação da existência de condições infra estruturais para acolher e acomodar a castanha, sistema informático para administrar o Leilão, os intervenientes da transacção do Leilão, bem como provedores de bens e serviços conexos à cadeia de Valor da Castanha de Caju;
3. Os Leilões são estabelecidas paulatinamente em distritos de grandes níveis de comercialização da Castanha, começando pela Comercialização Final e progredindo para Comercialização Inicial;
4. São intervenientes da transacção em Leilões, para além do Leiloeiro apontado pelo Gestor da Bolsa, que faz a licitação, o vendedor que coloca a castanha, o classificador da castanha que atribui qualidade comercial e o comprador que faz os lances;
5. Como comprador e vendedor, podem intervir no Leilão da Castanha os actores devidamente licenciados para a respectiva transacção, nomeadamente comercialização inicial, intermédia e final;
6. Podem intervir, também, como vendedores nos Leilões, os produtores familiares desde que organizados em Associações ou Cooperativas de produtores;
7. O produtor familiar e comercial que pretenda intervir em Leilão da Castanha deve inscrever se previamente junto do INCAJU, estando, entretanto, isento da taxa de inscrição;
8. Intervêm também no Leilão da Castanha o Corrector que intermedeia, aconselha ou representa um ou mais vendedores e/ou compradores da castanha;
9. Em cada Leilão funcionará um Comité de Arbitragem que vela pela disciplina e cumprimento de obrigações das partes, composto por representantes de cada grupo de intervenientes.
Artigo 67
(Funcionamento do Leilão de Castanha)
1. As transacções da Castanha em Leilão podem ser físicas ou virtuais;
2. Em ambos os casos referidos no número 9 do presente artigo, a transacção obedece aos seguintes procedimentos:
a) O lote a vender é presente ao local de Leilão da Castanha, por vendedor registado ou seu Corrector, munido do respectivo certificado de classificação;
b) Nos casos em que não tenha sido feita a classificação prévia, o lote é amostrado para efeitos de classificação laboratorial imediatamente após a entrada ou apresentação virtual da castanha;
c) A sessão física ou virtual para venda de dado lote de castanha só é marcada mediante apresentação, pelo vendedor ou seu representante, do certificado de análise laboratorial da castanha;
d) Chegado o momento marcado pera a sessão, o leiloeiro anuncia o nome do vendedor, a quantidade da castanha no lote, a proveniência da castanha e a respectiva classificação;
e) Os compradores fazem lances públicos, encerrando o leiloeiro as ofertas assim que apurada a proposta mais elevada;
f) O Vendedor não é obrigado a aceitar o lance mais elevado se este for menor que o valor de base razoável de dado lote de castanha, avaliada com base no preço de referência;
g) O apuramento da proposta mais elevada e subsequente fecho da Sessão representa um contrato de cumprimento obrigatório pelo vendedor e comprador, que poderá ser formalizada documentalmente;
h) Subsequente ao fecho do contrato referido a cima, o vendedor obriga se a entregar a castanha e o comprador a pagar o respectivo valor dentro de 48 horas após o fecho.
Artigo 68
(Cumprimento de obrigações das Partes e Arbitragem)
1. Em casos de falta de cumprimento de contratos em termos de quantidade, qualidade, preço e prazos, firmados em Leilão da Castanha, a parte lesada recorre ao comité de arbitragem da respectiva Bolsa;
2. As deliberações do Comité de Arbitragem do Leilão são de cumprimento obrigatório pelas partes;
3. Cabe ao Comité de Arbitragem monitorar o cumprimento ou execução da deliberação da arbitragem sobre o litígio dirimido;
4. O Comité de Arbitragem comunica ao INCAJU sobre todos os litígios recebidos, dirimidos e também sobre o processo de execução das deliberações;
5. A falta ou recusa de cumprimento da deliberação do Comité de Arbitragem resulta, sem prejuízo à devida responsabilidade conforme aplicável, em publicação do nome do actor em causa na lista de prevaricadores a afixar em todas as Leilões da Castanha e no sítio de internet do INCAJU;
6. Os Gestores bem como os outros intervenientes de Leilões não são obrigados a transaccionar com actores constantes da lista referida na m) do número 10 do presente artigo;
7. Cabe ao INCAJU, com fundamento em estudos especializados, publicar as normas detalhadas de funcionamento de Leilões de Caju.
Secção IV
Transporte da Castanha de Caju
Artigo 69
(Procedimento do Transporte da Castanha)
1. A castanha de caju é transportada em veículo que a proteja contra factores externos prejudiciais à sua qualidade tais como chuva, materiais contaminantes e corrosivas, combustíveis, óleos, pesticidas, entre outros;
2. A circulação da castanha de caju no território nacional é sujeita ao regime de guia de trânsito, emitida pelo respectivo actor;
3. Para o efeito do número 2 do presente artigo, cabe ao INCAJU produzir e disponibilizar aos actores, no acto do registo, livro de guias de trânsito;
4. A guia referida no número 5 do presente artigo deve ser emitida em quadruplicado, datada, indicando a quantidade e a origem da castanha transportada;
5. Aos quatro exemplares da guia de trânsito será dado o seguinte destino:
a) O original é entregue ao transportador, que a passa a entidade a quem é destinada a castanha;
b) O duplicado fica arquivado na entidade remetente da castanha; c) O triplicado é enviado a Delegação do INCAJU do local de emissão; d) O quadruplicado é arquivado pela entidade emissora.
CAPÍTULO VII
Processamento e Comercialização Doméstica
Secção I
(Regras gerais)
Artigo 70
(Finalidades)
1. O processamento doméstico do caju visa promover o acréscimo de valor e geração de empregos; 2. O Industrial pode prestar serviço de processamento a qualquer interessado mediante o pagamento
do respectivo valor.
Artigo 71
(Princípios)
O processamento da Castanha deve obedecer os seguintes princípios:
a) Valor acrescentado; b) Competitividade; c) Geração de emprego.
Secção II
Processamento da Castanha e da Amêndoa do Caju
Artigo 72
(Procedimento para Processamento da Castanha)
1. O industrial de processamento da castanha do caju deve estar devidamente licenciado para o exercício da respectiva actividade, nos termos do presente Regulamento;
2. As fábricas de processamento da castanha do caju podem ser mecanizadas, semi-mecanizadas ou manuais;
3. Antes do início do processamento da castanha de caju, em cada campanha, deve-se proceder à limpeza da linha de processamento e dos componentes relacionados;
4. Antes do início do processamento, em cada campanha, as fábricas de processamento da castanha de caju devem ser sujeitas à vistoria, que consiste na verificação da conformidade, ensaio da taxa de extracção da amêndoa, Out Turn, de preservação das características tecnológicas da amêndoa, para garantir qualidade, integridade e o bom nome do país no mercado internacional;
5. A vistoria referida no número anterior do presente artigo é requerida do INCAJU pelo industrial; 6. As fábricas só podem iniciar com o processamento para fins comerciais depois de feita a vistoria e
passado o respectivo certificado de conformidade fabril pelo INCAJU; 7. O INCAJU envia equipa técnica de vistoria dentro de 15 dias contados a partir do dia de recepção
do pedido referido no número 5 do presente artigo, emitindo o respectivo certificado cinco dia depois da vistoria;
8. Caso o INCAJU ultrapasse qualquer dos prazos referidos no número anterior o industrial fica tacitamente autorizado a iniciar com a actividade;
9. Antes do início do processamento, a castanha do caju deve ser reclassificada através de crivos, separando-a em subtipos por tamanho;
10. De forma a preservar a qualidade e características tecnológicas da amêndoa, a castanha deve estar humedecida até cerca de 12% de humidade;
11. Para estabilidade da cadeia de valor e promoção da viabilidade, o INCAJU define o raio geográfico de exclusividade das fábricas com base em estudos económicos;
12. Mediante solicitação, com fundamento económico, o INCAJU pode autorizar, excepcionalmente, a construção de fábricas de processamento da castanha do caju em raio menor do definido.
Artigo 73 (Prestação de Serviço de Processamento da Castanha Caju)
O Industrial pode prestar serviço de processamento a qualquer interessado mediante o pagamento do respectivo valor.
Artigo 74
(Procedimentos para Processamento da Amêndoa)
1. O processamento doméstico da amêndoa do caju visa promover maior acréscimo de valor e geração de empregos;
2. O industrial de processamento amêndoa da castanha do caju deve estar devidamente licenciado para o exercício da respectiva actividade, nos termos do presente Regulamento;
3. As unidades de processamento da amêndoa do caju podem ser mecanizadas, semi-mecanizadas ou manuais;
4. Antes do início do processamento da amêndoa da castanha do caju, em cada campanha, deve-se proceder à limpeza da linha de processamento e dos componentes relacionados;
5. Antes do início do processamento, em cada campanha, as fábricas de processamento da amêndoa da castanha do caju devem ser sujeitas à vistoria, que consiste na verificação da conformidade, preservação das características tecnológicas da amêndoa, para garantir qualidade, integridade e o bom nome do país no mercado internacional;
6. A vistoria referida no número anterior do presente artigo é requerida ao INCAJU pelo processador da amêndoa da castanha do caju;
7. As fábricas só podem iniciar com o processamento para fins comerciais depois de feita a vistoria e passado o respectivo certificado de conformidade fabril pelo INCAJU;
8. O INCAJU envia equipa técnica de vistoria dentro de 15 dias contados a partir do dia de recepção do pedido referido no número 6 do presente artigo, emitindo o respectivo certificado cinco dia depois da vistoria;
9. Caso o INCAJU ultrapasse qualquer dos prazos referidos no número anterior o industrial fica tacitamente autorizado a iniciar com a actividade.
Secção III
Comercialização da Amêndoa da Castanha do Caju
Artigo 75
(Formas e Procedimentos)
1. A amêndoa do caju pode ser comercializada na forma crua ou processada; 2. Na comercialização da amêndoa o preço é negociado entre o comerciante e o vendedor na base
da classificação laboratorial; 3. No manuseamento, transporte e venda, os comerciantes devem respeitar a tipificação da
amêndoa; 4. Cabe ao INCAJU fiscalizar e documentar a comercialização da amêndoa da castanha do caju.
CAPÍTULO VIII
Exportação da Castanha em Bruto e da Amêndoa do Caju
Artigo 76
(Finalidade)
A exportação da Castanha em Bruto e da Amêndoa do Caju visa maximizar a arrecadação de divisas com a finalidade de contribuir no desenvolvimento do país.
Artigo 77
(Princípios)
A exportação de castanha de caju e amêndoa guia-se pelos seguintes princípios:
a) Maior angariação de divisas; b) Inteligência do mercado; c) Valorização de excedente industrial.
Artigo 78
(Formas de Exportação)
A castanha de caju é exportada em bruto e sob forma processada em amêndoa por um actor devidamente licenciado pelo INCAJU.
Artigo 79
(Exportador) 1. Pode ser inscrito para a exportação da castanha e da amêndoa de caju a entidade que possua
alvará com classificação da actividade económica de exportador; 2. A inscrição referida no número 1 do presente artigo do presente artigo é atestada através de um
certificado emitido nos termos do presente Regulamento; 3. Não é permitida a inscrição para exportação da castanha em bruto a entidade ou seus accionista
que, directamente ou através de participações, tenham licença de industrial.
Artigo 80
(Procedimento para Exportação da Castanha em Bruto)
1. A exportação da castanha em bruto é permitida para fins de colocação de excedente industrial; 2. A exportação da castanha em bruto deve ser feita no memento de melhor preço internacional,
para maximizar a captação de divisas; 3. Não é permitida a exportação da castanha em bruto a entidades ou seus accionistas que,
directamente ou através de participações, sejam processadores industriais; 4. O INCAJU, ouvido o conselho Geral, faz projecção, até 30 de Agosto de cada ano, do excedente
industrial a exportar; 5. Caso a fenologia da cultura revele variação significativa das projecções, o INCAJU, ouvido o
Conselho Geral, faz a revisão das projecções do excedente a exportar;
6. Para exportação da castanha em bruto o exportador obedece os seguintes procedimentos:
a) Formar o(s) lote(s) de exportação; b) Solicitar a análise laboratorial; c) Negociar o preço na base do certificado laboratorial e facturar; d) Solicitar autorização de exportação do INCAJU; e) Pagar a Taxa de Sobrevalorização do Caju calculada na base da factura; f) Tramitar o processo de exportação conforme a legislação aduaneira; g) Até 15 dias após a conclusão do processo, submeter ao INCAJU cópias da factura,
certificado de análise laboratorial, Documento Único e prova do pagamento da taxa de sobrevalorização.
Artigo 81
(Procedimento para Exportação da Amêndoa do Caju)
1. A exportação da amêndoa do caju é permitida enquanto o país não disponha de capacidade processamento secundário suficiente para absorção da amêndoa;
2. A exportação da amêndoa do caju deve ser feita no memento de melhor preço internacional, para maximizar a captação de divisas;
3. O INCAJU, ouvido o Conselho Geral, faz projecção, até 30 de Agosto de cada ano, o excedente do processamento secundário;
4. Caso a fenologia da cultura revele variação significativa das projecções, o INCAJU, ouvido o Conselho Geral, faz a revisão das projecções do excedente a exportar;
5. Para exportação da amêndoa do caju o exportador obedece os seguintes procedimentos:
a) Formar o(s) lote(s) de exportação; b) Fazer e documentar a classificação comercial da amêndoa; c) Negociar o preço na base da classificação comercial da amêndoa e facturar;
d) Tramitar o processo de exportação conforme a legislação aduaneira; e) Até 15 dias após a conclusão do processo, submeter ao INCAJU cópias da factura,
classificação comercial da amêndoa e Documento Único.
CAPÍTULO IX
Aproveitamento Integral do Caju
Artigo 82
(Aspectos Gerais)
1. O aproveitamento integral do caju é feito sob forma de processamento do falso fruto e da casca da castanha de caju;
2. O aproveitamento integral do caju visa promover maior integração dos subprodutos do caju, acrescentando valore gerando empregos e riqueza;
3. Cabe ao INCAJU promover actores e programas de aproveitamento integral e multifacetado do caju;
4. O actor interveniente no aproveitamento integral do caju deve estar devidamente licenciado para o exercício da respectiva actividade, nos termos do presente Regulamento.
Artigo 83
(Aproveitamento do Falso Fruto)
1. O processador do falso fruto deve ter alvará para processamento e manuseamento de produtos alimentares frescos conforme legislação aplicável;
2. O falso fruto pode ser aproveitado, para a produção de sumos, doces e bebidas espirituosas entre outras utilidades;
3. Cabe ao INCAJU, em coordenação com sectores relevantes, desenvolver e divulgar norma e padrões de produtos do falso fruto;
4. O produtor familiar que processe o falso fruto está isento de inscrição no INCAJU.
Artigo 84
(Aproveitamento da Casca)
1. O processador da casca da castanha deve ter alvará correspondente à actividade nos termos da legislação específica;
2. A casca da castanha pode ser aproveitada, para a produção do óleo da casca da castanha do caju, comercialmente conhecido por CNSL e outros produtos.
CAPÍTULO X
Sobrevalorização da Exportação de Castanha de Caju
Artigo 85
(Finalidades)
1. A Indústria do Caju tem como finalidade o processamento doméstico, acréscimo do valor e geração de empregos a nível doméstico;
2. Para protecção da indústria nacional a Lei n 13/99 de 1 de Novembro cria a Taxa de Sobrevalorização da Exportação da Castanha do Caju em bruto compreendida entre 18% a 22%.
Artigo 86
(Taxa de Sobrevalorização)
1. A percentagem específica da sobretaxa da exportação de castanha de caju em bruto é fixada e ajustada pelo Conselho de Ministros sob proposta dos ministros que superintendem as áreas da Agricultura e da Industria e Comércio;
2. A fixação e o ajuste referido no número 1 do presente artigo devem tomar em consideração, dentre outros, os indicadores de produção nacional da castanha, da capacidade de absorção da indústria doméstica de processamento e do mercado internacional;
3. A taxa de sobrevalorização a vigorar em cada campanha deve ser ajustada, fixada e publicada até 15 de Julho de cada ano;
4. A taxa referida no presente artigo deve ser paga até a data de embarque do respectivo lote de exportação.
Artigo 87
(Incidência da Taxa de Sobrevalorização)
A Taxa de sobrevalorização do Caju incide em percentagem descrita no artigo 84, sobre o valor FOB da factura da exportação, nos termos estabelecidos no presente Regulamento.
Artigo 88
(Destino da Taxa de Sobrevalorização do Caju)
1. A receita resultante da aplicação da taxa de sobrevalorização é consignada em 80% às acções de fomento da produção de caju e em 20% às actividades de incentivo à indústria de processamento de caju.
Artigo 89
(Formalidades para o Pagamento da Taxa)
1. No acto de solicitação da autorização para a exportação da castanha ao INCAJU, o exportador deve juntar a correspondente factura de exportação e certificado de análise laboratorial;
2. Ao receber o pedido de exportação da castanha, o INCAJU examina a razoabilidade da transacção, com base no certificado de análise laboratorial;
3. Em caso de aprovação do pedido de exportação, o INCAJU emite a correspondente factura para o pagamento da Taxa de Sobrevalorização da Exportação da Castanha do Caju em Bruto;
4. O documento de autorização da exportação da castanha é levantado mediante apresentação da prova de pagamento do valor da taxa.
CAPITULO XI
Informação para Gestão da Cadeia
Artigo 90
(Prestação de Informação)
1. O comerciante inicial deve sumarizar a informação sobre as aquisições e vendas e submeter a entidade que superintende a área da agricultura no Distrito através de modelo de controlo semanal da comercialização;
2. O comerciante intermédio que use armazém em dado território deve submeter o modelo referido no número 1 do presente artigo, na segunda-feira de cada semana, à entidade que superintende a área da agricultura no Distrito, resumindo a quantidade da castanha adquirida por tipos e os respectivos preços, bem como as vendas e stoks no seu armazém;
3. O comerciante intermédio que adquira a castanha de forma ambulatória, ou seja sem armazém em dado território, deve submeter, igualmente, a entidade que superintende a área da agricultura no Distrito o modelo referido no número 1 do presente artigo, sumarizando as aquisições realizadas no território;
4. O comerciante final deve preencher e submeter, na segunda-feira de cada semana, ao INCAJU o modelo referido no número 1 do presente artigo, resumindo a quantidade da castanha adquirida por tipos, na semana anterior, e os respectivos preços, bem como as vendas ou processamento e stoks no seu armazém;
5. O processador da castanha e da amêndoa deve preencher e submeter, na segunda-feira de cada semana, ao INCAJU o modelo referido no número 1 do presente artigo, resumindo a quantidade da castanha ou da amêndoa adquirida por tipos, na semana anterior, e os respectivos preços, bem como as vendas ou processamento e stoks no seu armazém;
6. Na tramitação e conservação da informação referida no presente capítulo, o INCAJU deve proteger informação privada e confidencial;
7. Na divulgação de informação referida no presente capitulo o INCAJU deve respeitar o principio de anonimato, apresentando os dados em medias e/ou de forma que não permita relacionar a informação comercial com a entidade a que diz respeito.
CAPÍTULO XII
Infracções e Penalizações
Artigo 91 (Infracções)
1. A violação ao disposto no presente Regulamento constitui infracções administrativas prevista na tabela anexa 7;
2. Nos casos de flagrante comercialização e processamento sem a respectiva inscrição, circulação da castanha sem guia de trânsito e exportação sem documentação correspondente serão apreendidos a castanha ou amêndoa, a documentação, meios de transporte e outros meios usados para prática da infracção.
Artigo 92 (Penas)
1. As penalizações pelas infracções ao presente Regulamento são aplicada de forma gradativas, sendo constituídas por: a) Advertência; b) Censura por escrito; c) Multa pecuniária; d) Reversão da castanha e objectos da infracção a favor do Estado; e) Suspensão da respectiva actividade, até dois anos; f) Proibição total do exercício da actividade no País.
2. A correspondência entre infracções e as penas constam da tabela em anexo 7; 3. Nos casos de violação do presente Regulamento que resulte ou comporte potencial prejuízo à
economia nacional, à imagem do país no mercado internacional, à estabilidade económica das empresas nacionais, para os produtores e o INCAJU, é aplicada a medida de grau superior, de acordo com a gravidade da infracção.
Artigo 93 (Competência para Aplicação das Penas)
Tem competência para aplicação das penas prevista no presente regulamento, as seguintes entidades:
a) Para a pena de advertência, o fiscal ou a entidade que superintende a área da agricultura no Distrito;
b) Para a pena de censura por escrito, os Delegados do INCAJU; c) Para a pena de multa pecuniária, o Director Geral do INCAJU, sob proposta dos Directores
Técnicos ou Delegados; d) Para a pena de suspensão do exercício da respectiva actividade até dois anos e da proibição
total da actividade no país, o Ministro que superintende a área da Agricultura, sob proposta do Director Geral do INCAJU.
Artigo 94
(Pagamento da Multa) 1. O prazo para o pagamento voluntário da multa é de 15 dias, contados a partir da data da
notificação; 2. Findo o prazo estabelecido no número anterior, é feita a cobrança coerciva; 3. Todo o pagamento da multa feito fora do prazo é acrescido em 0,033 % de juro de mora por cada
dia de atraso.
Artigo 95
(Destino do Valor das Multas)
O valor das multas cobradas pelas infracções ao presente Regulamento tem o seguinte destino:
a) 40% revertem a favor do Orçamento do Estado; b) 60% revertem a favor do INCAJU, como receita própria.
Artigo 96
(Procedimentos da Apreensão)
1. Na situação referida no número 2 do artigo 89, os técnicos do INCAJU e os da entidade que superintende a área da agricultura no Distrito, devem: a) Apreender a documentação de circulação da castanha, dos meios de transporte e outros
usados para a prática directa da infracção; b) Apreender os objectos e instrumentos que tiverem sido usados directamente para a prática da
infracção; c) Apreender os produtos da infracção; d) Apreender de quaisquer outros materiais susceptíveis de servirem de prova da infracção.
2. Cabe a autoridade que apreendeu os bens indicados no número 1 do presente artigo a garantir a sua segurança;
3. Quando não seja possível guardar os bens apreendidos nos termos do número 2 do presente artigo, o técnico do INCAJU, da entidade que superintende a área da agricultura no Distrito deve ordenar que o infractor o acompanhe até o local onde se possa, com segurança, constituir o infractor ou outra entidade singular ou colectiva em fiel depositário.
Artigo 97
(Reclamação e Decisão)
1. O infractor dispõe de cinco dias úteis, contados a partir da data da apreensão, para apresentar qualquer reclamação em relação aos bens apreendidos;
2. O INCAJU ou a entidade que superintende a área da agricultura no Distrito dispõem de cinco dias úteis para decidir sobre a reclamação.
Artigo 98
(Destino da Castanha Apreendida) 1. Não havendo reclamação nos termos previstos no presente regulamento, ou julgado improcedente
a reclamação, a castanha apreendida nos termos do artigo 2 do artigo 89 reverte-se a favor do Estado;
2. A castanha é vendida em hasta pública nos termos da legislação específica;
3. O valor monetário proveniente do pagamento, referido no número 2 do presente artigo, reverte a favor do Orçamento do Estado, do INCAJU, dos intervenientes na apreensão e das autoridades locais, de acordo com as seguintes proporções: a) 40% a favor do Orçamento do Estado; b) 40% a favor do INCAJU, como receita; c) 5% a favor do Denunciante; d) 5% a favor do Fiscal ou outro Autuante; e) 10% a favor da Autoridade local que intervém no processo.
4. Sempre que em dado processo não intervenha uma ou mais das entidades beneficiárias referidas nas alíneas c), d) e) do número 3 do presente artigo o correspondente valor reverte a favor do INCAJU.
Artigo 99
(Outros Bens Apreendidos) Os outros objectos e instrumentos apreendidos, nos termos do número 2 artigo 89 do presente Regulamento, têm o seguinte destino:
a) Após decisão sobre o destino da castanha, os outros objectos e instrumentos apreendidos são
devolvidos ao infractor, desde que não estejam proibidos por Lei;
b) Em caso de não reclamação dos objectos e instrumentos apreendidos, num prazo máximo de
90 dias, são vendidos em hasta pública, observando as formalidades legais estabelecidas em
legislação própria, revertendo o respectivo valor monetário a favor do Estado.
CAPITULO XIII
Disposições Finais
Artigo 100
(Serviços em Curso)
Os actores que prestam serviços até a data de entrada em vigor do presente Regulamento, nomeadamente, viveiristas, laboratórios, entre outros, continuam a presta-los até que o INCAJU tenha capacidade para o efeito e os notifique para a regularização de sua actividade.
Artigo 101
(Normas Técnicas)
Compete ao INCAJU definir e divulgar as normas técnicas da Cadeia de Valor do Caju onde for necessário.
Artigo 102
(Anexos)
Todos os anexos invocados são parte integrante do presente Regulamento e têm igual força jurídica.
Anexo 1
GLOSSÁRIO
Definições
Para efeitos do presente Regulamento, entende-se por:
Actividade de Fomento do Caju: Refere-‐se à actividade exercida pelo Estado e outros agentes de fomento e comercialização de caju autorizados pela entidade que superintende a área de caju.
Amêndoa da castanha de caju: É o embrião da semente do cajueiro, constituído por radícula, caulículo, gémula e por cotilédones em estado de dormência, e que, sob condições adequadas, são responsáveis pela geração de uma nova planta, é a parte comestível que se encontra na parte interna da castanha de caju.
Amostra: É o subconjunto de uma população ou determinado lote, obtido por meio de um processo aleatório.
Aviso de Comercialização da castanha de caju: Refere-‐se ao instrumento legal que permite visualizar o período e o local onde irá decorrer a compra de caju e seus derivados, por actores autorizados pelo organismo que tutela a cultura de caju.
Borbulha: É o fragmento da casca da planta acompanhada ou não de resquício do lenho, contendo uma gema, passível de reproduzir a planta matriz, por meio de enxertia, na modalidade de borbulhia. Campo de Produção de Semente Policlonal: É o local preparado para a produção de semente do cajueiro com a melhor recombinação genética possível e que pôde ser utilizada para a sementeira direta, resultando numa planta filha com características semelhantes à da respectiva matriz, com 60% de probabilidade. O campo contém uma população de plantas provenientes de propagação vegetativa, condicionadas para o cruzamento de pólen de vários clones (matrizes), que resulta em sementes com características agronómicas e industriais superiores à sua ascendência.
Castanha de caju avariada: castanha de caju que se apresenta partida, danificada por insectos, amolgada, murcha, imatura, chocha ou vazia.
Castanha de caju Chocha: Castanha de caju que não contém amêndoa no seu interior.
Castanha de caju Imatura: Castanha de caju arrancada da árvore antes de atingir a maturação fisiológica.
Castanha de caju: É um aquénio reniforme, botanicamente conhecido como semente do cajueiro (Anacardium occidentale).
Certificado de Análise e Classificação da castanha e da amêndoa do caju: Documento que comprova a análise e classificação atribuída à castanha de caju por laboratório do INCAJU ou outra entidade autorizada.
Certificado de Origem Nacional: Documento que comprova a origem da castanha de caju, amêndoa do caju ou outros produtos do caju, emitido pelo INCAJU ou outra entidade autorizada.
Classificação do Caju: Refere-‐se ao procedimento padronizado que é feito por laboratórios de entidades autorizadas e/ou competentes para a medição e avaliação manual, visual e instrumental das características físicas e químicas da castanha e amêndoa do caju.
Enxertia: É um tipo de propagação vegetativa artificial que consiste em juntar partes de duas ou mais plantas, de modo a que por meio da regeneração de tecidos, venham constituir uma única planta.
Clone: É toda a população de plantas provenientes de uma única planta matriz por reprodução assexuada, ou seja, reprodução vegetativa.
Comercialização da castanha de caju: Processo de venda do caju pelos produtores e outros intervenientes, e sua compra pelos comerciantes retalhistas ou outro agente devidamente autorizado pela entidade competente.
Comerciante Final: Processador industrial ou exportadores da castanha de caju que adquirem a castanha de caju dos comerciantes intermédios e/ou comerciante inicial.
Comerciante Inicial: Actores autorizados, no âmbito do presente regulamento, para a compra da castanha de caju ao produtor.
Comerciante intermédio: Actores autorizados a fazer transacções entre comerciantes ou entre estes e industriais e/ou entre estes e exportadores.
Comerciantes do Caju: Actores do caju que se encontrem autorizados pelo INCAJU ou por entidades por este delegados, a fazer transacções da castanha de caju e seus subprodutos com terceiros.
Doença: É um processo dinâmico no qual o hospedeiro e o patógeno, em intima relação com o ambiente, se influenciam mutuamente, do resultam modificações morfológicas e fisiológicas.
Ensaios de Rendimento: Procedimento feito pela entidade que superintende a área do Caju, visando aferir a afinação das unidades de processamento da castanha de caju de acordo com os padrões aplicáveis e subsequente autorização de início de laboração.
Enxerto ou Cavaleiro: É um segmento de ramo ou fragmento de uma planta com uma ou mais gemas, utilizado no processo de enxertia para constituir a copa da planta. Exportador da Amêndoa do Caju: Actor que, sendo industrial ou não, esteja autorizado a exportar a amêndoa da castanha de caju crua ou processada.
Exportador da castanha do caju: Actor autorizado a exportar a castanha de caju em bruto, ou seja, não processada.
Extensionista: Técnico agro-‐pecuário básico, médio ou superior, responsável pela mobilização, enquadramento e assistência técnica dos produtores para o correcto cultivo e comercialização do caju.
Fiscal de Mercados: Refere-‐se ao funcionário do INCAJU ou outro agente indicado para fiscalizar continuamente o funcionamento de mercado de comercialização do caju.
Fomentador do Caju: Todo aquele que por lei ou contrato tenha autorização de promoção da actividade de produção, comercialização e industrialização do caju, dispondo para o efeito de rede própria de enquadramento.
Fomento da Produção do Caju: Todo o processo de que compreende a mobilização dos produtores, identificação de plantas matrizes para obtenção de clones com elevado potencial produtivo, a produção de mudas no viveiro, distribuição, plantio, maneio integrado do cajueiro, comercialização e processamento da castanha de caju.
Garfo: É um segmento de ramo da planta matriz contendo uma ou mais gemas, passível de reproduzir a planta matriz, por meio de enxertia, na modalidade de garfagem.
Propagação Generativa ou Sexuada ou Seminífera: É realizada a partir de embriões zigóticos, sendo que a quase totalidade dos descendentes são diferentes da planta mãe. Processadores Industriais: Actores do caju, devidamente licenciados para o exercício da actividade de processamento, que operam uma ou mais fábricas de processamento da castanha e/ou da amêndoa do caju para produção própria ou para prestação de serviços à terceiros.
Inspector do Caju: Refere-‐se ao funcionário do INCAJU ou outro agente indicado, responsável pela inspecção, por amostragem, do processo de produção, comercialização da castanha, armazenamento da castanha, de insumos para caju, de amêndoa do caju, incluindo armazéns de trânsito e de embarque da castanha ou amêndoa.
Instituto de Fomento do Caju (INCAJU): Organismo público criado pelo Decreto nº 43/97, de 23 de Dezembro, que superintende a área do Caju em Moçambique.
Insumos do Caju: Refere-‐se à semente, material vegetal (garfos ou borbulhas), fertilizantes, pesticidas e outros factores aplicados na produção do caju.
Inter-enxerto: É a parte que se insere ou se justapõe entre o enxerto e o porta enxerto. Jardim de Garfos: Campo estabelecido nas proximidades do viveiro, com diversos clones para a produção de material de propagação vegetativa através de enxertia, podendo ser a garfia ou borbulhia.
Laboratório de Classificação do Caju: Instalações do INCAJU ou de outra entidade autorizada onde se procede a avaliação da qualidade da castanha de caju e/ou da
amêndoa da castanha de caju, de acordo com normas internacionalmente estabelecidas.
Lista de Classificação do Caju: Documento emitido pelo laboratório de classificação da castanha de caju e/ou da amêndoa que contém a relação dos sacos e ou embalagens da amêndoa, a respectiva massa em quilograma e a classificação atribuída, para fins comerciais.
Lote: Todas as embalagens constantes de um determinado fornecimento que contenham castanha de caju do mesmo tipo, devidamente identificadas.
Maneio Integrado do Cajueiro. É o conjunto de actividades agrotécnicas (podas, capinas, controlo fitossanitário, adubação, desbaste, colheita e processos pôs colheita) que concorrem para uma boa produção e produtividade do cajueiro.
Mudas de Cajueiro: São plântulas enxertadas ou não que se encontram em processo de adaptação no viveiro.
Pacote Tecnológico para a Produção do Caju: Refere-‐se ao conjunto de insumos, seu esquema de aplicação, assim como a assistência técnica que o extensionista proporciona aos produtores.
Padrão de Calibração de Instrumentos de Classificação: Refere-‐se à castanha e/ou amêndoa do caju padrão produzida por um organismo internacional, usada para a correcta afinação dos instrumentos de classificação.
Padrões de Classificação: Escalas de comparação estabelecidas e materializadas em caixas padrão, que permitem reconhecer a qualidade da castanha e da amêndoa da castanha de caju por método comparativo.
Parâmetros e Limites de Classificação da Castanha de Caju: São os diversos graus ou qualidades atribuídos à castanha de caju, de acordo com o reconhecimento de suas características físicas e tecnológicas por laboratório competente, podendo variar de Extra, Tipo I, II e III, até Inferior.
Praga: Organismo vivo, mastigador, picador ou sugador, capaz de causar alteração dos processos metabólicos normais do cajueiro.
Planta Matriz: Árvore de base, a partir da qual é extraído o material propagativo (semente ou partes vegetais) para a multiplicação das plantas.
Policlonal: É toda a população de plantas provenientes do cruzamento de pólen de vários clones (matrizes), através da propagação vegetativa, que resulta em sementes superiores à sua ascendência.
Porta-enxerto ou cavalo: É a parte da planta proveniente de propagação generativa e que vai constituir o sistema radicular na nova planta no processo de enxertia. Processador da Amêndoa da castanha de caju: Actor que, sendo processador da castanha ou não, faz o beneficiamento da amêndoa, agregando valor.
Processador da casca da castanha de caju: Actor que sendo ou não processador industrial, dedica-‐se ao processamento da casca da castanha de caju.
Processador do falso fruto: Actores que se dedica ao processamento e/ou ao beneficiamento da pêra do caju.
Produtor do Caju: Pessoa singular ou colectiva que pratica o cultivo do caju para fins de subsistência ou comercial.
Produtores Comerciais: Actores do caju individuais, associações, cooperativas ou empresas que cultivam o caju em plantações organizadas, de, pelo menos, 10 hectares ou 400 plantas.
Produtores Familiares: Produtores que cultivam o caju usando essencialmente mão-‐de-‐obra familiar e enquadrados em redes de fomento sob responsabilidade do INCAJU ou de um agente autorizado para tal, tendo abaixo de 400 cajueiros.
Propagação de plantas: É o fenômeno através do qual uma planta dá origem a novas plantas, com a finalidade de perpetuação da espécie.
Propagação Vegetativa ou Assexuada: É aquela efectuada a partir de estruturas vegetativas, sendo que a quase totalidade dos descendentes são iguais à planta-mãe (matriz).
Provedor de Insumos do Caju: Entidade que, não sendo agente de fomento do caju, providencia insumos aos produtores, sem contrapartidas de compra do caju.
Redes de Fomento: Serviços de mobilização, enquadramento, aprovisionamento de insumos e assistência técnica à produção do caju.
Rendimento (Out-‐Turn): Refere-‐se à quantidade de amêndoa utilizável, obtida depois de secagem da castanha, em peso expresso em libras, de amêndoa útil que se obtém em um saco de 80 kg de castanha em bruto.
Semente de caju: Refere-‐se à castanha de caju separada do falso fruto após a colheita, que tenha finalidade específica para sementeira.
Semente Tecnológica: Refere-‐se a semente certificada que incorpore elementos tecnológicos adicionais como qualidade industrial, resistência a doenças ou outros factores.
Taxa de Desenvolvimento do Caju: É a taxa de transacção do caju e seus subprodutos paga ao INCAJU para acções de desenvolvimento da cultura (Fomento e Investigação Agrária do Caju) e indústria do caju.
Teor de Humidade: Percentagem de água contida na castanha de caju.
Terciarização: Delegação de competências técnicas a actores da mesma especialidade para realizar um determinado objectivo ou meta. Em termos teóricos também pode ser definido como, processo em que o sector terciário da economia se expande, aumentando a sua participação no Produto Interno Bruto de um país em comparação com os restantes sectores económicos.
Semente Policlonal e ou Clone Não Registados: Material de propagação do cajueiro não aprovado pelo órgão competente e que não consta da lista oficial.
Semente Policlonal e ou Clone Registados: Material de propagação do cajueiro aprovado por órgão competente e constante da Lista Oficial de semente e ou clones do Serviço Nacional de Sementes.
Viveiro: É a área do terreno destinada à criação ou produção de mudas, ou seja, onde as sementes ou propágulos serão colocados convenientemente, até atingirem a idade mínima para a comercialização ou para serem levadas para o campo definitivo, não importando qual seja o processo de propagação. O viveiro, como área de criar as mudas, tem a finalidade de educá-‐las.
Material Genético: Refere-‐se à semente ou partes vegetativas usadas para a propagação do cajueiro no viveiro ou no campo definitivo.
Viveiro de Transito: Local previamente preparado para o acondicionamento das mudas prontas após o seu transporte do viveiro para as zonas de distribuição aos produtores para o plantio.
Anexo - 2
REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE
_________
MINISTÉRIO DA AGRICULTURA E SEGURANÇA ALIMENTAR
INSTITUTO DE FOMENTO DO CAJU
(INCAJU)
Ficha de Inscrição de Actores de Fomento do Caju
Nome do Actor …………………………………………………………………......, com domicilio em ..……………, P.
Administrativo de ..............................., Distrito de …………………......., Província de.....................................................
Portador do B.I/ Passaporte/ Dire, N.º: ……………………………., emitido aos ……de ……………………
de 20………., com NUIT ..……………………, Telefone ……………Alvará………, pretendendo intervir como actor do
caju na qualidade abaixo indicada, vem mui respeitosamente requerer a V. Excia a respectiva inscrição.
Inscrição pretendida: Produtor Comercial de Grande Escala:__
Fomentador do Caju:__
Comerciante Inicial:__
Comerciante intermédio:__
Industrial:__
Exportador da castanha do caju:__
Exportador da Amêndoa do Caju:__
Processador da amêndoa:__
Outra (especifique):_______________________
Para o efeito junta documentação relevante e prova de pagamento da Taxa de Inscrição nos termos do
Regulamento em vigor,
Pede Deferimento _________________ aos_______ de_____________ 20_____
__________________________ Assinatura
Parecer da autoridade local: 1. Serviços Distritais de Actividade Económicas (SDAE):__________________
_____________________________________________________________
2. Delegação do INCAJU: ___________________________________________ _____________________________________________________________
Exmo. Senhor
……………………………………………………………………………………………………………………………………
…………………………
Anexo 3:
REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE
_________
MINISTÉRIO DA AGRICULTURA E SEGURANÇA ALIMENTAR
INSTITUTO DE FOMENTO DO CAJU
(INCAJU)
Certificado de Inscrição de Actores de Fomento do Caju No. de Inscrição:……../20..
Actividade inscrita:……………………………..
Distrito onde irá desenvolver a actividade:………………..........Tipo de Actividade:…................………………
Certifica-se o registo do …..………………………………………………...…………………., com domicilio em …………………………………………………, NUIT ………..…… Alvará………….., telefone …………………, como Actor do Caju, para exercício da actividade(s) de …………………………………................................................................... Mais se informa que no exercício de sua actividade o actor prevê manusear …………….Kg de castanha de caju ou de amêndoa de caju.
A presente inscrição tem validade de 1 ano, devendo o interesse de continuação da
actividade ser comunicado nos termos do Regulamento em vigor.
Mais se informa que no exercício de suas actividades o operador obriga se a cumprir o
Regulamento do Caju e as disposições do INCAJU.
Maputo aos_______ de_____________ 20…..
O DIRECTOR GERAL DO INCAJU
---------------------------------
Anexo 4:
REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE
_________
MINISTÉRIO DA AGRICULTURA E SEGURANÇA ALIMENTAR
INSTITUTO DE FOMENTO DO CAJU
(INCAJU)
Confirmação de Interesse de Continuar a Comercializar a Castanha de Caju
Nome …………………………………………………………………………….., titular da inscrição
Nr.:………/20..., com domicilio em ………………………………………………, NUIT ………………..…,
Telefone ………………………, vem comunicar à V. Excia que pretende continuar a sua actividade
autorizada pela no Posto Administrativo de…………………, Distrito de………………………………,
Província de ........................, conforme inscrição supra invocada. Mais infirma que na campanha ora
requerida planifica manusear ……………………Kg de castanha de caju.
Pede Deferimento __________________________
Nome Completo
_________________ aos_______ de_____________ 20…..
Parecer da autoridade local:
Serviços Distritais de Actividade Económicas (SDAE):__________________ _____________________________________________________________
Exmo. Senhor
……………………………………………………………………………………………………………………………………
…………………………
Anexo 5:
REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE
_________
MINISTÉRIO DA AGRICULTURA E SEGURANÇA ALIMENTAR
INSTITUTO DE FOMENTO DO CAJU
(INCAJU)
Certificado de Classificação da Castanha de Caju em Bruto
Campanha de Comercialização da Castanha de Caju: 20.../20..
Nome .....................................................NR. de Inscrição:………/20...Local e Data da Inscrição:……………,
de …de……….de 20.., Ramo de Actividade:…………………………..
Lote 1 2 3 4 Etc.
Proveniência
Categoria
Quantidade de castanha por quilo (unidades)
Rendimento da amêndoa
Teor de humidade (%)
Percentagem de castanha chocha e imatura (%)
Percentagem de impureza (%)
Quantidade total da castanha:………………………………………….Tons.
Confirmo que a castanha descrita no presente certificado de classificação foi amostrada e
classificada de acordo com as boas práticas internacionais de classificação da amêndoa e
os resultados nele constantes são verídicas e fieis ao lote.
O Chefe do Laboratório ---------------------------------
ANEXO 6
CLASSIFICAÇÃO COMERCIAL DA AMÊNDOA DA CASTANHA DE CAJU
DEFINIÇÃO DA QUALIDADES
1ª Qualidade - Tem uma cor uniforme que pode ser branca, amarelo-claro, marfim pálido ou cinza-claro. 2ª Qualidade – Queimada com a variação de cor, podendo ter a cor amarela, marrom-claro, marfim-claro, cinza-claro ou marfim forte. 3ª Qualidade - Queimada especial com a variação de cor, podendo ser de cor amarelo-forte, marrom, âmbar e azul claro a escuro. Elas podem ser ligeiramente murchas, imaturas, pintadas, manchadas ou descoradas. 4ª Qualidade - Se qualificam como de primeira ou segunda qualidade, excepto pelo facto de terem pontos brocados.
CLASSIFICAÇÕES DO FRUTO
AMÊNDOAS INTEIRAS
Uma amêndoa é classificada como inteira quando ela tem a forma característica de uma amêndoa de castanha de caju.
Este tipo pode ser designado como “W”. Inteiras Super Especiais
SLW1 - Inteira Super Especial de 1ª Qualidade (140-180 amêndoas por libra-peso)
SLW2 - Inteira Super Especial de 2ª Qualidade (140-180 amêndoas por libra-peso) Inteiras Especiais
LW1 - Inteira Especial de 1ª Qualidade (180-210 amêndoas por libra-peso)
LW2 - Inteira Especial de 2ª Qualidade (180-210 amêndoas por libra-peso) Inteiras Médias
W1-240 - Inteira de 1ª Qualidade (220-240 amêndoas por libra-peso)
W2-240 - Inteira de 2ª Qualidade (220-240 amêndoas por libra-peso)
W1-320 - Inteira de 1ª Qualidade (300-320 amêndoas por libra-peso)
W2-320 - Inteira de 2ª Qualidade (300-320 amêndoas por libra-peso)
W3 - Inteira de 3ª Qualidade com variação de cor (sem controlo de contagem)
W4 - Inteiras com pontos escuros (sem controlo de contagem) AMÊNDOAS QUEBRADAS Batoques Amêndoas que foram quebradas transversalmente, tem menos de 7/8 mas no mínimo 3/8 de uma amêndoa inteira e os cotilédones ainda estão naturalmente presos. Este tipo pode também ser designado como “B”.
B1 - Batoques de 1ª Qualidade
B2 - Batoques de 2ª Qualidade
B3 - Batoques de 3ª Qualidade Bandas Metade da castanha partida longitudinalmente, desde que no máximo 1/8 deste cotilédone tenha se separado. Este tipo pode também ser designado como “S”
S1 - Bandas de 1ª Qualidade
S2 - Bandas de 2ª Qualidade
S3 - Bandas de 3ª Qualidade
Pedaços Pedaços que passam pela peneira Tyler nº 2,2 - Abertura = 8.0mm
P1 - Pedaços Grandes de 1ª Qualidade P2 - Pedaços Grandes de 2ª Qualidade P3 - Pedaços Grandes de 3ª Qualidade com variação de cor Pedaços Mistos Pedaços que passam pela peneira Tyler nº 2,5 - Abertura = 7,93 mm
P1M - Pedaços Médios de 1ª Qualidade
P2M - Pedaços Médios de 2ª Qualidade P3M - Pedaços Médios de 3ª Qualidade com variação de cor
AMÊNDOAS GRANULADAS Pedaços Pequenos Pedaços que passam pela peneira Tyler nº 3,5 - Abertura = 5,66mm
SP1 - Pedaços Pequenos de 1ª Qualidade SP2 - Pedaços Pequenos de 2ª Qualidade SP3 - Pedaços Pequenos de 3ª Qualidade com variação de cor Grãos Granulados Pedaços que passam pela peneira Tyler nº 7 - Abertura = 2.83 mm
G1 - Grânulos/Baby Bits 1ª Qualidade G2 - Grânulos/Baby Bits 2ª Qualidade G3 - Grânulos/Baby Bits 3ª Qualidade Grãos Xerém Pedaços que passam pela peneira Tyler nº 8 - Abertura = 2,38 mm
X1 - Xerém de 1ª Qualidade X2 - Xerém de 2ª Qualidade Farinha Farinha de castanha de caju que passa pela peneira Tyler nº 14 - Abertura = 1,16 mm.
Anexo 7:
REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE
_________
MINISTÉRIO DA AGRICULTURA E SEGURANÇA ALIMENTAR
INSTITUTO DE FOMENTO DO CAJU
(INCAJU)
Modelo de Prestação de Informação Semanal da Comercialização da Castanha de Caju
Campanha de Comercialização de Castanha de Caju:…20../20..
Nome .....................................................NR. de Inscrição:………/20...Local e Data da Inscrição:……………,
de …de……….de 20.., Ramo de Actividade:…………………………..
Província………………………………… Distrito de ………………………………. Localidade ………………………………
RESUMO DA CASTANHA MANUSEADA NA SEMANA
Castanha
transportada
da semana
anterior
Castanha
adquirida na
semana
Valor (Mt) Castanha
vendida na
semana
Valor (Mt) Stocks
castanha de
caju do Tipo I
castanha de
caju do Tipo II
castanha de
caju do Tipo III
………………….,……de………….de 20…, o actor
------------------------------------
Anexo 8
Tabela de Infracções e Penalizações
Sem prejuízo de outras indicadas no presente Regulamento, constituem infracções e penalizações os
seguintes factos:
Nr. Tipificação de Infracções Artigos Penalizações
1 Vedação do acesso aos fiscais a locais de interesse para a actividade inspectiva
Artigo 14 nº 2
4 salários mínimos do sector da agricultura
2 Incumprimento da norma de inscrição de actores do caju
Artigo 17 6 salários mínimos do sector da agricultura para exportador e industrial
4 salários mínimos do sector da agricultura para os restantes actores
3 Realização da actividade de Fomento sem inscrição
Artigo 24 nº 1
6 salários mínimos do sector da agricultura para exportador e industrial
4 Propagação de material vegetativo não aprovado pelo INCAJU
Artigos: 30, 31, 32 e 33
4 salários mínimos do sector da agricultura
5 Utilização de uma embalagem inadequada e com falta de sinalização
Artigos 51 10% do valor estimado da castanha em causa
6 Classificação dolosa na comercialização primária
Artigo 55 2% do valor da castanha
7 Classificação negligente na comercialização primária
Artigo 55 1% do valor da castanha
8 Classificação dolosa na comercialização intermédia e da amêndoa
Artigos: 56 e 58
10% do valor da castanha
9 Classificação negligente na comercialização intermédia e da amêndoa
Artigos: 56 e 58
5% do valor da castanha em causa
10 Comercialização da castanha de caju antes da data oficial
Artigo 61 nº 2
Apreensão da castanha adquirida
11 Violação das regras da comercialização primária pelo respectivo comerciante inicial
Artigo 63 10% do valor da castanha
12 Incumprimento das regras na comercialização primária pelo industrial e exportador
Artigo 63 nºs 1 e 2
Apreensão da castanha adquirida
13 Violação das normas na comercialização intermédia
Artigo 64 15% do valor da castanha envolvida
14 Violação das normas na comercialização final.
Artigo 65 15% do valor da castanha envolvida
15 Transporte da castanha de caju sem a respectiva guia.
Artigo 67 nº 2
15% do valor da castanha envolvida
16 Incumprimento das regras do inicio do processamento da castanha de caju
Artigo 70 4 salários mínimos do sector da indústria
17 Incumprimento das regras para o processamento da amêndoa da castanha de caju.
Artigo 72 4 salários mínimos do sector da indústria
18 Tentativa de exportação da castanha de caju pelo industrial No caso consumado
Artigo 78 nº 3
Apreensão da castanha no lote Multa no valor da castanha exportada
19 Violação de procedimentos para a exportação da castanha em bruto pelo exportador
Artigo 78 15% do valor da castanha
20 Violação de procedimentos para a exportação da amêndoa da castanha de caju
Artigo 79 15% do valor da amêndoa
21 Atraso no fornecimento da informação
Artigo 87 1 salário mínimo do sector da agricultura
22 Omissão de informação ou fornecimento doloso de informação viciada
Artigo 87 2 salários mínimos do sector da agricultura
23 Recusa no fornecimento da informação
Artigo 87 4 salários mínimos do sector da agricultura