renascimento 1401-1480, parte 1

56
Renascimento (1401 -1480) Parte 1 Pelo Professor: Gilson Nunes

Upload: professor-gilson-nunes

Post on 13-Jun-2015

4.489 views

Category:

Travel


4 download

TRANSCRIPT

Page 1: Renascimento 1401-1480,  parte 1

Renascimento (1401 -1480)Parte 1

Pelo Professor: Gilson Nunes

Page 2: Renascimento 1401-1480,  parte 1

Cinquecento ou Proto-Renascimento (séculos XV e XVI).

Todas as obras produzidas entre 1401 a 1480.

Proto: significa, primeiro.

Renascimento

Page 3: Renascimento 1401-1480,  parte 1

A iluminura foi uma técnica que percorreu do século VIII ao século XV.

Irmãos Limbourg. Janeiro. 1413-16. Do livro de horas do Duque de Berry. Musée Conde, Chantilly, França.

Projeção da sombra no solo, pela primeira vez.

Vestuário luxuoso, o prazer pela vida.

Em contraste com a vida rural.

Um cena de interior que mostra o Duque de Berry, tendo como pano de fundo

uma auréola da lareira.

Manequins aristocráticos cuja beleza irreal lembra os modelos das revistas de

moda.

Page 4: Renascimento 1401-1480,  parte 1

A cara de tristeza do camponês, a realidade, os pobres. Ao fundo a fortuna da nobreza pujante roubando a cena da melancolia do pobre camponês.

Irmãos Limbourg. Outubro. 1413-16. Do livro de horas do Duque de Berry. Musée Conde, Chantilly, França

As atividades do homem eram estruturadas pelos ciclos das estações e pelas festas religiosas. Outubro, mês da sementeira. Representação do ciclo lunar, os solstícios e os equinócios.

Page 5: Renascimento 1401-1480,  parte 1

Uma imagem é carregada de signos, muitas vezes o que se mostra tem outro significado.

Gentile da fabriano. A adoração dos magos, 1423. Painel, 3 x 2,82 m Galeria dos Uffizi, Florença, Itália.

Page 6: Renascimento 1401-1480,  parte 1

Masaccio. Afresco. 1427. Capela Brancacci, Florença. Itália.

Masaccio. Afresco. 1427. Capela Brancacci, Florença. Itália.

Page 7: Renascimento 1401-1480,  parte 1

Lembra Giotto. Detalhe da Capela Brancacci.

Masaccio. Expulsos do paraíso. 1427. Florença, Itália.

Uma restauração 1990, descobriu que foram pintados sem as folhas.

Page 8: Renascimento 1401-1480,  parte 1

Masoline. A Anunciação. 1430.

Estudou perspectiva e trabalhou para Masaccio.

Page 9: Renascimento 1401-1480,  parte 1

A representação do interior da burguesia.

O artista direciona a luz – produzindo sombras suaves e delicadas gradações de brilho.

Robert Campin. O retábulo de Mérode. 1425-28. Museu Metropolitan, Nova Iorque.

Page 10: Renascimento 1401-1480,  parte 1

Pequena análise da obra.

Robert Campin. O retábulo de Mérode. 1425-28. Museu Metropolitan, Nova Iorque.

Page 11: Renascimento 1401-1480,  parte 1

A virgem se apresenta em primeiro plano, ladeada por dois cenários.

Robert Campin. O retábulo de Mérode. 1425-28. Museu Metropolitan, Nova Iorque.

Page 12: Renascimento 1401-1480,  parte 1

Doadores piedosamente ajoelhados à porta da casa da virgem.

Robert Campin. O retábulo de Mérode. 1425-28. Museu Metropolitan, Nova Iorque.

Page 13: Renascimento 1401-1480,  parte 1

O primeiro cenário da história que pela primeira vez representa um interior doméstico.

Robert Campin. O retábulo de Mérode. 1425-28. Museu Metropolitan, Nova Iorque.

Page 14: Renascimento 1401-1480,  parte 1

O primeiro quadro onde o pai de Jesus é representado, São José. No interior de sua oficina.

Robert Campin. O retábulo de Mérode. 1425-28. Museu Metropolitan, Nova Iorque.

Page 15: Renascimento 1401-1480,  parte 1

A roseira, as violetas e os malmequeres no painel esquerdo, e os lírios no centro simbolizam a virgem; as rosas simbolizam sua caridade, as violetas a humildade e os lírios a sua castidade; a vasilha e a toalha de mão, não são apenas objetos de uso doméstico, mais louvores a Maria, “vaso puríssimo”.

Robert Campin. O retábulo de Mérode. 1425-28. Museu Metropolitan, Nova Iorque.

Page 16: Renascimento 1401-1480,  parte 1

A vela apagada é o mistério instigante. Quem apagou?

Robert Campin. O retábulo de Mérode. 1425-28. Museu Metropolitan, Nova Iorque.

Page 17: Renascimento 1401-1480,  parte 1

Robert Campin. O retábulo de Mérode. 1425-28. Museu Metropolitan, Nova Iorque.

Quem apagou a vela???

Page 18: Renascimento 1401-1480,  parte 1

Robert Campin. O retábulo de Mérode. 1425-28. Museu Metropolitan, Nova Iorque.

Page 19: Renascimento 1401-1480,  parte 1

Por que aquela ratoeira na janela de São José?

Robert Campin. O retábulo de Mérode. 1425-28. Museu Metropolitan, Nova Iorque.

Page 20: Renascimento 1401-1480,  parte 1

Robert Campin. O retábulo de Mérode. 1425-28. Museu Metropolitan, Nova Iorque.

Detalhe da ratoeira.

Page 21: Renascimento 1401-1480,  parte 1

Resposta:

Representava o demônio.

Pois Deus apareceu na terra sobre a forma humana para enganar satanás, segundo Santo Agostinho.

E a cruz de cristo foi a ratoeira do demônio.

Page 22: Renascimento 1401-1480,  parte 1

A realidade representada de um realismo quase que sobrenatural, espiritual, sagrado.

Robert Campin. O retábulo de Mérode. 1425-28. Museu Metropolitan, Nova Iorque.

Page 23: Renascimento 1401-1480,  parte 1

Escala de tonalidade surpreendente, matizes de azuis, verdes e vermelhos. Tudo isso só foi possível com a utilização do óleo na pintura. Além do uso do panejamento para dá realismo.

Robert Campin. O retábulo de Mérode. 1425-28. Museu Metropolitan, Nova Iorque.

Page 24: Renascimento 1401-1480,  parte 1

Robert Campin. Foi o primeiro a experimentar e usar as possibilidades do óleo na pintura. Substância viscosa e lenta que permitia o retoque do quadro, dando uma variedade de efeitos, desde as veladuras (finíssimas películas translúcidas, até camadas mais espessas de tinta pastosa).

Robert Campin. O retábulo de Mérode. 1425-28. Museu Metropolitan, Nova Iorque.

Page 25: Renascimento 1401-1480,  parte 1

Observe o panejamento dos tecidos e o uso de turbante nos personagens.

Robert Campin. A Natividade. 1425-28.

Page 26: Renascimento 1401-1480,  parte 1

O primeiro artista desde a antiguidade a reproduzir um rosto humano em primeiro plano a três quartos - surgimento do retrato.

Robert Campin. Uma Mulher. 1430, osm. Galeria Nacional de Londres.

Page 27: Renascimento 1401-1480,  parte 1

Robert Campin, 1375/80-1444.

O retrato não passava de uma lembrança para estimação, imagem da pessoa ausente.

Observa-se que o olho olha um espelho ao lado.

Robert Campin. Um Homem. 1430, osm. Galeria Nacional de Londres.

Page 28: Renascimento 1401-1480,  parte 1

A representação da crucificação que serviu de modelo para representação de Cristo.

Dramaticidade, movimento, sofrimento, realismo.

Robert Campin. O ladrão crucificado. 1410. osm. 92,5x33.Stadelsches Kunstinstut, Frankfurt, Alemanha.

Page 29: Renascimento 1401-1480,  parte 1

Influência da técnica da iluminura. O douramento.

Robert Campin. Virgem com criança. 1410. Osm. Stadelsches Kunstinstitut, Frankfurt, Alemanha.

Page 30: Renascimento 1401-1480,  parte 1

Técnica da veladura.

Robert Campin. Santa Verônica. 1410, osm 151x61. Stadelsches Kunstinstutitut, Frankfurt, Alemanha.

Page 31: Renascimento 1401-1480,  parte 1

Com a descoberta de novos materiais e conhecimentos a pintura vai se tornando cada vez mais sofisticada.

Hubert Van Eyck. Retábulo do cordeiro místico 1425-32. Esta a obra foi terminada pelo seu irmão Jan Van Eyck. 1432. Óleo sobre madeira. 3,44 x 4,39 m – Saint-Bravo, Gand.

Page 32: Renascimento 1401-1480,  parte 1

Os primeiros nus pintados em madeira em tamanho natural.

Hubert Van Eyck. Retábulo do cordeiro místico 1425-32. Esta a obra foi terminada pelo seu irmão Jan Van Eyck. 1432. osm.

3,44 x 4,39 m – Saint-Bravo, Gand.

Page 33: Renascimento 1401-1480,  parte 1

Na parte superior de Adão e Eva, o desenho angular do painel representa a história de Abel e Caim, num ângulo anormal de visão – espaço pictural e espaço real. O bem e o mal.

Page 34: Renascimento 1401-1480,  parte 1

Somos todos, imagem e semelhança de Deus – Adão e Eva, não simboliza o pecado. Somos o belo, o bem e o sagrado.

Page 35: Renascimento 1401-1480,  parte 1

Hubert Van Eyck. Retábulo do cordeiro místico 1425-32. Esta aobra foi terminada pelo seu outro

irmão Jan Van Eyck. 1432. Óleo sobre madeira. 3,44 x 4,39 m – Saint-Bravo, Gand.

Rubert Van Eyck. Retábulo – fechado. 1432.

Page 36: Renascimento 1401-1480,  parte 1

Uso da perspectiva aérea.

Hubert e/ou Jan Van Eyck. Calvário e o Juízo final. c. 1420-25. Tempera and oil on canvas, transfered from panel. The Metropolitan Museum of Art, New York,

Page 37: Renascimento 1401-1480,  parte 1

Jan Van Eyck. Homem com turbante vermelho (autorretrato?) 1433 – 0,26 x 0,19 cm. The Nacional Gallery, Londres.

Responsável por concluir muitas obras do seu irmão Hubert.

Page 38: Renascimento 1401-1480,  parte 1

Jan Van Eyck, foi o responsável pelo uso da tinta óleo pastosa. A que conhecemos hoje.

Hubert Van Eyck. (Detalhe do Retábulo do cordeiro místico) 1425-32. Esta obra foi terminada pelo seu

irmão Jan Van Eyck. 1432. Óleo sobre madeira. 3,44 x 4,39 m – Saint-Bravo, Gand.

Page 39: Renascimento 1401-1480,  parte 1

Instrumentos de um pintor profissional.

Page 40: Renascimento 1401-1480,  parte 1

Pinceis chato e roliço.

Page 41: Renascimento 1401-1480,  parte 1

Opções de cavaletes.

Page 42: Renascimento 1401-1480,  parte 1

Técnica da pintura espatulada.

Page 43: Renascimento 1401-1480,  parte 1
Page 44: Renascimento 1401-1480,  parte 1

Jan Van Eyck. Retrato de casamento do casal Giovanni e Giovanna Arnolfini.

1434. Galeria Nacional de Londres.

O que a imagem esconde ?

Uma imagem e seus segredos.

Page 45: Renascimento 1401-1480,  parte 1

Segredos revelados.

Postura monumental das duas personagens, imponência e elegância. Algo sobrenatural.

Jan Van Eyck. Retrato de casamento do casal Giovanni e Giovanna Arnolfini. 1434. Galeria Nacional de

Londres.

As cortinas vermelhas da cama representam o ato físico do amor, união carnal do casal.

Toca branca, pureza.

Page 46: Renascimento 1401-1480,  parte 1

Análise da obra:

Jan Van Eyck. Retrato de casamento do casal Giovanni e Giovanna Arnolfini. 1434. Galeria Nacional de

Londres.

A cor verde do vestido significa esperança, o desejo de ser mãe.

O contraste de vermelho com o verde, sugere aproximação dos pólos opostos. Masculino e feminino.

Page 47: Renascimento 1401-1480,  parte 1

Jan Van Eyck. Retrato de casamento do casal Giovanni e Giovanna Arnolfini. 1434. Galeria Nacional de

Londres.

O espelho simboliza Maria e se refere a imaculada Conceição, à pureza da virgem Santa. O olho de Deus, que testemunha a cerimônia.

A janela aberta está associada a vida nômade do comerciante, “mundana”.

Uma falha, o braço dele é bem menor do que o dela. A mão dela é desproporcional.

Page 48: Renascimento 1401-1480,  parte 1

Ao redor do espelho, cenas da paixão de Cristo. Elemento como ponto de fuga para dar mais profundidade ao cenário, privilegiando os personagens do primeiro plano, a principal zona de atenção.

Dentro do espelho, o próprio pintor com a paleta na mão. O primeiro autorretrato da história da Arte.

Logo a presença do pintor e outra figura são as duas testemunhas do casamento, que legalizam o ato.

Ao redor do espelho, as 10 estações da Paixão de Cristo. Salvar e guardar as pessoas retratadas. Jan Van Eyck. (Detalhe) Retrato de casamento do

casal Giovanni e Giovanna Arnolfini. 1434. Galeria Nacional de Londres.

Page 49: Renascimento 1401-1480,  parte 1

Qual o sentido das maçãs?

Símbolo carnal, associado ao pecado de Adão e Eva.

Inocência e fertilidade da mulher, a esperança de muitos filhos.

Na cadeira do fundo podemos ver uma retalhada imagem de Santa Margarida, a padroeira dos partos.

Jan Van Eyck. (Detalhe) Retrato de casamento do casal Giovanni e Giovanna Arnolfini. 1434. Galeria

Nacional de Londres.

Page 50: Renascimento 1401-1480,  parte 1

Realismo sobrenatural, o artista pintava com as mãos de Deus.

Ambos descalços, um referencia ao sagrado, o espaço é divino, respeito ao matrimônio. (ambos descalços)

Quem você acha que calçava o tamanco?

Jan Van Eyck. (Detalhe)

Retrato de casamento do

casal Giovanni e Giovanna Arnolfini.

1434. Galeria Nacional de

Londres.

Page 51: Renascimento 1401-1480,  parte 1

Castiçal com 7 braços. A vela acesa, tradição, a noiva oferecia ao noivo, que deveria Sr acesa no 1º dia do casamento e mantê-la acesa até à noite de núpcias. Presença do espírito Santo.

Detalhe de Santa Margarida, esculpida no braço da cadeira, a padroeira dos partos.

Jan Van Eyck. (Detalhe) Retrato de casamento do casal Giovanni e

Giovanna Arnolfini. 1434.

Galeria Nacional de Londres.

Page 52: Renascimento 1401-1480,  parte 1

O artista faz questão de assinar o momento, deixando seu nome registrado na obra.

Leitura da Assinatura:Johannes de Eyck fui ric (Jan van Eyck esteve aqui) 1434.

Jan Van Eyck. (Detalhe) Retrato de casamento do casal Giovanni e Giovanna

Arnolfini. 1434. Galeria Nacional de

Londres.

Page 53: Renascimento 1401-1480,  parte 1

Por que o cachorrinho foi representado ?

Jan Van Eyck. (Detalhe) Retrato de casamento do casal Giovanni

e Giovanna Arnolfini. 1434. Galeria Nacional de Londres.

Page 54: Renascimento 1401-1480,  parte 1

Resposta?

O cachorro é um emblema da fidelidade conjugal.

Além de símbolo da luxúria, da estabilidade doméstica e tranqüilidade.

Jan Van Eyck. (Detalhe) Retrato de casamento do casal Giovanni e Giovanna Arnolfini. 1434. Galeria Nacional de Londres.

Page 55: Renascimento 1401-1480,  parte 1

Referencial

BECKET, Wendy. A história da Pintura. São Paulo, Ática, 1997.

JANSON, H. W. História Geral da Arte: o mundo antigo e a Idade Média. São Paulo: Martins Fontes, 1993.

PEDRERO-SÁNCHEZ, Maria Guadalupe. História da Idade Média: textos e testemunhas. São Paulo, UNESP, 2000.

PEREIRA, F. M. Esteves. Os manuscritos Iluminados. In: a iluminura em Portugal, catálogo da exposição inaugural do arquivo nacional da torre do Tombo. Porto, Lisboa, Ed. Figueirinhas, 1990.

CHEVALIER, Jean et GHEERBRANT, Alain. Dicionário de símbolos. Rio de Janeiro: José Olympio, 1988.

FRANCO.RJ, H. Idade Média: nascimento do Ocidente. São Paulo, Brasiliense, 1988.

SPENCE, David. Grandes Artistas: vida e obra. São Paulo, Melhoramentos, 2004.

Revista:

História Viva: Bizâncio: o paraíso dos negócios e do saber na Idade Média. Ano: VI, nº 74, pp. 28-54.

Mestres da Pintura: Michelangelo. Editora on-line, São Paulo, s/d.

Galeria, revista de arte. São Paulo, Editora Telma Cristina Ferreira, Ano 4, junho/julho de 1990. pp. 62-77.

Folha de São Paulo. Michelangelo ofusca mestres na Sistina. F. 10, 14 de abril de 2005.

Superinteressante. O segredo de Leonardo. São Paulo. Edição 205. Editora Abril, 2004. pp. 60-67.

Veja. Muito além do código da Vinci. São Paulo. Edição 1956, Ano 39, nº 19, Editora Abril, 2006. pp. 126-134

www.brasilescola.com/mitologia/brasilescola.htm

www.amazonline.com.br/heraldica/heraldica.htm - (tudo sobre brasões)

www.arteguias.com

www.logosphera.com/.../sereias/sereias.htm

www.minerva.uevora.pt

www.pitores.com.br

www.sergioprata.com.br – (afresco)

www.wga.hu/frames-e.html

www.guaciara.worpress.com/.../27/a-cruz-de-cimabue/ - 27/09/2009.

Page 56: Renascimento 1401-1480,  parte 1

Criação e autoria:

Gilson Cruz Nunes Especialista em Artes Visuais – UFPB

Professor da Disciplina de Artes das Escolas: Dr. Hortênsio de Sousa Ribeiro – Rede Estadual Pe. Antonino e Lafayete Cavalcante – Rede Municipal. Campina Grande, 12 de janeiro a 25 de fevereiro de

2010. Atualizado em 14 de junho de 2010. [email protected]