relatório sobre necessidades e tendências na indústria do calçado...

63
Projeto LEARN2WORK Relatório sobre Necessidades e Tendências na Indústria do Calçado em termos de mão- de-obra (O2)

Upload: others

Post on 04-Aug-2020

2 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Relatório sobre Necessidades e Tendências na Indústria do Calçado …learn2work.eu/home/wp-content/uploads/2018/05/O2-Report... · 2018-05-27 · Nome do Documento Relatório

Projeto LEARN2WORK

Relatório sobre Necessidades e Tendências

na Indústria do Calçado em termos de mão-

de-obra (O2)

Page 2: Relatório sobre Necessidades e Tendências na Indústria do Calçado …learn2work.eu/home/wp-content/uploads/2018/05/O2-Report... · 2018-05-27 · Nome do Documento Relatório

Página 2 de 63

Projeto financiado com o apoio da Comissão Europeia. A informação contida nesta publicação (comunicação) vincula exclusivamente o autor, não sendo a Comissão responsável pela utilização que dela possa ser feita.

Descrição do Documento

Nome do Documento Relatório sobre Necessidades e Tendências das Carreiras do Calçado (IO2)

Resumo

Um relatório sobre as necessidades atuais da indústria do calçado no que toca

à força de trabalho, às tendências futuras e os postos de trabalho que serão

necessários no futuro.

Versão 1

Autores CEC

Data de Criação 20/04/2016

Data da Versão 14/11/2016

Estatuto Final

Fim Público

Número de Output 2

Documentos Relacionados Nenhum

História

Versão Lista de Mudanças, Autores(s) / Revisores Data

Page 3: Relatório sobre Necessidades e Tendências na Indústria do Calçado …learn2work.eu/home/wp-content/uploads/2018/05/O2-Report... · 2018-05-27 · Nome do Documento Relatório

Página 3 de 63

Projeto financiado com o apoio da Comissão Europeia. A informação contida nesta publicação (comunicação) vincula exclusivamente o autor, não sendo a Comissão responsável pela utilização que dela possa ser feita.

Índice

1 Introdução ...................................................................................................................................................... 4

1.1 Enquadramento do Relatório ................................................................................................................ 4

1.2 Breve Sumário ........................................................................................................................................ 5

2 Características dos Utilizadores e Necessidades da Indústria ........................................................................ 6

2.1 A geração jovem na Europa ................................................................................................................... 6

2.1.1 Emprego jovem na Europa ............................................................................................................ 6

2.1.2 NEET .............................................................................................................................................. 7

2.2 A Indústria Europeia do Calçado .......................................................................................................... 14

3 Estado da Arte: Investigação Transnacional em Tendências Setoriais ......................................................... 17

3.1 Fatores de Mudança ............................................................................................................................ 17

3.2 Profissões potencialmente sujeitadas ao Modelo de Escolas de Produção ........................................ 21

3.2.1 Profissionais qualificados ............................................................................................................ 22

3.2.2 Operadores de máquinas e Plantas e operadores de montagem ............................................... 22

3.2.3 Postos trabalho elementares ...................................................................................................... 23

3.3 Postos emergentes .............................................................................................................................. 23

4 Avaliação de carreiras necessárias na Indústria do Calçado ......................................................................... 24

4.1 Metodologia de Investigação ............................................................................................................... 24

4.2 O Inquérito ........................................................................................................................................... 26

4.3 Recolha de Dados ................................................................................................................................. 26

4.3.1 SECÇÃO A DO INQUÉRITO: PERFIL DA EMPRESA ........................................................................ 27

4.3.2 SECÇÃO B DO INQUÉRITO: GESTÃO DE PESSOAL ........................................................................ 38

4.3.3 SECÇÃO C DO INQUÉRITO: NECESSIDADES DE FORMAÇÃO ........................................................ 51

4.3.4 CONCLUSÕES DAS RESPOSTAS RECEBIDAS ................................................................................. 59

5 Conclusão...................................................................................................................................................... 61

6 Bibliografia .................................................................................................................................................... 63

Page 4: Relatório sobre Necessidades e Tendências na Indústria do Calçado …learn2work.eu/home/wp-content/uploads/2018/05/O2-Report... · 2018-05-27 · Nome do Documento Relatório

Página 4 de 63

Projeto financiado com o apoio da Comissão Europeia. A informação contida nesta publicação (comunicação) vincula exclusivamente o autor, não sendo a Comissão responsável pela utilização que dela possa ser feita.

1 Introdução

1.1 Enquadramento do Relatório

O objetivo do projeto Learn2Work é ajudar a travar o número crescente de jovens que estão fora do sistema de

ensino e do mercado de trabalho, denominados de NEET, aumentando as suas oportunidade de emprego na

indústria do calçado da Europa. A promoção da empregabilidade deste grupo será realizada através da

adaptação e utilização do “Modelo de Escolas de Produção”, implementado com sucesso na Dinamarca, para

desenvolver um percurso educacional baseado na aprendizagem prática na indústria do calçado.

Para que os parceiros possam avançar com o projeto e possam trabalhar na elaboração de uma metodologia de

aprendizagem baseada no modelo dinamarquês, é necessário realizar algum trabalho de pesquisa sobre os

principais grupos-alvo do projeto: os NEET e a indústria do calçado. O documento atual representa o IO 2, e

inclui uma análise das diferentes realidades e dos principais atores no projeto, as suas características e

necessidades:

a) O grupo alvo - NEET

Um NEET é uma pessoa jovem que “não estuda nem trabalha”. No Reino Unido, onde o termo foi criado, a

classificação compreende pessoas entre 16 e 24 anos, mas a faixa etária varia de país para país, uma vez que o

termo tem em conta os fatores económicos e sociais que afetam uma determinada sociedade.

Para o propósito do projeto Learn2Work, os NEET incluirão pessoas entre os 16 e 29 anos por diferentes

motivos que serão explicados mais à frente.

Tendo em conta o foco neste grupo, a pesquisa centra-se:

Aprendizagem das características, categorias e experiência dos NEET de forma a selecionar aqueles mais

adequados a beneficiar da nova metodologia e de oportunidades de trabalho na indústria do calçado;

Identificação do método mais eficaz de aprendizagem, significando que esta é a melhor forma e a mais

fácil de assimilar competências e conhecimento, tendo em conta as características e vantagens do

“Modelo de Escolas de Produção”.

b) Indústria do Calçado Europeia

A indústria do calçado na Europa continua a crescer de forma constante e em 2014 empregou

aproximadamente 296.000 trabalhadores em 21.120 empresas, sendo que 95% das quais são pequenas e

médias empresas (PME).

Tal como qualquer outra indústria na Europa, este setor faz parte de uma economia globalizada movida pela

procura do consumidor e a competição dos mercados de países periféricos com salários mais baixos. Este

relatório irá analisar as necessidades dos três países mais representativos na produção de calçado,

Page 5: Relatório sobre Necessidades e Tendências na Indústria do Calçado …learn2work.eu/home/wp-content/uploads/2018/05/O2-Report... · 2018-05-27 · Nome do Documento Relatório

Página 5 de 63

Projeto financiado com o apoio da Comissão Europeia. A informação contida nesta publicação (comunicação) vincula exclusivamente o autor, não sendo a Comissão responsável pela utilização que dela possa ser feita.

designadamente Itália, Portugal, e Espanha, tal como as tendências e desafios futuros que afetam a indústria

em geral.

1.2 Breve Sumário

O presente Relatório sobre “As Necessidades e Tendências da Indústria do Calçado” irá abordar em particular

as características e necessidades da indústria europeia de calçado em termos de força de trabalho e o estudo

sobre a origem e as necessidades dos jovens NEET de forma a identificar sinergias e elaborar um método

inovador de aprendizagem que os una.

Este relatório inclui uma análise das necessidades atuais em termos da força de trabalho no setor do calçado,

as futuras tendências da indústria tendo em conta fatores internos e externos. Tais tendências e expectativas

vão determinar quais serão as profissões mais procuradas no futuro.

O objetivo é selecionar 5 operações técnicas de trabalho que ligam os perfis técnicos aos quais os NEET podem

ser destacados para trabalhar. O relatório irá servir de base para o plano curricular para ser desenvolvido na

próxima fase de projeto enquadrado no OI3.

A metodologia utilizada para desenvolver o presente relatório foi uma combinação de pesquisa de estudos e

publicações tal como questionários e entrevistas.

Page 6: Relatório sobre Necessidades e Tendências na Indústria do Calçado …learn2work.eu/home/wp-content/uploads/2018/05/O2-Report... · 2018-05-27 · Nome do Documento Relatório

Página 6 de 63

Projeto financiado com o apoio da Comissão Europeia. A informação contida nesta publicação (comunicação) vincula exclusivamente o autor, não sendo a Comissão responsável pela utilização que dela possa ser feita.

2 Características dos Utilizadores e Necessidades da Indústria

2.1 A geração jovem na Europa

2.1.1 Emprego jovem na Europa

Ao longo das últimas décadas, o mercado de trabalho mudou consideravelmente. A globalização, a tecnologia e

uma população cada vez mais instruída transformaram a natureza da produção. A produção em massa e

rotineira tornou-se menos importante, contribuindo para uma redução do emprego no setor da indústria

transformadora; que se foca particularmente num elevado valor acrescentado tal como na produção

especializada. Os serviços tornaram-se mais importantes, no início dos anos 70, menos de um terço do

emprego se concentrava em serviços de conhecimento intensivo; agora, este número está próximo de metade.

O tipo de postos de trabalho disponíveis refletiu estas tendências. Criaram-se novos empregos em postos de

trabalho de direção, para profissionais com qualificações e salários elevados. Contudo, nem todo este

crescimento esteve relacionado com emprego altamente qualificado e conhecimento intensivo.

Nas últimas duas décadas também se registou um crescimento do emprego nos serviços, para postos de

trabalho de salários mais baixos, que, combinado com a redução do emprego com salários médios levou a um

aumento das preocupações sobre a polarização de emprego, abrindo um fosso gradual no mercado de

trabalho.

O tipo de setor em que os jovens trabalham está a mudar, particularmente na Europa e nos Estados Unidos. Os

jovens já não vêm a indústria transformadora como um sector importante/interessante para trabalhar.

Contudo, desde que a crise económico-financeira que começou na Europa em 2009, a taxa de desemprego

para jovens com menos de 30 anos duplicou relativamente à média.

Como ilustrado na tabela abaixo, disponibilizada pela OCDE, em 2014, a taxa de desemprego jovem na faixa

etária entre os 15 e 24 anos era de 22,2% na EU-28, mostrando diferenças consideráveis entre regiões que a

compõem. A taxa de desemprego jovem era superior a 50% em algumas regiões de Espanha, Itália e Grécia

enquanto em algumas regiões alemãs, caíram para um mínimo de 3,7%.

Base de Dados: Estatísticas do Mercado de trabalho do curto prazo

Assunto Taxa de desemprego, entre 15-24 anos, Todas as pessoas

Unidade Percentagem

Frequência Anual

Tempo 2014 2015

País

República Checa 15,8 12,6

Alemanha 7,8 7,3

Grécia 52,4 49,8

Itália 42,7 40,3

Polónia 23,9 20,8

Page 7: Relatório sobre Necessidades e Tendências na Indústria do Calçado …learn2work.eu/home/wp-content/uploads/2018/05/O2-Report... · 2018-05-27 · Nome do Documento Relatório

Página 7 de 63

Projeto financiado com o apoio da Comissão Europeia. A informação contida nesta publicação (comunicação) vincula exclusivamente o autor, não sendo a Comissão responsável pela utilização que dela possa ser feita.

Portugal 34,8 32,0

Espanha 53,2 48,4

UE - União Europeia (28 países) 22,2 20,4

Dados extraídos em 23 Jun 2016 10:13 UTC (GMT) da OECD.Stat

A taxa de desemprego jovem precisa de ser diferenciada da proporção de jovens que estão fora do sistema

educativo e do mercado de trabalho (NEET), mesmo que estes sejam conceitos complementares:

- A taxa de desemprego jovem é uma medida que define o peso da população jovem desempregada

(jovens que estão ativamente à procura de trabalho e disponíveis para trabalhar), com idades

compreendidas entre os 15 e 24 anos, e população jovem economicamente ativa (aqueles que estão

empregados ou desempregados). Uma proporção crescente de jovens na UE continua no sistema de

ensino, enquanto mantém um emprego (ou procura ativamente um emprego).

- Em contraste, a definição daqueles que se encontra fora do sistema educativo e do mercado de

trabalho (NEET) excluem aqueles que estão empregados, a estudar ou em formação, mas também pode

incluir alguns economicamente inativos. Para o propósito do projeto Learn2Work, o presente estudo

foca-se neste último grupo de pessoas.

2.1.2 NEET

a) A comunidade NEET

Os NEET são jovens com idade entre os 15 e 29 anos que não estão integrados no sistema educativo nem no

mercado de trabalho. A faixa etária deste grupo muda ligeiramente de país para país e de entidade para

entidade. A razão principal para esta divergência pode estar relacionada com o aumento dos jovens na situação

NEET nos últimos 10 anos, principalmente devidos aos efeitos da crise económica e financeira de 2008, e

consequente contração do volume de emprego.

O acrónimo foi utilizado pela primeira vez no Reino Unido em 1999, onde a idade do grupo inclui jovens dos 15

aos 24 anos. No Japão, a classificação compreende pessoas entre os 15 e 34 anos, desempregadas, que não se

dedicam a trabalhos domésticos, nem estão matriculados no sistema educativo ou de ensino profissional e que

também não estão à procura de trabalho.

O número do indicador refere-se a pessoas que cumprem estas duas condições:

Não estão empregados (i.e. estão desempregados ou inativos); e,

Não receberam qualquer educação formal ou não formal ou formação nas quatro semanas que

precedem o inquérito.

Como ilustrado mais à frente neste estudo, também é relevante distinguir aqueles que tem sido NEET no curto

prazo dos que são NEET de longo prazo (mais de 1 ano). No caso dos NEET de longo prazo importa reter o

motivo pelo seu estado.

Page 8: Relatório sobre Necessidades e Tendências na Indústria do Calçado …learn2work.eu/home/wp-content/uploads/2018/05/O2-Report... · 2018-05-27 · Nome do Documento Relatório

Página 8 de 63

Projeto financiado com o apoio da Comissão Europeia. A informação contida nesta publicação (comunicação) vincula exclusivamente o autor, não sendo a Comissão responsável pela utilização que dela possa ser feita.

De acordo com o estudo da OCDE de 2014, 1 em cada 6 jovens entre países da OCDE eram NEET e cerca de

metade destes não estavam à procura de trabalho. Quando observamos a sua educação, 80% dos jovens que

eram NEET tiveram no máximo, uma qualificação de ensino secundário/profissional.

O indicador NEET ou taxa é geralmente associado a jovens que abandonam a escola prematuramente, jovens

desempregados ou desmotivados, tal como aqueles excluídos do mercado de trabalho por diversas razões

(carências familiares, doença ou inadaptados). O relatório da Fundação Europeia de Formação “Young people

not in Employment, Education or Training (NEET) - An overview in ETF countries” publicado em agosto de 2015

claramente ilustra o background dos NEET na seguinte figura:

Nota: Este esquema foi criado pela Fundação Europeia para a Formação para mostrar como o indicador NEET é

extraído.

b) Taxa de NEET na Europa

Em 2014, a proporção de jovens (população entre 18 e 24) da UE-28 que estava fora do sistema de ensino e do

mercado laboral era de 16,3%. Por outras palavras, na EU-28, 1/6 de todos os jovens eram NEET. Uma análise

realizada entre estados membros da UE mostra que a proporção mais elevada de pessoas que nem estava

empregada nem em educação ou formação em 2015 foi identificada em Itália (29%), enquanto a taxa NEET

estava entre os 21% e 27 % na Roménia, Espanha, Bulgária, Chipre, Croácia e Grécia. Por contraste, a proporção

de jovens que nem estavam empregados nem em educação ou formação foi mais baixa na Holanda com 6,6 %,

Page 9: Relatório sobre Necessidades e Tendências na Indústria do Calçado …learn2work.eu/home/wp-content/uploads/2018/05/O2-Report... · 2018-05-27 · Nome do Documento Relatório

Página 9 de 63

Projeto financiado com o apoio da Comissão Europeia. A informação contida nesta publicação (comunicação) vincula exclusivamente o autor, não sendo a Comissão responsável pela utilização que dela possa ser feita.

enquanto na Dinamarca, Islândia, Luxemburgo, Alemanha, Suécia e Áustria se registou uma taxa NEET abaixo

de 10%.

Como detalhado no seguinte mapa do Eurostat, existiu uma grande variação de taxas NEET em 2014 entre os

membros da EU e três dos países que participam no projeto Learn2Work - Itália, Portugal e Espanha -

continuam com grandes proporções de NEET. É relevante sublinhar que, como será mostrado mais à frente, a

maioria dos trabalhadores da indústria do calçado da Europa concentram-se nestes três países.

Contudo, não nos devemos esquecer que os NEET incluem diferentes subcategorias de jovens, e uma

percentagem relevante do grupo está desempregada como resultado da crise económica e financeira e que

muitos deles têm nível de qualificação superior.

Desemprego jovem, pessoas entre 15 e 24, regiões NUTSII, 2014 (1) %

Page 10: Relatório sobre Necessidades e Tendências na Indústria do Calçado …learn2work.eu/home/wp-content/uploads/2018/05/O2-Report... · 2018-05-27 · Nome do Documento Relatório

Página 10 de 63

Projeto financiado com o apoio da Comissão Europeia. A informação contida nesta publicação (comunicação) vincula exclusivamente o autor, não sendo a Comissão responsável pela utilização que dela possa ser feita.

Os últimos dados publicados pelo Eurostat em Agosto de 2016 mostram que a proporção de NEET na UE-28

não diminui em 2015. Ao invés disso, chegou a 17% (era de 16,4% em 2014) dos quase 90 milhões de pessoas

com idade entre os 15-29. Estes jovens continuam em situações muito diferentes, no que respeita a padrões de

educação e emprego variando consideravelmente entre Estados Membro e a grupo etário.

O gráfico seguinte revela um aumento significativo no número de NEET entre os 20 e 29 anos de idade,

tratando-se, frequentemente, de pessoas que concluíram o ensino secundário/profissional. É certo que a

educação é a melhor proteção contra o desemprego e exclusão porque a probabilidade de se tornar NEET

diminui à medida que o grau de qualificação aumenta. No entanto, por causa da crise, os países do sul da

Europa e do Mediterrâneo tendem a ter uma larga proporção de NEET formados.

Padrões de Educação e Emprego de Jovens na UE, por grupos de 5 anos, 2015 (%)

c) Compreendendo e apoiando os NEET

O indicador de NEET é apenas útil quando é desagregado em subgrupos (abandono escolar precoce,

desempregados, desmotivados, família a cargo, inativos) que permite compreender os motivos para tal

classificação e consequentemente criar políticas focadas e soluções para abordar a melhor forma da sua

integração na sociedade e na economia. Estes jovens encontram-se em situações muito diferenciadas, com

padrões de educação e emprego que variam consideravelmente entre os estados membros bem como as

próprias idades, como referido anteriormente.

O estudo da Fundação Europeia para Formação, previamente mencionada, sublinha o papel importante que o

Ensino Profissional pode ter na transição de muitos jovens da educação para o mercado de trabalho. De facto,

em muitos países, o ensino secundário tem um contributo pouco significativo no que toca à prevenção destes

jovens evitando que se tornem NEET. Por isso, podemos assumir que existem limitações no alcance e na

qualidade dos programas existentes.

Page 11: Relatório sobre Necessidades e Tendências na Indústria do Calçado …learn2work.eu/home/wp-content/uploads/2018/05/O2-Report... · 2018-05-27 · Nome do Documento Relatório

Página 11 de 63

Projeto financiado com o apoio da Comissão Europeia. A informação contida nesta publicação (comunicação) vincula exclusivamente o autor, não sendo a Comissão responsável pela utilização que dela possa ser feita.

Dado o facto que as economias de alguns países não são capazes de criar emprego qualificado, as perspetivas

de emprego para jovens com habilitações académicas superiores também são baixas em diversos países. É

provável que estes graduados aceitem empregos que não correspondem às suas competências, estando a

competir por estas posições com pessoas com menos formação. O Ensino Profissional pode ser uma alternativa

credível ao ensino universitário para muitos jovens e pode ainda servir de ajuda para adaptar as competências

dos universitários às necessidades do mercado de trabalho.

Este entendimento é também a principal conclusão de um Relatório “Skills Mismatch 3, Apprenticeship Supply

in the European Union, Youth Engagement and the Labour Market” de 2015, elaborado pelo ThinkYoung e pelo

Martens Centre. O estudo baseou-se nos resultados de um inquérito feito entre setembro e novembro de 2015

respondido por 1.200 jovens adultos, entre 18 e os 32 anos, de 6 países europeus (Áustria, França, Alemanha,

Itália, Espanha e Reino Unido). Metade dos participantes frequentou o Ensino Profissional enquanto a outra

metade não. Os resultados revelaram:

41% considerava que o ensino superior tinha mais prestígio enquanto 21% via o Ensino Profissional

numa perspetiva mais prática;

Estudantes do Ensino Profissional tinham perceções positivas da sua educação com referência quer às

fundações teóricas quer às práticas da sua área (76% e 73% respetivamente).

Da amostra que não frequentou o Ensino Profissional, a presença de uma componente de

aprendizagem em contexto de trabalho no currículo produz uma maior probabilidade de conseguirem

emprego;

O maior impacto da componente da aprendizagem em contexto de trabalho é registado pelos alunos

que concluem cursos de Ensino Profissional no que diz respeito às fundações práticas do seu trabalho,

onde 83,6% afirma que o seu programa providenciou o desenvolvimento destas competências.

Dois anos antes, na reunião do Conselho Europeu em Bruxelas, em 25 e 26 de novembro de 2013, já se tinha

estabelecido uma forma similar de promoção do emprego na Europa, enquanto se discutiam formas de

reforçar a inclusão social de jovens NEET. Nesta relação, concordaram que na área de educação, formação e

aprendizagem não formal, deveriam ser feitos esforços especiais para:

“25. Alargar o acesso a novas oportunidades na educação e apoiar a aquisição e/ou desenvolvimento de

competências que satisfazem as necessidades do mercado de trabalho.

…..

31. Promover a aprendizagem em contexto de trabalho de qualidade, designadamente estágios, como

uma medida eficaz para melhorar transições sustentáveis do ensino/formação para o mercado do

trabalho, especialmente apostando nas competências que são relevantes para o mercado de trabalho, e

melhorar a correspondência de competências, no contexto da Declaração do Conselho para a Aliança

Europeia para a Aprendizagem”

Page 12: Relatório sobre Necessidades e Tendências na Indústria do Calçado …learn2work.eu/home/wp-content/uploads/2018/05/O2-Report... · 2018-05-27 · Nome do Documento Relatório

Página 12 de 63

Projeto financiado com o apoio da Comissão Europeia. A informação contida nesta publicação (comunicação) vincula exclusivamente o autor, não sendo a Comissão responsável pela utilização que dela possa ser feita.

O Conselho também reiterou a relevância de partilhar as melhores práticas através das ferramentas

apropriadas à sua disposição, incluindo um relatório sumário das boas práticas dos Estados Membros sobre

iniciativas focadas na (re) integração de jovens NEET em sistemas de educação e emprego. Nesta relação, o

Modelo das Escolas de Produção considerado no projeto Learn2Work é claramente uma boa prática que pode

ser utilizada na indústria do calçado para melhorar a empregabilidade dos NEET.

Mais recentemente, um representante do “think-tank” Fundação Britânica do Trabalho (pertencente à

Universidade de Lancaster), num artigo publicado no jornal eletrónico “the guardian”, de 26 de maio de 2016,

também se refere à relevância de aproximar os estudantes ao local de trabalho de forma a melhorar a sua

empregabilidade:

“Uma investigação levada ao cabo pelo Grupo de Trabalho sobre Educação e Empregadores

revela que jovens que tiveram múltiplos encontros com empresas enquanto frequentavam a

escola tem a uma probabilidade mais reduzida de se tornarem NEET e ganham em média

mais 18 do que os seus pares que não o fazem. No entanto, os números da GTI Trendence UK

(a maior pesquisa de estudantes focada no mercado) revelam que mais de um terço (36%) dos

alunos de escolas secundárias nunca saiu da escola para visitar um empregador.”

Categorias de NEET

Como explicado anteriormente, os NEET não são um único grupo homogéneo, mas sim um grupo diversificado

de jovens com diferentes experiências, características e necessidades. Alguns são vulneráveis e outros não. O

termo NEET é um termo amplo que, por exemplo, o Eurofound classifica em cinco categorias no seu relatório

de 2012:

Indisponíveis: considerados indisponíveis, derivado das responsabilidades familiares ou devido a

doença ou incapacidade.

Descomprometidos: não procuram trabalho nem estão a frequentar a escola ou formações, e

não tem outras obrigações que os impeçam de o fazer. Esta categoria inclui trabalhadores

desmotivados e jovens que procuram estilos de vida perigosos e antissociais.

À procura de oportunidades: procuram trabalho ou frequentar algum tipo de formação mas

esperam pela oportunidade certa.

NEET Voluntários: estão construtivamente envolvidos noutras atividades tais como arte, música

ou em autoaprendizagem.

Desempregados convencionais: representam o maior grupo, que pode ser dividido em

desempregados de curta e longa duração. Os desempregados de longa duração podem

corresponder ao abandono escolar precoce e consequentemente, à falta de

competências/conhecimento adequados para qualquer trabalho.

Page 13: Relatório sobre Necessidades e Tendências na Indústria do Calçado …learn2work.eu/home/wp-content/uploads/2018/05/O2-Report... · 2018-05-27 · Nome do Documento Relatório

Página 13 de 63

Projeto financiado com o apoio da Comissão Europeia. A informação contida nesta publicação (comunicação) vincula exclusivamente o autor, não sendo a Comissão responsável pela utilização que dela possa ser feita.

Em particular, o grupo de longa duração enfrenta dificuldades específicas no mercado de trabalho; uma pessoa

enquadrada como NEET, em idade jovem, tem mais probabilidades de ser confrontada com baixas

remunerações e maiores hipóteses de desemprego ao longo da sua vida futura. As mudanças registadas na

estrutura da economia, as mudanças dos padrões de educação e das competências necessárias para entrar no

mercado de trabalho modificaram as vias para a transição da escola para o mercado de trabalho. Isto põe em

destaque a necessidade real de apoiar o primeiro contacto dos jovens com o mercado de trabalho.

Além disso, se considerarmos as qualificações académicas dos NEET, reparamos que em Portugal, Itália e

especialmente Espanha (+70%), a maior parte dos NEET com idade entre os 15 e os 24 anos tem baixas

qualificações. Já na Grécia mais de 10% têm um grau de Ensino Superior. A taxa de incidência dos NEET com

educação superior aumenta na faixa etária de 25-29 anos. Em Itália, a taxa de incidência deste grupo é o dobro

da média da UE.

No relatório de 2012, “Lost in transition? The changing labour market and young people not in employment,

education or training”, a investigação da Fundação de Trabalho conclui também que cada vez mais os NEET,

encontram inúmeras dificuldades em aceder pela primeira vez ao mercado de trabalho - no Reino Unido mais

de 48% dos inquiridos afirma que não teve um trabalho remunerado desde que saiu da escola. A falta de

experiência é, portanto, um aspeto que afeta grande parte dos NEET. A acrescentar à falta de experiência

laboral, existem ainda outras barreiras relevantes encontradas pelos jovens NEET:

- Mais de 1 em cada 5 NEET afirma ter uma incapacidade. A taxa de emprego destes indivíduos com

incapacidades tende a ser comparativamente baixa.

- Existe também uma penalização ao nível de emprego associada às baixas qualificações; e os NEET são

caracterizados por terem baixas qualificações ou nenhuma qualificação comparativamente ao grupo

mais amplo. Para os NEET que se encontram à procura de emprego, a natureza mutável do mercado

de trabalho tem representado diferentes tipos de competências requeridas pelos empregadores.

Durante a pesquisa, identificamos outros projetos Erasmus+ que abordaram a comunidade NEET em diferentes

cenários e objetivos. Destaca-se, em particular, um questionário aos NEET abordado pelos parceiros do

programa Erasmus+ 2014-2-IT03-KA205-004558, “Enhancing Competences to Meet Young’s NEETs Needs” e

seu blog http://ecmynn.blogspot.be/. Este inquérito, levado a cabo na Grécia, Itália, Polónia, Roménia e

Espanha foi respondido por 1.655 NEET e permitiu aos parceiros entender as dificuldades e as razões

subjacentes à condição NEET. Algumas conclusões relevantes do inquérito para o projeto Learn2Work foram:

A maior parte dos NEET eram desempregados de longa duração; sentiam-se desmotivados e uma

“sensação de abandono” por parte das instituições;

Consideram que o sistema de ensino está totalmente inadequado para a preparação dos jovens para

entrar no mercado de trabalho;

Gostariam de ter projetos personalizados/adaptados que contribuíssem para a sua integração no

mercado de trabalho e gostariam que as atividades de formação fossem reforçadas;

Page 14: Relatório sobre Necessidades e Tendências na Indústria do Calçado …learn2work.eu/home/wp-content/uploads/2018/05/O2-Report... · 2018-05-27 · Nome do Documento Relatório

Página 14 de 63

Projeto financiado com o apoio da Comissão Europeia. A informação contida nesta publicação (comunicação) vincula exclusivamente o autor, não sendo a Comissão responsável pela utilização que dela possa ser feita.

Imaginam-se mais como trabalhadores por conta de outrem, do que freelancers ou empreendedores:

procuram segurança.

d) NEET no Learn2Work

Tendo em conta os objetivos do projeto Learn2Work, é essencial identificar que subgrupos vulneráveis devem

ser o alvo da formação a ser desenvolvida e decidir quais poderão ser mais recetivos, uma vez que nem todas

as subcategorias estão prontas e dispostas a entrar para um posto de trabalho numa indústria. Outros podem

não ser capazes por causa de incapacidade ou doença para realizar as tarefas necessárias.

Seguindo uma análise das principais categorias de NEET como descritas pelo Eurofound, os parceiros do

projeto consideram que, em princípio, as 5 categorias poderiam ser alvo do novo percurso de formação a ser

desenvolvido. A nova metodologia de aprendizagem poderia contribuir para uma intervenção preventiva no

sentido de evitar o aparecimento de novos NEET, tal como para uma intervenção “reativa” envolvendo os

jovens NEET atuais.

Contudo, no sentido de encontrar uma forma de integração sustentável e positiva dos NEET, o consórcio

concordou em concentrar-se na categoria dos desempregados convencionais, particularmente nos jovens

desempregados de longa duração (superior a um ano), e que tenham completado a escolaridade obrigatória de

acordo com a legislação respetiva de cada país (i.e. em 16 anos). Os NEET que concluíram o ensino superior,

alguns até com alguma experiência profissional, não correspondem ao principal grupo-alvo porque certamente

continuarão a procurar por oportunidades de emprego que correspondam às suas habilitações literárias. No

que respeita aos desempregados por motivo de doença ou incapacidade, poderão participar numa ação de

formação futura se a sua condição física permitir.

Os parceiros também concordaram que o novo plano curricular a ser desenvolvido para o setor do calçado não

seria adequado para NEET descomprometidos, porque estes requerem frequentemente apoio psicológico, que

os formadores do setor do calçado não poderão facultar, uma vez que não estão qualificados para tal.

2.2 A Indústria Europeia do Calçado

De acordo com o World Footwear Yearbook de 2016, uma publicação sobre estatísticas de calçado, elaborado

anualmente pela Associação Portuguesa dos Industriais de Calçado, Componentes, Artigos de Pele e seus

Sucedâneos (APICCAPS), a produção mundial de calçado chegou aos 23 mil milhões de pares em 2015, sendo

que a Europa representa aproximadamente 4%, enquanto a Ásia controla 87% da produção mundial.

No mesmo ano, 10 dos 15 maiores exportadores mundiais de calçado eram países europeus, com um preço

médio de exportação do calçado europeu significativamente mais alto que em outras regiões. O valor

corresponde à elevada qualidade do produto, fabricado com materiais e processos inovadores que cumprem

com elevados padrões de segurança e responsabilidade ambiental.

Page 15: Relatório sobre Necessidades e Tendências na Indústria do Calçado …learn2work.eu/home/wp-content/uploads/2018/05/O2-Report... · 2018-05-27 · Nome do Documento Relatório

Página 15 de 63

Projeto financiado com o apoio da Comissão Europeia. A informação contida nesta publicação (comunicação) vincula exclusivamente o autor, não sendo a Comissão responsável pela utilização que dela possa ser feita.

Em termos de consumo, a Ásia continua a ser o líder com 53% do consumo mundial, que corresponde à sua

parte da população mundial (60%). A Europa mantém o consumo de calçado a um nível maior do que a sua

população com 16% de consumo comparado com 7% da população mundial.

Em 2014, o setor europeu do calçado (incluindo o fabrico de componentes de calçado), classificado sob o

código NACE 152, registou mais de 21.000 empresas. Este número diminui 18,5% entre 2008 e 2010 devido à

deslocalização das fábricas para países com mão-de-obra barata e também devido aos efeitos gerais da

estagnação da economia, porém, desde 2011 encontra-se estabilizado.

Verificou-se também um declínio constante no volume de emprego do sector entre 2008 e 2009 (de mais de

330.000 para aproximadamente 296.000, em 2011). Contudo, o volume de emprego do sector também

estabilizou, desde 2011. De acordo com o Eurostat, em 2014 havia cerca de 295.264 pessoas diretamente

empregadas na indústria do calçado e do fabrico de componentes, algo que é notável apesar dos altos níveis de

desemprego na Europa em particular nos países de Sul. Em termos de trabalhadores do calçado, os 5 países

líderes são:

Estados Membros da UE Empregos diretos no fabrico de calçado (código NACE 152)

Itália 82.189

Roménia 52.591

Portugal 46.140

Espanha 29.493

Polónia 18.643

A Itália é o maior empregador do sector, representando 28% dos trabalhadores europeus, a Roménia emprega

18% (com apenas 4% de volume de negócios), seguido por Portugal, Espanha e Polónia. Estes 5 países juntos

representam mais de 75% dos trabalhadores na indústria europeia de calçado.

A maior parte dos trabalhadores estão dentro da faixa etária 36-55 anos de idade. Existe uma elevada

percentagem de trabalhadores mais velhos em fase de saída do setor (particularmente em França) e uma baixa

percentagem de trabalhadores em fase de entrada.

A distribuição dos postos de trabalho demonstra a predominância de trabalhadores do setor da produção

industrial, que assumem trabalhos que requerem competências técnicas e de produção. As competências

técnicas e do foro industrial são da maior importância para o futuro do setor do calçado, dado que a qualidade

e o valor acrescentado da produção é uma das vantagens da Europa no mercado globalizado.

Em 2014, os 5 maiores países em termos de número de trabalhadores (Itália, Espanha, Portugal, Roménia e

Polónia) representavam cerca de 85% das empresas europeias de calçado e fabrico das suas componentes.

Nestes países, a maior parte das empresas estão concentradas dentro de clusters industriais e regiões

industriais altamente especializadas.

As pequenas e médias empresas (PME) são cerca de 95% do total da indústria. Existem diferenças na

distribuição da dimensão destas PME, em países como a Itália ou a Polónia, que tem uma proporção

Page 16: Relatório sobre Necessidades e Tendências na Indústria do Calçado …learn2work.eu/home/wp-content/uploads/2018/05/O2-Report... · 2018-05-27 · Nome do Documento Relatório

Página 16 de 63

Projeto financiado com o apoio da Comissão Europeia. A informação contida nesta publicação (comunicação) vincula exclusivamente o autor, não sendo a Comissão responsável pela utilização que dela possa ser feita.

significativa de microempresas e outros como a Roménia, que tem um maior equilíbrio entre todas as

categorias de tamanho, incluindo um número significativo de grandes empresas.

Em 2014, o setor europeu do calçado (incluindo componentes) chegou a um volume de negócios de mais de 27

mil milhões de euros, o maior registo em 6 anos. A indústria europeia foi capaz de recuperar e aumentar o

volume de negócios em 5 mil milhões num período de 5 anos graças ao investimento contínuo em produtos

inovadores e de valor acrescentado bem como na aposta em novos mercados. De facto, as exportações

europeias de calçado para países terceiros aumentaram 46% em quantidade e 72% em valor de 2009 até

2014, o que claramente ilustra a competitividade da indústria europeia.

Este setor permanece forte graças à sua longa tradição e herança cultural no fabrico do calçado, um produto

que será sempre necessário. Entre os 15 exportadores mundiais, 10 países europeus tem a maior receita de

exportações, o que demonstra o controlo de empresas europeias sob a cadeia de fornecimento. De facto, o

setor europeu de calçado possui uma cadeia de distribuição altamente desenvolvida nos territórios de um dos

principais mercados do mundo (Europa representa 46% das importações mundiais em termos de valor). É

esperado que esta cadeia de fornecimento “intraeuropeia” seja reforçada por fatores externos analisados no

ponto seguinte.

A qualidade, o design e o nível dos produtos europeus são apreciados por consumidores de todo o mundo. A

mão-de-obra qualificada aporta valor acrescentado substancial e diferenciação ao produto. De facto, a força de

trabalho representa o ativo mais importante do setor europeu de calçado e nesta relação, a educação e

formação desempenham um papel essencial na manutenção da competitividade da indústria.

Page 17: Relatório sobre Necessidades e Tendências na Indústria do Calçado …learn2work.eu/home/wp-content/uploads/2018/05/O2-Report... · 2018-05-27 · Nome do Documento Relatório

Página 17 de 63

Projeto financiado com o apoio da Comissão Europeia. A informação contida nesta publicação (comunicação) vincula exclusivamente o autor, não sendo a Comissão responsável pela utilização que dela possa ser feita.

3 Estado da Arte: Investigação Transnacional em Tendências

Setoriais

Esta parte do relatório foi preparada com o apoio de dois estudos, nos quais a Confederação Europeia da

Indústria do Calçado (CEC) participou:

European Footwear Sector: Structure, Social Dialogue and Future (2014) under the European Project

VP/2013/001, Industrial Relations and Social Dialogue, elaborado pela IndustriAll Europe e pela CEC.

“European Sector Skills Council Textile, Clothing Leather and Footwear, Report 2014”, (EU SK TCLF)

elaborado pela Euratex (têxtil, roupa), Cotance (peles), CEC e IndustriAll Europe (sindicatos) com o

apoio das parcerias dos National Skills Observatories.

3.1 Fatores de Mudança

Sendo do conhecimento comum, o funcionamento do comércio mundial de produtos de consumo está a mudar

progressivamente devido a diferentes fatores externos, o que influencia os requisitos das empresas em termos

de competências e profissões. É o caso particular do setor do calçado porque se trata de uma indústria de

trabalho qualificado intensivo. Entre os fatores mais reconhecidos podem ser mencionados:

- Os custos ambientais crescentes;

- Aumento dos custos do trabalho em economias de salários mais baixos;

- Novas tecnologias e internet;

- Novas necessidades do consumidor (assegurar o cumprimento das normas sociais e ambientais ao

longo da cadeia de fornecimento; uma rápida distribuição do produto; personalização).

A Comissão de Empregabilidade e Competências do Reino Unido (UKCES) no seu relatório de 2010,

denominado National Strategic Skills Audit (ver http://www.ukces.org.uk/ourwork/nssa para mais comentários

sobre os fatores), estabelece um conjunto básico de 7 fatores de mudança que afetam a indústria

manufatureira.

Page 18: Relatório sobre Necessidades e Tendências na Indústria do Calçado …learn2work.eu/home/wp-content/uploads/2018/05/O2-Report... · 2018-05-27 · Nome do Documento Relatório

Página 18 de 63

Projeto financiado com o apoio da Comissão Europeia. A informação contida nesta publicação (comunicação) vincula exclusivamente o autor, não sendo a Comissão responsável pela utilização que dela possa ser feita.

Fonte: National Strategic Skills Audit 2010, UKCES.Traduzido pelos autores.

Os fatores não mudaram desde 2010 e, em vez disso cada um deles adquiriu notoriedade adicional, o que

obrigou a indústria do calçado a ter que se adaptar. No diagrama, falta um fator relevante: o aumento global

do poder dos media e o acesso à informação, que influenciam a decisão do consumidor no que diz respeito ao

cumprimento de normas de segurança das empresas e da responsabilidade social ao longo da cadeia de

abastecimento durante o processo de fabrico dos produtos.

Alguns dos fatores supracitados têm repercussões mais diretas na indústria do calçado que outras, em

particular as competências necessárias dos trabalhadores, que são mais interessantes para o objetivo do

projeto Learn2Work.

Por exemplo, com o aumento da relevância dos Valores e Identidades, é esperado que a indústria europeia de

calçado evolua para se tornar mais europeia e que os valores tradicionais e o “saber-fazer” representem uma

imagem de marca. O desafio é manter o posicionamento da marca europeia no longo prazo, e mais uma vez, as

Page 19: Relatório sobre Necessidades e Tendências na Indústria do Calçado …learn2work.eu/home/wp-content/uploads/2018/05/O2-Report... · 2018-05-27 · Nome do Documento Relatório

Página 19 de 63

Projeto financiado com o apoio da Comissão Europeia. A informação contida nesta publicação (comunicação) vincula exclusivamente o autor, não sendo a Comissão responsável pela utilização que dela possa ser feita.

competências possuem aqui um papel relevante, particularmente aquelas relacionadas com a “inteligência”

manual.

A força da marca europeia, também referida como o “Renascimento” da indústria europeia, é apoiada pelas

últimas tendências seguidas por estas empresas que optaram pelo outsourcing no continente Asiático há uma

década atrás, para regressar à produção do calçado na Europa. Esta estratégia, denominada de reshoring,

responde a vários fatores:

- Os consumidores em todo o mundo procuram a excelência europeia no calçado: um produto distintivo

fabricado com os mais criteriosos padrões ambientais, de segurança e socialmente responsável. As

empresas precisam e querem maior controlo da sua produção pelo que as suas cadeias de

fornecimento tendem a encurtar;

- Consumidores também apreciam a diferenciação e a personalização, que implica a redução as

quantidades produzidas do mesmo modelo, o que dá lugar à necessidade de aproximar a produção ao

consumidor;

- Aumento do custo da mão-de-obra nos países periféricos, tal como mencionado anteriormente;

- Aumento dos custos de energia e de transporte.

Se as tendências de reshoring se consolidarem, haverá ainda mais oportunidades de emprego no setor.

Contudo, muitos fabricantes de calçado têm dificuldades em encontrar trabalhadores com competências

técnicas específicas e existe uma clara falta de correspondência entre oferta e procura. É expectável que esta

falta de trabalhadores qualificados aumente se nenhuma medida corretiva for adotada, devido a dois grandes

problemas:

Um grande número de trabalhadores qualificados está a envelhecer progressivamente. Estes

trabalhadores têm competências tácitas que adquiriram ao longo de muitos anos, correndo o perigo

de se perderem.

A dificuldade em atrair jovens para substituí-los e assumir novas funções e responsabilidades criadas

pelo reshoring. A depreciação geral do trabalho manual pelas gerações mais novas acrescido do

sentimento de “cidadãos de segunda” quando optam pelo Ensino Profissional aumenta as dificuldades

de atrair novas gerações para o setor. Tal sentimento é particularmente forte nos países do Sul da

Europa, onde os clusters do calçado já estão estabelecidos e onde mais necessita de trabalhadores

técnicos.

O setor tem uma necessidade urgente de mão-de-obra qualificada, em particular, com competências técnicas.

De facto, os postos de trabalho mais necessários no setor do calçado continuam a ser aqueles mais

relacionados com a produção, em particular nas regiões que apostam na qualidade, diferenciação,

personalização e produtos premium. Para que um colaborador consiga ser capaz de produzir um sapato, são

Page 20: Relatório sobre Necessidades e Tendências na Indústria do Calçado …learn2work.eu/home/wp-content/uploads/2018/05/O2-Report... · 2018-05-27 · Nome do Documento Relatório

Página 20 de 63

Projeto financiado com o apoio da Comissão Europeia. A informação contida nesta publicação (comunicação) vincula exclusivamente o autor, não sendo a Comissão responsável pela utilização que dela possa ser feita.

necessários pelo menos três anos de aprendizagem/formação. Isto porque um sapato é um produto mais

complexo, não só em número e diversidade de componentes e materiais, mas também pela estrutura e

quantidade de processos que implicam o processo de fabrico. O desafio continua a ser: como atrair as gerações

mais novas para as funções de fabrico, e como se pode dar a conhecer a estas gerações que estas profissões

existem.

O projeto Learn2Work é portanto, uma oportunidade perfeita para descobrir e atrair NEET para o setor do

calçado através da utilização de um método inovador de aprendizagem, o “Modelo de Escolas de Produção”,

através do qual podem aprender fazendo e apreciando o que consegue fazer com as suas próprias mãos.

Outra oportunidade para o setor é o fator de “longa expectativa de vida” e por isso surgem duas perspetivas:

- Do ponto de vista do consumidor, representa a abertura de um novo nicho de mercado que abordam

o fabrico de um calçado mais confortável e saudável. Além disso, esta geração mais velha procura

especialmente a qualidade e valor nos produtos que compram, e também são mais preocupados com

a origem dos produtos.

- Do ponto de vista dos trabalhadores, os trabalhadores altamente qualificados e mais experientes

podem transferir o seu conhecimento através da introdução de “programas de mentoria” para apoiar

novos trabalhadores. De facto, estes trabalhadores podem tornar-se formadores dos NEET no

programa de “Escolas de Produção” e transferir-lhes o seu conhecimento e competências. Ao mesmo

tempo, os trabalhadores mais velhos sentir-se-iam mais valorizados e reconhecidos pelas empresas.

As alterações ambientais afetam cada vez mais a nossa comunidade e o nosso planeta. Os governos estão a

adotar progressivamente decisões que estimulam o desenvolvimento de uma economia com baixas emissões

de dióxido de carbono de forma a combater as mudanças climáticas. Estas ações irão progressivamente ter

maior repercussão nas competências que os trabalhadores precisam, tal como nos materiais e químicos que

serão utilizados. Também é esperado que novas soluções sejam encontradas no que toca a reciclagem de

calçado, um dos passos mais complexos no ciclo de vida do calçado devido à diversidade de materiais que eles

incorporam.

Paralelamente ao crescimento do interesse por “produtos verdes”, a assimilação das preocupações de

responsabilidade social corporativa (RSC) começam a mudar os hábitos de muitos consumidores. Os retalhistas

de moda, em particular, estão cada vez mais na dianteira da RSC e das emissões neutras de carbono e estão

dispostos vender os mesmos aos consumidores, ainda que a ritmo lento. Todavia, os retalhistas transferem a

responsabilidade e obrigação ao fabricante que, por vezes, tem dificuldade em identificar a origem dos

materiais que compra, e consequentemente de perceber a relevância do aumento da transparência da cadeia

de fornecimento, encurtando tanto quanto possível.

Com a rápida evolução de novas tecnologias, materiais inovadores e automatização de certos processos,

torna-se claro que o sector do calçado também irá necessitar de profissionais qualificados com as

competências certas para investigação aplicada, o desenvolvimento e a transferência de tecnologia. Contudo,

este tipo de profissões normalmente requer ensino superior e por isso, não é o foco do Learn2Work. Em todo o

Page 21: Relatório sobre Necessidades e Tendências na Indústria do Calçado …learn2work.eu/home/wp-content/uploads/2018/05/O2-Report... · 2018-05-27 · Nome do Documento Relatório

Página 21 de 63

Projeto financiado com o apoio da Comissão Europeia. A informação contida nesta publicação (comunicação) vincula exclusivamente o autor, não sendo a Comissão responsável pela utilização que dela possa ser feita.

caso, não se deve esperar que existam problemas para preencher tais vagas, uma vez que são mais conhecidas

e mais atrativas entre os jovens.

3.2 Profissões potencialmente sujeitadas ao Modelo de Escolas de Produção

Os fatores mencionados anteriormente mudaram e continuarão a mudar a forma como o setor opera, em

termos de competências necessárias a várias funções dos trabalhadores.

A identificação exata de profissões no setor do calçado, tal como nos setores do têxtil e vestuário e peles foi

realizada nos últimos três anos através da iniciativa European Skills, Competences, Qualifications and

Occupations (ESCO). A ESCO é a classificação multilingual das competências europeias, qualificações e

ocupações e faz parte da estratégia Europa 2020. Esta classificação permite aos empregadores, fornecedores e

outras partes interessadas aceder a uma metodologia que assegura que as competências necessárias dos

trabalhadores estão identificadas e que se podem obter através de formação adaptada aos mesmos. A

classificação ESCO para o calçado foi concluída no início de 2015. O objetivo é que seja revisto periodicamente

de forma a melhorá-lo com novos postos de trabalhos que possam surgir na indústria. Esta classificação foi

utilizada nos questionários realizados às empresas, cuja análise é apresentada no capítulo 4.

O Relatório de 2014 do Conselho Sectorial Europeu das competências sobe o têxtil, a pele e o calçado

menciona a divisão dos postos de trabalho ESCO em grupos mais alargados, apresentado pela lista do “Office

for National Statistics Standard Occupations Classifications”:

1. Gestores: necessitam de responder a inúmeros desafios e mudanças setoriais, desde o fornecimento

de materiais e fornecedores, a técnicas de produção e mudança de características do mercado até ao

entendimento dos novos mercados.

2. Profissionais: estão envolvidas normalmente nos avanços científicos e tecnológicos dentro do setor.

3. Profissionais Associados: estão relacionadas com o design, fornecimentos e investigação tal como

funções de desenvolvimento.

4. Profissionais Qualificados: estes postos de trabalho requerem elevados níveis de competências

adquiridas e redefinidas ao longo de muitos anos para produzir calçado de elevada qualidade, de

acordo com o padrão europeus reconhecido como líder mundial.

5. Operadores de Fábrica e Maquinaria: requerem uma grande quantidade de competências e atenção

aos detalhes para assegurar que os produtos cumprem os requisitos.

6. Trabalhos elementares: apesar de rotineiros, estes trabalhos são essenciais para o calçado seja

apresentado, empacotado e entregue de acordo com os altos padrões exigidos pela indústria.

A classificação acima tem em conta os níveis de educação necessários para cada posto de trabalho.

Considerando que o grupo-alvo do projeto Learn2Work são os NEET, em particular, aqueles que são

desempregados de longa duração, sendo que a maioria destes não tem o ensino superior, os perfis

potencialmente sujeitos a análise segundo o projeto, enquadram-se dentro das últimas três categorias. Estes

Page 22: Relatório sobre Necessidades e Tendências na Indústria do Calçado …learn2work.eu/home/wp-content/uploads/2018/05/O2-Report... · 2018-05-27 · Nome do Documento Relatório

Página 22 de 63

Projeto financiado com o apoio da Comissão Europeia. A informação contida nesta publicação (comunicação) vincula exclusivamente o autor, não sendo a Comissão responsável pela utilização que dela possa ser feita.

são postos de trabalho que contém competências adquiridas no âmbito do ensino profissional e implicam, um

certo trabalho manual.

3.2.1 Profissionais qualificados

Referem-se essencialmente a postos de trabalho que envolvem a realização de tarefas fisicamente complexas e

que requerem um grau de iniciativa, destreza manual e outras competências práticas. As principais tarefas

destas profissões requerem experiência e entendimento do posto de trabalho, das ferramentas e materiais

utilizados, das características das estruturas, máquinas e outros itens produzidos.

A maior parte dos trabalhos neste grupo requer competências que exigem um período de formação

substancial, frequentemente fornecido através de um programa de aprendizagem em contexto de trabalho.

Alguns exemplos entre a classificação ESCO incluem operador de corte de peles ou artesão.

Artesão de Peles

O operador geralmente trabalha a partir de um padrão desenhado à mão ou no computador para cortar peças

de pele padronizadas. Estas são posteriormente cozidas numa peça integral utilizando técnicas manuais,

máquinas ou colas. Seguidamente são anexadas fivelas e ilhós antes da montagem do sapato e termina com

operações como encerar, tingir ou polir. Um artesão de peles pode especializar-se em uma ou mais partes do

processo de produção. Alguns fabricantes de peles e calçado contratam pessoas para unir todas as peças e é

muito importante dada a sua elevada polivalência em amostras e pequenas produções em série.

3.2.2 Operadores de máquinas e Plantas e operadores de montagem

As principais tarefas destas ocupações requerem o conhecimento e experiência necessária para: operar e

monitorizar linhas de produção e equipamentos; para montagem de calçado a partir de diversas partes de

acordo com regras e procedimentos específicos; para expor as peças já montadas a testes de rotina; e para

operar e apoiar na operação de vários veículos de transporte e outro equipamento móvel. Tais postos não

precisam de uma qualificação específica, mas geralmente precisam de um período de formação em contexto

de trabalho, o que os torna bastante apropriados para aprendizagem no modelo de Escolas de Produção.

Operador de desbaste e consolidação

O operador executa as operações de desbaste e consolidação usando sua habilidade em conjunto com

equipamento normal, ou utilizando equipamentos automáticos programáveis, de acordo com o modelo em

execução e com os materiais utilizados. Em ambos os casos, o operador deve ter uma compreensão do modelo

necessário para assegurar que as exigências são cumpridas. O papel também exige que o operador tome

decisões para garantir que os padrões de qualidade sejam mantidos.

Page 23: Relatório sobre Necessidades e Tendências na Indústria do Calçado …learn2work.eu/home/wp-content/uploads/2018/05/O2-Report... · 2018-05-27 · Nome do Documento Relatório

Página 23 de 63

Projeto financiado com o apoio da Comissão Europeia. A informação contida nesta publicação (comunicação) vincula exclusivamente o autor, não sendo a Comissão responsável pela utilização que dela possa ser feita.

Operador de acabamento

O operador utiliza o equipamento tradicional para realizar operações de acabamento, a fim de obter o

acabamento exigido para o produto, ser capaz de corrigir defeitos menores ou diferenças encontradas no

produto, para alcançar o aspeto final acordado com o cliente. As competências necessárias para este posto de

trabalho incluem o conhecimento do comportamento dos diferentes materiais, a capacidade de selecionar o

acabamento mais adequado para cada produto e o compromisso para oferecer um produto em conformidade.

3.2.3 Postos trabalho elementares

Os operadores necessitam do conhecimento e da experiência necessários para realizar a maior parte das

tarefas de rotina, que envolvem frequentemente o uso de ferramentas manuais simples e, em alguns casos,

necessitam de um certo grau de esforço físico. Normalmente, não são necessárias qualificações escolares

específicas, mas o trabalhador tem geralmente associado algum tempo de formação em contexto de trabalho.

O trabalhador de armazém poderá ser um exemplo de um posto de trabalho considerado elementar.

3.3 Postos emergentes

A procura de competências está a dar lugar a novas profissões. Tais profissões resultam em novas taxonomias,

novos requisitos ao nível das formações e novas competências requeridas para o setor do calçado na Europa. A

maioria dos postos de trabalho emergentes está relacionada com avanços tecnológicos, incluindo o impacto da

internet no modo de vida e nos canais de venda dos produtos dentro do setor.

Estes podem incluir:

Ao nível da gestão - gestor de e-commerce, gestor de Marketing e gestor de Redes Sociais.

Considerando que os cargos operacionais, que são o alvo do projeto Learn2Work, podem-se mencionar:

Operador de processos de colagem e preparação de novas superfícies - a necessidade de reduzir /

eliminar o uso de solventes leva à utilização de novos processos na preparação de superfícies a serem

coladas e a própria colagem, nomeadamente a alta frequência (soldadura de alta frequência).

Operador do sistema de corte automático - envia ficheiros do computador para a máquina de corte,

coloca o material a ser cortado e realiza padrões de alinhamento a menos que a máquina o faça

automaticamente. O corte automático, com as suas vantagens em termos de flexibilidade e rápida

resposta, é uma tecnologia cada vez mais importante na adaptação das empresas à diversidade de

modelos e a pequenas séries exigidas pelos consumidores.

Page 24: Relatório sobre Necessidades e Tendências na Indústria do Calçado …learn2work.eu/home/wp-content/uploads/2018/05/O2-Report... · 2018-05-27 · Nome do Documento Relatório

Página 24 de 63

Projeto financiado com o apoio da Comissão Europeia. A informação contida nesta publicação (comunicação) vincula exclusivamente o autor, não sendo a Comissão responsável pela utilização que dela possa ser feita.

4 Avaliação de carreiras necessárias na Indústria do Calçado

Nesta parte do estudo, o objetivo foi, em primeiro lugar, aprender diretamente das empresas, como os seus

recursos humanos afetos ao fabrico industrial foram estruturados e quais as necessidades e lacunas

identificadas.

4.1 Metodologia de Investigação

Foi desenvolvido um questionário para empresas de calçado sobre as necessidades em termos de mão-de-

obra/ carreiras, de forma a recolher informação sobre o perfil da indústria, as características dos trabalhadores

da produção e as suas necessidades operacionais atuais e futuras. Foi produzido em Inglês e traduzido para

italiano, português e espanhol para que os parceiros do projeto pudessem utilizar a versão específica nos seus

países.

Este questionário foi respondido por 88 empresas de 6 países europeus:

• Portugal: 30

• Espanha: 27

• Itália: 27

• Grécia: 2

• Roménia: 1

• Suécia: 1

Destas empresas, 26 empresas espanholas foram identificadas e inquiridas pelo Instituto Tecnológico do

Calçado Espanhol (INESCOP), 25 empresas italianas foram identificadas e inquiridas pela Escola ARSUTORIA, 30

empresas portuguesas foram selecionadas e inquiridas pelo Centro Tecnológico do Calçado de Portugal e as

restantes 7 empresas (2 da Grécia, 2 de Itália, 1 da Roménia, 1 de Espanha,1 da Suécia) foram identificadas e

entrevistadas pela Confederação Europeia da Indústria do Calçado (CEC).

Os parceiros foram responsáveis por identificar e recolher as respostas das empresas nos países respetivos,

nomeadamente Portugal, Espanha, e Itália. As suas abordagens concretas destinavam-se a maximizar a sua

utilidade e relevância dos dados recolhidos.

Em diversos países europeus, tais como Itália, Espanha e Alemanha, a educação e a formação é gerida a nível

regional. Neste sentido, o parceiro ARSUTORIA, responsável pela recolha dos questionários em Itália,

concentrou-se na região de Lombardia, que é caracterizada por ter empresas no setor da produção de calçado

de elevada qualidade e com elevado nível de acabamento. Uma vez que o parceiro se localiza nesta região e

tem acesso privilegiado a mais de 50% das empresas lá instaladas, esta proximidade foi importante na medida

em que lhes possibilitou um acompanhamento mais de perto na hora de responder aos formulários,

garantindo desta forma informação mais precisa e fidedigna. As empresas da região de Lombardia foram

identificadas através da Câmara do Comércio Italiana, e a seleção final centrou-se nas áreas de Vigevano e

Page 25: Relatório sobre Necessidades e Tendências na Indústria do Calçado …learn2work.eu/home/wp-content/uploads/2018/05/O2-Report... · 2018-05-27 · Nome do Documento Relatório

Página 25 de 63

Projeto financiado com o apoio da Comissão Europeia. A informação contida nesta publicação (comunicação) vincula exclusivamente o autor, não sendo a Comissão responsável pela utilização que dela possa ser feita.

Parabiago, que têm uma forte prevalência de empresas dedicadas à produção de sapatos de elevada

qualidade, onde as competências dos trabalhadores são particularmente relevantes. A ARSUTORIA chegou a

também a outras empresas através de contactos diretos.

As empresas foram selecionadas segundos os seguintes critérios:

1. Fabrico na região de Lombardia;

2. Exclusão de empresas focadas em apenas uma fase da produção (exemplo: costura);

3. Prioridade baseada na dimensão da empresa.

A ARSUTORIA contactou 50 empresas através de email direto e chamadas telefónicas com o apoio da

Confindustria PAVIA (Confederação Geral da Indústria de Pavia), mas nem todos aceitaram participar no

inquérito. Paralelemente, a ARSUTORIA fez visita a 15 empresas. No total obtiveram resposta a 25

questionários.

O Centro Tecnológico do Calçado de Portugal (CTCP) escolheu uma amostra de empresas que ilustra a

composição da indústria portuguesa representada maioritariamente por empresas de Felgueiras, Guimarães e

Vizela, seguido por São João da Madeira/Oliveira de Azeméis/Santa Maria de Feira e ainda de outras

localizações. As pessoas que responderam ao questionário eram principalmente administradores, seguido por

outros perfis, tais como financeiros, qualidade e pelo departamento de Recursos Humanos.

O Instituto Tecnológico do Calçado Espanhol (INESCOP), responsável por recolher questionários de empresas

espanholas, adotou uma abordagem diferente. Selecionaram empresas de diferentes províncias espanholas de

forma a obter uma visão global das necessidades das empresas de toda a Espanha, nomeadamente:

• La Rioja: 2

• Zaragoza: 1

• Toledo: 1

• Ilhas Baleares: 3

• Albacete: 4

• Alicante: 14

• Huelva: 1

A Confederação Europeia da Indústria do Calçado (CEC) contactou 40 empresas em diferentes estados

membros com os quais tinham uma maior proximidade, mas apenas 9 decidiram colaborar no inquérito.

Deve ser mencionado que as empresas de calçado, principalmente as PME, são geralmente relutantes em

fornecer informação sobre a sua estratégia e operações, e apenas quando existe uma relação próxima entre o

entrevistador e a empresa é que a mesma partilha este tipo de informação.

Page 26: Relatório sobre Necessidades e Tendências na Indústria do Calçado …learn2work.eu/home/wp-content/uploads/2018/05/O2-Report... · 2018-05-27 · Nome do Documento Relatório

Página 26 de 63

Projeto financiado com o apoio da Comissão Europeia. A informação contida nesta publicação (comunicação) vincula exclusivamente o autor, não sendo a Comissão responsável pela utilização que dela possa ser feita.

4.2 O Inquérito

O inquérito recolheu informação sobre as boas práticas das empresas e as suas necessidades em termos de

recursos humanos e respetivos departamentos bem como os tópicos que necessitam de maior foco para

melhorar o desempenho da empresa.

As questões no inquérito foram divididas em três secções:

1. Secção A: Perfil da Empresa

2. Secção B: Gestão dos Trabalhadores

3. Secção C: Necessidades de Formação

A Secção A do inquérito forneceu informação sobre a dimensão da empresa, a produção, o tipo de calçado

produzido, o público-alvo, o preço médio de produção/fábrica e sobre as instalações de produção, de forma a

obter o perfil de cada empresa e ver como estas características se relacionam com as necessidades de

formação e competências dos trabalhadores.

A Secção B focou-se na disponibilidade e na necessidade de encontrar trabalhadores qualificados para cada

tipo de profissão. Esta secção também recolheu informação sobre a resposta das empresas à falta de

trabalhadores qualificados; se as empresa tiveram algum programa de estágio/formação em 2015; e sobre se

as empresa estariam interessadas em recrutar jovens que tenham finalizado o ensino profissional. Estas

questões específicas procuraram identificar as profissões, que necessitam de maior atenção e formação, e que

são mais procuradas, tal como avaliar o interesse das empresas em recrutar pessoas com formação

especializada.

O propósito da Secção C foi ter uma perspetiva do nível de formação e educação dos atuais trabalhadores nas

empresas e reunir informação sobre os departamentos que beneficiaram de investimentos em formação e

aqueles que poderiam beneficiar de tais investimentos. Finalmente, nesta secção também foi solicitado aos

inquiridos para selecionar um ou múltiplos tópicos de formação, dos quais a empresa poderia beneficiar. Estas

questões foram desenhadas de forma a permitir a identificação dos tópicos prioritários que serviriam para

identificar os perfis mais necessários. Consequentemente, com esta informação os parceiros poderão

desenhar, de forma mais fundamentada, o curso de formação e sugerir o conjunto das competências e

conhecimento necessários.

4.3 Recolha de Dados

A informação que se segue apresenta os dados agregados de todas as empresas analisadas e entrevistadas e

analisa a informação de forma a orientar o processo de desenvolvimento do curso de formação adaptado às

necessidades da indústria.

Os resultados destes inquéritos são apresentados e analisados globalmente e por nacionalidade:

Page 27: Relatório sobre Necessidades e Tendências na Indústria do Calçado …learn2work.eu/home/wp-content/uploads/2018/05/O2-Report... · 2018-05-27 · Nome do Documento Relatório

Página 27 de 63

Projeto financiado com o apoio da Comissão Europeia. A informação contida nesta publicação (comunicação) vincula exclusivamente o autor, não sendo a Comissão responsável pela utilização que dela possa ser feita.

1. A análise global fornece um sumário das práticas gerais e necessidades das 88 empresas entrevistadas

(isto é. portuguesas, italianas, espanholas, gregas, romenas e suecas). Independentemente da sua

nacionalidade. Gráficos relacionados com a totalidade das empresas entrevistadas estão a vermelho.

2. A segunda análise foca-se nos resultados das empresas por nacionalidade, e é composto pelas

respostas obtidas de empresas italianas, portuguesas e espanholas, devido ao número mais

substancial de respostas (84 de 88 empresas). Dado que apenas existem quatro inquéritos de outros

países da UE, nomeadamente Suécia, Roménia e Grécia, não feita análise individual destes países. Os

gráficos relacionados com os três países analisados individualmente estão a azul.

4.3.1 SECÇÃO A DO INQUÉRITO: PERFIL DA EMPRESA

1. Número de trabalhadores em 2015

Respostas: 88/88

37 empresas num total de 88 empresas inquiridas tem entre 16 e 50 trabalhadores;

23 empresas têm entre 51 e 100 trabalhadores; e

19 têm entre 101 e 250 trabalhadores

as restantes 9 empresas tinham menos de 15 ou mais 250 empregados

Empresas italianas

Respostas: 27/27

0 5 10 15 20 25 30 35 40

> 15

16-50 trabalhadores

51-100 trabalhadores

101-250 trabalhadores

> 250 trabalhadores

Dimensão da Empresa

0 2 4 6 8 10 12

> 15

16-50 trabalhadores

51-100 trabalhadores

101-250 trabalhadores

> 250 trabalhadores

Dimensão da Empresa

Page 28: Relatório sobre Necessidades e Tendências na Indústria do Calçado …learn2work.eu/home/wp-content/uploads/2018/05/O2-Report... · 2018-05-27 · Nome do Documento Relatório

Página 28 de 63

Projeto financiado com o apoio da Comissão Europeia. A informação contida nesta publicação (comunicação) vincula exclusivamente o autor, não sendo a Comissão responsável pela utilização que dela possa ser feita.

Empresas Portuguesas

A maior parte das empresas inquiridas caracterizam-se por ser médias empresas, contrariamente à indústria de

calçado português que é composta sobretudo por pequenas empresas.

Respostas: 30/30

Empresas espanholas

Respostas: 27/27

1.1 Percentagem de colaboradores em departamentos de produção em 2015

Respostas: 70/88

0 2 4 6 8 10 12 14 16

> 15

16-50 trabalhadores

51-100 trabalhadores

101-250 trabalhadores

> 250 trabalhadores

Dimensão da Empresa

0 5 10 15 20 25 30 35 40

>90%

80-90%

70-79%

<70%

Não responderam

Percentagem de colaboradores em departamentos de produção

0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20

> 15

16-50 trabalhadores

51-100 trabalhadores

101-250 trabalhadores

> 250 trabalhadores

Tamanho da Empresa

Page 29: Relatório sobre Necessidades e Tendências na Indústria do Calçado …learn2work.eu/home/wp-content/uploads/2018/05/O2-Report... · 2018-05-27 · Nome do Documento Relatório

Página 29 de 63

Projeto financiado com o apoio da Comissão Europeia. A informação contida nesta publicação (comunicação) vincula exclusivamente o autor, não sendo a Comissão responsável pela utilização que dela possa ser feita.

Foi solicitado às empresas que indicassem a percentagem dos funcionários a trabalhar nos departamentos de

produção. A percentagem média de trabalhadores a trabalhar em departamentos de produção entre as 70

empresas que responderam é de 78,2%.

Empresas Italianas

Respostas: 14/27

Empresas portuguesas

Respostas: 27/30

A maior parte dos trabalhadores do calçado trabalham diretamente em lojas, como a amostra demonstra.

Empresas que têm mais de 30% de trabalhadores indiretos pertencem sobretudo ao subsetor do comércio.

Empresas Espanholas

Respostas: 26/27

0 2 4 6 8 10 12 14

>90%

80-90%

70-79%

<70%

Não responderam

Percentagem de colaboradores em departamentos de produção

0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20

>90%

80-90%

70-79%

<70%

Não responderam

Percentagem de colaboradores em departamentos de produção

0 2 4 6 8 10 12 14 16

>90%

80-90%

70-79%

<70%

Não responderam

Percentagem de colaboradores em departamentos de produção

Page 30: Relatório sobre Necessidades e Tendências na Indústria do Calçado …learn2work.eu/home/wp-content/uploads/2018/05/O2-Report... · 2018-05-27 · Nome do Documento Relatório

Página 30 de 63

Projeto financiado com o apoio da Comissão Europeia. A informação contida nesta publicação (comunicação) vincula exclusivamente o autor, não sendo a Comissão responsável pela utilização que dela possa ser feita.

2. Pares de sapatos produzidos em 2015

Respostas: 88/88

Foi solicitado às empresas que indicassem quantos pares de sapatos produziram em 2015

Empresas italianas

Respostas: 27/27

Empresas portuguesas

Respostas: 30/30

0 5 10 15 20 25 30 35

< 150

150-500

501-750

751-1000

1001-1500

> 1500

Produção em 2015 (pares produzidos por dia)

0 2 4 6 8 10 12

< 150

150-500

501-750

751-1000

1001-1500

> 1500

Produção em 2015 (pares produzidos por dia)

0 5 10 15 20 25 30 35

< 150

150-500

501-750

751-1000

1001-1500

> 1500

Produção em 2015 (Pares por dia)

Page 31: Relatório sobre Necessidades e Tendências na Indústria do Calçado …learn2work.eu/home/wp-content/uploads/2018/05/O2-Report... · 2018-05-27 · Nome do Documento Relatório

Página 31 de 63

Projeto financiado com o apoio da Comissão Europeia. A informação contida nesta publicação (comunicação) vincula exclusivamente o autor, não sendo a Comissão responsável pela utilização que dela possa ser feita.

Empresas espanholas

Respostas: 27/27

3. Tipos de sapatos produzidos em 2015

Respostas: 88/88

Os três principais tipos de sapatos produzidos em 2015 pelas empresas analisadas foram, em primeiro lugar, o

calçado casual (47 de 88 empresas), seguido de calçado de luxo (35 em 88) e calçado de conforto (17 em 88).

Os outros tipos de calçado produzidos, por ordem decrescente, foram: calçado desportivo (11 em 88), pantufas

(6 em 88), sapatos de segurança e ocupacionais (5 em 88), e em último lugar, calçado de outdoor e caminhada

(1 em 88).

0 10 20 30 40 50

Calçado de Luxo

Calçado casual

Calçado de Conforto

Calçado desportivo

Calçado de trabalho e segurança

Calçado de Outdoor e Caminhada

Pantufas

Tipos de calçado produzido

0 2 4 6 8 10 12

< 150

150-500

501-750

751-1000

1001-1500

> 1500

Produção em 2015 (pares produzidos por dia)

Page 32: Relatório sobre Necessidades e Tendências na Indústria do Calçado …learn2work.eu/home/wp-content/uploads/2018/05/O2-Report... · 2018-05-27 · Nome do Documento Relatório

Página 32 de 63

Projeto financiado com o apoio da Comissão Europeia. A informação contida nesta publicação (comunicação) vincula exclusivamente o autor, não sendo a Comissão responsável pela utilização que dela possa ser feita.

Empresas italianas

Respostas: 27/27

Duas empresas também referiram ter produzido sandálias.

Empresas Portuguesas

Respostas: 30/30

A indústria Portuguesa do calçado especializa-se em calçado casual e de luxo; o calçado de “Conforto”, em

Portugal, é entendido como uma característica dos sapatos e não tanto como um tipo de calçado (exceto para

as empresas que, propriamente, produzem calçado de conforto ou ortopédico). O mesmo acontece com o

calçado desportivo, que pode utilizar-se para outros fins que não os desportivos, pelo que também se pode

enquadrar no tipo de “calçado casual”. Uma percentagem pequena produz calçado ortopédico ou

personalizado e sandálias.

Algumas empresas referiram ter produzido sandálias e galochas.

0 5 10 15 20 25

Calçado de Luxo

Calçado casual

Calçado de Conforto

Calçado desportivo

Calçado de trabalho e segurança

Calçado de Outdoor e Caminhada

Pantufas

Tipos de calçado produzido

0 5 10 15 20 25 30

Calçado de Luxo

Calçado casual

Calçado de Conforto

Calçado desportivo

Calçado de trabalho e segurança

Calçado de Outdoor e…

Pantufas

Tipos de calçado produzidos

Page 33: Relatório sobre Necessidades e Tendências na Indústria do Calçado …learn2work.eu/home/wp-content/uploads/2018/05/O2-Report... · 2018-05-27 · Nome do Documento Relatório

Página 33 de 63

Projeto financiado com o apoio da Comissão Europeia. A informação contida nesta publicação (comunicação) vincula exclusivamente o autor, não sendo a Comissão responsável pela utilização que dela possa ser feita.

Empresas espanholas

Respostas: 27/27

Cinco empresas referiram também ter produzido “sapatos de fato”.

4. Público-Alvo

Respostas: 88/88

As mulheres são o principal público-alvo das empresas inquiridas. 69 empresas (em 88) produziram calçado

para mulher; 44 empresas produziram calçado para homem e 20 empresas produziram calçado para criança.

De referir que a mesma empresa pode ter ou produzir para mais do que um público-alvo.

Empresas italianas

Respostas: 27/27

0 2 4 6 8 10 12 14

Calçado de Luxo

Calçado casual

Calçado de Conforto

Calçado desportivo

Calçado de trabalho e segurança

Calçado de Outdoor e Caminhada

Pantufas

Outros

Tipos de calçado produzido

0 10 20 30 40 50 60

Mulher

Homem

Criança

Público-alvo

0 5 10 15 20 25

Mulher

Homem

Criança

Público-alvo

Page 34: Relatório sobre Necessidades e Tendências na Indústria do Calçado …learn2work.eu/home/wp-content/uploads/2018/05/O2-Report... · 2018-05-27 · Nome do Documento Relatório

Página 34 de 63

Projeto financiado com o apoio da Comissão Europeia. A informação contida nesta publicação (comunicação) vincula exclusivamente o autor, não sendo a Comissão responsável pela utilização que dela possa ser feita.

Empresas Portuguesas

Respostas: 30/30

Empresas Espanholas

Respostas: 27/27

5. Preço de fábrica por par

Respostas: 88/88

Foi solicitado às empresas que identificassem o nível de preços dos seus sapatos. A maior parte das empresas

produzem sapatos com um preço que varia entre 10 e 50 euros (48 de 88), seguido por 21 empresas que

produzem calçado acima dos 100 euros e 19 empresas praticam um preço entre 50 e 100 euros.

0 5 10 15 20 25 30

Mulher

Homem

Criança

Público-alvo

0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20

Mulher

Homem

Criança

Público-alvo

0 10 20 30 40 50 60

Menos que 10 €

Entre 10-50 €

Entre 50 - 100 €

Mais que 100 €

Não sabem/Não respondem

Preço de Fábrica por Par

Page 35: Relatório sobre Necessidades e Tendências na Indústria do Calçado …learn2work.eu/home/wp-content/uploads/2018/05/O2-Report... · 2018-05-27 · Nome do Documento Relatório

Página 35 de 63

Projeto financiado com o apoio da Comissão Europeia. A informação contida nesta publicação (comunicação) vincula exclusivamente o autor, não sendo a Comissão responsável pela utilização que dela possa ser feita.

Empresas italianas

Respostas: 27/27

Empresas portuguesas

Respostas: 30/30

Empresas espanholas

Respostas: 27/27

0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20

Menos que 10 €

Entre 10-50 €

Entre 50 - 100 €

Mais que 100 €

Não sabem/Não respondem

Preço de Fábrica por Par

0 5 10 15 20 25 30

Menos que 10 €

Entre 10-50 €

Entre 50 - 100 €

Mais que 100 €

Não sabem/Não respondem

Preço de Fábrica por Par

0 5 10 15 20 25

Menos que 10 €

Entre 10-50 €

Entre 50 - 100 €

Mais que 100 €

Não sabem/Não respondem

Preço de Fábrica por Par

Page 36: Relatório sobre Necessidades e Tendências na Indústria do Calçado …learn2work.eu/home/wp-content/uploads/2018/05/O2-Report... · 2018-05-27 · Nome do Documento Relatório

Página 36 de 63

Projeto financiado com o apoio da Comissão Europeia. A informação contida nesta publicação (comunicação) vincula exclusivamente o autor, não sendo a Comissão responsável pela utilização que dela possa ser feita.

6. Local de Produção

Respostas: 87/88

Foi questionado às empresas se todos os seus locais de produção se localizavam no mesmo país. Das 87

empresas que responderam a esta questão, 78 afirmaram produzir o seu calçado no país no qual estão

sediados.

Das empresas que identificaram pelo menos um local de produção situado num país fora da Europa (país

terceiro) foi solicitado que fornecessem uma ou mais razões que justificassem esta opção. A principal razão

dada para produzir fora da Europa foi “os menores custos de produção”, referida por 9 em 10 empresas. Uma

das empresas justificou a sua opção pela existência de “trabalhadores mais adequados”, mas não indicou quais

as competências que estavam em falta no seu país. Duas razões adicionais fornecidas para justificar a produção

no estrangeiro foram: a disponibilidade de matérias-primas; e, a consequente possibilidade de aumentar a

capacidade e quantidade produzida. As partes de produção que mais se deslocalizam para o estrangeiro foram

o corte, entre 20% e 100%, e a costura.

Empresas italianas

Respostas: 26/27

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90

Sim

Não

Produção no mesmo país

0 5 10 15 20 25 30

Sim

Não

Produção no mesmo país

Page 37: Relatório sobre Necessidades e Tendências na Indústria do Calçado …learn2work.eu/home/wp-content/uploads/2018/05/O2-Report... · 2018-05-27 · Nome do Documento Relatório

Página 37 de 63

Projeto financiado com o apoio da Comissão Europeia. A informação contida nesta publicação (comunicação) vincula exclusivamente o autor, não sendo a Comissão responsável pela utilização que dela possa ser feita.

Empresas portuguesas

Respostas: 30/30

85% das empresas responderam que fabricavam em Portugal, o que representa a tendência normal das

empresas portuguesas de calçado. A pequena percentagem que menciona o recurso à produção em países

terceiros justifica-o com a existência de custos menores de produção como principal motivo. Uma das

empresas justificou esta opção com a necessidade de aumentar a capacidade de resposta através de um maior

nível de produção, de forma a responder à procura/encomendas. Todas as empresas que produziam no

estrangeiro, deslocalizaram a produção das gáspeas (parte superior dianteira do calçado).

5.1. Razões para produzir em países terceiros

Respostas: 5/30

0 5 10 15 20 25 30

Sim

Não

Produção no mesmo país

0 1 2 3 4 5

Outros

Mão de Obra qualificada maisadequada

Maior proximidade do consumidor final

Custos de produção mais baixos

Razões para produzir países terceiros

Page 38: Relatório sobre Necessidades e Tendências na Indústria do Calçado …learn2work.eu/home/wp-content/uploads/2018/05/O2-Report... · 2018-05-27 · Nome do Documento Relatório

Página 38 de 63

Projeto financiado com o apoio da Comissão Europeia. A informação contida nesta publicação (comunicação) vincula exclusivamente o autor, não sendo a Comissão responsável pela utilização que dela possa ser feita.

Empresas espanholas

Respostas: 27/27

Respostas: 3/27

4.3.2 SECÇÃO B DO INQUÉRITO: GESTÃO DE PESSOAL

7. A empresa sentiu a falta de trabalhadores qualificados (nos últimos 5 anos)?

Respostas: 88/88

A maioria das empresas inquiridas (52 de 88) reconheceu ter sentido escassez de trabalhadores qualificados;

enquanto uma minoria (36 em 88) respondeu que “não”.

0 5 10 15 20 25

Sim

Não

Produção no mesmo país

0 1 2 3

Outros

Mão de Obra qualificada mais adequada

Maior proximidade do consumidor final

Custos de produção mais baixos

Motivos para a subcontratação

0 10 20 30 40 50 60

Sim

Não

Falta de Trabalhadores Qualificados

Page 39: Relatório sobre Necessidades e Tendências na Indústria do Calçado …learn2work.eu/home/wp-content/uploads/2018/05/O2-Report... · 2018-05-27 · Nome do Documento Relatório

Página 39 de 63

Projeto financiado com o apoio da Comissão Europeia. A informação contida nesta publicação (comunicação) vincula exclusivamente o autor, não sendo a Comissão responsável pela utilização que dela possa ser feita.

A desagregação destes resultados por país foi a seguinte:

Itália : 23 empresas num total de 27, responderam “Sim”.

Portugal: 22 empresas num total de 30, responderam “Sim”.

Espanha: 4 empresas num total de 27, responderam “Sim”.

7.1 Os principais postos de trabalho com falta de trabalhadores qualificados

Respostas: 52/52

As empresas que que afirmaram ter sentido falta de trabalhadores qualificados foram desafiadas a identificar

os postos de trabalho cuja carência de trabalhadores qualificados foi maior. Os postos de trabalho onde a

carência foi maior são listados, por ordem decrescente:

• Operador de máquinas de montar (26 de 52 empresas)

• Operador de costura (25 de 52)

• Operador de acabamento e de embalagem (15 de 52)

• Operador de corte mecânico (13 de 52)

• Operador de pré-montagem (13 de 52)

• Operador de corte manual de pele (11 de 52)

• Outro (11 de 52)

• Operador de montagem manual (10 de 52)

• Operador de sistema de corte automático (10 de 52)

• Operador cardagem e colagem (9 de 52)

• Operador de costura manual (5 de 52)

• Operador solas e saltos (4 de 52)

• Operador de máquina de pré-costura (2 de 52)

• Operador de corte de solas (1 de 52)

0 5 10 15 20 25 30

Operador de corte mecânicoOperador de corte manual de pele

Operador de corte para solasOperador do sistema de corte automático

Operador de máquina de pré-costuraOperador de costura

Operador de costura manualOperador de solas e saltos

Operador de pré-montagemOperador de máquinas de montar

Operador de montagem manualOperador de cardagem e colagem

Operador de acabamento e de embalagemOutros

Postos de Trabalho com carência de trabalhadores qualificados

Page 40: Relatório sobre Necessidades e Tendências na Indústria do Calçado …learn2work.eu/home/wp-content/uploads/2018/05/O2-Report... · 2018-05-27 · Nome do Documento Relatório

Página 40 de 63

Projeto financiado com o apoio da Comissão Europeia. A informação contida nesta publicação (comunicação) vincula exclusivamente o autor, não sendo a Comissão responsável pela utilização que dela possa ser feita.

Foi pedido às empresas que indicassem que ações foram desenvolvidas de forma a responder à falta de

trabalhadores qualificados para estes postos de trabalho. Alguns destas ações descritas incluem:

• Formação interna

• Reorganização do departamento de marketing

• Subcontratação

• Contactar outras empresas

• Motivar pessoas que estão dispostas a aprender

• Publicidade

• Recrutar de trabalhadores que trabalhavam noutras empresas

Empresas italianas

Respostas: 23/23

Empresas Portuguesas

Respostas: 22/22

0 2 4 6 8 10 12 14

Operador de corte mecânicoOperador de corte manual de pele

Operador de corte para solasOperador do sistema de corte automático

Operador de máquina de pré-costuraOperador de custura

Operador de costura manualOperador de solas e saltos

Operador de pré-montagemOperador de máquinas de montar

Operador de montagem manualOperador de cardagem e colagem

Operador de acabamento e de embalagemOutros

Postos de Trabalho com carência de trabalhadores qualificados

0 2 4 6 8 10 12 14 16

Operador de corte mecânicoOperador de corte manual de pele

Operador de corte para solasOperador do sistema de corte automático

Operador de máquina de pré-costuraOperador de custura

Operador de costura manualOperador de solas e saltos

Operador de pré-montagemOperador de máquinas de montar

Operador de montagem manualOperador de cardagem e colagem

Operador de acabamento e de embalagemOutros

Postos de Trabalho com carência de trabalhadores qualificados

Page 41: Relatório sobre Necessidades e Tendências na Indústria do Calçado …learn2work.eu/home/wp-content/uploads/2018/05/O2-Report... · 2018-05-27 · Nome do Documento Relatório

Página 41 de 63

Projeto financiado com o apoio da Comissão Europeia. A informação contida nesta publicação (comunicação) vincula exclusivamente o autor, não sendo a Comissão responsável pela utilização que dela possa ser feita.

Empresas espanholas:

Respostas: 4/4

8. Intenção em recrutar um novo colaborador no departamento de produção (nos próximos 5 anos)

Respostas: 83/88

Foi solicitado às empresas que indicassem se tencionavam recrutar um novo trabalhador para o departamento

de produção nos próximos 5 anos. 57 em 83 empresas responderam “sim”, e 26 em 83 empresas responderam

que “não”.

As empresas com intenção de recrutar, disseram que o fariam para reforçar os seguintes departamentos, por

ordem decrescente:

• Operador de costura (24 de 57 empresas)

• Operador de máquina de montagem (18 de 57)

• Operador de acabamento e de embalagem (18 de 57)

• Operador de corte mecânico (10 de 57)

• Operador do Sistema de corte automático (9 de 57)

• Outro (8 de 57)

• Operador de pré-montagem (7 de 57)

• Operador de corte de pele manual (5 de 57)

• Operador de montagem manual (5 de 57)

0 1 2 3

Operador de corte mecânicoOperador de corte manual de pele

Operador de corte para solasOperador do sistema de corte automático

Operador de máquina de pré-costuraOperador de custura

Operador de costura manualOperador de solas e saltos

Operador de pré-montagemOperador de máquinas de montar

Operador de montagem manualOperador de cardagem e colagem

Operador de acabamento e de embalagemOutros

Postos de Trabalho com carência de trabalhadores qualificados

0 10 20 30 40 50 60

Sim

Não

Intenção em recrutar um novo trabalhador

Page 42: Relatório sobre Necessidades e Tendências na Indústria do Calçado …learn2work.eu/home/wp-content/uploads/2018/05/O2-Report... · 2018-05-27 · Nome do Documento Relatório

Página 42 de 63

Projeto financiado com o apoio da Comissão Europeia. A informação contida nesta publicação (comunicação) vincula exclusivamente o autor, não sendo a Comissão responsável pela utilização que dela possa ser feita.

• Operador de cardagem e colagem (5 de 57)

• Operador de máquina pré costura (4 de 57)

• Operador de costura manual (3 de 57)

• Operador de corte de solas (0 de 57)

• Operador de solas e saltos (0 de 57)

Empresas italianas

Respostas: 23/27

0 5 10 15 20 25

Operador de corte mecânico

Operador de corte manual de pele

Operador de corte para solas

Operador do sistema de corte automático

Operador de máquina de pré-costura

Operador de custura

Operador de costura manual

Operador de solas e saltos

Operador de pré-montagem

Operador de máquinas de montar

Operador de montagem manual

Operador de cardagem e colagem

Operador de acabamento e de…

Outros

Postos de Trabalho - Recrutamento nos próximos 5 anos

0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20

Sim

Não

Intenção de recrutar um novo trabalhador

Page 43: Relatório sobre Necessidades e Tendências na Indústria do Calçado …learn2work.eu/home/wp-content/uploads/2018/05/O2-Report... · 2018-05-27 · Nome do Documento Relatório

Página 43 de 63

Projeto financiado com o apoio da Comissão Europeia. A informação contida nesta publicação (comunicação) vincula exclusivamente o autor, não sendo a Comissão responsável pela utilização que dela possa ser feita.

Empresas portuguesas

Respostas: 30/30

0 5 10 15 20

Operador de corte mecânicoOperador de corte manual de pele

Operador de corte para solasOperador do sistema de corte automático

Operador de máquina de pré-costuraOperador de custura

Operador de costura manualOperador de solas e saltos

Operador de pré-montagemOperador de máquinas de montar

Operador de montagem manualOperador de cardagem e colagem

Operador de acabamento e de embalagemOutros

Postos de Trabalho - Recrutamento nos Próximos 5 anos

0 5 10 15 20 25 30

Sim

Não

Intenção de recrutar um novo trabalhador

0 5 10 15 20

Operador de corte mecânicoOperador de corte manual de pele

Operador de corte para solasOperador do sistema de corte automático

Operador de máquina de pré-costuraOperador de custura

Operador de costura manualOperador de solas e saltos

Operador de pré-montagemOperador de máquinas de montar

Operador de montagem manualOperador de cardagem e colagem

Operador de acabamento e de embalagemOutros

Postos de Trabalho - Recrutamento nos Próximos 5 anos

Page 44: Relatório sobre Necessidades e Tendências na Indústria do Calçado …learn2work.eu/home/wp-content/uploads/2018/05/O2-Report... · 2018-05-27 · Nome do Documento Relatório

Página 44 de 63

Projeto financiado com o apoio da Comissão Europeia. A informação contida nesta publicação (comunicação) vincula exclusivamente o autor, não sendo a Comissão responsável pela utilização que dela possa ser feita.

Empresas espanholas

Respostas: 26/27

8.2. Dificuldade em recrutar trabalhadores com as competências adequadas

Respostas: 75/88

As empresas foram questionadas se consideraram difícil recrutar trabalhadores com as competências

adequadas; 46 empresas num total de 88 responderam “sim”, enquanto 29 de 88 responderam “não”.

0 2 4 6 8 10 12 14 16

Sim

Não

0 1 2 3 4 5 6

Operador de corte mecânico

Operador de corte manual de pele

Operador de corte para solas

Operador do sistema de corte automático

Operador de máquina de pré-costura

Operador de custura

Operador de costura manual

Operador de solas e saltos

Operador de pré-montagem

Operador de máquinas de montar

Operador de montagem manual

Operador de cardagem e colagem

Operador de acabamento e de embalagem

Outros

Postos de Trabalho - Recrutamento nos próximos 5 anos

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50

Sim

Não

Dificuldade em recrutar trabalhadores com as competências adequadas

Page 45: Relatório sobre Necessidades e Tendências na Indústria do Calçado …learn2work.eu/home/wp-content/uploads/2018/05/O2-Report... · 2018-05-27 · Nome do Documento Relatório

Página 45 de 63

Projeto financiado com o apoio da Comissão Europeia. A informação contida nesta publicação (comunicação) vincula exclusivamente o autor, não sendo a Comissão responsável pela utilização que dela possa ser feita.

Empresas italianas

Respostas: 19/27

Empresas portuguesas

Respostas: 27/30

Empresas espanholas

Respostas: 25/27

0 5 10 15 20 25

Sim

Não

Dificuldade em recrutar trabalhadores com as competências adequadas

0 5 10 15 20 25

Sim

Não

Dificuldade em recrutar trabalhadores com as competências adequadas

0 2 4 6 8 10 12 14 16 18

Sim

Não

Dificuldade em recrutar trabalhadores com as competências adequadas

Page 46: Relatório sobre Necessidades e Tendências na Indústria do Calçado …learn2work.eu/home/wp-content/uploads/2018/05/O2-Report... · 2018-05-27 · Nome do Documento Relatório

Página 46 de 63

Projeto financiado com o apoio da Comissão Europeia. A informação contida nesta publicação (comunicação) vincula exclusivamente o autor, não sendo a Comissão responsável pela utilização que dela possa ser feita.

8.3. Se SIM, quais são os postos de trabalho para os quais foi mais difícil encontrar trabalhadores

qualificados?

Foi pedido às empresas que consideraram ser difícil recrutar trabalhadores com as competências adequadas

para identificar os postos de trabalho que mais sofreram com este problema. Estes postos de trabalho estão

listados, por ordem decrescente:

• Operador de costura (19 de 46)

• Operador de máquina de montagem (19 de 46)

• Operador de acabamento e montagem (11 de 46)

• Operador de pré-montagem (9 de 46)

• Operador de corte mecânico (8 de 46)

• Operador de montagem manual (7 de 46)

• Operador de corte de peles manual (5 de 46)

• Operador do Sistema de corte automático (5 de 46)

• Operador de costura manual (4 de 46)

• Outro (4 de 46)

• Operador de solas e saltos (3 de 46)

• Operador de cardagem e colagem (3 de 46)

• Operador de máquina de pré-costura (2 de 46)

• Operador de corte de solas (1 de 46)

0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20

Operador de corte mecânicoOperador de corte manual de pele

Operador de corte para solasOperador do sistema de corte automático

Operador de máquina de pré-costuraOperador de custura

Operador de costura manualOperador de solas e saltos

Operador de pré-montagemOperador de máquinas de montar

Operador de montagem manualOperador de cardagem e colagem

Operador de acabamento e de embalagemOutros

Postos de trabalho para os quais as empresas sentem maiores dificuldade em contratar trabalhadores com as qualificações adequadas

Page 47: Relatório sobre Necessidades e Tendências na Indústria do Calçado …learn2work.eu/home/wp-content/uploads/2018/05/O2-Report... · 2018-05-27 · Nome do Documento Relatório

Página 47 de 63

Projeto financiado com o apoio da Comissão Europeia. A informação contida nesta publicação (comunicação) vincula exclusivamente o autor, não sendo a Comissão responsável pela utilização que dela possa ser feita.

Empresas italianas

Respostas: 14/17

Empresas portuguesas

Respostas: 21/21

0 1 2 3 4 5 6

Operador de corte mecânicoOperador de corte manual de pele

Operador de corte para solasOperador do sistema de corte automático

Operador de máquina de pré-costuraOperador de custura

Operador de costura manualOperador de solas e saltos

Operador de pré-montagemOperador de máquinas de montar

Operador de montagem manualOperador de cardagem e colagem

Operador de acabamento e de embalagemOutros

Postos de trabalho para os quais as empresas sentem maiores dificuldade em contratar trabalhadores com as qualificações adequadas

0 5 10 15 20

Operador corte mecânicoOperador corte manual de pele

Operador corte para solasOperador do sistema de corte automático

Operador de máquina de pré-costuraOperador de costura

Operador de costura manualOperador de solas e saltos

Operador de pré-montagemOperador de máquinas de montar

Operador de montagem manualOperador de cardagem e colagem

Operador de acabamento e de embalagemOutros

Profissões onde as empresas sentem maiores dificuldade em contratar trabalhadores qualificados

Page 48: Relatório sobre Necessidades e Tendências na Indústria do Calçado …learn2work.eu/home/wp-content/uploads/2018/05/O2-Report... · 2018-05-27 · Nome do Documento Relatório

Página 48 de 63

Projeto financiado com o apoio da Comissão Europeia. A informação contida nesta publicação (comunicação) vincula exclusivamente o autor, não sendo a Comissão responsável pela utilização que dela possa ser feita.

Empresas espanholas

Respostas: 4/4

9. Em 2015, teve algum programa de formação/estágio?

Respostas: 87/88

42 empresas num total de 88 tiveram um programa de estágio ou de formação em 2015; 45 empresas

responderam que “não” e uma das empresas não respondeu.

0 1 2 3

Operador corte mecânicoOperador corte manual de pele

Operador corte para solasOperador do sistema de corte automático

Operador de máquina de pré-costuraOperador de costura

Operador de costura manualOperador de solas e saltos

Operador de pré-montagemOperador de máquinas de montar

Operador de montagem manualOperador de cardagem e colagem

Operador de acabamento e de embalagemOutros

Profissões onde as empresas sentem maiores dificuldade em contratar trabalhadores qualificados

40 41 42 43 44 45

Sim

Não

A sua empresa teve algum programa de estágio/formação?

Page 49: Relatório sobre Necessidades e Tendências na Indústria do Calçado …learn2work.eu/home/wp-content/uploads/2018/05/O2-Report... · 2018-05-27 · Nome do Documento Relatório

Página 49 de 63

Projeto financiado com o apoio da Comissão Europeia. A informação contida nesta publicação (comunicação) vincula exclusivamente o autor, não sendo a Comissão responsável pela utilização que dela possa ser feita.

Empresas italianas

Respostas: 27/27

Empresas portuguesas

Respostas: 29/30

Empresas espanholas

Respostas: 27/27

0 2 4 6 8 10 12 14 16 18

Sim

Não

A sua empresa teve algum programa de estágio/formação?

0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20

Sim

Não

A sua empresa teve algum programa de estágio/formação?

0 5 10 15 20 25

Sim

Não

A sua empresa teve algum programa de estágio/formação?

Page 50: Relatório sobre Necessidades e Tendências na Indústria do Calçado …learn2work.eu/home/wp-content/uploads/2018/05/O2-Report... · 2018-05-27 · Nome do Documento Relatório

Página 50 de 63

Projeto financiado com o apoio da Comissão Europeia. A informação contida nesta publicação (comunicação) vincula exclusivamente o autor, não sendo a Comissão responsável pela utilização que dela possa ser feita.

10. Está interessado em contratar uma pessoa que terminou um curso de formação/ensino profissional?

Finalmente, 49 em 88 afirmaram estar interessadas em contratar uma pessoa, que tivesse concluído um curso

de formação/ensino profissional; 17 empresas responderam que “não”; 20 não sabiam ou não queriam

responder; e 2 empresas não responderam à pergunta.

Respostas: 86/88

Empresas italianas

Respostas: 27/27

Empresas portuguesas

Respostas: 29/30

0 10 20 30 40 50 60

Sim

Não

Não sabe

Está interessado em contratar alguém que tenha concluído um curso de formação profissional?

0 2 4 6 8 10 12 14 16 18

Sim

Não

Não sabe

Está interessado em contratar alguém que tenha concluído um curso de formação profissional?

0 5 10 15 20 25

Sim

Não

Não sabe

Está interessado em contratar alguém que tenha concluído um curso de formação profissional?

Page 51: Relatório sobre Necessidades e Tendências na Indústria do Calçado …learn2work.eu/home/wp-content/uploads/2018/05/O2-Report... · 2018-05-27 · Nome do Documento Relatório

Página 51 de 63

Projeto financiado com o apoio da Comissão Europeia. A informação contida nesta publicação (comunicação) vincula exclusivamente o autor, não sendo a Comissão responsável pela utilização que dela possa ser feita.

Empresas espanholas

Respostas: 26/27

4.3.3 SECÇÃO C DO INQUÉRITO: NECESSIDADES DE FORMAÇÃO

11. Nível de educação/formação de funcionários nos departamentos de produção

Respostas: 60/88

Foi solicitado a cada empresa que indicasse que percentagem dos seus trabalhadores, do departamento de

produção, atingiu determinado nível de qualificação em 2015. 28 empresas preferiram não responder. As

respostas das empresas encontram-se no gráfico seguinte:

• Formação em contexto de trabalho: 22,7%

• Escola básica (9º ano): 62,2%

• Escola secundária (12º ano): 15,5%

• 12º ano com curso profissional: 4,7%

• 12º ano com curso de especialização: 1,5%

• Ensino superior: bacharelato, Licenciatura, Engenheiro, etc.: 0,3%

• Mestrado e/ou Doutoramento (níveis 7 e 8): 0,4%

0 2 4 6 8 10 12 14 16

Sim

Não

Não sabe

Está interessado em contratar alguém que tenha concluído um curso de formação profissional?

0 10 20 30 40 50 60 70

Formação em contexto de trabalho

Ensino básico (9º ano)

Ensino secundário (12º ano)

12º ano com curso profissional

12º ano com curso de especialização

Ensino superior: bacharelato, Licenciatura, Engenheiro

Mestrado e/ou Doutoramento

Nível de Qualificação dos trabalhadores do departamento de produção

Page 52: Relatório sobre Necessidades e Tendências na Indústria do Calçado …learn2work.eu/home/wp-content/uploads/2018/05/O2-Report... · 2018-05-27 · Nome do Documento Relatório

Página 52 de 63

Projeto financiado com o apoio da Comissão Europeia. A informação contida nesta publicação (comunicação) vincula exclusivamente o autor, não sendo a Comissão responsável pela utilização que dela possa ser feita.

Empresas italianas

Respostas: 10/27

Empresas portuguesas

Respostas: 23/30

Empresas espanholas

Respostas: 20/27

0 10 20 30 40 50 60

Formação em contexto de trabalho

Ensino básico (9º ano)

Ensino secundário (12º ano)

12º ano com curso profissional

12º ano com curso de especialização

Ensino superior: bacharelato, Licenciatura, Engenheiro

Mestrado e/ou Doutoramento

Nível de Qualificação dos trabalhadores do departamento de produção (%)

0 10 20 30 40

Formação em contexto de trabalho

Ensino básico (9º ano)

Ensino secundário (12º ano)

12º ano com curso profissional

12º ano com curso de especialização

Ensino superior: bacharelato, Licenciatura, Engenheiro

Mestrado e/ou Doutoramento

Outro

Nível de Qualificação dos trabalhadores do departamento de produção (%)

0 10 20 30 40 50 60 70

Formação em contexto de trabalho

Ensino básico (9º ano)

Ensino secundário (12º ano)

12º ano com curso profissional

12º ano com curso de especialização

Ensino superior: bacharelato, Licenciatura, Engenheiro

Mestrado e/ou Doutoramento

Outro

Nível de Qualificação dos trabalhadores do departamento de produção (%)

Page 53: Relatório sobre Necessidades e Tendências na Indústria do Calçado …learn2work.eu/home/wp-content/uploads/2018/05/O2-Report... · 2018-05-27 · Nome do Documento Relatório

Página 53 de 63

Projeto financiado com o apoio da Comissão Europeia. A informação contida nesta publicação (comunicação) vincula exclusivamente o autor, não sendo a Comissão responsável pela utilização que dela possa ser feita.

12. Nos últimos 5 anos, a sua empresa investiu em formação?

Respostas: 86/88

Nos últimos 5 anos, 60 das 88 empresas investiu em formação, enquanto 26 não o fez. Duas empresas

preferiram não o responder.

Empresas italianas

Respostas: 25/27

Empresas portuguesas

Respostas: 30/30

0 10 20 30 40 50 60

Sim

Não

A sua empresa investiu em formação?

0 5 10 15

Sim

Não

A sua empresa investiu em formação?

0 5 10 15 20 25 30

Sim

Não

A sua empresa investiu em formação?

Page 54: Relatório sobre Necessidades e Tendências na Indústria do Calçado …learn2work.eu/home/wp-content/uploads/2018/05/O2-Report... · 2018-05-27 · Nome do Documento Relatório

Página 54 de 63

Projeto financiado com o apoio da Comissão Europeia. A informação contida nesta publicação (comunicação) vincula exclusivamente o autor, não sendo a Comissão responsável pela utilização que dela possa ser feita.

Empresas espanholas

Respostas: 27/27

12.1. Investimento em formação por departamento

Respostas: 86/88

As empresas que investiram fizeram-no nos seguintes departamentos:

• Produção (38 de 60)

• Qualidade (31 de 60)

• Marketing (24 de 60)

• Administrativo/Financeiro (21 de 60)

• Design/Engenharia de produto (19 de 60)

• Gestão (16 de 60)

• Outro (13 de 60)

• Logística (10 de 60)

• Não sabe/não responde (3 de 10)

0 2 4 6 8 10 12 14 16 18

Sim

Não

A sua empresa investiu em formação?

0 5 10 15 20 25 30 35 40

Marketign/VendasQualidade

Design/Engenharia do ProdutoFinanceiro/ Administrativo

GestãoProduçãoLogistica

OutrosNão sabe/Não responde

Departamentos que beneficiaram da formação

Page 55: Relatório sobre Necessidades e Tendências na Indústria do Calçado …learn2work.eu/home/wp-content/uploads/2018/05/O2-Report... · 2018-05-27 · Nome do Documento Relatório

Página 55 de 63

Projeto financiado com o apoio da Comissão Europeia. A informação contida nesta publicação (comunicação) vincula exclusivamente o autor, não sendo a Comissão responsável pela utilização que dela possa ser feita.

Empresas italianas

Resposta: 25/27

Empresas portuguesas

Resposta: 30/30

Empresas espanholas

Resposta: 27/27

0 2 4 6 8 10 12

Marketign/VendasQualidade

Design/Engenharia do ProdutoFinanceiro/ Administrativo

GestãoProduçãoLogistica

OutrosNão sabe/Não responde

Departamentos que beneficiaram da formação

0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20

Marketign/Vendas

Qualidade

Design/Engenharia do Produto

Financeiro/ Administrativo

Gestão

Produção

Logistica

Outros

Departamentos que beneficiaram da formação

0 2 4 6 8 10 12

Marketign/Vendas

Qualidade

Design/Engenharia do Produto

Financeiro/ Administrativo

Gestão

Produção

Logistica

Outros

Departamentos que beneficiaram da formação

Page 56: Relatório sobre Necessidades e Tendências na Indústria do Calçado …learn2work.eu/home/wp-content/uploads/2018/05/O2-Report... · 2018-05-27 · Nome do Documento Relatório

Página 56 de 63

Projeto financiado com o apoio da Comissão Europeia. A informação contida nesta publicação (comunicação) vincula exclusivamente o autor, não sendo a Comissão responsável pela utilização que dela possa ser feita.

12.2. Se não, que departamento poderia beneficiar de formação?

As empresas que não investiram em formação em 2015, foram questionadas sobre que departamentos

poderiam ter beneficiado de formação. A maior parte não sabia ou não quis responder (10 em 26). De entre as

que responderam, os departamentos escolhidos foram, por ordem decrescente:

• Qualidade (3 de 26 empresas)

• Design/Engenharia de produto (2 de 26 empresas)

• Financeiro/administrativo (2 de 26 empresas)

• Gestão (2 de 26 empresas)

• Produção (2 de 26 empresas)

• Outros (2 de 26 empresas)

• Logística (0 de 26 empresas)

• Marketing/vendas (0 de 26 empresas)

Empresas italianas

0 2 4 6 8 10

Marketing/VendasQualidade

Design/Engenharia do ProdutoFinanceiro/Administrativo

GestãoProduçãoLogistica

OutrosNão sabe/Não responde

Departamentos que não tiveram formação, mas poderiam ter beneficiado dela

0 1 2 3

Qualidade

Design/Engenharia do Produto

Financeiro/Administrativo

Gestão

Produção

Logística

Outro

Não sabe/Não responde

Departamentos que não tiveram formação, mas poderiam ter beneficiado dela

Page 57: Relatório sobre Necessidades e Tendências na Indústria do Calçado …learn2work.eu/home/wp-content/uploads/2018/05/O2-Report... · 2018-05-27 · Nome do Documento Relatório

Página 57 de 63

Projeto financiado com o apoio da Comissão Europeia. A informação contida nesta publicação (comunicação) vincula exclusivamente o autor, não sendo a Comissão responsável pela utilização que dela possa ser feita.

Empresas portuguesas

Empresas espanholas

13. Tópicos de formação que poderão beneficiar as empresas nos próximos 5 anos

Respostas: 82/88

Os principais tópicos selecionados pelas empresas foram, por ordem crescente:

• Otimização da produção (45 de 82)

• Gestão da Qualidade (45 de 82)

• Design de produção técnica (24 de 82)

• Design de processo (23 de 82)

• Marketing/vendas (22 de 82)

• Moda/design do produto (19 de 82)

• Materiais (19 de 82)

• Operação de máquinas (16 de 82)

• Sustentabilidade ambiental (11 de 82)

• Outros (10 de 82)

• Sustentabilidade social (4 de 82)

0 1 2 3

Marketing/vendas

Qualidade

Design/Engenharia do Produto

Financeiro/Administrativo

Gestão

Produção

Logistica

Não sabe/Não responde

Departamentos que não tiveram formação, mas poderiam ter beneficiado dela

0 1

Qualidade

Design/Engenharia do Produto

Financeiro/Administrativo

Gestão

Produção

Logística

Outro

Não sabe/Não responde

Departamentos que não tiveram formação, mas poderiam ter beneficiado dela

Page 58: Relatório sobre Necessidades e Tendências na Indústria do Calçado …learn2work.eu/home/wp-content/uploads/2018/05/O2-Report... · 2018-05-27 · Nome do Documento Relatório

Página 58 de 63

Projeto financiado com o apoio da Comissão Europeia. A informação contida nesta publicação (comunicação) vincula exclusivamente o autor, não sendo a Comissão responsável pela utilização que dela possa ser feita.

Empresas italianas

Respostas: 24/27

Empresas portuguesas

Respostas: 28/30

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50

Moda/Design de produtoDesenho técnico do produto

Design do processoMateriais

Otimização da ProduçãoSustentabilidade social

Sustentabilidade ambientalGestão da Qualidade

Operação de máquinasMarketing/Vendas

Outros

Tópicos de formação que poderão beneficiar as empresas nos próximos 5 anos

0 2 4 6 8 10 12 14 16

Moda/Design de produtoDesenho técnico do produto

Design do processoMateriais

Otimização da ProduçãoSustentabilidade social

Sustentabilidade ambientalGestão da Qualidade

Operação de máquinasMarketing/Vendas

Outros

Tópicos de formação que poderão beneficiar as empresas nos próximos 5 anos

0 5 10 15 20 25 30

Moda/Design de produtoDesenho técnico do produto

Design do processoMateriais

Otimização da ProduçãoSustentabilidade social

Sustentabilidade ambientalGestão da Qualidade

Operação de máquinasMarketing/Vendas

Outros

Tópicos de formação que poderião beneficiar as empresas nos próximos 5 anos

Page 59: Relatório sobre Necessidades e Tendências na Indústria do Calçado …learn2work.eu/home/wp-content/uploads/2018/05/O2-Report... · 2018-05-27 · Nome do Documento Relatório

Página 59 de 63

Projeto financiado com o apoio da Comissão Europeia. A informação contida nesta publicação (comunicação) vincula exclusivamente o autor, não sendo a Comissão responsável pela utilização que dela possa ser feita.

Empresas espanholas

Respostas: 25/27

Outros tópicos

4.3.4 CONCLUSÕES DAS RESPOSTAS RECEBIDAS

De uma forma genérica, os resultados mostram que os trabalhadores nos departamentos de produção têm

baixas qualificações, o que significa que apenas conseguiram completar a escolaridade obrigatória e raramente

o ensino secundário ou ensino superior. Este resultado está em linha com o estado da arte das estatísticas de

desemprego na Europa mencionado no ponto 2. Existe a necessidade de trabalhadores qualificados,

particularmente para as funções de operador de máquinas de acabamento e para costura. Uma forma

frequente encontrada pelas empresas para colmatar a escassez de competências tem passado pela formação

interna aos seus colaboradores. Uma grande maioria das empresas estaria interessada em contratar um recém-

formado de um curso de formação profissional, o que sugere a utilidade de criar um novo perfil de

qualificações para responder à falta de competências na produção.

0 1 2 3

Comunicação Interna

Idiomas estrangeiros

Marketing Digital/Gestão das Redes Sociais

Fotografia

Metodologia 5 S

Higiene, Saúde e Segurança no Trabalho

REACH

Inteligência Emocional

Áreas de formação assinaladas em "Outros"

0 2 4 6 8 10 12 14 16

Moda/Design de produtoDesenho técnico do produto

Design do processoMateriais

Otimização da ProduçãoSustentabilidade social

Sustentabilidade ambientalGestão da Qualidade

Operação de máquinasMarketing/Vendas

Outros

De que tópicos de formação poderiam beneficiar as empresas nos próximos 5 anos

Page 60: Relatório sobre Necessidades e Tendências na Indústria do Calçado …learn2work.eu/home/wp-content/uploads/2018/05/O2-Report... · 2018-05-27 · Nome do Documento Relatório

Página 60 de 63

Projeto financiado com o apoio da Comissão Europeia. A informação contida nesta publicação (comunicação) vincula exclusivamente o autor, não sendo a Comissão responsável pela utilização que dela possa ser feita.

PERFIL DAS EMPRESAS:

• A maioria das empresas são pequenas, entre 16 a 50 trabalhadores, incluindo a amostra de empresas

espanholas inquiridas. A maioria das empresas italianas inquiridas é de pequena ou média dimensão,

contando com um número de trabalhadores entre os 16 a 100 colaboradores. A amostra de empresas

portuguesas era na sua maioria de dimensão média, de 101 a 250 colaboradores. No entanto estes

dados não representam o tecido empresarial português que é sobretudo constituído por pequenas

empresas.

• O tipo de sapato mais produzido é o casual, incluindo em Espanha e Portugal. Em Itália, o tipo mais

produzido é o de Luxo.

• O maior grupo-alvo de consumidores é as mulheres, tanto em Espanha e Portugal como em Itália.

• A maior parte das empresas produzem sapatos com um preço de fábrica situado entre os 10 e os 50

euros. Em Espanha e em Portugal, a grande maioria das empresas produzem sapatos com preços,

entre 10 e 50 euros, enquanto em Itália, a grande maioria das empresas produzem sapatos com

preços superior as 100 euros.

• Poucas empresas analisadas produzem no estrangeiro, e a principal razão para produzir fora são os

“custos de produção mais baixos”. As partes principais produzidas no estrangeiro são as gáspeas

(parte superior dianteira do calçado).

PERFIL DOS TRABALHADORES

• A percentagem média de trabalhadores em departamentos de produção, entre as 70 empresas

inquiridas, é de 78,2%, o que reforça a relevância do número de processos necessários para produzir

um sapato e as competências necessárias.

• Os trabalhadores dos departamentos de produção possuem baixas qualificações. Apenas 62,2% tem

o ensino básico completo e 15,5% completaram o ensino secundário. 22,7% são formados dentro da

empresa.

• A maioria das empresas inquiridas tem dificuldade em encontrar de trabalhadores qualificados.

• Os postos de trabalho com maior carência de trabalhadores qualificados são: operador de máquina de

acabamento e operador de costura. Estas duas profissões, juntamente com o operador de

acabamento e operador de embalamento, serão as mais procuradas nos próximos 5 anos, sendo

também, atualmente, as profissões mais difíceis para encontrar trabalhadores com competências

adequados. Em Itália, o posto de trabalho com mais carência de trabalhadores qualificados é o

operador de pré-acabamento; em Espanha, é o operador de acabamento; e, em Portugal, é o

operador de costura. Em Itália, existe também uma forte necessidade de operadores de acabamento,

algo característico no calçado de luxo.

Page 61: Relatório sobre Necessidades e Tendências na Indústria do Calçado …learn2work.eu/home/wp-content/uploads/2018/05/O2-Report... · 2018-05-27 · Nome do Documento Relatório

Página 61 de 63

Projeto financiado com o apoio da Comissão Europeia. A informação contida nesta publicação (comunicação) vincula exclusivamente o autor, não sendo a Comissão responsável pela utilização que dela possa ser feita.

• Não existe carência de competências relevante no posto de operador de máquina de pré-costura e

operador de corte de solas. Em Itália, a utilização de máquinas automáticas facilita a contratação de

trabalhadores para estas funções, algo que justifica a menor necessidade de competências em

cardagem. O mesmo acontece com as mesas de corte automático, onde também aqui, a tarefa de

encontrar trabalhadores adequados é mais facilitada.

• Para lidar com a escassez de competências, a medida mais comum das empresas é o recurso à

“formação interna”;

• A grande maioria das empresas teve um programa de estágio/formação em 2015 e estavam

interessadas em contratar um jovem formado de um curso de formação profissional.

• Em 2015, as empresas investiram em formação, sobretudo nos seguintes departamentos: produção,

qualidade, marketing/vendas.

• A maior parte das empresas que não investiu não sabia ou não quis responder sobre quais

departamentos poderiam beneficiar de investimentos em formação. O departamento mais escolhido

foi a qualidade, e em segundo lugar, o benefício percebido da formação foi distribuído de forma igual

entre os outros departamentos.

• As áreas de formação que as empresas mais consideram como benéficos para os próximos 5 anos

foram: a produção otimizada; a gestão da qualidade; o design de produção técnica; o design do

processo; e, marketing/vendas. Em Itália, as áreas mais valorizadas foram a otimização da produção e

o design técnico; em Espanha, foram a gestão da qualidade e marketing/vendas, e em Portugal, as

áreas mais escolhidas foram a otimização da produção e a gestão da qualidade.

• Existe menos procura por formação em áreas como a sustentabilidade social e ambiental. Em Itália,

não existe muita necessidade de formação em design (disponível) e em marketing. Em Espanha, existe

também uma necessidade diminuta em formação para operação de máquinas, enquanto em Portugal

existe menos necessidades de formação em design técnico de produto.

5 Conclusão

A investigação atual permitiu:

- Fornecer uma visão geral da indústria do calçado e do grupo-alvo dos NEET que serão o alvo das

formações a desenvolver no âmbito do Lear2work, de forma a encontrar sinergias na forma como

ambos os grupos se podem complementar e servirem-se de apoio.

- Conhecer as necessidades e os recursos atuais das empresas de calçado em países com uma forte

presença de empresas de fabrico de calçado.

Page 62: Relatório sobre Necessidades e Tendências na Indústria do Calçado …learn2work.eu/home/wp-content/uploads/2018/05/O2-Report... · 2018-05-27 · Nome do Documento Relatório

Página 62 de 63

Projeto financiado com o apoio da Comissão Europeia. A informação contida nesta publicação (comunicação) vincula exclusivamente o autor, não sendo a Comissão responsável pela utilização que dela possa ser feita.

- Avaliar as tendências futuras e fatores externos que poderão ter uma influência na indústria europeia

de calçado em termos de competências e perfis necessários.

A recolha de dados para este relatório permitiu a identificação de 5 postos de trabalho ligados a perfis técnicos

que serão, segundo as previsões, os mais procurados pela indústria europeia de calçado num futuro próximo.

As competências e capacidades requeridas por tais postos são adequadas para serem ensinadas e adquiridas

por certas categorias de NEET: em particular, os desempregados de longa duração (abordagem reativa ao

desemprego) e aqueles que ainda não entraram e não irão entrar no ensino superior devido a dificuldades de

aprendizagem (abordagem preventiva).

Os postos de trabalho relacionados com os perfis sujeitos ao currículo educacional a ser desenvolvido segundo

IO3 serão:

1- Operador de corte manual de pele e operador de corte mecânico;

2- Operador de costura manual e operador de máquina de costura;

3- Operador pré-montagem;

4- Operador de cardagem e colagem;

5- Operador de acabamento.

As operações são muito relevantes no fabrico de um sapato e podem fazer a diferença na obtenção de um

sapato distintivo, feito à mão, comparativamente a um produto produzido em massa. Estes perfis já são

procurados pelas PME europeias devido ao envelhecimento da mão-de-obra que irão deixar as suas posições

em breve.

A formação e educação dos NEET irão resultar numa situação mutuamente vantajosa para os NEET, para as

PME e para a economia, uma vez que mais trabalhos serão criados na Europa.

Page 63: Relatório sobre Necessidades e Tendências na Indústria do Calçado …learn2work.eu/home/wp-content/uploads/2018/05/O2-Report... · 2018-05-27 · Nome do Documento Relatório

Página 63 de 63

Projeto financiado com o apoio da Comissão Europeia. A informação contida nesta publicação (comunicação) vincula exclusivamente o autor, não sendo a Comissão responsável pela utilização que dela possa ser feita.

6 Bibliografia

Eurofound (2012), NEETs – Young people not in employment, education or training: Characteristics,

costs and policy responses in Europe, Publications Office of the European Union, Luxembourg. The

European Training Foundation for the Improvement of Living and Working Conditions (Eurofound).

The Foundation is a tripartite European Union Agency established in 1975 to contribute to the

planning and design of better living and working conditions. It carries out its role in partnership with

governments, employers, trade unions and the European Union institutions.

The Work Foundation (2012), parte de Lancaster University - Lost in transition? The changing labour

market and young people not in employment, education or training

European Council Conclusions on Strengthening Social Inclusion of young people NEET (2013)

European Training Foundation (2015) - Young people not in Employment, Education or Training (NEET).

An overview in ETF countries.

ThinkYoung and the Martens Centre for European Studies (2015) - Skills Mismatch 3, Apprenticeship

Supply in the European Union, Youth Engagement and the Labour Market.

Eurostat - Statistics on young people neither in employment nor in education or training. Dados

extraídos em outubro, 2015.

Eurostat - Labour market statistics at regional level. Data extracted in April 2015.

Eurofound (2016), Exploring the diversity of NEETs

Eurostat- Press release on the International Youth Day (12th

August 2016). Education, Employment,

both or neither? What are young people doing in the EU?

European Footwear Sector: Structure, Social Dialogue and Future (2014) under the European Project

VP/2013/001, Industrial Relations and Social Dialogue, elaborado por IndustriAll Europe e CEC

European Sector Skills Council Textile, Clothing Leather and Footwear, Report 2014, elaborado por

Euratex, Cotance, CEC e IndustriAll Europe com o apoio da parceria National Skills Observatories

UK Commission for Employment and Skills (UKCES), National Strategic Skills Audit evidence 2010

report

APICCAPS (Portuguese Footwear Association), World Footwear Yearbook 2015

Communication from the Commission to the European Parliament, the Council, the European

Economic and Social Committee and the Committee of the Regions “A New Skills Agenda for Europe”-

Working together to strengthen human capital, employability and competiveness. COM (2016) 381

2016