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RELATÓRIO FINAL DAS ATIVIDADES DA COMISSÃO ESPECIAL DE HABITAÇÃO POPULAR E REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL AGOSTO DE 2007

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RELATÓRIO FINAL DAS ATIVIDADES DA

COMISSÃO ESPECIAL DE HABITAÇÃO POPULAR

E REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA

ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

AGOSTO DE 2007

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ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO RIO GRANDE DO SULCOMISSÃO ESPECIAL DE HABITAÇÃO POPULAR E

REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA

ÍNDICE

Composição da Mesa Diretora da Assembléia Legislativa 04Componentes da Comissão 05Equipe técnica da Comissão 06Introdução 07’1. A QUESTÃO DA HABITAÇÃO E DAS CIDADES 11

1.1 No Brasil 111.2 No Rio Grande do Sul 12

2. REUNIÕES PÚBLICAS 142.1 Solenidade de Instalação (03/04) 142.2 Audiências em Santa Maria (09/04) 152.3 Reunião na AL (10/04) 162.4 Viagem à Brasília (11/04) 172.5 Reuniões em Montenegro (13/04) 172.6 Reunião na AL (17/04) 182.7 Reunião na SEHADUR com o Secretário Marco Alba (19/04) 182.8 Viagem a Cruz Alta (27/04) 192.9 Audiência com o Prefeito de Santo Ângelo (27/04) 192.10 Reunião na SEHADUR sobre Nova Santa Marta (03/05) 202.11 Visita às ilhas do Delta do Jacuí (05/05) 212.12 Audiência com o Ministro Márcio Fortes (09/05) 222.13 Reunião com lideranças da Vila dos Ferroviários – POA (11/05) 232.14 Reunião com o Superintendente da RFFSA no RS (11/05) 232.15 Reunião com o Prefeito de Santa Maria (18/05) 242.16 Audiência Pública em Santa Maria - Nova Santa Marta (18/05) 242.17 Debate sobre reforma urbana na TV Assembléia (24/05) 252.18 Painel de Habitação Popular na UNALE (25/05) 262.19 Audiência Pública dos imóveis da RFFSA ocupados no RS (28/05) 262.20 Ato de lançamento da 3ª Conferência Estadual das Cidades (06/06) 272.21 Debate sobre regularização fundiária na TV Assembléia (14/06) 282.22 Reunião na AL (21/06) 282.23 Viagem preparatória de audiência pública em Rio Grande (28/06) 292.24 Audiência na SEHADUR com Vereadores de Santa Maria (29/06) 302.25 Reunião do GT da RFFSA de Santa Maria (29/06) 302.26 Reunião do GT da RFFSA de Porto Alegre (02/07) 312.27 Audiência no MP para tratar do Parque dos Maias – POA (02/07) 322.28 Audiência Pública da Vila São Pedro (03/07) 332.29 Audiência Pública de Rio Grande (05/07) 352.30 Caminhada na Vila dos Ferroviários – POA (06/07) 372.31 Audiência Pública sobre a regularização fundiária em POA (10/07) 372.32 Audiência no MP acerca do Parque dos Maias (13/07) 382.33 Reunião na Vila dos Ferroviários de POA (14/07) 39

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2.34 Reunião do GT Vila São Pedro (16/07) 402.35 Apresentação de anteprojetos de lei à comunidade (16/07) 402.36 Entrega de anteprojetos da CEHPRF à SEHADUR (16/07) 412.37 Participação na plenária na Nova Santa Marta (18/07) 412.38 Reunião do GT Bairro Getúlio Vargas – Rio Grande (20/07) 422.39 Reunião na AL (02/08) 442.40 Reunião na AL (09/08) 45

3. ESTUDOS DE CASOS REFERENCIAIS 463.1 Regularização Fundiária em imóveis da RFFSA 463.1.1 km 3 – Santa Maria 473.1.2 Vila dos Ferroviários – Porto Alegre 493.2.1 Nova Santa Marta – Santa Maria 513.2.2 Vila São Pedro – Porto Alegre 543.3 Ilhas do Delta do Jacuí 583.4 Bairro Getúlio Vargas – Rio Grande 613.5 Casos de Porto Alegre 64

4. SÍNTESE DAS CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES GERAIS 675. ANEXOS. 71

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MESA DIRETORA DA ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA 2007

Presidente:Dep. Frederico Antunes (PP)

1º Vice- Presidente:Dep.Paulo Brum(PSDB)

2º Vice- Presidente:Dep. Adão Villaverde(PT)

1ºSecretário:Alceu Moreira (PMDB)

2ºSecretário:Kelly Moraes (PMDB)

3ºSecretário:Gerson Burmann (PDT)

4ºSecretário:Carlos Gomes (PPS)

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COMPOSIÇÃO DA COMISSÃO ESPECIAL DE HABITAÇÃO POPULAR E REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA

Presidente: Raul Carrion - PC do BVice-Presidente: Sandro Boka - PMDB

Relator: Ronaldo Zülke - PT

Titulares

Dionilso Marcon - PTAlceu Moreira - PMDB

João Fischer - PPMano Changes - PPPaulo Azeredo - PDT

Gerson Burmann - PDTPaulo Brum - PSDBCassiá Carpes - PTB

Miki Breier - PSB

Suplentes

Daniel Bordignon - PTRaul Pont - PT

Álvaro Boessio - PMDBNélson Härter - PMDB

Jerônimo Goergen - PPSilvana Covatti - PP

Adroaldo Loureiro - PDTGilmar Sossella - PDT

Zilá Breitenbach - PSDBKelly Moraes - PTB

Heitor Schuch – PSB

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COMPOSIÇÃO DA EQUIPE TÉCNICA DA COMISSÃO ESPECIAL DEHABITAÇÃO POPULAR E REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA

Eduardo Germano Felker AndreisAssessor Técnico da Comissão

Cristiano Guichard de Lima Beck Secretário da Comissão

(de 04/04/2007 à 10/06/2007)

Marja Lopes de Lima

Secretária da Comissão(a partir de 11/06/2007)

Apoio:Departamento de Comissões Parlamentares da Assembleia Legislativa

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INTRODUÇÃO

A questão habitacional no país, e da mesma forma neste Estado, necessita uma abordagem que contemporize os novos instrumentos legais e institucionais que são pertinentes ao tema.

Neste sentido, o próprio Poder Executivo gaúcho criou uma Secretaria especial para tratar do tema, a SEHADUR, que responde pelas demandas neste campo. Outrossim, no âmbito federal, foi criado o Ministério das Cidades, cuja finalidade é, entre outras, tratar da questão habitacional e de regularização fundiária.

A própria legislação federal evoluiu, criando institutos, fundos, conselhos e todo um sistema nacional para regular a matéria, inclusive no âmbito executivo.

Na Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul, as diversas comissões especiais de habitação que precederam a presente, desde 1998 até 2003, concluem, uníssonas, em seus relatórios, que existe a necessidade de que esta pauta seja abordada de forma permanente, apontando pela criação de uma comissão permanente de habitação popular.

Por óbvio, o Poder Legislativo Gaúcho não pode deixar de acompanhar, estudar, fiscalizar e propor questões pertinentes ao tema, sobretudo pela sua importância.

No Rio Grande do Sul, segundo o relatório final da Comissão Especial de Habitação Popular, em dezembro de 2003, o déficit habitacional no Estado já beirava 600.000 unidades, sendo que a SEHADUR estima uma necessidade habitacional no estado de 524.241 unidades habitacionais.

Da mesma forma, como resultado da falta de políticas públicas que enfrentem de forma efetiva esse problema, multiplicam-se as ocupações e os loteamentos clandestinos, onde milhares de famílias vivem em áreas não regularizadas – públicas ou privadas – carentes de todo tipo de serviços e em situação de alta vulnerabilidade.

Para enfrentar o problema da moradia no Brasil, impõe-se uma forte atuação dos poderes públicos, regulando o mercado fundiário e imobiliário, destinando recursos orçamentários subsidiados para as camadas mais empobrecidas da população e exigindo o cumprimento da função social da propriedade, definida no artigo 182 da nossa Constituição e regulamentada pelo Estatuto da Cidade (Lei Federal 10.257/2001). Este, em vigor desde 2001, prevê, para as terras urbanas que não estejam cumprindo a sua função social, o parcelamento e a edificação compulsórias, o IPTU progressivo no tempo e a desapropriação pelo seu preço venal, com títulos da dívida pública.

Fica cada vez mais claro que a solução para a crescente deterioração dos grandes centros urbanos no Brasil é política, mais do que técnica ou administrativa. O que se impõe é a aplicação de políticas urbanas que enfrentem a especulação imobiliária, exijam o cumprimento da função social da terra urbana, priorizem o transporte coletivo frente ao individual e combatam a degradação ambiental. Enfim, que se coloque na ordem do dia a realização no Brasil de uma profunda REFORMA URBANA.

Neste panorama, foram várias as tarefas que a Comissão Especial de Habitação Popular e Regularização Fundiária (CEHPRF) teve que enfrentar:

• A promoção de um amplo debate acerca dessa problemática, envolvendo a União, o Estado e os Municípios, do Ministério Público e da sociedade civil organizada –, visando um

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diagnóstico dessa realidade e a construção de políticas públicas integradas, que enfrentem o enorme déficit habitacional do nosso Estado.

• O exame da legislação urbanística estadual, visando seu aperfeiçoamento e sua eventual adequação ao Estatuto da Cidade, aos recentemente criados Sistema Nacional de Habitação de Interesse Social e Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social e a outros marcos legais elaborados através da ação do Conselho das Cidades e do Ministérios das Cidades.

• A identificação das áreas de potencial tensão em relação à posse da terra para fins de moradia, buscando antecipar-se aos conflitos e construir soluções mediadas pelos poderes públicos.

• O encaminhamento de recomendações aos executivos – nos diversos níveis da federação – para a efetivação da regularização fundiária nas áreas públicas com ocupações consolidadas (beneficiando milhares de famílias) e para a elaboração de projetos habitacionais de interesse social.

Assim, em face das necessidades prementes que envolvem a problemática da moradia, bem como a relevância das tarefas a que se propõe esta Comissão Especial, concluímos que a Assembléia Legislativa necessita aparelhar-se para uma intervenção mais objetiva, direta e decisiva na área, como forma de atender as demandas sociais, bem como melhor utilizar os instrumentos institucionais disponíveis, que podem ser constantemente melhorados.

Da legislação existenteTrabalhar a questão legal é questão precípua do parlamento. Uma comissão de

habitação popular e de regularização fundiária na Assembléia Legislativa deve se debruçar sobre a legislação pertinente, em todas as esferas.

De forma sintética, cabe ressaltar os instrumentos legais mais importantes, tanto na esfera federal, quanto na esfera estadual:

Legislação Federal A Constituição da República é a Carta Magna. A partir dela é que temos a necessidade

de legislação infra-constitucional que a torna aplicável em sua plenitude. Assim temos, como ordenamento constitucional pertinente à matéria, o art. 6º, que declara ser um direito social, dentro do título que rege os direitos e garantias fundamentais, a moradia. Ainda no corpo da Lei Maior, os artigos 182 e 183 regram a Política Urbana, onde destacamos a função social da cidade e da propriedade urbana.

Como decorrência do ordenamento constitucional, a legislação infra-constitucional passou a regulamentá-la. Assim temos o Estatuto da Cidade (Lei Federal 10.257/2001), que regulamenta o usucapião especial de imóvel urbano, inclusive coletivo, desapropriação com títulos de dívida pública, IPTU progressivo no tempo, direito real de uso, exigência de planos diretores participativos, etc.

A seguir, foi editada a MP 2.220/2001, que vigora até hoje, em razão da Emenda Constitucional 32/01, criando o instituto da concessão especial para fins de moradia. Em 2005, foi aprovado o primeiro projeto de iniciativa popular, transformado na Lei Federal 11.124/05, que criou o Sistema Nacional de Habitação de Interesse Social (SNHIS), o Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social (FNHIS) e o respectivo Conselho Gestor. Esta lei viabiliza o acesso a terra urbanizada, habitação digna e sustentável e implementa políticas públicas.

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Regulamentando-a, o Decreto 5.796/06, da Presidência da República, tornou imprescindível – para ter acesso aos recursos federais na área da habitação – a adesão dos Estados, Municípios e Distrito Federal ao SNHIS, na conformidade da regulação pelo Conselho Gestor, que emitiu a Resolução nº.2, disciplinando o Termo de Adesão.

Destacam-se ainda as Leis 11.481/07 e 11.483/07, que permitem a regularização fundiária de interesse social em imóveis da União e da extinta RFFSA e transferem para o Patrimônio da União as áreas não operacionais da extinta RFFSA, ocupadas por populações de baixa renda.

Finalmente, cabe destacar a Lei 11.445/07, que estabelece diretrizes nacionais para o saneamento básico e o Decreto 6.025/07, que instituiu o Programa de Aceleração ao Crescimento (PAC), destinando, só para habitação, 106,3 bilhões de Reais, até 2010.

Na esfera Estadual, os instrumentos jurídicos estão, inicialmente nos artigos 14, 16 e 27 dos Atos das Disposições Constitucionais Transitórias da Constituição Estadual. Regulamentando os dois primeiros dispositivos, temos a Lei 10.851/96, que institui o uso de terras públicas e devolutas do Estado para moradia popular. Regulamentando o art. 27 da CE, há a Lei Complementar 9.752/92, que institui a doação para fins de moradia das terras urbanas de domínio do Estado ocupadas por populações de baixa renda. Também na Constituição Estadual, os artigos 173 a 175 referem-se, especificamente à habitação. A lei 9.828/93 criou o Fundo de Desenvolvimento Social, que previa, entre outras finalidades, a destinação de recursos para construção de habitações populares e/ou lotes urbanizados às populações urbana e rural, com renda familiar até 5 (cinco) salários mínimos. Posteriormente, a Lei 10.529/95, atendendo o dispositivo 173 da CE, criou o Sistema Estadual de Habitação de Interesse Social, alterando o Fundo mencionado e estabelecendo o Conselho Estadual de Habitação.

Finalmente, cabe ressaltar que diante da anterioridade da legislação estadual frente à legislação federal, mais moderna e atualizada, existe a necessidade de revisão das leis do nosso Estado, para adequá-las ao novo SNHIS, modernizando-as e tornando-as instrumentos úteis e atuais para enfrentar o grave e crônico problema habitacional no Estado.

Das ações da CEHPRFA CEHPRF desenvolveu intensa atividade desde sua instalação até o seu encerramento.

Foram cinco audiências públicas, e inúmeras reuniões e encontros, tanto nesta casa legislativa como nas comunidades e órgãos públicos. Foram criados diversos Grupos de Trabalho, a legislação pertinente ao tema da comissão foi estudada e foram feitas proposições de alterações legais necessárias. Encaminhou-se Pedido de Informações à SEHADUR e a todas as prefeituras do Estado, a fim de elaborar um diagnóstico atualizado da questão habitacional. Debruçou-se sobre alguns casos específicos e obteve êxitos, como patrocinar as duas primeiras transferências em todo o país (em um universo de mais de 50.000 imóveis) de áreas da extinta RFFSA para a União (em Porto Alegre e Santa Maria), primeiro passo para a regularização de suas áreas ocupadas por famílias de baixa renda. Trouxe à discussão e contribuiu significativamente para a destinação de 42 milhões de Reais do PAC para a regularização e urbanização da Ocupação Nova Santa Marta, em Santa Maria. Foi a Rio Grande, e conseguiu encaminhar uma boa negociação entre as comunidades que moram em áreas do porto – ameaçadas de despejo ou reassentamento – e as autoridades portuárias, conflito que se arrastava há anos, sem solução. Realizou uma grande audiência pública em nossa capital para debater a regularização fundiária em Porto Alegre e propôs a criação de um fórum permanente –

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envolvendo todos os níveis e esferas do poder público – buscando antecipar-se aos despejos e construir soluções negociadas. Divulgou amplamente a necessidade de modernizar a legislação urbana estadual, entre tantas outras atividades.

Essas ações da Comissão serão melhor detalhadas no decorrer deste relatório, e indicam a necessidade de se dar continuidade ao trabalho já realizado, bem como de ampliar as ações em novas frentes que reclamam o apoio institucional deste parlamento.

Deputado RAUL CARRIONPresidente da CEHPRF

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1. A QUESTÃO DA HABITAÇÃO E DAS CIDADES

1.1 – No BrasilAté os anos 40, quando a população brasileira alcançava 40 milhões de habitantes, 30%

viviam nas cidades. No final dos anos 50, quando os efeitos do processo de industrialização implantado no Brasil já estavam visíveis, 50% da população vivia nas cidades, e as capitais já começavam a apresentar problemas como moradias em cortiços, favelas nos subúrbios, ineficiência de transporte urbano, entre outros.

Em 1964 foi criado o Banco Nacional de Habitação, como agente principal do Sistema Financeiro da Habitação, através do qual o governo brasileiro iria viabilizar programas e projetos de habitação, eixo da política urbana que pretendia implantar. Quando foi extinto em 1986, o estoque de moradias urbanas havia tido um incremento de 27%, representando 4,4 milhões de unidades financiadas, que atenderam preferencialmente as demandas da população das classes média e alta. No entanto, em 1985, registrava-se um déficit de 7 milhões de unidades para as classes de menor renda, que não tinham poder aquisitivo para participar do Sistema.

No início do ano 2000, mais de 80% da população é urbana. Resultado do modelo econômico excludente que caracterizou o desenvolvimento brasileiro e se agravou nas últimas décadas, as cidades brasileiras configuram-se como o espaço da exclusão.

As áreas urbanas centrais, ao mesmo tempo em que se qualificaram, com dotação de infra-estrutura e equipamentos urbanos, se valorizaram no mercado imobiliário, de forma a expulsar para as periferias as populações de menor renda. Entre 1959 e 1990, o preço dos terrenos urbanos aumentou 8 vezes mais do que o salário-mínimo. Como conseqüência, a maioria dessa população vive de forma irregular, na periferia das cidades, em condições precárias de habitabilidade.

As periferias são, por excelência, o local onde proliferam os assentamentos irregulares, com carência de infra-estrutura (energia elétrica, água, saneamento), equipamentos de saúde, de educação, de lazer e transporte público. Por outro lado, a expansão horizontal das cidades, ocupando terras ociosas, inclusive áreas de preservação, nascentes dos rios e áreas de risco, comprometem não apenas as condições de vida da população, mas também a qualidade ambiental. Durante os anos 90, nas nove maiores regiões metropolitanas brasileiras, a periferia cresceu 30% enquanto suas áreas centrais cresceram 5%.

No período de 1991 a 2002, o IBGE estimou que as áreas de favelas – aquelas constituídas de moradias precárias, erigidas pela própria população, em áreas públicas ou privadas, ocupadas individual ou coletivamente – cresceram 22%.

As irregularidades, no entanto, estão presentes em inúmeras situações e não apenas nas favelas, ou nas periferias. São constituídas por ocupações individuais ou coletivas em prédios públicos, em espaços sob pontes e viadutos; por cortiços, instalados em prédios velhos, em geral deteriorados e com adaptações precárias; por loteamentos clandestinos, em áreas de risco ou de preservação ambiental, ou são conjuntos habitacionais e/ou loteamentos implantados irregularmente, sem aprovação junto aos órgãos competentes, por associações comunitárias, empresas ou imobiliárias, com ou sem a conivência dos proprietários.

Como resultado, o déficit habitacional do país (dados de 2000) é de aproximadamente 20 milhões de unidades, sendo 7 milhões de déficit quantitativo (falta absoluta de moradias) e 13 milhões de déficit qualitativo (inadequações de moradias ou fundiárias). Concentrado nas

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regiões metropolitanas (91%) e nas famílias com renda de até 5 salários mínimos (92%), 10% do total do déficit encontra-se nos Estados da Região Sul. Mais de 2 milhões do déficit considerado qualitativo referem-se a situações de irregularidades fundiárias, sendo 5,6% localizados na Região Sul. Por outro lado, existem mais de 4,5 milhões de domicílios particulares urbanos no País que encontram-se desocupados, e dentre esses, mais de 500.000 localizam-se na Região Sul.

1.2 – No Rio Grande do SulUma das primeiras providências tomadas pela CEHPRF foi enviar um Pedido de

Informações ao Executivo Estadual acerca do déficit habitacional no Estado e das ações desenvolvidas e previstas pelo Governo do Estado na área habitacional, a partir de 1999, quando da criação da Secretaria Estadual de Habitação. Foram solicitados, entre outras informações, dados sobre a situação das ocupações irregulares no Estado e suas localizações, assim como sobre a existência e o andamento de programas e projetos de regularização, de urbanização de favelas, de melhorias, de produção e financiamento de novas unidades habitacionais e lotes urbanizados.

Também indagou-se sobre a execução de projetos de produção de habitações e lotes urbanizados, bem como regularização fundiária, urbanização de favelas e melhoria de unidades habitacionais; onde estão localizadas as áreas de propriedade do Estado irregularmente ocupadas e as terras públicas não-utilizadas ou subutilizadas; qual o montante de recursos e investimentos aplicados e previstos e, por fim, qual a política e os projetos do governo atual para o setor.

O pedido foi respondido em julho, sendo que não vieram informações sobre a situação das terras do Estado, seja as não-utilizadas ou subutilizadas ou as ocupadas irregularmente. Verifica-se que entre os anos 1999-2006, R$ 67,09 milhões foram empenhados pela Secretaria da Habitação, dos quais R$ 22,64 milhões foram efetivamente pagos.

Sobre o déficit habitacional urbano no Estado, as informações prestadas estão baseadas em dados da Fundação João Pinheiro e do Censo Demográfico de 2000 do IBGE. O déficit quantitativo informado é de 251.450 unidades, e o qualitativo (excetuando as inadequações fundiárias) é de 151.367 unidades, totalizando 402.817 unidades habitacionais. Desses, mais de 80% estão na faixa de até 3 salários mínimos, e mais de 90.000 unidades estão na Região Metropolitana e área do Delta do Jacuí. As inadequações fundiárias urbanas (moradias próprias sem a “posse legal” dos terrenos) totalizam 249.792 unidades e destas, 56% ocorrem na faixa salarial de até 5 salários mínimos.

Quanto aos empreendimentos produzidos de 1999 a 2006 (casas, lotes, melhorias, complementação de casas, módulos sanitários, infra-estrutura parcial), foi informado que foram concluídos em 20.719 unidades habitacionais, estando em execução, com início autorizado, ou conveniado, mais 9.935 unidades, (situação em abril/2007). Os empreendimentos foram desenvolvidos através dos programas Habitar-Brasil, Moradia Popular, Minha Casa, Cooperativismo, Subsídio Habitacional, Cheque Casa, Indígena, e Resolução 460 da CAIXA e FGTS.

Até 2006 existiu o Programa Estadual de Regularização Fundiária, buscando beneficiar 24.493 famílias, em 44 municípios. Na realidade, as intervenções compreenderam além da compra de áreas e reintegrações de posse, ações diversas, tais como, elaboração de projetos e de cadastros, execuções de redes elétricas e de esgoto cloacal, construção de casas e de poços

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artesianos, obras de terraplenagem e abertura de ruas, pavimentação, estudos de viabilidade urbanística, parcelamentos, convênios para geoprocessamento e outras. Das 226 ações previstas, 138 foram concluídas.

O Projeto Estruturante – Programa Integrado de Habitação e Desenvolvimento Social está sendo apresentado pelo atual governo do Estado, para o período 2007-2010. Estão previstas 58 mil ações no setor da habitação, sendo 35 mil ações em construção de novas moradias e 23 mil em legalizações fundiárias, implantação de serviços de infra-estrutura e equipamentos públicos, transporte urbano, coleta e tratamento de resíduos sólidos, trabalhos sociais e geração de trabalho e renda. O investimento total estimado é de R$ 500 milhões, recursos estes provenientes das três esferas de Governo, cabendo ao Estado o montante da ordem de R$ 78 milhões, e igual valor aos municípios, cooperativas e associações com finalidades habitacionais. O Governo conta com parcerias entre Secretarias, CORSAN, outras concessionárias de água e esgoto e de eletricidade, METROPLAN, prefeituras municipais, cooperativas habitacionais, universidades e órgãos de pesquisa, ONGs, Ministério das Cidades, CAIXA, e a iniciativa privada. O Projeto tem como meta reduzir 11% das necessidades habitacionais do Estado (calculada em 524.241 unidades), atendendo aproximadamente 58 mil famílias no período previsto.

No Plano Plurianual 2008-2011, recentemente aprovado pelo Legislativo Estadual, a necessidade habitacional estimada é de 524.521 unidades, (índice recente) sendo o índice desejado (projeção de atendimento) na ordem de 450.000 unidades.

Paralelamente ao Pedido de Informações encaminhado ao Executivo Estadual, foi enviada correspondência (via Internet) a todos os municípios gaúchos, solicitando, da mesma forma, informações sobre as condições habitacionais locais. Cerca de 80% dos contatos foram efetivados, havendo enviado resposta apenas os Municípios de São Vendelino, Cerro Branco, Rosário do Sul, São Marcos, Lagoão, Canoas e Três Forquilhas. Entre eles, 4 estão solicitando projetos ao Ministério das Cidades e Caixa, um conta também com recursos de programas estaduais, sendo que o município de São Vendelino informou que não possui déficit habitacional.

Finalizando, contabilizam-se, no Estado, aproximadamente 600 mil famílias que não têm um lugar digno para morar, das quais 350 mil localizam-se na Região Metropolitana de Porto Alegre. São populações que exigem dos poderes públicos cada vez mais, e com brevidade, ações efetivas, garantindo o direito à habitação e à cidade, conforme o que prevêem a Constituição Federal e outros instrumentos legais que subsidiam as atuais políticas públicas, na busca de soluções para a questão da moradia.

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2. REUNIÕES PÚBLICAS

2.1 – Solenidade de Instalação - 03 de abril de 2007.

A reunião de instalação, foi realizada no Salão Júlio de Castilhos, localizado no 1º andar do Palácio Farroupilha, e contou com as presenças do Presidente da Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul, Senhor Deputado Frederico Antunes, dos Senhores Deputados Raul Carrion, Ronaldo Zulke Sandro Boka, Adroaldo Loureiro, Cassiá Carpes, Alberto Oliveira, Alexandre Postal, Fabiano Pereira, Francisco Áppio, Ivar Pavan. Foi declarada instalada a referida Comissão Especial, dando posse aos Deputados indicados pelas respectivas bancadas para comporem, como Membros Titulares e Suplentes, a Comissão, que ficou assim constituída: Membros Titulares: Deputado Dionilso Marcon e Ronaldo Zulke - PT, Deputados Alceu Moreira e Sandro Boka - PMDB, Deputados João Fischer e Mano Changes - PP, Deputados Coffy Rodrigues e Gérson Burmann - PDT, Deputado Paulo Brum - PSDB, Deputado Cassiá Carpes - PTB, Deputado Miki Breier – PSB e Deputado Raul Carrion – PC do B. Membros Suplentes: Deputados Daniel Bordignon e Raul Pont - PT, Deputados Álvaro Boéssio e Nelson Harter - PMDB, Deputados Jerônimo Goergen e Silvana Covatti - PP, Deputados Adroaldo Loureiro e Gilmar Sossella - PDT, Deputada Zilá Breitenbach - PSDB, Deputada Kelly Moraes – PTB e Deputado Heitor Schuch – PSB.

Em ato contínuo, conforme entendimento político entre as Bancadas, foram eleitos e empossados os Deputados Raul Carrion, como Presidente, Sandro Boka, como Vice-Presidente e Ronaldo Zulke, como Relator. Após os pronunciamentos dos parlamentares, foi dada por encerrada a presente solenidade de instalação da Comissão.

Inúmeras autoridades e lideranças comunitárias prestigiaram o evento, entre as quais citamos: Vereador Carlos Todeschini (PT/POA); Vereador Victor Fernando Souza (PCdoB/Campo Bom); Sr. Roberto Guedes (Superintendente da RFFSA); Rubens Danilo Pickrodt (CEF); Maria Horácia (Presidente da UAMPA); Waldir Bohngass (Presidente da FEGAM); Pedro Dias (Diretor da CONAM); Beto Aguiar (Dirigente do MNLM e membro do ConCidades); Mara Verlaine do Canto (Presidente do Condel da UAMPA); Getúlio Vargas Jr. (FEGAM); Cândido Acosta (Presidente da Associação dos Moradores da R. Lagoa); Rosângela Gomes Ferro (CONSIS); Maria Elizete da Silva (União Brasileira de Mulheres); Carmen Lopes (UAMPA); Nara Trindade (Associação dos Moradores do Centro de Porto Alegre); Paulo G. M. Guarnieri (Associação dos Moradores da 24 de maio); Maria José S. Silva (UBM); Gilda Diniz

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(Presidente da COOHADIPE); Andréia Almeida (AMOVIC); Hélio Bueno da Silva (G. E. Ferrinho); Seila Pedroso (Consis); Álvaro Corrêa (CONAM); Roberta C. dos Santos (Presidente da Associação de Moradores Nova Barreto); etc.

2.2 – Audiências em Santa Maria - 09 de abril de 2007.

Em 09 de abril de 2007 o presidente da CEHPRF, Deputado Raul Carrion, deslocou-se até o Município de Santa Maria onde visitou a ocupação Nova Santa Marta, para conhecer a realidade local. Após, foi recebido pelo presidente da Câmara Municipal, Vereador Isaías Romero. Na ocasião, o Deputado aproveitou para apresentar a Comissão Especial, tratou da regularização e urbanização da Nova Santa Marta e das áreas da extinta RFFSA. Também foi debatida a necessidade de adequações das legislações municipais e estadual em relação ao Sistema Nacional de Habitação de Interesse Social, recém criado. Às dezessete horas, na Câmara Municipal, o presidente da CEHPRF participou de uma reunião com lideranças comunitárias da Nova Santa Marta, das áreas de RFFFSA e de outras vilas irregulares de Santa Maria, ocasião em que assumiu o compromisso de realizar uma audiência pública sobre a regularização e urbanização da Nova Santa Marta. No final da tarde, o presidente da CEHPRF teve uma audiência com o Prefeito em exercício, o Senhor Werner Rempel, ocasião em que foram abordados os mesmos temas.

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2.3 – Reunião na Assembléia Legislativa – 10 de Abril de 2007.

Esta reunião, realizada com vista ao planejamento da ação da CEHPRF, se destinou a apresentar os objetivos da Comissão, como cotejar as legislações estadual e federal pertinentes à habitação e regularização fundiária, identificando necessidades ou oportunidades de alterações ou proposições, alertar as prefeituras sobre as alterações que precisam ser realizadas nas legislações municipais até o final deste ano (para ter acesso aos recursos federais), e trabalhar conjuntamente no sentido de equacionar essas questões, através de contatos, correspondências, visitas e audiências públicas. Da mesma forma, estabeleceu-se a necessidade de identificar situações concretas de irregularidades, carências e conflitos habitacionais e fundiários que existem no estado.

Especificamente, tratar da regularização das áreas da extinta Rede Ferroviária Federal, ocupadas por famílias de baixa renda, da Nova Santa Marta, em Santa Maria, com mais de 20.000 (vinte mil) pessoas e da Vila São Pedro, em Porto Alegre. Também foi proposto verificar a questão das moradias irregulares nas 5 (cinco) ilhas do Delta do Jacuí; estima-se que cerca de 15.000 (quinze mil) famílias habitam as ilhas da Grande Porto Alegre.

Estiveram presentes os Deputados Raul Carrion, presidente da Comissão, Sandro Boka, vice-presidente, Ronaldo Zulke, relator, Cássia Carpes, João Fischer e Heitor Schuch, além dos srs. Peri Ramos, representando a OAB-RS, Getúlio Vargas de Moura Júnior, Diretor do Departamento de Habitação da Federação Gaúcha de Associação de Moradores (FEGAM), Pedro Dias, Diretor da Confederação Nacional de Associações de Moradores (CONAM), Angélica Mirim, do Conselho Municipal de Acesso à Terra e Habitação (COMATHAB), além das outras entidades presentes à sessão.

Foi sugerida a elaboração, pela CEHPRF, de um documento de caráter orientativo, direcionado às prefeituras, esclarecendo as alterações legislativas que deverão ser realizadas para adequar-se ao novo Sistema Nacional de Habitação de Interesse Social. Também foi proposta a realização de um diagnóstico da situação habitacional e fundiária existente nos municípios e no estado, visto que cada região pode ter um perfil diferente de problemas a enfrentar. Foi decidido agendar uma visita ao Secretário Marco Alba, da Secretaria Estadual de Habitação, Saneamento e Desenvolvimento Urbano (SEHADUR), para apresentar a Comissão e estabelecer um trabalho conjunto.

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Da mesma forma, foi acertado estabelecer uma parceria com a Consultoria Legislativa da Casa para a elaboração dos projetos que se fizessem necessários e que fosse disponibilizado pelo Departamento de Comissões Parlamentares à assessoria da Comissão todo o material disponível produzido em comissões anteriores que trataram de temas análogos ao objeto da CEHPRF. Foi estabelecido o prazo de 30 (trinta) dias para que a assessoria da Comissão apresentasse um estudo comparativo da legislação estadual e federal e quais as mudanças legislativas necessárias.

2.4 – Viagem a Brasília - 11 de abril de 2007.

No dia 11 de abril de 2007, o presidente da CEHPRF viajou a Brasília para fazer os primeiros contatos visando a regularização dos imóveis pertencentes à extinta RFFSA, ocupados por famílias de baixa renda, e a regularização e urbanização da Nova Santa Marta, em Santa Maria.

No Ministério das Cidades, o Deputado reuniu-se com a Gerente de Projetos do Departamento de Assuntos Fundiários Urbanos, Sra. Sandra Ribeiro, e o Sr. Celso Carvalho, diretor do Departamento de Assuntos Fundiários e Prevenção de Riscos, ocasião em que foi informado de que a regularização dos imóveis da RFFSA havia passado para a responsabilidade da Secretaria do Patrimônio da União, tendo em vista a extinção da RFFSA.

No Ministério do Planejamento, foi recebido pelo Dr. Jorge Arzabe, da Secretaria do Patrimônio da União, com quem debateu a questão das áreas ocupadas da RFFSA e a possibilidade de ser agendada uma audiência publica na Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul para tratar o tema.

Nesta ida a Brasília, o presidente da CEHPRF manteve o primeiro contato telefônico com o Dr. Cácio Ramos, inventariante dos bens da extinta RFFSA, tratando do mesmo tema.

2.5 – Reunião em Montenegro – 13 de abril de 2007.

No dia 13 de abril do corrente ano, o presidente da CEHPRF, Deputado Raul Carrion realizou um visita ao Município de Montenegro, com o objetivo de apresentar o trabalho desta Comissão Especial, examinar a regularização das áreas da RFFSA ocupadas por famílias de baixa renda, bem como debater a necessidade de serem realizadas alterações na legislação municipal, para promover a sua adequação ao Sistema Nacional de Habitação de Interesse Social.

Na ocasião, o presidente da CEHPRF foi recebido pelo Sr. Prefeito Municipal, Percival Souza de Oliveira e reuniu-se com lideranças comunitárias da cidade.

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2.6 – Reunião na Assembléia Legislativa - 17 de abril de 2007.

Esta reunião, que contou com a participação dos Deputados Raul Carrion, Presidente da Comissão, Ronaldo Zulke, Relator, Alceu Moreira, Cássia Carpes, Dionilso Marcon, Gérson Burmann e Miki Breier, integrantes da Comissão, destinou-se a apresentação das atividades já realizadas – como o envio de um pedido de informações ao Governo do Estado, solicitando um diagnóstico sobre o problema habitacional em nosso Estado, incluindo dados sobre o déficit habitacional (quantitativo e qualitativo), as áreas públicas ocupadas e outros dados importantes. Além disso, foi lido o expediente enviado pela Associação dos Moradores do Parque dos Maias, pedindo o apoio da Comissão às mais de trezentas famílias ameaçadas de despejo.

Decidiu-se a realização de audiências públicas em municípios do Interior do Estado, com o deslocamento da estrutura da Comissão, nas localidades onde houver demandas pertinentes ao objeto da CEHPRF; audiências públicas com autoridades e órgãos de governo, a fim de tratarem de assuntos pertinentes ao objeto da Comissão; audiência pública para tratar da questão da extinta Rede Ferroviária; audiência pública para tratar da questão da regularização fundiária nas áreas públicas de propriedade da administração direta e indireta do Estado; audiência pública para tratar da questão da regularização de moradias em áreas privadas ocupadas; audiência pública para debater o PAC e sua aplicação no RS, especialmente no âmbito da infra-estrutura social e urbana (habitação e saneamento); audiência pública para tratar da questão de moradias nas ilhas do Delta do Jacuí.

2.7 – Reunião na SEHADUR com o Secretário Marco Alba –19 de abril de 2007.

No dia 19 de abril de 2007, às 10 horas, a Comissão Especial de Habitação Popular e Regularização Fundiária da Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul realizou uma visita ao Sr. Secretário Estadual de Habitação, Saneamento e Desenvolvimento Urbano (SEHADUR), De-putado Marco Alba, na sede da Secretaria, localizada no Centro Administrativo do Estado. Com-pareceram ao encontro, pela Comissão Legislativa, os Deputados Estaduais Raul Carrion e Álva-ro Boéssio . Se fizeram presentes, por suas assessorias, os Deputados Estaduais Cassiá Carpes e Miki Breier, representados por Juliano Karcher e Nestor Malta, respectivamente.

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Pela SEHADUR, além do Secretário, fizeram-se presentes o Secretário-Adjunto, Sr. Luís Zaffalon e o Sr. Marcelo Soares.

Na ocasião, houve a apresentação da Comissão e seus objetivos, salientando a necessidade de atualização e adequação da legislação estadual pertinente a habitação e regularização fundiária, em consonância com o Estatuto da Cidade e com o recém criado Sistema Nacional de Habitação de Interesse Social.

Outrossim, foi solicitada uma reunião com a SEHADUR, em Santa Maria, para debater a regularização fundiária e urbanização da Vila Nova Santa Marta. Nessa ocasião, o Secretário Marco Alba informou à CEHPRF que a CODESP, da Câmara de Vereadores de Santa Maria, também havia solicitado a realização de uma reunião sobre o assunto e que a marcaria o quanto antes. A partir dessa informação, a CEHPRF, também manteve contato com a Câmara de Vereadores de Santa Maria, para procurar agilizar a referida audiência, que acabou realizando-se no dia 03 de maio, em Porto Alegre.

2.8 – Viagem a Cruz Alta – 27 de abril de 2007.

No dia 27 de abril de 2007, na qualidade de presidente da Comissão Especial de Habitação Popular e Regularização Fundiária da Assembléia Legislativa, Deputado Raul Carrion, visitou o município de Cruz Alta. Nesta ocasião, reuniu-se com lideranças comunitárias daquele município, além de fazer uma visita as áreas da extinta RFFSA, ocupadas por famílias de baixa renda, para melhor conhecer a situação. Nessa visita foi constatada a existência de 200 moradias nessas áreas, sendo 120 casas da própria Rede Ferroviária.

Após, teve uma audiência com o Prefeito de Cruz Alta, Sr. Vilson Roberto Bastos dos Santos e o seu Secretariado, ocasião em que apresentou os objetivos da CEHPRF e debateu a questão da regularização das áreas da extinta RFFSA.

Além disso, o presidente da CEHPRF visitou a COHAB Santa Bárbara, constatando que 50% dos apartamentos encontram-se depredados e em situação de risco em um universo de 724 apartamentos, o que requer uma atenção especial das autoridades públicas, tema a ser tratado oportunamente.

2.9 – Audiência com o Prefeito de Santo Ângelo – 27 de abril de 2007.

No dia 27 de abril de 2007, após visitar o município de Cruz Alta, representando a CEHPRF, o Deputado Raul Carrion, deslocou-se ate o município de Santo Ângelo, com o intuito de apresentar os trabalhos desta Comissão Especial, bem como debater a regularização fundiária das áreas ocupadas por famílias de baixa renda nos imóveis pertencentes à extinta RFFSA.

Na ocasião, foi recebido pelo Prefeito Municipal, o Senhor Eduardo Debacco Loureiro, oportunidade em que foi examinado o tema.

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2.10 – Reunião na SEHADUR sobre a Nova Santa Marta – 3 de maio de 2007.

No dia três de maio de 2007, ocorreu a reunião solicitada pela Comissão Especial de Habitação Popular e Regularização Fundiária à SEHADUR, visando a regularização e a urbanização da Nova Santa Marta de Santa Maria/RS. A reunião ocorreu na própria Secretaria Estadual de Habitação, Saneamento e Desenvolvimento Urbano, tendo sido coordenada pelo Secretário Marco Alba. A CEHPRF se fez representar pelo seu Presidente, Deputado Raul Carrion e pelo seu Relator, Deputado Ronaldo Zulke. Estiveram presentes, ainda, o Deputado Federal César Schirmer, os Deputados Estaduais Fabiano Pereira e Nélson Marchezan Jr., o Prefeito de Santa Maria, Valdeci Oliveira, os Vereadores de Santa Maria Cláudio Rosa, Loreni Maciel e Sérgio Sechin, o Presidente da COHAB, Jorge Alberto Hias, além de representantes da Confederação Nacional das Associações de Moradores (CONAM), do Movimento Nacional de Luta pela Moradia (MNLM), da Central de Movimentos Populares (CMP), da Federação Gaúcha de Associações de Moradores (FEGAM-RS), da Escola Marista Santa Marta, da Escola Estadual Santa Marta, da Escola Municipal Adelmo Simas Genro, da Associação Comunitária da Vila Sete de Dezembro, da Associação Comunitária Vila Alto da Boa Vista, do Centro Social Madre Francisca Lechner, do Centro Ecumênico Nova Belém e da Associação Comunitária da Vila Núcleo Central.

A comunidade da Nova Santa Marta apresentou um histórico da ocupação, ocorrida há 15 anos, e reivindicou a regularização e urbanização da área, onde vivem quase 25 mil pessoas. Depois de diversos pronunciamentos, entre eles os dos deputados da CEHPRF, reforçando a reivindicação dos moradores, o Secretário Marco Alba informou que o Governo do Estado havia entregue à Ministra Chefe da Casa Civil, Dilma Roussef, uma relação de oito projetos prioritários de investimentos no Rio Grande do Sul, e que a ocupação de Nova Santa Marta era um deles. Segundo Marco Alba, foram solicitados 35 milhões de reais em verbas ao Ministério das Cidades, desde a elaboração dos projetos até a finalização das obras.

Em face ao exposto pelo Secretário Marco Alba, o Deputado Raul Carrion, que representa a UNALE no Comitê Técnico de Habitação do Conselho das Cidades, propôs que por ocasião da reunião do referido Conselho, que ocorreria na semana seguinte, fosse realizada uma audiência com o Ministro das Cidades, Sr. Márcio Fortes, para solicitar-lhe diretamente a inclusão do projeto de regularização e urbanização da Nova Santa Marta nos recursos do PAC. Diante da concordância de todos, a CEHRF assumiu a tarefa de marcar essa agenda com o Ministro Márcio Fortes, o que efetivamente ocorreu no dia 9 de maio, em Brasília.

A CEHPRF também propôs a realização de uma audiência pública em Santa Maria, na própria Nova Santa Marta, após a audiência com o Ministro Márcio Fortes, com a participação da CEHPRF, SEHADUR, Câmara de Vereadores, Prefeitura, COHAB e comunidade, o que efetivamente ocorreu no dia 18 de maio.

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2.11 – Visita às ilhas do Delta do Jacuí pertencentes ao município de Porto Alegre – 5 de maio de 2007.

Ilhas do Pavão, Grande dos Marinheiros, Flores, Pintada e Mauá

No dia cinco de maio de 2007 a Comissão Especial de Habitação Popular e Regularização Fundiária (CEHPRF) da Assembléia Legislativa realizou roteiro de visita às ilhas do Delta do Rio Jacuí pertencentes ao Município de Porto Alegre (Pavão, Pintada, Grande dos Marinheiros, Flores e Mauá). O grupo reuniu-se com lideranças locais para informar a instalação da Comissão e que entre seus principais objetos de trabalho está a realização de estudos e debates sobre a atual situação das moradias irregulares existentes nas ilhas, visando construir soluções conjuntamente com os demais órgãos de governo responsáveis pela questão habitacional e fundiária daquelas localidades. As assessorias da Comissão e Gabinetes dos Deputados percorreram a região acompanhados de representantes das Entidades e Associações locais, que relataram a realidade dos habitantes da região e as principais necessidades e oportunidades existentes nas ilhas. Em muitas das ilhas o contraste de duas realidades: centenas de famílias vivendo sem as mínimas condições de dignidade em contraponto a imponentes e luxuosas residências que foram sendo construídas nas margens do rio ao longo dos últimos anos. Chama a atenção a proximidade entre os contrastes sociais.

A CEHPRF contatou lideranças comunitárias, clubes de mães, cooperativas, a sede da FASC, associações comunitárias, etc.

Todas as ilhas visitadas apresentaram basicamente as mesmas necessidades: moradias dignas, infra-estrutura e equipamentos públicos (saneamento, urbanização, redes de água potável, transporte público, iluminação, segurança, postos de saúde, escolas, etc.).

Os principais problemas ambientais, alguns de natureza histórica e outros ligados à ocupação humana recente, identificados nas ilhas são: aterros, poluição das águas, extração ilegal de areia, ocupação ilegal, excesso de lixo em meio às moradias e pesca predatória.

As ilhas têm também um papel fundamental no equilíbrio climático de Porto Alegre, servindo como uma “esponja” que absorve o excesso de água das cheias, ajudando a preservar a capital de eventuais inundações.

Na verdade, a atual situação das ilhas do Delta do Jacuí é de Área de Preservação Ambiental (APA).

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As principais atividades econômicas da região são a pesca e a reciclagem de lixoDiante da complexidade das matérias e órgãos envolvidos, como geração de renda,

meio ambiente, saneamento, habitação, saúde, etc., a CEHPRF, em seu exíguo tempo de existência, não teve condições técnicas de encaminhar soluções efetivas. Entretanto, tal questão é tema que deve ser trabalhado, continuamente, podendo ser absorvido pela Comissão de Assuntos Municipais, no caso dessa ampliar suas atribuições (inclusive de habitação e regularização fundiária), o que proporá a presente Comissão Especial, no que fará menção ainda neste Relatório Conclusivo.

Participaram da atividade externa os servidores Cristiano Lima Beck (Secretário da CEHPRF), Alessandra Fastofski (Bancada do PC do B), Nestor Maltha (Bancada do PSB), Ronald Dutra (Bancada do PT) e Alexandre Dias (colaborador da CEHPRF e Ex- Cordenador do CAR-ILHAS da PMPA).

2.12 – Audiência com Ministro Márcio Fortes em Brasília – 9 de maio de 2007

No dia 09 de maio de 2007, em decorrência dos encaminhamentos tirados na reunião do dia 03.05.07, na SEHADUR, a CEHPRF, através de seu presidente, Deputado Raul Carrion, viajou a Brasília, com o intuito de dar continuidade às tratativas para a inclusão do projeto de regularização fundiária da vila Nova Santa Marta, de Santa Maria/RS, no PAC.

Nesse dia, o Presidente da CEHPRF teve uma audiência com o Ministro das Cidades, Márcio Fortes, que contou com a presença do Secretário Estadual de Habitação, Marco Alba, do Prefeito de Santa Maria, Valdeci Oliveira e de lideranças comunitárias. O objetivo do encontro foi pleitear a inclusão no PAC do projeto de urbanização da Nova Santa Marta, no valor de R$ 35 milhões.

Além do pleito da Nova Santa Marta, a CEHPRF, representada pelo Deputado, aproveitou a estada em Brasília para manter tratativas em diversos órgãos federais acerca de questões relativas aos imóveis da extinta RFFSA. Assim, reuniu-se no Ministério das Cidades com a Gerente do Departamento de Assuntos Fundiários Urbanos, Sra. Sandra Ribeiro, e com o Diretor do Departamento de Assuntos Fundiários e Prevenção de Riscos, Sr. Celso Carvalho, acertando a participação do Ministério das Cidades na audiência pública da CEHPRF para tratar da regularização dos imóveis da RFFSA. No Ministério do Planejamento, reuniu-se com o Dr.

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Jorge Arzabe, na Secretaria do Patrimônio da União. Da mesma forma, durante a reunião do Conselho das Cidades – dias 8, 9 e 10 de maio, da qual participou –, o presidente da CEHPRF debateu a questão com a Secretária do Patrimônio da União, Sra. Alessandra Reschke, acertando a sua vinda à audiência pública da CEHPRF para tratar da regularização dos imóveis da RFFSA.

2.13 – Reunião com lideranças da Vila dos Ferroviários Porto Alegre – 11 de maio de 2007

No dia 11 de maio de 2007, às 14 horas, a CEHPRF reuniu-se com lideranças comunitá-rias da Vila dos Ferroviários, na sede da Associação Esportiva “Ferrinho”, para ouvir a comunida-de e esclarecer como a MP 353 (posteriormente convertida em Lei 11.483) procede a extinção da RFFSA e permite a regularização de seus imóveis ocupados por famílias de baixa renda, como ocorre em Porto Alegre e dezenas de outros municípios do Estado.

Estiveram presentes a presidente da Cooperativa Habitacional Diretor Pestana (COOHADIPE), Sra. Gilda Maria Silva Diniz, o presidente do “Ferrinho”, Hélio Bueno Silveira, o dirigente da CONAM (Confederação Nacional de Associações de Moradores) Pedro da Hora Dias, o dirigente da FEGAM (Federação Gaúcha de Associação de Moradores) Getúlio Vargas Jr.. Pela Comissão Especial de Habitação Popular e Regularização Fundiária (CEHPRF), o Presidente desta, Deputado Raul Carrion e o assessor Nestor Malta, representando o Deputado Miki Breier.

No encontro, o Presidente da CEHPRF convidou a comunidade a participar da audiência púbica do dia 28 de maio, na Assembléia Legislativa, com representantes da Secretária do Patrimônio da União, do Ministério das Cidades e do Inventariante da extinta RFFSA, bem como demais autoridades.

2.14 – Reunião com o Superintendente da RFFSA no Rio Grande do Sul, Roberto Guedes- 11 de maio de 2007.

No dia 11 de maio de 2007, às 16 horas, após visitar e contatar a comunidade da Vila dos Ferroviários de Porto Alegre, na sede da Associação Esportiva “Ferrinho”, a CEHPRF deslo-cou-se até o escritório regional da extinta RFFSA, onde realizou uma reunião com o Superinten-dente Regional, Sr. Roberto Guedes.

Pela CEHPRF, estiveram presentes o Deputado Estadual Raul Carrion e o Sr. Nestor Malta, assessor do Deputado Miki Breier. Também presentes o Sr. Hélio Bueno Silveira, do “Ferrinho”, o Sr. Getúlio Vargas Jr., da FEGAM (Federação Gaúcha de Associação de Moradores) e o Sr. Pedro da Hora Dias, da CONAM (Confederação Nacional de Associação de Moradores). Na ocasião, foi discutida a então MP 353 (posteriormente convertida em Lei 11.483) e as possibilidades que a mesma criava para efetivar a regularização fundiária das áreas da extinta RFFSA, ocupadas por moradias de baixa renda. Discutiu-se acerca das diversas áreas da ex-RFFSA, no estado, em que ocorre essa situação. Ficou clara a necessidade de realização

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de uma audiência pública, com a presença do Inventariante da extinta RFFSA, da Secretaria do Patrimônio da União do Ministério do Planejamento, do Ministério das Cidades e demais órgãos e entidades afins ao tema, sob a coordenação desta Comissão. Outrossim, houve o compromisso da Superintendência da ex-RFFSA de repassar todos os dados disponíveis sobre essa questão à CEHPRF.

2.15 – Reunião com o Prefeito de Santa Maria – 18 de maio de 2007.

No dia 18 de maio de 2007, às 18 horas, a CEHPRF, através do seu presidente, Deputado Raul Carrion, esteve reunida com o Sr. Prefeito de Santa Maria, Valdeci Oliveira, para tratar de questões pertinentes à regularização fundiária de Nova Santa Marta e à elaboração dos projetos de urbanização da área. A reunião teve um caráter preparatório à audiência pública, agendada para as 19 horas do mesmo dia, na Escola Marista da Nova Santa Marta.

2.16 –Audiência Pública sobre a Nova Santa Marta, em Santa Maria- 18 de maio de 2007.

No dia dezoito de maio de 2007, no Ginásio do Colégio Marista Santa Marta, na cidade de Santa Maria-RS, às 19 horas, foi realizada Audiência Pública para analisar e debater a questão da regularização fundiária da ocupação de Nova Santa Marta, onde vivem atualmente cerca de cinco mil famílias em situação irregular. A Audiência foi convocada pela Comissão Especial de Habitação Popular e Regularização Fundiária (CEHPRF) da Assembléia Legislativa, em conjunto com a Comissão de Desenvolvimento e Serviços Públicos (CODESP) da Câmara de Vereadores de Santa Maria, como decorrência dos encontros anteriores com a comunidade local, que solicitou a realização dessa audiência.

Estiveram presentes, pela CEHPRF, o Deputado Estadual Raul Carrion (PCdoB) e o Sr. Armênio Santos, Chefe de Gabinete do Deputado Estadual Alceu Moreira (PMDB). Também compareceram o Deputado Federal César Schirmer (PMDB), representando a Comissão de

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Desenvolvimento Urbano (CDU) da Câmara Federal, o Prefeito de Santa Maria, Antônio Valdeci Oliveira de Oliveira, os vereadores Cláudio Rosa, Loreni Maciel e Sérgio Cechin – membros da Comissão de Desenvolvimento e Serviços Públicos (CODESP) da Câmara de Vereadores de Santa Maria – o Secretário-adjunto da Secretaria de Habitação, Saneamento e Desenvolvimento Urbano (SEHADUR), Sr. Luis Zaffalon, o Diretor de Produção Habitacional da SEHADUR, Sr. Marcelo Soares, o Presidente da COHAB-RS (em liquidação), Sr. Jorge Alberto Hias, o Superintendente Regional da Caixa Econômica Federal (CEF), Sr. Carlos Lemanski Farias, o Prefeito de Júlio de Castilhos, Sr. João Vestena, representando a Federação dos Municípios do Estado do Rio Grande do Sul (FAMURS). Representando a comunidade, fizeram-se presentes Elizabeth Pinheiro (Alto da Boa Vista), Fátima Gonzáles (Vila Sete de Setembro), Lorandi Maciel (Núcleo Central), João Carlos (Pôr do Sol), Valdeci Bandeira (Dez de Outubro), Getúlio Vargas Júnior (Confederação Nacional de Associações de Moradores-CONAM), Leonel Pacheco (Central dos Movimentos Populares-CMP) e Cristiano Schumacher (Movimento Nacional pela Luta por Moradia-MNLM), que se manifestaram oralmente, além de outras lideranças e cerca de mil pessoas da comunidade.

Abrindo a Audiência Pública, o Deputado Raul Carrion historiou o trabalho realizado pela Comissão Especial de Habitação Popular e Regularização Fundiária da ALERS, visando à regularização e urbanizaçãoda ocupação da Nova Santa Marta, começando pela vinda à Santa Maria no dia 9 de abril, passando pelas reuniões na SEHADUR em Porto Alegre, culminando com as tratativas com o Ministro das Cidades, Márcio Fortes, quando foram solicitados 35 milhões de reais de recursos do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) para a regularização fundiária e a urbanização da Nova Santa Marta. Na ocasião, o Ministro Márcio condicionou isso à apresentação pelo Governo do Estado, até 30 de junho, de um projeto básico para a regularização e urbanização da Nova Santa Marta e a explicitação de que este projeto era prioritário para o Estado do Rio Grande do Sul.

Após, usaram a palavra todas as representações presentes, tendo o Governo do Estado e a Prefeitura de Santa Maria acordado trabalharem em conjunto para, no prazo exigido, concluírem e apresentarem ao Governo Federal os projetos solicitados, expressando oficialmente a sua prioridade. Por solicitação das lideranças dos moradores, foi acertado que os projetos em elaboração seriam discutidos com a comunidade. Para garantir esses encaminhamentos foi criado um Grupo de Trabalho, com sede no Colégio Marista Santa Marta.

2.17 – Debate sobre Reforma Urbana e Habitação Popular na TV Assembléia

No dia 24 de maio, a Comissão Especial de Habitação Popular e Regularização Fundiária participou, através de seu presidente, o Deputado Raul Carrion, de um debate promovido pela TV Assembléia sobre “Reforma Urbana e Habitação Popular”, junto com os Srs. Marcelo Soares, da Secretaria de Habitação, Saneamento, e Desenvolvimento Urbano (SEHADUR) e Pedro da Hora Dias, da Confederação Nacional das Associações de Moradores (CONAM). O painel, que também serviu para divulgar o lançamento da 3ª Conferência Estadual das Cidades, foi mediado pela jornalista Daniela Sallet, no programa televisivo “Democracia”.

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2.18 – Painel na UNALE sobre Habitação Popular e Reforma Urbana- 25 de maio de 2007.

No dia 25 de maio de 2007, por ocasião da 11ª Conferência da União Nacional de Legislativos Estaduais (UNALE), que ocorreu em Porto Alegre, o Presidente da CEHPRF, Deputado Estadual Raul Carrion, coordenou o Painel “Habitação Popular e Reforma Urbana”.

Também participaram do Painel o Deputado Federal Luiz Carlos Busato, representando a Comissão de Desenvolvimento Urbano da Câmara dos Deputados, o Eng. Daniel Nolasco, representando o Ministério das Cidades e a Sra. Alessandra Reschke, Secretária do Patrimônio da União.

Foi uma importante oportunidade para levar a discussão da problemática urbana e habitacional para o conjunto dos deputados estaduais do país.

2.19 – Audiência Pública sobre os imóveis de Rede Ferroviária Federal ocupados por famí-

lias de baixa renda no Rio Grande do Sul - 28 de maio de 2007.

Depois de longas tratativas que envolveram diversas idas à Brasília e inúmeros contatos com o inventariante da extinta Rede Ferroviária Federal, com o Ministério das Cidades e com a Secretaria do Patrimônio da União, foi realizada no dia 28 de maio de 2007, no Auditório Dante Barone da Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul, uma audiência pública para tratar da regularização dos imóveis da RFFSA ocupados por populações de baixa renda.

Presentes os Deputados Estaduais Raul Carrion, Alceu Moreira, Nelson Harter, Mano Changes, a Secretária do Patrimônio da União, Sra. Alexandra Reschke, o Sr. Jorge Azabe, do

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Ministério de Planejamento, o Sr. Cassio Ramos, inventariante da extinta Rede Ferroviária Federal, Jorge München, do Ministério das Cidades, Roberto Guedes, Superintendente da extinta Rede Ferroviária Federtal no Rio Grande do Sul, representantes de mais de dez prefeituras e câmaras de vereadores, Angélica Miranham, representando o Deputado Ronaldo Zulke, Getúlio Vargas Júnior, representando a Federação Gaúcha dos Moradores (FEGAM), Pedro da Hora Dias representando a CONAM, além de lideranças dos moradores de áreas da RFFSA e de outras comunidades. Muitos municípios se fizeram representar, pelos seus parlamentares ou poderes executivos, como Cruz Alta, Caxias do Sul, Montenegro, Santo Ângelo, e Pelotas, dentre outras.

Inicialmente, os representantes da SPU, da RFFSA e do Ministério das Cidades expuseram a legislação recentemente aprovada, que permite a regularização desses imóveis, e a vontade política do Presidente Lula de que isso ocorra com a máxima agilidade possível. Depois de um esclarecedor debate, procedeu-se ao ato formal de assinatura do Termo de Transferência n.º02/2007, através do qual imóveis não-operacionais da extinta Rede Ferroviária Federal de Porto Alegre e Santa Maria foram transferidos para a Secretaria do Patrimônio da União, do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, para que assim possa ser feita a regularização dessas áreas, atendendo à cerca de 540 famílias em Porto Alegre e Santa Maria.

Esse foi um marco da luta de mais de 20 anos de centenas de famílias para terem reconhecido o seu direito à moradia, abrindo caminho para outras milhares de famílias que se encontram na mesma situação em todo o país. Essas foram as duas primeiras áreas da RFFSA no país a serem repassadas para a SPU. A Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul teve o privilégio de sediar esse ato por ter sido pioneira na discussão dos caminhos para efetivar a regularização das áreas da extinta RFFSA. O documento foi assinado com o testemunho dos deputados Raul Carrion, Alceu Moreira, Raul Pont, Nelson Härter e Mano Changes, além de inúmeras outras autoridades e lideranças comunitárias.

Ao final da audiência pública foi constituído um grupo de trabalho coordenado pela CEHPRF, com a participação da RFFSA, a SPU, a CEF e a SEHADUR, com a incumbência de reunir-se separadamente com cada município onde existem imóveis da extinta RFFSA ocupados por populações de baixa renda – iniciando por Porto Alegre e Santa Maria, onde as áreas já foram repassadas à SPU, para regularização – para efetivar os encaminhamentos necessários à sua efetivação.

2.20 – Ato de Lançamento da 3ª Conferência Estadual das Cidades – 6 de junho de 2007.

Através do seu Presidente, Deputado Raul Carrion, a Comissão Especial de Habitação Popular e Regularização Fundiária compôs a Mesa de Abertura do Ato de Lançamento da 3ª Conferência Estadual das Cidades, realizado no último dia 06/06/2007, no Teatro Dante Barone da Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul.

Após a abertura, o presidente da CEHPRF participou de um dos painéis do evento, discorrendo sobre a realidade habitacional em nosso Estado e no país e sobre o processo que levou à constituição do Ministério das Cidades, às Conferências das Cidades e à criação do Conselho das Cidades.

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2.21 – Debate sobre Regularização Fundiária e Habitação Popular na TV Assembléia em 14 de junho de 2007.

A Comissão Especial de Habitação Popular e Regularização Fundiária realizou, no último dia 14 de junho, na TV Assembléia, um importante debate sobre a temática da “Regularização Fundiária e Habitação Popular”. Participaram do programa “AL Debates”, mediado pelo jornalista Jaurez Palma, três membros da CEHPRF – os Deputados Raul Carrion, Cassiá Carpes e Alceu Moreira.

2.22 – Reunião na Assembléia Legislativa - 21 de junho de 2007.

Nesta reunião estiveram presentes os Deputados Raul Carrion, Presidente da Comissão, Ronaldo Zulke, relator da Comissão, Mano Changes, Kelly Moraes e Miki Breier.

Foram relatadas as atividades já realizadas e divulgadas as audiências públicas marcadas:

- dia 03 de julho: regularização e urbanização da Vila São Pedro, em Porto Alegre, situada em uma área do Estado;

- dia 05 de julho: regularização e urbanização do Bairro Getúlio Vargas, na cidade de Rio Grande, cuja área será atingida pela expansão do Porto de Rio Grande, podendo tornar necessário o reassentamento de parte dos moradores;

- dia 10 de julho: regularização e urbanização das em torno de 500 vilas irregulares em Porto Alegre, buscando criar mecanismos para evitar os despejos (a pedido da Federação Gaúcha das Associações de Moradores).

Foi entregue a cada Deputado uma cópia da proposta de Projeto de Resolução que altera o Regimento Interno, transformando a “Comissão de Assuntos Municipais” em “Comissão de Assuntos Municipais, Habitação e Desenvolvimento Urbano” (ampliando suas atribuições).

Também foi debatida a necessidade de alteração da lei 9.752/92, que dispõe sobre a regularização das áreas públicas estaduais – como a Nova Santa Marta (em Santa Maria), a Vila São Pedro, São Judas Tadeu, Mariano de Mattos e Salvador França (em Porto Alegre). Da mesma forma, a necessidade de alteração da lei 10.851/96, que regulamenta os artigos 14 e 16

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do Ato das Disposições Transitórias da Constituição Estadual, que versam sobre as terras devolutas, dispondo que as localizadas em áreas urbanas sejam destinadas para moradia de famílias de baixa renda. Por fim, a alteração da lei 10.529/95 – que institui o Sistema Estadual de Habitação de Interesse Social – adequando-a ao Estatuto da Cidade e à Lei Federal11.124/05.

2.23 – Viagem a Rio Grande - preparação para a audiência pública – 28 de junho de 2007.

No dia 28 de Junho de 2007, o assessor técnico da CEHPRF, Eduardo Andreis, esteve no município de Rio Grande, com o intuito de colher informações e preparar a audiência pública da comissão, agendada para o dia 05 de julho, na Câmara Municipal, a fim de tratar da expansão portuária que atinge milhares de famílias no bairro Getúlio Vargas. Na oportunidade, foi acompanhado do dirigente da CONAM/FEGAM, Pedro Dias.

Por ocasião da estada, foram realizadas diversas atividades preparatórias, como reunião com o Superintendente do Porto, Bercílio Luís da Silva; reunião com o Presidente da Câmara Municipal, Vereador Renatinho, e visita a todos os gabinetes dos Vereadores, formalizando o convite de participação. Na Câmara Municipal, foram providenciados todos os elementos necessários para a realização da audiência. Neste momento, também houve divulgação do trabalho da CEHPRF na imprensa local.

Na visita preparatória, foi realizada uma visita ao bairro Getúlio Vargas, na companhia dos diretores da AMABGV, José Assis da Luz e Nilce Alencastro, onde foi constatada a precariedade urbana do bairro, bem como ter uma melhor noção da área que poderá ser atingida

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na expansão portuária. Ambos diretores acompanharam a comissão na reunião com o Superintendente do Porto, na Secretaria Municipal de Habitação e Câmara Municipal.

A CEHPRF destaca o tratamento generoso que recebeu da Câmara Municipal, por seu Presidente, Vereador Renatinho, bem como a disponibilidade dos diretores da AMABGV.

2.24 – Audiência Pública na SEHADUR com Vereadores de Santa Maria – 29 de Junho de 2007.

No dia 29 de junho de 2007, o presidente da CEHPRF e os Vereadores Cláudio Rosa e Loreni Maciel, de Santa Maria, reuniram-se com o Secretário-Adjunto da Secretaria Estadual de Habitação, Saneamento e Desenvolvimento Urbano, Senhor Luis Zaffalon, para saber do encaminhamento ao Ministério das Cidades do projeto de regularização e urbanização da vila Nova Santa Marta.

Na ocasião, o presidente da CEHPRF manteve um contato telefônico com a Secretária Nacional de Habitação, Inês da Silva Magalhães, insistindo na necessidade da inclusão do referido projeto no PAC, com a conseqüente liberação de recursos. A Secretária Nacional de Habitação informou que naqueles dias haveria uma reunião com o Ministro das Cidades e, em seguida, com o Presidente da República para decidir sobre o tema. O que acabou ocorrendo, com um resultado positivo, alocando inicialmente 35 milhões de reais do PAC para a Nova Santa Marta, valor posteriormente elevado para 42 milhões de reais.

2.25 – Reunião do Grupo de Trabalho da Rede Ferroviária Federal S/A- 29 de junho de 2007.

No dia 29 de junho de 2007, às 14 horas, na sala da Comissão de Agricultura da ALERS, a Comissão Especial de Habitação Popular e Regularização Fundiária coordenou uma reunião do Grupo de Trabalho criado com a finalidade de encaminhar a regularização fundiária das áreas da extinta RFFSA, no município de Santa Maria.

Estavam presentes o Deputado Raul Carrion, as Sras. Rose Carla Silva Correia e Maria do Carmo Backes, pela Secretaria do Patrimônio da União, o Sr. José Atílio Cherubini, pela CEF,

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o Sr. João Rocha, pela Secretaria de Habitação de Santa Maria, a Sra. Cristiane Bortulle, pela PGM/SM, e o Sr. Marian Moro, pelo Escritório da Cidade de Santa Maria.

Nessa reunião, foi informado que o imóvel da extinta Rede Ferroviária em Santa Maria possui uma área total de 56 hectares, mas que apenas 21 hectares estão sendo transferidos para a SPU, pois o restante é área operacional, cincedida à ALL, devendo ser transferida para o DNIT.

O representante da Secretaria de Habitação da Prefeitura de Santa Maria, João Rocha, relatou que existem ocupações na área de domínio da via férrea, em áreas operacionais (1,6 ha), com 96 famílias, na Vila Waldemar Rodrigues, com 85 famílias, e no Morro dos Linck (antiga pedreira). Na área central, há os imóveis residenciais da Vila Belga (tombada pelo Estado) e do Bairro Monumento, onde moram ex-funcionários da RFFSA, que os adquiriram de forma parcelada, mas que se encontram, na sua maioria, inadimplentes. Também manifestou o interesse da Prefeitura em permutar ou conveniar áreas com a União, em razão de projetos habitacionais, como ocorreu com a aquisição do Km 2, já comprado da Rede pelo município, para assentar 525 famílias.

A SPU deixou claro que não existe risco de despejo nessas áreas, uma vez que a mesma já foi transferida à União, e que o Governo Federal tem o maior interesse em regularizar essa situação, concedendo o direito real de uso aos moradores. Comunicou que será necessário demarcar o que constitui área operacional e o que é área não operacional, identificando o que efetivamente passa para o patrimônio da União, com o objetivo de regularização. A SPU está providenciando os memoriais descritivos exigidos para registros em cartório. Posteriormente deverá ser feito desmembramento das áreas e um convênio entre União e o Município, ficando este com a posse da área, para depois transferir à cada família, de forma individualizada, a concessão do direito real de uso.

A Prefeitura buscará identificar no contrato de arrendamento dos bens da ex-RFFSA as áreas descritas como operacionais, esclarecendo mais rapidamente as dúvidas.

A Prefeitura entregou um mapa da área à SPU e a Sra. Marian Moro, do Escritório da Cidade, consultou sobre a possibilidade da União ceder à Prefeitura uma área localizada em frente a uma Escola Municipal, que dela se utiliza para atividades esportivas e de lazer de seus alunos, tendo uma resposta positiva, devendo encaminhar formalmente essa solicitação para análise pela SPU.

2.26 – Reunião do Grupo de Trabalho sobre as áreas da Rede Ferroviária Federal S/A de Porto Alegre – 02 de julho de 2007.

No dia 02 de julho de 2007, na Escola do Legislativo, Ronildo Bolzan, a CEHPRF realizou uma reunião de trabalho com diversos órgãos e instituições, para tratar da regularização fundiária das áreas da extinta RFFSA, em Porto Alegre.

A reunião foi coordenada pelo presidente da CEHPRF e contou com a participação do Sr. Berocy Godoi, da SEHADUR, do Superintendente da extinta RFFSA, Sr. Gilberto Niemczewski, do Sr. Ronaldo Faleiro, do DEMHAB, das Sras. Rose Carla Silva Correia e Maria do Carmo Backes, da Gerência do Patrimônio da União no Rio Grande do Sul, (Ministério do

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Planejamento), e dos Srs. Ruben Danilo Pickrodt, Paulo Cesar Hack e José Atílio Cherubim, pela Caixa Econômica Federal.

Nesta reunião, foi feito um resgate histórico da área, destacando os problemas de registro da área, que nunca foi levada a cartório. Destacou-se a necessidade de localizar a documentação referente ao Decreto desapropriatório, de 1943, assim como a sentença judicial de 1945. Da mesma forma, impõe-se a anexação da sucessão de leis que regem a pessoa jurídica da ex-RFFSA, para então proceder a abertura de registro imobiliário da área. Também foi esclarecida a necessidade de ser realizado um levantamento topográfico geo-referenciado e de serem elaborados os memoriais descritivos da área, no que o DEMHAB e a SEHADUR se prontificaram em ajudar, dando o suporte técnico necessário a SPU. Realizado o registro de toda a área (405.000m2), far-se-á o desmembramento dos 32.570m2 transferidos ao patrimônio da União.

Isso feito, a área poderá ser repassada sob forma de concessão de uso ao município, poderá ser permutada com o município – tendo em vista que a Prefeitura é dona de uma área operacional da extinta RFFSA, de dimensões equivalentes, arrendada à ALL – ou entregue em doação. Será necessário amadurecer essa discussão, acerca da forma jurídica a ser utilizada, em futuros encontros e negociações, inclusive com a participação dos moradores. Posteriormente, a Prefeitura repassará a cada família a respectiva concessão de uso, de forma individualizada, zelando pelo cumprimento de sua função social Nessa reunião, os representantes da CEF ressaltaram a possibilidade da utilização do crédito solidário (já conquistado pela comunidade), para o que será necessário proceder a individualização das matrículas. Finalmente, foi agendada uma visita à Vila dos Ferroviários de Porto Alegre, no dia 06/07, às 15:30h.

2.27 – Audiência Pública no Ministério Público sobre o Parque dos Maias – 02 de julho de 2007.

No dia 02 de julho do corrente ano, as 17 horas, foi realizada uma audiência no Ministério Público desta Capital, junto à Promotoria da Habitação e Defesa da Ordem Urbana,

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presidida pelo Dr. Promotor de Justiça Dr. Luciano Brasil, para tratar de questão da moradia de quase 300 (trezentas) famílias que ocupam apartamentos da Habitasul S/A no conjunto habitacional Parque dos Maias.

A associação local de moradores oficiou à CEHPRF, solicitando a intervenção desta na demanda protocolada junto àquela instituição, o que culminou no envio de ofício solicitando o encontro.

Na ocasião, o presidente da CHEPRF, Deputado Estadual Raul Carrion solicitou ao MP a sua intermediação na solução do conflito – tendo em vista que a Habitasul não aceita a contraproposta de compra dos moradores, baseada em uma avaliação da CEF – na busca de uma solução justa e conciliatória. Ficou designada audiência para o dia 13/07/07, para o comparecimento da comunidade, através de suas lideranças, e da Habitasul S/A (demandada), tendo a CEHPRF sido convidada a participar.

Também estiveram presentes nessa audiência o representante da CEF, Sr. Roberto Zeni, membros da comunidade, a AMOPAM, através de sua presidenta Cristiane Wissman, a presidenta do Conselho Deliberativo da UAMPA, Mara Verlaine do Canto, e Pedro Dias, da CONAM.

2.28 – Audiência Pública com a comunidade da Vila São Pedro – 3 de julho de 2007.

Essa Audiência Pública, realizada a pedido da comunidade da Vila São Pedro e do CORHE (Centro pelo Direito à Moradia contra Despejos), tratou da Regularização Fundiária daquela comunidade. Pela CEHPRF, estiveram presentes os Deputados Raul Carrion e Ronaldo Zulke. Também compareceram Luiz Zaffalon, Secretário Adjunto da SEHADUR, Beroci Godoi do Departamento de Regularização Fundiária da SEHADUR, Dr. Luciano Brasil, do Ministério Público do Estado do Rio Grande do Sul, Regina Machado, da Prefeitura Municipal de Porto Alegre, Vereadora Maristella Maffei, da Câmara Municipal de Porto Alegre, Vera Rezende, do Fórum Gaúcho de Saúde Mental, Benhur e Anselmo Machado, da Associação de Moradores da Vila São Pedro, Karla Moroso, do Cohre, Pedro da Hora Dias, da CONAM, Raquel Arruda Gomes, representando a Deputada Stela Farias, João Miguel, da CEDECONDH da Câmara Municipal de Porto Alegre, Paulo Keller, representando o Vereador Sebastão Mello, além de um grande número de moradores da Vila São Pedro.

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Inicialmente, os moradores da Vila São Pedro e o COHRE expuseram a situação em que se encontra a comunidade que, depois de demandar durante anos a concessão especial de uso para fins de moradia da área onde habita, que é do Estado, sem obter êxito, decidiu ingressar em juízo contra o Estado, exigindo o seu direito sob a forma coletiva. Porém, o Estado contestou a ação que continua tramitando. A solicitação da comunidade é no sentido de que o Estado desista da contestação da ação e efetive a regularização. Usando da palavra, o Secretário Adjunto da SEHADUR, Sr. Luiz Zaffalon, declarou que o Estado está disposto a efetivar a regularização fundiária da Vila São Pedro. Depois de um amplo debate, em que as diversas representações presentes usaram da palavra o presidente da CEHPRF, Deputado Raul Carrion, propôs que a SEHADUR não mais contestasse a ação judicial da comunidade e realizasse um acordo em juízo, inclusive com a participação do Ministério Público do Estado. O Secretário-Adjunto manifestou a sua concordância com a proposta e comprometeu-se a consultar a Procuradoria Geral do Estado sobre como efetivar esse acordo em juízo. O Sr. Beroci Godoi, também da SEHADUR, manifestou suas dúvidas sobre o fato da concessão de uso ser realizada em caráter coletivo e questionou se essa era uma decisão da comunidade. Ao que foi esclarecido que havia sido uma decisão da comunidade para agilizar a obtenção da concessão especial de uso para fins de moradia, mas que posteriormente os lotes serão individualizados e cada um receberá a sua própria concessão.

Após esse importante avanço, foi aprovada a constituição de um Grupo de Trabalho – formado pela CEHPRF, SEHADUR, CEF, Ministério Público Estadual, CORHE e comunidade – com a tarefa de reunir-se nos próximos dias para encontrar os caminhos para a realização desse acordo em juízo.

Também foi proposta a realização de uma reunião específica envolvendo a Assembléia Legislativa, a comunidade da Vila São Pedro, o CORHE, a Secretaria Estadual da Saúde, a SEHADUR, o Ministério Público Estadual, o Fórum Gaúcho de Saúde Mental, e outras entidades e instituições envolvidas, para dar encaminhamento à proposta de retomada e ampliação do projeto Morada da Vila São Pedro, que abriga ex-internos do Hospital Psiquiátrico São Pedro, que passam a viver na comunidade com acompanhamento médico.

Também foi apontada a necessidade do Estado incluir previsão orçamentária para a regularização, urbanização e construção habitacional na Vila São Pedro e que a SEHADUR agilize uma solução para outras áreas do Estado em situação similar, como as vilas Juliano Moreira, Cristiano Fischer e São Judas Tadeu, concedendo-lhes direito real de uso ou concessão de direito especial de uso para fins de habitação. Da mesma forma, que a Prefeitura auxilie no encaminhamento dessa solução.

2.29 – Audiência Pública em Rio Grande – 5 de julho de 2007.

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REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA

No dia 05 de julho de 2007, a CEHPRF realizou uma audiência pública na cidade de Rio Grande, que mobilizou intensamente diversos setores locais, repercutindo nos meios de comunicação e na expectativa de milhares de famílias envolvidas. O Evento aconteceu a partir das 19 horas, no plenário da Câmara Municipal, e durou cerca de 3 horas e meia, com as dependências da casa completamente lotadas, sendo, ainda, que foi televisionada, ao vivo, por TV a cabo.

A pauta foi a expansão portuária que interfere na vida de cerca de 3.500 famílias no bairro Getúlio Vargas, bem como a regularização fundiária do restante do bairro, que se ressente de investimentos de urbanização.

Além da CEHPRF, que se fez representar pelos Deputados Raul Carrion e Sandro Boka, também a Deputada Marisa Formolo prestigiou o evento. Pela Câmara Municipal, participaram os Vereadores Carlos Fialho Mattos (Presidente em exercício), , Cláudio Costa, Júlio Cesar, Jair Rizzo, Jurandir Pereira, Nando Ribeiro, Surama Santos, Kanelão. Estiveram presentes o presidente SABAGEV e da AMABGV, José Assis de Ávila da Luz, o Superintendente do Porto de Rio Grande, Bercílio Luiz da Silva, o Secretário Municipal de Coordenação e Desenvolvimento , Néverton Moraes (que também representou a Secretaria de Habitação), o Secretário Municipal de Ação Social, Leonardo Salum, os Promotores de Justiça Dr. Rodrigo de Moraes e Dra. Carla Pedrotti, pelo Ministério Público Estadual, o Professor César Augusto Ávila Martins, pela FURG, o Sr. Lélio Luzardi Falcão, pelo CREA, o Sr. Balbino Silva Xavier, pela Caixa Econômica Federal, o Sr. Pedro da Hora Dias, pela CONAM, o Sr. Gilmar Ávila, pelo MNLM, e cerca de 180 moradores, a grande maioria do bairro Getúlio Vargas.

Os Deputados integrantes da CEHPRF, Raul Carrion e Sandro Boka abriram a audiência pública tranqüilizando a comunidade, salientando que os moradores não podem ser despejados, uma vez que estão amparados pela MP 2.220/01 (hoje transformada em lei), que lhes assegura o direito à Concessão Especial de Uso para Fins de Moradia, além do instrumento do Direito Real de Uso. No caso de ser imprescindível a saída de algumas famílias para permitir a expansão do Porto ou a sua operação nas condições de segurança exigidas pelas normas portuárias internacionais, deve ser assegurado um reassentamento digno dos moradores que precisam sair, em áreas próximas de onde vivem, regularizando-se as áreas do que podem permanecer. Ressaltaram, em seus pronunciamentos, que trata-se do 3º Porto do Brasil e que poderá ser o Porto do Mercosul e que portanto, deve-se considerar as necessidades do Porto e as carências do bairro, tratando a questão com o máximo de transparência.

O MP, pelo Promotor de Justiça Dr. Rodrigo de Moraes, disse que está atento e interessado na forma em que a expansão portuária ocorrerá, principalmente pela questão das famílias atingidas.

Desde o início, o Superintendente do Porto deixou claro que nenhum morador sairá do local sem a chave de outro imóvel na mão. Entretanto, não soube precisar qual a totalidade da área a ser atingida e qual o local do reassentamento. Manifestou que as áreas que não forem definidas como necessárias à expansão portuária poderão ser regularizadas fundiariamente.

Na ocasião, o Secretário Municipal, Néverton Moraes, informou que a Prefeitura tem acompanhado o problema também nos bairros Mangueira, Santa Tereza e Barra Nova, além do Getúlio Vargas. Também disse que foram encaminhados três projetos básicos, envolvendo três bairros, almejando 20 milhões de Reais do PAC. Afirmou que sem recursos, nada ocorrerá, e que a expansão portuária que atinge a Barra Nova já vem sendo trabalhado pela Prefeitura.

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A FURG, que possui um grupo de pesquisa para estudar o caso, destacou a necessidade para se atentar à qualidade de moradia e que deve-se pensar na destinação que se dará as parcelas do solo Rio Grandino. O Professor César explicou que o trabalho que vem sendo desenvolvido, por solicitação do Porto, está embasado em três eixos: identificação das moradias e acesso aos equipamentos coletivos; Perfil demográfico; Perfil econômico (trabalho e renda). Frisou que o deslocamento das famílias atingidas somente pode ocorrer para moradias novas, dotadas de equipamentos de uso coletivo, e que se localizem próximas da atual moradia e trabalho. No trabalho da FURG, haverá atenção ao emprego formal de trabalhadores da construção civil, empregados nas novas casas, através de uma cooperativa de trabalhadores.

A CEF, ao se pronunciar, lamentou que em outras reuniões que se debateu o tema, não foi convidada, sendo que gostaria de acompanhar a questão com maior proximidade.

O representante do bairro, disse que esta luta já dura dois anos, sendo necessário documentar os fatos e torná-los acessíveis. Citou, ainda, o fato de que as famílias lindeiras com as áreas da extinta RFFSA tiveram o seu número dobrado nos últimos tempos. A comunidade precisa saber, concretamente, os planos do Porto para suas atividades e para as famílias do bairro que serão atingidas.

A Deputada Estadual Marisa Formolo destacou a importância do Estatuto da Cidade e que a Prefeitura pode usar seus recursos como contrapartida na busca daqueles disponibilizados no PAC.

Democraticamente se manifestaram Vereadores, a CONAM, o MLNM e a comunidade.A Promotora de Justiça Carla Pedrotti alertou que diante da existência de documentação

pertinente a reuniões pretéritas, deveria ocorrer a reunião de todos os documentos sobre o tema, e propôs a assinatura de um Termo de Ajuste de Conduta entre todas as partes, no sentido de garantir uma solução justa para os moradores.

Ao final dos pronunciamentos, a CEHPRF fez uma série de encaminhamentos. Em primeiro lugar, constatou que as informações trazidas pela Superintendência do Porto eram insuficientes, visto que não havia nenhuma informação de quais eram os projetos de expansão do Porto, quais as áreas que seriam efetivamente utilizadas, quantas famílias teriam que ser reassentadas e para onde seriam deslocadas. Da mesma forma, quais áreas poderiam ser regularizadas. O presidente da CEHPRF, deputado Raul Carrion, sugeriu, então, a constituição de um Grupo de Trabalho – com a participação desta Comissão, Câmara Municipal, Prefeitura, Superintendência do Porto, CEF, SEHADUR, MPE, FURG e a comunidade, através dos seus representantes – que voltaria a se reunir no dia 20 de julho, às 9 horas, na Câmara Municipal. Nesse prazo, a Superintendência do Porto providenciaria as informações solicitadas, apresentando o projeto estratégico para o Porto de Rio Grande, indicando áreas que pretende e as que pode dispensar. A Prefeitura se prontificou a realizar um cadastramento no Bairro Getúlio Vargas, identificando quais e quantas famílias terão efetivamente que ser reassentadas. A Câmara Municipal assumiu o compromisso de reunir toda documentação pertinente ao assunto, inclusive as tratativas até agora realizadas, para disponibilizá-la ao GT e a esta Comissão. Quanto ao TAC proposto pelo Ministério Público, houve a concordância que deverá ocorrer quando houver uma maior definição do problema.

2.30 – Caminhada na Vila dos Ferroviários – 6 de julho de 2007.

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No dia 06 de julho de 2007, às 16 horas, o Grupo de Trabalho, criado para encaminhar a regularização fundiária da Vila dos Ferroviários de Porto Alegre, , coordenado pela CEHPRF, re-alizou uma visita à área em questão, propiciando a todos conhecer a realidade da comunidade, bem como o estado atual das habitações, visto que várias apresentam situação de risco aos mo-radores, necessitando reparos urgentes.

Foi realizada uma caminhada no local, sendo que, além de moradores e lideranças da comunidade, participaram o Presidente da CEHPRF, Deputado Raul Carrion, Maria do Carmo Backes e Ademar Rosa, da SPU, Gilson Gomes e Everton Moraes, do DEMHAB, Eva Inês Santos, do CAR Navegantes, René Machado de Souza, da Secretaria de Gestão do Município, Osório Queiroz Jr., do EPAHC/SMC e o Sr. Pedro Dias, da CONAM/UAMPA.

Após a caminhada, a Presidente da Cooperativa da Vila dos Ferroviários, Sra. Gilda Di-niz, comprometeu-se a fornecer à SPU um cadastro dos moradores, tendo sido agendada uma reunião com a comunidade e os órgãos presentes, para o dia 14 de julho, no local da Associa-ção Esportiva “Ferrinho”, para esclarecimentos à comunidade acerca da regularização fundiária da Vila dos Ferroviários.

2.31 – Audiência Pública sobre as áreas irregulares e em situação de risco em Porto Alegre – 10 de julho de 2007.

Estiveram presentes, pela CEHPRF, os Deputados Estaduais Raul Carrion (PCdoB), Mano Changes (PP) e Miki Breier (PSB), sendo que o Deputado Ronaldo Zulke (PT) foi representado pelo assessor Jeferson Pereira. Estiveram presentes os Senhores Beroci Godoi e Jairo Verba, ambos da Secretaria de Habitação e Desenvolvimento Urbano, a Vereadora Maristela Maffei, representando a Câmara de Vereadores de Porto Alegre, Senhor Waldir Bohn Gass, Presidente da Federação Gaúcha das Associações de Moradores, Senhor Ruben Danilo de Albuquerque Pickrodt da Caixa Econômica Federal, Senhora Maria do Carmo Backes e Ademar Rosa da Secretaria do Patrimônio da União, Adão Rosa do Departamento Municipal de Habitação, Senhora Simone Somensi, da Procuradoria Geral do Município, Getúlio Vargas Jr., da União das Associações dos Moradores de Porto Alegre e inúmeros representantes das demais associações e conselheiros do Orçamento Participativo.

A Audiência Pública foi solicitada pela Federação Gaúcha das Associações dos Moradores, para tratar das áreas irregulares e em situação de risco em Porto Alegre.

Após a manifestação de todos órgãos e de mais de vinte integrantes da comunidade se estabeleceu os seguintes encaminhamentos: que seja constituído em Porto Alegre um Fórum

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Permanente de Habitação Popular que faça parte a Prefeitura, a Câmara de Vereadores, a Secretaria de Habitação e Desenvolvimento Urbano, o Governo Federal, a Secretaria de Patrimônio da União, a Caixa Econômica Federal (que represente o Ministério das Cidades), a Assembléia Legislativa, Ministério Público Estadual e Federal, e ainda as entidades interessadas. Como segundo encaminhamento, para possibilitar a continuidade dos trabalhos desta Comissão Especial na Assembleia Legislativa, a CEHPRF exortou todos a manifestar apoio à proposição de mudança regimental, ampliando as atribuições da Comissão de Assuntos Municipais, incluindo habitação, regularização fundiária e desenvolvimento urbano. Aproveitando o ensejo, o presidente da CEHPRF informou que serão propostos projetos para atualizar a legislação estadual de habitação e regularização fundiária, e adequá-la ao SNHIS. Ressalta, que é preciso que haja força e incentivo das entidades para que tais projetos sejam aprovados. Finalmente, o Deputado Raul Carrion sugeriu a elaboração do mapa fundiário de Porto Alegre, para a visualização de vazios urbanos, que atingem cerca de quarenta por cento, e que tal tema deve ser objeto de mobilização para a Conferência das Cidades.

Nas áreas públicas federais, podem ser aplicadas a MP 2.220/01 e Lei 11.481/07; nas áreas públicas estaduais, a MP 2.220/01 e a Lei Estadual 9.752/92; e nas áreas públicas municipais, a MP 2.220/01 e o Direito Real de Uso.

2.32 – Audiência no Ministério Público sobre o Parque dos Maias –13 de julho de 2007.

No dia 13 de julho do corrente ano, às 16 horas, foi realizada uma reunião convocada pela Promotoria da Habitação e Defesa da Ordem Urbana do Ministério Público desta Capital, coordenada pelo Dr. Promotor de Justiça Sr. Luciano Brasil, para tentar um acordo que viabilize a aquisição de quase 300 (trezentos) apartamentos da Habitasul e Urbanizadora Mentz, no conjunto habitacional Parque dos Maias, que hoje se encontram ocupados por famílias de baixa renda. Essa reunião decorreu de outra, realizada em 02/07/07. A CHEPRF se fez presente, através do seu presidente. Também estiveram presentes membros da comunidade, a AMOPAM, por sua presidente Cristiane Wissman e a UAMPA, por Mara Verlaine do Canto, a CONAM, por seu dirigente Pedro da Hora Dias, a Caixa Econômica Federal, representada pelo Sr. Roberto Zeni, a CEF/GITERPO, pela Sra. Leony Maria Kist, e a Habitasul, através dos Srs. Noé Oliveira e Carlos B. Laita.

Como a Habitasul alegou ser impossível aceitar a proposta alternativa apresentada pelos moradores, devido aos elevados custos financeiros cobrados pela CEF, referentes ao financiamento original, foram propostas duas alternativas: a primeira, seria a entrega pela Habitasul dos imóveis à CEF (ou à EMGEA), que negociaria com os moradores em condições mais acessíveis; a segunda, seria que a CEF repactuasse as condições do financiamento feito à Habitasul (considerando os longos anos que os prédios tiveram abandonados), viabilizando condições de venda mais favoráveis aos moradores, excluídos quaisquer lucros para a empresa, que se contentaria em não ter prejuízos. O encaminhamento final foi no sentido de que a Habitasul e a CEF analisassem as duas propostas até o dia 10/08/2007, enviando uma resposta oficial ao Ministério Público. Também, por solicitação da CONAM e da CEHPRF, a Habitasul se comprometeu, perante o MP, que não intentaria nenhuma ação de despejo durante o processo de negociação.

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2.33 – Reunião realizada na Vila dos Ferroviários – 14 de julho de 2007.

No dia 14 de julho de 2007, às 15 horas e trinta minutos, na sede do Centro Cultural do Grêmio Esportivo “Ferrinho”, a CEHPRF realizou uma reunião com os moradores da Vila dos Ferroviários de Porto Alegre, para esclarecer o processo de regularização da referida comunidade, bem como para definir encaminhamentos.

Coordenada pelo Deputado Raul Carrion, presidente da CEHPRF, a reunião ainda contou com a participação de assessores dos Deputados Estaduais Miki Breier e Raul Pont – Nestor Malta e Claro Diego López Benino, respectivamente. Pela Secretaria do Patrimônio da União estiveram presentes a Sra. Maria do Carmo Backes e o Sr. Ademar Rosa e pelo EPHAC o Sr. Osório Queiroz Jr. A Sra. Gilda Diniz e o Sr. Dirceu Kommers representaram a COOHADIPE (Cooperativa dos moradores) e o Sr. Pedro Dias representou a CONAM e a UAMPA. O Centro Cultural “Ferrinho” esteve presente por seu presidente, Hélio Bueno da Silveira. Da comunidade, participaram cerca de 80 (oitenta) pessoas.

Na ocasião, ficou esclarecido que não existe risco de despejo dos moradores, devendo a SPU e a extinta RFFSA trabalharem em conjunto para, no mais breve espaço de tempo, concretizar o repasse da área da rede para a União. Após, a SPU poderá cedê-la ao município, para viabilizar a regularização definitiva da área. A forma que isso ocorrerá – concessão de uso para fins de moradia, doação ou permuta de áreas – deverá ser discutido a partir de agora entre a SPU, a RFFFSA e a comunidade. Outrossim, o representante do EPHAC propôs a realização de reuniões com a comunidade para debater a reforma das casas que apresentam risco aos moradores, mas que, por seu valor histórico, é recomendável a preservação da sua arquitetura. Também foi solicitada uma reunião com a CEEE para tratar dos problemas relativos à rede de energia elétrica na vila.

Feitos os esclarecimentos e definidos os encaminhamentos, a reunião foi erncerrada.

2.34 – Reunião de Grupo de Trabalho da Vila São Pedro- 16 de julho de 2007

Sob a coordenação do Presidente da CEHPRF, reuniu-se o Grupo de Trabalho criado para encaminhar as resoluções tiradas por ocasião da audiência pública do dia 03 de julho. Essa reunião contou com a presença do representante da SEHADUR, Beroci Godoi, do representante da CEF, José Atílio Cherubini, do COHRE, representado por Cristiano Muller e Cristiane Knijnik, de Pedro Dias, da UAMPA e da CONAM, e de representantes da comunidade.

Com o objetivo de viabilizar um acordo para a regularização da área ocupada – através de uma concessão especial de uso para fins de moradia, de caráter coletivo – ficou acertado que: 1) a SEHADUR retirará o recurso que havia interposto na ação judicial dos moradores e elaborará, com a brevidade possível, o projeto urbanístico do loteamento, em consulta com a comunidade; 2) a comunidade assume o compromisso de, ao ser concretizado o loteamento,

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garantir a cada família sua fração ideal igualitária, nos termos da MP 2.220/01; 3) a cada 30 (trinta) dias a SEHADUR comunicará ao juiz da causa o andamento da referida concessão especial de uso para fins de moradia, de caráter coletivo; 4) a ação judicial contra o Governo fica suspensa pelo prazo de 90 (noventa) ou 120 (cento e vinte) dias [esse prazo ainda será acertado entre as partes], tempo necessário para concretizar a referida concessão; 5) a ação judicial contra o Estado se extingue com a efetivação da concessão de uso aos moradores.

Com relação ao Projeto Urbanização, Regularização e Integração de Assentamentos Precários – Vila São Pedro – Porto Alegre, foi sugerida a realização de uma reunião no segundo semestre, com a participação da Secretaria da Saúde e demais instituições envolvidas com o tema.

2.35 – Reunião na Assembléia Legislativa – apresentação de anteprojetos de lei alterando a legislação estadual - 16 de julho de 2007.

Em 16 de julho do corrente, a Comissão Especial de Habitação e Regularização Fundiária realizou uma reunião na Sala Alberto Pasquallini para apresentar aos movimentos sociais os anteprojetos que pretende protocolar, alterando a legislação estadual que trata da questão habitacional e urbana. Os anteprojetos têm por objetivo adequar a legislação do Rio Grande do Sul ao Estatuto das Cidades e à lei federal que criou o Sistema Nacional de Habitação de Interesse Social.

Presentes os deputados Raul Carrion e Sandro Boka, e representantes dos deputados Raul Pont e Miki Breir. Entre as diversas entidades que participaram da reunião, destacamos a CONAM, a FEGAM, a UAMPA, o COHRE, a Associação de Moradores da Vila Cruzeiro, a Cooperativa Habitacional dos moradores da Vila dos Ferroviários (de Porto Alegre) e o Grêmio Esportivo “Ferrinho”.

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2.36 – Entrega dos anteprojetos da CEHPRF à SEHADUR - 16 de Julho de 2007.

No dia 16 de julho, às 15 horas, a CEHPRF visitou a SEHADUR para fazer a entrega ao Secretário Marco Alba dos anteprojetos que pretende protocolar na Assembléia Legislativa, visando alterar a legislação estadual de habitação e desenvolvimento urbano.

Na ocasião, também foram debatidos os projetos de regularização e urbanização da Nova Santa Marta, em Santa Maria, recentemente incluídos no PAC, depois de uma ampla mobilização, com a participação da CEHPRF.

2.37 – Participação na plenária na Nova Santa Marta – 18 de Julho de 2007

No dia 18 de julho à noite, no ginásio do Colégio Marista da Ocupação Nova Santa Marta, em Santa Maria, realizou-se uma concorrida plenária com a participação do presidente da Comissão Especial de Habitação e Regularização Fundiária, prefeito Valdeci Oliveira, secretários municipais, SEHADUR, COHAB (em extinção), vereadores e lideranças comunitárias da cidade de Santa Maria, além de dezenas de moradores. Na ocasião, foi apresentada a conquista pela comunidade da inclusão da regularização e urbanização da Nova Santa Marta no Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo federal. Segundo o acertado, o governo do Estado repassará a área da Nova Santa Marta – hoje da COHAB – para a Prefeitura de Santa Maria, a qual assumirá o seu processo de regularização e urbanização. A União, por sua vez, destinará de um total de R$ 42 milhões (7 milhões a mais do que havia sido inicialmente solicitado) para a regularização e para as obras de urbanização. Após o pronunciamento de inúmeras lideranças comunitárias, festejando a vitória e solicitando um pronto encaminhamento

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do processo de regularização e urbanização, usaram da palavra os vereadores, a SEHADUR e a COHAB.

Estas manifestaram a sua satisfação no desfecho e asseguraram que no prazo mais rápido possível seria feita a doação da área à Prefeitura de Santa Maria, o que exigirá a aprovação de um projeto de lei pela Assembléia Legislativa. O presidente da Comissão Especial de Habitação e Regularização Fundiária, deputado Raul Carrion, afirmou que o parlamento gaúcho sentia-se gratificada pelo trabalho realizado em conjunto com a União, Governo do Estado, Prefeitura de Santa Maria e comunidade, que redundou na aprovação de tão significativos recursos para resolver uma situação que já se arrastava há mais de 15 anos, sem solução, envolvendo quase 25 mil pessoas. E creditou essa vitória à mobilização da comunidade e à unidade e parceria entre todos os níveis de governo para atingir esse objetivo. O Prefeito Valdeci Oliveira relatou as negociações para acrescentar 7 milhões ao pedido inicial de 35 milhões de reais e anunciou o asfaltamento de todas as principais ruas do bairro e investimentos em saneamento básico. A plenária encerrou-se em clima de festa e de continuidade da mobilização da comunidade.

2.38 – Reunião do Grupo de Trabalho de regularização fundiária do bairro Getúlio Vargas em Rio Grande – 20 de julho de 2007

No dia 20 de julho de 2007, conforme havia sido definido na audiência pública realizada em Rio Grande no dia 05 do mesmo mês, a CEHPRF reuniu-se na Câmara Municipal daquela cidade, com o Grupo de Trabalho formado para discutir a expansão portuária relativa ao bairro Getúlio Vargas.

Pela CEHPRF, estiveram presente os Deputados Raul Carrion e Sandro Boka; pela Câmara Municipal, os Vereadores Renatinho (Presidente), Júlio César, Jair Rizzo, Carlos Fialho, Cláudio Costa, Charles Saraiva. O Vereador Júlio Martins foi representado pelo assessor Marcos Branco. A Prefeitura se fez presente pelo Secretário de Assistência Social, Leonardo Salum, a CEF esteve representada por Balbino Xavier. Também compareceram a FURG, por César Augusto Ávila Martins, a Superintendência do Porto, por Vidal Áureo Mendonça, o Ministério público, pelos Drs. Rodrigo S. de Moraes e Dra. Carla Pedrotti, pela Associação de Moradores, José Assis de Ávila da Luz e Débora Nilce Alencastro, além de inúmeros moradores. Ainda, pela CONAM, Pedro da Hora Dias, e pelo MNLN, Gilmar Ávila.

Inicialmente, conforme havia sido solicitado pela CEHPRF, a Superintendência do Porto apresentou estudos atualizados sobre a expansão portuária prevista, em relação ao Bairro Getúlio Vargas. Da mesma forma, a Prefeitura de Rio Grande apresentou o levantamento das famílias que seriam reassentadas para que essa expansão portuária possa ocorrer, e que seriam em torno de 300, número muito inferior às quase mil famílias inicialmente previstas.

A Superintendência do Porto também informou que já está negociações em relação a um terreno de 9.200 m² pertencente ao IRGA, localizado próximo ao Bairro Getúlio Vargas, cuja alienação já foi aprovada pela Assembléia Legislativa, para onde poderá ir uma parte das famílias que terão de ser reassentadas. Outras áreas nas proximidades estão sendo sondadas. Inclusive, será feita uma consulta à Assembléia Legislativa sobre a possibilidade de que esta área e outras eventuais áreas do Estado, que não estejam sendo utilizadas, sejam repassadas

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ao município de Rio Grande, com o objetivo de reassentar as famílias que venham a ser atingidas pelos projetos de expansão portuária.

Quanto à regularização das áreas no bairro Getúlio Vargas que foram excluídas do perímetro portuário, foi informado que a questão já foi repassada à Secretaria do Patrimônio da União, para providenciar os trâmites necessários a uma concessão de uso especial para fins de moradia. A Prefeitura de Rio Grande comprometeu-se com a CEHPRF em encaminhar à SPU, no prazo de 30 dias, estudos correspondentes, bem como a delimitação precisa das áreas e seus respectivos memoriais descritivos.

A Superintendência do Porto ainda informou que estaria por firmar um convênio, nas próximas semanas, com a Fundação Universidade Federal de Rio Grande para realizar um levantamento mais detalhado sobre as famílias do Bairo Getúlio Vargas que deverão ser reassentadas. Estabeleceu-se um prazo de trinta dias após a firma desse convênio para que seja entregue a delimitação das áreas que serão atingidas pela expansão do Porto. Além disso, a FURG deverá fazer levantamento cadastral, topográfico e sócio-econômico mais detalhado do Bairro, que deverá estar finalizado em um ano.

Também foi proposta pelo Ministério Público a assinatura de um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta), envolvendo a Superintendência do Porto, a Prefeitura, a Caixa Econômica Federal, os moradores e demais partes interessadas, definindo as condições do reassentamento das famílias e garantindo-lhes condições dignas de moradia e habitabilidade, em áreas próximas de onde hoje se encontram.

Também foi debatida a situação das famílias das vilas Santa Teresa, Mangueira, Barra Nova, e Barra Velha. Quanto ao bairro Santa Teresa, o impacto de remoção atingirá cerca de 5% das famílias, em razão da construção de um cais. Na Mangueira deverá haver um reassentamento total, em razão do risco que oferecem as tubulações de produtos químicos que passam no local; isso está sendo objeto de estudo e implicará na remoção de cerca de 250 famílias. Na Barra Nova está sendo estudada a assinatura de um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) com o MPE, regrando as condições do reassentamento. Já a Barra Velha será liberada para regularização, uma vez que não será objeto de expansão portuária.

Concluída com êxito a reunião, o GT marcou uma nova reunião para o dia 23 de agosto de 2007, no mesmo local.

2.39 - Reunião na Assembléia Legislativa – 2 de agosto de 2007.

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Essa reunião destinou-se à discussão de 04 projetos elaborados pela Comissão, que buscar adequar a legislação de habitação de interesse social do Rio Grande do Sul à legislação federal como o Estatuto das Cidades e o Sistema Nacional de Habitação de Interesse Social, e ainda alterar o regimento da casa, para incluir na Comissão de Assuntos Municipais os temas pertinentes à esta Comissão Especial.

Estiveram presentes os Deputados Estaduais Raul Carrion (PC do B), Ronaldo Zulke (PT), Miki Breier (PSB), Cassiá Carpes (PTB), Alceu Moreira (PMDB), Dioniso Marcon (PT), e ainda, diversas assessorias. Também compareceram Pedro da Hora Dias, da Confederação Nacional das Associações de Moradores e Getúlio Vargas da União das Associações de Moradores de Porto Alegre.

O primeiro projeto trata da proposta para alterar a Resolução nº2.288 (Regimento Interno), no inciso VI do art. 56º, está baseada na necessidade de dar continuidade aos trabalhos já desenvolvidos sobre habitação popular por todas as Comissões Especiais pretéritas sobre o tema, possibilitando que se trate permanentemente esta questão na Assembléia Legislativa do RS. A proposta é incluir como atribuições da atual Comissão de Assuntos Municipais as questões envolvendo habitação de interesse social e regularização fundiária urbana, bem como o desenvolvimento urbano.

Outro projeto, que trata das terras públicas e devolutas (Lei 10.851/96) propõe uma modificação importante, que é o Banco de Terras Urbanas, com a finalidade de que as terras públicas ociosas, subutilizadas ou não utilizadas devem servir para moradia de famílias de baixa renda.

Também propõem-se alterações na Lei que institui o sistema estadual de habitação de interesse social (Lei 10.529/95), realizando as adequações no Conselho Estadual de Habitação, para atender determinação do Sistema Nacional de Habitação de Interesse Social.

Por fim, propõe projeto de alteração da Lei Complementar 9.752/92, melhorando seus instrumentos.

2.40 - Reunião na Assembléia Legislativa – 09 de agosto de 2007.

Esta reunião destinou-se a apreciação e votação do relatório final bem como a deliberação de projetos de lei elaborados pela Comissão.

Estiveram presentes os Deputados Estaduais Raul Carrion, da Comissão, Sandro Boka, Vice-Presidente, Ronaldo Zulke, Relator da Comissão, Miki Breier, Paulo Brum, Gerson

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REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA

Burmann, Dioniso Marcon, Raul Pont, Daniel Bordignon, Gilmar Sossela. Também presentes Pedro Lacerda, representando a Caixa Econômica Federal, Vereadora Maristela Maffei, Vereador Carlos Todeschini e diversas lideranças comunitárias.

O Deputado Sandro Boka anunciou, uma boa notícia à Comissão referente ao problema enfrentado no Estado acerca da expansão do Porto de Rio Grande, que houve a liberação de 18 milhões de reais através do Programa de Aceleração de Crescimento (PAC) para a construção de casas nas áreas que serão atingidas pela expansão portuária. Revelou que a Prefeitura de Rio Grande disponibilizará mais 4,5 milhões para o mesmo destino e destacou que o trabalho da Comissão foi fundamental para o término do problema enfrentado há dez anos.

Posteriormente, O Deputado Raul Carrion declarou os encaminhamentos realizados pela Comissão.

O Deputado Ronaldo Zulke pediu que o Assessor Técnico da Comissão, Eduardo Andreis, realizásse uma apresentação do Relatório Final, e após; o próprio Deputado realizou a leitura da conclusão do mesmo.

Além disso, decidem os Deputados a elaboração de uma cartilha que inclua as formas de regularização de imóvel para ser distribuída à Comunidade. Após debates entre Deputados e os presentes na reunião foi dada por encerrada a presente solenidade.

Não houve a deliberação e votação pois foi solicitado pedido de vista dos Deputados, para análise do Relatório, e a votação ficou marcada para o dia 14 de agosto de 2007.

3 - ESTUDOS DE CASOS REFERENCIAIS

3.1. Regularização Fundiária em Imóveis da Rede Ferrovia Federal S. A.

Em todo o Brasil, a RFFSA possui mais de 50 mil imóveis onde vivem cerca de 400 mil famílias. Neste universo, existem ocupações irregulares feitas por população de alta e baixa renda, assentamentos nos limites dos trilhos e outras ocupações em áreas não edificáveis e de proteção ambiental. Por outro lado, existem habitações cujas edificações haviam sido adquiridas da empresa, sendo que alguns contratos foram adimplidos e outros não.

Diversas prefeituras municipais vêm, há muitos anos, gestionando junto à RFFSA formas de regularizar a posse dos moradores desses imóveis, priorizando aqueles de baixa renda que ocupam áreas urbanas.

A partir da privatização da RFFSA, aumentou a pressão para remoção dos moradores, tendo havido, em alguns, inclusive, ações judiciais visando reintegração de posse por parte da Rede Ferroviária. Atualmente, as áreas da empresa são classificadas como operacionais

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(necessárias às operações ferroviárias) e não operacionais. As primeiras passaram a ser administradas pelo Departamento Nacional de Infra–Estrutura de Transportes (DNIT) sendo, no Rio Grande do Sul, objeto de concessão e arrendamento à empresa América Latina Logística do Brasil S.A., e por questão de segurança das pessoas e da circulação de trens, as ocupações sobre elas deverão ser posteriormente reassentadas. As não operacionais serão transferidas à União, devendo ser regularizadas para uso habitacional quando ocupadas por populações de baixa renda.

Em vários municípios, as áreas com ocupações residenciais passaram a ser objeto de negociação entre prefeituras, Ministério das Cidades, Ministério dos Transportes, Caixa e RFFSA, no sentido da regularização dos imóveis. Em alguns deles chegaram a ser firmados convênios para alienação, protocolos de intenções de compra e venda, com previsão, inclusive, de reassentamento em outros locais.

Em dezembro de 2006, a Medida Provisória nº 335 – transformada na Lei Federal nº 11.481/2007 – autorizou à Secretaria do Patrimônio da União (SPU) regularizar ocupações em bens imóveis da União (incluídos os da RFFSA), podendo, para tanto, firmar convênios com Estados e Municípios. No início de 2007 a Medida Provisória nº 353 – transformada em Lei Federal nº 11.483/2007 – extinguiu a Rede Ferroviária Federal S.A. e transferiu para a União suas áreas não operacionais, dispondo sobre a regularização das áreas ocupadas por famílias de baixa renda.

Desde então é tarefa da SPU atuar junto aos Estados e Prefeituras no sentido de identificar as áreas não operacionais para incorporá-las ao patrimônio da União e, posteriormente, proceder às transferências e regularizações.

No Rio Grande do Sul deverão ser resolvidas situações de ocupações nos municípios de Porto Alegre, Santa Maria, Pelotas, Montenegro, Rio Grande, Bento Gonçalves, Caxias do Sul, Santa Bárbara do Sul, Gaurama, Cerro Largo, Cruz Alta, Passo Fundo, Erechim, Bento Gonçalves, São Borja, Candiota, Santo Ângelo e São Gabriel, entre outros.

Nessas circunstâncias, a Comissão Especial de Habitação Popular e Regularização Fundiária da Assembléia Legislativa gestionou junto ao Inventariante da ex-RFFSA no sentido de se criarem condições técnicas para que acelerar a transferência efetiva dos seus imóveis em Santa Maria e Porto Alegre.

Em maio do corrente ano, durante audiência pública da CEHPRF, foi assinada a transferência à SPU das duas primeiras áreas da extinta RFFSA, ação pioneira no País, exatamente os casos de Porto Alegre e Santa Maria, que irão a beneficiar cerca de 540 famílias.

Além desses dois casos já encaminhados, (ver detalhes nos estudos específicos a seguir), a Comissão estabeleceu contatos com as prefeituras de Montenegro, Cruz Alta e Santo Ângelo.

Algumas dificuldades ainda terão de ser superadas, tais como registros de antigas posses em nome da RFFSA, até hoje não averbadas em cartório, permutas entre proprietários, levantamentos físicos das áreas, cadastros de moradores e contratação de assessorias especializadas pelas prefeituras.

Vencidas essas etapas, poderá ser concretizado o acesso dos moradores ao direito à habitação, à melhoria das condições de vida, e consequentemente, à inclusão social.

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3.1.1. KM 3 – Santa Maria

Origem/Situação AtualO chamado Km 3 constituiu uma ocupação em parte de área pertencente à extinta

RFFSA, localizada junto às oficinas da antiga Linha da Fronteira, no local conhecido como Km 3, próximo à BR 158. Sobre uma área que totaliza 56,68 ha, apenas 16,5 ha estão ocupados por assentamentos. No local existe parte de área operacional, ao longo da via férrea (1,6 ha) e parte cedida à fabrica de vagões Santa Fé. Na área central, há casos de imóveis residenciais localizados na Vila Belga – tombada pelo Estado – e no Bairro Monumento, alienados de forma parcelada a ex-ferroviários, grande parte dos quais se encontra em situação de inadimplência.

No local, além das ocupações com as moradias, há uma área cedida pela RFFSA, em permissão de uso, para o Aliado Futebol Clube, que funciona como área de atividades esportivas. A Prefeitura pretende urbanizar o local, transformando-o em parque público.

A Prefeitura de Santa Maria, que há anos vem negociando com a RFFSA visando a regularização e urbanização dessas ocupações, já tentou adquirir parte da área, o que poderia ser efetivado através de um desmembramento da área maior. Entretanto, até o momento foi adquirida apenas uma parte, localizada no Km 2, hoje ocupada por 525 famílias.

Durante audiência pública da CEHPRF, realizada em maio, na Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul, 21,4 ha da RFFSA foram transferidos para a SPU, a qual, com base na Lei Federal n.º 11.481/2007, está autorizada a regularizar as ocupações.

LocalizaçãoLocaliza-se em área urbana, entre a BR 158 e a avenida João Machado Soares,

limitada pelo arroio Vacacaí-Mirim.

OcupaçãoA Km 3 é constituída por aproximadamente 240 famílias (18 são de ex-ferroviários), que

ocupam áreas não operacionais. Junto ao arroio Vacacaí-Mirim encontram-se 4,8 ha considerados áreas de preservação ambiental.

Área total ocupada: 16,5 ha. Tempo da ocupação: mais de 30 anosPropriedade : da União, através da transferência. Titularidade: existe, em nome da RFFSA, para 56,6 ha. Há lotes individualizados: nãoEquipamentos urbanos : campo de futebol. Em frente, há escola, posto de saúde, posto

do Programa de Saúde da Família – PSF.

Projetos/Programas Oficiais/FinanciamentosExistem projetos para o local : levantamento topográfico – executado pela Prefeitura

MunicipalExistem projetos em execução: Estudo de Viabilidade Urbanística – pela Prefeitura

Municipal

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Têm assessoria técnica: a assessoria técnica da Secretaria de Habitação da Prefeitura Municipal de Santa Maria; escritório da Secretaria do Patrimônio da União de Porto Alegre .

EncaminhamentosSegundo a SPU não existe risco de despejo, uma vez que a área foi transferida à União,

que garante o interesse em regularizar o uso para os moradores. Na sequência, deverá ser demarcado o que constitui área operacional e não operacional, identificando com precisão a área que será repassado à SPU, a que poderá ser regularizada e as das famílias que, eventualmente, deverão ser reassentadas. A SPU e a Prefeitura de Santa Maria estão providenciando os memoriais descritivos exigidos para registro em cartório. Feito o desmembramento da área, a SPU efetuará a concessão de direito real de uso ao Município, ficando este com a posse das áreas ocupadas. Posteriormente, este deverá transmití-las aos moradores, através de concessão de direito real de uso.

Legislação para embasar soluções:Legislação Federal :Lei nº 11.481/07Lei nº 11.483/07Estatuto da Cidade – Lei Federal n.º 10.257/2001 Decreto-Lei nº 271/67

Órgãos participantes:Comissão Especial de Habitação Popular e Regularização Fundiária Secretaria de Patrimônio da União do Ministério de Planejamento Orçamento e Gestão Prefeitura Municipal de Santa Maria RFFSACaixa Econômica Federal

3.1.2 – Vila dos Ferroviários – Porto Alegre

Origem/Situação Atual A Vila dos Ferroviários é um conjunto residencial de antigos funcionários da Viação

Férrea do Rio Grande do Sul, que foi integrada à Rede Ferroviária Federal S/A. Ocupa parte de uma área particular (40,5ha), desapropriada pela Viação Férrea em 1945, passando, após, ao patrimônio da Rede Ferroviária. Uma outra parte está registrada em nome da Prefeitura Municipal de Porto Alegre.

Há muitos anos seus moradores ocupam as residências em regime de permissão de uso, mediante contraprestações mensais pagas à Rede Ferroviária. Diante da inadimplência de parte dos moradores, houve sucessivas tentativas de reintegração de posse desses imóveis. Desde os anos 90, a Prefeitura de Porto Alegre vinha tentando promover a regularização fundiária da Vila, apoiando os moradores que, através da Cooperativa Habitacional Diretor Pestana, reivindicam a permanência no local.

Após a privatização da RFFSA, a questão passou a ser objeto de negociação entre Ministério das Cidades, Ministério dos Transportes, Caixa e RFFSA, com a intervenção da

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Câmara Municipal e da Assembléia Legislativa, em busca de soluções que viabilizassem a regularização dos imóveis. Com as leis nº 11.481/07 e nº 11.483/07, foi facilitada a regularização da Vila dos Ferroviários, garantindo aos moradores a posse definitiva de suas moradias.

LocalizaçãoLocaliza-se entre a avenida Ernesto Neugebauer, Rua D. Teodora, Av. Ferroviária, Rua

Diretor Pestana, além de algumas casas na Rua A, região norte de Porto Alegre, na região Humaitá/Navegantes. Considerando o PDDUA, localiza-se em área intensiva, na Macrozona 2 – Corredor de Desenvolvimento – constituindo Área Especial de Interesse Institucional.

OcupaçãoA Vila dos Ferroviários é constituída de 197 residências, abrigando quase 300 famílias,

totalizando uma população de mais de 1000 pessoas. Há um total de 171 lotes, sendo 97 casas construídas sobre área pertencente à Prefeitura de Porto Alegre e 100 casas sobre parte de área pertencente à antiga Rede Ferroviária, atualmente fazendo parte do patrimônio da União.

Área total ocupada pela Vila: 6,7 ha.3,5 ha pertencem à Prefeitura Municipal de Porto Alegre 3,2 ha pertencem à UniãoTempo da ocupação: mais de 30 anos

Propriedade: União e Prefeitura Municipal de Porto Alegre .Titularidade: Existe na área da Prefeitura. A área da antiga RFFSA precisa ser

regularizada junto ao Registro de Imóveis. Há lotes individualizados: sim.Há partes regularizadas: não. Na parte pertencente à Prefeitura Municipal houve

concessão de uso.Tipologia das habitações: são habitações unifamiliares, em lotes individualizados,

mantendo recuo de jardim e um recuo lateral. A maioria ainda mantém características construtivas originais, em madeira, com pavimento único. Em algumas já houve reformas, com ampliações feitas em alvenaria, eventualmente acrescentando mais um pavimento.

Há infra-estrutura: sim Equipamentos urbanos: sede do Grêmio Esportivo Ferrinho – centro recreativo, cultural

e esportivo (fundado em 1963), escola estadual de 1º Grau e um posto de saúde nas imediações.

Cooperativa: desde 1994 existe a Cooperativa Habitacional Diretor Pestana .Ocupação em áreas de risco: não

Projetos/Programas Oficiais/FinanciamentosExistem projetos para o local :• levantamento planialtimétrico executado pelo DEMHAB (1997) • levantamento topográfico – está sendo revisado;• levantamento e diretrizes para intervenção visando à preservação de alguns

exemplares das unidades residenciais (EPAHC – SMC -- PMPA);

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REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA

O Município tem Conselho e/ ou Fundo específico para habitação: o COMATHAB - Conselho Municipal de Acesso à Terra e à Habitação e Fundo de Habitação, vinculados ao DEMHAB.

Programas para regularização fundiária: há um contrato de concessão de direito real de uso não oneroso firmado em 2004 com os moradores que estão sobre a área do Município.

Contratos com cooperativas: houve aprovação de Crédito Solidário junto à CAIXA, através da Cooperativa Habitacional Diretor Pestana, sem continuidade.

Têm assessoria técnica: a assessoria técnica do escritório local da SPU está providenciando os documentos exigidos para registro em cartório das áreas originais, advindas da desapropriação.

Encaminhamentos Excetuando os moradores que firmaram contrato com a Ex-RFFSA – inadiplentes ou

localizados em áreas operacionais – não existe mais risco de despejo, uma vez que os imóveis foram transferidos à União, havendo interesse em regularizar o uso para os moradores. A SPU está providenciando a documentação necessária (levantamento topográfico, delimitação da área, sentença desapropriatória da época e memorial descritivo) para regularizar a área junto ao registro de imóveis. Os moradores que acompanham o processo de regularização há mais tempo irão disponibilizar todas as informações e/ou documentos que possam complementar a documentação necessária.

Na seqüência, deverá ser demarcado o que constitui a área operacional e a não operacional, identificando com precisão a parte que passa à propriedade da União. Isso feito, a SPU e a Prefeitura negociarão a forma como a área ocupada da União deverá ser repassada ao Município, sob forma de permuta, doação ou concessão de uso. Posteriormente, a Prefeitura fará a individualização da concessão a cada família.

Sabe-se que existe grande parte das residências, assim como a sede do Grêmio Esportivo Ferrinho, que são de interesse para o Patrimônio Cultural do Município. Esses imóveis estão relacionados no Inventário do Patrimônio Cultural de Bens Imóveis de Porto Alegre, desde 2005. Qualquer intervenção nos mesmos deverá ser analisada pelo órgão municipal responsável pelo patrimônio cultural – EPAHC. Para viabilizar ações no sentido da preservação, a EPAHC pretende realizar oficinas junto com os moradores. O escritório regional do IPHAN deverá ter participação, conforme previsto na Lei n.º11.481/2007. Como o prédio do Grêmio Esportivo Ferrinho encontra-se localizado em área operacional da ALL, sua preservação exigirá uma negociação especial.

Paralelamente, a comunidade deverá se reunir com a Prefeitura Municipal de Porto Alegre e a SPU para que seja avaliado o melhor instrumento legal a ser utilizado para viabilizar a regularização fundiária, o que já vem ocorrendo através de grupo de trabalho coordenado pela CEHPRF. Nesse sentido, a comunidade deverá também providenciar um cadastro dos moradores, auferindo a situação dos mesmos, o que será condicionante para a escolha dos instrumentos mais adequados.

Ao final desse processo existirão condições para a regularização dos lotes e futuramente acessar a programas para qualificação e/ou construção de novas moradias.

Legislação para embasar soluçõesLegislação Federal :

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REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA

Lei nº 11.481/07Lei nº 11483/07Medida Provisória n.º 2.220/2001 – Concessão Especial de Uso para fins de Moradia ou Estatuto da Cidade - Lei Federal n.º 10.257/2001-e Decreto–Lei nº 271/67 - Concessão do Direito Real de Uso.

Órgãos participantesComissão Especial de Habitação Popular e Regularização FundiáriaCOOHADIPESecretaria de Patrimônio da União do Ministério de Planejamento Orçamento e Gestão IPHANPrefeitura Municipal de Porto Alegre Secretaria de Estado de Habitação, Saneamento e Desenvolvimento Urbano Rede Ferroviária Federal S. ACaixa Econômica Federal

3.2.1. Nova Santa Marta – Santa Maria

Origem /Situação AtualNova Santa Marta é a denominação de um conjunto de 7 vilas populares, no município

de Santa Maria. Localiza-se na zona oeste da cidade, e teve origem no conjunto habitacional COHAB Santa Marta, construído sobre terras de antiga fazenda, denominada Santa Marta, que foi desapropriada pelo Estado em 1978.

Da antiga fazenda, com 1200 ha, 39 ha constituem a COHAB Santa Marta, com 872 habitações, construídas em 1981. Cerca de 343 ha foram repassados para a COHAB/RS em 1985, em regime de outorga donatária, com o compromisso de que ali fossem construídas, no prazo de 5 anos, habitações populares. Das demais áreas remanescentes da fazenda, parte está ocupada pelo Distrito Industrial do município, e parte pelo assentamento Carlos Marighela , ocupado pelo MST em 1991.

No final de 1991, após inúmeras tentativas de negociação entre Município, COHAB/RS e a Caixa Econômica Federal, várias famílias decidiram pela ocupação das terras da COHAB, uma vez que estas ainda encontravam-se desocupadas. Ao final da ocupação, 357 famílias (posteriormente reduzidas para cerca de 200) permaneceram acampadas no local, dando origem ao que hoje é a Vila 7 de Dezembro. Em 1992, chegam outras 40 famílias, dando origem à Vila 10 de Outubro. Ao longo do ano de 1993 outras ocupações foram ocorrendo, dando origem às vilas denominadas Núcleo Central, Pôr do Sol e Alto da Boa Vista. Em 1998 surgem as vilas 18 de Abril e Marista I e II.

Localização Zona oeste da cidade Santa Maria

Ocupação

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As 7 vilas estão em área urbana, com população de aproximadamente 24.000 pessoas, o equivalente a mais de 5 mil famílias.

Área: área total de 343 ha pertencentes à COHAB - RS Dimensão das vilas :• Vila 18 de Abril: 9.724 ha• Vila Por do Sol: 36.819 ha• Vila 10 de Outubro: 11.362 ha• Vila 7 de Dezembro: 14.011 ha• Vila Marista I e II : 28.495 ha• Vila Alto da Boa Vista: 42.977 ha• Vila Núcleo Central: 41.900 ha Total de área ocupada: 185,29 haTempo da ocupação: 15 anosPropriedade: Estado do Rio Grande do Sul e COHAB/ RSTitularidade : há registro em cartórioHá infra-estrutura: em partes, há redes de água e eletricidade; não há saneamento.Há equipamentos urbanos: 3 escolas (municipal, estadual e particular), creche, centro

de saúde.Ocupação em áreas de risco: sim; há ocupações em margens de arroio e em área de

nascentes.

Projetos/Programas Oficiais / FinanciamentosExistem projetos para o local :

• levantamento planialtimétrico• levantamento topográfico• estudo de viabilidade urbanística (já analisado pela Prefeitura Municipal, que está

solicitando alterações)

Há licenciamento ambiental – situação: foi protocolada solicitação de licenciamento no órgão estadual – FEPAM

Já obteve recursos de programas: houve investimento R$ 1,5 milhões do Governo do Estado para urbanização; recentemente foram aprovados R$ 42 milhões do PAC.

EncaminhamentosA Nova Santa Marta foi a primeira ocupação atendida pela Comissão Especial de

Habitação Popular e Regularização Fundiária, que se deslocou até Santa Maria para conhecer a situação e dialogar com a comunidade, e logo o caso foi encaminhado ao Ministério das Cidades.

Após reunião realizada em Porto Alegre, à pedido da CEHPRF, com a presença do secretário da SEHADUR, da COHAB, prefeito de Santa Maria, vereadores, deputados federais e estaduais, lideranças comunitárias, foi encaminhado diretamente ao Ministro da Cidades, em reunião agendada por esta Comissão, ocorrida em Brasília, o pedido para que fosse incluído

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entre os projetos do PAC – Programa de Aceleração do Crescimento – do Governo Federal, a regularização fundiária e a urbanização da Vila Nova Santa Marta.

Posteriormente foi promovida pela CEHPRF – em conjunto com a Câmara Municipal de Santa Maria – uma audiência pública na própria Ocupação Nova Santa Marta, que reuniu deputados federais e estaduais, vereadores, o Prefeito de Santa Maria, a FAMURS, SEHADUR, COHAB, CEF, associações comunitárias, lideranças locais e a FEGAM, com a presença de quase mil pessoas.

Na ocasião foram feitos diversos encaminhamentos envolvendo a regularização da Nova Santa Marta. Assim, foi criada uma comissão mista de trabalho – envolvendo a Prefeitura, o Governo do Estado e a comunidade – para agilizar a elaboração dos projetos básicos, com vistas ao seu encaminhamento em tempo ao Ministério das Cidades, para a sua inclusão no PSC, o que foi conseguido. Agora, a comissão irá elaborar um cronograma de trabalho, visando o detalhamento dos projetos, buscando definir as formas de regularização dos terrenos e moradias, assim como alternativas para os moradores que estão em áreas de risco, viabilizando novas moradias para esses. A SEHADUR colocou técnicos à disposição da prefeitura local, os quais poderão auxiliar nos projetos e levantamentos que forem necessários, dando continuidade a projetos que já existem na Secretaria e na Prefeitura Municipal para a Nova Santa Marta. Em julho, foi aprovada pelo Governo Federal a liberação de R$ 35 milhões do PAC para a regularização fundiária e a urbanização da Nova Santa Marta. Nas negociações em nível nacional, ficou acertado que o Estado repassará a área da COHAB à Prefeitura, que assumirá o projeto de regularização fundiária e as obras de urbanização da área. Posteriormente, foi negociado com o governo federal um acréscimo de mais R$ 7 milhões, totalizando 42 milhões de reais para o projeto.

Ainda em julho, esta Comissão Especial participou, através de seu presidente, de uma plenária na Ocupação Nova Santa Marta para informar à comunidade sobre a conquista obtida e os encaminhamentos a serem realizados. Presentes a Câmara Municipal e a Prefeitura de Santa Maria, a SEHADUR e lideranças comunitárias.

Legislação para embasar soluçõesFederal: Estatuto da Cidade Lei nº 10257/01Medida Provisória 2.220/2001-Concessão de Uso Especial para fins de MoradiaEstadual: Lei Complementar nº 9.752/01

Órgãos ParticipantesCEHPRFPrefeitura Municipal de Santa MariaCâmara Municipal de Santa MariaSecretaria de Estado de Habitação, Saneamento e Desenvolvimento Urbano SEHADURLiquidante da COHABMinistério das Cidades

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3.2.2. Vila São Pedro - Porto Alegre

Origem / Situação AtualA Vila São Pedro originou-se de uma ocupação feita em área pertence ao Estado do Rio

Grande do Sul, tendo o Governo, há alguns anos, concedido aos moradores, mediante termo, a posse sobre a mesma.

Em 1999, o Governo do Estado lançou um projeto para o local, denominado Morada São Pedro. Visava integrar duas comunidades excluídas – pela pobreza e pela doença mental – que partilhavam o mesmo espaço urbano. Através do acesso à moradia, regularização fundiária, geração de trabalho e renda, educação e saúde, o projeto buscava a melhoria da qualidade de vida dessa população e seu acesso à condição de cidadãos. Estava prevista a regularização fundiária, a implantação de infra-estrutura, a construção de 277 unidades habitacionais novas aos moradores e de 30 Residenciais Terapêuticos, que abrigariam internos do Hospital São Pedro, implementando um projeto inédito de re-socialização de pacientes, seguindo a Lei de Reforma Psiquiátrica. Esse projeto interdisciplinar incluía três programas: Programa São Pedro Cidadão, de inclusão social de pacientes do Hospital, Programa Coletivos de Trabalho, para geração de trabalho e renda aos moradores da Vila e usuários do Hospital, e Programa de Regularização Fundiária, prevendo a legalização da posse à população local. O Projeto contou com a participação das Secretarias Estaduais de Habitação, de Saúde, de Trabalho Cidadania e Ação Social e da Educação.

Até 2002 foram urbanizados 1/3 da área e construídas 57 novas unidades residenciais – 30 para os moradores e 27 para os usuários do Hospital – que abrigam 51 pacientes. Atualmente é como se existissem duas vilas: a velha e a nova, sendo esta a parte urbanizada. Com a mudança de governo em 2003, o projeto deixou de ter prioridade. Desde 2005, a Vila São Pedro recebeu apoio através de programa do Ministério das Cidades, que expirou no início de 2007.

Foi encaminhado ao Governo do Estado pedido de Concessão de Uso Especial para fins de Moradia, baseado na Medida Provisória 2220/2001.Não tendo sido acolhido pelo Estado, tramita na Justiça Estadual como pedido judicial.

Há Inquérito Civil junto à Promotoria de Habitação e Defesa da Ordem Urbanística do Ministério Público, com Termo de Ajustamento de Conduta estabelecido sobre o Estudo de Viabilidade Urbanística aprovado pela comunidade na época. O Termo foi firmado entre o Governo do Estado e Município em 2002, e sabe-se que vários dos condicionantes não foram cumpridos até o momento.

LocalizaçãoA Vila São Pedro localiza-se na Av. Ipiranga nº 5515, no quarteirão delimitado pelas

ruas Guilherme Alves e Salvador França, tendo fundos para o Hospital Psiquiátrico São Pedro. Está em área urbana intensiva, na Macrozona 3 – Cidade Xadrez – conforme o PDDUA

OcupaçãoTem uma população de 1026 pessoas cadastradas, totalizando 297 famílias.

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REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA

Propriedade: Estado do Rio Grande do Sul Titularidade: não tem.Há lotes individualizados: não. Busca-se a regularização fundiária através da

Concessão Especial de Uso para fins de Moradia de forma coletiva, para posteriormente encaminhar a individuação.

Há partes regularizadas: sim, aproximadamente 1/3 da área total.Tipologia das habitações: estão previstos prédios com três pavimentos, unicamente

residenciais, prédios de três pavimentos com uso misto, abrigando residências e comércio e habitações térreas, unifamiliares, de um e dois dormitórios. Aproximadamente 60% dos domicílios são em alvenaria, com construções precárias.

Há infra-estrutura: sabe-se que 81% possuem acesso à água, mas de forma clandestina.

Equipamentos urbanos: creche, posto de saúde (mantido pela AMRIGS), praça, correio, Associação de Moradores e igreja da Assembléia de Deus. Está prevista instalação de oficinas de reciclagem de lixo, uma vez que a maioria dos moradores tem essa atividade como principal fonte de renda.

Ocupação em áreas de risco: não

Projetos / Programas Oficiais / FinanciamentosExistem projetos para o local: • cadastro sócio-econômico• levantamento topográfico• Estudo de Viabilidade Urbanística – E.V.U. – existente desde 2006. Há licenciamento ambiental – situação: a necessidade de estudo de impacto ambiental

e o tipo de estudo deverá ser definida pela CAUGE, ao emitir as diretrizes.O Município tem Conselho e/ ou Fundo específico para habitação: existe o Conselho

Municipal de Acesso à Terra e à Habitação – COMATHAB – e Fundo Municipal de Habitação, ambos vinculados ao DEMHAB.

Foram acionados/utilizados: não. Por tratar-se de imóvel pertencente ao Governo do Estado, e constar de programa do Governo do Estado do Rio Grande do Sul, as instituições envolvidas foram a Secretaria de Habitação e Desenvolvimento Urbano – SEHADUR, as secretarias de Saúde, Trabalho e Ação Social. Quando da aprovação do projeto urbanístico, deverá ser encaminhado à SPM e ao DEMHAB.

Há programas em andamento para habitação novas ou reformas: o projeto prevê 270 novas residências. Foram construídas apenas 30 unidades para os moradores e 27 para os pacientes. Atualmente as obras estão paralisadas.

Programas para regularização fundiária: a partir de 2005 havia o Programa de Apoio à Regularização Fundiária Sustentável de Assentamentos Informais em Áreas Urbanas – do Ministério das Cidades. Estava sendo implementado pelo Centro pelo Direito à Moradia Contra Despejos – COHRE – organização não governamental, que há mais de seis anos trabalha junto à comunidade local, buscando a regularização fundiária. O programa expirou em fevereiro de 2007.

Já obteve recursos de programas: sim. O processo de regularização teve o apoio do Ministério das Cidades – Programa de Apoio à Regularização Fundiária Sustentável de

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Assentamentos Informais em Áreas Urbanas – desde 2005, o qual estava sendo implementado pelo COHRE. O programa expirou em fevereiro de 2007.

Contratos com cooperativas: o contrato com o Ministério das Cidades foi feito com a Associação de Moradores, tendo o apoio do COHRE e de outras organizações sociais.

Contratos individuais: nãoTêm assessorias técnica: sim, de arquitetura, urbanismo e jurídica, além de assistente

social e psicólogo, através do COHRE.

EncaminhamentosA Comissão Especial de Habitação Popular e Regularização Fundiária realizou

audiência pública especificamente para tratar do caso da Vila São Pedro, entendendo que, por tratar-se de uma reivindicação antiga, de uma comunidade muito ativa, tornou-se uma referência importante na busca de soluções de regularização de ocupações em áreas similares, pertencentes ao Estado.

A representante do COHRE ressaltou as preocupações dos moradores, uma vez que, mesmo tendo avançado com várias ações em busca da regularização, ainda se encontram bastante vulneráveis em relação à posse efetiva do terreno. Por outro lado, temem que os investimentos públicos já aplicados possam ser perdidos se não for logo retomada a continuidade do processo de urbanização.

Representantes do Fórum Gaúcho de Saúde Mental, da Associação Médica do Rio Grande do Sul – AMRIGS – e do Ministério da Saúde manifestaram interesse na continuidade do projeto de inclusão dos ex-pacientes do Hospital São Pedro integrado à regularização, uma vez que melhores condições de moradia e de saúde são pressupostos que permitem aos moradores alcançarem situação elevada como cidadãos.

A manifestação da Secretaria de Estado de Habitação, Saneamento e Desenvolvimento Urbano – SEHADUR – na referida audiência pública foi no sentido de que o Estado será parceiro para resolver a questão da regularização, e para apoiar a continuidade da reforma psiquiátrica já iniciada. Nesse sentido, o representante da SEHADUR concordou em que a mesma retire a contestação ao processo da comunidade, que pleiteia a concessão especial de uso para fins de moradia, e faça um acordo em juízo no sentido da sua efetivação.

Houve consenso de que, em conjunto com o Ministério Público Estadual e com a concordância da população, existe a possibilidade de se fazer esse acordo em juízo, podendo o Estado retirar a contestação na justiça para que seja dado encaminhamento ao processo de regularização. Se essa hipótese se concretizar, há disposição política do Estado em transferir o uso aos moradores, através da Concessão Especial de Uso para Fins de Moradia, de forma coletiva.

O Ministério Público se colocou à disposição para fazer a mediação da questão, facilitando a viabilização de acordos.

O Estudo de Viabilidade Urbanística - E.V.U.- já existente foi encaminhado à Secretaria de Planejamento Municipal, que deverá emitir as diretrizes urbanísticas para eventuais alterações que sejam necessárias. Com o E.V.U. aprovado pelo órgão municipal, poderá ser encaminhado projeto de urbanização. Já houve reunião entre SPM, SEHADUR e PGM para solicitar presteza neste encaminhamento.

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Os deputados da CEHPRF irão verificar se há previsão de recursos no Plano Plurianual do Estado, que possibilitem a urbanização. Do contrário, deverá ser incluído na Lei Orçamentária.

A CEHPRF também solicitou que, em breve, outras áreas do Estado em Porto Alegre com situações semelhantes – Vilas Juliano Moreira, Cristiano Fischer e São judas Tadeu – possam ter os seus processos de regularização atendidos.

Ficou designado um Grupo de Trabalho entre as entidades presentes, para dar encaminhamento às decisões tomadas. Esse Grupo de Trabalho realizou sua primeira reunião no dia 16 de julho, tendo construído através do diálogo diversos consensos: 1) a SEHADUR retirará a contestação na justiça e realizará um acordo nos autos, assumindo o compromisso de realizar, com a brevidade possível, a concessão de uso especial para fins de moradia, coletivamente; 2) da mesma maneira, assume a responsabilidade de elaborar e executar o projeto urbanístico do loteamento, em consulta com a comunidade; 3) a comunidade compromete-se, ao ser concretizado o loteamento, a garantir a cada família a sua fração ideal igualitária; 4) a cada trinta dias a SEHADUR comunicará ao juiz do feito o andamento da referida concessão especial de uso para fins de moradia; 5) a ação judicial fica suspensa pelo prazo de 90 (noventa) ou 120 (cento e vinte) dias, tempo necessário para concretizar a referida concessão de uso; 6) a ação judicial se extinguirá com a efetivação da concessão de uso aos moradores.

Com relação ao projeto Morada São Pedro, foi sugerida a realização de uma reunião no segundo semestre, com a participação da Secretaria da Saúde e demais instituições envolvidas com o tema.

Legislação para embasar soluçõesFederal: Estatuto da Cidade – Lei nº 10.257/01 e Medida Provisória nº 2.220/01

Órgãos ParticipantesCEHPRFCOHREAssociação de Moradores Prefeitura Municipal – Secretarias de Planejamento Municipal, de Governança e DEMAHBGoverno do Estado - Secretaria de Estado de Habitação Saneamento e Desenvolvimento Urbano – SEHADUR- e Secretaria da SaúdeAMRIGSFórum Gaúcho de Saúde MentalMinistério Público EstadualMinistério das CidadesCaixa Econômica Federal

3.3. Ilhas Do Delta Do Jacuí

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Origem / Situação AtualAs ilhas do Delta do Jacuí – conjunto de 30 ilhas – somadas a porções continentais,

constituem o Parque Estadual Delta do Jacuí, instituído em 1976. O Parque tem a extensão de 14.242 ha, abrangendo 5 municípios: Porto Alegre, Canoas, Nova Santa Rita, Triunfo e Eldorado do Sul. Situa-se na Área de Proteção Ambiental – APA – Estadual Delta do Jacuí, cuja superfície total ocupa 22.826 ha.

As tentativas de gerenciamento dessas áreas remontam ao ano de 1921, quando foi realizado o primeiro censo nessas localidades. A construção da ponte sobre o Guaíba em 1958, permitindo acesso rodoviário, fez com que as Ilhas, habitadas tradicionalmente por pescadores, passassem a absorver um público diferenciado e, a partir de 1960, têm início a construção de casas de veraneio.

Em 1979, ao ser criado o Parque, buscando organizar as ocupações desordenadas, e a proteção das áreas de interesse ambiental, foi encomendado o primeiro Plano Básico do Parque do Delta do Jacuí – PLANDEL – elaborado pela Prefeitura de Porto Alegre. Tratava-se de um Plano detalhado, que estabelecia zoneamentos diferenciados para o uso do solo, criando áreas de reserva, de parque natural, de uso restrito e de ocupações urbanas recomendadas. Acabou caducando, por não ter sido implantado dentro do tempo hábil designado por lei.

Desde então, pouco se avançou no sentido de impedir a devastação ambiental e a ocupação desordenada do Parque, mesmo sabendo-se que o Delta do Jacuí possui um importante papel ambiental, cuja função de filtro, ou “esponja” auxilia no equilíbrio e na manutenção do ecossistema da região. Nos anos 70, a localização de um depósito de lixo na Ilha do Pavão favoreceu a ocupação por populações de baixa renda, que sobrevivem com atividades ligadas à separação de lixo, além da criação de porcos.

Em 1990 as reivindicações históricas da população tradicional das ilhas se traduziram na implantação do Posto de Saúde da Ilha Grande dos Marinheiros, na pavimentação da Avenida Getúlio Vargas, na Caixa D’água da Ilha da Pintada e outras, mesmo considerando a falta de legislação ambiental e os escassos recursos.

Posteriormente, com a consolidação da Secretaria de Meio Ambiente do Estado do Rio Grande do Sul, viabilizada a partir da pressão dos setores ambientalistas e do movimento popular, a proposta de redefinição dos limites do Parque e as demais demandas da população ribeirinha das ilhas passaram a encontrar eco junto ao Governo Estadual. A pauta popular de reivindicações resultou na Lei 12.371/2005, criando a Área de Proteção Ambiental – APA – Estadual e o Parque Estadual Delta do Jacuí, sendo que o acompanhamento da questão pela Comissão de Meio Ambiente da Assembléia Legislativa no biênio 2005/2006 foram fundamentais para que esses movimentos reivindicatórios alcançassem seus objetivos.

LocalizaçãoAs ilhas do Delta do Jacuí localizam-se junto à foz dos rios Jacuí, dos Sinos, Gravataí,

Caí e Taquarí, onde se forma o lago Guaíba. Ocupam áreas dos municípios de Porto Alegre, Canoas, Nova Santa Rita, Triunfo e Eldorado do Sul.

OcupaçãoDas 30 Ilhas do Parque, quinze são habitadas, sendo que a maior concentração

populacional – em torno de dezessete mil habitantes – localiza-se em quatro delas: Ilha Grande dos Marinheiros, Ilha das Flores, Ilha da Pintada (com a denominada Ilha Mauá no seu extremo

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sul) e Ilha do Pavão. A maioria dos assentamentos urbanos são de população de baixa renda, convivendo com áreas ocupadas por casas de lazer e população de alta renda. As principais atividades locais dos moradores são a pesca e a reciclagem de lixo, além de prestação de serviços que parte da população executa nos municípios vizinhos.

Tempo da ocupação: as ocupações originais remontam ao século XVIII. Foram incrementadas a partir de meados do século XX.

Titularidade: nas áreas de subabitação e de habitações de lazer não existe titularidade. Há lotes individualizados: sim; nas ilhas da Pintada, dos Marinheiros, das Flores e na ilha Mauá.

Tipologia das habitações: encontram-se habitações térreas, unifamiliares, em lotes individualizados; subabitações precárias, sem definição de lotes e mansões nos sítios de lazer.

Há infra-estrutura: parcialmente, em núcleos das ilhas da Pintada, dos Marinheiros e das Flores.

Equipamentos urbanos: na diversas ilhas encontram-se escolas estaduais e municipais, Centro Administrativo Regional – CAR – da Prefeitura de Porto Alegre, centros de saúde, centros recreativos e culturais, sedes de clubes esportivos, clube de mães, Colônia de Pescadores Z-5 na ilha da Pintada, uma unidade da FASC na ilha Grande dos Marinheiros.

Cooperativas: Cooperativa Mista de Produção e Prestação de Serviços de Limpeza do Arquipélago – COOPAL, Associação Comunitária da Ilha das Flores, Cooperativa dos Pescadores da Colônia Z-5, - COOPEIXE, Associação dos Amigos e Artesãos dos Pescadores da Ilha da Pintada – AAAPIP, Clube de Mães Unidos da Ilha Grande dos Marinheiros.

Ocupação em áreas de risco: sim

EncaminhamentosNo mês de maio, um grupo de assessores dos deputados que compõem a CEHPRF fez

um roteiro de visitas nas ilhas do Pavão, Pintada, Grande dos Marinheiros e Mauá, com a intenção de informar a instalação da Comissão e conhecer in loco a realidade dos moradores e os tipos de ocupação existentes nas ilhas. Foram feitos contatos informais com lideranças locais, representantes de associações de moradores, e do CAR.

Face à diversidade e à complexidade das ocupações existentes nas Ilhas, ao fato de estarem em áreas de interesse ambiental peculiar, que exigem normas próprias para qualquer intervenção física e conseqüentes regularizações, e ocuparem áreas da jurisdição de mais de um município, entendeu-se que as Ilhas do Delta devem ser tratadas de forma diferenciada. É necessário que todas as peculiaridades de situações possam ser conhecidas e avaliadas, antes que se possa propor soluções efetivas às mesmas.

‘No entretanto, foram encaminhadas à Comissão sugestões (integradas aos anexos), no sentido de que se possa, prioritariamente, examinar as legislações pertinentes à APA e ao Parque Estadual, (Lei nº 12.371, Decreto nº 44.516/06, alterado pelo Decreto nº 44.754/06) e partindo delas, organizar os devidos desdobramentos, para se chegar, futuramente, a formular propostas para encaminhamentos. A CEHPRF recebeu, ainda, a solicitação para se realize, antes do final de 2007, audiência pública, para debater 11 propostas de encaminhamentos, formuladas e destacadas sobre a Lei nº12.371:

1°.Que o Governo do Estado do Rio Grande do Sul, através da Secretaria Estadual do Meio Ambiente, inicie o processo para viabilizar urgentemente, a execução das diretrizes do

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Plano de Manejo garantido na Lei 12.371, de 11 de novembro de 2005, com recursos já existentes, provenientes das medidas compensatórias ou outras medidas orçamentárias.

2°.Finalizar o censo sócio-econômico ambiental com a população das Ilhas, que está sendo realizado pelos estudantes da PUC-RS (Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul).

3°.Que a Secretaria Estadual do Meio Ambiente abra um processo de revisão da composição para a Instalação do Conselho Deliberativo da Área de Proteção Ambiental Estadual Delta do Jacuí e Conselho Consultivo do Parque Estadual Delta do Jacuí;

4º. Garantia dos Direitos Humanos a todos os moradores com o início de um processo de Regularização Fundiária, que assegure a permanência nas Ilhas, dentro de seu direito legal, a todas as comunidades tradicionais. Para isto é necessário aplicar as mesmas regras legais a todos, já que grupos diferenciados, que se encontram em áreas de preservação ambiental apresentam escrituras de “propriedades”;

5º. Que possa haver uma maior flexibilidade em relação às reintegrações de posse referentes às Ilhas das Flores, Ilha Grande dos Marinheiros (que ficam paralelas à BR 116/RS290) e Ilha do Pavão, localizada em área do Clube Náutico. Como diz a lei, devemos garantir às comunidades tradicionais o seu direito a permanecer em áreas dentro do perímetro das Ilhas, o que contempla a localização de postos de trabalho fundamentais para seu sustento e dignidade. As comunidades que sofreram estes processos de reintegração de posse ainda se encontram neste local pelo esforço do seu trabalho e mobilização e também apoio de parlamentares desta Casa e do Ministério Público;

6°.O levantamento de áreas apropriadas para o reassentamento das famílias que ocupam áreas impróprias, dentro da visão da preservação ambiental;

7º. A revisão da composição e instalação efetiva do Conselho Consultivo da APA e do Conselho Deliberativo do Parque, que deverá ser plural e democrático, garantindo a participação de todos verdadeiros atores sociais;

8.°Viabilizar dentro das unidades de conservação mapeamento e destinação de espaços de esporte e lazer;

9º. Que seja incluído na proposta em discussão um projeto econômico e social que dialogue com os diferentes setores da comunidade dentro de perspectivas de geração de trabalho e renda, com recursos municipais, estaduais e federais;

10º. Implantação de serviços públicos como água e esgoto, adequados às zonas especiais de ocupação urbana;

11º Especial atendimento pela Procuradoria de Defesa do Meio Ambiente e pelo Ministério Público – onde tramitam inúmeras denúncias da atual situação injusta e desumana em que se encontra a população das Ilhas – fazendo com que se manifestem sobre o assunto e agilizem encaminhamentos que consigam melhorar a vida destes cidadãos que habitam e preservam uma das regiões fundamentais para a ecologia do Rio Grande do Sul.

Não restam dúvidas de que os encaminhamentos para casos como esses exigem um tempo maior, que extrapola o período de duração da CEHPRF. Isso vem reforçar, entre tantos outros motivos, a necessidade da continuidade das ações ora desenvolvidas pela Comissão, o que será proposto através de projeto de resolução que altera o Regimento Interno da Assembléia Legislativa, incluindo na Comissão de Assuntos Municipais as questões pertinentes à habitação e regularização fundiária no Estado.

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Legislação para embasar soluçõesLei Estadual nº12.371/2005Decreto nº 44754/2006Lei Complementar nº 434/99 – Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental de Porto AlegrePlanos Diretores de Canoas, Nova Santa Rita, Triunfo e Eldorado do Sul.

Órgãos ParticipantesAssembléia LegislativaRepresentante dos clubes náuticos situados no território da APA .Prefeitura do Município de Porto Alegre;Prefeitura do Município de Canoas;Prefeitura do Município de Eldorado;Prefeitura do Município de Nova Santa Rita;Prefeitura do Município de Triunfo.Associações de Moradores Governo do Estado - Secretarias de Estado de Habitação Saneamento e Desenvolvimento Urbano – SEHADUR e de Meio Ambiente- SEMA.Ministério Público Estadual

3.4. Bairro Getúlio Vargas – Rio Grande

Origem / Situação AtualO bairro Getúlio Vargas existe há mais de 50 anos, tendo surgido como uma solução

improvisada de moradia para trabalhadores do Porto de Rio Grande e pescadores da região. Hoje vivem no bairro cerca de 35 mil pessoas, a maioria prestadores de serviço, sem vínculos formais de trabalho, que recebem até um salário mínimo. Uma das associação de moradores local, Sociedade dos Amigos do Bairro Getúlio Vargas – SABAGEV – existe há mais de 40 anos, sendo uma das mais antigas da Cidade, atuando na busca de melhorias para as condições de habitação. Existe também a Associação dos Moradores e Amigos do Bairro Getúlio Vargas - AMABGV.

O bairro ocupa uma área junto ao Porto Novo do Porto Organizado de Rio Grande. Em função de projeto de expansão, para abrigar necessidades da Plataforma P-53, que será montada no Porto, e para atender exigências de segurança, conforme o Código Internacional para Proteção a Navios e Instalações Portuárias, parte da população do bairro precisará ser reassentada em outro local. Além de questões de segurança, está prevista a construção de uma avenida ligando a Avenida D. Pedro II com a BR 392.

Conforme levantamento feito pela Prefeitura, essa medida deverá atingir diretamente as residências que estão no limite de 15 m do muro do Porto, em toda extensão deste, além de outras, que ocuparam espaços junto à BR 392 e à ferrovia, envolvendo 377 casas e 1178 pessoas de aproximadamente 300 famílias, as quais deverão ser reassentadas. No restante do bairro está prevista regularização, mantendo os moradores no local.

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A questão vem sendo tratada pela Assembléia Legislativa desde 2005, quando foi recebida pela Comissão de Assuntos Municipais. Já houve, inclusive, uma audiência pública com representantes dos órgão envolvidos. Atualmente a Comissão Especial de Habitação Popular e Regularização Fundiária trabalha neste tema, coordenando um Grupo de Trabalho no município.

LocalizaçãoO bairro localiza-se na cidade de Rio Grande, junto ao Porto Novo, que faz parte do

Porto Organizado de Rio Grande. As ocupações em questão estão na parte sul, trecho 09 da área de expansão do Porto, próximas ao parque automotivo, ao pátio para madeiras e ao pátio para containeres vazios. Há ainda partes junto à BR 392 e ao portão de acesso ao Porto, também ocupadas por moradores.

OcupaçãoO bairro abriga uma população de aproximadamente 35 mil pessoas, mais de 7mil

famílias.

Tempo da ocupação: mais de 50 anos. Cerca de 60% da população vive no bairro há mais de 10 anos.

Propriedade: área de domínio da União, pertencente à Marinha. Houve concessão de uso ao Estado do Rio Grande do Sul.

Titularidade: não tem.Há lotes individualizados: sim, mas apenas em partes do bairro.Há partes regularizadas: nãoTipologia das habitações: habitações térreas, e de um pavimento. As unidades são

construídas em madeira e alvenaria ou mistas, sendo as moradias das famílias que deverão se relocadas construídas de forma bastante precária. Algumas delas aproveitam os muros limítrofes do Porto como parede.

Há infra-estrutura: em parte.Equipamentos urbanos: Sociedade dos Amigos do Bairro Getúlio Vargas –SABAGEV –

e Associação dos Moradores e Amigos do Bairro Getúlio Vargas - AMABGV – posto de saúde, escolas de ensino fundamental – duas estaduais e duas municipais – igrejas e centros espíritas.

Ocupação em áreas de risco: sim

Projetos/Programas Oficiais / FinanciamentosExistem projetos para o local: a FURG está desenvolvendo levantamento topográfico e

cadastramento dos moradores. Existe levantamento fotográfico, com tomadas aéreas.Programas para regularização fundiária: a Prefeitura encaminhou ao PAC projeto para

reassentamento, no que foi contemplada com a liberação de 18 milhões de Reais, que serão acrescidos de mais 4 milhões, à título de contrapartida do Município.

Assessorias técnicas: sim, através das secretarias municipais da Prefeitura de Rio Grande.

EncaminhamentosA Comissão Especial de Habitação Popular e Regularização Fundiária retomou os

contatos buscando viabilizar soluções objetivas para a Vila Getúlio Vargas, já tendo realizado

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duas reuniões em Rio Grande. Foram debatidas as questões do desenvolvimento do Porto, das áreas da União que estão ocupadas irregularmente por moradores de baixa renda, e da transferência de alguns moradores que está sendo exigida para atender às necessidades da expansão portuária.

Além de reuniões com a Superintendência do Porto, vereadores, membros da Prefeitura Municipal e representantes dos moradores, houve também audiência pública no Município. Na seqüência, foi criado um Grupo de Trabalho para dar encaminhamento à questão dos reassentamentos necessários e à regularização do restante da área da Vila, com representantes de órgãos locais – Câmara Municipal e secretarias da Prefeitura, Ministério Público Estadual, representantes da Associação de Moradores, da CONAM, do MNLM, da Fundação Universidade de Rio Grande, e do Porto de Rio Grande, além de representantes da CAIXA, da Secretaria de Patrimônio da União e da CEHRF.

Existem tratativas para que parte das famílias a serem reassentadas sejam instaladas em terreno pertencente ao IRGA localizado na avenida D. Pedro II, próximo à Vila, cuja alienação já foi aprovada recentemente pela Assembléia Legislativa. Com extensão de 9.200m², o terreno seria adquirido e urbanizado pela Prefeitura de Rio Grande. Outras áreas nas proximidades estão sendo analisadas. Será encaminhada à Assembléia Legislativa propostas de alienação e/ou permutas de áreas pertencentes ao Estado, que possam abrigar os reassentamentos necessários.

Em relação às áreas a serem regularizadas na Vila, a questão já foi repassada à Secretaria do Patrimônio da União, para que essa providencie os trâmites necessários, através de concessão de uso especial para fins de moradia, ou direito real de uso. A Prefeitura de Rio Grande deverá encaminhar à mesma levantamentos, assim como a delimitação precisa das áreas e memoriais descritivos.

Está sendo realizado convênio entre o Porto de Rio Grande e a Fundação Universidade Federal de Rio Grande para que, no final do mês de agosto, seja entregue a delimitação das áreas que não serão atingidas pela expansão do Porto. Além disso, a FURG deverá fazer levantamento cadastral, topográfico e sócio-econômico mais detalhado do Bairro, trabalhos que deverão estar finalizados em um ano.

Para dar prosseguimento aos encaminhamentos das ações prioritárias na Vila Getúlio Vargas, a Comissão Especial de Habitação Popular e Regularização Fundiária agendou nova reunião do Grupo de Trabalho, a se realizar no próximo dia 23 de agosto, na Câmara Municipal de Rio Grande.

Face ao término dos trabalhos desta Comissão, previsto para ocorrer antes da reunião já marcada, a Assembléia Legislativa se fará representar pelos gabinetes dos deputados que se fizerem presentes.

O projeto encaminhado ao PAC pela Prefeitura foi aprovado, sendo liberados R$ 18 milhões, aos quais serão acrescidos mais R$ 4 milhões, à título de contrapartida do Município, somando, ao total, R$ 22 milhões para investimentos na expansão portuária e na solução dos problemas habitacionais dela decorrentes.

Legislação para embasar soluçõesFederal: Estatuto da Cidade – Lei n.º10.257 e Decreto-Lei n.º 271/67 - Direito Real de Uso.Medida Provisória nº 2.220/2001 – Concessão de Uso Especial para fins de Moradia.

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Órgãos ParticipantesAssociação dos Moradores e Amigos do Bairro Getúlio Vargas- AMABGVPrefeitura Municipal de Rio GrandeCâmara Municipal de Rio GrandeSecretaria de Estado de Habitação e Desenvolvimento Urbano- SEHADURMinistério Público EstadualSecretaria do Patrimônio da União do Ministério de Planejamento Ministério Público FederalSuperintendência do Porto de Rio Grande - SUPRGFundação Universidade Federal de Rio Grande – FURGCaixa Econômica Federal

3.5. Casos de Porto Alegre

Origem / Situação Atual A Comissão Especial de Habitação Popular e Regularização Fundiária, atendendo

pedidos de associações de moradores locais, considerou importante tratar a questão das ocupações irregulares localizadas em Porto Alegre, em conjunto, como mais um estudo de caso relevante.

Existem na Capital mais de 600 áreas com ocupações irregulares, o que representa mais de 300 mil pessoas vivendo em situação que, além de irregular, são na sua maioria precárias, carecendo de equipamentos urbanos e/ou infra-estrutura, e muitas delas localizadas em áreas de risco.

Mais de 300 destas se originaram em loteamentos irregulares e/ou clandestinos, os quais estão sendo tratados pelo Departamento Municipal e Habitação – DEMHAB – e a Procuradoria Geral do Município – PGM, uma vez que envolvem assuntos técnicos e jurídicos, e para os quais a Lei Orgânica do Município prevê regularização e urbanização.

O DEMHAB, além de atuar nas questões de regularização e no atendimento de demandas de novos projetos para habitação, atualmente está desenvolvendo o Plano Municipal de Habitação de Interesse Social, para que possa ter acesso aos recursos do Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social.

Entre as ocupações sobre áreas do Estado, 18 núcleos já contam com a atuação da SEHADUR, onde estão sendo previstas soluções integradas com outros programas, visando a elevação social da população. Há registro de várias ocupações localizadas em áreas de risco, exigindo soluções com urgência.

Considerando as áreas pertencentes à União em Porto Alegre, além da regularização da Vila dos Ferroviários, estão sendo regularizadas a Vila Chocolatão e dois imóveis nas ruas Barros Cassal e São Miguel.

A CAIXA, como agente executor das políticas públicas, atua sobre demandas da população, através de projetos específicos. Sabe-se que os recursos públicos federais para habitação popular, no atual governo, são bastante elevados, sendo 78% desses recursos aplicados na faixa salarial de até 5 salários mínimos. Em períodos anteriores, o Rio Grande do

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Sul, dos 12 bilhões de reais que foram disponibilizados, utilizou apenas 1 bilhão, por dificuldades técnicas e de atendimento de prazos, que impossibilitaram o encaminhamento das demandas. Neste momento, 4 mil unidades estão sendo atendidas pela CAIXA em Porto Alegre, e projetos para 2 mil unidades estão em andamento para aprovação.

As associações de moradores locais colocam diferentes situações entre as ocupações, algumas bastante complexas, que envolvem cedências de uso, direitos já adquiridos ou outras. Entretanto, manifestam-se peremptoriamente contra soluções via despejos, lembrando que atualmente está previsto um conjunto de instrumentos legais e urbanísticos que garantem o direito à habitação e propiciam inúmeras possibilidades de regularização.

Encaminhamentos Em julho, atendendo pedido encaminhado pela Federação Gaúcha de Associação de

Moradores – FEGAM – a CEHPRF realizou audiência pública especificamente para tratar da situação das ocupações de Porto Alegre, ficando claro que seriam consideradas a partir de uma visão geral, evitando que se entrasse em peculiaridades de cada situação. Além de deputados da Comissão, estiveram presentes representantes da SEHADUR, do Ministério Público Estadual, da Prefeitura e da Câmara Municipal de Porto Alegre, da Secretaria do Patrimônio da União, do Orçamento Participativo, e de inúmeras associações de moradores. Ao final da reunião, várias decisões foram encaminhadas à Comissão.

Na sua maioria, as associações de moradores reafirmaram a importância da busca de soluções para as questões da habitação popular, propondo que o tema tenha um espaço permanente de discussão na Assembléia Legislativa. Para tal, foi sugerido que a Comissão de Assuntos Municipais incorpore os assuntos referentes a habitação e regularização fundiária urbana.

Foi considerado, ainda, que atualmente estão sendo debatidos a reformulação do Plano Diretor de Porto Alegre e os encaminhamentos para a 3º Conferências das Cidades, debates locais importantes, que devem ser caracterizados pela participação da população, mobilizada em busca do direito à moradia e à cidade, e que traduzam seus anseios e suas necessidades. Decidiu-se, também, pela constituição de um Fórum Permanente de Habitação Popular em Porto Alegre, do qual façam parte a Assembléia Legislativa e a Câmara Municipal de Porto Alegre, a SEHADUR, o DEMAHB, a PGM, a Secretaria do Patrimônio da União, a CAIXA (representando o Ministério das Cidades), os Ministérios Públicos Estadual e Federal, a AJURIS, o COMATHAB, o CMDUA, o COP, a UAMPA, a FEGAM, a CONAM e o MNLM.

Foi sugerido que a Prefeitura elabore um levantamento espacializando a situação fundiária do município, ressaltando a extensão e a localização dos vazios urbanos em Porto Alegre. A representante da Câmara Municipal encaminhou proposta para que seja realizado no segundo semestre, um amplo debate, com a participação da Prefeitura, sobre a questão da função social da propriedade em Porto Alegre.

O representante da SEHADUR frisou que o caso da vila São Pedro, que ocupa terreno do Estado, está sendo tratado em parceria com a Prefeitura, sendo também objeto de solução encaminhada através da Comissão Especial de Habitação Popular e Regularização Fundiária da Assembléia Legislativa. Outras ocupações, em áreas pertencentes ao Estado, estarão sendo encaminhadas na seqüência desta.

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Sobre ocupações em áreas de risco que pertencem, em sua maioria, à Fundação de Atendimento Sócio-Educativo do Rio Grande do Sul – FASE, já estão em andamento negociações para que sejam repassadas ao Estado, âmbito no qual a SEHADUR poderá atuar.

Órgãos ParticipantesPrefeitura Municipal de Porto Alegre - DEMAHB, PGMCâmara Municipal de Porto Alegre Conselhos Municipais – COP,CMDUA, COMATHABAssembléia Legislativa do Estado do Rio grande do Sul SEHADURSecretaria do Patrimônio da UniãoCaixa Econômica FederalMinistério das CidadesCEHPRFAJURISMinistério Público EstadualMinistério Público FederalUAMPAFEGAMCONAM MNLM

4 – SÍNTESE DAS CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES GERAIS

No decorrer do trabalho desenvolvido por esta Comissão Especial de Habitação Popular e Regularização Fundiária, percebemos a necessidade de várias ações que devem ser implementadas na sociedade gaúcha, nas quais o parlamento gaúcho tem um papel protagonista.

Do diagnósticoInicialmente indicamos a necessidade de elaboração de um diagnóstico que reflita a

realidade do déficit habitacional e dos problemas de regularização fundiária que existem no Estado. Nesse sentido, a Comissão formulou um questionário e o enviou para todos os municípios gaúchos, via eletrônica, tendo este sido recebido por sua grande maioria. Deste universo, entretanto, apenas poucos responderam, merecendo destaque o trabalho e preocupação demonstrados pelo município de São Marcos, que envidou esforços para melhor responder. A ausência de resposta da maioria aponta que deva ser reiterada a busca por tais informações uma vez que ainda não são suficientes para compor um diagnóstico definitivo.

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De outra parte, foi encaminhado um Pedido de Informações ao Governo do Estado, no que nos trouxe vários apontamentos, chamando atenção para o fato de que grande parte dos dados disponíveis acerca do déficit habitacional estão atualizados apenas até 2003, cuja defasagem deve ser suprida.

Na busca desse diagnóstico, diante das informações extremamente limitadas que esta Comissão recebeu, cabe ressaltar que aumenta a importância de que o trabalho até aqui realizado tenha continuidade, no que entendemos que o mais viável será a inclusão destas pautas na Comissão Permanente de Assuntos Municipais.

Da adeqüação dos municípios à legislação federal para habitação de interesse socialQuanto aos municípios, ressaltamos que é tarefa deste Parlamento assessorar e auxiliar

as Prefeituras e Câmaras Municipais, para que adeqüem as suas legislações ao Estatuto da Cidade e ao recentemente constituído Sistema Nacional de Habitação de Interesse Social, até 31 de dezembro deste ano, condição para a captação de recursos federais, melhor instrumentalizando-se para enfrentar esta problemática.

Da legislação EstadualDiante da questão da legislação estadual, cabe aqui ressaltar que esta encontra-se

defasada em relação à legislação federal. O sistema estadual de habitação está fundado em lei datada de 1995 (lei 10.529/95), sendo que posteriormente foi editado o Estatuto das Cidades (lei federal 10.527/01), a Medida Provisória n.º 2.220, ainda em vigor, a Lei 11.481/07 (que altera a Lei 9.636/98) e ainda a Lei 11.124/05 que criou o Sistema Nacional de Habitação de Interesse Social. Da mesma forma, as leis estaduais 9.752/92 e 10.851/96, que foram feitas para auxiliar na regularização fundiária no Estado, são anteriores a todos os institutos legais federais supra mencionados, no que se tornam carentes de atualização e adaptação aos novos instrumentos.

Especificamente no que se refere ao sistema estadual de habitação, mais urgente ainda é a sua atualização, pois o seu Fundo de Desenvolvimento Social (criado com a lei 9.828/93), ainda tem como conselho gestor a Caixa Econômica Estadual, cujos Estatutos atuais a direcionam somente ao fomento de produção. Também o Conselho Estadual de Habitação deve ser adequado às normatizações do sistema nacional, que exige na sua composição a participação de pelo menos 25% para os movimentos sociais e populares. Tais mudanças precisam ser feitas até 31 de dezembro deste ano para permitir a captação de recursos federais destinados a projetos habitacionais de interesse social, saneamento e regularização fundiária.

Dos imóveis da Rede Ferroviária Federal (extinta), ocupados por moradias de baixa renda Em primeiro lugar, temos a questão dos imóveis da extinta Rede Ferroviária ocupados por populações de baixa renda, que teve a sua regularização normatizada pela Lei 11.483/07. Desta forma, os mais de 50.000 imóveis dessa empresa, espalhados por todo o país, estão sendo inventariados, devendo os não operacionais serem transferidos para a Secretaria de Patrimônio da União (vinculada ao Ministério do Planejamento) e os operacionais para o DNIT (ligado ao Ministério dos Transportes). Após terem sido repassados para a União, os imóveis não operacionais – com base na Lei 9.636/98, no Estatuto da Cidade e na Medida Provisória 2.220 (hoje transformada em lei) – podem ser regularizados em todas as situações em que há ocupação habitacional por populações de baixa renda.

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Ressaltando o trabalho desta Comissão Especial, as duas primeiras transferências de áreas da RFFSA ao patrimônio da União, com o objetivo de regularização fundiária, ocorreram em nosso Estado, de forma pioneira – em Porto Alegre e Santa Maria – em uma audiência pública realizada por esta Comissão, no Auditório Dante Barone, no dia 28/05/07. A partir dessa transferência, os encaminhamentos em relação a estes dois casos – que servirão de parâmetro para os demais municípios gaúchos, que possuem áreas da ex-RFFSA ocupadas – avançaram, tendo sido criados dois Grupos de Trabalho, coordenados por esta Comissão, com a participação da ex-RFFSA, SPU, CEF e as respectivas Prefeituras, com a finalidade de reunir a documentação necessária para regularizar as áreas mediante a concessão de uso especial para fins de moradia, do direito real de uso, ou outra forma a ser definida.

Das ocupação em outras áreas públicas federaisEssa situação foi enfrentada por essa Comissão no caso do Bairro Getúlio Vargas,

situado na área portuária de Rio Grande (área federal concedida ao Estado), cujos moradores vinham sendo ameaçados de despejo em função da pretendida expansão do Porto. Depois de um processo de negociação, ficou acertado que em torno de 300 famílias deverão ser reassentadas em áreas próximas de onde vivem, sob a responsabilidade da Superintendência do Porto. As demais 3.000 famílias poderão aí permanecer, devendo ser regularizadas com base na MP2.220/01 ou na Lei Federal 11.481/07.

A mesma solução poderá ser aplicada aos bairros Santa Teresa, Barra Nova e Barra Velha, também em Rio Grande. Quanto aos moradores do Saco da Mangueira, deverão ser reassentados em outra área, por estarem em área de risco.

Da mesma forma, outras áreas federais, ocupadas por populações de baixa renda, poderão utilizar esses mesmos instrumentos legais para a sua regularização. Mais ainda: o Governo Federal, dentro do que a atual legislação permite, se dispõe a repassar, para Estados e Municípios, áreas da União subutilizadas ou não utilizadas, sob a forma de concessão, com a finalidade de viabilizar Projetos de Habitação de Interesse Social.

Das ocupações em áreas públicas estaduaisEm relação à Nova Santa Marta, em Santa Maria, e à Vila São Pedro, em Porto Alegre,

nos deparamos com áreas do Estado, ocupadas há muitos anos por famílias de baixa renda, em forma consolidada. Nesses casos, e em inúmeros outros similares, espalhados por todo o Estado, os instrumentos jurídicos adequados para o enfrentamento na regularização fundiária são a Medida Provisória 2.220 e a Lei Estadual 9.752/92, sendo que esta deve ser reformada para atualizá-la e melhor instrumentalizá-la No caso da Ocupação da Nova Santa Marta, por exemplo, foram obtidos R$ 42 milhões de recursos do PAC, junto ao Governo Federal, para a regularização fundiária e a sua urbanização. Na Vila São Pedro, conseguiu-se a suspensão da Contenda judicial entre a comunidade e o Estado, estando acertado o encaminhamento pela SEHADUR da concessão de uso especial para fins de moradia, de forma coletiva àquela comunidade e a posterior elaboração do seu projeto de urbanização.

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Nesses casos, as audiências públicas, a criação de grupos de trabalho de caráter técnico, amparadas nos instrumentos jurídicos citados, são o melhor caminho para atingir a regularização fundiária e a urbanização desses assentamentos precários.

Da utilização das terras públicas estaduais devolutas, subutilizadas ou não utilizadasDiante da amplitude e gravidade do déficit habitacional em nosso Estado, impõe-se a

efetiva aplicação dos artigos 14 e 16 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias da nossa Constituição Estadual – regulamentados pela Lei 10.851/96 – que determina que as áreas devolutas, subutilizadas e não utilizadas de propriedade do Estado ou de empresas sob seu controle, quando situadas em área urbanas, sejam utilizadas para projetos habitacionais para habitação de baixa renda.

Da continuidade dos trabalhos da Comissão Por certo, todo o trabalho até aqui desenvolvido – e nos consideramos sucessores das

Comissões Especiais pretéritas, que abordaram o mesmo tema – não pode ser encerrado, sendo necessário dar-lhe continuidade para que possamos alcançar os objetivos almejados pela sociedade gaúcha.

A dinâmica legislativa demonstra a necessidade de modernizar de forma contínua nossos instrumentos legais. Para isso, a ação desse Legislativo frente às questões habitacionais e urbanas, extremamente complexas e diversas, não pode restringir-se às atividades de eventuais comissões temporárias, com duração de apenas quatro meses. Ao contrário, deve ser desenvolvida de forma permanente, atentando às realidades sociais e legais. Tratando-se de questões habitacionais e de regularização fundiária, a solução pode demorar anos, o que reforça a necessidade desta Casa tratar do tema permanentemente. Exemplo disso é a problemática das ocupações irregulares nas Ilhas do Delta do Jacuí, onde a questão social da habitação se entrelaça de forma intensa com as questões ambientais. Situação que esta Comissão procurou abordar, mas não teve condições de avançar, devido à exigüidade do tempo.

Os parlamentares gaúchos encontram, em suas múltiplas atividades, limitações de horário, diante do expressivo número de comissões em que atuam. Atualmente funcionam doze comissões permanentes, sendo que cada comissão possui horário fixo de reunião, sendo composta por 12 deputados titulares e 12 suplentes. Além disso, os deputados precisam atuar em comissões temporárias, sub-comissões, etc. Considerando que o Legislativo Gaúcho conta com tão somente 55 Deputados, a solução mais viável é a incorporação da temática habitacional e urbana em uma Comissão já existente, de caráter permanente. Nesse caso, a maior afinidade, indubitavelmente, é com a Comissão de Assuntos Municipais, que pode abarcar o presente tema, passando a tratar de habitação, regularização fundiária e desenvolvimento urbano.

Concluímos, assim, que impõe-se a mudança do Regimento Interno da Casa, para incluir esse tema, permanentemente, entre as prerrogativas e atribuições da Comissão de Assuntos Municipais.

Desta forma esta Comissão entende que essa Casa deve realizar alterações legais e regimentais, na conformidade de tudo o que foi exposto no presente.

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Deputado Raul CarrionPresidente da CEHPRF

Deputado Sandro BokaVice-Presidente da CEHPRF

Deputado Ronaldo ZülkeRelator da CEHPRF

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