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Plano Nacional de Integração Hidroviária AGÊNCIA NACIONAL DE TRANSPORTES AQUAVIÁRIOS - ANTAQ LABORATÓRIO DE TRANSPORTES E LOGÍSTICA – LABTRANS/UFSC BACIA DO TOCANTINS-ARAGUAIA RELATÓRIO EXECUTIVO Desenvolvimento de Estudos e Análises das Hidrovias Brasileiras e suas Instalações Portuárias com Implantação de Base de Dados Georreferenciada e Sistema de Informações Geográficas Fevereiro 2013

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Plano Nacional de Integração Hidroviária

AGÊNCIA NACIONAL DE TRANSPORTES AQUAVIÁRIOS - ANTAQLABORATÓRIO DE TRANSPORTES E LOGÍSTICA – LABTRANS/UFSC

BACIA DOTOCANTINS-ARAGUAIA

RELATÓRIO EXECUTIVO

Desenvolvimento de Estudos e Análises das Hidrovias Brasileiras e suas Instalações Portuárias com Implantação de Base de Dados Georreferenciada e Sistema de Informações Geográficas

Fevereiro 2013

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República Federativa do Brasil

Dilma Roussef

Presidenta da República

Secretaria de Portos (SEP)

José Leônidas Cristino

Ministro Chefe

Ministério dos Transportes

Paulo Sérgio Passos

Ministro dos Transportes

Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ)

Diretoria Colegiada

Pedro Brito (Diretor-Geral Substituto)

Fernando José de Pádua C. Fonseca (Diretor Interino)

Mário Povia (Diretor Interino)

Superintendência de Navegação Interior (SNI)

Adalberto Tokarski (Superintendente)

Superintendência de Portos (SPO)

Bruno de Oliveira Pinheiro (Superintendente Substituto)

Superintendência de Fiscalização e Coordenação (SFC)

Giovanni Cavalcanti Paiva (Superintendente)

Superintendência de Navegação Marítima e de Apoio (SNM)

André Luís Souto de Arruda Coelho (Superintendente)

Superintendência de Administração e Finanças (SAF)

Albeir Taboada Lima (Superintendente)

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Bacia do Tocantins-Araguaia Relatório Executivo

iv ANTAQ/UFSC/LabTrans

FICHA TÉCNICA

AGÊNCIA NACIONAL DE TRANSPORTES AQUAVIÁRIOS

Gerência de Desenvolvimento e Regulação da Navegação Interior (GDI) José Renato Ribas Fialho - Gerente Eduardo Pessoa de Queiroz - Coordenador Isaac Monteiro do Nascimento Gerência de Estudos e Desempenho Portuário (GED) Fernando Antônio Correia Serra - Gerente Herbert Koehne de Castro José Esteves Botelho Rabello Gerência de Portos Públicos (GPP) Samuel Ramos de Carvalho Cavalcanti – Gerente Substituto Paulo Henrique Ribeiro de Perni Camila Romero Monteiro da Silva Superintendência de Fiscalização e Controle (SFC) Frederico Felipe Medeiros Unidade Administrativa Regional do Paraná (UARPR) Fábio Augusto Giannini ENTIDADES COLABORADORAS Ministério dos Transportes (MT) Administrações Hidroviárias Unidades Administrativas Regionais da ANTAQ (UAR´s) Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) VALEC - Engenharia, Construções e Ferrovias S.A. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG) Agência Nacional de Águas (ANA) Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e suas Federações Confederação Nacional do Transporte (CNT) e suas Federações Petrobras Transporte S/A (TRANSPETRO) Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado de Mato Grosso (APROSOJA) Sociedade de Portos e Hidrovias do Estado de Rondônia (SOPH) Superintendência de Portos e Hidrovias do Rio Grande do Sul (SPH) Porto Fluvial de Petrolina (PE)

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Relatório Executivo Bacia do Tocantins-Araguaia

ANTAQ/UFSC/LabTrans v

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

Roselane Neckel - Reitora Lúcia Helena Martins Pacheco- Vice-Reitora Sebastião Roberto Soares- Diretor do Centro Tecnológico Jucilei Cordini - Chefe do Departamento de Engenharia Civil Laboratório de Transportes e Logística Amir Mattar Valente - Coordenador Geral do Laboratório Equipe Técnica - Transporte e Logística Fabiano Giacobo - Coordenador Estudos André Ricardo Hadlich - Responsável Técnico Daniele Sehn - Economista André Felipe Kretzer Carlo Vaz Sampaio Felipe Souza dos Santos Gabriella Sommer Vaz Guilherme Tomiyoshi Nakao Humberto Assis de Oliveira Sobrinho Jonatas J. de Albuquerque Larissa Steinhorst Berlanda Luiz Gustavo Schmitt Marjorie Panceri Pires Natália Tiemi Gomes Komoto Priscila Lammel Fernando Seabra - Consultor Pedro Alberto Barbetta - Consultor Equipe Técnica - Tecnologia da Informação Antônio Venícius dos Santos - Coordenador Base de dados Georreferenciada Edésio Elias Lopes - Responsável Técnico Caroline Helena Rosa Guilherme Butter Demis Marques Paulo Roberto Vela Junior Sistema Luiz Claudio Duarte Dalmolin - Responsável Técnico Emanuel Espíndola Rodrigo Silva de Melo José Ronaldo Pereira Junior Sérgio Zarth Junior Leonardo Tristão Tiago Lima Trinidad Robson Junqueira da Rosa Design Gráfico Guilherme Fernandes Heloisa Munaretto Revisão de Textos Lívia Carolina das Neves Segadilha Paula Carolina Ribeiro Pedro Gustavo Rieger Renan Abdalla Leimontas

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Bacia do Tocantins-Araguaia Relatório Executivo

vi ANTAQ/UFSC/LabTrans

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

AHITAR Administração das Hidrovias do Tocantins e Araguaia ALPA Aços Laminados do Pará ANTAQ Agência Nacional de Transportes Aquaviários BIT Banco de Informações e Mapas de Transporte DNIT Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes EFC Estrada de Ferro Carajás FICO Ferrovia de Integração Centro-Oeste IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IMESC Instituto Maranhense de Estudos Socioeconômicos e Geoprocessamento LabTrans Laboratório de Transportes e Logística MDIC Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior PAC Programa de Aceleração do Crescimento PIB Produto Interno Bruto PNIH Plano Nacional de Integração Hidroviária PNLT Plano Nacional de Logística de Transportes SIGTAQ Sistema de Informações Geográficas do Transporte Aquaviário TIR Taxa Interna de Retorno TMA Taxa Mínima de Atratividade UFSC Universidade Federal de Santa Catarina VPL Valor Presente Líquido

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Relatório Executivo Bacia do Tocantins-Araguaia

ANTAQ/UFSC/LabTrans vii

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Principais rios que compõem a Hidrovia Tocantins-Araguaia ....................................... 3

Figura 2 - Microrregiões em estudo .............................................................................................. 4

Figura 3 - Área de Influência Final da Bacia do Tocantins-Araguaia ............................................. 4

Figura 4 - Área contígua e área total de influência ....................................................................... 7

Figura 5 - Principais produtos movimentados em comércio exterior pelas regiões da área

contígua à Hidrovia Tocantins-Araguaia em 2010 e 2030 ............................................................ 9

Figura 6 - Esquema do complexo de eclusagem de Tucuruí ....................................................... 14

Figura 7 - Carregamento na hidrovia - Fluxo 2015 (t) ................................................................. 25

Figura 8 - Carregamento na hidrovia - Fluxo 2020 (t) ................................................................. 25

Figura 9 - Carregamento na hidrovia - Fluxo 2025 (t) ................................................................. 26

Figura 10 - Carregamento na hidrovia - Fluxo 2030 (t) ............................................................... 26

Figura 11 - Hidrovia do Tocantins-Araguaia com seus terminais existentes e áreas propícias .. 28

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Bacia do Tocantins-Araguaia Relatório Executivo

viii ANTAQ/UFSC/LabTrans

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Grupos de produtos .................................................................................................... 6

Quadro 2 - Cenário modal rodoviário ......................................................................................... 18

Quadro 3 - Cenário modal ferroviário ......................................................................................... 19

Quadro 4 - Cenário modal hidroviário ........................................................................................ 19

Quadro 5 - Áreas propícias para instalação de novos terminais hidroviários............................. 20

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Relatório Executivo Bacia do Tocantins-Araguaia

ANTAQ/UFSC/LabTrans ix

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Bacia do Tocantins-Araguaia: representatividade de produtos com base no PNLT -

2004 ............................................................................................................................................... 5

Tabela 2 - Volume exportado e importado (t) por produto nos anos 2010 a 2030 ...................... 8

Tabela 3 - Projeção quinquenal da demanda de cargas, por grupo de produtos na Área de

Influência total da Hidrovia Tocantins-Araguaia - 2010-2030 (t) ................................................ 10

Tabela 4 - Projeção quinquenal da carga alocada, por produtos, para a Hidrovia Tocantins-

Araguaia – 2015 – 2030 (t) .......................................................................................................... 12

Tabela 5 - Carregamentos nos terminais - Fluxo 2015 (t) ........................................................... 21

Tabela 6 - Carregamentos nos terminais - Fluxo 2020 (t) ........................................................... 21

Tabela 7- Carregamentos nos terminais - Fluxo 2025 (t) ............................................................ 21

Tabela 8- Carregamentos nos terminais - Fluxo 2030 (t) ............................................................ 21

Tabela 9 - Carregamento na hidrovia do Tocantins-Araguaia - Fluxo 2015 (t) ........................... 22

Tabela 10 - Carregamento na hidrovia do Tocantins-Araguaia - Fluxo 2020 (t) ......................... 23

Tabela 11 - Carregamento na hidrovia do Tocantins-Araguaia - Fluxo 2025 (t) ......................... 23

Tabela 12 - Carregamento na hidrovia do Tocantins-Araguaia - Fluxo 2030 (t) ......................... 24

Tabela 13 - Comparativo entre as áreas propícias para instalação de terminais. ...................... 28

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xiANTAQ/UFSC/LabTrans

Bacia do Tocantins-AraguaiaRelatório Executivo

Relatório Executivo Bacia do Tocantins-Araguaia

ANTAQ/UFSC/LabTrans xi

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 1

2 A HIDROVIA ................................................................................................................ 1

2.1 Localização ............................................................................................................... 1

2.2 Determinação da Área de Influência ....................................................................... 3

3 IDENTIFICAÇÃO DOS PRODUTOS RELEVANTES PARA ANÁLISE .................................. 5

3.1 Grupos ................................................................................................................. 5

4 PROJEÇÃO DOS FLUXOS DE COMERCIALIZAÇÃO E TRANSPORTE .............................. 6

4.1 Resultados da projeção de demanda da área contígua à Hidrovia Tocantins-Araguaia ................................................................................................................. 7

4.2 Resultados da projeção de demanda da Área de Influência total da Hidrovia Tocantins-Araguaia .................................................................................................. 9

4.3 Resultados da alocação da carga total para a Hidrovia Tocantins-Araguaia ......... 10

5 DIAGNÓSTICO DA REDE DE TRANSPORTE ATUAL .................................................... 13

5.1 Bacia do Tocantins-Araguaia .................................................................................. 13

5.2 Portos, Intermodalidade e Acessos ........................................................................ 14

6 DEFINIÇÃO DA REDE FUTURA A SER ANALISADA - NOVAS OUTORGAS DE TERMINAIS HIDROVIÁRIOS ....................................................................................... 17

6.1 Montagem dos cenários de infraestrutura ............................................................ 18

7 SIMULAÇÃO DOS PROJETOS ..................................................................................... 20

7.1 Carregamento em Terminais ................................................................................. 20

7.2 Carregamento na Hidrovia ..................................................................................... 22

8 AVALIAÇÃO ECONÔMICA DE PROJETOS................................................................... 27

9 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................... 29

REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 31

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS............................................................................

LISTA DE FIGURAS.....................................................................................................

LISTA DE QUADROS...................................................................................................

LISTA DE TABELAS.....................................................................................................

PREFÁCIO..................................................................................................................

vi

vii

viii

ix

xiii

SUMÁRIO

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PREFÁCIO

A Agência Nacional de Transportes Aquaviários – ANTAQ – tem a honra de apresentar à

sociedade, ao setor produtivo e aos diversos órgãos governamentais o presente Plano Nacional

de Integração Hidroviária – PNIH.

Conhecer as características físico-geográficas, as demandas e ofertas de cada segmento

representativo de produção de cargas é ação primária para a geração de alternativas ao mercado

sobre onde e como investir. Dessa forma, o trabalho ora apresentado significa uma maior com-

preensão dos espaços produtivos brasileiros em relação aos movimentos de cargas, em especial,

ao setor da navegação interior.

O foco foi gerar resultados sustentados em metodologia sólida, utilizando a experiência

acadêmica da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), a grande vivência dos técnicos

da ANTAQ, bem como com as evidências e expectativas do mercado que hoje lida com cargas

produtivas. Dessa integração surge o PNIH, instrumento abrangente com fundamentação, base

metodológica e coerência com a realidade dos agentes produtores e transportadores de carga.

O PNIH é, portanto, fruto da integração do conhecimento acadêmico e científico, do pla-

nejamento, representado pela utilização dos dados disponíveis no Plano Nacional de Logística de

Transportes – PNLT, e das bases de dados evidenciadas na realidade do transporte de cargas na

navegação interior. Some-se a isso, sua característica dinâmica, representada pela ferramenta de

informações geográficas denominada SIGTAQ, capaz de atualizar rapidamente novas projeções,

e de responder adequadamente às variações naturais de mercados em evolução.

Contribuir com a readequação da matriz de transporte de carga e redução da emissão

de poluentes atmosféricos, indicando possíveis áreas para a instalação terminais hidroviários,

são apenas algumas das características que podem ser observadas da leitura do PNIH. Assim,

a ANTAQ disponibiliza uma ferramenta moderna, atualizada e aberta aos desafios a serem en-

frentados por aqueles que trabalham pela redução dos custos logísticos brasileiros de forma

sustentável, objetivo para o qual as hidrovias tem papel importante. Esperamos com isso, tornar

mais fácil a análise de novos investimentos, a seleção de caminhos alternativos para o transporte

de cargas, bem como colaborar com os planejadores de políticas públicas, na medida em que

poderão dispor de instrumento ágil e bem sustentado, na formulação dos instrumentos legais a

eles incumbidos.

xiiiANTAQ/UFSC/LabTrans

Bacia do Tocantins-AraguaiaRelatório Executivo

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Relatório Executivo Bacia do Tocantins-Araguaia

ANTAQ/UFSC/LabTrans 1

1 INTRODUÇÃO

O Relatório Executivo do estudo da Bacia do Tocantins-Araguaia destaca os principais resultados das análises de cenários logísticos para inserção de terminais hidroviários nas vias navegáveis que compõem a Hidrovia do Tocantins-Araguaia. Os detalhes desse estudo constam nos cadernos de relatório técnico e de metodologia. Os relatórios técnicos completos contem tabelas com resultados mais detalhados referentes à etapa de simulação. Além dessa breve introdução, o presente relatório está organizado nos próximos oito capítulos, a saber:

Capítulo 2: A Hidrovia;

Capítulo 3: Identificação dos Produtos Relevantes para Análise;

Capítulo 4: Projeção dos Fluxos de Comercialização e Transporte;

Capítulo 5: Diagnóstico da Rede de Transporte Atual;

Capítulo 6: Definição da Rede Futura a Ser Analisada - Novas Outorgas de Terminais Hidroviários;

Capítulo 7: Simulação dos Projetos;

Capítulo 8: Avaliação Econômica de Projetos; e

Capítulo 9: Considerações Finais.

Além dos capítulos elencados nesse resumo executivo, foram disponibilizados à ANTAQ os relatórios técnicos completos contendo tabelas com resultados mais detalhados referentes à etapa de simulação.

2 A HIDROVIA

Este capítulo do relatório traz, inicialmente, a caracterização da Bacia do Tocantins-Araguaia no que diz respeito às suas principais informações geográficas, como localização, principais rios e afluentes. Em seguida, apresenta os resultados da determinação da Área de Influência da Bacia, conforme os procedimentos detalhados no Relatório de Metodologia.

2.1 Localização

A Bacia Hidrográfica dos rios Tocantins e Araguaia possui uma área de mais de 960.000 quilômetros quadrados e abrange os territórios dos estados de Goiás, Tocantins, Pará, Maranhão, Mato Grosso e Distrito Federal. É formada por diversos rios, sendo os principais e os que fazem parte do estudo: o Rio Tocantins, o Rio Araguaia e o Rio das Mortes.

A hidrovia é gerida pela Administração das Hidrovias do Tocantins e Araguaia (AHITAR). Realizadas as obras de melhoria e viabilidade necessárias, a extensão futura dessa hidrovia pode alcançar aproximadamente 3.000 quilômetros, atravessando as regiões Centro-Oeste e Norte do país, ligando o Brasil Central aos portos de Belém (PA) e Vila do Conde (PA),

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Bacia do Tocantins-Araguaia Relatório Executivo

2 ANTAQ/UFSC/LabTrans

bem como aos de Itaqui (MA) e Ponta da Madeira (MA) através da Estrada de Ferro Carajás (EFC), conforme aponta a Agência Nacional de Águas (2005).

Segundo Eiten (1994 apud MACHADO et al, 2008) e Pedroso (2004), a área de abrangência da Bacia do Tocantins-Araguaia é caracterizada, em quase sua totalidade, pelo bioma do Cerrado, que apresenta clima tropical com precipitação variando de 750 a 2.000 milímetros por ano, em média. O Cerrado é uma das áreas mais propícias à produção de alimentos em todo o mundo devido à intensidade da luz solar que incide na região e a outros fatores favoráveis, como solo, topografia e água. Aproximadamente 18 milhões de habitantes vivem nessa área. Considerando esses fatores, a região consiste em uma zona de frente de expansão em desenvolvimento, com vasta potencialidade para o crescimento econômico.

Com uma extensão total de 2.250 quilômetros, a Hidrovia Tocantins-Araguaia é navegável em três trechos: no Rio das Mortes (afluente da margem esquerda do rio Araguaia), no Rio Araguaia e no Rio Tocantins. O trecho do Rio das Mortes tem início na cidade de Nova Xavantina (Mato Grosso) e vai até a confluência desse rio com o Araguaia, numa extensão de 580 quilômetros (BRASIL, 2010a). Há, segundo Oliva (2009), 1.300 quilômetros de potencial navegável nessa hidrovia. A Figura 1 identifica os três principais rios que compõem a hidrovia discutida.

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Relatório Executivo Bacia do Tocantins-Araguaia

ANTAQ/UFSC/LabTrans 3

Figura 1 - Principais rios que compõem a Hidrovia Tocantins-Araguaia

Fonte: Elaboração própria

2.2 Determinação da Área de Influência

A área inicial de estudo abrangia 22 estados brasileiros, tendo suas microrregiões como zonas de tráfego. Devido à localização central da bacia, muitos estados foram incluídos e uma grande área inicial foi selecionada. A Figura 2 mostra a distribuição dessas microrregiões. Os procedimentos utilizados para a determinação da Área de Influência encontram-se no Relatório de Metodologia e mais detalhes da aplicação encontram-se no Relatório Técnico desta Bacia.

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Bacia do Tocantins-Araguaia Relatório Executivo

4 ANTAQ/UFSC/LabTrans

Figura 2 - Microrregiões em estudo

Fonte: Elaboração própria

A união das microrregiões que sofre influência dos portos de Vila do Conde e Itaqui e aquelas que sofrem alteração com a inserção da hidrovia formam a Área de Influência Final da Hidrovia Tocantins-Araguaia, a qual está representada na Figura 3.

Figura 3 - Área de Influência Final da Bacia do Tocantins-Araguaia

Fonte: Elaboração própria

RO

AC

AM

RR

PA

AP

TO

MA

PI

CERN

PB

PE

AL

SE

BA

MG

ES

RJSP

PR

SC

RS

MS

MT

GO DF

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Relatório Executivo Bacia do Tocantins-Araguaia

ANTAQ/UFSC/LabTrans 5

3 IDENTIFICAÇÃO DOS PRODUTOS RELEVANTES PARA ANÁLISE

Seguindo os procedimentos detalhados no Relatório de Metodologia, foram encontrados os totais por produto da matriz do Plano Nacional de Logística e Transportes (PNLT) e a representatividade destes. Para a Bacia do Tocantins-Araguaia, foi adotada, como base, a movimentação total no comércio nacional e internacional brasileiros. Na Tabela 1 estão apresentados os produtos considerados relevantes, que somam 90% do total da movimentação. Esses são os produtos que tiveram seus fluxos analisados, projetados e simulados, cujos resultados constam nos capítulos seguintes.

Tabela 1 - Bacia do Tocantins-Araguaia: representatividade de produtos com base no PNLT - 2004

Fonte: Dados do PNLT (documento reservado)

3.1 Grupos

Os produtos selecionados para o estudo da Bacia do Tocantins-Araguaia (e igualmente para as demais bacias) foram reunidos em cinco grupos distintos, de acordo com o acondicionamento das cargas e/ou valores dos fretes para que a simulação pudesse ser realizada de forma satisfatória. O Quadro 1 apresenta os cinco agrupamentos.

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Bacia do Tocantins-Araguaia Relatório Executivo

6 ANTAQ/UFSC/LabTrans

Quadro 1 - Grupos de produtos

Fonte: Elaboração própria

4 PROJEÇÃO DOS FLUXOS DE COMERCIALIZAÇÃO E TRANSPORTE

Este capítulo do relatório trata da caracterização socioeconômica da Área de Influência, dos resultados das projeções de demanda dessa área e da alocação da carga total da Hidrovia Tocantins-Araguaia. As projeções de demanda referem-se a todas as cargas movimentadas, em qualquer modal de transporte, na Área de Influência da hidrovia. Uma vez obtida a estimativa do total da carga, a malha de transporte é carregada e obtém-se, por minimização de custos logísticos, a carga alocada à Hidrovia Tocantins-Araguaia.

AlimentíciosCarga geralBovinos e outros animais vivosCarne bovinaCarne de avesCarne suínaCelulose e outras pastas para fabricação de papel (papel e celulose)CerâmicosDerivados de ferroFumoMadeirasMateriais elétricosProdutos cerâmicosProdutos da exploração florestal e da silviculturaReatores e equipamentosSemi-acabacados, laminados planos, longos e tubos de açoTêxteis e calçadosDerivados de petróleoEtanolOutros produtos do refino de petróleo e coquePetróleo e gás naturalSuco de laranjaLeite de vaca e de outros animaisÓleo de soja em bruto e tortas, bagaços e farelo de sojaÓleos de milho, amidos e féculas vegetais e raçõesAdubosCarvão mineralCimentoGusa e ferro-ligasMinerais metálicos não ferrososMinerais não metálicosMinério de ferroProdutos químicos inorgânicosSalAçúcarCereaisArroz beneficiado e produtos derivadosArroz em cascaCafé em grãoCana-de-açúcarCereaisMilho em grãoOutros produtos e serviços da lavouraProdutos das usinas e do refino de açúcarSoja em grãoTrigo em grão e outros cereais

GRUPO 4 Granel Sólido

GRUPO 3 Granel Líquido

Agrícola

GRUPO 2 Granel Líquido

GRUPO 1 Carga Geral

GRUPO 5 Granel Sólido

Agrícola

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Relatório Executivo Bacia do Tocantins-Araguaia

ANTAQ/UFSC/LabTrans 7

4.1 Resultados da projeção de demanda da área contígua à Hidrovia Tocantins-Araguaia

Neste item são descritos os resultados obtidos a partir do modelo de expansão de demanda para a área das microrregiões contíguas à Hidrovia Tocantins-Araguaia. A Figura 4 ilustra as regiões da chamada área contígua à hidrovia, bem como a Área de Influência total da Hidrovia Tocantins-Araguaia.

Figura 4 - Área contígua e área total de influência

Fonte: Elaboração própria

A Tabela 2 expõe os principais produtos exportados e importados na Área de Influência contígua da hidrovia em 2010 e suas projeções para os anos de 2015, 2020, 2025 e 2030.

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Bacia do Tocantins-Araguaia Relatório Executivo

8 ANTAQ/UFSC/LabTrans

Tabela 2 - Volume exportado e importado (t) por produto nos anos 2010 a 2030

Fonte: BRASIL (2010b)

Na Tabela 2, é possível identificar as cargas que já são movimentadas na área contígua

à hidrovia, assim como as cargas que possuem potencial de movimentação futura, como o minério de ferro, animais vivos, produtos siderúrgicos e carvão mineral.

Os resultados descritos na tabela anterior indicam que até 2015 há um predomínio das exportações de soja nas microrregiões próximas à hidrovia. Porém, a partir desse ano, as exportações de produtos siderúrgicos ultrapassam esses valores. Destacam-se, ainda, os aumentos de exportação de manganês e ferro-ligas, mesmo que em menor quantidade. Entre os produtos de importação, pode-se notar maior significância dos fertilizantes e carvão mineral, sendo este último o de maior crescimento ao longo do período analisado. A Figura 5 relaciona os principais produtos movimentados na Hidrovia Tocantins-Araguaia em 2010 e previstos para 2030.

Produtos 2010 2015 2020 2025 2030Produtos siderúrgicos 3.437.500 6.768.598 10.937.500 15.109.950Gusa e ferro-ligas 1.208.875 1.326.884 1.591.793 1.822.752 2.040.211Soja 2.707.632 4.323.378 6.432.484 8.250.502 10.080.135Minério de ferro 15.000.000 1.620.697 1.750.000 1.879.031Animais vivos 73.521 87.385 105.747 122.723Produtos de Exploração vegetal 244.382 240.791 258.430 436.379 613.763Milho 674.769 751.682 1.119.004 1.549.328 1.970.918Manganês 1.619.937 1.980.729 2.421.212 2.960.226 3.518.800

Fertilizantes 689.594 1.131.009 1.790.615 2.439.321 3.123.065Carvão mineral 1.998.547 3.935.231 6.359.012 8.784.855

Exportações

Importações

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Figura 5 - Principais produtos movimentados em comércio exterior pelas regiões

da área contígua à Hidrovia Tocantins-Araguaia em 2010 e 2030 Fonte: BRASIL (2011a)

É possível observar que as participações relativas no total da movimentação das regiões contíguas à hidrovia se alteram significativamente. O marketshare da movimentação de produtos siderúrgicos é o que mais aumenta, enquanto os da soja, do manganês e do ferro-gusa reduzem suas participações relativas - apesar de a soja continuar tendo grande importância nas movimentações. A participação de carvão mineral e de minério de ferro também aumenta, com o primeiro apresentando significativa relevância em relação ao total.

4.2 Resultados da projeção de demanda da Área de Influência total da Hidrovia Tocantins-Araguaia

Após detalhar os resultados da projeção da área contígua à Hidrovia Tocantins-Araguaia, os mesmos podem ser agregados à projeção inicial do PNLT. Isto evidencia que as projeções para as microrregiões do PNLT da região contígua são substituídas pela projeção da mesma área calculada pela metodologia alternativa, enquanto a projeção do restante das microrregiões da Área de Influência continua inalterada. Como descrito na metodologia, a mescla dessas duas projeções resulta na projeção modificada da demanda total das microrregiões consideradas como potencial de carga.

Em termos quinquenais, os resultados dessa projeção total estão apresentados na Tabela 3, a seguir. Por razões de processamento (diferentes classificações de produtos entre ANTAQ e PNLT), a tabela não apresenta grupos de produtos iguais aos da área contígua, dispostos na Tabela 2.

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Tabela 3 - Projeção quinquenal da demanda de cargas, por grupo de produtos na Área de Influência total da Hidrovia Tocantins-Araguaia - 2010-2030 (t)

Fonte: BRASIL (2011a); dados do PNLT (documento reservado)

Através da análise dos resultados totais da projeção, nota-se que o principal produto movimentado na área total de influência da Hidrovia Tocantins-Araguaia é o minério de ferro, com participação de 71,2% em 2010. A demanda de minério é decorrente da empresa Vale do Rio Doce, mais especificamente de sua mina na Serra de Carajás. Apesar de apresentar aumento da demanda, sua participação deve cair de 71% a 62,2% ao final do período compreendido entre 2010 e 2030.

São cargas importantes os produtos do complexo da soja (grão, óleo e farelo); as cargas gerais diversas movimentadas em contêineres, milho e ferro-gusa. A soja em grão, que representava 5,9% em 2010, teve sua participação aumentada para 10,5% em 2030, apresentando um crescimento total de 248%.

Destaca-se, ainda, o crescimento da demanda projetada de carvão mineral, a maior dentre todas as cargas. Em 2010, essa carga representou 0,3% da movimentação total da área de influência da hidrovia. Foi projetada uma demanda vinte vezes maior em 2030, ano em que o carvão mineral deve representar 3,5%. Esse crescimento está relacionado à produção de aço pela Vale, como já exposto anteriormente.

Percebe-se que há uma tendência de acréscimo na movimentação da área de influência da hidrovia ao longo do período analisado. Apenas o cimento chega ao final do período, 2030, com demanda inferior a 2010.

4.3 Resultados da alocação da carga total para a Hidrovia Tocantins-Araguaia

Os itens anteriores apresentaram a estimativa da projeção de demanda de carga para a Área de Influência da Hidrovia Tocantins-Araguaia - a qual é resultado da projeção do PNLT

Produtos 2010 2015 2020 2025 2030Minério de ferro 90.295.924 116.490.820 155.332.729 153.963.605 154.092.636 Soja em grão 7.450.561 11.226.050 12.350.222 14.473.368 25.941.932 Carga Geral 7.168.255 8.322.635 10.340.206 12.529.673 14.661.184 Óleo de soja em bruto e tortas, bagaços e farelo de soja 5.008.092 8.602.850 16.039.305 19.242.243 13.976.273 Milho em grão 3.850.898 4.759.270 4.397.964 3.833.878 5.036.349 Gusa e ferro ligas 3.077.410 1.326.884 4.343.533 5.292.708 6.187.884 Manganês 1.686.590 1.980.729 2.421.212 2.960.226 3.518.000 Óleos de milho, amidos e féculas vegetais e rações 1.540.723 1.193.738 1.396.855 1.549.424 1.591.540 Minerais não-metálicos 1.252.269 1.406.230 1.708.664 2.104.525 2.575.009 Bovinos e outros animais vivos 1.241.206 1.479.363 1.751.169 2.028.334 2.234.904 Fertilizantes 738.461 1.131.009 1.790.615 2.439.321 3.123.065 Produtos da exploração florestal e da silvicultura 670.675 768.659 974.208 1.121.304 1.126.658 Produtos químicos inorgânicos 595.652 525.768 641.799 783.213 945.390 Semi acabacados, laminados planos, longos e tubos de aço 463.664 866.274 705.636 599.448 601.434 Carvão mineral 436.047 1.998.547 6.359.012 6.359.012 8.784.855 Outros produtos e serviços da lavoura 414.619 380.231 485.808 587.675 817.990 Cimento 351.644 336.210 423.466 419.538 255.508 Leite de vaca e de outros animais 307.061 422.666 572.286 725.439 850.053 Minerais metálicos não-ferrosos 130.862 307.570 554.317 848.325 1.175.798 Animais Vivos 64.909 73.521 87.385 105.747 122.723 Outros produtos do refino de petróleo e coque 41.029 71.525 102.260 141.993 190.203

Total 126.786.550 163.670.547 222.778.650 232.108.996 247.809.389

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(interpolada e ajustada para os novos horizontes de planejamento) e de uma nova estimativa para a movimentação de cargas na denominada área contígua à hidrovia (obtida a partir de fluxos de comércio exterior).

A partir dessa movimentação total de carga na área de influência, o passo seguinte, em termos de perspectivas da hidrovia, é proceder à alocação da carga no modal mais eficiente, considerando a origem e o destino da carga. O capítulo 9 (Simulação dos Projetos) do Relatório de Metodologia relata o procedimento de carregamento da malha de transporte, que segue o princípio de minimização do custo logístico. Nesse sentido, todas as cargas projetadas na área total de influência da Hidrovia Tocantins-Araguaia são alocadas ao modal mais eficiente do ponto de vista do custo logístico.

A Tabela 4 apresenta os resultados da comparação da projeção de demanda com a carga alocada na hidrovia durante a etapa de simulação. Tais resultados referem-se à movimentação total da Hidrovia Tocantins-Araguaia considerando os diferentes horizontes de planejamento. É importante notar que esta é a carga total transportada pela hidrovia em cada ano, independentemente da distância percorrida. Isto é, a carga alocada refere-se ao volume total transportado, em toneladas, indistintamente da origem e destino1. No capítulo 7 deste relatório serão apresentados os resultados de carregamento organizados por terminais, por grupo de produto e por trecho de hidrovia.

1Uma alternativa é ponderar o volume transportado pela distância percorrida e referir o resultado em tku

(tonelada-quilômetro útil). Esse procedimento está além do escopo deste estudo e dificultaria a comparação da carga alocada com a demanda projetada.

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Tabela 4 - Projeção quinquenal da carga alocada, por produtos, para a Hidrovia Tocantins-Araguaia - 2015-2030 (t)

Fonte: BRASIL (2011a); dados do PNLT (documento reservado)

Como pode ser visto na Tabela 4, em 2015 foram alocadas 9,6 milhões de toneladas de cargas na Hidrovia Tocantins-Araguaia. Ao final do período de projeção, 2030, espera-se que a hidrovia transporte 33,8 milhões de toneladas, o que representa um crescimento total de 252%.

As cargas mais importantes para a Hidrovia Tocantins-Araguaia, em 2015, deverão ser os produtos do complexo da soja e o carvão mineral, com participação de 36,1%. Juntos devem representar 76% da movimentação da hidrovia.

A partir de 2020, é possível notar o desaparecimento do óleo e do farelo de soja na movimentação da hidrovia. Apenas o grão de soja será movimentado, passando de 2,8 milhões em 2015 para 12,2 milhões em 2030. Esse crescimento da demanda faz elevar a participação do grão de soja na movimentação total da hidrovia. Se em 2015 a participação deve ser de 29,0%, em 2030 deverá ser de 36,1%. Exceto pelo óleo e o farelo de soja, nenhuma outra carga deve apresentar redução na movimentação entre 2015 e 2030.

As cargas gerais diversas movimentadas em contêineres (carga geral, nas tabelas 3 e 4) ganham bastante participação na movimentação total da rodovia entre 2015 e 2030. Sua participação passa de 7,1%, em 2015, para 16,4% em 2030.

É importante ressaltar a existência de cargas novas na hidrovia, que não são atualmente transportadas por esta, como as classificadas como “animais vivos”, carvão mineral, cimento e outros produtos do refino de petróleo e coque. Aqui, destaca-se o carvão mineral, cuja participação sai de zero em 2010, alcança 20,8% em 2015 e 26,0% em 2030, de

Produtos 2015 2020 2025 2030Soja em grão 2.782.820 5.735.920 7.466.640 12.187.650 Óleo de soja em bruto e tortas, bagaços e farelo de soja 2.510.580 - - - Carvão Mineral 1.998.550 3.935.230 6.359.010 8.784.850 Milho em grão 805.620 482.280 340.160 2.250.610 Carga geral 683.040 3.722.490 3.936.070 5.549.610 Gusa e ferro ligas 519.910 623.710 714.200 799.410 Minerais não metálicos 167.180 753.490 1.230.890 1.392.050 Semi acabacados, laminados planos, longos e tubos de aço 46.000 132.000 126.000 126.000 Óleos de milho, amidos e féculas vegetais e rações 25.080 267.440 344.700 348.500 Leite de vaca e de outros animais 21.910 146.950 218.120 257.820 Bovinos e outros animais vivos 9.570 30.620 38.860 46.210 Produtos químicos inorgânicos 7.810 77.130 174.000 185.850 Outros produtos e serviços da lavoura 5.560 87.080 105.960 197.640 Produtos da exploração florestal e da silvicultura 4.220 27.500 38.410 40.760 Fertilizantes 2.000 4.000 4.000 5.000 Manganês 1.000 1.000 1.000 1.000 Animais Vivos 360 420 510 590 Cimento - 248.900 252.100 151.450 Outros produtos do refino de petróleo e coque - 45.690 59.840 69.230 Minério de ferro - - - - Minerais metálicos não ferrosos - - - -

Total 9.591.210 18.764.610 21.410.470 33.760.780

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tornando-se a segunda principal carga da hidrovia. O carvão mineral é um produto de importação e destina-se à produção de aço, como já salientado anteriormente.

Por fim, pode-se notar que algumas cargas demandadas na área de influência da Hidrovia Tocantins-Araguaia não devem ser movimentadas nela, como é o caso de minério de ferro e minerais não ferrosos, uma vez que são cargas tipicamente movimentadas por via ferroviária. A Estrada de Ferro Carajás (EFC), operada pela Vale, é utilizada para transportar minérios da Serra dos Carajás até o Porto de Itaqui e proximidades, principalmente até o Terminal Marítimo Ponta da Madeira - porto privativo também pertencente à Companhia Vale do Rio Doce. Não há, portanto, expectativas de que essas cargas sejam movimentadas na Hidrovia Tocantins-Araguaia.

5 DIAGNÓSTICO DA REDE DE TRANSPORTE ATUAL

Neste capítulo é realizada a análise da rede de transporte existente na Bacia do Tocantins-Araguaia. O conteúdo desta etapa subsidiou a definição da rede que seria posteriormente utilizada nas simulações.

5.1 Bacia do Tocantins-Araguaia

Nas últimas décadas, especialmente no final da década de 1990, os maiores complexos agroindustriais do país, procedentes do sudeste e do sul, deslocaram-se para a região do Cerrado brasileiro em busca de maior proximidade à matéria-prima, pois os custos de transportes seriam reduzidos mediante agregação de valor na fonte produtora. Objetivando satisfazer essa nova demanda, uma onda de investimentos em infraestrutura deve se fazer presente, criando vias para a redução das heterogeneidades regionais de renda.

Nesse contexto, ganham impulso as grandes vantagens de um sistema multimodal de transportes, com a inclusão do transporte hidroviário para viabilizar o corredor Centro-Norte. A matriz de grãos produzida pelo país e a grande quantidade de minério, principalmente o ferro, são em grande parte exportadas para o hemisfério norte, onde os principais consumidores se localizam. Tal fato, aliado ao deslocamento dos centros produtores para a região Centro-Norte do país, indicam uma necessidade de mudança na matriz origem-destino do transporte de cargas atual.

Mas, para alcançar o objetivo de integração modal, foi necessário transpor alguns desafios que inviabilizavam a utilização da Hidrovia Tocantins-Araguaia, como, por exemplo, a construção das eclusas de Tucuruí no Rio Tocantins, hoje uma realidade.

O Sistema de Transposição de Desnível de Tucuruí consiste em duas eclusas com um canal intermediário entre elas. Cada uma das eclusas tem 210 metros de comprimento e 33 metros de largura. O canal intermediário que as interliga tem, em sua totalidade, 5,5 quilômetros de extensão. A Eclusa 1 (ou Eclusa de Montante) se localiza integrada à barragem; já a Eclusa 2 (ou Eclusa de Jusante) está localizada junto à margem esquerda do Rio Tocantins, próxima à cidade de Tucuruí, conforme o esquema da figura a seguir.

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Figura 6 - Esquema do complexo de eclusagem de Tucuruí

Fonte: AHIMOR

A conclusão do projeto foi peça fundamental para o aproveitamento econômico do grande potencial agropecuário, florestal e mineral já identificado no Vale do Tocantins-Araguaia, tendo em vista a vinculação a modais de baixo custo e consumo face ao pequeno valor unitário das cargas a serem geradas e às grandes distâncias a se percorrer.

A obra possibilitou, ainda, a geração de empregos para a população da própria região da Bacia Hidrográfica do Tocantins-Araguaia e de outras regiões, contribuindo para o desenvolvimento do Centro-Oeste e da Amazônia e para a desconcentração industrial do país. Com a efetivação da hidrovia será formado um corredor de exportação da produção regional com aproveitamento do transporte hidroviário até um porto para embarcações marítimas (DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES, 2011).

5.2 Portos, Intermodalidade e Acessos

A seguir, serão descritos os principais rios componentes da Hidrovia Tocantins-Araguaia, seus principais pontos de conexão modal e as rodovias e ferrovias mais importantes nesse contexto.

Rio Tocantins

O Rio Tocantins, de acordo com a Secretaria de Estado de Gestão e Planejamento do Estado de Goiás (2010), forma-se a partir dos rios Das Almas, Maranhão e Tocantinzinho, percorrendo uma extensão de 2.400 quilômetros até desaguar na Baía de Marajó, próximo a Belém (PA).

1. Eclusa 12. Eclusa 23. Barragem de Terra4. Subestação5. Casa de Força

6. Vertedouro7. Canal de Fuga8. Canal Intermediário9. Canal de Jusante10.Porto Existente

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Administrado pela AHITAR, o rio possui uma extensão navegável de 712 quilômetros divididos em três trechos. O primeiro, de 254 quilômetros, estende-se desde a foz em Abaetetuba (PA) até a barragem de Tucuruí, na cidade de Tucuruí (PA). Desse local, o rio percorre uma distância de 244 quilômetros até a cidade de Marabá (PA), caracterizando o segundo trecho viável à navegação, percurso sujeito a variação dos níveis do reservatório de Tucuruí. Por fim, o terceiro trajeto parte de Marabá (PA) até a cidade de Imperatriz (MA), distando 214 quilômetros (BRASIL, 2002).

Conforme a Agência Nacional de Águas (2005), o estirão que parte da foz até a barragem tem seu regime determinado pela variabilidade das marés e pelas vazões efluentes da Usina Hidrelétrica de Tucuruí. Tal área possui excelentes condições de navegação durante todo o ano, com calado das embarcações podendo variar de 1,50 metros até 2,50 metros. Da foz até a cidade Cametá (PA), pode ser frequentada por embarcações marítimas. O trecho dispõe de cartas de navegação. O comboio-tipo para o Tocantins possui comprimento de 200 metros, boca de 24 metros e calado de 2,5 metros.

De Marabá (PA) até Imperatriz (MA), segundo Godoy e Vieira (1999) o rio apresenta certos empecilhos próximos à foz do Rio Araguaia, tendo em vista as declividades acentuadas e algumas sucessões de rochas existentes na região. De Imperatriz (MA) até Porto Franco (MA), o Rio Tocantins não é considerado navegável. Nessa região, a montante de Imperatriz (MA), está prevista a construção da barragem de Serra Quebrada, que criará um lago com profundidade aproximada de 132 metros e 100 quilômetros de extensão (BRASIL, 2002b). Tal volume d’água inundará o então trecho não navegável e, consequentemente, ligará os 712 quilômetros navegáveis de jusante com os 483 quilômetros de montante, atualmente considerado inviável à navegação e não muito frequentado por embarcações comerciais, até a cidade de Miracema do Tocantins (TO).

No final do curso compreendido entre Porto Franco (MA) e Miracema do Tocantins (TO), no município de Lajeado (TO), encontra-se o lago do reservatório da usina hidrelétrica Luís Eduardo Magalhães, com 630 quilômetros quadrados, o qual, quando devidamente eclusado, proporcionará o acesso da navegação até a cidade de Palmas (TO) e até a cidade de Peixe (TO), de acordo com o site Investco (2008).

O Rio Tocantins possui alguns portos e terminais portuários de importância, como os portos de Vila do Conde e de Belém, além dos terminais de uso privativo Ponta da Montanha, Murucupi, Bertolini Belém, Agropalma e J. F. de Oliveira Belém. Outros terminais portuários não autorizados encontram-se em Imperatriz (MA), Marabá (PA) e Tucuruí (PA) (BRASIL, 2011b).

Belém possui, como principais acessos rodoviários, a BR-010 e a BR-316. A BR-010 ou Belém-Brasília é uma rodovia radial, estendendo-se da capital federal até Belém. Apresenta diversos trechos em obras e outros em leito natural no Tocantins, mas no Pará apresenta condições regulares de tráfego. Encontra-se com a BR-316 em Santa Luzia do Pará. A BR-316 é uma rodovia diagonal, que tem início em Belém (PA) e termina em Maceió (AL). No Pará, possui boas condições de trafegabilidade, com 65 quilômetros duplicados entre Belém (PA) e Castanhal (PA) e o restante do trecho em pista simples (DNIT, 2012).

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A Ferrovia Norte-Sul é uma ferrovia concessionada à Vale S. A., com comprimento total previsto de 3.100 quilômetros, desde Belém (PA) até Panorama (SP), passando pelos estados do Pará, Maranhão, Tocantins, Goiás, São Paulo e Mato Grosso do Sul. É uma grande ferrovia longitudinal, que segue paralela à Hidrovia Tocantins-Araguaia em grande parte de Goiás e Tocantins e interceptando-a próximo a Imperatriz (MA) e Estreito (MA).

A ferrovia tem o objetivo de interligar as regiões brasileiras, conectando-se à malha de ferrovias privadas já existente. Atualmente, estão concluídos os trechos de Açailândia (MA) até Palmas (TO), com mais de 700 quilômetros de ferrovia (VALEC, 2010-12 - estimado). Outros trechos em Tocantins e em Goiás encontram-se em construção e foram adicionados à malha de transportes nos horizontes de conclusão estimados, conforme será apresentado no capítulo 6.

Rio Araguaia

A nascente do Rio Araguaia, segundo a Secretaria de Estado de Gestão e Planejamento do Estado de Goiás (2010), está localizada na serra dos Caiapós na fronteira do Estado do Mato Grosso com Goiás.

Administrado pela AHITAR, o rio possui uma extensão de 2.115 quilômetros, dos quais 1.818 são navegáveis. A navegação ocorre basicamente entre sua foz, no Rio Tocantins, e a cidade de Baliza (GO). O primeiro trecho viável possui profundidade mínima de 1,0 metro e estende-se por 1.472 quilômetros, desde a foz até a cidade de Aruanã (GO); o segundo parte de Aruanã (GO) e vai até Barra do Garças (MT) em um trecho de 288 quilômetros de extensão e 0,9 metros de profundidade mínima; por fim, o trecho de Barra das Garças (MT) até o município de Baliza (GO), que corresponde a mais 58 quilômetros de extensão navegável, com profundidade mínima de 0,8 metros (BRASIL, 2002).

No extremo nordeste do estado do Mato Grosso, o rio divide-se em dois braços: pela esquerda, permanece denominado Rio Araguaia e, pela direita, rio Javaés, segundo o Portal de Informações e Serviços do Estado do Tocantins (2010). A bifurcação estende-se por alguns quilômetros até a nova junção, formando a ilha do Bananal, maior ilha fluvial do mundo. Ao percorrer o Estado do Pará, próximo à cidade de Marabá, mais precisamente no município de São João do Araguaia, ele desemboca suas águas no Rio Tocantins.

De acordo com a Agência Nacional de Águas (2005), a navegação no rio Araguaia ocorre apenas no período de cheias, entre os meses de dezembro e maio. Intervenções governamentais, como a construção das barragens e eclusas de Santa Isabel (PA) e Araguanã (TO), ainda em fase de projeto, bem como campanhas de dragagem e derrocamento de pedrais, certamente alterariam esse horizonte, podendo tornar a navegação viável o ano todo. Contudo, restrições socioambientais, tal como a presença de alguns Parques Nacionais e Reservas Indígenas, dificultam essas práticas do governo.

Segundo Godoy e Vieira (1999), entre a foz e Santa Isabel (PA), nos primeiros 165 quilômetros do rio, a navegação é viável, porém apresenta algumas restrições de calado nos períodos de águas baixas. O comboio-tipo para o Araguaia possui comprimento de 108 metros, com 16 metros de boca e calado de 1,5 metros. Entre Santa Isabel (PA) e Xambioá (TO), em um trecho de 60 quilômetros, encontram-se as quedas d’água de Santa Isabel, com 14 metros de

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desnível, as de Santa Cruz e Sumauma, e a de São Miguel, com 8 metros, tornando tal percurso inviável à navegação, e deixando clara a necessidade da construção das barragens e eclusas de Santa Isabel. De Xambioá (TO) até Conceição do Araguaia (PA), em um curso de aproximadamente 280 quilômetros, o rio é navegável e possui balizamento e sinalização, haja vista alguns travessões de rochas existentes.

As principais rodovias que interceptam a hidrovia são a BR-153 (Belém-Brasília), em Xambioá (TO), e a BR-251, em Aruanã (GO). No entanto, apesar de essas cidades estarem listadas pelo Ministério dos Transportes como entroncamentos intermodais ao longo da hidrovia, os terminais portuários existentes não são autorizados pela ANTAQ.

A BR-153 é uma rodovia longitudinal de 4.335 quilômetros, estendendo-se desde o Rio Grande do Sul até o Pará. Possui importância por integrar os municípios do interior do país, distantes do litoral. Nos estados de Goiás e do Tocantins, a rodovia é pavimentada e apresenta boas condições de trafegabilidade, exceto por um pequeno trecho próximo a Xambioá (TO), onde a pista se encontra em estado irregular (DNIT, 2012).

A BR-215 é uma rodovia transversal que se estende do sul da Bahia até o Mato Grosso. A partir de Aruanã (GO), a rodovia se encontra com a BR-153 em Rialma (GO). Em Goiás, os trechos pavimentados são descontínuos, com diversos trechos em leito natural ou apenas planejados.

Rio das Mortes

Administrado pela AHITAR, este rio possui extensão total de 580 quilômetros, dos quais 425 quilômetros são navegáveis, caracterizados em um único trecho desde a foz, em São Félix do Araguaia, até a cidade de Nova Xavantina (MT) com uma profundidade mínima de 0,80 metros (BRASIL, 2002). O rio desemboca na margem esquerda do Rio Araguaia. Nesse estirão, relataram-se três passagens rochosas que foram sinalizadas e balizadas visando à segurança das embarcações. Conforme Godoy e Vieira (1999), o rio apresenta baixa declividade, leito arenoso e flutuação significativa do nível d’água entre enchente e vazante. O período de estiagem ocorre de junho a janeiro.

O comboio-tipo para o Rio das Mortes possui 108,3 metros de comprimento, 16 metros de largura e 1,5 metros de calado. No entanto, não há terminais portuários cadastrados nesse rio. Considerando que ele é um afluente do Rio Araguaia, o desenvolvimento da navegação pelo rio está diretamente relacionado ao implemento de melhorias na hidrovia do Araguaia.

6 DEFINIÇÃO DA REDE FUTURA A SER ANALISADA - NOVAS OUTORGAS DE TERMINAIS HIDROVIÁRIOS

Neste capítulo apresenta-se a rede de transporte utilizada nas simulações, de acordo com as premissas estabelecidas no Relatório de Metodologia. Nessa etapa são apresentados os cenários de infraestrutura montados para os diferentes modais em cada horizonte de estudo e que exercem influência na Hidrovia Tocantins-Araguaia.

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6.1 Montagem dos cenários de infraestrutura

Neste item expõem-se os cenários de infraestrutura identificados para cada tipo de modal e a configuração das respectivas malhas em cada horizonte de análise.

6.1.1 Modal Rodoviário

O Quadro 2 mostra as obras rodoviárias que podem influenciar a navegação na Hidrovia Tocantins-Araguaia, tendo como fonte os dados do BIT. As rodovias levantadas a partir dessas fontes foram incluídas na malha de transporte utilizada nas simulações. A essas rodovias foi atribuída velocidade padrão de 54 quilômetros por hora e classificação de pavimentadas.

Quadro 2 - Cenário modal rodoviário

Fonte: BRASIL (2012b)

6.1.2 Modal Ferroviário

Considerando a localização central da Hidrovia do Tocantins-Araguaia, há diversas ferrovias que podem influenciar o fluxo nesta, como a Ferrovia de Integração Oeste-Leste, a Transnordestina, a Ferrovia Norte-Sul, a Ferrovia de Integração do Centro-Oeste e a extensão da Ferronorte. No Quadro 3, são apresentados os trechos referentes à bacia com seus horizontes de conclusão. As informações desse modal foram obtidas por meio da VALEC.

Rodovia Techo 2015 2020 2025 2030De Ribeirão Cascalheira (MT) até Sorriso (MT) x x x xDe Luís Eduardo Magalhães (BA) até Paranã (TO) x x x xDe Seabra (BA) até Luís Eduardo Magalhães (BA) x x x x

BR-158 De Ribeirão Cascalheira (MT) até Divisa MT-PA x x x xDe Novo Progresso (PA) até Santa Maria das Barreiras (PA) x x x xDe Santa Maria das Barreiras (PA) até Pedro Afonso (TO) x x x xDe Pedro Afonso (TO) até Monte Alegre do Piauí (PI) x x x x

BR-230 (PA) De Rurópolis (PA) até Marabá (PA) x x x xDe Uruaçu (GO) até Div. (GO)/(MT) x x xDe Ribeirão Cascalheira (MT) até Divisa (MT)/(GO) x x x x

BR-080 (MT-GO)

BR-242 (BA-TO-MT)

BR-235 (PA-TO-PI)

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Quadro 3 - Cenário modal ferroviário

Fonte: VALEC (2012)

6.1.3 Modal Hidroviário

As informações deste item foram repassadas pela ANTAQ, as quais foram obtidas a partir de análises feitas junto ao DNIT, Ministério dos Transportes e de uma análise conjunta dos técnicos da Agência. O Quadro 4 apresenta as obras de melhoria da infraestrutura na Bacia do Tocantins-Araguaia e os horizontes em que se tornam operacionais.

Quadro 4 - Cenário modal hidroviário

Fonte: ANTAQ (2012)

6.1.4 Novas outorgas de terminais hidroviários

Os trechos da Bacia do Tocantins-Araguaia aptos a receberem novos terminais hidroviários são:

Rio Tocantins: desde Peixe (TO) até a foz no Atlântico;

Rio Araguaia: desde Mineiros (GO) até a foz no Rio Tocantins; e

Rio das Mortes: desde Nova Xavantina (MT) até a foz no Rio Araguaia.

De acordo com os procedimentos descritos no Relatório de Metodologia, foram determinadas as áreas propícias para instalação de novos terminais hidroviários, as quais encontram-se no Quadro 5.

2015 2020 2025 2030De Mineiros (GO) até Aruanã (GO) XDe Aruanã (GO) até São Félix do Araguaia (MT) XDe São Félix do Araguaia (MT) até São João do Araguaia (PA) X XDe Peixe (TO) até Lajeado (TO) X X XDe Lajeado (TO) até Estreito (TO) X X XDe Estreito (TO) até Imperatriz (TO) X X XDe Imperatriz (TO) até Marabá (PA) X X X XDe Marabá (PA) até a sua foz no oceano Atlântico (PA) X X X X

Rio Das Mortes De sua foz, no rio Araguaia (MT), até Nova Xavantina (MT) X

Rio Araguaia

Rio Tocantins

Rio TrechoHorizonte

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Quadro 5 - Áreas propícias para instalação de novos terminais hidroviários

Fonte: Elaboração própria

Essas áreas propícias para a instalação de novos terminais foram adicionadas à malha de transporte nos horizontes apropriados e fizeram parte da simulação descrita no capítulo 7.

7 SIMULAÇÃO DOS PROJETOS

Neste capítulo, são apresentados os resultados obtidos na etapa de simulação. Conforme detalhado no Relatório de Metodologia, com o objetivo de selecionar as áreas propícias para instalação de terminais, foi utilizado um processo iterativo, o qual incluiu sucessivas etapas de simulação e exclusões de terminais da rede de transporte.

7.1 Carregamento em Terminais

As tabelas 5 a 8 mostram os carregamentos totais, por terminal e por grupo de produto, para cada um dos horizontes.

Terminal Microrregião RioÁrea Propícia de Nova Xavantina Canarana Rio das MortesÁrea Propícia de Nova Nazaré Canarana Rio das MortesÁrea Propícia de Peixe Gurupi Rio TocantinsÁrea Propícia de Miracema do Tocantins Porto Nacional Rio TocantinsÁrea Propícia de Itaúba Porto Nacional Rio TocantinsÁrea Propícia de Barra do Ouro Jalapão Rio TocantinsÁrea Propícia de Aguiarnópolis Bico do Papagaio Rio TocantinsÁrea Propícia de Baião Cameta Rio Tocantins

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Tabela 5 - Carregamentos nos terminais - Fluxo 2015 (t)

Fonte: Elaboração própria

Tabela 6 - Carregamentos nos terminais - Fluxo 2020 (t)

Fonte: Elaboração própria

Tabela 7- Carregamentos nos terminais - Fluxo 2025 (t)

Fonte: Elaboração própria

Tabela 8- Carregamentos nos terminais - Fluxo 2030 (t)

Fonte: Elaboração própria

A hidrovia apresentou uma movimentação variada, com granel sólido agrícola, granel sólido, granel líquido agrícola e carga geral apresentando valores representativos. Entre os principais produtos movimentados estão carga geral, soja, milho, carvão mineral e óleo de soja (até 2015).

Os terminais de Marabá e Vila do Conde aparecem como os mais movimentados em todos os anos, o primeiro pela localização estratégica na confluência dos rios Tocantins e do Araguaia, e o segundo por ser um porto já estabelecido e a melhor opção para a exportação

Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3 Grupo 4 Grupo 5 TotalMarabá 731.880,00 - 2.530.160,00 2.689.350,00 3.582.410,00 9.533.800,00 Vila do Conde 1.360,00 - 2.512.190,00 2.688.640,00 3.569.040,00 8.771.230,00 Belém 14.790,00 - 140,00 - 13.280,00 28.210,00 Colares - - - - 10.850,00 10.850,00 Total 748.030,00 - 5.042.490,00 5.377.990,00 7.175.580,00 18.344.090,00

Portos 2015Fluxo de Produtos por Grupo (t)

Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3 Grupo 4 Grupo 5 TotalVila do Conde 3.176.500,00 45.690,00 409.890,00 8.062.390,00 6.244.030,00 17.938.500,00 Marabá 272.430,00 - 2.070,00 6.984.630,00 370,00 7.259.500,00 Área Propícia de Peixe 7.480,00 - 40,00 - 2.511.970,00 2.519.490,00 Belém 2.123.300,00 38.860,00 206.790,00 56.690,00 41.630,00 2.467.270,00 Carolina 61.650,00 - 80,00 - 1.777.870,00 1.839.600,00 Área Propícia de Miracema do Tocantins 669.460,00 - 920,00 - 418.640,00 1.089.020,00 Área Propícia de Aguiarnópolis 92.500,00 - 580,00 2.000,00 741.050,00 836.130,00 Área Propícia de Barra do Ouro 244.850,00 - 220,00 1.000,00 431.480,00 677.550,00 Colares 33.720,00 - 2.600,00 - 12.070,00 48.390,00 Total 6.681.890,00 84.550,00 623.190,00 15.106.710,00 12.179.110,00 34.675.450,00

Portos 2020Fluxo de Produtos por Grupo (t)

Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3 Grupo 4 Grupo 5 TotalVila do Conde 3.885.260,00 57.680,00 545.960,00 8.677.660,00 7.847.020,00 21.013.580,00 Marabá 184.630,00 - 1.390,00 7.075.260,00 530,00 7.261.810,00 Belém 2.643.960,00 48.570,00 296.300,00 89.730,00 43.140,00 3.121.700,00 Área Propícia de Peixe 6.140,00 - - - 3.051.770,00 3.057.910,00 Carolina 10.000,00 - - - 2.280.330,00 2.290.330,00 Área Propícia de Aguiarnópolis 8.000,00 - - 2.000,00 950.490,00 960.490,00 Área Propícia de Miracema do Tocantins 226.680,00 - - - 536.950,00 763.630,00 Área Propícia de Barra do Ouro 21.000,00 - - 1.000,00 553.420,00 575.420,00 Área Propícia de Itaúba 5.000,00 - - 1.000,00 524.010,00 530.010,00 Colares 40.900,00 - 2.050,00 - 10.380,00 53.330,00 Total 7.031.570,00 106.250,00 845.700,00 15.846.650,00 15.798.040,00 39.628.210,00

Portos 2025Fluxo de Produtos por Grupo (t)

Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3 Grupo 4 Grupo 5 TotalVila do Conde 4.687.260,00 69.230,00 1.930.310,00 11.310.770,00 14.520.110,00 32.517.680,00 Marabá 399.890,00 - 1.070,00 9.586.340,00 1.620,00 9.988.920,00 Área Propícia de Nova Xavantina 1.000,00 - - 168.180,00 6.392.750,00 6.561.930,00 Belém 3.152.120,00 59.160,00 294.100,00 129.650,00 62.460,00 3.697.490,00 Carolina 91.400,00 - 110,00 - 2.786.010,00 2.877.520,00 Área Propícia de Miracema do Tocantins 1.050.330,00 - 5.070,00 - 656.020,00 1.711.420,00 Aruanã 70,00 - 3.600,00 - 1.399.540,00 1.403.210,00 Área Propícia de Aguiarnópolis 141.900,00 - 1.250,00 2.000,00 1.161.270,00 1.306.420,00 Área Propícia de Barra do Ouro 358.270,00 - 760,00 1.000,00 676.140,00 1.036.170,00 Área Propícia de Peixe 7.840,00 - 1.270,00 - 913.530,00 922.640,00 Área Propícia de Itaúba 61.210,00 - 4.220,00 1.000,00 640.210,00 706.640,00 Colares 48.660,00 - 1.000,00 - 4.120,00 53.780,00 Total 9.999.950,00 128.390,00 2.242.760,00 21.198.940,00 29.213.780,00 62.783.820,00

Portos 2030Fluxo de Produtos por Grupo (t)

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22 ANTAQ/UFSC/LabTrans

dos produtos da hidrovia. Em seguida, aparecem terminais nas extremidades da hidrovia, como Peixe, no Rio Tocantins, e Nova Xavantina, no Rio das Mortes.

Através da análise dos resultados, verificou-se que seis das áreas propícias propostas no capítulo 6 obtiveram carregamento significativo. Aquelas que apresentaram fluxo superior a 500.000 toneladas permaneceram na malha durante a etapa de simulação e foram avaliadas quanto à viabilidade no capítulo 8, a seguir. Tais áreas estão elencadas adiante com seus anos ótimos de abertura:

Área propícia de Miracema do Tocantins (2020);

Área propícia de Aguiarnópolis (2020);

Área propícia de Barra do Ouro (2020);

Área propícia de Peixe (2020);

Área propícia de Itaúba (2025);

Área propícia de Nova Xavantina (2030).

7.2 Carregamento na Hidrovia

As tabelas 9 a 12 apresentam os resultados de movimentação total em cada um dos trechos da hidrovia do Tocantins-Araguaia em cada horizonte de estudo.

Tabela 9 - Carregamento na hidrovia do Tocantins-Araguaia - Fluxo 2015 (t)

Fonte: Elaboração própria

INÍCIO FIM Grupo 01 Grupo 02 Grupo 03 Grupo 04 Grupo 05

Área propícia de Nova Xavantina Área propícia de Nova Nazaré - - - - - - Área propícia de Nova Nazaré São Félix do Araguaia - - - - - -

Mineiros Área propícia de Aruanã - - - - - - Área propícia de Aruanã São Félix do Araguaia - - - - - - São Félix do Araguaia São João do Araguaia - - - - - -

Área propícia de Peixe Miracema do Tocantins - - - - - - Miracema do Tocantins Área propícia de Itaúba - - - - - - Área propícia de Itaúba Área propícia de Barra do Ouro - - - - - - Área propícia de Barra do Ouro Carolina - - - - - - Carolina Área propícia de Aguiarnópolis - - - - - - Área propícia de Aguiarnópolis São João do Araguaia - - - - - - São João do Araguaia Marabá - - - - - - Marabá Confluência Rio Tocantins / Rio Pará 731.880,00 - 2.530.160,00 2.689.350,00 3.582.410,00 9.533.800,00 Confluência Rio Tocantins / Rio Pará Vila do Conde 16.150,00 - 2.512.330,00 2.688.640,00 3.593.170,00 8.810.290,00 Vila do Conde Belém 14.790,00 - 140,00 - 24.130,00 39.060,00 Belém TUP Agropalma - - - - 10.850,00 10.850,00 TUP Agropalma Colares - - - - 10.850,00 10.850,00

TotalTRECHO Fluxo Total por Grupo 2015

Rio das Mortes

Rio Araguaia

Rio Tocantins

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Tabela 10 - Carregamento na hidrovia do Tocantins-Araguaia - Fluxo 2020 (t)

Fonte: Elaboração própria

Tabela 11 - Carregamento na hidrovia do Tocantins-Araguaia - Fluxo 2025 (t)

Fonte: Elaboração própria

INÍCIO FIM Grupo 01 Grupo 02 Grupo 03 Grupo 04 Grupo 05

Área propícia de Nova Xavantina Área propícia de Nova Nazaré - - - - - - Área propícia de Nova Nazaré São Félix do Araguaia - - - - - -

Mineiros Área propícia de Aruanã - - - - - - Área propícia de Aruanã São Félix do Araguaia - - - - - - São Félix do Araguaia São João do Araguaia - - - - - -

Área propícia de Peixe Miracema do Tocantins 7.480,00 - 40,00 - 2.511.970,00 2.519.490,00 Miracema do Tocantins Área propícia de Itaúba 676.940,00 - 880,00 1.000,00 3.339.150,00 4.017.970,00 Área propícia de Itaúba Área propícia de Barra do Ouro 676.940,00 - 880,00 1.000,00 3.339.150,00 4.017.970,00 Área propícia de Barra do Ouro Carolina 432.090,00 - 660,00 2.000,00 3.770.630,00 4.205.380,00 Carolina Área propícia de Aguiarnópolis 370.440,00 - 580,00 2.000,00 5.548.220,00 5.921.240,00 Área propícia de Aguiarnópolis São João do Araguaia 277.940,00 - - 4.000,00 6.289.270,00 6.571.210,00 São João do Araguaia Marabá 277.940,00 - - 4.000,00 6.289.270,00 6.571.210,00 Marabá Confluência Rio Tocantins / Rio Pará 8.230,00 - 2.070,00 6.988.630,00 6.289.320,00 13.288.250,00 Confluência Rio Tocantins / Rio Pará Vila do Conde 1.039.820,00 6.830,00 200.500,00 8.005.700,00 6.292.050,00 15.544.900,00 Vila do Conde Belém 2.157.020,00 38.860,00 209.390,00 56.690,00 53.700,00 2.515.660,00 Belém TUP Agropalma 33.720,00 - 2.600,00 - 12.070,00 48.390,00 TUP Agropalma Colares 33.720,00 - 2.600,00 - 12.070,00 48.390,00

Total

Rio Tocantins

TRECHO Fluxo Total por Grupo 2020

Rio das Mortes

Rio Araguaia

INÍCIO FIM Grupo 01 Grupo 02 Grupo 03 Grupo 04 Grupo 05

Área propícia de Nova Xavantina Área propícia de Nova Nazaré - - - - - - Área propícia de Nova Nazaré São Félix do Araguaia - - - - - -

Mineiros Área propícia de Aruanã - - - - - - Área propícia de Aruanã São Félix do Araguaia - - - - - - São Félix do Araguaia São João do Araguaia - - - - - -

Área propícia de Peixe Miracema do Tocantins 6.140,00 - - - 3.051.770,00 3.057.910,00 Miracema do Tocantins Área propícia de Itaúba 232.820,00 - - - 3.588.720,00 3.821.540,00 Área propícia de Itaúba Área propícia de Barra do Ouro 227.820,00 - - 1.000,00 4.112.730,00 4.341.550,00 Área propícia de Barra do Ouro Carolina 206.820,00 - - 2.000,00 4.666.150,00 4.874.970,00 Carolina Área propícia de Aguiarnópolis 196.820,00 - - 2.000,00 6.946.180,00 7.145.000,00 Área propícia de Aguiarnópolis São João do Araguaia 188.820,00 - - 4.000,00 7.896.670,00 8.089.490,00 São João do Araguaia Marabá 188.820,00 - - 4.000,00 7.896.670,00 8.089.490,00 Marabá Confluência Rio Tocantins / Rio Pará 6.970,00 - 1.390,00 7.079.260,00 7.896.600,00 14.984.220,00 Confluência Rio Tocantins / Rio Pará Vila do Conde 1.229.920,00 9.110,00 247.000,00 8.420.750,00 7.893.460,00 17.800.240,00 Vila do Conde Belém 2.684.860,00 48.570,00 298.350,00 89.730,00 53.520,00 3.175.030,00 Belém TUP Agropalma 40.900,00 - 2.050,00 - 10.380,00 53.330,00 TUP Agropalma Colares 40.900,00 - 2.050,00 - 10.380,00 53.330,00

Total

Rio Araguaia

Rio Tocantins

Rio das Mortes

TRECHO Fluxo Total por Grupo 2025

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Tabela 12 - Carregamento na hidrovia do Tocantins-Araguaia - Fluxo 2030 (t)

Fonte: Elaboração própria

Nas figuras 7 a 10, o fluxo em cada trecho da hidrovia é apresentado de forma gráfica, permitindo uma avaliação visual do resultado.

INÍCIO FIM Grupo 01 Grupo 02 Grupo 03 Grupo 04 Grupo 05

Área propícia de Nova Xavantina Área propícia de Nova Nazaré 1.000,00 - - 168.180,00 6.392.750,00 6.561.930,00 Área propícia de Nova Nazaré São Félix do Araguaia 1.000,00 - - 168.180,00 6.392.750,00 6.561.930,00

Mineiros Área propícia de Aruanã - - - - - - Área propícia de Aruanã São Félix do Araguaia 70,00 - 3.600,00 - 1.399.540,00 1.403.210,00 São Félix do Araguaia São João do Araguaia 1.070,00 - 3.600,00 168.180,00 7.792.290,00 7.965.140,00

Área propícia de Peixe Miracema do Tocantins 7.840,00 - 1.270,00 - 913.530,00 922.640,00 Miracema do Tocantins Área propícia de Itaúba 1.058.170,00 - 6.340,00 - 1.569.550,00 2.634.060,00 Área propícia de Itaúba Área propícia de Barra do Ouro 996.960,00 - 2.120,00 1.000,00 2.209.760,00 3.209.840,00 Área propícia de Barra do Ouro Carolina 638.690,00 - 1.360,00 2.000,00 2.885.900,00 3.527.950,00 Carolina Área propícia de Aguiarnópolis 547.290,00 - 1.250,00 2.000,00 5.671.550,00 6.222.090,00 Área propícia de Aguiarnópolis São João do Araguaia 405.390,00 - - 4.000,00 6.832.820,00 7.242.210,00 São João do Araguaia Marabá 406.460,00 - 3.600,00 172.180,00 14.625.110,00 15.207.350,00 Marabá Confluência Rio Tocantins / Rio Pará 9.430,00 - 4.670,00 9.758.520,00 14.623.490,00 24.396.110,00 Confluência Rio Tocantins / Rio Pará Vila do Conde 1.507.250,00 10.070,00 292.300,00 11.179.860,00 14.581.910,00 27.571.390,00 Vila do Conde Belém 3.200.780,00 59.160,00 295.100,00 129.650,00 66.580,00 3.751.270,00 Belém TUP Agropalma 48.660,00 - 1.000,00 - 4.120,00 53.780,00 TUP Agropalma Colares 48.660,00 - 1.000,00 - 4.120,00 53.780,00

Total

Rio Tocantins

TRECHO Fluxo Total por Grupo 2030

Rio das Mortes

Rio Araguaia

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Figura 7 - Carregamento na hidrovia - Fluxo 2015 (t)

Fonte: Elaboração própria

Figura 8 - Carregamento na hidrovia - Fluxo 2020 (t)

Fonte: Elaboração própria

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Figura 9 - Carregamento na hidrovia - Fluxo 2025 (t)

Fonte: Elaboração própria

Figura 10 - Carregamento na hidrovia - Fluxo 2030 (t)

Fonte: Elaboração própria

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A maior movimentação na hidrovia se dá a partir do Porto de Marabá, que agrega os fluxos dos seus afluentes e outros que não utilizam a hidrovia, mas dirigem-se em direção aos portos de Vila do Conde e Belém, por onde podem ser exportados. Outros trechos da hidrovia apresentam carregamentos que crescem gradativamente à medida que aumentam os trechos implantados e as projeções de demanda.

Em 2015, a hidrovia foi considerada navegável apenas até Marabá, com os fluxos concentrando-se nesse terminal e em Vila do Conde. Esse horizonte é o que apresenta maior movimentação de graneis líquidos agrícolas (óleo de soja). Após 2020, com a implantação de trechos da Ferrovia de Integração Centro-Oeste (FICO) e da Ferrovia Norte-Sul, esse produto deixa de utilizar a hidrovia e passa a ser transportado através dessas ferrovias até o Porto de Itaqui no Maranhão.

A partir de 2020, há a implantação do trecho do Rio Tocantins até a área propícia de Peixe. Com isso, há uma transferência dos fluxos que entravam em Marabá para os terminais localizados mais ao sul na hidrovia, como Peixe, Miracema do Tocantins e Barra do Ouro. Isso ocorre principalmente para carga geral e graneis sólidos agrícolas (milho e soja). Por sua vez, Marabá passa a receber principalmente graneis sólidos.

Em 2025 há aumento geral dos carregamentos na hidrovia, embora em proporção menor do que a projeção de demanda realizada no capítulo 4. Isso se deve à concorrência com outros modais (principalmente as ferrovias FICO e Norte-Sul) e também com outras bacias hidrográficas, principalmente a Amazônica, com os Rios Tapajós e Teles Pires.

Em 2030, com a viabilização de novos trechos do Rio das Mortes e do Rio Araguaia, há um acréscimo considerável na movimentação de todos os grupos, especialmente de graneis sólidos agrícolas. Isso pode ser explicado pela maior proximidade dos novos terminais às áreas produtoras no interior do Mato Grosso e Goiás.

8 AVALIAÇÃO ECONÔMICA DE PROJETOS

Neste capítulo do relatório são apresentados os resultados da análise de viabilidade econômico-financeira das áreas propícias de terminais hidroviários que apresentaram movimentação significativa após as simulações do capítulo 7, considerando fatores tais como Investimento, Custo Operacional, Movimentação Média, Receita Média Anual, VPL e TIR. Para a Hidrovia Tocantins-Araguaia, seis terminais hidroviários foram analisados.

A Tabela 13, a seguir, apresenta um comparativo entre as áreas propícias para instalação de terminais na Hidrovia Tocantins-Araguaia avaliadas nesse capítulo.

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Tabela 13 - Comparativo entre as áreas propícias para instalação de terminais.

Fonte: Elaboração própria

Todos os terminais analisados nesse capítulo apresentam viabilidade, com VPL positivo e TIR próxima ou superior à TMA. O terminal que apresenta melhores resultados é o localizado na área propícia de Peixe, com TIR de 14,65%. A área propícia do terminal de Nova Xavantina também apresenta bom valor de TIR e VPL, no entanto o valor de investimento é mais alto.

Pela metodologia utilizada, a movimentação estimada determina os investimentos, custos e receitas de cada área propícia de terminal. Consequentemente, os anos de abertura exercem influência significativa na análise de viabilidade, uma vez que a movimentação pode variar bastante em horizontes posteriores. Desse modo, mudanças nos anos de abertura podem alterar a viabilidade dos terminais analisados.

Na Figura 11 é representada a Hidrovia do Tocantins-Araguaia com seus terminais portuários existentes e áreas propícias para instalação de novos terminais portuários

Figura 11 - Hidrovia do Tocantins-Araguaia com seus terminais existentes e áreas propícias

Fonte: Elaboração própria

Área Propícia de terminalInvestimento

(R$)Custo Operacional

Médio (R$/ano)Movimentação Média (t/ano)

Receita Média Anual (R$/ano)

VPL TIR StatusAno Ótimo de

AberturaMiracema do Tocantins 18.000.000 583.841 2.242.902 6.588.040 26.634.440 8,50% Viável 2020Barra do Ouro 11.000.000 302.132 1.287.589 3.717.788 15.814.922 9,01% Viável 2020Aguiarnópolis 15.000.000 339.304 1.470.647 4.162.939 17.661.142 8,47% Viável 2020Peixe 25.000.000 686.432 2.000.000 2.953.360 17.599.309 14,65% Viável 2020Itaúba 10.000.000 226.515 953.922 2.701.188 11.709.440 8,66% Viável 2025Nova Xavantina 100.000.000 2.000.305 9.569.726 26.844.577 127.421.945 10,13% Viável 2025

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9 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Devido a sua localização central e a ligação com importantes portos do norte do Brasil (Belém, Barcarena, Vila do Conde), a Hidrovia Tocantins-Araguaia pode vir a ser uma importante via de ligação na região Centro-Norte do país com a expansão de seus trechos navegáveis.

Mesmo com diversas obras de infraestrutura concorrentes, como a Ferrovia de Integração Centro-Oeste, a Ferrovia Norte-Sul e a Hidrovia Tapajós-Teles Pires, a Hidrovia Tocantins-Araguaia ainda se mostra viável. Segundo as simulações realizadas, há um significativo fluxo potencial de carga geral, granel sólido e granel sólido agrícola a ser transportado pela hidrovia. Soja, milho, carvão mineral e carga geral são os principais produtos representados neste grupo.

A hidrovia apresentou uma movimentação variada, com valores representativos para granel sólido agrícola, granel sólido, granel líquido agrícola e carga geral. Entre os principais produtos movimentados estão carga geral, soja, milho, carvão mineral e óleo de soja (até 2015).

Marabá e Vila do Conde, portos já estabelecidos, aparecem com as maiores movimentações em todos os horizontes. Marabá se destaca por sua posição estratégica na confluência dos rios Tocantins e Araguaia, além de ser um ponto de passagem até o importante Porto de Vila do Conde, de onde as cargas da hidrovia podem ser exportadas. Alguns novos terminais em áreas propícias também se destacam, principalmente aqueles a serem instalados nas extremidades da hidrovia, como as de Peixe, no Rio Tocantins, e Nova Xavantina, no Rio das Mortes.

Verifica-se que seis das áreas propícias propostas no capítulo 6 obtiveram carregamento significativo (acima de 500.000 toneladas) e foram analisadas quanto à viabilidade econômica no capítulo 8. Essas áreas estão elencadas a seguir com seus respectivos anos ótimos de abertura:

Área propícia de Miracema do Tocantins (2020);

Área propícia de Aguiarnópolis (2020);

Área propícia de Barra do Ouro (2020);

Área propícia de Peixe (2020);

Área propícia de Itaúba (2025); e

Área propícia de Nova Xavantina (2030).

Todos os terminais analisados apresentaram viabilidade, com VPL positivo e TIR próxima ou superior à TMA. O terminal que apresenta melhores resultados é o localizado na área propícia de Peixe, com TIR de 14,65%. A área propícia do terminal de Nova Xavantina também apresenta bom valor de TIR e VPL, no entanto o valor de investimento é mais alto.

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A partir do horizonte de 2020, a maior parte do óleo de soja transportado através da hidrovia passa a utilizar a Ferrovia de Integração Centro-Oeste. Com a implantação de novos trechos hidroviários, há também uma transferência de cargas que entravam na hidrovia através de Marabá, e passam a utilizar novos terminais mais ao sul, principalmente para carga geral e granel sólido agrícola. Marabá, por sua vez, passa a receber principalmente graneis sólidos.

A movimentação aumenta de forma substancial com as ampliações de navegabilidade nos trechos dos rios Araguaia e das Mortes em 2025 e 2030. Com isso, a hidrovia passa a contar com terminais hidroviários mais próximos das áreas produtoras de grãos do Mato Grosso e Goiás. Os resultados mostram que a hidrovia pode ser uma opção viável, mesmo face a ferrovias e hidrovias concorrentes.

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REFERÊNCIAS

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