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RELATÓRIO DO LEVANTAMENTO DIAGNÓSTICO DA EDUCAÇÃO MUNICIPAL DIANTE DA PANDEMIA DO COVID-19 APLICADO AOS MUNICÍPIOS PARAENSES

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RELATÓRIO DO LEVANTAMENTO DIAGNÓSTICO DA EDUCAÇÃO MUNICIPAL DIANTE DA PANDEMIA DO COVID-19 APLICADO AOS MUNICÍPIOS PARAENSES

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EQUIPE TÉCNICA DE AUDITORIA:

ANA CRISTINA SANTOS SODRÉAnalista de Controle Externo

ELEN PANTOJA DE MORAESAnalista de Controle Externo

EVERALDO LINO ALVES Analista de Controle Externo

JOSÉ AUGUSTO OLIVEIRA REZENDETécnico de Controle Externo

LUÍS OTÁVIO GADELHA BARBOSAAnalista de Controle Externo

SÍLVIA MIRALHA DE ARAÚJO RIBEIRO Coordenadora do NUF/TCM/PA

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NÚCLEO DE FISCALIZAÇÃO – NUFNÚCLEO DE EDUCAÇÃO

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Unidades: Secretarias Municipais de Educação de 132 municípios paraenses.

Ato Originário: Plano Anual de Fiscalização – PAF, instituído pela Resolução n° 19/2019/TCM/PA, alterado pela Resolução n° 11/2020/TCM/PA.

Objetivo do Levantamento: Levantar as principais medidas adotadas pelos 132 municípios paraenses para enfrentamento da pandemia do Covid-19, propiciando a so-ciedade o conhecimento sobre a atuação dos gestores municipais diante dos impactos sociais, econômicos, políticos e culturais causados nos municípios.

Período abrangido do Levantamento: 02/06/2020 à 14/07/2020.

BELÉM-PAAgosto 2020

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A suspensão das atividades escolares em todo o Estado por meio do Decreto Go-vernamental nº 609/2020 em decorrência do estado de calamidade pública ocasio-nado pela pandemia do “NOVO CORONAVÍRUS” (COVID-19), suscitou por parte dos órgãos de fiscalização e controle, a preocupação em monitorar a gestão municipal na condução de estratégias para conseguir cumprir o calendário escolar, bem como, permi-tir aos alunos da rede pública municipal de ensino do Estado do Pará o acesso à alimen-tação escolar durante todo o período de suspensão das aulas.

Nesse sentido o Instituto Rui Barbosa emitiu a Nota Técnica CTE-IRB nº 01/2020 que recomendou aos Tribunais de Contas a busca de informações das ações empreen-didas pelos municípios durante o período de isolamento social e, partindo da sua mis-são institucional de orientar e fiscalizar a aplicação de recursos públicos destinados às Prefeituras Municipais, o TCM-PA, emitiu Instrução Normativa nº 06/2020/TCM-PA, de 22 de abril de 2020, dispondo sobre a aprovação da Nota Técnica nº 06/2020/TCM-PA, que estabelece orientações aos Municípios do Estado Pará, relacionadas à implemen-tação de ações na área da educação, para enfrentamento da pandemia, cujo enfoque principal é a gestão dos recursos públicos voltados à educação no período emergencial em função da pandemia.

Para além da promoção de orientações técnicas, visando dar transparência à socie-dade sobre o cenário educacional municipal no período de pandemia, o TCM-PA, realizou a aplicação de questionários junto aos secretários municipais de educação do Estado do Pará, buscando identificar como os municípios paraenses estão empregando os recursos públicos no combate ao “NOVO CORONAVÍRUS”. Assim como, para acompanhar, conco-mitantemente, como os gestores municipais estão enfrentando a pandemia, em relação aos atos decorrentes dos decretos de calamidade pública, enfatizando questões relacio-nadas a oferta de ensino de qualidade, e fornecimento contínuo de merenda escolar aos alunos da rede pública municipal de ensino.

Após a consolidação e compilação de todas as informações obtidas por meio da apli-cação de questionários, esta Corte de Contas gerou um relatório gerencial, elaborado na forma de respostas e gráficos, evidenciando o cenário paraense municipal da gestão educa-cional, com ênfase na oferta de aulas e de fornecimento de merenda escolar para os alunos.

Esperamos com essa ação contribuir de forma significativa para a tomada de decisão por parte de todos os atores envolvidos de forma direta e/ou indireta na gestão pública muni-cipal, no que diz respeito à adoção de medidas de enfrentamento a pandemia, assim como, na correta aplicação dos recursos públicos, de forma a reduzir as sequelas negativas produ-zidas na vida educacional das crianças, adolescentes, jovens e adultos do nosso Estado.

FRANCISCO SÉRGIO BELICH DE SOUZA LEÃOConselheiro Presidente do TCM/PA

APRESENTAÇÃO

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1. INTRODUÇÃO

2. ASPECTOS ABORDADOS

2.1. GESTÃO PEDAGÓGICA

2.1.1. Acesso a aulas/atividades pedagógicas por meio de metodologias de

ensino não presencial

2.1.2. Apoio ao corpo docente para o desenvolvimento de atividades a distância

2.1.3. Normatização da aplicação de metodologias de ensino a distância para

aproveitamento na carga horária mínima anual

2.1.4. Estratégias para aferir o alcance do atendimento e desempenho dos

alunos com as metodologias de ensino a distância

2.1.5. Reorganização do calendário escolar e retorno às aulas

2.1.6. Busca ativa no retorno às aulas presenciais

2.2. GESTÃO DA ALIMENTAÇÃO ESCOLAR

2.2.1. Distribuição dos alimentos em estoque

2.2.2. Atendimento da oferta de benefícios de alimentação aos alunos

matriculados na rede pública municipal de ensino

2.2.3. Publicidade da entrega dos benefícios de alimentação

2.2.4. Controles de entrada e saída dos gêneros alimentícios

2.2.5. Acompanhamento pela equipe de nutrição local das diversas fases de

distribuição dos benefícios concedidos aos alunos

2.2.6. Controle efetivo no processo de entrega dos benefícios de alimentação

2.2.7. Pesquisa de preços e procedimentos de licitação

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ÍNDICE

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2.2.8. Transparência nos processos licitatórios

2.2.9. Aplicações com recursos próprios na oferta de alimentação aos alunos

2.3. CONTROLE SOCIAL

2.4. OUTROS ASPECTOS

2.4.1. Contratos vigentes com transporte escolar, manutenção de

equipamentos e professores temporários

3. CONCLUSÃO

4. PROPOSTA DE ENCAMINHAMENTO

5. APÊNDICE

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O estado de calamidade pública ocasionado pela pandemia do “NOVO CORONA-VÍRUS” trouxe mudanças significativas na condução das políticas públicas em todo país. Com o avanço da doença fez-se necessária adoção de várias medidas pelos gestores públicos para promover o distanciamento social. O Decreto Legislativo nº 06/2020 re-conheceu o estado de calamidade pública no país, e a Lei Federal nº 13.979/2020 esta-beleceu medidas para enfrentamento da emergência de saúde pública. No Pará, o De-creto Governamental nº 687/2020 declarou o estado de calamidade pública em todo território paraense.

Logo, foi necessária a suspensão das aulas presenciais sem uma data prevista para retorno. Assim, foi publicada a Medida Provisória n° 934/2020, que dispensou, em caráter excepcional, a obrigatoriedade de observância ao mínimo de 200 dias de efetivo trabalho escolar, mas manteve a carga horária mínima anual de 800 horas. Em seguida, por meio da Lei n° 13.987/2020, foi autorizada a distribuição de gêneros alimentícios adquiridos com recursos do PNAE.

Diante desse cenário, o Comitê Técnico de Educação do Instituto Rui Barbosa (CTE/IRB) elaborou a Nota Técnica CTE-IRB n° 01/2020 com recomendações e suges-tões às Cortes de Contas para mitigar os impactos negativos gerados pela pandemia do “NOVO CORONAVÍRUS” na educação, dentre elas: “buscar informações a respeito das ações empreendidas pelas redes estaduais e municipais no período, visando a garantir o acesso dos alunos aos conteúdos de aula mediante ferramentas de ensino a distância”.

Neste contexto, visando atender a Nota Técnica CTE-IRB n° 01/2020 e, consideran-do que o Tribunal de Contas dos Municípios do Pará tem a missão institucional de orien-tar e fiscalizar a administração pública e a gestão dos recursos municipais, visando sua efetiva e regular aplicação em benefício da sociedade, e ainda, diante da impossibilidade de acompanhar in loco as políticas públicas adotadas para o enfrentamento da situação emergencial nas escolas públicas, elaborou questionário para acompanhar juntos aos gestores municipais as medidas que estão sendo adotadas diante dessa nova realidade.

Os trabalhos de fiscalização foram realizados através de aplicação de questioná-rio digital via plataforma LIME SURVEY para os secretários municipais de educação de 132 municípios paraenses, onde foram disponibilizados os links de acesso através dos emails cadastrados junto ao UNICAD/TCM-PA.

Dos 144 municípios paraenses, 12 não foram incluídos nesta fiscalização em vir-tude de terem participado do projeto “A Educação Não Pode Esperar” realizado pelo In-terdisciplinaridade e Evidências no Debate Educacional (IEDE) com o Comitê Técnico da Educação do Instituto Rui Barbosa (CTE-IRB) e 26 Tribunais de Contas brasileiros, incluindo o TCM-PA. Os doze municípios são: Ananindeua, Augusto Corrêa, Aveiro, Bar-carena, Belém, Moju, Marabá, Palestina do Pará, Portel, Paragominas, Ponta de Pedras e São Domingos do Capim.

1. INTRODUÇÃO

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Foi concedido o período de 02 de junho à 14 de julho de 2020 para acesso e res-posta ao questionário digital. Com o total de 39 perguntas, o questionário abordou os seguintes aspectos: Gestão Pedagógica, Gestão da Alimentação Escolar, Controle Social e Outros aspectos pertinentes as contratações vigentes englobando Transporte Escolar, Manutenção de Equipamentos, Contrato de Professores Temporários e Procedimentos administrativos de Licitação e/ou Dispensa.

Dos 132 municípios paraenses informados da aplicação do questionário on-line, obtivemos resposta de 123 secretários municipais de educação, enquanto que 09 não atenderam ao TCM-PA.

Destacamos que as informações obtidas no questionário são dados declarados dos 123 Secretários Municipais de Educação do Estado do Pará, e foram analisados em seu conjunto com o objetivo de identificar em que pontos os municípios paraenses carecem de ações e orientação desta Corte de Contas para os temas abordados, de forma a mini-mizar os prejuízos causados aos estudantes municipais em decorrência da pandemia.

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2. ASPECTOS ABORDADOS

O questionário foi dividido em quatro grupos de perguntas abordando os seguintes te-mas: Gestão Pedagógica, Gestão da Alimentação Escolar, Controle Social e Outros Aspectos.

A maior parte das perguntas refere-se aos dois primeiros temas, Gestão Pedagógi-ca e Gestão da Alimentação Escolar, por necessitarem de maiores informações sobre o impacto da pandemia do “NOVO CORONAVÍRUS” na vida educacional e nutricional dos estudantes. Esses dois assuntos foram os que mais sofreram alterações nas legislações pertinentes para readaptar a aplicação da política pública da educação durante o perío-do de pandemia e distanciamento social.

Sobre o tema Controle Social, foram feitas perguntas com o objetivo de saber se os Conselhos de Alimentação Escolar (CAE) estão acompanhando as medidas adotadas para a distribuição ou não da merenda escolar durante o período de suspensão das aulas presenciais e se o Conselho Municipal de Educação (CME) está participando do projeto de replanejamento do calendário escolar e cumprimento da carga horária mínima anual.

E no último grupo, chamado de Outros Aspectos, foram solicitadas informações pertinentes ao andamento de contratações vigentes como transporte escolar, manu-tenção de equipamentos, contrato de professores temporários e procedimentos admi-nistrativos de licitação e/ou dispensa. Também foram solicitados informações sobre a execução de recursos financeiros da educação e, finalizando foi solicitado ao município manifestação sobre qualquer assunto tratado no questionário ou não, relacionado ao tema educação, inclusive com a possibilidade de anexar informações para comprovar qualquer resposta divulgada.

Os municípios que responderam o questionário on-line totalizam 123, sendo:

AbaetetubaAfuáÁgua Azul do NorteAlenquerAlmeirimAltamiraAnajasAnapuBaiãoBannachBelterraBenevides

Bom Jesus do TocantinsBonitoBragançaBrasil NovoBrejo Grande do AraguaiaBreu BrancoBrevesBujaruCachoeira do ArariCachoeira do PiriáCanaa dos CarajasCapanema

Capitao PocoCastanhalChavesColaresConceicao do AraguaiaConcordia do ParaCumaru do NorteCurionópolisCuruáCurucaDom EliseuEldorado dos Carajás

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FaroFloresta do AraguaiaGarrafão do NorteGurupáIgarape-AcuIgarapé-MiriInhangapiIpixuna do ParáIrituiaItaitubaItupirangaJacareacangaJacundáJurutiLimoeiro do AjuruMãe do RioMagalhães BarataMaracanãMarapanimMaritubaMedicilândiaMelgacoMocajubaMojuí dos CamposMonte AlegreMuanáNova Esperanca do PiriaNova IpixunaNova Timboteua

Novo ProgressoNovo RepartimentoÓbidosOeiras do ParáOriximináOurémOurilândia do NortePacajáParauapebasPau d’ArcoPeixe-BoiPicarraPlacasPorto de MozPrainhaPrimaveraQuatipuruRedencaoRio MariaRondon do ParáRurópolisSalinópolisSalvaterraSanta Barbara do ParaSanta Cruz do ArariSanta Isabel do ParáSanta Maria das BarreirasSanta Maria do ParáSantana do Araguaia

Santarém NovoSantarémSanto Antonio do TauaSão Caetano de OdivelasSão Domingos do AraguaiaSão Félix do XinguSão Francisco do ParáSão Geraldo do AraguaiaSão João de PirabasSão João do AraguaiaSão Miguel do GuamáSão Sebastião da Boa VistaSapucaiaSenador Jose PorfirioSoureTailândiaTerra AltaTerra SantaTome-AcuTracuateuaTrairãoTucumaTucuruíUlianópolisUruaráVigiaViseuVitória do XinguXinguara

2.1. GESTÃO PEDAGÓGICA

É dever do gestor público municipal ofertar a educação pública básica com um adequado ensino aprendizagem, e para garantir esse direito aos munícipes durante o pe-ríodo de isolamento social e quarentena foram necessárias atualizações nas legislações que tratam da matéria, principalmente no que diz respeito a calendário escolar, carga horária mínima anual e utilização de estratégias de ensino não presencial.

Neste contexto o gestor público pode se amparar das seguintes legislações para realização de ações educacionais enquanto perdurar a calamidade pública:

- MP n° 934/2020, que estabelece alterações excepcionais no calendário escolar para o ano letivo de 2020;

- Lei n° 9.394/1996 (LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira) na qual normatiza as diretrizes para a educação brasileira, inclusive com previsão para a uti-lização de ensino a distância de forma complementar da aprendizagem ou em situações emergências;

- Pareceres Técnicos do Conselho Nacional de Educação nº 05/2020 e 09/2020,

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que tratam sobre a reorganização do calendário escolar e o cômputo das horas de ativi-dades não presenciais para a carga horária mínima anual;

- Parecer Técnico do Conselho Nacional de Educação nº 11/2020 que traz orienta-ções educacionais para a realização de aulas e atividades pedagógicas presenciais e não presenciais no contexto da pandemia;

- Nota Técnica nº 06/2020/TCM-PA, orientações aos gestores municipais na implementação de ações na área da educação, para enfrentamento da pandemia do “NOVO CORONAVÍRUS”, assegurando-se o melhor interesse da população, com a miti-gação de prejuízos aos alunos da rede pública municipal.

Na aplicação do questionário foram elaboradas onze questões abordando a ges-tão pedagógica com o intuito de mapear as redes de ensino municipal que estão traba-lhando diante das recomendações das legislações citadas. A seguir, os resultados rela-cionados aos aspectos pedagógicos:

2.1.1. Acesso a aulas/atividades pedagógicas por meio de metodolo-gias de ensino não presencial

A adoção do ensino a distância para o ensino fundamental como complementa-ção de aprendizagem ou em situações emergenciais está prevista no § 4º do artigo 32 da LDB. Apesar de não ser uma prática comumente adotada no ensino público brasileiro, a necessidade ocasionada pelo período de isolamento social faz com que os gestores municipais se ajustem a nova realidade, passando a adotar metodologias de ensino a distância, não necessariamente com o uso de ferramentas virtuais, de forma a garantir o acesso dos alunos aos conteúdos curriculares, para que não fiquem afastados do am-biente escolar.

Para a educação infantil o Conselho Nacional de Educação através do Parecer Técnico n° 05/2020 orienta a aproximação dos professores às famílias dos alunos da creche e pré-escola para indicar atividades lúdicas que colaborem para o desenvolvi-mento das crianças, por exemplo: leitura de textos pelos pais, jogos e músicas infantis.

Visando mapear os municípios que estão ou não aplicando metodologias de ensi-no a distância, o grau de alcance das ações aplicadas e, quais são as medidas e as ferra-mentas utilizadas, perguntou-se:

“O município vem realizando ações que contemplem os alunos da rede pública muni-cipal de ensino, e garantam o acesso a conteúdo de aulas mediante metodologias de ensino à distância e aplicação de atividades pedagógicas não presenciais?”

NÃO: 34,96

SIM: 65,04

SIM NÃO

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Das 123 redes públicas municipais de ensino que responderam o questionário 65,04% declararam estar ofertando algum tipo de atividade pedagógica de forma re-mota durante o período de suspensão das aulas presenciais devido a pandemia.

“Consegue alcançar, inclusive, alunos em contextos socioeconômicos mais vulneráveis e/ou que residem em localidades de acesso restrito a diversos meios de comunicação?”

NÃO: 34,96

REALIZA: 9,76

SIM: 55,28

SIM, realiza ações de ensino não presencial e alcança todos os alunos.

NÃO, realiza ação deensino à distancia.

REALIZA ações, mas NÃO alcança todos os alunos.

Um pouco mais da metade das redes, correspondente a 55,28%, informou que consegue alcançar a todos os estudantes, inclusive os que vivem em situações socioe-conômicos mais vulneráveis e/ou que residam em localidades de difícil acesso de comu-nicação. Neste contexto, temos 10,57% de municípios que efetuaram parceria colabora-tiva na articulação com canais de TV e de rádio para oferta de conteúdos pedagógicos com alcance ao maior número de alunos possíveis. Como exemplo temos a seguinte declaração de um gestor municipal “aos alunos dos anos finais estão sendo utilizadas aulas transmitidas pela TV CULTURA”, outro informou que oferta “programa educacio-nal através dos meios de comunicação via rádio”.

“O município efetuou parceria colaborativa com o Poder Público na articulação com ca-nais de TV e de rádio disponíveis, para oferta de conteúdos pedagógicos com alcance ao maior número de alunos possíveis?”

NÃO: 89,43

SIM: 10,57

SIM NÃO

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Nota-se que quase a totalidade dos municípios que está ofertando metodologias de ensino a distância, informou utilizar em conjunto ferramentas digitais e analógicas visando alcançar a todos os alunos. A seguir, as medidas e providências mais adotadas citadas no questionário para as ações de ensino a distância:

- Elaboração de projetos e/ou plano de ação para a implantação de ensino a distância;- Guia de orientação das atividades remotas entregues aos alunos ou responsáveis;- Uso de telefonemas, whatsapp, email e demais redes sociais para divulgação

de informações sobre as ações da rede municipal de ensino e para orientar e esclarecer possíveis dúvidas quanto às atividades ofertadas aos alunos;

- Oferta de vídeo aulas, áudio aulas e aulas em pdf´s disseminadas pelas mídias sociais como grupo de whatsapp, e-mail e facebook;

- Uso de plataformas on-line para ensino aprendizagem, como o Google Class-room, Google Forms e Zoom;

- Atividades impressas chamadas de apostilas ou cadernos de atividades que são entregues aos alunos ou responsáveis nas escolas semanalmente ou quinzenalmente;

- Plantão pedagógico on-line ou presencial respeitando as medidas de saúde pre-ventivas para acompanhamento do rendimento estudantil.

Alguns municípios também informaram entregar os materiais didáticos impressos nas residências dos alunos que moram em locais de difícil acesso, como na zona rural, e para isso utilizam o transporte escolar. É importante destacar que a Resolução CD/FNDE n°05/2020 que trata das diretrizes e objetivos do Programa Nacional de Apoio ao Trans-porte do Escolar – PNATE, dispõe no inciso IV do artigo 2° que o uso de veículos escolares deve ser feito exclusivamente pelos estudantes da rede pública, ressalvada a presença de auxiliares e/ou monitores, não havendo possibilidade legal para demais usos.

2.1.2. Apoio ao corpo docente para o desenvolvimento de atividades a distância

A mudança repentina de aulas presenciais para aulas e atividades remotas fez-se necessário que os professores, peças fundamentais no processo de ensino-aprendizagem, se ajustassem a nova realidade. A grande maioria não estava preparada e por isso precisa contar com o apoio das redes públicas de ensino ofertando orientações, capacitações e ferramentas para o desenvolvimento do trabalho e alcance dos alunos.

“O município apoia o corpo docente da rede pública municipal no desenvolvimento de con-teúdos e atividades a distância que promovam e estimulem a aprendizagem dos alunos?”

NÃO: 21,14

SIM: 78,86

SIM NÃO

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Ao perguntar se o município apoia o corpo docente no desenvolvimento de conte-údos e atividades a distância que promovam e estimulem a aprendizagem dos alunos, 78,86% declararam que apoiam. Dentre as ações mais relatadas pelas redes municipais de ensino em apoio ao corpo docente destacamos as realizações de oficinas pedagógi-cas on-line, capacitações para uso de plataforma on-line e ferramentas digitais, apoio pedagógico para ajustes nos conteúdos a serem disponibilizados aos alunos e auxílio na divulgação e distribuição dos materiais ofertados aos alunos.

Nota-se que o número de municípios que apoiam o corpo docente no desenvolvi-mento de metodologias de ensino a distância (78,86%) é maior do que os municípios que estão desenvolvendo tais atividades (65,04%), conforme mencionado no início do relatório. Constatou-se que essa diferença percentual diz respeito aos municípios que ain-da não desenvolvem a oferta de atividades remotas para seus alunos, mas estão em fase de planejamento e implementação dessas medidas. Veja o relato de um dos municípios:

“A Secretaria Municipal de Educação já encaminhou, para análise e aprovação do Conselho Municipal de Educação, documento contendo orientações administrativas e peda-gógicas a respeito das atividades escolares em tempos de Pandemia da COVID 19 e proposta de calendário escolar 2020. No momento aguarda-se o retorno do CME para que a SEMEC possa tomar as providências cabíveis, visto que no município existe o Sistema Municipal de Educação.”

2.1.3. Normatização da aplicação de metodologias de ensino a dis-tância para aproveitamento na carga horária mínima anual

A Medida Provisória n° 934, de 1º de abril de 2020, dispensou a obrigatoriedade de observância ao mínimo de dias de efetivo trabalho escolar, desde que haja o cumpri-mento da carga horária mínima anual estabelecida nos artigos 24, I, e 31, II da Lei de Dire-trizes e Bases da Educação Nacional, sendo de 800 horas, para os ensinos fundamental, médio e educação infantil.

Em resposta aos questionários, muitos municípios informaram que pretendem computar as atividades pedagógicas não presenciais como carga horária letiva. Para isso, o Conselho Nacional de Educação recomenda no Parecer n° 05/2020 que compete a cada rede de ensino reformular os calendários escolares considerando o aproveita-mento de carga horária com as atividades a distância, respeitadas as normas vigentes e estabelecendo normativo municipal que deve ser elaborado com a participação do Conselho Municipal de Educação.

Nesse sentido 59,35% dos municípios paraenses afirmaram que publicaram atos normativos para implantação de metodologias utilizadas no ensino a distância, bem como para o aproveitamento das atividades pedagógicas não presenciais, visando o cum-primento da carga horária mínima anual prevista em lei. Os municípios que responderam “não” justificaram estar em fase de elaboração e aprovação das normas municipais cabí-veis para a reorganização do calendário escolar em suas redes municipais de ensino.

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“O município publicou normas para regulamentar as metodologias utilizadas no ensi-no a distância, bem como para o aproveitamento das atividades pedagógicas não pre-senciais, visando o cumprimento da carga horária mínima anual prevista em lei, e deste modo, possibilitar o acompanhamento e avaliação por partes dos órgãos interessados?”

NÃO: 40,65

SIM: 59,35

SIM NÃO

2.1.4. Estratégias para aferir o alcance do atendimento e desempenho dos alunos com as metodologias de ensino a distância

Dentre as orientações estabelecidas para os municípios paraenses na Nota Técni-ca nº 06/2020/TCM-PA recomendou-se no Capítulo II que trata do Calendário Letivo:

3. Avaliação continuada do desempenho dos alunos nas me-todologias que serão utilizadas, de forma a assegurar a boa interação ensino-aprendizagem, visto que se deve preconizar muito mais a qualidade e o aproveitamento dos alunos, do que o mero cumprimento formal da sobredita carga horária.4. Estímulo e controle da frequência dos alunos, para que os mesmos se adequem a nova rotina por ocasião da situ-ação emergencial.[...]7. Monitoramento e avaliação permanente e continuado das metodologias utilizadas, com o escopo de que se pos-sa aferir o bom nível de aprendizado e o rendimento es-colar dos alunos, durante o período de pandemia, com a consequente suspensão das aulas presenciais.

Desta forma, procuramos saber quais redes de ensino estão medindo o alcance e desempenho dos alunos na aplicação de atividades não presenciais.

Nos relatos observou-se que a maior parte dos municípios paraenses implantou alguma forma de ensino não presencial, ofertou formas de acessos a conteúdos e aulas on-line (para aqueles estudantes que possuem acesso a internet) e off-line (para aque-les que não possuem), objetivando alcançar a todos os alunos

Então, foi perguntado aos municípios se os mesmos adotam estratégias que per-mitam aferir periodicamente, o alcance do atendimento e desempenho dos alunos com as metodologias de ensino a distância aplicadas durante o período de suspensão das

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aulas, e apenas 54,47% dos municípios responderam que sim, um quantitativo menor do que os 65,04% dos que informaram estar ofertando tal ensino.

“O município adotou estratégias que permitam aferir periodicamente, o alcance do atendimento e desempenho dos alunos com as metodologias de ensino a distância aplicadas durante o período de suspensão das aulas nas escolas?”

NÃO: 45,53

SIM: 54,47

SIM NÃO

Muitos municípios informaram ser um grande desafio monitorar o desempenho educacional dos alunos fora da escola e que, para isso ser possível, é essencial contar com a sensibilização e colaboração das famílias, principalmente para aqueles alunos de menor grau de escolaridade que dependem de ajuda para realizar suas atividades. Para isso, foram reforçados os canais de comunicação entre os professores e os alunos, bem como entre a escola e os pais de alunos para distribuição, orientação e feedback dos conteúdos e atividades ofertados aos estudantes.

De modo geral, os municípios informaram que o desempenho dos alunos está sen-do acompanhado de perto pelos docentes e, estes tem a missão de informar a gestão da escola e posteriormente a rede pública de ensino por meio de relatórios periódicos. Os professores monitoram a presença dos alunos da seguinte forma:

- para aqueles que fazem uso de plataformas virtuais de ensino é mais fácil, po-dendo verificar a frequência em tempo real, inclusive acompanhar a resolução das ativi-dades propostas;

- já para aqueles que não tem acesso a internet, os alunos recebem conteúdos e atividades impressas para um período determinado e ao final do prazo devem ser devol-vidas para correção pelos professores e comprovação de frequência.

A seguir o que declarou um dos municípios:

“Através das aulas por meio de redes sociais ou plataformas, temos o retorno imediato dos alunos. Para os alunos aten-didos por apostilas ou livro didático, damos prazo para que entreguem as atividades respondidas. Assim, eles devolvem as atividades respondidas e levam as novas atividades. Além disso, os professores encaminham relatórios quinzenais p os coordenadores escolares, que encaminham para a Semed tabular o resultado geral.”

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2.1.5. Reorganização do calendário escolar e retorno às aulas

Na aplicação do questionário vários municípios informaram a previsão de volta às aulas presenciais com retorno gradativo a partir de agosto/2020, se as estatísticas mu-nicipais de quantidade de infectados pela COVID-19 estivessem em contínuo declínio.

A volta às aulas durante a pandemia do “NOVO CORONAVÍRUS” estará repleta de desafios, pois deverá seguir novos protocolos higiênicos-sanitários, inclusive evitando-se as aglomerações, e ao mesmo tempo criando estratégias para não atrasar ainda mais o calendário escolar.

Para a reorganização do calendário letivo e volta às aulas é necessário que os ges-tores públicos municipais garantam o cumprimento da carga horária mínima anual es-tabelecida pela Lei Federal nº 9.394/96 (LDB), flexibilizada pela Medida Provisória nº 934/2020, estabelecendo normativos para a rede pública municipal de ensino. Como já dito anteriormente, também devem ser normatizadas estratégias de oferta de ensino não presencial, bem como o possível cômputo de atividades a distância para somar na carga horária anual, com acompanhamento do Conselho Municipal de Educação.

Outro normativo que os gestores municipais podem se amparar para o seu plane-jamento é o Parecer Técnico do CNE nº 11/2020 que objetiva, respeitando a autonomia das escolas e dos sistemas de ensino, o seguinte:

1. Apoiar a tomada de decisões para o retorno às aulas presenciais;2. Oferecer diretrizes que orientem o planejamento dos ca-lendários e dos protocolos específicos dos estabelecimentos de ensino, definidos pelas autoridades locais e regionais;3. Oferecer sugestões e recomendações de cunho organiza-cional e pedagógico que podem ser desenvolvidos pelas es-colas e sistemas de ensino.

A maior parte dos municípios (97,56%) respondeu que está planejando a reorga-nização do calendário escolar para retorno às aulas, apenas 2,44% respondeu que não iniciaram o planejamento para retorno às aulas.

“Município está planejando a reorganização do calendário escolar para retorno às aulas?”

NÃO: 2,44

SIM: 97,56

SIM NÃO

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As medidas e providências mais citadas pelos municípios para o planejamento e reorganização do calendário escolar, bem como para o retorno às aulas presenciais são:

- Articulação com o Conselho Municipal de Educação e Secretarias Municipais de Saúde e de Assistência Social para discussão e aprovação de medidas que garantam o retorno as aulas presenciais com segurança;

- Consulta pública sobre o retornos das aulas;- Publicação e divulgação das medidas de retorno às aulas e calendário escolar;- Antecipação de férias escolares;- Adequação dos espaços físicos das escolas visando manter o distanciamento

recomendado;- Disponibilização de álcool gel 70% em vários espaços da escola;- Reorganização curricular;- Readequação do calendário escolar 2020 considerando o uso das modalidades

de ensino presencial e à distância, o aumento da carga horária semanal, e o uso de sába-dos e feriados para reposição de aulas de forma a cumprir a carga horária mínima anual;

- Retorno gradativo e sistema de revezamento de alunos por sala;- Reorganização de quantitativo de alunos por sala;

2.1.6. Busca ativa no retorno às aulas presenciais

A busca ativa visa identificar e resgatar os alunos que não estão frequentando as aulas, e é considerada uma boa prática para combater o abandono e a evasão escolar. Ela é importante ser observada não só no retorno às aulas presenciais, mas sempre, du-rante todo o ano letivo, inclusive durante o processo de aulas e atividades a distância e em parceria com as ações de aferimento do alcance e desempenho dos alunos.

Visando a preocupação do possível evasão de crianças e jovens depois de um longo período afastados do ambiente escolar, foi questionado aos municípios se eles pretendem realizar busca ativa desses alunos quando as atividades forem retomadas. Neste contexto 100% dos municípios declararam que pretendem realizar a busca ativa dos alunos no retorno às aulas.

“O município pretende realizar busca ativa das crianças e jovens que podem não retor-nar à escola depois que as atividades forem retomadas?”

SIM: 100%

SIM

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2.2. GESTÃO DA ALIMENTAÇÃO ESCOLAR

O direito à alimentação é uma garantia estabelecida no art. 6º da CF 1988 e tem que ser preservado aos estudantes, pois muitos têm na merenda escolar sua princi-pal fonte de alimento. O estado de calamidade pública ocasionado pela pandemia do “NOVO CORONAVÍRUS” suscitou mudanças na legislação do Programa Nacional de Ali-mentação Escolar, foi promulgada a Lei Federal nº 13.987/2020 que inseriu no Art. 21-A da Lei nº 11.947/2009 a autorização aos gestores em caráter excepcional, durante o pe-ríodo de suspensão das aulas, distribuírem os gêneros alimentícios no âmbito do PNAE às famílias dos estudantes das escolas públicas da educação básica, como forma de minimizar os prejuízos e garantir a oferta de alimentos aos estudantes.

A Resolução CD/FNDE nº 02/2020 regulamenta e disciplina a forma de distribui-ção. Os produtos já adquiridos ou que vierem a ser adquiridos em processos licitatórios e chamadas públicas da agricultura familiar poderão ser distribuídos em forma de kits, observando o per capita da faixa etária, condições de higiene e nutricional, respeitando os hábitos alimentares e a cultura local e o período de atendimento ao estudante na uni-dade escolar. A forma de distribuição deve ser feita de modo que não haja aglomeração, conforme disposto no art. 3º da referida lei.

Nesse sentido, o TCM/PA elaborou questionário para saber como os municípios estão conduzindo a oferta dos gêneros alimentícios aos alunos, se estão conseguindo manter a entrega de forma regular, garantindo as precauções necessárias para evitar aglomeração. Se conseguem alcançar os alunos e fazer o controle devido dos produtos ofertados. Se há acompanhamento pelo nutricionista, pelo CAE e CME. Se há transpa-rência e publicidade dos atos, conforme dispõe a legislação vigente. O resultado dessa pesquisa acompanhamos a seguir, com as perguntas e avaliações da gestão municipal.

2.2.1. Distribuição dos alimentos em estoque

A oferta dos gêneros alimentícios durante o período de pandemia pode ser efe-tuada em forma de kits, utilizando os produtos em estoque, seguindo a orientação do § 1º do art. 2º da Resolução CD/FNDE nº 002/2020 que dispõe “os gêneros alimentícios já adquiridos ou que vierem a ser adquiridos em processos licitatórios ou em chamadas públicas da agricultura familiar poderão ser distribuídos em forma de kits, definidos pela equipe de nutrição local, observando o per capita adequado à faixa etária, de acordo com o período em que o estudante estaria sendo atendido na unidade escolar”.

Deste modo foi questionado aos gestores municipais se foi efetuada a distribuição dos alimentos em estoque às famílias dos alunos, os relatos evidenciam que a gran-de maioria dos gestores municipais, cerca de 92,68%, efetuou a entrega dos alimentos dos produtos estocados na forma de kits de alimentação, também consta nas respostas que estão efetuando procedimentos licitatórios para complementar a entrega. Apenas 7,32% não realizou a distribuição dos alimentos.

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“O município realizou a distribuição dos alimentos em estoque (já existentes nas escolas da rede e depósito central de merenda) para as famílias de alunos da rede municipal?”

NÃO: 7,32

SIM: 92,68

SIM NÃO

As medidas e providências adotadas mais enfatizadas pelos gestores municipais na distribuição dos estoques e formação dos kits foram:

- Reunião com o Conselho Municipal de Educação e Ministério Público;- Reunião com os nutricionistas dos setores de alimentação;- Levantamento da quantidade de gêneros alimentícios e retirada do material que

estava nos depósito das unidades escolares e no almoxarifado central;- Definição de gêneros alimentícios para compor o kit alimentação de acordo com

o per capita e etapas de ensino;- Cronograma de distribuição;- Determinação de local de entrega, horário e logística;- Distribuição de Kits de acordo com o cardápio escolar;- Utilização de medidas de proteção de acordo com o protocolo da Pandemia CO-

VID 19, como: uso de máscaras, luvas, álcool em gel, distanciamento social, higienização das embalagens;

- Vedação da distribuição dos kits de alimentação escolar como forma de promo-ção pessoal de agente público ou político. Preocupação relatada por apenas uma rede de ensino;

- Ampla publicidade no fornecimento do kit alimentação escolar.- Apresentação da prestação de contas e relatórios de entregas dos kits junto ao

Conselho de Alimentação Escolar. - Elaboração e entrega de cartilha de orientação na distribuição dos kits no que se

refere a prevenção do COVID-19;- Elaboração de portarias que regulamenta a entrega durante esse período de au-

las paralisadas;Também foi relatado por alguns gestores que em virtude dos recursos disponí-

veis serem insuficientes para atender a demanda, foi adotado o critério de seleção das famílias de maior vulnerabilidade social, não conseguindo atender na integralidade os alunos matriculados em suas redes de ensino, apesar de contrariar o que dispõe a legis-lação do PNAE, não podendo haver seleção dos alunos atendidos.

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2.2.2. Atendimento da oferta de benefícios de alimentação aos alu-nos matriculados na rede pública municipal de ensino

A universalização do atendimento a alimentação escolar a todos os alunos ma-triculados na rede pública de educação básica é direito líquido e certo previsto no inciso III do art. 2º da Lei nº 11.947/2009. Os gestores públicos municipais devem adotar as políticas públicas e ações necessárias a garantir a cobertura de todos os alunos matricu-lados na rede municipal, sem critério de seletividade, de modo a promover a segurança alimentar e nutricional dos alunos, com acesso de forma igualitária.

Ao perguntar as redes municipais sobre o atendimento da oferta de benefícios de alimentação, 60,98% dos municípios que responderam o questionário atende regular-mente a alimentação escolar e 39,02% não conseguiram garantir aos alunos o acesso a alimentação.

“O município tem atendido a todos os alunos regularmente matriculados na rede muni-cipal de ensino básico com a oferta de benefícios de alimentação?”

NÃO: 39,02

SIM: 60,98

SIM NÃO

Nos relatos os gestores alegam falta de recursos para atender a demanda e como critério adotam a seleção dos alunos de maior vulnerabilidade social, contrariando as normas legais. Como participantes do programa, os municípios são responsáveis pela execução do PNAE, inclusive pela utilização e complementação dos recursos financeiros transferidos pelo FNDE, conforme disposto no inciso II do art. 7º da Lei nº 11.947/2009/PNAE. Destaca-se que os recursos do PNAE, utilizado pela maioria dos gestores, são suplementares, sendo o Programa Nacional de Alimentação Escolar Tripartite, de res-ponsabilização da União, Estados e Municípios.

Os recursos utilizados, relatados pelos gestores são em sua grande maioria do PNAE, alguns municípios utilizam recursos do tesouro municipal, FME, FPM, recurso es-tadual, recursos de reservas extrativistas. Foi identificado em uma rede de ensino a uti-lização indevida dos recursos do FUNDEB para custear gastos com alimentação o que contraria o disposto no inciso I do art. 23 da Lei nº 11.494/2007.

No levantamento realizado a aquisição dos gêneros alimentícios pelas Secretarias Municipais de Educação através de processos licitatórios e/ou chamadas públicas cor-responde a 56,10%, 39,02% não estão realizando o atendimento da oferta de benefícios aos alunos, 4,07% adota outra espécie de benefício como a preparação do alimento na própria unidade escolar e somente um município, correspondente a 0,81%, tem adotado o fornecimento de cartão / vale alimentação.

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O valor do benefício concedido adotado pela maioria das redes é o valor de R$ 50,00, correspondente a 38,21% das respostas, 17,89% adotam o valor acima de R$ 50,00 até R$ 80,00, 4,8% o valor acima de R$ 80,00 até R$ 100,00, somente 0,81% o valor acima de R$ 100,00.

No que se refere a periodicidade da entrega 22,76% entregam mensalmente, 17,07% a cada 02 meses, 10,57% em entrega única, 8,94% em outro período, 3,25% a cada 03 meses.

“Como o município tem atendido a oferta de benefícios de alimentação?”

01

23

56,1

39,02

4,070,81

Adquire alimentos através de processos licitatórios e/ou chamadas públicas e efe-tua distribuição em forma de cesta, contendo gêneros alimentícios diversos.

Não ofertaram benefícios de alimentação.

Adota outra espécie de benefício.

Tem adotado o fornecimento de cartão/vale alimentação.

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“Qual o valor unitário do benefício concedido?”

39,02 38,21

17,89

4,880,81

Não ofertaram benefícios de alimentação.

Até R$ 50,00

Acima de R$ 50,00 até R$ 80,00

Acima de R$ 80,00 até R$ 100,00

Acima de R$ 100,00

“A periodicidade de entrega do benefício ocorre:”

Não ofertaram benefícios de alimentação.

Mensalmente.

A cada dois meses.

Em entrega única.

Em outro período.

A cada 3 meses.

39,02

22,7617,07

10,57 8,943,25

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Nos dados declarados pelas redes municipais as ações mais adotadas pelos municípios foram:

- Utilização de processos licitatórios já realizados e contratos em vigência;- Utilização dos produtos em estoque;- Formação e organização dos kits conforme prerrogativas legais do PNAE;- Entrega dos kits em domicílio e nas escolas;- Preparação de cronograma de entrega e notificação as famílias;- Utilização de medidas de segurança sanitária , distanciamento social, compras

de luva e álcool em gel;- Elaboração do cardápio por responsável técnico e priorização da agricultura fa-

miliar, relatadas por algumas redes;- Reunião com gestores, nutricionistas, técnicos, SEMED e Ministério Público para

definir a entrega dos alimentos;- Confecção Portaria de regulamentação da entrega e de Termo de Recebimento

pelos responsáveis dos alunos;- Monitoramento da entrega aos pais pelas escolas

2.2.3. Publicidade da entrega dos benefícios de alimentação

O § 5º do art. 3º da Resolução CD/FNDE nº 02/2020 dispõe que os municípios devem conferir ampla publicidade ao fornecimento da alimentação, de forma a garan-tir que aqueles que dela necessitem tenham conhecimento de tal benefício e realizar o controle efetivo da alimentação escolar entregue, no qual deverá constar a data, o local e estudante contemplado, a fim de assegurar a regularidade do fornecimento. Diante dos critérios legais perguntamos se está ocorrendo ampla publicidade de forma que to-dos tenham ciência dos dias, locais e horários de entrega dos alimentos.

“Ocorre ampla publicidade dos dias, locais e horários da disponibilização destes bene-fícios aos alunos e/ou responsáveis, de forma a garantir o acesso a todos que possuem o direito ao recebimento?”

NÃO: 39,02

SIM: 60,98

SIM NÃO

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Dos 123 municípios que responderam o questionário 60,98% efetuaram a publi-cidade dos dias, locais e horários da disponibilização destes benefícios e 39,02% não publicaram por não estarem efetuando a oferta de benefícios de alimentação. Dentre os meios mais utilizados relatado pelos gestores foram grupos de whatsapp, facebook, rádio FM, carro som, TV, rádios locais, assessoria de comunicação da Prefeitura e SE-MED, informativos, imprensa local, contatos com pais ou responsáveis, internet, fixação de cronogramas e comunicados nas escolas, redes sociais, divulgação nos sites da Pre-feitura, contato telefônico.

2.2.4. Controles de entrada e saída dos gêneros alimentícios

De acordo com a Nota Técnica nº 5002/2016/COSAN/CGPAE/DIRAE/FNDE o controle do estoque é fundamental para as operações de qualquer unidade de alimen-tação e nutrição – UAN, o gestor deve saber o quanto foi comprado e ter a informação sobre o estoque para ser capaz de analisar todo seu cardápio e evitar deterioração de alimentos, excesso ou falta de itens e até mesmo desvios.

Nesse entendimento foi questionado aos gestores sobre atualização dos municí-pios nos registros de entrada e saída de gêneros alimentícios, sendo relatado pela gran-de maioria (97,56%), a manutenção atualizada dos registros nos depósitos das escolas e depósito central.

“O município vem mantendo atualizados os controles de entrada e saída dos gêneros alimentícios movimentados nos depósitos das escolas e depósito central da merenda?”

NÃO: 2,44

SIM: 97,56

SIM NÃO

2.2.5. Acompanhamento pela equipe de nutrição local das diversas fases de distribuição dos benefícios concedidos aos alunos

Em conformidade com o § 1º do art. 2º da Resolução CD/FNDE nº 02/2020 a com-posição dos kits deve ser feita pela equipe de nutrição local, observando o per capita adequado à faixa etária, de acordo com o período em que o estudante estaria sendo atendido na unidade escolar.

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Das redes municipais que participaram do questionário, 90,24% responderam que a equipe de nutrição local acompanha as diversas fases da distribuição dos benefícios de alimentação concedidos aos alunos e que adotam providências quanto ao acom-panhamento na distribuição desses benefícios, tais como: Elaboração do cardápio e Formação de Kits pela nutricionista responsável com a seleção de alimentos saudáveis para consumo; elaboração de cartilhas sobre alimentação escolar saudável; acompa-nhamento in loco pela nutricionista na distribuição dos kits nas escolas; visita às escolas pela nutricionista para repasse de orientações de manuseio, estocagem e distribuição dos kits, higienização dos produtos antes e depois da montagem dos kits; cartazes, ví-deos, mensagens via whatsapp; distribuição de informativo impresso e divulgação nas redes sociais; elaboração de folders com informações de boas práticas no manuseio dos alimentos; reuniões on-line e in loco com gestores escolares para orientar sobre a distri-buição e os cuidados de prevenção da COVID 19; utilização da rádio local pelo nutricio-nista para falar da importância do alimento, os valores nutricionais e os cuidados com o manuseio e higienização.

2.2.6. Controle efetivo no processo de entrega dos benefícios de alimentação

Garantir a entrega dos benefícios de alimentação aos estudantes matriculados na educação básica nas redes de ensino municipal de modo a evitar desperdícios e prevenir fraudes é de responsabilidade dos gestores como participantes do Programa Nacional de Alimentação Escolar.

Em geral os relatos demonstram que as redes adotam as medidas de controle efetivo no processo de entrega dos kits num total de 95,12%, sendo destacados os se-guintes: o acompanhamento da distribuição pelo CAE, pelo nutricionista responsável e por técnicos da SEMED; ofícios informando ao Ministério Público e CAE sobre as distri-buições; publicação do cronograma de distribuição nas redes sociais; Termo de Recebi-mento assinado pelos pais e responsáveis; Termo de Entrega da SEMED às escolas; par-ticipação da comunidade escolar, registros fotográficos, lista nominal dos estudantes

SIM NÃO

NÃO: 4,88

SIM: 95,12

“A equipe de nutrição local acompanha as diversas fases de distribuição dos benefícios concedidos aos alunos, recomendando inclusive, a opção pelo consumo de alimentos.”

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matriculados com CPF e campo para assinatura dos beneficiários; controle de estoque, Termo de Ciência e instrução aos gestores das escolas para a distribuição da alimenta-ção aos discentes; elaboração de relatório semanal e envio ao Ministério Público, moni-toramento do recebimento dos kits nas escolas.

“O município tem realizado o controle efetivo no processo de entrega dos benefícios de alimentação, visando prevenir desperdícios e/ou fraudes?”

SIM NÃO

NÃO: 4,88

SIM: 95,12

2.2.7. Pesquisa de preços e procedimentos de licitação

A aquisição dos gêneros alimentícios com recursos do PNAE deve ser efetuada obedecendo ao disposto nos incisos 01 e 02 do artigo 24 da Resolução CD/FNDE nº 06/2020 no que se refere a aquisição nas modalidades Dispensa de Licitação, através de Chamada Pública, para aquisição de produtos da agricultura familiar e Licitação, obrigatoriamente na modalidade Pregão, na forma eletrônica, nos termos da Lei nº 10.520/2002 e Lei nº 8.666/1993.

Atendendo a este critério foi questionado aos gestores se as formas de contrata-ção estão sendo mantidas quanto a pesquisa de preços e procedimentos de licitação para efetivação da contratação dos benefícios de alimentação, a grande maioria dos municípios, num percentual de 95,12%, respondeu que mantém os critérios estabeleci-dos na legislação vigente, e somente 4,88% não atende a este critério.

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2.2.8. Transparência nos processos licitatórios

O inciso XIV do art. 5º da CF 1988 garante a todo cidadão brasileiro o acesso à in-formação e para regulamentar este acesso foi sancionada a Lei de Acesso à Informação nº 12.527/2011 que assegura no seu Art. 5º o dever do Estado em garantir o direito de acesso à informação, A Lei de Acesso à Informação deve nortear todos os atos da admi-nistração pública e garantir aos cidadãos o seu acompanhamento, devendo ser cumpri-das as seguintes diretrizes:

I - observância da publicidade como preceito geral e do sigilo como exceção;II - divulgação de informações de interesse público, indepen-dentemente de solicitações;III - utilização de meios de comunicação viabilizados pela tecnologia da informação;IV - fomento ao desenvolvimento da cultura de transparên-cia na administração pública;V - desenvolvimento do controle social da administração pública.

Desta forma foi formulada a seguinte pergunta as redes de ensino municipal:

SIM NÃO

NÃO: 4,88

SIM: 95,12

“Continua sendo mantidos os critérios de pesquisa de preços e procedimentos de licita-ção para efetivação dos da contratação dos benefícios de alimentação para os alunos?”

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“Com relação à Transparência nos processos licitatórios, continuam sendo efetuadas as devidas publicidades legais em sites próprios, com alimentação em Sistemas específi-cos de órgãos de Controle Externo?”

SIM NÃO

NÃO: 1,63

SIM: 98,37

Ao questionamento efetuado 98,37% dos municípios que respondeu ao questio-nário informou que realiza a devida publicidade dos processos licitatórios.

Observa-se nesta pergunta que a disponibilização dos dados deve estar de forma acessível e de fácil entendimento, de preferência num espaço destinado aos gastos com educação durante o período da pandemia.

2.2.9. Aplicações com recursos próprios na oferta de alimentação aos alunos

O município é parte integrante do Programa Nacional de Alimentação Escolar, conforme inciso II do art 7º da Resolução CD/FNDE nº 06/2020 e deve atender aos alunos matriculados na sua rede municipal de ensino, devendo inclusive complementar os recursos, sendo assim disposto:

II – a Entidade Executora – EEx: Secretarias de Estado da Educação – Seduc, Prefeituras Municipais e escolas fede-rais, como responsáveis pela execução do PNAE, inclusive pela utilização e complementação dos recursos financei-ros transferidos pelo FNDE, pela prestação de contas do Programa, pela oferta de alimentação nas escolas em, no mínimo, 200 (duzentos) dias de efetivo trabalho escolar, e pelas ações de educação alimentar e nutricional a todos os alunos matriculados.

Diante do dispositivo legal foi questionado aos gestores:

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“Considerando a regularidade de transferência dos recursos do PNAE, inclusive durante o período de suspensão das aulas, o município, igualmente, vem mantendo as aplica-ções com recursos próprios na oferta de alimentação aos alunos?”

NÃO: 27,64

SIM: 72,36

SIM NÃO

A grande maioria, 72,36%, dos municípios respondeu que aplica recursos do te-souro municipal para garantir o alimento ao aluno, no entanto observa-se que apesar da regularidade das transferências dos recursos do PNAE e das respostas dos municípios que efetuam a complementação com recursos próprios, estes não conseguem atender na integralidade os alunos matriculados em suas redes municipais de ensino, sendo ado-tado o critério de seletividade aos alunos de maior vulnerabilidade social, o que contraria a legislação vigente. E para agravar ainda mais a situação 27,64% não complementa os recursos do PNAE, deixando parte dos alunos sem a garantia de atendimento dos bene-fícios de alimentação.

2.3. CONTROLE SOCIAL

A Lei nº 11.947 de 16 de junho de 2009, que dispõe sobre o atendimento da alimen-tação escolar e do Programa Dinheiro Direto na Escola aos alunos da educação básica; em seu art. 18, determina que os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, no âmbito de suas respectivas jurisdições administrativas, Conselhos de Alimentação Escolar - CAE, órgãos colegiados de caráter fiscalizador, permanente, deliberativo e de assessoramento.

A referida Lei, no art. 19, inciso II, estabelece, entre outras atribuições do CAE, a competência de acompanhar e fiscalizar a aplicação dos recursos destinados à alimen-tação escolar.

De acordo com a pesquisa realizada, dos 123 municípios que responderam a pes-quisa, apenas 05 (correspondente a 4,07%), evidenciaram que não houve por parte do Conselho de Alimentação Escolar, o acompanhamento da estratégia de atendimento aos alunos da rede pública municipal de ensino com fornecimento de alimentação escolar.

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“O Conselho de Alimentação Escolar – CAE, está acompanhando o processo de conces-sões de benefícios relacionados à alimentação dos alunos da rede pública municipal do ensino básico, durante o período de suspensão das aulas presenciais nas escolas?”

NÃO: 4,07

SIM: 95,93

SIM NÃO

A participação social é imprescindível para o exercício da cidadania. Afinal, o contato dos cidadãos com a esfera pública, em todos os seus âmbitos, aproxima-os de processos, ações e políticas públicas que dizem respeito às suas vidas e impactarão no seu dia a dia.

Nesse diapasão, a participação da sociedade em Conselhos Municipais de Educa-ção é muito relevante, uma vez que, as funções dos mesmos, vão desde a autorização de funcionamento de instituições escolares até colaboração na elaboração de políticas públicas, os Conselhos Municipais de Educação são articuladores da sociedade com o poder público. Assim, devem buscar, dentro da sua esfera de competência, contribuir para que a Educação do sistema de ensino seja equânime e de qualidade”.

A criação do Conselho Municipal de Educação está fundamentada legalmente na Cons-tituição Federal de 1998, na LDB nº 9.394/96, no Plano Nacional de Educação, Lei nº 10.172 de 09/01/01, bem como nos princípios da gestão democrática e participativa do ensino público.

A partir do enfoque da necessária atuação dos Conselhos Municipais de Ensino, a pesquisa buscou mensurar a participação desses colegiados no acompanhamento do desenvolvimento das atividades escolares municipais no período de pandemia. Foi evi-denciado pela pesquisa que dos 123 municípios que responderam a pesquisa, 36 muni-cípios (29,27%) afirmaram que não houve acompanhamento por parte dos Conselhos Municipais de Educação.

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“O Conselho Municipal de Educação – CME, está acompanhando as medidas planeja-das e/ou adotadas pela Secretaria, referentes ao cumprimento da carga horária anual, calendário escolar e outras?”

NÃO: 29,27

SIM: 70,73

SIM NÃO

2.4. OUTROS ASPECTOS

2.4.1. Contratos vigentes com transporte escolar, manutenção de equipamentos e professores temporários

Neste aspecto, ressalte-se que dentre as diretrizes recentemente propostas pelo Conselho Nacional de Educação e homologada pelo Ministério da Educação – MEC, com o objetivo de orientar os municípios sobre as práticas que devem ser adotadas durante a pandemia, está a busca de alternativas para minimizar a necessidade de reposição pre-sencial de dias letivos, a fim de permitir que seja mantido um fluxo de atividades escolares aos estudantes enquanto durar a situação de emergência ocasionada pela pandemia. O CNE, através do Parecer nº 05/2020 lista uma série de atividades não presenciais que podem ser utilizadas pelas redes de ensino durante a pandemia: Meios digitais, videoau-las, plataformas virtuais, redes sociais, programas de televisão ou rádio, material didático impresso e entregue aos pais ou responsáveis são algumas das alternativas sugeridas.

Há de se considerar que a suspensão de contratos com professores e servidores que atuam diretamente nas atividades pedagógicas das redes de ensino municipais, pode inviabilizar a adoção de práticas alternativas às aulas presenciais, trazendo grande prejuízo aos alunos. O mesmo se aplica aos Contratos de manutenção de equipamentos e prediais nas escolas, tais como, o de fornecimento de internet banda larga e equipa-mentos de informática, equipamentos de impressão e reprografia. No caso do Trans-porte Escolar, a suspensão dos contratos justifica-se pelo fato de que o acerto quanto ao pagamento decorre dos quilômetros rodados pelos veículos, e neste momento de pandemia não está havendo transporte de alunos para as unidades de ensino.

Ao perguntar ao município como se encontram as execuções contratuais diretamen-te relacionadas às atividades pedagógicas obtivemos a situação a seguir demonstrada:

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10,57

13,82

75,61

Situação dos Contatos de TE (Transporte Escolar), Manutenções de Equipamen-tos e Prediais (Escolares), Professores e Servidores Temporários, nos municípios.

TE e Todos Demais Contratos (relacionados ao Ensino Escolar) Suspensos.

TE Suspenso, Manutenções Essenciais e Professores e Servidores Temporários Mantidos Parcialmente.

TE Suspenso, Manutenções Essenciais e Professores e Servidores Temporários Mantidos Integralmente

Observa-se através dos dados declarados pelos municípios, que a grande maioria, 75,61% das redes de ensino, manteve os serviços essenciais de manutenção de equipa-mentos e/ou prediais escolares, bem como a continuidade de vínculo contratual com pro-fessores e servidores temporários que atuam diretamente nas atividades pedagógicas. Por outro lado, 10,57% das redes de ensino municipais manifestaram terem suspendido estas contratações. E para completar, 13,82% afirmaram terem mantido parcialmente o montante destas despesas contratuais até então assumidas, antes da pandemia. Estas reduções, parciais ou totais, envolvem, por exemplo, a diminuição do quadro de pessoal ou mesmo da carga horária dos professores, mantendo apenas o salário base, podendo dificultar a adoção de meios alternativos de ensino e aprendizagem não presenciais, tão importante neste momento de paralisação de aulas presenciais nas unidades de ensino.

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O trabalho realizado contribuiu de forma considerável para evidenciação da situ-ação dos municípios paraenses em relação a gestão de recursos públicos destinados à educação pública municipal e as principais medidas adotadas pelos 123 municípios pa-raenses que responderam o questionário para enfrentamento da pandemia do Covid-19, propiciando a sociedade o conhecimento sobre a atuação dos gestores municipais dian-te dos impactos sociais, econômicos, políticos e culturais causados nos municípios; en-fatizando primordialmente a oferta de ensino e acesso à alimentação escolar aos alunos da rede pública municipal de ensino.

O trabalho buscou também dar transparência às instituições, bem como à socie-dade, disponibilizando informações sobre as ações dos gestores públicos municipais acerca da educação pública municipal com enfoque na questão pedagógica e alimen-tação escolar no período de pandemia, motivado pela ocorrência do “NOVO CORONA-VÍRUS” (COVID-19).

Os resultados mostraram que aproximadamente, 35% dos municípios analisa-dos não vêm desenvolvendo ações que contemplem aos alunos, o acesso a conteúdo de aulas mediante o ensino à distância, e/ou aplicação de atividades pedagógicas não presenciais no período de suspensão das aulas presenciais; enquanto que 65% declararam estar ofertando algum tipo de atividade pedagógica de forma remota durante o período de suspensão das aulas presenciais devido a pandemia. 55,28%, informaram que conseguem alcançar a todos os estudantes, inclusive os que vivem em situações socioeconômicos mais vulneráveis e/ou que residam em localidades de difícil acesso de comunicação.

Os resultados mostraram ainda que, 54,47% dos municípios que estão desen-volvendo ações de fornecimento de conteúdo de aulas mediante ensino à distância, e/ou aplicação de atividades pedagógicas presenciais, adotam estratégias que permitam aferir periodicamente, o alcance do atendimento e desempenho dos alunos.

A maior parte dos municípios (97,56%) está planejando a reorganização do ca-lendário escolar para retorno às aulas de forma gradativa, a partir da flexibilização do isolamento social, e que esse planejamento está sendo realizado em articulação com o Conselho Municipal de Educação.

Importante se faz destacar que, 100% dos municípios que participaram do levanta-mento informaram que pretendem realizar a busca ativa dos alunos no retorno às aulas.

Ficou evidenciado ainda que, 7,32% dos municípios pesquisados não efetuaram entrega dos alimentos dos produtos já existentes, estocados nas escolas ou depósito de merenda escolar, forma de kits de alimentação. Por outro lado, 39,02% dos municípios pesquisados, não conseguiram garantir a todos os alunos da rede municipal a oferta de benefício regular da alimentação escolar. Os gestores relatam que essa situação ocorre devido a falta de recursos.

3. CONCLUSÃO

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Restou evidenciado que 27,4% dos municípios consultados, não aplicam recursos próprios do tesouro municipal para garantir alimentação aos alunos. Embora, a legisla-ção específica do PNAE, destaca o caráter suplementar do programa.

O levantamento evidenciou também que em 95,93% dos municípios pesquisa-dos, o Conselho de Alimentação Escolar, está acompanhando o processo de concessões de benefícios relacionados à alimentação dos alunos da rede pública municipal do ensi-no básico, durante o período de suspensão das aulas presenciais nas escolas. E que em 29,27% dos municípios pesquisados não há acompanhamento por parte do Conselho Municipal de Educação das medidas planejadas e/ou adotadas pela Secretaria Munici-pal de Educação, referentes ao cumprimento da carga horária anual, calendário escolar, entre outras.

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Diante ao exposto neste Relatório de Levantamento, a unidade técnica sub-mete o referido documento à consideração superior da Presidência deste TCM-PA, e dos demais Conselheiros desta Corte de Contas para deliberação e posterior enca-minhamento das propostas a seguir:

1. Tornar público e promover a divulgação dos resultados desse levantamento por meio de link no sítio eletrônico do TCM-PA;

2. Autorizar utilização dos resultados desse levantamento pelas Controladorias na análise dos gastos relativos ao enfrentamento da Pandemia de COVID-19, realizados pe-los municípios sob suas respectivas jurisdições;

3. Enviar ofício circular a todos os Prefeitos e Secretários Municipais de Educação dos 123 (cento e vinte e três) municípios paraenses que responderam o questionário, para ciência da disponibilidade do Relatório em questão, no site do TCM-PA;

4. Enviar ofício circular aos Conselhos Municipais de Educação e Conselhos de Ali-mentação Escolar dos 123 (cento e vinte e três) municípios do Estado do Pará, para co-nhecimento dos resultados do Levantamento das Ações de Enfrentamento do COVID-19;

5. Realizar monitoramento em 30 (trinta) redes públicas municipais dentre os 144 (cento e quarenta e quatro) municípios paraenses, adotando critérios objetivos para se-leção dos mesmos.

É o Relatório

Belém (PA), 13 de agosto de 2020.

Ana Cristina Santos SodréAnalista de Controle Externo

Everaldo Lino Alves

Analista de Controle Externo Luís Otávio Gadelha Barbosa

Analista de Controle Externo

Elen Pantoja de MoraesAnalista de Controle Externo

José Augusto Oliveira Rezende

Técnico de Controle Externo Sílvia Miralha de Araújo Ribeiro

Analista de Controle Externo

4. PROPOSTA DE ENCAMINHAMENTO

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5. APÊNDICE

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